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O jornal da comunidade luso-venezuelana
ANO 06 - N.º 116 - DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 - PUBLICAÇÃO SEMANAL
Crise nas padarias
Mais fechos se o preço do pão não aumentar. PÁGINA 10
CARACAS, 21 DE JULHO DE 2005 - VENEZUELA: BS.: 1.000,00 / PORTUGAL:
0,75
Festa Venezuelana
Irmãos Rodrigues e Conde del Guácharo na Madeira. PÁGINA 32
Lar parado em Maracay por falta de verbas São necessários cerca de 800 milhões de bolívares para concluir as obras do lar de terceira idade que um grupo de emigrantes iniciou há mais de dois anos. PÁGINA 11
Luso-descendente Dany de França ordenado padre
PÁGINA 6
Concurso: envie-nos as melhores histórias de vida e ganhe uma viagem a Portugal. PÁGINA 12
Calendário de bolso
SUPERLIGA 2005/2006
Mimi Lazo encantada com a Madeira Em entrevista ao CORREIO, a actriz diz que gostava de casar a sua filha com um português e, para organizar o país, pede mais comunidade lusa para a Venezuela . PÁGINA 15
2 EDITORIAL
CORREIO DE CARACAS - 21 DE JULHO DE 2005
À flor da pele Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Coordenação na Madeira Sónia Gonçalves Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva Nathali Gómez e Noélia de Abreu Correspondentes: Ana Pita Andrade (Maracay) Bernardete de Quintal (Curaçau) Briceida Yepez (Valencia) Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira
A
organização de eventos de qualquer índole, desde que estejam relacionados com a nossa portugalidade, merece sempre destaque da nossa parte. No entanto, merece ainda mais atenção qualquer iniciativa que implique a participação de emigrantes e luso-descendentes que, por qualquer razão, não possam frequentar os clubes sociais portugueses, não tenham acesso à RTP Internacional ou estejam um pouco afastados das suas raízes ou origens. Quando estas iniciativas acontecem, o entusiasmo destas pessoas sobressai porque elas se divertem como mais ninguém. Por estarem há muito tempo sem manter qualquer tipo de contacto com as tradições da sua terra, não têm limites ao manifestarem a sua alegria e, por isso, dançam,
cantam, comem e bebem sem restrições, sem pensar na idade que têm e sem se preocupar pelo que devem ou não fazer. E a emoção aumenta quando vemos segundas e terceiras gerações a seguirem os passos dos seus antecessores. Os filhos e os netos de portugueses entram nas brincadeiras e adoram a gastronomia portuguesa. Por isso, este tipo de iniciativas são sempre louváveis e merecem todo o apoio e participação, pois são eventos que permitem conservar as nossas tradições e costumes. Os clubes não têm que abrir sempre as suas portas à comunidade em geral, mas em datas especiais as festas podem precisar da participação e da alegria de não-só cios, que se mostram, muitas vezes, com as emoções à flor da pele.
Preparação Gráfica: Olga de Canha (DN-Madeira) Produção: Franklin Lares Fotografia: Paco Garret, Farith Useche Distribuição: Juan Fernandez Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas.
O CARTOOn DA seMAnA O Governo português mandou deputados à Venezuela para apressar o processo do co-piloto da Air Luxor.
Valeu de muito... O julgamento foi adiado pela vigésima vez!!!!
Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares
A seMAnA MUITO BOM
Em Maracay, um grupo de emigrantes trabalha arduamente para concluir um sonho: a construção de um lar de terceira idade. A iniciativa contou, inicialmente, com o apoio de toda a comunidade, mas actualmente está na mão de meia dúzia de pessoas que continuam a lutar por uma causa justa mas que se deparam com um grave problema: falta de verbas. Aos que ainda continuam a pensar no bem-estar dos outros, entregando-se de corpo e alma, os nossos parabéns.
BOM
Festa do Benfica
Foi feliz esta iniciativa dos adeptos do Benfica na Venezuela. Uma festa desportiva sem preconceitos e sem exigências que contou com mais do que a presença física daqueles que simpatizam com o clube "encarnado". Um ambiente colorido que juntou amigos e as suas famílias, contando com muita animação musical. A iniciativa merece ser louvada. Todos os que contribuíram, apoiando e participando neste evento, merecem louvor, assim como as empresas que patrocinaram a iniciativa.
MAU
Protagonismo
Se aplaudimos a iniciativa da criação da casa do Benfica na Venezuela, que contou com a presença de adeptos de outros clubes, não podemos fazer o mesmo quando vemos que exmembros da direcção do desaparecido Marítimo participaram directamente na realização do evento "encarnado". Sobretudo se pararmos para pensar que a meia dúzia de metros está depositado o que fica do património deste clube, que está actualmente votado ao abandono... "Criar filhos para depois abandoná-los", dizia um dos presentes na festa. Não será que gostam mesmo é de protagonismo?
MUITO MAU
Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Ma deira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA
Lar de Maracay
Desentendimento
Em Valencia, a comunidade não se entende. O que é lamentável se tivermos em conta as excelentes condições de associativismo, a representação diplomática actual e a organização de beneficência que têm. Apetece-nos falar em nomes, em pessoas e em instituições que não percebem o que significa associativismo, amizade, solidariedade, compreensão e tolerância para com os outros, e até daqueles que involuntariamente se querem mal...
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gustos
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CORREIO DE CARACAS - 21 DE JULHO DE 2005
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4 Venezuela
CORREIO DE CARACAS - 21 DE JULHO DE 2005
Centro Português inaugura obras Tábita Barrera
tababor@cantv.net
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Centro Português, em Caracas, vai inaugurar este mês as obras de recuperação do balneário, o espaço do ginásio e a sala de massagens. O projecto de remodelação é um obra que se iniciou pela anterior Junta Directiva, mas só agora foi concretizada, sete meses depois da tomada de posse da nova direcção. O actual presidente do Centro Português, André Pita, exerce funções desde Dezembro de 2004. Os dois mil só cios que fazem actualmente parte do clube, assim como os seus familiares e as pessoas que costumam visitar as instalações “ vão poder desfrutar de uma estrutura completamente remodelada” , explicou Pita. "A estrutura estava bastante antiquada e, por isso, foi reforçada, acrescentando-se mais um andar", disse ao CORREIO o presidente, destacando que neste novo piso foi construído um cabeleireiro, uma sala de banho turco e mais espaços de recreação para o pú blico. Apesar das mudanças e da melhoria das instalações do clube, o presidente garantiu que os preços das quotas não vão ser aumentados, sendo que os só cios pas-
O evento realiza-se sábado 30 de Julho e, depois do acto, tem lugar um brinde de comemoração pela culminação do projecto sam a usufruir de mais serviços pelo mesmo valor. O evento realiza-se no pró ximo sábado dia 30, às seis da tarde e, depois do acto, vai ter lugar um brinde comemorativo da realização deste projecto. A actual direcção do clube reconhece a importâ ncia de centrar a sua gestão na qualidade dos serviços que oferecem aos só cios e entende que a culminação destas obras são exemplo deste interesse. O objectivo é inovar e levar a cabo actividades de diversificação que satisfaçam as necessidades da comunidade lusovenezuelana. Recentemente, o Centro Português optou por abrir as suas portas em determinados eventos especiais a pessoas que não sejam só cias do clube, o que permitiu mostrar o clube a um maior nú mero de portugueses. Isto aconteceu no Arraial da Madeira e vai repetir-se esta sexta-feira, na sétima tertú lia cultural organizada pelo Instituto Português de Cultura.
BREVES Dor na famí lia Camacho de Freitas Na semana passada deixou o Mundo uma bebé com apenas cinco meses. Valentina Camacho Fátima de Freitas, neta do actual presidente da Câmara de Comércio de Guarenas, António de Freitas, que também assume as funções de director de Cultura do Centro Sóciocultural Virgem de Fátima, faleceu no Hospital de Clínicas Caracas, onde recebeu intervenção cirúrgica por profissionais cardiologistas. Fazemos chegar à família Camacho de Freitas os nossos mais sinceros pêsames.
Emigrantes querem Coral e Brisa A Empresa de Cervejas da Madeira pode dar um salto importante na exportação de dois dos seus principais produtos. É que a cerveja Coral e o refrigerante gaseificado Brisa Maracujá - que celebraram 36 anos de vida -, depois de terem sido colocados no mercado continental, estão a ter muita saída, sendo mesmo um sucesso. A colocação das duas marcas em 24 supermercados das cadeias Auchan e Carrefour, hotéis, restaurantes e outros pontos procurados por madeirenses despertou as atenções dos conterrâneos espalhados pelo Mundo. Por isso mesmo, o gestor de mercados externos da Empresa de Cervejas da Madeira, Duarte Afonso, tenha admitido que, para além de Inglaterra, Austrália e Angola, países para os quais a exportação dos produtos já está em marcha, vão seguirse envios para a Venezuela, África do Sul, Estados Unidos da América e Canadá. A comunidade portuguesa na Venezuela espera ansiosa a chegada da Coral e da Brisa.
Indecu também vai fiscalizar matadouros O Instituto para a Defesa e Educação do Consumidor e do Utilizador (Indecu) encerrou 26 talhos no Mercado de Quinta Crespo pela venda de carne acima do valor estipulado. Os proprietários dos estabelecimentos comerciais explicaram que não podem vender carne de primeira ao preço estabelecido na Gaceta oficial (8519 bolívares) porque os fornecedores vendem-na a uma média de 5400 bolívares ao quilo. O Indecu vai, também inspeccionar alguns matadouros por considerar que é neste ponto da cadeia que começa o problema da especulação de preços. O organismo já encerrou o matadouro Venecarne, um dos maiores do país, que fica localizado em Las Adjuntas, paróquia de Macarao. O encerramento destes estabelecimentos poderia agudizar a falta de carne. "O preço das carnes vai manter-se igual e, por enquanto, não se prevê nenhum aumento", declarou a ministra de Indústrias Ligeiras e Comércio, Edmeé Betancourt.
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Dany de França já é sacerdote Noélia de Abreu
noeliadeabreu@gmail.com
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epois de um longo percurso de estudos sacerdotais e de trabalho constante em diversos bairros do país, Dany de França recebeu a ordenação sacerdotal num acto presidido pelo Bispo de Puerto Ayacucho, Monsenhor José Angel Vivasson. A cerimó nia teve lugar no ú ltimo sábado, na igreja Maria Auxiliadora. Dany de França cresceu num lar devoto à virgem de Fátima e do Sagrado Coração de Jesus. Os seus pais, Antó nio Augusto de França e Maria Ilda de Freitas, ambos madeirenses naturais de São Vicente, cedo transmitiramlhe as suas crenças e ajudaramno a escolher o caminho que hoje percorre. Na verdade, como o pró prio recém ordenado sacerdote diz, o facto do povo português ser tão cató lico o influenciou bastante. Realizou os seus estudos no Colégio Salesiano San Francisco de Sales, onde foi sacristão nas
Influenciado pela fé e devoção que sempre reinou na sua casa, este luso-descendente de pais naturais de São Vicente tem trabalhado em diversos bairros actividades eclesiásticas da instituição e recebeu os sacramentos. Quando estava a frequentar o terceiro ano da secundária, já fazia parte do "aspirantado", que também se conhece como Seminário Menor, que é uma preparação prévia para os verdadeiros estudos religiosos. Quando acabou o ensino secundário, com 16 anos de idade, decidiu preparar-se para ser sacerdote. Começou a tirar a licenciatura em Educação Menção Filosofia na Universidade Cató lica Andrés Bello, mas um ano depois suspendeu os estudos para entrar no Noviciado Salesiano Sagrado Coração de Jesus, em San Antonio de Los Altos. O novi-
ciado é o que se conhece como o início formal do estudo sacerdotal. Depois disto, concluiu a licenciatura em Educação e foi enviado para a Escola Agrícola do Estado Barinas para ficar responsável, durante dois anos, de 230 jovens internos que estudavam para obter o título de técnicos agrícolas. Logo que acabou a sua licenciatura em Teologia, Dany estava apto para receber a ordenação sacerdotal, o que aconteceu recentemente. Em que paró quias já trabalhou? Na de San Juan Bosco de Los Teques, em La Vega (Caracas), no bairro Pan de Azú car em Los Teques e no Centro de Evangelização de Petare, que é onde estou actualmente a dar cursos de iniciação de informática e de pastelaria a seis comunidades dentro da mesma paró quia. Como foi trabalhar em paró quias de bairros mais problemáticas? Ao contrário do que se vê na
Centro Portugues de Caracas PROGRAMA DO MES DE julhO 2005 Dias 29,30 e 31 Concurso de Pintura. Domingo 31 Hora: 10:00 Quermesse do Desporto. Lugar: Fonte de Soda. Apresentação da obra de teatro infantil da Lugar: Salão Nobre "Hermandad Gallega": "La Piedra de la Felicidad" Durante todo o mês: Exposição gráfica do Nosso Centro Cultural. INICIO DO PROGRAMA DE FERIAS DO CENTRO PORTUGUÊS 2.005
“Nos bairros há muita solidariedade e uniao”, destaca Dany televisão e nos meios de comunicação social escrita, os bairros são locais onde se pode observar muita solidariedade e união. São pessoas bastante abertas à escuta da palavra divina. Sempre me senti bem a trabalhar com este tipo de pessoas. E a sua família, o que acha? A minha família apoiou-me
sempre na minha decisão de me ordenar padre. Se bem que foi muito difícil no início, nunca deixei de contar com o apoio e o carinho deles. Mas também foi mais fácil porque a minha família já teve uma experiência semelhante, pois tenho um primo, Carlos de França, que também se ordenou sacerdote há cinco anos.
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Julgamento novamente adiado Liliana da Silva
lilianadasilva19@hotmail.com
O
julgamento do co-piloto português Luís Santos e das três mulheres lusas envolvidas na Venezuela no caso da Air Luxor devia começar do zero a 14 de Julho, mas voltou a ser interrompido, sendo transferido para 26 de Julho. Com esta, já são vinte as vezes que o julgamento é adiado. Desta vez, a suspensão deveu-se à ausência da advogada de defesa das três arguidas portuguesas, Maria Margarida da Silva Mendes, Maria Virgínia Pinto Cidade Passos e Maria Antonieta Parreira Soares, que - alegando motivos de saú de - não assistiu ao julgamen-
Os quatro portugueses detidos na Venezuela por alegado tráfico de droga já viram o julgamento ser adiado vinte vezes to. Contudo, nem as arguidas nem a juíza Maria Roa foram notificadas desta ausência, o que gerou obviamente algum mal-estar. Devido às sucessivas suspensões, começam a haver reacções fora das fronteiras venezuelanas. O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil de Portugal responsabilizou o Governo português por esta situação. "Até agora, nem o Governo nem o Presidente da Repú blica fizeram esforços para que o nosso colega detido em Caracas tenha um tratamento e um julgamento neutral", lamentou em de-
clarações à Agência Lusa. A 18 de Julho, os quatro portugueses envolvidos neste caso de tráfico de droga vão ser ouvidos pelas autoridades portuguesas. Contudo, o julgamento só deverá acontecer agora no dia 26, pelo menos é esta a data prevista pelo Tribunal de Macuto, Estado de Vargas. Co-Piloto PEDE SEParação Do ProCESSo No início da sessão, Luís Santos, detido desde Outubro, pediu a palavra para solicitar à juíza Maria Roa a separação do processo dele e das três arguidas portuguesas. Argumentou que, em nove meses, não teve a oportunidade de provar a sua inocência e que a separação dos processos aceleraria o desenrolar do julgamento. A petição não foi aceite. A juíza Maria Roa disse que "não se justifica a separação", pois o có digo penal venezuelano vê o processo na sua unidade.
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Eurodeputados do PSD visitaram co-piloto Jean Carlos de Abreu
O
s deputados portugueses Gonçalo Nuno Santos e José Azevedo Cesário - eleitos pelo PSD - visitaram Luís Santos, o co-piloto português acusado de tráfico de droga. A reunião deu-se em Caracas, onde o co-piloto está detido na sua residência. Na conversa mantida foi abordada a lentidão do processo penal no qual está envolvido e as distintas etapas por que passou para chegar a juízo. Luís Santos espera que se realize um julgamento justo e que as autoridades venezuelanas dêem o veredicto mais correcto. Pela sua parte, os deputados lusos transmitiram o apoio do governo português. Mais tarde, tencionavam encontrarar-se com o presidente do parlamento venezuelano, Nicolás Maduro, numa tentativa de tentarem acelerar o processo judicial.
O funcionário da "Air Luxor" está há quase nove meses na Venezuela, acusado de tráfico de droga O encontro não foi possível pela ausenca de Maduro, quem alegou motivos de saú de. Há quase nove meses que o co-piloto da "Air Luxor" se encontra em terras venezuelanas e não recebeu ainda qualquer resposta das autoridades venezuelanas quanto ao desenvolvimento do caso. O deputado José Cesário assegurou que se deslocaram à Venezuela com a certeza de que Luís Santos está inocente do que o acusam. Referiu que, assim que regressar a Lisboa, solicitará uma reunião urgente com o Parlamento português para ver o que pode ser feito para um desfecho mais rápido de todo este processo.
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17 anos de vida sacerdotal O padre Alexandre Mendonça é conhecido como o pároco da Missão Católica Portuguesa na Venezuela, mas a sua missão foi muito mais longe Noélia de Abreu
noeliadeabreu@gmail.com
A
16 de Julho, cumpriu-se 17 anos da ordenação do padre Alexandre Mendonça pelas mãos do cardeal José Ali Lebrun Morapinos, na Igreja Nossa Senhora do Rosário em Antímano. Para comemorar este aniversário, realizou-se uma missa na Igreja da Missão Cató lica Portuguesa, às seis da tarde, à qual contou com a assistência das amizades mais pró ximas deste português. O trabalho que o padre Mendonça desempenhou não se limitou apenas à comunidade portuguesa, pois o seu apoio e carinho estendem-se a todos os que se mostraram carentes de atenção espiritual e humana. Por isso, na missa, marcaram presença adultos e jovens que encontraram nele um guia espiritual e um apoio incondicional. O padre Alexandre Mendonça, natural da freguesia de São Pedro, Funchal (Madeira), soube desde pequenino qual era a sua vocação. "Desde que abri os olhos, Deus pai me chamou. Desde criança sabia que ia ser sacerdote", expressa Mendonça, que nos assegura que a formação religiosa es-
piritual que recebeu na sua casa, muito especialmente da sua mãe, foi um elemento fundamental para tomar o caminho que hoje percorre com “ jú bilo e devoção” . Desde pequeno colaborou como sacristão na igreja da sua freguesia, a Igreja de São Pedro. Depois, quando emigrou aos doze anos para a Venezuela, integrou-se rapidamente na comunidade religiosa da paró quia de Antímano, que foi a zona onde residiu. Quais são os seus plano futuros como sacerdote? O futuro está nas mãos do senhor. Eu limito-me a viver intensamente porque não sabemos quando chega a nossa hora de ir embora. Embora muitas pessoas digam que o meu trabalho tem sido bastante, eu não acho que seja assim, embora reconheça que não foi pouco. Não parei até agora e só peço a Deus saú de e vida para semear a santa palavra do Senhor. Uma das coisas que está nos planos da Missão Cató lica Portuguesa é a reconstrução da parte inferior do templo, para assim poder prestar atendimento aos mais necessitados. Como foi a sua experiência de vida religiosa nestes ú ltimos 17 anos?
Tive a imensa graça de que o Senhor me permitisse desfrutar da minha vida sacerdotal com alegria. Por isso estou eternamente agradecido para com Deus e a virgem Nossa Senhora de Fátima, que é a minha madrinha de baptismo, escolhida pelo meus pai quando eu tinha apenas uns meses. Não posso deixar de destacar que durante estes anos tive um apoio enorme da comunidade portuguesa e também da comunidade de Campo Rio, de Petare, sector onde fui pároco durante vários anos, sem contar com os dois anos em que fui seminarista ai. Da mesma forma, sinto-me bastante agradecido para com o bispo Nicolás Bermú dez, que me convidou a trabalhar com a Assistência Social do Clero, designando-me recentemente como administrador apostó lico da Diocese de Caracas.
Momentos que marcaram a sua vida sacerdotal • O seu encontro em Roma com o já falecido Papa João Paulo II. • A honra de receber do presidente de Portugal, Jorge Sampaio, o título de Comendador da República Portuguesa. • O momento em que celebrou uma missa no Santuário de Fátima, na Capela das Aparições. • Quando lhe foi concedido o título de Assessor Nacional do movimento sacerdotal Mariano, o que lhe permitiu viajar a diferentes partes da América Latina e Europa, para além de percorrer toda a Venezuela.
Radiografia pastoral É bem conhecido entre os seus conterrâneos como pároco da Missão Católica Portuguesa na Venezuela, mas o seu trabalho foi muito mais além, pois é também capelão geral da Polícia Metropolitana (PM), um corpo policial com o qual já colabora há 17 anos, metade do tempo de existência da instituição.Desde 2004, é director do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade dos Ministros Ordenados, uma organização que oferece aos sacerdotes com dificuldades financeiras um seguro social e um salário que lhes permita ter uma vida minimamente digna.É também director do Fundo Arquidiocesano no Palácio Arcebispal de Caracas e tem, há três anos, um programa de rádio denominado "Ao encontro do Senhor". O programa pode ser ouvido na Emissora Mágica 99.1 FM, todos os domingos das 8h30 às 9h00.
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Crise pode levar ao fecho de mais padarias Associação quer revisão dos preços, mas ainda não conseguiu negociar com o Governo
Briceida Yépez
brice26@hotmail.com
O
s padeiros não conseguem suportar por muito mais tempo a difícil tarefa de continuar a produzir pão para vendê-lo a um preço regulado. É que enquanto que a matéria-prima e outras despesas estão cada vez mais caras porque têm um preço livre, o pão tem de ser vendido ao preço estipulado. O presidente da Associação de Comerciantes e Industriais da Panificação e Similares do Estado Carabobo (Acipan), José Antó nio Pereira, assegurou ao CORREIO que se não se chegar a um acordo razoável com o Governo Nacional, os padeiros não vão poder continuar a suportar a situação actual por muito mais tempo. Poderão esperar algum tempo mais, mas não muito, alerta. E a razão desta contagem regressiva, para Pereira, é o facto de "há cinco anos os níveis de dívidas rondarem os dez dias e hoje ultrapassarem os trinta". O presidente da associação já tinha vindo a pú blico, há cerca de duas semanas, alertar para a situação dos padeiros, que estava cada vez mais delicada devido à crise no sector. Contudo, passado esse tempo, o cenário mantém-se, pois ainda nem conseguiram sentar-se e discutir com as autoridades competentes. "A associação está numa crise profunda", expressou-nos Pereira, que não vê outro caminho para resolver a situação se não o diálogo. Para já, garante, as portas das padarias não vão fechar porque os principais prejudicados com isto seriam as populações, mas futuramente esta é uma possibilidade. Pereira diz que querem chegar a um acordo amigável porque "não estamos a lutar, mas a reivindicar a nossa rentabilidade", destacou. Desde que o preço do pão foi regulado para 2.520 bolívares, em Fevereiro de 2003, ou seja há 27 meses, as despesas e as matérias-primas foram sendo liberalizadas pau-
latinamente. Para além disso, a mão-de-obra aumentou em 68% e o aumento salarial é insignificante. E isto sem incluir os "cesta tickets" (senhas para o pagamento do subsídio de refeição), que passaram a ser obrigató rios no início do ano. Segundo dados da Acipan, o preço do dó lar também influencia a produção do pão, pois o trigo é importado. Desde que o preço do pão foi regulado, a divisa norteamericana sofreu um aumento de 70%. Os custos de produção têm incrementado em 82% e a matéria-prima duplicou. Entretanto, o preço do produto final (o pão francês) se mantém igual: 2.520 bolívares. Perante estes nú meros, Pereira afirmou que eles querem um aumento para 3.600 bolívares, tendo em conta que, de acordo com os cálculos, devia estar acima dos quatro mil bolívares. "Mas queremos chegar a um preço razoável para poder trabalhar e poder continuar a abrir as nossas portas", diz. SeM ReSulTaDOS A aproximação com o Governo Nacional, ao que parece, não tem sido muito efectiva. Pereira revelou-nos que os encontros se têm feito entre a Federação Nacional e o Ministro de Indú stria e Comércio e não directamente com o presidente Chávez. Por isso, solicitaram uma audiência com a entidade máxima do Governo venezuelano. Também têm tentado falar com o Governo Regional para que este sirva de ponte à primeira magistratura nacional. Enquanto as negociações não terminam, as padarias estão em perigo de extinção. Pereira admitiu que entre 10% a 15% dos estabelecimentos afiliados têm fechado as portas. Das 580 existentes no Estado de Carabobo, mais de 400 são só cias da Acipan. Mas a situação não se limita a este Estado, pois reproduz-se fielmente no resto do país. Também a produção de pão tem baixado muito. A associação calcula que houve uma diminuição de cerca de 20% desde que se iniciou a crise, ou seja, desde que o preço foi regulado.
Um exemplo Álvaro Gonçalves é sócio da padaria Pan Factory, na zona de La Viña. Este homem é um exemplo do que está a acontecer ao nível geral neste sector produtivo. Ao ser confrontado com a situação, disse que "é impossível trabalhar com o preço que eles estipularam". Na sua opinião, a Acipan deve atacar e fazer mais pressão junto do Governo para que os preços sejam revistos. Assegurou que as padarias pequenas não conseguem manter-se abertas por muito mais tempo, pois não conseguem cobrir as despesas. Com as grandes padarias, as coisas são diferentes, pois há outros produtos que dão lucro, e uma coisa compensa a outra.
José António Pereira, presidente de Acipan
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"Já tenho vergonha de pedir" Liliana da Silva
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á mais de dois anos, um grupo de emigrantes que estava preocupado com o destino de muitos compatriotas, juntou-se para levar a cabo um projecto ambicioso: a edificação de um lar que acolhesse idosos e portugueses desfavorecidos. Iniciou-se, assim, na cidade de Maracay, a construção de um lar de idosos. Noutras edições, o CORREIO relatou o progresso e fez o ponto de situação em relação às obras de construção deste projecto, que estavam em curso. Contudo, agora, por falta de meios, a construção do lar está completamente paralisada. Nelson Coelho, que assumiu a liderança da obra, coordenando há mais de dois anos os trabalhos desta casa de idosos, partilha com o CORREIO as suas preocupações e as dificuldades que tem encontrado. "Os recursos são cada vez mais escassos, sobretudo quando temos cerca de 90% da construção civil pronta. Falta-nos tudo o que são acabamentos e decoração. Mas já não temos dinheiro para isso", assinala. Este projecto, no qual já se investiram mais de 1.200 milhões de bolívares, tem sido financiado pela pró pria comunidade lusa residente em Maracay, que tem conseguido angariar fundo através de várias instituições, como a Academia do Bacalhau e as Damas de la Espetada. "As pessoas nos têm apoiado muito e temos tido muitas doações de particulares. Foi graças a estes contributos que conseguimos construir o que temos hoje, mas até já sinto vergonha de pedir. A situação está cada vez mais difícil e sinto-me mal por estar sempre a tocar nas mesmas portas", confessou-nos Nelson Coelho. Para acabar este segundo lar lusitano, são necessários cerca de 800 milhões
Construção do lar em Maracay está paralisada por falta de verbas. São necessários 800 milhões de bolí vares para concluir o projecto de bolívares, incluindo todo o recheio para equipar o lar. "Ainda falta muita coisa: para além dos acabamentos, os acessó rios. Tudo isto soma muito dinheiro e, por enquanto, não temos essa quantia disponível", diz. Entretanto, a Academia do Bacalhau de Maracay e o Comité de Damas do Lar, que se criou para angariar fundos, continuam a trabalhar e a organizar eventos para reiniciar os trabalhos. "Não temos más condições, mas enquanto nos pudermos reunir para comer bacalhau juntos já não é mau, pois assim vamos pouco a pouco reunir mais fundos", espera. O exeMplO DOS CanáRiOS O Governo português só colaborou com uma doação de 50 mil euros feita pelo deputado José Cesário. Contudo, perante um projecto social desta envergadura que a longo prazo será uma ajuda imprescindível para a comunidade, a comparticipação do Governo luso é considerada pequena. A contrastar com esta realidade, muito perto de Maracay, mais propriamente em Cagua, um lar construído pela comunidade das ilhas Canárias foi feito com investimentos do Governo espanhol, que financiou toda a obra, num total de 1.700 milhões de bolívares. Este projecto já é uma realidade e apresenta as melhores condições para alojar até trinta idosos. Nelson Coelho mantém a esperança de conseguir reunir o dinheiro que falta para terminar a obra de beneficência:
O projecto
Uma vez culminada, a obra poderia albergar a uns 63 idosos Esta obra está desenhada para possibilitar o alojamento de uns 63 idosos, que vão ficar hospedados em quartos com casa de banho privativa e duas camas. As instalações vão ter três consultórios médicos e um odontológico, três salas de estar, sala de jantar com capacidade para acolher cem pessoas, cozinha, lavandaria, uma zona de engomar e escritórios para a administração. O prédio tem três andares e um elevador, que se revela fundamental para possibilitar uma estadia mais cómoda para os idosos. Tudo isto num terreno de cerca de 1.900 metros quadrados que foi cedido pela Casa Portuguesa de Maracay durante cinquenta anos. Espera-se que este lar também tenha
O lar foi levantado no anexo da Casa Portuguesa de Aragua
uma carrinha com capacidade para transportar 18 passageiros. O objectivo é poder levar os idosos às praias, aos parques e aos museus das redondezas. Para além de haver serviços médicos dentro do lar, esta instituição tem a vantagem de estar localizada perto de clínicas e hospitais que poderão ser utilizados em caso de verdadeira emergência. O funcionamento do lar ainda não está claramente definido. Contudo, vai funcionar de uma forma semelhante ao Lar Padre Joaquim Ferreira de Caracas. "Os velhinhos que possam pagar a sua estadia no lar pagam porque a manutenção de uma obra desta dimensão é bastante cara. Mas a nossa principal função é acolher aqueles idosos que não tenham família nem recursos suficientes", explicou Nelson Coelho.
12 HISTÓRIAS DA VIDA
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Valorizar o passado Participe! António de Abreu
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á algum tempo, graças a este jornal, começámos a fazer uma pequena cruzada: entusiasmar os nossos pais e avó s a escrever as suas memó rias. A ideia é não perder de rasto as experiências de vida de cada um deles e fazer chegar a futuras gerações o conhecimento do que foi a vivência da emigração. Propusemos, então, criar um arquivo histó rico familiar com as fotos dos jogos das crianças, do primeiro negó cio ou do passeio em que toda a família reunida assou sardinhas num cantinho do Junquito. Pedimos que se conservassem documentos que pudessem comprovar a nossa fé, a nossa instrução e a nossa luta pelo bem-estar. Pedimos que se guardassem os catecismos, os livros de escola ou os testamentos. Pedimos que se conservassem os laços com os familiares de Portugal para saber quais são as suas preocupações. Pedimos que pusessem de lado as cartas e outros papéis velhos que para muitos não têm grande importâ ncia. Esta nossa preocupação teve moralmente muita aceitação. Muitas pessoas vieram ter connosco e mostraram-se também preocupadas com a herança documental que iam deixar aos seus filhos, a herança do conhecimento da vida. Muitos organizaram pequenos arquivos em mó veis velhos, pois não são necessários grandes gastos para constituir um arquivo familiar. Bastava o velho baú das recordações para garantir a conservação dos papéis. Assim como há pessoas motivadas, também há instituições preocupadas com esta questão. Uma prova é a iniciativa do CORREIO e do Banco Millennium, que patrocina o evento "Histó rias de vida", um concurso que deverá aumentar a motivação das pessoas para a conservação da nossa histó ria como comunidade. O concurso tenta mostrar o grande valor das nossas lembranças e a expe-
riência dos nossos velhos, que muitas vezes são subestimados pelas famílias. Esses velhinhos que, devido à humildade da sua origem social, se negam ainda a aceitarem que as suas histó rias interessam, pois não sabem que as histó rias das suas vidas têm, obviamente, um pú blico ansioso. A iniciativa tenciona contribuir para unir mais as famílias em torno das lembranças dos mais velhos. Esperamos entusiasmo dos jovens para motivar os seus pais e avó s. É preciso insistir com eles, fazê-los falar e escrever as suas histó rias, tal como as contam. É preciso en-
viar a foto mais interessante, escrever o conto mais ou menos como eles se recordam e enviar a melhor e, acima de tudo, a mais exemplar anedota. Chegou a hora de mostrarmos que esses papéis velhos são muito importantes! Chegou o momento de armazenar a nossa experiência enquanto comunidade imigrante! Chegou a hora de, através da imagem e da palavra, sobrevalorizar a voz dos nossos imigrantes nos espaços que nos oferece o CORREIO, graças à motivação do Millennium, a quem agradecemos a promoção do concurso.
A nova secção, denominada "histórias de vida" é uma rubrica patrocinada pelo banco Millennium, que oferece o prémio final: uma viagem a Portugal. Para participarem, os concorrentes só têm que nos enviar - por escrito ou através de fotografias - uma história (máximo tres páginas) de um ou vários emigrantes na Venezuela. Os documentos têm que estar devidamente identificados e devem ser enviados para os endereços electrónicos: correio@cantv.net, aindax1@yahoo.com, correiodecaracas@yahoo.com. Na sede do jornal em Caracas também recebemos os textos: Avenida Los Jabillos com Avenida Francisco Solano. Edif. Torre Tepuy. Piso 2. Ofic. 2C. Sabana Grande. Esperamos receber dos leitores muitas histórias, podendo estas serem contadas na primeira ou na segunda pessoa. Os documentos enviados vão ser analisados por um júri que será constituído por um representante do CORREIO e um do Banco Millennium, assim como pelo historiador António de Abreu. De referir é que o público pode participar na eleição da melhor candidatura, através de votos pela Internet, através da página do CORREIO (http://www.correiodecaracas.net).
En cada edição as historias vão ser publicadas neste jornal.
CORREIO DE CARACAS - 21 DE JULHO DE 2005
CULTURA 13
Jovens redescobrem o fado Carlos Orellana
corellanacorreio@hotmail.com
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ormalmente, as novas geraç ões de luso-descendentes na Venezuela não conhecem o fado. O género musical que provoca sentimentos de nostalgia e paixão foi ouvido no fim-de-se-
mana semana passado, nas vozes de um grupo de jovens que levou a sério a missão de aprender este género português por excelência. Assim, na Noite de Fados que teve lugar a 16 de Julho, no Centro Luso de Caracas, em Turumo, o grupo "Guitarras de Lisboa" acompanhou as interpretações de Gina Gomes, Jonathan Ro-
Vozes de luso-descendentes ouviram-se na Noite de Fados que se realizou no Centro Luso de Caracas drigues, Celeste Moreira e as meninas Yelitza Mendes, Luisana Rodrigues e as irmãs An-
drea e Carla da Conceição. A noite cultural contou com a presença dos Conselheiros das Comunidades Portuguesas e de um amplo auditó rio, que desfrutou do fado cantado, nalguns casos, por portugueses da terceira geração que interpretavam as canções com o mesmo sentimento de um emigrante. O espectáculo iniciou-se às onze da noite com um repertó rio em que Celeste Moreira se destacou, como de costume, com as suas letras inspiradas na grande Amália Rodrigues. Mas também as suas quatro alunas de canto impressionaram a assistência com uma atitude imponente no cenário, mostrando um excelente sentido de inspiração para este género musical. Estas jovens são o produto de horas de estudo e de empenho, tanto das suas instrutoras como dos seus pais, que as fizeram preservar o fado como um contributo para a cultura portuguesa, tentando assim torná-las representantes dignas na Venezuela deste género de mú sica.
BREVE VII Tertúlia Cultural Na sexta-feira 22 de Julho tem lugar a sétima Tertúlia Cultural, organizada pelo Instituto Português de Cultura (IPC). "Recordando a Camões" é o tema central do encontro que vai apresentar à assistência uma ampla oferta de ritmos e estilos musicais. Vão também ser declamados alguns dos poemas do autor e vai ser feita uma apresentação geral do poeta pelo director do IPC, Daniel Morais. A tertúlia realiza-se no Centro Português, em Caracas, às nove da noite. O evento vai estar aberto ao público em geral, sejam ou não sócios do clube. O principal objectivo destas tertúlias, que o IPC faz há vários anos, é aproximar a comunidade portuguesa às actividades culturais. A assistência tem crescido significativamente. Estes encontros se converteram numa alternativa para divulgar o melhor da cultura lusa.
14 TRAÇOS DE PORTUGAL
CORREIO DE CARACAS - 21 DE JULHO DE 2005
Santana com parque temático e mais perto da capital
Este concelho da costa Norte da Madeira é um ponto de passagem obrigatório para quem visita a ilha
PARQUE TEMÁTICO
Sónia Gonçalves
na memó ria das suas histó rias, tradições, usos e costumes, pois é um concelho fortemente enraiá não por longos zado por laços desta natureza. percursos e curvas O seu nome deve-se à sua atrás de curvas pe- padroeira Sant´Ana, sendo que rigosas, chegamos Santana, cidade e sede do conem poucos minutos a Santana, selho foi fundada como fregueum concelho do Norte da ilha sia a 04 de Junho de 1552 e eleda Madeira que nos apresen- vada a concelho a 05 de Nota como "ex-libris" as famosas vembro de 1835. casas de colmo. Pela Via ExAs famosas casas triangulapresso recém construída, lo- res fazem de Santana uma das cais emblemáticos da Madei- mais bonitas vilas da costa Norra ficam agora mais perto da te madeirense. Construídas com capital madeirense. pedra natural e colmo, algumas Santana fica localizada na destas casas são usadas como palcosta Norte da ilha da Madeira, heiros, mas a grande maioria esa cerca de 312 metros de altitude tá encerrada. No passado, cone ocupa uma área de 96,2Km2. tudo, estas pequenas casas serEngloba actualmente seis fre- viam de habitação para os guesias: o Arco de São Jorge, São residentes. Jorge, Ilha, Santana, Faial e São Esta região vive essencialRoque do Faial. mente da agricultura, artesanato Todas elas, no seu conjunto, e da tradição. As paisagens monoferecem aos visitantes paisa- tanhosas são dominadas pelo vergens pitorescas e vislumbrantes de exuberante que caracteriza a que reflectem a associação har- Floresta Laurissilva. Na verdamoniosa entre os elementos fí- de, algumas das suas paisagens sicos e humanos. Cada fregue- são classificadas patrimó nio sia relata e guarda, à sua manei- mundial, o que é certamente um ra, os traços etnográficos e forte contributo para a manufolcló ricos mais significativos tenção da sua beleza. sgoncalves@dnoticias.pt
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compadres e comadres disfarçados e a segunda, que se realiza em Julho, oferece actuações de grupos de folclore oriundos dos quatro cantos do mundo. Santana dispõe de vários grupos musicais, de entre os quais se destacam o Grupo Coral de Santana, o Grupo Folclórico da Casa do Povo de Santana, o Grupo de Animação "Lírios do Norte", a Banda Municipal de Santana e uma Banda de originais Pop-Rock cantado em português, de nome "Stratus". Existe, ainda, um Grupo de música tradicional denominado "Os Antigos" e os "Xarambas".
UM POUCO DE HISTÓRIA Recentemente, uma nova oferta foi adicionada a esta zona já por si só bastante atractiva. O Parque Temático da Madeira abriu ao público em Outubro de 2004 e pode ser visitado durante todo o ano. Como escreve o site que apresenta o parque, "o Parque Temático da Madeira é um amplo espaço com sete hectares de área útil, onde visitantes de todas as idades poderão embarcar numa viagem de descoberta pela Madeira e Porto Santo, conhecer a sua história, familiarizar-se com a cultura e tradições das suas gentes, vibrar com a beleza invulgar das suas paisagens, explorar um imenso Parque-Jardim, sentir a força de uma natureza viva e única". A criação desta infra-estrutura é da responsabilidade da Vice-Presidência do Governo Regional da Madeira, através da Sociedade de Desenvolvimento do Norte, e é nas palavras do Presidente do Governo, Alberto João Jardim, "a maior atracção turística da Madeira". O Parque Temático retrata a história da Madeira, mas oferece ao mesmo tempo conteúdos de natureza pedagógica-científica, pois através de pavilhões e espaços ao ar livre representa a história etnográfica da Madeira com as características específicas de uma região insular.
FESTAS NO CONCELHO Pelas suas atracções, grande parte dos turistas apontam Santana como um ponto obrigatório de visita obrigatório. Mas também muitos madeirenses não deixam passar ao lado as tradicionais festas que se realizam em Santana. De destacar, é a Festa dos Compadres, que se realiza em Fevereiro, no Carnaval, e as 48 horas a Bailar. A primeira consiste num "despique" entre
Apesar das incertezas sobre o início do seu povoamento, pensa-se que Santana foi povoada a partir do último quartel do séc. XV. No início da colonização, as suas terras foram repartidas entre nobres e alguns burgueses, com a posse de sesmaria, isto é, obrigatoriedade de desbravar e construir habitações para as pessoas e para o gado. A toponímia regista, actualmente, os nomes dos antigos sesmeiros e povoadores daquela localidade, como é o caso do Sítio das Achadas do Gramacho e Simão Álvares (hoje, Simão Alves) e Sítio do Pico António Fernandes. Desconhece-se o ano da fundação da capela de Santana, sujeita a transformações ao longo dos tempos e que, depois de demolida em finais do século XVII, mobilizou a construção da actual igreja, erigida em 1698. Existe ainda outro templo, em invocação a Santo António, no lugar da Achada de Santo António, construído no segundo quartel do século XVI e reedificado em 1730. No dia 1 de Janeiro de 2001, refira-se, Santana foi elevada à categoria de Cidade.
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LAZER 15
"Quero casar a minha filha com um português"
Carlos Daniel Orellana
corellanacorreio@hotmail.com
"E
l Aplauso Va Por Dentro" tem sido apresentado em vários países da América Latina e, na Europa, tinha chegado a Espanha e ao continente português. Recentemente, a consagrada actriz venezuelana Mimi Lazo conseguiu cativar o pú blico do Funchal, Madeira, onde apresentou a sua obra no auditó rio da RDP-M, conseguindo seduzir não só venezuelanos como também portugueses.
Esta foi a segunda vez que Mimi Lazo pisou chão português. No ano passado, levou o mesmo monó logo a Lisboa, através de um convite do embaixador da Venezuela em Portugal. "No continente português, tive a oportunidade de visitar Fátima. Este ano fui convidada por Maria Helena Correia, que preside a Associação Cultural Abril e estive no Funchal durante cinco dias. Fui num desses aviões comodíssimos que te permitem pô r os pés em cima ou em baixo", diz, em entrevista ao CORREIO. Lazo confessa que regressou da ilha cheia de emoções e de "uma paz interior profunda". A sua estadia na Madeira "é uma das coisas mais româ nticas" que já fez depois de dez anos de casada. "A ilha é organizada, belíssima, cheia de florzinhas. Os rios correm por onde têm que correr, os cães ladram, as árvores são limpas durante a noite com água. Foi
Mimi Lazo gostava de regressar a Portugal para apresentar outras obras e pede mais portugueses para organizar a Venezuela uma viagem que me impressionou bastante e, por isso, só por si foi um grande aplauso. Descobri, também, que os homens mais belos do Mundo são portugueses. A observá-los, parecia uma ventoinha de mesa", conta-nos. A actriz de teatro, cinema e televisão chegou da Madeira decidida a adquirir uma acção do Centro Português "para que a minha filha passe ai os fins-de-semana e encontre um português que a leve para Portugal. E eu não vou porque estou casada, mas se um dia fico sozinha caso-me com um português. Meti isso na cabeça", assegura-nos com um sorriso. O que é que mais gostou dos portugueses? Pareceu-me que estão todos bons, para além de serem muito trabalhadores e terem um país lindíssimo. Há tantos portugueses aqui na Venezuela. Eles deviam organizar-nos o país para que ficasse tão organizado como o deles. Têm que nos mandar mais portugueses para aqui. Que opinião tem da presença massiva dos venezuelanos na ilha?
Penso que os venezuelanos e os portugueses se têm misturado muito. No meu caso, por exemplo, que não tenho família portuguesa, já estou a tentar tratar disso, procurando, pois quero casar a minha filha com um português.
dez para oferecer e acabei por entregar só dois…
Já teve namorados portugueses? Conquistei uma vez um português belo, mas parece que ele me tinha medo. Uma vez foi dar-lhe um beijo na cozinha e ele saiu a correr. De certeza que vai ler esta entrevista.
Considera que a mulher portuguesa conseguiu se identificar com a sua obra? O monó logo tem partes com as quais qualquer mulher do Mundo se identifica. A mulher, de qualquer nacionalidade, sente a necessidade de ter a aprovação do seu par. Às vezes importamo-nos mais com o que eles dizem do que com o que pensamos nó s pró prias. E isso é universal.
Como foi a recepção dos madeirenses? Grandiosa, foram muito acolhedores. Já devem estar fartos de receber tantos venezuelanos. O que mais gostou da Madeira? Uma das coisas que mais gostei foi chegar a um hotel chamado "El Rey". Este tinha uma piscina no fundo do mar e podíamos descer pelo calhau. Uma beleza ú nica. Nunca ninguém me tinha levado uma garrafa de licor ao fundo do mar. Tomei uma bebedeira e gastei tudo o que ganhei a beber champagne (risos). E o que acha da gastronomia portuguesa? Comi coisas muito boas. Engordei três quilos. Adoro o bacalhau e as sardinhas. Penso que as sardinhas de Portugal são diferentes das de qualquer parte do Mundo. Particularmente, adorei o bolo de mel. De tal forma que comprei
O que aprendeu a dizer em português? Bolo de mel (risos).
A actriz comentou-nos, ainda, que gostava de apresentar outras peças teatrais em Portugal. "Devíamos continuar a levar obras daqui para lá e vice-versa. Quero levar aos madeirenses "No Seré Feliz Pero Tengo Marido" e "La Cenicienta". Mimi Lazo aproveitou a entrevista para agradecer a todos os portugueses o apoio que lhe deram. "Na minhas obras, represento sozinha. Por isso, podem convidar-me quando quiserem, pois não sai muito caro. Sou um produto exportável como uma sardinha (risos). Agradeço muito a oportunidade que me deram de conhecer de perto os portugueses da Madeira. Espero que possamos aprender um pouco com a organização deste povo", conclui.
16 LAZER
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Sidó nio Silva em tournée na Madeira D
O cantor com quinze anos de carreira artí stica e dez produções musicais leva a sua música alegre até à ilha
Sidó nio e a sua equipa de sete pessoas viajam até à ilha para actuar também no Chão da Lagoa (numa festa anual do PSD que reú ne centenas de pessoas), no Loreto, na Ribeira da Janela, em Gaula, no Estreito da Calheta, no Estreito de Câ mara de Lobos e na Ponta Delgada. No Estádio dos Barreiros, o cantor apresentará pela primeira vez o tema "Marítimo Olé, Olé", uma canção que os madeirenses já têm podido ouvir nas rádios locais. Depois de ter feito parte de vários grupos musicais em Maracay, Sidó -
nio saiu há quinze anos com o seu primeiro disco como solista. Desde então, já conseguiu fazer dez produções discográficas. Actualmente, promove o CD "Grandes Ê xitos, Volumen II", mais concretamente a canção "Viva, viva a nossa gente". O gosto de Sidó nio pela mú sica é uma coisa que já vem de família. "Na Madeira, o meu pai tocava guitarra e o meu avó braguinha. Eu canto composições pró prias e tenho tido a oportunidade de compor canções para outros artistas. O meu estilo é mú sica alegre", comenta ao CORREIO o artista, que também decidiu enveredar por outras áreas. Há mais de quatro meses, todas as segundas-feiras, às 22h00, Orbivisió n, um canal regional do centro do país,
Delia Meneses
delia_jornalista@yahoo.com
urante um mês e meio, Sidó nio Silva vai percorrer a Madeira numa tournée promocional. O cantor é natural do Loreto, Arco da Calheta, mas tornou-se residente na cidade de Maracay há mais de 35 anos. Vai participar na Festa de Apresentaç ão do CORREIO, que se realiza a 5 de Agosto, na Camacha (Madeira).
transmite o programa "Portugal en Venezuela", que é apresentado por Sidó nio Silva. O espaço pretende divulgar o dia-a-dia da comunidade lusa na Venezuela, com pequenas entrevistas a portugueses e luso-descendentes que se movimentam em diversas áreas. O emigrante, graças aos seus conhecimentos musicais, criou há oito anos uma Academia de Mú sica em Maracay que reú ne 55 alunos, a maioria de origem portuguesa. "Já fizemos um concerto de acordeões", finaliza Silva.
Festa do Livramento em Agosto Em Portugal continental e nas ilhas, um pouco por todo o lado, há muitos templos onde Nossa Senhora do Livramento é venerada. A origem histórica desta devoção está no atentado que el-rei D. José I foi alvo a 3 de Setembro de 1758. No lugar do atentado foi construída uma ermida dedicada a nossa Senhora do Livramento, agora, mais conhecida com o nome da Capela da Memória e que se encontra no Alto da Ajuda, nos arredores de Lisboa. A Festa do Livramento converteu-se, também, numa tradição para a comunidade portuguesa que reside na Venezuela. Os seus devotos aproveitam esta data para rezar e depositar esperanças na sua padroeira, para além de recordar danças e cantos tradicionais da sua terra. Entre 27 e 28 de Agosto, realiza-se a comemoração desta festividade aqui na Venezuela. O programa tem início com a missa na Igreja da Missão Católica Portuguesa e, depois, a comunidade vai poder visitar as já habituais barracas que oferecem várias comidas típicas, ouvir música ao vivo e assistir à participação do Grupo Folclórico Os Lusíadas, entre outras actividades que vão criar o ambiente ideal para desfrutar o fim-desemana entre familiares e amigos.
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Os novos ritmos da "Saudade"
LAZER 17
Ao contrário do que se poderia pensar, o grupo musical quer pôr a dançar toda a comunidade lusa na Venezuela suas paixões: a mú sica. Durante muitos anos foi dideabreujean@yahoo.com rector do Grupo Folcló rico do Centro Luso Venezuelano, mas tradicional "bai- as suas mú ltiplas responsabililinho" já não é o dades laborais obrigaram-no a ú nico ritmo que abandonar o folclore para dese escuta nas fes- dicar-se por completo à ferratas lusas que se realizam na ria. Venezuela. Um grupo de Depois, numa reunião em portugueses propô s-se im- 2002 surge a ideia de constituir por novos estilos que se em Caracas um grupo musical adaptem às novas gerações de que tocasse não só mú sica trajovens e de adultos. dicional portuguesa como tamCarlos Alberto Oliveira é bém outros ritmos que o pú um emigrante da cidade do Por- blico pudesse apreciar e dançar. to que chegou à Venezuela há O grupo musical "Saudade" cerca de 28 anos. Desde que pus nasce por iniciativa de Carlos os pés em terras venezuelanas, Alberto e uns amigos que têm dedicou-se à área da ferraria co- como paixão a mú sica ligeira, mo actividade principal, mas ou seja, ritmos que servem para manteve em paralelo outras das animar festas na Venezuela que Jean Carlos De Abreu
O
tenham acento português. Fernando Campos, Eduardo Neves, Lina Oliveira, Manuel Pestana e Carlos Alberto de Oliveira são os membros e os fundadores deste grupo. MEREnguE pORtuguêS A ideia de interpretar outros géneros musicais procura afastar-se um pouco do tradicional. Podem partir do "Bailinho" e terminar com um merengue interpretado em língua portuguesa para propagar a cultura lusa. "O objectivo de cantar vários tipos de mú sica é conseguir que o pú blico fique animado e dance. É preciso variar os ritmos e fazer com que as
pessoas se habituem a ouvir um pouco de tudo", comenta ao CORREIO Oliveira. Com adaptações, misturas e canções pró prias, o grupo "Saudade" anima todo o tipo de evento e é o conjunto musical mais esperado pela comunida-
de venezuelana, com a qual têm tido maior contacto. Para o momento da entrevista Oliveira disse-nos que ainda não se tinham presentado no Centro Português, em Caracas. Mas a Festa do Benfica que organizou o clube contou com a presença do grupo. O pró ximo projecto é gravar um CD com temas inéditos da sua pró pria criação, porque, "apesar da mú sica ser muito mal paga cá, queremos dar-nos a conhecer à comunidade lusa e contar com o seu apoio. Temos que fazer apresentações em todos os clubes portugueses do país e, depois, concretizar o nosso sonho de gravar a nossa primeira produção discográfica", diz.
18 PORTUGAL
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Serras da Madeira convidam a fazer piqueniques É passear pelas zonas altas da Madeira e ver em cada "esquina" um fogareiro acesso que reúne famí lias inteiras para um dia cheio de diversão Almerinda comemorou um dos seus aniversários na casinha. "Venho sempre pasgoncalves@dnoticias.pt ra aqui". (DN - Madeira) Faz um ou dois piqueniques por mês lmerinda dos Santos tem 53 e, no domingo passado, estava com a tia, anos, mas a genica e a for- o marido e um casal amigo. Madrugou e ça de vontade fazem-na pa- a primeira coisa que fez foi ir buscar recer muito mais jovem. No lenha. Chegou com a tia e o resto da ú ltimo domingo de Junho, acordou ain- malta foi lá ter mais tarde. "Tomámos o da não eram seis horas. É domingo e é pequeno-almoço, almoçámos e jantápreciso aproveitar o dia. Mas Almerinda mos na serra", diz-nos, com um sorriso não madrugou para fazer o dia render. cheio de satisfação. Pô s em sacos e caixas tudo o que é preMas o dia passa num instante. Deciso para fazer um piquenique e lá foi, pois de um cafezinho logo pela manhã, serra fora, com destino ao Chão da La- começa a preparar o atum para marcar o goa. São João e, entre um copo de vinho, ao Sabia que o portão do Parque Ecoló - som de um CD de anedotas picantes tigico do Funchal só abria às 8.30 horas, radas da Internet, Almerinda e o grupo mas veio cedo para poder escolher o es- vão "trincando" maçarocas, cebola em paço que é, para ela, "o melhor cantin- escabeche e outros petiscos. ho". Só saem da casinha ao fim do dia, Chegou à entrada às 6.30 horas e fi- "lá para as seis, sete", e têm uma regra: cou, com a sua tia, de 85 anos, à espera "Quem conduz não pode beber muito". da hora de abertura. "Quando o portão Como Almerinda, muitos madeirenabriu, já estavam atrás de mim nove ca- ses, emigrantes, imigrantes e turistas rros também à espera", conta-nos, asse- aproveitam o agradável ambiente das gurando que teve de subir no meio do serras para fazer um piquenique. Reú caminho porque uma carrinha queria nem-se amigos e famílias e passam o dia ultrapassá-la. entre o verde das árvores e o fumo da Quando chegou ao pé da casinha, fogueira. onde se reú ne muitas vezes com a faNormalmente, a espetada, o entremília e os amigos para fazer "uma brin- costo e o frango no churrasco são os pracadeira" na serra, encostou e deixou a tos escolhidos. Mas há quem prefira cocarrinha passar. "Eu gosto de vir é para zinhar em casa e trazer tudo em "tupaqui", refere-nos, apontando para uma perwares". Outros, levam para a serra inscrição já gasta na parede. O "grafit- tachos, pratos, talheres e toalhas de meti" remete-nos a 26/9/94, data em que sa. Num instante, com a ajuda de todos, Sónia Gonçalves
A
as mesinhas de madeira ou de cimento ficam tão atractivas que convidam a sentar-se. Antes da comida, as crianças brincam à bola, às escondidas ou aos "apanhados". As mulheres tratam da refeição e os homens jogam às cartas. Mas estes interajudam-se com muita satisfação. O que não falta, nunca, é o vinho. Em garrafas ou em garrafões de cinco litros, fomos encontrá-lo em quase todos os convívios, no Chão da Lagoa, no Montado do Pereiro e no Chão dos Louros. E está sempre presente noutros piqueniques, noutros lugares da Madeira que convidam a uma tarde bem passada. No Cabo Girão, no Ribeiro Frio, em Santana, no Porto Moniz, na Serra d'Água, na Boca da Corrida, na Boca dos Namorados e em muitos outros sítios onde as mesinhas e os fogareiros foram feitos a pensar neste tipo de convívio de que os madeirenses e os estrangeiros tanto gostam. Um pouco mais acima do local escolhido por Almerinda, viemos encontrar um grupo de imigrantes que, à sua maneira, cumpriam a tradição de domingo. Ao vinho, juntava-se a vodka e, à espetada, uma marinada de vinagre, pimentão, cebola e outros condimentos. Com mostarda, os estrangeiros de diferentes nacionalidades - russos, ucranianos e moldovos - deliciavam-se com a espetada à moda do Leste. Para regar, vinho, champanhe e chocolate. Entre eles, falam russo e, com a nossa equipa de reportagem, expressaram-se num português quase perfeito. Os homens, maioritariamente trabalhadores na construção civil, chegaram à Madeira há quatro anos e, um ano depois, trouxeram as mulheres. São doze, ao todo e, apesar de não terem laços de sangue,
consideram-se uma família. Os filhos, esses, estão quase todos na Europa do Leste, à espera que os pais os tragam. Sobre as condições que encontram nas serras da Região para fazer piqueniques, os imigrantes opinam que são "excelentes", mas sublinham que na terra deles também têm espaços tão agradáveis como os nossos. Dos locais que visitámos, só o Chão dos Louros se mostrou com lotação esgotada. As muitas mesas estavam cheias e os fogareiros todos ocupados. Por isso, algumas famílias tiveram que escolher outro sítio e outras não tiveram outra opção senão sentar-se no chão, sobre cobertores. Ao chegar ao Chão dos Louros, a quantidade de carros estacionados feznos adivinhar que muitos madeirenses tinham escolhido este agradável espaço para passar o dia ou a tarde. Uma família de cerca de trinta pessoas chegou ao Chão dos Louros bem cedo e conseguiu arranjar um fogareiro e duas mesas. As bodas de ouro de uma tia conseguiram trazer à Região muitos parentes emigrados na Venezuela, na África do Sul e em Angola. Assim, depois da festa, a melhor forma de voltar a reunir a família toda foi um piquenique, onde o prato principal foi o cabrito. À mesa, não faltavam as "malassadas", o vinho, o pão e outros petiscos. Como noutros casos, jovens, adultos e idosos juntaram-se para passar uma tarde agradável. Jogos de cartas, bolas e muita "bilhardice" serviram para entreter todos os presentes e satisfazer todos os gostos. Os jovens, explica-nos uma luso-venezuelana que já está na Madeira há cinco anos, "adoram este tipo de coisas".
CORREIO DE CARACAS - 21 DE JULHO DE 2005
PORTUGAL 19
Arraiais na Madeira dependentes da vontade política "O povo passa de actor da festa a espectador", adverte o padre Anastácio Alves que apela à participação deixa de reconhecer que o carisma religioso começa a ser (DN - Madeira) abafado por algum protagoniss arraiais já não são mo político. Resumidamente, "o como antes. Esta é povo vive muito em termos de a convicção do pá- concorrência: se a paró quia viroco da Nazaré zinha traz um artista, nó s tam(Madeira), Anastácio Alves. bém temos que trazer". Com a diminuição da iniciativa O sacerdote entende que os dos paroquianos há menos din- arraiais religiosos estão agora heiro para comparticipar os "mais ligados aos partidos políarraiais, que se tornam assim de- ticos" e que, por isso, há cada pendentes dos ó rgãos políticos. vez mais apetência "para trazer O sacerdote enaltece o apoio artistas do continente" e de das Juntas de Freguesia e das apostar no espectáculo e na aniCâ maras Municipais, mas não mação - uma mudança que torRicardo Duarte Freitas
O
na os arraiais "naturalmente mais caros". Na maioria dos casos, a afluência de pessoas depende muito da dimensão do nome do artista convidado. O manifesto religioso fica remetido para segundo plano. Apesar de haver ainda muitos paroquianos generosos, o sacerdote verifica que as pessoas tendem para se acomodar. "Preferem esperar pela Junta ou pela Casa do Povo". Explicou que o mais importante é que a sociedade civil se envolva na organização das fes-
Um madeirense arguido por pornografia infantil Raul Caí res
(DN - Madeira)
P
elo menos um indivíduo foi constituído arguido na Madeira durante a maior operação da Polícia Judiciária (PJ) contra a difusão de imagens de crianças, abusadas sexualmente, através da Internet, que contou com 200 investigadores em todo o país, segundo anunciou aquela polícia. Tanto quanto se conseguiu apurar, agentes do Departamento de Investigação Criminal da Judiciária do Funchal colaboraram nas duas buscas realizadas na Madeira sob orientação da Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Econó mica e Financeira (DCICCEF), que liderou a operação ao nível nacional. E, nessas buscas, segundo se pô de saber, foram identificadas duas pes-
Judiciária combate divulgação de imagens e filmes de abuso sexual de menores soas, sendo certo que pelo menos uma delas terminou o dia na condição de arguido. Mas, ao que tudo indica, os dois "madeirenses" não passam de meros cibernautas que se dedicam a aceder a conteú dos no â mbito de pornografia infantil na Internet. A operação levada a cabo pela DCICCEF, em todo o país, terminou com a constituição de 47 arguidos, que ficaram em liberdade porque a legislação aplicável ao crime em apreço não prevê a aplicação da prisão preventiva como medida de coação. A "investida" da PJ, baptizada "Operação Barro" e desencadeada no â mbito da luta contra a pornografia infantil na Internet, motivou 47 buscas
em simultâ neo, feitas em residências e estabelecimentos situados em Lisboa, Porto, Coimbra, Faro, Açores e, como atrás foi referido, na Madeira. Foi identificado um grupo de pessoas que se dedicava à divulgação massiva de fotografias e filmes de pornografia infantil na Internet, e que recorria à utilização de programas de partilha de ficheiros "Peer to Peer" (ponto a ponto). Os arguidos são de nacionalidade portuguesa, com idades compreendidas entre os 15 e os 60 anos, de vários estratos sociais. Os agentes apreenderam 58 computadores, numerosos discos ó pticos e material informático diverso.
tas paroquiais e que vá ao encontro da igreja, por sua pró pria iniciativa e interesse. Registou que o aspecto negativo dos arraiais de hoje é que "o povo passa de actor da festa para espectador". Além de ser cada vez mais caro organizar os eventos religiosos com todos os adereços tradicionais, há cada vez menos festeiros e confrarias a comparticipar. As Casas do Povo, Juntas de Freguesia e Câ maras Municipais "costumam oferecer o fogo ou o grupo de mú sica e
isso é benéfico", mas "falta o sentido comunitário". Há tradições, usos e costumes dos nossos antepassados que estão a se perder. Os bazares e as romagens já não são como eram. O artesanato regional tornouse também uma raridade nos arraiais de hoje. Introduzem-se artigos importados, vendidos a baixo preço. Ainda há barraquinhas com chapéus de palha e barretes de orelhas, mas os cachecó is e camisolas de clubes de futebol têm mais saída e conquistaram o seu espaço.
BREVES Desemprego aumenta 80%
Polícia de Segurança Pública (PSP) e Polícia Judiciária (PJ) na Região Entre Janeiro de 2002 e Maio deste ano, Autónoma da Madeira, em 2004, registou um decréscimo na ordem dos o número de pessoas desempregadas 8,8%, em comparação a 2003. na Madeira aumentou mais de 80 por De acordo com dados do Relatório cento, revelam os dados divulgados Anual de Segurança Interna 2004, pelo Instituto de Emprego e Formação registou-se, durante o ano em apreço, Profissional (IEFP) e pela Direcção um total 8.656 casos, contra os 9.487 Regional de Estatística (DRE). de 2003, ou seja, uma diminuição de 831 casos. O número de ocorrências registadas por aquelas forças de segurança no ano transacto coloca a Madeira em 12º A criminalidade participada junto da lugar ao nível nacional. Guarda Nacional Republicana (GNR),
Menos criminalidade na Madeira
20 PORTUGAL
CORREIO DE CARACAS - 21 DE JULHO DE 2005
O perigo de viajar à noite no Porto Pedro Correia
(JN - Portugal))
A luz ténue brilha-lhe no rosto. Sentado, de mochila às costas, Hugo Peixoto lança olhares desconfiados à volta. Está sozinho numa das várias paragens de autocarro da Praça da Liberdade, no Porto. Já passa da uma da manhãe estão todas vazias. Atrás, três jovens a fumar, sentados na soleira de uma porta, não lhe inspiram confiança. "Ainda há pouco tentaram assaltar dois turistas", diz, baixinho. O motorista do autocarro que acaba de parar na sua frente corrobora. "Na semana passada, a Polícia veio buscar um deles". O movimento dos carros na rua contrasta com o dos passeios. Um ou outro vulto passa, de tempos a tempos. As mulheres, apressadas, com as carteiras apertadas contra o corpo. Quando faz horas extras no trabalho, em Aveiro, Hugo chega
Ruas, paragens e autocarros quase vazios deixam passageiros inseguros à Estação de S. Bento já de madrugada. E aguarda, no silêncio da noite, o transporte para a Zona Industrial, onde mora. "Já me aconteceu o motorista não parar", relembra. Não tem certezas, mas acredita que o condutor teve receio de abrir a porta. "Por uns pagam os outros", murmura. Os motoristas já conhecem os "habilidosos" da noite. Na linha 11, "por acaso nem há muitos. Pior é a que vai para Vila d'Este (Gaia). Tentam entrar sem pagar, mostram-nos passes fotocopiados a cores...", conta o profissional da STCP, que, pouco antes, aproveitou para distribuir dois ou três panfletos com a informação sobre a nova rede da madrugada, que começa a funcionar na madrugada de amanhã. "A linha 11 vai passar a ser a 8M", explica o condutor, enquanto olha o re-
ló gio e prepara a partida. À excepção da equipa de reportagem do JN, a carreira arranca vazia. Sem trâ nsito, pé no acelerador. Nas curvas e nas paragens bruscas, só nos assentos é possível encontrar algum equilíbrio. Os passageiros vão entrando a conta-gotas. Sentam-se de imediato e enfiam os olhos nos jornais gratuitos distribuídos dentro do autocarro. A maioria regressa a casa depois de muitas horas extras. Mas são poucos. Os viajantes da madrugada representam apenas 0,2% do total de utentes da STCP. "Entre as duas e as quatro horas, não entra quase ninguém e depois vêm os padeiros", resume o motorista. "Padeiros" são todos os que começam a trabalhar antes do sol nascer. A Corujeira é a ú ltima para-
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gem. Saímos. A noite está quente, mas o ambiente é gélido. Não há vivalma nas ruas. O 13 pára ao sinal do braço levantado. Só traz dois passageiros. O motorista anima-se com a entrada dos jornalistas. "Às vezes temos de lidar com pessoas menos boas, sabem como é", diz, com vontade de dar dois dedos de conversa. "Se pousarmos as senhas e não formos com os olhos bem abertos, fica-
mos sem elas"conta. O sistema de videovigilâ ncia dentro dos autocarros veio refrear os medos. "É muito bom, eles assustam-se. Mas se vierem com más intenções, quem somos nó s para nos livrarmos deles...". Ao longe, avista-se a Praça da Liberdade. Fim de linha. A segurança do interior do autocarro fica para trás. O coração da cidade permanece despido.
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22 OPINIÃO
CORREIO DE CARACAS - 21 DE JULHO DE 2005
"À volta cá vos espero"!... coisas. São críticos ao que de mal constatam na sua aldeia, vila ou cidade, pela experiência vivida nos países de acolhimento de onde vêm mas, sobretudo, porque consideram a terra que os viu nascer como sua e sofrem com a inércia, a incompetência e o laxismo de muitos dos seus responsáveis locais e nacionais. Luis Barreira Estes "turistas", que falam português, não escondem o seu desâ nimo, por ver Portugal cada vez mais longe do estama quantidade apreciável de portugueses, no- do de desenvolvimento dos países que os acolhem, mas fameadamente aqueles que se encontram na Eu- zem-no porque, a dor que lhes vai no peito, existe porque ropa, vão partir para as ansiadas férias em Por- não podem regressar o quanto antes à terra de onde um tugal. dia partiram. Todos os anos, cumpre-se este ritual. Todos os anos, Estes muitos milhares de homens e mulheres, que "acarmilhares e milhares de portugueses enchem as estradas e os tam" os filhos consigo, mesmo que muitos dos garotos já aviões, com um ú nico objectivo: ver as suas terras e as suas desejem passar férias noutras paragens mais convidativas, gentes e gozar uns dias de merecido descanso. mais não fazem do que tentar prolongar, o mais possível, o Esta multidão de "turistas" poupa uns "trocos" durante amor natural que sempre os ligou à mãe pátria. um ano inteiro para gastar nas férias e parte feliz. Dão vida Podem chover críticas ao seu comportamento, clichés soe â nimo comercial às regiões mais recô nditas do país e bre a sua identidade e chamá-los oportunistas dos seus retêm o "azar" de não serem considerados estrangeiros. Por- cursos. Podem mesmo alguns serem objecto da já traditanto, não merecerem qualquer reconhecimento particu- cional inveja e sentirem-se desintegrados na sua pró pria telar das autoridades portuguesas, enquanto fonte de ren- rra mas, acho, os portugueses, que vivem e trabalham fora dimento para aliviar o défice das contas pú blicas. Estes do seu país, já estão habituados a sofrer esse tipo de inportugueses, "de gema" continuam, teimosamente e como compreensões. Mas não desistem. Continuam sempre a cla"formiguinhas", a seguir o seu carreiro habitual, mesmo mar que aquela terra também é sua! que as passagens de avião sejam cada vez mais caras e a Nesta debandada geral, alguns regressam mais animados, gasolina quase um luxo. mais conscientes das suas origens, mais optimistas, para Nesta escolha de viagem, pouco importa se um governo um novo ano de trabalho e sacrifício e com as "baterias" cacai e outro se levanta, se o país arde ou há falta de água, se rregadas de saudade. Outros, tantas vezes vítimas do nía segurança falha ou os serviços estão em greve. Estes "tu- vel das suas pró prias expectativas, não deixam de expresristas" não decidem as suas férias em função das conjun- sar um certo descontentamento e desilusão, sentimento turas ou calamidades, eles são parte da sua terra e perante as que, um ano depois de estarem afastados, acabará por disdificuldades não abdicam das férias, pois consideram-nas sipar. parte integrante do seu inevitável sofrimento. O mais importante, no entanto, é que partam e regresLevam na bagagem dinheiro, ideias e vontade de fazer sem de excelente saú de porque "à volta cá vos espero"!
U
Chega de regionalismos! Liliana Da Silva
Lilianadasilva19@hotmail.com
G
ostava um dia de poder saber e perceber qual é a diferença que muitos fazem questão de dizer que há entre os continentais e os madeirenses. Será que fazem parte de dois países distintos e eu nem me apercebi disso? Ou será que a quantidade de mar que os separa os tem feito dividir-se em duas representações diferentes mas com uma só bandeira? Realmente, por mais que tentemos arranjar argumentos, não encontramos nenhuma resposta ló gica para este fenó meno que me inquieta desde criança e que, dia-adia, me parece mais irracional e superficial. Num desses convívios com a comunidade, ouvi uma conversa entre portugueses que me tocou. Discutiam quem tinha "direito" a ser mais devoto da Virgem de Fátima. O tema chamou-me de tal forma a atenção que ouvi atentamente todos os argumentos que ambos, continentais e madeirenses, utilizaram para defender a sua postura. Os da ilha sustinham que foram eles que trouxeram a maioria das imagens de Nossa Senhora que andam por ai espalhadas. Por sua vez, os cubanos (como são chamados os
continentais) sublinharam o facto da virgem de Fátima ter aparecido em Fátima, no Continente e perto de Lisboa, e não na Madeira. A discussão continuou e, na minha cabeça, surgiram mil e um pensamentos: Mas será que a Virgem del Valle é só dos margaritenhos? Como a de Coromoto apareceu supostamente a um índio, não nos pertence a todos nó s venezuelanos? O desenvolvimento de Portugal e as capacidades dos lusos têm ficado, muitas vezes, por cima das dos venezuelanos. Contudo, a histó ria deste jovem povo não reflecte essas absurdas divisões. Margaritenhos, Zulianos e Caraquenhos identificam-se sob uma mesma nacionalidade, sem cair no ridículo de discutir quem são os melhores. Causa-me tristeza essa preocupação dos lusitanos em esclarecer se são portugueses do Continente ou da Madeira… Como se ser de uma região ou de outra representasse uma maior pureza no que se refere a ser português. Não podemos esquecer-nos de que Portugal é uma Nação emigrante, caracterizada por ter um povo que se adapta aos distintos lugares geográficos que escolhe para mudar de vida e pelo seu espírito aventureiro capaz de criar raízes só lidas, divulgando a cultura portuguesa onde chega. É absurdo preocupar-se por fazer uma distinção entre o que fizeram os madeirenses e os continentais. Estando há mais de 8.000 quiló metros da sua terra natal, é completamente desnecessário marcar essas linhas divisó rias, que na verdade nem existem. Somos acima de tudo portugueses, filhos de uma mesma terra e de uma mesma bandeira. Por isso, chega de regionalismos!
Cada macaco no seu galho Cristina da Silva Bettencourt
Cristina_dsb@yahoo.com
R
ecentemente, houve uma manifestação contra os imigrantes em Portugal. O motivo era protestar o crescimento da violência no país e, para além disso, pedir a repatriação dos imigrantes, especialmente os vindos do continente africano. Cheguei há menos de um ano a Portugal e a primeira impressão que eu tive foi de que neste país havia uma grande quantidade de imigrantes e estrangeiros. Com o passar do tempo, conclui que Portugal era um país cosmopolita: um país onde se misturam cores de pele, aromas, tradições, etc. Ao ver na televisão as imagens do protesto na praça do Rossio e no Martin Moniz pensei: mas como é possível aquelas pessoas estarem a protestar pela presença dos imigrantes quando os portugueses foram um dos povos que mais saiu para outras terras à procura de melhores oportunidades? A Venezuela é um claro exemplo do que estou a dizer. Famílias inteiras chegaram à Venezuela à procura de melhores condições de vida e agora Portugal está a viver a mesma situação: pessoas das antigas coló nias portuguesas, dos países da cortina de ferro e outras chegam a Portugal para fazer o seu pró prio destino. Mas quem é que realmente tem a razão, os portugueses que protestam contra da crescente violência em Portugal (que segundo eles é provocada pelos imigrantes e filhos de imigrantes) ou os imigrantes que reclamam o direito de procurar melhores condições de vida? Eu tento pô r cada macaco no seu galho. Se me coloco no lado dos portugueses que moram em Portugal há anos, pensaria que têm razão em protestar quanto ao crescimento da violência. Na verdade, eu nunca ouvi da boca dos meus pais problemas relativos à violência em Portugal ou sobre um ataque de uma grande massa de gente numa praia. Se me colocar do outro lado, do lado dos imigrantes, posso pensar que nem todos são assim, nem todos têm comportamentos indesejáveis para com a sociedade portuguesa. Como tal, seria injusto qualificá-los a todos da mesma forma, como se todos fossem iguais. Em todo este assunto reside o problema da adaptação ao processo de globalização pelo qual estamos a passar. O choque de culturas é muito forte, cada uma tem as suas pró prias tradições e nenhuma quer dispensar de alguma delas. Encontrar uma solução ao problema é complicado neste momento. Só a tolerâ ncia e uma boa base educativa poderão ser o caminho para solucionar esta crise.
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OPINIÃO 23
caRTas dOs leITORes Tem que ser mesmo assim....
Distribuição Vivo no Estado de Portuguesa e sou uma fiel leitora do CORREIO (quando consigo...). Escrevo para vos dizer que deveriam melhorar a distribuição nesta zona da Venezuela. Não imaginam a "ginástica" que tenho que fazer para conseguir comprar o vosso semanário. Ultimamente, vou à Central Madeirense e uma ou outra vez dão-me o jornal, mas só quando lhes sobra. Nos quiosques de venda da zona, algumas vezes trazem o jornal, outras vezes não. Quando pergunto ao senhor onde compro as revistas e jornais pelo CORREIO, diz-me que não o tem e que
a culpa não é dele, mas dos senhores da distribuição, que as vezes levam o jornal e às vezes não. Por favor, melhorem essa parte pois é muito importante para nó s ter alguma informação de Portugal, da nossa terra e sobretudo daquilo que fazem os portugueses na Venezuela. Para os nossos filhos também é muito importante já que assim podem conhecer a nossa terra, nem que seja pelo jornal, porque para a ir visitar penso que nunca mais pois está tudo muito caro e não temos possibilidades. Maria Lurdes da Silva P.
Trujillo sem tradições lusas Escrevo-vos desde Trujillo para dar uma saudação calorosa a todos os leitores do CORREIO e para fazer uma observação sobre um assunto que me tem preocupado há muito tempo. A comunidade portuguesa nesta zona não é muito grande, mas sim suficientemente importante para preservar alguns costumes. Contudo, as manifestações culturais que temos trazido desdeque emigramos têm vindo a desaparecer a pouco e pouco com o tempo. Algumas pessoas que se radicaram aquí se converteram apáticas e esqueceram-se das suas comemorações e festas padroeiras. Os pró prios portugueses que se conhecem conversam entre si e dizem que nada importa mais do que o trabalho e a sua casa. É que não há integração como noutras regiões da Venezuela, por exemplo em Caracas, onde frequentemente organizam iniciativas para unir a comunidade. Em Trujillo, não temos um clube onde podemos preservar os nossos costu-
INQUéRITO
Gostaria de começar por felicitar o CORREIO e o Diário de Noticias da Madeira por uma notícia que publicaram sobre os sequestradores portugueses e, sobretudo, por mostrarem a fotografia para desmascarar este tipo de indivíduos da sociedade em que vivemos. De facto, só mesmo assim poderemos nó s como sociedade castigar verdadeiramente pessoas que sem nenhum tipo de escrú pulos "roubam" dinheiro a custa do sofrimento dos outros, ainda por cima a custa da desgraça familiar alheia. Só mesmo conhecendo quem são poderemos apontar com o dedo de onde vêem, a que família pertencem, de que sítio são. Isto é bom para que a mesma família, embora sem culpa, tenha consciência também das escó rias que o representam. E deve ser motivo de vergonha, repú dio e desprezo nas vizinhanças correspondentes. Da minha parte, como emigrante, tento contribuir divulgando com os meus amigos quem eram os delinquentes portugueses, da mesma forma que o faço com os meus familiares. Na Madeira também pedi para saberem quem eram, para que tenham vergonha e que sejam excluídos da família e da sociedade porque pessoas assim não
podem conviver com pessoas normais. Igualmente peço tanto ao Diário de Notícias da Madeira como ao CORREIO que continuem a dar seguimento a este caso, não vá estes criminosos serem libertados por falta de "provas" ou por outro qualquer motivo. Da mesma maneira, penso que deveriam pedir a colaboração dos nossos compatriotas no sentido de fornecerem ao jornal alguma fotografia do outro sequestrador que fugiu para Portugal há alguns meses atrás, quando foi apanhado na zona de filas de Mariche, Caracas, sequestrando um português. Só assim poderemos contribuir para que isso acabe ou pelo menos que marque precedentes na histó ria deles, para que nunca mais aconteça este tipo de crime, vergonhoso e cheio de escâ ndalo. Realmente dariam da mesma maneira um grande contributo, não somente à comunidade portuguesa como também todos os que, como eu, vivem na Venezuela. Parabéns pela frontalidade das notícias que publicam e, uma vez mais, evidencio a minha gratidão por publicarem as fotos dos portugueses "malandros". Só assim é que podem vir a ter vergonha. Se é que têm... M. J. Gomes Pereira
As herdeiras do fado
mes, pois nunca ninguém se interessou pela relação fraternal entre os lusitanos. Sinto-me defraudado com os meus conterrâ neos e chamo a atenção para que os lusitanos e os luso-descendentes e portugueses retomem os seus costumes, abrindo mais hipó teses de amizade com os seus conterrâ neos. Duarte Francisco Suáres Pinto
Participei no fim-de-semana passado na Noite de Fados que se realizou no Centro Luso de Caracas, em Turumo, e fiquei gratamente surpreendido ao ouvir as vozes de quatro meninas a cantar com enorme sentimento vários temas do nosso género musical por excelência. Estas jovens serão, pelo talento que demostraram nessa noite, futuras exponentes do fado. Assim como o CORREIO, no seu suplemento quinzenal publicado no El Nacional falava das herdeiras do folclore, devido
ao amplo numero de jovens luso-descendentes e venezuelanos que participam nestas iniciativas para não deixar morrer as tradições dos pais, eu, da mesma maneira, atrevo-me a chamar as jovens fadistas do Centro Luso de herdeiras do fado, pelo grande profissionalismo que demostraram com suas interpretações. Se este grupo de jovens se continuar a preparar, acho que vamos estar dignamente representados. Elas e toda a comunidade lusa está de parabéns! João Pestana
O que achou do Arraial do Dia da Madeira organizado pelo Centro Português, em Caracas?
Alcinda Maio
Emigrante não-sócia, natural do Monte
Estou a gostar de tudo, sem reparos. Desde o ambiente ao cheiro a arraial. Gostei muito da sopa de trigo, da espetada com bolo do caco, da banda de mú sica, do conjunto folcló rico. Tudo está excelente e é muito importante para nó s e para os nossos filhos, para que também conheçam e revivam as nossas tradições.
José de Sousa Ferraz Emigrante não-sócio, natural de Câmara de Lobos
Gostei de tudo. Do ambiente, das comidas típicas, da banda de mú sica, do grupo folcló rico, das barracas feitas com loureiros, da decoração, das bandeiras e das luzes que me fizeram retroceder no tempo. Adorei ver a tosquia que fizeram à ovelha e a sangria estava excepcional. É mesmo festa portuguesa. Espero estar aqui para o ano. Este tipo de iniciativas não devem morrer.
Avelino Pereira Faria
Lusodescendente, nãosócio, origens em Câmara de Lobos
Gostei do ambiente que se vive aqui. Adorei a tosquia. Fez-me lembrar a Madeira, que visitei nas férias. Fui à feira do gado. Também gostei de ver a charola, a sopa de milho em grão e a espetada. Este tipo de iniciativas são muito importantes. Espero que não acabem.
Maria Abreu Fernandes
Emigrante, não sócia, natural de Santo António
Gostei muito de tudo. Foi uma autêntica festa madeirense. Adorei de ver a "nossa gente", o nosso ambiente, caras conhecidas. Adorei as comidas típicas, desde o bacalhau até à carne de vinho-e-alhos. Espero que, para o ano, façam a mesma festa. É importante que este tipo de eventos continuem, pois nos fazem lembrar tanto a nossa terra.
24 ECONOMIA
CORREIO DE CARACAS - 21 DE JULHO DE 2005
Automercado "Luvebras" abre sede em La Castellana Carlos Orellana
corellanacorreio@hotmail.com
N
o passado dia 13 de Julho, uma nova sucursal de "Luvebras", em La Castellana, foi inaugurada. A filial é a quarta que abre no município de Chacao e conta com uma área de mil metros quadrados. Nas suas instalações, tem serviço de padaria, Deli Gourmet, uma moderna linha de refrigeração e 110 lugares de estacionamento grátis. Como parte desta visão e missão de conseguir satisfazer o cliente, esta cadeia de supermercados vai fazer uma oferta promocional de inauguração, em que oferecerá um desconto de 5% em todas as compras efectuadas durante o mês da promoção, ou seja, entre 14 de Julho e 14 de Agosto. De forma paralela e por causa do seu 33º aniversário, a cadeia vai continuar a sua segunda fase de "Ofertas de Aniversário" nas restantes sucursais: El Márquez, Guatire e Santa Mó nica. A promoç ão começou a 8 de Julho e vai até 2 de Agosto e permite aos clientes participarem num concurso que oferece dez talões de compras no valor de 250 mil bolívares, todas as semanas, e um KIA, modelo Picanto "0 quiló metros". Carlos Carvalho, director da cadeia, assegurou ao que a nova sucursal de "Luvebras" em
La Castellana pretende responder às necessidades dos vizinhos da zona. "O estabelecimento está num sector comunitário onde o supermercado é praticamente mais um habitante. A área onde está instalado o novo supermercado oferece várias facilidades e é prática e có moda, o que nos faz parecer que estamos a entrar na casa do vizinho mais pró ximo", disse. Carvalho não põe de lado a hipó tese de, dentro de um
tempo, se incorporem novos serviços à infra-estrutura física da nova sede, como postos de pagamento de diferentes serviços, como a luz, a água, o telefone, etc. A abertura contou com a actuação de um trio de jovens que desceram através de uma corda por uma das colunas da entrada do supermercado. Depois, ofereceu-se ao grupo de convidados um cocktail, com mú sica clássica ao vivo, petiscos e bebidas.
BREVE
FOTO
"Heinz Kidz" para os mais pequenos A companhia de alimentos Heinz lançou no mercado um novo produto denominado "Heinz Kidz", uma pasta de frutas para crianças dos dois aos seis anos que vem fortalecido com várias vitaminas, como ferro e zinco, para cobrir as necessidades alimentares dos mais pequenos. O produto tem uma variedade de sabores como maçã, pêra, ananás, morango e manga. Para sobremesa, saiu o pudim de chocolate com bolachas e, para o almoço, há a pasta bolonhesa. O frasco contém 186 gramas e será o maior deste tipo que há no mercado. Marielena de Sousa, gerente dos produtos Heinz, expressa-nos que a finalidade deste produto é oferecer variedade à alimentação das crianças, que desde pequenos já seleccionam o que querem comer.
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26 PUBLICIDADE Tap e Air One estabelecem acordo de cooperação CORREIO DE CARACAS - 21 DE JULHO DE 2005
A
TAP Portugal e a AIR ONE assinaram na semana passada um Acordo de Cooperação Comercial, que entrou em vigor no passado dia 20 de Julho.
O acordo visa disponibilizar um produto conjunto de mercado muito completo e diversificado, que responda eficazmente às necessidades dos seus Clientes. O acordo de codeshare, que aumenta consideravelmente o nú mero de opções e a conveniência dos serviços postos à disposição entre pontos em Portugal e pontos em Itália, melhorando substancialmente a distribuição do tráfego dentro dos dois países. Assim, e além das rotas Lisboa-Roma, Lisboa-Milão e LisboaVeneza operadas pela TAP, as duas empresas comercializarão conjuntamente em code-share um vasto leque de destinos domésticos, em Itália e em Portugal, entre os quais Turim, Palermo, Catania, Génova, Lamezia Terme, Trieste, Alghero e Veneza, operados pela Air One a partir do Aeroporto de Fiumicino, em Roma, e Porto, Funchal e Faro, operados pela transportadora portuguesa, via Lisboa. "Através da parceria com a Air One", referiu a propó sito José Guedes Dias, Director de Relações Internacionais e Alianças, "a TAP Portugal passa a oferecer aos seus passageiros a mais extensa rede de destinos no interior de Itália, operacionalizada por uma empresa privada altamente fiável e de reconhecida qualidade e segurança". Acrescentou também que "a oferta destes novos serviços, envolvendo oito cidades de Itália, dá continuidade ao objectivo da TAP de privilegiar o alargamento e a melhoria do seu produto, com o intuito de acrescentar valor e nível de satisfação dos seus Clientes". "Com redes complementares e um forte empenho na qualidade e eficiência, a Air One e a TAP Portugal são parceiros naturais" diz Giorgio de Roni, Director da Divisão de Passageiros da Air One; "Ligações coordenadas dos voos são um benefício significativo para os nossos clientes. Esperamos que tanto as duas companhias de aviação como os pró prios países ganhem à medida que aumenta o fluxo de passageiros e de turistas. Construída na excelente relação já estabelecida na área técnica - a TAP Portugal tem providenciado a manutenção de motores á Air One desde o ano passado - estamos
encantados com esta parceria para benefício dos nossos clientes". A TAP Portugal é a companhia aérea portuguesa líder de mercado, em operação há 60 anos, celebrados em 14 de Março deste ano, e faz parte da Star Alliance. O seu hub em Lisboa é uma plataforma privilegiada de acesso à Europa, na encruzilhada com
África, América do Norte e do Sul, região em que a TAP se destaca como a transportadora aérea europeia líder de operação para o Brasil. A Rede da TAP cobre 43 destinos dispersos por 25 países a nível mundial, aos quais acresce um extenso conjunto de outros destinos servidos em code-share com companhias suas parceiras.
A companhia opera, em média, entre 160 / 180 voos diários e dispõe de uma moderna frota de 40 aviões Airbus. A Air One é a principal companhia de aviação privada italiana. Com uma frota de 30 Boeings 737, a Air One transportou quase seis milhões de passageiros em 2004. A sua rede doméstica distri-
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Quatro produtos, um mesmo sucesso
Charming Hotels é já uma referência no mundo da hotelaria. Para quem passa pela Madeira, desfrutar de qualquer uma das suas "quintas" torna-se um prazer para se repetir vezes e vezes sem conta...
C
harming Hotels é já uma referência no mundo da hotelaria. Para quem passa pela Madeira, desfrutar de qualquer uma das suas "quintas" torna-se um prazer para se repetir vezes e vezes sem conta... Falar de qualidade é falar, de imediato, de Charming Hotels. Dos proprietários da Aquimadeira Equipamentos Hoteleiros S. A., líder no fornecimento de materiais para hotelaria, a Charming Hotels contempla já um naipe de 4 escolhas de primeira classe, todas elas com uma mesma excelência na arte de bemservir. Conhecidas pela sua envolvência de toque claramente acolhedor, mestria em hospedagem e nos seus talentos gastronó mico. Tratam-se, pois, de quatro quintas que abraçam todo um enquadramento de casas senhoriais, rodeadas de jardins e uma série de infraestruturas recheadas de classe, ambiente pequeno e familiar. A receita para uma estadia tranquila, em contacto com a natureza.
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deira do séc. XX, esta quinta é um produto de excelência, apreciado por clientes apologistas do descanso, jardins, SPA, terraço e muito mais. Com 71 quartos, incluindo 8 suites, a Quinta das Vistas brilha, ainda, pela qualidade dos seus bares e do seu restaurante "La Belle Terrasse", com varanda coberta e terraço ao ar livre, oferecendo o ambiente das amenas noites da ilha, onde os convidados poderão degustar sofisticados paladares, não esquecendo a sua grande variedade de chás para, quem sabe, um agradável chá das cinco. Aqui, encontra-se os melhores "scones" do Funchal. A sala de jantar foi decorada de modo a salvaguardar a arquitectura original elegante do passado româ ntico da Madeira.
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grau de requinte.
QUIntA Do MontE
À saída do teleférico e junto aos tradicionais carros de cesto, a Quinta do Monte, com 42 quartos, dos quais 2 suites, localizada na histó rica freguesia do Monte, reservalhe 17.000 m² de jardins com uma extensa área de espécies endémicas da Madeira. "Monte Garden" é a proposta ao nível da restauração, com vista panorâ mica sobre os extensos jardins e uma ementa "à la carte" completa, elaborada, com uma variedade de pratos madeirenses, portugueses e internacionais. Referência, ainda, para a sua cuidada selecção de vinhos. No centro dos jardins, encontra-se um quiosque, com uma esplanada muito agradável, cuja mú sica de fundo é, diga-
mos, o "chilrear dos pássaros". Aqui, pode ainda celebrar um evento tão importante como o seu casamento, na capela da pró pria quinta e realizar a boda num ambiente extremamente româ ntico. A Quinta do Monte é ainda o local perfeito para a celebração de outros eventos festivos.
QUIntA PErEstrELLo
Situada na mais prestigiada área hoteleira do Funchal, a Quinta Perestrello está apenas a 10 minutos do centro e a 2 minutos da Quinta Magnó lia. Dispondo do ambiente familiar destas casas senhoriais, os seus 37 quartos são espelho de uma decoração tradicional e cuidada. Destaque, ainda, para os "snacks" de qualidade, oferta do bar de apoio à piscina.
- Madeira
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"Manjar del Queso" começou bem Delia Meneses
delia_jornalista@yahoo.com
E
m Janeiro deste ano, o luso-descendente de pais madeirenses Horácio da Corte conseguiu reunir todos os membros de uma equipa de futebol de salão que actualmente está sob a sua direcção. O particular nome da equipa "Manjar del Queso" advém da empresa portuguesa que a patrocina e que tem promovido o potencial destes jovens jogadores e amigos. "A empresa El Manjar del Queso e de la Carne, de Juan Sidó nio, tem fornecido aos jogadores de equipamentos, bolas e outro tipo de incentivos", refere com gratidão Corte, um comerciante de 28 anos que também faz parte do grupo folcló rico Os Lusíadas. Esta equipa existe desde o mês de Janeiro. Na sua primeira participação, há mais de um mês, conseguiram impressionar o pú blico no campeonato de futebol de salão que se realizou no Centro Luso de Caracas, em Turumo, no qual participaram dezoito equipas.
"Participamos em dezanove jogadas e só perdemos uma. O nosso guarda-redes foi o que deixou marcar menos golos e ganhamos o título da equipa mais bem disciplinada. No jogo final, o Manjar del Queso venceu 11 a 8 a equipa de Macaracuay", precisa Horácio da Corte, acrescentando que estão dispostos a participar em qualquer outro torneio que qualquer centro português faça. Actualmente, a equipa participa no
campeonato que se decorre no Colégio Fray Luís de Leó n, das Mercedes, que começou há duas semanas. Na primeira jogada, começaram bem ao derrotar por 11 a 3 o CVG Edelca. O grupo que dirige Horácio da Corte é constituído maioritariamente por venezuelanos. "Há dois luso-descendentes e um italiano. É uma equipa de profissionais, alguns saíram do Central Madeirense", sublinha.
BREVE 3º lugar em kickingball para o Centro Português Carlos Orellana
corellanacorreio@hotmail.com
A equipa feminina do Centro Português de Caracas obteve o terceiro lugar num torneio de kickingball que realizou no âmbito das comemorações do 47º aniversário desta casa portuguesa. O segundo lugar foi atribuído às raparigas do clube Campo Alegre e a vitória foi para o grupo de Exxon Móvil. O jogo teve lugar nas instalações do Polidesportivo Rafael Vidal, que fica em La Trinidad, onde as equipas de "novatos" deram o melhor de si para conseguir o prémio da casa. Para o mês de Outubro, a selecção do Centro Português, constituída por 23 jogadores, começa o torneio da liga de kickingball do Município de Baruta, na categotia de novatas. O torneio prolonga-se até ao mês de Junho de 2006, sendo um dos mais importantes do país. Resultados: Centro Português - Exxon Móvil (0-13) Centro Português - clube Campo Alegre (0-3) Exxon Movil - club Campo Alegre (10-9)
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Adeptos recolhem fundos para a Casa do Benfica Aleixo Vieira
aleixo5151@cantv.net
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m grupo de adeptos do Benfica, reuniu-se em Caracas, num encontro que visa ter continuidade através de eventos desportivos, reuniões familiares e de amigos e, ainda, mediante a criação da Casa do Benfica na Venezuela. A iniciativa teve lugar no Centro Português, em Caracas, num cenário autenticamente encarnado, misturado com uma ou outra camisola da selecção portuguesa. O objectivo foi angariar fundos para a criação da Casa do Benfica na Venezuela e, pelos indícios, a ideia vingou junto da comunidade, que se mostrou receptiva à iniciativa. E se um dos objectivos do evento era angariar fundos, o propó sito foi amplamente conseguido, pois muitos foram os emigrantes que doaram algumas verbas a título pessoal ou em nome das suas empresas. Na festa, foram preenchidos alguns formulários de inscrição para futuros só cios, que se apresentaram no clube com as suas famílias. Misturaram-se as
Apesar de serem de outros clubes, portistas, sportinguistas e maritimistas não faltaram à festa cores das bandeiras com a dos cachecó is das crianças e dos adultos e destacou-se a presença feminina, que foi grande. Nesta festa com casa cheia, que reuniu muita gente no Centro Português, foi curioso ver que não foram só adeptos do Benfica que se juntaram à festa. Adeptos do Porto, do Sporting e do Marítimo deixaram de lado as rivalidades naturais e decidiram responder ao apelo que os convidava a conviver com outros membros da comunidade portuguesa. O grupo "Saudade" e outros grupos musicais animaram a iniciativa, finalizando de uma forma divertida: os dinamizadores do evento subiram ao palco e explicaram aos presentes os projectos em curso, concluindo a sua intervenção com um grito, em coro, de "Viva o Benfica".
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INQUÉRITO José Duarte
António Ferreira ( Toby)
José Emanuel Macedo
José Fernando Ferreira
Sou portista desde que nasci e gosto muito do meu clube, embora reconheça que o Benfica também é um grande clube. Vim à festa do Benfica porque considero que as amizades e as nossas famílias devem estar acima de qualquer preferência desportiva. Estou aqui porque tenho muitos amigos do Benfica, do Sporting e do Maritimo. Se amanhã outro clube organizar uma coisa destas, lá estarei para contribuir com a minha presença.
Sou adepto do Porto desde que cheguei à Venezuela e não me perguntem porquê, pois não sei responder. Só sei que gosto daquele clube. Vim à festa porque estava curioso para ver o evento e, sinceramente, gostei do ambiente, embora em Portugal esteja sempre contra o Benfica. A não ser quando este jogue contra uma equipa estrangeira.
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Sou do Sporting desde que nasci. No entanto, quero felicitar os benfiquistas por esta iniciativa e dizer que estou aqui por esta causa nobre. Mais do que a casa do Benfica, que confesso não gosto muito, está a nossa comunidade, os amigos, a família, etc. Não perco a esperança de um dia assistir a alguma iniciativa deste género, mas com pinceladas verdes, sportinguistas. No fundo, os amigos servem para nos ajudarmos uns aos outros e vim aqui para dar vida a um amigo. Afinal, não posso jogar sozinho (sorrisos).
Sou do Sporting, apesar de também ser do Marítimo. Vim à festa do Benfica porque toco na banda de música. Como hoje estou aqui, amanhã posso estar numa festa do Marítimo, do Beira Mar do União de Leiria ou, porque não, numa festa do meu clube, o Sporting. Estas iniciativas merecem todo o nosso apoio e devemos estar orgulhosos da nossa comunidade portuguesa na Venezuela.
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CORREIO DE CARACAS - 21 DE JULHO DE 2005
Maritimistas retomam trabalhos com duas sessões de treino O ciclo de trabalho de preparação dos "verde-rubros" para a próxima época engloba a realização de onze treinos alternados entre o campo e a serra rubros" cumpriram duas sessões de treino, no rels profissio- vado do Campo da Imanais mariti- culada Conceição. A sesmistas come- são matinal tem início çaram a trei- aprazado para as 10.00 nar a 13 de Julho e já horas, enquanto o aprontiveram, depois de uma to vespertino vai acontesemana de trabalho, di- cer por volta das 18.00 reito a uma merecida horas. pausa. O novo ciclo de Nos dias 19 e 20, os trabalho da pré-tempo- maritimistas voltaram ao rada dos "verde-rubros", seu complexo desportivo que iniciou-se a 18 e en- para efectuar sessões bigloba onze sessões de in- diárias, no horário dos tenso trabalho, alterna- dias anteriores. das entre o relvado do A 21, os "verde-ruCampo da Imaculada bros" têm "dose" dupla, Conceição, o espaço ver- de manhã, pelas 10.00 hode da Meia Serra e o ras, no Campo de Golfe Campo de Golfe do San- do Santo da Serra, e às to da Serra. 18.00 horas, em Santo No dia 18, os "verde- Antó nio. DN - Madeira
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Nacionalistas preparam temporada 2005-2006 Os "alvinegros" realizam primeiro jogo de treino no próximo sábado, WÉNIO ESTÁ DE REGRESSO No que concerne ao panorama clínico, registe-se o regresso de Wénio ao trabalho de cam-
po, embora com algumas limitações. O médio brasileiro deverá encetar, esta manhã, o trabalho específico de recuperação no relvado Recorde-se que o jogador sofre de uma ligeira lesão ao nível dos gémeos da perna direita. Por seu turno, Pekic e Filipe Oliveira vão continuar, por mais algum tempo, entregues aos cuidados do departamento clínico do clube. Enquanto, Filipe Oliveira está a contas com uma entorse na tíbio-társica, de alguma gravidade, o avançado esloveno padece de uma microrrotura numa coxa. Os jogadores devem regressar aos treinos no início da pró xima semana.
ta das 18.00 horas. Nos dias 19 e 20, os maritimistas voltaram ao seu complexo desportivo para efectuar sessões bi-diárias, no horário dos dias anteriores. DN - Madeira A 21, os "verde-rubros" s profissionais têm "dose" dupla, de manmaritimistas hã, pelas 10.00 horas, no começaram a Campo de Golfe do Santreinar a 13 de to da Serra, e às 18.00 hoJulho e já tiveram, depois ras, em Santo Antó nio. de uma semana de trabalho, direito a uma mereci- WÉNIO ESTÁ da pausa. O novo ciclo de DE REGRESSO trabalho da pré-temporaNo que concerne ao da dos "verde-rubros", que panorama clínico, registeiniciou-se a 18 e engloba se o regresso de Wénio ao onze sessões de intenso tra- trabalho de campo, embobalho, alternadas entre o ra com algumas limitaçõrelvado do Campo da es. O médio brasileiro deImaculada Conceição, o es- verá encetar, esta manhã, paço verde da Meia Serra o trabalho específico de e o Campo de Golfe do recuperação no relvado Santo da Serra. Recorde-se que o jogador No dia 18, os "verde-ru- sofre de uma ligeira lesão bros" cumpriram duas ses- ao nível dos gémeos da sões de treino, no relvado perna direita. do Campo da Imaculada Por seu turno, Pekic e Conceição. A sessão mati- Filipe Oliveira vão continal tem início aprazado nuar, por mais algum tempara as 10.00 horas, en- po, entregues aos cuidaquanto o apronto vesper- dos do departamento clítino vai acontecer por vol- nico do clube.
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Marítimo e Nacional jogam derby em Dezembro Filipe Sousa
dizer que na primeira volta do campeonato, o Marítimo irá receber nos Barreiros as principais equipas do campeonato. arítimo e Nacional vão esO ú nico "europeu" que não joga nos trear-se fora de casa na Barreiros na primeira volta é o Guimaedição 2005/06 da Super- rães. Os madeirenses jogam na "cidade -Liga. berço" à 5ª jornada. Na ronda inaugural do campeonato, No que toca ao Nacional, há a registar marcada para 21 de Agosto, o Marítimo uma curiosidade já verificada na tempovai visitar a casa do Gil Vicente, enquanto rada passada. O Nacional joga com a o Nacional jogará no reduto do Paços de equipa que defrontou o Benfica na jorFerreira, equipa que esta temporada re- nada anterior. gressa ao convívio dos grandes. TeoricaBENFICA COM ACADÉMICA mente as equipas madeirenses têm tarefas O campeão Benfica começa a defenacessíveis na primeira ronda, ainda que der o título em Coimbra, diante da Acatenham de actuar fora de portas. démica, na primeira jornada da SuperLiO sorteio para o novo campeonato, ga portuguesa de futebol 2005/06. Na ú lditou também que o derby entre os dois tima "lotaria" com 18 equipas nas conjuntos madeirenses, acontecerá a 11 competições profissionais (SuperLiga e de Dezembro, no Estádio Eng.º Rui Al- Liga de Honra), uma vez que a época de ves. Quanto ao encontro de volta, está 2006/07 contará somente com 16 clubes aprazado para 15 de Abril, no Estádio dos (vão descer 4 e subir apenas 2), calhou em Barreiros. sorte a Sporting e Belenenses um início O Marítimo tem um início de campe- de campeonato com um "derbi" lisboeta, onato algo complicado, pois logo à se- no Estádio José Alvalade. gunda jornada vai receber a visita do O FC Porto, por seu turno, "apadrinSporting. Depois, na sexta jornada os ha" o regresso do Estrela da Amadora ao "verde-rubros" recebem o FC Porto, na escalão principal, no Estádio do Dragão. décima o Sporting de Braga, quarto clasO Sp. Braga, quarto classificado da ú lsificado da ú ltima edição da SuperLiga, e tima edição, visita a União de Leiria, enna 13.ª o campeão Benfica. Isto significa quanto o Boavista, apesar de se estrear (DN - Madeira)
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em sua casa, no Estádio do Bessa, defronta o Vitó ria de Setú bal, vencedor da Taça de Portugal. O primeiro grande duelo entre candidatos ao título está marcado logo para a terceira jornada, agendada para 11 de Setembro. O Estádio de Alvalade será o "palco" do sempre apetecível SportingBenfica, que personifica aliás o "terrível" arranque de campeonato da equipa de José Peseiro. Nas primeiras quatro jornadas recebe Belenenses e Benfica e desloca-se duas vezes à Madeira, defrontando Marítimo (2ª jornada, a 28 de Agosto) e Nacional (4ª jornada, 18 de Setembro).
O Benfica também não terá um início fácil, pois à deslocação a Alvalade seguemse duas complicadas viagens a Norte: Penafiel (5ª jornada, 25 de Setembro, e Dragão, 7ª jornada, a 16 de Outubro). No curto espaço de mês e meio, o campeão joga no reduto dos seus dois maiores "rivais". Quanto ao confronto entre Porto e Sporting, está marcado para a 13ª jornada (4 de Dezembro), no Dragão, curiosamente, no mesmo dia em que o Benfica joga na Madeira, frente ao Marítimo. Ou seja: o FC Porto recebe Benfica e Sporting na primeira volta, tendo de jogar fora na segunda.
Quem quer um banco vai ao totta CORREIO DE CARACAS - 21 DE JULHO DE 2005
Deputados desiludidos José Cesário e Gonçalo Nuno dos Santos esperavam mais participação das pessoas nas últimas eleições Aleixo Vieira
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s deputados do PSD eleitos pelo círculo da emigração portuguesa, José Cesário e Gonç alo Nuno dos Santos, mostraram-se desiludidos com a pouca participação dos emigrantes nas ú ltimas eleições. Apesar de satisfeitos com os resultados obtidos no ú ltimo escrutínio, os parlamentares fizeram questão de sublinhar que é lamentável o facto de apenas 49 votos terem chegado às urnas portuguesas provenientes da Venezuela. José Cesário e Gonçalo Nuno dos Santos não compreendem a ineficácia da empresa de Correios venezuelana, pois cerca de 400 votos chegaram a Portugal depois do prazo previsto para a recepção dos votos. "Não puderam simplesmente ser contados", explicamnos. "Num universo de tantos emigrantes com nacionalidade portuguesa na Venezuela, não se admite uma participaç ão eleitoral tão insignificante. Estamos tristes e um pouco desiludidos", declaram ao CORREIO os parlamentares. Lembre-se que os deputados social-democratas estiveram na semana passada na Venezuela,
Sandra Rodrigues actua na Festa Venezuelana Sónia Gonçalves
sgoncalves@dnoticias.pt
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concluindo a sua visita no dia 15, data em que tiveram um encontro com o vice-ministro dos Negó cios Estrangeiros. A visita dos deputados teve uma pequena dose de solidariedade para com o co-piloto da Air Luxor detido há vários meses, pois foram visitá-lo à sua casa, onde está em prisão domiciliária. José Cesário e Gonçalo Nuno dos Santos reuniram com diversas organizações da comunidade portuguesa em Caracas, como os clubes de Turumo e o Centro Português, em Caracas; visitaram o Lar de Terceira Idade de Los Anaucos; e fizeram uma visita à ilha do Curacau e Aruba, loca-
lidades onde residem muitos emigrantes portugueses. O anterior chefe de Estado, José Cesário, lamentou não se ter deslocado a cidades como Valencia e Maracay por falta de tempo disponível e disse ter esperanças de, num eventual regresso, visitar estes lugares. Na agenda da visita, estavam também previstas reuniões com os membros do parlamento venezuelano, especialmente com o presidente da Assembleia Nacional, Nicolas Maduro. A conversa pretendia acelerar o processo judicial do copiloto Luís Santos, mas Maduro não se apresentou no encontro alegando estar doente.
s irmãos Sandra e Ricardo Rodrigues actuam na grande Festa Venezuelana que se vai realizar a 5 de Agosto na Madeira. A dupla, que é cada vez mais conhecida pela comunidade portuguesa, actuou recentemente com a Orquestra Sinfó nica da Venezuela, no â mbito das comemorações do Dia da Madeira, e está a gravar um CD com o Conde del Guácharo, precisamente o cabeça de cartaz da festa que o CORREIO está a organizar. O conhecido humorista o Conde del Guácharo vai apresentar-se no Restaurante Estalagem Encumeada, pelas 20h00, onde vão ser servidos pratos típicos da Venezuela. A "Grande Festa da Venezuela", como é denominada a iniciativa do CORREIO, vai contar, também, com a actuação do Grupo Folcló rico do Centro Português, de Caracas, e oferece uma ementa típica que permite escolher entre o tradicional "pabelló n criollo" e o "prato navideño". O "pabelló n criollo" ou "pabelló n venezolano", como tam-
bém é conhecido, é um dos pratos mais representativos da cozinha venezuelana. Cheio de cores e sabores variados, este prato é composto por arroz branco, carne de vaca, feijão preto e fatias de plátano frito. Já o "prato navideño", também muito apreciado pelos venezuelanos e recordado pelos madeirenses e luso-venezuelanos que vivem na Região, oferece a tradicional "hallaca", que é feita com farinha de trigo recheada com carne de vaca, frango e porco. El Conde del Guácharro, ou Benjamín Rausseo (o seu verdadeiro nome), é um humorista venezuelano bastante famoso que teve muito sucesso com os seus mais recentes temas, "Hubo um vacio de poder?" e "Miami". Actualmente, é proprietário de um parque temático em Margarita, chamado de "Mú sipán", que com muita sátira nos apresenta a Disney World e o Jurassic Park. Os interessados em participar nesta grande festa venezuelana podem adquirir as entradas por trinta euros na Loja do DIÁRIO, no Clube Social das Comunidades Madeirenses, na estalagem da Encumeada e no restaurante O Quartel, na Ribeira Brava.