Família
Dine
Monografia
MONOGRAFIA
Produzido em Outubro de 2008 © 2006-2007 Nigel Bufton Com licence de MyHeritage Family Tree Builder
CONTEÚDO
1. DUAS PALAVRAS 2. RETRATO DE UMA ALDEIA 3. UMA FAMÍLIA COM HISTÓRIA 4. BRASÕES DE ARMAS 5. RETRATO GENEALÓGICO 6. GERAÇÕES 7. ÀRVORES DE FAMÍLIA 8. REGISTOS HISTÓRICOS 9. ÍNDICE DE LOCALIDADES 10. REGISTO POR DATAS
Dine
Duas Palavras
1. DUAS PALAVRAS Desde há muito tempo que a Anita, dedicada companheira de há mais de trinta anos, vinha mostrando uma vontade incontida de descobrir uma localidade chamada Dine que, segundo ela, se situaria algures em Trás-os-Montes… e pronto! Desde pequenina que ouvia falar nos Senhores de Dine, e nos seus ancestrais, em conversas de caserna e agora, herdeira desses nobres pergaminhos, guarda com uma religiosidade de todo indisfarçável uma profusão de apontamentos que o Jorginho, seu tio roubado à vida na flor da sua juventude, compilara ao longo de alguns anos, mesmo já quando estava acometido pela doença que o viria a vitimar. Eram registos genealógicos sobre os Dine, os Ghira, os Sincer, os Falcões, sei lá, um manancial de informação que nos admiramos Vista de Dine como foi naquele tempo possível compilá-la sem que houvesse acesso aos recursos que temos hoje. Deles fazem parte contactos com o Abade do Baçal, insigne historiador bragançano, tentando obter informações sobre a origem dos seus ancestrais. Um dia metemo-nos no carro e partimos, sem destino, como tantas vezes. Este virou para o norte. Assim como assim, já que estávamos com curiosidade e interesse, lá fomos à descoberta da famigerada terra. Pergunta aqui, pergunta acolá, com as escassas informações que tínhamos e eis-nos a penetrar no profundo do Parque de Montesinho. Quilómetro após quilómetro, numa viagem que parecia não ter destino, lançando sortes em cada cruzamento que surgia, para ver se não nos perdíamos – perdidos já nós andávamos e naquele deserto não havia ninguém a quem questionar - lá nos fomos aproximando até que, mesmo nos confins da serrania, avistamos uma placa mal perceptível que indicava: Dine. Incrédulos, sorrimos. Avançamos e ao longe, lá mesmo do alto, avistávamos uma pequenina aldeia escondida entre as montanhas. Continuamos e quando chegamos à entrada da aldeia, logo após um curto desvio pelo cemitério, deparamos com uma cena bizarra: um galinheiro na berma da estrada, alguns galináceos muito senhores do seu nariz, como que demarcando o seu território, cacarejaram com Junto ao Rio Tuela autoridade, parecendo questionar o porquê da nossa intromissão inesperada. Olhámos para o lado e, pasmados, numa placa toponímica ali colocada, lemos: Estrada Sem Saída… Bonito, exclamei, chegámos ao fim do mundo, chegámos à terra dos Senhores de Dine. Sob os olhares desconfiados de um ou outro curioso que nos mirava à distância, penetramos naquele caminho de cabras, onde dificilmente passava um tractor. Decididos, prosseguimos em direcção a uma capelinha que se avistava mesmo lá no cimo da aldeia. Quem sabe, talvez a ajuda divina nos pudesse orientar para descobrirmos onde estávamos! Pé ante pé subimos. Não havia vivalma. Curiosamente… ou talvez não, a capela estava entreaberta. Por isso, entramos… O nosso coração saltitava de expectativa, curiosidade, estupefacção, temor…, sei lá, uma amálgama de sentimentos que não conseguíamos discernir. Acabávamos de descobrir um mundo estranho, cheio de magia que, lá no fundo, nos parecia contar histórias que conhecíamos, como se estivéssemos a visitar aquilo que era nosso, parecia sentirmo-nos sós… mas em casa. Que nó cego, Deus meu! Junto à capelinha havia uma casa grande, de boa aparência. De novo, com alguma ironia, disse à Anita: Vês, aqui é a casa dos Senhores de Dine! Esboçou um sorriso que não podia esconder algum cinismo provocado pela ironia e desaforo das minhas palavras. E continuou, indiferente a esses apartes inconvenientes e despropositados., a procurar aqui e ali – louvado seja Deus! – achados que nem ela mesma imaginava. Uma Bíblia antiga deixada ali, um missal acolá, enfim!
Após algum tempo e como não aparecesse ninguém com quem trocar algumas palavras e indagar sobre os motivos que nos levaram ali, a descoberta de raízes ancestrais, olhamos um para o outro com olhar triste, algo desapontado e dirigimo-nos para o carro, encobrindo com o nosso silêncio essa frustração interior de insatisfação que nos percorria nesta efémera aventura que parecia não nos conduzir a lado nenhum. A hora avançava velozmente. Descemos a ladeira e, quando chegávamos lá abaixo…, surpresa, deparamo-nos com uma camponesa carregada de produtos e ferramentas agrícolas que, surpreendida e não escondendo alguma desconfiança, nos saudou e nos questionou se procurávamos alguma coisa – afinal, vínhamos da direcção da sua casa! Era a Judite. Após uma pequena troca de palavras, falamos Vista da Aldeia dos motivos porque ali nos encontrávamos, disparamos alguns Vista Lopes, da Aldeia o nomes que levávamos de memória e, ao ouvir pronunciar o nome de Joana Rosa semblante da Judite mudou. Logo, com um largo sorriso nos lábios, exclamou: Essa é da minha família! Acabávamos de descobrir o que procurávamos, os nossos ancestrais. As famílias dos Dines e os Lopes estão desde há algumas gerações ligadas por laços familiares. Ainda mal refeitos de todos estes acontecimentos que criavam em nós sentimentos profundos de alegria e de surpresa, acabamos por aceitar o seu convite e entrar em sua casa. Então …, conversamos, conversamos durante muito tempo. Tudo começou a tornarse mais claro. As novas descobertas sucediam-se em catapulta. Afinal, aquela casa pertencia aos Senhores de Dine, melhor, à família Lopes, digna depositária dos pergaminhos dos Dines na terra dos seus Senhores.
Telmo e Judite
A partir daí, a curiosidade sobre a família e sobre o local foi crescendo gradualmente e por diversas vezes nos temos deslocado a Dine e Bragança para aprofundarmos a história da família…, a de ontem e a de hoje. Conciliamos o facto de agora, reformados, termos mais tempo disponível para compilar e desenvolver um pouco a sua história, conhecer melhor as façanhas dos nossos ancestrais e partilhar amizade com novos membros desta grande Família, tentando entender um pouco mais além da razão porque aqui peregrinamos.
Quase sem nos apercebermos, tínhamos descoberto um espaço que nos proporcionaria momentos de grande alegria e nos levavam a protagonizar excelentes aventuras, encontramos um lugar tranquilo, cativante, encantador que, quiçá, esconde segredos que só cada um por si terá que descobrir. Venham conhecê-lo…
Dine
Retrato de Uma Aldeia
A Aldeia de Dine …Deitar-me faz em verdes pastos… Guia-me mansamente a águas tranquilas… Salmo 23
Escondida nos confins do Parque de Montesinho, a aldeia de Dine ergue-se sobranceira sobre uma enorme cadeia de montanhas que nos oferece variadíssimos cenários luxuriantes e paisagens de rara beleza. O Cruzeiro
Repleta de bosques de castanheiros, nogueiras e variadíssimos espécimes de àrvores e arbustos, aliado a uma luxuriante diversidade paisagística que encanta, acaba por oferecer a quem a visita cenários inolvidáveis. Do topo do antigo Castro avista-se ao longe o rio Tuela que desliza na sua plenitude e tranquilidade desde o Lago Sanábria, em Espanha, até ao Tua para num imenso abraço se dirigir ao Douro e numa correria desenfreada alcançar o grande mar entre o Cabedelo e Foz do Douro. No cabeço da aldeia, no mesmo local do antigo Castro, encontra erigida uma linda e bem conservada capelinha. Esta encontrase ladeada do Museu Interpretativo e da casa da família Lopes. Os seus proprietários, a Judite e o Telmo, são os guardiães, dos lugares, acompanhando e informando, tal qual os melhores guias turísticos, todos aqueles que acorrem ao local para o visitar. O Núcleo Arqueológico, no qual se enquadra a Lorga, os Fornos e o Parque estão instalados parcialmente em terrenos Igreja que a família Lopes cedeu ao Parque de Montesinho para esse fim. Esta família encontra-se directamente ligada à Família Dine, sendo Joana Rosa Lopes, esposa de Jacinto José Dine, ancestral da Maria Judite. (v. Árvore Genealógica n.º 10) Lá ao longe ergue-se majestoso o monte onde outrora se encontravam os moinhos de Dine, propriedade da família, que transformavam os grãos de milho, trigo e centeio na farinha que seria utilizada pela aldeia e povoados vizinhos para a confecção do saboroso pão da região, moinhos que foram destruídos no violento temporal ocorrido em 25 de Agosto de 1804, “com a qual havião hido todos os trastes e alfaias de que ellas se compunham e outros enteresses, de consideração, assim como hum grande número de cargas de pão que se achavão nos ditos moinhos sem que nada se podesse acudir, ficando os seus moradores em uma total decadência…” Esta ocorrência determinou a partida de Francisco Xavier Dine e família para À Descoberta dos Moinhos Bragança a fim de recomeçar uma nova vida. Aqui ficaram as suas terras, transmitidas aos seus parentes próximos, sendo actualmente a família Lopes a legítima proprietária daquele monte. Os Poços de Cal e a Lorga de Dine são duma riqueza arqueológica a que ninguém poderá ficar indiferente, oferecendo-nos ao seu redor lugares de lazer e descontracção da qual liberalmente podemos desfrutar.
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Os trilhos pedonais que o local nos oferece são duma variedade e qualidade tal que nos impelem a voltar sempre e o mais breve possível. O local, pela sua beleza, tem sido procurado nos últimos tempos para ali se efectuarem algumas actividades mais ou menos radicais que, temos esperança, não venham comprometer o que o mesmo tem de melhor, o sossego. Num dos ermos, contíguo ao monte dos antigos moinhos, construiu a administração do Parque de Montesinho uma Casa para Turismo Rural que os amantes da natureza vem a usufruir em grande número. Trata-se de um lugar paradisíaco que não podemos deixar de visitar. A título de curiosidade, registamos que em 1757 Dine era Sede de Concelho e tinha 30 fogos. Aproveite pois os seus tempos livres e venha conhecer Dine e os seus encantos. A Lorga de Dine é uma cavidade funerária ocupada durante o Calcolítico e a Idade do Bronze, sendo um dos locais mais representativos dessa época.
Placa Informativa
As primeiras escavações realizaram-se em 1964, pela mão do diplomata dinamarquês Karl Harpson, seguindo-se novas investigações entre 1982 e 1984, da responsabilidade do já extinto Serviço Regional de Arqueologia da Zona Norte.
Através destas escavações ficou-se a saber que a Lorga de Dine Museu Interpretativo teve uma longa ocupação no período do Calcolítico. “Foram encontradas grandes quantidades de ossos humanos e de animais, vasos cerâmicos, bem como alguns objectos de adorno e de trabalho da madeira e caça”, explicou o arqueólogo do Parque Natural de Montesinho (PNM), A. Redentor. Objectos como pontas de setas, machados e colares foram colocados no Centro de Interpretação, ainda que alguns sejam reconstituições dos achados ao longo do tempo descobertos nas escavações. Entrada da Lorga Tendo em conta que foram encontradas diversas ossadas, os técnicos concluíram que a Lorga também servia de necrópole, mas a quantidade de cacos desenterrados faz pensar que o local também era usado como armazém de mantimentos, em especial cereais. Cemitério e armazém. Além disso, pensa-se que o local terá servido, ainda, de habitação à comunidade que ali se fixou. Segundo Armando Redentor, neste campo surgem duas possibilidades. “Ou a comunidade vivia no interior da Lorga e aí enterrava os seus mortos e fazia armazenagem, ou vivia no morro do Castro, onde hoje está a igreja paroquial, usando a Lorga para necrópole e para guardar alimentos”, avança o Arqueólogo. Em termos de espaço físico, a Lorga de Dine é constituída por três salas de grandes dimensões, a par de duas de menor dimensão, de onde partem algumas galerias.
Interior da Lorga
Após a abertura do Centro de Interpretação, a Câmara Municipal de Vinhais (CMV) vai levar a cabo uma intervenção no próprio local, que visa consolidar o tecto da gruta, dado que algumas pedras já caíram. Posteriormente, avançará o arranjo da entrada da Lorga, de forma a impedir o acesso selvagem ao interior da gruta que, mesmo assim, poderá ser observada a partir do exterior.
A criação do Centro de Interpretação resulta duma parceria da Câmara Municipal de Vinhais, PNM e Junta de Freguesia de Fresulfe. O equipamento é constituído por diversos painéis informativos e por uma exposição permanente dos achados arqueológicos que vão sendo compilados. Durante o Verão, o local estará aberto todos os dias, mas no resto do ano só funcionará com marcação prévia. Extraído dum texto de João Campos
Fornos de Cal Os Fornos de Cal encontram-se instalados em terrenos contíguos aos da Lorga, pertencentes à família Lopes e outros agregados que, juntamente com os terrenos da Lorga e parque envolvente foram colocados à disposição do Parque de Montesinho para fins turísticos. Serviram durante muitos anos para transformar em cal a pedra que extraíam do solo. Eram construções comuns para a época, existindo, além de Dine, em Rebordãos, S. Pedro de Sarracenos, Salselas, Aveleda, Vale da Lua e Rabal, concelho de Bragança, Vale da Porca, em Macedo de Cavaleiros e Vimioso, entre outros. As melhores pedreiras, exploradas desde tempos imemoriais, eram as de Vale da Porca e da Cova da Lua, que exportava mesmo para povoações fronteiriças de Espanha. Estiveram em funcionamento até há algumas dezenas de anos atrás. Era tal a importância atribuída a este produto que a 29 de Novembro de 1714 foram os moradores de Salselas escusos de certa contribuição para a Câmara de Bragança por estarem. obrigados á facção da cal para as fortificações da vila de Chaves Boca de um fornos de cal Entrada de um forno de cal
Abasteciam toda aquela região tendo com o desenvolvimento tecnológico entrado gradualmente em desuso, degradando-se. Já recentemente alguns dos fornos foram reconstruídos, sendo agora uma mais-valia para suscitar maior interesse turístico, como complemento à visita à Lorga e ao Museu. De referir que no espaço envolvente foi criado um pequeno parque de merendas e lazer onde os visitantes poderão usufruir de momentos de relaxamento, descontracção e reconstituição física que não deve ser menosprezado.
Vamos Visitar Dine?
Dine
Uma Fam铆lia com Hist贸ria
3. UM POUCO DE HISTÓRIA Família Dine Pensa-se que o nome Dine em Portugal tem origem toponímica na Aldeia de Dine, localidade de origem muito antiga, implantada na franja do Parque Nacional de Montesinho, junto à serra da Mofreita e parte integrante da freguesia de Fresulfe, concelho de Vinhais. No entanto, o nome original da localidade pode ter origem antroponímica germânica, à semelhança de outros locais vizinhos, referidos nas Inquirições de 1285 que tinham essa origem, exemplos de: Villa Fresulfi, Vila Trasimundi. Isto porque os Visigodos mantinham o costume romano de atribuir o nome do proprietário à Villa. No site http://www.bragancanet.pt/vinhais/vslomba/povoamen.htm - Bragança, como a Terra começou a povoar-se, podemos ler: Devido à pouca documentação escrita referente a Trás-os-Montes, anterior ao século XII, torna-se por vezes difícil recuar até às origens do povoamento local. Temos que socorrer-nos da toponímia. Pelo seu estudo atento, podemos verificar que a origem da maior parte das povoações integradas na área do Parque Natural, deve estar numa «villa» agrária e remonta a tempos anteriores à nacionalidade. São frequentes topónimos antroponímicos de origem germânica atribuídos a povoações, algumas das quais são hoje cabeça de freguesia Fresulfe, Quiraz, Gondesende, Sernande, Donai, Guadramil, etc. Isto porque os visigodos vão manter o costume romano de atribuir o nome do proprietário à «villa»; assim muitas das actuais povoações aparecem nas Inquirições 1285 designadas por um nome pessoal antecedido da palavra « villa » - villa Fresulfi (Fresulfe), villa Trasimundi (Trasmonte). Nas suas pesquisas, o Abade do Baçal extrai dessas Inquirições: Dine (Digne nas Inquirições (306) tiradas pelos anos de 1258). Dino foi testemunha no documento abaixo citado (307). Dinea é nome romano de mulher, e uma assim chamada foi sogra de Statius Oppianicus, célebre criminoso, que a matou, envenenando-a, bem como aos próprios filhos e cunhado. Da mesma forma matou sua primeira mulher, uma cunhada, um seu primo e várias outras pessoas, para lhe herdar os bens. A acusação deste malvado por Cícero é uma das peças notáveis do famoso orador. (306) Tomo III, p. 318, 384, 495 e 411, destas Memórias (307) Portugaliae Monumenta Historica, Diplomata et Chartae, doc. 384, ano 1038.
Na França, a origem da Família Dine remonta ao tempo dos normandos. Como se sabe, os germanos, nas suas incursões pela Europa, ocuparam a Normandia. Ali existe desde esses tempos muito antigos uma terra chamada Digne-sur-Mer, cujo nome deriva de Dínea, antropónimo que nos arrasta para a Índia (Dínea é o antigo nome da actual Índia). Nesta linha de pensamento, se aprofundássemos a origem da povoação da Índia – os Indo-europeus, mergulharíamos na região da Pérsia (aí, sim, as reminicências árabes) e, consequentemente, na antiga Mesopotâmia, o berço da civilização. Depois deste mergulho imaginário na profundeza das nossas origens, fica-nos a pergunta: Será que foram os germanos que levaram para a Normandia o nome Dine? Será que foram os mesmos germanos que trouxeram para Portugal o nome Dine, quando da sua conquista do território da Península, na época pós-romana? Ou ainda: Teria sido a ocupação muçulmana ocorrida entre 711 e 716 quem trouxe o nome? Estarão aí as famigeradas ligações árabes? Curioso o facto de em 734 Abdul-ar-Rahma, 1º. Emir omíada de Córdoba ter fugido da Síria escapando ao extermínio da sua família, pelas perseguições dos abássidas. Foi o primeiro emir, independente de Damasco, na Península Ibérica. Teve o cognome de O Justo. Leiamos o texto seguinte que nos poderá orientar sobre a influência árabe na Península e, particularmente, em Trás-os-Montes, a partir do ano de 711: “O avanço muçulmano, a partir de 711, foi rápido e a subjugação da totalidade do território actualmente português terá ficado concluída em 716, ano em que se terá dado a ocupação do território transmontano.” (in: www.rotaterrafria.com) Instalado nos séculos anteriores, encontra-se estabelecido na Região de Bretagne um ramo nobre da Família Dine que conta entre os seus membros os Senhores de Allerac, de
Balestre e do Tallut. Entre Philippot, Archeiro (mostra secretário do Rei em 1561, 1594 e 1624, instituído em
os personagens mais marcantes dessa família, contavam-se de 1480, paróquia de Miniac-Morvan, bispado de Dol); Gilles, tornado nobre em 1594; dois conselheiros do Parlamento em Budes et Fournier. (Nobiliére e Armorial de Bretagne).
Os Dine chegaram à Inglaterra quando da conquista desta pelo Duque Williams da Normandia, no ano de 1066 (futuro Guilherme I, Rei de Inglaterra). Por razões de sucessão monárquica com a coroa inglesa (o Duque Williams era o legítimo sucessor da Coroa após a morte do Rei), membros da família Dine lutaram a seu lado na Batalha de Hastings, tendo após a derrota dos ingleses um esse Dine sido nomeado Lord. Foram-lhe atribuídas pelo Duque de Williams, como recompensa pelo distinto auxílio que prestarou, diversas terras na região de Sussex. A família instalou-se e permaneceu nesse local ao longo de gerações, até aos dias de hoje, espalhando-se depois ao longo de toda a GrãBretanha. Hoje em dia torna-se fácil encontrar muitas famílias Dine não só na GrãBretanha mas em diversos países (Itália, Franca, Brasil, Canadá, etc.), existindo uma grande profusão de membros na América Central (EUA), para onde se deslocaram integrados nas colónias que se dirigiram para a Nova Inglaterra (leia-se, Estados Unidos da América), quando do domínio Britânico daquela região. George e Thomas Dine chegaram a Filadélfia em 1836; William Dyon vivia em Virgínia em 1649. Entre os seus descendentes são conhecidos Jim Dinne, desportista famoso e o actor James Dean que há alguns anos atrás foi uma referência nos ecrãs do cinema. Existem diversas derivações do nome: Dyne, Dine, Dives, Dynne, Dinne, Dyves, Dean, Dyon, entre outros. O povo Francês atribui ao nome próprio Dino o duplo significado de Digno. O povo Navajo (índios dos E.U.A.) preferia ser chamados Dine, vocábulo que na sua língua significa O Povo. O povo Árabe atribui a Din o significado de Religião com o duplo sentido de Caminho da Vida O povo Português dá-lhe o significado de Unidade de Força Os Ingleses, reportando-se à derivação francesa, dando o curioso significado de ‘J’espere mieux avoiar’, numa tradução mais liberal, espero um mundo melhor. Resumindo:
O DIGNO POVO QUE CAMINHA NESTA VIDA COM UNIDADE E FORÇA ESPERA UM MUNDO MELHOR Como dissemos atrás, há referências antigas que vão correndo em círculos familiares duma certa origem persa ou árabe com ligações a Linhagens do Iémen do Sul, e a Yahya Muhammad Hamid ed-Din (1826-1948), rei do Iémen em 1926, que se teria refugiado em Portugal depois de derrotado numa guerra de sucessão no seu país. Faleceu durante um golpe militar em 1948, tendo-lhe sucedido seu filho Ahmad bin Yahya. Consideradas as datas indicadas e o facto de Francisco José Dine ter nascido em 1785, qualquer relação familiar entre eles não faz sentido. No entanto, vamos continuar atentos a essa possível origem persa ou árabe mas em datas anteriores às referidas.
Residência do Imam Yahya Dine, no Iemen do Sul, tido por vezes, sem qualquer sentido, conotados como o progenitor da Família.
Dine
Brasões de Família
Brasões de Família
Brasão Inglês
Brasão Inglês (2)
Brasão Francês
A Nossa Versão
Brasão Francês: Escudo prateado tendo ao centro um leão em riste de cauda levantada, de cor negra, com a língua vermelha e tendo sobre a cabeça uma coroa também vermelha. A Nossa Versão: Escudo dourado tendo ao centro um leão em riste de cauda levantada, de cor prata, com a língua vermelha e tendo sobre a cabeça uma coroa também vermelha. O leão segura outro escudo vermelho orlado a prata e tendo ao centro um moinho de cor prata. A cauda termina com um crescente. Significado: Adoptado como referência o Brasão Francês, possível origem da Família, insere-se o pequeno escudo com um moinho suportado pelo leão, alusão aos moinhos de Dine que foram pertença da Família. Na orla da cauda, introduz-se o crescente, alegoria às alegadas ligações árabes da família. Significado das Cores: Ouro: Nobreza, Magnanimidade, Riqueza, Poder Todo aquele que adopta este metal em seu escudo, está obrigado a fazer o bem aos necessitados, defender os seus superiores até ao limite das suas forças Prata: Pureza, Integridade, Firmeza Vermelho: Fortaleza, Ousadia Significado dos Símbolos: Leão: Vigilância, Coragem, Domínio, Soberania, Majestade, Bravura Coroa: Dignidade, Honra Moinho: Obediência Crescente: Vitória contra a obscuridade e a calúnia
Dine
Árvores de Família
7. ÀRVORES POR FAMILIAS Árvore
Família
01
Família de Luís Augusto da Fonseca Dine Ramo de Manuel da Fonseca Dine
02
Família de Luís Augusto da Fonseca Dine Ramo de Jacinto Carlos da Fonseca Dine
03
Família de Luís Augusto da Fonseca Dine Ramo de Beatriz da Fonseca Dine
04
Família de Agostinho José da Fonseca Dine Ramo de Maria Luísa Ghira Dine
05
Família de Agostinho José da Fonseca Dine Ramo de Carlos Cipriano Ghira Dine
06
Família de Carlos Victor da Fonseca Dine Ramo de Madalena Cândida Fonseca Dine
07
Família de Carlos Victor da Fonseca Dine Ramo de Maria Helena Moreira Dine e A. Henriques
08
Família de Carlos Victor da Fonseca Dine Ramo de Maria Helena Moreira Dine e Vasco Burt Costa
09
Família de Carlos Victor da Fonseca Dine Ramo de Maria Helena Moreira Dine e Fernando Burt Costa
10
Família de Maria Judite Lopes e Telmo José Aires
Página
Família de Agostinho José da Fonseca Dine
Francisco Gonçalves Dine e Maria Gonçalves
Manuel Caetano Gonçalves
Família Ghira Dine Sincer
Maria José
Jacinto José Dine
Joana Rosa
Mariana Cândida Lima Fonseca Pinto
Agostinho José Lopes Dine
Agostinho José Fonseca Dine
Maria Amélia Reis Ghira
Berta Alice Gouveia Xavier de Brito
José Pedro Falcão Sincer
Carlos Cipriano Ghira Dine
Maria Amélia Xavier de Brito Ghira Dine
José Luís Correia Sepúlveda
José Luís Dine Falcão Sincer e Sepúlveda
Maria Manuela Oliveira Teles
Telma Cristina Meneses de Oliveira
Ana Maria Dine Falcão Sincer
José Miguel Dine Falcão Sincer e Sepúlveda
Hugo Miguel Meneses de Sepúlveda
Jorge Augusto Xavier de Brito Ghira Dine
José Pedro Dine Falcão Sincer e Sepúlveda
Eunice Maria de Sousa Pereira
Joana Pereira Sincer e Sepúlveda
Martim Pereira Sincer e Sepúlveda
Família de Agostinho José da Fonseca Dine Família Ghira Dine Santos
Francisco Gonçalves Dine e Maria Gonçalves
Manuel Caetano Gonçalves
Maria José
Jacinto José Dine
Joana Rosa
Mariana Cândida Lima Fonseca Pinto
Agostinho José Lopes Dine
Agostinho José Fonseca Dine
Maria Amélia Reis Ghira
Maria Judite Nascimento Coelho
Maria Margarida Coelho Dine Santos
Agostinho Luís Dine Santos
Camilo Augusto Sá Santos
Maria Luísa Ghira Dine
Virgínia Pinto
Maria do Carmo Dine Santos
Carlos Cipriano Dine Santos
Maria Luísa Dine Santos
Camilo José Dine Santos
João do Carmo Dine Santos
Família de Luís Augusto da Fonseca Dine Família Monteiro Fonseca Dine
Francisco Gonçalves Dine e Maria Gonçalves Dine Manuel Caetano Gonçalves
Maria José
Jacinto José Dine
Joana Rosa
Mariana Cândida Lima Fonseca Pinto
Agostinho José Lopes Dine
Luís Augusto da Fonseca Dine
Maria da Conceição
Alexandrina Lopes Monteiro
Maria Carlota Rodrigues da Silva Fonseca
Jacinto Carlos da Fonseca Dine
José Manuel Monteiro Fonseca Dine
Octávio Vidigal dos Santos
João Guilherme Monteiro Dine de Vidigal Santos
Cristina Maria da Silva Monteiro Dine
Família de Luís Augusto da Fonseca Dine Ramo Beatriz Fonseca Dine
Francisco Gonçalves Dine e Maria Gonçalves Dine
Manuel Caetano Gonçalves
Maria José
Jacinto José Dine
Joana Rosa
Mariana Cândida Lima Fonseca Pinto
Agostinho José Lopes Dine
Luís Augusto da Fonseca Dine
Maria da Conceição
Albino Barroso
Salvador
Beatriz Fonseca Dine
Maria da Conceição Dine Barroso
Maria João Barroso Salvador
Família de Luís Augusto da Fonseca Dine Ramo Manuel Fonseca Dine
Francisco Gonçalves Dine e Maria Gonçalves Manuel Caetano Gonçalves
Maria José
Jacinto José Dine
Joana Rosa
Mariana Cândida Lima Fonseca Pinto
Agostinho José Lopes Dine
Luís Augusto Fonseca Dine
Maria da Conceição
Maria do Céu Guerra
Madalena Viera Jorge
Victor Manuel Jorge Dine
Victor Manuel Guerra Dine
José
Manuel Fonseca Dine
Edmundo Armindo Guerra Dine
Maria Madalena Jorge Dine
Celeste
Família de Carlos Victor da Fonseca Dine Família Dine Loura
Francisco Gonçalves Dine e Maria Gonçalves
Manuel Caetano Gonçalves
Maria José
Jacinto José Dine
Joana Rosa
Mariana Cândida Lima Fonseca Pinto
Agostinho José Lopes Dine
Carlos Victor da Fonseca Dine
Madalena Augusta Moreira
José Vitorino Loura
Marcos Dine Loura
Madalena Cândida Moreira Dine
José Carlos Dine Loura
Família de Carlos Victor da Fonseca Dine Família Armando Henriques
Fa Francisco Gonçalves Dine e Maria Gonçalves enriques Manuel Caetano Gonçalves
Maria José
Jacinto José Dine
Joana Rosa
1920-1994
Mariana Cândida Lima Fonseca Pinto
Carlos Victor da Fonseca Dine
Agostinho José Lopes Dine
Madalena Augusta Moreira
Armando Henriques
Ema Dine Henriques
Maria Helena Moreira Dine
Euclides Neves
Maria Fernanda Dine Henriques Neves
António Sousa Falcão
Pedro Manuel Henriques Neves de Sousa Falcão
Vanda Maria Henriques Neves de Sousa Falcão
Francisco Gonçalves Dine e Maria Gonçalves
Manuel Caetano Gonçalves
Família de Carlos Victor Fonseca Dine Família Burt Costa
Maria José
Jacinto José Dine
Joana Rosa
Mariana Cândida Lima Fonseca Pinto
Agostinho José Lopes Dine
Carlos Victor Fonseca Dine
Madalena Augusta Moreira
José Burt Costa
Vasco Dine Burt Costa
Maria Margarida Miranda Burt Costa
Iolanda Miranda
N
Maria Adelaide
Maria Isabel Miranda Burt Costa
N Pessoa
Maria de Fátima Cruz
Jorge Manuel Burt Costa
Maria Helena Moreira Dine
Fernando Dine Burt Costa
Elmer Pessoa
Maria de Fátima da Cruz
Pedro Burt Costa
N
N Costa
José Manuel Burt Costa
N
Família de Joana Rosa Lopes Ramo Lopes Aires
Manuel Caetano Gonçalves
Maria José
Jacinto José Dine
Rita Joana
Joana Rosa Lopes
Mariana Cândida Lima Fonseca Pinto Agostinho José Fonseca Dine
João Paulo Lopes
Bernardina Lopes
Maria Amélia Reis Ghira Berta Alice Gouveia Xavier de Brito
José Luís Dine Falcão Sincer e Sepúlveda
N
Agostinho José Lopes Dine
José Pedro Falcão Sincer
João Baptista Lopes
Carlos Cipriano Ghira Dine
N
Luzia Jesus Lopes Bernardina de Jesus Lopes
Maria Jorge Amélia Augusto Xavier de Xavier de Brito Ghira Brito Ghira Dine Dine José Luís Ana Maria Correia Dine Sepúlveda Falcão Sincer Maria Manuela Oliveira Teles
Telma Cristina Meneses de Oliveira
José Miguel Dine Falcão Sincer e Hugo Sepúlveda Miguel Meneses de Sepúlveda
José
Teodoro dos Santos
Maria Judite Lopes
José Pedro Eunice Dine Maria Falcão de Sousa Sincer Pereira e Joana Sepúlveda Pereira Sincer e Sepúlveda
Telmo José Aires
Maria de Lurdes Lopes Aires
9. ÍNDICE DE LUGARES AMADORA Nasce Cristina Maria da Silva Monteiro Dine em 12 de Outubro de 1963 BRAGA Nasce Albino Barroso BRAGANÇA Nasce Mariana Cândida Lima Fonseca Pinto CASCAIS Nasce Camilo José Dine Sá Santos em 10 de Agosto de 1902 Nasce Agostinho José Dine Sá Santos em 6 de Fevereiro de 1904 Nasce João do Carmo Dine Sá Santos em 16 de Julho de 1905 Nasce Carlos Cipriano Dine Sá Santos em 17 de Janeiro de 1910 COIMBRA Morre Marcos Luís Dine Loura em 1995 Nasce Hugo Miguel de Meneses Sincer e Sepúlveda em 10 de Novembro de 2004 ERMEZINDE Nasce Maria Manuela Oliveira Teles em 2 de Julho de 1974 FAFE Nasce Luís Augusto da Fonseca Dine Dr. em 25 de Março de 1855 Nasce Agostinho José da Fonseca Dine Dr. em 25 de Março de 1857 Nasce Manuel da Fonseca Dine em 15 de Janeiro de 1909 Nasce Jacinto Carlos da Fonseca Dine em 29 de Agosto de 1911 FIGUEIRÓ DOS VINHOS Morre José Pedro Falcão Sincer em 4 de Fevereiro de 1944 FUNDÂO Nasce José Pedro Falcão Sincer em 25 de Dezembro de 1923 LEIRIA Nasce Telma Cristina Meneses de Oliveira em 17 de Abril de 1978 LOURES Nasce Carlos Cipriano Ghira Dine Dr. em 30 de Dezembro de 1888
LISBOA Nasce Agostinho José da Fonseca Dine em 25 de Março de 1855 Nasce Carlos Victor da Fonseca Dine em 1870 Nasce Madalena Augusta Moreira em 1875 Nasce Maria Cândida Moreira Dine em 4 de Março de 1895
Nasce Maria Judite do Nascimento Coelho em 12 de Setembro de 1913 Nasce Marcos Luís Dine Loura em 14 de Fevereiro de 1920 Nasce Maria Amélia Xavier de Brito Ghira Dine em 23 de Dezembro de 1923 Nasce Jorge Augusto Xavier de Brito Ghira Dine em 26 de Dezembro de 1924 Nasce Maria Carlota Rodrigues da Silva Fonseca em 23 de Fevereiro de 1937 Nasce José Manuel Monteiro da Fonseca Dine em 25 de Junho de 1937 Morre Carlos Victor da Fonseca Dine em 1945 Morre Jorge Augusto Xavier de Brito Ghira Dine em 26 de Janeiro de 1945 Nasce Ana Maria Dine Falcão Sincer em 11 de Novembro de 1951 Morre Carlos Cipriano Ghira Dine em 20 de Fevereiro de 1961 Morre Berta Alice Gouveia Xavier de Brito em 12 de Dezembro de 1991 Nasce João Guilherme Monteiro Dine de Vidigal Santos em 16 de Janeiro de 2000 PONTE DE LIMA Nasce Maria do Céu Guerra em 12 de Julho de 1905 PORTO Nasce José Pedro Dine Falcão Sincer e Sepúlveda em 9 de Abril de 1979 PÓVOA DE VARZIM Nasce José Miguel Dine Falcão Sincer e Sepúlveda em 28de Dezembro de 1975 Nasce Joana Pereira Sincer e Sepúlveda em 6 de Outubro de 2005. QUELUZ (BELAS) Nasce José Carlos Dine Loura em 16 de Setembro de 1921 VILA DO CONDE Nasce José Luís Dine Falcão Sincer e Sepúlveda em 26 de Outubro de 1974 V. N. FAMALICÃO (DELÂES) Nasce José Luís Correia Sepúlveda em 6 de Abril de 1950 VISEU (RACHADOS) Nasce Alexandrina Lopes Monteiro em 5 de Janeiro de 1910 VIZELA Nasce Eunice Maria de Sousa Pereira em 12 de Abril de 1985
10. REGISTO POR DATAS 1817 Nasce Agostinho José Lopes Dine em 4 de Maio 1819 Nasce Maria Cândida Lima Fonseca Pinto em 6 de Agosto 1822 Nasce Mariana Cândida Lima Fonseca Pinto. 1854 Nasce Maria Amélia Reis Ghira 1855 Nasce Luís Augusto da Fonseca Dine em 25 de Março em 25 de Março, em Fafe 1857 Nasce Agostinho José Fonseca Dine em 25 de Março, em Lisboa 1870 Nasce Carlos Victor Fonseca Dine em Lisboa 1875 Nasce Madalena Augusta Moreira, em Lisboa 1882 Nasce Maria Luísa Ghira Dine em 27 de Setembro 1885 Nasce Berta Alice Gouveia Xavier de Brito em 1 de Setembro 1888 Nasce Carlos Cipriano Ghira Dine em 30 de Dezembro, em Loures 1894 Nasce José Vitorino Loura 1895 Nasce Madalena Cândida Moreira Dine em 4 de Março, em Lisboa (S. Mamede) 1897 Nasce Agostinho José Ghira Dine em 31 de Dezembro Nasce Alfredo Victor Ghira Dine em 31 de Dezembro 1902 Nasce Camilo José Dine Santos em 10 de Agosto 1904 Nasce Agostinho Luís Dine Santos em 6 de Fevereiro 1905 Nasce Maria do Céu Guerra em 12 de Julho, em Ponte de Lima Nasce João do Carmo Dine Sá Santos em 16 de Julho Morre Maria Amélia Reis Ghira em 25 de Dezembro Morre Carlos Victor Fonseca Dine. 1909 Nasce Manuel da Fonseca Dine em 15 de Janeiro, em Fafe 1910 Nasce Alexandrina Lopes Monteiro em 5 de Janeiro, em Viseu (Rachados) Nasce Carlos Cipriano Dine Santos em 17 de Janeiro
1911 Nasce Jacinto Carlos da Fonseca Dine em 29 de Agosto, em Fafe 1913 Nasce Maria Judite do Nascimento Coelho em 12 de Setembro 1915 Morre Camilo Augusto Sá Santos em 15 de Setembro 1920 Nasce Marcos Luís Dine Loura em 14 de Fevereiro, em Lisboa (Santa Isabel) Morre Agostinho José da Fonseca Dine em 21 de Junho 1921 Nasce José Carlos Dine Loura em 16 de Setembro, em Queluz (Belas) 1923 Nasce Maria Amélia Xavier de Brito Ghira Dine em 23 de Dezembro, em Lisboa Nasce José Pedro Falcão Sincer em 25 de Dezembro, no Fundão 1924 Nasce Jorge Augusto Xavier de Brito Ghira Dine em 26 de Dezembro, em Lisboa 1925 Morre Mariana Cândida Lima Fonseca Pinto 1935 Morre Maria do Céu Guerra em 5 de Maio 1937 Nasce Maria Carlota Rodrigues da Silva Fonseca, em 23 de Fevereiro, em Lisboa Nasce José Manuel Monteiro Fonseca Dine em 25 de Junho, em Lisboa 1938 Morre Agostinho Luís Dine Santos em 12 de Fevereiro 1945 Morre Jorge Augusto Xavier de Brito Ghira Dine em 26 de Janeiro, em Lisboa Morre Carlos Victor da Fonseca Dine, em Lisboa (Lapa) Morre Madalena Augusta Moreira 1947 Morre Camilo José Dine Santos em 14 de Março 1950 Nasce José Luís Correia Sepúlveda em 6 de Abril, em Delães – V. N. Famalicão 1951 Nasce Ana Maria Dine Falcão Sincer em 11 de Novembro, em Arroios – Lisboa 1961 Morre Carlos Cipriano Ghira Dine em 20 de Fevereiro, em Lisboa 1962 Morre Madalena Cândida Moreira Dine em 27 de Março 1963 Nasce Cristina Maria da Silva Monteiro Dine em 12 de Outubro, na Amadora 1966 Morre Alexandrina Lopes Monteiro em Julho 1972 Morre José Carlos Dine Loura em 21 de Fevereiro
Jacinto Carlos da Fonseca Dine em Março 1974 Nasce Maria Manuela Oliveira Teles em 2 de Julho, em Ermesinde Nasce José Luís Dine Falcão Sincer e Sepúlveda em 26 de Outubro, em Vila do Conde 1975 Nasce José Miguel Dine Falcão Sincer e Sepúlveda em 28 Dezembro, em Póvoa de Varzim 1978 Nasce Telma Cristina Meneses de Oliveira em 17 de Abril, em Leiria 1979 Nasce José Pedro Dine Falcão Sincer e Sepúlveda7 em 9 de Abril, no Porto 1980 Morre Berta Alice Gouveia Xavier de Brito em 12 de Dezembro, em Lisboa 1985 Nasce Eunice Maria de Sousa Pereira em 12 de Abril, em Vizela 1994 Morre José Pedro Falcão Sincer em 4 de Fevereiro, em Figueiró dos Vinhos 1995 Morre Marcos Luís Dine Loura, em Coimbra 1998 Morre Joaquina de Abreu 2000 Nasce João Guilherme Monteiro Dine de Vidigal Santos 2004 Nasce Hugo Miguel de Meneses Sincer e Sepúlveda em 10 de Novembro, em Coimbra 2005 Nasce Joana Pereira Sincer e Sepúlveda em 6 de Outubro, na Póvoa de Varzim 2007 Morre Maria Judite do Nascimento Coelho, em Lisboa
Dine
Registos de FamĂlia
8. REGISTOS DE FAMÍLIA
DINE, Agostinho José Lopes Nasceu em Santa Maria, Bragança, a 4 de Maio de 1817, filho de Jacinto José Dine e Joana Rosa. Casou a 15 de Setembro de 1842 com Maria Cândida Lima Fonseca Pinto, filha do Dr. Agostinho José da Fonseca, professor-proprietário da Cadeira Régia de Filosofia, em Bragança, natural de Faria, termo de Barcelos, e de D. Mariana Albina de Lima Pinto, do Porto, filha de Miguel José Pinto de Castelinho, capitão Director do Trem de Ouro, das Obras Militares da Cidade do Porto, natural de Alfandega da Fé, e de D. Inácia Margarida Lima, do Porto. (Tomo VI, Pag. 139 – Memórias Arqueológicas e Históricas do Distrito de Bragança). Seguiu a profissão do pai que era marceneiro, tendo aperfeiçoado a sua actividade na área da escultura em e cantaria e desenvolvido intensa actividade na execução de obra sacra, brasões de armas e muitos outros trabalhos em que o génio da sua arte se fez manifestar. Após o seu casamento, desloca-se para Fafe, onde subsiste com a sua actividade e a da sua dedicada esposa (professora), partindo pouco tempo depois para Loures, onde tirou um curso de topografia, que exerceu. Eis o que se lê do Artista Agostinho Dine: “Com sumo prazer satisfazemos aqui um desejo que há muito nos assistia – o dirigir duas palavras de louvor e fazermos conhecido fora desta cidade um jovem artista por muitos títulos digno de admiração. Queremos falar do Sr. Agostinho José Lopes Dine, filho de um marceneiro desta cidade e que após a instrução primária não recebeu outra educação artística mais do que o ofício que o seu pai exercia. O Sr. Dine, porém, sem cursar estudos regulares, sem frequentar e praticar com mestres, unicamente pela força do seu génio, tem desempenhado obras de grande vulto com assaz perfeição e facilidade. O mesmo é apresentar-lhe qualquer produto de artes e dispor-se ele a fazê-lo que vê-lo logo executado, por complicado e difícil que seja. Eis os factos e eles falarão por nós e pelo artista: Quis fazer um piano, fez um piano; senão perfeitíssimo, contudo, melhor do que muitos que temos visto, vindo de países estrangeiros. Hoje trabalha para aprontar um segundo, mais perfeito. Pediram-lhe obras de talha em gravura e para mostrar de quanto ele é capaz para revelar os milagres do seu génio, lá estão o altar e ornatos de uma capela em Arguzelho e outro em Chacim; uma pedra de armas na vila dos Cortiços e outra no cemitério desta cidade. Uma imagem dum Santo Cristo em meia grade na Igreja de Carregoza; e as diferentes estampas que tem aparecido neste jornal (primeira obra sua neste género de gravura em madeira) e uma vista da cidade de Bragança que ainda não saiu a publico. A maior parte dos desenhos destas e doutras obras são também feitos pelo Sr. Dine. A Madeira, a pedra, o metal, tudo obedece ao mágico poder do seu génio, para ele não há dificuldades. O que seria o Sr. Dine se a arte lhe revelara os seus processos, os seus segredos e todos os meios que ela dispõe. Em outros países, o Sr. Dine teria admiradores, teria protectores, teria riqueza e glória., glória para ele e para a sua Pátria. Em Portugal vive pobre, desconhecido, menosprezado.” No cemitério Público de Bragança há um escudo gravado numa pedra mole (talco) embutida noutra de granito em uma sepultura (já publicado sob o numero 32 no VII volume destas Memórias) que tem este dístico: “Dinne Exculpio”, a documentar o trabalho deste artista. Pelo mesmo teor, há outro escudo numa casa da Rua de Trás (hoje Rua Conselheiro Abílio Beça) que também deve ser obra de Dine mas não está assinado. Nos quatro lados da pedra onde está esculpido o escudo há uma inscrição ilegível por estar coberta de cal. (O Farol Trasmontano n. 12, correspondente a Agosto de 1945). Nas suas Memórias Arqueológicas o Abade do Baçal refere: Entre as ardósias óptimas,
além de outros usos, para cobrir as casas, segundo se pratica nas povoações de Baçal, França e Aveleda, temos, perto do lugar de Portelo, uma espécie de cor preta, susceptível de adquirir algum polido, e que poderia servir para mesas, segundo já experimentámos. O destes dois últimos pontos é propriamente um mármore cinzento,
por isso que é susceptível de tomar um polido muito belo, e muito bem poderia servir para mesas e outros trastes, segundo se demonstra por um Pequeno pedaço trabalhado pelo Sr. Dinne. DINE, Agostinho José da Fonseca Nasceu em Fafe, a 25 de Março de 1855, filho de Agostinho José Lopes Dine e Mariana Cândida Lima Fonseca Pinto. Casou com Maria Amélia Reis Ghira, filha de Francisco Assis Ghira e Maria Amália dos Reis. Casou em segundas núpcias com Ema Ramos, sem geração. Foi farmacêutico em Loures. Exerceu as funções de Presidente da Câmara de Loures nos períodos de Janeiro de 1890 a Janeiro de 1891 e de Janeiro de 1899 a Dezembro de 1901 e foi Administrador do Concelho do Cadaval. Faleceu em 21 de Junho de 1920
DINE, Carlos Cipriano Ghira Nasceu em Odivelas, Loures, a 30 de Dezembro de 1888, filho de Agostinho José da Fonseca Dine e de Maria Amélia Reis Ghira. Casou em 8 de Dezembro de 1918 com Berta Alice Gouveia Xavier de Brito. Formou-se pela Faculdade de Medicina de Lisboa em 1915, tendo ingressado no quadro dos Oficiais Médicos em 1916. Em Junho desse ano é promovido a Alferes Médico Miliciano e em Dezembro deu ingresso no quadro dos Oficiais Médicos. Partiu para França em 22 de Abril de 1917, fazendo parte do C.E.P., na qualidade de Chefe dos Serviços de Saúde do Batalhão de Infantaria n.º 8, onde se conservou até Setembro do mesmo ano, data em que foi colocado no Batalhão de Infantaria n.º 1. Em Janeiro de 1918 baixou ao Hospital de Merville, consequências e ter sido gaseado em missão, tendo regressado a Portugal em Fevereiro de 1918. Aqui lhe foram concedidas umas licenças de Junta, pelo que não voltou a França. Fez serviço no Primeiro Batalhão de Artelharia de Costa e na Guarda Nacional Republicana onde permaneceu durante 21 anos, tendo exercido as funções de Chefe dos Serviços de Saúde daquela corporação. Foi louvado duas vezes pelo General Farinha Beirão. Prestou também serviço em Tavira, no Curso de Sargentos Milicianos, tendo em 1941 assumido a Direcção do Hospital militar de Belém. Em Setembro de1943 foi nomeado Director do Depósito de Material Sanitário, sendo mais tarde colocado em Coimbra como Inspector de Saúde da Segunda Região Militar, onde se conservou até Março de 1946, data em que passou à reserva no Posto de Tenente-coronel. Possuía as seguintes Condecorações: Medalha da Vitória; Comportamento Exemplar, Assiduidade; Segurança Pública; Campanha do Exército Português e os Graus de Oficial e Comendador da Ordem Militar de Avis. Foi também Médico nos Serviços de Saúde da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa., tendo exercido igualmente clínica particular. Faleceu em Lisboa na madrugada de 20 de Fevereiro de 1961 com a idade de setenta e dois anos. . Carlos Cipriano Ghira Dine
DINE, Luís Augusto da Fonseca Advogado Nasceu no Porto (?) em 25 de Março de 1855. Foi casado com Maria da Conceição Dine, natural de Fafe, distrito de Braga. Formado em Direito, exerceu a advocacia, tendo alcançado notoriedade na sua actividade.
DINE, Maria Madalena Jorge Nasceu em Lisboa em 02 07 1966, filha de Victor Manuel Guerra Dine e Madalena Vieira Jorge. É casada com Manuel José dos Santos Granadas Realizou os estudos secundários no Liceu Camões. Efectuou toda a formação académica na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa: licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas – Português /
Francês, em 1988; depois frequentou o Ramo Educacional e o Mestrado em Literatura Comparada Portuguesa e Francesa – séculos XIX e XX; obteve o grau de mestre, em 1995, com a tese Camilo Pessanha mestre e par de Fernando Pessoa. Actualmente, trabalha numa tese de doutoramento sobre Fernando Pessoa e os mestres portugueses do século XIX. É membro, desde 1999, do Instituto de Estudos sobre o Modernismo, tendo participado nas várias actividades de divulgação e de investigação da obra de Fernando Pessoa e de outros autores modernistas. Neste âmbito, é co-autora da edição da poesia ortónima de Fernando Pessoa, em 3 volumes, pela editora Assírio & Alvim (2005-2006). Presentemente, desenvolve investigação sobre a prosa ensaística de Pessoa. Ilustre pedagoga, é professora do Ensino Secundário, desde 1988. Desempenha funções na Escola Secundária Josefa de Óbidos, Lisboa, desde 1991, leccionando sobretudo a disciplina de Português ao 12º ano e tendo exercido vários cargos de coordenação e de gestão. É co-autora e autora de várias obras vocacionadas para o ensino: - Para uma leitura dos Contos Tradicionais Portugueses, Presença, 1999 - Para uma leitura da Poesia Modernista: Mário de Sá-Carneiro e José de Almada Negreiros, Presença, 2000 - Preparar o Exame – Língua Portuguesa 9º ano, Lisboa Editora, 2005 - Contos Tradicionais – Oito Contos Maravilhosos, Lisboa Editora, 2006 - O Alcaide de Santarém e A Dama Pé de Cabra, de Alexandre Herculano, Lisboa Editora, 2006 - O Mar e a Terra na Poesia, Lisboa Editora, 2007 Estas três últimas obras fazem parte da Colecção 1001 Livros, de que é uma das coordenadoras.
FONSECA, Agostinho José da Professor de Filosofia, proprietário da cadeira régia de filosofia em Bragança até 10 de Dezembro de 1823. a 30 de Agosto de 1825, por morte de José António Ferreira Leal, foi provido de novo na cadeira de Filosofia de Bragança. Exercia então a mesma cadeira no Porto. Os padres de S. Francisco não conservaram por muito tempo a mercê da cadeira de filosofia, pois, por despacho da Real Junta do Directório Geral dos Estudos de 20 de Março de 1807, foi nomeado professor de filosofia e geometria para Bragança Agostinho José da Fonseca «por não haver no convento de São Francisco da mesma cidade religioso idóneo a quem se confiasse a regência da dita cadeira» (778). Por despacho da Real Junta do Directório Geral de Estudos, de 20 de Março de 1807, foi nomeado professor de Filosofia e Geometria para Bragança “por não haver no Convento de S. Francisco da mesma cidade religioso idóneo a quem se confiasse a regência da dita cadeira”. (Livro de Registo da Comarca de Bragança, fls. 125)
PINTO, Agostinho José da Fonseca Bacharel, filho do Dr. Agostinho José da Fonseca, professo da Ordem de Cristo e professor de filosofia em Bragança, natural de Faria, termo de Barcelos, e de D. Mariana Albina de Lima Pinto, do Porto, nasceu em Bragança a 26 de Março de 1825. Era neto materno de Miguel José Pinto Castelinho, natural de Alfandega da Fé, major de artilharia, director do Trem de Ouro e das Obras Militares da cidade do Porto. Casou em 1850 com Adelaide Felisbina de Mesquita Antas, natural de Outeiro. (Museu Regional de Bragança, maço casamentos, Outeiro)
PINTO, Mariana Cândida Lima Fonseca Nasceu em Bragança. Foi filha de Agostinho José da Fonseca, Bacharel Formado em Cânones e Professor Proprietário da Cadeira Régia de Filosofia Racional e Moral de Bragança, natural de Faria, termo de Barcelos, e de sua mulher Mariana Albina de Lima Pinto, da cidade do Porto, neta paterna de António Maria Fonseca, solteira, natural do dito Lugar de Faria e materna de Miguel José Pinto Castelinho, Capital do Trem de Outro e das Obras Militares da Cidade do Porto, nasceu a 6 de Agosto de 1819 e baptizada a 27 do mesmo mês. Exerceu a actividade de professora do ensino primário e, entre as actividades culturais que Cama da Avó Mariana desenvolvia, traduziu do francês o livro As Duas Amazonas ou o Casa Onde Viveu a Avó Mariana Assalto de Marselha, da escritora Mery. (1.ª Edição em 1849 Typografia de Bragança, 1849; 2.ª Edição 1899, Tipografia Comércio Portuense). No prólogo da 2.ª Edição descreve a Bragança do seu tempo, que conheceu bem, porque ali viveu e casou. A esta Edição se refere o Abade de Baçal nas suas Memórias, nos seguintes termos: ‘As Duas Amazonas’, mencionadas como anónimas no tomo VII, pág. 778, destas Memórias, tiveram segunda edição com este título: «Mariana Cândida da Fonseca Dine — As Duas Amazonas, ou o assalto de Marselha por Mery - traduzido do francês por uma senhora bragançana, 2.a edição 1849-1899, Porto. Tip. Comércio Portuense, 1899». No prólogo - Duas Palavras - descreve a autora a Bragança do seu tempo, que conheceu muito, pois ali viveu e casou com Agostinho José Lopes Dine, de quem falamos na pág. 118 e no tomo VII, pág. 158. Ao Sr. Jorge Ghira Dine, bisneto da tradutora, agradecemos a notícia desta edição das Duas Amazonas, que não conhecíamos. Desse Prólogo e pelo modo pitoresco e curioso de apresentar, destacamos: Não havia estradas, e quem tinha de transitar para o Porto, ponto obrigatório de todas as viagens transmontanas, tinha de viajar a cavallo ou de liteira, atravessando a célebre serra do Marão, infestada de salteadores e aonde a custo se encontravam algumas estalagens de sinistra aparência, sem conforto e desprovidas quase de comestíveis. Quem tivesse então de vir a Lisboa, o que só se fazia por caso fora do comum e urgente (segundo ouvi dizer a meu pai) confessava-se e fazia testamento, tais eram os perigos que se corriam. Mariana Cândida era pessoas admirada e respeitada na sociedade, tendo-lhe em 1978, determinado vate admirador dedicado na data do seu aniversário as seguintes quadras:
Ao Anniversário Natalício da Exma. Srª. D. Marianna Cândida da Fonseca Dinne Ignoto, modesto vate Sem estro, sem harmonia, Que há-de offertar-vos, senhora, Em tão festejado dia?
Flores, são lindas, bem sei, Mas olvidam a amizade Com que nos prendem nossa alma E fenecem co’a saudade.
No vosso ramo não faltam Flores bem mais duradouras: Amor dos filhos queridos, Coisas tão encantadoras!
Amor das meigas crianças Cujos passos vós guiais Na dura senda do estudo Com affectos maternaes;
Amor dos que vos rodeiam Com pura alegria ingente, A que dá novos encantos O regresso d’um auzente.
Como offertar-vos flores Se viveis d’elas no meio! O que mais recordarei? Não vêdes o meu enleio?
Ah, senhora, permiti Que a vossos pés vá depor Humildes versos sem arte, Frutos de pobre labor.
Queira eu ver em corações Sem custo poderei ler Em letras d’oiro brilhante Palavras de tal dizer:
Felicidades infindas, Ditas mil, imensos bens! Eu, senhora, comovido Só vos digo: Parabéns
6 De Agosto de 1878
Tendo decidido casar com Agostinho, pessoa de condição social diferente daquela em que tinha sido criada, mas jovem artista talentoso que muito apreciava e afilhado de seu pai, enfrentou este com determinação que se opôs totalmente ao casamento, deserdando-a. Essa decisão levou a que tivesse de abandonar o lar e a vida confortável que vivia, iniciando uma nova fase cheia de dificuldades e canseiras. Desloca-se para Fafe, onde permanece até ao nascimento do filho Luís (pensa-se que Agostinho terá também nascido em Fafe, embora registados em Lisboa), partindo depois para Loures, onde encontrou a amizade de amigos e membros da família que não concordavam com a atitude radical tomada por seu pai. Ali, com dedicação sem limites, deu a seus filhos educação e formação necessária para que tivessem um estatuto social não inferior ao da sua infância e juventude. Forma-os à custa de muitos sacrifícios e de explicações incontáveis que deu, roubando o tempo a si mesma, para atingir esse objectivo. E fê-lo: Luís formou-se em Direito, tendo-se tornado advogado respeitado; Agostinho torna-se farmacêutico e político, ocupando duas vezes o lugar de Presidente da Câmara de Loures (Ver Biografia); Carlos, também farmacêutico, foi o Director Técnico da Farmácia da família e quem a orientava dado as ocupações sociais e políticas do irmão. Defensora de ideias liberais e progressistas, avançadas para a sua época, lutou ao lado de Maria José Caimoto, conhecida lutadora em prol dos valores da emancipação da mulher, tendo alimentado debates com D. Martinho Lourenço de Almeida, pai do Visconde de Vila Flor, no Teatro S. Carlos. Este, ao fim do segundo debate, deixou de comparecer, obrigando à sua interrupção. Lutando contra a crueza do pai e alguns desvarios do marido, a avó Mariana foi o paradigma da mulher corajosa e emancipada. No dia 5 de Setembro de 1898, já após a morte de seu pai, Mariana Cândida desloca-se de Lisboa ao Outeiro (Bragança), onde fora criada e viveu até à sua partida intempestiva. Fez-se acompanhar por seu filho primogénito, o Luís, nesta romagem de saudade passados quarenta e sete anos da sua partida. Os pais já haviam partido deste mundo. Ali encontra o irmão que já mal conhecia e algumas amigas mais novas com quem matou saudades. Em conversa carinhosa e animada, incentivam-na a reeditar o livrinho As Duas Amazonas, que concretiza em tiragem reduzida para os amigos, segundo dizia. Foi uma vida cheia de lutas e cansaços que a levou a deixar, como se fora o seu testamento, um documento manuscrito intitulado:
“As Minhas Últimas Vontades Quando este papel for lido, a minha força de vontade, atributo da alma, evaporou-se com ella o que ahi resta é apenas o vaso d’argila em que estava encurralada. Hoje, porém, que me sinto com todas as faculdades em estado lúcido, desejo que os meus filhos ou pessoas q’ os representam me cumpram as minhas ultimas vontades. A minha vida tem sido longa e tudo neste mundo considera uma comédia: poucas scenas sérias e muito pouco verdadeiras. Deixar-me-hei de considerações philosóficas e resumo pedindo para que o meu enterro seja o mais mudesto possível. Não acceitem nem me colloquem corôas de flores artificiais, farta de artifícios vou d’este mundo! Não participem a minha morte senão três dias depois. As recordações e as saudades não precisam de manifestações externas: se são verdadeiras, para quê hipocrisias? Peço isto com empenho aos meus filhos e espero que me cumpram as minhas últimas (vontades) exigências. 23 De Maio de 1902 a) Mariana Cândida da Fonseca Dinne”
Morreu no ano de 1925, cheia de dias e cansada das fadigas da vida. Partiu uma Grande Senhora. SINCER, José Pedro Falcão Nasceu no Fundão, a 25 de Dezembro de 1924, filho de José Pedro Sincer e Maria José Cândida Prata da Costa Falcão, descendente da família Costa Falcão, com pergaminhos antigos que remontam ao tempo dos Descobrimentos e com ligações à família Almeida e consequentemente a gerações da nobreza em Portugal. Casou em 16 de Julho de 1949 com Maria Amélia Xavier de Brito Ghira Dine, filha de Berta Alice Gouveia Xavier de Brito e Carlos Cipriano Ghira Dine. Trabalhou no Instituto Nacional de Estatística, tendo publicado um livro denominado: Apontamentos de Estatística Geral, em 1951 Em 1963 partiu como Missionário para Angola, onde, entre outras actividades, foi professor e Director do Instituto Adventista do Bongo. Em 1985 escreveu uma brochura autobiográfica, com o nome de: Encontro com o Deus Vivo – Meu Testemunho para as Gerações Novas, que reproduziu em número restrito, para oferecer a familiares e amigos. Faleceu a 4 de Fevereiro de 1984, em Figueiró dos Vinhos.