Correio da Venezuela 148

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Sem solução em Caracas

FC Porto fecha delegação

Municípios e população travam luta contra o lixo Página 6

Casa portista encerrou as portas na Venezuela

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www.correiodevenezuela.com

O jornal da comunidade luso-venezuelana

ano 07 – N.º 148 - DePóSito LegaL: 199901DF222 - PubLicação SemanaL

caracaS, 16 De março De 2006 - VenezueLa: bS.: 1.000,00 / PortugaL: € 0,75

Roubos no Consulado com mão portuguesa Polícia descobre que o estratega dos assaltos afinal era um lusodescendente que esteve dias antes no Consulado

Página 3

Venezuela vai ensinar português nas escolas oficiais Cartão ú nico do cidadão também se destina aos portugueses que vivem no estrangeiro Página 32

“ Histó rias de Vida” preservadas para o futuro CORREIO e Millennium BCP asseguram o registo de memórias colectivas. Experiências reais que “ escrevem” a história dos portugueses na Venezuela

Página S 10 e 11

Jorge Faria (IDE) explica vantagens para os empresários emigrantes Página 24 e 25


2 | EDITORIAL Medir os passos CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva, Noélia de Abreu, Tábita Barrera, Victoria Urdaneta e Yamilem Gonzalez Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Franklin Lares Samuel Calzadilla Fotografia: Paco Garret Secretariado: Carolina de Nóbrega Distribuição: Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares

presença portuguesa na Venezuela é feita de pequenos e grandes marcos, de pequenas e grandes obras. Temos centros associativos e empreendimentos privados que são obras notáveis, de que a comunidade lusa só se pode orgulhar. Mas não basta querer fazer coisas grandes ou perspectivar obras monumentais. Sabendose, como se sabe, que o grosso da emigração terminou há cerca de 25 anos, há que rever e actualizar os projectos ainda não concretizados. Tudo por forma a dar-lhes a dimensão que devem ter, sem nos deixarmos cegar pela névoa do pretensiosismo desmedido. Para além da imponência

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física que se pretenda dar aos projectos, é necessário consciencializarmo-nos que as obras só ganham consistência se tiverem pessoas a emprestar o seu empenho. Não há estrutura física sem presença humana. O caso do Centro Luso de Caracas, em Turumo, pode ser um exemplo em que se devia chamar a atenção. Existem planos e projectos grandiosos, mas falta gente que se empenhe na sua defesa e que torne possível a sua concretização. Ora, sem a componente humana, dificilmente se poderá dar corpo a projectos de cimento. Sem gente para liderar uma junta directiva, como poderão pensar noutros passos?

O CaRTOON Da SEMaNa Sabes que em Portugal apreenderam contrabando de cigarros da Venezuela?

Em Portugal um pacote de cigarros já é contrabando!

a SEMaNa MUITO BOM Os esforços para ajudar o lar geriátrico de Maracay estão a dar frutos. Devemos reconhecer que foi uma obra bem pensada, construída ao lado da Casa Portuguesa de Maracay, onde os idosos poderão ter um lugar de entretenimento mesmo junto ao seu lar. É de destacar também que foi uma obra menos custosa que a do Lar de Caracas, que tem uma capacidade para acolher os residentes quase igual.

BOM O evento “Histórias de Vida”, patrocinado pelo Banco Millennium e promovido pelo CORREIO, para além de algumas críticas, temos obrigação de destacar o compromisso daquela empresa em apoiar a edição de um livro que recolha as vivências da emigração portuguesa na Venezuela. Esta iniciativa vai ao encontro de uma pretensão longínqua de preservar para o futuro as enriquecedoras experiências da primeira geração de portugueses.

MaU A delegação da Venezuela que participou na Feira Alimentar SISAB regressou à Venezuela algo desiludida, pois as expectativas depositadas no evento não foram satisfeitas da melhor forma. Houve frustração porque várias empresas lusas se mostraram reticentes em comercializar na Venezuela. A expansão do intercâmbio comercial passa primeiro pelos acordos bilaterais entre os dois países e um contacto directo entre os empresários. Quem vai dar o primeiro passo?

Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA

MUITO MaU

O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias.

É tristemente lamentável que depois das averiguações e investigações levadas a efeito pelos corpos policiais se tenha chegado à conclusão que era precisamente um lusodescendente o que estava por trás dos recentes roubos no Consulado de Caracas. O jovem acusado tinha acedido dias antes às instalações do Consulado para tratar de determinadas formalidades. Um caso que nos deixa sem mais palavras.

El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.

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gustos

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Mais um passo para inaugurar Lar de Maracay Tábita Barrera tababor@cantv.net

ma vez mais, a Direcção do Comité de Damas do Lar do Estado Aragua tem a seu cargo a organização de um evento que permitirá a angariação de fundos para permitir a abertura do Geriátrico de Maracay. Nesta oportunidade, foi promovido um jantar de beneficência que terá lugar na sexta-feira, 17 de Março, pelas 8 p.m., na Casa Portuguesa do Estado Aragua e na qual se espera a presença de 600 pessoas, aproximadamente. A entrada terá um custo de 75 mil bolívares, ingresso que inclui o jantar e os espectáculos do famoso humorista Laureano Márquez e da Orquesta Estilos, encarregados do entretenimento da noite. De acordo com Noemí de Coelho, presidente da associação, tem sido dado bastante apoio por parte da comunidade lusitana a cada um dos projectos que têm procurado promover a conclusão da obra. No entanto, observou, ainda é necessário angariar uma quantia que permita custear

U

os ú ltimos detalhes da obra. “ Já temos vergonha de tanto pedir” , disse, recordando que “ há quatro ou cinco anos vimos realizando um almoço para beneficência e sempre temos contado com uma excelente ajuda da comunidade, que tem comparecido, em média, com cerca de 400 pessoas por iniciativa” . Este ano as Damas decidiram proceder a algumas alterações e promover um jantar “ bailável” , de modo a que viessem mais casais e partilhassem bons momentos na pista de baile ao mesmo tempo que colaboram com o Lar. “ Como de costume todo o dinheiro angariado servirá de contributo para o geriátrico, pois a nossa intenção é poder inaugurar, pelo menos a primeira fase, no pró ximo 10 de Junho, Dia de Portugal” , assinalou. Um dos primeiros apoios que recebeu a obra proveio do Governo de Lisboa, através da doação de 50 mil euros, enquanto que a governação de Aragua contribuiu com 50 milhões de bolívares para os trabalhos. Até o momento já se gastaram cerca de 1.600 milhões para a construção das

instalações e compra do mobiliário necessário, segundo disse Nelson Coelho, Presidente da Academia do Bacalhau de Maracay e principal promotor desta iniciativa. O Lar Geriátrico Luso Venezuelano do Estado Aragua poderá acolher 67 pessoas e estará dotada de uma enfermaria, refeitó rio, lavandaria e departamento administrativo. O edifício foi levantado ao lado da Casa Portuguesa do Estado Aragua, a pensar no benefício de que é para os idosos ter apenas de cruzar a rua para poderem entrar nas instalações do clube. Segundo os promotores do Lar isto vai oferecer às pessoas da terceira idade uma maior comodidade, ajudando-as a sentir-se como em casa. Para Coelho, a inauguração desta casa para os idosos, mais que um acto de solidariedade, representa um acto de trabalho e um dever. “ Si nos esforçamos tanto em levantar clubes sociais para partilhar com as famílias e com os nossos conterrâ neos, porque não podemos construir um lar em benefício dos mais carenciados da nossa comunidade” , perguntou Coelho.

Luso-descendente planeou roubos no consulado Liliana da Silva Lilianadasilva19@hotmail.com

m luso-descendente de 23 anos de idade, que já se encontra detido e cujo nome não foi revelado, é apontado como o responsável que planeou os recentes roubos nas imediações do Consulado Geral de Portugal em Caracas. O “ bando” já se encontra à disposição da Justiça, que ficou de designar,

U

proximamente, o Tribunal que julgará os crimes. De acordo com o Comissário da Policía de Chacao, Richard Cordero, os quatro detidos são residentes na região mirandina de Los Teques, sendo que dois deles são menores de idade. “ Os três assaltantes foram reconhecidos na sala de espelhos do Palácio de Justiça por algumas das vítimas dos roubos efectuados no passado dia 20 de

Fevereiro, pelo que já se encontram prontos para ser julgados” , explicou Cordero. Mas sabe-se através de fontes não oficiais que o luso-descendente indicado como o “ mentor” dos roubos esteve há dois meses no Consulado realizando alguns trâ mites, ocasião que foi aproveitada para constatar as filas de pessoas que se formavam no exterior do posto consular

durante as manhãs. No decurso dos vários roubos, os ladrões conseguiram subtrair uma soma superior a mais de sete milhões de bolívares, em dinheiro, telemó veis e jó ias. Apesar destas detenções, o dispositivo de segurança destacado pela polícia de Chacao e pelos responsáveis de segurança do Consulado, manter-se-ão por tempo indeterminado.


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Adiadas eleições no Centro de Turumo Jean Carlos De Abreu deabreujean@yahoo.com

s membros da lista ú nica que concorria às eleições para a direcção do Centro Luso de Caracas, marcada para o ú ltimo 12 de Março, na localidade de Turumo, decidiram suspender a sua candidatura por entenderem que os só cios deviam ter a possibilidade de escolher entre pelo menos duas opções. Foi então decidido proceder à realização de uma Assembleia Geral de Só cios, através da qual se determinou que os “ accionistas elegeriam uma Junta Directiva provisó ria, pelo prazo de dois ou três meses, dando tempo para que se inscrevessem mais uma ou duas listas para concorrerem à votação” . Recorde-se que anteriormente já se havia concedido um prazo de dois meses para a inscrição de mais listas, prorrogação que acabou por não surtir o efeito desejado pois não se perfilharam mais candidatos para os cargos da direcção. Face a alguns comentários feitos por vários só cios do Centro Turumo pedindo que Manuel Pereira permanecesse na presidência por mais algum tempo, levou este a reflectir e a tentar buscar uma solução perante a indiferença dos accionistas no que toca à participação no acto de

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eleição. Apó s estar à frente da direcção durante três anos, Pereira decidiu permanecer como presidente do Centro por mais três meses. “ Sinto que não posso deixar o Clube à deriva e decidi esperar uns meses, ou quiçá um ano para continuar trabalhando sobre os projectos propostos pela Junta Directiva em benefício do clube e todos os só cios” , argumentou. Cinco minutos antes do encerramento da mesa eleitoral, a ú nica lista inscrita decidiu retirar-se do acto, argumentando que preferia concorrer contra uma lista que encabeçasse um projecto alternativo. Um dos candidatos que representava a lista ú nica, Domingo Marques, esclareceu que se retirou porque “ era uma ú nica lista a eleger pelo que seria eleito porque aos só cios não lhes restaria outra opção e isso pareceu-me que não era correcto” . As pró ximas eleições dependerão da decisão de Pereira, se continua ou não no cargo de Presidente durante o prazo dado. Caso assim não seja, as eleições de Turumo decorrerão dentro de dois meses. A respeito da eliminação de quatro dos nove membros da Junta Directiva, Pereira expressou que o nú mero deverá ser comporto por 5

elementos, pois a continuar por mais um ano, apenas trabalhará com essas pessoas. O presidente de Turumo aproveitou a ocasião para lançar um apelo a todos os só cios do Centro Luso de Caracas para que considerem a possibilidade de que dentro de 60 dias, os só cios interes-

Procura-se desenhador O Correio de Venezuela procura um desenhador com experiência na paginação de jornais, com bom domínio do programa “ Quark” e também bons conhecimentos no tratamento de fotografias e desenho de anú ncios de publicidade. As pessoas que reunam estes requisitos deverão enviar a sua candidatara, com currículo, para os endereços de correio electró nico: correio@cantv.net / xavier@correiodevenezuela.com; ou dirigir-se directamente à sede do CORREIO, localizada na Avenida Los Jabillos com Avenida Francisco Solano, Torre Tepuy, piso 2, oficina 2C. Sabana Grande. Qualquer esclarecimento adicional poderá ser efectuado através dos nú meros de telefone: 761 41 45 / 88 40.

sados em recuperar o clube se inscrevam nas listas para um novo período, já que “ as instituições ficam enquanto que as direcções passam” . Além disso, sublinhou que devem ser dadas oportunidades a outras pessoas para que os mandatários actuais descansem e possam cumprir

com os compromissos pessoais e familiares que têm. “ Todos temos colocado um grão de areia para que o nosso clube possa continuar e devemos colaborar para que no futuro possamos concluir o campo de futebol” , concluiu Pereira.

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Caracas continua submersa em lixo Tábita Barrera tababor@cantv.net

primeira grande chamada de atenção para o problema foi feita pelo presidente Hugo Chávez, quando reclamou para os alcaides porque Caracas parecia uma lixeira. Em Julho do ano passado, Freddy Bernal, Alcaide do Município Libertador, assegurou que seria posto em prática um plano, que incluía uma campanha de consciencialização para a cidadania, a fim de acabar com a sujidade que imperava na cidade. De acordo com a estratégia adoptada, começaram-se a aplicar sanções a infractores a par da divulgação, através dos meios de comunicação, de acções para a reciclagem, procurando-se essencialmente que a população tomasse consciência e não deitasse qualquer tipo de lixo nas ruas. Caracas produz 3.500 toneladas de lixo diárias, das quais 2.900 são geradas apenas no Município Libertador. A Ministra do Ambiente, Jackeline Faría Pineda, declarou em Dezembro de 2005 que o problema estava sob controlo, pelo menos na região da capital. No entanto, pesem as medidas postas em prática, a situação na capital, assim como no resto do país, parece manter-se igual. No exterior de alguns comércios pode-se observar os resíduos que estes acumulam durante o dia e que, em certas ocasiões, não são recolhidos pelos serviços de salubridade urbanos como lhes compete. Muitas vezes, têm sido os cidadãos que têm tomado as suas pró prias medidas para evitar que o lixo se acumule às portas dos seus negó cios. Tal é o caso de Arturo Pinto, proprietário da “ Cafetería Unió n” , situada na Sabana Grande. Juntamente com outros donos de estabelecimentos que se encontram nessa mesma rua, organizaram-se e diariamente varrem os passeios e colocam os seus desperdícios directamente no contentor de lixo. “ Esta rua está sempre limpa, mas o certo é que temos de ser nó s a limpar e não a Alcaldía. É a gente que tem de colaborar, porque senão ninguém colabora e não se pode resolver a situação” , observou, criticando as “ pessoas que atiram tudo para o chão das ruas e isto não pode ser. Há que se tomar consciência” ,

A

Caracas produz 3.500 toneladas de lixo diariamente, 2.900 das quais são geradas no Município Libertador

pediu, recomendando para que adoptem comportamentos higiénicos. Por seu turno, Rafael Ribera, trabalhador da “ Panadería Carmen” , também situada em Sabana Grande, sente que o problema do lixo tem vindo a aumentar nos ú ltimos anos, porque não existem suficientes camiões de recolha. “ Daí que os resíduos dos negó cios sejam colocados na rua à noite e no dia seguinte possam ser encontrados no mesmo local” , observou. Luís Miguel Velásquez, vendedor comercial da “ Distribuidora Cipolmar” , no Município Libertador, considera pertinente que se aumente o nú mero de contentores de lixo em Caracas e que o departamento de salubridade comece a realizar um trabalho mais eficiente, ou seja, proceda diariamente à recolha de todos os desperdícios que se encontram jogados nas ruas. Em zonas como Catia, que corresponde à Paroquia Sucre, o lixo produzido é duas vezes superior à capacidade das empresas de recolha, pelo que estas só recolhem aproximadamente 50 por cento do que se gera diariamente. A associação civil “ Procatia” está a desenvolver um projecto para comercializar os resíduos, com implementação de um sistema de separação de lixos que permite aproveitar para reciclagem até 85 por cento dos materiais recolhidos. Para esta organização não governamental (ONG), o problema do lixo não vai ser revolvido pela Alcaldía, nem pelas empresas de recolha de lixo, nem de reciclagem. A solução deve ser encontrada junto das comunidades.


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Venezuela tem nova bandeira Jean Carlos De Abreu deabreujean@yahoo.com

esde o passado 12 de Março, dia da Bandeira venezuelana, se podem observar no centro desta oito estrelas. Segundo explicou o Presidente da Repú blica, Hugo Chávez, a nova estrela somada às outras sete anteriores, representa a Província de Guayana. Há dois meses, o Parlamento venezuelano começou a discutir a reforma da Lei da Bandeira, Escudo e Hino Nacional, em vigor desde 1954. Decidiu-se então que se procederia a várias alterações nestes símbolos do país com a introdução de mais uma estrela que simbolizaria a Guerra da Independência, quando Bolívar libertou Guayana do jugo espanhol. A nova Lei entrou em vigor no passado dia 9 de Março, quando foi publicada na “ Gaceta Oficial” nú mero 38. 394, de 2006. O diploma veio também estipular outras alterações no Escudo Nacional, designadamente sobre a direcção da ca-

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beça do cavalo branco, que anteriormente olhava para direita e agora vira a esquerda, graças a um comentário feito pela filha menor do presidente Chávez. Em relação ao primeiro “ cuartel” do Escudo, foram aumentadas mais quatro espigas de forma a simbolizar a totalidade das 24 províncias do país. O segundo “ cuartel” , está formado por duas bandeiras nacionais com lanças e dois sabres entrelaçados por uma coroa. A esta foram acrescentadas um arco e uma flecha numa canoa, em representação dos povos indígenas e afro-descendentes e venezuelanos que lutaram. Para o historiador Elías Pino Iturrieta, membro da Academia Nacional da Histó ria, os símbolos pátrios são imodificáveis porque representam um feito importante relativo a uma época específica. Segundo explicou este investigador aos meios de comunicação venezuelanos, para realizar uma modificação deste tipo, deveria existir um movimento político importante para se justificar a mudança do significado do anterior escudo e da bandeira, mais não por

um mero “ capricho pessoal” . Além disso, Pino argumentou que vários colegas afirmam que a Província de Guayana não devia aparecer porque no esteve no processo que levou à independência do país em 1811. Por outro lado, o historiador e luso descendente Antó nio de Abreu, comentou ao CORREIO que estava de acordo com a reforma da estrela porque existem provas histó ricas que determina a existência de Guayana como Província. Mas em relação à mudança do sentido da cabeça do cavalo, observou, trata-se de algo sem sentido porque implica gastos elevados quanto à reestruturação da figura e da histó ria. Partidários da oposição venezuelana marcharam durante o passado domingo para protestar contra a decisão do presidente Chávez sobre as mudanças operadas na bandeira e no escudo venezuelano. A marcha partiu desde o sector de El Marqués para chegar à Plaza Francia, em Altamira, Caracas, onde repudiaram a decisão tomada pelo presidente. A bandeira e o escudo venezuelano foram alterados desde o passado dia 12 de Março.


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Uma noite de compadres Se os convidados assinam o livro de presença passam a ser “ compadres” e são tratados como tal “ nem que seja o presidente da República” .

Em 6 de Maio próximo a “Academia del Bacalao” celebrará o seu aniversário com mais uma grande “cena”.

Aleixo Vieira Tábita Barrera

Jantar do Bacalhau (La Cena del Bacalao) é um ritual tradicional realizado por um grupo de pessoas que se é certo que utilizam a solidariedade como “ pretexto” para reunir-se, não menos verdade também o fazem porque conseguem beneficência através dela. Comer bacalhau converteu-se numa “ desculpa” para que um grupo de amigos possa reencontrar-se - sempre nas primeiras segundas-feiras de cada mês - com a possibilidade de conhecer novas pessoas, pois cada “ compadre” pode convidar a alguém mais. Se os convidados assinam o livro de presença passam a ser “ compadres” e são tratados como tal “ nem que seja o presidente da Repú blica” . Tomar vinho faz parte do cerimonial que caracteriza o evento, onde não importa a nacionalidade, raça ou credo, pois todos são bem-vindos a partilhar e apoiar com o valor que pagam pela entrada as diferentes acções de beneficên-

O

cia.

Todas as tertú lias decorrem em importantes salas de reunião da capital venezuelana. Na “ cena” mais recente, José Luís Ferreira, presidente da Academia do Bacalhau, sensibilizou os presentes sobre os problemas e as necessidades dos membros da comunidade portuguesa do país. “ Quando estamos bem de saú de, não nos lembramos que o vizinho do lado pode estar doente e a precisar da nossa ajuda. Somos solidários, mas devemos ser mais solidários” , apelou. A presença de Antó nio da Ponte constituiu a surpresa da noite. Designado como o novo “ carrasco” , competelhe agora a difícil tarefa de sancionar com multas os “ compadres” que não se comportem bem durante o evento. De acordo com os estatutos da “ Academia del Bacalao” , a ausência de casaco e de gravata e não fazer silêncio quando tal é solicitado na sala através da campainhas pode dar origem a uma amoestação. Ainda que a multa não é obrigató ria, até a o dia de hoje todos cumpriram com as

sanções que lhe foram aplicadas, as quais revertem também para a beneficência. Uma vez servido o tradicional bacalhau, que é obrigató rio em cada jantar, é dada a palavra a alguns convidados. Destacamos aqui o “ compadre” Reinaldo Armas, famoso cantante de mú sica “ llanera” , que na ú ltima ocasião se dirigiu aos presentes para na-

Apesar de ser um dos últimos a ser criado, o Jantar do Bacalhau na Venezuela é o que consegue a reunir a maior assistência. rrar-lhes parte da sua histó ria de vida. “ Eu também fui emigrante, pois cheguei a Caracas desde el llano há 35 anos. Curiosamente fui recebido no Terminal de Nuevo Circo por um português que era pretendente da minha irmã. Depois partilhei a minha habitação por muito tempo com outro português. Tinha 17 anos, quando me iniciei na carreira de artis-

ta. Comecei a cantar na Cervejaria Plaza Los Tres Gallos, propriedade de um português” , começou por contar. “ Mais tarde, Manuel Gonçalves outro português que era dono de um local chamado Las Cuevas del Oso, também me deu uma das minhas primeiras oportunidades de trabalho” , prosseguiu, observando que “ com os portugueses aprendi a conviver e seguir exemplos bonitos de responsabilidade, família e amizade. Há três anos fui convidado para ir à Madeira, por ocasião da festa tradicional da Calheta e confesso que me senti como se estivesse na minha terra.” “ Felicito-os por esta iniciativa e quero continuar a participar e contribuir com a causa e estar à disposição da organização. Podem contar com o “ folklore llanero” e com Reinaldo Armas” , declarou solenemente. Depois chega a hora do “ Gavião de Penacho” , durante a qual, todos de pé, evocam um canto em honra do vinho. Está proibido brindar com outra bebida que no seja esta. Um convidado agradeceu

ao seu genro que não é de origem portuguesa por lhe ter convidado para a participar na “ Cena” . “ Aqui se vive tudo o que a Venezuela precisa: união, fervor e acções nobres. Felicito os presentes pelo apoio econó mico dado ao Lar da terceira idade” , assinalou. A cerimó nia termina com o pagamento das multas que, neste caso, por tratar-se do dia de apresentação do novo “ carrasco” , não levarão a cabo. Alguns “ compadres” , imbuídos de bom humor disseram que Antó nio da Ponte não castigou a ninguém porque tinha medo de perder o posto. A “ cena” apenas termina quando tenha saído o ú ltimo “ compadre” . Estes jantares normalmente duram até muito tarde. Quando regressam às suas casas, são esperados pela suas “ comadres” assim são tratadas as suas esposas no ambiente - estas querem ouvir um relato do que se passou até ao pequeno detalhe, desde o sabor do bacalhau até à qualidade do vinho. A curiosidade é justificável, já que não é permitida a presença de mulheres nas tertú lias, à excepção dos jantares de aniversários ou de fim de ano.


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Valeu a pena emigrar Um grupo de pioneiros da emigração portuguesa na Venezuela foi homenageado no evento "Histórias de Vida". Délia Meneses

delia_jornalista@yahoo.com

A importâ ncia de preservar a memó ria colectiva através de um arquivo que reú na a historiografia da emigraç ão portuguesa na Venezuela foi a ideia central que reuniu todos aqueles que subiram ao palco na primeira cerimó nia de entrega de prémios relativa à rubrica "Histó rias de Vida" de 2005. Esta iniciativa permitiu que 22 emigrantes contassem as suas experiências na terra de Bolívar, que saíram publicadas nas páginas deste semanário. A ideia de criar um centro de documentaç ão ou um Museu do Emigrante português não é recente. Nesta ocasião, ficou a sensaç ão de se ter dado o primeiro passo, pois estas 22 histó rias, que foram compiladas, vão ser as primeiras a fazer parte do ansiado arquivo. Os porta-vozes do Banco Millennium bcp, patrocinador principal do evento, confirmaram o seu desejo de apoiar esta iniciativa, com a intenç ão de contribuir com projectos de acç ão social que reafirmem os valores e o esforç o das várias geraç ões de portugueses na Venezuela. Foram duas as histó rias premiadas. Um dos prémios reconheceu a constâ ncia e o espírito

de superaç ão e foi concedido a Manuel Vieira dos Santos, natural de Aveiro. Este emigrante chegou à Venezuela em 1961, quando tinha 12 anos, e aos 19 já era gerente de uma das sucursais da cadeia de supermercados Central Madeirense. Depois de 25 anos de trabalho nesta cadeia, recebeu uma condecoraç ão do Ministério do Trabalho e surgiu a oportunidade de ter o seu pró prio negó cio. Mais tarde, entrou noutra cadeia de supermercados, a Unicasa, e actualmente é gerente da sucursal de Guatire.

O coração vê mais que os olhos

A outra histó ria é sobre o espírito de sacrifício e o valor de Conceiç ão de Jesú s Gomes de Freitas. É natural de São Pedro e

tem 66 anos, 39 deles passados na Venezuela. Enquanto esteve na Madeira, Conceiç ão tanto se dedicou aos seus pais, ambos doentes, que também ficou doente. Foi levada de urgência para o hospital com uma anemia grave. Trabalhava no Funchal para um alfaiate. Depois de embarcar para Venezuela, nunca regressou à Madeira. A pouco tempo de ter ficado grávida do segundo filho, começ ou a perder a vista. O negó cio do marido exigia a sua presenç a constante e quando este lhe propô s que fosse só com os filhos ela pensou: "Estou a ficar cega, o meu marido está a trabalhar e eu vou passear. Isso não pode ser". Tem dois filhos homens, licenciados em Contabilidade. Ficou viú va e agora vive sozinha na zona de Cabu-

Equipas do Millennium e do Correio, junto aos historiados

dare, estado Lara. O seu amor a Deus é expresso todas as quintas-feiras em sua casa, onde há 28 anos se reú ne o grupo de oraç ão 'Renovaç ão Carismática'. Ambos os protagonistas destas histó rias receberam uma passagem para Portugal, uma cortesia da Tap, que também patrocinou esta iniciativa. O Salão Nobre do Centro Português de Caracas acolheu mais de 400 pessoas, numa noite que contou com a presenç a do embaixador de Portugal na Venezuela, José da Costa Arsénio, que disse que o evento teve um "elevado sentido patrió tico", ao fazer uma exaltaç ão de Portugal, mas ao mesmo tempo de reconhecimento da Venezuela como país de acolhimento. "A segunda geraç ão continua a saga dos pioneiros. Valeu a pena o sacrifí-


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Para ler a duas histórias premiadas e os outros relatos pode entrar ao endereç o: www.correiodevenezuela.com António de Abreu, historiador

Padre Alexandre Mendonça, pároco da Missão Católica Portuguesa

"A principal meta é a criação de um centro de documentação como os que que existem noutras comunidades de emigrantes na Venezuela, onde permaneçam as experiências das pessoas que não aparecem na histó ria mas que têm muito para contar"

"É um momento oportuno para que a comunidade olhe para os seus princípios e valores mas também para o contributo que devem dar à Venezuela"

Lolita Lairet de Teixeira

André Pita, presidente do Centro Português de Caracas

"É muito interessante que se realizem estes eventos e que se tenha em conta os emigrantes. É uma oportunidade de compartilhar. Eu contei a histó ria do meu marido, José Teixeira, que veio do Funchal. A parte mais difícil da emigração é deixar a família. O melhor é a maneira como se adaptam. José, apesar de não se esquecer da sua terra, já é venezuelano."

"Cada vez que lemos essa histó ria, transportamonos ao lugar onde nascemos"

António Ferreira Tavare Junior

"Eu sou de Aveiro, estou há 54 anos na Venezuela. Vivo em Tejerías. É bom que se faça este tipo de eventos para que nos possamos reunir com todos os portugueses. Já não vinha ao Centro Português há muitos anos."

FELIPE PEREIRA DA COSTA TRADUTOR OFICIAL DE PORTUGUÊS - ADVOGADO

Ana Lucí a de Bastos

"Sou venezuelana. Vivo em Hatillo. Contei a histó ria do meu avô Joaquim. Ele era de Aveiro. Creio que tudo é difícil quando uma pessoa emigra. Durante toda a sua velhice desejou viver na sua terra, mas o amor pela sua família foi mais forte que esse desejo. Lá não tinham possibilidades de viver"

l Traduções l Obtenção

em Geral.

de certidões de Nascimento em Portugal.

l Escritórios

em Portugal (Revisões de Sentenças de Divorcio e Heranças, etc)

l Obtenção

de Assentos de Nascimentos, Casamento, ou de Óbito, na Venezuela.

Cesaltina Da Silva

"Estes eventos são importantes para unir os portugueses que estão afastados das suas raízes e da sua pró pria comunidade."

l

Aquisição da Nacionalidade (os seus pormenores)

l Legalizações

perante os Registos Principais, Ministérios correspondentes, Colégio de Médicos, assim como outros organismos competentes.

l Outros

Martí n Granito Fugueira

"Estas iniciativas ajudam a que a geração jovem conheça o que os emigrantes fizeram ao chegar a uma terra desconhecida. Penso que estamos muito desunidos e quando nos encontramos com outros portugueses sentimo-nos mais portugueses. Esta é a primeira vez que venho ao Centro Português e gostei muito."

assuntos, favor consultar.

Horário: 8:00 a.m. - 1:00 p.m. Segunda Avenida de Campo Alegre, Edifício Credival, (ao lado do Consulado Geral de Portugal), Piso 7, Ofic. 104, Chacao, Caracas, Venezuela.

e-mail:felipepereira@cantv.net Telefone: (212) 267-60-51

263-69-77

Telemóvel:(0414) 235-97-06


12 | HISTÓRIA DE VIDA

CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

Uma mulher à portuguesa Maria Conceição Pinto de Fernandes Curral das Freiras, Madeira

difícil combinar tradição e as mudanças que ocorrem na vida. Mas vale a pena tentar. Esta é a minha histó ria. Tudo começou em 1970. O meu marido foi à Madeira, numa viagem turística, a 30 de Julho, casamonos a 7 de Setembro e chegamos à Venezuela a 2 de Novembro. Eram 5 da manhã de uma segunda-feira, recordome. A minha ideia era trabalhar e regressar mas fiquei por cá. O meu marido tinha uma sociedade com um irmão em Caracas. Era supermercado e talho, que tinha em casa, em três pisos. Era bonito. Ao fim de ano e meio a sociedade desfez-se. Mudamo-nos para longe, para fora da cidade, onde vivemos durante 34 anos. Eu estava preparada para casar-me. Era costureira, modista, fazia vestidos de noivas, bordados, bordei o meu enxoval e a toalha de mesa para o bolo dos noivos. Na minha terra, na Casa do Povo, fiz cursos de costura, culinária. Também trabalhei no terreno do meu pai, que tinha uma vaca e um touro, cada um com o seu palheiro. Estudei até à quarta classe. Assim como obedecia e ajudava os meus pais, fiz o mesmo com o meu marido. O que temos hoje conseguimos juntos mas começamos do nada. O meu marido comprou um casebre e um pequeno supermercado que eram de um primo dele. Passado um tempo, construímos uma pequena casa. E fomos ampliando até chegar à casa que hoje compartilhamos com a minha filha e o meu neto. Esta casa foi construída sobre um terreno que antes tinha árvores e foi uma "cancha de bolas". Eliminamo-las porque os borrachos davam muito trabalho e problemas. Depois, o meu marido deu sociedade a um sobrinho e decidiram fazer duas casinhas. Trabalhei sempre na minha casa. Para

É

Maria Concei

o Pinto de Fernandes:

além de ajudar o meu marido, trabalhei durante 15 anos como costureira para uma fábrica. Ganhava pouco, 1 bolívar por cada peça de roupa. Era perita em coser e rematar roupa para crianças. À parte disso, tecia e fazia bordados como o da Madeira porque trouxe desenhos. No que diz respeito ao trabalho em casa, sempre estive de acordo com o meu marido e entre ambos administramos os ganhos, o dinheiro é dos dois. Cheguei a poupar um pouquinho por minha conta mas esse dinheiro está reservado aos gastos com a casa, para alguma emergência ou para momentos especiais. Não pedia ao meu marido para dar-me prendas, comprava-as com o dinheiro das minhas poupanças. Apesar de ter trabalhado tanto, não

Portugal

a minha p tria querida, mas o meu mari

me considero independente. Muitas decisões são discutidas entre os dois mas a decisão final é dele. Penso como a minha mãe, que quando o marido fala e manda, a mulher cala. Agora, a mulher é inteligente, depois vai com calma e reclama. Se todos os casais de hoje em dia fizessem metade do esforço por entenderem-se e fizessem tudo juntos, seria melhor. Uma mulher como esposa aguenta demasiado. Mas o melhor do matrimó nio é entender-se, fazer as coisas juntos. Quando vim para a Venezuela, era a minha primeira viagem de barco, vim no Fulvia, foi uma maravilha. Fora da lua-de-mel, fazia jogos com o meu marido nas escadas forradas: Escorregávamos até ao fundo das escadas e divertíamo-nos com isso. Nessa viagem vinham 12 pessoas da minha terra e 5

eram ilegais. Outra coisa: Temos de gostar do local onde se vive. Quando cheguei, não gostei disto. Portugal é a minha pátria querida, mas o meu marido ama a Venezuela. Por isso dividimos entre os dois países. O meu marido comprou a casa do meu pai, que foi deixada em herança para repartir. Gosto de ficar lá dois ou três meses. A ú ltima vez que fui à Madeira foi em Agosto de 2005. Mas a Venezuela tem muito significado para mim. O meu pai chegou em 1949 quando eu tinha dois anos. Regressou à Madeira em 1958. Foi muito sensato: Com as moedinhas que levou começou a criar gado, comprou um terreno, fez casa e família, começou a subir. Vim aos 23 anos decidida a ajudar o meu marido a fazer o mesmo.


CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

PUBLICIDADE | 13


14 PERFIL

CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2005

Em defesa da natação

A presidente da Federação Venezuelana de Desportos Aquáticos (FEVEDA) é uma lusodescendente que tem lutado por desenvolver e apoiar a natação venezuelana. Um trabalho de perseverança que Lourdes de Gonçalves realiza com a maior das paixões. Liliana da Silva

lilianadasilva19@hotmail.com

m escritó rio cheio de atletas e dirigentes desportivos, telefones que tocam sem parar, capas empilhadas e documentos por assinar que se acumulam sobre a mesa, e um campeonato sul-americano às portas. Este é o cenário com que nos deparamos quando entrevistamos uma das mulheres mais influentes do desporto venezuelano: Maria Lourdes da Silva de Gonçalves, que há 20 anos trocou a química, a sua profissão universitária, pela adrenalina dos desportos e da competição. "Envolvi-me com a nataç ão por causa dos meus filhos. Como toda a mãe queria que eles praticassem uma modalidade desportiva", conta a presidente da

U

Federação Venezuelana de Desportos Aquáticos (FEVEDA), filha de emigrantes oriundos da Madeira, recordando que o seu envolvimento começou com a organização de pequenos encontros desportivos que, dia apó s dia, se foram tornando maiores e mais importantes. "Comecei por planificar competições entre vizinhos e quando me dei conta já estava organizando actividades em grande escala", frisa, observando que foi nessa altura que a Federação e os seus dirigentes começ aram a fixar-se em mim e a pedir-me ajuda para alguns encontros". Lourdes de Gonçalves acedeu e passado algum tempo ascendeu à presidência da Federação, lugar de on-

de podia fazer mais e melhor em prol de uma actividade que abraç ou sem interesses materiais. Uma eleição normal Se bem que não se trata de um cargo político, para a presidência da FEVEDA é preciso a realizaç ão de eleiç ões nas quais participam, com o seu voto, as 24 organizações regionais que compõem esta entidade desportiva. "As pessoas já conheciam o meu trabalho, pois foram muitas as lutas que liderei para fomentar e incentivar os desportos aquáticos na Venezuela", diz, justificando a confiança que depositaram na sua lideranç a à frente dos destinos da Federação. Gonçalves foi eleita há quatro anos para um cargo em que a ú nica retribuição é o orgulho de servir a 4.500 atletas, agrupados nas cinco modalidades que são abrangidas pela federação (natação, pó lo aquático, saltos para a água, natação sincronizada e aguas "abiertas") e a satisfação de conseguir vitó rias internacionais. "Faç o isto por

amor, já que nenhum dos membros de direcção recebemos algum ordenado ou dinheiro pelo nosso trabalho", sublinhou a dirigente luso-descendente. No entanto, a tarefa não é nada fácil. A falta de recursos e a pouca promoção das modalidades são alguns dos obstáculos com que esta dirigente tem de lidar nas suas iniciativas. "O dinheiro nunca é suficiente e temos de atender às cinco modalidades por igual, lamenta. Para além disso, "há que ter em conta os atletas e os custos de participaç ões internacionais", acrescenta. Todo este trabalho administrativo e de planificação está a cargo de Lourdes de Gonçalves. "Eu estudei na Universidade Central de Venezuela e sinto que, com o meu trabalho, estou devolvendo ao Estado pelos meus estudos", observou. Campeonato sul-americano Lourdes de Gonç alves viajou em finais de Fevereiro para a Colô mbia, juntamente com 100 atle-

tas nacionais com vista a participaç ão no Campeonato sul-americano de Especialidades Aquáticas. Apesar do seu grande amor por Venezuela, esta mulher considera-se portuguesa de coração, já que mantém em sua casa todas as tradições da cultura lusitana, preservando a gastronomia, crenças e gostos incutidos pelos pais e pelo marido, que também é natural da Madeira. "A persistência e o trabalho são valores com os que cresci", assegura. Apesar de ser a ú nica mulher na direcção da FEVEDA, as metas de Lourdes de Gonçalves vão mais longe que este cargo. "A minha maior aspiraç ão é chegar ao Comité Olímpico Internacional. Esse é o "degrau" máximo para qualquer dirigente desportivo", confessou, reconhecendo que apesar de nessas "instâ ncias existir um pouco de machismo, pois todos os seus membros são homens, as mulheres estão abrindo caminho no desempenho de todos os papéis que queremos assumir".


CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

CULTURA | 15

Português ensinado nas escolas Jean Carlos De Abreu deabreujean@yahoo.com

pó s a intenção do Presidente da Venezuela, Hugo Chávez Frias, anunciada na televisão, aos ministros da Educação, Cultura e Desporto e Ensino Superior, sobre querer implementar o ensino da língua portuguesa nos colégios pú blicos e privados da Venezuela, David Pinho foi convocado pelas entidades governamentais para trabalhar no assunto. Pinho é um emigrante português oriundo de Vila da Freira, em Portugal continental, que chegou à Venezuela há 33 anos. Desde essa altura que se tem dedicado ao ensino do português no país com a finalidade de propagar a cultura lusa. Actualmente, é director do colégio “ Nuestra Señora de Fátima” , em San Bernardino, Caracas.

A

O anteprojecto consiste em elaborar um programa com o propó sito de ensinar o idioma português, paralelamente com o castelhano. Outro dos pontos a incluir é o nú mero de horas a ser aplicado no horário escolar e não apó s o mesmo, para além de contar com professores capacitados, de preferência portugueses. Chávez disse ainda que, depois do Brasil, a Venezuela é o segundo país de língua portuguesa no continente, devido “ às relações que a nação tem com o estado vizinho e com a União Europeia, para além dos vínculos diplomáticos que as duas pátrias mantêm” , pelo que se procura estreitar os laços entre Venezuela e Portugal, assim como entre a Venezuela e o Brasil. Pinho viajou recentemente até Portugal, a convite do canal pú blico de televisão

RTP, a fim de participar no programa “ Portugal no Coração” e conversar sobre os vários aspectos da proposta que surgiu na Venezuela, “ já que este é o ano da língua portuguesa no país crioulo” , disse o professor. Segundo informações veiculadas a David Pinho por representantes do governo venezuelano, o projecto vai entrar em vigor “ com a nova reforma da Lei da Educação, que vai ter lugar em breve” . O programa educativo vai desde a aprendizagem das vogais até à formação de palavras em português, tal como se faz na primária em Portugal, sendo que os responsáveis da Educação em Portugal facilitarão o acesso ao material didáctico. Antes deste projecto, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Antó nio Braga, visitou a Venezuela e reuniu-se com um repre-

O programa educativo vai desde a aprendizagem das vogais

sentante do Ministério da Educação a fim de chegar a acordo sobre a introdução do ensino do português nos currículos escolares, e não fora destes, como acontece actualmente. Na ocasião, previu-se que em dois anos se comece a

aprender a língua portuguesa e, portanto, o projecto seja aprovado. Por seu turno, Pinho fará chegar uma carta aos Conselheiros das Comunidades Portuguesas para que apoiem a causa e intercedam perante o governo português.

Pérez-Perazzo dirige Sinfó nica Juvenil de Caracas Tábita Barrera tababor@cantv.net

maestro Jesú s Ignacio PérezPerazzo, que trabalhou como professor na Escola Musical Simó n Bolívar desde 1999, assumiu a direcção da “ Banda Sinfó nica Juvenil de Caracas” . Encontra-se a cargo de 70 crianças e jovens estudantes daquele conservató rio, com idades compreendidas entre os 12 e os 20 anos, aproximadamente. O conjunto foi formado em Outubro de 2005, mas foi no início de 2006 quando se começou a trabalhar com regularidade. Os ensaios decorrem diariamente entre as quatro e as seis da tarde e neles participam os instrumentos de vento e percussão. O ú nico requisito para se poder participar na Sinfó nica é ser estudante do conservató rio e, claro, saber tocar instrumentos. Com a finalidade de unificar critérios e realizar um trabalho mais integro, contaram com a colaboração do maestro Héctor Barrios, que se encarregou de ensaiar com os grupos e fazer com que o som produzido se tornasse mais uniforme. Pérez-Perazzo expressou que os alunos se sentem cada vez mais mo-

O

tivados e com mais vontade de tocar mú sica. “ Eles estão encantados com este projecto sobretudo porque estão fazendo um novo repertó rio e bastante variado” , assegurou, explicando que “ por concerto eles tocam, em média, dez peças” . O maestro está satisfeito com os primeiros resultados do trabalho, que saltaram à vista nos dois concertos já realizados, o primeiro em 26 de Fevereiro, no Museu do Transporte, e segundo, em 5 de Março, na Plaza de Chacao. Neste sentido, o responsável da Sinfó nica Juvenil disse esperar que o grupo possa alcançar os 100 elementos este ano. As pró ximas apresentações já estão agendadas para 26 e 30 de Março, sendo que esta ú ltima se efectuará no Auditó rio da Electricidade de Caracas.

Angelo Gonçalves actua em obra de Cabrujas Carlos Orellana corellanacorreio@hotmail.com

luso-descendente Ángelo Gonçãlves, participou recentemente como actor na adaptação que realizou Cristina Policastro da telenovela “ Silvia Rivas, divorciada” , escrita por José Ignacio Cabrujas em 1977. Realizada no novo formato de “ cinema para televisão” , esta nova versão do texto original do grande dramaturgo venezuelano foi dirigida por Alfredo Sánchez, enquanto que os produtores foram Hernando Faría e Arsenia Rodrigues, uma madeirense natural de Câ mara de Lobos. “ Silvia Rivas, Divorciada” é o segun-

O

do filme venezuelano em que actua Gonçãlves. Nesta produção personifica o filho do casal protagonista interpretada pela actriz Jeannette Rodríguez e o actor Luís José Santander. Cabe destacar que o jovem lusodescendente também integrou o elenco do filme “ Natalia de 8 a 9” , cujo argumento foi escrito pela “ pena” do mesmo Cabrujas. Ángelo Gonçãlves começou na televisão aos 11 anos de idade e até ao momento já participou nas telenovelas “ Trapos Í ntimos” e “ La Invasora” . Além disso, foi um dos animadores do programa infantil “ La Merienda” , transmitido pela Radio Caracas Televisió n.


16 | CultuRA

CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

Rui Mendes quase na Argélia Liliana da Silva lilianadasilva19@hotmail.com

intrépido lusitano, Rui Mendes, já empreendeu a expedição que o levará à conquista do deserto do Sahara, em África. Os obstáculos apresentam-se diariamente, pondo em risco o êxito da aventura. Segundo um relato enviado pelo português, a excursão já atravessou o deserto marroquino e já se dirige para a fronteira com Argélia. No entanto, “ não há muitas esperanças de que possamos cruzá-la, pois ainda não recebemos a aprovação do Governo argelino para poder atravessar o país. A falta de autorização, explicou, deve-se em parte, “ segundo a informação que nos facultaram na embaixada da Argélia, ao facto de não existir a segurança necessária para que o governo argelino possa facilitar a viajem a cidadãos não muçulmanos devi-

O

do aos ú ltimos acontecimentos e às violentas manifestações por causa da publicação de umas caricaturas ofensivas para o povo muçulmano.” O mais preocupante é que os restantes países pelos quais tem de passar a expedição Sahara 2006 são também muçulmanos, circunstâ ncia que aumenta o risco dos seis viajantes serem vítimas de qualquer acto de agressão por serem ocidentais. “ Estamos conscientes do risco que esta travessia implica e que devemos tomar precauções para actuar em consonâ ncia com o que quer o destino nos apresente, mas não creio que devamos dar por assente que todas as pessoas que professam e seguem a religião muçulmana nos tratarão mal e de maneira desrespeitosa. Temos fé em Deus e vamos com cuidado e com pensamento positivo para todo o mundo” , declarou

Mendes. Durante os primeiros dias da viagem depararam-se com algumas dificuldades para as quais não se tinham preparado antes de partir: as dunas. “ Uma das coisas que mais impressão causa é o facto de que o veículo que vai à frente não ter como saber por qual duna meter. Ao chegar ao topo de uma delas, não se pode travar porque corre-se o perigo de se enterrar, e deve-se decidir em andamento para qual ir, correndo o risco de que uma delas esteja demasiado suave e nos engula” , descreve o piloto que trabalha como piloto de provas para famosas empresas de automó veis todo o terreno. No entanto, nem tudo na viagem se descreve de forma exigente. Em alguns momentos, têm efectuado pequenas paragens para entregar brinquedos e lápis às crianças, Una acção que lhes enche o espírito de boas energias para continuar a difícil rota.

Cultura lusa difundida em rádio de Punto Fijo Jean Carlos De Abreu deabreujean@yahoo.com

cultura portuguesa está cada vez mais presente nos meios de comunicação impressos, audiovisuais e radiofó nicos. Em Punto Fijo, no estado Falcó n, estreou, a 3 de Dezembro de 2005, um programa radiofó nico dedicado à comunidade portuguesa, da autoria de um lusodescendente com formação em Jornalismo. Mario Joaquín Pereira é o director da emissora “ Onda del Caribe” do circuito “ Rádio de Venezuela” , pertencente à emissora 1150 AM. É licenciado em Comunicação Social pela Universidade Cató lica Cecilio Acosta, em Punto Fijo, e é a voz do programa “ Portugal, su mú sica e sus costumbres” . Esta iniciativa surgiu da curiosidade em saber mais sobre a cultura do seu pai, que é oriundo de Lisboa, e que veio para a Venezuela devido à crise que se instalou naquele país ibérico a partir dos anos 30. No programa, Pereira faz entrevistas ao vivo com portugueses da localidade, que contam como foram se adaptando ao estilo de vida do lugar.

A

Para além disso, apresenta a actualidade informativa portuguesa, para actualizar os ouvintes luso-venezuelanos sobre o que se passa a nível político e noutras áreas em Portugal. Outra das missões que este lusodescendente tem é promover a mú sica lusitana através da rádio, porque existem dois grupos folcló ricos que ressaltam a tradição rítmica do país: “ Nova Geração” e “ Os Filhos dos Emigrantes” . O programa tem a duração de uma hora, das 6 às 7 da noite. Segundo disse Mário Pereira, graças à boa aceitação que o programa teve por parte da população portuguesa de Punto Fijo e dos patrocinadores, vai para o ar duas vezes por semana: Às sextas e aos sábados. “ Não procuro nenhum tipo de lucro econó mico, antes pelo contrário, quero conhecer mais da minha cultura e fazer chegar algo a todos os portugueses que vivem nesta zona, fazer chegar aquelas recordações que muitos têm do seu querido Portugal” , sublinhou Pereira, ao afirmar que se sente muito português e feliz pelo trabalho que está a realizar.


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RELIGIÃO | 17

Porquê e para quê sofrer? O padre David Rodrigues descreve quais são as atitudes que devemos ter perante uma situaç ão de sofrimento e explica que Deus convida-nos tomar a cruz e colaborar para o triunfo das forç as do Bem

Padre David Rodrigues

davidro33@hotmail.com

sofrimento humano é um mistério que se enquadra dentro do mistério da Redenç ão de Cristo e para o qual não há uma resposta. Este tempo de Quaresma, que se caracteriza pela penitência, é propício para se destacar, desde uma perspectiva cristã, os casos de muitos homens e mulheres que sofrem com o corpo o com a alma. Dito isto, vejamos quais são

O

as atitudes que temos perante uma situaç ão de sofrimento. Quando aparecem os primeiros sintomas de sofrimento, a tendência inicial é de oposiç ão e surge então uma pergunta que nunca falta: Porquê? Porquê eu? E esta pergunta não tem resposta - pelo menos num primeiro momento, quando olhamos para o sofrimento a partir de um â ngulo meramente humano. O mistério do sofrimento é um processo. Apó s a oposiç ão e interrogaç ões iniciais surge um momento de impotência em que alguns recorrem a Deus, também perguntando-lhe porquê. E Deus tão-pouco responde. A resposta divina é bem mais um convite, uma chamada de Cristo para seguir no seu sofrimento. Cristo responde-nos desde a Cruz e convida-nos to-

mar a cruz do sofrimento. E perante este convite, podemos seguir opondo-nos, atitude que não ajuda, pois a cruz se torna mais pesada. Ou podemos aceitar a cruz, imitando Cristo no seu sofrimento, respondendo ao seu chamamento "toma a tu cruz e segue-me" (Lc. 9, 23). No princípio podemos tomar a cruz com temor, com medo do sofrimento, crendo que a aceitaç ão leva ao agravamento. Mas os que sofreram e entregaram o seu sofrimento a Cristo sabem por experiência pró pria que, ao unir seu sofrimento ao de Cristo, em seguida a cruz do sofrimento se alivia. Porque Cristo mesmo ajuda-nos a carregála. Ao unir o nosso sofrimento ao de Cristo, não é que desapareç a a causa do sofrimento, mas o nosso sofrimento parece diluir-se nos sofrimentos de Cris-

to. Também... um mistério. Mas prova se estás sofrendo, trata de entregar e de oferecer os teus sofrimentos a Cristo... e verás. Então podemos começ ar a entender para quê é o sofrimento: para colaborar com Cristo na salvaç ão do mundo e na nossa pró pria salvaç ão. Por isso se ouve falar em oferecer o sofrimento por alguém, pela conversão das almas, pela pró pria conversão. Assim são os caminhos e as maneiras de Deus: incompreensíveis se os olhamos com a nossa miopia humana, racionalista, mundana. O Papa João Paulo II, na sua Carta Apostó lica Salvici Doloris, explica que os nossos sofrimentos, unidos aos de Cristo, colaboram para o triunfo final das forç as do Bem (cfr. SD, 26).

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18 | traços de portugal

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Mirandela : famosa pelas alheiras e não só … Liliana da Silva

lilianadasilva19@hotmail.com

concelho de Mirandela ocupa uma extensa área com 679 quiló metros quadrados, onde se distribuem os seus cerca de 25.000 habitantes. As suas características morfoló gicas são marcadas por extensas depressões que atingem grandes altitudes. Estas condições particulares contribuíram para a criação de uma paisagem que cativa quem a contempla. Apesar de não ser um dos lugares mais visitados do Norte de Portugal, em Mirandela poderá passar um dia diferente. Se tem dú vidas acompanhem-nos nesta viagem escrita pelos recantos desta região trasmontana. Na geografia de Mirandela sobressaem algumas formações rochosas naturais como a Serra dos Passos, a qual constitui o elemento mais imponente da paisagem da zona, elevando-se da superfície através de vertentes vigorosas e culminando num cume extenso, linear, aplanado, que se situa nos 900 metros de altitude. Desde este ponto altaneiro poderá contemplar uma vista impressionante que de certo lhe fará com que passe a ideia pela cabeça de ali permanecer para o resto de sua visita. A serra de Bornes é outra das belezas naturais que Mirandela oferece a quem se aventura em visitá-la. Es-

O

Nesta região as paisagens mantêm-se inalteradas. A passagem do tempo só beneficiou a arquitectura e a natureza do lugar, onde os enchidos constituem um importante cartaz da gastronomia local.

tá localizada numa posição excêntrica relativamente ao município, pró xima dos 800 metros de altitude e constitui outro ponto que não pode deixar de conhecer. Se é dos que se preocupa com as temperaturas, podemos-lhe dizer que as de Mirandela na generalidade quentes, com mínimas anuais que raramente passam abaixo dos 0º centígrados (c), sendo os meses mais frios Dezembro, Janeiro e Fevereiro. As máximas ultrapassam frequentemente os 40º c, nos meses de Julho e Agosto, por isso durante estes meses é maior o nú mero de turistas que visitam este concelho transmontano de Portugal. Um aspecto importante

do clima de Mirandela é a assiduidade de densos nevoeiros de propagação que cobrem toda a depressão da cidade e o vale do Tua, originados pelas brutais variações térmicas diárias, podendo chegar por vezes a 9 dias de ocorrência. Esta variação climática determina uma característica cultura mediterrâ nea que beneficia a produção da oliveira, vinha e amendoeira, alguns exemplos dos produtos que podemos encontrar. Valores arquitectó nicos Na cidade de Mirandela encontram-se alguns dos mais importantes e mais valiosos ícones arquitectó nicas do concelho que constituem valores patrimoniais de toda a cultura de um povo, como o Palácio dos Távoras, majestosa construção nobre levantada no século XVII, o Palácio dos Condes de Vinhais, a cerca amuralhada da qual permanece apenas a Porta de Santo Antó nio, a ponte velha, que continua a constituir uma incó gnita quanto à data de construção. Em Mirandela surgiu também o conceito de cida-

de jardim. O culto da flor invadiu todos os espaços. Milhares de belas flores estendem-se por uma cidade inteira que vale a pena visitar. Se a visitar não pode deixar registrar fotograficamente a ocasião, sendo certo que terá à sua disposição muitos extensos e cuidados jardins onde se mostra a variedade de flores que se cultiva na região. Por todo o concelho existem vestígios de povoamento pré-histó rico, bem comprovado por monumentos megalíticos e variados castros. Os povos da idade do bronze desenvolveram uma intensa actividade mineira explorando estanho, cobre, arsénio e ouro, como é o caso do "buraco da pala", localizado na freguesia de Passos, que foi identificado como um caso de metalurgia primitiva de ouro entre 2.800-2.500 a. C., o que demonstra a importâ ncia que outrora teve esta população trasmontana. Por seu turno, os romanos, outros dos povos que assentaram nestas terras, também deixaram ali as marcas da sua civilização também através da exploração mineira. Assim o município abriga ainda vestígios, alguns bens claros e expressivos, da vida dos povos que, ao longo dos séculos, o ocuparam. Além dos monumentos classificados, encontram-se ainda no concelho, inú meros edifícios, não só de arquitectura douta mas também de feição mais popular, bem como diversos vestígios arqueoló gicos, que urge proteger. Neste sentido pode incluir-se todo um conjunto de igrejas ou capelas dispersas pelas aldeias do concelho, assim como várias casas solarengas, e principalmente os nú cleos primitivos dos aglomerados que ainda apresentam bons exemplos da arquitectura tradicional e popular.

As famosas alheiras

A boa mesa de Mirandela está constituída por um tipo de gastronomia invulgar no país, a través da fabricação das conhecidas "Alheiras de Mirandela". Segundo os historiadores e as receitas que se têm encontrado, as alheiras surgiram em finais do século XV. Desde esse momento, este tipo de enchido tornou-se parte da dieta diária dos trasmontanos, que se encarregaram também de divulgá-la pelos concelhos limítrofes. Os relatos populares asseguram que a alheira teve como causa pró xima do seu nascimento, uma acção político-econó mica do rei D. Manuel I, definida pela expulsão dos judeus do país. Hoje em dia, as alheiras de Mirandela são conhecidas pela qualidade dos produtos que são empregues para a sua elaboração e a tradição da sua fabricação. Toda uma arte que espera ser reconhecida, a curto ou médio prazo, com a criação de uma região demarcada e, simultaneamente, pela constituição de uma associação de fabricantes de alheiras. Mas não é só comida em Mirandela. Os turistas podem desfrutar também da calma e da beleza dos seus jardins para passear e praticar alguns desportos como jogar ténis, minigolfe, fazer piqueniques ou muitas outras actividades que fazem de Mirandela uma cidade de movimentada e com uma vida intensa. Nas águas do rio Tua pode-se praticar pesca desportiva, passear de barco ou de "gaivota" e fazer canoagem ou Jet-ski. Os turistas que pretenderem acampar podem fazê-lo no Parque de Campismo da Maravilha. Equipado com duas piscinas, uma para crianças, outra para adultos, um parque infantil entre outras, possui todas as infra-estruturas necessárias para uns dias bem passados. Fonte: www.cm-mirandela.espigueiro.pt


CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

PORTUGAL | 19

20% da população sem tratamento de esgotos M

ais de 20 por cento dos portugueses continua sem tratamento de esgotos, sendo esta uma das metas em que o Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais (PEAASAR) mais longe ficou do previsto. O PEAASAR 2000-2006, que traçava metas de 95 e 90 por cento, respectivamente quanto aos níveis de atendimento à população em termos de abastecimento de água e tratamento de esgotos, para este período, foi recentemente avaliado e substituído por um novo documento (PEAASAR II) que visa aproveitar o pró ximo programa de fundos comunitários entre 2007-13. O PEAASAR II vai ser apresentado terça-feira pelo ministro do Ambiente, Francisco Nunes Correia, na Comissão parlamentar de Poder Local, Ambiente e Ordenamento do Territó rio. As projecções do PEAASAR II apontam para que, em 2008, quando estiverem concluídas as obras previstas no anterior plano, os níveis de atendimento à população se situem na ordem dos 93 por cento em termos de

A maioria das infra-estruturas deverá estar concluída em 2008.

abastecimento de água e 80 por cento no que respeita ao tratamento de águas residuais, a 10 por cento do primeiro objectivo fixado. Por outro lado, o PEAASAR II reconhece que as estimativas dos investimentos necessários à concretização dos objectivos de atendimento, qualidade de serviço e ambientais (1.900 milhões de euros) ficaram “ muito aquém da realidade” , considerando-se que seria necessário um investimento de 3.100 milhões de euros para concretizar os objectivos fixados, O investimento no período 2000-2006 rondará apenas os 900 milhões de euros, ficando

diferidos para o período seguinte investimentos da ordem dos 2.200 milhões de euros. A este montante, necessário para concluir a vertente “ em baixa” (execução das interligações entre redes de distribuição de água e reservas municipais e redes de drenagem de águas residuais, renovação das redes para reduzir as perdas e fugas dos sistemas, investimentos nas redes de drenagem de águas residuais) juntam-se mais 800 milhões de euros para os sistemas “ em alta” (captação e adução). O PEAASAR II prevê que, no final deste período (2007-2013), 95 por cento da

população do país deverá estar servida com sistemas pú blicos de abastecimento de água e 90 por cento da população estará abrangida por sistemas de drenagem e tratamento de esgotos. Nos sistemas multimunicipais criados no â mbito do PEAASAR I, a maioria das infra-estruturas deverá estar concluída em 2008. Foram criados naquele período 20 novos sistemas, dos quais 13 sob a forma de sistema multimunicipal e sete sob a forma de sistema plurimunicipal ou municipal integrado, elevando assim para 31 o nú mero de sistemas existentes no país. Ao nível do abastecimento de água, cerca de 3,5 milhões de habitantes são servidos actualmente por serviços municipais, 2,9 milhões por serviços municipalizados, 1,7 milhões por concessões e 900 mil por empresas municipais. Para o pró ximo Quadro de Referência Estratégica Nacional, defende-se a criação de uma linha de apoio específica à implementação do PEAASAR II, reunindo os apoios comunitários e nacionais que estiverem disponíveis para a execução do Plano.

Manifestações de agricultores em Coimbra exigem pagamento de apoios às agro-ambientais gricultores do Baixo Mondego e Gâ ndaras estavam equacionando a realização de maifestações em Coimbra, onde já realizaram uma vigília, exigindo ao governo o pagamento das candidaturas às medidas agroambientais. « O Ministério da Agricultura renunciou unilateralmente a cerca de 26 mil contratos, que correspondiam a apoios da ordem dos 70 milhões de euros» , frisou à agência Lusa João Machado, presidente da CAP, estrutura que apoia a iniciativa das organizações de agricultores do Baixo Mondego. Os agricultores vão manifestar-se contra « a má gestão

A

do Ministério da Agricultura» e o « incumprimento e não pagamento dos contratos assumidos no â mbito das medidas agro-ambientais» - é sublinhado numa nota da CAP. Na base do protesto está também o anú ncio recente do « fim da electricidade verde» , medida que atinge 50 mil agricultores, retirando-lhes apoios estimados em 20 milhões de euros - adiantou o dirigente. « Espero quatro mil agricultores, tal como em Mirandela. Há uma forte mobilização porque existe uma grande revolta contra a arbitrariedade do Ministério da Agricultura» , afirmou o presiden-

te da CAP. Segundo uma nota da Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra (ADACO), que também vai participar nas manifestações, outra razão para o protesto consiste no « escandaloso aumento das prestações à Segurança Social» . « Muitos agricultores não estão a conseguir pagar as prestações, com todas as consequências nefastas para eles e para as suas famílias» , é vincado no comunicado desta organização, filiada na Confederação Nacional da Agricultura (CNA). De acordo com João Dinis, da direcção da CNA, « há mais do que motivos e razões

breves Casa Pia: Juí za Ana Peres pede às partes para encurtarem rol de testemunhas A juíza que preside ao julgamento do processo d e pedofilia da Casa Pia pediu ontem às partes que ponderem a possibilidade de pre scindirem de algumas testemunhas, para evitar uma maior morosidade deste caso. Durante a 154ª sessão de julgamento, em que continuou a ser ouvido Luí s Rebelo, que foi provedor da Casa Pia durante 16 anos, cessando funções em Nove mbro de 2002, a juíza Ana Peres avisou os intervenientes processuais que estão a rroladas 875 testemunhas, incluindo as da defesa e da acusação.

Incêndio destruiu totalmente fábrica de móveis em Lordelo Um incêndio destruiu na madrugada de segunda-feira, 13, uma fábrica de móveis localizada na freguesia de Lordelo, concelho de Paredes, disse à Lusa fonte do Centro Distrital de Operações de Socorro do Porto.Segundo a fonte, o fogo deflagrou cerca das 03:00 e foi dado como extinto perto das 06:00. Cerca das 7:30 decorriam ainda os trabalhos de rescaldo. Localizada no Lugar de Parteira, a fábrica de móveis “Reyna”, que ocupava uma extensão de cerca de 2.500 metros quadrados, ficou totalmente destruída, salvando-se apenas a zona de polimento dos móveis. No local estiveram seis corporações de bombeiros da zona, com um total de 85 homens, auxiliados por 27 veículos.

Matadouro regional vai ser construí do em Odemira

para protestar» . « A situação da agricultura, particularmente da familiar, é muito difícil, devido a más políticas agrícolas nacionais, levadas a cabo por sucessivos governos, às imposições da PAC (Política Agrícola Comum) e às restrições orçamentais decorrentes do Pacto de Estabilidade e Crescimento» , salientou João Dinis.

Um novo matadouro deverá ser construído até final do ano no concelho de Odemira para servir os produtores do Litoral Alentejano e de parte do distrito de Beja, num investimento próximo dos três milhões de euros. Em declarações à agência Lusa, António Camilo, presidente da Câmara Municipal de Odemira, uma das entidades que integra a empresa Matadouro do Litoral Alentejano (MLA), adiantou que o projecto vai ficar instalado em Vale de Santiago.


20 | PORTUGAL

CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

“Manto de propaganda” esconde problemas presidente do PSD, Luís Marques Mendes, acusou o Governo de ter usado um « manto de propaganda» no primeiro ano do mandato para esconder os problemas reais do país. « É possível enganar alguns algum tempo» mas « não é possível enganar todo o país todo o tempo» , afirmou Marques Mendes na abertura do 3º Congresso dos Autarcas Sociais-democratas, em Santarém. Na véspera de o PS comemorar um ano de Governo, Marques Mendes considerou que o executivo « em vez de governar a sério, especializou- se em marketing e propaganda» . Recorrendo aos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o líder do PSD explicou que

O

« os indicadores pioraram» em matérias como exportações, défice das contas pú blicas, emprego, investimento e crescimento. No ú ltimo ano de governação, « em nenhum indicador econó mico ou social» se verificou « qualquer melhoria» considerou Marques Mendes. « Se tirarmos da frente o manto de propaganda do Governo» no espaço de um ano « o país está pior» , afirmou Marques Mendes que

acusa os socialistas de fugirem a esta realidade. Domingo, quando se comemorar um ano de governação, Marques Mendes espera « muita festa e promessas» por parte do PS, dando mais um sinal de querer fugir à « realidade penosa e sombria» do país. Agora, « a responsabilidade deste agravamento já não pode ser imputada à conjuntura internacional» , salientou Marques Mendes, acusando o Governo de ter « falhado todas as suas promessas eleitorais» . No seu discurso perante os 380 delegados presentes, Marques Mendes disse ainda que o programa de estabilidade e crescimento do PS prevê « novos aumentos da carga fiscal» até 2009, num total de mais 850 milhões de euros.

Rede de falsificadores conhece sentença Tribunal de Esposende marcou para dia 20 a leitura da sentença de dez indivíduos alegadamente ligados a uma rede internacional de falsificação de cartões de crédito, informou à Lusa fonte judicial. Três dos arguidos - um angolano, um chinês e um malaio - estão em prisão preventiva desde 15 de Outubro de 2004 e respondem por 59 crimes, a maioria dos quais de passagem de cartões de crédito falsos, mas também contrafacção, burla qualificada e falsificação de documento. Os restantes arguidos são todos portugueses, entre os quais se destaca um comerciante de Santo Tirso, detido desde 17 de Março de 2005, que é acusado de 18 crimes (sete de passagem de cartões de crédito falsos e 11 de burla qualificada). No total, os 10 arguidos respondem por 96 crimes. Segundo a acusação, deduzida pelo Ministério Pú blico, os arguidos estrangeiros, com recurso a “ sofisticados” métodos electró nicos que o malaio “ conhece e domina” , gravavam os nú meros de bandas magnéticas

O

legitimamente emitidas por entidades bancárias e atribuíam-nos a cartões por eles mesmo forjados. Os arguidos decidiram utilizar os cartões de crédito falsos em terminais de multibanco de estabelecimentos comerciais, com a cumplicidade e conivência dos respectivos proprietários, “ para obter quantias indevidas, muitas vezes sem que efectuassem qualquer contrato ou pagamento de bens nos mesmos” . Depois de testarem a utilização dos cartões forjados em Espanha, decidiram vir para Portugal, onde o arguido de Santo Tirso lhes forneceu contactos de comerciantes “ que lhes iriam permitir utilizar terminais electró nicos de pagamento” com os cartões falsos, “ para assim realizarem operações fraudulentas e se apropriarem das quantias transaccionadas” . Dividiam essas quantias entre todos e davam uma percentagem aos comerciantes que lhes permitissem tais acessos, com prejuízo para a Unicre, empresa representante e gerente em Portugal do meio de pagamento através do cartão de crédito.

Cinco mil milhões em sistemas de água ministro do Ambiente revelou que os sistemas multimunicipais de água e saneamento irão dispor de cinco mil milhões de euros para investimento entre 2007 e 2013, tendo considerado as redes domiciliárias como uma prioridade. Em declarações aos jornalistas, na Figueira da Foz, à margem do 8º Congresso da Água, promovido pela Associação Portuguesa de Recursos Hídricos, que hoje se iniciou, Nunes Correia considerou ainda que no período entre 2000 e 2006 várias autarquias desviaram fundos previstos para as redes domiciliárias para outros investimentos. « Por razões várias e cada caso é um caso, muitas câ maras, não todas, mas um nú mero significativo, acabou por desviar os fundos que estavam previstos para

O

esse fim para outras aplicações e investimentos que consideraram prioritários» , acusou. « Fizeram-se grandes sistemas regionais, mas a distribuição domiciliária [da responsabilidade das autarquias] não andou ao mesmo ritmo» , disse. O ministro anunciou a disponibilização de cinco mil milhões de euros entre 2007 e 2013, no â mbito da segunda edição do Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais (PEAASAR), dois mil milhões dos quais respeitantes ao ciclo de fundos actuais, ainda em execução. A restante verba prevê 2,2 mil milhões de euros a aplicar nos sistemas em baixa (redes domiciliárias de águas e saneamento) e 800 milhões nos sistemas em alta (captação, tratamento e armazenamento de água).


CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

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22 | OPINIÃO

CORREIO DE VENEZUELA -16 DE MARÇO DE 2006

O dia de todas as mulheres!

Luí s Barreira

passado dia 8 de Março, foi o dia das mulheres! De todas as mulheres. Daquelas que permanecem como "fadas do lar" por opção, ou obrigação e das outras, as que enveredaram por uma profissão, no mercado de trabalho que lhes é disponível. Daquelas cujos maridos, a educação e a cultura machista ancestral, das nossas sociedades, não lhes permitem ser outra coisa que reprodu-

O

toras, guardiã dos filhos, cozinheiras atentas, costureiras aprumadas, amantes disponíveis, serventes de limpeza e gestoras do orçamento familiar. Mas é também o dia das outras, das que trabalham fora e dentro de casa, que se levantam mais cedo para tratar dos pequenos almoços, fazer as camas, levar os filhos à creche, apanhar o autocarro e correr para o trabalho, sair à pressa para ir buscar os miú dos, fazer umas compras no supermercado, dar um arrumo à casa, fazer o jantar, dar banho aos putos e colocá-los a dormir, lavar a loiça e arrumar a cozinha e... por fim, sentar-se pesadamente no sofá esperando as reacções do marido. É o dia daqueles seres considerados teoricamente iguais aos homens, que vivem trabalham e morrem em sociedades encharcadas em leis igualitárias, de respeito pelos direitos dos homens, das mulheres, das crianças, dos velhos, das diferenças étnicas, dos animais

domésticos e selvagens, das árvores, do ar, da água. É o dia em que se lembram as leis, para no dia seguinte se esquecerem por completo e por mais um ano. Que se fazem grandes discursos e promessas de vontade pú blica, para serem ignorados, na esfera da vida privada. Foi também o dia das mulheres de sucesso. Gestoras, políticas, patroas, artistas reconhecidas, médicas, jornalistas, advogadas, cientistas. Daquelas que alguma vez se interessaram em evocar os direitos das mulheres e das outras, as que, ao atingirem o sucesso, se esqueceram das suas semelhantes e se comportam como os homens. E, a propó sito disso mesmo, e porque é o dia de todas as mulheres, é também o dia daquelas que erradamente pensam que, para obter a igualdade em relação aos homens, há que lutar contra eles, substituindo-os, como se o mundo tivesse que ser masculino ou

feminino. Daquelas que, quando atingem lugares de decisão, se comportam como homens, muitas vezes até na maneira de vestir, falar e agir. É o dia em que recordamos todas as mulheres. O dia das mães, das filhas, das avó s, das companheiras, das amigas, das conhecidas e das milhões de desconhecidas que vivem abaixo de cão, tapete de todas as vontades masculinas. É o dia da consideração por tudo o que realizam e de reflexão, por tudo o que não as deixamos realizar. É também o dia das outras, as que fazem dos homens "gato sapato", das "espertas", das dominadoras, das vingadoras, das conquistadoras de vantagens e de todas aquelas que querem inverter a histó ria, trilhando o mesmo caminho que lhes impuseram. Háde chegar um dia em que deixará de haver o "dia da mulher" porque... Enquanto

Sem papas na língua

Alvaro Dias alvarodias63@hotmail.com

C

amaleões. Assisti há dias a um congresso empresarial onde um orador, de forma filosó fica, afirmava que as ú nicas espécies animais que conseguiram sobreviver através dos séculos não foram as que eram mais fortes, nem as mais ferozes ou agressivas, nem muito menos as que eram maiores. Argumentava, e concluía este amigo profissional, dizendo: que os ú nicos animais que sim puderam escapar a todas as adversidades, e assim sobreviver até aos nossos dias, foram aqueles que determinantemente puderam ser os mais ágeis, os mais dinâ micos, e os mais velozes ou mais rápidos. Nesse momento, concordei completamente com o seu pensamento,

pareceu-me muito sábio e até ló gico, sobretudo se fizermos comparações com grandes Empresas bem sucedidas. Mas hoje, observando (no nosso dia a dia) a infinidade de exemplos de tanta hipocrisia, falsidade, mentiras, deslealdade, e falta de sinceridade, tenho mesmo a certeza de que os ú nicos "bichos" que vão impor-se sobre os outros e garantir assim a sua sobrevivência para o futuro, vão a ser uns pequenos animaizinhos que por acaso são sumamente lentos em tudo, até no caminhar, mas que têm uma enorme e mortífera língua, e que sobretudo o mais relevante e também a sua principal arma, e a facilidade e capacidade que têm para mudar continuadamente a cor do seu corpo, e assim poder adaptar-se ou confundir-se com um ambiente, entorno ou com situações, sempre da forma como mais lhes convenha ou lhes de proveito. Sim senhores, estou exactamente a referir-me a esses famosos "Camaleões", essa nada simpática "raça" que antes só os conseguíamos na politica, mas que agora infelizmente, se multiplicaram tanto que até já os vemos (apesar da camuflagem) em qualquer lado ou canto desta "selva" em que vivemos. P.d. (qualquer semelhança com pessoas ou personagens da vida real...

não, não é simples casualidade). Transparência. Chama muito poderosamente à atenção, que nos ú ltimos dias estejam circulando no nosso (também é nosso, ou não?) CPC vários avisos e comunicados onde se destaca ou sublinha que não está permitido ingerir qualquer tipo de comidas nem bebidas, que não tenham sido compradas nos concessionários do Clube, ou seja, nenhum só cio poderá comer nem beber nada na nossa segunda casa, que não seja comprado aos comerciantes ali estabelecidos, não importa o caro que sejam nem péssimo serviço que sempre oferecem. Mas o pior, e o mais grave, é que ultimamente estes concessionários estão sendo escolhidos a dedo, ou talvez por influências, "amiguismos", etc., (com razão, quando se soube os resultados das ultimas eleições, houve um concessionário que não pô de esconder a sua alegria, e até festejou com uma grande quantidade de foguetes). Se não é assim, como se explica a pouco ou nada transparente operação de mudança do concessionário da Fonte de Soda? Será que esses avisos ou comunicados têm algo que ver com os novos concessionários? Parece

que é muita casualidade, e que tanto lhe interessa justo agora que a direcção no cumprimento dessas normas? É urgente e necessário mais, muito mais, transparência nas decisões importantes que se tomam numa colectividade, e mais ainda quando há interesses de por meio. Bem bonito que lhes ficou! E ainda dizem que o nosso Centro Português de Caracas é um clube social e sem fins de lucrativos. Eu te aviso.... Talento. Foi fantástico e de verdade maravilhoso, o espectáculo das três Comparsas de Carnaval, que nos ofereceram os Jovens do Centro Português, foi impressionante observar o esforço, dedicação, entusiasmo e motivação com que os "nossos muchachos" arregaçaram as mangas e se puseram a trabalhar tão arduamente. Estiveram mais de um mês ensaiando até altas horas da noite para cuidar que tudo fosse impecável, como tal aconteceu. Muitos deles, sacrificando todo o tempo livre que tinham, para brindar-nos esse grande e majestoso Festival. Quero expressar a minha grande admiração e reconhecimento a todo esse grandíssimo talento desta Juventude que tanto nos orgulha. Viva a "nossa" Juventude do Centro Português de Caracas!!!


CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

OPINIÃO | 23

Cartas Bikini não fica bem a todos

Costureira um trabalho de moda

Sou portuguesa natural da ilha da Madeira, tenho 57 anos e vivo na Venezuela há 39 anos. O motivo desta carta tem a ver com o cortejo de Carnaval da Madeira que vi na televisão Portuguesa, na noite de segunda-feira. A minha observação tem a ver com o que vi e com o aspecto das pessoas que dançavam ao ritmo do samba. Acho que dançar o samba com bikini só fica bem a pessoas magras. Aquilo que vi na televisão foi motivo de riso até para os meus filhos e primos. Acho que não está bem que pessoas com corpo fora da linha desfilar assim em fato de banho. Ficam ridículas. Não tenho nada contra os "gordinhos" porque também sou, e bastante. A agora o que não posso aceitar é que se exponham dessa maneira em fato de banho. Fica feio e em nada contribui para que os desfiles de Carnaval na Madeira sejam um cartaz internacional. O que não percebi também, já agora, foi o tema escolhido "Noites da Madeira". No meu tempo as noites eram para dormir ou para ajudar a minha mãe a bordar em casa. Portanto não conheci as noites da Madeira. E como eu muitos emigrantes.

Sou portuguesa do Norte do continente e vivo numa zona que julgo ninguém ainda do CORREIO veio fazer uma única reportagem: "El Cementério". Leio sempre o Correio que me oferecem no Banco Plaza. É a única que coisa que me une a Portugal neste momento. Sou costureira e tenho algumas clientes que são portuguesas e falamos muito de Portugal, do jornal e de muita coisas acerca dos Portugueses. Mas acho que deviam escrever algumas receitas de cozinha à nossa moda. Mas escrevo para lhes contar o que me sucedeu como costureira. Eu sentia que os meus filhos tinham vergonha de dizer na escola e na universidade que a mãe (eu) era costureira em casa, que apenas sabe ler e escrever, etc. Agora vou a qualquer Centro comercial com eles e vejo lojas de (franquicias) de costura e arranjos de roupas, onde colocam fechos, cozem buracos, alargam e encolhem roupas etc. Quem diria? Quer dizer: o que faço ha mais de 40 anos agora está na moda e até vão à universidade para aprenderem a profissão. Eles riem comigo porque agora dão o valor àquilo que sei fazer. Oxalá publiquem esta carta para que os filhos nunca se sintam envergonhados do que fazem os pais, quando é feito com dignidade e muita honra.

Maria A. Felí cia Rodrigues

Maria Alcides R Freitas

E quem ia dirigir o dinheiro? Escrevo para comentar a "rejeição" do governo Português para ajudar clubes Portugueses no mundo. Acho muito bem até porque a vida em Portugal não está fácil. Digo muito bem porque a existência de muitos clubes Portugueses no mundo não quer dizer que os mesmos existam devido à necessidade de os Portugueses quererem manifestar a sua "portugalidade". Segundo li também no vosso jornal, na Venezuela alguns clubes passam por necessidades económicas, alguns até nem são frequentados com assiduidade e outros fecham nos dias de semana. Até porque em muitos casos e também segundo denuncia o vosso jornal, as divisões estão sempre presentes na comunidade e a na origem de alguns clubes sociais estão precisamente essas divisões entre portugueses que, ao se dividirem, decidiram provar nem sei o quê ou a quem que também eles podem fazer um clube. Então acham que Portugal pode gastar dinheiro para alimentar protagonismos?! E a quem iam dirigir esses dinheiros!? E com que fins?! Acham que os directores dos clubes têm pedagogia para orientar o futuro da "portugalidade"…?

Manuel Xavier R. Talhado

Tempo para Deus? Li uma carta no Jornal acerca da falta de pessoas na missa da Missão Católica Portuguesa, situada em San Bernardino. Muitas vezes têm escrito sobre a importância que têm as tradições e a música para fortalecer as raízes portuguesas. E agora pergunto ir à missa não é criar raízes e preservar costumes? Parece que não. E a culpa é dos país que não obrigam os filhos a ir à missa. No meu tempo ia porque era obrigado a ir à missa todos os domingos e ai de mim se não obedecesse à ordem. Agora é só dar o que as crianças pedem e depois ainda exigem não ir à missa. "Que chatice…", dizem. E os pais o que é que fazem? Nada! Senhores portugueses, o mundo anda louco e as pessoas não dão valor à paz, à família e a tudo de bom que a vida lhes tem deparado. Sejam agradecidos a Deus e à sua palavra e vaiam à missa. Não importa onde, mas vaiam e façam com que os vossos filhos também assistam à missa. Há tempo para tudo. Para a piscina, para o futebol, para a praia, para o cinema, para visitar a família. Até para visitar a casa de Deus. Reflictam...

José M. Lira Fernandes

InquérIto: Sabia que para fazer face aos roubos que se estavam a registar nas imediações do Consulado Geral de Caracas, a Alcaldía de Chacao teve destacar uma patrulha para o local durante a manhã? Parece-lhe suficiente?

José de Freitas Comerciante

"Não sabia que essa situação se estava a passar nesta zona da cidade. Mas nesse caso, parece-me bem o que a essa polícia está a fazer, pois se há uma patrulha a passar revista à zona constantemente, isso vai aumentar a segurança. No entanto, considero que as pessoas não deviam ir tão cedo para o consulado, porque é evidente que tal é perigoso."

Eduardo Gómes Desempregado

"Soube do que se passou mas por alto. Não estou a par de todos os detalhes. Mas creio que com uma só patrulha não é suficiente. Deviam ser como umas três. Eu não entendo sobre segurança, mas parece-me que é indispensável que a presença da vigilância seja fixa nas imediações desse edifício. Caso contrário, continuarão ocorrendo os roubos e outras coisas."

Ventura Pires Comerciante

"Não sabia que isso estava a acontecer. Mas sobre o que está fazendo a polícia de Chacao, considero que é uma boa medida, embora o Consulado também deve tomar outras medidas para não deixar as pessoas esperando tanto tempo no exterior do edifício. Eles também deviam ter seguranças que de vez em quando passassem revista à zona a ver como estavam as coisas."

Ana Almeida Gerente administrativa

"Não tinha conhecimento desses roubos. Não obstante, sempre pensei que o consulado devia ter mais seguranças privados no exterior, porque as pessoas vêm de muito cedo e se não há ninguém que lhes dê protecção, então os ladrões podem livremente aproveitar-se e fazer o que queiram. Mas penso que uma patrulha apenas não basta"


24 | ECONOMIA

CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

"Operação arrasar" responder todas essas questões.

Aleixo Vieira

aleixo5151@cantv.net

De que maneira a IDE pretende apoiar os emigrantes? O que queremos é fazer saber que nó s temos mecanismos e serviço que presta atenção directa ao emigrante empresário. O nosso aconselhamento como organismo especializado no apoio ao tecido empresarial é fundamental para que o processo final e a iniciativa, assim como para que a empresa tenha sucesso e que o empresário não ande de um lado para o outro evitando, assim, a frustração.

O evento contou com a presença de 300 empresários portugueses. Algumas questões ficaram por formular aos protagonistas da iniciativa. A pedido dos nossos leitores, tentamos, nesta entrevista, esclarecer as dúvidas dos empresários luso-venezuelanos.

uma iniciativa do Governo Regional da Madeira, foi criada a Unidade de Apoio aos Emigrantes empresários, iniciativa que pretende privilegiar uma actuação de proximidade para com os emigrantes com o objectivo de dar a conhecer a realidade empresarial regional, e simultaneamente prestar informação relevante e eficaz no exercício da actividade que o empresário pretenda realizar, bem como facilitar a criação de empresas de uma maneira simples, eliminando entraves burocráticos e os tradicionais custos financeiros. A Venezuela foi o primeiro local a ser visitado pelos promotores da iniciativa. A visita contou com a presença do vice-presidente do Governo Regional da Madeira, João Cunha e Silva, e do presidente do IDE (Instituto de Desenvolvimento Empresarial), Jorge Faria. Ao evento acorreram cerca de trezentos empresários e a iniciativa despertou grande interesse entre os mesmos. Como é ó bvio, algumas questões e dú vidas ficaram por esclarecer. Nesta entrevista exclusiva com o presidente do IDE, Jorge Faria, tentamos esclarecer algumas das dú vidas manifestadas ao nosso jornal nos dias posteriores ao evento.

N

O que é o IDE ? É o instituto que tem a ver com os apoios ao sector produtivo e a todo o tecido empresarial, excepto ao sector primário. Foi um organismo criado em 2000 e é tutelado pela vice-presidência do Governo Regional e tem a ver um pouco em poder concentrar num ú nico instituto tudo o que o empresário precisa ao nível dos apoios, e que numa ú nica casa possa resolver todos os seus problemas. Porque só agora surge a Unidade de Apoio ao Emigrante Empresário? Vem na sequência de diferentes solicitações quando os governantes se deslocavam aos países de acolhimento de portugueses - digamos, do mercado da saudade - com maior incidência na Venezuela e África do Sul. As pessoas manifestavam interesse em saber sobre os apoios. Querem investir e pediam ajuda e não há dú vida que o aconselhamento é extremamente importante na fase inicial dos negó cios, até porque estão longe da sua terra e não dominam os organismos, os serviços e os canais legais para implementar o seu investimento, daí o surgimento desta dependência pa-

O vice-presidente da RAM, João Cunha e Silva, e o presidente do IDE, Jorge Faría.

ra a ajudar o empresário a que se integre nos canais legais. Acha que a Madeira é um mercado atractivo para o empresário emigrante? Embora o mercado da Madeira seja exíguo, como disse anteriormente, porque estamos a falar num mercado de 270 mil pessoas, é preciso não esquecer que com o turismo chegamos a mais ou menos ao universo de 1 milhão de pessoas, além da plataforma em que estamos inseridos, que é o da União Europeia alargada e que se torna num potencial de mercado muito forte, com poder aquisitivo também forte. O Governo está interessado no investimento do emigrante na sua terra natal? A presença do vice-presidente do Governo Regional da Madeira no acto de apresentação da unidade de apoio na Venezuela que foi extremamente significativa e demonstra o carinho que o Governo Regional presta a esta iniciativa para os emigrantes. O emigrante tem alguma atenç ão diferente neste sentido? Obviamente não fizemos um pacote especial para os emigrantes. O que nó s fizemos foi concentrar todos os apoios que existem e através de um diálogo directo como este que aqui realizamos, ou através da criação do nosso site na Internet ou ainda através de uma linha directa ou de um fax. O que nó s propomos é que o emigrante formule as suas questões e num máximo de 24 horas vamos responder. E isso é uma questão de honra do nosso instituto,

Em que consistem esses apoios? Nesse sentido damos apoio jurídico, fiscal, contabilístico, econó mico-financeiro, de integração de projectos. Embora a decisão seja sempre do empresário, nó s como organismo especializado vamos dizer quais são os pontos fracos e fortes da iniciativa, aconselhar na parte fiscal no aspecto da constituição da empresa que pode ser feita na hora. Enfim, criar condições para que o emigrante não se desgaste através de cartas, contactos, e através de intermediários, para que possa ter uma resposta ao que pretende. Como fazer para obter informação directa e imediata? Primeiro, acho que deve contactar o nosso site. Também temos a linha directa telefó nica, que estará a funcionar no horário de Portugal. Qual o sector em que os emigrantes têm melhor oportunidade de investimentos? A Madeira é uma região de serviços devido à sua dependência do turismo. Daí ser a nossa maior aposta. Portanto, além de criar cada vez melhor qualidade de vida para os que ali vivem e os que nos visitam, queremos criar também melhor qualidade ambiental. Se atendermos ainda à estabilidade governamental que existe na RAM, com segurança, com potencial nas belezas naturais, a ilha é um espaço também para investimento na área da restauração, dos serviços (área muito procurada), no turismo, nos campos de golpe, acessos com qualidade à praia e ao mar, nas novas ferramentas e tecnologia de informação. Pensamos que, neste sentido, todos os sectores são aconselháveis para investir. Oportunidades e risco do investimento na área industrial? Neste momento a RAM tem, em todos os concelhos, um parque empresarial e até há concelhos que têm mais de um parque empresarial. No aspecto industrial, não há limitações a esse nível. Portanto, desde que o empresário e o promotor queiram avançar com a iniciativa, o risco é compartilhado, mas a decisão ú ltima é sempre do empresário e não vai ser o IDE que vai dizer para não fazer uma fábrica de ó culos porque já existem cinco.


CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

ECONOMIA | 25

Retirar a burocracia E esse mercado é abrangente também à União Europeia ou limita só á RAM? Quando falamos em projectos industriais, estamos pensando no mercado Europeu, no produto Europeu com iguais condiç ões do que um produto fabricado na Alemanha, na Bélgica, daí o aliciante destes projectos e destes apoios. Fala-se muito nos apoios às iniciativas de turismo rural. Este segmento de mercado pode ser alternativa aliciante para o emigrante? Tem muita procura e temos apoiado muito. Neste sentido é bom que se diga que todas as câ maras municipais têm o seu Plano Director Municipal (PDM). O mesmo determina, de uma forma clara, aquilo que se pode fazer em determinada

localidade do município. E o aparelho burocrático da Região? Que aliás é a primeira queixa do empresário quando pensa investir na ilha. Não acha que é um impedimento ao investimento? Tem razão. Existe de facto uma teia burocrática, daí que eu diga sempre muitas vezes que o melhor e mais significativo apoio que se podia dar aos empresários era retirar burocracia dos processos. Mas há uma teia burocrática europeia e nacional que nos obriga muitas vezes também a estar dentro daquelas regras, porque nó s somos auditados, fiscalizados, e se não cumprimos aquelas regras todas, obviamente também somos penalizados.

Então de que serve criar uma empresa num dia se depois a burocracia trava o aceleramento do projecto? Nesse sentido, o governo regional lanç ou uma campanha chamada "Operaç ão Arrasar", precisamente para acelerar alguns procedimentos. O que pretendemos é cortar caminhos, tornar mais rápidas as decisões. No entanto, é bom que se diga que com esta unidade de apoio não se consegue tirar burocracia, o que se consegue é criar valor num ú nico organismo como é o nosso. Por exemplo, enquanto um empresário levava um mês para visitar dois ou três departamentos para obter uma resposta, aqui nesta unidade de apoio num máximo de 24 horas vai ter a resposta que procurava.


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CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

Mais flexibilidade com “ Airpasses” A Rede da Star Alliance oferece aos seus clientes mú ltiplas opções de viagens, através dos Airpasses para Ásia, Brasil, Europa, Japão, América do Norte, Pacífico Sul e Tailâ ndia. Os sete Airpasses propostos pela Star Alliance permi-

breves

TAP renova frota de longo curso A TAP iniciou o programa de renovação da sua frota de longo-curso, com a recepção do primeiro avião Airbus 330-200, CS – TOF, “Infante D. Henrique”. Com chegada a Lisboa no final do dia, esta é a primeira de uma família de modernas e eficientes aeronaves, de fabrico Airbus, a integrar a frota da Companhia, com entrada imediata em operação. Esta aquisição constitui o primeiro passo concreto da TAP no âmbito do programa de renovação da sua frota de longo curso, actualmente composta por equipamentos A.310 e A.340, anunciado em 21 de Novembro de 2005, em Toulouse e que ficará concluído em meados da próxima década, altura em que a TAP passará a dispor somente de aviões A.350. O novo A.330 é um avião birreactor , equipado com motores Pratt & Whitney, que operará, prioritariamente, nas linhas do Brasil, E.U.A. e África. Esta primeira unidade vem substituir um A.310, entretanto retirado de operação no termo do seu contrato de aluguer, estando ainda prevista a chegada de mais duas unidades: uma no final deste mês e outra em fins de Abril próximo.

tem aos passageiros usufruírem de grande flexibilidade nas viagens, disponibilizando um leque variado de destinos e itinerários a preços muito acessíveis, com possibilidade de proceder a alterações de datas e destinos em qualquer momento, sujeitas a condições

especiais. Os membros do programa de Passageiro Frequente Victoria têm ainda a vantagem de poder acumular milhas nos voos operados por outras Companhias da Star Alliance. A TAP, membro da Star Alliance desde 14 de Março

de 2005, voa actualmente para 43 destinos em 25 países, aos quais se junta ainda um vasto conjunto de outros destinos servidos em code-share com companhias suas parceiras. A Star Alliance foi constituída em 1997, como a primeira aliança de companhias aé-

reas verdadeiramente global, apta a oferecer aos seus clientes uma vasta Rede mundial e uma experiência de voo consistente ao longo dos seus destinos. Conjuntamente, as companhias da Aliança oferecem mais de 15 mil voos diários para 790 destinos em 138 países.


CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

DESPORTO | 27

FC Porto da Venezuela “ arrumou as botas” António Carlos da Silva axedrezado@gmail.com

FC Porto da Venezuela, filial nú mero 43 do clube azul e branco do Norte de Portugal, escreveu o seu nome na triste e já muito longa lista de equipas lusitanas extintas em nosso país. Desentendimentos entre os dirigentes, problemas de diversa índole (mas sobretudo de ordem financeira), deram cabo de uma equipa que andou a competir nos escalões amadores do futebol “ capitalino” nos ú ltimos dois anos, representando ao clube português bicampeão europeu mundial na Venezuela. A ideia de criar o FC Porto da Venezuela surgiu quando Manuel Gouveia, ligado então à “ Escola de Futebol Jachico” , propô s à direcção da Casa do FC Porto da Venezuela inscrever uma equipa na respectiva associação estadual, com as cores e o emblema do clube “ tripeiro” . O plantel da equipa seria integrado por jogadores formados naquela Escola, e a direcção da Casa estaria encarregada de dar o apoio econó mico necessário para a sustentação do clube.

O

AltOs CustOs E ArbitrAGENs DuViDOsAs Antó nio dos santos tavares, director da Casa do FC Porto, falou ao COrrEiO, para explicar a posição institucional sobre o fim dos apoios financeiros à equipa de futebol. O responsável tavares pô s em causa as arbitragens no torneio ibérico - o palco principal onde competiam “ os dragões” venezuelanos. « No primeiro ano os resultados foram normais, mais em 2005 tivemos problemas com os árbitros e ficamos muito mal classificados. Eles não trataram como aconteceu com as outras equipas e nó s temos os mesmos direitos que a Central Madeirense ou qualquer outra equipa» , esclareceu. O aspecto financeiro também pesou na decisão final, pois segundo as palavras do dirigente portista, embora fosse se tratasse de um clube amador, os custos da equipa tornaram-se insustentáveis para a direcção. « Cada prémio por vitó ria pa-

O aspecto financeiro também pesou na decisão final, pois segundo as palavras do dirigente portista, embora se tratasse de um clube amador, os custos da equipa tornaramse insustentáveis para a direcção. ra todo o plantel não baixava de 600 mil bolívares, sem falar dos gastos em botas, bolas, equipamentos e medicamentos, pois desde Portugal não nos chega nada. tudo era suportado pelos só cios pagantes da Casa» , explicou.

DiriGENtEs Ou ADEPtOs? Manuel Gouveia, o “ pai” do FC Porto de Caracas, reconheceu que os custos de manutenção de uma equipa, embora amadora, não são baixos. Mas também reconheceu a boa disposição e a ajuda total do presidente da Casa portista, Camilo Oliveira, quem “ desde o início do acordo sempre cumpriu e colaborou com a equipa” , disse. Mas apontou o dedo a alguns membros da direcção da Casa que « quando os resultados deixaram de ser bons, começaram a criticar a equipa e a propor acabar com a ajuda» . Mantendo a versão de que o FC Porto « foi um alvo a abater pelas equipas de arbitragem» no ú ltimo torneio ibérico, não deixa de criticar a falta de paciência de alguns dirigentes “ tripeiros” . O futebol é competição e não se pode ganhar sempre» . Em definitivo o “ Dragão” azul e branco não tornará a sair ao relvado nos campos de futebol de Caracas. uma pena...


28 | DESPORTO

CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

“ Copa Free Way” no CPC António Carlos da Silva axedrezado@gmail.com

Centro português de Caracas (CpC) é uma referência conhecida e respeitada na modalidade de Futsal, pois o nível competitivo das equipas formadas neste clube social sempre tem primado pela qualidade. Agora as suas instalações serão a sede escolhida para a realização de uma importante prova do Futsal ao nível colegial: a “ Copa FreeWay 2006” . oito equipas que representaram diversas instituições municipais, educativas e sociais, mediram as suas forcas sob o olhar atento do seleccionador nacional de Futsal, Álvaro Guevara (Campeão Mundial da FIFuSA com a “ Vinotinto” no México em 1997), que fará o seu trabalho de prospecção de novos talentos para a equipa da categoria, em várias jornadas do torneio.

o

Centro portuGuê S: o CenÁrIo IDeAL

ex-joGADor nA orGAnIzAção

A escolha das instalações do Centro português como a sede para a realização do torneio, segundo palavras dos organizadores, tem a ver com o facto de que as mesmas possuem todas as condições de comodidade e segurança tanto para os atletas como para os espectadores, além do bom ambiente e o tradicional bom nível do Futsal praticado no clube lusitano, que vai estar representado na Copa por uma equipa. o “ quinteto” do CpC vai contar assim com a vantagem (e a responsabilidade) de ter o apoio maioritário dos adeptos, pela condição de equipa anfitriã. o seu treinador, Doménico Carnevalli, deixou claro: “ vamos provar que isso que se diz de que as equipas dos clubes sociais não tem garra, não é o caso do CpC” .

esta é a primeira edição na Venezuela de este torneio organizado pela “ jj producciones” , que já leva seis campeonatos disputados em territó rio espanhol, e que agora pela primeira vez e trazido para o nosso país. esta empresa e propriedade de javier jiménez, venezuelano de origem galega, quem tem um bonito passado como praticante do jogo e até chegou a integrar a Selecção Venezuelana da modalidade do - então chamado “ Futbolito” , que participou no Campeonato Mundial da FIFuSA em 1991, disputado na altura em Itália. o campeonato vai acabar o dia sábado 1 de Abril estando marcada a final para as 18 horas. o torneio e de categoria juvenil (de 15 a 17 anos) e são permitidos dois reforços por equipa na idade compreendida entre os 18 e 20 anos.

Grupo A Liceo Los Arcos Dep. baruta San Luis Fray Luis Amigo

Grupo b Atl. La Cruz Dep. plaza Centro Catalan Centro português

Centro Portugues de Caracas PROGRAMA DO MES DE 2006 Quinta-Feira 09 19:00 horas

Sabado 18 21:00 horas

Casting para a montagem de uma peça de teatro em Português Lugar: Sala de Teatro 3eiro Andar

Show Humorístico com a apresentação de destacados comediantes da Televisão Venezuelana Entradas a venda na area da Fonte de Soda Lugar: Salão Nobre

Domingo 26 17:00 horas Exibiçao de Cinema Português do ciclo “PORTUGAL NO CINEMA MUNDIAL”. Lugar: 2do Andar

Sexta-Feira 16:00 horas Classes de Pintura

Sexta-Feira 24 21:00 horas Tertulia Cultural Dedicada a Região do Minho Com a apresentação do Cuarteto do I.P.C. e a recita de poemas por colaboradores e amigos. Organizado pelo Instituto Português de Cultura. Lugar: Bar “A Nau”

Marítimo vence Palermo Marítimo de Venezuela ganhou por (4-3) a equipa palermo de Itália, no passado dia 12 de Março, em mais uma jornada do campeonato que se disputa no Centro Í talo Venezuelano. Dois golos do jogador “ piojo” , um de Carrera e outro de Arnaldo, conduziram à vitó ria da formação verde-rubra. Segundo Franco rizzi, director técnico da equipa, os jovens estão dando tudo em campo e as impressões das equipas italianas em

o

relação à participação do Marítimo têm sido positivas. Mais ainda, acrescentou, “ sinto-me um deles, às vezes desejando mesmo equiparme de novo e entrar em campo” . Até ao momento, a equipa conta duas vitó rias e uma derrota, ocupando o terceiro lugar na tabela de classificação. Mário pereira disse que a direcção do clube está empenhada em dar uma imagem de prestígio ao nome do Marítimo, de forma a recuperar o que foi perdido.


CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

DESPORTO | 29

Marítimo despediu segundo treinador Martinho Fernandes DN-Madeira

Paulo Bonamigo deixou esta semana o comando técnico do Marítimo, depois de o treinador brasileiro e Carlos Pereira terem chegado a um acordo para a interrupção do contrato entre ambas as partes. Este é um desfecho que não surpreende face aos ú ltimos acontecimentos, leia-se as exibições pouco convincentes das jornadas mais recentes da Liga e à contestação da massa associativa que foi bem sentida depois do empate de sábado com o Rio Ave. Já nessa altura, o presidente verde-rubro deixara entender nas suas declarações que o lugar do treinador brasileiro estava em perigo e anunciara a intenção de tomar medidas. Domingo confirmou-se o que parecia inevitável: Paulo Bonamigo sai do clube, e consigo partem também os seus dois adjuntos, tendo-se todos já despedido, inclusive, dos jogadores.

No início da semana a equipa ficou entregue a João Abel que assegurará a transição até à chegada de um novo treinador. Pela segunda vez, esta temporada, recorde-se, ele que orientou mesmo a equipa em Guimarães. Paulo Bonamigo chegou à Madeira em inícios de Outubro, então para o ocupar o lugar do madeirense Juca. O brasileiro estreou-se com empate frente ao FC Porto (2-2) e o seu trabalho deu alguns frutos, na fase inicial, conquistando 20 pontos e tirando a equipa dos ú ltimos lugares. Mas esta recuperação acabaria por ser interrompida, depois do interregno natalício, altura em que também chegaram novos jogadores para o plantel. O Marítimo entrou a partir daí numa série de maus resultados e fracas exibições que vinham já causando fricções entre os adeptos, dirigentes, treinadores e jogadores. A equipa segue na 10ª posição, com 31 pontos e, se bem que dependa de si pró pria para garantir a manu-

tenção, não é menos verdade que a situação não deixa margem para tranquilidade. Até ao fecho desta edição, não era conhecido o sucessor de Paulo Bonamigo nem quando assumirá o comando da equipa. Entretanto, vinte jogadores do Marítimo entraram ontem em estágio numa unidade hoteleira. Uma concentração que já estava anteriormente programado e não tem qualquer relação com o jogo de sábado, com o Rio Ave. Os futebolistas verde-rubros passaram a noite de domingo no hotel e apresentamse em Santo Antó nio para aquele que seria o primeiro treino apó s o empate com o Rio Ave e antes do jogo com o FC Porto, quarta-feira passada, nos Barreiros para a Taça de Portugal. Para a partida com o FC Porto, Wilians, Fahel e Jardel, todos lesionados, continuaram afastados do lote de opções, aos quais regressou o madeirense Fernando.

Paulo Bonamigo já não é treinador do Marítimo, que esta quarta-feira jogou com o FC Porto para a Taça de Portugal.


30 | DESPORTO III Divisão - Série A 24ª Jornada A Cabeceirense - SC Mirandela ADC Correlhã - AD Esposende Brito SC - GD Bragança CD Cerveira - GD Valpaços Desp. Monção - Merelinense FC FC Amares - GD Joane FC Vinhais - AD Oliveirense Mondinense FC - SC Valenciano SC Maria Fonte - SC Vianense

III Divisão - Série B 24ª Jornada

1-3 2-1 1-3 2-0 1-3 0-3 0-0 0-1 2-0

J V E D 24 24 24 24 24 24 24 24 24 24 24 24 24 24 24 24 24 24

16 15 14 12 13 11 10 11 10 9 6 6 6 5 5 6 5 4

6 6 8 9 3 6 8 3 6 2 10 6 5 8 6 3 6 3

2 3 2 3 8 7 6 10 8 13 8 12 13 11 13 15 13 17

G 46-18 54-14 42-15 31-17 40-26 33-27 35-22 35-27 32-30 34-42 30-34 19-32 28-39 25-39 21-38 28-52 25-50 15-51

P 54 51 50 45 42 39 38 36 36 29 28 24 23 23 21 21 21 15

7 5 8 7 7 6 8 8 5 2 11 5 5 6 8 6 2

G

P

3 34-16 46 6 34-25 41 4 33-17 38 6 33-24 34 6 33-29 34 8 26-26 33 7 28-19 32 6 28-2532 9 33-37 32 11 24-36 32 6 35-29 29 9 29-2929 10 30-4029 11 22-31 24 9 24-30 23 11 24-27 21 17 24-54 14

1º Dezembro - Montijo Alcochetense - Carregado Caniçal - C. Lobos Fut. Benfica - Tires Loures - Santana O Elvas - Vialonga Ouriquense - Cacém Sintrense - Atlético Vilafranquense - Machico

Classificação P

1-0 1-2 2-2 2-1 1-4 1-1 0-2 2-1 1-2

7 3 29-19 43 7 5 36-23 40 3 8 30-2239 5 6 25-17 38 4 7 31-28 37 8 6 31-25 35 5 9 30-21 32 5 9 28-2832 7 8 39-33 31 8 8 24-28 29 5 9 26-2829 4 10 19-24 28 10 7 19-21 25 7 10 21-28 25 7 9 18-26 25 6 12 19-28 21 6 14 18-44 15

25ª Jornada (19-03) CA Mirandense - GD Sourense CA Riachense - GDR Monsanto Caldas SC - CU Idanhense Eléctrico FC - GD "O Vigor da Mocidade" GC Alcobaça - AD Fundão GD Peniche - AC Marinhense GDR Bidoeirense - UD Caranguejeira Sertanense FC - A Beneditense CD CD Amiense - Descansa

J V E D 1º Carregado 24 12 24 13 2º Machico 24 13 3º Cacém 24 13 4º Atlético 5º 1º Dezembro 24 13 24 11 6º C. Lobos 24 11 7º Sintrense 24 10 8º Caniçal 24 8 9º O Elvas 10º Alcochetense 24 9 24 8 11º Montijo 12º Fut. Benfica 24 8 24 9 13º Loures 14º Ouriquense 24 7 24 6 15º Santana 24 5 16º Tires 24 5 17º Vialonga 18º Vilafranquense24 5

8 5 5 4 4 7 4 4 8 5 8 5 2 7 8 6 6 4

5 3 6 7 7 5 8 6 9 8 8 9 10 8 13 13 12 14

G

P

34-15 43-26 43-19 28-26 32-26 34-29 36-27 25-23 30-29 21-23 28-35 22-29 27-28 22-23 19-31 22-39 19-33 20-44

47 45 44 39 37 37 36 36 35 32 30 29 28 28 25 23 20 12

AD Oeiras - FC Ferreiras 1-1 Amora FC - Lusitano FC VRSA 0-1 CD Beja - GD Sesimbra 4-0 Farense - Fut. SAD - Vasco Gama AC adiado FC Castrense - SR Almacilense 3-0 GD Beira-Mar Mt. Gordo - UD Messinense 1-1 GD Lagoa - Estrela FC Vendas Novas 0-1 GD Monte Trigo - Lusitano GC Évora 2-3 Juventude SC Évora - SCM Aljustrelense 2-0

Classificação G

P

4 40-2244 6 34-23 44 6 40-33 44 7 54-25 43 7 37-26 43 6 34-4240 9 33-31 37 10 33-30 34 8 30-30 32 10 28-2832 8 21-21 32 11 18-27 29 13 37-40 29 10 26-35 28 10 29-2926 13 23-4021 13 25-39 21 15 28-4919

25ª Jornada (19-03) Atlético - 1º Dezembro C. Lobos - Alcochetense Cacém - Loures Carregado - O Elvas Machico - Fut. Benfica Montijo - Vilafranquense Santana - Sintrense Tires - Caniçal Vialonga - Ouriquense

5 9 5 6 7 10 6 9 5 8 9 8 7 10 4 5 8 9

III Divisão - Série F 24ª Jornada

Classificação G

14 12 13 11 10 9 10 9 10 8 7 7 7 6 7 6 4 1

AA Avanca - FC Cesarense AD Valecambrense - CD Estarreja Anadia FC - CF "Os Marialvas" CD Tondela - AD Satão CRC Souropires - CF U. Lamas GD Milheiroense - AD Fornos Algodres GDRC Social Lamas - GD Gafanha SC São João Ver - CD Arrifanense UD Tocha - AD Valonguense

III Divisão - Série E 24ª Jornada

A Beneditense CD - GDR Bidoeirense 0-0 AC Marinhense - Sertanense FC 3-2 AD Fundão - Eléctrico FC 0-0 CU Idanhense - CA Mirandense 0-1 GD "O Vigor da Mocidade" - GD Peniche 2-1 GD Sourense - CA Riachense 2-1 GDR Monsanto - GC Alcobaça 2-1 UD Caranguejeira - CD Amiense 4-0 Caldas SC - Descansa

J V E D 24 1º CF U. Lamas 2º GDRC Social Lamas 24 24 3º AA Avanca 4º SC São João Ver 24 5º CRC Souropires 24 6º AD Valecambrense 24 24 7º CD Tondela 24 8º Anadia FC 9º GD Milheiroense 24 10º AD Valonguense 24 24 11º GD Gafanha 24 12º FC Cesarense 24 13º AD Satão 24 14º UD Tocha 15º AD Fornos Algodres 24 16º CF "Os Marialvas" 24 24 17º CD Estarreja 18º CD Arrifanense 24

25ª Jornada (19-03)

AC Vila Meã - SC Rio Tinto ADR Tarouquense - Ermesinde SC Canedo FC - Lusitânia FC Lourosa CD Cinfães - UD Valonguense CR Ataense - Padroense FC Rebordosa AC - AD S. Pedro Cova Torre Moncorvo - Leça FC Vilanovense FC - FC Tirsense SC Vila Real - Descansa

III Divisão - Série D 24ª Jornada

12 11 12 11 11 9 9 9 8 7 8 8 5 6 6 5 3

J V E D 1º AC Vila Meã 23 13 2º Moncorvo 23 12 3º FC Lourosa 22 10 4º Pedro Cova 22 9 5º Ermesinde SC 22 9 6º Canedo FC 23 9 7º SC Vila Real 23 8 22 8 8º Leça FC 9º CR Ataense 23 9 10º Vilanovense FC23 10 11º Rebordosa AC23 6 12º FC Tirsense 22 8 13º Valonguense 23 8 14º CD Cinfães 23 6 15º SC Rio Tinto 22 5 16º Padroense FC 22 5 17º Tarouquense 23 4

0-1 1-1 0-0 1-1 2-2 2-1 3-0 1-1 1-0

Classificação

25ª Jornada (19-03)

AD Esposende - CD Cerveira AD Oliveirense - Brito SC GD Bragança - A Cabeceirense GD Joane - ADC Correlhã GD Valpaços - Desp. Monção Merelinense FC - FC Vinhais SC Mirandela - Mondinense FC SC Valenciano - SC Maria Fonte SC Vianense - FC Amares

1º Eléctrico FC 22 2º GD Sourense 23 3º Monsanto 23 4º Mirandense 22 5º Caldas SC 22 6º Caranguejeira 23 7º CU Idanhense 23 8º GD Peniche 23 9º Marinhense 23 10º Sertanense FC23 11º CA Riachense 22 12º AD Fundão 22 13º GC Alcobaça 22 14º Bidoeirense 23 15º Vigor Mocidade 22 16º A Beneditense23 17º CD Amiense 23

AD Fornos Algodres - CD Tondela AD Satão - SC São João Ver AD Valonguense - AD Valecambrense CD Arrifanense - AA Avanca CD Estarreja - GD Milheiroense CF "Os Marialvas" - CRC Souropires CF U. Lamas - GDRC Social Lamas FC Cesarense - Anadia FC GD Gafanha - UD Tocha

Classificação

25ª Jornada (19-03)

J V E D

III Divisão - Série C 24ª Jornada

AD S. Pedro Cova - CR Ataense 3-0 Ermesinde SC - Vilanovense FC 2-0 FC Tirsense - AC Vila Meã 1-0 Leça FC - Rebordosa AC 1-0 Lusitânia FC Lourosa - Torre Moncorvo 5-0 SC Rio Tinto - Canedo FC 0-2 SC Vila Real - CD Cinfães 3-1 UD Valonguense - ADR Tarouquense 5-0 Padroense FC - Descansa

Classificação 1º SC Mirandela 2º SC Maria Fonte 3º GD Bragança 4º GD Joane 5º FC Amares 6º Merelinense FC 7º AD Oliveirense 8º A Cabeceirense 9º Brito SC 10º Mondinense FC 11º CD Cerveira 12º FC Vinhais 13º Desp. Monção 14º AD Esposende 15º SC Vianense 16º ADC Correlhã 17º SC Valenciano 18º GD Valpaços

CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

J V E D 1º Vendas Novas 23 14 2º AD Oeiras 23 12 3º Lusitano Évora22 12 4º UD Messinense23 10 5º Juv. Évora 23 11 6º Lusitano FC 22 8 7º SR Almacilense229 23 9 8º CD Beja 9º Amora FC 23 8 10º Aljustrelense 22 8 11º FC Ferreiras 22 7 12º GD Sesimbra 23 7 13º Vasco Gama 22 6 14º GD Lagoa 22 6 15º GD Beira-Mar 23 5 16º FC Castrense 23 4 17º Monte Trigo 23 1 18º Farense 0 0

G

P

7 2 35-13 49 7 4 45-21 43 5 5 32-20 41 9 4 29-18 39 4 8 29-19 37 10 4 37-29 34 7 6 26-2034 6 8 30-23 33 6 9 30-30 30 5 9 22-25 29 6 9 31-35 27 6 10 20-32 27 8 8 19-23 26 8 8 21-27 26 8 10 19-28 23 5 14 22-36 17 3 19 13-61 6 0 0 0-0 0

25ª Jornada (19-03) Estrela FC Vendas Novas - GD Beira-Mar Mt. Gordo FC Ferreiras - Amora FC GD Sesimbra - Farense - Fut. SAD Lusitano FC VRSA - GD Lagoa Lusitano GC Évora - FC Castrense SCM Aljustrelense - GD Monte Trigo SR Almacilense - AD Oeiras UD Messinense - CD Beja Vasco Gama AC - Juventude SC Évora

Naval trava (0-0) Benfica “ europeu” Benfica ficou-se por um empate a zero na recepção, com arbitragem polémica, à Naval 1º Maio e está a sete e cinco pontos de FC Porto e Sporting, respectivamente, apó s a 26ª jornada da Liga de futebol. O grande entreajuda dos figueirenses permitiu-lhes defender o “ nulo” até final, mesmo apó s expulsão do defesa Franco, já na segunda parte, enquanto o árbitro albicastrense Carlos Xistra optou por julgar “ limpos” dois lances em que os “ encarnados” reclamaram penalti, por alegadas faltas sobre Nuno Gomes e Léo. Quatro dias depois de se ter qualificado para os quartos-de- final da Liga dos Campeões, eliminando os ingleses do Liverpool, detentores do troféu, o Benfica, com apenas três vitó rias nos ú ltimos sete jogos, voltou a comprometer a revalidação do título nacional. O líder FC Porto, que venceu sextafeira na visita ao Vitó ria de Setú bal, por 2-0, com tentos de Adriano e Raú l Meireles, aos 41 e 51 minutos, segue com dois pontos de vantagem sobre o Sporting, também vitorioso da recepção de sábado ao Boavista, por 1-0, com um

O

golo solitário do calcanhar de Tonel, logo aos 19 minutos, no sétimo triunfo consecutivo dos “ verde-e-brancos” . Entretanto, a derrota do Sporting de Braga ante o Belenenses impediu-o de ultrapassar o Benfica e ficar a quatro pontos dos “ Leões” . Depois de o Boavista ter permanecido no quinto posto, com 45 pontos, o Nacional da Madeira recebeu o Estrela da Amadora, na Choupana, e também foi derrotado, por 2-1, quedando-se a dois pontos dos “ axadrezados” . Entretanto, também no Funchal, Marítimo e Rio Ave também empataram a zero e seguem nas 10ª e 11ª posições, ambos com 30 pontos, só a dois do primeiro de quatro lugares de despromoção, ocupado pelo Paços de Ferreira, que empatou 1-1 na recepção a outro “ aflito” , o Vitó ria de Guimarães, graças a um auto-golo de Dragoner, já aos 92 minutos. As outras duas equipas com o futebol “ de segunda” no horizonte, Gil Vicente e Penafiel, perderam sábado na visita à Académica de Coimbra (1-0) e na recepção à União de Leiria (2-1), respectivamente.


CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

Liga de Honra 26ª Jornada

II Divisão - Serie A 22ª Jornada

Beira-Mar - Barreirense Covilhã - Vizela Feirense - Estoril Maia - Marco Moreirense - Chaves Olhanense - Desp. Aves Ovarense - Gondomar Santa Clara - Leixões Varzim - Portimonense

0-0 0-0 1-0 0-2 0-0 0-1 0-4 2-3 3-1

J V E D 13 13 12 11 10 11 10 10 9 9 9 8 7 7 6 6 4 5

27ª Jornada (19-03) Barreirense - Ovarense Chaves - Varzim Desp. Aves - Beira-Mar Estoril - Maia Gondomar - Santa Clara Leixões - Feirense Marco - Covilhã Portimonense - Olhanense Vizela - Moreirense

Liga Betandwin 26ª Jornada

1-0

Ali. Lordelo - Marítimo B

1-0

C.D. Fátima - Rio Maior

0-1

CU Micaelense - Torreense

2-0

1-0

Espinho - Lousada

2-0

Oliveira Bairro - Benfica C. Branco

0-0

FC Madalena - Louletano

3-2

Famalicão - Camacha

2-2

FC Porto B - Dragões Sand.

2-1

Oliveirense - Abrantes

1-0

Imortal - Pinhalnovense

0-2

Ribeirão - Portosantense

1-2

Infesta - Paredes

0-1

Penalva Castelo - U. Coimbra

5-1

Mafra - Casa Pia

3-1

Sandinenses - Lixa

0-1

P. Rubras - Fiães

0-1

Portomosense - Tourizense

0-0

Oriental - Vitória Setúbal B

0-1

0-0

Sp. Pombal - Pampilhosa

1-3

Real SC - Odivelas

0-0

Silves - Operário

2-0

SL Benfica B - Olivais Moscavide

2-0

Rib. Brava - Esmoriz

3-0 adiado

P

"A Designar III" - Pontassolense

Adiado

"A Designar" - Nelas

Sanjoanense - Descansa

Trofense - Descansa

Classificação G

II Divisão - Serie D 22ª Jornada

Fafe - Torcatense

União - At. Valdevez

12 1 33-15 51 7 6 34-24 46 8 6 29-14 44 10 5 35-23 43 11 5 38-2941 6 9 44-36 39 9 7 36-2839 8 8 28-2638 9 8 32-30 36 9 8 28-30 36 6 11 36-37 33 8 10 33-36 32 9 10 35-37 30 9 10 25-30 30 6 14 29-4824 5 15 28-4823 10 12 22-34 22 6 15 27-47 21

II Divisão - Serie C 22ª Jornada

Braga B - Vilaverdense

Freamunde - "A Designar"

Classificação 1º Beira-Mar 26 2º Desp. Aves 26 26 3º Leixões 4º Olhanense 26 26 5º Varzim 6º Gondomar 26 7º Santa Clara 26 26 8º Chaves 9º Portimonense 26 26 10º Covilhã 26 11º Feirense 26 12º Vizela 26 13º Estoril 14º Moreirense 26 26 15º Marco 16º Ovarense 26 17º Barreirense 26 18º Maia 26

II Divisão - Serie B 22ª Jornada

DESPORTO | 31

J V E D

Oliveira Hospital - Descansa

Classificação G

P

1º Trofense

19 12 4 3 32-14 40

2º União

19 10 6 3 20-1036

J V E D

Classificação G

P

1º Espinho 2º Lousada 3º Rib. Brava

15º "A Designar" 0 0 0 0 0-0 0

19 8 9 2 20-10 33 19 9 5 5 27-16 32 20 8 7 5 25-23 31 4º Dragões Sand.20 8 6 6 26-2030 19 8 6 5 24-22 30 5º Esmoriz Marítimo B 20 8 3 9 31-28 27 6º Infesta 19 7 6 6 24-26 27 7º FC Porto B 18 7 6 5 18-20 27 8º Paredes 20 7 5 8 27-26 26 9º Ali. Lordelo 18 6 5 7 21-28 23 10º Pontassolense19 7 2 10 27-25 23 11º Fiães 19 5 6 8 21-23 21 12º P. Rubras 20 5 3 12 14-30 18 13º Sanjoanense 18 3 7 8 15-23 16 14º "A Designar III" 0 0 0 0 00 15º 0

23ª Jornada (19-03)

23ª Jornada (19-03)

3º Portosantense20 9 5 6 18-16 32 4º Ribeirão

19 8 6 5 14-12 30

5º Fafe

19 8 5 6 20-19 29

6º Lixa

18 8 3 7 17-18 27

7º Camacha

20 7 5 8 29-25 26

8º Famalicão

19 5 9 5 18-19 24

9º Braga B

19 6 5 8 20-21 23

10º Freamunde

19 5 8 6 19-16 23

11º Sandinenses 19 5 7 7 15-18 22 12º At. Valdevez 18 5 5 8 17-23 20 13º Vilaverdense 20 5 3 12 19-30 18 14º Torcatense

18 3 3 12 14-31 12

"A Designar" - Ribeirão At. Valdevez - Freamunde Camacha - Trofense Lixa - União Portosantense - Braga B Torcatense - Sandinenses Vilaverdense - Famalicão Fafe - Descansa

Não Jogado

Dragões Sand. - "A Designar III" Esmoriz - P. Rubras Fiães - Espinho Lousada - Infesta Marítimo B - FC Porto B Paredes - Ali. Lordelo Pontassolense - Sanjoanense Rib. Brava - Descansa

J V E D 1º Oliveirense 20 12 2º Tourizense 19 12 Abrantes 19 11 3º C.D. Fátima 18 8 4º Pampilhosa 19 8 5º Rio Maior 20 7 6º Penalva Castelo 20 29 7º 27 Sp. Pombal 18 5 8º Benfica C. Branco 20 9º 30 21 10º Oliveira Bairro19 4 19 4 11º Nelas 12º Portomosense20 3 U. Coimbra 19 4 13º Oliveira Hospital 18 14º 33 8 15º "A Designar" 0 0

5 3 3 7 7 8 8

3 4 5 3 4 5 5

Classificação G

P

37-20 41 30-14 39 30-23 36 24-15 31 27-22 31 26-24 29 7 26-

6 7 21-21 21 5 6 9 198 7 25-27 20 8 7 17-22 20 10 7 19-21 19 3 12 17-33 15 1 5 12 140 0 0-0 0

23ª Jornada (19-03) Abrantes - Oliveira Bairro Benfica C. Branco - C.D. Fátima Nelas - Sp. Pombal Pampilhosa - Oliveira Hospital Tourizense - Penalva Castelo U. Coimbra - Oliveirense Portomosense - Descansa Rio Maior - "A Designar"

J V E D 1º Louletano 22 13 22 13 2º Operário 3º FC Madalena 22 12 Olivais Moscavide 22 4º 18 40 5º Pinhalnovense22 10 22 10 6º Mafra 7º SL Benfica B 22 10 22 9 8º Imortal Odivelas 22 10 9º CU Micaelense 22 10º 24 31 22 8 11º Casa Pia 12º Vitória Setúbal B 22 33 24 13º Torreense 22 7 14º Real SC 22 6 15º Silves 22 4 16º Oriental 22 1

G

P

3 5 6 7

46-2045 29-17 43 26-26 40 4 33-

6 4 4 6 3 9

6 8 8 7 9 4

23-17 36 32-28 34 32-30 34 33-25 33 27-27 33 9 26-

4 10 31-38 28 7 3 12 2512 25-30 24 12 24-36 22 13 26-39 17 16 15-45 8

23ª Jornada (19-03) Casa Pia - FC Madalena Louletano - SL Benfica B Odivelas - CU Micaelense Olivais Moscavide - Imortal Operário - Mafra Pinhalnovense - Oriental Torreense - Silves Vitória Setúbal B - Real SC

1-0 2-0 0-0 1-2 0-0 1-2 1-1 1-0 0-2

Classificação

6 4 4 11

3 4 5 5

Académica - Penafiel Belenenses - Braga Benfica - Naval 1º Maio Gil Vicente - U. de Leiria Marítimo - Rio Ave Nacional - E. Amadora P. Ferreira - V. Guimarães Sporting - Boavista V. Setúbal - FC Porto

J V E D 26 1º FC Porto 26 2º Sporting 26 3º Benfica 26 4º Braga 26 5º Boavista 26 6º Nacional 7º V. Setúbal 26 8º U. de Leiria 26 9º Académica 26 10º Belenenses 26 26 11º Marítimo 26 12º Rio Ave 13º E. Amadora 26 14º V. Guimarães 26 15º Naval 1º Maio 26 16º P. Ferreira 26 17º Gil Vicente 26 18º Penafiel 26

17 17 15 14 12 12 12 10 9 9 7 7 8 7 8 7 8 2

G

P

6 3 40-14 57 4 5 42-22 55 5 6 40-2250 6 6 29-15 48 9 5 34-21 45 7 7 31-23 43 3 11 21-24 39 5 11 34-36 35 5 12 26-35 32 4 13 33-32 31 10 9 28-2931 9 10 27-36 30 6 12 22-27 30 7 12 21-31 28 4 14 26-35 28 7 12 26-38 28 3 15 27-34 27 6 18 18-51 12

27ª Jornada (19-03) Boavista - Belenenses Braga - Marítimo E. Amadora - V. Setúbal FC Porto - P. Ferreira Naval 1º Maio - Nacional Penafiel - Gil Vicente Rio Ave - Benfica U. de Leiria - Sporting V. Guimarães - Académica

Maioria dos sócios apoia venda de património maioria dos só cios do Sporting é favorável ao projecto de Filipe Soares Franco, candidato à presidência leonina, de vender patrimó nio do clube para pagar dívidas, indica uma sondagem do jornal "O Jogo" e rádio "TSF". A sondagem divulgada em "O Jogo" - que tem por objectivo avaliar o sentimento dos só cios leoninos sobre a venda do patrimó nio não desportivo do clube - refere que a maioria dos inquiridos, 50,4 por cento, está com Soares Franco, presidente interino desde a demissão de Dias da Cunha, no início da época. A venda de patrimó nio não desportivo para saldar dívidas faz parte de um projecto que o candidato à presidência leonina vai levar, na pró xima sexta-feira, a votação na Assembleia-Geral (AG) do Sporting. A proposta de Soares Franco necessita de pelo menos dois terços dos votos expressos para que seja aprovada em

A

Assembleia-Geral. Os inquéritos da sondagem publicada foram realizados sábado à porta do Estádio José de Alvalade antes do jogo com o Boavista. Segundo O Jogo, os resultados permitem aferir da predisposição dos associados e tentar estabelecer uma ponderação em função do nú mero de votos, atribuído com base num critério de antiguidade. Os só cios mais antigos do clube têm direito a um maior nú mero de votos que os só cios mais recentes. As intenções expressas pelos inquiridos apontam para uma maioria favorável a Soares Franco - 53,1 por cento das opiniões dos só cios que tencionam marcar presença na AG, que traduzem 50,4 por cento dos votos -, inferior aos dois terços necessários à aprovação. De acordo com a sondagem, 34 por cento dos inquiridos está contra o projecto de Soares

Franco e 15,6 por cento estão indecisos. No entanto, este valor permite um cenário de maioria de dois terços favorável à proposta de Soares Franco se forem considerados todos os dados, inclusive a margem de erro de 1,11 por cento. Segundo o estudo, apenas 57,8 por cento dos 1.100 associados inquiridos no passado sábado afirmam conhecer a proposta de Filipe Soares Franco, enquanto 42,2 por cento assumem desconhecê-la ou preferem não responder. Dos associados inquiridos, só 37,8 por cento dizem ter a intenção de estar presentes na reunião magna de sexta-feira no Pavilhão Atlâ ntico, enquanto 62,2 por cento renunciam à participação ou prefere não responder à pergunta. Confrontados com um cenário eleitoral, com escolha alargada a todos os candidatos assumidos até à data, 70,6 por cento dos

só cios participantes, representando 70,4 por cento dos votos, escolheriam o actual presidente para continuar à frente dos destinos do clube. Filipe Soares Franco já afirmou publicamente que se afastará da presidência do Sporting se o seu projecto de venda de patrimó nio para pagar dívidas for "reprovado" pelos só cios. A sondagem indica ainda que 9,9 por cento dos só cios escolheria Dias Ferreira e nove por cento Sérgio Abrantes Mendes. A sondagem foi feita no dia 11 de Março pela empresa Pitagó rica, Investigação e Estudos de Mercado com entrevistas pessoais a 1.100 só cios do Sporting junto à entrada do estádio José Alvalade, em Lisboa. Foram validadas 1.100 entrevistas, que correspondem a 7.438 votos, a margem de erro da sondagem é de 1,11 por cento para um grau de confiança de 95,0 por cento.


CORREIO DE VENEZUELA - 16 DE MARÇO DE 2006

União Europeia apresentou relatório final Tábita Barrera tabita@correiodevenezuela.com

Para as eleições parlamentares de 4 de Dezembro de 2005, na Venezuela, a Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE-UE) levou a cabo um processo de monitorização. As conclusões do trabalho realizado pelos mais de 160 membros da equipa foram apresentadas ontem por José Silva Pineda, chefe da missão, Domenico Tuccinardi, chefe adjunto, Xabier Meilan, perito em meios de comunicação, e Pedro Lacunza, assessor legal. Na ocasião, foi exposto que, apesar de as eleições na Venezuela se terem realizado num processo demo-

crático, "o marco legal sofre as inconsistências existentes entre as novas disposições da Constituição de 1999 e a legislação eleitoral vigente". O grupo fez certas recomendações ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), ao corpo legislativo venezuelano e aos meios de comunicação. Entre elas destacam-se a designação de uma directiva do CNE que goze da confiança de todos os sectores da sociedade, o estabelecimento de um diálogo aberto que envolva todas as forças políticas do país, a instituição de uma lei de protecção de dados e de uma nova lei orgâ nica, investimento em melhores recursos financeiros e técnicos nos processos de auditoria, pô r em prática

um melhor sistema de identificação que faculte aos cidadãos novas cédulas de identidade, assim como um controlo mais rigoroso por parte daquele organismo nos procedimentos de votação. No que diz respeito à actuação dos meios de comunicação, José Silva Peneda mostrouse em desacordo e pensa que aqueles contribuíram para a polarização na Ve-

nezuela, pelo que explicou a importâ ncia de prestar atenção à actividade realizada, pois para ele a imprensa representa um papel importante e pedagó gico na implementação das sugestões feitas. Também sublinhou a desconfiança da população face ao sistema eleitoral venezuelano, problemática que deve ser resolvido o mais breve possível.

Emigrantes vão ter cartão de cidadão secretário de Estado das Comunidades, Antó nio Braga, garantiu, no passado dia 9 de Março, que o cartão ú nico do cidadão também se destina aos portugueses que vivem no estrangeiro. O cartão ú nico do cidadão, que integra os dados do Bilhete de Identidade, Segurança Social, Serviço Nacional de Saú de e

O

cartões de eleitor e de contribuinte, começará a ser emitido para os residentes nos Açores no final do ano, devendo em 2007 abranger todo o territó rio nacional. Em relação aos emigrantes, embora esteja prevista a sua emissão nos consulados no estrangeiro numa primeira fase terá que ser pedido nos serviços centrais em Lisboa. O cartão ú nico do ci-

dadão começará a ser distribuído às pessoas que necessitem de renovar ou tirar pela primeira vez um dos cinco documentos que serão substituídos pelo novo cartão. Na parte da frente, o novo cartão do cidadão exibe a fotografia do titular e os elementos de identificação civil, tendo na parte de trás os nú meros de identificação de contribuinte, da Se-

gurança Social e do Serviço Nacional de Saú de, uma zona de leitura ó ptica e um chip. Entre outras funcionalidades, o novo cartão do cidadão permitirá que o seu titular recorra à assinatura electró nica, através de um computador e de um có digo (pin pessoal), tal como acontece actualmente com a utilização do cartão de Multibanco.

ÚLTIMA horA Passaportes electrónicos não vão ser emitidos nos consulados O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, revelou que os passaportes electrónicos, com dados biométricos, não vão ser feitos, para já, nos consulados portugueses por razões de segurança. “Numa primeira fase não vão ser feitos nos consulados por questões prát icas e técnicas e por razões de segurança”, disse aos jornalistas António Braga à margem da apresentação do Cartão do Jovem Luso-descendente.

500 mil jovens vão beneficiar descontos do cartão LD<30 Os mais de 500 mil jovens portugueses residente s no estrangeiro vão poder beneficiar das vantagens e descontos de um cartão que podem utilizar quando se deslocam de férias a Portugal. O Cartão do Jovem Lusodescendente (LD<30), apresentado em Lisboa pelos secretários de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias, e das C omunidades Portuguesas, António Braga, é idêntico ao cartão jovem utilizado pelo s portugueses que vivem em Portugal. A iniciativa pretende que os lusodescendentes residentes no estrangeir o “se sintam ligados ao país de origem” e “tenham os mesmos benefícios dos joven s que vivem em Portugal”, disse aos jornalistas António Braga.


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