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O jornal da comunidade luso-venezuelana
Valencia recebeu Jogos Nacionais FECEPORVEN Página 30
Folclore ao rubro: encontro e festival no fim-de-semana
ano 06 - n.º 129 - DePóSito LegaL: 199901DF222 - PubLicação SemanaL
Encontro supera expectativas IV Encontro de Gerações atrai mais de um milhar. Evento contou com uma vasta participação de portugueses e lusodescendentes que se destacam de alguma forma na Venezuela. PáginaS 3 a 8
0,75
Emmarys Pinto: Lusodescendente nas passerelles alemãs Página 16
Jornalista desportivo é o português que mais sabe de basebol. Página 27
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Grupo de teatro do CPC queixa-se de falta de apoio por parte da direcção Página 14
caracaS, 20 De outubro De 2005 - VenezueLa: bS.: 1.000,00 / PortugaL:
Benfica vence e convence na “ casa” do FC Porto “ Encarnados” em destaque no campeonato português de futebol. Página 31
Braga: Venezuela oferece boas oportunidades para empresários lusos Página 32
2 EDITORIAL Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Coordenação na Madeira Sónia Gonçalves Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva Nathali Gómez , Noélia de Abreu, Victoria Urdaneta, Yamilem González. Correspondentes: Ana Pita Andrade (Maracay) Bernardete de Quintal (Curaçau) Briceida Yepez (Valencia) Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira, Oswaldo Carmona Preparação Gráfica: João Santos (DN-Madeira) Produção: Franklin Lares Fotografia Paco Garret Distribuição: Juan Fernandez Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela
CORREIO DE CARACAS - 20 DE OUTUBRO DE 2005
Encontro de Gerações atrai multidão
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IV Encontro de Gerações foi mais uma iniciativa que conseguiu atrair vários portugueses e lusodescendentes que residem na Venezuela. Contudo, desta vez, a afluência superou todas as expectativas. Mais de mil pessoas encheram a sala do Centro Português, em Caracas. Obrigada a todos os que marcaram presença! É importante destacar a qualidade dos oradores do evento, que se mostraram capazes, integrados e influentes numa sociedade venezuelana cheia de trabalho para oferecer a uma comunidade que chegou sem nada, mas que hoje colhe frutos.
E foram precisamente alguns dos valores do povo luso que se evocaram no encontro, nomeadamente a honestidade, o empenho, a sinceridade e a paixão pelas suas raízes. O pú blico mostrou-se, ao longo de toda a iniciativa, impressionantemente interessado e teve um comportamento que não nos surpreendeu, mas nos deixou muito satisfeitos, pois provou que as intervenções conseguiram captar a atenção. Temos a certeza de que cada um dos temas debatidos abriu os espíritos dos ouvintes e incutiu neles vontade de fazer algo em prol do bem-estar da comunidade. Este tipo de encontros só pode ser mesmo para repetir!
O CARTOOn DA seMAnA O presidente Rui Alves disse que os dirigentes do Marítimo da Venezuela são os melhores adeptos do Nacional...
Já se percebe porque é que fecharam o clube dos verde-rubros!!!!
A seMAnA MUITO BOM
Disponibilidade de Braga Não podemos de deixar aqui de destacar a disponibilidade mostrada pelo executivo português, nomeadamente pelo secretário de Estado das Comunidades, António Braga, que decidiu visitar a comunidade lusa que reside do outro lado do atlântico. É que, como sublinhou o governante, os portugueses e os lusodescendentes que estão na Venezuela têm o mesmo direito que os que estão em território português.
BOM
Os encontros do secretário
Merece um voto de louvor os encontros do Secretário de Estado das Comunidades com as máximas autoridades do governo venezuelano, nomeadamente com o vice-presidente da República José Vicente Rangel e com o Ministro do Comércio Nunca é demais estabelecer contactos deste género como ponto de partida para adiantar eventuais melhorias na área comercial e cultural. De destacar também é a presença da Associação de Comércio e Indústria do Funchal, a Associação Industrial do Minho e a Agência Portuguesa de Investimentos, que vieram à Venezuela para procurar manter e aumentar os intercâmbios entre os dois países.
MAU
Sede de protagonismo
Alguns membros da direcção dos clubes assumem cargos que servem para fazer posse na fotografia e fazer parte da história, mais nada. A falta de capacidade e a pouca vontade de trabalhar já por si só são graves, mas tornam-se piores se pensarmos que conseguem tornar-se num obstáculo que impede que os outros trabalhem como deve ser. É que algumas pessoas destas só trabalham se tiverem como resposta algum protagonismo!
Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares
MUITO MAU
Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA
Eventos sobrepostos
Já várias vezes nos debruçámos sobre a evidente falta de comunicação entre as diferentes instituições e associações portuguesas quando se trata de acordar as datas para eventos de importância dentro da comunidade, tentando garantir que as mesmas não coincidam umas com as outras. Muitas vezes é difícil e as pontes de comunicação falham, mas é preciso evitar a realização de eventos sobrepostos... sob pena de que um, por ser mais interessante, retire a potencial assistência do outro!
O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias. El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.
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VENEzuELA 3
Trabalho honesto é referência IV Encontro de Gerações superou expectativas: contou com um milhar de participantes e agradou ao secretário de Estado das Comunidades Ricardo Miguel Oliveira
(rmoliveira@dnoticias.pt)
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apacidade de trabalho, notável espírito de sacrifício, vontade de vencer, honestidade, responsabilidade, pontualidade, sentido de justiça e humildade. Estas foram algumas das razões que levaram os portugueses a se integrarem e a ser influentes na sociedade venezuelana. A garantia foi dada pelos diversos oradores do IV Encontro de Gerações, iniciativa do BANIF, CORREIO e DIÁRIO, que se realizou na noite de sábado, na capital venezuelana.
A quarta edição deste espaço de debate levou ao Centro Português de Caracas cerca de mil participantes que, ao longo de quase três horas, ouviram a abordagem à integração e à influência dos portugueses nos mais diversos sectores da actividade venezuelana, através do testemunho de oito personalidades que, pelo seu percurso profissional, são o exemplo vivo do tema escolhido para debate. E da exposição das ideias, fica a certeza que a comunidade lusa na Venezuela ainda pode ser bem mais influente do que já é, bastando para tal uma intervenção em novos contextos. O ex-ministro das Finanças do governo venezuelano, Tobias Nó brega, apontou caminhos "à comunidade de talentos diversos". Mesmo assumindo que "a integração também gerou algumas rupturas com as origens", o economista e consultor financeiro exortou a que, por exemplo, os empresários lusos apostem
na responsabilidade social, e que os seus compatriotas tenham uma intervenção política mais activa, até porque, na sua ó ptica, "na Venezuela cabemos todos". Tobias Nó brega fez questão de deixar uma mensagem optimista. Que a democracia "não se perdeu" e que a Venezuela é muito mais que as divergências políticas. Logo, num País de potencialidades, julga não haver razões para que os portugueses temam o pior. O empresário Miguel da Gama também pautou a sua intervenção pelo desafio da excelência no mundo globalizado, que passa necessariamente pela aposta na formação e na tecnologia, enquanto o padre Eduardo Gonçalves preferiu destacar o seu olhar pelo lado mais negativo da comunidade, como a pobreza, o elitismo e a falta de informação oficial. Nas oito intervenções ficaram desafios ao maior empenho no serviço cívico e desprendido à comunidade e à preservação de uma imagem que dignifica os portugueses e luso-venezuelanos. Aliás, como referiu a geó grafa Luísa de Andrade, ser humilde e honesto é bem mais importante do que os títulos que alguns exibem. SECRETÁRIO DE ESTADO PEDE PARTICIPAÇÃO NAS ELEIÇÕ ES "Quem desvaloriza o Encontro de Gerações não conhece nada da Histó ria portuguesa, que é feita de encontros". Foi desta forma que o secretário de Estado das Comunidade, convidado de honra do "IV Encontro de Gerações", calou alguns ressabiados, pedindo-lhes que olhem com atenção, afecto e respeito pela comuni-
dade lusa na Venezuela que, pelo que presenciou, "está a dar razão à Histó ria, pondo-se em causa e recriando sonhos". Classificando-a de "pujante, integrada e respeitada, dada a sua competência, trabalho e honestidade", Antó nio Braga elogiou a modernidade, dando como exemplo o lançamento da página web do Encontro (www.encontrodegeracoes.com), bem como o facto de o evento anual ser organizado por privados, que em seu entender deram uma lição na promoção de iniciativas de interesse pú blico. Não sendo indiferente à constatação referida pelo sacerdote Eduardo Gonçalves, orador que admitiu haver pobreza lusa na comunidade, o governante garantiu haver 1.300 portugueses que tiveram menos sorte na Venezuela e que já beneficiam de apoio especial do Estado português. Contudo, também pediu aos portugueses para darem atenção à sua componente cívica, já que aqueles que vivem e trabalham na Venezuela gozam de direitos iguais aos que vivem em Portugal. Daí o apelo à necessidade de uma maior participação nos actos eleitorais. Antó nio Braga garante estar a cumprir o programa de Governo com esta deslocação à Venezuela, já que aproveita a sua estreia em territó rio venezuelano para aperceber-se da dinâ mica da comunidade nos diversos sectores e dela tirar proveito para potenciar relações, quer ao nível econó mico, quer em termos culturais e associativos, e em que a introdução do ensino da língua portuguesa nas escolas venezuelanas ganha particular destaque.
Emigrantes chamados a ajudar Portugal
Portugal vive um período difícil em termos financeiros e todas as ajudas são poucas para fazer crescer a economia e conter o défice. A tese é do secretário de Estado das Comunidades que, na primeira visita oficial à Venezuela, pediu aos "muitos e bons empresários portugueses" que invistam em Portugal. António Braga, ao usar da palavra na recepção dada pelo embaixador de Portugal na Venezuela, José Arsénio, foi claro: "Os cinco milhões de portugueses espalhados pelo mundo não estão dispensados de ajudar Portugal". Primeiro, porque o investimento é necessário para que o País possa sair da crise. Segundo, porque Portugal é "um País de oportunidades". Terceiro, porque as parcerias estratégicas também são fundamentais para a inserção na sociedade portuguesa.
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"Primeira geração cumpriu objectivos"
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embaixador de Portugal na Venezuela, José Manuel da Costa Arsénio, disse que estava muito feliz por ser "precisamente a Venezuela um dos países com
maior participação da comunidade portuguesa espalhada pelo Mundo". Segundo as suas palavras, todos os portugueses e os seus descendentes que residem no país devem comprometer-se cada vez mais com a sociedade e participar de maneira activa em todos os seus â mbitos, servindo de exemplo o pró prio Encontro de Gerações. "É uma iniciativa que contribui para a evolução de todas as pessoas que vivem na Venezuela", disse o embaixador. Para Arsénio, a integração começou
por ser uma integração difícil, que foi empreendida por uma geração que trazia consigo uma inquebrável capacidade de trabalho e uma vontade incontrolável. "A primeira geração cumpriu os objectivos que se propus. Agora, a segunda geração tem uma grande responsabilidade", frisou. Disse, ainda, que era espantoso como "a comunidade portuguesa na Venezuela tem colhido bons frutos, demonstrando ser preponderante na sociedade. Este quarto encontro convidou a todas as gerações de lusos a os seus descendentes a conti-
nuar o bom trabalho, elevando o nome de Portugal no Mundo". O diplomata destacou, ainda, a presença do secretário de Estado das Comunidades, pelo importante e exaustivo trabalho que este representante do Governo português tem feito para dar a conhecer as comunidades portuguesas de todo o Mundo. Acrescentou que os emigrantes que residem na Venezuela constituem uma das comunidades mais importantes do Mundo e uma das mais incentivadoras.
Banif quer manter confiança dos clientes Joaquim Marques dos Santos, presidente da comissão executiva do banco madeirense, destacou a relevância do Encontro de Gerações.
metas que este pretende alcançar. Joaquim dos Santos sublinhou que o Banif nasceu em Janeiro de 1988, apó s o desaparecimento da Caixa Econó mica do Funchal, sendo o ú nico banco em Portugal da Região Autó noma da Madeira. odas as virtudes deste "O nosso grupo é composto por 27 emencontro e a sua impor- presas", disse, acrescentando que estas dão tâ ncia ficam aqui hoje trabalho a 3.000 empregados e que exisem clara evidência", afir- tem mais de 320 postos bancários espalmou o presidente da comissão executiva hados pelo Mundo. do Banif, Joaquim Marques dos Santos, O apoio às comunidades madeirenses que centrou a sua intervenção na histó ria radicadas em diferentes países foi, de resdo grupo financeiro que representa e nas to, uma das garantias dadas pelo banquei-
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ro, sendo um dos grandes objectivos do grupo financeiro. Nesse sentido, Joaquim dos Santos, salientou que a presença do Banif na Venezuela está assegurada através de um escritó rio, estando igualmente representado no Brasil - Rio de Janeiro, São Paulo e Santos -, nos Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Bermudas e agora também na Europa, nomeadamente em Londres, Suíça e brevemente em Luxemburgo. O grupo Banif tem hoje quase um milhão de clientes. Daí que tenha por objectivo fazer com que eles se "sintam cada vez
melhor", procurando ir ao encontro dos seus projectos e aconselhá-los correctamente.
André Pita: "Somos mais venezuelanos do que muitos nativos" ta Directiva do Centro Português o orgulho por acolher "novamente esta iniciativa que cumpre já quatro anos de existência e, estamos certos, cumprirá muitos mais". Segundo Pita, não é novidade que a comunidade portuguesa radicada na Venezuela esteja plenamente adaptada e que desempenhe um papel muito imndré Pita, o presidente do portante na sociedade venezuelana. "PorCentro Português, em Cara- tugueses e lusodescendentes são parte accas, foi um dos oradores do tiva da economia, cultura, desporto, políIV Encontro de Gerações. No tica, enfim, da sociedade venezuelana em palco, expressou em nome de toda a Jun- geral", disse.
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"Hoje teremos somente uma pequena, mas sem dú vida representativa, mostra de membros da nossa comunidade que, pelo seu trabalho e obra, são destacados nas suas respectivas áreas e exercem influência nas mesmas", disse Pita, o primeiro a subir ao palco. André Pita expressou palavras de admiração para aos oradores, essencialmente por representarem tão dignamente a comunidade portuguesa e por "serem exemplos da integração plena nesta terra que não só soube acolher sempre de braços abertos os emigrantes lusos como que
também recebeu destes um amor traduzido na adopção de uma segunda pátria", referiu. "Orgulhosos devemos sentir-nos todos por representar no seio da comunidade da Venezuela a antítese da xenofobia e por sermos talvez mais venezuelanos do que muitos nativos, sobretudo quando se trata de trabalhar por esta terra e pelo nosso futuro com respeito, honestidade e perseverança. O nosso agradecimento aos organizadores por manterem estes importantíssimos espaços de comunicação e divulgação", concluiu.
isto. Proporcionar, reforçar e incrementar os laços entre Portugal e a Venezuela", acrescentou, sublinhando que as instituições que se fizeram representar, nomeadamente a Associação de Comércio e de Indú stria do Funchal (ACIF), a Associação Industrial do Minho e a Agência Portuguesa de Investimentos, contribuirão com a sua presença para "manter e aumentar os intercâ mbios entre os dois países". José Bettencourt da Câ mara deixou ainda uma palavra de agradecimento ao director do Instituto Português da Cultura, Daniel Morais - que por motivos pessoais não pô de estar presente no evento - por tudo o quem tem feito pela comunidade, e anunciou que até ao final do mês de Outubro irá cessar as funções de director do Diário de Noticias da Madeira. "Serei substituído pelo jornalista, Luís Calisto, até há pouco tempo di-
rector de RTP-Madeira. Contudo, julgo que não podia deixar de aproveitar esta ocasião para deixar aqui uma certeza: a atenção que o Diário de Noticias da Madeira deu e dá à Venezuela será com certeza reforçada. O apoio empresarial ao CORREIO será mantido e reforçado". Além disso, informou os presentes que continuará como director executivo, ficando a seu cargo os assuntos empresariais ligados à Venezuela.
DIÁRIO reforça atenção à Venezuela Garantia foi dada pelo director do jornal madeirense, José Bettencourt da Câmara
no contexto da comunidade luso-venezuelana". O director do Diário de Notícias da Madeira agradeceu a presença de uma equipa da RTP, fazendo votos para que director do Diário de Notí- a estação de televisão possa ajudar a levar cias da Madeira foi um dos "uma imagem mais real do que é este intervenientes no Encontro encontro de gerações", e também do sede Gerações, realizado no sá- cretario de Estado das Comunidades, Anbado passado, tendo afirmando que esta tó nio Braga. "Além da satisfação de saber iniciativa, "vem acima de tudo mostrar que somos responsáveis pela sua prique este evento veio para ficar, sendo meira visita à Venezuela, é motivo de orum dos mais influentes da comunida- gulho para organização tê-lo hoje aqui de portuguesa na Repú blica Bolivariana como o nosso convidado de honra. Esda Venezuela". pero que possamos cumprir as suas Em representação dos organizadores expectativas em relação a este encontro", do encontro, José Bettencourt da Câ - disse, destacando também a visita de permara quis deixar claro que, ao contrário sonalidades ligadas aos sectores empredo que alguns pensam em Portugal, "este sariais portugueses, que com a sua partievento é muito mais que uma tertú lia" e cipação ajudam a reforçar os laços entem por missão mostrar "que o seu efeito tre as empresas destes dois países. cumpre um papel perfeitamente definido "O Encontro de Gerações também é
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"O segredo está na tecnologia e no profissionalismo"
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empresário Luís Miguel Gama deixou no Encontro de Gerações a sua impressão relativamente à globalização e à sobrevivência dos mais fortes no campo empresarial. "Não nos podemos conformar por sermos bons mas sim por sermos excelentes e, para isso, devemos respeitar os nossos valores como filhos de portugueses e o amor pela família", disse. Por outro lado, referiu-se à importâ ncia das novas tecnologias, as quais devem ser aproveitadas e aliadas ao profissionalismo dos trabalhadores. "No talento está a solução", salientou.
Segundo Luís Gama, "a comunidade portuguesa de hoje não é a mesma dos anos 50", pelo que o "êxito do passado não nos pode garantir o do futuro", sendo essa a "imensa responsabilidade" que devem ter todos os lusodescendentes. Na opinião do empresário é fundamental que as instituições continuem a ser apoiadas, dando o exemplo de organizações como o Centro Português, as Damas de Beneficência e a Câ mara Luso Venezuelana. "Devemos fazer um esforço para que todas as empresas lusas estejam juntas e juntos demos passos positivos", concluiu.
O importante é não desmaiar pelo caminho
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ui Mendes, empresário que lidera o grupo "Expediciones Uno", que já chegou a Kilimanjaro (Tanzâ nia), Alasca e a outros pontos da geografia mundial, expressou o seu orgulho em ter sido convidado para falar no IV Encontro de Gerações e considerado uma pessoa influente e integrada na sociedade venezuelana. "Cheguei à Venezuela em 1977. Tenho a mesma histó ria que quase todos os portugueses que chegaram a esta terra com o sentido de emi-
grante: trabalhar duro", disse. Toda a bagagem de viagem que possui este lisboeta permitiu-lhe conhecer a importâ ncia que têm os portugueses no Mundo. "Já atravessei 31 países e em todos os que mostrei o passaporte e vêem que sou português a opinião é que sou uma pessoa de trabalho e digna de confiança", afirmou. Na perspectiva de Rui Mendes, este juízo deve-se à imagem que os portugueses têm no Mundo e que conquistaram no seu dia a dia: "O importante em qualquer caminho
é não desmaiar e isso os portugueses têm demonstrado". O empresário salientou que não existem muitos portugueses a trabalhar no ramo da "aventura", pelo que a sua ocupaç ão chama a atenção das pessoas. Por isso, afirmou que vai continuar a tentar manter essa imagem que os portugueses alcançaram. "Na Venezuela há muitas nacionalidades mas existem poucas que sejam reconhecidas por terem pessoas honradas, trabalhadoras e lutadoras, somo são os portugueses", reforçou.
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Portugueses fazem parte da histó ria venezuelana
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economista e investigador, Oscar Martinez foi o ú nico orador venezuelano a intervir no Encontro de Gerações, tendo falado sobre a sua experiência de escrever um livro sobre a fundação da sua terra natal: Maracaibo. "Descobri que não foram apenas os espanhó is que vieram à conquista do nosso país mas também os portugueses", revelou. Oscar Martinez expressou que sente um grande carinho por Portugal, pelos portugueses que vivem na
Venezuela e pelos luso-venezuelanos, tendo sublinhando que a partir de agora vai utilizar no seu dia a dia a palavra que aprendeu durante o evento e que é nada menos do que lusodescendentes, para os quais já encontrou uma definição: "pessoas trabalhadoras que são parte integrante da nossa vida venezuelana". Como resultado do seu trabalho de investigação, o economista descobriu também que tinha raízes portuguesas, sendo descendente dos Carrasqueiro, que participaram na re-
"Comunidade não deve ter medo"
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ara o ex-ministro das Finanças, Tobias Nó brega, a comunidade portuguesa e de lusodescendentes na Venezuela apresenta-se como um verdadeiro arco-íris, com uma variedade impressionante de actividades, profissionais e desempenhos que vão desde as ciências naturais às ciências médicas, passando pela geografia, a histó ria, a psicologia, a academia, o sector executivo, o sector financeiro e o sector de gestão.
Nó brega expressou que estes esforços são importantes porque reflectem uma necessidade fundamental de implementar novos rectos e desafios para a comunidade portuguesa. "A integração hoje não só é uma integração cultural como também econó mica, empresarial e política", refere. O também professor do IESA falou da necessidade que a comunidade tem de se sentir sem medos e sem temores, pois "na Venezuela a democracia é um valor fundamental que nunca se perdeu
nem nunca se vai perder", disse. E conclui: "A Venezuela tem passado por momentos difíceis também no passado, mas tem sabido superá-los. Hoje, estamos certamente num processo inédito, do qual podemos sair com êxito e a comunidade portuguesa e lusodescendente tem de estar presente, tem de fazer-se sentir e não ter medo. Continuar a trabalhar com o mesmo afinco que tem trabalhado nos ú ltimos quarenta anos é a melhor forma de ultrapassar eventuais crises".
fundação de Maracaibo. Manifestou ainda perante o auditó rio que os portugueses devem ter a noção que tiveram um papel importante na histó ria venezuelana. "Devem sentir-se muito orgulhosos porque eles foram valentes e tenazes. E vocês, portugueses e luso-venezuelanos ou lusodescendentes, devem manter essa valentia, essa tenacidade e recordar, no dia a dia, que continuam a ser uma parte importante da histó ria e da vida deste país", disse.
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O compromisso das novas gerações
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lejandro de Faria Capelinha, médico cirurjão de 24 anos e licenciado com o louvor "magna cum laude" pela Escola de Medicina da Universidade Centroccidental Lisandro Alvarado, foi um dos oradores do IV Encontro de Gerações, onde expus a suas ideias em torno da importâ ncia do evento e a transcendência da sua profissão. "Nó s os lusodescendentes somos testemunhos vivo do valor daqueles que tiveram a sorte de ter chegado a este país maravilhoso, os nossos ascenden-
tes, que nos ensinaram os valores importantes em toda a relação humana, como a solidariedade, a honestidade e a justiça, que são pilares essenciais para qualquer profissão", disse aos presentes Faria. A Medicina, definiu, "é uma profissão que exige entrega total" e os portugueses se têm caracterizado pelo sua ambição em procurar o bem-estar dos outros e por ter uma grande vocação de serviço". E acrescentou: "Tanto na vertente científica como na humana (referindo-se aos portugueses)" ambos se esforçam
Trabalhar sem olhar para o reló gio
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comunidade portuguesa na Venezuela sempre se caracterizou pelo contributo que tem dado ao país em termos econó micos. O trabalho quotidiano caracteriza-se por não ter hora nem data no calendário e a honestidade e o espírito de sacrifício falam por si só do nosso contributo para o progresso da Venezuela. Mas não só por isso, também pela sua profunda experiência de fé e o seu amor a Deus e à virgem. Foi esta a principal ideia que Eduardo Gonçalves, pároco da igreja de La
candelária, passou aos presentes no Encontro de Gerações. Disse, ainda, que esperava que esta iniciativa servisse para que, brevemente, fosse desenvolvida uma página de Internet com notícias da comunidade, cursos de português, dicas sobre a cultura portuguesa, informações da Embaixada e do Consulado, eventos da comunidade, chat, links para comunidades virtuais, etc. "Assim vamos conhecermo-nos mutuamente e vamos poder interajudar-nos", sublinhou. Entende que há, contudo, um grande nú mero de portugueses e lusodes-
cendentes que têm de ser integrados na "família" de lusos que vive na Venezuela. "Falo dos portugueses e lusodescendentes que não têm acesso aos clubes, assim como a outras organizações sociais e culturais", explicou. O padre aproveitou a ocasião para chamar a atenção sobre a necessidade de não fazer "vista grossa" aos lusos que vivem em extrema pobreza. "Não podemos marginalizá-los ainda mais e, por isso, proponho humildemente que prestemos apoio a essas pessoas, que são também nossos irmãos", sublinhou.
por conhecer profundamente as pessoas porque "não se pode tratar todos da mesma forma, pois cada um tem realidades e virtudes diferentes", acrescentou o jovem. E concluiu: "Humanizar o exercício de diferentes profissões é o compromisso que temos as novas gerações, dentro e fora das nossas fronteiras, assim como ajudar as comunidade. Por isso, é tão importante o trabalho do CORREIO, pois permite-nos testemunhar o desenvolvimento da grande comunidade lusa na Venezuela".
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Portugueses simples e discretos
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ara Luísa Fernandez de Andrade o mais importante não é o cargo que alguém ocupa na sociedade mas o bom trabalho que realiza numa determinada área. Directora da Escola de Geografia da Universidade Central da Venezuela, esta lusodescendente considera que os portugueses devem guiar os seus filhos e ensinar-lhes esses valores para que eles os tornem influentes seja qual for o cargo que venham a ter.
Segundo Luísa de Andrade, cada português e lusodescendente, com o seu trabalho simples e humilde, desempenha um grande papel no desenvolvimento do país e é um verdadeiro exemplo dentro da comunidade em que está integrado. A directora da Escola de Geografia expressou que no Mundo escolar e universitário existem muitos lusodescendentes e emigrantes nascidos em Portugal. "Muitos deles são professores de universidades e ocupam cargos directivos importantes. E, ape-
sar disso, os lusodescendentes e os portugueses são pessoas humildes e simples, que não fazem grande propaganda dos cargos que desempenham. Os portugueses destacam-se no mundo académico pela sua responsabilidade, honestidade e pontualidade", disse. Luísa de Andrade terminou a sua intervenção no Encontro de Gerações com um desafio: "O português nunca deve esquecer a sua cultura e as suas raízes e deve sempre sentir-se orgulhoso delas".
"Não devemos trabalhar apenas por dinheiro"
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érgio Freitas Abreu quis chamar a atenç ão do auditó rio do Encontro de Gerações com um alerta: "Custame ver lusodescendentes que estão apenas dependentes do trabalho e não tiram um minuto do seu tempo para partilhálo com a sociedade e família. Isso não pode continuar a acontecer". Como primeiro lusodescendente a ocupar o cargo de presidente da Câ mara de Co-
mércio de Bocaduchire, Sérgio Abreu desafiou os seus compatriotas para que trabalhem no duro para "deixar algo na terra" e pelo seu desenvolvimento e não apenas pelo dinheiro. "Trabalhemos para resgatar esse â nimo de sermos portugueses. Custa-me ver que na Câ mara de Bocaduchire os portugueses sejam aqueles que mais lhes custa cobrar", disse. O lusodescendente sublinhou que luta para representar
as suas duas pátrias: Portugal e Venezuela. Adiantou ainda que faz parte de uma comunidade de gente trabalhadora e honesta, a qual deve guiar os seus filhos para que sigam os seus passos. Na opinião de Sérgio Abreu, os filhos dos portugueses são os que melhor estão integrados no país. "A minha mulher é venezuelana e a minha família nunca se opô s à minha relação. Pelo contrário, deram-me sempre liberdade de escolha".
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Questões processuais atrasam julgamento do piloto Presidente da República portuguesa informa Chávez do caso de Luí s Santos
Luí s Santos esperanç ado
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O co-piloto português Luís Santos, detido há quase um ano em Caracas por suspeita de tráfico de droga, congratulou-se com as diligências feitas pelo presidente Jorge Sampaio junto do seu homólogo venezuelano, Hugo Chávez, afirmando estar esperançado no seu resultado. "Depois de ter conhecimento que o meu presidente cumpriu o que tinha dito e falou pessoalmente com o homólogo Hugo Chávez sobre a minha situação, só posso congratular-me por tal e estar muito esperançado em que brevemente haverá um desenrolar positivo de todo este imbróglio", disse à Agência Lusa. "Percebo que neste momento, e particularmente depois deste encontro entre os dois presidentes à margem da Cimeira de Salamanca, caminhamos a passos largos para a resolução desta questão, que já vai tomando contornos insustentáveis", frisou. Por outro lado, disse esperar que "as autoridades portuguesas, nomeadamente o presidente Jorge Sampaio, continuem atentas a esta situação, que tenham e m conta que enquanto não houver um resultado efectivo que neste caso se traduza pela efectivação de audiências de tribunal e na minha liberdade plena, sempre haverá algo que fazer".
presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse no domingo passado em Salamanca que os atrasos no julgamento do piloto português Luís Santos se devem a questões processuais, admitindo desconhecer o caso até que lhe foi exposto por Jorge Sampaio. "Não estava nada inteirado deste caso", disse. O piloto Luís Santos está detido na Venezuela por suspeitas de tráfico de droga e o seu julgamento já foi adiado vinte vezes. Em conferência de imprensa, Hugo Chávez referiu que o Presidente da Repú blica Jorge Sampaio lhe falou na situação do piloto e nos atrasos no julgamento. "Não é por causa do Governo. Estes são temas do poder judicial, estes lapsos e os adiamentos devem-se apenas a questões processuais", sublinhou. Segundo Hugo Chávez, "não há nenhuma intenção de adiar ainda mais" o processo, para que se determine a responsabilidade e a inocência ou não do piloto português. O chefe de Estado venezuelano confirmou que o tema fez parte da agenda do encontro que manteve com Jorge Sampaio na manhãde sexta- feira, à margem da 15º Cimeira Ibérico-Americana de chefes de Estado e de governo. Segundo referiu, e visto não estar inteirado do caso, o debate na reunião com Jorge Sampaio - em que participou também o primeiro-ministro José Só crates e o ministro dos Negó cios Estrangeiros, Freitas do Amaral - acabou "num diálogo de advogados". Hugo Chávez disse ter pedido de imediato "averiguações adicionais", não porque pretende interferir no que diz ser
uma responsabilidade do poder judicial, mas porque, como chefe de Estado, lhe cabe "guiar, avaliar e observar como vai funcionando o sistema". "Este co-piloto está detido domiciliarmente, um sinal de que estamos a modernizar o nosso sistema de justiça", afirmou numa longa conferência de imprensa em jeito de balanço da Cimeira Ibero-Americana que terminou no sábado, em Salamanca.
Chávez e Sampaio acordam cooperação
25 lusos com problemas de justiça
O aumento da cooperação entre Portugal e a Venezuela foi um dos temas que trataram os presidentes de Portugal e da Venezuela, Jorge Sampaio e Hugo Chávez, no encontro que se realizou a 16 de outubro, à margem da XV cimeira internacional que se realizou na cidade espanhola de Salamanca. O governante venezuelano declarou à imprensa que, durante a reunião que manteve com o seu homó logo luso, à qual também assistiu o primeiro-ministro de Portugal, José Só crates, conseguiram trocar ideias e ex-
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pressaram a sua máxima vontade de fomentar uma maior cooperaç ão entre ambos países que têm consciência do grande potencial que têm os dois povos e as suas economias, informou um comunicado de imprensa do Ministério de Comunicação e Informação. Chávez expressou que lhe tinha chamado a atenção a resolução e a firmeza do primeiro-ministro Só crates quando assinalou que tinha muito interesse nessas relações. "Falámos de uma possível visita breve do primeiro-ministro à Caracas", anunciou o governante nacional.
"Inclusive - acrescentou o presidente - disse ao presidente (Sampaio) que acredito que temos uma dívida com o povo de Portugal e o povo da Venezuela, uma dívida na medida em que somos obrigados a aumentar a cooperação". Por outro lado, o presidente de Portugal assegurou-nos ter mantido um encontro bilateral com o seu homó logo na Venezuela, Hugo Chávez, no qual abordaram as excelentes relaç ões políticas existentes entre os dois países. E comprometeu-se a aumentar as relações político-econó micas.
ortugal está a acompanhar a situaç ão de 25 portugueses que têm problemas com a justiça na Venezuela, revelou domingo passado à agência Lusa o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Antó nio Braga. "Temos 25 portugueses na Venezuela que estão a contas com a Justiça. Ao Governo importa salvaguardar, respeitar e, sobretudo, apoiar os portugueses que possam precisar de Portugal, do apoio do Estado [português] nessas circunstâ ncias infelizes que
um dia lhes aconteceram", disse Antó nio Braga à agência Lusa. "Prestamos os apoios que à luz do Direito Internacional e no respeito pelas soberanias dos países respectivos podemos fazer, e é isso que continuaremos a fazer", adiantou o governante. Questionado sobre o caso do co-piloto Luís Santos, detido desde Outubro de 2004 conjuntamente com outras três portuguesas por suspeita de tráfico de droga e à espera de um julgamento que foi adiado mais de vinte vezes, Antó nio Braga lembrou
a autonomia e independência dos poderes judiciais de ambos países. "Os poderes judiciais na Venezuela, e em Portugal, são poderes autó nomos do poder político e, portanto, é uma matéria que tem o seu enquadramento pró prio, a sua natureza", sublinhou. "Respeitamos esse desenvolvimento com as iniciativas que já são conhecidas e que temos vindo a tomar, mas com a preocupação de todos os portugueses e não apenas em concreto de um ou outro português", disse.
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Venezuela 11
Folclore latino-americano e europeu exibido em festival Liliana da Silva
mailto:Lilianadasilva19@hotmail.com
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omo já é tradiç ão, há mais de 25 anos, o Festival Internacional de Danç as Folcló ricas realiza-se novamente este ano com o objectivo de valorizar, através dos bailes típicos, a cultura de cada um dos países latino-americanos e europeus participantes nesta edição do evento. A Hermandad Gallega é a anfitreãdesta iniciativa cultural que terá lugar 22 de Outubro, uma vez que o seu grupo "Danzas Lembranzas" foi o vencedor do ú ltimo festival, realizado no Centro Í talo de Caracas. Pela primeira vez, Portugal estará representado de forma tripla neste evento, através dos grupos que exibiram o melhor da cultura folcló rica da Madeira, Açores e continente. O
Vários paí ses mostram as suas danças tí picas numa iniciativa a realizar a 22 de Outubro pela Hermandad Gallega grupo folcló rico do Centro Português de Caracas ficará encarregue de mostrar as danças continentais. Já a Madeira apresenta-se com o rancho do Centro Madeirense de Valencia e os Açores com o Centro Luso de Turumo, pela primeira vez. No XXVI Festival Internacional de Danças Folcló ricas foram premiados não só os primeiros três lugares como também o quarto e o quinto. Estas novas distinções surgem para reconhecer o esforço de todos os agrupamentos e promover uma boa concorrência entre os par-
ticipantes. O objectivo é procurar atingir sempre a melhor qualidade em cada um dos festivais. É também com esse objectivo que será escolhida a Melhor Madrinha, bem como o Melhor Traje Típico e a Melhor Estampa Típica.
Cada um dos países participantes terão entre seis a oito minutos para interpretar as suas danças e surpreender o jurado, que será constituído por dez pessoas e presidido pela famosa bailarina venezuelana Yolanda Moreno. Alguns dos pontos que
encontro madeirense de folclore em Paracotos Jean Carlos De Abreu
deabreujean@yahoo.com
No pró ximo dia 23 de Outubro, no clube campestre Paracotos, no Estado de Miranda, realiza-se
o XI Encontro Madeirense de Folclore Português de Los Valles del Tuy. No festival, marcam presença vinte grupos lusos de várias partes da Venezuela, com a finalidade de mostrar as danças típi-
cas da Região Autó noma, assim como prestar tributo - com as danças - à freguesia do Monte, de onde era natural um dos fundadores do grupo "Luso Venezolano", que já faleceu há dois anos.
Desta vez, o encontro vai ser feito pelo animador venezuelano Winston Vallenilla. José Augustín da Corte, subdirector de dança do grupo folcló rico "Luso Venezolano de Los Valles del Tuy", co-
serão avaliados pelos jurado são a sincronização, as coreografias, a postura em cena e a agilidade dos bailarinos. As entradas para este evento estão à venda na Hermandad Gallega pelo valor de 10.000 bolívares.
mentou-nos que este ano se espera a presença de 3.500 convidados, sem contar com os só cios do clube, que também deverão certamente marcar presença. Corte sublinhou que o mais importante é que cada grupo partilhe com outros membros e que exista uma interacção entre eles. Este foi o primeiro grupo folcló rico que foi constituído em Los Valles del Tuy, em 1987. Surgiu por
iniciativa de vários portugueses que queriam reviver as suas tradições. O evento vai estar dividido em três fases: a selecção da madrinha do festival, o melhor traje e, finalmente, os prémios para a melhor apresentação. Para além do mais, vêm de Portugal onze pessoas conhecedoras das danças lusas. Estas deverão integrar o jú ri e qualificar a actuação dos grupos participantes.
12 HISTÓ RIA DE VIDA
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A vida num ápice
Fernando dos Ramos
Barquisimeto, Estado de Lara
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u era um simples trabalhador do campo que, aos dezanove anos, tive que sair a correr da sua pátria. Tinhame calhado na "rifa" ir para Angola durante o serviço militar obrigató rio. Vim no primeiro barco que consegui apanhar, um italiano denominado "Castel Verde" que depois passou a ser espanhol com outro nome, o "Monserrat". Cheguei à Venezuela a 21 de Novembro de 1955. Vim com um contrato de trabalho e, para trás, ficou toda a minha família. Deixei pais, irmãos e irmãs. Regressei uma
vez, em 1973. De La Guaira, levaram-me directamente para Coche. Meteram-me numa padaria onde comecei a trabalhar de imediato como empregado. Eram dez, ao tudo, os funcionários que trabalhavam toda a noite, até de manhã. Todos portugueses, vivíamos na padaria. Permaneci ali durante seis meses. Depois, fui para a urbanização de La Fló rida, para trabalhar também por conta de outrem, mas desta vez numa mercearia. Estive, no total, dez anos em Caracas e decidi aventurar-me em Barquisimeto há cerca de quarenta anos, em 1965. Hoje em dia, lamento duas coisas. A primeira resulta de um grave erro por parte do meu
pai: sempre trabalhei como empregado, mas nunca pensei em pagar uma segurança social e quando somos jovens e inexperientes os patrões não nos aconselham nada disso. Hoje não ajuda oficial de nenhum tipo, nem da Venezuela, nem de Portugal. Meti os papeis para pedir apoio, mas não me saiu nada. Nem uma carta a dizer se tenho ou não possibilidade de receber alguma coisa... Mas a verdade é que me aconteceu uma coisa muito estranha com os papeis no Consulado, Quando fui pedir ajuda ao Governo português tive que actualizar os meus documentos. Fi-lo desde Barquisimeto, através de uma agência, mas quando já tinha quase tudo
e só me faltava renovar o visto de residente negaram-mo porque o meu nú mero de bilhete de identidade ("cédula") era igual ao de um italiano que em 1960 tinha roubado um reló gio e estava a ser fiscalizado pela polícia. Tudo foi um erro de digitalização de um nú mero da "cédula". Outra das coisas que eu lamento é a mudança que a Venezuela sofreu. Quando cheguei, havia uma ditadura, havia mais respeito. Poucas vezes saía à noite, mas as pessoas eram boas. É lamentável que, hoje, a educação não seja tão boa como a de outrora. E, para piorar as coisas, o dinheiro agora não rende nada. Hoje, reflicto sobre o meu
passado. Sinto-me esgotado para fazer trabalhos pró prios de uma pessoa com a minha condição, sem maior preparação nem formação. Não tirei nenhum curso. O trabalho pesado que costumava fazer já não é para mim, pois tenho um problema cardíaco e sinto falta de ar. Gasto uma média mensal de 290 mil bolívares em medicação para o coração, pulmões e cabeça. Sempre tenho estado só e, hoje, com 69 anos, partilho um pequeno apartamento com um amigo. Gostava de ver a comunidade portuguesa mais unida, com menos individualismo. Espero que prestem alguma atenção às pessoas que eu, que pedem assistência e caridade.
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"Fazemos isto por amor à arte" Grupo de teatro do Centro Português, em Caracas, comemorou o seu 20º aniversário com a apresentação da peça "Vestidas para fugir" Liliana da Silva
lilianadasilva19@hotmail.com
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mbora não actuem à espera de ganhar uma estatueta dourada, um papel numa telenovela famosa ou as receitas conseguidas nas bilheteiras, os actores do Grupo de Teatro do Centro Português ("Os Lusíadas"), em Caracas, deixam a sua paixão impressa em cada uma das personagens que interpretam nas suas obras teatrais, sem mais recompensa do que a satisfação pessoal e de grupo de conseguir concretizar cada um dos projectos que empreendem e os aplausos do pú blico, o seu verdadeiro alimento para continuar a subir ao palco. Este grupo de teatro surgiu há vinte anos por iniciativa da direcção do CPC da altura, que promoveu este projecto cultural entre os só cios do clube. Desde então, este grupo não parou de produzir e interpretar obras de teatro que não só têm conseguido deleitar o pú blico do clube como também têm recebido numerosos reconhecimentos e convites para participar em festivais nacionais e internacionais de teatro, como o Festival Ibero-americano, o Festival do Oriente e, inclusive, a apresentação em diferentes salas de Portugal e no Teatro Musical de Habana, em Cuba. As primeiras peças foram adaptações de obras de maestros internacionais e nacionais e algumas criações originais do seu director durante catorze anos, Humberto Orcine. Contudo, nos ú ltimos anos o grupo tem apresentado peças de teatro inéditas escritas pelo actual director, Marcos Purroy, que é
considerado um dos melhores dramaturgos da nova geração. Purroy encarrega-se de plasmar no papel as suas ideias e os aportes de cada um dos actores. "Não nos limitamos a actuar e isso é uma coisa que nos caracteriza. Desde o início, envolvemonos na criação da obra, participando com algumas ideias e dando-lhe tons pessoais a cada uma das personagens", comentou Natália de Abreu, um dos membros do grupo. Um longo processo Levar ao palco alguma peça teatral requer um longo processo de criação, produção, investigação e actuação. Natália de Abreu explica-nos que tudo começ a numa mesa redonda onde os quinze membros do grupo teatral se reú nem para criar a sua pró xima obra. Nestes encontros, surge o texto, as personagens e as situações vão caracterizar o seu pró ximo projecto teatral. Com estes primeiros contributos, Marcos Purroy apresenta o primeiro guião, que se modifica algumas vezes até chegar à ideia final. Uma vez concluído, começa os ensaios e a memorização do guião. Todas estas etapas levam cerca de três meses intensivos que se traduzem numa postura em cena impecável que os leva a se localizarem sempre nos primeiros lugares dos festivais em que participam. Cada actor é responsável pela criação da sua personagem, dando-lhe forma através de características físicas, psicoló gicas e emocionais. "Devemos envolver-nos de tal forma com a personagem que a certa altura sabemos como pensa, como actua, como dorme, como come, o que sente... Enfim, como é.
Este processo revela-se fundamental para cada actor", comentou-nos outro dos membros deste grupo de teatro, Betty Castro. Para tal, procuram sítios onde se desenvolvem estas pessoas para conhecer o seu quotidiano e conseguir personagens mais reais. "Na obra "Tudo ou Nada", nó s desempenhávamos o papel de strippers. Para tal, fomos a um clube de stripper ver como dançavam e como se comportavam as danç arinas", explica-nos Natália de Abreu. A temática das suas obras é variada, incluindo produções histó ricas, có micas, portuguesas e venezuelanas. Mas o mais importante é sempre a mensagem que oferece cada uma delas. "Temos falado de muitos aspectos nas nossas apresentações. Por exemplo, do amor desde diferentes pontos de vista. Tratamos sempre de deixar uma lição moral clara e simples", destacou Betty de Castro. poUco apoio Para estes profissionais, o balanço destes vinte anos de trabalho é positivo. "Temos passado momentos muito bons, mas não temos tido apoio por parte das direcções que têm passado pelo clube. Estamos numa constante luta para que nos tenham em conta, pois temos feito um bom trabalho e já conseguimos vários prémios", declarou Natália de Abreu. Esta pouca receptividade das direcções não tem conseguido travar o ímpeto criativo do grupo, que faz trinta por uma linha para conseguir fazer os espectáculos. "Fazemos isto porque gostamos. Não obtemos nenhum benefício. Pelo contrário, vemo-nos obrigados a acumular as nossas carreiras profissionais com o teatro. Realmente, fazemolo por amor à arte", concluiu esta actriz.
A comemoração Para comemorar os seus vinte anos de existência, o Grupo de Teatro do CPC apresentou a 13 de Outubro no salão Nobre a peça "Vestidas para fugir", uma peça original do dramaturgo venezuelano Marcos Purroy.Durante a actuação, os membros do grupo ofereceram umas placas para honrar o trabalho realizado por Humberto Orcine, antigo director, e o do actual líder, Marcos Purroy.De qualquer forma, aproveitaram a comemoração para apresentar o novo nome do grupo, que era conhecido, unicamente, como Grupo de Teatro do CPC. "Os Lusíadas" é, desde então, o novo nome do grupo.
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Timor-leste: uma das grandes descobertas dos portugueses O mais jovem paí s do Mundo foi uma colónia portuguesa até 1975 e permaneceu oficialmente como território português por descolonizar até 1999 Noélia de Abreu
noeliadeabreu@gmail.com
Timor Leste foi descoberto pelos portugueses quando estes lá chegaram em 1512 em busca de sâ ndalo, uma madeira nobre que cobria praticamente toda a ilha e que era utilizada na fabricação de mó veis de luxo e na perfumaria. Durante quatro séculos, os portugueses apenas utilizaram o territó rio timorense para fins comerciais, explorando os recursos naturais da ilha. Apenas nos anos 60 do século XX a capital Díli começou a dispor de luz eléctrica e, na década
BREVES História de Portugal em azulejos O presidente da República de Portugal inaugurou, em Salamanca, no passado dia 14 de Outubro uma exposição de azulejos sobre "A Arte do Azulejo em Portugal do Século XVI ao século XX". A mostra faz um apanhado da história de Portugal através de azulejos. A inauguração foi feita à margem da XV Cimeira Ibero-americana de chefes de estado e contou com a presença do presidente da Junta de Freguesia de Castilha y León, Juan Vicente Herrera.
seguinte, passou a ter água, esgotos, escolas e hospitais. O resto do país, principalmente nas zonas rurais, continuava atrasado. Apó s a Revolução dos Cravos, o governo português decidiu abandonar a ilha em Agosto de 1975, passando para o poder à FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor-Leste), que proclamou a Repú blica a 28 de Novembro do mesmo ano. Porém, a independência durou pouco tempo. O general Suharto, governante da Indonésia, mandou tropas do exército invadirem a ilha. A 7 de Dezembro, os militares indonésios des-
embarcavam em Díli, ocupando rapidamente toda a parte oriental de Timor, apesar do repú dio da Assembleia-Geral da ONU. A ocupação militar da Indonésia em Timor-Leste fez com que o territó rio se tornasse na 27ª província indonésia. Sob pressão internacional, foi somente em 1999 que a Indonésia aceitou fazer um referendo sobre a independência do territó rio. No mesmo período, o governo indonésio iniciou programas de desenvolvimento social, como a construção e recuperação de escolas, hospitais e estradas, tudo para promover uma boa
imagem junto dos timorenses. Em 1998, os governos de Portugal e da Indonésia começaram, então, a negociar a realização de uma consulta popular, sob a supervisão de uma missão da Organização das Nações Unidas. Mais de 98% da população timorense foi às urnas no dia 30 de Agosto de 1999 para votar na consulta popular e o resultado apontou que 78,5% dos timorenses queriam a independência. As milícias, protegidas pelo exército indonésio, desencadearam uma violência incrível antes da proclamação dos resultados. Em Abril de 2001, os timorenses foram novamente às urnas para escolher o novo líder do País.
Lí ngua portuguesa Timor-Leste possui um território de 18 mil km², ocupando a parte oriental da ilha de Timor. O país tem um clima tropical. O tétum e o português são as línguas co-oficiais. O tétum é a língua nacional, mas há outras línguas indígenas como o fataluco, na região oriental do País.
Tertúlia Cultural do IPC será dedicada à Ilha da Madeira O Instituto Português de Cultura realiza esta sexta-feira, 21 de Outubro, a sua VIII Tertú lia Cultural dedicada à Ilha da Madeira, no auditó rio do bar "A Nau" do Centro Português de Caracas, às 21 horas. Será um evento em que se unirão as vozes, as imagens, a mú sica e a poesia, para oferecer uma amena noite com as actuações de figuras do Centro Português, representativas dos seus Grupos Corais e Folcló ricos. As tertú lias do Instituto Português de Cultura iniciam esta sexta-feira um novo ciclo que será dedicado às regiões, e estas começam com a Madeira. Segundo Betty Rodrigues, encarregada da organização das tertú lias culturais, o objectivo destes encontros é "viver" a nossa cultura e conhecer os diferentes aspectos da vida artística de Portugal e das suas regiões. Desta vez a prioridade vai para a Pérola do Atlâ ntico, com destaque para a sua gastronomia.
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Emmarys Pinto conquista passerelles alemãs Carlos Orellana
corellanacorreio@hotmail.com
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os 17 anos de idade representou o Estado de Lara no Concurso Miss Venezuela 2004 e chegou ao grupo de semifinalistas. Viajou depois para Huangshan Mountain, China, onde defendeu as cores patriotas e onde conquistou a coroa de Miss Intercontinental 2005, título que a levou até a um novo mundo, no qual as fotografias, as viagens e os eventos sociais passaram a ser os seus novos compromissos. Falamos de Emmarys Iliana Pinto Peralta filha de Rafael Pinto, natural do Porto, e de Biannerys Peralta, venezuelana -, que aos 18 anos de idade é já uma reputada modelo, tendo no passado dia 5 de Outubro viajado para Frankfurt, onde irá trabalhar durante um ano com a agência de moda alemã"WDO".
Iliana Pinto foi a terceira venezuelana a coroarse Miss Intercontinental, na final realizada no passado dia 30 de Julho. Entre os seus projectos a curto prazo destaca a viagem que fará a Hong Kong para ser jú ri do concurso "Top Model Of The World". Além disso, sublinhou que visitará vários países da Europa e que em Abril estará em Porto Rico.
Lusodescendente foi eleita Miss Intercontinental 2005. Agora realiza o seu sonho de ser modelo, na Alemanha.
Lugar de nascimento: Em Acarigua, a 15 de Maio de 1987.
Idiomas: Espanhol, Inglês básico e um pouco de Português.
A disputada modelo de 1,78 centímetros de altura e medidas quase perfeitas (89-61-90) acedeu a dar uma entrevista exclusiva ao CORREIO, um dia antes da sua viagem para a Alemanha.
Desporto favorito: Futebol. Sou fanática e adoro o Luís Figo. Tenho um cão com o seu nome.
Como começou o gosto pelos concursos de beleza? Desde os meus cinco anos de idade que gostava desse tipo de eventos. Numa das oportunidades que tive fui rainha do Clube Luso do Estado Portuguesa e desde então comecei nestas andanças. Está muito ligada à comunidade portuguesa? Sim. Desde pequena ia ao Centro Social Lusovenezuelano de Acarigua e todos os anos participávamos nas missas da Virgem de Fátima. Já alguma vez pensou em representar Portugal no concurso Miss Universo? Até agora não porque ainda não tenho a nacionalidade portuguesa. Mas acho que seria uma boa ideia.
Perfil
Já teve oportunidade de conhecer Portugal? Ainda não. O pouco que conheço é de fotos. Mas finalmente este ano irei passar o Natal com a minha família. Tenho uma tia que vivia aqui na Venezuela e que acaba de se mudar para Portugal.
O que tem na parede do quarto?: Muitas fotos de Figo e uma bandeira de Portugal.
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Quando o mar vem à terra rões que já passaram por este aquário, mas que não conseguiram adaptar-se ao "cativeiro", acabando por morrer. É ouca gente tem a oportuni- por isso que os responsáveis deste esdade de mergulhar nas pro- paço, como a bió loga Licínia Gouveia fundezas do oceano para ou o director do Aquário, Francisco apreciar a sua variedade e Nunes, depositam grandes esperanças riqueza animal - ou por medo, ou por- no tubarão bebé que se encontra a "pasque nunca tentou alugar equipamen- sear" pelas águas do tanque principal, to de mergulho para explorar os se- que tem capacidade para 500 metros gredos do oceano. É por esta razão que cú bicos de água. Ainda que seja basos aquários são tão especiais: trazem o tante tímido, lá de vez em quando vai oceano para cima da linha de água, as- passando pela grande janela que sepasumindo o papel de espelho daquilo ra o oxigénio que nó s respiramos e o que poderíamos ver se estivéssemos em oxigénio que os peixes filtram da água. ambiente subaquático. Apesar de alguns visitantes ficarem Instalado no remodelado Forte de decepcionados com o tamanho deste S. João Baptista, no Porto Moniz, o espaço (alguns ingénuos se calhar imaAquário da Madeira presenteia os visi- ginam mesmo esperar um Oceanário tantes com vida subaquática repleta de de Lisboa), os interiores concebidos por vários cores, texturas e formatos, al- uma equipa francesa recriam um ambergando perto de quarenta espécies biente rochoso e envolvente. A bande peixe e criaturas marinhas. da-sonora que acompanha a nossa viOs onze poços e tanques deste es- sita também ajuda na criação de um espaço "alojam" vários exemplares de ca- pírito desta aventura subaquática em rácter mais banal: a castanheta preta, terra. tainha, garoupa, bodião, sargo ou o parDe acordo com Francisco Nunes, a go. Dirão alguns visitantes: "Mas isto é administração deste espaço vai contiarraia-miú da!!! Destes consigo pescar nuar a trazer novas espécies para este ali ao pé da Pontinha... ou então com- espaço, dinamizando, ao mesmo tempo, pro na secção de peixe de um qualquer actividades pontuais. Do mesmo mosupermercado". Para estes "pisci-cép- do, a aposta nos recursos multimédia ticos", existem as espécies mais difíceis - como a página de Internet de encontrar no fim de uma linha de (www.aquariodamadeira.com) e a pupesca, tais como a moreia- pintada, blicação de panfletos informativos em minhoca-do-mar, raia-da-Madeira, ou diversas línguas - pretende assegurar o polvo comum, que tanto fascínio pro- uma maior empatia entre os visitantes voca devido à sua capacidade de se e o mundo desta recente atracção tu"fundir" com o ambiente que o rodeia, rística. tanto ao nível de cores como em terOs importantes apoios logísticos, fimos de textura. nanceiros e técnicos da Câ mara MuTambém existem os peixes que, de- nicipal do Porto Moniz, bem como a vido às suas particularidades indivi- colaboração do Centro de Maricultura duais, recebem nomes de outros ani- da Calheta, têm sido fundamentais na mais, como, por exemplo, o peixe-por- afirmação deste espaço, refere o direcco, peixe-cão ou o peixe-sapo. tor. Para quem quer levar uma pequena Infelizmente, pelo menos para já, os fãs recordação da sua visita, o aquário tem de palmo e meio que gostariam de ver uma loja que vende diferentes tipos de um "Nemo" ao vivo vão ter que aguar- artigos de "merchandising", incluindo dar que a administração consiga con- camisolas com a assinatura da estilista cretizar a vinda de um peixe-palhaço. portuguesa Ana Salazar. Muito se tem falado dos dois tubaHelder Dantas (DN - Madeira)
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Tradição galaico-portuguesa candidata a Patrimó nio Imaterial da Humanidade na. Segundo aquela responsável, os eu(JN - Portugal) rodeputados portugueses e espanhó is m acervo imaterial ú ni- firmaram, há dias, em Bruxelas, uma co na Europa e em acen- declaração conjunta de apoio à protuado risco de desapare- posta, que contará, também, com o cimento. É assim que os apoio de manifesto a ser assinado por promotores da candidatura a Patri- escritores dos dois países. Ao indicar mó nio Imaterial da Humanidade da que Vasco Graça Moura rubricou já o "Tradição oral galaico-portuguesa" se documento, afirmou que os promoreferem à proposta, que deve a sua tores esperam que Agustina Bessaorigem a projecto educativo elabora- Luís, Lídia Jorge e José Saramago, endo por docentes portugueses e gale- tre outros, venham, também, a apoiar gos. a candidatura, o mesmo sucedendo A proposta foi apresentada junto com Suso de Toro e Manuel Rivas (do da UNESCO em Outubro passado, lado galego). prevendo-se que a agência anuncie a Ao salientar que a candidatura sesua decisão a 25 de Novembro pró - rá por si abordada durante o Conximo, por ocasião da terceira procla- gresso Nacional de Gastronomia de maç ão das Obras-Mestras do Patri- Santarém, o presidente da Região de mó nio da Humanidade. Como o tem- Turismo do Alto Minho, Francisco po "urge", segundo afianç ou a Sampaio, considerou que a proposta responsável pela promoç ão do pro- "persegue a preservação e transmisjecto em Portugal, Lourdes Carita, os são às futuras gerações de uma cultura promotores da candidatura têm-se vinculada à tradição oral patente em desdobrado em contactos com vista manifestaç ões de carácter imaterial a reforçar o apoio à proposta, que vi- que são comuns tanto à Galiza como a sa a salvaguarda de expressões do pa- Portugal". trimó nio oral existente ligado a práticas sociais e festivas, patrimó nio ProjecTo nasce esse que se encontra, asseguram, de Programa de rádIo "ameaçado" por fenó menos como a feITo Por esTudanTes globalização e a concentração urbaUma das curiosidades da candidaJ. Paulo Coutinho
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tura, segundo explicou a responsável pela promoção do projecto em Portugal, Lourdes Carita, prende-se com a origem da proposta que, segundo disse, nasceu de projecto educativo que envolveu estudantes das duas margens do rio Minho. No caso, um programa de rádio. De acordo com aquela responsável, teve início há 11 anos um projecto em que alunos dos dois lados da fronteira elaboravam, ao longo de um ano,
100 mil desempregados recusam trabalho Alexandra Figueira (JN - Portugal)
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uase cem mil pessoas recusaram um trabalho oferecido pelos centros de emprego do Instituto do Emprego e Formaç ão Profissional (IEFP), desde Janeiro até ao dia 11 de Outubro . Ou seja, perto de um quinto dos 482 mil desempregados registados pelo IEFP em Setembro foram contactados para trabalhar e não aceitaram (ou não puderam aceitar). Quando o IEFP recebe uma oferta de trabalho, convoca desempregados inscritos a apresentarem-se no centro de emprego. Contudo, no período compreendido, 53 783 pessoas simplesmente não compareceram, segundo dados do IEFP. A estas, acrescem 9 361 pessoas, que "recusaram emprego no centro de emprego
Desemprego em Portugal atingia 482 mil pessoas em Setembro, mas 50 mil não compareceram no centro de emprego... (antes de serem enviados à entidade empregadora)", adiantou o instituto. Somamse ainda 35 440 outros desempregados que, tendo ido à entidade empregadora, não aceitaram o posto de trabalho oferecido. No total, 98 584 pessoas recusaram, ou não tiveram condições para aceitar, um posto de trabalho. Nos primeiros dez meses e meio do ano, o IEFP enviou às entidades empregadoras 353 347 candidatos, respondendo a 75 093 ofertas. Mais de metade dos desempregados (41 718) foram colocados, o que implica uma taxa de sucesso de 55%.
482 desemPregados InscrITos Estes dados são particularmente relevantes numa altura em que o desemprego retoma a subida. Em Setembro, havia 482 mil pessoas inscritas no IEFP, contra 465 mil em Agosto, disse o presidente do instituto, Francisco Madelino. O facto de quase metade das vagas ficarem por preencher é justificado pelo presi-
dente pela conjugação de vários factores a pessoa pode, entretanto, ter encontrado trabalho; pode invocar um dos argumentos previstos na lei; ou simplesmente não existem desempregados inscritos nos centros de emprego adequados às ofertas. Foi o caso de 1818 propostas de trabalho recebidas até à terça-feira passada, mas que foram anuladas por não haver candidatos ajustáveis.
um programa de rádio com a duração de uma hora, durante a qual narravam contos por eles recolhidos. Com o passar do tempo, os jovens "aperceberam-se da tradição oral comum que existe no espaço galaico-português", tendo os docentes envolvidos no projecto começado, há dois anos, a esboçar a candidatura. "É projecto que nasceu da sociedade civil e subiu até aos governos dos dois países, como defende a UNESCO", assegurou.
BREVES Mais venezuelanos com droga nos aeroportos portugueses
Mais de 34 quilos de cocaína foram apreendidos, esta semana, nos aeroportos de Lisboa e do Porto, divulgou, na semana passada, a Direcção-Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo (DGAIEC). A droga confiscada era suficiente para cerca de 343.950 doses individuais. De acordo com um comunicado do Ministério das Finanças e da Administração Pública, ao qual pertence a DGAIEC, o estupefaciente era transportado por quatro homens e três mulheres, de nacionalidade venezuelana, espanhola, polaca e holandesa. Em alguns dos casos, a cocaína era transportada junto ao corpo. Noutros, o estupefaciente estava guardado na bagagem, dentro de frascos de produtos de higiene, enrolado em roupa ou mesmo impregnado no respectivo vestuário, adianta ainda o mesmo comunicado. Os sete indivíduos detidos, bem como o estupefaciente apreendido, foram entregues à Polícia Judiciária, entidade a quem compete desenvolver as investigações relativas à origem/destino dos intervenientes e da droga.
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Luís sepú lveda na madeira Escritor chileno tem muitos admiradores na ilha, onde lançou o seu último livro "Os Piores Contos dos Irmãos Grim" Luí s Rocha
(DN - Madeira)
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uís Sepú lveda é um dos escritores latino-americanos mais conhecidos na Europa. Talvez mesmo, dizem alguns, o escritor latino-americano mais conhecido, depois de Gabriel García Márquez. O chileno visitou a Região Autó noma da Madeira e conseguiu captar muitas atenções. Sepú lveda conta com uma verdadeira legião de fãs no Velho Continente e, em Portugal, as edições dos seus livros são um caso de sucesso. Também na Madeira conta com muitos admiradores, a julgar pela grande afluência de interessados aos eventos em que marcou presença, recentemente, na Região: o lançamento do seu ú ltimo livro, "Os Piores Contos dos Irmãos Grim", no Teatro Municipal Baltazar Dias, e uma sessão de autó grafos na livraria Bertrand do Fó rum Madeira. As suas obras, nas quais percorre toda uma variedade de géneros literários, desde o romance à cró nica, desde a literatura infantil à novela policial "noir", gozam de importante projecção em mú ltiplos países de vários continentes, num fenó meno certamente digno de nota, já que de modo algum se podem classificar como literatura comercial ou "light". Muito pelo contrário. Luis Sepú lveda é um autor militante, cujas opiniões, fortes, inabalá-
veis e marcadas por toda uma herança político-cultural assumidamente de esquerda, confrontam frequentemente os povos ocidentais com retratos desagradáveis do mundo em que habitam. Sepú lveda surpreende pelo semblante carregado. De cenho frequentemente franzido, barba escura, olhos penetrantes e inicialmente de poucas palavras, a sua personalidade empenhada revela-se, todavia, no calor de uma conversa extensa sobre a sua literatura e sobre as ideias que defende. Na expressão das convicções que o animam, a sua voz suaviza-se, amenizando-se também a sua postura e o seu discurso, que decorre de forma descontraída, o inseparável cigarro entre os dedos. Nessas ocasiões, dá conta de um resistente optimismo e fé na Humanidade, apesar de transpirar das palavras que diz e que escreve uma evidente revolta com a injustiça e com a imoralidade do poder político e econó mico que, nos dias em que vivemos, comanda o planeta. "Sinto um desprezo enorme pelos Estados Unidos", assume. Um desprezo que, admite, se estende aos pró prios norte-americanos em geral, por viabilizarem políticos como George W. Bush e pela cegueira que manifestam perante as iniquidades da sua política externa, feita de agressões constantes e arbitrárias e de apoio a desavergonhados, e muitas vezes cruéis, ditadores.
sofrendo com a (in)diferença da sociedade Demasiado velhos para estudar muito novos para trabalhar. É a realidade de alguns dos jovens do Lar da Paz Francisco José Cardoso (DN - Madeira)
V
ivem num mundo à parte, numa zona longe da sociedade madeirense, pelo menos para que possam sentir o "pulsar" de uma vida "normal". São 36 jovens do Lar da Paz, em Água de Pena. Muitas vezes, sofrem calados com a sua condiç ão de "iguais na sua diferença", oriundos de famílias desestruturadas. A Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) que os
acolhe, pertencente à Diocese do Funchal, vive em constante aperto financeiro. O dinheiro que recebe da Região dá para pouco mais que o pagamento dos gastos de cada criança e jovem, para além dos salários dos funcionários e dos custos do isolamento com os transportes. São apenas cerca de 14 mil euros/mês a dividir por 36 crianças. O DIÁRIO falou com o director do Lar da Paz, padre Luciano Miguel, há cerca de um ano à frente da instituição. Este começou por realçar, precisa-
mente, as dificuldades financeiras para gerir uma "casa especial". "Temos de assumir tudo, desde a alimentação ao vestuário, da escola ao médico", conta. "Depois, temos de pagar os 7 funcionários que já cá estão, apesar de termos a necessidade de meter mais um. Somos três salesianos e 7 funcionários para 36 crianças. Com as verbas que recebemos da Segurança Social não dá para mais".
uma BaTaLHa dIárIa Os problemas familiares com que vivem e têm de sofrer, alguns desde que são bebés, transformam o trabalho social do Lar da Paz numa batalha diária de persistência ao longo da sua estadia na organização. Algumas vezes, é recompensada por jovens ex-residentes, que se tornam adultos trabalhadores, assumindo o seu espaço na sociedade. "Temos apenas dois pequenos que têm uma família minimamente regular, em que os pais estão separados", garante o responsável. "Temos cerca de 10 ó rfãos de pai e mãe e um que é ó rfão dos dois. Os outros são todos abandonados, pura e sim-
plesmente porque os pais estão longe ou são toxicodependentes e alcoó latras ou a mãe anda na prostituição ou o pai está preso. O grande problema destes menores é a falta de uma retaguarda familiar. Não têm ninguém." Crianças que se habituaram a esta dura realidade limitada ao espaç o da aldeia. Pior é quando surgem os "receios dessa sua condição", acrescenta o Pe. Luciano. "Denotam receio de se apresentarem como crianças do Lar. Pelo seu comportamento, criaram uma certa fama. Hoje, quando se fala do Lar é com uma imagem negativa".
30 DESPORTO
CORREIO DE CARACAS - 20 DE OUTUBRO DE 2005
Centro Social Madeirense vencedor dos jogos Jean Carlos de Abreu
deabreujean@yahoo.com
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e sexta-feira 14 de Outubro a domingo 16, realizaram-se na cidade de Valencia, Estado de Carabobo, os X Jogos Nacionais de FECEPORVEN 2005. Treze clubes venezuelanos de todo o país participaram no evento com a finalidade de "partilhar entre conterrâ neos e pessoas ligadas à cultura portuguesa um momento de diversão que foi possibilitado pelo centro de entretimento local", expressou Marcelino Canha, presidente da Federaç ão de Centros Portugueses Venezuelanos. Mais de três mil atletas marcaram presença nas instalações do clube Centro Social Madeirense, onde estes profissionais desportivos se destacaram em 28 disciplinas. O futebol foi o jogo
Liga de Honra 7ª Jornada Portimonense Aves Barreirense Gondomar Leixões Estoril Marco Sp. Covilhã Vizela
1 4 1 1 0 3 1 0 0
0 2 1 2 0 2 1 1 2
Chaves Moreirense Varzim Olhanense Beira Mar Ovarense Santa Clara Feirense Maia
Classificação 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
Olhanense Beira-Mar Aves Sp. Covilhã Estoril Leixões Gondomar Portimonense Maia Marco Varzim Feirense Moreirense Barreirense Santa Clara Vizela Ovarense Chaves
Pt 16 14 13 13 12 12 11 11 11 9 8 7 6 6 6 5 5 5
J 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
V 5 4 4 4 4 3 3 3 3 2 2 2 1 1 0 1 1 1
E 1 2 1 1 0 3 2 2 2 3 2 1 3 3 6 2 2 2
D G 1 11-8 1 7-2 2 12-8 2 8-5 3 13-10 1 6-3 2 8-6 2 6-5 2 14-11 2 10-9 3 7-10 4 8-10 3 8-11 3 5-8 1 5-6 4 6-10 4 11-18 4 5-10
8ª Jornada (23-10) Chaves - Vizela Moreirense - Portimonense Varzim - Aves Olhanense - Barreirense Beira-Mar - Gondomar Ovarense - Leixões Santa Clara - Estoril Feirense - Marco Maia - Sporting da Covilhã
II Divisão - Série A 5ª Jornada
II Divisão - Série B 5ª Jornada Fiães 1 1 Esmoriz
Lixa 2 0 Torcatense
Paredes 5 1 Pedras Rubras
Portosantense 0 1 C. F. União
II Divisão - Série D 5ª Jornada
U. Coimbra 2 4 Tourizense
Lousada 3 0 Ribeira Brava
Valdevez 0 2 Fafe
II Divisão - Série C 5ª Jornada
Odivelas 1 0 Vit. Setúbal B Torreense 2 0 Oriental
Abrantes 1 0 Portomosense
Operário 0 2 Real
Benfica C. Branco 3 3 Penalva Castelo
Casa Pia 0 2 U. Micaelense
Marítimo B 2 2 Sp. Espinho Vilaverdense 0 0 Freamunde A. D. Camacha 3 1 Ribeirão
Sanjoanense 1 0 FC Porto B
Classificação
Classificação Pt J V E D G 11 5 3 2 0 9-4
1º Trofense
D. Sandinenses 1 0 Infesta
1º Sp. Espinho
Olivais Moscavide 0 0 Mafra
Nelas 0 0 Oliv. Bairro
Pontassolense 1 2 Aliados Lordelo
Trofense 2 2 Sp. Braga B
Louletano 2 1 Silves
Rio Maior 0 1 Oliveirense
Imortal 3 0 Madalena
Pampilhosa 1 1 Fátima
Pinhalnovense 0 2 Benfica B
Classificação
Pt J V E D G 10 4 3 1 0 7-3
Classificação
1º Oliveirense
Pt J V E D G 12 5 4 0 1 9-3 10 5 3 1 1 10-4
2º Portosantense 9 5 3 0 2 6-4
2º D. Sandinenses 9 5 3 0
2 7-5
2º Tourizense
3º Famalicão
8 4 2 2 0 7-3
3º Fiães
8 4 2 2
0 6-3
3º Penalva Castelo 9 5 2 3 0 6-4
4º Vilaverdense
8 5 2 2
1 8-5
4º Lousada
8 4 2 2
0 8-3
4º Abrantes
9 4 3 0 1
5º Sandinenses
7 4 2 1
1 5-3
5º Sanjoanense
8 5 2 2
1 6-5
5º Pampilhosa
8 5 2 2 1 5-4
6º Benf. C. Branco 7 5 2 1 2 9-10
4-3
6º Camacha
7 5 2 1
2 8-6
6º Paredes
7 5 2 1
2 9-5
7º União
7 5 2 1
2 4-5
7º Pontassolense 6 5 2 0
3 6-6
7º Rio Maior
6 5 1 3 1
5-5
8º Fafe
6 4 2 0 2 7-7
8º Aliados Lordelo 5 3 1 2
0 5-4
8º Fátima
5 3 1 2 0
4-1
9º Lixa
6 3 2 0
9º Esmoriz
5 5 1 2
2 7-11
9º Pombal
5 3 1 2 0 3-2
1 3-3
10º Freamunde
4 5 0 4
1 4-5
10º Marítimo B
4 5 1 1
3 7-10
10º Portomosense 5 5 1 2 2
11º Ribeirão
4 4 1 1
2 2-4
11º FC Porto B
4 3 1 1
1 2-2
11º Oliveira Bairro 3 4 0 3 1 4-5
7-6
12º Valdevez
3 3 1 0 2 3-4
12º Infesta
4 4 1 1
2 4-5
12º Nelas
13º Sp. Braga B
2 4 0 2 2 4-6
13º Ribeira Brava 4 5 1 1
3 2-8
13º Oliv. Hospital
1 4 0 1 3 2-9
14º Torcatense
0 4 0 0 4 2-10
14º Pedras Rubras 3 5 1 0
4 4-10
14º U. Coimbra
0 4 0 0 4 4-10
6ª Jornada (23-10) Fafe - Lixa Sandinenses - Valdevez Freamunde - Portosantense Ribeirão - Vilaverdense Sporting de Braga - Camacha Famalicão - Trofense
6ª Jornada (23-10) Ribeira Brava - Fiães Pedras Rubras - Lousada Sporting de Espinho - Paredes Infesta - Marítimo B Aliados Lordelo - Dragões Sandinenses FC Porto B - Pontassolense
2 5 0 2 3 2-8
6ª Jornada (23-10) Portomosense - União de Coimbra Penalva do Castelo - Abrantes Oliveirense - Benfica Cast. Branco Oliveira do Bairro - Rio Maior Fátima - Nelas Pombal - Oliveira do Hospital
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º
Casa Pia Louletano Benfica B Operário Torreense Ol. Moscavide 7 Imortal Madalena Pinhalnovense Mafra U. Micaelense Real Odivelas V. Setúbal B Silves Oriental
Pt 12 12 10 10 9 9 8 7 6 5 5 5 4 3 1 1
J 5 5 5 5 5 5 4 5 5 4 5 5 5 5 5 5
V 4 4 3 3 3 2 2 2 1 1 1 1 1 1 0 0
E 0 0 1 1 0 3 2 1 3 2 2 2 1 0 1 1
D G 1 13-7 1 12-7 1 7-3 1 5-2 2 8-5 0 5-3 0 10-4 2 3-9 1 4-4 1 6-3 2 5-5 2 8-11 3 4-9 4 6-9 4 5-11 4 1-10
6ª Jornada (23-10) Vitória de Setúbal B - Pinhalnovense Oriental - Odivelas Real - Torreense União Micaelense - Operário Silves - Casa Pia Mafra - Louletano Madalena - Olivais e Moscavide Benfica B - Imortal
que inaugurou este desporto "intenso", pois foram três dias cheios de actividade física, segundo nos comentou José Guido Pereira, secretário geral do Centro Social Madeirense. Da mesma forma, Marcelino Canha informou-nos que, por motivos alheios, não foi possível concluir esta actividade como programado porque uma chuva intensa açoitou a cidade de Valencia. Os resultados desta actividade desportiva favoreceram o Centro Social madeirense, que ficou à frente com 156 pontos. O segundo lugar foi para a Casa Portuguesa Venezuelana de Valencia, com 147 pontos. O ú ltimo lugar foi para o Centro social Luso Venezuelano de Araure, com 119 pontos. Os restantes clubes que participaram na iniciativa levaram consigo prémios e medalhas por terem comparecido na competição, uma forma de reconhecer o empenho dentro do campo nas distintas modalidades. Ainda falta disputarse um jogo de softball, que se vai realizar ao longo desta semana. Isto porque a chuva que caiu no domingo à noite não permitiu que se disputasse o jogo. O resultado deste ú ltimo jogo não vai, contudo, interferir com os resultados finais. Agora, o que espera a federação desportiva é que no pró ximo ano possam contar com a assistências de mais clubes e que haja mais participação dos jovens "porque o desporto mexe com muitas coisas e uma delas é partilhar com outras pessoas. É o fundamental dentro de uma associação e ainda mais num clube onde todos se conhecem", reiterou Canha, ao dizer que, para 2006, haverá novidades 8que ainda são surpresa, por enquanto).
CORREIO DE CARACAS - 20 DE OUTUBRO DE 2005
DESPORTO 31
Benfica desfaz trauma com catorze anos
O
FC Porto apresentou o aniversariante Vítor Baía na baliza e uma defesa com Bosingwa na direita, Bruno Alves e Ricardo Costa ao centro e César Peixoto na lateral esquerda. No meio-campo, Ibson e Lucho González encarregaram-se das tarefas mais defensivas ao centro, enquanto as alas atacantes foram entregues a Lisandro Ló pez e Alan. Benni McCarthy alinhou na frente de ataque e Jorginho apareceu como "maestro", no lugar ocupado habitualmente por Diego. O Benfica de Ronald Koeman manteve a estrutura em 4x4x2, com Quim a estrear-se a titular esta época, substituindo o lesionado Moreira na baliza, e Nelson (direita), Anderson e Luisão (centro) e Leo (esquerda) a desenharam a linha defensiva. Petit e Manuel Fernandes ocuparam-se das tarefas defensivas do meio-campo "encarnado", enquanto Karagounis e Simão foram escolhidos para municiar os avançados Nuno Gomes e Miccoli. No 72º jogo entre as duas equipas na casa dos portistas, foi o FC Porto a entrar mais desinibido
No primeiro duelo em Portugal entre Co Adriaanse e Ronald Koeman, foi o actual treinador do Benfica mais feliz, somando mais um triunfo sobre o seu compatriota holandês. e a obrigar o internacional português Quim a duas defesas apertadas. Aos 15 minutos, Ronald Koeman foi forçado a retirar Miccoli, que sofreu uma lesão muscular. Mas a primeira parte decorreu de modo equilibrado, o que já não aconteceu na etapa complementar. Aí o Benfica marcou na primeira ida à baliza de Baía - excelente cabeceamento de Nuno Gomes - passando então a controlar, fruto de extrema coesão defensiva. O segundo golo só confirmou as fragilidades defensivas do Porto que ainda viu Bruno Alves expulso, por dupla agressão a Nuno Gomes. Nos minutos finais ficou 10 para 10 dado o duplo "amarelo" a Leo, mas o Benfica tinha o jogo controlado...
Liga Betandwin 7ª Jornada Rio Ave Naval Estrela Amadora FC Porto Vitória Guimarães Penafiel U. Leiria Sporting Boavista
1 2 2 0 0 0 3 0 2
2 1 2 2 0 1 0 1 0
Sporting Braga Belenenses Marítimo Benfica Nacional Vitória Setúbal Paços Ferreira Académica Gil Vicente
Classificação Pt J V E D G
FANTASMA DE 14 ANOS Dois golos do mortífero Nuno Gomes permitiram ao Benfica exorcizar um fantasma de 14 anos e derrotar o FC Porto no seu pró prio estádio por 2-0, em jogo da 7ª jornada da Liga. Depois de a 28 de Abril de 1991, no já demolido Estádio das Antas, César Brito, então sob o comando técnico do sueco SvenGoran Eriksson, ter marcado por
duas vezes (2-0) - numa época em que o Benfica se sagrou campeão nacional -, agora foi a vez de Nuno Gomes calar os "dragões", com dois golos sem resposta. O FC Porto, até agora invencível e com a baliza inviolável no seu reduto, perdeu a liderança para o Sporting de Braga, sofreu a primeira derrota da temporada, ainda viu o Benfica ficar a apenas um ponto. e foi ultrapassado pelo Nacional - os alvinegros têm mais um ponto
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
Sporting Braga Nacional F. C. Porto Boavista V. Setúbal Benfica Sporting Naval Rio Ave E. Amadora Gil Vicente Belenenses Paços Ferreira Académica U. Leiria V. Guimarães Marítimo Penafiel
17 15 14 13 13 13 12 10 10 9 9 9 9 8 5 4 4 1
7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
5 4 4 3 4 4 4 3 3 2 3 3 3 2 1 1 0 0
2 3 2 4 1 1 0 1 1 3 0 0 0 2 2 1 4 1
0 0 1 0 2 2 3 3 3 2 4 4 4 3 4 5 3 6
7-1 8-3 11-6 12-6 5-2 1- 6 8-9 10-9 9-9 8-7 5-6 11-10 7-11 7-7 4-10 4-12 7-10 3-14
8ª Jornada (23-10) Sporting Braga - Boavista Belenenses - Rio Ave Marítimo - Naval 22-10 – 21:00 Benfica - E. Amadora Nacional - F. C. Porto Vitória Setúbal - Vitória Guimarães Paços Ferreira - Penafiel Académica - U. Leiria 19:15 – Gil Vicente - Sporting
CORREIO DE CARACAS - 20 DE OUTUBRO DE 2005
PUBLICIDADE 21
22 OPINIÃO
CORREIO DE CARACAS - 20 DE OUTUBRO DE 2005
Portugueses em grande
Anedotas António de Abreu Xavier
O
Liliana da Silva
F
alta pouco tempo para acabar o ano de 2005. A chegada de 2006 supõe outro ano de alegria e união entre os portugueses espalhados pelos Mundo, que voltam a pô r as bandeiras lusas nas janelas das suas casas para apoiar a equipa das quinas no Mundial da Alemanha 2006. Desta vez, a selecção lusa não vai jogar em casa, apesar de que as comemorações que se fizeram um pouco por todo Portugal depois do jogo disputado em Aveiro se devem repetir, sem dú vida alguma, nos modernos estádios na nação alemã. Apesar das constantes críticas que se têm feito a alguns dos jogos disputados pela selecção de futebol, esta foi a mais rápida classificação de Portugal em toda a sua histó ria. O encontro frente ao Lichestein deixou entre os especialistas um sem sabor por causa do que consideram falhas evidentes dos onze lusos. E, para os que esperavam que só conseguíssemos chegar ao apuramento oficial, isto significou o culminar da angú stia vivida em cada um dos doze jogos de futebol. Contudo, o orgulho dos lusos não se limita à classificação de Portugal. Pela primeira vez na histó ria, a Angola conseguiu apurar-se para o mundial, deixando para trás os grandes do futebol africano, como Nigéria e Camerú n. As ruas de Luanda e Lisboa converteram-se numa só , uma só comemoração e uma só língua. Milhares de angolanos e portugueses partilharam as classificações e confiam nas representações das suas selecções nacionais. Não podia ser de outra forma. Estas nações irmãs têm uma histó ria comum, anos de paz e guerra que têm permitido misturar a confraternidade de dois povos, sobretudo en-
tre os que têm frustrado as vontades de ambas as terras. A presença da língua portuguesa e da sua cultura não só vai estar representada por Angola e Portugal. O Brasil, como já é até habitual, vai acudir para reafirmar a sua liderança no futebol, como o ú nico pentacampeão da histó ria. Na Alemanha 2006, os portugueses vão estar em grande, e como não poderia ser assim se cada uma destas nações representa o espírito aventureiro dos lusos, que conquistaram nações tão distantes como Angola e o Brasil. Pela primeira vez, vão participar no Mundial representações de três nações de língua portuguesa, embora sejam, cada uma delas, de um continente diferente: África do Sul, Europa e América. E esta feita é fruto desse período d descobrimentos que caracterizou o povo português. Na minha opinião, a fácil classificação de Portugal que permite já esta festa no futebol permitem-nos antever, de alguma forma, a qualidade e as possibilidades de que os lusos festejem pela primeira vez na sua histó ria uma "Taça Mundial", pela mão de Felipe Scolari. Um grande sonho ou uma grande realidade? Faltam alguns meses para desvendarmos esta incó gnita. Contudo, a partir de agora podemos comemorar a quarta participação de Portugal nos Mundiais. Que não caia por terra o espírito vitorioso que o povo português demonstrou no Europeu de 2004!
Reggaeton: a onda musical que nos invade Noelia de Abreu
A
minha mãe costuma contar-me que quando chegou à Venezuela uma das melhores formas que teve para aprender o espanhol foi ouvindo e repetindo as mú sicas que passavam na rádio. Assim aprendeu muitas palavras à medida que se ia adaptando a uma sociedade diferente. Actualmente, não consigo imaginar a minha mãe ou qualquer outro emigrante português a tentar aprender nesta altura o espanhol com as letras das mú sicas de Reggaeton, que são uma presença constante nas emissoras de rádios e com as quais nos bombardeiam em qualquer ponto da cidade. Sem intenção de ferir susceptibilidades dos defensores mais acérrimos deste género musical, tenho a dizer que a
linguagem que podemos encontrar neste tipo de canções não fazem honra, em absoluto, ao Dicionário da Real Academia Espanhola. As palavras que formam estas letras além de serem bastante ofensivas para a mulher, que é catalogada como "cachorrita" e a quem sugerem que deve ladrar - não contêm nenhuma mensagem a apreender pelas novas gerações. Inclusivamente, muitas destas palavras, por serem pró prias da Repú blica Dominicana, não têm tradução exacta, apesar de estarem escritas em espanhol. Parece-me lamentável ouvir uma mú sica no meu idioma e não compreender parte da mensagem que transmite. Quero crer que seja uma moda e que o Reggaeton não veio para ficar. Na actualidade, as suas letras podem ser coroadas por igual na boca de um vaidoso no seu carro luxuoso ou de uma taxista. Como dizer a alguém que mú sica deve ouvir? Mas o problema se torna mais grave quando já não se tem controlo daquilo que se ouve. E é habitual sentar-se num autocarro e ter que ouvir a toda o volume o que o condutor bem entende. Se isto já era desagradável, agora o Reggateon converteu-se praticamente no ú nico ritmo que podemos ouvir neste meios de transporte.
português comum tem um estilo particular para contar histó rias simpáticas. O conhecimento popular ajudao muito a imaginar contos e a ilustrálos com imagens e situações retiradas da sua pró pria realidade. Além disso, tem mil e uma formas de incluir a moral em cada uma das histó rias. É pena que existam entre nó s poucas compilações destas expressões narrativas que ilustram toda uma mentalidade popular. Existem contos que combinam o fervoroso catolicismo português com a alguma picardia inocente: Uma vez, um certo conde com barba rija e ruiva gabava-se junto do seu jardineiro, que era cabeludo. Perguntou-lhe porque não tinha barba. O humilde homem respondeu: quando Deus andava a repartir as barbas, eu cheguei tarde e apenas restavam as ruivas. Eu sou um crente fiel senhor, Deus me livre de escolher tal cor! A tradição bíblica diz que Judas era ruivo. Outras histó rias revelam actividades regionais: Um agricultor do Ribatejo, atordoado com a morte da sua mãe, mandou o filho de um criado ao outro lado de um curral cheio de touros para dar um recado a um peão. O pai do rapaz desatou aos gritos com o patrão: Se tem alguma coisa para mandar à sua mãe, o senhor que vá ter com o sacerdote mas não mande o meu filho como mensageiro. A guerra colonial serve para o riso da fanfarronice: Um soldado que tinha regressado de África contava a um grupo de amigos como uma vez se havia perdido e ficado isolado do resto do grupo, sem munições, sem comida e sem vinho. Quase morreu de sede. Um amigo pergunta: Nem sequer tinhas água? Era a época seca e havia pouca água nos lagos mas quem pensava em tomar banho nesse momento?! As anedotas portuguesas aludem também ao machismo e à relação entre os senhores e os criados: um jovem senhor aborrecido na sua imensa casa e herdeiro de grandes posses no Alentejo, inteirou-se que na ú nica aldeia vizinha havia um campesino mais ou menos da sua idade e que se parecia muito com ele. Aguçado pela curiosidade foi conhecê-lo e quando constatou que era realmente parecido perguntou-lhe: A tua mãe ia trabalhar lá a casa? E o campesino respondeu: A minha mãe não mas o meu pai ia diariamente. Também a ignorâ ncia do país real é muitas vezes retractada. Uma velha analfabeta compra um selo no correio para colocar numa carta para Vieira do Minho. Recebe o selo, olha-o e receosa pergunta à empregada: É este? Olhe que isto é no norte. A empregada aborrecida responde como toda a funcionária. A velha esclarece: Ontem comprei um para Ourique. Foi do mesmo valor e da mesma cor. Desse Portugal profundo há também histó rias sobre a humildade. Um campesino empregado, manchado de pó de tabaco e com um palito nos dentes, entra pela primeira vez na casa do patrão cheia de mó veis finos, porcelanas chinesas e adornos de luxo. A senhora diz-lhe para deixar os seus vícios à porta. O homem olha em seu redor e pergunta desconcertado onde podia guardar o palito para os dentes.
CORREIO DE CARACAS - 20 DE OUTUBRO DE 2005
OPINIÃO 23
caRTas dOs leITORes Alô , Alô ... Alô , Alô , Comunidade. Está aí alguém? Eu sei. Escrever nos jornais é uma actividade solitária e uma maçada na maioria das vezes. Ninguém responde, nem a favor, nem contra. A escolha do título tem a ver com o grave problema de comunicação da comunidade portuguesa na Venezuela. Esse é o tema de hoje. Estima-se que a comunidade portuguesa atinja as 400.000 pessoas. Mas, curiosamente, as vias de comunicação entre elas estão entupidas ou mesmo tapadas. Vejamos. Se quiséssemos informar esta vasta população sobre qualquer notícia de uma certa importâ ncia, o que faríamos? Que eu saiba não existe um meio conhecido na Venezuela que tenha uma distribuição efectiva e, vou adivinhar, que chegue a 5% da comunidade. Ao questionar alguns compatriotas, entre comerciantes, um conselheiro, família e outras pessoas, todos estão de acordo em relação à necessidade de uma maior organização da comunidade mas, sobretudo, de estarem informados! O resultado não é surpresa. Não obstante, o problema está aí: Não haver informação adequada à comunidade. As razões estão apontadas: a falta de participação; o egoísmo dos que podem, o clubismo dos líderes; uma atitude deliberada das autoridades portugueses. Enfim, a culpa é de todos mas ninguém chama a si as responsabilidades. O problema já está diagnosticado. Não fazem falta mais estudos, fó runs, conferências, etc. O que é necessário é uma acção contundente. No meu humilde entender, este é o problema de base da comunidade portuguesa. Torna-se imprescindível chegar a todos os portugueses e seus descendentes e não somente aos só cios dos clubes. Se a comunidade devia ter um objectivo claro este seria o de orga-
INQUéRITO
Juan Manuel Dias de Almeida Maracay
Estes eventos divulgam a importâ ncia que têm os jovens lusodescendentes na Venezuela e destacam o empenho, o trabalho e a dedicação dos portugueses. São iniciativas espectaculares como estas que permitem que nos demos a conhecer o trabalho que a comunidade faz na Venezuela. Nos Estados de Maracay e Valencia, há muitos jovens lusodescendentes que trabalham e estudam na Venezuela e que também prestam de alguma forma um contributo a Portugal. Com encontros destes, nos damos a conhecer mais.
Tristeza e desilusão nizar-se, unir--se e comunicar entre si. Nó s como seres humanos não só devemos ter metas econó micas como também espirituais, culturais, sociais e políticas. Noutras palavras, se a comunidade quer passar das conquistas meramente materiais para ser respeitada socialmente e politicamente, tanto na Venezuela como em Portugal, todos nos devemos unir em torno desse mesmo objectivo. Esta tarefa requer o apoio das actuais organizações do país. Contudo, o principal repto vai para os nossos representantes no Conselho das Comunidades, os quais deveriam começar pela pró pria casa. É imperativo que os nossos conselheiros dêem a conhecer a sua agenda de trabalho. Ao contrário do que muitos pensam, e eu mesmo pensava, eles estão a trabalhar mas não dão a conhecer o resultado desse trabalho. Na página de Internet do Conselho Permanente de Conselheiros encontram-se vários dossiers das distintas comunidades espalhadas pelo Mundo. Lamentavelmente, até ter escrito este artigo não havia um ú nico documento sobre a Venezuela! Os mais curiosos, podem confirmar em www.ccp-mundial.org. Proponho que os senhores conselheiros apresentem a sua agenda a toda a comunidade e que comecem a trabalhar num projecto de comunicação tendo por base a organização da mesma. Não é possível que continuemos a lamentarmo-nos pelo que não fazemos ou pelo que os outros devem fazer, assim como não é possível que a comunidade não tenha as fontes de informação acessíveis de uma forma facilitada e rápida. A comunidade tem o dever de contribuir e participar mas também tem o direito de conhecer as suas prerrogativas. Alô , alô ! Alguém ouviu alguma coisa!? Fernando de Almeida
Estimados amigos do semanário CORREIO, escrevo-vos desde Cabimas, Estado de Zulia, para transmitir às pessoas uma coisa relacionada com as tradições lusas que me deixou um pouco triste. Numa reportagem que fizeram sobre o Curaçau, expressam que pouco a pouco se está a perder o interesse sobre os costumes que muitos lusos implementaram no local, há muitos anos. E que os seus filhos, na sua maioria, não se importam em aprender a língua dos pais, nem os costumes que identifica um ibérico. Certamente, viver noutro país que pertence ao reinado europeu tem outras vertentes, como cumprir outras tradições, falar outras línguas e viver um estilo de vida que é diferente ao da parte Sul do continente americano. Mas o erro é da maior parte dos pais desses jovens, que não se importam que os filhos aprendam uma língua distinta, não ensinam os filhos a dançar uma dança tradicional e não apreciam o folclore luso. Outra coisa que me desanimou foi o pouco tratamento que existe entre a mesma comunidade, coisa que acontece aqui na Venezuela por rivalidades comerciais. Se bem é verdade que a economia mexe com o Mundo, também é um facto que a verdadeira
amizade rompe muitas fronteiras e, num eventual mau momento, um amigo pode fazer muito mais do que o dinheiro. Por tudo isto, deixo um apelo à unidade e espero que todos os portugueses que lêem este jornal, impresso ou pela Internet, tomem consciência e se unam como comunidade, não esquecendo nunca de ensinar aos seus filhos a formosa cultura portuguesa, rica tanto em gastronomia como em dança e canto. Duarte António Pedro Cabral
As mulheres lusas A iniciativa de organizar um encontro de gerações é, na minha perspectiva, excelente. Gostei do tema deste ano, e achei que foi bastante produtivo o debate que se gerou à volta dele. Contudo, gostava de pedir-vos que, num dos pró ximos encontros, abordem um tema que tenha a ver com o destacamento que algumas mulheres têm aqui na Venezuela, Desde à mulher que trabalha no negó cio todo o dia enquanto o mari-
do anda nas compras, até mulheres que se distinguem positivamente em universidades venezuelanas, acho que é de louvar o papel que cada vez mais conseguem desempenhar as mulheres lusas neste País. É que elas têm dado claras provas de mudança e evolução. É Já não são como antes, umas "Marias" mal vestidas e cheias de bigode… Lúcia Gomes
Porque veio ao Encontro de Geraç õ es? O que achou do evento?
Ricardo Rodrigues La Victoria
Foi uma mistura de várias gerações. Debateram-se temas importantes para a comunidade portuguesa, como é a maior interacção que deve haver entre os organismos competentes de Portugal e da Venezuela. Houve diversidade de critérios e muita boa vontade por parte dos organizadores. O importante é o empenho. E que estes encontros se continuem a realizar para que possamos encontrar a solução para muitos dos problemas. E que a irmandade prevaleça. Os encontros contribuem para que a comunidade se fortaleça cada vez mais. Tenho vindo todos os anos e ajudo sempre a divulgar na minha cidade os temas que aqui se debatem.
Paulo Vasconcelos Los Palos Grandes
É a quarta vez que venho ao Encontro de Gerações. Tem melhorado muito e sinto que tem havido uma evolução importante no que se refere aos temas tratados e aos oradores. O conteú do de cada uma das conversas que aqui se fizeram foi impecável. Iniciativas como estas permitem um melhor conhecimento da cultura portuguesa e de como ela está integrada na cultura venezuelana. Pareceu-me interessante.
Marí a de Farí as Barquisimeto
É a primeira vez que venho e gostei muito. Senti-me muito orgulhosa porque um dos oradores foi o meu filho. Esteve tudo muito bem, foi tudo muito bem organizado. Acho que todas as pessoas que vieram do interior do país levam consigo uma excelente impressão.
24 ECONOMIA
CORREIO DE CARACAS - 20 DE OUTUBRO DE 2005
Associação de supermercados reú ne mais de mil empresários A Associação Nacional de Supermercados e Afins (ANSA) realizou a quarta edição do fórum anual mentos necessários para que evoluem e marquem a diferença no ramo a que pertencem", Associação Nacional disse. de Supermercados e O Fó rum ANSA 2005 conAfins (ANSA) rea- tou com a participação de 700 lizou, a 12 e 13 de inscritos e de mais de 1.000 inOutubro no Centro Internacio- vestidores das principais emnal de Exposições de Caracas presas de supermercados, mem(CIEC), na Universidade Me- bros aderentes e companhias de tropolitana, o seu fó rum anual. serviços do sector comercial veA iniciativa, que vai já na quar- nezuelano. A iniciativa foi centa edição, teve por tema "Dife- trada numa série de conferênrenciar para competir" e reuniu cias que tinham por objectivo mais de 50 expositores de dife- facilitar aos participantes conrentes ramos. hecimentos e ferramentas para O evento foi inaugurado competir tendo por base a difepelo presidente da ANSA, o lu- rença e satisfazer as necessidasodescendente Javier Macedo, des de um consumir cada vez que dirigiu umas palavras de bo- mais racional e atento à relação as vindas a todos os participan- qualidade-preço. tes no Fó rum, reconhecendo a Segundo a teoria manifesimportâ ncia destas iniciativas tada por vários oradores, a glopara o tecido empresarial e co- balização fez com que as tecnomercial. "A ANSA está aqui pa- logias e conhecimentos chera apoiar os seus associados e guem a qualquer parte. Por isso, para brindá-los com os instru- a missão do empresário deve esLiliana da Silva
Lilianadasilva19@hotmail.com
A
tar focada na diferenciação dos seus serviços, utilizando esses avanços tecnoló gicos para distinguir-se entre as forças existentes no mercado. Este ano, participaram no Fó rum da ANSA expositores dos Estados Unidos, França, Espanha e Argentina, tendo sido abordados pelos seus representantes diversos temas ao longo do segundo dia do evento. Desde as 9:00 da manhã, os participantes puderam desfrutar de uma série de exposições que focaram vários pontos. Entre eles: "O Social e o Econó mico"; "Consumidor de baixos recursos e a sua percepção do servi-
ço"; "Lealdade do Marketing" e "Marcas Pró prias". Este ú ltimo a cargo do espanhol Cristiano dos Santos. Outros temas em debate foram a "Diferenciação numa visão latino-americana", exposto pelo francês Frederic
Gautier, e "Hard Discounts", pelo argentino Claudio Sartan. O Fó rum deste ano teve como convidado especial o norteamericano Lolan Mackey, conhecido líder da cadeia de lojas Wal-Mart.
Reservas internacionais venezuelanas agora em euros Noélia de Abreu
noeliadeabreu@gmail.com
N
a sexta-feira, 30 de Setembro, o presidente Hugo Chávez indicou que as reservas do Estado foram transferidas para a "Europa e outros países" sem
precisar se se referia à totalidade dos fundos ou apenas a uma parte. "Tivemos que mudar as reservas internacionais dos bancos dos Estados Unidos devido às ameaças que temos", afirmou o chefe de Estado. Inicialmente, Chávez falou da possibi-
lidade de movimentar 5.000 milhões em reservas internacionais e mais tarde precisou que "pode ser um pouco menos" mas também "pode ser um pouco mais". Tudo dependerá "de um estudo técnico". A quantia rondava os
33.000 milhões de dó lares no início da semana, quando o BCV (Banco Central Venezuelano) transferiu 3.000 milhões das suas reservas internacionais para o Fundo de Desenvolvimento Nacional, com o qual o Governo porá em marcha projectos sociais e
de investimento. No passado dia 03 de Outubro, confirmou-se que desde há três meses, o BVC começou a movimentar parte das suas reservas internacionais que tinham sido investidas em títulos dos Estados Unidos para o Banco de Pago em
Basilea (Suíça), "tendo em conta razões financeiras e não por discriminaç ão", afirmou Domingo Maza Zavala, director do BCV, adiantando que esta medida deve-se à depreciação do dó lar, pelo que foi decidido fazer alguns investimentos em euros.
CORREIO DE CARACAS - 20 DE OUTUBRO DE 2005
ECONOMIA 25
Grupo Hermanos Camacho tem nova estrutura comercial Tábita Barrera
tababor@cantv.net
C
om o principal objectivo de planificar as estratégias de mercado para o ano que vem, o Grupo Irmãos Camacho reuniu-se no sábado 15 de Outubro no Salão Cristal do Centro Comercial Ciudad Tamanaco. O evento contou com a presença de toda a equipa de vendas e mercado, assim como dos gerentes e directores e serviu para apresentar a intenção de projectar a empresa em três grandes unidades de negó cio. "Queremos contribuir para o desenvolvimento do nosso país. Para nó s, é importante aumentar a distribuição dos nossos produtos. Por isso, reunimos com a equipa de vendas, mercado e os gerentes, para que possamos desenhar e planear as acções que vamos pô r em prática, com a finalidade de fazer as coisas de uma forma melhor no pró ximo trimestre de 2005 e no ano que vem", asse-
gurou Felisberto Camacho. O grupo Irmãos Camacho, que se dedica à venda de queijo e enchidos, tem sucursais no Estado de Carabobo, Aragua e Gran Caracas. Conta com uma equipa de 180 pessoas, que se encarregam de atender os seus clientes, que são cerca de sete mil. A reunião procurou incentivar o pessoal de trabalho para manter a constâ ncia e o compromisso com o mercado venezuelano para desenvolver estratégias de concorrência. "As nossas expectativas são muito positivas. Em especial, queremos motivar a nossa equipa laboral porque penso que nesta altura os mercados estão a tornar-se cada vez mais competitivos. Temos de ser nó s, como gerentes e membros da direcção, a despertar neles o desejo de sair à rua e vender cada vez mais. Fazendo as coisas bem feitas e gerindo bem as coisas conseguimos. É importante que o cliente esteja bem identificado connosco e que
Corporação espera aumentar a distribuição dos produtos e conseguir pôr em prática o plano comercial elaborado
possamos corrigir os nossos erros", enfatizou Felisberto Camacho. Este tipo de evento, que tem
como finalidade trabalhar para uma nova estrutura comercial do grupo, realiza-se em média duas vezes por ano.
BREVES Feira do Rum 2005
Cada marca desprendeu o seu conceito num pavilhão complementamente arranjado que conseguiu juntar música venezuelana e jazz num ambiente de relaxamento contemporâneo. "Gran Reserva" ofereceu uma grande surpresa para os aficionados pelo circo e "Selecto" um "loungue" requintadamente decorado onde se puderam desfrutar os "beats" de Dj Perezgrillo. Tudo teve lugar de 14 a 16 de Outubro, na Feira do Rum 2005, onde foi apresentado um grande concerto, uma corrida de touros, o III Festival de Música Tropical e Ronstock, na Fazenda Santa Teresa. A comemoração coincidiu com os 209 anos da fundação da Fazenda Santa Teresa, onde tem sede a mais antiga das produtoras de rum da Venezuela. Santa Teresa é um grupo familiar que gera mais de trezentos empregos directos e é reconhecido pelos seus projectos de investimento comunitário. Os seus "añejos", que ganharam prestígio internacional, receberam em 2004 a denominação de origem: "Rum da Venezuela". Os participantes puderam desfrutar de passeios a cavalo e, os que preferiram descarregar a adrenalina, jogaram "paint-ball" ou foram à zona extrema, onde havia paredes de escalada, "tirolinas" e uma ponte suspensa. O prato forte do evento foi o grande concerto de "Los Amigos Invisibles", "Fauna Crepuscular", "4º. Poder" e "Tecupae", na noite do sábado dia 15.
26 PUBLICIDADE Vida da TAP exposta no Funchal CORREIO DE CARACAS - 20 DE OUTUBRO DE 2005
Catanho Fernandes (DN - Madeira)
F
oi inaugurada, no centro comercial "Fó rum Madeira", uma exposição evocativa dos sessenta anos da TAP.
Distribuída por dez painéis, a mostra é um resumo da exposição nacional organizada por ocasião do 60º aniversário da transportadora aérea nacional, que se co-
BREVE TAP anfitriã da Star Aliance A TAP Portugal foi a companhia aérea escolhida para a organização da reunião anual dos programas de passageiro frequente da Star Alliance. Lisboa foi a capital anfitriã do encontro Bilateral da aliança que decorreu nos dias 17 a 20 de Outubro, no Hotel Real Palácio. Nas reuniões, os representantes das várias companhias discutiram os acordos de passageiro frequente e avaliaram o estado das relações con tratuais propondo, simultaneamente, os ajustes e alterações necessários. Abordaram também questões como as novas campanhas e projectos comuns. A iniciativa promovida pela TAP constituiu mais uma oportunidade para promover a imagem de Portugal como um dos mais atractivos destinos turísticos da Europa. Membro da Star Alliance desde 14 de Março de 2005, a TAP Portugal foi uma das três companhias a apresentar propostas para a organização do evento e, por unanimidade, foi a empresa seleccionada. Na corrida, participaram ainda Los Angeles e Auckland, através da United Airlines e da Air New Zealand, respectivamente. Uma das novidades do encontro deste ano foi a participação da Swiss e da South African Airways, cuja entrada na aliança está prevista para Abril de 2006. Com esta integração, sobe assim para 18º o número de parceiros da Star Alliance e cresce, simultaneamente, o leque de vantagens oferecidas aos passageiros frequentes. Para esta iniciativa, o Programa de Passageiro Frequente da Companhia Portuguesa contou, desta vez, com a imprescindível colaboração do Hotel Real Palácio (Grupo Hotéis Real Portugal), cuja oferta ino vadora e de elevada qualidade foi determinante. A última reunião bilateral da Star Alliance realizou-se em 2004, em Cape Town, por convite da South African Airways, onde a TAP participou, ainda na qualidade de empresa aérea aceite para a integração na aliança. Seis meses depois da sua criação, o Programa Victoria, da TAP, já conta com cerca de 450 mil membros e apresenta uma taxa média de actividade que ronda os 47% .
Parte dos sessenta anos da transportadora aérea nacional patente no "Fórum Madeira" até 30 de Outubro memora este ano. Para o Funchal, a primeira cidade para onde viajou este resumo da exposição "VOA Portugal" que es-
teve durante alguns meses no Museu da Cidade de Lisboa, vieram os mó dulos que marcam as seis décadas de existência da TAP, com algum destaque para as actividades relacionadas com o arquipélago da Madeira. Antó nio Monteiro, director de Relações Pú blicas da companhia e comissário da exposição, afirmou-nos que esta é a primeira viagem da exposição, depois de ter estado no pavilhão da TAP durante a
Bienal Aeronáutica de Évora, em Setembro passado. Seguir-se-ão outras cidades portuguesas, além da cidade de Maputo, em Novembro, durante a realização do Congresso Nacional da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo, e algumas cidades brasileiras para onde voa a TAP. Na inauguração esteve presente o secretário regional de Turismo e Cultura, João Carlos Abreu.
CORREIO DE CARACAS - 20 DE OUTUBRO DE 2005
O português que mais sabe de basebol
António Carlos da Silva
axedrezado@hotmail.com
C
hega ao mês de Outubro e os amantes do basebol estão de parabéns: iniciam-se os jogos da "post-temporada" das Grandes Ligas nos Estados Unidos e as melhores equipas do desporto americano da "bola" lutam por chegar ao almejado - e não pouco pretensioso - título de "Campeão Mundial". Integrado na equipa de especialistas de basebol do ú nico canal desportivo da Venezuela, Meridiano TV, destaca-se um jovem cujo apelido denuncia claramente a sua origem lusitana: Pedro Ricardo Maio. Com uma respeitável trajectó ria apesar da sua curta idade -, fazendo a cobertura da modalidade, Pedro nos recebeu no canal de San Martín e falou para o CORREIO. Os portugueses e os seus descendentes são normalmente adeptos do futebol. Porque fez carreira no jornalismo desportivo na modalidade do basebol e não no futebol? Eu sou adepto ferrenho de futebol e os meus primeiros trabalhos no jornal Meridiano foram de futebol, embora eu sempre tenha estado atento a todos os desportos. Até fiz várias emissões de rádio com Richard Méndez dos jogos da "Vinotinto". Mas no início temos que fazer de tudo e escrever o que for necessário. E é engraçado que o meu "debut" no ecrã da TV foi transmitindo Futebol Americano da NFL... Sendo eu ainda estagiário foi convidado a escrever sobre basebol e aceitei feliz o desafio. Penso que até agora me tem corrido tudo bem. É adepto de alguma equipa de futebol portuguesa ou venezuelana? Quando havia o Marítimo, eu assistia praticamente a todos os jogos em casa juntamente com o meu pai. E, sempre que era possível, não perdíamos nenhum jogo por fora. Era um adepto fiel e o Marítimo era a minha equipa do coração. Ao desaparecer o clube, já não acompanhei mais nenhum outro, embora continue atento ao que se passa no futebol crioulo. A minha família é "verde-rubra" e logicamente "empurrava-me" para torcer pelo Marítimo funchalense, mas eu sou adepto do Nacional. Tomei carinho pelo clube numa viagem à Madeira em que, como bom turis-
Pedro Ricardo Maio, um jovem jornalista desportivo luso-descendente que se destaca no ecrã de Meridiano TV. ta, queria trazer os galhardetes do Marítimo, União e Nacional. Mas, em várias lojas, ao solicitar o da equipa "alvi-negra", escutava como resposta: "aqui não vendemos galhardetes de equipas de segunda divisão". Só tinham os do Marítimo. Isso fez com que adoptasse o Nacional como o meu clube preferido! A minha segunda equipa de futebol luso, tal como a do meu pai, é o FC Porto. O seu pai gosta de basebol? Não, não. Ele só liga a televisão para ver jogos de basebol quando eu estou no ar, mas nem percebe o que está a acontecer. Ele não assise a mais do que um "inning". Não gosta muito do jogo. Da sua experiência nos estádios venezuelanos, consegue concluir qual é a equipa de basebol mais popular entre a coló nia? Sem dú vida nenhuma o Magallanes. Não fosse Magallanes - Magalhães - um navegante português! O nome é familiar e dali surge a natural identificação. Outros são, contudo, do Caracas pelo facto de morar na cidade. Mas os Tubarões de La Guaira são geralmente o segundo clube favorito dos portugueses. Há muitos portugueses "Guaristas", talvez pelo facto do seu destino ao sair da pátria ser o porto de La Guaira. Lembra-se de algum momento especial daquele torneio? Um "episó dio" também "divino" com um vendedor de souvenirs. No regresso do estádio, eu e o colega Ignacio Serrano tropeçamos com um vendedor de pins ou emblemas de equipas de futebol. Ao perceber o nosso sotaque disparou "¿ Venezuela? Mas vocês não percebem nada de futebol?!!". Então lá foi eu dizendo o nome das equipas mexicanas de todos os pins que estava a exibir, até os da segunda divisão!. O gajo ficou surpreendido. Eram aqueles tempos em que a Venezuela não existia no panorama futebolístico mundial...
DESPORTO 27
28 DESPORTO
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Ai que saudades estas coisas me dão... por comentários de alguns dos internacionais portugueses que, axedrezado@hotmail.com para explicar o esmagamento amos voltar o tem- perante o "exército soviético", po atrás e recuemos apontaram a "falta de fruta no até ao ano de 1983. pequeno almoço" como uma das Na tarde de 13 de causas do desaire. Novembro desse ano, a selecção Os soviéticos marchavam nacional de Portugal recebia no implacáveis e Portugal não poantigo Estádio da Luz, em Lis- dia desperdiçar mais pontos. Naboa, a sua congénere da U.R.S.S., tural foi a goleada aplicada à Finnum jogo crucial para o apura- lâ ndia em Alvalade (5-0, Jormento do Campeonato Europeu dão, Carlos Manuel, Ikalainen a realizar na França no Verão se- p.b., José Luís e Oliveira), na priguinte. Portugal nunca tinha meira internacionalização de um marcado presença na final desse "putinho" que respondia ao notorneio, mas a fase de apura- me de Paulo Futre. Em Wromento fazia acreditar no regres- claw, a selecção tinha a obrigação so da "selecção de todos nó s" de vencer a Poló nia, e foi o que aos maiores palcos internacio- fez, com um lance de Carlos nais do futebol. Manuel no meio do nevoeiro. Portugal iniciava a sua caAssim, chegávamos ao dito minhada da melhor forma, brin- embate contra a U.R.S.S., na Luz. dando à Finlâ ndia em Helsín- A "velha catedral" encheu com quia uma vitó ria de 0-2 (golos mais de cem mil espectadores de Nené e Oliveira). No se- (que tempos aqueles!) para guinte embate, na Luz, derrota- apoiar a equipa lusa, que tinha ria a forte selecção polaca por 2- a obrigação de ganhar para mar1 (Nené e Gomes marcaram pe- car presença em França 84. Freslos nossos). A emoção do povo ca na memó ria estava ainda a foi esfriada com uma goleada humilhante derrota em Moscoem Moscovo - por um escanda- vo e, como era o hábito naqueles loso 5-0 - perante a U.R.S.S. A tempos, o sofrimento apertou o indignação geral foi alicerçada coração dos lusitanos até ao apiAntónio Carlos da Silva F.
V
to final do árbitro. Portugal, abandonado pelos deuses muitas vezes nas grandes decisões, desta vez foi abençoado por eles, que contaram com a preciosa ajuda de um "diabinho": Fernando Chalana, para se decidir a intervir. O "pequeno génio" partiu veloz para enfrentar ao guardião Rinat Dasaeev e foi derrubado claramente fora da grande área. Mas o juiz da partida, longe da jogada, assinalou grade penalidade perante o espanto (e alegria) da imensa moldura humana que cobria o betão do Estádio do Benfica. Rui Jordão, uma das maiores figuras da histó ria do futebol português, partiu para a cobrança do castigo máximo com grande classe e colocou Portugal no Euro 84. A explosão de alegria cobriu todo o País. Portugal faria uma inesquecível campanha em terras gaulesas, falhando o título, mas deixando uma imagem que surpreendeu toda a Europa do futebol. Portugal e os seus futebolistas tornavam a estar nas bocas do Mundo. Mais isso, isso é outra histó ria…
13-11-83. Rui Jordão, com uma grande penalidade, leva Portugal à sua primeira presença na fase final do Euro.
CORREIO DE CARACAS - 20 DE OUTUBRO DE 2005
III Divisão - Série A 5ª Jornada Valpaços Merelinense Assoc. Oliveirense Bragança Mirandela Valenciano Vianense Amares Joane
2 3 4 3 0 2 1 1 0
1 1 1 0 0 4 2 2 0
Esposende Correlhã Cerveira Monção Vinhais Brito Cabeceirense Mondinense Maria da Fonte
III Divisão - Série B III Divisão - Série C III Divisão - Série D III Divisão - Série E 5ª Jornada 5ª Jornada 5ª Jornada 5ª Jornada Vila Meã 1 0 Vilanovense Canedo 1 1 Ermesinde Moncorvo 1 0 Tirsense Rebordosa 0 3 Rio Tinto Ataense 0 3 Lourosa Cinfães 1 0 S. Pedro Cova UD Valonguense 2 1 Padroense Tarouquense 3 0 Vila Real
Classificação Bragança 11 Joane 11 Maria da Fonte 9 Brito 9 Cabeceirense 9 Mirandela 9 Esposende 7 As. Oliveirense 7 Merelinense 7 Amares 7 Valpaços 6 Correlhã 5 Vianense 5 Cerveira 4 Valenciano 4 Monção 4 Mondinense 4 Vinhais 3
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
3 3 2 2 3 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 0
2 2 3 3 0 3 1 1 1 1 0 2 2 1 1 1 1 3
0 0 0 0 2 0 2 2 2 2 3 2 2 3 3 3 3 2
Milheiroense Tondela S. João Ver Avanca Anadia Souropires U. Lamas Social Lamas Valecambrense
Classificação
Pt J V E D G 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
10-4 7-2 8-3 9-6 7-5 10-5 5-8 10-5 6-8 8-8 3-6 8-9 4-5 7-9 6-12 5-10 7-10 4-9
6ª Jornada (23-10) Esposende - Joane Correlhã - Valpaços Cerveira - Merelinense Monção - Assoc. Oliveirense Vinhais - Bragança Brito - Mirandela Cabeceirense - Valenciano Mondinense - Vianense Maria da Fonte - Amares
DESPORTO 29
Vila Meã 13 Moncorvo 12 Tarouquense 9 S. Pedro Cova 9 Rebordosa 8 Cinfães 8 Lourosa 7 Vila Real 7 UD Valonguense 7 Rio Tinto 5 Leça 5 Ermesinde 4 Canedo 4 Ataense 4 Padroense 3 Vilanovense 3 Tirsense 1
5 5 5 5 5 5 4 5 5 4 4 4 5 4 5 4 4
4 4 3 3 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 0
1 0 0 0 2 2 1 1 1 2 2 1 1 1 0 0 1
0 1 2 2 1 1 1 2 2 1 1 2 3 2 4 3 3
0 1 0 0 0 0 2 1
Gafanha AD Valonguense Estarreja Fornos Algodres Satão Arrifanense Cesarense Marialvas Tocha
Bidoeirense 1 1 Sertanense Amiense 1 3 Marinhense Caldas 2 1 Beneditense Mirandense 4 2 Caranguejeira Alcobaça 3 3 Idanhense Eléctrico 1 0 Sourense Vigor Mocidade 0 0 Monsanto Peniche 1 2 AD Fundão
Classificação
Pt J V E D G 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º
0 0 1 4 0 0 3 1
7-1 11-4 7-7 8-6 8-5 4-3 7-2 3-5 7-9 5-3 5-6 3-6 5-6 3-7 5-7 2-9 2-6
6ª Jornada (23-10) Vilanovense - Tarouquense Ermesinde - Vila Meã Tirsense - Canedo Rio Tinto - Moncorvo Lourosa - Rebordosa Leça - Ataense Padroense - Cinfães Vila Real - U. D. Valonguense
Classificação
Pt J V E D G 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
U. Lamas 11 Anadia 11 Avanca 9 Tocha 9 Social Lamas 8 Valecambrense 8 AD Valonguense 8 Satão 7 S. João Ver 7 Souropires 6 Cesarense 5 Fornos Algodres 4 Marialvas 4 Arrifanense 4 Tondela 4 Estarreja 4 Milheiroense 2 Gafanha 1
5 5 5 5 4 4 5 5 5 5 5 5 4 5 5 5 4 5
3 3 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 0 0 0
2 2 3 3 2 2 2 1 1 3 2 1 1 1 1 4 2 1
0 0 0 0 0 0 1 2 2 1 2 3 2 3 3 1 2 4
8-3 5-2 9-4 6-2 8-5 6-3 5-4 4-2 4-4 3-4 5-6 2-7 2-4 3-8 6-7 4-5 2-4 1-9
6ª Jornada (23-10) Gafanha - Valecambrense A. D. Valonguense - Milheiroense Estarreja - Tondela Fornos de Algodres - S. João Ver Sátão - Avanca Arrifanense - Anadia Cesarense - Souropires Marialvas - União de Lamas Tocha - Social Lamas
Carregado Vialonga Atlético do Cacém U. D. Santana Atlético Montijo A. D. Machico Futebol Benfica Tires
Caldas 13 Peniche 10 Marinhense 9 Mirandense 9 Sourense 9 Idanhense 7 Vigor Mocidade 7 Eléctrico 7 Beneditense 6 Caranguejeira 5 Monsanto 5 Sertanense 5 Riachense 4 AD Fundão 4 Alcobaça 3 Amiense 3 Bidoeirense 2
5 5 5 5 5 5 4 4 5 5 5 5 4 4 4 5 5
4 3 2 3 3 2 2 2 2 1 1 1 1 1 0 0 0
1 1 3 0 0 1 1 1 0 2 2 2 1 1 3 3 2
0 1 0 2 2 2 1 1 3 2 2 2 2 2 1 2 3
14-5 8-6 10-5 7-7 9-4 7-6 4-3 4-4 5-6 8-9 1-3 6-9 7-10 3-6 3-4 3-9 4-7
6ª Jornada (23-10) Sertanense - Peniche Marinhense - Bidoeirense Beneditense - Amiense Caranguejeira - Caldas Idanhense - Riachense Sourense - Alcobaça Monsanto - Eléctrico A. D. Fundão - Vigor Mocidade
0 0 2 0 1 0 1 0 1
Câmara Lobos Caniçal Alcochetense Elvas Ouriquense Loures Sintrense 1º Dezembro Vilafranquense
Sesimbra Vasco Gama Sines Aljustrelense Lusitano Évora Almansilense Ferreiras Lusitano V. R. Lagoa Estrela V. Novas
Classificação
Pt J V E D G 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º
4 2 1 0 1 1 2 0 0
III Divisão - Série F 5ª Jornada
Atlético 13 Carregado 11 A. D. Machico 10 Loures 9 Montijo 8 1º de Dezembro 7 Alcochetense 7 Vilafranquense 7 Atlético Cacém 7 Tires 7 Sintrense 6 Ouriquense 6 U. D. Santana 6 Fut. Benfica 5 Câmara Lobos 4 Vialonga 4 Elvas 3 Caniçal 3
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
4 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 0 1
1 2 1 0 2 1 1 1 1 1 0 3 3 2 1 1 3 0
0 0 1 2 1 2 2 2 2 2 3 1 1 2 3 3 2 4
16-5 14-4 9-6 8-4 5-4 6-5 9-7 6-8 8-9 6-7 7-7 6-7 5-7 2-5 6-19 8-10 4-7 3-7
6ª Jornada (23-10) Câmara de Lobos - Tires Caniçal - Carregado Alcochetense - Vialonga Elvas - Atlético Cacém Ouriquense - Santana Loures - Atlético Sintrense - Montijo 1º de Dezembro - A. D. Machico Vilafranquense - Futebol Benfica
- Messinense 0 Beira-Mar 2 Desp. Beja 0 Farense 0 Juv. Évora 1 Monte Trigo 1 Castrense 0 Oeiras 0 Amora
Classificação
Pt J V E D G 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
1 1 6 1 3 3 2 2
Pt J V E D G 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
Lusitano Évora 13 Lagoa 12 Est. V. Novas 11 Juv. Évora 10 Lusitano V. R. 9 Vasco Gama 9 Almansilense 8 Amora 7 Desp. Beja 6 Aljustrelense 6 Oeiras 6 Ferreiras 5 Beira-Mar 3 Sesimbra 2 Messinense 1 Castrense 1 Monte Trigo 1 Farense 0
5 5 5 5 5 5 4 5 5 5 5 4 5 4 4 5 5 3
4 4 3 3 2 2 2 2 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0
1 0 2 1 3 3 2 1 3 3 3 2 3 2 1 1 1 0
0 1 0 1 0 0 0 2 1 1 1 1 2 2 3 4 4 3
11-2 8-2 8-1 6-4 10-5 7-4 2-0 8-7 6-6 6-5 5-4 5-4 1-3 2-7 1-5 3-9 3-12 0-12
6ª Jornada (23-10) Messinense - Estrela Vendas Novas Beira-Mar (Algarve) - Sesimbra Desportivo de Beja - Vasco da Gama Sines Farense - Aljustrelense Juventude de Évora - Lusitano de Évora Monte Trigo - Almansilense Castrense - Ferreiras Oeiras - Lusitano Vila R. S. A. Amora - Lagoa
CORREIO DE CARACAS – 20 DE OUTUBRO DE 2005
Venezuela oferece boas oportunidades É esta a opinião de António Braga, que vê com bons olhos possí veis social, que o vice-presidente venezuelano, José Vicente Rangel, deabreujean@yahoo.com o recebera de uma forma cálida, secretário de Estado não só a ele como também à codas Comunidades mitiva de empresários que o Portuguesas consi- acompanhou na visita, entre os derou que na Vene- quais estava o embaixador de zuela há boas oportunidades pa- Portugal na Venezuela , José da ra que os empresários e comer- Costa Arménio. ciantes portugueses troquem No encontro, que se realizou experiências com empresários e na segunda-feira, o secretário e o com o Governo em matéria agrí- representante venezuelano falacola, pesqueira e turística. An- ram sobre as relações bilaterais e tó nio Braga garantiu, ainda, que a necessidade de manter um diá"é possível trabalhar nessas ma- logo permanente, "como países térias para que Portugal e a Ve- amigos que somos". nezuela possam estreitar mais as suas relações no domínio empre- PARTICIPAÇÃO ACTIVA sarial e econó mico". NA POLÍ TICA O responsável pela pasta da Braga fez questão de frisar que Emigração em Portugal conside- tentou passar à comunidade uma ra que estão reunidas as condiçõ- mensagem que visa incentivá-la es para que os empresários e os a continuar a trabalhar em prol comerciantes portugueses tro- da Venezuela, tendo contudo quem experiências com empre- que participar mais na vida sosários e com o Governo vene- cial e cívica venezuelana, pozuelano. dendo mesmo propor-se como Antó nio Braga está interes- candidatos nas eleições e particisado que a população da Vene- par massivamente nos processos zuela, que ronda o meio milhão eleitorais que se desenvolvem na de pessoas, participe nos proces- Venezuela. sos de integração e inclusão que Braga sublinhou o interesse adianta o Governo de Chávez. da comunidade em que seja o Disse, ainda, à comunicação português seja obrigató rio nas Jean Carlos De Abreu
O
escolas venezuelanas, pois "a língua portuguesa hoje é falada por mais de 200 milhões de pessoas no Mundo inteiro". CONTACTO COM A COMUNIDADE Para além do contacto que teve com a comunidade através da sua participação no Encontro de Gerações, Antó nio Braga - que esteve na Venezuela até quartafeira - visitou algumas cidades da Venezuela para saber dos principais anseios dos portugueses e lusodescendentes. No domingo passado, reuniuse com os emigrantes lusos nas cidades de Valência e Maracay e participou num almoço oferecido pelo presidente do Centro Social Madeirense de Valência, Juan Pablo de Vera Cruz, podendo assim observar a forma como está organizada a comunidade naquela localidade. Diversas personalidades da comunidade lusa de Maracay e Valência fizeram questão de marcar presença para acompanhar o secretário de Estado, enquanto este realizava uma visita às instalações do clube e via como se desenvolviam as actividade dos "X Jogos Desportivos Nacionais FECEPORVEN". As impressões obtidas por Antó nio Braga não se fizeram es-
perar. O diplomata português comentou ao CORREIO que a comunidade em geral na Venezuela está muito bem integrada e contribui para o desenvolvimento deste país. Nesse contexto, reiterou que a influência dos emigrantes portugueses fora do seu territó rio nacional é muito importante para a economia de Portugal, já que existe um investimento muito grande e uma associação entre empresas lusas e venezuelanas. MARACAY PEDE AJUDA O presidente da Casa Portuguesa do Estado Aragua, Ernesto Sales, organizou uma recepção de boas vindas ao secretário de Estado das Comunidades na sua deslocação a Maracay, tendo aproveitado a ocasião para manifestar a necessidade de um apoio
econó mico com vista a terminar a construção de um lar nas proximidades do clube. No encontro, Antó nio Braga sublinhou que Portugal conta com as comunidades espalhadas pelo Mundo e que os investimentos destas têm influenciado o desenvolvimento do país, embora este esteja a atravessar, neste momento, uma crise econó mica que começa aos poucos a ser superada. O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas salientou ainda que iria estabelecer conversações durante a sua estada no país com o vice-presidente da Repú blica Bolivariana de Venezuela, José Vicente Rangel, com vista a acordos bilaterais tanto no que diz respeito à política externa como às questões econó micas.
BREVES Libertados dois portugueses raptados Afonso Alberto da Silva, de 62 anos, e o seu sócio, José Manuel Figueira, 40 anos, foram libertados depois de terem estado dois meses em cativeiro. O resgate teve lugar depois de um confronto entre o Corpo de Investigações Penais e Criminalísticas e o bando de sequestradores que raptaram estes comercian-
tes portugueses. Foi também resgatado o empregado venezuelano dos comer ciantes, José Eulogio Azuaje, de 44 anos, que tinha sido raptado juntamente com os seus chefes lusos. O CIPC ainda não fez nenhum balanço sobre os feridos ou falecidos que pode ter ocasionado o confronto com os delinquentes, nem se sabe qual foi o local exacto da libertação. Contudo, os três reféns foram resgatados sãos e salvos.
Lojas da "Central Madeirense" fechadas por 3 dias O Serviço Nacional Integrado de Administração Aduaneira e Tributária (SENIAT) da Venezuela mandou encerrar na semana passada todas as sucursais na cidade de Caracas dos Supermercados da cadeia Central Madeirense, propriedade de emigrantes naturais da Região Autónoma da Madeira. Presume-se que o motivo que levou a
tal decisão seja algum problema relacionado com atraso no pagamento de impostos. O SENIAT ordenou o encerramento dos estabelecimentos durante três dias e, como tal, diversos clientes das lojas, alguns deles com dezenas de anos de relação com aquela cadeia alimentar, manifestaram-nos a sua estranheza pela forma como decorreu o encerramento das lojas, que consideram ter resultado de um acto de pura perseguição.