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O jornal da comunidade luso-venezuelana
ano 06 - n.º 114 - DePóSito LegaL: 199901DF222 - PubLicação SemanaL
Criar escolas de mú sica
Mário André defende a mú sica tradicional. Página 15
caracaS, 7 De juLHo De 2005 - VenezueLa: bS.: 1.000,00 / PortugaL:
0,75
Poucas conquistas
Realizou-se mais um congresso das comunidades. Página 10 e 11
Governo venezuelano junta empresários Reunião importante em Portugal, em Espinho, é já este fim-de-semana. Os representantes do Turismo da Madeira vão estar em peso, num encontro que é aguardado com expectativa. Página 27
Secretário regional Manuel Antó nio encerra visita proveitosa. Página 32 Seniat vai fiscalizar Mercal, aos ministros, aos registros e aos notários. Página 3
Festival folclórico “ mostra” Portugal Vinte grupos folclóricos vindos de todas as regiões do paí s reuniram-se no passado dia 3 de Julho na Casa Portuguesa Venezuelana de Valencia. Uma iniciativa em grande. PáginaS 16 e 17
A histó ria do ú nico português em Los Roques. Página 12
2 EDITORIAL
CORREIO DE CARACAS - 7 DE JULHO DE 2005
Dia da Madeira Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Coordenação na Madeira Sónia Gonçalves Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva Nathali Gómez e Noélia de Abreu Correspondentes: Ana Pita Andrade (Maracay) Bernardete de Quintal (Curaçau) Briceida Yepez (Valencia) Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira Preparação Gráfica: Olga de Canha (DN-Madeira) Produção: Franklin Lares Distribuição: Juan Fernandez Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares
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ssinalou-se mais um Dia da Madeira, um evento que já ganhou o seu espaço entre a comunidade lusa na Venezuela. Há várias décadas que grupos de pessoas notáveis têm feito, de forma desinteressada, um belíssimo trabalho. Cada ano que passa é vê-los a preparar as comemorações com dedicação e profissionalismo. O “ ponto alto” das comemorações voltou a centrar-se em Caracas, no Centro Português, mas a festa estendeu-se - e muito bem - a Valencia. Duas individualidades estrearam-se este ano: o novo embaixador de Portugal e o secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais. Um e outro soube-
ram contagiar os presentes com as suas mensagens. Prova dessa empatia foi o facto, que já se vai tornando raro, de não ser necessário mandar calar ou sentar participantes no jantar solene, durante os discursos. O que é deveras sintomático, sobretudo para quem está na Venezuela pela primeira vez! Outra nota digna de registo foi o fabuloso concerto da orquestra sinfó nica, no domingo. Simplesmente magistral a actuação dos 93 mú sicos, ora evocando Max, ora tocando o Bailinho da Madeira. Nota final, bastante positiva, para o Centro Português, pela forma inteligente como coordenou todas as comemorações, garantindo iniciativas para todos os gostos. Afinal, o Dia da Madeira é de todos!
o CaRToon Da semana Os discursos deste ano no Dia da Madeira tiveram muita categoria...
Porque é que achas que ficámos sentados e calados até ao fim?!
Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Ma deira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA
a semana Comissã o do Dia da Madeira Pela organização de mais um evento comemorativo do Dia da Região. De destacar, também, é a atenção do Governo Regional, que envia todos os anos um membro que o represente. Também é de louvar a ideia de levar também a Valencia um pedacinho do acto oficial comemorativo.
Festival de Folclore Sabemos o difícil que é organizar um evento desta magnitude. Centenas de portugueses vieram de toda a parte e centenas de jovens suportaram o calor dos trajes típicos enquanto aguardavam a sua vez. A comida, também ela estava organizada. Todos estão de parabéns. Apenas um reparo: julgamos involuntário que a data do mesmo coincidisse com o evento do Dia da Madeira. Apenas um lapso que se compreende, mas que futuramente deve ser evitado...
Desencontros em Punto Fijo Na cidade de Punto Fijo, Estado Falcon, as coisas não andam muito bem entre a comunidade portuguesa e o centro português de Punto Fijo. Ao que parece, subsistem os problemas de sempre: procura de protagonismos, interesses, conflitos de poder internos e, por último, desconsideração total para com as autoridades, neste caso as consulares de Valencia. Enfim, cenários inimagináveis que devem ser corrigidos com urgência para bem de todos. É preciso impor respeito a todos aqueles que, com suor e trabalho, ajudaram a construir aquela obra.
Pouca aderê ncia em Valê ncia
O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias.
As celebrações oficiais do Dia da Madeira em Valencia não estiveram muito bem. O espectáculo não conseguiu atrair muita gente e, por isso, a aderência dos sócios e da comunidade local foi escassa. Esteve muito aquém das expectativas criadas. Para quem, anos atrás, criticava o facto dos actos oficiais só se realizarem em Caracas, o incidente não lhes ficou muito bem. Um convidado de luxo e uma banda musical "cinco estrelas" mereciam muito melhor!
El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.
Para todos los
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CORREIO DE CARACAS - 7 DE JULHO DE 2005
VEnEZuElA 3
Seniat vai fiscalizar Mercal Selma Rendón, gerente de fiscalização do Seniat, falou com o CORREIO sobre a actuação do organismo tributário nacional. “ Nós estamos constantemente a investigar toda a gente. A actuação e a fiscalização do Seniat vão chegar agora também aos ministros, aos registros e aos notários” Aleixo Vieira / Délia Meneses
aleixo5151@cantv.net / delia_jornalista@hotmail.com
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s operativos de fiscalização se realizam todas as semanas. Não falham. 47 fiscais, 10 supervisores e 6 coordenadores saem a rua para inspeccionar perto de cinquenta negó cios. De Janeiro até Julho, o Seniat, organismo tributário e fiscalizador, tem visitado 11.753 estabelecimentos comerciais. A média de empresas que incumpre as normas tributarias é alarmante. Segundo dados fornecidos pelo Seniat, no presente mes, entre cada cem empresas inspeccionadas 92% foram fechadas por irregularidades. Através do nú mero 800 Seniat são muitas as denuncias que fazem os consumidores, especificando locais comerciais que não emitem facturas ou entregam recibos falsos. Selma Rendó n, gerente de Fiscalização, esclarece que a ideia do Seniat não é arruinar os comerciantes. "Nunca vamos fiscalizar com a intenção de fechar porque nos convém que eles tenham sucesso e paguem impostos, mas também devemos multar as irregularidades” . A funcionaria fez um apelo ao sector da panificação, que é constituído essencialmente por portugueses, para que não
se deixem manipular por contadores sem escrú pulos que muitas vezes optam por fugir dos impostos. Rendó n falou com o CORREIO sobre a actuação do organismo tributário nacional e sobre os planos que este organismo tem para que todos os funcionários sentam o mesmo rigor no que se refere ao cumprimento das leis tributárias. A que se deve o êxito do Plano Evasão Zero? Foi uma medida que nasceu a pedido do presidente e do superintendente, o capitão Vielma Mora e que tem dado bons resultados porque já tínhamos uma actividade educativa com os contribuintes. Como na Venezuela há tanta evasão, começámos a passar a pente fino as verificações por actividades econó micas e a fazer as acções e a tomar todas as medidas necessárias. Fizeram-se acções educativas a alertar para a necessidade de cumprimento da legislação em vigor, sendo que os não cumpridores iam ver os seus estabelecimentos encerrarem. As pessoas pensaram que era mentira e que isto não era mais do que uma falsa ameaça. As acções educativas têm-se realizado semanalmente em todo o país. Têm sido constantes e têm sido muito estritas. Tudo isto nos tem permitido ter, nesta altura, 63% da meta atingida, no
que se refere à prevenção. Os comerciantes entendem que o Seniat devia avisar antes de actuar… o que pensa disto? Temos quase dois anos a fazer este tipo de trabalho. Estivemos muito tempo a orientá-los. É preciso cumprir as normas para que o Seniat não continue a fechar negó cios. Para nó s, seria muito melhor se saíssemos à rua e estivesse tudo bem. Alguns representantes do comércio alegam que a actuação do Seniat faz parte de uma campanha contra os comerciantes privados e a favor do Mercal. É verdade? Não acredito que, nesta altura do campeonato, o presidente queira trabalhar com Mercal e não com os grandes empresários, muito menos agora que tem havido diálogo e uma abertura diferente, para não falar do facto de estarem a ser tratadas possibilidades de negó cio com outros países. Essa é uma ideia deturpada e sem base real. A actuação e a fiscalização do Seniat vai chegar agora também aos ministros, aos registros e aos notários. Os funcionários deste organismo também vão ser fiscalizados. Também estamos em cima de Mercal, pois o nosso dever é prestar serviços a todos os venezuelanos e estrangeiros que vivem cá. Reconhecemos que antes os nossos funcionários caíam em cima sobretudo dos estrangeiros para chantageá-los e tirarlhes dinheiro. Essa luta contra a corrupção não tem sido fácil, mas ainda a temos que travar. O Seniat vai mesmo inspeccionar o Mercal? Sim, vamos fiscalizá-lo porque sabe-
Selma Rendón, gerente de Fiscalização
mos por "noticia crimini" que se perdem lotes de comida. Temos que fiscalizá-los para ver quem são os fornecedores. Nó s estamos constantemente a investigar toda a gente. Como preparam uma acção de fiscalização? Chegam-nos, constantemente, muitas denú ncias por parte de utentes, especialmente da Região capital. No interior, não há tantas queixas porque as pessoas são mais pacatas. Depois, avaliamos as denú ncias: geralmente os principais problemas são de não entrega de factura aos consumidores, não declaração do imposto sobre a renda e falta de RIF. Tomamos nota das queixas e montamos um operativo de fiscalização, especificando as zonas. O Seniat está disposto a reunir-se com os representantes do sector dos supermercados? Já tivemos uma reunião com a associação de padeiros e ficou acordado que eles vinham cá conversar connosco sempre que quisessem. E estamos dispostos a reunir-nos com qualquer sector. Só têm que vir cá e pedir ajuda e serão logo atendidos. Estas reuniões antes não existiam. Os comerciantes queixam-se de que as medidas são muito severas. Quais são as sanções? São três dias de fecho ou cinco, quando aprofundamos um pouco mais. Há um procedimento normal. Os fiscais determinam três dias de fecho quando os estabelecimentos não têm os requisitos necessários, dois dias quando apresentam falhas menos graves.
4 VEnEzuEla
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"Emigrantes foram pioneiros da autonomia" Manuel António Correia destacou em Caracas o exemplo que capacitou os que ficaram na sua terra
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a noite do 1 de Julho, no Centro Português, em Caracas, o secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais da Madeira, Manuel Antó nio Correia, conseguiu captar a atenção do auditó rio com o seu discurso. Disse que os emigrantes foram os primeiros autonomistas da Madeira e que foi o seu exemplo de trabalho e empenho pessoal em terras de além-mar, com resultados de grande sucesso, que motivou os madeirenses que ficaram na sua terra, ganhando força para também demonstrarem o seu valor. O governante regional falava nas instalações do Centro Português,
onde presidiu ao jantar comemorativo do "Dia da Madeira", que se realizou no salão nobre. O governante mais novo do gabinete de Alberto João Jardim qualificou de "heró ico" o acto dos emigrantes ao deixar amigos, terra e família para chegar ao desconhecido. "Agradeço a vossa coragem, o que fizeram pela Venezuela e pela Madeira. O seu sucesso deles foi também o sucesso da Madeira", proferiu. Manuel Antó nio Correia afirmou aos convivas que enchiam a sala, que levava da Região um abraço de reconhecimento por tudo quanto têm feito em prol da sua terra. Defendeu uma maior aproximação, um relacionamento mais
pró ximo entre os madeirenses que vivem na Venezuela e os que vivem na sua Região, de forma a que sejam potenciados conhecimentos e trocadas experiências em prol de um melhor bem-estar. O secretário regional fez um discurso breve, mas percorreu demoradamente as mesas da sala, onde teve oportunidade de travar curiosos diálogos com os presentes, interessando-se por alguns casos e esclarecendo algumas das dú vidas colocadas pelos nossos conterrâ neos. No jantar actuou o grupo musical "Banda d'Além" que se deslocou a Venezuela para participar nas celebrações de ontem em Caracas e hoje, em Valência (Carabobo).
Uma promessa Numa sala cheia de portugueses, Manuel António Correia, madeirense natural dos Canhas, reparou que o vinho que estava espalhado pelas mesas era chileno. O secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais não resisitiu e, como bom político, fez uma promessa: "Não acredito que não consigamos pôr o vinho da Madeira na Venezuela. No próximo encontro, o Governo Regional vai pôr vinho suficiente para comemorar o 1º de Julho! É preciso fazer chegar esse vinho às pessoas", expressou. Correia disse ter ficado impressionadíssimo com "o espírito de solidariedade desta comunidade" e manifestou sua satisfação pelo Governo da Madeira ter contribuído com 600 mil euros para a construção do Lar Padre Joaquim Ferreira. "Essa obra é uma acto de justiça para com os menos favorecidos", qualificou.
Valencia recebeu governante madeirense No passado dia 2 de Julho, na cidade de Valencia, o secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais da Madeira, Manuel António Correia, visitou o Centro Social Madeirense de Valencia para comemorar juntamente com a comunidade lusa do Estado Carabobo o Dia da Madeira. Realizou-se uma homenagem ao governante madeirense, que teve a oportunidade de partilhar com os emigrantes que se reuniram no centro social. També conversou
com o presidente do clube português, Joao Paulo da Veracruz. Depois, apresentou-se a Banda D'Além no Salão Madeira, que interpretou várias canções portuguesas e outras venezuelanas, todas com um ritmo particular. A comunidade lusa presente aplaudiu as interpretações do maestro Mário André, que juntamente com o seu grupo apresentou o melhor da música tradicional madeirense, adaptada com novos estilos, sem perder a originalidade dos mesmos.
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6 Venezuela
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Sinfonia venezuelana: um presente para a Madeira Amarú Araujo Villegas avillegas1@yahoo.com
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mú sica é a expressão artística com mais expansão no mundo inteiro por ser parte da identidade cultural dos países. No caso da mú sica tradicional, é preciso reconhecer a vantagem que ela tem por poder ser conservada como parte do patrimó nio cultural. O tradicional concerto de mú sica portuguesa e venezuelana que todos os anos realiza a Orquestra Sinfó nica da Venezuela no â mbito das comemorações do Dia da Madeira contou nesta ocasião com a participação do cantor José Grell, que tem uma formação lírica profissional, estuda artes na Universidade Central da Venezuela e é professor de teatro. Grell não é luso-descendente, mas tem uma linhagem digna de um cavalheiro por ser bisneto do general Ló pez Contreras e também descendente directo do Marquês Del Toro. "Eu nunca imaginei que a mú sica portuguesa fosse tão linda e que tivesse um conteú do tão formoso. Tive de praticar muito porque é diferente do português do Brasil. Sempre tive muito contacto com esta cultura porque, na minha infâ ncia, fre-
A Orquestra Sinfónica da Venezuela é a única orquestra no Mundo que fez dois discos de música portuguesa do século XIX, um deles de música académica e outro de música popular. quentava muito a Praça Candelária". Para o cantor lírico, a arte não é pró pria do artista, mas universal. "Nó s temos de amar todas as terras, todas as culturas, todos os homens e todas as raças em geral. Considero que a participação portuguesa na Venezuela tem aportado muito à nossa cultura e vice-versa, apoiando o crescimento dos nossos países". PioneiroS na ilha Outro dos participantes nesta apresentação foi Carlos Izcaray, director convidado da Orquestra Sinfó nica da Venezuela. Izcaray tem três títulos universitários obtidos nos Estados Unidos e tem dirigido várias orquestras, tanto aqui como noutros países. "Este é o meu primeiro contacto com a mú sica portu-
Centro Portugues de Caracas PROGRAMA DO MES DE julhO 2005 Domingo 10
Domingo 31
Arraial Dia da Madeira. Hora: 11:00 Lugar: Fonte de Soda.
Hora: 10:00 Quermesse do Desporto. Lugar: Fonte de Soda.
Domingo 17 Festa dia das crianças. Hora: 13:00 a 20:00 Lugar: Novo Parque de Estacionamento Dias 29,30 e 31 Concurso de Pintura.
Apresentação da obra de teatro infantil da Lugar: Salão Nobre "Hermandad Gallega": "La Piedra de la Felicidad" Durante todo o mês: Exposição gráfica do Nosso Centro Cultural. INICIO DO PROGRAMA DE FERIAS DO CENTRO PORTUGUÊS 2.005
guesa como director. Já tenho participado em várias galas portuguesas como chelista e lembro-me que essa foi a minha primeira vez na orquestra. Acho que o meu pai foi o primeiro a estrear o teatro do Centro Português numa gala. Tenho muito carinho pela mú sica portuguesa e esta já é parte do nosso repertó rio especial". Alejandro Ramírez, presidente da Orquestra Sinfó nica, mostrou-se grato por esta apresentação "porque é para os nossos amigos da Ilha da Madeira", disse.. "Eles convidaram-nos no ano de 1998 para a feira de Lisboa e fomos a primeira orquestra no Mundo que actuou na ilha. Também somos a ú nica orquestra no Mundo que fez dois discos de mú si-
ca portuguesa do século XIX, um deles de mú sica académica e outro de mú sica popular". Finalmente, a representação dos luso-descendentes esteve a cargo de Sandra Rodríguez, formosa jovem de 23 anos, comunicadora social, cantora, bailarina e actriz. Já tem três produções musicais e consagrou-se como cantora revelação da mú sica portuguesa na Venezuela. Tem partilhado o cenário com importantes figuras, como Paulo de Carvalho, Daniela Mercury e Paco Bandeira. "Sinto-me muito orgulhosa de ser luso-descendente porque no meu sangue há uma mistura de duas culturas. Também se mistura o frio de Portugal com o calor da Venezuela", declara-nos.
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Barquisimeto comemorou Dia da Madeira
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o interior da Venezuela, os emigrantes madeirenses também celebraram o 1º de Julho. O Centro Atlâ ntico Madeira Club optou por comemorar o Dia da Região Autó noma da Madeira, juntamente com os seus só cios, e, para tal, realizou um evento em que se depositou um arranjo de flores na Plaça Simó n Bolívar da cidade Cabudare. Albertina Sá, presidente do Centro, juntamente com alguns membros da direcção, só cios e amigos - entre eles o cô nsul honorário de Portugal, em Barquisimeto, Pedro Ferreira - marcaram presença e escutaram as palavras do orador, o jovem luso-descendente Jesú s da Silva. A direcç ão do Centro Atlâ ntico Madeira ofereceu um cocktail nas instalações do Centro, onde receberam os seus convidados especiais: Adelino Rodriguez, presidente do Centro Luso Larense; Juan José Silva, conhecido empresário e pro-
O 1º de Julho serviu para exortar a comunidade a ser generosa com os seus conterrâneos desfavorecidos e incitar os jovens a manter vivas as raí zes dos seus pais. dutor do programa "Portugal em Festa", em Barquisimeto; Fernanda de Abreu e Sidalina Camacho, membros da Asso-
ciação Civil Benéfica de Portugueses do Estado Lara (ASOPOR). Marcaram presença também como convidados especiais a oradora principal do evento, a nossa correspondente em Barquisimeto, Trinidad de Macedo, que fez um apelo à comunidade portuguesa para que fosse mais generosa na ajuda dos seus conterrâ neos mais necessitados. A sua mensagem foi dirigida principalmente aos jovens, que incitou a manter vivas as suas raízes, a língua e as tradições dos seus pais e avó s.
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BREVES Pároco lusodescendente recibe prémio "Monseñor Pellí n" No passado dia 28 de Junho, o pároco luso-descendente David Rodrigues foi galardoado com o prémio "Monseñor Pellín", no âmbito do programa pastoral do ano pela sua emissão dominical chamada "O Dia do Senhor", que é transmitido pela estação venezuelana Radio Caracas Radio. Este prémio vai ser outorgado a 11 de Julho, onde vão ser chamados os vencedores para receber o prémio por dedicação à investigação jornalística, à procura da verdade e ao ensino de valores à população.
Sociedade descontraí da surpreende emigrantes
A oradora principal, a nossa correspondente em Barquisimeto, Trinidad de Macedo
O ritmo de vida descontraído da sociedade madeirense foi o aspecto que mais chamou a atenção dos 13 jovens luso-descendentes que se encontram de visita
à Região, no âmbito do programa "Conhece as tuas Origens". Oriundos sobretudo de países desenvolvidos e inseridos em comunidades urbanas (África do Sul, Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Reino Unido e Venezuela), ficaram surpreendidos com alguns aspectos da terra dos seus pais. «A nossa vida é sempre a correr, para o trabalho, para a escola. Aqui a vida é mais calma, as pessoas ainda têm tempo para cumprimentar os outros», declarou Jeffrey Gomes, filho de emigrantes em Sydney (Austrália) que serviu de porta-voz de um grupo que, agora, pretende manter os laços entre si e com a Madeira. O secretário dos Recursos Humanos, que ontem os recebeu, destacou as virtudes do programa "Conhece as tuas Origens". «Foi criado para aproximar estes jovens das nossas comunidades, permitindo que conheçam a Madeira da melhor maneira possível e se encontrem com outros jovens de cá», descreveu de Castro.
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Venezuela celebra liberdade João Filipe Pestana (DN - Madeira)
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éculo XIX. A Venezuela ainda não era independente. Os venezuelanos continuavam submissos ao rei Fernando VII. Face a uma conjuntura desfavorável, Simó n Bolívar lançava as bases da futura independência, "precipitando" os acontecimentos que culminariam na "emancipação" do país. Começou por difundir a ideia de liberdade entre as personalidades mais liberais. O êxito foi logo uma certeza. No início da primeira década do século XIX, era fundada em Caracas "A sociedade patrió tica" e, em Junho de 1811, quase todos os membros da sociedade estavam comprometidos com este projecto. Estas figuras, que seriam responsáveis de elaborar a Acta de Independência, começaram por elaborar uma lista dos direitos que deveria consagrar a futura Constituição e entre os primeiros artigos, estavam a eliminação de qualquer género de tortura, a diminuição dos impostos, a abolição dos escravos e a liberdade de imprensa. Perante a reacção das classes mais ricas e confrontado com o ritmo da in-
A 5 de Julho de 1811, o paí s assinava a Acta da Independência e vestia-se, pela primeira vez, com a capa da Liberdade dependência, no dia 4 de Julho de 1811, Simó n Bolívar, num violento discurso, dirigiu-se à sociedade patrió tica de Caracas: "Não é que existam dois congressos, como fomenta o sisma (agitação social), os que mais conhecem a necessidade da união? O que queremos é que essa união seja afectiva e para animarmos a gloriosa empresa da nossa liberdade, unirmos para repousar e para dormir por baixo da modorra, ontem foi uma míngua hoje é uma traição. Discute-se no congresso nacional o que deveria estar decidido e o que é que diz? Que devemos começar por uma confederação, como se todos não estivéssemos confederados contra a tirania estrangeira? Que devemos atender aos resultados da política da Espanha? Que nos importa que Espanha venda a Bonaparte os seus escravos ou que os conserve? Nó s estamos decididos a ser livres? Estas dú vidas são tristes e feitas
de correntes antigas? Que os grandes projectos devem preparar-se em calma? Trezentos anos de calma não bastam? A Junta Patrió tica respeita, como deve, o Congresso da Nação, mas o Congresso deve ouvir a Junta Patrió tica, centro de luzes e todos os interessados sem medos... é a pedra fundamental da liberdade sul-americana, vacilar é perder. Proponho que uma comissão do seio deste corpo leve ao soberano congresso estes sentimentos."
Este violento e profundo discurso do Libertador, Simó n Bolívar, fez alterar a opinião dos 30 deputados. No dia seguinte, a 5 de Julho de 1811, é assinada a Acta de Independência. A Venezuela conquistava assim o direito de ser Livre, legitimamente autorizada a não depender de outra autoridade que não fosse a sua e assumir, entre todos os países do Mundo, o seu lugar, e o seu povo, o direito de viver e morrer em liberdade.
Uma tosquia ao vivo em Caracas O Arraial da Madeira realiza-se no próximo 10 de Julho e vai permitir reviver uma antiga tradição madeirense Délia Meneses
delia_jornalista@yahoo.com
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tesoura para tosquiar veio directamente da Madeira, assim como a ponta do bordão que usa o pastor para o seu trabalho. A intenção é recriar uma antiga tradição madeirense, usando todos os elementos para reviver velhos tempos. O cenário é o Centro Português, em Caracas, e a novidade é a instalação de um curral e três ovelhas: macho, fêmea e a sua respectiva cria. No Arraial da Madeira, que se realiza no domingo 10 de Julho, vai ser encenada uma tosquia na área da piscina do centro. O responsável pela tosquia das ovelhas é José Antó nio Manica Martins, do Grupo Folcló rico Danças e Cantares, que organiza este arraial há três anos, sendo que em cada um procura apresentar uma tradição ou costume madeirense. Em anos anteriores, recriouse a tradição da Charola e, em 2004, a do agricultor, que foi representado descalço, com uma planta de banana e de canade-açú car, uma enxada e uma foice. Neste ano, conseguir arranjar uma ovelha não foi uma tarefa fácil. "Foi difícil consegui-las porque na Venezuela as ovelhas têm o pelo muito curto. Finalmente, encontramo-las no quiló metro 16 de El Junquito na propriedade de um só cio do Centro Português. Não vamos maltratar os animais, só vamos tosquia-los, como se fazia antigamente, mas sempre com muito carinho por parte do pastor", esclarece Manica, um português natural da Madeira que chegou à Venezuela em 1977. A organização deste tipo de eventos "procura que as segundas e as terceiras gerações saibam que as suas raízes vieram de uma altura em que era preciso fazer muitos sacrifícios. Eu ia com o meu avó tosquiar e era com essa lãque se fazia a roupa", diz.
No arraial vão estar presentes todos os instrumentos necessários: as tesouras que vieram directamente de Portugal, o bordão de condão que tem uma mãozinha para que o pastor se possa segurar e não caia, cordas, cevadeira e uma borracha de cabedal para o vinho. O pastor vai usar calças grossas, umas botas e um barrete. Manica, que toca braguinha no grupo de Danças e Cantares, vai explicar o procedimento normal dos pastores para marcar as ovelhas pelas orelhas: algumas tinham uma pontinha cortada, outras um buraquinho, umas a orelha cortada em duas partes e outras ainda em três partes. Tudo isto para distinguir o gado, dependendo a marca da vontade do pastor. Manica promete que a assistência vai passar um bom momento, não só pela oportunidade que vai ter para reviver uma tradição antiga da tosquia, mas porque o grupo folcló rico vai actuar nessa tarde. "Já tem mais de trinta anos que não pego numa tesoura para tosquiar, mas vou fazê-lo para prestar homenagem ao meu avó , com quem eu ia à tosquia. Ele faleceu recentemente com 102 anos", disse. Para o pró ximo ano, no arraial da Madeira vai ser representado o pescador.
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Poucas conquistas dos emigrantes num rol imenso de reivindicações (DN - Madeira)
Ausê ncia de polí ticas para emigrantes
s Governos da Repú blica passam e as comunidades portuguesas espalhadas pelo Mundo ficam - mais de quatro milhões, incluindo luso-descendentes. Mas também ficam com a sua longa lista de pedidos e chamadas de atenção a Lisboa, que não lhes consegue resolver os problemas. Basta consultar o manifesto do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) aprovado por unanimidade, na passada semana, no Palácio de São Bento (ver notícia, em baixo), para verificar que as medidas exigidas, quase todas, continuam a ser as mesmas desde que há democracia em Portugal. Inácio Pereira, madeirense que tem assento no CCP desde a primeira hora (1997) em representação da comunidade radicada na Venezuela, ainda lembra contudo "algumas conquistas". Entre elas, destaca a revisão da Lei da Nacionalidade, que permitiu a muitos emigrantes "voltarem" a ser portugueses - "insistimos muito nesta recuperação da nacionalidade"; o voto para a eleição do Presidente da Repú blica - para o
O plenário mundial do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) terminou na sexta-feira passada em Lisboa com críticas ao Governo pela ausência de uma política que contemple os cerca de cinco milhões de portugueses espalhados pelo mundo. Ao longo de três dias, os 96 representantes das comunidades portuguesas estiveram reunidos na Assembleia da Republica, em Lisboa, para debaterem as linhas orientadoras de uma "política global" para a emigração. Os conselheiros pediram um ensino do português no estrangeiro mais digno, melhores condições nos consulados, a consagração do CCP na Constituição portuguesa e uma reestruturação aos apoios sociais concedidos pelo Governo aos emigrantes e idosos carenciados. Os representantes dos emigrantes queixaram-se ainda de não serem consultados pelo Governo.
Insuficiências no ensino do português e na rede consular ajudam a encher, ano após ano, o livro de reclamações Sérgio Gouveia
O
Parlamento nacional a possibilidade já estava consagrada; os programas de apoio aos emigrantes idosos e carenciados respectivamente, o ASIC e o ASEC; e a contagem do tempo de serviço dos excombatentes. Esta ú ltima conquista pode ser igualmente o ponto de partida para outra exigência. Designadamente, que a medida seja estendida "a todos os ex-militares". Primeiro-secretário do CCP, Inácio
Pereira não tem qualquer dificuldade em prosseguir na identificação dos problemas que continuam por resolver. A velha necessidade de reestruturar a rede consular, que os governos vão garantindo que fizeram, não desapareceu do caderno reivindicativo. O nosso interlocutor queixa-se que o Executivo português "não consulta os conselheiros que representam as comunidades e que são quem conhece os problemas".
Conselho das Comunidades reuniu-se em Lisboa Sérgio Gouveia (DN - Madeira)
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s 96 membros do Conselho das Comunidades Portuguesas reuniram-se em plenário em Lisboa na quinta e na sexta-feira passadas para debater as linhas orientadoras de uma "política global" para a emigração. Os membros do CCP reú nem-se em plenário de dois em dois anos, tendo o anterior decorrido em Junho de 2003, logo apó s o segundo acto eleitoral para este conselho consultivo. Criado com a actual estrutura em 1997, o Conselho das Comunidades Portuguesas inspirou-se num organismo seme -
lhante datado da década de 80. Constituído por 96 conselheiros eleitos nas principais comunidades portuguesas no Mundo é tutelado por um Conselho Permanente composto por 15 membros e está organizado em secções locais e regionais. É PReCISO ReeSTRuTuRaR ORGÂnICa Os deputados eleitos pelos círculos da Emigração na Assembleia da Repú blica portuguesa destacaram o importante papel do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), ó rgão consultivo do Governo, no levantamento de problemas que afectam os emigrantes.
Carlos Gonçalves, deputado social-democrata eleito pelo círculo da Europa, participou na sessão de abertura do plenário e adiantou ainda que os contributos do Conselho foram sempre tomados "como algo de muito importante", tendo algumas das suas propostas sido aproveitadas pelos deputados. Por sua vez, o social-democrata eleito por Fora da Europa, José Cesário, revelou que o PSD está a preparar um ante-projecto sobre mudanças a introduzir no CCP, nomeadamente em relação à sua independência orgâ nica, à definição do estatuto dos conselheiros e à forma de financiamento. "Além do carácter consulti-
vo do Governo seria um ó rgão consultivo da Assembleia da Repú blica o que lhe permitiria um aumento de poderes e ser mais ouvido", acrescentou. Os deputados falavam no final da sessão de abertura do plenário mundial do Conselho das
Comunidades Portuguesas onde o ministro dos Negó cios Estrangeiros e o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas destacaram a necessidade de reestruturar a orgâ nica deste ó rgão de consulta de Governo para assuntos da emigração.
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Política de emigração com "mudanças radicais" Sérgio Gouveia (DN - Madeira)
O
novo presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas (CPCP), Carlos Pereira, pediu ao Governo "mudanças radicais" nas políticas de emigração e no modo de relacionamento com este ó rgão consultivo. "Este ó rgão de consulta só tem nome. Demasiadas vezes é completamente ignorado. Somos levados a comentar à posteriori decisões que esperávamos poder contribuir para a sua elaboração à priori. Neste domínio esperamos que haja mudanças radicais", disse Carlos Pereira na sessão de encerramento do plenário mundial do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), que esteve reunido durante três dias na Assembleia da Repú blica, em Lisboa. O presidente recém-eleito adiantou que as comunidades portuguesas também esperam "mudanças radicais" em relação à consagração do CCP na Constituição Portuguesa, no ensino do português no estrangeiro e nos serviços
Este é o pedido ao Governo português do novo presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas (CPCP), Carlos Pereira consulares. "A constitucionalização do Conselho é um assunto de primeira linha e temos a convicção de que havemos de conseguir", disse. A contagem do tempo de serviço militar, as dificuldades na aquisição da nacionalidade pelos descendentes de portugueses e a "inactividade e desarticulação" dos centros culturais lusos no exterior são assuntos que os emigrantes querem ver resolvidos. "Quando um país ignora um terço da população, quando os pró prios governantes fazem leis que não contemplam os mais de cinco de milhões de portugueses que estão fora de Portugal, é porque algo está errado e temos de inverter tendências", salientou. Recordou ainda quais são as funções
do CCP: ser consultado pelo Governo e pelo Parlamento em matéria de emigração e a identificar problemas que afectam os portugueses no estrangeiro. Conselheiro em representação da França, Carlos Pereira foi eleito sexta-feira presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas (CPCP) depois de Antó nio de Almeida e Silva ter renunciado ao cargo a meio do mandato de quatro anos daquele ó rgão. Carlos Pereira, que era vice-presidente do Conselho Permanente, recolheu oito voto a favor, três contra e quatro abstenções. O Conselho Permanente é o ó rgão de tutela do Conselho das Comunidades Portuguesas, estrutura de consulta do Governo para as questões da emigração. Composto por 15 elementos, o Conselho Permanente é eleito de quatro em quatro anos pelos Conselhos Regionais, com uma distribuição fixa: África (2), Ásia e Oceâ nia (1), América do Norte (3), América Central e do Sul (4) e Europa (5).
Conselho "desacreditado", "marginalizado" e "nã o ouvido" O Plenário do Conselho das Comunidades Portuguesas aprovou um documento que deixa o anterior poder PSD/CDS com as orelhas a arder. Denuncia, por exemplo, que "o CCP não pode continuar a ser desacreditado, marginalizado e não ouvido, como aconteceu aquando da dita reestruturação consular que se traduziu, unicamente, no fecho dos consulados e nos aumentos brutais dos emolumentos consulares". Os responsáveis nacionais também são acusados de "desperdiçar o potencial económico" dos emigrantes-empresários - "o ICEP nunca considerou as comunidades", conforme nota Inácio Pereira - e de não preservar a língua e a cultura através do ensino do português no estrangeiro. Aqui, Ivo de Sousa, madeirense eleito há dois anos para o CCP pela África do Sul, reconhece que seriam precisas "centenas e centenas de euros" para que a língua não desaparecesse. Um custo que atenuaria com o recurso a professores locais, coordenados por alguém vindo de Portugal.
Recenseamento será mais fácil Délia Meneses
N
o plenário mundial do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) marcaram presença dez representantes dos emigrantes radicados na Venezuela. O conselheiro Mário Pereira, que na reunião que se realizou no fim-de-semana passado em Lisboa integrou a comissão que discutiu o tema do recenseamento
eleitoral, qualificou o encontro de "positivo e produtivo". Pereira informou que o processo de inscrição eleitoral se tornará agora mais fácil, o que representa uma "vitó ria significativa" para a comunidade portuguesa que reside na Venezuela, que costuma ter baixos índices de participação nas eleições. "As pessoas que se apresentem nos consulados só têm que manifestar o seu desejo de recensear-se, mas isto não implica um
procedimento adicional. Como os dados dos utentes já estão registados no Consulado, só vai ser preciso que aprovem, sendo a inscrição automática", explicanos. O conselheiro espera que esta decisão venha a mudar a tendência que existe na Venezuela, onde só cerca de 4000 portugueses exercem o direito e o dever eleitoral. Os conselheiros da Venezuela também fizeram um apelo para que se considere
por separado os requerimentos de cada país para que assim os funcionários consulares posam ser recolocados onde haja mais necessidade. Pereira adiantou ao CORREIO que numa conversa particular com o secretário das Comunidades, Antó nio Braga, este anunciou que dentro das suas prioridades está uma visita à Vnezuela. Para além da importâ ncia numérica dos portugueses que residem no país, Bra-
ga destacou a necessidade de estar em contacto directo com a comunidade, para ter informação mais directa sobre a situação política e os problemas de insegurança que atravessam os emigrantes. Braga manifestou, também o interesse em apoiar obras sociais que a comunidade lusa na Venezuela está a levar a cabo, nomeadamente o Lar de Terceira Idade Padre Joaquim Ferreira e o Lar Geriátrico de Maracay.
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O único português de Los Roques José Avelino Correia tem quatro anos no parque nacional. Trabalha juntamente com a sua mulher nos seus estabelecimentos comerciais.
José Avelino Correia
mente por causa da distâ ncia, mas sem outra opção à vista teve que negociar com uma conterrâ nea para poodo aquele que já teve a der adquirir a passagem e começ ar oportunidade de ir ao ar- uma nova vida. quipélago de Los Roques Actualmente, já está na ilha há quaconhece o fabuloso espec- tro anos, onde tem o "Mini Market" e o táculo visual que invade esta zona. A "Expendido de Medicinas Los Roques". sua impressionante variedade de azuis Estes dois estabelecimentos são embledestaca-se dentro de um dos parques máticos, pois a maioria dos turistas mais paradisíacos e grandes da Amé- compra medicamentos na ú nica farrica Latina. Quem já pisou a sua areia mácia da zona e adquirem alguns promiú da e branca, de certeza que já pas- dutos no pequeno supermercado que sou pelo menos em frente dos dois pe- tem desde artigos catalogados como de quenos estabelecimentos comerciais de primeira necessidade até outros que José Avelino Correia, um português não nos passa pela cabeça, se tivermos natural de Câ mara de Lobos (Madei- em conta que se trata de uma ilha tão ra) que em 1954, com apenas 16 anos, longínqua. desembarcou os seus ossos e os seus Na entrada, vemos logo guloseimas, sonhos no porto de La Guaira. produtos enlatados, artigos de limpeCorreia viajou oito dias a bordo do za e de higiene pessoal, repelente de barco italiano "Franca-C". A travessia insectos, carvão para fogueiras, bebiincluiu a tormenta nas ilhas Canárias. das, frutas, vegetais, hortaliças, rolos Quando chegou à Venezuela, come- fotográficos, etc. çou a trabalhar numa venda do bairro A vida deste madeirense de 67 anos Los Jardines del Valle. Mas, uns anos consiste em ir e vir de Caracas a Los depois do trabalho duro, conseguiu Roques em viagens aéreas que o transabrir um pequeno supermercado em portam com a sua mulher Judith. A sua Chuao, Caracas. vida laboral começa cedo: abre as porDepois de laborar vários anos no tas às sete da manhã e fecha-as por volsupermercado, deixou de trabalhar ta das dez da noite. com o só cio que tinha na altura e fiCorreia admite que é uma responcou desempregado até que lhe chegou sabilidade imensa ter uma loja comeraos ouvidos uma nova oportunidade: cial longe da cidade porque para além abrir ele pró prio um estabelecimento da distâ ncia o contacto físico com a comercial no arquipélago de Los Ro- família torna-se mais difícil. Contudo, o ques, uma ilha localizada a apenas 168 produto do seu trabalho lhe dá para km a Norte de La Guaira que foi de- viver bem, embora não negue ter soclarada Parque Nacional em 1972. frido perdas como inexplicável desNo início, a ideia de ir para tão lon- aparecimento da sua mercadoria no ge não foi muito bem aceite, principal- porto de La Guaira. Carlos Orellana
corellanacorreio@hotmail.com
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Presenç a do turista portuguê s Este arquipélago tem 50 ilhas, a mais importante de todas é o "Gran Roque", onde está a pista de aterragem e as pousadas, ou seja, o centro de vida social deste lugar. A Los Roques, chega uma enorme quantidade de turistas que vêm de todas as partes do mundo: italianos, alemães e portugueses, entre outros. "Ainda há pouco vieram pessoas de Coimbra, mas vêm também portugueses de outros sítios", afirma Correia, que já tem dez anos sem visitar a sua terra natal. Quanto às línguas dos turistas, refere que "as vezes não os entendo, mas comunicamo-nos por sinais ou pela marca do produto que procuram". Judith, a mulher de Correia, é uma itliana que chegou ao país em 1967. Segundo ela, várias vezes já chegaram "paisanos" do seu marido a perguntarem por ele. "Não sei como é que sabem que aqui há um português", opina. Este lugar é, sem dúvida, um paraíso abençoado pelo criador. Só na sua extensão de terreno vivem cerca de 98% das espécies de corais do Mundo, para além de 90 tipos de aves, entre as quais se destacam as "tijeretas", "pelícanos", "pájaros bobos", gaivotas e muitas outras. "Quem puder vir uns três dias que o faça porque vale a pena. Na passagem, que nos visite", convida Correia.
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30 mil portugueses na Florida alguns, estão ligados ao sector bancário. Apesar da capital do Estado uem conhece o Es- ser Tallahasse, Miami e Orlando tado da Florida, são as cidades mais conhecidas e EUA, está longe de visitadas pelos turistas. imaginar que ali viCabe destacar ainda que o esvem cerca de 30.000 portugueses. tado da Florida tem cerca de Isto segundo dados fornecidos pe- quinze milhões de pessoas, curiolo consulado honorário de Mia- samente um nú mero superior ao mi. dos habitantes de Portugal. Com uma presença discreta, A histó ria da emigração porestes dedicam-se - na sua maio- tuguesa naquele país é muito anria - a trabalhos domésticos, à tiga. No entanto, é de destacar construção civil, ao comércio e, que nos tempos de hoje são muiAleixo Vieira
aleixo5151@cantv.net
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Dados do Consulado dão conta de um número significativo de portugueses naquele Estado norte-americano, que tem oito clubes sociais tos os portugueses que têm chegado àquelas localidades procedentes da Venezuela, sendo na sua maioria jovens de segunda geração. Estes dedicam-se muito pouco ao comércio e a grande maioria exerce trabalhos secundários, geralmente no atendimento ao pú blico. No Estado da Florida existem oito clubes sociais. As actividades relacionadas com Portugal são muito poucas, pois os centros funcionam normalmente só de sexta-feira a domingo. Por sua vez, o folclore português é a principal actividade cultural dos portugueses e, destaquese também, todos os clubes têm um "rancho" folcló rico. Ana Rosa Freitas pertence aos
quadros externos dos funcionários consulares e está a frente desta rede consular. Com mais de vinte anos de serviço nos EUA, conhece bem a emigração portuguesa naquelas paragens. "Antes emigravam do Norte, fugindo do frio, sobretudo pessoas da terceira idade. Agora vem muita gente nova, daquelas paragens e da Venezuela também", diz. No Consulado de Portugal em Miami atendem uma media de dez pessoas diárias, sendo que a maioria trata de assuntos relacionados com a emissão de passaportes e bilhete de identidade. As actividades entre os portugueses no que se refere ao relacionamento com Portugal praticamente são nulas, a não ser algumas festas sociais, a Páscoa ou a celebração do Dia da Nação. A visita de notários, políticos e figuras publicas portuguesas ao Estado da Florida tem sido praticamente inexistente. A ú ltima foi a cerca de um ano, quando o anterior ministro dos Negó cios Estrangeiros visitou o local. A presença de portugueses ou de lusodescendentes na política americana também está ausente, refere
Ana Rosa Freitas
Pedro Pinto de Sousa
a funcionária consular Pedro Pinto de Sousa, natural de Lisboa, está ligado ao sector bancário e reside há mais de vinte anos no estado da Florida. Refere que a comunidade do Norte do Estado é mais unida e interactiva. Quanto à zona sul (Miami), refere que a mesma não tem o mesmo dinamismo. "Têm receio de comunicarem uns com os outros", diz. E acrescenta que, ao contrário da Venezuela, um emigrante que seja empregado da construção civil é uma pessoa de status médio de vida, que tem um bom carro e pode perfeitamente frequentar um clube social". Sousa releva, ainda, a interactividade da comunidade portuguesa na localidade de Fort Lauderdale. "São muito interactivos e estão sempre a organizar eventos de carácter português", diz.
14 TRAÇOS DE PORTUGAL
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Lisboa turística Paula Henriques (DN - Madeira)
A
confusão do trâ nsito pouco espaço te deixa para relaxar enquanto aprecias a arquitectura tradicional dos prédios antigos e a diversidade cultural que cruza nos semáforos. São chineses, paquistaneses, angolanos, moçambicanos, cabo-verdianos e muitos rostos de países de leste, que escolheram Portugal para trabalhar. A estes, juntam-se os turistas, de máquina fotográfica ao pescoço e mapa em riste, à procura dos tesouros que se estendem por uma área considerável. Ruas e ruas compridas ladeadas por ruelas e caminhos sem saída levam à baixa, zona de grande afluência onde se encontra o melhor e o pior do que a capital tem para oferecer. São cafés e restaurantes com esplanadas que convidam a sentar, por entre os edifícios imponentes dos bancos e hotéis que se destacam no conjunto. A rua do Ouro e da Prata são boas para passear e ir às compras, mas não só . Os Armazéns do Chiado, recuperados depois do grande incêndio, são outro dos pó los de atracção, oferecendo ainda alguma oferta cultural. Bom nesta estação do ano é aproveitar os primeiros raios de sol ao sábado pela manhãe passear descontraído ou sentar num café jeitoso na esquina.
Despe-te de preconceitos e mergulha na cidade cinzenta, degradada mas com encanto. Lisboa é uma cidade de amores e ódios. Lisboa não se descobre num dia, vaise descobrindo e amadurecendo, junto com a cidade. Podes marcar no mapa percorrer desde a Zona da Expo até à estação de Santa Apoló nia, onde há um mundo para explorar. Em cima é a rotunda do Marquês de Pombal e os jardins do Parque Eduardo VII que marcam o limite. Descer a Avenida da Liberdade é aproveitar o pouco verde que a cidade oferece ao visitante. As árvores são escassas, assim como a sombra, para os dias mais quentes. Em baixo a Rotunda do Rossio antecede a Praça do Comércio, onde encontras o Museu Militar. É desta zona, conhecida como Terreiro do Paço, que partem diariamente os barcos que fazem a travessia do Tejo até à outra margem. Antes de te aventurares pela marginal até à estação de Santa Apoló nia e depois até à Expo, que ainda são alguns quiló metros, sobe até ao Bairro Alto e ao Castelo de São Jorge. Se não quiseres ir a pé, podes utilizar o elevador da Gló ria
que faz a ligação desde os Restauradores. No Castelo de São Jorge tens uma bela panorâ mica sobre a Baixa Pombalina, enquanto no bairro alto descobre as casas de fado, os bares nocturnos e as ruelas que cativam muitos jovens para um copo ao fim-de-semana. Às Terças e Sábados durante o dia tens a feira da Ladra, onde encontras um pouco de tudo. Depois de te aventurares pelas zonas altas é altura de regressares "à terra". Novamente na Praça do Comércio, de frente para o rio, se fores para a direita passas pela 24 de Julho, famosa pelos bares e actividade nocturna, Padrão dos Descobrimentos e Belém. Aqui senta-te e come os famosos pastéis, parecidos com os nossos de nata, mas quentes e servidos com açú car e canela. Aproveita para descansar nos relvados e prepara a viagem até ao outro extremo, onde encontras a zona da Expo, com o Oceanário, Pavilhão Atlâ ntico, e outros que podes visitar, se houver tempo e vontade. Se preferires, podes andar de teleférico, optando assim por uma vista aérea do espaço.
Para comprar as ú ltimas do mundo da moda, comer qualquer coisa ou ver um filme, dá um pulo ao Centro Comercial Vasco da Gama. É daqui, da Gare do Oriente, que partem alguns comboios. A partida para a noite pode ser feita a partir daqui. As principais casas nocturnas estendem-se ao longo da Marginal. A Lux, o Bugix, a Capital e o Sabor a Brasil são algumas, mas há muitas mais e certamente que vais encontrar um espaço ao teu estilo e medida. A rede de metro (debaixo do solo) é o meio de transporte preferido por muitos dos lisboetas, mas a de autocarros não é má, com a vantagem que funciona 24 horas, sobre 24 horas. Infelizmente os engarrafamentos são frequentes, sobretudo ao início e ao fim do dia. De referir que em Lisboa é preciso ter cuidado especialmente ao sair à noite, por causa dos assaltos. Uma visita a Lisboa não fica completa sem uma visita ao Colombo. Fica situado em Benfica e é o maior centro comercial da Europa, com montanha russa e tudo. Só não te divertes à grande se não quiseres.
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CULTURA 15
Band'Além regressou para comemorar Dia da Madeira Nã o é só bailinho
Mário André, compositor e professor de música no Funchal, destacou a importância de criar escolas de música tradicional portuguesa Jean Carlos De Abreu
deabreujean@yahoo.com
E
m 2003, a comunidade lusovenezuelana foi muito receptiva à modernidade que o grupo madeirense Banda D'Além deu, na sua apresentação, à mú sica tradicional. Na altura, o grupo dirigido por Mário André, compositor e professor de mú sica no Funchal, realizou diversos espectáculos em Caracas e apresentou temas como "Foram-se os homens ao mar" e "Ementes… vai-se cantando". Mais uma vez, a Comissão Organizadora do Dia de Região Autó noma da Madeira pensou nos Banda D'Além para dar um toque mágico às comemorações do 1º de Julho. O grupo cantou no Salão Nobre do Centro Português, depois das cerimó nias oficiais, e no Centro Social Madeirense de Valência. O seu estilo encantou em ambas as apresentações, não só pelo repertó rio como também pela simpatia e carisma do responsável pelo grupo. Mário André é professor de língua portuguesa e catedrático de arte musi-
cal folcló rica portuguesa. Está na Venezuela pela quarta vez. "Adoro vir porque a mú sica, o povo venezuelano e a comunidade lusa que vivem nesta Nação são excelentes e têm um carisma e uma atenção que no se vê noutros lugares", disse-nos. O particular estilo da Banda D'Além surge da combinação do tradicional com o moderno. "O nosso repertó rio foca o Max. Utilizamos o rajão e a viola de arame como instrumentos essenciais nas nossas melodias, mas integramos o acordeão como som novo", explicou-nos André. Reiventar mú sicas tradicionais da Madeira e do Porto Santo acrescentando sons novos foi a ideia principal deste artista que deseja aumentar nos jovens o gosto pela mú sica tradicional portuguesa, coisa que tem conseguido, pouco a pouco, na sua terra Natal. A atracção de André pela mú sica fez
com se tornasse num estudioso dos ritmos utilizados pelos venezuelanos, porque "têm semelhança com o espírito da nossa banda, pois tentam manter as nossas tradições com ritmos mais novos sem esquecer os elementos principais da melodia". Os portugueses e os venezuelanos que assistiram ao evento do 1º de Julho no Salão Nobre aplaudiram de pé a interpretação que a banda fez da canção internacional de Simó n Diaz: "Caballo Viejo". As tradições e os estilos musicais venezuelanos não se perderam. Como nos expressa André, sempre fizeram parte da tradição cultural da Venezuela e do gosto dos seus povos. Grupos como Serenata Guayanesa e cantantes como Simó n Díaz são reconhecidos na Europa, mas não têm conseguido atingir o auge, como aconteceu com a mú sica Pop e electró nica no velho continente.
A maioria dos emigrantes que chegaram à Venezuela sabia tocar um instrumento musical tendo por base a vista ou os ouvidos. Mas, pouco a pouco, foram esquecendose disso. ”Criar escolas para crianças onde se ensinasse os estilos folclóricos como a Charamba e a Mourisca seria uma solução, pois só se preocuparam em evoluir e manter o bailinho tradicional”, disse o professor. A Charamba está em perigo de extinção porque os portugueses se esqueceram deste tipo de música, antes, teve muita importância dentro do folclore luso. Criar centros capacitados para o ensino de música portuguesa é fundamental para incentivar e não perder estas tradições musicais, disse o músico ao referir-se ao desaparecimento da Mourisca. "O essencial é não esquecer as nossas raízes porque sem o nosso passado não somos nada e não temos identidade, sejamos portugueses ou luso-descendentes, sobretudo na música, que é uma coisa nossa e que nos representa no mundo", finalizou o maestro André.
Luso-descendente produz e dirige "Hércules no Olimpo" Jean Carlos De Abreu
deabreujean@yahoo.com
O
actor e director de teatro José Manuel Ascenç ão estreou a obra "Hércules no Olimpo", uma aventura inspirada nos mitos da Grécia antiga que foi interpretada pelo grupo teatral Colivrí. Na peça, Hércules deve cuidar do poderoso raio do seu pai Zeus, mas ao adormecer Klita e Medusa também figuras da mitologia grega - apropriam-se do objecto para rendê-lo como tributo ao deus do Mar, Poseidon.
Com mais de 25 actores em cena, o espectáculo promete oferecer uma hora e meia de distracção, magia, efeitos especiais e encanto místico dos deuses. A peça deixa uma mensagem final onde prevalece a valentia e a amizade. A obra vai ser apresentada todos os sábados e domingos a partir das 16h00, no teatro "Escena 8", nas Mercedes. Permanece até ao mês de Outubro. As entradas custam oito mil bolívares. Ascenção, produtor e director da peça, dedica-se ao teatro há mais de vinte anos. De pai madeirense e mãe venezuelana,
confessa que teve pouco contacto com as tradições lusas. "O meu pai enraizou-se na Venezuela e adaptou-se muito bem aos costumes crioulos do país, embora conserve alguns valores portugueses, como a união familiar". Estudou até ao quarto ano de economia na Universidade e, aos vinte anos, apercebeu-se de que a sua vocação eram as artes teatrais. Desde esse momento, já conseguiu ser actor e director de várias obras. O luso-descendente ingressou pela primeira vez no teatro com a obra "La fiesta de los colores", que fez juntamente com o grupo Teja,
dirigida por Carmelo Castro, que foi seu professor de actuação. Os anos passaram e Ascenção se envolveu nas distintas facetas teatrais, montou cenários e mú sicas. As poucas tradições portuguesas que partilhou com a sua família aconteceram apenas até o seu pai morrer. Tem frequentado o Centro Português, em Caracas, na qualidade de convidado e ali tem podido manter algum contacto com as actividades organizadas pelos portugueses na Venezuela. "Hércules no Olimpo", a obra que o mantém ocupado actualmente, já tinha sido montada
há cerca de quinze anos, mas nessa altura com adultos. Agora vai ser interpretada por crianças. "A receptividade desta versão tem sido magnífica. Tem conseguido agradar o pú blico porque a argumentação está muito bem trabalhada. "É um orgulho para mim que esta peça seja repetida, mas agora com crianças", sublinha.
16 LAZER
CORREIO DE CARACAS - 7 DE JULHO DE 2005
Folclore reavivou tradições Madrinha eleita de Pauliteiros de Miranda
Ivonne Dos Santos Teixeira Membro do grupo folclórico do Centro Português de Guayana
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O grupo folclórico do Centro Luso de Caracas, em Turumo, será o próximo organizador do Festival Anual de Folclore Português
No encontro, que congregou cerca de duas mil pessoas, participaram grupos dos Estados de Bolívar, Barquisimeto, La Guaira, Guayana, Puerto La Cruz, Caracas, Táchira, Los Valles del Tuy e Punto Fijo. Estes ressaltaram os costumes e as tradições de dança, inspirados num Portugal dos séculos XVI e XIX. E tudo para prestar homenagem aos "Pauliteiros de Miranda". Os trajes típicos e as danças foram o componente principal do festival. Os representantes de cada grupo esforçaramse muito para mostrar no palco a sua melhor indumentária e os melhores passos de baile. Os jovens, a maioria lusodescendetes, mas também venezuelanos sem vínculos lusos, foram os protago-
mente os grupos folcló ricos são constituídos por pessoas que não têm mais de 25 anos. Em qualquer sítio onde há um Centro Português, as pessoas reú nem-se para cantar e dançar a mú sica tradicional portuguesa. E isto explica a existência de tantos grupos com o estatuto de centros sociais. Nesta ocasião, a inauguração do Festival esteve a cargo do grupo folcló rico da Hermadad Gallega, que apesar de não ser um clube português já organizou um "rancho" (concurso de mú sica folcló rica) para os só cios lusos que fazem vida neste centro da comunidade espanhola. Houve vários grupos que se estrearam neste festival, pois nunca tinham
Jean Carlos De Abreu
deabreujean@yahoo.com
inte grupos folcló ricos vindos de todas as regiões do país reuniram-se no passado dia 3 de Julho na Casa Portuguesa Venezuelana de Valencia para comemorar o XX Festival Anual de Folclore Português. nistas desta comemoração, pois actual-
assistido a um evento desta magnitude, nomeadamente os grupos "Nova Geração", de Punto Fijo; "Emigrante Português", do Estado Miranda; e "Alma Lusitana", de Los Valles del Tuy. O grupo folcló rico do Centro Luso de Caracas em Turumo será o pró ximo a organizar o Festival Anual de Folclore Português, que já vai para a sua XXI edição. E é este grupo a organizar o pró ximo evento porque foi vencedor dop concurso, obtendo o primeiro lugar.
Grupo Centro Luso de Caracas
A distinção da Melhor Madrinha recaiu sobre Ivonne Dos Santos Teixeira, membro do grupo folcló rico venezuelano de Guayana. O principal objectivo do Festival não é premiar apenas um grupo ou vários, mas sim reconhecer o trabalho dos jovens participantes que, sem receber nenhuma contribuição monetária em troca, trabalham para difundir a cultura portuguesa.
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Os primeiros lugares • Internacional Centro Luso de Caracas de Turumo (1º lugar) • Grupo Folclórico Os Lusíadas (2º lugar) • Centro Português Venezuelano de Guayana (3º lugar) • Dançares e Cantares de Portugal, de Puerto La Cruz (4º lugar)
Fotos: Farith Useche
• Centro Luso Venezuelano de Vargas (5º lugar)
Grupo Dançares y Cantares de Puerto La Cruz
18 PERFIL
CORREIO DE CARACAS - 7 DE JULHO DE 2005
Mãos de "Mago" Armando José Gonto Mago cura há mais de 40 anos com a arte das massagens. Dez deles, como terapeuta no Centro Português. Noélia de Abreu
noeliadeabreu@gmail.com
T
er boa aparência e ser saudável são duas coisas que actualmente são consideradas prioritárias para a grande maioria das pessoas. Para consegui-lo, o bisturi tem sido substituído, muitas vezes, por sessões de massagens que oferecem melhores custos e menos riscos do que uma intervenção cirú rgica. As massagens ganharam um novo sentido nesta era em que práticas milenárias têm sido utilizadas com diversos fins. Armando José Gonto Mago é um desses homens que tem nas suas mãos a sua principal ferramenta de trabalho. Venezuelano, filho de imigrante italiano e mãe venezuelana, dedicou cerca de dez anos á comunidade lusa do Centro Português, onde presta serviços. Neste espaço, todas as tardes alivia desportistas lesionados, homens e mulheres com problemas de coluna, com dores por más posições de dormir e com stress. Também tem usado o seu jeito para fazer massagens redutoras e reafirmantes para aqueles que se preocupam com a aparência física. Armando é "mágico" com as suas mãos há mais de 40 anos. Muito antes de começar a trabalhar no Centro Português já tinha tratado clinicamente muitos pacientes. A sua aproximação com a comunidade lusa permitiu-lhe descobrir que os portugueses são pessoas com um coração muito grande. "São muito expressivos e excelentes anfitriões. E no que se refere às mulheres portuguesas, tenho que dizer que são belas, tanto no aspecto físico como no espiritual". A sua primeira experiência com a arte de curar com as mãos teve-a aos oito anos de idade, com um tio que, juntamente com o avô , tomaram conta dele porque a sua mãe morrera quando ele tinha seis anos e o seu pai quando ele tinha nove. "O meu tio foi a minha inspiração. Foi-lhe atribuído o título de doutor "Honoris Causa post mortem". E isto apesar de só ter concluído a terceira classe. Aprendi muito com ele", conta-nos. Gonto Mago queria estudar medicina, mas os elevados custos da carreira não lhe permitiram concluir os estudos. Em 1964, conseguiu obter o título de enfermeiro nas escolas técnicas das Forças Armadas da Marinha e trabalhou durante algum tempo no Hospital Central das Forças armadas. Para se manter actualizado com as novas tendências, fez cursos de acupunctura, quiropraxia, terapia neural, reabilitação física,
Testemunhos Joaquim da Costa sofria de stress Tremum, neuritis intercostal severa, tinha dores numa região sacro lombar e cãimbras nos membros inferiores. Este português reconhece que, com as massagens de Mago, tem conseguido resultados excelentes que nunca teria conseguido se tivesse procurado a ajuda de outros profissionais da medicina. Bernardo Pereira Abreu, membro da direcção do Centro Português, reconhece em Armando um excelente profissional. "Quando a minha filha, que joga futebol de salão, tem alguma lesão, ele trata-a e os resultados têm sido sempre muito bons", relata-nos.
Em 1964, Mago conseguiu obter o título de enfermeiro nas escolas técnicas das Forças Armadas da Marinha
psiquiatria auxiliar, "digito presura" e quinesiologia. UM DIA DE TRABALHO Semanalmente, atende uma média de 40 pessoas. Mas esse nú mero varia dependendo da quantidade de pessoas lesionadas que recorram aos seus serviços à ú ltima da hora. Embora não tenha um horário fixo para atender os seus pacientes, o terapeuta começa a receber gente a partir das 15h00. "Muitas vezes saio às duas da manhã. Não estipulo um tempo específico aos meus clientes. Trato-os o tempo que for necessário porque gosto muito do que faço e faço-o com amor", explica este homem de 60 anos que aparenta menos idade. Os principais motivos que fazem os só cios do clube pô r-se nas suas mãos são problemas na pele, no caso dos desportistas; lombalgias cró nicas, que é uma dor nas costas, na zona lombar) e neuritis (inflamação dos nervos). O massagista do Centro português sente uma profunda admiração pelos portugueses, que reconhece como sendo pessoas muito activas. "Muita gente gostaria de ter a flexibilidade e a agilidade dos lusos. Com idade avançadas se mantêm sempre em boas condições", diz.
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PORTUGAL 19
A. J. Jardim recusa chineses e é acusado de xenofobia
O
presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, não quer os chineses a fazer negó cios na Região Autó noma. "Portugal já está sujeito à concorrência de países fora da Europa, os chineses estão a entrar por aí dentro, os indianos a entrar por aí dentro e os países de leste a fazer concorrência a Portugal...", afirmou Jardim, no discurso de encerramento da iniciativa "48 Horas a Bailar", que se realizou no fim-de-semana passado em Santana, no norte da ilha. Confrontado com um sinal de uma pessoa entre a assistência, o líder madeirense respondeu: "Está-me a fazer um sinal porquê? Estão aí uns chineses? É mesmo bom para eles ouvirem porque eu não os quero aqui". Jardim apelou ainda à união dos madeirenses e disse que tudo fará para que a crise nacional não chegue à região: "É evitar que a política daqueles loucos e daqueles
incompetentes nos faça pagar as consequências." Entretanto, associações representativas dos imigrantes em Portugal condenaram as declarações do presidente Alberto João Jardim, sobre a entrada de estrangeiros na região, considerando-as "racistas e xenó fobas". Contactado pela Agência Lusa, o presidente da Liga dos Chineses em Portugal, Chow y Ping, afirmou conhecer "bem as ideias racistas e xenó fobas" de Alberto João Jardim e lamentou "não ter suficiente força política para o levar" à Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (COCDR), da qual faz parte. Alberto João Jardim "é o rei da Madeira, que comparo com o presidente da minha aldeia", afirmou o mesmo responsável, adiantando que "em tempos difíceis está a arranjar um bode expiató rio para desviar a atenção da opinião pú blica de assuntos bem mais graves e importantes". Sublinhou que apesar de dizer que "não
gosta, nem quer os chineses na Madeira", Alberto João Jardim "vai comprar e utilizar muitos produtos chineses para continuar a conquistar os seus eleitores nas pró ximas eleições". Também o presidente da Solidariedade Imigrante, Timó teo Macedo, classificou de "xenó fobas" as declarações do presidente do Governo Regional da Madeira e considerou que em "nada contribuem para a política de imigração que se pretende implementar em Portugal", com destaque para a integração e a solidariedade. "Já estamos habituados a este tipo de afirmações irresponsáveis", disse à Agência Lusa Timó teo Macedo, adiantando que os imigrantes "não vêm competir com ninguém". Destacou que "que chegam a Portugal para colmatar necessidades que existem em vários sectores de actividade e fazer o trabalho que os portugueses não querem".
Por sua vez, a presidente da Associação dos Imigrantes Russó fonos - Respublika, Elena Liachtchenko, considerou que as declarações são "ridículas" e "só demonstram a fraqueza do líder do Governo Regional da Madeira". "Se estivesse tudo bem, Alberto João Jardim não fazia este tipo de declarações que são um pedido de ajuda a Lisboa", disse à Lusa Elena Liachtchenko. Para a mesma responsável, o que Alberto João Jardim merecia é que "os madeirenses também fossem impedidos de entrar na China, na Í ndia ou em países da Europa de Leste".
Easy Jet quer trazer meio milhão de turistas para região de Lisboa A região de Lisboa vai receber meio milhão de turistas por ano, durante os pró ximos cinco anos, trazidos pela companhia aérea de baixo custo Easy Jet, anunciou o secretário de Estado do Turismo português. Resultado de um acordo conseguido com a companhia de origem britâ nica, o aeroporto de Lisboa será o destino de 12 rotas, com partida dos principais mercados emissores para Portugal, no período de Outubro a Março, durante cinco anos. Bernardo Trindade, que falava
no II Congresso do Turismo de Portugal, que decorreu no Estoril, salientou a importâ ncia destes voos para o turismo de negó cios e para as City Breaks (curtos períodos de férias ou fins-de-semana prolongados), produtos em que a região de Lisboa está a apostar. O governante reafirmou que os acordos com as companhias de baixo custo (low-cost) são uma aposta não só para Lisboa, mas para outras regiões do país e estão a ser analisadas outras oportunidades. "Há mais low-cost em cartei-
ra" e mais contactos, referiu, mas as condições financeiras, como taxas, ou outras condições de competitividade são decisivas nas negociações entre as companhias e entidades como a Associação Turismo de Lisboa ou a ANA, de modo a "conseguirmos trazê-las" para Portugal. Para Bernardo Trindade, as low-cost não são sinó nimo de turismo de menor qualidade, antes decorrem da "afirmação dos clientes finais", tal como já vem acontecendo no alojamento. Actualmente, são várias as companhias low-cost a voar para
Portugal, principalmente para o aeroporto de Faro. Quanto a uma eventual concorrência com a oferta da TAP, o secretário de Estado do Turismo defendeu que a companhia aérea portuguesa tem a sua pró pria estratégia e as low-cost podem ter um papel complementar. Durante o seu discurso, na sessão de abertura do Congresso, o responsável governamental pelo Turismo fez um balanço positivo do primeiro ano da contratualização da promoção turística, realizada com as agências regionais de promoção turística. Mas, avança que, para que o projecto cresça, o Instituto de Turismo de Portugal "será mais exigente, mais presente e mais activo na supervisão". Para a promoção, o Turismo está a trabalhar com "outras actividades econó micas e não econó micas no sentido de uniformizar acções fora de fronteiras". Na área legislativa, até final do ano estarão concretizadas as revisões do enquadramento das agências de viagens, das empresas de animação turística e dos licenciamentos de empreendimentos turísticos. Quanto à oferta, foram iden-
tificados projectos de cariz privado que estavam "embrulhados" em processos de decisão, num total de investimento de cerca de 2,5 mil milhões de euros, correspondendo a 11 mil postos de trabalho, referiu. O secretário de Estado referiu-se ainda aos planos sectoriais de turismo para o Douro e Litoral Alentejano, já em elaboração e que vão permitir um desenvolvimento sustentado daquelas regiões. Estes planos, já preconizados pelos anteriores governos, disponibilizam ao investidor informações acerca das possibilidades reais de investimento. Para Bernardo Trindade, o trabalho na Secretaria de Estado do Turismo a desenvolver tem como objectivo alargar o â mbito da actividade e "elevar o contributo do turismo na economia".
20 PORTUGAL
CORREIO DE CARACAS - 7 DE JULHO DE 2005
Alunos com mais carências são os menos apoiados
O
s estudantes do ensino superior politécnico são os que menos apoios sociais recebem do Estado, apesar de serem os mais carenciados, revela um estudo sobre a caracterização só cio-econó mica dos alunos. De acordo com a pesquisa, elaborada com base num inquérito aplicado a 3.000 estudantes portugueses, os alunos do ensino politécnico que beneficiam de apoios pú blicos recebem em média 125 euros mensais, enquanto os do sector pú blico universitário recebem 165 e os do ensino particular 178 euros. Apesar de beneficiar de menos apoios, "o ensino politécnico acolhe o maior nú mero de estudantes cujas famílias têm menos recursos financeiros", uma situação que o ministro da Ciência e Ensino Superior, Mariano Gago, quer ver corrigida. "Épreciso ver se os mecanismos práticos que os serviços de acção social utilizam na aplicação dos critérios legais garante a equidade como deveria garantir", afirmou o responsável na apresentação do estudo elaborado pelo Centro de Investigação e Estudos em Sociologia do ISCTE, no â mbito do projecto internacional Eurostudent 2005. Mariano Gago quer ainda rever o sistema de apoios pú blicos do Estado, considerando que é necessário aumentar a verba
destinada a apoios directos aos estudantes, que representa 50 por cento do orçamento de acção social, em detrimento de apoios indirectos e custos de estrutura. Em Portugal, cerca de um em cada quatro alunos do ensino superior (24 por cento) recebe apoios do Estado, um valor inferior ao registado na maior parte dos 11 países europeus analisados no â mbito do projecto Eurostudent 2005. Em termos comparativos, Portugal é o quarto país que menos apoio social dá aos alunos do ensino superior, apenas à frente da Itália (nove por cento), da Alemanha e da Espanha, ambas com 23 por cento de estudantes beneficiários. Nesse sentido, o estudo conclui que "o quantitativo de apoio directo atribuído a cada estudante é baixo" e defende um reforço das bolsas de estudo. Apesar destes dados, a pesquisa indica que os apoios pú blicos estão a ser genericamente bem distribuídos, dirigindo-se sobretudo a alunos provenientes de famílias com baixos recursos econó micos e fracos níveis de escolarização. Em Portugal, são as famílias dos estudantes que suportam a maior parte dos custos inerentes ao ensino superior, uma tendência verificada no Sul da Europa por oposição aos países nó rdicos, onde a maior parte dos alunos trabalha para pagar o curso.
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BREVES 230 trabalhadores esperam há 3 anos Os 230 trabalhadores da Sotima, fábrica de aglomerados de madeira, em Proença- a-Nova, encerrada há mais de três anos, continuam à espera do pagamento de um milhão de euros referentes a salários em atraso e indemnizações. O alerta foi feito por Luís Esperança, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos, considerando que têm sido "três anos de impasse, em que a empresa não faliu, não reabriu, nem os trabalhadores receberam o que lhes é devido".
Fiscalização por causa do aumento do IVA O Ministério das Finanças anunciou que foram promovidas a 1 de Julho - data de aumento da taxa normal de IVA várias acções de fiscalização que levaram à apreensão de nove viaturas e levantamento de 95 autos. Em comunicado, o Ministério das Finanças indica que a Inspecção Tributária, a Inspecção-geral de Actividades Económicas (IGAE) e a PSP desenvolveram acções para controlar possíveis alterações especulativas em preços de venda de produtos sujeitos à taxa reduzida ou intermédia de IVA, que não foi alterada. Esta acção abrangeu os distritos de Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa, Porto, Santarém, Setúbal e Viseu.
21 mortos e 44 feridos na última semana Vinte e uma pessoas morreram e 44 ficaram gravemente feridas na sequência dos 1.928 acidentes rodoviários registados na última semana nas estradas portuguesas, informou hoje a Brigada de Trânsito (BT) da GNR. Em comunicado, a BT acrescenta que os acidentes provocaram igualmente 642 feridos ligeiros.
Provedor condena indisciplina dos peões a atravessar ruas O provedor municipal do Porto do cidadão com deficiência, João Cottim, insurgiu-se contra a indisciplina generalizada dos peões, que atravessam as ruas fora das passadeiras e desrespeitam sinais vermelhos. "Não são apenas os automobilistas que erram. É inadmissível que os cidadãos atravessem a rua fora das passadeiras ou com o sinal vermelho para os peões", afirmou João Cottim à agência Lusa, à margem do encontro "Pensar Políticas para a Deficiência no Porto".
Presidente açoriano contesta Tratado
Câmaras têm dí vidas escondidas
O presidente do Governo açoriano afirmou que o modelo de uma Convenção para elaboração da proposta de Tratado Constitucional para a Europa resultou "numa espécie de arranjo político" aos olhos dos cidadãos europeus. A fórmula de uma Convenção, liderada pelo ex-presidente da República francês Valéry Giscard d´Estaing, para elaborar o texto da Constituição criou uma "certa opacidade processual perante as opiniões públicas, agravando o défice democrático da União", considerou Carlos César, que falava num seminário promovido pela UGT em Ponta Delgada.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Rui Nuno Baleiras, disse que há dívidas escondidas em algumas autarquias e que as situações de incapacidade para as pagar podem multiplicar-se. Apesar das regras draconianas impostas ao endividamento municipal nos últimos dois anos e meio, adiantou o responsável numa entrevista ao DN Negócios, há situações que não passam pelas contas de gerência, tratando-se de dívida escondida, como é o caso do atraso no pagamento a fornecedores.
40 mil motociclistas em Faro este mês Cerca de 40 mil motociclistas são esperados no final da próxima semana em Faro, durante a 24.ª concentração internacional, organizada pelo Motoclube de Faro, foi revelado em conferência de Imprensa na Câmara de Faro.
Erros nas estradas portuguesas PARA BRINDARLE MAS
Agência Lusa fonte da Associação dos Utilizadores do IP4 (AUIP4). O presidente da AUIP4, Luís Bastos, recordou que num só acidente neste itinerário, que liga os distritos do Porto, Vila Real e Bragança, perderam a vida cinco jovens.
Doze pessoas morreram no primeiro semestre deste ano em acidentes de viação ocorridos no Itinerário Principal 4, entre Amarante e Bragança, disse à
Rali Açores lamenta acidente A organização do Sata Rali Açores lamentou "profundamente" o acidente que envolveu uma das equipas participantes e um outro carro com uma família na ilha de São Miguel, mas escusouse a fazer "qualquer juízo sobre o que aconteceu". "A Comissão Organizadora lamenta profundamente o sucedido, tendo conhecimento que está a decorrer um inquérito policial, que seguirá os seus trâmites normais, não nos competindo emitir qualquer juízo sobre o que aconteceu", referem em comunicado os responsáveis da prova açoriana.
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22 OPINIÃO
CORREIO DE CARACAS - 7 DE JULHO DE 2005
Relações comerciais Fernando de Almeida
bermos quem somos, quantos somos, o que fazemos, o que queremos e outras dú vidas. Assim como é imprescindível conhecer a nossa capacidade de compra, tipo de recente visita do Secretario de Estado do produtos, capacidade financeira, conhecimentos técComércio, Serviços e Defesa do Consumi- nicos de comércio internacional, etc. E isto só para codor, Fernado Serrasqueiro, obriga-me a fa- meçar... zer algumas observações tanto sobre o tema Onde esta a nossa organização para poder sentar-se a em si, como sobre a visita propriamente dita. negociar com quem esteja no exterior? Porque existem Primeiro, quero deixar claro que me considero uma tantas Câ maras de Comercio Luso-Venezuelanas? Que pessoa relativamente bem informada, tanto em temas serviços prestam estas Câ maras? Que capacidade técnacionais como internacionais, mas especialmente na nica dispõem? São verdadeiramente Câ maras Bi-naárea internacional. E no que diz respeito a relações co- cionais? E o que significa Câ mara Bi-nacional??? Pormerciais e as suas derivantes, quase me atrevo a dizer que é que as Câ maras estão fechadas a terceiros? Porque este é o meu "hobby ". Por isso mesmo, a minha pri- quê nunca se vê nos jornais da Venezuela um ú nico meira impressão que tive quando soube da visita do se- anú ncio de algum tipo de actividade? Porque não estacretário não foi outra se não uma grande surpresa. mos representados em FedeEuropa ? Quando os Governos, as empresas e todos os homens A mim parece-me que ainda nos falta muito para pode negó cios planificam uma viajem ao exterior, no dermos reclamar os nossos direitos perante o Govermínimo deviam estudar os temas que vão tratar ou ne- no de Lisboa. gociar. Em segundo lugar, deviam avisar as partes enQuanto aos nossos empresários do lado de lá, as suas volvidas , com suficiente antecipação, comunicando-lhes limitações parecem ser muitas. Antes de mais nada, a pridias de visita, agenda e outros pormenores. meira coisa que devíamos fazer era conhecer a capaciÀ primeira vista, temos um enorme problema de co- dade de oferta exportávael de Portugal, isto é, sabermos municação, não só entre os Organismos de Estado, mas de que produtos e serviços Portugal dispõe para vender na também entre estes e o resto da comunidade. Venezuela. Possivelmente não tenha muito mais do que Por outro lado, a comunidade em geral não tem uma a amplia oferta repetida de vinhos, azeites, cortiça, têxpolitica de comunicação e a maioria deve adivinhar teis, calçado, moldes e outros. No que se refere a serviços, "post-mortem" os factos... Portugal é competitivo em serviços de engenharia, esDepois, as queixas de alguns empresários lusos-ve- pecialmente construção civil e pouco mais. nezuelanos dão vontade de rir, apesar de efectivamente os O nosso maior inimigo é a distâ ncia entre ambos nossos compatriotas do continente e Ilhas terem atitu- países, a diferença dos "commodities". De matérias primas des desprezáveis... mas o problema começa connosco e granéis de grandes dimensões, tudo fica mais complimesmo. cado. O tráfego marítimo é limitado, caro, com transPor donde começar? Pois bem, seria importante sa- bordos, de pouca frequência. almeidafm@navieramar.com
A
Um trunfo comercial munidade. Mas não se acobardaram e asseguraram o seu frequente contacto com os portos do Porto e de Lisboa. Também continuaram a emigrar: em 1625 já viviam em Hamburgo uns 1200 portugueses. Este aumento da população justiAntónio de Abreu Xavier (Historiador) ficou a abertura de um Consulado em 1661. O primeiro aindax1@yahoo.com cô nsul foi Duarte Nunes da Costa, cujo nome judaico era Jacob Curiel. Assim, a comunidade portuguesa em Hamhistó ria dos lusitanos no Norte da Europa burgo nunca perdeu contacto com a metró polis lusitana. começa com uma forte presença comercial Este precedente serve de marco para explicar os lade portugueses, a maioria de origem judaica. ços comerciais que existem hoje. Vínculos reforçados Em 1570, existia em Amberes uma "nação por uma maior emigração que, reunida na Associação Luportuguesa" que tinha já cerca de 400 pessoas que tin- so-hanseática, atinge já uma população de 11000 habiham feito desta cidade um centro econó mico impor- tantes, a maior comunidade portuguesa na Alemanha. tante. A luta contra a Espanha obrigou estes portugueses Uma vez por ano, esta associação reú ne todos os coa fugirem e criarem comunidades em Hamburgo e Ames- merciantes lusos no Museu de Etnologia e, com o apoio terdão. de toda a comunidade, homenagearam a Hamburgo com Ambas as cidades tiveram um desenvolvimento eco- um "arraial português". Neste, tivemos a oportunidade nó mico semelhante e, durante todo o século XVII, estas de admirar o resguardo do sector comercial no que se brigaram pela hegemonia comercial do Norte da Europa. refere à difusão da cultura portuguesa. Na cidade alemã, a prosperidade econó mica não se fez Este pequeno reconto histó rico serve para ilustrar esperar e, em 1595, os primeiros portugueses já tinham como as comunidades portuguesas dispersas pelo Mundo licença oficial de residência. têm deixado marcas das suas actividades. Consideramos Mas começaram os problemas de índole religiosos. um dever pessoal conhecer a histó ria de cada uma delas. Hamburgo era - e ainda é hoje em dia - uma cidade maio- Ou porque fazem parte de um passado comum ou porque ritariamente luterana e, apesar dos portugueses estarem são portas abertas do cosmopolitismo lusitano que, desde identificados como "novos cristãos", os merceeiros ale- cedo, rompeu as fronteiras nacionais através do comércio. mães, para desacreditar os seus pró speros competidores, Ali podem estar também as nossas possibilidades futualentaram receios contra a origem judaica da nova co- ras.
A
Bem tratados mas mal informados Jesús Restrepo
S
oubemos da existência do vosso jornal. Adquirimos alguns exemplares e decidimos - a minha esposa e eu - escrever uma carta que, espero, seja de utilidade para as autoridades consulares portuguesas. Não é nossa intenção ofender nem prejudicar ninguém. Apenas queremos deixar um alerta para que situações como as que nos aconteceu não voltem a passar-se com mais ninguém, pois isso deixa ficar mal as autoridades portuguesas e a imensa comunidade portuguesa na Venezuela, entre a qual temos muitos e grandes amigos. A minha esposa e eu decidimos passar as nossas férias em Portugal, país que sempre nos fascinou e onde temos muitos amigos. Somos venezuelanos de terceira geração de portugueses e, como tal, não estávamos informados sobre que tipo de documentação precisávamos para visitar Portugal continental e a ilha da Madeira. Fomos ao consulado e aguardámos cerca de três horas para que simplesmente nos dessem informação acerca do que precisávamos de fazer em Portugal. Mandaram-nos à Embaixada pedir esse tipo de informação e deram-nos várias indicações erradas, nomeadamente a morada. Seguimos o endereço dado pelo Consulado e, quando chegámos à Embaixada, disseram-nos que há mais de um mês já não trabalhavam ali. Regressámos ao Consulado para tentar saber o novo endereço e já não nos deixaram aceder às instalações porque eram 12h30 em ponto. Já estavam encerrados para almoço… No dia seguinte, continuámos a nossa árdua tarefa de obter informação junto do Consulado e verificámos que para entrar em Portugal nem era preciso fazer qualquer tipo de documentação específica. E isto devido a um acordo que há entre os dois países (e ainda bem). O motivo desta carta é para transmitir o nosso descontentamento e dizer que no Consulado deviam informar os funcionários sobre estes pequenos pormenores que causam mal-estar desnecessário entre as pessoas, embora eu julgue sem má intenção, até porque fomos muito bem tratados nos sítios onde procurámos esta informação. Mas faz-me confusão que um funcionário do Consulado não saiba que não é necessário visto para viajar para Portugal. E ainda mais confusão por não saber que a embaixada mudou de sede. Afinal, não saber coisas tão simples às vezes torna as coisas tão difíceis… Conclusão: marcamos os bilhetes aéreos e vamos passar as nossas ferias tão desejadas nesse lindo país de gente honesta e trabalhadora e onde também temos grandes amigos que viveram na Venezuela.
CORREIO DE CARACAS - 7 DE JULHO DE 2005
caRTas dOs leITORes
Favor enviar as suas cartas e comentários ao endereço electrónico: correio@cantv.net
Quando vires a barba do teu vizinho a arder, põe as tuas de molho
Temos que "injectar" â nimo nas pessoas Sigo com muita atenção o vosso e já nosso jornal CORREIO, uma publicação excelente e sem dú vida o melhor meio de comunicação para a comunidade que há na Venezuela. Espero que o projecto continue em crescimento e já agora parabéns também pela publicação do EL NACIONAL. De facto, enche-me de orgulho, como pai, ver os meus três filhos chegarem a casa com este semanário, às sextas-feiras. "Para o pai saber das notícias da sua terra", dizia-me um deles e até foi engraçado que, na nossa reunião habitual de fim-de-semana em família, apareceram quatro CORREIO lá em casa. Mas, referindo-me à publicação em Português, parabéns também e votos de muitas felicidades a todos os jornalistas do CORREIO pelo seu dia festivo. Espero que o tenham passado muito bem. Acho que o CORREIO é um excelente meio de comunicação porque estuda com profundidade os assuntos mais importantes da comunidade e coloca com rigor o "dedo na ferida". Por exemplo, numa das ú ltimas edições faziam um comentário acerca do envelhecimento e descuido de alguns clubes
portugueses, sendo que alguns correm mesmo risco de desaparecer. É verdade sim senhor e ai é que está o problema. Deveríamos sentar-nos todos e estudar a continuidade dos mesmos, pois não foi fácil para os fundadores erguerem edificações, construírem campos desportivos, piscinas, igrejas salas de espectáculos etc. Julgo que esse tema deveria ser debatido mais a fundo no vosso jornal. E porque não devemos pedir ajuda a alguém que nos oriente a traçar iniciativas, devemos reorganizar-nos para injectar â nimo nas pessoas que eventualmente deixaram de frequentar esses clubes portugueses. Um grande abraço e desculpem meterme em assuntos que não me dizem directamente respeito, mas gosto de expressar ideias porque também foi fundador de um clube social e só Deus sabe o que sofremos para que hoje os nossos filhos e netos possa desfrutar dessas nossas iniciativas. Bem haja!
Sou português emigrante na Venezuela há 55 anos. Por razões conhecidas de insegurança, tive que emigrar por um tempo devido às advertências que recebi de amigos quanto aos sequestros, pois devido às características dos meus estabelecimentos comerciais dizem-me que sou uma potencial vítima. Como desde pequeno gosto de usar provérbios à antiga, digo que "quando vires a barba do teu vizinho a arder, põe as tuas de molho". Mas o dito popular nem se aplica bem no meu caso. Regressei à Madeira e estive lá dois anos a viver durante dois anos, mas decidi voltar à Venezuela e assumir todos os riscos que conhecemos.
Joao Manuel Freitas S.
Emigrante há 52 anos na Venezuela, reformado por conta própria.
só cios de nenhum clube, convido-os também a visitar a Missão Cató lica. Garanto-vos que vão sentir-se bem e sentir as tradições, os costumes e as tradições da nossa terra. Levem os seus filhos para que vejam as nossas tradições e se acostumem à cultura portuguesa, que deve passar dos avó s para os netos. Também quero felicitar o padre Alexandre e o CORREIO por publicar a minha carta. Espro que sempre possam publicar as actividades e as festas que se fazem na Missão Cató lica. Vemo-nos na pró xima festa! Filomena Sousa Barros
INQUéRITO
Alexander da França Rodrigues Já danço há um ano no Grupo Folcló rico Danças e Cantares de Portugal, que pertence a Puerto La Cruz. O mais difícil de estar ali é acompanhar os passos e o melhor é quando o pú blico nos pede que cantemos e dancemos mais uma mú sica. É uma sensação indiscritível, mais ainda porque o nosso grupo é muito jovem e tem apenas um ano e meio de existência.
No entanto, tanto amigos vizinhos como clientes venezuelanos, mostraram-se indignados quando souberam quem eram os sequestradores de portugueses. Gostava de saber através do vosso jornal a data do julgamento, assim como se o julgamento é a porta fechada ou não, para sabermos se podemos assistir. Tanto eu com todo o nosso círculo de amigos e alguns colegas de trabalho gostávamos de ver com os meus pró prios olhos quantos anos de prisão lhes vão dar. Quanto a mim, não imaginam o peso que me tiraram das costas. Parabéns por terem publicado fotos dos "artistas"! António Gaspar S. F Cunha
Que Jó ias !
A festa de São João na Missão Cató lica Quero felicitar os organizadores da festa de São João na Missão Cató lica Portuguesa, a filial do Porto na Veenzuela (Viva o Porto). Que bonito esteve tudo, cheio de alegria, animaç ão e muita simplicidade e humildade. Sem protagonismos nem guerras internas e concorrência, como deve ser. As horas passaram sem quase nos dar conta disso. Esteve muito animado e saí da festa já depois da meia noite. Parecia as festas do meu adorado Portugal. Quero dizer a todos os portugueses que assistam à Missão cató lica. Aos portugueses e luso-descendentes que escrevem no CORREIO que não são
OPINIÃO 23
Escrevo para o CORREIO, primeiro, para agradecer em nome de todos os portugueses na Venezuela a publicação da carta dos dois sequestradores portugueses, que são a vergonha de uma comunidade com mais de 50 anos na Venezuela. Escrevo para expressar, em nome de dezenas de amigos, a nossa maior indignação. Que vergonha, pessoas como essas merecem o castigo máximo, prisão perpétua no mínimo, pois "gente" como essa causou desgostos sem fim, apreensão, desconfiança, etc. Escrevo também para tentar sensibilizar as autoridades portuguesas na Venezuela e em Portugal para que estejam atentas ao desenvolvimento do julgamento destes dois portugueses, no sentido de pedirem às autoridades venezuelanas que apliquem a justiça no sua máxima expressão, que não voltem à rua, pois são uma ameaça para a sociedade venezuelana. Quem actua assim não gosta da família, nem dos amigos, nem dos filhos, são uns autênticos "bandidos" e maus exemplos para a sociedade em que vivem. Que vergonha para nó s portugueses e
que vergonha para as outras comunidades que vivem na Venezuela e para com os venezuelanos. Que tristeza. Escrevo ao CORREIO também para pedir que, por favor, publiquem a foto do português que estava metido no outro grupo de sequestradores ou talvez seja o mesmo que foi agarrado em filas de Maricehes, Caracas e que no dia seguinte fugiu para Portugal. Era bom também conhecer quem era essa "jó ia" . Vou estar em contacto via e-mail com o vosso jornal. Se não conseguirem a foto, peçam à polícia que os agarrou naquele dia do sequestro para que vos empreste as fotos. Em conversa com amigos, é curioso verificar que todos coincidimos na ideia de estar a ponderar a hipó tese inclusivamente de deixar a Venezuela porque não sabíamos se a qualquer momento seríamos o pró ximo. Como tal, agora estamos mais descansados. Que alívio! Obrigado por publicarem a carta. Nó s, portugueses, estaremos sempre agradecidos por publicarem as fotos de quem prejudique a nossa comunidade. João Gomes Marques
O que é o mais difí cil e o mais agradável de participar num grupo folclórico?
Sandra Alves Faç o parte do rancho Emigrante Português, de Santa Teresa del Tuy. Já danço há três anos, pois comecei no grupo quando ele foi fundado. O mais agradável de participar no grupo folcló rico é receber palmas e o mais difícil é preparar a coreografia e os passos de dança. Por ser um grupo criado há pouco tempo, temos enfrentado algumas dificuldades para nos dar a conhecer melhor.
Ana Paula Teixeira Tenho quase dois anos no grupo Alegria da Nossa terra, de Barquisimeto. O mais difícil é manter-se activo dentro do grupo porque este conta com mais de sessenta pessoas. O melhor de estar aqui é podermos mostrar aos portugueses e aos luso-descendentes o folclore das suas terras. Contudo, gostaríamos de contar com mais apoios por parte da comunidade portuguesa de Barquisimeto.
Sónia Pestana Há cinco anos que sou membro do Grupo Folcló rico do Centro Português, em Caracas. O mais difícil foi organizar o meu tempo para poder ensaiar e não descuidar outras actividades. Entre elas, os meus estudos universitários. O melhor é conviver com o grupo, que é a minha segunda família e é onde tenho feito grandes amizades.
24 ECONOMIA
CORREIO DE CARACAS - 7 DE JULHO DE 2005
Petróleo atinge novos máximos Comentário económico do TOTTA.
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a ú ltima semana, o preço do petró leo, considerando o contrato de referência West Texas Intermediate (WTI), ultrapassou os 60 dó lares por barril, o que constitui um novo máximo histó rico. Desde o início do ano, a subida do preço do barril de petró leo já ultrapassou os 40%. Os riscos permanecem elevados e há várias notas de análise sobre o mercado de petró leo que colocam a possibilidade de o preço poder atingir mesmo os 80 dó lares. As razões para a subida do preço do petró leo já foram analisadas por diversas vezes aqui, no "Comentário do Totta". A principal razão continua a ser a forte procura desta matéria-prima, sobretudo por parte dos países asiáticos. Em 2004, a procura total de petró leo aumentou em 2.7 milhões de barris face ao ano anterior, para 82.5 milhões de barris/dia (um aumento de 3.5%). A China foi responsável por um terço deste aumento, com a procura respectiva a aumentar 900 mil barris/dia, para 6.4 milhões de barris/dia (apenas 8% da procura total). Para 2005, a procura total deverá crescer mais 2.2%, com a China, uma vez mais, a ser responsável por 25% do aumento da procura. Apesar das perspectivas de desaceleração da economia chinesa, face aos actuais 9.5% de crescimento anual, o consenso é de taxas de crescimento claramente acima das restantes economias desenvolvidas. A continuação da industrialização da economia, apesar dos aumentos de eficiência na utilização de recursos energéticos, implica que a China deverá continuar a registar ritmos fortes de crescimento da procura de petró leo. Mas o foco não deve ser exclusivamente a China. Toda a Ásia tem revelado um forte dinamismo econó mico, incluindo também a Í ndia. Deste modo, a pressão global sobre a procura poderá manter-se um factor de risco no futuro pró ximo. Daqui resulta que os receios de que a oferta seja incapaz de responder a toda a procura são elevados. Esse tem sido o segundo factor a manter pressão sobre os preços. Os baixos preços do petró leo verificados durante a segunda metade dos anos 1990 levaram a que não houvessem investimentos em novas unidades de produção e refinação de petró leo. A elevada utilização da capacidade instalada gera receios de que, na eventualidade de qualquer perturbação, a oferta seja insuficiente. Por exemplo, a folga de produção da OPEP, que responde por cerca de 40% da produção mundial, é de menos de 1.5 milhões de barris/dia.
Essas perturbações incluem factores tão variados quanto as ameaças de atentados terroristas em campos petrolíferos ou em oleodutos, as ameaças de greve em alguns países produtores, ou o encerramento temporário de instalações por questões de manutenção ou climatéricas (como os furacões que afectaram o Golfo do México, em Setembro de 2004). RISCOS PARA A ACTIVIDADE E INFLAÇÃO As implicações da subida do preço para a economia têm sido largamente mencionadas desde que a actual tendência se iniciou, em 2003. No entanto, a incerteza a este respeito, tal como sobre a evolução do preço do petró leo, é também elevada. O impacto não é totalmente mensurável, com vários modelos a apontarem para que um aumento do preço do petró leo em 10 dó lares subtraia cerca de 0.5 pontos percentuais ao crescimento econó mico. O impacto sobre a inflação, de acordo com estes modelos, seria de uma subida de cerca de 0.5pp. Deste modo, considerando a subida do preço em mais de 30 dó lares, o crescimento da economia mundial terá sido menor em 1.5 pontos percentuais do que seria se não tivesse subido o preço. Contudo, esta análise, está errada, na medida em que a subida do preço do petró leo foi o resultado de um forte
crescimento da procura. Ou seja, apesar dos riscos colocados pela subida do preço do petró leo, o ano de 2004 foi o de maior crescimento econó mico em três décadas, com um crescimento de cerca de 5%. Essa situação compara com os choques petrolíferos dos anos 1970 e 1980, na medida em que na altura a subida do preço resultou de uma redução da oferta pelos países produtores. Ou seja, para o mesmo nível de procura, a oferta sofreu uma redução, o que resultou em recessões profundas. Actualmente, como mencionado, houve um forte crescimento da procura. Mas isto não significa que o preço do petró leo possa continuar a subir sem afectar o crescimento da economia. Há um limite a partir do qual os custos se tornam demasiado elevados e afectam as margens de lucro das empresas. Estas têm como alternativa o aumento dos preços ao consumidor, mas essa situação depende também do nível de concorrência. Actualmente, com concorrência forte, as empresas não têm capacidade de passar a totalidade dos custos. Uma forma de controlo de custos passa pelo emprego, através de menores aumentos salariais ou de menor emprego. Os consumidores, por sua vez, sofrem directamente na carteira a subida dos preços dos combustíveis. Num cenário
de aumentos salariais, haverá uma redução das despesas supérfluas, resultando numa moderação do consumo privado, o que, por sua vez, vai afectar a restante economia. A menor capacidade das empresas em aumentar preços, na actual conjuntura, leva a que, apesar de alguma aceleração da inflação, esta esteja dentro dos limites de conforto dos bancos centrais. Nos anos 70, a inflação atingiu máximos histó ricos, nalguns casos países muito acima de 10%. A subida do preço do petró leo está, contudo, a pesar negativamente nas previsões de crescimento para 2006. Segundo as previsões mais recentes, a economia mundial deverá desacelerar. Os EUA poderiam crescer 3.3% em 2006, ligeiramente menos do que os 3.55 previstos para 2005, mas já a zona euro poderia registar uma aceleração do crescimento para 1.8%, face aos 1.3% estimados para este ano. Em Portugal, apesar da previsão de aceleração da economia europeia, o crescimento não deverá ir além de 1.4% em 2006, segundo a mais recente previsão do Governo. Além dos riscos existentes em termos de conjuntura externa, a actividade em Portugal será também influenciada pelas medidas de controlo do défice orçamental. (Artigo cedido pelo Banco Santander Totta)
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ECONOMIA 25
Porto Santo integra parcerias de dinamização da economia
BREVE Vinte anos a fazer turismo Bairritur Viajes y Turismo está a comemorar o seu vi-
Catanho Fernandes (DN-Madeira) cfernandes@dnoticias.pt
Bernardo Trindade, o secretário de Estado do Turismo de Portugal, confirmou ao DIÁRIO que o PITER para a ilha do Porto Santo, que estava já a ser negociado desde o anterior governo e que foi agora concluído, está integrado nos primeiros PIN (Plano de Interesse Nacional) que foram recentemente anunciados pelo primeiro-ministro, em Lisboa. Os PIN de Turismo, disse Bernardo Trindade, contemplam "novas zonas turísticas, locais que privilegiam a diferenciação da oferta, a descentralização face a zonas massificadas e o desenvolvimento regional", como é o caso do Porto Santo, em que há diversos projectos de iniciativa privada a arrancar e que devem ser apoiados pelo Governo. A prioridade dada pelo executivo de José Só crates significa que todos os apoios que os projectos necessitam serão disponibilizados de imediato, através do Instituto de Turismo de Portugal, no caso particular desta actividade. O secretário de Estado foi um dos ora-
Primeiro-ministro de Portugal anunciou grandes prioridades e incluiu a Ilha Dourada nos primeiros PIN dores da sessão inaugural do II Congresso de Turismo de Portugal, organizado pela Confederação do Turismo Português (CTP), que ontem começou no Estoril, com a presença do Chefe de Estado, e subordinado ao tema "Reinventar o Turismo, afirmar Portugal". O Presidente da Repú blica no seu discurso foi crítico face a uma certa atitude de alguns empresários que não entenderam ainda que é necessário inovar e repensar as bases em que assenta a "oferta turística, sob pena de continuar a perder competitividade no mercado internacional". Lembrou a crescente importâ ncia dos princípios da sustentabilidade ambiental, referindo a propó sito: "Esta é uma realidade da qual muitos promoto-
res e autoridades, leviana e irresponsavelmente, se alhearam durante décadas, privilegiando o crescimento da oferta não qualificada e ignorando os riscos que o congestionamento comporta". Incitou, por isso os agentes econó micos e políticos a procurar uma actuação que tenha cuidado na definição das estratégias e dos programas de acção. Lembrando que o sector não pode adiar mais a sua reestruturação, Sampaio salientou que "os erros e omissões têm um custo muito elevado e não facilmente reversível", anunciando mais adiante que ainda neste semestre deverá dedicar alguns dias ao turismo, dada a sua importâ ncia no contexto econó mico nacional. No congresso o ex-ministro das Finanças Hernâ ni Lopes apresentou o resumo de um extenso estudo que liderou e que foi encomendado pela CTP, e que foi realizado durante os ú ltimos 18 meses por uma equipa de especialistas. O trabalho que está publicado em quatro volumes, com um total de 900 páginas define uma proposta de estratégia de desenvolvimento turístico para Portugal até 2025.
géssimo aniversário de trabalho no meio turístico. A agência conta com pessoal altamente qualificado e com grande experiência para atender à selecta clientela que se têm mantido fiéis ao longo de vinte anos de existência, sobretudo devido a uma política de bom serviços e atenção esmerada aos seus passageiros. Bairritur, que está sob a direcção de Renato Amaral, director-gerente, em sociedade com Mário Sarabando e António Márquez, é uma das agências que constitui o Grupo Europool. E, porque faz parte deste grupo, tem-se fortalecido no mercado do turismo, não só a nível nacional como também internacionalmente.
26 PUBLICIDADE Top TAP Carga distingue agentes da Zona Centro e Sul CORREIO DE CARACAS - 7 DE JULHO DE 2005
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TAP Carga homenageou - em cerimó nia realizada em Lisboa os Agentes de Carga da Zona Centro e Sul que mais se distinguiram pela produção e vendas efectuadas em 2004, ano em que a TAP continuou a liderar o mercado de carga aérea em Portugal, com uma facturação da ordem dos 73,4 milhões de EUR, demonstrando um crescimento de 14,3% face ao ano anterior. Os TOP 5 premiados foram: ABREU (1º ); EXTRA (2º ); TRIP (3º ); TNT - EXPRESS (4º ) e CARGOTEAM (5º ). Atribuíram-se também, e pela primeira vez, as seguintes Menções Honrosas: Maior Fidelidade - UPS; Melhor Tarifa Média - PENTATRANS e Maior Adesão ao Must Go BOX LINES. O produto Conference Package disponibiliza as três componentes essenciais para a realização de qualquer tipo de congresso: transferes; três noites com dormida e pequeno-almoço e meeting package. Esta ú ltima inclui sala com equipamento, coffee-breaks e almoço de trabalho. Esta iniciativa tem contado, na região de Lisboa, com a adesão de vários Hotéis da cidade e do Estoril, designadamente, o Ritz, Lapa, Pestana Palace, Tivoli, Altis, D. Pedro, Mundial, Novotel, Corinthia e Palácio do Estoril, assim como dos Agentes Abreu, Top Atlâ ntico, World Travel, Limits, Aims e Artis Travel. Dado o grande sucesso deste produto, muito bem acolhido pelo mercado na zona de Lisboa, a TAP decidiu, recentemente, expandi-lo à Madeira, com a participação dos Hotéis Porto Mare, Savoy, Pestana Grand Resort, Tivoli Ocean Park, Crown Plaza
BREVE "Conference Package" disponí vel em Lisboa e na Madeira A TAP PORTUGAL desenvolveu o “Conference Package”, promovido em cooperação com alguns Hotéis e Agentes de Viagens Receptivos, cuja finalidade consiste em impulsionar a realização de congressos em Portugal, contribuindo assim activamente para a captação deste tipo de eventos para o País. Lançado inicialmente na área de Lisboa, este produto foi alargado também à Região Autónoma da Madeira.
Resort e Madeira Palácio Resort, e igualmente dos Agentes de Viagens Panorama, Windsor Travel, Abreu, Top Atlâ ntico e Portimar. Até Outubro de 2006, está prevista a distribuição aos Agentes de brochuras promocionais do Conference Package de Lisboa, nomeadamente, na Europa (20 000), Brasil (2 500), e EUA (1 500). O mesmo sucederá quanto
ao Conference Package do Funchal, envolvendo a divulgação de cerca 9 000 brochuras na Europa e 500 nos mercados do Brasil e dos EUA. A TAP afirma-se, uma vez mais, como agente dinamizador do Turismo em Portugal, quer como transportadora aérea internacional quer como importante veículo de divulgação do País.
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Empresários portugueses reúnem no Porto com autoridades venezuelanas Aleixo Vieira
aleixo5151@cantv.net
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ários empresários portugueses vão reunir no Porto com autoridades governamentais venezuelanas. O encontro está marcado para o pró ximo dia 9 de Julho, nas instalações do Centro Luso Venezuelano de Espinho (Nogueira da Regedoura). A iniciativa partiu da Embaixada de Portugal, em consonâ ncia com o gabinete de comercialização do Ministério de Negó cios Estrangeiros da Venezuela. No encontro, participam empresários portugueses de diversas áreas comerciais, com especial destaque para a presença madeirense ligados ao sector do turismo. A notícia foi cedida pelo director do gabinete da vice-ministro Delsi Rodrigues, que tutela as questões relacionadas com a União Europeia, e foram dadas à comunicação social no â mbito do encontro com o secretário do Ambiente e dos Recursos Naturais da Região Autó noma da Madeira, Manuel Antó nio Correia. Manuel Montanhês começou por destacar a iniciativa da reunião: "Temos nexos histó ricos muito afectuosos com Por-
tugal e com os portugueses na Venezuela", disse. O profundo conhecedor da emigração portuguesa na Venezuela acrescentou que "os portugueses têm no nosso Ministério todas as portas abertas para fazerem os melhores negó cios possíveis com a Venezuela", assegurou. Comentou também o facto de actualmente o balanço comercial entre os dois países ser favorável à Venezuela. E também fez questão de frisar que o seu país está a criar um conjunto de leis que permitem facilidades de investimento estrangeiro para enriquecer ainda mais o país. Acrescentou que, apesar da Venezuela ser considerado um país energético de primeira ordem, não é verdade que neste país existem outras variedades de produtos, para além dos tradicionais derivados do petró leo. "Temos que ir mais longe do que o petró leo, nomeadamente o ferro, o alumínio e o carvão. Isto é fundamental para poder analisar uma série de produtos que poderemos oferecer a Portugal e, porque não, de Portugal para toda a Europa. Queremos que Portugal seja a nossa porta comercial para a União Europeia", afirmou.
Manuel Montanhês, director comercial del Ministerio de Relaciones Exteriores de Venezuela para Europa
Comentou, ainda, a iniciativa do governo regional de Miranda, que criou um decreto que visa facilitar o ingresso de investimentos de capital estrangeiro. Igualmente, depois da reunião que teve com o secretário regional do Ambiente da Madeira, mostrou-se interessado em conhecer mais a fundo a histó ria do Vinho Madeira. "Aqui na Venezuela só conhecemos o vinho do Porto", disse. Sobre a reunião empresarial marcada para sábado, prometeu enviar material de
informação à embaixada da Venezuela em Lisboa no sentido desta informar também aos empresários do continente e da Madeira. Aqui temos excelentes condições de consumo e de compra, por exemplo para os vinhos portugueses, destacou. Sobre alguns perigos e dú vidas existentes no que se refere ao futuro político comercial do país e sobre alguns receios por causa da insegurança pessoal, Manuel Montanhês lembrou que há muita gente na oposição venezuelana interessada em destruir o país e que tem pretensões contrárias às do presidente Chavez. "Mas uma coisa são os boatos e outra é a realidade comercial", disse. Relativamente à oposição venezuelana, este teceu algumas criticas por se deixarem levar por boatos. Reconhece que tem falhado alguma articulação no que se refere à estratégia comunicacional com o sector do jornalismo e com a população em geral. No que se refere à insegurança, que preocupa a todos os que habitam na Venezuela, e que para alguns investidores estrangeiros é um obstáculo, Montanhês relevou que "se quer ver o que é insegurança vá a São Paulo (Brasil)"
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O Futebol: motivo de emigração para as novas gerações Noélia de Abreu
noeliadeabreu@gmail.com
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efinido como um dos mais importantes fenó menos do século XX, o futebol é o desporto que tem um maior nú mero de seguidores em todo o Mundo. A sua prática e a capacidade que tem para despertar paixões e sentimentos não conhece fronteiras físicas ou imaginárias. Portugal, um país com uma grande trajectó ria futebolística, tem recebido durante os ú ltimos anos uma grande quantidade de luso-venezuelanos que tem chegado ao velho continente para experimentar a sorte. Estes jovens, para além de serem fanáticos pelo futebol e por alguma equipa em especial, têm adoptado este desporto como parte fundamental das suas vidas, cruzando as fronteiras do seu país natal para receber treinos mais exaustivos. Actualmente, mais de trinta luso-descendentes fazem parte de clubes madeirenses, como no Club Sporting marítimo,
Actualmente, mais de trinta jogadores luso-venezuelanos fazem parte de equipas de clube madeirenses, como o Club Sporting Marí timo, o Pontassolense e o Barreirense. o Pontassolense e o Barreirense. Isto demonstra que o talento dos luso-venezuelanos tem uma grande adaptação na Madeira. Grandes desportistas como Dany Alves e Carlos de freitas deram os seus primeiros passos na Venezuela e, depois, encontraram na terra dos seus pais oportunidades para continuar com os seus treinos e destacar-se nas suas equipas. Muitos dos jovens venezuelanos que estão hoje na ilha da Madeira tiveram como principal incentivo para a sua emigração a qualidade futebolística dos clubes portugueses e a oportunidade de cres-
cer como profissionais da bola. Embora outros emigraram juntamente com as suas famílias à procura de mais segurança ou um clima político menos agitado. Todos encontraram neste desporto uma forma de se integrarem na sociedade madeirenses e conseguirem continuar a cultivar a sua preparação dentro de campo. David de Sousa, jogador do Marítimo, diz-nos que praticar este desporto "é uma experiência distinta. O futebol está mais desenvolvido em Portugal. Não é tão fácil como parece, requer muitos treinos e dedicação", assegura, contando-nos que quando chegou à ilha não conhecia muita gente, pelo que as duas primeiras semanas foram duras, mas passado um mês já estava adaptado. Deixou na Venezuela a
sua família para tentar conseguir sucessos na Madeira, sem deixar os estudos de lado. Cláudio Correia confirma as palavras de David e acrescenta que, no Marítimo, "exigem mais condição física e um treino constante. Todos os dias temos que treinar", diz. Durante os dois meses de estadia na Madeira, o que mais estranhou foram os seus pais e amigos, mas a sua fama por ser um dos melhores mantém-no na ilha. A nova geração de futebolistas promete surpreender. Entre os possíveis protagonistas dos pró ximos torneios europeus e internacionais poderiam estar os seguintes dezoito luso-descendentes que lhe "apresentamos". Estes já estão a dar que falar na Pérola do Atlâ ntico.
Nome: Carlos Eduardo de Freitas Moniz Equipa actual: Marítimo Posição: Defesa esquerdo Categoria: Júnior Idade: 17 anos Local de nascimento: Estado Bolívar, Venezuela. Observações: Gostava de jogar no Benfica
Nome: Manuel Silvestre Vieira Equipa actual: Pontassolense Posição: Defesa central Categoria: Júnior Idade: 19 anos Local de nascimento: Caracas, Venezuela Observações: Saiu da Venezuela com 12 anos, gostava de jogar no Benfica.
Nome: Manuel Alejandro Pita da Silva Equipa actual: Marítimo Posição: Defesa central Categoria: Júnior Idade: 19 anos Local de nascimento: Caracas, Venezuela Observações: Chegou à Madeira com 3 anos
Nome: Futre José da Silva Equipa actual: Marítimo Posição: Médio direito Categoria: Juvenil A Idade: 17 anos Local de nascimento: Caracas, Venezuela Observações: Gostava de jogar no Marítimo.
Nome: David Manuel Pita Bracho Equipa actual: Marítimo Posição: Avançado direito Categoria: Sub-19 Idade: 18 anos Local de nascimento: Valencia, Venezuela Observações: No futuro gostava de jogar no Real Madrid.
Nome: Carlos Eduardo Barros Abreu Equipa actual: Marítimo Posição: Lateral direito Categoria: Infantil E Idade: 13 anos Local de nascimento: Caracas, Venezuela. Observações: Gostava de jogar futuramente no F.C. Porto.
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Nome: David Francisco Luz Figueira Equipa actual: Pontassolense Posição: Ala esquerda Categoria: Júnior Idade: 19 anos Local de nascimento: Caracas, Venezuela Observações: Chegou à Madeira com sete anos. Futuramente, gostava de jogar no Benfica.
Nome: Luís Miguel Rodrigues de Sousa Equipa actual: Pontassolense Posição: Lateral direito Categoria: Júnior Idade: 19 anos Local de nascimento: Caracas, Venezuela Observações: Gostava de jogar um dia no S. L. Benfica.
Nome: Cláudio Correia Vieira Pita Equipa actual: Marítimo Posição: Avançado direito Categoria: Júnior Idade: 16 anos Local de nascimento: Caracas, Venezuela Observações: Gostava de jogar no Chelsie
Nome: Diego Armando da Silva Teixeira Equipa actual: Pontassolense Posição: Defesa esquerdo Categoria: Júnior Idade: 18 anos Local de nascimento: Caracas, Venezuela Observações: Chegou à Madeira com dois anos. Futuramente, gostaria de jogar no F.C Porto.
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Danny um dois primeiros jovens a triunfar no futebol Português. Um sonho perseguido por muitos Nome: José Ignacio de Jesús Vieira Equipa actual: Marítimo Posição: Extremo esquerdo Categoria: Iniciados B Idade: 14 anos Local de nascimento: Caracas, Venezuela. Observações: Gostava de jogar no Barcelona.
Nome: Roberto Iricho Faria de Sousa Equipa actual: Barreirense Posição: Defesa direito Categoria: Juvenil Idade: 16 anos Local de nascimento: Estado Vargas, Venezuela Observações: Chegou à Madeira com 11 anos, gostava de jogar no Benfica.
Nome: João Luís Gouveia Sousa Equipa actual: Barreirense Posição: Médio centro Categoria: Juvenil B Idade: 16 anos Local de nascimento: Valencia, Venezuela Observações: Chegou à Madeira com seis anos. Gostava de jogar no Marítimo.
Nome: Fernando José Sá Perdomo Equipa actual: Marítimo Posição: Central Categoria: Júnior Idade: 19 anos Local de nascimento: Caracas, Venezuela Observações: Chegou à Madeira com 2 anos, gostava de jogar no Marítimo.
Nome: Daniel de Sousa da Silva Equipa actual: Pontassolense Posição: Médio direito Categoria: Júnior Idade: 19 anos Local de nascimento: Caracas, Venezuela Observações: Gostava de jogar no F.C. Porto.
Nome: Rafael António Gonçalves Ferreira Equipa actual: Marítimo Posição: Lateral direito Categoria: Júnior Idade: 19 anos Cidade natal: Caracas, Venezuela Observações: Futuramente gostava de jogar no Real Madrid.
Nome: Néstor Luís Goncalves Equipa actual: Marítimo Posição: Defesa Central Categoria: Iniciados C Idade: 15 anos Cidade natal: Caracas, Venezuela Observações: Chegou à Madeira com 12 anos, gostava de jogar no Real Madrid.
Nome: David de Sousa Equipa actual: Marítimo Posição: Médio esquerdo Categoria: Júnior Idade: 18 anos Local de nascimento: Caracas, Venezuela Observações: Gostava de jogar no Barcelona.
30 DESPORTO Fundação Luís Figo ganha à Ronald McDonald CORREIO DE CARACAS - 7 DE JULHO DE 2005
A
equipa da Fundação Luís Figo ganhou sábado por 21 à Fundação Infantil Ronald McDonald no jogo de futebol de solidariedade "AllStars-05" que decorreu no Estádio Algarve, em Faro/Loulé. Foi num estádio com cerca de 10.000 pessoas (metade da edição anterior, no Estádio do Bessa) que várias "estrelas" do futebol internacional e nacional demonstraram os seus trunfos e habilidades em campo. O marcador foi inaugurando aos seis minutos com um forte remate de Ronaldo (Real Madrid), que "bisou" aos 25 minutos, colocando a Fundação Luís Figo - orientada pelos treinadores Humberto Coelho e Carlos Queiroz - à frente da Fundação Infantil Ronald McDonald por 2-0 ao intervalo. Na primeira parte do jogo, o pú blico esteve adormecido e nem o internacional português Cristiano Ronaldo animou as hostes com os seus dribles. A plateia animou-se na segunda parte depois do jogador do Anderlecht Jestrovic ter marcado aos 61 minutos pela Fundação Ronald McDonald, potenciando as
famosas ondas e palmas que contagiaram os jogadores para um jogo mais emotivo e cativante. O jogo "AllStars05" terminou com um espectáculo de luz e mú sica e palmas. "Perder o jogo não foi importante", disse o treinador da Fundação perdedora, Bobby Robson (ex-treinador do Sporting e do FC Porto), afirmando que o mais importante foi "fazer algum dinheiro para uma boa causa". As receitas desta terceira edição do jogo "AllStars" revertem a favor da construção, ainda este ano, da primeira Casa Ronald McDonald em Portugal, edifício que será construído junto ao Hospital D. Estefâ nia, Lisboa, prevendo-se que abra as portas em 2007. A Casa Ronald McDonald será um refú gio do hospital aberta todo o ano para acolher famílias durante períodos de tratamento das respectivas crianças naquela instituição hospitalar, que terá 10 quartos individuais, sala comum com brinquedos, cozinha e lavandaria. A construção e o equipamento da Casa Ronald McDonald foi orçada em 1,250 milhões de euros - cada família custará cerca de 33 euros por dia de estada -, e a
C. D. Nacional da Madeira Faz apresentação informal
O
s avançados brasileiros Alex e Ró mulo foram as ú nicas ausências na apresentação "informal" do plantel do Nacional para a época 2005/2006 da Superliga portuguesa de futebol. Os jogadores já têm compromisso assumido com a equipa madeirense, este ano orientada pelo técnico Manuel Machado (ex-Vitó ria Guimarães), mas existem ainda algumas arestas a limar entre o Nacional e os seus clubes de origem. De resto, todo o plantel apresentou-se hoje ao novo técnico e realizou os respectivos exames médicos, tendo também tomado conta do agendamento da pré-temporada. Em curtas declarações prestadas aos jornalistas, Manuel Machado referiu que apenas "daqui a três ou quatro semanas será possível anunciar quais os objectivos da equipa para a pró xima época". Isto porque, conforme referiu, "ainda é muito
cedo para aquilatar do valor dos concorrentes, ainda no mercado, e para avaliar o poderio da pró pria equipa". Manuel Machado recordou que conhece o "nú cleo duro" da equipa que transitou da época passada, mas reconheceu que, apesar da boa reputação dos reforços contratados, ainda não os conhece em pormenor para fazer uma análise objectiva do valor do plantel. "O meu objectivo pessoal é o de prestigiar esta colectividade e a Região Autó noma da Madeira", concluiu o treinador. O programa de pré-
temporada dos "alvi-negros" contempla um primeiro treino na manhãda pró xima quinta-feira, estando a apresentação formal e oficial do plantel aos só cios e comunicação social agendada para o pró ximo sábado, no Estádio Engenheiro Rui Alves. Apó s três semanas de trabalho na Região, o Nacional vai estagiar 10 dias em Rio Maior, onde vai realizar oito jogos de preparação, o primeiro em Rio Maior, frente à União Leiria, a 27 de Julho, e o derradeiro no Estádio do Restelo, diante do Belenenses, a 05 de Agosto.
Fundação Infantil Ronald McDonald (FIRM) já dispõe de 68 por cento daquele valor, proveniente de donativos dos restaurantes McDonaldÈs em Portugal. Na primeira edição (2003), a Fundação Luís Figo (FLF) recolheu 100 mil euros
que reverteram para a UNICEF e na segunda edição (2004) a FLF ampliou as receitas para 220 mil euros para a Laureus Sport for Good Foundation. Este ano, os bilhetes, rondaram entre os 10 e os 30 euros.
BREVES Belenenses quer atingir solidez
Planificar com realismo para criar a necessária solidez é a receita que os responsáveis da SAD consideram adequada aos objectivos do Belenenses, que apresentou uma dezena de reforços para a próxima temporada futebolística. O presidente da SAD "azul", Barros Rodrigues, fez a apresentação oficial dos futebolistas contratados, que vão colmatar o vazio criado pela saída de 15 jogadores, alguns dos quais ainda têm vínculo ao Belenenses, que, no entanto, pretende cedê-los por empréstimo ou até negociar a desvinculação.
Braga apresenta Luí s Filipe e Davide O ala Luís Filipe (ex-Marítimo) e o médio Davide (ex-Estrela da Amadora) foram as novidades na apresentação do plantel do Sporting de Braga para a época futebolística de 2005/06, para a qual os arsenalistas partem ambiciosos. Com algumas indefinições no plantel, nomeadamente no ataque, o Sporting de Braga, que vai disputar a Taça UEFA após ter sido quarto classificado na última Superliga, anunciou ainda a contratação do médio brasileiro Sidney (ex-Penafiel), o qual só chegará ao clube terça-feira, para rubricar um contrato válido por dois anos.
Rio Ave com equipa renovada O Rio Ave iniciou os trabalhos para
a época futebolística de 2005/06 com um novo treinador, um plantel renovado, mas a mesma ambição, a de, no mínimo, assegurar a manutenção na Superliga. "Estou muito satisfeito por regressar à Superliga e também com o plantel que tenho ao meu dispor. Estou convicto de que, com estes reforços, estes jovens de boa qualidade, vamos criar um bom grupo de trabalho", afirmou, na apresentação, o técnico António Sousa.
Cinco caras novas no plantel do Boavista O Boavista apresentou o plantel de futebol para a época 2005/2006, numa cerimónia onde o técnico Carlos Brito se mostrou "orgulhoso" com a missão que lhe foi confiada e para a qual conta com cinco caras novas. No discurso de apresentação, Carlos Brito considerou que o essencial é que "todos tenham a coragem e a capacidade de conseguir os objectivos delineados para a nova época, que passam pela presença nas competições europeias". Com cinco caras novas no plantel os defesas Essame e Cissé, os médios Paulo Jorge e Manuel José, e o avançado William Souza - o jogador mais ovacionado pelos cerca de 300 sócios que assistiram à apresentação da equipa foi um homem da casa, João Vieira Pinto.
CORREIO DE CARACAS - 7 DE JULHO DE 2005
Benfica regressa ao trabalho sob novo comando
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Benfica, campeão nacional de futebol, regressou ao trabalho com três caras novas, os brasileiros Anderson e Beto e o russo Karyaka, e um enorme "rombo" na direita, com a "traição" de Miguel. Por definir, estão as situações de Karadas, Yannick, Paulo Almeida, André Luís e Everson, a eventual contratação ao Borussia Dortmund do lateral esquerdo brasileiro Dedé, um jogador que agrada ao novo técnico "encarnado", o holandês Ronald Koeman. Além dos três novos reforços hoje apresentados, o Benfica foi buscar "sangue novo" à sua equipa "B", com três "promoções" para cada um dos sectores: Tiago Gomes (lateral), João Vilela (médio) e Hélio Roque (ataque). Pelo terceiro ano consecutivo, a Direcção de Luís Filipe Vieira aposta claramente na manutenção da "equipa-base", com pelo menos 15 jogadores a transitarem da época anterior, nomeadamente os "diamantes" Simão, Nuno Assis e Nuno Gomes. A dupla Quim e Moreira está certa na baliza, tal como João Pereira, Alcides e dos Santos, na defesa, onde Ricardo Rocha também deve permanecer. No meiocampo, Nuno Assis, Manuel Fernandes,
Petit e Bruno Aguiar deverão manter-se, enquanto no ataque continuam a pontuar Simão, Geovanni, Carlitos, Mantorras e Nuno Gomes. Mas a notícia que marcou o dia em que a águia levantou voo, a três dias do início do estágio em Nyon, Suíça, foi a aparente deserção de Miguel, que não
DESPORTO 31
BREVES Mantorras revalidou até 2011
O avançado internacional angolano Pedro Mantorras renovou o contrato com o Benfica até 2011, anunciou o presidente do clube campeão nacional de futebol, Luís Filipe Vieira, em conferência de imprensa.
Húngaros filmam "Fehér Miklos"
A produtora húngara Piramis está a filmar um documentário sobre a vida do futebolista Miklos Fehér, vítima de morte súbita em campo com a camisola do Benfica, em Janeiro de 2004, destinado aos mercados português e magiar..
Paços Ferreira aposta na permanência
O treinador do Paços Ferreira, José Mota, elegeu a manutenção na Superliga como meta prioritária, em época de regresso ao escalão principal do futebol português. No dia em que o plantel iniciou exames médicos - a apresentação oficial está marcada para quinta-feira -, José Mota revelou "satisfação" pelo grupo de trabalho e explicou que as 11 contratações efectuadas garantem um "misto de experiência e juventude". "Estou satisfeito com o plantel, porque conheço todos os atletas. Todos eles têm o perfil indicado para representar o Paços Ferreira. Queremos alcançar a permanência e continuar a praticar o futebol a que temos habituado os nossos adeptos", disse José Mota.
Lucho González elogia grandiosidade do FCP
O futebolista internacional argentino Lucho González elogiou a grandiosidade do FC Porto e revelou pretender corresponder às expectativas que o seu novo clube nele deposita, momentos após a sua estreia com as cores do "dragão".
Selecção de Voleibol esteve 21 dias fora
A selecção portuguesa chegou ao Porto, oriunda de Tóquio, onde defrontou o Japão na última jornada da fase intercontinental da Liga Mundial de voleibol masculino, que concluiu no sexto lugar da classificação geral.
Sindicato dos Jogadores junta-se ao Banif
O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) e o Banif, através da gestora Açor Pensões, formalizaram em Lisboa a constituição do Fundo de Pensões para aquela classe profissional.
Sócrates e Arnaut condecorados
O Presidente da República, Jorge Sampaio, condecorou 11 personalidades responsáveis pela "organização, promoção e segurança" do Euro2004, um campeonato que considerou "verdadeiramente extraordinário".
Quem quer um banco vai ao totta CORREIO DE CARACAS - 7 DE JULHO DE 2005
"Emigrantes deixaram de ser estrangeiros" Governante madeirense mostra-se empenhado em melhorar as relações comerciais entre a Venezuela e Portugal. Aleixo Vieira
aleixo5151@cantv.net
Foto: Franklin Lares
Em entrevista ao CORREIO, o secretário do Ambiente e Recursos Naturais da Madeira, Manuel Antó nio Correia, disse que a comunidade portuguesa na Venezuela é extraordinária e, ava-
lia, está muito bem inserida no contexto social do país de acolhimento. Correia visitou a Venezuela para participar nas comemorações do Dia da Região Autó noma da Madeira e entende que os emigrantes são peças fundamentais do tecido econó mico do pa-
O governante elogiou o espirito de solidariedade da comunidade portuguesa
ís que deixaram mesmo de ser estrangeiros, sobretudo pela forma como se inseriram. Por isso, a Madeira pode e deve sentir-se orgulhosa da comunidade emigrante na Venezuela, entende. O governante destaca que, nos contactos que teve ao nível institucional, foram feitos muitos elogios à comunidade portuguesa na Venezuela. Fez ainda referência à importante colaboração por parte dos emigrantes no que se refere ao desenvolvimento da sua região de origem, agora com novas referências para o futuro. Manuel Antó nio sente-se de certo modo admirado pela forma como foi recebido, embora tenha tido muitas referências positivas sobre a emigração na Venezuela. É que, confessou-nos, o contacto físico foi bem diferente e muito enriquecedor. O emigrante, refere, mantém uma sensibilidade pró pria de emigrante e consegue não só continuar a gostar da sua terra natal como também ter sempre um carinho especial pelo seu país de acolhimento. Diz que o que mais marcou a sua estadia no país foi a forma como os emigrantes o receberam, com muita simpatia. "Foi um relacionamento que me marcou bastante, até em termos políticos", diz. Destacou também que, das suas visitas pela Venezuela, a que efectuou aos lares da terceira ida-
de de Caracas e Maracay, onde pô de constatar a dimensão das obras, foi a que mais gostou. Também a sensibilidade social e o espírito solidário existente nos emigrantes da Venezuela é, para ele, impressionante. "A comunidade não se faz só de sucesso", sublinhou. "A nossa vida faz-se de aprendizagens e eu vou para a Madeira com responsabilidade acrescidas", garantiu o governante. Falando-nos um pouco do aspecto comercial, Correia lamentou a ausência de iniciativas que valorizassem um pouco mais as relações comerciais entre Portugal e a Venezuela, e isto apesar das enormes potencialidades exis-
tentes entre os dois países. Nesse sentido, teve várias reuniões com o director comercial do Ministério de Relações Exteriores da Venezuela e com alguns empresários locais que se mostraram interessados em iniciar relações comerciais com a ilha. Inclusivamente, revelou-nos, já marcou várias reuniões na Região com empresários locais. Para o governante, na vertente turística, há também uma enorme potencialidade entre a Venezuela e a Madeira. De referir, é que durante o jantar oficial do dia da Madeira, Manuel Antó nio Correia reuniu também com o deputado luso-descendente Guido de Freitas.
A imAgem dA semAnA
O Embaixador de Portugal na Venezuela e o Cônsul geral em Caracas entre a assistência do jogo de Voleibol da selecção portuguesa e a venezuelana, no Poliedro