Génese, retratos de familia

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José Sepúlveda


BIOGRAFIA JOSÉ SEPÚLVEDA, nascido em

Delães, Vila Nova de Famalicão, hoje a residir em Vila do Conde. Começou a escrever poesia com cerca de doze anos. No decorrer da sua carreira profissional trabalhou, primeiro, como funcionário público e depois, durante 35 anos, como empregado bancário. Publicou em alguns jornais e revistas ao longo da sua carreira. Amante da literatura, administra os grupos do facebook

Livros e Ebooks publicados:

MEU VERSO, MEU BERÇO, MEU POEMA – 2014 PORQUE ELE VIVE – 2015 AKROSTICIS (ebook)

JOSÍADAS, Epopeia da Vida ESTÓRIAS REAIS GÉNESE, Retratos de Família PARTICIPA num elevado número de Antologias portuguesas, brasileiras e italianas. Tem PUBLICAÇÕES diversas em ebook (Issuu). A publicar em breve: SIMBIOSE, o Verbo e a Cor versão ebook (policromia) e versão impressa (ilustrada); O SEXTO SENTIDO, Caricaturas com Rima. Quadratúlia (quadras); … em breve:

Frequenta a Universidade Sénior do Rotary Clube da Póvoa de Varzim, como aluno e orientando a disciplina de Iniciação à Informática. Apoia vários projetos literários, promovendo a edição de autores em início de carreira, organiza e participa com regularidade em Saraus e tertúlias, tem prefaciado alguns livros, Solar de Poetas, Poetas apresentado e participado Poveiros e Amigos da Póvoa, em lançamentos de AMOR-PERFEITO Casa do Poeta, SolarTv Online, coletâneas, livros de autor, CANTARES DE AMIGO Solarte e Solar-Si-Dó saraus e tertúlias. O VERBO E A COR, Simbioses


PREÂMBULO GÉNESE é o último livro duma TRIOLOGIA de ebooks em que o autor, em verso, nos fala de si: da sua estória (JOSÍADAS), das suas memórias (ESTÓRIAS REAIS) e das suas raízes (GÉNESE). O livro é dividido em duas partes: A primeira, RAÍZES, que vai buscar às origens da família, narrando factos que foi pesquisando, ora sobre a Puebla de Sepúlveda (a Septimpublica que lhe deu o nome), ora sobre pessoas que dum modo ou doutro deixaram pegadas marcadas nos Anais da História; A segunda, RETRATOS DE FAMÍLIA, onde vai contando ESTÓRIAS DE VIDA que o foram marcando no passar do tempo, no relógio da vida e que foi guardando no âmago do seu peito. Quisera que estes escritos simples, estas estórias de heróis, quantas vezes anónimos, possam atingir o coração de quem ousar percorrer as suas páginas, perscrutar cada poema e deles poder deixar extrair um sorriso, quiçá, uma lágrima, qual bálsamo que vai perfumar o sentimento e a alma sensível do autor que com carinho os escreveu e vo-los dedica. Muito obrigado por me lerem.

José Sepúlveda


RAÍZES

FERNAN GONZALEZ



FAMÍLIA SEPÚLVEDA (Puebla de Sepúlveda)


FAMILIA SEPÚLVEDA Esta Família antiga se formou Na Puebla de Sepúlveda há longos anos, Quando Fernão Gonzalez conquistou A Puebla aos ocupantes muçulmanos.

Então, nasceu. Depois, se desdobrou: Sepúlveda, Segóvia, Sevilha, Navarra. E de Navarra se voltou P'ra Braga, onde nasceu Navarra, a filha. Daí partiu levando a alma pura Além de Portugal, à aventura, Nem sempre pela sorte bafejada. E ei-la então, garbosa, em toda a parte, Mostrando a sua raça, a sua arte, Nas brumas da memória alicerçada!


CIDADE DE SEPÚLVEDA (ESPANHA)

FERNAN GONZALEZ


SEPÚLVEDA São sete as portas para ali entrar, Septimpublica, seu nome em latim Linda cidade, vem-na visitar Que em toda a Espanha não há outra assim. Vem ver o Duraton que serpenteia Pelas montanhas longas, sem ter fim, Entoando em sua doce melopeia A música redia que há em mim Vem ver no céu os grifos a gritar Num desvario louco, sem parar, Envoltos numa orgia que não finda! Correndo estes recantos de encantar, Eu fico estarrecido e a pensar: Sepúlveda cidade, como és linda!


RIO DURATON

FERNAN GONZALEZ


RIO DURATON

O Duraton deslisa das montanhas E serpenteia à volta dos socalcos; Parece que rebenta p’las entranhas Subindo, regredindo, sempre aos saltos. Na compressão das margens tão estranhas. Vislumbro nos seus pontos mais revoltos Memórias de combates e façanhas, Vitórias mais vitórias…, pontos altos! Fernan Gonzalez, Conde de Sevilha! A sua argente espada ainda brilha No cimo das muralhas sós, absortas… Sepúlveda, cidade maravilha! Tomara ser soldado que perfilha Manter inabaláveis tuas portas!


HENRIQUE DE BORGONHA CIDADE DE SEPÚLVEDA (ESPANHA)

TERESA E HENRIQUE

AFONSO VI

FERNAN GONZALEZ


HENRIQUE DE BORGONHA Ei-lo prostrado, inerte, no seu leito, Fazendo confidências ao amigo; Egas Moniz ouvia com respeito Segredos que na vida irão consigo. TERESA E HENRIQUE

AFONSO VI

FERNAN GONZALEZ

Afonso Henriques, triste, no seu canto Chorando, via o pai e, estarrecido, Olhava a língua negra, com espanto, Do bravo cavaleiro ora vencido. Teresa resguardada em nervosismo Por toda aquela trama, com cinismo, Contempla Henrique em lento perecer. Sorrindo para o filho, ali, na Corte, Henrique de Borgonha vence a morte Sonhando num País que vai nascer!


TRAIÇÃO

TERESA E HENRIQUE

AFONSO VI

FERNAN GONZALEZ


TRAIÇÃO Ai, Paio, Paio, gesto tão cobarde O acto contra Henrique de Borgonha, O teu amigo foi, chegaste tarde Ao seu leito de morte, que vergonha! TERESA E HENRIQUE

AFONSO VI

FERNAN GONZALEZ

Conspiração sombria. Já sem vida, Ei-lo prostrado, inerte, o lutador! Galiza chora agora entristecida Ao vê-lo sucumbir envolto em dor! Que gesto infame! Pela vida fora Lutou por sua gente e ei-lo agora Prostrado, inanimado, sem ter glória… Da bruma há-de voltar de qualquer parte, Erguer com galhardia o estandarte, Lançar ao mundo um grito de vitória!


TERESA DE ARAGÃO

TERESA E HENRIQUE

AFONSO VI

FERNAN GONZALEZ


TERESA DE ARAGÃO

Olhar soturno, cara deslavada, Olhava o seu marido, moribundo, Ao lado do amante, um tal De Trava, À espera que partisse deste mundo. TERESA E HENRIQUE

Afonso, em seu silêncio, ali ficava, Olhava para língua, a negra pele, Que num silêncio enorme lhe falava Na herança que deixava para ele.

AFONSO VI

FERNAN GONZALEZ

Egas Monis estava circunspeto, Olhava aquele amigo tão dileto, Envolto nessa trama (ir)Real. E viu no olhar de Afonso, radiante, Uma Nação heróica e triunfante, Nascer no coração de Portus Cale!


AFONSO, O CONQUISTADOR

AFONSO HENRIQUES

TERESA E HENRIQUE

AFONSO VI


AFONSO, O CONQUISTADOR

Nas pedras do castelo, ali se grava A história desse rei de espada em riste Que, ao enfrentar a mãe e um tal Trava, Ergueu essa nação que em nós existe. AFONSO HENRIQUES

TERESA E HENRIQUE

AFONSO VI

Ao ver o estado triste em que ela andava, O jovem rei avança e não resiste Em batalhar a mãe que agora estava Escrava desse amor tão vil e triste. Em S. Mamede, o jovem, com coragem, Lutou com seus guerreiros na voragem Do tempo que no tempo se esvaia. E na batalha ergueu-se. E, de rompante, Lançando ao vento um grito triunfante, Fez renascer a paz e a harmonia.


AFONSO HENRIQUES

AFONSO HENRIQUES

TERESA E HENRIQUE

AFONSO VI


AFONSO HENRIQUES Nas fraldas do Castelo, ei-lo, imponente, Com toda a sua raça e galhardia! Gravadas nas muralhas, lá na frente, Memórias da nação que, então, surgia! AFONSO HENRIQUES

TERESA E HENRIQUE

AFONSO VI

Em S. Mamede, com a sua gente, A hostes inimigas destruía E via uma nação forte, valente, Erguer-se com coragem, ousadia! E em Ourique rufam os tambores; Dos cinco mouros reis, os seus clamores Ecoam pelo ar num som plangente... Com lágrimas, suor e amor profundo Surgia uma Nação, mostrando ao mundo Um povo nobre, insigne e valente!


CHAMÔA GOMES

AFONSO E CHAMÔA

TERESA E HENRIQUE

AFONSO VI


CHAMÔA GOMES Chamoa, essa menina fresca e bela, Apelo de um amor que tanto ensejo, No peito se instalou e vai ser ela A eterna fonte desse amor-desejo. AFONSO E CHAMÔA

TERESA E HENRIQUE

AFONSO VI

O seu olhar sereno que me apela E lança num olhar o seu lampejo É neste caminhar a flor singela Que há-de acompanhar-me em cada beijo. Chamoa, meu amor, vem-me abraçar, Por esse teu amor hei-de esperar Sem desistir jamais, minha querida! No dia venturoso em que for's minha, Então, farei de ti minha rainha, Comigo irás reinar por toda a vida!


AONDE ESTÁS, CHAMÔA

AFONSO E CHAMÔA

TERESA E HENRIQUE

AFONSO VI


AONDE ESTÁS, CHAMÔA? Grito por ti, Chamôa, noite dentro E tento no teu peito penetrar Mas temo no meu débil pensamento Que a sombra de outro amor paire no ar AFONSO E CHAMÔA

TERESA E HENRIQUE

AFONSO VI

Nas noites de vigília ouço o tambor Rufar ao longe, a guerra a anunciar, E logo o pensamento num torpor O pensamento teu busca encontrar São horas de incerteza, de amargura Que vivo no correr da noite escura Na ânsia de algum dia te perder

Chamôa, fica dentro do meu peito, O meu viver, contigo, é mais perfeito E quero ter-te sempre em meu viver


MARTIM AFONSO CHICHORRO

MARTIM AFONSO CHICHORRO

AFONSO III E MANDRÁGORA

AFONSO HENRIIQUES


CHICHORRO

Andava o Bolonhês atarefado A combater os mouros lá no sul, Eis senão quando, ei-lo sitiado Por uma esbelta e bela dama azul. MARTIM AFONSO CHICHORRO

AFONSO III E MANDRÁGORA

AFONSO HENRIIQUES

Vencido pelo amor, foi com coragem Lutar p'ra conquistar sua afeição E nessa luta acesa, aquela imagem Alimentava assim sua ilusão.

Sabia qual troféu o vencedor Teria do inimigo ora vencido: O seu troféu seria um grande amor, Da filha, da mulher, de ente-querido.


Quando vencido, sim, era a mulher Que o vencedor houvera de tomar Como troféu de guerra. A não morrer A filha entregaria em seu lugar. MARTIM AFONSO CHICHORRO

AFONSO III E MANDRÁGORA

AFONSO HENRIIQUES

Poupado o inimigo, essa donzela Vestida de um azul de tanta cor Veio até si, formosa, fresca e bela P'ra partilhar consigo um grande amor. E eis que desse enlace inusitado Um afonsinho havia de nascer, Gerado nessa fonte do pecado Da guerra que aprouvera acontecer.


Chamaram-lhe "Chichorro". Pequenino, Seria um dia um grande lutador, Da prole desses Sousas que o destino Um dia quis tornar num ser maior. MARTIM AFONSO CHICHORRO

AFONSO III E MANDRÁGORA

AFONSO HENRIIQUES

Martim Afonso, o Sousa veio dar "Chichorros" em mui grande profusão, Que haviam de algum dia se tornar Orgulho entre os maiores da nação. Afonso, o Bolonhês, homem garboso, Por força desse seu espúrio amar, Ousou gravar na história o grande gozo Que nessa Moura azul foi encontrar.


MARTIM AFONSO, O DA BATALHA REAL

MARTIM AFONSO (Batalha Real)

MARTIM AFONSIO CHICHORRO

AFONSO III E MANDRÁGORA


MARTIM AFONSO

Martim Afonso, o da Real Batalha, Estava a batalhar. E, já ferido, Ao ver não haver Santo que lhe valha, Desabafou com seu melhor amigo. MARTIM AFONSO CHICHORRO

AFONSO III E MANDRÁGORA

AFONSO HENRIIQUES

- Se sair vivo desta trapalhada, Quando voltar, vou logo de manhã P'ra ver certa Abadessa enclausurada E confessar-lhe a minha vida vã. E o velho Sá, ao ver os seus intentos, P'ra com a irmã, olhou-o por momentos E disse: - Não lhe toques, cuidadinho! No fim da luta - vivo - a toda a pressa, Partiu dali, foi ter com a Abadessa E a penitência foi... outro Afonsinho.


MANUEL DE SOUSA SEPÚLVEDA

MANUEL DE SOUSA SEPÚLVEDA

DIOGO DE SEPÚLVEDA

MARTIM DE SEPÚLVEDA


MANUEL DE SOUSA SEPÚLVEDA Da Casa de Medina de Sidónia, Martim, o teu avô, ousou regar Com lágrimas e dor, de forma errónea, A fortaleza heróica de Noudar. MANUEL DE SOUSA SEPÚLVEDA

DIOGO DE SEPÚLVEDA

MARTIM DE SEPÚLVEDA

João Segundo, o Príncipe Perfeito, Um dia foi seu peito conquistar. Depois, com tal carinho, com respeito, Te fez um marinheiro do seu mar. E eis-te nesse velho Galeão Na Índia, aonde deste o coração A Leonor... Momento tão feliz! E foi no velho barco, o São João, Que tu foste encontrar a perdição, Na malograda volta ao teu país!


LEONOR DE SEPÚLVEDA

MANUEL DE SEPÚLVEDA E LEONOR DE SÁ

DIOGO DE SEPÚLVEDA

MARTIM DE SEPÚLVEDA


LEONOR DE SEPÚLVEDA

Eis-te imponente a entrar na Sé de Goa, Os sinos a tocar alegremente, E o pai Garcia alegre, andando à toa, De braço dado, ali, perante a gente! MANUEL DE SEPÚLVEDA E LEONOR DE SÁ

DIOGO DE SEPÚLVEDA

MARTIM DE SEPÚLVEDA

Formosa Leonor, a vida é loa Que segue o nosso andar impunemente. No Paço, os teus amigos de Lisboa Saudosos dum abraço... De repente, O tenebroso mar, o mar sem fundo, Que segue os nossos passos, num segundo, Destrói um sonho lindo à tua espera. E numa praia imensa, inexplorada, Naquela amarga e triste madrugada Um sonho que se esvai, se faz quimera!


SEBASTIÃO DE SÁ

MANUEL DE SEPÍLVEDA E LEONOR DE SÁ

DIOGO DE SEPÚLVEDA

MARTIM DE SEPÚLVEDA


SEBASTIÃO DE SÁ Ao naufragar no velho galeão, Sepúlveda, tinha entre a sua gente, Um primo de Leonor, Sebastião, Bonacheirão e cheio de expediente. SEBASTIÃO DE SÁ (PRIMO)

LEONOR DE SÁ SEPÚLVEDA

GARCIA DE SÁ

O chefe cafre estava envolto em dor Pedindo aos deuses cura, se os matasse. Sebastião jurou que era doutor E que o curava, se ele os libertasse. Discreto, ajoelhou-se ali no chão, Pegou em terra e urinou na mão E besuntou-lhe os membros combalidos. E quando ao fim o cafre se curou; Tratou-o como um deus, o agraciou, E o libertou, a ele e aos seus amigos!


MANUEL JORGE GOMES DE SEPÚLVEDA

MANUEL JORGE GOMES DE SEPÚLVEDA

ANTÓNIO GOMES DE SEPÚLVEDA

SERAFINA DE SEPÚLVEDA


MANUEL JORGE Andava o General em extasia Co'a esposa dum oficial inglês Que junto às nossas forças combatia Soldados do Exército Francês. MANUEL JORGE GOMES DE SEPÚLVEDA

ANTÓNIO GOMES DE SEPÚLVEDA

SERAFINA DE SEPÚLVEDA

Ao descobri-lo, o homem foi, ousado, Falar ao General e com desvelo Tirar satisfações e, revoltado, O foi desafiar para um duelo. Que foste tu fazer, que triste sorte! E assim caíu… E, condenado à morte, O General perdeu seu sonho azul.

Valeu-lhe o Rei pois via em si o herói! Mudou-lhe o nome... E desterrado foi Para os confins da América do Sul!


JOSÉ MARCELINO FIGUEIREDO (MANUEL JORGE DE SEPÚLVEDA)

JOSÉ MARCELINO (Manuel J.G.Sepúlveda)

ANTÓNIO GOMES DE SEPÚLVEDA

SERAFINA DE SEPÚLVEDA


JOSÉ MARCELINO FIGUEIREDO

Andava o Marcelino Figueiredo, O nome com que o Rei o batizou, No Rio Grande, nesse seu degredo, Nos trilhos que o destino lhe outorgou. JOSÉ MARCELINO (Manuel J.G.Sepúlveda)

ANTÓNIO GOMES DE SEPÚLVEDA

SERAFINA DE SEPÚLVEDA

Pegou num bando de índios e, em segredo, Formou um forte exército e expulsou Os muitos invasores que, sem medo, Com força e galhardia derrotou. E vitorioso, cheio de vaidade, Ali quis erigir essa cidade De Porto Alegre, a Flor do Grande Rio. E o seu Palácio deixa, tão feliz, Regressa com seu nome ao seu país Para encontrar um novo desafio.


UM GRITO DE REVOLTA

MANUEL JORGE GOMES DE SEPÚLVEDA

ANTÓNIO GOMES DE SEPÚLVEDA

SERAFINA DE SEPÚLVEDA


UM GRITO DE REVOLTA

O povo andava triste, alvoroçado, Com tanta tirania e o General Pegou nas armas e, determinado, À gente lança um grito triunfal. MANUEL JORGE GOMES DE SEPÚLVEDA

ANTÓNIO GOMES DE SEPÚLVEDA

SERAFINA DE SEPÚLVEDA

Na escada da igreja a turbe, aflita, Impele a revoltar-se nesse dia E toda a multidão logo se agita E intenta por um fim à tirania. E saem com coragem ao encontro Das hostes dos franceses e o confronto Sucede com fervor, tenacidade. E, palmo a palmo, as tropas foi vencendo E em cada novo encontro, mais tremendo, Ousou reconquistar a liberdade.


RETRATOS DE FAMÍLIA


RETRATOS DE FAMÍLIA

FAMÍLIA DE JOSÉ SEPÚLVEDA


RETRATOS DE FAMÍLIA MEU TETRA BENTO

JOSÉ SEPÚLVEDA

FRANCISCO SEPÚLVEDA

BENTO SEPÚLVEDA


MEU TETRA BENTO RETRATOS DE FAMÍLIA

JOSÉ SEPÚLVEDA

FRANCISCO SEPÚLVEDA

BENTO SEPÚLVEDA

Se Bento fosse, bento então seria Na sua longa vida de prazer, Mas não foi bento, não, pois deixaria Uma ninhada imensa, sem saber. Casou-se duas vezes pois queria Com sua longa prol se enaltecer; E quantas outras vezes "casaria" Nos milheirais infindos a crescer.

Depois, as indulgências. Ao chegar O fim daquela vida "exemplar" E toda a incerteza que ela traz, Pagou setenta missas de antemão Não fosse o vil satã deitar-lhe a mão E não pudesse assim partir em paz!


RETRATOS DE FAMÍLIA

NAVARRA (BRAGA)

JOSÉ SEPÚLVEDA

FRANCISCO SEPÚLVEDA

BENTO SEPÚLVEDA

Navarra (Espanha)

Navarra (Braga)


NAVARRA (BRAGA) RETRATOS DE FAMÍLIA

JOSÉ SEPÚLVEDA

FRANCISCO SEPÚLVEDA

BENTO SEPÚLVEDA

Navarra, terra linda, traz consigo Segredos que resguardo cada dia. Surgiu não sei bem como, mas persigo A minha inabalável teoria. Chegada lá de Espanha, de Navarra, Uma família de esperança cheia (Sepúlveda, o seu nome) teve a garra De ousar chamar Navarra àquela aldeia. Alfobre de Sepúlvedas, diria. Do seio desta gente, certo dia, Da aldeia do Penedo, em manhã leda, A Rosa e o Francisco (o constructor) Partiram para Fafe e, envolto em dor, Meu bisavô nascia, o Zé Peneda.


RETRATOS DE FAMÍLIA JOSÉ SEPÚLVEDA (PENEDA)

JOSÉ SEPÚLVEDA

FRANCISCO SEPÚLVEDA

BENTO SEPÚLVEDA


PENEDA RETRATOS DE FAMÍLIA

JOSÉ SEPÚLVEDA

FRANCISCO SEPÚLVEDA

BENTO SEPÚLVEDA

José foi um pedreiro apaixonado Que a terra do Barroso conhecia E transformava a pedra com mestria Com golpes de magia, em todo o lado. Chamavam-lhe Peneda. O pai amado Nascera no Penedo, em Braga, um dia. Depois, Maria Rosa conhecia E em Fafe foi cantar seu novo fado. A esposa, Joaquina, a companheira, Gerava filhos de qualquer maneira Sem médico ou parteira, envolta em dor. Mas no seu lar humilde, pobrezinho, Juntaram muita paz, muito carinho Na construção de um verdadeiro amor.


RETRATOS DE FAMÍLIA JOÃO

ARMANDO SEPÚLVEDA

EMÍLIA E JOÃO

JOSÉ SEPÚLVEDA


JOÃO RETRATOS DE FAMÍLIA

ARMANDO SEPÚLVEDA

EMÍLIA E JOÃO

JOSÉ SEPÚLVEDA

João, não é possível ser-se assim! Viste a menina, linda como era, Quiseste desfrutá-la, entre quimera E um filho vos nasceu, em frenesim! Pobre menina! Emília, linda, linda, Ali ficou sozinha à tua espera. Com teu filho nos braços desespera E parte em seu degredo, longo, ainda! E ali ficaste, envolto em tua dor! Deixaste para trás um grande amor Que em toda a vida foste recordando… Criaste um novo lar, nova família E à tua filha tu chamaste Emília E ao teu filhinho tu chamaste Armando!


RETRATOS DE FAMÍLIA EMÍLIA

ARMANDO SEPÚLVEDA

EMÍLIA E JOÃO

JOSÉ SEPÚLVEDA


EMILIA RETRATOS DE FAMÍLIA

ARMANDO SEPÚLVEDA

EMÍLIA E JOÃO

JOSÉ SEPÚLVEDA

Andavas, doce Emília, por vielas Bradando em tristes ais de sangue e dor, Teus pés tu arrastavas com langor Exangue, e dormitavas co’as estrelas. Aonde estão as tuas rolas belas E os teus olhinhos cheios de dulçor? E aquelas mãos tão cheias de fulgor Que nem pintor retrata, onde estão elas? Tão jovem quando envolta em ilusão. Um filho te nasceu. E desde então, Sózinha tu ficaste. Estranho amor! Ó triste sina, vida pervertida, Que te roubou da vida a própria vida E fez de ti um trapo sem valor!


RETRATOS DE FAMÍLIA ARTUR SEPÚLVEDA

ARTUR SEPÚLVEDA

JOSÉ SEPÚLVEDA

FRANCISCO SEPULVEDA


ARTUR, O TIO-AVÔ RETRATOS DE FAMÍLIA

ARTUR SEPÚLVEDA

JOSÉ SEPÚLVEDA

FRANCISCO SEPULVEDA

No teu primeiro andar, cortavas barbas, Cabelos, nem sei quantas coisas mais, Lembrando as coisas boas que guardavas De Zé, da Quina, os teus queridos pais. E todo esse fulgor que armazenavas Para momentos mais especiais, Feliz, nos teus "Robertos" tu deixavas Em festas, romarias e arraiais. Mas a bizarra herança que deixaste – Duas mulheres com quem coabitaste Em simultâneo, as musas do teu fado – Enchia toda a gente de euforia E até que alguém chamasse "bigamia", Co’as duas te deitavas lado a lado.


RETRATOS DE FAMÍLIA

ARMANDO E GENINHA EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA



RETRATOS DE FAMÍLIA ARMANDO

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA


ARMANDO RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

Vi-te nascer dum gesto apaixonado Num grande frenesim e aventura. Depois, ficaste só, abandonado Por pai e mãe, num gesto de loucura!

Assim, qual pária, triste, desprezado, Buscaste alguém, carente de ternura. Foi quando, num amor desinteressado, De novo renasceste em madre pura! E homem te fizeste, e em luta acesa Criaste um lar tão cheio de riqueza Aonde abunda amor, felicidade! Graças ao Pai, venceste nesta vida, Fizeste-nos felizes. Na partida Deixaste amor e réstias de saudade!


RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

A VELHA MORTA


A VELHA MORTA RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

- Acorda, Joaquim, está na hora, Salta da cama, vamos lá prá farra - Hoje não vou, Armando, vai-te embora E goza a vida. Vai, ninguém te agarra. Armando sai dali, todo ligeiro, E vai gozar a noite alegremente. Já alta a madrugada, prazenteiro Regressa ao seu redil, feliz, silente! Afasta-te, Joaquim, chega p’ra aí, Que raio, pá, ‘stás frio, sai daqui E chega mais pra lá, pro outro lado! Co’a pouca luz que vinha pela porta, Armando vê-se ao lado duma morta E ali ficou a olhar, embasbacado!


RETRATOS DE FAMÍLIA

ARMANDO E GENINHA EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA


MEUS PAIS RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

Meu pai era alfaiate, um homem santo, Mãezinha era enfermeira se dizia Chamavam lhe enfermeira pelo encanto Que transmitia em tudo o que fazia. Vivíamos na aldeia. Entretanto, Levado pela crise que fazia Meu pai foi procurar um outro canto Aonde reencontrar sua alegria. Rumou para Lisboa. A vida dura Que ali foi encontrar tornou mais pura A relação que entre os dois havia. E, com suor e lágrimas, um templo Aos poucos construíram para exemplo De netos e bisnetos cada dia.


RETRATOS DE FAMÍLIA UM GRITO À VIDA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA


UM GRITO À VIDA RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

Andava o pai Armando e a Geninha Aflitos co'a doença do filhinho Que não comia nada, não retinha O alimento... Frágil intestino! O médico lhes disse que não tinha Qualquer saída, fossem co'o menino, Em casa o aconchegassem na caminha Até que se cumprisse o seu destino. O pai Armando, triste, inconformado, Pegou no seu corpinho delicado E o saciou com chã de cavalinha... E aos poucos, a criança reagia, Abria os seus olhinhos e sorria Mostrando toda a vida que em si tinha.


RETRATOS DE FAMÍLIA

O JARDIM DE ARMANDO EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA


O JARDIM DE ARMANDO RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

Eu tenho sete irmãs do mesmo pai Mas cinco só da minha mãe querida; Em Conceiçao, um sonho que se esvai, Efémera e tão curta a sua vida! Segunda tentativa. A mãe Geninha Lhe dava seis filhinhos, grande rol! Coitada! Dava tudo o que não tinha Para lhes dar o seu lugar ao sol. Tardia, apareceu Rosa Maria E eis outro rebento. Quem diria Que a tia era mais nova que os sobrinhos! A Nanda, a Ema, a Tila, a Saluquinha, E eu... E a Olga, e a Paula e a Silvinha, As rosas desse alfobre de carinhos!


RETRATOS DE FAMÍLIA AS NOSSAS CAMISOLAS DE TRICOT

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA


AS NOSSAS CAMISOLAS DE TRICOT RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

Quando era pequenino, a Saluquita Tinha uma camisola igual à minha Bordada, colorida, tão bonita E tricotada à mão pela mãezinha. E ao passear na rua ou no jardim, Com nosso pai, felizes, toda a gente Olhava para si e para mim Com outro encanto, carinhosamente!

E o nosso pai, cheiinho de vaidade, Irradiava paz, felicidade, Por ter-nos a seu lado... Mas não só! No seu olhar, aquele olhar singelo Da nossa mãe a tricotar com zelo As nossas camisolas de tricot!


RETRATOS DE FAMÍLIA

GENINHA EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA


GENINHA RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

Quanta saudade, mãe, quanta saudade Do teu olhar perene de paixão, Dum coração imenso, da amizade Da tua mão pousada em minha mão,

Preciso reencontrar todo o encanto Do teu sereno olhar, dessa alegria Que muito cedo, para nosso espanto, Numa manhã de Março se esvaía Regressa, mãe, eu quero o teu carinho, Vem, diz-me no ouvido, bem baixinho Que um dia vais voltar, ó mãe querida! E com todo o saber do coração Vem, diz-me, por favor, porque razão Eu vivo em teu viver por toda a vida!


RETRATOS DE FAMÍLIA SAUDADES, MÃE

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA


SAUDADES, MÃE RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

Deitada nessa cama onde dormi Tempos sem fim, estavas, sem disfarce, Num sofrimento atroz; e eu senti As lágrimas correndo pela face.

Olhavas para mim, olhar profundo! E ao ver sofrer assim teu coração, Olhava à volta, um mundo tão imundo Que me roubava a força da razão. Vida cruel, ingrata, sem sentido! No teu leito de dor, eu, condoído, Chorava, não sei bem porque partiste!

Vagidos magoados... Foste embora, Deixaste um coração que, aqui e agora, Ainda chora o teu olhar tão triste.


RETRATOS DE FAMÍLIA RECORDANDO

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA


RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

RECORDANDO Na sazão da vida Vi esvair-se O coração De minha mãe, Um coração Humilde e bom Que soube amar Como ninguém... Descansa em paz, Mãe querida! Descansa, Mãe!


RETRATOS DE FAMÍLIA AVÓ CLOTILDE

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA


AVÓ CLOTILDE RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

O teu olhar tão triste, tão cansado, Me fala do sofrer que vive em ti E esse andar tão trôpego, pesado, Me diz que teu viver não te sorri Ai minha avó, eu sento-me ao teu lado E fico sem saber o que fazer E nem o meu abraço dedicado Te traz essa alegria, algum prazer! Saltito e me respondes com carinho:

EMILIA SEPÚLVEDA

- Ai, quem me dera ter, meu bom netinho, A força e a genica que há em ti. O meu corpito, frágil, delicado, Te abraça e num silêncio apaixonado Te diz: - Minha avózinha, estou aqui!


RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

MANINHAS


MANINHAS RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

Enquanto aqui viveu a sua luta E conheceu mulher após mulher, Meu pai, com sapiência absoluta, Gerou extensa prole, com saber. A Nanda, a Ema, a Tila e a Saluca Nasceram todas antes de eu nascer. Chegava a minha vez, coisa maluca, Ter que aturar assim tanta mulher! E veio a Olga, a Paula se seguia. E não ficou por aí que, mais tardia, Nasceu a Sílvia… E é esta a conclusão: Viveu três casamentos, longa vida, E prole alegre e divertida Eu sou tão só seu único varão!


RETRATOS DE FAMÍLIA CORAGEM MANINHA

EMA SEPÚLVEDA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

O JARDIM DE ARMANDO


CORAGEM, MANINHA! RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

Não temas, minha irmã, querida Ema, Se a vida te é madrasta e para os teus... Vai, grava nessa Rocha o teu poema E espera confiante, olhando os céus! Não digas a teu Deus que o teu problema É muito grande! Segue os passos Seus Com redobrada fé e tem por lema Que Grande muito Grande é o teu Deus! Va lá, não vais deixar cair o pano! Sabemos que esta vida é um engano E vai tentar frustrar o teu viver. Não deixes que o destino e a má sorte Usurpem teu sorriso, sê mais forte Que eu sei que junto a Cristo vais vencer!


PUDERA EU! RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

Essa alegria amarga que apresentas Nos dias em que vamos ter contigo, Tenta esconder as garras borolentas A penetrar tecido após tecido. E mesmo em sofrimento, insistes, tentas Vaguear num corpo inerte, adormecido E em cada olhar, ferida, reinventas Um outro olhar, com teu olhar mendigo. Pudera ter em mim o dom da vida, A força e o poder, minha querida, De pôr um fim a toda essa agonia

E à tua vida dava outro sentido; Transformaria um coração ferido Em fonte de saúde e de energia!


EMA RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

Tu eras sempre a estrela que guiava Os passos meus na senda desta vida, Presente nos lugares onde andava Para me orientar, mana querida. E foi ao longo desta caminhada Que essa presença foi melhor sentida. Às vezes um conselho, uma palavra, E davas novo alento à nau perdida Depois, veio a tormenta e esse alarde Que a todos surpreende. Era ja tarde E o mundo desmorona à nossa frente! Na hora da partida, dor, saudade! Estranha a vida, estranha a liberdade Que nesse corpo teu se faz presente!


RETRATOS DE FAMÍLIA

O TEU SORRISO Cheguei ao Hospital. Fiquei tão triste Ao ver teu rosto, triste, a olhar pra mim! Meu coração que chora, não resiste E fica triste, pois te vi assim!

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

As lágrimas correram pela face Ao ver teu corpo inerte, ali, prostrado. Olhei p'ra ti, tão triste, sem disfarce, Tão impotente e só, desconsolado. Fixei teus olhos. Oh, que olhar medonho! Em vão, quis despertar de um triste sonho, Perdido, ali, silente, à tua frente. Contrito e só, em preces, eu pedi A Deus que se abeirasse mais de ti E então, vi-te sorrir, feliz, contente!


O TEU PRESÉPIO RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

Juntavas leite e ovos com farinha, Açúcar e um bom Porto em profusão; Batias tudo aquilo que lá tinha, Fazias-te varinha de condão. E à massa singular que dali vinha Havias de entregar o coração; No forno, em lume brando se retinha, Cobria-la depois com massapão. E em tuas mãos nascia a obra de arte, Envolta de carinho. E a melhor parte Gradualmente estava a acontecer. Já pela noite, cheios de alegria, No teu presépio, à mesa, nesse dia, O Deus Menino havia de nascer!


FELIZ NATAL, MANA! RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

As tuas mãos, tais cheias de certeza Moldavam mãe e pai e o menino Com delicado amor, quanta beleza, Com esse instinto artistico, divino. E, gradualmente, surgem na lembrança A estrela e a vaquinha e o burrinho, A tosca gruta, tempos de bonanca Que deixam mil pegadas no caminho. E, de repente, um gosto amargo-doce Que surge em teu viver como de fosse Paradoxal sentença, nau perdida! E o teu olhar apático, sombrio, Nos surge, tal qual fosse um desafio Que quer mudar p'ra sempre a nossa vida!


DESCANSA EM PAZ RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

A tua voz serena, sempre amiga, Que soa no meu peito, triunfal, Ecoa no fulgor da minha vida Com esse teu instinto maternal. Olhando para trás, algo me diz Que foste para mim suave brisa: Teu filho se chamou José Luís, A tua filha se chamou Luisa. E olho o teu olhar tão doce e calmo, E canto para Deus um doce salmo, Legado desse amor que aqui nos dás. Vá longe, o sofrimento, tanta dor, Connosco o teu carinho, o teu amor E tu, querida irmã, descansa em paz!


DORME RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

Deixem dormir no plácido recanto Do novo lar, aqui à sua espera, E esquecer a vida sem encanto Que já viveu na longa Primavera. Deixem cantar. Que o som desse seu canto Possa soar no céu e essa harmonia Faça esquecer pra sempre o triste pranto Que a vida lhe ofereceu dia após dia. Deixem que agora o sonho e a fantasia Imperem no seu canto e essa harmonia Se faça ouvir em cada coração.

E quando no raiar de um novo tempo, Possa sentir que todo o sofrimento Foi tempo que passou, pura ilusão!


RAINHA RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

Lançaste sobre mim o teu olhar Ao veres a tristeza que lá tinha, Uma coroa houveras de me dar, De espinhos. E tornaste-me Rainha! E eis-me, então, perdida, a procurar Meu Paço, a Realeza que não vinha, Tentando em cada passo adivinhar Como encontrar-me nesta vida minha. E de repente, olhei aquela cruz E vi a tua face, meu Jesus, Numa agonia atroz. E compreendi Que minha Realeza é estar contigo. E procurei Teu Paço. E agora vivo Tal qual uma Rainha, junto a Ti!


RETRATOS DE FAMÍLIA

SETE DAMAS EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA


SETE DAMAS RETRATOS DE FAMÍLIA

EMA, OTÍLIA, LURDES, JOSÉ, OLGA, PAULA

ARMANDO E EUGÉNIA

EMILIA SEPÚLVEDA

São sete damas, sete maravilhas, Que Armando me deixou em testamento, São sete moças lindas, sete filhas Que foi gerando no cruzar do tempo. E, juntos, desbravámos cada estrada Na nossa estranha peregrinação, Na ânsia de encontrar um quase nada Que nos trouxesse paz e união. E de repente, as sete, confrontadas Co'as lidas desta vida, alicerçadas Nos seus ensinamentos, quais tesouros! E pulsa no meu frácil coração O manancial de paz e de união Que o pai ousar deixar para os vindouros


Retratos de FamĂ­lia



RETRATOS DE FAMÍLIA AMIE

JOSÉ SEPÚLVEDA E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

EMÍLIA SEPÚLVEDA


RETRATOS DE FAMÍLIA

AMIE A minha vida é feita de incerteza Mas quando a vejo fria, vã, desnuda, Inclino-me p’ra ti com singeleza E a ti, Anita, eu vou pedir ajuda

JOSÉ SEPÚLVEDA E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

EMÍLIA SEPÚLVEDA

Ah! Como é bom conhecer No rosto de uma mulher A verdade que seduz Maria! Como se fosse Aquela que nos deu luz! Relembra o nome da doce Imaculada que trouxe A salvação em Jesus


RETRATOS DE FAMÍLIA PRIMEIRO ENCONTRO

JOSÉ SEPÚLVEDA E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

EMÍLIA SEPÚLVEDA


PRIMEIRO ENCONTRO RETRATOS DE FAMÍLIA

JOSÉ SEPÚLVEDA E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

EMÍLIA SEPÚLVEDA

Estava na paragem do autocarro Sozinha, a cogitar com seus botões, Vivendo esse momento tão bizarro Na mente que se trava de razões. Eu saio do Instituto e logo esbarro Com seus cabelos longos e brilhantes. E atravesso a rua, carro a carro, Perdido em meus silêncios, por instantes. E eis-me frente a si, enfeitiçado, A olhar o seu sorriso disfarçado, Perdido no meu antro de paixão. E quando, enfim, desperto do meu sonho, O seu olhar sereno e tão risonho Passeia em meu Palácio de Ilusão!


RETRATOS DE FAMÍLIA ENCONTRO

JOSÉ SEPÚLVEDA E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

EMÍLIA SEPÚLVEDA


RETRATOS DE FAMÍLIA

ENCONTRO Atravessava a rua lentamente E, de repente, vi-te do outro lado A espera do autocarro que, atrasado, Parava ali na estrada indiferente.

JOSÉ SEPÚLVEDA E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

EMÍLIA SEPÚLVEDA

Entramos e ficamos frente a frente Silentes, sorridentes, lado a lado Trocámos um olhar mal disfarçado E nosso coração saltou plangente. A voz da alma, só, gritava aflita Num abafado som como quem grita E sente amordaçado o seu clamor. E num momento imenso e subtil Trocámos novo olhar, sorrisos mil, E no silêncio um grito: meu amor?


RETRATOS DE FAMÍLIA MEUS FILHOS

LUÍS, MIGUEL E PEDRO

JOSÉ LUÍS E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA


MEUS FILHOS RETRATOS DE FAMÍLIA

LUÍS, MIGUEL E PEDRO

JOSÉ LUÍS E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA

De tantas, tantas graças e presentes E bênçãos sem ter fim já recebidas, Deste-nos, Deus, três filhos diferentes E tão iguais, razão das nossas vidas.

Olha o Luís, tão sóbrio, tão amável, Seus olhos irradiam alegria. Sorrindo sempre, com falar afável Vai espalhando amor e simpatia! Olha o Miguel, sincero, artista nato, Amante da aventura e do retrato, Pacato em seu viver, giesta em flor! Por fim, o Pedro, filho dedicado Que insiste viver sempre ao nosso lado, Fazendo do seu lar um lar de amor!


RETRATOS DE FAMÍLIA O JARDIM DE AMY

LUÍS, MIGUEL E PEDRO

JOSÉ LUÍS E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA


O JARDIM DE AMY RETRATOS DE FAMÍLIA

LUÍS, MIGUEL E PEDRO

JOSÉ LUÍS E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA

Aquele pedacinho de roseira Que com amor plantamos num vasinho, Enfeita agora a nossa floreira Em cima desse toalhão de linho. Luis, Miguel e Pedro à dianteira, Gerados com amor e com carinho... E o pé de rosa encheu a casa inteira Com rosas que perfumam o caminho. O Hugo, a Joaninha e o Martim Abigail e Marcos... um jardim Mais belo quando Pedro chega aqui... Gerados com amor e com paixão, Trouxeram muita paz, muita união, Ao nosso lar de amor, graças a ti!


RETRATOS DE FAMÍLIA MEUS FILHO (II)

LUÍS, MIGUEL E PEDRO

JOSÉ LUÍS E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA


MEUS FILHOS (II) RETRATOS DE FAMÍLIA

LUÍS, MIGUEL E PEDRO

JOSÉ LUÍS E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA

Nascidos dum amor intenso, lindo, Vivido no fragor duma paixão, Tivemos três rebentos, sonho infindo, Que acalentaram nosso coração. Foi longa a caminhada, ressarcindo Os sonhos, a quimera, a ilusão. Depois, a lei da vida vão cumprindo E vemo-los partindo, mão-na-mão

E um a um voaram do seu ninho, Levando esta afeição, este carinho, Distribuindo paz e muito amor. Com esperança, aqui, do nosso lar, Nós vemos nossas aves a voar, Pedindo a proteção do Salvador!


RETRATOS DE FAMÍLIA QUARENTA E TRÊS ANOS

LUÍS, MIGUEL E PEDRO

JOSÉ LUÍS E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA


QUARENTA E DOIS ANOS RETRATOS DE FAMÍLIA

LUÍS, MIGUEL E PEDRO

JOSÉ LUÍS E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA

O tempo voa, amor, nem dei por isso, Já vão quarenta e dois à nossa conta; Ultrapassámos grande reboliço, Algumas dissensões, talvez de afronta. Mas já lá vai, querida... Depois disso Aquilo que passou não nos fez monta, Quebrámos um enguiço e outro enguiço Trazidos pelos jogos faz-de-conta. E ao soprar o vento lá do norte Corremos, procuramos nossa sorte Buscando solos firmes e seguros. Dos erros retirámos ilações E, ao refinar com fogo os corações, Tornámo-nos mais fortes, mais maduros!..


RETRATOS DE FAMÍLIA DIA DE NATAL

LUÍS, MIGUEL E PEDRO

JOSÉ LUÍS E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA


DIA DE NATAL RETRATOS DE FAMÍLIA

LUÍS, MIGUEL E PEDRO

JOSÉ LUÍS E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA

É dia de Natal. Os filhos, netos, A casa vão enchendo. Essa alegria Dos filhos abraçar - tempos diletos, Nos levam a sonhar um outro dia. De longe, lá da Serra da Lousã, Chega o primeiro, a prole em movimento; E de Vizela um outro nos virá Com netos, p'ra alegrar este momento. E de Valongo chega outro rebento, Criando em todos nós o sentimento Solene da família reunida.

É dia de Natal. Eu sei que um dia Iremos desfrutar desta alegria Nos braços do Menino, toda a vida!


RETRATOS DE FAMÍLIA TRÊS RAMINHOS

LUÍS, MIGUEL E PEDRO

JOSÉ LUÍS E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA


TRÊS RAMINHOS RETRATOS DE FAMÍLIA

LUÍS, MIGUEL E PEDRO

JOSÉ LUÍS E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA

(Dia dos namorados)

No dia dos namorados, Para ti venho trazer Três raminhos perfumados, Frutos deste meu viver. O primeiro, amor-perfeito , Que me torna tão feliz, Arrancado do meu peito, A quem chamamos Luís. O segundo, flor jasmim, Colhida no meu jardim Com o nome de Miguel. O terceiro, cravo (Pedro), Que ciranda sem ter medo Neste alegre carrocel.


O MEU MAIS LINDO SONETO

RETRATOS DE FAMÍLIA

LUÍS, MIGUEL E PEDRO

JOSÉ LUÍS E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA


O MEU MAIS LINDO SONETO RETRATOS DE FAMÍLIA

LUÍS, MIGUEL E PEDRO

JOSÉ LUÍS E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA

Catorze são os versos que te escrevo No meu soneto, o fruto duma vida, Catorze versos, versos a quem devo O nosso mundo azul, Amy querida! São versos dum poema que te levo Em filhos (três), em netos (seis). Talvez, Co'as noras que aqui junto, neste enlevo, Eu conte a minha história: - Era uma vez...

...Um jovem, uma jovem, na voragem Do tempo. No decurso da viagem, Qual árvore, cresceram para o céu. E o meu soneto nasce entre a folhagem: Um Tronco - a sustentar toda a ramagem, Seis netos, filhos, noras, tu e eu!


RETRATOS DE FAMÍLIA PRINCESAS MINHAS (NELA, TELMA, EUNICE)

MANUELA (LUÍS), TELMA (MIGUEL) EUNICE (PEDRO)

JOSÉ LUÍS E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA


PRINCESAS MINHAS RETRATOS DE FAMÍLIA

LUÍS, MIGUEL E PEDRO

JOSÉ LUÍS E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA

Se alguma coisa louvo ao Pai do céu E nunca vou deixar de agradecer, São três princesas, noras, que me deu E alegram dia-a-dia o meu viver. A Telma, mulher forte, persistente, Que cuida do seu lar como ninguém E tem no seu viver sempre presente Os filhos, seu marido, o irmão, a mãe. A Nela, de olhar vivo e penetrante, Tem no seu peito a força de um gigante Oculta num olhar quase inocente. Depois, a Nice, encanto de mulher! Com ela, no lugar onde estiver, A força do amor esta presente!


RETRATOS DE FAMÍLIA

LUÍS E NELA LUÍS E MANUELA

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA



RETRATOS DE FAMÍLIA

LUÍS E MANUELA

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA

FELIZ ANIVERSÁRIO, LUÍS


FELIZ ANIVERSÁRIO, LUÍS RETRATOS DE FAMÍLIA

LUÍS E MANUELA

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA

Já vão quarenta e um mas nem parece Que o tempo se passou com tanta pressa, O certo, é que o fervor da nossa prece Gerou um belo fruto bem depressa. Eu sei que a nossa vida desvanece E o tempo que passou já não regressa, Não peças a esse tempo que regresse Que a cada instante a vida recomeça. Mas pensa no alvor da tua vida; Que Deus possa ajudar-te na corrida E vivas os teus dias sem assombro. E mesmo que haja pedras no caminho, Que não te sintas nunca mais sozinho Mas sente a minha mão sobre o teu ombro.


RETRATOS DE FAMÍLIA ENFERMEIRO MISSIONÁRIO

LUÍS E MANUELA

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA


ENFERMEIRO MISSIONÁRIO RETRATOS DE FAMÍLIA

LUÍS E MANUELA

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E GENINHA

Vi-te a correr por vilas e cidades, Guitarra aos ombros, cheio de fulgor, Cantando e anunciando as mil verdades, Que levam a Jesus, o Salvador. Depois, por entre as tuas amizades, Vi-te a lutar, a mitigar a dor Àqueles a quem vis enfermidades Da vida lhes roubavam seu sabor. E agora, filho, vais alegremente, Cuidando e preservando o corpo, a mente, De tanta gente, em teu labor diário. E segues teu caminho, prazenteiro, Qual barro, que das mãos do grande Oleiro Nasceu para Enfermeiro Missionário!


RETRATOS DE FAMÍLIA

MIGUEL E TELMA HUGO E ABIGAIL

MIGUEL E TELMA

JOSÉ E AMY DINE



RETRATOS DE FAMÍLIA

HUGO NIGUEL

MIGUEL E TELMA

JOSÉ E AMY DINE

HUGO MIGUEL


HUGO RETRATOS DE FAMÍLIA

HUGO NIGUEL

MIGUEL E TELMA

JOSÉ E AMY DINE

Huguito, já cheguei, mas que saudade Eu tinha de te ver, meu amorzinho, Vem dar-me aquele abraço, apertadinho, Que me enche de calor, felicidade!

O tempo que passei lá na cidade Aonde vivo com tua avozinha Parecia não correr e, adivinha, Parece que foi uma eternidade. Trouxe p’ra ti o carro policial, A pista, o dos bombeiros, tal e qual! Mas estas prendas têm pouco valor. Por isso, trouxe-te uma sem igual, Como presente muito especial, Eu quero aqui deixar-te o meu amor!


RETRATOS DE FAMÍLIA SENHOR

MIGUEL

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA


SENHOR RETRATOS DE FAMÍLIA

MIGUEL

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

Quando chegaste em dia de alegria A minha casa onde há paz e amor, Eu partilhei o pão de cada dia Contigo, à minha mesa, meu Senhor. Mas, de repente, toda essa harmonia Num ápice ruiu e ao meu redor O bem e o mal brincaram à porfia E tudo se transforma em grande dor. E em oração me achego a ti, meu Deus; Pedidos mil se elevam para os céus De amigos sem ter fim, num só clamor!

E, em Tua meiga voz, disseste: - Amigos,

Ó!, vinde a mim, cansados e oprimidos E eu vos livrarei de toda a dor!


RETRATOS DE FAMÍLIA

O TOQUE DE SUA MÃO MIGUEL

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA


O TOQUE DE SUA MÃO RETRATOS DE FAMÍLIA

MIGUEL

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

Terrível, quão terrível essa tarde Em que a doença todo me envolvia, A febre me assolava e sem alarde, Sozinho, envolto em dor, me contorcia. Fugi p’ró quarto e ali, fechado à chave, Prostrei-me sobre a cama em agonia, Que nas entranhas todo o corpo arde E é grande o sofrimento nesse dia. Mas, de repente, nessa solidão, Alguém tocou suave em minha mão E uma imensa calma então senti. Não sei o que passei nesse momento, Só sei que, com Jesus no pensamento, Na mais serena paz adormeci!


RETRATOS DE FAMÍLIA PEDALA, MIGUEL

MIGUEL

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA


PEDALA, MIGUEL RETRATOS DE FAMÍLIA

Dedicado ao meu filho Miguel quando da doença grave por que passou. (inspirado numa mensagem da internet)

MIGUEL

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

No princípio, eu olhava para Jesus com outro olhar. via um Jesus vigilante, Juiz que não esquecia as coisas erradas que eu fazia sempre, a cada instante.

Ele estava ali, com Seu poder, Senhor e Fonte do saber… Reconhecia a Sua imagem mas não tinha coragem de O conhecer.


RETRATOS DE FAMÍLIA

MIGUEL

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

Mais tarde, quando passei a conhecê-Lo, pareceu-me que a vida era como um passeio de bicicleta e percebi que Jesus seguia atrás, de forma discreta, segurando-me e ajudando-me a pedalar… E tudo ficou mais belo!

Não me lembro quando foi que Ele mudou para o meu lugar, só sei que desde esse dia a vida ficou cheia de alegria… E queria cantar!


RETRATOS DE FAMÍLIA

MIGUEL

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

Conforme o tempo voava como o vento e agora me tornara paciente, tudo ficou mais compreensível, todo o momento feliz e atraente… Quando eu estava no comando, sabia onde queria chegar e quase sempre encontrava um caminho exequível. Mas, incrível, não ficava satisfeito, Tudo aquilo era previsível… mas imperfeito…


RETRATOS DE FAMÍLIA

MIGUEL

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

Depois que Jesus assumiu a liderança, Cresceu-me a confiança. Dia após dia descobria que Ele conhecia atalhos maravilhosos. Passei a subir montanhas, transpor terrenos pedregosos, trajetos vertiginosos! Tudo o que tinha que fazer era segurar-me confiante e correr, correr, sempre adiante… Ele dirigia, e eu, contente, sorria! E, conquanto às vezes, me parecesse uma loucura, Ele apenas dizia: - Segura, Miguel, segura!


RETRATOS DE FAMÍLIA

MIGUEL

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

Quando me sentia ansioso e preocupado, perguntava-Lhe: - Senhor, vamos por esse lado? Ele sorria, e trocávamos olhares à porfia… Pouco a pouco, foi crescendo a confiança. E quando às vezes me surgia a desesperança, Ele virava-se para trás, agarrava fortemente a minha mão… e zás! Na sua doce e mansa fala, dizia: - Pedala, Miguel, pedala!


RETRATOS DE FAMÍLIA

MIGUEL

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

Levou-me até pessoas que não conhecia, deu-me o dom do serviço e da alegria… Depois, olhava para mim… e sorria. Muitas das pessoas que trouxe até mim apoiaram-me em momentos difíceis e me ajudaram a superar obstáculos e a prosseguir assim na minha caminhada. … E, juntos, derrubámos toda a barricada! E dia após dia passei a pedalar na Sua companhia…


RETRATOS DE FAMÍLIA

MIGUEL

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

Um dia, olhando para mim, olhos nos olhos, disse-me:

- Entrega os dons que trazes na mochila aos amigos e vizinhos da montanha ou da vila. Às tuas costas são abrolhos, ou espinhos, é supérflua… e pesada!, Não vale nada! E, sorrindo, comecei a distribui-los por todos que encontrava. E pude descobrir com alegria que quanto mais dava, mais recebia! E o meu fardo era mais suave e leve em cada dia…


RETRATOS DE FAMÍLIA

MIGUEL

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

No princípio, não compreendia e vivia indeciso e com temor. Mas o Senhor conhecia bem os segredos da minha bicicleta, sabia como incliná-la em curvas arrojadas, como elevá-la para transpor obstáculos e valadas, lugares pedregosos, charcos lamacentos, proteger-nos de frios e de ventos…

… e, no meio de tantas redundâncias, desmembrar caminhos e atalhos, encurtar distâncias... …e trabalhos!


RETRATOS DE FAMÍLIA

MIGUEL

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

Aprendi a ouvi-Lo cantar ao pedalar nos caminhos mais incertos, aprendi a apreciar a planície infinda, estendida em espaços abertos, e cada dia mais linda…, mais linda! Senti o soprar da fresca brisa que nos desliza pela fronte, ao subir a serra, ao descer o monte… E eu sorria ao desfrutar tanta alegria! Agora, quando sinto que não posso ir mais além, olho o Seu olhar sereno que num aceno me sorri Como quem diz: - Estou aqui… E, com fraternal carinho, murmura baixinho:

- Pedala, Miguel, pedala, filhinho!...


RETRATOS DE FAMÍLIA

ABIGAIL

MIGUEL E TELMA

JOSÉ E AMY DINE

ABIGAIL


ABIGAIL RETRATOS DE FAMÍLIA

ABIGAIL

MIGUEL E TELMA

JOSÉ E AMY DINE

Há cânticos no ar, muita alegria! Os querubins, arcanjos e anjos mil Espalham pelo ar a melodia Que anuncia um anjo, Abigail

Suave paz! O seu sorriso lindo E o brilho desse seu imenso olhar São bálsamo de amor eterno, infindo, Que brota do seu peito e faz sonhar Ai, como é bom, momento tão solene, Olhar o seu sorriso, a paz perene, Expressos nesse rosto delicado! E, ao vê- la adormecer nos braços meus, Elevo o meu louvor aos altos céus, E em preces digo ao Pai: - Muito obrigado!


RETRATOS DE FAMÍLIA SUAVE MILAGRE

MIGUEL

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA


SUAVE MILAGRE! RETRATOS DE FAMÍLIA

(Oito anos depois)

E o ledo se fez triste... A confusão Gerada à nossa volta nesse dia, Trazia-nos imensa apreensão Por algo que ao redor acontecia... MIGUEL

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA

Ali, silente e envolto em comoção, Ele chorava a dor que então sentia... Mulher e filho e um terno coração Pleno de amor que, lento, se esvaía.. E foi então que a voz do seu Senhor Se ouviu bem forte e todo o mal, a dor, Num ápice partiu, se dissipou ... Rejubilai, irmãos, haja alegria Que o corpo do meu filho nesse dia P'la graça do meu Deus ressuscitou!


RETRATOS DE FAMÍLIA PEDRO E FAMÍLIA

PEDRO E EUNICE

JOSÉ E AMY DINE

ARMANDO E EUGÉNIA



RETRATOS DE FAMÍLIA

JOANA

PEDRO E EUNICE

JOSÉ E AMY DINE

JOANA


JOANA RETRATOS DE FAMÍLIA

JOANA

PEDRO E EUNICE

JOSÉ E AMY DINE

Joana, como é lindo o teu olhar Olhando o meu, assim, tão penetrante! Olho p’ra ti e logo, num instante, Eu fico enternecido, sem falar! O teu sorriso doce, de encantar, Traz aos meus olhos brilho radiante. E ouço a tua voz a cada instante A me dizer: Avô, vamos brincar?

Vem-me abraçar, amor, e vem trazer A força e alegria de viver A este meu cansado coração. E vem dizer-me com o teu carinho:

Eu quero-te abraçar, meu avozinho, Só quero o teu amor, tua afeição!


RETRATOS DE FAMÍLIA MARTIM

MARTTIM

PEDRO E EUNICE

JOSÉ E AMY DINE


MARTIM RETRATOS DE FAMÍLIA

MARTTIM

PEDRO E EUNICE

JOSÉ E AMY DINE

Agora que acabaste de nascer, Montado em teu corcel de fantasia, Eu sinto regressar essa harmonia Que se esvaía dentro do meu ser. É quando estás olhando p’ra meu ser Com teu sorriso pleno de alegria Que quero reviver em cada dia Essa alegria imensa de viver.

Assim, ao ver-te, eu sinto renascer Momentos já vividos com prazer Em tempo já no tempo dissipado. Contigo nasce a luz de um novo dia! Por isso, quero a tua companhia E caminhar contigo lado a lado.


RETRATOS DE FAMÍLIA MARCOS

MARCOS

PEDRO E EUNICE

JOSÉ E AMY DINE


MARCOS RETRATOS DE FAMÍLIA

MARCOS

PEDRO E EUNICE

JOSÉ E AMY DINE

Menino lindo, com olhar tão vivo, Irrequieto na forma de agir, Mergulho em ti e vejo se consigo Ler nos teus olhos tão lindo sorrir. E quando pousas no meu ombro amigo Tua cabeça, sinto o teu sentir… Teu coração a procurar abrigo, Tão cheio de esperança no porvir. E olhando o teu olhar sereno, Marcos, Aos céus ouso lançar louvores parcos Com sentimento, grato, bem discreto.

Que, desde que chegaste à minha vida, A vida à minha volta é mais florida Por te sentir em mim, querido neto!


RETRATOS DE FAMÍLIA

PEDRO

PEDRO E EUNICE

JOSÉ E AMY DINE

PEDRO


DOM PEDRO, O QUINTO RETRATOS DE FAMÍLIA

PEDRO

PEDRO E EUNICE

JOSÉ E AMY DINE

Souberas, Pedro, os sonhos que tu trazes À tua casa humilde, pobrezinha, Até nesses momentos mais fugazes Com gases a afligir-te a barriguinha! Como essas flores brancas e lilases Que vemos p'la janela da cozinha, Teus olhos e o seu brilho são capazes De transformar em cor a dor mesquinha... Dom Pedro, o Quinto, meu netinho de ouro, Tu és pra todos nós como um tesouro Que a natureza pródiga nos deu.

Vivamos esta peregrinação Na mais perfeita paz e comunhão, No caminhar sereno para o céu!


RETRATOS DE FAMÍLIA EXCELÊNCIA

JOANA

PEDRO E EUNICE

JOSÉ E AMY DINE


EXCELÊNCIA RETRATOS DE FAMÍLIA

JOANA

PEDRO E EUNICE

JOSÉ E AMY DINE

Orgulho da família, dos amigos, Ei-los brilhando com o seu querer, Sempre animados, com seus olhos vivos E uma vontade imensa de aprender! Em sua escola, são persuadidos A devorar os textos com prazer E descobrir na força dos seus livros Lições de vida plenas de saber. E com amor, assaz dedicação, Conquista após conquista, ei-los que vão Sempre aumentando a sua sapiência. E vêmo-los brilhar perante a gente, Com seu saber imenso, eloquente, E alcançar o ponto de Excelência!


RETRATOS DE FAMÍLIA

JOANA

PEDRO E EUNICE

JOSÉ E AMY DINE

ALUNA DE EXCELÊNCIA


ALUNA DE EXCELÊNCIA (À minha neta Joana) RETRATOS DE FAMÍLIA

JOANA

PEDRO E EUNICE

JOSÉ E AMY DINE

Vi-te sentada em casa, no sofá, Com livros espalhados ao teu lado, Tentando desvendar o que ali há E descobrir em tudo um resultado. Com brio e muita força de vontade, Perseverante, ali permanecias Irradiando paz, felicidade, Em todas as tarefas que fazias. É esse teu vigor e persistência, Um exercício à tua paciência, Que vai estimular o teu querer. E graças ao teu zelo e inteligência Tu vais tornar-te a Aluna de Excelência Que um dia vai fazer de ti mulher!


RETRATOS DE FAMÍLIA

FICHA TÉCNICA Título: GÉNESE Retratos de Família Autor: JOSÉ

SEPÚLVEDA

Capa e contracapa

Arranjo: JOSÉ SEPÚLVEDA Blog

ocantodoalbatroz.blogspot.com Publicado em Ebook https://issuu.com/correiasepulveda

Edição: EDITO-me


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