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O jornal da comunidade luso-venezuelana
Emigramte em desespero vive da caridade e pede ajuda para enfrentar doença Página 11
Madeira é um bom exemplo Portugal nem por isso
ano 07 – N.º 146 - DePósito LegaL: 199901DF222 - PubLicação semanaL
caracas, 2 De março De 2006 - VenezueLa: bs.: 1.000,00 / PortugaL: € 0,75
Centro Português “ arruma a casa” Presidente Andrés Pita nomeia novas comissões, porque as anteriores já se julgavam “ donas dos cargos” ...
Carnaval disfarça dificuldades no Lar O Lar “ Padre Joaquim Ferreira” está a passar por graves dificuldades. O alerta vem do presidente da comissão Maurí lio dos Santos. Entretanto, para atenuar e disfarçar a crise, os idosos festejaram o Carnaval com muita animação. Página 06
Página 25
Benfica vence FC Porto (1-0) e reentra na corrida pelo título português Página 30
Nova lei de Nacionalidade inquieta venezuelanos
Página 10
Página 4
Mudança em Lisboa
Chumbo anti-emigrantes
Lucas Rincó n substitui a Manuel Quijada Página 8
Em Lisboa, o PS anulou o apoio às associações
Página 3
CORREIO DE VENEZUELA - 2 DE MARÇO DE 2006
ACTUAL | 3 breves
breves Betty Rodrigues
Carlos Rodrigues
Directora de Relações Públicas do Instituto Português de Cultura
Presidente da Casa Portuguesa de Valência
“Não é de estranhar que tenham chumbado a ajuda, já que temos pedido, em várias oportunidades, recursos e não nos chega nada, sempre com o argumento de que a situação em Portugal está má. Temos de ser nós próprios a resolver as carências pedindo a colaboração dos portugueses que vivem na Venezuela. No entanto, Portugal deseja que os empresários lusovenezuelanos invistam lá, mas eles não podem ajudar aos necessitados daqui.”
Manuel Pereira Presidente do Centro Luso de Caracas
“Não estou de acordo com o não do parlamento porque as associações de emigrantes devem contar sempre com o apoio de Portugal, pois nem todas possuem os recursos suficientes para manter vivo o ensino da nossa língua materna, os costumes, o folclore e o desporto. No caso do Centro Luso de Caracas, precisamos de apoio para incentivar a prática do futebol. Qualquer dia teremos de fechar as portas”.
Adelino Rodrigues Presidente do Centro Luso Larense “Não é novidade. Desde o início que não recebemos apoio económico de Portugal. O que fazemos na Venezuela para a comunidade sempre parte de nós próprios e dos lusos interessados em manter vivos as nossas tradições. As autoridades portuguesas na Venezuela revelaramse sempre apáticas para com os emigrantes, nunca mostraram interesse em ajudar-nos.
Rejeitados apoios às associações Correio / Lusa
PS rejeitou, no passado dia 23, os projectos de lei apresentados pelo PSD e PCP sobre formas de apoio ao movimento associativo nas comunidades portuguesas por considerar que esta matéria já foi objecto de tratamento legislativo por este Governo. No projecto que apresentou na Assembleia da Repú blica, o PSD propunha a criação do Registo Nacional de Associações de Portugueses no Estrangeiro (RNAPE), que serviria para organizar e manter actualizada a informação necessária à concessão de apoios. O diploma dos sociais-democratas instituía apoios a acções, actividades e projectos promovidos pelas associações de cidadãos portugueses residentes no estrangeiro, tendo em vista a defesa e a promoção dos direitos e interesses sociais e culturais das comunidades emigrantes. Por seu lado, o PCP propunha a criação de um fundo de apoio ao movimento associativo das comunidades portuguesas no estrangeiro e o reconhecimento do trabalho que as associações desenvolvem nas áreas sociais, culturais, cívicas, recreativas e desportivas. Para o PS, estes projectos
O
de lei não se justificam porque o apoio às associações « já foi objecto de tratamento legislativo pelo actual Governo» . O Governo aprovou no Verão passado o regulamento sobre a atribuição de apoios às associações das comunidades portuguesas. « A proposta do PSD é in-
Um projecto propunha a criação do Registo Nacional de Associações de Portugueses no Estrangeiro, que serviria para organizar e manter actualizada a informação necessária à concessão de apoios.
viável na actual situação do Governo» , disse ainda a deputada socialista Helena Rodrigues, respondendo aos deputados sociais-democratas. « O deputado do PSD José Cesário, que apresentou o projecto, já foi secretário de Estado [das Comunidades] e não avançou com esta iniciativa. Se não a implementou é porque não teve necessidade dela ou porque não a teve condições de implementar, como nó s actualmente» , acrescentou. Na sua intervenção, o de-
putado do PSD pelas Comunidades Carlos Gonçalves começou por perguntar porque é que « não foi a deputada socialista eleita pelo círculo da emigração [Maria Carrilho] a defender os direitos dos portugueses no estrangeiro» . Carlos Gonçalves quis ainda saber se o Governo considera que as associações « podem ser parceiras estratégicas na defesa da língua e cultura portuguesas no mundo» . Defendeu também que o projecto de lei do PSD “ pretende dar resposta a uma série de questões sociais” que atingem as comunidades. A deputada do PCP responsável pelas questões da emigração, Luísa Mesquita, considerou que apesar das « inú meras dificuldades» , as associações têm-se assumido “ como verdadeiras embaixadas de Portugal nos quatro cantos do mundo. Luísa Mesquita disse ainda que o movimento associativo tem « substituído o Estado naquele que é o seu dever constitucional de assegurar aos filhos dos emigrantes e ensino da língua e o acesso à cultura portuguesa» . O PS rejeitou ainda um segundo projecto de lei apresentado pelo PSD que estabelecia novos critérios para a isenção de cobrança de emolumentos consulares.
“O Governo Português demonstra, ao não aprovar a ajuda proposta há muito tempo, que não somos importantes para Portugal. Antes éramos porque investíamos lá quando o bolívar estava forte, mas agora somos portugueses de “segunda”. Se todas as associações lusas do país e do mundo se unissem pelo menos uma vez, o governo luso tremeria e dar-nos-ia ouvidos. Se muitos conseguiram resolver a vida, nem todos tiveram a mesma sorte e é por isso que se pede esse auxílio para poder ajudar aos mais desprotegidos”.
Noemí Coelho Presidente das Amigas da Espetada e do Lar de Maracay “Para nós é triste saber que não virá nenhuma ajuda, porque estamos sempre a precisar de colaboração para a nossa causa. Mas vamos continuar a trabalhar como temos feito até hoje até alcançar a nossa meta que é terminar o Lar para os velhinhos portugueses que vivem em Maracay. O governo lusitano sabe que nós trabalhamos pelos necessitados e sinto muito que não nos ajudem”.
Marcelino Canha Presidente da Federação de Centros Portugueses “Lamento que se tenha adoptado essa decisão. Sabemos que a situação económica de Portugal no é a melhor da Europa, mas têm os recursos necessários para apoiar as fundações em qualquer área ao nível mundial. Espero que essa decisão seja repensada”.
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Lei da nacionalidade inquieta luso-descendentes Mais de um milhão de netos de portugueses nascidos na Venezuela podem beneficiar da nova legislação aprovada pelo parlamento português Tábita Barrera
tababor@cantv.net
s expectativas de muitas pessoas aumentaram desde o passado dia 16 de Fevereiro quando a Assembleia da Repú blica aprovou uma Lei que permite à terceira geração de luso-descendentes que residem no estrangeiro obter a nacionalidade portuguesa. Diariamente, os vários consulados portugueses na Venezuela têm atendido um considerável nú mero de ditas famílias lusas que desejam in-
A
dagar e conhecer em profundidade este novo diploma legal, mas as sedes consulares ainda não dispõem de informação detalhada sobre a Lei. A pergunta mais frequente que fazem os interessados é: se por serem netos de portugueses, então poderão adquirir a nacionalidade directamente, manifestando um grande interesse e entusiasmo pela iniciativa. A este respeito, Felipe Pereira, advogado do Consulado de Portugal em Caracas, observa que apesar de ainda não ter lido a Lei, é sempre necessário que se cumpra uma série de requisitos para se nacionalizar um cidadão de origem luso.
“ As pessoas pensam que esta lei pode simplificar os requerimentos necessários para levar a cabo acções do tipo. Mas o fundamentalismo legal continua presente e há que cumprir com as formalidades estabelecidas” , avisou. Por seu turno, Rui Monteiro, Cô nsul de Valência, assegura que antes de se tirar conclusões precipitadas, é necessário que o estatuto seja publicado no Diário da Repú blica e esperar que entre em vigor, pois oficialmente não têm conhecimento dos passos que terão de seguir os luso-descendentes de terceira geração para obter a cidadania. Neste senti-
do, diz apoiar a iniciativa, que lhe parece ser uma boa notícia, mas prefere esperar para ver como evolui a situação. Também o Cô nsul de Maracay, Marcelino Canha, declarou não ter recebido até ao momento nenhuma informação específica sobre o assunto. Por essa razão, as pessoas que têm procurado informações junto deste posto consular não têm obtido os detalhes que pretendiam, ficando apenas a saber aquilo que leram na imprensa. Outras das interrogações em torno da nova Lei tem a ver com a documentação e os requisitos necessários e quan-
do é que entra em vigor, informou Armindo Duarte, Cô nsul Honorário de San Cristó bal. Em Barquisimeto as pessoas não só telefonaram como também se deslocaram ao consulado a solicitar informação sobre o tema, mas da mesma maneira foi-lhes pedido para esperarem até que se confirmem os procedimentos a adoptar, observou Acácio Ferreira, Cô nsul dessa localidade. O responsável disse desconhecer os nú meros exactos, mas considera que mais de un milhão de venezuelanos, poderão ser beneficiados pela lei.
Mudanças no Consulado actual cô nsul geral de Portugal em Caracas, Fernando Teles Fazendeiro, vai deixar este posto consular para dirigir temporariamente o Consulado de Luanda, Angola, a partir do pró ximo dia dois de 2 de Março. O diplomata permanecerá neste país durante três meses até que se designe um substituto para Gaspar da Silva. Entretanto, Fazendeiro adiantou ao Correio que o posto consular de Caracas passará a contar proximamente com o contributo de um assistente social, depois das reiteradas petições feitas pelos conselheiros sobre a necessidade de que esta figura existisse em Caracas à semelhança do que acontecia em outros consulados do mundo. Outras das mudanças a implementar a curto prazo na sede consular tem a ver com o novo sistema de marcação para atender os utentes, numa tentativa de reduzir o tempo de espera. A partir do dia 01 de Março, as pessoas vão começar a dirigir-se ao consulado segundo um hora previamente marcada. Para que o novo sistema funcione em pleno, Teles Fazendeiro apela às « pessoas para chegarem um quarto de hora ou dez minutos antes da hora
O
marcada» para assim se evitar que tenham de permanecer demasiadas horas no consulado. Antes os utentes eram atendidos pela ordem de chegada e acontecia frequentemente que as pessoas que chegavam relativamente cedo ficavam até bastante tarde. O novo sistema de marcação para o atendimento foi decidido com o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Antó nio Braga, em Outubro ú ltimo, durante uma visita a Caracas. Segundo Teles Fazendeiro, o Consulado Geral de Portugal em Caracas, tem mais de 218 mil utentes inscritos. Em 2005, levou a cabo mais de 43.000 actos consulares e atendeu diariamente mais de 200 pessoas.
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“ Não abandonem os velhinhos” Aleixo Vieira aleixo5151@cantv.net
Inaugurado em 2002, o lar de terceira idade é talvez uma das obras mais importantes dos emigrantes na Venezuela. Para a sua construção contribuíram os portugueses residentes na Venezuela, instituições, governo regional da Madeira, governo nacional, entre outros. Esta obra, edificada nos "Anaucos", via Caracas-Valência, reú ne condições para albergar cerca de 100 idosos, embora neste momento ali apenas residam cerca de 60. A tutela daquela infra-estrutura, tal como no início, está a cargo das Damas de Beneficência Portuguesas e ainda de uma comissão de apoio criada e composta por um grupo de destacados portugueses que vivem em Caracas. Nos ú ltimos tempos, e devido ao alto custo de manutenção da instituição, assim como ao aumento do nú mero de idosos que procuram os serviços do lar, este tem vindo a enfrentar algumas dificuldades econó micas. De facto, apesar da generosida-
de dos portugueses e de algumas empresas que todos os meses contribuem para esta causa, as ajudas não têm sido suficientes para a manutenção do espaço. Maurílio dos Santos, presidente da comissão de trabalho da instituição, lança o alerta e pede aos portugueses que colaborem mais com o lar. "Não abandonem os velhinhos". Reafirmou que a instituição atravessa momentos difíceis no aspecto econó mico, mas não deixou de enaltecer a iniciativa de algumas empresas privadas no sentido de colaborar periodicamente com o lar. Pede também a compreensão de todas aquelas famílias que solicitam os serviços do lar e que não podem ser ajudados. " Não podemos receber pessoas com doenças graves já que não disponibilizamos de serviços hospitalares adequados para responder a essas necessidades". Da mesma maneira pediu a todos aqueles que procuram os serviços do lar para algum familiar ou amigo que, depois de resposta positiva ao pedido, não se esqueçam de visitar os velhinhos. Entre as iniciativas que visam
aumentar os fundos para a manutenção do lar está a criação de um cartão de crédito corporativo com benefícios no consumo para a instituição. Maurílio dos Santos pediu ainda a todas aquelas empresas que se interessem em ajudar o lar que procurem forma de que as doações feitas possam servir como instru-
mento legal de descontos nos impostos cobrados pelo Estado venezuelano. Agradeceu também a sensibilidade dos governos da Madeira e da Repú blica, e dirigiu palavras de reconhecimento ao padre Melícias e a Fernando Nobre, presidente da AMI (Médicos sem Fronteiras).
“ Avó s” do lar celebraram Carnaval o passado dia 27 de Fevereiro, chegou o “ Rei Momo” ao lar “ Padre Joaquín Ferreira” , quando a administradora do lar, Fernanda da Costa, organizou uma reunião com disfarces para os idosos, com a intenç ão de celebrar o Carnaval. Entre mé dicos, enfermeiras, professoras, construtores, alunas e outros, os velhinhos do lar disfarç aramse e montaram a sua pró pria festa para receber, com confeitos e fitas, o “ Rei Momo” e assim “ passar um dia diferente” . Fernanda da Costa, administradora do lar, disse ao Correio que a finalidade de realizar este evento foi a de que os idosos pudessem desfrutar dos festejos do Carnaval e interactuassem com a equipa de enfermeiras e mé dicos que os assistem. Depois de ajudar a dis-
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farç ar os idosos, o pessoal mé dico e administrativo do lar fez um almoç o com o objectivo de que todos compartilhassem uma tarde juntos. Segundo Costa, o propó sito era alegrar a vida destes “ avô zinhos” que, na sua maioria, estão desamparados e, desta forma, “ vê los sorrir” , porque o trabalho do pessoal do lar passa pelo bem-estar dos utentes. Actualmente, são 51 os idosos que recebem os cuidados do pessoal do lar, que só esperam que as grandes empresas de portugueses do país continuem a colaborar “ como tê m feito até agora” e “ possamos auxiliar mais pessoas que necessitem de atenç ão especial, porque estes velhinhos são especiais e merecem muita atenç ão e dedicaç ão” , concluiu a administradora do lar.
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General Lucas Rincó n embaixador em Lisboa I
nformações não oficiais apontam para que o general reservista Lucas Rincó n Romero, antigo comandante e Chefe das Forças Armadas Venezuelanas, seja nomeado, nas pró ximas semanas, embaixador da Venezuela em Lisboa, em substituição de Manuel Quijada, que está para a abandonar o cargo devido a “ problemas de saú de” . O Correio contactou o departamento de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, tendo um funcionário informado que até ao momento tal hipó tese não é passível de confirmação, sendo melhor aguardar pelo anú ncio oficial que será feito pelo pró prio Presidente Hugo Chávez. A imagem de Lucas Rincó n Romero correu as paginas dos jornais do mundo e passou a ter um lugar cativo nos livros de Histó ria da Venezuela quando anunciou que o Presidente tinha renunciado na madrugada do 12 de Abril de 2002 depois da chamada “ massacre de El Silencio” , que afastou temporariamente Hugo Chávez do poder. Depois deste acontecimento, o general Rincó n Romero passou à re-
serva. Como já é tradição na administração do actual presidente, Lucas Rincó n já desempenhou diversos cargos de importâ ncia neste governo. Já exerceu as funções de Comandante e Chefe da Força Armada Nacional, também foi Chefe da Casa Militar, ministro da Secretaria
da Presidência, ministro do Interior e Justiça e Ministro dos Negó cios Estrangeiros. Recentemente, em 2 de Fevereiro de 2006, o presidente Chávez condecorou-o, junto a outros funcionários, que formaram parte do Poder Executivo durante os sete anos de governo.
"Bufonois" fascinantes Carlos Orellana corellanacorreio@hotmail.com
O Centro Português realizou mais uma edição do tradicional concurso das comparsas, um evento caracterizado por produções fantásticas que atraem uma grande quantidade de pessoas que se reú nem no mesmo lugar para desfrutar de um espectáculo espectacular promovido essencialmente pelos jovens só cios. Como é habitual, o evento foi realizado no Salão Nobre do Centro, que serviu de palco, mais uma vez, para uma exibição de talento e criatividade protagonizada pelas diferentes comparsas participantes. Este ano o grupo vencedor dava pelo nome de "Bufonois". O segundo lugar foi ocupado pela comparsa "Grupo Los Chamos" e o terceiro por "Los Ponki" - estes ú ltimos concorreram pela primeira vez. O espectáculo começou às nove e meia da noite, num salão lotado por cerca de 1.400 pessoas, as quais não se coibiram de aplaudir com alegria e entusiasmo cada uma das comparsas con-
correntes. O desfile passou também num ecrã gigante colocado junto à fonte de soda do clube de modo a que outro grupo de espectadores pudesse visualizar o evento. A primeira comparsa a sair foi a do "Grupo Los Chamos", que na oportunidade apresentaram o seu show baptizado de "Carnaval do Circo". Mágicos, bailarinas de samba, malabaristas e fogos artificiais fizeram parte das coreografias utilizadas pelo grupo para brilhar perante a audiência. Por seu turno, "Los Bufonois" destacaram-se por uma produção sem igual e que bem podia constar musical-
mente de alguma página dos episó dios dos clássicos contos das "Mil e uma Noites". O espectáculo desta comparsa foi baptizado de "Tres Deseos Fecupe en el Sahara", uma realização que esteve carregada de aventura, reis, génios e até de "ventres dançantes". Apó s este grupo foi a vez de subir ao palco a comparsa "Los Ponki", a qual interpretou um espectáculo chamado "Destellos de Riqueza", caracterizado por um cenário e uma coreografia inspiradas numa "joyería" que luzia o mais "chic" do mundo da alta sociedade.
breves Turismo cresceu 13,8 % no ano passado Um comunicado do Instituto Nacional de Estatística (INE), referente ao último trimestre de 2005, dá conta de um aumento de 13,8% no fluxo de turistas na Venezuela em comparação com o mesmo período do ano de 2004. O incremento de visitantes gerou uma entrada de capitais que ascendeu a mais de 150 milhões de dólares. Em 2005 aumentou em 2,3% os gastos dos turistas em comparação com o último trimestre do ano anterior. A média de permanência dos visitantes no país foi estimada em 17.2 noites. O total de turistas internacionais foi 156.256, sendo que a maioria deles proveio da Europa (55.405) e da América do Norte (41.362). Itália foi o país que maior contributo de visitantes deu à Venezuela, com um total de 12.253, o que representou um 105,3% mais que no quarto trimestre de 2004.
Compre um carro e ajude o Lar Padre J. Ferreira O concessionário de automóveis Auto Centro M.D.S está a levar a cabo uma promoção, que decorre entre os meses de Fevereiro e Junho, através da qual cada veículo vendido de Venezuela Movil e camiões utilitários serão doados 100.000 bolívares, e pelos carros de luxo 200.000,00 bolívares, ao Lar de idosos Padre Joaquim Ferreira, situado em Los Anaucos. As pessoas interessadas em contribuir devem levar um recorte do jornal ou revista com o respectivo anúncio ou então indica que vão da parte da Sociedade de Beneficência das Damas Portuguesas ou do Lar Padre Joaquim Ferreira.
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Demissões polémicas no Centro Português Ex-membros de comissões dizem-se ofendidos pela maneira como André Pita solicitou a destituição dos seus cargos. Mas o presidente do Centro defende-se das acusações
A presidente da Comissão de desportos aquáticos foi destituída
Yamilem González
yamilemgonzalez@yahoo.es
reestruturação operada nas comissões do Centro Português de Caracas (CPC) está gerando uma polémica entre os só cios desta instituição. Tudo porque apó s as eleições a nova direcção decidiu apenas trabalhar directamente com as pessoas que considera pró ximas e não com as que formaram parte da lista opositora. As comissões são grupos de apoio que colaboram com a direcção no â mbito das tarefas inerentes às diferentes áreas culturais, desportivas e juvenis do Centro. Alexis Pita, antigo presidente da Comissão Juvenil, e os membros da Comissão Dayana de Jesus e Cesar Goncalvés, este ú ltimo filho do actual Presidente da Assembleia, foram destituídos dos cargos que desempenhavam mais 12 dos seus colegas Agastados com a situação, este grupo de jovens decidiu tornar pú bico o sucedido,
A
pois consideram que foram afastados de forma incorrecta do Comité por parte do actual presidente André Pita. Estavam há três anos na referida comissão e nunca tinham ouvido falar de um estatuto que prevê a disponibilização dos cargos apó s um ano de participação. Segundo contaram ao Correio, os jovens receberam uma carta da Direcção que os convocou para uma reunião que estava marcada para o dia em que a carta foi entregue. Dado que foram informados em cima da hora não puderam comparecer ao encontro, mas devolveram a carta explicando as razões da ausência. A carta de justificação ficou sem resposta. Alguns dias depois encontraram-se com André Pita que alegadamente lhes terá dito « que os seus trabalhos no comité tinham terminado e era favor de entregar as chaves dos gabinetes.» São situações como esta que contribuem para afastar a juventude do CPC, lamentam.
Pita: As comissões já estavam há demasiado tempo integradas pelos mesmos membros.
ComiSSão nATAção TAmbém AfECTADA o Correio falou também com a antiga presidente da Comissão de desportos aquáticos, Rosalinda de Sá, que foi destituída do cargo apó s o ter exercido por um ano. A mesma “ sorte” teve a vogal da comissão Alcira de Acevedo. Ambas são mães de crianças
As comissões são grupos de apoio que colaboram com a direcção no âmbito das tarefas inerentes às diferentes áreas culturais, desportivas e juvenis do Centro. que praticam natação no Centro. Rosalinda de Sá afirmou que estava pedindo a outras mães para participarem na comissão. mas pretendia candidatar-se para um novo manda-
to. Dias depois das eleições no Centro Português, recebeu uma carta da comissão de desporto que comunicava a sua destituição. « A razão que me deu o presidente para tirar-me o cargo foi por eu ter apoiado nas eleições a lista opositora e que não podia ter ao seu lado pessoas que estavam contra ele» , disse, lamentando o sucedido « num clube privado, diferente de um partido ou de um governo. Sinto-me muito magoada pelo que aconteceu» , confessou.
AnDRé PiTA JuSTifiCA AlTERAçõ ES o presidente do Centro Português, André Pita, defende-se das acusações alegando que as comissões já estavam há demasiado tempo integradas pelos mesmos membros. « Eles pensavam que eram donos dos cargos» , acusou. Por outro lado, observou que, segundo os estatutos, quando se realizam mudanças na direcção, os membros têm a possibilidade de continuar com as
mesmas comissões ou alterálas. « Eu sou o presidente eleito pelos só cios e tenho que pô r em ordem os assuntos do clube. outros directores deixaram passar muitos problemas, mas eu tratei de cortá-los pela raiz e foi por isso que as pessoas levaram isso a mal» , disse. A respeito da comissão da natação, Pita disse que desde o ano passado já se vinham registando problemas nesta secção, nomeadamente com as frequentes queixas das mães em relação às atitudes da presidente. « fui por isso que me vi obrigado a pedir os cargos» , justificou, esclarecendo que não queria pessoas que representassem obstáculos para a sua gestão. « lamentavelmente, neste clube existe muita inveja e pessoas querem dar muita importâ ncia ao que fazem. Eu só quero continuar a gerir o centro sem estar dependente destas situações» , sentenciou Pita.
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Emigrante em apuros Jean Carlos De Abreu
deabreujean@yahoo.com
mendicidade faz parte do quotidiano de quem vive na cidade de Caracas. Mendigos e vendedores ambulantes são exemplos vivos da crise econó mica que a maioria dos venezuelanos atravessa na actualidade. João de Freitas é um português que chegou há 38 anos à Venezuela proveniente da Calheta, ilha da Madeira. Desde que pisou o país tem passado por dificuldades, desde roubos até ofensas por parte dos seus “ paisanos” , segundo comentou ao Correio. Quando chegou à Venezuela, Freitas dedicou-se à jardinagem, mas há sensivelmente cinco anos deixou de trabalhar devido a uma doença que surgiu nos seus pés, cujo tratamento necessita de apoio. Actualmente vive da cari-
A
dade de uns amigos, um italiano e um português da Calheta, que habitam em El Junquito, Estado Miranda, e que o ajudam providenciando morada para descansar. A maior parte da família de João está em Portugal e os que estão aqui não lhe prestam a atenção devida “ porque dizem não ter a capacidade econó mica” para o ajudar. O filho deste madeirense tão-pouco conta com a disponibilidade monetária para resolver a crise pela que atravessa o seu pai, porque o que ganha já está destinado para sua subsistência. O ú nico que precisa é que atenuem o seu sofrimento, já que não pode trabalhar porque tem dificuldade em andar, pela doença nos pés que começou a desenvolver-se há muitos anos por causa do frio. “ Comecei a sofrer de reumatismo e posteriormente os pés gangrenaram e os dedos
dobraram” , contou, acrescentando ainda que estes sintomas foram acompanhados de inchaços. Neste momento, Freitas está desamparado e sozinho. Para deslocar-se desde El Junquito até Caracas solicita boleias a estranhos para chegar até a cidade e pede esmola para comer e comprar os remédios que tem de tomar. Também precisa de ajuda para subir até à casa dos seus amigos. Pela caridade de várias pessoas, Freitas pode vestir-se, já que lhe arranjam roupa em bom estado para usar. “ Preciso de ajuda para poder salvar as minhas pernas. Deve de haver algum tratamento que permita melhorar a minha saú de” , explica o madeirense, quando refere que o médico lhe disse que tinha de amputar uma parte de um dos membros afectados. Entre outras coisas, Freitas não conta com documentação
João de Freitas apresenta uma doença nos pés
portuguesa porque numa oportunidade uns ladrões entraram na casa donde está hospedado e o roubaram. Neste sentido, João de Freitas deseja ter a oportunidade para conversar com algum representante do Consulado-Geral de Portugal em Caracas para saber de que modo pode melhorar a sua situação. Fre-
quentemente, às quartas e sextas-feiras, quando consegue uma boleia, este luso senta-se no exterior do consulado portugués a pedir esmola às pessoas que esperam nas filas com o propó sito de tentar reunir o necessário para suportar gastos médicos e de farmácia.
Feira do Pão em Julho FELIPE PEREIRA DA COSTA TRADUTOR OFICIAL DE PORTUGUÊS - ADVOGADO l Traduções l Obtenção
em Geral.
de certidões de Nascimento em Portugal.
l Escritórios
em Portugal (Revisões de Sentenças de Divorcio e Heranças, etc)
Yamilem González
yamilemgonzalez@yahoo.es
e 6 a 9 de Julho decorre a Feira do Pão na Venezuela, segundo informou Víctor da Silva, presidente do grupo “ Da Silva Assesoría y Eventos” . A exposição tem como objectivo principal reunir o maior nú mero de empresários e instituições ligadas ao sector da panificação, com a finalidade de promover o intercâ mbio de ideias e melhorar o fabrico do produto no país. O evento será realizado na Universidade Metropolitana, situada em Terrazas del Ávila, Caracas, onde os comerciantes do pão e demais interessados receberão informação re-
D
levante através de conferências, as quais tratarão de preencher as expectativas de todos os participantes. Segundo o organizador da Feira, Víctor da Silva, existem duas modalidades de participação: como participante às conferências e “ talleres” ; e como expositor no pavilhão comercial. Todos os visitantes poderão desfrutar de comida típica portuguesa, actuações de grupos folcló ricos e outras atracções muito portuguesas. “ Esperamos que esta feira seja um êxito quanto à participação e que todos os “ paisanos” portugueses ligados a este mundo desfrutem do evento, no qual o pão será o principal elogiado” , observou Víctor da Silva.
l Obtenção
de Assentos de Nascimentos, Casamento, ou de Óbito, na Venezuela.
l
Aquisição da Nacionalidade (os seus pormenores)
l Legalizações
perante os Registos Principais, Ministérios correspondentes, Colégio de Médicos, assim como outros organismos competentes.
l Outros
assuntos, favor consultar.
Horário: 8:00 a.m. - 1:00 p.m. Segunda Avenida de Campo Alegre, Edifício Credival, (ao lado do Consulado Geral de Portugal), Piso 7, Ofic. 104, Chacao, Caracas, Venezuela.
e-mail:felipepereira@cantv.net Telefone: (212) 267-60-51
263-69-77
Telemóvel:(0414) 235-97-06
12 | HISTÓRIA DE VIDA
CORREIO DE VENEZUELA - 2 DE MARÇO DE 2006
Dupla paixão: filhos e futebol José Henrique de Freitas Quinta Grande, Madeira
heguei com a minha mãe e uma irmã em 1962 quando era ainda um pequeno de 9 anos. Os meus primeiros dias na Venezuela foram passados numa zona agrícola de El Consejo, onde o meu pai trabalhava. Havia várias famílias portuguesas com filhos e continuei falando o meu idioma.
C
Não sabia mas também não senti necessidade de aprender espanhol. Mas isto foi um problema quando foi inscrito numa escola de Maracay. Foi difícil entender e fazerme entender, mas sentia-me seguro porque confiava no que tinha aprendido na 4ª classe. Fizeram-me um exame para atribuir um grau de escolaridade na escola pú blica da Venezuela. A prova de leitura foi feita como se estivesse a ler na Madeira, ou seja, li as pa-
lavras como se estivessem escritas em português. Puseram-me no 2º ano, mas recuperei sem grandes dificuldades porque também sabia as operações matemáticas, uma vantagem que foi aproveitada pelos meus professores: ponham-me a corrigir as contas dos meus colegas. Partilhei os meus estudos com o trabalho. Aos 13 anos acompanhava o meu "papá" na distribuição de peixe. Quando nos mudámos para a Caracas também o ajudei. Nesse tempo amadureci no sentido de me tornar mais independente. Realizei vários trabalhos como empregado até conseguir entrar na sociedade de um pequeno restaurante. Depois casei e naturalizei-me em 1980. Mais tarde trocei a sociedade por uma pequena indú stria de calçado. A família começou a crescer, enquanto despertou o meu vínculo com Portugal. Já tinha ido sozinho para visitar os pais, mas comecei a sentir a necessidade de ir com a minha mulher e os nossos três filhos. E quando fomos gozámos muito a estadia. A minha mulher é venezuelana e tem sabido entender a minha paixão pelos meus filhos e pelo futebol. É uma esposa maravilhosa, daí que estejamos há 32 anos juntos. Os negó cios foram sempre desenvolvidos para manter a família e não para criar riqueza. A minha grande riqueza é a minha família. Não deixei de relacionar uma coisa com a outra. Por ocasião do Mundial de 1966, acompanhei tudo sobre os jogos e não perdia os mais importantes que passavam pela televisão. Já sabia o resultado
José Henrique de Freitas: “Os negócios foram sempre desenvolvidos para manter a família e não para criar riqueza.
mas tinha de ver o jogo. Esta minha paixão foi contagiada à mulher e aos meus filhos. Eles adoram o futebol. Quando o maior tinha seis anos já jogava e chamavam-no de "Brasileiro", por causa de um jogador que havia jogado em Caracas. Diziam que jogava de forma idêntica. A minha esposa é uma entusiasta e a primeira adepta dos seus filhos. Quando havia treinos ou jogos, era ela que os levava, trazia e animava. Os meus três filhos jogaram sempre nas selecções menores do Distrito Federal. Sempre contaram com ela e comigo. Eles estavam na Escola de Futebol "Jachico", que funcionava atrás do Seminário de San José, onde fui presidente da direcção durante 11 anos. A minha grande façanha não foi ganhar um torneio mas sim
formar os rapazes que ali treinavam. Alegrava-me muito se depois seguiam carreira no futebol profissional. Entre rifas, os pais das crianças e alguns patrocinadores, levamos a escola para a frente. Chegou a ter 12 equipas em todas as categorias até à juvenil. Em certo momento da minha vida coincidiram várias coisas: tinha mais trabalho no negó cio, terminava o meu período na direcção e os meus filhos já tinham atingido a idade adulta. Hoje são profissionais de primeira, cada um na sua área. Em 2001, voltou a brilhar o meu sentimento regionalista e fundei o Madeira Sport Club, que joga na primeira distrital e o juvenil com jovens saídos de "Jachico", alguns de 20 anos. Penso criar também o Infantil. Com esse clube continuo a manter viva a minha paixão.
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RELIGIÃO | 13
O novo pastor de Venezuela David Rodrí guez Afonso davidro33@hotmail.com
A igreja venezuelana conta com um novo pastor. Trata-se de Monsenhor Jorge Urosa Sabino, nomeado cardeal da Santa Mãe Igreja Cató lica. "Sinto-me consciente da responsabilidade que isto implica. Será um serviço que prestarei a Caracas e à Igreja", disse nas suas primeiras declarações. O Papa Benedicto XVI anunciou que a 24 de Março vai realizar-se um Concílio que criará 15 novos cardeais. Do total dos futuros "purpurados", 12 serão cardeais eleitores em caso de um eventual conclave ao alcançar os 80 anos de idade. Os três restantes são eclesiásticos octogenários que são elevados a cardeais pelo serviço prestado à Igreja com "exemplar fidelidade e admirável dedicação". Ainda que estes não possam eleger o sucessor de Pedro num eventual conclave, poderiam ser eleitos Papa.
Na nomeação de futuros "purpurados" encontram-se oito europeus, um latino-americano, três asiáticos, um africano e dois norte-americanos. O nosso arcebispo de Caracas e Cardeal, Jorge Urosa, com o estatuto cardinalício outorgado pela Santa Sé, envolveu-se cada vez mais no serviço e na entrega ao serviço pastoral que tem vindo a desempenhar. O cardeal vai participar num acto que se vai realizar no Vaticano a 24 e 25 de Março para formalizar a nomeação. Dados biográficos Monsenhor Jorge Liberato Urosa Sabino nasceu em Caracas a 28 de Agosto de 1942, estudou com os irmãos das doutrinas cristãs no Colégio "La Salle" de Tienda Honda, estudando depois filosofia no Seminário de Caracas e Teologia no "St. Augustine's seminary" de Toronto, no Canadá. Foi ordenado sacerdote em 1967. Trabalhou depois como professor nos seminários de Caracas e ocupou o cargo de reitor do seminário interdiocesano "Santa Rosa de Lima". Foi também presidente da Organização de Seminários Latino-Americanos. A 13 de Julho de 1982, Sua Santidade João Paulo II nomeou-o Bispo Auxiliar de Caracas e em 1990 designou-o como Arcebispo de Valência. A 19 de Setembro de 2005 foi nomeado Arcebispo de Caracas por Sua Santidade Benedicto XVI. A nomeação de Jorge Urosa Sabino toca a todos os venezuelanos. No total, foram cinco os "purpurados" que a Igreja Cató lica venezuelana teve.
Nova secção A partir desta edição, o Correio passa a contar com a colaboração semanal de um sacerdote luso-descendente. O padre David Rodríguez Afonso inaugura esta secção. De pais naturais do Arco da Calheta, foi ordenado diácono a 11 de Dezembro de 2004. Actualmente é vigário paroquial da Anunciação do Senhor na Boyera. É também administrador paroquial da paró quia dos Naranjos: Maria Mãe do Redentor.
14 | tRAçoS dE PoRtugAL
CORREIO DE VENEZUELA - 2 DE MARÇO DE 2006
ALMEIRIM: A terra da Sopa da Pedra Liliana da Silva
lilianadasilva19@hotmail.com
uem das ameias das Portas do sol em santarém, deixar estender o olhar pelo fértil vale do tejo, vislumbrará um quadro magnífico de beleza inconfundível. em baixo, deslizando, vai o tejo a caminho de Lisboa; alongando-se em direcção ao sul, vê-se a extensa e expressiva lezíria, por entre mouchões e vinhedos e, mais longe ainda, a mancha cinzenta da serra de almeirim, a subir pelas terras luminosas da charneca, início da planície alentejana". estas palavras descrevem perfeitamente a beleza natural de uma terra que, apesar de não ser um destino famoso, conta com um passado cheio de lendas e histó rias que relatam as nobres acções de cavaleiros e reis que encontravam o descanso e a serenidade em almeirim. Hoje, são poucos os tesouros que remetem a este passado monárquico e majestoso, ainda que tenha sido no Palácio real de almeirim, demolido em 1890, que se realizaram importantes e decisivas reuniões como a de 11 de Janeiro de 1580, nas quais se debateu o grave problema de sucessão ao trono, por morte de D. sebastião em terras africanas descobertas pelos portugueses nas suas viagens. no entanto, esta terra conta com muitas características que a convertem num importante local de visita: as suas paisagens e beleza natural, a sua variedade cultural, que se manifesta nos diversos grupos folcló ricos, a sua ú nica e excelente gastronomia, os seus produtos agrícolas como o melão e o vinho, os quais gozam de fama devido à sua grande qualidade, tornam almeirim num destino capaz de oferecer, a quem o visita, uma sensação de prazer e tranquilidade que perdurará nas suas memó rias.
"Q
a sintra De inVerno segundo os historiadores e de acordo com as descobertas de peças de cerâ mica que datam do século i, almeirim remonta aos tempos da dominação romana, ainda que estudos mais recentes colocam esta zona na época epipaleolítica, pela descoberta de concheiros em Benfica do ribatejo. Depois de fundada, em 1411, esta região era considerada a "sintra de inverno" e era frequentada pelos reis da ii dinastia, por ser um lugar de grandes coutadas de caça, pela proximidade do tejo, de santarém e de Lisboa. Durante
Banhado pelo Rio Tejo, este concelho do Distrito de Santarém aguarda pela visita dos turistas que querem descobrir o segredo da famosa Sopa da Pedra. Cheia de histó ria e lendas, Almeirim é um paraíso cheio de luz. esta época, a sintra de inverno, tal com era conhecida pela Corte, foi cenário de festas pomposas e casamentos entre Príncipes, Donzelas e infantes. Para além disso, esta região foi escolhida para a realização de grande nú mero de cortes. É aqui que Gil Vicente, o pai do teatro português, representa as cortes de D. Manuel e de D. João iii e grande nú mero das suas farsas e comédias, de que é exemplo o "auto da Fé". a LenDa Da soPa Da PeDra este famoso prato de gastronomia de almeirim tem uma lenda associada que explica a sua origem: "Um frade andava no peditó rio. Chegou à porta de um lavrador, não lhe quiseram aí dar esmola. o frade estava a cair com fome, e disse: Vou ver se faço um caldinho de pedra! e pegou numa pedra do chão, sa-
cudiu-lhe a terra e pô s-se a olhar para ela, para ver se era boa para fazer um caldo. a gente da casa pô s-se a rir do frade e daquela lembrança. Perguntou o frade: então nunca comeram caldo de pedra? só lhes digo que é uma coisa boa. responderam-lhe: sempre queremos ver isso! Foi o que o frade quis ouvir. Depois de ter lavado a pedra, pediu: se me emprestassem aí um pucarinho. Deram-lhe uma panela de barro. ele encheu-a de água e deitou-lhe a pedra dentro. agora, se me deixassem estar a panelinha aí ao pé das brasas. Deixaram. assim que a panela começou a chiar, tornou ele: Com um bocadinho de unto, é que o caldo ficava um primor! Foramlhe buscar um pedaço de unto. Ferveu, ferveu, e a gente da casa pasmada pelo que via. Dizia o frade, provando o caldo: está um bocadinho insonso. Bem precisava de uma pedrinha de sal. também
lhe deram o sal. temperou, provou e afirmou: agora é que, com uns olhinhos de couve o caldo ficava que até os anjos o comeriam! a dona da casa foi à horta e trouxe-lhe duas couves tenras. o frade limpou-as e ripou-as com os dedos, deitando as folhas na panela. Quando os olhos já estavam aferventados, disse o frade: ai, um naquinho de chouriço é que lhe dava uma graça. trouxeram-lhe um pedaço de chouriço. ele botou-o à panela e, enquanto se cozia, tirou do alforje pão e arranjou-se para comer com vagar. o caldo cheirava que era um regalo. Comeu e lambeu o beiço. Depois de despejada a panela, ficou a pedra no fundo. a gente da casa, que estava com os olhos nele, perguntou: Ósenhor frade, então a pedra? respondeu o frade: a pedra lavo-a e levo-a comigo para outra vez".
DaDos De interesse: - o concelho de almeirim é limitado a norte pelo concelho de alpiarca, e a sul por salvaterra de Magos e Coruche, a oeste pelos concelhos de santarém e Cartaxo e a este pelo concelho de Chamusca. almeirim fica a 70 km de Lisboa. - este concelho é composto por quatro freguesias: almeirim, Benfica do ribatejo, Fazendas de almeirim e raposa. - Com uma área de 222,0 km2 e com 22 434 habitantes, almeirim é um dos 21 municípios distrito de santarém. - esta terra fundada em 1411 por D. João i era o local de descanso e entretenimento de reis e senhores que tratavam dos seus assuntos comerciais em almeirim, pelo que existe um ditado popular que diz: "ali punha Cupido a sua aula e el-rei o seu despacho". - Graças às suas condições climáticas e aos solos férteis, em almeirim pro-
duz-se vinho de excelente qualidade - a altitude média do concelho é de cerca de 43 metros. - Durante o Verão, as temperaturas em almeirim são elevadas, maiores no campo e na charneca do que nas terras onduladas do bairro, onde são temperadas pelas brisas. - o folclore é um dos grandes valores cultivados nesta zona do Vale do tejo. apesar das diferenças entre cada uma das expressões das 4 freguesias, almeirim mantém uma identidade ú nica que se manifesta na valsa danada, viras, fadinhos, verde-gaios e o fandango, etc., alguns dos bailes desta terra. - os crivos, a tanoaria e latoaria, são o tipo de artesanato com mais expressão nesta cidade, no entanto, encontramos outros tipos de artesanato. Fonte: www.cm-almeirim.pt
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CULTURA | 15
História fotográfica de 70 anos Jean Carlos De Abreu
deabreujean@yahoo.com
arlos Agostinho Perrejil é um luso-descendente que desde tenra idade sempre esteve em contacto directo com o folclore português. Toda a sua família possui dotes artísticos que vão desde o baile até à interpretação de instrumentos musicais. Os avó s de Agostinho formaram um dos primeiros grupos folcló ricos portugueses, na Madeira, mais concretamente na freguesia do Arco da Calheta, em 1937. O agrupamento era conhecido na localidade como o “ Grupo Folcló rico do Povo da Calheta” , o qual foi criado com a finalidade de participar nos arraiais de Ponta Delgada e Camacha, e de assistir às tosquias que se celebravam um pouco por toda a ilha, para além de entreter os habitantes da Calheta, segundo contou Perrejil. O “ Grupo Folcló rico do Povo da Calheta” era formado por 42 pessoas, entre bailarinos e mú sicos, que eram vizinhos e pró ximos de
C
quem gostava de cantar e tocar os instrumentos. A ú nica prova pictó rica que existe do grupo encontra-se na Madeira, numa casa de fotografia da cidade do Funchal. A foto foi tirada a 15 de Setembro de 1938, na Festa das Vindimas. Este retrato foi conseguido por um vizinho “ da minha família no Arco” , quando ia revelar umas fotos. A carga sentimental da pessoa na referida imagem fez com que este amigo da família mandasse fazer có pias da original, que pertencia aos arquivos da loja. “ A foto provocou um grande impacto em mim, ao ver os meus avó s sentados posando para a máquina” , comentou Perrejil, ao ver os muitos conhecidos da sua família vestidos com traje típico português. “ Vi também uma senhora que conheço e que hoje em dia é uma anciã com 80 anos de idade. Quem sabe ela seja uma das poucas pessoas sobreviventes do grupo” . “ Povo da Calheta” esteve entre os primeiros agrupamentos organi-
Tertú lias do IPC regressam em Março Carlos Orellana
corellanacorreio@hotmail.com
o pró ximo dia 24 de Março, às oito da noite, realiza-se a primeira tertú lia do ano no Centro Português de Caracas. A mesma terá como tema principal a região do Minho, no Norte de Portugal Continental. “ Estamos a investigar as suas comidas, compositores e artistas” , explicou a este semanário Betty Rodrigues, responsável pelo departamento de relações pú blicas do Insti-
N
tuto Português de Cultura (IPC). O IPC realiza estes eventos há três anos, nesta casa portuguesa, os quais, no ano passado, baseavam-se em temas livres, mas sempre relacionados com a cultura lusa. O programa desta instituição deu uma volta quando se decidiu que cada tertú lia teria como tema principal uma região de Portugal. “ Começamos pela Madeira e agora vamos nos dedicar a mostrar as regiões de Portugal Continental, incluindo os Açores” , disse Rodrigues.
Esta foto é a única prova pictórica que existe do grupo e data de 1938
zados que se formaram na ilha. Eles deram-se a conhecer numa competição frente ao grupo da Camacha, da qual saíram vencedores e foram “ imortalizados” com uma frase que dizia: “ Deixa passar o vilhão da bota preta, quem ganhou o primeiro prémio foi o Arco da Calheta” . O grupo madeirense dissolveu-se em 1940, quando começou a emigração portuguesa e o avô de Agostinho foi para Aruba, onde esteve durante três anos, indo depois para
o Brasil, onde morreu. Agostinho e o irmão gostam de folclore português “ porque o trazemos no sangue” . Este jovem faz parte do grupo “ Os Lusíadas” e sublinha a importâ ncia de aprender mais sobre as tradições lusitanas por parte dos luso-descendentes. A ideia de Agostinho é apelar a todos os jovens luso-descendentes que apoiem a cultura portuguesa e que procurem saber mais sobre as suas origens e tradições.
16 | LAZER
CORREIO DE VENEZUELA - 2 DE MARÇO DE 2006
Venezuela participa em simulação da ONU Tábita Barrera Antonella Fonseca
ma representação da Universidade Central da Venezuela e outra da Universidade Cató lica Andrés Bello, composta por cerca de 50 alunos de ambas as instituições, compõem as comissões venezuelanas que vão dar assistência ao Modelo Mundial da Organização das Nações Unidades da Universidade de Harvard (Worldmun) e ao Modelo Latino-Americano da mesma Organização (Lamun), respectivamente. O primeiro vai ser levado a cabo na cidade de Beijing, na China, entre os dias 26 e 31 de Março. Esta é uma actividade cuja finalidade é simular o funcionamento das Nações Unidas e tratar as principais problemáticas mundiais. Por este motivo, os tó picos que se discutem
U
constituem a agenda do organismo e as universidades participantes encarnam um país distinto do seu, em torno do qual tomam decisões legislativas que devem favorecê-lo. As reuniões imitam os diversos comités da ONU, como o Conselho de Segurança, a Assembleia Geral, a Organização Mundial de Saú de, a UNICEF, o Alto Comissariado para os Refugiados, entre outros, e cada um dos delegados personificará o embaixador das nações que lhes foram destinadas, que neste caso foram Angola e Reino Unido. A Universidade Central da Venezuela, com base na prestaç ão que teve em eventos anteriores, participará pela quarta vez no Worldmun e conta com um grupo de 26 destacados estudantes das nove faculdades desta instituição.
LAMUN, OUtRO ESPAçO dE ENCONtRO INtERNACIONAL O Modelo Latino-Americano das Nações Unidas, Lamun, foi levado a cabo pela Universidade das Américas (UdLAP) durante os ú ltimos 19 anos, na cidade de Puebla, México. desta vez vai também realizar-se no mesmo lugar, de 8 a 12 de Março, e constitui um fó rum de discussão para a juventude latino-americana que queira manifestar as suas opiniões, perspectivas e propostas sobre os temas que dizem respeito à actual agenda internacional. A delegação da Universidade Cató lica Andrés Bello que vai participar neste evento é composta por 25 estudantes de diversos cursos, resultado de um processo de selecção que se iniciou em Maio do ano passado. desde a sua integração na comitiva
No modelo das Nações Unidas o grupo da UCV representará Angola
venezuelana, reuniram-se todos os domingos, para praticar debates, realizar as suas investigações e aprender as regras que se devem ter em conta quando participarem no modelo das Nações Unidas. Vão representar a Federação Russa nos comités tradicionais; no comité da OEA
vão representar a Repú blica do Chile e no comité do Fó rum Social Mundial serão uma ONG chamada Oxfam Internacional. Para além disso, vão participar no tribunal Criminal Internacional e no Comité de Crise.
Tese propõe criação de restaurante de Fado La Forma Más Cómoda de Viajar
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Yamilem González yamilemgonzalez@yahoo.es
iliana Farías, jovem promessa do fado na Venezuela e estudante de desenho gráfico no Instituto Universitário Las Mercedes, realizou o seu projecto de graduação sobre a imagem de um restaurante de fados fictício chamado “ Fados Restaurante” . A apresentação do trabalho, que obteve a máxima qualificação, realizou-se no Centro Português de Caracas. A jovem apresentou o projecto para colocar um ponto final aos seus estudos de desenho. A exposição foi levada a cabo no Bar Anau, com a presença dos seus cinco tutores, companheiros de estudo e familiares. Para Farías, o centro português é um lugar emblemático para a comunidade e por isso o sítio propício para a apresentação. O Bar Anau foi decorado da mesma maneira que o restaurante fictício, com ambiente alusivo ao fado, luz ténue, mesas de madeira quadradas, cadeiras de ferro forjado, quadros com personagens do fado e com as princi-
L
Farías quer levar à prática a criação deste restaurante no futuro
pais cidades de Portugal. Para além do ambiente e do lugar, que era a base da tese, também a gastronomia não foi esquecida, a qual será estilo gourmet, mas os clientes podem também desfrutar de comidas típicas portuguesas. Farías, enquanto cantora e amante do fado, decidiu adaptar a sua tese àquilo que é a sua paixão, pois o seu desejo é projectar este estilo musical e levar à prática a criação deste restaurante no futuro.
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LAZER | 17
« Uma batalha contra as dificuldades» Tábita Barrera tababor@cantv.net
epois de um trabalho de equipa aguerrido, Carlos Calderas, Marco Cayuso, Martín Echevarría e Marcus Tobía culminaram triunfantemente no passado 26 de Janeiro o “ Desafío Polos de Proyecto Cumbre” , com o qual conseguiram consagrar-se como o primeiro grupo de venezuelanos em chegar ao ponto mais meridional do planeta, ou seja, à estação científica polar Scout Admunsen. A expedição começou em 20 de Novembro do ano passado e avançou por entre temperaturas extremas e outros inconvenientes como foi a evacuação do expedicionário Carlos Castillo, que sofreu um congelamento severo dos tecidos superficiais dos dedos dos pés e das mãos. Não obstante, as vicissitudes experimentadas não impediram os expedicionários de prosseguir com o seu itinerário e chegar à meta. A caminhada realizada em
D
66 dias cobriu um percurso de 1.150 quiló metros. Ao longo do trajecto, estes homens levaram consigo trenó s que pesavam aproximadamente 140 quilos, onde carregavam os seus alimentos - que foram oferecidos pela cadeia de supermercados Unicasa, no â mbito do patrocínio ao evento - e equipamentos necessários para a viajem desde a Costa Antárctica até ao Pó lo Sul. Carlos Calderas, médico cardiologista com mais de 24 anos de experiência em montanhismo, referiu ao Correio que “ foi uma expedição muito exigente e uma batalha contra as dificuldades” , mas onde houve um esforço colectivo e bem aplicado o que lhes permitiu alcançar o sucesso. Na mesma toada, Marco Cayuso, engenheiro de electró nica, praticante há 22 anos, assegura que completar o “ Desafio” foi alcançar uma meta sonhada e pela qual lutaram durante muitos anos. “ Sentimo-nos muito contentes e com vontade de fazer mais coisas. O apoio dos vene-
zuelanos foi enorme e creio que esta expedição foi uma das que mais tocou as pessoas” , observou. Todos asseguram fazer parte de um grupo bastante só lido que foi criado através do contributo das suas habilidades, o que constitui parte importante do que conseguiram alcançar. Igualmente, fizeram das suas diferenças uma virtude, o que lhes permitiu enriquecer o seu trabalho. Ao longo de 12 anos, Tobía, Calderas, Cayuso, Castillo e Echevarría preocuparam-se em transmitir aos venezuelanos um elevado sentido de união, solidariedade e paixão pelo que fazem. “ Proyecto Cumbre” encontra-se na etapa final da expedição “ Siete Cumbres” , que tem por finalidade subir à montanha mais alta de cada continente ou subcontinente. É por isso que esperam conseguir todos os vistos necessários para subir à “ Pirámide Carstensz” , localizada na ilha de Irian Jaya, a qual representa a sétima escalada do projecto.
Os alimentos do grupo foram oferecidos pela cadeia de Alimentos Unicasa
18 | PORTUGAL
CORREIO DE VENEZUELA - 2 DE MARÇO DE 2006
Melhorar participação cívica de emigrantes O
Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) vai apresentar ao Governo, ainda este ano, propostas para melhorar o recenseamento eleitoral e o método de votação, de forma a aumentar a participação cívica dos emigrantes portugueses nas eleições. “ Queremos ter o documento concluído ainda antes do Verão, de maneira a dar tempo de se pô r de pé uma acção ainda antes do fim do ano” , disse à Agência Lusa o presidente do CCP, Carlos Pereira. Nas ú ltimas eleições presidenciais, no passado dia 22 de Janeiro, a taxa de abstenção dos portugueses residentes no estrangeiro rondou os 90 por cento, tendo apenas votado 18.840 dos 187.109 eleitores inscritos, de acordo com dados do Secretariado Técnico dos Assuntos para o Processo Eleitoral. Num comunicado a que a Lusa teve hoje acesso, o CCP indica que “ lançou uma consulta (junto dos conselheiros) no sentido de elaborar propostas ao Governo, para melhorar a participação cívica dos portugueses que residem no es-
Nas últimas presidenciais, a taxa de abstenção dos portugueses residentes no estrangeiro foi de 90%.
trangeiro” . Nesse sentido, o CCP quer que os conselheiros dêem sugestões acerca do recenseamento eleitoral, sublinhando que “ cerca de um terço dos cidadãos (emigrantes) não se encontra recenseado nos cadernos eleitorais” . “ A recente decisão do Governo de ‘ quase automatizar’ o recenseamento a todos quantos recorrerem aos serviços consulares é importante, mas a maior parte dos compatriotas não recorre frequentemente aos postos consulares” , refere
o comunicado. Por isso, o CCP quer saber de que forma “ se poderia motivar o recenseamento nos cadernos eleitorais, sobretudo para quem não prevê ir ao consulado” . A grande variedade de cadernos eleitorais é outra das preocupações do CCP, que defende a sua uniformização. De acordo com aquele ó rgão de consulta, existem cadernos eleitorais para a eleição do Presidente da Republica, para as legislativas, para o Parlamento Europeu e para a eleição do CCP.
O CCP lança ainda críticas ao método de votação dos emigrantes, que pretende que seja mais “ facilitado e simplificado” . Para as eleições legislativas, os portugueses residentes no estrangeiros votam por correspondência, método que “ não é fiável e provoca muitos votos nulos” , mas para as presidenciais o voto é presencial, o que impossibilita os emigrantes que residem longe dos consulados de exercer o seu direito cívico. O Conselho das Comunidades Portuguesas quer ainda que sejam dadas sugestões sobre campanhas de sensibilização ao voto dos emigrantes. “ Essas campanhas têmse destinado apenas aos eleitores que residem em Portugal, discriminando-se assim os que residem no estrangeiro” , afirma o CCP no comunicado. O Conselho das Comunidades Portuguesas é um ó rgão de consulta do Governo em matéria de emigração, composto por 96 conselheiros e tutelado por um Conselho Permanente constituído por 15 membros.
Mais nove mortes na estradas ove pessoas morreram e 44 ficaram feridas gravemente nos 1.917 acidentes rodoviários ocorridos nas estradas do Continente na ú ltima semana, anunciou a Brigada de Trâ nsito (BT) da GNR. Os acidentes, registados entre segunda-feira passada e domingo, causaram ainda 430 feridos ligeiros, segundo os dados provisó rios da Brigada de Trâ nsito. No decurso da fiscalização rodoviária realizada pelas patrulhas da BT durante aquele período foram detectadas 3.263 infracções
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graves e 600 muito graves. Quanto a casos de condução sob efeito de álcool, foram detectados 274 condutores com taxa de alcoolemia superior ao máximo legal (0,5 gramas de álcool
por litro de sangue), dos quais 110 foram detidos por apresentarem valor igual ou superior a 1,20 gramas. Segundo a Brigada de Trâ nsito, 2.611 condutores foram multados por condu-
zirem em excesso de velocidade e 104 por circularem com veículos sem o seguro de responsabilidade civil obrigató rio. Os efectivos da BT detectaram ainda 399 condutores e passageiros que não usavam cinto de segurança ou sistema de retenção aprovado e obrigató rio (” cadeirinha” para bebés e crianças) e detiveram 36 condutores que não tinham carta de condução. As patrulhas detectaram ainda 52 veículos de mercadorias com excesso de peso e ajudaram 1.027 condutores em dificuldades.
breves Deputados acusam Governo de voltar costas ao Norte Os deputados do PSD Jorge Costa e Agostinho Branquinho acusaram o Governo de “estar de costas voltadas para o Norte do país e para a região do Porto, em particular”. Num requerimento entregue na Assembleia da República, os dois deputados acusam também o Governo de ter “descurado” o processo da Concessão Douro Litoral, uma rede de quatro autoestradas que visa libertar do Porto o trânsito, sobretudo de pesados, que atravessa a área metropolitana.
GNR apreende 342 pares de sapatilhas contrafeitas A Brigada Fiscal (BF) da GNR anunciou a apreensão, em Guimarães, de 342 pares de sapatos desportivos contrafeitos avaliados em 27.360 euros no âmbito de uma operação de fiscalização.Em comunicado, a BF adiantou que a apreensão decorreu na semana passada, através de várias acções realizadas no Norte do país, das quais resultaram ainda apreensões de máquinas de jogo, DVD, cigarros e viaturas, entre outros bens.
Três encapuzados assaltam posto de combustí veis Três encapuzados assaltaram, domingo, ao fim da tarde, um posto de combustíveis na Alameda das Linhas de Torres, revelou o oficial de dia de serviço no Comando da PSP em Lisboa. Apesar de armados com caçadeiras dos canos serrados, os assaltantes não fizeram qualquer vítima, apesar de se terem apoderado de uma quantia, cujo montante ainda não foi apurado. Depois do assalto, cerca das 18:30 horas, os indivíduos fugiram numa viatura ligeira, disse o oficial.
Diocese investiga responsabilidades de em homicí dio A Diocese do Porto admitiu a substituição da direcção da Oficina de S. José, caso se comprove alguma responsabilidade directa da instituição no comportamento de 11 adolescentes ali internados, alegadamente implicados na morte de um sem-abrigo transexual.
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PORTUGAL | 19
136 furtos desde 2004
Norte e Galiza comboios rápidos
Polícia Judiciária (PJ) contabilizou, desde 2004, 136 furtos de caixas Multibanco, dos quais 81 no ano passado, disse à Lusa fonte da Direcção Central de Combate ao Banditismo. Estes nú meros ultrapassam em larga escala os dados disponibilizados à Lusa pela Direcção Nacional da PSP, que indicavam um total de 43 casos de furtos consumados ou tentados no mesmo período, a que se somou recentemente mais um, em Oliveira de Azeméis. Segundo a PJ, em 2004 registaram-se 40 casos, no ano passado 81 e este ano já 15. Estes crimes foram praticados em localidades de 11 distritos: Aveiro, Braga, Lisboa, Porto, Santarém, Setú bal, Coimbra, Faro, Leiria, Viana do Castelo e Viseu. Os métodos utilizados, passaram pela utilização de retroescavadoras, reboques
s autoridades regionais da Galiza e Norte de Portugal querem ligar Porto a Vigo por um comboio que circule a 220/250 km/h, tendo assinado a semana passada um protocolo para estudar a viabilidade do projecto. Todos os estudos até agora realizados para ligar as duas cidades por comboio rápido concluíram pela inviabilidade da linha, porque consideravam apenas velocidades de circulação de 300 a 350 km/h, afirmou a secretária de Estado portuguesa dos Transportes, Ana Paula Vitorino. Os comboios a circular até 250 km/h - uma versão melhorada dos comboios pendulares que já ligam Porto e Lisboa - correspondem ao conceito de ferrovia de velocidade elevada, diferente do TGV clássico (ferrovia de alta velocida-
A
A
ou monta-cargas e posteriormente com o recurso a ferramentas para cortar a máquina, depois de transportada para um local isolado. Segundo a fonte da PJ, o dinheiro nunca foi recuperado, mas foram feitas várias detenções, que não quantificou por haver alguns detidos no â mbito de outros processos.
Os assaltantes incorrem numa pena de dois a oito anos de prisão, mas se pela investigação for determinado que o grupo está a actuar de forma organizada pode também haver lugar a crime de associação criminosa, o que torna o caso mais grave e implica uma outra pena até oito anos.
de), para circulação a um mínimo de 300 km/h. A ferrovia de velocidade elevada é, contudo, uma solução que satisfaz a euro-região Galiza/Norte de Portugal, segundo Ana Paula Vitorino. « Um comboio a circular a 300 ou 350 quiló metros entre Vigo e Porto implicava um investimento vultuosíssimo [de 2,3 mil milhões de euros] e era desadequado para um percurso de 130 quiló metros» , acrescentou a responsável. A secretária de Estado dos Transportes e o seu homó logo do Desenvolvimento Regional, Rui Baleiras, testemunharam a assinatura do protocolo, rubricado pelos presidentes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional da Região Norte, Calos Laje e pelo presidente da Junta da Galiza, Emílio Perez Torriño.
Viagens às flores das amendoeiras transportadora ferroviária CP retomou as tradicionais viagens de comboio às amendoeiras em flor, entre as estações de Porto-São Bento e Pocinho, em Trás-os-Montes, com extensão de autocarro a localidades transmontanas e durienses. Estes comboios especiais têm uma lotação mínima de 190 passageiros e máxima de 320, custando os bilhetes 30 euros por adulto e 23
A Abalo em Sintra sem vítimas ou danos m sismo de magnitude 2,3 na escala de Richter foi sentido na madrugada de segunda-feira na zona de Sintra, sem notícia de vítimas ou danos, anunciou o Instituto de Meteorologia (IM). De acordo com a mesma fonte, o abalo registou-se às 01:05, com epicentro l ocalizado a cerca de 10 quiló metros a norte de Sintra, tendo sido sentido com in tensidade máxima (graus II-III na escala de Mercalli modificada) na
U
região de Sintra. Fonte dos Bombeiros Voluntários de Sintra disse à Agência Lusa que foram apenas re cebidos cinco telefonemas de pessoas que pretendiam confirmar se se tinha tratado de um sismo. « Não estavam assustadas, mas apenas queriam confirmar se tinha sido um sis mo. Nó s aqui não sentimos nada, pois o quartel está instalado num edifício antisismos» , acrescentou a mesma fonte do IM.
por criança. Apó s cerca de três horas de meia de comboio até ao Pocinho, os passageiros podem optar por três circuitos de autocarro, que incluem passagens por Moncorvo, Barca de Alva, Figueira de Castelo Rodrigo, Vila Nova de Foz Cô a, Freixo de Numão, Penedono, Trancoso, Marialva, Meda, Longroiva, Alto da Sapinha e Convento de Santa Maria de Aguiar.
20 | PORTUGAL
CORREIO DE VENEZUELA - 2 DE MARÇO DE 2006
Desfile atraiu milhares de pessoas ao Funchal M ilhares de pessoas assistiram sábado dia 25, no Funchal, à passagem do cortejo de Carnaval com a ausência, pelo segundo ano consecutivo, de Alberto João Jardim e que teve como tema oficial “ Noites da Madeira” . O cortejo saiu da Praça da Autonomia e terminou na do Município onde decorre um espectáculo com a participação das troupes e do conjunto Onda Azul. Numa noite amena e estrelada a contrastar com a manhã chuvosa, milhares de madeirenses e turistas alinharam-se nas principais ruas da cidade do Funchal para ver o cortejo passar, este ano constituído por oito carros alegó ricos profusamente decorados e coloridos e 1500 participantes. Pelo segundo ano consecutivo, o cortejo não contou com a participação do presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, que justificou a ausência com o facto de não quer ser uma “ atracção turística” . « Quando a gente se vê transformada em atracção turística, a gente diz basta!» , disse Jardim aos jornaistas. « Eu não ia no cortejo
como presidente do Governo Regional, ia porque gostava de ir» , acrescentou. O primeiro grupo a desfilar foi a “ Associação de Animação Geringonça” com o tema “ Noite Brilhante” , com 120 elementos e em cuja configuração figurava o mestre de sala e seu par, um grupo de bailarinas, uma ala feminina e outra masculina, um carro alegó rico com a rainha e o rei da noite, decorado com duas luas gigantes vermelhas e muitas meias-luas douradas.
Seguiram-se a “ Fábrica de Sonhos” (com o tema “ É Magia” ), “ Veteranos da Folia (” Um Baile de Carnaval” ), “ Escola de Samba - Os Cariocas” (” Noites da Madeira” ), “ Associação Fura Samba” (” Madeira na Rota do Mundo” ), “ Escola de Samba Caneca Furada” (” Noites no Casino da Madeira” ), “ Associação Turma do Funil” (” Madeira em Festa” ) e João Egídio (com o tema “ Universo de Memó rias” ). Este carro, de encerramento do cortejo, represen-
tou uma homenagem ao secretário regional do Turismo e Cultura, João Carlos Abreu. Na terça-feira decorreu o “ Cortejo Trapalhão” que é aberto à participação da população e onde a sátira é o tema dominante. As “ Festas de Carnaval” fazem parte do pacote de realizações de animação do destino turístico Madeira levadas a efeito pela Secretaria Regional de Turismo e Cultura e que este ano representou um investimento de 340 mil euros.
Loulé ao rubro organização do Carnaval de Loulé esperava ultrapassar e ultrapassou este ano as 100 mil pessoas durante os três dias do desfile carnavalesco, segundo disse à Agência Lusa um dos organizadores. Em 2005 assistiram ao corso carnavalesco louletano mais de 90 mil pessoas, o que abre « boas perspectivas para este ano» , disse Jú lio Guerreiro, da organização do Carnaval, para quem a previsão de chuva poderá « fazer gorar os objectivos» . O Carnaval de Loulé, um dos mais antigos do País e um dos maiores eventos
A
do Algarve, tem como tema “ 100 anos é muito tempo” , com a decoração dos carros centrada na sátira política. José Só crates, Cavaco Silva, Valentim Loureiro, Marques Mendes, Manuel Alegre e Mário Soares foram as personalidades políticas escolhidas para « alegrarem o desfile» , explicou Jú lio Guerreiro. Os 17 carros alegó ricos que desfilarão na Avenida José da Costa Mealha vão distribuir toneladas de “ confetis” , rebuçados, e milhares de flores para serem atiradas na tradicional “ Guerra das Flores” .
breves Muita folia e alegria em Ovar
O desfile de Ovar recebeu uma das maiores enchentes dos últimos anos Milhares de pessoas assistiram a um desfile dominado pela cor e alegria, onde se destacou a cada vez maior inovação por parte dos grupos, sobretudo na união da máquina com o homem. Muitos saltos na barriga e arrepios na espinha terão sentido os espectadores ao ver, por exemplo, a gigante roda dos “Xaxas” percorrida por um homem em cima de uma bicicleta. Apesar do frio e do vento que se sentiu, as nuvens que encobriam, de quando em vez, o sol, não chegaram a ameaçar. Isto depois de, anteontem, o desfile das escolas de samba ter sido alvo de alguns aguaceiros. O último foi tão forte que a escola de samba “Juventude Vareira” não encontrou condições para desfilar.
Carnaval saiu à rua em todo o Algarve
O Carnaval foi assinalado um pouco por todo o Algarve com a realização de desfiles de menor dimensão em Portimão, Albufeira, Vila Real de Santo António, Paderne, Moncarapacho, Messines, São Brás de Alportel, Santa Bárbara de Nexe e Quarteira.
“ Morangos” arrastam milhares de pessoas Milhares de pessoas assistiram ao Carnaval da Figueira da Foz, na Avenida do Brasil, com os “reis” Joana Duarte e Tiago Aldeia, a “Matilde” e o “Rodas” da telenovela “Morangos com Açúcar”, da TVI. Muitos admitiram estar presentes pelos incansáveis “reis” que, ao longo da tarde, se desdobraram em beijos, fotografias e autógrafos.
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22 | OPINIÃO
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Magia manchada de sangue Janette Da Silva
janette.dasilva@fco.gov.uk
basebol é realmente o desporto rei na Venezuela. Nada de novo. Sempre se festejam as grandes vitó rias. Mas nada que eu pudesse comparar com a alegria contagiante que se apoderou de todos os venezuelanos por motivo da vitó ria dos "Leones" no campeonato "Serie do Caribe". A equipa da capital venezuelana, reforç ada com vários jogadores de algumas outras equipas da liga nacional, venceu de maneira impecável os rivais do resto do Caribe,
O
pelo que o triunfo foi largamente festejado um pouco por todo o país. Fiquei realmente surpreendida. Não importava a classe social, a cor da pele, os credos ou as tendências políticas: tudo era uma perfeita e quase utó pica união entre todos os venezuelanos. Já fazia algum tempo que não tínhamos demonstraç ões tão contundentes de harmonia total. É difícil descrever o sentimento colectivo que tomou conta de todo o País, mas acho que se pode dizer que foram momentos mágicos sem se cair no exagero. Só é pena que este imaculado momento durou pouco tempo, pois a magia foi manchada de sangue. A euforia transbordou e como resultado final
para tanto êxtase foi 6 mortos e 9 feridos… Sinceramente não havia necessidade de transformar o orgulho que sentimos em decepç ão e vergonha: deixamos de ser a Venezuela alegre e unida para sermos o "far west" onde os gatilhos leves atacam de novo, a quem quer que seja, como uma espécie de "roleta russa"… Uns dizem que a celebraç ão desportiva foi somente utilizada como desculpa ou fachada para estes hediondos crimes. Não faz muita diferenç a. Acordamos do sonho para a "vida real". Agora não posso deixar de minimizar a vitó ria e alegria de um povo que ama este desporto. Simplesmente já não me parece relevante. A criminalidade é agora a ú nica protagonista…
Nomeados ou eleitos? Agostinho Silva
asilva@dnoticias.pt
Ao longo de mais de duas décadas e meia, o Governo Regional da Madeira teve o discernimento de aproximar-se das Comunidades Madeirenses radicadas por esse mundo fora. Fê-lo através de representantes em cada uma das zonas geográficas de emigração que, de ano a ano, ou com uma periodicidade maior, se encontravam para debater problemas específicos ou comuns a cada uma das Comunidades representadas. Eram os Conselhos Permanentes das Comunidades ou, mais espaçados no tempo, os Congressos das Comunidades Madeirenses. A estratégia, no
A
global, parece ser a mais correcta. Pelo menos foi isso que pensou o Governo da Repú blica, no tempo de Antó nio Guterres, quando se decidiu pela criação de ó rgãos idênticos, mas de â mbito nacional. Com uma diferença: chegaram 15 anos mais tarde. Mas, pelo menos, também teve o discernimento de corrigir uma grave teimosia de Alberto João Jardim, ao decidir-se pela eleição dos "conselheiros" ao invés de ceder à apetência pela nomeação directa. Não se trata tão-somente de avaliar, de forma simpló ria, qual o método que melhores resultados tem produzido. Essa era uma hipó tese, mas se calhar basta apenas ter a humildade para fazer uma retrospectiva e quantificar os malefícios das nomeações directas, sobretudo a instalação de uma inércia que viola claramente os objecti-
vos dos Conselhos de Comunidades. Pelo conhecimento que detenho de algumas das mais representativas comunidades de lusos e luso-descendentes, recuso admitir que as nomeações jardinistas (as más, as péssimas e as boas, porque também as há) se tivessem guiado por critérios de favorecimento pessoal. O que aconteceu, também nesta questão, foi um certo deslumbramento do "quero, posso e mando" que, como se sabe, tem sempre um reverso muito desagradável. Consta que o Governo Regional tenciona, no futuro, permitir que cada comunidade escolha os seus representantes. Mas antes de "sacudir a água do capote", ficaria bem assumir responsabilidades e proceder à limpeza de autênticos "bluffs" que prosperaram à conta do jardinismo, mesmo que lá longe...
Cultivos madeirenses na Venezuela Antonio de Abreu
uisa Fernández de Andrade, geó grafa, estudou a relação do madeirense com a sua terra natal e a Venezuela. Num artigo publicado na revista Síntesis geográfica (Nº 17/18, 1985), ela apresenta os "Contributos da imigração madeirense para a agricultura venezuelana". Começa por expor o relevo da Pérola do Atlâ ntico. Os seus comentários fazem recordar os vales profundos e as ribeiras entre montanhas escarpadas. A área de povoamento da ilha está compreendida entre 0 e 700 metros de altura. A falta de terrenos planos obrigou à construção dos "terraços de sementeira". Primeiro, foram construídos muros de pedras para reter a terra puxada pela gravidade e a acção das águas. Depois os agricultores transportaram a terra que estava depositada perto da desembocadura das ribeiras e no sopé das montanhas. Esta é a origem dos chamados poios. Para mantê-los é preciso cuidar das paredes de pedra e prevenir contra estragos. Por isso há que carregar a terra depositada sobre o muro até à parte superior. Um trabalho ingrato e constante. Na Venezuela, muitos madeirenses dedicaramse a cultivar as mesmas hortas que tinham no "terruño": couves, batatas, abó bora, cenoura, nabos, pimpinela, etc. Eles aplicaram o mesmo sistema da ilha e estabeleceram-se em zona onde poucas pessoas se atreveriam porque o terreno é inclinado. Estes madeirenses deram à paisagem agrícola um carácter pró prio no espaço venezuelano. O estudo que Luisa Fernández realizou na zona rural entre Carrizales e San Diego assim o demonstra. Um passeio por entre esses cultivos convida a recordar o espectáculo dos poios. Por todo lado pode-se ver culturas de couves, agrião e feijão vermelho. A autora não deixa escapar a oportunidade para explicar porquê a Madeira é chamada "la tierra das couves". Acrescentamos que esta cultura é acompanhada de uma grande variedade de pratos sobretudo se são feitos à base da carne de porco. Outro quadro campestre que nos apresenta Fernández é do poios de feijão vermelho que vão crescendo ajudados pelas longas canas, que os apoiam, e a partir das quais podem florescer e dar os frutos. Uma planta que se encontra com frequência nas margens das ribeiras da Madeira e que se consume muito é o agrião. Na Venezuela é cultivado em depó sitos com regos que se assemelham a labirintos de água. Proximamente, comentaremos com maior amplitude outro trabalho desta excelente investigadora e docente da Universidade Central de Venezuela.
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*Historiador aindax1@yahoo.com
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OPINIÃO | 23
Cartas Caso dos sequestradores
Mais trabalho é o que precisam
Sou leitora do Correio há muito tempo e escrevo para que, por favor, escrevam sobre os Portugueses que sequestram outros Portugueses. Na rua correm muitos boatos de que os portugueses, que foram presos sob acusação de sequestro, já estão soltos na rua por causa de terem muito dinheiro. Acho que se isso é verdade, as autoridades portuguesas na Venezuela devem pedir às autoridades venezuelanas para que isso não aconteça, já que põe em perigo as pessoas da nossa comunidade e deixa ainda muito mal vista a Justiça deste País. Se é verdade que estão em liberdade sem sequer sabermos o resultado do julgamento, isso não está bem. Se for mentira então aguardamos pela sentença já que se for provado que estão inocentes devem sair justamente. Mas se for provado que são culpados, então devem ter no mínimo um castigo a dobrar em relação a um venezuelano, ou seja, se a Justiça dá 15 anos de prisão, deviam dar-lhes 30 porque o que fizeram às famílias dos sequestrados não tem qualificação. Mereciam morrer na cadeia. Devem informar comunidade do assunto.
Sou leitor assíduo do Correio de Venezuela e acho oportuno que o vosso jornal comente a palestra de um economista que esteve de visita à Venezuela a convite de um Banco e em cujo evento falou da economia mundial e até comparou Portugal com a Venezuela. Enfim. Pareceu-me que o senhor exagerou um pouco, porque a ser certo, um dias destes Portugal vai estar imerso numa pobreza extrema: a mais extrema da Europa. Fiquei deprimido, sinceramente, com todas aquelas coisas que foram ditas. Lembrei-me das misérias que passei na minha infância e daquelas que o meu pai me contava. Quase não pude dormir nessa noite. Então aquilo que nos disseram os políticos quando nos visitaram durante estes anos todos dizendo que Portugal tinha evoluído para os níveis da Europa, tinha-se modernizado, e que era um País com bases democráticas assentadas. Enfim, tantas e tantas coisas que acabei por ficar um pouco atormentado. Por outro lado gostei de ouvir o vice-presidente da Madeira, também no mesmo evento, a oferecer oportunidades de
Maria Natividade J. Fernandes
negócios, subsídios para os empresários, a explicar a planificação para os próximos 30 anos. Que diferença entre um e outro? Quem tem razão? Cá por mim continuo a dizer que em Portugal as pessoas são tristes, não querem trabalhar, e desde os 25 anos de idade já estão a pensar na reforma e o que sabem é "cramar", ou seja, são pessimistas por natureza. Em vez de pensar apenas nos casos negativos, pensem nas coisas boas que fizeram nos últimos 20 anos, na paz, na liberdade e na comodidade que o passado mais recente lhes deu. Isso faz-me pensar que se vivessem na Venezuela com o pessimismo de Portugal já se tinham suicidado todos. A solução está no trabalho. Não no pessimismo . Manuel A. F. Rodrigues
Não fiquei esclarecido, mas obrigado na mesma. Assisti ao evento promovido pelo Governo Regional da Madeira e pela organização que tutela o incentivo à criação de novas empresas na ilha. De antemão agradeço a gentileza pelo convite. No entanto, em nome meu e de alguns amigos que ali
encontrei, decidi escrever esta carta para que neste tipo de iniciativas seja dada a possibilidade de perguntar aos senhores acerca de algum projecto que tenhamos para fazer na ilha da Madeira. Gostei do que ouvi, no entanto fiquei na mesma. Confesso que tinha muita curiosidade e aplaudo a decisão de se deslocarem à Venezuela para dar-nos a oportunidade de saber como é que podemos fazer para investir na nossa terra. Mas acho que deviam explicar melhor ou então marcar uma audiência privada com as pessoas, ou então deixar aqui alguém para nos explicar estes assuntos. Agora pergunto a quem me dirijo se quero fazer alguma consulta? Na Madeira é impossível que alguém nos dê esse tipo de informação. Estava tudo muito bonito. Parabéns. Mas a explicação devia ter sido melhor. Obrigado pela oportunidade e obrigado também aos senhores da Madeira. Embora sem me terem explicado bem, merecem o nosso aplauso por terem pensando nos Madeirenses da Venezuela.
Joel Barradas A C
InquérIto: Como qualifica a iniciativa da Unidade de Apoio aos Emigrantes promovida pelo IDE?
Victor da Silva Empresário na área de eventos
"Este tipo de eventos deveria ser um modelo a seguir pelo governo da Venezuela, porque o facto de as autoridades de Portugal terem vindo aqui apoiar os empresários na área comercial e dos negócios mostra que isso é algo vital. As pessoas na Madeira têm muito que oferecer e desenvolver, porque é uma ilha com muito futuro turístico. Penso que estas iniciativas são boas e servem para impulsionar os empresários para o crescimento e o desenvolvimento económico. Os emigrantes deviam valorizar isto."
Jorge Vieira
Comerciante
"A iniciativa foi muito positiva em vários aspectos, principalmente no capítulo da ajuda a todos os comerciantes e empresários para a actualização na parte internacional. Pelas explicações dadas pelas autoridades portuguesas encarregadas dos discursos, podemos começar a analisar a possibilidade de realizar um intercâmbio comercial, o qual seria positivo para ambos países. De igual modo, pode trazer múltiplos benefícios porque quanto mais contactos se estabeleçam ao nível internacional, cada vez serão maiores as possibilidades de desenvolvimento e investimento."
José Reis Dos Santos Comerciante
"Estes eventos, para além de trazerem vantagens económicas para os empresários e comerciantes, ajuda a manter vínculos entre Portugal e a comunidade portuguesa que reside na Venezuela. Quanto à ideia de investir, é preciso pensar bem sobre o assunto, pois a ilha da Madeira, apesar do turismo, não tem um mercado com suficientes consumidores como outros países. Está comprovado que o comércio se move mais na Venezuela que em Portugal, apesar do ambiente político que actualmente se vive aqui."
António de Abreu Presidente de agencia de viagens
"Parece-me muito bem que em Portugal se preocupem com os emigrantes na Venezuela. Este projecto tem boas perspectivas e pode ter muito êxito para ambas comunidades. Creio que haverá investidores na Madeira, já que esta é uma boa maneira de diversificar os negócios. O mesmo negócio que têm aqui podem tê-lo na Madeira, e isto é algo muito produtivo. Mas também é preciso ver os apoios posteriores, após a abertura da empresa."
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CORREIO DE VENEZUELA - 2 DE MARÇO DE 2006
CECRAL lança apelo Tábita Barrera tababor@cantv.net
Comité ECR para a América Latina, CECRAL, é uma iniciativa que procura tomar conta e resolver os diferentes problemas que afligem tanto os consumidores como os fornecedores quando no capítulo da redução de custos, melhoramento de produtividade e incremento de vendas. Esta organização realizou a sua primeira reunião do ano no passado dia 18 de Janeiro, na Cidade do México, para fixar as novas actividades que se pretendem levar a cabo ao longo do corrente ano. O objectivo fundamental que se persegue em 2006 é estabelecer metas comuns para que os resultados alcançados por cada país sejam medidos e comparados sob um ú nico esquema metodoló gico. Ao evento assistiram de-
O
legações da Argentina, Colô mbia, China, El Salvador, Guatemala, Venezuela e, naturalmente, uma comitiva do México, país anfitrião. Um dos temas tratados, o qual mereceu uma grande atenção, foi a carência de mercadorias nas prateleiras. Neste sentido, foi discutida a realização de um segundo estudo sobre o tema, onde se pretenderá abarcar outras regiões, como a Venezuela, e procurou-se motivar o resto dos países a aderir a esta iniciativa. Espera-se que esta actividade seja realizada a partir de Março e que, para Setembro, quando se efectuar a grande reunião anual de CECRAL, seja possível a comparação dos nú meros entre os Estados. Luís Miguel da Gama, que também dirige a cadeia de supermercados “ Excelsior Gama” , observou que mesmo depois do primeiro estudo ainda existem muitos fornecedores e comércios que não fizeram grandes alterações
consoante os resultados obtidos na área da falta de mercadoria nos seus negó cios. No caso particular da rede de serviços auto liderada por Gama, este explica que foi solicitado à “ Global Standard Unit (GS1)” , encarregada das prioridades dos diferentes países e de pô r em prática modelos padrão mundiais de trabalho, que deram informação personalizada à sua empresa, através de reuniões individuais. Por outro lado, precisou que este estudo de carências, apesar de dar um elenco geral, está composto precisamente para favorecer a tendência de 600 produtos, de 25 categorias. “ Definitivamente, quando se analisa o estudo, o resultado final, num mercado tão irregular como o da Venezuela, aparece distorcido, mas são coisas que às vezes escapam da relação entre o fornecedor e o comerciante. Há muitos produtos no país que,
Luis Miguel da Gama
neste momento, estão caindo por falta de mercadoria e isso é o que devemos melhorar, pois existem possibilidades para fazê-lo” , explicou. A terminar, Gama faz um apelo a todos os comerciantes para que façam parte de um projecto que compara a “ um comboio em marcha, onde quem não entra fica para trás” , e da mesma forma exorta aos empresários para actualizarem os seus sistemas, os processos de compra, de logística e de distribuição, assim como convidou os altos
dirigentes a comprometeremse no sentido de manter uma comunicação interna na empresa e externa com os fornecedores. “ O apelo é para que adiram a este projecto e se dirijam a GS1 Venezuela e peçam orientações consoante as necessidades de cada um. Na América Latina, no meu ponto de vista, dos 14 países que formam o CECRAL, a Venezuela deve estar em quarto lugar entre uno dos mais importantes a considerar” , comentou.
Castelo Branco entrega donativo a Lar direcção da empresa de enchidos Castelo Branco, sedeada em Caracas, doou ao Lar da Terceira Idade “ Padre Joaquín Ferreira” a quantidade de sete milhões de bolívares, correspondentes à promoção da venda de fiambres durante o mês de Dezembro de 2005, período no qual aumentaram os volumes de vendas do produto. Osvaldo Freitas, presidente da empresa, entregou, no passado dia 3 de Fevereiro, o cheque à presidente da instituição beneficiada, María Fernanda Silva de Moreira, que se fazia acompanhar de uma comitiva da instituição, que irá beneficiar da cobertura de gastos decorren-
A
www.correiodevenezuela.com
tes do apoio dado aos idosos que vivem naquele lar. Segundo referiu Tatiana Freitas, uma das gerentes da empresa de Castelo Branco, a finalidade era doar dez bolívares por cada quilograma de fiambre vendido em qualquer marca durante este mês. O montante vendido em quilos pelas diferentes sucursais em Caracas, Maracay e Valência foi de 700 mil quilos. A empresa de enchidos tem planeado para 2006 continuar apoiando as obras beneficência, culturais e desportivas lusas que trabalham em prol das actividades que beneficiam a sociedade venezuelana.
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ECONOMIA | 25
Madeira é bom exemplo Portugal nem por isso Opiniões diferentes confrontaram-se na palestra do BES. João Cunha e Silva falou de apoios e pediu investir na Madeira. José Frasquilho alerta para as dificuldades económicas que Portugal atravessa Aleixo Vieira
oão Cunha e Silva, o vice-presidente do Governo da Madeira, foi um dos oradores de um coló quio promovido pelo Banco Espírito Santo na Venezuela “ Trajecto de desenvolvimento e perspectivas de futuro” - que juntou na noite de quarta-feira, dia 22, centenas de emigrantes madeirenses. O governante aproveitou o momento para destacar as vantagens em investir no arquipélago da Madeira. “ Lanço-vos o desafio para que invistam na Região Autó noma da Madeira, à semelhança dos empresários que nos acompanharam durante as ú ltimas três décadas” . Numa intervenção em que o governante madeirense procurou mostrar a actual realidade madeirense e o elevado potencial de investimento, Cunha e Silva mostrou-se seguro que “ os êxitos que iremos alcançar farão evoluir a Madeira, de um pequeno e interessante espaço turístico perdido no meio do atlâ ntico, para uma referência mundial no aguerrido e disputado panorama da condição global” , frisou. Para o vice-presidente do governo madeirense, “ a Madeira iniciou um ciclo de desenvolvimento, há 30 anos, aplicando um modelo econó mico que tinha como objectivo suprir carências básicas ao nível das acessibilidades internas e externas, da saú de, da habitação e ambientais” . Procurando sustentar as suas opiniões em indicadores, Cunha e Silva lembrou que a Madeira “ evoluiu de um Produto Interno Bruto (PIB) per capita de 40 por cento, em 1986, para 82 por cento em 2003, um desempenho que valeu, várias vezes, a atribuição de reservas de eficiência ou fundos comunitários adicionais, da União Europeia (UE)” . Embora procurasse estimular o investimento dos emigrantes na sua terra, o governante admitiu
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“ inevitáveis consequência para o crescimento econó mico, a partir de 2007, altura em que ocorrerá uma queda abrupta de 50 por cento dos fundos da UE (União Europeia), que até aqui foram nucleares para o progresso da Madeira, porque foi ultrapassada a barreira dos 75 por cento do PIB per capita. Estamos assim perante um novo e decisivo desafio, o de saber se ante estas perspectivas financeiras se seremos capazes de percorrer um caminho que garanta à Madeira o trajecto de sucesso semelhante ao até aqui alcançado” , disse. José Frasquilho, ex-secretário de Estado e actualmente deputado do PSD, também foi convidado pela organização da conferência. Falou das economias mais importantes do mundo e prognosticou bons índices de crescimento em termos econó micos para a América Latina. Mas sobre Portugal não alimentou muitas esperanças, já que considera que a economia lusa atravessa momentos difíceis, sendo que uma das causas é o aumento do preço do petró leo. Proferiu uma palestra catalogada como “ realista” , mas que deixou os emigrantes um pouco preocupados quanto ao futuro da economia Portuguesa. O coordenador internacional do grupo João Alexandre deu a conhecer aos presentes mais pormenores sobre a instituição bancária indicando que estão a pensar numa nova plataforma de negó cios em Macau. Falou ainda da importâ ncia das comunidades Portuguesas para a instituição que dirige “ estamos onde estão os Portugueses” . Realçou a importâ ncia da visita à Venezuela acompanhada de um grupo de “ parceiros” empresários da Madeira ligados ao sector da construção e do turismo com o intuito também de desenvolverem negó cios na Venezuela com o apoio do BES. Como novidade mencionou que para breve em Caracas será inaugurada nova sede das instalações de representação.
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TAP com promoções para os EUA A TAP está a oferecer tarifas promocionais a preços muito atractivos para os Estados Unidos, aplicáveis em viagens de ida-e-volta, tanto à partida de Portugal continental como da Madeira e dos Açores. Esta campanha promocional está disponível
breves
Carga da TAP cresceu 12 % A Área de Negócio de Carga e Correio da TAP registou, em 2005, uma melhoria significativa da sua performance, alcançando um crescimento da receita de carga e correio superior a 12 por cento relativamente a 2004. Assim, e de acordo com os indicadores de desempenho, a receita bruta de carga acumulada nos doze meses do ano tenha atingido o valor de 82 Milhões de Euros, claramente acima dos 73,4 Milhões de Euros verificados em 2004 e confirmando a tendência de evolução positiva e consistente nos últimos dois anos (64,2 Milhões realizados em 2003). A tarifa média de carga em 2005 reflectiu, igualmente, um crescimento de 9,6 por cento comparativamente ao ano anterior. Também o volume de carga transportada se situou 0,5 por cento acima do montante realizado em 2004. Face a estes indicadores, a Área de Carga e Correio da TAP está apostada em continuar a crescer em 2006, com um Orçamento a apontar para uma receita de 90 Milhões de Euros a apurar no ano que agora começou, o que, a concretizar-se, constituirá uma evolução muito positiva da sua actividade, da ordem dos 40 por cento em apenas três anos.
desde 9 de Janeiro até 31 de Março, para voos com destino a Atlanta, Boston, Chicago, Las Vegas, Los Angeles, Miami, Orlando, Providence, San Diego, São Francisco e Washington. Para as cidades de Boston e Washington, a tarifa pro-
mocional é de apenas 400 euros à partida de Lisboa, Porto e Faro e de 520 euros à partida do Funchal e Porto Santo. Para viagens iniciadas na Terceira, Horta, Ponta Delgada, Santa Maria ou Pico, a tarifa é de 550 euros. Estas promoções estão tam-
bém disponíveis para voos com destino a Atlanta, Chicago e Orlando. O preço dos bilhetes é de 420 euros, nas partidas de Portugal Continental, de 540 euros à saída da Madeira e de 570 euros em voos a partir dos Açores. Para a cidade de Providence,
os passageiros podem obter bilhetes a partir de 430 euros (de Lisboa, Porto ou Faro). Em voos da Madeira e dos Açores, os preços variam entre 550 e 580 euros, respectivamente. Miami e Las Vegas são outros dos destinos abrangidos nesta promoção.
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DESPORTO | 27
“ Vinotinto” de Futebol de Praia sonha com Brasil António Carlos da Silva axedrezado@gmail.com
futebol de praia é uma modalidade que nasceu em termos competitivos há apenas dez anos, nas praias brasileiras. Para a sua divulgação e projecção, foi imprescindível a participação de craques veteranos como Jú nior, Zico, Edinho (antigo treinador do Marítimo), Cláudio Adão (ex-Benfica), Cantona, Kempes ou Rodolfo Rodríguez (ex-Sporting), todos eles internacionais pelos seus países, e que deram muito brilho ao jogo nos seus primeiros passos. Na Venezuela duas figuras foram fundamentais para o desenvolvimento da modalidade: Tomás Có ppola (hoje Coordenador Geral da selecção) e Roby Cavallo, ex- futebolista profissional e internacional AA pela “ Vinotinto” , membro do actual plantel nacional que procurará uma vaga para o Mundial Brasil 2006. Num desporto que apenas dá os seus
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primeiros passos, embora já o nosso país tenha participado em mundiais, não deixa de ser uma aposta corajosa a contratação de Andrei Valério Silva, treinador brasileiro bicampeão mundial em 2002 e 2003 com a “ canarinha” , e que aceitou o desafio de levar a nossa selecção a marcar presença no pró ximo campeonato mundial a realizar-se em Novembro, na areia de Copacabana em Rio de Janeiro. O experiente treinador brasileiro, que aceitou o convite rejeitando melhores ofertas financeiras, destaca o “ espírito de grupo, a vontade e o bom desenvolvimento na areia” , como as armas principais do grupo que comanda. A selecção vai estar a lutar desde o dia 5 de Março por uma das três vagas em disputa para o Campeonato Mundial. Venezuela integra o grupo do Uruguai, Brasil, Argentina, Equador e Peru. Com um currículo invejável, Valério Silva confessou que só por uma vez foi derrotado como seleccionador do Brasil, e
foi precisamente na Figueira da Foz perante a selecção de Portugal, na final do Mundialito de 2003, num emocionante desafio que finalizou com 7-6 a favor dos lusitanos. Valério considera que a selecção das Quinas é uma “ equipa formidável, onde destaca um jogador fantástico: o Madjer, que até é considerado o melhor futebolista de praia pela FIFA, além de outros bons jogadores como o Hernâ ni, Alan, Barracas, e no seu momento o Nunes ou o Zé Miguel” .
LUSO-dESCENdENTE “ VINOTINTO” A selecção venezuelana conta nas suas fileiras com um futebolista luso-descendente: daniel de Oliveira. “ dani” , como é conhecido, fez carreira no futebol profissional venezuelano e norte-americano, chegando a estrear-se pela selecção principal da Venezuela. Hoje é uma das figuras da selecção
“ vinotinto” da areia, e embora já ter praticado o futebol de praia nas suas férias passadas no Brasil (é filho de um ex-jogador brasileiro que jogou no nosso campeonato), sente-se “ como uma criança a aprender” , neste novo ciclo agora iniciado pelo professor Valério e que todos desejam se estenda para além do compromisso da eliminató ria. Para já deixa escapar um desejo: “ defrontar a selecção portuguesa no Mundial, pois isso vai significar que atingimos o objectivo: a nossa classificação” .
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CORREIO DE VENEZUELA - 2 DE MARÇO DE 2006
Entre o futebol e a fé Victoria Urdaneta Rengifo victoriaurdaneta@yahoo.com
centro-campista luso-venezuelano treinou intensamente para igualar ou, melhor ainda, superar em 2006 os grandes triunfos alcançados na época passada com o Odd Grenland da Noruega, desde onde conversou sobre as suas expectativas tanto no campo desportivo como no plano pessoal. - Que tal é a experiência de jogar num clube da primeira divisão da Noruega, como é o Odd Grenland? Tenho vivido bons momentos porque é um futebol de muita qualidade… para a qual tenho contribuído bastante, sobretudo com os meus golos. - Recordando a altura em que o Odd Grenland lutava pela Copa UEFA e foi afastado da corrida pelo Feyenoord de Holanda... O que é que fica desses momentos quando o clube não consegue ganhar um desafio tão importante? São esses momentos os que nos dão mais força, jogamos para ganhar… mas de tudo se pode tirar uma lição. Creio que ganhei um lugar - que sei que tenho hoje na Noruega - e desde o primeiro dia que cheguei aqui tenho demonstrado todo o que havia aprendido noutros países. - Na Noruega, que em aspecto te esforças mais quando treinas? Tecnicamente não há nada de específico. É ao clima que me tenho de adaptar. Um ponto a meu favor é que na Noruega jogam em relva artificial, semelhante à do Caracas Futbol Club. - Como foi a experiência de jogar no Marítimo de Venezuela e depois no Marítimo da Madeira? Foi impressionante porque nos dois clubes jogava-se com muita intensidade, e isso via-se também na forma como os adeptos festejavam os nossos triunfos. Jogar no Marítimo da Venezuela foi muito importante para a minha carreira como profissional. A qualidade dos jogadores era enorme e as pessoas que estavam na direcção técnica também. Era uma equipa de tradição tanto para a comunidade portuguesa como para a venezuelana. Por outro lado, estar no Marítimo da Madeira foi toda uma honra, sempre quis estar nesse clube. - Dado que possuis passaporte da União Europeia não tens de “ ocupar” um lugar como estrangeiro. Que outras vantagens tiveste acesso com a nacionalidade portuguesa? Portugal deu-me muito, não só a nacionalidade senão também o calor de um país formoso. Ali estão as min-
O
Fernando de Ornelas colabora com a Fundação Venezuelana de Atletas Cristão, com quem participou em obras como a visita ao Hospital J.M. de Los Rios
has raízes e tive a sorte de viver na Madeira onde tenho a minha residência. Claro, também me sinto venezuelano e também orgulhoso de o ser. Espero que as pessoas na Venezuela continuem apoiando à “ Vinotinto” . Apesar de que não estarmos nos Mundial da Alemanha 2006, a nossa selecção é muito valiosa. - Fizeste parte da “ Vinotinto” quando esta não tinha a fama de hoje. O que é que recordas dessa época e o que é que achas de bom na actual? Antes era a paixão de jogar, apesar de não se ter o apoio suficiente. Era dar o tudo por tudo. Agora é a coragem de se aguentar com toda a pressão de levantar uma selecção. As duas fases tiveram excelentes jogadores e eu sinto-me muito honrado de ter estado no “ antes” e no “ depois” . A religião como uma vocação - Passaste pelo South China, Gansu Tianm, Cristal Palace, Celtic, Nurenberg, mas foi precisamente a jogar pelo Marítimo da Madeira quando professaste a tua vocação religiosa. Creio que estava escrito. No final da época, estava com o Marítimo num torneio amistoso em Sevilha. Lia um livro do jogador brasileiro Jardel e despertou em mim a chama do cristianismo. Perguntei se havia algum jogador que fosse praticante e fiquei a saber que Paulo Sérgio o era. Depois, por coincidência, tivemos de dividir um quarto num estágio, oportunidade em escutei os fundamentos da religião. - Como influenciou a religião a tua carreira de futebolista? Depois de passar por momentos difíceis, nessa temporada fui o segundo melhor marcador e um dos mais valiosos da minha equipa. Tudo aconteceu graças às ferramentas que a fé me deu: ajudou-me na disciplina, concentração, perseverança e companheirismo. Agora faço parte da “ Obra Latina” , que é uma Igreja filha da Igreja norueguesa. Na Venezuela também estou muito comprometido com a religião, dado que especialmente colaboro com a Fundação Venezuelana de Atletas Cristão, com quem participei em obras como a visita ao Hospital J.M. de Los Rios, em 23 de Dezembro. Nesse dia, em vésperas de Natal, fomos ao departamento de Oncologia e, de tudo o que levamos a essas crianças e aos seus pais, o mais importante, foi a mensagem de fé e esperança. Hoje posso assegurar que me sinto feliz como jogador e como ser humano.
CORREIO DE VENEZUELA - 2 DE MARÇO DE 2006
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António Sousa protagoniza nona “ chicotada psicoló gica” ma goleada de 5-0 no reduto do Sporting de Braga ditou a saída de Antó nio Sousa do comando técnico do Rio Ave, que à 24ª jornada da Liga de futebol segue num aflitivo 15º posto. Depois de iniciar a época no banco dos vila-condenses, em substituição do actual treinador do Boavista Carlos Brito, Antó nio Sousa não resistiu a 6 jogos sem vencer e protagonizou a 9ª “ chicotada psicoló gica” da época. O ú ltimo triunfo aconteceu a 15 de Janeiro, ante o Penafiel (2-0), mas na estatística dos ú ltimos encontros conta-se o nulo na recepção ao FC Porto, a 29 de Janeiro. Há uma semana, Álvaro Magalhães saiu do comando técnico da Naval 1º de Maio, depois de dois meses de “ tréguas” nas relações entre dirigentes e treinadores na Liga portuguesa de futebol. O antigo internacional português já havia rendido Manuel Cajuda
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no comando da Naval 1º de Maio à 14ª jornada. Nos 10 jogos em que orientou a equipa, Álvaro Magalhães somou seis derrotas, um empate e três vitó rias, deixando a equipa da Figueira da Foz na penú ltima posição do campeonato. Para o seu lugar foi nomeado interinamente Fernando Mira, que orientou a equipa na 23ª jornada - vitó ria por 3-2 no reduto do Belenenses , tendo hoje sido confirmado Rogério Gonçalves como novo técnico. Norton de Matos havia sido o sétimo treinador a “ cair” na Liga portuguesa de futebol, a 18 de Dezembro do ano passado, tendo sido o primeiro a “ cair” por motivos extra desportivos. Na altura, o técnico deixou o Vitó ria de Setú bal num surpreendente terceiro lugar na tabela, a cinco pontos do líder FC Porto, mas, sob o comando de Hélio Santos, os sadinos baixaram para o sétimo posto.
A precária situação financeira do plantel originou então um pré-aviso de greve, que acabou por ser evitado devido a uma solução “ in-extremis” para as debilitadas finanças do clube. Antes de Norton de Matos, tinha sido Jaime Pacheco a abandonar, a 09 de Dezembro, o Vitó ria de Guimarães, depois da derrota (0-3) sofrida em casa diante da União Leiria, somada à eliminação na Taça UEFA. Jaime Pacheco, que na 14ª jornada foi rendido interinamente por Basílio Marques, abriu as portas ao regresso de Vítor Pontes ao campeonato principal, com o antigo técnico da União de Leiria a estrear-se hoje na visita ao Boavista. A actual temporada originou mais cinco “ chicotadas” , protagonizadas por Rui Rodrigues (Marítimo), José Gomes (União de Leiria), José Peseiro (Sporting), Carlos Carvalhal (Belenenses) e Manuel Cajuda (Naval).
30 | DESPORTO III Divisão - Série A 22ª Jornada A Cabeceirense - SC Vianense AD Esposende - GD Valpaços ADC Correlhã - Merelinense FC Brito SC - SC Valenciano CD Cerveira - AD Oliveirense Desp. Monção - GD Bragança FC Vinhais - SC Mirandela Mondinense FC - FC Amares SC Maria Fonte - GD Joane
J V E D 1º SC Maria Fonte 2º SC Mirandela 3º GD Bragança 4º FC Amares 5º GD Joane 6º A Cabeceirense 7º Brito SC 8º Merelinense FC 9º AD Oliveirense 10º Mondinense FC 11º CD Cerveira 12º AD Esposende 13º Desp. Monção 14º FC Vinhais 15º SC Vianense 16º ADC Correlhã 17º SC Valenciano 18º GD Valpaços
22 22 20 22 22 22 22 22 21 22 21 22 22 22 22 22 22 22
14 14 12 13 11 11 10 10 8 9 5 6 6 6 4 5 3 3
5 5 7 2 8 3 6 5 7 2 9 6 5 4 6 3 6 3
3 3 1 7 3 8 6 7 6 11 7 10 11 12 12 14 13 16
III Divisão - Série B 22ª Jornada
2-1 2-1 5-4 4-1 0-4 1-1 0-2 2-1 3-1
Classificação
AD S. Pedro Cova - CD Cinfães Ermesinde SC - Canedo FC FC Tirsense - Torre Moncorvo Leça FC - Descansa Lusitânia FC Lourosa - CR Ataense Padroense FC - UD Valonguense SC Rio Tinto - Rebordosa AC SC Vila Real - ADR Tarouquense Vilanovense FC - AC Vila Meã
G
P
52-14 40-18 36-12 40-23 27-16 34-23 31-34 29-25 32-21 34-40 27-31 24-36 27-35 29-32 20-36 26-49 23-50 13-49
47 47 43 41 41 36 36 35 31 29 24 24 23 22 18 18 15 12
A Beneditense CD - Caldas SC AC Marinhense - CD Amiense AD Fundão - GD Peniche CA Riachense - Descansa CU Idanhense - GC Alcobaça GD Sourense - Eléctrico FC GDR Monsanto - GD "O Vigor da Mocidade" Sertanense FC - GDR Bidoeirense UD Caranguejeira - CA Mirandense
6 5 7 2 7 6 6 8 5 10 8 5 8 5 6 6 2
3 5 5 9 4 6 7 6 8 5 6 9 7 10 10 9 15
G
P
30-14 31-18 32-24 22-32 25-15 29-27 24-25 25-17 32-33 34-27 25-24 27-29 22-24 24-40 23-25 18-25 23-47
42 38 34 32 31 30 30 29 29 28 26 23 23 23 21 21 14
J V E D 7 6 6 4 5 7 8 7 7 7 4 8 9 9 9 11 13
G
P 36 36 35 35 34 32 31 28 28 28 26 26 25 24 21 19 11
23ª Jornada (05-03) CA Mirandense - Descansa CA Riachense - CU Idanhense Caldas SC - UD Caranguejeira CD Amiense - A Beneditense CD Eléctrico FC - GDR Monsanto GC Alcobaça - GD Sourense GD "O Vigor da Mocidade" - AD Fundão GD Peniche - Sertanense FC GDR Bidoeirense - AC Marinhense
J V E D 1º Atlético 2º Carregado 3º 1º Dezembro 4º Machico 5º Cacém 6º C. Lobos 7º Caniçal 8º Montijo 9º O Elvas 10º Sintrense 11º Loures 12º Alcochetense 13º Ouriquense 14º Fut. Benfica 15º Tires 16º Santana 17º Vialonga 18º Vilafranquense
22 22 22 22 22 22 22 22 22 22 22 22 22 22 22 22 22 22
12 11 12 11 11 10 10 8 8 9 9 8 7 6 5 4 5 5
4 7 4 5 5 6 2 8 7 4 2 5 7 5 6 8 5 4
6 4 6 6 6 6 10 6 7 9 11 9 8 11 11 10 12 13
12 13 12 10 10 10 8 8 8 7 6 7 6 7 6 6 4 1
8 3 5 7 6 5 9 7 6 6 8 5 8 4 6 6 6 9
2 6 5 5 6 7 5 7 8 9 8 10 8 11 10 10 12 12
AD Oeiras - GD Lagoa Amora FC - Estrela FC Vendas Novas CD Beja - SCM Aljustrelense Farense - Fut. SAD - Lusitano GC Évora FC Castrense - Lusitano FC VRSA GD Beira-Mar Mt. Gordo - Vasco Gama AC GD Monte Trigo - FC Ferreiras Juventude SC Évora - SR Almacilense UD Messinense - GD Sesimbra
G
P
41-23 40-16 28-14 33-27 29-20 26-25 20-20 21-21 33-24 18-25 21-22 25-30 23-34 19-29 24-26 20-28 17-34 18-38
44 42 41 37 36 35 33 31 30 27 26 26 26 25 24 24 18 12
3-1 1-2 0-2 Não Jogado 0-0 1-0 0-2 1-2 1-0
Classificação
G
P
49-22 38-21 36-24 30-22 37-33 30-39 31-28 21-19 29-28 30-30 35-32 26-26 26-29 14-26 21-36 21-28 24-37 27-45
40 40 40 38 38 36 32 32 31 31 29 29 28 23 21 20 20 19
23ª Jornada (05-03) Atlético - Loures Cacém - O Elvas Carregado - Caniçal Fut. Benfica - Vilafranquense Machico - 1º Dezembro Montijo - Sintrense Santana - Ouriquense Tires - C. Lobos Vialonga - Alcochetense
J V E D 1º GDRC Social Lamas 22 22 2º AA Avanca 22 3º CF U. Lamas 4º AD Valecambrense 22 5º CRC Souropires 22 6º SC São João Ver 22 22 7º Anadia FC 8º AD Valonguense 22 22 9º CD Tondela 22 10º FC Cesarense 22 11º UD Tocha 12º GD Milheiroense 22 22 13º GD Gafanha 14º AD Fornos Algodres 22 22 15º AD Satão 22 16º CD Estarreja 17º CF "Os Marialvas" 22 18º CD Arrifanense 22
III Divisão - Série F 22ª Jornada
1-0 0-0 0-0 2-0 2-2 1-0 0-1 2-0 3-3
Classificação
27-19 30-24 24-17 24-18 30-22 29-19 26-25 35-30 24-24 21-24 18-15 24-26 18-23 22-26 16-24 18-26 16-40
Classificação
AA Avanca - AD Satão AD Valecambrense - GD Gafanha Anadia FC - CD Arrifanense CD Tondela - CD Estarreja CF U. Lamas - CF "Os Marialvas" CRC Souropires - FC Cesarense GD Milheiroense - AD Valonguense GDRC Social Lamas - UD Tocha SC São João Ver - AD Fornos Algodres
1º Dezembro - Fut. Benfica Alcochetense - Cacém C. Lobos - Carregado Caniçal - Vialonga Loures - Montijo O Elvas - Santana Ouriquense - Atlético Sintrense - Machico Vilafranquense - Tires
1-1 2-2 2-0 2-2 2-0
AD Fornos Algodres - AA Avanca 1-2 AD Satão - Anadia FC 0-0 AD Valonguense - CD Tondela 1-1 CD Arrifanense - CRC Souropires 1-1 CD Estarreja - SC São João Ver 1-1 CF "Os Marialvas" - GDRC Social Lamas 1-0 FC Cesarense - CF U. Lamas 1-0 GD Gafanha - GD Milheiroense 2-1 UD Tocha - AD Valecambrense 1-2
23ª Jornada (05-03)
III Divisão - Série E 22ª Jornada
1-2 3-2 0-0
Classificação 3 3 5 5 7 5 4 7 7 7 11 5 4 6 6 4 5
12 11 9 10 8 8 8 7 8 6 6 6 5 6 5 5 4
AC Vila Meã - Ermesinde SC AD S. Pedro Cova - Descansa ADR Tarouquense - Vilanovense FC Canedo FC - FC Tirsense CD Cinfães - Padroense FC CR Ataense - Leça FC Rebordosa AC - Lusitânia FC Lourosa Torre Moncorvo - SC Rio Tinto UD Valonguense - SC Vila Real
III Divisão - Série D 22ª Jornada
11 11 10 10 9 9 9 7 7 7 5 7 7 6 5 5 2
21 21 21 21 19 20 21 21 21 21 20 20 20 21 21 20 21
23ª Jornada (05-03)
AD Oliveirense - Desp. Monção FC Amares - SC Maria Fonte GD Bragança - FC Vinhais GD Joane - AD Esposende GD Valpaços - ADC Correlhã Merelinense FC - CD Cerveira SC Mirandela - Brito SC SC Valenciano - A Cabeceirense SC Vianense - Mondinense FC
21 20 21 19 21 21 21 21 21 21 20 20 20 21 20 20 20
1-0 4-0 0-3 5-0 2-2
J V E D 1º AC Vila Meã 2º Torre Moncorvo 3º AD S. Pedro Cova 4º Vilanovense FC 5º L. FC Lourosa 6º Ermesinde SC 7º Canedo FC 8º SC Vila Real 9º CR Ataense 10º Rebordosa AC 11º Leça FC 12º FC Tirsense 13º SC Rio Tinto 14º UD Valonguense 15º Padroense FC 16º CD Cinfães 17º ADR Tarouquense
III Divisão - Série C 22ª Jornada
2-2 3-0 0-4
Classificação
23ª Jornada (05-03)
1º GDR Monsanto 2º Caldas SC 3º CA Mirandense 4º Eléctrico FC 5º GD Sourense 6º CU Idanhense 7º GD Peniche 8º AC Marinhense 9º UD Caranguejeira 10º Sertanense FC 11º GC Alcobaça 12º CA Riachense 13º AD Fundão 14º GDR Bidoeirense 15º "O V. da Mocidade" 16º A Beneditense CD 17º CD Amiense
CORREIO DE VENEZUELA - 2 DE MARÇO DE 2006
J V E D 1º E. FC Vendas Novas 21 21 2º AD Oeiras 3º UD Messinense 21 4º Lusitano GC Évora 20 5º Juventude SC Évora20 6º SR Almacilense 20 7º SCM Aljustrelense 21 20 8º Amora FC 21 9º CD Beja 10º Lusitano FC VRSA 20 11º Vasco Gama AC 21 20 12º FC Ferreiras 21 13º GD Sesimbra 20 14º GD Lagoa 15º GD B. Mt. Gordo 21 21 16º FC Castrense 17º GD Monte Trigo 21 18º Farense - Fut. SAD 0
13 12 10 11 10 8 8 7 7 5 6 7 6 5 5 3 1 0
6 6 7 4 3 7 5 6 6 11 8 4 6 8 7 5 3 0
2 3 4 5 7 5 8 7 8 4 7 9 9 7 9 13 17 0
G
P
34-13 42-17 28-17 25-17 26-16 21-17 22-23 28-25 24-23 30-26 19-21 29-33 18-27 20-26 17-25 17-32 11-53 0-0
45 42 37 37 33 31 29 27 27 26 26 25 24 23 22 14 6 0
23ª Jornada (05-03) Estrela FC Vendas Novas - UD Messinense FC Ferreiras - FC Castrense GD Lagoa - Amora FC GD Sesimbra - GD Beira-Mar Mt. Gordo Lusitano FC VRSA - AD Oeiras Lusitano GC Évora - Juventude SC Évora SCM Aljustrelense - Farense - Fut. SAD SR Almacilense - GD Monte Trigo Vasco Gama AC - CD Beja
SLBenfica reentra na corrida do título Benfica venceu domingo o “ clássico” da Luz com o FC Porto, por 1-0, e encurtou a diferença entre o líder e os dois rivais de Lisboa, apó s o triunfo do Sporting em Coimbra (3-0), na 24ª jornada da Liga de futebol. Os “ dragões” mantiveram a liderança do campeonato, com 51 pontos, mais dois que o Sporting e cinco que o Benfica, mas os “ encarnados” reentram na luta pela revalidação do título nacional, embora possa perder a terceira posição, caso o Braga tenha vencido segunda- feira em casa o Rio Ave, no fecho da ronda. Os comandados de Ronald Koeman encerraram uma semana de “ ouro” com uma importante vitó ria sobre FC Porto, depois do motivador triunfo sobre o Liverpool (1-0), também na Luz, na primeira mão dos oitavos-de- final da Liga dos Campeões. A luta pelo título nacional ficou ao “ rubro” , com as três equipas da frente separadas por cinco pontos, e as “ águias” dão um definitivo pontapé na crise, apó s a série negra de três derrotas em quatro jogos para o campeonato. O ú nico golo do jogo da Luz foi apontado pelo internacional francês Laurent Robert, aos 40 minutos, na transformação de um livre a quase 40 metros dos postes à guarda de Vítor Baia, que assim viu “ manchado” o regresso à baliza do FC Porto, no 400º jogo para o campeonato nacional. Um dos beneficiados com a vitó ria “ encarnada” foi o rival Sporting, que no sábado foi ao Municipal de Coimbra garantir uma rotunda vitó ria sobre a Académica, por 3-0, com golos de Moutinho, Liedson e Nani. Além das vitó rias das duas equipas da capital, o outro destaque até ao momento da ronda vai para o Boavista, que, graças ao triunfo de sexta-feira, na deslocação ao Adelino Ribeiro Novo, venceu o Gil Vicente, por 1-0. Os “ axadrezados” igualaram assim o recorde de sete vitó rias consecutivas no campeonato, que estava na posse do
O
Benfica, graças a um golo solitário de João Pinto, aos 10 minutos, roubando ainda a quinta posição ao Nacional. Os madeirenses, equipa sensação da primeira metade do campeonato, empataram, na Choupana, frente ao Vitó ria de Guimarães, 1- 1, fazendo os vimaranenses acreditar que a fuga à despromoção é possível, apesar de continuarem na penú ltima posição, com 24 pontos, os mesmos da Naval 1º de Maio. A equipa da Figueira da Foz reagiu bem à “ chicotada” psicoló gica, com o despedimento de Álvaro Magalhães, conseguindo um dramático triunfo, por 3-2, no Restelo, depois de ter estado a perder, por 2-0. Bem pior está o Penafiel, cada vez mais condenado à despromoção ao segundo escalão, que também hoje perdeu no terreno do Vitó ria de Setú bal, por 2-0, com golos de Binho e Adalto, tendo apenas registados 11 pontos. O Paços de Ferreira, 14º classificado, com 26 pontos, somou um precioso ponto em casa frente à União de Leiria, ao empatar 1-1, enquanto o Marítimo pô s hoje fim a um ciclo de três derrotas seguidas ao vencer em casa o Estrela da Amadora, por 1-0. Ronald Koeman (treinador do Benfica): “ Neste jogo o grande segredo foi que depois de um início complicado, soubemos pressionar bem. Creio que fizemos um dos nossos melhores jogos, tivemos mais oportunidades, maior posse de bola e a vitó ria é justa. A diferença, para melhor, foi a pressão, esse foi o segredo. Os jogadores foram capazes, depois do jogo com o Liverpool, de mostrar essa vontade. Hoje soubemos ter mais querer que o FC Porto. Pressionar jogadores que constroem, e na defesa estivemos muito bem contra o McCarthy e Adriano e também anulámos bem o Quaresma.” “ Sim, continuo a vencer Adriaanse. Mas isso é um aspecto pessoal, posso ganhar contra eles (FC Porto) e não ser campeão, então isso não vale nada.” , finalizou o técnico encarnado.
CORREIO DE VENEZUELA - 2 DE MARÇO DE 2006
Liga de Honra 24ª Jornada
Liga Betandwin 24ª Jornada Académica - Sporting Belenenses - Naval 1º Maio Benfica - FC Porto Braga - Rio Ave Gil Vicente - Boavista Marítimo - E. Amadora Nacional - V. Guimarães P. Ferreira - U. de Leiria V. Setúbal - Penafiel
0-3 2-3 1-0 5-0 0-1 1-0 1-1 1-1 2-0
Classificação J V E D
24 1º FC Porto 24 2º Sporting 24 3º Braga 24 4º Benfica 24 5º Boavista 24 6º Nacional 7º V. Setúbal 24 8º U. de Leiria 24 24 9º Marítimo 10º Belenenses 24 11º E. Amadora 24 12º Gil Vicente 24 24 13º Rio Ave 14º Académica 24 15º P. Ferreira 24 16º Naval 1º Maio 24 17º V. Guimarães 24 18º Penafiel 24
15 15 14 14 12 12 12 9 7 8 7 8 6 7 7 7 6 2
6 4 5 4 8 7 3 5 9 4 6 3 8 5 5 3 6 5
G
Boavista - Braga E. Amadora - Benfica FC Porto - Nacional Naval 1º Maio - Marítimo Penafiel - P. Ferreira Rio Ave - Belenenses Sporting - Gil Vicente U. de Leiria - Académica V. Guimarães - V. Setúbal
Beira-Mar - Leixões Chaves - Portimonense Feirense - Covilhã Maia - Vizela Moreirense - Desp. Aves Olhanense - Gondomar Ovarense - Estoril Santa Clara - Marco Varzim - Barreirense
0-0 1-0 2-0 1-2 0-1 1-2 0-0 4-1 3-0
Classificação
P
3 35-14 51 5 39-22 49 5 29-13 47 6 38-21 46 4 34-2044 5 30-18 43 9 21-18 39 10 32-33 32 8 28-27 30 12 30-30 28 11 19-24 27 13 26-30 27 10 25-35 26 12 23-35 26 12 23-35 26 14 24-35 24 12 16-30 24 17 16-48 11
25ª Jornada (05-03)
II Divisão - Serie A 20ª Jornada
J V E D 1º Beira-Mar 24 2º Olhanense 24 3º Desp. Aves 24 24 4º Leixões 5º Santa Clara 24 24 6º Varzim 7º Portimonense 24 8º Gondomar 24 24 9º Chaves 24 10º Covilhã 24 11º Vizela 24 12º Estoril 24 13º Feirense 14º Moreirense 24 24 15º Ovarense 16º Maia 24 17º Marco 24 18º Barreirense 24
13 11 11 10 10 9 9 10 9 8 8 7 8 6 6 5 5 3
G
Barreirense - Olhanense Covilhã - Maia Desp. Aves - Varzim Estoril - Santa Clara Gondomar - Beira-Mar Leixões - Ovarense Marco - Feirense Portimonense - Moreirense Vizela - Chaves
II Divisão - Serie C 20ª Jornada
II Divisão - Serie D 20ª Jornada
Braga B - Trofense
1-0
"A Designar III" - Descansa
"A Designar" - Oliveira Hospital Não Jogado
CU Micaelense - Casa Pia
Fafe - At. Valdevez
1-2
Ali. Lordelo - Pontassolense
3-2
C.D. Fátima - Pampilhosa
0-0
FC Madalena - Imortal
2-1
Esmoriz - Fiães
2-1
Oliveira Bairro - Nelas
3-3
Mafra - Olivais Moscavide
0-3
Famalicão - Descansa
3-0
Freamunde - Vilaverdense
3-0
Espinho - Marítimo B
1-0
Oliveirense - Rio Maior
4-0
Oriental - Torreense
0-1
Ribeirão - Camacha
0-0
FC Porto B - Sanjoanense
0-0
Penalva Castelo - Benfica C. Branco
0-0
Real SC - Operário
1-0
0-1
Silves - Louletano
1-3
SL Benfica B - Pinhalnovense
0-1
Vitória Setúbal B - Odivelas
0-2
Sandinenses - "A Designar"
Não Jogado
Infesta - Dragões Sand.
3-2
Portomosense - Abrantes
Torcatense - Lixa
1-2
P. Rubras - Paredes
2-1
Sp. Pombal - Descansa
União - Portosantense
0-0
Rib. Brava - Lousada
0-0
Tourizense - U. Coimbra
Classificação
P
10 1 31-13 49 10 3 35-20 43 7 6 32-24 40 8 6 24-12 38 8 6 34-25 38 11 4 35-27 38 9 6 31-26 36 5 9 38-34 35 7 8 27-26 34 8 8 26-30 32 7 9 33-35 31 8 9 35-36 29 5 11 34-36 29 8 10 24-30 26 5 13 28-4223 6 13 27-43 21 5 14 26-47 20 9 12 20-34 18
25ª Jornada (05-03)
II Divisão - Serie B 20ª Jornada
DESPORTO | 31
J V E D
G
Classificação
P
J V E D
1º Trofense
18 11 4 3 30-13 37
1º Lousada
2º União
G
2-0
Classificação
P
J V E D
17 8 5 4 24-14 29
1º Tourizense
G
P
18 12 2 4 30-14 38
18 9 6 3 17-10 33
2º Espinho
17 7 8 2 18-10 29
2º Oliveirense
18 10 5 3 33-19 35
3º Portosantense18 8 4 6 15-14 28
3º Esmoriz
18 8 5 5 24-22 29
3º Abrantes
17 10 3 4 28-21 33
4º Ribeirão
17 7 6 4 11-9 27
4º Rib. Brava
18 7 6 5 22-21 27
4º C.D. Fátima
16 8 6 2 23-13 30
5º Lixa
16 7 3 6 16-17 24
5º Dragões Sand.18 7 6 5 24-18 27
5º Pampilhosa
18 7 7 4 24-21 28
6º Famalicão
17 5 8 4 15-15 23
6º Marítimo B 18 8 2 8 31-27 26
6º Penalva Castelo 18 7 5 6 20-24 26
7º Fafe
17 6 5 6 18-19 23
7º Infesta
17 7 5 5 24-25 26
7º Rio Maior
8º Freamunde
18 5 7 6 18-15 22
8º FC Porto B
16 6 6 4 16-17 24
8º Benfica C. Branco18 5 5 8 18-27 20
9º Camacha
18 6 4 8 23-21 22
9º Paredes
18 6 4 8 26-26 22
9º Nelas
18 6 7 5 24-23 25 18 4 7 7 16-21 19
10º Sandinenses 17 5 7 5 15-15 22
10º Ali. Lordelo 16 5 5 6 20-27 20
10º Sp. Pombal
11º Braga B
11º Pontassolense18 6 2 10 25-25 20
11º Oliveira Bairro 17 4 6 7 24-26 18
17 5 5 7 17-17 20
16 4 6 6 16-16 18
12º Vilaverdense 18 5 3 10 18-27 18
12º Fiães
17 4 6 7 18-20 18
12º Portomosense 18 3 8 7 17-19 17
13º At. Valdevez 16 4 5 7 15-20 17
13º P. Rubras
18 5 3 10 14-26 18
13º U. Coimbra
14º Torcatense
14º Sanjoanense 18 3 7 8 15-23 16
14º Oliveira Hospital 17 1 5 11 12-29 8
21ª Jornada (05-03)
21ª Jornada (05-03)
17 3 3 11 14-30 12
21ª Jornada (05-03) "A Designar" - União At. Valdevez - Sandinenses Camacha - Braga B Lixa - Fafe Portosantense - Freamunde Torcatense - Descansa Trofense - Famalicão Vilaverdense - Ribeirão
Dragões Sand. - Ali. Lordelo Esmoriz - Descansa Fiães - Rib. Brava Lousada - P. Rubras Marítimo B - Infesta Paredes - Espinho Pontassolense - FC Porto B Sanjoanense - "A Designar III"
17 4 2 11 14-26 14
Abrantes - Penalva Castelo Benfica C. Branco - Oliveirense Nelas - C.D. Fátima Oliveira Hospital - Sp. Pombal Pampilhosa - "A Designar" Rio Maior - Oliveira Bairro Tourizense - Descansa U. Coimbra - Portomosense
Classificação J V E D
20 1º Louletano 20 2º Operário 3º Olivais Moscavide20 4º FC Madalena 19 5º SL Benfica B 20 6º Pinhalnovense 20 7º CU Micaelense 20 19 8º Real SC 19 9º Imortal 19 10º Odivelas 20 11º Mafra 20 12º Casa Pia 13º Vitória Setúbal B 20 20 14º Torreense 20 15º Silves 20 16º Oriental
12 12 10 10 9 8 8 8 7 8 7 7 7 5 2 1
6 5 8 4 4 6 4 4 6 2 4 4 3 4 5 5
2 3 2 5 7 6 8 7 6 9 9 9 10 11 13 14
G 42-17 30-14 31-14 23-22 31-26 20-19 23-22 23-26 28-21 24-27 24-28 26-32 24-29 23-30 21-39 15-42
P 42 41 38 34 31 30 28 28 27 26 25 25 24 19 11 8
21ª Jornada (05-03) Casa Pia - Silves Imortal - SL Benfica B Louletano - Mafra Odivelas - Oriental Olivais Moscavide - FC Madalena Operário - CU Micaelense Pinhalnovense - Vitória Setúbal B Torreense - Real SC
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CORREIO DE VENEZUELA - 2 DE MARÇO DE 2006
Missão da UE divulga relató rio sobre eleições Delia Meneses
delia_jornalista@yahoo.com
Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (UE) chega nos pró ximos dias à Venezuela onde vai apresentar na terça-feira dia 7, o relató rio final sobre as eleições parlamentares do passado mês de Dezembro. Dois dias depois da celebração do acto, a 6 de Dezembro de 2005, o chefe da delegação de observadores da UE, o eurodeputado português José Albino Silva Peneda (Partido Popular), prestou declarações numa conferência de imprensa onde apresentou as conclusões recolhidas num relató rio preliminar elaborado a partir das
A
informações facultadas pelos 160 observadores que acompanharam o andamento das eleições. No referido documento, a missão afirmou, entre outros pontos, que o processo eleitoral foi transparente e sugeriu à Assembleia Nacional para acabar com a transitoriedade da actual directiva eleitoral. Nesse encontro de 7 de Dezembro, Silva Peneda observou com surpresa a forma como a maioria dos partidos da oposição se retiraram quatro dias antes da jornada eleitoral. Também referiu que o acto eleitoral “ decorreu pacificamente e com uma baixa participação” , com a recontagem manual das votações a revelar “ uma alta fiabilidade das máquinas” .
A comissão de observação eleitoral apresenta conclusões sobre as eleições parlamentares venezuelanas de 6 de Dezembro último
Em matéria de recomendações, a Missão de Observação da UE disse naquele momento que a Assembleia Nacional devia designar “ uma direcção do CNE composta por profissionais de prestígio e independência de áreas distintas e que go-
zem da confiança de todos os sectores da sociedade venezuelana” . O relató rio definitivo do trabalho efectuado pelos cerca de 160 observadores custou a mó dica quantia de três milhões de euros aos cofres da Comissão Europeia.
“Trocha” liga Caracas-Vargas o passado domingo, dia 26 de Fevereiro, foi inaugurada a via alternativa, denominada “ Trocha” , que vem repor uma ligação rápida entre Caracas e La Guaira, apó s quase dois meses de trabalho para a sua construção. Segundo declarou então o ministro de Obras Pú blicas (Infraestructura), Ramó n Carriza-
N
lez, o trabalho realizado foi considerado como “ extraordinário” ainda que falta asfaltar alguns acessos para a via desde Caracas e de La Guaira. Mas observou que a partir da pró xima quarta-feira os camiões de carga com um peso inferior a 48 toneladas poderão circular por este atalho, enquanto que os transportes que excedam es-
ta medida, continuarão viajando até à cidade varguense pela estrada velha. Os ministros das Obras Pú blicas, Interior e Justiça e da Informação encabeçaram a caravana que efectuou o primeiro atravessamento dos 2,4 quiló metros de estrada. As autoridades reconheceram que a entrada em funcionamento desta via “ não é a solução defini-
tiva, mas vai melhorar a situação actual e por isso é apelidada de contingência” . Carrizález reiterou que a solução definitiva para o problema de comunicação com o Estado de Vargas “ já está em marcha e passa pela construção de um viaduto alternativo, que deve estar pronto durante o primeiro trimestre de 2007” .
no fecho Empresário morre apó s acidente na praia O ex-presidente da Casa Portuguesa de Aragua faleceu, no passado domingo, 26 de Fevereiro, vítima de um enfarte sofrido entre a praia de Cuyagua e Choroní. Juan Silveiro, de 45 anos de idade, foi acometido de doença súbita quando caiu da lancha onde viajava. Segundo informações dadas pela Direcção Regional da Protecção Civil do Estado, o sinistro ocorreu quando aquele empresário madeirense, originário da freguesia do Seixal, se dirigia com um promotor da empresa Polar e mais 14 tripulantes para inspeccionar uma área que serviria como lugar para realizar um evento balnear que patrocinava. O organismo civil do Estado explicou que a embarcação onde viajava o luso sofreu uma avaria mecânica o que obrigou o comandante da embarcação a parar os motores e momentos depois, por causa da forte ondulação que se fazia sentir na zona, a manobrar bruscamente causando a queda de 16 marinheiros. Vários pescadores que se encontravam nas imediações presenciaram o sucedido e disponibilizaram-se logo de imediato para ajudar no socorro. Silveiro foi resgatado mas pouco tempo depois veio a falecer vítima de um enfarte. Os grupos de salvamento realizaram os restantes resgates e ampararam as 14 pessoas que ficaram a flutuar. Há dois anos, Juan Silveiro tinha sido vítima de um sequestro. Os raptores mantiveram-no durante 50 dias em cativeiro, ao fim dos quais conseguiu regressar a casa ileso. O emigrante foi presidente da Casa Portuguesa do Estado de Aragua durante dois anos, nos períodos 1996-1997 e 1997-1998. Silverio era uma pessoa muito activa na área comercial, sendo dono de agências de lotaria, cafés, centros comerciais e lojas de bebidas. Era um comerciante muito querido pelos habitantes de Ocumare de la Costa, onde investiu e criou postos de trabalho. Deixa quatro meninas órfãs, a mais pequena de quatro anos de idade. Segundo contaram amigos próximos do falecido, "sempre se dedicou a investir ali porque era uma zona de futuro. No plano pessoal, era muito colaborador e ajudava quem necessitava".