Correio da Venezuela 144

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Quim Barreiros :

Marjorie de Sousa:

“ O melhor Centro Português do Mundo está em Caracas” Página 17

Actriz, modelo e empresária

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www.correiodevenezuela.com

O jornal da comunidade luso-venezuelana

ano 07 – N.º 144 - DePósito LegaL: 199901DF222 - PubLicação semanaL

caracas, 16 De FeVereiro De 2006 - VenezueLa: bs.: 1.000,00 / PortugaL: € 0,75

Embaixador deixa Caracas José Arsénio foi convidado para a Direcção-Geral dos Assuntos Consulares, em Lisboa

Portugueses lideram lista de sequestrados Página 3

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Direitos dos emigrantes assegurados em matéria de segurança social Página 4

Flores venezuelanas em mãos portuguesas Dez famí lias portuguesas radicadas em San Pedro de los Altos cultivam flores que são comercializadas nos quatro cantos do paí s.

Pai dos gémeos pede audiência a Chávez Página 10

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2 | EDITORIAL Dirigir ou dividir? CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE FEVEREIRO DE 2006

Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva, Noélia de Abreu, Victoria Urdaneta, Yamilem Gonzalez Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Franklin Lares Samuel Calzadilla Secretariado: Carolina Nóbrega Distribuição: Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares

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a Venezuela são muitos os clubes portugueses existentes. Podem até ser classificados como o “ motor da Portugalidade” , pela importâ ncia que representam para os portugueses na Venezuela. No entanto, por vezes demasiadas, convertem-se em centros de divisões e de polémicas. Polémicas essas que muitas vezes abrem brechas insanáveis e que se traduzem em afastamento da vida dos clubes. São muitas vezes divisões entre famílias, amigos de longa data e, pior do que isso, tomam muitas outras formas como comportamentos de arrogâ ncia e prepotência que acabam por manchar ou mesmo anular desempenhos

meritó rios na condução dessas grandes instituições. Não pretendemos referir nenhum caso específico. Mas impõe-se sugerir uma reflexão sobre o que deve ser o papel do dirigente. Não há receitas certas sobre a dose de humildade ou de apetência para o diálogo, que devem sempre acompanhar quem aceita essa missão. A verdade é que, chegados aos centros de decisão, muitas vezes se esquece que um clube deve ser de todos e para todos. Comportamentos incorrectos só proporcionam mais divisionismos, e atentam contra os propó sitos iniciais de cada uma das instituições. Aqui se deve aplicar a velha máxima, como contributo para a reflexão, de que “ as pes-

O CaRTOON Da SEMaNa - Qual tem sido a melhor equipa portuguesa, esta época desportiva?

- O Chelsea! Sem dúvida...

Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA

a SEMaNa MUITO BOM Para o bem e para o mal, o Centro Português, em Caracas, é uma instituição frequentemente citada nesta coluna. Desta vez queremos dar o devido relevo à elevada participação dos sócios na tomada de posição numa questão interna, no caso sobre o aumento das quotas do clube. Independentemente da decisão a que chegaram, poder contar com a participação interessada de mais de 350 membros é algo que reforça o prestígio e a credibilidade de uma instituição como o Centro Português.

BOM A Academia do Bacalhau é outro bom exemplo da capacidade de congregar pessoas em torno de objectivos nobres, como o são as tarefas que a colectividade chama a si. A última reunião contou com mais de 200 “compadres”, destacando-se a presença de um grupo de magistrados do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela. Foram recolhidos donativos significativos, que a Academia continuará a canalizar para o Lar de Terceira Idade “Padre Joaquim Ferreira”.

MaU Os sequestros continuam a pairar sobre a comunidade portuguesa, atormentando famílias inteiras, cujo sofrimento acaba por contagiar todos os lusovenezuelanos. No caso dos sequestros recentes, voltam as denúncias quanto à eventual participação directa de membros das polícias. Uma impunidade que parece eternizar-se, contra a qual urge fazer alguma coisa.

MUITO MaU Infelizmente, constatamos que para determinadas famílias, os lares de terceira idade funcionam como simples depósitos de idosos. Parece que as responsabilidades se esgotam a partir do momento em que lá “depositam” o seu familiar mais velho. É vergonhoso que haja pessoas com esta mentalidade, o que sobrecarrega a tarefa de quem trabalha nos lares ou quem para a eles se dedica - como é o caso das Damas da Beneficência. Nada pode justificar o abandono familiar a que algumas pessoas são votadas. Se necessário, ponderamos a hipótese de concretizar esta denúncia com nomes e apelidos dos casos que o tempo tem comprovado.

O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias. El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.

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CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE FEVEREIRO DE 2006

Costa Arsénio deixa embaixada Aleixo Vieira

aleixo5151@cantv.net

actual embaixador de Portugal na Venezuela vai assumir funções como director-geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades, a convite do secretário de Estado Antó nio Braga. Manuel da Costa Arsénio nem sequer chegou a cumprir um ano nas suas funções em Caracas, já que chegou em Abril de 2005, em substituição do anterior embaixador Vasco Bramão Ramos. Apesar do seu curto tempo em Caracas, pode-se destacar a sua postura nos assuntos bilaterais entre Portugal e Venezuela, assim como a sua especial dedicação e atenção para com a comunidade Portuguesa residente neste país. Mostrando sempre disponibilidade para atender em todos os momentos que

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lhe foram solicitados. Também a apoiou, marcando sempre presença de destaque em eventos de maior importâ ncia da comunidade Portuguesa na Venezuela. Sublinhe-se ainda o empenho que dedicou ao tão badalado caso do copiloto da Air Luxor detido

em Caracas, onde envidou contactos e sensibilizou as autoridades venezuelanas no sentido de que a situação se resolvesse a bom termo e o mais rapidamente possível, chegando mesmo, em certa oportunidade, a interromper o seu período de férias para deslocar-se à capital Vene-

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David Pinho em Lisboa

zuelana e atender assuntos relacionados com o caso. Em breve conversa com o Correio, Manuel da Costa Arsênio manifestou-se “ lisonjeado” pela excelente prova de confiança dada pelo actual governo português. Nas várias intervenções que teve em actos da comunidade Portuguesa manifestou sempre a sua admiração pela mesma, enaltecendo sempre a sua postura e influência exemplar na sociedade venezuelana. Os seus discursos sempre marcados por um alto conteú do, histó rico, pedagó gico, orientador, e até conciliador em alguns casos, foram sempre motivos de admiração e elogios da comunidade Portuguesa na Venezuela. O seu substituto ainda não foi designado. No entanto cabe destacar que já foi anunciado a vinda de uma nova figura diplomática que ocupará o cargo de “ adido Social” da embaixada.

David Pinho, coordenador das aulas de língua portuguesa no Centro Português de Caracas, viaja na próxima semana a Portugal, onde manterá reuniões com representantes do Ministério de Educação, em Lisboa. Na agenda dos vários encontros estão a discussão de diversos assuntos relacionados com o ensino e aprendizagem da língua portuguesa na Venezuela. Entre os temas encontra-se a possibilidade de incluir o português no sistema escolar venezuelano, para que todos as crianças e jovens aprendam o idioma antes de irem para a universidade.

Jantar dá 20 milhões Por ocasião do jantar do Bacalhau deste mês, realizado no passada segunda-feira, 6 de Fevereiro, no Hotel Gran Meliá Caracas, foi possível angariar uma quantia aproximada de 20 milhões de bolívares, segundo informações da organização. Entre os presentes ao evento, estiveram cinco magistrados do Tribunal Superior e um do Tribunal Supremo de Justiça, todos na qualidade de convidados para partilhar e colaborar nas doações, as quais serão entregues ao Lar da Terceira Idade, Padre Joaquín Ferreira, situado em Los Anaucos. O número total de participantes rondou entre as 270 e as 300 pessoas.

Homenagem a Vidal

Centros festejam Carnaval Jean Carlos de Abreu

deabreujean@yahoo.com

s centros sociais portugueses preparam diversas actividades para os seus associados e convidados no â mbito dos festejos da época de Carnaval. Desde a típica eleição da Rainha de Carnaval até aos desfiles criativos de jovens e adultos em Comparsas temáticas. Aqui damos algumas opções: Centro Social Madeirense: A 27 de Fevereiro realizase a festa infantil de Carnaval nas instalações do clube a partir das 4:00 pm. Haverá prémios surpresas e muita animação. No mesmo dia, representantes do centro marcarão presença com uma carroça alegó rica de Portugal, mostrando a casa típica de Santana e o traje da Madeira,

O

na caravana que a “ Alcaldía de San Diego” , no Estado Carabobo, organizará para celebrar esta data festiva. Centro Luso Larense: Em 25 deste mês, o Centro Luso do Estado de Lara organizará uma festa juvenil com a “ Tridimention” . A 26, realiza-se a festa infantil onde se premiará o melhor traje e a “ Comparsa” más criativa. Em 27 e 28, haverá “ bailoterapia” e Bingo na zona da piscina. Centro Atlâ ntico Madeira: No domingo 26 de Fevereiro promove-se a eleição da mini rainha de Carnaval, mais concursos de disfarces e de animação para os mais pequenos. Ao clube poderão comparecer só cios e convidados que desejem passar o fim-de-semana nas suas instalações. Casa Portuguesa de

Valência: O Grupo Folcló rico desta associação preparou actividades recreativas para crianças e jovens. Haverá mú sica na área da piscina e um concurso de disfarces Centro Luso Turumo de Caracas: O domingo 26 de Fevereiro o clube terá um Torneio de Bolas Crioulas. Para 27 e 28, haverão prémios para os melhores disfarces das crianças. Casa Portuguesa do Estado Aragua: No sábado 25 de Fevereiro realiza-se a eleição da Rainha, Princesa e Princezita da Casa Portuguesa com a animação da “ miniteca Mega Dancyng Show” . El 26 y 27 se levará a cabo a festa infantil e a festa de disfaces. Haverá animadores, jogos e rifas. Estas actividades contarão com a presença da “ miniteca Star Show” e o grupo “ Adagio” . Na terça-

feira 28, realiza-se uma “ Grande Piscinada” e “ Franelas Mojadas” para só cios e convidados, a partir das 10:00 am. Centro Português de Puerto Ordaz: El Centro Português realiza a eleição da Madrinha do Carnaval na área da piscina, onde meninas e adolescentes, dos 4 aos 18 anos de idade, poderão concorrer para ser eleitas a representante da associação. Centro Luso de Catia La Mar: A 26 de Fevereiro decorre a festa infantil de Carnaval para meninos e meninas, mais “ payasitas” , jogos e prémios para o melhor disfarce. Dois dias depois, a 28, será revivida a tradição das Comparsas. As inscrições estão abertas ao pú blico em geral. Esperase que este ano sejam formadas entre a dez grupos.

As instalações do Centro Português de Caracas acolheram, no passado sábado 11 de Fevereiro, a realização de “El Millón de Metros”, iniciativa promovida em honra do nadador Rafael Vidal, único medalhista olímpico da natação venezuelana, falecido em consequência de um acidente de viação. Paulo Drumond, coordenador da actividade, referiu que o evento foi de grande êxito, pois conseguiu-se superar todas as expectativas que se formularam inicialmente. Participaram todos os representantes das categorias que treinam no clube, nadando desde as 9:00 am até às 5:15 pm. “Deram braçadas para cumprir desafio dos 50 mil metros, o quais foram superados”, referiu. Seguiu-se um minuto de “aplausos” dirigidos ao medalhista venezuelano que participou nas Olimpíadas de 1984 em Los Angeles, Estados Unidos. Entre as instituições lusas que participaram nesta iniciativa, estiveram a Casa Portuguesa do Estado Aragua, 80 mil metros, e o Centro Português em Caracas, 83.635 metros nadados.


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CORREIO DE CARACAS - 16 DE FEVEREIRO DE 2006

Convénio social continua em vigor O acordo em matéria de Segurança Social, em vigor desde 1992, estabelece que os descontos podem ser feitos em qualquer um dos dois paí ses. Samuel Ferreira Bermúdez samjfb@yahoo.com

o falar dos deveres que um Estado tem para com os cidadãos, não se pode deixar de ter em conta um dos mais relevantes em termos de bemestar e de qualidade de vida das pessoas de um determinado país: A Segurança Social. No caso de Portugal, um país com um elevado nú mero de emigrantes, foi necessário implementar acordos bilaterais com nações como a Venezuela, onde muitos portugueses desconhecem quais os benefícios a que têm direito em termos de Segurança Social. O Correio falou com Inácio Pereira, Conselheiro Permanente das Comunidades Portuguesas, que explicou quais são os direitos dos portugueses que residem no estrangeiro, em matéria de Segurança Social. « Quem desconta tem direito à sua pensão, independentemente de se encontrar dentro ou fora de Portugal» . A legislação portuguesa estabelece que um cidadão deve descontar para a Segurança Social durante 15 anos, como requisito mínimo para poder ter acesso a todos os direitos contemplados no sistema de protecção social da Repú blica Portuguesa. O convénio bilateral, que deu origem a um acordo administrativo subscrito em 1992, entre a Segurança Social da Venezuela (Seguro Social de Venezuela - IVSS) e a Segurança Social portuguesa, dá facilidades à contribuição, pois esta pode realizar-se tanto em Portugal como na Venezuela. « Há pessoas que descontaram uma parte em Portugal, vieram para a Venezuela e nunca mais descontaram. Para estas pessoas, estando na

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Venezuela e que descontam para a Segurança Social venezuelana, existe um convénio entre os dois países para que se assumam as duas contribuições e a pessoa possa receber a sua pensão quando chegar a altura certa, e no país onde se encontre, quer seja em Portugal, quer seja na Venezuela» , explicou Pereira. Assim, por exemplo, se alguém descontou durante 5 anos em Portugal e veio depois para a Venezuela e descontou durante mais 10 anos, estará a cumprir o mínimo de 15 anos necessário, ficando com pleno direito a reclamar os benefícios correspondentes. No entanto, a dupla contribuição não se aplica àqueles que nunca descontaram em Portugal. “ Se descontam aqui vão cobrar aqui” , sublinhou Pereira.

CONtRIbuINtE VOluNtáRIO Outra das modalidades recomendadas pelo Conselheiro Permanente das Comunidades Portuguesas é a do “ contribuinte voluntário” . Esta opção, explicou Inácio Pereira, é a que mais convém àqueles que não descontaram nem na Venezuela nem em Portugal e que desejam garantir uma pensão para quando estiverem numa idade avançada. Mediante esta modalidade, o emigrante português pode escolher entre três tipos de contribuição, segundo os seus rendimentos. A mesma é cobrada proporcionalmente ao que se contribui. “ É questão de os portugueses que vivem no estrangeiro analisarem qual das três modalidades é a mais fácil para descontar (...). Quando mais desconte, mais vai cobrar, o saldo vai

A dupla contribuição não se aplica para os que nunca descontaram em Portugal.

ser mais elevado” , disse Pereira, que assinalou, no entanto, que a Segurança Social venezuelana paga o valor mínimo, independentemente do que foi pago. O Conselheiro das Comunidades Portuguesas recordou que, em qualquer das modalidades, o requisito do mínimo de 15 anos de contribuições é obrigató rio. Se bem que a modalidade de contribuição voluntária contempla indemnizações por incapacidade e por morte, este não cobre os casos de doença e maternidade. Inácio Pereira referiu, a propó sito desta questão, que existe uma incongruência porque, se a pessoa está em

Portugal e fica doente, fica coberto pela Segurança Social portuguesa e tem direito a ser assistido num hospital do país. Mas se a pessoa se encontrar no estrangeiro, a atenção vai ser um pouco mais reduzida. « lamentavelmente, aqui na Venezuela não há hospitais da Segurança Social portuguesa e não há aquele tipo de assistência. Mas se a pessoa for para Portugal, vai ser assistido, porque é contribuinte da Segurança Social» , disse Inácio Pereira.

RENdIMENtO SOCIAl Para os portugueses que

vivem em Portugal, existe uma pensão por velhice, ainda que não se desconte para a Segurança Social e que não se receba pelo simples facto de se estar numa idade avançada. Formalmente, designa-se “ Rendimento Social de Inserção” (antigo Rendimento Mínimo Garantido), e quer dizer que, se uma pessoa demonstra que se encontra numa má situação econó mica, que não tem patrimó nio e que está completamente na pobreza, então é-lhe atribuída uma pensão, mas apenas para aqueles que demonstrem uma necessidade extrema, e aplica-se só em territó rio português.


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Portugueses lideram lista de sequestrados Carlos Orellana

corellanacorreio@hotmail.com

já aconteceu o primeiro sequestro de cidadãos portugueses este ano. Trata-se de três madeirenses que foram raptados numa zona populosa da capital. Dois já foram libertados, mas um ainda permanece em cativeiro. É proibido dizer nomes. As ameaças paralisam as vítimas e os seus familiares. A situação tornase mais grave pois mais uma vez suspeita-se que funcionários de corpos policiais podem estar envolvidos no sucedido. A Divisão Anti-Extorsão e Sequestro do Cicpc foi consultada sobre este caso, tendo declarado que não estava a par da situação. Este rapto, como muitos outros, é mais um que vem engrossar a lista de sequestros que não são denunciados junto das autoridades por receio de represálias que ponham em perigo a vida dos sequestrados. De acordo com as autoridades, o delito de sequestro tem vindo a diminuir nos ú ltimos três anos. Em 2003 um total de 15 portugueses foram vítimas de rapto. No ano seguinte a cifra diminuiu para 11 e em 2005, apenas 8 casos de sequestros foram denunciadas no Corpo de Investigações Científicas Penais e Criminalísticas (Cicpc). No entanto, estas estatísticas deixam de fora todos aqueles casos que não são denunciados por medo. A prática do crime de sequestro é a que mais tem atacado as diferentes comunidades de imigrantes radicadas na Venezuela. E a comunidade portuguesa lidera a lista, seguindo-se depois as pessoas de nacionalidade chinesa, italiana e árabe. O desespero que invade os familiares ansiosos por conseguir trazer de volta o seus entes queridos leva a que, muitas vezes, os portugueses cometam erros. “ Já me apercebi que quando raptam um português todo o mundo se oferece para pagar o resgate. Isto é um erro gravíssimo” , adverte o comissário Joel Rengifo, fundador e antigo chefe da Divisão Anti-Extorsão e Sequestro do Cicpc. Segundo Efrén Marín, actual chefe da Divisão Anti-Extorsão e Sequestro do Cicpc, “ o sequestrador costuma procurar pessoas desprotegidas. Tal é o caso de co-

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O crime de sequestro é o que mais tem atacado as diferentes comunidades de imigrantes.

É proibido dizer nomes. As ameaças paralisam as ví timas e os seus familiares. A situação torna-se mais grave pois mais uma vez suspeita-se que funcionários de corpos policiais podem estar envolvidos em muitos dos casos de sequestros. merciantes que andam sozinhos e têm o hábito de sair dos seus negó cios a altas horas da noite” . O comissário Marín recomenda que em nenhum caso se pague o resgate sem participar antes essa intenção aos organismos competentes. “ O pagamento pela vítima não assegura nem a libertação nem a vida da pessoa. Os portugueses são o alvo dos delinquentes por causa das facilidades que têm revelado cada vez que pagam os resgates sem denunciar os casos” , assegurou. Na Venezuela ainda se está à espera da aprovaçao da Lei AntiExtorsão e Sequestros e da Lei Orgâ nica de Fronteiras, anteprojecto que está a ser estudado pela Comissão de Defesa e Segurança da Assembleia Nacional, e cujas alterações propostas ainda não foram aprovadas. O anteprojecto contém uma série de reformas entre as quais se destaca o congelamento dos bens e imó veis de uma pessoa sequestrada. Perante esta possibilidade, o comissário Efrén Marín comenta que se trata de uma Lei que ajudaria a eliminar o delito na Venezuela. “ Esta lei foi aplicada em Itália e graças a ela atacou-se eficazmente o problema dos sequestros nesse país” , observou.


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Aznar quer deter a “ maré populista” antigo chefe do executivo espanhol, José María Aznar, afirmou estar disposto a colocar um ponto final na “ maré populista” que invade a América Latina, zona do mundo que pode vir a sofrer consequências negativas com o regresso de fó rmulas políticas mal pensadas. Numa entrevista publicada recentemente pelo diário “ El Mercurio” , Aznar disse que a situação actual da América Latina com o surgimento de governos de esquerda é “ preocupante” , ao mesmo tempo que considera que a direita na região “ está calada, desaparecida e complexada” . “ Espero que a maré populista cesse. Alguém tem de a parar, alguém tem de dizer que esse não é o caminho a seguir” , observou o ex-go-

O

vernante na entrevista citada. “ Eu estou disposto a fazê-lo e sei que há muitos bons amigos na América Latina dispostos a trabalhar nesse sentido também” , acrescentou. “ A região corre o risco de dividir-se em países que vão ficar sempre à procura de um lugar no primeiro mundo” , observou Aznar, que dando como exemplos a Venezuela, Cuba, Bolivia e “ talvez” a Argentina. O também antigo presidente do Partido Popular espanhol sublinhou ainda que “ todos esses países correm o risco” do populismo. “ Estes movimentos indígenas que são em parte marxistas, revolucionários e em parte baseados em critérios étnicos. Todo isso não é que pode adaptar as sociedades modernas ao presente” , concluiu.

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Diplomata expulsa fica com a Europa O presidente Hugo Chávez designou como vice-ministra dos Negócios Estrangeiros para a Europa Jenny Figueredo, a diplomata da embaixada venezuelana em Washington recentemente expulsa dos Estados Unidos. «Em reconhecimento pelo seu trabalho decidi designá-la vicechanceler (cargo idêntico ao de ministro dos Negócios Estrangeiros) para a Europa», disse Hugo Chávez aos jornalistas, à saída de uma reunião com a diplomata. Insistiu que a Venezuela é «esperta» em manter relações diplomáticas com outros países, mas sublinhou: «com este cavalheiro (George Bush) tem sido impossível, é um atropelo (violação) permanente e desrespeito e agora espionagem».


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Abisaid Ferreira pede audiência a Chávez Délia Meneses

delia_jornalista@yahoo.com

O nome Abisaid Ferreira, de 34 anos, tornou-se conhecido graças aos seus filhos, Absarel e Absamín Ferreira, que nasceram unidos na zona do fígado e que foram separados através de uma operação bem sucedida realizada no Hospital José Manuel de Los Ríos, em Caracas, no final de 2004. Enquanto a intervenção cirurgica decorria, o pai dos siameses Ferreira estava detido na prisão de La Planta, em El Paraíso. Ali permaneceu durante 32 meses e 21 dias, acusado por "transporte ilícito de droga". "Eu ganhava o pão de cada dia conduzindo um táxi, mas o dia 31 de Março de 2003 mudou-me a vida. Recolhi um passageiro que deixou no meu carro um pacote contendo droga, acusaram-me", conta o lusodescendente,a sua versão dos factos. Abisaid Ferreira foi condenado a dez anos de prisão, mas saiu em liberdade sob "destacamento de trabalho" devido à sua conduta inatacável no estabelecimento prisional. Actualmente, o luso-descendente tem a possibilidade de trabalhar na rua durante o dia, mas tem de regressar à noite a um recinto situado ao lado da cadeia. Mas lamenta que até à data ainda não tenha conseguido arranjar um emprego. "Todas as portas estão fechadas. Ninguém me quer dar trabalho. Por isso estou a requer uma audiência com o presidente Chávez. Eu preciso de falar com ele para limpar a minha reputação. Deus vai tocar no seu coração para que saiba que estou inocente e assim possa ajudar-me a conseguir um trabalho", explicou, lamen-

A partir de Agosto, Ferreira já não terá que dormir na cadeia, mas deverá apresentar-se em Tribunal cada 15 dias.

tando a vida. Yamileth de Ferreira, mulher de Abisaid há 18 anos, não esconde o seu desespero. "É urgente que o meu esposo trabalhe. Necessitamos do dinheiro para a terceira operação a um dos nossos filhos", disse, explicando que "em 2005 lhe fizeram um enxerto no tó rax que falhou". Agora o bebé deve ser operado novamente, mas o hospital J.M. de Los Ríos conta apenas de uma sala de operações e por isso têm de esperar que haja vaga. Actualmente Yamileth e os seus filhos, de 18 meses de idade, vivem num apartamento situado em El Valle, que lhes foi entregue pelo Governo. "O meu esposo é uma pessoa honesta. Não temos que ter ver-

gonha de nada", disse, acrescentado que "estamos com muitas necessidades e há dois meses que não pagamos o condomínio porque não temos dinheiro". "O pastor de La Planta" Abisaid Ferreira é cristão evangélico há 17 anos. Durante a sua estadia em La Planta converteu-se no guia espiritual de muitos dos presidiários. "Todos me tinham muito respeito. Eles sabiam que eu era inocente". O pai dos gémeos siameses pregava a palavra de Deus e até dava conselhos. Quando havia algum conflito de poder entre os presos, Abisaid falava com os líderes para tentar acalmar a situação. Na ala da cadeia onde o puseram

a cumprir a pena estavam 158 presos. "Há muitos homens inocentes na cadeia de La Planta" disse Abisaid, observando que quando os seus filhos foram operados, os reclusos não só lhe dirigiram palavras de confiança e alento como também lhe deram 200 mil bolívares, angariados. Conta ainda que nunca comeu a comida que preparam na cadeia, pois "era intragável". A sua esposa levavalhe alimentos crus e ele cozinhava-os. Nunca foi agredido. No entanto, observa que os presos passam por muitas "calamidades espirituais e materiais". A partir de Agosto deste ano, Ferreira não terá de dormir na cadeira, mas terá de apresentar-se perante o Tribunal de 15 em 15 dias.

Aniversário de Valência reuniu mil pessoas

nas bar, 600 assistiram gala de anive Ao som da orquestra musical Venezuelanos (Feceporven) e o ra o de uma piscina com tobogan, Rodrigues e jacuzzi para adultos mais a nova fonte expressou que a contribu "Estilos", a Casa Portuguesa deEmbaixador Val ncia de Portugal na Venezuela, econ mica dos associados ajudou a de soda. Rodrigues instou a -comunida Manuel da Costa Ars nio, - marca celebrou no passado s bado, 11 Jos de reconstru o do clube e que com o lusa associada Casa Portuguesa de ramrio. presen a no acto ao lado dedeCarlos Fevereiro, o seu segundo anivers apoio "iremos melhorando as nossas o presidente da Casa, Val e dancia a se integrar mais e ajudar Mais de mil pessoas assistiram Rodrigues, festa instala es para que todos possam clube a conseguir as novas altera es direc oo aniversariante. organizada pela direc o da associa desfrutar das comodidades de- asso que se est o levando a cabo. Para este ano, o Centro pretende lusa. cia o". Actualmente, a Casa de Val ncia levar do Marcelino de Canha, presidente da a cabo v rios projectos. Antes com 1.200 s cios, dos -quais ape final deste m s est prevista - aconta inaugu Federa o de Centros Portugueses


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CORREIO DE VENEZUELA- 16 DE FEVEREIRO DE 2006

Flores venezuelanas produzidas por lusos A zona dos “ altos mirandinos” tornou-se, depois dos “ estados andinos” , num dos maiores centros de cultivo e comercialização de flores.

A “Fresca Flor”, que pertence a um emigrante de Câmara de Lobos, produz 100 caixas de 24 rosas por dia.

Jean Carlos De Abreu

deabreujean@yahoo.com

uando se chega a San Pedro de los Altos e a Pozo de Rosas, no Estado Miranda, as sementeiras de margaritas e de crisâ ntemos recebem o visitante no meio de uma paisagem onde pontificam montanhas sob um clima muito fresco. Os tradicionais azulejos com imagens de santos nas fachadas das casas e as sementeiras são sinais inequívocos de que aquelas terras são habitadas por portugueses. As terras, consideradas ó ptimas para o cultivo de flores, são habitadas por mais de 50 famílias lusas, que ali se radicaram há mais de 40 anos. No início dedicaram-se a trabalhar a terra para dela arrancar parte dos produtos necessários à sua subsistência. Mas com o passar do tempo tornaram-se em distintos floricultores. « Os primeiros habitantes de origem portuguesa que pisaram esta terra começaram a trabalhá-la com a finalidade de conseguir víveres pró prios e assim providenciar alimentos para o consumo familiar. Mas,

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com o passar dos anos, surgiram as culturas de flores e a ideia de as comercializar» , contou ao Correio Gregó rio de Freitas, filho de emigrantes portugueses naturais de Machico, encarregado de uma empresa produtora de flores existentes naquela zona. Uma vez criadas as primeiras empresas e conhecidos os resultados econó micos que elas eram capazes de produzir, os portugueses da zona começaram a levantar pequenas companhias familiares e a oferecer os respectivos produtos a comerciantes espalhados pelos quatro cantos dos país.

EMPRESAS A CRESCER Das 50 famílias lusas que ali vivem, cerca de dez dedicam-se à floricultura, actividade qualificada como trabalhosa e que exige sacrifícios. A fazenda “ Monverana” é uma das companhias produtoras e de comércio de flores. Foi criada há quatro anos e negoceia com fornecedores provenientes de Puerto La Cruz, Cumaná e Sucre. Gabriel Mendes, luso-descendente e gerente da empresa, afirmou que o primeiro ano no mercado foi « duro» para o

Em San Pedro de los Altos, dez famí lias portuguesas levantaram importantes empresas de floricultura que já comercializam as suas culturas ao ní vel nacional negó cio, já que era preciso dar-se a conhecer num meio muito competitivo. Actualmente, “ Monverana” é a segunda empresa da zona com melhor produção, sendo elogiada pela sua « competência» e ainda apontada como uma das floriculturas « mais promissoras» no comércio de flores, por manter preços fixos aos compradores e ter uma produção diária de 50 dezenas de flores « de boa qualidade» . Mendes indicou que os meses mais lucrativos para a empresa são Maio, Junho, Setembro e Dezembro. O custo aproximado das flores, segundo a espécie pedida pelo fornecedor, vai desde os quatro aos 14 mil bolívares.

ROSAS: AS PREFERiDAS Girassó is, “ Aves del Para-

íso” , “ Gerberas” e Margaritas são algumas das espécies florais que as fazendas floricultoras cultivam nos seus campos. Mas a rosa é a flor com maior procura no mercado, pois « o perfume, a textura das pétalas e o tamanho, fazem-na especiais» , observa Marisol Gonçalves, administradora e gerente da “ hacienda Fresca Flor” , situada em Pozo de Rosas, Los Teques. “ Fresca Flor” é conhecida como a maior produtora de rosas da zona. O proprietário da “ hacienda” , Manuel Gonçalves da Silva, chegou à localidade há 25 anos, proveniente de Câ mara de Lobos, ilha da Madeira, e desde ali começou a semear, cultivar e distribuir, sozinho, flores por distintas partes de Caracas. O negó cio das rosas é gerido por ele e dois dos seus filos. Marisol, licenciada em Administração, encarrega-se da parte comercial, e Manuel, de 19 anos de idade, ocupa-se dos cuidados a ter com as flores na parte do cultivo. Esta fazenda tem dez hectares de terra, dos quais sete são utilizados para o cultivo de flores. O restante zona está por

explorar. Manuel filho disse ao Correio que a produção de rosas é muito exigente pois requer cuidados personalizados.

NEGó CiO COMPETiTivO As sementes que plantam são trazidas desde França, Holanda e Espanha. Produzem 100 caixas de 24 rosas por dia. O produto está sujeito a uma classificação, pelo que se não cumprir com os parâ metros estabelecidos pelos compradores passa a ser classificada como de segunda classe e o seu valor diminui. « Fresca Flor caracteriza-se por vender flores de primeira qualidade e a preços justos» , referiu a gerente desta “ hacienda” . A empresa conta com 40 ajudantes, os quais estão encarregados de cuidar da rega das flores, como também do acondicionamento e a venda aos distribuidores. Os empresários asseguram que o negó cio das flores é rentável, embora às vezes seja preciso estar preparado para « lidar com as épocas baixas» , porque nem sempre os pedidos são constantes e quando o são, não se consegue fornecer o suficiente.


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VENEZUELA | 11

Bastidores das comparsas Yamilem González yamilemgonzalez@yahoo.com

s carnavais no Centro Português de Caracas constituem uma das festividades mais importantes e representativas para os só cios, que não perdem a oportunidade de participar no tradicional concurso das “ comparsas” , que se realiza na segunda-feira de Carnaval no Salão Nobre. Os jovens são os principais protagonistas e sacrificam de bom grado as suas férias para poder participar nelas. A ideia central das “ comparsas” é criar um tema livre, o qual deve possuir uma histó ria a que se acrescenta um toque de fantasia, coreografia e mú sica. Os grupos participantes são avaliados por jurados especializados que têm em conta diferentes categorias, como sejam a originalidade, coreografia, vestuário, cenografia e musicalidade. A avaliação é feita segundo uma escala que atribui uma pontuação entre um a cinco valores. As “ comparsas” participantes começam a trabalhar na ideia cerca de três meses antes do evento, dando início aos ensaios em Janeiro, pois para obterem um bom trabalho precisam de manter uma constâ ncia e criar um sentido de responsabilidade. Os grupos são compostos por 40 pessoas aproximadamente, que na sua maioria são jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 23 anos. Cada uma das “ comparsas” tem um nome que a identifica. “ Denois” , os vencedores consecutivos das três edições anteriores, não participam este ano. Mas regista-se a estreia de “ Los Ponkies” , dirigidos por Ysabel Ferreira, que também participa pela primeira vez nas “ comparsas” . Ao Correio disse que não tem feito muito, já que os rapazes se encarregaram de tudo, tanto ao nível da criação como também da cenografia. « Eu sou a que mais lhes ajuda a conseguir um pouco de disciplina» , observa, esclarecendo que as mães dos membros das “ comparsas” estão encarregadas do vestuário e de suportar os inevitáveis encargos. Segundo a organizadora, a maioria dos rapazes são novos e nunca tinham dançado. Juan Pablo Ferreira, membro do grupo “ Los Bufos” leva seis anos bailando, mas este será o seu primeiro ano como organizador. Explicou que o clube lhes oferece uma colaboração monetária para a realizar a “ comparsa” , mas frisou

O

Os bailes e coreografias começam a ser preparadas três meses antes da data. A criatividade dos jovens é a protagonista. Mas nem tudo é fácil, já que os diferentes grupos concorrentes se deixam dispersar um pouco no sentido da competição que, do mesmo modo, cada membro tem de contribuir para que se possa cobrir os gastos, que são muito elevados. O orçamento deste ano para a sua “ comparsa” , explicou, “ é de sete milhões de bolívares” . « Apesar de o vencedor receber um prémio, o tal montante nunca chega para cobrir o que se gastou na totalidade, daí que para nó s o benefício é totalmente pessoal e de satisfação» , disse Juan Pablo. Sobre o ambiente que se vive no clube durante os meses em que se organizam as “ comparsas” , lamentou que os grupos de amizades se dispersem um pouco no sentido da competitividade. O que vale, acrescentou, é que logo depois do evento tudo volta à normalidade. O grupo “ Los chamos” participam nas “ comparsas” há sete anos, tendo alcançado o primeiro lugar numa das edições. « Para nó s o importante é participar e divertirmo-nos sem estar dependentes da competição» , afirma a organizadora. Acrescentou que o mais difícil de tudo são os ensaios que ocorrem muitas semanas antes do evento, pois realizam-se todos os dias e os rapazes têm de encontrar tempo extra entre a suas actividades quotidianas para cumprir. E o produto final depende destes ajustes.

O orçamento para organizar uma “comparsa” pode atingir os sete milhões de bolívares.

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12 | HISTÓRIA DE VIDA

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Um grande pai amigo Natividad de Pinto conta a vida do seu pai

anuel Augusto Pinto Jú nior, foi um emigrante que, como muitos outros, fugiu da pobreza com a firme decisão de trabalhar para sustentar a sua esposa e os seus filhos que havia deixado para trás. O meu papá recordava muitas vezes a sua terra, destacando em especial as belezas da Madeira, o seu modo de vida, o frio, e os tempos de criança quando ele era pastor, trabalho que começou a desempenhar desde muito pequeno e que lhe foi ensinado pelo meu avô , seu pai. Nunca deixou de falar dos seus pais, do trabalho, dos jogos, das brincadeiras e até das brigas. As suas mais belas histó rias descreviam a sua vida em paisagens montanhosas, como o ter de subir e descer diariamente serras, de cuidar, vender ou tosquiar ovelhas. Recordo-as muito bem porque as gravei na memó ria quando o escutava, sentada no chão, à conversa com os seus amigos, que às vezes se reuniam em grupos com mais de 20 homens. Não raramente era a ú nica dos seus filhos a prestar atenção aos seus contos. O papá saiu da Madeira a bordo de um barco rumo a Curaçao, onde trabalhou durante algum tempo. Mas em 1949 já estava em Caracas, onde deu os primeiros passos com a ajuda dos irmãos, vivendo na casa destes até conseguir ganhar o suficiente pa-

M

Manuel Augusto Pinto Júnior foi construindo a sua vida aos poucos. Primeiro assegurou um tecto cómodo e acolhedor para toda a família.

ra arranjar uma para si. Quando a conseguiu mandou chamar logo de seguida a família. Mudámo-nos várias vezes. Primeiro vivemos em Petare, na zona Leste da cidade. Depois em Ojo de Agua e em El Junquito. Quando chegámos a Tacagua eu já tinha 6 anos de idade. Ele fez de tudo. Começou como ajudante numa mercearia, foi condutor de autocarro, motorista de transporte e carnes, carniceiro, entre outras profissões. Instalou e dirigiu dois chiqueiros, um deles em Ojo de Agua. Também num terreno onde cultivava

bananeiras, tomates, hortaliças, entre outros legumes. A casa de minha família esteve sempre marcada pela nossa relação com a natureza: hortas, plantas, animais. O meu papá levou-nos a viver num “ ranchito” e ali começou uma relação muito especial entre toda a família. A vida transcorreu com grande tranquilidade e harmonia com o meu pai sempre rodeado dos filhos. Todos temos muito boas recordações desse tempo. Ele foi construindo a sua vida aos poucos. Primeiro assegurou um tecto có modo e

acolhedor para toda a família. Começou pela base. Depois foi tornando-a mais só lida, com paredes e tectos cada vez apropriados. E com os seus filhos foi igual. A todos tratou de dar uma educação especial, ú nica. Deu-nos confiança. Modelou o nosso carácter e ensinou-nos a tratar uns dos outros quando fosse preciso. Quando sentiu a tranquilidade de ver a família confortavelmente instalada realizou a sua primeira viajem. Regressou em 1969 à sua terra apenas para matar saudades. Visitou a sua povoação, onde participou em romarias, já que sempre foi um grande devoto da Virgem de Fátima. Comprou o terreno onde viviam os meus avó s. Com o tempo, construiu uma casa grande. A casa que nunca teve na Venezuela, teve-a no Curral das Freiras… O meu papá e eu fomos grandes amigos. Quando eu tinha 12 anos, e ele já contava com 33 de emigração, já podia sair de casa descansado para o trabalho deixando-me encarregada. Eu já então fazia de tudo porque ele me havia en-

sinado. Apenas não permitia que levantasse coisas pesadas e capar porcos, pois isso devia continuar a ser um trabalho para homens. Mas não se pense que o meu pai era um machista, daqueles que seguem o modelo de homens para um lado e mulheres para o outro. Era um cavaleiro. Recordome de nos levar, a mim e às minhas irmãs, para passeios onde costumavam ir só homens, para o campo beber e matar um cabrito. Eu tive a oportunidade de ir uma vez à Madeira, em 1973. Estava comovida com a expectativa de poder vir a descobrir os lugares e os passeios descritos por ele. Comprovei mais tarde que as suas histó rias eram mais belas de que imaginava. Para além disso, nunca tinha visto os meus avó s e conheci os quatro. Ele adoeceu em 1986 e decidiu então ir viver para a Madeira. Ali vive a minha mãe com três dos meus irmãos, a quem tenho muito tempo sem ver. Em 1988 ele regressou para nos visitar mas o destino obrigou-o a ficar. Foi quando morreu o meu papá.


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Sócios do Centro Português aprovam aumento Yamilem Gonzalez yamilemgonzalez@yahoo.com

assembleia de só cios do Centro Português de Caracas aprovou o orçamento para este ano durante uma sessão ordinária que se realizou na quarta-feira passada, no Salão Nobre desta instituição. A proposta foi aprovada com 178 votos a favor e 172 contra, sancionando-se assim o aumento das mensalidades dos só cios para 364.000 bolívares com IVA incluído, com a finalidade de se proceder à reestruturação das instalastes do clube. De acordo com o presidente da Junta Directiva, André Pita, era inevitável acontecer aprovar o aumento pois estava-se tornando muito difícil continuar a co-

A

brir o défice do Centro através do montante resultante da mensalidade anterior, que era de 299.000 bolívares. Entre os primeiros projectos que estão equacionados para concretizar nos pró ximos tempos encontrase a remodelação da sala de Bowling, a manutenção do ar acondicionado e a reconstrução de uma quadra de ténis. De um total de 2.000 só cios, apenas 350 decidiram votar. Segundo aquele responsável, isto acontece porque apenas perto de 1.000 dos associados gozam das instalações, pois os restantes não costumam aparecer. “ Logo, quando se realizam este tipo de assembleias, muitos votam contra sem conhecer as reais necessidades do clube, eles se vêm afectados com o que venha a ocorrer” , observou.

VENEZUELA | 13 breves

Angariação de fundos O grupo folclórico “Emigrante Portugués”, de Santa Teresa del Tuy, Estado Miranda, realiza no próximo domingo, 19 de Fevereiro, um peditório com o objectivo de angariar fundos para a realização do “Festival Continental 2006”. Rita Fernandes, relações públicas do grupo, explica que a finalidade é angariar fundos para iniciar os preparativos para o próximo festival que se levará a cabo na entidade “mirandina”, onde se procura unir duas nações, Venezuela e Portugal, num evento. O acto terá lugar Casa da Cultura de Santa Teresa del Tuy, situada em frente à praça Bolívar da localidade, a partir das 3:00 pm. Ao encontro assistirão várias grupos venezolanas, como “Danzas Génesis”, “Frailejón”, o “Grupo Folclórico Infantil luso de Ocumare del Tuy” e a agrupamento “Los Guarañeros”.


14 | TRAÇOS DE PORTUGAL

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sugestões - Esta vila portuguesa faz parte do Alto Alentejo, distrito de Portalegre. É sede de um município com 247,26 km² de área, subdividido em três freguesias e tem 8.387 habitantes. O município é limitado a Norte e Leste pela Espanha, a Sueste pelo município de Elvas e a Oeste por Arronches. Dista 224 km de Lisboa. - D. Dinis foi quem converteu a vila de Campo Maior em território português, através do Tratado de paz entre Portugal

e Castela, celebrado em 1297. A partir dessa data, as vilas de Campo Maior, Ouguela e Olivença deixaram de ser castelhanas, passando a ser pertença da coroa lusa. - A gastronomia desta vila é motivo de orgulho para os seus habitantes. Devido à proximidade espanhola, existem muitas influências que deram origem a pratos dignos de provar, como: sopas de batata, cação, tomate e de bacalhau; migas com entrecosto; gaspacho; grãos

com carne; carne de porco à alentejana e a famosa açorda.· - Alem da boa mesa, em Campo Maior produz-se uma das bebidas favoritas dos portugueses: o café. É ali que se localiza a maior zona industrial de torrefacção de cafés da Península Ibérica, o que motivou a criação do Museu do Café, em 1994. - Se visitar Campo Maior não pode deixar de conhecer a fascinante, para alguns, e macabra, para outros, Capela dos Ossos, obra que data de 1766 e que

foi construída após uma explosão na cidade que deixou mais de um milhar de mortos. O interior desta Capela esta totalmente revestido com os ossos das vítimas. - O artesanato de Campo Maior é muito variado e inclui trabalhos em ferro forjado, flores de papel (rosas, cravos), objectos em cartão (arado, foice, pratos) e pintura de louça em barro. Fonte: www.cm-campo-maior.pt

Campo Maior: uma festa de flores É no Alto Alentejo, Portugal, que fica esta vila conhecida pelas suas festas populares para as quais os seus habitantes se preparam durante anos, e às quais assistem milhares de turistas.

Liliana da Silva

Lilianadasilva19@hotmail.com

histó ria de Campo Maior está cheia de lendas que explicam a origem de elementos característicos desta vila portuguesa. O seu nome, por exemplo, é explicado através de relatos que passaram de geração em geração ao longo dos séculos. O primeiro deles relata como, durante o reinado de D. Dinis, este monarca mandou construir um castelo naquelas terras, que tinham passado para as mãos da coroa portuguesa. As pessoas encarregues de escolher o local ideal para a construção do castelo encontraram um vasto terreno que possuía as condições desejadas. Ao avistar o terreno, um dos fidalgos exclamou: « É o campo maior que existe nes-

A

tas redondezas, não há outro mais adequado!» Assim, o Rei mandou construir o castelo nesta terra e passou a chamar-lhe Campo Maior. A segunda lenda, tão divulgada como a primeira, assinala a maneira como os contínuos ataques e assaltos que os habitantes daquela região sofriam os motivou a uniremse no mesmo local para dar vida ao provérbio que diz “ A união faz a força” . Em busca de um refú gio que lhes permitisse resguardarem-se e poderem defender-se dos mouros, encontraram um terreno magnífico que, para além de ser seguro, contava com belas paisagens. Segundo conta a lenda, um dos descobridores daquele espaço disse: « Companheiros! Aqui será o nosso campo maior! Nele poderemos caber à vontade e dele faremos um reduto contra os nossos ini-

migos!» Assim teria nascido o nome daquele povoamento, que se converteu numa vila de grande importâ ncia, sobretudo por ser a sede da maior indú stria de torrefacção de cafés da Península Ibérica. Esta vila do Alentejo conta com monumentos naturais e arquitectó nicos dignos de serem visitados. O primeiro deles é o castelo ao qual é feita menção numa das lendas, que foi construído a partir do século XIV, tendo sofrido algumas alterações ao longo dos anos. Este imponente monumento militar foi erguido a 299 metros de altitude, sendo um dos locais mais turísticos da região. De referir ainda a Igreja matriz de Campo Maior, a Capela dos Ossos, a Igreja de São João Baptista e o pelourinho de Campo Maior. De â mbito mais natural,

pode visitar o conhecido jardim municipal, onde o ar parece mais puro e a natureza está cheia de cores e que parecem pertencer apenas a esta região alentejana. Pode ainda passear-se pelas barragens do Caia e do Abrilongo, que foram construídas para melhorar o sistema de rega de Campo Maior e que acabaram por converter-se numa das suas potencialidades turísticas.

A FESTA DAS FLORES Ao falar de Campo Maior, não podemos deixar de destacar a famosa Festa das Flores. Uma tradição que, apesar de não se realizar todos os anos, consegue congregar o melhor da criatividade e da dedicação das suas gentes. Para a celebração desta festa, decoram-se as ruas da vila com flores de papel e outras figuras feitas em cartão e

em papel pelos residentes em cada uma dessas ruas. Um espectáculo impressionante para o qual são necessários meses e meses de preparação, pois estamos a falar de milhares e milhares de flores de todas as cores e estilos que são feitas a fim de criar este jardim florido. Esta festa realiza-se geralmente em Setembro e decorre durante uma semana, durante a qual a mú sica está sempre presente, através das vozes e bailes dos populares e turistas que acorrem a presenciar a alegria e beleza desta tradição. O povo é o protagonista e criador destas festas e é aqui que reside o que torna estas festividades interessantes, pois é o esforço e a energia das pessoas que permitem desfrutar de uma vila coberta de flores e mú sica.


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CULTURA | 15

As misses em livro Carlos Orellana

corellanacorreio@hotmail.com

Marlene de Andrade e o animador e actor Winston Vallenilla são noivos na vida real.

Namorados na vida real Carlos Orellana corellanacorreio@hotmail.com

actriz luso-descendente Marlene de Andrade e o animador e actor Winston Vallenilla são noivos na vida real desde que ambos contracenaram na telenovela “ Mujer con Pantalones” , que chegou recentemente ao fim no canal RCTV. Sendo assim, o casal famoso vai viver este ano em comum o seu primeiro dia dos namorados. “ Eu já o conhecia do canal, mas foi devido à telenovela que nos aproximámos. Já estava perto do final da produção quando começamos a sair e chegamos ao noivado” , contou de Andrade, acrescentando logo de seguida que o “ primeiro momento aconteceu no carro do Winston” . “ Certa noite chamou-me e veio visitar-me em minha casa. Falamos muito enquanto ouvíamos mú sica.

A

Mas não saímos a dar uma volta. Tudo isto aconteceu dentro do carro estacionado na garagem” , pormenorizou a actriz. Sobre o noivado, disse que está muito româ ntico, como atestam as muitas canções de amor que há pelo meio. “ Dame lo que quiero” , de Juanes, é a nossa canção” disse, revelando que Winston lha “ dedicou no dia do nosso primeiro encontro no carro. A letra da canção é muito directa, mas funcionou…” Actualmente, a actriz, filha de madeirenses, encontra-se a gravar o filme para o grande ecrã intitulado “ Jazz para una abuela virgen” . Por seu turno, Vallenilla, que brevemente protagonizará a sua primeira novela, comentou que sempre houve muita transparência e respeito e “ isso faz com que estejamos tranquilos e seguros do que estamos fazendo” .

Venevisió n estreia “ Los Querendones” enevisió n estreou a sua nova produção dramática intitulada “ Los Querendones” , onde são protagonistas os actores Fabiola Colmenares e Jorge Reyes. Na estreia foi possível ver grande parte do elenco da telenovela, que conta também com os talentos de Flor Elena González e de Joseph de Abreu, ambos descendentes de pais por-

V

tugueses naturais da ilha da Madeira. Entre os presentes também esteve a animadora luso-descendente Laura Vieira. Segundo referiu o produtor de “ Los Querendones” , Carlos Pérez, o projecto apostou na interpretação da gente venezuelana que ama e sofre mas não espera. Com um pouco de humor, a nova telenovela procura provo-

car sorrisos nos telespectadores, esperando que se vejam a eles pró prios em muitos das personagens. “ O tema central é o venezuelano mesmo e a referência a um país rico em carinho e com vontade de crescer” , explicou. O fundo musical escolhido para a produção é interpretado pelo grupo “ Calle Ciega” , o qual canta “ Tú y Yo” .

smel Sousa e Miguel Henrique Otero baptizaram o livro “ Misses de Venezuela: Reinas que cautivaron a un país” , editado no quadro da colecção “ Libros de El Nacional” . O volume de 197 páginas traça uma apaixonante viagem pelos 55 anos de histó ria do certame de beleza mais famoso do mundo. Ali se encontram vertidas impressões de uma grande quantidade de prestigiados e lendários jornalistas, autênticos símbolos do jornalismo crioulo, como Edith Guzmán, Abelardo Raidi, Aquilino José Mata, Emilio Santana, Mariahé Pabó n, Héctor Bujanda, Nelson Hippolyte Ortega, Hilda Lugo Conde, Pablo Antillano, Milagros Socorro, Rafael Osío Cabrices, Ewald Scharfenberg, Ramó n Hernández, Erica Tucker, entre outros. Ao mesmo tempo, o espaço é partilhado com míticos escritores como Salvador Garmendia, Juan Nuño, Elisa Lerner, Juan Liscano, Manon Kubler, Laureano Márquez e Tulio Hernández. É um ousado panorama de pontos de vista, contos e interpretações pessoais sobre as anedotas e os dilemas do concurso Miss Venezuela; uma recreação dos momentos estelares deste evento. Há de tudo. A extraordinária Elisa Lerner escreve sobre Susana Djuim, por exemplo, dizendo que “ sem a providencial Miss Mundo, a nossa rainha teria sido destinada a viver ignorada no limite escuro de um destino de rapariga de escritó rio pobre” ; enquanto que o amargo Juan Nuño chegou a escrever, com a bílis, que “ as misses chegam cada ano, como as chuvas, os impostos e os vírus. No

O

fundo são sempre as mesmas, com essa beleza padrão ditada pela moda gringa e pelos vendedores de cosméticos. Cada ano, a mesma farsa estú pida dos peitos privilegiados, a mesma falsa eleição de quem já está eleita muito antes” . A isto responde o grande Salvador Garmendia, escritor e guionista de televisão: “ As misses são o nosso bem menos perecível, porque a beleza sobrevive a todas as calamidades e é capaz de brilhar até em cima da nossa despojada, doente e senil democracia” . Igor Molina, a quem foi entregue a tarefa de escrever o pró logo do livro, sublinha que o certame Miss Venezuela, “ converteu-se num fenó meno de massas sem igual em nenhuma outra cultura nacional sobre a face da terra, que acende em cada ano o entusiasmo de milhares de raparigas acabadas de sair da adolescência que adormecem e acordam com uma ú nica obsessão: coroarem-se como Miss Venezuela” .


16 | LAZER

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Marjorie de Sousa empresária Carlos Orellana

corellanacorreio@hotmail.com

a telenovela “ Ser bonita não basta” , Marjorie de Sousa revelou estar a viver um dos seus melhores momentos da carreira. Depois de umas merecidas férias, a actriz luso-descendente regressa a “ Radio Caracas Televisió n” para ser, pela segunda vez, protagonista. Desta feita para contracenar na versão de televisão de “ Solteira e sem compromisso” , uma obra original do escritor José Ignacio Cabrujas e que será parte do ciclo de cinema venezuelano que vem realizando com êxito a RCTV. “ Para mim é um orgulho enorme participar neste projecto. É um trabalho que originalmente feito para a actriz Doris Wells e é um texto de Cabrujas, logo trata-se de um privilégio muito grande” , disse ao Correio. Para além disso, acrescen-

N

A actriz luso-descendente regressa à televisão para protagonizar nova personagem num filme, projecto que desenvolverá paralelamente com outros: empresária e modelo tou, “ será una experiência absolutamente nova para mim: um filme para a televisão” . Nesta produção, de Sousa fará dupla com o actor colombiano Juan Pablo Raba. Também actuarão Marina Baura e Gustavo Rodríguez. A “ Miss Dependencias Federales” no concurso de Miss Venezuela 1999, prepara-se agora para ser a nova imagem da importante campanha publicitária que promove a cerveja POLAR. Muito em breve os “ caraqueños” terão a oportunida-

de de ver esta impressionante ruiva emoldurada num dos enormes cartazes publicitários ao longo da auto-estrada Prados del Este. Comentou que o convite da empresa Polar acabou por lhe oferecer um ó ptimo equilíbrio entre o monetário e o artístico. Fazendo jus às suas origens lusitanas, em 2006, a actriz e modelo mostrará uma nova faceta como empresária, já que abriu no C.C. Paseo Las Mercedes a sua pró pria loja de acessó rios femininos, a qual deu o nome de “ Ápice” , onde se oferecem artigos oriundos de todas as partes do mundo. “ Temos desde as coisas mais simples e clássicas até o que está de momento da moda. Às venezuelanas encantam-nos coisas assim, pois gostamos de usar de tudo. E sou a primeira a admitir isto! Assim que é um lugar onde todas podem encontrar algo ao seu gosto” .

A actriz é a nova imagem da importante campanha publicitária da conhecida cerveja POLAR.

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LAZER | 17

« Os emigrantes deram-me um empurrão» Aleixo Vieira

aleixo5151@cantv.net

o homem espectáculo. Arrasta todo o tipo de multidões. E não só em Portugal onde a sua mú sica é popular, já que desde muito cedo a mesma transcendeu as fronteiras do territó rio entrando e fixando-se nos países estrangeiros de maior acolhimento de Portugueses. Natural de Viana do Castelo começou a tocar e a cantar em bailes, entre o povo do campo, nas aldeias, e nos grupos folcló ricos. Um mú sico sempre na moda que faz da sua obra uma imagem de marca do Portugal alegre e brincalhão que todos os portugueses levam dentro de si. O correio conversou com o artista e publica aqui uma entrevista exclusiva. O que é que mudou do Quim Barreiros dos anos 70 em relação aos tempos actuais? Não mudou, continua a ser o mesmo. Desejo continuar com o talento para fazer novas cantigas alegres e pô r o nosso povo feliz que é aquilo que nó s precisamos todos, porque trabalho e problemas temos todos e já sobram.

É

Onde é que vai buscar a “ malícia” e a inspiração para o tipo de letra que utiliza nas suas mú sicas? Eu nasci numa província alegre, Minho, no meio de cantadores de “ desafio” , e de cantigas brejeiras. O meu pai também ele já era acordeonista, portanto foi aquilo que eu vi, que aprendi e sei cantar. É nisto que eu tenho graça e é isso que as pessoas estão à espera. Às vezes até me dão sugestões para novas letras. A política alguma vez interferiu na sua carreira musical, já que canta e toca desde a época da ditadura? A política nunca teve nada a ver comigo, nem nunca ninguém me incomodou, apesar de ter iniciado a minha carreira no ano de 1971 ainda antes da grande mudança em Portugal. A minha ascensão como artista deu-se sempre muito devaga-

Quim Barreiros assegura que a comunidade de portugueses na Venezuela “ sempre me recebeu muito bem, e tem como caracterí stica a edificação do melhor clube Português do Mundo” rinho, degrau em degrau, com o apoio do povo e sem nunca ninguém da política me ter incomodado com a musica e as letras das minhas canções. Acho que até achavam graça. O pú blico da emigração é diferente? Está a falar com um homem que não nasceu como artista em Portugal. O Quim Barreiros cantor e cantador “ nasceu” na emigração. Quem me deu o empurrão foram os nossos emigrantes do Canadá e da América, países onde eu comecei a tocar para eles no ano de 1973. E foi daí que voltei depois para o continente e então comecei a sair para todos os países do mundo onde vivem portugueses. Existem diferenças entre o seu pú blico de antigamente e o de agora? Não há muitas. Embora antigamente fosse diferente porque se manifestava mais o sentimento da saudade e quanto mais longe era o país de acolhimento mais saudade havia. Recordo que quando ia ao Brasil e quando cá vim à Venezuela pela primeira vez, e à Austrália, aquele saudosismo notava-se mais. Quando eu tocava e cantava a “ malta “ chorava. Hoje em dia isso já não acontece, as novas tecnologias e a televisão, por exemplo, aproximaram as famílias e os países, pelo que o saudosismo já não é o mesmo de antes. Quer dizer, somos sempre bem recebidos e a musica portuguesa é sempre bem vinda. Os meus espectáculos são

sempre com casa cheia. Mas noto que o saudosismo não é o mesmo. E a segunda geração? Acho que está a fugir um bocadinho, já que vão se integrando nos seus pró prios países. Alguns falam português e entretanto outros não, e isso já é um travão para se integrarem na nossa mú sica tradicional. Aqueles que seguem mais os pais também gostam e acham graça naquilo que canto. Qual a sua opinião sobre a comunidade na Venezuela? Sempre gostei da comunidade da América do sul. Trabalhadora, como de resto são todas as zonas onde encontro Portugueses no estrangeiro, neste caso constituída na base de Madeirenses. Comunidade que sempre me recebeu muito bem, e que tem como característica a edificação do melhor clube Português do Mundo. Temos aqui o melhor clube português do mundo.

Conhece muitos clubes portugueses? Conheço, e nunca toquei num clube com a dimensão do Centro Português de Caracas. Repare que há artistas portugueses que ao tocar no Canadá por exemplo, tocam só em Montreal ou em Toronto. Na América é igual. Eu não, porque, por exemplo, no Canadá já toquei e cantei de uma ponta à outra e em todos os clubes, na América conheço igualmente de uma ponta à outra, na França igual, no Brasil também, com a excepção da Austrália onde só me apresentei três ou quatro vezes e na África do sul onde só toquei em Joa-

nesburgo. Também já me apresentei em muitas ilhas do mundo, Curacao, Aruba, Bahamas enfim localidades onde vivem Portugueses. E embora tenha passado por clubes Portugueses excelentes, com as condições do de Caracas não vi nenhum. Falando de Madeirenses conhece a Madeira? Ainda á pouco lá estive. E tenho que dar os parabéns aos madeirenses, porque conheço muitas ilhas do mundo, mas acho que a nossa ilha da Madeira é a realmente a mais bonita do mundo em todos os sentidos. Tem um povo afável, simpático, e depois estamos em casa. Só tenho pena que desde o continente custe mais visitar a ilha da Madeira e os Açores do que ir a Paris e outras cidades da Europa, e de as nossas autoridades não se apercebam desse lapso tão grave. Como é que prepara um espectáculo? É como um jogo de futebol, “ agente” nunca sabe como é que vai acontecer. Da minha parte dou sempre o meu melhor. Há muito de imprevisto, e o que venha à cabeça é o que vai. Alguém tem que levar alegria às pessoas e o que trato de fazer é isso mesmo. Momentos alegres, divertidos e bem passados. No fundo uma autêntica festa à Portuguesa. A iniciativa de actuar uma vez mais na Venezuela partiu de quem? Fui convidado pelo grupo folcló rico “ Os Lusíadas” . Falando de folclore não acha que este tipo de expressão cultural deveria ter algum apoio do Estado Português? Compreendo que é difícil chegar a todos os emigrantes, porque somos um País pequeno e pobre. No entanto sou da opinião que deveríamos nem que fosse ter um gabinete de apoio a determinadas associações, grupos de folclore etc. Isso sim com decisões rápidas e com pouca burocracia. O que é um “ desafio” ? Atenção que o “ desafio”

não se aprende. Nasce com a pessoa e não é fácil aparecer um cantador de “ desafio” . Confesso que não nasci para isso. Já gravei “ desafio” mas com as cantigas feitas e com o papel na mão. Uma coisa é gravar assim e outra é na hora, naquele segundo responder ao outro, portanto isso nasce com a pessoa, não se aprende.

“ Desafio” , “ Desgarrada” , “ Despique” ? É tudo o mesmo. É uma tradição do nosso povo que também herdamos para outros como é o caso do Brasil, onde a canção “ repentista” que também é a mesma coisa. No Norte chamamos cantigas ao “ desafio” , no Centro e no Sul do País chamam “ desgarradas” e na Madeira o “ despique” . Eu não nasci para isso, confesso. Já gravei “ desafio” mas com as cantigas feitas e com o papel na mão. Uma coisa é gravar assim e outra é na hora, naquele segundo responder ao outro e espontaneamente. Qual vai ser o tema para este ano? A padaria… mas prefiro não adiantar muito sobre esta nova canção. Mensagem a todos os que trabalhem pela musica? Que continuem, que é muito bonito defendermos a nossa mú sica e a nossa tradição. Importante também é deixar aos nosso filhos e netos aquilo que é nosso, bem português, porque eu também nasci no folclore e desde os meus 11 anos já participava nos grupos de folclore em Viana do Castelo e como já disse aprendi com o meu pai estas coisas que sei hoje.


18 | LAZER

CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE FEVEREIRO DE 2006

Sudoku: o novo grande quebra-cabeças É o passatempo da moda, considerado um bom exercí cio de memória que pode manter o cérebro 14 anos mais jovem. Arelys Gonçalves

arelyscorreio@hotmail.com

as livrarias, nos jornais, nos ambientes universitários e desportivos, as pessoas começam a falar com mais frequência do Sudoku. Uma palavra que começa a soar cada vez mais na boca dos jovens e que representa algo que tem sido motivo de competições em muitos países da Europa. Mas para os que não conhecem o significado desta palavra, que pode parecer um prato japonês, Sudoku é o nome do quebra-cabeças da moda. Para além de ser um passatempo, este original jogo cerebral estimula o raciocínio e a ló gica e melhora em muito a memó ria. Os peritos dizem que não há limites para tentar resolver estes peculiares puzzles desenhados em grelhas. Só é preciso ter um bocadinho de paciência e conhecer os nú meros de 1 a 9. O Sudoku, que em japonês quer dizer “ as cifras podem aparecer só uma vez” , é um jogo que teve origem na Suíça, durante o século XVIII. Mas foram os asiáticos os povos que adaptaram aquela ideia aos jornais, nos anos 80 do século XX, e deram-lhe também o nome que agora tem. No entanto, a verdadeira popularidade surgiu através do jornal britâ nico “ The Times” , que começou, em Novembro de 2004, a publicar umas grelhas vazias com alguns nú meros escritos aparentemente de maneira aleató ria. Progressivamente, os principais jornais ingleses incluíram, nas páginas de lazer, este novo e interessante jogo. Em Portugal, a saga do Sudoku iniciou-se em Maio de 2005 e a sua popularidade continua a crescer entre o pú blico que, a

N

pouco e pouco, tem criado espaços gratuitos na Internet para difundir o fenó meno e ensinar o jogo a uma multidão mais numerosa do que aquela que acede aos jornais. Também na Venezuela começa a aparecer nos jornais e até nas ruas os vendedores ambulantes (” buhoneros” ) da Praça Venezuela, em Caracas, podem dar aulas deste passatempo e vender a bibliografia disponível.

PaIXãO POr NúMErOS O segredo deste famoso fenó meno do entretenimento é o amor pelos nú meros. O objectivo deste puzzle é preencher um quadrado de 9X9 com nú meros de 1 a 9, sem repetir os dígitos em cada linha e em cada coluna. Este quadrado de 9X9 está dividido em nove quadros de 3X3 que também levam os nú meros de 1 a 9. Parece complicado, mas não é. resolver o problema leva tempo, mas por isso existem muitas classificações dos níveis de complexidade, que vão desde os facílimos até os “ diabó licos” . EXErCí CIO CErEbral O Sudoku pode parecer um passatempo viciante, mas para os cientistas e os médicos é um excelente remédio para os problemas de memó ria, inclusive para os doentes de alzheimer. Já algumas pesquisas indicam que o Sudoku deveria fazer parte das actividades diárias indispensáveis para conservar uma saú de excelente, como o hábito de fazer algum exercício físico. De alguns congressos internacionais de medicina saiu a conclusão de que o Sudoku, a par de outros passatempos como as palavras cruzadas, estimulam a actividade cerebral e até podem ajudar a manter o cérebro 14 anos mais jovem nas pessoas idosas.

Preencha cada grelha com os números de 1 a 9 com a finalidade de que cada linha, cada coluna e cada quadro de 3X3 contenha os números de 1 a 9. Fonte: Diário de Noticias da Madeira

Dicas para principiantes: Alguns jogadores podem achar o Sudoku muito difícil, por isso é melhor começar pelos níveis mais simples e avançar progressivamente para os mais complexos. O Sudoku inicia-se com alguns números já preenchidos nos quadrados. O jogador deve preencher os espaços vazios. No começo do jogo, procure o número que esteja presente mais vezes e verifique as possíveis jogadas com ele. Assim poderá colocar mais uma vez esse número em todos os quadros. Lembre-se que cada quadro, cada coluna e cada linha deve ter os números de 1 a 9. As jogadas devem ser bem estudadas antes de escrever o dígito porque depois de colocar um é recomendável que se assegure que esse número não se repete dentro do quadro de 3X3 nem dentro da linha ou da coluna a que pertence. Todas estas dicas podem servir para o orientar, mas a melhor dica para perceber o jogo é… jogar. É altura de tentar, com este exemplo que o Correio apresenta.

Links de Sudoku em português http://www.sudoku.name/index-pt.php, http://sudoku.mundopt.com/sudoku-media.php http://sudoku.hex.com.br/

SOLUÇÃO


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PORTUGAL | 19

Sampaio promulga lei das rendas O Presidente da Repú blica, Jorge Sampaio, promulgou no dia 13 a Lei das Rendas apó s ter obtido do governo « os esclarecimentos adequados sobre a orientação que pretende imprimir à regulamentação da lei» , disse à agência Lusa fonte de Belém. A nova lei do arrendamento, que vem substituir o anterior regime de 1990, foi aprovada no Parlamento no final de Dezembro com os votos do Partido Socialista, sob críticas dos partidos da oposição e das associações de inquilinos e proprietários. A lei determina que as rendas “ congeladas” serão actualizadas por um período padrão de cinco anos para valores de mercado, calculados com base no valor do imó vel. Esse período pode ser alargado para 10 anos se for feita prova de que o rendimento anual bruto do agregado familiar do arrendatário é inferior a cinco salários mínimos mensais (correspondente a 1.873 euros). Terão ainda direito a este período alargado inquilinos com idade superior a 65 anos ou agregados familiares com indivíduos portado-

Abrantes acolhe estação de tratamento A primeira estação de tratamento de resíduos perigosos do país com licença ambiental vai ser instalada na Zona Industrial de Abrantes, anunciou a empresa promotora. Esta estação de transferência é a primeira do género com licença ambiental e os resíduos perigosos serão encaminhados para outras unidades do grupo Indaver em Antuérpia, explicou Sandra Freitas, directora-técnica do grupo em Portugal.

Amarante inaugura estádio remodelado

A actualização da renda terá como base a avaliação do imóvel, segundo a mesma fórmula utilizada para efeitos de IMI, ponderada por um coeficiente que reflecte o estado de conservação.

res de deficiências a seu cargo. Os aumentos de renda não poderão exceder os 50 euros mensais no primeiro ano, e os 75 euros mensais até ao penú ltimo ano, e no ú ltimo será feita a restante actualização, sem limite. Para o arrendamento habitacional, o diploma prevê a atribuição de subsídio de renda a famílias com rendimento anual inferior a três retribuições mínimas nacionais (1.124,1 euros). Por proposta apresentada pelo Partido Socialista

(PS), terão também direito a subsídio os inquilinos com mais de 65 anos cujos rendimentos familiares sejam inferiores a 1.930 euros, cinco salários mínimos nacionais. A actualização da renda terá como base a avaliação do imó vel, segundo a mesma fó rmula utilizada para efeitos de Imposto Municipal Imobiliário (IMI), ponderada por um coeficiente que reflecte o estado de conservação. Este estado de conservação será determinado por um arquitecto ou engenhei-

ro inscrito na respectiva Ordem profissional. Apenas poderão actualizar rendas senhorios cujos imó veis tenham um nível de conservação final superior a três (numa escala de um a cinco). No debate sobre a lei, PSD e CDS-PP manifestaram dú vidas sobre a constitucionalidade da proposta do Governo, principalmente devido à possibilidade de perda da propriedade do imó vel por parte do proprietário que não venha a realizar as obras.

Pescadores paralisam presidente do Sindicato da Pesca do Norte avisou hoje o Governo que se avançar com a tributação da denominada “ caldeirada” ou “ quinhão” , os pescadores de Matosinhos vão paralisar a frota a partir de 1 de Abril. Este prémio, que de acordo com Antó nio Macedo é atribuído há pelo menos 20 anos aos pescadores do cerco/sardinha de Matosinhos, consiste na distribuição do valor conseguido com a venda dos primeiros cabazes e representa uma média de seis a sete

breves

O

euros por cada pescador. O sindicalista considera esta medida “ inaceitável” , já que se trata de “ um direito adquirido dos trabalhadores e não mais do que o correspondente ao

subsidio de alimentação e/ou ajudas de custo, que todos ou quase todos os trabalhadores portugueses recebem” , sem que essas rubricas sejam tributadas para o IRS ou Segurança Social. Em declarações à agência Lusa, Antó nio Macedo explicou que os pescadores de Matosinhos reuniram esta noite em plenário para decidir a paralisação, uma vez que a tributação da “ caldeirada” estava agendada para hoje e foi entretanto adiada para 01 de Abril. O sindicalista diz acei-

tar a necessidade de regulamentar estes valores e admite a possibilidade de serem deduzidos descontos sob os cabazes de sardinha que são retirados para efeitos de subsidio de Natal, mas exige que os restantes cabazes sejam considerados como o equivalente ao subsídio de alimentação e ajudas de custo a que os pescadores têm direito. A lota de Matosinhos é considerada o maior ponto de descarga de sardinha da Europa e integra mais de 600 pescadores distribuídos por uma frota de 29 embarcações.

O renovado Estádio Municipal de Amarante vai ser inaugurado domingo, dia 19 de Fevereiro, com a utilização da nova bancada e parque de estacionamento. A bancada, com cobertura metálica, tem capacidade superior a 1.800 lugares e no seu interior alberga um vasto conjunto de equipamentos e espaços ligados ao Amarante FC, nomeadamente sede social, sala de troféus, zona VIP, posto médico, balneários, ginásio, sala de fisioterapia, bares, e instalações sanitárias de ambos os sexos.

PJ detém um dos mais procurados A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem que consta da lista dos mais procurados na Holanda por ligações ao terrorismo islâmico, anunciou segunda-feira, dia 13, aquela entidade policial. O detido é o presumível líder de um grupo criminoso composto por três elementos suspeitos da autoria de três homicídios e outras tantas tentativas de assassínio, no final do ano passado na Holanda.

Apostou 60 cêntimos e ganhou 150 mil euros Uma aposta de 60 cêntimos transformo-se em mais de 150 mil euros para um casal que venceu um jackpot de uma máquina automática no Casino Estoril, anunciou a casa de jogosm no dia 13 deste mês. O prémio acumulado no prémio “Estoril-Póvoa”, que funciona nos dois casinos da Estoril-Sol, conjuga o valor de 28 máquinas do Casino Estoril e 12 no Casino da Póvoa. Frequentadores habituais da sala, uma mulher de 58 anos e o seu marido vieram da Amadora, gastaram três fichas de 20 cêntimos e saíram do casino com 152.889 euros.


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CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE FEVEREIRO DE 2006

Governo cria centro de repatriamento em Lisboa Governo vai abrir em Lisboa um centro de instalação de imigrantes sujeitos a ordem de repatriamento e apátridas similar ao que inaugurou no Porto, anunciou o ministro da Administração Interna. Antó nio Costa referiu que o Centro Instalação Temporária (CIT) de Lisboa ficará, tal como o do Porto, em instalações cedidas pelo Ministério da Justiça, mas não adiantou o local concreto, nem fixou uma data para a sua abertura. Será « brevemente» , referiu. Referindo-se ao centro do Porto, instalado na antiga tutoria da cidade e que pode alojar até 36 imigrantes sujeitos a repatriamento e sem pátria, Antó nio Costa disse que

O

a estrutura tem condições “ modelares, a nível europeu» . « Tem uma certificação da OIM [Organização Internacional das Migrações], para se obterem os mais elevados padrões de respeito pelos direitos e dignidade humana» , frisou. O novo centro - que substitui um anterior, sem condições de funcionamento, instalado num barracão no Aeroporto Francisco Sá Carneiro funciona no antigo Centro Educativo de Santo Antó nio, do Instituto de Reinserção Social. A equiparação destas instalações a centro de instalação temporária havia já sido aprovada pelo Conselho de Ministros a 19 de Janeiro, na se-

quência do encerramento do espaço no Aeroporto do Porto. De acordo com o decretolei então aprovado, a gestão daquelas instalações cabe ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), sendo assegurada também a participação de organizações internacionais e de associações não-governamentais na sua certificação e no acompanhamento de aspectos específicos do respectivo funcionamento. A decisão de instalar naquela unidade um CIT foi tomada no início de Dezembro, na sequência da desactivação das instalações do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, onde estiveram retidos em condições consideradas desumanas 10 imigrantes ilegais.

Campanha preventiva contra álcool quarta edição de uma campanha nocturna de prevenção de condução sob o efeito do álcool dirigida a jovens encerrou no ú ltimo fim-de-semana em Lisboa e no Porto com melhores resultados do que a anterior. Segundo dados divulgados pela campanha Condutor 100% Cool, o nú mero de jovens condutores detectados sem álcool no sangue aumentou de 12 para 22,57 por cento

A

do ano passado para este ano. As brigadas nocturnas da campanha Condutor 100 por cento Cool contactaram com 20.047 jovens a quem foram distribuídos panfletos informativos. Em 3.889 testes realizados durante oito fins-de-semana junto a bares e discotecas foram detectados 878 jovens condutores sem álcool no sangue.


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22 | OPINIÃO Galinha dos ovos d’ ouro! CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE FEVEREIRO DE 2006

Luis Barreira

luis.barreira@regie.lu

á aqui há dias, e a propó sito do desenvolvimento esperado da sociedade global de informação, teci algumas considerações sobre o papel que as “ ferramentas electró nicas” desempenham (e vão continuar a desempenhar...), no conjunto das relações econó micas, sociais e culturais das populações que habitam o planeta. E digo populações, mais do que as elites, porque, o recurso às novas tecnologias de comunicação abrange, de forma horizontal, mais do que vertical, as camadas sociais de todos os países do mundo, exercendo uma influência impossível de contabilizar nos nossos dias. Esta é já uma verdade actual e será surpreendentemente muito mais real, até ao fim da déca-

J

da, quer se goste ou não, quer se receie as consequências ou se aprecie os objectivos. Portanto, meus amigos, pais de crianças e jovens, o primeiro brinquedo a oferecer aos vossos filhos, deverá ser um computador e toda a panó plia de acessó rios inteligentes e adequados ao seu desenvolvimento. Haverá naturalmente que vigiar... dosear a sua utilização… fazer partilhar o seu entretenimento electró nico com outras distracções, para que os jovens, mais tarde adultos, possam vir a ser seres humanos equilibrados. No entanto e sem margem para dú vidas, o computador será, para as novas gerações, como o martelo foi para as anteriores. Portugal reconheceu, talvez tardiamente, que, no actual quadro europeu onde está inserido, a inovação proporcionada pelas novas tecnologias, extensiva a toda a sua população e não apenas aos sectores de ponta das suas metró poles, pode permitir vencer o atraso profissional da sua população activa e fazer uma autêntica revolução (para não dizer refor-

ma…) do aparelho administrativo do Estado. Bill Gates em Portugal, vem dizer-nos que, os portugueses, já não têm nada a ganhar em ser mão-de-obra barata e pouco qualificada. Esse é o papel reservado ao continente africano e asiático (por enquanto...), mesmo que afirmá-lo seja politicamente incorrecto. Esta “ galinha dos ovos d’ ouro” , trouxe igualmente, na sua bagagem, todo o recheio da Microsoft, para dar e vender. Ainda bem que veio e ainda bem que fez soprar os ventos da modernidade. Por muito que “ berrem” os “ velhos do Restelo” ! No entanto é preciso ter cuidado em não investir no “ gato” , pensando que nos estão a dar, ou a vender, a “ lebre” . Acredito que os portugueses não são estú pidos e que os dirigentes do país estão fortemente empenhados no melhor para o seu povo, razão pelo que, se a “ galinha” não puser ovos saudáveis, não terá direito a “ omoletas” !

Destinos paralelos

António de Abreu Xavier* aindax1@yahoo.com

oão de Ascensão é um talentoso jovem arquitecto luso-descendente. Vive hoje na Madeira mas foi professor na Universidade Central de Venezuela, onde conduziu estudos para um mestrado deram origem a um trabalho de nível muito interessante. Dizem que uma investigação é boa quando responde a perguntas e motiva outras. E ao assistir à sua exposição sobre as construções hoteleiras feitas na Venezuela no tempo do ditador Marcos Pérez Jiménez fui invadido por muitas interrogações. Perguntas que têm a ver com a nossa comunidade. Uma delas está relacionada com a participação dos imigrantes portugueses na construção daqueles hotéis. Estamos a falar de edifícios que considerados ícones no universo da arquitectura nacional. No caso de Caracas, o “ hotel-símbolo” dessa época é o Humboldt, que foi construído em cima a cordilheira central, à qual apenas se pode aceder por telefé-

J

rico. Quantos dos nossos “ paisanos” terão trabalhado nessas construções? Que experiências têm para legar? Quem entre eles pode narrar o contexto histó rico dessa época? Em relação a esse período histó rico da política venezuelana torna-se necessário fazer outras perguntas de índole social. É certo que Pérez Jiménez promoveu um estilo de vida mais moderno. Essa modernidade sentiu-se nas autoestradas, nos parques pú blicos como Los Pró ceres e La Nacionalidad. Em estâ ncias balneares como Los Caracas, praia muito visitada pelos nossos paisanos. A ditadura também promoveu uma série de actividades citadinas e de entretenimento muito semelhantes a iniciativas existentes em Portugal. Por exemplo, do “ Retablo de las maravillas” e da “ Semana de la Patria” surgiu a uniformidade do traje popular representado nas bailarinas das danças da Venezuela. O equivalente lusitano seria em todo caso o grupo de danças Verde Gaio. No seguimento ou não que também se fez, há muitos anos antes, em Portugal, onde se promoveu a uniformidade das danças e mú sica populares com os ranchos folcló ricos. A onda de nacionalismo

crioulo na Venezuela fez reviver certos estilos de vida calmos que em Portugal tiveram igual no concurso a “ Aldeia mais portuguesa” , que na sua primeira edição ganhou Monsanto. Pérez Jiménez ocupou-se de providenciar distracção ao povo. A cooperativa da zona de El Paraíso ofereceu teatro, cinema e concertos para operários tal como o faziam as Casas do povo, o Teatro do povo e o instituto para a Alegria no trabalho. Outra grande interrogação que saiu da tese de João tem a ver com a coincidência da promoção turística. A construção de hotéis na Venezuela tinha a ver com o lançamento de um vasto plano de turismo ao nível nacional. A intenção era fazer da indú stria hoteleira una fonte de entrada de divisas para o país. Em Portugal, a indú stria turística com o Secretariado Nacional de Informação. Ante todas estas coincidências, pergunto-me: Como se sentiam os nossos imigrantes portugueses? Em especial aqueles que chegaram a viver a época mais dura da propaganda salazarista, entre 1935 e 1950. Os mesmos que depois vieram para a Venezuela. Imagino que isso foi como ver a mesmo filme duas vezes!!! Historiador

Início de nova era para a emigração? Eduardo Neves Moreira* ccpedu@ccard.com.br

partir da eleição do Professor Aníbal Ca- vaco Silva para a Presidência da Repú blica, a nação portuguesa passa à expectativa de ter alcançado o período de tranquilidade democrática há muito desejado pelos portugueses, pois que na situação actual vêm demonstrando um certo cansaço confrontados que têm sido pela agitação resultante dos recentes e frequentes processos eleitorais e por alguns picos de instabilidade política que se reflectem numa crescente apatia por novas iniciativas no processo produtivo nacional. A população portuguesa emigrada, (cerca de 4.500.000 indivíduos) mas com uma participação política na vida nacional muito aquém do que seria desejável e aceitável, também está com grandes expectativas considerando que o Prof. Cavaco Silva anunciou que, se eleito, fará criar na Presidência da Repú blica uma assessoria especial para os assuntos das comunidades portuguesas no estrangeiro e, sempre que se divulga uma nova acção que possa vir a corrigir a deficiência verificada para com os emigrantes, estes reagem com um clamor de esperança quanto ao seu futuro e quanto ao reconhecimento do seu devido valor, elementos fundamentais para a sua real integração no espaço português e nos destinos da nossa nação. Embora a política relativa às comunidades portuguesas emigrantes tenha a tutela do Ministério dos Negó cios Estrangeiros através da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, o facto de haver uma assessoria política voltada para auscultar os interesses e os anseios dos portugueses espalhados pelo mundo é uma alvissareira, de grande alcance e que poderá trazer resultados muito

A

importantes para uma maior integração entre todos os portugueses. Os resultados auferidos das ú ltimas eleições presidenciais com referência aos portugueses residentes no estrangeiro são desanimadores: dos 187.370 recenseados (o que já é um nú mero muito abaixo do que podia se esperar), apenas cerca de 10% deles exerceram o seu direito de voto, o que estimula o surgimento de muitas questões entre as quais: a) Porque os emigrantes não se recenseiam? b) Porquê tão poucos exercem o seu direito eleitoral? A resposta a estas e outras questões é que poderão produzir resultados que se traduzam num melhor posicionamento dos emigrantes no contexto nacional e na sua participação no quotidiano do país, aumentando a sua capacidade de integração pela via do seu posicionamento ímpar nas terras em que vivem, fruto de um universalismo que as nossas navegações nos legaram e que as gerações actuais ainda conseguem manter com as suas obras, suas realizações e o seu trabalho desinteressado em prol da continuidade da nossa presença em todos os continentes. Esperemos que a promessa de S. Exa., o novo presidente de todos os portugueses, seja o augú rio de uma nova era em que os portugueses residentes no estrangeiro e os seus descendentes possam vir a ter uma vida mais participativa nas decisões nacionais, contribuindo com a sua devoção, a sua fé e o seu patriotismo para a construção do Portugal maior que todos nó s desejamos. Ex-deputado pela Emigração na Assembleia da Repú blica


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OPINIÃO | 23

cartas dos leitores

Missão Católica sem paroquianos? A razão que me levou a escrever esta carta prende-se com a surpresa que senti quando recentemente assisti a uma missa na Missão Católica Portuguesa e me apercebi dos poucos paroquianos que se encontravam no templo nesse dia. Mais tarde soube que o padre Alexandre Mendonça se encontrava ausente por motivos de saúde e então pensei: a fé da comunidade está relacionada com o sacerdote que preside à missa? Se o padre Mendonça abandonar aquele templo, irão embora também os portugueses que todos os

domingos costumam encher o templo. No dia em que reflecti sobre esta possibilidade éramos apenas 25 pessoas. É preocupante que desde há três semanas a afluência de devotos tenha diminuído consideravelmente naquela igreja. Considero que a fé deve estar sempre presente, independentemente do pároco que esteja à frente do altar. Espero que no futuro possa ver as mesmas pessoas com que sempre me tenho cruzado. Considero que nos devemos abrir mais e confraternizar com outras pessoas. Os melhores desejos de recuperação para o padre Alexandre Mendonça.

Até quando?

Da teoria a prática

As constantes ofensas dirigidas pelo nosso presidente a mandatários de outros países é bastante preocupante. A situação agrava-se de dia para dia, enquanto que ele não parece ter consciência das consequências que tal atitude poderá trazer para a Venezuela. Com os seus repetidos insultos à Administração norte-americana, apenas conseguirá deteriorar as relações comerciais que mantemos com este país. Mas não foi apenas indelicado com esse Estado. Se nos recordarmos, também criou um grave problema com o México ao chamar o Presidente Vicente Fox de “cachorro do império”. E não se ficou por ali. Uma vez mais, o nosso governante voltou a cometer outra incorrecção ao dirigir-se ao primeiro-ministro britânico, Tony Blair, de uma forma ofensiva e em total desrespeito para com as regras que se devem observar no decurso de conversações, mais ainda quando estas decorrem entre nações. É por isso que considero fundamental que esta atitude cesse de uma vez por todas e que o governo venezuelano comece a fazer uso novamente da diplomacia que parece ter perdido.

Li no vosso jornal que brevemente vão deslocar-se à Venezuela o vicepresidente do Governo Regional da Madeira, João Cunha e Silva, e o presidente de um tal Instituto de Desenvolvimento Empresarial, para uma acção de divulgação da Unidade de Apoio aos Emigrantes Empresários. Felicito a reunião pois vem contribuir para a melhoria do intercâmbio comercial entre os dois países, esse que sempre se diz escasso ou nulo. Oxalá os empresários venezuelanos compareçam ao encontro com mente aberta e boa disposição, pois são muitos os que como eu são pouco optimistas quando se fala deste tema. Quando as diferentes autoridades portuguesas vêm à Venezuela, oferecem-nos o céu, a terra e o mar, mas quando chega o momento de dar os primeiros passos, as coisas não resulta, assim tão simples. Na teoria, tudo é perfeito, mas na prática as coisas não são tão maravilhosas. Quero aproveitar este espaço deixar ainda uma sugestão ao Grupo Amizade Parlamentar Venezuela Portugal para que possam também participar neste encontro e conheçam directamente as possibilidades reais de investimento em Portugal. É tempo de falar com dados e com conhecimento de causa e não os com palavras bonitas e boas intenções.

Carlos Faria

Carlos Gonçalves Silvestre José Quinteiro Martins

inquérito: Pensa que os confrontos verbais entre o presidente da Venezuela e o dos Estados Unidos podem trazer consequências econó micas para o país?

Maria Rodrigues Piñeiro Doméstica

«Sim, creio que pode trazer consequências económicas para o país porque os Estados Unidos produzem muitas coisas que consumimos e se o Presidente Chávez se coloca nessa posição, muitos negócios vão acabar, vão deixar de entrar produtos que consumimos agora e vamos sofrer as consequências de todos estes confrontos. Não creio que o Presidente Chávez tenha razão nas acções que está a levar a cabo, porque é uma falta de respeito e, para além disso, o Presidente dos Estados Unidos nunca o ofendeu dessa maneira.»

Desiree de Araujo Contabilista

«Penso que sim, que vai trazer consequências económicas, mais das que as que já temos, porque a Venezuela não está preparada para nenhum confronto, nem do tipo militar nem económico, e ainda menos com os Estados Unidos. Não é ético nem diplomático insultar outros presidentes. Creio que aquele país não fez nada contra o nosso, ao passo que a Venezuela meteu-se nos assuntos políticos dos Estados Unidos, coisa que não lhe diz respeito.»

Jenny Ferreira Administrativa

«Estes confrontos podem trazer consequências muito graves para o nosso país pois, se tivermos problemas com outros países, é provável que a nossa economia baixe e o nosso desenvolvimento seja cada vez pior. As repercussões são negativas no que se refere às nossas negociações económicas. O Presidente Chávez não tem razão. É certo que o presidente Bush teve problemas com outros países do Médio Oriente, mas isso não é razão para ofender o mandatário dos EUA.»

Ana Marí a de Quintal Comerciante

«Creio que, neste momento, o Presidente Chávez não está a ver as consequências económicas que isto pode trazer. A sua atitude não tem razão de ser, mas sente-se muito poderoso, porque tem todos os poderes a seu favor. A longo prazo, pode ser que o afecte, ou melhor dizendo, que nos afecte enquanto nação, mas agora não.»


24 | ECONOMIA

CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE FEVEREIRO DE 2006

Câmara luso-venezuelana representada no SISAB Jean Carlos De Abreu deabreujean@yahoo.com

ma comitiva composta por sete empresários pertencentes à Câ mara de Comércio Luso-Venezuelana viaja para Portugal este sábado, 18 de Fevereiro, com o propó sito de participar na “ Feira Alimentar” , evento organizado pelo Salão Internacional do Vinho, Pescado e Agro-Alimentar (SISAB). Com a finalidade de estreitar laços comerciais entre os empresários luso-venezuelanos e os vários agentes portugueses, os delegados da Câ mara de Comércio marcam presença na feira com a esperança de conseguir um acordo para a importação de produtos portugueses.

U

Para além disso, esperam estabelecer outros contactos e negociar com novos empresários portugueses de outras cidades estrangeiras. Os representantes luso-venezuelanos pertencem aos ramos de embutidos, indú stria licorosa, mais um grupo de comerciantes do mercado de Coche. A comitiva espera que os três dias em Portugal sejam proveitosos quanto à celebração de acordos econó micos e de intercâ mbio comercial para as empresas luso-venezuelanas.

SOBRE O SISAB O SISAB foi criado em 1996 com a finalidade de promover os produtos portugueses no mundo inteiro. Em dez anos, estas reuniões conseguiram mui-

tos êxitos, pois em Lisboa já se chegaram a reunir mais de 700 empresários para celebrar contratos comerciais de importação e exportação. A Feira realiza-se anualmente durante o mês de Fevereiro, na Sala Tejo do Pavilhão Atlâ ntico, situado na cidade de Lisboa, onde 57 representantes lusos provenientes de diferentes países do mundo se reú nem para negociar e expor a qualidade “ portuguesa” de produtos como o vinho, peixe e outros alimentos. Para a edição deste 2006, o SISAB espera acolher na capital mais de 800 empresários dos cinco continentes para reforçar e realizar novos tratados de comércio. Salão para o contacto com agentes económicos internacionais.

SB Airlines voa para Madeira já a partir de Junho

Aquimadeira investe mais Venezuela

companhia aérea venezuelana Santa Bárbara Airlines vai voar a partir de Junho para a Madeira. O voo semanal vai permitir transportar no primeiro ano cerca de 26 mil passageiros, revelou recentemente à Agência Lusa o presidente da companhia. No início deste mês, o Correio, através do DIÁRIO, havia dado conta desta mes-

Aquimadeira vai continuar a sua expansão no mercado internacional. Depois de uma presença em Moçambique, responsáveis da empresa assumiram recentemente que os pró ximos passos a dar pasa por investir, em breve, na Venezuela e em Angola. No caso venezuelano, a estratégia consite em reforçar a parceria já existente com uma empresa local.

A

ma pretensão. Agora, Francisco González Yanes adiantou que a companhia inicia os voos para o Funchal a partir da primeira semana de Junho, mas escusou-se a revelar o valor dos bilhetes. O mesmo responsável anunciou ainda que até ao final do ano a companhia deverá fazer três voos semanais para Portugal, operando também para o Porto.

De acordo com Francisco González Yanes, o pú blico-alvo da companhia são os emigrantes portugueses que vivem na Venezuela, a maioria natural da Madeira. Na primeira fase, a companhia vai operar para o Funchal com um Boeing 767, avião moderno com capacidade para 260 pessoas, acrescentou.

A

A intenção foi manifestada ao DIÁRIO um dia antes do aniversário da empresa, quie se celebrou a 10 de Fevereiro, data e que a Aquimadeira recebeu na sua sede um certificado que autenticava o seu sistema de gestão de qualidade da empresa. A distinção foi entregue ao administrador da empresa, Antó nio Silva, pelo director comercial e de operações da APCER.


CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE FEVEREIRO DE 2006

ECONOMIA | 25

Cervejas da Madeira aposta na Venezuela

Colgate Maxfresh chegou ao mercado

uarte Afonso Director de exportação da Empresa de Cervejas da Madeira falou ao Correio sobre os objectivos da empresa em terras de Simó n Bolívar. Disse que o objectivo da sua visita nesta primeira fase era conhecer a realidade do mercado venezuelano e estabelecer contactos comerciais com empresários locais. De igual maneira prometeu fazer um acompanhamento exaustivo da nova realidade, alegando que só assim se pode evitar cometer erros do passado, referiu. Destacou que na sua visita à Venezuela não ouve atenção particular com nenhuma empresa em especial, no entanto manifestou que vai ser estudada uma futura parceria com empresa local. A concluir Duarte Afonso disse que na Venezuela estão dadas as condições para que os seus produtos sejam de boa aceitação.

Colgate introduziu no mercado venezuelano uma nova versão da sua crema dental: Colgate MaxFresh, a ú nica fó rmula que contém pequenos cristais refrescantes que se derretem na boca, deixando uma sensação de hálito frio. Estas pequenas lâ minas contêm um exclusivo “ enjuague” que permite experimentar uma sensação congelante na boca. A nova Colgate Maxfresh vem em três sabores: “ Coolmint” , “ Cleanmint” e a inovadora “ Cinnamin” , que combinam o sabor da canela con o da menta. Para apoiar este lançamento foi criado a chamada “ Experiência Colgate MaxFresh” , uma imitação gigante do tubo de pasta

D

A

Cerveja Coral, brisa maracujá e laranjada são os produtos mais conhecidos dos emigrantes

dentífrica com 14 metros de comprimento. Os visitantes podem entrar dentro do tubo para viver uma experiência refrescante e original. Este tubo gigante vai viajar pelas principais cidades do país, expondo-se ao pú blico em locais de interesse como centros comerciais, universidades e escolas.

Armani seduz com “ City Glam” oderno e na moda Giorgio Armani apresenta o novo conceito da colecção Emporio Armani, baptizado como “ City Glam” . A versão masculina é fresca e inebriante. A publicidade do novo perfume mostra

M

um homem e uma mulher dançando com um ritmo e uma vibração trepidante e sexy. O perfume evoca a sensação de um momento de intercâ mbio íntimo, vibrante e de carácter urbano. Armani definiu o perfume como uma

interpretação eléctrica da cidade e da sedução. City, para o homem, é uma fragrâ ncia cativante com frescura eléctrica. Glam, a versão femenina, uma fragrâ ncia de rosa Chipre com tons fortes e

sensuais. Um desenho “ fashion” e muito moderno: o frasco vem com o logo “ City Glam” em color de aço impresso sobre um fundo negro eléctrico e num suave rosado para ela.


26 | PUBLICIDADE

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Parceira para eventos de sucesso

A

TAP, como companhia aérea de bandeira, tem como um dos seus objectivos contribuir para que a realização de eventos no nosso país seja um sucesso. Pretende-se alcançar não só o reconhecimento da capacidade organizacional da entidade responsável pelo evento, como também promover Portugal e os serviços da nossa companhia. Com o intuito de facilitar a deslocação de congressistas para os eventos, a TAP tem vindo a estabelecer diversas parcerias com entidades organizadoras de congressos que têm as seguintes características gerais: As reservas terão que ser exclusivamente efectuadas através do nosso website www.flytap.com. Serão atribuídos descontos aos participantes que variam entre os 10% e os 20%. Os pagamentos serão efectuados via site por cartão de crédito e a moeda utilizada será sempre o Euro. O desconto é aplicável para viagens de ida e volta de qualquer destino TAP para Portugal e é válido apenas em voos operados pela TAP. Voos Code Share operados por outras companhias não são permitidos. À Conferência será atribuído um có digo específico que deverá ser mencionado aquando da reserva online para poder beneficiar do desconto. De modo a permitir a atribuição correcta dos descontos e confirmar a veracidade da reserva, a entidade organizadora enviará para a TAP uma listagem actualizada dos participantes registados. A entidade organizadora considerará a TAP como Transportadora Oficial do evento e incluirá essa informação na documentação e Website do evento, bem como noutros meios considerados importantes. Para mais informações

contacte-nos através do email congressos@tap.pt ou clique aqui para preencher o formulário. Lista de eventos para os quais a TAP foi até à data considerada a Transportadora Oficial, para o ano de 2006:

- INFUB 7 - ICID 2006 - IMOBITUR - 6º Mediterranean ForumPRM - Crossroads of History and Culture UNESCO -World Conference about Artistic

Education - XXII World Conference of the International Union of Angiology - Hipertension in Pregancy - VI Scientific Meeting of Professional Clinical Psycologists.


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breves Portugal convidado Nos últimos tempos o basebol conseguiu contagiar numerosos seguidores em Portugal, como o demonstram o crescente número de equipas inscritas na Federação Portuguesa de Basebol, presidida por Sandra Monteiro. “Conversámos bastante, na Suíça, o mês passado, sobre as ligações à Venezuela nesta modalidade”, revelou o presidente da Federação Venezuelana de Basebol, Edwin Zerpa, que especificou que “existe um acordo para integrar Portugal na Academia Iberoamericana de Basebol, tendo em vista formar treinadores, árbitros, anotadores e técnicos que, de regresso ao seu país, terão adquirido muitos conhecimentos para porem em prática. Tanto é o nosso interesse nisso, que a federação portuguesa foram nossos convidados”. Para além disso, assegura Zerpa, esta foi a primeira vez que faço declarações oficiais sobre a Academia, que funcionará no Estado de Barinas. “É com muito gosto que seja o Correio da Venezuela a sabê-lo primeiro. Este é um projecto que está muito bem encaminhado, ainda que falte a aprovação pela Assembleia Nacional, referiu.

DESPORTO | 27

Ai que sAudAdes estAs coisAs me dão

A Supertaça Europeia do Futebol Lusitano

António Carlos da Silva F. axedrezado@gmail.com

amos voltar atrás no tempo e recuar até o ano de 1988. Na noite do 13 de Janeiro a equipa do FC Porto, de forma autoritária e perante uma das potências futebolísticas da Europa de então, conquistava a ú nica Supertaça Europeia para Portugal, vencendo a partida com um golo do elegante meio-campista Antó nio Sousa. “ Os dragões” já tinham vencido em Amesterdão ao poderoso Ajax por idêntico resultado (1-0), e apenas um mês antes, tinham-se sagrado campeões mundiais no Japão, vencendo ao uruguaios do Penharol. O FC Porto na sua con-

V

dição de Campeão da Europa em título, viu partir depois quem na altura era considerada a maior estrela do futebol luso: Paulo Futre, num chorudo negó cio que o levou até a capital espanhola para envergar a camisola do Atlético de Madrid. Também teve de deixar partir o timoneiro que levou a “ nau” portista até à vitó ria na Taça dos Campeões Europeus: Artur Jorge, seduzido por um aliciante projecto no Racing de Paris. Estas duas saídas de vulto fizeram crer que a equipa estava enfraquecida. No Campeonato Nacional a máquina portista do técnico Tomislav Ivic, caminhava para uma época inesquecível que finalizaria com “ dobradinha” e uma vantagem final de quinze pontos (na altura a vitó ria só proporcionava dois) sobre o segundo classificado, o Benfica. No jogo da primeira-mão na Holanda, os azuis e brancos começaram a desenhar o triunfo. Perante uma for-

mação onde pontificavam vários internacionais da selecção das “ tulipas” como Menzo, Blind, Winter, Witsche ou Bergkamp, o F.C. Porto fez uma exibição de encher o olho no velhinho estádio De Meer, e a massa associativa dos “ tripeiros” encontrou um substituto à altura de Futre para começar a idolatrar: Rui Barros. Trazido desde o Varzim ainda miú do, o “ rato ató mico” fez autêntico “ gato-sapato” com a defesa do Ajax e adiantou a formação portuguesa apenas no minuto cinco. O resultado final de 0-1 para “ os dragões” pecou por escasso. Faltava só a confirmação, e num Estádio das Antas que recebeu mais de 50 mil espectadores, a formação escalada por Ivic para o assalto final esteve conformada pelo polaco Mlynarczyk na baliza; João Pinto, Lima Pereira, Geraldão e Inácio na defesa; Bandeirinha, Jaime Magalhães, Sousa e An-

dré no meio campo, e Rui Barros e Gomes no ataque. Semedo por Bandeirinha e Jorge Plácido por Gomes, foram as substituições, e esta ú ltima mereceu do pú blico presente uma monumental assobiadela dedicada ao treinador balcâ nico. Nova vitó ria que converteu o F.C. Porto na primeira equipa europeia e fazer o “ grand slam” (ganhar de seguida a Taça dos Campeões, Supertaça Europeia e Taça Intercontinental), e fez da época 87-88 a mais dourada do historial portista, ao juntar os brilharetes internacionais da Intercontinental e Supertaça, ao título de Campeão Nacional e Campeão da Taça de Portugal. O F.C. Porto tornaria a disputar mais duas Supertaças Europeias em 2003 e 2004 perante o Milão da Itália e o Valência da Espanha, mais saiu derrotado em ambos embates disputados num só jogo. Mais isso é outra histó ria…


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Promessa da natação Antonella Fonseca antofonseca@gmail.com

o Centro Português de Caracas o desporto assume-se como uma das actividades de maior importâ ncia. A natação é uma das modalidades apoiadas e onde se formam crianças como Ángel José de Oliveira da Silva. Com apenas dez anos de idade, já faz parte da equipa de federados do Centro. Com uma cara muito séria e um ar profissional explicou ao Correio a sua paixão pela natação, cuja prática abraçou para o seu quotidiano. Ángel nasceu em 1995, filho de mãe luso-descendente e de pai natural da Madeira. Actualmente estuda no Colégio La Salle de La Colina. No ano passado participou por duas vezes em competições nacionais de natação. Não se recorda desde quando é que pratica este desporto. “ Nado desde muito pequeno” , diz. Mas entrou para a

N

equipa aos oito anos e tem-se destacado em varias competições em que tem participado. De segunda a sexta-feira, Angel frequentas as aulas, entre as sete da manhãe o meio-dia. Às cinco da tarde inicia os treinos, que se prolongam até às oito da noite. Já entrou em competições de nível regional e nacional. Na primeira escolhem-se os nadadores com as melhores marcas, ou seja, com os melhores tempos. Os 16 melhores vão à competição da “ Federació n Venezolana de Deportes Acuáticos” (FEVEDA). Durante 2005 participou nestas competições e foi duas vezes aos nacionais. Antes de iniciar uma competição sente-se nervoso, pois teme ser desclassificado ou não conseguir manter a sua marca ao nível de tempo, confessa. Mas quando termina a prova e sabe que é o vencedor sente-se muito feliz e relaxado, porque os nervos passaram. Não tem conta das medal-

has que já recebeu, mas a ú ltima ganhou-a entre Novembro e Dezembro de 2005. Angel cita o seu professor, Julio Carrillo, que lhe recorda constantemente nos treinos que “ o descuido mata a alma e a envenena” . Por isso aconselha as crianças a trabalharem duro. Se praticam deporte, tudo é possível, recomenda. Além de manter uma boa alimentação, e evitar comer tantos doces. O Centro Português de Caracas oferece classes de natação de segunda a sexta-feira. Há diversos horários entre as três e as seis da tarde para a equipa da escola e para a equipa de federados o horário vai das cinco da tarde às oito da noite. Os requisitos necessários para se inscrever nas aulas de natação são: ter mais de três anos de idade, ser só cio do Centro Português de Caracas, pagar uma quota de inscrição de 20.000 bolívares e uma mensalidade no mesmo valor

Arranca expedição rumo ao Sahara lisboeta Rui Mendes parte no pró ximo dia 22 de Fevereiro para Portugal onde inicia a sua pró xima aventura: conquistar o deserto do Sahara, situado no continente africano. Desde Lisboa, Mendes viaja para Madrid, ponto de partida da expedição, a 28, seguindo depois para Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia e Egipto, atravessando assim o maior deserto do mundo, conhecido pelas suas altas temperaturas e condições adversas. Como é de costume, a expedição estará cheia de obstáculos, pois os veículos terão de atravessar, em inú meras ocasiões, autênticos mares de dunas e paragens desérticas durante vários dias, sem passar por numa povoação, tendo por isso de acampar em Oásis utilizados pelas tribos africanas que vivem nessas terras. Nesta nova aventura, Mendes vai acompanhado de outros seis membros do grupo “ Expediciones Uno” . Os automó veis já foram enviados no passado dia 25 de Janeiro por via marítima para Espanha. Cabe destacar que estes carros foram preparados para as exigências da travessia, pois estamos a falar de troços

O

com cerca de 800 quiló metros sem poder reabastecer os tanques de gasolina, já que se trata de rotas pouco povoadas sem praticamente sem qualquer tipo de comércio devido à paisagem inó spita. Neste sentido, a suspensão teve de ser modificada para suportar o peso dos carregamentos de água, alimentos, peças sobressalentes e ferramentas. Segundo Mendes o périplo durará aproximadamente 40 dias, podendo a expedição terminar no início de Abril, a cumprir o itinerário estabelecido. Se é um dos seguidores deste intrépido lusitano, saiba que os desenvolvimentos da expedição serão publicados em diversas páginas electró nicas da Internet em venezuelano, entre elas a “ tucarro.com” , onde se poderão ver fotografias que registam como avança a aventura através de cró nicas diários. Além disto, poderão desfrutar de algumas fotografias de expedições anteriores de Rui Mendes através dos cartões da “ Movilnet” , que promove as mais cindo expedições levadas a cabo pelo lusitano.


CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE FEVEREIRO DE 2006

DESPORTO | 29

III Divisão - Série A 20ª Jornada

III Divisão - Série B III Divisão - Série C III Divisão - Série D III Divisão - Série E 18ª Jornada 20ª Jornada 19ª Jornada 20ª Jornada

III Divisão - Série F 19ª Jornada

A Cabeceirense - SC Maria Fonte AD Esposende - AD Oliveirense ADC Correlhã - GD Bragança Brito SC - FC Amares CD Cerveira - SC Mirandela Desp. Monção - SC Valenciano FC Vinhais - SC Vianense GD Valpaços - Merelinense FC Mondinense FC - GD Joane

AC Vila Meã - Canedo FC 1-1 AD S. Pedro Cova - SC Vila Real 1-0 Ermesinde SC - Rebordosa AC 2-2 FC Tirsense - CR Ataense 2-3 Leça FC - UD Valonguense 0-2 L. FC Lourosa - CD Cinfães Não Jogado Padroense FC - ADR Tarouquense 2-0 SC Rio Tinto - Descansa Vilanovense FC - Torre Moncorvo 1-0

AD Oeiras - Estrela FC Vendas Novas 5-0 CD Beja - SR Almacilense 3-1 Farense - Fut. SAD - FC FerreirasNão Jogado FC Castrense - Amora FC 4-1 Beira-Mar Mt. Gordo - Lusitano GC Évora3-0 GD Monte Trigo - GD Lagoa 0-2 GD Sesimbra - Vasco Gama AC 1-1 Juventude SC Évora - Lusitano FC VRSA4-0 UD Messinense - SCM Aljustrelense 1-0

Classificação J V E D

1º GD Bragança 2º SC Maria Fonte 3º SC Mirandela 4º FC Amares 5º GD Joane 6º A Cabeceirense 7º Merelinense FC 8º Brito SC 9º Mondinense FC 10º AD Oliveirense 11º CD Cerveira 12º Desp. Monção 13º AD Esposende 14º FC Vinhais 15º SC Vianense 16º ADC Correlhã 17º SC Valenciano 18º GD Valpaços

19 20 20 20 20 20 20 20 20 19 20 20 20 20 20 20 20 20

12 12 12 12 10 10 9 8 8 6 5 6 5 5 4 4 3 3

6 5 5 2 8 3 5 6 2 7 9 4 6 4 6 3 6 3

1 3 3 6 2 7 6 6 10 6 6 10 9 11 10 13 11 14

0-1 2-2 1-2 1-0 1-1 1-1 0-1 0-2 0-1

Classificação

G

P

35-11 42-13 36-18 35-20 25-13 31-18 24-20 26-33 32-32 25-20 27-27 26-32 22-34 28-30 19-33 20-42 22-45 12-46

42 41 41 38 38 33 32 30 26 25 24 22 21 19 18 15 15 12

21ª Jornada (12-02) AD Oliveirense - ADC Correlhã FC Amares - A Cabeceirense GD Bragança - CD Cerveira GD Joane - GD Valpaços Merelinense FC - AD Esposende SC Maria Fonte - Mondinense FC SC Mirandela - Desp. Monção SC Valenciano - FC Vinhais SC Vianense - Brito SC

J V E D 1º AC Vila Meã 2º AD S. Pedro Cova 3º Torre Moncorvo 4º Canedo FC 5º L. FC Lourosa 6º Vilanovense FC 7º Ermesinde SC 8º SC Vila Real 9º CR Ataense 10º Rebordosa AC 11º SC Rio Tinto 12º Leça FC 13º UD Valonguense 14º FC Tirsense 15º CD Cinfães 16º Padroense FC 17º ADR Tarouquense

19 19 19 19 18 19 18 19 19 19 18 19 19 18 18 19 19

11 9 9 8 7 9 7 6 7 5 5 5 6 5 5 3 4

5 5 5 6 7 1 6 8 5 10 8 8 4 5 5 6 2

3 5 5 5 4 9 5 5 7 4 5 6 9 8 8 10 13

G

P

24-10 29-21 25-17 24-21 24-15 19-30 25-25 20-16 29-31 31-26 21-18 24-24 23-35 26-25 16-22 18-25 21-38

38 32 32 30 28 28 27 26 26 25 23 23 22 20 20 15 14

20ª Jornada (12-02) ADR Tarouquense - AC Vila Meã Canedo FC - Vilanovense FC CD Cinfães - Leça FC CR Ataense - SC Rio Tinto Lusitânia FC Lourosa - Descansa Rebordosa AC - FC Tirsense SC Vila Real - Padroense FC Torre Moncorvo - Ermesinde SC UD Valonguense - AD S. Pedro Cova

AD Fornos Algodres - CRC Souropires AD Satão - CF U. Lamas AD Valecambrense - GD Milheiroense AD Valonguense - AA Avanca CD Arrifanense - CF "Os Marialvas" CD Estarreja - Anadia FC FC Cesarense - GDRC Social Lamas GD Gafanha - SC São João Ver UD Tocha - CD Tondela

Classificação J V E D

1º GDRC Social Lamas 20 20 2º AA Avanca 20 3º CF U. Lamas 4º AD Valecambrense 20 5º CRC Souropires 20 6º SC São João Ver 20 7º AD Valonguense 20 20 8º CD Tondela 20 9º Anadia FC 20 10º UD Tocha 11º GD Milheiroense 20 12º AD Fornos Algodres 20 20 13º FC Cesarense 20 14º AD Satão 20 15º CD Estarreja 20 16º GD Gafanha 17º CF "Os Marialvas" 20 18º CD Arrifanense 20

12 12 11 9 9 9 8 8 7 6 7 7 6 6 5 4 2 1

7 3 5 6 5 4 6 5 8 7 4 4 6 5 5 8 6 8

1 5 4 5 6 7 6 7 5 7 9 9 8 9 10 8 12 11

0-0 0-0 1-2 2-1 1-1 2-2 2-1 1-1 1-1

A Beneditense CD - CA Riachense 2-2 AC Marinhense - CA Mirandense 0-0 CU Idanhense - GD "O Vigor da Mocidade"50 Eléctrico FC - Descansa GD Sourense - AD Fundão 2-1 GDR Bidoeirense - CD Amiense 4-0 GDR Monsanto - GD Peniche 1-0 Sertanense FC - Caldas SC 0-0 UD Caranguejeira - GC Alcobaça 2-1

Classificação

G

P

39-20 38-14 25-13 29-24 25-17 23-23 19-18 32-22 19-20 19-19 23-27 18-26 17-24 22-23 18-27 20-33 15-34 17-34

43 39 38 33 32 31 30 29 29 25 25 25 24 23 20 20 12 11

21ª Jornada (12-02) AA Avanca - CD Estarreja Anadia FC - AD Fornos Algodres CD Tondela - GD Gafanha CF "Os Marialvas" - FC Cesarense CF U. Lamas - CD Arrifanense CRC Souropires - AD Satão GD Milheiroense - UD Tocha GDRC Social Lamas - AD Valecambrense SC São João Ver - AD Valonguense

J V E D 1º GD Sourense 2º CA Mirandense 3º CU Idanhense 4º Eléctrico FC 5º GDR Monsanto 6º Caldas SC 7º GD Peniche 8º Sertanense FC 9º AC Marinhense 10º GC Alcobaça 11º CA Riachense 12º UD Caranguejeira 13º AD Fundão 14º GDR Bidoeirense 15º "O V. da Mocidade" 16º A Beneditense CD 17º CD Amiense

19 19 19 17 19 18 19 19 19 19 19 19 18 19 18 18 18

9 9 9 9 9 9 9 7 6 5 7 6 7 5 5 5 2

5 5 4 4 3 3 3 5 7 10 4 6 3 5 5 4 4

5 5 6 4 7 6 7 7 6 4 8 7 8 9 8 9 12

G

P

27-19 22-15 28-17 21-16 24-19 25-22 25-22 19-22 31-25 17-14 24-26 22-24 18-22 17-23 15-21 17-22 14-37

32 32 31 31 30 30 30 26 25 25 25 24 24 20 20 19 10

20ª Jornada (12-02) AD Fundão - GDR Monsanto CA Mirandense - A Beneditense CD CA Riachense - UD Caranguejeira Caldas SC - AC Marinhense CD Amiense - Sertanense FC Eléctrico FC - CU Idanhense GC Alcobaça - Descansa GD "O Vigor da Mocidade" - GD Sourense GD Peniche - GDR Bidoeirense

1º Dezembro - Tires Alcochetense - Atlético C. Lobos - Cacém Caniçal - Santana Carregado - Vialonga Loures - Fut. Benfica O Elvas - Montijo Ouriquense - Machico Sintrense - Vilafranquense

Classificação J V E D

1º 1º Dezembro 2º Atlético 3º Carregado 4º Machico 5º C. Lobos 6º Cacém 7º Montijo 8º Caniçal 9º Loures 10º Alcochetense 11º Sintrense 12º O Elvas 13º Ouriquense 14º Fut. Benfica 15º Tires 16º Santana 17º Vialonga 18º Vilafranquense

20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 19 20 20 20 20 19

11 11 10 10 10 10 8 9 9 8 8 7 6 5 5 3 4 4

4 3 6 5 5 4 6 2 1 4 4 6 6 5 5 8 5 3

5 6 4 5 5 6 6 9 10 8 8 7 7 10 10 9 11 12

3-0 0-3 3-2 2-1 2-1 0-2 1-0 1-0 3-0

G

P

34-22 47-21 36-21 28-20 29-35 36-33 19-17 29-27 33-28 26-24 28-29 27-27 24-27 13-25 18-31 19-27 20-34 21-39

37 36 36 35 35 34 30 29 28 28 28 27 24 20 20 17 17 15

21ª Jornada (12-02) Atlético - O Elvas Cacém - Caniçal Fut. Benfica - Sintrense Machico - Loures Montijo - Ouriquense Santana - Alcochetense Tires - Carregado Vialonga - C. Lobos Vilafranquense - 1º Dezembro

Classificação J V E D

1º FC Vendas Novas 19 19 2º AD Oeiras 3º Lusitano GC Évora 19 4º Juventude SC Évora18 5º SR Almacilense 19 6º UD Messinense 19 19 7º CD Beja 18 8º Amora FC 9º Vasco Gama AC 19 19 10º GD Sesimbra 11º SCM Aljustrelense 19 18 12º FC Ferreiras 18 13º GD Lagoa 14º Lusitano FC VRSA 17 15º B.-Mar Mt. Gordo 19 18 16º FC Castrense 17º GD Monte Trigo 19 18º Farense - Fut. SAD 0

11 11 10 9 7 7 7 7 6 6 6 6 5 4 4 3 1 0

6 5 4 3 8 8 6 5 8 6 5 4 7 9 7 2 3 0

2 3 5 6 4 4 6 6 5 7 8 8 6 4 8 13 15 0

G

P

31-12 39-16 22-15 20-13 19-15 24-17 22-18 27-23 19-18 18-25 18-22 26-28 17-21 24-25 15-23 15-30 10-45 0-0

39 38 34 30 29 29 27 26 26 24 23 22 22 21 19 11 6 0

20ª Jornada (12-02) Amora FC - AD Oeiras Estrela FC Vendas Novas - GD Sesimbra FC Ferreiras - Juventude SC Évora GD Lagoa - FC Castrense Lusitano FC VRSA - GD Monte Trigo Lusitano GC Évora - CD Beja SCM Aljustrelense - GD Beira-Mar Mt. Gordo SR Almacilense - Farense - Fut. SAD Vasco Gama AC - UD Messinense


30 | DESPORTO Liga de Honra 22ª Jornada

II Divisão - Serie A 16ª Jornada

Beira-Mar - Marco Chaves - Barreirense Feirense - Vizela Moreirense - Gondomar Olhanense - Estoril Ovarense - Covilhã Portimonense - Desp. Aves Santa Clara - Maia Varzim - Leixões

J V E D 13 11 10 10 9 8 8 8 9 8 7 7 6 6 5 5 5 3

G

Barreirense - Moreirense Covilhã - Santa Clara Desp. Aves - Chaves Estoril - Beira-Mar Gondomar - Varzim Leixões - Olhanense Maia - Feirense Marco - Ovarense Vizela - Portimonense

"A Designar" - Descansa

CU Micaelense - Olivais Moscavide

0-0

C.D. Fátima - Sp. Pombal

2-1

FC Madalena - Pinhalnovense

3-0

0-1

Espinho - Pontassolense

2-1

Oliveira Bairro - Oliveira Hospital

2-0

Mafra - SL Benfica B

0-3

2-1

FC Porto B - Descansa

Oliveirense - Pampilhosa

2-2

Odivelas - Torreense

1-1

1-0

Fiães - Lousada

0-2

Penalva Castelo - Nelas

1-0

Oriental - Casa Pia

2-2

1-2

Infesta - Sanjoanense

0-0

Portomosense - Rio Maior

2-0

Real SC - Louletano

1-0

P. Rubras - Dragões Sand.

0-0

Tourizense - Benfica C. Branco

2-0

Silves - Imortal

0-3

Rib. Brava - Marítimo B

3-2

U. Coimbra - Abrantes

1-0

Vitória Setúbal B - Operário

0-1

Lixa - At. Valdevez Ribeirão - Famalicão

Não Jogado 1-0

Classificação

P

J V E D

G

Classificação

P

J V E D

G

Classificação

P

J V E D

G

Classificação

P

16 10 4 2 28-12 34

1º Dragões Sand.16 7 5 4 22-15 26

1º Tourizense

2º União

16 8 5 3 15-10 29

2º Esmoriz

16 7 5 4 21-19 26

2º Oliveirense

16 9 4 3 27-17 31

3º Ribeirão

15 7 5 3 11-7 26

3º Lousada

15 7 4 4 22-13 25

3º Abrantes

15 8 3 4 24-20 27

4º Portosantense16 7 3 6 13-14 24

4º Espinho

15 6 7 2 17-10 25

4º C.D. Fátima

14 7 5 2 21-12 26

5º Fafe

5º Rib. Brava

16 7 4 5 20-19 25

5º Penalva Castelo

16 7 4 5 20-21 25

6º Pampilhosa

16 6 6 4 21-19 24

1º Trofense

16 6 5 5 17-17 23

6º Sandinenses 16 5 7 4 15-13 22 7º Famalicão

16 5 7 4 14-14 22

8º Lixa

15 6 3 6 14-16 21

9º Freamunde

16 4 7 5 13-12 19

10º Camacha

16 5 3 8 20-19 18

6º Marítimo B 16 7 2 7 27-25 23

16 11 2 3 27-11 35

7º Infesta

15 6 5 4 21-19 23

7º Rio Maior

16 5 7 4 21-19 22

8º FC Porto B

15 6 5 4 16-17 23

8º Sp. Pombal

16 4 6 6 16-16 18

16 6 3 7 23-22 21

9º Portomosense

16 3 8 5 17-17 17

16 4 6 6 17-18 18

10º Oliveira Bairro

15 4 5 6 19-20 17

11º Nelas

16 4 5 7 11-16 17

9º Paredes

11º Vilaverdense 16 5 3 8 18-22 18

10º Fiães

12º Braga B

15 4 4 7 15-16 16

11º Pontassolense16 5 2 9 19-22 17

13º Torcatense

15 3 3 9 12-26 12

12º Ali. Lordelo 14 4 4 6 16-24 16

12º Benfica C. Branco 16 4 4 8 17-27 16 13º U. Coimbra

14º At. Valdevez 14 2 5 7 11-18 11

13º P. Rubras

15º "A Designar" 0 0 0 0 0-0 0

14º Sanjoanense 16 3 5 8 14-22 14

14º Oliveira Hospital 16 1 5 10 11-27 8

17ª Jornada (12-02)

17ª Jornada (12-02)

17ª Jornada (12-02)

"A Designar" - Fafe At. Valdevez - Torcatense Camacha - Freamunde Famalicão - Braga B Lixa - Descansa Portosantense - Sandinenses Trofense - Ribeirão Vilaverdense - União

breves

2-0

Freamunde - Trofense

União - Camacha

II Divisão - Serie D 18ª Jornada

Esmoriz - Paredes

2-0

Torcatense - "A Designar"

II Divisão - Serie C 16ª Jornada

Ali. Lordelo - "A Designar III" Não Jogado

Fafe - Portosantense

Sandinenses - Vilaverdense

8 1 30-12 47 9 2 32-16 42 6 6 22-10 36 6 6 30-23 36 8 5 30-24 35 10 4 31-26 34 8 6 28-23 32 8 6 25-26 32 4 9 35-32 31 6 8 25-25 30 6 9 34-35 27 6 9 30-33 27 7 9 24-29 25 5 11 30-36 23 6 11 26-39 21 5 12 25-41 20 4 13 26-42 19 8 11 20-31 17

21ª Jornada (12-02)

II Divisão - Serie B 16ª Jornada

Braga B - Descansa

3-2 3-1 5-0 2-0 0-0 1-2 2-2 4-1 2-1

Classificação

1º Beira-Mar 22 2º Olhanense 22 22 3º Leixões 4º Desp. Aves 22 5º Portimonense 22 22 6º Varzim 7º Santa Clara 22 22 8º Covilhã 9º Gondomar 22 22 10º Chaves 22 11º Estoril 22 12º Vizela 13º Moreirense 22 22 14º Feirense 22 15º Maia 16º Marco 22 17º Ovarense 22 18º Barreirense 22

CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE FEVEREIRO DE 2006

16 4 3 9 11-21 15

"A Designar III" - FC Porto B Dragões Sand. - Espinho Fiães - Descansa Lousada - Esmoriz Marítimo B - P. Rubras Paredes - Rib. Brava Pontassolense - Infesta Sanjoanense - Ali. Lordelo

16 4 2 10 14-24 14

Abrantes - Tourizense Benfica C. Branco - Portomosense Nelas - Oliveirense Oliveira Hospital - C.D. Fátima Pampilhosa - Oliveira Bairro Rio Maior - Penalva Castelo Sp. Pombal - "A Designar" U. Coimbra - Descansa

J V E D 1º Operário 2º Louletano 3º Olivais Moscavide 4º SL Benfica B 5º FC Madalena 6º CU Micaelense 7º Mafra 8º Imortal 9º Pinhalnovense 10º Casa Pia 11º Real SC 12º Odivelas 13º Vitória Setúbal B 14º Torreense 15º Silves 16º Oriental

18 18 18 18 17 18 18 17 18 18 17 17 18 18 18 18

11 10 8 9 8 7 7 6 6 7 7 7 6 4 2 1

5 6 8 4 4 4 4 6 6 3 3 2 3 4 5 5

2 2 2 5 5 7 7 5 6 8 7 8 9 10 11 12

G

P

26-13 36-16 26-14 31-24 20-21 20-19 22-22 24-17 18-19 25-28 21-25 22-26 22-27 22-28 20-34 15-37

38 36 32 31 28 25 25 24 24 24 24 23 21 16 11 8

19ª Jornada (12-02) Casa Pia - Real SC Imortal - Mafra Louletano - CU Micaelense Olivais Moscavide - Silves Operário - Oriental Pinhalnovense - Odivelas SL Benfica B - FC Madalena Torreense - Vitória Setúbal B

Documentário sobre Marí timo O canal desportivo da Venezuela “Meridiano Televisión”, passa no próximo domingo 19 de Fevereiro, em horário nobre, pelas oito da noite, o primeiro episódio do documentário de cinco capítulos sobre o futebol da ilha da Madeira. Apresentado e conduzido pelo jornalista desportivo luso-descendente António Carlos da Silva, imagem de “Meridiano Televisión” no programa semanal “Gol Vinotinto” e membro da equipa de redacção do Correio da Venezuela, este primeiro capítulo vai ser dedicado a equipa mais popular da Madeira: o Clube Sport Marítimo. Uma longa entrevista com o presidente da equipa verde-rubra, Carlos Pereira, inicia uma viagem pela história e os momentos mais marcantes na vida do clube, assim como também pelo seu momento actual.

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Copa Navidad chegou ao fim

tradicional torneio de futebol de salão na categoria de veteranos e super veteranos do Centro português em Caracas já chegou ao fim, entre algumas críticas pelo meio devido a complicações verificadas nas datas dos jogos, pois a competição era para terminar antes do natal, tal como diz o seu nome: “ Copa navidad” . No entanto, os atrasos não constituíram motivos suficientes para retirar êxito à competição que reuniu cerca de uma centena de participantes durante um período aproximado de seis meses. Terceiro Tempo e Marítimo foram os campeões nas suas respecti-

O

vas categorias. Excelsior Gama e Raça, que tradicionalmente são equipas fortes nestas modalidades, não foram além dos segundos e terceiros lugares. O destaque da prova foi para o Nacional, equipa que se revelou como a mais regular. Beira Mar, Camacha, Setubal, também participaram no torneio. O pró ximo torneio inicia-se par a semana e terá o nome de Lélio Ferreira, acto que homenageia o destacado emigrante considerado um grande impulsor desportivo e que faleceu vítima de um ataque cardíaco durante um jogo naquelas instalações desportivas.


CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE FEVEREIRO DE 2006

DESPORTO | 31

Guimarães voltou aos triunfos Vitó ria de Guimarães ficou na segunda-feira a cinco pontos de se “ salvar” da descida de escalão, ao vencer na visita ao Marítimo, por 1-0, no encerramento a 22ª jornada da Liga de futebol. O avançado polaco Saganowski, logo aos seis minutos, apontou o ú nico tento da partida, marcada ainda pelas expulsões dos “ verde- rubros” Marcinho, por agressão a Flávio Meireles, aos 80 minutos, e de Van der Gaag, já nos descontos, por protestar junto do portuense Paulo Paraty uma falta não assinalada a favor do Marítimo, à entrada da área vimaranense. O Marítimo segue no nono lugar, apó s averbar uma segunda derrota consecutiva, enquanto o Vitó ria de Guimarães somou três preciosos pontos, algo que não sucedia há sete rondas, embora permaneça no penú ltimo lugar da tabela, antes de receber o Benfica. Os campeões “ encarnados” cumpriram domingo, goleando o “ lanterna vermelha” , Penafiel, por 4-0, e man-

O

Guimarães começa a respirar melhor enquanto que o Marítimo sofoca...

tendo a diferença pontual que os separa do líder FC Porto, vencedor no Restelo, sábado, por 2-0. A formação lisboeta somou 43 pontos e igualou o Sporting,

que antes vencera o Vitó ria de Setú bal, por 2-1, assegurando o segundo posto, a cinco pontos dos “ dragões” , enquanto o Sporting de Braga empatou 1-1 em casa com o Estrela da Ama-

dora, contando agora 41 pontos, no quarto lugar. Quatro dias depois de se ter despedido da Taça de Portugal (eliminado pelo Benfica), o Nacional agou domingo o desgaste dos 120 minutos na Luz e foi humilhado em casa pela União de Leiria, que bateu os madeirenses por claros 4-1. Se a esperança entre os madeirenses tinha animado ligeiramente com o tento nos instantes finais da primeira parte, ela acabou por ser aniquilada em definitivo à entrada dos ú ltimos 20 minutos, quando Maciel, que também tinha fechado o marcador com o Benfica na jornada anterior, fixou o resultado que deixou o Nacional no quinto posto, com 39 pontos. No sábado, o líder FC Porto manteve a distâ ncia da concorrência, ao vencer o Belenenses, com o avançado brasileiro Adriano a apontar os dois tentos, tal como fez João Pinto, na vitó ria do Boavista em Coimbra, que deixou os “ axadrezados” no sexto posto.

Liga Betandwin 21ª Jornada Académica - Boavista Belenenses - FC Porto Benfica - Penafiel Braga - E. Amadora Marítimo - V. Guimarães Nacional - U. de Leiria P. Ferreira - Gil Vicente Rio Ave - Naval 1º Maio V. Setúbal - Sporting

0-2 0-2 4-0 1-1 0-1 1-4 1-0 0-1 1-2

Classificação J V E D

22 1º FC Porto 22 2º Sporting 22 3º Benfica 22 4º Braga 22 5º Nacional 22 6º Boavista 7º V. Setúbal 22 8º U. de Leiria 22 22 9º Marítimo 10º E. Amadora 22 22 11º Rio Ave 12º Académica 22 13º Belenenses 22 14º P. Ferreira 22 15º Gil Vicente 22 16º Naval 1º Maio 22 17º V. Guimarães 22 22 18º Penafiel

14 13 13 12 11 10 10 9 6 7 6 7 7 7 7 6 5 2

6 4 4 5 6 8 3 4 9 6 8 5 4 4 3 3 5 5

G

22ª Jornada (12-2) Boavista - Rio Ave E. Amadora - Belenenses FC Porto - Marítimo Gil Vicente - Académica Naval 1º Maio - Braga Penafiel - Nacional Sporting - P. Ferreira U. de Leiria - V. Setúbal V. Guimarães - Benfica

www.correiodevenezuela.com

P

2 34-13 48 5 33-22 43 5 37-19 43 5 23-13 41 5 27-16 39 4 31-19 38 9 17-18 33 9 31-30 31 7 27-26 27 9 18-21 27 8 24-28 26 10 20-2826 11 26-26 25 11 22-31 25 12 22-26 24 13 21-32 21 12 13-29 20 15 15-44 11


CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE FEVEREIRO DE 2006

Cunha e Silva profere palestra em Caracas Miguel Torres Cunha

mtcunha@dnoticias.pt

vice-presidente do Governo Regional da Madeira, João Cunha e Silva, foi convidado pelo Banco Espírito Santo (BES) para efectuar uma palestra num coló quio que esta instituição financeira vai realizar na Venezuela na pró xima semana. Esta palestra será integrada numa acção promocional em grande escala que o BES vai desenvolver na Venezuela, com Cunha e Silva a surgir ao lado de Miguel Frasquilho, o ex-secretário de Estado e actual deputado do PSD especializado em assuntos financeiros e quadro destacado do BES. Por outro lado, a vice-presidência do Governo Regional promoverá em Caracas uma acção de informação junto da comunidade madeirense ali radicada. A viagem de Jorge Faria – presidente do Instituto de Desenvolvimento Empresarial (IDE) – e de Cunha e Silva é a resposta ao apelo da comunidade madeirense na Venezuela, que se queixava de falta de informação e absoluto desconhecimento da realidade madeirense, numa altura em que o investimento na Madeira se mostra particularmente interessante, já que dispõe de apoios e incentivos, com o am-

O

biente econó mico madeirense a viver um momento favorável. Tanto quanto foi possível apurar, esta visita está a ser organizada pelo IDE que promoverá uma série de encontros com a comunidade madeirense em Caracas. Desde as associações empresariais, passando pelos centros e clubes madeirenses, com os contactos sediados em Caracas, embora seja vontade dos promotores reunir madeirenses vindos de outros estados venezuelanos. O propó sito é dar a conhecer a nova realidade da Economia da Madeira, os programas de incentivo ao investimento que estão disponíveis, bem como as condições atractivas ao investimento que a Região hoje oferece. Este encontro servirá para apresentar, igualmente, a Unidade de Apoio ao Emigrante Empresário, um serviço especializado e que terá linha aberta para dar pronta resposta a todas as solicitações vindas das comunidades de emigrantes. Para já o primeiro passo de divulgação deste propó sito será dado na Venezuela, embora seja propó sito da vice-presidência do Governo Regional estender estes contactos à África do Sul e obviamente a outras comunidades de maior dimensão que mostrem interesse.

breves Governo investe seis milhões nos bombeiros O Governo vai comprar equipamento de protecção individual adequado para o combate aos incêndios florestais para 5.000 bombeiros, anunciou o ministro da Administração Interna. António Costa, que falava na Comissão Parlamentar Eventual para os Fogos Florestais, estimou que os custos desse equipamento deverão rondar cerca de seis de milhões de euros.

Empresas baixam retenção na fonte do IRS Cunha e Silva desloca-se à Venezuela na próxima semana.

Departamento para captação de investimento estrangeiro Para além de ter criado uma unidade de apoio ao investidor emigrante, Cunha e Silva quer que o Instituto de Desenvolvimento Empresarial tenha um outro departamento que se vai dedicar em exclusivo à captação de investimento estrangeiro. O propósito, tanto quanto foi possível apurar, é facilitar o diálogo com as estruturas e instituições nacionais já existentes, para além de levar a cabo algumas démarches junto de potenciais investidores

estrangeiros. Com este gabinete, o IDE pretende dar uma resposta mais célere e profissionalizada, num âmbito de actuação exterior à Região, numa lógica não só empresarial como promocional das potencialidades que a Madeira tem para oferecer, num ambiente estimulado não só pelos incentivos, como pelas facilidades fiscais que os parques empresariais e o Centro Internacional de Negócios da Madeira, por exemplo, têm para oferecer.

O Governo deu ordem às empresas para que baixem a taxa de “retenção na fonte” do IRS, o imposto sobre os rendimentos, pelo que milhões de contribuintes por conta de outrem terão acréscimos salariais já no final do mês. Segundo o Diário de Notícias, que destacou na segunda-feira, em manchete “Salários `sobem´ com menos retenção de IRS”, esta é a primeira vez desde o princípio da década que o Governo dá ordem às empresas para baixar a taxa de “retenção na fonte” do IRS. O jornal escreve que prejudicados serão os pensionistas e os titulares de rendimentos acima dos dez mil euros mensais.


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