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O jornal da comunidade luso-venezuelana
ANo 07 – N.º 147 - DePósIto LeGAL: 199901DF222 - PubLIcAção semANAL
cArAcAs, 9 De mArço De 2006 - VeNezueLA: bs.: 1.000,00 / PortuGAL: € 0,75
Hampa “ataca” Consulado As autoridades de Polichacao já detiveram três assaltantes, dois deles menores de idade. Perante a escalada de roubos, as medidas de segurança foram reforçadas nas imediações da sede consular de Caracas. Conselheiros escrevem ao Secretario de Estado das Comunidades
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Centro Luso de Caracas vai a eleições com lista ú nica no
domingo
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Primeira noite de fado no Centro Português de Guayana PÁGINA 16
“ Histórias de Vida” destaca emigração Dia da Mulher
Fabri na Venezuela
Mãe e filha portuguesas com estilos diferentes PÁGINA 08
O ex-jogador do SCP passou por Caracas
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FC Porto retoma caminho do título com vitó ria frente ao Nacional e Sporting sempre na perseguição
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2 | EDITORIAL Bom senso
CORREIO DE VENEZUELA - 9 DE MARÇO DE 2006
Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva, Nathali Gómez, Noélia de Abreu e Yamilem Gonzalez Correspondentes: Ana Pita Andrade (Maracay) Bernardete de Quintal (Curaçau) Briceida Yepez (Valencia) Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Franklin Lares Secretariado: Carolina Nóbrega Distribuição: Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares
e vários centros associativos da nossa Comunidade chegam referências a algumas faltas de bom senso, protagonizadas por pequenos nú cleos de pessoas ou mesmo até a título individual. Sem prejuízo do direito a opiniões diferentes, por mais motivações que tenham a suportá-las, quando se trata de causas comuns e se fala de centros associativos que respeitam a muita gente, é do senso comum que devem prevalecer as posições que favorecem o conjunto, em detrimento de meros posicionamentos individuais. Vem isto a propó sito de alguns focos de desestabilização, lançados contra algu-
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A SEMANA
mas nobres instituições portuguesas, ainda por cima fomentados por cidadãos portugueses que não estão medir convenientemente os seus actos. A lei venezuelana, que os portugueses aqui residentes respeitam como é seu dever, contempla a possibilidade dos centros associativos serem abertos a cidadãos de outras nacionalidades. Nalguns casos, foram os portugueses que se anteciparam, abrindo as suas portas sem quaisquer distinções. Uma coisa são princípios inatacáveis, outra é o aproveitamento que algumas pessoas, eventualmente ressabiadas com quezílias pessoais, queiram fazer unicamente em proveito pró prio. Estejamos atentos!
o CARTooN DA SEMANA Dizem em Portugal que as remessas dos emigrantes da Venezuela desceram bastante...
Afinal, eles lembram-se de nós, lá de vez em quando...
Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA
MUITo BoM Muitas vezes temos criticado as forças de segurança pública Venezuelanas, no que toca à defesa dos cidadãos sempre eles indefesos em matéria de segurança nas ruas. Desta vez queremos destacar o empenho e a eficiência da polícia municipal de Chacao que, através dos seus esquemas de inteligência, conseguiu deter a quase todos os membros do bando que operava nas imediações do Consulado Geral de Portugal em Caracas.
BoM É nosso dever reconhecer a iniciativa de grandes empresas, em diferentes ramos de actividades, que têm organizado campanhas para oferecer parte dos lucros na venda dos seus produtos ao lar da terceira idade “Padre Joaquim Ferreira”. É bom constatar que há muitas empresas que não se esquecem da sua função social.
MAU A lentidão que marca os processos judiciais prejudicam todos aqueles que aguardam uma resposta ou um veredicto. Nos tribunais iniciam-se as sessões, mas logo aparecem os adiamentos, aparentemente sem razões que o justifiquem. Não é normal que uma pessoa passe dois anos detido, sem ouvir do juiz uma sentença definitiva. É curioso que deste mesmo mal padecem justiça portuguesa e a venezuelana, prejudicando cidadãos de um e outro país.
MUITo MAU
O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias.
As rivalidades pessoais continuam a marcar negativamente a vida de algumas associações da comunidade portuguesa. São excessos de protagonismo e, por vezes, uma luta cega pelo poder e notoriedade. A tal ponto dessas terríveis apetências se sobreporem aos objectivos comuns que essas pessoas juraram defender. Os exemplos são vários, infelizmente. Apela-se a que o bom senso impere e que haja a lucidez para retornar aos caminhos da normalidade.
El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.
Para todos los
gustos
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Consulado de Caracas vítima da delinquência As autoridades competentes já detiveram três dos assaltantes que perpetraram o roubo nos arredores do Consulado. As medidas de segurança foram reforçadas graças ao corpo policial. Liliana da Silva
Lilianadasilva19@hotmail.com
lguns utentes que permaneciam à porta do Consulado Geral de Portugal em Caracas, esperando a vez de serem atendidos, foram vítimas da insegurança da capital ao serem assaltados por quatro meliantes que roubaram o dinheiro, telemó veis e alguns dos objectos pessoais de quem ali se encontrava. O assalto ocorreu no passado dia 20 de Fevereiro, pelas 5:40 horas da manhã, quando este grupo de portugueses esperava que o Consulado abrisse as portas ao pú blico. Segundo declarações do comandante de Polichacao, Richard Cordero, já foram detidos 3 dos assaltantes, 2 deles menores de idade, nos arredores do Consulado, no passado dia 3 de Março. Os detidos pertencem a um grupo que opera na zona. No entanto, falta ainda conhecer a identidade de diversos membros do grupo. Hilário Rocha, uma das vítimas deste assalto, falou com o Correio de Venezuela sobre o incidente na sede consular de Caracas. “ Éramos oito pessoas que estávamos na habitual fila em redor do Consulado. De repente, aproximaram-se de nó s quatro pessoas, na sua maioria jovens, que, com ajuda de uma arma, nos subjugaram, tirando-nos o dinheiro, os telefones celulares, as jó ias, enfim, tudo o que tínhamos connosco no momento. Não podíamos pedir auxílio, uma vez que ainda não tinha chegado ninguém ao Consulado, nem havia nenhuma unidade da polícia de Chacao transitando na zona» , contou. Este “ mau momento” , como foi apelidado por Hilario Rocha, prolongou-se por
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alguns minutos nos quais os atacantes insultaram e ameaçaram com agressões os portugueses que ali se encontravam, caso estes oferecessem resistência. « Dois dos deliquentes não teriam mais de 14 anos, mas não podíamos fazer nada, pois éramos três homens e 5 mulheres de idade avançada. Para além de que havia uma arma de fogo pelo meio… Graças a Deus que não teve maiores consequências porque haveria pouco que pudéssemos fazer» , sublinhou Rocha. Esta não é a primeira vez que ocorre um acto deste tipo nas imediações do Consulado Geral de Portugal em Caracas. « Quando entrámos inteiramo-nos que era a segunda vez que sucedia algo assim. Com efeito, comentei com um dos seguranças mas ele não se impressionou» . Esta situação criou um
A partir das cinco da manhã, até às sete e meia, uma patrulha de Polichacao fica na rua lateral ao Consulado
certo receio entre os lusitanos que, por vir à capital venezuelana desde zonas distantes, chegam de madrugada ao posto consular. « Como é possível que não haja segurança, quando sempre se formaram estas filas bem cedo à porta do Consulado. Se chegamos tão cedo é porque é a ú nica maneira de estar ali às 7:30 da manhã, hora a que abrem as portas ao pú blico. Eu, por exemplo, vivo em Los Teques e se vinha mais tarde não podia resolver as coisas a tempo de voltar ce-
do, pois somos pessoas que temos de trabalhar e cumprir outras obrigações» , finalizou Hilario Rocha.
MEDIDASREFORÇADAS Perante esta situação, Jhonny Pérez, agente encarregue da segurança do Consulado, disse ao Correio que, desde há alguns dias, os espaços contíguos à sede diplomática portuguesa estão a ser patrulhados durante toda a noite pelas unidades da polícia de Chachao.
A partir das cinco da manhã, até às sete e meia, uma patrulha desta polícia municipal fica na rua lateral ao Consulado de forma a garantir mais segurança aos visitantes. « Estamos a trabalhar para que esta medida se mantenha como política de segurança, pelo que nos reunimos com o comandante de Polichacao, Richard Cordero, e com o inspector da zona, Daniel Pérez, de quem recebemos o maior apoio logístico» , disse Jhonny Pérez.
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Eleições com lista ú nica O Centro Luso de Caracas celebra eleições este domingo, acto que culmina um processo que esteve marcado pela falta de candidatos Délia Meneses
delia_jornalista@yahoo.com
epois de ultrapassados certos entraves, o Centro Luso de Caracas celebra as suas eleições este domingo, dia 12 de Março. O processo para concretizar o sufrágio eleitoral não foi fácil. No início, as eleições foram marcadas para 12 de Fevereiro, mas foram adiadas por causa da falta das listas candidatas aos diferentes cargos directivos. O comité eleitoral decidiu então prorrogar por 30 dias o prazo na expectativa de que tal suscitaria o aparecimento e de alguma lista de candidatos. Como até quinta-feira, 2 de Março ninguém deu um passo nesse sentido, no dia seguinte a actual direcção do clube optou por formar nova lista, constituindo-se assim na ú nica que vai participará nas eleições de domingo. Os membros da "lista sem alternativa" são Domingos Marques (presidente), Gabriel de Almeida (Tesourei-
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ro), Laura Pulido (Secretária), Victor Diaz (director do Desporto). As eleições no Centro Luso de Caracas celebram-se anualmente. Manuel Pereira, luso-descendente filho de pais madeirenses, naturais da Ribeira Brava, iniciou a sua gestão em Fevereiro de 2003, tendo sido reeleito em dois mandatos consecutivos, em 2004 e 2005. Depois de três anos à frente do Clube, Pereira decidiu retirar-se do cargo. "A minha gestão foi frutífera, pois os só cios desejam que volte a recandidatar-me. Mas acontece que tenho outros projectos pessoais para cumprir", explicou. O actual presidente espera que a grande maioria dos só cios participem no acto de domingo, seja a favor ou contra da ú nica lista. A votação vai processar-se ao estilo de um referendo, tendo cada só cio a possibilidade de manifestar o que pensa acerca da lista inscrita, dando ao mesmo tempo um sinal do que espera que ela faça na gestão do clube referente ao período 2006-2007. Caso o "não" vença, será eleita de
imediato uma Direcção provisó ria por dois ou três meses. De acordo com Pereira, os só cios estão motivados e deverão acudir às urnas "porque desejam que o seu Clube cresça". O Clube, que está localizado em
Turumo, conta actualmente com 300 só cios e cumpre 34 anos a 18 de Abril. Os associados podem exercer o seu direito de voto entre as 10 da manhã e as 6 da tarde.
Ministério Pú blico da Venezuela investiga 8.300 polícias por abuso policial O Ministério Pú blico venezuelano está a investigar 8.300 polícias por alegadas violações de "direitos fundamentais" dos cidadãos, anunciou o procurador-geral, Isaías Rodríguez. "Existem actualmente 6.152 denú ncias de violações de direitos fundamentais que envolvem 8.300 funcionários" policiais, disse, durante uma conferência de imprensa. Os dados foram divulgados depois de o vice-ministro
da Cultura, Iván Padilla Bravo, ter denunciado que o seu filho, Iván Padilla Alliot, foi agredido fisicamente na ú ltima sexta-feira por funcionários da Disip (polícia política). Por outro lado, segundo dados divulgados pela directora de Protecção de Direitos Fundamentais do Ministério Pú blico, Alis Boscán, a procuradoria acusou 256 polícias por homicídio durante o ano 2005. Foram denunciados 706 casos, identificadas 794 víti-
1º Festival da Sopa no Atlâ ntico Madeira Centro Atlántico Madeira Club promove, no pró ximo Domingo, dia 12 de Março, o Primeiro Festival Internacional da Sopa, organizado pela Associalão Civil de Beneficência Portuguesa do Estado de Lara. O evento arranca a partir das 12:30 p.m., tendo sido fixada um preço para a entrada no valor de dez mil bolívares. Pago este valor,
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os visitantes recebem uma bracelete que é colocada no pulso e que servirá que a prova das diferentes sopas, que estarão em exposição aos pú blico visitante. O cantor Carlos Kanto foi convidado pela organização para animar o certame gastronó mico através da interpretação de vários temas da mú sica portuguesa, sendo auxiliado nessa tarefa por outros artistas da localidade.
mas e 245 polícias foram formalmente acusados, 98 estão em prisão preventiva e 25 foram condenados, disse. Caracas foi a cidade onde se registaram mais vítimas (238) e 192 funcionários implicados, três deles da Guarda Nacional, 97 do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (Cicpc, antiga Política Técnica Judiciária), oito da Disip (polícia política), 31 das polícias municipais e 61 da Polícia Metropolitana.
Vendo Acción N. 516 Centro Portugués de Caracas $ 5.500,00 ó Bs. 14.500.000,00 Está solvente y cancelada todo el año 2006 Eduardo da Costa Telf. 0416 402 88 54 0212 257 83 83 - 0416 827 64 22
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ONA fica com custó dia do “ Citation X” Jean Carlos de Abreu
deabreujean@yahoo.com
“ Citation X” , avião pertencente à “ Tinerlines C.A” que o alugou à companhia área “ Air Luxor” , e no interior do qual foram descobertas perto de 400 quilogramas de cocaína dissimuladas em várias malas, em Outubro de 2004, na Venezuela, passou para tutela da Oficina Nacional Antidrogas (ONA), por decisão do Tribunal de Macuto, Estado Vargas. Esta organização, segundo revelou a agência Lusa citando fonte judicial, será agora responsável pela manutenção da aeronave até que o Tribunal profira uma sentencia final para determinar qual o destino a dar ao avião. Jaime Riveiro, advogado da em-
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presa “ Tinerlines C.A” , declarou à Agência Lusa que estava « atento à ordem do tribunal» , mas escusou-se a acrescentar mais pormenores sobre o caso, atitude que deixa transparecer que por agora só resta esperar pela decisão do Tribunal venezuelano. O CORREIO tentou ouvir o presidente da ONA, Luis Correa, mas todas as diligências envidadas nesse sentido revelaram infrutíferas antes do fecho desta edição. Mas todas as que se continuassem a promover iam ter o mesmo resultado, pois a directora de imprensa daquele organismo, Alejandra Santana, informou que Correa « não estava prestando declarações aos meios de comunicação sobre este caso» . O avião tem estado no centro de polémicas na Venezuela. Em
Outubro de 2005, o jornal venezuelano “ La Razó n” noticiou em primeira página que o aparelho tinha desaparecido da base área La Carlota, onde foi colocado desde o início do caso. Posteriormente, uma magistrada do Tribunal de Macuto, Estado de Vargas desmentiu este facto, precisando que o aparelho tinha sido transferido para outro hangar dentro da base aérea de La Carlota, devido a trabalhos que decorriam no terminal. Igualmente, em varias oportunidades, o co-piloto Luís Santos, enquanto se encontrava detido na Venezuela, declarou que esta aeronave seria um presente que o governo venezuelano entregaria a algum dos seus colaboradores mais fiéis. Até à data o futuro da aeronave permanece incerto.
UE estudou consumo de drogas na Venezuela om a intenção de oferecer aos venezuelanos um maior conhecimento e ajuda sobre o tema das drogas e da saú de pú blica, uma comissão da União Europeia (EU) levou a cabo na Venezuela um estudo relacionado com aquelas problemáticas. A investigação consistiu em promover inquéritos juntos de várias famílias venezuelanas para determinar a dimensão do problema do consumo de estupefacientes no país. Segundo a “ Oficina Nacional Antidrogas” (ONA), o Projecto sobre o Uso de Drogas na Venezuela, compreendeu uma amostra com um universo de 11.700 pessoas, cujas idades variaram entre os 15 e os 70 anos, situando-se a margem de erro perto dos 1,3 por cento. Entre as várias conclusões a que o estudo chegou, uma diz que apenas 0,5 por cento das pessoas admitiu ter consumido substâ ncias psicotró picas nos ú ltimos 30 dias, para o momento em que foi feito o estudo, percentagem que é inferior se comparada com os Estados Unidos (7,9) e Espanha (9,5). A investigação concluiu que a Venezuela é fundamentalmente
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“ um país de trâ nsito” e não de consumo de droga, razão pela qual se devem intensificar os programas preventivos para impedir o incremento da procura e consumo de narcó ticos, segundo fontes do ONA. As pessoas que confessaram ter consumido droga, ajudaram ainda a esclarecer que no estudo a substâ ncia estupefaciente mais provada foi a marijuana, seguida da cocaína e depois o crack.
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Conselheiros queixam-se da ausência do cô nsul Jean Carlos De Abreu
deabreujean@yahoo.com
o passado dia 2 de Março, os conselheiros das Comunidades Portuguesas da Venezuela reuniram para discutir a situação em que se encontra o Consulado Geral de Portugal em Caracas devido à ausência do cô nsul Francisco Teles Fazendeiro, que desempenha actualmente funções na cidade de Luanda, em Angola. A este propó sito, os conselheiros decidiram dirigir uma missiva endereçada ao secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Antó nio Braga, que deverá receber o documento em finais desta semana. O objectivo desta iniciativa é pedir àquele res-
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ponsável governamental para resolver o “ vazio de autoridade” pelo qual atravessa o consulado de Caracas, ainda por cima numa das sedes consulares mais importantes do país por causa da quantidade de emigrantes que vivem na capital. Inácio Pereira, conselheiro que coordena a secção da Venezuela e primeiro secretário do Conselho Permanente das Comunidades, declarou que o Consulado de Caracas precisa de mais pessoal, assim como de assessor jurídico e de um técnico social que possa orientar a comunidade luso-venezuelana quanto a questões referentes trâ mites processuais que envolvem o preenchimento de vários papéis e ajuda social. De acordo com os conselheiros, Consulado en-
breves
UE adiou divulgação de relatório eleitoral
contra-se sem substituto enquanto que o cô nsul Fazendeiro está ausente. Unicamente conta os funcionários que ali trabalham e a chanceler que pode cumprir algumas funções mas “ não de Emissário” . Proximamente, os conselheiros realizarão uma visita por várias cidades do interior da Venezuela e à Ilha de Curaçao para conversar com a comunidade lusa que vive nestas localidades.
A finalidade do périplo é esclarecer quaisquer dú vidas que possam existir entre os emigrantes relativamente a diferentes procedimentos consulares, orientar na procura de soluções para problemas específicos e fazer chegar ao Governo português um relató rio com comentários e sugestões que resultaram dos contactos com a comunidade.
A apresentação do relatório com as conclusões finais da Missão de Observadores da União Europeia (UE) sobre as eleições para a “Asamblea Nacional”, que estava agendada para o passado dia 7 de Março, foi adiada por motivos que não foi possível apurar até ao fecho desta edição. O relatório ia ser tornado público durante uma conferência de imprensa nacional, onde seriam divulgados os resultados definitivos do trabalho levado a cabo pelos 160 observadores na Venezuela durante as últimas eleições parlamentares. José Albino Silva Peneda, eurodeputado português eleito pelo Partido Popular, em 7 de Dezembro de 2005, um dia depois das votações.
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Portuguesa ontem, luso-descendente hoje Yamilem González
Yamilemgonzalez@yahoo.es
Dia Internacional da Mulher celebra-se a 8 de Março a nível mundial. Normalmente neste dia destaca-se o papel das mulheres trabalhadoras, donas de casa, mães e esposas. Existem várias versões para a origem desta celebração, mas a mais fundamentada é a de que, no ano de 1857, ocorreu um incêndio inexplicável numa fábrica têxtil de Nova Iorque e nele morreram queimadas operárias que não estavam a trabalhar devido às condições de trabalho. Este acontecimento marcou a sociedade da época e deu-se início a uma série de propagandas a favor do sufrágio feminino, para defender os direitos laborais das trabalhadoras. Não existem provas documentais de que um incêndio dessas características tivesse ocorrido nesse ano. O que se sabe é que este foi o motivo principal para criar um dia da mulher. O Correio de Venezuela quis dar um destaque especial nesta edição ao Dia Internacional da Mulher. Por isso decidimos contactar mães e filhas portuguesas e observar as diferenças no que toca aos costumes, mentalidade e ideias da mulher portuguesa de antes e a luso-descendente actual. María Luisa Nevis, de 74 anos, é mãe de Elsa de Farias, pintora reconhecida em Barquisimeto pelo seu trabalho. Emigrou de Portugal há 30 anos. Chegou à Venezuela casada, tendo contraído nú pcias aos 30 anos. Ela e o marido tiveram um noivado de cerca de sete anos, durante o qual não podiam conviver muito, já que ambos estavam atentos às suas famílias e tinham as suas obrigações. Segundo María, os noivados de antigamente não se comparam com os de agora, já que na altura respeitavam-se muitas coisas. Por outro lado, fez referência aos seus padrões religiosos, que não eram os mesmos que os seus filhos têm actualmente, como é exemplo a ida à missa todos os domingos. María inculcou-lhes a ideia desde pequenos, mas eles tiveram a liberdade de decidir se assistiriam ou não à missa todos os domingos. Também fez questão de deixar claro que não estava de acordo com
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ao design de moda: O seu trabalho baseia-se na confecção de vestidos de noite e noivas, segundo as exigências e gostos do cliente. Não tem horário fixo, mas a maior parte do tempo dedica-se ao seu trabalho. “ Adoro o que faço e desfruto ao máximo” , disse. Quanto à sua vida pessoal, Angélica está divorciada há 10 anos e referiu, a propó sito, que foi um processo muito difícil no nú cleo familiar, já que, segundo a mentalidade e a crença dos seus pais, era algo negativo que não deveria ocorrer numa família. “ Pouco a pouco fomos superando até chegar ao ponto de não prestar muita atenção ao assunto” . Dos costumes inculcados pela mãe, tem muitos, como ir à missa todos os domingos, na medida do possível. Esta luso-descendente definese como uma mulher independente e livre. Actualmente não tem companheiro, e é por isso que também prefere dedicar-se mais ao trabalho do que às lides domésticas, já que não tem mais responsabilidades do que ela mesma. “ Quando chegar a oportunidade de compartilhar com outra pessoa, tratarei de administrar o meu tempo para dar atenção às duas coisas” , finalizou. Maria Pereira, de 59 anos de idade, é mãe de Angélica Fernandés. Disse-nos que a sua vida foi muito diferente da vida sua filha, apesar de ambas se dedicarem à mesma profissão: A confecção de roupas. Pereira disse que a sua vida foi muito diferente da vida da filha, apesar de am“ Sou muito dedicada ao trabalbas se dedicarem à confecção de roupas. ho mas também gosto muito de trao concubinato, já que defende que é Barquisimeto e desde então é recon- balhar em casa” , disse. María é uma falta de respeito um casal viver hecida como uma grande pintora viú va e a razão da morte do marido foi o que a fez decidir trabalhar, junto sem estar casado. Como curio- portuguesa. Já participou em várias expo- porque teve de cuidar de Angélica sidade comentou que o marido não gostava da ideia que ela usasse sições de arte em Barquisimeto e em desde que esta tinha 13 anos. Antes de ficar viú va não trabalcalças, já que as mulheres dessa épo- Caracas. “ A minha família é a minha prioridade e a pintura é um com- hava, apenas se dedicava às lides doca distinguiam-se por usar saias. Elsa Farias, de 42 anos de idade, plemento” , sublinhou. Fez ainda mésticas e à sua família. Disse-nos nascida na Camacha, chegou à Ve- referência ao facto de ser difícil de ainda que o divó rcio da filha a nezuela quando tinha 5 anos. Man- conjugar a vida de dona de casa e o afectou um pouco, mas da forma teve os mesmos costumes da mãe e trabalho, já que isso limita um pou- que as cosias são hoje em dia, adapentretanto casou, tem uma família e co a mulher e sobretudo a portugue- tou-se e deu-se de conta que a mulher de hoje está muito bem preparadedica-se na medida do possível aos sa, devido às suas raízes. da para enfrentar a vida sozinha. afazeres do lar, como boa dona de Para a nossa interlocutora, antes casa. O que marca muito a dife- “ DE TAL PALO TAL ASTILLA” rença entre Elsa e a sua mãe é que MAS NãO EM TODOS OS CASOS isto era visto como um escâ ndalo igual ao concubinato, com o qual ela, aos 35 anos de idade, ganhou cuAngélica Fernandés, de 38 anos ainda não está muito de acordo, deriosidade pelo mundo da pintura e iniciou os estudos na escola de Artes de idade, é luso-descendente e os vido aos princípios transmitidos pela Plásticas Martín Tovar y Tovar, em seus pais vieram do Porto. Dedica-se sua família.
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Um negó cio perigoso e cheio de sacrifícios Diariamente, ladrões assaltam autocarros despojando os utentes dos seus pertences e os motoristas do dinheiro das cobranças
O jovem se encontra em “priisão domiciliária” na casa de uma família venezuelana em Punto Fijo
“ Caso Punto Fijo” sem agenda Os que conduzem autocarros tem tomado a precaução de contratar companhias de vigilância
Tábita Barrera tababor@cantv.net
onduzir um autocarro na Venezuela não é tarefa fácil, pois andar na rua representa por si só um perigo. Cientes disto, aqueles que estão atrás do volante de um transporte pú blico estão constantemente atentos ao que se passa à sua volta. Diariamente, os ladrões assaltam inú meras unidades despojando os utentes dos seus pertences e os motoristas do dinheiro das cobranças. Posto isto, esta profissão parece ter mais sacrifícios do que benefícios, pois inicia-se muito cedo, por volta das 4 ou 5 a.m., e termina já de noite, pelas 10 ou 11 p.m, como ainda na maioria dos casos é desempenhada nos sete dias da semana e 365 dias por ano. Os dividendos que este trabalho gera, se por acaso são suficientes para o sustento diário, não chegam para apreciar quaisquer luxos. Manuel Nunes, presidente de “ Transportistas Unió n Conductores San Antonio” , explicou que conduzir um autocarro só lhe permite o suficiente para pagar a comida da sua família e satisfazer a suas necessidades básicas. « Nasci na Madeira e cheguei à Venezuela em 1958 e le-
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vo aproximadamente 22 anos neste negó cio. Inicialmente pensei em trabalhar só por uns tempos, mas logo isto se converteu num vício e por aqui fiquei« , contou, explicando que o problema do emprego que abraçou é « produzir apenas o necessário para cobrir os gastos» . Neste sentido, Manuel Lambas, presidente de “ Conductores Unidos Caracas-Los
A insegurança que se vive na Venezuela afecta todas as pessoas e os motoristas de autocarros não são excepção, sendo também ví timas dos delinquentes. Então, para trabalhar, é preciso tomar algumas precauções Teques” , natural de Porto Moniz, observou que apenas consegue sobreviver com lucros. No entanto, considera que aqueles que como ele têm alguns autocarros, são micro empresários que estão encarregados de um negó cio de alto risco e onde o seu dinheiro está nas mãos de terceiros, que são quem conduzem as suas unidades.
Da mesma forma, expressou que a insegurança aumenta diariamente e que podem ser alvo de um assalto a qualquer momento. « O governo não nos protege o suficiente. Nó s tomámos a precaução de contratar uma companhia de vigilâ ncia que supervisiona várias paragens, mas também os utentes têm culpa pois andam com bens caros à vista, como telemó veis, o que chama a atenção dos assaltantes» , comentou. Juan Acosta, condutor que cobre a carreira CarmelitasCementerio, em Caracas, acrescentou que já foi assaltado duas vezes, pelo que desde então tem tido « muito cuidado, especialmente depois das três da tarde, horas em que os ladrões já acordaram» . Também afirmou que se trata de um trabalho sacrificado e que não oferece muitos benefícios. « Por exemplo não temos um seguro social» , disse, com um sorriso que indiciava um certo lamento. Definitivamente, a colaboração das autoridades é indispensável para que estes trabalhadores possam levar a cabo o seu trabalho com tranquilidade e para que se evite serem alvo de tantos roubos.
Carlos A. Balaguera mos242@cantv.net
geral de Valência, Rui Gonçalves Monteiro, está preocupado com o julgamento do jovem Tiago Filipe Monteiro Moisão da Palma, detido a 4 de Outubro de 2004 no aeroporto Las Piedras, na cidade de Coro, capital do Estado Falcó n. Gonçalves Monteiro declarou ao Correio de Venezuela, que de cada vez que o jovem é chamado a Tribunal, o consulado destaca um funcionário para o exercício das funções de tradutor, apesar de o posto consular de Valência não contar de um funcionário dessa categoria oficialmente. A pedido do tribunal, o consulado “ esteve” presente nas cinco audiências em que o jovem foi chamado a prestar declarações durante o ano passado. Moisão da Palma está detido desde finais de 2004 pela presumível prática do crime de tráfico na forma de transporte e ocultação ilícita de substâ ncias estupefacientes e psicotró picas. Desde o início do ano 2005 que se encontra em “ prisão domiciliária” na
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Moisão da Palma está detido pela presumí vel prática do crime de tráfico na forma de transporte e ocultação ilí cita de substâncias estupefacientes casa de uma família venezuelana que tem tratado de o acolher até ao momento. « O consulado tem mantido contactos permanentes com Tiago Monteiro, e também com os seus familiares, que residem na cidade de Beja» , explicou o responsável consular, acrescentando que também têm sido estabelecidas « ligações com o Tribunal para conhecer a programação das audiências» . No entanto, desde os ú ltimos meses de 2005 até ao presente, o consulado tem sentido muitas dificuldades para conseguir informações sobre o caso. « Isto tem-nos preocupado. Estamos à espera de uma nova audiência que provavelmente será realizada no final deste mês, e digo provavelmente já que não temos a certeza da data» . lamentou.
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Uma vida sob sequestro Noelia de Abreu noeliadeabreu@gmail.com
s sequestros constituem uma prática criminosa que evoluiu na Venezuela com o passar dos anos e cujas técnicas, em muitos casos, superam as que são utilizadas pelas polícias para combater este fenó meno. A experiência por que passa uma vítima de um sequestro não é algo que se possa esquecer. O Correio de Venezuela entrevistou um lusodescendente que aceitou o desafio de dar a conhecer as suas impressões sobre o caso, dois anos depois do sucedido, mas sob a condição de não revelar a sua identidade, pois a possibilidade de represálias é credível ainda hoje. « Quando és sequestrado deves colaborar em 100 por cento com os sequestradores e
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não perder a calma, porque os raptores podem ferir-te só para demonstrar que têm o poder para o fazer» , começa por observar o nosso interlocutor anó nimo, contando que « o amigo que foi sequestrado com ele foi ferido a tiro no antebraço no final da negociação por pagamento da minha liberdade porque os sequestradores descobriram que a minha família estava sendo aconselhada pela polícia» . Durante os nove dias passados em cativeiro a comida foi escassa. « Só comíamos uma vez por dia, uma arepa com queijo. Dos quatro homens que nos mantinham sequestrados, havia um encarregado da vigilâ ncia, apesar de estarmos algemados e amarrados de costas a um tubo. Também não podíamos ver, pois vendaram-nos os olhos. Nunca chegámos a ver os rostos dos nossos raptores nem o
lugar onde estávamos» . Quando os sequestradores se sentiram ameaçados pela possibilidade de ser detectados pela polícia decidiram mudar o lugar do cativeiro. « Recordo que me meteram num carro e me levaram possivelmente a um cerro, já que o ú nico que sentia era que andávamos por uma estrada de terra» . O luso-descendente assegura que a intervenção policial deixou muito a desejar, dado ter-se apercebido de que os sequestradores foram capazes de identificar todos os “ modus operandi” que os investigadores utilizavam. « A polícia venezuelana não conta com os recursos suficientes nem está habilitada para poder fazer frente a uma situação destas, mas isto também é da responsabilidade do governo, que não promove o desenvolvimento técnico e lo-
Os
sequestros são uma prática que evoluiu na Venezuela
gístico dos vários corpos policiais» . O valor do resgate que foi pedido pelos sequestradores da vítima entrevistada pelo Correio superava os 250 milhões de bolívares, montante que os familiares não possuíam mas que deviam conseguir em menos de uma semana. « Apesar de a minha família possuir algumas propriedades, não estava endinheirada» , lembra, descrevendo que a tensão ia aumentando enquanto o « meu pai negociava com
os sequestradores. A angú stia aumentava de dia para dia pois nunca se sabia se te iam deixar voltar vivo para casa.» A experiência deste lusodescendente permite-lhe afirmar que apesar de a polícia poder muitas vezes estorvar a situação, é recomendável fazer sempre a denú ncia formal junto das autoridades para evitar que os documentos de a vítima sejam utilizados posteriormente pelos delinquentes.
Cocaína venezuelana “caçada” no Aeroporto de Lisboa Direcção-Geral de Alfâ ndegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo (DGAIEC) apreendeu dia 1 de Março, no Aeroporto de Lisboa, 10,110 kg de cocaína, informou o Ministério das Finanças e da Administração Pú blica. Em comunicado, o organismo adianta que a droga encontrada provinha da Venezuela e era transportada por um homem e duas mulheres venezuelanos, com idades entre os 29 e os 44 anos.
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A droga encontrada era transportada por um homem e duas mulheres
“ Em dois dos casos a cocaína estava dissimulada em embalagens trazidas entre as coxas e as canelas dos referidos indivíduos e no terceiro caso vinha dissolvida em vinho branco, dentro de uma embalagem de cartão” , refere o comunicado. A cocaína apreendida, “ com elevado grau de pureza” , seria suficiente para 101.100 doses. Foram ainda apreendidos 4.200 euros e 12 mil bolívares, tendo os presumíveis trafican-
tes sido entregues à Polícia Judiciária. Em Janeiro, os funcionários da DGAIEC apreenderam, também no Aeroporto de Lisboa, 35,370 quilos de cocaína provenientes da Venezuela. Na altura foram detidos duas cidadãs holandesas e um espanhol, que transportavam a droga disfarçada em tubos de plástico nas paredes laterais da bagagem do porão e numa embalagem de fundo falso de uma mochila, respectivamente.
12 | HISTÓRIA DE VIDA
CORREIO DE VENEZUELA - 9 DE MARÇO DE 2006
Uma mulher feita para os negócios Maria Iva Rodrigues Cro San António, Madeira
im para a Venezuela porque o meu pai morreu. Morreu em Dezembro. A minha mãe, dois irmãos, uma irmã e eu chegamos em Junho de 1972. Eu tinha 17 anos. Os meus irmãos estavam pró ximos da idade de entrar para o serviço militar para ir para a guerra em África e isso aterrava-a. Como tinha toda a sua família em Caracas, decidiu vir. Esta foi uma mudança traumática para mim. Eu estudava no Colégio de Santa Teresinha, no Funchal, e a nossa situação era folgada. Tínhamos casa e algumas comodidades porque o meu pai era proprietário de um pequeno supermercado em Santo Antó nio. Quando chegámos o ritmo foi diferente. Assim que chegámos fomos viver para o popular bairro de La Pastora, na casa de um familiar da minha mãe. Era uma casa onde viviam 8 pessoas que só conhecíamos de fotografia e algumas conversas feitas pela minha avó , quando foi à Madeira, em 1967. Isso foi praticamente viver juntos. Na mesma noite que chegámos tivemos de nos dispersar. A minha irmã foi para casa de uma tia; um irmão foi com um tio. O meu irmão mais novo e eu ficámos ali com a nossa mãe. Pensei que a Venezuela era diferente. Imaginei que toda a nossa gente aqui era rica porque quando iam à Madeira compravam casa, carro e outras coisas. A realidade confrontou-me com a casa deixada em Santo Antó nio. Mas perdemos mais que isso: Interrompi os meus estudos e perdemos o negó cio que era do meu pai. A minha mãe deixou o negó cio a um encarregado que, quando prestou contas dois anos depois, só tinha contas por cobrar. Para mim foi um trauma muito grande. Desde pequena que era uma mulher para o negó cio. Eu saía da escola e ia a correr ajudar o meu pai. Gostava sobretudo do fim do ano. Em Dezembro, as famílias iam formando um cabaz e pagavam mensalmente uma determinada quantidade para fazer um grande mercado com as coisas do Natal. O meu pai comprava a maior parte das coisas a saco e tudo devia ser pesado ao quilo. Esse era o meu trabalho preferido: Pesar o arroz, o açú car, a farinha, envolver e colocar em sacos. Formei-me, assim, no comércio com o meu pai, desde muito jovenzinha. Na Venezuela, tem sido trabalhar o
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Maria Iva Rodrigues e a mãe quando chegaram a Venezuela
tempo todo. Tinha 17 anos quando comecei a trabalhar na Tipografia Madeira Gráfica e ao mesmo tempo no jornal Voz de Portugal. Aprendi a escrever à máquina, a escrever alguns artigos, a fazer e cobrar facturas. Depois fui trabalhar para um negó cio de reposição, onde trabalhei durante 10 anos. Ficava encarregue do negó cio quando o dono viajava. Em várias ocasiões, tentei sair dali, para tornar-me independente, mas associei-me ao meu chefe na venda de veículos importados.
Viajei até aos Estados Unidos mas a crise econó mica na Venezuela deitou por terra a companhia. Tornei-me finalmente independente em 1984. Comprei uma "arepera" em sociedade e ali trabalhei até 1994, até vir para El Rincó n, onde estou agora. Dediquei muito tempo ao trabalho e a esforçar-me por conseguir o que tenho, mas tenho as minhas satisfações: O meu filho Jonathan, que é um tremendo futebolista em São Vicente, Madeira. O meu trabalho vai bem e dá-me a possibilidade de visitá-lo pelo menos
anualmente. Organizei-me e conto com o apoio de um bom gerente. O meu objectivo comercial é respeitar os contratos que tenho como fornecedora de alimentos a uma instituição oficial. A nível pessoal, se antes complementava o meu carácter ajudando a organizar bazares de beneficência, agora qualquer momento livre significa assegurar-me que me realizei como mulher, mãe e empresária. Ninguém acreditaria na educação tão conservadora que recebi e no que consegui neste mundo de homens.
O meu filho Jonathan é um tremendo futebolista em São Vicente, Madeira, diz satisfeita Maria Iva Rodriguez
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RELIGIÃO | 13
Regras primordiais para os venezuelanos católicos Padre Eduardo Goncalves edujogon@yahoo.com
"O acto eleitoral do passado dia 4 de Dezembro, marcado por uma grande percentagem de abstenção, que teve como consequência imediata a composição da nova Assembleia Nacional com uma só orientação política, cria uma situação político-social inédita na nossa histó ria republicana, e geradora de graves inquietudes. Não menos preocupantes são as suspeitas de uma ampla e profunda corrupção a nível interno, em diversas áreas, a deterioração das instituições, com a consequente desconfiança perante elas, a diminuição da qualidade de vida devido ao aumento acelerado da pobreza e da insegurança" (Exor-
tação Pastoral do Episcopado Venezuelano "Ser luz del mundo y sal de la tierra en la Venezuela de hoy" 11-01-2006). Diante da actual situação do país que vivemos e que foi expressa pelos nossos bispos na Exortação atrás citada, e a resposta que como cristãos devemos dar, somos chamados a aprofundar os 10 mandamentos, não a partir de uma visão espiritualista, subjectiva e individual, pois Deus revelou ao povo e não a uma pessoa em particular (individual) estes 10 mandamentos, como normas para a sua relação com Ele e as suas relações humanas. Como expressa o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, recentemente publicado: "Do Decálogo deriva um compromisso que implica não só o que se refere à fidelidade ao ú nico Deus verdadeiro, mas também as relações sociais dentro do povo da Aliança". Os 10 mandamentos dados pelo Senhor, como assinala o Compêndio da Doutrina Social citando o Papa João Paulo II na Carta Encíclica Veritalis Splendor, "constituem as regras primordiais de toda a vida social". Assim, para nó s, os cató licos venezuelanos, o Decálogo apresentase-nos como "um extraordinário caminho de vida e indica as condições mais seguras para uma
breves igreja disposta a ser mediadora entre governo e oposição O recém-eleito cardeal Jorge Urosa Savino declarou que a igreja venezuelana está disposta a servir de mediadora entre a oposição e o governo, e recordou que o Episcopado trabalhava já na constituição de uma comissão assessora interdisciplinar que se ocuparia especificamente em facilitar o entendimento entre os diversos actores políticos. De acordo com Urosa, "este é um momento muito significativo para o
país, no qual uma atitude de diálogo e encontro, de busca de soluções para os verdadeiros problemas políticos, é importantíssimo para todos os sectores da vida nacional, em particular para os que acompanham o governo no parlamento". Os representantes da igreja venezuelana disseram estar conscientes da necessidade de restaurar a confiança no sistema eleitoral, que muitos sectores da sociedade perderam.
Liberdade de expressão é aceitar "tanto o subLime como a toLice" Peter Stilwell, director da Faculdade de Teologia da Universidade Cató lica, falou ao DN sobre a Primeira Encíclica do Papa Bento XVI e disse que se trata de uma "afirmação" da essência do Cristianismo. "Não podemos invocar Deus como Pai comum de todos, se nos recusamos a tratar como irmãos alguns dos que são criados à sua imagem. De tal maneira estão ligadas a relação do homem a Deus Pai e a sua relação aos outros homens seus irmãos, que a Escritura afirma: "quem não ama, não conhece a Deus". A questão que se coloca, no diálogo com as outras religiões, é saber até que ponto a nossa tradução histó rica e doutrinal dessa convicção
se pode compaginar com outras tradições religiosas. Stilwell considera que a liberdade de expressão é um instrumento necessário à vida das sociedades. "A liberdade de expressão significa aceitar que se possa dizer e ouvir, na praça pú blica, tanto o sublime como a tolice” . “ Depois de séculos de violência, as sociedades ocidentais desenvolveram uma sábia pedagogia do tempo. Se a tolice puder ser dita, livremente, e se puder ser rebatida - com veemência, mas nunca com violência -, em breve far-se-á luz na consciência de muitos e aprofundar-se-ão as razões da sua vida em comum".
existência livre da escravidão do pecado". Como se lê também no Compêndio, citando desta vez o Catecismo da igreja, "põe em relevo os deveres essenciais e, portanto indirectamente, os direitos fundamentais inerentes à natureza da pessoa humana". Os 10 mandamentos "determinam a moral humana universal", portanto, são regras que devemos ter sempre presentes na nossa vida diária e devem ser para nó s princípios que orientem e determinem a vida social, política e econó mica do nosso país. Como povo de Deus devemos responder ao Senhor com fidelidade vivendo os mandamentos, não apenas professando-os mas, antes de tudo, colocando-os em actos. Por isso seria louvável que, ao terminar de ler este artigo, pudesses ler os 10 mandamentos, um por um, e possas inferir deles o que Deus nos propõe como caminho da libertação. Deus não nos quer escravos mas sim livres, irmãos e não inimigos, unidos e não divididos, construindo juntos uma nova ordem social, justa e solidária; esta é uma tarefa que somos chamados a realizar no nosso país, com a participação de todos os homens e mulheres que aqui habitam.
14 | traçoS de portugal
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Seixal:
cidade histórica Liliana da Silva
lilianadasilva19@hotmail.com
O concelho do Seixal com as suas seis freguesias: Paio Pires, Amora, Arrentela, Corroios, Fernão Ferro e Seixal, localiza-se na margem sul do Rio Tejo e faz fronteira a sul com o concelho de Sesimbra. Este concelho português encontra-se estreitamente ligado a Lisboa por via fluvial e ferroviária. As suas condições e características converteram o Seixal num município que, apesar de encerrar uma grande importâ ncia histó rica, caminha rumo ao desenvolvimento e ao progresso com passos de gigante. O Seixal remonta à época dos Descobrimentos e dos grandes navegadores, como o recorda a sua proximidade ao Tejo. Estes dois elementos, o rio Tejo e o Seixal, estão indissociavelmente ligados. O rio molda a paisagem e, ao longo dos anos, tem sido factor determinante para o enraizamento das populações, determinando modos de vida e formas de subsistência. A Cidade do Seixal terá tido origem, muito provavelmente, num pequeno nú cleo de pescadores e o seu nome poderá estar associado à grande quantidade de seixos existentes nas praias ribeirinhas que seriam utilizadas como lastro nas embarcações. Era no Seixal que Vasco da Gama habitava e construiu a sua frota marítima para navegar até à Í ndia. O que visitar no Seixal: Neste concelho o Patrimó nio Natural é um dos grandes protagonistas. Uma paisagem privilegiada que pode ser desfrutada através da prática de diversos desportos. Pode, por isso, visitar a Baía do Seixal, que pela sua singularidade tem condições naturais para a prática de modalidades desportivas ou lú dicas. É de salientar a fauna aquática existente, em particular no Sapal de Corroios. Este local ser-
A 20 minutos de Lisboa, Seixal possui uma localização extraordinária e privilegiada ao longo das águas do Rio Tejo. Uma calma e tranquilidade a que estão agradecidos todos aqueles que vivem o dia-a-dia de uma cidade pó s-moderna.
ve de pouso temporário para muitas aves migrató rias como o flamingo, o alfaiate, a garça e o pato-bravo, que aqui procuram alimento e abrigo. O Sapal de Corroios funciona também como uma maternidade para diversas espécies de moluscos, crustáceos e peixes. Quanto a monumentos, o turista pode deleitar-se visitando alguns locais como: - Moinho de Maré de Corroios: mandado construir por Don Nuno Alvares Pereira
em 1403. Este Moinho, conhecido também por Moinho do Castelo, mantém-se em condições de funcionamento até aos nossos dias. - Fábrica de Cortiça Mundet: esta fábrica converteu-se na maior empresa portuguesa do sector corticeiro, e, durante algum tempo, do Mundo. A Mundet é hoje um lugar carregado de histó ria e de vida de algumas gerações de seixalenses. - Nú cleo Naval de Arren-
tela: Neste importante lugar da geografia do Seixal, constroem-se e reparam-se artesanalmente barcos do Tejo, executados à escala, a partir da reprodução de planos adquiridos no Museu da Marinha. - Quinta da Trindade: esta edificação data de finais do século XIV. No interior do edifício, bem como no exterior nos muros que o cercam -, podemos encontrar restos de azulejos figurativos. Ao percorrer os dois andares do edifício principal da Quinta da Trindade, obtém-se uma panorâ mica geral da histó ria do azulejo em Portugal, visto existirem exemplares representativos dos mais diversos géneros e tendências decorativas. - Igreja de Nossa Senhora da Consolação: datada de finais do século XV, esta importante igreja está classificada como Imó vel de Interesse Pú blico para a região. O estilo decorativo predominante é o barroco, resultante das grandes obras que a igreja sofreu apó s o terramoto de 1755.. Fonte: www.cm-seixal.pt
Festas para todo o ano: O concelho do Seixal possui um vasto programa de actividades anuais, nas quais se integram também as Festas Populares, sendo as de São Pedro as mais apreciadas pelos Seixalenses que, precisamente nesta data comemoram o feriado municipal. Desde 1736, um século antes da criação do concelho, que se têm realizado todos os anos as Festas de São Pedro, nos primó rdios só no dia 29 de Junho, depois nos três dias que antecedem à data, e mais tarde com uma semana de antecedência. No passado destacavam-se os arraiais populares, as provas desportivas (natação e futebol), os concertos pelas bandas filarmó nicas locais, a actuação de ranchos folcló ricos e exposições de índole diversa. Na madrugada que antecede o dia 29 de Junho, Dia de São Pedro, é tradição realizar-se no Seixal um baile popular que culmina com a Marcha das Canas. Ao nascer do Sol, os resistentes da noite partem, de toalha branca ao ombro, acompanhados de uma charanga, improvisada com mú sicos da terra que sempre existiram em grande nú mero, até à Quinta Grande, local onde todos os participantes lavavam a cara e depois voltavam com uma cana, hasteavam a toalha e regressavam, cantando de harmonia com a letra e mú sica. Desde 1970 que já não se vai lavar a cara à Quinta Grande mas sim ao Bairro Manuel André, junto à Colectividade Portugal Cultura e Recreio. No entanto a tradição mantém-se e ainda permanece a Marcha das Canas, que normalmente é composta por um Seixalense.
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CULTURA | 15
Língua portuguesa na UCV José Miguel Carrasquel Jocmigl1@hotmail.com
língua e a cultura portuguesas conheceram um novo auge internacional a meados dos anos 90. Na Venezuela, por exemplo, o idioma é usado por quase toda a população de Santa Elena de Uairèn (zona fronteiriça com o Brasil). A proximidade com o Brasil e o contacto com portugueses que vivem no nosso país estimularam o interesse pelo estudo da língua portuguesa, tanto nos jovens como nos adultos. A Fundação da Escola de Idiomas Modernos da Universidade Central da Venezuela (FUNDEIM) oferece, no leque de disciplinas, a alternativa de estudar vários idiomas, entre os quais está o português. Este idioma também se ensina na Escola de Letras da Universidade Central da Venezuela (UCV) e é a ú nica cátedra que recebe alunos de diferentes escolas.
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Um grupo de 25 alunos que frequentam diferentes cursos, entre os quais Filosofia, Idiomas Modernos e Comunicação Social, optaram por conhecer o idioma e a cultura portugueses Actualmente, um grupo de 25 alunos que frequentam diferentes cursos, entre os quais Filosofia, Idiomas Modernos e Comunicação Social, optaram por aprender, este ano, o idioma e a cultura portugueses. O início da aprendizagem desta língua decorreu no período lectivo II - 2005 e vai terminar no primeiro trimestre de 2007, tendo uma duração de três semestres. Este tempo vai ser utilizado para as aulas de gramática, fonética, cultura e histó ria da língua portuguesa. Os responsáveis pelo ensino deste idioma são: María
Puig, directora da Escola de Letras da Faculdade de Humanidades da UCV; Felipe Saavedra, leitor do Instituto Camões em Caracas e ainda Carla Pimentel, secretária do Centro de Língua Portuguesa do Instituto Camões em Caracas. Luis Silva, filho de pais madeirenses e estudante do nono semestre na escola de Filosofia, disse que « o curso permite-me ter um maior domínio sobre o idioma e, para além disso, posso reflectir sobre os fundamentos histó ricos e culturais do Brasil e Portugal» . Por seu turno, María Julieta Noguera, aluna da escola de Letras sem vínculos sanguíneos a Portugal, manifestou que a « aprendizagem deste idioma é funcional dentro da minha área porque posso compreender textos literários que antes não entendia. Agora leio literatura e poesia na língua original» . Também a cultura do vinho, a gastronomia, a his-
Um museu português no Uruguai Noélia de Abreu noeliadeabreu@gmail.com
Museu Português fica situado na Plaza Mayor e é uma das mais antigas relíquias de Colonia del Sacramento, no Uruguai. Parte do edifício, de tecto de telhas a quatro águas, é de estilo português e pertencente à primeira metade do século XVIII, enquanto a parte posterior e uma das fachadas são do período espanhol, dos finais dessa centú ria. Foi inaugurado em 1977 e pertenceu originalmente à família Ríos. O corpo central é uma construção portuguesa que data de 1720, aproximadamente, com muros exteriores de pedra com uma espessura entre 60 a mais de 90 centímetros. As suas paredes exteriores, tabiques e alguns pisos, são originais. Tudo neste museu “ respira” histó ria. A sala dos Governadores, com os seus azulejos, os uniformes do “ Regimento de Dragões” de 1772, uma valiosa série de armas de fabrico inglês utilizadas pelas forças portuguesas nas guerras
No curso estuda-se gramática, fonética, cultura e história da língua lusa.
tó ria futebolística de Portugal e ainda o auge da capoeira são algumas das coisas que mais atraem os jovens que estão neste curso. Oscar González, aluno do terceiro semestre na escola de Comunicação Social, está há mais de um ano imerso na aprendizagem da língua e cultura portuguesas. « Dese-
jo fazer uma especialização no Brasil ou em Portugal, exercer a minha profissão em algum meio alternativo. O português representa uma ferramenta de muita utilidade no meu desempenho como futuro profissional da comunicação» , disse, expressando-se em português.
12 dias de quotidiano poético em Santo Tirso Câ mara de Santo Tirso apresentou segunda-feira o evento “ A Poesia Está na Rua” , uma maratona de 12 dias dedicada à expressão poética, com uma encenação que envolveu uma ambulâ ncia para demonstrar as “ virtudes terapêuticas” dos versos. A conferência de imprensa para apresentação da “ A Poesia está na Rua” foi interrompida com a chegada ao local de uma ambulâ ncia que transportava um “ paciente” com um “ ataque de ansiedade” e que foi “ curado” com um “ medicamento genérico poético de largo espectro” , o “ Poemax XR” . “ A Poesia está na Rua” decorre desde hoje até dia 21, sob o lema “ A Poesia faz bem à Saú de” , incluindo uma conferência sobre “ Virtudes Terapêuticas da Poesia” , pelo cardiologista João Lopes Gomes. O certame - que este ano decorre em terceira edição -
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O Museu de Colonia del Sacramento permite apreciar a história luso-uruguaia
pela posse da Colonia, estandartes de guerra, miniaturas de bronze e escudos policromados, peças de cerâ mica populares e elementos de navegação da época, todos eles em excelente estado de conservação. Um dos tesouros do museu é o escudo de Portugal. Entre as relíquias encontram-se também espingardas “ pedernal” , espadas e balas de canhão. No só tão da casa, na Sala dos Navegantes Portugueses, encontram-se astrolábios, quadrantes, réplicas de caravelas e mapas do princípio do século
XVI. Destacam-se dois jogos de sala estilo João V feitos em madeira jacarandá, um baú do século XVIII, réplicas de cerâ micas do século XVIII feitas em Lisboa com os mesmos moldes de 1740. Os vestígios dos colonizadores portugueses que chegaram a Colonia del Sacramento mantêm-se intactos através da existência deste museu, que permite aos seus visitantes uma “ viagem” até à época colonial e apreciar a histó ria luso-uruguaia.
“ promete continuar a surpreender pela forma como se pretende, mais uma vez, enquadrar a poesia nas cenas do quotidiano” , referiu o presidente da autarquia, Castro Fernandes, apó s a encenação. “ Com a realização deste evento, a Câ mara Municipal procura envolver a comunidade tirsense em todo o processo - da concepção à execução prática -, pelo que, por todo o município, pelas ruas, pelos espaços pú blicos, pelas igrejas e até pelas farmácias e hospital, os versos vão andar à solta” , frisou o autarca.
16 | LAZER
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Aileen regressa em “ Por todo lo alto” Carlos Orellana corellanacorreio@hotmail.com
Radio Caracas Televisió n (RCTV) estreia, este mês, o seu mais recente projecto dramático, intitulado “ Por Todo lo Alto” , no qual a luso-descendente Aileen Celeste interpreta Victoria Bermú dez de Torres, uma bela e eficiente hospedeira de bordo, amiga de infâ ncia de Anabela (Marianela González). A ruiva de olhos verdes personifica uma mulher casada com Tomás Torres (Ricardo Bianchi), com quem tem uma menina de seis anos. Centra a sua vida no lar, na filha e no marido. Com muito esforço e sacrifício espera alcançar o equilí-
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brio econó mico e sentimental que tanto deseja. Ela é fantasiosa, algo alarmista e um tanto superficial, mas tem bom coração e uma lealdade a toda a prova. Com este personagem, afirma sentir-se feliz e orgulhosa de pertencer a este elenco. « Este é um trabalho importante para a minha carreira como actriz. Estou encantada de poder fazê-lo. O meu personagem é muito belo e tem coisas parecidas à minha maneira de ser» , comentou, em entrevista exclusiva ao Correio de Venezuela. Inspirada no agitado e moderno mundo aeronáutico, a autora aposta nas histó rias actuais, simples e verosímeis. Como Vivel Nouel - escritor dramático - a descreveu, « esta telenovela é uma trepidante via-
Primeira Noite de Fado realiza-se a 25 de Março
gem de personagens reais, cujas vidas flutuam entre o céu e a terra» . Para além de Celeste, esta histó ria ganha vida graças a um elenco de primeira categoria, composto por artistas como Roxana Díaz, Marianela González, Winston Vallenilla, Jeró nimo Gil e Ámbar Díaz. Junto a eles também vão estar figuras bem conhecidas da televisão venezuelana como Marialejandra Martín, Jean Carlo Simancas e Daniel Alvarado. No mundo atribulado da aviação, no qual reinam a competitividade e os desafios profissionais, a aventura e o romance sem freio conduzirão cada um dos destinos dos personagens até ao seu pró prio céu, e vão utilizar as suas pró prias armas até alcançá-lo.
Após a sua participação na telenovela “Mujer con Pantalones”, a jovem actriz interpreta um personagem diferente no qual admite sentir-se muito feliz.
Danzas Luso Victorianas estreia produção musical Carlos Orellana corellanacorreio@hotmail.com
radições da Nossa Terra” é o título do trabalho musical que apresenta o grupo folcló rico “ Danzas Luso Victorianas” . No CD mistura-se um reportó rio de mú sica popular madeirense e do continente português, numa produção que poderá ser escutada ao longo de 11 temas, entre os quais se encontra uma canção inédita intitulada “ La Marcha de la Despedida” , cuja letra é da autoria de Irene Pacheco. Além disso, o álbum contém algumas melodias já conhecidas de muitos, como “ Pandeiros” , “ Rapsó dia Continental” , “ Bailinho de Santana” , entre outros. Segundo refere o cantor Ricardo Rodríguez, o grupo procura fazer prevalecer os valores e tradições folcló ricas de Portugal. « Neste disco inspirámo-nos na manutenção dessas melodias populares das te-
“ T A entrada terá um custo aproximado de 35 mil bolívares
Centro Português de Guayana realiza, no pró ximo dia 25 de Março, a primeira “ Noite de Fado” do corrente ano, momento que conta com o contributo da cantora Celeste Moreira, artista de reconhecidos méritos que promete deleitar os membros da comunidade lusa do Estado Bolívar em particular e os outros amantes do fado em geral. A entrada terá um custo aproximado de 35 mil bolívares, quantia que permitirá a entrada no salão principal do clube, lugar para onde foi marcado o espectáculo. Para o mês de Abril,
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mais precisamente no dia 29, o cantor português Jorge Ferreira vai apresentar-se nas instalações do mesmo Centro Português, data que marca o arranque da digressão que o vai levar a todas as cidades do país. O périplo espectacular será realizado na companhia do “ cantautor” Carlos Kanto. O valor a despender para se poder estar presente no Centro e assistir a este espectáculo foi fixado em 70 mil bolívares, para só cios, enquanto o preço para convidados será de 85 mil. Os tickets podem ser levantados na secretaria do Centro Português de Guayana.
O grupo folclórico está integrado por 40 pessoas
rras lusitanas, temas que devem servir para as futuras gerações de modo a que não se perca o interesse pelo país» , observou. Rodríguez esteve encarregado de realizar uma série de arranjos para a produção, sendo também dele a voz masculina que aparece nas canções contidas no CD. Irene Pacheco ficou com a responsabilidade de contribuir com a sua voz
feminina de modo a introduzir esse toque doce que acaba por cativar todos aqueles que apreciam as suas melodias. Importa destacar que são perto de 40 pessoas as que integram esta agrupação folcló rica, os quais estão ansiosamente à espera do seu segundo aniversário, o qual será celebrado, com mú sica lusa e bacalao, no pró ximo mês de maio.
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18 | PORTUGAL
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Mais hospitais passam a entidades empresariais O ministro da Saú de, Correia de Campos, anunciou que até ao final de Junho « uma nova vaga» de hospitais vai ganhar o estatuto jurídico de empresa pú blica, com regras de gestão semelhantes ao regime privado. « Até ao fim do primeiro semestre o Governo vai avançar com uma nova vaga de hospitais a empresarializar» , afirmou Correia de Campos na abertura do XXVI Congresso Nacional de Cirurgia, que decorre até quarta-feira na Culturgest, em Lisboa. No início deste ano, o Governo transformou 36 hospitais em “ Entidades Pú blicas Empresariais (EPE)” com o objectivo de “ uma melhor prestação de cuidados de saú de através da optimização dos recursos” . Além dos 31 hospitais que o Governo PSD/CDSPP havia transformado em sociedades anó nimas, passaram a EPE no passado mês de Janeiro mais cinco instituições, entre as quais dois dos maiores hospitais do país: Santa Maria, em Lisboa, e São João, no Porto. O capital estatutário dos
O objectivo é «uma melhor prestação de cuidados de saúde através da optimização dos recursos».
hospitais EPE é detido pelo Estado e pode ser aumentado ou reduzido por despacho conjunto dos ministros das Finanças e da Saú de. A medida anunciada por Correia de Campos insere-se no “ esforço” que o Governo está a fazer para « reconverter os hospitais que têm ainda um estatuto convencional, em hospitais modernos» , afirmou o ministro, que não especificou quais os estabelecimentos de saú de que vão agora ser transformados em EPE. « O esforço que estamos a fazer para transfor-
mar os hospitais que têm ensino em grandes e modernos estabelecimentos é um esforço que estava adormecido há seguramente 20 anos» , sublinhou. Durante a sua intervenção no congresso, o ministro da Saú de reafirmou ainda a necessidade de reconstruir os hospitais civis de Lisboa. « É um trabalho que tem de ser começado. Não podemos mais tempo protelar o ostracismo a que foram votados os hospitais civis de Lisboa» , que tiveram « uma carreira tão brilhante na vi-
da médica portuguesa» , salientou Correia de Campos. Para o ministro, essa « tradição» não se pode perder e devem reunir-se « todos os esforços para reconstruir os hospitais civis de Lisboa, talvez com outro nome, como hospital de Todos os Santos, mas com o mesmo substrato e a mesma realidade institucional» , acrescentou. Um estudo encomendado pelo Governo a uma equipa de especialistas da Escola de Gestão do Porto e divulgado no início de Fevereiro indica que a construção do hospital de Todos os Santos, na zona oriental de Lisboa, deve ter prioridade sobre outras cinco unidades previstas para outros pontos do país. Contudo, os autores do estudo defendem que a construção deste hospital só se justifica caso sejam encerrados os hospitais de S.José, Capuchos, Desterro e Santa Marta, situados no centro de Lisboa. O ministro da Saú de anunciou ainda no congresso que o Governo aumentou este ano a dotação anual para a investigação, passando de 500 mil euros para cinco milhões de euros.
Repensar o cú mulo jurídico Presidente da Repú blica cessante, Jorge Sampaio, convidou segunda-feira os políticos a « olharem para os processos» judiciais e a repensarem a forma como é calculado o somató rio das penas a que é condenado um arguido. « Atrever-me-ia a convidar os dirigentes políticos a olharem para os processos e para o que significa fazer cú mulos jurídicos, às vezes três pequenos delitos dão oito anos (de pena de prisão), com a maior simplicidade, em Portugal» , disse Jorge Sampaio, no final de
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uma visita ao Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL). Perante o ministro da Justiça, Alberto Costa, e vários responsáveis pela área dos serviços prisionais, o
Chefe de Estado confessou que esta foi uma das coisas que mais o impressionou ao longo dos dez anos de mandato neste domínio. « Fui vendo o que são as medidas das penas em Por-
tugal, a completa disfunção entre a discussão normal... e depois acontece um crime e é preciso aumentar a pena é das coisas que mais me impressionou» , acrescentou. Na sessão, que encerrou uma manhã passada a falar com reclusos, alguns dos quais por si indultados, Jorge Sampaio considerou ter tido « um papel» na « descrispação cultural em relação à toxicodependência» , nomeadamente no que diz respeito ao introdução do tratamento de substituição baseado na metadona.
breves Comerciantes criticam suspensão de intercidades na linha do Douro A direcção da associação comercial da Régua condenou a suspensão do comboio Intercidades na Linha do Douro a partir de domingo, uma medida que considera ser penalizadora para a região duriense. A Associação Comercial e Industrial dos concelhos do Peso da Régua Santa Marta de Penaguião e Mesão Frio (ACIR) frisou, em comunicado, que a suspensão do Intercidades pode “representar o início do fim da linha do Douro até ao Peso da Régua”.
Sismo de fraca intensidade sentido na ilha de São Miguel Um sismo de pequena intensidade foi sentido na segunda-feira na zona centro da ilha de São Miguel, no âmbito de uma actividade sísmica acima do normal que se regista desde Maio, anunciou a Protecção Civil dos Açores. Sem registar danos, o abalo foi sentido com a intensidade máxima de grau IV na escala de Mercalli modificada (XII pontos) nas localidades de Água d’Alto e Vila Franca do Campo e de III em Água de Pau, Porto Formoso e São Brás. O epicentro deste sismo foi localizado a cerca de quatro quilómetros a Norte de Água d’Alto, disse a mesma fonte.
Associações da GNR e PSP estão contra unidade táctica da PJ A Associação dos Profissionais da Guarda da GNR e duas associações sindicais da PSP manifestaram-se contra a eventual criação de uma unidade de resposta táctica da Polícia Judiciária, admitida pelo Director Nacional da PJ. Tanto a PSP como a GNR já têm unidades especiais, cuja actuação é actualmente requerida pela PJ, como o Grupo de Operações Especiais (PSP) e a Companhia de Operações Especiais (GNR). O director nacional da PJ disse à agência Lusa que a Judiciária propôs ao Ministério da Justiça a criação de uma unidade de resposta táctica para “apetrechar” a Direcção Central de Combate ao Terrorismo (DCCB).
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Sócrates: « O mais difícil está para vir» primeiro-ministro considera que os objectivos e medidas mais difíceis ainda estão para vir, como disse em entrevista publicada pelo Expresso, na qual reafirma querer reduzir este ano o défice de seis para 4,8%. No início do segundo ano do mandato do Governo, José Só crates admite que “ o mais difícil é o que [ainda] está para vir, o que falta fazer e não o que já está feito” , rejeitando, no entanto, aumentos dos impostos “ para além dos que estão previstos no Pacto de Estabilidade e Crescimento entregue em Bruxelas” . Reafirmando que o Governo vai “ reduzir o défice de 6 para 4,8% num clima de crescimento econó mico ainda fraco” , Só crates acrescentou que o “ nível de exigência e de insistência nas
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linhas políticas deve manterse” , já que se espera que a Europa e Portugal recuperem nos pró ximos anos. Na entrevista, o primeiroministro refere também ter “ boas expectativas e boas razões para as ter” relativamente à sua coabitação com o novo presidente da Repú blica Cavaco Silva, que acredita que irá “ ter um mandato que corresponderá exactamente ao que disse na campanha” . Apesar de o seu colega de partido Manuel Alegre ter ti-
do mais votos, como candidato independente, Só crates assegura que hoje teria de novo apoiado Mário Soares como candidato a Presidente da Repú blica. Salientando que o orçamento da União Europeia (UE) “ ainda não está fechado” , Só crates admite que os cortes orçamentais de Bruxelas poderão prejudicar a construção de novo aeroporto na Ota. “ O investimento pú blico é muito reduzido e, no limite, poderia até não haver investimento pú blico sem colocar o projecto [da Ota] em causa” , afirma. No caso do TGV, a Europa “ atribuirá às redes europeias a prioridade que sempre atribuiu” , refere Só crates, referindo que o projecto do comboio de alta velocidade não será prejudicado.
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10 telefonemas/dia por causa da gripe sede de Lisboa da Associação para a Defesa dos Direitos dos Consumidores - DECO está a receber, por dia, cerca de uma dezena de telefonemas de associados preocupados com a o vírus da gripe das aves, disse à agência Lusa fonte da instituição. « Começamos a receber telefonemas em Outubro, mas o nú mero aumentou a partir de Fevereiro quando a gripe das aves chegou à Europa. Neste momento recebemos por dia cerca de uma dezena de chamadas só na sede de Lisboa, fora as delegações do país» , disse Graça Cabral da DECO. Devido ao elevado nú mero de associados preocupados com o vírus da gripe H5N1 que continua a ser manchete nos ó rgãos de comunicação social - a Associação decidiu colocar o tema em destaque na sua página da Internet.
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Os técnicos alimentares da DECO têm dado informação sobre o vírus a todos os funcionários que atendem as chamadas dos associados, desde as telefonistas ao serviço de “ call center” . « As pessoas perguntam, nomeadamente, se podem consumidor frango, onde o podem comprar em segurança, se há risco em comer peru, pato, ovos ou pasta de fígado» , adiantou. Na sua página de Internet, a DECO responde às principais dú vidas dos associados: como se faz o contágio, quem corre maior risco, quem deve receber a vacina da gripe, quais os sintomas da doença e quem contactar e se podemos consumir carne de aves e ovos. A Associação salienta que a situação “ não é, neste momento, alarmante” , apesar de surgirem todos os dias novos casos da doença em aves de diferentes pontos da Europa.
Câmara rejeita Plano para Parque Serra Estrela Câ mara da Covilhã vai emitir um parecer negativo à proposta de Plano de Ordenamento do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), anunciou o presidente da Câ mara, Carlos Pinto. Segundo o autarca, as mudanças propostas criam limitações ao investimento turístico na Serra da Estrela e à construção de uma nova barragem. As alterações apontadas pelo Instituto de Conservação da Natureza (ICN) destinam-se a adequar a área e regulamentos do PNSE à legislação actual. O Plano de Ordenamento ainda em vigor na montanha mais alta de Portugal continental data de 1990. « As alterações que se pretendem levar à prática inviabilizam projectos turísticos e do domínio hídrico necessários para desenvolver o concelho» , alerta o presidente da Câ mara da Covilhã. Com as alterações propostas, « são criadas limitações quanto ao que se pode fazer nas zonas da Penhas da Saú de e da Torre, por exemplo» , diz o autarca, sublinhando não prever que os entraves se possam ultrapassar mais tarde. Carlos Pinto apela ao PNSE para
A Autonomia financeira do ensino superior líder do PSD anunciou que os sociais-democratas vão apresentar no Parlamento duas iniciativas para o sector da educação, incluindo um projecto de lei para « acentuar» a autonomia financeira do ensino superior. « É essencial premiar a boa gestão, caso contrário não estamos a incenti var o mérito» , afirmou Marques Mendes, no final de um almoço com as Federações Nacionais e Distritais do Ensino Superior. Sem adiantar pormenores sobre o diploma que o PSD está
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a preparar, o líder do PSD disse apenas que se trata de « um projecto de lei para acentuar as nec essidades de uma maior autonomia financeira» . A outra iniciativa parlamentar dos sociais-democratas tem como “ alvo” o s jovens licenciados no desemprego. Segundo Marques Mendes, este diploma prevê a criação de « um programa na cional de formação e reciclagem de jovens licenciados» , destinado essencialmente à « requalificação» daqueles que já têm um curso superior.
que reveja a proposta, para que a preservação do ambiente “ seja compatível com o desenvolvimento” . « Ainda por cima, já se conhecem os projectos e a topologia dos equipamentos pretendidos, como é o caso da barragem» , que a autarquia pretende construir no Vale das Cortes. « Não faz sentido rever o Plano de Ordenamento para entrar em conflito com um conjunto de projectos entretanto desenvolvido» , conclui. Para além da posição da Câ mara, cujo parecer não é vinculativo, também a Assembleia Municipal da Covilhã aprovou na sexta-feira, dia 3, uma moção de rejeição à proposta de Plano de Ordenamento do PNSE.
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Empresas “chumbam” Plano Tecnológico O Plano Tecnoló gico lançado pelo Governo de José Só crates terá um efeito pouco relevante para as empresas, segundo um inquérito realizado pela consultora Deloitte a mais de 231 empresas a operar em Portugal. O resultado do inquérito da Deloitte, a que o Diário de Notícias teve acesso, mostra que as empresas - quando inquiridas sobre o efeito que o Plano Tecnoló gico terá na sua organização - respondem que não encontram qualquer vantagem significativa. De acordo com o inquérito, uma em cada três empresas (um terço) considera mesmo que a bandeira política do actual Governo não terá qualquer efeito, enquanto uma em cada duas empresas diz que os efeitos serão pouco relevantes. O Plano Tecnoló gico só terá mesmo um efeito muito relevante para pouco mais de seis por cento das empresas inquiridas, havendo ainda nove por cento que não responde-
breves Obra do centro de saúde retomada após ultimato da autarquia As obras do centro de saúde de Mirandela, no Distrito de Bragança, que se encontravam paradas há meio ano, foram retomadas depois do ultimato da Câmara ao empreiteiro na sexta-feira, dia 3. A autarquia local ameaçou tomar posse administrativa da empreitada e rescindir o contrato com o empreiteiro, se os trabalhos não fossem retomados. Segundo o autarca José Silvano, a paragem não vai encarecer o custo de 1,3 milhões de euros orçamentados nem provocar atrasos consideráveis na conclusão do projecto.
“ Avôs-Metralha” condenados a 8 e 4,5 anos de prisão Uma em cada três empresas (um terço) considera que as medidas não terão qualquer efeito.
ram à questão. As mesmas empresas, quando questionadas sobre quais serão os objectivos do Plano Tecnoló gico, mostram que a competitividade e o incentivo ao desenvolvimento científico e tecnoló gico são os objectivos mais relevantes. O terceiro objectivo mais votado pelas empresas inquiridas diz respeito ao incentivo à investigação e desenvolvimento. Os inquiridos dão algu-
ma importâ ncia à criação da Empresa na Hora, que consideram um passo para a desburocratização, mas não o encaram como um factor de competitividade, escreve o DN. O impacto mais relevante desta medida, para 74 por cento dos inquiridos, é a desburocratização da administração pú blica. Só depois aparece a dinamização do sector empresarial (64 por cento). Apenas uma em cada
quatro (25 por cento) empresas considera que esta medida aumenta a competitividade empresarial e 31 por cento acham que estimula a economia. O Plano Tecnoló gico é um programa governamental que visa, entre outros objectivos, estimular os investimentos pú blicos e privados em áreas estratégicas como a inovação e a tecnologia e modernizar a estrutura do Estado.
Município de Elvas arranca com obras de requalificação orçadas em 1,5 milhões de euros Câ mara Municipal de Elvas anunciou o arranque das obras de requalificação do Rossio de São Francisco, pró ximo do Aqueduto da Amoreira, num investimento de 1,5 milhões de euros. Numa área de 55 mil metros quadrados, a obra abrange, segundo a autarquia, o espaço onde se realiza o mercado quinzenal da cidade e deverá ficar concluída ainda este ano. Os trabalhos, que envolvem a limpeza do local e a pavimentação com vários tipos de aplicações, estão integrados nos planos de arranjo paisagístico e urbano. O local
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Câmara requalificou uma área de 55 mil metros quadrados.
vai ficar dotado de iluminação, encaminhamento de águas pluviais, sistema de rega e um espaço verde. Bancos, bebedouros e papeleiras metálicas vão ser alguns dos equipamentos a instalar no Rossio de São Francisco de forma a dar ao espaço um melhor aspecto e mais acolhedor. O município de Elvas divulgou ainda que a circular à cidade vai passar sob o Aqueduto da Amoreira, através de quatro arcos, dois em cada sentido, e por esse facto a rotunda da Avenida de Badajoz vai sofrer ligeiras alterações.
O Tribunal de Sintra condenou os dois principais arguidos do caso conhecido como “Avôs-Metralha”, Vítor Rocha e Manuel Pires, a oito anos e a quatro anos e meio de prisão, respectivamente. A presidente do colectivo de juízes, Paula Sá Couto, condenou Vítor Rocha, 67 anos, a uma pena única de oito anos de prisão por dois crimes de furto qualificado, tráfico de droga, falsificação de documentos e posse de arma proibida. O outro arguido, Manuel Pires, 72 anos, foi condenado a uma pena única de quatro anos e meio de prisão por dois crimes de furto qualificado e por detenção ilegal de arma. A juíza não considerou a idade avançada dos arguidos um atenuante, mas antes afirmou que esta deveria servir para lhes conferir uma maturidade que não demonstraram.
Advogado de “ Bibi” foi suspenso por seis meses O advogado José Maria Martins, que defende o principal arguido do processo Casa Pia, Carlos Silvino da Silva (”Bibi”), foi suspenso por seis meses por decisão do Conselho Deontológico da Ordem dos Advogados, disse fonte desta organização. A fonte explicou que a decisão, lida em audiência pública da Ordem, é recorrível e com efeitos suspensivos, pelo que José Maria Martins pode não cumprir para já a suspensão. A decisão da Ordem relaciona-se com uma desavença do causídico com Serra Lopes, advogado do arguido Carlos Cruz, numa sessão do Tribunal que julga o processo de pedofilia da Casa Pia.
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22 | OPINIÃO
CORREIO DE VENEZUELA -16 DE MARÇO DE 2006
O dia de Todas as Mulheres!
Luís Barreira
passado dia 8 de Março, foi o dia das mulheres! De todas as mulheres. Daquelas que permanecem como "fadas do lar" por opção, ou obrigação e das outras, as que enveredaram por uma profissão, no mercado de trabalho que lhes é disponível. Daquelas cujos maridos, a educação e a cultura machista ancestral, das nossas sociedades, não lhes permitem ser outra coisa que repro-
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dutoras, guardiã dos filhos, cozinheiras atentas, costureiras aprumadas, amantes disponíveis, serventes de limpeza e gestoras do orçamento familiar. Mas é também o dia das outras, das que trabalham fora e dentro de casa, que se levantam mais cedo para tratar dos pequenos almoços, fazer as camas, levar os filhos à creche, apanhar o autocarro e correr para o trabalho, sair à pressa para ir buscar os miú dos, fazer umas compras no supermercado, dar um arrumo à casa, fazer o jantar, dar banho aos putos e colocá-los a dormir, lavar a loiça e arrumar a cozinha e... por fim, sentarse pesadamente no sofá esperando as reacções do marido. É o dia daqueles seres considerados teoricamente iguais aos homens, que vivem trabalham e morrem em sociedades encharcadas em leis igualitárias, de respeito pelos direitos dos homens, das mulheres, das crianças, dos vel-
hos, das diferenças étnicas, dos animais domésticos e selvagens, das árvores, do ar, da água. É o dia em que se lembram as leis, para no dia seguinte se esquecerem por completo e por mais um ano. Que se fazem grandes discursos e promessas de vontade pú blica, para serem ignorados, na esfera da vida privada. Foi também o dia das mulheres de sucesso. Gestoras, políticas, patroas, artistas reconhecidas, médicas, jornalistas, advogadas, cientistas. Daquelas que alguma vez se interessaram em evocar os direitos das mulheres e das outras, as que, ao atingirem o sucesso, se esqueceram das suas semelhantes e se comportam como os homens. E, a propó sito disso mesmo, e porque é o dia de todas as mulheres, é também o dia daquelas que erradamente pensam que, para obter a igualdade em relação aos homens, há que lutar contra eles, substituindo-os, como se
o mundo tivesse que ser masculino ou feminino. Daquelas que, quando atingem lugares de decisão, se comportam como homens, muitas vezes até na maneira de vestir, falar e agir. É o dia em que recordamos todas as mulheres. O dia das mães, das filhas, das avó s, das companheiras, das amigas, das conhecidas e das milhões de desconhecidas que vivem abaixo de cão, tapete de todas as vontades masculinas. É o dia da consideração por tudo o que realizam e de reflexão, por tudo o que não as deixamos realizar. É também o dia das outras, as que fazem dos homens "gato sapato", das "espertas", das dominadoras, das vingadoras, das conquistadoras de vantagens e de todas aquelas que querem inverter a histó ria, trilhando o mesmo caminho que lhes impuseram. Háde chegar um dia em que deixará de haver o "dia da mulher" porque... Enquanto
Histó ria de dois combatentes
João Pestana
amaleões. Assisti há dias a um congresso empresarial onde um orador, de forma filosó fica, afirmava que as ú nicas espécies animais que conseguiram sobreviver através dos séculos não foram as que eram mais fortes, nem as mais ferozes ou agressivas, nem muito menos as que eram maiores. Argumentava, e concluía este amigo profissional, dizendo: que os ú nicos animais que sim puderam escapar a todas as adversidades, e assim sobreviver até aos nossos dias, foram aqueles que determinantemente puderam ser os mais ágeis, os mais dinâ micos, e os mais velozes ou mais rápidos. Nesse momento, concordei completamente com o seu pensamento, pareceu-me muito sábio e até ló gico,
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sobretudo se fizermos comparações com grandes Empresas bem sucedidas. Mas hoje, observando (no nosso dia a dia) a infinidade de exemplos de tanta hipocrisia, falsidade, mentiras, deslealdade, e falta de sinceridade, tenho mesmo a certeza de que os ú nicos "bichos" que vão impor-se sobre os outros e garantir assim a sua sobrevivência para o futuro, vão a ser uns pequenos animaizinhos que por acaso são sumamente lentos em tudo, até no caminhar, mas que têm uma enorme e mortífera língua, e que sobretudo o mais relevante e também a sua principal arma, e a facilidade e capacidade que têm para mudar continuadamente a cor do seu corpo, e assim poder adaptar-se ou confundir-se com um ambiente, entorno ou com situações, sempre da forma como mais lhes convenha ou lhes de proveito. Sim senhores, estou exactamente a referir-me a esses famosos "Camaleões", essa nada simpática "raça" que antes só os conseguíamos na politica, mas que agora infelizmente, se multiplicaram tanto que até já os vemos (apesar da camuflagem) em qualquer lado ou canto desta "selva" em que vivemos. p.d. (qualquer semelhança com pessoas ou personagens da vida real... não, não é simples casualidade).
Transparência. Chama muito poderosamente à atenção, que nos ú ltimos dias estejam circulando no nosso (também é nosso, ou não?) CPC vários avisos e comunicados onde se destaca ou sublinha que não está permitido ingerir qualquer tipo de comidas nem bebidas, que não tenham sido compradas nos concessionários do Clube, ou seja, nenhum só cio poderá comer nem beber nada na nossa segunda casa, que não seja comprado aos comerciantes ali estabelecidos, não importa o caro que sejam nem péssimo serviço que sempre oferecem. Mas o pior, e o mais grave, é que ultimamente estes concessionários estão sendo escolhidos a dedo, ou talvez por influências, "amiguismos", etc., (com razão, quando se soube os resultados das ultimas eleições, houve um concessionário que não pô de esconder a sua alegria, e até festejou com uma grande quantidade de foguetes). Se não é assim, como se explica a pouco ou nada transparente operação de mudança do concessionário da Fonte de Soda? Será que esses avisos ou comunicados têm algo que ver com os novos concessionários? Parece que é muita casualidade, e que tanto
lhe interessa justo agora que a direcção no cumprimento dessas normas? É urgente e necessário mais, muito mais, transparência nas decisões importantes que se tomam numa colectividade, e mais ainda quando há interesses de por meio. Bem bonito que lhes ficou! E ainda dizem que o nosso Centro Português de Caracas é um clube social e sem fins de lucrativos. Eu te aviso.... Talento. Foi fantástico e de verdade maravilhoso, o espectáculo das três Comparsas de Carnaval, que nos ofereceram os Jovens do Centro Português, foi impressionante observar o esforço, dedicação, entusiasmo e motivação com que os "nossos muchachos" arregaçaram as mangas e se puseram a trabalhar tão arduamente. Estiveram mais de um mês ensaiando até altas horas da noite para cuidar que tudo fosse impecável, como tal aconteceu. Muitos deles, sacrificando todo o tempo livre que tinham, para brindar-nos esse grande e majestoso Festival. Quero expressar a minha grande admiração e reconhecimento a todo esse grandíssimo talento desta Juventude que tanto nos orgulha. Viva a "nossa" Juventude do Centro Português de Caracas!!!
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OPINIÃO | 23
Cartas Os Carnavais do Centro Português de Caracas Quero felicitar a direcção do Centro Português, como também aos organizadores do evento. Pela primeira vez, a segunda-feira de Carnaval revelou-se agradável, sem discussões, muito ordeira e com respeito mútuo entre os sócios e restantes membros da direcção. Ficou demonstrado que quando se põe de lado certos interesses e se toma em consideração que somos todos sócios, que todos temos os mesmos direitos, todos podemos ser felizes e tudo correr bem. Como disse o presidente da direcção do centro, o senhor André Pita, no dia da cerimónia da tomada de posse do novo mandato, "todos somos uma grande família e vamos a demonstrálo não apenas com palavras mas também com actos”. Que acabem as divisões, os amiguinhos, as competições, as invejas, os rancores, vamos somar amizades verdadeiras, sinceras e honestas. Como dizem os artistas e políticos que visitam o centro: O nosso Centro Português de Caracas é o maior e o mais bonito de todo o mundo e temos de acabar com a fama de que no centro só há "inveja", "aldrabices" e "bilhardices". Vamos a recuperar a juventude, muitas vezes não tida em conta, para que venham ao clube todo o ano e
não apenas por ocasião das comparsas. Eles são a geração de relevo porque são eles que darão vida ao clube daqui a uns anos. Felicito a juventude que participou na comparsa número 4, "los Village People da Madeira". Vale a pena reconhecer esse momento com que nos brindaram Analia de Sousa
Cuidar para a velhice Li no jornal que faltam apenas 500 milhões para terminar o Lar de Maracay. Sou emigrante de poucos recursos económicos, viúvo, e tenho dois filhos fora da Venezuela por razões profissionais. Portanto vivo sozinho, embora tenha vizinhos que, quando preciso da sua ajuda, não meçam esforços para me ajudar com o que seja preciso. Acho que as pessoas devem também ter uma certa responsabilidade. De mesma forma que o Jornal e as senhoras das Damas de Beneficência se preocupam em ajudar, também deviam explicar às pessoas que a "vida são dois dias". Se bem que é verdade que nalguns casos é o infortúnio que lhes bate à porta, ou é a doença, ou porque tiveram uns filhos torcidos, também existe muitos casos de pessoas que nunca se
preocuparam em guardar, em portarse bem na vida, em atender a sua família, e agora, claro está, dizem-se abandonados e muitas vezes o Correio escreve essas coisas. Acho que as pessoas devem preocupar-se um pouco com o futuro, não é que devam ter o direito de exigir a tudo e a todos que devem os ajudar como se fosse um dever enquanto que eles (nalguns casos), quando jovens o que queriam era jogos, "caña" e mulheres, e nem sequer faziam caso aos filhos e a sua família. Sou Manuel Rodrigues C. Figueira tenho 78 anos e como já escrevi vivo só. Trabalhei na construção durante 42 anos e sempre cuidei da minha família e agora graças a Deus não me falta nada na vida a não ser a presença e a companhia da minha mulher que faleceu a três anos. Manuel Rodrigues
Emigrantes até quando? Gostaria de fazer uma reflexão sobre a palavra emigrante, já que, quanto a mim, e devido a tantos anos de má interpretação acerca da condição, desvirtuaram a palavra. Estive em Portugal recentemente e não é por acaso que todos os candidatos à Presidência da República, excepto um, usaram muito a palavra emigrante, e em contrapartida, o candidato ganhador sempre utilizou
"Portugueses a residirem fora de Portugal". Acho que de uma vez por todas deveríamos acabar com esta palavra, já que na actualidade não expressa nada sobre a nossa condição de Portugueses a viver na Venezuela e noutras partes do mundo. Se repararem, bastou ver as últimas alterações de ordem pública em França, que foram atribuídas aos imigrantes, para que, cada vez que assaltam alguém ou roubam alguém, se diga que é da autoria de uma pessoa estrangeira, primeiro de "um emigrante", portanto, até se confunde muito "emigrante" com "imigrante". Então peço através do vosso jornal para que não se utilize mais esta expressão que descrimina a nossa condição de vida e também para que sensibilizem as autoridades para que de uma vez por todas acabem por tratar-nos como portugueses a residir fora de Portugal. Escrevo esta carta sensibilizado, já que assisti à Exposição do IDE e de novo a palavra emigrante estava lá desta vez como empresário. É apenas uma reflexão que vai ao encontro de milhares de pessoas que como eu não gostam de ser tratados como emigrantes em Portugal. A. D. Rodrigues
InquérIto: Que opinião tem sobre a aprovação da Lei da Nacionalidade para os luso-descendentes de terceira geração?
Manuel Fernández Dinis Comerciante
“Esta lei traz grandes benefícios aos jovens luso-descendentes e por isso estou de acordo. Eles estão no seu direito porque somos os seus familiares e merecem obter essa ajuda. Para além de que a lei vai também incitá-los a viajar até Portugal, não para emigrar, mas pelo menos para conhecer o país dos seus ascendentes e colaborar com a divulgação da cultura portuguesa e os benefícios que tem esta potência mundial.”
Guillermo Fernández Comerciante
"Parece-me excelente e estou completamente de acordo, já que os filhos e netos de emigrantes têm a oportunidade de se sentirem mais ligados aos seus ascendentes. Creio que esta lei será também positiva para o governo português, porque vão ter mais pessoas a ir a Portugal, que podem gastar dinheiro enquanto turistas, ou podem investir lá, porque antes da aprovação desta lei, os filhos de portugueses iam para Miami, para viver ou passar férias, e esperamos que agora com este benefício, as pessoas se sintam mais atraídas por Portugal e viagem para lá."
José de Oliveira Comerciante
"Creio que ambas as partes, tanto a Venezuela como Portugal, podem ter boas oportunidades de desenvolvimento com esta aprovação. Todas as pessoas que estão aqui como imigrantes têm o direito de permitir aos seus filhos e netos emigrar para Portugal, caso eles o desejem. A lei vai também trazer grandes benefícios aos jovens porque estão abertos a uma comunidade europeia, na qual se forma uma grande quantidade de pessoas, pelo que esta aprovação traz grandes oportunidades laborais, estudantis e pessoais."
Juan Pestana Corrector de seguros
"Esta lei é muito boa, tendo em consideração que esta geração tem antepassados que ganharam a sua própria pátria. Esta lei é uma forma de diferenciar a Venezuela de outros países, porque tem em conta os que estão na terceira geração. Este é um acto muito belo e mostra o lado bom do venezuelano. Há também que deixar claro que esta lei pode trazer excelentes benefícios a ambos os países, o que é muito importante e deixa muito bem vistos os dois estados. "
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CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006
"Operação arrasar" Aleixo Vieira
aleixo5151@cantv.net O evento contou com a presença de 300 empresários portugueses. Algumas questões ficaram por formular aos protagonistas da iniciativa. A pedido dos nossos leitores, tentamos, nesta entrevista, esclarecer as dúvidas dos empresários luso-venezuelanos.
uma iniciativa do Governo Regional da Madeira, foi criada a unidade de apoio aos emigrantes empresários, iniciativa que pretende privilegiar uma actuaç ão de proximidade para com os emigrantes com o objectivo de dar a conhecer a realidade empresarial regional, e simultaneamente prestar informação relevante e eficaz no exercício da actividade que o empresário pretenda realizar, bem como facilitar a criaç ão de empresas de uma maneira simples, eliminando entraves burocráticos e os tradicionais custos financeiros. A Venezuela foi o primeiro local a ser visitado pelos promotores da iniciativa. A visita contou com a presenç a do vice-presidente do Governo Regional da Madeira, João Cunha e Silva, e do presidente do IDE (Instituto de Desenvolvimento Empresarial), Jorge Faria. Ao evento acorreram cerca de trezentos empresários e a iniciativa despertou grande interesse entre os mesmos. Como é ó bvio, algumas questões e dú vidas ficaram por esclarecer. Nesta entrevista exclusiva com o presidente do IDE, Jorge Faria, tentamos esclarecer algumas das dú vidas manifestadas ao nosso jornal nos dias posteriores ao evento.
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O que é o IDE ? É o instituto que tem a ver com os apoios ao sector produtivo e a todo o tecido empresarial, excepto ao sector primário. Foi um organismo criado em 2000 e é tutelado pela vice-presidência do Governo Regional e tem a ver um pouco em poder concentrar num ú nico instituto tudo o que o empresário precisa ao nível dos apoios, e que numa ú nica casa possa resolver todos os seus problemas. Porque só agora surge a Unidade de Apoio ao Emigrante Empresário? Vem na sequência de diferentes solicitaç ões quando os governantes se deslocavam aos países de acolhimento de portugueses - digamos, do mercado da saudade - com maior incidência na Venezuela e África do Sul. As pessoas manifestavam interesse em saber sobre os apoios. Querem investir e pediam ajuda e não há dú vida que o aconselhamento é extremamente importante na fase inicial dos negó cios, até porque estão longe da sua terra e não dominam os organismos, os serviços e os canais legais para implementar o seu investimento, daí o surgimento desta dependência para a ajudar o empresário a que se integre nos canais legais.
Acha que a Madeira é um mercado atractivo para o empresário emigrante? Embora o mercado da Madeira seja exíguo, como disse anteriormente, porque estamos a falar num mercado de 270 mil pessoas, é preciso não esquecer que com o turismo chegamos a mais ou menos ao universo de 1 milhão de pessoas, além da plataforma em que estamos inseridos, que é o da União Europeia alargada e que se torna num potencial de mercado muito forte, com poder aquisitivo também forte. O Governo está interessado no investimento do emigrante na sua terra natal? A presença do vice-presidente do Governo Regional da Madeira no acto de apresentaç ão da unidade de apoio na Venezuela que foi extremamente significativa e demonstra o carinho que o Governo Regional presta a esta iniciativa para os emigrantes. O emigrante tem alguma atenç ão diferente neste sentido? Obviamente não fizemos um pacote especial para os emigrantes. O que nó s fizemos foi concentrar todos os apoios que existem e através de um diálogo directo como este que aqui realizamos, ou através da criação do nosso site na Internet ou ainda através de uma linha directa ou de um fax. O que nó s propomos é que o emigrante formule as suas questões e num máximo de 24 horas vamos responder. E isso é uma questão de honra do nosso instituto, responder todas essas questões. De que maneira a IDE pretende apoiar os emigrantes? O que queremos é fazer saber que nó s temos mecanismos e serviço que presta atenção directa ao emigrante empresário. O nosso aconselhamento como organismo especializado no apoio ao tecido empresarial é fundamental para que o processo final e a iniciativa, assim como para que a empresa tenha sucesso e que o empresário não ande de um lado para o outro evitando, assim, a frustração. Em que consistem esses apoios? Nesse sentido damos apoio jurídico, fiscal, contabilístico, econó mico-financeiro, de integraç ão de projectos. Embora a decisão seja sempre do empresário, nó s como organismo especializado vamos dizer quais são os pontos fracos e fortes da iniciativa, aconselhar na parte fiscal no aspecto da constituição da empresa que pode ser feita na hora. Enfim, criar condições para que o emigrante não se desgaste através de cartas, contactos, e através de intermediários, para que possa ter uma resposta ao que pretende. Como fazer para obter informaç ão directa
e imediata? Primeiro, acho que deve contactar o nosso site. Também temos a linha directa telefó nica, que estará a funcionar no horário de Portugal. Qual o sector em que os emigrantes têm melhor oportunidade de investimentos? A Madeira é uma região de serviços devido à sua dependência do turismo. Daí ser a nossa maior aposta. Portanto, além de criar cada vez melhor qualidade de vida para os que ali vivem e os que nos visitam, queremos criar também melhor qualidade ambiental. Se atendermos ainda à estabilidade governamental que existe na RAM, com seguranç a, com potencial nas belezas naturais, a ilha é um espaç o também para investimento na área da restauração, dos serviços (área muito procurada), no turismo, nos campos de golpe, acessos com qualidade à praia e ao mar, nas novas ferramentas e tecnologia de informaç ão. Pensamos que, neste sentido, todos os sectores são aconselháveis para investir.
CORREIO DE VENEZUELA - 9 DE MARÇO DE 2006
ECONOMIA | 25
SISAB não agradou Jean Carlos De Abreu
deabreujean@yahoo.com
s sete representantes da Câ mara de Comércio Luso-Venezuelana regressaram algo “ desiludidos” de Portugal, no passado dia 25 de Fevereiro, apó s terem participado na “ Feira Alimentaria” organizada pelo Salão Internacional do Vinho, Pescado e Agro-Alimentar (SISAB), que se realizou na capital deste país ibérico. Segundo algumas impressões recolhidas pelo Correio junto de representantes daquela Câ mara de Comércio, as expectativas depositadas no evento não foram satisfeitas da melhor forma, já que várias empresas lusas se mostraram reticentes em comercializar por causa da situação econó mica do país e também devido à regra da taxa de câ mbio do bolívar/dó lar ou euro.
O
Apesar de alguma frustração, os representantes venezuelanos ainda conseguiram contactar várias empresas, entre elas madeirenses, interessadas em exportar os produtos para o país. Contudo, os responsáveis observaram que é preciso cumprir uma série de requisitos exigentes para levar por diante a importação de vinhos desde Portugal para a Venezuela, dadas as complicações ao nível « das autorizações sanitários e de transporte» , ao contrário do que sucede, por exemplo, com o Chile, que pertence ao Mercado de Comércio Livre Andino, onde não se paga impostos alfandegários. Para ultrapassar estes entraves, Portugal e a Venezuela podiam celebrar acordos bilaterais de comércio livre, o que facilitaria a exportação de vinhos portugueses, e de outros produtos.
Mas para tal é necessário que « os representantes comerciais de origem portuguesa se ponham de acordo com os empresários venezuelanos para expandir o mercado» , concluiu um dos representantes da Câ mara de Comércio, explicando que a finalidade é dar a conhecer os produtos lusos e mostrar a qualidade dos mesmos. A ideia principal da Câ mara de Comércio Luso-Venezuelana é demonstrar que os « nossos produtos são de excelente qualidade e comercializá-los na Venezuela, que é a nossa segunda pátria» e fazer com que haja um maior contacto entre as empresas lusas e as venezuelanas. Proximamente, vão começar a trazer algumas marcas de vinhos desde Portugal com a finalidade de incrementar e expandir o intercâ mbio comercial entre ambos países, por os vínculos emigrató rios que existe entre as duas nações.
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CORREIO DE VENEZUELA - 9 DE MARÇO DE 2006
Mais de um milhar fez check-in online Mais de mil passageiros da TAP optaram por fazer o check-in através da internet, reflectindo assim o sucesso do novo serviço, disponível desde Novembro de 2005. O milésimo passageiro fez o
Breves
Disponí vel em 24 horas O check-in on line está disponível desde as 24 horas até 90 minutos antes da partida, para passageiros com reserva confirmada num voo operado pela TAP, que viajem sem bagagem ou só com bagagem de mão. O check-in online é efectuado através do site www.flytap.com, com a impressão imediata do respectivo cartão de embarque. Após a passagem pelo controlo de segurança e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, se necessário, os passageiros devem dirigir-se à porta de embarque na hora indicada no cartão de embarque e fornecer ao pessoal que assiste o voo a sua identificação e documentação válida para a viagem. A partir desse momento, mantêm-se todos os procedimentos normais. A bordo, e quando solicitado, o passageiro deverá mostrar o comprovativo do cartão de embarque que lhe foi entregue.
check-in online na quinta-feira, dia 2 de Março, tendo viajado de Lisboa para São Paulo. Madrid foi o percurso em que o check-in online foi mais procurado, seguido de Barcelona e Bruxe-
las. Inicialmente, esta facilidade estava apenas disponível à partida de Lisboa para toda a Europa mas, desde o dia 16 de Fevereiro, passou a ser possível efectuar o check-in online, também nos voos
à saída do Porto e de Faro, passando a cobrir toda a rede TAP, à excepção da Madeira, Açores, Reino Unido e Estados Unidos, dada a especificidade dos procedimentos de embarque para esses destinos.
O sucesso deste serviço deve-se à comodidade, rapidez e eficiência com que os clientes podem efectuar o check-in, sem que seja necessário recorrerem ao balcão da Companhia no aeroporto.
CORREIO DE VENEZUELA - 9 DE MARÇO DE 2006
DESPORTO | 27
FC Porto da Venezuela acabou Noélia de Abreu noeliadeabreu@gmail.com
FC Porto da Venezuela, filial nú mero 43 do clube azul e branco do Norte de Portugal, escreveu o seu nome na triste e já muito longa lista de equipas lusitanas extintas em nosso país. Desentendimentos entre os dirigentes, problemas de diversa índole (mas sobretudo de ordem financeira), deram cabo de uma equipa que andou a competir nos escalões amadores do futebol "capitalino" nos ú ltimos dois anos, representando ao clube português bicampeão europeu mundial na Venezuela. A ideia de criar o FC Porto da Venezuela surgiu quando Manuel Gouveia, ligado então à "Escola de Futebol Jachico", propô s à direcção da Casa do FC Porto da Venezuela inscrever uma equipa na respectiva associação estadual, com as cores e o emblema do clube "tripeiro". O plantel da equipa seria integrado por jogadores formados naquela Escola, e a direcção da Casa estaria encarregada de dar o apoio econó mico necessário para a sustentação
O
do clube. Altos custos e arbitragens duvidosas Antó nio dos Santos Tavares, director da Casa do FC Porto, falou ao CORREIO, para explicar a posição institucional sobre fim dos apoios financeiros à equipa de futebol. O responsável Tavares pô s em causa as arbitragens no Torneio Ibérico o palco principal onde competiam "os dragões" venezuelanos. "No primeiro ano os resultados foram normais, mais em 2005 tivemos problemas com os árbitros e ficamos muito mal classificados. Eles não trataram como aconteceu com as outras equipas e nó s temos os mesmos direitos que a Central Madeirense ou qualquer outra equipa", esclareceu. O aspecto financeiro também pesou na decisão final, pois segundo as palavras do dirigente portista, embora fosse se tratasse de um clube amador, os custos da equipa tornaram-se insustentáveis para a direcção. "Cada prémio por vitó ria para todo o plantel não baixava de 600 mil bolívares, sem falar dos gastos em botas, bolas, equipamentos e medicamentos, pois desde Portugal
não nos chega nada nem dinheiro. Tudo era suportado pelos só cios pagantes da Casa ", explicou. Dirigentes ou adeptos? Manuel Gouveia, o "pai" do FC Porto de Caracas, reconheceu que os custos de manutenção de uma equipa, embora amadora, não são baixos. Mas também reconheceu a boa disposição e a ajuda total do presidente da Casa portista, Camilo Oliveira, quem "desde o início do acordo sempre cumpriu e colaborou com a equipa", disse. Mas apontou o dedo a alguns membros da direcção da
Casa que "quando os resultados deixaram de ser bons, começaram a criticar a equipa e a propor acabar com a ajuda". Mantendo a versão de que o FC Porto "foi um alvo a abater pelas equipas de arbitragem" no ú ltimo Torneio Ibérico, não deixa de criticar a falta de paciência de alguns dirigentes "tripeiros". No futebol compete-se e não se pode ganhar sempre". Em definitivo o "Dragão" azul e branco não tornará a sair ao relvado nos campos de futebol de Caracas. Uma pena...
28 | DESPORTO
CORREIO DE VENEZUELA - 9 DE MARÇO DE 2006
Marítimo impedido de jogar mas não de sonhar Victoria Urdaneta Rengifo
victoriaurdaneta@yahoo.com
primeiro presidente do Club Sport Marítimo da Venezuela no futebol profissional venezuelano e organizador da primeira viagem da equipa a Portugal, Mário Pereira, foi contundente: “ O que mais magoa sobre a decisão do tribunal, é o tempo de espera que passamos para ao final saber que a equipa estava definitivamente de fora. Dez anos é demasiado para dar uma sentença final” , disse, mostrando-se “ convencido de que ao interpretarem as leis, se apegaram em demasia à norma e não se aperceberam do dano que estavam causando ao futebol nacional” . Para Pereira, “ o Marítimo elevou bem alto o nome da Venezuela no estrangeiro, e, países com tradição futebolística como Portugal, e contribuiu para elevar o nível do futebol, o que convinha aos restantes clubes e à liga. Apesar disto tudo, ficou demonstrado que ninguém soube dar valor” , lamentou. Mário Pereria, que também foi director do Marítimo em diversas modalidades, observou a coincidência de de-
O
cisão final ter sido conhecida “ justo quando se pensava que se podia levantar voo e já se jogava no Centro Í taloVenezuelano” . Contudo, faz questão de deixar claro que “ nunca se poderá eliminar a marca que o clube deixou aos venezuelanos e portugueses” , disse, lembrando que “ fundamos escolas em San Cristó bal e formamos crianças em várias cidades da Venezuela, contribuindo para o seu futuro como desportistas e como cidadãos, sem quaisquer objectivos econó micos, mas sim sociais” . Apesar deste cenário, o dirigente não deixa de expressar o seu optimismo: “ Vamos continuar a olhar em frente, mudaremos algumas coisas, mas voltaremos aos campos, regressaremos às escolas de futebol infantil e juvenil que antes tivemos e tanto ajudaram a população de poucos recursos” , disse, revelando que “ há empresas que desejam investir nos nossos planos e por isso digo a todos os maritimistas que muito em breve daremos grandes notícias, pois um tribunal pode dizer que o Marítimo já não joga, mas o amor pelo futebol e pela nossa equipa nunca morrerá. Por seu turno, o antigo
jogador do Marítimo, Tony Carrasco, disse que “ apesar de no início ter parecido que não houve a pressão suficiente para salvar a equipa, depois se entendeu que monetariamente a carga era demasiado pesada, pois talvez os donos do clube não estavam em condições de manter uma equipa que gerava muitas vitó rias e pouco dinheiro, porque naquela época o futebol não dava os lucros necessárias para sustentar um enorme clube dessa categoria” . Carrasco, actualmente um
destacado jornalista desportivo, realçou a importâ ncia da equipo para sua carreira e para o desporto nacional. “ Ensinou-me o que é a categoria profissional e foi para muitos como uma família. Pena que tudo isso se perdeu” , lamentou, frisando contudo que o clube deixou um “ universo de fanáticos venezuelanos e portugueses, que é o más bonito legado que podia ter oferecido: a união entre duas culturas através do futebol” . Por alguma razão a chamaram “ a
equipa do povo” , lembrou. Promotor desportivo no Estado de Miranda, Guido Blanco, observou que se trata de “ uma decisão judicial que se tem de aceitar, embora não concorde com ela” . Contudo, diz não aceitar que “ as normas tenham pesado mais que o altíssimo valor desportivo que tinha aquela equipa que deixava adeptos onde estivesse e as comunidades de Guatire e Guarenas podem dar fé disso, já que as pessoas não se esquecem” .
Verde-rubros vencem na “ liga italiana” Jean Carlos De Abreu
deabreujean@yahoo.com
equipa de futebol do Marítimo de Venezuela ganhou à selecção de Roma por 7-0, em jogo do campeonato que está sendo disputado no Centro Italo-Venezolano, em Caracas. Os golos da equipa lusa foram apontados por Arnaldo González (2), Víctor Fer (1), Hermes González (2),
A
Franco Rizzi ex-capitão do clube no comando desta nova equipa
Andrés de Giore (1) e Elvis Abreu (1), marcados no terreno da “ esquadra italiana” . Actualmente, a equipa verde-rubra ocupa o terceiro lugar da tabela com três pontos, enquanto que a formação do Palermo lidera com nove. No Segundo lugar está a equipa de Pescara. No pró ximo domingo, dia 12, pelas 5 p.m., realizase o terceiro encontro da equipa no campo de futebol
do Centro Í talo. Mário Pereira, um dos representantes da equipa lusa, sublinhou que a prestação da equipa em campo foi apreciada pelos espectadores. Além disso, disse que o “ rapazes actuam como um grupo” para dar o melhor de cada um. A direcção verde-rubra, assim como os jogadores, esperam que tudo continue a evoluir como até agora e que no final do torneio possam sair vitoriosos.
CORREIO DE VENEZUELA - 9 DE MARÇO DE 2006
DESPORTO | 29
Ex-leão Rodrigo Fabri esteve em Caracas António Carlos da Silva axedrezado@gmail.com
famoso e popular São Paulo FC, do Brasil, detentor dos trofeus de Campeão da América e do Mundo ao nível de clubes, iniciou a defesa do seu título continental em Caracas, perante a formação dos “ Rojos del Ávila” , o Caracas FC. Integrando uma equipa que é favorita a marcar presença na final do torneio, encontra-se um velho conhecido dos adeptos portugueses, e especialmente dos sportinguistas: Rodrigo Fabri. O “ internacional” brasileiro, que jogou cedido na equipa verde e branca na época de 00-01, (disputando 22 jogos para o campeonato e fazendo três golos), falou para o Correio de Venezuela antes do treino na véspera ao jogo contra a equipa venezuelana: O Rodrigo Fabri sempre esteve ligado a Portugal não é certo?
O
Pois é, desde os 12 anos, já que eu foi formado na Portuguesa de Desportos de São Paulo (clube da comunidade lusitana desta urbe brasileira). No meu primeiro ano como profissional foi nomeado como o “ Melhor do Ano” do campeonato brasileiro (1996) pela imprensa, e logo chamei a atenção do Real Madrid que me contratou por seis anos e meio. O que pode contar acerca da sua passagem pelo gigante madrileno? Bom… a verdade é que eu acabei sempre por ser cedido a outros clubes, e tantas mudanças de um sítio para o outro não são boas para o jogador. Mas eu tinha a obrigação de fazer algo de bom para a minha família em termos financeiros e ali posso dizer que a experiência foi boa. Na altura tive outras propostas, mas pelo nome do clube eu decidi ir para o Real Madrid. Profissionalmente não me correu tão bem como eu esperava.
Numa dessas “ mudanças” foi cedido ao Sporting de Portugal. O que recorda da sua passagem pelo futebol português? Em Portugal no Sporting as coisas correram muito bem. Certamente nos primeiros meses não joguei muito, mas logo tomei um lugar na equipa titular e tudo mudou para melhor. Conquistamos o título na Supertaça (2001) perante o FC Porto, e gostei muito de por lá passar.” Gostaria de tornar a jogar num clube português? Sim, sim, sim. É um bom sítio para jogar onde me adaptei muito bem e se vier a oportunidade aceitaria. Mas agora eu estou muito bem no São Paulo. São Paulo é um dos favoritos na Copa Libertadores. Vê de perto o “ tetra” ? É possível. Oxalá que sim.
O ex-leão Rodrigo Fabri agora com as cores do São Paulo, actual Campeão do Mundo de Clubes.
30 | DESPORTO III Divisão - Série A 23ª Jornada AD Oliveirense - Desp. Monção FC Amares - SC Maria Fonte GD Bragança - FC Vinhais GD Joane - AD Esposende GD Valpaços - ADC Correlhã Merelinense FC - CD Cerveira SC Mirandela - Brito SC SC Valenciano - A Cabeceirense SC Vianense - Mondinense FC
J V E D 1º SC Mirandela 2º SC Maria Fonte 3º GD Bragança 4º FC Amares 5º GD Joane 6º AD Oliveirense 7º A Cabeceirense 8º Brito SC 9º Merelinense FC 10º Mondinense FC 11º CD Cerveira 12º Desp. Monção 13º AD Esposende 14º FC Vinhais 15º SC Vianense 16º ADC Correlhã 17º SC Valenciano 18º GD Valpaços
23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23
15 14 13 13 11 10 11 10 10 9 5 6 5 6 5 5 4 4
6 6 8 3 9 7 3 6 6 2 10 5 8 5 6 3 6 3
2 3 2 7 3 6 9 7 7 12 8 12 10 12 12 15 13 16
III Divisão - Série B 23ª Jornada
1-0 0-0 0-0 1-1 2-0 1-1 2-0 1-0 1-0
Classificação
AC Vila Meã - Ermesinde SC AD S. Pedro Cova - Descansa ADR Tarouquense - Vilanovense FC Canedo FC - FC Tirsense CD Cinfães - Padroense FC CR Ataense - Leça FC Rebordosa AC - Lusitânia FC Lourosa Torre Moncorvo - SC Rio Tinto UD Valonguense - SC Vila Real
G
P
43-17 52-14 39-14 40-23 28-17 35-22 34-24 31-27 30-26 34-41 28-34 27-36 24-37 19-32 21-36 26-51 24-50 15-49
51 48 47 42 42 37 36 36 36 29 25 23 23 23 21 18 18 15
22 22 21 22 22 21 21 22 22 22 21 21 22 22 21 22 22
13 12 9 9 10 8 8 8 6 7 7 7 7 6 5 5 4
7 5 8 5 2 7 7 6 11 8 8 5 5 6 8 6 2
2 5 4 8 10 6 6 8 5 7 6 9 10 10 8 11 16
G
P
34-15 34-20 28-17 33-34 24-34 30-24 31-29 24-26 35-28 25-18 27-25 28-29 25-40 21-28 24-28 24-27 24-49
46 41 35 32 32 31 31 30 29 29 29 26 26 24 23 21 14
Atlético - Loures Cacém - O Elvas Carregado - Caniçal Fut. Benfica - Vilafranquense Machico - 1º Dezembro Montijo - Sintrense Santana - Ouriquense Tires - C. Lobos Vialonga - Alcochetense
Classificação J V E D 3 5 7 8 6 8 6 8 7 8 8 10 6 10 9 12 13
G
P
29-19 34-22 31-28 28-21 24-17 30-20 27-25 27-26 22-25 25-26 36-31 19-24 18-19 21-28 16-25 19-28 18-40
42 37 37 36 35 32 32 32 29 29 28 27 25 24 22 20 15
24ª Jornada (12-03) A Beneditense CD - GDR Bidoeirense AC Marinhense - Sertanense FC AD Fundão - Eléctrico FC Caldas SC - Descansa CU Idanhense - CA Mirandense GD "O Vigor da Mocidade" - GD Peniche GD Sourense - CA Riachense GDR Monsanto - GC Alcobaça UD Caranguejeira - CD Amiense
J V E D 1º Atlético 2º Carregado 3º Machico 4º Cacém 5º 1º Dezembro 6º C. Lobos 7º Sintrense 8º Caniçal 9º Alcochetense 10º Montijo 11º O Elvas 12º Loures 13º Ouriquense 14º Fut. Benfica 15º Santana 16º Tires 17º Vialonga 18º Vilafranquense
23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23
13 11 12 12 12 11 10 10 9 8 8 9 7 7 5 5 5 5
4 8 5 5 4 6 4 3 5 8 7 2 7 5 8 6 5 4
6 4 6 6 7 6 9 10 9 7 8 12 9 11 10 12 13 14
G
P
53-23 38-21 32-22 38-33 36-26 32-40 31-30 31-28 27-26 21-20 29-29 36-36 26-33 16-26 25-28 22-38 24-38 27-47
43 41 41 41 40 39 34 33 32 32 31 29 28 26 23 21 20 19
24ª Jornada (12-03) 1º Dezembro - Montijo Alcochetense - Carregado Caniçal - C. Lobos Fut. Benfica - Tires Loures - Santana O Elvas - Vialonga Ouriquense - Cacém Sintrense - Atlético Vilafranquense - Machico
J V E D 1º GDRC Social Lamas 23 23 2º CF U. Lamas 23 3º AA Avanca 4º SC São João Ver 23 5º CRC Souropires 23 6º AD Valecambrense 23 23 7º Anadia FC 8º GD Milheiroense 23 23 9º CD Tondela 10º AD Valonguense 23 23 11º UD Tocha 23 12º FC Cesarense 23 13º AD Satão 23 14º GD Gafanha 15º AD Fornos Algodres 23 16º CF "Os Marialvas" 23 23 17º CD Estarreja 18º CD Arrifanense 23
12 13 13 11 10 9 9 10 9 8 6 7 7 6 7 5 4 1
9 5 4 5 7 9 8 4 6 7 10 7 6 9 4 5 7 8
2 5 6 7 6 5 6 9 8 8 7 9 10 8 12 13 12 14
G
P
43-23 31-15 42-18 27-25 31-24 34-29 24-22 28-27 35-27 21-23 22-22 21-28 26-27 27-35 19-30 20-38 17-31 19-43
45 44 43 38 37 36 35 34 33 31 28 28 27 27 25 20 19 11
III Divisão - Série F 23ª Jornada
4-1 1-0 0-0 2-0 2-0 0-1 4-0 1-2 0-1
Classificação
Classificação
AD Fornos Algodres - CD Tondela AD Satão - SC São João Ver AD Valonguense - AD Valecambrense CD Arrifanense - AA Avanca CD Estarreja - GD Milheiroense CF "Os Marialvas" - CRC Souropires CF U. Lamas - GDRC Social Lamas FC Cesarense - Anadia FC GD Gafanha - UD Tocha
III Divisão - Série E 23ª Jornada
CA Mirandense - Descansa CA Riachense - CU Idanhense 1-0 Caldas SC - UD Caranguejeira 1-1 CD Amiense - A Beneditense CD 0-0 Eléctrico FC - GDR Monsanto 2-1 GC Alcobaça - GD Sourense 1-3 GD "O Vigor da Mocidade" - AD Fundão 1-0 GD Peniche - Sertanense FC 1-1 GDR Bidoeirense - AC Marinhense 1-0
AA Avanca - AD Satão 1-2 AD Valecambrense - GD Gafanha 1-1 Anadia FC - CD Arrifanense 4-1 CD Tondela - CD Estarreja 2-0 CF U. Lamas - CF "Os Marialvas" 3-1 CRC Souropires - FC Cesarense 2-2 GD Milheiroense - AD Valonguense 2-0 GDRC Social Lamas - UD Tocha 0-0 SC São João Ver - AD Fornos Algodres 1-0
24ª Jornada (12-03)
AD S. Pedro Cova - CR Ataense Ermesinde SC - Vilanovense FC FC Tirsense - AC Vila Meã Leça FC - Rebordosa AC Lusitânia FC Lourosa - Torre Moncorvo Padroense FC - Descansa SC Rio Tinto - Canedo FC SC Vila Real - CD Cinfães UD Valonguense - ADR Tarouquense
III Divisão - Série D 23ª Jornada
6 7 4 3 5 5 8 5 8 5 7 3 10 6 7 5 6
1-2 0-1 2-1 1-2 1-1 3-2 1-0
24ª Jornada (12-03)
A Cabeceirense - SC Mirandela ADC Correlhã - AD Esposende Brito SC - GD Bragança CD Cerveira - GD Valpaços Desp. Monção - Merelinense FC FC Amares - GD Joane FC Vinhais - AD Oliveirense Mondinense FC - SC Valenciano SC Maria Fonte - SC Vianense
12 10 11 11 10 9 8 9 7 8 7 8 5 6 5 5 3
J V E D 1º AC Vila Meã 2º Torre Moncorvo 3º L. FC Lourosa 4º CR Ataense 5º Vilanovense FC 6º AD S. Pedro Cova 7º Ermesinde SC 8º Canedo FC 9º Rebordosa AC 10º SC Vila Real 11º Leça FC 12º FC Tirsense 13º UD Valonguense 14º CD Cinfães 15º SC Rio Tinto 16º Padroense FC 17º ADR Tarouquense
III Divisão - Série C 23ª Jornada
2-2
Classificação
24ª Jornada (12-03)
21 1º Eléctrico FC 22 2º GD Sourense 22 3º Caldas SC 4º GDR Monsanto 22 5º CA Mirandense 21 6º CU Idanhense 22 7º UD Caranguejeira 22 22 8º GD Peniche 9º Sertanense FC 22 10º CA Riachense 21 11º AC Marinhense 22 21 12º AD Fundão 21 13º GC Alcobaça 14º GDR Bidoeirense 22 15º GD "O V. Mocidade" 21 16º A Beneditense CD 22 22 17º CD Amiense
CORREIO DE VENEZUELA - 9 DE MARÇO DE 2006
E. FC Vendas Novas - UD Messinense 0-0 FC Ferreiras - FC Castrense 1-1 GD Lagoa - Amora FC 1-0 GD Sesimbra - GD Beira-Mar Mt. Gordo 2-1 Lusitano FC VRSA - AD Oeiras 3-2 L. GC Évora - Juventude SC Évora 1-1 Aljustrelense - Farense - Fut. SADNão Jogado SR Almacilense - GD Monte Trigo 5-0 Vasco Gama AC - CD Beja 0-2
Classificação J V E D
1º E. FC Vendas Novas 22 22 2º AD Oeiras 3º Lusitano GC Évora 21 4º UD Messinense 22 5º SR Almacilense 21 6º Juventude SC Évora22 7º Lusitano FC VRSA 21 22 8º CD Beja 22 9º Amora FC 10º SCM Aljustrelense 21 22 11º GD Sesimbra 21 12º FC Ferreiras 13º Vasco Gama AC 22 21 14º GD Lagoa 15º GD B.-Mar M. Gordo22 22 16º FC Castrense 17º GD Monte Trigo 22 18º Farense - Fut. SAD 0
13 12 11 10 9 10 7 8 8 8 7 7 6 6 5 3 1 0
7 6 5 8 7 4 10 6 6 5 6 5 8 8 7 5 3 0
2 4 5 4 5 8 4 8 8 8 9 9 8 7 10 14 18 0
G
P
34-13 44-20 29-18 28-17 26-17 27-19 36-29 26-23 30-29 22-23 20-28 30-34 19-23 21-26 18-27 19-36 11-58 0-0
46 42 38 38 34 34 31 30 30 29 27 26 26 26 22 14 6 0
24ª Jornada (12-03) AD Oeiras - FC Ferreiras Amora FC - Lusitano FC VRSA CD Beja - GD Sesimbra Farense - Fut. SAD - Vasco Gama AC FC Castrense - SR Almacilense GD Beira-Mar Mt. Gordo - UD Messinense GD Lagoa - Estrela FC Vendas Novas GD Monte Trigo - Lusitano GC Évora Juventude SC Évora - SCM Aljustrelense
FCPorto e Sporting somam e seguem FC Porto mostrou no Dragão que a derrota na Luz no domingo anterior pouco o afectou, ao ganhar com autoridade por claros 3-0 ao Nacional da Madeira, mantendo assim a liderança destacada da Liga portuguesa de futebol. Os seus mais directos adversários, Sporting e Benfica, mantêm a pressão sobre a equipa de Co Adriaanse, já que também venceram na 25ª jornada, continuando a “ sonhar” com a conquista do título. O Benfica ganhou sábado na Reboleira ao Estrela, muito dificilmente e por apenas 2-1, enquanto o Sporting bateu domingo à noite o Gil Vicente, por 2-0, com dois golos de Koke, no que foi a estreia do espanhol com a camisola do “ leão” em jogos do campeonato. Assim, tudo como dantes na frente, com os três grandes a manterem as distâ ncias relativas: FC Porto é primeiro com 54 pontos, o Sporting está a dois e o campeão Benfica a cinco, ultrapassando na tabela o Sporting de Braga, que sábado empatou (0-0) com o Boavista. No Dragão, O sul-africano Benni McCarthy regressou aos golos, apó s mais de cinco meses de “ jejum” , apontando o primeiro da noite, aos 18 minutos. Pepe, aos 45 minutos, e o argentino Lucho González, aos 51, ampliaram o marcador, num jogo que ficou ainda assinalado pela estreia do jovem prodígio brasileiro Andersson. Entrando em campo já a saber da vitó ria do FC Porto, o Sporting foi algo displicente mas acabou por ter a sorte no jogo, somando a sexta vitó ria consecutiva. Se ganhar para a semana na viagem a Leiria, iguala as melhores séries da época, na posse do Benfica (da 13ª a 19ª jornada) e do Boavista (da 18ª à 24ª). Domingo à tarde, o “ lanterna vermelha” Penafiel conseguiu um inesperado empate 2-2 ante o Paços de Ferreira, num jogo muito estranho, em que a figura foi o defesa central internacional sub-21 José Fonte. O jogador empresta-
O
do pelo Benfica ao Paços fez o 2-0 a favor do seu clube, aos 22 minutos, mas depois “ estragou tudo” com dois auto-golos, o segundo dos quais aos 95. Em Leiria, a Académica deu um belo “ passo” para fugir à despromoção, vencendo por 2-0, com golos de Filipe Teixeira e Joeano, um em cada parte. A luta pela despromoção, em que descem quatro, está cada vez mais disputada, com a diferença entre o nono (Marítimo) e o 17º (Rio Ave) a ser de apenas quatro pontos - 30 e 26 pontos, respectivamente. Sábado, o Benfica sofreu muito na sua deslocação à Reboleira, mas acabou por vencer (2-1), regressando assim ao terceiro lugar da Liga, por troca com o Sporting de Braga. Os bracarenses perderam algum terreno e desceram para quartos, com 48 pontos, mas aguentaram bem a pressão do adversário mais directo, o Boavista, que está três pontos mais abaixo. No Bessa, o Sporting de Braga confirmou as suas aspirações a uma boa classificação, “ travando” a série de sete vitó rias consecutivas do Boavista. Num jogo muito “ musculado” , recheado de faltas e de cartões, incluindo um vermelho para o boavisteiro Cadú , que assim não poderá jogar em Alvalade na pró xima semana - tal como o capitão João Pinto, que viu um amarelo -, as equipas equivaleram-se. Também sábado, mas na Figueira da Foz, a Naval 1º de Maio derrotou o Marítimo por 2-0, com dois golos de Bruno Fogaça, um em cada parte, aos 08 e 50 minutos. A Naval ganhou pela segunda vez consecutiva - facto inédito esta temporada - e assim logrou sair dos ú ltimos quatro lugares, os que têm como “ castigo” no final a descida. Não passou para cima da “ linha de água” , mas quase (basta um ponto mais), o Vitó ria de Guimarães, que sexta-feira goleou por 4-0 o Vitó ria de Setú bal, com três golos da sua “ estrela” polaca Marek Saganowski.
CORREIO DE VENEZUELA - 9 DE MARÇO DE 2006
Liga de Honra 25ª Jornada
II Divisão - Serie A 21ª Jornada
Barreirense - Olhanense Covilhã - Maia Desp. Aves - Varzim Estoril - Santa Clara Gondomar - Beira-Mar Leixões - Ovarense Marco - Feirense Portimonense - Moreirense Vizela - Chaves
Classificação J V E D
1º Beira-Mar 2º Olhanense 3º Desp. Aves 4º Leixões 5º Santa Clara 6º Varzim 7º Chaves 8º Gondomar 9º Portimonense 10º Covilhã 11º Vizela 12º Estoril 13º Feirense 14º Moreirense 15º Ovarense 16º Barreirense 17º Maia 18º Marco
25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25
13 11 12 11 10 9 10 10 9 9 8 7 8 7 6 4 5 5
11 10 7 8 9 11 7 6 9 8 7 9 6 8 5 9 6 6
1 4 6 6 6 5 8 9 7 8 10 9 11 10 14 12 14 14
Não Jogado
P 50 43 43 41 39 38 37 36 36 35 31 30 30 29 23 21 21 21
II Divisão - Serie D 21ª Jornada
Liga Betandwin 25ª Jornada
Dragões Sand. - Ali. Lordelo
1-0
Abrantes - Penalva Castelo
2-1
Casa Pia - Silves
0-3
2-0
Fiães - Rib. Brava
2-3
Benfica C. Branco - Oliveirense
1-3
Imortal - SL Benfica B
1-2
Camacha - Braga B
4-2
Lousada - P. Rubras
3-0
Nelas - C.D. Fátima
1-1
Louletano - Mafra
2-0
Lixa - Fafe
0-1
Marítimo B - Infesta
0-0
Oliveira Hospital - Sp. Pombal
2-4
Odivelas - Oriental
2-0
Portosantense - Freamunde
1-1
Paredes - Espinho
0-0
Pampilhosa - "A Designar"
Não Jogado
Olivais Moscavide - FC Madalena
1-2
Trofense - Famalicão
2-1
Pontassolense - FC Porto B
2-0
Rio Maior - Oliveira Bairro
1-1
Vilaverdense - Ribeirão
1-2
Esmoriz - Descansa
Tourizense - Descansa
Sanjoanense - "A Designar III" Não Jogado
U. Coimbra - Portomosense
Classificação
G
II Divisão - Serie C 21ª Jornada
At. Valdevez - Sandinenses
Torcatense - Descansa
33-15 35-22 33-24 26-12 34-25 35-28 28-26 40-36 31-27 28-30 33-36 35-36 35-37 25-30 28-44 22-34 27-45 27-48
26ª Jornada (12-03) Beira-Mar - Barreirense Covilhã - Vizela Feirense - Estoril Maia - Marco Moreirense - Chaves Olhanense - Desp. Aves Ovarense - Gondomar Santa Clara - Leixões Varzim - Portimonense
"A Designar" - União
2-0 2-0 1-0 0-0 2-2 2-0 1-1 0-1 0-1
II Divisão - Serie B 21ª Jornada
DESPORTO | 31
J V E D 1º Trofense
Classificação
G
P
J V E D
G
2-2
Classificação
P
J V E D
G
18 9 5 4 27-14 32
1º Oliveirense
2º União
18 9 6 3 17-10 33
2º Espinho
18 7 9 2 18-10 30
2º Tourizense
18 12 2 4 30-14 38
3º Ribeirão
18 8 6 4 13-10 30
3º Dragões Sand.
19 8 6 5 25-18 30
3º Abrantes
18 11 3 4 30-22 36
4º Portosantense
19 8 5 6 16-15 29
4º Rib. Brava
19 8 6 5 25-23 30
4º C.D. Fátima
17 8 7 2 24-14 31
5º Fafe
18 7 5 6 19-19 26
5º Esmoriz
18 8 5 5 24-22 29
5º Pampilhosa
18 7 7 4 24-21 28
6º Camacha
19 7 4 8 27-23 25
6º Infesta
18 7 6 5 24-25 27
6º Rio Maior
19 6 8 5 25-24 26
7º Lixa
17 7 3 7 16-18 24
7º Marítimo B
19 8 3 8 31-27 27
7º Penalva Castelo
19 7 5 7 21-26 26
8º Famalicão
18 5 8 5 16-17 23
8º FC Porto B
17 6 6 5 16-19 24
8º Sp. Pombal
17 5 6 6 20-18 21
9º Nelas
19 4 8 7 17-22 20
19 5 8 6 19-16 23 18 5 7 6 15-17 22
9º Pontassolense 10º Paredes
19 7 2 10 27-25 23 19 6 5 8 26-26 23
19 11 5 3 36-20 38
10º Benfica C. Branco 19 5 5 9 19-30 20
11º Braga B
18 5 5 8 19-21 20
11º Ali. Lordelo
17 5 5 7 20-28 20
11º Oliveira Bairro
18 4 7 7 25-27 19
12º At. Valdevez
17 5 5 7 17-20 20
12º Fiães
18 4 6 8 20-23 18
12º Portomosense
19 3 9 7 19-21 18
13º Vilaverdense
19 5 3 11 19-29 18
13º P. Rubras
19 5 3 11 14-29 18
13º U. Coimbra
18 4 3 11 16-28 15
14º Torcatense
17 3 3 11 14-30 12
14º Sanjoanense
18 3 7 8 15-23 16
14º Oliveira Hospital 18 1 5 12 14-33 8
15º "A Designar"
0 0 0 0 0-0
15º "A Designar III" 0 0 0 0 0-0
22ª Jornada (12-03) Braga B - Vilaverdense Fafe - Torcatense Famalicão - Camacha Freamunde - "A Designar" Ribeirão - Portosantense Sandinenses - Lixa Trofense - Descansa União - At. Valdevez
0
22ª Jornada (12-03) "A Designar III" - Pontassolense Ali. Lordelo - Marítimo B Espinho - Lousada FC Porto B - Dragões Sand. Infesta - Paredes P. Rubras - Fiães Rib. Brava - Esmoriz Sanjoanense - Descansa
0
15º "A Designar"
0 0 0 0 0-0
22ª Jornada (12-03) "A Designar" - Nelas C.D. Fátima - Rio Maior Oliveira Bairro - Benfica C. Branco Oliveira Hospital - Descansa Oliveirense - Abrantes Penalva Castelo - U. Coimbra Portomosense - Tourizense Sp. Pombal - Pampilhosa
1-0
Torreense - Real SC
2-1
P
1º Lousada
9º Freamunde
2-1
Pinhalnovense - Vitória Setúbal B
Classificação
19 12 4 3 32-14 40
10º Sandinenses
Operário - CU Micaelense
0
J V E D 1º Louletano 2º Operário 3º Olivais Moscavide 4º FC Madalena 5º Imortal 6º Pinhalnovense 7º Odivelas 8º Mafra 9º SL Benfica B 10º CU Micaelense 11º Casa Pia 12º Torreense 13º Vitória Setúbal B 14º Real SC 15º Silves 16º Oriental
21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21
13 13 11 11 9 9 10 9 9 8 8 7 6 6 3 1
6 4 7 4 6 6 2 4 4 4 4 3 3 3 5 5
2 4 3 6 6 6 9 8 8 9 9 11 12 12 13 15
G
P
44-17 29-15 33-16 23-24 33-23 21-17 27-27 29-27 30-30 24-24 30-35 25-28 24-33 24-36 24-39 15-44
45 43 40 37 33 33 32 31 31 28 28 24 21 21 14 8
22ª Jornada (12-03) CU Micaelense - Torreense FC Madalena - Louletano Imortal - Pinhalnovense Mafra - Casa Pia Oriental - Vitória Setúbal B Real SC - Odivelas Silves - Operário SL Benfica B - Olivais Moscavide
Boavista - Braga E. Amadora - Benfica FC Porto - Nacional Naval 1º Maio - Marítimo Penafiel - P. Ferreira Rio Ave - Belenenses Sporting - Gil Vicente U. de Leiria - Académica V. Guimarães - V. Setúbal
0-0 1-2 3-0 2-0 2-2 2-1 2-0 0-2 4-0
Classificação J V E D
25 1º FC Porto 25 2º Sporting 25 3º Benfica 25 4º Braga 25 5º Boavista 25 6º Nacional 7º V. Setúbal 25 8º U. de Leiria 25 25 9º Marítimo 25 10º Rio Ave 11º Académica 25 12º Belenenses 25 13º Gil Vicente 25 14º Naval 1º Maio 25 15º E. Amadora 25 16º P. Ferreira 25 17º V. Guimarães 25 18º Penafiel 25
16 16 15 14 12 12 12 9 7 7 8 8 8 8 7 7 7 2
6 4 4 6 9 7 3 5 9 8 5 4 3 3 6 6 6 6
G
26ª Jornada (12-03) Académica - Penafiel Belenenses - Braga Benfica - Naval 1º Maio Gil Vicente - U. de Leiria Marítimo - Rio Ave Nacional - E. Amadora P. Ferreira - V. Guimarães Sporting - Boavista V. Setúbal - FC Porto
P
3 38-14 54 5 41-22 52 6 40-2249 5 29-13 48 4 34-2045 6 30-21 43 10 21-22 39 11 32-35 32 9 28-2930 10 27-36 29 12 25-35 29 13 31-32 28 14 26-32 27 14 26-35 27 12 20-2627 12 25-37 27 12 20-30 27 17 18-50 12
CORREIO DE VENEZUELA - 9 DE MARÇO DE 2006
Contrabando de tabaco no Aeroporto da Madeira J. F. Pestana / M. Berenguer mberenguer@dnoticias.pt
Alfâ ndega do Aeroporto da Madeira apreendeu, segunda-feira, dia 6 de Março à tarde, mais de mil maços de tabaco, que um indivíduo madeirense tentava introduzir ilegalmente na Região Autó noma. A apreensão, rara nos aeroportos, ocorreu à saída dos passageiros provenientes de um voo de Caracas, que fazia escala no Funchal, antes de seguir para Lisboa. O tabaco, todo de marca Marlboro, foi encontra-
A
do no interior de duas malas que o passageiro trazia da Venezuela. Apesar dos nú meros, o homem acabou por não ser detido mas sim identificado, pois o o valor da fuga aos impostos não ascendia aos 25 mil euros, quantia que diferencia a contra-ordenação (multa pecuniária) do crime. Desta forma, o indivíduo seguiu em liberdade enquanto que o tabaco foi apreendido pelas autoridades. Este caso surpreendeu os serviços alfandegários, pois os contrabandistas de tabaco preferem habitualmente outras rotas de introdução do produto no país, que não as aéreas.
O
temunhos publicados e o prémio reconhecerá uma histó ria com a atribuição de uma viagem a Portugal a um dos historiados mais um acompanhante. É importante destacar que a distâ ncia quer espacial como temporal, marca a vida dos nossos historiados. Com efeito, muitos deles têm mais de vinte ou trinta anos, desde que embarcaram, sem visitar a terra natal.
Violência doméstica passa a ser crime autónomo no Código A violência doméstica passa a ser um crime autó nomo no projecto de novo Código Penal, punido com pena de prisão de um a cinco anos, revelou à Lusa fonte ligada ao processo. Fonte da Unidade de Missão para a Reforma do Código Penal (CP), que na próxima semana deverá entregar as suas propostas para o novo código, disse à Lus a que uma das novidades do projecto é a autonomização do crime de violência domé stica, que fica contemplado no artigo 152.
Nova lei concluí da «ainda este ano», diz ministro A. Costa As grandes apreensões deste tipo de contrabando, que em Portugal movimenta mais dinheiro do que o pró prio tráfico de estupe-
facientes, têm ocorrido em infra-estruturas portuárias ou então em fiscalizações efectuadas a viaturas automó veis.
Histó ria de vida premiada banco Millennium bcp, conjuntamente com a TAP Portugal e o CORREIO, premeiam amanhã, 10 de Março, uma “ Historia de Vida” publicada neste semanário entre julho e dezembro do ano passado. O evento será realizado no Salão Nobre do Centro Português de Caracas, a partir das oito da noite. No total foram 21 tes-
breves
A eleição do vencedor será feita por um jurado composto por estimadas e respeitáveis personalidades pertencentes ao mundo diplomático, empresarial e social de nossa comunidade, mais um representante do banco Millennium, outra da TAP e um membro da equipa do CORREIO. O interesse depositado neste concurso levou já ao início da
edição 2006 de “ Historias de Vida” , com a publicação de novos testemunhos. Desta forma, o Correio de Venezuela vai continuar a fazer chegar através das suas páginas, todas as semanas, mais uma experiência de um de nossos compatriotas. Juntos escrevermos a Histó ria da gente.
A nova Lei da Imigração ficará concluída “ainda este ano”, anunciou o ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa, ao intervir no colóquio “Imigração e Desenvolvimento”, que decorreu em Lisboa.
Cavaco agradece condições para “ transição tranquila” O Presidente da República eleito, Aníbal Cavaco Silva, agradeceu a Jorge Sampaio as condições criadas para que a transição no cargo de chefe de Estado decorresse com “muita tranquilidade”. A sua tomada de posse como Presidente da República, que irá ocorrer quintafeira, dia 9, na Assembleia da República.