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O jornal da comunidade luso-venezuelana
aNO 06 - N.º 132 - DEPósitO lEgal: 199901DF222 - PuBliCaçãO sEMaNal
Expropiações em Yaracuy
Comunidade diz-se alvo de grandes injustiças PágiNa 4
CaraCas, 10 DE NOVEMBrO DE 2005 - VENEzuEla: Bs.: 1.000,00 / POrtugal:
0,75
Seis anos a informar
CORREIO prepara festa de aniversário PágiNa 7
Português chefia equipa de observação Comissão Europeia constituiu uma delegação de 150 elementos, com o eurodeputado Sérgio Marques à frente. O objectivo é controlar o processo eleitoral venezuelano PágiNa 3
Saiba quais são os requisitos para ter aulas de português PágiNa 10 on-line Prémio distingue Mariza como a artista que mais tem divulgado a mú sica portuguesa além fronteiras PágiNa 14
“ Buhoneros” são ameaça para comerciantes A proximidade do Natal agrava discórdia entre comerciantes e vendedores ambulantes . Os donos de estabelecimentos temem ter menos clientes . Nas ruas, vende-se e faz-se de tudo um pouco PágiNa 8
FC Porto e Nacional ganham e ficam mais perto do líder PágiNa 31 Braga
2 EDITORIAL
CORREIO DE CARACAS - 10 DE NOVEMBRO DE 2005
Renovação, precisa-se Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Coordenação na Madeira Sónia Gonçalves Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva Noélia de Abreu, Victoria Urdaneta, Yamilem González Correspondentes: Ana Pita Andrade (Maracay) Bernardete de Quintal (Curaçau) Briceida Yepez (Valencia) Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira, Oswaldo Carmona Preparação Gráfica: João Santos (DN-Madeira) Produção: Franklin Lares Fotografia: Paco Garret Distribuição: Juan Fernandez Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela
A importâ ncia de haver renovação nas instituições portuguesas é um tema que, a pesar de sensível, merece ser debatido. Recentemente, na Assembleia Anual da Academia do Bacalhau, concluiu-se que é importante injectar sangue jovem para que os mais novos passem a ser parte activa das instituições, como uma garantia de permanência no tempo das valiosas iniciativas que foram impulsionadas pela primeira geração de portugueses radicados na Venezuela. Para que isso seja possível, é necessário romper com certas barreiras que impedem uma participação mais livre dos lusodescendentes. Por exemplo, o facto de os jovens não poderem assumir cargos directivos nos clubes, uma vez que não são só cios, não fomenta a renovação e contribui
para que sejam sempre as mesmas caras nos cargos. Organizações como as Damas de Beneficência, a Federação de Centros Portugueses ou o Instituto Português de Cultura, cujo reconhecimento é inegável, devem também procurar evoluir, através da presença marcante das novas gerações. Um exemplo a seguir relativamente à renovação de pessoal directivo das associações é o da nova direcç ão do Centro Atlâ ntico Madeira, em Barquisimeto, cujo novo presidente faz parte de uma geração de relevo. O lusodescendente assume o cargo num clube que enfrenta problemas de morosidade e só cios descontentes e, por isso, tem conseguido mostrar a sua capacidade para cumprir o desafio. Coragem!
O CARTOOn DA seMAnA Chávez manifestou-se contra o Halloween por ser um «costume satânico».
Será que também vai proibir as crianças de se disfarçarem de bruxas no Carnaval???
Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela
A seMAnA MUITO BOM Reconhecemos a política do diálogo que permitiu conseguir um acordo entre o Sindicato dos Trabalhadores Consulares e o Ministério dos Negócios Estrangeiros. A disposição do Governo ao aceitar negociações conseguiu evitar um caos nas representações consulares ao nível mundial. Se verdadeiramente se considerarem as reivindicações dos trabalhadores consulares, também se estará a favorecer indirectamente as comunidades portuguesas espalhadas pelo Mundo, que deveriam receber também um melhor serviço e mais atenção.
BOM Um pouco por todo o lado, assistimos a uma importante proliferação de espaços de rádio que têm como principal objectivo falar de Portugal, promover a música portuguesa e dar notícias que têm muito interesse para a comunidade. Tanto em Caracas como no interior do país, a maioria destas iniciativas são lideradas por lusodescendentes. Destacamos a presença de gente jovem envolvida neste tipo de programas e a criatividade que conseguem ter ao colocarem muita "garra" neste projecto.
MAU Muitas vezes, membros da comunidade se deixam alimentar por boatos. A inveja provoca calúnias e críticas mal saradas que podem levar gravemente ao fim da boa reputação de pessoas honestas. É preciso ter consciência da gravidade de alguns comentários que circulam por ai. Antes de torná-los públicos e alimentá-los, convém pensar se com isto não se pode estar a prejudicar injustamente alguém ou mesmo uma família…
Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69
MUITO MAU
E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA
A anarquia que se constata nalgumas zonas produtivas da Venezuela, como é o caso do Estado de Yaracuy, está a fazer com que muitas famílias de emigrantes espanhóis, italianos e portugueses não possam trabalhar nas suas respectivas terras. A situação se tem agravado com o passar do tempo, ao ponto dos donos já não poderem entrar nas suas próprias quintas. Recebem ameaças e são expulsos. As famílias afectadas denunciam que isto acontece nas barbas das autoridades do Estado sem que estas façam nada para minimizar o caos em que vivem.
O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias. El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.
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CORREIO DE CARACAS - 10 DE NOVEMBRO DE 2005
VENEzUElA 3
Sérgio Marques chefia missão observadora das eleições na Venezuela A Comissão Europeia constituiu uma Delegação de 150 elementos com o madeirense Sérgio Marques à frente Estados da Venezuela. Sérgio Marques também seguirá nos (DN - Madeira) pró ximos dias, cabendo-lhe orientar os trabalhos a concluir com um relató rio ma delegação de 150 ele- preliminar sobre a forma como decorrer mentos vai fiscalizar as o acto eleitoral, a divulgar no dia a sepró ximas eleições na Ve- guir ao das eleições, e com um outro já nezuela ao serviço da Co- definitivo, mais para a frente. Luí s Calisto
U
missão Europeia da UE. Grande parte dos membros da missão de observaç ão arranca da Europa já na pró xima semana com destino a Caracas.
Sérgio Marques, eurodeputado eleito pelo PSD-Madeira, será o chefe da Delegação, a convite da comissária austríaca com o pelouro das Relações Exteriores da Comissão Europeia, Benito Ferrero Waldner. A fiscalização do período eleitoral e das eleições propriamente ditas, marcadas para 4 de Dezembro, acontecerá por proposta do pró prio presidente venezuelano. Hugo Chávez avançou com essa ideia quando da visita àquele País de uma delegação da União Europeia. Nas funções de chefe de Delegação, Sérgio Marques contará com um staff directo de dez peritos em matéria de eleições, dois dos quais especialistas em software eleitoral. Trata-se de prevenir processos depois de, no referendo revogató rio, terem emergido denú ncias de fraude ao nível dos procedimentos através do voto electró nico, sistema em vigor na Venezuela. Dos restantes 150 elementos, 50 funcionarão como observadores de longa duração, pelo que partem já para aquele país latino-americano na pró xima semana. Outros 50 são considerados observadores de curta duração. Todos eles farão incidir a fiscalização em todos os
DECISÃO TOMADA HÁDUAS SEMANAS No dia 4 de Dezembro, 14,5 milhões de venezuelanos serão convocados às urnas para escolher os 167 parlamentares que vão compor a Assembleia no período de 2005-2010, assim como os doze representantes no Parlamento Latino-americano e os cinco do Parlamento Andino. A decisão de enviar os observadores foi tomada apó s uma reunião realizada há duas semanas em Bruxelas entre o Comissariado Europeu de Exteriores, representado por Benita Ferrero-Waldner, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Alí Rodríguez, e o director do CNE, Oscar Battaglini. O acordo mostra que as duas partes se puseram de acordo quanto à metodologia e às normas que vão nortear os representantes europeus para que cumpram sem impedimentos a sua tarefa de observação. Além da UE, também foram convidados a actuar como observadores a Organizaç ão dos Estados Americanos (OEA) e outros organismos eleitorais da América Latina. O CNE afirmou que se apresentaram às eleições 2.184 candidatos, maioritariamente da oposição, dos quais 1.986 vão disputar as cadeiras da Assembleia, 128 as do Parlamento Latino-americano e 70 as do Andino.
O estado das coisas A campanha na Venezuela está no terreno, em força. Com caravanas por Caracas e outras cidades venezuelanas, os partidos aliados e opositores ao presidente Hugo Chávez tentam a tudo custo conseguir cativar o eleitorado. O "chavismo" previu que os seus candidatos vão obter 134 das 167 cadeiras da Assembleia Nacional (Parlamento), enquanto a oposição ficará com apenas 33. A oposição, por sua vez, calcula que, caso a abstenção baixe de 50% - nível habitual neste tipo de escrutínio - para menos de 40%, a correlação de forças mudará contra Chavez. Caso sejam cumpridas as previsões do director de organização do Movimento V República (MVR), William Lara, o "chavismo" conseguirá a ampla maioria qualificada de dois terços (111 cadeiras), o que lhe permitirá aprovar qualquer lei ou reforma legislativa. Actualmente, o MVR e os partidos aliados somam 86 cadeiras contra as 79 da oposição, em um total de 165 cadeiras actuais.
Portugueses acusados de sequestro assistem à primeira audiência Tábita Barrera
tababor@cantv.net
J
osé Luís de Abreu Pita, de 54 anos de idade, nascido na Ponta do Sol, e Joaquim Ribeiro da Costa, natural de Aveiro, foram detidos na segunda semana do mês de Junho, sendo acusados de pertencer a um grupo de sete sequestradores.
José Luí s de Abreu Pita e Joaquim Ribeiro da Costa foram detidos há cinco meses A polícia acusa os dois emigrantes de terem actuado como "negociadores". Calcula-se que tenham sido responsáveis pela fixa-
ção do montante que os familiares das vítimas deveriam pagar pelo resgate. Nesse sentido, depois de terem sido realizadas as investigações consideradas pertinentes, os dois portugueses foram detidos na prisão de "La Planta", em El Paraíso. Os arguidos apelaram ao Có digo Orgâ nico Processual Penal (COOP) e pediram a recusa das fiscais encarregues do caso: a fiscal 20
Nacional, Elsa Hernández, e a fiscal 54 da Área Metropolitana de Caracas, Íris Maru Rojas. Contudo, a petição de mudar a primeira não foi admitida. A situação dos dois portugueses tem sido incerta desde o momento da sua detenção. Apenas no passado dia 3 de Novembro teve lugar a primeira audiência, conduzida pela juiza 31 de "controlo", "a qual não chegou a nenhum re-
sultado e onde nada foi decidido", segundo fontes extra-oficiais. O caso encontra-se praticamente na estaca zero e os acusados esperam que lhes seja comunicada a pró xima audiência para dar continuidade ao processo. Esperam igualmente que mais para a frente possa ser marcado o dia do julgamento, para que finalmente recebam a sentença.
4 VENEzUELA
CORREIO DE CARACAS - 10 DE NOVEMBRO DE 2005
Expropriações em Yaracuy fazem emigrantes pedir justiça
María Rita de Vieira ao pé do carro onde o seu marido estava na altura em que foi assassinado.
Casa onde viviam os empregados da quinta "FATMI", de Vladimir Rodríguez, que foi destruída.
ca de trinta minutos. Acreditam que as propriedades foram tomadas por grupos que estão à margem da lei, cujos cultixtorsão, sequestro, invasão, vos de cana de açú car tem sido queiameaça. São palavras familia- mados e destruídos de maneira sistemáres para os imigrantes euro- tica. peus que são proprietários de Por sua vez, Fátima Vieira, irmã do terras no município Veroes do Estado falecido, assinalou que, embora ela goze de Yaracuy. Para obter alguns teste- de uma medida de protecção, foi-lhe immunhos dos afectados por esta situação pedido o acesso à quinta "La Gonzaleirregular, o CORREIO se deslocou no ra", propriedade de 69 hectares que diz domingo passado às propriedades de al- pertencer à família Vieira. guns deles. O caso mais trágico teve lugar a 6 de CANHICULTORES Agosto de 2003, quando faleceu o ma- PREOCUPADOS deirense Antó nio Vieira, de 41 anos, Segundo fontes contactadas no local, que era natural do Faial. A sua viú va, no Estado de Yaracuy residem um nú Maria Rita Baptista de Vieira, também mero importante de imigrantes e desportuguesa, assegurou-nos que o seu ma- cendentes de portugueses, espanhó is e rido foi assassinado durante a cobrança italianos que se têm dedicado durante de um "seguro" (dinheiro em troca de muitos anos ao trabalho na terra, prinuma segurança pessoal). "Como ele não cipalmente ao cultivo da cana de açú tinha na altura a quantidade de dinheiro car. que lhe exigiram, mataram-no", contaNeste local, Vladimir Rodríguez, prenos, convicta. sidente da Sociedade de Canhicultores A maioria dos proprietários de terras de Los Valles de Yaracuy (SOCAVAvivem em San Felipe (capital do Estado YA), mostrou-se preocupado com as de Yaracuy), pelo que para chegar às te- consequências agrícolas e alimentares rras é preciso fazer uma viagem de cer- que a queima deliberada de plantações
estaria a desencadear. Como tal, usando as pró prias palavras do presidente Hugo Chávez, recordou que a cana de açú car foi considerada uma bandeira do Governo nacional quando começaram os planos de desenvolvimento agrícola, para além de ser nomeado recentemente "rubro estratégico" porque a partir da cana de açú car se vai produzir etanol (combustível econó mico). "Estão afectados 9.000 hectares de cana e já se perderam 400 mil toneladas, ou seja, 30 mil quilos de açú car", explicou-nos Rodríguez.
Samuel Ferreira Bermúdez
E
IMPUNIDADE JUDICIAL E SILÊNCIO INTERNACIONAL Marbella Rodríguez, também proprietária de terras, partilhou com o CORREIO um episó dio recente que lhe terá acontecido a 4 de Novembro, ao tentar impedir que as pessoas queimassem as suas plantações. Diz que foi amarrada, agredida e rodeada com combustível para ser, presumivelmente, queimada viva. Contudo, conta-nos, o pessoal da quinta terá conseguido salvá-la. A suposta vítima classifica a situação como
sendo de "terrorismo agrário" e assegurou-nos que já fez queixa em todas as instâ ncias judiciais, policiais e militares. Contudo, não obteve qualquer resposta concreta nem foram abertas processos penais contra o presumíveis agressores. Por isso, atribui responsabilidades ao deputado Braulio Álvarez e à engenheira Laura Lorenzo, secretária de Terras do Estado de Yaracuy. Por outro lado, a irmãdo falecido Antó nio Vieira assegura-nos que a pessoa que assassinou o seu irmão continua em liberdade. Supostamente vive em Farriar (Yaracuy) e é a mesma que terá destruído a quinta da sua cunhada. Sobre este caso, refere, foi dado conhecimento à "Fiscalía Primera" do Ministério Pú blico de Yaracuy, mas não se terão accionado os procedimentos legais. As fontes consultadas também não se mostram de todo satisfeitas com a diligência das embaixadas dos seus países de origem. No caso dos portugueses, membros da família Vieira dizem que foram pessoalmente à embaixada de Portugal para solicitar uma audiência com o embaixador. "Ficaram de nos chamar, mas até agora não ligaram", lamentam.
CORREIO DE CARACAS - 10 DE NOVEMBRO DE 2005
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6 Venezuela
CORREIO DE CARACAS - 10 DE NOVEMBRO DE 2005
Polícia suspeita de "ajuste de contas" CPC organiza recolha de fundos no assassinato de emigrante Carlos Orellana
corellanacorreio@hotmail.com
J
uan José Correia, comerciante lusodescendente de 30 anos, foi encontrado sem vida no passado dia 25 de Outubro. O seu corpo foi localizado numa zona da Quebrada de Cú a, a uns metros do clube Araguaney, município de Urdaneta. A vítima - que se julgava ter sido sequestrada - foi surpreendida por um grupo de desconhecidos quando saía de um McDonald's, localizado na rotunda La Silsa de Charallave. Juan Correia era comerciante da distribuidora de bens e confeitaria Dispramar, situada na avenida Cristó bal Rojas de Charallave. Segundo testemunhos, a vítima seguia na sua moto Yamaha, quando foi interceptada por vários indivíduos que viajavam num carro de marca Hyundai, de cor branca, género táxi mas sem placas. Os indivíduos, que se encontravam armados, obrigaram o lusodescendente a descer da moto e a entrar no veículo, seguindo depois para a povoação de Cua.
A polí cia descartou a hipótese de sequestro no caso do lusodescendente Juan José Correia, assassinado em Valles del Tuy Os familiares da vítima reportaram o caso ao CICPC, julgando tratar-se de um sequestro. Sabe-se que horas antes do sucedido, Juan Correia tinha estado com a sua filha de cinco anos e com um grupo de amigos. Pouco depois de deixar a filha em casa, esta telefonou-lhe para pedir uma "cajita feliz", tendo sido apó s a saída do estabelecimento de comida rápida que tudo aconteceu. Segundo informações do médico forense, o comerciante apresentava seis feridas de bala na região frontal, no olho direito, abdó men, perna, peito e braç o. Contudo, as investigaç ões estão apenas no início. Da parte do CICPC existe a
Jean Carlos de Abreu
deabreujean@hotmail.com
O suspeita de que se tratou de um mó bil passional, já que não foram retirados pertences do jovem. Presumivelmente, Juan Correia teria uma ligação com uma jovem que estava relacionada com um delinquente. Contudo, serão as averiguações da polícia científica que esclarecerão todas estas suspeitas. A família, por seu lado, afirma que o seu desejo é que o castigo fique nas "mãos de Deus". Juan Correia era muito bem visto na zona. Os seus amigos caracterizavam-no como um excelente companheiro, solidário e leal. A sua morte enlutou grande parte da população charallavense, onde a família Correia é conhecida e estimada.
Grupo Folcló rico "Danças e Cantares" do Centro Português em Caracas (CPC) organizou, no passado dia 6 de Novembro, uma acção de solidariedade, com vista à recolha de fundos para o agrupamento musical. José Manica, um dos elementos do grupo, revelou que as verbas serão utilizadas para a compra de instrumentos novos e para a renovação dos trajes dos bailarinos, com os quais irão apresentar-se nos festivais e actuações privadas. Os grupos infantil e de adultos do CPC realizaram bailes típicos portugueses para animar a noite, que contou também com a interpretação de várias mú sicas pela artista portuguesa, Maria Lisboa. Durante a iniciativa foram também efectuados sorteios e vendidas rifas para premiar os que colaboraram na acção através da compra do bilhete. Também, na "fonte de soda", foram colocadas mesas com doces e comida típica que se pus à venda para que o pú blico colaborasse com estes representantes do folclore português na Venezuela.
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CORREIO junta anunciantes em mais um aniversário Agostinho Silva
asilva@dnoticias.pt
E
stá em curso a preparação de mais um aniversário - o sexto do CORREIO, o jornal da comunidade luso-venezuelana que em Maio deste ano passou a ser publicado todas as semanas. As comemorações do 6.º aniversário vão centralizar-se, uma vez mais, num evento a ter lugar no Centro Português, em Caracas. Tudo está a ser preparado para que leitores, anunciantes e entidades possam desfrutar de um momento agradável, juntando-se à já significativa equipa que todas as semanas produz e distribui o CORREIO. O aniversário será assinalado também com uma edição especial, um suplemento que se permitirá falar um pouco do que é o CORREIO e das pessoas que o fazem. A data de publicação é 1 de Dezembro, dia em que terá lugar também o evento que assinala o aniversário. O CORREIO é um jornal da comunidade que tem evoluído desde a sua fundação, já lá vão seis anos. Apó s a parceria com o DIÁRIO de Notícias da Madeira, a nossa publicação tem registado importantes índices de penetração na comunidade luso-venezuelana, chegando a todas as cidades com nú cleos de emigração portuguesa.
Sexto aniversário é assinalado no primeiro dia de Dezembro, num evento a ter lugar no Centro Português, em Caracas Desde Maio deste ano que o CORREIO é impresso à quinta-feira, em Caracas, dia em que se inicia a distribuição de cada uma das suas edições. Todas as edições chegam também à Madeira, em cada sábado, tendo em vista a crescente comunidade de luso-venezuelanos que já se fixaram na Região Autó noma. Paralelamente à edição semanal, o CORREIO presta um importante contributo à comunidade e ao país que representa, ao editar quinzenalmente um suplemento em castelhano e que é publicado às sextas-feiras com a edição do El Nacional, garantindo assim uma audiência de milhões de leitores em toda a Venezuela. A organização anual do "Encontro de Gerações", em parceria com o BANIF e com o DN-Madeira, é também uma das bandeiras desta jovem publicação semanal, numa iniciativa que tem conseguido resultados surpreendentes, pela aproximação de camadas importantes da comunidade e pela discussão de questões
Em Maio último o CORREIO passou a ter periodicidade semanal. Até hoje já foram publicadas 132 edições.
que a todos dizem respeito, não se ficando apenas pela capital venezuelana. As comemorações de mais um aniversário do CORREIO contarão, uma vez mais, com a presença de uma importante delegação que viaja de Portugal. Da comitiva fazem parte empresários e uma representação da Câ mara Municipal do Funchal, liderada pelo presidente Miguel Albuquerque. A Empresa Diário de Notícias, Lda., bem como o Grupo Lusomundo, estarão devidamente representados.
VEnEzuEla 7 BREVES Damas organizam almoço de solidariedade
Centro Social Madeirense comemorou "Dia da Cultura"
No próximo dia 20 de Novembro, as Damas de Beneficência de Caracas vão realizar o habitual almoço de São Martinho, que se vai rea lizar nas instalações da casa benéfica em Maracay, em Caracas. Ao convite, vão poder assistir aquelas pessoas que desejem colaborar com a recolecção de fundos para esta associação. Os fundos que se conseguirem angariar vão ser utilizados para a ajuda dos portugueses da zona capital que tenham mais necessidades. A entrada no con vívio, que permite participar no banque te, custa cem mil bo lívares e permite degustar de comida típica portuguesa e saborear vinho tinto ou branco e uísque.
No passado dia 6 de Novembro, nas instalações do Centro Social Madeirense de Valência (CSM), realizou-se uma acção de recolha de fundos que teve como prin cipal objectivo comemorar o "Dia da Cultura". No evento, grupos de danças formados no centro mostraram o melhor dos bailes da Venezuela, do Meio Oriente e de Portugal. O grupo coral do CSM cantou para todos os sócios e convidados. A finali dade desta iniciativa foi apoiar as mani festações culturais de outras nações e as lusas. Na festa, apresentou-se também, o Grupo Folclórico Juvenil e Infantil do clube e ofereceram-se degustações de comi das típicas lusas.
8 VENEzUELa
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Vendas natalícias agravam discó rdia entre comerciantes e vendedores informais Donos de estabelecimentos temem ter menos clientes devido à proliferação dos "buhoneros" que oferecem mercadoria nas ruas e praças Cátia, podem estabelecer-se às quartasfeiras. Estima-se que, durante o Natal, vão ados tratados por empresas instalar-se mais de 180 mil vendedores pú blicas e privadas apontam nas ruas e praças. Dentro da Venezuela, a que mais de 50% da popula- cidade capital é a que mais apresenta uma ção venezuelana depende da situação considerada crítica no que se reeconomia informal. A crise econó mica e fere ao desenvolvimento das vendas ama falta de fontes de trabalho tem contri- bulantes. A actividade concentra-se em buído para que metade dos venezuelanos quatro grandes eixos: o centro de Caracas, integre o mercado informal, tentando in- o bulevar de Sabana grande, Cátia (Oesovar para poder sobreviver. te) e Petare (Este). Contudo, como conA proximidade do Natal implica tam- sequência do alto nível de desemprego bém um aumento considerável de com- entre profissionais e técnicos, a venda pradores. Os comerciantes formais do ambulante expandiu-se a urbanizações de centro da capital e do bulevar de Saba- classe média, como El Cafetal e Santa na Grande temem que durante esta tem- Mó nica. É que, cada vez ais, os "buhoporada se registe uma diminuição da neros" não só fazem apenas parte das clientela devido ao desdobramento dos classes mais baixas. vendedores informais. Actualmente, as empresas também faOs donos dos estabelecimentos quei- zem o impossível para poder sobreviver. xam-se de que as autoridades municipais Por isso, muitas delas têm recorrido - aintinham prometido que em Dezembro to- da que não o reconheçam - aos canais inmariam medidas para evitar o desdobra- formais para colocar os seus produtos à mento da economia informal, mas até ao venda. Sumos, doces, jornais, discos, vímomento isso não aconteceu. deos, roupa, calçado, cartões telefó nicos, Na semana passada, a Câ mara Mu- frutas e guloseimas são alguns dos pronicipal de Libertador autorizou os co- dutos que se vendem de uma forma limerciantes informais a trabalharem, a vre pelas ruas do país, principalmente em partir do dia 15 de Dezembro, todos os Caracas, onde algumas zonas se converdias, sem respeitar o dia de descanso es- teram numa espécie de mercado persa. tipulado, ou seja, o domingo nalgumas zonas, nomeadamente no centro histó - PERFIL DE UM "BUHONERO" rico e no bulevar de Sabana Grande. Em Segundo estudos socioló gicos, a maioCarlos Orellana
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ria dos comerciantes informais são pessoas com baixa instrução escolar que se mostram satisfeitos com a actividade que praticam. Contudo, não é só este grupo da sociedade que trabalha de uma forma informal, pois muitos profissionais optam por esta forma de ganhar a vida. Porque o nú mero de pessoas que exerce profissão no comércio informal é cada vez maior, o venezuelano decidiu recorrer ao seu engenho para poder sobreviver às leis do sector informal. Assim, a arte e a criatividade se uniram ao "buhonerismo" para obter maiores resultados. É o caso de Alejandra Tavera, que trabalha como manicura em plena saída do metro de Sabana Grande. Trabalha meio dia porque está a tirar o ú ltimo ano do secundário e entende que é uma boa opção trabalhar assim para poder sustentar algumas despesas básicas. Da mesma opinião é Joana Terán, que trabalhou como doméstica numa casa durante vinte anos, mas agora faz tranças no cabelo das pessoas. "Já consegui ganhar um milhão numa semana, mas há alturas melhores que outras", disse. Outra das opções é ler as cartas e adivinhar o futuro, que é o que Damián Hernández faz, levando dez mil bolívares por pessoa. A sua mulher, formada em Direito pela Universidade Central da Venezuela e também desempregada, tem
um cantinho de venda de coisas variadas mesmo ao lado. Assim, consegue ajudar o seu marido a alimentar os seus três filhos: o maior de onze anos e os mais pequenos, gémeos, recém-nascidos. Agora, surgiu uma nova classe de vendedores ambulantes. A dos "sifrinos" (vaidosos) do Este". Na sua maioria são profissionais e técnicos que ficaram desempregados por causa da recessão econó mica. Viram-se por isso obrigados a descobrir as suas qualidades como vendedores e, inclusive, como produtores. A avenida Luís de Camões, entre Macaracuay e El Cafetal (na via do cemitério do Este), é um dos refú gios preferidos pelos novos comerciantes informais, da mesma forma que Santa Mó nica. Aqui, as mercadorias são muito diversas, vão desde comida a cães, passando por bonsáis, cães de raça, pássaros, roupa e calçado de marca; assim como quadros, bonés, artesanato, colares e, claro, bolos caseiros de todos os tipos. Rigo Pérez tem 61 anos e vende cachorros nesta avenida que fica a poucos metros do Centro Português de Caracas. Este profissional da construção está desempregado e comenta-nos que os lucros que consegue obter a vender cachorros quentes não são muitos. Contudo, permitem-lhe sobreviver enquanto não arranja emprego no sector formal. Por sua vez, Cláudia Guerrero, de 26 anos, é estudante de publicidade e ganha a vida a vender bolos de chocolate desde que a empresa a que pertencia entrou em falência. Também está a vender na rua enquanto não arranja emprego.
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Conheça a Escola Virtual Estudantes podem trabalhar em rede com sistema de aprendizagem especí fico que está disponí vel on-line especiais que há nas enciclopédias virtuais. Finalmente, acede-se à página denominada "modo de pagamento". possibilidade de estudar Nesta especifica-se o preço a pagar e pela Internet representa apresenta-se as diferentes formas de uma grande vantagem pa- pagamento que se podem escolher para as pessoas que tenham ra aceder ao serviço. outras ocupações durante o dia e contem com uma apertada agenda de tra- FunCIOnalIDaDES balho. Quando se trata de aprender DISPOnÍ VEIS outra língua, as aulas virtuais constituem hoje uma alternativa. O site A estrutura da Escola Virtual é sewww.escuelavirtual.pt, lançado re- melhante à de uma escola real, dispocentemente pela Secretaria de Estado nibilizando conteú dos programáticos das Comunidades, permite conhecer por ano de escolaridade e disciplina, a cultura de Portugal na Internet. bem como um conjunto de funcionaEsta plataforma electró nica de en- lidades extra. Mediante uma inscrição, sino pretende abranger numa primei- o aluno poderá aceder a este serviço, a ra fase cerca de onze mil alunos e exis- qualquer hora e a partir de qualquer te graças ao acordo feito entre o Mi- computador. nistério da Educação, a Caixa Geral de A Escola Virtual encontra-se orgaDepó sitos, a Porto Editora, a Univer- nizada em: "Secretaria", "Sala de Aula", sidade Aberta, a Universidade Lusíada, "Testes", "Centro de Recursos" e "Fó a RDP (Rádio Difusão Portuguesa) e a rum". Cada uma destas áreas, depois RTP (Rádio e Televisão de Portugal). de feito login, pode ser acedida através Actualmente, estão disponíveis os da página pessoal do aluno. programas curriculares do 9º ao 12º Na "secretaria", podem ser alteraano, prevendo-se que em 2007 os alu- dos alguns dados pessoais, condições nos tenham acesso aos programas dos de acesso ao serviço, bem como o nú restantes anos escolares. mero de disciplinas em que o aluno Os estudantes vão trabalhar num está inscrito. sistema de auto-aprendizagem, onde Na "sala de aula", o aluno acede ao só lhes é permitido avançar para o conteú do integral de todas as discinível seguinte depois de terem res- plinas em que se encontra inscrito. pondido correctamente a determinaCada aula expõe os conteú dos prodas questões. Para além do mais, os es- gramáticos recorrendo aos mais ditudantes vão dispor de uma rede de versificados recursos multimédia, coprofessores para esclarecer dú vidas. mo animações, locuções, ilustrações, vídeos, simulaç ões e outras COMO SE InSCREVER? interactividades. Ao aceder à página, o utilizador deNa secção dos "testes", o aluno pove dirigir-se ao link denominado ins- derá, para cada disciplina adquirida, crições e fazer um click com o rato ne- pô r à prova os conhecimentos adquile. De imediato, o servidor remete o ridos na exploração das aulas. utilizador para uma página onde se reAqui, depois de seleccionada a disquer a condição pessoal, ou seja, se re- ciplina pretendida, é possível simular fira se é aluno e deseja se inscrever testes em tempo real bastando para isou se é um encarregado de educação e so escolher um tema ou todos os tequer inscrever alunos. mas da disciplina, o nú mero de quesUma vez seleccionada esta opção, tões - a partir de uma vasta e completa é preciso preencher os formulários de base - e o tempo limite. inscrição que estão disponíveis na páPara cada dez testes consecutivos gina. Neste, colocam-se os dados pes- os resultados são gravados, sendo possoais, nomeadamente o nome, e-mail, sível avaliar o progresso do aluno nespaís onde reside, có digo postal, nome se conjunto de testes. de utilizador e uma chave para aceder Por sua vez, o "centro de recursos", à escola virtual, que só pode ser utili- agrega materiais e documentos comzada depois de ter completado todo o plementares à "sala de aula” , nomeprocesso de inscrição. adamente exames nacionais, biblioDepois de preencher todos os re- grafias, tabelas e fó rmulas, entre ouquisitos, é preciso preencher a folha tros. de inscrições, sendo que o botão "conFinalmente, o "fó rum" é uma área tinuar" o vai levar à pró xima página, privilegiada de comunicação e entreaonde se deve escolher as disciplinas juda, na qual os estudantes podem tirar que correspondem ao ano que deseja dú vidas ou discutir temas relacionafazer. Depois, são mostradas as ofertas dos com a educação. Noelia de Abreu
noeliadeabreu@gmail.com
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Disciplinas oferecidas pela Escola Virtual no ano lectivo 2005-2006 Matemática A do 12° ano Português do 12° ano Matemática A 10° ano Português 10° ano Física e Química 10° e 11° ano Biologia e Geologia 10° e 11° ano Matemática 9° ano Língua portuguesa 9° ano Matemática 4 ano Língua Portuguesa 4° ano Estudo do Meio 4° ano Nota: O projecto Escola Virtual disponibilizará, a médio prazo, conteúdos para todas as disciplinas nucleares do 1.º ao 12.º anos de escolaridade
Custo por Inscrição Preço (por ano lectivo)
1 Disciplina
Campanha de Natal * (por ano lectivo)
19,80 €€
9,90 €€
2 Disciplinas
39,60 € €€
19,80 €
3 Disciplinas
59,40 €€
29,70 €€
4 Disciplinas
79,20 €€
39,60 €€
5 Disciplinas
99,00 €€
49,50 €€
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“ Churros” com receita lusa Nathali Gómez
nInGuÉM RESPOnDE POR nÓ S
"Faz aqui falta um centro onde se ir a Mérida e não co- reunisse a comunidade portuguesa. mer “ churros” é co- Cheguei a propor um sítio que tenho mo ir a Itália e não vi- mas ninguém me deu resposta", lasitar o Papa", expressa mentou José Freitas. entre risos José de Jesus Freitas, proSegundo o comerciante, há alguns prietário da churreria Magnó lia, em meses morreram dois compatriotas e funcionamento há 32 anos. O local, si- ele teve que lhes fazer o funeral portuado perto da Praça Bolívar, é gerido que ninguém se responsabilizou pelos por este madeirense, natural da Ca- seus cadáveres. macha, que conta com a ajuda dos seus Manuel Pereira Pontes , da Ponta familiares. do Sol, e Manuel Conceição, natural O nome do negó cio foi inspirado do Porto Moniz, eram dois idosos que na abundâ ncia daquele tipo de flores viviam em condições precárias em Méno Funchal, sendo também uma ho- rida. Recolhiam latas e tomavam o pemenagem à Quinta Magnó lia, na "ca- queño-almoço na Magnolia. José Freipital" madeirense. "Gosto muito desse tas dava-lhes comida. Eles não queriam local devido ao seu parque pú blico e regressar a Portugal porque estavam jardins. Vou lá todos os anos", afirma. já há 50 anos na Venezuela. Quando Mas apesar de fazer do fabrico e morreram não tinham ninguém que asvenda de “ churros” a sua principal sumisse os gastos. "Deveria haver um actividade, José Freitas teve outras lar para os idosos e gente que responocupações enquanto emigrante na Ve- desse pelos portugueses de menores nezuela. Chegou a Cabimas (Estado recursos", opina. de Zulia) em 1957. Nessa altura, dediQuanto às tradições religiosas excou-se ao artesanato de vime. Quatro pressa que antes era feita a procissão anos depois mudou-se para Mérida, de Nossa Senhora de Fátima, mas, de onde continuou no mesmo ofício, até um momento para outro, ela deixou que em 1962 se tornou independente. de ser realizada, porque alguns portu"Foram muitos anos a dividir o pão até gueses negaram a sua colaboração fique comprei o negó cio e assim co- nanceira para cobrir os custos. meçaram os “ churros” , conta. Em Mérida, há um grupo folcló rico José Freitas não divulga a receita e que tentou formar um centro social e apenas diz que sabe qual a textura cer- cultural, mas "como há tanta desunião, ta e as características dos seus “ chur - não foi possível conseguir um acordo", ros” através de provas constantes. No afirma José Freitas. estabelecimento, que abre das sete da Já sobre a cidade onde vive, o emimanhã às oito da noite, fazem-se filas grante apenas consegue destacar asenormes na parte da tarde, pois os es- pectos positivos, pois gosta muito do tudantes e os turistas não querem ir clima, dos habitantes e da tranquilidaembora de Mérida sem 'mergulharem' de. Tudo isso a juntar à forma como é os “ churros” numa taça de choco- considerado pela população. "Eu já me late. Além disso, vendem-se batidos, sinto venezuelano. A Portugal vou pasarepas andinas, refrescos e outras gu- sar férias, mas fico-me por este paraíloceimas. so", conclui.
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Em Mérida, um emigrante madeirense satisfaz a gulodice dos clientes com “ churros” e chocolate quente.
12 HISTÓRIA DE VIDA
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Ao trabalho com 70 anos
Maria das Neves de Freitas Los Rastrojos, Estado Lara
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eves, como todos a chamam, é uma mulher típica do interior da Madeira. Oriunda da Tabua, chegou à Venezuela em 1966, quando estava prestes a cumprir 34 anos. Era a ú nica filha e com ela acabou a emigração da família. Os seus três irmãos mais velhos saíram da Madeira para evitar a tropa e a miséria. Emigraram assim que chegaram à maioridade. Os mais velhos mandaram buscar o mais novo, quando este apenas tinha 10 anos de idade. Foi levado pelo pai, com a firme intenção de deixá-lo e regressar. Mas os filhos insistiram para que ficasse e assim foi. Neves permaneceu com a sua mãe enquanto os irmãos e o pai se acomodavam. O tempo passava lentamente, até que por fim os irmãos mandaram-nas buscar. Ficaram uns tios e uns primos que nunca mais voltou a ver. O pouco que a família tinha na Ma-
deira foi perdido. Viviam numa casa velha da sua avó , que a queria deixar de herança à mãe de Neves. Tiveram que fazer a partilha por terceiros porque a Lei não permitia que os restantes filhos ficassem sem nada. A avó tenciona deixar 3/3 a sua mãe e 1/3 para repartir entre os restantes tios e tias. O pai de Neves não queria que a sua esposa aceitasse a herança e propô s que fosse deixada aos netos. Ficava então um palheiro de paredes de pedra e um telhado de palha, mas este já não existe, um vez que foi destruído para passar uma estrada. Quando jovem, Neves era bordadeira. Trabalhava para uma casa de bordados do Funchal, por intermédio de uma vizinha que fazia a distribuição dos bordados. Embora nunca tenha sido de sair muito, gostava de conversar enquanto bordava, e da camaradagem com as outras bordadeiras. Quando tinha algum problema para terminar um bordado a tempo pedia às suas amigas para ajudá-la, por linha ou por dia. Esse era um compromisso moral: Ela depois pagava da
mesma maneira o favor. Ninguém anotava nada, a palavra e a consciência da dú vida bastavam para manter a amizade e a boa vizinhança. Neves recorda os tempos em que se distraíam bordando, na parte da tarde, sentadas em grupo nas escadas da sua casa, que davam para a igreja, vendo assim as pessoas a pas-
sar. De alguma forma, a Igreja está presente na sua vida. Recorda a sua primeira Semana Santa na Venezuela. Dava-lhe vontade de rir a procissão do Santo Sepulcro. Para ela era uma espécie de baile a forma de dar três passos para a frente e um para trás. Na Venezuela, a vida foi dura. Como irmãsolteira, dedicou-se a cuidar dos pais, o que fez com a devoção que deve ter qualquer filho. Depois da morte de ambos, teve que sair para a rua e trabalhar. Além dos bordados nunca trabalhou em mais nada. Quase aos 70 anos, começou a trabalhar em casa de famílias portuguesas. Mas em pouco tempo adoeceu. Neves apenas tem recordações confusas da Madeira. As imagens vêm à sua mente como uma fotografia, mas sabe que a ilha mudou muito. Agora tem toda a sua família na Venezuela e estranha a vida tranquila. Não se recorda de ter medo de sair ou de fazer amigas. Hoje, permanece muito tempo na casa que partilha com um irmão.
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"não importa se não ganhamos" a abstenção", assinala Freitas. Desde 2000 que este lusotababor@cantv.net descendente faz parte da comissão de amizade parlamenos ú ltimos seis tar Venezuela-Portugal, em anos, a Venezuela representaç ão do Estado de tem realizado di- Vargas. Tal delegação tem tenferentes proces- tando desempenhar um trasos eleitorais progressivos. balho de ligação entre as auAgora, é a vez de eleger os re- toridades do Governo venepresentantes da Assembleia zuelano e do Governo Nacional e no passado dia 30 português. de Outubro começou a camRecentemente, realizou-se panha eleitoral para as eleiçõ- um acção de comemoração do es que têm lugar no pró ximo Dia de Portugal, para a qual dia 4 de Dezembro. se convidou o actual embaiO lusodescendente José xador, o cô nsul geral de PorGuido de Freitas, que é can- tugal, o cô nsul de Valencia didato a deputado principal, e uma representação do Cenpelo Movimento Quinta Re- tro Português. Para além do pú blica, instou o eleitorado a mais, contou-se com a partise dirigir às urnas e a exercer cipação de grupos folcló ricos este importante exercício de e se convidou a comunidade soberania. portuguesa que estava no "Não importa se ganhamos evento a visitar as instalações ou perdemos. O importante é do parlamento. conseguir reduzir a abstenção Quanto ao caso de exproque tem sido originada pelas priações de terras, que preoguerras mediáticas. Acredita- cupa imenso a maioria dos vemos que vamos ter sucesso, nezuelanos e portugueses que mas o nosso objectivo não é têm terrenos, Guido de Freitas vencer as eleições, mas baixar expressou que no país a proTábita Barrera
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priedade privada é respeitada. "Se há elementos da comunidade lusa que têm os seus documentos em dia podem contar que não lhes acontece nada. Pelo contrário, garantimo-lhes que ninguém vai tocar nessas terras. No entanto, se de alguma forma foram estafados e os documentos são originais, a culpa não é do Governo. O Estado está num plano nacional de recuperação de terras", expressou. No que se refere à transferência das reservas internacionais do país, dos Estados Unidos para a Europa, informounos que a acç ão se realizou porque é preciso que a Venezuela vele pelos seus interesses e evite sair prejudicada se o país anglosaxó nico entrar em decadência. Mesmo assim, deixou claro a importâ ncia da participação dos venezuelanos no processo eleitoral que se vai realizar nos finais do ano e fez um apelo às pessoas da oposição e a todas as comunidades para que exerçam o seu direito de voto.
14 CULTURA
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"As minhas folhas de prata" Uma memó ria lusa O novo livro de Manuelita Ferreira aborda as vivências por que passaram muitos emigrantes portugueses. Noelia de Abreu
noeliadeabreu@gmail.com
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esta vez, tendo em conta o seu habitual estilo de poemas e pensamentos, Manuelita Ferreira se apresenta com uma nova faceta, através de um relato autiobriográfico comovedor e profundamente humano", expressa Ruth Neumann, que faz a introdução da nova publicação literária da escritora. 'As minhas folhas de prata' foi publicada nos finais de Outubro deste ano, sendo, no entanto, a primeira criação da autora, que já escreve há vários anos. Estas memó rias reflectem muitas das vivências por que atravessaram os portugueses que emigraram e das esposas e filhos que aguardavam em Portugal a ordem de embarque para a Venezuela. Cada histó ria tem as suas raízes, as quais narram ao longo de 86 páginas reflexões sobre a vida e os seus altos e baixos, sobre a dor e a alegria.
Dados da autora
Breves extractos do livro
• Manuelita Ferreira nasceu em Fátima. Chegou à Venezuela em Janeiro de 1955. • Actualmente e desde 1984 é Dama Voluntária de Hospitais no Hospital de Vargas, o que a fez descobrir uma outra faceta da vida: A da ajuda ao próximo. • Pelo seu primeiro trabalho de poesia "Cosecha" recebeu o prémio "Espectáculo Internacional" e depois "La Estrella de oro de Venezuela". • Livros: Cosechas, Poemas y pensamientos, Otra Mujer, Siete Colores en un Zafiro, Burbujas Oníricas, Abanico de Frases.
"Junto dos meus irmãos conheci a fome e a angústia da minha mãe por não ter o que nos dar de comer. Muitas vezes o dinheiro não servia para nada".
As pessoas que queiram comunicar-se com a autora, seja para adquirir um exemplar das suas obras ou solicitar alguna informação pode fazê-lo através do número: 0212-870-91-92 ou enviar um e-mail para: ventas@manuelita.com.ve. Também podem visitar a página www.manuelita.com.ve.
Quem descobriu o Brasil? Livro de contos narra de uma maneira simples a forma como os portugueses chegaram ao território brasileiro to por Pedro Alvarez de Cabral em 1500, mas que foi delia_jornalista@yahoo.com uma espécie de remontagem li Reyes Hernán- de descobrimento, pois os dez, veterinário, portugueses já sabiam da é natural de Ca- existência desses territó rios racas e há a al- antes de que os espanhó is", guns anos para cá tem uma explica o autor da obra. paixão pelos retratos breves. Reyes Hernández comenEm 1990, publicou o seu pri- ta-nos que no Brasil ainda se meiro livro de contos intitu- discute sobre quem é o deslado "Tigrero" e actualmente cobridor do país. prepara-se para publicar o A ideia de escrever um conto, "Portugal Mar Afora". conto centrado neste tema O livro tem precisamente es- surgiu depois de ter lido um se nome. autor chamado Stefan Zweig, "O relato tenta contar de que escreveu um livro intituuma forma amena e simples lado "Brasil, país do futuro", que o Brasil não foi descober- onde é abordada a descoberDélia Meneses
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ta do país americano. "O que eu tento expressar através do meu conto é algo que muitos historiadores já abordaram de uma forma mais profunda até. Mas podemos dizer que é uma primícia histó rica porque é um assunto que ainda não foi divulgado. E eu tenciono fazêlo de uma forma amena, pois assim o exige a linguagem que é utilizada nos contos", diz. De acordo com o relato de Reyes Hernández, o espanhol Vicente Yañez Pinzó n viajava juntamente com Diego Lepe pelas costas venezuela-
nas em 1499, passando por Guayanas, Surinam e Brasil. Ao saber disto, o rei de Portugal despachou uma expedição de 13 caravelas que iam para a Í ndia e ordenou que esta desviasse a sua rota desde o continente africano para a América, para que se descobrisse, de propó sito, o Brasil. E teriam que fazer isso antes que os espanhó is chegassem, pois caso contrário eles ficavam com a fama da descoberta. O autor, depois da sua investigação feita durante vários anos, indagou que nessa altura (século XVI) quem conduzia a informação eram os portugueses. Por isso, chegaram ao territó rio brasileiro primeiro que os espanhó is.
"As montanhas de La Guaira e os seus pequenos ranchos podem ser vistos como um nascimento, como as casas que se colocam no presépio para recordar o nascimento de Jesus. Tudo o que via me era estranho". "Um dos muitos problemas que tinha que enfrentar era o de ser bonita: já que os homens só pensavam em sexo quando olhavam para mim". "Sentia inveja dos homens que atendiam a uma coisa de cada vez; nós as mulheres temos que fazer várias ao mesmo tempo". "(…) Sentia-me só, apesar de estar rodeada dos meus filhos, que nem se davam conta que eu existia como ser humano". "Um bom semeador pode lançar dois tipos de sementes. Semear trigo para alimentar o corpo e amor para nutrir o espírito".
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BREVES Clara Ferreira Alves no aniversário do IPC Para os actos das Comemorações Pessoanas e do XV aniversário do Instituto Português de Cultura estará em Caracas a directora da Casa Fernando Pessoa, espaço cultural polivalente que, no coração de Lisboa, recorda a obra do poeta de Mensagem. Autora de" Mala de Senhora" e outras histórias como "A Pluma Caprichosa", Clara Ferreira Alves participará em diferentes eventos dirigidos à comunidade e ao público venezuelano.
"Noite Escura" candidata ao Óscar
Trata-se do mais recente filme de João Canijo - Porto, 1957 - que vai participar, junto a 57 outras obras, na corrida ao prémio cinematográfico mais mediático, ainda que tal nem sempre esteja a par dos valores estéticos da fita premiada. Canijo, argumentista e realizador, além de "Noite Escura" (2004) é autor de "Ganhar a Vida" (2001), também apresentado em Cannes, e estreou-se em 1972, com "Fim de Estação".
Fadista com méritos
Mísia, uma das fadistas portuguesas de maior projecção internacional, acaba de ser agraciada com a Ordem do Mérito, a sua segunda condecoração importante ao longo de 2005, já que a começo do ano tinha conquistado Ordem de Cavaleiro das Artes e das Letras (França), país que, em Novembro de 2004, a tinha distinguido com a Medalha Vermeil da Cidade de Paris. A fadista acaba de lançar o seu oitavo álbum, Drama Box, onde canta inéditos de Vasco Graça Moura, Natália Correia, Rosa Lobato Faria, Paulo José Miranda e José Luís Peixoto e também Adivinha, um tema de José Saramago, com música de Mário Pacheco. Extraído do Fax Informativo Artes y Letras do Instituto Português de Cultura
Mariza, a nova cara do fado Prémio Internacional Amália Rodrigues distingue Mariza como a artista que mais tem divulgado a música portuguesa além fronteiras. Noelia de Abreu
noeliadeabreu@gmail.com
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fado encontrou em Amália Rodrigues o seu máximo exponente, mas actualmente este género musical conta com outra cantora que está a dar que falar não só em Portugal como muito mais além das fronteiras lusas. As melodias contagiosas desta artista de 32 anos atraem multidões em Portugal e a versão moderna está a ganhar cada vez mais adeptos no estrangeiros. "Até há pouco tempo se dizia que o fado era um género menor", disse Mariza numa entrevista à Associated Press, uma agência de notícias dos Estados Unidos. Explicou, ainda, que para ela o fado é um género versátil e vigoroso, como o jazz, que pode adoptar distintos estilos sem perder a sua essência. "O fado não tem limites. O fado pode voar", disse a cantora, que acabou de gravar o álbum "Transparente" no Brasil, com o produtos Jacques Morelenbaum, vencedor do Grammy. Apesar de existirem pessoas que não apoiam a sua maneira de interpretar o fado, pois consideram que possui uma atitude burlesca e que a sua dicção não é a mais apropriada, a artista tem fiéis seguidores que desfrutam do seu estilo e recusam a tendência do fado amargo e sombrio. Por isso, entendem que o seu trabalho musical é interessante. Embora a cantora permaneça fiel ao protocolo do fado português, que inclui um xaile preto sobre o vestido preto comprido até aos tornozelos e o acompanhamento de três guitarras acú sticas, esta jovem introduziu elementos novos que resultam cruciais, como a eleição de poemas de autores portugueses, para além dos arranjos de compositores modernos, a quem convida a participar nas suas criações. As suas actuações devem muito aos instrumentos não tradicionais que a acompanham, nomeadamente à flauta e ao acordeão.
CULTURA 15 Reconhecimentos • Prémio Amália Rodrigues Internacional distingue Mariza como a artista que mais tem divulgado a música portuguesa além fronteiras. • Com apenas dois discos, Mariza vendeu cerca de meio milhão de cópias em todo o Mundo, das quais 200 mil em Portugal. • Galardão TRIPLA PLATINA, pelas mais de 120.000 copias vendidas em Portugal com o primeiro CD Fado em Mim. • No passado dia 2 de Novembro Mariza foi nomeada para o prémio de Melhor Artista da Europa 2005 em World Music, pela BBC Radio 3, galardão que já recebeu em 2003
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MTV põe Lisboa no mapa da mú sica Liliana da Silva
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m dos eventos mais importantes e esperados do ano não só no continente europeu como em toda a indú stria musical teve como cenário o Pavilhão Atlâ ntico na cidade de Lisboa. Mais de 10.000 pessoas marcaram presença neste recinto emblemático do Parque das Nações para assistir aos Prémio MTV Europa 2005, um grande espectáculo que contou com as actuações de artistas conhecidos internacionalmente, como Madonna, Gorillaz e Colplay. Esta banda inglesa foi uma das grandes vencedoras da noite, arrecadando dois prémios, assim como os norte-americanos Green Day.
Esta XII edição dos Prémios MTV Europa foi seguida por cerca de mil milhões de telespectadores de todo o Mundo, que puderam ver em directo onze ac-
Vencedores do MTV Europe Music Awards 2005
O Pavilhão Atlântico, construí do para a Expo 98 na capital portuguesa, recebeu os prémios MTV Europa 2005 tuações e a entrega dos quinze galardões da noite, este ano com sabor lisboeta. Os prémios foram entregues por grandes figuras da mú sica e de outras áreas, como foi o caso dos futebolistas Luís Figo e Nuno Gomes, encarregues de dar em mãos o prémio de Melhor Grupo de Rock. Em palco estiveram ainda outras estrelas como Gael García Bernal, Diego Luna, Jared Leto, Alison Goldfrapp, Nelly Furtado, Anastacia, John Legend, Craig David, Shaggy, Sean Paul, Tatu e Sugababes. A primeira actuação da noite coube à sempre polémica Madonna que interpretou pela primeira vez a canção 'Hung Up',
que faz parte do seu novo álbum 'Confessions On A Dance Floor'. Outras actuações estiveram a cargo de Robbie Willians, Coldplay e da impressionante e vanguardista actuação da banda 'virtual' Gorillaz, que se fez representar no palco por uma espécie de hologramas, que interagiam com o pú blico. Uma das grandes surpresas da noite, inclusive para a pró pria vencedora, foi a distinção de Shakira como melhor Artista Feminina. A colombiana emocionouse a receber o prémio, tendo confessado que nem sequer tinha preparado um discurso, pois não estava à espera de ganhar. Como em edições anteriores,
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PTO. LA CRUZ
Telfs.: (0281) 267.88.55 / 75.01
MATURIN
Telfs.: (0291) 651.36395 / 94.11
TRABAJAMOS
PARA BRINDARLE MAS
o MTV Europe Music Awards reconheceu as iniciativas humanitárias, com a entrega do prémio Free Your Mind a Bob Geldof, pelo trabalho efectuado pelo mú sico na conquista de melhores condições de vida em África, nomeadamente através das receitas obtidas em dois grandes eventos musicais que organizou, juntando diversos artistas internacionais. Foram eles o Live Aid em 1985 e o Live 8 em Julho deste ano. Já a Melhor Artista Português concorreram os grupos Blasted Mechanism, Boss AC, Da Weasel, Humanos e os The Gift. Estes ú ltimos foram os vencedores.
Melhor Álbum: 'American Idiot', de Green Day Melhor Canção: 'Speed Of Sound', de Coldplay Melhor Grupo: Gorillaz Melhor Artista Feminina: Shakira Melhor Artista Masculino: Robbie Williams Melhor Artista Alternativo: System Of A Down Melhor Artista de Rock: Green Day Melhor Artista de Pop: The Black Eyed Peas Melhor Artista de Hip Hop: Snoop Dogg Melhor Artista de R&B: Alicia Keys Melhor Artista Revelação: James Blunt Melhor Video: 'Believe', de The Chemical Brothers Melhor Artista Espanhol: El Canto Del Loco
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Sandra e Ricardo Stefanny Gonçalves rainha infantil mundial 2005 actuam no Curaçau Com apenas oito anos, lusodescendente ganha concurso internacional que se realizou no Peru Carlos Orellana
corellanacorreio@hotmail.com
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ogo depois da sua participação no Mini Globe Venezuela, da qual resultou eleita como a Primeira Finalista do concurso, Stefanny Grace Gonçalves Pestana, filha de madeirenses naturais da freguesia do Estreito de Câ mara de Lobos, viajou a Arequipa, Peru, para participar no concurso "Rainha Infantil Mundial", onde representou a Ilha de Los Roques, saindo vencedora no passado dia 15 de Outubro na Plaza Las Américas.
Gonçalves foi enviada para o concurso a 11 de Outubri, através da agência "Carol Model&Line", que é dirigida por Victor Aguilar. Neste concurso internacional, destacou-se a beleza e o talento da lusodescendente, que trouxe consigo não só a coroa como o título de "Melhor Traje de Fantasia" e as bandas de "Mini Amistad" e "Mini Elegâ ncia". Desde a sua primeira aparição nas páginas do CORREIO, esta jovem que tem conseguido cativar as pessoas prometia que com a sua doçura e beleza iria conseguir conquistar o jú ri peruano. Stefanny segue os passos de Tiffany da Silva, que já se destacou em vários canais de televisão e é, para além do mais, uma modelo com muito futuro que facilmente se poderia ver dentro de alguns anos no Miss Venezuela.
Jean Carlos De Abreu
deabreujean@yahoo.com
O
s irmãos Rodrigues, Sandra e Ricardo, apresentam-se nos pró ximos dias 13 e 14 de Novembro na Ilha do Curaçau, onde realizarão uma actuação para a comunidade portuguesa, radicada naquela localidade. A iniciativa partiu do Banco Espírito Santo, em particular de Ricardo Xavier, e tem por finalidade premiar a fidelidade dos empresários lusitanos que têm contas naquela entidade bancária, assim como atrair novos investidores. Os irmãos Rodrigues visitam a ilha pela segunda vez, tendo por objectivo promover a mú sica portuguesa, assim como o convívio com as duas comunidades, tanto a do Curaçau, como a lusa. Sandra e Ricardo promoverão também as suas três primeiras produções discográficas, duas de mú sica portuguesa e outra de melodias venezuelanas. A estada da dupla durará dois
dias e terá como nome "Sandra e Ricardo 2005". Durante a viagem, está prevista uma apresentação aos meios de comunicação social locais para falar do novo projecto, que se intitulará, "Por amor a Portugal". No concerto, os irmãos interpretarão canções dos seus três álbuns, nos quais prestam tributo a Portugal e à Venezuela, com a finalidade de recordar um pouco dos sons portugueses a esses emigrantes que saíram do seu país Natal, alguns há mais de 30 anos.
18 TRAÇOS DE PORTUGAL
Braga
a Roma portuguesa Liliana da Silva
Lilianadasilva19@hotmail.com
O
distrito de Braga pertence à conhecida província do Minho no Norte de Portugal. Com cerca de 2.700 km2, esta cidade possui, segundo o ú ltimo censo realizado em 2001, cerca de 900 mil habitantes. Esta população elevada obedece ao rápido crescimento comercial e turístico de Braga e é actualmente esta cidade é o centro da região do Minho, pois fica a pouca distâ ncia do Porto, de Monção e da fronteira espanhola. Por isso, Braga tornou-se numa paragem obrigató ria para os turistas que se propõe a conhecer o Norte de Portugal. Esta cidade atravessou ao longo da sua histó ria épocas de gló ria e castigos. Depois de ter sido fundada pelos Celtas no ano 300 a.c. e ser um dos centros administrativos do Império Romano em 27 a.c., Braga foi objecto de destruição pelas mãos do povo muçulmano numa das guerras da antiguidade. No entanto, o povo português encarregou-se de erguer novamente a cidade ao longo dos séculos, sustentando uma arquitectura e um esplendor barroco tão particular que é difícil encontrar numa cidade similar em toda Europa. Hoje, o rápido desenvolvimento de Bra-
Conhecida como Bracara Augusta, nesta cidade está o Santuário do Bom Jesus do Monte, um dos monumentos religiosos mais visitados de Portugal. ga, aproveitando algumas das suas características naturais, como o seu solo fecundo protegido dos ventos por várias montanhas e recorrido pelos rios Homem e Cavado, a tem levado a ser considerada como uma das melhores cidades portuguesas para viver. De facto, apresenta parâ metros de desenvolvimento e de qualidade de vida muito acima da média nacional, sendo apenas superado pela capital, Lisboa, e pelo Porto. É em parte devido a esses factores que a sua população aumentou em mais de 25% nos ú ltimos trinta anos. Todas estas vantagens têm feito com que o Distrito de Braga se transforme numa das regiões portuguesas mais propícias para o investimento. A origem antiga desta cidade do Norte português é conservada em algumas das suas estruturas, como falaremos mais adiante, mas Braga e uma das urbes por-
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Pí lulas de Braga: • Esta cidade possui um recinto feiral onde se realizam todos os anos destacados eventos, como as feiras agrícolas, do livro, de antiguidades, de caça, de pesca, etc. • No Verão, funciona diariamente um extenso parque de atracções conhecido como Bragalândia. • Durante toda Semana Santa há muitas procissões e os altares das Igrejas, cada um invocando uma cena da paixão de Cristo, encontram-se lindamente decorados com flores e velas. Esta semana atrai muitos turistas à cidade, vindos de todo o país e de Espanha. • Todas as terças-feiras, no exterior do Parque de Exposições de Braga, realiza-se uma grande feira onde podem ser encontrado todo o tipo de móveis, roupas, calçado e várias utilidades domésticas. • De todo o país chegam excursões para participar nas festividades do S. João Bracarense, em que as pessoas batem nas cabeças de quem passa com os tradicionais "martelinhos" e os "alhos-porros". Fonte: Câmara Municipal de Braga tuguesas com maior vida nocturna promovida pelos seus estudantes. É esta amplia agenda cultural, dinâ mica e enérgica, o que levou a que Braga fosse considerada a cidade mais jovem da Europa em 1989. SANTUÁRIO DO MUNDO Braga é conhecida por muitos como a "Roma Portuguesa", pela sua variada arquitectura religiosa, composta por várias igrejas barrocas e pelo famoso Santuário do Bom Jesus do Monte, e como a "Cidade dos Arcebispos" por contar com dois arcebispos. É por isso que Braga é, provavelmente, um dos maiores centros religiosos de Portugal, ao qual anualmente acodem milhares de cristãos que encontram neste imponente santuário um espaço de paz e tranquilidade. O Bom Jesus do Monte é considerado como a maior atracção turística e religiosa da cidade e da região. Este imponente monumento está localizado no ponto mais alto da cidade, enfeitando desde uma colina as ruas e as avenidas de Braga. Embora passeie pelo centro histó rico e comercial deste distrito, o santuário é a maior e mais visível guia, graças à qual nunca se vai sentir perdido.
Com 365 escadas, esta magnífica obra arquitectó nica conjuga a obra da natureza com a notável obra do homem, desenvolvida por André Soar há muitos anos. Espertos na matéria afirmam que esta é uma referência obrigató ria do barroco europeu, que evidencia a pró pria evolução da arte bracarense. Ao longo dos séculos, esta igreja tem sido modificada devido a muitos factores como o terramoto de 1755, que fez abater um pouco a estrutura. No entanto, hoje, as mú ltiplas fontes, as capelas e os jardins, junto à igreja principal, mantêm-se com a beleza dos seus primeiros dias. Outro dos grandes monumentos eclesiásticos de Braga é a Sé Catedral que se localiza dentro da cidade de Braga, no seu Centro Histó rico. Esta catedral foi construída sob os estilos gó tico, renascentista e barroco, sendo fundada em 1070. No entanto, demoraram até ao século XVIII as diversas obras, reformas e reconstruções que sofreu a Sé episcopal de Braga. Um dos seus destaques e o ornamentado telhado, concebido por João de Castilho, o arquitecto do Mosteiro dos Jeró nimos em Lisboa.
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Governo simplifica equivalências obtidas no estrangeiro PMF
(Lusa)
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m linhas gerais, segundo o Governo, o diploma pretende "clarificar e simplificar os procedimentos relativos à tramitação e possibilitar uma maior desconcentração do processo de concessão de equivalência para os estabelecimentos de ensino". O Governo diz que, por esta via, os serviços centrais do Ministério da Educação são "eximidos de uma tarefa para a qual não estão vocacionados". De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, o decreto elimina a figura do "reconhecimento de habilitações, considerando que nos ensinos básico e secundário todo o processo de reconhecimento deve ser efectuado através da equivalência". O diploma suprime também "a prova de língua portuguesa para o ingresso ou acesso à administração pú blica por se considerar que a sua pertinência deve s er analisada à luz do regime jurídico da função pú blica". Entre outras mudanças, o decreto con-
sagra "a criação de instrumentos qu e clarificam o processo de equivalência respeitante a habilitações adquiridas em escolas estrangeiras sedeadas no país, em escolas europeias, em programas de mobilidade e estudos e diplomas de cursos com planos e programas pró prios". O Governo sustenta ainda que, com esta medida, "está a aprofundar o princípio da igualdade de tratamento na concessão de equivalência, qualquer que seja a produção de efeitos, e situa o requerente no sistema educativo português independentemente dos fins a que a equivalência se destina". No entanto, o executivo sublinha que a concessão de equivalência "não dispensa o respectivo titular de cumprir todas as condições que, para o exercício de uma profissão, sejam exigidas pelas autoridades governamentais ou profissionais competentes". "A aprovação deste diploma constitui mais um passo no sentido da construção de uma real e efectiva integração dos cidadãos estrangeiros em Portugal, indo desta forma ao encontro dos objectivos estabelecidos no programa do Governo para um política inclusiva", sustenta o Governo.
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BREVES Governo recusa subida do salário mí nimo
A proposta da CGTP de aumentar o salário mínimo nacional (SMN) para 500 euros no prazo de cinco anos foi, na semana passada, classificada de "demagógica" e "fantasista" por José Sócrates. Ao considerar que "apenas traria" mais desemprego e inflação, salientou "Temos de ter contenção nos custos salariais, porque isso é determinante para a competitividade da nossa economia". Os tempos em que vivemos não permitem "adoptar propostas demagógicas", são antes de "realismo. Não se aumentam níveis de competitividade com propostas fantasistas", disse.
Do Porto a Valença sem portagens
Uma auto-estrada sem custos para o utilizador entre o Porto e Valença. Esta foi a garantia deixada, no domingo passado, em Caminha, pelo primeiro-ministro, José Sócrates, que presidiu à cerimónia de abertura ao trânsito de dois lanços do IC1/A28, entre Viana do Castelo e Vilar de Mouros. Na origem da decisão, segundo referiu, estão os indicadores de desenvolvimento do Alto Minho, situados "abaixo da média nacional". Refira-se que o tema foi abordado pelo governante no final do primeiro dia do "Governo presente" no distrito de Viana
do Castelo, decorrido, no sábado passado à noite, em Melgaço. José Sócrates desvalorizou as verbas atribuídas ao distrito vianense no PIDDAC (Plano de Investimentos e de Despesas de Desenvolvimento da Administração Central), assinalando que, "apesar de tudo, Viana do Castelo tem uma concentração de investimento público muito significativo, em particular, ao nível rodoviário, que lhe permite encarar com optimismo o seu futuro".
Natal no Mercado dos Lavradores diferente
Por todo o Funchal, as decorações de Natal já anunciam o espírito festivo desta quadra, pois as montras, lojas e grandes superfícies encontram-se engalanadas a rigor. No entanto, para quem trabalha no Mercado dos Lavradores, o Natal ainda vai longe. E mesmo assim, já não é o "Natal de antigamente". Por estas bandas, a altura de maior azáfama costuma ser nos poucos dias antecedentes à "festa". O ponto alto da quadra natalícia, pois claro, é a famosa "noite do mercado", onde milhares de madeirenses, e não só, convergem para as zonas circundantes para celebrar esta tradição regional. Numa ronda por este espaço, a ideia geral transmitida pelos comerciantes ouvidos pelo DIÁRIO é de que "a tradição já não é o que era".
Madeirenses no "Dia da Camacha" em Londres
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omo vem sendo hábito, as festas que celebram o "Dia da Camacha", em Londres, conseguem, ano apó s ano, atrair mais emigrantes que a pró pria festa do Dia da Madeira. No passado sábado, foram mais de duas centenas os madeirenses que se reuniram no salão da igreja Scalabrini, no sul de Londres, para as comemorações. Emigrantes que vivem em outras cidades inglesas, como Oxford, fizeram questão de vir a Londres para confraternizar com os conterrâ neos que um dia decidiram ir viver para o Reino Unido, mas não esquecem aquela que é considerada a capital da cultura popular da Madeira. Representantes da Associaç ão Desportiva da Camacha, caso do presidente Aurélio Antunes, e da autarquia de Santa Cruz, como o presidente,
José Alberto Gonçalves, o vereador Francisco Guilherme e o presidente da Junta de Freguesia da Camacha, Francisco Mota, estavam entre a comitiva que veio propositadamente a Londres. Este foi, aliás, o primeiro acto oficial de José Alberto Gonçalves, enquanto edil de Santa Cruz, tendo em conta que tomou posse no passado dia 2 de Novembro.
O autarca relembrou a proposta do programa eleitoral, em que tem em mente fazer avançar com a constituição de um gabinete de apoio ao emigrante. A ideia tem como objectivo criar um elo de ligação, ainda mais forte, entre a comunidade e a Câ mara Municipal de Santa Cruz, dando espaço para que sejam debatidos temas que preocupam os emigrantes.
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O medo mora em casa
Cada vez mais assaltos na ilha da Madeira fazem algumas pessoas viverem com medo Ricardo Duarte Freitas (DN - Madeira)
"Eu não digo o meu nome porque tenho medo, compreende? Porque a minha também é uma bonita casa com muitos vidros…". Na freguesia de São Pedro (Madeira) a intranquilidade nasce ao escurecer quando os vultos deambulam pelos cruzamentos das ruelas, becos e travessas, arrastando as sombras desde a Calçada da Encarnação. Há outros vindos dos lados da Fortaleza do Pico. Saem para "caçar" o sustento que alimentará o vício da toxicodependência. Aqui, a população é predominantemente idosa. Não teme contar as suas histó rias, mas recusa dar-lhes rosto por medo de represálias. As relações de vizinhança resumem-se ao "bom dia e nada mais", porque afinal "a gente não sabe em quem confiar". Uma moradora na íngreme rua do Frias lembra quando "um rapaz novo e bem arranjado" lhe assaltou à porta de casa. "Deu-me um soco no pescoço e sacou-me o colar em ouro que tinha um medalhão em platina". Do roubo resultou-lhe uma contusão muscular num pé. "Participei à Polícia mas não serviu de nada". No encalço do assaltante ainda foram dois jovens, "mas ele tinha uma bonita navalha…". O assalto remonta há dois anos, em vésperas de Natal, numa época de alto risco em matéria de roubos. "Eles já puseram mais luzes na rua e a gente já se sente mais segura, mas isto aqui continua uma tristeza".
"GOLPE" DENTRO DE CASA Ali perto, na Travessa do Frias, surgiu, em princípios de Outubro, um dos assaltos em residências de maior monta. Não foi violento mas deixou vestígios e marcas pelo desaparecimento de mais de 5.000 euros em jó ias de grande valor afectivo, entre os quais uma moeda de 1 libra da rainha Vitó ria que data de 1870 e que tinha sido oferecida pela filha do Governador de Macau. Medalhas, crucifixos, cordões e anéis trabalhados em ouro branco e amarelo, com pedras preciosas, diamantes e madrepérola são outros dos bens que foram deserdados pelo crime. "Participei à Polícia, mas claro, agora não posso fazer mais nada". Isabel não tem dú vidas de que a autoria do roubo partiu de um casal a quem tinha alugado um quarto, no rés-do-chão. Conta que no dia em que lhe roubaram a mais valiosa herança de família, tinha confidenciado ao seu filho que o melhor seria tirar as jó ias de casa. A presença do casal começou por ser indesejada quando a droga lhe entrou pela porta. Rastilhos de pó branco pronto a ser "snifado". Foi na tarde desse dia 3, quando regressava da Câ mara, pelas 16h00, que se deparou com o tapassol em alumínio arrombado por um ferro retorcido depositado nas traseiras, onde o indivíduo habitualmente pintava telas a ó leo e esculpia pedra. As portas estavam trancadas e aquela janela era o ú nico acesso ao
sector à casa da senhoria. "Procurei na casa toda e desmontei as gavetas no desespero". Apó s várias horas a tentar cair em si, solicitou os serviços da Unidade de Polícia Técnica, já pelas 2h00 da manhã, apó s ter mantido uma acesa discussão com o artista da zona velha da cidade, com indícios de estar "pedrado". "Eles já mudaram de casa umas 4 ou 5 vezes, provavelmente pela mesma razão". ROUBO SILENCIA OCTOGENÁRIA No Caminho das Quebradas, em Santa Rita, reside uma octogenária de semblante pesado, olhar crispado e braços tensos. Ainda carrega o choque emocional que lhe furtou, aos 83 anos, um pedaço da vida. Há cerca de duas semanas foi literalmente arrastada pela casa por um delinquente qualquer que lhe atravessou o braço em torno do pescoço, friccionando a mão contra a boca. Foi molestada até indicar o local onde tinha religiosamente guardado as suas poupanças. Roubaram-lhe mil euros em dinheiro que estava dobradinho dentro de folhas de papel. Foi assistida em casa, mas a recuperação tem sido lenta. Ainda hoje carrega esse estigma. Teme estar só . Recebeu a equipa de reportagem do DIÁRIO na sua casa, mas com reservas e muita desconfiança. "Não me leve a mal, eu não sei ler e não me importa essas coisas", reagiu de voz trémula, recusando tocar no episó dio da tarde do dia 16 de Outubro. OURO VENDIDO NAS RUAS DE SANTO AMARO Logo acima, nas ruas do bairro de Santo Amaro, vende-se ouro roubado. Mas
também anonas e pêras furtadas dos quintais. Ali vale tudo e tudo é negociável. "É deixar chegar à primeira ou segunda semana de Dezembro e vai ver!", afiançam os moradores. Nesse oculto mercado negro, o luxo é vendido a preço de saldos, porque urge matar o vício. "A gente quer passear com as crianças e eles andam a se injectar à vista dos miú dos!". Dizem que se perdeu a vergonha no bairro. À noite a azáfama instala-se no parque de estacionamento atrás da escola básica e do 1.º ciclo e no jardim que há muito foi transformado em selva. Mas "o paradeiro deles é no esconderijo". A escassos metros do centro de recuperação e apoio à toxicodependência do bairro está a improvisada sala de chuto que o vandalismo produziu. Vidros estilhaçados são a porta de uma loja de paredes nuas já concessionada à marginalidade. Uma funcionária do estabelecimento de ensino já pediu ao conselho directivo que fosse concedida vigilâ ncia entre a porta da escola e a paragem de autocarros. A pedincha é norma liberalizada e, quando não surte efeito, termina com um ultimato. Na padaria, na paragem de autocarros, a caminho de casa e nas esquinas menos movimentadas estendem-se mãos picadas. Recusar financiar os vícios da droga é quase uma ousadia. Negam-se as "oferendas", multiplicam-se as ameaças. O ajuste de contas nunca tem hora marcada, mas não faltam ruas labirínticas no bairro... "Em vez dessa macacada do centro (de apoio ao toxicodependente) deviam era pô r aí um posto de Polícia, para poderem dar uns apertos e eles acalmarem um pouco. Assim a gente é que anda com medo", apontou um morador.
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Nem sempre há um final feliz Arelys Gonçalves
arelyscorreio@hotmail.com
A
migração portuguesa na Venezuela é uma histó ria definitivamente inacabada e cada vez mais surpreendente. Ainda existem muitas experiências por ouvir, muitas histó rias por escrever, muitas vidas por resgatar. De um lado está uma imagem mais conhecida que não deixa duvidas do incalculável valor da comunidade. As personalidades que marcaram e marcam presença através de actuações de destaque na sociedade venezuelana são parte do testemunho vivente da activa e indiscutível participação lusa que continua a dar frutos. No entanto, é imperativo reconhecer que há outra face da moeda, que não só existem os casos vitoriosos ou as histó rias com finais felizes. Por desgraça, por azar ou por qualquer outra razão, o desenvolvimento dos emigrantes nesta terra não tem tido sempre o mesmo destino. Apesar de que a origem e as circunstancias da partida foram as mesmas entre a maioria deles, apesar de que por iguais saíram com malas de ferro ou de madeira no lembrado Santa Maria ou em qualquer outro navio da época, e apesar de que varias semanas depois desceram no porto de La Guaira; lamentavelmente, a sorte não esteve na mesma proporção para todos no dia a seguir daqueles inesquecíveis momentos. Milhares baixaram com as mesmas esperanças, as mesmas ilusões, os mesmos anseios, mas não todos puderam fazer dos seus sonhos uma mesma realidade. Para os menos favorecidos, que não são poucos, o ideal de progresso metido na cabeça para aliviar a tristeza de deixar tudo atrás, não tem nenhuma semelhança com a vida percorrida. Pelo contrario, a pobreza, e até às vezes, a ignorâ ncia tem dado às suas experiências um sabor azedo que só eles podem descrever e os demais não podem alcançar a imaginar. Eles são os esquecidos, os que chegaram da Ilha da Madeira, das Açores ou de
qualquer outra parte de Portugal e internaram-se numa Venezuela que os submergiu numa vida também difícil e penosa. Não é um segredo para ninguém que em qualquer recanto deste país há portugueses que nunca mais puderam voltar; há quem viva a lamentar o seu miserável destino e tenha como ú nico conforto as cartas recebidas há tantas décadas; Outros tantos, já velhos e sem amigos, ainda guardam fechadas aquelas mensagens nunca lidas por não saberem ler. Há quem tenha deixado mulher e filhos e nunca soube deles e, agora, com sessenta, setenta e até oitenta anos, sofre numa cama os piores pesares de uma doença, não tendo nem para comer. Há portugueses consumidos pelo campo com as mãos deformadas de tanto sacrifício, fazendo o mesmo desde sempre, trabalhar e trabalhar, sem deixar de pensar e de chorar o passado e sem a esperança de uma reforma por velhice. Há uns alcoó licos e até mendigos, para mencionar os casos mais lamentáveis. Todos esses exemplos são cada vez mais numerosos. Em Portugal, ninguém quer saber deles e as ajudas governamentais servem como ilustração, elas são escassas, insuficientes e quase impossíveis de receber, são praticamente um milagre que abrange apenas uns poucos. Na Venezuela alguns conterrâ neos reagem de igual forma perante o assunto. Depois de tanto caminho andado desde aquele desembarque, muitos esqueceram as suas origens e agora acreditam, com ou sem razão, que elegeram o seu pró prio destino e que a sorte não esteve com os que trabalharam menos, "os que menos deram, menos receberam", acrescentam. Qualquer justificação pode saltar sobre a mesa quando se tenta esquivar o problema. Certamente, para muitos, eles não são sinó nimo de orgulho, não são homens de sucesso, mas a dizer verdade, eles simplesmente não são o que quiseram ser. Contudo, são portugueses e têm também o seu espaço na histó ria; são dignos de consideração, são parte de um episó dio que não se pode nem se deve esquecer. O justo é falar com sinceridade, reflectir se depois de tantas décadas de equivocos, de tantos anos de sofrimento, de tanta vergonha da sua sorte, ainda vale a pena que lhes viremos as costas, que continuemos a chover sobre molhado para justificar o injustificável, a indiferença. Até é possível que eles também mereçam um final feliz.
Também somos gente! portugueses e lusodescendentes) estão praticamente na "estaca zero", relativamente à aproximação com o país de origem. Face a esta situação (correspondente a uma cegueira política, que nada tem a ver com o supremo orgulho de "embirrarmos" por nos sentirmos portugueses e de quem, na sua maior Luí s Barreira parte, só deseja o bem de Portugal, independentemente do partido no poder), o MNE português e a sua correspondente o longo dos anos, os ó rgãos de comunicação so- Secretaria de Estado, acaba de "inventar" um nova forma de cocial de expressão portuguesa, sediados junto das municar com os portugueses que vivem no estrangeiro. comunidades portuguesas no estrangeiro, têm asTrata-se de uma revista mensal, feita em Portugal e para os sistido, com a calma e a ponderação que lhes deve portugueses na diáspora. Uma publicação "auxiliada" pelo goser pró pria, a um desfile de ideias e projectos dos responsáveis verno português, na sua distribuição de cerca de 50.000 exempela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, que se plares (o que, convenhamos, para cinco milhões de portugueses, sucedem ao ritmo dos vários governos que tomam posse em é uma tímida tentativa de os alcançar...), em que o MNE vai coLisboa. locar todos os seus organismos espalhados pelo Mundo, na De cada vez que um governo português toma posse e, no- promoção deste ó rgão de comunicação. meadamente, sempre que o titular da pasta pertence a um Mais uma vez o Governo e Portugal "esquece" a existência partido diferente do governo anterior, a política portuguesa, di- de dezenas de jornais, revistas, rádios e canais televisivos que, rigida aos portugueses que vivem fora do País, parte do prin- do Luxemburgo à Austrália ou do Canadá à China, são feitos cípio de que, para trás, nada foi feito e "inventa" novas pers- por portugueses e comunicando em português, com todos os pectivas, novas políticas, novos aspectos fundamentais da sua portugueses que residem fora do seu País. orientação que, por incapacidade de as colocar em prática, no Nem uma palavra de agradecimento e encorajamento para tempo e no espaço de uma legislatura, acabam sem resulta- estas centenas, senão milhares, de homens e mulheres, que dos práticos e sem nenhum benefício para as comunidades tanto se esforçam, em países distantes, para manter viva a línque dizem pretender servir. gua de Camões e para levar notícias de Portugal aos lugares Na realidade, o resultado de tudo isto é que as comunidades mais recô nditos do planeta. Não... "antes de nó s, nada existia", portuguesas fora do País (cerca de 5 milhões de pessoas, entre parece ser o lema do actual Governo!
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Pão por Deus Marta Caires
(DN - Madeira)
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ão por Deus, pelos santos e almas. De saquinho feito de retalhos na mão, Novembro começava assim. A miudagem subia e descia degraus, perdia a vergonha, corria a vizinhança em busca de castanhas, nozes e doces. Uma vez por outra, caíam moedas de escudo, com sorte, vinham algumas de cinco ou de dois e quinhentos. À tarde, depois de passar as casas das vizinhas simpáticas e das velhas estranhas, o saco virava-se do avesso. Castanhas, nozes e figos a um lado; os trocos para outro. Bem poupados, davam para uma semana de sonhos e guloseimas. Para chocolates finos, embrulhados em reluzentes papéis de prata. Novembro começava assim nesse tempo. Mágico porque foi o da minha infâ ncia, nostálgico porque passou. Perdi a idade de andar de porta em porta e os anos transformaram o humilde Pão Por Deus no Hallowen dos filmes americanos e bonecos de plástico. Nas montras das lojas e nas festas da escola. Anglo-saxó nica e comercial, a tradição de pacote trocou a ordem natural das coisas e até ao medo deu outro lugar e nome. As bruxas não assustam e as abó boras deixaram o sossego dos telhados, onde amadureciam ao sol. E o dia de pedir por Deus passou a memó ria. De um tempo em que os vizinhos partilhavam a escassez e viviam o sobrenatural com reverência. Os assuntos do Outro Mundo resolviam-se com novenas, encomendadas ao vigário para garantir eterno descanso às almas. Sem invocações perigosas que para desassossego bastavam os males deste Mundo. Sem abundâ ncia, roupas puídas e tostões contados para o rol da mercearia, mas sempre cientes dos rituais e festas. Pagãs e religiosas, que ensinavam o certo e o errado, o tempo para festejar, o momento para dividir. E no 1 de Novembro era vergonha maior não ter, ao menos, umas quantas castanhas para colocar nos muitos saquinhos feitos de trapos, que invadiam os quintais. Nem mesmo os mais pobres dos pobres. Nem mesmo a senhora Adelaide, a primeira das portas a que se batia, seguros que, pela certa, viriam umas moedas de cinquenta centavos, sujas de rapé. "Delaidinha, Delaidinha, venho pelo Pão Por Deus". Um sorriso largo abria-se no rosto cheio de rugas e, de dentro dos bolsos da saia, as mãos tiravam sempre alguma coisa. Figos, doces, dinheiro. Nomes diferentes para generosidade.
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OPINIÃO 23
caRTas dOs leITORes
Greve de quem envia os cheques
À procura do pai Filha procura o senhor João Botelho da Silva. Data de nascimento: 1/04/1917. Nascido em Santa Cruz, concelho de Lagoa, em S. Miguel, Açores. Partiu para a Venezuela em 1945. Em 1947 residiu em El Trepezon. A 29 de Abril de 1953 enviou uma carta, de onde estava hospedado, no Hotel Camões, Tracabordo a Miguelacho nº 165. A ú ltima carta recebida foi em Junho de 1959, vinda de Maracaíbo Estado Zú lia. Caso alguém tenha alguma informação, enviem para a sua filha: Maria dos Anjos Costa Galego Botelho. Travesa Padre João Furtado Pacheco nº 2 Rosário 9560-139 Lagoa. S. Miguel / Açores. Portugal Telefone 296 912 439. Muito obrigada!!
Greve chinesa Sou empregado de mesa no mesmo restaurante há mais de vinte anos . Gosto muito de ler o vosso jornal, que está sempre nas instalações do Banco Plaza, em Caracas. Li com atenção a notícia sobre a greve do pessoal do Consulado e acompanhei as notícias em casa através da RTP internacional. Deveria dar vergonha aos funcionários fazerem greve com o salário e o horário que têm. Não trabalham nem aos sábados nem aos domingos; gozam de mais de trinta dias de férias por ano; recebem o salário em dó lares;
INQUéRITO
têm feriados da Venezuela e de Portugal; entram as oito da manhã e ao meio dia vão embora! Claro que sei que esta minha opinião pode ser motivo de discussão. No entanto, também gostaria de esclarecer que existem funcionários responsáveis e estou convicto de que nem estavam de acordo com a greve. Porque não fazem a greve chinesa? Que é: em vez de não trabalhar, trabalham o dobro. Talvez aí o consulado funcionasse ainda melhor... Um leitor do vosso jornal. Marcelino Rodrigues
Leio o CORREIO todas as semanas e gostaria de fazer uma observação quanto à greve dos funcionários consulares que, ainda bem, não se realizou, pois estava metida em graves problemas. É que tenho de tratar com urgência nestes dias em Valencia um assunto relacionado com o consulado. Não estou de acordo que faç am greve quando gozam dos melhores benefícios do Estado português. E nó s como ficamos. Sem serviço? Por acaso a Constituiç ão Portuguesa não garante a posse do documento de identificação do seu cidadão? Gostaria ver como era se quem lhes paga ou quem lhes envia o cheque, por exemplo, entrasse em greve e os senhores não recebessem um tostão durante um certo tempo...
Não estariam de acordo, pois não? Eu também não. Mas não façam isso aos outros. Parabéns pelo jornal. Oxalá publiquem a carta . Maria Neves Rebolo
Bagagem Cheia de esperança, cheia de tristeza, cheia de vontade, cheia de saudade, é essa a bagagem do emigrante. O emigrante leva sonhos, deseja encontrar em outras paragens o que não consegue na sua terra, pouca coisa na bagagem, mas muita coisa na bagagem do coração. Chegar e conquistar, sobreviver, sem esquecer o que ao longe ficou, pensar que um dia, voltar, deixe de ser um sonho, para ser uma realidade. O emigrante que não tem terra, que não tem nacionalidade, é como a bagagem nos
achados e perdidos à procura do seu dono, do seu destino, da mão que o ajude a regressar a casa. Mas qual casa? Emigrante não tem casa, ser emigrante é ser turista com bagagem, sonha com ir e algum dia voltar…mas sempre, sempre lutar…… Os meus sinceros agradecimentos ao Correio de Caracas por cuidar da nossa bagagem… Antó nio Silva
O que acha da ideia de estudar português via on-line? Estaria disposto(a) a aprender a lí ngua pela Internet? Quais seriam as vantagens e desvantagens disso?
Jennifer De Sousa: "Qualquer forma de ensino é excelente para estudar e agora quase tudo se faz com o recurso ao computador e através da Internet. Sim, estaria disposta a estudar pelo sistema on-line. Evitávamos a mobilização e a perda de tempo, porque poderíamos aprender quando tivéssemos disponibilidade e podemos procurar informação sobre a língua que aprendemos. As dú vidas gramaticais e a pronú ncia seriam complicadas para nó s. No entanto, a educação poderia ser complementada com tutores que esclarecessem melhor as dú vidas".
Emely Fabiola Cabral: "Gostaria de poder estudar português porque é a língua dos meus pais e seria interessante aprender através da Internet. Seria mais có modo para aprender a língua, evitaria ter que me deslocar, mas no momento de falar ou de perguntar sobre algo que não percebesse seria prejudicial para a minha aprendizagem. O bom seria que trouxessem professores que utilizem essa ferramenta para aprender a língua e que os custos sejam baratos, porque algumas pessoas não têm dinheiro para frequentar os cursos".
Alejandro Pereira: "Não me parece boa ideia que seja feita aprendizagem de um idioma através da Internet, porque é necessário o contacto com outras pessoas para ouvir e aprender a pronú ncia. Poderia complementar o estudo mas o mal é que se se privilegiar este método os professores podem acabar por desaparecer e não se aprende o idioma como deve ser. É preferível usar os métodos de ensino tradicionais para que haja uma aprendizagem efectiva".
Daniela Hernández: "Acabo de iniciar um curso de português e acho que seria uma boa ferramenta para que todos os que queiram aprender este idioma possam dar início a essa aprendizagem. A vantagem é que conseguiríamos material para ler e obter mais vocabulário mas o mau seria que não aprenderíamos a falar correctamente porque não há nenhum professor para corrigir e ensinar a forma correcta de pronunciar. O ensino professor/aluno e a Internet como material didáctico para consulta textos".
24 PERFIL
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Uma voz familiar para os amantes do desporto rei Graciano Cruz, figura do jornalismo desportivo venezuelano, trabalhou durante duas décadas para os clubes de futebol da comunidade. horas de longa viagem por terra seguindo a equipa verde-rubra axedrezado@hotmail.com pelas cidades do interior do país, para fazer chegar a Caracas, peerça ou quarta-feira à las ondas radiais, os pormenores tarde. "Meridiano TV" dos jogos do "Português". Eram põe no ar outra apai- muitos os emigrantes adeptos do xonante jornada da clube lusitano que não conseChampions League, o melhor e guiam afastar os ouvidos da rámais prestigioso torneio de clu- dio, festejando os golos e sofrendo bes do Mundo. Sábado ou do- com as derrotas. mingo à tarde. O canal desportivo Era uma época em que não haapresenta outra jornada do cam- via avanços tecnoló gicos na área peonato espanhol de futebol, con- das telecomunicações e as condisiderado por muitos especialistas o ções de trabalho para os jornalistas melhor e mais competitivo do pla- da altura eram muito precárias. neta. Todas as acções de jogo, os Mais tudo isso era ultrapassado golos, as substituições e tudo o que pela paixão e o talento de aquela rodeia esses espectáculos futebo- fornada que hoje, é uma referênlísticos são comentados e analisa- cia para os mais novos. Graciano dos com sabedoria e experiência Cruz também acompanhou as pela voz pausada de Graciano deslocações dos clubes e da selecCruz, um dos mais prestigiosos ção principal da Venezuela nos jornalistas desportivos da Vene- confrontos no exterior, mais uma zuela. etapa muito dura para todos, pois Muita gente desconhece que era a altura das derrotas e das gomuito antes de chegar ao ecrãte- leadas. Mais nada disso o fez eslevisivo, Graciano Cruz já tinha morecer. Graciano lembra com um currículo invejável no jorna- humor como na altura muitos jorlismo, chegando a ocupar o car- nalistas e adeptos do futebol logo de director do diário Meridia- cal criticavam a selecção por utilino, o jornal desportivo mais an- zar o "vinotinto" como a cor ofitigo do país. cial para o equipamento principal. Hoje, porém, vamos destacar Tudo uma ironia. outra faceta do trabalho de GraAnos depois, com o desapareciano. Ele integrou durante mui- cimento do português, rapidatos anos os circuitos radiais que mente uma nova vaga de dirifaziam a cobertura dos jogos das gentes começou a levantar um equipas lusitanas no campeonato projecto que conseguiria recolher venezuelano da primeira divisão: o e renovar a massa associativa do Desportivo Português e poste- "falecido" Desportivo Português, riormente o C.S. Marítimo. oferecendo a esses adeptos faCruz chegou ao jornalismo mintos de gló ria um clube venquando ficou maravilhado com cedor que sempre disputava os as fotografias de jogos de futebol primeiros lugares da tabela claslocal que cobriam as paredes do sificativa: o C.S. Marítimo. cabeleireiro onde ele cortava o Graciano Cruz lembra que foi cabelo nos seus anos moços. Ditas convidado pelo pró prio treinafotografias eram tiradas por Vi- dor da equipa - o Rafa Santana cente Correale, um dos mais pres- para assistir ao comércio de Frank tigiados fotó grafos do nosso pa- Diniz nos arredores de Bello ís, que na altura partilhava o ofício Monte, que foi um local emblede cabeleireiro e fotó grafo do mático das reuniões onde nasceu a jornal "La Religió n". Foi ele ideia de lançar o Marítimo para quem levou o Graciano pela pri- o futebol profissional, impulsiomeira vez a um estádio de fute- nada pelo senhor Mário Pereira bol. Na década de 1960. e outros membros da colectividaLá para 1975 dá-se a aproxima- de lusitana de Caracas. ção de Graciano aos clubes da coGraciano Cruz de novo estaló nia, quando foi chamado por ria integrado na equipa de jornaAdelino Oliveira para integrar a listas das transmissões radiais dos equipa do "Circuito Radial del De- jogos do clube, inscrito na segunportivo Portugués". Eram horas e da divisão. Ele relembra saudoso António C. da Silva
T
como, paralelamente ao bom rendimento da equipa dentro do campo, se foi criando um entusiasmo em torno do clube que há muito tempo não se apreciava na coló nia. Cada jogo em casa do Marítimo era assistido por cada vez mais adeptos e as deslocações ao interior do país, que em princípio só eram acompanhadas por dois ou três autocarros, transformaramse em barulhentas caravanas de 8, 9 e até 10 autocarros, que pintavam de verde-rubro Barquisimeto, Valencia ou Puerto La Cruz. As caravanas eram completadas por famílias inteiras que faziam uma festa de cada jogo e cada viagem. No seu primeiro ano de competição, como já e conhecido por todos, o Marítimo foi campeão invicto e subiu à primeira divisão. Já numa estratégia para convocar um maior nú mero de adeptos aos jogos, a directiva da altura do clube começou a convidar artistas, cantantes, actores e actrizes para dar o simbó lico pontapé inicial do jogo. A iniciativa agradou e serviu para trazer ao estádio um pú blico que de outra forma talvez não quisesse assistir ao futebol. A pessoa que, devido aos seus contactos no meio jornalístico, ajudava a directiva a fazer a ligação com ditos artistas. Era precisamente o Graciano Cruz, que reconhece que a desaparição do Marítimo foi um atraso ao desenvolvimento da modalidade do futebol em nosso país. Logo depois de um "ano sabático", o veterano jornalista regressou a Caracas e dirige a publicação "Meridiano Magazine" do Bloque de Armas, o encarte semanal "Hechos & Hazañas" no diário Meridiano, e é o produtor geral e locutor do programa "La Jornada Deportiva" no ar em Rádio Sintonia em 1420, todos os dias, de 9 a 10 p.m. Isto logicamente para além de fazer parte da equipa de especialistas de futebol de Meridiano TV. Uma pessoa que não seja portuguesa nutre muito carinho pelos emigrantes lusos, devido ao trabalho desenvolvido com os clubes de futebol da nossa coló nia.
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Sanção do Seniat deixa Caracas “ às escuras”
D
evido ao incumprimento de deveres formais, o Seniat aplicou uma medida de sanç ão contra a Electricidade de Caracas, conforme nos informou José Joaquim Cedillo, gerente de contribuintes especiais do organismo. O encerramento teve uma
duração de 48 horas, desde as nove da manhã de sexta-feira às nove de domingo. Cedillo assinalou que se procedeu desta forma e só ao nível administrativo "porque o Seniat teve todos os cuidados necessários para que a medida não afectasse a qualidade do serviço, nem se produzissem interrupções que prejudicassem os
utilizadores". Mesmo assim, foi divulgado que a empresa recebeu uma multa superior a três milhões e meios de bolívares. Estas acções fazem parte do Plano de Evasão Zero e são "produto das verificações e fiscalizações que o Seniat tem vindo a aplicar aos grandes contribuintes", explicou-nos Cedillo.
ECONOMIA 25
Turismo aumentou este ano em Portugal
E
m comunicado, o Instituto Nacional de Estatística português assinalou que o crescimento das pernoitagens em hotéis foi de 3,1% entre os residentes no país e de 9,8% entre os estrangeiros, o que revela um importante aumento do nú mero de entradas nas unidades hoteleiras, já que foi registado um incremento de 3,9% em comparação com o mesmo período de 2004. Ainda assim, no conjun-
to dos oito primeiros meses do ano as entradas tiveram uma descida de 2.6%. A região turística do Algarve (sul) representou 44,3% da hospedagem de portugueses em hotéis durante o passado mês de Agosto e de 47,5% de estrangeiros. A taxa de ocupação de camas nesse mês foi de 63,2%, o que equivale a uma melhoria de 2,4 pontos percentuais, quando comparado com o mês homó logo do ano passado.
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Mais milhas de oferta O Programa de Passageiro Frequente Victoria tem, desde o dia 1 de Novembro, novas parcerias que vão proporcionar mais benefícios e oferecer mais milhas aos seus membros. Os novos parceiros são
BREVES TAP seleccionada para iniciar reorganização da Varig A proposta apresentada pela TAP para a primeira fase do processo de reorganização da Varig foi seleccionada, por unanimidade, pela administração da companhia brasileira, com o apoio da Fundação Ruben Berta, sua controladora. Nos termos da referida proposta, o Grupo Varig alienará por 62 milhões de dólares, participações de controlo nas sociedades VEM (manutenção) e Variglog (carga), recebendo em contrapartida fundos que lhe permitem satisfazer as necessidades de fundo de maneio de curto prazo, assim garantindo a continuidade das suas operações. Os montantes a pagar à VARIG serão disponibilizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social do Brasil (BNDES) e por investidores externos, na proporção de dois terços para o primeiro e um terço para os segundos. É intenção da TAP - caso se mantenha no processo de recuperação da companhia brasileira voltar a incorporar as sociedades VEM e VarigLog no universo Varig no âmbito da sua futura participação accionista. No prazo de trinta dias após a aquisição das participações, as partes acordarão definitivamente a avaliação das sociedades, sendo confirmada a posição da TAP como parceira estratégica nesta primeira fase do processo de reestruturação da Varig. A VEM assume importância estratégica para a TAP, apostada em criar um grande pólo da sua unidade de Manutenção e Engenharia na América do Sul. Também a VarigLog possui um grande potencial de desen volvimento das operações de carga da transportadora aérea portuguesa, possuindo já uma frota de onze aviões-cargueiros operando em todo o mundo.
duas empresas nacionais que oferecem serviços em áreas de actividade inovadoras: "A Vida é Bela", dedicada ao Lazer e a "Inexistência", especializada em Arquitectura e Decoração. Com o slogan Experimente e ganhe milhas adicionais, "A Vida é Bela" oferece aos membros do Programa Victoria um
vasto leque de experiências, que vão aumentar a conta de milhas e proporcionar-lhes momentos agradáveis. Assim, desde o dia 1 de Novembro, os membros do Programa Victoria podem ganhar milhas na prática de actividades radicais ou relaxantes em terra, na água ou no ar. Por ca-
da euro gasto, são acumuladas 4 Milhas Bó nus e, durante a campanha de lançamento, os membros Victoria vão ter ainda a oportunidade de receber milhas extra, ao escolherem um almoço em helicó ptero no valor de 1000 Euros, que proporciona 20 mil milhas de bó nus; uma consulta de imagem pes-
soal, que custa 750 Euros e dá direito a 12 500 milhas; um passeio de balão no valor de 500 Euros, que garante aos membros 5 mil milhas adicionais; um pack de 10 aulas de equitação (€250), que oferece 2500 milhas; e um voo de planador no valor de 100 Euros, com direito a 500 Milhas Bó nus.
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desPOrtO 27
Bolsas para atletas lusos Victoria Urdaneta Rengifo
victoriaurdaneta@yahoo.com
O
Collegiate Sports of America Inc. (CSA) é uma prestigiada empresa internacional fundada e presidida por Jeff Duva, responsável pela selecção dos melhores atletas e por ajudá-los a obter bolsas universitárias nos Estados Unidos, em 28 disciplinas (tanto na categoria feminina como na masculina), entre as quais se destacam o futebol, a natação, o voleibol, basquetebol e a ginástica. A CSA Prepstar, a sede latino-americana que funciona na Venezuela, é liderada por Alberto Pérez, ex-atleta venezuelano, com medalhas conquistadas ao nível internacional. Juan Carlos Nasser, coordenador académico da CSA, convidou todos os portugueses da comunidade radicada na Venezuela a participarem nos processos de selecção, cuja informação poderá ser obtida na página de Internet, através do endereço
“ www.csaprepstar .com" ou na delegação em Caracas, pelo seguinte nú mero de telefone: 0212-7941933. Nasser convida sobretudo os elementos da comunidade portuguesa que já tenham demonstrado talento em muitas disciplinas desportivas. Além disso, sublinha que com talento e com a assessoria da empresa que coordena, existem grandes possibilidades de alcançarem as metas. Segundo as suas estatísticas, o êxito sul-americano é de 95%, num universo de 2.000 universidades associadas, todas entre os 500 primeiros lugares do ranking desportivo. Segundo explicou Pérez, representante oficial da empresa, o "sistema de selecção é muito exigente, tanto ao nível desportivo como académico e pessoal". Graças a isso, focou, a empresa tem muitas certezas em relação aos jovens que envia. "Num ano superamos os 40 jovens em diferentes universidades dentro dos Estados Unidos", afirmou. "Élvis" de ABreu:
JOGAdOr cOm GrAnde futurO José Antó nio "Élvis" de Abreu é um jogador de basebol lusodescendente com um futuro promissor. O jovem aspirante às bolsas da CSA ficou bem colocado em todas as avaliações, demonstrando o seu talento de jogador, defendendo a segunda base e quando necessário ajudando o campo curto, ou como "utility". Bate em ambos os lados do prato, tem um lançamento excelente e conta com bastante força e habilidade para fazer lançamentos, onde quer que seja que lhe peçam, tendo ainda um grande conhecimento da zona de “ strike” . Como prova destas apreciações, valem alguns dados: em média, bateu .395; .684, em percentagem de "slugging"; .996 em percentagem de defesa como camareiro; e .818 como "shortstop", posições em que se destacou por fazer excelentes jogadas para “ doble plays” . A sua velocidade para per-
correr distâ ncias curtas e largas é uma das suas armas, depois do jogador na primeira base ter contabilizado 4.73 segundos em provas de resistência. É relevante destacar que ganhou duas maratonas e tem a faixa de cinturão negro em Karaté. Além disso, o luso-venezuelano conta com excelentes referências dos treinadores Pedro Campo e Robert Burgillo. De acordo com as referências feitas ao nível internacional "Élvis é um atleta que se destaca e que procura uma oportunida-
de correcta para jogar basebol nos Estados Unidos". Por seu lado, os técnicos destacam que o jogador de origens portuguesas além de ter valor como atleta, tem uma atitude adequada dentro e fora do 'campo de batalha': "Faz um bom trabalho ao pô r a bola em acção. Assume com grande orgulho cada jogo e procura sempre dar o seu melhor. Ele é um excelente rapaz, que respeita os treinadores e também ouve as instruções com boa disposição".
28 desPOrtO
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"estamos a trabalhar para reactivar o nacional na venezuela" A afirmação é do presidente do clube madeirense, Rui Alves, durante a recente estada em Caracas. Victoria Urdaneta Rengifo
victoriaurdaneta@yahoo.com
Rui Antó nio Macedo Alves, presidente do Clube Desportivo Nacional (fundado a 8 de Dezembro de 1910 e actualmente no segundo lugar da Super Liga portuguesa) foi entrevistado pelo CORREIO, durante a sua visita à Venezuela para participar no IV Encontro de Gerações. Tradição é uma palavra recorrente neste IV Encontro de Gerações. Que benefícios traz para um clube de futebol que tem quase 96 anos de existência? Traz benefícios para o clube porque a tradiç ão traz experiência e isso é fundamental pa-
ra aprender com os erros e os acertos feitos em cada ano e em cada campeonato. Ou seja, ao fim de contas trata-se de análise e reflexão. Também traz benefícios para o adepto porque sente-se identificado com um clube, que seguramente foi o seu durante toda a vida e também da sua família. Há muitos madeirenses que residem na venezuela com "alma alvi-negra"? Sim. Uma parte é adepta do Marítimo. Mas isso deve-se ao facto de ter existido um clube na Venezuela com o mesmo nome do que existe em Portugal. Agora, os adeptos do Nacional são muito fiéis e manifestaram um pouco a sua preocupação pela nossa ausência no que acontece em matéria de futebol na Venezuela. Estamos a trabalhar para reactivar o Nacional aqui e para fazer um reencontro com a nossa facção venezuelana, que é muito importante.
O nacional está disposto a investir na venezuela? Estamos interessados em investir no crescimento do Nacional, porque o desporto é um paradigma onde a tua ambição de crescer faz que a cada dia procures formas de realizar esses sonhos e por isso muitas organizações que eram pequenas no passado chegaram a grandes. O que deve ser feito para desenvolver o futebol venezuelano? A Venezuela está a começar no mundo do futebol e já tem muitos adeptos. Contudo, o que precisa para que se possa falar verdadeiramente de um desenvolvimento do futebol é a criação de uma estrutura organizacional de clubes que incluam todas as categorias e que tenham programas de desenvolvimento de talentos. Qual é o nível dos jogadores venezuelanos? tem planos para contratar algum para que
evolua no seu sistema desportivo? Penso que qualquer jogador da Selecção Nacional da Venezuela tem um bom nível e qualquer um deles pode jogar em boas equipas estrangeiras, em mercados importantes que lhes proporcionem bons salários e oportunidades. Por agora não temos contactos com esses jogadores para que ingressem no Nacional e tão pouco com os mais jovens de outras categorias. esta visita à venezuela por ocasião do iv encontro de Gerações ajudaria a estabelecer esses contactos? Sem dú vida. Vim precisa-
mente conhecer o país e estreitar laços com as pessoas ligadas ao futebol. Todavia, não posso fazer planos concretos, mas esta visita é um primeiro passo. Seria muito positivo criar no futuro uma escola de futebol ou relacionarmo-nos com clubes daqui, como ocorre com Portugal e Brasil. Há alguma iniciativa pensada para os adeptos? Estamos a considerar a possibilidade de um jogo amigável para Maio de 2006 aqui na Venezuela com jogadores portugueses do Nacional. Isso entusiasmará não só os adeptos como os pró prios jogadores.
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III Divisão - Série A 8.ª Jornada Correlhã Cerveira Monção Vinhais Brito Cabeceirense Mondinense Maria da Fonte Amares
0 0 8 2 1 0 1 6 6
2 0 1 0 1 2 2 0 1
Joane Esposende Valpaços Merelinense As. Oliveirense Bragança Mirandela Valenciano Vianense
III Divisão - Série B III Divisão - Série C III Divisão - Série D III Divisão - Série E 8.ª Jornada 8.ª Jornada 8.ª Jornada 8.ª Jornada
III Divisão - Série F 8.ª Jornada
Ermesinde Tirsense Rio Tinto Lourosa Leça S. Pedro da Cova Padroense U. D. Valonguense
Beira-Mar Desportivo Beja Farense Juventude Évora Monte Trigo Castrense Oeiras Amora Lagoa
Classificação Pts. J V E D
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
Bragança Maria da Fonte Mirandela Joane Amares Esposende As. Oliveirense Merelinense Brito Cabeceirense Mondinense Monção Valpaços Cerveira Correlhã Vinhais Vianense Valenciano
20 18 18 15 13 12 12 11 10 10 10 8 8 7 6 6 5 5
8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
6 5 5 4 4 3 3 3 2 3 3 2 2 1 1 1 1 1
2 3 3 3 1 3 3 2 4 1 1 2 2 4 3 3 2 2
0 0 0 1 3 2 2 3 2 4 4 4 4 3 4 4 5 5
2 2 0 1 2 2 1 2
0 0 1 1 0 0 2 0
Tarouquense Vilanovense Vila Meã Canedo Moncorvo Rebordosa Ataense Cinfães
Gafanha Estarreja Fornos Algodres Satão Arrifanense Cesarense Marialvas União de Lamas AD Valonguense
Classificação G
16-4 21-4 16-6 10-7 18-11 10-9 14-8 11-12 10-10 10-12 13-15 15-16 6-16 9-11 9-16 7-14 8-19 10-23
DESPORTO 29
Pts. J V E D
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º
Vila Meã 20 Moncorvo 13 Tarouquense 12 S. Pedro da Cova 12 Lourosa 12 Leça 12 Cinfães 11 Vila Real 10 Valonguense 10 Rebordosa 10 Ataense 10 Ermesinde 9 Canedo 9 Rio Tinto 7 Vilanovense 7 Padroense 6 Tirsense 4
8 8 8 7 7 7 8 7 8 8 7 7 8 7 7 7 7
6 4 4 4 3 3 3 3 3 2 3 2 2 1 2 2 1
2 1 0 0 3 3 2 1 1 4 1 3 3 4 1 0 1
0 3 4 3 1 1 3 3 4 2 3 2 3 2 4 5 5
2 0 2 2 1 0 1 2 0
3 2 1 0 1 2 1 0 0
Social Lamas Valecambrense Milheiroense Tondela São João de Ver Avanca Anadia Souropires Tocha
Marinhense Beneditense Caranguejeira Idanhense Sourense Monsanto A. D. Fundão Vigor Mocidade
Classificação G
9-1 11-8 11-14 10-7 11-4 10-6 6-7 8-7 13-18 9-8 6-11 6-7 9-9 7-6 5-12 8-10 4-8
9.ª Jornada (13-11)
9.ª Jornada (13-11)
Correlhã - Cerveira Esposende - Monção Valpaços - Vinhais Merelinense - Brito A. D. Oliveirense - Cabeceirense Bragança - Mondinense Mirandela - Maria da Fonte Valenciano - Amares Joane - Vianense
Moncorvo - S. Pedro Cova Rebordosa - Padroense Ataense - Vila Real Tarouquense - Cinfães Ermesinde - Tirsense Vilanovense - Rio Tinto Vila Meã - Lourosa Canedo - Leça
Pts. J V E D
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
Social Lamas 20 Avanca 18 União Lamas 17 Anadia 16 S. João Ver 14 AD Valonguense 12 Souropires 12 Valecambrense 12 Tocha 10 Sátão 10 Tondela 10 Milheiroense 8 Fornos Algodres 7 Cesarense 6 Marialvas 5 Arrifanense 5 Gafanha 5 Estarreja 4
8 8 8 8 8 7 8 7 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
6 5 5 4 4 3 3 3 2 3 3 2 2 1 1 1 1 0
2 3 2 4 2 3 3 3 4 1 1 2 1 3 2 2 2 4
0 0 1 0 2 1 2 1 2 4 4 4 5 4 5 5 5 4
3 0 1 3 1 0 2 1
0 2 0 0 1 2 1 1
Peniche Sertanense Bidoeirense Caldas Mirandense Riachense Alcobaça Eléctrico
Caniçal Alcochetense Elvas Ouriquense Loures Sintrense 1º de Dezembro Vilafranquense Futebol Benfica
Classificação G
23-11 18-7 13-7 8-4 10-7 8-5 7-7 10-8 6-7 9-7 14-11 9-9 6-16 6-10 5-12 6-15 6-14 5-12
9.ª Jornada (13-11) Milheiroense - Sátão Anadia - União de Lamas Lamas - Souropires Gafanha - A. D. Valonguense Tocha - Estarreja Valecambrense - Fornos de Algodres Tondela - Arrifanense São João de Ver - Cesarense Avanca - Marialvas
Pts. J V E D
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º
Marinhense Idanhense Caldas Peniche Sourense Eléctrico Caranguejeira Sertanense Mirandense A. D. Fundão Riachense Beneditense Vigor Mocidade Alcobaça Monsanto Amiense Bidoeirense
15 14 14 14 13 12 12 12 11 11 10 10 8 6 5 3 3
8 8 7 8 8 7 8 8 7 7 7 8 7 7 8 7 8
4 4 4 4 4 3 3 3 3 3 3 3 2 1 1 0 0
3 2 2 2 1 3 3 3 2 2 1 1 2 3 2 3 3
1 2 1 2 3 1 2 2 2 2 3 4 3 3 5 4 5
0 1 2 2 3 1 1 2 0
Tires Câmara de Lobos Carregado Vialonga Atlético do Cacém U. D. Santana Atlético Montijo Machico
Classificação G
19-7 12-6 14-8 10-10 12-9 8-7 11-10 10-10 8-8 6-7 12-12 8-10 6-7 7-8 3-10 5-13 5-14
9.ª Jornada (13-11) Marinhense - Beneditense Sertanense - Caranguejeira Amiense - Idanhense Caldas - Sourense Mirandense - Monsanto Riachense - A. D. Fundão Alcobaça - Vigor Mocidade Peniche - Eléctrico
2 1 3 2 3 1 3 1 3
Pts. J V E D
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
Loures 16 Atlético 16 Montijo 15 Carregado 14 A. D. Machico 14 Atlético Cacém 12 1º de Dezembro 11 Ouriquense 11 Câmara de Lobos 11 Vilafranquense 10 Tires 10 Elvas 9 Caniçal 9 Sintrense 8 Vialonga 8 Alcochetense 8 Futebol Benfica 8 U. D. de Santana 7
8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
5 5 4 4 4 3 3 2 3 3 3 2 3 2 2 2 2 1
1 1 3 2 2 3 2 5 2 1 1 3 0 2 2 2 2 4
2 2 1 2 2 2 3 1 3 4 4 3 5 4 4 4 4 3
0 2 1 0 2 1 2 2 1
2 1 8 1 2 2 1 1 1
Est. Vendas Novas Messinense Sesimbra Vasco da Gama Aljustrelense Lusitano Évora Almansilense Ferreiras Lusitano V.R.S.S.
Classificação G
16-8 23-10 8-5 18-9 15-12 16-16 12-10 11-11 11-22 12-13 9-12 11-12 8-10 8-14 11-14 10-10 6-12 7-12
Pts. J V E D
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
Lusitano Évora 22 Estrela V. Novas 18 Amora 16 Vasco da Gama 15 Oeiras 15 Almansilense 14 Juventude Évora 13 Lagoa 13 Desportivo Beja 12 Sesimbra 11 Lusitano VRSS 10 Aljustrelense 10 Ferreiras 8 Beira-Mar 4 Messinense 3 Monte Trigo 2 Castrense 1 Farense 0
8 8 8 8 8 7 8 8 8 7 8 8 7 8 7 8 8 6
7 5 5 4 4 4 4 4 3 3 2 2 2 0 0 0 0 0
1 3 1 3 3 2 1 1 3 2 4 4 2 4 3 2 1 0
0 0 2 1 1 1 3 3 2 2 2 2 3 4 4 6 7 6
G
17-4 14-2 18-11 16-5 12-8 9-4 7-6 9-10 9-9 13-8 15-12 10-8 10-9 3-8 5-10 6-20 6-16 1-30
9.ª Jornada (13-11)
9.ª Jornada (13-11)
Caniçal - Alcochetense Câmara de Lobos - Elvas Carregad - Ouriquense Vialonga - Loures Cacém - Sintrense U. D. de Santana - 1º de Dezembro Atlético - Vilafranquense Montijo - Futebol Benfica Tires - A D. de Machico
Vasco da Gama - Monte Trigo Lus. Évora - Oeiras Ferreiras - Lagoa Beira-Mar (Algarve) - Desportivo de Beja Messinense - Farense Sesimbra - Juv. Évora Aljustrelense - Castrense Almancilense - Amora Vendas Novas - Lusitano VRSA
30 DESPORTO
CORREIO DE CARACAS - 10 DE NOVEMBRO DE 2005
AD Camacha está no topo: goleou o Famalicão e isolou-se na liderança
A
zul é a cor do ceú e também a cor do líder da Série A da II divisão, a AD Camacha, cujas gentes, como todo o propó sito, se sentem... no céu. Decorridas sete jornadas, os camachenses seguem isolados na frente do campeonato, aproveitando da melhor forma a folga do Trofense para lhe roubar a liderança. Isto graças a uma concludente vitó ria sobre um dos grandes candidatos à subida, despachado na Camacha por claros 3-0. No pó lo oposto continua o União SAD, que não conse-
guiu melhor do que um desconsolado empate no reduto do Atlético de Valdevez, resultado que atrasa a formação de Ernesto Paulo na corrida pela subida. O mesmo se pode dizer do Portosantense, que não foi além de um empate a zero na recepção ao Ribeirão. Na Série B, com o Pontassolense de "férias", apenas jogaram Ribeira Brava, que voltou a perder fora, mas com um golo consentido no ú ltimo minuto de jogo, e Marítimo B, que aproveitou da melhor forma a recepção ao frágil A. Lordelo para golear e respirar melhor.
Liga de Honra 10.ª Jornada Moreirense Varzim Olhanense Beira-Mar Ovarense Santa Clara Feirense Maia Sporting Covilhã
0 0 1 2 1 3 2 0 1
2 0 1 1 0 1 1 0 0
II Divisão - Série A 7.ª Jornada
Vizela Chaves Portimonense Aves Barreirense Gondomar Leixões Estoril Marco
Torcatense 0 0 Fafe
Pts. J V E D
Beira Mar Sport. Covilhã Olhanense Estoril Aves Portimonense Gondomar Marco Varzim Santa Clara Maia Vizela Leixões Feirense Moreirense Ovarense Barreirense Chaves
21 10 20 10 18 10 17 10 16 10 16 10 14 10 13 10 13 10 13 10 12 10 12 10 12 9 11 10 9 10 8 9 8 10 6 10
6 6 5 5 5 4 4 3 3 2 3 3 3 3 2 2 1 1
3 2 3 2 1 4 2 4 4 7 3 3 3 2 3 2 5 3
1 2 2 3 4 2 4 3 3 1 4 4 3 5 5 5 4 6
Valdevez 1 1 União da Madeira
Valdevez 1 1 União da Madeira Portosantense 0 0 Ribeirão
Vilaverdense 1 2 Sport. Braga B A. D. da Camacha 3 0 Famalicão
G
11-4 13-8 13-11 18-12 15-12 11-8 13-12 14-13 11-13 9-7 17-16 12-12 7-6 13-17 9-15 13-21 6-10 5-13
- Varzim - Olhanense - Beira-Mar - Ovarense - Santa Clara - Feirense - Maia - Sporting da Covilhã - Marco
II Divisão - Série C 7.ª Jornada Tourizense 3 0 Portomosense U. Coimbra 1 0 Penalva Castelo Abrantes 2 2 Oliveirense Benf. C. Branco 2 1 Oliv. Bairro Rio Maior 0 0 Fátima Pampilhosa 2 1 Pombal
Classificação
A. D. Camacha 13 Trofense 12 Portosantense 11 Sandinenses 9 Famalicão 9 Vilaverdense 8 Fafe 8 União Madeira 8 Lixa 8 Ribeirão 8 Valdevez 5 Sp. Braga B 5 Freamunde 5 Torcatense 1
7 6 7 6 6 7 6 6 5 6 5 6 6 5
4 3 3 2 2 2 2 2 2 2 1 1 0 0
1 3 2 3 3 2 2 2 2 2 2 2 5 1
2 0 2 1 1 3 2 2 1 2 2 3 1 4
G
14 - 7 9-5 6-4 7-5 6-7 9-8 7-7 5-6 4-4 3-4 5-6 7 - 10 4-5 2 - 10
8.ª Jornada (20-11) Sandinenses - Torcatense
G
2 6 0 2 4 3-10 13º Nelas 14º Oliveira Hospital 1 5 0 1 4 2-13
8.ª Jornada (20-11)
8.ª Jornada (20-11)
3º Abrantes 4º Pampilhosa
13 6 4 1 1 13-4 13 6 4 1 1 9-6 11 6 3 2 1
7-5
5º Benfica C. Br. 10 7 3 1 3 12-13 9 5 2 3 0 6-2 6º Fátima 7º Penalva Castelo 9 7 2 3 2 7-8 8 5 2 2 1 8-4 8º Pombal 8 7 1 5 1 8-8 9º Rio Maior Portomosense 6 7 1 3 3 8-10 10º 11º Oliveira Bairro 4 6 0 4 2 8-10 4 6 1 1 4 6-11 12º U. Coimbra
Penalva do Castelo - Tourizense Oliveirense - União de Coimbra Oliveira do Bairro - Abrantes Fátima - Benf. Castelo Branco Pombal - Nelas Oliveira do Hospital - Pampilhosa
7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
Lousada
8-7
9 6 2 3 1 8-4
Fiães
9 6 2 3 1
7-5
Aliados
8 5 2 2 1
7-8
Esmoriz
8 6 2 2 2 8-11
F. C. Porto B
7 5 1 4 0
5-4
Pontassolense 7 6 2 1 3
7-7
Marítimo B Infesta
7 7 2 1 4 13-14 7 6 2 1 3 7-10
Pedras Rubras 7 7 2 1 4 6-11 Ribeira Brava 7 7 2 1 4
3-9
Sanjoanense
6-6
6 5 1 3 1
8.ª Jornada (20-11)
6 5 5 4 3 3 3 3 3 3 2 2 1 1 0 0
0 1 1 3 3 2 1 1 0 0 2 2 4 2 1 1
1 1 1 0 1 2 3 3 4 4 3 3 2 4 6 6
BREVES Luí s Filipe Vieira quer continuar
Imortal Benfica B Oriental Madalena Mafra Silves Micaelense Real
Pts. J V E D
18 16 16 15 12 11 10 10 9 9 8 8 7 5 1 1
7 3 2 2 13-6
Trofense - A. D. Camacha
II Divisão - Série D 7.ª Jornada
Casa Pia Operário Louletano Imortal Ol. Moscavide Madalena Benfica B Odivelas Torreense V. Setúbal B Micaelense Real Pinhalnovense Mafra Oriental Silves
11
D. Sandinenses 10 7 3 1 3
Famalicão - Vilaverdense
Trofense - A. D. da Camacha
G
Paredes
Sporting de Braga B - Portosantense
Famalicão - Vilaverdense
Classificação
16 7 5 1 1 13-6
12 6 3 3 0 8-4
Freamunde - Valdevez
Sporting de Braga B - Portosantense
0 0 0 2 1 1 1 1
G
Sp. Espinho
União da Madeira - Lixa
Freamunde - Valdevez
Pinhalnovense 0 Ol. Moscavide 1 Vitória Setúbal B 1 Louletano 2 Casa Pia 2 Operário 2 Torreense 0 Odivelas 2
Pts. J V E D
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º
Sandinenses - Torcatense
União da Madeira - Lixa
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º
1º Oliveirense 2º Tourizense
Vilaverdense 1 2 Sporting Braga B A. D. da Camacha 3 0 Famalicão
Pts. J V E D
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º
Classificação Pts. J V E D
Lixa 1 1 Sandinenses
Classificação
11.ª Jornada (20-11) Moreirense Chaves Portimonense Aves Barreirense Gondomar Leixões Estoril Vizela
Torcatense 0 0 Fafe
Lixa 1 1 Sandinenses
Portosantense 0 0 Ribeirão
Classificação 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
II Divisão - Série B 7.ª Jornada
18-8 9-4 17-9 17-4 6-4 6-11 7-9 8-12 10-9 8-9 7-7 12-15 4-5 7-10 2-13 6-5
Oriental - Pinhalnovense Real - Vitória de Setúbal B União Micaelense - Odivelas Silves - Torreense Mafra - Operário Madalena - Casa Pia Benfica B - Louletano Imortal - Olivais e Moscavide
O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, reafirmou hoje que vai continuar à frente do clube da Luz, apesar de o número de sócios se situar à volta dos 155.000, ainda longe dos 300.000 que eram o seu objectivo. "Se calhar havia muita gente feliz se eu abandonasse", disse Luís Filipe Vieira, para imediatamente acrescentar a sua permanência na Luz e a convicção de que em 2006 o Benfica terá o número desejado de associados, com uma segunda fase na campanha de angariação de sócios. O presidente "encarnado" apresentou uma segunda fase da campanha de captação de novos sócios, agora sob o lema "Seja o novo "olheiroÈ do Benfica", que serve para premiar sócios que filiem novos associados. Vieira reconheceu não ter conseguido o número pretendido com a campanha do "kit novo sócio", mas afirmou-se ambicioso e disse acreditar que em 2006 o Benfica terá chegado a uma cifra muito superior.
CORREIO DE CARACAS - 10 DE NOVEMBRO DE 2005
DESPORTO 31
Benfica marca passo na I Liga Porto e Nacional capitalizam
O
campeão Benfica foi o ú nico a desaproveitar a "escorregadela" do Sporting de Braga, ao contrário de FC Porto e Nacional, que capitalizaram em pleno a derrota sofrida pelo líder da Liga portuguesa de futebol na Madeira, frente ao Marítimo. Os lisboetas não foram além do empate a duas bolas na recepção ao Rio Ave, em jogo da 10ª jornada, enquanto os portuenses se impuseram por 1-0 em Paços de Ferreira e os madeirenses deram continuidade ao notável início de época com um triunfo (2-0) sobre a Naval. FC Porto (2º ) e Nacional (3º ) permanecem em igualdade pontual, mas reduziram de cinco para dois pontos o atraso para os bracarenses, que sofreram sábado a primeira derrota na competição, ao baquearem ante o Marítimo, por 1-0. O Benfica mantém-se na quarta posição, mas conseguiu recuperar apenas um ponto em relação ao comandante (reduziu para cinco), graças a um empate arrancado a "ferros" com o Rio Ave, por obra de um golo de Petit, a quatro
minutos do fim. O Benfica, que a meio da semana tinha perdido com o Villarreal e comprometido a qualificação na Liga dos Campeões, esteve por duas vezes em desvantagem, na sequência dos golos de Cleiton (25 minutos) e Chidi (57), mas valeu-se de um improvável "bis" de Petit (33 e 86) para salvar um magro ponto. Pouco depois, o FC Porto também passou por dificuldades, mas impô s-se pela margem mínima em Paços de Ferreira, beneficiando do acerto do médio Quaresma, autor do ú nico tento do encontro, marcado aos 12 minutos. O Nacional foi o primeiro os três "interessados" a entrar em acção e apenas conseguiu resolver a "questão" durante a segunda do embate com a Naval 1º de Maio, graças aos remates certeiros de Anic (69) e Alex Goulart (89, de grande penalidade). O Vitó ria de Setú bal prosseguiu a boa temporada com uma vitó ria tangencial (1-0) sobre o Estrela da Amadora, consumada com um golo de Fábio, os 42 minutos, enquanto o Gil Vicente não fez melhor que um empate 2-2 na recepção ao "lanterna vermelha" Penafiel.
Liga Betandwin 10.ª Jornada Belenenses 1 Marítimo 1 Benfica 2 Nacional 2 Vitória Setúbal 1 Paços Ferreira 0 Académica 1 Gil Vicente 2 Sporting 2
1 0 2 0 0 1 0 2 1
Boavista Sport. Braga Rio Ave Naval E. Amadora F. C. Porto V. Guimarães Penafiel U. Leiria
Classificação Pts. J V E D
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
Sp. Braga FC Porto Nacional Benfica Sporting Vitória Setúbal Boavista Rio Ave Paços Ferreira União de Leiria Marítimo Académica Gil Vicente Naval Belenenses E. Amadora Vit. Guimarães Penafiel
23 10 21 10 21 10 18 10 17 10 17 10 15 10 15 10 13 10 11 10 11 10 11 10 11 10 11 10 10 10 9 10 7 10 6 10
7 6 6 5 5 5 3 4 4 3 2 3 3 3 3 2 2 1
2 3 3 3 2 2 6 3 1 2 5 2 2 2 1 3 1 3
1 1 1 2 3 3 1 3 5 5 3 5 5 5 6 5 7 6
G
10-2 13-6 12-4 17-9 14-14 6-3 15-10 15-14 11-14 11-13 12-13 9-11 9-13 12-14 13-15 8-12 5-15 8-18
11.ª Jornada (20-11) Belenenses Sporting de Braga Rio Ave Naval Estrela da Amadora F. C. Porto Vitória de Guimarães Penafiel Boavista
-
Marítimo Benfica Nacional Vitória de Setúbal Paços Ferreira Académica Gil Vicente Sporting União Leiria
CORREIO DE CARACAS – 10 DE NOVEMBRO DE 2005
Apreendidos mais de oito quilos de cocaína
Julgamento com duas sessões por semana A Sessão de 3 de Novembro serviu apenas para ouvir um dos arguidos no caso que envolve o co-piloto Luí s Santos e três portuguesas
O
julgamento dos portugueses e venezuelanos implicados no caso da droga encontrada num avião fretado pela Air Luxor em 2004 vai ter duas sessões por semana, anunciou na semana passada a juíza Ester Roa, a pedido dos advogados dos arguidos. Na sessão de 3 de Novembro, que durou duas horas, foi feito um resumo pela juíza da acusação que foi lida pelo Ministério Pú blico, conforme noticiou a agência Lusa. A juíza perguntou a todos os acusados se queriam declarar-se culpados, o que eles recusaram. Perguntou se algum deles queria falar, quatro disseram que sim, mas só um teve a oportunidade de se pronunciar, devido à curta sessão. E quem falou ao tribunal foi um funcionário da segurança aeroportuária, que disse estranhar porque o estavam a relacionar com este caso, alegando que estava a estudar na altura em que se prevê que terá passado a camioneta que transportou a droga até ao avião. Explicou que as suas funções consistem em identificar as pessoas que pretendem entrar com os veículos junto da barreira de segurança que dá acesso ao aeroporto e que não tem habilitações para revistar os veículos.
Disse ainda que não foi detido em flagrante e que alguns funcionários policiais no dia da apreensão da droga indicavam às testemunhas o que deviam dizer. Frisou também que a segurança do aeroporto é bastante vulnerável. O julgamento continuou terça-feira pelas 13:00 locais (17:00 em Lisboa). O caso remonta para os finais de Outubro de 2004, quando quatro portugueses - o co-piloto Luís Santos e as três passageiras de um avião a jacto particular - e seis venezuelanos foram acusados pelo Ministério Pú blico venezuelano de tráfico de estupefacientes. Foi a pró pria tripulação do avião que encontrou os estupefacientes no aparelho e denunciou às autoridades um carregamento de quase 400 quilos de cocaína que seriam enviados para Portugal. O processo envolvia ainda o piloto e a hospedeira da aeronave, que foram libertados nos primeiros dias de Novembro, enquanto o co-piloto Luís Santos se encontra em prisão domiciliária desde Dezembro do ano passado, depois de um período de dois meses numa cadeia local. As três passageiras portuguesas continuam presas numa cadeia venezuelana.
Piloto pede para que as suas declarações sejam consideradas O piloto português detido na Venezuela por suspeita de tráfico de droga pediu hoje ao Ministério Pú blico que “ não faça caso omisso” das suas declarações, porque contribuirão para chegar à verdade dos acontecimentos. No â mbito do julgamento que tem ainda como arguidos três portuguesas e seis venezuelanos, Luís Santos fez no tribunal de Macuto uma declaração voluntária a três representantes do Ministério Pú blico venezuelano. “ Peço-lhes que não façam caso omisso das minhas declarações, que vos dou pela segunda vez, porque contribuem para chegar à verdade” , afirmou Luís Santos. “ Apesar de estar detido há um ano, continuo confiante na justiça venezuelana e que se chegará a uma decisão que só pode ser a confirmação da minha inocência” , acrescentou. Os quatro portugueses são acusados de transporte ilícito de substâ ncias estupefacientes e os seis venezuelanos de colaboração.
Direcção-Geral das Alfâ ndegas apreendeu na passada segunda-feira 8,485 quilos de cocaína no Aeroporto de Lisboa, tendo sido detido um cidadão venezuelano de 31 anos, segundo um comunicado dos Ministérios das Finanças e da Administração Interna. Esta apreensão em Lisboa junta-se a outras três feitas recentemente, pela mesma entidade, no Aeroporto da Madeira, totalizando a cocaína apreendida 17,414 quilos, quantidade suficiente para 174.150 doses individuais. No passado domingo, no aeroporto da Madeira, a DirecçãoGeral das Alfâ ndegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo (DGAIEC) apreendeu
também a uma cidadã venezuelana, de 26 anos, procedente de Caracas, 2,325 quilos de cocaína, dissimulados no fundo falso de uma mala. Quinta-feira, dia 02 de Novembro, também no aeroporto da Madeira, foram apreendidos mais 3,020 quilos da mesma droga a um cidadão italiano, de 29 anos, procedente de Caracas. Também a DGAIEC, no mesmo aeroporto e a um cidadão venezuelano (de 29 anos) igualmente procedente de Caracas, já tinha apreendido a 22 de Outubro mais 3,584 quilos de cocaína. Em todos os casos a droga vinha dissimulada na bagagem pessoal dos passageiros, que foram detidos e entregues à Polícia Judiciária.
Centro Português revive festa de São Martinho
U
ma comemoração em honra de São Martinho tem lugar no pró ximo dia 11, nas instalações do Centro Português, em Caracas. Neste acto, vai realizar-se a tradicional refeição com castanhas, sardinhas assadas e vinho. Vai também ser encenado os costumes desta data, como a venda de peixe, que se fazia antes porta a porta. José Manica, colaborador e
representante das tradições lusas no clube, destacou que este exemplo mostra como os homens e as mulheres da ilha trabalham para ajudar a sua família. Na festa, vai estar presente o grupo folcló rico do Centro Português. Merece algum destaque a gastronomia típica para prestar homenagem ao santo que é considerado também o protetor padroeiro dos apreciadores de vinho.