Correio da Venezuela 120

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O jornal da comunidade luso-venezuelana

ANO 06 - N.º 120 - DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 - PUBLICAÇÃO SEMANAL

Comemorações na Venezuela Festas de Nossa Senhora do Monte e do Livramento. PÁGINA 08

CARACAS, 18 DE AGOSTO DE 2005 - VENEZUELA: BS.: 1.000,00 / PORTUGAL:

0,75

Dia da Cidade do Funchal Vale a pena visitar a capital da Madeira. PÁGINA 14

Consulado de Maracaibo fechado até Outubro Motivos de saúde fizeram o antigo cônsul renunciar e, enquanto não houver um substituto, a comunidade vai ter que continuar a se deslocar aos consulados de Caracas ou Valencia. PÁGINA 03

Andy Pita: entre os estudos e o mundo da televisão. PÁGINA 17 Alegados sequestradores e Fiscalia com versões diferentes. PÁGINAS 10 e 11

Primeiro “Mundialito” de futebol Estão na Venezuela equipas de todo o Mundo. Portugal está bem representado, com uma equipa do continente e outra da Madeira. PÁGINAS 30 e 31

Até 23 de Setembro: as ofertas das universidades portuguesas. PÁGINAS 24 e25


2 EDITORIAL

CORREIO DE CARACAS - 18 DE AGOSTO DE 2005

Estudar e estagiar em Portugal

Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Coordenação na Madeira Sónia Gonçalves Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva Nathali Gómez e Noélia de Abreu Correspondentes: Ana Pita Andrade (Maracay) Bernardete de Quintal (Curaçau) Briceida Yepez (Valencia) Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira

No próximo dia 24 de Setembro, realiza-se pela primeira vez no Centro Português, em Caracas, um fórum sobre "Estudar e Estagiar em Portugal", uma iniciativa do CORREIO e da Universidade Simón Bolívar que pretende divulgar as oportunidades que oferecem as universidades portuguesas. Assim, o CORREIO vai publicar, até ao dia 23 de Setembro, uma secção especial que pretende mostrar aos interessados as faculdades, os departamentos e os cursos de seis estabelecimentos de ensino superior em Portugal. Começamos, nesta edição, por mostrar as oportunidades da Universidade de Lisboa, a "clássica", como é conhecida. Depois, vamos apresentar-lhes

as ofertas da Universidade Nova, da Universidade Católica, da Universidade do Porto, da Universidade de Coimbra e da Universidade da Madeira. O objectivo desta secção é permitir que os lusodescendentes e os emigrantes interessados conheçam não só os âmbitos de estudo nas diferentes instituições portuguesas como também os sites das universidades e as possibilidades que cada faculdade ou departamento oferece. A propósito, refira-se que o Governo de Portugal criou recentemente um programa com o mesmo nome que pretende também atrair emigrantes e jovens lusodescendentes que queiram estudar em Portugal.

A SEMANA MUITO BOM

Arealização de um torneio infantil mundial de futebol das colónias permite reunir delegações de vários países do Mundo. Portugal está bem representado no "Mundialito", com uma equipa continental e outra madeirense. É um grande contributo para o desporto e para toda a Venezuela, pois quanto mais fazemos pelas crianças, mais se eleva o nível do futebol nacional.

Produção: Franklin Lares Fotografia: Paco Garret, Farith Useche Distribuição: Franklin Lara Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela

É de reconhecer o esforço dos alunos de português da Câmara Portuguesa Venezuelana (Caporven), que concluíram com êxito o curso. À cerimónia de fim de curso da escola Hernâni dos Santos assistiram vinte jovens que participaram no acto e que estiveram altamente motivados para aprender a língua do país.

Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas.

O CARTOON DA SEMANA Os voos entre a Venezuela e Portugal estão completamente esgotados.

Porque é que não faz um “desdobramento”, como se fazia nos “horários”?

Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA

Fim de curso

BOM

Preparação Gráfica: Olga de Canha (DN-Madeira)

Futebol infantil

MAU

Abusar da paciência

Muitas vezes já criticamos aqui a desconsideração para com o público que assiste a alguns espectáculos feitos para os portugueses. Recentemente, na apresentação doConde del Guacharo, no Centro português, em Caracas, o animador doevento perguntava ao microfone, admirado, porque é que as pessoas não batiam palmas. Não será que o público estava desanimado porque o espectáculo estava agendado para as 20h30 e só começou às 23h00? Pior: a atracção principal da noite só se apresentou depois da uma da manhã. Não se pode brincar assimcom a paciência das pessoas.

MUITO MAU

Corrupção

No fim-de-semana passado, a polícia desfez uma banda de sequestradores. Do grupo de delinquentes fazia parte um funcionário activo da Polícia Metropolitana.Apesar do grupo ter sido desintegrado, o problema de fundo continua.A desconfiança dos cidadãos para com as autoridades que deveriam protegê-los não admira… Sem mais comentários!

O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias. El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.

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gustos

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VENEZUELA 3

Maracaibo procura cônsul honorário A sede consular da área está fechada por falta de cônsul. Membros da comunidade já concorreram ao cargo Tábita Barrera

í~Ä~Äçê]Å~åíîKåÉí

15 de Julho, o cônsul honorário de Maracaibo, Jesuino Brito, renunciou ao cargo que ocupava há onze anos por motivos de saúde e, por isso, o Consulado teve de fechar. O Consulado Português de Maracaibo é um dos mais antigos da Venezuela e tem sido responsável pelo atendimento de pedidos dos cerca de oito mil membros da comunidade lusa que faz vida no Estado de Zulia. A criação desta sede consular pretendeu facilitar os portugueses no que se refere à burocracia, evitando assim deslocações até Caracas ou Valencia. No entanto, agora está fechado porque ainda não arranjaram um substituto para Jesuino Brito, que anunciou a sua renúncia e poucos dias depois foi para Portugal. É que estava num estado crítico, com cancro num rim, e foi à sua terra

A

natal para ver se o curavam sem que lhe fosse extraído o rim. Mas isso não foi possível, pelo que o operaram de imediato e actualmente está em recuperação. Contactado o antigo cônsul por causa do estado actual do Consulado, Brito, apesar de não se sentir a pessoa mais indicada para dar detalhes, disse que lá para Outubro a situação já deverá estar resolvida, pois espera-se que até lá encontrem uma pessoa que assuma o cargo. Para além disso, precisou, foi pedido aos interessados da comunidade portuguesa de Zulia que entregassem o seu currículo na sede do consulado honorário. A eleição do candidato vai ser feita logo que os candidatos sejam analisados. Logo depois do cônsul Jesuino Brito ter abandonado o cargo, procedeu-se à canalização das diferentes solicitações das pessoas através do Consulado de Valencia. Os documentos eram recebidos em Maracaibo e enviados para ou-

tro consulado, para que se conseguisse continuar a dar resposta às pessoas. Contudo, agora que o Consulado fechou, as pessoas têm que se deslocar até Valencia para tratar de qualquer papelada, pois o Consulado só abre quando se arranjar um substituto.

Jesuino Brito, emigrante natural do Algarve, região de onde saiu quando tinha apenas nove anos, é um profundo conhecedor das actividades dos portugueses naquela localidade. O desejo de Brito é que o próximo cônsul continue com o trabalho por ele iniciado na

área da defesa dos costumes portugueses e a sua divulgação. "Cheguei à Venezuela em 1959. Fui fundador da Casa Portuguesa de Maracaibo e espero que o meu sucessor continue a promover a cultura portuguesa, pois nós passamos e as instituições ficam", destaca.

"So-Bem" beneficia 60 famílias portuguesas Briceida Yépez

ÄêáÅÉOS]Üçíã~áäKÅçã

esde 14 de Novembro de 1988, a Associação de Beneficência de Valencia trabalha em prol dos portugueses que, por uma ou outra razão, têm poucos recursos tanto para sobreviver como para suportar os custos com doenças graves, médicos, funerais e outros gastos impossíveis de suportar sem ajuda externa. Nos seus inícios, a associação sem fins lucrativos teve como sede de origem o Consulado

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de Valencia, onde permaneceu durante mais de dez anos. Agora, prestam os seus serviços na Câmara Portuguesa Venezuelana (CAPORVEN), onde atendem às segundas-feiras, às oito da noite, todos os que procuram apoio. Contudo, a junta directiva de So-Bem tem, entre os seus planos a médio prazo, a intenção de criar a sua própria sede, com consultório médico e mais espaço, para poder prestar aos seus utentes um serviço melhor. A presidente Ana Maria Góis assinalou que a associação se mantém graças à colaboração

de actividades angariação de fundos, tais como festivais de sopa, Tarde de Juegos e Verbenas, entre outras. Estas realizamse durante todo o ano graças à colaboração de centros portugueses. Fazendo referência a este ponto, sublinhou que conseguiram reunir cerca de cinco milhões de bolívares no V Festival da Sopa, que se realizou na Casa Portuguesa Venezuelana, no âmbito das comemorações da semana do Dia de Portugal. Com estes fundos, ajudam actualmente a mais de sessenta famílias portuguesas necessitadas.

Ainda estão à espera de ver quanto conseguiram reunir na chamada Semana de Portugal. A junta directiva da associação de beneficência foi constituída há mais de cinco anos por Ana Maria Góis, presidenta; Generosa de Martins vice-presidenta; Aura de Macedo, secretária; Eduardo Rocha, tesoureiro; Manuel Martins, primeiro director; e Fernando Macedo Comissário. Há também um comité de apoio constituído por João Paulo da Veracruz, José Martins Pereira, Fátima De Sousa e Daysy Da Veracruz, entre outros.


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Mais dois comerciantes madeirenses sequestrados na Venezuela Carlos Orellana

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ois comerciantes madeirenses, identificados como Alfonso Alberto da Silva, de 62 anos, e o seu sócio, José Manuel Fiqueira, de 40, proprietários do talho "Lan Tuy", em frente à terminal de passageiros de Ocumare del Tuy, foram sequestrados na tarde de domingo passado (7 de Agosto), juntamente com um dos seus empregados, que foi identificado como José Eulogio Azuaje Morillo, de 44 anos de idade. A informação foi dada ao CORREIO por porta-vozes do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminais, que acrescentaram que os lusos foram interceptados por vários indivíduos armados. Segundo dados cedidos pela polícia científica, Silva conduzia uma viatura vermelha de marca Toyota Corolla, avaliada em cerca de quinze milhões de bolívares. O destino das

D

Alfonso Alberto da Silva e José Manuel Figueira foram raptados juntamente com um dos seus empregados em Ocumare del Tuy vítimas seria a residência, que fica em Los Añijas, município de Simón Bolívar. Na passada segunda-feira, às duas da tarde, os raptores estabeleceram o primeiro contacto com o terceiro sócio do talho, exigindo 500 milhões de bolívares pela libertação dos comerciantes. De imediato, o empregado do talho comunicou a exigência aos familiares, que recorreram ao Cicpc de Los Valles del Tuy para apresentar queixa. Como costuma acontecer nestes casos, os familiares das vítimas costumam gerir-se por alguma discrição para evitar pôr em perigo a integridade física das vítimas.

Raptos aumentam Nos últimos meses, o número de sequestros na Venezuela tem aumentado, sobretudo na zona de Los Valles del Tuy. No município Lander sequestraram a 1 de Setembro de 2004 Maura Villarroel, mãe do desportista Uguett Urbina, que foi resgatada cinco meses e 28 dias depois. Em Charallave, raptaram a uma lusodescendente de quinze anos de idade que morreu em Maracay quando

os sequestradores foram interceptados pela polícia. Também recentemente, Maria Teresa de Almeida, mulher de um comerciante português, esteve sequestrada durante sete dias. Para colmatar esta situação, a Divisão Nacional de Antiextorsão e Sequestro da polícia científica já tomou as devidas precauções para resgatar as vítimas e conseguir desmantelar este grupo de criminosos que actua nesta zona.


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Pilotos pedem ajuda a Jardim Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea pediu a ajuda ao presidente da Região Autónoma da Madeira, Alberto João Jardim, para ser recebida pelo presidente da Venezuela no âmbito do processo que envolve o co-piloto detido naquele país. "Pedimos ao presidente do Governo da Madeira para que contactasse Hugo Chávez no sentido da associação ser recebida por ele em audiência", disse o presidente da Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea (APPLA), o comandante João Ferraz Mendes. O presidente de APPLA explicou que a associação pediu a intervenção do presidente desta entidade porque Alberto João Jardim tinha manifestado disponibilidade em apoiar o co-piloto português detido na Venezuela por tráfico de droga desde Outubro. Outro dos motivos porque a associação pediu ajuda a Jardim deve-se à

A

Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea procura ajuda do presidente da Madeira porque quer ser recebida por Chávez vasta comunidade madeirense residente na Venezuela. Contactada pela Agência Lusa, fonte do Governo Regional da Madeira referiu que na passada segunda-feira Alberto João Jardim enviou uma carta a Hugo Chávez para que a APPLA seja recebida em audiência. "Por razões humanitárias em que se encontra o co-piloto, Alberto João Jardim enviou uma carta ao presidente venezuelano para que receba em audiência a associação dos pilotos portugueses", disse a fonte.

Na audiência, a APPLA espera conseguir sensibilizar o presidente venezuelano para "a situação humanitária" do co-piloto Luís Santos. O comandante João Ferraz Mendes considerou que o co-piloto está "no limiar das suas forças" e em "risco de sobrevivência" porque a entidade empregadora, que até agora tem mantido o salário, pode "não querer manter essa situação por muito mais tempo". O caso remonta a finais de Outubro de 2004, quando quatro portugueses o co-piloto Luís Santos e as três passageiras de um avião a jacto particular -, e seis venezuelanos foram acusados pe-

lo Ministério Público venezuelano de tráfico de estupefacientes, depois de terem sido encontrados cerca de 400 quilos de cocaína naquela aeronave. O processo envolvia ainda o piloto e a hospedeira da aeronave, que foram libertados nos primeiros dias de Novembro, enquanto que o co-piloto Luís Santos se encontra em prisão domiciliária, depois de um período de dois meses numa cadeia local. O julgamento do caso começou a 09 de Dezembro e já foi adiado duas dezenas de vezes, não tendo sido possível, até ao momento, ir além da leitura da acusação.


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Juventude sem fronteiras Amarú Araujo Villegas

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elipe Andrade tem 25 anos, é madeirense, estuda e trabalha para a Juventude Comunista Portuguesa. É, também, responsável pela organização geral da JCP de Coimbra. O jovem luso participou no XVII Festival Mundial da Juventude, um evento que terminou no passado dia 15 e que conseguiu fazer a ponte entre os jovens portugueses e os venezuelanos. "Este festival tem uma característica muito especial, pois foi organizado por comités nacionais preparatórios. E foi graças a estes organismos que eu e muitos dos jovens do Mundo soubemos da sua existência. Há mais de um ano que eles estão a preparar o festival e eu tenho ajudado muito com a divulgação e a organização como parte da representação juvenil. Actualmente, estão cá 60 delegados portugueses que participam

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XVII Festival Mundial da Juventude fez uma ponte entre os jovens portugueses e os venezuelanos neste festival", expressa-nos. Durante muitos anos, a juventude tem impulsionado muitas das lutas sociais no mundo, mas só agora é que mais de quinze mil jovens de diferentes associações políticas se conseguiram reunir na Venezuela para discutir aspetos mundiais como a luta pela paz, a solidariedade e o anti-imperialismo. Felipe reconhece a pluralidade da participação juvenil porque, segundo ele, "muitos dos estudantes portugueses que se interessaram pelo festival não tinham nenhuma participação política em Portugal, simplesmente sentiam uma afinidade com o espírito do festival. Muitos deles eram estudantes universitários, da juventude cristã, artistas, jovens revolucionários,

entre outros... Acho que essa pluralidade juvenil é muito importante para os jovens portugueses que agora querem conhecer o que acontece no Mundo, e especialmente na Venezuela. Acho que a Venezuela já passou o limite dos partidos políticos, já passou este aspecto, agora a participação é meramente social, educativa...". Em relação à ajuda recebida para vir à Venezuela, Felipe Andrade sublinhou que não recebeu nenhum apoio do governo português. "É contraditório que o governo português, que tem uma base socialista, não se interessasse em oferecer uma ajuda para os jovens portugueses que, só graças a muito esforço, conseguiram poupar para poder representar os seus países neste festival tão importante. Cada representante pagou a sua passagem e, para além disso, pagou uma quota de participação. É que dependendo da realidade dos países estabeleceu-se uma quota de participação, algo que é muito solidário".

Já fora da política, Felipe não pode esquecer que Portugal e a Venezuela estão unidos por laços muito fortes. "Conheço muitos venezuelanos que moram em Portugal e eles disseram-me muitas cosas sobre a Venezuela, no entanto cada pessoa tem um ponto de vista diferente sobre uma mesma si-

tuação. Acho que a Madeira é o ponto principal de união entre a Venezuela e Portugal. Lembro-me que há dois meses atrás, em Portugal, formou-se uma secção de amizade com a Venezuela onde a grande maioria dos seus membros são jovens e nem todos estão ligados a partidos políticos".


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Seis anos a celebrar a Virgem do Livramento Noélia de Abreu

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á sete anos consecutivos que a Festa do Livramento é comemorada pela comunidade portuguesa na capital venezuelana. Manuel Rufino Figueira Quintal foi o fundador e é o actual presidente da comissão encarregada de organizar e coordenar todas as actividades que se efectuam, de acordo com a tradição, no último dia de Agosto. Rufino Figueira afirma que para as 16 pessoas que integram a Junta Directiva e para as nove mulheres que constituem o Comité das Damas, mais do que um dever, é uma honra celebrar a Virgem do Livramento: "É um verdadeiro orgulho festejar este dia, sobretudo porque estamos contribuindo para que a nossa cultura não desapareça no tempo". A festa, que terá lugar a 27 e 28 de

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Agosto (sábado e domingo), conta com o apoio de um grupo de pequenas e grandes empresas, que com a sua contribuição económica tornam possível, ano após ano, a sua celebração. "Quero agradecer, em nome de todos os membros da junta o apoio de todas as pessoas e empresas que tornam isto possível," afirmou Rufino Figueira. "Muitos jovens participam nesta festa e partilham um momento diferente com os seus familiares e amigos. Não só os portugueses vêm ouvir a música tradicional, degustar um bom vinho ou a comida tradicional portuguesa, como também os jovens têm mostrado interesse nestas actividades religiosas e culturais", acrescentou. Para Rufino Figueira esta é uma demonstração de que a cultura portuguesa continuará a ser cultivada pelos mais jovens, que serão responsáveis no futuro pela organização e coordenação desta festividade.

As actividades culturais e religiosas têm lugar na Missão Católica Portuguesa, nos próximos dias 27 e 28 de Agosto

Programação: kç=ëˇÄ~ÇçI=Çá~=OTI=˛ë=TWMM=Ç~=í~êÇÉI íÉêˇ MR × G MS E G I PI F V E ä łç=Åçã=ìã~ ãáëë~=å~=Å~éÉä~=Ç~=jáëëłç=`~í³äáÅ~ mçêíìÖìÉë~K=^=ÅÉêáã³åá~=êÉäáÖáçë~ Éëí~êˇ=~=Å~êÖç=Çç=é~ÇêÉ=^äÉñ~åÇêÉ 1 I R H S R ä E 2 S H S Q MR K S H ME ˛ë QWPM=Ç~=í~êÇÉI=êÉ~äáò~êJëÉJˇ=çìíê~ ãáëë~KaÉéçáë=Ççë=~Åíçë=êÉäáÖáçëçë íçÇ~=~=ÅçãìåáÇ~ÇÉ=éçÇÉêˇ=Åçåíáåì~ê ~=é~êíáÅáé~ê=å~ë=~ÅíáîáÇ~ÇÉë=ÇÉ E R MQ E ä łç=Åìäíìê~äI=èìÉ=Åçåí~ã=Åçã çë=ëÉÖìáåíÉë=Öêìéçë=ÑçäÅä³êáÅçëW=dK=c açë=m~íêá~ëI=dKcK=OMMN=ó=dKcI=lë iìëá~Ç~ëK=k~ë=Ä~êê~Å~ë=íê~ÇáÅáçå~áë Éëí~êłç=˛=îÉåÇ~=~=ÉëéÉí~Ç~I=ç=Äçäç Çç=Å~Åç=É=~=ë~åÖêá~K

Clubes honram Nossa Senhora do Monte Jean Carlo De Abreu

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A Festa de Nossa Senhora do Monte é para os madeirenses a mais importante do ano. Com muita comida típica, música, dança e uma cerimónia religiosa, o evento, com data oficial em 15 de Agosto, realiza-se na Ilha da Madeira, desde o século IX, com uma missa e uma festa popular. Todos os anos, a maior festa religiosa da ilha atrai peregrinos vindos de todas as partes do mundo. No altar-mor da igreja, está a imagem da virgem, que foi encontrada perto do lugar onde, segundo a crença, a santa apareceu a um pastor: o Terreiro da Luta. À esquerda da nave da igreja, há uma pequena capela com o túmulo do Imperador Carlos I da Áustria, que foi deposto e exilado na Madeira. Segundo os entendidos, a igreja do Monte não possui uma grande riqueza em termos de obra artística, mas reúne uns traços arquitectónicos, algumas decorações internas e vários quadros que formam um conjunto digno de ser visitado. O templo é o destino da procissão que se realiza todos os anos a 15 de Agosto, quando os "arrependidos" sobem os 74 degraus de joelhos, uma prática que pode ser desconcertante para quem está do lado de cima.

Na Venezuela, as festas organizadas pelos portugueses também incluem a cerimónia religiosa, a procissão, música tradicional e grupos folclóricos, jogos pirotécnicos, bebidas e comidas típicas portuguesas. Centro Português, em Caracas: No domingo 14 de Agosto recordou-se a Nossa senhora do Monte às quatro da tarde. Realizou-se uma missa e uma “verbena”. Centro Luso de Catia La Mar: A 21 de Agosto tem lugar a celebração religiosa de Nossa Senhora do Monte, em La Guaira. Realiza-se uma missa, procissão e convívio com música folclórica e comida típica portuguesa. Centro Social Madeirense (Valencia): A 25 de Agosto realiza-se uma missa em honra da virgem do Carmo, ou Nossa Senhora do Monte. O acto é acompanhado por grupos musicais portugueses, comida e bebidas típicas. Centro Luso de Caracas Turumo: Na sexta-feira 12 de Agosto houve karaoke e, no sábado, deu-se à volta do clube numa procissão em honra da "Virgem da Saúde". Na noite, apresentou-se uma miniteca e disputou-se jogos de futbolito. Centro Atlântico Madeira Club (Barquisimeto): A partir das 22h00, realiza-se a 21 de Agosto a festa de Nossa Senhora do Monte. Realiza-se uma missa, uma procissão e serão apresentados vários grupos folclóricos.


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Réplica de Ribeiro da Costa Ciudadano Aleixo Vieira, Director del Correio de Caracas, Venezuela, Yo, Joaquim Ribeiro Da Costa, venezolano, mayor de edad, comerciante, de este domicilio, casado y titular de la cédula de identidad No V 6.186.341, nacido en Portugal, me dirijo a Usted, con el debido respeto, para informar lo siguiente: bajo mi única y exclusiva responsabilidad. He leído con asombro las publicaciones autorizadas por usted, y editadas en el periódico que usted representa, como lo es el Correio de Caracas, Venezuela, editado en idioma portugués y castellano de fechas 16 y 23 de Junio de 2005 y 28 de Julio de 2005, respectivamente, todas bajo su responsabilidad, en las cuales se me llama secuestrador, sin que hasta el presente existan pruebas concluyentes que lo determine; por el contrario, conforme con las actuaciones policiales y judiciales cumplidas hasta ahora, lo que existe es una concreta duda razonable que me exculpa, no obstante la acusación Fiscal, duda razonable esa que se origina por la falta de pruebas concluyentes en mi contra, toda vez que, sencillamente, no he cometido delito alguno, jamás he secuestrado a nadie, y tampoco, el señor José Luis de Abreu Pita, con quien se me pretende vincular en esta falsedad. En esta comunicación firmada por mi puño y letra, para que sea publicada en ese periódico como réplica a sus publicaciones antes señaladas, en portugués y en castellano, o como mejor sea de su agrado, gusto e interés. La historia que usted ha publicado varias veces y con carácter amarillista, campaña orquestada y sin lugar a dudas, dirigida a la colonia portuguesa venezolana, con el fin de desprestigiarme como comerciante honesto y reconocido, le comunico y asumo la responsabilidad de que es cierto lo que le voy a manifestar. Esta campaña por el contrario ha despertado en mis compatriotas portugueses, un espíritu de solidaridad y me vienen manifestando que conocen al supuesto secuestrado y que se trata de una persona que ha tenido problemas serios con la justicia portuguesa, por lo que considero que si su periódico al publicar estruendosamente esta noticia deberá recabar la impresión que me han hecho llegar respecto a la condición de procesado de Joao Dionisio de Sousa de Jesús, e igualmente se me brinde la oportunidad legal de denunciar las torturas y lesiones que se me causaron durante mi permanencia en el CICPC, que se averigüe la verdad verdadera de los hechos que también denuncié ante la Fiscalía 86 de Derechos Fundamentales EXP. 2128-2005; Fiscalía General de la República Dirección de Inspección y Disciplina EXP. DID-17-AMC-00029-2005, y, también denuncié en fecha 20 de Junio del año 2005 en la División de Disciplina del Cuerpo de Investigaciones Científicas, Penales y Criminalísticas, situado en la Avenida Urdaneta; ya que el contenido de las publicaciones por usted autorizadas en su

periódico, como lo he señalado antes, son totalmente falsas, la verdadera la voy a explicar como sigue, la verdad: Estando yo en "Puma Gym Spa", en el último piso del Restaurante Montana Grill, situado frente a la Plaza de la Candelaria en Caracas, ubicado entre las esquinas de Candilito a La Cruz, casa No 03-01-21-08 atendido a las 6:30 de la tarde por el encargado del mismo, me tomé un baño de sauna y a las 7:30 de la noche fui atendido por la masajista; a las ocho y media (8:30) de la noche, aproximadamente, estaba pronto a retirarme, día sábado once (11) de Junio de 2005, me llamó a mi celular 0414 2519514, Charles Denis de Sousa Rodríguez (hijo de Joao Dionisio de Sousa de Jesús) por su celular 0414 3058048, para que yo fuera a su oficina situada en la Mezzanina del Restaurante Pollos en Brasa El Maracaná, situado en la Avenida Paez, Parroquia El Paraíso, en Caracas, pidiéndome, que fuera urgente hasta allá para hablar conmigo. Eran las nueve de la noche aproximadamente, cuando llegué al señalado sitio en el carro Chevrolet Astra. Paré el carro en frente de las escaleras que suben a su oficina. Nuestra conversación tuvo como tema principal lo siguiente: me explicó que tenía reunidos 35 mil euros para pagar el rescate de su papá Joao Dionisio de Sousa de Jesús, que no sabía que hacer con los euros; y, que si yo los podía guardar, e insistió en dármelos; yo le manifesté que lo guardara él y que fuéramos al CICPC a denunciar el supuesto secuestro su padre; a lo que me respondió, nada con la Policía porque la vida de mi padre vale más que la Policía; nos paramos después de la señalada respuesta, él me manifestó que le diera trescientos millones de bolívares (Bs. 300.000.000,00), para que yo colaborara con el pago del rescate de su padre, yo le respondí; en este momento no tengo dinero, y le insistí que fuéramos al C.I.C.P.C. que tenía buenos amigos que lo podían ayudar. Al terminar la conversación en su Oficina del Maracaná bajamos las escaleras, yo, Joaquim Ribeiro Da Costa; Charles Denis de Sousa Rodríguez (hijo del supuesto secuestrado); el encargado del Restaurante El Maracaná, y Julio empleado de confianza de ellos; y otra persona desconocida para mi. Cuando bajamos las escaleras todos ellos salieron corriendo y se metieron en el Restaurante El Maracaná, yo, me quedé frente a mi carro que estaba estacionado pegado a la pared del Maracaná, frente a las escaleras con las llaves en la mano. En ese momento vi que se encontraban dos (2) carros parados, uno marca Cherokee; y el otro no lo pude identificar. Inmediatamente, de esos dos carros salieron corriendo como diez (10) individuos encapuchados, tres (03) me agarraron, me encapucharon y me amarraron, tenían radios y parecían por su hablar policías. En ese momento eran aproximadamente las nueve y media (9:30) de la noche.- A partir de ese momento viví éstas desagradables experiencias, me cambiaron de carro tres (3) veces, durante la noche, amaneciendo a las seis (6:00 A.M.) de la mañana, aproximadamente, en el C.I.C.P.C. del Parque Carabo-

bo en Caracas. En las horas que estuve con los policías, (mis secuestradores), me preguntaron si tenía dinero para dejarme el libertad y me pidieron doscientos millones de bolívares (Bs. 200.000.000,00), cuando les dije que no tenia dinero, comenzaron a torturarme; me quemaron la boca, lengua, garganta y oídos con un cable de electricidad que me llegó al esófago; me metieron bolsas con baigon en la cabeza, me amarraban la garganta para asfixiarme, me metieron electricidad con un cable en todas partes del cuerpo, y los genitales también me los quemaron con electricidad, quedando mi ropa toda ensangrentada, goteando sangre toda la noche, después me cambiaron la camisa al darse cuenta que estaba totalmente Ensangrentado (era blanca).- Durante cinco (5) días estuve botando y vomitando sangre. Pasado tres (3) horas aproximadamente, que sería la una (01) de la madrugada del día: Domingo doce (12) de Junio de 2005, me dijeron que tenía que grabar un mensaje a mi hijo (Rui Manuel Ribeiro) y me obligaron a decir lo siguiente: "Hijo soy yo, tu padre, me encuentro bien, paga la cantidad que te pidan". Me lo hicieron repetir tres (3) veces, pasado un rato, escuché de mis secuestradores que era imposible comunicarse con mi hijo porque el teléfono celular lo tenia apagado. Esto todo sucedió donde me tenían secuestrado, amarrado y encapuchado. Desde el momento cuando me secuestraron en el estacionamiento del Maracaná, rodaron aproximadamente una (1) hora; debían de ser como las diez y media a once y media (10:30 a 11:30) de la noche, aproximadamente, a un sitio que no pude ver ni conocer; después de las torturas llamaron por teléfono a una persona de confianza de mis torturadores secuestradores, explicandole que todo había sido negativo y dijeron, vamos a proceder a llevarlo, nuevamente me cambiaron de carro, se pararon en un sitio que no reconozco y me obligaron a firmar varios cheques en blanco y me pidieron la tarjeta de Banesco; y, yo les dije que solo la utilizaba para viajar. Por último me dijeron que si quería salir bien de esto, que consiguiera hablar con mi hijo para que les entregara doscientos millones de bolívares (Bs. 200.000.000,00), y, yo les dije que para hablar con mi hijo tenia que ser después de las 8 a 9 de la mañana que era la hora en que él prendía el celular, los fines de semana. Uno de ellos (mis torturadores y secuestradores), dijo a los demás que lo dejara solo conmigo y éste me dijo que si yo colaboraba en conseguir el dinero que saldría de todo esto sin problemas, y que en caso contrario, iba a pasar un rato amargo, de lo cual me iba a arrepentir toda la vida, y así está sucediendo; después de eso le dije que era imposible darle lo que me pedían y fue cuando me trasladaron al C.I.C.P.C. de Parque Carabobo en Caracas. Cuando llegamos al C.I.C.P.C. de Parque Carabobo me sacaron la capucha de la cabeza y la venda de los ojos, y cuando abrí los ojos estaban frente a mi; Joao Dionisio de Sousa de Jesús; Charles Denis de Sousa

Rodríguez; y, Avelino Goncalves, casualmente con esté último y su hermano Domingo Aires, tuve problemas de negocios hace tres (03) años y estaba también el Comisario Joel Rengifo, mi amigo entrañable quien dirigió todo el operativo y me conoce suficientemente y sabe que soy incapaz de secuestrar a nadie quien, también, aparece en este Periódico acusándome que soy un secuestrador, y que además, he secuestrado a todos los portugueses, cuando el sabe perfectamente que eso es absolutamente falso. Pido que se investigue la verdad de todo esto y el motivo cierto de todo este montaje.En ese momento estando en frente a las señaladas personas se acercó a mi Charles Denis de Sousa Rodríguez con dos (2) funcionarios del C.I.C.P.C., y comenzó a golpearme con las manos dándome bofetadas y puñetazos con las manos y patadas brutalmente con los pies, igualmente a José Luis de Abreu Pita a quien pretenden involucrar. Yo me encontraba amarrado de las dos (2) manos, y el también y, yo le grite a Dionisio que era inocente de todo eso; y Denis de Sousa contestó, gritándome; que ese no era su problema. Después, pasado como una hora me llevaron para un cuarto cerrado y dijeron que tenía que colaborar con una grabación que querían hacer, y, en ese momento me desamarraron las manos, me dijeron que me tranquilizara para poder hablar bien, y, con una filmadora comenzaron a filmar, y, me dijeron lo que tenía que decir, y, yo dije todo lo que ellos querían que dijera, después de eso no hablaron más conmigo. - La narración de estos hechos es fiel y casi exacta de lo que me pasó entre las 9:30 de la noche, aproximadamente, del día sábado once (11) de Junio de 2005, y las seis (6) de la mañana, aproximadamente, del día Domingo doce (12) de Junio de 2005, y las seis (6) de la mañana, aproximadamente, del día Domingo doce (12) de Junio de 2005, Esto fue lo que me pasó; vi y viví, y, no contentos el día: 13 de Junio de 2005 al regresar de los Tribunales el funcionario matute, me tomó las fotografías que Usted publicó en su periódico, y esto lo estuvieron haciendo durante mi presencia en el Rosal (División de Capturas), me sacaban en horas de la madrugada para fotografiarme, a mi y a José Luis de Abreu Pita y, por todo esto, me encuentro preso en la Casa de Reeducación, Rehabilitación e Internado del Paraíso (La Planta) de Caracas. En Caracas, Once (11) de Agosto de 2005 Firma Ilegible (Joaquim Ribeiro Da Costa) Quien suscribe Dilia Margarita Fernández Directora de la Casa de Reeducación Rehabilitación e Internado Judicial el Paraíso (La Planta) de Caracas, Distrito Capital, por medio de la presente certifica que la firma que antecede corresponde al interno Joaquim Ribeiro Da Costa, venezolano, mayor de edad, comerciante, de este domicilio, casado y titular de la cédula de identidad No. V-6.186.341. Firma Ilegible (Dilia Margarita Fernández)


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VENEZUELA 11

Fiscalia Geral da República com versão diferente Tábita Barrera

A

fim de obter uma reacção da Fiscalia Geral da República da Venezuela sobre o documento que os representantes de Joaquim Ribeiro da Costa entregaram na Fiscalia e no CORREIO, contactamos este organismo, mas não consegumos obter declarações formais sobre o assunto. No entanto, de acordo com fontes da Fiscalia Geral da República da Venezuela, a investigação feita no caso Joaquim Ribeiro da Costa, acusado de sequestro, foi levada a cabo de uma forma "transparente". As solicitações do arguido acusado de sequestro foram aceites, nomeadamente o pedido para chamar mais testemunhas e fazer provas médicas. A instituição deve garantir os direitos de todas as partes envolvidas num determinado processo e, como provámos, o caso de Ribeiro Da Costa não foi excepção. "Ele

A versão do arguido vai ser avaliada em audiência, mas “a pesquisa prova que ele efectivamente participou no sequestro”. pode dizer o que quiser, está no seu direito. O objectivo da Fiscalia é garantir os direitos de ambas as partes e foram-lhe garantidos os seus", declarou-nos o nosso interlocutor. De qualquer forma, o juiz responsável pelo caso ditou medida privativa e, como nos explicaram, isso só é possível se houver provas suficientes que permitam considerar culpados os acusados. "A actuação da Fiscalia respeita o que está em vigor na lei. Se o processo evoluiu é porque havia elementos sérios. A versão do arguido vai ser avaliada na sua audiência, mas a pesquisa prova que ele efectivamente participou no sequestro", assegurou-nos a nossa fonte.

Encontrada uma das caixas negras do avião que se despenhou na Venezuela As autoridades venezuelanas encontraram uma das duas caixas negras do avião colombiano que se despenhou no noroeste da Venezuela, fazendo 160 mortos, dos quais 152 passageiros eram franceses originários da Martinica. "No local do acidente, uma das caixas negras foi recuperada", bem como um equipamento de rádio, afirmou o ministro do Interior venezuelano, Jesse Chacon. As autoridades francesas confirmaram que seguiam 152 passageiros franceses e oito tripulantes colombianos no avião da companhia aérea colombiana West Caribean. Não houve sobreviventes entre os passageiros e tripulação do voo charter nocturno que seguia do aeroporto de Tocumen, no Panamá, para Fort de France, na Martinica. Depois de um pedido de aterragem de emergência em Maracaíbo, já na zona oeste da Venezuela, o avião despenhou-se numa linha montanhosa e de difícil acesso, a serra de Perijá, perto da fronteira com a Colômbia. Este país enviou de imediato equipas de socorro, dado ter mais facilidades de acesso à zona. Foram estes bombeiros que confirmaram não existirem sobreviventes. Entretanto, foi já localizada uma das duas caixas negras do avião. Segundo o ministro do Interior da Venezuela, o avião terá tido problemas num motor e, escassos minutos depois, o mesmo acontecia com o segundo motor.

"Começou a descer à velocidade de sete mil pés por minuto " (mais de dois mil metros por minuto), afirmou Jesse Chacón. Habitantes da região de Machiques, a 650 quilómetros de Caracas, afirma- ram ter ouvido a explosão, que deverá ter sido provocada pelo embate do avião. Todos os passageiros do aparelho acidentado residiam na ilha francesa de Martinica. Famílias inteiras morreram no acidente, que suscitou forte consternação em França. A aldeia do Espírito Santo, situada no centro daquela ilha, perdeu 43 habitantes. Entre os passageiros encontravam-se 43 membros da mesma associação, a Associação de Acção Social da Martinica, que reúne funcionários de várias localidades do território. Este foi o segundo acidente com vítimas mortais registado no corrente ano com esta companhia de aviação em Março passado, uma outra nave teve problemas durante a descolagem na ilha de Providência e foi colidir com uma montanha, tendo morrido os dois tripulantes e seis dos doze passageiros. O presidente francês, Jacques Chirac, telefonou ao seu homólogo venezuelano, Hugo Chávez, "para lhe pedir que faça tudo para que sejam esclarecidas o mais rapidamente possível as circunstâncias" do acidente.

Presuntos sequestradores continuam detidos no depósito de La Planta, no El Paraíso

Ainda não há data para julgamento dos sequestradores O caso de José Luís de Abreu Pita (54 anos), natural da Ponta do Sol, e Joaquim Ribeiro da Costa (55 anos), nascido em Aveiro, está ainda em fase preliminar. O pedido feito pelos arguidos acusados de sequestro para recusar a fiscal 20 Nacional, Elsa Hernández, foi declarado inadmissível. Os alegados rapto-

res processaram também a fiscal Iris Maru Rojas, que foi também afastada do processo. O julgamento estava previsto para o dia 25 de Agosto, mas os responsáveis por conduzir o processo estão de férias até ao próximo dia 15 de Setembro. É preciso esperar até esta data para saber a altura do julgamento.


12 HISTÓRIAS DA VIDA

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Um baú de recordações Teresa Pestana De Abreu _çÅ~=ÇÉ=rÅÜáêÉ

O

meu nome é Teresa Pestana de Abreu. Nasci na Lombada da Ponta do Sol, há muitos anos. Tenho cada dia da minha vida guardado no baú de recordações inesquecíveis. A minha infância decorreu numa altura de mudanças e altos e baixos na situação económica, política e social do meu país. O futuro, que muitos temiam, eu ansiava e estava segura que seria carregado de grandes surpresas e emoções, algumas boas e outras melhores. E assim foi. Quando tinha 14 anos costumava sentar-me no terreiro da minha casa com as minhas amigas. Havia um rapaz que passava diariamente por ali e ficava a olhar para mim. O tempo passava e ele não quis esperar mais. Decidiu cortejar-me. A nossa história começou às escondidas e conta agora com quase cinquenta anos. Depois de termos demonstrado um interesse mútuo, que pouco a pouco se ia transformando num sentimento mais intenso, ele foi chamado a cumprir o serviço militar e prometeu que casaríamos assim que regressasse. Por cinco anos apenas nos contactámos através de cartas. Um dia inesperadamente chegou e os nossos planos de casamento quase caíram por terra. Eu era costureira e estava na casa de uma das minhas amigas ajudando-a a fazer um fato e também a coser as calças que o meu namorado iria usar no nosso casamento. Um barco que vinha do Funchal atracou na Ponta do Sol, mas eu não fazia ideia que ela vinha a bordo. Ele

estava ansioso por ver-me e a primeira coisa que fez foi dirigir-se à minha casa. Para sua surpresa eu não estava. Ficou desiludido por não me encontrar, ao ponto de ter pensado em desistir dos planos de casamento. Esse homem tinha chegado decidido a pedir a minha mão em casamento à minha mãe, pois o meu pai estava na Venezuela, e quando não me encontrou a sua mente ficou confusa. Quando cheguei à minha casa, a minha mãe disse-me que ele tinha ido à minha procura mas que, aparentemente, o casamento estava cancelado. Eu pensei que se essa era a sua decisão eu não iria interferir. Não que não me importasse, até porque tínhamos esperado bastante

por aquele dia, mas pelo simples facto de que se tudo poderia desmoronar-se só por não estar naquele preciso momento em que chegou, então ele não era tão maravilhoso como eu pensava. Felizmente as coisas não se mantiveram assim. A sua mãe foi à minha casa pôr tudo em ordem. Assegurou que o seu filho se tinha precipitado e que o casamento estava de pé. Minha mãe, muito contente, telefonou para o meu pai para dar-lhe a notícia e ele comentou que era melhor assim porque já era altura de eu ter a minha própria casa. Assim, depois de seis anos de noivado, José dos Santos Abreu e eu consolidámos o nosso amor. Faz quarenta e oito anos que

eu e o meu marido vivemos na Venezuela, um país que nos deu as boas-vindas e nos ofereceu oportunidades. Quarenta e três destes decorreram num lugar inigualável, que também alberga as minhas irmãs: Boca de Uchire. Eu fui a segunda portuguesa a chegar a esta localidade. Comecei a trabalhar numa loja de produtos e agora estou encarregada de duas farmácias que são da minha filha. Sempre gostei de apoiar tanto os venezuelanos como os portugueses, estender-lhes a minha mão sempre que necessitem de ajuda. Quando comecei a trabalhar nas farmácias tive alguns problemas com a minha filha porque se alguém não tinha como pagar eu lhes dava os medicamentos que precisavam e no momento de fazer as contas ela apercebia-se que faltavam certos medicamentos e ralhava comigo. Mas embora lhes fiasse eles acabam sempre por pagar-me. O meu marido e eu fomos os fundadores da igreja "São José de Capistrano" em 1982, durante o Governo de Luís Herrera

Campins, pois a antiga capela que havia no local não cabia muita gente. Tempos depois, organizei o coro "Vida Nueva" para realizar os cânticos religiosos e tradicionais portugueses na localidade. Desde que era muito pequena tinha uma grande paixão pela música porque o meu pai era músico e o meu sonho era cantar em público. A minha irmã e eu fizemos o possível para que os casais que viviam em união de facto se casassem pela Igreja e trabalhámos arduamente para que as leituras da Bíblia fossem escutadas por todos os habitantes desta região. É muito importante para mim vivermos como uma família e andarmos em comunhão, obedecendo às sagradas escrituras. Esta localidade viu-nos trabalhar de domingo a domingo sem descansar, mas permitiunos encontrar a plenitude e a felicidade juntos. Foi assim que a Boca de Uchire se converteu no baú das minhas recordações e a Venezuela na pátria que nos permitiu, a mim e ao meu marido, nos apaixonarmos ainda mais.


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VENEZUELA 13

Campanário: três dias de arraial Sandra Rodriguez

C

ampanário, na Madeira, esteve durante três dias em festa. Iniciou-se no sábado à noite, com uma missa solene, presidida pelo padre Adelino Macedo da Costa e, no domingo, os actos religiosos caracterizaram-se pelo tradicional tapete de flores, feito por representantes dos diversos sítios que compõem a freguesia e fazem a procissão de velas. Nesta oportunidade, Armando Da Silva Camacho, do Sitio do Serrado, Joao Silva, do Sitio da Igreja e emigrante nos Estados Unidos, Joao Vieira, do lugar da Ribeira, Daniel Abreu de Abreu, nascido em Caracas, Armando Rodrigues de Abreu e Jose de Abreu Ferreira "Juca", os dois do Sitio da Adega, foram os responsáveis pela organização do arraial que contou com a presença de um grande número de venezuelanos e portugueses. No evento, o Grupo Folcló-

rico do Centro Português de Caracas, juntamente com o Conjunto Musical Galaxia, garantiram a animação musical, mostrando ao público presente coreografias representativas da Madeira, de Portugal Continental e do folclore venezuelano. O ambiente festivo desenvolveu-se entre as respectivas barracas de comes e bebes, onde não faltou o bolo do caco, o frango assado e a típica espetada em pau de louro. VIRGEM DE COROMOTO PRESENTE NA MADEIRA Pelo segundo ano consecutivo, e motivado pela presença de uma imagem na paróquia do Campanário, na segundafeira a seguir à festa do Santíssimo Sacramento do Senhor, o povo venezuelano prestou homenagem à sua Santa Padroeira, a Virgem de Coromoto. Esta celebração reuniu uma quantidade considerável de portugueses radicados na Venezuela, não só os que estão

Campanário celebrou em grande a Festa do Santíssimo Sacramento do Senhor, que atraiu centenas de pessoas no centro desta freguesia

de regresso à Região ou que se encontram actualmente de férias, mas também pessoas naturais deste país latino-americano que residem na Região. A verdade é todos os presentes tinham alguma coisa a ver com a terra de Bolívar. À noite, realizaram-se as tradicionais cerimónias religiosas, seguidas da procissão

com a imagem de Nossa Senhora do Coromoto e da actuação musical do grupo folclórico da Venezuela. Recordamos que foi no ano de 1652 que, reza a história, Nossa Senhora de Coromoto apareceu aos índios do mesmo nome. Foi declarada Padroeira da Venezuela pelo Episcopado venezuelano no dia um de

Maio de 1942 e foi o Papa Pio XII que a declarou "Celeste e Principal Padroeira de toda a República da Venezuela", no dia 7 de Outubro de 1944. O Santuário Nacional foi construído no local da aparição, perto da cidade de Guanare e foi em Fevereiro de 1996 que o Papa João Pablo II abençoou pessoalmente este lugar.


14 TRAÇOS DE PORTUGAL

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Funchal

primeira cidade portuguesa implantada no Oceano Atlântico Sónia Gonçalves

ëÖçåÅ~äîÉë]ÇåçíáÅá~ëKéí

21 de Agosto de 1508, o Funchal foi elevado a cidade. Foi a primeira criada pelos portugueses no Oceano Atlântico. Quase quinhentos anos depois e nas vésperas das comemorações do Dia da Cidade, a capital madeirense apresenta-se como um pequeno paraíso, que convida a uma visita que oferece, em pouco espaço muita cultura, animação e diversão. No centro da cidade, por entre as ruas com passeios cada vez mais amplos, desde a Zona Velha às Minas Gerais, passando pelo Mercado dos Lavradores e a Sé Catedral, na Avenida Arriaga totalmente transformada, há muito para ver. Na zona velha, as novas atracções turísticas convertem aos poucos este espaço numa zona nobre. O núcleo histórico de Santa Maria, que vai desde a Igreja de Santa Maria do Calhau, localizada junto à ribeira do mesmo nome, até ao Cabo do Calhau, onde se ergueu a pequena Capela dos Pescadores, a Capela do Corpo Santo, oferece aos visitantes um conjunto de bares e cafés que convidam a sentar-se numa esplanada, sentindo-nos mesmo no coração da cidade. As casas e os edifícios desta zona estão a ser recuperados, pois todo este espaço denominado de núcleo histórico foi classificado como de Valor Regional. Assim, foi criado o Gabinete Técnico da Zona Velha para dar apoio às intervenções quer a nível urbanístico quer a nível sócio/cultural. A Câmara Municipal do Funchal adquiriu alguns imóveis em adiantado estado de degradação e recuperou-os para a instalação de actividades artesanais, pretendendo deste modo assumir um papel

A

Em 2008, a cidade da capital madeirense cumpre 500 anos. No próximo dia 21, comemora-se Dia da Cidade de carácter pedagógico, uma vez que ao longo do tempo a actividade que proliferou foi a associada a bares e restaurantes. "Com a introdução de novas actividades e o melhoramento em termos de qualidade dos estabelecimentos existentes, pretendeu-se dar uma nova dinâmica ao local", define a CMF no seu site, na Internet. Ao nível social, foi criado um Atelier de Tempos Livres para ocupação da população juvenil, retirando as crianças da rua, dando-lhes ocupação e ajudando-as na actividade escolar. Foi criado um ginásio no complexo balnear da Barreirinha de apoio aos idosos e instalado um Centro de Recuperação de Tóxicodependentes. Nesta zona, ergueu-se recentemente um hotel e, perto, foi construído o Teleférico do Funchal, que leva e trás pessoas do Funchal até ao Monte e vice-versa. Saindo da zona velha, podemos percorrer o Funchal ao longo da orla costeira, apreciando a promenade que nos leva até ao cais, onde estão vários cafés e restaurantes que já foram um pólo de atracção nocturna dos madeirenses, mas que hoje são essencialmente estabelecimentos frequentados sobretudo por turistas. Mas antes de chegar ao cais, entre a praia de areia preta e o passeio marítimo, foi instalado um balão panorâ-

mico, mais um atractivo que serve essencialmente os turistas. Se decidirmos percorrer o Funchal por dentro, passamos pelas suas artérias e vemos edifícios que valem a pena visitar, como o Palácio de São Lourenço, o Teatro Municipal, a Sé Catedral e o Colégio dos Jesuítas (onde funciona a reitoria e outros serviços académicos da Universidade da Madeira). Brevemente, o Funchal vai ser ainda mais atractivo. É que estão previstas a abertura de outro teleférico, no Jardim Botânico, e a criação de umas "docas", onde para além de cafés, restaurantes e lojas, os visitantes poderão apreciar um aquário que será construído nos mesmos moldes que o Oceanário de Lisboa. A vice-presidência do Governo Regional e a Câmara têm também entre mãos o projecto da zona da Praia Formosa, que será totalmente reestruturada, passando a ser uma praia de areia amarela com zonas verdes à volta. Para um futuro breve, está também a conclusão do projecto do Toco, uma nova zona balnear considerada já como uma das melhores. Mas no que se refere a zonas balneares, a cidade que comemora a 21 de Agosto o seu 497º aniversário está bem servida. Quase todas as praias públicas, excepto a Praia Formosa e outras menos conhecidas, tiveram direito nos últimos anos a recuperação e, hoje, oferecem excelentes condições aos veraneantes. Para quem gosta de praia e piscina em simultâneo, é obrigatória a visita aos complexos balneários do Lido, da ponta Gorda e da Barreirinha. Para quem só pretende ter acesso ao mar, a recém recuperada Doca do Cavacas é uma excelente opção. Ainda para quem prefere só dar uns mergulhos em piscina, a opção pode passar visitar a Quinta Magnólia.

Localização: O Concelho do Funchal, possui uma área de cerca de 76 Km2, repartida da seguinte forma: tal como toda a ilha da Madeira, o Funchal apresenta, na generalidade, declives muito acentuados, verificando-se que mais de 50% da área do Concelho apresenta declives superiores a 30%, o que condiciona fortemente o uso urbano. É a capital da RegiãoAutónoma da

Madeira e recebeu, nos últimos anos, vias rápidas que levam os interessados a todos os concelhos da ilha. O aumento da população, do número de automóveis e do comércio no centro convidaram à criação de novos acessos, pois as existentes mostraram-se já reduzidas e incapazes de enfrentar a evolução do Funchal.

Dia da cidade

Passados quase quinhentos anos da elevação do Funchal a cidade - que vão completar-se a 21 de Agosto de 2008 o Funchal, capital da RegiãoAutónoma da Madeira, é sobejamente conhecido no mundo inteiro. A sua fama de acolhedor, bonito, asseado, disciplinado, calmo e seguro generalizou-se. A Câmara Municipal do Funchal nomeou em Janeiro de 2004, uma Comissão Executiva para coordenar as comemorações dessa efeméride que se vão distribuir por este e pelos quatro anos seguintes. A iniciativa é, como define a autarquia no site das comemorações dos 500 anos (http://www.funchal500anos.com), apelativa para os funchalenses, mas extravasa os seus interesses, pois tem importância para todos os portugueses e para a Europa. "Procuraremos desenvolver e patrocinar factos e realizações que hão-de constituir eventos que levem ao aprofundamento das memórias que os próprios funchalenses, as comunidades regional e nacional, os nossos emigrantes e os nossos amigos estrangeiros que já nos visitaram e/ou pretendam visitar-nos têm do Funchal", expressa o presidente da comissão executiva, Virgílio Pereira. "A todos tentaremos ajudar a perceber melhor aquilo que, como Povo - já com quase seis séculos de história - fomos, somos e pretendemos ser", acrescenta.


CORREIO DE CARACAS - 18 DE AGOSTO DE 2005

IPC com nova cara

CULTURA 15 Temas das tertúlias 1ª

(16-05-2003): Tema livre. Evento em que, através de audiovisuais, se uniram vozes, imagens, música e poemas.

(26-09-2003): Tema livre.

(21-05-2004): 25 de Abril, Revolução dos cravos.

(10-07-2004): Amália Rodrigues.

(24-09-2004): Recordando a Max.

(04-03-2005): Resumo das cinco tertúlias anteriores.

(22-07-2005): Luís de Camões.

A Tertúlia é uma forma de aproximar a comunidade e conseguir captar a atenção dos mais jovens Noélia de Abreu

åçÉäá~ÇÉ~ÄêÉì]Öã~áäKÅçã

s tertúlias que se realizam há três anos no Instituto Português de Cultura (IPC) são uma demonstração de que a cultura pode ser abordada e apresentada de uma forma atractiva. Muitas vezes, os jovens preferem ir ao café ou a um sítio com música onde se possa dançar e estar com os amigos. E deixam assim de lado as actividades culturais que lhes parecem cansativas ou pouco dinâmicas. Para mudar esta tendência, as chamadas tertúlias têm conseguido atrair um público jovem, misturando música, poemas e pílulas informativas que os assistentes aceitam muito bem. Estes encontros apresentam periodicamente jovens talentos da comunidade portuguesa, dão a conhecer diferentes aspectos culturais de Portugal e permitem intercambiar ideias sobre determinados temas. A ideia é tornar mais dinâmica a actividade cultural dos lusos no país e partilhar um momento ameno entre amigos e familiares.

A

Estas reuniões culturais começaram a realizar-se a 16 de Maio de 2003 e, até à data, têm conseguido ganhar espaço e merecer a confiança dos assistentes. Betty Rodrigues, directora do IPC e responsável pela organização das tertúlias, diz que a última, que se realizou a 22 de Julho de 2005, a que serviu para debater assuntos relacionados com o célebre poeta português Luís de Camões, foi uma das mais bem sucedidas. "Muita gente disse que, sem sombra de dúvida, esta sétima tertúlia foi a melhor de todas", disse. "As portas do Centro Português estão abertas para todas aquelas pessoas que queiram assistir. Graças à actual direcção do centro, que nos tem apoiado muito, não é só os sócios do clube que têm direito a desfrutar da tertúlia", lembra. Como seleccionam as pessoas que participam nas declamações ou no canto? É um trabalho difícil. Nem toda a gente gosta de participar porque tem vergonha. Primeiro vemos as habilidades que têm e se estão mesmo interessados em participar. Lembro-me que a primeira vez que pedi à Liliana Faria para cantar na tertúlia aceitou

Cultura é fundamental na qualificação dos portugueses No acto de entrega do Grande Prémio de Romance e Novela 2004 a Vasco Graça Moura, o Presidente da República fez questão de frisar que "a Cultura é fundamental na qualificação dos portugueses", ao mesmo tempo que apelava, ele também, para que se faça da "Cultura, da Educação e da Ciência os grandes pontos de apoio em que o nosso desenvolvimento deve assentar". Estas palavras foram proferidas em Lisboa, no Palácio de Belém, no último ano da presidência de Jorge Sampaio. Oxalá sejam estas palavras ouvidas e atendidas, já que, como afirmou Ferreira de Castro no distante ano de 1946, "são as obras literárias e artísticas que constituem, verdadeiramente, o orgulho dos povos. Podemos dizer, com afoiteza, que o melhor que nos ficou das descobertas, foi Os Lusíadas (...) que deram, perante a posteridade, uma elevação espiritual às descobertas (...) que os próprios descobridores, na maioria dos casos, não possuíam". Mas voltemos a Graça Moura, que mereceu com Por Detrás da Magnólia o galardão referido, por decisão maioritária do júri. Nascido no Porto (1942) e formado em Direito pela Universidade de Lisboa, Graça Moura, romancista, poeta, ensaísta, cronista, dramaturgo e tradutor, estreou-se em 1963 com Modo Mudando, conjunto

de poemas, a que se seguiram vários outros títulos. No campo do ensaio, destaque para David Mourão-Ferreira ou a Mestria de Eros (1978) e Camões e a Divina Proporção (1985). Como tradutor ganhou prestígio com as suas versões da Vita Nuova e da Divina Comédia de Dante (1995) que lhe mereceram e atribuição do Prémio Pessoa, nesse mesmo ano, e a Medalha de Ouro da Cidade de Florença, dois anos mais tarde. Está traduzido para o para italiano, francês, alemão, sueco e espanhol e já foi distinguido com vários outros reconhecimentos nacionais e internacionais, entre eles o Prémio de Poesia do Pen Clube (1997), o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1999), e a Coroa de Ouro do Festival de Poesia de Struga (2004). Sobre a obra galardoada confessou que procurou "fazer um trabalho de escrita muito atento à língua portuguesa, o que aliás, não me livrou de dois os três lapsos, de que me penitencio e que tenciono corrigir". O Grande Prémio de Romance e Novela nasceu em 1982 e já foi atribuído a uma vintena de autores. Tomado do Fax Informativo de Artes e Letras do Instituto Português de Cultura

muito emocionada. Dai para a frente evoluiu muito e agora é bastante conhecida na comunidade lusa, sendo procurada para animar e cantar em festas e espectáculos. Isto demonstra que os participantes não têm propriamente que ser artistas consagrados, pois qualquer pessoa pode participar desde que tenha vontade. Já pensou em estabelecer uma data específica para fazer as tertúlias? Como no IPC realizamos outras actividades, para além das tertúlias, não temos estabelecido uma data específica para cada uma. Tudo depende do tema e da disponibilidade dos participantes. Mas tentamos sempre que tenham alguma periodicidade. O ideal é fazer uma tertúlia de dois em dois meses. Que actividades estão neste momento a organizar? Actualmente, estamos a organizar a projecção do filme "Selva", que vamos transmitir a 16 de Setembro. Também estamos a trabalhar nos preparativos do XX aniversário do IPC, que se realiza a 30 de Setembro. A próxima tertúlia é em Outubro, mas ainda não escolhemos um tema.

Lugar: Centro Português de Caracas - Bar "A Nau"Assistência média: entre 80 e 150 pessoas em cada evento


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Memórias de uma emigrante Noélia de Abreu

Para aqueles que se perguntam o que foi que impulsionou esta mulher a escrever poemas, escrever contos e, desta agora, escrever as suas memórias, a resposta é sem dúvida a saudade, a qual ela descreve como o seu motor criativo. Assim, disse, "escrevo quando estou triste. É quando me inspiro".

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anuelita Ferreira, nascida em Macieira, Fátima, passou para o papel parte das suas recordações mais íntimas e, em quase 90 páginas, ficamos a conhecer os altos e baixos da vida da poetiza e escritora de ficção e romance. Além do texto repleto de vivências, o leitor poderá desfrutar também de uma série de fotos seleccionadas pela autora para completar as suas memórias. O livro estará à venda no início do mês de Setembro. Esta mulher de 66 anos de idade, mas possuidora de uma alma jovial, afirma que a sua intenção ao publicar as suas memórias não tem outro fim senão o de "oferecer um presente a todos os lusodescendentes para que saibam alguns detalhes que sofreram os seus avós ou pais. Recordemos que já muitos dos primeiros imigrantes de 1945 não estão vivos". Apesar de em várias oportunidades ter pensado em queimar essas memórias, por serem relatos tristes que abarcam acontecimentos da sua infância e parte da sua etapa adulta, Manuelita Ferreira decidiu publicá-las para "demonstrar a

Como descreve esta obra? "Mis hojas de plata" é como uma gravidez, que se espera com ansiedade e amor e que se vê crescer e evoluir e que também custa dinheiro. É um sonho que se tornou realidade. Sei que muitas pessoas estão à espera de ler estas memórias.

"Mis hojas de plata" é o mais recente livro de Manuelita Ferreira, que nos fala das vivências que tiveram mais impacto na sua vida muitas pessoas que têm problemas que as quedas são para que possam aprender a levantar-se, e eu sou um exemplo", afirma com convicção.

O que é o mais difícil de escrever sobre si mesma? Sem dúvida alguma, quando se escreve sobre nós próprios é preciso ser corajoso para se "despir" em frente ao leitor e contar aquelas coisas que nós considerávamos tristes, embaraçosas, dolorosas, etc. Mas também podemos dizer que é mais fácil escrever sobre algo do passado, que conhecemos em profundidade e que não se trata de uma invenção nem de uma fantasia. O mais difícil de escrever contos é criar as personagens.

Os cinco primeiros livros de Manuelita Ferreira foram publicados com os seus próprios recursos. Os nomes das obras são: Cosechas, 1984; Poemas y Pensamientos, 1986; Outra Mujer, 1989; Siete Colores en un Zafiro, 1990, e Burbujas Oníricas, 2004. O seu último livro, Abanico de Frases, foi publicado em Janeiro do presente ano, graças ao patrocínio de UNICASA.Os 500 exemplares de "Mis hojas de plata" foram custeados por ela novamente, mas espera que alguma empresa interessada em patrociná-la venha a ajudá-la a imprimir mais exemplares. Os que desejarem contactar Manuelita Ferreira podem fazê-lo através do número de telefone 0212-870.91.92 ou para o e-mail: ventas@manuelita.com.ve

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TRABAJAMOS

PARA BRINDARLE MAS


Uma vida duplamente responsável Andy Pita estuda engenharia e dirige programa de televisão para crianças Carlos Orellana

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om apenas dezoito anos, o lusodescendente Andy Pita é estudante do terceiro semestre de Engenharia, na Universidade Central de Venezuela, e dirige, em simultâneo, o programa da Radio Caracas Televisión denominado "La Merienda", o que lhe permite estar todas as tardes com um público infantil. No mesmo espaço de TV trabalham também Ângelo Gonçalves e Kimberly dos Ramos. Andy Rodrigues Pita é filho de José Rodrigues Teixeira - já falecido - e de Maria Alcinda Pita, um casamento de madeirenses naturais dos Canhas (Ponta do Sol, Madeira). Sobre o apoio familiar que tem recebido por ter esta vida duplamente responsável, diz-nos, em entrevista ao CORREIO, que tem "a aprovação de todos. Até a minha avó, que está em Portugal, está sempre a par de tudo. E eu tento manter contactos com as pessoas de lá”. “A minha mãe também está feliz com o meu trabalho e não me pressiona para estar aqui. Sei que se algum dia decidir abandonar algum projecto ela respeitaria a minha decisão", refere. Pita começou na televisão com oito anos, a fazer publicidades. Depois, participou no programa "full Interacción", que era transmitido por TELEVEN. Mais tarde, propuseram-lhe que fizesse um casting em RCTV e, ao ser seleccionado, teve a oportunidade de se

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converter num dos actores da série juvenil "Hoy te vi", que foi determinante para o seu verdadeiro lançamento neste mundo. "Nunca tive aulas de actuação, digamos que sou um talento nato (risos), mas consigo encarnar a personagem. Na verdade, muitas vezes, quando leio um livro me envolvo de tal forma que na minha mente as letras desaparecem e sou transportado ao mais profundo da leitura, imaginando tudo o que está escrito", conta-nos. Pita foi também staff do canal Marte TV, onde participou nos programas "Chamo Señal", "Después de Clases" e "Full TV". Está a estudar engenharia e, em simultâneo, dedica-se à animação. Qual é a sua prioridade? Gosto das duas coisas, mas prefiro a televisão. Aprendemos sempre qualquer coisa nova e a experiência é bem gratificante, sobretudo quando estou na rua e sinto o carinho das crianças que, quando se aproximam, mostram que o que fiz valeu a pena. Já conhece Portugal? Não. A minha mãe vai sempre lá de férias, mas não me leva (risos). Agora a sério: não tenho podido ir porque tenho sempre compromissos quando a minha mãe vai. Quais são as tradições portuguesas que ainda se conservam na sua casa? A minha mãe sempre nos fala em português, mas eu não sei falar muito bem porque não pratico a língua. Mas agora a comida, essa sim é quase sempre portuguesa. Nunca falta um bom prato de bacalhau. Também assistimos todos os anos às festas de Fátima, que se realizam em El Paraíso e, quando há música folclórica nas festas portuguesas normalmente ponho-me a dançar com as pessoas. Qual é a sua equipa de futebol? O Porto.

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"Ángeles" no estrangeiro Duo vai a Portugal, Canadá e Estados Unidos, para dar a conhecer, tanto em espanhol como em português, as suas músicas românticas Noélia de Abreu

åçÉäá~ÇÉ~ÄêÉì]Öã~áäKÅçã

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duo Ángeles, integrado por Roger e Josué, estreou-se no mercado musical com um álbum de 13 canções, intitulado "Mi universo eres tu", e a sua versão em português, "Meu universo és tu", que conta com 11 músicas simples na Língua de Camões. Os Ángeles chegam ao mundo do espectáculo pela mão do lusitano Nino Acosta, produtor de há longa data, que no final de 2003 encontrou uma grande oportunidade de juntar estas duas vozes que já tinham alcançado, a solo, algum reconhecimento ao nível nacional: Roger tem 24 prémios, enquanto que Josué obteve 11 prémios em festivais infantis de música venezuelana. QUEM SÃO Josué é filho de um madeirense, natural de Machico, e de uma venezuelana. Estudou música e agora dá aulas de música também. Tem 25 anos e domina a guitarra e o quatro. Roger estuda contabilidade pública na Universidade Católica Andrés Bello, além de dedicar-se à música. Tem 20 anos e domina a arpa e o quatro. Os Ángeles começaram a ser conhecidos pouco a pouco em cidades e povoações do interior da Venezuela. "São pequenos focos, porque o trabalho de promoção é intenso", explica Josué, enquanto que Roger assinala os lugares onde as suas canções são mais escutadas: Maracay, Valencia, Puerto Cabello, Mérida, Caicara del Orinoco, Yaracuy. "Em Yaracury temos uma grande aceitação", sublinhou Roger. O duo cantará no próximo dia 28 de Agosto, domingo, na Festa da Nossa Senhora do Livramento, na Missão Católica Portuguesa.

No próximo ano já tem programado várias apresentações internacionais: 13 espectáculos em Portugal, dois em Toronto (Canadá) e três em Nova Iorque (EUA). Como surgiram os Ángeles? Nós conhecíamo-nos desde pequenos, já que ambos cantávamos música venezuelana, mas foi Nino Acosta, nosso produtor, quem colocou-nos em contacto e agora somos como irmãos. Estamos há três anos neste projecto. Porque escolheram o nome Ángeles? Josué: Sempre fomos muito espiritualistas e Ángeles significa mensageiros. E nós consideramo-nos mensageiros do amor e da amizade, coisas de que necessita actualmente a sociedade, porque muitas vezes sentimo-nos bombardeados com muita maldade. Quando escutamos uma canção romântica acalmamo-nos um pouco. Se pudermos fazer com que um casal se reconcilie porque o rapaz dedicou uma canção à sua namorada, isso enche-nos de alegria. Uma vez isso aconteceu e foi bastante especial. Sem dúvida, o amor é o motor que move a humanidade. Que opinião têm do regaaeton? Gostariam de cantar outro tipo de música sem ser balada-p pop? Roger: Como todo o bom músico respeito cada um dos géneros musicais. Não gostaria de cantar reggaeton, porque eu me sinto bem cantando balada-pop. É o que eu gosto. De qualquer forma como qualquer latino danço de tudo e quando ouço Raggaeton também danço, porque o ritmo assemelhase aos batidos do coração. J.: Eu penso que a música é influenciada por aquilo que acontece na sociedade. Actualmente não há praticamente valores e a sexualidade é um tema que se encontra em

todos os lados, por isso o reggaeton é uma música sexual que encontra a sua explicação nesse contexto. Porém, existem músicas desse género, como uma de Gilberto Santa Clara com Vico C, que está muito bem feita. Os seus arranjos estão muito bons. Como surgiu a ideia de fazer um disco em português? J.: A ideia surgiu de Nino, que já tinha isso em mente há bastante tempo e quando soube que eu era filho de um madeirense viu a oportunidade de fazer um disco em português. R.: Eu que sou crioulo, quando Nino disse-nos que íamos fazer um disco em português pensei realmente no problema em que me iria meter. No princípio cantava as canções sem saber o que significavam, mas depois Josué traduziu-mas e dei-me conta que em português há coisas que se dizem de uma forma muito bonita, mas que em espanhol temos que lhes mudar o sentido. Fui aprendendo a gostar da música portuguesa. Agora estou apaixonado pelos portugueses e parece-me que este CD é um louvor a todos os portugueses no nosso país.

O que é que mais aprecias na educação que foi dada pelos teus pais e no facto de seres lusodescendente? J.: Eu sou o que sou graças à educação europeia que recebi em casa. Porém, as restrições impostas pela minha mãe também limitaram-me em muitas coisas. Quando era pequeno não fui a muitas festas e aniversários. O europeu não está acostumado a deixar os seus filhos irem a festas, já o latino é mais liberal. Mas sem dúvida, o que mais admiro na comunidade portuguesa é a sua disciplina, a sua humildade e o seu trabalho. O Que aprenderam com os Ángeles? R.: Uma coisa que aprendi com o nosso produtor é que temos que fazer bem as coisas. Às vezes fazíamos uma canção numa semana e ele dizia que era preferível demorar um pouco mais mas fazer bem feito. Todas as pessoas que queiram contactar os Ángeles, podem fazê-lo através do número: 0414 321-37-20 e do e-mail: portugalaovivo@hotmail.com

Marjorie de Sousa regressa a Miami A actriz lusodescendente Marjorie de Sousa, protagonista de "Ser bonita no basta", prepara as suas malas para regressar a Miami juntamente com o seu marido, o também actor Ricardo Álamo. O casal foi contactado pela Venevisión Internacional para participar na próxima produção dra-

mática de Univisión, que se vai chamar "Colheita de Amor", escrita por Verónica Suárez, que também escreveu “Como no cinema". No referido projecto, Álamo assume novamente a meta de ser protagonista, enquanto que De Sousa vai ser desta vez personagem secundária.


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Palacete brasileiro de Fafe vai acolher Museu da Emigração Câmara de Fafe está a ultimar negociações para adquirir imóvel de 1885 que vai ser o espaço museológico Câmara de Fafe está a ultimar negociações para a compra de um palacete brasileiro de 1885, no centro daquela cidade, destinado a acolher o Museu da Emigração e das Comunidades, garantiu-nos fonte ligada ao processo. De acordo com o coordenador do projecto, Miguel Monteiro, o negócio será acordado "mal uma comissão avaliadora reúna" para fixar o montante a pagar pelo município ao privado detentor do imóvel. O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, António Braga, garantiu sexta-feira, precisamente em Fafe, no fecho da Convenção Cívica das Comunidades Portuguesas, o apoio institucional do Governo à instalação deste museu. "Será analisada uma eventual comparticipação financeira do projecto, sendo certo que o Governo se associará a essa iniciativa", garantiu António Braga. A criação do museu - que para já apenas tem existência na Internet (www.museu-emigrantes.org) - foi decidida há quatro

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anos pela Câmara de Fafe. O imóvel brasileiro foi escolhido pela autarquia de Fafe para sede do museu porque tem características arquitectónicas facilmente identificáveis com o fenómeno migrante, "no qual é possível detectar contextos da vivência migrante, expressos em documentos e objectos de mobiliário e iconografia da época". O museu tem como finalidade mostrar a evolução da emigração portuguesa para África, Brasil e países europeus desde o século XIX às primeiras décadas do século XX. "Assenta na visibilidade da descoberta dos seus efeitos, decorrentes do cruzamento de povos e culturas, na história económica, social e cultural nacional" e "funda a sua existência no facto de a mobilidade geográfica constituir um fenómeno estrutural da sociedade portuguesa, deixando marcas em todos os continentes", lê-se numa carta de intenções. Uma área de investigação está aliada ao museu, existindo já um banco de dados com cerca de dez mil registos de emigrantes, correspondendo aos anos de 1834 a

1926 e referentes aos naturais ou residentes no concelho de Fafe. "Também já estudamos 8.700 passaportes, que divulgamos na base de dados", disse o coordenador do projecto. Entre outras valências, prevêse igualmente a instalação de um Centro de Interpretação, que será estruturado em salas de reconstituição da origem, viagem, vivência migratória e retorno. Entretanto, algum do espólio já reunido, referente às migrações para o Brasil no século XIX, pode ver-se até ao final do mês numa exposição patente no átrio da Câmara Municipal de Fafe. EXPOSIÇÃO ITINERANTE Noutra exposição, na Casa da Cultura da mesma cidade, está patente, também até ao final do mês, a mostra documental "O Sonho Português - 25 Anos de Imigração Portuguesa em França". A exposição foi concebida há uma década pela Federação das Associações Portuguesas de França (FAPF), tendo passado, em itinerância, por diversas localidades francesas e portuguesas.

Em Portugal, a mostra é exibida pela quarta vez, depois de ter passado, em anos anteriores, por Almancil, Coimbra e Guimarães, disse o presidente da FAPF, José Machado. Em França tem sido "muito solicitada" por diferentes consulados, câmaras e pelo movimento associativo português, referiu o dirigente. Histórias da emigração legal mas também os dramas da emigração "a salto" (clandestina) estão espelhadas nesta mostra em duas dezenas e meia de painéis e em excertos de publicações francesas. A emigração para França começou no início dos anos 60 e em meados da década seguinte

havia já mais de 860 mil portugueses naquele país. Só em 1970 entraram em França 135 mil portugueses, 110 mil dos quais indocumentados. "Esta é a história de um povo exilado nos confins da nostalgia (Ó), dos descendentes dos conquistadores que antigamente reinaram do Brasil a Macau e que foram mais uma vez, arrancados às suas ingratas terras", refere um dos textos patentes na mostra. A exposição aborda também o florescimento do associativismo português em França (23 associações em 1971 e já quase mil no ano 2000), os arquétipos dos emigrantes (folclore, futebol e família) e os problemas dos lusodescendentes.

Corrupção no SEF legalizou centenas de clandestinos Dos 21 arguidos, três são agentes da PSP destacados no SEF. Rede actuava de Norte a Sul de Portugal e em vários países europeus urante um ano e meio, uma rede chefiada por um advogado português e a funcionar com base num esquema de corrupção montado no interior do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Lisboa terá legalizado de forma fraudulenta centenas de imigrantes ilegais, na sua maioria árabes. A rede tinha angariadores em praticamente todo o território nacional e chegou a regularizar a situação de clandestinos residentes em vários outros países europeus. Os 21 arguidos acusados, entre os quais se encontram outro advogado, três agentes da PSP - um dos quais uma mulher, aposentada, mas que estivera destacada no SEF, e mais dois que prestavam serviço neste organismo -, uma funcionária deste serviço, um médico e vários estrangeiros radicados no nosso país vão sentar-se agora no banco dos réus, acusados de corrupção, auxílio à imigração ilegal e associação criminosa, entre outros crimes. A entrada em actividade da rede coincide com a alteração efectuada, no início

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de 2001, à legislação que regulava a legalização de estrangeiros e com a introdução da figura da Autorização de Permanência (AP), que veio substituir o visto de trabalho passado pelas autoridades do país de origem. Era o SEF quem tinha a responsabilidade de passar as autorizações. Esta abertura legal fez disparar o número de pedidos de legalização por parte de clandestinos a residir em Portugal e noutros países europeus. e criou a oportunidade de "negócio" para o grupo. A rede funcionava com recurso a angaria-

dores, inicialmente apenas em Lisboa, mas que depressa estenderam a sua actividade a Santarém, Porto e Braga e a países como a Holanda e a Alemanha. O próprio SEF, sob coordenação do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Ministério Público de Lisboa pôs fim à acção da rede que tem julgamento marcado para os dias 26 a 30

de Setembro, no Tribunal da Hora, em Lisboa. As investigações concluíram que houve também participação de funcionários da Secção de Vistos do Ministério dos Negócios Estrangeiros e de mais funcionários do SEF, mas sem conseguir chegar a nomes ou formas de funcionamento para acusação.


20 PORTUGAL

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RTP Internacional para todos os emigrantes Madeirenses e lusodescendentes que residem no Reino Unido também querem ver na sua segunda terra o canal português Dinis Mendonça Eak=J=j~ÇÉáê~F

O pedido de inclusão de um maior número de programas de cariz regional na RTP Internacional foi deixado por um grupo de emigrantes radicados no Reino Unido. Esta será uma das melhores formas dos luso-descendentes, também conhecidos como emigrantes de segunda geração, continuarem a manter os laços com a sua terra natal dos pais. Estes emigrantes que fizeram chegar ao DIÁRIO esta reivindicação consideram ser os programas relativos às suas origens uma das melhores formas de manter os laços com a lusofonia e com as origens. Os emigrantes falaram à reportagem do DIÁRIO no final da conferência subordinada ao tema "A comunicação Social como Ponto de Encontro dos Emigrantes" que decorreu na freguesia da Ilha, no dia de ontem, e fez parte das comemorações do dia do emigrante promovido pela Casa do Povo da Ilha. Esta conferência juntou representantes do DIÁRIO, do Jornal da Madeira, do CORREIO e da Secretaria Regional do Recursos Humanos, que tutela a área da emigração.

Agostinho Silva, em representação do DIÁRIO, relembrou o acompanhamento que o mesmo tem dado ao longo dos últimos anos aos emigrantes, em particular as iniciativas levadas a cabo na Venezuela, África do Sul e Reino Unido. Outro factor relevado por Agostinho Silva foi o facto do site do DIÁRIO ser uma das páginas de comunicação social portuguesa mais consultadas na Internet, o que revela a sua importância para as comunidades madeirenses espalhadas pelos quatro cantos do mundo.

Aleixo Vieira e Sandra Rodrigues, em representação do CORREIO, relataram a importância que aquele jornal vem assumindo não só pela coesão que confere à comunidade madeirense na Venezuela, mas também pela importância na manutenção dos luso-descendentes com a língua portuguesa. Sílvio Mendes, pelo Jornal da Madeira, testemunhou as suas experiências em contacto com as comunidades lusas destacando a importância dos jornais e da Internet como formas de aproximar os

emigrantes da sua terra. Maria João Delgado, chefe de gabinete do secretário regional dos Recursos Humanos, chamou a atenção para a necessidade dos emigrantes estarem consciencializados que a Madeira tem tentado conciliar as tradições com o progresso, salientando que a região não pode continuar apegada ao passado. Dia do Emigrante foi o nome da iniciativa da Casa do Povo da Ilha, que se realizou nesta freguesia no domingo 14 de Agosto.

"Há madeirenses pobres na Venezuela" Secretário regional dos Recursos Humanos recebe visita da Comisão Pró-Dia da Madeira e do Rancho Folclórico do Centro Português de Caracas Angélica Martins Eak=J=j~ÇÉáê~F

"Há muitos madeirenses a passar por dificuldades financeiras em Caracas". Quem o diz é o presidente da Comissão Pró-Dia da Madeira em Caracas, Agostinho Gomes Lucas, que está de visita à Madeira e que na semana passada foi até à Vila Passos para ser recebido pelo secretário regional dos Recursos Humanos, que tem a pasta das Comunidades. Este emigrante disse que cerca de 90% da população madeirense emigrada na Venezuela é bem sucedida, mas que,

"o Governo Regional devia ajudar os que estão na miséria". De resto, Agostinho Gomes Lucas não tem razão de queixa do executivo madeirense. O secretário regional dos Recursos Humanos, Brazão de Castro, também recebeu o Rancho Folclórico do Centro Português de Caracas. "Uma forma de procurar aproximar os madeirenses e os seus descendentes que estão fora", disse. Os elementos do Rancho Folclórico do Centro Português de Caracas nasceram todos na Venezuela. O grupo vai aproveitar a es-

tadia prolongada na Madeira para actuar em várias localidades da ilha e ficar a conhecer um pouco mais a terra dos pais. Brazão de Castro salienta que, "a Secretaria Regional dos Recursos Humanos tem um programa "Conhece as Tuas Origens" que todos os anos trás jovens luso-descendentes à Madeira". O mesmo acontece com o programa "Portugal no Coração", destinado às pessoas da terceira idade que já estão há muitos anos sem vir à Região por dificuldades de natureza económica que tem trazido muitos idosos à Madeira.


22 OPINIÃO

CORREIO DE CARACAS - 18 DE AGOSTO DE 2005

Com o Credo na boca... Fernando Cruz Gomes Hoje... acorda-se em Lisboa, como em Coimbra, nos Açores como na Madeira - para não falarmos já no resto do mundo onde residem Portugueses - com a noção exacta de que o País que temos e somos está menos "decente". Que se acastelam as nuvens por sobre uma consciência que era de brandos costumes, sim, mas não deixava pôr o pé em ramo verde aos recalcitrantes que prejudicassem o todo geral. Portugal está mudado. Para pior. Vive de credo na boca em demanda do Prestes João de umas quantas coisas que eram o seu dia-a-dia e hoje... esfumam-se por entre as agruras de um viver que não é mais do que um sobreviver amedrontado. Os mais novos já notaram a situação. Os mais velhos interrogamse sobre como foi possível deixar chegar tudo a um estado tão... tão... calamitoso. E, depois, criam-se "factos" que o não são. Adiantam-se panaceias que mais parecem "soluções de continuidade". Descobrem-se mazelas que já estavam vistas... à vista desarmada. E atrela-se a tudo isto um conjunto de soluções que só não são risíveis porque suplantam a raia do concebível e fariam chorar, se ainda houvesse lágrimas nos rostos dos (poucos) que ainda pensam. Risíveis, sim. Mais risíveis ainda do que a

tentativa de chamada às fileiras do "bisavô" Mário Soares... não haverá muitas. E mesmo que o considerem ainda - alguns ainda o consideram... - como "pai de uma certa democracia", só seria de o retirar do seu sono de velho se o País estivesse mesmo em perigo de sossobrar, se a (sua) democracia estivesse a pontos de ter de ser defendida à ponta das armas. O que é que o fará correr? Será que, sem que a gente o saiba, o País está mesmo à beira da falência geral? - E mesmo que assim fosse, era ele - um velhinho (talvez) simpático mas pouco dado a estas coisas de economia e finanças - a solução ideal? Para a função de D. Sebastião, não parece que tenha vocação. Os problemas que assolam o País são mais da esfera governativa e não da esfera presidencial. E que o fossem... Mário Soares não se afigura ser o homem indicado. Pela idade e pelo passado... melhor fora que o deixassem a dormir. Ou a brincar com os netos, se é que os tem. Portugal está a criar uma "carapaça" de "faz de conta" que para mais não servirá do que para atrasar soluções, que têm de ser drásticas. E que não podem passar por atitudes de aprendizes de feiticeiro que vão brincando aos governos. Sócrates e o seu Governo - agora já com 5 meses - não parece ter pinta de vergonha. Mente nas intenções por se ver obrigado a escamotear

soluções que não tem. Parece mais empertigado do que alguns dos seus antecessores. Como se tivesse algo para dar ao povo, quando, afinal, apenas pode... prometer o que sabe não poder cumprir. Há, de facto, cada vez mais uma nítida falta de confiança entre os cidadãos do País que somos e os políticos que temos. Se fosse entre alunos de uma simples Escola Secundária de alguns países, diríamos que, na nossa Política - Governo e Oposição em conjunto - deixámos de ter Ás e Bês. Haverá dois ou três Cês. O resto são Dês e muito fracos. E quando assim é, os paninhos quentes de alguns governantes não chegam nem para chamuscar a crise. Talvez que alguém devesse dizer a Jorge Sampaio que algo está pôdre neste Reino... que ele diz querer manter sereno. É que a esperança já bateu no fundo. O terreno está a fugir debaixo dos pès deste sr. Sócrates a quem demos uma maioria absoluta. A "trapalhada" da Caixa, que é tão só o maior Banco português, parece ser exemplo marcante do que se não deve fazer... e ele fez. Por muito menos teve o Presidente da República de dizer o drástico "basta" a um Governo que também tinha maioria e que Sampaio não deixou governar. O Presidente tem de servir para alguma coisa. E agora é altura exacta. Para mais, Sócrates está de costas. Foi, calmamente, para férias, deixando o País a arder...

Invasão de "miras" Sónia Gonçalves* ntes de mais, quero deixar claro que sou luso-venezuelana e que, quando cheguei à Madeira, não achei muita piada ao termo utilizado para identificar o venezuelano: "mira" ("olha", em português). Agora, até lhe acho piada... "Há "miras" por todo o lado", comentava-me recentemente uma amiga, quando, num centro comercial, desde o rapaz que nos serviu o almoço à funcionária do supermercado emitiam uma fonética claramente luso-

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venezuelana. Com o comentário, fiquei ainda mais atenta a esta realidade e comecei a observar como a Madeira, de facto, está cheia de emigrantes, ex-emigrantes, venezuelanos e luso-venezuelanos. São famílias inteiras que vêm de férias, que se instalam "de vez" ou que vêm experimentar o modo de vida na Madeira Nova. Estão presentes em todo o lado e não podemos ignorá-los, pois, como destacou recentemente o presidente do Clube Social das Comunidades Madeirenses, o castelhano deve ser a segunda língua mais falada na Madeira. Talvez por isso mesmo quase todas as iniciativas desta comunidade conseguem obter casa cheia. Foi a actuação da Mimi Lazo, depois a festa

no Farol e, mais recentemente, a Festa da Venezuela com o Conde del Guácharo, cuja lotação esgotou de uma forma surpreendente. Muitos venezuelanos e luso-venezuelanos adaptam-se à Região e, como eu, toda a gente sabe que esta comunidade é cada vez maior. No entanto, não há números concretos e o Governo Regional, nomeadamente o Centro das Comunidades, pouco tem feito para conseguir um levantamento a este nível. O Clube, por sua vez, espera verbas da Comunidade Europeia para fazer um censo. Apesar de não serem turistas, não seria importante saber quantos são os ex-emigrantes e os lusodescendentes (não só da Venezuela) que optam por morar na Região? *Jornalista do DN-Madeira

Tertúlias para o futuro Carlos Orellana Há pouco tempo fui convidado a participar na tertúlia que se realizou, a 22 de Julho, no Centro Português, em Caracas. Como venezuelano, fiquei surpreendido com este tipo de iniciativas que o Instituto Português de Cultura tem vindo a realizar há já vários anos. As tertúlias conseguem reunir um número considerável de pessoas da comunidade e já chegaram a participar neste evento cultural 150 pessoas. E nele notamos sempre a presença de jovens, na sua maioria lusodescendentes. Contudo, a integração do venezuelano nos aspectos culturais lusos também se vê reflectida nestes espaços de convívio. Foi esse o meu caso, que na última tertúlia, depois de uma série de ensaios, tive a oportunidade de cantar três fados. As tertúlias constituem o ambiente perfeito para descobrir novos talentos. Dos encontros anteriores saíram cantores que pouco a pouco se tornaram conhecidos em vários lugares da Venezuela, como Liliana de Faria, Jonathan e a dupla Sandra e Ricardo Rodrigues. Que orgulho deve ter um português ao ver um jovem cantar a sua música com tanta paixão, como se fosse nativo. E isto é que o que se tem conseguido através deste simples espectáculos onde a intenção principal é fomentar os valores culturais lusos nas novas gerações e nos próprios portugueses, que muitas vezes passam os dias mergulhados no trabalho e nem têm tempo para contactar a comunidade e participar em eventos culturais da sua terra natal. Nas chamadas tertúlias, que sempre se realizam no Centro Português, em Caracas, seria interessante contar também com o talento infantil de outras casas portuguesas e até fazer estes eventos ao nível nacional com a finalidade de incentivar os lusodescendentes para que participem nesta iniciativa que é o primeiro passo do que poderia ser uma carreira musical. O importante é participar e mostrar qualquer uma das manifestações típicas de Portugal. O espaço serve para cantar, dançar, recitar um poema ou até fazer uma dramatização sobre qualquer personagem histórica. Para mim, essa noite nunca vai ser esquecida, pois foi a primeira vez que cantei em público e tive a oportunidade de transmitir, através do canto, o quanto a cultura portuguesa é grande. Sentia-me português quando me deixei levar até ao mais profundo do fado. Espero poder continuar a contribuir com esta cultura e continuar a sentir o carinho de uma casa portuguesa.


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OPINIÃO 23

CARTAS DOS LEITORES Desde Coimbra

Solidariedade com Luís Santos

É com enorme prazer que me dirijo a este jornal, a quem desde já dou os meus parabéns por levarem a cultura, usos e costumes portugueses a todos aqueles que o lêem tanto ai na Venezuela como aqui em Portugal, como é o meu caso. Tive a felicidade de viver ai em Caracas cinco anos e conviver com verdadeiros amigos e portugueses, assim como com venezuelanos. Por vezes me bate a nostalgia de uma boa partida de futebolito no Centro Português e sinto vontade de comer uma boa espetada ou churrasco e uma cerveja bem geladinha como é timbre dai. Vou fazer só um reparo a uma carta de um leitor. É que nem sempre o esquecimento dos governantes deste país em relação aos emigrantes é culpa exclusiva do mesmo; por vezes a voz de protesto ou de reivindicação tem de partir de nós e vocês aí mas com organização, com fundamento. E para isso é preciso existir união na comunidade, ter pessoas em locais in-

Nunca a nossa comunidade esteve tão unida, mas ao mesmo tempo desamparada. Existem muitas actividades que convidam a nossa memória a recordar as coisas boas que o nosso país adoptivo nos deu, mas ao contrário dessas situações isoladas, existe o desamparo do Estado Português em relação a um compatriota que está a mercê da lei venezuelana. Imagino que já sabem de quem falo, e não é meu dever decidir inocência ou culpabilidade, mas deploro o tratamento que se está a dar a este caso, quando em casos semelhantes e recentes o governo português fez o que podia

fluentes e, como toda a gente sabe, a nossa comunidade fecha-se muito em si e é preciso estar nos centros de decisão ou perto deles, felizmente que as novas gerações já o vão percebendo e participam mais na vida desse maravilhoso país. Para finalizar, deixo um grande abraço ao director do Correio, Aleixo Vieira, um grande amigo e compadre. Eduardo Francisco, da Lousã, Coimbra

Obrigada CORREIO!

Voltar à Venezuela Sou português e emigrante natural da ilha da Madeira. Durante 28 anos trabalhei e formei família na Venezuela, até que um dia decidimos regressar à nossa terra. O que no princípio não foi fácil devido à enorme vontade dos meus filhos de querer ficar aqui. Mas o mais difícil de facto foi adaptar-se a Portugal, mais propriamente à Madeira. Outros hábitos, outros costumes e maneiras diferentes de pensar e ver as coisas, etc. Mas o que mais me surpreendeu negativamente - e dai o motivo desta carta - tem a ver com as actividades comerciais na ilha. Às vezes queixamo-nos na Venezuela por este ou por aquele problema, pelos empregados pelos clientes, etc. Confesso que na Madeira é pior

INQUÉRITO

em todos os sentidos, e nem se fale nos empregados… Estão sempre a olhar para o relógio para ir embora, não têm compaixão por ninguém, tratam às vezes mal os clientes sem se importar que é o comércio que fica mal. Enfim… Passaram cinco anos e não aguentei mais. Vendi parte do negócio e regressei à Venezuela, juntamente com a minha família, contra todos os prognósticos da vida. Felizmente estamos todos de acordo em casa. Da Madeira fica-nos a saudade dos amigos que fizemos na nossa querida terra. A Venezuela é um país com defeitos, mas cheia de gente maravilhosa, apesar da insegurança. João Florença F. Reis

para trazer para chão português uma pessoa numa situação semelhante. Qual é a diferença de um caso para outro? A gravidade do suposto crime? Porque será que alguns têm horas e horas de tempo de antena e outros pouco ou nada se sabem? Nesse aspecto o CORREIO é que tem dado as cartas, porque infelizmente parece que os portugueses que estão na Venezuela passam a gozar da indiferença do Estado Português, e isto é aplicável a este caso e a todos os outros que envolvem os nossos emigrantes. Susana Pereira

Participei na Festa da Venezuela que o CORREIO organizou na Madeira e senti uma emoção muito grande quando vi a actuação do Conde del Guácharo, que se apresentou a falar um bocadinho português, a dizer palavrões "nossos" e a cantar "Casei com uma velha". Ouvi também as "minhas músicas" cantadas por Sandra e Ricardo Rodrigues e o Sidónio Silva e comi também a comida venezuelana que foi servida nesta festa.

Estou em Portugal há 15 anos e nunca tive a oportunidade de regressar à minha terra natal. Esta festa fezme reviver óptimos momentos e lembrei-me de uma música que escrevi, quando tinha 14 anos e o meu pai anunciou à família que íamos de vez para Portugal. Para trás, deixei família, amigos e a certeza de que o meu espírito venezuelano nunca ia desfalecer. Transcrevo-vos uma parte da minha música, que gravei numa cassete que ainda tenho - e canto sempre com muitas saudades e nostalgia da minha pátria: "Le digo un adiós a este país, a este lindo país que es Venezuela. Adios, adios, espero algún día volver-te a ver…". A esperança é a última a morrer e tenho fé em Deus que um dia vou poder regressar ao meu país. Por enquanto, já casada e com duas filhas, a minha condição económica não me permite realizar este sonho, mas um dia hei-de poder ir! Que saudades de tudo! Agradeço ao CORREIO a possibilidade que me deu de reviver momentos únicos. Martha Abreu Madeira

Sente que as autoridades trabalham em benefício da segurança? Sente-se seguro na zona onde mora? O que o preocupa?

Manuel Franco "Vivo em Los Dos Caminos. Não me sinto seguro nessa zona. Tenho tido algumas más experiências, pois não há ninguém aqui na Venezuela que não tenha sido vítima de um assalto. Já me assaltaram, mas felizmente foi só isso".

Maria da Luz Rodrigues "Não sinto que as autoridades estejam a trabalhar em benefício da segurança no país. No que se refere a anos anteriores, a segurança está em decadência. Actualmente, estou a viver na Cidade Bolívar, mas enquanto estive em Caracas vivi na Avenida Granada e não me sentia segura. Roubaram-me tantas vezes que já nem consigo dizer quantas…".

Jorge Amado "Nalguns aspectos, as autoridades estão a actuar, mas a coisa está tão má que cada vez é mais difícil controlar a insegurança. Vivo há uns cinquenta anos em Petare e ali há pouca segurança. A nós respeitam-nos porque vivemos há muitos anos na zona. No início, tivemos vários problemas com as pessoas daquele sítio, que gostam de impor as suas leis. Hoje estamos a conta de Deus".

José Domingo Dos Santos "Vivo na Avenida Victoria há 23 anos e entendo que não há segurança nesta zona. Não vejo nenhuma acção por parte das autoridades venezuelanas. Vamos de mal a pior. Há algum tempo, a segurança era maior, mas actualmente as coisas pioraram. Por exemplo, antes da semana passada assaltaram-me o carro na Avenida Roosevelt. Fiz queixa e disseram-me que não me garantiam a recuperação do meu carro".


24 UNIVERSIDADES

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Estudar e estagiar em Portugal Universidade de Lisboa: misto de tradição e diversidade que oferece uma série de cursos em diversas áreas

Conhecer as universidades No marco do evento "Estudar e Estagiar em Portugal", que decorrerá no próximo mês de Setembro em Caracas, o CORREIO apresenta-lhe uma série de reportagens especiais dedicadas às oportunidades de estudo e formação nas universidades portuguesas. Tencionamos dar a conhecer as casas de estudos por dentro: a sua oferta académica, a sua história e património, as actividades culturais e os programas de acolhimento a estudantes estrangeiros. Acompanhe-nos

Alda da Silva Sousa

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om mais de sete séculos de história a formar alunos, a Universidade de Lisboa tem hoje quase 20 mil estudantes, 1900 professores altamente qualificados e uma estrutura de 15 faculdades e institutos superiores. Foi criada em Lisboa pelo Rei D. Dinis em 1288, apesar de ter sido transferida várias vezes para Coimbra. Em 1384, D. João I determinou que esta ficasse "perpetuamente na cidade de Lisboa". As possibilidades de formação na Universidade de Lisboa são imensas. A UL confere os graus de Bacharel, Licenciado, Mestre e Doutor e o título de Agregado. Atribui também diplomas de estudos pós-graduados, nomeadamente, de cursos de especialização e pós-graduação. Além disso, outorga certificados de outros estudos de pós-licenciatura ou de formação pré-graduada.

C

A oferta académica abrange um amplo leque de disciplinas que passam pelas belas artes e vão até às ciências da saúde. Cada uma das faculdades e institutos tem a sua página na Internet onde publica notícias e iniciativas. AS LETRAS TORNAM-SE FACULDADE Existe uma Faculdade de Letras que oferece licenciaturas em Arqueologia e História, Artes do Espectáculo, Comunicação e Cultura, Estudos Africanos, Estudos Europeus, Filosofia, Geografia, História, História da Arte e Património, Língua e Cultura Portuguesa (Língua Estrangeira), Linguística, Tradução e Línguas e Literaturas nas suas mais diversas formas (clássicas e modernas). Os cursos têm uma duração de 4 anos, obtendo o aluno o título de licenciado. Para obter informações específicas para estudantes estrangeiros ou internacionais, consulte o site www.fl.ul.pt

A MAIOR FACULDADE DE DIREITO DE PORTUGAL Actualmente, a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa admite por ano para as licenciaturas cerca de 500 alunos, sendo assim a maior Faculdade de Direito de Portugal. A Faculdade de Direito confere o grau de licenciado em Direito, mediante um curso que dura 5 anos: quatro são com cadeiras comuns e o último ano é destinado à obtenção de cinco menções ou pré-especializações a eleger: Ciências Histórico-Jurídicas, Ciências Jurídico-Económicas, Ciências Jurídico-Políticas, Ciências Jurídicas e Ciências Internacionais e Comunitárias. Para além das licenciaturas, a Faculdade de Direito oferece pós-graduações, mestrados, doutoramentos, cursos de Verão, seminários e conferências. MAIS ESTRANGEIROS NA FACULDADE DE MEDICINA A Faculdade de Medicina da Uni-

versidade de Lisboa tem demonstrado nos últimos cinco anos que o intercâmbio é uma forma de melhoramento profissional. Em 1998, apenas oito alunos estrangeiros ingressaram nesta universidade. Contudo, hoje, o número aumentou substancialmente: de um total de 1232 inscritos, a Faculdade de Medicina recebe cerca de 40 estudantes estrangeiros. Os cursos são ditados por 333 professores, dos quais 46 por cento tem o grau de doutoramento. A oferta da faculdade abrange licenciaturas em Medicina, Microbiologia e Dietética e Nutrição, com uma duração de seis anos cada curso. No endereço www.fm.ul.pt, o, interessado, podem ainda consultar os cursos de Mestrado em Bioética, Microbiologia Clínica e em Doenças Infecciosas Emergentes. A Faculdade de Medicina conta ainda com quinze clínicas e laboratórios que apoiam os processos de investigação da Universidade.


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UNIVERSIDADES 25 Fórum a 24 de Setembro

A 24 de Setembro realiza-se o primeiro fórum “Estudar e Estagiar em Portugal”. A iniciativa é do CORREIO e da Universidade Simón Bolívar e pretende impulsionar o debate entre diferentes membros da comunidade portuguesa a residir na Venezuela, professores e alunos convidados. Para falar sobre questões importantes relacionadas com as ofertas das universidades portuguesas e o ensino do português na Venezuela, a organização convidou várias pessoas, entre elas destaca-se o professor de FilosofiaAdelino Cardoso, que lecciona na Universidade Clássica de Lisboa. O evento tem lugar no Centro Português, em Caracas, e está aberto à comunidade em geral, pretendendo atrair essencialmente os estudantes que pretendam obter mais informações sobre o ensino do português.

Noutras linhas, estão as Faculdades de Farmácia e Medicina Dentária, que oferecem a licenciatura em Ciências Farmacêuticas e a de Médico Dentista, respectivamente, com uma combinação de ensino teórico, prático e laboratorial. Mais informações em www.ff.ul.pt e www.fmd.ul.pt BOLSAS PARA ESTUDAR CIÊNCIAS A Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa abre todos os anos um programa de bolsas de estudo. Nos sites http://infociencias.fc.ul.pt ou www.fc.ul.pt/sites/Programas-Bolsas podem-se consultar os diversos programas que vão desde a investigação científica até os de ensino e mobilidade, sem deixar de fora o ERASMUS e SÓCRATES. Na Faculdade de Ciências pode-se tirar variadas Licenciaturas em Biologia, Microbiologia, Estatística e Investigação Operacional, Física, Engenharia Física, Energia e Ambiente, Geologia Aplicada e do Ambiente, Engenharia Informática, Matemática, Química e Bioquímica, entre muitas outras escolas. A oferta para mestrados e doutoramentos é também muito variada e atractiva. A NOVA FACE ACADÉMICA DAS BELAS ARTES Na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa podem frequentar-

se licenciaturas que têm sido reformuladas ou introduzidas pela primeira vez. Trata-se dos cursos superiores de Belas Artes em Pintura, Design de Comunicação, Design de Equipamento e Arte e Multimédia. Cada curso é constituído por uma Licenciatura com a duração de quatro anos lectivos. Outro pilar desta faculdade é a proposta de mestrados e doutoramentos que tocam a teoria da imagem, a história da arte, as artes plásticas e audiovisuais nas suas mais variadas modalidades. Para mais informações, consulte a página www.fba.ul.pt. A MAIS NOVA DAS FACULDADES A Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação é uma das escolas mais recentes da Universidade de Lisboa. Foi criada em 1980 e, hoje, é um espaço de referência no ensino e na investigação científica. Tem cerca de 1200 alunos, mil nas licenciaturas (em Psicologia e em Ciências da Educação) e duzentos nos mestrados e pós-graduações. E conta com mais de 120 docentes. Presentemente, a Biblioteca disponibiliza mais de 20.000 títulos de monografias e cerca de 800 títulos de publicações periódicas de natureza científica, muitos dos quais podem ser consultados on-line.


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TAP apresenta proposta à Varig ainda este mês TAP vai apresentar até ao final de Agosto um plano de recuperação da Varig, que culminará na compra de 20% da transportadora brasileira até ao final deste ano, caso a proposta seja aceite pelo tribunal do Rio de Janeiro. Fernando Pinto, administrador-delegado da TAP, adiantou na semana passada ao jornal "O Estado de São

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Paulo" que a proposta inclui a redução da participação da Fundação Ruben Berta, dos actuais 87% para até 10%. Essa participação será comprada pela TAP, sozinha ou acompanhada por outros investidores. "Estamos a analisar com potenciais investidores a possibilidade de eles participarem nos 20% ou aumentarem esse investimento além dos 20%", disse. Existem cinco grupos,

entre portugueses, europeus e brasileiros, interessados em formar um bloco de controlo da Varig, salientou o administrador-delegado da TAP. A par disso, a transportadora nacional adiantou que pretende lançar obrigações (títulos de dívida) da TAP para pagar o passivo da congénere brasileira. "Queremos comprar o endividamento da Varig no estrangeiro, re-

duzindo a dívida por meio de um aumento de capital", afirmou. Ao câmbio actual, a dívida da Varig ascende a 2,1 mil milhões de euros. Fernando Pinto planeia, ainda, adquirir toda a frota da Varig, cerca de 80 aeronaves, mas não avançou o valor do investimento. A Varig é a terceira maior transportadora aérea brasileira, depois da TAM e da Gol.


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ECONOMIA 27

Seniat fecha duzentos negócios em Coche Tábita Barrera

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gerente de Impostos Internos da Região Capital do Seniat, Lucila Ascanio, dirigiu um operativo de verificação de deveres formais realizado na passada terça 9 de Agosto no Mercado Mayor de Coche. A intervenção resultou no encerramento de duzentos estabelecimentos comerciais, aproximadamente. A actividade contou com a participação de mais de trezentos funcionários do Seniat, do Instituto Venezuelano de Seguro Social, dos Bombeiros Metropolitanos, da Polícia Metropolitana e do Resguardo Nacional. O organismo utilizou equipamentos de última tecnologia para conhecer o estado de cada estabelecimento com uma rapidez maior. Alguns dos locais autuados já tinham sido encerrados antes por estarem em situações irregulares. O encerramento dos estabelecimentos foi de dois dias, com uma sanção pecuniária de 25 unidades

A

Operativo especial pretende dar continuidade ao Plano de Evasão Zero, que procura garantir o pagamento dos impostos tributárias, 735 mil bolívares, conforme estabelece o Código Orgânico Tributário", conforme declarou Ascánio. São acusados de apresentar irregularidades nos livros de compra e venda e inconsistência na emissão de facturas. Os locais inspeccionados representam aproximadamente 25% do total do comércio do Mercado Mayor de Coche e estima-se a pronta realização deste tipo de operativos especiais em todo o mercado, para controlar e corrigir as anomalias que constantemente se têm apresentado, as quais - segundo Ascanio - têm aumentado em relação a 2004. "A parte de divulgação da normativa geral no Mercado de Coche foi intensa no ano passado, pois foram visitados cerca de 600 estabelecimentos, mas estamos a constatar que a situação está igual ou pior", diz.


28 DESPORTO

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Raízes portuguesas na Federação de Voleibol Victoria Urdaneta Rengifo

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direcção do lusodescendente Luís Carvalho Pinheiro à frente da vice-presidência da Federação Venezuelana de Voleibol (FVVB) permitiu-lhe estreitar os laços com Portugal e deu-lhe a oportunidade de descobrir a terra maravilhosa dos seus antepassados. "Os Carvalho nasceram para ser grandes trabalhadores", costumava dizer o madeirense Celestino Carvalho, avó do entrevistado. "A minha família tem orgulho no sobrenome porque, como o carvalho, tem força para trabalhar e nobreza para ajudar quem precise. Só assim se alcança o respeito. Este foi o legado que o meu avô nos deixou porque, mais importante do que as questões

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materiais, ele incutiu-nos o sentido de responsabilidade, do orgulho pela família e pelo trabalho, o que lhe foi também ensinado pelos seus pais em Portugal", explica Carvalho. O vice-presidente da FVVB é neto, por via paterna, de Celestino Carvalho e bisneto, pelo lado materno, de Luís Filipe Pinheiro (apelido que devido a uma pronúncia incorrecta transformou-se em "Piñeiro"). Sobre os seus antepassados, o ex-atleta e professor explica: "Chegaram do Funchal (Madeira) sem dinheiro, sem família, sem saber o idioma. Começaram praticamente do nada e devido ao esforço e à força de vontade tiveram o privilégio de viver da forma como pretendiam e converteram-se em grandes agricultores e produtores de algodão. De todos os meus irmãos, Beatriz Carvalho Pinheiro, é a que tem maior afinidade com a cultura portuguesa. Ela aprendeu a falar por iniciativa própria o português e tem um conjunto musical profissional chamado "Você e eu", em que só cantam no idioma português", explica entusiasmado. Nesta história também é preciso destacar o papel das esposas venezuelanas na divulgação do legado português, porque foram suas avós, mulheres desta terra, inclusive com sangue aborígene, que se deram ao trabalho de transmitir aos seus filhos e netos todas as tradições e histórias dos seus maridos portugueses: "Quando os meus avós morreram, elas se encarregaram de contar às gerações seguintes sobre o espírito de progresso e de trabalho constante que sempre viram neles", recorda o ex-jogador da Selecção Nacional Venezuelana, que também esclarece:

"Devo reconhecer que o meu pai, Cirilo Carvalho, também contribuiu com algumas histórias e especialmente o meu tio, o jornalista Diego Celestino Carvalho. A EXPERIÊNCIA DE CONHECER PORTUGAL Graças à sua carreira como desportista e agora como vice-presidente da Federação de Voleibol, Luís Carvalho viajou por numerosos países mas é em Portugal que sempre se sente em casa: "Ali o tratamento é especial. Não só por ter raízes ou um sobrenome de Portugal mas também pelo facto de ser venezuelano. Em 2000, estive em Espinho como delegado nas competições préolímpicas. Em 2004, estive em Lisboa para participar no Congresso Mundial de Voleibol com a presidente da Federação, Judith Rodriguez. Conhecemos um grupo de portugueses que viveram algum tempo na Venezuela e, graças às boas recordações que tinham, trataramnos como reis. Logo, cada vez que alguém descobria que tínhamos vindo da Venezuela era como uma verdadeira festa". A boa relação entre as duas nações evidencia-se com igual intensidade no sector da gestão desportiva. Por exemplo, o secretário-geral da Federação Internacional de Voleibol, Alberto Carvalho, e o vice-presidente da mesma organização, Vicente Araújo. Eles são gestores lusos que comunicam permanentemente com a Federação nacional e estão sempre dispostos a colaborar com a selecção venezuelana de voleibol, a qual tem como seus principais motores Carvalho, esse "carvalho de voleibol" com raízes portuguesas.


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Piloto Ernesto Viso gostava de correr em Portugal Victoria Urdaneta Rengifo

îáÅíçêá~ìêÇ~åÉí~]ó~ÜççKÅçã

rnesto José Viso foi entrevistado desde Inglaterra e, na ocasião, falou sobre a sua profissão automobilística e confessou a sua admiração por Portugal. "Embora não seja descendente de portugueses, posso dizer muitas coisas boas sobre Portugal, relacionadas com o seu desporto e a sua cultura. Para além do mais, posso dizer que neste país tive um momento inesquecível, que foi o Campeonato Mundial em Braga, quando estava na Formula A, no ano 2000", recorda o desportista de vinte anos. "Depois na F 3000 Internacional tive um grande desempenho nas duas jornadas do circuito do Estoril", mandado por um exemplar da Arden. Mas nessa etapa da sua carreira não era a primeira vez que competia no traçado luso, 'pois já o tinha feito uma vez, um mês antes, dessa vez ao volante de um Dallara Nissan de World Séries", explica. Precisamente essas corridas na pista do Estoril serviram para que, sob o olhar avaliador de Christian Horner (Arden), Viso conseguiu um cargo para a categoria GP2, na qual hoje se desempenha. Em 2005, o piloto não tem no seu calendário prevista qualquer visita a Portugal. Contudo, disse-nos que an-

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dar às voltas na pista seria uma tarefa que faria com muito gosto, tanto pela importância do cenário português como da fanaticada, a qual é conhecedora da disciplina, segundo reconhece o caraquenho. O "GUEPARDO CRIOLLO" DA BRIGA Sobre a sua experiência nas pistas da nova categoria GP2, declarou que "é uma grande oportunidade porque estou rodeado de excelentes competidore, que são pilotos com experiência e herança, como Nico Rosberg (filho da antiga estrela de F1 Keke Rosberg), Mathias Lauda, filho de outro veterano de de F1 Nicholaus "Nikki" Andreas Lauda), Nelson Angelo Piquet (descendente do célebre Nelson Piquet), Scott Speed, Heikki Kovalainen, Gianmaria Bruni, Giorgio Pantano e Hiroki Yoshimoto, colega de equipa do venezuelano, cujo pai (o engenheiro Ernesto Viso do Prete) também deixou uma pegada positiva no mundo dos motores. Viso tornou-se especialista em ter novas oportunidades, pois apesar de algumas sanções e de numerosas falhas mecânicas, continua a dar luta. Agora falta que a BNC Competición o resguarde. A 20 e 21 de Agosto, Viso vai voltar a atacar, desta vez na Turquia. Ali, o trio automobilístico de estratégia, sorte e uma máquina de modulação, vão permitir "guepardo criollo" (como o bap-

Cortesia de Ernesto Viso

tizámos) demonstrar a velocidade e a perspicácia que o caracterizam. ESTRADAS NÃO SÃO PARA CORRIDAS Ainda está no ar a polémica sobre os "piqueros" e, sobre isto, opina o famoso piloto: "É uma irresponsabilidade correr assim na via pública, onde há pessoas com quem se pode bater e causar a morte. Sou jovem e entendo que quando se tem um carro queremos experimentar até onde chega, mas é muito perigoso".


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Primeiro "Mundialito" une comunidades Victoria Urdaneta Rengifo

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primeiro Torneio Mundial de Futebol Infantil de Colónias ("Mundialito") é uma realidade graças ao esforço da Liga de Futebol do município de Zamora. Neste evento, que decorre até 21 de Agosto, tendo começado a 13, brilham as equipas da Venezuela, Portugal continental, Madeira, Uruguay, Argentina, Colômbia, Cuba e do resto do Mundo. As selecções agrupam os melhores jogadores da categoria de sub 11 nas instalações desportivas "Guido Blanco", campo que albergou por algum tempo o Marítimo, legendária equipa luso-venezuelana. A gala futebolística foi organizada por Guido Blanco, presidente da Liga e em honra do qual foi construído o campo desportivo; José Briceño, vicepresidente; Jesús Alberto Villalba, tesoureiro; Julio Carlos Pineda e José Briceño, vogais. Todos eles deram vida à

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Torneio de Futebol Infantil teve início no dia 13 de Agosto e decorre até ao dia 21, sob o lema "A amizade é a maior vitória" ideia do professor Armando Benítez, admirado pelo seu excelente trabalho com a "Vinotinto" e ao qual seu pai, Delfines Benítez, prestou homenagem póstuma com este Torneio Mundial, em reconhecimento pela sua produtiva carreira futebolística na Argentina, Uruguay e Venezuela. Sobre o evento Villalba explica: "Convidámos as embaixadas dos diferentes países mas como não obtivemos a resposta que desejávamos decidimos realizar o evento com as comunidades regionais e convidámos vários Estados. Agora é sub 11 mas a ideia é que em cada ano se mude a categoria, conforme os miúdos vão crescendo, de modo a que eles mesmos participem em todas

as edições do "Mundialito" e vejamos ano após ano a sua evolução e como vão amadurecendo enquanto futebolistas. Estamos a formar o próximo Vinotinto". Ainda assim, Blanco afirma que esta é uma forma de "apoio ao despor-

to no município de Zamora, no Estado de Miranda e, no geral, em toda a Venezuela, porque quanto mais se trabalhar no desenvolvimento das crianças mais se elevará o nível do futebol nacional.

Portugal e Venezuela imbatíveis! O dia da inauguração contou com um grande espectáculo, no qual os grupos folclóricos e o fogo-deartifício deram as boas-vindas aos jogadores e aos seus familiares, aos responsáveis das oito equipas em competição e às autoridades regionais, como Alberto Rosas, vereador de Desporto da Câmara Municipal de Zamora. Presentes estiveram também vários canais de televisão nacionais. Na primeira disputa, jogaram Portugal e Venezuela. A equipa venezuelana ganhou por quatro golos a sua rival lusitana. A segunda partida foi protagonizada pela Madeira e o Uruguay. Apesar de ter feito oito jogadas de ouro, os uruguaios não conseguiram derrotar a equipa

madeirense, que venceu por três golos. "Com estes jogos evidenciase o apoio da comunidade lusitana ao futebol regional. Neste evento participam duas equipas portuguesas e ambas têm boa disposição, formação, disciplina e recursos. Esta tradição desportiva faz com que os portugueses e os venezuelanos se unam cada vez mais", afirma Banco. O mais importante deste evento foi presenciar à unidade das comunidades de Portugal e da Venezuela, que celebraram de igual modo os triunfos de cada equipa e apoiaram com a mesma emoção o esforço de todas essas crianças estrelas, que, tal como o lema do "Mundialito", aprenderam que "A amizade é a maior vitória".


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Equipas, estrelas e porta-vozes No primeiro Torneio Mundial de Futebol Infantil de Colónias ("Mundialito"), que decorre até 21 de Agosto, tendo começado a 13, brilham as equipas da Venezuela, Portugal continental, Madeira, Uruguay, Argentina, Colômbia, Cuba e do resto do Mundo. Apresentamos-lhe, de seguida, as equipas, as estrelas e os porta-vozes das equipas de Venezuela, Portugal e Ilha da Madeira, que estão a participar no evento. VENEZUELA: O "VINOTINTO" A "Vinotinto" infantil é composta por jogadores da escola da Escola de Futebol Desportivo Zamora e do Colégio Cristo Rei: "Somos uma equipa muito bem constituída. Temos excelentes avançados, a média dos rapazes é grande e têm muita resistência e capacidade de defesa", sustenta o treinador do agrupamento tricolor, Emeric Matos, que insiste em esclarecer que "o objectivo principal é adquirir experiência, incentivar as crianças a participar mais activamente nas escolas de futebol, e sensi-

bilizar os seus pais para que os apoiem, independentemente de perderem ou ganharem. Quando um jogador tem esse apoio e gosta verdadeiramente deste desporto não importa se chove ou cai uma tormenta, eles querem jogar sempre. É isso que acontece com os nossos rapazes". PORTUGAL A terra lusitana está representada pelos rapazes da Escola de Futebol Virgem de Fátima, do Centro Sociocultural, localizado em Guatire. Para o veterano do futebol Guido Blanco, a equipa portuguesa tem um "grande nível. Além disso, conta com instalações próprias e isso é fundamental para que treine e se desenvolva de uma melhor forma. Tem bons professores e muito apoio da sua comunidade". ILHA DA MADEIRA A equipa leva o emblema da empresa Ventral Madeirense e, segundo a informação dada pelo director técnico da

Escola de Futebol de El Junquito, Rafael Giral, esta organização não só apoia a Escola de Futebol Central Madeirense (que conta com 280 crianças) como colabora com a Escola de Futebol de Santa Cruz (17), com a Escola de Futebol de Santa Rosalía (11) e com a Escola de Futebol de El Valle e Coche (18).

"A nossa selecção é formada por rapazes ganhadores e, em geral, todos os jogadores são excelentes. Acabam de triunfar como subcampeões no campeonato "Distrito Capital" em quase todas as categorias e no importante torneio "César del Vecchio" fomos campeões na Categoria Pré-B".


Quem quer um banco vai ao totta CORREIO DE CARACAS -18 DE AGOSTO DE 2005

Conselho das Comunidades ignorado Sónia Gonçalves

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a presente legislatura, vários deputados do Partido Socialista apresentaram na Assembleia da República, um Projecto de Lei 101/X com a Décima quinta alteração ao regime jurídico da eleição do Presidente da República. Apesar desta lei estar directamente relacionada com os portugueses residentes no estrangeiro, em nenhum momento deste processo, os deputados acharam conveniente consultar o Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP). Esta iniciativa legislativa pretende alargar o universo de eleitores do Presidente da República ao atribuir capacidade eleitoral aos cidadãos portugueses recenseados no estrangeiro que preencham determinados requisitos. O Projecto de Lei deu entrada na Assembleia da República em 1 de Junho deste ano, assinado pelos parlamentares Alberto Martins, Vitalino Canas, Carlos Zorrinho, Manuela de Melo, João Cravinho, Luís Braga da Cruz, Ricardo Rodrigues, Joaquim Couto, Maria de Lurdes Ruivo, João Taborda Serrano e Armando França, baixou à Comissão de

N

Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias e foi definitivamente aprovada na Reunião Plenária n°41 de 28 de Julho último. Embora conscientes de que o CCP é o órgão consultivo do Governo para as políticas relativas à emigração e às comunidades portuguesas os deputados não reconheceram este órgão como "representativo das organizações não governamentais de Portugueses no estrangeiro, enquanto expressão de capacidade criativa e integradora e dado o seu particular relevo na manutenção, aprofundamento e desenvolvimento dos laços com Portugal, bem como dos elementos das Comunidades que, não fazendo parte de qualquer dessas organizações, pretendam participar, directa ou indirectamente, na definição e no acompanhamento daquelas políticas", como estipula a Lei nº 48/96, de 4 de Setembro com a redacção que lhe foi dada pela Lei n.º 21/2002, de 21 de Agosto, aprovada por unanimidade na Assembleia da República. Conhecedores da realidade das Comunidades portuguesas, por delas fazerem parte integrante, os membros do Conselho das Comunidades Portuguesas esperavam também que os Deputa-

dos que criaram este órgão, fossem os primeiros a ouvir o CCP quando se trate de matéria que se relacione directamente com as Comunidades, como é o caso da Lei 101/X agora votada. Neste contexto, e sem mesmo se pronunciar sobre o conteúdo da lei em questão, o Conselho das Comunidades Portuguesas escreveu ao Presidente da As-

sembleia da República, Jaime Gama, e ao Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, António Braga, para mostrar o seu profundo descontentamento, esperando que ambos possam transmitir esse mesmo descontentamento aos deputados proponentes da lei e aos restantes que participaram no debate.

Polícia desfez banda de sequestradores Délia Meneses

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polícia do Estado de Miranda pôs fim às actividades de uma banda de sequestradores que operava no município de Sucre. O cabecilha do grupo era um funcionário activo da Polícia Metropolitana, Dennos Vicente Serrano Hernández (24 anos), e o exagente de PoliSucre, Luis Enrique Rodríguez Ponce. O grupo tinha sequestrado a 26 de Jul-

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ho o cidadão português Agostinho Rodríguez Betancourt, de 43 anos, quando este ia de manhã para o trabalho. Depois da família do emigrante ter pago 250 milhões de bolívares pelo resgate, liberaramnos no terminal de Oriente. Segundo a versão da polícia, o comerciante Rodríguez Betancourt saiu da sua casa às seis e meia da manhã na sua carrinha de marca Toyota, modelo Autana. Foi interceptado na avenida El Rosário, em frente às residências Los Chorros, por um funcionário motorizado da Polícia

Metropolitana, que lhe ordenou que parasse o carro. De seguida, os cúmplices da polícia pegaram na vítima da carrinha e levaram-no para outro veículo, desaparecendo do local. Depois, fizeram um contacto telefónico com os familiares do emigrante para exigir um resgate de 250 milhões de bolívares pela sua vida. A família pagou o montante solicitado e, de seguida, a vítima foi libertada. A polícia conseguiu desmantelar a banda através do rastreio das comunica-

ções por telemóveis. Apreenderam também 93 milhões e 200 mil bolívares em seis carrinhas, carros e motos que a banda tinha, 50 milhões em dinheiro efectivo e uma conta de poupança, assim como 27 milhões em objectos, nomeadamente electrodomésticos que compraram com o dinheiro recebido pelo resgate do cidadão português. A polícia do Estado Miranda, em coordenação com o CICPC, promete continuar com as investigações do caso para encontrar os cúmplices.


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