Correio da Venezuela 130

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Ronaldo suspeito de violação

Estrela de futebol interrogado pela polícia britâ nica Página30

Folclore em Anaco

Comunidade com 120 emigrantes forma grupo

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www.correiodecaracas.net

O jornal da comunidade luso-venezuelana

ano 06 - n.º 130 - DePósito LegaL: 199901DF222 - PubLicação semanaL

caracas, 27 De outubro De 2005 - VenezueLa: bs.: 1.000,00 / PortugaL:

Expropriações denunciadas na UE Deputado do partido Acción Democrática (oposição) faz graves acusações ao Governo de Chávez e evidencia o caso de um madeirense assassinado depois de ter sido alvo de extorsão. Página3

Nacional derrotado pelo Porto desce para a quarta posição Equipa madeirense que perdeu em casa visita a Venezuela no próximo ano . Páginas 28 e 31

0,75

Tertú lia do IPC homenageia ilha da Madeira Página 15

Basílica marca presença da comunidade portuguesa em Paris Página 10

Portugal disponibiliza aulas de português on-line Página s 4 e 20


2 EDITORIAL Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Coordenação na Madeira Sónia Gonçalves Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva Noélia de Abreu, Victoria Urdaneta, Yamilem González Correspondentes: Ana Pita Andrade (Maracay) Bernardete de Quintal (Curaçau) Briceida Yepez (Valencia) Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira, Oswaldo Carmona Preparação Gráfica: João Santos (DN-Madeira) Produção: Franklin Lares Fotografia Paco Garret Distribuição: Juan Fernandez Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela

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Notícia pelos piores motivos...

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nome da Venezuela tem aparecido muitas vezes na comunicação social portuguesa. A mediatização do caso do co-piloto Luís Santos tem contribuído para tal, mas não é apenas este caso que deixa a terra de Bolívar talhada na imprensa e figurada nos telejornais, infelizmente pelos piores motivos. É que, nos ú ltimos tempos, vários cidadãos de nacionalidade venezuelana têm vindo a ser acusados de tráfico de droga. Alegadamente, escondem cocaína, heroína e outros estupefacientes normalmente no interior das malas, dissimulando o conteú do que, no entanto, não escapa aos inspectores alfandegários, que têm modernos sistemas de despistagem de drogas.

É recorrente... Só no Aeroporto da Madeira, todas as semanas são apreendidas milhares de doses de droga, ficando os portadores em prisão preventiva e sendo o processo reencaminhado para a Polícia Judiciária, a fim de ser feito o inquérito e apurar as responsabilidades. Curiosamente, como noticiámos, na Venezuela os portugueses passaram a fazer parte da lista dos principais suspeitos de tráfico de droga... E porque as notícias se limitam a apresentar factos, tanto os venezuelanos como os portugueses têm que sentir vergonha e fazer um esforço para evitar estas situações. Mas como? Denunciando e alertando as autoridades sempre que há suspeitas, pois não basta "enfiar a carapuça"....

o CARTooN DA SEMANA Um Venezuelano de férias e com alguns dólares, pelo seu “sotaque”, é considerado “emigrante”.

Pois, mas se for um “inglês” que ande à “boleia” e de mochila às costas é sempre um senhor turista, não?

Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares

A seMAnA MUITO BOM Apesar da tragédia que significa para cada família um sequestro, o esforço dos agentes policiais para conseguir a libertação recente dos portugueses que residem em Los Valles del Tuy e que tinham mais de dois meses em cativeiro merece um voto de louvor. As autoridades consulares portuguesas acompanharam de perto este processo, estabelecendo sempre contacto não só com os familiares das vítimas do rapto como com os corpos policiais.

BOM Realizaram-se no fim-de-semana passado dois eventos de folclore. Um no Clube Campestre Paracotos e outro na Hermandad Gallega de Caracas. No primeiro, exaltou-se o folclore madeirense e, no segundo, reuniram-se dezasseis grupos de diferentes países, dos quais três representaram Portugal. O Centro Social Madeirense de Valencia, o Centro Luso de Turumo e o Centro Português em Caracas foram a "cara" de Portugal num evento que contou com a participação de grupos de Itália, Espanha, Uruguay e outros. Parabéns por estas iniciativas.

MAU Da mesma forma que já destacámos o esforço feito para organizar de dois em dois anos os jogos Feceporven, que reúnem um importante número de desportistas de diferentes modalidades, também fazemos aqui eco do descontentamento de muitas vozes que se fizeram ouvir na nossa Redacção para manifestar a alegada injustiça dos jogos serem sempre ganhos pela equipa anfitriã, ou seja, a que organiza o evento...

MUITO MAU Os jornais muitas vezes cometem injustiças, ou porque a fonte de informação não foi a mais credível ou porque determinadas declarações foram mal reproduzidas. Muitas vezes cometem mesmo erros por se aceder à má informação, o que é de lamentar. Desta vez, o CORREIO “bebeu” de uma fonte de informação que estava errada e noticiou mal os motivos de fecho das cadeias de supermercados Central Madeirense, já que o mesmo deveu-se a um alegado incumprimento dos requisitos exigidos pelo Seniat aos fornecedores. Pedimos desculpa aos nossos leitores e à gerência da CM pelo lapso involuntário, até porque se trata de uma empresa cumpridora e irrepreensível, como nos comprovaram as autoridades fiscalizadoras venezuelanas.

Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias. El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.

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VEnEzUELA 3

Jesús Garrido afirma que foram invadidas cerca de 140 quintas de estrangeiros e venezuelanos.

Deputado denuncia expropriações Casos como o do madeirense António Vieira, que foi assassinado em 2003, após terem confiscado as suas terras, serão notificados à União Europeia produtor médio com uma quinta de trinta hectares, chamada "La Visita". Vieira dedicava-se ao cultivo de cana de açú car e à criação de porcos. s receios de muitos emiA morte do português ocorreu em grantes venezuelanos 2003, apó s dois anos de extorsão "por quando o presidente Hu- parte de grupos que actuavam sob a go Chávez aborda o te- mais absoluta impunidade, apesar de esma da propriedade privada não são tarem identificados pelas forças polinovidade. ciais", declarou Jesú s Garrido ao CORecentemente, o chefe de Governo RREIO. declarou, numa conferência de imprenEstas denú ncias foram tornadas pú sa, durante uma viagem a Salamanca, blicas agora porque os familiares dos que na Venezuela não havia qualquer afectados "vivem numa situação de me"galego" expropriado e que no país se do permanente", disse o deputado. respeita a propriedade privada. Em resposta ao repto lançado por Estas afirmações motivaram uma res- Chávez para que a oposição lhe apreposta por parte do deputado da oposi- sentasse um português afectado por esção Jesú s Garrido Pérez, que denunciou tas medidas, o deputado indicou que Anvários casos de proprietários de fazen- tó nio Vieira foi assassinado por um grudas de origem europeia que têm sido ví- po que já era conhecido das autoridades timas de intervenções nas suas terras. de Yaracuy mas que não foi objecto de O caso mais dramático corresponde a qualquer punição. um madeirense: Antó nio Vieira, de 41 "Eles auto-proclamaram-se pioneiros anos, que estava radicado no município da revolução e sem respeitarem a proBeroes do Estado de Yaracuy. priedade privada nem o trabalho honO deputado do partido Acció n De- rado dedicam-se à extorsão, à chantagem mocrática, assegurou que o marido de e à destruição da maquinaria agrícola". Fátima Vieira - também portuguesa Garrido salientou que o emigrante foi assassinado com um disparo no pes- madeirense não ganhava o suficiente pacoço apó s ter sido alvo de extorsão. ra pagar a soma de dinheiro exigida atra"Quando se recusou a pagar a "vacuna" vés da extorsão de que foi vítima duran(uma taxa pela preservação da sua segu- te dois anos. Quando deixou de pagar, rança) foi executado", disse. foi assassinado. Posteriormente, quanNeste caso nem se tratava de um do as terras estavam sob as ordens da grande proprietário de terras. Era um sua viú va, mataram cem ventres de porDélia Meneses

delia_jornalista@yahoo.com

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co, que carregaram em cinco camiões, e queimaram os hectares de cana de açú car. Uma fonte pró xima da família declarou ao CORREIO que este caso está nas mãos da Fiscalia Geral da Repú blica. "As pessoas estão identificadas e no município de Beroes de Yaracuy toda a gente as conhece. Mas não se tem conseguido uma sentença porque a impunidade é muito grande. Os estrangeiros daquela zona - espanhó is, portugueses, italianos e franceses - vivem aterrorizados", disse a fonte. CASOS SERÃO LEVADOS À UE Jesú s Garrido anunciou que pedirá o direito à palavra junto da União Europeia para denunciar os "atropelos" a que têm sido sujeitos os cidadãos europeus residentes na Venezuela e cujas propriedades foram expropriadas ou confiscadas. "Vou dirigir-me ao Parlamento Europeu acompanhado por uma comissão constituída por alguns dos lesados para que se saiba o tratamento vil de que estão a ser alvo estes venezuelanos nacionalizados", disse, numa conferência de imprensa, junto à sede do Parlamento. Entre os exemplos citados pelo deputado encontra-se também o caso do cidadão Alfredo Riviera, de nacionalidade espanhola, que tem uma fazenda de 235 hectares no município de Beroes do Estado de Yaracuy. "A sua propriedade

foi saqueada e destruída. Atentou-se contra as vivendas, o gado, as plantações e o sistema de rega". Garrido mencionou ainda o caso de Edmundo Rodríguez, cidadão de origem espanhola, cujos 100 hectares de cana de açú car foram 100 por cento destruídos e no de Sanborondó n II, propriedade de Manuel Rodriguez, da qual foram expropriados 100 hectares. Por outro lado, a Pablo e a Manuel Gonzáles - também de origem espanhola - expropriaram igualmente 97 hectares de cana de açú car, assim como as maquinarias agrícolas. Adicionalmente, são alvo de extorsão para que o grupo não regresse à quinta, disse Garrido Pérez. Também a propriedade de 200 hectares do italiano Miguel Calabrese foi destruída em mais de metade da sua extensão, ao mesmo tempo que foram queimadas as plantações. Ao seu compatriota Antonio Noville - dono de 100 hectares - aplicou-se a mesma receita, tal como na Agro-pecuária La Negrita, de cerca de 326 hectares de superfície. O deputado anunciou que possui provas "contundentes" das irregularidades cometidas na titularidade das terras por parte do Ministério da Agricultura e Terras e do Instituto Nacional de Terras, pelo que apresentará um recurso internacional contra as expropriações das propriedades de venezuelanos de ascendência europeia.


4 VenezueLA

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Acordos para o ensino do português Victoria Urdaneta Rengifo

victoriaurdaneta@yahoo.com

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Portugueses chamados a renovar a Venezuela Secretário de Estado distinguiu empenho do DIÁRIO e do CORREIO no Encontro de Gerações referindo que se perspectivam obras de vulto em termos rodoviários e de infra-esrmoliveira@dnoticias.pt truturas sociais, como hospitais e escolas, sendo certo que as autoridades venezueai ser constituído um grupo lanas apreciavam a entrada em cena de misto para explorar as po- firmas nacionais nos concursos a efectencialidades de investimen- tuar em breve. Assim, fica provado que os to luso na Venezuela, de mo- empresários portugueses são vistos como do a que, isoladamente ou em consó r- parceiros nas comunidades e, dessa forma, cio, as empresas portuguesas possam também podem ajudar no crescimento executar "as obras pesadas" a lançar pelo econó mico de Portugal. sector pú blico. Do contacto com os ministros e viceA garantia foi dada pelo secretário de presidente venezuelanos, Antó nio Braga Estado das Comunidades, no discurso de regista "o elogio de todos à comunidade balanço da sua visita oficial à Venezuela, portuguesa e o seu empenho no desenRicardo Miguel Oliveira

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volvimento da Venezuela". Daí que tenha lançado palavras de encorajamento à comunidade: "Não desistam. Há esperança e condições". Antó nio Braga voltou a destacar que o governo português está atento à sua comunidade, quer no que concerne ao seu envolvimento, como aos direitos dele decorrentes. Por tal, pediu confiança no futuro. O governante aproveitou o ú ltimo dia da sua visita oficial à Venezuela para distinguir o empenho do DIÁRIO e do CORREIO na organização do Encontro de Gerações, e a forma como os seus directores cooperaram para viabilizar a sua agenda, por sinal, bem preenchida. O secretário de Estado das Comunidades presenteou o DIÁRIO com uma peça do museu Soares dos Reis.

Lisboa quer cativar luso-venezuelanos Ricardo Miguel Oliveira rmoliveira@dnoticias.pt

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ortugal e Venezuela estão a analisar o incremento da cooperação bilateral nas áreas da educação e da economia, revelou na semana passada o secretário de Estado das Comunidades, Antó nio Braga, que visitou a Venezuela para participar no IV Encontro de Gerações. "Neste momento a balança comercial é insignificante [entre os dois países], é im-

portante que haja um reforço", disse Antó nio Braga à saída de um encontro com o vice-presidente da Venezuela, José Vicente Rangel. Antó nio Braga esteve depois reunido com os associados da Câ mara de Comércio Luso-venezuelana, a quem apresentou um estudo sobre Oportunidades de Negó cio em Portugal, em cooperação com a Agência Portuguesa para o Investimento. A intenção fundamental do Governo português nesta

sua abordagem com homens de negó cios da Venezuela que são de origem lusitana, é cativar o seu interesse para novos investimentos em Portugal, em diversas áreas de actividades, em que o país oferece excelentes condições e uma porta aberta para toda a Europa, um mercado comum de muitos milhões de consumidores. Aliás, a cooperação empresarial foi um dos temas debatidos na audiência com o vice-presidente José Vicente Rangel. De acordo com o secretá-

rio de Estado das Comunidades Portuguesas, os empresários portugueses na Venezuela podem servir de ligaç ão entre as iniciativas empresariais portuguesas e outras acções empreendidas em conjunto com a Venezuela. No jantar com os empresários luso-venezuelanos foi bem vincada a disponibilidade de Lisboa em apoiar tais iniciativas, tendo Antó nio Braga destacado a importâ ncia bilateral de eventuais empreendimentos.

epois da reunião entre o ministro da Educação Superior e o corpo diplomático português que se realizou na semana passada, o CORREIO obteve as primeiras impressões do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Antó nio Braga, que deu conta de um acordo concreto: "Chegámos a uma boa conclusão que foi considerar duas modalidades de ensino da língua. Uma é a instrução à distâ ncia por meios audiovisuais, como a televisão, e a outra - menos viável - é a inserç ão de pessoal docente nas escolas pú blicas. Quanto à primeira modalidade, refere, vão começar a cooperar através da Universidade Aberta de Portugal, que vai contar com o apoio da Universidade Nacional Aberta da Venezuela. "Para elas, será uma tarefa significativa preparar os mó dulos de ensino a distâ ncia da língua portuguesa", refere. A outra modalidade discutida, embora não seja a primeira opç ão, foi ter professores que formassem estudantes das escolas pú blicas venezuelanas. "Vamos analisar a partir de agora as condições de trabalho. Vai haver uma comissão especial para isso, tanto aqui como em Portugal", assinalou Braga, esclarecendo que "alguns dos professores de português que não entraram no sistema pú blico de ensino em Portugal poderiam ser aproveitados para alguns dos projectos e, inclusive, estamos a avaliar a possibilidade de ir mais longe, com a formaç ão de professores para difundir a nossa língua na Venezuela". Contudo, não é só os venezuelanos que vão ter proveito desta iniciativa, pois para além destes não nos podemos esquecer os quatro milhões de portugueses que vivem e trabalham na Venezuela. Mas nem todos conhecem a língua portuguesa e, com estes acordos, teriam melhores condições para aprendê-la. Isso a nó s satisfaz-nos, pois o nosso dever é divulgar a língua portuguesa pelo mundo, o que é um elemento positivo para a cooperação em mú ltiplas áreas, como na cultural e na comercial", informou-nos Antó nio Braga. Entre os benefícios assinalados pelo máximo representante para as comunidades portuguesas está "a possibilidade de conseguir a massificação do ensino da língua, o que será uma vitó ria importante", assim como a integraç ão no projecto da Comunidade Europeia e de países latinoamericanos, como o Brasil.


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Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas reunido em Lisboa

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Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas - ó rgão de cú pula do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) - está reunido em Lisboa, na Assembleia da Repú blica, desde o dia 26 até ao dia 28 de Outubro. Esta é a primeira reunião do Conselho Permanente depois da reunião Plenária do CCP de Junho ú ltimo. O Conselho Permanente vai aprovar o documento de resposta à consulta do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, sobre a lei do CCP; vai analisar e comentar o Orç amento de Estado naquilo que diz respeito às Comunidades Portuguesas e vai debater assuntos de interesse para os Portugueses que residem no estrangeiro. Para tal, o Conselho Permanente reú ne amanhã (28) com o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, no

Ministério dos Negó cios Estrangeiros; hoje, com a Comissão Parlamentar dos Negó cios Estrangeiros e com os Grupos Parlamentares com assento na Assembleia da Repú blica. Ontem, reuniu também com a Administração da RTP. O Conselho das Comunidades Portuguesas é o ó rgão de consulta do Governo Português para os assuntos relacionados com a Emigraç ão e é composto por 100 Conselheiros eleitos, por sufrágio universal, nos vários países onde residem Portugueses. Entre os outros objectivos, o conselho propô s-se abordar vários temas, nomeadamente a articulação com os deputados, a lei, o financiamento e o orçamento do CCP, o orçamento do Governo para as comunidades, as viagens para os Açores (pretensão de uma tarifa ú nica), o serviço militar, o ensino do português no estrangeiro, a reestruturação consular e os novos passaportes e B.I.

Festa do Minho a 12 de Novembro

ARCO DE VALDEVEZ

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m grupo de minhotos residentes na Venezuela vai realizar por primeira vez a Festa do Minho, a 12 de novembro de 2005, que se realiza em horário nocturno. A festa, que vai incluir jantar e petiscos, visa reunir todos os minhotos num convívio com espectáculo e baile. O grupo "La V Scala" animará a noite. Também estarão presentes o Grupo Folcló rico Os Lusíadas, o

cantante Oliver e o duo "Los Ángeles" Os organizadores querem, através da imprensa regional e da rádio de ambos os distritos, anunciar a festa e os nomes da comissão fundadora da primeira Festa do Minho em terras de Simó n Bolívar. José Matos Barreiro Pereira (Arcos de Valdevez), Ana Luísa Pereira Marques, Antó nio da Costa Alves (Arcos de Valdevez), Joaquim de Campos Ferreira, Ar-

mando Carvalho Araú jo (Barcelos), Francisco da Costa Brito (Vila Verde), Antó nio Ferreira Gonçalves (Vila Verde), Manuel Gomes Pereira, Álvaro Tercas Vaz (Monç ão), Fernando Jorge Gomes Rodrigues (Guimarães) e Antó nio Calcada do Poço (Caminha). Esta Festa vai ser realizada no Centro Comercial Los Campitos, piso 4, Salão Los Campitos, Prados del Este, as 19h30. As entradas já estão a venda.


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Venezuela 7

Capela do clube de Guayana recebeu bênção oficial António Costa

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o passado dia 8 de Outubro, viveu-se uma noite de jú bilo no Centro Português Venezuelano de Guayana, quando o bispo da diocese daquela cidade, o Monsenhor Mariano José Parra Sandovall, levou a cabo a bênção oficial da Capela de Nossa Senhora de Fátima.

O presidente do Centro Português Venezuelano de Guayana, Víctor Vieira, agradeceu a todas as pessoas que de uma forma ou de outra colaboraram com a construção da capela. A inauguração contou com a presença do coro infantil da Paró quia de San Aventura, que é dirigido pelo professor David Bastardo, que interpretou várias melodias eclesiásticas dentro da ermita. A primeira missa "inaugural" foi oferecida

A missa esteve a cargo do bispo da Diocese da cidade de Guayana, Monsenhor Mariano Parra.

pelo bispo Monsenhor Parra, que se fez acompanhar dos padres Matías, Luis, Branget e o diácono Rafael Calvo. No meio da comemoração, foi selada no altar uma relíquia trazida de Portugal por Helena de Rocha, em honra dos pastorzinhos, Lú cia, Jacinta e Francisco. A organização do evento ficou a cargo de Judith de Costa, que reuniu só cios e devotos que se aproximaram do Centro Português Venezuelano de Guayana. Pa-

ra além do mais, assistiram ao evento os membros da Junta Directiva, encabeçada por João Gonçalves e Ferdinando Moniz. As ofertas tradicionais foram dadas por alguns membros do pessoal administrativo do clube e da equipa de futebol. Da mesma forma, o acto contou com a participação especial de várias crianças que luziram com roupas de anjos e representaram os três pastorzinhos.

Sócios e pessoas próximas do Centro Português Venezuelano de Guayana compareceram na cerimónia.


8 VEnEzuEla

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"Hogar Canario" vence festival folclórico Jean Carlos De Abreu

deabreujean@yahoo.com

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grupo "Hogar Canario Venezolano" foi o vencedor do "XXVI Festival de Danças Folcló ricas Internacionais", realizado a 21 de Outubro nas instalações do Clube Hermandad Gallega de Venezuela, anfitriã deste ano. Desde 2001 que o "Hogar Canario" não encabeçava a lista dos primeiros lugares. Com a vitó ria nesta ú ltima ediç ão cabe-lhe organizar o evento no pró ximo ano, na sua sede, em El Paraíso. O grupo arrecadou ainda o reconhecimento pelo melhor traje típico. Foram 16 os agrupamentos que se apresentaram no passado sábado no Clube da Hermandad Gallega, representando vários países do Mundo, para mostrar o melhor das danças tradicionais em cada uma das nações. Coube ao Grupo Celta de Gaitas fazer as honras da casa, interpretando uma melodia representativa da tradi-

Evento realizou-se no passado dia 21 de Outubro, na sede da Hermandad Gallega. ção musical galega. Logo depois, o jú ri, constituído por personalidades conhecedoras das artes e das danças, seleccionou a madrinha do encontro, tendo a escolha recaído sobre Ginessa Bazzano, do grupo folcló rico italiano. A decoração do cenário foi inspirada numa espiral, que segundo explicaram os organizadores, une todas as culturas de emigrantes na Venezuela. Uma ideia que foi seguida para o troféu entregue aos grupos vencedores e que foi elaborado com um material especial proveniente da Galiza, Espanha. O primeiro grupo que se apresentou em palco e deu início ao festival foi o Centro Social das Comunidades Madeirenses de Valencia, que, como não

podia deixar de ser, representou a Madeira. Foi depois a vez do Centro Luso de Turumo, encarregue de exibir as tradições folcló ricas dos Açores, seguido pelo Centro Português em Caracas, em nome de Portugal.

Contudo, apesar de nenhum dos três representantes ibéricos ficou entre os cinco primeiros lugares, a participação destes jovens lusodescendentes elevou bem alto o nome de Portugal e das suas tradições neste Festival Internacional.

Principais Estados da Venezuela exibem folclore madeirense Délia Meneses

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clube campestre Paracotos, no Estado de Miranda, recebeu no fim-de-semana passado mais de três mil convidados que marcaram presença no XI Encontro Madeirense de Folclore Português de Los Valles del Tuy. Os principais Estados da Venezuela estiveram representados por um ou dois grupos, como foi o caso do Estado de Carabobo. Na sua maioria, os que se inscreveram no festival foram grupos que se formaram nos anos de 2003, 2004 e 2005. Também participaram alguns mais tradicionais, como o de Danças Internacionais Duas Pátrias (1955), o grupo do Centro Luso-venezuelano do Estado Vargas (1984), o do Centro Social Madeirense de Valencia

(1980) e o da Cidade Bolívar (1988). O jú ri foi constituído por dez pessoas, estando entre eles dois convidados madeirenses, João Manuel Freitas Branco e Maria Relva, que fazem parte de um grupo folcló rico na ilha. A presidente da mesa foi Dora Pinto, que se fez acompanhar de Maria Lourdes Almeida, Nélio de Abreu, Délia Rodrigues, Esteban Cordero, Maria de Pestana e Pablo Correia. A avaliação do jú ri outorgou o primeiro lugar ao Grupo Folcló rico do Centro Português Venezuelano de Guayana, cuja vestimenta e danças representaram a Camacha. O segundo lugar recaiu sobre o grupo do Centro Luso-venezuelano do Estado de Vargas. O pú blico foi bastante receptivo com este grupo, que apre-

sentou uma proposta diferente. Na sua primeira dança, os homens dançaram com uma grilheta amarrada aos pés e, na segunda dança, cada membro dançou com uma tocha acesa. Os dois grupos do Estado de Carabobo que assistiram ao fes-

tival sentaram-se em lugares de honra. O do Centro Social Madeirese de Valencia obteve o terceiro lugar e o da Casa Portuguesa Venezuelana de Valencia obteve o quinto. Na sua vez, Danç as e Cantares de Puerto La Cruz ficou no quarto

lugar. A madrinha vencedora foi Vanesa Peralta, de Danças e Cantares de Portugal de Puerto la Cruz. O folclore madeirense também foi interpretado por grupos que vieram de Araure, Turumo, Los Valles del Tuy, Punto Fijo, Aragua, La Victoria, Cidade Bolívar e Caracas. Cada grupo apresentou três danças e uma breve explicação da sua vestimenta. Entre as apresentaç ões, o grupo "Venezuela Caña y Miel" levou o sabor e o movimento de ancas de um grupo de morenas que dançaram ao som dos tambores, em representação do folclore venezuelano. Nesta altura, vimos os membros dos grupos folcló ricos portugueses - na sua maioria lusodescendentes - a dançar "tambor" com muito â nimo.


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Um pedaço sagrado de Portugal em Paris Comunidade recuperou uma basí lica abandonada e converteu-a num espaço de integração espiritual e familiar. Arelys Gonçalves, em Paris arelyscorreio@hotmail.com

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o mundo inteiro, os portugueses são conhecidos e reconhecidos pela imensa adoração à sua padroeira, a Virgem de Fátima. Seja onde for, longe ou perto de Portugal, a Virgem os acompanha. Em Paris, onde existe uma grande comunidade portuguesa, os esforços para encontrar um espaço de reunião da fé têm muita força e, por isso, surgiu o Santuário "Notre Dame de Fátima Marie Mediátrice", uma igreja que está há 17 anos nas mãos dos "portugueses-franceses", como um pedaço da sua pró pria terra. Esta basílica, que data de 1954, foi confiada em 1988 à comunidade portuguesa que desde então abriu as portas para oferecer às suas famílias e a centenas de fiéis de língua portuguesa e francesa um serviç o de convivência cató lica. Além de ser uma edificação muito apreciada pela comunidade, o Santuário tem também um valor histó rico e sentimental para os parisienses. Foi criado como homenagem à Santa Virgem para lhe agradecer ter protegido Paris em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. Foi um voto feito pelo Cardeal da época, Suhard, perante as ameaças de Hitler de queimar a cidade. No meio do temor dos habitantes, o Cardeal ofereceu construir uma grande basílica se Paris conseguisse salvar-se. Dez anos depois, surgiu na colina de Porta de Lilás esta importante construção moderna, praticamente ú nica dentro da cidade pelo estilo contemporâ neo da sua arquitectura e por ser uma das poucas com carácter votivo. Há 17 anos, assim como se faz tradicionalmente em Portugal e especialmente em Fátima, de Maio a Outubro, todos os 12 e 13, são organizadas cerimó nias para celebrar as aparições. Em todos estes meses realizamse peregrinações ao redor da igreja, missas e orações para lem-

brar a data da presença da virgem em Portugal. Como de costume, os dias de mais expressão de devoç ão são os 12 e 13 de Maio, datas onde há uma forte presença lusa, assim como de pessoas de outras nacionalidades. Tradicionalmente, no dia 12 à noite predominam entre os crentes as famílias portuguesas. Com serviços pastorais em língua portuguesa e francesa, o Santuário é um lugar de encontro para a primeira, segunda e terceira geração lusa e para todos os cató licos residentes da zona e dos seus redores. Nestas quase duas décadas como Santuário Nossa Senhora de Fátima, a afluência constante da comunidade é o que mantém animado o seu funcionamento. Há muitas famílias que se deslocam mais de trinta quiló metros para assistir à missa, para participar nos ensaios corais, para receber a catequese e para fazer parte de uma das diversas actividades que se realizam na igreja. As contribuições e as colaborações alimentam a vida da igreja, conforme declara, ao CORREIO, Margarida Renard, secretária da Igreja. Este espaçoso santuário é também um espaço propício para o entretenimento saudável e o encontro familiar. Durante a missa, a família participa activamente no serviço e, depois da homilia dominical, é costume ficar mais tempo na igreja, falar com os amigos, beber um ca-

fé e até comprar algum produto tradicional, como o pão-deló , ou simplesmente ler um jornal da comunidade. Este é um dos lugares onde os portugueses se sentem como na sua pró pria terra, na sua casa, no seu lar. UM EXEMPLO A SEGUIR Como nos comenta Margarida Renard, portuguesa com mais de trinta anos em Paris, a contribuição dos portugueses nesta boa obra tem muito valor. "A igreja esteve abandonada por mais de uma década. Porque esta era uma zona muito pouco povoada e como uma igreja não é nada sem a comunidade cristã que a anime, a igreja foi fechada entre 1974 e 1988", diz. Com o passar do tempo, o abandono provocou a deteriorização da construção e, como Renard nos refere, "a presença de indesejáveis que degradaram o seu interior e exterior". Para o arcebispado de Paris, era preciso procurar uma comunidade que pudesse salvar a basílica do esquecimento. Que momento mais propício que uma peregrinação a Fátima, em Portugal, para encontrar uma boa solução? Em Agosto de 1984, um encontro do Cardeal Jean-Marie Lustiger, arcebispo de Paris, com a comunidade de emigrantes portugueses em Fátima constituiu a primeira esperança de que a igreja pudesse ser

confiada à comunidade e uma das mais poderosas razões eram os mais de 450 mil portugueses que viviam na cidade, muitos deles com vontade de participar no projecto. Foi assim que a 13 de Maio de 1988 se assinalou o decreto de aprovação da erecção do santuário "Notre-Dame de Fátima Marie Médiatrice", depois de milhares de portugueses presenciarem à solene bênção da imagem da Nossa Senhora de Fátima na conhecida Catedral Notre-Dame de Paris, uma das igrejas mais importantes e mais visitadas da cidade. Apó s inú meras recuperações e reparações feitas com a colaboração dos portugueses, finalmente no mês de Junho começou a funcionar o Santuário. Desde a inauguração, esta igreja moderna e bem concebida tem contado com a participação activa da comunidade e das autoridades cató licas, políticas, assim como de organizações juvenis de Portugal e da França. A edificação conta com duas igrejas; uma modesta igreja inferior e outra superior, ampla e com tribuna para aumentar a capacidade da nave. Além disso, tem um baptistério onde está a Virgem de Fátima em companhia dos pastorzinhos, uma livraria com publicações e artigos religiosos em português, um café ao melhor estilo luso onde se pode desfrutar de um bom "garoto" e comprar algum produ-

to típico. Durante a missa, há também um espaço infantil para acolheras crianças enquanto os pais assistem à celebração religiosa. Cada uma destas instalações faz da visita ao santuário uma experiência ú nica que bem poderia servir como exemplo da unidade portuguesa e, ao mesmo tempo, da integração no país de acolhimento. Organizada em três conselhos para garantir um funcionamento permanente, o santuário está sob a tutela do reitor, o padre Manuel Marques Gonçalves, natural da freguesia da Orça, conselho do Fundão, quem desde 2001 oferece a sua vocação, como ele diz, "para servir a Deus e ao povo deste santuário onde a fé está muito viva". O Conselho Econó mico, o Conselho Pastoral e a equipa sacerdotal são os três grandes pilares que dirigem os leitores, acó litos, catequistas, o grupo de acolhimento e segurança, de ornamentação, da pastoral familiar, assim como os responsáveis das emissões de rádio, da cautela das crianças durante as missas, do bar-convívio, da venda de artigos religiosos, das peregrinações e passeios, de convívios e de festas. Como acrescenta Renard, é um trabalho de formigas da comunidade que vive em Paris e seus redores. O santuário tem também uma presença nos meios de comunicação. Desde 1989, as missas dominicais são transmitidas ao vivo pela rádio Alfa, emissora da comunidade portuguesa em Paris, e publica as suas informações na "Folha do Santuário", um pequeno jornal que mantém ao corrente a comunidade dos acontecimentos importantes e das celebrações. Como muitas outras instituições ajustadas à modernidade, a Internet não está excluída das suas vias de difusão. O site www.sanctuaire-fatima.com é um recurso valioso para que os portugueses daqui e os de longe possam olhar mais de perto uma experiência impressionante, fruto da religiosidade e da saudade pela terra natal.


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n. S. de Fátima reú ne centenas em Guatire

VEnEzUELA 11

Fotos: Cortesía Diario LA VOZ

Victoria Urdaneta Rengifo

victoriaurdaneta@yahoo.com

A

13 de Outubro, o Centro Sociocultural Virgem de Fátima, localizado em Guatire, Estado de Miranda, ofereceu uma missa em honra dos 88 anos decorridos da ú ltima aparição da Santíssima Virgem de Fátima. A celebração litú rgica teve lugar naquele que será o primeiro santuário na Venezuela da padroeira de Portugal. A missa foi conduzida pelo padre Humberto Delgado e pelos sacerdotes lusodescendentes Eduardo Gonçalves e Manuel Nunes de Nó brega, tendo sido lançado à reflexão, durante a homilia, um dos desejos de Nossa Senhora de Fátima: "Porque negarmos a felicidade se Deus entrega-nos diariamente motivos para sorrir e amar?" A organização da missa e da

As celebrações religiosas contaram com a presença das autoridades portuguesas na Venezuela procissão esteve a cargo do director de Cultura do centro, Antó nio de Freitas, do presidente, Afonso da Silva, e do vice-presidente, João Gonçalves. Em ambos os actos, a mú sica teve um significado especial, sendo entoada pelas vozes do Coro Paroquial Santa Cruz de Pacairigua, que integra 25 damas voluntárias da cidade de Guatire e é dirigido pelo Prof. Brito Léon. No momento de interpretar os hinos de Venezuela e Portugal todos os presentes, tanto lusos como venezuelanos, ficaram comovidos perante as bandeiras e as canções da pátria, executadas pelos 18 instrumentistas da Banda de Concertos do município de Zamora, sob a batuta do professor Guillermo Tovar. PRESENÇAS IMPORTANTES

Diversos membros do corpo diplomático estiveram presentes no Centro Sociocultural Virgem de Fátima, entre os quais constavam o embaixador de Portugal na Venezuela, José Manuel da Costa Arsénio, e o cô nsul geral de Caracas, Fernando Telles Fazendeiro. Em declarações ao CORREIO, José Manuel Arsénio afirmou acreditar que "religião é um dos elementos fundamentais para cimentar a amizade entre os países". Segundo o embaixador, "graças à esperança e à fé na Virgem de Fátima podemos fazer crescer a fraternidade entre os portugueses e os venezuelanos", tendo sublinhado ter aceite "com gosto" o convite para participar na celebração porque reconhece que "é muito im-

Igreja nossa Senhora Rainha do Mundo precisa de ajuda Jean Carlos De Abreu

deabreujean@yahoo.com

N

a urbanização El Paraíso, no distrito capital, vai realizar-se no pró ximo dia 30 de Outubro, às doze horas, uma acção de solidariedade em honra da terceira aparição de Nossa Senhora de Fátima em Portugal. A festa tem lugar na secção acú stica do parque "La Paz" do mesmo sector. A iniciativa surgiu pela motivação da Associação Virgem de Fátima do Paraíso, com a finalidade de angariar fundos para a

reestruturação da igreja Nossa Senhora Rainha do Mundo dessa localidade da capital. Na celebração, vai participar o Grupo Folcló rico Danças e Cantares do Centro Português de Caracas, que vão interpretar danças típicas da região continental de Portugal e da Região Autó noma da Madeira. Da mesma forma, vão estar presentes outros grupos de mú sica variada para que o pú blico presente possa desfrutar de uma tarde de melodias, jogos, bebidas e comidas típicas lusas. Com esta acção, es-

pera-se angariar cerca de 50% do que falta para acabar os arranjos principais da fachada da igreja. José Manica, membro da Associação Virgem de Fátima do Paraíso, informou que se espera a presenç a de mais de 1.500 pessoas, que colaboraram no cumprimento da meta de recolha de fundos e, assim, vão poder reconstruir a igreja desse sector. Manica informou também que no pró ximo dia 11 de Novembro vai realizar-se a festa de San Martín, no Centro Português, em Caracas.

portante para a comunidade". Também a esposa do diplomático, que participou na liturgia rezando as orações principais, afirmou que "onde está a Virgem, está também Portugal". De igual modo, reforçou que "onde se celebra o amor da Virgem, estamos perante Deus", acrescentando que é com satisfação que vê a comunidade toda reunida em torno da fé em N. S. de Fátima. "Sem dú vida este é o desejo de Maria Santíssima: que os seus filhos estejam unidos aqui e em todas as partes do Mundo", disse. A presidente do município de Zamora - onde está situado o Centro Sociocultural Virgem Maria -, Solamey Blanco Sojo, foi uma das autoridades convidadas. A autarca sublinhou que além de reafirmar a convicção

nos preceitos cristãos da Igreja, o facto de ali estar e de partilhar com a comunidade portuguesa a celebração de mais um ano passado sobre a aparição da Virgem em Fátima, "mais do que um compromisso é um momento de alegria e de unidade". Para Blanco Sojo, Guatire foi uma povoação que se desenvolveu graças a muitas pessoas de honra, entre elas várias dessa legião de portugueses e portuguesas, dos quais os filhos se sentem profundamente orgulhosos. "Os Venezuelanos e os portugueses formam uma grande irmandade. Somos um só povo, que tem a mesma fé e cremos no mesmo Deus. Por isso, é mais do que um acto protocolar. É um acto de aproximação com esta comunidade, à qual reconheço a atenção e entrega", disse.


12 HISTÓRIA DE VIDA

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Paleta de cores e saudades Vanda Maria Freitas Gordo de Caires El Cuji, Estado Lara

É

difícil ser mulher, mãe, costureira e comerciante ao mesmo tempo, mas tento sempre equilibrar a vida familiar, o trabalho com o meu marido e o meu crescimento individual com a pintura. Vivo sempre muito ocupada: trato da casa, da família, da mercearia e há mais de 25 anos, nos tempos livres que me ficam, gosto de plasmar a insularidade da minha terra nos lenços. Sinto os meus quadros, que tentam reflectir a visão do mundo madeirense, nomeadamente o banho de luz ao abrir a janela, vendo o mar. Dessa insularidade, sai a frescura da água, que nunca falta nos meus quadros, assim como a força da abrupta natureza da Madeira, que simbolizo nas corridas de cavalos selvagens (algo não muito frequente na ilha). Assim, sintome ainda ligada à minha terra e passo para o pano as lembranças da minha terra. Saí do Caniço em 1964. O meu marido já tinha oito anos de Venezuela e essa foi a sua primeira visita à Madeira. Quatro meses depois de nos conhecermos, casámos. Durante o primeiro ano, quando ele ia trabalhar, passava a chave à porta da casa e me deixava trancada. Eu tinha medo por causa das coisas que me contavam sobre a insegurança daquele país. Se chegasse alguém a casa, falava com essa pessoa pela janela. Nessa altura, aprendi o espanhol pela televisão e gostava de ver essencialmente a banda desenhada. Quando o meu marido chegava à tarde, dávamos uma voltinha, às vezes íamos ao cinema para distracção. Vivo num sector de pessoas humildes, mas todos se respeitam e têm muito estima. Já tentei dar exemplos aos meus filhos. A minha maior felicidade tem sido aportar vidas ao Mundo. Senti isso logo que o meu primeiro filho nasceu. Tenho três filhos: Aurélio, Miguel e Sílvia. Os dois rapazes têm formação superior e costumam ajudar o pai nos seus negó cios. Ela trata da casa.

A educação deles, seguiu os parâ metros da educação portuguesa. Há regras na casa e os filhos seguem-nas à risca. Quando vêem que alguma coisa não corresponde ao pretendido, afastam-se. Lembro-me que, numa conversa sobre sair com amigos, um dos meus filhos reivindicou: "Então, mãe, para que serve a educação da ca-

sa?". Desta forma, repreendeu a minha falta de confiança. Desde então, estou mais tranquila. Sei o que é que fiz bem. Eu falo português com os meus filhos e eles entendem-me, mas só a minha filha fala a minha língua, porque tem mais contacto com a comunidade e já foi várias vezes a Portugal. Tentamos estar sempre em

dia. Juntas, escutamos o programa de rádio "Portugal em Festa", produzido por Juan Silva. Um amigo oferece-me os jornais, tanto os de Portugal como os da comunidade, e naturalmente quando chegam a mim já estão desactualizado. É um vínculo, como a pintura. Pensar que tudo começou porque era bordadeira... Uma vizinha gostava da forma como eu combinava as linhas de cor nos bordados e perguntou se pintava. Disse que sim, que eu pró pria tinha pintado a minha casa. Depois, mostrou-me a sua obra: fiquei impressionada ao ver pincéis tão pequenos. Ela ensinou-me técnicas e deu-me um desenho do entardecer para pintar, "à experiência". Encomendei-me à Virgem. Fiz esta primeira paisagem com muito cuidado para não perder o material e o esforço. Para além do mais, sentia a responsabilidade de estar a colorir uma coisa que não era minha. Hoje, com 58 anos, já participei em duas exposições colectivas e cinco individuais. As minhas pinturas estão em Caracas, Maracaibo, Barquisimeto e em Valencia. Algumas chegaram mesmo a outros países: Itália, Portugal e os Estados Unidos.


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veneZUeLA 13

entre a arte e a política Jean Carlos De Abreu

deabreujean@yahoo.com

A

ndrea Tavares é uma lusodescendente que, desde cedo, se interessa em ajudar os mais necessitados. É filha de pais portugueses naturais de Setú bal, que chegaram à Venezuela há quase cinquenta anos. Aos quinze anos, Tavares culminou o bacharelato na menção de Ciências e, poucos meses depois, iniciou os estudos na carreira de Letras na Universidade Cató lica Andrés Bello (UCAB), concluindo o curso em 1993, com 21 anos de idade. "Inicialmente, a minha família ficou surpreendida por ter escolhido uma carreira ligada às artes. Mas isso é uma coisa que está no sangue porque na minha família materna há muitos artistas", precisou. Paralelamente às artes, a lusodescendente foi desenvolvendo a sua parte política, mas sempre ligada à social. Foi mi-

litante de um partido que nasceu na sua casa de estudos e, depois, participou como voluntária na mesa eleitoral com o partido político "Causa Radical (Causa R). Quando esta organização se divide, permanece como colaboradora do partido Pátria Para Todos (PPT). Nesse grupo político, Tavares desempenhou-se como coordenadora nacional da juventude e fundou o movimento "Jovens pela Pátria", um organismo nacional. A partir desta experiência, os seus companheiros militantes chegaram a um consenso e escolheramna como candidata para conselheira do município Libertador e nas recentes eleições do mês de Agosto foi eleita como conselheira por essa jurisdição. Entre os planos futuros da conselheira Tavares para a sua comunidade está a criação de projectos sociais, onde haja a participação massiva de todos os habitantes do município para tomar conta da comunidade. Todo o plano de desenvol-

Andrea Tavares, conselheira pelo municí pio Libertador, de Caracas, acredita no conceito de polí tica social e na organização dos habitantes. vimento social e melhoramento do local vai centrar-se no bem-estar dos mais necessitados, assim como dos comerciantes que têm os seus negó cios neste município", reiterou Tavares, acrescentando que está disposta a ajudar lusos do município Libertador em tudo o que estiver ao seu alcance. Manifestou também o seu desejo de ter mais contacto com a comunidade portuguesa que vive e trabalha neste sector. "Graças à educação que recebi dos meus pais, sempre tenho sentido a necessidade de ajudar as pessoas com menos recursos econó micos, sem esperar nada em troco", confessa.

Duas naç õ es Tanto a sua família que vive em Portugal como a que está a residir na Venezuela têm uma veia artística. "Temos desde cantores até músicos", diz. Tavares conta-nos que as tradições familiares se mantinham mais quando o seu avô estava vivo. "A minha mãe resulta de uma mistura de comida lusa e venezuelana", expressou Tavares, que se identifica com o sentido emocional do fado como expressão melancólica do lusitano pela sua terra e o desamor. Há poucos meses, Andrea visitou Setúbal e a impressão de ter visto essa região quase quinze anos depois foi uma surpresa, sobretudo quando constatou a evolução que o país sofreu, e sobretudo a cidade. "Na minha viagem, reencontrei as minhas raízes e a cultura e a história dos meus pais antes de emigrarem para a Venezuela. Por isso, não renego as minhas origens, nem às dos meus pais", acrescentou a conselheira do município Libertador. "Na verdade, o meu irmão maior estudou Biologia Marinha na Universidade de Lisboa e, actualmente, reside ai.


14 CULTURA

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Portugueses, espanhó is e índios no Maracaibo do século XVI A obra prima do economista e investigador Oscar Martí nez já está à venda nas principais redes de livrarias da Venezuela Jean Carlos De Abreu

deabreujean@yahoo.com

O

Teatro Trasnocho, localizado no Centro Comercial "Paseo Las Mercedes", em Caracas, foi o ponto de encontro para festejar o lançamento do livro "Duas famílias no Maracaibo do século XVII", do economista e investigador Oscar Martínez, que contou aos meios de comunicação social a anedota de como surgiu a ideia de criar esta novela histó rica.

O livro conta a histó ria de duas famílias, uma de origem espanhola e outra de proveniência portuguesa. Ambas conduziram a política e a economia em terra ocidental por quase um século. O livro narra também o cruzamento sanguíneo entre ambas as famílias e os cargos que desempenharam enquanto durou a colonização espanhola na Venezuela. Para dar início ao acto protocolar, apresentou-se a "Camera" de Caracas, que interpretaram dois "villancicos" para recordar o Maracaibo do passado. Oscar Martínez comentou que ele, juntamente com outras dez pessoas, trabalharam arduamente na investigação documental dentro e fora de terras venezuelanas. O economista explicou-nos que o livro é interessante porque muitos "maracuchos" e "trujillanos" não sabem que têm descendência lusa ou espanhola e que esses emigrantes de 1590 foram grandes tratadores de

Saramago com nova novela aos seus mais fiéis leitores desfrutar primeiro da obra, especificamente a 27 de Outubro. s intermitências A novela tem umas duzenda morte" é o no- tas páginas e narra o caos que me da nova nove- cria num país quando a morte la do Prémio Nobel da Litera- decide deixar de matar no ú ltura, o português José Sara- timo dia do ano, uma circunsmago, que vai ser lançado no tâ ncia que gera uma situação pró ximo dia 3 de Novembro incompreensível para os cidana América Latina, Espanha e dãos. Os desconcertados habiPortugal. A visita de Saramago tantes começam a desconfiar ao Brasil dias antes permitiu do histó rico sonho da vida Noelia de Abreu

deabreujean@yahoo.com

"A

eterna e protestam por causa da anó mala situação perante o Governo. A mulher de José Saramago, Pilar del Rio, é a responsável pela tradução em espanhol da obra e também vai fazer uma versão em catalão. As primeiras edições, que foram feitas em Espanha, Portugal e Brasil tiveram uma tiragem de cerca de cem mil exemplares.

gado e comerciantes no país. Já no século XVII os portugueses na Venezuela eram grandes comerciantes, segundo conseguiu provar a investigação que fez Martínez principalmente no Archivo General de Í ndias, em Sevilha. "A partir dai, descobri muitas coisas interessantes que se relacionavam com a minha família e com a de um amigo. E descobrimos que temos descendência espanhola e portuguesa nas nossas gerações, e que somos de algum modo europeus", reiterou. A raiz da emigração europeia com destino à Venezuela três séculos depois, lá para os anos 50, a influência dos portugueses, como disse Martínez, iniciou um novo ciclo na economia do país ao oferecer fontes laborais. O livro já está à venda nas principais redes de livrarias do país.


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CULTURA 15

Tertú lia cultural do IPC em homenagem à Madeira A

s tertú lias do Instituto Português de Cultura (IPC) iniciaram na passada sexta-feira um novo ciclo dedicado às regiões. A prioridade foi desta vez para a "Pérola do Atlâ ntico". A decoração do bar "A Nau" era alusiva à ilha, com toalhas de bordado Madeira e adornos representativos da Região. A iniciativa levou muitos madeirenses ao IPC e também outros curiosos, que não perderam a oportunidade de desfrutar a mú sica interpretada por jovens talentos lusodescendentes. O quarteto do IPC abriu a noite com as interpretações do Hino da Madeira e canções como a Ilha de Sonho, Baila que Baila e o Bailinho da Madeira. Posteriormente, houve palavras de reconhecimento para o maestro Victor Costa e para o mú sico Maximiano de Sousa, mais conhecido por " Max ". Jonathan Rodrígues, lusodescendente que se deu a conhecer em grande parte graças à sua participação nas diferentes tertú lias realizadas pelo IPC, foi novamente uma das estrelas da noite, deleitando a assistência com a "Rosinha dos Limões" e "Nem às paredes confesso".

Contudo, a grande atracção foi a actuação individual de quatro jovens alunas da fadista Celeste Moreira: Elisa, Andreia, Luiziana e Carla, que surpreenderam os presentes com suas vozes e o seu temperamento para o fado. As jovens fadistas cantaram uma selecção de fados, acompanhadas pelo conjunto de Guitarras de Lisboa, integrado por Fernando Pires e Manuel Pereira. Na segunda parte da tertú lia, a mú sica folcló rica foi a protagonista. O Grupo Folcló rico do Centro Português, dirigido por Manuel Marques e José Ferreira, encarregou-se de fechar a noite com muita animação, interpretando várias peças do folclore madeirense e fazendo dançar uma boa parte do auditó rio. Segundo Betty Rodrigues, responsável pela organização das tertú lias culturais, o objectivo destes encontros é "viver" a cultura portuguesa e dar conhecer os diferentes aspectos da vida artística de Portugal e das suas regiões. A gastronomia teve igualmente um lugar de destaque. Broas de mel e "malassadas" cobertas com mel de cana foram oferecidas aos assistentes.

BREVES Dulce Pontes em digressão pelos EUA e Canadá

Prémio José Saramago para Gonzalo Tavares

As comunidades portuguesas de New Bedford, Newark, Chicago, Los Angeles e Toronto vão desfrutar, ao vivo, da voz maravilhosa de Dulce Pontes, que iniciará uma digressão por essas cidades, dentro de poucos dias. Ainda que vá cantar principalmente para o público português, Dulce Pontes não é uma desconhecida das plateias da América do Norte. Para prová-lo, basta lembrar que dá voz à canção do filme Primal Fear/Las dos caras de la verdad (1966). Em New Bedford, Dulce Pontes, que deu ao fado "uma nova energia vital e um sabor claramente internacional", vai actuar numa sala para três mil espectadores.

Poucos autores têm em vida um prémio com o seu nome. Saramago é um deles, e é o seu nome que leva o galardão que atribui cada dois anos o Círculo de Leitores. O correspondente que este ano recaiu sobre Gonçalo M. Tavares, ficcionista, ensaísta, poeta e dramaturgo nascido em Angola, em 1970, que já recebeu, entre outros reconhecimentos, o Prémio Revelação de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores. O prémio do Círculo de Leitores, que vai na sua quarta edição tem um valor numerário de 25 mil euros e correspondeu ao livro Jerusalém.

Bonecas em massa em exposição No Complexo do Centro de Vulcanismo de São Vicente (Madeira) está paten-

te uma exposição sobre as famosas Bonecas de Massa, uma arte popular que vem de longe e é transmitida de geração em geração. A temática da exposição são as bonecas da falecida Salomé Teixeira, uma das figuras mais conhecidas no campo da produção das bonecas de massa. Outros artistas presentes são Maria Jaime de Freitas e Carmen Molina. A organização do evento é da Sociedade de Desenvolvimento do Norte, em colaboração com o Museu Etnográfico da Madeira. O que se pretende é homenagear esta amostra da criatividade madeirense e que esta arte popular, frequentes nos arraiais populares, chegue às novas gerações. A exposição estará patente até 4 de Dezembro.

Breves extraídas do Fax Informativo de Artes e Letras do Instituto Português de Cultura


16 LAZER

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Actriz por acaso Carlos Orellana

corellanacorreio@hotmail.com

A

ileen Celeste Gomes, uma bela ruiva de olhos verdes, é filha de Gladis Gomes, lusodescendente, e Felipe Celeste, venezuelano, mas filho de italianos. As suas raízes portuguesas vêm dos seus avó s maternos, que são naturais de Costa Maia, Portugal. Chegou ao mundo das telenovelas por acaso. "Um dia foi à Venevisió n com uma amiga que ia fazer um casting e entregar os meus papéis para ser animadora. Acho que fizeram confusão e, sem eu pedir nada, deram-me o panfleto para que o estudasse", conta-nos. Sem grandes esforços, deram-lhe o papel de "Michelle", na série juvenil "Jugando a Ganar". E comenta-nos: "Sempre me chamou a atenção o mundo do espectáculo. Na escola, participava em todos os actos culturais. Comecei no "El Clube de Los Tigritos" e participei num programa de desportos radicais chamado "Toda a acçaõ", como animadora. Estive em México durante seis meses, como modelo. Um dia, chamaram-me da Academia de RCTV e fiz o curso de actuação. Depois, chamaram-me para um casting e fiquei em "La Niña de mis

Chegou ao mundo da actuação sem "querer", mas agora o seu maior sonho é actuar em Hollywood. Ojos", disse. Os seus dotes artísticos chegaram-lhe por via materna. "Parece que tenho as qualidades artísticas da minha bisavó . Ela fazia teatro em Portugal". Aileen Celeste conheceu Lisboa aos doze anos e, desde então, nunca mais regressou. "Lembro-me de ter visitado Fátima porque sou muito devota da virgem. O meu tio avó português talhava a mão uns santos espectaculares", refere. Fala português? Não falo, mas percebo. Que parte da cultura portuguesa está presente no seu lar? Há uma mistura entre a italiana e a portuguesa. Mas comemos bacalhau, caldo verde, farrapo velho e não pode faltar nunca o vinho do Porto. Também adoro o bolo preto. A minha avó , que vive na nossa casa, prepara-o. Quando foi o seu primeiro amor? Tinha 17 anos e estava no quinto ano.

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PARA BRINDARLE MAS

Namorámos durante cinco anos e deixámo-nos pela televisão. Que tipo de mú sica ouve? De tudo um pouco, desde mú sica clássica à conga ou reggeató n. A vida é mú sica. Se não fosse artista, o que seria? Psicó loga. Qual foi a pior coisa que já lhe aconteceu? Sequestraram-me. Estava a trocar o pneu do carro. Pararam ao meu lado uns indivíduos, apontaram-me uma pistola, obrigaram-me a entrar no carro, jogaram-me de um lado para o outro, mas não me fizeram nada, graças a Deus. Só levaram o meu carro e pregaram-me um grande susto. Há alguma coisa que deseje profundamente e que ainda não tenha conseguido? Hollywood. Quais são os principais sacrifícios que faz na sua carreira? As comidas… Tenho que estar sempre a fazer dieta e exercícios. Mas adoro ser actriz e os sacrifícios são pequenos.

Aileen Celeste Gomes Novelas em que já participou: "Jugando a ganar", "Calipso", "La niña de mis ojos", "Mi gorda bella", "La cuaima", "Natalia de 8 a 9" e "Mujer con pantalones". Obras de teatro: "Llano Adentro", "Violentos".


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LAZER 17

Em Anaco também há folclore Nesta região vivem cerca de 120 emigrantes portugueses, que fundaram um grupo. Jean Carlos De Abreu

deabreujean@yahoo.com

E

m Anaco, uma povoação situada nas redondezas de Barcelona, capital do Estado de Anzoátegui, vivem aproximadamente 120 emigrantes portugueses, mais todos os seus descendentes.

São na sua maioria empresários que se encontram essencialmente à frente de companhias de serviços, transporte, construção metalú rgica e obras civis. Muitos portugueses de Anaco deixaram para trás a tradicional padaria ou "abasto" (mercearia) para integrarem a área industrial e são actualmente empresários reconhecidos pelo trabalho que têm feito no oriente da Venezuela. José Viana é um emigrante lusitano que, juntamente com outros portugueses, decidiu estabelecer-se ao longo da costa do oriente venezuelano com a finalidade de ter uma vida mais aprazível. Faz já vários anos que este luso e os

seus conterrâ neos sentiram a necessidade de reviver parte das suas tradições. Assim, nasceu a ideia de criar um grupo folcló rico com essencialmente lusodescendentes e pessoas que sentem alguma afinidade com a cultura portuguesa. O grupo folcló rico "Tradição e Alegria de Anaco" é constituído por 40 jovens, não só lusodescendentes como também venezuelanos que apoiam as tradições lusas no país crioulo. Apesar dos obstáculos que encontraram, fazem frequentemente apresentações em diversos

eventos e festas portuguesas da localidade. Todas as sextas, o grupo reú ne-se para ensaiar as coreografias dos bailes no "Centro Desportivo Casa Itália", já que não possui ainda um espaço pró prio. María Eugenia Valbuena, venezuelana e colaboradora do grupo folcló rico, afirma que "a maior necessidade que o grupo e os emigrantes de Anaco têm é a falta de uma casa portuguesa onde poderiam ensaiar e passar um dia diferente". Por outro lado, sublinhou que os trajes

que os jovens utilizam são trazidos de Portugal e são iguais aos que são usados pelos grupos originais. Além disso, Eugenia Valbuena salientou que o grupo "Tradição e Alegria de Anaco" não recebe nenhum apoio econó mico de terceiros porque nasceu pela iniciativa de particulares para cobrir uma necessidade cultural. A letra e as mú sicas, assim como as danças representadas, são originárias da região do Minho, no Norte de Portugal, mais especificamente da cidade de Viana do Castelo.


18 TRAÇOS DE PORTUGAL

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Setú bal a costa azul Liliana da Silva

lilianadasilva19@hotmail.com

M

useus, monumentos, edifícios e lugares de interesse histó rico, estações arqueoló gicas, igrejas e conventos antigos são alguns dos lugares carregados de histó ria que nos oferece a cidade de Setú bal, que nos convida a uma visita. Contudo, para aqueles que não apreciam recolher os vestígios e as pegadas de civilizações passadas, Setú bal oferece a possibilidade de se refugiar nas suas extensas praias azuis, onde se podem praticar desportos náuticos e apanhar banhos de sol no Verão. E é esta variedade de opções que enche de riqueza esta cidade localizada a Sul do Tejo, a cerca de 41 quiló metros da capital do país. E tem a particularidade de se dividir entre a Estremadura e o Alentejo. Delimitada a Norte e a Este por Palmela e a Oeste por Sesimbra, a sua zona

Uma das baias mais bonitas do Mundo está em Portugal. Conheça este paraí so lusitano… Sul e parte do Este são banhadas pelo Rio Sado. Cheia de patrimó nio natural e com uma das baías mais belas do planeta, uma variedade de paisagens dão a este concelho uma condição especial, tornando-o numa das regiões mais privilegiadas do país. Ao nível arquitectó nico, o patrimó nio desta cidade não fica atrás das suas propriedades naturais. Muitas estruturas histó ricas se levantam no meio das suas ruas para lembrar a ocupação humana pré-histó rica, da qual foi objecto Setú bal, que recebeu uma quantidade admirável de civilizações e culturas que se estabeleceram nesse espaço, ao longo dos séculos.

Destas ocupações, hoje ficam vestígios que vale a pena conhecer: o Castelo de São Filipe, o Forte de Santiago do Outão, o Forte da Arrábida, o Convento de Jesus, a Igreja de São Lourenço e o Convento da Arrábida. No que se refere à gastronomia da cidade de Setú bal, a região é predominantemente rica em peixe e marisco, destacando-se pratos como a caldeirada de peixe, o choco frito, a sopa do mar e as diversas variedades de peixes assados na brasa. Os vinhos, de entre os quais o Moscatel é rei e senhor, são também uma referência inquestionável, especialmente quando são acompanhados pelos não menos célebres queijinhos de Azeitão. Na doçaria, o destaque vai para os doces de Azeitão, como os bolos e os queijinhos de amêndoas, assim como as queijadas, a marmelada e a casca cristalizada - tudo tendo como ingrediente principal a laranja, típica de Setú bal.

Uma das baí as mais belas do Mundo A partir de 14 de Novembro de 2002, a baía de Setúbal passou a fazer parte do Clube das Mais Belas Baías do Mundo, pelas suas extraordinárias ofertas em várias vertentes, ambiental, cultural e patrimonial. Esta candidatura foi apresentada em Puerto Vallarta, no México, durante uma reunião realizada em Maio de 2002 para a entrada a este exclusivo clube ao qual pertencem só 30 baias de todo o Mundo, como a Baía do São Francisco, nos Estados Unidos, e Mindelo, em Cabo Verde. Este importante reconhecimento reforçou e internacionalizou a qualidade e a beleza das praias setubalenses conhecidas pelas águas azuis e cristalinas e a areia fina. Estas óptimas condições facilitam a prática de diversos desportos aquáticos como o windsurf, ski, vela, canoagem, pesca desportiva e mergulho. O Clube das mais belas baías do Mundo foi fundado oficialmente em Março de 1997, na cidade de Berlim, Alemanha, e tem a sua sede em França. Este clube foi criado com a função e o objectivo de promover as belezas naturais das baías escolhidas. Foi assim que esta distinção veio beneficiar a cidade de Setúbal, não só ao nível nacional, como também com a projecção desta região turística ao nível internacional. Para além do mais, esta é, também, uma forma de alertar e denunciar alguns problemas com que a baía se debate, em matéria de poluição e do retorno da cidade ao rio. Das 30 baias em todo o Mundo que fazem parte deste clube só duas estão situadas na Península Ibérica.

Uma cidade cheia de festas Setúbal tem uma agenda cultural cheia de eventos e festividades que todos os ano atrai uma grande quantidade de turistas. Quase todos os meses se fazem romarias, festas religiosas, feiras e comemorações que tornam esta cidade um local activo e repleto de actividades que mantêm a tradição do seu povo. Mas estas festas não são somente de carácter tradicional, muitas delas são iniciativas de carácter promocional, promovendo as qualidades turísticas desta zona sul de Portugal. Algumas de estas festas são: Fevereiro: Carnaval de Setúbal. Março: Serração da Velha e Feira do Mar (pretende reunir os vários sectores ligados às actividades marítimas).

Abril: Festas de São Luís da Serra. No dia 19 comemora-se a elevação de Setúbal a cidade. Maio: Feira dos Sabores da Arrábida. Junho: Concurso das Marchas Populares de Setúbal e Festróia. Festas dos Santos Populares. Julho e Agosto: Feira de Santiago, Festa de Nossa Senhora da Conceição em Azeitão e Festival do Sado. A Feira de Santiago, com mais de 400 anos, é das principais atracções turísticas da região. Agosto: Festa de Tróia e Festa de Nosso Senhor do Bonfim.Festas Bocageanas e Festas de Nossa Senhora da Saúde em São Simão. Novembro: Procissão do Senhor dos Passos em São Lourenço. Fonte: www.mun-setubal.pt


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Viver como antigamente Sónia Gonçalves

sgoncalves@dnoticias.pt

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anhos de desenvolvimento entraram pela casa das pessoas adentro. A implementação de uma "Madeira Nova" teve e vai continuar a ter consequências destas. Novos modos de vida passaram a ser uma constante e, hoje, a maior parte dos madeirenses conta com condições mínimas de sobrevivência. Condições que hoje são consideradas essenciais, mas que há duas décadas ou três décadas atrás eram autênticos luxos, dispensáveis até. Mas nem todos os madeirenses optaram pela adaptação. Encontrámos um pouco por toda a ilha pessoas que vivem como antigamente e não se imaginam a viver de outra forma. Para quê ir ao supermercado comprar batatas e frutas que foram sujeitas a tratamentos químicos se a terra, aqui mesmo ao lado, produz o essencial para sobreviver? E se ainda é possível tratar vacas, porcos e galinhas a poucos metros de casa, porquê vamos comprar carnes "embaladas"? Na pacata freguesia do Jardim da Se-

rra, encontramos pessoas que ainda vivem como os nossos antepassados viviam. Foquemo-nos num protó tipo. Manuel Pestana, 79 anos, plantava um "poio" de "semilhas" quando chegámos ao sítio do Chote. De enxada na mão e uma alegria impressionante, este idoso - cheio de vida ainda - contou-nos o seu dia-a-dia e levou-nos às zonas mais altas da freguesia, onde tem uma "casinha" que lhe serve de abrigo quando decide isolar-se da civilização e passar até três semanas literalmente no meio da serra. Mas, antes, mostrou-nos a sua casa do Chote, uma casa de cimento que nos remonta aos tempos em que não havia lar sem cozinha a lenha, chiqueiro, galinheiro e "retrete". Contudo, a sua casa de banho sofreu uma pequena alteração. Ao lado da tradicional "retrete", estava uma sanita "moderna". Manuel Pestana tem cinco filhos. Um faleceu e os outros "têm as suas vidas". E as suas vidas têm condições mais dignas, mas menos apreciadas por esta personagem que é um misto de agricultor, caçador e pastor. No passado, trabalhou no engenho do Hinton. Estar rodeado de vizinhos e ouvir os

carros e as motas a passar incomodamno. Como tal, prefere endireitar o boné e marchar serra afora, durante quinze minutos ou mais de uma hora, consoante o destino, pois tem duas "casinhas" no meio da serra: uma na "Ribei(ra) Cabral" e outra na Eira da Freira. Não leva nada consigo. "Para quê? Tenho lá tudo". Por entre uma vereda que entretanto foi alargada para facilitar a construção de poços e uma vista que merece ser apreciada, chegámos à Ribeira Cabral. O abrigo de Manuel Pestana sobressai entre o verde, mas a paisagem continua pitoresca e agradável. A sua "casinha" foi construída por ele mesmo, recorrendo unicamente a zinco, madeira e pregos. Em menos de 20 m2, ergueu uma "sala", um "quarto" e, do outro lado, uma "cozinha". Construiu ainda um curral para as suas ovelhinhas e já teve um boi, mas já não tem forças para continuar a tratar tanto gado. A cozinha resume-se a uma mesa de madeira e zinco com bancos também de madeira feitos por ele mesmo. O quarto, dividido também por portas de madeira, tem uma "cama" original: uma esponja grossa forrada com um cobertor faz de colchão.

Nos seus "retiros", Manuel Pestana come o que a terra lhe oferece e vive feliz neste abrigo que não tem nem água, nem luz. Quando lhe perguntámos se também construiu uma casa de banho, riu-se da nossa "ignorâ ncia" e, apontando para todo o matagal que nos rodeava, assegurou-nos: "E lá agora preciso uma casa de banho...". Já não nos atrevemos a perguntar-lhe onde tomava banho... até porque a levada passa mesmo ao lado. Manuel não é o ú nico a preferir este tipo de vida. Conta-nos que conhece mais pessoas que também têm "casinhas" como as dele. Contudo, com o passar dos tempos, é cada vez mais raro encontrar pessoas que vivam como antigamente. E, quando as há, obviamente os descendentes não seguem os passos dos pais. É assim com os filhos de Manuel Pestana e com os da maior parte das pessoas que ainda preservam determinados estilos de vida que estão em extinção. E, não tarda, ninguém vai continuar a viver como antigamente e tudo isto vai fazer parte apenas da memó ria das actuais gerações, devendo chegar pouco às gerações vindouras.


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Alfâ ndega apreende 4 quilos de cocaína no aeroporto A droga vinha dissimulada numa mala transportada por uma jovem proveniente da Venezuela Ricardo Duarte Freitas (DN - Madeira)

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apreensão de perto de quatro quilos de cocaína foi o resultado de mais uma operação de despistagem levada a cabo pelo Serviço das Alfâ ndegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo, sediado no Aeroporto da Madeira. A droga foi detectada num voo proveniente de Caracas, que aterrou na Região, durante a madrugada de sábado. Segundo o DIÁRIO apurou, o produto estupefaciente estava dissimulado no fundo de uma mala de viagem que pertence a uma cidadã jovem, de nacionalidade venezuelana. Os inspectores alfandegários conseguiram detectar, através dos sistemas de despistagem de drogas, a existência de um volume suspeito acon-

dicionado no interior de uma mala de viagem. Face à suspeita, a passageira proprietária daquela bagagem foi identificada e conduzida à sala de revista, de modo a que a mala fosse aberta na sua presença, a fim de ser confiscada. Apó s isto, detectou-se a presença daquele produto estupefaciente dissimulado no fundo da mala. As cerca de 40 mil doses de cocaína foram apreendidas pela Alfâ ndega e entregues à guarda do Ministério Pú blico. A cidadã foi detida, sendo o processo remetido para a Polícia Judiciária, que vai elaborar o inquérito, pairando sobre a arguida a suspeita de crime de tráfico de estupefacientes. A mulher foi conduzida ao Tribunal Judicial do Funchal, para ser ouvida em primeiro interrogató rio.

Aulas de português on-line já estão disponíveis O s filhos dos emigrantes portugueses já podem aprender a língua portuguesa e conhecer a cultura de Portugal na Internet através da Escola Virtual, lançada pela Secretaria de Estado das Comunidades. Numa parceria com o Ministério da Educação, Caixa Geral de Depó sitos, Porto Editora, Universidade Aberta e Lusíada, RDP e RTP, esta plataforma electró nica de ensino pretende abranger numa primeira fase onze mil alunos. Para já, vão ser disponibilizados on-line os programas curriculares do 9º ao 12º ano, prevendo-se que em 2007 os alunos tenham acesso aos programas dos restantes anos de escolaridade. Especialmente dirigida aos lusodescendentes e portugueses residentes no es-

trangeiro, a Escola Virtual estará também acessível a qualquer cidadão interessado em aprender a língua portuguesa. De acordo com o secretário de Estado das Comunidades, Antó nio Braga, os alunos vão trabalhar num sistema de auto-aprendizagem, onde só lhes é permitido avançar de nível depois de responderem correctamente a várias questões. Os estudantes vão ainda dispor de uma rede de professores para esclarecerem dú vidas. Aos interessados serão distribuídos cartões que permitam criar uma conta de utilizador, através da qual têm acesso às aulas e a outros conteú dos como informações sobre a histó ria, gastronomia ou patrimó nio. Para já serão distribuídos onze mil cartões, válidos por um ano e que podem ser ac-

tivados até Agosto de 2007. Os cartões podem ser adquiridos nos consulados e terão um custo anual simbó lico de 20 euros. Os recursos de aprendizagem on-line das disciplinas de Português e Língua Portuguesa serão disponibilizados pela Porto Editora, a quem cabe também produzir folhetos de divulgação da iniciativa. As universidades vão avaliar a qualidade dos conteú dos e certificar o nível de aprendizagem dos alunos, através de um exame presencial naqueles estabelecimentos de ensino ou nas representações diplomáticas portuguesas. A RTP e a RDP colaboram através da divulgação das "aulas virtuais", enquanto a Caixa Geral de Depó sitos vai assegurar a cobertura financeira do projecto, orçado em cerca de 100 mil euros.

BREVES Bordado de Castelo Branco protegido O bordado de Castelo Branco vai ser protegido por um caderno de certificação, anunciou ontem a Associação para o Desenvolvimento da Raia Centro Sul (Adraces), responsável pela elaboração do documento. A certificação pretende travar a adulteração e falsificação daquele produto típico artesanal da região. As colchas de linho bordadas com fio de seda natural, de inspiração oriental, tornaram-se conhecidas, a partir de meados do século XVI, como Bordado de Castelo Branco. Têm desenhos característicos, muitos ligados à vida do lar. Na antiguidade, aquelas peças de bordado marcavam presença no enxoval de qualquer noiva da região.

Mexidas no quadro legal da prostituição O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Jorge Lacão, anunciou no fim-de-semana passado que vai propor alterações no quadro legal sobre prostituição após concluir um processo de audição a entidades com "palavra relevante" na matéria. Justificando a intenção, o governante disse que a legislação portuguesa, "tendencialmente abolicionista", "levanta muitas dificuldades" para travar a prostituição e outros fenómenos associados, como o tráfico de seres humanos. "Mas este não é ainda o momento para tomarmos uma posição definitiva sobre qual é a melhor resposta no plano jurídico ao problema", salvaguardou, escusando-se por isso a adiantar se optará pela via sueca, que criminaliza os compradores de favores sexuais.

70 anos da fundação da Casa de São Paulo A Casa de Portugal de São Paulo, uma das principais instituições da comunidade portuguesa no Brasil, assinalou no fim-desemana passado os seus 70 anos de fundação. A comemoração foi marcada por um recital de música e canto com os artistas portugueses António Chainho, Rão Kyao e Isabel Noronha, seguido por um cocktail. A Casa de Portugal, localizada no centro da cidade de São Paulo, é um centro de eventos e encontros da comunidade portuguesa, seus descendentes e brasileiros. Actualmente, a Casa de Portugal alberga o Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo, a Academia Lusíada de Ciências, Letras e Artes e a Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil. A instituição já promoveu a apresentação de vários artistas portugueses.


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Eleições autárquicas! Uma outra leitura acelerado que manter velhas designações para apelidar os partidos existentes é caricaturar a realidade político-ideoló gica dos pró prios partidos e, pior do que isso, acaba por criar um sentimento de saturação nas novas geLuí s Barreira rações, ansiosas por novas ideias e novos comportamentos políticos, adape nada vale discutirmos tados, às novas realidades. as eventuais culpas de FáA consequência de tudo isto e na tima Felgueiras, de Isalti- ausência de novas bases programátino Morais ou de Valen- cas dos partidos políticos, é a persotim Loureiro. Isso é um assunto da nificação dos candidatos, contra a imjustiça e esperemos que ela funcione, posição das listas partidárias, o indipara bem de todos os cidadãos do Pa- vidual a sobrepor-se ao colectivo. ís, inclusive os acusados. Situação que, nos dias de hoje, em que Pouco interessa urdir sobre as con- o acesso à "banda larga" da informação tradições, entre os respectivos aparel- deixou de ser um privilégio de alguns, hos partidários e os candidatos a Fel- para passar a ser um objecto de avagueiras, Oeiras e a Gondomar. Este é liação de audiências, é um dado adum problema interno dos partidos e, quirido, para não dizer muitas vezes por mais que os jornais e televisões corrompido, pela promiscuidade que queiram vender títulos de primeira entretanto se instala. página, especulando sobre o tema e Há muito que qualquer ó rgão de descurando o fundamental, não é isso informação e nomeadamente as teleque considero o mais importante em visões nacionais criam e desfazem fitodo este imbró glio. guras pú blicas, tornando-as objecto Para mim, o que é mais significa- do apetite voraz ou da rejeição das autivo, apó s a vitó ria destes candidatos, diências. Mais do que qualquer poder "renegados dos respectivos partidos", normal de uma máquina partidária, a é o fosso entre os partidos políticos, comunicação social constró i heró is, enquanto organizações privilegiadas provocadores sociais e toda uma gama do nosso sistema democrático e tendo de ambiciosos, nomeadamente quanem conta as populações que dizem su- do os personagens conhecem a senpostamente representar. sibilidade das massas, sabendo como Há muito tempo que tento explicar influenciá-las. as profundas mutações que os partiA lei vigente, tão cheia de detalhados tradicionais têm sofrido, ao longo das preocupações na defesa do cidados tempos e do erro de os classifi- dão individual, esquece, tantas vezes, o car, a partir das velhas definições do cidadão colectivo, a influência perniprincípio do Séc. XIX. ciosa do particular sobre o todo. É o A dinâ mica social evoluiu de tal primado do indivíduo sobre o colecforma e a um ritmo uniformemente tivo, com todas as consequências so-

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bre a moral social e a ética, que deveriam ser a primeira preocupação dos candidatos e titulares de cargos pú blicos. O caso destas três câ maras municipais, para não falar sobre outras com menos impacto mediático e independentemente da decisão judicial sobre estes três responsáveis municipais, é ilustrativo do que pode vir a acontecer num futuro pró ximo. Qualquer cidadão a contas com a justiça que, filiado num partido político, exerça um cargo de responsabilidade municipal e, portanto, se sinta pró ximo dos seus eleitores e capaz de conquistar por si só o poder local, desafiando as orientações partidárias (e desde que lhe proporcionem meios econó micos para as respectivas campanhas...), poderá naturalmente pô r em causa a obediência partidária e conquistar o lugar a que concorre. A moral partidária fica com o partido que o sancionou e a moral cívica fica com a justiça que, "eventualmente" e provavelmente tardiamente, o pode sancionar. O efeito perverso de tudo isto é que, pese embora a imoralidade que está na base do exemplo apresentado e do desafio ao sistema partidário que ele representa, estes candidatos "independentistas" só conseguirão manter-se, enquanto profundamente apoiados pelas respectivas populações. E, para que tal aconteça, é preciso fazer "obra"!... Valha-nos isso mas... se a moda pega, a nossa Democracia fica voltada do avesso - o que, no meu entender, não seria a melhor forma de a renovar!

Contradições Jean Carlos de Abreu

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stive recentemente na cidade de Puerto La Cruz, Estado Anzoátegui, para realizar um trabalho de campo sobre a comunidade portuguesa no oriente do país. Uma vez lá e pouco depois de começar as minhas entrevistas apercebi-me o quanto estão distanciados estes portugueses das suas raízes e da restante comunidade. Os mitos que correm na cidade

oriental sobre as diferenças que, desde há mais de 20 anos, existem entre continentais e madeirenses foram confirmados por alguns portugueses que acederam a responder às minhas perguntas. Esses portugueses explicaram-me a situação de esquecimento e de desinteresse que se vive na cidade costeira em relação às suas tradições e do abandono a que foi votado o Centro Social Português local. A apatia de muitos portugueses faz com que o trabalho de reportagem seja difícil. Logo que tiveram conhecimento de que eu era jornalista de um jornal português a sua reacção foi de bloqueio e desinteresse. Esta é uma situação constante na-

quelas comunidades que se encontram afastadas da capital e nos centros de poder. Muitas vezes, estes emigrantes manifestam que não são devidamente atendidos pelas autoridades mas, paradoxalmente, quando alguns representantes de um meio de comunicação social lhes dirige a palavra, não é na maior parte das vezes bem recebido e pode mesmo ser vítima de ofensas. Uma atitude que não se percebe quando a ideia é fazer com que a sua voz seja escutada através de um meio de comunicação e dar a conhecer as suas inquietudes e necessidades. Aproveitar as oportunidades que surgem é uma forma de superar-se a si mesmo e crescer.

IV Encontro António Xavier (Historiador) aindax1@yahoo.com

E

ste IV Encontro de Gerações demonstrou que a luta pela nossa comunidade é "mais do mesmo". Os discursos retomaram temas tratados em encontros anteriores, como a unidade social, a preservação da língua e os valores familiares, ainda a consciencialização, o associativismo e a integração. Como é possível que em quatro anos os discursos repitam sempre o mesmo? Parece que conseguimos tão pouco... Tudo o que foi feito pelo bem-estar social e cultural dos nossos compatriotas resultam de enormes esforços. Muitas vezes, este brio recebe demonstrações de apatia ou, quanto muito, de escasso respaldo. Perguntem ao "cruzados" do IPC! Pessoalmente, lamentei a sua voz ausente. Dos oradores, é preciso assimilar os seus pró prios exemplos de vida para assegurar a integração. As linhas teó ricas de acção partiram das autoridades portuguesas. As palavras do Embaixador foram emotivas. Mostraram a intenção mediadora que a diplomacia de Portugal promove nos países de acolhimento em prol de uma participação mais activa dos seus nacionais. Bravo pela motivação e respaldo. O que foi dito pelo secretário de Estado das Comunidades foi ainda mais teó rico. Requer uma maior negociação e tempo. Mas pergunto: quantos compatriotas temos no Ministério de Educação para impulsionar o ensino do português nas salas de aulas dos liceus venezuelanos? O que há sobre outros temas? A minha corta intervenção procurou chamar à atenção sobre a importâ ncia de estudar a histó ria. Até quando vamos repetir que a mestiçagem é produto do índio, espanhol e africano? O português está presente na Venezuela desde que esta foi incorporada à histó ria universal. Até quando vamos oferecer a presença colonizadora a povoadora dos portugueses na Venezuela? O livro de Oscar Martínez faz-lhes honra, mas é um esforço isolado. Porque é que a imigração é relegada como tema de estudo? O imigrante moderno já ganhou o seu espaço na histó ria do país. Repito agora o que foi dito neste encontro: a actual tendência multicultural na Venezuela ampara os direitos culturais dos povos indígenas e dos afro-venezuelanos, mas não promove a conscientização do contributo do mundo ocidental europeu e, muito menos, o contributo português na formação da nação venezuelana. Este tema de estudo ajudaria a fomentar a conscientização da comunidade luso-venezuelana, essa comunidade com rasgos pró prios extraídos de duas culturas diferentes, mas com clareza no seu destino: viver e lutar pela Venezuela. Não desejaria uma comunidade de lusodescendentes paroquianos, quando deveria ser global e cosmopolita, de acordo com o mundo actual e as possibilidades futuras de Portugal. Portanto, não só se deve lutar pela inclusão da língua nos "pensa" venezuelanos. Nota: agradeço aos que me evidenciaram o conteú do das minhas ideias. No que respeita ao arquivo documental, gostaria de ver mais materializadas as palavras e as protecções oferecidas.


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OPINIÃO 23

caRTas dOs leITORes Novos rostos tomam a palavra

Um encontro inesquecível

Quero e primeiro lugar saudar toda a equipa de reportagem do CORREIO para depois expressar uma grata felicitação a todo o jornal pelo "IV Encontro de Gerações". Assisti a três das quatro edições e esta pareceu-me ser a mais interessante de todas, já que teve por protagonistas os lusodescendentes, que demonstraram que "todos estamos integrados e de alguma maneira somos influentes na nossa área de influência". Cada orador tinha o mérito suficiente para falar em palco. De qualquer forma, como é impossível dar a voz a todos, ouviram-se opiniões de algumas pessoas incomodadas pelo facto de não terem sido os protagonistas da noite. Não podem ser sempre os mesmos tomar a palavra e no IV Encontro ouviram-se vozes diferentes.

Pela quarta vez consecutiva foi realizado o Encontro de Gerações e já que não tive oportunidade de assistir às reuniões anteriores fiquei bastante satisfeita e feliz com o evento. Foi interessante conhecer a diversidade de opiniões de pessoas integradas e influentes da comunidade lusa na Venezuela e observar igualmente a quantidade de portugueses e lusodescendentes que se esforçaram por seguir em frente, trabalhando com afinco e demonstrando que os portugueses gostam de ganhar tudo aquilo que têm com o seu esforço. Não queremos nada de graça. A iniciativa teve uma boa organização e contou com um grupo de oradores destacados. Além disso, a presença de uma fadista deu um toque encantador à noite, Espero, sinceramente, que este tipo de eventos continue a ser realizado

Novos rostos devem tomar o microfone para demonstrar que há gerações de lusodescendentes que progrediram e tornaram-se influentes no seu ramo profissional ou de negó cio. Esta iniciativa, que conta já com quatro anos, deve continuar e converter-se numa grande reunião. Continuem assim. A comunidade lusa é grande, apesar dos seus inconvenientes, os quais deve a aprender a superar. Espero continuar a assistir a este tipo de actividades, já que como portugués sinto-me orgulhoso da minha comunidade e tenho lutado para que os meus filhos tenham uma formação universitária, coisa que eu não pude ter porque tive que dedicar-me ao trabalho. Ângelo Teixeira Dos Santos

O Ronaldo? Não acredito…

Marcar a diferença

Não posso acreditar que o nosso Cristiano Ronaldo tenha sido autor de qualquer tentativa de violação!!!! Pelo amor de Deus… Uma pessoa rica e famosa como ele é vista como um alvo fácil de atingir e todos nó s sabemos disso! As meninas que o devem ter seduzido só podem estar a mentir, pois ele teve uma atitude honesta ao se apresentar e tentar esclarecer tudo da melhor forma. De qualquer forma, aqui na Madeira já ouvi dizer que ele é muito arrogante e que tem a mania de que qualquer mulher lhe vai bater aos braços, de uma forma ou de outra. Mas normalmente cativadas pelos seus milhões! Não sei o que se passou mas não acre-

Sou leitora frequente do CORREIO e uma pessoa bastante envolvida nas diferentes actividades que organiza a comunidade portuguesa na Venezuela. Costumo assistir aos diferentes festivais de folclore que se realizam. Penso que são uma maneira de preservar parte da nossa cultura e é sempre bom ver a quantidade de jovens lusodescendentes e venezuelanos que pertence aos diferentes grupos que existem em todos os Estados da Venezuela. Contudo, nesta ocasião, tenho de fazer uma crítica ao ú ltimo Festival de Folclore Madeirense que se realizou no Club Campestre Paracotos. Acho que devia ser responsabilidade dos organizadores do evento velar para

INQUéRITO

Felipe De Saavedra Gostaria de mais mú sica, com cantores não só de fados mas também representando outras melodias de Portugal. Seria bom completar a cultura musical destes eventos já que o fado é geralmente triste, mas a Liliana esteve sublime, sente o fado e transmite-o com muito sentimento e emoçâ o. Gostaria também de ouvir os jovens a lerem poesia e a cantarem em coro. Além disso, escolheria comida típica portuguesa. Mas penso que o evento esteve ó ptimo. É a primeira vez que assisto e gostei muito.

dito que este miú do seja assim tão mau! Força Ronaldo, não desanimes! Ana Sousa

porque ajudam ao fortalecimento dos laços que têm unido venezuelanos e portugueses, o que é de extrema importâ ncia para ambos. Por outro lado, estas iniciativas demonstram a presença activa dos emigrantes portugueses na terra de Bolívar. Liliana de Abreu

que as danças que cada grupo interprete não se repitam. Apresentaram quase vinte grupos e sinto que foram muito poucos os que se esforçaram por marcar a diferença. Muitas danças repetidas e pouca inovação. Gostaria de mencionar o Grupo Folcló rico de Vargas, que soube marcar a diferença com três danças diferentes. Os comentários do pú blico foram muito positivos e a razão foi simples: no palco notou-se a diferença em relação aos outros grupos! Essa deveria ser a intenção de todos os que participam neste tipo de eventos... Salomé de Abreu

Que sugestã o tem para uma nova ediç ã o do Encontro de Geraç õ es?

Geraldina De Sousa Couto Tenho tido a oportunidade de assistir aos quatro encontros que têm feito e, na minha opinião, acrescentar-lhe-ia uma maior participação das mulheres lusodescendentes. No país há muitas no sector educativo, social e políticos, mas não vi a sua presença aqui. Como presidente da Fundação Venezuela Pró -positiva, gostava que este encontro se realize em todos os países e que houvesse um encontro de lusodescendentes do Mundo!

Enrique Gomes É a primeira vez que venho e gostaria que tivessem destacado um pouco mais a mú sica. Era bom que no pró ximo encontro contemos com a participação de um representante dos artistas, alguém que fale pela mú sica portuguesa.

Maria Augusta Rufino É a primeira vez que assisto ao Encontro de Gerações. Teria gostado de ver um grupo folcló rico português e a participação de pessoas jovens que fizessem parte das novas gerações. Mas, no geral, o evento esteve bem. Era preciso fazer mais promoção também de todos os sectores da sociedade venezuelana, para que assim todos os portugueses se pudessem aproximar do pró ximo ano. Mas gostava de agradecer, de qualquer forma, ao presidente do Centro Português, em Caracas, por abrir as portas neste dia aos não-só cios.


24 ECONOMIA

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Vitrina de luxo O

IV Fó rum Anual da ANSA (Associação Nacional de Supermercados e Autoserviços) reuniu mais de 50 expositores de diferentes ramos. Durante os dois dias que durou este evento, que já se tornou numa referência para o sector, as várias empresas representadas propuseram-se a fazer honra ao tema do Fó rum: "Diferenciar para Competir". Para a ANSA pertencer a um Mundo globalizado como o de hoje obriga necessariamente ao estabelecimento de elementos através dos quais os seus associados se possam distinguir dos demais estabelecimentos comerciais, atraindo desta forma novos clientes. O Fó rum ANSA 2005 contou com a participação de 700 inscritos e de mais de 1.000 investidores das principais empresas de supermercados, membros aderentes e companhias de serviços do sector comercial venezuelano. Nesta edição, apresentamos alguns dos expositores que marcaram presença nesta exposição:


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ECONOMIA 25

Banif quer ser considerado banco das comunidades Banco madeirense vai reforçar aposta em Londres e operar na Suí ça e no Luxemburgo

ser "um projecto financeiro completo", com boa saú de financeira e solidez. rmoliveira@dnoticias.pt O banco tem três mil trabalhadores, 326 pontos Banif quer ser considerado como o de venda e quase um milhão de clientes, nú mero banco das comunidades. Uma ideia que vai crescer. Tem sete milhões de activos, que repetida tanto no Curaçau, como em cresceram 20% ao ano, desde a fundação, e 26% de Caracas, pelo presidente da Comissão quota de mercado na Madeira, região onde possui Executiva do banco, Marques do Santos, nas ope- 34 balcões e 309 colaboradores. rações de divulgação da actividade que leva a cabo Estes foram alguns dos argumentos partilhahá 17 anos. dos a um grande nú mero de empresários portuO DIÁRIO apurou que o banco madeirense vai gueses a operar no mercado venezuelano, nú mereforçar a aposta em Londres, onde recentemente ros a que se juntaram o facto de o "Banif apoiar o abriu um escritó rio mais virado para o mercado de desenvolvimento, ter sede na Madeira, onde paga capitais. Em Janeiro, entra em cena a banca co- os seus impostos", e à convicção de que é "refemercial, apostada em trabalhar com os 150 mil por- rência para os portugueses residentes no estrantugueses da capital inglesa. Para além do Reino geiro, o que obriga a elevados padrões de qualidaUnido, o Banif pretende expandir-se para a Suí- de de serviço, rigor no atendimento e personaliça e Luxemburgo, numa operação que pode en- zação da relação do cliente". volver ainda duas outras cidades europeias. Para o Banif, "não há dois clientes iguais", o que Neste périplo por Curaçau e Venezuela, os di- exige resposta personalizada e ponderada, já que a versos administradores do Banif e do Banco de segurança dos investimentos é vital num mundo Investimento revelaram o facto de a instituição onde "não há investimentos sem risco". Ricardo Miguel Oliveira

O

Um ano de prisão pela cobrança de comissão no comércio A coordenadora da Omdecu alerta os estabelecimentos que não cumprem lei e apela à denúncia pelos clientes cliente, de forma legível, e para os que não entregarem facturas aos compradores. Instituto de Outras irregularidades Educação do que acarretam sanç ões Consumidor com multa ou prisão são a e o Usuario cobrança de uma comis(Indecu) instituiu uma pe- são aos clientes que adquina de prisão desde seis me- ram os produtos através ses até três anos e multas de tickets ou outras mopara os estabelecimentos dalidades de pagamento. comerciais de Valles del Além disso, a coordenaTuy que infringirem as dora da Omdecu salienleis que são estabelecidas tou que serão igualmente por aquele organismo. castigados os comercianA coordenadora da tes que não exibam os proOmdecu em Charallave, dutos existentes nos estaGertudis Sojo, especificou belecimentos. que as penalizações se apliSegundo Gertudis Socarão aos comerciantes que jo, a prática destes delitos neguem a existência dos viola os seguintes artigos: produtos de primeira ne- 22 - referente ao facto de cessidade e condicionem não se poder negar nem a aquisição dos alimentos condicionar a aquisição da cesta básica, assim co- dos produtos existente;47 mo também para aqueles que estabelece a obrigatoque não colocarem os pre- riedade de entregar factuços dos produtos à vista do ras aos compradores; 52 Carlos Orellana

O

relacionado com a exibição das listas de preços em sítios visíveis e legíveis; 127 - que estabelece a pena de seis meses a um ano de prisão e o pagamento de multas de 30 a 2.000 unidades tributária a quem cobre comissão devido ao meio de pagamento; artigo 129 - relacionado com a restrição da oferta, em relação à qual é estabelecida uma pena de um a três anos de prisão e multas de 100 a 3.000 unidades tributárias. Por isso, Gertudis Sojo desafiou os clientes e consumidores a denunciarem por escrito todos aqueles comerciantes que não cumpram as disposições acima descritas nas delegações da Omdecu, instaladas em Valles del Tuy, nas quais "o pessoal tem instruções precisas para actuar".


26 PUBLICIDADE TAP com promoção para Natal no Nordeste brasileiro CORREIO DE CARACAS - 27 DE OUTUBRO DE 2005

A

TAP Portugal está a oferecer aos seus Clientes uma tarifa promocional para a cidade de Natal, no Nordeste brasileiro, a partir de 499 Euros, de ida-evolta nas viagens com início em Lisboa, Porto ou Faro.

No caso das partidas do Funchal e de Porto Santo, a tarifa

é de 619 Euros. Quanto às partidas da Terceira, Horta, Ponta Delgada, Santa Maria e Pico o valor das passagens é de 649 Euros. Estas promoções são válidas até 31 de Março, com excepção dos períodos do Natal (de 6 a 31 de Dezembro) e do Carnaval (entre 17 e 27 de Fevereiro). Estas tarifas especiais aplicá-

veis a bilhetes de ida-e-volta, não incluem taxas e estão sujeitas a condições especiais. Para obter mais informações, os passageiros devem contactar o Call Center da TAP através do telefone: 707 205 700; visitar o site da Companhia na Internet em: www.flytap.com ou consultar o seu Agente de Viagens.

BREVE 43 destinos em 25 paí ses diferentes A Rede mundial da TAP abrange actualmente 43 destinos em 25 países diferentes, aos quais se junta ainda um vasto conjunto de outros destinos servidos em code-share com companhias suas parceiras. A companhia opera, em média, 160 a 180 voos diários e dispõe de uma moderna frota de 41 aviões exclusivamente Airbus. A sua Nova Imagem institucional foi lançada em 1 de Fevereiro deste ano, possibilitando-lhe celebrar 60 anos e a sua integração na Star Alliance com novas cores. Como já noticiámos, a TAP está a comemorar, este ano, o seu 60º aniversário. De entre as várias iniciativas para assinalar a data, esteve patente até 26 de Outubro, no Fórum Madeira, uma exposição intitulada "60 anos na rota do futuro". Distribuída por módulos, a mostra reflecte o desenvolvimento da empresa década a década, através da imagem de aviões, uniformes, bem como fotografias de passageiros e trabalhadores. A exposição tem um carácter itinerante, tendo estado já patente ao público no Museu da Cidade, em Lisboa. A passagem pela Região é uma oportunidade para muitos madeirenses recordarem os seus voos mais antigos. Lembre-se que a Transportadora Aérea Nacional inaugurou a linha LisboaFunchal a 9 de Julho de 1964, com o voo TP185, realizado em Super Constellation.


CORREIO DE CARACAS - 27 DE OUTUBRO DE 2005

DESPORTO 27

Franco Rizzi e Julio Alberto dão aula de futebol Victoria Urdaneta Rengifo

victoriaurdaneta@yahoo.com

O

célebre futebolista Franco Rizzi, que já foi uma das gló rias do Marítimo da Venezuela, dará lições sobre futebol, juntamente com Jú lio Alberto, no dia 3 de Dezembro deste ano. "Talentos, Franco Rizzi e as suas estrelas" é um programa para o ensino e promoção do desporto, orientado à população infantil de toda a Venezuela. A iniciativa do italo-venezuelano - que afirma sentir-se como um filho da comunidade portuguesa - tem como objectivo promover a disciplina futebolística a nível nacional e leva a oportunidade a todas as crianças para que possam desenvolver o seu talento para o Futebol. Além disso, pretende levar a cada região do país a paixão pelo futebol ajudar os jovens que queiram seguir a carreira de futebolista, incluindo aqueles que não têm recursos para tal. Nesse sentido, Franco Rizzi deslocouse de Palma de Maiorca (Espanha) até Caracas para promover o evento e en-

contrar-se com jornalistas e adeptos, os quais ansiavam por recordar os grandes episó dios da sua carreira. RIZZI E ALBERTO: INSTRUTORES DE LUXO! A 03 de Dezembro, os jovens futebolistas, designados por "los talentos" pelo ex-maritimista, terão como professores dois das grandes estrelas de futebol. Rizzi jogou em Milão e aos 17 anos participou nos Pan-americanos de 83 na Copa América. Este também nas equipas do Desportivo Táchira, Desportivo Português, Desportivo Italchacao e do Club Sport Marítimo de Venezuela. O jogador de meio campo e marcador central teve também momentos gló ria em eventos tão importantes como campeonatos e também na Copa Libertadores da América, tendo coleccionado numerosos prémios, entre eles o de Melhor Futebolista da Venezuela. Apó s a sua saída de campo especializou-se na organização e direcção entidades desportivas e consegue reconhecer talentos devido aos cursos promovidos pelo Club Barcelona e pelo Atlético de Madrid e também graças ao contacto

com os jogadores e as suas equipas como é o caso de Juan Arango e do Real Club de Maiorca. O outro instrutor será o célebre jogador espanhol Julio Alberto, mítico defesa do Barcelona, que pertenceu também ao Atlético de Madrid e à Selecção Nacional de Espanha. Além disso,

participou em Ligas, Copas del Rey, apenas para especificar alguns dos campeonatos. Para uma informação mais detalhada os interessados podem entrar em contacto com a delegação na Venezuela, através do telefone 04143375111 ou pelo email: talentos_frizzi@yahoo.com.


28 DESPORTO

CORREIO DE CARACAS - 27 DE OUTUBRO DE 2005

Nacional na Venezuela em 2006 Ricardo Miguel Oliveira rmoliveira@dnoticias.pt

O

Nacional vai apostar forte na relação com a diáspora portuguesa. É nessa ó ptica que pondera a hipó tese de realizar digressões, com o presidente do Nacional a garantir, na semana passada, a vários emigrantes radicados na Venezuela, que a equipa principal de futebol irá em Maio a terras de Bolívar. Rui Alves, que esteve em Caracas para participar no IV Encontro de Gerações, encontrou-se com vários nacionalistas residentes na capital venezuelana - alguns dos quais fundadores da filial e do clube que chegou a estar entre os maiores do futebol neste País - ficou sensibilizado com a recepção, prometendo uma deslocação oficial do plantel "alvinegro", imediatamente apó s o encerramento da época desportiva em curso. Faltam ultimar os aspectos logísticos, mas é ponto assente que a comunidade lusa encara esta promessa com muito entusiasmo. Numa operação de "marketing" junto da comunidade, Rui Alves ofereceu camisolas e cachecó is oficiais do clube aos assumidos "alvi-negros", caso do padre Alexandre Mendonça, vendo ainda um dos elementos das equipas que participa-

Rui Alves mostrou-se satisfeito com acolhimento expresso pelos emigrantes ram na exibição do "Madeirabol" envergar a camisola alternativa do clube, por sinal, fazendo dupla com outro jogador, com uma camisola do Marítimo. Um sinal que na Venezuela o clubismo é sadio. Houve mesmo um conhecido maritimista e ex-presidente do Centro Português de Caracas, que destacou este exemplo de unidade em torno de dois símbolos da Madeira, bem mais visível na diáspora do que na pró pria Região. CÂMARA CUMPRE PROMESSA A Câ mara Municipal do Funchal cumpriu na semana passada uma promessa feita há anos por Miguel Albuquerque, proporcionando às comunidades lusas de Caracas e Valência um jogo de exibição de Madeirabol com duas equipas madeirenses. Uma opção que ajudou a fortalecer o conhecimento e implantação do Madei-

Centro Portugues de Caracas PROGRAMA DO MES DE nOviEMbRE 2005 Sábado 05 Fiesta de Las Quinceañeras Lugar: Salão Nobre Hora: 7:30 p.m Domingo 06 Show María Lisboa - Grupo Folclórico Danzas y Cantares Lugar: Fuente de Soda Hora: A partir de las 3 p.m. Jueves 10 Presentación de Cuentas Lugar: Salón Nobre Hora: 8:00 p.m. Viernes 11 Fiestas de San Martín Lugar: Fuente de Soda Hora: 11 a.m.

rabol na Venezuela. Aliás, antigos jogadores de futebol venezuelano demonstraram como se identificam com a prática desta modalidade, dando espectáculo nas exibições ocorridas no Centro Português de Caracas (CPC). O Vice-Presidente da Câ mara do Funchal, Rui Marote, que apadrinhou a iniciativa, entende que para além do dever cumprido por parte da edilidade, esta

manifestação desportiva com a presença de equipas madeirenses teve como objectivo reforçar os laços de amizade entre os filhos da mesma terra, embora em contextos geográficos diferentes. O presidente do CPC, André Pita, comunga dos mesmo valores, agradecendo a forma que permite a que os emigrantes e seus filhos se sintam cada vez mais perto de quem gostam.


CORREIO DE CARACAS - 27 DE OUTUBRO DE 2005

III Divisão - Série A 6ª Jornada Valpaços Esposende Correlhã Cerveira Monção Vinhais Brito Cabeceirense Mondinense Maria da Fonte

2 1 1 1 1 0 0 3 3 2

1 1 1 1 1 3 2 3 2 0

III Divisão - Série B III Divisão - Série C III Divisão - Série D III Divisão - Série E 6ª Jornada 6ª Jornada 6ª Jornada 6ª Jornada

Esposende Joane Valpaços Merelinense As. Oliveirense Bragança Mirandela Valenciano Vianense Amares

Vilanovense 2 0 Tarouquense Ermesinde 0 0 Vila Meã Tirsense 0 1 Canedo Rio Tinto 0 0 Moncorvo Lourosa 1 1 Rebordosa Leça 3 0 Ataense Padroense 2 1 Cinfães Vila Real 5 1 UD Valonguense

Classificação Bragança 14 Maria da Fonte 12 Joane 12 Mirandela 12 Cabeceirense 10 Brito 9 Esposende 8 Assoc. Oliveirense 8 Merelinense 8 Mondinense 7 Amares 7 Valpaços 7 Correlhã 6 Cerveira 5 Monção 5 Vianense 5 Valenciano 5 Vinhais 3

6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6

4 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 0

2 3 3 3 1 3 2 2 2 1 1 1 3 2 2 2 2 3

0 0 0 0 2 1 2 2 2 3 3 3 2 3 3 3 3 3

13-4 10-3 8-3 12-5 10-8 9-8 6-9 1- 6 7-9 10-12 8-10 4-7 9-10 8-10 6-11 6-8 9-15 4-12

7ª Jornada (30-10) Esposende - Correlhã Valpaços - Cerveira Merelinense - Monção Assoc. Oliveirense - Vinhais Bragança - Brito Mirandela - Cabeceirense Valenciano - Mondinense Vianense - Maria da Fonte Joane - Amares

Gafanha A. D. Valonguense Estarreja Fornos Algodres Satão Arrifanense Cesarense Marialvas Tocha

Classificação

Pt J V E D G 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

DESPORTO 29

Vila Meã 14 Moncorvo 13 Vila Real 10 Tarouquense 9 S. Pedro da Cova 9 Rebordosa 9 Leça 8 Lourosa 8 Cinfães 8 Canedo 7 U. D. Valonguense 7 Rio Tinto 6 Padroense 6 Vilanovense 6 Ermesinde 5 Ataense 4 Tirsense 1

6 6 6 6 5 6 5 5 6 6 6 5 6 5 5 5 5

4 4 3 3 3 2 2 2 2 2 2 1 2 2 1 1 0

2 1 1 0 0 3 2 2 2 1 1 3 0 0 2 1 1

0 7-1 1 11-4 2 8-6 3 7-9 2 8-6 1 9-6 1 8-6 1 8-3 2 5-5 3 6-6 3 8-14 1 5-3 4 7-8 3 4-9 2 3-6 3 3-10 4 2-7

7ª Jornada (30-10) Vilanovense - Ermesinde Vila Meã - Tirsense Canedo - Rio Tinto Moncorvo - Lourosa Rebordosa - Leça Ataense - São Pedro da Cova Cinfães - Vila Real Tarouquense - UD Valonguense

2 1 3 3 3 2 2 1 4

Valecambrense Milheiroense Tondela São João de Ver Avanca Anadia Souropires União de Lamas Social Lamas

Sertanense 0 0 Peniche Marinhense 5 0 Bidoeirense Beneditense 2 1 Amiense Caranguejeira 0 0 Caldas Idanhense 2 0 Riachense Sourense 2 1 Alcobaça Monsanto 2 3 Eléctrico A. D. Fundão 1 0 Vigor Mocidade

Classificação

Pt J V E D G 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º

2 3 1 1 2 1 1 0 0

Classificação

Pt J V E D G 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

Social Lamas 14 União de Lamas 14 Anadia 14 Avanca 12 AD Valonguense 11 São João de Ver 10 Tocha 9 Valecambrense 9 Souropires 9 Tondela 7 Sátão 7 Milheiroense 5 Cesarense 5 Fornos Algodres 4 Marialvas 4 Arrifanense 4 Estarreja 4 Gafanha 2

6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6

4 4 4 3 3 3 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 0 0

2 2 2 3 2 1 3 3 3 1 1 2 2 1 1 1 4 2

0 0 0 0 1 2 1 1 1 3 3 3 3 4 4 4 2 4

Câmara de Lobos Caniçal Alcochetense Elvas Ouriquense Loures Sintrense 1º de Dezembro Vilafranquense

16-7 9-3 7-3 12-6 8-5 7-5 6-6 8-8 5-5 9-8 6-5 6-7 6-8 3-10 4-9 4-10 5-8 3-11

7ª Jornada (30-10) Valecambrense - A. D. Valonguense Milheiroense - Estarreja Tondela - F. Algodres São João de Ver - Sátão Avanca - Arrifanense Anadia - Cesarense Souropires - Marialvas Social Lamas - União de Lamas Tocha - Gafanha

Caldas Marinhense Sourense Peniche Idanhense Eléctrico Beneditense Mirandense A. D. Fundão Vigor Mocidade Caranguejeira Sertanense Monsanto Riachense Alcobaça Amiense Bidoeirense

14 12 12 11 10 10 9 9 7 7 6 6 5 4 3 3 2

6 6 6 6 6 5 6 5 5 5 6 6 6 5 5 6 6

4 3 4 3 3 3 3 3 2 2 1 1 1 1 0 0 0

2 3 0 2 1 1 0 0 1 1 3 3 2 1 3 3 2

0 14-5 0 15-5 2 11-5 1 8-6 2 9-6 1 7-6 3 7-7 2 7-7 2 4-6 2 4-4 2 8-9 2 6-9 3 3-6 3 7-12 2 4-6 3 4-11 4 4-12

7ª Jornada (30-10) Sertanense - Marinhense Bidoeirense - Beneditense Amiense - Caranguejeira Mirandense - Idanhense Riachense - Sourense Alcobaça - Monsanto Eléctrico - A. D. Fundão Peniche - Vigor Mocidade

1 1 1 3 0 0 0 3 0

Tires Carregado Vialonga Atlético Cacém Santana Atlético Montijo A. D. Machico Futebol Benfica

Messinense Beira-Mar Algarve Desp. Beja Farense Juv. Évora Monte Trigo Castrense Oeiras Amora

Classificação

Pt J V E D G 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º

2 2 0 2 1 2 0 3 5

III Divisão - Série F 6ª Jornada

Atlético 13 Loures 12 Carregado 11 Machico 11 Vilafranquense 10 At. Cacém 10 Montijo 9 Ouriquense 9 1º de Dezembro 8 Tires 7 Câmara de Lobos 7 Vialonga 7 Alcochetense 7 Sintrense 7 Santana 6 Caniçal 6 Futebol Benfica 5 Elvas 3

6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6

4 4 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 1 0

1 0 2 2 1 1 3 3 2 1 1 1 1 1 3 0 2 3

1 2 1 1 2 2 1 1 2 3 3 3 3 3 2 4 3 3

16-7 10-4 15-6 12-9 11-8 11-11 5-4 7-7 9-8 7-9 8-20 9-10 9-8 7-7 5-8 5-8 2-10 6-10

7ª Jornada (30-10) Câmara de Lobos - Caniçal Carregado - Alcochetense Vialonga - Elvas Atlético do Cacém - Ouriquense U. D. Santana - Loures Atlético - Sintrense Montijo - 1.º de Dezembro Machico - Vilafranquense Tires - Futebol Benfica

1 1 0 2 1 3 2 1 0

Estrela V. Novas Sesimbra Vasco da Gama Aljustrelense Lusitano Évora Almansilense Ferreiras Lusitano V.R.S.A. Lagoa

Classificação

Pt J V E D G 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

1 0 1 0 0 0 0 2 4

Pt J V E D G 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

Lusitano Évora 16 Estrela V. Novas 12 Lagoa 12 Almansilense 11 Juv. Évora 10 Amora 10 Desportivo Beja 9 Oeiras 9 Vasco da Gama 9 Lusitano V.R.S.A. 9 Aljustrelense 9 Ferreiras 8 Sesimbra 5 Beira-Mar 3 Messinense 2 Castrense 1 Monte Trigo 1 Farense 0

6 6 6 5 6 6 6 6 6 6 6 5 5 6 5 6 6 4

5 3 4 3 3 3 2 2 2 2 2 2 1 0 0 0 0 0

1 3 0 2 1 1 3 3 3 3 3 2 2 3 2 1 1 0

0 0 2 0 2 2 1 1 1 1 1 1 2 3 3 5 5 4

12-2 9-2 8-6 5-0 6-5 12-7 7-6 7-5 7-5 11-7 8-5 7-4 3-7 1-4 2-6 3-11 3-15 0-14

7ª Jornada (30-10) Messinense - Beira-Mar Algarve Sesimbra - Desportivo de Beja Vasco da Gama Sines - Farense Aljustrelense - Juventude de Évora Lusitano Évora - Monte Trigo Almansilense - Castrense Ferreiras - Oeiras Lusitano V. R. S. A. - Amora Estrela Vendas Novas - Lagoa


30 DESPORTO

CORREIO DE CARACAS - 27 DE OUTUBRO DE 2005

Ronaldo foi ouvido por suspeita de violação

O

futebolista madeirense Cristiano Ronaldo, que representa o Manchester United, foi interrogado na semana passada pela Scottland Yard, por suspeita de violação, noticiou a agência britâ nica Press Association. A violação alegadamente cometida pelo futebolista português Cristiano Ronaldo, terá ocorrido no Hotel Sanderson (Londres), a 2 de Outubro, revela a estação inglesa Sky News. Segundo a mesma estação, o jovem jogador do Manchester United, de 20 anos, terá conhecido a queixosa num bar londrino de West End, rumando de seguida ao hotel, onde terá supostamente ocorrido a violação. A Sky News adiantou ainda que Ronaldo e um homem de 40 anos se apresentaram voluntariamente numa esquadra de polícia da zona de Cheshire, nos arredores de Manchester,

onde o futebolista foi interrogado. Outras fontes afirmam que a queixa terá sido apresentada por duas mulheres e que Cristiano Ronaldo terá dito a amigos ter sido vítima de uma cilada e que é completamente inocente. A 5 de Outubro, a imprensa britâ nica noticiou que um jovem jogador da liga inglesa de futebol estava a ser investigado por suspeita de violação, embora não revelasse a sua identidade. Os factos terão ocorrido a um dia depois de o Manchester United ter jogado em Londres, com o Fulham, em vésperas de Cristiano Ronaldo viajar para Portugal e integrar os trabalhos da selecção portuguesa. Apó s as denú ncias, a polícia realizou perícias no hotel em causa, mas as investigações terão sido atrasadas pelo facto de o jogador ter estado fora de Inglaterra.

Cristiano Ronaldo, internacional madeirense ao serviço do Manchester United, admitiu à polícia britânica que teve relações sexuais com duas jovens, de nacionalidade francesa, mas não violou ou forçou ninguém. A notícia foi avançada pelo jornal inglês "News of the World", que acrescenta mais pormenores ao caso de alegada violação que envolve o jogador madeirense.

Liga de Honra 8ª Jornada

II Divisão - Série A 6ª Jornada

II Divisão - Série B 6ª Jornada

Chaves Moreirense Varzim Olhanense Beira Mar Ovarense Santa Clara Feirense Maia

0 0 2 1 2 0 1 1

2 2 1 1 1 0 1 2

Vizela Portimonense Aves Barreirense Gondomar Leixões (adiado) Estoril Marco Sp. Covilhã

Classificação 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

Beira-Mar Olhanense Sp. Covilhã Portimonense Estoril Aves Leixões Gondomar Varzim Maia Marco Feirense Vizela Santa Clara Barreirense Moreirense Ovarense Chaves

Pt 17 17 16 14 13 13 12 11 11 11 10 8 8 7 7 6 5 5

J 8 8 8 8 8 8 7 8 8 8 8 8 8 8 8 8 7 8

V 5 5 5 4 4 4 3 3 3 3 2 2 2 0 1 1 1 1

E 2 2 1 2 1 1 3 2 2 2 4 2 2 7 4 3 2 2

1 1 2 2 3 3 1 3 3 3 2 4 4 1 3 4 4 5

Ribeira Brava 1 0 Fiães

Fafe 0 0 Lixa

Freamunde 0 0 Portossantense

9ª Jornada (30-10) Chaves - Moreirense Portimonense - Varzim Aves - Olhanense Barreirense - Beira-Mar Gondomar - Ovarense Leixões - Santa Clara Estoril - Feirense Marco - Maia Vizela - Sporting das Covilhã

Aliados Lordelo 1 0 D.Sandinenses

Classificação

Pt J V E D G 12 6 3 3 0 10-5

1º Trofense

1º Sp. Espinho

Vitória Setúbal B 1 0 Pinhalnovense

No Centro Português, em Caracas, o torneio "Copa Navidad" em Futsal para Super-Veteranos já vai na 3ª jornada. Eis os resultados e classificação:

Real 3 2 Torreense União Micaelense 1 2 Operário Silves 0 2 Casa Pia

Oliv. Bairro 3 3 Rio Maior

Mafra 0 3 Louletano

Fátima 2 1 Nelas

FC Porto B 1 1 Pontassolense

Famalicão 1 1 Trofense

Futsal para Super-Veteranos

Oriental 1 2 Odivelas

Oliveirense 2 1 Benfica C. Branco

Infesta 3 2 Marítimo B

Sporting Braga B 1 3 A. D. Camacha

II Divisão - Série D 6ª Jornada

Penalva do Castelo 1 3 Abrantes

Sporting Espinho 1 1 Paredes

Ribeirão 1 0 Vilaverdense

II Divisão - Série C 6ª Jornada Portomosense 1 1 União Coimbra

Pedras Rubras 1 0 Lousada

Sandinenses 1 1 Valdevez

Classificação D G 9-3 12-9 10-6 8-5 13-10 13-10 6-3 9-8 9-11 15-13 11-10 9-11 8-10 5-6 6-9 8-13 11-18 5-12

Ronaldo nega violação

Madalena 1 0 Ol. Moscavide

Pombal 4 0 Oliveira Hospital

Benfica B 0 5 Imortal

Classificação

Pt J V E D G 11 5 3 2 0 8-4

1º Oliveirense

Classificação

Pt J V E D G 15 6 5 0 1 11-4

Casa Pia Louletano Imortal Operário Madalena Benfica B Torreense Ol. Moscavide Real Odivelas Vit. Setúbal B Pinhalnovense U. Micaelense Mafra Silves Oriental

Pt 15 15 14 13 10 10 9 9 8 7 6 6 5 5 1 1

J 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6

V 5 5 4 4 3 3 3 2 2 2 2 1 1 1 0 0

E 0 0 2 1 1 1 0 3 2 1 0 3 2 2 1 1

1 1 0 1 2 2 3 1 2 3 4 2 3 3 5 5

D G 15-7 15-7 17-4 7-3 4-9 7-8 10-8 5-4 11-13 6-10 7-9 4-5 6-7 6-8 5-13 2-12

2º A. D. Camacha 10 6 3 1 2

11-7

2º D. Sandinenses 9 6 3 0 3

7-6

2º Abrantes

12 5 4 0 1

3º Portossantense 10 6 3 1 2

6-4

3º Lousada

8 5 2 2 1

8-4

3º Tourizense

10 5 3 1 1 10-4

4º Famalicão

9 5 2 3 0

8-4

4º Fiães

8 5 2 2 1

6-4

4º Penalva

9 6 2 3 1

7-7

5º Vilaverdense

8 6 2 2 2

8-6

5º Sanjoanense

8 5 2 2 1

6-5

5º Fátima

8 4 2 2 0

6-2

6º Sandinenses

8 5 2 2 1

6-4

6º Aliados Lordelo 8 4 2 2 0

6-4

6º Pombal

8 4 2 2 0

7-2

7º Fafe

7 5 2 1 2

7-7

7º Paredes

7º Pampilhosa

8 5 2 2 1

5-4

8º Lixa

7 4 2 1 1

3-3

8º Infesta

7 5 2 1 2

7-7

8º Rio Maior

7 6 1 4 1

8-8

9º Ribeirão

7 5 2 1 2

3-4

9º Pontassolense

7 6 2 1 3

7-7

9º Benfica C. B.

7 6 2 1 3 10-12

10º União

7 5 2 1 2

4-8

10º Ribeira Brava

7 6 2 1 3

3-8

10º Portomosense 6 6 1 3 2

8-7

11º Freamunde

5 6 0 5 1

4-5

11º Pedras Rubras 6 6 2 0 4 5-10

11º Oliveira Bairro 4 5 0 4 1

7-8

12º Valdevez

4 4 1 1 2

4-5

12º F. C. Porto B

5 4 1 2 1

3-3

12º Nelas

13º Sport. Braga B 2 5 0 2 3

5-9

13º Esmoriz

5 5 1 2 2

7-11

13º União Coimbra 1 5 0 1 4 5-11

14º Marítimo B

4 6 1 1 4 9-13

14º Oliveira Hospital 1 5 0 1 4 2-13

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º

7ª Jornada (30-10)

7ª Jornada (30-10)

7ª Jornada (30-10)

14º Torcatense

0 4 0 0 4 2-10

7ª Jornada (30-10) Torcatense - Fafe Lixa - Sandinenses Valdevez - União da Madeira Portossantense - Ribeirão Vilaverdense - Sporting de Braga B Camacha - Famalicão

8 6 2 2 2 10-6

Esmoriz - Ribeira Brava Fiães - Pedras Rubras Lousada - Sporting des Espinho Paredes - Infesta Marítimo B - Aliados Lordelo Dragões Sandinenses - F. C. Porto B

7-4

2 6 0 2 4 3-10

Tourizense - Portomosense União de Coimbra - Penalva do Castelo Abrantes - Oliveirense Benf. Castelo Branco - Oliveira do Bairro Rio Maior - Fátima Pampilhosa - Pombal

Vitória de Setúbal B - Oriental Odivelas - Real Torreense - União Micaelense Operário - Silves Casa Pia - Mafra Louletano - Madalena Olivais e Moscavide - Benfica B Pinhalnovense - Imortal s

A. D. CAMACHA - MARITIMO GAMA CLUB - BEIRA-MAR CAMARA DE LOBOS - PORTO 3º TIEMPO - SETÚBAL

3-2 0-4 9-2 6-1

Classificação J V E D G P 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º

A. D .Camacha 3º Tiempo eira-Mar Câmara de Lobos Nacional Gama Club Setúbal Marítimo Porto

3 3 3 1 1 2 3 1 3

2 1 1 1 1 1 1 -

1 2 1 1 -

1 2 1 3

8-6 11-6 9-9 9-2 6-2 7-5 6-10 2-3 4-19

7 5 4 3 3 3 3 0 0

Taça de Portugal 4ª Eliminatória

30-10 Caniçal Oliveirense Abrantes Vila Meã Louletano 30-10 Paredes 12-11 Paços Ferreira

– 15:00 - Fátima - U. Lamas - Maria da Fonte - Mirandela - Atlético – 14:30 - Nelas – 16:00 - Tourizense


CORREIO DE CARACAS - 27 DE OUTUBRO DE 2005

DESPORTO 31

FC Porto "mágico" na Choupana

Liga Betandwin 8ª Jornada Belenenses 1 2 Rio Ave Marítimo 2 1 Naval Benfica 2 0 Est. Amadora

Nacional não evitou a derrota no seu estádio por 1-0 e por isso desceu para a quarta posição Emanuel Pestana (DN - Madeira)

A

ntes do jogo que se realizou domingo na Madeira, Co Adriaanse falara de magia para tentar compreender a carreira do Nacional na Liga. Mas magia, se ela existe, não se viu na noite primaveril da Choupana. O FC Porto ganhou e bem (1-0), poderia até tê-lo feito com maior desafogo no resultado, e nem foi preciso uma grande exibição nem recorrer a qualquer ciência do oculto para os três pontos caírem no bolso do dragão, fazendo o Nacional descer para a quarta divisão. Mas para explicar o resultado há que também apontar algum demérito ao Nacional. A equipa apresentou-se com o sistema táctico esperado - um 5x3x2 - face ao dois pontas de lança do FC Porto mas se a estratégia idealizada por Manuel Machado era, à partida, acertada, o problema foi que os seus jogadores não a interpretaram convenientemente. Até ao golo de Hugo Almeida, os alvi-negros

viveram com o dilema de não se conseguirem desmultiplicar-se da defesa para o ataque com a dinâ mica que era necessária para além de defenderem a sua área poderem pensar em chegar junto da baliza de Vítor Baía, em situações de finalização. Os laterais - Emerson e Miguelito - tiveram de preocupar-se mais com Jorginho e Quaresma do que em atacar e quando a equipa ganhava a bola era quase sempre com poucas unidades que invadia o meio campo portista. Os seus sectores estavam muito distantes entre si e Chilikov, Miguel Fidalgo (e depois Nuno Viveiros) ficaram muito entregues à sua sorte. Como consequência, oportunidades de golo com esse nome só a de Chilikov (89). O mesmo não se pode dizer do FC Porto que até ao intervalo rondou algumas vezes com perigo as redes de Diego e mostrou estar sempre perto do golo, atacando e rematando mais, ainda que com alguma inconsequência no seu futebol ofensivo. Mas o problema resolveu-se logo aos 3 minutos do segundo

Nacional 0 1 FC Porto Vitória de Setúbal 0 1 V. Guimarães Paços de Ferreira 2 2 Penafiel Académica 1 3 União de Leiria Gil Vicente 2 2 Sporting

Classificação Pt J V E D G

tempo, por Hugo Almeida. Aí, em desvantagem, Manuel Machado sentiu que era preciso mudar. Luizinho e Anic foram chamados e o 5x3x2 passou para um 4x2x3x1. A equipa jogou mais em bloco, preencheu melhor os espaços a meio campo, e conseguiu, em certas alturas, empurrar o FC Porto para o seu meio campo defensivo, mas faltou-lhe sempre a tal "magia" de outras ocasiões. As jogadas nem sempre foram bem ligadas e a miragem do empate só pairou

na Choupana no "tardio" minuto 89. Mas já antes, Jorginho (66) e McCarthy (72) podiam ter trazido outra tranquilidade à sua equipa para os minutos finais e evitado que num lance fortuito - como acontecera na época passada - visse os três pontos voarem. Porque, apesar da vontade dos seus jogadores, só num golpe de sorte ou de inspiração individual o Nacional deixou a ideia de que a derrota podia ser um resultado inevitável.

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

Sp. Braga FC Porto Benfica Nacional Sporting Boavista Rio Ave Vitória Setúbal Gil Vicente Paços Ferreira Naval Est. Amadora Belenenses União de Leiria Académica V. Guimarães Marítimo Penafiel

20 17 16 15 13 13 13 13 10 10 10 9 9 8 8 7 7 2

8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8

6 5 5 4 4 3 4 4 3 3 3 2 3 2 2 2 1 0

2 2 1 3 1 4 1 1 1 1 1 3 0 2 2 1 4 2

0 1 2 1 3 1 3 3 4 4 4 3 5 4 4 5 3 6

8-1 12-6 14-6 8-4 10-11 12-7 11-10 5-3 7-8 9-13 11-11 8-9 12-12 7-11 8-10 5-12 9-11 5-16

9ª Jornada (30-10) Sporting de Braga - Belenenses Rio Ave - Marítimo Sáb–21:15 Naval - Benfica Estrela da Amadora - Nacional Sáb–19:15 FC Porto - V. Setúbal 18:00–V. Guimarães - Paços Ferreira Penafiel - Académica U. Leiria - Gil Vicente 20:30–Boavista - Sporting


CORREIO DE CARACAS – 27 DE OUTUBRO DE 2005

Trinta portugueses detidos na Venezuela tugueses detidos é irrelevante", uma vez que moram na Venezuela 500 mil emigrantes e a maioria dos detidos são rês dezenas de portugueses passageiros que estavam de viagem. estão detidos na Venezuela Manuel Teles Fazendeiro explicou e a maioria aguarda julga- ainda que a maioria dos detidos está a mento por acusações de trá- aguardar julgamento pelo delito de tráfico de droga, segundo dados divulga- fico ilícito de substâ ncias estupefados à Agência Lusa pelas autoridades cientes. consulares. Entre os portugueses detidos na Na área de Caracas há 25 portu- área de Caracas, encontram-se o co-pigueses detidos, 15 homens e dez mul- loto Luís Santos e as três passageiras heres, e em Valência estão dez, três do de um avião, que são acusados pelo Misexo masculino e dois do sexo femini- nistério Pú blico de tráfico de cocaína. no. Os quatros portugueses estão detiO cô nsul de Portugal em Caracas, dos na Venezuela desde o dia 24 de Manuel Teles Fazendeiro, disse à Outubro de 2004. Agência Lusa que "o nú mero de porUm outro português que aguarda FPG/CMP (Lusa)

T

julgamento na Venezuela, Tiago Filipe Monteiro Moizão da Palma, 21 anos, também se encontra desde Março em prisão domiciliária em Valência, aos cuidados de uma família. Tiago enviou recentemente uma carta ao presidente da Repú blica, Jorge Sampaio, pedindo que interceda junto do seu homó logo venezuelano, Hugo Chávez, para que seja rapidamente julgado num processo em que é suspeito de tráfico de droga. Segundo documentos do tribunal, este português também foi detido a 24 de Outubro de 2004 no Aeroporto Internacional Josefa Camejo, pouco antes de viajar para Portugal, via Curaçau (Antilhas Holandesas) e Amsterdão.

Setenta pessoas em vigí lia de solidariedade com co-piloto

Cerca de 70 pessoas realizaram na segunda-feira uma vigília em sinal de solidariedade com o co-piloto português da Air Luxor Luís Santos, detido há precisamente um ano na Venezuela por suspeita de tráfico de droga. Reunidos frente à sede da Associação de Pilotos Portugueses da Linha Aérea (APPLA), em Alvalade, familiares, amigos e colegas de Luís Santos empunharam velas acesas e rezaram uma oração perante a imagem de Nossa Senhora do Loreto, padroeira do ar, que repetiram numa comunicação via Internet com o co-piloto.

Portuguesa queixa-se de falta de atenção consular M

aria Virgínia Passos, detida há um ano na Venezuela por suspeita de tráfico de droga, é uma das cidadãs portuguesas envolvidas no caso que remonta a finais de Outubro de 2004, quando quatro lusos - o co-piloto Luís Santos e as três passageiras de um avião a jacto particular - e seis venezuelanos foram acusados pelo Ministério Pú blico venezuelano de tráfico de 400 quilos de cocaína. Em declarações à Agência Lusa, Passos diz ser inocente e acredita que irá sair em liberdade assim que se realizar o julgamento, que já foi adiado mais de vinte vezes. "Vim cá porque fui convidada, não

tenho nada que ver com a droga e estava longe do avião. Quando houver o julgamento vou sair em liberdade, porque não têm nada com que me acusar", disse a portuguesa. Maria Virgínia Passos, que tem 56 anos e é advogada, acrescentou que está "muito magoada com a imprensa portuguesa", porque "alimentam o boato". E queixou-se de falta de atenção consular e de estar à espera, há três semanas, de uns medicamentos que diz ter solicitado por fax à Embaixada de Portugal em Caracas. Detida há um ano, diz que "o mais difícil é a saudade... Gostava de estar em casa, com as minhas

filhas, os meus netos e o meu pai", diz. Acredita que isso poderá acontecer até 12 de Novembro, dia do seu aniversário. Passos está detida desde Outubro de 2004, no Instituto Nacional de Orientação Feminina de Los Teques. Comentou que tinha uma imagem "completamente diferente" da vida numa cadeia, que "é um mundo que não conhecia, em que há pessoas com uma cultura, princípios morais e sociais completamente diferentes". Opina que "as pessoas que aqui estão (presas) têm problemas gravíssimos, talvez muito mais graves que os meus. Nunca pensei na minha vida contactar diariamente com um ho-

micida e um infanticida", disse. AUTORIDADES DESMENTEM O embaixador José Arsénio disse não ter recebido qualquer pedido via fax e remeteu o assunto para o Consulado Geral de Portugal em Caracas, segundo resenhou a Agencia Lusa. O cô nsul Manuel Teles Fazendeiro mostrou-se surpreendido com a queixa. Garantiu que o fax não foi recebido, que funcionários consulares visitam frequentemente as cadeias para saber dos portugueses e que não lhes foi transmitido qualquer pedido.

BREVES Mais um madeirense assassinado Na madrugada de segunda-feira, foi descoberto pelos vizinhos na localidade de Quebrada de Cúa, em La Magdalena, Estado de Miranda, um lusodescendente de nome Juan José Correia, de 35 anos de idade. O jovem era filho de emigrantes portugueses oriundos de Santo da Serra e do Funchal. Segundo relatos de vizinhos, a polícia foi chamada quando foi visto um corpo no chão, já sem vida. Terá havido troca de tiros junto de um fast-food, onde a vítima foi ameaçada com uma arma, por indivíduos que saíram de um táxi "patas blancas".


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