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Futebol luso em grande

Fim-dde-aano

Comunidade unida para receber o 2006

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Principais selecções nacionais tiveram um ano bestial PÁGINA 31

www.correiodecaracas.net

O jornal da comunidade luso-venezuelana

ANO 07 - N.º 138 - DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 - PUBLICAÇÃO SEMANAL

CARACAS, 22 DE DEZEMBRO DE 2005 - VENEZUELA: BS.: 1.000,00 / PORTUGAL:

Vargas ainda sente efeitos da tragédia Seis anos depois da maior tragédia natural ter fulminado várias famílias em Vargas, ali ainda se notam os vestígios das enxurradas. Seis anos depois, há vidas por reconstruir. Tal como muitos bens materiais. PÁGINA 6

Reviver a quadra natalícia Da Região Autónoma vêm exemplos que ajudam a recordar as vivências de cada Natal . PÁGINA 3

Nesta edição especial 56 anos de Central Madeirense

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Cineasta luso-francês preferia ter evitado a emigração PÁGINA 14

CORREIO regressa a 12 de Janeiro Devido à quadra natalícia e aos festejos do fim-de-ano, apenas voltamos ao contacto com os leitores na segunda semana de Janeiro

Lar de Terceira Idade Pe. Joaquim Ferreira continua a crescer PÁGINA 6


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2 EDITORIAL

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CORREIO DE CARACAS - 22 DE DEZEMBRO DE 2005

Fraternidade Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Coordenação na Madeira Sónia Gonçalves Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva Nathali Gómez e Noélia de Abreu Correspondentes: Ana Pita Andrade (Maracay) Bernardete de Quintal (Curaçau) Briceida Yepez (Valencia) Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira

A quadra natalícia e as celebrações do fim-de-ano são períodos propícios a gestos de solidariedade e de tolerância. Para muitos pode soar a algo enfadonho e repetitivo, mas a verdade é que são estes momentos e esta disponibilidade que dão sentido a muitas vidas. Na Venezuela, País a que nos orgulhamos de pertencer, assistimos diariamente às consequências, por vezes drásticas, das grandes assimetrias que fazem parte da vivência desta sociedade. A verdade é que, por motivos bem diversos, a sociedade venezuelana está exposta ao flagelo crescente da pobreza. Um fenómeno que acaba por gerar, como se sabe, a onda de violência e de insegurança que mancha a dignidade deste País. É com esta realidade que também a comunidade portuguesa e luso-venezuelana tem

de lidar. Sabendo-se, como se sabe, que há muitos portugueses a viver também no limiar da pobreza, é dever do resto da comunidade dar o seu contributo para diminuir esse fenómeno. Sabemos de antemão que as sociedades são feitas de diferenças, de sucessos e de insucessos, de casos de felicidade e de outros bem mais trágicos. Não podemos ter a pretensão utópica de querer eliminar todos os fenómenos negativos, mas podemos e devemos ter alento para contribuir para a sua diminuição. Como fazê-lo? É uma questão que fica à consideração de cada cidadão, de cada instituição. Na medidas das suas possibilidades, cada pessoa deverá medir o gesto que entender protagonizar. Boas festas e muita fraternidade!

O CARTOON DA SEMANA

Preparação Gráfica: João Santos (DN-Madeira) Produção: Franklin Lares Secretariado: Glória Cadavid

O que é que vais pedir ao Menino Jesus para o novo ano ?

Já fico satisfeito se não for assaltado...

Distribuição: Juan Fernandez Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas.

A SEMANA MUITO BOM Mais um ano que chega ao fim, com muitos e bons exemplos de dedicação e solidariedade, expressos de várias maneiras. Infelizmente, nalguns casos são sempre os mesmos a dar, com todos os inconvenientes que daí resultam. Apesar de tudo, este foi um ano também com muitas iniciativas de carácter social, envolvendo diversas instituições que quase se "alimentam" apenas de entusiasmo e de boas vontades, mas que fazem florescer o associativismo.

BOM A entrada em funções do novo Embaixador de Portugal em Caracas deu-nos a conhecer um diplomata cauteloso, amigo e solidário com a comunidade. Aqui elogiamos a sua postura, sempre atento às questões da comunidade. A atenção que dedicou ao caso do julgamento do co-piloto português é disso exemplo, se bem que não tenha sido sempre bem compreendido. Felizmente para os portugueses residentes na Venezuela, os últimos dois embaixadores elevaram o nome de Portugal.

MAU

Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela

Este foi também um ano de muitas promessas não cumpridas. Às instituições e individualidades que muito prometeram e pouco (ou nada) fizeram, seria aconselhável um pequeno exame de consciência. Rivalidades e disputas mesquinhas entre associações sedentas de protagonismo, são também notas de um ano que, neste aspecto, não deixa saudades.

Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA

MUITO MAU

O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindose, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias.

A Câmara de Comércio Luso-Venezuelana e a CAPORVEN continuam de costas voltadas. É pena! Há tantas formas de cooperação possíveis, todas em benefício dos seus associados. De um lado e do outro há gente que defende a fusão, ou no mínimo, uma maior cooperação. Que 2006 seja mais profícuo a esse nível!

El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.

Para todos los

gustos

El mejor Bodegón de Caracas con la mayor variedad en vinos Nacionales e Importados C.C.C.T. P.B. (cerca al Banco Provincial) Telfs.: (0212) 959.73.77, 959.67.28 - Caracas - venezuela


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O Natal da Gruta em São Jorge Dinis Mendonça Eak=J=j~ÇÉáê~F

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m São Jorge um dos presépios mais conhecidos é aquele construído por Serafina Noite numa gruta aberta na encosta junto à sua casa há já muitos anos pelo seu falecido marido. Espaço esse que se tem revelado o local ideal para a implantação duma lapinha nos moldes mais tradicionais que se conhecem naquela freguesia.

Esta octogenária ocupa os meses anteriores à "Festa" na preparação dos materiais que irão compor a sua lapinha, em particular as flores que enfeitam o seu jardim o qual envolve todo o espaço onde está situada a gruta que recebe todos os anos o Menino Jesus, Maria e José, os Reis Magos, os pastores e uma panóplia de figuras que se juntam para adorar o Menino. Esta lapinha já por várias vezes foi vencedora do concurso de presépios organizado anualmente pela Câmara Municipal de Santana. Na preparação da grutinha que há de servir de berço ao Menino Jesus, Serafina Noite conta com a colaboração do seu neto mais novo, o Marco, de nove anos, o qual já herdou o gosto dos arranjos de Natal da avó, pois desde há já alguns anos que

constrói o seu próprio presépio num dos quartos da casa da avó. Serafina lamenta, no entanto, que o neto mais velho, à semelhança de outros jovens, ligue pouco às tradições do Natal que a avó teima em manter vivas enquanto as forças a ajudarem. Embora o presépio da sua gruta seja um dos seus maiores orgulhos nesta quadra festiva, e também o que lhe consome mais tempo, Serafina Noite não dispensa a preparação das guloseimas natalícias ou o gosto pelas cerimónias religiosas, não tanto pelo brilho das cerimónias actuais, onde as missas do Parto tem pouco mais que uma dúzia de pessoas, mas porque lhe lembram as folias de outros Natais em que a ida para as missas do Parto e do Galo eram feitas em romarias que enchiam por completo a igreja matriz de São Jorge e as noites frias que pelo Natal nunca faltavam. Mesmo sem meios de transporte, as pessoas vinham a pé para a missas do Parto e para a missa do Galo, desde os sítios mais recônditos da freguesia de São Jorge, da Ribeira Funda, da Ilha, da Fajã Alta e todos cantavam "até mesmo os cânticos em latim", precisa Serafina Noite com uma pontinha de orgulho. Desse tempo ficam as lembranças do Natal em família. No dia da Festa, o pai de Serafina não deixava sair ninguém de casa, e todos trajados a rigor, com o melhor fato, o de ir à

missa, em sinal de respeito e adoração pelo Menino Jesus, saboreavam as tradicionais iguarias preparadas nas vésperas do Natal, aproveitando as farturas da matança do porco. Só as oitavas do Natal eram aproveitadas para visitar amigos e familiares e saborear a tradicional carne de vinho e alhos, os bolos e os licores. Do passado fica também a lembrança de um Natal em que a doença a atirou para a cama do hospital, ligada por tubos, mas mesmo desse Natal fica a certeza de que o Menino Jesus nunca a desamparou, pois no dia de Natal melhorou substancialmente, tanto que até o médico ordenou que lhe tirassem esses tubos da boca, permitindo-lhe falar às visitas. Hoje com os seus oitenta e três anos Serafina Noite, passa o Natal com as filhas e os seus netos e com a romaria daqueles que todos os anos se dirigem a sua casa para apreciar a sua lapinha na gruta. Todos são brindados com os tradicionais bolos de São Jorge, preparados pela filha Isabel e com os licores feitos pela sua filha Paula. Tal como em outros anos, Serafina Noite não irá desmanchar a sua grutinha pela data do São Sebastião, quando se varrem os armários em São Jorge, pois há sempre alguns amigos mais retardados que aproveitam para visitar o seu presépio até ao final de Janeiro. Este ano não será diferente.

Fé, povo e tradição Ana Teresa Gouveia

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everia ter uns onze anos. Vestida de anjo cor-de-rosa, o meu pai todo derretido... e eu, lá de cima, daquele púlpito, clamei: Anuncio a Vós pastores, a maior das alegrias, é que ali mesmo, em Belém, nasceu agora o Messias". Passados vários anos, Adelaide Santos já não sobe à tribuna, mas, confirma, pouco ou nada mudou nas celebrações do Natal. A Missa do Galo nos Prazeres, e tudo o que a antecede e continua, é sempre muito rica de vivência. A igreja fica apinhada de gente. Vêm de todos os cantos da freguesia, mas também da Maloeira e da Raposeira, reforça. "Talvez porque as pessoas se encontram de férias, talvez porque estão imbuídas na magia do Natal, tempo da família e da

confraternização. A verdade é que há uma grande adesão às celebrações eucarísticas, que se iniciam logo com as missas do parto", acrescentou o padre Rui Sousa, realçando que mesmo aquelas que durante o ano não aparecem, participam sempre na Missa do Galo. Nos Prazeres, explicou, a celebração inicia-se logo pelas 22h30, com o Auto de Natal, protagonizado pelas crianças da freguesia. A prática é nova e foi introduzida pelas próprias freiras da Escola São Francisco de Sales, que quiseram contribuir para uma festa mais rica. É a representação da cena de Belém na reconstituição representativa do lugar, dos elementos e dos personagens. O presépio. A manjedoura, o Menino, Maria, José, os pastores, os reis magos, os anjos, a estrela e ainda a vaca e o burro. O teatro religioso cantado ao som do órgão. Depois da Anunciação do

Anjo e a entrada dos pastores, segue-se a celebração eucarística. A velha e enraizada tradição culmina com as romagens. Cada sítio da freguesia participa com um cântico ao Menino Jesus. Mas os jovens têm, também, uma só deles. As romagens são cantadas a lembrar os familiares, os vivos e os mortos, os embarcados. "As pessoas esmeram-se a fazer as romarias. Começam no princípio do adro e entram dentro da Igreja, acompanhadas pela viola, pelo rajão, pelo acordeão e o bombo, a cantar com toda a sua fé e esperança", salienta Adelaide Santos. Por isso, a Festa vai pela madrugada dentro. Na maior parte das vezes, até às 03h00 da manhã. Assim como os Santos Reis trouxeram, de um Oriente remoto, para o Menino de Belém, presentes tirados das riquezas naturais das suas regiões, assim também todos os povos da te-

rra trazem, para o presépio do Nascimento, as riquezas características das suas culturas. Da tradição mudou, no entanto, o ofertório, lembra o padre Rui. Ainda novo, o pároco dos Prazeres, Estreito da Calheta e Jardim do Mar lembra-se de ouvir dizer que as ofertas costumavam ser em víveres. "As pessoas ofereciam os produtos da terra. Cenouras, "semilhas", couves, cebolas. Hoje, o ofertório é, sobretudo, em dinheiro". Estas ofertas, recorda, eram para o pároco. Hoje, entretanto, com um ordenado instituído, o dinheiro reverte para o fundo paroquial. A missa também já não é só para os locais. "Os turistas participam e já nos pediram, inclusive, que coordenássemos horários para que eles pudessem assistir às celebrações". O Natal continua a ser uma das festas mais populares na Madeira, criando para tal, cada

concelho, de acordo com as suas tradições e costumes, comemorações próprias. No Jardim da Serra, a Missa do Galo continua a ser, também, muito participada. O povo enche a igreja para ver o auto encenado pelos jovens da freguesia e para assistir à missa de celebração do nascimento do Menino. Também aqui a tradição mantém-se, confirmou o padre Eleutério Ornelas. E numa altura em que muito se debate a diminuição da afluência dos jovens à Igreja, nesta paróquia, é sobretudo a juventude que mais se empenha na preparação da eucaristia. O Auto de Natal é, aliás, já célebre no concelho e serve de pretexto para atrair mais fiéis na noite de Natal. Ao contrário dos Prazeres, acabada a missa as pessoas começam a dispersar-se. É tempo agora de correr as casas, para apreciar as lapinhas e provar os licores caseiros.


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Seis anos depois da tragédia do Estado Vargas Catástrofe registada em Dezembro de 1999 ainda se pode ver Tábita Barrera

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urante os dias 15 e 16 de Dezembro de 1999, os habitantes do Estado de Vargas viveram um momento que marcou as suas vidas. As chuvas que açoitaram o lugar tiraram a vida a aproximadamente quinze mil pessoas de acordo com os cálculos feitos pelo Governo Nacional. Contudo, o número de prejudicados tornava-se incalculável com o passar dos dias. Muitas das pessoas afectadas têm conseguido refazer as suas vidas, mas para outras não foi fácil levantar-se depois de ter perdido tudo. Actualmente, a área não se encontra recuperada de tudo.

Nas zonas consideradas de risco ainda habitam indivíduos que para além do mais persistem em permanecer nas suas casas porque não têm para onde ir e pelo medo que significa para eles começar praticamente do zero. Por outro lado, existem pessoas que lhes tocou enfrentar os seus medos e seguir em frente sem olhar para trás para começar uma nova vida. Decidiram lutar para fazer das calamidades sofridas uma experiência que lhes ajudou a preservar e a não se render. É o caso de Alejandra Pereira, natural de Câmara de Lobos, Madeira, que chegou à Venezuela há 36 anos e se estabeleceu em La Guaira. Ali tinha um restaurante e a sua casa, a qual perdeu porque "a

chuva a levou", expressou. Desde esse momento, estabeleceu-se em Caracas, especificamente em Macaracuay e tem trabalhado como "buhonera" no boulevard de Sabana Grande. Juntamente com a sua filha, faz parte da economia informal do país e vende calças. Assegura que isso lhe permitiu manter-se economicamente. "Trabalhar aqui me tem dado o sustento diário. Em determinadas alturas, as vendas são excelentes e embora noutras não sejam tão boas, tenho conseguido manter-me. Isto me permite superar tudo o que vivi", comentou. Mesmo assim, Pereira definiu-se como uma pessoa capaz de seguir em frente, apesar das vicissitudes que surgiram. "Já tive que sair uma vez da minha terra natal e, ao estabelecer-me na Venezuela, aprendi a me esforçar para ter uma vida melhor. Isso é o que faço e acon-

Clube Social das Comunidades Madeirenses

Desejamos a toda a Comunidade Luso-Venezuelana BOAS FESTAS e FELIZ ANO NOVO

teça o que acontecer a minha intenção é trabalhar com muita dedicação para que o dia-adia seja melhor e melhor", assinalou. Há seis anos, Vargas sofreu a que foi considerada uma das piores tragédias naturais que

atingiu a Venezuela. Hoje, os que viveram esse momento recordam com dor o que passaram e esperam que os trabalhos de reestruturação do local continuem para que possam ser evitados desastres deste género ou ainda piores.

Um futuro incerto

De acordo com o governador do Estado de Vargas, António Rodríguez, os trabalhos de recuperação do local evidenciam uma melhoria nas vias de comunicação, de saúde e de educação. Exemplo disso é a reestruturação do polidesportivo da estrada nacional Caracas-La Sabana, referiu. Contudo, alguns dos habitantes da zona asseguram-nos que o risco continua eminente e que o Governo não interveio de uma forma eficaz nas áreas mais afectadas, pois os planos de recuperação que estão em marcha levam-se a cabo a um ritmo demasiado lento. Um ano depois da tragédia, em Novembro de 2000, cinco pessoas perderam a vida e outras 800 ficaram novamente desalojadas devido às fortes chuvas e por causa do transbordo de rios e o desmoronamento de quebradas. Em Fevereiro deste ano, o medo voltou a assombrar devido às 36 horas contínuas de chuva. O resultado foi uma nova vítima e a obstrução das estradas nacionais em todo o Estado.


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Lar Padre Joaquim Ferreira - a obra continua a crescer Yamilem González

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Lar de Terceira ICADE Padre Joaquim Ferreira tem sido uma das obras de beneficência mais importantes e representativas da comunidade portuguesa na Venezuela, pois grande parte das empresas, instituições e associações têm colaborado com o bom funcionamento e crescimento do mesmo. Ao longo deste ano, o lar ofereceu grandes frutos a cada um dos idosos que ali residem, apesar do difícil que tem sido a manutenção e o desenvolvimento das actividades da instituição que, por razões económicas, não tem estado como se desejaria, conforme nos lamenta a tesoureira das Damas de Beneficência, Maria Rosa de Martins. Todos os idosos que estão neste lugar são pessoas que necessitam de cuidados especiais,

vigilância, paciência e, acima de tudo, carinho. É por isso que CORREIO, aproveitando a época natalícia, fez um balanço geral e conversou com alguns dos velhinhos que integram esta grande família. O objectivo foi dar a conhecer como se sentem na instituição. Em linhas gerais, a maioria deles não tem família que os visite e estejam ao cuidado deles: E por esta mesma razão, os trabalhos das Damas é considerado muito importante, pois elas o fazem sem receber nada em troca. Estes velhinhos, apesar das suas condições físicas, valorizam e admiram o trabalho destas mulheres e se sentem felizes por saber que há pessoas neste Mundo que se preocupam com eles, oferecendo-lhes calor familiar e carinho. "As irmãzinhas e as damas estão sempre pendentes de como nos sentimos e como estamos, mas sobretudo nos dão muito carinho e compreensão.

Além do mais, aqui tenho muitos amigos e nos sentimos livres", comenta-nos Fernando Carneiro. Esta instituição tem crescido ao longo deste ano em todos os aspectos. Actualmente, conta com um grupo de irmãzinhas samaritanas que se encarregam de cuidar dos idosos e de partilhar com eles a religião. Da mesma forma, se uniram a esta família o grupo As Netas do Lar, constituído por filhas e noras das Damas de Beneficência. Elas também oferecem uma importante dose de alegria e carinho a estes avós, pois são as responsáveis pela organização de festas durante o ano. Também este ano, têm recebido um número de doações de grande importância para o crescimento do lar e o cuidado dos idosos , assim como os donativos constantes de alimentos e medicamentos, que oferecem as empresas e que

são de muita ajuda para a manutenção do mesmo. Numa nova ocasião, os 45 avozinhos comemoram o Natal e o Ano Novo. Isto é algo de grande motivação e alegria para eles. Apesar da sua idade podem desfrutar do ambiente natalício e gozar destas come-

morações ao lado das pessoas que gostam. Por parte do CORREIO, os melhores desejos para esta grande família. Esperamos que o trabalho continue a crescer e que sejam um exemplo para o resto da comunidade e para a Venezuela.

Desejamos de todo coração que o espírito natalicio continue presente em cada dia do ano que em breve se inicia, para que possamos viver com muita amizade, amor, páz e sobretudo com muita solidariedade. São os votos sinceros da direcção, de todos os demais corpos deliberantes e de todas as comissões, que dia a dia trabalham para o engrandecimento da nossa querida colectividade. André Pita PRESIDENTE


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PSD insiste nos subsídios a clubes da diáspora Gonçalo Nuno Santos foi o convidado de um almoço promovido na semana passada pelo Rotary Club do Funchal Óscar Branco

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PSD na Assembleia da República - AR - continua a insistir na necessidade de atribuição de subsídios aos clubes e associações de emigrantes portugueses espalhados pelo Mundo. Isso mesmo afirmou na semana passada Gonçalo Nuno Santos, eleito nas últimas legislativas nacionais, pelo círculo de fora da Europa. Neste momento, a proposta encontra-se na Assembleia, esperando-se agora que a mesma venha a ser aprovada de forma a possibilitar às associações de emigrantes os mesmos apoios que têm as suas congéneres nacionais. No entender deste social-demo-

crata, que regressa à AR no final desta legislatura, "se se quer aproximar os portugueses no Mundo aos que vivem em Portugal, então os clubes, associações de portugueses no Mundo, devem em tudo ser entendidos e parecidos com idênticos clubes e associações existentes em território nacional". Além desta matéria Gonçalo Nuno Santos, que ontem foi o convidado de um almoço promovido pelo Rotary Club para falar sobre a sua experiência enquanto deputado das Comunidades na AR, acrescentou ainda que o PSD tem proposto outras iniciativas, nomeadamente a alteração do Conselho das Comunidades, a Escola Virtual, bem como o reforço da rede de consulados.

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Grupo Europool festeja Natal

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o passado dia 13 de Dezembro, o Grupo Europool, um dos maiores porque congrega 20 agências de viagens no país, comemorou o Natal e fim de ano entre amigos e aliados comerciais. Com um requintado e muito acolhedor jantar no Restaurante Cortes de Altamira, o Grupo Europool festejou pelas metas conseguidas em 2005 e reiterou o seu compromisso de continuar a promover o turismo nacional e internacional através de uma política de bem serviço e atenção esmerada aos seus parceiros. Os anfitriões do jantar representados pela Junta Directiva de Europool, Juan Suares (presidente), Enrique Marcano (vice-presidente), Enzo Furnari e Fernando Gomes (directores), Clauido Morejon (tesoureiro) e Renato Amaral (director de relações públicas) como porta-voz, manifestaram o seu agradecimento por terem participado às diferentes linhas aéreas, tanto nacionais como internacionais. Entre o grupo de assisten-

tes, estava Avavit (Associação de Agências de Viagens e Turismo), Santa Barbara Airlines, Air Europa, Lufthansa, Avianca, Conviasa, Aeropostal, Acerca, Amadeus Venezuela, Sabre, Travel Ace, Pantoja Productions, La Gaceta e Gam,

assim como uma importante representação de diversos meios de comunicação, que partilharam com o grupo Europool os seus desejos de continuar a semear êxitos e felicidade no próximo ano de 2006.


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O cheiro da Festa Jorge Freitas Sousa Eak J j~ÇÉáê~F

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ode parecer estúpido, mas o cheiro da cera do soalho fazme lembrar o Natal. Isso e o cheiro da tinta e da cal, nas paredes das casas. Para os miúdos de há uns trinta anos, quando começavam as grandes limpezas, com aquela cera que vinha numas latas parecidas com as de atum, era sinal que a Festa estava próxima. Mais perto ficava quando os pais iam buscar as brochas e os pincéis às arrecadações e começavam a discutir sobre a cor de cada quarto. Acabavam por encontrar as soluções mais bizarras, a tal ponto que cheguei a ter o quarto pintado de… verde-azeitona. Por fora era fácil, era tudo corrido a cal branca, que era a "moda" em vigor. Preparar a casa para o Natal obrigava a um ritual que durava meses. Começava lá para o fim de Outubro, quando os "miúdos" já estavam na escola. No São Martinho limpavam-se os armários, de gavetas forradas a papel pardo comprado na mercearia, e despachavam-se as velharias que já não serviam para nada. Depois, se o tempo ajudasse, era tempo de pinturas. Uma aventura em que se envolviam os homens, com os miúdos a fazer tudo para "ajudar". Pegar num pin-

Lembranças da quadra natalícia e a forma como se celebra na Madeira cel e espalhar tinta numa parede era um prémio único, mesmo que significasse ficar todo porco e ouvir das boas da mãe. Com a casa pintada, a tinta raspada do chão e metade da tralha dos armários no lixo, era a vez das limpezas. Era aqui que entrava a cera, com o seu cheiro único, que deixava a cabeça tonta. Tão ingénuas como os rapazes, as raparigas também queriam ajudar e acabavam com um pano na mão e montes de cera pela roupa. Puxar o lustro é que eram elas. Curiosamente ainda não inventaram nada que substituísse o pano e muita força de braços… Estes eram os primeiros cheiros do Natal, ou melhor, da Festa, que é uma designação muito mais correcta e verdadeira. Ainda antes das Missas do Parto, era a vez dos licores. Umas bebidas que valiam, sobretudo, pelo colorido, porque o sabor era sempre muito parecido. Basicamente, sabiam a álcool para deitar nas feridas, embora quem os fizesse dissesse que um era de tangerina, o outro de morango e o "especial" era de café.

Divertido era ver fazer licores. Autênticos laboratórios de química eram instalados nas cozinhas. Apareciam as garrafas das infusões que estavam preparadas há um ano, ou as "essências", compradas no "João Gomes Camacho", ali onde hoje está a sede do Banif. Misturavam tudo com álcool e estava pronto. Havia uns que eram fervidos, outros recebiam umas ervas estranhas, mas no fundo eram bebidas com um teor alcoólico de respeito. Com sorte, era permitido aos mais pequenos "molhar o dedo" e provar. Quando não davam esta "prenda" era pior porque a solução era mesmo roubar uma garrafa, o que tinha consequências muito mais graves. Fazer licor também tinha como consequência o aumento da popularidade na vizinhança. Quem tinha garrafas novas, era certo que ia receber visitas, mesmo daqueles que mal conhecia. Era só para "provar"… Contavam-me que o meu avô um mestre no fabrico de licores - era vítima desses oportunistas de Natal. Um ano, para evitar o ataque à garrafeira, avisou todos os filhos de que não podiam dizer a ninguém que tinham feito licor! O aviso foi de tal ordem que a mais nova da casa, logo que entrou a primeira visita, informou com toda a solenidade: "Ontem, o meu pai não fez licor". Envergonhou todos, mas parece que acertou em cheio no alvo, porque nesse ano algumas garrafas escaparam… Para quem podia (e sabia), o final de Novembro era tempo para fazer broas e bolos de mel e todo o tipo de doces. Para os miúdos era quase tão bom como o Natal, fora os tabefes para os que tentavam rapar a massa das panelas sem autorização. Nas cozinhas ficava um cheiro forte a açúcar queimado, mel e à massa do "bolo de família" e "bolo preto". Infelizmente era tudo guardado numas latas, à espera do Dia de Natal. Mais perto da Festa era a morte do porco. Fui a poucas, mas todos os anos chegavam a casa as ofertas de partes dos animais que acabavam todas na famosa carne de vinha- d´alhos. Não daquela mais

comercial, mas da que se deita em fatias de pão empapadas em molho… Um verdadeiro "veneno", mas que sabia (e sabe) bem. OS PÊROS DA FESTA Nas ruas também cheirava à Festa. Hoje já não se vendem muitos pinheiros, substituídos por versões plásticas "made in China", mas naquele tempo toda a gente tinha o seu galho de árvore decorado, que ainda cheirava a terra, a resina e a pinhas e era comprado no meio da rua, junto ao Mercado ou na "Casa da Luz". Quando vinha o "pinheiro", entrava mais cheiro de Natal em casa. As ruas também tinham um colorido único. Não havia tantas regras para os vendedores ambulantes e as barracas com brinquedos espalhavam-se um pouco por todo o Funchal. Vendiam bonecas de plástico e uns carros de lata que agora estão no "Museu do Brinquedo" e eram o sonho de todos os miúdos, independentemente das classes sociais. Um carrinho das barracas era uma maravilha… Com o passar dos dias já estávamos na semana do Natal. Há muito que tinham sido pedidos os presentes, que nem sempre chegavam porque as carteiras eram mais modestas do que hoje, e agora era "a Festa" a sério. Antes de ser o acontecimento cultural de hoje, o dia 23, a "revéspera de Festa", era já um acontecimento obrigatório. Natal sem ida ao Mercado, não era Natal. E lá voltavam os cheiros característicos. Cabrinhas, alegra-campo, junquilhos e, sobretudo, aqueles pêros únicos, mais azedos que vinagre e que serviam para enfeitar a "escadinha do Menino Jesus". Felizmente estes cheiros ainda não se perderam. O que foi mau, francamente mau, foi tirarem o cheiro a farturas, carne de vinha-d´alhos, o circo e os carrinhos eléctricos do Almirante Reis. O teleférico pode ser muito rentável, levar "milhões" de turistas ao Monte, mas destruiu uma parte importante do Natal. Mercado sem carrinhos eléctricos… só mesmo da cabeça de políticos.


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Associações reclamam cumprimento de programas Instituições de caridade, cultura e de empresários concretizaram os projectos prometidos para 2005 Jean Carlos De Abreu e Yamilem González

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s várias associações têm por hábito realizar, em Dezembro, os respectivos balanços das actividades desenvolvidas durante o ano, aproveitando a ocasião para comparar os resultados alcançados no período em análise com os que foram concretizados no passado. Os diferentes representantes das associações de caridade e câmaras de comércio expressaram, ao nível nacional, a sua satisfação por ter conseguido cumprir as metas propostas ou, em alguns caos, ultrapassado os projectos preparados em benefício da sociedade lu-venezuelana. DAMAS DE BENEFICÊNCIA DE CARACAS A presidente das "Damas de Beneficência de Caracas", Maria Fernanda Dos Santos, revelou que durante o ano o corrente ano a ajuda prestada pelos imigrantes desta entidade foi fundamental para juntas os idosos desamparados que vivem no lar da terceira idade Padre Joaquim Ferreira, como também para a incorporação das monjas e a realização das festas a favor dos idosos. Entre as coisas menos boas, Dos Santos apontou o aluimento de terras que ao atingir o Lar piorou ainda mais a sua si-

tuação económica, que não permite a construção de um muro de contenção que previna outros desastres. Mais ainda, a seca que atinge a zona gerou mais gastos com contratação de serviços de uma cisterna para o abastecimento de água à instituição. Os projectos para 2006 continuarão ser orientados para a organização de festas, torneiros desportivos e almoços para a angariação de fundos para apoiar os idosos desamparados da comunidade portuguesa radiada na Venezuela. FILHOS DO FAIAL Por seu turno, o director da Associação Cultural "Filhos do Faial", Olivio da Silva, adiantou que o maior feito de 2005 da entidade foi a incorporação de um novo membro e poder continuar com a realização de iniciativas culturais da região portuguesa na Venezuela. Para 2006, os "Filhos do Faial" têm previsto realizar um almoço no mês de Fevereiro para promover um convívio entre todos os associados e amigos. Nenhum acontecimento fora do normal atingiu aquela entidade entes, segundo da Silva, que fez questão de frisar que os membros do grupo estão ais unidos que nunca. DAMAS DA ESPETADA Esta associação, que foi fundada por mulheres portuguesas e luso-descendentes no estado de Aragua, ultrapassou as ex-

pectativas e objectivos traçados para 2005. A sua primeira missão consiste em recolher dinheiro para o "Geriátrico Luso Venezuelano" que está a ser construído em Maracay. Tal objectivo tem sido cumprido graças à ajuda das "comadres" que colaboram com organização de jantares mensais promovidos na localidade "maracayera". Outra boa notícia foi a parceria estabelecida com as amas de casa, conseguida através da integração de mais mulheres nas suas reuniões para o convívio e novas amizades, segundo disse a vice-presidente daquela associação de caridade feminina Ana Maria Abreu. Para 2006, as "Damas de la Espetada" querem expandir-se em termos nacionais e internacionais, nesta última dimensão com a ajuda de uma portuguesas que se radicaram em São Francisco, Califórnia, levaram um projecto para concretizar nessa cidade da costa Oeste dos Estados Unidos. ACADEMIA DO BACALHAU DE MARACAY O presidente da Academia do Bacalhau sedeada no estado de Aragua, Nelson Coelho, referiu que o programa de actividades estipulado para 2005 foi cumprido na perfeição. A atenção esteve centrada nos idosos e no lar de idosos em construção em Maracay, sublinhou o responsável, realçando depois a importância a institucionalização daquela associação na localidade. Coelho qualificou de má a ausência de ajuda económica dos portugueses radicados na zona para a conclusão da cons-

trução do lar de idosos. No entanto, para 2006, tem previsto conseguir mais dinheiro através da organização de festas, jantares e outras actividades de angariação de fundos de forma a contribuir para o fim a construção da infra-estrutura com a ajuda dos "compadres" e "comadres" da caridade "luso-maracayera". CÂMARA DE COMÉRCIO LUSO-V VENEZUELANA Os progressos comerciais da Câmara de Comércio Luso-venezuelano cumpriram mais que esperado ao expandir-se este ano por toda a área metropolitana de Caracas, superando as expectativas ao somar mais comércios à associação. O presidente daquela entidade, José Luís Ferreira, declarou que, nos últimos três anos, 99 por cento dos associados revelaram avanços ao nível da operação, tendo também em perspectiva para 2006 uma ampliação de dimensão nacional. Uma vez cumprida a meta ambicionada pela direcção para 2006, a atenção será direccionada para a expansão ao nível internacional na área comercial de modo a ascender a uma posição de topo como Brasil e Argentina - países comerciais importantes na América Latina.

Para o próximo ano, Ferreira antevê mudanças favoráveis para a Câmara de Comércio como também para as empresas que a integram. INSTITUTO PORTUGUÊS DE CULTURA O Instituto Português da Cultura (IPC) conseguiu aumentar a sua comunicação com a comunidade portuguesa e com os jovens, que são a renovação do "pensar português", explicou a directora de Relações Públicas daquela instituição, Betty Rodrigues. O ensino das artes, das letras e do cinema, foram elementos primordiais para a divulgação da cultura lusitana no país sul-americano. Os jovens "aproximaram-se mais de nós e isso dá-nos alegria porque eles estão no centro do nosso interesse", disse Rodrigues, assegurando que vão conseguir os objectivos traçados. Para 2006, está planeado continuar com o ciclo de cinema, as conversas temáticas sobre as mais variadas áreas e continuar atraindo o público jovem para que participe nas tertúlias organizada pelo Instituto Português da Cultura com o objectivo de apreciar e aprender mais sobre o país dos seus pais.


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VENEZUELA 11

Um Natal à moda da Venezuela "Hallacas", festas e até superstições decoram o ambiente natalício venezuelano onde o mais importante é partilhar com a família Yamilem González e Arelys Goncalves

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Natal na Venezuela começa nas primeiras semanas de Dezembro, ou ainda antes, se possível. Nas casas é quase impossível esconder o entusiasmo da época natalícia porque não há uma janela ou uma porta que fique isenta de uma quase exagerada decoração luminosa. Ao contrário de noutros países, especialmente os da Europa, quanto mais cedo chegar o espírito natalício, melhor. No início de Novembro já se começam a ouvir nas rádios as melodias de Natal, nomeadamente as "gaitas", um ritmo tradicional do Natal venezuelano que se escuta classicamente no fim do ano. Entretanto, as lojas expõem nas montras as mais diversas ofertas de brinquedos e trajes próprios para qualquer uma das noites de festa. Ou seja, os problemas e as diferenças ficam de lado, como se se tratasse de uma trégua. Definitivamente, o Natal é o prolongamento do desejo de tranquilidade e de paz que aspiram os venezuelanos. O 24 e o 31 de Dezembro são os momentos mais altos da "Festa", especialmente porque servem para reencontros familiares, que muitas vezes acontecem só nesta altura porque nos outros meses uma série de coisas não permite que se façam reuniões semelhantes. Nos quatro pontos cardinais do país, o que abunda são as festas, as "hallacas" e as prendas. Depois da meia-noite, já a reunião fica mais aberta aos amigos e vizinhos. Alguns saem para a discoteca. À ESPERA DO MENINO JESUS Numa cultura tão única como a venezuelana, muitas são as tradições que vêm e vão e, por vezes, ficam apenas enquanto são moda. O 21 de Dezembro, por exemplo, pouco a pouco se tem convertido numa verdadeira antestreia às festas do 24. Com a esperança de que o espírito natalício entre na casa das pessoas e faça com que os anos seguintes sejam melhores, o costume é escrever uma larga lista de bons desejos. A noite de 24 serve para esperar que chegue o menino Jesus, que juntamente com o Pai Natal virão depois da meia-noite e oferecerá prendas aos mais pequenos. Os familiares que estão longe viajam de um lado para o outro para estarem juntos. Começa-se tudo com um jantar, onde não faltam as "hallacas", o pernil no forno, o "Pan de Jamón" e o doce de papaia. Todos desejam com ansiedade que dê meia-noite, para poderem abrir as prendas que estão debaixo da árvore de Natal ou junto ao preséopio. As crianças suportam o cansaço apesar de estar cansadas. Querem abrir o quanto antes as prendas e sabem que se adorme-

cerem terão que esperar até ao dia seguinte. Os fogos de artifício não são escassos nestas alturas. Enquanto algumas luzes iluminam o céu, os cães ladram assustados com o som das bombas. Isto quer dizer que este não é um bom momento para dormir e que a melhor opção pode ser esconder a rádio e dançar até que o corpo não possa mais. ANO NOVO, VIDA NOVA No 31 de Dezembro, fazem-se outros preparativos, como a despedida do ano e a chegada do ano novo, que trás vida nova. É nesta altura que a casa fica cheia. Ninguém falta. As emissoras de rádio transmitem programas de rádio gravados que parecem ser ao vivo. Ninguém os ouve, mas toda a gente fica atento para ouvir o estrondo que assinala o fim do último minuto do ano. Os que podem comprar uvas, prepara um grupo de doze para tentar engoli-las ao mesmo tempo que é assinalada a meianoite. E ao mesmo tempo pedem mentalmente os seus desejos mais especiais. Trata-se de um verdadeiro desafio para os que querem fazer tudo isso enquanto abraçam a sua família com a tradicional frase: "Feliz año nuevo". Os fogos de artifício entoam-se de uma forma estrondosa e entretanto os vizinhos saem à rua para saudar toda a gente. É um momento verdadeiramente agradável e cheio de simbolismo. O QUE NÃO FALTAM SÃO SUPERSTIÇÕES O minuto entre as 23h59 e a meia-noite não pode ser desperdiçado. Além das uvas e o do espírito natalício, há muitas formas de pedir um desejo. Quem quer viajar tem de tirar a sua mala da porta de casa como se já estivesse efectivamente a sair em viagem. E deve regressar a cumprimentar toda a gente. Se se quer deixar para trás tudo o que de mau aconteceu na vida, pode-se encher um balde de água e jogá-lo para trás. As mulheres acreditam normalmente mais nestas coisas. Independentemente da cor da sua roupa, muitas vestem-se de amarelo para atrair a boa sorte. As solteiras são as que aproveitam o momento com maior abnegação, embora tenham mais trabalho quando pedem um desejo. Em cima de uma cadeira, têm que subir-se e baixarse doze vezes, imaginando o homem dos seus sonhos. Só desta forma poderiam conseguir o milagre que deverá ser concedido por Santo António Bendito. Os que são mais ambiciosos, costumam ter dinheiro no bolso juntamente com alguns grãos de arroz ou atam notas com um nó e apertam-nas na mão na passagem do ano. É possível que muitos venezuelanos e portugueses recorram a estas superstições para começar melhor o ano de 2006…

FELIPE PEREIRA TRADUTOR OFICIAL z Traduções z Obtenção

DE

DA

COSTA

PORTUGUÊS - ADVOGADO

em Geral.

de certidões de Nascimento em Portugal.

z Escritórios

em Portugal (Revisões de Sentenças de Divorcio e Heranças, etc)

z Obtenção

de Assentos de Nascimentos, Casamento, ou de Óbito, na Venezuela.

z

Aquisição da Nacionalidade (os seus pormenores)

z Legalizações

perante os Registos Principais, Ministérios correspondentes, Colégio de Médicos, assim como outros organismos competentes.

z Outros

assuntos, favor consultar.

Horário: 8:00 a.m. - 1:00 p.m. Segunda Avenida de Campo Alegre, Edifício Credival, (ao lado do Consulado Geral de Portugal), Piso 7, Ofic. 104, Chacao, Caracas, Venezuela.

e-mail:felipepereira@cantv.net Telefone: (212) 267-60-51

263-69-77 Telemóvel:(0414) 235-97-06


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José Rodrigues de Caires

A vida de um “clandestino”

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s primeiros meses de José Rodrigues de Caires na Venezuela foram de confusões e polícias pelo meio. Foi assim porque veio como “Polizón”. José Ladeira, como era conhecido no Caniço, decidiu deixar a Madeira quando tinha 22 anos. Planeou a sua fuga com os amigos de uma agência de viagens no 'Americo Vespucci' a 17 de Fevereiro de 1950. Não foi fácil embarcar: uma forte tempestade obrigou o navio a ancorar fora da baía do Funchal. Uma lancha transportava os passageiros por cinco escudos. Os viajantes para o Curaçau subiram primeiro, seguiram-se os que iam para a Venezuela. José não devia subir junto com eles pela escada com varanda de corda. Fê-lo com a ajuda da tripulação que o levou até um camarote. Ali esperava-o um amigo do seu pai a quem tinham pedido que guardasse uma muda de roupa para José (umas calças, uma camisa, um chapéu e um casaco). Logo depois subiram para a cobertura e admirou de longe a Madeira como se fosse um turista italiano. Sentiase seguro: conversou inclusivamente com um polícia militar do porto e quando os visitantes e funcionários deviam sair porque foi anunciada a partida, o polícia despediu-se desejando-lhe boa sorte com uma palmada nas costas. Houve muita colaboração com os cinco clandestinos a bordo. O pior da viagem foi o susto quando fizeram um simulacro de emergência, assim como sair em La Guaira. Nesse 25 de Fevereiro de 1950, um grande temor apoderou-se de José: A Guarda Nacional tinha “peinillas” parecidas às usadas na Madeira para cortar a banana. Mas os passageiros que seguiam para o Curaçau ajudaram: mostraram-se corteses com os clandestinos e depois um deles saiu para recolhê-los. No porto, José Rodrigues encontrou um conhecido que vivia na Venezuela. A sua ajuda foi importante: apresentou-o numa companhia de autocarros e facilitou o arranjo dos seus documentos, pelos quais pagou Bs. 1.500, uma fortuna para a época. Tratou de arranjar rapidamente o passaporte e o Bilhete de Identidade, no qual colocaram uma nota: "entrou clandestino". Em dois meses foi preso porque

o vencimento do B.I. era no mesmo do dia em que chegou. Nos seis anos seguintes, trabalhou como cobrador e condutor, casou com a sua noiva Ermelinda Freitas e do casamento nasceram dois filhos. Nacionalizou-se porque a lei de trabalho protegia mais os venezuelanos desempregados. Chegou então à aventura dos negócios e formou uma sociedade de transporte na zona Este de Caracas. Em 1962, seguindo um impulso, vendeu tudo em Caracas para ser sócio de uma fonte de soda numa movimentada rua de Barquisimeto. Investiu ainda noutros trabalhos e sociedades até estabelecer-se com uma tinturaria. José Ladeira visitou a Madeira duas vezes. Fiel às suas origens tem sido solidário com a comunidade portuguesa: frequentava o Centro Português em Sebucán, é co-fundador dos clubes sociais em Barquisimeto e fundador de dois grupos folclóricos, entre eles 'Orgulho Português'. Essa mesma dignidade levou-o a ser rigoroso na educação dos filhos, mas está confiante que lhes ensinou o melhor dos valores portugueses: a solidariedade sobretudo, tal como lhe foi oferecida.


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Comunidade unida para receber 2006 Victoria Urdaneta Rengifo

îáÅíçêá~ìêÇ~åÉí~]ó~ÜççKÅçã

O

Natal e a chegada do ano novo reunirá os portugueses em diferentes locais do país. O estado Miranda, por exemplo, conta com o Centro Social Virgem de Fátima e com o seu fervoroso promotor António de Freitas, que convida "toda a população venezuelana e portuguesa a participar na Missa do Galo que se realizará na Igreja Santa Cruz de Pacairigua en Guatire", localidade do Municipio Zamora do estado Miranda. "Ali estaremos no 24 de Dezembro, todos os crentes que, guiados pelo amor a Cristo e à Virgem de Fátima, agradeceremos todas as bênçãos recebidas este ano. Creio que estarmos, a partir das oito da noite reunidos nesta Missa, será uma maneira de fomentar a união entre venezuelanos, portugueses e luso-venezuelanos", declarou António de Freitas. Em Aragua, a Casa Portuguesa de Maracay organizou

Em cada centro e clube português, onde os portugueses e os seus descendentes se reúnam, haverá uma grande festa para celebrar o Natal e o final do ano e dar as boas vindas a 2006. uma verdadeira festa, onde a partir das oito da noite do dia 31 de Dezembro poderão ser desfrutados os mais deliciosos pratos de Natal. O presidente desta instituição comentou que à meia-noite os presentes brindarão à chegada do novo ano e à união cada vez mais estreita entre a comunidade portuguesa e venezuelana. A animação musical estará a cargo da Orquestra Adagio, da miniteca Star Show e do conjunto musical Kalua Gaita Show, segundo asinalou Figueira. Sem dúvida em Maracay comenzarán ¡con buen pie! A capital venezuelana tem também uma época natalícia de luxo, já que o Centro Por-

tuguês de Caracas preparou uma festa apoteótica para o dia 31 de Dezembro, com a finalidade de agradecer as experiências positivas e os ensinamentos deixados pelo ano 2005, assim como desejar maravilhoss vivências e grandes oportunidades para 2006, tal como explicou a directora do departamento cultural Natalia Perdomo D'Abreu, que deixa desde já o convite para a recepção que se realizará

no dia de Reis, a 6 de Janeiro. O estado Portuguesa terá também bastante animação, visto que o Centro Social Luso-Venezuelano de Acarigua oferecerá à sua comunidade uma Cena de Ano Novo, segundo indicou o presidente Antonio Pérez Biggot. Nesta gala, brindarão sobretudo a um futuro proveitoso tanto para os portugueses como para os venezuelanos. Já Nueva Esparta tem a

honra de contar com uma comunidade activa que se reúne diariamente no Centro Luso Venezolano de Margarita. O seu presidente, Juan Nolasco, é o promotor das festas que propiciarão a união entre a comunidade portuguesa e venezuelana e, por isso, será imperdível a Festa de Fim de Ano, a partir das nove no centro luso da ilha Margarita, também conhecida por "perla del Caribe".


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Tiago Batista

"Não deixem morrer o Xaramba" “A cultura portuguesa não é só intelectualidade . Este tipo de tradições não deve ser menos do que os poemas , o fato e a gravata nos clubes sociais. Não deve ser só saber da vida de Camões e de Fernando Pessoa ... também são versos, folclore, e até o homem que cava de enxada na mão é portador de cultura”

Versos escritos por Tiago Batista, que reflectiam o seu sentimento nos seus primeiros anos de emigração: Minha querida mulher Repara bem nesta carta Que da alegria que tenho Nem sequer lhe ponho data

Aleixo Vieira

ÅçêêÉáç]Å~åíKåÉí

"A

cultura não é só saber da vida de Camões e de Pessoa, falem também dos diversos géneros tradicionais de música portuguesa como por exemplo o Xaramba, uma das poucas e raras cantigas do folclore da Madeira", começa por explicar-nos Tiago Batista. Um canto frequentemente entoado entre gente do campo. Melodia simples de pouco relevo, composta por oito compassos em tempo ternário e movimento lento, alternando com rotineiro de andamento vivo, em compasso binário. É executado geralmente em tom de sol, pelo braguinha com acompanhamentos de viola de arame e rajão. Algumas vezes é cantado em desafio entre dois ou mais indivíduos, que trovam em quadras improvisadas e tomam para tema a vida dos circunstantes, fazendo alusões que tanto podem ser amáveis, como picantes. Para os cantores de Xaramba e todos os apreciadores daquela tradição musical, esta época do Natal está relacionada com este género da tradição musical portuguesa. Na Venezuela, os seguidores dessa tradição são poucos. No entanto, insistem em não desaparecer. Tiago Batista destaca-se e pede a gritos que se transmita a mensagem para Portugal e para a Venezuela. "Não deixem morrer o Xaramba", é o título aliás de uma entrevista feita pelo nosso jornal há alguns anos atrás. De novo lança um apelo aos xarambistas espalhados pela Venezuela. "Contactem-me pelo telefone ou através do CORREIO", pede. Admira quem segue a tradição e agradece em nome do género musical ao grupo de folclore etnográfico da boa nova pela iniciativa de promover o primeiro encontro de Xarambistas na Madeira. Faz um apelo para que "não se esqueçam de nós os emigrantes e saibam que fora da Madeira vivem verdadeiros xarambistas esquecidos no tempo". Natural do concelho de Santa Cruz, Batista manifestou a sua satisfação ao saber que o novo presidente do concelho

que o viu nascer toca e gosta da música tradicional madeirense. "Deveria promover um encontro de xarambistas no concelho e apoiar-nos a escrever um livro de versos tradicionais, pois o tempo passa depressa e estamos a atingir uma idade que se não nos apoiam desaparecem estas e outras tradições bonitas da ilha", refere. Queixa-se, ainda, da falta de apoio da intelectualidade portuguesa na Venezuela: "Portugal e a cultura portuguesa não são só intelectualidade. Também são feitos deste tipo de tradições populares e não deve ser menos importante do que os poemas, o fato e a gravata nos clubes sociais", diz, frisando que "cultura não é só saber da vida de Camões e de Fernando Pessoa, cultura também são versos, folclore e até o homem da enxada na mão, que cava no campo. Tudo é cultura". A concluir, destaca a passagem do 6º aniversário do Correio da Venezuela. "Gostei do alerta que deixou o historiador António de Abreu, que pediu às pessoas para resgatar parte dos nossos valores emigrantes, através da criação do museu do emigrante". Esta época do Natal para Tiago Batista é sempre um avivar das suas recordações de infância, passadas de casa em casa e pela noite dentro, ao lado dos melhores xarambistas da Madeira . O natal na Venezuela passa-o sempre ao lado da sua família. "Nunca foi igual aos da Madeira, mas é sempre melhor do que nos inícios da nossa vida de emigrante. Estávamos sós, sem mulheres, e só pensávamos em trabalhar, economizar e sonhar com um dia visitar a família numa época como estas de Natal.

Pois vendi o meu negócio E vou-me embora pra a Madeira Só falta ver o que é nosso Dentro da minha algibeira Já comprei uma gravata Daquelas da moda antiga Pra levá-la no pescoço E me tapar a barriga Se ainda não mataste o porco Deixa pra quando eu chegar Que tenho vontade de vê-lo Nas minhas mãos a guinchar Quando fores à cidade Fazer as compras da Festa Compra cordas pra viola Que as que tem já não presta E diz ao compadre João Que vá afinando a garganta Para se cantar o Xaramba Como nas "festa" se canta.

Danças luso-victorianas em encontro familiar Jean Carlos De Abreu

ÇÉ~ÄêÉìàÉ~å]ó~ÜççKÅçã

A

Fundação "Danzas Luso Victorianas" realizou no passado dia 11 de Dezembro o II Convívio de Natal, na cidade de La Victoria, estado Aragua, onde celebraram a chegada do Natal e homenagearam Nossa Senhora da Guadalupe, padroeira dos victorianos. Na primeira parte da festa realizou-se o santo rosário a cargo do pároco Julio Salas. Seguiu-se a abertura da festa com o grupo "Coral Ensamble Acapella", que

interpretou diversos temas de Natal. Depois, teve lugar a actuação do grupo "Danzas la Cruz", instituição cultural victoriana, que dançou temas do fólclore local e arrancou o público dos seus lugares no auditório "Casa de la Cultura de la Victoria". Para culminar o acto, o grupo luso-venezuelano "Danzas Luso Victorianas" interpretou temas do fólclore português. O anfitrião da noite na celebração de Natal foi o poeta e professor José Rafael Jiménez, colaborador do grupo e admirador da cultura lusitana. "A finalidade é integrarmos neste mês de De-

zembro a comunidade portuguesa e victoriana, ao realizar eventos que têm em vista contribuir e apoiar ambas as culturas. Esta época de Natal é ideal para que os laços entre as nações se incrementem e unifiquem", realçou Lucia Gomes de Rodríguez, presidente de "Danzas Luso Victorianas". O grupo agradeceu a todas as instituições públicas e privadas pelo apoio dado, além de desejar um Feliz Natal a toda a comunidade portuguesa da cidade e do país, de modo a que possa continuar a trabalhar em prol dos costumes e tradições lusas.


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Tiago Batista

"Não deixem morrer o Xaramba" “A cultura portuguesa não é só intelectualidade . Este tipo de tradições não deve ser menos do que os poemas , o fato e a gravata nos clubes sociais. Não deve ser só saber da vida de Camões e de Fernando Pessoa ... também são versos, folclore, e até o homem que cava de enxada na mão é portador de cultura”

Versos escritos por Tiago Batista, que reflectiam o seu sentimento nos seus primeiros anos de emigração: Minha querida mulher Repara bem nesta carta Que da alegria que tenho Nem sequer lhe ponho data

Aleixo Vieira

ÅçêêÉáç]Å~åíKåÉí

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cultura não é só saber da vida de Camões e de Pessoa, falem também dos diversos géneros tradicionais de música portuguesa como por exemplo o Xaramba, uma das poucas e raras cantigas do folclore da Madeira", começa por explicar-nos Tiago Batista. Um canto frequentemente entoado entre gente do campo. Melodia simples de pouco relevo, composta por oito compassos em tempo ternário e movimento lento, alternando com rotineiro de andamento vivo, em compasso binário. É executado geralmente em tom de sol, pelo braguinha com acompanhamentos de viola de arame e rajão. Algumas vezes é cantado em desafio entre dois ou mais indivíduos, que trovam em quadras improvisadas e tomam para tema a vida dos circunstantes, fazendo alusões que tanto podem ser amáveis, como picantes. Para os cantores de Xaramba e todos os apreciadores daquela tradição musical, esta época do Natal está relacionada com este género da tradição musical portuguesa. Na Venezuela, os seguidores dessa tradição são poucos. No entanto, insistem em não desaparecer. Tiago Batista destaca-se e pede a gritos que se transmita a mensagem para Portugal e para a Venezuela. "Não deixem morrer o Xaramba", é o título aliás de uma entrevista feita pelo nosso jornal há alguns anos atrás. De novo lança um apelo aos xarambistas espalhados pela Venezuela. "Contactem-me pelo telefone ou através do CORREIO", pede. Admira quem segue a tradição e agradece em nome do género musical ao grupo de folclore etnográfico da boa nova pela iniciativa de promover o primeiro encontro de Xarambistas na Madeira. Faz um apelo para que "não se esqueçam de nós os emigrantes e saibam que fora da Madeira vivem verdadeiros xarambistas esquecidos no tempo". Natural do concelho de Santa Cruz, Batista manifestou a sua satisfação ao saber que o novo presidente do concelho

que o viu nascer toca e gosta da música tradicional madeirense. "Deveria promover um encontro de xarambistas no concelho e apoiar-nos a escrever um livro de versos tradicionais, pois o tempo passa depressa e estamos a atingir uma idade que se não nos apoiam desaparecem estas e outras tradições bonitas da ilha", refere. Queixa-se, ainda, da falta de apoio da intelectualidade portuguesa na Venezuela: "Portugal e a cultura portuguesa não são só intelectualidade. Também são feitos deste tipo de tradições populares e não deve ser menos importante do que os poemas, o fato e a gravata nos clubes sociais", diz, frisando que "cultura não é só saber da vida de Camões e de Fernando Pessoa, cultura também são versos, folclore e até o homem da enxada na mão, que cava no campo. Tudo é cultura". A concluir, destaca a passagem do 6º aniversário do Correio da Venezuela. "Gostei do alerta que deixou o historiador António de Abreu, que pediu às pessoas para resgatar parte dos nossos valores emigrantes, através da criação do museu do emigrante". Esta época do Natal para Tiago Batista é sempre um avivar das suas recordações de infância, passadas de casa em casa e pela noite dentro, ao lado dos melhores xarambistas da Madeira . O natal na Venezuela passa-o sempre ao lado da sua família. "Nunca foi igual aos da Madeira, mas é sempre melhor do que nos inícios da nossa vida de emigrante. Estávamos sós, sem mulheres, e só pensávamos em trabalhar, economizar e sonhar com um dia visitar a família numa época como estas de Natal.

Pois vendi o meu negócio E vou-me embora pra a Madeira Só falta ver o que é nosso Dentro da minha algibeira Já comprei uma gravata Daquelas da moda antiga Pra levá-la no pescoço E me tapar a barriga Se ainda não mataste o porco Deixa pra quando eu chegar Que tenho vontade de vê-lo Nas minhas mãos a guinchar Quando fores à cidade Fazer as compras da Festa Compra cordas pra viola Que as que tem já não presta E diz ao compadre João Que vá afinando a garganta Para se cantar o Xaramba Como nas "festa" se canta.

Danças luso-victorianas em encontro familiar Jean Carlos De Abreu

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Fundação "Danzas Luso Victorianas" realizou no passado dia 11 de Dezembro o II Convívio de Natal, na cidade de La Victoria, estado Aragua, onde celebraram a chegada do Natal e homenagearam Nossa Senhora da Guadalupe, padroeira dos victorianos. Na primeira parte da festa realizou-se o santo rosário a cargo do pároco Julio Salas. Seguiu-se a abertura da festa com o grupo "Coral Ensamble Acapella", que

interpretou diversos temas de Natal. Depois, teve lugar a actuação do grupo "Danzas la Cruz", instituição cultural victoriana, que dançou temas do fólclore local e arrancou o público dos seus lugares no auditório "Casa de la Cultura de la Victoria". Para culminar o acto, o grupo luso-venezuelano "Danzas Luso Victorianas" interpretou temas do fólclore português. O anfitrião da noite na celebração de Natal foi o poeta e professor José Rafael Jiménez, colaborador do grupo e admirador da cultura lusitana. "A finalidade é integrarmos neste mês de De-

zembro a comunidade portuguesa e victoriana, ao realizar eventos que têm em vista contribuir e apoiar ambas as culturas. Esta época de Natal é ideal para que os laços entre as nações se incrementem e unifiquem", realçou Lucia Gomes de Rodríguez, presidente de "Danzas Luso Victorianas". O grupo agradeceu a todas as instituições públicas e privadas pelo apoio dado, além de desejar um Feliz Natal a toda a comunidade portuguesa da cidade e do país, de modo a que possa continuar a trabalhar em prol dos costumes e tradições lusas.


CORREIO DE CARACAS - 22 DE DEZEMBRO DE 2005

CULTURA 15

"Se se pudesse evitar a emigração era melhor…" Cineasta luso-francês José Vieira Arelys Gonçalves, em Paris ~êÉäóëÅçêêÉáç]Üçíã~áäKÅçã

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ecolhe em "Gente do Salto" as mais difíceis odisseias dos portugueses clandestinos na França dos anos 60 e põe em evidência a ferocidade da ditadura salazarista e a hipocrisia francesa face aos ideais de igualdade, liberdade e fraternidade. Uma história que parecia esquecida num recanto isolado da memória foi revivida à força de inquéritos, revisões hemerográficas e até de desafios às emoções, numa produção documental feita pelo realizador luso-francês José Vieira. "Gente do Salto" é uma compilação de histórias de sofrimento e de dificuldades vividas na década de 60 pelos portugueses que saíram da terra natal, fugindo da guerra, da miséria e da opressão, e em especial por aqueles que decidiram fazer as malas e atravessar os Pirinéus para cumprir o sonho de chegar a França. Entretanto, o país de acolhimento, montado no caminho do progresso, aproveitou a mal paga mão-de-obra portuguesa para se mostrar perante o mundo como uma potência plena de modernismo. Uma época onde os emigrantes portugueses eram os escravos da construção. O realizador, natural de Coimbra, conta a própria história que, semelhante às dos cerca de 1 milhão e 400 mil portugueses, integrou a lista dos clandestinos de "Gente do Salto". Uma das produções, "A fotografia rasgada", filme realizado em 2001 e que recebeu prémios no Festival de Amiens de 2002, bem como no Festival Caminhos do Cinema Português, em Coimbra, surge na palestra como um ponto de partida para sensibilizar as novas gerações sobre o seu passado e o dos pais. É uma denúncia aberta da hipocrisia dos governos francês e português da época em relação ao tema da clandestinidade e dos abusos cometidos pelos patrões das empresas.

José Vieira, autor de alguns dos poucos filmes sobre a emigração, conversou com o CORREIO de Venezuela para contar, entre outras coisas, sobre os desafios e as dificuldades que é preciso ultrapassar quando se deseja recuperar a história portuguesa. O DVD "Gente do Salto", distribuído em França e Portugal, é uma recordação do silencioso sofrimento guardado pela emigração. O ponto principal da obra é a passagem, clandestina e arriscada, necessária para escapar às polícias portuguesa e espanhola do tempo das ditaduras salazarista e franquista para se chegar finalmente a França. Porquê fazer "Gente do Salto"? A inspiração foi o facto de ter ouvido desde miúdo as histórias das passagens clandestinas e descobrir, 40 anos mais tarde, que não existe praticamente nada sobre esse aspecto. Foi um pouco a memória que eu tinha dessas odisseias quando era pequeno o que me inspirou esse trabalho. O "salto" parecia-me a coisa mais desconhecida e mais necessária a contar. Foi difícil para as testemunhas falar do passado? Há 20 anos era muito difícil, as pessoas não falavam disso. Agora, 40 anos mais tarde, são mais abertos. No entanto, tropecei com um problema que parece próprio da cultura portuguesa e que é o facto de as pessoas não gostarem de falar muito dos problemas. E como eu vivi a situação, compreendo perfeitamente que elas tenham vontade de esquecer o que se passou. Qual é o preço de fazer uma compilação como esta? O preço tem sido reviver a violência que foi a emigração. Foi um trabalho enorme para a minha própria memória, porque estou a falar sobre a história da minha família. Às vezes não quero nem pensar no que se passou, mas também penso que, por momentos, até faz bem. Além disso, o mais

complicado foi trabalhar sem ser pago. Senti uma enorme falta de apoio, especialmente da França. A razão é que, para os franceses, os portugueses não têm historia nenhuma, é uma comunidade sem problemas, portanto não vale a pena falar deles. Que é o que não diz "Gente do salto"? Coisas que são mais ligadas à violência. Meu pai dizia que um bairro assim como aquele onde vivíamos na região de Paris, feito de lata, sem água e sem serviços, era uma balbúrdia. A verdade é que era um bairro desorganizado ao princípio, mas pouco a pouco foi se organizando. Era uma cidade portuguesa em exílio, ou seja, todos os problemas dos portugueses num bairro de mil pessoas: A guerra colonial, o alcoolismo, a ignorância, o analfabetismo... A compilação histórica feita por José Vieira inclui, para além do filme "A fotografia rasgada", outras pequenas histórias de desertores. Histórias que destacam a política do ditador Salazar que conduzia aos jovens com idade para cumprir o serviço militar a uma vida incerta ou à morte em África. Uma política que, em resumo, absorvia 40 por cento do orçamento nacional (www.lahuit.com). Qual é a história mais comovedora? Uma história que já ouvi mais de uma vez e que por acaso ninguém contou no trabalho é que, durante as passagens pelos Pirinéus, alguns homens ficavam para trás devido cansaço e a fome e o "passador", que era o único que conhecia o caminho, assassinava-os para não deixá-los "morrer nas montanhas". É a coisa mais violenta que ouvi na minha vida. Que sentimento guarda daqueles anos? O sentimento é de injustiça porque a França daquela época era um país rico e ficar ali durante anos foi difícil. Mas nem tudo era sofrimento. Também vivemos, também brincámos. O Inverno era complicado por causa da lama, do frio e tudo isso, mas no Verão era brincar

até às tantas da noite... Eu digo isso porque tinha 7 anos, mas minha irmã, que tinha 14, não podia sair de casa porque os meus pais tinham medo. Ela não sentia o mesmo que eu, com certeza. Seja como for, a emigração para uma criança é um choque, mesmo se não chega ao bairro de lata. Essa geração tem um pouco a ideia de ter sido raptada de Portugal. O salto valeu a pena? Se pudesse evitar a emigração era melhor. A emigração nunca vale a pena. A dos anos 60 é de pessoas que foram praticamente puxadas para fora. As que falam no documentário saíram porque não tinham outra hipótese. Isso foi o que aconteceu. Agora, não vou dizer ao meu pai que cometeu um erro. Quando ele me diz que o maior erro que fez foi ter ido para França, eu digo: "Não, pai, foi o melhor que você fez". Na verdade, ele fez o que pôde. Ele imaginou que ir para França era ter uma vida melhor. Não estávamos na miséria, mas a miséria estava a chegar. As pessoas de "Gente do Salto" podem identificar-se com outras comunidades no mundo? Em geral, a origem foi parecida para os emigrantes porque os portugueses saíam nos anos 60 para fugir da guerra, da miséria e da opressão. Eu podia ter vivido em África, no Brasil ou na Venezuela. A diferença com a França é a clandestinidade. O mais interessante é que as pessoas compreendam que a emigração

não é um acto individual, mas sim colectivo. Quando saem para a França 1 milhão e 400 mil pessoas em 14 anos, tratase de um acto colectivo. A história continua? Em Janeiro sai um novo documentário que se chama "O país onde nunca se regressa". É um filme que expõe o facto de se ter que decidir ficar ou voltar ao país de origem, ou simplesmente ficar entre os dois países. A partir daqui, a minha ideia é denunciar o que é a emigração: Uma violência feita à condição humana. As recentes manifestações em França têm um pouco a ver com isso. É um problema que continua presente na actualidade. Porquê que os emigrantes são sempre considerados estrangeiros? Os que estiveram a viver num país por mais de 25 anos, quando chagam a Portugal vão com a ideia de que o exílio ou a emigração vai acabar, mas quando vêem que o país não é aquele que eles conheceram, o exílio é total, é para a vida inteira, vão morrer com isso. Depois de ter vivido em França, os pais de José Vieira voltaram a Portugal nos anos 80. Mas ele decidiu ficar, com uma identidade que por vezes não é clara. Para ele mesmo, é uma incerteza. "Não sou português, não sou francês. Tenho nacionalidade portuguesa por acaso porque nasci em Portugal, mas eu sinto-me francês. Mas não sou francês, apesar de sonhar e pensar em francês", diz.


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"Foi cumprido um magnífico trabalho"

BREVES Teresa Salgueiros a solo

Depois de 22 dias na Europa para investigar a musicologia portuguesa, o maestro Pérez-Perazzo assegura que a viagem foi bastante produtiva Tábita Barrera

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N

esta viagem o seu trabalho de investigação esteve focado, principalmente na obra do músico Marcos Portugal, considerado o compositor mais importante do território luso durante a última metade do século XVIII e durante o primeiro quarto do século XIX, como afirma Pérez-Perazzo. Na companhia da sua mulher, visitou Portugal e Itália. Teve a oportunidade de estar em Lisboa, no Porto, assim como em Florença, Veneza, Roma e Nápoles. Viu documentos e arquivos originais que lhe permitiram observar uma série de dados curiosos acerca da vida do músico, os quais tenciona agora "analisar até ao mínimo pormenor, porque foi alguém muito significativo mas de quem pouco se sabe", indicou. Considera que existe anonimato com respeito à trajectória musical de Marcos Portugal? Sim, efectivamente. Além disso penso que esse anonimato não é somente no âmbito musical mas também relativamente aos seus restos mortais, que estão como que escondidos. Encontrar o lugar, a igreja de Santa Isabel, não foi fácil. Assim que o conseguimos, tivemos que solicitar uma série de autorizações para retirarem a urna e colocá-la num altar para que a pudéssemos analisar. É muito pouco aquilo que se conhece deste personagem. Inclusivamente, consegui a sua certidão de nascimento e descobri que o seu nome verdadeiro não era Marcos Portugal mas sim Marcos António da Fonseca Assumpção. Presumo que Portugal tenha sido colocado como nome artístico. São uma série de detalhes que queremos averiguar em profundidade. Quando fala no plural a quem se refere? A portugueses que vivem em Portugal e que me ajudaram bastante. É o caso do professor universitário Francisco Ramos, que durante muito tempo esteve à frente do Instituto da Cultura de Língua Portuguesa, quando se começou a formar, e a outra pessoa foi o meu grande amigo Arménio de Melo, que além disso está a fazer um trabalho de transcrição de obras académicas para guitarra portuguesa. Eles foram um grande apoio nas minhas investigações.

Quais foram os objectivos desta viagem? Os objectivos da viagem foram três especificamente: Primeiro, determinar com certeza que Marcos Portugal estava sepultado num determinado sítio do qual tínhamos algumas informações. Mas acima de tudo queríamos averiguar se tinha algum monumento ou homenagem especial, que é o que esperamos que se faça. Segundo, ver tudo o que se refere à importância da sua obra e analisar tudo ao mínimo pormenor porque foi muito importante mas poucos e sabe dele. Terceiro, a nossa ideia era descobrir datas nos teatros onde as suas obras foram tocadas, pois essa é a maior evidência de que um compositor existe, assim como saber qual o nível dos artistas que interpretaram as suas obras, porque esse é outro ponto que dá uma maior certeza de quem é o personagem. Esses objectivos cumpriram-se todos. Que tipo de documentos estudaram? Analisámos muitas fontes sobre todo o século XIX porque lamentavelmente no século XX foi muito pouco aquilo que se escreveu de Marcos Portugal. No entanto, não podia tirar os documentos originais porque são edições muito velhas e limitadas. Investiguei uma quantidade de arquivos particulares de músicos portugueses. Entre eles, do maestro Ivo Cruz. Ele deixa-me viver no seu apartamento, é que realmente um museu, quando vou a Lisboa procurar o que preciso. Limitou-se à investigação sobre Marcos Portugal? Obviamente que não. Centrámo-nos nela porque as suas 86 óperas foram tocadas e apresentadas nos teatros mais importantes da Europa. Em 1801 foi inaugurado o Teatro Italiano com a sua ópera " "Non irritar le donne ó vero il seducente filosofo". Não obstante, queremos ressaltar a obra de dois compositores que em 2006 cumpre cem anos. Eles são Fernando Lópes e Armando Fernándes, compositores importantes de Portugal. A esse respeito, planeamos montar um concerto especial com a obra de ambos, no ano que vem. Foi cumprido um trabalho magnífico. Que passos estão a ser dados para isso? Os primeiros passos que estamos a dar é procurar o material musical. O de Fernándes está nos arquivos da Câmara de Lisboa, pelo que será mais fácil de conseguir. Através do Consulado e do Instituto vamos possivelmente encontrar o que

necessitamos para fazer uma boa programação. Quais são os seus projectos para o próximo ano? Aspiro viajar de novo a Portugal nos finais de Março. Quero fazer uma viagem mais longa que permita indagar mais e penso que na Primavera esse trabalho de investigação será facilitado, porque não está muito húmido nem muito calor. Na realidade é um projecto completo o que queremos levar a cabo mas para isso necessitamos de apoio da comunidade portuguesa, que vai desde a moral à financeira.

Ainconfundível voz de Teresa Salgueiros, vocalista do conhecido grupo português "Madredeus", poderá ser ouvida pela primeira vez sem a participação dos seus companheiros. "Obrigado" é o título desta produção musical que a cantora gravou juntamente com outros artistas portugueses, que emprestaram o seu talento ao primeiro trabalho a solo de Teresa Salgueiros, editado a 21 de Novembro. Este novo CD é praticamente uma compilação de duetos que a cantora gravou ao longo da sua carreira musical, com artistas como Maria João e Mário Laginha, Caetano Veloso, António Chainho, José Carreras e Zeca Baleiro. De facto, o primeiro tema deste disco foi gravado em 1990, a favor da UNICEF, junto ao Orfeão Dr. Edmundo Machado de Oliveira, sendo uma versão do tema tradicional 'Olhos Negros'. Já o último tema foi gravado com Carlos Maria Trindade em 2005. Segundo Teresa Salgueiros, esta produção permitirá ao público conhecer as diferentes etapas da sua carreira artística e agradecer a todos os músicos, compositores e colegas que a apoiaram ao longo de todos estes anos. Apesar de ser um disco a solo não significa que a artista irá abandonar o grupo que a deu a conhecer ao Mundo. Pelo contrário. No próximo ano, os "Madredeus" iniciarão uma tourné que os levará a Espanha, França, Itália, Brasil, México, Bulgária, Roménia e Angola, entre outros países.


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18 TRAÇOS DE PORTUGAL

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Terceira

um paraíso por descobrir Liliana da Silva

lilianadasilva19@hotmail.com

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primeiro nome dado a esta importante Ilha apó s ter sido descoberta por navegantes portugueses há quatro séculos foi o de Jesus Cristo. Posteriormente, chamaram-na Terceira por ter sido descoberta apó s as ilhas de Santa Maria e de São Miguel. A data do início do povoamento não é conhecida com precisão, mas segundo reza a histó ria entre 1460 e 1470 a administração da ilha foi concedida a um homem de nome Jácome de Bruges, que se encarregou de organizar a vinda das primeiras pessoas trazidas desde Portugal continental. A posição geográfica da Ilha Terceira favoreceu as conquistas pois os navegantes podiam atracar facilmente nos seus portos para reabastecimento de provisões. Esta importâ ncia manteve-se ao longo de vários anos e se a época dos descobrimentos se encontra distante no tempo, a beleza natural e o legado deixado desses tempos tornam a ilha num destino turístico digno e se visitar. A ilha apresenta muitas características merecedoras de destaque. As ruas cheias de "impérios" coloridos que revelam a devoção dos seus habitantes, as suas famosas e entusiásticas touradas, as muralhas do Castelo que sobressai na colina e que outrora foi uma prisão real, a suas belas praias e o seu incalculável passado histó rico são alguns dos atributos que chamam milhares de turistas a passar férias naquela porção de terra rodeada por mar. Férias animadas que podem incluir uma passagem descontraída por um campo e golfe de oito buracos, a prática de desportos de mar como o windsurf, a vela e esqui aquático, um passeio pelas suas grutas, isto par aos mais aventureiros, ou pelas suas belas planícies verdes ou ain-

O arquipélago dos Açores esta formado por nove ilhas que se destacam pela sua beleza e importância. da uma pescaria a bordo de um barco. ANGRA DO HEROÍ SMO: A CAPITAL Declarada pela UNESCO como Patrimonio Mundial por ser o exemplo de uma cidade renascentista e carregada de histó ria e de misturas que resultaram de um produto dos navegantes portugueses e estrangeiros que passaram pelas suas costas, Angra do Heroísmo é uma pequena jó ia arquitectó nica que mantém nos seus monumentos uma marcada influência espanhola, fruto do domínio filipino sobe a ilha durante cerca de 60 anos. Esta cidade foi durante o "Século de Ouro", um dos eixos mais importantes do comércio entre os impérios português e espanhol. Angra do Heroísmo está protegida pelo magnífico Castelo de São João Baptista, um dos monumentos edificados pelos espanhó is na Ilha Terceira. É formada ruas serpenteantes que escondem palácios, igrejas e conventos até ao obelisco do Alto da Memó ria, miradouro donde se pode contemplá-la como pano de fundo de um oceano azul pelo qual chegavam os ricos galeões que a tornaram opulenta e cosmopolita. Para muitos, esta capital tem a forma de anfiteatro sendo o porto a entrada principal para este tesouro histó rico. Hoje, é um dos centros administrativos da Região Autó noma dos Açores e tem um nú cleo da Universidade dos Açores. São muitos os locais a visitar e Angra do Heroísmo, mas o CORREIO deixa-lhe aqui alguns deles: Igreja de Nossa Senhora da Guia; Igreja do

Colégio dos Jesuítas; Igreja de São Gonçalo; Igreja de Nossa Senhora da Conceição; Igreja da Misericó rdia; Castelo de São João Baptista; Castelo de São Sebastião; Palácio dos Bettencourts; Palácio dos Capitães-Generais; Paços do Concelho; Centro histó rico; Jardim Municipal; Alto da Memó ria; Monte Brasil e o Museu de Angra. UM POVO TRADICIONAL A Ilha Terceira oferece diversão durante todo o ano aos seus visitantes. Para lá dos roteiros turísticos e dos desportos aquáticos, as festas e romarias constituem um dos pontos fortes daquela zona. Segundo se conta, não se pode falar da Ilha Terceira sem falar da festa do Divino Espírito Santo. Esta festividade tradicional está ligada à rainha Reina Santa Isabel, mais concretamente ao famoso milagre das rosas que se transformaram em pão. Uma representação deste milagre se repite em todas as aldeias da Terceria, desde a Idade Media, na cerimó nia da distribuição do pão e da carne pela população. O isolamento das ilhas contribuíram para que esta tradicao se arraigasse e permanecesse, sendo levada consigo pelos emigrantes açorianos que foram para o Brasil, América e África, onde ainda hoje são repetidas estas ceremonias. Outra grande festa na ilha é a conhecida como "corrida à corda". Nesta ceremó nia, um touro preso com uma corda e controlado por dois grupos de quatro pastores dominam este animal pelas ruas, enquanto o povo observa as vendas e o espectáculo. A "tourada à corda" tem evoluído com a passagem do tempo e se tem adaptado à paisagem da ilha, pois as touradas à beira-mar, nas praias e no varadouro já se realizam há 40 anos e todos, incluindo o touro, tomam banho de água salgada, entre os risos e o entusiasmo do pú blico.

Dados da Ilha Terceira: Geografia: esta ilha de origem vulcânica pertence ao chamado Grupo Central do Arquipelaggo, tendo uma superfície de 399,81 Kms2, com um comprimento de 29 km e largura de 17,5 km, respectivamente. População: segundo os censos 2001, a Ilha Terceira tem 55.833 habitantes, o que a torna na segunda ilha dos Açores com mais população. Clima: Durante todo o ano, os turistas e residentes podem desfrutar de temperaturas amenas que rondam os 17 graus, no Verão chegam até os 22 graus e no Inverno não descem dos 14 graus. A temperatura da água do mar oscila entre os 17º C no Inverno e os 22º C no Verão. Paisagem: Tem uma paisagem caracterizada por colinas e crateras que se formaram em anteriores erupções. Contudo, a natureza soube misturar a vegetação neste terreno acidentado, ceiando paisagens maravilhosas. Economia: as actividades económicas mais importantes são as relacionadas com a indústria agro-pecuária e de transformação de lacticínios. Nesta ilha, existe a Base das Lajes, que foi arrendada ao Governo dos Estados Unidos por cem anos. Arte Popular: as mulheres bordam o linho com motivos tradicionais, em que predominam as flores e os típicos barretes de pastor. Os homens fazem os trabalhos em vime, olaria e os objectos de madeira para o uso diáro.


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Crime violento sobe em flecha em Portugal

Novo aeroporto da Ota deverá ser construído em 2007

O Número de assaltos a bancos subiu 92% relativamente ao ano passado. Registaram-se mais roubos com armas e a criminalidade violenta aumentou fortemente Carlos Varela, Nuno Miguel Maia e Nuno Silva (JN - Portugal)

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alta aos olhos e é um facto confirmado pelos nú meros. A criminalidade violenta está a aumentar fortemente em Portugal. Quem o garante ao JN é Leonel de Carvalho, secretário-geral do Gabinete Coordenador de Segurança Interna, na posse de dados comparativos relativamente a 2004. Assiste-se ao regresso sistemático de crimes já guardados na memó ria de há dez e 20 anos, mas com uma diferença as polícias são cada vez mais alvo de agressões e disparos, por vezes mortais. "Em média estamos a assistir a três ou quatro agressões diárias a agentes de autoridade", sustenta. Os riscos aumentaram, até porque o "recurso às armas de fogo é cada vez maior e sem preocupação nos danos que são causados". Em termos gerais, os nú meros de crimes têm vindo a descer "embora não significativamente" -, "mas verifica-se a aplicação de uma maior violência, em particular no segundo semestre deste ano". Consequentemente, "existe, no seio das polícias, o receio de que a criminalidade atinja níveis nunca antes vividos e pró ximos dos piores índices europeus a nível de violência", explica Leonel de Carvalho. Exemplo dado por este responsável é o dos assaltos a bancos. "Comparativa-

mente ao período homó logo de 2004 aumentaram 92 por cento", afirma. BANDITISMO CRESCE 30% Os dados na posse da Direcção Central de Combate ao Banditismo (DCCB) da Polícia Judiciária (PJ) apontam no mesmo sentido. Mas com a diferença de se referirem não só a assaltos a bancos mas também a carrinhas de valores, estações de serviço, correios e a generalidade dos assaltos à mão armada. "Neste segmento a subida está muito pró xima dos 30 por cento", sublinha ao JN Teó filo Santiago, director-nacional adjunto da PJ. Além de reconhecer o maior volume de casos com que tem de lidar diariamente, o responsável máximo da DCCB assume ainda o sentimento de "maior violência nos crimes". Tudo bastante por força do uso de armas cada vez mais sofisticadas. Apetrechos que, em vários casos, colocam a ridículo a forma como se apetrecham as polícias, além de acentuarem um quadro de extrema insegurança, pelo fomento de um mercado aparentemente bem organizado de tráfico de armas. "Mas a situação não está fora de controlo. Estamos atentos", avisa Teó filo Santiago. "Não aumentaram tanto os crimes contra as pessoas. Mas cresceu o nú mero de crimes contra o patrimó nio, com uso de armas de fogo e violência, que se reflecte nas pessoas", assinala, por sua vez, Rui Pereira, presidente do Observató rio de Segurança, Criminalidade Organiza e Terrorismo, atento ao aumento "paula-

tino, desde há dez anos", fruto de "tendências urbanas", de criminalidade que apoia a sua violência pela força das armas de fogo. O aumento da criminalidade violenta ainda beneficia do vazio legal existente quanto ao crime de tráfico de armas. A quantidade de dinheiro disponível torna-se, assim, na ú nica condicionante à quantidade e qualidade do armamento que é possível adquirir no mercado negro, como explicou ao JN um dos membros do antigo gangue do "Vale do Sousa", grupo que, há quatro anos, matou a tiros de metralhadora o inspector da PJ, João Melo. Dinheiro que sobra aos assaltantes na medida em que tem faltado às

Governo português pensa investir cerca de três mil milhões de euros na construção do novo aeroporto da Ota, que fica a 50 quiló metros de Lisboa. Mas o Ministério de Obras Pú blicas e Transportes não pões de lado a hipó tese do financiamento ser apesar de privados, nomeadamente da ANA, a entidade que gere os aeroportos nacioanis. O aeroporto deverá começar a ser construído em 2007 e deverá estar concluído dez anos depois. O objectivo é fazer frente às limitações do actual aeroporto, o da Portela, que fica a menos de dois quiló metros da capital. O novo aeroporto internacional deverá criar 50 mil postos de trabalho, afirmou, no final de Novembro, o presidente da Naer - Novo Aeroporto, empresa que gere os estudos deste projecto. Guilhermino Rodrigues falava à margem da conferência "Lisboa 2017 um Aeroporto com Futuro", onde o Governo apresenta os estudos que sustentam a localização da Ota para o novo aeroporto de Lisboa. De acordo com as contas da Naer, por cada milhão de passageiros criam-se mil postos de trabalho directos e outros tantos postos de trabalho indirectos. A ideia de avançar com a construção do aeroporto não é, contudo, bem aceite


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BREVES Pai Natal de helicóptero

Desemprego registado atinge 486 mil pessoas Em Novembro, havia mais 15 mil inscritos nos centros do IEFP, do que há um ano Teresa Costa

(JN - Portugal)

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á mais 15 121 pessoas inscritas nos centros de emprego do país do que há um ano, segundo dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) relativos a Novembro, elevando para 486 311 o nú mero total de desempregados em Portugal. É o quarto mês consecutivo de subida, depois de Julho ter sido o mês do ano com menos inscritos nos centros de emprego do país. Fevereiro foi, até agora, o mês mais doloroso, com um total de 487 mil à procura de emprego. O nú mero verificado em Novembro traduz um aumento de 3,2% em relação a igual mês de 2004, e uma subida de 0,3% em relaç ão a Outubro. Nas mais recentes previsões do Governo, o desemprego deverá continuar a subir até 2008. MAIS MULHERES E ADULTOS O agravamento de Novembro afectou mais as mulheres (+4,5%) do que os homens (+1,5%), e mais os adultos, com mais de 25 anos (+4,3%), dos que os jovens, que até tiveram uma "evolução anual favorável" (-2,4%). As pessoas à procura de um novo emprego, que são a maior parte dos ins-

critos, aumentaram 3,1%, embora os que andam à procura do primeiro emprego tenham tido um acréscimo maior (+4,0%). ENSINO SUPERIOR SOFRE As pessoas com ensino superior inscritas no IEFP já são 43 376, ou seja, mais 15,9% do que em Novembro do ano passado, embora tenha havido uma quebra de 7,8% face a Outubro/05. Os desempregados de curta duração (menos de um ano), que continuam a ser a maior fatia dos inscritos, tiveram no ú ltimo mês um aumento de 4,4%, enquanto os de longa duração subiram apenas 1,5%, graças ao "aumento do fluxo de inscrições nos centros de emprego", lê-se no boletim. Ao nível regional, o Norte continua a liderar, com 219 874 inscritos, mais 6,6% em relação há um ano, mas menos 0,5% face ao mês anterior. Todas as regiões tiveram crescimentos homó logos (face a Novembro de 2004), à excepção do Algarve (-2,6%) e de Lisboa e Vale do Tejo (-1,1%). PROFISSÕES EM BAIXA No período em análise, verificaramse também "acréscimos significativos" no nú mero de desempregados de quatro grupos profissionais, com destaque para os "profissionais de nível intermédio do ensino" (+64,8%) e os "agricultores e pescadores - subsistência"

(+30,2%). Os outros dois grupos com crescimentos expressivos são o dos "docentes do ensino secundário, superior e profissões similares" (+26,8%), bem como os "quadros superiores da administração pú blica" (+25,8%). Apesar de estas terem sido as profissões com os maiores crescimentos, não quer dizer que correspondam aos profissionais desempregados em maior nú mero. Os "trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio", bem como os "empregados de escritó rio" continuam a ser os grupos profissionais com mais inscritos no IEFP, cada um com mais de 50 mil pessoas. INDÚSTRIA PERDE Por actividade econó mica, verificaram-se acréscimos no nú mero de desempregados em todos os sectores, com destaque para o sector secundário. Neste ramo, foi especialmente penalizada a indú stria do vestuário (+11,9%), a fabricação de mobiliário, reciclagem e indú stria transformadora (+4,4%). Do lado das ofertas de emprego, deu-se também um recuo de 0,7%, face a Novembro/04, para 7821 propostas. O nú mero corresponde a uma diminuição de 15,1% face ao mês anterior. Já o nú mero de pessoas inscritas que aceitaram as ofertas de emprego subiu 16,9% face ao ano passado e 3,9% face a Outubro, para um total de 4869 colocações. O "pessoal dos serviços de protecção e segurança" foi o grupo onde se verificou maior nú mero de colocações, envolvendo 725 pessoas, mais 119% do que há um ano.

João Pedro, de quatro anos, já tinha "conhecido" o Pai Natal num hipermercado, mas estava longe de imaginar que ainda iria ter a oportunidade de ver o "homem barbado" aterrar de helicóptero. Foi o que aconteceu, no sábado passado, na Maia, para deleite das várias dezenas de pessoas (com crianças em destaque) que não arredaram pé da Praça do Município até ao grande momento. O relógio marcava as 10.30 horas quando o som da ventoinha denunciou a aproximação da grande atracção do dia. "Vem aí o Pai Natal!", foi a frase ouvida quase em uníssono. De telemóveis e máquinas fotográficas em punho, foram muitos os que registaram a aterragem. Já em terra firme, o homem das barbas foi "engolido" pela multidão e não teve mãos a medir na distribuição de guloseimas entre a pequenada. "Deu-me 'chupas', rebuçados e um balão", afirmou João Pedro, entusiasmado. "Foi a primeira vez que vi uma coisa destas e achei bonito, mais para as crianças", acrescentou Maria Moreira, a avó do rapaz. "Gostei de ver o Pai Natal a chegar", reforçouMiriam, de seis anos, também trazida pela avó.

Até 2010 haverá 14 mil com o 9.º e o 12.º anos Até 2010 deverão estar certificadas com o 9º e o 12º anos de escolaridade 14 mil pessoas no distrito de Bragança. No país deverão ser 600 mil cidadãos com aquela certificação. Em Trás-os-Montes, o ministro da Solidariedade Social, Vieira da Silva, inaugurou dois centros de reconhecimento, validação e certificação de competências em Vila Real e Bragança durante uma visita de três dias à região que serviu para contactar com as instituições e diversas áreas de actividade da responsabilidade do ministério que dirige. O balanço do périplo é positivo, "porque foi possível conhecer melhor a realidade regional, lançar pistas de trabalho para o futuro da região e verificaram-se as carências com as instituições", concluiu Vieira da Silva. O ministro disse que ficou com a ideia de que os problemas existem, mas que há potencialidades humanas e técnicas para os ultrapassar, embora exijam mais investimento.


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22 OPINIÃO

CORREIO DE CARACAS - 22 DE DEZEMBRO DE 2005

Agruras do Pai Natal Agostinho Silva

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á pouco menos de três meses, era o Natal ainda um rigoroso exclusivo das montras comerciais, a minha filha confrontou-me com uma questão que eu vinha evitando de ano para ano: lá na escola, um amiguinho tinha-lhe garantido que o Pai Natal não existia... A coisa não foi fácil. Hesitei, gaguejei, corei e só não chorei. Tive mesmo de contar-lhe a verdade. Rebusquei os melhores argumentos pa-

ra justificar-lhe os vários enredos que, de ano para ano, fui recriando neste autêntico beco sem saída. - Então, para quem é que telefonaste o ano passado, antes da meia noite do dia 24, a dizer que íamos sair de casa, mas que a chaminé estava livre? Bloqueei outra vez. Voltei a gaguejar até confessar que tudo não passara de mais um disfarce para alimentar o encanto da lenda. Nunca a vira assim tão chocada e desiludida. Aqueles momentos aflitivos transportaram-me para a minha infâ ncia. Outras épocas, outras condições, mas com o mesmo encanto. Nessa altura, o meu choque foi diferente. Recordo-o como se fosse ontem. Nas vésperas de mais um Natal, andava a minha Mãe atarefada com a

quadra festiva e com os cuidados da sua singular rotina de cuidar de uma prole de quase uma dezena de filhos. (Que haveria de crescer até 14, mas isso é a outra parte bonita da histó ria!). Eu tinha reparado que um dos meus irmãos, com mais sorte nos padrinhos que lhe atribuíram, acabara de ser chamado à parte para receber um presente. Quis saber do meu e raciocinei, em voz alta, que o Pai Natal deveria estar a tratar disso. De lágrimas nos olhos, a minha Mãe chamoume a um canto e arranjou forças para me transmitir duas duras verdades: que o Pai Natal não existia e, muito pior, que não esperasse por prendas. Não que não lhe apetecesse, mas porque a vida era duríssima. E havia outras prioridades, como mais tarde haveria de entender.

Presidenciais! Um voto numa realidade ou num desejo? Luí s Barreira

S

e alguém tem dú vidas sobre em quem votar nas pró ximas eleições presidenciais portuguesas, no início de 2006, eu sou um deles! E essa dú vida não advém tanto do juízo que faço de cada um dos candidatos, mas da eficácia das suas competências presidenciais, face aos verdadeiros desafios da sociedade portuguesa. Diria mesmo que, de forma geral e apó s a estabilização da nossa democracia, todos os Presidentes da Repú blica Portuguesa, têm tido um comportamento digno de registo, respeitando a Constituição e agindo no limite das suas competências e os candidatos que agora se apresentam são, independentemente das suas diferenças, respeitadores dos valores democráticos instituídos e, portanto, garantes da nossa Constituição. Talvez por essa razão e por falta de argumentos divergentes, no plano das suas atribuições presidenciais, que quase todas as declarações, entrevistas e debates dos candidatos, estão centradas nas áreas da governação, que não lhes possibilitam nenhuma intervenção directa e muito menos no exercício das suas funções efectivas, que são da sua responsabilidade e que não têm sido condenadas, em forma de crítica acesa, durante os ú ltimos 20 anos. É evidente que, entre todos os candidatos que hoje se apresentam a estas eleições e considerando os apoios partidários que estão latentes, ou patentes, às suas candidaturas, as possibilidades de vencerem o pró ximo acto eleitoral, não são iguais pa-

ra todos. Esta circunstâ ncia assumida tem feito com que, os que têm menos hipó teses de passar à segunda volta (se a houver...), aproveitem os tempos de antena para promoverem as suas formações partidárias, com vista a pró ximos actos eleitorais legislativos, criando uma enorme confusão na cabeça dos eleitores que, eventualmente, irão votar nas Presidenciais, apostando nos discursos de quem lhes assegure melhores condições de vida, emprego, saú de, educação, justiça, etc. O que pouco tem a ver com as atribuições do Presidente da Repú blica. Nesta ilusão "sebastianista", o povo português, continua a acreditar num "milagre" personalista e a desacreditar-se na sua capacidade colectiva de construir um País como deve ser, no esforço necessário para assegurar a continuidade e o reforço da sua sobrevivência soberana e das gerações futuras que colocaram no mundo. Para além da inércia e da sensação de impotência e frustração, gerada por expectativas defraudadas, que podem conduzir a um profundo descrédito nas instituições democráticas e na classe política, gerando um afastamento popular da participação cívica e um pâ ntano propício a alguns saudosistas estú pidos e contadores de histó rias de embalar, o que, nestas circunstâ ncias, mais perverte o nosso futuro, são as consequências destas atitudes políticas, na incapacidade de mobilização do nosso povo, para os grandes desafios do futuro, por parte dos actuais dirigentes políticos e, nomeadamente, por parte do actual governo. Todos sabíamos que a situação do País, face ao atraso das nossas infra-estruturas econó micas e o irrealismo do "modus vivendus" virtual, de uma parte da nossa população, no contexto europeu em que nos encontramos, iria traduzir-se, rapidamente, num profundo problema nacional. Todos já tínhamos constatado que as

alteração a realizar no nosso sistema produtivo, nomeadamente no tecido industrial, no sistema educativo, na reforma da Administração Pú blica, na moralização social de empregados e empregadores, na aplicação da justiça e em tantas outras áreas de interesse vital para a nossa sociedade, não eram passíveis de serem resolvidos com um golpe de mágica. Mesmo que a "varinha do poder" estivesse nas mãos de um governo maioritário, fosse ele qual fosse! A superação das actuais dificuldades, exige mais largos consensos do que os obtidos pela soma dos braços parlamentares e muito mais diálogo e abertura do que a conseguida nas reuniões governamentais. Por muito boas razões de princípio e má gestão do poder, já vários governos sofreram o declínio, perdendo oportunidades histó ricas de rectificar o futuro da nossa sociedade. É bem verdade que os políticos são eleitos para governar, mas o exercício da democracia inclui governantes e governados. Se os primeiros têm obrigação de levar a "bandeira", são os ú ltimos que deverão "brandir a espada", ou seja, compreender e lutar pelos ideais que lhes apresentam. Razão pela qual só a unidade, baseada na compreensão e aceitação maioritária dos caminhos a percorrer, poderá conduzir ao tamanho esforço de colocar a sociedade portuguesa no bom caminho. E, neste caso, não me parece que seja da competência do futuro Presidente da Repú blica, aplicar medidas governativas que nos alumiem o futuro, ou corrigir distorções, que empenham o nosso presente. Pensar o contrário é colocar em causa a Constituição nacional e, ao que parece, nenhum candidato presidencial o fez! De uma vez por todas, acabemos com o "estado de ilusão" em que temos vivido. É tempo de falarmos claro!

Fim de Ano António Xavier (Historiador) aindax1@yahoo.com

Fazer um balanço de fim-de-ano implica estar atento à importâ ncia dos acontecimentos. Mas quando falamos em factos esquecemo-nos dos factos mentais. É nessa direcção que queremos levar o artigo de hoje. A nossa comunidade foi-se modernizando e disso não há qualquer dú vida. Esta modernização manifesta-se numa maior ordem, planificação e execução de objectivos. Existe menor dispersão institucional quando se promovem iniciativas. Esse é um grande avanço e indica-nos que os nossos líderes têm tomado consciência da necessidade de não perder oportunidades e conseguir um maior rendimento nas actividades empreendidas. Isso comprova-se com os eventos que têm contado com mais do que um promotor institucional: o Lar Padre Joaquim Ferreira, o Encontro de Gerações, os encontros folcló ricos, desportivos, culturais, etc. Em relação à liderança, também temos avançado. Sendo os nossos líderes escolhidos ou não, têm aumentado as exigências da comunidade que os cerca. Nesse sentido, ser líder de uma comunidade luso-venezuelana já não é um previlégio do emigrante com sucesso. Os estudos universitários e a profissionalização obriga-nos a pensar na juventude como geração de relevo com capacidade para ultrapassar os estreitos limites comunitários. A melhor prova são as associações de especialistas, como os médicos e profissionais, como os jovens empreendedores de Maracay e Valência. De igual modo, essa liderança vence o pensamento paroquiano e procura um maior intercâ mbio com a sociedade venezuelana. Têm-se mantido abertos os canais que tendem a mudar o cliché com o qual somos muitas vezes catalogados: aqui o trabalho do Instituto Português da Cultura é digno de destaque. A ideia de comunidade fechada está a desvanecer-se com o cosmopolitismo dos jovens. Sem dú vida, a universalidade do pensamento português e a condição de cidadãos com dupla nacionalidade permite-lhe pontos de comparação entre sociedades distintas. Basta ouvi-los em tertú lias e fó runs. Também se observa uma renovada relação com Portugal. Temos deixado para trás o pensamento româ ntico, as ideias congeladas como se se tratassem de fotos velhas. Pensamos nas possibilidades de estudo universitário, de negociação e da função didáctica do folclore. A representação de costumes rú sticos já não é somente para evocar o torrão. Tem-se imposto também a intenção pedagó gica do ensino moral e histó rico. Nisso ressalta o trabalho de Antó nio Manica e outros. O trabalho que destaca a nossa personalidade será importante no papel que teremos na Histó ria e na imprensa. Temos começado a conscencializar para o nosso particularismo, somos uma sociedade ligada a duas nações. A nossa histó ria comunitária não é somente da Venezuela e de Portugal. Temos o nosso pró prio passado, os nossos pró prios líderes, as nossas pró prias instituições. Temo-las reforçado para condicionar o nosso presente e o nosso futuro. Conhecer, querer e saber para onde vamos é ser moderno.


CORREIO DE CARACAS - 22 DE DEZEMBRO DE 2005

OPINIÃO 23

caRTas dOs leITORes Também temos saudades da Venezuela

Sem papas na língua Depois de umas semanas de intensos e polémicos acontecimentos no maior e mais emblemático clube luso na Venezuela, podemos tirar algumas conclusões e da mesma forma tecer fortes críticas à forma como se desenvolveu a "campanha eleitoral", tanto num bando como no outro choveram acusações, insinuações, "bilhardices" e até ofensas, tornando o ambiente no nosso C.P.C. sumamente agitado e conflituoso. É lamentável e preocupante que pessoas que até são ou foram amigos andem a "brigar como cachorros". Parece-me ser preocupante porque haverá muitos só cios que não conseguem compreender para que é tanta "guerra" e qual é o interesse de fazer parte da Junta Directiva, alguns até se perguntaram se tudo isto é pode sede de protagonismo… Também é oportuno analisar e revisar o nivel de arraste ou liderazgo que pensan que teen algumas pessoas que ate sao representantes da nossa Comunidade, eu não consigo explicação para o facto de que uma "Plancha" que tinha o apoyo de 3 (três) Conselheiros, haja obtido tão poucos votos (211), será que até a

nível de Conselheiros estamos a ser mal representados? Agora, mudando de assunto, no sábado (10-12-2005), fui presenciar a Final de Futebol de Salão (categoria Juvenil) e até fiquei Espantado e Confundido. Como é possível que num ambiente social, desportivo, familiar e de juventude se permita que a uma equipa participante exiba publicidade ou propaganda de um "sítio" que "choca" com a nossa moral, religião, ética, bons costumes e valores que nos ensinaran os nossos pais e que também devemos transmitir aos nossos filhos. Está bem que os nossos comerciantes fomentem e apoiem o desporto, mas a moral e o respeito estão por cima de tudo. Para finalizar, eu até gostava de escrever algumas coisas marcantes e positivas neste artigo, mas vejo que terei que esperar para a pró xima. Como dizem na minha terra, a maré está cheia, vamos a esperar que baixe. P.S.: Não posso dizer que La Guaira fica longe, só porque me disseram que fica longe. Tinha que lá ir… Álvaro Dias

Preços mais baratos

Portugueses, por exemplo. Acho que é digno de registo tudo o que fazem e o quanto mostram querer essa terra apesar dos dissabores e contratempos que enfrentam passam no seu quotidiano. Estão todos de parabéns. Deviam fazer uma reportagem sobre "El junkito", onde tenho alguns familiares a viver . Um abraço desde a Europa

Vivo na Venezuela há 17 anos e sou natural do Porto, Portugal. Escrevo porque acho que o vosso semanário deve denunciar os preços elevados que a Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) pratica nas viagens, dificultando a vida aos emigrantes Portugueses na Venezuela. A minha indignação resulta do facto de dois portugueses poderem viajar entre Portugal e o Brasil pelo preço de uma viagem cobrada na ligação com a Venezuela. Isto não tem explicação possível já que o trajecto é mais ou menos parecido em termos de distâ ncia.

Desde o Luxemburgo Vivo no Luxemburgo e visito habitualmente a vossa página na Internet. Já estive na Venezuela por duas vezes, em visita a familiares que residem nesse país. Mas isso foi há muitos anos. Encontrei um país maravilhoso, embora um tanto perigoso para se viver. O que desconhecia acerca da comunidade Portuguesa que está radicada é o facto de ser dinâ mica e empenhada em fazer tantas coisas, e também de estar organizada e com tantos clubes

Roberto Peixoto Fernandes

INQUéRITO

Luisany Dávila Estudante

"Espero que seja dado mais espaço às crianças e nos seja dada a oportunidade de escrever artigos a assim nos envolvermos com o jornal. Eu quero fazer parte do semanário e gostaria de participar numa secção especial para crianças e feita por crianças. Esta devia ser a meta para o semanário cumprir no pró ximo ano".

Sou venezuelana filha de pais portugueses naturais da ilha da Madeira e uma leitora assídua do CORREIO do Funchal, cidade onde trabalho há seis anos. Escrevo porque leio muitos artigos que falam da minha terra e de pessoas que têm saudades da família e dos amigos. Aqui também sofremos dos mesmos problemas, pois temos muitas saudades das pessoas, dos amigos, da família e de tudo quanto tem a ver com a nossa querida Venezuela. Na Madeira tenho a minha vida mais ao menos encaminhada embora não resista derramar de muitas lágrimas de saudade, de vez em quando. Saudade de tudo, desde os meus vizinhos que me cumprimentavam todos os dias com um sorriso no rosto, saudades do clima, do sol. Ainda no outro dia sonhei com as campainhas dos carrinhos de gelados que passavam na minha rua todos os dias mais ao menos à mesma hora. De facto são tantas

coisas de que sinto falta, sobretudo nesta época do natal, como as "hallacas", o "pan de jamon", as "gaitas"... Se há muitos a se lamentarem com saudades da sua terra, fiquem sabendo que aqui há também pessoas com muitas saudades da Venezuela. Maria do Carmo P Desde o Funchal

Os responsáveis pela emigração deviam explicar aos gerentes da TAP que nem todos os Portugueses na Venezuela são ricos e que a grande maioria deles nunca pode viajar nem sequer uma só vez para Portugal. Penso que alguém deve denunciar esta irregularidade, até porque acho que é bom para Portugal que os emigrantes consigam viajar a preços mais baratos de modo a levaram mais algum dinheirinho para gastar na sua terra. Um abraço José Manuel da Ponte Gonçalves

O que é espera do Correio de Venezuela em 2006?

Eduardo Gonçalves Pároco

"Gostava que a edição semanal houvesse informação eclesiástica escrita não só por padres luso-descendentes como também por párocos venezuelanos. Para além disso, a informação devia servir para incutir e ensinar ao leitor os valores religiosos e o amor à família. Que exista uma presença religiosa para a comunidade como para todo o país".

António De Freitas Empresário

"Gostava de ler no Correio boas notícias para 2006 e com um pouco de mais atenção sobre as áreas desportiva e cultural. Como meio de comunicação que é devia envolver a política venezuelana, pois têm de estar envolvidos com os acontecimentos que marcam o quotidiano do país. Espero que continuem a manter a unidade entre a comunidade portuguesa e os venezuelanos como têm conseguido até agora e sigam crescendo e realizando a sua missão com muita objectividade".

Angélica Fernandes Desenhadora

"Devia de haver mais artigos dirigidos aos jovens porque são a geração mais importante de emigrantes na Venezuela, para além de acompanhar as informações que estão na ordem do dia ao nível da informação. Deviam dar mais atenção à moda, com dicas e conselhos de beleza, isto sem esquecer que a essência principal do jornal é a comunidade portuguesa residente neste país. Continuem a contar a histó ria dos portugueses que imigraram para esta nação, até porque os leitores gostam de, com nostalgia, recordar tempos antigos e parte das suas infâ ncias. Espero que o semanário continue como está, direccionado para as notícias".


24 ECONOMIA

CORREIO DE CARACAS - 22 DE DEZEMBRO DE 2005

Economia portuguesa com boas perspectivas para 2006

A

ANSA celebrou festa de fim de ano Jean Carlos De Abreu

deabreujean@yahoo.com

N

o passado dia 16 de Dezembro, a Associação Nacional de Supermercados e Afins (ANSA) celebrou a sua festa de fim de ano nas instalações do hotel "Montañas Suites", localizado na urbanização Miranda, em Caracas. Na reunião esteve presente o presidente da Associação, Javier

Macedo, o vice-presidente, Sidó nio da Silva, e representantes das distintas câ maras de comércio, ligadas à instituição. Como é costume, a reunião de Natal realizou-se com a finalidade de conviver com os associados e todo o pessoal que trabalha em cooperação. Como parte da animação, foi efectuado o terceiro torneio de dominó , campeonato "Hermanos Camacho" para dar um toque informal à festa, que teve lugar junto

à piscina do hotel. No jogo de dominó participaram também as mulheres, que se "atreveram" a "trancar o jogo", demonstrando que não só os homens dominam esta diversão de mesa. No salão principal do hotel, exibiram-se pinturas de artistas venezuelanos, que serviram de decoração. A ANSA reiniciará as suas actividades comerciais a 9 de Janeiro de 2006.

economia portuguesa sofrerá um aumento de 0,5 por cento no Produto Interno Bruto (PIB) em 2005, segundo um estudo da filial lusa do Banco Bilbao Vizaya Argentaria (BBVA), que se realizou nos primeiros meses de Dezembro. O director do Serviço de Estudos do BBVA, David Taguas, afirmou que o investimento empresarial é o factor chave desta recuperação "lenta e moderada", que permitirá a Portugal um crescimento de 0,9 por cento do PIB em 2006 e de 1,2 por cento em 2007. O conselheiro delegado do BBVA Portugal, Segundo Huarte, indicou que o país enfrenta os desafios sem prazo de consolidação com vista à redução do déficit pú blico e ao aumento da productividade e da competitividade. Taguas estimou que Portugal necessita converger a taxa de inflacção com a da União Europeia (UE) em

2006, assim como aumentar a poupança que se encontra demasiado baixa devido ao consumo privado. Considera que o Governo português deve realizar "um moderado mas inequívoco" ajuste no "preocupantes" gastos correntes do país para corrigir a actual situação e evitar o aumento do desemprego, que actualmente se situa nos 7,7 por cento. O subdirector do Serviço de Estudos assinalou que o crescimento potencial de Portugal foi reduzido desde o início da década devido a uma queda da produtividade, assim como ao crescimento elevado dos custos laborais por unidade. Por outro lado, afirmou que neste "contexto de recuperação gradual da actividade econó mica em Portugal não se observam tensões ao nível dos preços". A inflação irá situar-se em torno dos 2,2 por cento em 2005 e 2006. (Informação extraída da EFE)


CORREIO DE CARACAS - 22 DE DEZEMBRO DE 2005

Estalagem

Encumeada ‘Sítio dos Feiteirais - Serra de Água

9350 Ribeira Brava - Madeira Tel.: +351 291 951 282 - Fax: +351 291 951 281

publicidade 25

Votos de Boas Festas e um Feliz Ano Novo para todos os madeirenses espalhados pelo Mundo


26 PUBLICIDADE

CORREIO DE CARACAS - 22 DE DEZEMBRO DE 2005

TAP com Bilhetes Electró nicos Interline

A

TAP passou a fazer parte do grupo restrito de companhias aéreas que disponibilizam aos seus clientes bilhetes electró nicos para o Interline (Interline Electronic Ticket). No dia 7 de Dezembro, a companhia implementou o serviço Interline Electronic Ticket com a United Airlines, uma das suas parceiras na STAR Alliance.

BREVES Voos extra no Natal e no Ano Novo A TAP efectua mais de 370 voos extraordinários, com uma reforço da capacidade superior a 57.050 lugares, entre os dias 16 de Dezembro deste ano e 10 de Janeiro de 2006. Correspondendo ao aumento da procura previsto na época do Natal e Ano Novo, a Companhia lançou um conjunto de serviços extra que abrange os principais sectores da Rede, nomeadamente, o doméstico, França, Luxemburgo e Suíça na Europa, e Newark e Luanda, no sector intercontinental. Na Europa, Paris é o destino com o maior número de voos de reforço - 62 no total - operados entre Paris e as cidades de Lisboa e Porto, traduzindo-se numa oferta global de mais de 9.190 lugares. Também no mesmo período, serão 12 as frequências adicionais ligando o Porto e Lisboa ao Luxemburgo e dez as disponibilizadas entre essas cidades e Genebra, na Suíça. Os dois destinos contabilizam, conjuntamente, um aumento de capacidade de mais de 3.330 lugares. No Atlântico Norte, a oferta atinge os 20 voos extra entre Lisboa e Newark, com uma oferta suplementar de 3.760 lugares. Em África, por seu turno, o destaque vai para Luanda, com 18 voos adicionais e um total de mais de 4.820 lugares extra oferecidos. Além destes sectores da Rede, a TAP programou igualmente o reforço da sua operação doméstica, com 203 voos extra entre Lisboa, Porto e o Funchal, que se traduzirão num aumento global próximo dos 29.500 lugares, e ainda entre Lisboa e os destinos açorianos da Terceira - com mais 28 voos - e Horta - com mais 18 frequências. No conjunto, a Região Autónoma dos Açores contará com um crescimento da capacidade superior aos 6.450 lugares.

MAIS PASSAGEIROS O nú mero de passageiros transportados pela TAP aumentou 13,5 por cento entre Janeiro e Julho, face ao mesmo período de 2004, para 3.631.470, disse ontem à Lusa uma fonte da empresa. Em Julho, registou-se um acréscimo de 11,9 por cento do nú mero de passageiros, face a igual mês do ano passado, apó s a subida menos acentuada, de 5,9 por cento, verificada em Junho.

Nos sete primeiros meses do ano, o Brasil foi o mercado que mais cresceu, com mais 24,9 por cento, consolidando as frequências diárias para Rio de Janeiro, S. Paulo, Salvador da Baía, Fortaleza e Recife, referiu a fonte da companhia aérea. As ligações a Natal só tiveram início em Julho.

A Europa apresenta a segunda maior subida, de 15,6 por cento.


CORREIO DE CARACAS - 22 DE DEZEMBRO DE 2005

DESPORTO 27

Lusos: príncipes do motocross venezuelano Liliana da Silva

lilianadasilva19@hotmail.com

O

campeonato de motocross venezuelano terminou no que toca à época de 2005 mas as centenas de praticantes da modalidade já se preparam para regressar no pró ximo ano e conquistar posições de honra. Durante as 12 jornadas que compõem o campeonato, os corredores que competem nas diferentes modalidades exibiram as suas qualidades ao volante de modo a poderem figurar nos melhores lugares da competição. Como já é costume, não podia faltar um português a protagonizar algum destaque em cima das motas. Aliás, não é apenas um mais muito os lusos que fim-de-semana apó s fim-de-semana enchem as pistas de motocross tornando as alturas, a velocidade, as curvas e a terra numa mistura que dá origem a um desporto apaixonante. Não há uma idade para praticar motocross. Desde os quatro anos que se pode começar a participar na competição, que se encontra dividida entre sete categorias de infantis e outras tantas de adultos. A ascensão dos atletas pelas várias categorias faz-se de acordo com a experiência que vão adquirindo e a idade. Nos infantis são muitos os talentos lusos que começam a despontar. O COrreiO apresenta aqui alguns deles.

Anthony Rodrigues, 10 anos, estudante (5º ano) Modalidade: 65 cc Experto (centí metros cúbicos) A meias com os estudos, Anthony Rodrigues dedica vários dias da semana a treinar ao volante da sua mota. Desde os quatro anos que o Motocross é a sua maior paixão e talvez por isso tem conseguido destacar-se em todos os campeonatos e taças que tem participado, sempre acompanhado nas várias competições pela não sábia do seu pais, Héctor Rodrigues, um antigo corredor. Em 2003 ganhou o Campeonato Nacional da categoria de 50 cc e no ano seguinte repetido a façanha nos 65 cc "novatos". Este ano sagrou-se Campeão Nacional nesta categoria em "expertos". "É o que eu gosto de fazer. Apesar de não ir à praia há cerca de três anos por causa dos treinos e das competições, estou muito orgulhoso por tudo o que consegui ganhar", disse Anthony. Para além dos feitos nacionais, esta jovem promessa conseguiu vencer a nível internacional na Copa ULM Latino-americana nos anos de 2002 e 2005. Apesar destes sucessos, Anthony tem sofrido alguns contratempos - leia-se quedas da moto - ao longo do percurso de sucesso que vem efectuando. "Tenho parafusos no braço e quatro numa perna, mas isso não me diminuiu a vontade de seguir correndo. Aliás, quanto mais tempo que permaneço longe das pistas, maior é o ânimo e a vontade com que regresso para continuar a correr", sublinha o campeão nacional. Anthony e o pai ainda têm de convencer a mãe para não se opor a este grande sonho. "A sua mãe é fisioterapeuta e por isso fica aterrorizada por Anthony montar uma mota. Mas tem-se acostumando aos poucos. Até tive de lhe oferecer uma mota para que ela partilhasse do nosso gosto", comentou Héctor Rodrigues.

José Ángel Dos Santos, 8 anos, Estudante (3º Ano) Modalidade: 50 cc Novato Com sete anos, José Ángel Dos Santos sagrou-se vice-campeão nacional de Motocross na categoria de 50 cc "Novato". Depois de ver o pai nas motas, este miúdo de seis anos quis tentar a sua sorte. A habilidade demonstrada reluziu e desde então substitui os carrinhos de brincar pela sua mota e pelos treinos semanais nas pistas de motocross de Los Teques, localidade onde reside. "Isto é algo que está no sangue. Desde que me lembro, gosto de motas e essa paixão herdou-a o meu filho", observou Agustín Dos Santos. Para além da agilidade e o talento precisos para conseguiu evolui no motociclismo, é necessário um forte investimento para comprar a moto, peças sobressalentes e para adquirir os equipamentos do corredor, como fato, as botas e o capacete. "É um desporto caro. Todos os anos temos de mudar de motos já que não resistem ao esforço despendido em tantas jornadas. Além disso, é recomendável ter uma moto para os treinos e outra para as provas. As peças sobressalentes são caras e quase todas tem de ser compradas com dólares", nota Agustín Dos Santos. O Campeonato Nacional de Motocross não dá prémios monetários aos vencedores, daí que o esforço para manter-se nas pistas dependa também do apoio dos pais. O sonho de José Ángel dos Santos é continuar correndo até chegar ao mais alto nível. "Para ganhar preciso de praticar muito, mas não me importo. Gosto muito de correr e de poder competir", confessa esta também promessa do motocross venezuelano. "Enquanto puder vou apoiá-lo em tudo. Isto é como os pilotos de aviões: quem tiver mais horas de voo é que se converte no melhor. Por isso o incentivo a praticar, respeitando os estudos e os seus momentos e criança", disse Agustín Dos Santos.


28 DESPORTO III Divisão - Série A

III Divisão - Série B

14.ª Jornada

Vinhais Brito Cabeceirense Mondinense Maria da Fonte Amares Vianense Valenciano Mirandela

2 2 5 1 4 2 1 1 2

2 1 0 0 1 0 0 1 1

Joane Monção Cerveira Correlhã Esposende Valpaços Merelinense Assoc. Oliveirense Bragança

Lourosa Leça S. Pedro da Cova Padroense Vila Real UD Valonguense Cinfães Ataense

31 30 28 26 26 25 21 21 20 20 19 18 13 11 11 10 9 7

14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14

9 9 8 7 8 8 6 6 5 5 6 4 3 2 3 2 2 1

4 3 4 5 2 1 3 3 5 5 1 6 4 5 2 4 3 4

1 1 0 0 2 0 2 1

0 1 2 2 1 2 1 1

1 2 2 2 4 5 5 5 4 4 7 4 7 7 9 8 9 9

G

27-9 24-11 33-10 20-13 25-12 26-16 17-17 23-19 18-12 21-19 24-23 19-18 15-26 14-27 10-30 11-23 12-31 13-36

Tarouquense Rio Tinto Tirsense Ermesinde Vilanovense Vila Meã Canedo Rebordosa

Fornos Algodres 1 Sátão 0 Arrifanense 3 Cesarense 2 União de Lamas 1 Souropires 3 Anadia 1 Avanca 3 Marialvas 1

15.ª Jornada (8-1-06) Vinhais - Brito Monção - Cabeceirense Cerveira - Mondinense Correlhã - Maria da Fonte Esposende - Amares Valpaços - Vianense Merelinense - Valenciano Assoc. Oliveirense - Mirandela Joane - Bragança

Vila Meã 31 Moncorvo 24 Ermesinde 22 Lourosa 22 Ataense 19 Cinfães 19 Vila Real 19 S. Pedro da Cova 18 Rebordosa 17 Canedo 17 Vilanovense 16 Rio Tinto 15 Leça 15 Tirsense 14 Tarouquense 12 UD Valonguense 11 Padroense 8

14 13 13 13 12 13 12 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13

9 7 6 6 5 5 5 5 3 4 5 3 3 4 4 3 2

4 3 4 4 4 4 4 3 8 5 1 6 6 2 0 2 2

1 3 3 3 3 4 3 5 2 4 7 4 4 7 9 8 9

G

15-4 19-11 18-15 19-10 16-18 12-12 16-13 17-14 20-15 14-13 11-20 14-12 18-17 19-20 14-26 16-31 12-19

15.ª Jornada (8-1-06) Lourosa Rio Tinto Tirsense Ermesinde Vilanovense Vila Meã Moncorvo Tarouquense

1 1 0 2 2 0 0 1 2

Social Lamas Estarreja AD Valonguense Gafanha Valecambrense Milheiroense Tondela São João de Ver Tocha

Idanhense Sourense Monsanto A. D. do Fundão Vigor Mocidade Eléctrico Alcobaça Riachense

- Leça - S. Pedro da Cova - Padroense - Vila Real - U. D. Valonguense - Cinfães - Ataense - Rebordosa

Social Lamas 34 Avanca 30 União de Lamas 29 S. João Ver 26 Valecambrense 24 AD Valonguense 23 Anadia 22 Tocha 21 Milheiroense 20 Tondela 20 Souropires 18 Sátão 17 Gafanha 15 Fornos Algodres 15 Cesarense 11 Arrifanense 9 Estarreja 7 Marialvas 6

14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14

10 9 9 8 6 6 6 5 6 6 5 5 4 4 2 2 1 1

4 3 2 2 6 5 4 6 2 2 3 2 3 3 5 3 4 3

1 2 4 2 0 2 2 1

1 2 3 1 1 1 0 0

0 2 3 4 2 3 4 3 6 6 6 7 7 7 7 9 9 10

G

31-13 28-10 23-12 17-14 20-13 15-13 10-12 15-12 16-16 25-17 15-15 15-14 16-22 11-22 9-18 13-25 8-21 7-25

Caranguejeira Beneditense Marinhense Sertanense Bidoeirense Amiense Caldas Mirandense

Ouriquense Loures Sintrense 1º de Dezembro Vilafranquense Futebol Benfica A. D. de Machico Montijo Atlético

Idanhense AD Fundão Eléctrico Peniche Sourense Mirandense Monsanto Caranguejeira Caldas Marinhense Alcobaça Sertanense Riachense Vigor Mocidade Beneditense Amiense Bidoeirense

27 23 23 23 22 21 20 20 20 19 18 16 15 13 11 9 7

14 13 13 13 14 13 14 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13

8 7 6 7 6 6 6 5 6 5 4 4 4 3 3 2 1

3 2 5 2 4 3 2 5 2 4 6 4 3 4 2 3 4

3 3 0 2 2 1 2 1 0

0 2 1 1 4 1 1 0 1

14.ª Jornada

Tires Elvas Alcochetense Caniçal Câmara de Lobos Carregado Vialonga Atlético Cacém U. D. deSantana

Juventude Évora Castrense Oeiras Amora Lagoa Lusitano V.R.S.A. Ferreiras Almansilense

Classificação

Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º

III Divisão - Série F

14.ª Jornada

Classificação

Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

III Divisão - Série E

14.ª Jornada

Classificação

Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º

III Divisão - Série D

14.ª Jornada

Classificação

Pts. J V E D

Bragança Mirandela Maria da Fonte Joane Cabeceirense Amares Merelinense Monção As. Oliveirense Brito Mondinense Cerveira Esposende Vianense Valpaços Vinhais Correlhã Valenciano

III Divisão - Série C

14.ª Jornada

Classificação 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

CORREIO DE CARACAS - 22 DE DEZEMBRO DE 2005

3 4 2 4 4 4 6 3 5 4 3 5 6 6 8 8 8

G

21-9 15-12 14-11 16-13 18-13 11-10 19-17 15-13 18-18 26-18 12-9 14-17 16-20 11-14 12-19 12-24 7-20

15.ª Jornada (8-1-06)

15.ª Jornada (8-1-06)

Fornos de Algodres - Sátão Estarreja - Arrifanense A.D. Valonguense - Cesarense Gafanha - Marialvas Valecambrense - Souropires Tondela - Avanca Milheiroense - Anadia Social Lamas - S. João de Ver Tocha - União de Lamas

Caranguejeira - Sourense Beneditense - Monsanto Marinhense - A. D. do Fundão Sertanense - Vigor da Mocidade Bidoeirense - Eléctrico Amiense - Alcobaça Caldas - Riachense Peniche - Mirandense

A. D. de Machico 30 Montijo 28 Atlético 26 Loures 25 Carregado 25 1º de Dezembro 25 Ouriquense 21 Câmara de Lobos 21 Atlético Cacém 19 Alcochetense 18 Caniçal 18 Elvas 18 Vialonga 15 Futebol Benfica 13 U. D. deSantana 12 Tires 12 Vilafranquense 11 Sintrense 9

14 14 14 14 14 14 14 13 14 14 14 14 14 14 14 14 14 13

9 8 8 8 7 7 5 6 5 5 6 5 4 3 2 3 3 2

3 4 2 1 4 4 6 3 4 3 0 3 3 4 6 3 2 3

2 0 1 2

Estrela V. Novas Desportivo Beja Beira-Mar Messinense Sesimbra 0 Vasco da Gama 0 Aljustrelense 0 Lusitano de Évora

Classificação

Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

1 1 5 2 1 2 2 0

2 2 4 5 3 3 3 4 5 6 8 6 7 7 6 8 9 8

G

25-16 16-10 33-13 26-15 28-14 23-16 21-18 19-27 23-25 20-18 17-19 18-20 16-20 9-18 11-19 12-23 15-28 12-25

Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

Lusitano Évora Estrela V. Novas Oeiras Almansilense Vasco da Gama Aljustrelense Amora Desp. Beja Lusitano V. R. Messinense Lagoa Juv. Évora Sesimbra Ferreiras Beira-Mar Castrense Farense Monte Trigo

34 28 25 23 22 22 21 21 21 19 18 17 16 15 11 8 3 2

14 13 14 13 14 14 14 13 14 13 14 13 13 14 13 14 8 13

10 8 7 6 6 6 6 6 5 5 5 5 4 4 2 2 1 0

4 4 4 5 4 4 3 3 6 4 3 2 4 3 5 2 0 2

0 1 3 2 4 4 5 4 3 4 6 6 5 7 6 10 7 11

G

27-7 23-6 24-12 13-7 22-12 18-13 22-20 16-12 24-18 21-13 15-18 10-12 18-18 18-24 7-16 11-24 3-35 7-32

15.ª Jornada (8-1-06)

15.ª Jornada (8-1-06)

Ouriquense Elvas Alcochetense Caniçal Câmara de Lobos Carregado Vialonga At. Cacém Tires

Juventude Évora - Monte Trigo Farense - Castrense Desportivo Beja - Oeiras Beira-Mar - Amora Messinense - Lagoa Sesimbra - Lusitano V.R.S.A. Vasco da Gama - Ferreiras Aljustrelense - Almansilense Estrela V. Novas - Lusitano Évora

- Loures - Sintrense - 1º de Dezembro - Vilafranquense - Futebol Benfica - A. D. de Machico - Montijo - Atlético - U. D. Santana


CORREIO DE CARACAS - 22 DE DEZEMBRO DE 2005

DESPORTO 29

"Sinto paixão pelo desporto" Tábita Barrera

tababor@cantv.net

D

esde criança que gosta da actividade física, do jogo e do movimento. Originária de Maracay, Estado de e Aragua, Alicia Moniz, filha de pais madeirenses, foi viver para Portugal em 1963, onde chegou a jogar na equipa de basquetebol da escola. Passado pouco tempo, partiu foi estudar para França e começou a praticar outros desportos como o esqui e o montanhismo, chegando mesmo a participar em maratonas. Foi neste país que começou a dedicar-se ao triatlo e onde teve a oportunidade de conhecer o homem da sua vida, Bernard Verguet, hoje marido e pai dos seus três filhos. Alguns anos depois do nascimento do terceiro e ú ltimo filho, a família mudouse para Portugal, onde fixaram residência. Como Bernard também gostava de praticar desporto, sempre incutiram nos filhos o gosto pela prática de exercício como forma de alcançarem o bem-estar físico e emocional. Daí que tenha sido com alguma naturalidade que as duas filhas, Anais e Sara, hoje com 16 e 18 anos de idade, respectivamente, tenham sido nadadoras de competição. E mais tarde tenham abraçado a "modalidade do coração"

Alicia Moniz assegura que fazer exercí cio ajuda tanto a condição fí sica como a psicológica da mãe e agora façam parte dos planos olímpicos da Federação Portuguesa para os jogos de Pequim 2008 e Londres 2012. As duas raparigas são atletas internas do Centro de Alto Rendimento (CAR) e cumprem uma média de 20 a 25 horas de treino por semana. Conseguem arranjar tempo para estudar e, segundo a mãe, "estão bem encaminhadas para o objectivo olímpico que é o que perseguem". Anais foi, recentemente, campeã do mundo em Gamagori, Japão. Sara tem conseguido posições importantes nos campeonatos portugueses. Ambas têm quotidiano de treinos que começa às 5 a.m. e acaba às 9 p.m., hora em que viram a atenção para os estudos. Passam muito pouco tempo com a família porque quando estão de férias das competições têm de frequentar aulas de apoio. "Casa uma tem os seus méritos. São diferentes mas muito disciplinadas e penso que as duas podem chegar aos jogos olímpicos2, confessou Alicia Moniz.

UM CAMINHO DE LUTA Em Junho de 2004, um acontecimento marcou a vida da família Moniz Verguet. Alicia Moniz ficou a saber que tinha um cancro. No entanto, isto não impediu que ela continuasse a olhar em frente, até porque a sua família sempre esteve presente para lhe oferecer apoio. Deram-lhe então 50 por cento de probabilidades de sobrevivência. O cenário, nada optimista, enfraqueceu-a. Apesar disso, sempre arranjou forças para se agarrar à vida. "Tive que cerrar os dentes e seguir em diante", observou. O desporto foi a sua melhor arma, que a ajudou a superar uma situação difícil que teve de viver ma primeira pessoa. "O facto de praticar desporto é muito importante. Foi a maneira como eu enfrentei a mente e o corpo. Os que fazem exercício, têm maior capacidade para suportar o sofrimento que as outras pessoas. Nunca quis estar na cama. Enquanto estava no hospital, eu trabalhava com o meu computador para estar activa. Depois, quando podia, pratica desporto, pois há uma dialéctica entre psique e o físico. Se o físico estava em baixo, eu animava-me psicologicamente para arranjar forças e quando estava mal emocionalmente, manejava a bicicleta", contou Moniz.

Em Portugal é considerada um exemplo a seguir, já que apesar de ser mãe e de ter tido um cancro, nunca se rendeu e hoje continua praticando desporto. Numa recente visita à Venezuela, Alicia Moniz aconselhou a juventude a praticar exercício físico regularmente porque faz bem e permite que se esteja são tanto física como mentalmente. "Sinto paixão pelo desporto e actualmente trabalho por transmitir isso aos jovens, pois ajuda a superar em todas as áreas da vida", sugeriu.


30 DESPORTO

CORREIO DE CARACAS - 22 DE DEZEMBRO DE 2005

II Divisão - Série B

II Divisão - Série A 12.ª Jornada

II Divisão - Série C

12.ª Jornada

Freamunde 0 0 Sandinenses

Infesta 2 1 Pedras Rubras

Ribeirão 0 0 Fafe

Aliados Lordelo 2 2 Ribeira Brava

Sport. Braga B 0 0 Torcatense

FC Porto B 2 2 Esmoriz

Famalicão 1 2 Lixa

Sanjoanense 0 0 Lousada

Oliv. Bairro 4 0 Penalva Castelo Fátima 1 1 Portomosense Pombal 0 0 U. Coimbra Oliv. Hospital 1 2 Abrantes

Pontassolense 3 0 Paredes

Pampilhosa 2 2 Benfica C.Branco

Vilaverdense 2 1 Portosantense

Drag. Sandinenses 1 1 Marítimo B

Nelas 1 0 Rio Maior

Classificação

Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º

Trofense 24 Ribeirão 18 União Madeira 18 A. D. Camacha 16 Freamunde 16 Portosantense 15 Famalicão 14 Sp. Braga B 13 Sandinenses 13 Fafe 12 Vilaverdense 11 Lixa 11 Valdevez 8 Torcatense 3

10 10 10 10 11 12 10 10 10 10 11 10 10 10

7 5 5 5 3 4 3 3 3 3 3 3 1 0

3 3 3 1 7 3 5 4 4 3 2 2 5 3

0 2 2 4 1 5 2 3 3 4 6 5 4 7

G

20-6 8-5 11-11 16-11 11-7 8-10 12-10 12-10 9-8 9-12 12-16 8-12 8-13 3-16

Classificação

Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º

Sp. Espinho 17 Paredes 17 D. Sandinenses 17 Infesta 17 Marítimo B 17 Esmoriz 16 Fiães 14 F.C. do Porto B 13 Lousada 13 Aliados Lordelo 13 Sanjoanense 12 Pedras Rubras 11 Pontassolense 10 Ribeira Brava 10

10 11 10 11 11 11 10 10 10 10 10 11 10 11

4 5 5 5 5 4 3 3 3 3 3 3 3 2

5 2 2 2 2 4 5 4 4 4 3 2 1 4

1 4 3 4 4 3 2 3 3 3 4 6 6 5

G

10-7 19-13 13-9 16-14 20-18 13-15 12-9 9-10 10-9 13-16 11-12 9-15 12-13 6-13

13.ª Jornada (8-1-06)

13.ª Jornada (8-1-06)

União Madeira - Freamunde

Sport. Espinho - Infesta

Sandinenses - Ribeirão Fafe - Sporting Braga B Torcatense - Famalicão Lixa - Trofense Valdevez - A. D. da Camacha

Pedras Rubras - Aliados de Lordelo Ribeira Brava - F. C. do Porto B Fiães - Sanjoanense Lousada - Pontassolense Paredes - Drag. Sandinenses

Pts. J V E D

1º Oliveirense 2º Tourizense 3º Abrantes 4º Fátima 5º Pampilhosa

G

22 11 7 1 3 19-13 20 10 6 2 2 18-8 20 10 6 2 2 16-12 19 10 5 4 1 15-7 16 10 4 4 2 13-11

13 11 2 7 2 14-14 8º Rio Maior 9º Benfica C. B. 11 11 3 2 6 14-20 10º Oliveira Bairro 11 11 2 5 4 16-15 11º União Coimbra 8 10 2 2 6 9-16 12º Portomosense 8 11 1 5 5 12-16 13º Oliv. Hospital 7 10 1 4 5 8-18 7 10 1 4 5 5-12

13.ª Jornada (8-1-06) Oliveirense - Oliveira Bairro Penalva Castelo - Fátima Tourizense - Pombal U. Coimbra - Oliveira Hospital Abrantes - Pampilhosa Benfica C. Branco - Nelas

2 2 2 2 4 0 2

0 2 1 1 1 0 2

Pinhalnovense Real Oriental Vitória Setúbal B Odivelas Torreense Operário

Olhanense Varzim Moreirense Chaves Portimonense Aves Barreirense Gondomar Vizela

Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º

Louletano Operário Casa Pia Ol. Moscavide Madalena Benfica B Imortal U. Micaelense V. Setúbal B Mafra Pinhalnovense Torreense Odivelas Real Silves Oriental

25 24 22 21 20 20 17 17 16 15 15 14 13 11 7 5

12 12 12 12 11 12 12 12 12 12 12 12 11 12 12 12

7 7 7 5 6 6 4 5 5 4 3 4 4 3 1 1

4 3 1 6 2 2 5 2 1 3 6 2 1 2 4 2

Silves Mafra Madalena Benfica B Imortal Olivais Moscavide Louletano Casa Pia

0 1 1 1 0 1 3 0 0

Beira-Mar Ovarense Santa Clara Feirense Maia Sporting da Covilhã Marco Estoril Leixões

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

Beira-Mar Portimonense Olhanense Leixões Aves Sp. Covilhã Gondomar Estoril Marco Varzim Santa Clara Vizela Feirense Moreirense Maia Chaves Barreirense Ovarense

28 27 27 26 24 24 24 22 19 19 19 18 15 15 14 14 13 10

15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15

7 7 7 7 7 6 7 6 5 4 4 4 4 3 3 3 2 2

7 6 6 5 3 6 3 4 4 7 7 6 3 6 5 5 7 4

1 2 2 3 5 3 5 5 6 4 4 5 8 6 7 7 6 9

G

15-07 21-13 17-11 16-6 20-16 18-14 24-19 25-22 22-28 19-20 14-14 21-19 19-27 16-24 20-24 12-17 12-17 19-32

17.ª Jornada (8-1-06) Beira Mar Olhanense Varzim Moreirense Chaves Portimonense Aves Barreirense Gondomar

-

Benfica Marítimo Belenenses Sporting de Braga Rio Ave Naval Estrela Amadora F. C. do Porto Boavista

1 1 2 2 1 0 1 3 1

0 0 0 0 0 2 2 1 1

Nacional Vitória de Setúbal Paços de Ferreira Académica Gil Vicente Sporting União de Leiria Penafiel Vitória Guimarães

Classificação

Pts. J V E D

G

1 25-12 2 15-7 4 21-15 1 15-9 3 13-16 4 16-15 3 18-11 5 15-13 6 15-18 5 13-15 3 8-8 6 15-16 6 13-19 7 15-24 7 14-22 9 10-21

13.ª Jornada (8-1-06) Un. Micaelense Real Oriental Vitória Setúbal B Odivelas Torreense Operário Pinhalnovense -

0 3 2 4 2 2 2 2 0

15.ª Jornada

Classificação

Classificação

6º Penalva Castelo 16 11 4 4 3 12-14 15 10 3 6 1 12-7 7º Pombal

14º Nelas

U. Micaelense Silves Mafra Madalena Benfica B Imortal Olivais Moscavide

Liga Betandwin

15.ª Jornada

12.ª Jornada

Trofense 3 0 Valdevez

Classificação

Liga de Honra

II Divisão - Série D

12.ª Jornada

Ovarense Santa Clara Feirense Maia Sp. Covilhã Marco Estoril Leixões Vizela

Pts. J V E D

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

F. C. do Porto 34 Nacional 30 Vitória Setúbal 29 Sport. Braga 29 Benfica 28 Sporting 27 Boavista 23 Paços Ferreira 21 Rio Ave 20 União de Leiria 18 Marítimo 18 Académica 18 Belenenses 17 Est. Amadora 16 Vit. Guimarães 14 Gil Vicente 14 Naval 11 Penafiel 7

15 10 15 9 15 9 15 9 15 8 15 8 15 5 15 6 15 5 15 5 15 4 15 5 15 5 15 4 15 4 15 4 15 3 15 1

4 1 3 3 2 4 2 4 4 3 3 4 8 2 3 6 5 5 3 7 6 5 3 7 2 8 4 7 2 9 2 9 2 10 4 10

G

26-10 17-7 12-4 15-7 22-12 20-16 21-14 17-19 20-21 18-20 16-17 14-20 16-17 11-15 9-21 11-18 13-25 11-26

17.ª Jornada (8-1-06) 08-01-2006 08-01-2006 08-01-2006 08-01-2006 08-01-2006 08-01-2006 08-01-2006 08-01-2006 08-01-2006

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Nacional - Vitória de Setúbal Benfica - Paços deFerreira Marítimo - Académica Belenenses - Gil Vicente Sporting de Braga - Sporting Rio Ave - União de Leiria Naval - Penafiel Est. Amadora - V. Guimarães F. C. do Porto - Boavista


CORREIO DE CARACAS - 22 DE DEZEMBRO DE 2005

As invencíveis armadas de "Felipão" e Agostinho A s selecções portuguesas de futebol viveram um ano de 2005 invencível e marcado pela qualificação da formação principal para o Mundial da Alemanha2006 e dos sub-21 para o respectivo Europeu, que Portugal organiza no pró ximo ano. Sob o comando do brasileiro Luiz Felipe Scolari, a selecção "AA" entrou para 2005 bem lançada na fase qualificação (quatro vitó rias e um empate, em 2004) e confirmou o bom arranque, terminandoa invicta, ao somar mais cinco triunfos e dois empates. A selecção lusa, que não teve verdadeiramente rival no grupo 3 - terminou sete pontos à frente de Eslováquia e Rú ssia -, vai estar, assim, pela quarta vez na fase final da principal competição de nações, depois das presenças em 1966, 1986 e 2002. Por seu lado, as "esperanças", de Agostinho Oliveira, somaram seis triunfos aos quatro do ano passado e concluíram o seu agrupamento com um trajecto 100 por cento vitorioso, perfeição que, face aos regulamentos, não evitou que a equipa tivesse de ir ao "play-off".

Face à Suíça, Portugal logrou um empate fora (1-1), depois de ter "oferecido" um golo bem cedo, e em casa, no Bessa, também teve de penar, já que os helvéticos marcaram primeiro, valendo, na segunda metade, os golos de Hugo Almeida e do suplente Silvestre Varela. Desta forma, 2006 vai ser um ano em "cheio" para as duas mais importantes selecções nacionais, com a presença no Alemanha2006, numa primeira fase com México, Angola e Irão, e a recepção do Europeu de sub-21, que Portugal vai tentar ganhar pela primeira vez. Face ao calendário (o Europeu finaliza escassos três dias antes do início do Mundial), a grande expectativa é o que acontecerá a jogadores como Ricardo Quaresma, acima de todos, Manuel Fernandes, Hugo Almeida, Hugo Viana ou João Moutinho, que têm actuado nas duas. Esse é um assunto para resolver, por Scolari e Agostinho, no pró ximo ano, depois de um "brilhante" 2005, em que nenhuma das formações cedeu num jogo "a sério", sendo que a principal até começou a perder, num particular em Dublin (0-1 na Repú blica da Irlanda). Depois desse desaire, a 09 de Feverei-

DESPORTO 31

ro, Portugal não mais perdeu qualquer encontro, tendo somado oito vitó rias sete das quais em outros tantos jogos caseiros - e três empates, com um balanço de golos muito favorável (24 marcados e apenas cinco sofridos). Apesar dos nú meros serem bem positivos, a formação das "quinas" não teve qualquer jogo em "cheio" em 2005, merecendo sobretudo destaque a forma pragmática como foram conseguidos os empates na Eslováquia (1-1) e na Rú ssia (0-0). Em termos individuais, destaque para os sete golos apontados por Pauleta, que passou a ser o melhor marcador da histó ria da selecção principal - soma 43 tentos, mais dois do que o "rei" Eusébio , e para mais uma série de grandes actuações de Cristiano Ronaldo. A segurança defensiva (escassos cinco golos sofridos) merece também destaque, num ano em que Scolari promoveu mais cinco jogadores a internacionais "AA", os defesas Ricardo Costa e Alex, os médios João Moutinho e João Alves e o guarda-redes Paulo Santos. Quanto à selecção de "sub-21", os nú meros foram ainda melhores, com oito

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vitó rias, um empate e uma derrota (21-4 em golos), sendo que, a exemplo da equipa principal, os mais novos só perderam a "brincar" (0-1 com a Hungria, em Viseu, a 16 de Agosto). De resto, o "onze" liderado por Agostinho Oliveira apenas cedeu um "nulo", na deslocação à Suíça (1-1 a 13 de Novembro), sendo que esse resultado acabou por ser positivo, uma vez que, quatro dias depois, Portugal ganhou no Bessa por 2-1. Destaque ainda para o suado triunfo conseguido em Moscovo, frente à Rú ssia (1-0, a 06 de Setembro), "selado" aos 85 minutos com um golo do "meio da rua" de Manuel Fernandes, e ainda para a goleada obtida em Talin (5-0, a 07 de Junho), face à Estó nia. Em matéria de individualidades, realce para uma série de notáveis actuações muitas coroadas com brilhantes assistências - do "capitão" Ricardo Quaresma, a pedir os "AA", e a capacidade finalizadora de Hugo Almeida, autor de sete golos.


CORREIO DE CARACAS – 22 DE DEZEMBRO DE 2005

Fim-de-ano na Madeira de novo no "Top 10" Francisco José Cardoso (DN - Madeira)

O

destino Madeira continua a ser recomendado nos mais distintos cantos do mundo, principalmente quando toca a indicar aos turistas os melhores locais para a passagem de ano. Desta feita, o portal da Internet Askmen.com, especializado em assuntos de homens, colocou as festividades de fim-de-ano da Madeira no 8º lugar entre 10 destinos de eleição. "Esqueça as habituais festas de Ano Novo", começa o texto. "Ao estabelecer algum tempo de descanso para visitar um destes 10 lugares, você fará parte de um evento inesquecível. São locais onde encontrará formas ú nicas de celebrar este 31 de Dezembro", aliciam os autores. "Nesta ocasião, todos querem encontrar algo memorável para fazer nessa noite. No entanto, porque as habituais festas são tão comuns, há uma grande pressão para fazer algo original. Estar longe de casa é uma das formas, por isso, utiliza este período de descanso de forma inteligente para visitar um destino de festas do melhor que há e, no caso destes "hotspots" (pontos

quentes), estará a celebrar como em 1999", em referência à passagem do milénio. Do 1º ao 10º , o Askmen.com enumera: 1º Rio de Janeiro, Brasil; 2º Cidade do Cabo, África do Sul; 3º Las Vegas, EUA; 4º Sydney, Austrália; 5º Marrocos; 6º Tó quio, Japão; 7º Goa, Í ndia; 8º Madeira; 9º Viena, Áustria; e 10º Havai, EUA. Para cada um destes destinos são salientadas algumas das suas características e o que o visitante poderá encontrar de melhor para a tal passagem de ano inesquecível. Sobre a Madeira, dizem que é "um paraíso na Terra ao longo do ano e apenas melhora nesta época de festa". E garantem: "A união entre uma grande cultura e uma gastronomia inesquecível com a atmosfera de festa coloca este lugar entre a nata dos destinos de fim-de-ano". A proposta é tentadora, dizem. Senão vejamos: "Pode alugar uma casa de campo e impregnar-se na atmosfera e praias ou, então, junte-se à populaça para deliciar-se com o famoso fogo-de-artifício e a animação das ruas". Saltando nesta descrição do nosso fimde-ano, citamos este trecho: "Quanto mais avança a noite, melhor. Para fazer desta

noite ainda mais especial, a Madeira oferece algumas excelentes bebidas para o acompanhar pela noite. Em vez de champanhe - ou também com -, experimente os famosos vinhos fortificados (Vinho Madeira), bem como a poncha ou a Nikita". A espetada e o peixe-espada-preto são aconselhados aos potenciais visitantes, como extras às festividades e uma

"obrigatoriedade". Não fosse a ligação de Internet aconselhada aos interessados, caso queiram saber mais - http://www.madeiratourism.org/uk/restaurantes/index.html -, levar a sítio algum, quando deveria levar o internauta ao portal oficial do Turismo da Madeira, este seria mais uma forma de promoção perfeita.

Emigrante morre no avião no regresso à terra natal Ricardo Duarte Freitas Diario de Noticias de Madeira Idosa sofreu uma doença sú bita cerca de 1h30 depois da aeronave da TAP descolar do aeroporto de Caracas Uma senhora natural da Madeira faleceu a bordo da aeronave da TAP durante a viagem Caracas-Funchal-Lisboa. A passageira terá sido acometida de uma doença sú bita, cerca de 1h30 apó s a descolagem da aeronave proveniente da Venezuela. Segundo o que o DIÁRIO apurou, a senhora, radicada naquele país da América Latina há algum tempo, regressava

à Madeira para passar o Natal e o Fimde-ano na companhia da família. Mas uma fatalidade a bordo do avião acabou por deitar por terra aquele anseio. A passageira começou por queixar-se da falta de ar e de dores no tó rax, vindo depois a perder os sentidos, sofrendo aquilo que aparentava ser uma paragem cardio-respirató ria. Desde o primeiro momento, a senhora foi assistida pela tripulação de bordo, que lhe ministrou os primeiros-socorros e tentou efectuar a reanimação vezes sem conta. Mas todos os esforços se revelaram infrutíferos. A situação causou uma grande apre-

ensão e transtorno entre todos passageiros que seguiam naquele voo realizado durante a madrugada de ontem. Apó s a aterragem do avião na Madeira, por volta das 6h00, a corporação de bombeiros baseada no aeroporto tinha já preparado o suporte básico de vida para efectuar uma ú ltima tentativa de ressuscitar a vítima. No entanto, o ó bito viria depois a ser confirmado pelo delegado de saú de médica. O cadáver foi removido para o Instituto de Medicina Legal para ser sujeito a autó psia e serem apuradas as reais causas da morte.


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