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O jornal da comunidade luso-venezuelana
ano 06 - n.º 108 - DePósito LegaL: 199901DF222 - PubLicação semanaL
caracas, 26 De maio De 2005 - VenezueLa: bs.: 1.000,00 / PortugaL:
Venezuela procura professores de Português UNEFA , Universidade Experimental das Forças Armadas, quer contratar professores para leccionarem a disciplina de Português. Um avanço importante . Página 5
1,50
Luz no fundo do tú nel da amizade parlamentar. Página3 "Russo" Danny em entrevista. Página30
Valencia acolhe comemorações do Dia de Portugal na Venezuela. Página 32
Portugal "vermelho" de Norte a Sul Equipa de Trapattoni conquista tí tulo de campeão nacional onze anos depois da última vitória. Página 31
Lusodescendente no "Mister Venezuela". Página 32
2 editorial Director: Aleixo Vieira Subdirector (DN-Madeira) Agostinho Silva Coordenadora (Caracas) Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva Nathali Gómez e Noélia de Abreu Correspondentes: Ana Pita Andrade (Maracay) Bernardete de Quintal (Curaçau) Briceida Yepez (Valencia) Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira Preparação Gráfica: Olga de Canha (DN-Madeira) Produção: Franklin Lares Secretariado: Glória Cadavid
CORREIO DE CARACAS - 26 DE MAIO DE 2005
Protagonismos artificiais
Q
uem acompanha com alguma atenção o trabalho meritó dio dos diversos clubes e centros associativos, depara-se com frequentes “ despiques” que pouco ou nada dignificam a comunidade que representamos. o trabalho que está à vista esconde, por vezes e ainda bem, atitudes mesquinhas que definitivamente deveriam estar fora do dia-a-dia da comunidade. interrogamo-nos como é que é possível que, pessoas que ergueram tão importantes obras e meteram mãos em importantes iniciati-
a semana Novo “ fô lego” no Instituto Camõ es Depois de muitas críticas ao Instituto Camões, é de louvar a vinda de três professoras, a quem desejamos as melhores felicidades nesta nova etapa. Este novo “fôlego” para o ensino do Português é uma obrigação do Instituto Camões - foi para isso que foi criado mas apraz-nos registar que se denota vontade de concretizar objectivos.
vas de diverso cariz, possam ceder à tentação da disputa pela disputa, numa incompreensível busca de protagonismo e de evidencias. É assim que, só para citar alguns exemplos actuais, nos entristecem as notícias de desentendimentos em Valencia, la Victoria e também em Caracas. Quando deveríamos estar todos a melhorar aspectos organizativos ou a dedicarmonos a novas iniciativas, aparecem as quezílias menores. É tempo de reflectir na figura que fazem determinados protagonistas artificiais.
Repercussã o nunca vista É uma referência quase repetida, mas que se impõe: terminadas as celebrações alusivas à Virgem de Fátima, nota-se que o impacto conseguido pela comunidade portuguesa junto de todas as faixas da população deste País foi enorme, tendo assumido proporções nunca vistas. Que belo exemplo de integração! Estão de parabéns todas as individualidades e instituições que, com maior ou menor repercussão pública, trabalharam para honrar o nome de Portugal. Mais uma vez!
o CaRToon Da semana
Descoordenaç ã o na biblioteca
Distribuição: Juan Fernandez Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas.
No Centro Português, as obras prometidas para o ano passado continuam por acabar...
Na nossa última edição anunciámos que a biblioteca do Consulado já estaria a funcionar .Mas ao que parece interpôsse uma certa descoordenação entre as autoridades consulares e a instituição que concentra os livros em português. Algumas pessoas não puderam consultar os livros devido a medidas de segurança interna. Algo assim tão difícil de contornar e agilizar?
Devem estar àespera que Alberto João Jardim venha inaugurá-las!
Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares
Onde está o “ fair play” ?
Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA
ILUSTRÇÃO: PAULO ABREU
O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias. El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.
Para todos los
Em diversas iniciativas onde é estimulada a competição saudável, tem-se notado uma certa apetência para a troca de acusações, com denúncias nem sempre fundamentadas de favorecimentos familiares ou de outras proximidades. Nalguns casos concretos estamos a falar de crianças, que pouca culpa têm dos adultos que as lideram. Há casos de concursos de beleza, comparsas e até resultados desportivos forjados só porque se trata deste ou daquele atleta? Se sim, que se comprove e que se denuncie! Se se trata apenas de mau perder, que tal um reforçodo “fair play” que todos devemos ter?
gustos
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actualidades Cinco madeirenses de “ regresso” O programa "Portugal no Coração 2005" fez com que cinco madeirenses concretizassem um sonho que consideravam já impossível. Vieram da África do Sul, da Namíbia, da Venezuela e do Brasil e têm em comum o facto de nunca terem visitado a sua terra natal. Recebidos por uma representante do Centro das Comunidades Madeirenses e por alguns familiares que ainda têm na ilha, os emigrantes não escondiam a emoção e a satisfação que os invadia. Maria Nazaré Mendes, de 80 anos, saiu da Madeira em 1960 e nunca mais regressou. Devido à sua situação económica, diz que se não fosse ter ganho o concurso morria na Venezuela sem voltar a ver a Quinta Grande.
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Amizade “arranca” com visita oficial Finalmente as intenções se concretizam. Deputados da Venezuela e de Portugal vão iniciar as relações entre Parlamentos
42ª Feira Nacional da Agricultura em Junho A Madeira vai estar institucionalmente representada na 42ª Feira Nacional de Agricultura, a realizar de 4 a 12 de Junho, em Santarém. Trata-se de uma presença habitual da Região, naquela que é considerada a maior feira do país, na área em questão. A representação estará a cargo da Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, através da Direcção Regional da Agricultura e do Instituto do Vinho da Madeira.
Mestrado em Ciê ncias Interculturais na UMA A Universidade da Madeira começou a receber esta semana as candidaturas para o mestrado em Ciências Interculturais, um curso organizado pelo Departamento de Estudos Romanísticos que pretende conseguir interessados de todas as áreas. Conforme nos explica a responsável pelo curso, o mestrado é uma maisvalia para todas as pessoas que trabalhem no âmbito internacional, sejam elas de qualquer área, desde as letras à economia. Aline Bazenga explica o porquê do curso dizendo que «neste mundo globalizado muitas vezes há insucessos porque os quadros, quando são enviados para o estrangeiro para fazer diferentes negociações, desconhecem a realidade dos países que os acolhem».
Sérgio Gouveia (DN Madeira) sgouveia@dnoticias.pt
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m conjunto de deputados à Assembleia da Repú blica (AR) decidiu constituir o Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Venezuela. Já fizeram seguir para o presidente da AR um requerimento, datado de 20 de Abril, nesse sentido e no qual pedem a Jaime Gama para "dar sequência ao respectivo processo". O madeirense Correia de Jesus (PSD) foi o dinamizador da iniciativa e surge como primeiro subscritor da mesma. Facto que deverá dar-lhe o direito de presidir ao novo Grupo de Amizade. Um dos dois vice-presidentes do respectivo conselho directivo deverá ser José Lello (PS). Quer o social-democrata quer o socialista, recorde-se, são antigos secretários de Estado das Comunidades. O primeiro no tempo de Cavaco e o segundo durante o consulado de Guterres.
Miguel Albuquerque, presidente da Câ mara do Fuchal, foi a correia de transmissão no desejo dos parlamentares da Venezuela , depois da visita a Caracas, no mes de A bril Consultando a lista de 12 membros, constata-se que um terço dos deputados são madeirenses. Ou seja, quatro. Contando com Correia de Jesus, integram-no ainda Hugo Velosa (PSD), Ricardo Freitas (PS) e Gonçalo Nuno Santos (PSD). Tal representação deixa bem à mostra o peso da Venezuela como país de acolhimento para muitos emigrantes oriundos da Região. Circunstâ ncia lembrada pelo dinamizador da ideia "além da comunidade portuguesa no seu conjunto" - ao justificar, ao DIÁRIO, a intenção de criar e pô r "a funcionar" a estrutura em causa.
De acordo com Correia de Jesus, há outro factor a concorrer para o aparecimento do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Venezuela: "A solicitação do congénere venezuelano". Algo que "reforçou" os pressupostos já existentes. Miguel Albuquerque, presidente da Câ mara do Funchal, foi a correia de transmissão no desejo dos parlamentares da Venezuela. O autarca, conforme observa Jesus, escreveu mesmo uma carta aos eleitos da Madeira em São Bento sensibilizando-os para tal sugestão. O objectivo do novo Grupo de Amizade, segundo os seus pró prios estatutos, é "o desenvolvimento do diálogo e a cooperaç ão entre os parlamentos dos dois países". Em sete alíneas são designados os vários tipos de iniciativas. O intercâ mbio geral de informações, a elaboração de estudos sobre aspectos das relações bilaterais e o convite para reuniões, por exemplo, do corpo diplomático são alguns deles.
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Conselheiros em Puerto Ordaz Bolívar, os conselheiros avaliaram as condições em que estavam os portugueses, especialmente os da terceira idade, que nácio Pereira e Mario Pereira, na sua maioria não merecem qualquer representantes do Conselho das tipo de atenção especial por falta de Comunidades Portuguesa na Ve- meios econó micos. Os idosos chegaram nezuela, deslocaram-se até Puer- a ir à sede do clube para pedir a ajuda to Ordaz, cidade Bolívar, para visi- do Governo. tar o Centro Português de Guayana Pereira assegura que os emigrantes e ter uma aproximação com a comu- portugueses que chegaram ao país nunnidade portuguesa que vive na zo- ca pagaram segurança social nem em na. Portugal nem na Venezuela. Agora, o Com esta visita, os conselheiros evi- primeiro secretário do Conselho perdenciaram a situação crítica em que estão manente dos Conselheiros, juntamente muitos emigrantes que residem no sul com a Dra. Maria João Curto, estão atenda Venezuela e que nunca chegaram tos e pretendem agilizar os trâ mites nem sequer a registar-se na segurança necessários para conceder uma quantia social. de dinheiro que vai ser entregue menInácio Pereira, primeiro secretário do salmente a cerca de 200 pessoas carenConselho Permanente, informou-nos ciadas da zona. que estes portugueses que vivem numa A comunidade da cidade Bolívar situação precária absoluta solicitaram o queixa-se de falta de um cô nsul honosocorro da Assistência Social de Idosos e rário que os ajude a tratar da documenCarenciados (ASIC) para poder resolver, tação na cidade, pois fazer esta papelada de alguma forma, a privação econó mica implica perder tempo e dinheiro ao ter que atravessam. Contudo, critica Pereira, que se deslocar até Caracas. esta ajuda não é suficiente para uma disAntes, a comunidade portuguesa contribuição que, em muitos casos, favorece tava com um diplomático que exercia outros membros da comunidade que não funções consulares no Centro Português têm necessidade de recebê-la. de Guayana, mas este deixou de existir, Enquanto permaneceram no Estado havendo apenas uma secretária que ajuJean Carlos De Abreu
deabreujean@yahoo.com
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da na introdução de requisitos solicitados pelo Consulado Português na Região Oriental, se assim quiserem as autoridades diplomáticas.
é debater temas de interesse para as comunidades lusas que estão espalhadas pelos quatro continentes. Na reunião, em que vão estar representados dez conselheiros da Venezuela, Conselheiros re nem em -Lisvão tratar-se temas como o ensino do boa português nos países da diáspora, as relações comerciais entre os emigrantes e De 29 de Junho a 2 de Julho, vão se os portugueses e o apoio ao meios de reunir no Parlamento Português os 96 comunicação social que transmitem promembros do Conselho das Comunida- gramação ou conteú dos em língua pordes Portuguesas no Mundo. O objectivo tuguesa.
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Unefa procura professores de português Delia Meneses
comunitário na área de confeitaria, organização de festas infantis, lençaria, gastronomia, pintura a ó leo, entre ouUnefa é a Universidade Ex- tros. perimental da Força ArmaO departamento de línguas da unida Nacional. Esta institui- versidade foi criado no início de 2005 ção tem actualmente a sua e, actualmente, só tem aulas de inglês. sede em Chuao, onde antes estavam as Esta alternativa tem sido bem sucediinstalações de "Petró leos de Venezuela" da e já se formaram dez secções com (PDVSA). Foi fundada há 31 anos, mas quinze alunos cada. só em 1999 deixou de ser um instituto Para o final deste ano, a universidauniversitário para atingir o estatuto de de tenciona expandir a oferta de línuniversidade. guas. O objectivo é abrir cursos de auAna María Figueira, lusodescenden- las de francês, italiano e português. Fate de pais madeirenses, é a responsável biola Romero, coordenadora de línguas pela Divisão de Acção Social e explica- da Unefa, explica-nos que concretanos que a Unefa é uma universidade mente para o português a procura tem comunitária tanto pelas opções acadé- sido significativa tanto da parte dos mimicas que oferece como pelos custos litares como de outros profissionais de da matrícula, que até são acessíveis. diversas áreas. Na sua sede de Maracay, A Universidade das Forças Arma- a Unefa também quer possibilitar aos das tem 22 nú cleos em toda a Vene- interessados cursos de português. zuela. Em Caracas, oferece cursos para Romero reconhece que o aumento formar as pessoas para distintas profis- de convénios comerciais e econó misões, como a controladora social, gestão cos com o Brasil têm fomentado o insocial, educação integral, economia so- teresse pela língua. Contudo, até à data, cial, assim como níveis técnicos em ho- não tem sido fácil para a Unefa consetelaria, turismo, enfermagem e mecâ - guir professores de português para abrir nica dentária. Recentemente, abriu cur- o período de inscrições. sos gratuitos de desenvolvimento "Temos conseguido professores de delia_jornalista@yahoo.com
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francês e de italiano, mas é muito difícil encontrar docentes de português. Recorremos ao Instituto Cultural do Brasil, mas os honorários dos professores eram muito elevados e nó s somos uma universidade comunitária", explica. Unefa deixa um apelo aos professores de português - preferencialmente licenciados - para que ajudem a sede desta universidade com uma proposta do programa do curso, assim como dos
possíveis livros que possam ser utilizados nas aulas. Se houvesse professores, os cursos decorreriam duas vezes por semana e durariam um ano e meio, aproximadamente. A universidade também está a receber currículos de professores de chinês e russo, sobretudo pelo interesse que estas línguas têm despertado, consequência essencialmente do aumento de relações comerciais com estes países.
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Matar saudades da Venezuela Nathali Gómez
familiares que ficaram lá. Conforme nos conta Marinheiro, o centro foi fundado por trinta e duas spinho é uma cidade de pessoas e, actualmente, tem mais de 21,42 km². Localizada no 1400 associados. Nessa altura, o clube Distrito de Aveiro (região tinha setenta mil metros quadrados, Norte e sub-região do Por- mas pela expropriação feita pela Brisa to), tem uma população de 10.200 ha- (empresa construtora de auto-estradas) bitantes aproximadamente. É conhecida a área do terreno viu-se reduzida a cinpela sua centenária feira, pela gastro- quenta mil metros quadrados. nomia e pelas actividades de lazer e tuA procura que a associação tem derismo que oferece aos seus visitantes. pende dos dias da semana e dos horáMas há outra característica que faz rios que os só cios têm disponíveis. É com que esta cidade se destaque das comum, exprime o vice-presidente, que outras, sobretudo para os venezuelanos de segunda a sexta-feira os visitantes que deixaram o seu pais: a existência sejam as pessoas mais idosas, que aprode um clube onde podem matar as sau- veitam para jogar cartas e dominó . Na dades que têm da sua terra e intercam- hora do almoço, tanto só cios como biar culturalmente com os portugue- convidados comem no restaurante do ses. centro e, noite, os atletas aproveitam A Associação Clube de Espinho, ex- para praticar diferentes modalidades plica o seu vice presidente Joaquim Ma- desportivas. Para além disso, podem oprinheiro, foi criada a 13 de Junho de tar por ficar no Café-Bar. 1985 e surgiu devido à necessidade que Entre as actividades que se realizam os lusos venezuelanos residentes em no centro destacam-se as festas portuPortugal tinham para manter o seu vín- guesas e as venezuelanas, exposições de culo com a Venezuela e com os seus pintura, aulas de danças de salão, prátinathaligomez@correiodecaracas.net
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cas e campeonatos da equipa de beisbol (que participou no Campeonato Nacional), futsal (no campeonato Distrital) e futebol (em diversos torneios). Também há actividades diárias no ginásio, torneios de domino, sueca e xadrez, picnics e mú sica ao vivo os sábados à noite no restaurante. Venezuela em Portugal "A presença da comunidade lusovenezuelana em todo o Distrito de Aveiro é marcante. São poucas as actividades econó micas que não contam com a presença de lusodescendentes", comenta Marinheiro. Nos principais campos onde se destacam são o da Construção, o da panificação, o da restauração e o da
distribuição alimentar. Nas lojas de Espinho, já é comum ver produtos venezuelanos, tais como: farinha para arepas, malta, sumos, chicha, compotas, empanadas, pão de jamó n, cachitos, etc. Os aspectos culturais também estão presentes no clube, pois ali está a Biblioteca Ibero-americana Simó n Rodriguez, onde há danças latino-americanas, mú sica, exposições de pintura com pintores e outras iniciativas venezuelanas, como eventos com gastronomia crioula. Entre os artistas que já actuaram no clube destacam-se "El Conde del Guacharo", a "Coral del Centro Portugues de Caracas" e o "Orfeon da Universidade Central de Venezuela".
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Uma portuguesa no comércio informal Maria Augusta Ramos não ficou de braços cruzados quando a vida lhe trouxe contratempos. Montou o seu negócio e hoje consegue sobreviver Nathali Gómez
gas de 1999", diz sem muita nostalgia. Anos depois, conseguiu outro par, com quem tem gémeas. Contuvida de Maria Augusta do, os ingressos do seu companheiro Ramos, natural do Por- actual, um pedreiro natural de Aveito, desmarca-se do este- ro, são bem mais esporádicos. Por isreó tipo português so, teve que dividir o seu tempo enpró spero, ou o da mulher que é só tre as actividades domésticas e o uma ama de casa. Esta emigrante não atendimento no seu posto de guloficou de braços cruzados à espera seimas e tabaco, onde trabalha das que alguém a contratasse para gan- 10h00 às 20h30. har um salário mínimo. Saiu à rua há Maria Ramos, nos 25 anos que oito anos para montar o seu pró prio tem no país, nunca foi ao Centro negó cio e fazer parte da chamada Português de Caracas e, devido às economia informal. Desde então, e prioridades em termos de despesas, até agora, este trabalho tem lhe per- confessa que tem quatro anos sem ir mitido pagar as despesas com a ca- à praia. Dois dos seus quatro filhos sa e a educação dos filhos. decidiram ir para Portugal e para a A sua situação econó mica desde Inglaterra para tentar a sorte e, seo início não foi a melhor. Teve um gundo ela, a vida corre-lhes melhor marido, também português, mas um fora. dia este decidiu ir embora e deixáO montante das vendas do seu la sozinha com os filhos. "Não sei se posto de mercadorias dá para viver e ele está vivo ou morto. Até já pensei guardar algum dinheiro. A trabalhar que ele morreu na tragédia de Var- na economia informal, Ramos connathaligomez@correiodecaracas.net
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seguiu viajar até Portugal há algum tempo atrás. Contudo, actualmente, os seus ingressos não lhe permitiram visitar o seu pai no Porto, que sofreu de uma trombose há dois anos. "Se quero vencer na vida, tenho que trabalhar, faça chuva ou faça sol", diz Ramos, que espera um dia ter o seu pró prio quiosque ou um pequeno local comercial onde as condições para as vendas sejam melhores e onde não haja "vadios que querem roubar carteiras de tabacos ou uma guloseima, quando me descuido". Esta portuguesa, que admite sentir-se venezuelana, queixa-se um pouco a gozar de que as suas filhas de doze anos não a acompanham no posto de La Candelária, essencialmente porque lhes dá vergonha que as suas amigas os vejam. Contudo, ao mesmo tempo, percebe que estão a estudar para progredir e não serem vendedoras ambulantes como ela.
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Fundo de Saú de entregou ó culos aos idosos do lar Andrade, director do Fundo de Beneficência, a doação dos ó culos é o culminar da evolução que previamente se Fundo Administrado de fez das condições de saú de visual dos Saú de da Beneficência pacientes do lar. Portuguesa entregou quin"A filosofia do fundo é fazer trabalze pares de ó culos no Lar ho social dentro da comunidade porde Terceira Idade Padre Joaquim Fe- tuguesa", disse Andrade. Segundo ele, rreira. Esta iniciativa em prol dos idosos esta iniciativa é só o início de uma séfoi o culminar do trabalho que come- rie de actividades a favor dos membros çou com a jornada de avaliação oftal- da coló nia lusa mais necessitados. moló gica promovida pelo mesmo funPara além disso, adiantou que bredo há cerca de um mês. Naquela opor- vemente a instituição que dirige vai ser tunidade, quatro médicos transferida para a cidade de Maracay, encarregaram-se de examinar e diag- com o objectivo de realizar umas jornosticar os 27 residentes. nadas odontoló gicas infantis na Casa Segundo o doutor Pedro Alberto Portuguesa do Estado Aragua. Nathali Gómez
nathaligomez@correiodecaracas.net
O Amigas da Espetada já vão na centena Reúnem-se de dois em dois meses para angariar fundos para ajudar os mais necessitados Liliana da Silva
lilianadasilva19@hotmail.com
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m Novembro de 2004, foi fundada uma nova associação de beneficência, constituída só por mulheres. Esta ideia surgiu entre os membros do Comitê de Damas do Centro Luso de Caracas que, imitando de certa maneira os compadres da Academia do Bacalhau, se reú nem num restaurante para partilhar e angariar fundos para obras de caridade. "É uma boa oportunidade para as mulheres conviverem e conseguirem dinheiro para ajudar tanta genteque tem problemas", comentou-nos Carmen Rosa de Pereira, que é a presidente desta academia. Nestes meses, as "Amigas da Espetada" já se reuniram três vezes para partilhar não só o prato obrigató rio desta organização, a espetada com bolo do caco, pão e salada com sangria, como também para realizar diversas actividades. "Tentamos fazer coisas diferentes em cada reunião para melhorar a dinâ mica. Às vezes fazemos Karaoke, concursos, levamos cantores", diz a presidenta da associação que já conta com mais de cem membros. Para a realização da primeira reunião, viajaram até Maracay, para observarem como era organizado este tipo de eventos, pois nesta cidade do interior da Venezuela já existe a Academia da Espetada, na qual participam mulheres com o mesmo objectivo. Para o arranque do projecto, contaram também com o apoio de alguns membros da Academia do Bacalhau. Durantes estes três encontros que se
No mês de Junho, realiza-se o próximo encontro destas damas. "Queremos convidar todas as mulheres que queiram colaborar com os mais desfavorecidos para que integrem a nossa academia realizaram com um intervalo de três meses, estas amigas conseguiram donativos através do pagamento das entradas. Com o dinheiro arrecadado conseguiram ajudar uma senhora de origem portuguesa que tinha cancro. Hoje, esta mulher está totalmente curada, graças à ajuda da academia. "É algo reconfortante poder ajudar os outros. Logo que possamos, vamos fazer um donativo ao lar de idosos "Ansianato de los Anaucos". Um dos projectos mais ambiciosos que têm em mente estas mulheres é a construção de um campo de futebol no Centro Luso de Caracas. Este recinto vai servir para o encontro de equipas não só do clube, mas também das comunidades vizinhas. "Este é o projecto mais ambicioso que temos. Pensamos que isto vai contribuir para que a juventude se mantenha entretida", destaca Cármen de Pereira. No mês de Junho, realiza-se o pró ximo encontro destas damas. "Queremos convidar todas as mulheres que queiram colaborar com os mais desfavorecidos para que integrem a nossa academia. Não temos nenhuma restrição de nacionalidade, nem de outro tipo, esclarece Pereira. "Só queremos amigas que, através das nossas reuniões, queiram ajudar".
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« O novo consulado não é solução imediata» Marcelino Canha é o novo cônsul honorário de Maracay, uma zona que tem uma população de cerca de 40 mil portugueses, na sua maioria pessoas de terceira idade Briceida Yépez
Deus e de todas as pessoas que o acompanham para fazer um bom trabalho em benefício da comunidade. comunidade portuguesa que O madeirense de Puerto de Agai reside em Maracay conta, a que chegou à Venezuela há 17 anos, inpartir de hoje, com um formou-nos que vão funcionar como Consulado Honorário que consulado geral, para todas as pessoas foi aprovado pelo Governo de Portugal que requerem os serviços consulares juntamente com as autoridades vene- possam recorrer às instalações do meszuelanas. Marcelino de Canha vai ser o mo. Se não é possível solucionar o proresponsável. blema na sede de Maracay, vai ser O funcionário, desde 1998, quando transferido o caso para os Consulados assumia a presidência da Casa Portu- de Valencia, Caracas ou Lisboa. guesa de Maracay, insistia em dizer Marcelino de Canha assegurou que que a figura de um cô nsul honorário sente um pouco de medo de assumir o nesta cidade era muito importante. cargo, sobretudo por causa das exiMaracay tem uma população de cerca gências da comunidade. Esclarece, ainde 40 mil portugueses, na sua maioria da, que a criação do consulado não é a pessoas de terceira idade, para as quais solução imediata a todos os problemas. a deslocação até à cidade de Valencia « É preciso compreender que é o prisempre que precisavam de alguma coi- meiro passo de um processo, o início sa do Consulado era uma verdadeira de uma nova etapa, o princípio de uma dor de cabeça. mudança, que – como tudo – não se Para Canha, que insistiu muito na faz da noite para o dia. Por isso, pede a criação de um Consulado, foi uma ver- toda a comunidade portuguesa de Madadeira surpresa quando o notificaram racay compreensão e paciência. que era a pessoa que assumiria a resO consulado honorário vai funcioponsabilidade. Contudo, assegura que nar no Centro Comercial Maracay Platem sido uma surpresa muito agradá- za, local PA.71F, Avenida Bermú dez vel e espera contar com a ajuda de con calle Aragua. brice26@hotmail.com
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CSM: uma referência para a sociedade de Valencia nezuelanos. Actualmente, o CSM conta, nas suas infra-estruturas, com Centro Social Ma- dois campos de futebol, um deirense de Valen- campo de sofball, três campos cia (CSM), lugar de ténis para adultos, dois para onde este ano se crianças, campos de "futboliefectuam as celebrações do Dia to", voleibol, três psicinas, mede Portugal, ao longo de 26 anos sas de ping-pong. Também há de existência tem conseguido espaço para as actividades com converter-se numa alternativa a presença do grupo coral esde entretenimento não só para tudantil, grupos folcló ricos e a comunidade portuguesa e pa- danças venezuelanas. ra os lusodescendentes como Entre os projectos futuros, também para uma grande parte destacam-se a construção de um da sociedade de Valência. Fun- ginásio, uma discoteca, três dado a 17 de Novembro de 1972, campos de bolas crioulas, um no sector La Cumaca do Muni- campo de voleibol de praia e cípio San Diego, Estado Cara- um de futebol português. bobo, o clube conta com mais João Paulo da Vera Cruz, acde 2.360 só cios, distribuído num tual presidente do CSM, recor60% de portugueses e 40% ve- da que começou a envolver-se Briceida Yépez
brice26@hotmail.com
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com o centro no ano de 1982, e desde então "não tenho podido afastar-me dele", confessa. Este madeirense, que emigrou para a Venezuela na década de 70, foi o fundador da Câ mara de Comércio Portuguesa em Valência. Hoje em dia, continua a ser membro activo da câ mara. Fundou também o programa de rádio "Madeirenses em valência", que é transmitido em português pela Stereo Tips 1000.9 FM todos os sábados das 9h00 às 11h00. Vera Cruz assegura que a comunidade portuguesa de Valência é organizada, mas lamenta que a desunião que muitas vezes se constata seja precisamente entre os seus membros.
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Centro de Guayana inaugura capela foi o responsável pela celebração da missa e pela bênção que marcou de maneira oficial a iCentro Português nauguração da capela. O padre Venezuelano de fez-se acompanhar de mais de Guayana inaugurou trinta festeiros, que depois ena Capela “ Virgem cabeçaram a tradicional procisde Fátima” no passado dia 15 são. de Maio. A data foi propícia paA noite acabou com várias ra festejar os 88 anos da apari- iniciativas, das quais destacamção de Nossa Senhora, na Cova se a animação de Pedro Barros, de Iria, a 13 de Maio de 1917. a participação do cantor regioO acto protocolar do corte da nal "Catire Negro" e, claro, do fita esteve a cargo do presidente Grupo Folcló rico do Centro do clube, Victor Vieira, e de Ju- Português Venezuelano de Guadith Ramos de Costa, represen- yana, que alegraram centenas de tante do Comité de Damas e Co- espectadores que se agruparam missão Virgem de Fátima do nas instalações do centro. Centro. Ambos partilharam com A construção de uma capela os só cios, fiéis e chegados ao para o Centro Português de Centro Português Venezuelano Guayana conseguiu-se no prazo de Guayana, e com a comunida- de um ano graças ao árduo trade lusa da região esta vitó ria. A balho da Junta Directiva do Cenigreja tem capacidade para acol- tro, de todos os comités que faher 150 pessoas sentadas. zem parte do clube, dos só cios O pároco da Igreja San Bue- que colaboraram e das pessoas naventura, Octávio Rodriguez, que, de uma forma individual, Noelia de Abreu
noeliadeabreu@gmail.com
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deram o seu contributo para tornar possível em apenas doze meses o sonho de muitos cató licos, portugueses e lusodescendentes. Há onze anos, criou-se o Centro Português de Guayana. O clube tem, neste momento, 940 só cios, dos quais aproximadamente trezentos são portugueses ou lusodescendentes. Para além da capela, há mais projectos ambiciosos, como a conclusão da construção de um hotel, com uma área de 8.500 metros quadrados e com 70 a 100 quartos. A iniciativa, que está orçamentada em dez milhões de dó lares, vai preencher o vazio deste tipo de instalações que existem naquele Estado, ao mesmo tempo que vai acolher uma boa parte dos turistas que vão assistir ao Campeonato Americano de Futebol e à Taça Feceporven (Federação de Centros Portugueses da Venezuela), as duas agendadas para 2007.
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14 PERFIL
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O milagre das castanhas Sebastião foi tentar a sua sorte em Portugal e acabou por fazer uma ronda de cinco meses pela ilha. Agora, está na Venezuela para dar um concerto no próximo dia 18 de Junho. Noelia de Abreu
sarial do Centro Comercial La Cascada, em Santo Antó nio de Los Altos, a 18 de Junho. "Os portugueses me receberam muito bem. Cheebastião é um desses venezuelanos que, guei a ser o segundo disco mais vendido na Madeira", sem ter nenhuma relação sanguínea com confessa Sebastião em entrevista ao CORREIO. portugueses, pode-se dizer que é tão português como o bacalhau. Depois de uma A influência dos amigos ronda pela Madeira, onde cantou em quase toda a ilO seu amor pela mú sica surge aos sete anos, quanha durante cinco meses, promovendo o seu mais re- do começa a estuda-la profissionalmente, mas a sua cente disco, o "Adonai", o cantor está agora na Ve- paixão por melodias portuguesas apareceu antes, quannezuela para oferecer um concerto no salão empre- do ouvia as canções que ouvia com o seu pai, de sangue venezuelano mas com muitos amigos lusos. "No carro, havia sempre uma cassete de Carlos do Carmo ou outro português que os amigos do meu pai lhe ofereciam. No início, não gostava, mas com o tempo fui sentindo curiosidade no significado das letras, mas nunca imaginei que acabaria a cantar mú sica em português", conta-nos. Mas não foi só a mú sica que o influenciou. Um amigo de infâ ncia contribuiu também muito para que chegasse a ter a carreira artística que tem. Lembra-se com um sorriso nos lábios que "sempre incomodavam o meu amigo porque era português. Mas eu, pelo contrário, sempre o defendia. Ele quase não falava espanhol e sempre levava comida típica de Portugal, que acabávamos sempre por trocar, pois eu adoro a comida lusa". Anos depois, no casamento desse seu amigo, nem imaginava que a sua carreira como cantor de mú sica portuguesa começava nessa noite. Pediram-lhe que subisse ao palco para cantar as mú sicas portuguesas que sabia. Só para fazer a vontade subiu e cantou seis canções. "Foi um êxito. As pessoas gritavam e ficaram impressionadas pelo facto de eu não ser português, mas cantar tão bem. Quando acabei, um senhor pediu-me que cantasse nas Festas de Nossa Senhora de Fátima em Macarao. Perguntou-me quanto tinha que pagar e eu disse 400 mil bolívares, pensando que estava a exagerar no montante. Ele tirou imediatamente o dinheiro e mo deu por inteiro nas minhas mãos. Fiquei em estado de choque, não sabia como ia transformar a minha banda de rock numa banda de mú sica portuguesa (risos)". A partir de então, aperfeiçoou a língua. Fez durante dois anos e meio um curso de português na Escola de Línguas da Universidad central de Venezuela e foi o melhor aluno da sua noeliadeabreu@gmail.com
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promoção. Inclusive convidaram-no a dar aulas de português na UCV, mas não aceitou. O seu sonho era triunfar em Portugal como cantor. "Chinchorros" salvadores A dedicação e a perseverança é a chave para perceber o triunfo deste cantor venezuelano de nascimento, mas português do coração. Lançou o se primeiro disco, "Sardinha Assada", um dos seus maiores êxitos, e logo de seguida saiu-se com o CD chamado "Bailinho Português" e o seu ú ltimo denominado Adonai". Durante dois anos, trabalhou imenso a dar aulas de canto, vendendo mú sica portuguesa, ensaiando cinco a sete horas diárias e cantando em diversos locais para poder pagar o seu bilhete para Portugal e deixar algum dinheiro à sua mulher e filho enquanto ia experimentar a sorte no outro lado do mar. "Cheguei a Lisboa a 5 de Dezembro de 2003 com quarenta euros no bolso, mas com uma mala cheia de "chinchorros" porque pensei que alguém que conhecesse a Venezuela poderia comprar-me algum". Em Lisboa, conseguiu uma pensão a dez euros por dia, mas esse dinheiro não ia render muito. Por isso, pô s-se em contacto com uma professora de português que vivia em Aveiro para que lhe emprestasse dinheiro. Antes de se encontrar com a professora, estava a dar uma volta e um senhor estava a vender castanhas numa pequena barraquinha. Sebastião, embora tivesse apenas 15 euros no bolso, quis prová-las e, por isso, comprou uma dú zia por dez euros. "O senhor me perguntou de onde era e eu respondi-lhe que da Venezuela. Conta-me que tinha um irmão que tinha vivido na Venezuela e que sempre quis ter uma coisa típica de lá, que era uma espécie de cordão que se pendurava no pescoço (um chinchorro). Eu tinha por acaso uns chinchorros no bolso e o senhor deu-me 900 euros pelos seis que eu tinha. Não podia acreditar. As coisas nunca acontecem por acaso. A minha professora ligou-me logo nesse momento para dizer que não se podia encontrar comigo. Na Madeira, as coisas foram mais fáceis. O facto de haver mais venezuelanos na ilha fizeram-no sentir-se em casa.
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Instituto Camões ainda sem titular Nathali Gómez
contrato, não podia permanecer mais tempo. "Se os leitores, passados dois anos de trabalho, puInstituto Camões (IC) dessem renovar o seu contrato na Venezuela ainda teriam que fazer parte dos quanão tem um leitor. dros, o que não está contemplado Mas qual é a função pelo IC para este tipo de pessodesta pessoa dentro da institui- al", explicou Mendes. ção e do país que acolhe o leitor? Segundo informações que nos As suas obrigações, para além da deu Mendes, este ano ia abrir responsabilidade do ensino da um concurso para leitores. Conlíngua e da cultura portuguesa, tudo, até à altura ainda não abriu. incluem a organizações de acti- Sobre a chegada ao país de espevidades extracurriculares como cialistas portugueses contratados exposições, mostras de cinema, pelo IC para dar conferências conferências, encontros com es- quinzenais sobre linguística, culcritores, coló quios e outras ini- tura e literatura lusa, Mendes friciativas em prol da divulgação de sou que isto faz parte do acordo criadores e movimentos artísti- feito entre a Cátedra de Civilicos lusos. zação e a Cultura Fernando PesA professora Célia Mendes soa do IC, assim como a Univerocupou o cargo de leitora do IC sidad Central de Venezuela. até Agosto de 2004 e teve de sair Actualmente, Célia Mendes porque já estava nesta institui- integra a cátedra de Língua e Lição há cinco anos e, por causa do teratura da Escola de Letras da nathaligomez@correiodecaracas.net
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UCV. Língua e cultura portuguesa Digna Tovar, professora de português da Escola de Línguas Modernas da UCV, anunciou a criação do Centro de Língua e Cultura Portuguesa, que será dirigido por ela. Expressou, ainda, que a sede do referido organismo vai ser no Instituto de Filologia de Humanidades e Educaç ão, no Centro Comercial Los Chaguaramos. Tovar aproveitou a oportunidade para elogiar a recente experiência que teve com a conferência de Semâ ntica Lexical, dada por Sara Mendes (que o IC trouxe) e incentivou os alunos e os professores a participarem no curso de Língua e Literatura que vai dar de 23 a 31 de Maio a professora Ana Maria Martinho, da Universidade Nova de Lisboa.
A saudade vista por um venezuelano ele, em cada esquina que visitava encontrava um retalho de coisas que primeira via- conhecia na Venezuela, gem que fez como por exemplo o à Portugal cheiro do pão de algumas Efraín Vivas padarias portuguesas da - arquitecto e fotó grafo urbanização de Los Palos venezuelano nascido em Grandes, em Caracas. Maracay - foi através As fotografias deste das páginas de poesia do venezuelano reflectiam escritor português Fer- temas como os espaços nando Pessoa. Essa pro- vazios, a solidão e a nosximidade com a cultura talgia pelas coisas que portuguesa e em especial foram embora. Na sua com o sentimento da estadia também foi tessaudade fez com que Vi- temunha do esplendor vas visitasse em 2001 a que teve Portugal num terra do poeta que tanto determinado momento tinha lido e de quem da histó ria, o que aliás tanto tinha gostado. está bem reflectido na Logo que chegou a sua arquitectura. Portugal, Vivas decidiu Em 2002, surgiu a ideia percorrer o país durante de apresentar o trabalho um mês, trabalhando in- que Vivas tinha feito na tensamente. A sua lente sua viagem e, assim, com fotográfica registou lu- o apoio do fotó grafo Rogares como o Alentejo, berto Mata, a empresa Aveiro, Lisboa, a zona vi- privada, a Embaixada de nícola, a fronteira com Portugal na Venezuela e Espanha e as proximida- o Instituto da Cultura des do Porto. Segundo Portuguesa (IPC) foi posNathali Gómez
nagomos@hotmail.com
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sível realizar a mostra no centro de arte La Estancia en Altamira. A experiência da exposição que tentou plasmar a visão de um venezuelano sobre a saudade foi tão positiva que Daniel Morais - director do IPC sugeriu a Vivas que fizesse uma exposição com o seu trabalho fotográfico, no Centro Português de Caracas. "Um sentimento português visto de fora" é o nome que vai ter esta exibição que se vai realizar no Centro Português de Caracas a partir de 2 de Junho, no â mbito das comemorações do Dia de Portugal. Segundo Vivas, embora o trabalho original tenha 56 fotos em formato grande, por questões de espaço, foi reduzido a 21. Contudo, opina o arquitecto, o espírito e o conceito original da mostra mantém-se intacto.
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Lusodescendente no concurso de Mister Venezuela
"Nossa Mocidade" já nã o é tã o moç a No mês de Maio, o Grupo Folclórico "Da Nossa Mocidade" de La Victoria, Edo. Aragua, fez 24 anos de vida artística. Este grupo foi constituído graças à iniciativa de cinco famílias portuguesas provenientes da Madeira, Portugal. Juan Melín de Freitas, presidente fundador do grupo folclórico, juntamente com Irene Andrade foram os principais promotores deste grupo. "A ideia surgiu em 1981 numa comemoração em honra da virgem de Fátima, em La Victoria, e deveu-se ao facto de não haver um grupo que representasse a nossa cultura nesta zona", disse-nos Irene Andrade, directora geral do grupo musical. O grupo está constituído por 52 pessoas, onde o único membro venezuelano está casado com um lusodescendente que faz parte do grupo. O resto são de origem e linhagem portuguesas. O grupo está a ensaiar para participar num festival que se vai realizar a 5 de Junho na cidade de Caracas, onde o grupo infantil vai demonstrar os dotes artísticos que herdaram dos avós e dos pais. Os mais jovens vão actuar em Valência, no mês de Julho, no festival anual de folclore português, que se realiza na cidade.
Com sotaque portuguê s "Viva Portugal" encerrou um ciclo de um ano para dar lugar a "Com sotaque português", o novo programa de rádio que vai ser transmitido pelo circuito "Alianza FM", na cidade de La Victoria, La Encrucijada, Maracay e Valencia. A transmissão vai ser conduzida por Susana Gomes, lusodescendente, e Jorge Luís Benezra, filho de espanhóis. O programa, que vai adoptar o formato de revista, vai ter temas variados, desde notícias a arte, assim como espectáculos e os melhores tips de Portugal. Vai haver, também, informação ao vivo desde Portugal para dar informações sobre os últimos acontecimentos. O espaço vai ser transmitido ao vivo todos os domingos a partir das 11h0. No mês de Agosto, o sinal vai ser expandido até Charallave, Estado Miranda, e Caracas, e poderá ser escutado por todos os portugueses que vivem na capital, através do circuito "Alianza FM".
hã, quando sobe o Ávila. Às nove, vai ao ginásio para treinar cerca de duas horas e, logo de seguida, começa as suas aulas de passerelle, baile presença de lusodescendentes nas e orató ria, que lhe ocupam o resto do dia. filas dos concursos de beleza masAmante do folclore culinos e femininos na Venezuela Em toda esta experiência, Mister Apure tem é já uma constante. Nesta nova edi- contado com o apoio da sua família, metade ção do Mister Venezuela 2005, José Manuel de portuguesa e metade venezuelana. O seu pai, Freitas é o representante da comunidade no natural da Madeira, deixou de lado os comenmais importante evento da beleza masculina tários que costumam fazer-se sobre quem parvenezuelana. ticipa em concursos de beleza masculina e Este estudante do oitavo semestre de En- apoiam-no incondicionalmente. "No início, pengenharia Industrial, de 1,90 de altura e 22 anos sei que o meu pai não aceitaria bem a ideia do de idade, resume a sua chegada ao concurso co- filho ser Mister, mas foi precisamente ao conmo uma jogada do destino. Nunca pensou na trário: tem estado comigo em todos os momenhipó tese de participar num Mister Venezuela tos". A sua mãe, que é venezuelana, divide este nem nunca procurou a maneira de fazer um orgulho, assim como o resto da família. "casting" para entrar no concurso. "Um dia, esJosé Manuel de Freitas tem estado ligado a tava a andar na rua e uma mulher que trabalha Portugal e sobretudo à sua cultura através do com Osmel Sousa parou à minha frente e in- folclore. Durante a sua adolescência, particisistiu que devia candidatar-me a Mister. Aceitei pou no Conjunto Folcló rico do Centro Social o convite para ser entrevistado com ele e fui Madeirense de Valencia e confessa que é preseleccionado", conta-nos. cisamente a mú sica o que mais gosta da sua A participação no concurso pressupô s uma origem portuguesa. "Para além da mú sica, a preparação dura que o obrigou a paralisar, por disciplina que os meus pais me incutiram desde este semestre, os seus estudos universitários. pequeno tem-me permitido ultrapassar vários "As pessoas que não estão no meio podem chegar desafios com um certo à-vontade. Esse amor pea pensar que os concursos são eventos superfi- lo que se faz é outro dos elementos da minha ciais, mas só quem está envolvido é que con- origem lusa que me dá orgulho". hece verdadeiramente o trabalho e a responsaLogo que termine a sua participação no Misbilidade que acarretam", comentou José Ma- ter Venezuela 2005, este lusodescendente gosnuel. tava de entrar na animação e na actuação. A fiA rotina deste Mister começa às sete da man- nal do concurso é a 19 de Junho. Liliana da Silva
lilianadasilva19@hotmail.com
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Juanes vai actuar no Centro Portuguê s de Guayana No pró ximo dia 12 de Junho, o cantor colombiano Juanes vai cantar nas instalações do Centro Português de Guayana, como parte das apresentações do seu mais recente tour "Mi sangre". A estadia de Juanes na Venezuela contempla apresentações em Maracaibo, San Cristobal, Maracay, Caracas, Valência, Puerto La Cruz e Puerto Ordaz. Com um staff de trinta pessoas, entre mú sicos, engenheiros, produtores e mais de quarenta toneladas de equipas, Juanes vai apresentar o seu mais recente CD. Apesar da sua evolução como cantor e da sua importâ ncia no mundo musical, as exigências para a sua estadia no nosso país têm sido básicas, ao contrário da sua colega compatriota Shakira, na ú ltima apresentação na Venezuela.
CORREIO DE CARACAS - 26 DE MAIO DE 2005
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Um ano de "Danzas Luso Victorianas" Sandra Rodrí guez
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undada em Maio do ano passado, "Danzas Luso-Victorianas" comemorou o seu primeiro aniversário, numa noite cultural que contou com a participação de talento regional e ficou marcada pela mostra artística de dois países. Este grupo nasceu na cidade de La Victoria, Estado Aragua, com a finalidade de divulgar e promover os costumes e as tradições de dois países culturalmente ricos: Portugal e Venezuela. "A iniciativa de constituir formalmente um grupo surge porque sempre tenho colaborado com a actividade cultural da zona e com grupos folcló ricos. As vezes que tenho viajado até à ilha da Madeira ou até a Portugal continental, tenho tentado adquirir elementos típicos da zona, para mostrara o que somos", destacou Lú cia Gomes de Rodrigues, que faz parte da direcção da Fundação "Danzas Luso-Victorianas". Constituído essencialmente por jovens, ao longo deste ano de actividades, o grupo de danças se tem expandido muito mais além da zona central do país. Têm participado nas comemorações do "Dia de Poprtugal" realizadas nos Valles del Tuy, na Mostra Folcló rica Lusovenezuelana em Barinas, no I Festival de Folclore Continental realizado em Caracas, obtendo o segundo lugar como grupo de amizade. Também tem estado presente no Cemitério do Rotary Club Internacional, no 24º Encontro Intermunicipal de danças, no XX aniversário dos Meninos Cantores da Victoria, em celebrações religiosas e actos de fim de curso, na Casa da Cultura da Victoria, ins-
tituição onde se realizam estas práticas. Sendo o grupo de dança representante do Centro Lusovenezuelano do Estado Aragua, Danzas Lusovictorianas reú ne portugueses, lusodescendentes e admiradores das tradições portuguesas, nascidos na Venezuela e em países "irmãos". "Devemos trabalhar para a expansão artística e incentivar as novas gerações, sem distinguir as raças nem as nacionalidades. Há que ensinar a todos os interessados, crianças, jovens e
adultos, a riqueza do nosso folclore", disse Lú cia Gomes. Neste primeiro ano de actividades, o grupo agradece à Fundação da Cultura de Ribas, a Alsácia Alvarez, a directora da Casa da Cultura de La Victoria, à Fundação de menino Cantores da Victoria, às empresas patrocinadoras e a todos os que têm colaborado com o desenvolvimento de Danzas Luso-victorianas.
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BREVES Contra o aumento do IVA
Regionalizar, não!
A subida da taxa intermédia de IVA aplicada à alimentação e bebidas traz "graves consequências" para as empresas da restauração, como o aumento de falências e do desemprego, avisa a federação da sector em Portugal. Em comunicado a FERECA afirma que escreveu ao primeiroministro, José Sócrates, manifestandose contra "um eventual aumento cego da já injusta taxa do IVA".
Regionalizar serviços nos cartórios, nas conservatórias e noutros organismos similares de Justiça «traz algumas vantagens». Agora, regionalizar serviços do interior dos tribunais «é impensável». A opinião é do procurador-geral adjunto recentemente jubilado, Marques de Freitas, que partilha a tese dos funcionários judiciais segundo a qual o tribunal é um órgão de soberania e estes não são regionalizáveis.
Sentença das “ Finanças” adiada para Dezembro
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leitura da sentença do caso de corrupção que envolve três funcionários das Finanças da Madeira foi adiada segunda-feira, pela segunda vez consecutiva, para 15 de Dezembro, devido à baixa médica de uma das juízes do colectivo. A doença da magistrada coadjuvante Carla Ribeiro, do tribunal de Vara Mista do Funchal, impediu a constituição do colectivo para a apresentação de alegações, de que os advogados de defesa não prescindiram, depois do tribunal ter de-
cidido, a 12 de Maio, requalificar os crimes. Esta decisão é mais benéfica para três dos quatro arguidos deste processo, visto que, "em abstracto, representa a aplicação de penas substancialmente menores" e vem enquadrar os crimes, cujas molduras penais passaram de dois a oito anos de prisão para "até dois anos ou multa até 240 dias". Este processo, que ficou conhecido como "Caso das Finanças", remonta a Fevereiro de 2003 e envolve quatro arguidos.
“ Brigalhó” no Curral das Freiras Pela terceira vez consecutiva, a freguesia do Curral das Freiras, na Madeira, deu a conhecer, a turistas e visitantes, o tubérculo, de rara produção, denominado brigalhó. Entre os residentes chamam-lhe a «planta que nasce debaixo da terra do feijão». A verdade é que, não obstante as 24h00 precisas para cozinha-lo, o brigalhó assume-se como um verdadeiro petisco, acompanhado com atum.
Agricultores nos “ hippers” Os produtores de cebola e algumas das grandes cadeias de supermercados da Região Autónoma da Madeira celebraram contratos de campanha, na Festa da Cebola, esta semana, na freguesia do Caniço (Madeira). O projecto desenvolvido pela Direcção Regional da Agricultura vem aproximar o sector produtivo agrícola dos distribuidores. A iniciativa é uma grande oportunidade para os agricultores.
Carlos César contra redução de verbas Presidente açoriano não quer “ pagar” a redução do défice das contas públicas
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presidente do Governo Regional dos Açores afirmou ser "inaceitável" uma redução das transferências do Orçamento do Estado para o arquipélago como forma de reduzir o défice das contas pú blicas nacionais. "Seria ridículo, impensável e anti-patrió tico que o Governo da Repú blica escolhesse as Regiões Autó nomas, que correspondem a um peso relativo na ordem dos 0,5 por cento da despesa pú blica do Orçamento de Estado e do PIDDAC, para fazer poupanças", realçou Carlos César, na ilha do Pico. O presidente do executivo regional reconheceu, porém, que o Governo de José Só crates terá de tomar medidas rápidas para corrigir a situação orçamental do país. O ministro de Estado e das Finanças anunciou hoje que o défice pú blico apurado pela comissão independente liderada pelo governador do Banco de Portugal, Vítor Constâ ncio, era de 6,83 por cento
em Março, quando o actual Governo tomou posse. Luís Campos e Cunha anunciou este valor depois de Vítor Constâ ncio ter entregue o relató rio ao primeiro- ministro, na residência oficial de São Bento. Segundo Carlos César, deverá haver "um grande rigor selectivo na adopção de medidas", para que não sejam prejudicadas as regiões insulares, as quais, na prática, não têm grande peso no Orçamento nacional. A posição do presidente do Governo Regional surge na sequência das declarações de alguns comentadores econó micos, que defenderam um corte nas despesas com as regiões autó nomas dos Açores e da Madeira para fazer face ao défice de Portugal. "Nó s desafiamos o primeiro-ministro a não ir atrás dessa conversa, que é protagonizada por pessoas que nunca conduziram bem as nossas finanças pú blicas e nunca tiveram êxito nas suas missões", advertiu o chefe do executivo.
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Património e impostos dividem Funchal No acto da declaração do interesse municipal não é apenas a preservação do patrimó nio que se garante. É dada a Câ mara Municipal do isenção do pagamento do Imposto MuFunchal prepara-se para nicipal Sobre Imó veis, uma das prindeclarar um conjunto de cipais fontes de receitas das autarquias. prédios como imó veis de Com o interesse municipal declarado, interesse municipal e de interesse pú - os proprietários ficam obrigados a manblico. A lista, no entanto, não é a mais ter os prédios não só na conservação consensual e, em alguns casos, a au- material, mas também dos negó cios tarquia teme que a classificação sirva que aí se desenvolvam, seja um café seapenas para isentar o pagamento do ja uma fábrica de bolachas. Imposto Municipal sobre Imó veis, a Na lista que foi aprovada pela Câ antiga contribuição autárquica. mara em Agosto do ano passado, consAs maiores dú vidas do executivo ta a fábrica de bolachas Casa Santo Anestão no conjunto de prédios a classifi- tó nio, bem com a famosa pastelaria Fecar que, com a mudança da lei, a Di- lisberta, na Rua das Pretas. Ambos os recção Regional dos Assuntos Culturais prédios pertencem a particulares, tal enviou para a Câ mara do Funchal. A como o chalet na Rua da Levada de lista incluía o prédio do antigo café Mi- Santa Luzia, outro dos incluídos no connas Gerais e a Casa de Saú de da Ca- junto de interesse municipal. rreira. Os dois prédios acabaram por O interesse patrimonial municipal ser retirados do conjunto a classificar estende-se ainda por um solar e capela num ambiente de polémica e suspeita no Caminho dos Saltos, a quinta de Sanentre os vereadores do PS e o executivo. to Antó nio, duas capelas, uma na AlePara as Minas Gerais, está projectado gria e outra em São Pedro, um fontenáum edifício de habitação e, por isso, al- rio, no Monte. O Cais do Carvão, para gumas interrogações se levantaram so- onde já foram projectados um aquário e bre o futuro da Casa de Saú de da Ca- um centro de vela, está na lista, bem rreira, também ela retirada da lista dos como duas pontes em pedra: a da Praia prédios a classificar como de interesse Formosa e a D. Manuel I, na 31 de Jamunicipal. As explicações da Câ mara neiro. são conhecidas. As Minas Gerais mais A Câ mara tem, além destes, outros não são do que um prédio velho e, na prédios aos quais pretende atribuir a Casa de Saú de da Carreira, nada existe classificação de interesse pú blico, ouque justifique semelhante classificação. tra classificação que pode ser dada peNa opinião de Duarte Gomes, verea- las autarquias, em termos de patridor do Urbanismo, a classificação de mó nio. Entre estes, estão a igreja do prédio de interesse municipal deve ser Monte (adro e escadaria), a casa parousada com ponderação e cautela, para quial da Casa dos Romeiros, o Hospício evitar a abertura de precedentes que, Princesa Dona Amélia, a Casa dos Peno futuro, representem a perda de re- restrelos e Franças, a Quinta da Boa ceitas fiscais para a autarquia. Nova e a Casa Jacquinet. Marta Caires (DN-Madeira) mcaires@dnoticias.pt
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Exposição do Limão promove a Ilha
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exposição do Limão, na freguesia da Ilha, reuniu mais de três centenas de produtores de limão, além de ser uma oportunidade para a promoç ão deste produto regional, foi também um espaço para a divulgação de aspectos relativos à sua produção, em particular ao nível da
produção em moldes bioló gicos, uma vez que a mesma vai tendo cada vez mais adeptos. A publicação pela Juntade Freguesia local do livro "Citrinos bioló gicos" foi também uma forma encontrada por aquela instituição para fomentar a divulgação deste tipo de cultivo dum produto que é uma das maiores fon-
tes de rendimento da população daquela freguesia. Aqueles que se deslocaram à freguesia da Ilha poderam adquirir vários produtos confeccionados a partir daquele citrino desde a poncha até outros produtos de fabrico caseiro ou ainda outros produtos agrícolas que também estarão à venda no espaço da Exposição.
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Estudo europeu revela Portugal conservador Maioria dos inquiridos defende que as mulheres com filhos não devem trabalhar . O aborto provoca divisões
Liberalização dos genéricos vem aí referência deveria ser o do genérico mais barato (ou segundo mais barato). iberalizar o preço "Incentivaria maior condos medicamentos corrência entre genéricos e genéricos e alargar levaria a uma descida dos cuso sistema de com- tos do Serviço Nacional de participação do Estado pelo Saú de" (SNS), calculada em preço de referência a grupos 2,9% caso não se alterassem os de fármacos para os quais não padrões de consumo. Nesse caexistam genéricos. Em traços so, arcaria o utente com um largos, são estas as propostas aumento da factura em 3,6%. de um estudo encomendado Mudados os padrões de conpelo Instituto Nacional da sumo pela concorrência, o Farmácia e do Medicamento à desvio do consumo para o fárempresa de consultadoria eco- maco mais barato implicaria nó mica britâ nica Europe menos 4,8% de custos para o Economics, com base no qual SNS e menos 17,3% para o o Governo deverá estudar a utente. Mas o aprofundamelhor forma de reformar o mento da ideia do preço de sistema de comparticipações referência é sobretudo essenportuguês e adequá-lo à re- cial se alargado a grupos hoforma da Saú de. Cujo objec- mogéneos de medicamentos tivo final é a redução das des- para os quais não existem fárpesas. macos sem patente - a Europe Pedido pelo Governo an- Economics coloca esta proterior, o estudo em questão, posta como a "mais imporadjudicado em Maio do ano tante" no capítulo das "reforpassado, é amanhãapresenta- mas de alta prioridade". A sodo às entidades do sector. De- lução passa por indexar a pois de passar em revista a ac- comparticipação "ao tratatual situação do consumo e mento recomendado por cada dos gastos com medicamen- doença". Estabelecendo "protos no nosso país, conclui com tocolos terapêuticos" indicauma série de recomendações a tivos dos medicamentos mais seguir parcial ou conjunta- adequados para cada doença, mente. E todas elas apontam a comparticipação era calcuinequivocamente para a ne- lada a partir do preço do fárcessidade de reduzir os custos maco com patente mais baracom medicamentos, em que to. "Estimularia o preço entre Portugal está, percentual- produtores de medicamentos mente, entre os mais gasta- destinados ao tratamento da dores. mesma doença", além de os O trabalho da Europe Eco- incentivar a introduzir no nomics toma muito como ba- mercado fármacos "inovadose o sistema de comparticipa- res em segmentos onde o beção por preço de referência. nefício terapêutico fosse Implementado em 2002, apli- maior", escrevem os autores ca-se a grupos de medica- do estudo. Pela mesma via, mentos em que existam ge- impediria a multiplicação de néricos, dos quais o Estado pa- lançamento de inovações para ga uma percentagem do contrariar a concorrência dos preço do genérico mais caro genéricos e permitiria a elido mercado. As propostas da minação de regimes especiais consultora britâ nica come- como os aplicados às doenças çam logo por aí. O preço de cró nicas. Ivete Carneiro
Jornal de Notícias - Portugal
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zação (62% contra 34%). Os portugueses, pelo contrário, são mais cépticos. Apenas 52% defendem m país ainda bas- o direito ao aborto, sendo cutante conservador, riosamente os homens os mais pouco aberto à eco- defensores (56% contra 49% das nomia de mercado mulheres); os eleitores de ese à flexibilidade dos contratos querda (74% contra 40% dos de trabalho, onde a maioria re- eleitores da direita) e os resivela alguma intolerâ ncia rela- dentes no Sul do país (60% contivamente aos imigrantes e à en- tra 46% do Norte). trada das mulheres no mercado Outro indicador de algum de trabalho. É este o retrato de conservadorismo tem a ver com Portugal que sobressai de um es- a possibilidade de as mulheres tudo efectuado por um concei- conciliarem as suas actividades tuado instituto francês (TNS So- profissionais com o facto de sefrès), a pedido de um agência rem mães. Apenas em Portugal de publicidade com sede no e na Repú blica Checa a maiomesmo país (Euro RSCG). ria considera que "uma mulher Os resultados, a que o JN te- que tem filhos deve deixar de ve acesso, revelam que a maioria trabalhar". São 58% que o dedos portugueses ainda se consi- fende, contra 39% que aceitam dera "distante" da Europa (60%), ser possível a manutenç ão da ao contrário, por exemplo, dos mulher no local de trabalho. polacos, franceses e espanhó is, Relativamente à homosseonde mais de 50% dizem identi- xualidade, também se volta a ficar-se com os valores europeus. detectar o mesmo cenário. São Mas é nas questões sociais que 64% os europeus que consideos portugueses mais se afastam ram a homossexualidade como dos seus congéneres europeus. uma forma aceitável de viver a Relativamente ao aborto, por sexualidade, sendo o nú mero exemplo, uma clara maioria de relativamente menor quando faeuropeus defende a sua legali- lamos de portugueses (51%). Tânia Laranjo
Jornal de Notícias - Portugal
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Mesmo assim, não nos aproximamos dos nú meros da Poló nia, onde só 36% a aceitam. Os portugueses ultrapassam também a média europeia no que toca à entrada de novos imigrantes. Nos países inquiridos, 53% considera que não devem ser aceites mais imigrantes, sendo que o nú mero sobe três décimas em Portugal. Muito longe, porém, dos valores obtidos na Alemanha, onde 70% dos inquiridos mostraram renitência relativamente à entrada de novos residentes. Outro resultado que se revela abaixo da média europeia tem a ver com a pena de morte. 60% dos europeus opõe-se, mas em Portugal, pioneiro na abolição da pena de morte, os nú meros são inferiores - 59%. O que contrasta, por exemplo, com a Itália ou a Espanha, onde mais de 80% se opõem à aplicação de tal sanção. Por ú ltimo, refira-se que Portugal continua a ser fortemente marcado pela religião. 72% atribuem-lhe muita importâ ncia na sua vida, sendo apenas ultrapassados pelos polacos e italianos
CORREIO DE CARACAS - 26 DE MAIO DE 2005
BREVEs Rotários debatem lusofonia no Porto Lusofonia e juventude foram os grandes temas em debate na II Conferência Interdistrital Rotária, que terminou segunda-feira no Porto, integrada nas cerimónias do centenário dos Rotários portugueses. A questão centrou-se no papel de Portugal, e da juventude portuguesa, no universo da Lusofonia. "Olhando a língua portuguesa como um factor de coesão e cooperação internacional", explicou o governador do distrito do Norte, Diamantino Gomes. Além destes temas, foi também abordado o futuro do movimento rotário, fundado em 1905, que regista 1,25 milhões de aderentes em 32 mil clubes de 166 países. "Temos que olhar para o futuro, em particular para o século XXI como o tempo da solidariedade e fraternidade", referiu Diamantino Gomes.
Português lidera projecto cientí fico O Centro de Astrofísica da Universidade do Porto participa em projectos europeus. Actualmente, está envolvido num que tem por objectivo actualizar a tecnologia existente nos observatórios da Organização Europeia ESO. O projecto é liderado por um instituto francês (o Laboratoire Astrophysique de Grenoble), que construiu a tecnologia de 1.ª geração, e tem como parceiros o Centro de Astrofísica. Este, por sua vez, conta com a colaboração de José Luís Santos, do Departamento de Física do Porto.
PORTUGAL 21
Várias falhas explicam a falta de contenção nas despesas 81% do aumento dos preços dos fármacos resulta da alteração para o consumo de medicamentos mais caros Ivete Carneiro
Jornal de Notícias - Portugal
P
ortugal gastou, em 2003, 0,97% do seu produto interno bruto com medicamentos, num tal de 1272 milhões de euros. Uma despesa que continua a crescer apesar das reformas na política do medicamento implementadas em 2002. A par do controlo do mecanismo de preços, está em causa, segundo o estudo da consultora britâ nica Europe Economics, a racionalização do consumo. Porque - e tomando como exemplo o aumento da despesa de 2001 para 2002 - em 80 milhões de euros, apenas 15,5 são imputáveis ao aumento dos preços dos fármacos. Ou seja, 81% do aumento resulta da alteração para o consumo de medicamentos mais caros e do crescimento do consumo e do nú mero de receitas per capita. Portugal revela, assim, um volume de prescrições elevadas, muito devido à cultura do pró prio utente, para o qual uma consulta só fica completa com uma receita. O resultado é termos um rácio elevado entre o que gastamos em medicamentos e o que gan-
hamos, sendo os encargos dos utentes com tratamentos o segundo mais elevado da Europa. O preço dos medicamentos propriamente dito pode até nem ser mais alto do que nos outros países, mas é-o em função do poder de compra. Segundo a Europe Economics, a falta de concorrência e a falta de maturidade do mercado dos genéricos (dada alguma reserva na prescrição e a sua existência apenas em classes de fármacos caros) contribuem para a falta de contenção da despesa.
22 OpiniãO
CORREIO DE CARACAS - 26 DE MAIO DE 2005
Lembranças de uma terra
Por exemplo, um venezuelano nunca vai esquecer a sua mú sica tradicional (gaita, joropo, calipso, etc.), assim como os portugueses nunca esudo começa numa viagem. Uma sen- quecerão os fados ou a mú sica popular como o sação de nervos e muita emoção per- "bailinho da madeira", nem o espírito religioso. correm o nosso corpo enquanto ten- Também não se pode deixar de lado uma boa tamos imaginar o mundo de mara- festa tradicional; um belo amor na juventude, vilhas ou desventuras que se apresentará perante especialmente se foi o primeiro; assim como os os nossos olhos quando finalmente cheguemos costumes, entre muitas outras coisas. ao nosso destino: outro país. Um bom "embaixador da boa saudade" nunChegar a outro país faz-nos lembrar as coi- ca deve denegrir a sua terra. Um comentário fosas boas e as menos tão boas que temos deixado ra da realidade pode deixar o seu país na ú ltima para trás, especialmente se temos de começar posição do Top 10 dos lugares mais interessantes uma nova vida. Assim, a saudade torna-se o nos- do mundo ou simplesmente você pode ficar com so cartão de identidade e a nostalgia espera o vergonha, ou muito zangado, se alguém dissesseu turno para entrar na cena. Mas nem tudo é se que você não gosta da sua pátria. No entanto, tristeza se temos a capacidade de perceber a im- é muito comum haver pessoas que consideram portâ ncia da nossa chegada a uma nova terra. que a sua experiência no seu país não foi o AmeMuitos países têm, em maior ou menor quan- rican Dream como muitos chamam, mas não é tidade, uma mistura cultural muito importante justo que a histó ria deles seja o cartão de boasque define o seu perfil tradicional moderno num vindaa para os novos embaixadores na sua temundo cada vez mais unido no â mbito das co- rra. municações e do intercâ mbio comercial. E o Por essa razão, o objetivo mais importante de nosso papel neste novo período não é outro senão um embaixador da boa saudade é intercambiar sermos "embaixadores da boa saudade". experiências pessoais, culturais, políticas e até Não é preciso ser uma eminência nas artes, culinárias com os seus colegas para enriquecer esum político, um actor ou um diplomata para fa- sa mistura de cores, mú sicas e sonhos que têm lar da nossa terra e dar-lhe a importâ ncia que todos aqueles que moram nas novas terras onde ela merece. Ser "embaixador da boa saudade" não faltará um cantinho com uma virgem de Fásignifica mostrar as coisas belas que conhece- tima ou um "cuatro" venezuelano para lembrarmos e que por alguma razão tivemos de deixar. nos das nossas origens.
Amarú Araujo Villegas
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O valor de cada coisa... ra existam claras e visíveis excepções, muitos dos filhos ou netos desses lusos lutadores não fizeram nem metade do esforço que os seus pais e avó s fazem ou fizeram ao acordar às cinco da manhã para trazer o pão de cada dia e muito mais, pois com o passar dos anos se preocupam com mais coisas para além da coNoelia de Abreu mida, como poupar e pensar no futuro. Hoje vemos filhos de papás e mamás com grande maioria dos lusos que imi- luxuosos carros, roupa de marca, os melhores graram para a Venezuela nos anos perfumes, reló gios caros e sapatos de 500 mil 40, 50 e 60 procuravam ter melho- bolívares que nem sequer conseguem ter a nores condições de vida, um trabalho ção de como conseguem ter todos estes luxos e que lhe permitisse viver com dignidade e obter comodidades. Será que esses portugueses não a estabilidade econó mica necessária para sua souberam ensinar aos seus filhos o verdadeiro família. Muitos mandaram buscar as suas es- valor do trabalho e do dinheiro? Ou só quiposas e filhos quando conseguiram ganhar seram dar aos seus filhos tudo o que eles não mais, arranjaram um teto para viver ou um lo- conseguiram ter com a sua idade? cal comercial pró prio. Uns vieram só s, ouÉ preciso recordar as nossas raízes para potros trouxeram as mulheres e tiveram os seus der olhar para o futuro e construir um prefilhos em terras do Caribe. Mas, com família sente digno. Não nos deixemos levar por suou sem família, esses portugueses ganharam perficialidades que muitas vezes brilham num até os nossos dias o título de trabalhadores e lu- clube ou numa reunião. Não somos pessoas tadores que bem merecem. melhores porque vestimos de marca ou porUma das coisas que caracteriza os portu- que temos o top de gama dos telemó veis. gueses é serem donos de padarias e de su- Recordemos a humildade com que os nossos permercados, comércios que sem dú vida al- antepassados se fizeram notar num país com guma obrigam a levantar-se de madrugada diferenç as culturais e de língua visíveis. e deitar-se tarde, incluindo fins-de-semana. Aprendamos a valorizar o que temos. Considero que este empenho e constâ ncia Um especial agradecimento a minha mae se tem perdido ao longo das gerações. Embo- por me ter ensinado o valor de cada coisa.
A
A união para a paz
Luí s Barreira
A
recente evocação do 60°Aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, associado ao dia da Europa, que foi um dos grandes palcos da guerra , opondo os aliados às potências do Eixo: Alemanha, Japão e Itália, merece alguma reflexão. Não gostaria de falar sobre os "resquícios" daquele enorme conflito, que ainda hoje alguns teimam em utilizar como arma de arremesso político, quando lhes convém, ou como justificativo de outras barbaridades, sempre que cometem actos mundialmente condenáveis. Não gostaria de aqui recordar, mas é conveniente não esquecer! Na minha opinião, o importante a recordar, nos dias de hoje e se tivermos em consideração Europa que estamos a construir é, por um lado, o sofrimento e a morte causadas a milhões de seres humanos, tivessem sido eles judeus, minorias étnicas, russos, americanos ou alemães. E nesse aspecto e à luz da nossa sensibilidade actual, tal catástrofe humana deve ser evitada a todo o custo e banida dos propó sitos de qualquer líder sanguinário. Por outro lado, a evocação do Dia da Europa, num contexto particularmente pacífico, em que se encontra este velho continente, há cerca de 60 anos, apó s séculos de hostilidades, guerras sangrentas e disputas permanentes, é algo que, enquanto for viva a memó ria da Segunda Grande Guerra, nos faz meditar no quanto de positivo, para os nossos povos, teve a construção do Mercado Comum e, agora, o da União Europeia. E porque nos é tão cara, do ponto de vista econó mico e social, esta construção continental europeia, com todas as suas variantes políticas nacionais e comunitárias, devemos reflectir sobre o futuro desta arquitectura, olhando os problemas do presente, à luz das velhas aspirações do seu passado, que teve, em Robert Schuman, um dos seus grandes mentores. De facto, se a Europa começou por ser o grande mercado de circulação de pessoas e bens, procurando que os benefícios dessa circulação fossem redistribuídos pelos povos que nela participavam, a Europa de que hoje falamos, com um sem nú mero de instituições
autó nomas e aspirando a uma Constituição comum, já não é só a Europa das mercadorias, é o igualmente dos seus povos, de cada um dos seus seres humanos, que se sentem europeus por direito e por pertença a um projecto comum de vida. E a ser assim e porque habitamos a mesma "casa europeia", gostaríamos todos de saber o que tem sido feito para conhecermos todos os inquilinos?! Que esforços têm sido realizados para dar às novas gerações (para já não falar das pessoas de meia idade), um conhecimento mínimo da diversidade cultural, histó rica, econó mica, linguística, etc, destes milhões de habitantes que se agrupam sobre o mesmo "chapéu" da União Europeia? Que trabalho tem sido realizado pelas instituições europeias para encurtar a ignorâ ncia mú tua entre lituanos e portugueses, entre eslovacos e irlandeses, ou entre gregos e finlandeses, para só falar destes? Cada um dos países, que actualmente compõem a União Europeia, teve uma histó ria marcada por séculos de atribulados acontecimentos, que marcaram os povos desta grande região do planeta e que ainda hoje são responsáveis por muitas das suas atitudes, incompreensíveis aos nossos olhos. A ú nica forma de evitar conflitos, como foi o da Segunda Guerra Mundial, é proporcionar um conhecimento mú tuo entre os povos e estabelecer uma escala de valores comuns, a que todos se sentem ligados. Sermos apenas produtores de bens e consumidores dos mesmos produtos, não é condição segura para a paz. Isso já o éramos, embora em menor escala, antes e durante os conflitos, que aconteciam em grande parte, em consequência da disputa de mercados ou de matérias primas. A paz e a prosperidade, que a União Europeia deverá proporcionar, tem que assentar em bases mais só lidas do que as que resultam da simples transacção de mercadorias. Estamos a falar de gente, de pessoas que podem amar-se, detestar-se ou ignorar-se! E não consta que esta ú ltima atitude seja sinó nimo da tranquilidade essencial a uma paz duradoura.
CORREIO DE CARACAS - 26 DE MAIO DE 2005
OpiniãO 23
caRTas dOs leITORes Venezuela é Venezuela
Quem percebe os políticos?
Sou português, natural da ilha da Madeira, destino que escolhi para viver há cerca de 13 anos quando decidi regressar depois de 21 anos de Venezuela. Sou leitor assíduo do vosso jornal através da Internet e leio com frequência lamentações de emigrantes, sobretudo daqueles que manifestam desejos de regressar à sua terra, que estranham a sua terra, os seus costumes, etc.. No meu caso, confesso que também vivi essas emoções juntamente com a minha família e, por isso, decidi regressar às minhas origens, à terra onde nasci. Passaram mais de dez anos e ainda não me habituei por completo. Nada é como antes, não porque as coisas tenham mudado na ilha, mas, pelo contrario, o nó s é que mudámos: evoluímos à nossa maneira, habituamo-nos demasiado à Venezuela e, por isso, a adaptação é mesmo difícil, para não dizer impossível. Que saudades tenho dos meus vizinhos (vivia em Bello Monte), das pessoas da rua, dos meus clientes, dos amigos venezuelanos e também dos portugueses.
Sou português, embora com muitos anos na Venezuela. Escrevo esta carta porque julgo ser o vosso jornal o melhor meio para transmitir a indignação que tenho e que penso devem ter também milhares de portugueses espalhados pelo mundo. Tudo tem a ver com o futebol e com a não transmissão do jogo entre o Benfica e o Sporting, jogo de grande importâ ncia para o campeonato e para o futebol português. Pergunto ao Governo de Portugal se os portugueses, a RTP e o futebol são mais importantes e melhores que a Rai de Itália, que a TVE de Espanha, que a BBC de Londres, para não falar da CNN e dos canais de países da América Latina como por exemplo o canal Meridiano Televisió n. Estes transmitem em directo o futebol espanhol, o inglês, o italiano e o norte-americano que, note-se, está mais atractivo de ver do que a trapalhada do futebol português.
Dos “ cachitos” pela manhã, dos “ golfeados” , da “ chicha” , de um “ whisquizinho” em copo largo com muito gelo e da água de coco, de uma parrillada com guasacaca, para não falar da mú sica merengue (da salsa nunca gostei). Enfim, da alegria das pessoas conhecidas e por conhecer, assim como da sua sinceridade e transparência de sentimentos. Talvez algumas pessoas interpretem mal esta carta, mas devo ser sincero e, na mesma situaç ão do que devem estar todos aqueles que conheceram e viveram noutro país que não Portugal, sobretudo aqueles que têm uma base de vida familiar mais ao menos arremediada, diga-se (casa, carro e um pequeno estabelecimento comercial). A intenção não é ofender ninguém, mas sinto-me no dever de transmitir aos emnigrantes da Venezuela este tipo de sentimiento que permanece no interior de muita gente quee stá na mesma situação que eu. É de Coração que vos digo: Venezuela é Venezuela. Leitor devidamente identificado
Saudades da vida !... Nasci na Venezuela há 32 anos e actualmente vivo em Portugal, na ilha da Madeira. Acompanho de perto as iniciativas da comunidade portuguesa na Venezuela através do Diário de Notícias da Madeira. Embora viva na ilha há apenas três anos, confesso que enquanto vivi em Caracas nada sabia da comunidade, o que fazia, em que se divertiam, que obras benéficas iniciaram, etc. Em casa, sempre estivemos afastados da comunidade até porque o tempo não nos permitia tal privilégio, muito menos visitar os clubes portugueses. Embora tivéssemos possibilidades, não tínhamos tempo para tal. Foi pena, julgo eu, porque talvez isso tivesse facilitado a nossa integração na terra dos nossos pais. Confesso que foi e ainda
INQUéRITO
Maria Fernanda Gomes «Sempre estive muito ligada à comunidade através dos 18 no grupo folclórico do Centro Português de Caracas. Por isso tenho tido a oportunidade de constatar que as comemorações do Dia de Portugal não passam ao lado. Os portugueses festejam sempre com muito orgulho os nossos santos, as padroeiras e as datas comemorativas, como o Dia da Madeira e o de Portugal, entre outros. Mas tenho que reconhecer que nos últimos anos o interesse em comemorar um dia tão importante como o 10 de Junho tem diminuído»
continua a ser difícil adaptar-me, apesar de gostar de uma terra tão pequena e triste como a Madeira. Admiro os lusodescendentes que gostam de cá estar embora não tenha razoes de queixa, embora tenha muitas saudades da minha querida Venezuela, dos meus "panas", das minhas amigas, da mú sica, dos professores, de andar de autocarro na capital e de fazer amigos novos. Enfim, de tudo. Isto para não falar (com o devido respeito pelas raparigas da Madeira )da simpatia das "muchachas" venezuelanas, que para além de bonitas são atrevidas e não são tão vaidosas, como as portuguesas. Um abraço e parabéns pela passagem do jornal a semanal. Sou um leitor assíduo do Correio pela Internet. Jhony Pereira
E isto para não falar dos resumos dos jogos e das antessalas que fazem dos campeonatos. Vergonha deveria dar tanto para os governos de Portugal como para os responsáveis do canal do Estado. Um Estado que diz que temos que fazer pelos emigrantes, que temos que marcar presença na emigração, que temos que mostrar Portugal aos nossos filhos, enfim tristeza e impotência por tanta mentira hipocrisia com os emigrantes. Os nosso filhos felizmente usam a camisa do Figo, do Rui Costa, do Ronaldo. Mas fazem-no só porque jogam fora de Portugal. Se jogassem no nosso país ninguém os conhecia... Escrevo esta carta só mesmo porque nasci em Portugal na época da ditadura, em que o futebol era a ú nica distracção que tinha. E fiquei a gostar do Benfica que ainda por cima ganhou o jogo, mas eu não pude ver o golo do Luisão! Helder Jose M. Ferreira
Virgem de Fátima na porta Sou emigrante na Venezuela há 42 anos e escrevo para dar os parabéns pela publicação dos trabalhos sobre Nossa Senhora de Fátima no jornal EL NACIONAL . Sou emigrante e fruto do nosso trabalho de mais de trinta anos adquirimos há cerca de doze anos um pequeno supermercado numa avenida na zona Oeste de Caracas. Foi gratificante poder partilhar impressões com os nossos clientes (quase todos venezuelanos) e, já agora, saibam que foi motivo também da homilia da missa de domingo da paró quia onde vivemos. Vejam que nem sabia que se faziam tantas festas de Nossa senhora de Fátima na Venezuela! Fiquei emocionada na missa por tanta dedicação à nossa virgem de Fátima, assim como pelos elogios que recebeu
a coló nia portuguesa naquele momento por parte do padre . Tenho 67 anos de idade, sou mãe de três filhas nascidas neste país e sintome orgulhosa por ter nascido em Portugal, assim como também me orgulho em ter escolhido a Venezuela como terra para viver e morrer. É um país que pouco ou nada nos pede em troca. E isto apesar de nos ter dado casamento, filhos e felicidade. Pedi para escrever esta carta à minha filha mais nova porque as minhas habilitações não dão para tanto. Parabéns pelo jornal Correio de Caracas e pela reportagem da virgem de Fátima. Para concluir a carta, quero que saibam que tenho pregada na porta do negó cio o El Nacional para que os clientes também vejam a nossa virgem. Maria Natividade R Pereira
O que acha das comemorações do Dia de Portugal na Venezuela, a 10 de Junho?
Juan Rodrigues «Conheço muito pouco das comemorações do Dia de Portugal, Camões e das Comunidades que se realizam na Venezuela. Na verdade, nunca tive oportunidade de participar nelas, penso que por falta de promoção e informação sobre esta data. Considero necessário que o evento não seja tão centralizado. Para além das celebrações que se realizam nalguns clubes, em que só participam os sócios, é preciso dar a esta data o significado e a importância que ela merece, não a comemorando apenas em locais pouco acessíveis»
Afonso Rodrigues Macedo « O dia de Portugal é recordado e festejado pela comunidade portuguesa que reside no país. Penso que tentamos sempre que datas importantes como estas não sejam desprezadas ou passem despercebidas. Tenho assistido a várias comemorações destas em diversos clubes e isto me faz pensar que o 10 de Junho não é esquecido»
Clementina de Olival «Nunca comemorei em lago nenhum o Dia de Portugal. Acho que esta data tem deixado de ser comemorada como devia ser, pois como outras festividades o verdadeiro significado da comemoração está desvirtuado. As pessoas gostam de se reunir para beber e divertir-se, mas também é importante que instituições culturais da comunidade portuguesa ou organismos como o Consulado de Portugal se encarreguem de dar maior informação sobre esta data tão importante para a comunidade lusa na Venezuela»
24 ECONOMIA
CORREIO DE CARACAS - 26 DE MAIO DE 2005
BREVES Porto Santo com novas estruturas A nova superfície comercial Zarco Shopping e Hiper Zarco – os primeiros do género, com a dimensão, variedade e qualidade por excelência na ilha do Porto Santo, que foram inaugurados segunda-feira – abrem um novo ciclo do comércio local, tal como vêm colmatar uma lacuna existente nesta vertente. Situado ao sítio do Campo de Baixo, numa área de dois mil metros quadrados, o primeiro hipermercado do Porto Santo, compete com os mais sofisticados e modernos "hiper" do país. Outra das apostas inovadoras deste empreendimento é a criação de um espaço exclusivo, reservado para perfumaria e farmácia.
BPN na “ Ilha Dourada” Na persecução da estratégia de crescimento sustentado da sua rede comercial, o Banco Português de Negócios abriu no Porto Santo a sua segunda agência na Região, sendo que a primeira foi no Funchal. Na cerimónia de inauguração, que decorreu na tarde de ontem, vários foram os motivos de satisfação. Quer por parte do Governo Regional, na pessoa do seu presidente, quer por parte do administrador desta instituição. Isto porque, segundo José Oliveira Costa. além da amizade que os liga, o trabalho realizado pelo BPN deixa transparecer a capacidade para inovar e vem acima de tudo dar ao Porto Santo uma outra alternativa.
Thomas Cook reequaciona negó cios na hotelaria Grupo turí stico internacional poderá vender participação que detém na "holding" do Grupo Porto Bay na Madeira A eventual saída da "Thomas Cook" deve ser grupo internacional de vista na perspectiva de viagens e turismo negócio, e não como "Thomas Cook" está interessado em alienar um abandono
Catanho Fernandes (DN-Madeira) cfernandes@dnoticias.pt
O
a sua participação de 25% no capital da "holding" da "Porto Bay, SGPS", proprietária de cinco hotéis no Funchal. Segundo conseguimos apurar a decisão do grupo enquadra-se numa estratégia de desinvestimento no sector da hotelaria e de reforço do seu "core-business" que é o sector das viagens. Sabemos também que a saída do grupo alemão dar-se-á apenas na "holding", pois manterá a participação na sociedade de gestão dos hotéis do grupo madeirense, a "Porto Bay Hotels & Resorts SA", o que significa a manutenção da mesma
Centro Portugues de Caracas PROGRAMA DO MES DE MAIO 2005 Sexta-Feira 27 Ceia do Clero - Padre Alexandre. Hora: 19:30 Lugar: Salão Nobre.
Quinta-Feira 16 Bingo Aniversario. Lugar: Salão Nobre. Sociedade de Damas de Beneficência.
Domingo 29 Comunhões Lugar: Capela do C. P.
Sexta-Feira 17 Feria Gastronomica Infantil. Lugar: Em frente ao Salão de Jogos. Hora: 19:00
Programa do Mês de Junho. Sexta-Feira 03 até ao dia 06 Exposição da Câmara Luso-Venezuelana. Lugar: Área do Estacionamento. Sexta-Feira 03 Lugar: Salão Nobre. Eleição da Rainha do Centro Português 2005. Hora: 19:30
Domingo 19 Almoço: Día do Pai. Lugar: Restaurante "O Navegante" Hora: 14.30 Quinta-Feira 23 Festa de São João Lugar: Piscina e Fonte de Soda. Hora: 19.30.
Domingo 05 Festival Folclórico Infantil. Lugar: Salão Nobre.
Sábado 25 Festa de Fim de Curso, alunos de Português. Lugar: Salão Nobre Hora: 20:00
Sexta-Feira 10 XLVII Aniversario do Centro Português, Lugar: Salão Nobre. Día de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Domingo 26 Crismas Lugar: Salão Nobre. Hora: 13.00
ligação comercial às unidades hoteleiras. Os outros dois principais só cios da "Thomas Cook" são a "Blandy, SGPS" e a "Ocean Islands SGPS ". A saída da "Thomas Cook" da "holding" era desde há algum tempo aguardada numa ló gica de reestruturação dos seus investimentos. Embora com apenas 25% do capital, o certo é que detinha direito a veto quanto a novos investimentos do "Porto Bay", o que coarctava alguns projectos de desenvolvimento do grupo madeirense, nomeadamente fora da Região Autó noma.
Uma eventual saída da "Thomas Cook" deve ser vista numa perspectiva de oportunidade de negó cio, e não como um abandono, já que os seus interesses na gestão do produto hoteleiro se mantêm, o que, por si, garante a ló gica comercial que até agora tem sido seguida pela cadeia hoteleira liderada por Antó nio Trindade. Os operadores que trabalham debaixo da marca "Thomas Cook" são responsáveis por uma percentagem de cerca de 25% do alojamento nos cinco hotéis da "Porto Bay". Antó nio Trindade não confirma eventuais negociações em curso, mas disse que a manutenç ão da "Thomas Cook" na empresa de gestão é uma apreciável mais-valia para todo o grupo, pois concilia a ligação comercial entre os dois grupos, com uma maior liberdade de crescimento do "Porto Bay".
CORREIO DE CARACAS - 26 DE MAIO DE 2005
Portugal mantém notação financeira Apesar da revisão em alta do défice público português, o nosso paí s mantém a credibilidade junto da banca internacional
A
agência de notação financeira Standard & PoorÈs reafirmou esta semana o rating de AA à Repú blica Portuguesa, referindo que a revisão em alta do défice pú blico conhecida na segunda-feira não afecta imediatamente o risco de crédito do país. A comissão Constâ ncio anunciou segunda-feira que caso não sejam tomadas medidas, o défice orçamental português pode ficar este ano nos 6,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Apesar deste valor ser acima dos 2,8 por cento previstos no Orçamento do Estado para 2005 e acima dos 4,0 por cento antecipados em Outubro de 2004 pelos analistas da S&P, a agência de rating entende que não é ainda tempo para alterar o risco de crédito do país. "Esta deterioração das contas pú blicas sublinha a necessidade do governo revigorar o programa de reformas estruturais e de introduzir reformas econó micas rigorosas para colocar os rácios de défice e dívida pú blicos numa tendência descendente", escrevem os analistas da S&P numa nota de research. A agência de rating refere ainda que os nú meros apresentados pela comissão Constâ ncio para o défice podem resultar num agravamento da dívida pú blica
para os 66,5 por cento do PIB em 2005, bem acima dos 61,9 por cento de 2004 e do limite dos 60 por cento previstos pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento. No entendimento da agência de rating, a revisão do défice orçamental conhecida na segunda-feira representa para Portugal um "muito maior desafio" no campo político e vai ao exigir ao governo a implementação de reformas estruturais difíceis. A S&P mantém a perspectiva negativa sobre o rating da Repú blica Portuguesa, já que nos ú ltimos anos a despesa primária tem continuado a crescer. Além disso, o facto dos diferentes governos terem vindo a adiar sucessivamente a reforma do sector pú blico e de terem conseguido manter défices orçamentais mais baixos à custa de medidas extraordinárias também justifica a perspectiva negativa para o risco de crédito do Estado português. Numa altura em que ainda não se conhecem as medidas que o governo pretende adoptar para corrigir o défice orçamental, o analista da S&P, Trevor Cullinan, diz que as eleições autárquicas e presidenciais, agendadas para o final deste ano e princípio do pró ximo, podem "limitar" a vontade do Executivo introduzir as medidas necessárias para resolver os problemas de longo prazo da economia portuguesa.
ECONOMIa 25 BREVEs
Espanhóis destacam défcie português A estimativa do défice orçamental para 2005 em Portugal e as reacções que provocou dentro do próprio governo são noticia na imprensa espanhola, que destaca tratar-se da previsão mais alta de toda a Zona Euro. Vários jornais destacam que o défice das contas públicas portuguesas - estimado em 6,83 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) - é "o pior da Zona Euro" e fazem referência ao incumprimento orçamental do anterior governo, com base no resultado apurado pela comissão independente liderada pelo governador do Banco de Portugal, divulgado na segunda-feira.
Lusomundo com a 20th Century Fox Os canais de cinema codificados Lusomundo assinaram contrato com a distribuidora norteamericana 20th Century Fox, detendo a partir de agora os direitos de transmissão dos filmes das principais empresas deste sector, anunciou a PT Conteúdos. "Com a assinatura do contrato com esta grande major norte-americana fecha-se um ciclo na garantia de qualidade e variedade na nossa oferta", afirmou a empresa do grupo Portugal Telecom (PT). A 20th Century Fox, cujos filmes começam a ser exibidos nos canais Lusomundo a partir de Junho, junta-se assim à Paramount, Sony/Columbia, Universal, Disney, Warner Bros, DreamWorks e distribuidoras independentes.
26 PUBLICIDADE
CORREIO DE CARACAS - 26 DE MAIO DE 2005
Notí cia
Mais voos O secretário regional da Economia dos Açores, Duarte Ponte, defendeu um reforço as ligações regulares da TAP entre Lisboa e a ilha do Pico, devido ao aumento da procura destes voos. Duarte Ponte falava durante a reunião entre o Concelho de Ilha do Pico e os membros do Governo Regional, no âmbito de uma visita de três dias àquela ilha açoriana. "O número de passageiros na ligação semanal entre o Continente e o Pico tem vindo sempre a aumentar, desde a primeira viagem, em Abril, o que significa que a ÀgatewayÈ [porta de entrada, neste caso nos Açores] do Pico está a ser um sucesso", frisou o governante. Atendendo a que, na época alta, a afluência de passageiros deverá aumentar ainda mais, Duarte Ponte entende que a TAP poderá efectuar nos meses de Julho, Agosto e Setembro voos directos entre Lisboa e o Pico, sem a habitual escala na ilha Terceira. "Se pensarmos também que na próxima época desportiva haverá, provavelmente, quatro equipas do Pico que vão jogar ao Continente, se calhar poderíamos pensar que a TAP faria melhor, deslocando a sua ligação para 6¦ feira e fazendo o regresso à 2¦ feira", adiantou. Esta medida que vai ao encontro das reivindicações das forças vivas locais, que defendiam a realização de dois voos semanais para o Pico, como forma de melhor rentabilizar a rota. Durante a reunião com o Conselho de Ilha, o presidente do Governo açoriano, Carlos César, reafirmou a intenção de deixar a ilha do Pico de fora do Fundo de Coesão Regional, por entender que a sua "pujança empresarial" permite mantê-la entre as ilhas mais desenvolvidas.
Vendas para a Madeira aumentaram 10 por cento
A
TAP aumentou em 10% as vendas de bilhetes para a Madeira, nos voos com origem no estrangeiro, nos primeiros quatro meses deste ano. No conjunto do ano passado já se tinha registado um acréscimo de 10,9 por cento nessas linhas. A revelaç ão foi feita ontem ao secretário regional do Equipamento Social, Santos Costa, e ao director regional de Turismo, Bruno Pereira, que estiveram durante a manhã na primeira sessão de trabalhos da reunião geral de vendas da trans-
portadora aérea nacional, que reú ne os representantes da companhia em todas as delegaç ões mundiais. Na reunião que foi orientada por Luis da Gama Mó r, vice-presidente executivo do transporte aéreo e Dionísio Barum, director-geral de vendas, foi feita uma análise e uma apreciaç ão muito concreta sobre o trabalho das delegaç ões da TAP nos mercados que mais vendem para a Madeira, nomeadamente os relacionados com o turismo: Reino Unido, França, Espanha, Alemanha
e Estados Unidos. A par com dois mercados étnicos, casos da África do Sul e da Venezuela, os voos desses países geraram para a Madeira mais 10% de bilhetes este ano. A Venezuela como já noticiámos é hoje um dos melhores mercados para a TAP e a taxa de rentabilidade desses voos é a maior de toda a rede da companhia aérea portuguesa, à frente das linhas domésticas para a Madeira. Actualmente existem seis voos por semana entre aeroportos portugueses e Caracas.
CORREIO DE CARACAS - 26 DE MAIO DE 2005
DESPORTO 27
Ciclismo luso: Uma geração de ouro Da União Ciclista de Portugal, saí ram uma grande quantidade de campeões ao ní vel nacional e internacional.
mesmo que as suas actividades estinoeliadeabreu@gmail.com vessem paralisadas em 1953 durante dois anos, a partir de 20 de Janeiro de ara quem não sabe, duran- 1955, quando voltou a constituir a sua te muitos anos existiu na Junta Directiva, tudo começou a marVenezuela um clube de ci- char com muito êxito. clismo constituído essenAlexandre Ferreira de Amorim, cialmente por portugueses que encon- membro da direcção da União Ciclista, traram nesta disciplina uma forma sau- refere-se à dita instituição como "o meldável de viver a vida em terra hor clube de ciclismo da Venezuela, estrangeira. E muitos desconhecem, de onde saíram muitos campeões do patambém, que esta organização sem fins ís e do exterior". lucrativos chegou a conquistar vários Quando se criou a União Ciclista de campeonatos ao nível nacional e in- Portugal, uniram-se a ela todos os porternacional. Entre os seus membros tugueses apaixonados por este desportambém estavam venezuelanos e co- to que pertenciam a outros clubes, aslombianos, que se uniram a esta equipa sim como os não tinham clube. Alede profissionais destacados que se fa- xandre Ferreira conta que nunca ziam notar em cada campeonato. houve racismo dentro do clube e, por Ainda hoje é possível apreciar parte isso, destaca que "as portas sempre esdos troféus obtidos por esta geração de tiveram abertas para quem quisesse faciclistas no segundo andar do Centro zer parte do grupo, sem importar a cor, Português de Caracas. Contudo, muitos a nacionalidade ou o sexo". dos reconhecimentos se extraviaram. Os que pertenciam ao clube eram Entre eles, uma medalha de mérito maioritariamente homens que trabaldesportivo que lhes foi outorgada pelo havam na construção e que o seu meio Governo português. de transporte para o trabalho era uma bicicleta. Por isso, estavam a treinar Histó ria sobre rodas constantemente, sem contar com as vezes que se exercitavam para preparar A União Ciclista de Portugal foi competições. "Muitos dos ciclistas saíam fundada a 20 de Fevereiro de 1948 e, de Caracas e iam até Higuerote e volNoelia de Abreu
P
tavam, só para treinar. Hoje em dia, isso já não se pode fazer por causa do aumento da circulação de carros entre esse trtajecto", explica Alexandre Ferreira. Uma das primeiras competições que a União Ciclista ganhou foi em San Cristó bal, Estado Táchira, ao fazer um percurso de 1.100 quiló metros, graças a Joaquim Ferreira de Amorim, irmão de Alexandre. Daí em diante, conseguiram obter mais trunfos e tiveram atletas em grandes competições. Ferreira conta-nos que chegaram a ter "representantes da equipa na volta a Guatemala (1960), nas olimpíadas de Roma e na volta Jalisco-México". Em 1965, Enrique Mujica ganhou a volta ao Distrito Federal e Estado Miranda. O clube ganhou a volta à Venezuela em 1965 e 1976, conseguindo os primeiros quatro lugares. No mesmo ano, Antó nio Guedes ganhou duas etapas na volta Jalisco. Todos estes êxitos foram possíveis graças ao apoio incondicional da comunidade portuguesa da época, pois sempre assistiam às competições para dar força aos seus compatriotas. E tiveram sempre o coração abeto para ajudar no que fosse necessário.
BREVEs CPC reconhece trabalho dos seus atletas O Centro Português de Caracas premiou o trabalho dos seus atletas na Gala do desporto 2005, que se realizou no salão nobre, no passado 21 de Maio. No evento, foram galardoados os 72 desportistas mais destacados das 16 modalidades que praticam no clube. O salão nobre, decorado totalmente de branco, com grades do lado esquerdo e direito e dois ecrãs gigantes, recebeu os membros das comissões de karaté, ténis, natação, futsal pré-infantil, juvenil, feminino, livre, veterano, super veterano, futebol, canasta, bowling, voleibol, "baloncesto" e bolas crioulas. As palavras iniciais estiveram a cargo do presidente do CPC, André Pita, que agradeceu em nome da Junta Directiva aos participantes e os instou a continuar com o espírito de concorrência sã. Depois, o director do desporto, Ilses Pereira, destacou a actividade do ano 2004 e destacou o apoio com que tem contado a instância que dirige. Para além de premiar os atletas mais destacados no ano de 2004, fizeram-se reconhecimentos tanto aos imigrantes das comissões desportivas como a nove professores de diferentes modalidades.
Apoios de Jardim O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, estranha que o Tribunal de Contas conteste agora os apoios governamentais ao desporto da região em vigor há 20 anos. A reacção de Alberto João Jardim surge depois de na segunda- feira ter sido divulgada uma auditoria do Tribunal de Contas, na qual foram detectadas alegadas infracções financeiras no apoio ao desporto da Região por parte do executivo. As referidas infracções, que o TC pretende remeter para o Ministério Público, envolvem contratosprograma e outros incentivos financeiros com vários clubes da Região, entre os quais União, Nacional e Clube Naval. Contestando esse resultado da auditoria, Alberto João Jardim disse "estranhar que após 20 anos de apoio governamental ao desporto regional, venha agora o Tribunal de Contas contestar a legalidade dessa atribuição de subsídios. "Se eles dizem que não está legal, nós dizemos que está, e cada um fica na sua", salientou.
28 DESPORTO
CORREIO DE CARACAS - 26 DE MAIO DE 2005
III Divisão definiu subidas e descidas de Norte a Sul de Portugal III Div. - Série A
III Div. - Série B
33ª jornada
34ª jornada
Merelinense - Cabeceirense Cerveira - Maria da Fonte Monção - Neves Mirandela - Ponte Barca Santa Maria - Joane Esposende - Bragança Sandinenses - Valpaços Vianense - Oliveirense Caç.Taipas - Torcatense
3-2 1-0 3-0 0-1 3-0 2-0 2-1 1-0 0-1
Classificação Cl. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Equipa SANDINENSES TORCATENSE OLIVEIRENSE MONÇÃO ESPOSENDE BRAGANÇA JOANE MERELINENSE VIANENSE MIRANDELA CERVEIRA MARIA FONTE VALPAÇOS CABECEIRENSE SANTA MARIA CAÇ. TAIPAS PONTE BARCA NEVES
J 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34
V 17 18 17 15 16 12 11 12 12 12 12 13 11 9 11 8 8 3
E 12 9 11 13 6 12 14 11 10 10 10 6 10 15 9 9 7 4
III Div. - Série C
D 5 7 6 6 12 10 9 11 12 12 12 15 13 10 14 17 19 27
34ª jornada
São Pedro da Cova - Canelas 4-1 Torre Moncorvo - Valonguense 1-0 Ermesinde - Tirsense 1-2 Canedo - S. Marta Penaguião 2-2 Rio Tinto - Padroense 4-3 Vila Real - Cinfães 0-3 Famalicão - Leça 1-0 Rebordosa - Mogadourense 3-1 Aliados Lordelo - Pedrouços 4-2
M-S 46-33 45-25 44-25 50-35 49-48 42-38 41-29 42-42 40-37 43-38 40-43 54-46 41-48 32-34 36-45 34-46 33-48 14-66
P 63 63 62 58 54 48 47 47 46 46 46 45 43 42 42 33 31 13
NOTAS: a) Sandinenses e Torcatense sobem à II Divisão B. b) Neves, Ponte da Barca, Caçadores das Taipas e Santa Maria despromovidos aos Campeonatos Distritais.
Cl.Equipa 1 AL. LORDELO 2 FAMALICÃO 3 REBORDOSA 4 T. MONCORVO 5 LEÇA 6 S.PEDRO COVA 7 CINFÃES 8 RIO TINTO 9 CANEDO 10 TIRSENSE 11 VALONGUENSE 12 VILA REAL 13 PADROENSE 14 ERMESINDE 15 SM PENAGUIÃO 16 PEDROUÇOS 17 MOGADOURENSE 18 CANELAS
J 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34
V 21 22 21 19 16 10 16 14 14 14 11 12 10 10 7 5 2 0
E 11 7 2 6 10 9 8 9 9 8 11 8 9 9 9 13 7 6
D 2 5 11 9 8 15 10 11 11 12 12 14 15 15 18 16 25 28
0-0 1-0 2-1 1-2 1-1 2-2 1-1 1-2 1-2
Classificação M-S 59-20 78-36 74-39 64-35 42-31 45-51 56-33 49-44 43-52 40-30 44-44 41-44 45-63 45-51 36-50 34-59 19-86 14-87
P 74 73 65 63 58 39 56 51 51 50 44 44 39 39 30 28 13 6
NOTAS: a) Famalicão e Aliados do Lordelo promovidos à II divisão B. b) SM Penaguião, Pedrouços, Canelas e Mogadourense despromovidos aos campeonatos distritais. c) O Canelas perdeu por falta de comparência o jogo da primeira jornada no terreno do Torre de Moncorvo, ao que corresponde uma derrota por 3-0.
Cl. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Equipa UN. COIMBRA NELAS CESARENSE ANADIA VALECAMBREN. AVANCA SOCIAL LAMAS SOUROPIRES S. JOÃO VER ARRIFANENSE SATÃO MILHEIROENSE GAFANHA ÁGUEDA TOCHA SANTACOMBAD. CASTRO DAIRE POIARES
J 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34
V 20 19 15 15 14 13 14 13 13 11 12 11 12 11 11 7 7 2
E 7 8 11 10 9 11 7 9 8 12 9 12 9 11 9 11 9 10
34ª jornada
34ª jornada
Tocha - Valecambrense Águeda - Social Lamas União de Coimbra - Poiares Arrifanense - Souropires Cesarense - Milheiroense Avanca - Gafanha Anadia - São João de Ver C. Daire - Santacombadense Satão - Nelas
Classificação
III Div. - Série E
III Div. - Série D
D 7 7 8 9 11 10 13 12 13 11 13 11 13 12 14 16 18 22
M-S 44-28 50-30 56-40 45-38 42-35 44-37 44-39 38-30 45-46 46-45 45-34 36-35 38-45 33-38 34-34 31-49 33-58 20-63
P 67 65 56 55 51 50 49 48 47 45 45 45 45 44 42 32 30 16
NOTAS: a) União de Coimbra e Nelas promovidos à II Divisão B b) Tocha, Santacombadense, Castro Daire e Poiares despromovidos aos campeonatos distritais.
Portomosense - Riachense 3-1 Rio Maior - Vieirense 1-2 Sertanense - Nazarenos 3-0 Eléctrico - Monsanto 0-0 Caranguejeira-Águias Moradal 5-3 Sourense - Bidoeirense 2-0 Marinhense - Mirandense 2-0 Idanhense - Beneditense 1-3 Torres Novas - Peniche 5-1
Classificação Cl. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Equipa UN. COIMBRA RIO MAIOR MARINHENSE CARANGUEJEI. SOURENSE RIACHENSE MIRANDENSE MONSANTO BENEDITENSE PENICHE EL.PONTE SOR SERTANENSE IDANHENSE BIDOEIRENSE TORRES NOVAS VIEIRENSE AG. MORADAL NAZARENOS
J 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34
V 23 17 18 16 15 13 15 15 12 12 12 12 11 10 9 7 7 2
E 9 10 7 10 10 12 6 5 11 9 9 7 9 12 11 8 6 9
D 2 7 9 8 9 9 13 14 11 13 13 15 14 12 14 19 21 23
M-S 60-26 58-33 54-40 54-34 52-36 43-45 57-49 45-43 50-44 41-38 45-51 47-44 45-45 37-46 38-48 33-61 33-69 32-72
P 78 61 61 58 55 51 51 50 47 45 45 43 42 42 38 29 27 15
Vialonga - Santana, 0-2 1º Dezembro - Benfica "B" Fazendense - Cacém Loures - Elvas Malveira - Estrela da Calheta Real - Cartaxo Tires - Câmara de Lobos Sintrense - Machico Lourinhanense - Carregado
3-0 0-3 3-1 2-0 1-0 2-0 2-1 1-6
Classificação Cl. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Equipa BENFICA “B” REAL CACÉM CÂMARA LOBOS CARREGADO MACHICO LOURES EST. CALHETA SANTANA SINTRENSE VIALONGA 1.º DEZEMBRO O ELVAS TIRES MALVEIRA CARTAXO LOURINHANEN. FAZENDENSE
J 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34
V 21 21 18 18 16 15 14 15 14 13 12 10 10 13 11 2 4 3
E 9 7 11 8 9 11 11 6 9 6 7 13 13 4 9 13 5 1
D 4 6 5 8 9 8 9 13 11 15 15 11 11 17 14 19 25 30
M-S 71-29 60-29 52-33 58-30 59-44 45-33 42-31 40-32 38-37 41-37 41-52 42-44 41-41 47-57 34-52 31-56 22-73 24-78
P 72 70 65 62 57 56 53 51 51 45 43 43 43 43 42 19 17 10
NOTAS: NOTAS: a) Portomosense e Rio Maior promovidos à II Divisão B. b) Torres Novas, Vieirense, Águias de Moradal e Nazarenos despromovidos aos campeonatos distritais.
a) Benfica B e Real promovidos à II divisão B b) Malveira, Cartaxo, Fazendense e Lourinhanense despromovidos aos campeonatos distritais.
DESPORTO 29
CORREIO DE CARACAS - 26 DE MAIO DE 2005
II Liga no fim II-B quase lá... Liga de Honra
Classificação Cl. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Equipa P. FERREIRA NAVAL 1.MAIO EST. AMADORA MARCO DESP. AVES LEIXOES FEIRENSE MAIA OLHANENSE VARZIM FELGUEIRAS OVARENSE ALVERCA PORTIMONENSE SANTA CLARA GONDOMAR DESP. CHAVES SP. ESPINHO
J 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34
V 20 17 17 13 15 14 14 13 11 11 11 11 11 10 11 11 9 9
E 9 11 9 12 6 8 7 10 11 10 9 8 6 9 6 6 10 9
D 5 6 8 9 13 12 13 11 12 13 14 15 17 15 17 17 15 16
M-S 61-43 53-30 47-30 51-43 45-35 40-33 45-48 46-36 32-32 37-42 37-44 40-51 28-40 40-49 39-50 38-45 24-38 37-51
P 69 62 60 51 51 50 49 49 44 43 42 41 39 39 39 39 37 36
NOTAS: a) Paços Ferreira (campeão), Naval 1.º Maio e Estrela Amadora promovidos à Superliga. b) Gondomar, Desportivo Chaves e Sporting Espinho descem à II Divisão B.
37ª jornada
37ª jornada
Infesta - Lixa 3-3 Trofense - FC Porto "B" 1-0 Valenciano - Vilaverdense 2-1 Vizela - Valdevez 1-2 Sporting de Braga "B" - Fafe 5-0 Freamunde - Vilanovense 7-1 Salgueiros - União de Lamas 1-2 Lousada - Pedras Rubras 2-2 Paredes - Dragões Sandinen. 0-1 Fiães - Ribeirão 0-1
Acad.Viseu - Penalva Castelo Sport. de Covilhã-Oliveirense Oliveira do Hospital-Torreense Pampilhosa - Mafra Pombal - Fátima Oliveira do Bairro - Esmoriz Estarreja - Benfica C. Branco Vilafranquense - Tourizense Sanjoanense - Caldas Folgou: Abrantes
Classificação
34ª jornada (Última jornada)
Paços Ferreira - Feirense 0-1 interrompido a cinco do fim devido a invasão de campo Santa Clara - Naval 1§ Maio 4-0 Desp.Aves - Est. Amadora 2-0 Ovarense - Portimonense 1-1 Olhanense - Maia, s 2-0 Gondomar - Leixõe0-0 Sporting Espinho - Marco 1-5 Alverca - Desportivo Chaves 1-0 Varzim - Felgueiras 2-2
II Div. B - CENTRO
II Div. B - NORTE
Cl. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Equipa VIZELA INFESTA SANDINENSES FREAMUNDE VILAVERDENSE FC PORTO B SP. BRAGA B LIXA FAFE LOUSADA RIBEIRÃO FIAES AT. VALDEVEZ PEDRAS. RUBRAS TROFENSE PAREDES UNIÃO LAMAS VALENCIANO VILANOVENSE SALGUEIROS
J 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37
V 25 21 20 19 18 19 18 17 14 14 16 14 14 13 13 13 12 10 7 1
E 7 8 10 10 9 6 7 6 10 9 3 8 8 11 10 5 6 5 4 2
D 5 8 7 8 10 12 12 14 13 14 18 15 15 13 14 19 19 22 26 34
II Div. B - SUL
1-1 2-0 2-1 1-1 0-0 4-0 1-0 2-3 0-2
37ª jornada
Portosantense - Camacha Atlético - Amora Lusitânia - Casa Pia Pontassolense - Operário União Micaelense - Oriental Pinhalnovense - Barreirense Est. V. Novas - União Madeira Louletano - Ribeira Brava Marítimo "B" - Odivelas OL.e Moscavide - V. da Gama
Classificação M-S 71-29 68-43 63-39 77-35 50-35 63-36 67-48 45-43 47-43 61-50 45-50 54-44 49-41 43-47 45-45 43-57 31-52 30-54 28-84 18-123
P 82 71 70 67 63 63 61 57 52 51 51 50 50 50 49 44 42 35 25 5
Cl. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Equipa SP. COVILHÃ ACAD. VISEU MAFRA DESP. FÁTIMA TOURIZENSE ESMORIZ SANJOANENSE TORREENSE BENF. C. BRANCO ABRANTES PEN. CASTELO OLIVEIRENSE OLIV. BAIRRO OL. HOSPITAL SP. POMBAL PAMPILHOSA ESTARREJA CALDAS VILAFRANQUENSE
J 35 35 35 35 35 36 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35 35
V 19 19 16 14 13 12 13 13 13 13 13 12 12 11 11 10 8 9 4
E 12 6 14 13 12 14 11 10 10 9 9 11 11 12 10 11 10 7 4
D 4 10 5 8 10 10 11 12 12 13 13 12 12 12 14 14 17 19 27
2-2 1-0 1-1 0-0 1-0 3-0 1-4 5-1 2-2 1-1
Classificação M-S 61-30 51-32 46-28 55-38 56-42 45-50 45-40 49-37 49-43 45-43 41-41 58-44 51-51 41-48 32-44 35-48 33-51 34-61 25-81
P 69 63 62 55 51 50 50 49 49 48 48 47 47 45 43 41 34 34 16
Cl. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Equipa BARREIRENSE PINHALNOVENSE UN. MADEIRA PORTOSANTENSE OPERÁRIO CASA PIA O. MOSCAVIDE CAMACHA MARÍTIMO “B” UN. MICAELENSE ODIVELAS PONTASSOLENSE LOULETANO LUSITÂNIA ORIENTAL ATLÉTICO RIBEIRA BRAVA VENDAS NOVAS VASCO GAMA AMORA
J 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37 37
V 20 19 18 17 16 16 14 14 14 13 15 15 13 12 11 12 13 10 4 5
E 10 12 9 9 10 8 11 10 9 12 5 5 10 12 14 11 5 12 14 10
D 7 6 10 11 11 13 12 13 14 12 17 17 14 13 12 14 19 15 19 22
M-S 50-30 49-25 46-35 43-38 42-32 51-42 46-37 48-44 52-47 33-36 48-50 45-56 48-41 42-41 34-39 45-53 41-44 34-47 22-51 36-67
P 70 69 63 60 58 56 53 52 51 51 50 50 49 48 47 47 44 42 26 25
NOTAS: a) Vizela promovido à Liga Honra. b) Salgueiros, Vilanovense e Valenciano despromovidos à III Divisão. c) O Vilanovense perdeu por falta de comparência o jogo daprimeira jornada em casa com o Vizela, ao que corresponde uma derrota por 3-0.
NOTAS: a) Sporting Covilhã promovido à Liga de Honra. b) Estarreja, Caldas e Vilafranquense despromovidos à III Divisão. c) O Alcains desistiu de participar na prova.
NOTA: a) Amora, Vasco da Gama e Vendas Novas já estão despromovidos à III Divisão.
Programa da 38.ª e última jornada (28 Mai): FC Porto "B" - Infesta Vilaverdense - Trofense Valdevez - Valenciano Fafe - Vizela Vilanovense - Sporting de Braga "B" União de Lamas - Freamunde Pedras Rubras - Salgueiros Dragões Sandinenses - Lousada Ribeirão - Paredes Lixa - Fiães
Programa da 38.ª e última jornada (28 Mai): Oliveirense - Académico Viseu Torreense - Sporting de Covilhã Mafra - Oliveira do Hospital Fátima - Pampilhosa Abrantes - Pombal Benfica Cast. Branco-Oliveira do Bairro Tourizense - Estarreja Caldas - Vilafranquense Penalva Castelo - Sanjoanense Folga: Esmoriz
Programa da 38.ª e última jornada (28 Mai): Amora - Portosantense Casa Pia - Atlético Operário - Lusitânia Oriental - Pontassolense Barreirense - União Micaelense União Madeira - Pinhalnovense Ribeira Brava - Estrela Vendas Novas Odivelas - Louletano Vasco da Gama - Marítimo "B" Camacha - Olivais e Moscavide
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CORREIO DE CARACAS - 26 DE MAIO DE 2005
"Campeonato português é melhor que o russo" Danny, futebolista luso-descendente “ descoberto” pelo Marí timo, transferiu-se do Sporting para o Dí namo de Moscovo. A entrevista que se impõe nesta altura. plantel maioritariamente russo? – No princípio foi um pouco difícil. dazevedo@dnoticias.pt Os russos são, por natureza, frios nas suas relações, não são muito simpáticos... O que análise é do antigo mariti- se compreende pois era um povo sofremista Danny, feita no Fun- dor. Mas neste caso particular as coisas chal, interrompendo, por estão a mudar. No princípio nem falapoucos dias, a estada em vam mas nó s, com a nossa maneira laMoscovo tina de ser, estamos a conseguir mudar Em Janeiro, Danny deixou o Sporting isso. e ingressou no Dínamo de Moscovo. Na – O facto de não ter ido apenas um ocasião, o jovem futebolista que se tor- jogador de Portugal favoreceu a adaptanou notado no Marítimo tendo chega- ção? do, inclusive, à selecção portuguesa de – Sem dú vida. Ajudamo-nos musub-21, deu conta da sua satisfação por tuamente. Para além disso demonstrapoder abraçar uma nova experiência, mos que temos valor para jogar e isso sem esquecer os proveitos financeiros também facilitou. daí advindos. – Os adeptos estão satisfeitos conPassados estes meses, e já com con- vosco? hecimento de causa no terreno – então – Sim, sim, até agora não temos a míDanny e companheiros passaram um nima razão de queixa. É natural que numa tempo na Turquia, onde efectuaram a ocasião ou outra venham a falar mal de pré-época – o antigo "verde-rubro" re- algum até porque os resultados não têm afirma a satisfação por ter abraçado o aparecido mas isso é habitual em qual"projecto russo". quer parte. "Roubando" alguns minutos da sua – Nem mesmo os resultados menos estada na Madeira, onde durante três bons têm originado críticas? dias tratou de assuntos particulares, – Não, só aconteceu logo apó s o priDanny falou ao DIÁRIO de Notícias dos meiro jogo, em que perdemos por 4-0, "seus" primeiros cinco meses como "so- em que exibiram uma faixa questionanviético". do da nossa qualidade e pedindo para – Como está a decorrer a ambienta- mostrarmos o nosso valor. Mas foi só ção a esta nova realidade? nessa ocasião e a partir daí até têm grita– Está a decorrer bem. Tanto a am- do os nossos nomes para nos incentivarbientação ao clima, como à equipa... Ape- mos. nas a língua é que tem sido complicado, – Individualmente como se tem senpara além dos resultados que não têm tido o Danny? aparecido. – Penso que as coisas me têm corrido – Sobretudo atendendo à aposta que bastante bem, as críticas têm sido favofoi feita... ráveis e, sinceramente, não esperava que – ...Sim, temos, de facto, condições estivesse tão bem. Estou confiante e, grapara obtermos melhores resultados. ças a Deus, as coisas estão a correr bem. – Entretanto, o treinador, Oleg Ro- O treinador também me deu confiança, mantsev, já saiu; isso pode beneficiar a colocando-me a jogar onde eu gosto, coequipa? mo segundo ponta-de-lança. – Não tinha conhecimento dessa in– As aquisições dos portistas Maniformação... Mas acho que o treinador ra- che, Costinha e Seitaridis irão, com cerramente tem culpa apesar de ser sempre teza, fortalecer o plantel... o atingido. Sabe-se que é mais fácil des– Sem dú vida! São jogadores consapedir o treinador que os jogadores. Há grados que muito nos irão ajudar. Têm que analisar toda a situação e a verdade é muita experiência, são conhecidos no que alguns jogadores não davam tudo em mundo inteiro, e certamente que irão campo, parece que não têm vontade em transmitir tudo isso de modo a poderganhar... Enfim, são situações do futebol mos, ainda, alcançar o título. Eles sabem mas temos todas as condições para mel- tudo sobre o futebol e espero que eu, horarmos. particularmente, possa receber ensina– No meio disso, onde se situa o con- mentos deles pois ainda estou a cometingente de portugueses e brasileiros... çar... Estar num plantel com jogadores – Temos tido prestações muito boas, de tanta qualidade é uma honra. com atitude importante de querer gan– Comparando o russo com o portuhar sempre. Mas sozinhos nada conse- guês, qual é o campeonato mais forte? guimos, temos de remar todos para o – O português, indiscutivelmente. mesmo lado. Tem melhores jogadores, tem melhores – Como é que foram recebidos num campos, os jogadores na generalidade Duarte Azevedo (DN-Madeira)
A
possuem mais qualidade... Mas, se calhar, quando estiver tempo mais quente os relvados estarão melhores e o futebol possa, então, também, ser melhor. Para já, é um futebol muito bruto, nó s, como temos uma equipa de tecnicistas, tentamos jogar bom futebol mas não dá. Vamos ver se mais para a frente as condições mudam. Mansão de 4 andares e carro nas mordomias O jovem luso-venezuelano não tem pejo em afirmar: "Os portugueses são tratados pelo Dínamo como uns reis!". No seu caso particular – que é apenas exemplo do que acontece com os outros futebolistas idos de Portugal pelas mãos do empresário Jorge Mendes – , depois de ter passado as primeiras semanas russas a viver num hotel, agora tem à sua disposição uma verdadeira mansão. A qualificação é do pró prio Danny que especifica com os "seis quartos de dormir, muitas salas, salões, bilhar, ténis-demesa, ginásio...". Tudo isto em "quatro andares" o que se torna "uma imensidão". "Neste momento, que estou sozinho, preferia viver num T1", garante a sorrir, embora admita que quando está com a família – que já foi, regressou à Madeira mas em breve voltará a Moscovo – o "enorme espaço" é bem aproveitado "pelas gémeas". Para orientar a casa, Danny tem ao seu dispor uma governanta. Além da casa, o clube colocou-lhe à disposição um automó vel da marca Mitsubishi. "Escolhi uma carrinha por causa da família", esclarece.
Àmargem
“ Ainda vamos a tempo de ser campeões” Danny acredita que ainda é possível ao Dínamo de Moscovo alcançar o título de campeão da Rússia. Actualmente no décimo primeiro lugar da classificação, com apenas 9 pontos em oito jogos, o clube dos "portugueses e brasileiros" perdeu na pretérita jornada, sábado último, frente ao Amkar Perm (2-1). Ficando, assim, a seis pontos do trio que comanda a prova, formado por Torpedo, FC Moscovo e Zenit. "Mas ainda falta muito campeonato e a tendência é para melhorarmos", afiança. "Neste momento, as equipas tidas por menos fortes têm ganho às mais fortes aproveitando as condições em que se têm disputado os jogos, com relvados em muito mau estado devido ao frio e à neve, fazendo que o futebol seja mais de luta do que bem jogado", explica Danny. "À frente do campeonato estão equipas fracas enquanto as mais poderosas, e não é apenas nós mas também o Spartak, Lokomotiv e o CSKA, estão atrasados. Penso que os favoritos ainda se vão chegar à frente e o Dínamo terá, com certeza, uma palavra a dizer", remata, com esperança, Danny que quer conquistar o título de campeão da Rússia.
Tradutor particular Danny não tem dúvidas em apontar a dificuldade de comunicação como o principal problema que (ainda) sente. "Vamos a um restaurante, a uma loja, queremos algo e é complicado nos fazermos entender até porque são poucos os que falam inglês. Nem mesmo as ementas nos restaurantes estão em inglês, é só russo". De qualquer modo o Dínamo, também neste aspecto, procura dar o maior conforto possível aos atletas de língua portuguesa. "O clube tem cinco tradutores à nossa disposição", diz o madeirense embora note que os mesmos não estão ao serviço de um jogador particularmente. "Quando queremos alguma coisa telefonamos que eles procuram esclarecer o que sendo bom não é, de facto, o ideal". Daí que Danny já tenha resolvido: "Dentro de duas, três semanas irei ter um tradutor particular para mim e para a minha família. Sobretudo para a minha família isso será importante pois vão passar muito tempo sem mim e se eu já me entendo minimamente, a minha esposa e as minhas filhas ainda não".
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Benfica campeão de futebol põe Portugal em festa O
Benfica sagrou-se domingo campeão nacional de futebol de Portugal, garantindo o título que lhe escapava há 11 anos com o resultado que lhe bastava, o empate no terreno do Boavista (1- 1), na 34ª e ú ltima jornada da Superliga. Um golo de Simão, de grande penalidade (38 minutos), ao qual os "axadrezados" responderam por intermédio da cabeça de Éder (43), foi o suficiente para o Benfica festejar o 31º título da sua histó ria, que não chegou a ser posto em causa durante a ronda. Entrando para a jornada com três pontos de vantagem sobre o FC Porto, só a derrota no Bessa e a vitó ria dos então ainda bicampeões poderia impedir a festa "encarnada", mas os "dragões" nem sequer cumpriram a sua parte, ao empatarem em casa com a Académica (1-1), antes de o treinador José Couceiro anunciar a sua saída. A equipa de Geovanni Trapattoni, com hipó tese de fazer a "dobradinha" caso vença a Taça de Portugal já no pró ximo domingo, frente ao Vitó ria de Setú bal, concluiu o cam-
peonato com 65 pontos, mais três do que o FC Porto, ao qual resta a consolação da qualificação directa para a Liga dos Campeões, juntamente com as "águias". Neste capítulo, falhou o Sporting, que encerrou o campeonato com uma humilhação "caseira", ao perder por 4-2 frente ao Nacional, fechando uma semana "negra" em que se viu afastado do título com a derrota no "derby" da Luz (1-0) há uma semana e perdeu a Taça UEFA, apó s a derrota no Estádio José Alvalade, com o CSKA Moscovo (3-1). O Sporting terá assim de disputar a terceira pré-eliminató ria da "Champions League", à qual ainda aspirava também o Sporting de Braga, mas os "arsenalistas", que necessitavam de um desaire do FC Porto e de uma vitó ria sobre o despromovido Moreirense, saíram derrotados de Moreira de Có negos por 2-1. Nos restantes cinco jogos, maioritariamente para cumprir calendário, destaque para a sétima derrota em casa da União de Leiria, que perdeu o Rio Ave (3-0) e caiu para o 14º lugar, falhando o 12º que assegurava a qualificação para a Taça Intertoto.
Classificaç ã o final 2004-05 superLiga 34ª jornada (Última jornada) União Leiria - Rio ave 0-3 Estoril-Praia - Marítimo 0-1 Belenenses - Vitória setúbal 0-0 Penafiel - Gil Vicente 1-3 Beira-Mar - Vitória Guimarães 2-2 sporting - Nacional Madeira 2-4 Boavista - Benfica 1-1 Moreirense - sporting Braga 2-1 FC Porto - académica 1-1
(0-2 ao intervalo) (0-0) (1-1) (0-2) (1-3) (1-1) (0-1) (0-0)
Classificação Cl. Clube 1 BENFICa 2 FC PoRto 3 sPoRtING 4 sP. BRaGa 5 V. GUIMaRaEs 6 BoaVIsta 7 MaRItIMo 8 RIo aVE 9 BELENENsEs 10 V. sEtUBaL 11 PENaFIEL 12 NaCIoNaL 13 GIL VICENtE 14 UNIao LEIRIa 15 aCaDEMICa 16 MoREIRENsE 17 EstoRIL 18 BEIRa-MaR
J 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34
V 19 17 18 16 15 13 12 10 13 11 13 12 11 8 9 7 8 6
E 8 11 7 10 9 11 13 17 7 11 4 5 7 14 11 13 6 12
D GM-Gs 7 51-31 6 39-26 9 66-36 8 45-28 10 38-29 10 39-43 9 39-32 7 35-35 14 38-34 12 46-45 17 39-53 17 46-48 16 34-40 12 29-36 14 29-41 14 30-43 20 38-55 16 30-56
Pts 65 62 61 58 54 50 49 47 46 44 43 41 40 38 38 34 30 30
Notas: a) Benfica campeão nacional 2004/2005. b) FC Porto segundo classificado e apurado directamente para a Ligados Campeões. c) sporting terceiro classificado e apurado para a terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões. d) sporting Braga e Vitória Guimarães qualificados para a taça UEFa. e) Moreirense, Estoril e Beira-Mar despromovidos à Liga de Honra.
Enquanto os leirienses, na despedida do técnico Vítor Pontes, fecharam o campeonato com duas derrotas seguidas, o Rio Ave, também no adeus de Carlos Brito (vai para o Boavista), confirmou a regularidade de toda a época e terminou em oitavo. Para isso beneficiou do empate a zero do Belenenses (9º ), em casa, com o Vitó ria de Setú bal (10§ ), que foi ao Restelo com o pensamento na final da Taça de Portugal. O Gil Vicente (13º ), cuja vitó ria no terreno do Penafiel (11º ) por 3-1 ajudou a afastar o Leiria da Intertoto, confirmou a boa fase final da época, encerrada com três triunfos consecutivos e sete jogos sem perder. O já despromovido Beira-Mar despediu-se do seu pú blico com um empate 2-2 perante o "europeu" Guimarães (Taça UEFA), orientado pela ú ltima vez por Manuel Machado (a caminho do Nacional), enquanto o Estoril, de regresso à Liga de Honra, foi batido em casa pelo Marítimo (1-0), sofrendo a sétima derrota nos ú ltimos oito jogos.
55 mil adeptos madrugaram no Está dio da Luz O Estádio da Luz, em Lisboa, manteve na madrugada de segunda-feira cerca de 55 mil adeptos do Benfica em vigília aguardando os futebolistas regressados do Porto, onde, sete horas antes, conquistaram o título de campeão de futebol, há 10 épocas perdido. Uma minoria dos adeptos invadiu pacificamente o relvado no momento alto da madrugada e estragou os festejos, mas os apelos do animador de serviço e restante público - que protestou com assobios e impropérios - resgatou o "altar" colocado no círculo central do relvado, mas já só restava menos de metade das pessoas nas bancadas. A numerosa comitiva benfiquista chegou, em voo fretado, ao Aeroporto Internacional de Lisboa, na Portela, por volta das 02:30 e foi, desde logo, saudada por milhares de ansiosos fãs. No demorado trajecto que a conduziu ao estádio da Luz, através da Segunda Circular e até ao "ninho das águias", foram muitos os que se juntaram à festa, homenageando aos novos campeões da Superliga com cânticos, salvas de palmas, a pé ou em veículos, e constantes buzinadelas. Cerca de uma longa hora depois, o novo Estádio da Luz - palco da final do Euro2004, na qual Portugal perdeu o título continental para a Grécia (0-1), há menos de um ano - recebeu então em apoteose o também finalista da Taça de Portugal, no próximo domingo, no Estádio Nacional, onde medirá forças com o Vitória de Setúbal. A banda de hip-hop Da Weasel cantou "Nina", "para Pinto da Costa ouvir" (presidente do FC Porto). Os mais "rockeiros" UHF interpretaram o seu "Sou Benfica", imediatamente antes de jogadores, técnicos e dirigentes tomarem o palco, logo depois das 04:00. Ao som da canção "We are the champions", da banda inglesa Queen, os milhares de cachecóis encarnados apontaram o "Céu". Depois de cerca de 55 mil vozes cantarem o Hino do Benfica, e após um desorientado voo da águia-mascote Vitória, foram chegando, um a um e alfabeticamente, "pelo campo, a vibrar", os "heróis" da temporada 2004/05, incluindo funcionários dos vários departamentos, e, por fim, os atletas. Seguiu-se a equipa técnica, liderada pelo italiano Giovanni Trapattoni e pelo seu adjunto Álvaro Magalhães, o "homem-forte" do futebol "encarnado", José Veiga, e, finalmente, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, antes da explosão de confetis encarnados e brancos. A longa espera pelos "cruzados", durou mais de 400 minutos, mas as imagens da equipa, já instalada no "trio eléctrico" que a transportou, foram animando as bancadas através dos ecrãs gigantes do recinto, após cerca de 30 actuações musicais e a presença da "glória" Eusébio, cuja voz foi inicialmente abafada, com gritos pelo seu nome.
Quem quer um banco vai ao totta CORREIO DE CARACAS - 26 DE MAIO DE 2005
no fecho Emigrante oferece carro para deficientes Um emigrante ofereceu um veículo adaptado ao transporte de pessoas deficientes para a Associação Flor do Tâmega, Chaves, que já tinha tentado comprar esta viatura à peça através de uma campanha de solidariedade lançada há um ano.
Alunos produzem canal interno de TV
Dia de Portugal vai ter uma semana de festas O 10 de Junho e o dia das Comunidades Portuguesas vai ser festejado em Valencia com uma ampla agenda que começa a 5 e acaba a 12 de Junho Noelia de Abreu
tro Social Madeirense de Valencia. noeliadeabreu@gmail.com Há três anos, todos os clubes portugueses do Estado Carabobo se unem pam 2004, a comemoração ofi- ra comemorar o Dia de Portugal e das cial do Dia de Portugal reali- Comunidades Portuguesas. Em 2002, as zou-se em Guanare, capital do comemorações realizaram-se no Centro Estado Portuguesa. Esta foi Social Madeirense, em 2003 no Lar Luuma forma de mostrar a necessidade de sitano, em 2004 no Centro Português integrar os lusitanos que residem no in- Venezuelano e este ano no Centro Soterior da Venezuela. O objectivo era des- cial Madeirense de Valencia. centralizar as festividades desta data que As festividades vão durar oito dias. tradicionalmente se realizavam na capi- Começam a 5 de unho na Casa Portutal do país. guesa Venezuelana, com o quarto festival A iniciativa, promovida pelo embai- da sopa. Depois, nos dias 7,8,9, e 11 de xador Vasco Bramão Ramos teve conti- Junho, realiza-se um torneio de jogos nuidade este ano. O novo diplomata de desportivos e tradicionais no Centro SoPortugal na Venezuela, José Manuel da cial Madeirense. Costa, vai, assim, viajar até até ValenA 10 de Junho, a Federação de Cencia, Estado Carabobo, com a respectiva tros Portugueses, Feceporven, une-se pacomitiva. O objectivo é concretizar actos ra festejar. Às 16h30 tem lugar na Plaza comemorativos do 10 de Junho no Cen- Bolívar da cidade de Valencia a entrega
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de um arranjo de flores para o embaixador de Portugal José Manuel da Costa Arsenio e demais autoridades venezuelanas e da comunidade portuguesa. Às 17h00, celebra-se uma missa na Igreja de San Antó nio e, a partir das 18h00, o embaixador vai chegar ao Centro Social Madeirense, juntamente com os restantes membros, para visitar as instalações do clube. Às nove da noite, tem lugar a assinatura do protocolo do Dia de Portugal, Camões e as Comunidades Portuguesas, no salão Madeira do CSM, culminando-se o ebento com um brinde e uns drinks. A entrada está aberta ao pú blico. O dinamismo não termina no dia 10. No sábado 11 será a final dos jogos desportivos e, no domingo 12, vai organizar-se um rally, para além de actividades culturais.
O canal interno de televisão do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) vai passar a ter emissões regulares produzidas pelos alunos da Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART), anunciou hoje a instituição.
Doentes aguardaram até cinco anos A maioria dos doentes que foram operados ao abrigo do Programa Especial de Combate às Listas de Espera Cirúrgicas (PECLEC) aguardou entre um e cinco anos pela cirurgia,segundo uma avaliação a esta iniciativa do anterior Governo em Portugal.
Museu de gastronomia no Fundã o A Câmara Municipal do Fundão está a preparar a instalação na cidade um museu de gastronomia e culinária, anunciou o vereador Paulo Fernandes, assegurando que a autarquia já registou várias marcas para o projecto.
“ Dia Sem Água” em Vila do Conde
O Ecoclube do Mindelo, Vila do Conde, lançou a ideia da realização de um Dia sem Água com o objectivo de sensibilizar a população para a importância e consequentemente para um melhor aproveitamento deste recurso.