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O jornal da comunidade luso-venezuelana
ANo 06 - N.º 123- DePósIto LeGAL: 199901DF222 - PubLIcAção semANAL
cArAcAs, 8 De setembro De 2005 - VeNezueLA: bs.: 1.000,00 / PortuGAL:
0,75
Portugueses entre os principais suspeitos de tráfico de drogas Porque vários cidadãos de nacionalidade portuguesa foram apanhados no alegado transporte de estupefacientes, a Divisão Antidrogas colocou lusos na lista dos prováveis traficantes . PÁGINA 3
Portugal quase apurado A selecção de Portugal empatou quarta-feira na Rússia (0-0) e manteve um confortável avanço pontual, o que quase lhe garante o apuramento para o Mundial, que se disputa na Alemanha em 2006 . PÁGINA 31
Professor do Centro Português quer instituir ensino da língua de Camões em Aruba. PÁGINA 7 Incêndios em Portugal: Centro das Comunidades cria conta de solidariedade. PÁGINA 32
Zona Oeste de Caracas “ grita” por mais segurança Assaltos instalam pânico junto da comunidade que reside em La Pastora, Altagracia e La Baralt. PÁGINA 4
Arraial da Ponta Delgada atrai muitos madeirenses e emigrantes. PÁGINAs 10 e 11
2 EDITORIAL Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Coordenação na Madeira Sónia Gonçalves Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva Nathali Gómez e Noélia de Abreu, Victoria Urdaneta, Yamilem González Correspondentes: Ana Pita Andrade (Maracay) Bernardete de Quintal (Curaçau) Briceida Yepez (Valencia) Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira
CORREIO DE CARACAS - 8 DE SETEMBRO DE 2005
O bom trabalho da Academia do Bacalhau
B
revemente, vai realizar-se mais um Congresso da Academia do Bacalhau. Este é um dos maiores eventos que esta organização sem fins lucrativos faz. Para quem desconhece a finalidade deste tipo de iniciativas e que pensa que os encontros, os convívios e as reuniões desta associação servem só para a galhofa, convém sublinharmos aqui que as coisas não são bem assim. Embora os encontros sejam um pretexto para reverem amizades e permitirem a confraternização com amigos, este tipo de eventos serve também para ajudar os mais ca-
renciados. E é também uma espécie de "vitrine" que permite juntar aos só cios convidados não-só cios portugueses ou de outras nacionalidades, que assistem aos encontros pela mão dos "compadres". É também uma forma de manter a tradição e permitir que portugueses e lusodescendentes na Venezuela saboreiem a gastronomia portuguesa. Este tipo de iniciativas são de louvar sobretudo porque os compadres conseguem mostrar unidade e responder a pedidos de ajuda vindos de todas as partes da Venezuela. O lar de terceira idade é exemplo do trabalho desta organização.
O CARTOOn DA seMAnA
Preparação Gráfica: João Santos (DN-Madeira) Produção: Franklin Lares Fotografia: Paco Garret, Farith Useche Distribuição: Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela
Se não há plátanos na Madeira, como é que fazem as “hallacas”?
Com folhas de bananeira...
A seMAnA MUITO BOM
Fortalecer o associativismo
A iniciativa do Governo português que consiste em dar apoios às associações portuguesas no estrangeiro é uma boa oportunidade para propiciar a união de muitas organizações na Venezuela. Se for bem difundido, este projecto vai obrigar as associações a serem mais activas porque têm que cumprir um conjunto de condições para receber os apoios. Talvez serão obrigadas a ter um determinado número de sócios, ter as contas em dia e apresentar projectos periódicos com determinadas características. Esta é, sem dúvida, uma maneira de fortalecer o associativismo.
BOM
Nacional da Venezuela
O Clube Nacional da Madeira, uma instituição desportiva da Venezuela, é exemplo pela sua ininterrupta perseverança que já tem mais de trinta anos. De facto, independentemente dos resultados, esta organização liderada por uma família numerosa nem por isso deixou de existir, não se deixando nunca abalar com os maus momentos que a mesma organização desportiva passou em Portugal. O clube está na primeira divisão e a passar por um bom momento. O presidente conheceu ao pormenor esta organização. Sensibilizou-se e prometeu viajar até à Venezuela, trazendo consigo equipamentos e outros souvenirs do clube. Prometido também está a organização de um jantar desportivo sem fins lucrativos. O clube Nacional da Madeira.
MAU
Profesores, procura-se!
A falta de professores para dar aulas de português é novamente um entrave para o ensino da língua de Camões em vários pontos do país. É pelo menos isto que acontece em Guatire, onde o Centro Sociocultural Virgem de Fátima está a pedir ajuda para começar a leccionar português, mas até agora ainda não encontrou ninguém, nem de Caracas. Na cidade de Maracaibo também constatamos o mesmo problema.
Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA
MUITO MAU
O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias.
Passividade do Benfica
Transcorridos três meses do almoço organizado pelos benfiquistas na Venezuela, chegou-nos à Redacção uma inquietude de ordem logística. De facto, aqueles que assistiram ao almoço questionamse pela continuidade da iniciativa. Apontam falhas por pouca informação e falta de comunicação. Alguma coisa parece não estar bem...
El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.
Para todos los
gustos
El mejor Bodegón de Caracas con la mayor variedad en vinos Nacionales e Importados C.C.C.T. P.B. (cerca al Banco Provincial) Telfs.: (0212) 959.73.77, 959.67.28 - Caracas - venezuela
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Venezuela 3
"Portugueses entraram na lista de suspeitos frequentes" Divisão Antidrogas do CICPC constata que nos últimos tempos muitos lusos se têm envolvido em crimes de transporte de estupefacientes Contudo, a sua atitude suspeitosa chamou a atenção dos funcionários, que lhe fizeram interrogações e detectaram um quilo e meio de cocaína pura que tráfico de droga é o cri- estava escondida com fundo duplo, em me que mais portugue- duas barras cobertas com um material ses leva às cadeias ve- plástico. nezuelanas e, recenteUns dias depois do incidente, o cimente, mais um caso aumentou a dadão português foi levado perante um lista de lusos envolvidos em trans- juiz do Tribunal de Macuto para prestar porte de estupefacientes até ao Ae- declarações e, depois, foi encaminhado roporto Internacional Simó n Bolí- para a Cadeia de Los Teques, Estado de var, de Maiquetia. Miranda. Manuel Salgado da Silva, um portuDados fornecidos pela polícia indiguês de 49 anos natural de Murtuosa, cam que Salgado está a residir na Vefoi detido no aeroporto pela Divisão nezuela há muitos anos e trabalhava Antidrogas do Corpo de Investigações como empregado de mesa, é solteiro e Científicas, Penais e Criminais (CICPC) não se lhe conhece a família. Vivia na de La Guaira, comandada pelo inspector Avenida Fuerzas Armadas, no centro Pablo Marcano. de Caracas. O cidadão pretendia embarcar no Como nos comentou o comissário voo 130 da Tap com destino a Lisboa. Ángel Marcano, supervisor de investiJean Carlos De Abreu e Tábita Barrera
O
gação, o detido vinha de Valencia, Estado de Carabobo, e tencionava embarcar pela plataforma de passageiros e subir ao avião com destino a Portugal. Em média, todas as semanas, explicanos Marcano, prendem-se três pessoas de nacionalidade diferente que tentam levar droga para países europeus ou para os estados Unidos da América. Há já a algum tempo, os portugueses entraram na listagem de suspeitosos frequentes, uma coisa que antes não acontecia. COMunICaDO InTeRnaCIOnal Depois de ter prendido Manuel Salgado da Silva, a INTERPOL da Venezuela enviou um comunicado à INTERPOL de Portugal para explicar o que aconteceu com o emigrante. O funcionário refere que, neste caso, segue-se o procedimento normal. "Comunicamos as autoridades consulares do país a que pertence o suspeito para que as autoridades desta Nação estejam a par do assunto e possam, assim, determinar o que vai ser feito para ajudar o cidadão, nomeadamente contratar um advogado e facilitar-lhe intérprete, ou outra coisa que o detido precise". Uma vez que as provas determinem a verificação das suspeitas policiais, o processo passa directamente para o Ministério Pú blico da localidade onde foi encontrado o culpado com a droga para que seja julgado. No caso de Salgado da Silva, o seu processo vai ser tratado na Fiscalia 9 do
Ministério Pú blico do Estado de Vargas, sob a tutela do Fiscal Julio Bonet, que determinará a data da audiência para iniciar o julgamento do acusado. Em 2004, um total de dezoito cidadãos lusos estavam detidos em toda a Venezuela. Destes, dezassete foram presos por crimes relacionados com o tráfico de estupefacientes. Entre estes casos, está a operação que conduziu a apreensão de 386,4 quilos de cocaína, que envolveu seis portugueses, entre eles o co-piloto Luís Santos, que ainda espera por julgamento e que é, até agora, o caso mais dramático de que há registo na comunidade portuguesa naRCOMulaS O comissário Marcano dissen que na altura da entrevista muitos dos suspeitos passam à prova psicoló gica que lhes é feita e não se detecta nenhuma anomalia no comportamento do indivíduo. Mas a CICPC tem outras tácticas como alimentá-los para saber se levam dentro do estô mago dedais cheios de estupefacientes. Como a maioria das pessoas consegue passar o teste da alimentação, os suspeitos são ainda remetidos a um exame de raio X para determinar se têm droga dentro do organismo. "Vários suspeitos passam a prova e surpreende que comem e falam tranquilamente, sem nenhum problema, e às vezes têm os dedais no estô mago. Mas nó s fazemos o que for possível para evitar que levem a droga para fora do país", assegura-nos o responsável.
4 VENEZUELA
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Mais segurança para o Oeste de Caracas Jean Carlos De Abreu
deabreujean@yahoo.com
L
a pastora é um dos bairros mais tradicionais de Caracas. Neste lugar ainda há uma série de obras arquitectó nicas feitas no século XIX. Esta zona, que na época colonial acolheu a elite sofisticada, hoje é uma área que requer muitos cuidados, sobretudo pela insegurança. Em circunstâ ncias parecidas estão Altagracia e Puerta Caracas. Os portugueses que se estabeleceram nestas localidades têm aprendido a conviver com o medo, mas isto não os faz sequer pensar na ideia de abandonar a zona. Na sua maioria, estes emigrantes madeirenses provêm da freguesia de Câ mara de Lobos e trabalham e vivem na zona oeste de Caracas há mais de vinte anos. Muitos deles já foram vítimas de assaltos comuns, como José Fernando Soares, que reconhece que há algum tempo era assaltado até duas vezes no mesmo dia. "Mas graças a Deus sempre saí ileso destas situações", diz.
Os portugueses que vivem em La Pastora, Altagracia e La Baralt sofrem diariamente com a insegurança, mas não tencionam sair. Proveniente do Estreito de Câ mara de Lobos, Soares chegou à Venezuela em 1961 à procura de estabilidade econó mica para ele e para a sua família. E também para fugir do recrutamento militar. "No início, a situação era bastante dura porque a economia não estava bem e, para poder trabalhar, tive que passar por muito", diz, acrescentando que agora tem um emprego estável e que a insegurança é agora o seu principal problema. A LÍ NGUA FOI UMA PROEZA José Pedro Nunes é outro emigrante que chegou à terra de Bolívar há 24 anos e se fixou no centro de Caracas. O processo de adaptação para este luso foi um pouco brusco, sobretudo pela proeza que foi aprender a língua, que ainda não consegue falar na perfeição. "Custou-me
José Fernando Soares
José Pedro Nunes
muito assimilar palavras novas e adaptar-me ao vocabulário local", conta-nos. Insiste que deve haver mais segurança na Avenida Baralt e La Pastora "porque há bairros pró ximos e muitas pessoas que têm de se dirigir a estas zonas centrais para fazer diferentes diligências se sentem inseguras, que é o que acontece connosco, que temos comércio aqui". Contudo, Nunes admite que não tenciona sair da Venezuela. "Apesar da Madeira ser a minha terra natal, estou habituado a este clima". QUANDO TUDO COMEÇA A CORRER MAL Mário Armando Pereira é um madeirense de Câ mara de Lobos que chegou à Venezuela em 1979. Ao pisar terra venezuelana, começou a trabalhar com um tio em Los Frailes de Cátia. Com o
Mario Pereira
passar do tempo, teve oportunidades para progredir na vida e abriu um supermercado. Com a instabilidade política e econó mica do país, Mário perdeu o seu negó cio, que estava em Cátia. Isto ocorreu em 1989, com os saques e com as medidas econó micas aplicadas pelo expresidente Carlos Andrés Perez. Depois desta má sorte, Mário não conseguiu levantar a cabeça "porque não me apoiaram quando quis reiniciar o meu negó cio". Por isso, viu-se obrigado a ir trabalhar como empregado para poder sobreviver. E assim continua actualmente, na Avenica Baralt. Gostava de poder regressar ao seu país e ver a sua família, com quem não mantém contacto pessoal há 26 anos. Actualmente, é pai de cinco filhos e a sua mulher, com quem está casado há 17 anos, é venezuelana.
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6 VEnEzUElA Centro Português de Caracas inspiração para os EUA CORREIO DE CARACAS - 8 DE SETEMBRO DE 2005
quem entra, está a capela dedicada a Nossa Senhora de Fátima, seguindo-se uma entrada no edifício principal que uma recente deslocação à identifica o bom gosto e sumptuosidaVenezuela, o correspon- de deste clube". dente do jornal LUSOO texto continua explicando que o AMERICANO em West orgulho português está bem patente Palm Beach, Fló rida, José Marques, vi- nas paredes do Centro, "com motivos sitou o Centro Português e descreve em azulejo alusivos aos Descobrimensuas impressões "sobre este autêntico tos e a Camões. O Centro, instituído oásis no coração de Caracas". em 1958, tem passado por diversas fases Segundo o jornal americano muito de crescimento; teve duas sedes antese tem comentado este centro no resto riores, mas a actual é um exemplo para da diáspora portuguesa. "Nos Estados a Venezuela e toda a diáspora portuUnidos, há um exemplo semelhante - a guesa". uma escala menor - em Connecticut, O artigo acrescenta que o clube é onde se criou o Centro Cultural Por- um "pedaç o de Portugal enraizado tuguês de Danbury. Em New Jersey, num país onde impera o mercado nea Federação das Associações Luso-Ame- gro, a caça ao dó lar e o descontentaricanas trabalha num projecto semel- mento popular". hante que também olha para o Centro "Os fundadores, na sua maioria de Caracas como inspiração". oriundos da Madeira, eram gente ligaO jornalista refere a dificuldade de da a cadeias de supermercados, emconseguir autorização para entrar nes- presas de turismo, farmácias, restautes termos: "As entradas são todas con- rantes, etc, uma tradição seguida pelos troladas e se não se tem um passe ce- luso-ve- nezuelanos". dido por um só cio, é preciso fazer o José Marques explica também que pedido à Direcção para que esta possa o Centro, alojado em três pisos numa ter acesso ao maior Centro Português localização montanhosa privilegiada, na diáspora. À entrada principal, estão foi criado obedecendo a três lemas: padois guardas de segurança que contro- triotismo, cultura e união. “ Os seus lam quem entra e quem sai; depois, há associados têm que ser portugueses ou um pequeno escritó rio para supervi- luso-venezuelanos. A jó ia é elevada e são dos acontecimentos. À direita de do quadro de 80 funcionários, contuJean Carlos de Abreu
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do, nenhum é português, uma vez que todos se dedicam a outras profissões ou ao comércio e indú stria” . O texto descreve com detalhe parte das infraestruturas do Centro: três piscinas, 6 bares e restaurantes, salão de festas para 1200 pessoas, salas de ensaio para o rancho folcló rico, grupo cénico e grupo coral, escola de mú sica e de português com 270 alunos inscritos, biblioteca, duas salas de estar e recreio, uma enfermaria, uma agência bancária propriedade de portugueses, recepção com três funcionários, corte
de ténis, campo de voleibol e recintos para futebol de salão e bowling, discoteca, loja com produtos de artesanato, centro de dia para idosos e parque de estacionamento para 1200 automó veis. Em contraste, Marques refere a realidad venezuelana. “ È um país com potencial e muito, muito petró leo - o quinto maior fornecedor dos Es-tados Unidos, aliás. Contudo, os transportes pú blicos funcionam com deficiências, chegámos a ouvir tiros, soldados a venderem frangos e alta insegurança, com as casas com portas duplas de ferro.
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VenezuelA 7
Anteprojecto para o ensino de português em Aruba Tábita Barrera
C
om o intuito de responder às inquietudes da comunidade portuguesa de Aruba, o professor David Pinho viajou até esta ilha para estudar a possibilidade de leccionar cursos de língua portuguesa e fomentar a cultura lusa. Há algum tempo, um grupo de lusodescendentes que viajaram até Aruba regressaram preocupados pela inexistência de um lugar onde se pudesse aprender português naquela ilha. E constata-se também pouca divulgação do folclore lusitano na região. Por isso, o docente do Centro Português (Caracas) chegou no passado dia 4 de Setembro a Aruba para avaliar as necessidades da comunidade portuguesa quanto ao eventual ensino da língua. A comunidade portuguesa que faz vida em Aruba chega
aos quatro mil portugueses, aproximadamente. A intenção é "conversar com as associações de lá por causa da inquietude que existe por prolongar a cultura lusa e a falta de lugares a onde ir", comentou Pinho. Outro dos objectivos da viagem, que durará uma semana, é levar material didáctico para responder de alguma forma à ajuda solicitada ao nível de aulas. O anteprojecto contempla um estudo que tenta determinar a classe de apoio que se deve brindar para obter bons resultados. Tudo vai depender das conversas que sustenha o professor com as pessoas encarregues do tema, pois até então não existe em Aruba nenhuma entidade consular de Portugal. Contudo, existe a possibilidade de permitir que vários interessados da ilha possam vir para a Venezuela tirar um curso intensivo de português para depois poder leccionar português na ilha.
Da mesma forma, entre as expectativas de Pinho no que se refere a esta visita, está a realização de um congresso de cultura portuguesa na Venezuela. "Gostava de fazer o primeiro congresso de cultura portuguesa no país para requerer um pouco mais de esforço por parte das autoridades. Vou em breve a Portugal para ver se se consegue um intercâ mbio para que as pessoas façam cursos de Verão lá e se satisfaça o grande interesse das pessoas nesse sentido". Com a viagem, se determinarão que aspectos há para dar continuidade ao projecto e determinar a posição de cada uma das pessoas envolvidas no mesmo. "Através desta ideia, eu estou a servir de suporte. Do governo português nunca recebemos qualquer tipo de apoio. Somos nó s, sozinhos, que dentro dos possíveis ajudamos e fazemos as coisas por nó s mesmos",
expressou Pinho, referindo-se à importâ ncia de trabalhar constantemente em prol da divulgação da língua portuguesa entre a comunidade. Para já, as aulas serão só para
adultos. Contudo, espera-se que se consiga despertar mais interesse e conseguir qualquer tipo de apoio para que esta iniciativa atinja níveis mais elevados.
8 CULTURA
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Ferreira de Castro: do romance ao filme E
m 1930, foi publicada a primeira edição de "A Selva", um dos romances que mais contribuiu para a projecção nacional e internacional de Ferreira de Castro, que durante a primeira metade do século XX alcançou uma invejável dimensão por ser o autor português mais traduzido. Inglês, francês, alemão, castelhano e italiano, para além do flamengo, holandês, checo, eslovaco, bú lgaro, hú ngaro, sueco, russo, norueguês e jugoslavo, são alguns dos idiomas para os quais foram vertidas várias das obras do "primeiro escritor português que não usava gravata". Por ocasião dos 75 anos da publicação da mencionada obra, que já conheceu um nú mero impressionante de reedições, o Instituto Português de Cultura vai apresentar a versão cinematográfica da mesma, no começo da segunda quinzena de Setembro. O cineasta Leonel Vieira, numa produção luso-brasileira-espanhola de 2002, oferecenos uma visão pessoal do texto de Ferreira de Castro, onde é narrada a histó ria de Alberto, um jovem monárquico que, em 1912, vai para o Brasil como exilado e termina num seringal em pleno coração da Amazó nia. Em termos de sucesso e bilhe-
No âmbito das comemorações do 75º aniversário da publicação de "A Selva", o IPC apresenta o filme homónimo, realizado por Leonel Vieira.
teira, A Selva filme, onde actuam como artistas principais o português Diogo Morgado e a brasileira Maitê Proença, conseguiu uma proeza digna de registo ao tornar-se o filme português mais visto nos ecrãs nacionais. " A Selva" é a quinta longa-metragem do realizador, que em 1988 foi premiado
BREVES Portugueses vão pouco ao cinema
por "A Sombra dos Abutres", onde foi igualmente argumentista. Como costuma acontecer em quase todas as transposições do livro para o ecrã, o realizador toma algumas liberdades com as quais podemos estar ou não de acordo. Contudo, o fundamental é que o filme nos põe em contacto com um romance fulcral da nossa literatura e que é um convite para uma visita directa ao texto literário. A leitura de "A Selva", igual, por exemplo, que a de "Emigrantes", deveria ser um trabalho de casa de todo o emigrante, na medida em que são ambos produto do génio criativo de um escritor que conheceu, por experiência pessoal e ainda adolescente, o drama da emigração em condições de extrema dureza. Ferreira de Castro cantou, em registo precursor do neo-realismo, histó rias às quais não somos alheios. Quando o lemos, não sentimos necessidade alguma de nos perguntarmos quem são os verdadeiros protagonistas dos seus livros. De uma ou outra maneira, reconhecemos intimamente que esses protagonistas somos nó s… Instituto Português de Cultura
Quem não ouviu nunca a definição de que "o cinema é uma fábrica de sonhos"? Pois parece que muitos portugueses não gostam, ou não podem, sonhar. Segundo uma sondagem do Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia, uma fatia importante do nosso povo (33,7%) nunca vai ao cinema. Mas o que é pior, é que 53,1% nunca aluga um filme e pasme-se! - 63,6% nunca compra filmes para ver em casa. Salvam-se os jovens. Quase metade (45,6%) dos que têm entre 14 e 17 anos vão ao cinema uma ou duas vezes ao mês. No outro extremo estão os que têm mais de 60 anos, com um exíguo 2,5%.
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10 REPORTAGEM
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Uma tradição com mais de 400 anos A Festa do Sr. Bom Jesus, na Ponta Delgada (Madeira), ainda consegue atrair milhares de pessoas VENDE-SE DE TUDO Ao chegar no sábado à Ponta Delsgoncalves@dnoticias.pt gada, por volta das 11h30, deparamonos com o típico ambiente de arraial ma noite inteira e meio madeirense, com o fumo das fogueiras dia a andar. Entre algu- a deixar no ar a certeza de que esta semas paragens e relatos de ria mais uma festa de arromba. histó rias emocionantes, Tivemos que deixar o carro distante João Pedro, de 56 anos, e Roldão Ro- porque já não havia estacionamentos drigues, de 60, chegaram, no sábado, no centro e, por isso, andámos alguns à Ponta Delgada por volta das 13h00. metros a pé. Na descida, encontrámos São, os dois, emigrantes (na Venezuela) muitas barracas que vendiam de tudo e, nestas férias, quiseram fazer o que um pouco, desde os tradicionais rebucostumavam fazer nos seus tempos de çados e brinquedos às cassetes e CD's. E jovens: uma romaria até à Festa do Sr. mais: roupas, comida, bebida, fruta, Bom Jesus. amendoim, electrodomésticos, rádios Saíram da Calheta ao cair da noite de vários tamanhos, santos, cerâ mie meteram-se à estrada, com uma vara a ca, cascó is, quadros... servir de bordão e a certeza de que teMaria Ferreira é das vendedoras riam, até chegar à festa, apenas a com- mais antigas. Há 40 anos que vem à fespanhia um do outro. É que as mulhe- ta da Ponta Delgada e, na sua opinião, res não quiseram aventurar-se nesta ca- muitas tradições se estão a perder. minhada "louca". Antes, quase toda a gente vinha a Como eles, muitos outros madeirenses pé ou em excursões. Os "brincos" eram e emigrantes, normalmente em grupos a principal atracção da festa e não era grandes, vestiram a pele de romeiros e como agora, que só se vê um "brinforam até à Ponta Delgada. De várias quinho" de vez em quando. "Antes venpartes da ilha, ainda se fazem as tradi- díamos muitos bombos, castanholas e cionais romarias. Da Ribeira da Janela, pandeiretas", diz. por exemplo, saíram vários grupos a pé, Com esta tradição morreram outras: com partidas em horas diferentes: uns já não vende a tradicional boneca em saíram às três da manhãe outros às cinco. massa porque a senhora que as confeccionava, no Caniço, faleceu. Mas ainSónia Gonçalves
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da há o cordão de doces e outros rebuçados madeirenses. Continuamos a descer. Numa garagem, documentado com as devidas licenças camarárias, José Luís Fernandes, um ex-emigrante (novamente da Venezuela) faz negó cio nesta festa há dez anos. Vende normalmente duas vacas, cada uma com quase 400 quilos, e estima que no arraial se venda no total umas sessenta vacas. E isto sem contar a quantidade de barracas que opta por comercializar carne refrigerada, não regional. Nos três dias de festa, trabalha muito, mas assegura-nos que vale a pena o esforço, pois "compensa". Para Manuel Romano (76 anos), morador na freguesia, há cada vez mais gente na festa, embora haja menos confusão que antes porque há mais artérias na cidade e o centro alargou-se, com a construção de novos espaços. Lembra com alguma alegria os tempos em que os acessos ao arraial eram feitos a pé ou de barco e diz-nos que o que mais gostava era de ver os barcos a virarem, quando o mar estava mau. DESDE O SÉCULO XVI A pé, de barco, em excursões, de carro particular ou de autocarro, a verdade é que encontrámos na Ponta Delgada muitos "festeiros". Alguns vão e vêm no mesmo dia, outros pernoitam entre as barracas e as bancadas da igreja. Outros, mais pre-
parados, acampam no centro. Todos têm o mesmo objectivo: marcar presença no "sábado de Setembro", como é vulgarmente denominado o arraial. É que a Festa do Sr. Bom Jesus se realiza no dia 1 de Janeiro, mas há uma réplica - que atinge dimensões muito maiores - no primeiro fim-de-semana de Setembro. Assim, a população de toda a ilha pode dirigir-se à festa e cumprir as promessas. Era pelo menos esta a principal razão da festa que, como nos explica o pároco Antó nio Paulo, hoje atrai muitas pessoas não só pela fé mas também por questões sociais e culturais. A verdade é que, seja quais forem os motivos que fazem milhares de pessoas irem a esta costa Norte da ilha, a tradição perdura e, hoje, continua a realizar-se um arraial que, segundo o Elucidário Madeirense, já existe desde 1577, tornando esta festa na "romaria de mais remota época que se faz entre nó s". A par da Festa do Sr. Bom Jesus, a Ponta Delgada comemora em simultâ neo a Festa do Santo Santíssimo Sacramento e, por isso, é a Confraria do Santo Santíssimo Sacramento (com doze membros) que organiza o arraial. Conforme nos explica o padre Antó nio Paulo, a festa custa à paró quia cerca de 35 mil euros e resulta de peditó rios pelas casas, da venda de artigos religiosos (como círios) e dos lucros que se conseguem com um bazar onde, depois das romagens, são vendidos
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produtos da terra. O dinheiro que a Igreja consegue arrecadar dá para pagar as despesas e ainda ficam receitas para a paró quia, assegura-nos o pároco, que nos explica que ainda há empenho e algum voluntariado por parte de alguns moradores. CADA VEZ MENOS VOLUNTÁRIOS Contudo, o padre Antó nio Paulo lamenta que sejam cada vez menos os interessados em contribuir. "Há cada vez menos voluntários", diz. E explica-nos que a maior parte dos jovens sai da freguesia, em direcção à capital, ou emigra. Em doze anos, o padre fez mais de 350 funerais e um nú mero muito mais reduzido de baptizados. Isto é a prova de que a população está envelhecida. Contudo, com as novas infra-estruturas (piscinas, hotel, centro de dia...) criaramse muitos postos de trabalho na freguesia e alguns jovens optam por estabelecer-se no local. De entre os jovens que fazem vida na Ponta Delgada, são poucos os que gostam de seguir as tradições, ajudando a enfeitar os sítios. Mesmo assim, esta continua a ser
uma festa "feita pelo povo", como evidencia Matilde Fernandes, uma colaboradora da igreja que faz parte da Confraria e que nos refere que os preparativos começam em Julho. Nos diferentes sítios, os moradores enfeitam a estrada e, no domingo, faz-se um tapete, sendo que os populares se dividem em grupos. Cada grupo é responsável por uma parte do tapete de flores e, assim, de 300 em 300 metros, muda a equipa. Mas estas tradições ameaçam cair por terra. É que, devido à grande afluência de pessoas, é cada vez mais difícil conseguir manter o tapete até à hora da procissão e, este ano, nalguns sítios, os moradores não se responsabilizaram pelos arranjos da rua, pois os antigos responsáveis já faleceram. O padre Antó nio Paulo explica-nos que a paró quia teve que arcar com as despesas destes sítios e lamenta que não tenha por parte da Câ mara Municipal de São Vicente e da Junta de Freguesia mais apoio, pois são muitas as despesas: seguranç a através de policiamento, arranjos das ruas, electrificação, etc. A Câ mara Municipal só oferece a actuação de uma banda e responsabili-
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za-se pela limpeza do recinto.
12 HISTÓRIAS DA VIDA
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O sentido da poesia na voz de um emigrante Tiago Batista
Santa Cruz, Madeira
"U
ma das minhas grandes alegrias foi descobrir que sabia compor poesia". Assim se expressa Tiago Baptista quando lhe perguntamos sobre os melhores momentos da sua vida. Este acontecimento ancestral teve lugar em 1975. As circunstâ ncias de então fizeram-no redescobrir a cultura popular da sua ilha natal. Esse carácter popular está transcrito nos seus versos; as suas rimas reflectem o dia a dia. Falam do povo, dos costumes, do Xaramba e da cordialidade madeirense, uma atitude que o aproxima da idiossincrasia do venezuelano. A poesia trouxe-lhe grandes satisfações. Estimulou-o a expandir a sua capacidade criativa. Ainda hoje, com 74 anos, está disposto a obter boas experiências de vida, mas sempre com o intuito de reflectir e consciencializar a sua posição no Mundo como homem, como emigrante, como poeta, como espírito
patriota no meio da cosmogonia divina. Esta fé, esta presença de Deus, esta universalidade se enaltecem nos primeiros versos do seu "Fadário do Emigrante Português" (ver destaque). O nosso poeta chegou à Venezuela em 1950, no barco Zerpa Pinto, depois de passar pelo Brasil, onde desembarcou a 11 de Junho de 1949. Como a
maioria dos nossos compatriotas emigrantes, vinha com a quarta classe, que fez na escola da sua aldeia. Aos 18 anos, já transbordava de realismo: conhecia a angú stia das necessidades de uma família de dez irmãos e isto lhe dava firmeza para o trabalho e carácter para apreciar os seus frutos. Depois de tudo, é preciso acreditar na lei das eventualidades. Os eventos em Portugal recusavam o seu espírito humanista, empurraram-nos para a navegação. Como outros jovens, evitou o serviço militar. Para sair, foi ajudado pelo seu tio João Batista, que foi para o Curaçau em 1945 com outros mais, contratados pela Shell. Graças a estes madeirenses, que logo depois foram para a Venezuela, muitos outros receberam carta de chamada, formando-se uma rede de ajuda através do Atlâ ntico. O senhor Tiago gosta de conversas espontâ neas, o que permite perceber a sua sensibilidade criativa e identificar-se com as suas preocupações mais íntimas. Mas as palavras perduram mais no pa-
Verso Quando parte o Emigrante Da sua terra querida, Leva uma mala na mão Uma mágoa no coração E uma triste despedida.
Outro verso, do Fadário do Emigrante Português O Emigrante Português É uma alma portuguesa, Que caminha pelo Mundo Com Deus guiando o seu rumo De fé, esperança e firmeza. pel. Fica assim a inquietude de ler um livro com as suas poesias, mas ainda não tem nenhum publicado. Sobre isto, diz: "Vou pedir à Câ mara Municipal de Santa Cruz, onde nasci, esse gesto e colaboração para enriquecer a biblioteca da nossa Casa da Cultura com estes valores populares para os presentes e futuros madeirenses, pois os nossos descendentes na Venezuela nunca têm o mesmo valor".
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14 LAZER
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Um "miradouro" para venezuelanos na Madeira
T
O programa de rádio é conduzido por um caraquenho que apresenta temas que são do interesse dos luso-venezuelanos que residem na ilha
O programa tem uma secção informativa onde se transmitem de uma forma "fresca" as notícias mais importantes da área econó mica, social, política e desportiva. "Tentamos abordar notícias num sentido mais "light". Na verdade, tentamos fazer a cobertura noticiosa das coisas que os venezuelanos mais gostam de ouvir. E no caso dos jovens é na área desportiva. Por isso, tentamos sempre dizer como está Vinotinto, em que posição está, etc. Também damos notícias de basebol", explica-nos Farraiz. O programa "Miradouro" tem uma secção chamada "bolachadas", onde as pessoas que desejem podem denunciar ou criticar uma situação, assim como manifestar o seu desagrado
por alguma coisa. E podem fazê-lo através de email (miradouro@netmadeira.com). Os comentários são transmitidos durante o programa e podem ir desde felicitações a críticas ao Governo português", diz. Já aconteceu também falar-se da atitude dos venezuelanos na Madeira ou do tratamento que os portugueses dão aos venezuelanos. Para além das "bolachadas" e da secção informativa, conduzida pela jornalista venezuelana Patrícia Lomascolo, produtora da RTP-Madeira, "Miradouro" tem uma secção onde se entrevistam pessoas da comunidade venezuelana na ilha ou artistas venezuelanos que estejam de passagem pela região para participar nalgum intercâ mbio cultural, social, etc. Recentemente, com a visita do Conde del Guácharo à Madeira, foram entrevistados os mú sicos que o acompanharam. SEM SANGUE PORTUGUÊS
Noélia de Abreu
noeliadeabreu@gmail.com
odos os sábados, das 8h00 às 9h00 da manhã, na Rádio Jornal da Madeira (88.8 FM), os venezuelanos e os luso-venezuelanos que moram na Pérola do Atlâ ntico podem desfrutar de um programa que se caracteriza pelo engenho e a originalidade do seu locutor, Elias Farraiz. O programa foi lançado no dia 14 de Fevereiro de 2004.
Músico do Conde del Guácharo, Patrícia Lomascolo e Elias Farraiz
CORREIO DE CARACAS - 8 DE SETEMBRO DE 2005
Elias Farraiz nasceu em Caracas. Reside na Madeira há nove anos e mais do que um emprego encontrou na Região uma família. A sua carreira como mú sico começou na Venezuela, onde estudou e trabalhou na área. Um tempo depois, teve a oportunidade de conhecer a Madeira, quando o contrataram por seis meses para a Orquestra Clássica da Madeira. De imediato, recebeu outra proposta de trabalho no Conservató rio de Mú sica da Madeira e actualmente, para além do programa de rádio que dirige, dá aulas de mú sica. Também participa em vários grupos, entre eles um dos mais famosos quando de festas venezuelanas se trata, o dos "mariachis". Hoje, é casado com uma hú ngara e tem uma filha madeirense de quatro anos. Reconhece que, apesar de ter feito um curso de português, não domina na perfeição a língua. "Quando cheguei à Madeira, não sabia nem dizer obrigado. O contacto que tive com a língua portuguesa na Venezuela não passou do que ouvia na venda, pois não tenho família portuguesa", explica-nos Elías. Como surge o programa e porque esse nome? A ideia de fazer um programa para venezuelanos surgiu de Patrícia Lomascolo e de outro venezuelano, Guillermo Vidal, cantor. Tínhamos uma ideia, apresentamos o projecto à estação de rádio e aceitaram-na. Já o nome do programa surgiu de uma anedota. Aqui na Madeira, para falar com alguma ironia dos venezuelanos, os chamam de "miras" (olha, em português). Antigamente, quando regressaram os primeiros emigrantes lusos da Venezuela para a
Madeira, falavam muito em espanhol e por isso a palavra ouvia-se muito. Quisemos resgatar essa conotação depreciativa, de certa forma, para dizer que sim, somos venezuelanos, dizemos "mira" porque é essa a nossa língua. O que caracteriza o programa? Entre as secções, eu toco "el cuatro" e acho que isso é uma coisa muito característica do programa. Como as campainhas que se ouvem em Rádio Rumbo (Venezuela). Antes, tocava e cantava um pouco, agora só toco. Como tem sido a sua experiência com o programa? Nunca pensei que tantas pessoas fossem ouvir o programa. No início, achava que só os nossos amigos iam ouvi-lo, mas não foi assim. A aceitação que teve surpreendeu-me muito. O "feed back" na rua é muito bom. Num dia destes, um menino cego reconheceu-me na rua. Que tipo de mú sica se transmite? Transmite-se principalmente mú sica que se ouve na Venezuela. Pomos reggueton, merengue, salsa. Mas também já aconteceu algo muito particular: temos muitas pessoas que nos escrevem a pedir mú sicas dos anos 70 e 80. Alguma situação engraçada que queira partilhar connosco... Recebemos cartas de venezuelanos que por qualquer razão estão detidos na prisão da Madeira. Estes pedem-nos mú sica, essencialmente de Karina e de Melisa. Também recentemente uma rapariga madeirense me disse que gostava de ter nascido na Venezuela, porque nó s os venezuelanos somos pessoas alegres.
LAZER 15
BREVES CNB apresenta três programas de entretenimento
Ausência de portuguesas no Miss Venezuela
A emissora de rádio Circuito Nacional Belfort (CNB) anunciou três novos projectos para comprazer aos radioescutas que sintonizam 102.3 FM. O primeiro deles "Via de Escape", um espaço de entretenimento que se transmite todos os sábados e que leva informação sobre o cinema, o teatro, artistas e eventos desportivos. Apresentou também um segundo espaço denominado "Venezuela é Positiva", actualmente no ar e transmitido aos sábados às sete da manhã e que conta histórias, curiosidades, música e notícias sobre o país. Pela sua parte, a condutora Morelia González vai oferecer aos venezuelanos, portugueses e demais emigrantes todo o sabor da música nacional através do programa "Suena a Venezuela", que procura dar a conhecer a cultura venezuelana.
Começou a procura da próxima Miss Venezuela, que será responsável pela defesa das cores da pátria no próximo Miss Universo 2006. Este ano, 28 candidatas, na sua maioria louras, lutam pela coroação como sucessoras de Mónica Spear. O concurso realiza-se a 15 de Setembro, no Poliedro de Caracas. Contudo, nesta edição não há jovens lusodescendentes, sendo que os sobrenomes que se destacam são alemães, árabes e italianos. No passado dia 17 de Agosto, na "Quinta Esmeralda", elegeu-se a primeira candidata, com o melhor sorriso e o cabelo mais belo. Nesta apresentação, siu vencedora como Miss Sorriso Colgate, Miss Costa Oriental, Susan Carrizo e, como Miss Cabelos Palmolive, Miss Bolívar, Samar Al Sarauni. O melhor corpo, patrocinado pela empresa Dermocell, foi para Miss Canaima, Rosamaria Matteo. Na edição do rosto Ebel resultou vencedora a representante do Estado Carabobo, Liliana Campa, uma das favoritas.
16 TRAÇOS DE PORTUGAL
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Leiria
a região serrana com praias extensas Liliana da Silva
lilianadasilva19@hotmail.com
O
Distrito de Leiria possui 29 freguesias distribuídas por uma área de cerca de 565 Km2 e cerca de cem mil habitantes. São dignos de admiração os seus monumentos, que traduzem factos dos mais relevantes da histó ria de Portugal. As suas praias de Pedró gão, Vieira e São Pedro de Moel, Paredes, Nazaré e São Martinho do Porto são magníficas. Leiria está localizada no centro-litoral de Portugal, a 120 Km de Lisboa e a 180 do Porto. Por isso é um excelente destino turístico para quem deseje desfrutar dos seus 57 quiló metros de costa. Tem algumas das praias mais belas de Portugal, como a pitoresca Nazaré ou a cosmopolita praia de São Pedro de Moel. Nesta região, encontramos também as ú nicas covas do país, como as de Mira de Aire, as de Santo Antó nio e Alvados e as grutas de Moeda, todas de ma beleza sublime. COZINHA PARA TODOS OS GOSTOS A gastronomia de Leiria é marcada pela criatividade popular, que em tempos difíceis, na falta de alguns alimentos, enriqueceram com a criação de pratos populares, mas de grande sabor. Na sua zona costeira, os frutos do mar são a base da gastronomia local, com magníficas sopas de marisco, grelhados de peixe fresco e caldeiradas suculentas, assim como com o bacalhau, uma pre-
Rica em monumentos, praias, termas, grutas e paisagens, a sua área abrange os concelhos de Alcobaça, Batalha, Leiria, Marinha Grande, Nazaré, Pombal, Porto de Mós e Ourém.
sença constante na culinária portuguesa. Nas serras, a gastronomia faz uso da carne e das verduras e hortaliças. Entre os inú meros exemplos, temos a sopa saloia de hortaliça e feijão, a carne de porco, utilizada nos enchidos, o cozido à portuguesa, os queijos de ovelha e cabra e a broa de milho. Quando se fala na tradição da doçaria, não podemos deixar de mencionar a rica doçaria conventual, com doces feitos principalmente com ovos-moles, mel, amêndoas, leite e ovos.
O que visitar em Leiria? O Pinhal de Leiria: o antigo Pinhal de Leiria está situado a norte desta localidade, na Mata Nacional do Urso, constituindo uma das maiores manchas naturais da região centro. Em Portugal, o pinhal de Leiria marcou o início da plantação intensiva de monocultura do pinheiro bravo. Foi D. Afonso, III no século XIII, que deu início à plantação dos pinheiros. No entanto, é com D. Dinis que (entre 1279 e 1325) a cultura foi intensificada. Fizeram-se enormes sementeiras para que as dunas da costa não se degradassem. Serviu este pinhal também para a exportação e construção naval que servia interesses comerciais e marítimos do reino.O pinhal continua a ser ainda hoje um local de lazer. Actualmente, é possível passear dentro do pinhal, aproveitando toda a fragrância aromática que se espalha no ar. A mata é cerrada e permite muitas actividades ligadas à natureza, como passeios de bicicleta ou a pé. O Castelo de Leiria: a sua construção teve início provavelmente na primeira metade do século XII, altura em que foi construído o recinto amuralhado, ao que tudo indica aproveitando uma alcáçova que existiria no local e uma primitiva igreja. As Termas: as águas termais têm 18 graus e são bacteriologicamente puras. São do tipo sulfúreo-neutro, com alguns elementos de interesse terapêutico, como é o caso do magnésio. Neste local, é possível tratar alguns problemas de saúde. As águas estão recomendadas para reumatismo, problemas do aparelho digestivo e problemas com os músculos ou com os ossos, assim como dermatológicos e alergológicos. Os tratamentos são variados e complementam a ingestão de água.Além da água, também a calma e sossego da região ajudam nas terapias. É possível fazer banhos medicinais, como duche lombar, banho subaquático, duche circular, hidromassagem, duche escocês ou duche hepático. Há ainda tratamentos como inalações, fisioterapia, massagem, estimulação do aparelho circulatório e muitos outros. O Museu do Vidro: localizado na Marinha Grande, foi criado por decreto-lei em 1954, o Museu do Vidro só abriu as portas em 13 de Dezembro de 1998, ano em que a cidade de Marinha Grande comemorou 250 anos de Indústria Vidreira. As atribuições do Museu são a recolha, estudo, conservação, salvaguarda e a divulgação do património histórico e cultural vidreiro, local e nacional.
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PORTUGAL 17
11 bombeiros mortos e 500 feridos Desde o iní cio do ano, sobretudo o combate a incêndios tem originado várias tragédias.
D
ois mil e cinco ficará marcado como o mais trágico dos ú ltimos 20 anos. Desde Janeiro, já morreram 11 bombeiros, mais de 500 ficaram feridos, 237 em incêndios florestais. Só no fim-de-semana passado, contabilizaram-se 16 feridos: 13 na Sertã, Pombal, Lousãe S. João da Pesqueira e mais três no domingo em Lourosa. O estado em que se encontra o terreno - muito seco e com elevado combustível - é, na opinião do presidente da Liga dos Bombeiros, uma das razões para esses nú meros. "Este ano, o fogo tem um comportamento anormal e imprevisível", frisa Duarte Caldeira, alertando para o facto das chamas se propagarem ao nível das copas das árvores. Acresce ainda que "os bombeiros estão a arriscar de mais no combate". O responsável revela que "muitos não estão devidamente equipados e protegidos na frente do fogo", devido "à falta de recursos financeiros das corporações".
ACIDENTES SÃO "OSSOS DO OFÍ CIO" Marlene Bandeira, dos bombeiros de Gó is, sofreu, no fim-de-semana, uma entorse, numa zona crítica do pé, mas já regressou a casa. O acidente aconteceu quando ela e mais dois bombeiros combatiam um incêndio na
Lousã. Um deles, que sofreu queimaduras graves em 50% do corpo, permanece internado nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC). Mas Marlene diz que nada a fará desistir de voltar a combater incêndios. "Sou bombeira desde os 16 anos, tenho 24. Estou a tirar o curso de Direito, vivo em Coimbra, mas passo a vida em Gó is, porque gosto de ajudar. Cada vez que a sirene toca, largo tudo". A jovem universitária diz que o incêndio da Lousã chegou a ser "muito perigoso", porque "decorreu numa zona de acácias, muito densa, com muitos buracos e armadilhas". E foi num desses buracos que Marlene se feriu. "A minha vontade de prosseguir era tanta que continuei, mas, depois, já não aguentava mais e tive de pedir ajuda", conta a bombeira. Marlene Bandeira admite que "o ambiente entre os bombeiros até pode ser, às vezes, de algum conflito", mas "quando estão em apuros ou a precisar de ajuda, dão todos as mãos. É uma família unida". Tal como o JN noticiou, há poucos dias, quando um carro de combate ao fogo se dirigia para combater um na Sertã, despistou-se ferindo dois bombeiros. Um despiste da viatura dos Municipais de Leiria fez, no mesmo dia, com que cinco homens ficassem com ferimentos. Três outros bombeiros de S. João da Pesqueira ficaram feridos, também no fim-de-semana, num fogo em Tabuaço, e viram as labaredas destruírem uma viatura da corporação. Segundo o comandante Fernando Ribeirinha, "a intensidade e a velocidade das chamas surpreendeu alguns homens que, na altura, combatiam o fogo e, na tentativa de salvarem o carro e dado o acentuado declive do terreno, caíram e andaram aos tombos".
Três homens da corporação de Lourosa, Santa Maria da Feira, ficaram também ligeiramente feridos depois de se terem envolvido num acidente de viação, quando se dirigiam para o combate a mais um incêndio. O acidente, que envolveu um ligeiro de combate a incêndios, ocorreu quando os três homens iam de Pé de Moura, Gondomar, para Canedo, Feira. O condutor perdeu o controlo e embateu contra um eucalipto.
18 OPINIÃO
CORREIO DE CARACAS - 8 DE SETEMBRO DE 2005
cartas dos leitores Agora têm pressa... Conheci o Correio da Venezuela no Consulado de Portugal em Caracas. Gostei e acho-o de uma utilidade incrível para nó s que estamos a muitos anos afastados das nossas raízes. A partir de então sou cliente habitual no quiosque que, por acaso, me reserva sempre o jornal. Gostava de fazer um comentário sobre o Consulado de Portugal e fazer algumas críticas que às vezes leio no Correio sobre o funcionamento do mesmo. Na minha opinião são injustas, sobretudo nesta nova era do consulado onde as condições físicas são outras e os funcionários têm também outras atitudes. Penso que são injustas as criticas e tenho a certeza que vêm de pessoas que nunca se interessaram em ter a sua docu-
Saber quem somos mentação portuguesa em dia, e talvez até gozavam quando eu tratava da minha documentaç ão, da do meu marido e dos meus quatro filhos. "Documentação portuguesa para quê?", perguntavam-me, com ar de gozo. Pois bem, tenho a certeza que são essas mesmas pessoas que agora têm pressa em resolver os seus assuntos, que julgam que com dinheiro podem acelerar processos, alterar as leis, etc. Da minha parte, muitos parabéns ao funcionários que trabalham no Consulado de Portugal em Caracas pela educação e pela paciência que muitas vezes têm que ter para aturar gente malcriada. Obrigado por me permitirem expressar a minha opinião. Maria J. R. Teixeira
iNQUérito
Leonor De Abreu
Lusodescendente Penso que o Governo português podia fazer muito mais pelos lusos que estão a residir noutros países. Como comunidade produtiva e activa que somos, temos conseguido nos desenvolver muito bem, mas não temos conseguido por parte do Governo o apoio desejado nos momentos de crise. A Venezuela não é o mesmo país para onde emigraram milhares de portugueses nos anos 50. Se a lei que oferece apoios às associações lusas se cumprir, esta será uma demonstração de que as coisas estão a mudar. Mas se isso não vier a acontecer, será mais do mesmo.
so jornal publica, é que no fundo - julgo eu - todos contribuímos em bloco para o crescimento deste belo país. Gosto de ler as cartas que escrevem embora algumas não perceba muito bem o que querem dizer. A minha secção favorita é as "histó rias da vida", que estão a publicar. Inspiraram-me a recolher elementos da minha família, assim como fotos para preparar também eu a histó ria dos meus pais e as dificuldades que passaram nos inícios de uma nova vida, no meu país que os recebeu de braços abertos. Yajaira M. Duquet
Levem os filhos à terra dos seus avó s
Ajuda Europeia Leio sempre o vosso jornal e acho que é importante lê-lo, embora muitas vezes nos cause alguma apreensão e medo. Mas é a realidade e se vivemos neste lindo país temos que saber os problemas que nos rodeiam. Leio com preocupação o aumento da insegurança neste país, sobretudo com os sequestros, e julgo que Portugal e a União Europeia devia dar apoio às autoridades policiais venezuelanas, se é que realmente querem ajuda… ou será que preferem pactuar com os delinquentes? Na verdade, é vergonhoso o que se vive dia a dia nas ruas, nos trabalhos, nas auto-estradas, e até no centro da cidade. É impressionante que ninguém faca nada para diminuir a criminalidade neste país. Pensei que Portugal e a União Europeia devia dar uma ajuda, nem que fosse colocando na polícia, em colaboração com a polícia venezuelana, funcionários que não conheçam ninguém, que não estejam vinculados a pessoas, que não tenham amigos… E assim julgava todos por igual e não recebia ofertas nem pactuava com a delinquência.
Não sou portuguesa nem tenho vínculos familiares com alguém da coló nia portuguesa na Venezuela. No entanto, com a leitura, tento aprender algumas palavras de em português e não me perguntem porque, pois nem eu mesmo sei responder. Talvez por influência de um amigo de colégio, cujos familiares eram oriundos de Portugal continental. No entanto, tenho muito em comum com os portugueses e com os temas que publicam no vosso jornal pois também sou filha de pais emigrantes que fugiram da guerra da Europa e fizeram vida na Venezuela (Checoslováquia francesa). Verifico que a histó ria dos meus pais não é diferente a tantas outras que o vos-
Repito, isto se é que querem acabar com esse flagelo. Ninguém escapa, desde o mais pobre no cimo das montanhas ao mais pobre no centro da cidade. No meu caso, sou um simples empregado de mesa e não tenho nada que me possam roubar. Contudo, já fui assaltado este ano quatro vezes, duas de noite e duas de dia, assim sem mais nem menos, na rua, em frente de toda a gente, só para me roubarem o pouco dinheiro que tinha na algibeira, produto do meu trabalho diário. Enquanto isso, a policia metropolitana ri-se e bebe café com os delinquentes… Manuel Luciano M. Perez
Sou "aquilo" a que vocês chamam lusodescendente, filho de pai natural da ilha da Madeira e mãe natural do Norte de Portugal. Escrevo porque acho oportuno e necessário transmitir experiências, opiniões que chegam não só a toda a Venezuela como também a Portugal. Decidimos fazer férias em Portugal com os nossos filhos. Aproveitamos que os nossos pais têm um apartamento na ilha da Madeira e fomos até lá passar 45 dias, juntamente com os nossos 3 filhos com idades compreendidas entre os 7 e os 14 anos. Como devem perceber, contra a vontade deles, pois nunca viram com bons olhos a ideia de abdicar de uma semana de férias na Disneyworld por umas férias na terra dos seus avó s. Surpresa! E é isso que desejo transmitir. No caso da Madeira, esta terra não é a mesma de antes. Não quero dizer que seja melhor ou pior, mas no caso das crianças deixou de ser aquele sítio onde eu em criança me aborrecia imenso entre espetadas e festas caseiras de famílias, matanças do porco, de galinhas e algumas bebedeiras à mistura.
Muitos parques para crianças, coisas que antes não existia, cinemas, piscinas publicas com condições excelentes como nos hotéis de cinco estrelas, com segurança, um aquaparque pú blico para crianças e adultos tão bons como os de Disneyworld, um parque temático muito criativo e participativo para as crianças (passei lá seis dias das minhas férias com os miú dos). Parques em toda a ilha e isto para não falar das festas, dos arraiais à volta de toda a ilha. No que se refere a mú sica, estão na vanguarda mundial. A salsa e o merengue dominam a cena e até falar espanhol dá um certo prestígio. Enfim, apenas queria deixar-vos um conselho: visitem a terra dos pais e levem as crianças que elas vão adorar. Já me esquecia, existe até um Macdonald em cada Centro Comercial com a mais valia de que ali vendem cerveja para felicidade do meu marido. Que mais se pode pedir? Foi uma linda experiência que gostaria de transmitir. A Madeira definitivamente já não é a mesma. Mariana S Fernandes
O que acha da nova medida que oferece apoios às associações portuguesas no estrangeiro?
Maria José Ornelas Lusodescendente
Acho que o Governo português tem dado pouca ajuda à comunidade lusa que reside na Venezuela. Talvez pense que aqui somos todos donos de grandes cadeias de supermercados ou finas padarias, mas a verdade é que nem todos os portugueses que residem no nosso país são ricos. Há uma grande quantidade de gente que tem necessidades e não tem qualquer tipo de ajuda. A nova lei que vai dar apoio às associações é uma vitó ria para nó s e um bom indício de que as coisas podem melhorar. Não deixo de ter fé.
Maria José Gomes Emigrante
Acho que o Governo português ajuda mais do que pensamos, só que muitas vezes nem todos temos à mão os meios necessários para nos informarmos do que acontece. Penso que o melhor que o Governo pode fazer é solucionar este problema de comunicação que existe. Por exemplo, esta nova lei que foi aprovada em Julho vai beneficiar muita gente se não conseguirmos difundir a informação a toda a comunidade lusa. As pessoas do interior do país também têm que estar a par. Parece-me que mais do que um problema de abandono há um grande problema de comunicação.
José Carlos de Olival Emigrante
Independentemente do que tem feito ou deixado de fazer o Governo português, acho que nó s os portugueses temos sabido desenvolver-nos. E com a nossa persistência e dedicação temos conseguido demarcar-nos positivamente. Mas uma ajuda das autoridades portuguesas nunca é demais.
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20 UNIVERSIDADES
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Universidade do Porto: variedade nas ofertas No marco do evento "Estudar e Estagiar em Portugal" que decorrerá este 24 de Setembro em Caracas, o CORREIO apresenta a quarta edição das reportagens especiais dedicadas às oportunidades de estudo e formação nas universidades portuguesas. Desta vez, a Universidade do Porto, quase a cumprir o seu centenário de existência no mundo académico, oferece uma ampla variedade de cursos de licenciatura, mestrado, doutoramento e até formação continua. Acompanhe-nos.
co-Naturais, uma Faculdade de Medicina, com uma Escola de Farmácia anexa e ainda uma Faculdade de Comércio. Esta ú ltima, porém, nunUniversidade do Porto, ca chegou a concretizar-se. A Faculnas suas quinze insti- dade de Ciências anexava uma Estuições, recebe anual- cola de Engenharia. mente mais de 23.500 Por causa da Revolução de Abril estudantes de licenciatura e cerca de de 1974, a Universidade do Porto 3.500 de pó s-graduações que con- conheceu uma grande expansão, com duzem os seus estudos nas quinze a criação de inú meras escolas e insescolas que integram a Universidade. titutos superiores. Actualmente, a As faculdades gozam de um gran- Universidade do Porto confere os de grau de autonomia, onde se ofe- graus de Licenciado, Mestre e Dourecem mais de 70 cursos de licencia- tor. As licenciaturas têm uma duratura, 150 cursos de mestrado e vá- ção de 4 a 6 anos. O mestrado comrios outros cursos de pó s-graduação. põe-se de um curso de 1 a 2 anos e O activo de pessoal não docente da de uma tese de dissertação original. Universidade do Porto atinge os Ao contrário de outros países, o 2.300 docentes (cerca de dois terços doutoramento na Universidade do doutorados) e 1.600 funcionários. Porto não envolve qualquer curso ou O panorama é muito prometedor parte lectiva, constando apenas de há apenas cinco anos do centenário provas especiais e da elaboração e desta prestigiosa casa de estudos por- discussão de uma dissertação origitugueses. nal de carácter científico mais elevado. TRÊ S GRAUS ACADÉMICOS, UM DESTINO TRADIÇÃO E NOVAS O Porto é não só uma cidade, TECNOLOGIAS NAS ARTES mas sim um destino académico. A A Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto organiza-se UP dita três licenciaturas que comem três pó los, onde se agrupam es- binam o melhor da arte tradicional colas, residências universitárias e com a inovação. Licenciaturas em instalações desportivas. Os três pó - Artes Plásticas - Escultura, Artes los, um no centro da cidade, outro Plásticas - Pintura e Design de Cona zona da Asprela, no extremo municação constituem a oferta que Norte do concelho do Porto, e um se cursa em cinco anos lectivos. terceiro na zona do Campo Alegre. A metodologia das três licenciaNos seus inícios, em Março de turas combina as técnicas tradicio1911, quando foi fundada, a Univer- nais do ensino das belas artes com sidade do Porto era constituída por um forte componente prático e a viuma Faculdade de Ciências Mate- vência de visitas de estudo, worksmáticas, Físico-Químicas e Histó ri- hops e convidados especiais. Alda Da Silva Sousa
A
Na apresentação oficial, evidenciou-se que "a Faculdade de BelasArtes ocupa um antigo palacete do século XIX em cujos jardins se construíram, nos anos 50, edifícios de interesse arquitectó nico, especialmente concebidos para o ensino das disciplinas tradicionais das Belas-Artes". O corpo docente da Faculdade de Belas Artes atinge cerca de 71 professores que partilham as suas actividades académicas com as profissionais e artistas plásticos e designers. Por sua vez, os seus 810 alunos, organizam exposições nos finais dos cursos para expor os seus trabalhos. Como se fosse pouco, a Faculdade dispõe ainda de um museu pró prio, assim como uma página de Internet actualizada (http://omuseu.fba.up.pt), onde se pode encontrar uma amostra das suas colecções, exposições e publicações. MAIS EXIGENTES NA MEDICINA A Faculdade de Medicina da UP tem tido, nos ú ltimos anos, as mais elevadas notas de ingresso da licenciatura em Medicina. Isto de entre todas as Faculdades de Medicina de Portugal. É, sem dú vida, uma referência nesta área de ensino. Em 2004-2005, o nú mero global de estudantes de Licenciatura de Medicina era de 1229. Os alunos cursam ao longo de seis anos um "ciclo básico", com regime de frequência anual, e um "ciclo clínico", nos 4º e 5º anos. Nessa altura, experimenta rotações clínicas, para logo ter exclusiva prática clínica no 6º ano.
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ENGENHARIA A TODA A PROVA As origens da Faculdade de Engenharia remontam ao século XVIII. É assim que hoje SE podem tirar as licenciaturas em Engenharia Civil, Engenharia de Minas, Engenharia de Minas e Geoambiente, Engenharia e Gestão do Ambiente, Engenharia Electrotécnica e de Computadores, Engenharia Informática e Computação, Engenharia Mecâ nica, Engenharia Metalú rgica e de Materiais, Engenharia Química, Gestão e Engenharia Industrial. Além desta oferta, aparece a Licenciatura em Ciências da Informação, um novo curso que resulta da parceria entre a Faculdade de Letras e a Faculdade de Engenharia. Este curso tem "um plano de estudo só lido e actualizado, em que se cruzam saberes tradicionais com aplicações teó rico-práticas nas áreas das tecnologias da informação e da comunicação". PAIXÃO PELA ARQUITECTURA "Ensinar Arquitectura - a concepção e a construção do objecto ou da cidade na sua forma mais sublime que satisfaça o físico e o psíquico do homem, individual ou socialmente considerado - é difícil e apaixonante". É assim que se apresenta a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. A Faculdade de Arquitectura oferece a possibilidade de tirar a licenciatura em Arquitectura, com seis anos de du-
UNIVERSIDADES 21 Àprocura de uma nova imagem
ração em um regime anual. O ú ltimo período estrutura-se a partir de um estágio profissional que permite ao aluno interagir com o mundo laboral. A FA também oferece cursos de formação contínua, como o que terá início no mês de Setembro "Desenhar desenhando", um curso de desenho. NÃO SÃO SÓLICENCIATURAS As diversas Faculdades da Universidade do Porto têm também presença na área de formação para pó s-graduados. Os cursos de mestrado têm uma duração mínima de doze meses, sendo a primeira parte dedicada a actividades de aprendizagem, com uma componente
lectiva, e a segunda à iniciação e à investigação, resultando na apresentação final de uma dissertação. Os interessados podem consultar a oferta na Net em www.up.pt/cursos. Os estudos de doutoramento elevam-se a uma permanência mínima de três anos. Geralmente estão encaminhados para que o doutorando receba uma orientação por parte de um docente ou investigador da UP. O primeiro passo para a inscrição como aluno de doutoramento implica a apresentação do tema definitivo da tese. Podem-se consultar as áreas de investigação e os respectivos orientadores em www.up.pt/research.
A Universidade do Porto está a desenvolver um projecto de reformulação e harmonização da imagem gráfica da Universidade. A mudança visa dar unidade e coesão à insígnia da UP, que se compõe, fundamentalmente da imagem da deusa Minerva. Desde 1937, Minerva é utilizada como símbolo da universidade. Foi escolhida e desde os seus inícios manteve a sua traça original, mas recuperou para o seu anel exterior a divisa latina que desde o princípio do século XIX acompanha a academia (Virtus Unita Fortius Agit). As datas vêm recordar os mais significativos momentos da Universidade do Porto: 1762, com a criação dos primeiros estudos públicos no Porto; e 1911, data da fundação da Universidade. Com as alterações quer-se transformar a estrutura formal um pouco rígida, para que a nova imagem possa ser utilizada em situações mais casuais. Procura-se uma imagem que expresse simultaneamente "a força da história da instituição e o vigor por que passa actualmente, bem patente no facto da UP estar presente em 92% da produção científica feita no Grande Porto", aponta a sua apresentação na Internet.
22 PUBLICIDADE
CORREIO DE CARACAS - 8 DE SETEMBRO DE 2005
TAP Portugal e United Airliness com voos em code-share
A
TAP Portugal e a sua parceira da Star Alliance, United Airlines, estabeleceram um acordo de code-share, em vigor a partir de 12 de Setembro, que oferece agora aos Clientes a possibilidade de viajarem para um conjunto alargado de destinos nos EUA, em voos operados em code-share.
BREVES Aumento de tarifas não atinge Madeira e Açores
Para fazer face à subida do preço do petróleo, a TAP aumentou as tarifas desde 1 de Setembro, através da sobretaxa para os combustíveis. Contudo, este aumento não atingiu as regiões Autónomas da Madeira e dos Açores A TAP criou esta sobretaxa a 23 de Agosto do ano passado, por causa da subida do preço do petróleo, que atingiu máximos históricos em 2004 e aumentou-a três vezes, a 15 de Outubro do ano passado, a 6 de Abril e 1 de Julho deste ano. Desde 1 de Setembro, nos voos de médio curso, a sobretaxa passou de 10 para 12 euros por percurso (ou seja, numa viagem de ida e volta, o aumento total foi de 24 euros, 12 por percurso). Nos voos de longo curso, a taxa passou de 28 para 35 euros por percurso. Contudo, nas viagens entre o continente português e as regiões autónomas não se verificaram estes aumentos.
"Este novo acordo com a TAP Portugal permite oferecer aos nossos clientes acesso a um maior nú mero de destinos na Europa e em África", disse Michael Whitaker, Director de Alianças e Relações Internacionais da United. "Procuramos sempre novas oportunidades para a United e para a Star Alliance, que se traduzam na oferta aos nossos passageiros de um serviço
de elevado nível, proporcionando-lhes igualmente uma Rede global interligada e ininterrupta para viajarem a qualquer ponto do mundo". Ambas as companhias compartilharão os seus có digos nos voos transatlâ nticos, oferecendo assim aos clientes uma variedade de opções entre Portugal e os Estados Unidos, através de Newark, Londres (Heathrow),
Frankfurt, Munique, Amesterdão, Bruxelas e Zurique. Com o presente acordo de code-share, a TAP passa a disponibilizar voos para um conjunto de novas cidades nos EUA além Newark, designadamente, para Chicago, Denver, Los Angeles, São Francisco e Washington, enquanto os clientes da United passam a ter acesso a novas cidades em Portugal - incluindo Lisboa,
Faro, Porto e Funchal - e em África, nomeadamente, Sal (Cabo Verde), Dakar (Senegal) e Maputo (Moçambique), em voos operados pela TAP. Os Membros do Victoria, o Programa de Passageiro Frequente da TAP, usufruem já dos benefícios da Star Alliance, não só acumulando milhas em viagens com a United ou com qualquer outra parceira da Aliança.
CORREIO DE CARACAS - 8 DE SETEMBRO DE 2005
Aumento do preço do petró leo preocupa Governo português
ECONOMIA 23 Plumrose inova na área de fiambres "endiabrados"
Noelia de Abreu
noeliadeabreu@gmail.com
O
s porta-vozes do Ministério de Economia português assinalaram que a subida do preço do crude tem conseguido aumentar o interesse do executivo de Lisboa por impulsionar as energias alternativas limpas, assim como por promover uma maior eficiência no aproveitamento energético. Embora o anterior Governo de direita tenha iniciado um plano para reduzir a dependência energética em relação aos países produtores na área eó lica, o resultado não poderá comprovar-se até o ano 2008. O Ministério português sublinhou que nos pró ximos meses vão ser anunciadas novas medidas com o objectivo de diminuir a pressão que exerce sobre a economia portuguesa o aumento do preço do petró leo nos mercados internacionais. O economista Vítor Santos opinou que a subida do preço do petró leo afecta todos os países não produtores, embora afirme que Portugal vai ser duplamente afectado "pela sua condição
de dependência a 100% na matéria-prima". O especialista denunciou também que o aproveitamento energético em Portugal tem uma eficácia muito baixa, a metade da dos dois países mais avançados da União Europeia. A filial da petroleira BP em Portugal assinalou que a carga fiscal nesse país é muito elevada, pois "se se excluem os impostos, tanto o litro de gasolina como o do gasó leo são mais baratos em Portugal do que em Espanha".
A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) lusa recordou que as vendas do gasó leo e da gasolina caíram mais de um sete por cento em relação às mesmas datas de há um ano atrás. O aumento do preço do petró leo fez com que os portugueses gastassem 36 milhões de euros a mais por semana na compra da mesma quantidade de combustível que há um ano, noticiou a agência EFE.
A empresa Plumrose, reconhecida no mercado venezuelano como especialista em fiambre, dá um passo em direcção à inovação na categoria de fiambres endiabrados, com o lançamento no mercado de um novo pacote de alumínio semi-rígido com uma tampa de abertura fácil, que permite manipular o produto sem riscos e sem alterar a sua conservação, pois mantém-se fora do frigorífico por 24 meses. Com o seu característico sabor, conseguido com cortes de perna e pá, vem em duas apresentações, uma de 60 gramas que é perfeita para a "lonchera" e a grande de 110 gramas para partilhar em família. O custo deste produto mantém-se dentro da escala habitual, pelo que se lhe outorga o termo de "solidário", porque foi feito a pensar em todos os extractos sociais.
24 ECONOMIA III AutoClássico Porto 2005
CORREIO DE CARACAS - 8 DE SETEMBRO DE 2005
Noelia de Abreu
noeliadeabreu@gmail.com
R
ealiza-se no espaço da feira Exponor, no Porto, Portugal, a terceira edição do Salão Internacional de Automó vel Clássico e de Época AutoClássico Porto 2005. A feira vai estar distribuída por uma superfície maior de 35 mil metros quadrados, com exposição e venda de veículos e acessó rios do automó vel clássico e da época.
A terceira edição do Salão Internacional de Automóvel Clássico e de Época AutoClássico Porto 2005 realiza-se em Portugal de 1 a 5 de Outubro. Os organizadores da feira, a empresa galega Eventos do Motor e Exponor, anunciam a presença de firmas como Porsche, Ferrari, Lamborghini, Triumph, Rolls Royce, Bentley, MG, Jaguar, Mercedes e Cadillac, para além de expositores de peças de todas as marcas e modelos. O III AutoClássico Porto 2005 tem previsto uma série de actividades paralelas que se desenvolvem nos cinco dias do evento. Estas atracções, realizadas com a colaboração de diversas escudeiras, federações e clubes de Portugal. Incluíram diversos trofeus, provas desportivas, carreiras e exibições que contam com a presença de pilotos lusos. Uma delas, que segundo a organização será o maior espectáculo automobilístico "indoor" da Península ibérica, é o MotorShow, que se realiza nos pavilhões quatro e cinco e consiste num circuito de velocidade com traçado oval que já conta com a inscrição de uns 150 pilotos para as diversas provas e troféus.
Iberia lança onze novos produtos
A
empresa IBERIA realizou de 2 a 4 de Setembro a sua Convenção Nacional de Vendas 2005. O evento realizou-se no Hotel Gran Meliá de Caracas e contou com a presença da Força de Vendas ao nível nacional e dos líderes de cada uma das áreas da organização. O objectivo do encontro foi plasmar as metas, os recursos, os meios e os compromissos da empresa, assim como a melhor forma de torná-los efectivos. Nesta Convenção, foram lançados onze novos produtos, dos quais quatro são exclusividades culinárias de IBÉRIA.
O conceito de exclusividades culinárias iniciou-se com ao lançamentos dos produtos "Cubito de Sofrito Listo", "Cubito para Paella", "Mezcla para Condimentar Paella" e, mais recentemente, "Hervido Criollo". Estes produtos, ú nicos no mercado venezuelano, têm sido desenvolvidos para oferecer aos consumidores o sabor da típica "circunstâ ncia crioula de que os venezuelanos tanto gostam". Os novos produtos estão estruturados em quatro categorias: molhos, bases, sopas e caldos.
CORREIO DE CARACAS - 8 DE SETEMBRO DE 2005
DESPORTO 25
Pastor Maldonado rumo ao Estoril Victoria Urdaneta Rengifo
victoriaurdaneta@yahoo.com
O
piloto venezuelano Pastor Maldonado tem entre mãos uma meta exigente, que consiste em, a curto prazo, dominar o circuito do Estoril, em Portugal, a 1 e 2 de Outubro, quando for obrigado a demonstrar o seu poder. Logo depois desta oportunidade, só terá uma hipó tese para brilhar, pois tem lugar o final da Temporada 2005, que se realiza na pista de Monza a 22 e 23 desse mês. Como plano imediato, Maldonado vai correr no circuito inglês de Donington Park a 10 e 11 de Setembro e estas datas servem para que afine detalhes com a sua casa (o Team DAMS), arranje o carro e reate o seu caminho na World Séries, logo depois de uma sanção (bastante questionada) imposta no Mó naco. E esta manteve-o afastado dessa categoria por cinco vezes.
O QUE ESPERA DO ESTORIL "Estoril marcou o início da minha carreira na Fó rmula 3000, pois foi ai que fiz o meu primeiro dia de provas. Por isso, sei que em Portugal me esperam coisas muito positivas, pois trabalhamos muito duro para conseguir ganhar. Lá encontrarei um circuito misto, com curvas lentas e médias. Será uma competição monomarca, por isso no que se refere a carros competimos em condições iguais", diz. "A habilidade de cada piloto impõe-se e isso vai ser o factor determinante. Vou estar no meu máximo, vou desfrutar a competição e vamos conseguir trazer esse prémio para a Venezuela", assegura o avantajado membro do Programa de Desenvolvimento para Pilotos de Renault 1. Todos os prognó sticos apontam para a vitó ria do piloto nascido em Aragua que, embora se tenha ausentado numas provas, a verdade é que os resultados na Fó rmula 3000
demonstraram que continua a estar em excelentes condições. Em Magione, a sua mais recente "batalha", conseguiu a vitó ria e, para além disso, liderou a Pole Position, deu a volta mais rápida e levou consigo o "Had Trick", superando a segunda máquina quase por quinze minutos. PEQUENOS PUPILOS DE PORTUGAL Maldonado viajou até à Venezuela para presidir a causa benéfica do Festival de pilotos desportivos. A 21 de Agos-
to, no Poliedro de Caracas, ofereceu uma prova para a categoria de karting a 300 crianças, jovens promessas do automobilismo. Meninos e meninas de escassos recursos, com idades compreendidas entre os 7 e os 14 anos de idade, viajaram ao mundo dos motores e foi "muito importante para mim - confessa Maldonado - contribuir com a promoção
do automobilismo junto das crianças, que são o futuro do país e, portanto, do desporto nacional". Para além do mais, no final da jornada realizouse um sorteio e três pequenos pupilos ganharam uma viagem a Portugal, com estadia incluída e a passagem especial para assistir à competição de Maldonado no Estoril, onde está a fera das pistas.
26 DeSPOrTO
CORREIO DE CARACAS - 8 DE SETEMBRO DE 2005
II Divisão - Série A
II Divisão - Série B
II Divisão - Série C
II Divisão - Série D
1ª jornada - Resultados
1ª jornada - Resultados
1ª jornada - Resultados
1ª jornada - Resultados
Benfica Castelo Branco - Abrantes. . . 1-2 Rio Maior - União Coimbra. . . . . . . . . . 2-1 Nelas - Tourizense . . . . . . . . . . . . . . . . . 0-3 Pampilhosa - Portomosense. . . . . . . . . 2-1 Oliveira Hospital - Penalva Castelo. . . 0-1 Sporting Pombal - Oliveirense. . . . . . . 1-0 Folgaram: Fátima e Oliveira do Bairro
Operário - Torreense . . . . . . . . . . . . . . . . 2-0 Casa Pia - Odivelas. . . . . . . . . . . . . . . . . 3-1 Louletano - Vitória Setúbal B . . . . . . . 2-4 Olivais Moscavide - Oriental . . . . . . . . 1-0 Imortal - Real Massamá. . . . . . . . . . . . 1-1 Benfica B - Micaelense . . . . . . . . . . . . . 1-0 Madalena - Silves. . . . . . . . . . . . . . . . . . 2-1 Pinhalnovense - Mafra . . . . . . . . . . . . . 1-1
Classificação
Classificação
Desportivo Chaves - Atlético Valdevez ....... Porto-santense - Lixa ......................................... Vilaverdense - Torcatense................................. Camacha - Fafe ..................................................... Trofense - Os Sandinenses................................ Famalicão - União Madeira............................... Sporting Braga B - Freamunde....................... Folgou: Ribeirão
(a) 3-0 3-0 4-2 1-1 1-0 1-1
Paredes - Lousada ........................................ Marítimo B - Fiães .................................... Dragões Sandinenses - Esmoriz........... Pontassolense - Ribeira Brava.............. Sanjoanense - Pedras Rubras................ Gondomar - Sporting Espinho .............. FC Porto B - Infesta................................. Folgou: Aliados de Lordelo
Classificação CL EQUIPA 1 PORTO-SANTENSE 2 VILAVERDENSE 3 CAMACHA 4 FAMALICÃO 5 FREAMUNDE 6 SANDINENSES 7 SP. BRAGA B 8 TROFENSE 9 CHAVES 10 RIBEIRÃO 11 VALDEVEZ 12 UN. MADEIRA 13 FAFE 14 LIXA 15 TORCATENSE
J 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1
V 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
E 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0
0-2 0-2 5-1 1-0 1-0 (a) 1-0
Classificação D 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1
M 3 3 4 1 1 1 1 1 0 0 0 0 2 0 0
S 0 0 2 0 1 1 1 1 0 0 0 1 4 3 3
P 3 3 3 3 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0
2ª jornada
CL EQUIPA
J V E D M S P
1 D. SANDINENSE 1 2 FIÃES 1 3 LOUSADA 1 4 FC PORTO B 1 5 PONTASSOLENSE 1 6 SANJOANENSE 1 7 GONDOMAR 0 8 AL. LORDELO 0 9 SP. ESPINHO 0 10 INFESTA 1 11 PED. RUBRAS 1 12 RIB. BRAVA 1 13 MARÍTIMO B 1 14 PAREDES 1 15 ESMORIZ 1
1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1
5 2 2 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 2 2 5
3 3 3 3 3 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2ª jornada
Lixa - Desportivo Chaves Torcatense - Portosantense Fafe - Vilaverdense Os Sandinenses - Camacha União Madeira - Trofense Freamunde - Famalicão Ribeirão - Sporting Braga B Folga: Atlético Valdevez
Fiães - Paredes Esmoriz - Marítimo B Ribeira Brava - Dragões Sandinenses Pedras Rubras - Pontassolense Sporting Espinho - Sanjoanense Infesta - Gondomar Aliados Lordelo - FC Porto B Folga: Lousada
(a) Os jogos do Desportivo de Chaves estão suspensos até o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol decidir o recurso apresentado pelo Felgueiras por ter sido impedido de se inscrever na Liga de Honra.
a) Os jogos do Gondomar estão suspensos até o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol decidir o recurso apresentado pelo Felgueiras por ter sido impedido de se inscrever na Liga de Honra.
CL EQUIPA
J V E D M S P
CL EQUIPA
J V E D M S P
1 TOURIZENSE 2 ABRANTES 3 PAMPILHOSA 4 RIO MAIOR 5 PEN. CASTELO 6 SP. POMBAL 7 FÁTIMA 8 OLIV. BAIRRO 9 BC BRANCO 10 PORTOMOSENSE 11 UN. COIMBRA 12 OL. HOSPITAL 13 OLIVEIRENSE 14 NELAS
1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1
1 SETÚBAL B 2 CASA PIA 3 OPERÁRIO 4 MADALENA 5 BENFICA B 6 OL. MOSCAVIDE 7 IMORTAL 8 MAFRA 9 PINHALNOVENSE 10 REAL 11 SILVES 12 MICAELENSE 13 ORIENTAL 14 LOULETANO 15 ODIVELAS 16 TORREENSE
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1
3 2 2 2 1 1 0 0 1 1 1 0 0 0
0 1 1 1 0 0 0 0 2 2 2 1 1 3
2ª jornada União Coimbra - Benfica Castelo Branco Tourizense - Rio Maior Portomosense - Nelas Penalva Castelo - Pampilhosa Oliveirense - Oliveira Hospital Oliveira Bairro - Sporting Pombal Folgam: Abrantes e Fátima
3 3 3 3 3 3 0 0 0 0 0 0 0 0
1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1
2ª jornada Torreense - Pinhalnovense Odivelas - Operário Vitória Setúbal B - Casa Pia Oriental - Louletano Real Massamá - Olivais Moscavide Micaelense - Imortal Silves - Benfica B Mafra - Madalena
4 3 2 2 1 1 1 1 1 1 1 0 0 2 1 0
2 1 0 1 0 0 1 1 1 1 2 1 1 4 3 2
3 3 3 3 3 3 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0
Taça de Portugal (1.ª eliminaTó ria) Resultados da primeira eliminató ria da Taça de Portugal de futebol, que integrou apenas equipas do Campeonato Nacional da III Divisão e dos campeonatos regionais e distritais. ZONA NORTE: Marinhais (D) - Valpaços (III), 1-0 Cinfães (III) - Vila Meã (III), 0-0 (2-4 gp) Tirsense (III) - Oliveirense (III), 1-0 Ermesinde (III) - Correlhã (III), 5-0 Vinhais (III) - Brito (III), 2-2 (2-3 ap) Leça (III) - Esposende (III), 1-0 Valenciano (III) - Vila P. de Aguiar (III), 3-0 Amarante (D) - Vila Real (III), 0-2 Távora (D) - Joane (III), 0-2 Tarouquense (III) - Mirandela (III), 1-3 Rio Tinto (III) - Maria da Fonte (III), 0-2 Lusitano Viseu(D)-Lusitânia Lourosa(III), 0-6 Amares (III) - Ataense (III), 3-3 (3-4 ap) Valonguense (III) - Vilanovense (III), vfc Bragança (III) - Merelinense (III), 1-2 Cabeceirense(III)-Cerveira (III), 0-0 (3-0 gp) Monção (III) - Salgueiros (III), a) S. Pedro Cova (III) - Rebordosa (III), 3-2 Mondinens (III)-Torre de Moncorvo (III), 1-0 Canedo (III) - Macedo de Cavaleiros (D), 1-0 Vianense (III) - Padroense (III), 2-1 ZONA CENTRO: Riachense (III) - Amiense (III), 4-2 Marinhense (III) - Peniche (III), 1-0 Sertanense (III) - Gafanha (III), 2-0 Milheiroense (III) - Sátão (III), 2-0 Monsanto (III) - Vigor da Mocidade (III), 5-0
CORREIO DE CARACAS - 8 DE SETEMBRO DE 2005 Mirandense(III)-Sourense (III),2-2 (2-2 ap, 4-2 gp) Eléctrico (III) - Valecambrense (III), 2-1 Arenense (III) - Tondela (III), b) Bidoeirense (III) - Mileu Guarda (D), 3-2 Social Lamas (III) - Escalos de Baixo (D), 9-0 União de Lamas (III) - Fundão (III), 1-0 Ginásio Alcobaça (III) - Caldas (III), 0-0 (0-1 ap) Valonguense (III) - Tocha (III), 0-1 Souropires (III) - S. João Ver (III), 2-1 Idanhense (III) - União da Serra (D), 1-3 Estarreja (III) - Fornos de Algodres (III), 0-1 Paços Brandão (D) - Corujense (D), 0-3 Beneditense (III) - Os Marialvas (III), 1-0 Anadia (III) - Avanca (III), 0-4 Arrifanense (III) - Nogueirense (D), 3-0 Cesarense (III) - Caranguejeira (III), 1-1 (1-1 ap, 3-5 gp) ZONA SUL: Estrela Vendas Novas (III) - Machico (III), 2-0 União Montemor (D) - Lagoa (III), 0-1 Messinense (III) - Santa Eulália (D), 5-0 Atlético (III) - Farense (III), 6-0 Sarilhense (D) - Sintrense (III), 2-2 (3-2 ap) Santacruzense(D)-Estrela Ouriquense(III), 0-0 (3-2 gp) Montijo (III) - Futebol Benfica (III), 2-2 (2-2 ap, 5-6 gp) Lusitano Évora (III) - CF Vasco da Gama (III), 5-1 Pontarrolense (D) - Ferreiras (III), 7-2 Almancilense (III) - Vilafranquense (III), 2-1 Santana (III) - Desportivo de Beja (III), 1-0 O Elvas (III) - Juventude Évora (III), 1-1 (1-1 ap, 3-4 gp) Vasco da Gama AC (D) - Cacém (III), 2-1 Castrense (III) - Loures (III), 0-3 Aljustrelense (III) - Sesimbra (III), 2-0 Águia (D) - Carregado (III), adiado devido ao mau tempo Caniçal (III) - Vialonga (III), 1-0 Câmara de Lobos (III) - Tires (III), 5-1 Beira-Mar de Monte Gordo (III)-Monte Trigo (III), 2-2 (5-2 ap) Alcochetense (III) - Amora (III), 3-1 Esperança de Lagos (D) - Lusitano VRSA (III), 2-5 Oeiras (III) - 1º Dezembro (III), 1-1 (1-1 ap, 4-3 gp) SÉRIE AÇORES: Boavista (III) - Rabo de Peixe (III), 2-0 Barreiro (D) - Santiago (III), 0-2 Praiense (III) - Velense (III), adiado por falta de voo Lusitânia (III) - Vitória Pico (III), 4-1 Angrense (III) - Santo António (III), 2-0 SC Marítimo (III) - Flamengos (D), 4-2 a) O Salgueiros desistiu de participar por ter extinto a equipa sénior, pelo que o Monção está automaticamente na segunda eliminatória. b) O Arenense desistiu de participar, pelo que o Tondela está automaticamente na segunda eliminatória.
DeSPOrTO 27
Portugal quase na alemanha
A
selecção portuguesa de futebol desaproveitou uma segunda parte inteira em superioridade numérica para vencer a Rú ssia, mas com o "nulo" de Moscovo está ainda mais perto da fase final do Mundial da Alemanha 2006. Na formação lusa, que somou o 28º encontro consecutivo sem perder em jogos da fase de qualificação, destaque para a segurança da defesa, as intervenções "cirú rgicas" do guarda-redes Ricardo, sobretudo nos 20 minutos iniciais de domínio russo, isto sem esquecer Cristiano Ronaldo, que optou por jogar apesar do falecimento do pai. A selecção portuguesa entrou com o mesmo "onze" que goleou sábado o Luxemburgo (6-0 no Algarve): Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Jorge Andrade e Nuno Valente, à frente do guarda-redes Ricardo, um meiocampo com Costinha, Maniche e o organizador Deco e dois extremos (Cristiano Ronaldo e Figo) no apoio a Pauleta. Por seu lado, a Rú ssia surgiu em "4-2-3-1", com Akinfeev
na baliza, uma defesa com Sennikov, Vassili Berezoutski, Ignashevich e Aleksei Berezoutski, dois "trincos" (Smertin e Aldonin) e um trio (Biyaletdinov, Arshavin e Izmailov) nas costas de Kerzhakov. A formação da casa entrou muito bem no encontro e dominou completamente os primeiros 20 minutos, com um futebol rápido e objectivo, ao qual Portugal teve O ponta-de-lança Kerzhakov teve duas boas ocasiões para marcar, primeiro apó s excelente jogada individual de Biyaletdinov (oito minutos) e depois através de um remate de fora da área (18), mas Ricardo respondeu da melhor forma em ambas as situações. A partir dos 20 minutos, Portugal, com Costinha, Maniche e Deco a segurarem o meiocampo, assentou o jogo e começou a aproximar-se da área contrária, rematando - de fora da área - pela primeira vez com perigo aos 21, por intermédio de Maniche. A Rú ssia era agora dominada e as coisas complicaram-se ainda mais para os anfitriões aos
43 minutos, altura em que Smertin, sem qualquer necessidade e já admoestado, fez uma falta dura sobre Costinha e foi expulso por acumulação de cartões amarelos. Em vantagem numérica, Portugal instalou-se no meiocampo contrário no início da segunda parte, mas os remates de fora (de Paulo Ferreira, Maniche e Deco) pecaram por inofensivos e, na área, Pauleta desaproveitou passe "mágico" de Deco (52 minutos). Foram 10 minutos de grande intensidade ofensiva, ao qual
se seguiu um período de acalmia, mas que pouco durou, já que a selecção portuguesa voltou a intensificar a pressão e quase marcou aos 64 minutos, num remate frontal de Ronaldo, de novo à figura de Akinfeev. O encontro terminou, assim, empatado, um mal menor para as duas selecções e um resultado que vai obrigar Portugal a esperar mais um mês pela qualificação: será dia 08 de Outubro, em Aveiro, face ao Liechtenstein, e sem Deco, que hoje somou o segundo amarelo.
Quem quer um banco vai ao totta CORREIO DE CARACAS -8 DE SETEMBRO DE 2005
Comunidades solidárias com calamidade provocada pelos incêndios em Portugal Conselho das Comunidades abriu conta de solidariedade para quem quiser contribuir
cêndios que queimaram Portugal. Ao abrir esta conta de solidasgoncalves@dnoticias.pt riedade, o Conselho das Comunidades Portuguesas responde às soConselho das Co- licitações que lhe foram feitas pemunidades Portu- los portugueses que, residindo no guesas (CCP) abriu estrangeiro, querem contribuir pauma conta de solida- ra atenuar o sofrimento de dezeriedade para com as vítimas dos nas de famílias e para que sejam recentes incêndios em Portugal e postas em práticas acções de preapoio às acções de prevenção que venção que evitem tais dramas. devem ser realizadas, para que Espera que o Governo portununca mais se vivam as situações guês ponha fim, de uma vez por dramáticas que têm assolado o todas, a esta situação recorrente, nosso país. que todos os anos nos faz olhar Contrariamente a algumas para o nosso país com tristeza. O ideias veiculadas em Portugal, as objectivo é que as televisões dos Comunidades Portuguesas resi- países onde vivemos voltem a dentes no estrangeiro acompan- mostrar imagens de Portugal coham com atenção e regularidade mo as que foram vistas este ano. as notícias de Portugal e viveram O Conselho Permanente das com intensidade os ú ltimos in- Comunidades Portuguesas, deciSónia Gonçalves
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dirá sem precipitações, em Outubro, quais os organismos a quem remeterá as somas recolhidas, obtendo as garantias dos mesmos que os fundos serão efectivamente utilizados para os fins com que foram recolhidos. O Conselho das Comunidades Portuguesas apela a todas as forças activas das Comunidades, nomeadamente dirigentes associativos, empresários, artistas, igrejas, escolas, postos consulares e formações políticas, que se mobilizem à volta desta acção de solidariedade. Os interessados podem contribuir através da conta "Conta CCP - Incêndios em Portugal", da Caixa Geral de Depó sitos (IBAN: FR76 1261 9000 0141 1411 0101 360; BIC: CGDIFRPP).
Chuvas intensas provocaram estragos no Lar Padre Joaquim Ferreira Yamilem González
yamilemcorreio@hotmail.com
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Lar de Terceira Idade, Padre Joaquim Ferreira, localizado nos Anaucos, está a recolher fundos para arranjar os estragos que se verificaram há poucos dias por causa das intensas chuvas que caíram sobre a capital nas ú ltimas semanas. Maria Fernanda Moreia, presidente das Damas de Beneficência Portuguesa em Caracas, precisou que parte do terreno que estava ainda em construção veio a baixo, o que implica uma
As Damas de Beneficência estão a organizar diversas iniciativas para recolher fundos para conseguir solucionar a situação importante perda monetária, pois os materiais de construção que se tinham investido nessa obra representam um avultado investimento. "Ainda não sabemos ao certo o valor total dos estragos, pois o engenheiro encarregado da obra está a fazer um orçamento", disse Moreira. Actualmente, o problema
dos estragos provocados pelas chuvas não é a ú nica "dor de cabeça" do Lar, pois esta instituição que abriga cerca de 40 idosos não conta com o serviço de água canalizada e tem, por isso, que abastecer-se através de camiões cisternas. Mas estes às vezes não chegam com a regularidade necessária e tornam incó modo o desenvolvimento das actividades quotidianas do lar. Com a finalidade de recolher fundos para melhorar as condições desta instituição, a associação Damas de Beneficência está a organizar um domin-
go campestre para o pró ximo 18 de Setembro. O evento realiza-se nas instalações do Lar Padre Joaquim Ferreira e os que pretendam participar na iniciativa, para além de estarem indirectamente com as obras necessárias, podem assistir à missa, usufruir de comidas típicas por-
tuguesas e presenciar à actuação de grupos folcló ricos. Da mesma forma, para recolher fundos, organizou-se uma rifa de duas passagens de ida e volta para Portugal através da linha aérea TAP, assim como o sorteio de um anel de ouro e diamantes.