Correio da Venezuela 143

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“ Amizade” marca passo

Mais e melhor cooperação

Grupo parlamentar aguarda novos desenvolvimentos Página 13

Ilda Figueiredo (CDU) chama a atenção dos políticos Página 11

www.correiodevenezuela.com

O jornal da comunidade luso-venezuelana

ano 07 – N.º 143 - DePósito LegaL: 199901DF222 - PubLicação semanaL

caracas, 9 De FeVereiro De 2006 - VenezueLa: bs.: 1.000,00 / PortugaL: € 0,75

Conselheiros acusam autoridades lusas Em causa está a fraca participação nas Eleições Presidenciais. Os conselheiros culpam os organismos do Estado

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Lusodescendente lidera o grupo de rock venezuelano Página 18 Candy 66 Encontro anual reuniu emigrantes e autoridades políticas de Arcos de Valdevez Página 6

Portugueses isolados no bairro de Tacagua Ali vivem cerca de vinte familias lusas, que também são ví timas do colapso do “ viaduto uno” que tem afectado a maioria das actividades locais

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Comércio de Higuerote beneficia com azar de Vargas Página 4


2 | EDITORIAL Viagens proibitivas CORREIO DE CARACAS - 9 DE FEVEREIRO DE 2006

Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva, Noélia de Abreu, Victoria Urdaneta, Yamilem Gonzalez Correspondentes: Ana Pita Andrade (Maracay) Bernardete de Quintal (Curaçau) Briceida Yepez (Valencia) Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Franklin Lares Samuel Calzadilla Secretariado: Carolina de Nóbrega Distribuição: Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares

alar dos preços das passagens aéreas para Portugal, desde a Venezuela, comparativamente a outros países onde vivem emigrantes, causa uma enorme perplexidade. É inaceitável, sendo Portugal um país que precisa e promove o seu turismo, não haja quem encare com seriedade para a possibilidade de proporcionar aos seus emigrantes um turismo alternativo. Esta é uma possibilidade que não tem sido explorada convenientemente. Trata-se de desconhecimento das individualidades que tutelam o turismo em Portugal? Portugal prefere investir milhões em promoção das ilhas e todas as outras regiões do país, do que reduzir as tarifas

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para que os emigrantes visitem Portugal com mais frequência. Por acaso receiam que os emigrantes não regressem com disponibilidades financeiras para fazerem, eles pró prios, circuitos turísticos ou simplesmente frequentarem restaurantes e outros atractivos? Este é um terrível sinal de ignorâ ncia e de uma certa desconsideração. Para além disso, é muito triste constatar que ninguém propõe programas específicos para as segundas gerações de emigrantes. Assim, não admira que estas prefiram, na hora de escolher os destinos de férias, paragens bem longe de Portugal. Por mais quanto tempo continuará Portugal com esta falta de visão?

O CaRTOON Da SEMaNa Não sabia que a eleição do presidente do Centro Português era tão importante para os emigrantes!!

Quem diria!? Tiveram mais votos que as eleicões para a Presidência da República!!!

Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA

a SEMaNa MUITO BOM É justa a homenagem a um grupo de empresários de longa trajectória - todos portugueses que foram pioneiros na área dos supermercados na Venezuela, que deram um importante contributo para a criação de muitos empregos e que conseguiram elevar o nível dos supermercados no país. Este reconhecimento é promovido pela ANSA, uma das associações mais importantes da Venezuela no âmbito empresarial.

BOM Os portugueses naturais de Santa Maria da Feira e de Arcos de Valdevez realizaram, cada um por sua iniciativa, os tradicionais encontros anuais. Estas comunidades, embora pequenas, têm conseguido ao longo de vários anos, fomentar as ligações entre Portugal e Venezuela. Estas iniciativas têm feito com que as autoridades destes concelhos visitem a Venezuela para participarem nestes eventos. Uma forma de reconhecer o trabalho dos conterrâneos.

MaU O caminho para conseguir concretizar os acordos entre os Parlamentos venezuelano e português parece estar cheio de desencontros. Agora que foi constituído em Portugal, o processo aguarda pela satisfação de novas formalidades na Venezuela. É certo que a conjuntura política, que passou por diversas fases, nunca permitiu concretizar nenhum dos projectos anteriores. Esperemos que, desta vez, a iniciativa não volte a estagnar perante pequenas querelas.

MUITO MaU No espectáculo que proporcionou o cantor Quim Barreiros, no Centro Comercial La Cascada, em Los Teques, a nota negativa esteve a cargo de um dos assistentes que provocou o medo entre o público com um comportamento agressivo. É lamentável que um evento organizado com esforço para a comunidade, acabe com as marcas de violência, apenas por causa da inconsciência de algumas pessoas. Nota negativa a todos os que não sabem comportar-se, prejudicando o trabalho e o divertimento de terceiros.

O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias. El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.

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Portugueses esperam por segunda audiência esde a primeira audiência, em Novembro de 2005, que José Luís de Abreu Pita e Joaquim Ribeiro da Costa, acusados de fazerem parte de uma banda de sequestradores, aguardam pela data de novo encontro com a justiça por forma a se passar à fase seguinte do processo judicial. Segundo declarações de Rui Ribeiro, filho de Joaquim Ribeiro, estava previsto que uma vez terminadas as festas de Dezembro seria marcada a segunda audiência. No entanto, ainda não foi fixado qualquer dia com esse propó sito. Passaram um pouco mais de sete meses depois da sua detenção e o caso parece estar parado. Da “ Fiscalía” não há resposta oficial nem tão pouco quaisquer outros detalhes acerca dos factos que lhes são imputados. Sendo assim, permanecem ambos na expectativa de que a segunda audiência e a posterior realização do julgamento

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venha a acontecer quanto antes. José Luís de Abreu Pita, de 54 anos de idade, nascido na Ponta do Sol, e Joaquim Ribeiro da Costa, natural de Aveiro, foram detidos na segunda semana do mês de Junho, sendo acusados de pertencer a um grupo de sete sequestradores. A policia acusa os dois emigrantes de terem actuado como “ negociadores” . Calcula-se que tenham sido responsáveis pela fixação do montante que os familiares das vitimas deveriam pagar pelo resgate. Os dois portugueses foram detidos na prisão de “ La Planta” , em El Paraíso, e a sua situação tem sido incerta desde o momento da sua detenção. A 3 de Novembro do ano passado teve lugar a primeira audiência, conduzida pela juíza 31 de controlo, “ a qual não chegou a nenhum resultado e onde nada foi decidido” , segundo fontes extraoficiais. Os dois portugueses foram detidos na prisão de “ La Planta”

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Casa lusa de Valência celebra 2º Aniversário No próximo sábado, dia 11 de Fevereiro, pelas 7:00 p.m., as instalações da Casa Portuguesa de Valência, Estado Carabobo, acolhem a celebração do II Aniversário do centro. O Embaixador de Portugal na Venezuela, José Manuel da Costa Arsénio, o Cônsul de Portugal em Valência, Rui Monteiro, e representantes do Governo estadual venezuelano, assim como os sócios do clube marcarão presença nas festividades agendadas. A noite de animação musical estará a cargo das orquestras de Porfi Jiménez e do grupo “Estilo de Maracay”. São esperadas cerca de três mil pessoas entre associados e convidados. O preço dos bilhetes de entrada foi fixado em 30 mil bolívares por família. Para o caso de algum dos sócios desejar levar um amigo, a entrada terá um custo de ordem dos 20 mil bolívares por pessoa. Paralelamente a esta festa de aniversário, o grupo folclórico da Casa Portuguesa de Valência prepara para finais deste mês a celebração do Carnaval.


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Turismo invade zona de Higuerote Liliana da Silva lilianadasilva19@hotmail.com

m mês depois do encerramento do viaduto nú mero um da auto-estrada Caracas - La Guaira e mais além das ó bvias consequências deste facto para o país, os efeitos econó micos a ele associados começam a fazer-se sentir entre a população do Estado de Vargas, que dependia principalmente do turismo de fim-de-semana. Agora o turista, ante a impossibilidade de aceder às praias do litoral, encontra outro destino, passando este a ser favorecido pela situação criada pelo condicionamento viário: Higuerote. Esta localidade “ mirandina” começou a sentir uma avalanche de visitantes que se estima venha a romper todos os recordes durante as férias de Carnaval e da Semana Santa deste ano. As pequenas e suaves filas de trâ nsito que se formavam em alguns troços da estrada que liga Barlovento a Higuerote tornaramse agora mais frequentes e extensas por causa da grande afluência de veículos que ali ocorrem nos fins-de-semana. Um trajecto que antes demorava cerca de uma hora e meia, desde Caracas, agora normalmente é feito em duas horas ou duas horas e meia. Os comerciantes da zona mostram-se satisfeitos perante o aumento do nú mero de visitantes e revelam-se expectantes quanto ao aumento das vendas durante este mês de contingência. « Apesar de pouco tempo ter passado desde o fecho do viaduto, já começamos a sentir algumas melhorias nas nossas vendas, especialmente durante os fins-de-semana. Higuerote também vive do turismo e sendo agora o destino mais pró ximo para os “ caraqueños” , encontramo-nos assim numa posição privilegiada em comparação com outras cidades» , comentou Olga de Ferreira, proprietária de uma perfumaria. Para a comerciante, esta situação favorecerá os investimentos nesta localidade, podendo dar um salto em termos de desenvolvimento com maior rapidez, se o fecho do viaduto durar muito tempo. « Apesar de não vendermos

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Zona de Higuerote prepara-se a afluência de visitantes.

O encerramento do fecho do grande viaduto na importante auto-estrada Caracas - La Guaira está a desviar o turismo para aquela localidade “ mirandina” , beneficiando os comerciantes lusitanos da zona, que registam um aumento das vendas. produtos de primeira necessidade para os turistas, verificamos um incremento da ordem dos dez por cento nas nossas vendas» , observou. Mas há que realçar « que este aumento se regista mais sobretudo durante os fins-de-semana, pois durante o resto da semana mantemos as nossas vendas do costume» , afirmou esta emigrante radicada em Higuerote há 13 anos.

PrEPArAr A AFLUê nCiA dE ViSitAntES nO CArnAVAL no entanto, para outros comerciantes da zona as diferenças só poderão ser estabelecidas apó s as férias carnavalescas. « tem-se visto mais pessoas nas ruas, mas estimamos que as vendas só venham a aumentar consideravelmente durante os dias festivos» , afirmou Serafim de Sousa, dono de um talho. Face às expectativas, as pessoas preparam-se para responder à procura, diz. « Estamos comprando um pouco mais de stocks, pois estamos todos expectantes quanto ao que pode ocorrer, sobretudo porque temos sentido como os restaurantes e outros locais de venda de comida tem aumentado os seus pedidos. Se antes nos compravam 20 kg durante o fim-de-semana, passaram a comprar 40kg» , observa Sousa. do mesmo modo, enquanto os imó veis do Estado Vargas baixaram de valor em cerca de 60 por cento, fruto da fraca afluência sentida no litoral “ varguense” , em Higuerote se começa já a especular sobre o aumento do valor das propriedades da zona, ainda por cima quando se sabe que se encontra em construção a auto-estrada que unirá toda a região “ barloventeña” .


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Juventude versátil em Barquisimeto Trinidad de Macedo trini_macedo@yahoo.com

m 12 de Fevereiro de 1814 ocorreu a Batalha de La Victoria, em que jovens seminaristas e universitários lutaram sob as ordens de José Félix Ribas. Depois deste episó dio, a data foi consagrada ao Dia da Juventude. Assinalando esta celebração, o Correio procurou entre a comunidade portuguesa de Barquisimeto vários jovens luso-descendentes que se destacam na área artística, cultural e desportiva e que têm alcançado reconhecimentos vários devido à sua atitude e constâ ncia. Bruno de Castro Moreira nasceu em 1983, no Fermentelos, concelho de Águeda, Distrito de Aveiro. Filho de Antó nio Roque Moreira e Maria Eugenia de Castro Pires, chega à Venezuela com os pais aos quatro anos de idade. Pouco depois entra para o conservató rio de mú sica Vicente Emilio Sojo, seguindo a tradição da sua família no campo da aprendizagem musical. Pela mão da sua mãe começa a fazer trabalho cultural no Centro Luso Larense. É um dos primeiros membros do grupo cultural e folcló rico como bailarino e primeiro “ mandolina” na “ estudantina” do mesmo grupo. Faz ainda uma incursão pelo teatro com a obra “ Los Milagros de Fátima” . Mais tarde adere ao grupo rock “ Os Navegantes” como baterista. Apó s terminar o curso de bacharelato no colégio Andrés Bello, ingressa na Faculdade de Arquitectura e Urbanismo da U.C.V., onde actualmente cursa o 9º semestre. Aluno exemplar, foi alvo de um merecedor reconhecimento por parte da universidade. Paralelamente aos estudos, desenvolve um projecto que passa por gravar o seu terceiro CD. Bruno de Castro tem demonstrado a sua versatilidade ao combinar o rock com o folclore português e a mú sica crioula venezuelana, pois também toca a “ arpa llanera” . Também nascido no seio de uma família com tradições musicais, Diego Roque de Castro, possui desde muito novo razões suficientes para começar a participar em eventos culturais organizados pelo Centro Luso Larense. Estudante do nono ano no colégio Maria de Lourdes Perera, concilia há muito os seus estudos com a mú sica. Aos três anos de idade já realizava as coreografias de bailes folcló ricos e começou a aprender a arte de tocar

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Bruno de Castro Moreira

Diego Roque de Castro

Victor da Silva de Abreu

“ el cuatro” . Além de ser mú sico e bailarino de um grupo folcló rico português, é baterista do grupo de rock “ Genelipsys” . Está também na fila de trombones da orquestra “ Pequenos Mozart” do conservató rio de mú sica V. E. S., e tem ainda um lugar na fila de tenores do coro juvenil da Orquestra Sinfó nica de Lara. Este jovem representou dignamente os valores tradicionais portugueses, participando activamente em todos os eventos realizados pelo agrupamento cultural luso-larense, assim como também os valores venezuelanos, pois são já bastantes as suas actuações em cenários tão importantes, como o teatro Teresa Carreño en Caracas, e com a orquestra “ Pequenos Mozart” , deu-se a conhecer tanto na Venezuela como fora das suas fronteiras, pois já conta com duas digressões pelos Estados Unidos. Por seu turno, Victor Jorge Da Silva de Abreu nasceu em Março de 1982, em Barquisimeto. É filho de Bernardino Lú cio da Silva, madeirense, e de Teresa de Abreu. Desde criança despertou um gosto para a mú sica e os costumes portugueses. Formou parte do grupo folcló rico infantil do Centro Atlâ ntico Madeira, onde com o passar do tempo ascendeu ao grupo juvenil “ Orgulho português” , entretanto já desaparecido. Victor é amante do desporte, especialmente do futebol de salão. Participou nos jogos de FECEPORVEN que se realizaram em Maracay em Outubro de 1998 e em Acarigua fez parte da delegação de Madeira. Sempre esteve integrado nas actividades deste Centro, presidindo o comité juvenil no período 1996-98. Em 2001, realizou um curso de Mecâ nica Automotriz Básica num ano. Durante o tempo de espera para entrar na universidade dedicou-se a trabalhar com o pai numa fonte de soda da sua propriedade. Pelo meio integrou o grupo folcló rico “ Alegria da Nossa Terra” . Apó s ingressar na Universidade Nacional Experimental de Yaracuy (UNEY) começou uma carreira de Ciências e Cultura da Alimentação, onde actualmente cursa o 3º ano e se destacou com um trabalho sobre a Cultura do Vinho, feito que o emocionou muito já que lhe permitiu mostrar parte das suas origens.


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Portugueses isolados em Tacagua Se para chegar a este bairro antes não era uma tarefa fácil, agora converteu-se numa missão quase impossí vel. Nesta localidade, esquecida entre Caracas e La Guaira, vivem mais de 20 famí lias lusas. Jean Carlos De Abreu

deabreujean@yahoo.com

ntre a auto-estrada Caracas-La Guaira, passando o bairro Nueva Esparta, encontra-se uma pequena povoação chamada Tacagua, onde vivem mais de 20 famílias lusitanas. Este sector, no limite entre a capital e o Estado de Vargas, está localizado numa zona pouco povoada e com uma função comercial bastante reduzida. Chegar ao bairro é uma tarefa difícil, já que grande parte do percurso é feito através de caminhos irregulares, em terra e com pedras. Só depois de se andar um bom bocado de tempo por entre a poeira é que começam a aparecer as vivendas que vão desde as construções com pelo menos dois andares, geralmente habitadas por portugueses, até às modestas casas rurais feitas com folhas de zinco. O melhor que caracteriza Tacagua é a agricultura, apontam os seus habitantes, dado que o solo fértil é “ bom para semear qualquer tipo de hortaliças, verduras e tubérculos” . Muitos dos produtos que se levam para os mercados da capital e o litoral provém desta localidade. José Luís Da Silva Figueira, natural de Câ mara de Lobos, Madeira, chegou à Venezuela em 1979. Há 21 anos que está em Tacagua e desde que se radicou aqui tem-se dedicado ao cultivo da banana, limões, feijão e alfaces. O interlocutor do Correio é um produtor agrícola que vende no Mercado de Quinta Crespo, onde agora apenas se desloca quatro vezes por semana por causa do encerramento parcial do “ viaducto uno” . « Antes íamos todos os

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dias com as nossas mercadorias, mas agora temos de nos adaptar às circunstâ ncias» , observa. Para o agricultor luso, o trabalho que realiza não é fácil até porque, diz, a « semear qualquer coisa requer um truque pró prio» . A utilização da maquinaria moderna e um certo toque do cuidado « madeirense» fazem com que as suas colheitas sejam consideradas como « boas» . Em Tacagua, a maioria das actividades quotidianas foram afectadas. Até os horários das aulas nos colégios sofreram alterações. Jenny Dora Fernandes Pinto, uma psicopedagoga luso-descendente, referiu ao Correio que as quatro horas de aulas que se davam antes passaram agora para apenas duas. O colapso da auto-estrada também fez que com alguns habitantes de Tacagua tenham perdido os seus empregos por causa das longas filas que é preciso ultrapassar diariamente para se chegar a Caracas. Aceder ao sector é um privilégio apenas ao alcance dos condutores que possuem um salvo-conduto dado pelo Governo nacional. Caso contrário não se pode entrar no bairro. « Estamos num vazio, porque tudo é um problema para nó s. Não temos assistência médica especializada, é complicado viajarmos até Caracas e a insegurança começa a aumentar. Estamos sem ligações e praticamente incomunicáveis» , afirma Figueira.

POPuLAçãO ENTrE ALTOS E bAixOS Tacagua é considerada uma zona calma e sem ladrões, conta Maria Conceição de Jesus, outra portuguesa, desta feita natural da freguesia do Curral das

“Estamos num vazio, porque tudo é um problema para nós», queixam-se emigrantes em Tacagua.

O colapso da autoestrada também fez que com alguns habitantes de Tacagua tenham perdido os seus empregos por causa das longas filas que é preciso ultrapassar diariamente. Freiras, Madeira. Há 21 anos que vive nesta localidade venezuelana, lugar onde, afirma, nunca ouviu falar de algum acto de violência ou de vandalismo. « Todos nos conhecemos aqui. Mas depois do encerramento da via temos visto rostos diferentes que vêm cá para apanhar os autocarros que passam para Cara-

cas» , observou, mostrando o seu receio por esta nova situação. As vendas diminuíram e os distribuidores não aparecem, lamenta-se também em Tacagua. « Apenas a Polar e a Coca-cola» , esclarece Maria Conceição relatando que os negó cios vivem do pouco que vão vendendo e que é o que está em exposição nas montras. A emigrante acrescenta que na zona nunca houve problemas com os nativos nem com as autoridades, embora uma vez a “ Alcaldía” de Caracas tenha proibido a comunidade lusa de angariar fundos para construir um segundo andar na capela da localidade, argumentando que se o fizéssemos não « dariam as autori-

zações para que os portugueses fizessem as suas festas em honra da virgem de Fátima» , lamenta.

PrOSSEGuEM OS PLANOS DO GOVErNO As missões sociais que o Governo do presidente Hugo Chávez Frías estabeleceu para 2004, denominadas “ Misió n barrio Adentro” , “ Cantinas Populares” e “ Vuelvan Caras” , em Tacagua e El Limó n, estão sendo aplicadas actualmente. Há um ambulató rio que é atendido por médicos cubanos onde os habitantes podem aceder a consultas médicas e odontoló gicas gratuitas. Contudo, os portugueses entrevistados não costumam recorrer a estes


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« Alterações diminutas» Délia Meneses

delia_jornalista@yahoo.com

Vi Fó rum Social Mundial, que reuniu na Venezuela mais de 150 mil visitantes, contou com a presença de dois representantes do partido ecologista português “ Os Verdes” e uma delegação da Esquerda unitária Europeia. Formando parte deste ú ltimo grupo esteve a eurodeputada ilda Figueiredo que veio participar no Vi Fó rum Parlamentar Mundial, onde estiveram presentes deputados de América Latina, da Ásia e da Europa. Durante a sua estadia em Caracas, Figueiredo viu com agrado a abertura que as autoridades venezuelanas demonstram para uma cooperação com Portugal. Por este motivo pensa que o governo português deve aproveitar este interesse para a promoção « dos nossos produtos aqui na Venezuela« . « Eu penso que as autoridades portuguesas não podem estar cegas a este interesse. Aqui sente-se carinho por Portugal» , disse ilda Figueiredo, eleita parlamentar em 1999 ao Parlamento Europeu. Talvez por ter se dedicado à formação contínua de professores, Figueiredo considera prioritário que o Estado português promova a defesa da língua e da cultura portuguesa. Pensa que uma das formas de o fazer é colocando os professores de língua portuguesa que são solicitados. « Sabendo que o presidente Chávez mostrou interesse em que houvesse professores de língua portuguesa aqui, o governo português deve promover a vinda para Venezuela de professores. E nos iremos lutar por isso. Não se pode promover a nossa cultura senão se tiver professores que ajudem a consolidar a língua

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que é um elo fundamental da cultura portuguesa» . A deputada vê com preocupação a escassez de apoio aos emigrantes nos diversos países da “ diáspora” . As queixas sempre são as mesmas. Falta de consulados, falta de pessoal nos consulados, a falta de apoio a uma política cultural e linguística. « Nó s sempre chamámos a atenção do governo sobre estes problemas, para que a situação se altere, mas infelizmente as alterações tem sido diminutas. É fundamental apoiar a comunidade portuguesa na área da cultura com a promoção de eventos que dêem a conhecer na Venezuela a cultura portuguesa» , apela.

MAiOr CONSOLiDAçãO A ú ltima vez que a eurodeputada ilda Figueiredo esteve na Venezuela foi na data em que se celebrou o referendo revogató rio, em Agosto do 2004. Com respeito a essa época, nota diferenças marcantes. « Penso que a situação está mais consolidada hoje. Estão a ser feitos grandes investimentos na melhoria das condições sociais da população venezuelana que era tão discriminada. Há avanços no plano legislativo e também na prática» , comentou ao Correio. De aquilo que observou e que lhe foi dito considera que há de facto saltos qualitativos importantes. Entende que existe uma maior consolidação da revolução bolivariana na resposta aos problemas fundamentais da população, da alimentação, da saú de e da educação. « Sublinho como muito importante esta iniciativa para o combate contra o analfabetismo. igualmente todos os programas que estão a fazer nos bairros e o avanço na consolidação da reforma agrária» , reiterou a eurodeputada portuguesa.

«As próprias autoridades venezuelanas têm dado conta do seu interesse em aprofundar a cooperação com Portugal», assegura a Ilda Figueiredo.

LuTA COMuM ilda Figueiredo teve a oportunidade de intervir no Fó rum Parlamentar Mundial sobre a situação que hoje se vive na união Europeia. Falou do crescimento e intensificação do neoliberalismo e da tentativa de consagrar na Constituição Europeia esta corrente ideoló gica « com todas as consequências negativas» . Os grupos econó micos financeiros da união Europeia estão a “ tentar uma centralização do poder, um empobrecimento da democracia e a intensificação da liberalização das privatizações de sectores e serviços

pú blicos essenciais” , denuncia. No Fó rum em Caracas também falou do militarismo “ que é o outro aspecto da intensificação que se vive não apenas com os Estados unidos mas igualmente na união Europeia” . Para a eurodeputada, o Fó rum Parlamentar Mundial deixou claro que a luta da América Latina, na Venezuela, Cuba, bolívia, uruguai, Chile, brasil, é uma luta que é comum à dos povos e trabalhadores da união Europeia. « São lutas contra o neoliberalismo e lutas por maior justiça social» , observa.


12 | HISTÓRIA DE VIDA

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Vida de ganhos e perdas Albina de Jesús Quintal Camacha, Madeira

lbina de Jesú s Quintal, natural da Camacha, ilha da Madeira, do sítio de Xao, é uma emigrante que chegou à Venezuela há 48 anos empurrada pelas vicissitudes da vida e porque o seu marido assim o decidiu. Quando chegou a La Guaira a bordo de um barco a primeira coisa que lhe chamou a atenção foi ver as casas de tijolos sobre a montanha desde à beira mar. Os familiares disseram-lhe depois que eram casas humildes. Não só acabava de dar início a uma mudança radical ao nível do espaço como também entrava num mundo laboral novo. Na sua terra natal bordava lenços e efectuava outros trabalhos de costura, a exemplo de muitas das raparigas do seu tempo. Mas em Caracas tinha de lavar, engomar, cozinhar e dar atenção à sua família Sendo ainda uma jovem, aos 32 anos tudo lhe « parecia excelente e belo» . Albina instalou-se em La Campiña, um bairro de classe média onde viria a formar família e a criar os seus dois filhos, Jesus Alberto e Nelson. O trabalho nunca a assustou. Também chegou a cozer para uma fábrica e, apó s morte do marido, teve de se encarregar do negó cio de mó veis de vimes,

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Devido à sua idade avançada, a emigrante optou por ir para o lar da terceira idade “ Padre Joaquim Ferreira” . A sua esperança é residir aqui e ajudar os idosos, colaborar com as irmãs e cumprir com uma missão cristã: ajudar ao próximo. onde acabou por instalar uma pequena agência de lotaria. A condição de viú va obrigou-a de ter de enfrentar a dupla responsabilidade de ter de actuar como mãe e pai e de velar pelo bem-estar dos seus « maravilhosos filhos» , com que Deus a abençoou. Recorda-se de Jesus Alberto como um rapaz robusto, de cabelo negro, que conseguiu fundar uma família feliz e ser pai de duas filhas. Mas também se lembra tristemente que o destino se interpô s em 2001, quando o levou devido a um doença mortal provocada por uma bactéria no coração. O seu ú nico consolo foi ter outro filho. Mas foi obrigada a manter-se firme nas suas decisões e a continuar lutando por uma vida melhor. Mãe e filho apoiaram-se mutuamente ante tal perda. Contudo Albina tinha de se preocupar com Nelson, pois este sofre de atraso mental.

Devido à sua idade avançada, a emigrante optou por ir para o lar da terceira idade Padre Joaquim Ferreira. A sua esperança é residir aqui e ajudar os idosos, colaborar com as irmãs e cumprir com uma missão cristã: ajudar ao pró ximo. Albina persegue ainda um outro objectivo que é o de arranjar um lugar para o filho antes de falecer. Tomou a decisão de arrendar o apartamento que havia sido a sede do seu lar, que comprou com muito esforço e suor, de forma a conseguir cobrir os custos que advém da sua presença e a de Nelson no lar de terceira idade. Recentemente recebeu uma alegria inesperada. Dois sobrinhos e um irmão ofereceram-lhe uma viagem a Portugal. Aos 72 anos sentiu uma comoção de grande felicidade ao rever antiga casa, as amizades e família. Apesar de tudo não era capaz de ficar a viver na ilha porque ela agora « ama a Venezuela» . O calor do país e o carisma dos seus habitantes sãos as coisas que mais aprecia. Para além disso, na sua residência actual, Albina sente-se ú til. Colabora com as “ Damas Portuguesas de Beneficência de Caracas” , que administram o Lar, e faz trabalhos de cozinha, atende os velhinhos, entre outras actividades que a idade permite. Só pede a Deus que lhe dê saú de até pelo menos o filho Nelson estar completamente instalado no Lar.

Aos 72 anos, Albina de Jesús Quintal, sentiu uma comoção de grande felicidade ao rever antiga casa, as amizades e a família, na Madeira.


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Grupo Amizade espera Kir-Her Yánez Kir_hers@cantv.net

om a recente criação do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal - Venezuela, as intenções para o reforço dos laços culturais, econó micos e só cias entre os dois países parecem agora mais pró ximas. No entanto, um novo entrave pode atrasar o início das diversas iniciativas bilaterais. O deputado luso-descendente José Guido de Freitas, do Estado do Vargas, explicou que para o mandato de 2006-2011 da Assembleia Nacional, será realizada uma nova configuração do Grupo Parlamentar de Amizade. “ É necessário conformar a nova directiva de acordo com os novos membros do Parlamento que foram escolhidos nas passadas eleições” , explicou. Foi em 2001 que vários deputados venezuelanos

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formalizaram a instalação do “ Grupo de Amistad Parlamentaria Venezuela-Portugal” , presidido por William Lara, ex-presidente da Assembleia Nacional Venezuelana. Desde então, são poucos os resultados que se conseguiram alcançar. Freitas aponta a situação política do país como a causa para a escassa actividade do grupo. “ A Assembleia é sensível a todos os acontecimentos nacionais. No entanto, houve contactos com alguns parlamentares portugueses, com autoridades do Governo Regional da Madeira, com o novo embaixador de Portugal na Venezuela e o Cô nsul. Também pela primeira vez se fez um acto por ocasião do Dia de Portugal no Parlamento, onde prestamos honras na Plaza Bolívar de Caracas com orquestras que tocavam mú sica típica de Portugal e da Venezuela” , disse. Guido notou que ainda

O deputado espera que se venham a fortalecer as relações bilaterais.

não está marcada uma data para a reunião entre ambos os grupos de amizade. “ De momento estamos a proceder à instalação na Assembleia e a realizar novas propostas de leis, mas de certo que virão os encontros e se efectuarão também os necessários relacionamentos. O deputado venezuelano espera que com a conformação do grupo em Portugal, presidido pelo deputado do PSD da Madeira, Correia

de Jesus, se venham a fortalecer significativamente as relações bilaterais. A vice-presidência do grupo está entregue a José Lello, deputado socialista, ex-ministro do Desporto e antigo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, recentemente eleito presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Brasil.

breves

Até 31 de Dezembro de 2006 será permitido viajar com o passaporte azul e do “vinotinto” identificado com o nome da República de Venezuela, segundo informação veiculada pela “Dirección de Pasaportes de la Onidex”. As pessoas que possuem o passaporte da República Bolivariana de Venezuela poderão utilizá-lo até à expiração da data de validade. Por outro lado, a renovação do documento foi eliminada. A partir de agora quem tiver um passaporte cuja validade haja expirado, terá de requerer um novo para obter o da “Comunidad Andina”, que será emitido de agora em diante.


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Autoridades portuguesas devem sensibilizar comunidade Délia Meneses delia_jornalista@yahoo.com

osé Luís Ferreira, membro do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas e conselheiro principal pela Venezuela, saiu em defesa dos seus representados em relação a críticas proferidas pelo Correio, na edição 141. Num editorial intitulado “ Onde estão os conselheiros?” , os conselheiros foram criticados devido ao seu desinteresse perante as eleições. “ Constatei com estranheza o ataque que o Correio fez aos conselheiros, acusando- -os de possuir pouca informação sobre as eleições, assim como pela falta de sensibilidade no sentido de divulgar o compromisso que a comunidade devia ter assumido perante o acto eleitoral” , disse, a propó sito, José Luís Ferreira.

J

Não foi esse o compromisso assumido pelos conselheiros, num trabalho publicado numa edição do nosso jornal? Foi, mas a lei não permite que o recenseamento eleitoral seja feito sem a presença de um funcionário consular. Como tal, sem o apoio do Consulado devido à falta de pessoal, nada feito. Além do mais, recensear-se no estrangeiro não é obrigató rio, como é em Portugal. Alem do compromisso de cada cidadão de assumir o seu dever cívico, quem deve, na sua opinião, assumir a responsabilidade de divulgar o evento mais representativo da democracia portuguesa? Quem tem essa responsabilidade são as autoridades portuguesas, pois

nó s não temos verbas para tal. Não sei se é o Consulado, se é a Embaixada ou se é o Ministério dos Negó cios Estrangeiros. Se repararem, em comparação com Espanha, Itália e França, todos anunciam nos jornais o dia das eleições e também as instruções de como votar. Isso não se viu aqui. Aqui, os emigrantes só souberam das eleições através da RTP e do CORREIO. Basta reparar que, nos três dias de eleições, o consulado tinha um ambiente de funerária. Não havia ambiente de festa democrática. Estavam as portas fechadas e dois vigilantes por trás de uns vidros fumados... Conheço muita gente que passou por lá e pensou que o Consulado estava fechado. Mas então não o preocupa que os portugueses na Venezuela não tenham ido a votar? Sim, preocupa-me. O que não estou de acordo é que se diga que só nos preocupamos em marcar a passagem para ir a Lisboa quando, no meu caso pessoal, tenho pago as minhas do meu bolso. O estado deve-me três bilhetes aéreos. Mas voltando ao caso das eleições, e para o conhecimento da comunidade, o secretário de Estado (das Comunidades) já anunciou medidas de recenseamento automático para todas aquelas pessoas que todos os dias surgem nos respectivos consulados a tratar de alguma documentação. Antes, dependia-se apenas da disponibilidade e da boa vontade do funcionário consular para recensear os utentes. Qual é a função dos Conselheiros? As nossas funções não são vinculativas, somos apenas um ó rgão de con-

Os Conselheiros querem um assistente social para o Consulado de Caracas

sulta do governo português. Então como é que vão a Portugal representar a comunidade na Venezuela, se são Representantes do governo? Vamos a Portugal debater assuntos gerais a nível mundial, não só da Venezuela, embora também levemos inquietudes pontuais. Mas o Conselho Permanente é para debater assuntos gerais da emigração no mundo, já que todos têm problemas mais ou menos similares, salvo uma ou outra excepção. Uma pergunta que muitos emigrantes fazem é o que é que os conselheiros conseguiram até agora para Venezuela? O vosso jornal já tem noticiado muitos logros. Mas começo por recordar o apoio aos emigrantes mais carenciados, a ASIC, a ASEC, a pressão que temos feito para que melhorem os

nossos serviços consulares mediante a autorização de mais pessoal, a lei da dupla nacionalidade, etc. Quais são as vossas pró ximas propostas ou que inquietudes vão levar a Portugal, se é que as podem debater no Parlamento? Vamos trabalhar no sentido de exigir ao Ministério dos Negó cios Estrangeiros que nos envie um assistente social para o Consulado, já que essa figura nunca existiu no Consulado em Caracas, ao contrário do que acontece nos outros consulados no mundo. Vamos também pedir que melhorem os serviços consulares de Caracas, já que recebemos diariamente denú ncias de maus serviços, de mau atendimento e de escassa informação. Há inclusivamente denú ncias de maus-tratos por parte de alguns funcionários consulares, mas felizmente não são todos.

“ Fideicomiso” será reestructurado Tábita Barrera tababor@cantv.net

través de um aviso publicado na edição do Correio de 1 de Dezembro de 2005, foi informado aos beneficiários de empréstimos do “ Fideicomiso” do Banco Venezuelano de Crédito, que receberam ajuda apó s a tragédia de Vargas de 1999, para se porem em

A

contacto, o mais brevemente possível, com esta instituição financeira. O Banco está a reiterar o apelo que fez no anú ncio e comunica às pessoas que contraíram a dívida para contactarem Mariana Cordero ao 8066431, de modo a se inteirarem da sua situação. Segundo fontes do Banco, os beneficiários que até 31 de Agosto de 2005 tinham cumprido as

suas obrigações mensais, serão dispensados dos compromissos financeiros. Do mesmo modo, toda a dívida que existia até a essa data, será reestruturada pela Embaixada de Portugal, mas em condições que ainda não foram estipuladas. O Banco Venezuelano de Crédito solicitou às autoridades portuguesas uma lista actualizada dos

beneficiários dos empréstimos, estando neste momento a aguardar resposta por parte de Graça Montalvo e Teresa Acosta, responsáveis do governo português. Foi ainda informado acerca da possibilidade de três ou quatro pessoas que se encontram em “ período de gracia” poderão ser também libertadas do pagamento em dívida.

Os beneficiários receberam ajuda após a tragédia de Vargas de 1999


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Meios justos criam sociedade justa Yacarlí Carreño yacarli@gmail.com

jornalista Michael Leslie protagonizou uma interessante conversa sobre a aplicação da não-violência no desenvolvimento de sociedades polarizadas, na Faculdade de Ciências Econó micas e Sociais da UCV. A sociedade venezuelana, reconheceu o orador, atravessa um “ momento crítico” e apontou a nãoviolência como prática e ideologia, como forma de protesto ou resposta à violência. “ É uma ferramenta para entender os conflitos como a transformação social; como um processo no qual há que parar e ver o que se passa, de interiorizar valores cívicos e actuar em consequência” , explicou então o profissional da comunicação social, dizendo que tal se trata de “ uma maneira de enfrentar os problemas com passividade e atenção para melhor aprender sobre a sua essência” . Segundo defendeu o jornalista norte-americano, os meios são fundamentais dado que os seus conteú dos perpetuam as estruturas sociais existentes. “ Meios mais justos levariamnos a uma sociedade mais justa. Se

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A

breVes 400 mil viram o crime Já é o filme português mais visto de todos os tempos, superando Tentação, de Joaquim Leitão, que chegou aos 361.312 espectadores. O filme de Carlos Coelho da Silva, uma versão actualizada, e muito pessoal, do famoso romance de Eça de Queirós chegou aos circuitos comerciais em Outubro de 2005 e para o sucesso de bilheteira do mesmo muito deve ter contribuído o talento e os encantos físicos de Soraia Chaves, no papel de Amélia. No Crime... de Coelho da Silva, o padre Amaro é um recém saído do seminário que vai parar a um bairro problemático dos arredores de Lisboa onde reinam a violência e a marginalidade... sem faltar uma boa dose de palavrões do português mais vernáculo.

Cinema no IPC Para Michael Leslie não é necessário dedicar tanto espaço ao sexo e à violência.

conseguíssemos olhar para dentro de nó s, incorporar os nossos valores e levá-los para a gestão dos meios, podemos conseguir uma sociedade melhor, com informação muito mais ú til” , sugeriu. Para Michael Leslie não é necessário dedicar tanto espaço ao sexo e à violência mas sim dar um pouco mais ao espírito humano. “ Está demonstrado que quando os meios dão atenção a problemáticas sociais o Mundo não se mostra indiferente. As pessoas do mundo estão disponíveis

para ajudar quem está em crise, sem se importar com a cor” , garante. Leslie licenciou-se na Universidade da Califó rnia, tendo mais tarde se doutorado na Universidade de Washington e um mestrado na Universidade de Columbia. É responsável pela realização de investigações interculturais nos Camarões, Bélgica, Estados Unidos, Angola e Moçambique, antigas coló nias portuguesas. É também professor assistente na área de Comunicação da Escola de Jornalismo da Universidade da Florida.

Faleceu último tocador de Professores convidam “ xaramba” na Venezuela a ler textos nas escolas ntó nio Pisa, natural do Rochão, Camacha, ilha da Madeira, um dos poucos emigrantes na Venezuela que mantinha vivo um género tradicional de mú sica portuguesa como é o “ xaramba” , faleceu aos 81 anos. De ocupação taxista, Pisa foi um homem que viveu uma vida modesta mas com grande honestidade. Tinha 55 anos que não visitava a Madeira mas à estava a espera de poder viajar graças ao programa “ Portugal no Coração” , o qual tem levado emigrantes com mais de 60 anos e de poucos recursos a visitar a sua terra natal. Pisa esperava ser contemplado neste sorteio, mas só teria a resposta no mês de Maio. O emigrante morreu sem con-

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cretizar este ú ltimo sonho. Os seguidores desta tradição musical na Venezuela lamentam profundamente o falecimento repentino de Pisa, e temem pelo tradição já que este o ú nico tocador de viola de arame do ú nico grupo de Xaramba que existe na Venezuela. Os “ xarambistas” também se queixam da falta de apoio das autoridades para com esta expressão da cultura portuguesa, pois pensam que ninguém se tem interessado por preservar este tipo de cultura musical na Venezuela. Este grupo tocava em diferentes cidades. Já tinham ido a Valência, Barquisimeto, Acarigua, Falcó n, Maracay, e Punto Fijo.

A Associaç ão de Professores de Português (APP) anunciou recentemente o lançamento da terceira edição do projecto "Ler Consigo", que visa levar o cidadão comum às escolas para ler textos do seu agrado. O projecto vai decorrer este ano de 27 a 31 de Março, ú ltima semana de aulas do segundo período, com as escolas aderentes a receber encarregados de educação, vizinhos, antigos alunos ou quaisquer outras pessoas que desejem convidar. Os convidados terão 10 a 20 minutos para ler em voz alta um texto à sua escolha, prosseguindo a aula com uma conversa com os alunos sobre o tema dessa obra.

No primeiro ano, 2004, participaram no "Ler Consigo" 350 turmas de 60 concelhos de Portugal e de escolas portuguesas de quatro países estrangeiros. Em 2005, a participação diminuiu ligeiramente em Portugal (293 turmas de 53 concelhos), mas aumentou no estrangeiro, para sete países -Alemanha, França, Andorra, África do Sul, Venezuela,Estados Unidos e Canadá. A APP tem no seu sítio na Internet uma página (www.app.pt/lc) de apoio a este projecto, onde os interessados podem encontrar informaç ões sobre como participar, bem como um guião de actividades e a lista das turmas aderentes.

Num esforço por levar o cinema português à Comunidade, durante 2006 o Instituto Português de Cultura apresentará todos os meses, no último domingo do mês, uma amostra da nossa cinematografia. As sessões estarão estruturadas em forma de ciclos que permitirão uma visão abrangente do mundo da nossa “Sétima Arte”. Apresentaremos também exemplos de cinematografias de outros países que se debruçam sobre a nossa realidade ou onde participam, de forma importante, artistas portugueses. O projecto começou com a apresentação de O Crime da Aldeia Velha (1964) e terá uma segunda sessão no domingo 19 de Fevereiro, também enquadrado no ciclo Cinema & Literatura, quando será exibido o filme A Jangada de Pedra, do holandês George Sluizer, e baseado no romance homónimo de José Saramago, Premio Nobel de Literatura em 1998.

Parabéns mozartiano Maria João Pires, a mais famosa das pianistas portuguesas e uma das mais sólidas intérpretes de Mozart a nível mundial, apresentou-se, em Londres, em dois concertos para marcar o 250º aniversário do nascimento do genial músico austríaco. Acompanhada pela London Symphony Orchestra, que foi dirigida pelo maestro Bernard Haltink a pianista portuguesa, que esteve há vários anos em Caracas, tocou vários concertos, perante uma sala totalmente esgotada e rendida ao seu talento singular. Tomado do fax informativo do IPC


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Candy 66: rock “made in” Venezuela Liliana da Silva

Lilianadasilva19@hotmail.com

rock latino-americano teve como expoentes máximos ao longo da histó ria ou grupos ou solistas argentinos, mexicanos e, mais recentemente, colombianos. No entanto, desde há alguns anos vem emergindo um forte movimento de bandas de rock na Venezuela que tem conseguido, apó s impor-se ante o seu pú blico, transcender as fronteiras nacionais e reduzir a cinzas o mito de que o país não era capaz de competir neste tipo de género de mú sica. Um exemplo claro desta nova realidade é o grupo Candy 66, formado a titulo profissional desde 1998 por cinco jovens que desde então se têm dedicado a fazer mú sica com um cunho tão pessoal que os leva a actuar em palcos da Colô mbia, Estados Unidos e Venezuela. O começo dos Candy 66 remonta a 1995, quando três amigos começaram a tocar sem mais expectativas que não fossem de se divertir um pouco e de partilhar os seus gos-

O

tos e influências musicais. Nessa altura tocavam versões de outros grupos que lhes serviam de referência: Black Sabbath, Pantera, Sepultura e Nirvana. Durante perto de três anos, estes mú sicos participaram em alguns festivais regionais até que decidiram entrar num estú dio de gravação. A qualidade patenteada nesse encontro surpreendeu um produtor que não teve dú vidas em apoiá-los. “ Nesse momento tivemos de encontrar um nome para a banda. Escolhemos Candy 66 porque pode ser interpretado de várias maneiras. Todos na Venezuela se recordam dos desenhos animados Candy Candy, que em inglês significa caramelo, o que é uma contradição com o tipo de mú sica que fazemos. Era isso o que queríamos provocar” , explicou Jean Carlos de Oliveira, guitarrista e voz do grupo. Foi essa primeira demonstração que começou a tocar massivamente nas emissoras nacionais, somada ao triunfo alcançado no Festival de Novas Bandas de 2000, que os catapultou para a ribalta para

esfera musical venezuelana. “ Começamos uma digressão nacional e participamos num festival no Texas, Estados Unidos, conseguindo a distinção de fechar o evento apesar de estarem presentes bandas já conhecidas como os Aterciopelados ou os Rabanes” , observou Jean de Oliveira. Estes jovens não perderam muito tempo a saborear a sua

Familias Quintal e Duarte festejaram Em 28 de Janeiro ú ltimo foi celebrado o casamento religioso de Patrícia Quintal Gomes, de 23 anos, e de Miguel augusto Tavares Duarte, de 30 anos, na capela Nossa Senhora de Fátima do Centro Português de Caracas. Os noivos, formalizaram a união acompanhados dos pais, Américo Duarte e Maria Clara da Luz Duarte, oriundos de Viseu, Portugal continental, e Manuel da Purificação Quintal e Rosalinda Maria Gomes de Valente, naturais de Gaula, ilha da Madeira. A festa que se seguiu à cerimó nia reuniu familiares e amigos num convívio que decorreu no salão Maisó n Dorèe, no Centro Ciudad Comercial Tamanaco, em Chuao. A noiva brilhou com um vestido que foi criado e confeccionado pela desenhadora luso-descendente Angélica Fernandes, que se inspirou na personalidade româ ntica da jovem. "Quis que Patrícia brilhasse num vestido branco repleto de bordados com cristais de

Swarosky, elementos de prata e flores de Lalique, pois entendi que ela devia reluzir num vestido espanhol do século XVIII, o qual descreve a sua terna personalidade", comentou a desenhadora.

rápida ascensão e lançaram em 2002 o seu primeiro álbum, intitulado P.O.P., do qual venderam mais de cinco mil có pias, um feito importante para uma banda de rock nacional. Juntamente com o seu segundo CD, A+, realizaram uma digressão nacional com mais de 70 concertos de casa cheia, pelo que se tornaram merecedores de vários prémios da indú stria do rock da Venezuela. Em que consiste o êxito dos Candy 66? Apesar de nos terem catalogado como uma banda de rock duro, somos muito flexíveis e incorporamos outras tendências musicais, como o electró nico, o que dá origem a novos ritmos. Fundimos muitas cores dentro das texturas musicais. Estas misturas permitem-nos brindar os nossos seguidores com matérias originais, sem perder a nossa essência. Pode-se viver da mú sica na Venezuela? É muito difícil. Como todos os grupos passado por momentos bons e outros nem tanto assim. No entanto, temos conseguido manter uma equipa de trabalho estável. Fazer carreira nesta área é como andar numa montanha russa, pelo que é preciso não menosprezar incursões noutras áreas para garantir o futuro.

Essas outras áreas, no teu caso, estão ligadas à mú sica? Sim. Ao fazeres parte de um grupo de mú sica aprendes uma infinidade de coisas. A maioria dos temas são compostos por mim, o que me tem permitido explorar esta minha faceta para outras bandas. Para além disso, sou engenheiro de som, o que me permite trabalhar em produção, dirigindo outros grupos, na publicidade. Apesar do êxito, os roqueiros costumam se catalogados como personagens negativos… Obviamente que existe um preconceito, mas nem todos os mú sicos deste género temos coisas más para dizer. Como pai, a mim me preocuparia mais se os meus filhos escutassem um “ reggaeton” que costuma ter letras mais ligadas ao sexo que um rock. Esses preconceitos não preocuparam a tua família? A minha família apoio-me desde sempre e são o pilar fundamental do meu trabalho. Eles iluminaram esta minha paixão e tem-me acompanhado desde o início da carreira. Por isso lhes dedico tudo o que sou e o que alcancei. A minha família é muito aberta e livre de preconceitos. Deram-nos a liberdade para ser o que queiramos sempre e quando não nos magoemos nem aos outros. Além disso, são seguidores de este tipo de mú sica. Até a minha mãe gosta e acompanhou-me a Lisboa no ano passado pois é uma “ fanática” dos Metálica e dos Sepultura, como eu. Sendo parte fundamental do teu êxito, que ensinamentos te tem dando a tua família? As poucas famílias portuguesas que conheço, a exemplo da minha, possuem muitos valores. O trabalho, a dedicação, o amor pela família, a fé, são constantes que conseguem transmitir aos seus filhos. Os meus pais deixaramme vontade de vender na vida, de arriscar para conseguir o que se deseja e também desfrutar das coisas do quotidiano.


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Alguns dAdos Geografia: Figueira da Foz tem cerca de 378,21 km2 de área e 62.601 habitantes, segundo o Censo de 2001. Este município encontra-se subdividido em 18 freguesias e localizado no litoral atlâ ntico junto a foz do rio Mondego. Actividades econó micas: as principias actividades são a pesca, a indú stria vidreira, agricultura, indú stria de sal e turismo, que se converteu na maior fonte de rendimentos anuais. desportos: as condições desta região tornam-na ideal

para a prática de desportos, relacionados na sua maioria coma a água como: a vela, a motonáutica, a natação, o surf, remo e windsurf, sem contar com o internacionalmente famoso Mundialito de Futebol de Praia que se realiza nos meses de Julho e Agosto. tradições: apesar de ser uma das cidades mais evoluídas e desenvolvidas de Portugal, a Figueira da Foz mantém vivas as sus mais antigas tradições e costumes, entre as que se destacam o artesanato e as festas populares. As-

sim, em 24 de Junho decorre a Festa da Cidade, a qual consegue congregar um importante nú mero de visitantes. recursos naturais: as praias e o sol são os recursos más conhecidos de Figueira da Foz. Este panorama junto às areias douradas que bordeiam por cerca de quatro km as suas águas evoca a mais paradisíacas ilhas das Caraíbas. É por isso que esta cidade tem-se convertido num dos principais destinos para quem deseja desfrutar de umas férias relaxantes e divertidas. A Figueira da

Foz também se pode orgulhar dos seus mú ltiplos espaços verdes, que convidam os visitantes a agradáveis passeios.diversão: para aqueles que gostam de sair à noite, a Figueira da Foz oferece duas opções: uma mais româ ntica e outra mais animada e “ aloucada” . A primeira contempla passeios pelas ruas da cidade velha ou um bom jantar. A segunda uma visita ao Casino, que também oferece espectáculos de variedades, ou ainda uma noite de festa em bares, discotecas e esplanadas.

Figueira da Foz: o rio, o mar e a serra Uma trilogia de recursos naturais que têm sido recitados em poemas e em canções pelos maiores artistas portugueses e se têm mantido inalteráveis com o passar do tempo.

Liliana da Silva

Lilianadasilva19@hotmail.com

inda cidade à b e i r a mar...Mais bela entre as mais belas. Cidade de sedução e encantamento (...) Porque a Figueira da Foz é o mar e é a serra, a perspectiva sem rival das suas linhas, é o encanto do céu que nos enche a alma dum enternecido amor à beleza.” Este fragmento de um poema escrito por Camilo Pais há muitos anos resume o sentimento e as emoções que sentem aqueles que calcorreiam esta cidade do centro de Portugal; terra abençoada por extensas e cristalinas praias onde o azul do mar e o do céu se conjugam numa paisagem inesquecível. Assim é a Figueira da Foz, um destino da geografia portuguesa com muitos encantos por descobrir. A origem do nome da cidade deve-se em parte à

“ L

existência de uma figueira no cais da Salmanha, onde, segundo a lenda, os pescadores da região amarravam os seus barcos. Por sua parte, a palavra “ foz” derivaria do latim “ fouces” , que significa boca do rio ou desembocadura. Um nome muito ligado às suas riquezas naturais e à histó ria deste povo, pois à semelhança de outras zonas de Portugal, onde os rios jogaram um papel importante para o desenvolvimento das antigas civilizações e cidades, também o rio Mondego contribuiu a para a fixação dos homens e a formação de uma povoação que veio dar origem à Figueira da Foz. Segundo os historiadores e os vestígios que se encontraram na Figueira da Foz, o homem está presente nesta região desde há milhares de anos, por isso se podem encontrar nas suas rua e na sua arquitectura a presencia de várias correntes artísticas e influência de diversos povos, o que torna ainda

mais interessante um passeio pela sua histó ria. No entanto, esta cidade começa a caminhar para o seu auge em finais do século XIX, quando foi descoberta como estâ ncia balnear. Nessa época, o turismo começou a perfilar-se como a actividade econó mica mais promissora da região, pois quem a visitava podia desfrutar do seu mar, praia, serra, monumentos, enfim, de mú ltiplas opções para passar umas férias inesquecíveis.

MoNUMENtoS PArA dESCobrIr: Além de obter um bom bronzeado na época de Verão, na Figueira da Foz pode receber uma cátedra de histó ria e arquitectura sem muito mais esforço que percorrer as suas ruas. Em cada canto poderá descobrir um vestígio de épocas passadas, ao mesmo tempo que obras contemporâ neas que fazem da Figueira da Foz uma cidade onde o passado e o futuro se fundem no mesmo

espaço. Aqui lhe oferecemos um pequeno guia de monumentos: - Monumento ao Soldado Curado: construído em 1929, pela coló nia francesa residente em Portugal, constitui uma homenagem ao soldado Antó nio Gonçalves Curado, natural de Lavos (Figueira da Foz), o primeiro soldado português morto na guerra de 1914-1918, em França. - Capela do Senhor da Paciência: nesta capela existe uma imagem de Nossa Senhora, em pedra, datada do Século XV, que é, pela ingenuidade, delicadeza do rosto e pregueado do manto, um dos exemplares de imaginário mais interessantes da região. - Castro de Santa olaia: foi neste outeiro que o dr. Antó nio dos Santos rocha, conquistou os maiores triunfos para si e para a ciência arqueoló gica portuguesa. - Museu Municipal dr. dos Santos rocha: é um dos principais Museus nacionais,

em Arqueologia Pré-Histó rica. Notáveis são também as colecções de Etnografia, Cerâ mica, Numismática, Escultura religiosa, Mobiliário, etc. e ainda uma Galeria de Arte (Sala Mário Augusto), com quadros e esculturas de alguns dos melhores artistas contemporâ neos portugueses e representação estrangeira. - Igreja de São Julião: igreja matriz da Figueira da Foz. Ali se localiza a génese da Figueira da Foz, que no Século XI, o Abade Pedro edificou sobre as ruínas de um templo Cristão destruído pelo Árabes. É digno de ver-se, um retábulo em pedra de Ançã, de muito boa escultura (primeira metade do Século XVI), representando a cena de Pentecostes. - Casino da Figueira: fundado desde 1900, no edifício inaugurado em 1884, com o nome de teatro Circo Saraiva de Carvalho. o tecto do Salão de Festas foi pintado pelo cenó grafo Eduardo José Machado.


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Morreu antigo arcebispo de Évora D. David de Sousa antigo arcebispo de Évora D. David de Sousa morreu dia 5, domingo, em Lisboa, aos 94 anos, sendo os restos mortais transladados terça-feira para a Sé de Évora, cidade onde ficará sepultado, disse hoje à Agência Lusa fonte eclesiástica. Arcebispo emérito da Arquidiocese de Évora, morreu domingo no Seminário da Luz, em Lisboa, onde se encontrava desde Dezembro de 1981. Nascido a 25 de Outubro de 1911, em Marco de Canaveses (Porto), D. David de Sousa foi bispo do Funchal entre 1957 e 1965, tendo tomado posse no ano seguinte como Arcebispo de Évora, cargo a que resignou a 26 de Outubro de 1981.

O

Pessoa de «muita simplicidade», D. David Sousa chegou à Madeira em 1957 e a recebê-lo estava uma grande tempestade. Não se intimidou. Na terça-feira, às 14:00, na igreja do Seminário da Luz, o cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, preside à missa exequial, seguindo-se a transladação dos restos mortais para a Catedral de Évora, onde às 18:00 o bispo emérito do Algarve, D. Manuel Madureira Dias, presidirá ao canto de vésperas. Na quarta-feira, o arcebispo de Évora, D. Maurílio

de Gouveia, que substituiu no cargo D. David de Sousa, preside às exéquias na Sé, a que se segue o cortejo fú nebre para o Cemitério dos Remédios, onde o corpo ficará provisoriamente sepultado até que o tú mulo esteja concluído na catedral. Pessoa de « muita simplicidade» , D. David Sousa chegou à Madeira em 1957 e a recebê-lo estava uma grande tempestade. Não se intimidou e desembarcou no Porto da Cruz, já que a costa Sul estava a ser fustigada pelo mau tempo. Depois do Funchal rumou a Évora, novamente para exercer funções de bispo, antes de resignar e mudarse para o Seminário Franciscano da Luz, onde passou os ú ltimos anos de vida.

breves

Morte em Amarante

Estradas trágicas

Uma explosão registada na madrugada de 6 de Fevereiro numa habitação, em Sequeiros, freguesia de Cepelos, Amarante, provocou a morte de um homem de 45 anos, disse à agência Lusa fonte dos bombeiros. Segundo a fonte, desconhece-se a existência de outras vítimas, mas as buscas nos escombros da casa ainda não terminaram. As causas da explosão, que ocorreu cerca da 01:00, são ainda desconhecidas, admitindose, contudo, ter sido provocada pelo rebentamento de uma botija de gás. Apesar de ter ocorrido cerca da 01:00, só cerca das 08:00 foi detectado o local exacto da explosão, uma vez que a casa situa-se num local isolado.

Nove pessoas morreram e 41 ficaram feridas gravemente nos 1.733 acidentes rodoviários ocorridos nas estradas do Continente há duas semanas, segundo anunciou a Brigada de Trâ nsito (BT) da GNR. Os acidentes, registados entre segunda-feira passada e domingo, causaram ainda 493 feridos ligeiros, segundo os dados provisó rios da Brigada de Trâ nsito. No decurso da fiscalização rodoviária realizada pelas patrulhas da BT durante aquele período foram detectadas 2.946 infracções graves e 542 muito graves. Segundo a Brigada de Trâ nsito, 251 condutores apresentavam uma taxa de alcoolemia positiva (superior a 0,5 gramas de álcool por litro de sangue), 97 dos quais foram detidos por apresentarem valor igual ou superior a 1,20 gramas.


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O “ Brasileiro” de Eça António de Abreu Xavier aindax1@yahoo.com

o seu tempo, o nosso conhecido Eça de Queiró s comoveu-se ante a divisão classicista da sociedade portuguesa entre residentes “ não emigrados” e os “ brasileiros” . Os primeiros, com a visão limitada pelas grilhetas do nacionalismo e a atitude típica de quem não conhecia o mundo, desacreditavam o conterrâ neo emigrado. Esta diferenciação social incomodou a Eça, que se dedicou a certa altura a mostrar a importâ ncia do emigrante para a Nação. Dizia: “ De facto, o pobre brasileiro, o rico tornaviagem, é hoje, para nó s, o grande fornecedor do nosso riso. Pois bem, é uma injustiça que assim seja” . Desde 1870, quando dá início à publicação da revista “ As farpas” , lançou uma série de críticas contra a hipocrisia da sociedade e pelo uso da caricatura do brasileiro na imprensa e na literatura. Os escritos estão

N

compilados num volume que tem por nome “ O brasileiro, Uma Campanha Alegre” . A defesa que Eça faz do emigrante resulta numa tragicó mica. Ele disse que as características físicas e socioló gicas criticadas no emigrante pelas pessoas refinadas pertenciam, na essência, a todo o português. No entanto, o brasileiro mostrava esse comportamento porque o calor tropical havia-o tornado em alguém mais relaxado e menos apreensivo. Em “ As farpas” ficou escrita a sua visão sobre esta conduta e aspecto particulares: “ Grosso, trigueiro com tons de chocolate, pança ricaça, joanetes nos pés, colecte e grilhão de oiro, chapéu sobre a nuca, guarda-sol verde, a vozinha adocicada, olho desconfiado, e um vício secreto. É o brasileiro. Ele é o pai achinelado e ciumento dos romances româ nticos. O figurão barrigudo e bestial dos desenhos facetados. O maridão de tamancos, sempre traído, de toda a boa anedota. Nenhuma qualidade forte ou fina se supõe no brasileiro. Não se lhe imagina inteligência, como não se lhe concede coragem, e ele é, na tradição popular, como aquelas abó boras de Agosto que sofrem todas as so-

alheiras da eira. Não se lhe admite distinção, e ele permanece, na persuasão pú blica, o eterno tosco da Rua do Ouvidor. O povo, supõe o autor de todos os ditos celebremente sandeus, o heró i de todas as histó rias universalmente risíveis, o senhor de todos os prédios grotescamente sarapintados, o frequentador de todos os hotéis sujamente lú gubres, o namorado de todas as mulheres gordalhufamente ridículas. Tudo o que se respeita no homem é escarnecido aqui no brasileiro. O trabalho, tão santamente justo, lembra nele, com riso, a venda da mandioca numa baiuca de Pernambuco; o dinheiro, tão humildemente servido, recorda nele, com gargalhadas, os botões de brilhantes nos colectes de pano amarelo; a pobreza, tão justamente respeitada, nele é quase có mica e faz lembrar os tamancos com que embarcou a bordo do patacho Constâ ncia, e os fardos de café que carregou para as bandas de Tijuca; o amor, tão teimosamente idealizado, nele faz rir, e recorda a sua espessa pessoa, de joelhos, dizendo com uma ternura babosa -oh minina!” Como vemos, Eça, ao tratar de exaltar o brasileiro, tão pouco o deixou muito bem parado.

Tributo merecido Janette Da Silva

mesmo muita má sorte: parece que os habitantes de La Guaira mal acabaram de recuperar de uma tragédia e já receberam uma nova pancada! Desta feita falamos dos muitos inconvenientes e nefastas consequências do fecho da via Caracas-La-Guaira. Como é do conhecimento de todos, a ponte que ligava esta importante cidade com a capital deixou de estar transitável e agora só o engenho e a admirável força de vontade dos venezuelanos torna possível a vida continuar, isto sobretudo para os habitantes dessa região.

É

Mas todos temos sido afectados em maior ou menor grau por esta incó moda situação. São inú meras as actividades que têm sido atingidas: as importações e exportações desde o Porto de La Guaira; o tráfico aéreo no aeroporto de Maiquetia; a circulação de carga pesada desde e para o Estado Vargas (que pode por vezes traduzir-se em escassez de alguns produtos); o turismo local nas praias da “ costa litoral” (o que afecta directamente todos os comércios que vivem desta indú stria). Mas se é certo que esta situação afecta a absolutamente todos os habitantes deste país, não é menos verdade que a carga mais pesada incida sobre aquelas pessoas que morando no Litoral têm todos os dias que viajar até Caracas para estar presentes nos seus locais de trabalho ou de estudo. Não es-

queçamos que La Guaira funciona como uma “ cidade satélite” ou “ cidade dormitó rio” para milhares de famílias venezuelanas. Tenho de “ tirar o meu chapéu” a todos aqueles que, com muito sacrifício, se mentem em inú meras filas de trâ nsito de madrugada e podem até demorar umas quatro ou cinco horas para chegar ao seu destino, para logo ao final da tarde repetir o mesmo longo trajecto de Caracas até às suas casas. Muitos optam por ficar em casa de parentes em Caracas, ficando muitas vezes longe dos filhos e da família durante toda a semana; alguns tiveram a sorte de ser transferidos para locais de trabalho no litoral, mas esses são uma minoria. Fica aqui então este pequeno tributo a todos os habitantes do Estado Vargas pelo valor demonstrado face à adversidade.

Sem papas na língua Álvaro Dias oitadinhos: Deus queira que este novo Governo, que acaba de ser eleito, possa trazer ao nosso “ coitadinho” povo Português, melhores perspectivas, mais optimismo, novas esperanças de melhores dias, mas sobretudo mais... muito mais alegria. Isso é exactamente o que faz falta. Já é hora de a nossa gente começar a alterar a letra desses velhos e tristes fados que até parecem punhais que se cravam nos nossos peitos e que só nos produzem mágoa, dor e sofrimento. Como se pode compreender a preocupação, descrença e consequente tristeza de um povo que cada dia que passa vê como aumentam os preços dos bens essenciais, sobe e... sobe o custo de vida, mais e maiores impostos e ainda por cima o flagelo do desemprego, que imparavelmente se multiplica mais e... mais. E para acrescentar a este tão cinzento panorama, ainda há os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, de que a população Portuguesa continua aceleradamente envelhecendo. Cada dia que passa realizam-se menos casamentos e os nascimentos de crianças chegam quase a zero… Pode, e ate deve ser, que a “ bendita” politica não tenha nada que ver com a idiossincrasia ou características dos povos, e só assim que se explica que em Portugal a maioria dos homens e ate de mulheres que bebem e se emborracham, não o fazem para divertir-se, senão para abafar ou afogar as suas magoas, penas e tristezas, enquanto que aqui na Venezuela, ate parece o filme do “ Titanic” o grande transatlâ ntico que vai irremediavelmente a pique mas as pessoas se divertem, bebem e dançam, enfim, como se diz em bom “ crioulo” ....” todo el mundo gozando una bola” . Até quando?: Seguem as diferenças, asperezas e asneiradas no nosso Centro Português de Caracas. Agora foi durante a votação para

C

o orçamento de 2006. A actual Junta Directiva propô s um aumento aproximado de 25% nas quotas de manutenção (penso que exagerado) e os só cios não aprovaram a proposta. Até aqui tudo bem. Tudo em ordem. O vergonhoso foi aquando do anú ncio dos resultados da votação algumas pessoas terem aplaudido, a vitoriar, e a gritar frases nada elegantes em contra de alguns dos membros da direcção. Parece que a divisão também já se instalou na nossa Comunidade. A recomendação para que melhorem comportamentos, já que necessitamos de um clube com muita harmonia e um melhor ambiente do que existe actualmente. E para isso faz falta mais amizade, paz e união entre todos. Fantasmas viajantes: Quando é que o grupo de Conselheiros que nos representa, vai ter a maçada de divulgar ou informar a imensa coló nia Portuguesa sobre qual é a sua missão como representantes desta grande coló nia? Não é verdade que uma obrigação destes conselheiros é contribuir e promover as recentes eleições presidenciais de Portugal? Tenho quase a certeza que nem eles mesmo votaram todos. E muito triste ainda em saber que a quantidade de votantes Portugueses na Venezuela foi praticamente insignificante, e desta forma perdemos muito, porque o peso dos nossos votos não conta. Já é hora que os conselheiros apresentem qual é o trabalho que têm feito, quais são os futuros projectos, enfim dêem a conhecer quem são e o que e que fazem a favor da nossa Comunidade. Até conheço muitos “ paisanos” que nem sequer sabem que existem tais conselheiros e quem são eles! Por minha parte, até que esse trabalho de divulgação e informação perante a Comunidade não seja feito, vou seguir chamando-lhes “ fantasmas viajantes” .


CORREIO DE CARACAS - 9 DE FEVEREIRO DE 2006

OPINIÃO | 23

cartaS DOS LEItOrES Porque não votei nas eleições

Parabens arcuenses

uma nova iniciativa está em marcha. A conformação de uma Confraria que será oficializada no mês de Junho na Missão Cató lica Portuguesa. Estes emigrantes são exemplo para muitos integrantes da comunidade portuguesa pois sem fazer muito barulho contribuem ao fortalecimento das relações entre Portugal e Venezuela. São exemplo da comunidade construtiva que deve actuar mais e criticar menos. Sem complexo de inferioridade e sem descriminar ninguém dão o seu contributo que merece ser reconhecido. Parabéns.

Os arcuenses na Venezuela festejaram como todos os anos o seu encontro anual. Os emigrantes desta localidade tem sabido deixar uma marca representativa na Venezuela e ao mesmo tempo tem conseguido estreitar os laços de amizade entre ambos países. A comunidade arcuense apesar de ser uma minoria no país, consegue trazer quase todos os anos autoridades políticas do seu lugar de origem. O ano passado já inauguraram um busto de Simó n Bolívar em Arcos de Valdevez com a presença de autoridades dos dois países. Agora

INQUÉrItO

Confesso que estou entre aquelas pessoas que nunca cumpriu deveres de eleitora para as eleições em Portugal, apesar de ali ter nascido. No entanto quero usar a tribuna do vosso prestigioso e tão importante jornal para pedir a todas as autoridades de Portugal na Venezuela que no futuro nos informem acerca dos eventos mais importantes que digam respeito a Portugal. É com muita pena de facto que não cumpri com o meu dever. Reconheço a minha culpa. Mas acho que o Consulado de Portugal deveria informar ou facilitar a nossa inscrição para votar, ou pelo menos recordar-nos para tal efeito já

que por exemplo no ano passado fui umas três vezes ao consulado tratar de documentação e ninguém me falou em recenseamento. Acho que poderiam facilitar um pouco mais. Estamos tão ocupados com o nosso diaa-dia de trabalho, preocupações, filhos e a escola etc., que não nos podemos lembrar a data das eleições em Portugal. Uma observação que deixo para que no futuro nos ajudem a cumprir o nosso dever de cidadão Português. Para terminar gostaria de saber também quais e o que fazem os senhores que nos representam na Venezuela que o vosso jornal chama de Conselheiros da comunidade Portuguesa na Venezuela. Maria Arlete G. Pereira

Liliana Pita

Não cantar em português Sou leitor do Correio e gostaria de acrescentar algo mais à carta escrita pelo senhor José Nuno acerca do melhor programa Português que transmite a RTP Internacional e que é conduzido pela Dona Maria Aurora, pessoa de quem gosto muito pois, apesar de não ter nascido na Madeira, defende mais a tradição da nossa querida terra do que muita gente que por lá nasceu. De facto não se compreende como é que um programa tão regional como é aquele só se apresentem a cantar em inglês. Tal como vice dizia sua carta. Só que no ú ltimo programa as coisas mudaram, infelizmente não para o Português mas para o brasileiro, musica a qual eu gosto e adoro, só que acho que não faz o estilo daquele programa. Parece que não há cultura musical na Madeira ou em Portugal. Por que é que num programa tão regional não se canta mú sica Portuguesa. Estou de acordo consigo, é preciso fazer alguma coisa. A concluir esta carta pergunto: Será que tê vergonha de cantar em Português, ou querem fazer-nos aprender a falar inglês. E ainda pedem para os nossos filhos falar Português. Sinceramente... Rui Cordeiro F.

A 12 de Fevereiro celebra-se o Dia da Juventude. O que é que mais sente falta do tempo em que era jovem?

José Pino “Na verdade o que mais sinto falta são todas as coisas bonitas que fazia quando era jovem. Viví momentos muito tranquilos e felizes e sei que já não se repetirão, mas sinto-me muito contente porque desfrutei ao máximo. Creio que aproveitei bastante bem a minha juventude. Definitivamente foi uma época de alegria e divertimento devido à muita energia que se tem, a qual há que tirar todo o proveito”.

Aida Marques

“Aquilo que mais recordo e invoco da minha juventude são aqueles momentos em que levavam uma serenata à porta de casa. Foi um tempo bem bonito e pacífico, cheio de momentos inesquecíveis. Adoro muito rir-me e enquanto fui jovem estava sempre a rir. Esta característica ainda conservo nos dias de hoje, como também guardo na memória as coisas por que passei nesse período. É pena que hoje em dia os jovens não consigam desfrutar tão sadiamente. Actualmente há muitos perigos”.

Alvaro Farí a “Que era jovem. É isso o que mais recordo, a juventude. Nessa época tinha muitas namoradas. Sinceramente, passei-a de forma excelente. Estive vários anos em Portugal e outro cá na Venezuela, mas em ambos os países diverti-me sadiamente e com muita tranquilidade. Não tive muitas preocupações e estava a maior parte do tempo relaxado. São dias que recordo com grande alegria”.

Leonette Pereira “Quando era jovem, gostava muito de ir a festas. As “parrandas” na Madeira e Lisboa eram muito boas. Recordo que estive num centro nocturno de fado onde passei um momento maravilhoso. Encantava-me sair por ai com os meus amigos, de partilhar e de passar bons momentos. Foi uma época de muita tranquilidade. Nunca me cansava e sempre queria estar a fazer várias coisas ao mesmo tempo. Creio que quem goza a juventude vai recordá-lo com alegria para o resto da sua vida. Sem dúvida são os melhores anos”.


24 | ECONOMIA

CORREIO DE CARACAS - 9 DE FEVEREIRO DE 2006

ANSA homenageia pioneiros do supermercadismo Tábita Barrera tababor@cantv.net

o longo dos anos, os portugueses têm sido admirados pela constâ ncia que colocam no trabalho que realizam. A sua perseverança e o desejo de desenvolvimento parecem nunca esgotar-se. São um exemplo para muitos povos, pois conseguiram sustentar as suas famílias com dedicação e diligência. Eles representam uma vida cheia de lutas e triunfos conquistados em especial na área do “ supermercadismo” venezuelano. Por esta razão, a “ Asociació n Nacional de Supermercados y Autoservicios” (ANSA) leva a cabo a 16 de Fevereiro a segunda edição do Prémio José Quintino “ Alberto” de Abreu. O objectivo é premiar aqueles que, com muito esforço, conseguiram estabelecer-se como os pioneiros do negó cio dos supermercados ao nível nacional. Este ano como galardoados temos Cancio Macedo, Presidente da “ Central Madeirense” , José Rodrigues Dinis, Presidente da “ Automercados Plaza’ s” e Manuel da Gama, Presidente da “ Excelsior Gama Supermercados” . O prémio foi entregue pela primeira vez em 2004, como reconhecimento da contribuição dada pelos portugueses ao sector alimentar do país. Nessa ocasião, foi exaltado a labor de José Rafael De Aguiar e de Antó nio dos Santos Araú jo, fundadores da ANSA, como também se enalteceu o trabalho de Humberto José Paz, que chegou a presidir esta organização e trabalhou, até ao dia da sua morte, em “ Automercados CADA” . Estes três homens, a exemplo dos que serão homenageados proximamente, possuem várias coisas em comum. Em primeiro lugar, são considerados verdadeiros protagonistas do impulso

A

Este ano, os reconhecimentos são atribuí dos a três empresários que lideraram a construção de reconhecidas cadeias de supermercados. No seu conjunto empregam mais de dez mil pessoas e cada uma delas tem mais de 50 anos de existência. São responsáveis por empresas das quais, estima-se, estão indirectamente dependentes do seu êxito cerca de 30 mil pessoas.

dado à indú stria da venda a retalha na Venezuela. Segundo, são um exemplo para a nação dado que nunca abriram mão da unidade familiar para concretizar os seus sonhos. Pelo contrário, conseguiram cristalizá-los juntos os seus entes mais queridos, os quais aprenderam a tomar conta do negó cio. Exemplo disso é o orgulho que Leonardo de Aguiar sente pelo avô José Rafael de Aguiar, e pô de ser constatado nas palavras que lhe dedicou aquando da primeira edição do prémio.

“ És uma relíquia valiosa para o comércio venezuelano e a tua vasta experiência é respeitada e ambicionada por muitos. É um guia para todos nó s e um grande líder familiar, a quem muito admiro como pessoa, respeito e amo” , expressou Leonardo De Aguiar. Sublinhou ainda que o seu avô sempre lhe disse que para ser digno “ era preciso ser correcto na vida” , pois foi assim que alcançou o êxito. Sem margem para dú vidas, trata-

se de um evento onde se comemora, principalmente, o espírito e a união familiar, aqui apontados como responsáveis pelo progresso do “ surpermercadismo” por todo o territó rio nacional. Refira-se por ú ltimo que a ANSA realiza também a 16 Fevereiro a sua Assembleia-Geral, ocasião que será aproveitada para apresentar a evolução da gestão na indú stria “ supermercadista” .


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Cancio Macedo

José Rodrigues Dinis

ECONOMIA | 25

Manuel da Gama

Os homenageados deste ano C ancio Macedo, natural da Ribeira Brava, desde muito jovem experimentou o peso da responsabilidade. Apó s a morte do seu pai, teve que ajudar a mãe tomando conta do negó cio familiar, uma padaria à altura. Aos 22 anos, saiu da Madeira e veio para a Venezuela, onde depois de ter trabalhado em vários negó cios, foi convidado para

fazer parte da sociedade criadora da “ Central Madeirense” , que passou de frutaria a armazém e depois converteu-se numa rede de supermercados. Numa entrevista concedida ao Correio confessou que a sua “ maior riqueza era a sua família” . Também guiado pela mesma luta e com a intenção de tentar a sua sorte, José Rodrigues Dinis veio para a Venezuela

em 1953, proveniente da Madeira. Juntamente com os irmãos, em 1964, deu vida ao “ Supermercado el Prado” , no qual dava um tratamento personalizado aos seus clientes, chegando mesmo a oferecer entregas por bicicletas. Com o passar do tempo deu início ao projecto que hoje dá pelo nome de “ Automercados Plaza’ s” . Apesar de a sua ideia ser ganhar dinheiro

na Venezuela para regressar a Portugal, não o fez e acabou por adoptar esta terra como a sua segundo casa. Por ú ltimo, mas não menos importante, Manuel Da Gama, oriundo de Caniço, Madeira, rumou à Venezuela em 1952. Primeiro trabalhou numa bodega. Mas depois teve a oportunidade de possuir os seus pró prios negó cios. Em 1964, instaurou o “ Abasto

Excelsior” e, mais tarde, em 1969, fundou “ Automercado Excelsior Gama” , o qual, actualmente, tem seis sucursais. Indiscutivelmente, o trabalho, a esperança e a perseverança jogaram um papel determinante na vida destes pioneiros do “ supermercadismo” da Venezuela, tendo demonstrado que a luta é a chave do êxito.


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CORREIO DE CARACAS - 9 DE FEVEREIRO DE 2006

TAP homenageia Luís Freitas Branco ealizou-se a 3 de Fevereiro, na sede da TAP, a cerimó nia de Bênção do avião Airbus 320, com a matrícula CS-TNO, ao qual foi dado o nome de Luís de Freitas Branco, numa homenagem simbó lica da Empresa ao notável Compositor Português. Ao atribuir o nome do compositor a um dos seus aviões, a TAP dá continuidade a uma tradição que mantém há longos anos, e através da qual tem distinguido personalidades Portuguesas, que marcaram a Histó ria, a Sociedade, a Cultura e o Pensamento do País. A cerimó nia de Bênção é celebrada pelo Capelão da TAP, Padre Morais Sarmento, com a presença do Presidente do Conselho de Administração, Manuel Pinto Barbosa, do Administrador-Delegado, Fernando Pinto e de familiares do Compositor, entre outros convidados. Catarina Mason Freitas Branco, bisneta do compositor e Assistente de Bordo da Companhia é a Madrinha do avião que, a partir de agora, leva todos os dias, o nome de Luís de Freitas Branco a todos os aeroportos nacionais e Europeus servidos pela Companhia. No dia em que a TAP prestou homenagem a um dos maiores compositores portugueses de sempre, a Companhia teve a honra de contar com a participação do “ Quarteto Lacerda” , que integra o Maestro Alexandre Delgado, violetista do grupo e neto do fundador da TAP, Humberto Delgado, e Alexander Stewart (primeiro violino), Regina Aires (segundo violino) e Hilary Alper (violoncelo). Os mú sicos interpretaram a peça “ Quarteto de Cordas” (1911), (excerto), de Luís de Freitas Branco, celebrando-se assim o compositor e a sua mú sica. Em sintonia com os grandes centros da cultura europeia, Luís de Freitas Branco antecipou tendências vanguardistas, reflectindo a sua obra todas as correntes estéticas da primeira metade do século XX. Professor, crítico, musicó logo, ensaísta, conferencista e criador de uma tradição sinfó nica em Portugal, Luís de Freitas Branco foi subdirector do Conservató rio de Lisboa

R

entre 1919 e 1924. Personalidade multifacetada, o compositor foi também o autor do primeiro tratado de ciências musicais publicado em países latinos (1922), e de obras sobre técnica e histó ria da mú sica. Ao longo da sua carreira, prestou um importante contri-

buto para a utilização musical da língua portuguesa, inspirando-se em Camões e Antero de Quental na composição de alguns dos mais belos ciclos para voz e piano e para coro a cappella do reportó rio português. Assinalando o cinquente-

nário da morte do compositor, numerosas instituições culturais Portuguesas reuniram esforços e promoveram em 2005 a realização do “ Festival Luís de Freitas Branco” , no qual foi apresentada, pela primeira vez, a audição integral da sua obra.


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DESPORTO | 27

Marítimo da Venezuela em torneio da liga ítalo Jean Carlos De Abreu deabreujean@yahoo.com

rrancou no passado dia 5 de Fevereiro, no Centro Í taloVenezuelano (CIV), o Torneio “ Pasquale Iachini” , onde marcam presença cinco equipas, quatro das quais são italianas e uma portuguesa. Segundo o director da comissão de futebol do centro, Tony Feratro, é a primeira vez que uma equipa lusa é convidada para participar nesta actividade interna. Feratro revelou que as equipas estão formadas por jovens jogadores cujas idades rondam os 24 anos e que foi permitida a entrada de uma equipa “ estrangeira” , pela primeira vez em 30 anos, devido à falta de equipas para formar os grupos que se pretendia para a competição. O responsável explicou que o nú mero de equipas tem vindo a diminuir com o passar do tempo devido a razões que se prendem com a idade ou com os compromissos dos jogadores e dirigentes desportivos. No entanto, notou que internamente

A

ainda existem nove equipas de veteranos e seis de “ sú per veteranos” As formações que participam neste campeonato são El Palermo, Sorrento, La Roma e Chiego, formações italianas, mais o Marítimo de Venezuela, equipa portuguesa convidada. Mário Pereira, um dos patrocinadores que apoia economicamente o Marítimo da Venezuela, adiantou ao Correio que a apresentação oficial da equipa decorrerá no pró ximo dia 12 de Fevereiro, com o primeiro jogo

que vai disputar no Centro Í talo. Neste sentido, disse que a finalidade do torneio é competir e demonstrar o « talento dos rapazes de forma a abrilhantar a estreia de uma equipa formada por venezuelanos e luso-descendentes numa liga privada de um clube externo» . Para quatro de Junho está previsto o encerramento deste torneio, com o jogo da final que decidirá quem fica com a taça e o título de campeão.

breves Costinha: problemas no Dí namo Moscovo O conflito entre o médio português Costinha e o Dínamo de Moscovo deverá ser resolvido esta semana, quando a equipa de futebol regressar do estágio em Israel, garantiu um porta-voz do clube onde também alinha o luso-venezuelano Danny Gomes. Costinha chegou segundafeira a Moscovo, depois de ter sido suspenso do estágio da equipa, por, alegadamente, se ter recusado a cumprir as ordens do técnico, Yuri Semin. Segunda-feira à chegada ao aeroporto de Moscovo, Costinha admitiu que a sua situação no clube seria esclarecida numa reunião que esperava ter hoje com o presidente do Dínamo, Aleksei Fedorichev. No entanto, o porta-voz, Ilia Kouzenkine, admitiu hoje à Lusa que o caso só será resolvido depois de dia 09 (quinta-feira), questionando: “como é possível que a reunião de Costinha com a direcção do clube decorra na ausência de Yuri Semin?”. De acordo com o jornal russo SportExpress, Costinha, que em Julho de 2005 trocou o FC Porto pelo Dínamo de Moscovo, foi afastado do estágio da equipa por ter entrado em rota de colisão com o treinador.


28 | DESPORTO III Divisão - Série A 19ª Jornada AD Oliveirense - GD Valpaços FC Amares - FC Vinhais GD Bragança - AD Esposende GD Joane - Merelinense FC Mondinense FC - A Cabeceirense SC Maria Fonte - Brito SC SC Mirandela - ADC Correlhã SC Valenciano - CD Cerveira SC Vianense - Desp. Monção

J V E D 1º SC Mirandela 2º GD Bragança 3º SC Maria Fonte 4º FC Amares 5º GD Joane 6º A Cabeceirense 7º Merelinense FC 8º Brito SC 9º Mondinense FC 10º AD Oliveirense 11º CD Cerveira 12º Desp. Monção 13º AD Esposende 14º FC Vinhais 15º SC Vianense 16º ADC Correlhã 17º SC Valenciano 18º GD Valpaços

19 18 19 19 19 19 19 19 19 18 19 19 19 19 19 19 19 19

12 11 11 12 9 10 8 7 8 6 5 6 5 5 3 4 3 3

4 6 5 2 8 3 5 6 2 6 8 3 5 4 6 3 5 3

3 1 3 5 2 6 6 6 9 6 6 10 9 10 10 12 11 13

G 35-17 33-10 41-13 35-19 24-13 31-17 22-20 25-33 32-31 23-18 26-26 25-31 20-32 28-29 18-33 19-40 21-44 12-44

20ª Jornada (12-02) A Cabeceirense - SC Maria Fonte AD Esposende - AD Oliveirense ADC Correlhã - GD Bragança Brito SC - FC Amares CD Cerveira - SC Mirandela Desp. Monção - SC Valenciano FC Vinhais - SC Vianense GD Valpaços - Merelinense FC Mondinense FC - GD Joane

III Divisão - Série B 17ª Jornada

2-0 2-1 3-1 0-0 2-0 0-0 2-1 3-2 2-0

Classificação

CORREIO DE CARACAS - 9 DE FEVEREIRO DE 2006

III Divisão - Série C 19ª Jornada

ADR Tarouquense - Canedo FC 2-2 CD Cinfães - SC Rio Tinto 1-2 CR Ataense - Ermesinde SC 1-2 FC Tirsense - Descansa Padroense FC - AD S. Pedro Cova 0-2 Rebordosa AC - Vilanovense FC 3-1 SC Vila Real - Leça FC 0-0 Torre Moncorvo - AC Vila Meã 2-1 UD Valonguense - Lusitânia FC Lourosa 1-0

Classificação

P 40 39 38 38 35 33 29 27 26 24 23 21 20 19 15 15 14 12

J V E D 1º AC Vila Meã 18 2º Torre Moncorvo 18 3º AD S. Pedro Cova18 18 4º Canedo FC 5º L FC Lourosa 18 6º SC Vila Real 18 7º Ermesinde SC 17 8º Vilanovense FC 18 9º Rebordosa AC 18 10º SC Rio Tinto 18 18 11º Leça FC 18 12º CR Ataense 17 13º FC Tirsense 18 14º CD Cinfães 15º UD Valonguense 18 16º ADR Tarouquense18 17º Padroense FC 18

11 9 8 8 7 6 7 8 5 5 5 6 5 5 5 4 2

4 5 5 5 7 8 5 1 9 8 8 5 5 5 4 2 6

3 4 5 5 4 4 5 9 4 5 5 7 7 8 9 12 10

G 23-9 25-16 28-21 23-20 24-15 20-15 23-23 18-30 29-24 21-18 24-22 26-29 24-22 16-22 21-35 21-36 16-25

19ª Jornada (12-02) AC Vila Meã - Canedo FC AD S. Pedro Cova - SC Vila Real Ermesinde SC - Rebordosa AC FC Tirsense - CR Ataense Leça FC - UD Valonguense Lusitânia FC Lourosa - CD Cinfães Padroense FC - ADR Tarouquense SC Rio Tinto - Descansa Vilanovense FC - Torre Moncorvo

P 37 32 29 29 28 26 26 25 24 23 23 23 20 20 19 14 12

AA Avanca - GD Gafanha Anadia FC - AD Valonguense CD Tondela - AD Valecambrense CF "Os Marialvas" - AD Satão CF U. Lamas - AD Fornos Algodres CRC Souropires - CD Estarreja FC Cesarense - CD Arrifanense GDRC Social Lamas - GD Milheiroense SC São João Ver - UD Tocha

Classificação J V E D

1º Social Lamas 19 19 2º AA Avanca 3º CF U. Lamas 19 4º Valecambrense 19 5º CRC Souropires 19 6º SC São João Ver 19 19 7º CD Tondela 19 8º Anadia FC 9º AD Valonguense 19 19 10º UD Tocha 11º Fornos Algodres 19 19 12º AD Satão 13º GD Milheiroense 19 14º FC Cesarense 19 15º CD Estarreja 19 16º GD Gafanha 19 17º CF "Os Marialvas"19 18º CD Arrifanense 19

12 12 11 9 9 9 8 7 7 6 7 6 6 5 5 4 2 1

7 3 4 6 4 3 4 7 6 6 3 4 4 6 4 7 5 7

0 4 4 4 6 7 7 5 6 7 9 9 9 8 10 8 12 11

III Divisão - Série D 18ª Jornada

5-0 1-0 1-2 2-2 1-0 3-0 1-0 1-1 2-1

AD Fundão - CU Idanhense CA Mirandense - Sertanense FC CA Riachense - AC Marinhense Caldas SC - GDR Bidoeirense Eléctrico FC - UD Caranguejeira GC Alcobaça - A Beneditense CD GD "O Vigor da Mocidade" - Descansa GD Peniche - CD Amiense GDR Monsanto - GD Sourense

Classificação

G 38-18 37-12 25-13 28-22 25-17 22-22 31-21 17-18 17-17 18-18 18-26 22-23 21-26 15-23 16-25 19-32 14-33 16-33

20ª Jornada (12-02) AD Fornos Algodres - CRC Souropires AD Satão - CF U. Lamas AD Valecambrense - GD Milheiroense AD Valonguense - AA Avanca CD Arrifanense - CF "Os Marialvas" CD Estarreja - Anadia FC FC Cesarense - GDRC Social Lamas GD Gafanha - SC São João Ver UD Tocha - CD Tondela

P 43 39 37 33 31 30 28 28 27 24 24 22 22 21 19 19 11 10

J V E D 1º CA Mirandense 18 2º Eléctrico FC 17 18 3º GD Peniche 4º GD Sourense 18 17 5º Caldas SC 6º CU Idanhense 18 7º GDR Monsanto 18 8º GC Alcobaça 18 9º Sertanense FC 18 10º AC Marinhense 18 11º CA Riachense 18 17 12º AD Fundão 13º UD Caranguejeira 18 14º "O V. Mocidade" 17 15º Beneditense CD 17 16º GDR Bidoeirense 18 17º CD Amiense 17

9 9 9 8 9 8 8 5 7 6 7 7 5 5 5 4 2

4 4 3 5 2 4 3 10 4 6 3 3 6 5 3 5 4

5 4 6 5 6 6 7 3 7 6 8 7 7 7 9 9 11

III Divisão - Série E 19ª Jornada

2-1 2-0 2-0 1-0 3-0 1-0

1º Dezembro - Sintrense Atlético - Caniçal Cacém - Carregado Fut. Benfica - Ouriquense Machico - O Elvas Montijo - Alcochetense Santana - C. Lobos Tires - Vialonga Vilafranquense - Loures

2-0 2-0

G 22-15 21-16 25-21 25-18 25-22 23-17 23-19 16-12 19-22 31-25 22-24 17-20 20-23 15-16 15-20 13-23 14-33

P

19ª Jornada (12-02) A Beneditense CD - CA Riachense AC Marinhense - CA Mirandense CU Idanhense - GD "O Vigor da Mocidade" Eléctrico FC - Descansa GD Sourense - AD Fundão GDR Bidoeirense - CD Amiense GDR Monsanto - GD Peniche Sertanense FC - Caldas SC UD Caranguejeira - GC Alcobaça

0-2 3-2 3-1 1-0 1-1 1-2 1-1 1-1 3-1

Classificação

31 31 30 29 29 28 27 25 25 24 24 24 21 20 18 17 10

J V E D 1º Machico 2º 1º Dezembro 3º Cacém 4º Atlético 5º Carregado 6º C. Lobos 7º Montijo 8º Loures 9º Alcochetense 10º Caniçal 11º Sintrense 12º O Elvas 13º Ouriquense 14º Tires 15º Santana 16º Vialonga 17º Fut. Benfica 18º Vilafranquense

19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 18 19 19 19 19 18

10 10 10 10 9 9 8 9 8 8 7 6 5 5 3 4 4 4

5 4 4 3 6 5 6 1 4 2 4 6 6 5 8 5 5 3

4 5 5 6 4 5 5 9 7 9 8 7 7 9 8 10 10 11

G 28-19 31-22 34-30 44-21 34-20 26-33 19-16 33-26 26-21 27-26 25-29 26-27 23-27 18-28 18-25 19-32 11-25 21-36

20ª Jornada (12-02) 1º Dezembro - Tires Alcochetense - Atlético C. Lobos - Cacém Caniçal - Santana Carregado - Vialonga Loures - Fut. Benfica O Elvas - Montijo Ouriquense - Machico Sintrense - Vilafranquense

III Divisão - Série F 18ª Jornada

P 35 34 34 33 33 32 30 28 28 26 25 24 21 20 17 17 17 15

AD Oeiras - FC Castrense 4-1 Amora FC - GD Monte Trigo 1-1 Estrela FC Vendas Novas - Vasco Gama AC 0-0 FC Ferreiras - CD Beja 2-1 GD Lagoa - Juventude SC Évora 0-0 Lusitano FC VRSA - Farense - Fut. SAD Não Jogado Lusitano GC Évora - UD Messinense 0-1 SCM Aljustrelense - GD Sesimbra 0-2 SR Almacilense - GD Beira-Mar Mt. Gordo 1-0

Classificação J V E D

1º Vendas Novas 18 18 2º AD Oeiras 18 3º L GC Évora 4º SR Almacilense 18 17 5º J. SC Évora 17 6º Amora FC 7º UD Messinense 18 8º Vasco Gama AC 18 18 9º CD Beja 10º GD Sesimbra 18 11º Aljustrelense 18 12º FC Ferreiras 18 16 13º L. FC VRSA 17 14º GD Lagoa 15º Beira-Mar Gordo 18 16º FC Castrense 17 17º GD Monte Trigo 18 18º F. - Fut. SAD 0

11 10 10 7 8 7 6 6 6 6 6 6 4 4 3 2 1 0

6 5 4 8 3 5 8 7 6 5 5 4 9 7 7 2 3 0

1 3 4 3 6 5 4 5 6 7 7 8 3 6 8 13 14 0

G 31-7 34-16 22-12 18-12 16-13 26-19 23-17 18-17 19-17 17-24 18-21 26-28 24-21 15-21 12-23 11-29 10-43 0-0

P 39 35 34 29 27 26 26 25 24 23 23 22 21 19 16 8 6 0

19ª Jornada (12-02) AD Oeiras - Estrela FC Vendas Novas CD Beja - SR Almacilense Farense - Fut. SAD - FC Ferreiras FC Castrense - Amora FC GD Beira-Mar Mt. Gordo - Lusitano GC Évora GD Monte Trigo - GD Lagoa GD Sesimbra - Vasco Gama AC Juventude SC Évora - Lusitano FC VRSA UD Messinense - SCM Aljustrelense


CORREIO DE CARACAS - 9 DE FEVEREIRO DE 2006

DESPORTO | 29

Arlindo Gouveia guia Taekwondo venezuelano pela Europa Victoria Urdaneta Rengifo victoriaurdaneta@yahoo.com

selecção venezuelana de Taekwondo realiza uma digressão de 21 dias pela Europa que será guiada pelo luso-descendente Arlindo Gouveia, que actualmente é o director técnico da Federação desta modalidade, cargo que divide com a actividade de “ refery” internacional e a advocacia. Os atletas vêm cumprindo há muito tempo um intenso programa de treinos, apesar do calendário da competição ter o seu início marcado para 16 de Março (estando o fim previsto para 8 de Abril seguinte). Este período de actividades será fundamental para o desenvolvimento dos venezuelanos que, apesar de ocuparem um lugar destacado entre as melhores selecções do mundo, necessitam

A

de enfrentar outros atletas internacionais para aprender novas técnicas e pô r em acção as estratégias desenhadas pelos seus treinadores. A razão pela qual não se escolheu a Coreia do Sul, como se fez nas ú ltimas vezes, deve-se ao facto de se considerar benéfico aprender o estilo europeu para depois actuar, em primeira instâ ncia, nos Jogos de Cartagena durante o mês de Julho, segundo a informação do director técnico. Para além disso, o treino será muito valioso para os “ Juegos Centroamericanos e del Caribe” , acrescento Ricardo Colina, membro do comité de imprensa do Instituto Nacional de Desportos. Por agora, a selecção está treinando em Puerto de La Cruz, Estado de Anzoátegui, preparando para a competição na Europa, onde terão que tra-

var duras “ batalhas” como as das competições na Bélgica e Holanda. No entanto, o dirigente luso-venezuelano está muito seguro do talento que tem sob sua supervisão: “ este grupo reú ne experiência e juventude. Há alguns atletas que estão na ú ltima fase da competição mas os tem jovens que ocuparão em breve prazo os lugares deixados vagos” , explicou o desportista de origem portuguesa, medalhista Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992. Entre a lista de taekwondonistas que viajam para a Europa encontram-se: Adriana Carmona, Miladi Mariño, Luis Noguera, Luis García, Carlos Vásquez, Argimiro Mejias, Mirla Cabello, Nohemar Leal, Mery Aray, Dalia Contreras e os medalhistas de ouro dos Andes 2005.


30 | DESPORTO Liga de Honra 21ª Jornada

II Divisão - Serie A 15ª Jornada

Barreirense - Portimonense Covilhã - Beira-Mar Estoril - Varzim Feirense - Santa Clara Gondomar - Chaves Leixões - Moreirense Maia - Ovarense Marco - Olhanense Vizela - Desp. Aves

J V E D 12 11 10 10 9 9 7 7 7 7 7 7 5 5 5 5 5 3

G

II Divisão - Serie B 15ª Jornada "A Designar III" - Infesta

Não Jogado

At. Valdevez - Descansa

II Divisão - Serie C 15ª Jornada

Não Jogado

"A Designar" - C.D. Fátima

II Divisão - Serie D 17ª Jornada

Não Jogado

Casa Pia - Vitória Setúbal B

3-3

FC Madalena - Mafra

1-1

Dragões Sand. - Rib. Brava

1-2

Abrantes - Descansa

1-0

Benfica C. Branco - U. Coimbra

1-0

Imortal - CU Micaelense

2-0

Nelas - Portomosense

1-1

Louletano - Oriental

5-0

0-0

Olivais Moscavide - Real SC

3-1 2-0

Braga B - Ribeirão

0-1

FC Porto B - Ali. Lordelo

Camacha - Sandinenses

0-0

Lousada - Descansa

Famalicão - Freamunde

1-0

Marítimo B - Esmoriz

1-2

Oliveira Hospital - Oliveirense

Portosantense - Torcatense

1-0

Paredes - Fiães

2-1

Pampilhosa - Penalva Castelo

2-1

Operário - Odivelas

Trofense - União

2-1

Pontassolense - P. Rubras

2-0

Rio Maior - Tourizense

1-2

Pinhalnovense - Torreense

2-1

Vilaverdense - Fafe

1-1

Sanjoanense - Espinho

1-1

Sp. Pombal - Oliveira Bairro

2-0

SL Benfica B - Silves

2-2

Classificação

P

8 1 27-10 44 8 2 32-16 41 6 5 21-8 36 5 6 28-21 35 7 5 28-2234 4 8 35-30 31 10 4 29-25 31 8 6 24-22 29 8 6 23-25 29 6 8 30-2827 6 8 22-24 27 5 9 34-35 26 7 9 22-29 22 6 10 25-35 21 5 11 25-36 20 5 11 23-38 20 4 12 25-4019 8 10 19-28 17

22ª Jornada (12-02) Beira-Mar - Marco Chaves - Barreirense Feirense - Vizela Moreirense - Gondomar Olhanense - Estoril Ovarense - Covilhã Portimonense - Desp. Aves Santa Clara - Maia Varzim - Leixões

"A Designar" - Lixa

3-0 0-1 1-3 1-2 1-2 1-0 0-2 0-0 2-1

Classificação

1º Beira-Mar 21 2º Olhanense 21 21 3º Leixões 4º Desp. Aves 21 5º Portimonense 21 6º Gondomar 21 21 7º Varzim 8º Santa Clara 21 21 9º Covilhã 21 10º Vizela 21 11º Chaves 21 12º Estoril 13º Moreirense 21 21 14º Maia 21 15º Feirense 16º Marco 21 17º Ovarense 21 18º Barreirense 21

CORREIO DE CARACAS - 9 DE FEVEREIRO DE 2006

J V E D

G

Classificação

P

J V E D

G

Classificação

P

J V E D

1º Trofense

15 9 4 2 27-12 31

1º Dragões Sand.15 7 4 4 22-15 25

1º Tourizense

2º União

15 7 5 3 14-10 26

G

P

15 10 2 3 25-11 32

2º Marítimo B 15 7 2 6 25-22 23

2º Oliveirense

15 9 3 3 25-15 30

3º Portosantense15 7 3 5 13-12 24

3º Esmoriz

15 6 5 4 19-19 23

3º Abrantes

14 8 3 3 24-19 27

4º Ribeirão

4º FC Porto B

15 6 5 4 16-17 23

4º C.D. Fátima 13 6 5 2 19-11 23

5º Lousada

14 6 4 4 20-13 22

5º Pampilhosa 15 6 5 4 19-17 23

6º Espinho

14 5 7 2 15-9 22

6º Rio Maior

7º Infesta

14 6 4 4 21-19 22

7º P. Castelo

15 6 4 5 19-21 22

8º Rib. Brava

15 6 4 5 17-17 22

8º Sp. Pombal

15 4 6 5 15-14 18

9º Paredes

15 6 3 6 23-2021

9º Nelas

15 4 5 6 11-15 17

14 6 5 3 10-7 23

5º Sandinenses 15 5 7 3 14-11 22 6º Famalicão

15 5 7 3 14-13 22

7º Fafe

15 5 5 5 15-17 20

8º Freamunde

15 4 7 4 13-11 19

9º Camacha

15 5 3 7 20-18 18

10º Lixa

14 5 3 6 12-15 18

11º Braga B

15 4 4 7 15-16 16

10º Fiães

15 4 6 5 17-16 18

15 5 7 3 21-17 22

10º B. C. Branco 15 4 4 7 17-25 16

12º Vilaverdense 15 4 3 8 16-21 15

11º Pontassolense15 5 2 8 18-20 17

11º Portomosense15 2 8 5 15-17 14

13º Torcatense

12º Ali. Lordelo 14 4 4 6 16-24 16

12º Oliveira Bairro14 3 5 6 17-20 14

14º At. Valdevez 13 2 5 6 10-16 11

13º P. Rubras

13º U. Coimbra

15 3 2 10 13-24 11

15º "A Designar" 0 0 0 0 0-0 0

14º Sanjoanense 15 3 4 8 14-22 13

14º O.Hospital

15 1 5 9 11-25 8

16ª Jornada (12-02)

16ª Jornada (12-02)

15 3 3 9 12-26 12

Braga B - Descansa Fafe - Portosantense Freamunde - Trofense Lixa - At. Valdevez Ribeirão - Famalicão Sandinenses - Vilaverdense Torcatense - "A Designar" União - Camacha

15 4 2 9 11-21 14

Ali. Lordelo - "A Designar III" Esmoriz - Paredes Espinho - Pontassolense FC Porto B - Descansa Fiães - Lousada Infesta - Sanjoanense P. Rubras - Dragões Sand. Rib. Brava - Marítimo B

16ª Jornada (12-02) "A Designar" - Descansa C.D. Fátima - Sp. Pombal Oliveira Bairro - Oliveira Hospital Oliveirense - Pampilhosa Penalva Castelo - Nelas Portomosense - Rio Maior Tourizense - Benfica C. Branco U. Coimbra - Abrantes

Classificação J V E D

1º Louletano 17 17 2º Operário 3º O. Moscavide 17 4º SL Benfica B 17 17 5º Mafra 6º FC Madalena 16 7º Pinhalnovense17 8º Micaelense 17 17 9º Casa Pia 16 10º Odivelas 16 11º Imortal 12º V. Setúbal B 17 16 13º Real SC 14º Torreense 17 17 15º Silves 17 16º Oriental

10 10 8 8 7 7 6 7 7 7 5 6 6 4 2 1

6 5 7 4 4 4 6 3 2 1 6 3 3 3 5 4

G

breves R. Alves pondera processo

P

1 36-15 36 2 25-13 35 2 26-14 31 5 28-24 28 6 22-19 25 5 17-21 25 5 18-16 24 7 20-19 24 8 23-26 23 8 21-25 22 5 21-17 21 8 22-26 21 7 20-2521 10 21-27 15 10 20-31 11 12 13-35 7

18ª Jornada (12-02) CU Micaelense - Olivais Moscavide FC Madalena - Pinhalnovense Mafra - SL Benfica B Odivelas - Torreense Oriental - Casa Pia Real SC - Louletano Silves - Imortal Vitória Setúbal B - Operário

O presidente do Nacional admitiu esta semana que poderá “avançar com uma queixa-crime contra Sá Pinto”. Rui Alves adiantou que o departamento jurídico do Nacional está a analisar os conteúdos das imagens para ver se houve ou não tentativa de agressão por parte de Sá Pinto no final do encontro entre o Sporting e o Nacional. Para além do mais estão a ser, também, analisadas as palavras que o capitão do Sporting proferiu quando se dirigiu ao banco do Nacional, assim que Caneira marcou o golo do Sporting, que valeu o triunfo aos leões e a subida ao segundo lugar do campeonato, fruto do desaire averbado pelo Benfica em Leiria. Independentemente desta situação, certo é que o Nacional já participou à Liga de Clubes as provocações de Sá Pinto, que poderá ser castigado pela atitude.

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Futebol madeirense na TV Meridiano eridiano Televisió n transmite uma série de cinco capítulos, a partir do dia 19 de Fevereiro, pelas sete da noite, onde os adeptos do desporto rei portugueses podem matar saudades ou ficar a conhecer desde o interior os principais clubes madeirenses, e no qual serão ainda apresentados um grupo de jovens luso-descendentes que estão a fazer carreira nos escalões de formação de vários clubes. Apresentado e conduzido pelo jornalista luso-descendente Antó nio Carlos da Silva, representante da “ Meridiano Televisió n” no programa desportivo semanal “ Gol Vinotinto” e membro do corpo de redacção do Correio de Venezuela, o primeiro capítulo vai ser dedicado à equipa mais popular da Madeira: o Marítimo. Uma longa entrevista com o presidente da equipa verde-rubra, Carlos Pereira, inicia uma viagem pela histó ria e os acontecimentos mais marcantes na vida da agremiação do Almirante Reis, que passará também em revista o seu momento actual. Os adeptos e simpatizantes “ maritimistas” poderão conhecer ou rever

M

o bonito museu do clube, onde estão todas as taças que dão conta das conquistas da equipa de futebol mais bem sucedida da Madeira. Produzido por Antó nio Vieira Pita, ex-director de Desporto do Centro Português de Caracas e ú nico Agente FIFA de jogadores registrado na Federação Venezuelana de Futebol, “ Especial de Futbol en Madeira” é um espaço que vai permitir aos adeptos venezuelanos do futebol conhecer melhor aos dois representantes da Madeira no principal campeonato português (Marítimo e Nacional) e também a outras agremiações importantes da ilha, ao tempo que será com certeza muito seguido pela comunidade madeirense que mora em nosso país.


CORREIO DE CARACAS - 9 DE FEVEREIRO DE 2006

DESPORTO | 31

Liderança reforçada com empate FC Porto deixou escapar segunda-feira a oportunidade de “ disparar” na liderança da Liga portuguesa de futebol, ao empatar 1-1 na recepção ao Sporting de Braga, no encerramento da 21ª jornada, que proporcionou ao Sporting “ triunfos” em vários estádios. Um golo de grande penalidade, marcado aos 89 minutos por João Tomás, permitiu ao Braga conquistar um precioso ponto (que o coloca no grupo dos segundos colocados) e impediu os portuenses de capitalizarem em pleno as derrotas dos perseguidores Benfica e Nacional. O avançado minhoto marcou o sétimo tento na prova, tal sucedeu momentos antes com o argentino Lucho González, que inaugurou o marcador aos 55 minutos e confirmou-se como o melhor marcador do FC Porto, também com sete remates certeiros. O FC Porto ganhou apenas um dos ú ltimos quatro encontros, mas aumentou para cinco

O

FC Porto empatou com o Braga, mas reforçou a liderança.

a vantagem na liderança do campeonato, graças às derrotas sofridas sábado por Benfica e Nacional, nos redutos da União

de Leiria (3-1) e do Sporting (10), respectivamente. Em contrapartida, os bracarenses não perdem há cinco

jornadas e parecem lançados para nova fase muito produtiva, subindo ao terceiro lugar da Liga, com os mesmos 40 pontos do Sporting (2º ) e do Benfica (4º ). Em Leiria, o campeão português repetiu os nú meros da ú ltima derrota em casa, imposta pelo Sporting, baqueando ante os golos de João Paulo (34 minutos), Fábio Felício (57) e Maciel (88), de pouco valendo o tento solitário de Manduca, aos 81. No mesmo dia, o Sporting impô s-se na recepção ao Nacional, que entrou em campo para defender o “ nulo” e segurar o terceiro lugar, mas sucumbiu ao golo solitário marcado pelo defesa Marco Caneira, aos 51 minutos, correspondendo à solicitação de Liedson. A 21ª ronda ficou também marcada pela goleada (5-0) imposta pelo “ aflito” Gil Vicente ao Vitó ria de Setú bal e pela segunda vitó ria conquistada pelo “ lanterna vermelha” , o Penafiel, em 21 jogos, ao bater o Marítimo, por 3-2.

Liga Betandwin 21ª Jornada Académica - P. Ferreira Boavista - Naval 1º Maio E. Amadora - Rio Ave FC Porto - Braga Gil Vicente - V. Setúbal Penafiel - Marítimo Sporting - Nacional U. de Leiria - Benfica V. Guimarães - Belenenses

Classificação J V E D

21 1º FC Porto 21 2º Braga 21 3º Sporting 21 4º Benfica 21 5º Nacional 21 6º Boavista 7º V. Setúbal 21 8º U. de Leiria 21 21 9º Marítimo 21 10º Rio Ave 11º E. Amadora 21 12º Académica 21 13º Belenenses 21 14º Gil Vicente 21 15º P. Ferreira 21 16º Naval 1º Maio 21 17º V. Guimarães 21 21 18º Penafiel

13 12 12 12 11 9 10 8 6 6 7 7 7 7 6 5 4 2

6 4 4 4 6 8 3 4 9 8 5 5 4 3 4 3 5 5

G

3-0 3-0 0-0 1-1 5-0 3-2 1-0 3-1 2-2

P

2 32-13 45 5 22-12 40 5 31-21 40 5 33-19 40 4 26-12 39 4 29-19 35 8 16-16 33 9 27-29 28 6 27-25 27 7 24-27 26 9 17-20 26 9 20-2626 10 26-24 25 11 22-25 24 11 21-31 22 13 20-32 18 12 12-29 17 14 15-40 11

22ª Jornada (12-2) Académica - Boavista Belenenses - FC Porto Benfica - Penafiel Braga - E. Amadora Marítimo - V. Guimarães Nacional - U. de Leiria P. Ferreira - Gil Vicente Rio Ave - Naval 1º Maio V. Setúbal - Sporting


CORREIO DE CARACAS - 9 DE FEVEREIRO DE 2006

Governo esquece emigrantes Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) acusou o Governo, no passado dia sete de Fevereiro, de “ mais uma vez” , ter demonstrado pouca preocupação com as comunidades portuguesas ao ter exonerado alguns conselheiros e técnicos especializados de embaixadas portuguesas. “ Mais uma vez, nos assuntos directamente relacionados com as comunidades portuguesas, não houve preocupação de concertação com as mesmas ou com os seus representantes” , afirma o CCP em comunicado. Na quinta-feira dia três o Ministério dos Negó cios Estrangeiros (MNE) anunciou a exoneração de 39 conselheiros e técnicos especializados de várias embaixadas, entre os quais consta a conselheira social da Embaixada de Haia, por causa do “ corte de despesas” . Na nota, aquele ó rgão de consulta do Governo afirma que “ compreende a necessidade de ‘ reorganizar’ o quadro técnico especializado do MNE” , mas “ mantém sérias reservas quanto à oportunidade de revogação de alguns desses contratos” . Em causa está a extinção dos conselheiros e adidos sociais em Otava (Canadá), Haia (Holanda), Bruxelas (Bélgica) e Brasília (Brasil), segundo o comunicado. “ Como pode um Governo preocupado com os portugueses residentes no estrangeiro suprimir o posto de conselheiro social na Embaixada de Portugal em Haia, sobretudo neste momento em que se denunciam mais uma vez problemas com cidadãos portugueses que precisam de apoio por estarem a ser explorados por empresas holandesas” , questiona o CCP.

O

Última HORa Três emigrantes sequestrados Três emigrantes naturais de Câmara de Lobos, Madeira, foram sequestrados na noite de 6 de Fevereiro quando saíam dos seus negócios, situados na zona de Petare, bairro humilde de Caracas, onde desenvolvem sua actividade comercial. Os comerciantes, geralmente, faziam-se acompanhar de pessoal de segurança, mas no momento em que ocorreu o rapto encontravam-se a sós. Até ao fecho desta edição, os sequestradores ainda não tinham estabelecido nenhum contacto com os familiares das vítimas. O sequestro foi testemunhado por populares da zona, que relataram depois o sucedido às autoridades.

População sofre de hipertensão MNE anunciou a exoneração de 39 conselheiros e técnicos.

O Conselho das Comunidades discorda ainda da exoneração do conselheiro cultural e director do Instituto Camões no Luxemburgo, “ país onde reside uma comunidade portuguesa com uma taxa demográfica importantíssima” . Na nota, o CCP destaca como “ positiva” a recondução nos serviços do conselheiro social da Embaixada de Portugal em Berna (Suíça). “ Foi corrigida a tempo uma decisão que poderia ter tido consequências muito graves para a comunidade portuguesa na Suíça” , afirma o Conselho das Comunidades, que já havia alertado o Governo para a importâ ncia da permanência daquele conselheiro na embaixada.

O CCP sublinhou ainda que “ soube pela imprensa” a decisão do MNE de exonerar 39 conselheiros e técnicos especializados em algumas embaixadas portuguesas, lamentando não ter sido consultado pelo Governo. “ O CCP exige que a lei seja cumprida e que o Governo consulte, sempre que se trate de assuntos relacionados com as comunidades portuguesas, o seu ó rgão de consulta para o efeito” , lia-se no comunicado. O Conselho das Comunidades Portuguesas tem 96 membros, divide- se em secções locais e regionais e é tutelado por um Conselho Permanente constituído por 15 conselheiros.

Mais de metade da população da Madeira é hipertensa e, desta, 25 por cento corre o risco de sofrer um acidente cardiovascular, revela um estudo sobre o “Estado de Saúde dos Madeirenses”, apresentado no Funchal. Este estudo teve como suporte o rastreio realizado na Madeira e no Porto Santo em 2005 no âmbito do programa nacional MAIIIS (mobilização, avaliação, informação, intervenção integrada em saúde), dos Laboratórios Pfizer, que teve o apoio da Secretaria Regional dos Assuntos Sociais.


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