Correio da Venezuela 150

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Dois sequestros em 15 dias

Mais 2 padres portugueses

Outro português sequestrado, o segundo em 2 semanas Página 11

Em Valencia festeja-se a dupla ordenação

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www.correiodevenezuela. com

O jornal da comunidade luso-venezuelana

ano 07 – N.º 150 - DePósito LegaL: 199901DF222 - PubLicação semanaL

caracas, 30 De março De 2006 - VenezueLa: bs.: 1.000,00 / PortugaL: € 0,75

Encontro de Gerações no final de Maio Secretário de Estado Antó nio Braga volta para recolher contributos para dar maior projecção às Comunidades em Portugal

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“ Manos de Oro” garantem bolo de mel melhor que o original Página 10 “ Circuito Gran Cine” propõe a criação do Festival de Cine Português na Venezuela Página 14

Benfica e Barcelona adiam decisão

A equipa espanhola criou diversas ocasiões de golo, mas foram extremamente ineficazes. Os campeões de Página 32 Portugal apostaram no contra-ataque para tentar surpreender só que não tiveram êxito.

Guarenas prestou homenagem a comerciantes lusos Página 04


2 | EDITORIAL Outra oportunidade CORREIO DE VENEZUELA - 30 DE MARÇO DE 2006

Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva, Noélia de Abreu, Tábita Barrera,Victoria Urdaneta, Yamilem Gonzalez Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Samuel Calzadilla Secretariado: Carolina de Nóbrega Distribuição: Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares

ensivelmente dentro de dois meses, a Comunidade portuguesa de toda a Venezuela tem mais uma janela para mostrar a este País e à primeira Pátria toda a sua pujança de futuro e o orgulho pelo que já fez. O evento “ Encontro de Gerações” já vai para a quinta edição. É uma iniciativa do nosso jornal e do BANIF, algo que nos deixa imensamente orgulhosos. Mas não é isso que é verdadeiramente importante. Deveras fundamental é o facto dos diversos intervenientes - as pessoas que em cada zona da Venezuela preparam cada uma das edições - fazerem questão de mostrar a real valia da nossa Comunidade. Cada uma das edições do “ Encontro

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de Gerações” tem revelado surpresas atrás de surpresas. E a importâ ncia do evento, pelo que de novo tem introduzido e pelo exemplo que já constitui para outras notáveis Comunidades lusas espalhadas pelo mundo, já não é um aspecto exclusivo dos luso-venezuelanos. Agora temos a certeza que « obrigámos» , em Portugal, a que prestem atenção ao que aqui se faz. Não o evidenciamos apenas por vaidade - que também temos -, mas sobretudo porque estamos a cumprir um dos desígnios de quem concebeu este projecto. Que não foi apenas o jornal, nem o patrocinador, nem Caracas ou Puerto Ordaz. Foi a Comunidade, a quem damos voz.

O CaRTOON Da SEMaNa Sabias que a Comissão do Lar de Terceira Idade tem mais de vinte membros da comunidade?

Vinte?!! E quantos é que trabalham?

Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA

a SEMaNa MUITO BOM Por iniciativa portuguesa, o canal Meridiano TV apresentou uma série de programas que deram a conhecer mais pormenores sobre o futebol português e, sobretudo, a forma como se integraram diversos jovens lusovenezuelanos no seio de algumas equipas portuguesas. Um exemplo a seguir e a incentivar, não só na área desportiva, mas abrangendo outros sectores, por forma a estreitar a distância entre os dois países.

BOM O Minho esteve em foco numa tertúlia organizada pelo Instituto Português de Cultura. Uma oportunidade para que os interessados pudessem discorrer sobre uma região bem portuguesa com um grande significado para a comunidade aqui radicada. O evento que teve lugar no Centro Português, em Caracas, merece as melhores referências, pela oportunidade sempre salutar de dar a conhecer, ainda mais, uma importante parte do continente português.

MaU É o alerta do costume, mas a que todos devemos prestar a máxima atenção: mais dois portugueses foram sequestrados, apenas em duas semanas. O que significa que os cuidados devem ser redobrados, e que todos os procedimentos de prudência devem ser respeitados. O fenómeno dos sequestros não aflige apenas os portugueses, mas exige-se que a comunidade dê, aqui também, o seu indispensável contributo cívico.

MUITO MaU

O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias.

Atendendo à receptividade que os portugueses aqui radicados, bem como cidadãos de outras nacionalidades, têm demonstrado em relação à participação em maratonas populares, como a que se realizou no passado fim-de-semana em Lisboa, é de lamentar que também na área lúdicodesportiva Portugal prescinda de fazer a divulgação que se impõe além-fronteiras. No caso concreto da Venezuela, essa seria uma aposta ganha. Com vantagens para todos, a vários níveis. Esperemos que o fim da letargia esteja próximo...

El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.

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gustos

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Antó nio Braga volta ao “ Encontro de Gerações” Ricardo Miguel Oliveira (DN/MADEIRA)

secretário de Estado das Comunidades, Antó nio Braga, volta à Venezuela no final do pró ximo mês de Maio. Uma visita que visa a participação no V Encontro de Gerações, evento ao qual regressa, depois de ter marcado presença na edição realizada a 15 de Outubro do ano passado. Mas não só . Numa antevisão desta deslocação - feita por escrito e respondendo às perguntas colocadas pelo DIÁRIO - Antó nio Braga garante que vai estabelecer contactos com as autoridades governamentais, tendo em vista o desenvolvimento das boas relações entre os dois países e que vai estimular a integração do ensino do português no sistema educativo Venezuelano. A este respeito, revelou haver uma Universidade portuguesa que tenciona aproveitar a visita para estabelecer contactos ao mais alto nível de forma a viabilizar a sua instalação na Venezuela.

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DIÁRIO - Quais os motivos que o levam a regressar à Venezuela, apó s participação no IV Encontro de Gerações? Antó nio Braga - É um convite irrecusável. Desde logo pelo mérito da iniciativa que congrega experiências e fomenta o diálogo inter-geracional na diáspora portuguesa. A presença portuguesa na Venezuela, com uma população estimada em mais de 500 mil pessoas, é um desafio permanente para qualquer governante, quer na acção de acompanhamento quer no contacto com as autoridades locais que reforcem a excelente relação entre os dois povos. Por outro lado, o governo português quer sinalizar também a justa ho-

António Braga volta à Venezuela no final do próximo mês de Maio.

menagem que este encontro promove aos portugueses que se têm distinguido nas diferentes áreas contribuindo de forma especial para o desenvolvimento do país que os acolhe. DIÁRIO - Que preocupações e novidades vai partilhar com os emigrantes radicados na Venezuela? A. B. - Assinalar a relevâ ncia da língua portuguesa no Mundo e particularmente no continente americano porquanto continuamos a estimular a integração do ensino do português no sistema educativo venezuelano. Já fui abordado por uma Universidade portuguesa que tenciona aproveitar a visita para estabelecer contactos ao mais alto nível de forma a viabilizar a sua instalação na Venezuela. Desejo também abordar com a comunidade alguns projectos que temos em vista organizar ainda este ano, de forma a dar maior projecção às comunidades em Portugal. Manteremos contactos com as autorida-

des governamentais para o desenvolvimento das boas relações entre os dois países. DIÁRIO - Nesta deslocação far-se-á acompanhar de empresários e outras entidades tendo em vista a cooperação ? A.B. - Compreenderá que o programa ainda não está estabelecido de forma a permitir dar-lhe uma resposta objectiva. Quanto aos empresários poderei é dizer-lhe que tenciono abordar com esse sector o projecto do Governo para atrair investimentos para Portugal. Há um programa já em estudo e a recolher contributos, alguns deles espero receber nessa visita, de forma a poder ser apresentado no final do ano quando do Congresso Mundial que vamos organizar. DIÁRIO - o tema do encontro deste ano gira em torno da arte, cultura e desporto, áreas em que as novas gerações de lusodescendentes se destacam.

Como poderão preservar as raízes lusas nesses domínios e com que contributos do Governo português? A.B. - São áreas marcantes que permitem assinalar mais intensamente a relação com a juventude, numa época de fraca mobilização dos jovens em torno das associações de portugueses. É principalmente através dos jovens que se pode antecipar uma mais só lida ligação no futuro entre as comunidades portugueses e Portugal. Sem criar dificuldades ou grupos fechados nas sociedades dos países de acolhimento é muito importante para Portugal continuar uma ligação de identificação cultural e linguística com os luso-descendentes. Numa época marcada pela mundialização da economia, isso pode ser um instrumento para ajudar na afirmação e no crescimento da economia nacional, com frutos quer para as comunidades espalhadas pelo mundo quer para o país e mesmo para a Europa. Portugal dá passos no sentido de ajudar à consolidação desse vínculos através de mú ltiplas iniciativas que se materializam quer nas relações bilaterais com os países de acolhimento, desenvolvendo acordos de reciprocidade em áreas estratégicas, como na segurança social, na justiça e na educação, quer nos programas pró prios dirigidos ao estimulo ao investimento em Portugal ou em parcerias com empresas portuguesas, para além do resguardo do ensino da língua portuguesa, por via de distintas modalidades ou das manifestações culturais sustentadas nos movimentos associativas. Igualmente se valorizam as iniciativas de solidariedade social no seio da diáspora através de apoios dirigidos quer às pessoas individualmente quer às associações.

ACTUAL | 3 breves

Quinta edição a 27 de Maio

O “V Encontro de Gerações”, iniciativa lançada em 2002 e promovida pelo Banif, DIÁRIO e CORREIO da Venezuela, o jornal semanal da comunidade lusovenezuelana, vai realizar-se em Caracas a 27 de Maio deste ano. Esta edição destina-se a abordar a presença portuguesa na arte, cultura e desporto, áreas em que as novas gerações de lusodescendentes se destacam. Tudo sem perder de vista o espírito que preside a esta iniciativa desde a primeira hora: “saber ouvir” as preocupações e os projectos da comunidade portuguesa radicada na Venezuela. Na prática, os diversos oradores a convidar vão partilhar a sua experiência nestes sectores da sociedade venezuelana, associando-a à sua visão da comunidade portuguesa e ao esforço de manutenção das raízes lusas.

150 milhões para investir O programa NETINVEST Portugal, que visa apoiar o Investimento Directo em Portugal por empresários das comunidades portuguesas no estrangeiro, propõe-se a apoiar, numa primeira fase, por um período de dois anos, um investimento total de 150 milhões de euros, que podem ser, posteriormente, reforçados. Este programa vai centrar-se em quatro áreas distintas e resulta de uma parceria entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Ministério da Economia, devendo estar em funcionamento antes do final do ano, nomeadamente, antes da realização do “Fórum dos Empresários das Comunidades Portuguesas”, a realizar no último trimestre deste ano. Um grupo de trabalho está já a operacionalizar este programa.


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breves Nova lei Orgânica da Educação pronta dentro de três meses Dentro de três meses, possivelmente, estarão concluídas as consultas sobre a Lei Orgânica da Educação, segundo informou o presidente da Comissão de Educação da Assembleia Nacional, Luis Acuña.

O responsável indicou que existe intenção discutir o assunto até se alcançar um acordo. “Se precisarmos de mais tempo, então levaremos o que for necessário”, explicou. Convém recordar que é nesta lei que perspectiva a inclusão do ensino do idioma português no currículo escolar dos estabelecimentos de ensino oficiais da Venezuela com o estatuto de língua obrigatória.

Paroquianos em Betania para celebrar aparição da virgem Em 25 de Março de 1976, a Madre de Deus, sob o nome de “Maria, Virgem e Madre Reconciliadora de todos os Povos e Nações”, protagonizou uma aparição em Betania. Este acontecimento foi aprovado oficialmente

pela Igreja em 21 de Novembro de 1987, através do Bispo, Monsenhor Pío Bello Ricardo. A celebração dos 30 anos reuniu os paroquianos de todas as partes da Venezuela, assim como do estrangeiro. Maria Esperanza de Bianchini foi a protagonista principal das aparições da Santíssima Virgem Maria em Finca Betania, um santuário que está localizado entre Cúa e San Casimiro, no estado Miranda, a 65 km de Caracas.

Lusos de Guarenas homenageados A comunidade portuguesa foi homenageada com a condecoração de vários dos seus membros pela Alcaldí a Victoria Urdaneta Rengifo

Chuvas de Abril põem em risco 130 mil pessoas

victoriaurdaneta@yahoo.com

Câ mara Municipal de Guarenas promoveu, no passado dia 24 de Março, um acto solene que teve por objectivo, segundo as palavras do orador de serviço à cerimó nia, Jesú s González Jaimes, “ premiar o apoio dado ao desenvolvimento socio-econó mico desta região do estado Miranda pela Câ mara de Comércio de Guarenas” , a qual é presidida, recorde-se, pelo luso Antó nio de Freitas. Segundo González, a “ Medalla Escudo de la Ciudad de Guarenas” atribuída a Freitas, “ representa um reconhecimento feito não só ao trabalho na Câ mara, como também significa uma distinção honorífica para a comunidade que representa” . Neste sentido, e por estar a celebrar-se à data o Dia do Comerciante, a autarquia enalteceu “ a importâ ncia que estes incansáveis trabalhadores e empresários têm na economia mirandina em mú ltiplos sectores, facto que os nos leva a exaltar o seu labor e nos enche de orgulho por acreditarem no nosso país, que dia a dia o demonstram trabalhando arduamente nestas terras” , expressou o orador durante a cerimó nia de homenagem nas instalações da Alcaldía, onde, posteriormente, também se entregaram as condecorações aos empresários Carlos de Abreu, Victor Manuel Pires, João Vicente da Silva, João Pedro Fer-

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s bairros que se encontram localizados se encontram ao longo da auto-estrada Caracas - La Guaira correm o risco de ver-se seriamente afectados devido aos fortes aguaceiros que se perspectivam para o mês de Abril. Um comunicado da responsabilidade da Direcció n de Riesgo de la Alcadía Libertador recomenda o desalojamento imediato dos aproximadamente 22 bairros que se situam nas imediações das ruínas do viaduto n.º uno, onde se estima habitarem umas 133 mil pessoas. O estudo alerta que a época das chuvas será muito semelhante à verificada durante o ano de 1970, quando caíram fortes chuvadas e com muita frequência, cuja duração se prolongou em média entre duas a três horas. Nessa ocasião registaram-se graves problemas no bairro Carapita, San Pablito, em Caricuao, El Valle e Blandín. O relató rio faz uma referência especial ao caso

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Acto en la Cámara Municipal de la Alcaldía de Guarenas

nández, José Rodrígues, José Luis Ponte, Alfredo Márquez, Gladis Suárez, Giuseppe Cammorano, Fernando Có rdova e Luís Ló pez.

APOiO DE FEDECAMARAS E CâMARA LUSO VENEzUELANA Oswaldo Machado, presidente da secção de Miranda de FEDECAMARAS destacou que a Câ mara de Comércio de Guarenas merece a homenagem com que foi agraciada “ por ter contribuído durante 36 anos para o desenvolvimento do sector comercial do município e com ele, para o do estado e do país” . Mas, segundo o responsável, “ o mais relevante foi ter colaborado com o sector social, pois é por isso que hoje a sociedade os reconhece com orgulho” , disse acrescentando ainda o facto de

ter conseguido “ relacionar de maneira excelente com as autoridades governamentais, defendendo sempre os interesses dos comerciantes e dos cidadãos, mas mantendo um diálogo sincero e negociando” . Por seu turno, José Carreira, em representação da Câ mara Luso Venezuelana, afirmou que “ era muita satisfação que esteva presente nos triunfos da comunidade lusa, pois sinto que ao se homenagear a Câ mara de Guarenas também se está enaltecendo o labor de todos os empresários portugueses desta região e do presidente da Câ mara, quem também faz parte da família lusa” . A terminar acrescentou: “ E a minha satisfação é dobrar porque a condecoração se impõe pela contribuição da esta terra, a Venezuela, a este país pelo que sempre temos trabalhado.”

Um comunicado da responsabilidade da Dirección de Riesgo de la Alcadí a Libertador recomenda o desalojamento imediato dos aproximadamente 22 bairros “ Nueva Tacagua” , que também está enquadrada na área de afluência da falha geoló gica e onde reside um importante nú mero de famílias portuguesas. “ Na década de setenta e a escassos seis meses da inauguração da urbanização Nueva Tacagua, ícone dos deslizamentos na área de influência, registou-se um deslizamento de terras de tipo translação na terraza V do sector AB e ruíram dois edifícios completos. A partir de ali, neste sector geraram-se 213 deslizamentos entre pequenos e grandes” . O ú ltimo deslizamento registado na semana passada foi na terraza H.


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Dois luso-descendentes ordenados sacerdotes Karina Diaz Kdiaz86@gmail.com

estado Carabobo conta com três novos sacerdotes, dois dos quais luso-descendentes, que foram ordenados no passado dia 25 de Março, na Santa Basílica Catedral de Valencia, perante centenas de fiéis, que presenciaram o momento quando Lucas Dionísio, José Teixeira e Alexi Tovar, foram benzidos para professar a palavra de Deus. O administrador apostó lico da Arquidiocese, Monsenhor Reinaldo del Prette, foi encomendado de oficiar a missa. Também presente na cerimó nia esteve o vigário geral da Arquidiocese, Roberto Sipolls, o pároco da Catedral, Pedro de Freitas e aproximadamente 40 sacerdotes. Vários portugueses associaramse ao acto, de forma a comemorar também o facto de que dois dos três novos párocos serem luso-descendentes. As famílias Dionísio Gaspar e Teixeira Teixeira, celebraram com fervor a nova etapa na vida dos diáconos, os quais fizeram os seus estudos durante sete anos no Seminário Nuestra Señora del Socorro, no município de San Diego. Lucas Dionísio, de 32 anos, agradeceu aos seus pais por lhe terem ensinado desde pequeno a oração, a cultivar o respeito ao Santo Rosário e à Santíssima Virgem Maria. Assegura que, apesar de que as preces ensinadas em criança serem em português, não domina o idioma na perfeição porque lhe causa confusão com o castelhano. No entanto, uno dos objectivos é oficiar uma missa no pró ximo mês de Julho, em Santo

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Amaro, Madeira, em homenagem aos seus avó s paternos, e também outra em Caracas, onde está enterrado o corpo de seu avô materno. Tem sete irmãos e embora todos fossem criados segundo os princípios cató licos, ele foi o ú nico que seguiu o caminho do Senhor. Foi aos 16 anos que sentiu necessidade de se entregar ao serviço de Deus, mas só divulgou tal desejo quando sentiu que era isso que pretendia com toda a certeza. O jovem pároco lembrou que no princípio, o seu pai não estava muito convencido acerca de tal decisão. Foi só algum tempo depois, a exemplo do resto da família e amigos, que o apoiou tanto de forma material como espiritual. Da mesma maneira, José Teixeira, sentiu o chamamento para a vida sacerdotal desde muito jovem. Aos 19 anos a intenção estava bem formada e ao anunciá-la aos seus familiares não sobraram dú vidas de que esse era o rumo que devia seguir. Se bem que havia pertencido desde criança à Igreja Cató lica, não passava de mero paroquiano. Mas isso não o impediu de se interessar um dia por fazer mais do que isso. Três anos mais tarde, apó s pensar bem sobre o assunto, entrou para o seminário. Na hora de agradecer pelo que hoje é, em primeiro lugar surge Deus, já que segundo o seu critério fui este quem o chamou para o seu serviço. Depois surgem os seus pais, ambos oriundos de Santa Cruz, Madeira. Mas não deixa de mencionar os sacerdotes que o acompanharam durante a sua trajectó ria e preparação, assim como a pessoas da comunidade, que com as suas orações o ajudaram a acreditar.


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Governo venezuelano quer regular o preço das vivendas Jean Carlos De Abreu Jeancarlos@correiodevenezuela.com

epois de prometer que vai entregar 150 mil vivendas antes do final de 2006, o Presidente da Repú blica, Hugo Chávez Frias, deixou o alerta: “ Estou disposto a assinar um decreto para regular e se necessário expropriar aquelas vivendas do sector secundário cujos donos pretendam vendê-las a preços astronó micos” . Durante o programa radiofó nico e televisivo “ Alô Presidente” , o ministro do Interior e da Justiça, Jessie Chácon, explicou que os preços das vivendas do sector secundário aumentaram acima do seu valor real assim que o Ministério da Habitação começou a adqui-

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ri-las para colocar as famílias de sectores de alto risco. O Presidente Chávez deu carta branca ao ministro da Habitação, Luís Figueroa, para que realize um estudo de mercado e averigú e os preços reais dos imó veis. Acrescentou que “ tudo o que façamos em benefício do povo será feito dentro da legalidade” . Já que se os donos dessas propriedades “ as estão vendendo a preços exorbitantes, vamos aplicar um decreto de expropriação com base na utilidade pú blica e pagamos o que a vivenda realmente valha” . Na alocução, que se estendeu por mais de cinco horas, o presidente Chávez convidou o sector privado a comprometer-se com a tarefa de construção de vivendas.

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Damas de Beneficência organizam almoço O próximo dia 2 de abril, as Damas Portuguesas de Beneficência de Caracas promovem a realização de um almoço em honra da Primavera para angariar fundos para entregar ao Lar de Terceira Idade “Padre Joaquín Ferreira”. O encontro que também procura promover a confraternização entre os presentes decorrerá na sua sede, localizada em Macaracuay, Caracas, a partir das 1:30 da tarde. O preço do ingresso foi fixado nos 80 mil bolívares. Ao almoço assistem representantes da Embaixada e do Consulado de Portugal na Venezuela. Está prevista uma assistência a rondar as 350 pessoas.

Chávez convidou ao sector privado a construir vivendas.


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“ Aqui somos todos iguais” O actual presidente assegura que muitos dos sócios lhe têm manifestado o desejo de que continue na direcção do Centro Social Madeirense de Valência (CSM).

João Paulo Veracruz

Délia Meneses deliameneses@correiodevenezuela.com

Centro Social Madeirense de Valência (CSM) vai continuar por mais dois anos sob a direcção de João Paulo Veracuz, emigrante natural da Ponta do Sol, que está já há 25 anos à frente deste clube. No pró ximo dia 8 de Abril, vai realizar-se a cerimó nia de tomada de posse da junta directiva que vai reger os destinos da instituição durante o período 2006-2008. Como já tem acontecido durante este ano, nas eleições de vários clubes sociais, a junta actual continuará nos cargos devido à falta de concorrentes que se candidatassem àquela posição. O actual presidente assegura que muitos dos só cios lhe têm manifestado o desejo de

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Um dos projectos para os pró ximos dois anos é fazer um campo de futebol de praia que continue na direcção do clube e sugere que a ausência de candidatos deve-se ao facto de a maioria estar de acordo com a sua continuidade. “ Há quatro anos, quando ganhei as eleições, havia três listas, e ganhei com 67 por cento dos votos. Há dois anos não houve concorrentes e este ano nada apareceu” . Veracruz vai levar a cabo algumas reestruturações na junta directiva, pois alguns dos elementos que a integram estão cansados e têm outros projectos. Pede aos novos membros que sejam humildes e que colaborem com os só cios. “ Aqui todos somos iguais e por sermos da junta directiva não somos mais que os outros, devemos trabalhar unidos e manter como até agora as boas relações com o outro clube de Valência” , disse. Como exemplo de boa

convivência entre os centros sociais portugueses, Veracruz cita a celebração da Semana de Portugal. “ Acordámos que em cada ano se realizaria em cada um dos centros. O ano passado, as actividades comemorativas

Àfrente dos destinos do Centro Social Madeirense por mais dois anos, João Paulo Veracruz assegura que o clube estará cada mais aberto à interacção com toda a comunidade de Valência desta data realizaram-se no Centro Social Madeirense de Valência e este ano cabe à Casa Portuguesa Venezuelana.

Os só cios de ambos os clubes participam nestes eventos” , precisou o interlocutor do CORREIO. Os ganhos que se obtêm durante a Semana de Portugal são fundos que se destinam a obras de beneficência portuguesa. Fundado em 1972, actualmente o clube conta com 2.300 só cios, sendo que 60% são portugueses e 40 por cento venezuelanos. “ Ao longo de 26 anos de existência, o centro tem conseguido converter-se numa alternativa de entretenimento, não só para a comunidade portuguesa e para os luso-descendentes, mas também para uma grande parte da sociedade de Valência.” Actualmente, o CSM conta nas suas infra-estruturas com dois campos de futebol, um campo de sofball, três campos

de ténis para adultos, dois para crianças, campos de futbolito, voleibol, três piscinas, mesas de ping-pong. A área cultural do clube tem crescido e tem se diversificado. Tem dois grupos folcló ricos portugueses, um de danças venezuelanas, um de dança árabe e outro de dança espanhol. Também tem um grupo coral e uma estudantina. Na área desportiva, possui uma escola de futebol com mais de 180 crianças, uma escola de sofball e outra de natação. Os projectos para os pró ximos dois anos são fazer um campo de futebol de praia e uma fuente de soda na área desportiva. Graças a um donativo da câ mara de San Diego, construiu-se uma série de cabanas destinadas a reuniões e festas familiares


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"O bolo de mel feito aqui é melhor que o de Portugal" A audaz afirmação é do dono da fábrica "Manos de Oro" (Mãos de ouro, em português), a mais antiga da Venezuela. Delia Meneses deliameneses@correiodevenezuela.com

alvez poucos poderiam imaginar que a confecção do bolo de mel mais antigo que se realiza na Venezuela está nas mãos de uma venezuelana. Mílvida Jimenez aprendeu a receita que lhe ensinou uma portuguesa, a primeira dona da fábrica "Manos de Oro".

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A nativa assegura que foi aperfeiçoando a técnica até conseguir o produto actual. "Curioso, desde a primeira vez que a fiz saiu muito bem, mas com o tempo fui melhorando a receita", confessa. A empresa tem 22 anos mas só há 11 anos é propriedade de Mílvida Jiménez e do seu esposo Manuel Andrade, natural dos Canhas, Ponta do Sol. É o negó cio da família. "Comprei-o para a minha senhora e para os meus três filhos", confessa o emigrante. E a família tem estado à altura das responsabilidades. "Os rapazes estão encarregados da distribuição dos produtos. No total temos 12 variedades. As mais importantes são a torta negra, o bolo de mel e broas de

mel, suspiros, bolachas de chocolate, de manteiga, de coco, rosquitas, entre outras", explica. Quando se chega à fábrica, localizada num bairro humilde, no quiló metro 12 de El Junquito, tudo revela a origem dos seus donos. O nome do negó cio está pintado na parede com as cores vermelho e verde. Os uniformes dos trabalhadores também reproduzem os tons da bandeira de Portugal e um altar em honra da Virgem de Fátima recebe os compradores e também os curiosos que aparecem no lugar entusiasmados pelo cheiro dos doces. Os produtos propriamente portugueses, como as broas e o bolo de mel, vendem-se todo o ano e são conhecidos tanto por venezuelanos como por lusitanos. A marca "Manos de Oro" está um pouco por todo o país, especialmente em Caracas, Valencia, Maracay, Ciudad Bolívar e Maracaibo. As grandes cadeias de supermercados são clientes fixos dos seus produtos. Um total de 18 pessoas venezuelanas trabalha na confecção dos doces, comandados por Mílvida, a ú nica que conhece os segredos para conseguir a consistência e o sabor que, segundo ela, diferencia os seus produtos dos da concorrência. "O bolo de mel é o que mais trabalho dá. É um processo de três dias para poder empacotar. Aproximadamente cada 15 dias amassamos". Apesar de ser o mais trabalhoso, este produto é o que gera, provavelmente, maiores dividendos à empresa. "Só entre Novembro e Dezembro do ano passado vendemos aproximadamente 15 mil tortas. Estes dois meses são os melhores para a venda de bolo de mel", comenta Andrade, radicado há 58 anos na Venezuela. Bolo de mel será protegido por lei. Recentemente o presidente do Governo Regional da Madeira anunciou a sua intenção de pô r fim à concorrência desleal que

Mílvida Jimenez e Manuel Andrade

tem sofrido o mel de cana da Região com a importação do melaço, utilizado no fabrico do tradicional bolo de mel. Tal não é motivo de preocupação para Andrade, apesar de reconhecer que o seu produto é feito com melaço. "A nossa torta é melhor que a que se consegue em Portugal. De facto, quando as pessoas vêm para Venezuela cada vez menos trazem bolo de mel porque sabem que aqui o produto tem melhor qualidade", assegura

Andrade. Segundo o emigrante, Portugal tem cada vez menos mel de cana. "Muitas vezes têm de importar de outros países, entre eles o Brasil". Jimenez acrescenta que o melaç o que usam na confecç ão do bolo é tratado para ficar mais concentrado com um processo especial "que só nos aplicamos aqui. O bolo de Portugal tem muita farinha, o que se faz aqui é mais mole e por tanto mais apetitoso".


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Um recanto madeirense Jean Carlos de Abreu

jeancarlos@correiodevenezuela.com

través de um estreito caminho na via La Panamerica, com destino a San Antonio de Los Altos, vislumbra-se, ao redor, arbustos e casas de campo que decoram o caminho até se chegar ao destino. San Diego de Los Altos é uma paragem turística para aqueles que desejam conhecer um pouco mais do Estado Miranda. Esta zona não é apenas conhecida pelo seu clima frio, mas também por possuir uma área agrícola trabalhada de forma artesanal por portugueses. Segundo vários habitantes, mais de 45 famílias portuguesas vivem naquela localidade. A maioria delas dedica-se ao comércio e à agricultura. José Ismael Teixeira é português, oriundo da Serra de Água, freguesia do concelho da Ribeira Brava, na Madeira, e chegou à Venezuela há 29 anos. Desde que chegou ao país, já passou por várias cidades da Grande Caracas, até que, há 26 anos, comprou uma chicharronera em Guaicoco, localidade

A

pró xima a San Diego, e ali se estabeleceu. Actualmente, é comerciante nas áreas do artesanato venezuelano e da jardinagem, tendo um viveiro no pátio da loja comercial. José Teixeira comentou que a actividade econó mica do territó rio é suportada pelo turismo. Pessoas de diferentes zonas de Caracas chegam a San Diego de Los Altos para comprar “ frutas e hortaliças frescas e comer um bom chicharró n” , segundo acrescentou aquele português. “ IGUAL A PORTUGAL” Por seu turno, João Nunes, português oriundo do concelho de São Vicente, Madeira, chegou à Venezuela há 37 anos. Gostou desta localidade graças à semelhança que tem com Portugal. Uma vez na terra de Bolívar, estabeleceu-se nos arredores de San Diego de Los Altos, onde se dedicou à agricultura “ porque era o que sabia fazer quando saí da ilha” . Nunes tem, à beira da estrada, um pequeno quiosque onde comercializa os seus produtos com os restaurantes de Caracas e com os habitantes da zo-

na. O trabalho da terra é feito em conjunto com a sua família. Para lavrar o terreno, este agricultor utiliza uma máquina e um boi, a fim de poder semear legumes, frutas e hortaliças. Entre os produtos que cultiva encontram-se melões, bró colos, abó boras, cebolas, couve-flor, entre outros. Aquele agricultor define a zona como tranquila mas, “ como em todo o lado, é algo insegura” . Mesmo assim, comenta que a zona onde vive faz lembrar muito a Madeira, devido ao clima e também devido à actividade a que se dedica. Do mesmo modo, Maria Veró nica de Gouveia, também de São Vicente, Madeira, disse que, a princípio, não se adaptou à Venezuela, mas com o passar dos anos, tomou gosto ao país. É dona de casa e cozinheira, ajuda a sua família nas tarefas do lar e expressa que San Diego “ é um cantinho da nossa ilha na Venezuela” , devido à localização. “ Aqui vivemos muito bem, estamos tranquilos e os frutos do nosso trabalho dão para sobreviver” , concluiu esta madeirense que vive há 30 anos neste país.

Mais um português sequestrado FELIPE PEREIRA DA COSTA TRADUTOR OFICIAL DE PORTUGUÊS - ADVOGADO l Traduções l Obtenção

em Geral.

de certidões de Nascimento em Portugal.

l Escritórios

em Portugal (Revisões de Sentenças de Divorcio e Heranças, etc)

l Obtenção

de Assentos de Nascimentos, Casamento, ou de Óbito, na Venezuela.

l

Aquisição da Nacionalidade (os seus pormenores)

l Legalizações

perante os Registos Principais, Ministérios correspondentes, Colégio de Médicos, assim como outros organismos competentes.

l Outros

assuntos, favor consultar.

Horário: 8:00 a.m. - 1:00 p.m. Segunda Avenida de Campo Alegre, Edifício Credival, (ao lado do Consulado Geral de Portugal), Piso 7, Ofic. 104, Chacao, Caracas, Venezuela.

e-mail:felipepereira@cantv.net Telefone: (212) 267-60-51

263-69-77

Telemóvel:(0414) 235-97-06

arço ainda não terminou, mas de certo ficará para a histó ria como um mês em que foram registados pelo menos dois casos de portugueses sequestrados. Em 15 de Março, como noticiou o CORREIO na ú ltima edição, foi sequestrado um luso em Araure, estado Portuguesa. Novo episó dio de um sequestro foi registado em Caracas, mas precisamente na passada segunda-feira, quando o português natural de Famalicão foi interceptado por vários sequestradores, nas imediações da sua vivenda, que se localiza na Avenida Lecuna. Domingo Freitas, de aproximadamente 65 anos de idade, é um comerciante que possui um estabelecimento de venda de peças sobressalentes para veículos, na localidade de Quinta Crespo, Caracas. Segundo relatos de residentes vizinhos do sector, o sequestro ocorreu durante a tarde e a escassos metros da porta de entrada, quando foi abordado por vários meliantes que desapareceram no local em carros tão rapidamente como surgiram. De acordo com fontes pró ximas da vítima, Freitas vivia sozinho na

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sua residencia. Tem um filho radicado nos Estados Unidos e a sua esposa vive em Portugal continental. À hora do fecho desta edição, o CORREIO não disponha de informações quanto ao estebelecimento de um contacto por parte dos sequestradores nem tão pouco sobre o estado de saú de do português.


12 | HISTÓRIA DE VIDA

CORREIO DE VENEZUELA - 30 DE MARÇO DE 2006

Emigrar mudou tudo Mário Manuel Furtado Cardoso rocedente de São Miguel, Açores, Vila da Povoação, Mário Manuel Furtado Cardoso é o nono de dez irmãos. Tem 37 anos na Venezuela, país que pisou pela primeira vez na companhia da sua mãe, da irmã mais velha e do irmão mais novo. Vinham ao encontro do pai, que 14 anos antes tinha chegado à procura de uma vida melhor na jovem nação venezuelana. Desembarcou no

na sua ilha. Mas teve de partir devido ao estado de saú de do seu pai, José Cardoso, que lhes mandou uma carta a chamar a mãe e os filhos a empreenderem a viagem o mais rapidamente possível. Mário estudou na primária nos Açores e depois ingressou no seminário "O Senhor Santo Cristo dos Milagres", onde tomaria o hábito e se converteria em padre. Apó s dois anos de estudo, e já com 15 anos de idade, o jovem apaixonou-se de uma adolescente da sua povoação,

porto de La Guaira em 12 de Maio de 1969, apó s viagem a bordo do Santa Maria que partiu desde a Madeira. Quando pisou solo venezuelano, a primeira coisa que lhe chamou a atenção foram as montanhas que não lhe pareciam grandes. Pelo contrário, as estruturas que encontrou ali puseram-nos a pensar, pois era algo totalmente diferente do que estava habituado. Ele não queria vir para a Venezuela. Preferia continuar

o que fez com que se retirasse daquela instituição. Já na Venezuela, com 17 anos, Mário via tudo diferente. Um idioma distinto e com pessoas de costumes atípicos. Isto foi o que mais lhe custou na sua adaptação inicial. Teve muito tempo sem trabalhar, porque estava acostumado a estudar e a assistir à missa, dada a vocação eclesiástica experimentada. Foi em Chacao, zona onde veio a viver quando chegou ao país, que iniciou contactos

Vila da Povoação, São Miguel, Açores.

P

com muita gente, especialmente com compatriotas, e onde conseguiu trabalhar em cafés, padarias, como condutor de autocarros de passageiros, como construtor e como dono de uma loja de tinturarias. Três meses depois de Mário ter chegado à Venezuela, chegaram os seus outros irmãos. Seis meses depois morreu o seu pai, o qual ainda muito ajudou a integrar-se no país. Sem hábitos eclesiásticos, tornou-se num homem de negó cios, e apaixonou-se pelo amor da sua vida, a quem conheceu na Venezuela. Os pais dela viviam nos Açores, e eram amigos da sua família. O noivado durou três anos e

meio, prelú dio para um casamento que deu origem a dois filhos. A lua de mel foi passada nos Estados Unidos e Canadá, onde tinham familiares. Nunca regressaram a Portugal porque várias circunstâ ncias não o permitiram. São 37 anos sem ver os Açores que levam este luso a recordar com alguma frequência os bons momentos da sua juventude ali passados. Em Caracas, na época em que chegou, muitos lusos oriundos do continente português, como também dos Açores, reuniam-se em "Los dos Caminos", nos meses de Maio e Outubro para celebrar na igreja José María Claret as festas em honra da Virgem de Fátima.

A "Irmandade Portuguesa", nesses meses, preparava tudo o que estava relacionado com as festas religiosas. Mário contribuiu para a construção, ajudando o pai, da eremita "San Pedro", em los Chaguaramos, arquitectura realizada por José, seu padre. Ali, as irmãs que viviam e ensinavam no colégio, que tem o mesmo nome, lhe disseram ao jovem que pedisse a sua documentação em Portugal para

seguir estudando, já que sabiam que Mário tinha estudado para padre na península ibérica. Mas o amor por Carmelia, sua esposa, não lhe permitiu seguir o caminho do celibato. Mário é um fiel crente da Virgem de Fátima como também do Santo Cristo. Com 54 anos de idade, exerce a profissão de condutor de transportes pú blicos, na qual leva mais de 15 anos. Agora espera poder visitar os Açores e conhecer todos avanços verificados na ilha.


CORREIO DE VENEZUELA - 30 DE MARÇO DE 2006

RELIGIÃO | 13

Estamos a tempo

Padre David Rodriguez

davidro33@hotmail.com

Queridos irmãos leitores assíduos deste meio de comunicação escrito, quero partilhar com vocês um tempo real e oportuno que os cató licos têm no momento presente. Trata-se da Quaresma, palavra que para alguns pode significar algo irreal, que perdeu o sentido. Podemos dar-lhe o sentido no nosso con-

www.correiodevenezuela.com

texto social da Venezuela? Que deve ser para nó s cató licos este tempo da Quaresma? Este tempo litú rgico da Quaresma que nos oferece a Igreja, desde a quarta-feira de cinzas até ao Domingo de Ramos, tem como finalidade prepararmo-nos para a Semana Santa e a Páscoa. É um tempo de preparaç ão e de penitência e encontro consigo pró prio e com Deus. Ainda possuímos a oportunidade de viver este tempo apesar já estarmos na metade do caminho quaresmal, que nos convida a pensar, a reflectir e rever sobre como tem decorrido a nossa vida e como ela deve ser no futuro. É um tempo que nos convida a corrigir os erros com vista a sermos melhores, porque Deus está sempre disposto a oferecernos as mil e uma oportunidades para ser melhores. Convida-nos, queridos irmãos a viver mais perto de Deus e chegar feliz ao objectivo de viver a Páscoa e fazer a vida com as nossas obras e

a nossa conduta cristã. Apesar das milhares de situaç ões por que vive o mundo e o país, podemos tirar proveito do que ainda sobra do tempo de Quaresma para realizar as práticas quaresmais que correspondem a este tempo de graç a que o Senhor nos oferece. Uma delas é a oração, e nisto devemos fazer finca-pé e insistir cada vez mais, realizar e intensificar a oraç ão em prol das muitas necessidades que se vê à nossa volta. Outra prática quaresmal é a austeridade ou abstinência. Esta prática é muito actual e não perdeu a sua vigência, porque a mesma nos ajuda a temperar e a fortalecer a nossa alma e o nosso ser, que tende a apegar-se ao material e em consequência a privar-se da capacidade de transcender e procurar os bens do Reino de Deus aqui na terra. Finalmente surge a caridade, para com os pobres, os doentes, os que estão na prisão. Esta ú ltima reveste um carácter de pre-

ponderâ ncia em relação às duas práticas quaresmais atrás referidas, porque a partir da caridade podemos determinar se a pessoa que realiza um acto de serviço e de amor entregando ao irmão necessitado, faz a oraç ão, a abstinência, e em consequência observa-os na sua "praxis" cristã. Vimos, por tanto, que este tempo não pode passar por debaixo da mesa. E mais ainda, que é uma oportunidade de escutar a palavra de Deus: "Não só de pão vive o homem, senão também do que sai da boca de Deus". Tempo de recordar que a nossa vida é como um Ê xodo, que é um caminho rumo à terra prometida, que somos os filhos da Promessa, da Esperanç a. Caminhemos para a Páscoa, Ressurreiç ão, Alegria e aleluia eterna. Para todos os leitores assíduos deste meio impresso. Que Deus vos abençoe.


14 | CULTURA

CORREIO DE VENEZUELA - 30 DE MARÇO DE 2006

Caracas enche-se de bom teatro Liliana da Silva Liliana@correiodevenezuela.com

ompanhias internacionais provenientes da Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Chile, Colô mbia, Cuba, Espanha, Estados Unidos, Eslovénia, França, Irão, Itália, Israel, México, Reino Unido e Taiwan vão apresentar, nos teatros e em alguns espaços abertos de Caracas e de outras cidades do interior, as mais inovadoras propostas das artes cénicas mundiais, para além de uma selecta mostra do movimento de teatro venezuelano. Para esta edição estão planeadas 120 acções, que contemplam colocar em cena uma diversidade de géneros, entre os quais se incluem teatro de texto, teatro visual, grandes clássicos, novas formas, dança contemporâ nea e teatro de rua. A Alemanha, país convidado oficial para esta ocasião, foi encarregue de fazer subir as cortinas deste encontro internacional de artes cénicas, com a obra “ Hedda Gabler” da Companhia Schaubü hne, no dia 31 de Março, na sala Rios Reyna do Teatro Teresa Carreño. Como todos os anos, o pú blico poderá desfrutar de todos os espectáculos não apenas nas grandes salas de teatro, mas também em mú ltiplos espaços urbanos como praças, avenidas e parques, de forma gratuita, uma forma de os organizadores do Festival levarem às populações mais carenciadas o melhor

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Para esta edição estão planeadas 120 acções, que contemplam colocar em cena uma diversidade de géneros

do teatro mundial. Para esta edição, os espaços escolhidos são: Los Pró ceres, Plaza Bolívar de Chacao, Plaza La Candelaria, o Foro Libertador e ainda Chacao. No interior do país, as cidades que desfrutarão de uma mostra deste XVI Festival Internacional de Teatro serão Maracay, Cumaná e Los Teques, que

vão receber as seguintes obras: “ FaultyOptic” do Reino Unido, “ Gran Reyneta” do Chile, “ Verve” do Brasil, “ Stalker” da Austrália, “ Teatro Albanta” de Espanha e “ Argos Teatro” de Cuba. A venda de entradas para o pú blico em geral iniciou-se a 13 de Março, na bilheteira do Festival, situada nos

Espacios Cálidos do Ateneu de Caracas, e ainda nas bilheteiras externas do FITC, as quais funcionam na praça central do Centro San Ignacio e nas Lojas Esperanto do C.C Vizcaya e Trasnocho Centro Cultural. Ainda é possível conseguir bilhetes para algumas das obras. Os preços oscilam entre os 10.000 e os 65.000 bolívares.

“ Festival de cinema português seria uma excelente alternativa” Tábita Barrera tabita@correiodevenezuela.com

Circuito Gran Cine, uma associação venezuelana destinada a impulsionar a difusão do cinema nacional e internacional, leva a cabo, desde o momento da sua fundação, em 1996, uma série de festivais de cinema, entre os quais destacam o espanhol, o francês, o italiano e o latino-americano, o qual se inaugurou este ano. Organizaram ainda o Euroscopio, um evento que reú ne mostras de cinema europeu, onde a cinematografia portuguesa participou. Com efeito, em 2005, estiveram presentes os filmes Os Imortais, dirigido por Antó nio Pedro Vas-

O

concelos, e Xavier, de Manuel Mozos. Luís da Silva, que ocupou o cargo de coordenador de programação neste ú ltimo festival, falou sobre o seu interesse em que a comunidade lusa tenha um pouco mais de presença neste tipo de iniciativas, uma forma de usar o cinema como veículo para propagação dos seus valores, costumes e problemas que os afectam. “ O cinema é uma janela que, de alguma maneira, reflecte uma sociedade, uma cultura e a visão de um país. É importante semear a semente e dar a conhecer este lado artístico dos portugueses que quiçá ainda não se explorou bem no país. Um festival de cinema português na Vene-

zuela é uma excelente alternativa. Gostaria muito que se pudesse realizar um em cada ano, mas entendo que os gastos que isso implica são elevados. A tarefa é ver as possibilidades de fazê-lo ao menos cada dois anos” , sublinhou. Por outro lado, conjuntamente com a Metacarpo Producciones, efectuaram, desde finais do ano passado, um trabalho formativo no campo audiovisual, através da realização de especializações em cinematografia e televisão. Luís da Silva e Maria Alejandra Yépez são os principais encarregados da organização destes cursos teó rico-práticos, os quais são ministrados semanalmente por profissionais do cinema na Venezuela. A finalidade dos mesmos é

desvendar a estrutura da elaboração de um filme, assim como brindar os alunos com um contacto mais directo com o trabalho diário de quem faz cinema. Esta iniciativa serviu para preencher o vazio que existia no país no que toca ao manejamento do cinema e da televisão como ferramentas de trabalho. Desde o guião à edição, as aulas incluem as áreas de direcção, produção, som, maquilhagem, vestuário e casting, entre outros. O nú mero de alunos varia, mas normalmente contam, em média, com grupos de 10 a 12 pessoas, o que garante uma atenção personalizada. Para mais informações, pode entrar em contacto com

os responsáveis através dos telefones 266-9607 / 264-7346 ou então consultar as páginas da Internet www.grancine.net e www.metacarpotalleresdecine.com.


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CULTURA | 15

Arte lusa nas mãos de uma venezuelana Jean Carlos de Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com

ioleta Villarroel é uma venezuelana que divide tradições e costumes com os portugueses há já 26 anos, uma vez que é casada com um português oriundo de Santo Tirso, Portugal continental. Esta venezuelana de nascimento, mas portuguesa de coração, reencontrou-se com a arte quando viajou até Lisboa em lua-de-mel. Esta oriental é professora e estudou dois semestres de arte na Escola de Arte Arturo Rojas, que deixou posteriormente porque “ considero-me autodidacta. Eu sabia tudo referente ao ofício. A ú nica coisa que necessitei aprender foi a parte ligada à perspectiva e estruturas gráficas” , disse. Numa visita ao Mosteiro dos Jeró nimos, em Portugal, Violeta sentiu uma ligação à edificação em pedra que via, porque a rocha chamava-lhe a atenção e tocou o seu sentido artístico. Portugal foi como um despertar para Violeta, já que ela sabia que tinha

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aptidões para a pintura. A viagem pela Península Ibérica (Portugal e Espanha) fez com que despertasse essa inquietude por plasmar paisagens e iniciou-se em pleno na pintura. Durante as suas visitas às diferentes paisagens enquanto esteve na Península Ibérica, esta pintora tirava fotografias dos diversos lugares para depois poder pintá-los. “ Uma vez que tiro a foto, aí tenho o quadro” , sublinhou esta venezuelana. Ela assegura que o marido, José Armandino Lima Ribeiro, é o artífice de tudo, porque “ foi com ele que conheci Portugal e parte da Europa, e foi graças ao seu apoio que voltei a pintar” . Uma das suas obras é o vitral da Missão Cató lica Portuguesa, que vai estar exposto em finais de Abril, na parte baixa da igreja de San Bernardino. A par disso, esta venezuelana vai expor 30 pinturas de paisagens fazendo referência a zonas naturais e turísticas de Portugal continental. “ Sou venezuelana, gosto muito do meu país, mas as coisas

Violeta Villaroel vai expor 30 pinturas de paisagens de zonas naturais de Portugal

antigas seduzem-me e Portugal é um exemplo do que me detém…” , continuou esta pintora oriental. A exposição vai durar três fins-desemana. As pinturas serão vendidas; uma parte do dinheiro adquirido vai ser doado à igreja e o restante vai para o

trabalho de Violeta. Ela afirma que não se dedicou a outra fase dentro da pintura porque sempre se considerou “ livre” , já que gosta de pô r a sua mente a voar e plasmar algo que lhe chame a atenção num determinado lugar.

Reforçar o português nos estados centrais ita Fernandes é a presidente da Fundação Cultural LusoVenezuelana Camões. Natural do Funchal, Madeira, chegou à Venezuela aos 7 anos de idade e é licenciada em Educação. A Fundação foi criada em 1997, na urbanização San José De Tarbes, em Valência, onde funciona a Câ mara Portuguesa-Venezuelana de Indú stria, Comércio e Afins (CAPORVEN), com a finalidade de propagar a cultura portuguesa pela região centro do país. A instituição é composta por sete membros, seis portugueses e um lusodescendente, que têm a missão de estreitar os laços afectivos, culturais e sociais entre o povo da Venezuela e de Portugal. Fernandes explicou que a principal actividade do instituto é promover o ensino do idioma português nos estados Carabobo, Aragua e Zulia, como também na Cidade Ojeda, “ porque ali existem muitos portugueses e a nossa entidade tem o dever de apoiar os professores que, nessas zonas, dão aulas, fornecendo-lhes material didáctico e recursos econó micos para que cancelem parte dos seus outros serviços” .

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Para além desta fundação, existem seis centros no estado onde se ensina o português. Estes ficam situados nos arredores de Valência e Maracay. Em CAPORVEN Valência, encontram-se a escola Hernâ ni Dos Santos e o Centro Social Madeirense. Também na Paró quia de San Antó nio Prebo e na localidade de Bejuma ensina-se a língua portuguesa. Em Tinaquillo e na Casa Portuguesa do estado Aragua existem professores que fazem parte da fundação que também dão aulas daquela língua. A Fundação Cultural Luso-Venezuelana Camões trabalha independentemente do Instituto Camões, de Portugal. Segundo dados da instituição, no primeiro trimestre (Outubro/Dezembro) do ano lectivo 2005-2006, 80 pessoas estudam a língua portuguesa, isto em todo o estado Carabobo. A Fundação Cultural Luso-Venezuelana Camões de Valência tem previsto realizar, em breve, um concurso literário em português, para aquelas pessoas que estejam a estudar o idioma no país e desejem saber mais sobre as letras lusitanas.


16 | LAZER

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Tertú lia cultural homenageia região do Minho Délia Meneses deliameneses@correiodevenezuela.com

espaço está-se a tornar pequeno” , disse com evidente agrado um dos directores do Instituto Português de Cultura ao observar o bar “ A Nau” do Centro Português em Caracas, completamente cheio. Quase 200 pessoas assistiram, na passada sexta-feira, 24, à 9ª Tertú lia Cultural organizada pelo IPC, nesta ocasião dedicada à Região do Minho. Embora a presença de minhotos na sala não era muito evidente, durante a noite, os presentes, incluindo vários venezuelanos, ficaram a conhecer os aspectos mais relevantes da geografia, das tradições, da mú sica, do folclore e da gastronomia do Minho. O espírito de festa manteve-se durante toda a tertú lia. O quarteto do IPC abriu a noite com as in-

“ O

terpretações do “ Meu Lírio roxo do campo” e “ Alecrim” . A mú sica predominou durante toda a noite mas também houve lugar para alguns apontamentos histó ricos e culturais sobre a região e declamação de poemas. O professor João da Costa Lopes referiu-se a “ gente grande” que tem nascido no Minho, entre eles, São Dâ maso, o primeiro Papa português que nasceu em Guimarães no século IV e que foi o responsável por mandar traduzir ao latim a Bíblia; na lista também mencionou ao Rei Afonso, a Gil Vicente, o criador do teatro português; ao diplomata e poeta Antó nio Feijó . A chamada de atenção foi para que os jovens se aproximem e se animem pela organização deste tipo de iniciativas, porque “ os directores do IPC já não aguentam mais 20 anos” . Estas reuniões têm-se caracte-

rizado por dar a conhecer jovens talentos que encontram na tertú lia um espaço para partilhar as suas inquietações artísticas. Nesta ocasião participaram Carlos Orellana, venezuelano sem sangue portuguesa, que animou ao pú blico com “ O Arroz está Cru” e “ Laurindinha” . A jovem lusodescendente Fabiola de Freitas apresentou as canções “ Ó Rosa arredonda a saia” e “ O Emigrante” . Jonathan Rodrígues, luso-descendente que se deu a conhecer em grande parte graças a sua participação nas diferentes tertú lias, deleitou a assistência com “ Duas Lágrimas de Orvalho” e “ A escada sem corrimão” . A gastronomia também teve um lugar de destaque. José Antó nio Pires falou sobre os principias pratos da região. Vinho verde e um doce típico do Minho foram oferecidos aos assistentes.

As tertúlias culturais pretendem estender a voz de Portugal através das suas regiões.

Visita histó rica nas aulas sala de aulas da língua de Camões do Centro Português de Caracas, acolheu no passado sábado 25 de Março uma exposição subordinada à região ibérica da autoria de um luso-descendente e de um venezuelano, com o objectivo de dar a conhecer aos restantes colegas a parte que se refere ao país lusitano. Sandro Gonçalves e Gustavo Morales são dois alunos do quinto ano do colégio “ Nuestra Señora de Fátima” , localizado em San Bernardino. Na sua intervenção, estes jovens deram uma explicação acerca da divisão territorial e da composição

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política, econó mica, cultural e geográfica do país, para além de explicarem a importâ ncia dos emigrantes destes países longínquos. David Pinho, professor e director do cursos de português naquela associação, explicou que a finalidade era dar a conhecer a histó ria do país ibérico a todos os estudantes da língua de Camões que aprendem no clube, já que a aprendizagem da cultura lusa estimula os alunos a aprender mais sobre as suas tradições. Apó s a breve exposição, teve lugar uma degustação de doces e vinho típico da região lusitana.


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18 | traçoS de portugal

CORREIO DE VENEZUELA - 30 DE MARÇO DE 2006

São João da Madeira: a capital do calçado Liliana Da Silva

Liliana@correiodevenezuela.com

s origens de São João da Madeira remontam a milhares de anos atrás. Os restos arqueoló gicos encontrados nesta região portuguesa evidenciam a passagem de várias civilizações como a romana, a celta e a árabe. No entanto, já em 1088 esta vila era conhecida como São João da Madeira. a expressão "Uilla de Sancto Ioanne de Mateira" é a primeira referência documental e surge em duas cartas de venda, em pergaminho. a designação de Madeira encontra a sua explicação, ao que todo indica, na abundâ ncia de matéria lenhosa que desde sempre existiu

a

nesta região. No século XIX começou o crescimento demográfico e comercial de São João da Madeira, incentivado pela indú stria dos sobreiros e lacticínios, melhorando notavelmente a situação dos seus povoadores originais. a prosperidade adquirida, para a qual viria a contribuir decisivamente também a indú stria do calçado, só foi possível pelo dinamismo e espírito de trabalho dos seus habitantes. com o progresso e a modernização veio a alteração radical do panorama arquitectó nico da povoação. assim, a primitiva igreja foi

Pró ximo do Porto ergue-se esta pequena cidade cheia de vida e movimentos. Se bem que não possui as características arquitectó nicas e monumentais de outras cidades antigas portuguesas, as suas importantes actividades comerciais projectaram-na demolida em 1883 e no ano seguinte iniciou-se a construção da igreja nova que, a 11 de Julho de1888, era benzida e inaugurada. Em 1908 El Rei don Manuel II inaugurava o troço de linha de caminho de Ferro do Vale do Vouga, contribuindo muito para o incremento das vias de comunicação paralelamente à construção de estradas e caminhos. Foi também criado o hospital, chegou a luz eléctrica e nasceu o Grupo Patrió tico Sanjoanense que deu novo impulso ao progresso local. Um desenvolvimento paralelo que melhorou a qualidade de vida e que serviu para a chegada de novos habitantes. O nascimento oficial de São João da Madeira foi em 11 de Outubro de 1926. Este decreto de emancipação considerava o novo concelho como o "centro industrial mais importante do distrito de aveiro". a elevação a cidade viria em 16 de Maio de 1984, como reconhecimento do intenso labor dos habitantes de São João da Madeira, traduzido no desenvolvimento e progresso que hoje se pode atestar nas mais diversas realizações arquitectó nicas, desportivas, sociais, culturais e urbanísticas. Projectos inovadores Esta cidade situada no extremo norte da Beira litoral e do distrito de aveiro e com uma área de oito quiló metros quadrados, ocupa um lugar de destaque no mapa empresarial português. São João da Madeira caracteriza-se por uma grande diversidade empresarial, exportando produtos de qualidade para os quatro cantos do mundo, para além de ser um centro urbano de grande influência regional, com uma população residente estimada actualmente em cerca de 30.000 habitantes, e uma população flutuante estimada

em 30.000, pelo que diariamente São João da Madeira acolhe cerca de 60.000 cidadãos. Todo este desenvolvimento levou à construção de importantes edifícios, como o Museu da chapelaria. concluído em 2005, este importante empreendimento procura preservar nos seus espaços a memó ria de uma das actividades com mais histó ria no concelho. Na área desportiva há a destacar o novo centro de Formação desportiva, que nasceu junto ao Estádio conde dias Garcia. a obra, ao nível do que de melhor há no País nesta área, inclui três campos de relva sintética, sendo prioritariamente destinada às camadas mais jovens do desporto sanjoanense. Para além disso, actualmente está em construção aquele que será o maior parque urbano entre o Porto e lisboa. Este espaço verde de lazer, projectado pelo arquitecto Sidó nio

Pardal (autor do Parque da cidade do Porto) terá uma área total de cerca de 400 mil metros quadrados (qualquer coisa como 40 campos de futebol). ao todo, serão plantadas nessa zona verde mais de 7000 árvores de várias espécies.

O calç adO: - a existência do fabrico do calçado, em São João da Madeira data de 1483, facto registado num documento daquela época. até 1900 sabe-se que a produção de sapatos era de fabrico caseiro, tornando o processo moroso. - a primeira fábrica de calçado, de nome "Sapataria da Moda", surge por volta de 1833 cujo proprietário era Gaspar de almeida Pinho e mais tarde, em 1905, surge outra pertencente a Vitorino Tavares lisboa. assim em 1910 existiam já quatro oficinas no concelho de Oliveira de azeméis do qual São João da Madeira fazia parte.

- O desenvolvimento do calçado manteve-se assim a um ritmo rápido, em parte devido ao pouco investimento necessário. actualmente em São João da Madeira existem inú meras fábricas de calçado e de componentes para calçado, sendo a cidade conhecida como a "capital do calçado", designação registada no Instituto Nacional do Registo de Marcas. Este facto deve-se particularmente à larga experiência e qualidade do fabrico do calçado que conseguiram que São João se tornasse prestigiada nacional e internacionalmente e com uma marcante posição no mercado externo.


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PORTUGAL | 19

breves Apreendida mercadoria contrafeita no Norte O Grupo Fiscal (GF) da GNR do Porto apreendeu, na ú ltima semana, em Ponte de Lima e Mondim de Basto, 103 mil euros de mercadoria co ntrafeita, disse fonte policial. Do material apreendido nestas operações sobressaem 47.136 meias de desport o e 80.500 etiquetas de marcas para colocação em roupa e

calçado contrafeitos. No âmbito do combate à fraude fiscal, o GF do Porto revelou ter levantado 118 autos relativos a fugas ao pagamento do Imposto sobre o Valor Acrescentado, no valor global de 91 mil euros. A actividade operacional do GF do Porto na última semana saldou-se ainda p ela apreensão de três suínos, avaliados em 300 euros, que estavam a ser transpor tados ilegalmente na zona de Montalegre.

Mirandela: Câmara cria imagem de marca A Câmara de Mirandela vai criar uma marca “c hapéu” para o concelho, que passará a identificar os serviços municipais e os pr odutos regionais locais, divulgou a autarquia. “Mirandela, qualidade superior” é o slogan que a autarquia quer associa r a este concelho do Nordeste

Transmontano e a acompanhar a comercialização de t odos os produtos locais. O slogan é acompanhado de um logótipo alusivo ao produtos mais conhecid os do concelho, como a alheira e o azeite, e para poderem adoptá-lo os empresári os, comerciantes e produtores locais têm de fazer uma candidatura junto da autar quia.

333 medidas para a desburocratização O Simplex vai ser posto em prática ao longo do ano e inclui medidas em áreas como a Saúde, Educação, Justiça e Finanças. Portugueses repatriados do Canadá chegam a Lisboa carregados de revolta e tristeza.

Portugueses repatriados m sentimento de revolta e tristeza dominava os ex-emigrantes portugueses no Canadá que chegaram segunda-feira ao aeroporto da Portela, em Lisboa, depois de repatriados pelo governo canadiano por estarem ilegais. Apanhados de surpresa pela recente decisão do governo canadiano, os portugueses estabelecidos naquele país, com trabalho, casa, carro e escola dos filhos, tiveram de deixar quase tudo no Canadá, trazendo apenas os bens essenciais. “ Estes dias têm sido uma luta horrível. Sempre lutei para conseguir ficar” , disse aos jornalistas a portuguesa Maria Margarida Alves, 41 anos, que veio acompanhada pelo seu filho Rafael, de 19 anos. Esta ex-emigrante estava há sete anos no Canadá e recebeu no passado dia 10, pelos serviços da imigração canadianos, a notícia de que “ tinha 15 dias para sair do país porque ia ser repatriada” . Com a viagem paga pelo governo canadiano, Maria Margarida Alves, natural do Minho, chegou a Lisboa sem

U Num discurso cheio de recados à oposição, Sócrates salientou o efeito positivo e impacto das novas medidas.

primeiro-ministro, José Só crates, apresentou hoje um pacote de 333 medidas, denominado “ Simplex” , destinado a “ desburocratizar e simplificar” os serviços pú blicos e “ responder melhor às necessidades dos cidadãos” . “ O programa tem como objectivos contribuir para o crescimento da economia, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos - poupando-lhe tempo e dinheiro e acabando com a imagem do Estado distante, prepotente, arrogante e opaco” , disse José Só crates, na sessão de apresentação do programa, que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Num discurso cheio de recados à oposição, Só crates salientou o efeito positivo e impacto que as medidas irão ter no crescimento econó mico e lamentou que nos ú ltimos 20 anos nada tenha sido feito para simplificar o sector.

O

“ Depois das 330 medidas, haverá quem diga que é pouco. Quero concordar com esses, mas também dizer-lhes que a verdade é que nunca antes foi feito” , defendeu. Entre as medidas apresentadas figuram o fim das matrículas escolares anuais obrigató rias e a possibilidade de fazer reclamações fiscais através da Internet. Os alunos do ensino básico e secundário que permaneçam no mesmo estabelecimento de ensino não terão necessidade de renovar anualmente as suas matrículas escolares. O Executivo vai dar também início ao processo de “ Transferência Digital” das informações dos alunos que queiram mudar de escola, ou seja, os dados exigidos para a sua transferência serão enviados para o novo estabelecimento de ensino através da Internet. Para simplificar e tornar

mais rápidas as reclamações fiscais, o Governo quer que os contribuintes passem a poder entregar petições pela Internet e consultar “ on-line” o andamento dos processos. O Governo prevê também a simplificação dos processos necessários para a compra de casa, de modo que, no futuro, a mesma entidade que realize a escritura, faça os registos (ou converta os provisó rios em definitivos) e possa também servir de intermediário para o pagamento do Imposto Municipal sobre as Transmissões. Como forma de promover a criação de associações, o Governo pretende também agilizar os procedimentos, à semelhança do que foi feito com as empresas, que passaram a ser criadas “ na hora” . Na área da Saú de, os doentes vão passar a poder marcar consultas nos hospitais através dos Centros de Saú de, que para o efeito vão ficar ligados em rede.

saber como vai ser a sua vida. “ Esperava que o Governo [português] fizesse qualquer coisa. Não sei o que heide fazer. Preciso de trabalho e não tenho apoio nenhum” , afirmou. O filho de Maria Margarida acabou recentemente os estudos e estava já a trabalhar no Canadá. “ Ele está a ser mais forte do que eu, mas esta situação também lhe está a custar muito” , disse a mãe. Para trás ficaram todas as suas coisas, “ em casa de uma amiga” , os mais de três mil euros gastos no processo de legalização que não teve êxito e o “ sonho de vir a Portugal apenas de férias” . Um possível regresso ao Canadá, onde trabalhava em restaurantes, está, por enquanto, fora de hipó teses. “ Não tenho muita esperança de voltar, mas se um dia isso acontecer, só regresso com a segurança de que não volto” , garantiu. Quem tem a certeza de que vai regressar dentro de “ um mês ou dois” é Daniel Malta, 32 anos, natural da Pó voa do Varzim e a trabalhar há cinco anos na construção civil em Toronto.


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Médicos rejeitam opção Associação Portuguesa dos Médicos de Carreira Hospitalar (APMCH) criticou o Governo por querer a co-incineração sem garantir antes o funcionamento dos centros integrados de recuperação, valorização e eliminação de resíduos (CIRVER). “ Avançar com a co-incineração em vez de acelerar o funcionamento dos CIRVER é queimar dinheiro pú blico sem cuidar dos problemas de saú de das populações sujeitas à emissão de gases” da queima de resíduos industriais perigosos (RIP) pelas cimenteiras, lê-se numa nota da associação. A APMCH, presidida pelo médico e socialista Armando Gonsalves, de Coimbra, sublinha que cabe aos CIRVER - cuja criação foi aprovada pelo anterior Governo - “ fazer a triagem do que será recuperado e reutili-

A

zado (80 a 90% dos RIP) e do que fica para ser co-incinerado” , o que acontecerá nas fábricas de cimento de Outão (Setú bal) e Souselas (Coimbra). Para a associação, a decisão do Executivo de José Só crates de retomar a co-incineração, tendo a escolha política recaído naquelas duas unidades fabris, “ anuncia um desfasamento de cerca de um ano” entre o início da queima dos RIP e o “ pleno funcionamento dos CIRVER” . “ Esta inversão da evolução normal do processo constitui um erro grave com implicações para a saú de pú blica, pelo que a APMCH deve tomar posições em defesa da saú de pú blica em Portugal” , adianta uma moção aprovada na segunda-feira, em Coimbra, em reunião da direcção daquela entidade.

Considerando “ inaceitável que a escolha (dos locais para co- incinerar resíduos perigosos) dependa predominantemente de uma decisão política” , a associação liderada por Armando Gonsalves lembra que a decisão sobre os locais e o nú mero de cimenteiras necessárias “ depende da percentagem de RIP que os CIRVER não consigam recuperar, valorizar e eliminar” . Por outro lado, exige que o Ministério da Saú de “ apresente soluções para os graves problemas de saú de das pessoas que vivem nas imediações das cimenteiras de Outão e Souselas” , promovendo ainda um estudo ao estado de saú de das populações de Alhandra (Vila Franca de Xira) e Maceira (Leiria), onde laboram há décadas outras fábricas de cimento.

“Avançar com a co-incineração em vez de acelerar o funcionamento dos CIRVER é queimar dinheiro público...”

breves

Centro Portugués de Caracas

completar a Linha Amarela no concelho do Po rto, ficando ainda por concluir, em Gaia, o último troço desta via, entre a Câma ra de Gaia e a estação João de Deus.

PROGRAMA DO MÊS DE ABRIL 2006 Missa - Domingos 11:30 horas

Sexta-Feira 28 20:00 horas

Recordamos aos

Show de Jorge Ferreira

estimados sócios que todos os domingos pelas

Lugar: Salão Nobre

11:30 horas tem lugar na nossa Capela a tradicional Missa dominical.

Sexta-Feira 16:00 horas Classes de Pintura

Eventos a destacar do Mês de Maio Dias 11 e 12 de Maio no Salâo Nobre: Obra de Teatro “Me pinto los labios y te digo adios”

Metro do Porto chega ao Hospital São João e ISMAI O troço da Linha Amarela do Metro do Porto entre o Pólo Universitário e o Hospital de S. João entra sábado em funcionamento, anu nciou o presidente da Comissão Executiva da empresa, Oliveira Marques. Aquele responsável referiu que tudo está a ser feito para que a entrada em funcionamento deste troço ocorra em simultâneo com a do último troço da Linh a Verde, entre o Fórum da Maia e o ISMAI-Instituto Superior da Maia, que está ma rcada para as 16:00 de sábado. Oliveira Marques referiu que a entrada em funcionamento se efectuará “s em qualquer cerimónia especial”. A entrada em funcionamento do troço da Linha Amarela entre o Pólo Unive rsitário e o Hospital de S. João vem

PSD desafia Governo a manter maternidade de Elvas O líder do PSD, Luís Marques Mendes, considerou um “enorme erro” a decisão governamental de encerrar a maternid ade de Elvas (Portalegre), e desafiou o executivo socialista a não ser “teimoso” e a “emendar a mão”. “A ideia de encerrar a maternidade de Elvas é um erro de enormes propor ções e, por isso, peço ao Governo que emende a mão e corrija este erro, mantendo em funcionamento esta maternidade que, ainda por cima, é um bom exemplo”, frisou. Marques Mendes falava aos jornalistas, em Elvas, depois de visitar a Ma ternidade Mariana Martins, acompanhado pelo presidente da fundação que gere aque la unidade materno-infantil, José Mello e Sousa.


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22 | OPINIÃO

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Aproxima-se o "Encontro" Jean Carlos De Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com

ive a oportunidade de presenciar o "IV Encontro de Gerações", no ano passado, como jornalista. No princípio, tinha uma ideia muito superficial acerca do verdadeiro significado do que custa reunir centenas de portugueses num mesmo lugar para mostrar ao país venezuelano o quão influentes que são os lusos. À medida que ia interagindo com os meus entrevistados, amigos e conhecidos percebi a integração entre eles mesmos. Era incrível ver como pessoas que não se conheciam conseguiam conversar como se tivessem anos de amizade. Também escutar os oradores contar como chegaram à posição que ocupam hoje em dia na sociedade e nos seus trabalhos devido ao esforço e empenho que adoptaram de seus pais, em muitos casos. Certamente, tenho opiniões de outros lusitanos que não se

T

sentem parte da sua pró pria comunidade no país, porque afirmam que foram "excluídos" por não possuir nem bens nem dinheiro. Pelo contrário, o "Encontro de Gerações", iniciativa promovida pelo CORREIO de Venezuela, DIÁRIO de Noticias da Madeira e Banco Internacional do Funchal (BANIF), incentiva a socialização e comunicação entre pessoas de distintas partes do país sem distinção de classe social com o propó sito de criar vínculos de amizade entre todos. Proximamente se realizará o "V Encontro de Gerações", reunião que terá um tema diferente este ano mas com os mesmos objectivos: unificar os muitos lusitanos que não se sentem identificados como portugueses. Parte importante deste evento consiste em escutar os testemunhos que têm a força dos representantes, associações e empresas em que estão à frente lusitanos que foram integrados e se tornaram influentes na Venezuela, nas mais variadas áreas. Homens reconhecidos na sociedade venezuelana que elevaram o nome dos portugueses, mas também aqueles que estão no anonimato, são peça funda-

mental para que sejam recordados e nomeados apesar de os seus nomes não serem conhecidos, porque eles se integraram numa outra cultura desde a primeira emigração, historicamente falando. Como luso-venezuelano, considero (e convido) que todos os portugueses e filhos dos mesmos deviam começar a conhecer mais sobre os seus pais, a ter um intercâ mbio de ideias e a explorar mais sobre a cultura lusa com eles. Também que conheçam outros compatriotas com a finalidade de criar uma irmandade entre nó s mesmos, já que no final todos formamos parte de uma mesma nação. Para terminar, peço que mudem o cliché que assumem sobre a importâ ncia de partilhar e divulgar o conhecimento humano. Se bem que é certo que o ser humano às vezes necessita estar só para pensar e reflectir, também é verdade que necessitamos saber que contamos com outras pessoas para além das nossas famílias e o "Encontro de Gerações" serve para nos socializarmos um pouco mais e conhecer outras opiniões referentes a temas que podem ser do seu interesse.

Primeiros tempos de navegação

António de Abreu Xavier ários autores estudaram os barcos dos navegantes portugueses. Um francês, Fernand Braudel, formulou uma tese sobre o mundo mediterrâ nico onde expõe parte desta experiência. Para este autor resulta verdadeiramente interessante a forma como os portugueses do início do século quinze e dezasseis se enfrentaram com o grave problema da navegação em alto mar no Atlâ ntico. Mas não foi ú nico em demonstrar a sua curiosidade. Outros autores ainda hoje m dia se mostra igualmente surpreendidos. Na expedição contra Ceuta, em 1415, foi notó ria da inexperiência dos marinheiros lusitanos: com muita dificuldade venceram

V

as correntes do estreito de Gibraltar. O cronista João de Barros relatou que os seus compatriotas, naquela época, conheciam declinação magnética e o astrolábio, mas até 1415 'não estavam acostumados a aventurar-se mar adentro'. Até essa altura parece que eram navegantes de cabotagem, dos marinheiros que não se arriscam a perder de vista a costa. Segundo Vitorino Magalhães Godinho, tudo mudou quando melhoraram as caravelas. Os portugueses aperfeiçoaram-nas até os anos de 1439-1440. E com as melhorias puderam vencer as dificuldades da rota para a Guiné, com o vento de frente e as correntes contra. A partir desta experiência, lançaram-se no Atlâ ntico e começaram as grandes descobertas. No início do novo século, mudaram outras vez os navios. As pequenas caravelas dos descobridores desapareceram pouco a pouco das mais importantes rotas. Começaram a ser construídos, sobretudo, barcos com capacidade para mais de 100 toneladas, o que

já era então um grande barco. O comércio com o Mediterrâ neo obrigou a construí-los cada vez maiores. Basta ver o porte das três naves de Cristó vão Colombo: a Santa Maria tinha 280 toneladas, a Pinta 140 e a Niña, que era a mais pequena, não pelo nome, mas sim por apenas poder transportar 100 toneladas. Em Lisboa, onde a entrada do porto estava livre de obstáculos, não era raro ver navios de maior carga. Em 1558 a nave Garça, que transportou para as Í ndias portuguesas o vice-rei Constantino de Bragança, deslocava 1.000 toneladas. Em 1579, um embaixador e mercador veneziano disse que a maior nave no porto lisboeta era de 1.100 toneladas. Em 1592, a Madre de Deus, que foi apresada pelos ingleses, no pô de entrar em Londres porque era um barco imenso de 1.800 toneladas, media 51 metros de comprimento e 14 de largura, tinha três pontes o cobertas. Para além disso, podia transportar 900 toneladas de mercadoria e levava ainda 32 canhões e 700 passageiros!!!

Assim não, Srs. Ministros! Luí s Barreira

luis.barreira@regie.lu

ma recente notícia, vinda a pú blico esta semana e que traduz um estudo sobre um relató rio da Caixa Geral de Aposentações, de 2000 a 2004, dá-nos conta de que, o nú mero de reformados, com pensões superiores a 4.000 euros, no decorrer deste período, triplicou! Já todos sabíamos que a população portuguesa estava a envelhecer. Também já sabíamos - disseram-nos os políticos portugueses… - que a sustentabilidade da Segurança Social Portuguesa e da Caixa Geral de Aposentações estava a perigar... Também nos disseram que, em virtude disso mesmo, haveria que aumentar a idade de reforma, para evitar o descalabro no pagamento das prestações sociais! O que não nos disseram é que, face à iminência de nova legislação sobre esta e outras matérias, com ela relacionadas, havia que "meter" a reforma, o mais depressa possível, antes que seja tarde! Mas, como isso não é possível ao comum dos cidadãos, na medida em que a reforma não chega para os "amendoins", há que facultá-la àqueles que podem obter autênticas reformas "milionárias", como é o caso de alguns membros da classe política portuguesa. E isto é um escâ ndalo! Não porque 4 ou 5 mil euros seja uma fortuna, mas pela diferença entre estas prestações sociais e as da esmagadora maioria do povo português! Isto é pró prio de um país do contexto das "repú blicas das bananas"! Não porque a classe política não deva ser devidamente remunerada, mas porque, numa democracia política séria, os políticos não devem apelar aos sacrifícios do seu povo, ao mesmo tempo que "salvam a pele" das dificuldades que o seu País enfrenta. E quando me vem à memó ria, o que os sucessivos governos têm feito para com os ex-militares, que só reivindicam a contagem do tempo de serviço militar, pa-

U

ra poderem solicitar a sua parca reforma, então sintome profundamente revoltado com esta injustiça. Sabemos que a democracia parlamentar não é um sistema político perfeito, razão porque é necessário que, um grupo de homens e de mulheres, que fazem da política a sua profissão, tenham um perfil acima da média e acima de qualquer suspeita. Mas, quando exemplos destes conhecem a luz do dia, aplaudimos a democracia, porque nos permite tomar conhecimento destas informações, mas interrogamo-nos sobre a sua permissividade! Podemos pensar de que se tratam de uns casos isolados, que não mancham quem manda, nem enterram as finanças pú blicas, mas quem manda não pode assistir serenamente a estas contradições e as finanças pú blicas são o dinheiro de todo o povo português, não de um grupo que, ocasionalmente, passa pelo poder. Assim não, senhores Ministros! Desafiar o povo para o chamado "salto tecnoló gico", obrigando a uma tremenda reconversão das suas habilitações profissionais, com todos os custos sociais que tal comporta, parece-me doloroso (num País como o nosso), mas necessário. Mobilizar empregados e empregadores para o "desafio da competitividade", reconhecendo que, alguns dos direitos adquiridos vão sofrer alterações, com inevitáveis custos para os assalariados, é uma decisão difícil e igualmente necessária, mas capaz de ser assumida, na base de um consenso geral e moral, sobre o futuro da sociedade portuguesa. Em suma, pedir sacrifícios ao povo que nó s somos hoje, para que as novas gerações possam desfrutar de um País de que se orgulhem, é uma aposta corajosa e visionária. Mas o povo somos todos, Srs. Ministros e, como diz a sabedoria popular..."ou há moral,...ou comem todos"!


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OPINIÃO | 23

CARTAS Acabem com essa fantochada

O dia em que Caracas tirou a roupa

Sou um leitor atento do Correio embora não seja muito assíduo às actividades do dia a dia da comunidade Portuguesa na Venezuela. No entanto confesso que acompanho com atenção o que vocês escrevem no jornal e muitas vezes apetece-me escrever ou comentar uma ou outra notícia acerca da comunidade na Venezuela. Desta feita vejo-me obrigado a falar sobre o tema dos conselheiros, que o vosso jornal tanto escreve e tanta importância dá, embora seja, na minha opinião, um órgão de representação que em nada representa os emigrantes. Já indaguei, já perguntei, já falei com várias pessoas ligadas às actividades da comunidade Portuguesa na Venezuela e aqueles que sabem do assunto o que fazem é rir-se da pergunta. Os que não sabem nada, tenho a certeza que vão continuar a não saber nada dos conselheiros, porque o trabalho deles não é na Venezuela, mas sim em Portugal, junto dos políticos portugueses para mostrarem trabalho feito quando na realidade nada fazem na Venezuela. Conselheiros?.

Em 19 de Março último, quando o fotógrafo Spencer Tunick conseguiu despojar das suas roupas cerca de duas mil pessoas em Caracas, tal constituiu um momento tão glorificado como criticado. Houve quem qualificasse a sessão fotográfica como um acto desvergonhado, enquanto que outros, como os que tiveram oportunidade de estar presentes, descreveram a experiência como um momento sublime de desinibição, que proporcionou a oportunidade de se por de lado preconceitos para se ser totalmente livre. Posso dizer que a atitude de todas as pessoas que participaram no evento era da mais absoluta normalidade, não havia olhares que não os do tipo saudável. Parecia que todos estávamos acostumados a andar como Deus nos trouxe ao mundo. Talvez, tal o facto nos encontrarmos nus fez com que nos sentíssemos mais iguais. Sempre pensei que aquelas pessoas que se dedicam a criticar a roupa dos outros, não podem criticar-te se não vestes nada. Desde o momento em que Tunick deu a ordem para nos pormos nus, a partir da frase "get naked", a qual muitos não entenderam, tivemos a oportunidade de ser verdadeiramente nós próprios, sem proibições, sem amarras. Foi um momento que por mais que

Leitor devidamente identificado

tentasse descrever, creio que não poderia fazê-lo com palavras. Simplesmente, tinham de lá ter estado. Ana Pereira.

Mais tertúlias A última tertúlia cultural organizada pelo Instituto Português de Cultura, na minha opinião, tem sido das melhores quanto ao número de assistentes e de actividades desenvolvidas. Foi dinâmica, contou com uma variada participação e as pessoas estavam animadas. Penso que este tipo de iniciativas deve ter uma continuidade, e deviam ser organizadas com uma maior frequência. Nunca sabemos quando se vai realizar a próxima tertúlia, gostaria que se criasse um calendário para que na ultima sextafeira de cada mês, por exemplo, todos soubéssemos que era dia de tertúlia. É um espaço de confraternização que devemos fomentar e apoiar. Sei que organizar este evento requer de um esforço importante por parte dos participantes, ao nível de ensaios, etc., mas seria uma bonita experiência tratar de regularizar estes encontros com uma data certa e assim criar o habito de encontrarmos nesta tertúlia, nessa festa portuguesa. Tive os melhores comentários de pessoas de nacionalidade venezuelana que ficaram gratamente surpreendidas com as manifestações da nossa cultura.

Karina Ferreira

Mais sequestros

Escrevo ao vosso jornal porque li recentemente sobre um sequestro que houve em Araure, estado Portuguesa. A minha preocupação reside no facto de as autoridades lusas não colaborarem com as venezuelanas, e vice-versa - segundo tenho entendido - para tentar erradicar este tipo de actos delinquentes. Eu e a maioria dos meus compatriotas vivemos atemorizados porque tememos que podemos ser os próximos. Eu não tenho bens, nem dinheiro, mas sempre há fama que os portugueses têm dinheiro, o que não é assim pois, pelo contrário, há muitos de nós que não possuímos nada e vivemos do que ganhamos no dia a dia. Faço uma chamada de atenção às autoridades venezuelanas, e também às portugueses, as quais também devem zelar e cuidar dos lusos, para que tomem as rédeas da situação e implementem medidas de segurança para que pelo menos diminuam os sequestros e a comunidade lusa esteja mais tranquila em suas casas e lugares de trabalho. Aldo Andrés Conceição Quinteiro.

InquéRITo:

Como vê a realização de um festival de cinema português anualmente na Venezuela?

Daniel Morais Agregado Cultural da Embaixada

"Qualificaria isso como uma muito boa ideia, porque tudo o que significa dar a conhecer Portugal através da sua cultura e das suas artes é importante. Nós trabalhamos para divulgar as manifestações artísticas portuguesas e considero que o cinema é um meio que permite que se possa efectuar um olhar sobre a comunidade lusa."

José António Pires Director do IPC

"Penso que seria excelente, pois é fundamental para difundir a cultura portuguesa. Se bem que temos procurado sempre dar a conhecer a literatura de Portugal, creio que o cinema português é bastante desconhecido tanto pelos próprios membros da comunidade, como pelos venezuelanos. Para além disso, considero que já existe uma produção considerável de filmes para que possam ser exibidos num certame."

Simón Calero Músico

"Parece-me maravilhoso dado o intercâmbio cultural que isso significaria para a Venezuela e Portugal. O cinema é uma ferramenta indispensável para dar a conhecer os costumes e valores da sociedade portuguesa. Creio que é uma grande iniciativa e espero que seja possível a realização do festival de maneira permanente."

José Manica Músico

"Penso que seria uma boa ideia, porque implica divulgar os nossos costumes e forma de vida. O cinema é uma representação de um país e é importante que demos a conhecer o talento que temos no que toca a directores, produtores e artistas da cinematografia portuguesa. Ao mesmo tempo constitui uma boa oportunidade para mostrar o nosso idioma também."


24 | ECONOMIA

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Maderia “ atrai” iatismo e cruzeiros científicos Mário Olim (DN/MADEIRA)

ovas e excelentes perspectivas abrem-se, depois da presença da Madeira na Seatrade Cruise & Shipping Convention, evento que decorreu em Miami e juntou 950 empresas expositoras, de 100 países, que foram visitadas por 10.000 pessoas. Presente pela décima vez neste certame, a João de Freitas Martins (JFM) realizou uma série de contactos que serão geradores de novos mercados e oportunidades de negó cio, tal como João Welsh confidencia à nossa reportagem. « O balanço desta participação é francamente positivo. Os contactos com os armadores e companhias são muito importantes, mesmo que não se concretizem no imediato muitos contratos, contudo, marcámos posição em relação a outros portos» . « Para o responsável pela JFM, « o turismo de cruzeiro, no segmento científico, é uma nova oportunidade de negó cio» , pois a sua empresa já encetou importantes contactos no sentido de trazer à Região cruzeiros científicos, os quais serão realizados a partir de paquetes de 4.000 a 5.000 toneladas. « As escalas deste tipo de cruzeiro serão de vários dias e nos diferentes portos da Região. As visitas às ilhas Desertas e Selvagens são também pontos fortes na promoção deste segmento» , revela o nosso interlocutor. Para João Welsh, « outro ponto a reter é o cruzeiro “ Low Coast” . Este segmento tem vindo também a crescer e é importante estarmos atentos ao seu desenvolvimento» , com o empresário a acrescentar outro dado: « Outro segmento que poderá representar um importante negó cio para a Madeira será o dos grandes iates. Iates com mais de 50 metros de comprimento e que têm como clientes turistas milionários. A oferta actual no mercado é de cerca de 2.500 iates com estas características» . O crescimento do nú mero de turistas de cruzeiro provenientes da China poderá representar um importante nicho de mercado para a Europa nos pró ximos anos, o que, consequentemente, poderá reflectirse em escalas na Madeira e Canárias, destaca ainda o responsável pela JFM.

N

Num olhar ao mercado, João Welsh faz notar as profundas alterações operadas a partir « do aumento da tonelagem dos novos paquetes, tendo em linha de conta as 11.000 toneladas do “ Black Prince” com as 220.000 toneladas dos novos paquetes em construção, por exemplo, as consequentes adaptações dos portos a estes gigantes, pois estamos a falar de paquetes que poderão atingir os 6.000 turistas a bordo» . E o responsável pela JFM acrescenta: « A título de exemplo, o porto de Miami está já a projectar-se para esse futuro pró ximo. É necessário repensar a forma como um porto, qualquer que seja, está estruturado. A logística para paquetes com 3.000, 4.000 ou 6.000 passageiros não é a mesma para os paquetes que transportam 1.000 ou 2.000 turistas» . Face a este cenário, João Welsh lembra que o que se perspectiva « nos pró ximos anos é um aumento do nú mero de paquetes e da capacidade dos mesmos, o que implica que pensemos num possível aumento do cais do porto do Funchal. Se considerarmos a presença, em simultâ neo, de dois paquetes com arqueações na ordem das 130.000 toneladas, com mais de 9.000 turistas, sem esquecer as suas tripulações, o actual porto terá grandes dificuldades em receber e escoar tantos turistas. É obvio que um possível aumento do porto passará por um estudo econó mico que interprete se o investimento a efectuar terá o esperado retorno financeiro do mesmo» .

CONTRA A CONSTRUÇÃO DO AQUÁRIO NO PORTO Considerando que o porto do Funchal é conhecido pela sua proximidade à cidade, o que é considerado como uma mais-valia neste destino, João Welsh deixa uma advertência, contudo: « Ao criarmos zonas de lazer no porto, estamos a alterar a dinâ mica que hoje conhecemos, o que poderá, no meu entender, não ser a melhor aposta. Penso que importante, além da gare marítima, que trará mais e melhores condições ao turismo de cruzeiros, é potenciar os acessos ao Funchal, garantindo um rápido escoamento dos turistas de cruzeiro à cidade. A construção do Aquário no terminal Norte do porto do Funchal poderá ser, pelo que já referi, um ó bice a esse fluxo de e para o Funchal» .

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CORREIO DE VENEZUELA - 30 DE MARÇO DE 2006

ECONOMIA | 25

Câ mara de Comércio de Libertador celebrou 12 anos Carlos A. Balaguera. mos242@cantv.net

cô nsul geral de Portugal, Rui Monteiro foi o orador convidado para presidir à cerimó nia do 12º aniversário da Câ mara de Comércio, Indú stria Agropecuária do Município Libertador do Estado Carabobo, presidida por Antó nio Ferreira. Monteiro iniciou as suas palavras recordando que há 50 anos partiram muitos portugueses para a Venezuela e em especial para Tocuyito, onde encontraram casa umas 4.500 cabeças de família, que hoje representam um bom nú mero de compatriotas. O presidente da Câ mara Libertador, Antó nio Ferreira, é um conterrâ neo que está integrado no

O

desenvolvimento industrial, comercial e cultural desta região. Actualmente esta câ mara possui mais de 150 associados. Entre os convidados estiveram presentes os conselheiros Manuel Martins, Rui Urbano e Ernesto de Sales, este ú ltimo esteve encarregado de animar o acto protocolar. A terminar a cerimó nia, o cô nsul geral aproveitou a oportunidade para receber a muitos cidadãos portugueses que lhe deram conta de inú meros problemas que estão relacionados com o consulado. Cabe destacar que nesta região a grande maioria dos emigrantes são provenientes da Madeira, de onde chegaram no ano de 1950 para o Município de Tocuyito.

breves

Unicasa prepara-se para o Mundial “Preparate para el Mundial” é título da promoção preparada pela cadeia de supermercados Unicasa para os seus clientes e que vai permitir aos interessados ganhar centenas de prémios. O concurso acompanha a realização do campeonato do Mundo de Futebol Alemanha 2006 e decorre entre 16 de Março e 5 de Abril. Por cada 40 mil bolívares gastos em compras, os clientes recebem cupões para participar no sorteio de mais de 600 mercados de Bs. 150.000, mais de 500 bolas de futebol, mais de 500 fardamentos desportivos das equipas favoritos e ainda mais de 600 televisões para assistir aos jogos com a melhor imagem.

Actualmente esta câ mara possui mais de 150 associados.


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CORREIO DE VENEZUELA - 30 DE MARÇO DE 2006

TAP e AEGEAN acertam colaboração TAP, companhia – membro da Star Alliance, e a Aegean Airlines, companhia de aviação privada grega, estabeleceram recentemente um acordo de cooperação comercial, que se traduzirá na operação das rotas Lisboa/Atenas e

A

breves

Um acesso privilegiado A TAP é a companhia aérea portuguesa líder de mercado, membro da Star Alliance desde 14 de Março de 2005, data em que celebrou também o seu 60º aniversário. O seu hub em Lisboa é uma plataforma de acesso privilegiada à Europa, na encruzilhada com outros continentes, nomeadamente, África, América do Norte e do Sul, mercado em que a TAP se destaca como a companhia europeia líder no Brasil. A sua Rede mundial abrange actualmente 43 destinos em 25 países, aos quais se junta ainda um vasto conjunto de outros destinos servidos em codeshare com companhias suas parceiras. A TAP oferece, assim, aos seus Clientes uma rede muito mais alargada e ligações fáceis e convenientes para cidades mais longínquas. A Companhia opera, em média, 160 – 180 voos diários e dispõe de uma moderna frota de aviões exclusivamente Airbus – A.310, A.330 e A.340 para o longo-curso e A.319, A.320 e A.321 para o médiocurso. A Nova Imagem institucional da TAP foi lançada em 1 de Fevereiro do ano passado, possibilitando-lhe celebrar 60 anos e a sua integração na Star Alliance com novas cores.

Lisboa/Saló nica em code-share, em vigor desde o dia 26 de Março, com consequentes benefícios para os Clientes das duas empresas. Através desse acordo, resultante de uma estreita conexão das Redes das duas transportadoras, tanto a TAP como a Aegean Airlines

passarão a compartilhar os seus có digos em voos operados por ambas entre Lisboa e Atenas, através de Roma e Lisboa/Saló nica através de Munique e Frankfurt, melhorando assim o serviço oferecido aos seus Clientes nestas rotas. Privilegiando o alargamen-

to da sua Rede e a melhoria do produto, com o objectivo de corresponder, cada vez melhor, às expectativas dos Clientes, a TAP, em operação conjunta com a Aegean Airlines, reforça, assim, as opções de serviços disponibilizadas entre Portugal e a Grécia.

A Aegean Airlines é a companhia aérea mais dinâ mica da Grécia, registando, em média, uma taxa anual de crescimento de 20 por cento, nos ú ltimos cinco anos. É a primeira companhia grega a introduzir o bilhete e check-in electró nicos.


CORREIO DE VENEZUELA - 30 DE MARÇO DE 2006

III Divisão - Série A 26ª Jornada A Cabeceirense - AD Oliveirense Brito SC - Merelinense FC CD Cerveira - ADC Correlhã Desp. Monção - AD Esposende FC Amares - SC Valenciano FC Vinhais - GD Valpaços Mondinense FC - GD Bragança SC Maria Fonte - SC Mirandela SC Vianense - GD Joane

III Divisão - Série B 26ª Jornada

0-2 2-0 3-1 2-0 1-0 0-3 3-5 2-1 1-2

AD S. Pedro Cova - Torre Moncorvo CD Cinfães - ADR Tarouquense FC Tirsense - Ermesinde SC Leça FC - Canedo FC Lusitânia FC Lourosa - AC Vila Meã Padroense FC - Rebordosa AC SC Rio Tinto - Vilanovense FC SC Vila Real - CR Ataense UD Valonguense - Descansa

Classificação J V E D 1º SC Maria Fonte 2º SC Mirandela 3º GD Bragança 4º GD Joane 5º FC Amares 6º AD Oliveirense 7º Merelinense FC 8º Brito SC 9º A Cabeceirense 10º CD Cerveira 11º Mondinense FC 12º Desp. Monção 13º SC Vianense 14º FC Vinhais 15º AD Esposende 16º ADC Correlhã 17º SC Valenciano 18º GD Valpaços

26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26

17 17 16 14 14 11 12 11 11 8 9 7 6 6 5 6 5 6

6 6 8 9 3 9 6 7 3 10 2 5 6 6 8 3 6 3

3 3 2 3 9 6 8 8 12 8 15 14 14 14 13 17 15 17

G

P

59-16 51-23 50-19 37-20 42-28 39-24 35-29 36-32 36-32 35-36 40-51 31-41 24-41 19-37 26-43 31-59 26-54 20-52

57 57 56 51 45 42 42 40 36 34 29 26 24 24 23 21 21 21

A Beneditense CD - AC Marinhense AD Fundão - CA Riachense CU Idanhense - CD Amiense Eléctrico FC - GD Peniche GD "O Vigor da Mocidade" - GC Alcobaça GD Sourense - Caldas SC GDR Monsanto - CA Mirandense UD Caranguejeira - Sertanense FC GDR Bidoeirense - Descansa

7 4 5 8 9 6 6 5 7 10 7 9 5 6 7 7 6

3 8 7 6 6 7 9 10 10 7 9 9 11 12 11 11 15

13 13 11 9 8 9 10 11 9 9 8 9 9 6 6 5 5

9 6 9 8 11 8 5 2 7 7 9 5 5 9 7 6 3

3 6 4 7 6 7 10 12 8 9 7 10 10 9 12 13 17

G

P

35-17 36-26 35-17 30-20 40-31 36-29 35-39 27-39 33-32 28-30 30-28 31-31 32-40 27-32 23-34 24-29 27-55

48 45 42 35 35 35 35 35 34 34 33 32 32 27 25 21 18

1º Dezembro - Santana Alcochetense - Caniçal Fut. Benfica - Montijo Loures - Vialonga Machico - Tires O Elvas - C. Lobos Ouriquense - Carregado Sintrense - Cacém Vilafranquense - Atlético

2-0 1-1 1-0 1-0 0-2 1-1 4-0 0-0

P

31-19 34-22 28-22 38-27 33-26 33-30 32-22 29-29 39-36 22-21 27-29 25-30 20-26 23-29 22-30 18-29 18-45

49 43 41 41 39 39 36 35 31 31 31 30 29 27 25 25 15

27ª Jornada (03-04) AC Marinhense - UD Caranguejeira CA Mirandense - AD Fundão CA Riachense - GD "O Vigor da Mocidade" Caldas SC - GDR Monsanto CD Amiense - GD Sourense GC Alcobaça - Eléctrico FC GD Peniche - A Beneditense CD GDR Bidoeirense - CU Idanhense Sertanense FC - Descansa

1º Carregado 2º Atlético 3º Machico 4º 1º Dezembro 5º Cacém 6º C. Lobos 7º Sintrense 8º Caniçal 9º Alcochetense 10º Montijo 11º O Elvas 12º Fut. Benfica 13º Loures 14º Santana 15º Ouriquense 16º Vialonga 17º Tires 18º Vilafranquense

26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26 26

14 15 14 13 13 11 12 11 10 9 9 9 10 7 7 7 5 5

8 4 6 5 5 8 4 4 6 8 8 6 2 9 7 6 6 4

4 7 6 8 8 7 10 11 10 9 9 11 14 10 12 13 15 17

6 6 4 7 8 5 7 8 10 8 9 10 8 10 14 15 12 15

G

P

36-16 46-20 45-28 35-27 31-28 37-31 26-25 37-28 33-33 24-25 25-31 29-30 25-26 29-38 22-34 22-42 22-36 21-47

50 48 48 43 42 41 39 38 36 36 33 30 30 30 28 23 22 13

AD Oeiras - Lusitano GC Évora 1-1 Amora FC - SR Almacilense 1-2 CD Beja - GD Beira-Mar Mt. Gordo 0-1 FC Castrense - SCM Aljustrelense 1-0 GD Lagoa - FC Ferreiras 0-2 GD Monte Trigo - Vasco Gama AC 0-1 Juventude SC Évora - GD Sesimbra 2-0 Lusitano VRSA - Estrela Vendas Novas 2-0 UD Messinense Descansa

Classificação G

P

42-22 61-26 37-25 38-28 43-38 35-44 36-34 36-34 33-31 26-25 31-31 22-29 39-42 31-30 27-40 30-40 24-43 30-59

50 49 48 44 44 41 40 37 36 35 35 33 32 30 28 27 21 19

27ª Jornada (03-04) Atlético - Fut. Benfica C. Lobos - Ouriquense Cacém - 1º Dezembro Caniçal - O Elvas Carregado - Loures Montijo - Machico Santana - Vilafranquense Tires - Alcochetense Vialonga - Sintrense

5 6 9 7 6 11 9 8 6 9 9 9 12 9 4 5 10 10

III Divisão - Série F 26ª Jornada

1-1 4-2 3-1 0-1 2-1 1-0 0-1 3-2 1-6

J V E D

15 14 13 12 12 10 10 10 10 9 8 7 6 7 8 6 4 1

AA Avanca - CF U. Lamas AD Valecambrense - AD Satão Anadia FC - CRC Souropires CD Tondela - FC Cesarense GD Gafanha - CD Estarreja GD Milheiroense - CD Arrifanense GDRC Social Lamas - AD Valonguense SC São João Ver - CF "Os Marialvas" UD Tocha - AD Fornos Algodres

Classificação G

J V E D 26 1º CF U. Lamas 26 2º AA Avanca 3º GDRC Social Lamas 26 4º CRC Souropires 26 5º SC São João Ver 26 6º AD Valecambrense 26 26 7º Anadia FC 26 8º CD Tondela 9º GD Milheiroense 26 10º AD Valonguense 26 26 11º FC Cesarense 26 12º AD Satão 26 13º UD Tocha 26 14º GD Gafanha 15º AD Fornos Algodres 26 16º CF "Os Marialvas" 26 26 17º CD Estarreja 18º CD Arrifanense 26

27ª Jornada (03-04)

III Divisão - Série E 26ª Jornada

Classificação 14 13 12 11 10 11 10 10 8 7 8 7 8 7 6 6 3

25 25 24 24 25 24 25 25 24 25 24 24 24 24 25 24 25

AC Vila Meã - Leça FC ADR Tarouquense - FC Tirsense Canedo FC - AD S. Pedro Cova CD Cinfães - Descansa CR Ataense - UD Valonguense Ermesinde SC - SC Rio Tinto Rebordosa AC - SC Vila Real Torre Moncorvo - Padroense FC Vilanovense FC - Lusitânia FC Lourosa

III Divisão - Série D 26ª Jornada

24 25 24 25 25 24 25 25 25 24 24 25 24 25 24 24 24

J V E D 1º AC Vila Meã 2º Torre Moncorvo 3º Lusitânia Lourosa 4º SC Vila Real 5º Rebordosa AC 6º AD S. Pedro Cova 7º CR Ataense 8º Vilanovense FC 9º Ermesinde SC 10º Canedo FC 11º Leça FC 12º FC Tirsense 13º UD Valonguense 14º SC Rio Tinto 15º CD Cinfães 16º Padroense FC 17º ADR Tarouquense

AD Fornos Algodres - AD Valecambrense1-2 AD Satão - GD Milheiroense 2-2 AD Valonguense - GD Gafanha 2-1 CD Arrifanense - CD Tondela 1-1 CD Estarreja - UD Tocha 2-2 CF "Os Marialvas" - AA Avanca 0-2 CF U. Lamas - Anadia FC 2-0 CRC Souropires - GDRC Social Lamas 2-1 FC Cesarense - SC São João Ver 2-1

Classificação

27ª Jornada (03-04)

AD Esposende - FC Vinhais AD Oliveirense - Mondinense FC ADC Correlhã - Desp. Monção GD Bragança - SC Maria Fonte GD Joane - CD Cerveira GD Valpaços - Brito SC Merelinense FC - A Cabeceirense SC Mirandela - FC Amares SC Valenciano - SC Vianense

1º Eléctrico FC 2º GDR Monsanto 3º CA Mirandense 4º GD Sourense 5º UD Caranguejeira 6º Caldas SC 7º CU Idanhense 8º GD Peniche 9º AC Marinhense 10º GC Alcobaça 11º CA Riachense 12º Sertanense FC 13º AD Fundão 14º A Beneditense CD 15º GDR Bidoeirense 16º GD "O V.Mocidade" 17º CD Amiense

1-1 1-1 1-0 2-2 0-0 0-1 2-1 2-1

Classificação

27ª Jornada (03-04)

J V E D

III Divisão - Série C 26ª Jornada

J V E D 1º Estrela V Novas 25 2º Lusitano GC Évora 24 25 3º AD Oeiras 4º Juventude SC Évora25 5º UD Messinense 24 6º Lusitano FC VRSA 24 7º SR Almacilense 24 25 8º CD Beja 25 9º Amora FC 24 10º FC Ferreiras 11º Vasco Gama AC 24 12º B-Mar Mt. Gordo 25 13º SCM Aljustrelense 24 24 14º GD Sesimbra 24 15º GD Lagoa 25 16º FC Castrense 17º GD Monte Trigo 25

14 13 12 13 11 10 11 9 9 8 7 7 8 7 6 5 2

7 6 8 4 9 10 7 6 6 6 8 8 5 6 8 5 3

4 5 5 8 4 4 6 10 10 10 9 10 11 11 10 15 20

G

P

35-18 36-21 46-23 32-19 32-18 42-29 29-21 30-27 32-32 33-36 20-24 23-28 22-27 20-34 21-32 23-39 14-62

49 45 44 43 42 40 40 33 33 30 29 29 29 27 26 20 9

27ª Jornada (03-04) Estrela FC Vendas Novas - CD Beja FC Ferreiras - Lusitano FC VRSA GD Sesimbra - GD Monte Trigo Lusitano GC Évora - Amora FC SCM Aljustrelense - AD Oeiras SR Almacilense - GD Lagoa UD Messinense - Juventude SC Évora Vasco Gama AC - FC Castrense GD Beira-Mar Mt. Gordo - Descansa

DESPORTO | 27


28 | DESPORTO

CORREIO DE VENEZUELA - 30 DE MARÇO DE 2006

Tradição quenianana meia-maratona de Lisboa domínio queniano da Meia-maratona de Lisboa manteve-se, com Martin Lel a vencer no sector masculino e Salina Kosgei no feminino, impondo-se aos compatriotas e favoritos Paul Tergat e Susan Chepkemei, na 16ª edição. Os melhores portugueses foram Luís Jesus, em sexto lugar, enquanto Fernanda Ribeiro falhou por pouco o pó dio, devido a uma distracção com uma garrafa no percurso, terminando no quarto lugar. Apesar das previsões de mau tempo, Lisboa acordou com bastante Sol e quase sem vento, promovendo um previsível recorde de participantes nos 21 km de prova e na Mini-maratona (7 km), a rondar os 35.000 atletas, e permitindo mesmo aos homens da frente chegar aos 15 km com um tempo abaixo do recorde do Mundo, em 42.11 minutos. Contudo, a partir daí, Ter-

O

gat, Robert Cheruyot, Martin Lel e Samuel Wanjiru optaram por aguardar pelo melhor momento para atacar e, na ú ltima curva, Lel conseguiu impor-se à concorrência, terminando em 59:30 minutos, seguido de Cheruyot e Wanjiru, respectivamente segundo e terceiro classificados. Tergat, ú nico homem a vencer duas vezes em Lisboa (2002, com recorde da prova 59.06 - e há um ano - 59.10 -), ficou-se pelo quarto posto, permitindo que Lel também “ bisasse” , em 59.30 minutos, pois o queniano vencera a corrida “ alfacinha” em 2003. “ Estou muito feliz. Foi muito difícil, pois a corrida foi rápida e tem muitas curvas” , disse Lel, vencedor da Maratona de Londres em 2005 e cujo melhor registo nos 21 km é de 59:16, na Meia-maratona de Roterdão. Tergat, por seu turno, referiu ter estado a preparar-se com “ muita força” no Quénia, vi-

sando a Maratona de Londres, juntamente com o colega de treino Cheruyot, elogiando a organização da prova lisboeta, “ muito boa e de grande nível internacional” . O melhor português, Luís Jesus, forçou o andamento de início para não perder de vista o grupo de líderes e foi premiado com o sexto lugar, em 1:01.29 horas, preparando “ com optimismo” a pró xima prova, em Paris. “ Ser o primeiro português e com esta marca deixou-me bastante contente. A partir dos 16 km, senti umas dores de estô mago horríveis, mas combinei com um queniano e ajudámo-nos, alternando um com o outro, para não abrandar o ritmo” , revelou o atleta do Conforlimpa. No sector feminino, também um grupo de três atletas quenianas cedo tomaram conta da corrida: Susan Chepkemei, vencedora em 2001, 2002 e 2005,

Rose Cheruyot e Salina Kosgei. Na parte final, só Chepkemei aguentou o ritmo da vencedora da Maratona de Paris em 2004, mas Kosgei foi superior, cruzando a meta em primeiro lugar, com um tempo de 1:07.52 horas. “ Foi uma grande surpresa, não esperava nada. Esteve um tempo bestial, sem vento. Foi muito bom. Adorei e quero voltar para o ano. Lisboa é muito bonita” , disse Kosgei, que se estreou na capital portuguesa com a medalha de ouro.

Entretanto, Fernanda Ribeiro conseguira “ encostar-se” a Cheruyot, mas, a 3 km da meta, sofreu uma entorse no tornozelo esquerdo e já não conseguiu o pó dio. “ Aos 18 km, depois de ter feito um sacrifício para chegar lá à frente, devo ter ficado admirada a olhar para ela e, distraída, não vi uma garrafa no chão. Mesmo assim estou satisfeita com este resultado” , disse a atleta portuguesa mais medalhada de sempre, com um registo de 1:09.37 horas.

“ A Casa do FC Porto mais viva que nunca” director da Casa do FC Porto, Sílvio Santos, solicitou ao CORREIO a publicação desta carta, motivada pela notícia publicada na página 27, da edição de 16 de Março de 2006: “ Criaram-se com muitos anos de trabalho, sacrifício, honradez, amor pelo clube e imensa determinação, estruturas que não só permitem solvência mais que suficiente para manter a filial Nº 43 do PORTO cada dia mais sã e mais forte como também com as nossas actividades culturais, sociais e de beneficência ter ganho o respeito de toda a comunidade portuguesa, por isso esta delegação do FC Porto em Caracas está a anos luz de poder ver fechadas as suas portas. A filial n.º 43 do FC Porto da Venezuela, com equipa de futebol incluída foi criada em 1968 pelo senhor Luís Castro de maneira que com todo o respeito pelo senhor Manuel Gouveia, isso de ser o promotor da ideia de criar o F.C.PORTO da Venezuela e assim da noite para o dia ser o “ PAI” do F.C.PORTO da Venezuela, não só lhe fica demasiado grande, como também é uma enorme mentira. É certo que nos foi oferecida a

O

equipa de futebol do Jachico para representar o FC Porto, mas com as seguintes condições; a casa do FC Porto filial n.º 43 só colaborava com os uniformes e as inscrições respectivas de cada campeonato, tudo aquilo que era relativo ao plantel, treinador, jogadores, transportes, medicamentos e outros gastos derivados seriam assumidos pelo senhor Manuel Gouveia e um amigo seu, e aí foi onde tudo começou a falhar. Não foi só pelo maus resultados pois sabemos melhor que ninguém como imigrantes que somos, que na vida nem sempre se ganha. Em definitivo o Dragão azul e branco voltará a sair ao relvado nos campos de futebol de Caracas, estaremos fora de jogo por muito pouco tempo, apenas por... agora, já contamos com patrocínio para os uniformes e inscrições, estamos buscando gente de alma e coração azul e branco que defenda a nossas cores, não por dinheiro, mas sim por amor ao clube donde o ú nico interesse seja o de honrar aquela bandeira e aquele emblema que ostentamos orgulhosamente, bem alto, ao vento as 24 horas do dia em Los dos Caminos.”


CORREIO DE VENEZUELA - 30 DE MARÇO DE 2006

Centro Português presta homenagem a 300 atletas Délia Meneses deliameneses@correiodevenezuela.com

a Gala do Desporto 2006 desfilaram pelo palco do Salão Nobre do Centro Português mais de 300 atletas das diferentes disciplinas que são apoiadas no clube. O objectivo do evento, que se realiza todos os anos, consistiu em reconhecer o esforço das crianças, jovens e adultos das várias modalidades desportivas assim como enaltecer o trabalho dos professores nas diferentes áreas. Unices Pereira, director de Desporto, abriu o evento lembrando que a prática de algum desporto “ é a melhor e a mais saudável herança que os pais podem deixar aos seus filhos” e referiu-se à importâ ncia dos atletas pois são “ a representação do clube nas ruas e nas competições nacionais” .

N

Ao palco foram subindo os desportistas das diferentes modalidades: os representantes do karaté, ténis, natação, futsal, canasta, dominó , quickimbol, voleibol, bolas crioulas. Todos receberam um presente e os aplausos dos assistentes que colmaram o salão. A segunda parte do evento contou com muita animação musical e da eleição da Madrinha do Desporto 2006. Sete candidatas desfilaram em fato de banho e traje de gala. Um jú ri composto por cinco membros deu a corona a Angi Carolina Rodrigues. O posto de segunda finalista recaiu sobre Adriana Pestana Rodriguez, e a primeira finalista foi Sabrina Quintal. O reconhecido grupo musical Zona 7 foi a surpresa da noite, assim como as coreografias de alta intensidade que agradaram a maioria dos assistentes.

DESPORTO | 29 breves

João Garcia começa viagem rumo a 8.598 metros de altitude O alpinista João Garcia inicia domingo uma expe dição para tentar escalar a terceira montanha mais alta do mundo, Kangchenjunga, Nepal, com os olhos postos na K-2, considerada a mais difícil, que quer subir e m 2007. No mundo existem 14 montanhas acima dos 8.000 metros e João Garcia já e scalou seis, incluindo o Everest, situada nos Himalaias (fronteira entre o Nepal e o Tibete) e a mais alta, com 8.850 metros. Kangchenjunga, no lado nepalês da cordilheira dos Himalaias, tem 8.598 metros, é a terceira mais alta, ficando em segundo, com 8.611 metros, a K-2, nos montes Karakoram, no Paquistão. Ao palco subiram os desportistas das diferentes modalidades


30 | DESPORTO Liga de Honra 28ª Jornada

II Divisão - serie A 24ª Jornada

Beira-Mar - Portimonense Covilhã - Estoril Feirense - Gondomar Maia - Leixões Marco - Vizela Olhanense - Chaves Ovarense - Desp. Aves Santa Clara - Barreirense Varzim - Moreirense

Famalicão - Portosantense

0-0 2-0 2-2 0-2 1-1 0-0 1-3 3-0 1-0

J V E D 13 14 13 12 11 12 11 11 10 9 9 9 8 7 7 5 6 5

1-1

G

breves

II Divisão - serie D 24ª Jornada

0-1

C.D. Fátima - Abrantes

2-0

CU Micaelense - Vitória Setúbal B

1-0

Espinho - Esmoriz

4-3

Oliveira Bairro - U. Coimbra

2-0

Imortal - Louletano

3-1

Ribeirão - At. Valdevez

0-0

FC Porto B - Paredes

0-1

Oliveira Hospital - Nelas

1-5

Mafra - Torreense

1-1

Sandinenses - Fafe

2-2

Infesta - Fiães

1-1

Oliveirense - Tourizense

2-1

Olivais Moscavide - Pinhalnovense

1-2

Trofense - Vilaverdense

1-0

P. Rubras - Rib. Brava

2-0

Penalva Castelo - Portomosense

1-0

Real SC - Oriental

2-0

União - Torcatense

3-0

Sanjoanense - Dragões Sand.

1-3

Sp. Pombal - Rio Maior

1-0

Silves - Odivelas

2-3

Braga B - "A Designar"

Não Jogado

Camacha - Descansa

P

14 1 34-16 53 8 6 38-26 50 9 6 32-15 48 11 5 36-23 47 11 6 39-31 44 7 9 48-39 43 9 8 40-3042 9 8 30-26 42 9 9 30-31 39 10 9 32-31 37 9 10 36-38 36 8 11 39-4035 9 11 38-41 33 9 12 26-33 30 7 14 31-49 28 10 13 26-37 25 5 17 29-55 23 6 17 29-52 21

II Divisão - serie C 24ª Jornada

Ali. Lordelo - Lousada

"A Designar III" - Marítimo B Não Jogado

"A Designar" - Benfica C. BrancoNão Jogado

SL Benfica B - Casa Pia

1-1

Pontassolense - Descansa

Pampilhosa - Descansa

FC Madalena - Operário

Não Jogado

Classificação

29ª Jornada (03-04) Barreirense - Feirense Chaves - Beira-Mar Desp. Aves - Santa Clara Estoril - Marco Gondomar - Maia Leixões - Covilhã Moreirense - Olhanense Portimonense - Ovarense Vizela - Varzim

II Divisão - serie b 24ª Jornada

0-0

Freamunde - Lixa

Classificação 1º Beira-Mar 28 2º Desp. Aves 28 28 3º Leixões 4º Olhanense 28 28 5º Varzim 6º Gondomar 28 7º Santa Clara 28 28 8º Chaves 28 9º Covilhã 10º Portimonense 28 28 11º Vizela 28 12º Feirense 28 13º Estoril 14º Moreirense 28 28 15º Marco 16º Barreirense 28 17º Ovarense 28 18º Maia 28

CORREIO DE VENEZUELA - 30 DE MARÇO DE 2006

J V E D

Classificação G

P

J V E D

Classificação G

P

J V E D

Classificação G

P

1º Trofense

21 13 5 3 33-14 44

1º Espinho

21 10 9 2 26-14 39

1º Oliveirense

21 13 5 3 39-21 44

2º União

21 12 6 3 25-11 42

J V E D

22 7 3 12 17-30 24

11º Benfica C. Branco 20 5 6 9 19-30 21

20 6 5 9 21-31 23

12º Portomosense

21 3 10 8 19-22 19

13º Vilaverdense 22 5 3 14 21-34 18

13º Fiães

21 5 7 9 23-26 22

13º U. Coimbra

20 4 3 13 17-35 15

14º Torcatense

14º Sanjoanense

20 3 7 10 16-28 16

14º Oliveira Hospital 19 1 5 13 15-38 8

25ª Jornada (03-04)

25ª Jornada (03-04)

25ª Jornada (03-04)

20 12 3 5 31-16 39

3º Abrantes

20 11 3 6 30-25 36

4º Ribeirão

20 8 7 5 14-12 31

4º Paredes

22 9 5 8 30-26 32

4º C.D. Fátima

19 9 7 3 26-15 34

5º Fafe

20 8 6 6 22-21 30

5º Rib. Brava

21 8 7 6 25-25 31

5º Penalva Castelo

21 9 5 7 27-27 32

6º Famalicão

21 6 10 5 21-21 28

6º Esmoriz

21 8 6 7 27-27 30

6º Pampilhosa

19 8 7 4 27-22 31

7º Lixa

20 8 4 8 19-21 28

7º Marítimo B

21 9 3 9 32-28 30

7º Rio Maior

21 7 8 6 26-25 29

8º Camacha

21 7 6 8 29-25 27

8º Infesta

21 7 7 7 26-29 28

8º Sp. Pombal

19 6 6 7 22-21 24

9º Freamunde

21 6 9 6 22-17 27

11º Braga B

20 6 6 8 20-21 24

20 3 3 14 15-36 12

25ª Jornada (03-04) "A Designar" - Famalicão At. Valdevez - Braga B Fafe - União Lixa - Ribeirão Portosantense - Trofense Sandinenses - Descansa Torcatense - Freamunde Vilaverdense - Camacha

9º FC Porto B

20 7 6 7 18-22 27

10º Pontassolense

20 8 2 10 29-25 26

Dragões Sand. - Pontassolense Esmoriz - Infesta Fiães - Ali. Lordelo Lousada - FC Porto B Marítimo B - Sanjoanense P. Rubras - Descansa Paredes - "A Designar III" Rib. Brava - Espinho

9º Oliveira Bairro 10º Nelas

20 5 8 7 27-27 23 20 5 8 7 22-23 23

Abrantes - "A Designar" Benfica C. Branco - Sp. Pombal Nelas - Pampilhosa Penalva Castelo - Descansa Portomosense - Oliveirense Rio Maior - Oliveira Hospital Tourizense - Oliveira Bairro U. Coimbra - C.D. Fátima

Casa Pia - Imortal Louletano - Olivais Moscavide Odivelas - Mafra Operário - SL Benfica B Oriental - CU Micaelense Pinhalnovense - Real SC Torreense - FC Madalena Vitória Setúbal B - Silves

4 5 6 6 7 9 8 8 8 10 10 12 12 14 15 18

P

11º P. Rubras

2º Tourizense

21 9 6 6 29-21 33

7 7 4 6 4 3 5 6 6 4 5 4 4 3 5 5

46 43 43 42 40 39 38 36 36 34 32 28 28 24 17 8

12º Ali. Lordelo

21 11 5 5 30-17 38

3º Dragões Sand.

13 12 13 12 12 12 11 10 10 10 9 8 8 7 4 1

G

12º At. Valdevez 20 5 6 9 17-25 21

2º Lousada

3º Portosantense22 9 7 6 18-16 34

24 24 23 24 23 24 24 24 24 24 24 24 24 24 24 24

47-23 35-20 30-20 28-20 26-29 31-29 36-30 36-27 33-31 27-25 35-39 28-31 27-36 25-35 28-44 17-50

1º Louletano 2º Olivais Moscavide 3º Operário 4º Pinhalnovense 5º FC Madalena 6º Odivelas 7º Mafra 8º Imortal 9º SL Benfica B 10º CU Micaelense 11º Casa Pia 12º Torreense 13º Real SC 14º Vitória Setúbal B 15º Silves 16º Oriental

10º Sandinenses 21 6 8 7 19-21 26

João Costa assegura apuramento O atirador João Costa tornou-se, terça-feira, no primeiro português qualificado para os Jogos Olímpicos de Pequim2008, na especialidade de pistola livre a 50 metros, anunciou o Comité Olímpico de Portugal. O apuramento deveuse ao segundo lugar na Taça do Mundo de Guangzhou (China), na qual João Costa só “entregou” o triunfo na fase decisiva dos desempates. Um dia depois de ter estabelecido novo recorde nacional, com 569 pontos, João Costa conseguiu levar a discussão do troféu para o “shoot off”, mas acabou por perder com o sul-coreano Jong Jin no desempate.


CORREIO DE VENEZUELA - 30 DE MARÇO DE 2006

DESPORTO | 31

Sporting mantém pressão ao líder Penafiel tornou-se domingo passado a primeira equipa despromovida ao segundo escalão do futebol português, ao perder por 2-0 com o Sporting, que manteve sob pressão o líder FC Porto, à passagem da 28ª jornada da Liga. O encontro do Estádio de Alvalade, decidido com golos de Nani, aos 14 minutos, e João Alves, aos 36, confirmou o inevitável: a despromoção virtual à Liga de Honra dos penafidelenses, que, em 28 jogos, conquistaram apenas duas vitó rias, contra 18 derrotas. No pó lo oposto da classificação, o Sporting sarou as “ feridas” da eliminação nas meias-finais da Taça de Portugal, ao perder com o FC Porto no desempate por grandes penalidades, e manteve a curta distâ ncia de dois pontos para o comandante. Horas antes, os portuenses venceram a Académica, em Coimbra, por 1-0, graças a um golo de Hugo Almeida, que saltou do banco para substituir o brasileiro Adriano, aos 62 mi-

O

nutos, e só precisou de mais nove para bater o espanhol Dani e oferecer à equipa “ azul-ebranca” a quarta vitó ria consecutiva. Um dia depois de o Benfica ter consolidado o terceiro posto, com um triunfo igualmente magro (1-0) sobre o Sporting de Braga, os “ dragões” , com 63 pontos, passaram no “ exame” e mantiveram o campeão à distâ ncia de oito. Em vésperas da recepção ao Barcelona, nos quartos de final da Liga dos Campeões, o Benfica, com um golo madrugador de Nuno Gomes, impô s-se sábado na recepção ao Sporting Braga, deixando os “ arsenalistas” a cinco pontos. O 15º tento do avançado internacional português, que se isolou novamente na liderança da lista de melhores marcadores, foi apontado logo no segundo minuto da partida da Luz, permitindo às “ águias” ganharem vantagem pelo ú ltimo lugar de acesso à Liga dos Campeões. Ao Braga, vale a consolação de ter um posto praticamente garantido da Taça

Liga Betandwin 28ª Jornada Académica - FC Porto Benfica - Braga Gil Vicente - V. Guimarães Marítimo - Belenenses Nacional - Rio Ave P. Ferreira - E. Amadora Sporting - Penafiel U. de Leiria - Boavista V. Setúbal - Naval 1º Maio

0-1 1-0 1-1 1-0 1-1 2-1 2-0 0-0 4-1

Classificação J V E D

UEFA, ao contrário do Nacional, que empatou sábado na recepção ao Rio Ave (1-1) e somou o quinto jogo sem vencer (dois empates e três derrotas), pondo em perigo o sexto lugar. Os madeirenses ficaram com a posição segura por apenas dois pontos, face ao Vitó ria de Setú bal, que hoje goleou em casa a Naval 1º de Maio, por 4-1, numa partida que os sadinos resolveram num ápice, chegando aos 21 minutos a ganhar por 3-0. Na cauda da ta-

bela, o empate 1-1 conseguido pelo Gil Vicente (17º ) no terreno do Guimarães (18º ), com um golo fora de horas de João Vilela (93), nada trouxe de bom a ambas as equipas. Marítimo e Belenenses, que se defrontaram sábado do Funchal, com vitó ria dos insulares por 1-0, também contribuem para a incerteza no que diz respeito à descida à Liga de Honra, apesar de ocuparem os postos do meio da tabela, com 34 e 33 pontos, respectivamente.

28 1º FC Porto 28 2º Sporting 28 3º Benfica 28 4º Braga 28 5º Boavista 28 6º Nacional 7º V. Setúbal 28 8º U. de Leiria 28 28 9º Marítimo 10º Belenenses 28 11º E. Amadora 28 12º Académica 28 13º Naval 1º Maio 28 28 14º Rio Ave 15º P. Ferreira 28 16º V. Guimarães 28 17º Gil Vicente 28 18º Penafiel 28

19 19 17 15 12 12 13 10 8 10 9 9 9 7 8 7 8 2

G

29ª Jornada (03-04) Belenenses - Benfica Boavista - Marítimo Braga - Nacional E. Amadora - Académica FC Porto - Gil Vicente Naval 1º Maio - P. Ferreira Penafiel - U. de Leiria Rio Ave - V. Setúbal V. Guimarães - Sporting

P

6 3 44-14 63 4 5 45-22 61 5 6 42-22 56 6 7 31-16 51 10 6 34-23 46 8 8 33-27 44 3 12 25-26 42 6 12 34-37 36 10 10 29-31 34 4 14 35-33 34 6 13 24-29 33 6 13 27-37 33 4 15 30-4031 10 11 28-38 31 7 13 28-4231 9 12 23-33 30 5 15 29-36 29 7 19 19-54 13


CORREIO DE VENEZUELA - 30 DE MARÇO DE 2006

Memorável duelo ibérico acaba empatado U m memorável duelo ibérico entre Benfica e FC Barcelona, campeões português e espanhol de futebol, saldouse terça-feira pelo “ nulo” , na primeira mão dos quartosde-final da Liga dos Campeões, que mantém limitadas perspectivas de qualificação ao clube lisboeta. Três semanas apó s ter eliminado os ingleses do Liverpool, detentores do troféu, os “ encarnados” ofereceram no Estádio da Luz um espectáculo para o livro de ouro da liga “ milionária” , que apenas a inspiração dos guardaredes Moretto e Valdés evitou que se traduzisse em golos. O duelo entre os treinadores holandeses Ronald Koeman e Frank Rijkaard teve muito pouco de táctico, mas o Benfica apenas se libertou do “ jugo” espanhol na segunda parte, resistindo à sufocante pressão catalã no período inicial e a duas bolas ao poste apó s o intervalo. Apó s um arranque muito nervoso, intimidados pelo nome sonante do principal favorito à vitó ria na prova, os jogadores Benfica - uma equipa retraída como nunca se viu está época na Luz - devem terse lembrado da forma como bateram o campeão em título e colocaram em sentido os melhores jogadores do Mundo. A “ razia” que afectou o

ÚLTIMA horA Centenas de jovens manifestam-se “Jovens precários, jovens sem futuro”, “Sócrates escuta, os jovens estão em luta”, “Estabilidade sim, precariedade não”, “Custo de vida aumenta, juventude não aguenta”, “Trabalho sim, desemprego não”, “Emprego para a juventude”, “Trabalho com direitos”, “Melhores salários, contra a precariedade”, “É urgente uma política diferente”, “Justiça social” e “Vivam os jovens trabalhadores” foram as principais palavras de ordem proferidas durante o desfile.

Governo açoriano facilita integração de emigrantes

Ricardo Rocha saiu-se bem na atenção especial que dedicou a Ronaldinho Gaúcho.

centro da defesa espanhola (Puyol está suspenso, Márquez e Edmilson lesionados) forçou a titularidade do suplente Oleguer e a adaptação do trinco Motta, mas as soluções ofensivas dos catalães mascaram qualquer baixa nos outros sectores. O caudal ofensivo do “ Barça” proporcionou suficientes ocasiões para o guardaredes “ encarnado” minimizar a imagem de insegurança inicial: aos 33 minutos deteve com os pés um remate do sueco Henrik Larsson e perto do intervalo uma defesa pouco ortodoxa negou o golo ao camaronês Eto’ o. A segunda parte trouxe Miccoli no lugar do “ inexis-

tente” Robert e duas bolas nos postes da baliza benfiquista, a primeira numa defesa a meias entre Moretto o cú mplice ferro, para, na sequência da marcação do canto, Motta voltar a demonstrar pontaria demasiado afinada. Geovanni desperdiçou aos 60 minutos a melhor oportunidade do Benfica, acertando em Van Bronckhorst quando tinha a baliza à sua mercê devido a uma defesa incompleta do guarda-redes Valdés ao remate do recém-entrado Miccoli. Moretto voltou a revelarse obstáculo intransponível para Van Bommel no minuto seguinte, mas nada poderia fazer pouco depois quando o

livre directo marcado pelo melhor jogador do Mundo errou o alvo por muito pouco. Aos 72 minutos, o campeão luso reclamou grande penalidade por alegada mão na bola de Motta apó s cruzamento de Simão, que, a 10 minutos do fim, viu Valdés sairlhe ao pés para evitar que o Barcelona conhecesse destino idêntico ao do Liverpool. Deco tinha sido substituído pouco antes por Gabri e a ausência do médio internacional português coincidiu com a fase de maior acanhamento do campeão espanhol, que apanhou um enorme susto quando o livre do recém-entrado Karagounis saiu muito perto poste direito.

O Governo açoriano anunciou a criação de uma comissão permanente para acompanhar os emigrantes que regressam ao arquipélago, que vai fazer um diagnóstico da sua situação à chegada e adoptar medidas para facilitar a reintegração.

Menezes defende fim dos governos civis O presidente da Câmara de Gaia, o social-democrata Luís Filipe Menezes, acusou os “aparelhos” partidários do PSD e PS de imp edirem a extinção dos governos civis. “Os governos civis não servem para nada. Perderam todas as competências . O cargo de governador civil só serve para passear de carro e alimentar vaidade s”, afirmou Luís Filipe Menezes em Gaia, à margem da assinatura de protocolos en tre a câmara e as juntas de freguesia do concelho.


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