Correio da Venezuela 137

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“ Hallacas” àportuguesa

Cidadãaçoriana vende “ hallacas” há 4 anos

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Escolas multiculturais

Na Madeira, 3 mil imigrantes frequentam escolas Páginas 10 e 11

www.correiodecaracas.net

O jornal da comunidade luso-venezuelana

ano 07 - N.º 137 - DePósito LegaL: 199901DF222 - PubLicação semanaL

caracas, 15 De DeZembro De 2005 - VeneZueLa: bs.: 1.000,00 / PortugaL:

ESCOM retira-se da Venezuela

O consórcio luso-chinês não conseguiu concretizar nenhum negócio na Venezuela. Apesar dos acordos assinados, a ESCOM viu-se forçada a abandonar projectos avaliados em mais de 23 mil milhões de dolares. Página 3

San Pedro de Los Altos enaltece influência portuguesa Comunidade lusa recorre aos ensinamentos da terra-mãe integrar-se socialmentnaquelas paragens . Página 13

0,75

Entrada para o Mercosul dificulta negociação com a UE Página 25 Estudantes de vários colégios de Caracas recuperam Página 4 tradição

Vitó ria de Setú bal brilha na I Liga sem ordenados mas com muitos Página 31 pontos


2 EDITORIAL

CORREIO DE CARACAS - 15 DE DEZEMBRO DE 2005

Caldos de galinha Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Coordenação na Madeira Sónia Gonçalves Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva Nathali Gómez e Noélia de Abreu Correspondentes: Ana Pita Andrade (Maracay) Bernardete de Quintal (Curaçau) Briceida Yepez (Valencia) Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira Preparação Gráfica:

Na nossa firme missão de informar e de transmitir tudo o que possa ser relevante para a expressiva comunidade luso-descendente da Venezuela, o CORREIO mantém-se atento a todos os raciocínios que, cá dentro ou lá fora, se possam produzir sobre a postura visivelmente comedida dos portugueses face aos sucessivos desenvolvimentos político-sociais deste País que nos acolhe.Não se trata de um excessivo comedimento, nem muito menos um qualquer alheamento das grandes questões da Venezuela. A presença portuguesa na Venezuela já tem meio século de vivência, feita também de muitos ciclos políticos e de protagonistas políticos. Não se poderia ter uma comunidade forte, como a que nos orgulhamos de ter, se tivesse havido um total desprezo ou secun-

darização dos assuntos da política. O que se pode deduzir é que, face a tudo o que as várias gerações vão assistindo nesta nossa segunda pátria, não são aconselháveis tomadas de posição extremistas e de intolerâ ncia, seja qual for a tendência dominante. E já tivemos várias, como todos sabemos. Por isso, a quem possa temer pelos efeitos efectivamente nefastos de um alheamento, podemos afirmar que se trata de pura ilusão. Os portugueses e os luso-descendentes conhecem as regras do País onde vivem, sabem interpretálas e estarão sempre disponíveis, como sempre estiveram, para contribuir para a engrandecimento da Venezuela. Mesmo que isso signifique uma aparente distâ ncia das luzes da ribalta. É que “ cautela e caldos de galinha” nunca fizeram mal a ninguém.

João Santos (DN-Madeira) Produção: Franklin Lares Secretariado: Glória Cadavid Distribuição: Juan Fernandez Impressão:

O CARTOOn DA seMAnA O Benfica eliminou o Manchester United mesmo sem alguns dos principais titulares...

... E se aqui na Venezuela os suplentes arrancassem com a Casa do Benfica, em vez de esperarem pelos “titulares” ?!!

Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69

A seMAnA MUITO BOM Diversos testemunhos publicados na edição especial de aniversário do CORREIO evidenciaram a elevada consideração que várias personalidades de áreas tão distintas da sociedade venezuelana nutrem pela comunidade portuguesa aqui radicada. Figuras do mundo artístico, do desporto e da política não pouparam nos elogios quando se tratou de falar da importância e da influência lusas no dia-a-dia do desenvolvimento deste grande País.

BOM A recente visita à Venezuela dos presidentes da Associação de Futebol da Madeira e do Clube Desportivo Nacional (colectividade que segue no segundo posto da I Liga Portuguesa de Futebol) abriu algumas expectativas em relação à possibilidade de realização de um encontro particular entre as selecções da Venezuela e da Região Autónoma da Madeira, no Funchal. Tudo ainda não passou de uma intenção, mas já nos imaginamos a constatar a imensa alegria para milhares de cidadãos luso-venezuelanos que seria assistir à transmissão de tal jogo directamente do coração da ilha da Madeira.

MAU Nunca é demais advertir para os riscos e consequências evitáveis que derivam do irresponsável manuseamento dos fogos artificiais, tão em voga nesta quadra natalícia e de final de ano. A experiência de anos anteriores aconselha a redobrar cuidados e a evitar tudo o que seja a utilização irresponsável desse tipo de material. Um cuidado muito especial deve ser dirigido às crianças que, indefesas perante alguns descuidos e disputas estúpidas entre adultos, podem acabar por pagar consequências trágicas. Toda a atenção é pouca!

MUITO MAU

E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares

Começa a ser recorrente focar o tema da fraca capacidade que alguns elementos da comunidade em lidarem com a passagem a segundo plano. Há gente sem estatura para assumir tão elevada responsabilidade em instituições sócio-culturais e desportivas, concebidas para unir e não para fomentar divisões. Essas fragilidades evidenciam-se sobretudo após a passagem do testemunho, que deveria ser um acto normal em vez de se transformar em cenas e atitudes mal geridas, reveladoras de uma falta de tolerância e de humildade. Os ciclos diferentes existem e só fazem bem à vidas das instituições. Que se mantenha a dignidade, antes e depois!

Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Ma deira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias.

El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.

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ESCOM retira-se da Venezuela Empresa portuguesa tinha assinado acordo com Governo para concretizar projectos que iriam solucionar algumas das problemáticas habitacionais Beya Escom mantém o escritó rio de Caracas em funcionamento e continua Lilianadasilva19@hotmail.com interessada em oportunidades de negó cio que venham a aparecer no merempresa lusa Espírito cado venezuelano". No entanto, os reSanto Comerce (ES- presentantes da empresa lusa não quiCOM), que permaneceu seram adiantar mais pormenores sobre na Venezuela através de os obstáculos que impediram que tivesuma sociedade com a empresa de sem sido colocados em prática alguns origem chinesa, China Beya, for- dos projectos, uma vez que foi assinamando o consó rcio Cinha Baeya Es- do um acordo com o Governo de Vecom Internacional, decidiu retirar- nezuela, no passado dia 2 de Abril de se temporariamente da Venezuela, 2004, no qual foi decidida a criação de uma vez que não conseguiu concre- uma Comissão Interministerial Presitizar nenhum dos projectos de in- dencial que se encarregaria de preparar vestimentos que tencionava levar a os detalhes relativos à concretização descabo em distintos estados do país. tes projectos. Segundo informações exO consó rcio luso-chinês assinou há tra-oficiais, obtidas por nó s, esta mismais de um ano um acordo de intenções são nunca cumpriu com as suas funções. com o Presidente da Repú blica, Hugo As iniciativas que viriam a ser desChávez Frías, através do qual estava pre- envolvidas pela empresa luso-chinesa visto um investimento por parte da so- na Venezuela obedeciam a diferentes ciedade mais de 23 mil milhões de bolí- áreas, assegurando milhares de fontes vares. de empregos, tanto directos com indiSegundo o assessor de imprensa do rectos, uma vez que a mão de obra para Grupo Espírito Santo, Hermínio Santos, a concretização das mesmas seria venea retirada da representação portuguesa zuelana. Esta primeira etapa de investiaconteceu há já duas semanas, tendo si- mento englobava seis projectos que desdo motivada pelo facto de ainda ter sido crevemos a seguir: a construção de uma implementado nenhum negó cio na Ve- auto-estrada com cerca de dois quiló nezuela. "Por isso, a ESCOM decidiu re- metros que ligaria o ocidente e o orientirar temporariamente o seu represen- te venezuelano, que teria inicio na foz tante". A outra parte do consó rcio, Chi- do rio Orinoco e terminaria no ocidenna Beya, permanece no país. "A China te do país. Esta via faria a comunicação Liliana da Silva

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entre o Amazonas e o Oceano Pacífic; o projecto 1000x1000, cuja função seria basicamente a de promover as empresas de manufacturação no país, com investimento asiático, que seriam geridas por trabalhadores venezuelanos. O empresário nacional teria, ainda assim, a opção de adquirir 50 por cento da empresa, podendo cancelar num período de cinco anos; desenvolvimento de plantas de energia termoeléctrica, utilizando como matéria-prima o carvão para produzir a energia. Este projecto seria colocado em marcha nos estados Falcó n, Táchira e Zulia; Desenvolvimento turístico da Península de Macanao no Estado Nueva Esparta. Este projecto seria destinado à construção nesta região de um complexo turístico, aproveitando as belezas naturais; Cidades integrais. Isso seria para os entendidos na matéria a mais importante de todas as iniciativas; e, finalmente, edificação de uma vitrina comercial no Estado Nueva Esparta, na qual seriam colocados milhares de produtos, tanto nacionais como importados, num milhão de metros quadrados. MARGARITA: O PRIMEIRO DESTINO No mês de Novembro de 2004, o Correio da Venezuela acompanhou a reunião dos delegados da China Beya Escom Internacional na Venezuela com o

governador de Nueva Esparta, Morel Rodríguez, por ocasião da assinatura de um convénio, no qual eram explicados os três projectos que seriam construídos nesta ilha venezuelana, mais especificamente: o desenvolvimento turístico da península de Macanao, a vitrina comercial e uma cidade integral modelo com capacidade para seis mil vivendas. Nessa altura, ambas as partes manifestaram o seu interesse de que estes investimentos fossem realizados o mais depressa possível, pois, como assinalou o governador Rodrígue, "estes projectos impulsionariam a economia e o turismo da ilha". Depois deste acordo, o Governo Regional arranjou o terreno para a cidade integral e disponibilizou os funcionários a trabalharem em conjunto com os investidores. Porém, as obras não foram iniciadas porque o Governo Nacional não facilitou os recursos para que esta governação proporcionasse as garantias à empresa luso-chinesa. A falta de recursos, por parte do estado, impediu que se iniciassem os projectos na Ilha de Margarita; lugar que seria o primeiro destino para parte dos 23 milhões de bolívares de investimento. Hermínio Santos concluiu por assinalar que a ESCOM continuará a estudar possíveis investimentos na Venezuela.


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Estudantes ressuscitam gaita Quatro meses antes, os grupos de gaitas de quase todos os colégios de Caracas iniciam os ensaios de modo a preparem-se para competir nos festivais inter-colegiais gios, competição que torna a gaita um género moderno e actual. Os estudantes organizam-se e comegaita é o género musical çam a ensaiar, em muitos casos, desde o que foi tradicionalmente re- mês de Setembro, de modo a poderem lacionado com o Natal na competir nos diferentes festivais interVenezuela. Surgiu no esta- colegiais que se realizam na cidade. do de Zulia, no Oeste da Venezuela, e O Colégio Americano é um dos muipouco a pouco foi adquirindo força em tos colégios que participa com um grutodo o territó rio nacional. Os instru- po de alunos nos gateiros intercolegiais mentos que identificam a gaita são as que se realizam em Caracas durante o "tamboras", a "charrasca" de meta e o mês de Dezembro. De acordo com Án"furruco", mas na actualidade generali- gel Alejandro Urdaneta, membro do zou-se uma gaita acompanhada por um agrupamento daquele estabelecimento instrumental moderno com a introdu- de ensino, o grupo de gaitas existe há ção de guitarra, do baixo e do piano quatro anos mas só compete nos intereléctricos, trompetas e saxofones. colegiais há dois anos. Já em Agosto as gaitas começam a toSobre a competição, conta que é um car nas rádios, onde se realizam as séries "processo interno realizado pelos alunos e do "amanhecer gaiteiro". À medida que professores de cada um dos colégios prise aproxima os meses natalícios vai se in- vados que participam. Os preparativos tensificando a actividade gaiteira. As dis- começam entre três a quatro meses antes cotecas, bares e restaurantes acolhem gru- de Dezembro". pos de gaitas ao vivo. O grupo do Colégio Americano é Em Caracas ocorre um fenó meno composto por 22 alunos, entre estudantes particular. É a tradição que passa pela de- com bacharelato e 6º ano da educação monstração de competências por parte primária, e conta com um ballet coreodos grupos de gaitas dos diferentes colé- gráfico constituído unicamente por mulDelia Meneses Yamilem Gonzalez

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heres. Os cantores e os mú sicos pertencem a ambos os sexos. As canções são escritas pelos grupos de gaiteiros com mais reconhecimento da Venezuela. Entre as canções mais famosas e celebradas figuram "Amparito", "Le Doy gracias al Señor". Os festivais realizam-se em vários locais de Caracas. Cada grupo assiste às apresentações sem ter conhecimento prévio de quais outros colégios participam. "Quando chegamos ao lugar é quando passamos a conhecer os grupos contra os quais vamos competir", explicou Urdaneta.

Jojan Ferreira é um jovem estudante luso-descendente do colégio Materday, situado em San Antonio de los Altos. Este será o primeiro ano que o estabelecimento onde estuda vai participar num festival. O grupo é constituído por 30 elementos, entre homens e mulheres. Na maioria dos grupos a presença feminina é dominante, já que o baile constitui um dos atractivos principais de cada agrupamento. São as estudantes que concebem as coreografias e criam o vestuário que identifica o grupo. "Levamos mais de dois meses a prepararmo-nos através de ensaios consecutivos", conta o jovem.


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Construção da praça de Portugal em Valência começa em 2006 Este projecto que teria iní cio neste mês transitará para o próximo ano. No local, foi criado um espaço de Natal, enquanto não começa a construção. ses de 2007 a comunidade lusa de Valência poderá estar noeliadeabreu@gmail.com a desfrutar deste espaço. "O arquitecto Chucho Vera afirpraça de Portugal mou que se tivermos o dinem Valência, Es- heiro na mão a praça estará tado de Carabo- concluída em 18 meses e isso bo, é um projec- é o que esperamos". to que nasceu devido à vontade da comunidade lusa em O QUE SE TEM ter um espaço onde pudesse ATÉ AGORA levar a cabo diferentes actiAté ao momento, explica vidades culturais e sociais. E Datenda, contam com quase foi precisamente num dos 70 por cento dos fundos que desfiles realizados nas come- são necessários para custear a morações do Dia de Portugal, construção. "Tudo graças à há alguns anos, que surgiu es- ajuda de diversos empresáta ideia. rios que manifestaram inteO projecto que estava pre- resse em contribuir para esvisto começar em Dezembro, ta obra. No entanto, os pasó será iniciado no mês de trocinadores pediram Fevereiro e, segundo infor- explicitamente que não quemou Manuel Datenda, actual riam ser mencionados. O que presidente da Associação Ci- se pode dizer é que entre eles vil Praça de Portugal, em 18 se encontram um italiano, um meses a obra será inaugura- venezuelano, um chinês e um da, pelo que nos ú ltimos me- português. Noélia de Abreu

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Datenda exorta a comunidade lusa de Valência e demais comunidades vizinhas, que estejam interessadas em conhecer o espaço onde será construída a praça, para que se desloquem ao local. "Temos estado a fazer a limpeza do terreno e plantámos um "samán", a que demos o nome "Samán da Paz" e no qual gastámos 1.200 caixas de lâ mpadas e 1.240 extensões, para oferecer à comunidade um lugar para conviver. Também colocámos um presépio que permanecerá ali até 15 de Janeiro". A possibilidade de ter uma Praça de Portugal abre muitas portas aos portugueses que não são associados de nenhum clube, já que neste local poderão encontrar diversos serviços, tanto culturais, como tecnoló gicos, entre outros

Localização da praça: Av. Feo La Cruz com Av. Cabrales. Entre a auto-estrada e a esquina, em frente ao Jardim Botânico do Estado Carabobo. Espaço que ocupa: 1.600 metros quadrados, terreno que foi doado pelo Jardim Botânico do Estado Carabobo. Áreas que inclui a praça: Segundo o actual presidente Manuel Datenda, na praça haverá: uma sala de exposições, um espaço para a acústica, uma gruta da Virgem de Fátima, uma agência de viagens, uma sala de Internet, uma bliblioteca lusófona, uma praça de bandeiras de todos os distritos de Portugal e regiões autónomas (Madeira e Açores), uma fonte de soda e um museu geopolítico. Dado curioso: Aquelas pessoas que colaborem para a construção da praça receberão um livrete. Essa contribuição não tem um valor mínimo. Cada um dá o que pode e quer, passando a ser membros participantes que mensalmente contribuirão com o que quiserem. Os que assumirem os custos de uma coluna, entre as 80 que estão previstas, terão o seu nome gravado nas mesmas.


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Comunidade lusa celebrou o Dia da Imaculada Conceição

A Comunidade de Santa Rosalí a reuniu 750 mil bolí vares para restaurar a imagem da Imaculada Conceição. da Conceição encontra-se numa fase de restauro. Conceição dos Santos explica noeliadeabreu@gmail.com que desde o mês de Maio que a estátua se encontra em reparação. "Tive que reImaculada Conceição tem si- colher 750 mil bolívares para recuperar do acolhida pelos cató licos esta imagem da Imaculada que já estava portugueses como a padro- a ficar deteriorada. Todavia, não está toeira do país. Por isso, a 8 de talmente restaurada, pelo que apenas a Dezembro é feriado em Portugal. Na temos provisoriamente para a procissão. Venezuela esta data foi celebrada pela Logo depois será levada novamente pacomunidade lusa da paró quia de San- ra que se termine o trabalho". ta Rosalía no passado domingo, dia 11 de Dezembro, na igreja de Santa Rosalía IGREJA PRECISA DE AJUDA de Palermo de Caracas, com uma proNeste, a igreja Santa Rosalía de Pacissão, que levou a imagem da Virgem lermo encontra-se deteriorada, possui pelas ruas. A festa teve início com a ora- muitas infiltrações e quando chove a ção do rosário, seguida de uma missa ce- água corre em cascata. Lourdes Pestalebrada pelo padre David Afonso, filho na, oriunda de Câ mara de Lobos, Made portugueses. deira, encontra-se a recolher fundos paA comemoração da Imaculada Con- ra restaurar a capela de Nossa Senhora ceição é realizada há três anos nesta pa- de Fátima, já que a imagem desta Virró quia, tendo surgido por ideia do pa- gem teve que ser colocada noutras cadre Miguel Vargas, que decidiu na al- pelas, partilhando o espaço com outras tura fazer a procissão e levar a Virgem imagens, para evitar assim a humidade e para as ruas. Conceição dos Santos, ma- as infiltrações que levam à sua degradadeirense natural do Arco da Calheta, ção. tem sido responsável pela organização Loudes Pestana explica que esta igredo evento, partilhando esta tarefa com ja é histó rica. "Aqui vinha a mãe de Sioutras portuguesas. mó n Bolívar para rezar à Virgem do Conceição dos Santos esteve enca- Perpétuo Socorro quando estava grávirregue nos ú ltimos 20 anos pela limpe- da de Simó n. Além disso, grande parte za do altar da Virgem, mantendo-a sem- da família de Bolívar baptizou-se aqui. pre fresca e com um vaso de flores. Também foram aqui baptizados outras "Lembro-me que esta tarefa me foi dada personalidades da independência da Vepelo falecido padre José Porras, já que nezuela, assim como ex-presidente Ró eu também me chamo Conceição". mulo Betancourt". Pestana exorta a coA procissão foi acompanhada pela munidade a colaborar na restauração da banda musical do Liceu Independência, igreja, que a segunda mais importante que pertence também à paró quia de de Caracas. Santa Rosalía, pelo que os mú sicos não A comunidade religiosa apela a tocobraram nada por se tratar de um even- dos os que queiram colaborar para que to religioso. Contudo, foi necessário depositem o seu donativo na conta arranjar dinheiro para comprar as flo- 7023020926, Banco Mercantil no nome res, a tela dos mantos e para pagar al- de José Gonçalves e Maria Lourdes Pesguns serviços para que a comemoração tana. Os que desejem mais informação fosse possível. Para tal, colaboraram mui- podem solicitá-la através dos telefones: tos portugueses que frequentam esta 7812178- José Goncalves e 5423561- Maigreja ou que são devotos desta Virgem. ría Lourdes Pestana. Actualmente, a imagem da ImaculaNoélia de Abreu

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Nascimento ao vivo no Centro Português Há 20 anos que os meninos do Centro Português de Caracas recriam em Dezembro o nascimento do menino Jesus. Uma iniciativa que também serve para passar uma mensagem de paz e união junto do público.

Liliana da Silva

Lilianadasilva19@hotmail.com

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Natal chegou e trouxe as suas diversas manifestações religiosas e culturais, que também podem ser apreciadas pelos só cios do Centro Português de Caracas (CPC). Na passada sexta-feira, 9 de Dezembro, o Salão Nobre deste clube acolheu a já tradicional encenação do nascimento de Cristo, que ano apó s ano consegue juntar pais e filhos numa peça de teatro que recria a chegada do menino Jesus ao mundo. Este costume natalício vem sendo organizado e dirigido há mais de 20 anos por Natália de Abreu. Este ano participaram 35 crianças, os quais representaram o "presépio ao vivo" com menino Jesus, a Virgem Maria, São José, Herodes, Anjo Gabriel, os Reis Magos, pastores, ovelhas, estrelas, comerciantes, anjos e o Tambolirero (uma personagem retirada da canção que tem por título este nome) através da recreação das passagens bíblicas que narram o nascimento de Jesus num humilde estábulo de Belém. "A obra baseia-se no que está es-

crito na Bíblia. A partir deste testemunho juntamos outros elementos como canções de natal e até um baile de anjinhos", observou Natália de Abreu. As idades das crianças que interpretaram aqueles personagens variavam entre os 3 e os 12 anos. A peça começou a ser preparada em Novembro. "É um trabalho árduo pois não podemos esquecer que são crianças e que é difícil mantê-los na ordem. No entanto, no dia do espectáculo sempre em surpreendem", disse. Esta iniciativa realiza-se graças à colaboração à direcção do CPC e dos pais, que contribuem com o vestuário dos filhos para a encenação do nascimento. "São muitas as pessoas que

colaboram, especialmente o Sr. Agustín, que trabalha desde os 10 anos fazendo a decoração. Todos os anos esmera-se para criar um presépio diferente e consegue fazê-lo", sublinhou a nossa interlocutora. Natália de Abreu, que também é membro do grupo de teatro do CPC, comenta ao CORREO que a ideia surgiu: "A Natal não é só prendas e festas, de facto, isso é o menos importante. Por isso, pensei que o nascimento de Jesus seria uma oportunidade maravilhosa para levar a mensagem cristã e do amor não só aos adultos como também às crianças, que assim aprendem o verdadeiro significado do Natal através desta obra. Esta tradição é muito bem aceite pelos só cios, visto que acorrem massivamente para apreciar o espectáculo e também entre as crianças, que se esforçam para conseguir o papel das personagens principais. "Há crianças que começaram pelas ovelhinhas e que terminaram a interpretar o São José ou a Virgem Maria", notou a criadora da iniciativa. Quem estiver interessado em apreciar o "Nascimento ao vivo", a oportunidade será dada pela RTP Internacional, que o transmite no dia 24 de Dezembro às 3 p.m e as 6 p.m.

PLUMROSE LATINOAMERICANA

felicita al gremio panadero por su participación en el evento

PLUMROSE TE LLEVA A CASA. Como es conocido por todos ustedes en este año Plumrose se propuso estrechar los lazos comerciales con tan importante gremio, en tal sentido creo el evento PLUMROSE TE LLEVA A CASA, que consistió en premiar a los panaderos por su fidelidad al comprar y comercializar los Jamones de pierna producido por esta empresa. El evento fue y sigue siendo un rotundo éxito, los panaderos que concursaron en el mismo se vieron gratamente sastifechos al ganar boletos ida y vuelta a Portugal, a parte del apoyo promocional que Plumrose proporciono a sus puntos de ventas durante este año. Como reflejo de este éxito queremos felicitar de nuevos a nuestros amigos y socios de negocio que han ganado durante este año.

VALENCIA

CARACAS

MARACAIBO

BARQUISIMETO

PTO. LA CRUZ

CD. BOLÍVAR

PAN FACTORY PAN. GRAN MARISCAL LA MANSION DE VICTOR PAN. CUEVAS DE IRIAS GRAN DUQUE LA INDIA PAN. ROCARENA LA MANSIÓN DE JUAN C.A PANIFICADORA GRAN AVENIDA SUPER MENEPAN PAN. VENEPAN DELI PAN. ORO PAN FLOR EXQ. LA CASCADA DEL PAN C.A. (BNA) PAN.PAST.Y PIZZ.LA PRIMAVERA C.A. PAN NEVERI PLAZA C.A. (BNA) PAN. Y PAST. Y EXQUISITESES EL TRIGAL PAN. MARLUIS, C.A. PAN. Y EXQUISITESES SANTA MARIA

Avelino Goncalves Dos Remedios Avelino Dos Santos Juaquin Cardozo (Rifa Nacional) Alvaro Manuel Campolargo Dos Santos Fernando Rodriquez De Ponte Manuel Horracio Grangeia Joao De Souza Cirne Luis Gerreiro Manuel De Jesus Das Neves Luis Moreira Dario Ferreira Antonio Goncalves Fernandez Albino Peralta Salikah Safhie Manuel Dos Santos Afit Del Afit Nabit Crisanto Diaz Rodriguez Joao Andre Batista De Macedo

PAN. Y PAST. PASEO LA GRANJA PAN. Y PAST. ANDREINA

Elio Guveia Araujo Maunel Bandeira

COMERCIAL TRIGALATE PAN. Y PAST. LA FLOR DE LOS MAGALLANES

Jose Martins Jose Antonio Pereira

PAN. Adelana PAN. Beiru 2da

José Pedro Luis Manuel Aponte

PAN. DAFONVILA PAN. EL HATILLO

Juvenal De Sousa Antonio Emilio Goncalves

PAN. RITZ 72 SUPER PARAGUITA

Mario Alberto Martinez Carlos Texeira

PAN. CONCORDIA EXPRESS PAN. PAST. NUEVA VALERA

Francisco Da Silva Armando Andara

PAN. EL LLANO PAN. LA ORQUIDEA

Luis Moreno Manuel Marquez

PAN. LOS CARVALHOS PAN. MARGARITA

Justino Pereira Albino

PAN. LAS COLINAS PAN. FEROL

Florentino Batista Lucia Fernandez

PAN. IMPERIAL PLAZA REST. PLAZA MAYOR

Jose Luis Goncalves Francisco Fernandez Valiente

PAN. Y EXQUISITESES SANTA MARIA PAN. Y CHARCUTERIA LA PIRAMIDE

Joao Andre Batista De Macedo Hlal Izzeddin

PAN. PAN DE ORO PAN. LA SUPREMA

Alcides Nestos Waity Naim


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"Hallacas" à moda portuguesa

Portugueses comercializam comida tradicional venezuelana na época natalí cia Jean Carlos De Abreu

deabreujean@yahoo.com

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alar de cozinha natalícia venezuelana é falar da famosa "hallaca", do "pan de jamó n", da salada de galinha e de outros pratos que enfeitam a mesa dos venezuelanos e não só . A tradição portuguesa se tem adaptado a alguns dos costumes dos estrangeiros e tem surgido uma mistura de sabores ao incorporar na mesa o pernil, o

peixe e o famoso bolo preto. "Português sem bolo preto, pernil e broas de mel não é português", diz-nos Carmelia Pimentel de Furtado, que chegou à Venezuela há 48 anos, proveniente de São Miguel (Açores). Carmelia vende "hallacas" há cerca de quatro anos por encomenda. Segundo nos comenta esta açoreana, aprendeu com a sua mãe que há mais de trinta anos as prepara ao estilo "caraquenho". Leva galinha, cerne de vaca e porco. Pimentel começou a vender "halla-

cas" entre os seus amigos, que nos asseguram que o toque luso que ela dá ao produto é um dos factores que garantem o êxito do mesmo, inclusive entre a clientela venezuelana, que também compra muito as suas "hallacas". Apesar de não ser venezuelana, o gosto da sua cozinha tem sido diferenciado por todos os crioulos, que aprovam o ponto de sabor que a caracteriza nesta época natalícia. Entre a galinha, a carne de vaca, o porco e o "onoto", Carmelia prepara cerca de cem "hallacas" por encomenda, onde as pessoas de distintas nacionalidades, nomeadamente portuguesa, espanhola, italiana, francesa e venezuelana, a contactam para fazer os seus pedidos para a Noite de Natal e para o Reveillon. "HALLACAS" INTERNACIONAIS Desde a Venezuela até Portugal, têm saído as "hallacas" desta lusa. Fora da época, no mês de Julho, uma "paisana" desta cozinheira fez pedidos para os levar à sua família, que vive em Portugal. A preferência destas pessoas pela cozinha desta açoreana tem crescido, segundo nos comentaram vários clientes, "pelo seu trabalho, empenho, limpeza, sabor e textura". Actualmente, o custo deste complemento natalício é de sete mil bolívares por unidade. Para além das "hallacas", Pimentel faz diferentes sobremesas típicos de Portugal para vender, nomeadamente o bolo preto, as broas de mel, as broas de coco e as famosas queijadas, um doce típico da ilha dos Açores. Esta portuguesa nunca pensou que o que é tradição na sua casa na altura do Natal seria um negó cio para ela. Nem imaginava que alguma vez as suas "hallacas" seriam famosas no outro continente, o europeu.

BREVES Compadres da Academia apresentam Junta Directiva de 2006 No Salão Nobre do Centro Português, realizou-se a ceia de fim de ano dos compadres da Academia do Bacalhau. Ali estiveram presentes os compadres, comadres e amigos em geral, perfazendo um total de 650 pessoas convidadas. Nesta ocasião, deu-se a conhecer a junta directiva que vai gerir a Academia no próximo ano, a qual foi escolhida pelo seu presidente José Luís Ferreira, que chamou cada um deles ao palco para serem apresentados. A Junta Directiva é constituída por Juan Silvestre Da Silva, Vicepresidente; Daniel Costa Silva, secretário; Gilberto Gonçalves, secretário; Silvino Cova, secretário; Mário Nunes Pinto, secretário; Jaime Figueiredo, tesoureiro; Joaquim Nuno Enriques, tesoureiro. A organização de eventos é constituída por Bernardo Pereira, Juvenal Macedo, Enmanuel Rodrigues, Domingos Valente e Maurílio Dos Santos. Estes 16 homens são os responsáveis pelo bom funcionamento e crescimento da Academia do Bacalhau no ano 2006. Por outro lado, a Embaixada de Portugal na Venezuela deu umas palavras para felicitar os compadres da Academia pelas obras sociais que têm feito ao longo destes dez anos. Como é costume em jantares de fim de ano dos compadres, o padre Alexandre fez a bênção dos alimentos.


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10 REPORTAGEM

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Escolas multiculturais Sí lvia Ornelas

sornelas@dnoticias.pt

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osto de estar aqui. Tudo é lindo". É com uma inocência pró pria das crianças que Joana afirma com toda a certeza qual a terra que escolheria para viver. Com apenas nove anos, dois dos quais passados na Madeira, esta moldava confessa que é aqui que quer ficar. Da Moldávia, sente saudades dos primos. Mas quando se fala em regressar ao país onde nasceu, afirma que preferia antes que os seus familiares a visitassem na Madeira. Não fossem os traços faciais, Joana passaria despercebida entre as muitas crianças que frequentam a Escola da Carreira. No segundo ano do 1º Ciclo do Ensino Básico, domina quase por completo a língua portuguesa. Apenas a denuncia uma ligeira pronú ncia que somente se apercebe apó s uma audição atenta. "A língua da Moldávia tem umas palavras que são portuguesas. Por isso, eu percebo", diz, um pouco antes de revelar que o seu sonho é ser professora. Tal como Joana, muitas outras crianças são obrigadas a adaptar-se a uma nova língua e cultura. Vêm juntamente com os pais à procura de melhores condições de vida, à semelhança do que fizeram os

No ano passado, mais de 3 mil alunos estrangeiros frequentavam as escolas da Região Autónoma da Madeira portugueses ao longo de décadas. Com o fenó meno da imigração, que na Madeira apenas surgiu há pouco mais de meia dú zia de anos, as escolas tiveram que se adaptar a uma nova realidade, a de receber crianças de nacionalidades distintas. E nem sempre estão preparadas para tal. Este ano, a Escola da Carreira recebeu uma dezena de crianças naturais de outros países. Muitas são filhas de imigrantes, outras de madeirenses que durante anos estiveram emigrados. Contudo, para umas e para outras, a adaptação é sempre um processo que exige algum tempo. Aproveitando o intervalo das aulas, o DIÁRIO partilhou a meia hora de lanche com alguns docentes daquela escola do Funchal, tentando não só conhecer, sob o ponto de vista destes, a integração das crianças de origem estrangeira, mas também as suas dificuldades enquanto professores para estabelecer o diálogo e incutir-lhes os conteú dos curriculares.

Cátia, Andreia, Paulo, Célia e Sofia explicam-nos que, de forma geral, e, apesar dos obstáculos linguísticos, existe, em particular dos alunos provenientes do Leste da Europa, um grande empenho na aprendizagem, o que faz com que evoluam muito rapidamente. No entanto, confessam que não é fácil comunicar com uma criança que chega de países como a Moldávia, Ucrâ nia ou Rú ssia. "Quando chegaram tinham muito pouco vocabulário. Foi muito complicado", admite Cátia Sampaio. Esta docente afirma que para contornar a barreira linguística é muitas vezes necessário recorrer a imagens e a gestos. Mas, mesmo assim, nem sempre os alunos compreendem aquilo que os professores pretendem transmitir, do mesmo modo que não conseguem expressar, por vezes, as suas ideias, o que faz com que fiquem nervosos e ansiosos. Enquanto as ciências exactas, como a Matemática, não representam grandes dificuldades, a língua portuguesa, seja falada seja escrita, constitui uma autêntica dor de cabeça. Além da Joana, da Moldávia, a Escola da Carreira "acolheu" este ano crianças da Venezuela, Brasil, África do Sul, Roménia, Rú ssia e Ucrâ nia.

De acordo com os docentes, as que provêm dos países de Leste são, normalmente - embora em toda a regra existe excepção -, aquelas que apresentam métodos de estudo mais rigorosos e também uma maior disciplina e empenho. Segundo confidenciaram ao DIÁRIO, um dos grandes problemas reside na falta de apoio e a na inexistência de preparação na formação de base dos professores para receber uma criança estrangeira. No ano passado, havia um docente destacado na escola que prestava apoio educativo a esses alunos, sendo notó ria uma maior evolução na aprendizagem da língua portuguesa. Este ano, apesar de ter sido solicitado à Secretaria Regional de Educação, não houve qualquer destacamento nesse sentido. "Cada professor tenta arranjar formas de lidar com esses alunos", sublinharam. De acordo com Rui Anacleto, director regional da Educação, cabe às escolas prestar o apoio aos alunos estrangeiros, sendo este assente na língua portuguesa. Os alunos de outras nacionalidades são integrados no ensino regular, através do reconhecimento das habilitações que possuem, de acordo com o que está estabelecido na legislação portuguesa. Tal como já tinha sido manifestado pelos docentes, Rui Anacleto sublinha


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que, normalmente, existe, em particular no que se refere às crianças vindas do Leste da Europa, uma boa integração ao ambiente escolar. Além disso, "aprendem rapidamente a língua" e detêm um bom conhecimento científico. De igual modo, o relacionamento com os colegas parece travar-se de forma natural. Entre crianças, a barreira da língua não ganha um peso tão significativo. O mais importante é ganhar um novo amigo para as brincadeiras. TRÊS MIL ALUNOS ESTRANGEIROS No ano lectivo passado, 3.035 alunos estrangeiros frequentavam as escolas da Região, o que equivale a uma taxa de 5,5 por cento. A maioria venezuelanos e no 1º ciclo do ensino básico. Os dados, fornecidos pela Direcção Regional do Planeamento e Recursos Educativos, revelam que em 2004/2005 estiveram matriculados na rede escolar regional estudantes de 56 nacionali-

dades, incluindo a portuguesa. A Venezuela, dada a ligação histó rica relacionada com a emigração, é o país que contribui com mais alunos estrangeiros nas escolas da Madeira: 1.296. Segue-se o Reino Unido, com 584, a África do Sul, com 378, o Brasil, com 187, e a França, com 142. Existiam ainda estudantes de países como o Afeganistão (2), Letó nia (1), Omã(1) e até do Vaticano (1). Entre as crianças e jovens naturais de outros países, as raparigas estão representadas em maior nú mero. 1.560 contra 1.475 rapazes, ao contrário dos de nacionalidade portuguesa, com 26.092 alunos do sexo masculino e 26.634 do sexo feminino. Como seria de esperar, o Funchal é o concelho com o maior nú mero de crianças estrangeiras (1.368) e também com mais nacionalidades (46, contando com a portuguesa). Machico surge em segundo lugar no nú mero de nações (22, incluindo Portugal), mas Câ -

mara de Lobos e Santa Cruz ultrapassam-no em alunos. Frequentaram as escolas do concelho mais a leste da Madeira 269 estudantes estrangeiros, enquanto no concelho vizinho, na zona sul, estavam inscritos 277, de 19 nacionalidades, que não a portuguesa, e em Câ mara de Lobos 335, de 14 países estrangeiros. Já a Ribeira Brava é o concelho em que estão representados menos países, além de Portugal (apenas seis), não sendo necessariamente o que menos alunos estrangeiros possui, uma vez que neste aspecto, é o Porto Santo que detém a ú ltima posição: 40 estudantes, apesar de serem provenientes de 14 diferentes nacionalidades. Por outro lado, é no 1º ciclo do ensino básico que está distribuída a maior parte dos alunos estrangeiros: 1.048. A este nível de ensino, segue-se o 3º ciclo, com 640, o secundário, com 619, o 2º ciclo, com 361 e, finalmente, as creches, com 26.

REPORTAGEM 11


12 HISTÓRIA DE VIDA

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A mala do meu avô Ana Lucia de Bastos

O senhor Joaquim Marques Cavilhas nasceu em Estarreja no ano de 1911. Casou-se com Maria de Lourdes de Bastos. Trabalhava como marchante e abriu um talho. As vendas não eram suficientes e teve de procurar uma melhor vida para a sua família. Em 1950 viaja para a Venezuela. Toda uma vida de trabalhos nas padarias como repartidor de pão, nos talhos e logo na companhia de gás. A sua mulher morre em 1971 e os seus filhos casamse. Decide voltar a Estarreja e comprar lá uma casinha. Muitos anos mais tarde padece de Alzheimer e volta a Caracas até à sua morte, no ano de 1996.

Q

uando o avô Quim ainda vivia, as pombas da praça voavam ao seu encontro quando ele chegava. Ele visitava aquela praça sozinho, mas depois não pô de mais. Outra cabeça, sem Alzeheimer, essa palavra obscura e alemãque fala de esquecer, devia acompanhá-lo. O senhor Joaquim começou a deixar de ser ele, uma suma de estó rias. Esse é o meu avô Quim. O velho mais bonito da terra que toca a testa sempre que se quer desculpar por não se lembrar de alguma coisa. Sair da terra em que nascemos não é possível. O Alzeheimer acompanhava-o cada vez mais, mas também as lembranças de menino, o amor da sua mãe e a vida naquele Portugal que ficou na sua memó ria. Ninguém lhe roubou isso. Nem aquele alemão. Avô Quim dormia na nossa casa num quarto quase vazio. Um sítio temporário, sempre a querer fugir dele. Não usava as gavetas, tudo estava na mala. O seu chapéu, tinha-o perto da porta, para poder apanhá-lo e ir-se embora a qualquer momento. – Aonde vai, senhor Joaquim? (perguntava-lhe a minha mãe todas as semanas, depois todos os dias). – A Portugal. E não havia discussão. Esperava-o o seu jardim, seus amigos, seu povo de Estarreja. A campa da sua mulher, minha avó Marina. Dias de janela, a olhar para um mundo alheio, mas sempre com um lugar de chegada. A nostalgia da terra feita mala na mão e passos que abrem a porta. Nó s a procurálo pela rua, na praça. Perdido nalguma parte de El Hatillo, o avô Quim procurava a maneira de chegar a Portugal. Mas uma vez a mala se fez para o seu verdadeiro destino. Então sim vamos a Portugal. Então o chapéu perto da porta sim seria para proteger a testa do vento que se fazia sentir em Portugal. Então as ruas teriam sentido, existiriam para nos levar a alguma parte, a ú nica parte que significa no coração. Então o verde do semáforo, as turbinas do avião, os sons da cabina, tudo, teria peso. Levariam o meu avô ao seu lar. O mundo é um mapa, e todas as ruas nos aproximam ou nos afastam daquele centro que só é nosso. – É tão bonita Lisboa, dizíamos. Mas o avô

Quim não falava, só olhava a paisagem pela janela. Puxou a sua mala e procurou, como em Caracas, a saída. – Onde vai, senhor Joaquim? – A Portugal. Aquele estádio gigante, esses prédios não eram Portugal. Ainda não. O comboio - feito pelo inglés Richard Trevithick e levado a Portugal pela Companhia Central e Peninsular dos Caminhos-de-ferro - estava ali só para fazer a viagem Lisboa-Estarreja e levar o meu avô para casa. A função ú ltima das coisas no coração de cada quem. Então o senhor Joaquim era um outro. Levounos a caminhar pelo povo, cumprimentando cada vizinho como se tivesse falado com eles ontem, como se nunca tivesse saído da Estarreja. Limpou a sua casinha, falou-nos de planos no seu jardim, saiu e voltou pelas ruas da sua alma. Lembrava-se das coisas que já não estavam, das que tinha deixado de fazer. Das cores do seu mapa vital. Não era "como se nunca tivesse saído". Ele nunca saiu. O corpo procurava a sua terra porque ele todo já estava lá.


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Venezuela 13

Influências lusas em San Pedro Em San Pedro de Los Altos, localizado no Estado de Miranda, a comunidade portuguesa tem sabido aplicar os seus conhecimentos para integrar-se socialmente Noélia de Abreu

noeliadeabreu@gmail.com

D

eolinda de Leça faz parte de um grupo de lusodescendentes que encontrou nos ensinamentos portugueses o pilar para fundamentar a sua vida. A arte da costura aprendeu com a sua mãe e, actualmente, dedica-se a fazer roupa de bebé para uma fábrica localizada perto de San Pedro de Los Altos, zona onde reside. Chega por vezes a fazer mais de 1.000 peças por mês: vestidos, pijamas, fatos de treino ou fatos de macaco. Tudo depende

do que se pretenda. Deolinda confessa que é a ú nica que se interessou pela costura. As suas duas irmãs dedicam-se aos estudos. A lusodescendente afirma estar bem integrada na comunidade onde reside, já que durante toda a sua existência viveu, estudou e trabalhou ali. "Aqui em San Pedro de Los Altos, determinadas famílias conservaram os seus costumes portugueses. Eu praticamente considero-me uma fiel praticante. De facto, a minha irmãmais velha perguntou-me numa certa ocasião porque tinha tanta mú sica portuguesa se não tinha nascido em Portu-

gal. Eu respondi-lhe o que sentia: que é algo que corre no sangue. Somos cinco irmãos e quem mais ouve mú sica portuguesa sou eu: Carlos do Canto, Jorge Ferreira, Roberto Leal". Para Deolinda, o impacto da influência dos portugueses foi determinante em San Pedro. O presépio que é realizado por muitos venezuelanos é feito ao estilo português, com frutas. De igual modo, também a agricultura da região segue muitas das técnicas de trabalho da cultura lusa. "O caso do meu pai e de outros tantos portugueses que aqui residem nesta zona é um exemplo. São eles que abastecem muitos supermercados e mercearias, tanto das zonas mais pró ximas como de Caracas. A qualidade dos seus produtos deve-se aos conhecimentos que trouxeram da Madeira, no caso dos meus pais". Tanta tem sido a influência portuguesa junto da população local que já foi proposta a introdução obrigató ria da língua na Escola Bolivariana de San Pedro. Deolinda afirma que em San Pedro, as pessoas são muito amáveis e solidárias."Como é um povoado todos nos conhecemos. Pode haver coisas menos boas

Deolinda de Lesa

mas não se comparam com as coisas boas. Por isso, não pretendo sair daqui". Os portugueses de San Pedro de Los Altos já se estão a preparar para o Natal. A tradição é de muito fogo de artifício. Todos saem para as ruas. "Julgo que muitos preferem deixar de comer para lançar foguetes. No entanto, a ceia de Natal mais característica dos portugueses também não falta. Celebramos todos juntos em casa. Reunimos primos, netos, filhos, pais, irmãos, etc. Todos juntos e em família".


14 VEnEzUElA

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Um avô que ainda sonha como se fosse uma criança Desde que este emigrante sonhou com um povo para crianças em Mérida, rostos infantis não deixam de rir. Mas a fantasia ainda não acabou…

imaginar que as outras crianças a iriam utilizar como casinha de jogos. Ver os sorrisos e s crianç as de on- as caras alegres foi uma inspitem são os avó s de ração para criar um povinho hoje e é por isso para os mais pequenos. que Victor Freitas "Sonhos do Avô " já tem uma noite sonhou com um po- nove anos a se tornarem realivo pequeno onde só crianças dade. Segundo o seu criador, corriam de um lado para o ou- todos os anos se acrescenta altro e brincavam. A ideia não fi- guma coisa nova para aumencou na almofada e actualmente tar a fantasia. Ao andar pelas há no Valle de la Culata (Mé- íngremes ruas do local, poderida) o Pueblito Sueños del se observar um pequeno aqueAbuelo. Aqui os visitantes têm duto romano, uma mercearia, a oportunidade de ver toda a fonte da sorte, a Praça Bolíuma aldeia de tamanho infan- var (onde está um busto do Litil, tal como no sonho do "cria- bertador do tamanho das criandor". ças), a igreja, onde há um altar Tudo começou quando Frei- do Divino Menino Jesus e da tas se passeava pelo local onde Virgem de Fátima, diversas caagora é seu terreno. Gostou sinhas, entre as quais se destatanto do sítio que o comprou cam: o palácio da rainha, a erpara construir uma quinta e mitãde pedra, o teatro, um ban"dar início aos seus sonhos". co, a escola e o centro de Em 1983, construiu a pri- saú de. meira cabana e, depois, foram "Este local é muito espiriaparecendo as outras, que da- tual. Há senhoras que têm chevam estadia aos turistas, ao lado gado ao meu pé a chorar, didesse grupo edificou uma mui- zendo que aqui têm revivido a to pequena, para a sua neta sua infâ ncia", conta-nos o Cláudia brincasse. Sempre sem avô . Mas é que só de percoNathali Gómez

A

rrer as estreitas e empinadas ruazinhas se pode ver os meninos a correr, talvez pensando que finalmente encontraram um mundo do tamanho deles. Da mesma forma, os adultos observam e passeiam pelo espaço, talvez ainda mais surpreendidos que os seus filhos. "É uma fantasia, é uma fantasia". É o ú nico que se ouve. Além do povinho, Freitas tem árvores de maçãs, peras, pêssegos, ameixas e amoras, com as quais faz marmelada e licores que vende aos visitantes. Este avô também escreve poemas e letras de mú sicas com ritmos tradicionais venezuelanos. "Estou muito feliz com "Sonhos do Avô ". Não tenho muitas ambições. O que ganho, uso-o para manter o povinho o resto do ano, quando tenho que enfrentar a época baixa. Sintome bem e gosto da vida que tenho", expressa Freitas, emocionado. A CHEGADA DO AVÔ Quando Freitas chegou à

Venezuela, vindo do Monte, Funchal, ainda nem pensava ser avô , pois era muito jovem. "Sai do meu país à procura de aventura, não por necessidade. Queria ver e conhecer algo diferente e o meu pai não queria que eu fosse para a guerra, em África", conta-nos. Uma vez na Venezuela, o seu primeiro trabalho foi de ajudante numa loja de vender gelados em Bello Monte. Contudo, como no seu país se tinha formado numa escola técnica, começou a fazer rádio juntamente com Daniel Morais, director do Instituto Português de Cultura. Depois, esteve numa escola de arte dramática, na qual foi companheiro de Doris Wells. O teatro amador não foi suficiente para o sustentar. Por isso, em 1961 recorreu à banca. Pouco tempo depois, apaixonou-se por uma andina que vivia em Caracas. Casaram-se e foram morar para o Estado de Táchira. Assim, começ ou a fundar sucursais bancárias em Zulia, Trujillo, Mérida e Tá-

chira, pelo que ocupou o cargo de gerente da zona andina. Paralelamente, tinha um programa cultural na rádio e foi devido a isso que conheceu o Papa João Paulo II, com uma credencial de Rádio Vaticano, que lhe deu um amigo embaixador. Foi em 1983 que decidiu que ia deixar o seu cargo na banca para se dedicar cem por cento à sua quinta, que construiu com o dinheiro do seu investimento. Actualmente, confessa-nos que não tem uma relação muito grande com a comunidade português, pois, como lamenta, não há nem associações nem clubes. Para ele, o luso que chega à Madeira se integra facilmente na cultura andina e, inclusive, parte da sua formação e disciplina deve-se à influência andina que tem. Contudo, não deixa de recordar a sua infâ ncia no Funchal, onde para além de aprender a fazer marmeladas com a sua avó foi uma criança feliz, que hoje é avô e que continua a cumprir o seu sonho.


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LAZER 15

Leonardo de Sousa estreia-se como actor O ex-mister lusodescendente será um dos actores da obra do teatro 'Oh Caracas!' A sua primeira experiência foi no Grupo de Teatro do Centro Português em Caracas. ensinaram-me muitas coisas ao nível da representação. Graças a eles estou onde estou. epois de ter saído Em que é que consiste este das fileiras de novo projecto? Mister VenezueÉ uma obra de cariz eró tico la, em 2004, onde que tem por nome 'Oh Caracas!' representou as Dependências e que é constituída por sete conFederais, Leonardo de Sousa tos escritos por profissionais do descobriu o gosto pela actua- gabarito de Jhonny Gavloski, ção, pelo que não teve dú vi- Ibrahín Gerra, Rubén Monastedas em enveredar por este ca- rio, Atamaika Nazoa, José Gaminho, com a ajuda do Gru- briel Nú ñez, Carlos Omobono po de Teatro 'Os Lusíadas', e Javier Vidal. Esta peça é uma do Centro Português em Ca- montagem que tem por objectiracas. Esta organização rece- vo encenar o erotismo em todas beu o lusodescendente e pre- as suas formas de uma maneira parou-o para participar nu- divertida e muito visual. A duma das mais recentes obras ração da peça é de aproximada'Vestidas para escapar'. De- mente duas horas e nela partipois desta experiência, um cipam cinco actrizes e nove acpouco familiar, Leonardo de tores. Sousa integra desde o dia 13 Qual é o seu papel nesta pede Dezembro a peça que será ça? levada a cabo na Sala Ana JuEu trabalho em todas as colia Rojas, no Ateneu de Ca- reografias, sendo esta uma obra racas. muito dinâ mica e com muito Quando começou a traba- movimento. Além disso, entro lhar no Grupo 'Os Lusíadas'? em três dos sete 'sketchs'. No Estou com eles desde Abril primeiro "Quien ha visto negro deste ano. Trabalhei com Mar- como yo" interpreto o capitão do cos Purroy e Reinaldo Hidalgo avião, em "7 Hombres" sou um e com todo o grupo de teatro do alto executivo e em "Desnudos Centro Português. Eles deram- en el Hall" damos vida a várias me a oportunidade de entrar e das estátuas mais importantes Liliana da Silva

Lilianadasilva19@hotmail.com

D

do Mundo. No meu caso, sou o David de Miguel Ângelo. Como lidas com o facto de se tratar de uma obra com conteú do eró tico? Nunca se pode pensar nisso. Se me deram a oportunidade de trabalhar na obra, não pensei duas vezes. É um desafio para mim e uma grande responsabilidade trabalhar ao lado de pessoas como Rodolfo Drago, o director, Esteban Trapiello, o produtor, e com todos os meus colegas em geral. Tem sido um grande esforço pois estivemos a ensaiar vários meses, durante todos os dias, até altas horas da noite, pelo que o resultado final será de grande qualidade. Além disso, a temática é abordado com muito bom gosto e humor. E a sua família como vê esta participação? A minha família apoia-me a 100%. Eles estiveram sempre ao meu lado, pelo que não me posso queixar. Estou feliz com o que faço e sei que eles também estão. Os amantes do Teatro poderão desfrutar desta obra durante todo o mês de Dezembro, às quintas, sextas, sábados e domingos, na Sala Ana Julia Rojas do Ateneu de Caracas.

Luís de Matos leva a sua magia por toda a Europa

O

artista português Luís de Matos, um dos mais prestigiosos ilusionistas do panorama internacional, chega a Zamora, Espanha, para apresentar o espectáculo "Enigma", uma surpreendente montagem que tem percorrido já os principais cenários europeus. Com este projecto, Luís de Matos regressa a Espanha, depois de ter participado como apresentador oficial na passada edição das Jornadas Internacionais de Magia, que se realizaram no mês de Setembro em Zamora, considerada a "cidade da magia", noticiou o Diário ABC.

Depois do êxito conseguido com o seu anterior trabalho, "Close Up", que cativou milhares de espectadores em mais de uma centena de cidade europeias, Luís de Matos regressa ao palco com uma proposta inspirada em mitos, relatos e fenó menos extraordinários discutidos ao longo da histó ria da humanidade. O poder da mente, a terapia ou a percepção extrasensacional, juntamente com o humor, são os ingredientes com que ilusionista português tem construído um novo espectáculo que desafia a imaginação do espectador. Nasceu a 23 de Agosto de 1970, na cidade conhe-

cida como Lorenço Marques, hoje Maputo, capital de Moçambique. Aos onze anos, fez o seu primeiro espectáculo e, com o passar dos anos, foi obtendo importantes méritos na sua área. Em 1999, recebe o maior galardão do mundo da magia em Hollywood, ao ser premiado como o "Mágico do ano". Em 2000, a Sociedade Francesa de Ilusionistas premeia Luís de Matos com o prémio Mandrake D'Or, pelas capacidades mágicas e artistas. Em Julho de 2000, é nomeado director artístico do Congresso Mundial de Magia, realizado no Centro Cultural de Belém.


16 CULTURA Nelson Boscán apresenta a sua nova criação artística CORREIO DE CARACAS - 15 DE DEZEMBRO DE 2005

A exposição vai estar patente na Galeria de Arte Florida, até meados de Janeiro

Quando o amor é uma tragédia...

Tábita Barrera

tababor@cantv.net

O

pintor venezuelano Nelson Boscán volta a fazer uso da sua criatividade para apresentar representações pictó ricas que evocam a vida do ser humano mediante a utilização de imagens de cavalos. Desde o dia 1 de Dezembro, a Galeria Arte Florida exibe a mais recente mostra do artista, denominada "Sonatas Cromáticas". Com uma trajectó ria artística que inclui mais de vinte exposições, Boscán

se tem encarregue de convidar o espectador a deitar uma vista de olhos ao seu universo interior. A ideia do cavalo, segundo o crítico de arte Peran Erminy, "simboliza a energia vital que há dentro de uma pessoa, o não relacionado nem co0ntrolado pela inteligência, a animalidade dos nossos impulsos interiores, o inconsciente, o instintivo". Mesmo assim, cada uma das suas composi9ções está carregada de um

trabalho feito com calma e mesura, através do qual o pú blico consegue perceber um ambiente sugestivo e sensorial. Uma vez mais, e até meados de Janeiro de 2006, os venezuelanos poderão desfrutar das criações expressivas e coloridas de Nelson Boscán e, da mesma forma, terão a possibilidade de comunicar com a sua obra, graças à sua linguagem imaginária, sempre mantendo a verosimilitude.

João da Costa L.

jdcosta_99@yahoo.com

Foi cantada por poetas, entre eles Camões, e deu a volta ao mundo, em distintas formas de criação artística: da poesia ao teatro e do cinema às belas artes. Na obra Histó ria Concisa de Portugal, Hermano Saraiva, escreve que "só em língua italiana foram recenseadas, no início deste século (refere-se ao XX, NR) cento e vinte seis composições musicais ou baléticas sobre o tema. Estamos falar, claro está, da paixão que uniu Inês e Pedro, ela nobre galega, ele futuro rei de Portugal. Esta relação que, injustamente, soe deixar Constanç a na penumbra, ganhou com o tempo a dimensão de mito e, como tal, verdades e lenda juntam-se numa síntese que dificulta ver o que realmente sucedeu e, sobretudo, porque tudo se passou de forma tão dramática. Estávamos então na primeira metade do século XIV, época de frequente guerrear entre castelhanos e portugueses. Do nosso lado, Afonso IV, do outro, Alfonso XI, filho e marido de mulheres lusitanas, que na época era comum, por razões de alianças políticas, isso de casaremse os nobres de cá com os de lá. Não é, por tanto, de surpreender que Pedro, filho do nosso rei, esteja destinado a Constança, nobre galega de família inimiga do monarca de Castela. Não começavam bem as coisas, mas iam pô r-se ainda piores, porque Pedro, ao ver Inês, dama de companhia da futura esposa -- e ela também filha de rei ainda que bastarda -- logo fica rendido à beleza da galega, para desgraça de ambos, como já é de todos sabido. Os amores de Pedro e Inês são aproveitados pelos irmãos desta para despertar no português o sonho de pô r na cabeça a coroa de Castela, já que era neto de rei do outro

lado da raia. É guerra segura, pensa Afonso IV, em quem pesa mais a ló gica de estadista do que o coração de pai amoroso, e opõe-se às ambições do filho e ao romance, vendo uma situação consequência da outra. Morta a mulher de Pedro, que desta vida partiu cedo, logo se suspeita, entre os pró ximos do nosso rei, que possa haver novo casamento à vista e provável nova guerra contra Castela. Numa ausência de Pedro de Santa Clara, vão, o rei e três nobres, ao Paço e degolam Inês, diante dos filhos - netos do rei - sem ouvir as sú plicas da infeliz. Passou-se esta triste histó ria a 7 de Janeiro de 1355. Pedro, de impulsivo passa a tresloucado de dor, e desata a guerrear com o pai. Depois de muito meses de sangue e destruição, voltam ambos a entender-se. Mas tão cedo como morre Afonso IV e se vê rei Pedro, logo pede que Castela devolva a Portugal os tais nobres, a quem mais valia terem finado antes por razões naturais. A justiça de Pedro veste-se de vingança e os homiziados sofrem morte tão horrível ou pior do que a de Inês, cujo corpo será trazido de Coimbra para Alcobaça em procissão por demais impressionante. Diz a lenda que Pedro obrigou os nobres de então a beijar a mão cadavérica de Inês, rainha depois de morta. Nada indica que assim tenha sido, mas ajuda à dramatização do mito e dá-lhe uma dimensão ainda mais intensa. Quem visita hoje o Mosteiro de Alcobaça, pode ver que Pedro e Inês estão finalmente como queriam: juntos e com os filhos por ali perto, num ambiente de trágica, doída e solene beleza, não fossem os seus tú mulos do melhor que há na nossa arte funerária.


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PUBLICIDADE 17


18 MADEIRA

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Um jardim na serra do município de Câ mara de Lobos. A vista tem uma perspectiva nome diz tudo. O Jar- ú nica e consegue quase nos hipnodim da Serra, a fregue- tizar quando admiramos umas casia mais recente da ilha sinhas ao fundo e as estradinhas que da Madeira, fica na zo- as ligam. Mais parece um pequeno na mais elevada do concelho de presépio que foi feito entre rocheCâ mara de Lobos e oferece, em dos, num vale esplêndido! plena serra, um jardim colorido que É neste local que muitos madeimuda de cor consoante a época do renses, "jardineiros" ou não, passam ano. Desde o branco das cerejeiras tardes de convívio, na altura das casem flor ao vermelho das cerejas, es- tanhas ou mesmo em dias normais, te local consegue encantar locais e fazendo uma espetada na lareira da turistas, que o visitam frequente- Casa dos Guardas Florestais. mente. No entanto, há um dia no ano A freguesia é limitada a Sul pelo que a Boca da Corrida parece ser Estreito, a Norte pela Serra D'Água e pequena para acolher tanta gente. a Oeste pelo Curral das Freiras, sen- Nesta local, desabitado e sossegado, do composta pelos seguintes sítios: foi construída uma capela em honra Romeiras, Fonte Frade, Fô ro, Fur- de São Cristó vão e, como tal, todos neira, Pomar Novo, Jardim da Se- os anos se realiza uma festa que rra, Marco e Fonte da Pedra, Pomar atrai muitos populares. do Meio. Do outro lado da freguesia, a BoA Quinta do Jardim da Serra, a ca dos Namorados também atrai Boca da Corrida e a Boca dos Na- muita gente, sobretudo agora que a morados são o ex-libris da fregue- estrada foi alcatroada até ao cimo e sia. Todos estes locais são muito vi- se construiu um fogareiro bastante sitados porque são atractivos turís- característico da zona. ticos: os miradouros por serem A vista desde este ponto também pontos de partida para diversos pas- alto do Jardim da Serra é igualmenseios a pé e a Quinta por ter sido te para o Curral das Freiras, mas a recentemente remodelada por um perspectiva é outra. Neste local, residente na zona, que a converteu - também se realiza um arraial anual, mantendo os traços originais - nu- no Dia dos Namorados. ma excelente estalagem de luxo. Entre a Boca da Corrida e a Boca No cimo da freguesia, depois de dos Namorados, está a Quinta do passar por uma famosa tasca que Jardim da Serra, uma estalagem tuvende uma poncha conhecida por rística que foi recentemente recuser "forte", chegamos à Boca da Co- perada e que a sua histó ria nos faz rrida e avistamos desde este ponto o remontar a centenas de anos atrás. É Curral das Freiras, outra freguesia que, segundo o Elucidário MadeiSónia Gonçalves

O

rense, terá sido nesta quinta que se iniciou a plantação de chá na ilha, o que terá acontecido pelas mãos dos proprietários, ingleses. O dono terá sido enterrado juntamente com o seu cão nos jardins da quinta, conforme desejara em vida. Esta freguesia é privilegiada por produzir grande quantidade de um fruto ú nico na Madeira, a cereja. No fim do mês de Março é bem visível o "despertar" da flor da cerejeira, que cobre toda esta freguesia de um manto branco que dá ao local uma beleza encantadora. Por esta altura assiste-se a algumas actividades desportivas e culturais, tais como "O Cross das cerejeiras em Flor". Em Junho ou Julho, dependendo das condições climatéricas, assiste-se à apanha da cereja, dando lugar também à famosa Festa da Cereja no Jardim da Serra, um famoso que atrai centenas de pessoas de toda a ilha. O cultivo da cereja é uma das actividades mais importantes para as gentes desta freguesia, embora a horticultura (semilha ou batata, cebola, couves e outros) e vinicultura sejam também meios de subsistência. A jovem freguesia foi criada a 5 de Julho de 1996 e resulta de uma reivindicação antiga da população, que sempre quis deixar de ser um sítio da freguesia do Estreito de Câ mara de Lobos. Porque "a união faz a força", juntos, os moradores constituíram uma Comissão de Independentes que conseguiu vencer as eleições.

Locais a visitar Património Cultural Edificado: Quinta do Jardim da Serra, Capela do Foro, Quinta das Romeiras (conhecida como a Quinta do Dr. Alberto). Outros locais de interesse turístico: Boca da Corrida, Boca dos Namorados, Aguagem, Pico da Cruz, Pico Grande, Achada, Chote.


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PORTUGAL 19

No Natal o negó cio das bombas "é pior do que a droga" Ricardo Duarte Freitas (DN - Madeira)

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oneladas de bombas de arremesso são comercializadas na clandestinidade por dezenas de lojas. A maior parte dos artefactos explosivos entram na Região a bordo dos navios, misturados com as cargas explosivas pirotécnicas que se destinam ao espectáculo de fim-deano e que, por sua vez, são distribuídos em grosso, pelos transitários, escondidos em contentores e dissimulados nas câ maras frigoríficas. Mas também há "laborató rios caseiros" a produzir fogo-deartifício em garagens privativas, num clima de grande discrição e ignorando as normas de segurança. De resto, todo o circuito de distribuição segue o modelo do tráfico de droga, sendo os intermediários "correios" da pó lvora. Por isso, é que o responsável da PSP pelo Nú cleo de Armas e Explosivos (NAE), chefe João Gonçalves Pita, conclui que, na actual quadra natalícia, o ne-

Na Madeira, não chegam a uma dezena as lojas habilitadas mas as bombas são vendidas aos milhares na clandestinidade gó cio das bombas "é pior do que a droga". Lembrando que as crianças são as principais vítimas de acidentes com bombas, a PSP-Madeira pede à comunidade "coragem para denunciar" os casos de ilegalidade. Segundo o responsável pelo NAE da PSP - entidade com competência para fiscalizar a produção, venda e manuseamento ilegais de artefactos explosivos -, conseguir detectar os flagrantes delitos em lojas ou descobrir a zona de implantação das tais fábricas domésticas de pirotecnia "é uma questão de sorte". Primeiro, porque há muita gente a dar cobertura aos que infringem a lei, depois, porque há uma legião de "bombistas" seguidores do apanágio - quanto mais

forte melhor. Desde o início do ano, nem chegou a uma dezena o nú mero de estabelecimentos comerciais que foram certificados para vender as bombas de arremesso, onde se incluem todos os "brinquedos" pirotécnicos com menos de 2 gramas de substâ ncia explosiva, entre os quais, as vulgares "chinesas", os "ratinhos" ou as bombas com pavio de linha verde e com a inscrição "TNT". Não sendo tão forte como as bombas de rastilho (onde se incluem as de "garrafa"), este grupo de bombas tem menor carga explosiva, mas se for detonado nas mãos de uma criança pode causar-lhe um estigma para toda a vida. Segundo o responsável pelo NAE, "todas as bombas de arremesso são proibidas". Para os consumidores, ser maior de idade é a ú nica condição exigida para adquirir este grupo de "brinquedos" pirotécnicos, mas já no que diz respeito à compra dos foguetes de arremesso, é necessária uma licença especial emitida pelo Comando Regional da PSP.

Uma lei anterior à idade da democracia - decreto-lei 521/71, de 24 de Novembro - estabelece que "o lançamento de "bombas de arremesso" por indivíduos não habilitados com autorização, ou fora dos locais e fins nela constantes, constitui contra-ordenação". Sobre se têm sido elaborados muitos processos de contra-ordenação por produção, posse ou manuseio ilegal de bombas, o porta-voz do Comando Regional da PSP, comissário Gualter Gomes, respondeu que "têm sido levantados alguns autos".

BOMBAS NAS ESCOLAS DÁ EXPULSÃO POR 5 ANOS A lei pune a introdução de bombas de arremesso em recintos escolares. Assim, quem levar ou for apanhado a lançar estes "brinquedos" dentro da escola, habilita-se a ser suspenso por um período máximo de 5 anos. As punições através de suspensão temporária estendem-se também aos estádios, onde a introdução de artefactos explosivos como os "verylights" é interdita, assim como em recintos religiosos ou durante manifestações religiosas.

Funchal é das cidades onde se espera mais pelo autocarro Óscar Branco

(DN - Madeira)

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Camacha mantém "função do porco" Marcelino Rodrigues (DN - Madeira)

O

frio que se fez sentir no feriado de 8 de Dezembro, na vila da Camacha, não afastou as centenas de pessoas, que se deslocaram ao Largo Conselheiro Aires de Ornelas, onde os responsáveis pela Casa do Povo da Camacha levaram a efeito a "função do porco". Uma tradição, que segundo pessoas da idade mais avançada, marca o "início da Festa". Para evitar ferir sus-

ceptibilidades, o animal não foi morto no local da "função", mas sim na "Santagro". Depois foi transportado até o centro da Camacha, onde cumpriuse a restante tradição, com o grupo de "marchantes" a proceder à chamusca, raspagem e abertura do suíno. Simultaneamente a toda esta actividade, foi montada um barraca no Largo da Achada, onde a um preço simbó lico de 1 euro, as pessoas poderiam comer um prato de carnevinho-alhos acompanha-

do com pão de casa. A venda de rifas também fez parte de uma festa, que durante toda a tarde e parte da noite, foi completada com musica de despique e muita animação. Elsa Sá, a nova presidente da Casa do Povo da Camacha mostrou-se amplamente agradada com sucesso alcançado pela iniciativa, tendo relevado o papel do "grupo de pessoas, nomeadamente que com muito gosto e carinho, têm tornado possível que esta iniciativa tenha continuidade".

Funchal é a sétima cidade da União Europeia onde os utentes têm de esperar mais tempo pelo autocarro em "hora de ponta", revelou na semana passada um estudo divulgado por Bruxelas que abrangeu 258 cidades dos 25 Estadosmembros. De acordo com os dados divulgados, os quais estão incluídos na "Auditoria Urbana 2005 - Indicadores chave sobre as condições de vida nas Cidades Europeias", no grupo das vinte cidades onde os passageiros têm de esperar mais tempo por transporte, encontram-se sete cidades portuguesas sendo Setú bal aquela que ocupa a pior posição, o quatro lugar. Seguidamente a Setú bal, que surge atrás de três

cidades polacas, encontram-se Braga (30 minutos) e, no 7º lugar, o Funchal com um tempo de espera de 29,30 minutos. Das oito cidades portuguesas incluídas no referido estudo, Lisboa, que ocupa o 26º lugar, é aquela onde o tempo de espera é menor (11,22 minutos). Seguem-se o Porto no 15º lugar (15,10 minutos), Ponta Delgada, 16º lugar (15 minutos) e Coimbra (19ª posição) com 14 minutos de espera. Pela positiva destaca-se Estocolmo, onde os passageiros esperam apenas 60 segundos. No que se refere ao tempo despendido em deslocações para o trabalho, Lisboa ocupa a sétima posição, com um total de 41 minutos. O Porto surge em 13º lugar (36 minutos). Já Braga, Ponta Delgada e Setú bal registam uma percentagem apreciável de

trabalhadores que vão a pé para o trabalho, ocupando estas três cidades os 4º , 6º e 8º lugares de uma lista que é encabeçada por cidades espanholas. Finalmente, a cidade de Ponta Delgada é a que revela o 6º melhor "desempenho" ao nível da circulação mais dentro da cidade na hora-de-ponta, 30 Km/hora.


20 PORTUGAL

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Milhares recorrem à Serra da Estrela

Inês Schreck

(JN - Portugal)

M

al caem os primeiros flocos de neve, milhares de pessoas rumam à Serra da Estrela para ver os montes vestidos de branco. Ver, porque cerca de 90% dos 1,3 milhões de visitantes anuais de Inverno da ú nica estâ ncia de esqui do país não se aventura a deslizar nas montanhas sobre uns esquis ou uma prancha de snowboard. Os "habitués" dos desportos de neve preferem viajar mais uns quiló metros até Espanha, onde encontram mais e maiores pistas e certeza de neve. O apetite pela neve é, de resto, crescente são cerca de 100 mil os portugueses que passam pelo menos uma semana por ano em estâ ncias de esqui. A concorrência do país vizinho é, aliás, o "grande dilema" em termos de desportos de Inverno da Turistrela. A empresa que gere o turismo na serra está, por isso, a preparar uma mega ampliação do domínio esquiável para evitar a "fuga" dos esquiadores e snowboarders. O estudo está a ser feito por técnicos espanhó is, instalados desde o início do mês na estâ ncia, e prevê um aumento do domínio esquiável para os 45 quiló metros. Actualmente, a estâ ncia tem nove pistas que se estendem por 6,2 quiló metros. "Ou crescemos ou as estâ ncias mais pró ximas ultrapassam-nos", explicou, ao JN, Artur Costa Pais, administrador da Turistrela. Isto porque, acrescentou, do lado de lá da fronteira os investimentos não param. "Perto de Salamanca (na Sierra de Bejar la Covatilla), vão avançar com um projecto para multiplicar a estâ ncia por três ou quatro", afirmou o responsável, que pretende fidelizar não só os portugueses, mas também os "muitos espanhó is, principalmente de Salamanca, que visitam a serra". "O ú nico segredo para o sucesso de uma estâ ncia está no nú mero e tamanho de pistas disponíveis", lembra Artur

Pais, seguro de que a zona esquiável da Serra da Estrela tem condições para ser alargada. "Temos a grande vantagem de ter muita água no ponto mais alto da serra. Isso reduz muito os custos do projecto". No segundo trimestre do pró ximo ano, o estudo, ainda em fase de inventariação dos terrenos, deverá estar concluído. "Nessa altura será submetido à aprovação das autarquias e do Parque Natural", adiantou o administrador, ressalvando que o investimento será suportado pela Turistrela e por fundos dos programas europeus. Enquanto o projecto não avança, a serra continua a oferecer o possível aos visitantes. Por falta de frio, a estâ ncia ainda está a meio gás, mas a descida de temperatura prevista para estes dias vai permitir dar início à produção de neve artificial. PROJECTO DE 30 MILHÕES PARA EVITAR ESTRADAS CORTADAS "A neve chegou à serra da Estrela. As estradas para a torre estão cortadas". A frase repete-se todos os anos. As vias de acesso ao ponto mais alto da estâ ncia de esqui portuguesa são uma dor de cabeça para os visitantes. Ou as estradas estão fechadas ou a intensidade do trâ nsito transforma a viagem num autêntico martírio. Isto sem contar com o problema do estacionamento - actualmente, só cerca de 10% dos condutores que rumam à torre conseguem um lugar para parcar. São estas condicionantes que a Turistrela quer atenuar. A empresa tem em mãos um projecto de 30 milhões de euros para melhorar o acesso ao topo da estâ ncia. Trata-se da implantação de três telecabines (Penhas da Saú de - Torre; Torre - Lagoa Comprida; e Torre - Alvoco da Serra) para transportar os visitantes. "Quando estiver a funcionar não só garantimos o acesso de todos à torre, como resolvemos problemas ambientais e de segurança", explicou Artur Pais, administrador da Turistrela, adiantando que junto aos meios mecâ nicos serão construídos parques de estacionamento.


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22 OPINIÃO

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Dez milhões de votos? Liliana da Silva

A

s recentes eleições para o Parlamento que se realizaram no passado dia 4 de Dezembro serviram para desmistificar, não só na Venezuela, mas ao nível internacional, o apoio massivo popular com que contaria o Presidente da Repú blica, Hugo Chávez Frás. Durante toda a campanha eleitoral e inclusive com alguma antecedência, as cidades estiveram cheias de cartazes que tinham como premissa fundamental fomentar a participação dos seus adeptos e atingir dez milhões de votos para o partido oficialista. Uma meta que ficou bem aquém, se tivermos em conta os resultados. Durante essa jornada, o oficialismo conseguiu congregar nas urnas três milhões de pessoas, frente a mais de nove milhões que permaneceram sem exercer o seu direito de voto.

Apesar disso, a nova Assembleia Nacional vai compor-se na sua totalidade por simpatizantes do Governo que têm como prioridade aprovar a reeleição indefinida, ou seja, permitir que o Presidente da Repú blica possa relançar-se quantas vezes queira, modificando ainda os requisitos necessários para convocar um referendo revogató rio, aumentando assim a percentagem de assinaturas necessárias. Estas primeiras modificações deverão ser aprovadas sem grandes obstáculos, assim como qualquer dos projectos que até agora não tinham sido admitidos. Por isso, tocanos perguntarmo-nos qual será o rumo de um país sem forças da oposição, como acontece com qualquer governo… 0 Esta complexidade não pode nem ser esclarecida sem que passe algum tempo, mas o que sim é evidente é Chávez está a perder a aceitação que tinha. Com a retirada dos principais partidos políticos da oposição e a polémica que se levantou desde as eleições anteriores, em torno das famosas máquinas de votação, cerca de 75% da população eleitoral preferiu abster-se. Ao longo da histó ria de eleições na Venezuela, a abstenção tem acompanhado os

processos eleitorais. Contudo, a expectativa que criou o governo ante esta eleição captou as atenções do mundo e, sobretudo, dos venezuelanos nos resultados. A CNE falou e com ela explodiu o objectivo que o presidente manifestou nas ú ltimas cadeias. Para os oficialistas, as chuvas não deixaram sair os seus adeptos, mas para os opositores está é a grande derrota do governo. Para o cidadão, a ú nica certeza é que se avizinha um cenário incerto. Não se trata de pensar em maiorias ou minorias, nem recusar os factos através de situações ocorridas no passado. Estes resultados reconhecem a existencia de um sector que não coincide com o Presidente e que até agora tinha sido reduzido a pequenos sectores econó micos através da muito repetida frase "oligarcas". Hoje mais do que nunca os jovens devemos nos comprometer com o futuro do nosso país, reafirmando as nossas ideias e deixando bem claro que as nossas acções não respondem a interesses "internacionais". Como ouvi há uns dias da boca de um dirigente político da oposição, Jú lio Borges, "a Venezuela falou com o seu silêncio".

Uma "mão cheia de nada..." Fernando Cruz Gomes

H

á muitos anos atrás, um secretário de Estado das Comunidades - pelouro que, na altura, se chamava da Emigração - disse, à sua chegada a Toronto, trazer as mãos "cheias de nada...". A frase ficou por aí, nas páginas dos Jornais, ficando, igualmente, na memó ria de quem estas linhas traça. Com ligeiras excepções - talvez um João Lima, talvez a Manuela Aguiar, talvez... - sempre os responsáveis por aquele departamento foram às comunidades com as mãos "cheias de nada". Agora é o sr. Antó nio Braga que aparece, em entrevista feita em Paris, quase a propó sito da criação de uma pseudorevista para as comunidades - apoiada pelo MNE - a provar que tem as mãos cheias de nada. Vai falando, falando... mas sem dizer nada. Sobretudo porque o entrevistador bem puxou... puxou... mas não obteve respostas de "sumo". Bem pelo contrário. Se queria saber coisas, ficou como dantes. E que disse o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Antó nio Braga? Pois que "o protocolo celebrado tendo em vista a publicação de uma revista trimestral não encerra qualquer tipo de hostilidade nem visa sobrepor-se à imprensa que se publica nas comunidades ou a elas se destine". Por essa resposta, ficamos todos a saber que a imprensa das comunidades têm - e nó s sabemos que não... - uma espécie de porte pago, são distribuídas pelos canais do Ministério, pelas Embaixadas e pelos Consulados. Revista - na sua ó ptica - constituirse-á como um veículo de informação téc-

nica dirigida aos portugueses residentes no estrangeiro, toda ela da responsabilidade dos vários ministérios ou instituições de cujos organismos depende o tratamento dos mais variados assuntos: Justiç a, Seguranç a Social, Legalizaç ões, Legislação, Economia, Administração Interna, Cultura, Ensino, etc.". Logo, informações deste tipo não são do pelouro dos tais ó rgão de informação já existentes. Valha-nos um burro aos coices e outro aos pinotes... E depois fala em matéria noticiosa. Como se houvesse só "notícias" - "notícias" mesmo - nos ó rgãos de informação da diáspora. Se não privilegiássemos o comentário, a nota, ou "suelto", coisas que explicassem aos leitores tudo aquilo que o senhor governante diz que vai ser tarefa da tal "Comunidades em Revista". A proposta, para a tal revista, foi apresentada à SECP (imaginamos por quem...) e foi alvo de negociações que nunca foram feitas com qualquer ó rgão de informação das comunidades. Que, no entanto, e por várias vezes, já tentaram chegar à fala para o efeito. Até através da Associação Internacional de Jornalistas, que engloba muitas dezenas de jornalistas das comunidades. Será o Governo que vai garantir "o rigor informativo e institucional", talvez como outros governos o fizeram, "facilitando" tudo - como nunca fizeram a ninguém - com o envio para as Embaixadas, Consulados e destes para as Associações. Não é apoio? Não é ajuda? Quando o Sr. Antó nio Braga fala na publicidade que a tal empresa pode ou não arranjar, não fala, por exemplo, que há jornais e outros ó rgãos de informação que têm delegações em Portugal, com o objectivo de "comercializar publicita-

riamente o produto". Será que as empresas nacionais - com estas "fanfarronadas" de dizer que a revista apoiada pelo MNE produz 50.000 exemplares e atinge 4 milhões e meio de portugueses - vão continuar a canalizar a sua publicidade para os ó rgãos do estrangeiro? O Sr. Braga fazia-o? Ficamos, entretanto, a saber que a propriedade do título da revista é do Governo. Ó ptimo. Assim é que se "diversifica". Por um lado, "privatiza-se". Por outro... O sr. Antó nio Braga é mesmo arrojado. Imaginem que atirou para o jornalista Antó nio Cardoso a sua estranheza por ninguém ter criticado o "entendimento econó mico feito pelo Governo para lançar o Ensino à Distâ ncia, já que foi utilizado justamente o mesmo mecanismo, parceria com entidades privadas que financiaram, publicitariamente, a iniciativa". É efectivamente de arrojo. Sim, porque poderia parecer que o sr. Secretário estava a tentar resolver um problema. Parece, parece... mas não é. É que, pelo menos no que toca ao chamado Resto do Mundo, nunca houve um tostão para o ensino de Português. E quanto à Europa... houve umas "migalhas". Será que este "ensino à distâ ncia" vai evitar que haja Escolas de Português, pagas pelos pais dos alunos? O sr. Antó nio Braga - mal avisado, nó s sabemos... - é capaz de estar a delirar ou a pensar apenas no "vil metal" que é preciso poupar. Ficamos à espera de novos "episó dios" desta revista. Como ficamos à espera que o sr. Secretário de Estado tome em suas mãos muitos dos problemas que afectam as comunidades. Dar-lhe este "rebuçado" não é mais do que... usar paliativos. E amargos. Que nem vão resultar...

Histó ria Milenária

António Xavier (Historiador) aindax1@yahoo.com

U

m dos trabalhos mais árduos na área cientifica e social, e de um historiador em particular, é o sensibilizar uma determinada comunidade relativamente à sua histó ria e aos problemas que a cercam. Tal campanha torna-se mais fácil quando se conta com benfeitores que partilham a mesma causa. O valor da ajuda é maior se provém de pessoas e instituições com alto sentido de responsabilidade social. Quando o concurso 'Histó rias de vida' era somente um projecto para abordar os testemunhos dos emigrantes lusos e a sua descendência na Venezuela, não entrámos em ilusões. No entanto, recebemos com alegria dois importantes apoios, ambos espontâ neos, o que aumenta o valor da cooperação. Desde o princípio, o Correio de Caracas/Venezuela propô s-se a publicitar a ideia e o seu director, Aleixo Vieira, comprometeu-se a levar essas descrições de vivências à prática, como algo de pessoal. O projecto obteve outra magnífica contribuição: a direcção do Banco Millenium, que, sem pensar duas vezes, ofereceu um incentivo material para que fosse conseguida uma maior captação de histó rias. O prémio de uma viagem a Portugal surtiu efeito junto de alguns leitores do jornal. Devemos dizer que, em ambos os casos, o apoio tanto do Correio como do Millenium serve de exemplo no que se refere a empresários comunitários comprometidos com a vertente social. Vários detalhes interessantes destacam o concurso 'Histó rias de Vida'. Primeiro, os testemunhos contados por jovens. A aproximação da juventude luso-venezuelana à histó ria contemporâ nea da comunidade a que pertence tem sido uma preocupação constante de várias instituições. Essa tem sido também parte da nossa campanha, a qual reiterámos novamente quando se comemorou o VI aniversário do Correio. Entusiasma-nos ler o esforço que fazem os netos e bisnetos de emigrantes para conhecerem a histó ria familiar, em especial dos primeiros emigrantes das suas famílias. Outro detalhe: A situação social do emigrante tem sido posta em evidência. No concurso existe um verdadeiro sentido de igualdade. Todos os testemunhos têm igual validade histó rica, mas, sem dú vida, as histó rias dos emigrantes anó nimos são as que mais comovem e as que merecem uma maior reflexão sobre a necessidade de existir unidade e colaboração dentro da comunidade. Além disso, o concurso destaca a origem espacial das histó rias. Ao contrário da visão comum de concentrar a atenção das nossas instituições em Caracas, temos partido para o interior da Venezuela, de modo a ouvir o português que se sente abandonado, porque não tem consulado, centro social, nem sequer escola de português. O concurso tem servido também para isso: para dizer a esse conterrâ neo que não está só . E tudo graças ao apoio destes dois benfeitores. É de esperar que este ano o concurso 'Histó rias de vida', não se fique apenas por uma edição, mas que se repita e conte com o apoio de outros empresários comprometidos com a histó ria da nossa sociedade.


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OPINIÃO 23

caRTas dOs leITORes Menos um copo de Whisky

"Festa da amizade"

Gostei, gostei, gostei do editorial do vosso jornal que trata o tema da assembleia do Centro Português, do qual sou só cio há mais de 20 anos. Para quem não sabe, uma assembleia num clube é alguma coisa parecida a uma reforma na constituição da Repú blica. Para quem menos sabe, de uma forma mais simples, explico: É um meio cujo fim é estabelecer legalmente um regulamento "legal" para gerir sobre qualquer matéria relacionada com a instituição, neste caso o Centro português de Caracas. Fui votar e votaria não, não fosse o impasse da falta de comparência dos só cios que pediram a mesma assembleia. No entanto, da mesma forma que votaria "não" peç o a todos aqueles só cios como eu que colaborem vo-

Sou só cio do Centro Português em Caracas e acho o vosso jornal um excelente meio para comunicar a minha preocupação acerca das ú ltimas eleições do clube. Se por um lado foi bonito ver ali tanta gente a votar, por outro foi muito feia a pressão a que nó s os só cios fomos submetidos durante os ú ltimos dias. Não percebo como é que pessoas amigas de muitos anos podem de um dia para o outro deixar de falar, só por sede de poder. Mais ainda, entrar no plano das acusações, difamações, etc. Para nó s, que pouco ou nada fazemos a não ser desfrutar um pouco daquilo que pagamos mensalmente no clube, ser vítimas de pressões de candidatos à gerência do clube não é agradável. Se bem que é certo que compreendo alguma dessas situações, nunca vou compreender que se pro-

luntariamente com o lar da terceira idade. Alguém me dizia que cada só cio deixando de beber um whisky ao mês dava para manter o lar… O esforço não é muito grande! Acho que deve ser motivo de reflexão para todos, até porque não sabemos para onde vamos, e deve ser responsabilidade de todos ajudar o lar e não sempre os mesmos a ajudar. Voltando ao nosso clube, julgo que devem deixar o Centro Português em paz, já que o mesmo foi criado para o associativismo, para nos juntarmos, para comemorar dias festivos, para fazer desporto. O resto deve ser feito tendo em conta a boa vontade de todos e nunca como imposição de alguém. Deixem o Centro Português em paz... Leitor devidamente identificado

Comida Portuguesa Sou venezuelana e nada tenho a ver com a coló nia portuguesa. Contudo, já visitei Lisboa em várias oportunidades por questões de trabalho. Gosto de ler o vosso jornal que me chega através de um amigo do meu esposo e sou fiel leitora todas as semanas. Cada vez fico mais impressionada com aquilo que fazem os portugueses na Venezuela e pela Venezuela. Aproveito para pedir

INQUéRITO

Alirio Dos Nascimentos "Desejo paz e prosperidade para todos os habitantes deste país; e que não haja mais disputas e conflitos que não fazem sentido. Que todas as famílias venezuelanas disfrutem do Natal e que o compartilhem com todos os seus familiares mais chegados"

movam separações, regionalismos, confrontações entre pessoas, mentiras e irresponsabilidades que bem podem trazer consequências graves no futuro do nosso clube. Proponho como filho de um dos só cios que uma vez que já acabou este processo de escolha da nova junta, agora os candidatos façam as pazes e trabalhem com amizade, como sempre o fizeram. Gostaria também que da mesma maneira que convidaram o meu pai para assistir às reuniões das duas listas, que o convidassem agora para uma reunião amigável com as duas listas, juntas e como amigos de verdade. É que se gastou tanto dinheiro no clube para coisas sem interesse que se o clube promover uma reunião dessas não vai ser coisa do outro mundo. Festa da amizade, porque não? Manuel Duarte R.

Centro Português que publiquem nesta quadra natalícia receitas de comidas típicas de Portugal. Também aproveito para manifestar a minha curiosidade no sentido de que não percebo porque não existe um restaurante de comida portuguesa, quando os portugueses são donos de quase todos os restaurantes de Caracas (?). "Feliz Navidad" para todos. Maribel P. Rodriguez

Assisti ao vosso aniversário, a convite da direcção do vosso semanário. Sou venezuelano de terceira geração e filho de pais espanhó is e franceses. Fiquei impressionado com a maravilha do Centro Português. Queria felicitar todos os portugueses por essa magnífica edificação, mesmo ao lado da nossa casa. Da minha parte, passei centenas de vezes frente às portas do clube e nunca imaginei a magnitude da obra.

Por outra parte, quero felicitar o Correio da Venezuela pela organização do evento e o maravilhoso ambiente de amigos que ali encontrei. É esta a grandeza do nosso País, cheio de muitas particularidades de culturas. Aos portugueses, as minhas sinceras felicitações pelo que são e pelo que fazem com trabalho e honestidade. Juan Carlos Melo

Que deseja para a Venezuela nesta quadra natalí cia?

Hector Teixeira "Que haja paz e tranquilidade em todo o país e muita felicidade e amor para a família. Que sempre estejamos unidos e sejamos unidos cada dia que passa. Que todos tenham carinho e amor para dar às outras pessoas. Que o rancor desapareça...!"

José David Vieira "Desejo que haja felicidade e tolerâ ncia entre todos os habitantes desta nação e que cada um atinja os seus objectivos e projectos para o ano que vem. Que a paz chegue a todos os habitantes da Venezuela e que o êxito esteja sempre com a minha família e com todas as pessoas que me são mais chegadas."

Rider Jaramillo "Que haja união e alegria nesta quadra natalícia e em todo o ano, tanto para o país como para a minha família. Que todos a festejem em paz e em companhia dos seus familiares mais queridos. Aproveitem também esta quadra para evoluírem como pessoas, para fazerem da Venezuela e de Portugal melhores países e que consigam atingir as suas metas"


24 ECONOMIA

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Ingresso da Venezuela no Mercosul dificultará negociações com UE

O

ex-ministro brasileiro das Relações Exteriores do Brasil Celso Lafer acredita que a inclusão da Venezuela como membro permanente no Mercosul dificultará as negociações do bloco com a União Europeia, noticiou na semana passada o "Correio Braziliense". "É evidente que a possível entrada de Chávez criará problemas nas já difíceis negociações com a União Europeia, pois as características institucionais da Venezuela debilitam o projecto", declarou ao jornal o antigo ministro do governo Fernando Henrique Cardoso. Segundo Celso Lafer, "será mais uma desculpa para os europeus não fecharem nada" com o Mercosul, bloco formado por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Em relação à Área de Livre Comércio das Américas (Alca), a entrada da Venezuela no Mercosul "inviabiliza" o projecto, na opinião de Lafer, já que "a posição de confronto do presidente venezuelano é bastante conhecida de todos". Crítico da actual política externa brasileira, o ex-chanceler classifica o ingresso da Venezuela no bloco sul-americano como "mais um equívoco". "O mercado verá o ingresso de Chávez, com os componentes populistas que caracterizam a sua gestão, como uma perda da qualidade institucional do Mercosul", declarou. Celso Lafer disse ainda que haverá uma mudança na concepção original do Mercosul paralelamente ao afastamento da Venezuela dos demais países andinos, nomeadamente Peru e Colô mbia. "Haverá uma polarização na América do Sul, nada saudável para o Brasil e para a tão desejada Comunidade SulAmericana das Nações", assinalou o exministro. Lafer ressaltou, contudo, que pri-

meiramente é preciso ver se a Venezuela "obedecerá, como precisa, às apropriadas condições de acesso", como a adopção de uma tarifa externa comum. A entrada da Venezuela como membro pleno do Mercosul deu-se, durante a cimeira do Mercosul em Montevideu. Segundo o Ministério das Relações

BREVES Castelo Branco ajuda lar

Exteriores de Brasil, a cimeira celebrará também a aprovação de diversos projectos importantes, como a criação do Parlamento do Mercosul, a ser instaurado até 31 de Dezembro de 2006, a regulamentação da livre circulação de bens no interior do bloco e a aprovação do programa "Mercosul Livre de Febre Aftosa".

Com a chegada do Natal, as empresas venezuelanas encerram o ano com um trabalho social. Neste caso, Castelo Branco vai doar uma percentagem dos lucros feitos durante o mês de Dezembro para o Lar de Terceira Idade Padre Joaquim Ferreira. Assim, todos ajudam o lar na compra de qualquer artigo da sua linha de produtos (fiambre, pernas, lombos, pic nin Visking, pato e frango). A promoção em benefício da instituição vai prolongar-se até 31 de Dezembro do ano em curso. Já na segunda quinzena de 2006 o donativo vai ser entregue pela Junta Directiva da empresa às benfeitoras responsáveis pelo lar, segundo nos comentou Tatiana Freitas, gerente geral da empresa. A maioria dos membros da direcção desta empresa faz parte de associações benéficas como a Academia do Bacalhau, que durante todo o ano tem ajudado a lusos necessitados que vivem na região capital.


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ECONOMIA 25

"Avanti": opção gastronómica para toda a família Jean Carlos De Abreu

deabreujean@yahoo.com

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ara o Natal, o restaurante "Avanti", especializado em comida italiana, vai oferecer à sua clientela o "melhor prato de Natal" da cidade, segundo nos comentou David Neves, gerente do estabelecimento comercial. Além do mais, vai prestar ao pú blico novos serviços para a distracç ão das crianç as e adolescentes que visitem o local, que fica na rua principal de Las Mercedes, em Caracas. Entre os projectos imediatos, "Avanti" tem destinado a construção de um parque infantil para que os mais pequenos possam desfrutar de uma tarde ou noite de recriação enquanto os seus pais almoçam ou jantam. No local, não só vai haver

diversão para as crianç as. Também para os adolescentes vai ser aberto um serviço de cybercafé e de jogos computarizados, para além de jogos de mesa como Game Cubee Play Station, entre outros. Os clientes têm ainda mú sica ao vivo a qualquer hora do dia. Para além do serviç o de restaurante, "Avanti" oferece o serviço de aluguer de salões para fazer festas e banque-

tes a grupos de trinta ou mais pessoas. "Adaptamo-nos à necessidade do cliente, dandolhe uma variada gama de serviços para quer escolha o que mais lhe convier", explica-nos Neves.~ BENEFÍ CIOS A LONGO PRAZO Com a remodelação da praça "Las Mercedes", David Neves diz que o seu estabeleci-

mento comercial vai passar a estar localizado numa zona privilegiada. "Temos o estacionamento municipal em frente, para que as pessoas possam guardar comodamente o carro". A turbulência que agora atinge o local devido à remodelação da praça tem baixado com que a circulação da clientela, mas futuramente vai haver mais espaço para estacionamento, graças à autorização que lhes deu a Câ mara Municipal de Baruta aos donos de "Avanti". SERVIÇO DELIVERY Neves comenta-nos que já antes de iniciarem a reestruturação da praça está a prestar o serviço delivery corporativo a várias empresas, que lhes compram os almoços ou os jantares para os trabalhadores.

Prevê também decorar o novo espaç o que vai surgir com um ambiente estilo café, para atrair mais a juventude. O ambiente artístico presente no interior de "Avanti" vai fazer com que o comércio se tenha enchido de vida e estilo. De vez em quando, vão variar as colecções de quadros de artistas venezuelanos. Os clientes não vão poder só apreciá-los como comprá-los. O gerente do local comentou-nos que os preços das pinturas são acessíveis e mais baratos do que numa galeria de arte, pois "nó s não cobramos o direito para a exposição da obra", explica.


26 PUBLICIDADE

CORREIO DE CARACAS - 15 DE DEZEMBRO DE 2005

TAP oferece mais 29.500 lugares

A

TAP vai efec- Viagens entre o tuar 203 voos extra entre o continente e a Madeira continente e a vão ser reforçadas Madeira, oferecendo mais 29.500 lugares entre 16 de Dezembro e o dia 10 de Ja- tadora efectuou para este Naneiro. tal e que prevê a realização

O reforço da operação da TAP integra-se na programação extra que a transpor-

de 370 voos extra para Madeira, Aç ores, Franç a, Luxemburgo, Suíç a, Estados

Unidos e Angola, oferecendo 57.050 lugares. Também os Aç ores vão beneficiar do aumento do nú mero de voos, já que entre Lisboa e os destinos açorianos da Terceira (com mais 28 voos) e Horta - com mais 18 frequências - regista-se um crescimento da capacidade superior aos 6.450 lugares.

BREVES Alertas Leilão SMS

A TAP disponibiliza aos seus utilizadores e licitadores habituais dos Leilões Virtuais o novo serviço de Alertas por SMS. Através deste serviço, poderá saber em primeira mão, à quarta-feira, quais os destinos que irão ser colocados a leilão na quinta-feira seguinte. Para aderir, basta enviar uma mensagem a dizer LEILAOTAP para o número 4499. O serviço permite a recepção de 1 SMS por semana e cada SMS custa 0,30 cêntimos, estando no entanto disponível apenas para as redes Optimus e Vodafone.


CORREIO DE CARACAS - 15 DE DEZEMBRO DE 2005

DESPORTO 27

Quando o leão rugiu na Europa Maio de 1964

V

amos voltar atrás no tempo e recuemos até o ano de 1964. Na noite do 15 de Maio de 1964, a equipa do Sporting, num forçado jogo de desempate perante os magiares do MTK Budapeste, conquistava o ú nico troféu da já agora extinta TAÇA DAS TAÇAS para Portugal, vencendo a partida com um golo espectacular na cobrança directa de um canto feita por João Morais. Era a primeira participação do clube "leonino" no torneio, e a conquista da Taça só foi possível depois de um sofrido percurso e três desempates. Os torcedores sportinguistas tinham assistido recentemente em 1961 e 1962 às vitó rias europeias do seu velho rival da Segunda Circular, e sonhavam também com um título internacional para a sua equipa. A caminhada teve início frente aos italianos do Atalanta de Bérgamo, clube de escassos pergaminhos, o que elevou a confiança numa passagem tranquila. Nada disso. Foi preciso um desempate disputado em Barcelona, apó s derrota em Itália por 2-0 e vitó ria em Lisboa por 3-1. Os verdes e brancos repetiram o placar na Catalunha e seguiram em frente. A segunda eliminató ria foi um passeio no mediterrâ neo, pois na primeira mão, e guiados por um magistral

Mascarenhas, o Sporting cilindrou ao Apoel Nicosia de Chipre por um escandaloso 16-1 (recorde vigente em provas da UEFA). Outra vitó ria como visitante colocava o Sporting nos quartos, onde o esperava o temível Manchester United. No velho "Old Trafford" os "leões" portugueses viveram momentos de pesadelo e foram vergados por uma derrota de 4-1, que praticamente os deixava com os dois pés fora do torneio. Tristeza nas hostes sportinguistas. Mas na segunda mão em Lisboa, a equipa listada fez talvez a melhor exibição de sempre em provas continentais, e brindou os "red devils" do Manchester com uma goleada para a histó ria de 5-0. Joaquim Carvalho, Fernando Mendes, Osvaldo Silva, Mascarenhas e João Morais, tiveram uma noite de gló ria e levaram o clube por primeira vez a uma meia-final continental. O troféu estava cada vez mais perto do museu de Alvalade. Na meia-final, o inexperiente Olympique Lyon da França era o nome do ú ltimo adversário e as hostes sportinguistas, lembrando a jornada contra os ingleses, sentiam que a presença na final era um dado adquirido. Puro engano. No campo muito tiveram que sofrer os ataques dirigidos por Anselmo Fernandes para vencer os gauleses. Dois empates em ambas as partidas

levaram a um jogo extra em Madrid, onde os portugueses, fiéis a essa sina lusitana do sofrimento, apenas conseguiram ganhar por um escasso 1-0. Mas bastou, e o Sporting marcaria assim presença na Bélgica para disputar a final da Taça das Taças. Em Bruxelas o Sporting tinha a oportunidade de inscrever o seu nome na lista dos grandes da Europa, e a data (13 de Maio), fazia acreditar que até as forças divinas estariam do lado da equipa lusitana. Mas o sofrimento parece ser o mote que há de acompanhar sempre aos apaniguados só cios e simpatizantes do Sporting, e depois de um arrepiante jogo, nada ficou decidido. O 3-3 no final da partida obrigava a disputar uma finalíssima. Dois dias depois, mas desta vez em Antuérpia, Sporting e MTK saíam ao campo com a consciência de que no final tinha que existir um ganhador. Só uma genialidade de Morais, que conseguiu levar a bola para dentro da baliza na cobrança de um canto, acabou com o sofrimento e deu lugar às celebrações em tons de verde e branco. O Sporting teve que esperar quarenta e um anos para poder marcar presença novamente numa final continental (perdida ingloriamente perante o CSKA Moscú ) mas até hoje, jamais tornou a levantar um troféu internacional. Mais isso, isso é outra histó ria…

Fernando Mendes, capitão do Sporting, celebra nos balneários com a Taça conquistada.


28 DESPORTO

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"Manjar del Queso" em época triunfal Rodrigo Mendoza

mendozanegrette197@hotmail.com

H

orácio da Corte, lusodescendiente, filho de pais madeirenses, afirma, agradecido, que o êxito da sua equipa de futebol, deve-se a Juan Sidó nio, empresário e dono do 'Manjar do Queijo e da Carne'. Conheceram-se no grupo folcló rico 'Os Lusíadas", do qual o primeiro faz parte e o segundo é director. "Precisávamos de patrocínio e ele ofereceu-nos uniformes, a inscrição na liga e, quando ganhámos, organizou uma festa para celebrar", afirma Horácio Corte. Trata-se de um grupo amador, em que alguns dos participantes se estrearam com a Central Madeirense. A equipa é constituída por amigos de infâ ncia e da adolescência (jogam Horácio Corte e um italodescendente, sendo os restantes venezuelanos), pelo que não necessitou de tempo de adaptação.

O primeiro torneio que jogaram teve lugar no centro luso em Caracas faz dois anos: conseguiram o troféu e foram os que sofreram menos golos. Nessa competição foram denominados equipa 'Fair Play', em reconhecimento pelo jogo limpo. No ano seguinte, a participação no torneio foi impossibilitada pelas dificuldades de deslocação de alguns jogadores até Turumo, uma vez que muitos viviam em La Guaira, pelo que decidiram inscrever-se no torneio La Guacamaya (categoria noi-

te 6), cujo organizador é Pedro Acosta, ex-capitão do 'Vinotinto'. Este campeonato realiza-se em Fray Luis de Leó n, em Las Mercedes: "significou uma dificuldade devido à mudança do pavimento para relva artificial". No entanto, voltaram a ganhar, sendo novamente a equipa menos sofreu golos e com o melhor goleador. Este ano são os líderes desse evento, desta vez na categoria noite 9, na qual venceram seis partidas e perderam apenas uma.

BREVES Vanessa Fernandes lidera ranking mundial

Pela primeira vez na história do triatlo, uma europeia e mais propriamente uma portuguesa, lidera o ranking mundial. Vanessa Fernandes, de 20 anos, é a número um do mundo, liderando a classificação frente a mais de 200 atletas de todo o mundo. As norteamericanas e as australianas têm sido tradicionalmente as líderes do ranking. Vanessa Fernandes conseguiu esta façanha ao vencer outra etapa da Taça do Mundo em Nova Zelândia no passado fim-de-semana. Antes desta nova vitória, a portuguesa ocupava o terceiro lugar. Segundo declarações publicadas no site da Federação de Triatlo Portuguesa, o presidente desta organização, José Luís Ferreira, assinalou que "estes resultados vêm fechar com chave de ouro a melhor época desportiva internacional da modalidade. O que, aliás, vem acontecendo de há quatro anos a esta parte e vem reafirmar Vanessa Fernandes como a melhor triatleta da actualidade, vencendo nesta prova a Campeã do Mundo Emma Snowsill e destronando a nº 1 do ranking mundial, Annabell Luxford". Em 2005, Vanessa Fernandes, que conseguiu coroar-se como campeã da Europa de elites e da categoria sub-23, tem triunfado em todas as provas em que tem participado, exceptuando o Campeonato do Mundo, no qual ficou qualificada em quarto lugar. Por isso, os especialistas nesta modalidade têm grandes esperanças em que esta jovem promessa portuguesa possa trazer uma medalha nos próximos jogos olímpicos da China. Vanessa Fernandes não é a única portuguesa no ranking mundial. Também a atleta Anais Moniz se destaca, ocupando a 23ª posição, conseguindo também o título de Campeã do Mundo na categoria júnior.

Lusodescendente reconhecido "Campeão Ketcher" Jean Carlos De Abreu

deabreujean@yahoo.com

J

oão Maria González Teixeira, de dez anos, recebeu o reconhecimento "Campeão Ketcher", na categoria préinfantil 2004-2005, no campo de basebol "Vidal Ló pez" do Cafetal, em Caracas. Os inícios deste "pequeno" desportista remontam aos seus três anos, quando João Maria pediu ao seu pai uma luva, uma bola e um taco como prenda de Natal. Com o passar dos anos, o seu interesse pelo basebol cresceu e inscreveu-se numa academia de basebol, onde actualmente treina com Pedro Alonso e Temistocles Liendo, que dirigem a equipa desportiva. Na temporada de 20022003, González ganhou o Sub-campeonato Ketcher na categoria preparató ria. Além do mais, tem sido

activista do "desporto rei" venezuelano praticamente desde que nasceu, como nos comenta Victoria Teixeira, mãe do pequeno da grande liga. González Teixeira, nesta temporada (2004-2005), conseguiu sete "home rum". Segundo nos comentou a sua mãe, o principal hobbie do adolescen-

te é jogar basebol com os seus amigos e assistir às práticas do jogo. João Maria prometeu que vai ser no futuro reconhecido "pelotero". Actualmente, frequenta o quinto ano no colégio "La Salle La Colina", onde faz parte da equipa de basebol da escola, na divisa "La Salle".


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III Divisão - Série A 13.ª Jornada

Monção Cerveira Correlhã Esposende Valpaços Merelinense Associação Oliveirense Bragança Joane

1 4 0 1 1 1 0 4 1

0 2 4 4 4 0 0 0 0

Vinhais Brito Cabeceirense Mondinense Maria da Fonte Amares Vianense Valenciano Mirandela

III Divisão - Série B III Divisão - Série C III Divisão - Série D III Divisão - Série E 13.ª Jornada

Rio Tinto Tirsense Ermesinde Vilanovense Vila Meã Canedo Moncorvo Tarouquense

Classificação Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

Bragança Mirandela Maria da Fonte Joane Cabeceirense Amares Merelinense Monção As. Oliveirense Cerveira Brito Mondinense Esposende Valpaços Correlhã Vinhais Vianense Valenciano

31 27 25 25 23 22 21 21 19 18 17 16 13 11 9 9 8 6

13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13

9 8 7 7 7 7 6 6 5 4 4 5 3 3 2 2 1 1

4 3 4 4 2 1 3 3 4 6 5 1 4 2 3 3 5 3

0 2 2 2 4 5 4 4 4 3 4 7 6 8 8 8 7 9

1 3 1 1 0 1 0 1

1 3 1 0 1 0 0 2

13.ª Jornada

Lourosa Leça São Pedro da Cova Padroense Vila Real UD Valonguense Cinfães Ataense

Estarreja A. D. Valonguense Gafanha Valecambrense Milheiroense Tondela São João de Ver Social Lamas Tocha

Classificação G

26-7 22-10 29-9 18-11 20-12 24-16 17-16 22-17 17-11 19-13 19-18 23-23 14-22 10-28 12-30 9-21 13-27 12-35

DESPORTO 29

Vila Meã 28 Moncorvo 24 Ermesinde 19 Lourosa 19 Ataense 18 S. Pedro da Cova 18 Canedo 17 Rebordosa 16 Cinfães 16 Vila Real 16 Vilanovense 16 Rio Tinto 14 Leça 14 Tarouquense 12 Tirsense 11 UD Valonguense 11 Padroense 8

13 13 12 12 11 12 12 12 12 11 12 12 12 12 12 12 12

8 7 5 5 5 5 4 3 4 4 5 3 3 4 3 3 2

4 3 4 4 3 3 5 7 4 4 1 5 5 0 2 2 2

1 3 3 3 3 4 3 2 4 3 6 4 4 8 7 7 8

1 1 1 0 3 1 0 0 1

Fornos de Algodres Sátão Arrifanense Marialvas União de Lamas Souropires Anadia Avanca Cesarense

Beneditense Marinhense Sertanense Bidoeirense Amiense Caldas Mirandense Peniche

Classificação

Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º

0 2 3 4 1 3 2 1 0

13.ª Jornada

G

13-4 19-11 16-15 18-10 15-17 17-12 13-11 19-14 10-11 14-12 10-18 13-11 17-16 14-25 17-20 16-29 12-17

Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

Social Lamas 33 União de Lamas 29 Avanca 27 São João de Ver 26 AD Valonguense 23 Valecambrense 21 Milheiroense 20 Tondela 20 Anadia 19 Tocha 18 Sátão 17 Souropires 15 Gafanha 14 Fornos Algodres 14 Cesarense 10 Marialvas 6 Arrifanense 6 Estarreja 4

13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13

10 9 8 8 6 5 6 6 5 4 5 4 4 4 2 1 1 0

3 2 3 2 5 6 2 2 4 6 2 3 2 2 4 3 3 4

0 2 2 3 2 2 5 5 4 3 6 6 7 7 7 9 9 9

0 1 3 0 3 0 0 2

2 1 2 1 1 1 0 0

13.ª Jornada

Idanhense Sourense Monsanto A. D. do Fundão Vigor Mocidade Eléctrico Alcobaça Riachense

Elvas Alcochetense Caniçal Câmara de Lobos Carregado Vialonga A. D. de Machico U. D. de Santana Tires

Classificação G

30-12 22-10 25-9 16-11 15-10 18-12 16-13 25-16 9-12 13-11 15-13 12-15 14-20 10-21 7-16 6-23 10-25 7-21

Idanhense Peniche Mirandense Sourense Eléctrico Caldas A. D. do Fundão Caranguejeira Marinhense Monsanto Sertanense Alcobaça Vigor Mocidade Riachense Beneditense Amiense Bidoeirense

26 23 21 21 20 20 20 19 19 17 16 15 13 12 10 9 4

13 13 12 13 12 12 12 12 12 13 12 12 12 12 12 12 12

8 7 6 6 5 6 6 5 5 5 4 3 3 3 3 2 0

2 2 3 3 5 2 2 4 4 2 4 6 4 3 1 3 4

3 4 3 4 2 4 4 3 3 6 4 3 5 6 8 7 8

1 1 1 2 0 0 0 2 3

Ouriquense Loures Sintrense 1º de Dezembro Vilafranquense Futebol Benfica Atlético do Cacém Montijo Atlético

13.ª Jornada

Desportivo de Beja Beira-Mar (Algarve) Messinense Sesimbra Vasco da Gama Aljustrelense Lusitano Évora Est. Vendas Novas

Classificação

Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º

2 2 4 2 3 1 2 1 0

III Divisão - Série F

G

20-8 16-13 11-9 16-11 12-10 18-16 13-11 14-12 23-14 15-14 13-15 10-9 11-13 15-20 10-17 11-22 6-20

Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

A. D. de Machico 27 Atlético 26 Montijo 25 Carregado 24 Loures 22 1º de Dezembro 22 Atlético Cacém 19 Elvas 18 Câmara de Lobos 18 Ouriquense 18 Caniçal 18 Vialonga 15 Alcochetense 15 Tires 12 Futebol Benfica 12 Vilafranquense 11 U. D. de Santana 9 Sintrense 9

13 13 13 13 13 13 13 13 12 13 13 13 13 13 13 13 13 12

8 8 7 7 7 6 5 5 5 4 6 4 4 3 3 3 1 2

3 2 4 3 1 4 4 3 3 6 0 3 3 3 3 2 6 3

2 3 2 3 5 3 4 5 4 3 7 6 6 7 7 8 6 7

2 1 1 1 2 2 2 0

0 Monte Trigo 0 Castrense 0 Oeiras 1 Amora 2 Lagoa 0 Lusitano V.R.S.A. 0 Ferreiras 0 Almansilense

Classificação G

23-15 33-12 15-10 27-13 23-13 21-15 23-24 16-17 15-25 18-18 16-17 15-18 19-18 12-20 8-17 13-24 10-19 12-24

Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

Lusitano Évora 33 Estrela V. Novas 25 Oeiras 22 Vasco da Gama 22 Aljustrelense 22 Almansilense 22 Desportivo Beja 21 Amora 20 Messinense 18 Lusitano VRSA 18 Juventude Évora 17 Sesimbra 16 Lagoa 15 Ferreiras 12 Beira-Mar 11 Castrense 5 Farense 3 Monte Trigo 2

13 12 13 13 13 12 12 13 12 13 12 12 13 13 12 13 8 13

10 7 6 6 6 6 6 6 5 4 5 4 4 3 2 1 1 0

3 4 4 4 4 4 3 2 3 6 2 4 3 3 5 2 0 2

0 1 3 3 3 2 3 5 4 3 5 4 6 7 5 10 7 11

G

27-7 21-5 19-11 22-10 18-11 13-7 16-11 20-18 19-11 22-18 9-10 18-17 14-18 16-24 6-11 10-24 3-35 7-32

14.ª Jornada (18-12)

14.ª Jornada (18-12)

14.ª Jornada (18-12)

14.ª Jornada (18-12)

14.ª Jornada (18-12)

14.ª Jornada (18-12)

Vinhais - Joane Brito - Monção Cabeceirense - Cerveira Mondinense - Correlhã Maria da Fonte - Esposende Amares - Valpaços Vianense - Merelinense Valenciano - Associação Oliveirense Mirandela - Bragança

Lourosa Leça S. Pedro da Cova Padroense Vila Real U. D. Valonguense Cinfães Ataense

Fornos Algodres Sátão Arrifanense Cesarense União de Lamas Souropires Anadia Avanca Marialvas

Idanhense Sourense Monsanto A. D. Fundão Vigor Mocidade Eléctrico Alcobaça Riachense

Ouriquense - Tires Loures - Elvas Sintrense - Alcochetense 1º de Dezembro - Caniçal Vilafranquense - Câmara de Lobos Futebol Benfica - Carregado A. D. Machico - Vialonga Montijo - Atlético do Cacém Atlético - U. D. de Santana

Juventude Évora - Est. Vendas Novas Castrense - Desportivo Beja Oeiras - Beira-Mar Amora - Messinense Lagoa - Sesimbra Lusitano V.R.S.A. - Vasco da Gama Ferreiras - Aljustrelense Almansilense - Lusitano Évora

-

Tarouquense Rio Tinto Tirsense Ermesinde Vilanovense Vila Meã Canedo Rebordosa

- Social Lamas - Estarreja - AD Valonguense - Gafanha - Valecambrense - Milheiroense - Tondela - S. João Ver - Tocha

-

Caranguejeira Beneditense Marinhense Sertanense Bidoeirense Amiense Caldas Mirandense


30 DESPORTO Federação inglesa ameaça José Mourinho com multa

CORREIO DE CARACAS - 15 DE DEZEMBRO DE 2005

A

Federação inglesa (FA) exigiu a José Mourinho esclarecimentos sobre declarações proferidas apó s a vitó ria sobre o Wigan, na 16¦ ronda da Liga inglesa de futebol, arriscando-se o treinador português do Chelsea ao pagamento de uma multa. A FA pretende que o técnico explique o comentário que fez sobre o jogador Lee McCulloch, a quem chamou de "batoteiro", sábado, apó s o triunfo, por 1-0, sobre o Wigan. O treinador do Chelsea ordenou aos seus pupilos que não devolvessem a bola ao adversário, depois de um jogador do Wigan ter atirado a bola voluntariamente para fora, quando o defesa Lee McCulloch caiu lesionado. "Nó s sabemos o que é o ´fair-play` e quando um jogador está lesionado devolvemos a bola. Quando um jogador está a fazer batota...não somos estú pidos. Ele estava a fingir e segundos depois levantou-se e começou a correr. Disse ao Gallas para não devolver a bola. A responsabilidade é minha e voltarei a fazê-lo", justificou José Mourinho. A Federação inglesa escreveu ao treinador português para que este clarifique os seus comentários e caso não fique "satisfeita" poderá abrir um processo disciplinar.

Liga de Honra Olhanense Beira-Mar Ovarense Santa Clara Feirense Maia Sporting Covilhã Marco Estoril

1 1 1 2 1 0 2 2 0

0 0 1 1 1 0 2 1 3

II Divisão - Série A

II Divisão - Série B

Sandinenses 0 1 União da Madeira

Pedras Rubras 0 1 Sporting Espinho

11.ª Jornada

14.ª Jornada

Vizela Varzim Moreirense Chaves Portimonense Aves Barreirense Gondomar Leixões

Fafe 0 2 Freamunde

No ano passado, Mourinho já foi multado em 7.400 euros por ter acusado os jogadores do Manchester United de "fingirem" durante as meias-finais da Taça da Liga inglesa (0-0). A FA também quer que o técnico do Manchester United, Alex Ferguson, explique as críticas ao árbitro do encontro com o Everton (1- 1), Rob Styles, pelo juiz não ter assinalado uma grande penalidade cometida pelo jogador por David Weir sobre Louis Saha. "Podíamos ter beneficiado de uma grande penalidade, mas não há nenhuma possibilidade de Rob Styles alguma vez nos dar um penalti", afirmou o técnico dos "red devils".

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

Beira-Mar Olhanense Leixões Portimonense Sport. Covilhã Estoril Aves Gondomar Santa Clara Vizela Varzim Marco Feirense Maia Barreirense Moreirense Chaves Ovarense

27 26 25 24 24 22 21 21 19 17 16 16 15 14 13 12 11 10

14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14

7 7 7 6 6 6 6 6 4 4 3 4 4 3 2 2 2 2

6 5 4 6 6 4 3 3 7 5 7 4 3 5 7 6 5 4

-

Esmoriz 1 0 Aliados de Lordelo

Lixa 0 2 Sporting de Braga B

Beira-Mar Ovarense Santa Clara Feirense Maia Sporting Covilhã Marco Estoril Leixões

Paredes 2 1 Sanjoanense

Portosantense 1 0 A. D. da Camacha

Marítimo B 2 1 Pontassolense

Classificação

Classificação

G

1 15-7 2 17-11 3 16-6 2 19-13 2 17-12 4 25-20 5 18-15 5 22-19 3 13-12 5 21-19 4 16-19 6 19-26 7 18-23 6 20-22 5 10-14 6 14-23 7 8-16 8 18-29

Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º

Trofense União Madeira Ribeirão Camacha Freamunde Portosantense Famalicão Sp. Braga B Sandinenses Fafe Lixa Valdevez Vilaverdense Torcatense

21 18 17 16 15 15 14 12 12 11 8 8 8 2

9 10 9 10 10 11 9 9 9 9 9 9 10 9

6 5 5 5 3 4 3 3 3 3 2 1 2 0

3 3 2 1 6 3 5 3 3 2 2 5 2 2

0 2 2 4 1 4 1 3 3 4 5 3 6 7

G

17-6 11-11 8-5 16-11 11-7 7-8 11-8 12-10 9-8 9-12 6-11 8-10 10-15 3-16

12.ª Jornada (18-12)

Abrantes 1 1 Pombal Benfica C. Br. 0 2 Oliv. Hospital Rio Maior 3 2 Pampilhosa

1º Oliveirense 2º Tourizense

1 1 3 – 2 0 1 0

0 1 3 – 3 0 1 0

Pts. J V E D

Operário Casa Pia Louletano Ol. Moscavide Madalena Benfica B Imortal V. Setúbal B Pinhalnovense U. Micaelense Torreense Odivelas Mafra Real Silves Oriental

23 22 22 20 17 17 16 16 15 14 13 13 12 10 6 5

11 11 11 11 10 11 11 11 11 11 11 10 11 11 11 11

7 7 6 5 5 5 4 5 3 4 4 4 3 3 1 1

2 1 4 5 2 2 4 1 6 2 1 1 3 1 3 2

G

2 13-5 3 21-11 1 21-12 1 1- 7 3 11-15 4 12-14 3 18-11 5 14-16 2 8-6 5 13-13 6 15-16 5 12-15 5 11-14 7 13-22 7 12-20 8 9-19

12.ª Jornada (18-12)

12.ª Jornada (18-12)

17 9 5 2 2 14-11

5º Penalva Castelo 16 10 4 4 2 12-10 6º Pampilhosa 15 9 4 3 2 11-9 14 9 3 5 1 12-7 7º Pombal 13 10 2 7 1 14-13 8º Rio Maior 9º Benfica C. Br. 10 10 3 1 6 12-18 8 10 1 5 4 12-15 10º Oliv. Bairro 11º União Coimbra 7 9 2 1 6 9-16

Oliveira Bairro - Penalva Castelo Fátima - Portomosense Pombal - União Coimbra Oliveira Hospital - Abrantes Pampilhosa - Benfica C. Branco Nelas - Rio Maior

U. Micaelense Silves Mafra Madalena Benfica B Imortal Ol. Moscavide Louletano

-

BREVES Portugal põe bilhetes à venda

U. Micaelense Silves Mafra Madalena Benfica B Imortal Ol. Moscavide Louletano

12º Portomosense 7 10 1 4 5 11-15 13º Oliv. Hospital 7 9 1 4 4 7-16 4 9 0 4 5 4-12 14º Nelas

18 9 5 3 1 14-6

12.ª Jornada (18-12)

Pontassolense - Paredes

Classificação

20 10 6 2 2 18-8

G

19-10 10-7 12-8 19-17 11-13 12-9 7-8 10-9 11-14 11-12 13-13 8-13 4-10 9-13

Drag. Sandinenses - Marítimo B

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º

3º Fátima 4º Abrantes

3 1 3 4 3 2 3 3 3 4 4 5 4 6

Trofense - Valdevez

G

22 11 7 1 3 19-13

2 5 1 1 3 5 3 3 3 2 2 2 3 1

Vilaverdense - Portosantense

11.ª Jornada

Classificação

5 4 5 5 4 3 3 3 3 3 3 3 2 2

Sanjoanense - Lousada

Real Oriental Vitória Setúbal B Odivelas Torreense Operário Casa Pia Pinhalnovense

Tourizense 2 1 Fátima

10 10 9 10 10 10 9 9 9 9 9 10 9 9

F. C. do Porto B - Esmoriz

Famalicão - Lixa

Penalva Castelo 2 1 Oliveirense Portomosense 0 1 Oliveira do Bairro

Paredes 17 Sport. Espinho 17 D. Sandinenses 16 Marítimo B 16 Esmoriz 15 Fiães 14 F. C. Porto B 12 Lousada 12 Aliados Lordelo 12 Sanjoanense 11 Infesta 11 Pedras Rubras 11 Ribeira Brava 9 Pontassolense 7

Aliados de Lordelo - Ribeira Brava

Ribeirão - Fafe Sporting Braga B - Torcatense

II Divisão - Série D

11.ª Jornada

Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º

Infesta - Pedras Rubras

Freamunde - Sandinenses

II Divisão - Série C

Pts. J V E D

Fiães 0 1 F. C. do Porto B

Valdevez 1 1 Famalicão

15.ª Jornada (18-12) Olhanense Varzim Moreirense Chaves Portimonense Aves Barreirense Gondomar Vizela

Ribeira Brava 0 1 Infesta

Torcatense 0 2 Ribeirão

Classificação Pts. J V E D

11.ª Jornada

Pinhalnovense Real Oriental Vitória Setúbal B Odivelas Torreense Operário Casa Pia

A Federação Portuguesa de Futebol anunciou que iniciou terça-feira a venda de bilhetes para os jogos da fase final do Mundial2006 da Alemanha, nos quais participa Na última sexta-feira, após o sorteio realizado em Leipzig, na Alemanha, a equipa portuguesa ficou a saber que integra o Grupo D do Mundial, onde terá como adversárias as selecções do México, Irão e Angola. Na fase final Portugal começará por defrontar Angola (11 de Junho), seguindo-se o Irão (17 de Junho) e, finalmente, o México (21 de Junho), nos três jogos da primeira fase que determinarão a passagem aos oitavos de final.

FPV distingue voleibolistas

A Federação Portuguesa de Voleibol (FPV) promoveu esta semana, na Póvoa de Varzim, a Gala Anual para distinguir os campeões nacionais e todos aqueles que se distinguiram ao serviço da modalidade.


CORREIO DE CARACAS - 15 DE DEZEMBRO DE 2005

DESPORTO 31

Setú bal sem ordenados mas com muitos pontos O

Vitó ria de Setú bal respondeu segundafeira à crise com mais uma vitó ria (1-0), na recepção ao Belenenses, isolandose na terceira posição da Liga portuguesa de futebol, a dois pontos do líder FC Porto, apó s o fecho da 14.ª jornada. Dois dias apó s os jogadores terem retirado a confiança ao presidente Chumbita Nunes - que, ainda assim, se sentou no banco de suplentes - os sadinos conquistaram o quinto triunfo consecutivo, igualando o melhor registo da época, na posse do Benfica (entre a 4.ª e a 8.ª ronda). O Setú bal capitalizou a derrota sofrida domingo pelo Sporting de Braga (1-0, em Paços de Ferreira), isolando-se no terceiro posto do campeonato, à frente do Benfica, campeão em título, e do Sporting, que sofreu sexta-feira a primeira derrota da "era" Paulo Bento, frente ao Estrela da Amadora (1-0).

Os sadinos, detentores da Taça de Portugal, continuam a deter a defesa menos batida de todos os campeonatos nacionais da Europa, com apenas três golos sofridos, aumentando para 594 minutos o período de inviolabilidade do guarda-redes brasileiro Moretto. No sábado, o Nacional triunfou no "derby" funchalense com o Marítimo, por 2-1, enquanto os "dragões" ganharam na deslocação a Leiria, batendo a União local, por 3-1. Nos restantes encontros das equipas do topo da tabela, o Benfica ultrapassou o Sporting e é agora quinto classificado, com 25 pontos, depois de derrotar o Boavista na Luz, por 1-0. Os "leões" ficaram com menos um ponto que os rivais da capital, tendo mesmo sofrido sexta-feira a primeira derrota desde que Paulo Bento substituiu José Peseiro no comando técnico "leonino", ao baquear na recepção ao Estrela da Amadora, por 1-0.

Liga Betandwin 14.ª Jornada

Benfica 1 Nacional 2 Vitória de Setúbal 1 Paços de Ferreira 1 Académica 2 Gil Vicente 2 Sporting 0 União de Leiria 1 Penafiel 0

0 1 0 0 2 0 1 3 1

Boavista Marítimo Belenenses Sporting de Braga Rio Ave Naval Estrela Amadora F. C. do Porto Vitória Guimarães

Classificação Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

F. C. do Porto 31 Nacional 30 Vit. Setúbal 29 Sport. Braga 26 Benfica 25 Sporting 24 Boavista 22 Paços Ferreira 21 Académica 18 Rio Ave 17 Est. Amadora 16 Marítimo 15 União de Leiria 15 Belenenses 14 Gil Vicente 14 Vit. Guimarães 13 Naval 11 Penafiel 7

14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14

9 9 9 8 7 7 5 6 5 4 4 3 4 4 4 4 3 1

4 3 2 2 4 3 7 3 3 5 4 6 3 2 2 1 2 4

1 2 3 4 3 4 2 5 6 5 6 5 7 8 8 9 9 9

G

23-9 17-6 12-3 13-7 21-12 18-16 20-13 17-17 14-18 19-21 10-13 15-17 16-19 14-17 11-17 8-20 13-23 10-23

15.ª Jornada (18-12) 16-12-21:30 17-12-16:00 17-12-16:00 17-12-16:00 17-12-16:00 17-12-17:00 17-12-19:15 17-12-21:15 18-12-20:15

Naval - Sporting Marítimo - Vitória Setúbal Rio Ave - Gil Vicente Belenenses - Paços Ferreira Est. Amadora - União Leiria Sp. Braga - Académica Benfica - Nacional F. C. do Porto - Penafiel Boavista - Vitória Guimarães


CORREIO DE CARACAS – 15 DE DEZEMBRO DE 2005

BREVES BruxeLAs ContrA priviLégios...

A Comissão Europeia decidiu abrir um processo de infracção contra Portugal para pedir formalmente ao governo explicações sobre os "direitos especiais" ("golden-shares") detidos na Portugal Telecom que Bruxelas considera contrários … legislação europeia, anunciou fonte comunitária. O executivo comunitário dá dois meses a Portugal para explicar a situação antes de avançar no processo, que numa fase posterior poderá levar Lisboa ao Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias, no Luxemburgo. O governo português tem defendido a manutenção das acções preferenciais ("golden-shares") do Estado na PT, principalmente para impedir a compra da operadora portuguesa por uma rival estrangeira.

Co-piloto libertado um ano depois Chegou ao fim o julgamento do caso da droga, envolvendo um co-piloto da Air Luxor e três empresárias portuguesas. Jean Carlos De Abreu

deabreujean@yahoo.com

O tribunal de Macuto condenou a nove anos de prisão as três portuguesas acusadas de tráfico de droga no caso do “ Citation X” . O co-piloto do avião foi ilibado deste caso em que as autoridades venezuelanas encontraram 400 quilos de cocaína, em Outubro de 2004. A juíza Maria Ester Roa considerou

que, ao longo do julgamento, ficou provado que a tripulação do avião impediu que se cometesse o delito de tráfico de droga na modalidade de transporte e deu como inocente ao co-piloto Luis Santos, por não haver provas da cumplicidade do português, concedendo-lhe liberdade imediata. Maria Margarida da Silva Mendes, Maria Virginia Passos e Maria Antonieta Luis foram condenadas, cada uma, com nove

Jorge sAmpAio fAz BALAnço A 10 Anos

O Presidente da República, Jorge Sampaio, reclama ter lançado "grandes debates" ao longo dos seus dois mandatos, que se reflectiram depois na agenda parlamentar e no "discurso recorrente das governações". "Quem se propuser julgar, que o faça na memória, e não no esquecimento, dos grandes debates que iniciei no plano institucional. Poder-seá entender que os lancei mal ou equacionei pior. Que fui longe demais ou de menos. Que fui aventureiro ou timorato. Mas não será sério nem razoável ignorá-los", escreve Sampaio, no prefácio do livro "Com os Portugueses: Dez anos na Presidência da República", que foi apresentado esta semana em Lisboa.

O co-piloto português, Luís Santos, foi considerado inocente. No final, não poupou críticas à Venezuela.

anos de prisão por o tráfico ilícito de substâ ncias estupefacientes. Na mesa dos acusados estiveram oito advogados argumentando em prol da defesa dos dez detidos considerados como traficantes da droga. Humberto Rodriguez, advogado de um dos acusados, revelou que vai pedir a nulidade do julgamento por considerar que o processo não foi transparente. Além disso, considera que a decisão do Juiz “ viola o que diz o artigo 453 do Có digo Orgâ nico do Processo Penal venezuelano” . Apesar de tudo, o co-piloto comentou aos meios de comunicação que se fez justiça e que regressará a Portugal no pró ximo sábado. Santos revelou que a companhia “ Air Luxor” se encarregará de recuperar o avião, já que ficou detido como prova dos advogados do Ministério Pú blico venezuelanos. “ Estive doze meses num país onde tudo o que se faz é uma farsa, quando o julgamento foi adiado por 20 vezes” , lamentou o co-piloto aos meios de comunicação social. Segundo os advogados que estiveram no julgamento, uma das dificuldades deste processo foi a reconstituição dos factos, porque o avião de uso privado está inoperacional e não pode ser deslocado do hangar da Força Aérea venezuelana, na Carlota, em Caracas, para o Aeroporto Internacional de Maiquetia, lugar onde teve lugar a apreensão das malas cheias de droga. Dos seis venezuelanos acusados e que estiveram também em julgamento, quatro foram condenados a quatro anos e seis meses de prisão e os outros dois foram condenados a nove anos porque o tribunal considerou-os autores do delito.


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