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O jornal da comunidade luso-venezuelana
ANo 06 - N.º 131 - DePósIto LeGAL: 199901DF222 - PubLIcAção semANAL
cArAcAs, 3 De NoVembro De 2005 - VeNezueLA: bs.: 1.000,00 / PortuGAL:
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Governo cede a exigências dos trabalhadores dos consulados Depois da ameaça de greve, Ministério dos Negócios Estrangeiros e das Missões Diplomáticas aceita dialogar e reconsiderar reivindicações do Sindicato, garantindo actualizações salariais em Dezembro e Janeiro. PÁGINA 3
Português na Universidade Bolivariana
Possibilidade do ensino da lí ngua portuguesa ser obrigatório já está a surtir efeitos: universidade pública abriu curso para 150 alunos e as 260 vagas do Centro Português, em Caracas, foram todas preenchidas . PÁGINAs 4 e 5
Inquérito para saber quantos lusos residem no Curaçau Consulado na ilha quer também criar associação para ajudar portugueses carenciados. PÁGINA 32
Pérez-Perazzo em Portugal para aprofundar investigação na mú sica lusa. PÁGINA15
Bracarenses dominam I Liga e os três "grandes" empatam. PÁGINAs30e31
Comunidade “ ressuscita” tradições lusas em Higuerote PÁGINA10
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Actualizações salariais nos consulados em Dezembro e Janeiro Ministério dos Negócios Estrangeiros mostra-se disponí vel para o diálogo, levando à suspensão da greve anunciada Entre as queixas dos trabalhadores encontram-se também o facto de os delia_jornalista@yahoo.com funcionários que saem não serem subsepois da ameaça de uma tituídos, fazendo com que os restantes greve para os dias 2,3 e acumulem o trabalho de dois ou três. 4 de Novembro, o SinNa nota à impressa, o Sindicato redicato dos Trabalhado- feriu que há seis anos que não são aberres Consulares decidiu suspender tos concursos para admissão de novos esta medida de pressão, uma vez que funcionários e que mais de metade dos o Ministério dos Negó cios Estran- consulados mais importantes não têm geiros e das Missões Diplomáticas vice-cô nsul. aceitou dialogar e reconsiderar vá" Não podemos defender devidarias das reivindicações expostas pe- mente os interesses e os direitos das colos funcionários. munidades portuguesas porque muitos A mais importante e que se cumpri- funcionários consulares não estão acrerá a curto prazo, segundo o que foi ditados perante os governos locais, peacordado com o Ministério, refere-se à lo que muitas entidades (tribunais, prifalta de actualização dos salários, des- sões) não nos reconhecem a autoridade de 2001, e que agora foi prometida para necessária para representamos os nossos Dezembro e Janeiro. compatriotas e os ajudarmos a resolver A greve não só pretendia defender os seus problemas ". os interesses dos funcionários dos conOs porta-voz do Ministério aceitasulados como também um melhor fun- ram dialogar sobre estes assuntos mas cionamento dos serviços consulares, sa- não deram uma resposta imediata. tisfazendo "o direito que os utentes têm a um atendimento qualificado e efi- CuRSOS SeRÃO ciente. Não lutamos só por nó s mas ReACTIVIDADOS pelas comunidades portuguesas ", maOutro problema que recebeu uma nifestou o Sindicato, em comunicado. resposta do Ministério foi a reabertura Délia Meneses
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dos cursos de formação, que serão reactivados no início de 2006. Os trabalhadores consulares consideram que um dos factores que contribuiu para o mau funcionamento dos consulados foi a suspensão das acções de formação profissional. O Ministério também aceitou dialogar sobre a falta de classificação do serviço, que poderá impedir a progressão na carreira e "agravar cada vez mais as deficiências de funcionamento". Outro ponto que será motivo de debate é o facto de o Ministério dos Ne-
gó cios Estrangeiros ter funcionários sem segurança social ou que não estão devidamente legalizados nos países onde trabalham, o que, de acordo com os trabalhadores, "não contribui para o bom funcionamento dos Serviços nem demonstra vontade de resolver os problemas". O sindicato reforça que todas estas situações não dizem somente respeito aos funcionários consulares, afectam também todas as comunidades portuguesas residentes no estrangeiro.
Centro Atlântico Madeira com nova direcção
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a assembleia extraordinária que se realizou no passado domingo 30 de Outubro, Albertina de Sá apresentou a sua demissão do cargo de presidente do Centro Atlâ ntico Madeira (Barquisimeto).
Depois de dois anos e oito meses à frente da direcção, entre acertos e atropelos, teve pouco apoio por parte dos só cios e também da direcção anterior, que a acompanharam na sua gestão. Albertina de Sá admite que cometeu erros, nomeadamente quando nomeou uma Comissão de Obras, o que originou muitas queixas por parte dos só cios porque não houve nenhum avanço nas obras. "Sinto que cumpri a minha função. Tive que manter-me por dois períodos na direcção do centro porque não foi apresentada outra can-
didatura na altura das eleições. Agora, vou continuar a frequentar o clube, mas na simples condição de só cia. E estarei sempre disposta a ajudar no que for preciso a pró xima direcção", expressou. Albertina sublinha que o centro fica com as suas contas em dia, nomeadamente no que se refere ao pagamento de pessoal e serviços. Isto apesar de contar apenas com as quotas de 230 só cios responsáveis e 50 com anuidades pagas. Isto de uma lista de 400 só cios. Entre as obras feitas durante a direcção de Albertina de Sá, destacam-se a transformação do camarim e do salão do comité de damas, da biblioteca, da fachada do clube, dos arranjos das casas de banho ao lado da igreja e do restaurante. Entretanto, continua pendente a concretização da piscina e o campo de softbol, obras de grande impor-
tâ ncia para este centro. Albertina de Sá disse que é de sábios retirar-se a tempo. A nova comissão que vai herdar os destinos do clube é constituída por só cios que de uma ou outra forma se mostram preocupados com a situação que o centro está a atravessar. Como tal, comprometem-se a acabar as obras atrás mencionadas. O novo presidente do clube, João da Silva, faz parte da geração de relevo do centro. É lusodescendente e considera que a equipa que o acompanha é constituída por pessoas capazes e de alto nível de gerência. Por isso, mostra-se bastante optimista. Para já tenciona acabar com as obras para contentar os só cios e nomear comissões de trabalho para garantir que se realizem várias actividades no clube.
A nova direcção Presidente – João Ernesto Da Silva Monteiro Vice-presidente – Joao Da Silva Dinis Secretário – Antonio Pimenta Sub-Secretário – Álvaro Abreu. Tesoureiro – Agustín Andrade
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Inscrições em Português superam expectativas As 260 inscrições no Centro Português de Caracas bateram todos os recordes de participantes e obrigaram ao encerramento do concurso antes do tempo Liliana da Silva
lilianadasilva19@hotmail.com
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ela primeira vez na histó ria do ensino da língua portuguesa, no Centro Português, em Caracas, as inscrições foram encerradas por se terem esgotado as ofertas em apenas três semanas. A imensa procura superou todas as expectativas dos coordenadores do curso e os recordes de participação desde que as aulas foram implementadas há alguns anos. A possibilidade de ser introduzida a obrigatoriedade de estudar a Língua de Camões, como foi anunciado pelo presidente Hugo Chávez, num dos programas dominicais Alô Presidente, e o incremento das relações comerciais entre a Venezuela e o Brasil são algumas das explicações para este aumento considerável do nú mero de interessados. David Pinho, um dos coordenadores e professores das aulas de português do Centro afirmou que se viram obrigados a encerrar as inscrições, já que não dispõem de espaço necessário para distribuir as classes por um maior nú mero de alunos. "Não contamos com as infra-estruturas para atender mais estudantes. Temos apenas duas salas e o espaço da biblioteca para satisfazer os 260 estudantes. Por isso, decidimos encerrar as inscrições", disse. Em virtude desta limitação, a direcção do Centro Português está a desenvolver um projecto para criar um novo espaço no estacionamento do clube, com vista à construção de
mais salas e com melhores condições para satisfazer o crescente nú mero de interessados. Como nos anos anteriores, o curso apresenta três níveis básicos, um nível intermédio e um avançado. Neste novo período estão inscritos 135 alunos no nível de iniciação, 57 no intermédio e 18 no nível avançado. Muitos destes novos alunos são profissionais de áreas distintas. O nú mero de crianças também duplicou, alcançando os 50 inscritos. As classes são repartidas pelas terças e quintas em horário nocturno e aos sábados durante a manhã. O turno de sábado é o que conta com mais alunos. Alguns queixam-se da pouca ventilação das instalações, sendo este um problema que é agravado com o aumento de estudantes. A situação começa a preocupar os professores que têm falta de condições para responder ao interesse dos novos alunos, sobretudo porque mais de 70 por cento não são só cios do clube. "Somente 88 dos 260 inscritos são só cios do clube. Contudo, muitos estão a cancelar porque querem ter como contrapartida a melhoria das condições e qualidade de ensino", refere David Pinho. Porém, segundo este responsável, se o curso contasse apenas com os só cios do Centro, as inscrições não dariam sequer para pagar os salários dos professores. MelHORIaS Apesar das dificuldades, a coordenação do departamento de Português, a cargo de Célia Mendes e David Pinho, juntamente com ou-
tros oito professores, introduziu novas melhorias para fazer deste curso uma oferta mais atractiva para os estudantes e, sobretudo, melhorar a preparação dos mesmos. Por isso, incorporaram novas ferramentas que complementam as lições dadas nas aulas. "Este ano funcionamos com mais material audiovisual. Os livros foram encadernados na Universidade Simó n Bolívar a baixo custo, tornando deste modo mais barato o preços destes. Além disso, trazem um CD com as lições, pelo que os alunos poderão ouvi-las em suas casas e praticar a pronú ncia", explicou David Pinho. Ainda assim, o Cô nsul Geral de Portugal em Caracas, Fernando Teles Fazendeiro, doou um programa de vídeos sobre a histó ria de Portugal, os quais são reproduzidos durante as aulas de cultura e histó ria, leccionadas pelo professor David Pinho. Graças à visita do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Antó nio Braga, o Centro Português de Caracas conta já com um có digo de acesso à página www.escuelavirtual.pt. Esta plataforma de estudo à distâ ncia para jovens poderá ser utilizada pelo clube durante um ano para melhorar e reforçar o material didáctico utilizado nas aulas. Para manter o nível de ensino, no final de cada semestre são aplicados testes anó nimos através dos quais os alunos avaliam a metodologia a qualidade do professor. Isto com a finalidade de contribuir para que os professores dêem cada vez mais o seu melhor e cumpram com as exigências académicas do Centro.
Anteprojecto de Lei da Educaç ã o: David Pinho, juntamente com outros professores de Língua Portuguesa, foram convidados pela Assembleia Nacional, conjuntamente com o Ministério da Educação, Cultura e Desportos, a estudar a possibilidade de incluir a Língua Portuguesa no currículo de estudos para liceus públicos e privados, a médio prazo. Esta intenção manifestada pelo Presidente da República começará a ser estudada pelo governo junto dos profissionais deste idioma nos próximos meses, depois de finalizadas as eleições de deputados, marcadas para o mês de Dezembro.Segundo David Pinho, esta medida deverá incluir um grande esforço não só em matéria de planificação mas também na dotação de livros e formação de professores capacitados para leccionar o idioma. "Se este projecto continua em frente, como parece ser a intenção do governo venezuelano, ponderarei a criação de uma Associação de Professores de Língua Portuguesa para trabalhar neste anteprojecto de educação, que contemplaria o Português como idioma de ensino obrigatório", afirmou.
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Universidade Bolivariana ensina língua portuguesa Aulas começaram no dia 10 de Outubro e já são frequentadas por 150 alunos Emilie Maubert é assessora do vice-reitor e coordenadora de línguas na UBV. "As sistema de ensi- aulas começaram o dia 10 de no venezuelano Outubro e já temos aproxitem-se munido madamente 150 estudantes da de ferramentas Língua Portuguesa, numa pomodernas para atingir uma pulação de cerca de 1.200 entre expansão ideoló gica que inglês e francês. A Língua vai além das fronteiras do Portuguesa está em alta se País. Nesse sentido, a Uni- consideramos que o inglês é versidade Bolivariana da mais comum entre os estuVenezuela (UBV) promove dantes na Venezuela", disse. a comunicação entre os paEsta responsável da UBV íses ao estabelecer novas expressa também que a unicátedras na área das línguas versidade apoia os estudantes modernas, como o ensino de línguas, entrega-lhes "as do francês, do inglês e, es- có pias do material de trabalpecialmente, da língua por- ho para não terem de gastar tuguesa, que aponta para a dinheiro num material de diintegração da América La- fícil obtenção por não ser protina, e num futuro pró xi- duzido na Venezuela". mo, estabelecerá novos vínO programa de português culos com a península ibé- da UBV estabelece que a Línrica. gua Portuguesa deve ter uma Amarú Araújo Villegas avillegas1@yahoo.com
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finalidade mais comunicativa do que apenas ser aplicada à tradução ou à interpretação, ao nível profissional. O uso das línguas enfoca-se na comunicação e divulgação dos conhecimentos adquiridos na faculdade e tem especial uso nas apresentações e na leitura de material proveniente de outros países. As línguas são importantes num país como a Venezuela, um vez que o país tem uma política internacional dirigida para integraç ão dos povos e para a expansão e divulgação da cultura popular. O governo bolivariano estuda a possibilidade de incluir a Língua Portuguesa como matéria obrigató ria no ensino básico. Para os portugueses isto pode representar grandes oportunidades de investimento no país assim como a diversificação e divulgação da cultura luso-venezuelana. A UBV está a abrir as portas da comunicação para todas
as classes sociais. Na cátedra de português há seis professores encarregados da formação dos alunos. Estes têm experiência no ensino da Língua Portuguesa e apoiam-se nos textos de gramática e métodos didácticos para atingir os objectivos gerais e específicos
propostos no programa. Cada mó dulo tem uma duração de nove semanas e inclui uma indução de gramática do espanhol para ensinar o uso dos tempos verbais, assim como as partes da oração, entre outras chaves linguísticas que facilitem a aprendizagem.
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Mais além do comércio Portugueses reconhecem que habilidade para sector comercial tem contribuí do para os afastar de outras áreas, como a polí tica e a cultural Yamilem González e Noelia de Abreu
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presença dos portugueses na Venezuela se tem destacado em diversos â mbitos nacionais. Contudo, esta presença é muito mais visível no sector comercial. Na verdade, o estereotipo do português mais generalizado é o do dono de padarias, supermercados e mercearias. Tanto é assim que se criaram personagens que estão directamente relacionadas a alcunhas e a programas có micos de televisão. Assim, o CORREIO quis saber como é que os portugueses se encaram no que se refere ao seu alcance e influência dentro da sociedade venezuelana, qual é a área em que se desempenham mais e em que sectores precisam de conseguir integração. As opiniões são unâ nimes. Na sua maioria, as pessoas concordam que os portugueses se desempenham essencialmente na área comercial e econó mica da Venezuela, com escassa inter-
venção na política e na área sindical. Custó dia Martines disse que os portugueses têm uma grande influência no sector econó mico e que os lusodescendentes se têm convertido na base principal deste feito, pois têm sido determi-
nantes no êxito que os lusos têm conseguido obter no país. Por outro lado, Agustín Rodrigues opinou que a grande presença que têm os lusos na habilidade na área comercial contrasta com o pouco destaque que
têm noutros sectores, como por exemplo na política. Mas alguns têm "brilhado" na política. "Tobías Nó brega, por exemplo, é um lusodescendente que se tem destacado na vertente política, mas como ele existem muitos outros que fizeram da polícia a sua forma de vida", disse. Enrique de Freitas coincide com Rodrigues: "É preciso que os portugueses se mantenham no sector econó mico, mas também que comecem a enveredar pela política, pois através disto poderíamos ter um representante que faça valer os nossos direitos como comunidade integrada no país. E, desta forma, poderiam os interesses de uma parte importante de Portugal serem salvaguardados". Darwin Rodrigues, por sua vez, é um lusodescendente que reside na cidade de La Victoria e que entende que os portugueses são muito habilidosos para o desempenho no â mbito comercial. "Mas este feito também os afasta de outros sectores, como da área cultural, pois dedicam-se muito ao trabalho e pouco à manutenção das tradições e dos costu-
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mes", refere. Para este lusodescendente, a comunidade devia entrar na área social e conhecer um pouco mais dela para eliminar as distâ ncias que muitas vezes há entre conterrâ neos. Acrescenta: "Tenho estado com pessoas de muitos países e acho que os portugueses têm a sua cultura esquecida, pois o trabalho para eles é o mais importante". É muito o peso que têm os emigrantes quando se fala de gerir empregos na Venezuela. Esta é a opinião de Vanessa Fernandes, que considera que o contributo dos portugueses e espanhó is na área econó mica é considerável. "Por natureza, o emigrante é mais constante e empenhado do que o venezuelano e, por isso, os estabelecimentos comerciais
mais estáveis estão em mãos de estrangeiros", diz, acrescentando que a melhor forma dos portugueses ganharem dinheiro é através de negó cios por conta pró pria. "São excelentes comerciantes e acho que não deviam sequer pensar numa integração na política, pois cada um tem a sua função e os portugueses são bons na área do comércio devem manter-se ai", destaca. Por ú ltimo, Angela Vera, do Estado Aragua, evidencia que "na Venezuela são poucos os portugueses ou lusodescendentes que fazem parte de áreas políticas. Mas acho que está na altura de pelo menos os lusodescendentes representarem a comunidade nesse â mbito".
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Os entrevistados opinaram que é preciso que os portugueses se mantenham no sector económico, mas também que comecem a enveredar pela política
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Tribunal aceita acusação e marca nova audiência Finalmente o polémico caso do co-piloto Luí s Santos e três portuguesas que foram acusados de tráfico de droga na Venezuela ganha novos contornos
O
Tribunal de Macuto aceitou a acusaç ão deduzida pelo Ministério Pú blico (MP) venezuelano contra quatro portugueses e seis venezuelanos suspeitos de tráfico de droga, marcando a pró xima audiência para esta quinta-feira 3 de Novembro. Os portugueses, Maria Antonieta Parreira Soares Amaral Liz, Maria Virgínia Pinto Passos, Maria Margarida da Silva Mendes e o co-piloto Luís Santos, foram acusados da autoria de tráfico de substâ ncias estupefacientes e psicotró picas . Dois dos seis venezuelanos foram acusados como cú mplices e os restantes como colaboradores no mesmo crime. Depois das argumentações dos advogados de Defesa, a juíza do processo, Maria Esther Roa, admitiu a julgamento os autos policiais e as declara-
ções de funcionários da Guarda Nacional e do Aeroporto Internacional de Maiquetía, apresentadas pelo Ministério Pú blico venezuelano. Admitiu ainda um contrato existente entre a Tinerlines S. A. "legítima arrendatária sob um sistema de leasing" do avião onde a tripulação localizou quase 400 quilos de cocaína, e a Airluxor, para a realizaç ão de voos transatlâ nticos comerciais. Aceitou o pedido da defesa do copiloto para levar a tribunal dois pilotos profissionais, especializados em Citation X, a fim de "ilustrar características técnicas da aviação, entre eles o peso máximo à descolagem", do avião, a fim de determinar se a aeronave descolava ou não com a totalidade das malas que continham cocaína. Admitiu a transcrição de uma cassete, entregue pelo MP, com a gravação de um telefonema entre a principal arguida, Maria Margarida da Silva Mendes, feito a partir de Caracas para um cidadão em Portugal", apesar da transcrição se encontrar em português. Também foi aceite um documento emanado da Procuradoria-Geral da Repú blica de Portugal, que confirma que Maria Margarida da Silva Mendes estava a ser investigada pelas autorida-
Detido alegado lí der de organização
des portuguesas por branqueamento de capitais e tráfico de droga. Recusou um pedido da advogada de Luís Santos, Dora Castillo, para uma reconstituição dos factos e um requerimento da defesa de Maria Margarida da Silva Mendes para obter um registo de voos do Aeroporto de La Carlota, a fim de deter minar se depois de apreendida a aeronave teria sido usada e por quem. Segundo a acusação, foi o comandante do avião quem denunciou às autoridades a existência de "umas malas que não pertenciam à tripulação e careciam de documentos alfandegários".
A Guarda Civil espanhola deteve sábado em Madrid o presumível líder da organização internacional de narcotráfico a que alegadamente pertencem as três portuguesas detidas na Venezuela por suspeita de tráfico de droga, informou hoje a Polícia Judiciária. De acordo com a PJ, o homem, de 54 anos e dupla nacionalidade, espanhola e colombiana, foi detido na sequência de um mandado de detenção europeu emitido por um tribunal português e numa acção conjunta com a Direcção Central de Investigação do Tráfico de Estupefacientes (DCITE). No âmbito de uma investigação iniciada em Abril do ano passado pela DCITE, o Ministério Público acusou elementos de "uma sofisticada organização de narcotráfico internacional, responsável pela introdução, por via aérea, no espaço europeu de grande quantidades de cocaína", explica a PJ em comunicada.
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Higuerote: um exemplo de união Comunidade lusa unida com a finalidade de manter vivas as tradições lusas Liliana da Silva
lilianadasilva19@hotmail.com
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a Venezuela, é frequente encontrarmos comunidades portuguesas a residirem em distintas cidades do país que, com o passar dos anos, vão perdendo algumas das suas tradições e costumes. Mas isto não acontece em todo o sítio. Viemos encontrar "a outra fase da moeda" em Higuerote, onde há vários exemplos de portugueses que fazem questão de conservar e promover a sua cultura, como acontecia antes. Desde a chegada de portugueses a esta região costeira, há mais de trinta anos, a comunidade se organizou para comemorar as festas em honra de Nossa Senhora de Fátima. Estas festividades eram reconhecidas ao nível nacional pela sua excelente organização e grandeza, pois duravam até três dias, cheios de mú sica, comida, fogos de artifício e danças típicas. Mas tinham também manifes-
tações religiosas. Contudo, com o passar dos anos, o regresso de muitos destes lusos às suas terras de origem fez com que os eventos deixassem de ser realizados. As ú nicas iniciativas que se mantiveram foram as festas em honra de Nossa Senhora de Fátima, mas estas eram realizadas por um grupo pequeno de lusos. Hoje, esta realidade mudou e a comunidade saiu da apatia e indiferença para constituir uma nova junta directiva que, há mais de três meses, organiza reuniões e eventos que conseguem motivar os portugueses e lusodescendentes, que vêm nesta iniciativa uma forma de ressurgir as tradições e os costumes lusos. "Apercebemo-nos da necessidade de recuperar o trabalho dos festeiros anteriores e de continuar as tradições que sempre nos têm caracterizado. Para além do mais, sabemos que podemos criar novas alternativas de distracção para a comunidade de Higuerote", comentou-nos Armando Barbosa. nOVOS PROJeCTOS
Daniel Ramírez, presidente da Sociedade Nossa Senhora de Fátima de Higuerote, destaca que o principal objectivo desta nova direcção é unir a comunidade e promover actividades que permitam a distracção e a alegria dos portugueses, assim como o trabalho com novos projectos como a fundação de uma casa clube onde os portugueses se possam reunir para partilhar", assinalou Ramírez. Para conseguir concretizar este projecto que incluiria actuações de diferentes tipos de mú sica, jogos de futebol e aprendizagem da língua portuguesa, nestes três meses, os membros desta associaç ão organizaram dois eventos que visaram angariar fundos. "O primeiro foi uma rifa que fizemos a 16 de Setembro. Com esta iniciativa, conseguimos angariar cinco milhões de bolívares. O segundo evento foi a realização de uma tarde portuguesa, a 16 de outubro, na qual conseguimos reunir mais de 300 pessoas", assinalou o tesoreiro Armando Barbosa. Durante essa tarde, conta-nos, foi apresentado um grupo musical e um rancho folcló rico de Los Valles del Tuy. "Ficámos bastante surpreendidos com a reacção das pessoas, que se aproximaram de nó s para nos incentivar
a organizar outra tarde portuguesa dentro de pouco tempo. Estamos a pensar nesta opção, pois não queremos saturar as pessoas com uma proposta semelhante à anterior", apontou Ramírez. Por tudo isso, a Associação Nossa Senhora de Fátima de Higuerote está a organizar uma noite natalícia com gaitas e comida venezuelana. A colaboração dos lusos não se fez esperar. Pelo contrário, estes têm respondido de uma forma massiva às convocató rias da direcção, que se reú ne uma vez por semana para trabalhar nos diversos projectos. "Toda a comida e as bebidas que vendemos na tarde portuguesa resultaram de doações dos comerciantes, que nos emprestaram o seu apoio. Eles mesmo vêm ter connosco para saber se há mais alguma iniciativa e oferecem-nos desde já patrocínios para futuros eventos que organizemos", comentou, satisfeito, Ramírez. Todo este espírito de trabalho tem surtido efeitos e nas comemorações do Dia de Nossa Senhora de Fátima, a 13 de Outubro, realizaram-se comemorações. Está em estudo a localização de um terreno para a sede do clube e a realização de um programa de rádio local para transmitir meia hora de mú sica portuguesa por semana.
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Venezuela 11 BREVES
Curso de português
Monaca premeia trabalho dos padeiros Paris vai ser a meta para estes vencedores, que terão a oportunidade de representar a Venezuela na liga sulamericana e depois na europeia e poderiam trazer a taça como os melhores a fazer pão no Mundo. O primeiro lugar foi outorgado, segundo os juizes do concurso, a Eduardo Vera, da padaria "Glomar", que está localizada em San Cristóbal, Estado de Táchira. O segundo lugar foi para José Briceño da padaria "Almendrita", situada em Caracas, e o terceiro lugar foi para Alirio Verte da padaria "La Campiña", em Valencia, Estado de Carabobo.
Jean Carlos de Abreu
te ao nível mundial. Em 2004, a empresa fez o primeiro concurso na cidade capital, empresa Monaca, que onde ficou um grupo de padeiros produz e comercializa venezuelanos que, posteriormente, produtos alimentares viajaram até ao Uruguay para comcomo farinha de trigo e petir na liga sul-americana que se farinha de milho, realizou ao nível realizou esse ano. Mas foram prenacional pelo segundo ano conse- parados pelo pessoal da indú stria cutivo o 2º "Concurso para Mes- da farinha. tres Padeiros", um evento que teve Em muitas partes do Mundo, falugar na cidade de Caracas. Na ini- zer pão é considerado algo artesanal ciativa, participaram artistas de todas e, por isso, criaram esta iniciativa as regiões venezuelanas para mos- "para formar mestres padeiros" e intrar a sua criatividade. centivar a criatividade daqueles hoLourdes Tujillo, uma das coor- mens que estão detrás de uma mádenadoras deste concurso, disse que quina todo o dia. Além do mais, a esta iniciativa se realizou pela pri- companhia vai ter a responsabilidameira vez no ano passado, com a fi- de de instruir estes jovens que vão nalidade de valorizar o trabalho dos representar a Venezuela em 2007. padeiros, pois ninguém tem em conCom esta iniciativa, Monaca preta este trabalho, que é importante tende estreitar uma relação com os noutras partes do Mundo. trabalhadores das padarias e panifiA criação desta reunião tem co- cadoras para prepará-los para cummo finalidade "valorizar e honrar o prir as exigências internacionais no trabalho do padeiro, pois o pão faz modo de fazer o pão, ou seja, na texparte da nossa alimentação diária", tura, na cor, no tamanho e no sacomo realçou Mariana Lleras, mem- bor. bro da equipa Monaca, que nos expressou que a confecção deste ali- RODaR e RODaR mento era algo considerado uma ar- aTÉ COnSeGuIR deabreujean@yahoo.com
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Uma equipa de especialistas da empresa Monaca percorreu, por quase dois meses, várias cidades do país, onde foram seleccionados os melhores trabalhos dos "mestres padeiros" dessas localidades. O concurso que se realizou nas distintas cidades venezuelanas, tinha a finalidade de incentivar a criatividade destes mestres e observar como eles preparavam a massa. Para além do mais, ver o tempo que demoravam para fazer a massa e depois criar figuras em pão para ser expostas perante os juizes. As cidades escolhidas para a selecção destes criadores do pão foram Porlamar, San Cristó bal, Maracaibo, Barquisimeto, Valencia, Puerto La Cruz e Caracas. Estes homens que vão representar a Venezuela num concurso internacional terão dois anos de preparação com a empresa para assistir à liga sul-americana e a europeia que se vai realizar na cidade de Paris, França , no ano 2007. Curiosamente, e apesar dos portugueses terem muitas padarias na Venezuela, nenhum dos participantes é português...
O Centro da Língua e Cultura Portuguesas da Escola de Idiomas Modernos convida todos os que es tiverem interes sados a participar no curso de Compreensão da Linguagem e Ensino da Leitura, Aspectos Cognitivos e Linguísticos Implicados na Compreensão da Língua Escrita, leccionado pela professora Armanda Costa - Universidade de Lisboa - de 01 a 10 de No vembro, de 2005 na Uni ver sidade Central de Ve- nezuela. O curso será distribuído em quatro sessões: terça 01, quinta 03, terça 08 e quinta 10 de Novembro, das duas da tarde às cinco e meia na sala de tradução da Es cola de Línguas.
12 HISTÓ RIA DE VIDA
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Brindo pela nossa história!
gue a outras danças. Assim, entre a calidez da nossa gente e as conversas de futebol com os sta histó ria ia ser seus conterrâ neos e novos contada pelo meu amigos, conseguiu esquecer a marido, José Teixei- distâ ncia que o separava de ra, mas eu sabia que Portugal, não voltando nunca ele não ia pormenorizar e des- mais a sentir-se como um estacar os seus feitos porque é trangeiro. uma pessoa bastante modesta. Por isso, optei fazê-lo eu. A VENEZUELA José Teixeira nasceu na Cal- É A SUA CASA heta, Madeira, e chegou à VeA sua mãe morreu em Pornezuela com 17 anos, nos inícios tugal, para onde o seu pai redo ano 1948. Nesse primeiro de gressou a querer levar consigo Janeiro, encontrou-se com o seu também José. Mas nessa altura pai, que já tinha chegado à Ve- ele já estava demasiado conecnezuela em 1945 através de um tado nesta terra onde baptizou acordo que o Instituto Agrário oficialmente como o seu novo Nacional fez com Portugal, que lar quando nos casamos. consistia no envio para a VeDecidiu constituir aqui a nezuela de trabalhadores do pa- nossa família, transmitindo em ís de Camões, que tinham como cada momento da sua vida os tarefa construir o que nessa al- valores portugueses a cada um tura foi o mais elegante e in- dos nossos filhos e netos, assim ovador prédio de Caracas, as como aos amigos. edificações de El Silencio. Vamos sempre visitar PorJosé era praticamente uma tugal porque José ama a sua ilcriança e não sabia espanhol. Os ha e eu, que sou venezuelana seus primeiros dias foram du- (oriental), estou tão apegada aos ros, mas depois começou a tra- seus costumes que sou mais mabalhar e ficou maravilhado com deirense do que ele. Para ele, a o clima. Aprendeu a dançar um língua tem sido um laço sagrapouco de tudo, desde meren- do com a sua ilha. Por isso inLolita Lairet de Teixeira
E
siste que devemos entender na perfeição a língua portuguesa e, acima de tudo, entendê-lo a ele, pois agora sei o que é gostar de outra cultura. Ele é uma pessoa que está completamente apaixonada pela Madeira, especialmente pela ilha moderna e progressista que encontrámos da ú ltima vez que visitámos Portugal. É que José adora o presente, não se agarra ao passado e acredito que, por isso, foi mais fácil para ele adaptar-se à Venezuela. E o mesmo aconteceu com os seus irmãos. Um faleceu, mas o outro vive feliz em Maracay, com a sua mulher, que também é venezuelana. E vejam só como a vida dá muitas voltas: a sua filha visitou o país do seu pai e acabou por casar-se com um português. ADMIRAÇÃO ETERNA Em José, admiro o seu trabalho, a sua persistência e empenho. José tomou conta, sendo apenas uma criança, da mercearia que ele e o seu pai tinham na Plaza Estrella de San Bernardino e foi graças ao seu empenho que hoje tem a vida que
sempre desejou. Há 46 anos que distribui produtos de uma reconhecida empresa para todo o País. José já recebeu na Venezuela quatro condecorações nacionais. A que nos encheu de orgulho foi a Ordem ao Mérito em Primeira Classe. José tem a honestidade como a sua primeira "bandeira". Vou contar-lhes um exemplo. Chegámos a Paris e, nesse dia, o aeroporto estava num autêntico caos e até os agentes de segurança estavam perdidos. Um viajante esqueceu-se da sua mala num carrinho de transportar bagagem e José correu atrás dele, mas não o conseguiu apanhar. Ao ver que a malinha estava tão cheia de dó lares que não conseguia fechá-la, foi ter com a polícia e ficou sempre à espera para ver se estes entregavam a malinha ao dono. Podíamos ter comprado meio Paris com esse dinheiro, mas para José a honestidade vale mais do que todo o dinheiro do Universo. O valor que dá à união da família e da coló nia é outra das qualidades de José, como aliás
acontece com muitos imigrantes portugueses. Por isso, quando o nosso querido compadre Cándido Macedo nos convidou a tornar-nos só cios do Centro Português, em Caracas, não duvidamos e aceitamos de imediato o convite. Somos dos primeiros accionistas. Na altura, o clube era modesto, mas o local perfeito para nos unirmos e nos reencontrarmos. Só de pensar que José esteve dois ou quatro anos neste país com a finalidade de ganhar algum dinheiro para levar para Portugal... Já passaram quase setenta anos e sou hoje testemunha de uma vivência que quis dividir convosco, pois esta é uma histó ria que também me pertence, pois a minha vida teria sido bastante diferente sem José. Proponho, como tal, um brinde pela nossa histó ria! "Histórias de vida" é uma rubrica patrocinada pelo Banco Millennium, que oferece como prémio final uma viagem a Portugal. Para participarem, os concorrentes só têm que nos enviar - por escrito a correio@cantv.net, aindax1@yahoo.com e correiodecaracas@yahoo.com - a história de um emigrante na Venezuela, acompahanda com três fotos, ou ligue ao 761.4145. Nos vamos visitá-lo, escrevemos a história e reproduzimos as fotos.
CORREIO DE CARACAS - 3 DE NOVEMBRO DE 2005
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14 CULTURA
CORREIO DE CARACAS - 3 DE NOVEMBRO DE 2005
Histó ria e ideias para a unidade A lusodescendente Maria Regina Tavares trabalha actualmente na sua tese de doutoramento sobre a presença portuguesa na cidade de Barquisimeto em Oliveira de Azeméis. Em seis meses percorreu algumas partes do país para conhecer melhor a cultura dos seus esde pequena que gos- pais mas não suportou a água gelada tava de dar aulas e o das praias e a ausência do céu claro. empenho laboral dos Assim, regressou a Barquisimeto, meus pais, bem como onde constituiu família. Casou com um os prémios que me davam pelo esforço, colega, de ascendência dos índios "jimotivaram-me a estudar". É desta forma rajara" e espanhola, e é mãe de dois filque Regina Tavares começa a narrar a hos, o que faz com que se tenha fortasua vida académica. lecidos os seus laços com a Venezuela. Em 1995, entrou para o Instituto PeNo início os seus pais não colocavam dagó gico de Barquisimeto na área de muita fé na carreira docente e tamHistó ria. Através de um concurso em bém no marido venezuelano, mas com Abril de 1996, torna-se professora do o tempo deram apoio total aos seus plaDepartamento de Ciências Sociais. Dois nos. "O meu êxito deve-se somente ao anos depois, começa o Mestrado dedi- apoio dos meus pais e à minha família cado ao ensino de Histó ria, na Uni- em geral", disse, acrescentando que nuversidade Lisandro Alvarado. Em 1999, ma determinada altura da sua vida ascende a professora instrutora e ganha ponderou estudar Agronomia, devido à uma bolsa 'Alma Mater' para obter o influência da ruralidade portuguesa. Doutoramento em Histó ria na UniComo docente, Regina Tavares enversidade Central da Venezuela. riquece o seu acervo espiritual através Os seus pais são naturais de Aveiro, do compromisso de satisfazer as nede centro e Arcos de Valdevez, tendo cessidades de identificação com a Hischegado à Venezuela nos anos 50. tó ria dos seus alunos. As suas invesDepois de graduada, Regina Tava- tigações falam de conflitos sociais, ideres viajou até Portugal para trabalhar oló gicos e histó ricos na afirmação da Antonio de Abreu
"D
identidade. Trabalha as suas ideias em torno da mistura venezuelana e incorpora a ajuda dos portugueses. Os seus estudos necessitam de apoio para fixar a presença lusa em Barquisimeto através do
comércio. Regina Tavares dá o exemplo da sua família, que está ligada à fundação da primeira padaria na cidade e obteve vantagens nessa opção, uma vez que Barquisimeto funciona como um centro de passagem de portugueses para as cidades e localidades vizinhas. Não se sente menos portuguesa por estar integrada na sociedade venezuelana. Dá mais importâ ncia à adaptação dos valores lusos. "Não se pode viver fechado num espaço para manter a Língua e o Folclore. Há que inserir-se num contexto e isso acaba por trazer alguma modificações". Ainda assim, afirma que manter a unidade original é não só um compromisso pessoal como comunitário. Dá o exemplo da actual direcção lusa em Lara, que representa os interesses da comunidade e tenta integrar as pessoas, mas sai das directivas que regem os clubes e o consulado local. O resto da comunidade está à margem desta relação clube/consulado. Não havendo eleição, falta legitimidade na auto-proclamação dos líderes da comunidade. Isto denuncia a pouca atenção que há com os portugueses excluídos, como acontece com Fernando Ramos, assinalado pelo CORREIO.
João de Barros: De moço de guarda-roupa a grande historiador João da Costa Lopes
jdcosta_99@yahoo.com
Um pequeno detalhe define esta personagem. Em 1534, depois de receber de D. João III duas capitanias hereditárias - Ceará e Pará - João de Barros prepara, com dinheiro pró prio, uma armada de dez navios e novecentos tripulantes, que parte para o Brasil cinco anos mais tarde. Por razões diversas, a expedição resulta num fiasco, e é aí onde se manifesta a grandeza moral deste homem, quando, numa decisão singular para o seu tempo, decide pagar as dívidas dos que tinham perdido a vida na mesma. Este gesto de generosidade hipoteca-lo-ia de por vida, obrigando-o a vender parte dos seus haveres. Com João de Barros passa-se o mesmo que com outras figuras de vulto da época: não se lhe conhece o local de nascimento, talvez porque era filho natural, se bem que de pai fidalgo. Julga-se, contudo, que tenha sido em Viseu, no ano distante de 1496. Ainda criança, entra no Paço real ao serviço de quem seria D. João III. Junto do futuro rei, beneficia da mesma educação do príncipe, mas cedo demonstrará que o supera nos estudos de latim, grego e o mais que seja.
Contemporâ neo e pró ximo de D. Manuel I, vive o esplendor do apogeu da epopeia dos Descobrimentos e contagiado pelo entusiasmo da época, concebe, desde jovem, a ideia de escrever uma histó ria dos portugueses no Oriente. Com pouco mais de vinte anos, publica Cró nica do Imperador Clarimundo, donde os reis de Portugal descendem, um romance de cavalaria, onde, entre aventuras de heró is e amores galantes, conta a histó ria um tanto fabulosa desse imperador da Hungria e Constantinopla, que seria avô de D. Afonso Henriques. Ao que se entende, esta cró nica, com influências do Amadis e que talvez tenha sido uma fonte de inspiração para Os Lusíadas, foi escrita para entreter o seu amigo D. João III. O facto é que este ao subir este ao trono oferece a João de Barros o cargo de capitão da fortaleza de São Jorge da Mina, com o qual inicia uma longa carreira de funcionário, de tesoureiro da Casa da Í ndia (1525) até feitor da mesma (1567), ocupando também lugares de importâ ncia na Casa da Mina e na Casa de Ceuta. Em 1530, a peste fá-lo fugir para Ribeira de Alitém, Pombal, onde termina Ropicapneuma, um diálogo moral, talvez
"o mais original texto de prosa filosó fica impresso em Portugal, no século XVI". Antes de que a década termine, lança-se num projecto pedagó gico que inclui, entre outros textos, a publicação da Gramática da Língua Portuguesa, de Diálogo em Louvor da nossa linguagem, Diálogo de preceitos morais e Diálogos da viciosa vergonha, no qual retoma al-
gumas ideias da obra publicada em 1530. A Inquisição não gosta e o livro termina no Index depois da morte do autor, que em 1543 já tinha visto proibido o Diálogo evangélico sobre os artigos de fé contra o Talmud dos Judeus. Era parte do preço que este Tito Lívio português devia pagar por certas opiniões e pela sua admiração por Erasmo. Os cargos pú blicos não afastam este historiador renascentista do seu propó sito principal, mas é só nas décadas finais da vida quando se pode dedicar à obra, que, de não haver outras, lhe garantiria um lugar cimeiro na nossa literatura, e com a qual pretendia estudar a expansão marítima da época em termos de conquista, navegação e comércio na Europa, Ásia, África e Brasil. Em vida, só publicou três Décadas dedicadas à Ásia (I-1552, II-1553 e III-1563). A IV ficou inacabada e os seus descendentes extraviaram os materiais referentes a outros estudos, do mesmo modo que, ao longo do tempo, outras obras desapareceram. Em 1568, na seqü ência de um acidente vascular cerebral, deixa a Casa da Í ndia e dois anos depois, a 20 de Outubro de 1570, falece em Pombal, esta figura gigante - e injustamente esquecida - da literatura portuguesa.
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CULTURA 15
Perazzo em Portugal a aprofundar investigação sobre mú sica lusa Tábita Barrera
tababor@cantv.net
U
ma vez mais Jésus Ignacio Pérez-Perazzo, mú sico e director de banda e orquestras, deu-se ao trabalho de investigar a trajectó ria da mú sica portuguesa. No dia 26 de Outubro, deslocou-se a Portugal com a intenção de obter informação necessária para terminar o seu livro "Aproximação à histó ria da mú sica portuguesa". Com esta viagem, Pérez-Perazzo tencionava saber um pouco mais sobre o caminho percorrido por importantes figuras da mú sica portuguesa e elaborar uma lista dessas personalidades, com detalhes do seu trabalho artístico e com vista à colocação na Internet, sob a forma de livro electró nico. "Apó s três anos de trabalho árduo vou aproveitar a confiança que depositaram em mim as autoridades lusitanas para aceder a documentos histó ricos muito importantes. Muitas das informações que tenho foram-me transmitidas por pessoas que estiveram em contacto com as fontes originais. Agora quero confirmar pessoalmente o que me disseram. É por isso que visitarei a Torre do Tombo e consultarei os arquivos da Biblioteca Nacional de Portugal", disse. A estada de Pérez-Perazzo em Portugal vai prolongar-se por cerca de um
Músico deslocou-se a Portugal para cruzar informações com documentos históricos mês e depois prevê deslocar-se a Itália, mais precisamente a Roma e a Nápoles, onde fará visitas à Escola Napolitana e ao Conservató rio Santo Onofrio Di Capuana, lugar onde se formou uma grande quantidade de compositores portugueses apoiados pelo governo. Nesse sentido, aprofundará os seus conhecimentos sobre a actividade desenvolvida pelo mú sico e compositor português Vicente Lusitano e também pelo italiano Nicola Vicentino. O artista esperava que esta viagem lhe permitisse reunir-se com mú sicos e musicó logos reconhecidos mundialmente, como é o caso de Manuel Ivo Cruz, Leonor Téllez e Armedio de Melo, os quais, conforme comentou PérezPerazzo, serviram de apoio e base para a sua investigação. "Vou com a certeza de que a viagem vai ser um êxito. As minhas expectativas são as melhores, pois a minha intenção é, e sempre será, reivindicar e dar a conhecer o importantíssimo trabalho de Portugal no que diz respeito à mú sica", afirmou.
Fadista procura patrocínio para primeiro CD de fados Jean Carlos De Abreu
deabreujean@yahoo.com
O
Banco Millenium, em solidariedade com o talento luso-venezuelano, ofereceu à fadista Liliana de Farias dez por cento do total necessário para produzir o seu primeiro CD. Este contributo saiu da mão de Fernando Braz, que entregou o donativo para expressar a confiança no talento da jovem. Há algumas semanas, Farias comentou que entre os meses de Agosto e Setembro deste ano iria estar pronto o disco. Contudo, por não ter o apoio monetário necessário e a ajuda de nenhuma empresa, não foi gravado como estava previsto. Agora, já tem dez por cen-
Lusodescendente já recebeu um patrocí nio de 10% da quantidade necessária para produzir o disco to do dinheiro de que precisa para trabalhar no disco, mas ainda falta o restante. Entretanto, a cantora vai bater à porta de outras empresas, entre elas "Iberia", "Excelsior Gama", "Unicasa" e o "Banco Plaza". O objectivo é conseguir reunirse com os membros da direcção destas e explicar-lhes o projecto. "Este disco é para os lusos do país e tenho fé de que vai
estar pronto ainda este ano", disse-nos a jovem fadista. Farias acredita que estas empresas poderiam apoiar o talento luso-venezuelano porque isto é importante para o desenvolvimento cultural de um país e de uma comunidade que se tenha "integrado com os nativos venezuelanos". Conta, então, que o CD, que tem canç ões inéditas da sua pró pria autoria, esteja à venda em Março ou em Abril de 2006 se a cantora conseguir o patrocínio. "Quando era pequena, não gostava da mú sica portuguesa. Dizia à minha mãe que tirasse essas canções porque me pareciam horríveis, sobretudo o fado", recorda Liliana, explicando que a sua vida deu uma
reviravolta total e agora adora este género musical. À medida que crescia, Farias começou a estudar canto e a ensaiar o fado porque "há uma certa semelhança entre o canto lírico e poderia melhorar a minha voz", acrescentou.
Refira-se que esta lusodescendente está a graduar-se na área de desenho gráfico. "Trabalharei nas minhas duas carreiras e vou misturá-las quando fizer a minha capa do disco, que será da minha pró pria autoria", diz.
16 LAZER
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"Rebelde" canta em português
O
O grupo RBD terminou as gravações do seu disco em português que será lançado em Novembro.
"Deu-nos muito trabalho mas foi divertido", disse Alfonso Herrera, em declarações a uma televisão mexicana. "Obviamente que foi muito complicado porque não sabíamos nada de português e tínhamos que ter o cuidado de pronunciar com exactidão as palavras. Por exemplo, a palavra rebelde. A forma como se diz o "b" é diferente da pronú ncia em espanhol", explicou o mú sico. Além disso, afirmou que, apesar das dificuldades as gravações do disco estão concluídas", O álbum será lançado no Brasil, onde os elementos do RBD são protagonistas de uma novela. Herrera não precisou a data de lançamento nem os temas que o
grupo incluiu na gravação. De qualquer forma, o objectivo é penetrar no mercado brasileiro, alargando a sua popularidade que já se estendeu aos Estados Unidos e a outros países latino-americanos. O grupo é constituído por Alfonso, Dulce Maria, Christopher, Maite, Anahí e Christian, que fazem parte do elenco da novela "Rebelde" da Televisa, cujo êxito foi aproveitado pelo grupo para lançar-se numa carreira musical. Os membros do RBD afirmam que o sucesso se deve ao facto de abordarem temas universais, como o amor e as relações fraternais. Nos finais de Setembro, o grupo RBD foi reconhecido no México pelas elevadas vendas do seu segundo disco, "Nuestro Amor": 160.000 exemplares no país, 200.000 nos Estados Unidos e um triplo platina na Colô mbia, apenas numa semana.
Noelia de Abreu
noeliadeabreu@gmail.com
grupo mexicano de mú sica pop RBD concluiu as gravaç ões de um disco em português, o que exigiu um grande esforço por parte dos elementos do grupo, uma vez que desconheciam totalmente a língua, conforme explicaram à imprensa.
"Maria Lisboa" em tourné na Venezuela
Portugal mostra o melhor da sua moda Liliana da Silva
lilianadasilva19@hotmail.com
N
o passado fim-desemana, Portugal encheu-se de moda e de elegâ ncia na 16ª edição nacional do Portugal Fashion, que se realizou no CACE cultural da cidade do Porto. Este evento, que este ano comemora o décimo aniversário, apresenta como tema a "Wonder Construction" e, como nas edições anteriores, foi organizado pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), em coordenação com a Associação Portuguesa de Têxtil e vestuário (ATP) e o ICEP.
No Porto, exibiu-se o melhor dos desenhadores lusos , em desfiles da colecção PrimaveraVerão 2006 Durante os três dias de desfile, foram apresentadas as colecções de grandes desenhadores, como Fátima Lopes, Felipe Oliveira Baptista, Miguel Vieira, Bárbara Silva, José Antó nio Tenente, entre outros. Assim como de marcas lusas bastante conhecidas, como Jotex, Concreto e Lion of Porches, só para citar algumas. Além do mais, este foi o ce-
BREVES
nário perfeito para apresentar o trabalho de novos estilistas portugueses que começam a dar os seus primeiros passos no mundo da moda, como é o caso de Krv Kurva, Maria Pia e Maria Odete, Paula Pequito e Só nia Pratas, que aproveitaram esta 17ª edição do já famoso Portugal Fashion para mostrar a sua criatividade. É por isto que este evento se converteu numa importante plataforma para conhecer e projectar a qualidade e as propostas dos costureiros e das empresas da moda lusa, fora das suas fronteiras nacionais. Para os interessados em conhecer algumas das propostas, podem consultar a página web: www.portugalfashion.com.
No passado dia 28 de Outubro, "Maria Lisboa" chegou à Venezuela, vinda de Portugal, tendo apresentado um show em San Juan de los Morros (Estado de Guárico) e na Casa Portuguesa do Estado de Aragua. A cantora oferecerá vários concertos por diferentes viagens na sua pequena tourné que durará uma semana. Segundo Rui Urbano, organizador da apresentação de "Maria Lisboa" na Venezuela, é a primeira vez que a solista portuguesa se desloca ao país para actuar e conviver com a comunidade lusa. Na actuação de San Juan de los Morros e em Maracay, "Maria Lisboa" interpretou canções, tanto na Língua Portuguesa como em espanhol. Rui Urbano comentou que a cantora começou a sua carreira interpretando o "Fado" mas, com o passar dos anos mudou o seu género musical para "melodias mais alegres e mexidas" para serem ouvidas por todo o tipo de público. Estes espectáculos foram levados a cabo graças ao apoio de linha área TAP e do banco Millenium.
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18 TRAÇOS DE PORTUGAL
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Chaves
as águas "milagrosas" Liliana da Silva
lilianadasilva19@hotmail.com
Chaves é uma cidade do distrito de Vila Real, Norte de Portugal, que tem cerca de 19 mil habitantes. É sede de um município que tem 51 freguesias e é um destino inesquecível para aqueles que procuram paz e sossego numa zona caracterizada pela sua beleza natural e pela sua variedade de pratos que aguçam o apetite a qualquer um. Acompanhe-nos por este percurso pela denominada "cidade dos encantos". UMA VIAGEM PELO TEMPO Como muitas das cidades portuguesas, Chaves guarda nas suas origens a influência de diversas culturas que deixaram nesta terra vestígios da sua existência. Na verdade, investigadores têm encontrado vestígios que permitem assegurar a passagem de civilizações pré-histó ricas há três milhões de anos. Chaves ainda conserva hoje nos seus museus muitas das características e influências dos povos que habitaram nas suas ruas, nomeadamente dos romanos. Foram estes que se instituíram primeiramente na cidade, distribuindo pequenas fortificações pelos arredores para se protegerem dos bárbaros. Segundo registos histó ricos, os romanos edificaram a
Esta cidade do Norte de Portugal é muito famosa pelas suas termas e os seus extensos jardins primeira muralha que envolveu o povo. Construíram a famosa ponte de Trajano e aproveitaram as águas quentes que emergiam da terra para construir balneários termais. Exploraram, também, os recursos que o solo e o subsolo de Chaves oferecia. Todas estas características distinguiram esta cidade de entre muitas outras do Império Romano. Depois de passar pelas mãos dos bárbaros, mouros e árabes, Chaves foi integrada, por volta de 1160, no país que já não era então Portugal, com a importante participação de duas personagens que se distinguiram na histó ria desta terra: Ruy e Garcia Lopes. AS CALDAS DE CHAVES Desde tempos imemoráveis, as caldas de Chaves têm sido um dos aspectos de projecção nacional e internacional mais importante desta cidade nortenha. Na verdade, já povos antigos utilizam estas águas "milagrosas" para combater algumas doenç as, nomeadamente problemas nos ossos.
É que estas termas reú nem um conjunto de propriedades que as tornam ú nicas. A temperatura à saída das nascentes é de 73 º C durante todo o ano, o que as torna as mais quentes da Península Ibérica, com as águas bicarbonatadas só dicas também mais quentes de toda a Europa. Estas altas temperaturas não são atingidas por se tratarem de águas vulcâ nicas, senão por atravessar, durante o seu percurso, distintas capas magmáticas. Estas caldas são recomendadas, do ponto de vista da Hidrologia Medica, para tratar doenças do estô mago, fígado, intestinos, rins, diabetes, obesidade, neuratismo, articular, etc.. O tratamento é feito através de banhos de imersão e de chuveiro. E, para além do mais, estas águas são ingeridas em doses e servem para tratar doenças internas. Este moderno complexo de termas que na antiguidade contava somente com as águas quentes, hoje é composto por modernas instalaç ões para Diagnó stico, Mecanoterapia e Fisioterapia, Electroterapia e Hidroterapia, com piscinas e banheiras com hidromassagem computadorizada, banhos de vapor, banhos turcos, nebulizações, inalações e aerossó is que oferecem o melhor serviço a quem as visite. Estas caldas localizam-se em plena cidade, junto às margens do rio Tâ mega.
Pílulas de Chaves: • Durante o Inverno, as temperaturas em Chaves descem mais do que em qualquer outra cidade do litoral português, com temperaturas entre 6 e 8 graus. No Verão, o termómetro sobe mais do que no litoral, atingindo temperaturas entre os 20 e os 30 graus. • As caldas de Chaves constituem a segunda estância termal do país mais visitada, recebendo anualmente mais de 7000 turistas. • A poucos minutos desta cidade, encontra-se Vilar de Nantes, conhecida pelos seus utensílios em barro. Panelas de barro, cafeteiras, vasos, púcaros e talhas são alguns dos artigos pelos famosos oleiros de Nantes que encontramos. • Chaves é considerada por muitos como uma loja histórica. Foi criado, como tal, o museu da região de Chaves, que agrupa peças de artesanato do período da ocupação romana, assim como outras peças anteriores à colonização dos romanos.
Em Chaves, não deixe de:
• Provar um dos pratos mais típicos da região: o presunto acompanhado com pão de centeio e um copo de vinho de Chaves. • Comer as famosas alheiras, o salpicão, as linguiças e as chouriças, tudo confeccionado com carne de porcos criados em casa, para manter a tradição. • Divertir-se nas festas e romarias de Chaves, que tem uma grande diversidade de escolha: o dia do Município; as Festas da Cidade de Chaves, que se realizam a 8 de Julho; a de São Caetano, no segundo domingo de Agosto; a da Assunção, a 15 de Agosto, e muitas outras. • Visitar fortes e monumentos como: o forte de São Francisco, o Castelo de Monforte, o Castelo de Santo Estevão, a Igreja da Misericórdia, a Igreja de São João, a Capela de Santa Catarina, a Capela de Nossa Senhora do Loreto e e Igreja Nossa Senhora da Azinheira. • Relaxar nas caldas de Chaves, que têm uma longa tradição e história.
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PORTUGAL 19
Portugal em estado de alerta por causa da gripe das aves Raquel Gonçalves (DN - Madeira)
O
H5N1, mais conhecido como o vírus da gripe das aves, entrou definitivamente nas preocupações quotidianas deste planeta globalizado. O vírus ameaça transformar-se na nova pandemia do século XXI, tendo matado, até à data, pelo menos 60 pessoas no sudeste asiático. O vírus ainda não chegou a Portugal, mas tanto as autoridades como a população já está em estado de alerta. As notícias do contágio noutros países deixa as pessoas com medo... A grande preocupação dos investigadores e responsáveis pela saú de é que o vírus sofra mutações ao ponto de ser transmissível entre seres humanos. Até agora, o contágio tem sido de animais para seres humanos, por via directa, atingindo pessoas que viviam muito pró ximo das explorações avícolas contaminadas. A pandemia só se verificará em caso de mutação do vírus, altura em que a gripe das aves se poderá propagar facilmente, tal como acontece com a gripe tradicional. Neste contexto, as expectativas são bastante assustadoras. Dados já divulgados falam de cerca de 100 milhões de mortos em todo o mundo, segundo
Ví rus ainda não chegou às terras lusas, mas já toda a gente o teme o cenário mais pessimista da Organização Mundial de Saú de. Em Portugal, um relató rio do Instituto Nacional de Saú de Dr. Ricardo Jorge refere três cenários hipotéticos, o pior dos quais aponta para 11.166 mortos. Na Madeira, o cenário também não é optimista. A estimativa é a de que seriam infectadas mais de 85 mil pessoas em 20 semanas. Os médicos teriam de ter capacidade de resposta para dar mais de 65 mil consultas, enquanto que a taxa de mortalidade iria situar-se nos 300 ó bitos. Isto, é claro, se, como é previsível, o vírus sofrer alterações passíveis de o tornarem transmissível entre seres humanos. Se isto vier a acontecer, a Gripe das Aves poderá originar situações em todo semelhantes às que ocorreram com os três surtos pandémicos registados no século XX. Todos eles com o vírus da gripe em pano de fundo. Afinal, é preciso não esquecer que a gripe comum, provocada pelo vírus Influenza, que foi descoberto em 1933, sofreu mutações que o tornaram letal para milhões de pessoas.
Coimas chegam aos 60 mil euros Itinerário entre Fátima e Santiago
A
s coimas aplicáveis por omissão, negligência ou dolo na gestão da floresta vão ser agravadas em cerca de 40%, podendo chegar aos 60 mil euros. O Governo quer promover a boa gestão e promete incentivos a quem investir nas florestas. O ministro da Agricultura diz que o objectivo é "dar
uma maior valorizaç ão econó mica à floresta". Contudo, o estado a que as matas chegaram obrigam a um agravamento das multas. A Agência para a Prevenção de Incêndios Florestais (APIF) vai ser extinta e integrada na Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF), conforme o JN já tinha avan-
çado. A DGRF passa, assim, a ser a ú nica responsável pela prevenção estrutural da floresta. Com esta medida, o Governo pretende evitar a duplicação de funções e potenciar os recursos existentes. A missão, o pessoal, os bens, os direitos e as obrigaç ões da APIF serão absorvidos pela DGRF.
Novo lar de idosos nasceu em Turiz Pedro Antunes Pereira (JN - Portugal)
V
ila Verde tem um novo lar de idosos, com capacidade para albergar 12 idosos, estando, nesta fase de arranque, já com lotação quase esgotada, uma vez que já alberga 11 idosos. O apoio aos idosos é prestado por 12 funcionários, coordenados por Ana Azevedo. Estão, assim, ao serviço da Instituição um médico, um enfermeiro, uma animadora social, uma cozinheira, um
vigilante e seis ajudantes de Lar. Situada na freguesia de Turiz, a instituição de cariz privado, teve um investimento na ordem dos 700 mil euros. "Este é um exemplo de tenacidade, luta, esforço e determinação colocados ao serviço da comunidade e do bem pú blico", sublinhou o presidente da Câ mara de Vila Verde no decurso da cerimó nia de inauguração. José Manuel Fernandes realçou a importâ ncia da obra, sublinhando que, "desta vez, é
a iniciativa privada que dá passos consequentes para ajudar a colmatar algumas lacunas existentes no que respeita a edifícios de apoio à 3ª idade". O Plano de Desenvolvimento Social (PDS), elaborado no â mbito da Rede Social, aponta a existência de algumas carências a este nível no territó rio concelhio. Daí José Manuel Fernandes ter vincado que "estamos em presença de uma obra de grande importâ ncia para o Concelho e para a região".
L.H.O.
(JN - Portugal)
É
no Minho onde se situam muitos dos santuários marianos existentes no país, distribuindo-se por zonas de montanha (como o da Senhora da Peneda, em Arcos de Valdevez) e espaços urbanos. De modo a revitalizar este patrimó nio, o presidente da Região de Turismo do Alto Minho, Francisco Sampaio, aludiu à criação de um itinerário religioso que ligasse Fátima a Santiago de Compostela, percurso esse que privilegiasse os santuários.
Considerando tratar-se de proposta "há muito formulada", disse que os interessados optariam, assim, por circuitos paralelos, em detrimento das estradas nacionais, "onde se verificam, todos os anos, acidentes com peregrinos". Ao precisar que o nú mero de romarias marianas realizadas este ano na área de abrangência da Comissão Regional de Turismo (13 municípios) "foi superior" ao do ano passado, disse que cabe, também, aos operadores turísticos a dinamização do circuito destinado ao turismo religioso. Segundo disse, de um total de 892 festas realizadas, este ano, na região, 343 decorreram em santuários marianos.
20 PORTUGAL
CORREIO DE CARACAS - 3 DE NOVEMBRO DE 2005
Conflito de soberania com a Venezuela Em causa o despedimento colectivo de trabalhadores do Consulado da Venezuela no Funchal. Para o Tribunal da Relação os tribunais portugueses são incompetentes para julgar o lití gio. Emanuel Silva
(DN - Madeira)
O
Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) julgou parcialmente procedente um recurso interposto pela Repú blica Bolivariana da Venezuela (leia-se Consulado da Venezuela no Funchal). A Venezuela agravou para o TRL contestando uma decisão do Tribunal de Trabalho do Funchal (TTF) que havia dado razão aos trabalhadores despedidos em Outubro de 2002. Ou seja, o TTF tinha condenado o Consulado a readmitir os trabalhadores e a pagar as quotizações em falta à Segurança Social (desde 1977 a 1993). O advogado do Consulado recorreu para o TRL que, a 21 de Setembro ú ltimo, em acó rdão a que o DIÁRIO teve
acesso, deu-lhe "meia vitó ria". Isto é, o despedimento colectivo é inimpugnável mas o Consulado não tem razão quando alega que nada deve à Segurança Social e, mesmo que o devesse, tal dívida já estaria prescrita. É que, para os juizes desembargadores, uma coisa é a soberania da Venezuela (que legitima o despedimento numa reestruturação dos serviços consulares) e outra coisa é a falta de pagamento de quotizações à Segurança Social. No primeiro caso, a Venezuela goza de imunidade judiciária relativamente aos processos de despedimento colectivos pelo que o TRL declarou a incompetência internacional dos tribunais portugueses. No que toca aos descontos em falta para a Segurança Social ela configura uma obrigação legal do Consulado porque entre as par-
tes vigorou um contrato de trabalho. "A actuação do Estado estrangeiro que, enquanto empregador, omitiu o pagamento à Segurança Social das contribuições relativas a um seu trabalhador subordinado, sem funções de responsabilidade no serviço pú blico prestado pelo Consulado, configura um acto "jure gestionis", não beneficiando, pois, de imunidade jurisdicional", sumaria o acó rdão do TRL. De seguida lê-se no mesmo acó rdão que "o mesmo não vale relativamente às acções de impugnação de despedimento colectivo, na medida em que o fundamento para o despedimento se enquadre numa reestruturação dos serviços consulares, em conformidade com orientações do respectivo Ministério das Relações Exteriores, por esse acto configurar um verdadeiro acto de soberania ("jure imperii") relativamente ao qual tem cabimento a invocação da imunidade jurisdicional, falecendo assim à jurisdição portuguesa competência internacional para conhecer do litígio".
RECURSOS E CONTRADIÇÕ ES O caso do despedimento colectivo no Consulado da Venezuela no Funchal configura um "case study". É que ele "mexe" com o Direito Internacional Consuetudinário; a Convenção de Viena sobre Relações Consulares entre Estados; as normas de Direito Internacional; e a Convenção sobre Segurança Social entre a Repú blica Portuguesa e a Repú blica Venezuelana. Neste processo, há conflito de competências, inclusive entre tribunais portugueses. O Tribunal de conflitos julgou o Tribunal de Trabalho do Funchal (TTF) incompetente, em razão da matéria, para julgar a acção. A 27 de Outubro de 2004, o Supremo Tribunal Administrativo (STA) considerou competente para conhecer da pretensão da autora o Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal. Mais recentemente, a 11 de Maio de 2005, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu não tomar conhecimento do recurso que tinha sido interposto pelo Consulado, de um outro acó rdão do TRL. De batalha em batalha, de recurso em recurso, o caso pode chegar ao Tribunal Constitucional (TC).
Praga de mosquitos ataca em Santa Luzia Raquel Gonçalves (DN - Madeira)
O
s moradores de Santa Luzia têm vindo a ser picados por mosquitos raros. O resultado são erupções cutâ neas com bastante prurido, e que saem dos padrões da normal picada de insecto. Ao que o DIÁRIO apurou, até agora o assunto tem sido tratado na esfera da Junta de Freguesia e da Câ mara Municipal do Funchal, mas prevê-se para breve a intervenção da Saú de Pú blica. As autoridades de saú de só não entraram em campo mais cedo porque não receberam qualquer notificação oficial do que estava a acontecer. Isto apesar do "ataque" dos mosquitos ter sido iniciado antes dos meses de Verão.
Erupções cutâneas pouco normais fazem com que as autoridades de saúde entrem em campo Ao que tudo indica, os mosquitos são de origem tropical e terão chegado à Madeira a bordo de algum barco que fez escala no Funchal. O facto levou, inclusive, à desinfestação do edifício onde funcionou a antiga Escola Bartolomeu Perestrelo, de onde se pensa que sejam originários os insectos. No entanto, e apesar destas medidas, a verdade é que as picadas continuam a ocorrer. Muitas pessoas receberam tratamento médico e voltaram a ser atacadas.
Tudo indica que em causa não esteja nada de grave, uma vez que as erupções com prurido foram as ú nicas manifestações até agora registadas. Se estivéssemos perante algo de mais grave, os sintomas seriam outros, como, por exemplo, febres altas, características de algumas doenças tropicais transmitidas por insectos. Tendo em linha de conta todas estas variáveis, o mais provável é que a Saú de Pú blica se limite, numa primeira fase, a actuar de forma preventiva, nomeadamente aconselhando o uso de repelentes e de roupas que protejam as partes mais expostas do corpo. A este propó sito, o DIÁRIO tentou entrar em contacto com a directora da Saú de Pú blica, mas sem sucesso.
CORREIO DE CARACAS - 6 DE OUTUBRO DE 2005
PUBLICIDADE 21
22 OPINIÃO
CORREIO DE CARACAS - 3 DE NOVEMBRO DE 2005
O juízo dos juizes! Luí s Barreira
U
ma recente declaração de um responsável por uma das estruturas da classe dos magistrados portugueses, afirmando que o poder político em Portugal, ao limitar algumas regalias sociais dos magistrados, estava a interferir na independência do poder judicial, levanta algumas questões de princípio que é preciso clarificar. É verdade que a estrutura da Democracia portuguesa (e não só ) contempla (e bem...) a independência dos ó rgãos responsáveis pela aplicação das leis, face ao poder executivo e legislativo. Mas tal circunstâ ncia não implica que os magistrados, enquanto cidadãos do País, estejam acima das leis e muito menos que se oponham à sua aplicação, por parte de um qualquer governo. A independência dos magistrados não os torna imunes à situação geral do País e os mesmos nem sequer se podem arrogar de terem sido eleitos por sufrágio universal para as funções que executam, considerando-se assim um poder independente e legitimado.
Um juiz é um servidor "cego" das leis, que outros, com poder para isso, constró em e aplicam. Por isso, este tipo de argumentações, por parte de quem deve conhecer profundamente a estrutura democrática do País, não serve para justificar a razão das suas greves. Os juizes, tal como tantos outros trabalhadores portugueses que manifestam o seu desagrado perante algumas medidas governamentais, são aquilo que eu considero "trabalhadores da justiça" e não podem evocar o seu estatuto como se isso fosse uma garantia para um tratamento preferencial. Os senhores juizes podem até ter razão naquilo que reivindicam, mas têm que descer à rua como todos os outros. Neste "cortar a eito", que tem sido a acção governamental, face ao estado catastró fico das finanças pú blicas, o "Zé Povinho" tem assistido e descoberto à existência de muitas "capelinhas" privadas, chamem-se elas sistemas de saú de particulares, regimes especiais de reforma, subsídios de vária espécie e tantas outras particularidades, a diferenciarem diferentes estatutos profissionais. Não sou contra a diferenciação, acho que um mineiro, mergulhado nas galerias de uma mina, um operário agrícola a trabalhar de sol a sol ou um pescador, a arriscar diariamente a vida, entre outros, mereciam um tratamen-
to preferencial. Também não sou contra o trabalho intelectual. Acho que quem, fruto das suas capacidades e esforço, é capaz de, eficazmente, colocar essas virtudes ao serviço do bem pú blico ou das empresas, merece ser distinguido e apoiado. O que não deve é, no conjunto de todos os outros cidadãos, ser privilegiado nas suas condições de base. Se o dinheiro não chega para tudo, há que distribuir sacrifícios e não me parece que os magistrados portugueses estejam sem condições para o fazer. Não tenho a certeza da correcção de todas as medidas postas em prática pelo actual governo português, acho até que (tal como afirmei, por altura da sua posse) a maioria parlamentar não chega para aplicar tamanhas restrições. É preciso haver mais diálogo, mais informação e, sobretudo, mais "engenho" (do ponto de vista parlamentar), quando se trata de proceder a este tipo de alterações sociais. No entanto, esta orientação governativa tem tido a vantagem de colocar a nu muitas situações desconhecidas do grande pú blico e fazer tremer algumas elites, até aqui julgadas "intocáveis". Esta política só tem um senão para o governo português. Ai dele se favorece alguém! E.... já andam muitas "cabecinhas" vasculhando no "cesto dos papéis".
Baliza escancarada António C. Da Silva
axedrezado@hotmail.com
A
o vencer como equipa local o Liechtenstein por uma vantagem mínima, Portugal, vice-campeão da Europa, comprovou em campo aquilo que era a sua obrigação desde o momento em que ficou definido o seu grupo de apuramento para o Mundial de Alemanha 2006: a sua quarta classificação a uma fase final do Campeonato do Mundo de Futebol. Durante a campanha, as prestações do guarda-redes titular da selecção, o sportinguista Ricardo, ficaram muitas vezes bastante aquém do mínimo exigido, consentindo golos estú pidos em alguns dos jogos, principalmente nos confrontos com a selecção do principado de Liechtenstein, tanto em casa, como fora. Desde a chegada de Luís Felipe Scolari ao comando técnico da selecção das Quinas, Ricardo recebeu a confiança do treinador brasileiro, ganhando o
posto na baliza em detrimento do até então intocável Vítor Baía, numa decisão polémica que manteve acesa a chama das discussões dos adeptos durante muitos meses. Como se justifica o fascínio de Scolari por este homem? Não vou trazer de novo à baila comparações com Baía, discussão já esgotada e ultrapassada nesta altura, e muito menos semear dú vidas sobre o talento do actual treinador campeão do Mundo. Mais é já irritante e intolerável a sua teimosia em manter num posto fulcral da equipa nacional um jogador que até já perdeu o lugar no seu pró prio clube... Quando Portugal subiu ao relvado do Municipal de Aveiro para carimbar o passaporte para a Alemanha, perante o "temível" Liechtenstein, fê-lo com dois guarda-redes suplentes na altura e nos seus respectivos clubes (Ricardo no Sporting e Quim no Benfica). Será que o "Felipão" não tem outra alternativa? Ricardo falhou estrepitosamente na jogada que deu a Charisteas a oportunidade de dar à Grécia o triunfo no "nosso" Euro e estragou a festa. Durante a época 04/05 lá foi fazendo os seus "franguinhos", situação tolerada porque a sua equipa mostrava grandes probabilidades de vencer o título até às ú ltimas jornadas. Mas tornou a falhar clamorosamente num momento
decisivo, oferecendo o golo ao Luisão no jogo que decidiu o campeonato da época passada. Dias depois, na final da Taca Uefa, perante os russos do CSKA Moscú , tornou a comprometer-se e a enterrar as possibilidades de triunfo para a sua equipa, com culpas nos golos recebidos. E os falhanços foram-se sucedendo novamente neste início de temporada, até que Ricardo ficou sentado no banco do Sporting, pois era evidente que não estava bem. Mas Scolari, numa atitude verdadeiramente arrogante, lá deixou o bom do Ricardo entre os postes perante o Liechtenstein, que foi "brindado" com outro "frango" que mais parecia um "peru" e que bem complicou o que devia ser fácil: a vitó ria folgada. O posto de guarda-redes no pró ximo Campeonato do Mundo é um sector da equipa que pode comprometer seriamente as aspirações da nossa selecção e o cenário não convida ao optimismo. Vítor Baía não é uma opção válida para o critério do seleccionador, Quim é a segunda escolha de Koeman, no Benfica, e Moreira, titular dos "encarnados", ainda não se estreou pela equipa nacional e a sua projecção, certamente, sofreu um retrocesso na época passada. Quem fica? O Ricardo? Neste momento, a baliza é o lugar mais fraco da equipa principal de Portugal...
Reversão migrató ria Antonio de Abreu Xavier
A
lgo curioso ocorre com a migração entre Portugal e a Venezuela. No princípio do século XX, as ditadoras de Cipriano Castro e Juan Vicente Gó mez obrigaram muitos venezuelanos a emigrar. Foram para as Antilhas, América do Norte e Europa como exilados políticos ou emigrantes econó micos, porque até ao derrube do poço Barrosos II o país era pobre, dizimado por enfermidades e condenado pelo homem. Depois da segunda guerra mundial, a ditadura e a crise econó mica em Portugal expulsaram a população das zonas mais densamente povoadas, a Madeira entre elas. À Venezuela começou a chegar imigração oficial. Os anos 70 registaram o nú mero recorde de entradas, com a chegada de clandestinos latino-americanos. Estes ilegais motivaram o registo de estrangeiros no princípio dos anos 80. Apareceu assim mais de um milhar de portugueses evadidos das obrigações de porem os papéis em dia. Hoje, acontece o inverso. Em Portugal estão a ser realizadas inquéritos devido à chegada massiva de estrangeiros. A densidade populacional em Portugal é maior do que a da Venezuela, na Madeira é o triplo. Trata-se de uma ilha com pouca superfície para o povoamento e produção de recursos que tem. Os nú meros do Serviço Regional de Estrangeiros e Fronteiras em Portugal lançaram o alarme. Desde Janeiro de 2005, foram expulsos 17 brasileiros, sete venezuelanos, três ucranianos, dois romenos, dois bú lgaros, três argentinos, quatro sul-africanos e 11 de outras nacionalidades. No ano de 2004, estimava-se 446.178 estrangeiros em Portugal. As comunidades mais numerosas eram a brasileira (77 mil imigrantes), ucraniana (66.048), cabo-verdiana (63.887) e angolana (34.995). A maioria dos estrangeiros está concentrada em Lisboa (cerca de 200 mil). Na Madeira, viviam quase 4.000 estrangeiros. No ano de 2005, calculava-se mais de 30.000 portugueses nascidos na Venezuela; muitos chegaram nos ú ltimos cinco anos. Na Madeira, a chegada de ilegais dificulta muito o desenvolvimento social da região. O problema que esta imigração ocasiona é o que se vivia na Venezuela nos anos 40, 50 e 60. Não há uma organização que resolva de forma eficiente a distribuição espacial e laboral dos estrangeiros. Assim, esta mão-de-obra ansiosa de vistos enche os sectores do serviço e comércio, desbrava os solos sob baixas condições de trabalho e concorrência desleal; satura os cuidados de saú de, etc. O mais lamentável é que os estrangeiros que estão a chegar a Portugal levem a mentalidade de ghetto, como se vê em alguns bairros de Lisboa, ou que tentem impor o seu modo de vida, como aquele venezuelano queixoso e desinformado, pois em Portugal não se jogava basebol. É interessante observar a quantidade de imigrantes que está a chegar com o desejo de desfrutar do bem estar social de Portugal. O mesmo desejo com que trabalham muitos imigrantes na Venezuela.
CORREIO DE CARACAS - 3 DE NOVEMBRO DE 2005
OPINIÃO 23
caRTas dOs leITORes Agradecimento ao cô nsul de Portugal na Venezuela Quero deixar aqui o meu reconhecimento pú blico ao cô nsul de Portugal na Venezuela, o Dr. Fernando Teles Fazendeiro, que no passado mês de Agosto fez um esforço extraordinário, diria até milagroso, para me ajudar a renovar o meu passaporte. Estou a viver e a trabalhar nos Estados Unidos, tendo para isso um visto de trabalho. Por motivos pessoais tive que fazer uma viagem urgente à Venezuela ignorando que existiam novas regras para regressar aos Estados Unidos com passaportes que não possuam bandas magnéticas. De imediato, fui ao consulado de Portugal na Venezuela para substituir o meu passaporte, mas como se sabe este processo leva algum tempo e todos temos que esperar pela nossa vez. Contudo, o meu caso era muito particular. Eu tinha que regressar aos Estados Unidos numa semana e precisava que abrissem uma excepção, de modo a obter o passaporte de uma forma mais expedita. Depois de verificar o meu caso, o cô nsul não teve dú vidas em ajudar-me e em fazer todos os esforços adicionais para obter o meu passaporte em tempo recorde. Posso dizer que se não fosse a sua atenção para o meu problema, provavelmente eu teria perdido o meu trabalho. Por esse gesto, e por serme dada esta oportunidade, estou muito agradecido. Quero, no entanto, acrescentar uma nota negativa sobre aquilo que considero que não estava
INQUéRITO
muito bem no serviço prestado pelo consulado de Portugal em Caracas e que está relacionado com o funcionário do balcão nº 2: o Sr. Vieira Caldeira. Este representante do governo português foi muito descortês comigo e com o resto das pessoas que atendeu enquanto eu me encontrava no consulado. A sua forma de atender as pessoas, no meu ponto de vista, não representa de forma alguma o nosso carinhoso e gentil povo português. Tão pouco representa o consulado, porque ali trabalha um grupo de pessoas que realmente gosta do que faz. Isso digo com conhecimento de causa porque tive que falar com muitos deles devido à minha situação. Espero que esta seja tomada como uma crítica construtiva porque, honestamente, com excepção desse funcionário, nada posso dizer, além de manifestar o meu agradecimento ao sr. cô nsul e a todos os que com ele trabalham. Penso que com vista a melhorar o serviço prestado deviam dar formação a esse funcionário. Também faço uma chamada de atenção aos leitores deste prestigiado meio (o “ nosso” CORREIO) para que não hesitem em expressar as suas críticas ou felicitar os serviços que recebemos no consulado. É muito importante que todos o façamos para conseguirmos ter um melhor serviço e sentirmo-nos orgulhosos de ser cidadãos portugueses. Daniel Alejandro Gomes Fernández
Uma farsa O governo socialista que está à frente de Portugal anda a brincar com os cidadãos... Depois de prometer mundo e fundos, depois de assegurar que todos os idosos iam ter direito a uma pensão de 250 euros, depois de falar sem mais nem menos, vem agora revelar-se uma verdadeira farsa!!! É que , afinal, já não há aumento de reforma e, pelo contrário, o estado ainda vai tentar arranjar impostos sobre os míseros troquinhos que ele pró prio distribui entre aqueles que garantiram a existência da actual geração activa! É preciso ter lata!!! Que venham agora pedir-nos votos. Sonhem que o Mário Soares vai ser presidente da Repú blica... Se depender de mim, vão ver votos por um canudo, pois eu recuso-me a voltar a confiar nestes senhores... Mas a verdade é que os políticos
são todos iguais e já o Durão Barroso e o Santana Lopes, ao lado do Paulo Portas, tinham feito das suas!!! Nélia Andrade
Até quando "mais do mesmo"? Olá a todos. Sou uma lusodescendente que sempre segui de muito perto os passos do folclore português. No passado dia 22 de Outubro, realizou-se na sede da Hermandade Gallega o Festival de Folclore Internacional, onde o Centro Social Madeirense de Valencia representou Portugal, a dançar vinho minhoto, com castanholas e tudo. O Centro Luso de Caracas (Turumo) representou a bela ilha dos Açores, dançando Fandango de Ribatejo, e o Centro Português, em Caracas, dançou folclore do Continente, mas com um talento bastante mais baixo que o evento.
A minha "queixa" na Venezuela é porque há tantos grupos nesses estilos e são sempre os mesmo a actuar... "Os Lusiadas de Caracas", o Grupo do "Centro Portugués Venezolano de Guayana", "Danças da Madeira de Valencia", Grupo "Amizade de Maracay" e outros não actuam porquê? Dêem oportunidade a quem o faz melhor que vocês... ou será que pensam que conseguem enganar o jú ri. Talvez estão enganados! Despeço-me dando felicitações ao CORREIO e agradecendo a oportunidade que me dão para expressar o que sinto. Júlio Figueira
Acha que as mulheres podem fazer parte dos "compadres" da Academia do Bacalhau? Sente-se discriminada por não participar nestas reuniões?
Ângela Dias "Estou de acordo que as mulheres deveriam participar um pouco mais nas reuniões deles, mas o essencial dessas reuniões é que os homens se reú nam, tal como nó s nos reunimos para outras coisas. Não me sinto discriminada. Ao princípio sim, mas depois com a criação das Amigas da Espetada comecei a pensar de outra forma. A presença feminina seria bom para eles, assim como o apoio moral como a inteligência, para recolher mais apoios para os necessitados".
Katy Coelho "Estou de acordo que cada um tenha a sua individualidade e que durante onze meses eles se reú nam separadamente para depois nos reunirmos todos, homens e mulheres. Não me sinto discriminada porque também nó s fazemos parte de uma outra academia, através da qual nos reunimos e realizamos as nossas actividades. Assim, temos mais tempo para cuidar dos filhos. O meu objectivo seria o mesmo que tenho em relação às Amigas da Espetada, já que nó s as mulheres somos mais organizadas que os homens".
Ana De Vera Cruz "Poderia ser bom que a Academia se abrisse para que houvesse um bom companheirismo entre homens e mulheres, para juntos lutarem pela mesma causa. Não me sinto discriminada em nenhum sentido e a minha missão será ajudar e dedicar-me a este trabalho porque é difícil o trabalho de ajuda aos nossos conterrâ neos mais necessitados".
Branca Almeida "Sim. Estou de acordo que deveríamos poder fazer parte da Academia porque também nó s queremos colaborar na ajuda aos mais necessitados, assim como também na ajuda ao trabalho feito pelo homens. No início sentia-me discriminada mas agora faç o também parte de outra associação de mulheres com a mesma finalidade".
24 ECONOMIA
CORREIO DE CARACAS - 3 DE NOVEMBRO DE 2005
Câ maras de Comércio da América Latina Noelia de Abreu
noeliadeabreu@gmail.com
E
ntre 29 de Outubro e 2 de Novembro foi realizado o Congresso Anual das Câ maras de Comércio de América Latina, na cidade de Salvador da Baía, Brasil. O representante da Câ mara de Comércio luso-venezuelana, José Luís Ferreira, explicou que a ideia deste encontro anual é o de fazer um balanço geral sobre as diferentes actividades levadas a cabo pelas diversas Câ maras de Comércio espalhadas por todo o Mundo para, deste modo, avaliar a fomo como estão a evoluir. Além disso, Luís Ferreira sublinhou que este congresso permite à Venezuela, de uma forma espacial, estreitar laços com os seus vizinhos brasileiros, o que significa uma cooperação mú tua com respostas asseguradas. Além disso, o tema do Mercado Comum do Sul (MERCOSUR) também foi
Brasil recebeu representantes de diversas partes do Mundo num evento que visa avaliar a situação económica que enfrenta a América Latina um ponto importante na agenda deste evento, uma vez que o comércio da América Latina tem muitas coisas semelhantes ao Mercado Comum do Sul. Entre as personalidades que participaram no evento encontravam-se o Presidente da Repú blica português, Jorge Sampaio; o ministro da Economia de Portugal; o governador de Salvador da Baía e os diversos representantes das diferentes Câ maras de Comércio dos diversos continentes.
TAP lidera grupo de investidores que pretende adquirir 20% do capital da Varig Catanho Fernandes (DN - Madeira)
A
TAP está à frente de um grupo de investidores internacionais que se propõe investir até 500 milhões de dó lares na Varig. Um tribunal de falências de Nova Iorque aceitou a proposta de Fernando Pinto, administrador-executivo da companhia portuguesa, e deu novo prazo à transportadora brasileira para pagar dívidas no valor de cerca 62 milhões de dó lares às empresas internacionais de "leasing" de cerca de 30 aviões da sua frota. A proposta feita pela TAP, apoiada pela actual administração da Varig e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econó mico e Social (BNDES) do Brasil, convenceu o juiz Robert Drain a permitir que a Varig continue com os aviões até o dia 9 de Novembro, desde
Proposta da TAP tem o apoio declarado do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social que cumpra condições. A primeira delas é de que todos os recursos da operação liderada pelo BNDES, entretanto disponibilizados pelo Governo, sejam direccionados para o pagamento das parcelas de "leasing" atrasadas. A imprensa econó mica brasileira referiu que outra condição para que a situação de protecção de pré-falência, também referida em terminologia portuguesa como de recuperação judicial, da Varig não seja suspensa é de que a companhia faça relató rios às empresas de "leasing" sobre as peças que estariam sendo retiradas de aviões parados.
BREVES Auto Car no Centro Português As instalações do Centro Português de Caracas serviram de cenário para celebrar, pela primeira vez, o Auto Car, uma exposição de automóveis, que se realizou entre 19 e 23 de Outubro. Ali encontravam-se presentes as oito marcas de carros mais importantes do país e stands representantes dos
produtos para automóveis mais conhecidos. A ideia da exposição, segundo Edith Pereira, coordenadora do evento do Centro Português de Caracas, foi proporcionar aos sócios a comodidade de poderem visitar nas instalações do clube uma exposição de automóveis de forma gratuita e também realizar uma actividade diferente e apelativa nas instalações do centro.
CORREIO DE CARACAS - 3 DE NOVEMBRO DE 2005
ECONOMIA 25
DIGA lança campanha de Natal O
desejo da Distribuidora de Bolachas DIGA é estar presente nas casas e nas mesas dos venezuelanos e das comunidades que vivem na Venezuela na época do Natal. Por isso, a empresa lanç ou no mercado venezuelano a Campanha Bauducco 2005. "Queremos que os nossos Panettones abram as portas de todos os lares venezuelanos neste Natal. O Panettone Bauducco é um ícone de tradiç ão natalícia devido à sua alta qualidade. Resulta da mistura dos melhores ingredientes seleccionados, conservando a receita original italiana, com mais de 52 horas de produção por cada produto, com uma fermentação natural e a garantia de ser um produto fresco", assinala uma nota de imprensa. eja oferecer aos consumidores uma DIGA, como representante da variedade de produtos a preços basmarca Bauducco na Venezuela, para tante competitivos. além da oferta do seu Panettone, desEste ano, os produtos que oferece
a empresa são: Panettone frutas de 80, 500 e 750 gramas; lata familiar de 4 quilos; Chocottone de 750 gramas e El Bold de Oro, de 500 gramas.
BREVE Seniat encerrou 25 agências de carros usados No marco do "Plano Evasão Zero", que foi levado a cabo pelo Seniat, 25 estabelecimentos encarregues de vender carros usados na Região Central foram encerrados temporariamente por apresentarem irregularidade nos livros de compra e venda do Imposto ao Valor Acrescentado (IVA). Em Maracay, foram encerradas dez agencias, entre as quais estão Epy Car's, Inversiones del Centro, Totum Cars, Auto Veloz e Dart Motors II. Por outra parte, em Valencia, quinze moradores locais tiveram que suspender as suas actividades, nomeadamente o caso de Auto Mario II, Reyes Motors, Automóviles 2000, Automóviles 2000 One, Automotriz Acuario, Automotriz Arias e Autocredito. A operação contou com a presença de 43 fiscais e alguns funcionários da Guarda Nacional que pertencem ao Resguardo Nacional Tributario. Segundo fontes do organismo, dezassete das empresas deverão manter as suas portas fechadas por três dias, outras sete por um dia e uma por um dia.
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CORREIO DE CARACAS - 3 DE NOVEMBRO DE 2005
Portugal é destino preferido dos brasileiros
"P
ortugal está mais pró ximo dos brasileiros graças à TAP". A afirmação foi feita por Luiz Mó r, vice-presidente executivo da TAP, na ABAV, a maior Feira de Turismo da América Latina, que decorreu no Rio de Janeiro entre 27 e 30 de Outubro e onde a TAP participou com um stand destinado a reforçar a sua presença no
mercado brasileiro e a promover a imagem de Portugal. No evento que reuniu agentes de viagens portugueses e brasileiros, o vicepresidente executivo da TAP lembrou que, em apenas dois anos, Portugal passou do quinto para o primeiro lugar na lista dos destinos turísticos preferidos dos brasileiros. Uma conquista que só foi possível graças à ajuda da TAP, que tem desempenhado um papel funda-
mental na promoção da imagem de Portugal no Brasil. Em 2003, a TAP elegeu o Brasil como uma das suas apostas estratégicas, tornando-se na companhia aérea europeia com maior nú mero de ligações entre a Europa e o Brasil e a ú nica com voos directos para quatro Estados do Nordeste. Entre 2001 e 2005, o nú mero de passageiros da Europa para o Brasil cres-
ceu 174%, em especial para o Nordeste Brasileiro. E em 2005, a TAP atingiu os 40 voos semanais, voando diariamente de Lisboa para S. Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Fortaleza e cinco vezes por semana para Natal. Seis meses depois da criação do Programa Victoria, o Brasil é, depois de Portugal, o país com maior nú mero de membros, atingindo os 40 mil, num universo de cerca de 450 mil assinantes.
BREVE TAP transporta relí quias de Santa Teresa do Menino Jesus
A TAP vai patrocinar o transporte das relíquias de Santa Teresa do Menino Jesus, oferecendo o seu transporte nesta visita a Portugal. Trata-se de uma acção organizada pela Ordem Secular dos Carmelitas Descalços, no âmbito do 3º Congresso da Nova Evangelização, que se realiza em Lisboa entre 6 e 13 de Novembro. Ao longo de mais de duas semanas, as relíquias irão fazer uma peregrinação pelas 21 dioceses de Norte a Sul do País e também pelas regiões autónomas dos Açores e da Madeira. As relíquias de Santa Teresa partiram de Paris a bordo da TAP, no dia 28 de Outubro, chegando ao Aeroporto do Figo Maduro, onde foram recebidas com honras da Força Aérea Portuguesa. Dada a delicadeza da mercadoria, toda a operação de logística, manuseamento, embalagem e transporte é complexa e exige um cuidado e tratamento especiais. As relíquias viajarão acompanhadas por uma irmã da Basílica de Santa Thérese, em Lisieux (França), local onde a Padroeira faleceu a 30 de Setembro de 1897 e onde estão depositados os restos mortais de Santa Teresa. A peregrinação dos restos mortais de uma das mais importantes padroeiras de França, canonizada em 1925, terá como primeira paragem o Santuário de Fátima. No dia 11 de Novembro, as relíquias prosseguirão para a Terceira, seguindo-se o Funchal, onde permanecerão dois dias até ao regresso a Lisboa. Após o regresso a França, a bordo da TAP, no dia 16 de Dezembro, as relíquias continuarão em peregrinação até ao Santuário de Lisieux, onde deverão chegar no dia 20 de Dezembro.
CORREIO DE CARACAS - 3 DE NOVEMBRO DE 2005
DESPORTO 27
Atletas do Centro Português de Guayana brilharam nos X Jogos Nacionais Noélia de Abreu
noeliadeabreu@gmail.com
O
s atletas do Centro Português Venezuelano de Guayana regressaram carregados de troféus, como foi o caso de Marilen Paasse, que representou aquela organização na natação de nível superior, tendo conseguido arrecadar três medalhas de ouro. Do mesmo modo, na categoria mais baixa, Karen Martínez distinguiu-se com uma medalha de bronze, enquanto que em softbol a delegação guayanesa regressou a casa com uma medalha de bronze. Na sueca ganharam igualmente bronze por intermédio de Américo Marquez e Horácio Nogueira. Já no ténis de campo foram obtidas duas medalhas de prata, através de Sailt Buloz, e de bronze, com Dennis Marte e Noel Lira. No ténis de mesa, a delegação do Centro Português de Guayana ganhou uma medalha de prata, graças a Cláudio Pérez e Joalbar Ramones. A actuação da equipa de futebol, categoria 12 anos, conseguiu a medalha de prata. Outra vitó ria da representação guayanesa foi a medalha de ouro em xadrez, com Luís Castro, Hernán González e Gabriel Vallé, en-
Padaria Dafonvila Juvenal de Sousa
Nos X Jogos Nacionais, os desportistas que representaram Guayana destacaram-se com medalhas de ouro, prata e bronze. quanto que na bisca, Francisco Freitas ganhou bronze, tal como Mariela Correia e Cecília Fernández. No futebol livre, a disputa teve que ser decidida com o lançamento de uma moeda ao ar, o que ditou a medalha de prata para a equipa de Guayana. Na categoria sub 18, o CPVG levou o bronze. Na sub 12 foi conseguida a de prata e no futebol de salão livre tiveram que suspender a final devido a uma dú vida, pelo que, tal como no futebol livre, a equipa vencedora foi decidida atirando uma moeda ao ar. Desta vez, a sorte esteve do lado dos guayaneses que ficaram com a medalha de ouro. Finalmente, no futebol de salão sub 17, houve lugar à medalha de bronze. Por tudo isso, a direcção do Centro Português de Guayana regressou a casa cheia de orgulho e empenhada em conseguir resultados ainda melhores na pró xima competição.
está a premiar a fidelidade dos seus clientes Desta vez, os padeiros foram os escolhidos, sobretudo por serem empreendedores que têm transformado o conceito de servir o consumidor diário, como anunciamos na edição anterior da Plumrose, empresa distribuidora de embutidos que realizou o sorteio de 18 viagens de ida e volta a Portugal. Neste sorteio, participaram todas as padarias que cumpriram o compromisso de vender fiambres comercializados pela Plumrose Latinoamericana. Esta actividade é uma das que esta empresa tem para continuar a estreitar laços comerciais com tão importante grémio comercial do país. E, desta forma, pode oferecer ao consumidor produtos de excelente qualidade. As padarias vencedoras deste terceiro sorteio do primeiro grupo, que se realizaram em 2005 são as seguintes:
Padaria Flor de Los Magallanes Jose Antonio Pereira
Padaria Pan de Oro Alcides Netos
Padaria Suprema Abou Naim Ghraizi
Padaria Margarita
Padaria Los Carvalhos 3 Sorteio Grupo Nro 1 de Padarias Vencedoras
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CORREIO DE CARACAS - 3 DE NOVEMBRO DE 2005
Vikings na Selecção Nacional de Basebol Victoria Urdaneta Rengifo
Honra aos melhores jogadores
victoriaurdaneta@yahoo.com
O
Vikings Basseball Club está em festa porque, mais uma vez, conseguiu provar que os seus jogadores têm qualidade. Desta vez, o jú bilo está patente em todo o país ibérico, pois a Selecção Nacional de Basebol vai ter nas suas fileiras dois membros da equipa "vikingo", como nos informou o representante e director de imprensa, Hugo Almeida. Todas as esperanças estão reunidas no "shortstop" João Castro e no "centerfield" Bruno rebelo, que foram convocados pelo seleccionador nacional, Lorenzo Garcia. Para orgulho de uma das equipas mais desenvolvidas na Liga Portuguesa, esta é a primeira vez na sua histó ria que os seus atletas fazem parte do conjunto estrela, que protagonizou o torneio disputado nos dias 29 e 30 de Outubro, na cidade desportiva de Abrantes. Esta gala desportiva vai servir de anteestreia do Torneio Internacional, em Mú rcia (Espanha), que se vai realizar em duas jornadas: a 5 e a 6 de Novembro. Ali, as melhores selecções de diversos países vão medir as suas forças para demonstrar a toda a Europa (e ao Mundo inteiro) que, também no basebol, têm "garras de campeões".
Honra aos melhores jogadores No passado dia 22 de Outubro, os Vikings reconheceram o esforço dos seus jogadores na temporada de 2005 e, para tal, entregaram prémios num jantar de encerramento, onde prestaram homenagem aos seguintes basebolistas: "MIP" (Most Improved Player): André Silva, pitcher. "MVP" (Most Valuable Player, em jogos oficiais): João Castro, Shortstop, que também integra a Selecção Nacional. "Viking do Ano": Bruno Maia, second base. Receberam também condecorações os jogadores que fazem parte da "Escala de Formação", de onde se destacam: "MIP" (Most Improved Player): Fátima Oliveira "MVP" (Most Valuable Player): Guilherme Magalhães "Viking do Ano": Filipe Teixeira
BREVES
Centro Portugues de Caracas PROGRAMA DO MES DE nOviEMbRE 2005 Sábado 05 Fiesta de Las Quinceañeras Lugar: Salão Nobre Hora: 7:30 p.m Domingo 06 Show María Lisboa - Grupo Folclórico Danzas y Cantares Lugar: Fuente de Soda Hora: A partir de las 3 p.m. Jueves 10 Presentación de Cuentas Lugar: Salón Nobre Hora: 8:00 p.m. Viernes 11 Fiestas de San Martín Lugar: Fuente de Soda Hora: 11 a.m.
do francês Zinedine Zidane. O nome do vencedor será conhecido a 19 de Dezembro durante a 15.ª Gala Jogador Os jogadores Deco, do Barcelona FC, e Mundial da Federação Internacional de Cristiano Ronaldo, do Manchester United, Futebol. Durante o evento entregar-se-á o foram escolhidos por peritos internacionais, prémio jogo limpo. No ano passado, a designados pela FIFA, para integrarem a selecção brasileira foi a distinguida. lista preliminar de 30 jogadores de futebol que irão disputar o galardão "Melhor Jogador do Ano 2005". Portugal não conta desta vez com a A equipa inglesa do Chelsea pretende nomeação de Luís Figo, vencedor no ano 2001, já que a FIFA decidiu este ano reduzir registar a patente "O Especial". O clube quer aproveitar ao máximo a imagem de a lista de nomeados, que anteriores José Mourinho e fez chegar ao Gabinete edições era de 35 jogadores. Tal como no ano passado, o direito de voto de Patentes do Reino Unido (UKPO) uma para esta eleição pertence aos treinadores proposta no sentido de transformar o nome do técnico em marca registada, e capitães das selecções nacionais masculinas de todo o Mundo, aos quais já segundo informou a cadeia noticiosa "BBC" de Londres. foram enviados os nomes. Agora, os O emblema "blue", que Mourinho votantes dispõem de algumas semanas conduziu ao título ao final de 50 anos de para dar a conhecer os seus jogadores má sorte, quer explorar a marca em tudo, preferidos e determinar quem será o FIFA desde roupa interior a saca-rolhas. Uma World Player 2005. fonte do clube londrino confirmou à O Brasil é o país mais representado, com televisão britânica que está a ser feito um sete futebolistas. Adriano, Cafú, Kaká, inventário o mais completo possível de Roberto Carlos, Robinho e Ronaldo aspiram assim suceder ao seu compatriota produtos que poderão vir a ser Ronaldinho, Melhor Jogador do Ano 2004, comercializados. Batons, cigarreiras, malas, vestidos, babetes, fatos e, claro, que repete este ano a candidatura. sobretudos, cinzentos como o que os Na lista figuram também os nomes do ingleses já são identificados como sendo argentino Juan Román Riquelme, do espanhol Raul, do inglês David Béckham e o selo distintivo de Mourinho.
Dois portugueses nomeados melhores jogadores do ano
Chelsea quer registar patente Mourinho
CORREIO DE CARACAS - 3 DE NOVEMBRO DE 2005
III Divisão - Série A 7ª Jornada Esposende Valpaços Merelinense Assoc. Oliveirense Bragança Mirandela Valenciano Vianense Joane
4 2 1 2 1 1 0
1 1 0 0 2 5 4
III Divisão - Série B III Divisão - Série C III Divisão - Série D III Divisão - Série E 7ª Jornada 7ª Jornada 7ª Jornada 7ª Jornada
Correlhã Cerveira Monção Vinhais Brito Cabeceirense Mondinense Maria da Fonte Amares
Vilanovense Vila Meã Canedo Moncorvo Rebordosa Ataense Cinfães Tarouquense
Classificação Bragança Maria da Fonte Mirandela Joane As. Oliveirense Merelinense Cabeceirense Mondinense Amares Brito Esposende Valpaços Correlhã Cerveira Monção Vianense Valenciano Vinhais
17 15 15 12 11 11 10 10 10 9 8 7 6 5 5 5 5 3
7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 6 6 6 6 7 7 7 7
5 4 4 3 3 3 3 3 3 2 2 2 1 1 1 1 1 0
2 3 3 3 2 2 1 1 1 3 2 1 3 2 2 2 2 3
0 0 0 1 2 2 3 3 3 2 2 3 2 3 4 4 4 4
1 1 2 0 0 1 4
1 0 2 2 0 0 3
Ermesinde Tirsense Rio Tinto Lourosa Leça S. Pedro da Cova Vila Real UD Valonguense
Valecambrense Milheiroense Tondela S. João Ver Avanca Anadia Souropires Social Lamas Tocha
Classificação
Pt J V E D G
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
14-4 15-4 14-5 8-7 13-7 11-10 10-10 12-13 12-10 9-9 6-9 4-7 9-10 8-10 7-15 7-13 10-17 5-14
8ª Jornada (6-11) Correlhã - Joane Cerveira - Esposende Monção - Valpaços Vinhais - Merelinense Brito - Assoc. Oliveirense Cabeceirense - Bragança Mondinense - Mirandela Maria da Fonte - Valenciano Amares - Vianense
DESPORTO 29
Vila Meã 17 Moncorvo 13 Tarouquense 12 Lourosa 11 Rebordosa 10 Vila Real 10 Leça 9 S. Pedro da Cova 9 Canedo 8 Cinfães 8 U.D. Valonguense 7 Ataense 7 Rio Tinto 7 Vilanovense 7 Padroense 6 Ermesinde 6 Tirsense 1
7 7 7 6 7 6 6 6 7 6 7 6 6 6 6 6 6
5 4 4 3 2 3 2 3 2 2 2 2 1 2 2 1 0
2 1 0 2 4 1 3 0 2 2 1 1 4 1 0 3 1
0 2 3 1 1 2 1 3 3 2 4 3 1 3 4 2 5
0 1 1 0 2 1
A. D. Valonguense Estarreja Fornos de Algodres Sátão Arrifanense Cesarense Marialvas União de Lamas Gafanha
Sertanense Bidoeirense Amiense Mirandense Riachense Alcobaça Eléctrico Peniche
Classificação
Pt J V E D G
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º
2 2 4 0 4 0
8-1 11-6 11-12 10-3 9-6 8-6 8-6 8-7 8-8 5-5 11-18 4-10 7-5 5-10 7-8 4-7 2-8
Social Lamas 17 Avanca 15 Anadia 15 União de Lamas 14 S. João de Ver 13 A.D. Valonguense 11 Tocha 9 Valecambrense 9 Souropires 9 Milheiroense 8 Tondela 7 Sátão 7 Cesarense 6 Gafanha 5 Fornos Algodres 4 Marialvas 4 Arrifanense 4 Estarreja 4
7 7 7 7 7 6 7 6 6 7 6 7 7 7 6 6 7 7
5 4 4 4 4 3 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 0
2 3 3 2 1 2 3 3 3 2 1 1 3 2 1 1 1 4
0 0 0 1 2 1 2 1 1 3 3 4 3 4 4 4 5 3
1 1 2 0 1
Marinhense Beneditense Caranguejeira Idanhense Sourense Monsanto A. D. Fundão Vigor Mocidade
Câmara de Lobos Carregado Vialonga Atlético do Cacém U. D. Santana Atlético Montijo A. D. Machico Tires
Classificação
Pt J V E D G
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
2 1 1 2 2
20-9 16-7 7-3 11-7 9-6 8-5 6-7 8-8 5-5 8-7 9-8 7-7 6-8 4-11 3-10 4-9 5-14 5-10
Caldas Peniche Marinhense Sourense Idanhense Eléctrico Beneditense Mirandense Caranguejeira Sertanense A. D. Fundão Vigor Mocidade Alcobaça Monsanto Riachense Bidoeirense Amiense
14 14 12 12 10 10 10 9 9 9 7 7 6 5 4 3 3
6 7 7 6 6 5 7 5 7 7 5 6 6 7 5 7 7
4 4 3 4 3 3 3 3 2 2 2 2 1 1 1 0 0
2 2 3 0 1 1 1 0 3 3 1 1 3 2 1 3 3
0 1 1 2 2 1 3 2 2 2 2 3 2 4 3 4 4
1 0 2 2 3 0 0 1
Caniçal Alcochetense Elvas Ouriquense Loures Sintrense 1º Dezembro Vilafranquense Futebol Benfica
Messinense Beira-Mar Algarve Desp. Beja Farense Juv. Évora Monte Trigo Castrense Oeiras Amora
Classificação
Pt J V E D G
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º
2 1 0 2 1 1 3 2
III Divisão - Série F 7ª Jornada
14-5 10-7 16-7 11-5 9-6 7-6 8-8 7-7 10-10 8-10 4-6 5-6 6-6 3-8 7-12 5-13 5-13
8ª Jornada (6-11)
8ª Jornada (6-11)
8ª Jornada (6-11)
Ermesinde - Tarouquense Tirsense - Vilanovense Rio Tinto - Vila Meã Lourosa - Canedo Leça - Moncorvo S. Pedro da Cova - Rebordosa Padroense - Ataense U. D. Valonguense - Cinfães
Gafanha - Social Lamas Estarreja - Valecambrense Fornos de Algodres - Milheiroense Sátão - Tondela Arrifanense - São João de Ver Cesarense - Avanca Marialvas - Anadia União de Lamas - Souropires A. D. Valonguense - Tochas
Marinhense - Peniche Beneditense - Sertanense Caranguejeira - Bidoeirense Idanhense - Caldas Sourense - Mirandense Monsanto - Riachense A. D. Fundão - Alcobaça Vigor da Mocidade - Eléctrico
Loures 15 Carregado 14 A. D. Machico 14 Atlético 13 Montijo 12 Atlético Cacém 11 Vilafranquense 10 CâmaradeLobos 10 Ouriquense 10 Tires 10 1º de Dezembro 8 Vialonga 7 Alcochetense 7 Sintrense 7 U. D. Santana 6 Elvas 6 Caniçal 6 Futebol Benfica 5
7 7 7 6 7 7 7 7 7 7 7 7 7 6 7 7 7 7
5 4 4 4 3 3 3 3 2 3 2 2 2 2 1 1 2 1
0 2 2 1 3 2 1 1 4 1 2 1 1 1 3 3 0 2
2 1 1 1 1 2 3 3 1 3 3 4 4 3 3 3 5 4
1 1 0 2 1 3 2 1 0
Estrela V. Novas Sesimbra Vasco da Gama Aljustrelense Lusitano Évora Almansilense Ferreiras Lusitano V.R.S.A. Lagoa
Classificação
Pt J V E D G
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
1 0 1 0 0 0 0 2 4
13-5 16-6 15-9 16-7 6-4 13-13 11-11 10-21 9-9 9-10 9-9 9-12 9-9 7-7 6-11 8-10 6-10 3-12
8ª Jornada (6-11) Caniçal - Tires Alcochetense - Câmara de Lobos Elvas - Carregado Ouriquense - Vialonga Loures - Atlético do Cacém Sintrense - U. D. de Santana 1º de Dezembro - Atlético Vilafranquense - Montijo Fut. Benfica - A D. Machico
Pt J V E D G
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
Lusitano Évora 19 E. Vendas Novas 15 Almansilense 14 Juventude Évora 13 Amora 13 Lagoa 12 Oeiras 12 Vasco da Gama 12 Desportivo Beja 9 Lusitano V.R.S.A. 9 Aljustrelense 9 Ferreiras 8 Sesimbra 8 Beira-Mar 4 Messinense 3 Castrense 1 Monte Trigo 1 Farense 0
7 7 6 7 7 7 7 7 7 7 7 6 6 7 6 7 7 5
6 4 4 4 4 4 3 3 2 2 2 2 2 0 0 0 0 0
1 3 2 1 1 0 3 3 3 3 3 2 2 4 3 1 1 0
0 0 0 2 2 3 1 1 2 2 2 2 2 3 3 6 6 5
15-3 12-2 8-2 7-5 16-10 8-9 10-7 15-5 7-8 14-11 8-6 9-7 5-7 3-6 4-8 5-14 4-18 0-22
8ª Jornada (6-11) Beira-Mar (Algarve) - Estrela Vendas Novas Desp. Beja - Messinense Farense - Sesimbra s Juv. Évora - Vasco da Gama (Sines) Monte Trigo - Aljustrelense Castrense - Lusitano Évora Oeiras - Almansilense Amora - Ferreiras Lagoa - Lusitano V. R.
30 DESPORTO
CORREIO DE CARACAS - 3 DE NOVEMBRO DE 2005
Sporting falha aproximação a F. C. Porto e Benfica
BREVES Vanessa Fernandes em terceiro lugar no "ranking" europeu
O
Sporting falhou no domingo passado a aproximação ao FC Porto e Benfica na pauta classificativa da Liga portuguesa de futebol, ao ceder um empate (2-2) na deslocação ao reduto do Boavista, em encontro da nona jornada da prova. Os "leões" chegaram a estar a vencer por 2-0, com dois tentos em três minutos, através do jovem Nani (22) e de Liedson (25), mas acabaram por permitir o empate nos minutos iniciais da segunda metade, apó s os golos de João Pinto (47) e de William Souza (56). Com este resultado, o Sporting manteve o quinto posto com 14 pontos, os mesmos que Boavista, Rio Ave e Vitó ria Setú bal. Nos restantes jogos de domingo, o Nacional foi quem mais tirou proveito dos empates de sábado de Benfica e FC Porto, ao vencer na Amadora o Estrela por 2-0, um triunfo que colocou os madeirenses na terceira posição com 18 pontos, os mesmos que os "dragões", segundos classificados. André Pinto, aos 41, e Alexandre Goulart, aos 75, foram os autores dos golos nacionalistas, uma formação que ainda não perdeu fora de casa, registando três vitó rias e dois empates, enquanto o Estrela caiu para o 13º posto com nove pontos, apenas um acima da linha de despromoção. Num jogo que envolvia duas equipas em luta directa para não descer, foi mais feliz o Penafiel, que recebeu e bateu a Académica por 1-0, golo de Bruno Amaro, aos 76 minutos, no que constituiu o
Vanessa Fernandes é a campeã europeia 2004 e 2005 e venceu a prova de Pekín em Setembro, no mesmo circuito onde dentro de três anos se vão realizar os Jogos Olímpicos. Na verdade, ganhou vantagem a Sheila Taormina, a segunda classificada, no minuto 1:45. Esta lusa de vinte anos tem demonstrado que está a passar um grande momento, pois cimentou a sua vitória em ciclismo na volta de Pekín, onde conseguiu safar-se bem da quinta volta (de um total de seis), e depois conseguiu rematar o seu feito no sector pedestre. O próximo jogo da Taça do Mundo realizou-se a 30 de Outubro, em Cancún (México), mas a penúltima etapa da Taça Mundial de Triatlo, que se realizava no domingo passado na mesma cidade, foi adiada, como consequência dos estragos causados pelo furacão Wilma, no balneário mexicano. Personalidades envolvidas no certâmen foram para o balneário para ver a possibilidade de fazer a competição internacional no início de Novembro e saber da disposição das autoridades locais para não a suspender definitivamente. Para Cancún, estavam confirmada a presença dos melhores atletas do Mundo, encabeçados pelo estadunidense Hunter Kemper, líder da lista mundial, assim como do britânico Tim Dom, que ficou em segundo lugar. Na prova feminina, estava assegurada a chegada da portuguesa Vanessa Fernandes, campeã este ano em Mazatlán, Madrid e Pekín. A taça do Mundo de Triatlo é composta por treze provas e a última estava prevista realizar-se a 13 de Novembro, em Nova Zelândia. É possível que esta data seja alterada por causa dos inconvenientes que se registaram em Cancún.
primeiro triunfo da temporada para os penafidelenses. Apesar da vitó ria, o Penafiel não saiu do ú ltimo lugar, mas está mais perto dos lugares acima, enquanto a Académica segue na 16ª posição com oito pontos, apenas mais três que os durienses. Em Guimarães, o Vitó ria voltou a decepcionar os seus adeptos, ao registar nova derrota caseira por 2-0, desta feita diante do Paços Ferreira, formação que beneficiou dos tentos de Didi (61) e Edson (90) para conquistar mais três saborosos pontos. A derrota deixou os vimaranenses no penú ltimo posto com sete pontos, enquanto os pacenses estão numa tranquila nona posição com 13 pontos.
Ranking europeu 1. Nadia Cortassa (ITA) - 1.760 pontos 2. Mieke Suys (BEL) - 1.502 pontos 3. Vanessa Fernandes (POR) - 1.388 pontos 4. Ainhoa Murua (ESP) - 1.218 pontos
Liga de Honra 9ª Jornada Chaves Portimonense Aves Barreirense Gondomar Leixões Estoril Marco Vizela
0 2 1 0 3 0 5 3 2
1 2 0 0 1 1 2 2 2
Moreirense Varzim Olhanense Beira-Mar Ovarense Santa Clara Feirense Maia Sp. Covilhã
Classificação Pt J V E D G
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
Beira-Mar Sp. Covilhã Olhanense Estoril Aves Portimonense Gondomar Marco Leixões Varzim Maia Santa Clara Vizela Moreirense Barreirense Feirense Chaves Ovarense
18 17 17 16 16 15 14 13 12 12 11 10 9 9 8 8 5 5
9 9 9 9 9 9 9 9 8 9 9 9 9 9 9 9 9 8
5 5 5 5 5 4 4 3 3 3 3 1 2 2 1 2 1 1
3 2 2 1 1 3 2 4 3 3 2 7 3 3 5 2 2 2
1 2 2 3 3 2 3 2 2 3 4 1 4 4 3 5 6 5
9-3 12-8 12-10 18-12 14-10 10-7 12-9 14-12 6-4 11-13 17-16 6-6 10-12 9-13 6-9 11-16 5-13 12-21
10ª Jornada (6-11) Moreirense - Vizela Varzim - Chaves Olhanense - Portimonense Beira-Mar - Aves Ovarense - Barreirense Santa Clara - Gondomar Feirense - Leixões Maia - Estoril Sporting Covilhã - Marco
Taça de Portugal 4ª Eliminatória
Marítimo 2-0 Tirsense Leixões 1-2 Benfica Caniçal 0-1 Fátima Fafe 0-1 V. Setúbal Oliveirense 2-0 U. Lamas Aljustrelense 3-0 Olhanense Abrantes 3-0 Maria da Fonte Vizela 3-1 Santa Clara Feirense 4-6 Pinhalnovense Vila Meã 2-1 Mirandela Sp. Covilhã 2-0 Lousada F. C. Porto 1-0 Marco Oeiras 1-3 Boavista Aves 1-0 Belenenses Lixa 4-0 Penafiel Camacha 0-1 Estoril Académica 3-2 Gil Vicente Portimonense 4-5 Souropires Louletano 1-0 Atlético E. Amadora 2-0 U. Micaelense Paredes 4-0 Nelas Lagoa 1-0 Ovarense Rio Ave 3-4 Ribeirão Sporting Braga 1-0 União de Leiria Portomosense 10-9 Barreirense Sporting 2-0 Varzim Imortal 7-8 Nacional 12-11-6:00 Paços Ferreira - Tourizense 13-11-15h00 Naval - Pontassolense
Liga Betandwin
MELHOR MARCADOR Cl. Jogador 1º Nuno Gomes 2º Meyong
Clube
Gl.
Benfica
9
Belenenses
7
Nacional
5
4º Marcel
Académica
5
5º Liedson
Sporting
5
6º Fary
Boavista
4
Naval
4
3º André Pinto
7º Bruno Fogaça
Torneio Super-Veteranos Centro Português Esta semana teve lugar mais uma jornada do Torneio de SuperVeteranos. Eis os resultados e classificação: SEtúBAL - CâMArA DE LOBOS POrtO - 3º tiEMPO GAMA CLuB -\NACiONAL BEirA-MAr - MAritiMO
3-9 0-8 4-2 4-0
Classificação 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º
3º tiEMPO BEirA-MAr A.D.CAMACHA C. DE LOBOS GAMA CLuB NACiONAL SEtúBAL MArÍtiMO POrtO
J V E 4 2 2 4 2 1 3 2 1 2 2 3 2 2 1 4 1 2 - 4 - -
D 1 1 1 3 2 4
G 19-6 13-9 8-6 18-5 11-7 8-6 9-19 2-7 4-27
P 8 7 7 6 6 3 3 0 0
CORREIO DE CARACAS - 3 DE NOVEMBRO DE 2005
DESPORTO 31
Braga "afunda" Belenenses e reforça liderança O
Sporting de Braga reforçou segunda-feira à noite a liderança da Liga portuguesa de futebol, ao vencer por 2-0 o Belenenses no jogo de encerramento da nona jornada, capitalizando os deslizes dos principais perseguidores. Os minhotos aumentaram para cinco pontos a vantagem sobre o duo composto por FC Porto e Nacional - os madeirenses, além do Braga, foram os ú nicos a vencer entre os oito primeiros classificados -, enquanto o campeão Benfica e o Sporting já levam seis e nove pontos de atraso, respectivamente. O avançado João Tomás regressou da melhor forma aos relvados, apó s ausência por lesão, inaugurando o marcador para os bracarenses aos 18 minutos, com Sandro Gaú cho a fechar a contagem, ao marcar o 2-0 na pró pria baliza, aos 94, consumando uma estreia infeliz de José Couceiro no comando técnico dos lisboetas. Um golo do regressado João Tomás, aos 18 minutos, e um auto-golo de Sandro, aos 94, deram segunda-feira à noite a vitó ria ao Sporting de Braga frente ao Belenenses, que permitiu aos arsenalistas consolidarem a liderança da Liga portuguesa de futebol.
Continuando sem sofrer golos - a excepção foi o auto-golo de Madrid em Vila do Conde - o Sporting de Braga chegou cedo à vantagem e depois soube "esperar" pelo Belenenses para, em tempo de compensação elevar para 2-0 e derrotar José Couceiro na sua estreia no comando da equipa do Restelo. O Belenenses iniciou bem o jogo e aos dois minutos, Fábio Januário entrou na área e rematou para defesa segura de Paulo Santos. Pouco depois o Braga assumiu o comando das operações e partiu para meia hora de acentuada pressão sobre os visitantes. Do lado do Belenenses, Zé Pedro tentou, aos 11 minutos, incomodar Paulo Santos, mas o remate saiu ligeiramente ao lado. O golo surgiu no minuto seguinte (18), quando apó s um livre cobrado na direita por Jaime, a bola sobrevoou toda a defesa "azul" e, ao segundo poste, João Tomás voou e de cabeça inaugurou o marcador. Foi o regresso aos golos do ponta-de-lança arsenalista, afastado durante vários jogos da competição. Na segunda parte, José Couceiro mexeu na equipa, fazendo entrar o avançado Romeu para o lugar do desinspirado Zé Pedro, mas a
Liga Betandwin 9ª Jornada Sport. Braga rio Ave Naval Est. Amadora FC Porto V. Guimarães Penafiel união Leiria Boavista
2 2 1 0 0 0 1 3 2
0 2 1 2 0 2 0 0 2
Belenenses Marítimo Benfica Nacional Vit. Setúbal Paços Ferreira Académica Gil Vicente Sporting
Classificação Pt J V E D G
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
não conseguiu alterar o rumo dos acontecimentos, apesar da equipa do Restelo ter estado a melhor nível. Já em tempo de descontos (94), Sandro, pressionado por Castanheira, na área "azul" atirou fora do alcance do seu guarda-redes, fazendo o 2-0 para o Braga, que assim continua a vencer, a marcar, e a não sofrer golos.
Sporting Braga 23 F. C. Porto 18 Nacional 18 Benfica 17 Sporting 14 Boavista 14 rio Ave 14 Vitória Setúbal 14 Paços Ferreira 13 Naval 11 união de Leiria 11 Gil Vicente 10 Est. Amadora 9 Belenenses 9 Marítimo 8 Académica 8 Vit. Guimarães 7 Penafiel 5
9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9
7 5 5 5 4 3 4 4 4 3 3 3 2 3 1 2 2 1
2 3 3 2 2 5 2 2 1 2 2 1 3 0 5 2 1 2
0 10-1 1 12-6 1 10-4 2 15-7 3 12-13 1 14-9 3 13-12 3 5-3 4 11-13 4 12-12 4 10-11 5 7-11 4 8-11 6 12-14 3 11-13 5 8-11 6 5-14 6 6-16
10ª Jornada (6-11) 4-11–21:00 5-11–21:30 5-11–17:15 6-11–19:15 6-11–16:00 6-11–16:00 6-11–21:15 6-11–16:00 7-11–20:30
Sporting Belenenses Marítimo Benfica Nacional V. Setúbal P. Ferreira Gil Vicente Académica
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união Leiria Boavista Sp. Braga rio Ave Naval Est. Amadora F. C. Porto Penafiel Vit. Guimarães
CORREIO DE CARACAS – 3 DE NOVEMBRO DE 2005
BREVES Padre Joaquim Ferreira recebe donativo
Inquérito para saber quantos portugueses vivem no Curaçau É esta a intenção do Consulado de Portugal, que quer também criar uma associação OS PORTUGUESES O Consulado tem mais de 22 anos de deabreujean@yahoo.com funcionamento e conta com três mil portugueses inscritos, entre lusitanos e lusoConsulado de Portugal na Ilha descendentes, segundo nú meros adiantado Curaçau tem prevista a rea- dos por Carlos Sousa, actual cô nsul honolização de um inquérito com rário desta região do Caribe. vista a determinar com exacti"Na sua maioria os cidadãos portugueses dão quantos portugueses vivem na ilha e radicados no Curaçau estão com a docuconfirmar se todos estão em situação legal. mentação em dia", explica Carlos Sousa, que, "Antes, o processo para renovar o passa- junto da sua mulher Gló ria, trabalha diporte e o Bilhete de identidade era compli- rectamente com a transmissão de expecado e por isso muitos lusos optaram por dientes para a Venezuela que depois são ense tornar holandeses e não voltaram a ter viados para Portugal. em dia a documentação portuguesa", expliNo início, o cô nsul da ilha tinha concou. dições para fazer a inscrição residencial e O consulado, como nos refere o cô n- emitir os passaportes, mas, uma vez que sul Carlos Sousa, também atende os portu- Portugal aderiu à União Europeia (EU), o gueses que vivem nas ilhas vizinhas e que governo luso estipulou novas leis ao nível não têm nenhuma sede consular que os aju- consular e o Curaçau começou a depender de nas questões sobre a legalidade. da sede de Caracas, visto que para que sejam Como projecto a curto prazo, Carlos Sou- expedidos os passaportes e os Bilhetes de sa explicou que quer, em conjunto com a Identidade, a documentação tem que pasAcademia do Bacalhau na Venezuela, que sar por uma sede oficial, de modo a ser asseja criada uma associação de beneficência sinada e selada pelo cô nsul geral. que ajude os conterrâ neos nos casos em Há mais de um ano como cô nsul honoque seja necessário, assim como conseguir rário do Curaçau, o trabalho de Carlos Souum terreno para a construção de sa como funcionário diplomático ultrapassa um centro português nas terras do Caribe. as fronteiras, já que resolve pessoalmente 22 ANOS A SERVIR alguns problemas de portugueses que não Jean Carlos De Abreu
O
podem viajar. O consulado atende aproximadamente dez pessoas por dia, de segunda a sexta-feira. Devido ao trabalho, o horário vespertino é o que mais convém aos portugueses. Daí que a sede consular funcione até mais tarde. COMUNIDADE SATISFEITA Os habitantes portugueses que estiveram em contacto com o consulado mostraram-se agradecidos pela forma directa e personalizada que tiveram com o cô nsul honorário. Os comentários da comunidade sobre a actuação do diplomata são positivos. "Além de prestar serviço civil e legal foi um bom orientador e amigo, a quem muitas vezes pedimos conselhos relativamente ao modo de vida e adaptação a Portugal para os nosso filhos e as possibilidades de estudo lá", comentou um residente da ilha. Carlos Sousa salientou que a comunidade lusitana desde que chegou à ilha na década de 30 integrou-se de forma positiva com a população local. "Tem sido uma comunidade respeitada por todos os habitantes porque serviram de geradores de emprego". Acrescentou que os lusodescendentes integraram-se em todas as áreas laborais e sobretudo, no campo comercial porque a maioria deles são donos de grandes cadeias de supermercados, assim como legisladores políticos.
O lar de terceira idade Padre Joaquim Ferreira, onde actualmente vivem 45 idosos, recebeu no passado dia 29 de Outubro um donativo de um electro-cardiógrafo, avaliado em cinco milhões de bolívares, oferecido pelo Banco Totta & Açores. O aparelho, que a instituição estava a precisar há já algum tempo, será de grande importância para a vigilância médica de cada um dos idosos. Carlos Ho, director do Totta & Açores, e José Pedro Fernandes, representante do banco em Caracas, dirigiu-se às instalações do lar em companhia de Maurilio Dos Santos para entregar pessoalmente o donativo nas mãos das Damas de Beneficiência Portuguesa, que se sentiram muito agradecidas e contentes pela obras. Os residentes do lar também mostraram o seu agradecimento cm sorrisos e aplausos. Este não é o primeiro donativo entregue pelo Banco Totta & Açores a esta instituição. Já anteriormente, ofereceram uma cama de massagens, a qual foi colocada na área de exercícios para a distracção e cuidado dos idosos.