Ficha Técnica
Título
Então, será Natal
Autores
Poetas do Solar de Poetas e outros convidados
Capa
Arranjo de José Sepúlveda
Revisão de texto
Rosa Maria Santos
Ilustrações
Imagens de Natal enviada pelos autores
Edição
Solar de Poetas
Editado em e-book em janeiro de 2019 https://issuu.com/correiasepulveda
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Coletânea de poesia
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Índice de Autores 05 Abílio Ferradeira de Brito 08 Acácio Costa 09 Adelaide Simões Rosa 12 Adelina Santos 13 António Cláudio 15 António Correia 16 António Gonçalves 17 António Martins 18 Arilo Cavalcante Jr. 19 Augusto Molarinho de Andrade 20 Cândida Passos 21 Carla Ribeiro 22 Carlos Lacerda 23 Carlos R. Santos 25 Cassandra Alpoim 26 Catarina Dinis Pinto 27 Cezar Ubaldo Araújo 28 Cléa Rezende Melo 30 David Conceição Viegas 31 Donzília Martins 32 Edno Moura 34 Elisa Mascia 37 Francisca do Monte Pires 39 Francisco de Assis Silva 40 Frassino Machado 42 Graça Canhao 45 Hamilton Ramos Afonso 47 Hilda Machado 48 Isael da Conceição 49 Jackson Costa 51 Joana Rodrigues 54 João Paulino Madruga 56 Joaquim C. Gomes 58 Joni Baltar 59 José António Carvalho
60 José Carlos Moutinho 63 José de Brito Cardoso 66 José Duarte Soares 67 José Luiz de Sousa Santos 69 José Manuel Guerreiro 70 José Pedro Marques 74 José Sepúlveda 77 Lourdes Costa 80 Lu Aragão 83 Lúcia Ribeiro 85 Magda Pacheco Brazinha 86 Manuel Mar 87 Margareth D. S. Leite 88 Maria dos Anjos Duza 89 Maria de Fátima Soares 91 Maria Isabel Assunção 93 Maria José 96 Maria de Lurdes Cunha 98 Maria Otília Henriques 101 Marilis de Assis 102 Mário Neves 103 Mário Zainna 106 Mary Horta 109 Milena Moreira 110 Olinda Louro 111 Osvaldo Teles 112 Pompeu José Vieira Pais 113 Romy Macedo 116 Rosa Maria Santos 119 Tânia Mara Oliveira de Castro 122 Tita Leal 124 Valdinete Afra Bulhões 127 Vicentina Batista da Silva 126 Victor Manuel C. Almeida
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Tempo de Natal
Foi no reino da Judeia, Quando herodes reinava, Que uma estrela anunciou, Que Deus havia encarnado, Como fora anunciado Pelo profeta Isaías, Cumpriram-se assim os dias Desta grande profecia, S. José trouxe Maria, Numa longa caminhada, Chegando noite cerrada E em seu ventre o Messias. Em Belém buscam pousada, Ninguém os quis aceitar, Tiveram que pernoitar Numa humilde alpendorada. Maria Nossa Senhora, Pressente chegada a hora. Nesse lugar deu à luz E assim nasceu Jesus, Que todos, veio resgatar.
Abílio Ferradeira de Brito 5
Foi no reino da Judeia
O céu beijou a terra com amor E a terra comovida estremeceu, Uma estrela brilhou, com mais fulgor, Na hora em que em Belém Jesus nasceu. Na paz e na harmonia do lugar, Por entre os animais chegou por bem, Anjos e querubins vieram cantar, Cânticos de louvor a sua mãe. Gozavam nos palácios os tiranos, Corriam pelos montes os pastores, Dormiam os carrascos e profanos, Na noite em que do céu choveram flores. O templo do Senhor se profanava, Com montes de heresias, vendilhões, Enquanto o sultão, se banqueteava, Nos haréns com luxúrias e ilusões. O povo, que da terra colhe o pão, Regado com suor e muitas dores, Ergueu-se para Deus em oração, Com amor, fé e preces de louvores. Foi este o Natal do bom Jesus, Que humildemente a todos quis mostrar, Que é nosso Salvador, morreu na cruz E assim todos os homens quis salvar.
Abílio Ferradeira de Brito 6
Uma chuva de amor
Neste dia, do céu choveram flores, Que um siroco suave foi soprando, Ficou a terra cheia com odores E foi por toda a parte se espalhando. São pétalas de rosas, várias cores, Que foi todo este chão atapetando, Lembrando por sinal chuva de amores, Que do mais alto céu nos foi chegando. Ouviu-se por instantes as trombetas E dos anjos as brancas silhuetas, Fluíram de um azul celestial. Pombas brancas de alvura florescente Fizeram com amor uma corrente E o bem, cantou vitória sobre o mal.
Abílio Ferradeira de Brito 7
História do menino Jesus Era uma vez um menino Que nasceu em Belém Seu pai era José Maria a sua mãe. Viveu junto de seus pais, Perto do rio Jordão, Um dia saiu de casa, Foi ver seu primo João. Reuniu doze bons homens Para o seguirem nas pregações. Pregou a palavra de Deus, fez milagres, Encheu de esperança muitos corações. Revelou ser Filho de Deus E que amar é sobretudo perdoar; Pai nosso que estás no céu (…) Ele ensinou a rezar. Até que um dia, foi traído, Após uma última-ceia; Foi julgado e condenado Como impostor da Galileia Entre dois ladrões, foi crucificado E como malfeitor foi tratado; Ficaram Madalena, Maria e João Por quem não foi abandonado. Depois de morto, foi sepultado - Era o “Messias” que acabou; Mas, como tinha anunciado, Ao terceiro dia, ressuscitou. Fundou, em Pedro, a sua Igreja, Crentes-católicos-cristãos; Deixou Maria como mãe, Pra que todos fossem irmãos. Esta a história de Jesus Cristo, Que disse e a vós todos eu lembrei: “Amai-vos uns aos outros Como eu vos (amo e) amei”! Acácio Costa/foto: acaciocosta 8
Dois mundos
Enquanto há um mundo a consumir, Como louco num Natal de vaidade. Há gente de mãos estendida a pedir, No mundo de fome e desumanidade! Enquanto a cidade iluminada, Brilha á noite como se fosse de dia. No mundo dos que não têm nada, Na sua miséria o Natal não irradia! Enquanto há um mundo expectante, Festejando o Natal com alegria: Outro mundo mergulha em agonia! Nesse mundo a criança indigente, Aos olhos do mundo é indiferente. Queria apenas um carinho nesse dia!
Adelaide Simões Rosa 9
Até pró ano, Natal!
Apressado e cansado o Natal passou, A festa que trouxe consigo a levou. Deixou uma resta de fé e esperança, Para o Novo Ano que depressa avança. O sonho é esperança, a força do querer, A fé é a luz que ajuda a vencer. Que o novo ano seja bondoso, Para os que sofrem seja carinhoso. Apreçado e cansado o Natal passou, A fraternidade se evaporou. Oh…quem me dera poder gritar, Que o Natal veio para ficar. O Novo Ano que depressa avança, Vamos recebê-lo com fé e esperança. E em uníssono uma prece fazer, Para a paz no mundo se estabelecer!
Adelaide Simões Rosa 10
Festejar o Natal Festejar o Natal E não esquecer também Os anjinhos pobrezinhos E os que vivem sozinhos Comida e família não têm Festejar o Natal Com alegria que sobre Festejar com alegria Nesta vida em correria Que tão depressa nos foge Festejar e ser feliz Enquanto tiver vontade Rodeada por quem ama Mantendo acesa a chama Antes que chegue a saudade Festejar o Natal Com a saudade presente É uma forma usual De festejar o Natal A lembrar amores ausentes.
Adelaide Simões Rosa 11
Que o brilho das estrelas esteja sempre em teu olhar Que o brilho das estrelas esteja sempre em teu olhar. Que tu escutes uma linda canção e te encantes com ela. Ah, que tu sejas capaz de rir de ti mesmo. Que todo teu conhecimento se transforme em sabedoria. Que tuas atitudes dignifiquem tua existência; que tu sejas, cada vez mais, amado por teus amigos reais. Ah, que um grande amor te encante e te encha de vida e alegria. Que nada e nem ninguém te desvie da rota do teu coração. Que tu sintas a pulsação da vida universal em todas as coisas. Que o cepticismo do mundo jamais congele tua consciência. Ah, que tu renasças a cada instante, sempre agradecendo pelo dom da vida. Que tu perdoes, aos outros e a ti mesmo, sempre sendo verdadeiro. Que tu tenhas coragem de ser tu mesmo, sem trair o teu coração. Que tu tenhas a certeza de que nada do mundo pode comprar tua consciência. Ah, que diante da vida e além dela, tu não sintas vergonha de ti mesmo. Que tuas preces não contenham lamentações, mas odes ao alto, pela vida. Que tu te levantes sabendo que todo dia permite renovação e aprendizado. Que tu deites teu corpo no leito sabendo que teu espírito viaja na noite Ah, que os teus voos sejam lindos e que os espíritos das brumas te abençoem. Que todo ser vivo seja sagrado diante do teu olhar. Que tu não humilhes ninguém, pois isso te humilharia também. Que tu te sintas honrado só por existires, e faças o bem, sem olhar a quem. Ah, que tu olhes com admiração a luz do dia e a suavidade da noite. Que tu aches o templo do eterno em teu próprio ser. Que teus mestres sejam o bom senso, o discernimento e o amor. Que tu trabalhes com dedicação, mas sem perder teu coração. Ah, que, por onde tu fores a luz te guie e te ampare na jornada. Que teus ancestrais sejam honrados por tuas atitudes presentes. Que teus filhos jamais te tomem como exemplo de indignidades. Que eles te considerem um amigo por toda a vida. Ah, que tu faças a pessoa amada feliz, e que ela te olhe com admiração. Que tu sejas um presente para teus amigos e eles para ti. Que tudo que é trevoso se afaste de ti; porque teu coração é um sol de amor. Que tu caminhes pelos solos do mundo calçado com as sandálias do discernimento. Ah, que mesmo diante de provas acerbas, tu jamais renegues o teu espírito. Que tu não sucumbas às pressões dos pensamentos e emoções negativas. Que teu passado fique para trás e que o presente seja sempre o teu momento. Que tu não dependas dos outros para ser feliz; que tu sejas feliz só por existires. Ah, que tu não prestes atenção aos defeitos alheios, mas, sim, à tua própria vida. Que o acalanto secreto do ancião dos dias te faça rir muito, até de ti mesmo. Que tu não carregues culpas, mas, sim, experiência, e vontade de fazer o melhor. Que nada e nem ninguém, da terra ou do astral, possa roubar a luz do teu coração. Ah, que alguma música te encante e a canção da vida também. Adelina Ferreira 12
Natal-2018 Foi no ventre de Maria, Que Deus Pai escolheria, Para gerar um Filho seu! E....numa noite de Natal; ...´ma gruta foi o local, Onde esse Filho nasceu! No céu Anjos cantam hinos; Alegres repicam sinos .... Estrelas têm mais luz!.... E na gruta escura e fria; Da Virgem Santa Maria, Nasce um menino… JESUS!... Nasceu o Rei do Amor, Dos homens o Redentor; Prega a Fé...a Igualdade!... Formou-se um terno Divino; Que rege o nosso destino, A Santíssima Trindade!.... Paira a magia no ar. Há trombetas a tocar; Que nos deslumbra e seduz! Nasceu Cristo o Salvador, Dos homens o Redentor; O Rei do mundo... JESUS!
António Cláudio 13
Luzes de Natal Antes estava O Mundo envolto num manto, Escuro! Ódio ...idolatria. violência..., medo .. Sem futuro!... DEUS enviou seu Filho JESUS; Para dar ao Mundo nova; Luz!... Mercê dum milagre celestial, CRISTO …a nova luz chegou; P´lo Natal!... Nasceu JESUS; Todo o Universo se iluminou, ´P´lo clarão que essa luz Espalhou!.... E… ao Mundo a Boa Nova; Chegou!.... O Amor! a Paz! a Fraternidade! JESUS Divulgou!.... As luzes Divinas do Natal; O Mundo iluminou! As almas despertaram. A luz do Bem veio para vencer o Mal; Ó!...abençoadas luzes, Que JESUS ...nos trouxe pelo NATAL |...
António Cláudio 14
Divino amor
Antรณnio Correia 15
Balanço da vida
Fiz um balanço à minha vida Confesso, que a achei positiva Criei um Mar de bons amigos Ondas de momentos positivos Um ano que não quero recordar A saudade, não é para magoar As mesmas coisas quero levar De um ano que está a terminar Sinceros amigos para preservar O que não presta para eliminar Vi novas caras e bons corações Também frustrado de desilusões Senão estiver bem, quero ir à luta Com uma vontade mais resoluta Vivi este ano com tudo a contento Que no que vem o mesmo sentimento Vou-me despedir de ti com afeição Ano velho, com grande emoção Para me entregar ao teu irmão Que vem aí, de alma e coração.
António Gonçalves 16
O meu conto de Natal Estava em casa bem quentinho Lá fora um frio que fazia tremer Me senti só, sem estar sozinho Vim à janela queria espairecer Vi neve branca que caia lá fora Nem uma vivalma se via passar No vão da escada reparei agora Um sem abrigo ali a se abrigar E eu no meu canto acomodado Com tudo para ter todo o prazer Me senti ante Deus abençoado E esqueci quem estava a sofrer Virei costas a quem nada tinha Tão pouco o necessário comer Se tinha minha casa quentinha De mais ninguém eu quis saber Me deitei já um pouco cansado Pouco tardou em eu adormecer É madrugada, acordei alarmado Sem o sem abrigo eu esquecer Alguém de leve na porta bateu O que teria acontecido de mal Algo ruim a alguém aconteceu Logo hoje que é noite de natal O sem abrigo me veio à mente Mas afinal já estava habituado A dormir numa cama indecente E a esta hora já estaria deitado Abro a porta ali na minha frente Vulto andrajoso de frio a tiritar Dentes sujos sempre sorridente Pediu desculpa por incomodar Pobre velho nenhum mal fazia Por no vão das escadas dormir Eu sim com a minha hipocrisia É que desculpa lhe devia pedir, António Martins (a. guilhermemartins) 17
Feliz Ano Novo O Ano Novo chegou Desejo paz, amor e felicidade A taça de champagne transbordou Que Deus nos abençoe com prosperidade Lembremos que depois da tempestade Sempre vem a esperada bonança Renovando toda a esperança Sustentáculo da sã humanidade Que o amor prevaleça em nossos corações Que a Divina Paz reine na Terra Que o homem pondere as suas ações Acabando com o conflito e a guerra Desejo um mundo mais humanitário Onde haja mais compreensão entre os semelhantes Propiciando um tratamento igualitário Estabelecendo direitos adquiridos e importantes Tudo isso parece utopia Mas não devemos perder a esperança Recordemos o que Jesus sempre dizia Se queres o Paraíso, sejas como a criança Sejamos puros de coração Como a criança que fomos um dia Talvez seja a única salvação Deste mundo carente de amor, paz e harmonia
Arilo Cavalcanti Jr. 18
O Natal e os vendilhões! Ninguém pode estar feliz Nesta quadra de Natal Com a miséria que grassa Se este mal vem de raiz Só por si é mau sinal Pois não tem cura, não passa
A paz e a conciliação São palavras usuais Até por quem as não sente Mas há o eterno senão Porque passam os Natais E o povo está mais carente
Benditos os que desfrutam Na noite de consoada De paz, de pão e dum lar Outros perseguem e lutam Mas no fim não têm nada Que os leve a festejar
Diz o Novo Testamento Que Cristo deu um exemplo Por muita gente esquecido Com todo o discernimento Expulsou vendilhões do templo Que haviam invadido
Na quentura do borralho A família reunida É uma bênção divina Lá fora, sem agasalho Há tanta gente perdida Por entre a densa neblina
Hoje há tantos vendilhões Mas ninguém tem a coragem De os tratar de modo igual São vendedores de ilusões Que no meio desta voragem Nem sabem o que é Natal!
A mensagem de Natal É comum a toda a gente De raça, credo e de cor Se a riqueza é desigual A consoada é diferente Por faltar pão e amor
Natal é família unida Numa noite especial Que todos deviam ter Mas como em tudo na vida Para o sonho ser real Muito falta por fazer!
Augusto Molarinho de Andrade 19
(Alentejano e poeta)
Época natalícia
Nesta época: Sorri. Um sorriso pode curar tristezas; Sente. Um sentimento pode mudar a tua autoestima. Agradece. Um agradecimento alegra corações. Cumprimenta. Um cumprimento abafa solidões. Partilha. Uma partilha alimenta a mente. Acaricia. Uma carícia faz-nos sentir gente. Sorrir, sentir, agradecer, cumprimentar, partilhar, acariciar… Não precisam de ser comprados. É como os abraços dos abraçados. É como os beijos dos beijoqueiros. É como as gulodices dos gulosos. É como os caprichos dos caprichosos. É como as bisbilhotices dos bisbilhoteiros. Proporcionam momentos felizes, sem dinheiros, Sem exigências, com prazenteiros … Apenas com quatro letras: Duas vogais e duas consoantes: AMOR! Que seja a Personagem Principal no vosso Natal!
Cândida Passos 20
Hoje para mim é Natal”
E, quando sentes na voz, o brilho que transborda o olhar, sentes que toda a vida tem um outro sentido, que ganhou ainda mais vida na sonoridade das palavras, de quem nos espera e nos diz: - Arranjaram, não me diga que arranjaram…. Vou já aí… - dizia o Hélder na efusividade da sua voz. E sem ainda ver o seu rosto, já nas suas palavras, eu vislumbrava, o seu olhar brilhante e aquele sorriso rasgado. Depois de experimentar os sapatos de tamanho 46, que tanto necessitava, para cobrir, os seus pés, da ferocidade do tempo, deixando os seus maravilhosos chinelos de dedo, Hélder, experimenta os sapatos. No seu rosto pintaria um sol tão brilhante que nos ofuscaria, e na sua voz, a sonoridade de um canto melodioso, como um hino, que grita efusivamente a alegria. “- Hoje para mim é Natal” – dizia feliz e quase aos pulinhos de tanta alegria. No meu peito fez-se Natal, gritavam dentro de mim, os sinos numa melodiosa Aleluia… Aleluia… “- Hoje para mim é Natal”, pelo júbilo, que todo o corpo do nosso amigo Hélder gritava. “Afinal sempre há Natal…” E, são palavras assim, que me fazem ser Natal a cada passo, a cada caminho, nesta magia de chorar de gratidão, em abraços efusivos de alegria. “- Hoje para mim é Natal” Carla Ribeiro 21
Dia de Natal
.... Muito cedo, o dia despontava e as flores já acordavam. Olhavam-se ao espelho cheias de entusiasmo por não encontrarem o vazio. Alguém as beijava. E, assim, as amavam pela manhã. Só pediam ao espelho que não fosse sonho. Mas se o fosse, que fosse um sonho acordado para o sentir e se deliciarem. ... Há manhas de Natal assim, que se deveriam repetir todas as manhas de cada dia, Mas, só os poetas as inventam nas palavras e não existem, só se desejam! Que pena!
Carlos Lacerda 22
Quadras ao Natal
O Natal é paz e amor O Natal é fé e esperança O Natal é alegria e cor Num sorriso de criança
Mas no Natal há no mundo Muitos corações sem esperança Muitas lágrimas rolando Num rostinho de criança
O Natal é amizade O natal é viver contente O Natal é felicidade E amor por toda a gente
Se eu fosse poderoso Mais do que um simples ser Não haveria no mundo Uma criança a sofrer
No Natal há uma chama Que desafia a razão É o calor de quem ama E vive na solidão
Neste Natal eu queria A este mundo poder dar Paz pão e alegria E muita força para amar
No Natal revivemos Sempre cheios de emoção Tudo aquilo que guardamos Dentro do nosso coração
Vamos ajudar os que sofrem E a cada um dar a mão Para passarmos o Natal Com mais paz no coração
Carlos R. Santos 23
Quadras de Natal
Natal é amor e partilha É uma época de magia Festejada com a família Com muita paz e alegria O Natal é cor e luz É unidade e comunhão É amizade harmonia e paz E amor no coração Natal é celebrar o sentimento Que está dentro da gente É um belo e feliz momento De ser humano e diferente Haja Saúde e Alegria Nesta data especial Desejo nesta poesia A todos um Feliz Natal
Carlos R. Santos 24
Porque
Porque o belo e o divino não têm explicação deixo que a música celebre a liturgia do Natal, esse que se esconde nas saias sagradas de Maria e na inocência de Jesus por entre estrelas do céu. Não há como divisar a Santíssima Trindade e porque as probabilidades são irrisórias só crê quem não questiona dogmas, eu ando à deriva, do nascimento de Cristo fizeram um comércio e não só, existe a arte sacra e um inventário imenso nos cânticos e telas dos Mestres, uma prova que algo de divino habita a terra e o cosmos e o respeito é tão natural sem que se questione a santidade, há o esplendor do branco é imaculado, é autêntico. Profanar jamais, embora o façam, mas é perfídia, porque a inocência do Filho de Deus que é Deus é eterna e o mundo carece de divindades e anjos e todos acreditamos em algo que nos transcende é o infinito das galáxias e universos dentro de tudo. Celebro o Natal sem a palavra dos evangelhos e não sinto o pecado da opulência, contudo acredito num tempo longínquo na infância de Jesus o menino que não adivinhava a sua Cruz onde padeceu por nós. Porque respeito todas as religiões e não repudio a fé dos crentes, talvez venha a sentir a mão pura do amor. As datas celebram dias únicos que convergem em mil de muitos mil corações e o Natal faz-me sorrir como se existisse uma criança em mim entre luzes cintilantes em nome de Jesus, Maria e Alá, Buda e Oxalá sorriam.
Cassandra Alpoim 25
O presépio
Serenamente, Descansa nas palhas quentes, O menino Jesus. Tão pequeno e doce, Sonha o seu mundo, Sonha com a paz, Com a abundância, a felicidade. Entre seus pais abençoado e, Maria e José, Nasce a esperança para o mundo, Surge uma luz no céu, A estrela que guia, 3 reis magos Transportam riquezas Mas não mais bela Do que aquela Que é um presépio.
Catarina Dinis Pinto 26
Em qualquer tempo
União União será sempre o tempo de compreensão entre os que pensam que a vida pode ser mais do que um efêmero poder... Que união é ser o tempo de habitar e o de transitar em cada um como raiz da Paz.
Cezar Ubaldo Araújo 27
Nascimento do Rei dos Reis Segundo as Sagradas Escrituras, naquele tempo surgiu um decreto de Cesar Augusto, ordenando o recenseamento de toda a terra. José, procurou a cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa de Davi, para alistar-se com a sua esposa, Maria. Eis que se completa o tempo da gestação. Não encontrando vaga em local algum, Jesus nasce numa estrebaria. Sua mãe o colocou numa manjedoura. Pastores que vigiavam seu rebanho no campo, assustaram-se quando um anjo do Senhor refulgiu ao redor deles dizendo-lhes: "Não temais eis que vos anuncio
uma Boa-Nova, uma alegria para todo o povo; hoje nasceu na cidade de Davi, um Salvador”; “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade, benevolência de Deus".
Após os dias da purificação, levaram-no a Jerusalém para o apresentar ao Senhor. Em Jerusalém havia um homem de grande idade, chamado Simeão. Impelido pelo Espírito Santo, foi ao templo. Apresentado pelos pais a criança, tomou-o em seus braços exclamando: "Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, porque os meus olhos viram a vossa salvação que preparastes diante de todos os povos, para a gloria do povo de Israel". Simeão ainda disse à Maria: " Este Menino esta predestinado a ser uma causa de queda e soerguimento para muitos homens em Israel e a ser um sinal que provocara contradições. Uma espada transpassara tua alma" Uma outra profetiza de idade avançada que também louvava a Deus, "dizia que todos em Jerusalém esperavam a libertação." Jesus, nascido, quando reinava Herodes, eis que vieram três reis magos do Oriente a Jerusalém perturbando Herodes, porque perguntavam: onde nasceu o rei dos judeus? " Vimos a sua estrela no céu" Gaspar, Melchior e Baltazar, ofereceram ao Menino, ouro, incenso e mirra. E o Menino crescia em tamanho, sabedoria e graça diante de todos
(Baseada em São Mateus 1:2) Cléa Rezende Melo 28
Renascer Entre as estrelas a lua, As ondas molhando a praia, O povo alegre na raia, Dança com alegria da rua. Ano Novo, celebração, Uma esperança, bênção, Ao raiar de um novo tempo Nas palavras de Jesus, crendo. De súbito as mãos se cruzam, Meia noite se aproxima, A música alta anima Os fogos colorem o ar Corações fortes a pulsar As badaladas anunciam!
Cléa Rezende Melo 29
Natal
Tempo de meditação Época de reflectir Ganhar ânimo e seguir Com vontade e emoção Tempo das tradições Alegria carinho e amor Sentido com ardor Através das emoções Tempo de quebrar a monotonia Ao pobre desprezado Que deve ser amparado Com amor e simpatia Natal tempo para sorrir Com o nascimento de Jesus Cheio de esplendor e muita luz Para sonhar e incidir O menino em Belém Numas palhinhas, deitado Mas nunca abandonado Estavam seus pais também É tempo de ajudar os demais Fazendo de todos os dias
David Conceição Viegas 30
E nasceu Foi uma noite feliz Em que todos os elementos celestes Se conjugaram Para acender estrelas. Elas brilharam na transparência do rio, Nos reflexos da ponte Abraçando as margens, No calor que ria, dançava, cantava Em todos os nascentes e poentes. Na parede inteira, ecrã da vida e do mundo, Escorria luz, arte e amor que um cão tentava apanhar E um poema sentido e o outro que não foi lido Que vai ficar escrito no coração. A mesa respirava família, amor, paixão, união, Sabores, cheiros, comunhão E até o Zigui cantava aleluias! Depois de saciada a fome da mudança Houve teatro e magia na voz duma criança E toda a alma sorria em gritos e silêncios de encantar. Pela noite dentro trocaram-se presentes Mas o maior e mais divino foi o presente da hora… E a ninguém apetecia ir embora! Até que o cansaço Trouxe mais um beijo e um abraço Como o rio feliz que em frente corria Para se lançar nos braços do mar E aos olhos da criança chegara o Morfeu. A menina Jesus deitada com o dedinho na boca disse: “-O teu marido vive na lua, não morreu!...” E o NATAL aconteceu… E nasceu. 25 de dezembro 2018
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Donzília Martins
Jesus
Edno Moura 32
Maior presente
Edno Moura 33
Aria di Natale
Aria di Natale. Si respira già aria di bontà, orsù tra poco è Natale ed è serenità. In cori angelici adulti e bambini cantano assieme ai cherubini, biondi e ricciolini arrivano fin lassù siate in festa al mondo nasce Gesù. La sua culla in una capanna, si dice, eppure di certo nasce nel cor felice. All'umanità amore e gioia, cantate, esultate con canti di gloria. Verso Betlemme già sono in cammino tanti doni portano a Gesù Bambino, non solo promesse di cambiamento già l'animo di ognuno è in rinnovamento. È ora! Tutti ci prepariamo e l'arrivo del Salvatore accogliamo.
Elisa Mascia 34
Alla culla del Bambino.
È lungo il cammino per giungere da Gesù Bambino, affrettati amico anche tu rimane poco tempo quaggiù, bimbi, donne e uomini rischiarano la notte coi lumini. Luna piena col suo chiarore risplende fino alle aurore continua poi con il sole dai suoi brillanti raggi, mentre angeli portano messaggi. Cantate pure in coro senza portar incensi e ori in dono nulla recatevi alla culla per rendere onore è nato il Redentore. Acclamate tutti, è nato il Bambinello da tutti amato. Portate in giro la bella notizia per il mondo intero delizia. Il Re della gloria adoriamo tutti oh Gesù Ti preghiamo. Che sia pace adesso quaggiù amico diffondi anche tu. Elisa Mascia 35
La stella cometa
La luna e le stelle ci sono compagne lungo il cammino per giungere alla capanna tutti con il sorriso nessuno che si lagna, cielo è terso e la vista non s'appanna che non vi è nebbia ma tanta luce per accogliere il Bambinello con gioia sulla strada che a Lui conduce tutti insieme con preghiere e canti di gloria. Evviva è nato il Salvatore quaggiÚ non restare in solitudine nella tua casa unisciti ai fedeli fratello anche tu procedi nel cammino dall'alba all'occaso per poi restare la notte Santa a vegliare la nascita del Figlio di Maria che ognuno vuole amare.
Elisa Mascia 36
Feliz Natal
Delicadeza gentileza Sempre devíamos ter Para com riqueza com nobreza O outro irmão reconhecer Pelo Natal tudo é bonzinho Chovem presentes e mãos largas No resto do ano coitadinho Existem crianças que não afagas Com o amor deste Natal Que lembra o Menino Jesus Vejamos tudo especial A brilhar com a grande luz E peguemos nessa luz Com universal oração Que certamente nos conduz Para mais além Levar uma mensagem a cada irmão
Francisca do Monte Pires 37
É Natal
A árvore de natal Dá brilho 'a casa inteira As crianças estão felizes Quando veem as luzinhas A apagar e acender Elas ficam coitadinhas A ver aquele acontecer Esperam com ansiedade Para ver as novidades Para ver suas prendinhas É Natal Tocam os sinos O Deus Menino nasceu No presépio brilha a luz Do belo que aconteceu Meia-Noite Tiram-se as prendas As crianças estão contentes Vão abrir os seus presentes E perante a algazarra A alegria se agarra Boas Festas - Feliz Natal
Francisca do Monte Pires 38
Feliz Advento!
Repicam alegres os sinos de Belém Saudando ao Rei dos reis, o Salvador, E no firmamento uma estrela vem Iluminar a vinda do redentor! Nos alegremos e saudemos também O feliz advento com muito louvor! Cantemos alvíssaras aquele que tem A missão sublime de pregar o amor! O brilho cintilante do astro-guia, Mensageiro da paz e da boa nova Venha nos trazer pujante alegria... O príncipe da glória que hoje prova Seu amor ao mundo, numa estrebaria Até o madeiro – e nossa fé renova!
Francisco de Assis Silva 39
A metafísica do Natal
Quanto mais se pensa no Natal Mais longe se está do que ele é, Natal não é pensar, mas sentir Menino Jesus, Maria & José. Menino Jesus, Menino-Sonho Daquele Sonho e daquela voz, Que nos leva a sentir mais risonho O mundo que temos dentro de nós. Maria, das mães a Delegada, Daquelas mães que o sonharam ser, Num sentimento de madrugada Que fez uma Esperança renascer. José, o brioso Mensageiro, O homem de atitude assumida Num coração nobre e verdadeiro, Capaz de gerar o oiro da vida. Jesus, Maria & José, trindade Metafísica, ornamentada Do belo espaço de Humanidade: A Quadra de Natal encantada. Natal-Metafísico? Não, jamais! Os seres humanos são como são, Sempre diferentes, mas iguais Em singela onda de Emoção… Quadra encantada de maravilha Naquele presépio de Belém Doce lar de Luz e de partilha Eterna Aliança de Paz e Bem!
Frassino Machado 40
Natal, ontem, hoje e sempre
Natal, Natal, Ontem, hoje e amanhã... O que nós vemos De nada vale, Santo Messias virá, Alegria trará Ave! Cantemos!
Natal, Natal, Aqui, no meio de nós, Há-de habitar Céu sideral Festa de honra aos avós Mel e filhós Pra saciar!
Natal, Natal, Ontem, hoje e sempre, eterno Justo Cordeiro, Corpo real Em seio puro e materno, Sorrir fraterno E verdadeiro!
Natal, Natal, Minh´ alma, meu coração, Cada momento Brilho cristal Perene e terna emoção De tradição E encantamento!
Natal, Natal, Do antes, do já e depois Será presente Tão natural, Por entre estrelas e sóis É-nos depois Raio luzente!
Natal, Natal, Meu horizonte eficaz, Sonhar profundo, Repto imortal De um Príncipe da Paz Qu´ o mal desfaz Em todo o mundo! Frassino Machado 41
Onde está o Natal?!
Acendem-se as luzes das aparências nas ruas da indiferença e do aplauso, Apregoa-se em tom festivo uma misericórdia de momento, Quebra-se o protocolo O palco da vida ensaia por um dia, A festa continua num frenesim exagerado Uma caridade de ocasião é de bom tom Afinal é Natal, Onde está o Natal? Quantas vidas sem rosto Nesta quadra de Natal São ignoradas nas montras iluminadas Pela exclusividade de uma prenda de dignidade, E prossegue o desfile de ostentação sem compaixão O que importa é cintilar uma falsa bondade em prole de uma exuberante árvore de Natal decorada de ambição e, enfeitada de uma espécie de humanidade que esqueceu o que é o NATAL, Onde está o Natal? São as luzes dos corações que devem brilhar não só no Natal, Quando a palavra se transformar em pão O vinho em celebração E a luz ser a estrela que guia o povo à vida, à Paz, Aí será Natal!
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Graça Canhao
O meu Natal! O meu Natal É o que prega a Esperança Aos despojados de sonhos, aos desanimados, É o que distribui Justiça aos injustiçados É o que partilha o Pão Pelos famintos de igualdade, É o que doa o seu Tempo Para ser tempo na vida do outro, É o que estende a Mão Para levantar o seu irmão, É o Abraço que envolve o perdão, É o que Acolhe O desalojado da sociedade E, lhe dá a verdade de um lar, É o que Aceita sem preconceito ou discriminação Toda a diferença sem indiferença, É o da Luz Que ilumina o mundo da sua cegueira, É aquele que espalha Sorrisos Para enfeitar os rostos de felicidade, É aquele dos Pequenos Gestos Que consolam as carências e necessidades, É aquele dos presentes Que se dão com Afetos, O meu Natal Não é um dia Nem tão pouco uma quadra É a Simplicidade de ser gente No seio da gente, É ser fruto de Amor E só deste licor beber, É ser semente de Paz E semeá-la em todos os continentes, É ser Vida E saciar a sede da humanidade deste viver, O meu Natal É Renascer em si O que há muito O Ser Humano podia Ser! Graça Canhao 43
Luz de Natal! Surgiu no firmamento Mais brilhante que o sol Uma luz cintilante Que a todos iluminou, Vinda do Oriente A humanidade presenteou Com um espírito diferente Poucos a compreenderam Mas ela do ser humano jamais desistiu, Todos os anos se renova Esse fervor que clama Por essa estrela anunciando Esperança Reunindo os povos Num tempo de bonança, Vem como uma chama Incendiar os seres adormecidos Essa luz que ofusca A noite sombria Irradiando novo dia É preciso renascer, É como um fogo Que arde na alma da gente Consumindo nosso querer, nosso sentir, É amor que brota dessa fogueira Que inflama o coração Com um novo amanhecer, É abrigo Tabernáculo Fonte e plenitude De amor profundo Onde os sedentos desta vida Saciam a sede De verdade e humanidade, Luz de Natal Intensidade e serenidade Transparência e concordância Oásis e nascente Tempo e luar Reflexo da essência Que um dia nos viu nascer! Graça Canhao 44
Adeste Fidelis
Vinde fiéis, juntem as vossas vontades e escolham a celebração do Natal solidário e da partilha... Entrai por estes tempos em qualquer Igreja, tirai um tempo ao frenesim das compras com embrulhos multicoloridos, laços bem sugestivos, sacos e mais sacos do Natal do consumo e meditai perante o centro do presépio, no despojar do luxo, da ganância do ter, para apenas. Ser... Que a lição de humildade e de partilha representado no Presépio nos dê o alento da celebração da partilha, da família e dos afectos e nos conjure a dar testemunho todos os dias do, Espírito do Natal, a festa da família, da solidariedade e da partilha...
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Hamilton Ramos Afonso
Um conto moderno de Natal...
Quero que este poema tenha alguns limites, como se fosse uma história onde se juntem recordações, adjectivadas com ênfase, tenha deliberações e promessas para o futuro, com uso de verbos enfáticos, dispensando as dúvidas … ...por absurdas Quero que estes limites sejam repletos de silêncio, apenas com a alma desnudada por companhia... ...como prefiro que a tua e a minha o estejam Quero que este poema se pareça com uma ode ou uma canção sem letra, onde apenas se ouçam leves harpejos de esperança...
Hamilton Ramos Afonso 46
Dezembro
Mês sentimental, não precisa acontecer nada, para o coração bater acelerado, pensamento "balançado", pendendo para o bem, para a emoção, à solidariedade, a certeza de ser para o sim, para a ajuda... É o Natal, vontade de ficar com a família, de reunir, de comemorar, sentimento cruzado, vontade de silêncio, de festejar, mas de ficar recluso... Antagonismo, amor, é o Natal! Lembranças do ano, de outros anos, boas, ruins, diferentes, inesperadas, sempre um desfecho, surpreendente! É o Natal... O meu Natal! O Natal de muitas pessoas!
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Hilda Machado
Noite do meu Natal
Sentado na rua a espera da noite do meu natal Sem riso nos lábios Cai a tristeza no rosto Cai a noite Chuva encima do corpo Olhado na sua tristeza a minha desgraça no dia da família Quando outros cantam e dançam de felicidade Meu natal Sentado com as minhas mãos nas bochechas com o pensamento apertado Meu natal e natal em branco Sem teto para morar Sem bolo Sem ritmo musical Sem riso nos meus lábios natal dia da família eu aqui sentado com a família sem nada para falar Sou sentado na rua Sem felicidade Olhando as coisas indo com as águas Fiquei com a marca do meu natal Com ritmo das coisas indo com águas Ritmo das chapas indo com as chuvas O meu natal corrido atrais das coisas não culpo a natureza neste dia Fiquei com marca do meu natal branco Isael da Conceição 48
Natal
A lua prateada vagava no alto da colina e as borboletas bailavam sem parar...andorinhas alvoroçadas iam e vinham e as flores exalavam seus perfumes por todo lugar... Crianças pulavam e sorriam e o sino da igrejinha, murmurava suaves badaladas que se esvaíam no brilho do luar... No céu anjos tocavam trombetas, anunciando que papai Noel com suas renas, já estavam a cavalgar… Detive me numa situação extasiante e ajoelhei me para orar... pedir às estrelas que iluminem todos os cantos, recantos e cantinhos e faça a todos felizes quando o natal chegar.
Jackson Costa 49
Feliz Natal
Feliz Natal a todos...a Maria, Pedro e João, enfim...a quem vive na cidade, na roça e no sertão, a essa gente linda, que mora no meu coração. Também peço humildemente a São Pedro, Sto. Antônio e São João...que proporcione felicidades a todos e não deixe ninguém na solidão. E que papai Noel não deixe de presentear a Severino, Manoel...Pedro, Maria e João, Joana e também a Sebastião.
Jackson Costa 50
Nasceu Jesus
Jesus, a estrela que brilhou Maria sua mãe sentia o fim Aquela hora que chegou Todos ofereceram ouro e marfim Corria o dia, e as dores Maria abrigo não tinha São José a seu lado, Puxava Maria, numa burrinha, Maria já tão cansada e a sofrer Com Jesus quase a nascer, Um abrigo foi encontrado Naquele estábulo frio existia Uma manjedoura, que palha teria Onde nasceu Jesus abençoado!
Joana Rodrigues 51
Natal com Jesus Menino
Natal vem ter comigo tu sabes que esquecer eu não consigo, mas como o Natal é para lembrar Jesus menino, eu tenho meu presente tão divino, tenho neste Natal um menino, que não sendo Jesus ele é meu netinho meu amor de menino, agradeço Jesus tua bondade ao repores no meu sofrer alguma felicidade, enviando para minha casa esta criança abençoada eu te agradeço, esta criança tão desejada por nós e por jesus será sempre amada Jesus, abençoa-nos e dai-nos luz Joana Rodrigues 52
Jesus é amor
Joana Rodrigues 53
Esta quadra......triste quadra.?
E se a tristeza me invade... oh Alma minha, Que outro modo tenho eu, de me expressar, Se estou triste, porque não hei-de gritar.? Nesta Quadra tão triste, que se avizinha.? Porque havemos nós todos de a festejar.? Não havemos de promovê-la todos os dias.? Será que só nesta Quadra há tanta alegria.? E o resto do ano, tanta tristeza, a sobejar.! Não é revolta, o que sinto dentro de mim, É pura tristeza, acompanhada de lamentos, Por ver tanto sorriso, tanta farsa e hipocrisia. Mas remar "contra a maré", bem que não queria, Porque a desunião entre nós, eu não fomento, Mas lamento ver o pobre Povo, em frenesim.
João Paulino Madruga 54
Entre a Solidão... e TU... Bateram à minha porta, Estremeci... quem será.? Se já não espero ninguém A não ser a Solidão, E essa já mora cá. Veio num dia triste e chuvoso, Era Inverno... e acontecia, Sabia que eu estava só Com seu passo pesaroso, Entrou, sem Alma, nem dó. Deixei-a entrar..........errei, Que, depois de se instalar, Tive que me habituar, A viver com ela......a sós E num solitário, me tornei. Voltam a bater-me à porta, Agora com mais insistência, Levantei-me, fui espreitar, Por aquela impertinência, De alguém ter que aturar. Afinal eras TU... ali estavas, Oh...o quanto me satisfaz, Ao tempo que TE esperava, Que tanta falta me faz, Um pouco de Amor e Paz. Como não era habitual, A insistência com que batias, Foi uma Graça Espiritual, Vires-me visitar pelo Natal, - Meu Bom Jesus, que Alegria.
João Paulino Madruga 55
O Natal
Aproxima-se o Natal, Dedicado à família Deixemos pra trás todo o mal E não se guardemos quezília.!
Entre reis e pastores, Sua humilde condição, Não nasce entre doutores, Lá terá a sua razão!
Repicam os sinos Nas torres das igrejas Vai nascer O Deus Menino, Isento de ódio ou invejas!
Sua Santa Luz e Paz, Legou ao nosso mundo Bendito o coração que se apraz Com o Divino amor profundo.
Surge no céu uma estrela O caminho nos vai mostrar Daquela humilde gruta singela Onde o menino vamos visitar
É Natal, repicam os sinos No alto dos torreões Vai nascer O Deus Menino Entre humildes corações!
Os nobres reis magos, Essa estrela vão seguir, Com presentes e afagos Fazem o Deus Menino sorrir.
A Santa Mãe do Céu, Rejubila enternecida, O Divino Filho Seu Ao mundo trará nova vida!
Joaquim C. Gomes (semog) 56
Chegou Chegou presunçoso, Risonho...altaneiro, De rosto mavioso E ar bonacheiro! Chegou o Natal, Suas renas e trenós Carregado de prendas Para netos e avós! Passou por Nazaré Algures na Galileia, Onde Maria e José Apresentam O Filho Dela! Esse que Jesus se chama, Dos homens O Mais Poderoso Não teve teto nem cama Nasceu pobre, mas brioso! Naquela noite gelada, O pai Natal sem avareza Tirou sua grossa capa Agasalhou Sua Pobreza! Reúnem-se famílias Os amigos confraternizam Esquecem-se agravos e quezílias Reparte-se o que cada um tem! É Natal!... Repicam os sinos Efeméride incontroversa Nasceu o Deus Menino, Sopremo Rei do universo! Nas igrejas, entoam-se hinos A boa nova anunciando É Eterno O Deus Menino Que nós vamos adorando!
Joaquim C. Gomes (semog) 57
Desnatado Natal
Vagarosamente os flocos brancos vestem as árvores e as ruas. Pulam sorrisos nas mãos das crianças. Casas adornadas de esperança com pisca-piscas de mil cores estampadas em portas coroadas de azevinho. Fazem-se partir milhões de pedidos aos confins da Lapónia, sonhos embrulhados de inocência, alarvemente aproveitados pelo incessante consumismo. À medida que o vento faz o playback da harmonia, o Mundo fantasia-se de bondade. A solidariedade incentiva a humanidade a um consoado cessar-gelo, comovem-se corações e Invernos num calor humano que não aquece a verdade. E a vocês que, fazem da rua a vossa cama, das estrelas o vosso tecto, não têm sonhos, [mas sabiamente observam esses sociais mendigos corações nos seus costumes no desnatado Natal], abro as portas da minha casa, ofereço-vos a minha mesa, o calor do meu abraço, e o sentimento deste poema: o Natal é uma camuflagem passageira no coração das civilizações. © Joni Baltar 58
Noite de Natal
Irrompe no céu majestosa estrela Carregada de sentimentos belos, Entra em casas modestas e castelos Pela larga porta ou exígua janela. Raio de luz que entra no coração, Não diferencia nem discrimina, Brota a mais pura água cristalina No Homem, apelando à união. Irrompe no céu estrela majestosa, Alba e perfumada, a vida ilumina Dando ao mundo noite gloriosa. Irrompe no céu a estrela de Natal Que nos atenua as dores e mágoas. Natal é Natal! Tão diverso e igual!
José António Carvalho 59
É Natal...
É Natal dizem uns tantos os que podem esbanjar, tristeza e alguns prantos outros de coração a chorar Natal não é mero consumismo é sim fraternidade e harmonia, poucos haverão com optimismo que assim pensem em sintonia É Natal grita o mundo de Jesus, há que aproveitar o momento, ninguém pensa que Natal é luz que descobre tanto sofrimento
José Carlos Moutinho 60
Que festejas, irmão? Que festejas tu, irmã e irmão nesta época que dizem de Natal? Será a fome de milhões por este mundo desvairado ou a loucura de alguns que matam por demoníaca insanidade mental será, talvez, que te alegras com os miseráveis abandonados pela sociedade e perdidos na sua incapacidade de viverem como humanos? Volto a perguntar-te, irmã e irmão... se comemoras o enregelamento de tantos infelizes que não têm um tecto mas têm a triste sorte de ser acariciados pelo vento que atravessa as fendas das paredes, dilacera-lhes o corpo e rouba-lhes o sono na noite fria que tudo congela? Pois, irmã e irmão... até entendo que te tenhas esquecido disso, importante é teres conforto e a família em teu redor, porque Natal é essencialmente harmonia, paz e felicidade! Os outros, pois, os outros se sofrem não é por culpa tua, mas sim da ganância e hipocrisia deste louco mundo... Pensa, porém, um pouquinho nos outros, pouco valerá, obviamente, mas talvez a tua consciência se aquiete e reflicta sobre o que andas a fazer por cá, nesta terra maravilhosa onde tiveste o privilégio de nascer! José Carlos Moutinho 61
Natal é igualdade
Porque Natal é paz e alegria escrevo palavras de esperança, que a felicidade e a harmonia sejam maravilha de abastança! Que os momentos de infelicidade se tornem cada vez mais escassos que predomine sempre a humildade e a força fraterna dos abraços! Natal da família e união da sincera comunhão do bem que floresça em cada coração... Natal é entre os povos, igualdade por ironia jamais conseguida na carência de fraternidade.
José Carlos Moutinho 62
A melhor prenda de Natal.
Valiosa e linda prenda no bornal, Não é o melhor presente de Natal, Embora todos gostassem de o receber; Há prendas bem mais valiosas, Muito menos onerosas, Quem as gostaria de receber?! Paz, alegria e saúde, São o mais valioso presente, Que diga quem o sente, Desejamos não mudar de atitude! As crianças não pensam como nós, Gostam de presentes pra brincar, Como passa o tempo tão veloz, Nem dá pra acreditar! A todos desejamos Bom Natal, Seja qual for a prenda recebida, Não queremos nada especial, A não ser a felicidade pedida!
José De Brito Cardoso 63
Vinde todos!!!...
Correi cá rápido senhor do desengano, Trazei azeitonas da oliveira em ramo, Já passaram magos e pastores em louvores; Qual o motivo que os move?! Será a cena que nos comove?! Algo maravilhoso acontecerá nos arredores! Correi rápido indigentes e pedintes, Trazei vestimentas do caixote do lixo, Vinde todos vós que sois ouvintes, O Nado aceita o bafo de todo o bicho! Vinde todos comer nas mesas abastadas, Depressa sem pagar vintém, Trazei nozes, filhoses e rabanadas, Porque o Menino tem fome ao visitar Belém!
José De Brito Cardoso 64
A minha prenda de Natal/2018.
Venho trazer meu abraço, Bem apertado como gosto e faço, É a minha prenda de Natal; Não tenho pecúnia que possa oferecer, Entre os dedos sempre a escorrer, Deixo-o à entrada de teu portal! Ao abrires o portal de casa, Minha oferta aquece como brasa, Coloca-a ao lado do pescoço; Sentirás um forte arrepio, O calor aquece o frio, Cá de longe envio o que tenho e posso! Sei que mereces muitíssimo mais, Quem dá o que tem a mais não é obrigado, Os Natais são festas especiais, Aceita e guarda meu presente com cuidado!
José De Brito Cardoso 65
Tempo de Natal
Natal tempo de paz e amor De dar e receber o calor De abrir as portas de par em par, Tempo repensar, tempo de seguir Tempo de abrir o coração e agir Tempo de saber receber e também de dar. Tempo que nos faz pensar Tempo que não é só falar Mas de acolher o irmão. Seja rico ou seja pobre Seja mendigo ou nobre Do mesmo é feito cada coração. É pena que seja este o tempo E que não fosse a todo o momento Tempo de paz, amor é Natal, Para que nos outros dias do ano O mendigo já é ser humano Pode passar fome, já não faz mal. Quantos não precisam de prendas Nem de nem de festas estupendas Apenas para dar nas vistas. Mas sim de um abraço apertado E que caminhemos a seu lado Ouvindo falar, coisas tristes e bonitas. Este sim é o Natal que devíamos praticar Foi para isto que o Menino nos veio salvar Segundo rezam as profecias, Que havia de nascer um Salvador De seu nome Jesus Cristo Senhor O tanto esperado Messias…
José Duarte Soares 66
O amor é o bálsamo da vida (um poema de mote e glosa) Amai-vos uns aos outros, disse um dia O Mestre. E, até hoje, vibra no ar a divina afirmação, Dela não restando qualquer dúvida, Em todos os pontos do Globo Terrestre, Trazendo alento e calma a cada coração: - O amor é o bálsamo da vida. Antes, seguia abatido e tristonho, Achando que meu sofrer não teria fim; Que não encontraria remédio para a ferida Muito profunda, que havia dentro de mim. Mas, parei e ouvi, como se fosse em sonho: - O amor é o bálsamo da vida. Se todo o saber do mundo se fez arcaico. Se não há resposta em nenhuma filosofia. Se a caminhada se tornou dura e árida. Se a mais simples indagação não encontra eco. Se nada mais é capaz de restaurar a paz e a alegria. Lembre-se: O amor é o bálsamo da vida!
José Luiz de Sousa Santos 67
Jesus está presente Tudo na vida é tão passageiro. Damos exacerbada importância A coisas que, definitivamente, não a tem. Corremos atrás do dinheiro, Esquecidos da paz na consciência, E, distraídos, somos atropelados por um trem... E que não é o trem da alegria, Muito mais para trem fantasma, Com seu séquito de monstros e horrores, A nos despertar medos e insônia, Pânico e inquietude à alma, Sem trazer alento às nossas dores. Quantas uvas verdes nos esforçamos por colher. Quantos sonhos boquirrotos acolhemos em nosso íntimo; Centenas de ilusões vazias na mochila do coração; Tralhas inúteis que nos impedem de crescer. Mesmo, assim, esperamos até o instante último Para atirar fora todo esse peso morto que nos detém a ação. Entretanto, faz-se tempo, faz-se hora, de rasgar a fantasia. A máscara de ontem já não nos serve, por gasta e desbotada. O sonho transfigurou-se em pesadelo, na noite mal dormida. É preciso redescobrir os caminhos da verdadeira alegria, Há uma luz no horizonte, a mais bela alvorada: Jesus está presente para mudar a nossa vida.
José Luiz de Sousa Santos 68
Paz Desejo que sejas amigo, e verdadeiro Que de compreender os outros sejas capaz Que tenhas pouco ou muito dinheiro O meu desejo é que tenhas muita paz Prosperidade Que tenhas uma vida de verdade Que a sorte te acompanhe a cada dia Que tenhas muita felicidade Que o teu dia-a-dia, seja uma vida com alegria Harmonia Que a cadencia de cada momento Seja para ti uma autêntica melodia Para que exista sempre bom entendimento E uma excelente harmonia a cada dia
Proteção Divina Que Deus esteja sempre ao teu lado Para viveres em paz e segurança Que estejas sempre bem acompanhado E vivam a vida com muita esperança Saúde Que mostres a todos teu vigor e virtude Que a vida seja para ti um cumprimento Para que tenhas muita saúde E que a demonstres a todo o momento Amor Que demonstres muita a afeição E também amor de verdade Que dê alegria ao teu coração E que nunca acabe essa linda amizade Dinheiro Desejo-te uma vida sem dificuldade Que vivas a vida da melhor maneira Que tenhas muito capital Para comprares tudo o que queira Felicidade Apesar das muitas dificuldades Agora que o ano está no seu final Desejo-vos muitas, mas muitas felicidades E também um santo e feliz Natal.
José Manuel Guerreiro 69
O meu Natal de 2015 Gostamos de escrever sob a emoção dos acontecimentos vividos no momento. Neste caso, vividos até há pouco mais de uma hora. Como gostamos de escrever do que sentimos e nem sempre no “politicamente correcto”, porque há dentro de nós uma força interior que nos impele; nos impõe: “escreve isto” E então, não é já a nossa mão que escreve: uma outra está escrevendo pela nossa. Há pouco, sentimo-nos penitente. Numa sensação estranha e indefinida quando, na igreja de S. Julião em Setúbal, na margem direita do Sado, fomos assistir à missa de Natal. Mas logo da condição de penitente saímos e redimidos nos sentimos: foi quando se passou a cantar o “Glória a Deus na terra e nos céus e Paz aos homens (de boa vontade)”. Na velha igreja de S. Julião, sob a memória dos dois portentos culturais como foram o “Du Bocage” e a Luísa Todi, não obstante a humidade e friúra do templo e o seu estado quase ruinoso a necessitar de recuperação, foi ali que nos sentimos feliz neste dia de Natal. Na vivência de um Natal de FÉ de que já não há memória. Cantámos a plenos pulmões, de alma cheia de felicidade e de júbilo “Hoje sobre nós resplandece uma luz! Nasceu o Senhor! Nasceu Jesus!”. E vimo-nos num universo estranho. Diferente. Onde o Espírito de Deus desceu sobre nós em forma de raio de luz. Num universo acima das nuvens, dos trovões, dos raios, das faíscas. Das tempestades e das convulsões. Do sofrimento e dos gritos de aflição e das injustiças. Num universo onde nos havíamos libertado dos nossos medos e angústias; das nossas dúvidas e das nossas incertezas. Das nossas anarquias de pensamento e das nossas rebeldias a princípios estatuídos só porque o foram. Ou o foram porque sim. E sentimo-nos um espírito liberto dessas peias e desses espartilhos, numa PESSOA de FÉ PLENA. Fora do acrisolamento nos cadinhos das religiões, acima das ameaças das penas eternas. Uma FÉ libertada e libertadora. Numa infusão do ABSOLUTO de Deus por Jesus Cristo, Verbo encarnado e presente fisicamente entre nós a partir do Natal hoje celebrado. De uma FÉ que, além de n’Ela se crer, uma FÉ que também “se sente”. Uma FÉ infusa da antropologia de Deus no HOMEM. De Deus-Menino, feito um de nós. De um Deus que, neste ano da Misericórdia iremos “sentir” enquanto Deus, encarnado, pelas Bem-Aventuranças e Obras de Misericórdia. Até ao tempo da Cruz que antecede a Páscoa da Ressurreição. E assim, de forma inesperada e surpreendente, nós, na igreja de S. Julião em Setúbal, nos sentimos desligados do chão e acima das tais nuvens, abaixo das quais o nosso mundo real de clamor e de degredo, a braços já com a terceira guerra 70
mundial aos pedaços na expressão do Papa Francisco, deixou de existir para nós esse mundo. Neste momento de Natal assim vivido, era o Deus-Menino que estávamos celebrando, cantando louvores e hossanas a tão extraordinário acontecimento. Com toda a multidão a cantar “Todos os confins da Terra viram a salvação do nosso Deus”… “Adeste fildeles, laeti triunfantes, venite adoremos (…)!”. Momentos maravilhosos. E apercebemo-nos então, de uma asneira feita por Deus na fase da criação do mundo – a criação do homem e da mulher. Criaturas rebeldes e insubmissas que, depois, Ele expulsou do Paraíso, numa emenda pior que o soneto: com esse acto, veio a sequência de catástrofes em cima de catástrofes, numa autoestrada sanguinolenta de lutas, guerras, carnificinas, do olho-por-olho, dente-por-dente. Na verdade, percorrendo-se os livros do Antigo Testamento, a mortandade é um nunca mais acabar de episódios. Com o próprio Deus, para defender o Seu Povo, ao lado dele se põe e participa na carnificina contra os seus inimigos. Ajudando a matar uns para defender outros. Um Deus guerreiro e parcial. E Deus viu que isto não estava bem. E que não era pelo ódio e pela vingança que este mundo tinha emenda, mas sim pelo AMOR e pela HUMILDADE. E decidiu então a encarnação do VERBO na pessoa frágil do Menino-Jesus. Pelo mistério da Anunciação e na incubação do seio de Maria. E por isso, quando Jesus nasceu, os anjos anunciaram a Boa Nova aos pastores a guardar gado nas montanhas. Aos humildes e não aos poderosos e bem instalados socialmente. E cantaram “Glória a Deus nas alturas e paz aos homens (… mas de boa vontade!). E foi assim vivido este nosso Natal de 2015. No reencontro de nós próprio com a nossa FÉ de menino antes de questionada e solidificada para lá das manipulações e das “lutas” das diversas igrejas na ânsia de cada uma delas pretender ser a verdadeira igreja de Jesus Cristo, quanto, em todas as igrejas cristãs, Ele é o centro e é n’Ele que está a unidade da nossa FÉ em CRISTO. E é à volta d’Ele que deve acontecer a união das igrejas e não à volta de qualquer uma delas. Todas falíveis e imperfeitas. E no nosso íntimo, ainda agora estamos cantando com alegria na FÉ: Glória a Deus nas Alturas e paz aos homens (de boa vontade). Hoje sobre nós resplandece uma LUZ. Nasceu o Senhor! Nasceu Jesus! Isto, há dois mil e dezasseis anos. Mas ainda hoje, o mal campeia. Impune e triunfante e desdenhoso. E o Bem, nos homens de boa vontade, procura-se. Temos saudade da nossa FÉ de menino.
José Pedro Marques 71
E aconteceu Natal! Desavindos, cada um p´ró seu lado Madeiro tão pesado em suas vidas Tristes, que no ora Menino nado Será cruz em suas costas doridas!... Sem alegria, o peito amargurado, Na ermida, o repicar do sino, feridas São em cada coração lacerado… No casal, as lágrimas não contidas São como orvalho em lampejos de luz… É Natal! É Natal cantemos todos! - Ouvem - cantemos de alegria a flux! Milagre! A paz no casal já reluz! Numa sensação de alegria a rodos Abraçados, cantam: Nasceu Jesus!
José Pedro Marques 72
Dia de Natal De sabor a Natal, como ele no meu tempo de rapazinho e de jovem, nada restará. Outra era a vivência dos valores da consoada de ontem à noite e da missa de hoje. Valores que o “pai natal” e a “árvore de Natal não vieram substituir o “símbolo e magia do presépio”. Que ou não se faz como no tempo antigo, ou já não se faz simplesmente. No entanto, na missa deste dia de Natal, a que fui assistir, houve, de repente, um aproximar desses tempos tão distantes. À volta da cidade, nas freguesias onde vai havendo uma réstia de aldeia, os sinos tocaram. E muito foguete estrelejou e ribombou. E achei bonitos esses momentos. Souberamme a pinhas de pinheiro manso a assar nas bordas da fogueira da lareira onde abundavam as panelas de ferro barrigudas e de três pernas onde se coziam as batatas e os olhos de couve, também já cozidos mas pela neve (geada). E havia cheirinho de canela dos mexidos e aletria e arroz doce e até das rabanadas. E o som dos socos da minha avó “troque-troquetroque”, a caminhar pelo soalho da cozinha sobre a corte da toira por baixo. Nesse bocadinho, enquanto se ouviam os sinos a repicar festivos e o estoirar dos foguetes, para mim houve então um bocadinho de Natal desses já tão recuados tempos. Dessas memórias que eu vivo em cada Natal. Valores que imprimiram carácter e outros não podem substituir. Nem o sacerdote, ali no altar a tocar viola, perna apoiada numa cadeira enquanto ele ajeita a túnica branca da celebração e depois sobre o joelho apoia a viola. E canta. Mas em voz roufenha. Voz cansada e já gasta. Voz que já não consegue chegar às primeiras notas agudas. E quando chega à mais alta que lhe é possível, ela esfarrapa-se de rouca. Primeiro, cantou ele agarrado à viola. Letra e melodia da sua autoria. Depois, cantou o coro, de lá de cima do seu lugar. Já no domingo passado, o sacerdote fez o mesmo. Se nesta missa foi no momento do ofertório, na de domingo passado foi logo no introito. Há trinta anos que ele isto não fazia - disse. E por isso agora se decidiu. Será para todos os domingos?... Prenda de Natal?... José Pedro Marques 73
Então, será Natal A Bíblia diz que há muito, muito tempo, Uma criança, algures em Belém, Nascia com o puro sentimento De anunciar a paz, pregar o bem. O tempo foi passando e a multidão Seguia então o jovem pregador E ao ver Jesus chamar sua atenção, Na cruz o pendurou sem ter pudor. Vai longo o tempo. Ao fim de dois mil anos O mundo vive os mesmos desenganos, Mas eu e tu e nós e muita a gente Que vive pela fé, crê que ao final Jesus virá em glória, triunfal, E então será Natal, agora e sempre!
José Sepúlveda 74
Algures na cidade
Belém Efrata vive em alvoroço Com todo aquele estranho movimento. Bem tento compreender, mas não, não posso, Razões para mais um recenseamento. Cruzei a Galileia, a Samaria, E encontrei por fim Jerusalém. Não sei porquê, mas algo me dizia Que havia de seguir para Belém. Meu pai bem procurava uma estalagem Aonde repousar dessa viagem Mas tudo estava cheio, não havia… Cansados, sem saber o que fazer, Com minha mãe exausta e a sofrer, Pousamos numa humilde estrebaria.
José Sepúlveda 75
Nasceu, é Natal
Lá longe, na lapinha de Belém, Na noite, alguma coisa acontecia: Diziam que Maria, a Virgem mãe O seu primeiro filho ali paria. Pergunta-se: Que mal é que isso tem? Não pode a mãe gerar a sua cria? É obvio que pode, tudo bem! Mas algo mais estranho acontecia. O filho era gerado, não criado, Foi nesse ventre, puro, imaculado, Que Deus, o Criador soprou um dia. E logo, pela noite e madrugada A Nova de Alegria se espalhava Enquanto o seu filhinho lhe sorria!
José Sepúlveda 76
Sempre
Dar as mãos sempre... Para amparar aqueles que nos antecederam.... Para acolher aqueles que acabaram de nascer.... Para levantar aqueles que sofreram perdas Quaisquer que sejam... Amorosas, materiais, morais, circunstanciais... Dar sempre as mãos... Para doar carinho em um abraço... De chegada ou partida... De saudade infinita. De amor pelos nossos pais. Pelos nossos filhos e netos Para acompanhar pela vida E dividir nossas esperanças... Nossos sonhos mais ternos Dar sempre as mãos... É a hora.... É momento de união... A família ri junto, chora junto, briga junto. Mas não se separa nunca... É Natal vamos dar as mãos Sempre… Lourdes Costa 77
Despertar
Vamos colorir este dia pois é época de Natal.... Vamos trazer flores para aqueles que amamos.... Vamos abraçar as pessoas que nos rodeiam.... Vamos agradecer aqueles que prestam todos os dias serviços e que facilitam nossa vida.... Dar aquele telefonema que foi adiado muitas vezes.... Amar e ser amado intensamente.... Despertar para a vida ...hoje existimos. O amanhã é um talvez. Sejamos felizes... Curtindo o que temos E sonhando ...sempre Sejam felizes!!!!
Lourdes Costa 78
Brinde
Se pudesse materializar estas rosas enviaria a você… Curto tua presença mesmo a distância... Sinto teu perfume e o brilho dos teus olhos... Me deleito com as tuas palavras .... Com o antagonismo de ideias... Mas me reconheço nos teus versos... Vou brindar a meia noite com você no meu pensamento... E pedir aos céus que seja feliz... E algum dia quem sabe a gente se esbarre... Prazer....como vai...tudo bem
Lourdes Costa 79
Natal
O anjo a Maria anunciou Que do seu ventre daria luz ao Salvador. O anjo ao José em sonho também apareceu. Dizendo para nada temer E para Maria com amor receber, Pois o filho de Deus ela irá conceber... Em uma manjedoura Nasce o menino Jesus, Anunciando assim, dias vindouros Que só pelo seu nome receberemos a luz Que ao céu nos conduz.
Lu Aragão 80
Traçado
Escolhido já era para no mundo habitar, Tudo preparado... Ansiosos esperam sua chegada ao seu lar. Vive seus dias todo o sabor da emoção, Uma vida repleta de amor e atenção. Contudo determinado fora a sua volta... Pequenino repete o caminho à Salvação. Não compreendem a razão do seu retorno até a Mim, Afirmo que, já cumprida a missão Que chegue então o seu fim. Quando tudo aqui começa nada aí será em vão, No traçado já há promessa do tempo dessa união.
Lu Aragão 81
Natal
Lu AragĂŁo 82
Haikais
LĂşcia Ribeiro (lucibei) 83
Boas Festas
LĂşcia Ribeiro (lucibei) 84
Recordar o Natal
Recordo com saudade os Natais de criança, especialmente este. Quando a noite chegava e os vaga-lumes luziam, esperávamos ansiosos que a mãe anunciasse que era quase meianoite, hora de abrir as prendinhas. Os olhos já se fechavam, mas o desejo de as ver era mais forte. Aquelas lembranças maravilhosas que mesmo simples nos fazia brilharem os olhos. Era uma ansiedade que crescia, minuto a minuto. Sem televisão, sem Internet, ficávamos pelo rádio que ainda nos fazia mais sono, e a hora nunca mais chegava. Sabíamos na ponta da língua a história de Jesus, que tinha nascido em Belém, numa estrebaria pobrezinha, tendo como companhia Maria e José, o burrinho e a vaquinha. Até que enfim, chegou a hora…e era ver-nos, eu e os meus dois irmãos a rasgarmos os papéis das prendas, laços pelo ar, era um frenesim. Não esqueço a minha boneca de loiça, como a apertei contra o peito, era tudo o que eu queria, nunca a esqueci. Mas tive de abrir o resto, um gorro e um casaco de malha feito pela minha mãe, como ela estava orgulhosa do trabalho dela. Adorei, bastava ser feito por ela. Tesouros maravilhosos dados e feitos com o coração. Nada tem a ver com os dias de hoje, que faz com que o Natal seja mais comercial, que de amor. Fazem dele um absurdo. No meio da pobreza de uns, a ostentação dos outros. Será que são mais felizes que eu era? Duvido…A mensagem de Natal é sempre igual…paz e amor…até quando os homens de boa vontade irão parar com as guerras e fazerem um mundo mais justo onde impere o amor e a fraternidade? Para uns a luz brilha, para outros essa luz nunca existiu. Que bom seria se o Natal fosse um mar de paz e amor. Bela utopia! Feliz Natal para todos…
Magda Pacheco Brazinha 85
O Nascer do Poeta
Manuel Mar 86
O Natal que quero!
Natal dos olhares piscantes Ou fixos em uma lembrança... Dos risos de surpresas antes, Do Noel que falhou na infância. Penso no natal co’ a esperança! Daquele que nasceu Salvador. Que não teve em si arrogância, Rei das virtudes Deus consolador. Penso no natal da manjedoura Dos corações, que lugar ele ocupa? Senhor, meu, Criador de toda criatura Do Príncipe que nasceu sem roupa. Natal de todos os olhares piscantes! Dos que têm e mais querem ter... Os que desejam os mínimos entrantes Uns tendo tudo sem nada n’alma suster! Quero o Natal do meu Salvador! Que cumpriu todo propósito. Assuntou ao céu como Mediador Não mais menino, voltará meu Senhor!
Margareth D. S. Leite 87
Feliz Natal
Maria dos Anjos Duza 88
Rituais de Natal Debaixo do Azevinho depois da casa enfeitada sentei-me, um pouco cansada sem olhar, aonde estava, e com o resultado entretida, fui por ti surpreendida e docemente beijada. Sorri, sinceramente agradada igualmente admirada, da atenção que prestavas, ao que eu instintivamente fazia. Ver a árvore iluminada e mais esta data chegada, causa-me sempre contentamento mas também... traz nostalgia. Debaixo do Azevinho, recebi mais um beijinho, seguido de mais carinho de todos que comigo estavam e a casa também enfeitavam num ritual prazenteiro. Quando se faz o pinheiro... está aí, outro natal. Alegre e descontraída, presenteio-os com uma bebida que todos aplaudem, sempre. Sem ser preciso açucarar bebe-se chocolate quente entre dois dedos de conversa, perfume de amor no ar.
Maria de Fátima Soares 89
Bendito o Teu nome
Meu Jesus pequenino é tão grande o teu carinho depois de tantos séculos passados por teus filhos que padecem e até, p'los que não te enaltecem que em mais um Natal chegado sinto esse afecto mostrado e a minha gratidão é tamanha que mantenho acesa essa flama e um desejo sincero... Que nunca a tua protecção nos falte e o teu Amor sempre cubra, de modo em que cada Natal que passe e em todo ele que aí venha... Continuemos unidos e como teus filhos queridos enaltecendo o teu Nome e perpetuando essa chama
Maria de Fátima Soares 90
Nem para todos há Natal!...
Ouço algures o repicar de um sino Numa linda ladainha e bela sinfonia Está quase a nascer o Deus-Menino Fruto gerado da união e da magia Em certos peitos a saudade ruge Pela solidão imposta pela vida No meio das lágrimas um sorriso surge Para dar animo à quadra vivida Lá no céu, que o nosso Deus Divino Por aqueles que são pobres interceda Seja Ele amigo companheiro e peregrino Amor carinho e ternura lhes conceda Mantas e agasalhos para os sem abrigo Alegria, harmonia e paz para quem sofre Que não sintam a saudade como castigo Que o sentir seja apaziguador e nobre Está a chegar o dia da criança O pedir, o sorrir, o acordar e o sonhar Tudo se reúne numa só esperança Tudo vai no seu espírito se aninhar As gargalhadas e o riso se fazem escutar Os abraços dados com afecto e calor No ar o cheiro a pinheiro a perscrutar Oferendas são trocadas com amor O sino da igreja lá ao longe repica Naquela noite luminosa e ornamental Pelos sons e sinais emitidos indica Nem para todos há um Natal!
Maria Isabel Machadinho 91
Natal familiar!... A família no Natal em paz se reúne Aninham-se na sua abençoada e santa fé O amor, a amizade e o carinho os une A solidariedade não dorme, está de pé As crianças saltitam com a sua alegria Desenham o Natal nas suas cabecitas Com lindos lápis coloridos de magia Entre risos, brinquedos, papel e fitas Os corações transbordam esperança Sente-se calor e amor no seio familiar Tornamos a ser aquela eterna criança Sentires abraçam o nosso reconciliar Sorrisos e abraços a rodos se espalha Há pensares silenciosos em oração Nas mesas. pinga amor na alva toalha Nos olhos existe saudade e emoção Há gargalhadas, gente animada e crente Brotam risos cristalinos como um caudal As pessoas estão felizes, o mundo contente É este o ritual nos lares onde existe Natal Pula, salta, dança alegre o nosso coração Guerra, fome, violência, crueldade se esquece Para dar lugar à doce e maravilhosa ilusão Que a nossa alma embala e o sonho aquece É de felicidade e de remanso o momento Revivemos e meditamos em tudo e no final Um suspiro exalamos quando ao pensamento Vem a verdade cruel, que nem todos têm Natal
Maria Isabel Machadinho 92
Noites de Natal Lembrei as noites de Natal Em Nova Iorque Daquela mesa comprida Cheia de lado a lado Fui sempre uma pessoa Com imensa sorte Quanta felicidade existiu No meu passado! À cabeceira sentava-se O Rei da família Ao seu lado a Rainha Os progenitores de tão Enorme alegria. Contávamos histórias antigas Por alguns já esquecidas E gargalhadas enchiam a sala De histórias vívidas. Enquanto os mais pequeninos Brincavam no chão À espera que chegasse o pai Natal Com as lembranças Era, pois, o "Santa Claus" Naquela ocasião Que não se fazia esperar Com um saco às costas E as barbas brancas!! Quantas saudades E melancolia do passado Coisas que não morrem Na minha memória. Já não há uma mesa comprida Cheia de lado a lado Mas cada noite de Natal Há uma nova história!
Maria José 93
Chegou o nosso Salvador
Dia de paz, dia de amor Já chegou ao mundo O nosso Jesus Salvador Trás alegria e felicidade Também luz e caridade Aos corações que sabem amar Que têm o dom de O saber adorar. FELIZ NATAL!!
Maria José 94
É Natal Belém Cidade onde nasce o Deus menino Chega mais um aniversário do nascimento É Natal, cantam as crianças ao Jesus nascido José e Maria vivem um momento ternurento. Em Belém, um lugar escolhido por Maria Mãe Espaço seguro para dar à luz seu Rei Salvador Nasceu numa gruta, entre palhinhas também Rodeado de animais para o aquecer com amor. Natal, momento de relembrar tão desejado dia Renascem as memórias de criança no coração Quando fazendo um presépio cheios de alegria Vivíamos dia a dia repletos de amor e emoção.
Maria José 95
Noite Divinal É noite sempre tão especial Vive-se de esperança e dor Porque é a noite de Natal E assim, nasceu o Salvador Ele é esperança e a luz Que a todos vem salvar Natal do Menino Jesus! Que todos vamos adorar Noite de estrelas e magia Esperança em nosso coração No coração do povo há alegria Que em todas as mesas haja pão Nesta noite tão divinal De estrelas e tanta luz Que a todos neste Natal Não haja ninguém na rua!
Maria de Lurdes Cunha 96
Natal sem luz! A noite estava fria Imersa em silêncio e dor, Naquela aldeia triste Nascia o Salvador! Ao longe um pequeno Casebre, avistei… Parecia abandonado. A neve continuava a cair E pensei…. Gostava de lá ir?! Caminhei apressada, Com medo de me ferir, Não se via ninguém! Só aquela Paz vinda do Céu… A escuridão era Muita Não se vislumbrava luz! Ao encontro dela Caminhei Apesar da distância, Devagarinho entrei Cautelosamente E lá dentro encontrei, Uma criança chorando Desesperadamente também. - Porque choras? Perguntei. Soluçando em tom divinal Respondeu… - Não tenho pai nem mãe. Estou sozinho também, Não tenho nem vejo luz, E nesta noite de Natal Assim, O Menino Jesus, não vem… Pois, não se lembra De mim! E nesta dor e desolação Eu peço ao Menino Jesus Que nesta noite especial,Nunca falte a luz, E que haja sempre Natal. Em cada coração! Maria de Lurdes Cunha 97
Deixa-me escutar-te no teu silêncio
Nos gelados corações que não te abrem a porta... TU continuas adormecido... E eu grito: "Não se te dá que pereçamos todos?" Faço silêncio para ver se escuto o teu abrir de olhos... E se sinto teu roçar de asa na aragem da noite! Se vejo imprimido o teu sorriso nos passos na neve... O teu encontro ainda que breve... E me deixes aroma de estrelas que me guiem... Me deem o discernimento e me sustentem... Nas sombras e nos errados caminhos dos homens... Acorda Jesus e vem nascer em cada dia nos nossos corações... Ofereço-te esta oração este incenso... Espero de ti sempre o teu Amor eterno e imenso... Que em cada dia te possa louvar e bem dizer... E não queira tudo saber e tudo entender... E saiba esperar o abrir da flor... E o tempo que não tem tempo... Tu és o Princípio o Meio e o Fim... E sempre, sempre o amor... Uma coisa só te peço que fiques sempre em mim... Sabes que sem ti me perco... Sou barco à deriva no mar... E na tempestade te grito: "Não se te dá que pereçamos todos" Deixa-me escutar-te no teu silêncio... Deixa-me contigo andar sobre as águas... Maria Otília Henriques (Tiló) 98
Isso é Natal Uma noite no imenso véu de estrelas emerge uma mais luminosa os seus raios tocam a terra… Silêncio Mistério um homem cotovelos sobre os joelhos pensativo descansa a sua cara entre as mãos uma mulher está grávida com os tormentos de dar à luz De repente num pestanejar Um grito rompe o silêncio chora um Menino que vem para amar e dar a Vida aos de coração aberto e de boa vontade… Os Anjos cantam doce terna e suave melodia … Os simples os primeiros a conhecê-lo… Em cada coração uma gruta Onde também pode nascer o Menino Se sentes um sopro no céu Um vento que move as portas do teu coração se saem desejos de abraçar toda a gente… Uma alegria paz e amor interior indizíveis ISSO É NATAL!
Maria Otília Henriques (Tiló) 99
Vem! Urge que venhas nascer em todos os corações que abras portas das prisões das mentiras e ilusões… Urge que venhas nascer… Tanto barulho tanto ruído anda o mundo divertido num vazio pervertido Natal agora é comprar? É tão fácil se enganar… Perfumes popotas chocolates no meio dos disparates telemóveis carros bebidas e outras coisas parecidas ambrósios senhoras douradas Vendem-se magias encantadas… Na televisão não há cenário para lembrar o Teu aniversário…
Uma vez mais e todos os dias Em todos os corações No silêncio da noite Na estrela que ilumine as mentes Em todos os que Te esperam Em todos os que te procuram Urge que venhas nascer Nos que estão em guerra Nos que estão na pobreza Nos corações de todos os ricos Nas crianças que vasculham o lixo Em todos os doentes Os sós e abandonados Todos os desempregados Todos os maltratados… Urge que venhas nascer Em toda a margem de dor Cure o teu imenso Amor Urge que venhas nascer
Urge que venhas nascer Em que bom- bom te embrulharam Em que caixa te esconderam? ferrero… mon cherri…merci… Falam de tudo menos de ti… Tanto centro comercial confusão… isto é Natal?
Para que seja NATAL… VEM!
Urge que venhas nascer Depois trocam o presente E tu ficas sempre ausente Será que ao menos o outro é Cristo? Como podem ver e sentir isto? Urge que venhas nascer
Maria Otília Henriques (Tiló) 100
Então é Natal... Advento do Cristo Promessas se renovam Tempo de conciliação Cintilam os Pinheirinhos Colorindo imaginário O menino Jesus Entoa um canto de Paz Que dissolve barreiras Transmuta fronteiras O Divino em mim, em você, em todos nós O "Ser" Humano Outra Proposta!!! Sem Fronteiras no Paraíso Maçã sem agrotóxico Exilados de Capela Descem da cauda do cometa Rabiscam fronteiras Atravessam a rua Não olham para trás
Marilis de Assis 101
Um conto de Natal
Era mais um Natal as pessoas passavam apressadas pelas ruas cheias de gente, escolhendo presentes para o seu Natal. Nesta azáfama, labirinto de guloseimas e objectos vive-se mais um Natal de fantasia, crueldade, incompreensão sem amor, sem dar realmente porque as pessoas já não acreditam num verdadeiro sentido de Natal na paz, na dádiva mútua, no dar a mão ao próximo. Tu morreste no coração dos homens tua mensagem é só palavras vãs em mentes deturpadas pela ganância, lucro, ódio, transformaram-te em objectos para crianças e adultos. Vais morrendo década a década ano após ano, mas eu acredito que alguém, no meio desta monstruosidade crê ainda que tu vens todos os anos meu querido Pai Natal.
Mário Anselmo Neves 102
Noite feliz, noite de paz Sonhei como criança, no mês que antecedia as festas. Nas ruas enfeitadas, bolas de cores e tantas luzes que brilhavam. Da casa a lareiras, passagem que na alegria me deixava triste. Como eu sonhava como criança, pensando que este era meu mundo também. Criança que corria na rua, com seus velocípedes que faziam sons, brinquedos que puxados faziam barulhos. Tantos meninos da minha idade, nas suas bicicletas corriam. Eu olhava de longe, sem sorriso, somente lagrimas que rolavam. Tantas risadas davam, muitas vezes pensava que zombava de mim. Não entendia em nenhum momento, porque eu sou como sou, diferente de todos as crianças. Na rua olhava as vitrines, tantos brinquedos expostos, crianças saiam contentes, de mãos dadas com seus presentes. Tentava ver de perto, tanto sorriso dentro das lojas. Um homem fanfarrão, de preto, me enxotava como sardento. Como chorava, sentado no meio fio. Rasgado e sujo, passava meu maior tempo na rua. Pedindo esmolas, por uma migalha de centavos. Batia uma fome tão grande, muitos nem me olhavam, somente dizia – “Sai, deixa-me comer em paz”. Rondava as lanchonetes, matava minha fome no lixo, comia de tudo, sem pagar a conta, até refrigerante eu tomava, das sobras dos copos deixados nos balcões. Voltava para casa, encontrava meu pai chorando, debruçado nas suas pernas, montando a árvore de natal, que tinha recolhido no lixo. Beijava meu grande velhinho, meu grande pai, que sem poder andar, vivia com seu salário de fome. Aos beijos agradecia, a educação que sempre me deu, em dias fartos vivemos, na pobreza fomos grandes companheiros. Bela árvore verde, com as folhas amareladas desbotadas, bolas de papel colorido, velas para iluminar meu sonho. Ele me obrigava a colocar, meus sapatos na árvore. Nascia tantos sonhos, morria tantas alegrias. Corria de manhã, para ver o que Papai Noel deixou. Todos anos a mesma coisa, “Papai Noel esquecia de mim”. Neste Natal foi mais que especial, ganhei minha bicicleta nova. Corria pelo cômodo pequeno, esquecendo de tudo, da tristeza e até alegria de contar ao meu pai. Deu um estalo, corri para o quarto sem luz, batia no meu pai, querendo dizer. Que ganhei o meu sonho. Do sorriso as lagrimas, despencaram quando notei, que meu amigo não estava deitado, tinha virado um anjo. E estava vivendo no céu.
103
Sozinho na casa vazia, a noite mas triste que pensava, tantos anos se foram. Outros natais voltaram. Lá estava a mesma arvore, agora bem enfeitada, misturada nas bolas do meu anjo, iluminada na Luz de vela. Sempre fui uma grande criança, conhecendo os dois lados da moeda. Agradeço ao meu pai, a educação e o legado de amor que me deixou. Sou um homem bemsucedido. Sou o Papai Noel, me visto de alegria, distribuo o amor, nos brinquedos de sonhos. Alimento-me de tanto sorriso, a cada presente que dou. Vejo a Noite Feliz, Noite de Paz. Nos olhos de tantas crianças que brilham, como as lâmpadas das árvores. Fazendo a vida ser mas uma razão de fé.
Mário Zaina 104
Criança que sonhava Desde muito cedo sonhava... Com um belo e doce velhinho, cabelos, bigodes e sobrancelhas, feitas de flocos de neves e olhos verdes, olhos que brilhavam como duas esmeraldas. Que reluzia a cada ano, nas noites de Natal. Imaginava uma grande arvore repletas de bolas com tantas lâmpadas que piscava no fruto da imaginação de criança. Não me esquecia de pôr o sapatinho na janela e dentro uma cartinha. - “Meu querido Noel você sempre se esquece dos meus sonhos”. Traga minha bicicleta, se for muito caro, pode ser um carrinho. Quando a noite caia, ficava quietinho pra vê-lo entrar pela chaminé. Adormecia e sonhava com meu querido velhinho com saco vermelho pesado e grande. Os anos se passaram... Pensava!... “Ele nem lia ao menos os meus bilhetinhos”. Mais os sonhos nunca se perderam e a cada ano fazia o mesmo pedido e eu chorava... Quando olhava o sapato... E nem o bilhete o velhinho levou. Não sabia por que Papai Noel não realizava os meus desejos de tantos Natais. O tempo passou..., passou... e passou... E o bom velhinho estava ainda nos meus sonhos. Mais a magia e a graça do Natal nunca se apagaram. Lá estava o pedido. Numa noite de Natal, fiquei coberto bem atento, pra ver o Papai Noel. Pulei e corri pra sala e vi meu pai agachado, lendo a cartinha, chorando ao lado do sapato. Então descobrindo a verdade dos sonhos que nunca foram realizados. Abracei ao meu bom velhinho, já cansado pelo pesado fardo que carregava. “Meu velhinho, meu Noel, meu pai, meu amigo. Meus sonhos vivos e vividos ao seu lado”... Agora velho já estou!... E com o fardo que ele carregava na jornada da vida. Nunca esqueci... Das tantas historias que ele me contava durante sua vida. Mais a magia do Natal, a confraternização, o amor sublime nunca se apagou. Toda a noite de Natal ainda continua a colocar o sapato na janela com o pedido. - “Querido Papai do Céu, te peço algo tão impossível em ser realizado. Gostaria que meu sonho fosse concretizado”. - “Traga o meu bom velhinho de volta nesta noite de Natal”. Mário Zaina 105
Assim é o Natal Assim é o Natal feito de luz e magia... Para muitos feliz, para outros fantasia... Para muitos tristeza, pois nem têm família nem casa, nem pão na mesa... Há muito não existe alegria. O que é o Natal? É ilusão e para muitos desilusão, pois não lhes sobra nada na vida , nem sequer um tostão, para comprarem uma migalha de pão...
Mary Horta 106
Menino Jesus
Menino Jesus sorriso perfeito és uma luz a bater-me no peito, Menino Jesus, de sorriso tão belo, quiseste nascer na noite do caramelo, Ao cimo da escada tenho um Menino Jesus, não há outro tão belo, não há outro igual... Acendo uma velinha ponho um pinheirinho, enfeito a escada, ponho o presépio, acendo as luzes é noite de Natal, Natal da minha Infância .. O meu Menino Jesus sorri para todos com grande esperança e ilumina os olhos da triste criança. Na chaminé punha o sapatinho, na minha infância, recebia presentes do Deus Menino e muito carinho.
Mary Horta 107
O pinheirinho de Natal Era Natal! Junto à estrada o pinheirinho chorava porque nenhum menino dele se aproximava. Passou um passarinho perguntou ao pinheirinho a razão do seu chorar... Estou queimado foi o fogo que me queimou já não sirvo para nada ... Não chores pinheirinho a ti ninguém te fará mal eu vou proteger-te vais ter um lindo Natal. O pinheirinho sorriu para o seu novo amigo estendendo os seus ramos queimados para o afagar ... O passarinho piou e no seu bico o levou pelos céus a voar ... Os dois foram para a floresta e nela enfeitaram o pinheirinho para o Natal...
Mary Horta 108
Advento
Advento, que há muito é preparado Quatro semanas no íntimo reflexivo Para o tempo do real esperado E o menino Jesus ser recebido. Primeira semana de se auto vigiar Segunda semana com Deus reconciliar Terceira semana da maior alegria Quarta semana do sim de Maria. O Natal neste momento é chegado Que não começa com o nascimento, Mas com o verbo que foi encarnado Em milagre se forma humanamente. Não achando vaga na hospedaria Foi então abrigado na estribaria Acolhido pelos três reis magos Pastores e animais vieram amá-lo. Chega ao mundo tão grande amor Consigo traz a magna estrela e luz Eterno Rei dos reis e Salvador Nasce nos corações o menino Jesus.
Milena Moreira Souza. 109
Natal Tempo de alegria e esperança, Que no presépio irradia, Aos olhos duma Criança. Natal Luz que veio da gruta, Apelando a uma vida pura, A uma nova humanidade. Porque esta se envolveu nas trevas, Semeando a fome e as guerras, Em vez da justiça, paz e amor. Natal Seja, pois, o prenúncio duma nova primavera, Em todos os lugares da Terra Que resplandeça em cada lar, em cada família, O fruto perene desta magia, Desta quadra divinal. Para que todos possam sentir A mensagem do Senhor, A paz, a solidariedade, o amor E todos possam cantar com alegria, Em plena sintonia: É NATAL! É NATAL! É NATAL!
Olinda Louro 110
É Natal Natal festa de luz Nascimento do menino Jesus Deus cumpre a sua promessa Presenteando a humanidade Com o seu filho amado Os três reis magos Seguiram a estrela do oriente Para levar os seus presentes Encontraram Ele em uma manjedoura Trazendo consigo a humildade E o desejo de um mundo fraterno Espalhou os seus ensinamentos Por onde andou, fez cego vê E aleijado andar, ressuscitou Lázaro E expulsou espírito mau Alimentou quem tinha fome É natal tempo de transformação, De esperança e de amor.
Osvaldo Teles 111
É Natal É Natal sempre que um Menino surge e é esperança de um lar melhor e o amor nos emociona longe das ideias brutais que alimentam os homens com ódios desnecessários, com grandes ambições. Natal é um tempo que une alguns no amor fere outros porque é da cor do sangue! Talvez seja melhor o Natal quando a luz do sol desfizer a neve nas ruas que atravessamos. Não estendemos os braços talvez porque neva sem parar o diálogo é pobre, as luzes artificiais. O meu Natal seria feliz se as rosas se transformassem em pão outra vez e crescessem papoilas pelos passeios Então, os homens desejariam a paz sóbria!
Pompeu José Vieira Pais
112
Meu Menino Menino, olhais desolado? O que o mundo tornou! Vem, não fiques espantado Pois tudo o vento levou Já ninguém no seu viver Sabe dar sua atenção Eu sei, depressa vão ver O que faz a ambição Tenho fé que um dia acordem E saibam ser carinhosos Até os cães já não mordem, Os homens sim, são raivosos Nesse dia, meu Menino Em que desces até nós Queremos o teu carinho E ouvir a tua voz Até lá, tem compaixão Neste espinhoso caminho Aquece o meu coração Nesses teus lençóis de linho
Romy Macedo 113
Volta, Menino Meu menino tão pequeno Que zelas pelas nações No nosso destino terreno Está cheio de ambições Libertai-nos da ansiedade E deste mundo de guerra Nos legaste a lealdade E só traição tem a terra Tu que nasceste em Belém P’ra remissão dos pecados Olha este mundo, vê bem Como vive abandonado O povo quer compreender Como é grande o teu amor Vem, acaba este sofrer, Desce até nós, por favor Pedimos ao Pai do céu Que um dia possas voltar Para nos dar o que é Seu E contigo nos levar
Romy Macedo 114
Um outro Natal Meu Jesus, meu amiguinho, Ajuda-me a ser melhor Vejo-te aí deitadinho Olhando com tanto amor No presépio do meu lar Feito de amor e carinho Ainda sinto o bafejar Da vaquinha e do burrinho Tua Mãe, com seu doce olhar Sempre atenta ao teu redor Aprendeu o verbo amar No meio de tanta dor Nasceste tão pobrezinho! Deus ao mundo quis mostrar Que o seu tão quisto filhinho Nasceu para nos salvar Cresceste e então, feito homem, Sempre humilde e cumpridor E os homens tudo consomem Falando do teu amor
Romy Macedo 115
Perdida É Natal estou perdida Porque sinto a tua ausência Deixaste-me nesta vida Aqui na minha inocência Olho através da janela Tanta gente a caminhar E não vejo a minha estrela No meu dia, a labutar Na rua, a chuva que cai Mata a sede à natureza E uma lágrima que se esvai P’ra lavar minha tristeza Elevo os olhos ao céu E pergunto ao Deus Menino O que foi que aconteceu Ao teu amor e carinho E toda a minha esperança Se sente de ti distante Só cá ficou a lembrança Desse nosso tempo errante Uma estrela que aparece Brilhando cheia de luz E o coração agradece Em oração a Jesus
Rosa Maria Santos 116
Vivamos o Natal
Saúde, paz e harmonia No Natal irei pedir E que em cada dia Um novo rosto a sorrir Quem sabe se no Natal Possa ser a ocasião De ter algo especial P’ra cumprir a tradição O mundo gira ao contrário Daquilo que desejávamos Que prevaleça a amizade No tempo que já passamos P’ra nossa felicidade Saúde é essencial Pois sem ela a liberdade Não deixa que haja Natal
Rosa Maria Santos 117
Vem, Menino Perdi-me no meu presente Num sonho de fantasia Eras omnipresente Nessa vida que eu vivia Agora o peito reclama O que almejava encontrar E que essa viva chama Me viesse acalentar Quando olhava o firmamento E as estrelas a brilhar Tu eras o pensamento Que em mim queria morar No sonho, na esperanรงa Do meu Menino voltar Serei de novo a crianรงa No aconchego do meu lar
Rosa Maria Santos 118
Bendito é o fruto do teu ventre!
Gabriel anuncia a concepção a Maria; Dá explicações a José em sonho; Queria ele repudiá-la, Pensando ter ela tido outro homem! Nasce Jesus, cumprindo as profecias, De Miquéias, Samuel e Isaías... Entre os animais na humilde manjedoura, Numa gruta em Belém Efrata nasce O Messias! Zacarias emudece ao saber: _ Isabel dará à luz um filho! Chamar-se-á João Batista, disse-lhe o anjo, Terá o precursor do Mestre a virtude de Elias! Maria visita Isabel, que lhe dizia: ‘Bendita és tu entre as mulheres, Bendito é o fruto de teu ventre!’
Tânia Mara Oliveira de Castro 119
As Profecias
E tu, Belém Efrata, anunciara Miquéias: De ti sairá o que governará em Israel! Haverá luz durante à noite, Uma nova estrela surgirá, diz Samuel! Andávamos como ovelhas, desgarrados, Desviados dos Caminhos do Senhor! Humilhado ao matadouro, como cordeiro, levado, Mudo permaneceu ante o tosquiador! Maria deu à luz um filho: o nome D’Ele é Emanuel! Eis que vem a ti teu rei, ó filha de Sião! Ele é justo, humilde e traz a Salvação! O principado está sobre Seus ombros, O profeta Isaías anuncia: O Conselheiro, Pai da Eternidade, O Príncipe da Paz!
Tânia Mara Oliveira de Castro 120
Menina
Menina enxuga esse pranto, Não há mais razão para chorar... Eu quero ver o lindo sorriso, Que há na luz do teu meigo olhar. Olha a Luz já vem surgindo, É novo o dia, há um brilho especial, Ouça o canto dos pardais! Jesus no Natal vem chegando, Tudo vem novo e de novo e Jesus De Amor traz o coração pulsante... E nós vamos comemorar!
Tânia Mara Oliveira de Castro 121
O meu Natal de menina O meu natal de criança tinha magia na minha pura inocência o pai natal pela chaminé descia Na lareira a cenoura por mim lá deixada ele comia e o copo de vinho bebia Perto da meia noite minha mãe me dizia Para que o pai natal possa aparecer tens de te deitar Corria logo para a caminha cedinho queria acordar Presentes para todos não sabia se vinha dar No meu sapatinho, meias quentinhas, sempre encontrava um pacote de biscoitos línguas de gato que tanto gostava tão saudosa estava de os saborear Imaginava as renas deixarem pegadas na terra batida e esperava, esperava De cortina corrida Sorrateiramente sem a mãe se aperceber pela janela espreitava No outro dia uns rodados encontrava O pai natal era mágico nas noites de natal nunca o via Mas tinha a certeza que era pela chaminé que descia Eram assim as minhas noites de natal de menina Desde cedo aprendi a valorizar As humildes prendinhas que o senhor de barba branca me vinha deixar
Tita Leal 122
Eu queria ser Pai Natal
Eu queria ser pai natal Para carregar com a pobreza Eu queria ser pai natal Para deixar comida em cima de toda a mesa Descer com o saco cheio de esperança a cada lar Levar roupas, água, medicamentos e outros bens Os mais desfavorecidos, poder alegrar Eu queria ser pai natal Com Jesus reunir no céu e conversar Pedir-lhe para que o sem abrigo Também tenha um telhado onde se possa abrigar Eu queria ser pai natal Com as minhas renas pelo mundo voar O mais simples dos sonhos aos pobres concretizar pão, outra comida, bebida e muita alegria lhes levar Tudo isto no meu saquinho mágico O que os homens ricos às famílias pobres Não querem ofertar
Tita Leal 123
O Natal estĂĄ chegando
Mais um Natal estĂĄ chegando!!! Vamos celebrar!!! Vamos celebrar O nascimento do Salvador Jesus!!! A nossa fonte de Vida e Luz! Vamos Celebrar!!! Vamos celebrar o nascimento do Salvador Jesus!! A nossa fonte de Vida, amor e Luz!!
Valdinete Afra BulhĂľes 124
Se Cristo não viesse
Se Cristo não viesse... Não haveria Luz Tudo seria escuridão Se Cristo não viesse... Não conheceríamos O seu amor infinito Se cristo não viesse Não teríamos o Perdão Que nos conduz à Salvação. Se Cristo não viesse... A morte não seria vencida Pelo Senhor da Vida
Valdinete Afra Bulhões 125
O Reizinho sem trono
Já faz tempo Muito tempo nasceu um Reizinho Alguns esperavam Ansiosos a sua chegada Outros porem Não se importavam Na noite que o Reizinho Chegou Todo universo se preparou Estrelas brilhavam com todo resplendor Anjos cantavam com alegria Paz na terra Paz na terra O Rei dos reis chegou! O Reizinho não nasceu no palácio Não teve berço de ouro Não recebeu honrarias
Que ironia O Reizinho dono do universo Nasceu numa estrebaria Onde bois e outros animais comiam Muitos anos se passaram O Reizinho cresceu Ensinou coisas boas Ajudou muitas pessoas Mostrou a todos o que é amar Homens maus penduraram O jovem Rei numa Cruz Ele Morreu Depois de três dias ressuscitou O Reizinho Era Jesus Cristo, Rei dos reis Senhor dos senhores Está sentado no trono celestial Coroado de Glória e Honra. Diante de Deus Pai
O Reizinho Não sentou no trono Não usou coroa preciosa Não teve cetro na mão
Valdinete Afra Bulhões 126
Nascimento de Jesus
Um anjo foi enviado Por Deus a uma menina anunciando que do seu ventre Iria nascer o salvador. Como se fará isso Se virgem ainda sou? O anjo lhe falou: Vai ser tudo como Deus ordenou. O Espírito Santo virá sobre ti. A força do altíssimo te envolvera É o santo que nascer de ti. Será chamado de filho do Senhor. Completando o tempo para dar à luz Para cidade de Belém ela retirou... Por não achar hospedagem na cidade Na estrebaria ela ficou. Foi em meio dos animais Que o menino Jesus nasceu Envolto em faixas de panos Numa manjedoura ela o deitou. Uma estrela surgiu no céu Com todo seu esplendor Para avisar os três pastores Que ali havia nascido o salvador E no mesmo instante a estrela eles seguia E naquela estrebaria, eles o encontraram Deitado em meio aos animais. O filho de Deus ... o Messias do Senhor.
Vicentina Batista da Silva (Tininha) 127
Deus é luz… e Jesus o teu Natal !...
Lá nos confins… Para lá da serrania A neve caía sobre a aldeia serrana E mais alem...Numa pequena cabana Brilhava uma Luz…E dava à luz Maria E sobre o intenso frio que ali fazia Um bafo aquecia as palhas da cama Onde o menino era a luz da chama Iluminando a alma… De quem O via!... José sorria… E duma estrela do céu Desceu um Anjo numa luz celestial Que ao Mundo nunca antes desceu A todos simples ou reis Jesus sorriu E a VOZ se repetia no eco Universal DEUS é LUZ…E JESUS o Teu NATAL!...
Victor Manuel Campos Almeida (Victor CA) 128
Anjo de Natal Queria ser Anjo!... Um anjo com asas de Querubim E ter na mão um clarim Para tocar a reunir -E assim Virem a mim Os pecadores...... Os sem pão Os sem amor Os sem ilusão Os descalços de esperança Os velhos sem lar…E todas as crianças Com lágrimas para enxugar!... Queria também apanhar O lixo que o Mundo não quer limpar!... A todos queria Amar!... Amar!...Amar!... E colocar uma flor no peito Queria ser esse Anjo!... Mesmo sendo um anjo imperfeito!... E assim juntos caminhar Para rumar à Estrela Celestial Que do Céu vem indicar A CABANA DE NATAL Iremos rogar AO JESUS MENINO UM MUNDO MELHOR UM MELHOR DESTINO UM JARDIM DE PÃO FLORES ENTRE AS PEDRAS DO CHÂO AMOR PARA AMAR~ Victor Manuel Campos Almeida (Victor CA) 129
Cada IRMÃO Peregrino!...
E em harmonia e sem gritaria Caminhar com destino À Cabana de JOSÉ e MARIA E colocar a DOR do Mundo Aos pés de JESUS MENINO Seremos os novos REIS MAGOS Deste Mundo em desatino A levar flores e afagos Ao sofrimento de cada peregrino E DEUS… Para lá da Estrela Celestial Ouvirá a Voz Espiritual De Seu FILHO JESUS ( Novamente Menino…) A prometer… PEGAR OUTRA VEZ NA CRUZ PARA VOLTAR… E MUDAR NOSSO DESTINO!
Victor Manuel Campos Almeida (Victor CA) 130
Índice Ficha Técnica ......................................................................................................................................... 1 Tempo de Natal ..................................................................................................................................... 5 Foi no reino da Judeia ........................................................................................................................... 6 Uma chuva de amor .............................................................................................................................. 7 História do menino Jesus...................................................................................................................... 8 Dois mundos .......................................................................................................................................... 9 Até pró ano, Natal! ............................................................................................................................... 10 Festejar o Natal .................................................................................................................................... 11 Que o brilho das estrelas esteja sempre em teu olhar ..................................................................... 12 Natal-2018............................................................................................................................................. 13 Luzes de Natal ..................................................................................................................................... 14 Divino amor ......................................................................................................................................... 15 Balanço da vida .................................................................................................................................... 16 O meu conto de Natal ......................................................................................................................... 17 Feliz Ano Novo .................................................................................................................................... 18 O Natal e os vendilhões! ..................................................................................................................... 19 Época natalícia .....................................................................................................................................20 Hoje para mim é Natal” ...................................................................................................................... 21 Dia de Natal..........................................................................................................................................22 Quadras ao Natal .................................................................................................................................23 Quadras de Natal .................................................................................................................................24 Porque ...................................................................................................................................................25 O presépio .............................................................................................................................................26 Em qualquer tempo ............................................................................................................................27 Nascimento do Rei dos Reis ..............................................................................................................28 Renascer ................................................................................................................................................29 Natal ......................................................................................................................................................30 E nasceu ................................................................................................................................................ 31 Jesus .......................................................................................................................................................32 Maior presente......................................................................................................................................33 Aria di Natale .......................................................................................................................................34 Alla culla del Bambino........................................................................................................................35 La stella cometa ...................................................................................................................................36 131
Feliz Natal ............................................................................................................................................37 É Natal ..................................................................................................................................................38 Feliz Advento! ......................................................................................................................................39 A metafísica do Natal ..........................................................................................................................40 Natal, ontem, hoje e sempre ............................................................................................................... 41 Onde está o Natal?! ..............................................................................................................................42 O meu Natal! ........................................................................................................................................43 Luz de Natal! ........................................................................................................................................44 Adeste Fidelis .......................................................................................................................................45 Um conto moderno de Natal... ..........................................................................................................46 Dezembro .............................................................................................................................................47 Noite do meu Natal .............................................................................................................................48 Natal ......................................................................................................................................................49 Feliz Natal ............................................................................................................................................50 Nasceu Jesus ......................................................................................................................................... 51 Natal com Jesus Menino .....................................................................................................................52 Jesus é amor..........................................................................................................................................53 Esta quadra......triste quadra.? ............................................................................................................54 Entre a Solidão... e TU... ....................................................................................................................55 O Natal ..................................................................................................................................................56 Chegou ..................................................................................................................................................57 Desnatado Natal ..................................................................................................................................58 Noite de Natal ......................................................................................................................................59 É Natal... ...............................................................................................................................................60 Que festejas, irmão? ............................................................................................................................. 61 Natal é igualdade .................................................................................................................................62 A melhor prenda de Natal. .................................................................................................................63 Vinde todos!!!... .....................................................................................................................................64 A minha prenda de Natal/2018. ........................................................................................................65 Tempo de Natal ...................................................................................................................................66 O amor é o bálsamo da vida ...............................................................................................................67 Jesus está presente ...............................................................................................................................68 Paz .........................................................................................................................................................69 O meu Natal de 2015...........................................................................................................................70 132
E aconteceu Natal! ...............................................................................................................................72 Dia de Natal..........................................................................................................................................73 Então, será Natal ..................................................................................................................................74 Algures na cidade.................................................................................................................................75 Nasceu, é Natal ....................................................................................................................................76 Sempre ..................................................................................................................................................77 Despertar ..............................................................................................................................................78 Brinde ....................................................................................................................................................79 Natal ......................................................................................................................................................80 Traçado ................................................................................................................................................. 81 Natal ......................................................................................................................................................82 Haikais...................................................................................................................................................83 Boas Festas ...........................................................................................................................................84 Recordar o Natal ..................................................................................................................................85 O Nascer do Poeta ...............................................................................................................................86 O Natal que quero! ..............................................................................................................................87 Feliz Natal ............................................................................................................................................88 Rituais de Natal ...................................................................................................................................89 Bendito o Teu nome ...........................................................................................................................90 Nem para todos há Natal!... ................................................................................................................ 91 Natal familiar!... ....................................................................................................................................92 Noites de Natal .....................................................................................................................................93 Chegou o nosso Salvador ....................................................................................................................94 É Natal ..................................................................................................................................................95 Noite Divinal ........................................................................................................................................96 Natal sem luz! .......................................................................................................................................97 Deixa-me escutar-te no teu silêncio ..................................................................................................98 Isso é Natal ...........................................................................................................................................99 Vem! .................................................................................................................................................... 100 Então é Natal... ................................................................................................................................... 101 Um conto de Natal ............................................................................................................................ 102 Noite feliz, noite de paz ..................................................................................................................... 103 Criança que sonhava ......................................................................................................................... 105 Assim é o Natal .................................................................................................................................. 106 133
Menino Jesus ...................................................................................................................................... 107 O pinheirinho de Natal ..................................................................................................................... 108 Advento ............................................................................................................................................... 109 Natal .................................................................................................................................................... 110 É Natal .................................................................................................................................................111 É Natal ................................................................................................................................................ 112 Meu Menino ....................................................................................................................................... 113 Volta, Menino ..................................................................................................................................... 114 Um outro Natal .................................................................................................................................. 115 Perdida ................................................................................................................................................ 116 Vivamos o Natal ................................................................................................................................. 117 Vem, Menino...................................................................................................................................... 118 Bendito é o fruto do teu ventre! ....................................................................................................... 119 As Profecias ........................................................................................................................................ 120 Menina ................................................................................................................................................ 121 O meu Natal de menina ................................................................................................................... 122 Eu queria ser Pai Natal ..................................................................................................................... 123 O Natal está chegando ...................................................................................................................... 124 Se Cristo não viesse ........................................................................................................................... 125 O Reizinho sem trono ....................................................................................................................... 126 Nascimento de Jesus ......................................................................................................................... 127 Deus é luz… e Jesus o teu Natal !.................................................................................................... 128 Anjo de Natal ..................................................................................................................................... 129 Cada IRMÃO Peregrino!... .............................................................................................................. 130
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