Correio da Venezuela 157

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www.correiodevenezuela.com

O jornal da comunidade luso-venezuelana

ano 07 – N.º 157 - DePósito LegaL: 199901DF222 - PubLicação semanaL

caracas, De 18 a 24 De maio De 2006 - VenezueLa: bs.: 1.000,00 / PortugaL: € 0,75

João Caetano da Silva é o novo embaixador O Ministério dos Negó cios Estrangeiros concluiu a primeira fase de um plano de movimentações e indicou para Caracas o antigo embaixador nas Filipinas

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Portugueses constituem a segunda força na Hermandad Gallega Página 4

Madredeus promete encher a Aula Magna da UCV nos dias 7 e 8 de Outubro Página 15

FC Porto ganha tudo A equipa nortenha conquistou domingo a Taça de Portugal, depois de ter vencido o campeonato português. Um ano em cheio!

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Selecionador Felipe Scolari mantém teimosia nas suas escolhas com Quaresma de fora Página 30


2 | EDITORIAL Beneficência a sério CORREIO DE VENEZUELA - DE 18 A 24 DE MAIO DE 2006

Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Liliana da Silva, Noélia de Abreu, Tábita Barrera, Victoria Urdaneta e Yamilem Gonzalez Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Elsa De Sá Secretariado: Carolina Nóbrega Distribuição: Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares

Associação Portuguesa das Damas de Beneficência renovou o seu dinamismo com a eleição recente dos ó rgãos sociais que vão gerir a instituição nos pró ximos dois anos. Trata-se de uma organização com créditos firmados entre a comunidade portuguesa radicada na Venezuela, fruto do trabalho que vem sendo desenvolvido em várias áreas sociais. Às actividades da Associação Portuguesa das Damas de Beneficência entregam-se diversas senhoras que, de forma desinteressada mas com firmeza nas acções, já têm erguido diversas obras. O exemplo mais recente do louvável empreendedorismo da instituição está intimamente

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relacionado com a construção do Lar de Terceira Idade “ Padre Joaquim Ferreira” , em Los Anaucos. Uma obra que hoje está de pé também devido à persistência e dedicação do conjunto de mulheres que abraçaram as causas das Damas de Beneficência. O segredo da instituição está na forma como tomam a iniciativa de despertar em terceiros a vontade de ajudar. Apenas um ligeiro reparo que deixamos para reflexão: porque não abrir um pouco mais a Associação Portuguesa das Damas Portugueas, a começar por familiares das actuais associadas, que representam outras gerações com outras ideias e, eventualmente, uma dinâ mica renovada?

O CaRTOON Da SEMaNa O presidente Hugo Chávez foi recebido em Roma, na Itália...

Será que o Vaticano também vai passar a ter petróleo mais barato?

Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA

a SEMaNa MUITO BOM Louvável é como se pode classificar a iniciativa da Universidad Central de Venezuela de assinalar o Dia da Europa com um amplo programa cultural e académico, enfatizando os laços de união entre a Venezuela e os diferentes países da União Europeia. O evento, designado “Pontes para a Europa”, contou obviamente com a participação de Portugal, através do Instituto Português de Cultura.

BOM Igualmente digno de elogios é a atitude da empresa de supermercados “Luvebras”, que decidiu contribuir com um montante significativo para erguer uma espaço desportivo no Centro Português, em Caracas. Falamos concretamente do apoio prometido para a construção de um campo de ténis, que em muito beneficiará a colectividade e os seus sócios, pelo que, a concretizar-se, a “Luvebras” juntar-se-á ao leque de empresas que muito tem ajudado o Centro Português.

MaU Nesta edição, o CORREIO continua atento ao desenvolvimento do sequestro de um cidadão português, de 65 anos, que já está há quase dois meses em cativeiro, sem sinais de progressos em relação à sua esperada libertação. A chamada de atenção volta a dirigir-se para as autoridades responsáveis, para que actuem conforme mandam as recomendações para estas circunstâncias tão delicadas.

MUITO MaU

O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias.

A nova lei da nacionalidade continua a lançar muita inquietação entre a comunidade portuguesa. Uma vez publicado no Diário da República, o instrumento legal acabou por desiludir, dado que não corresponde às expectativas no que concerne aos benefícios que se esperava para as terceiras gerações. Para além de tudo, continua a haver um grave défice de informação, o que resulta num desconhecimento sobre as diversas facetas da novas disposições legais. A quem compete explicar tudo?

El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.

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Lucas Rincó n promete diplomacia comercial Delia Meneses deliameneses@correiodevenezuela

Assembleia Nacional aprovou na semana passada a designação do general Lucas Rincó n Romero como novo embaixador da Venezuela na Repú blica de Portugal, confirmando assim a notícia que o CORREIO havia veiculado de maneira não oficial em anteriores edições. A Comissão Permanente de Política Exterior, presidida pelo deputado Saú l Ortega (MVR), autorizou finalmente a nomeação de Rincó n Romero como substituto de Manuel Quijada à frente da embaixada em Lisboa. Na sessão parlamentar, a deputada Iris Varela, membro da Comissão de Política Exterior daquela Assembleia, indicou "que se trata de um digno representante do povo e da revolução bolivariana. Estou confiante de que este militar vai de-

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sempenhar um grande papel como representante do nosso país ante o Governo de Portugal", assegurou. O antigo inspector da "Fuerza Armada Nacional", já apresentou o seu plano de trabalho e prometeu que dará a conhecer "o processo de mudança e os desenvolvimentos constitucionais, políticos, sociais e econó micos" da Venezuela em Portugal. Entre os objectivos que pretende ver concretizados através da nova embaixada, o general defendeu o desejo de contrabalançar essa "campanha mediática com a qual se pretende por um véu sobre a verdade do que acontece na Venezuela". Rincó n Romero comprometeu-se a fortalecer "as relações econó micas ao traçar uma estratégia comercial que beneficie os interesses do país (diplomacia comercial), afim de atrair o turismo e maiores investimentos de Portugal

na Venezuela". Igualmente indicou que definirá uma política informativa para anunciar a Lisboa e ao resto da Europa os êxitos alcançados por Caracas e, por tal motivo, vai promover a criação de uma página na Internet. Os deputados pediram ainda a Lucas Rincó n que mantivesse uma comunicação constante e abundante com o poder legislativo venezuelano. Valera acrescentou depois que "Rincó n Romero tem sido alvo de constantes ataques por parte de uma oposição que o acusa de ser responsável pelo golpe de Estado contra a democracia, e que pretende acabar com o Presidente da Repú blica". No entanto, a parlamentar considera que o general é um homem íntegro, digno de confiança, não apenas do chefe de Estado, Hugo Chávez Frías, senão também do povo venezuelano.

João Caetano da Silva será novo embaixador em Caracas Ministério dos Negó cios Estrangeiros concluiu a primeira fase de um plano de movimentações que abrangerá cerca de 40 embaixadores e deverá estar finalizado em Março de 2007, disseram à Lusa fontes oficiais. A primeira fase do plano - já aprovado pelo Governo e ratificado pelo Presidente da Repú blica, Aníbal Cavaco Silva - está só pendente das respostas dos países envolvidos aos pedidos de "agrément" entretanto endereçados. Fontes oficiais disseram hoje à agência Lusa que o plano se di-

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vide em três fases. Nesta primeira fase, que abrange apenas os chefes das missões diplomáticas envolvidas, o posto de embaixador na Poló nia vai ser ocupado por Sequeira e Serpa, antigo director-geral dos Assuntos Consulares das Comunidades Portuguesas, posto que passa a ser assegurado por José Costa Arsénio, até aqui embaixador na Venezuela, adiantaram as mesmas fontes. Para o posto de Caracas irá João Caetano da Silva, antigo embaixador nas Filipinas, e o novo embaixador na Tailâ ndia será An-

tó nio Faria e Maia, até aqui chefe da missão portuguesa em Santiago do Chile. A nú mero dois da missão diplomática em Washington, Josefina de Carvalho, passa a chefiar a embaixada em Israel, enquanto para a Turquia segue José Lameiras, cujo ú ltimo posto diplomático foi o de embaixador em Marrocos, lugar ocupado desde princípios do corrente ano por João Rosa Lã. Manuel Tavares de Sousa, inspector diplomático e consular, é o novo embaixador de Portugal na Bélgica, enquanto o até agora

chefe da missão em Banguecoque, João Lima Pimentel, passa a ocupar posto idêntico na missão portuguesa em Oslo. A embaixada em Santiago do Chile vai ser chefiada por Luís Cristina Barros, antigo responsável pela missão na Etió pia, que passa a ser assegurada por Vera Fernandes, até aqui representante diplomático de Portugal em Ramallah, na Cisjordâ nia, referiram as mesmas fontes. Esta movimentação diplomática deverá envolver no total de 40 a 42 nomes no conjunto das suas três fases, devendo estar con-

cluída até Março de 2007. À parte desta movimentação, o Ministério dos Negó cios Estrangeiros nomeou Pedro Nuno Bártolo, até aqui chefe da missão em Telavive, para o posto de representante permanente adjunto de Portugal junto da Missão da UE, em Bruxelas, com a categoria de embaixador, indicou à agência Lusa. Pedro Nuno Bártolo substitui Domingos Fezas Vital, entretanto nomeado assessor diplomático do Presidente da Repú blica. A ú ltima movimentação diplomática verificou-se em Outubro de 2005.


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Lusos são segunda "nação" na Hermandad Gallega

Joaquim de Oliveira

José Manuel de Almeida

equipa de futebol do Deportivo Galicia, equipa que milita com êxito na primeira categoria da LIDES (principal liga amadora da capital). Chegado em 1964, radicouse em San Bernardino. Foi a proximidade com a "Hermandad" que o levou a unirse a esse ambiente galego onde fez amigos e conheceu a mulher com quem veio a casa. Para Almeida, "os portugueses e os galegos são irmãos. Temos os mesmos costumes, a comida é parecida, cozinhamos com azeite de oliva e tomamos bom vinho, mas o deles nem se compara com o nosso vinho, sobretudo o vinho verde de Amarante", assegura com ar de gozo. Madeirense natural dos Canhas, concelho da Ponta do Sol, carpinteiro de profissão, Eduardo Pita passou metade dos seus 50 anos de idade associado à "Hermandad Gallega". Destaca a "cancha" de Valle Fresco em Filas de Mariche como um dos principais atractivos do clube, assim como os descontos nos serviços médicos. Ainda que assegure possuir muitos amigos no Centro Português,

nunca se sentiu motivado para comprar uma acção que fosse. "Curiosamente somos portugueses, mas os meus filhos aprenderam a bailar a dança típica galega", conta. Por seu turno, Joaquim de Oliveira chegou a Caracas e como tantos outros seus compatriotas fixou residência na popular paró quia de La Candelaria, pró xima à "Hermandad Gallega". Também foi por causa da razão geográfica que este luso natural de Santo Tirso começou a frequentar o clube, pois a sua localização central, ao contrário do que ocorre com os centros portugueses,

permite aos associados chegar e sair comodamente das suas instalações. O saudável ambiente familiar que se respira no clube também constituiu um aliciante importante, pois como referiu Oliveira ao CORREIO "aqui na Hermandad somos uma família. Todos somos amigos". Luso-descendente de 32 anos, filho de um aveirense, Eusébio dos Santos joga como médio na equipa da Hermandad Gallega, uma das formações com sede na casa de Maripérez. Só cio desde há 6 anos, diz que as razões que o afastaram do Centro Português são de carácter monetário. "Uma acção do Centro Português é demasiado cara", disse Eusébio, explicando que por menos dinheiro e numa zona muito mais acessível, pode-se desfrutar de um ambiente "futbolero" muito fraterno, o qual visita diariamente na companhia da sua esposa e do seu bebé de dois meses. Outro dos lusos da equipa

Àlvaro Miguel Camacho

Eduardo Pita

Antonio C. Da Silva antoniodasilva@correiodevenezuela.com

"Hermandad Gallega" (Irmandade Galega, em português) de Caracas é um dos mais célebres e antigos clubes sociais de comunidades estrangeiras que existe na capital venezuelana. Com a sede principal situada no sector de Maripérez e outra sede campestre em Filas de Mariche, este centro social agrupa entre, só cios e beneficiários, a quase 15 mil pessoas, dos quais um nú mero que ronda os 2 mil são originários de Portugal. Os portugueses são assim a segunda nacionalidade em termos de importâ ncia (atrás da espanhola, obviamente) num clube que recebe também associados de origem italiana, equatoriana, chinesa e a crioulos. A que se deve que um nú mero tão considerável de lusitanos prefira associar-se a um clube de origem espanhola em detrimento dos centros portugueses que existem na capital? Para responder a questão nada melhor que ouvir as diversas razões directamente das bocas de alguns dos representantes lusos que convivem na agremiação galega: Natural de Vila Nova de Gaia, concelho situado mesmo em frente à cidade do Porto, José Manuel de Almeida tem já mais de 25 anos como só cio da "Hermandad", no seio da qual se destaca através da sua participação como delegado da

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da "Hermandad" é Roberto Russo Vásquez, de 23 años de idade, médio defensivo. O seu pai, um português oriundo da Figueira da Foz, levava-o ao desde os três anos de vida. Desde então desfrutou do que, no seu entender, é o maior atractivo deste clube social: as mú ltiplas instalações para as práticas desportivas mais diversas, desde o futebol e futsal, passando pela natação, ténis e um moderno ginásio. Álvaro Miguel Camacho Figueira, estudante de engenharia civil, guarda-redes do "Deportivo Galicia", passou pelo futebol profissional, fazendo a pré-temporada com o Táchira e passando ao Nueva Cádiz da segunda divisão em 04/05. Destaca a segurança que inspira toda a envolvência do clube como o seu principal atractivo. O seu pai, futebolista amador natural de Câ mara de Lobos, Madeira, obteve a acção porque foi convidado para reforçar a equipa de futebol do clube.

Eusebio dos Santos


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Site do Encontro tem novos fó runs Temas fazem parte das inquietações recolhidas entre os oradores convidados nestes quatro anos de encontros Arelys Gonçalves arelyscorreio@hotmail.com

V Encontro de Gerações já está pronto para receber no pró ximo 27 de Maio a comunidade luso-venezuelana. Entretanto, a esfera de discussão está aberta de antemão na Internet. No sítio www.encontrodegeracoes.com foi publicado esta semana um espaço de fó runs para acentuar a sua missão de ouvir aqueles cujos anseios e preocupações não têm sido considerados com o interesse que eles merecem. Nestes fó runs lembram-se histó rias como a da Albertina de Sá, no II Encontro de Gerações, com a exposição "Deus, Pátria e Família", exclamação que foi sintetizada na pergunta: Considera

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que o serviço consular da sua área satisfaz as necessidades dos utentes? Novas Gerações, Associações, Comunidades e Economia são os temas reunidos nesta secção. Do mesmo modo, os usuários poderão responder a inquietações como: Considera importante a função das associações, lançada durante a intervenção do ex-embaixador de Portugal na Venezuela, Vasco Bramão Ramos, no III Encontro, e também a reflexão sugerida pela participação do representante da Academia do Bacalhau, José Luis Ferreira, no III Encontro que propô s para dar apoio aos sectores mais frágeis? Qual é a identidade que nos corresponde como luso-descendentes é outra das interrogações orientada pelo sentimento das novas gerações educadas num

ambiente dividido em duas culturas. O espaço é propício também para receber conselhos das gerações precedentes a partir da interrogação gerada da intervenção do empresário Miguel Da Gama: Qual é o melhor segredo para ter sucesso no â mbito empresarial? Ainda são muitas as temáticas que se podem explorar pelo que os fó runs propostos são só o principio duma discussão mais em profundidade, orientada pelas sugestões e opiniões dos usuários. A ideia é oferecer um novo vínculo entre as gerações que permita conhecer mais de perto a realidade e a transcendência duma comunidade que continua a acrescer e a se desenvolver em consonâ ncia com o país de acolhimento.

Mary Monteiro é a nova presidente das Damas de Beneficência Delia Meneses deliameneses@correiodevenezuela.com

s Damas de Beneficência Portuguesas de Caracas escolheram uma nova direcção na passada segunda-feira. Mary Monteiro, membro da associação há dez anos, foi eleita a nova presidente e assumirá funções a partir de Junho. Será a 31 de Maio, por ocasião do bingo benéfico, que se realizará no Centro Português de Caracas, que serão apresentadas oficialmente o novo elenco dirigente desta associação. As mulheres que acompanham Monteiro neste ano de gestão são: Manuela Gomes, na vicepresidência, Crisanta Campos, como secretária,

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Mary Cova, na vice-secretária. A tesouraria foi entregue a Luz Branco. Jeanette de Sousa será a vice-secretária e como vocal foi eleita Ana Cristina Monteiro. Maria Fernanda Moreira, a presidente cessante, que tinha dois anos à frente das Damas de Beneficência, mostrou-se satisfeita pelos feitos alcançados e pelas melhorias que se concretizaram no lar da terceira idade. Para levar a cabo o seu esforço de beneficência, estas 30 damas realizam almoços, reuniões e eventos, com o apoio dos grandes e médios empresários portugueses e lusodescendentes, com o fim de angariar fundos para os mais necessitados. Actualmente, mais de 70 famílias recebem ajuda deste grupo de mulheres.


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Lei da Nacionalidade Programa oficial para o Dia de Portugal não beneficia emigrantes Tábita Barrera tabita@correiodevenezuela.com

descontentamento gerado com a promulgação da nova Lei da Nacionalidade, através da qual se pretendia beneficiar os netos de portugueses, suscitou, como era de esperar, diversas opiniões no seio da comunidade. Em especial porque a esta altura, a quase três meses do anú ncio, é muito pouco o que se sabe acerca dela. Para o advogado Felipe Pereira, a nova lei não traz benefícios para os emigrantes pois não contribuiu para alterar o que antes existia a este nível. O objectivo perseguido, que era o da terceira geração de lusodescendentes conseguir obter iguais direitos aos dos nascidos em Portugal, não foi alcançado. Neste sentido, indicou

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que a "lei parece estar em branco", porque o seu conteú do não favorece as pessoas para quem foi elaborada. Por seu turno, Inácio Pereira, conselheiro das Comunidades Portuguesas, mantém a sua posição de desacordo para com a Lei, por quanto que "os netos de portugueses só podem adquirir a nacionalidade por naturalização, o qual prejudica a imigrantes lusos de vários países", comentou. Actualmente, os conselheiros esperam que o seu pedido para permitir que a terceira geração de luso-descendentes possam nacionalizar-se sem nenhum tipo de complicações seja atendido. Para conhecer mais detalhes acerca desta legislação, os interessados podem aceder à página www.acime.gov.pt, através do "link" que leva "nacionalidade portuguesa".

O presidente da Federaç ão de Centros Portugueses, Marcelino Canha, precisou a programação oficial do Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas:"Todos os portugueses que queiram comemorar estão convidados a vir às instalaç ões da Casa Portuguesa do estado Aragua", disse Canha, acrescentando que, naquele dia, as portas do clube estarão abertas a todos os portugueses.

17:15 - Homenagem floral a Simó n Bolívar "Casa Portuguesa" 17:30 - Homenagem floral a Luís Vaz de Camões "Casa Portuguesa de Aragua" 17:45 - Missa na Igreja da Casa Portuguesa "Celebrada por o Padre Alexandre" 18:30 - Inauguraç ão do Lar Geriátrico Luso Venezuelano do estado Aragua 20:00 - Jantar 21:00 - Inicio dos Actos Protocolares Orador de honra: Padre Alexandre Mendoza 21:45 - Entrega da Ordem Heró is do Mar 22:15 - Brindes


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14% dos reclusos nas cadeias portuguesas são imigrantes erca de 14 por cento (%) dos reclusos que cumprem pena nas cadeias portuguesas são estrangeiros e a maior parte deles cumpre pena por tráfico de droga, indicam nú meros da Direcção-Geral dos Serviços Prisionais (DGSP) citados no dia 11 de Maio pelo jornal Correio da Manhã. E na lista das quatro nacionalidades mais expulsas a Venezuela está em segundo lugar. De acordo com os nú meros do DGSP, num universo de 9.844 reclusos, 1.381 são imigrantes. Cada recluso, segundo o Ministério da Justiça, custa ao Estado 43,08 euros por dia. O Correio da Manhãescreve que, feitas as contas, a população prisional estrangeira custa 1,8 milhões de euros por mês, 21,7 milhões por ano. Em Dezembro de 2005, cumpriam pena nas cadeias portuguesas 1.258 homens e 123 mulheres estrangeiros, sendo que o principal crime é o tráfico de droga (696 reclusos), a seguir o roubo (137 presos) e homicídio (127 reclusos), refere o jornal.

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As cadeias albergam ainda, além dos que cumprem pena, mais 3.016 reclusos em prisão preventiva (destes cerca de um milhar são estrangeiros que aguardam julgamento por crimes diversos). O nú mero de estrangeiros que residem legalmente em Portugal aumentou de 2004 para 2005: passou de 443.583 para 457.721 e representam hoje quatro por cento da população portuguesa. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) intensificou a fiscalização de imigrantes ilegais no ano passado: 4.874 estrangeiros foram notificados para abandonarem voluntariamente o país, enquanto 580 (mais 238 que no ano anterior) foram apanhados em situação irregular e conduzidos a um juiz. PENAS POR TRAFICO DE DROGA Outros 183 aceitaram ser conduzidos à fronteira e 397 foram entregues ao SEF, que os colocou no país de origem. No ano passado, refere o jornal, o nú mero de imigrantes expulsos pela prática de crimes aumentou vinte por cento em relação a 2004 - de 162 para 204.

Segundo as estatísticas do SEF, a maior parte das expulsões judiciais correspondem a penas acessó rias por tráfico de droga (136) seguindo-se o roubo (10) e o auxílio à imigração ilegal, com seis expulsões. De acordo com o Relató rio de Segu-

rança Interna referente ao ano passado, citado pelo CM, 39 brasileiros foram afastados do país pela prática de crimes. Na lista das quatro nacionalidades mais expulsas segue-se a Venezuela (com 21 expulsos), a Ucrâ nia (19) e Cabo verde (18).

Apreendidos 25 kg de cocaína no aeroporto de Lisboa

Direcção-Geral das Alfâ ndegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo (DGAIEC) apreendeu domingo, 9 de Maio, no aeroporto de Lisboa 25,025 quilogramas (kg) de cocaína, o correspondente a 250.250 doses individuais. Em comunicado, o Ministério das Finanças, que integra aquela direcção-geral, adianta que a droga, num elevado grau de pureza, foi apreendida a três indivíduos com 34, 46 e 77 anos e de nacionalidades mexicana e venezuelana, provenientes da Venezuela e em trâ nsito para a Madeira, que foram detidos.

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A cocaína vinha escondida em pacotes na estrutura das malas de viagem, nos sapatos que os detidos traziam calçados e em pastas com documentos. Juntamente com a droga foram apreendidos 2.025 euros, 901 dó lares norte-americanos e cinco mil bolívares venezuelanos. Os suspeitos de tráfico, a droga e o dinheiro foram entregues à Polícia Judiciária, refere o comunicado. Na semana passada, a DGAIEC tinha apreendido 31,7 quilos deste mesmo estupefaciente em oito operações realizadas no aeroporto de Lisboa.


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Puerto Ordaz pede um consulado honorário Portugueses que habitam a região de Guayana pedem ao governo luso que autorize alguém para que assuma os assuntos consulares e assim não tenham de viajar quase nove horas até Caracas ou Valência para resolver as questões referentes aos papéis de identificação. Jean Carlos de Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com

uerto Ordaz é hoje em dia uma das cidades mais modernas do país e das que apresenta um maior crescimento. É ali onde se encontram as companhias mais importantes para a exploração e produção de ferro e do alumínio, principais produtos de exportação depois do petró leo. Da união desta cidade com San Félix e a zona industrial nasceu Ciudad Guayana, em 1961, zona de clima tropical com temperaturas que oscilam entre os 27º e os 31º graus centígrados e chuvas abundantes. Localizada a 800 quiló metros a Oeste de Caracas, na cidade ocorre a união dos dois rios mais importantes do país, Caroní e Orinoco. Guayana é a Região mais extensa

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José Brito

Albertina da Silva

José Camacho

da Venezuela, emblemática pelas suas imponentes paisagens naturais. Entre os principias atractivos estão os parques "Cachamay" e "La Llovizna", onde se podem observar exuberantes e imponentes quedas

de água, para além de uma vistosa vegetação. Na zona central de Puerto Ordaz habitam aproximadamente 30 famílias lusas e mais de 150 por entre os arredores da região. José Brito, natural de Coimbra, Portugal, referiu que a comunidade portuguesa na zona é um pouco apática quanto à confraternização com outras pessoas, excepto "os que vêm ao Centro Português, que convivemos com outras comunidades que partilham das tradições lusitanas". O nú mero de só cios que alberga o clube é de 940, dos quais aproximadamente 300 são portugueses ou luso-descendentes. José Camacho, um luso procedente de Santo Antó nio, Madeira, chegou à Venezuela há mais de 25 anos e vive no estado Bolívar há cerca de dois. A mudança de vida para este português foi radical. Trocou a azáfama da capital por um estilo de vida mais pacato mas também mais custoso. O preço estimado para o arrendamento mensal de um apartamento é de 1.200.000 bolívares e o serviço de transporte é quase nulo, já que as "perreras", nome com que foram baptizadas os autocarros de transporte pú blico na zona, são muito poucas. "Aqui trabalha-se muito mas se ganha o necessário para viver". Puerto Ordaz não conta com muitos centros de recreação, por isso, os lusos que vivem no centro da cidade vão ao Centro Português

Venezuelano de Guayana para se divertir e praticar alguns desportos. A modalidade mais importante e a que possui mais praticantes é futebol. Depois surgem o ténis, a natação e a "marina". Necessidade de um consulado honorário Albertina da Silva, portuguesa oriunda do Funchal, Madeira, chegou à Venezuela há 28 anos. Expressou ao Correio que Ciudad Bolívar necessita de um consulado honorário para facilitar a tramitação de documentação importante. Sobre a cidade, assegurou que reina a tranquilidade e que não há insegurança. "San Félix é mais perigosa porque é uma zona pobre". Quanto ao ritmo do dia a dia, da Silva assegura que é aos fins-de-semana quando há mais trabalho, mas sempre há tempo para os portugueses e os venezuelanos reunirem para partilhar "um bom licor ou uma partida de futebol". Esta madeirense espera, tal como os restantes portugueses, que o governo luso autorize alguém para que assuma os assuntos consulares e assim não tenham de viajar quase nove horas até Caracas ou Valência para resolver as questões referentes aos papéis de identificação. Brito coincide com a opinião de Albertina e comenta que a falta de um consulado honorário fez com que parte da comunidade não esteja actualizada no que toca à documentação portuguesa.


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CCP sensibiliza Governo para ensino do português ensibilizar o governo chefiado por José Só crates para a importâ ncia do ensino da língua portuguesa no estrangeiro é o que pretende o Conselho das Comunidade Portuguesas, que para o efeito já solicitou reuniões com "carácter de urgência" junto de vários governantes e comissões parlamentares. Os responsáveis deste ó rgão de consulta do Executivo no que toca à emigração, pretende encontrar-se com o ministro dos Negó cios Estrangeiros, Freitas do Amaral, com a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues e com os membros das comissões parlamentares dos Negó cios Estrangeiros, da Educação e do Ensino superior e Cultura. "O CCP espera sensibilizar o Governo para a importâ ncia desta matéria, abrir um debate nacional sobre este assunto, implicando os diferentes partidos políticos e organismos relacionados com esta matéria", pode ler-se numa nota de

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CCP já solicitou reuniões junto de vários governantes para falar do ensino da língua para as comunidades portuguesas

imprensa emitida no passado dia 8 de Maio, onde também se faz votos para que o Executivo "não faça alterações este ano ao destacamen-

to de professores" e que "intervenha com urgência para que o início do ano escolar se faç a com normalidade".

De acordo com as conclusões resultantes de um encontro que juntou um grupo de trabalho do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas em Frankfurt, na Alemanha, durante o sábado anterior, para "tomar o pulso" ao estado do ensino do português no estrangeiro, "mais uma vez foi constatada a ausência de uma política de língua para as comunidades portuguesas". O grupo elaborou um documento que preconiza o ensino bilingue desde a pré-escola e considera que o ensino da língua de Camões deve ser "prioritária", não apenas para se dar cumprimento ao que está estipulada no Artigo 74 da Lei Fundamental Portuguesa (Constituição), como também por tal ser do "interesse nacional para Portugal". "Sem língua portuguesa não haverá comunidades e Portugal não rentabilizará o potencial gigantesco (que actualmente desperdiça) nas áreas culturais, econó micas", observa o CCP no comunicado.

Dois meses sem notícias de Domingo Freitas N Jean Carlos De Abreu

jeancarlos@correiodevenezuela.com

o passado mês de Março, dois portugueses foram vítimas de sequestros, segundo os dados oficiais. O primeiro incidente ocorreu em Araure, estado Portuguesa, quando um cidadão português foi sequestrado mas acabou libertado poucos dias depois graças à intervenção dos agentes policiais. O segundo caso foi o de Domingo Freitas, de 65 anos de idade, que foi interceptado em 27 de Março ú ltimo por vários sujeitos, que o introduziram num veículo que não pô de ser identificado. Segundo descreveu o Correio à data, o tudo aconteceu alguns metros antes da residência do luso, situada na Avenida Lecuna, no centro da cidade. Na zona de Quinta Crespo, onde o comercian-

te possui um dos seus negó cios de peças de automó veis, comenta-se que Freitas foi vendido à guerrilha colombiana e que serão eles quem estarão a negociar com a família o valor do resgate deste emigrante natural de Famalicão, Portugal continental. Outra versão, contudo, veiculada por amigos do luso desaparecido, assegura que os sequestradores entraram em contacto com o filho da vítima através da Internet e mandaram provas médicas que atestam que o refem se encontra vivo e em bom estado de saú de. Desconhece-se, porém, se foi pedida uma recompensa, pois tal como costuma acontecer nestes casos, o secretismo domina sempre os passos dos familiares da vítima.


12 | HISTÓ RIA DE VIDA

CORREIO DE VENEZUELA - 18 A 24 DE MAIO DE 2006

"Se não sabes de onde vens, não saberás para onde irás" João Nicolau Fernandes Campanário, Madeira

Passei a minha juventude com a minha família no campo. Madeira, ilha prometida para muitos, actualmente, mas pobre para nó s, que tivemos de sair da nossa terra para procurar uma vida mais digna. Até aos 14 anos, ajudei a minha família a semear e a cultivar. Mas tive de sair, no ano de 1964, porque a situação econó mica era crítica e uma das minhas irmãs vivia na Venezuela. Antes de sair da Madeira, inteirei-me do assalto ao "Santa Maria". Sempre fui uma pessoa muito curiosa e dada à leitura. Gostava de averiguar e ler tudo o que encontrava. Cheguei à quarta classe, era o oitavo de 10 irmãos e safei-me de cumprir o serviço militar porque o meu pai não quis que o fizesse. Cheguei ao porto de La Guaira no barco "Sorrento", acompanhado do meu pai. Para poder sair da Madeira, o meu pai teve de pedir uma carta de chamada e tirar-me uma licença de trabalho. Era a ú nica forma de sair dali. Ao chegar à Venezuela e ao ver as casas humildes espalhadas nos arredores de La Guaira, fiquei impressionado. Na minha imaginação, tinha apenas a visão da "Venezuela rica", porque os portugueses chegavam à nossa Madeira

com dinheiro e bens conseguidos nas terras de Bolívar. Já em Caracas, fui viver, durante oito dias, com uma das minhas irmãs, que habitava na zona de La Vega, um populoso bairro de Caracas. Depois, fui para o Município Baruta, onde trabalhei como empregado num supermercado até ao ano de 1967. Recordo que dormi num dormitó rio que pertencia ao dono do local no qual trabalhava e ali aprendi a falar castelhano. Passei por muitos ofícios, desde carniceiro a vendedor de fruta. Tudo isto contribuiu para a minha experiência pessoal. Aos 19 anos, decidi dar uma volta na minha vida. Quis ir para Portugal e viver lá, mas nesse momento chegou o meu grande amor: Uma venezuelana que me roubou o coração, coisa que não me dá pena dizer, porque foi de quem me enamorei pela primeira vez, mas a sua

recusa ao meu pedido de casamento fez com regressasse ao país ibérico. Três anos depois, já em 1970, foi a época mais dura. A ditadura tornava-se cada vez mais impossível de suportar e o serviço militar era obrigató rio. Regressei à Venezuela, terra que sempre me abriu as portas, e recomecei do zero. Trabalhei dia e noite para ajudar o resto da minha família que vivia em Portugal. Quando por fim pude ir à minha terra pela segunda vez, conheci aquela que é a minha actual esposa. De volta a solo venezuelano, decidi mudar-me para Puerto Ordaz, estado Bolívar, onde fundei a minha primeira equipa de futebol, chamada "Pérola do Atlâ ntico". Nessa localidade oriental, montei um negó cio com o meu irmão, mas passado pouco tempo vendi a minha parte e comprei a casa onde resido actualmente. Posteriormente, adquiri uma padaria, que é o meu negó cio actual, o qual é gerido por mim, pela minha esposa e pelos meus filhos. Vejo constantemente que muitos conterrâ neos falam de Portugal sem saber a verdadeira histó ria. Que dão opiniões erradas sobre um determinado acontecimento apenas para dizer algo. Por isso digo que se não sabes de onde vens, não saberás para onde irás. Para mim, a Vene-

zuela tem sido um segundo lar, apesar de eu ser português, e admiro a minha terra

por todo o desenvolvimento que tem tido.


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RELIGIÃO | 13

As famílias cató licas venezuelanas têm um grande desafio

Pbro. Eduardo Goncalves

goncalveseduardo@hotmail.com

situaç ão actual da Venezuela, caracterizada pela desintegraç ão social, pela violência, pela criminalidade, pela inseguranç a e pela divisão, confere aos cató licos um grande desafio: A renovação moral. Esta renovaç ão moral deve começ ar em casa. A família, como expressa o Compêndio da Doutrina Social da

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Igreja, é a "comunidade natural onde se experimenta a sociabilidade humana que contribui de modo ú nico e insubstituível para o bem da sociedade". A importâ ncia e a centralidade da família, no que diz respeito à pessoa e à sociedade, está reiteradamente expressa na Bíblia: " Não está certo que o homem esteja só " (Gn 2,18). Partindo dos textos que narram a criaç ão do homem (cf. Gn 1,26-28; 2,7-24), podemos ver como - segundo o desígnio de Deus -, o casal constitui "a expressão primeira da comunhão de pessoas humanas" (cf. Conc. Vat. II, Const. Past. Gaudium et spes, 12). Eva criada semelhante a Adão converte-se na sua alteridade, complementa-o (cf. Gn 2,18) para formar com ele, como o expressa Gn 2,24 e Mt 19, 56, "uma só carne". O homem e a mulher têm, ao mesmo tempo, uma missão procriadora que os faz colaboradores do Criador. "A família é considerada, no desígnio

do Criador, como lugar primário da humanização da pessoa e da sociedade, e origem da vida e do amor" (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 209). A família que nasce da íntima comunhão da vida e do amor conjugal, fundada sobre o matrimó nio entre um homem e uma mulher, tem uma específica e original dimensão social, enquanto que nela se dão primeiramente as relaç ões interpessoais. A comunidade familiar é uma instituição divina protó tipo de toda a organização social. Assim, a família é importante e central em relação à pessoa e à sociedade: Nela o homem nasce, cresce e recebe as primeiras e mais decisivas liç ões de vida. Desta grande verdade surge o desafio e a vez do compromisso de uma renovação interior do nosso modo de ser família. A Venezuela necessita de famílias cristãs, famílias nas quais se ensine a conhecer o amor e a fi-

delidade do Senhor, assim como a necessidade de corresponder-lhe. Jesus nasceu e viveu numa família concreta, aceitando todas as suas características pró prias. "A Sagrada Família é um modelo de vida familiar. Nazaret recorda-nos o que é a família, o que é a comunhão de amor, a sua beleza austera e simples, o seu carácter inviolável: Permite-nos ver quão doce e insubstituível é a educaç ão familiar; ensina-nos a sua funç ão natural na ordem social" (Paulo VI, Discurso em Nazaret, 5 de Janeiro de 1964). Só podemos mudar a realidade actual venezuelana se os pais e as mães cató licos assumirem o desafio de viver os valores do evangelho nos seus lares. Este é um desafio e uma responsabilidade intransferível. Cada pai e cada mãe de família têm pela frente, como discípulos de Cristo, a missão de tornar presente o Reino de Deus no seu nú cleo familiar e, desta forma, na sociedade.


14 | CULTURA

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Uma camacheira que formou milhares "Os bailaricos e bailinhos são para divertir-se durante toda uma festa", afirma Maria Augusta Correia de Nóbrega, que há mais de 30 anos ensina o folclore madeirense a crianças, jovens e adultos. Sandra O. Rodrí guez G. Olgaria6@yahoo.com

Maria Augusta Correia

aria Augusta Correia de Nó brega nasceu há 77 anos no sítio da Ribeirinha, na Camacha, Madeira, filha de Manuel Correia e de Maria Baptista. Estudou no Colégio de Santa Teresinha em regime de internato. Terminou os seus estudos de professora do ensino primário oficial em 1955 e começ ou logo a exercer a docência, trabalhando com crianç as e adultos em diversas escolas da região. É a partir de 1969 que alarga o seu campo de acç ão, passando a recolher poesia popular, fotografias, vestuário regional, testemunhos sobre tradiç ões, plantas tintureiras e tudo o que se relacionava com a etnografia, etnologia e folclore. No que diz respeito à formaç ão de grupos folcló ricos, tudo começ ou em 1969, com o grupo infantil da Camacha. Posteriormente, em 1976, organiza as Romarias Antigas, grupo que passou a chamar-se Romarias e Tradiç ões, e, em 1978, fundou o Grupo Juvenil da Camacha, para possibilitar a continuidade dos elementos pertencentes ao grupo infantil. Desta maneira, e sob o impulso obtido através da sua experiência na dança, a partir de 1984 Maria Augusta inicia uma nova actividade pedagó gica, e a Venezuela foi um ponto importante para tal. "Em cinco oportunidades, viajei até terras venezuelanas. As duas primeiras com o grupo adulto (1978-1981) e em 1986 com alguns pares, em 1994 com o grupo sénior e posteriormente

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outra, desta vez em passeio. Conheç o muitas pessoas queridas na Venezuela, e tenho família em Caracas: Em Prado Maria, El Cementeiro e em Florida", disse. A Secretaria Regional do Turismo da Madeira promoveu, junto de um grupo de bailarinos, a sua mudanç a para a Venezuela, para que dessem acç ões de formaç ão, teó ricas e práticas, aos grupos de folclore madeirense estabelecidos em Caracas e em La Victoria. Isto repetiu-se no ano de 1986, a convite da Secretaria de Estado da Emigração, e de novo Maria Augusta participou, através de palestras e demonstraç ões práticas, ensinando danç as tradicionais da ilha a grupos de Margarita e Maracay. Casada e com seis filhos, entre eles Fernanda Nó brega, reconhecida estilista portuguesa, também conta, até à data, com seis produç ões literárias: "Retalhos - recolha de poesia popular" (1995); "Tradiç ões madeirenses: I Volume - O Traje regional" (1999); "II Volume - Adereç os" (2001); "A magia do vinho" (2001); "O fascínio dos licores" (2002); "III Volume - A carapuç a" (2004); e ainda "Festas populares de Santo Amaro" (2005). "Das histó rias não se fazem histó rias" "Devemos manter mais pureza no folclore, nas raízes das canç ões e dos bailes que se interpretam. Existem grupos que se formaram sem essa preocupaç ão, só criam com fins comerciais", sublinhou Maria Augusta, fundadora e directora do Grupo infantil e Juvenil da Camacha e do Grupo Romarias e Tradições, também da mesma freguesia. Com mais de 30 anos de serviç o como docente e dedicada à actividade etnográfica, com a recolha de peç as de uso popular e de artesanato, Maria Augusta destaca que, lamentavelmente, existem agrupamentos que não legam nada à cultura de um povo. Enquanto uns se esforç am para procurar o original e o tradicional, fazendo coisas positivas, outros aproveitam-se das ditas investigaç ões sem dar-se conta que "Das histó rias não se fazem novas histó rias". "Procuram apoderar-se das recolhas de outros, alteram coreografias e, para mudar, dão novos nomes aos bailes, e isto não pode acontecer", disse. Pensa que existe a necessidade de um maior repertó rio musical e de dança, e para tal devem iniciar-se as respectivas pesquisas, e não mudar o que já existe.

Existe a necessidade de um maior repertório de dança

“Devemos ter mais pureza no folclore”

Em cinco oportunidades viajou até terras venezuelanas

Augusta fundou o grupo infantil e juvenil da Camacha


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LAZER | 15

Madredeus vêm à Venezuela Este grupo estará no paí s a 7 e 8 de Outubro, actuando para todos os portugueses e venezuelanos que gostam deste género musical. Prometem encher a Aula Magna da UCV. Carlos Orellana corellanacorreio@hotmail.com

uitas pessoas vão ter a oportunidade de, no pró ximo mês de Outubro, assistir ao primeiro concerto ao vivo do grupo português Madredeus, actuação que faz parte da digressão denominada "Amor Infinito, Tour 2006". Vão estar na Venezuela a 7 e 8 de Outubro, com duas actuações na Aula Magna na Universidade Central da Venezuela (UCV). Esta será uma oportunidade ú nica, proporcionada pela empresa de organização de eventos Only Ticket, que tem como missão fortalecer a indú stria do entretenimento na Venezuela e América Latina. "Vemos nos Madredeus um grupo de qualidade e que está na moda. Tem muitos fãs na Venezuela. Quando fizemos um estudo de mercado, conseguimos saber que têm mais de seis mil discos vendidos, segundo nos disse o dono da loja Esperanto", disse Vivian Sleiman, que faz

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parte da produtora. O grupo Madredeus existe há 19 anos mas converteu-se numa das bandas lusitanas de maior projecção internacional. Integram-no mú sicos, autores e compositores, que editaram a sua primeira produção discográfica há 17 anos. Este grupo foi criado para expressar, através da mú sica

e da poesia, um estilo que de outra forma não poderiam expressar. Coisas de Lisboa, Portugal, da humanidade, da terra e do céu. Situações, na realidade, desta época. O que uniu os elementos dos Madredeus foi o fado. Numa noite de Outubro de 1986, um grupo de amigos entrou num bar do Bairro Alto, na cidade de Lisboa.

Já começaram os ensaios para o Dia da Madeira Tábita Barrera tabita@correiodevenezuela.com

s preparativos para os festejos do Dia da Madeira estão praticamente prontos. De acordo com Agostinho Lucas, presidente da comissão encarregue de planificar esta festividade, já está confirmada, a exemplo dos anos anteriores, a actuaç ão da Orquestra Sinfó nica da Venezuela, que se vai apresentar no pró ximo dia 30 de Junho, junto com o coral do Centro Português de Caracas, no Salão Nobre, e juntos pretendem deleitar o pú blico com um repertó rio que inclui cerca de sete temas da musicologia portuguesa. No seguimento da celebraç ão, no dia 1 de Julho vai realizar-se uma missa solene, pelas 7 da noite, na capela do clube. Nessa altura, vão ser depositadas flores junto às estátuas de Simó n Bolívar e de Luís de Camões. Nesse dia, vai ter lugar uma ceia come-

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morativa, que conta com a Banda Recreativa Madeirense e terá como convidado especial Luís Filipe Aguiar, que vai cantar dois temas, acompanhado da Orquestra Sinfó nica. A orquestra já se encontra a ensaiar, todas as terç as-feiras, os temas que serão interpretados na noite de 30 de Junho. Pedro Ló pez, "arreglista" da Filarmó nica, comentou que se sente orgulhoso de tocar com este artista de origem portuguesa. "Estou encarregado de fazer os arranjos para comemorar o Dia da Madeira desde há seis anos e cada oportunidade é uma grata experiência", sublinhou, acrescentando que "a mú sica portuguesa é uma jó ia escondida e que muita gente deveria conhecer".Por esse motivo, falou da importâ ncia de realizar este tipo de eventos, onde se integrem a cultura venezuelana e a comunidade lusa, a qual considera muito querida e pilar fundamental do panorama socio-econó mico do país.

Uma mulher cantava um tradicional fado, é a voz que os amigos necessitam, a que procuravam para interpretar o seu repertó rio original de canções. Teresa Salgueiro tinha então 17 anos e era vocalista de um grupo de rock. Nos finais de 1986, os mú sicos e a cantora chegaram a Xabregas, na zona oriental de Lisboa, para ensaiar, numa ala do convento Madre de Deus. Pouco a pouco, os ensaios convertem-se em sessões de trabalho colectivo, partilhadas por amigos do grupo a que todos chamam Madredeus. O grupo cultiva um amor pela mú sica que é indescritível. O carácter que distingue a sua mú sica é a força íntima do acú stico, que estremece. Depois da apresentação nesta terra latino-americana, continuarão a sua digressão mundial por países como Espanha, Portugal, Luxemburgo, Itália, Bélgica, Croácia, China, Japão, entre outros. As entradas estarão à venda proximamente nas lojas Esperanto do centro comercial El Toló n, San Ignacio, Vizcaya e Paseo Las Mercedes.


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Jictza Viña: De cinderela a Miss Venezuela Carlos Orellana corellanacorreio@hotmail.com ictza Nacarid Viña Carreño tem a seu cargo a defesa das cores da pátria no pró ximo Miss Universo, que se realiza a 23 de Julho, em Los Angeles, Estados Unidos. Esta morena teve sempre a ideia de participar naquele importante evento de beleza. Mas antes de decidir participar nestes concursos, dedicou grande parte da sua vida ao desporto. Participou em importantes torneios mundiais de voleibol e canoagem, modalidades com as quais conseguiu aquela silhueta cheia de mú sculos que muitos já tiveram a oportunidade de ver… e criticar. Hoje, a actual representante do país saú da, através das páginas do Correio de Venezuela, toda a comunidade portuguesa radicada neste país lati-

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no-americano. "Envio um grande abraço à comunidade portuguesa do meu país. Vocês são parte da globalização e fico feliz pelo facto de os portugueses terem escolhido a nossa terra para viver. Para além disso, sinto-me orgulhosa porque sei que lutam e querem a Venezuela, da mesma forma que nó s, como se fosse o seu pró prio continente". Ainda em relação à comunidade portuguesa, diz que "é uma comunidade que se distingue porque é composta por pessoas de negó cios e trabalhadores. Eles lutam por eles e pelos seus e sobretudo procuram com que os seus descendentes tenham toda a educação que eles não tiveram, porque tiveram de emigrar". Jictza Viña teve oportunidade de viajar até à Bolívia, o ano passado, a fim de participar no Miss Sudamérica 2005, tendo sido eleita 1.ª dama. Viña provém de uma família

de baixos recursos econó micos e na histó ria do Miss Venezuela, ela é a terceira que se compara com o filme da Disney, Cinderela, dado que Susana Duijim (primeira Miss Mundo 1975) e Veruska Ramírez (eleita 1.ª dama do Miss Universo 1998), também eram raparigas que provinham de famílias humildes e que, ao ganharem a coroa, deram uma volta radical na sua vida. "Identifico-me com a Cinderela porque a coroa, para mim, foi o sapato de cristal que me fazia falta para poder alcançar o que realmente queria. Só que pensava que para mim não havia um sapato nú mero 43 (risos) … Sou uma pessoa humilde, mas deixei a pobreza na carteira. Quando tinha 12 anos de idade, vendia nú meros de lotaria num quiosque, enquanto a minha mãe saia para vender outros na rua e agora sou Miss Venezuela", disse, com grande simplicidade.

Rir-se do casamento… Carlos Orellana corellanacorreio@hotmail.com A Venevisió n tem nova opção na sua programação, no que se refere ao género de comédia: Trata-se da estreia de "Cásate y Verás" ("Casa-te e verás"), uma série cujo argumento central gira em torno das diferentes etapas da vida em casal, mas de um ponto de vista humorístico, ligeiro e refrescante. Através de sketchs e monó logos, esta série aborda diferentes situações pelas quais os casais passam diariamente, basicamente em quatro fases principais: A dos noivos que estão perto a contrair matrimó nio, a dos recém-casados, a do casamento já com

Jéssica Jardim

Lilia Pereira

30 anos e a dos que têm já 50 anos de união. Todos passam por situações olhadas através de diferentes ó pticas, episó dios e circunstâ ncias, isto segundo as idades, factos que podem convidar à reflexão, oferecendo novas propostas em cada capítulo. "Cásate y Verás" reú ne um talentoso elenco de comediantes e humoristas, encabeçado por: Beba Rojas, Wilmer Ramírez, Américo Navarro, Esther Orjuela, Romelia Agüero, Ariel Fedulo, Descree Rojas, Honorio Torrealba Jr., Amilcar Rivero e Juan Manuel Montesinos. E em estreia: María Helena Heredia, Rosa Clemente, Yuri Suárez, Juan Carlos Dávila, sendo que neste grupo estão os luso-descendentes Lilia Pereira, Mirla De Farias, Jessica Jardim e Myriam Abreu.

Mirla de Farias


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Centro de Vulcanologia: Viagem ao interior da terra Situado no Norte da ilha, mais precisamente no concelho de São Vicente, o Centro de Vulcanologia oferece aos visitantes uma surpreendente viagem a um passado distante, onde tudo começou…

O Centro de Vulcanismo é um espaço que combina a cultura e a educação com o lazer e o entretenimento.

Raul Caires rcaires@dnoticias.pt

princípio de tudo continua a ser um mistério, como o é a evolução, apesar de os cientistas, através de inú meros estudos, já conseguirem dar respostas a muitas das questões que vão surgindo. E foi para dar algumas respostas que surgiu o Centro de Vulcanismo de São Vicente. Através deste espaço, o concelho, muitas vezes apelidado de “ capital do Norte” , oferece, desde há algum tempo, para além das belas paisagens das suas três freguesias, uma outra forma de lazer, que se alia ao conhecimento. Através deste centro, e das também famosas Grutas de São Vicente, o visitante fica com uma ideia de como, afinal, tudo começou…

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CENtrO dE VulCANiSmO O Centro de Vulcanismo é um espaço que combina a cul-

tura e a educação com o lazer e o entretenimento. Através de projecções audiovisuais, são recriadas erupções vulcâ nicas, bem como o nascimento da ilha da madeira. O pavilhão que compõe este centro tem capacidade para 90 pessoas de cada vez, que podem assistir a espectáculos audiovisuais que fazem também a recriação geoló gica das grutas, das quais falaremos mais abaixo. O Centro de Vulcanismo nasceu, aliás, como complemento às Grutas, uma atracção turística que é já um ex libris do concelho. mas voltemos ao Centro de Vulcanismo: É constituído por três salas e um elevador simulador. Na primeira sala do pavilhão, denominada Os Vulcões e os dragões da terra, podemos encontrar uma exposição composta por painéis que ilustram e informam sobre uma série de questões curiosas ligadas aos vulcões. Ali, fica a conhecer os processos geoló gicos, os “ cérebros” ligados à vulcanologia, os tipos de

erupções vulcâ nicas, a localização mundial da actividade vulcâ nica (através de um mapa-mundo). descobre-se ainda os mitos e as crenças sobre os vulcões, bem como o poder de criação e destruição de um vulcão. mas se a curiosidade está já aguçada, imagine-se no tú nel do tempo. Pois, um tú nel que faz com voltemos atrás no tempo, mais precisamente até há 4550 milhões de anos… Este espaço transporta-nos até à origem e evolução do sistema solar e da terra. Passado o tú nel, vamos para uma segunda sala, onde se pode observar como foi, afinal que nasceu o Arquipélago da madeira, que é hoje conhecido em todo o mundo como a Pérola do Atlâ ntico. um conselho: Visite o Centro de Vulcanologia depois de ter entrado nas Grutas, pois nesta segunda sala ficará a compreender melhor a formação das grutas e da ilha. Na terceira sala do pavilhão, pode observar-se a ri-

queza natural do Arquipélago, mostrando o que de melhor a Natureza fez em toda a região, como seja a floresta laurissilva (é na madeira que existe a maior mancha mundial deste tipo de floresta), a reserva Natural das ilhas Selvagens, a reserva Natural do Garajau, etc, etc. E é assim que, no Centro de Vulcanologia de São Vicente, poderá ficar a saber um pouco mais sobre a ilha que nos viu nascer…

AS GrutAS As famosas Grutas de São Vicente que, como já foi referido, são um verdadeiro ex libris do concelho, são de origem vulcâ nica e são constituídas por uma série de tubos de lava, resultado de uma erupção vulcâ nica que ocorreu há cerca de 400 mil anos. Os tú neis têm uma extensão de mais de mil metros e são os maiores que se conhecem, até hoje, em toda a ilha da madeira. São 700 os metros que po-

dem ser percorridos a pé pelos visitantes, passeio com duração de cerca de meia hora, no qual se podem observar estalactites vulcâ nicas, acumulações de lava e ainda o “ bloco errante” , uma pedra transportada pela lava e que ficou presa, devido à sua dimensão, no interior de um dos canais de lava.

OS JArdiNS d’ ÁGuA No mesmo espaço, existe um jardim onde sobressaem as plantas endémicas (existentes apenas na madeira), que pode ser percorrido através de uma série de percursos pedonais onde se podem observar também percursos de água. resta acrescentar que o Centro de Vulcanismo e as Grutas estão abertos todos os dias, com a primeira visita às 10:00 horas e ú ltima às 18:00. As visitas custam 8 euros para adultos e 6 euros para grupos, crianças a partir dos cincos anos e pessoas com mais de 65 anos (nestes valores estão contempladas as visitas ao Centro e às Grutas).


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PORTUGAL | 19

breves Pequeno fogo em Vilamoura “ abre” época Um pequeno fogo num matagal na zona urbana de Vilamoura foi o primeiro incêndio combatido no Algarve ao abrigo da primeira fase do novo plano de combate a incêndios, que começou segunda-feira em todo o País. O foco de incêndio ocorreu pouco depois das 13:00 numa zona de mato e

árvores nas traseiras do Colégio Internacional de Vilamoura, situado em Quintinhas, a algumas centenas de metros do centro urbano da vila. O fogo, combatido por quatro veículos dos bombeiros de Faro, Lulé e Albufeira e foi dominado em 30 minutos, disse à Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro do Algarve.

PJ detém 4 suspeitos de dezenas de roubos A Polícia Judiciária de Braga anunciou a detenção de quatro jovens, de entre 16 e 19 anos, suspeitos da prática de várias dezenas de assaltos à mão armada na região Norte. Segundo a fonte, foram ainda identificadas duas mulheres, alegadamente pertencentes ao gangue, e também residentes na cidade

Pensar e agir global Presidente da República desafia Paí s a “ pensar global e agir global” para recuperar atraso.

Presidente da Repú blica, Aníbal Cavaco Silva, exortou os “ decisores políticos e econó micos” portugueses a “ pensar global e agir global” para tornar a economia nacional mais competitiva face aos desafi os da globalização. “ É preciso que o conhecido conceito de Pensar Global e Agir Local penet re mais efectivamente na economia portuguesa. Eu diria mesmo que, na situação em que o País se encontra, o lema deve ser Pensar Global e Agir Global” , defendeu o Presidente da Repú blica. Cavaco Silva falava durante a Assembleia Geral da COTEC Portugal, em Lisboa, numa sessão a que assistiram os ministros da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, e o seu antec essor na Presidência da Repú blica, Jorge Sampaio, que impulsionou a criação da COTEC Portugal.

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“ O que hoje se exige aos decisores políticos e econó micos é, em suma, que pensem global e ajam global” , sintetizou Cavaco Silva, que substituiu Jorge S ampaio como presidente da Assembleia Geral da COTEC Portugal - Associação Empres arial para a Inovação. Numa longa intervenção em que chamou a atenção para as vulnerabilidades da economia portuguesa num tempo de globalização, Cavaco Silva desafiou a direcção desta associação empresarial, que tem como objectivo integrar uma rede de em presas inovadoras, a criar, sob o patrocínio do Presidente da Repú blica, um cons elho para a globalização no seu seio. “ Seria um conselho constituído por personalidades e líderes empresariai s nacionais e estrangeiros, com conhecimento e experiência da economia global” , acrescentou, definindo três “ grandes objectivos” para este novo ó rgão da COTEC.

“ Contribuir para a compreensão e a divulgação do fenó meno da globalizaç ão e das suas implicações” foi o primeiro desses objectivos enumerados por Cavaco Silva, que referiu que o novo ó rgão da COTEC deve também criar em Portugal um “ sentido de urgência para as mudanças necessárias ao sucesso no mundo globalizad o” e “ mobilizar energias” . Finalmente, o conselho proposto pelo Presidente da Repú blica deve “ cria r e estreitar laços entre líderes de empresas internacionais e de empresas portu guesas com ambição de vencer e dar mais visibilidade econó mica a Portugal” . Cavaco apontou depois a “ competitividade à escala global” como “ o grande desafio que Portugal enfrenta” (com uma economia ainda muito baseada em “ baixas qualificações e num uso intensivo do trabalho” , disse).

de Braga. Os quatro rapazes, residentes nas freguesias de Ferreiros, Vilaça e Adaúfe, em Braga, e já referenciados por actividades criminais, vão ser hoje ouvidos no Tribunal Judicial de Esposende.Terão praticado dezenas de assaltos à mão armada, sequestro e furtos qualificados, cometidos na região Norte do país.

Tribunal mantém acusação do MP Tribunal de Instrução de Famalicão manteve a acusação do Ministério Pú blico contra o ex-presidente da Câ mara Agostinho Fernandes pelo crime de violação das regras de execução orçamental, disse à Lusa fonte judicial. Segundo a fonte, o processo do ex-autarca socialista segue para julgamento, que se realizará em data a marcar oportunamente. Agostinho Fernandes foi acusado daquele crime por ter, alegadamente, rubricado um contrato que não constava do Orçamento e cujo montante, 291 mil euros, excedia as suas atribuições legais. Em declarações à Lusa, Agostinho Fernandes disse que está “ inocente” e de “ consciência tranquila” já que não praticou nenhum crime: “ quem não deve não

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teme; o contrato nem sequer foi executado, nada foi pago, pelo que não vejo onde está o crime” , afirmou. O despacho de pronú ncia, lido segunda-feria no final do debate instrutó rio, mantém que o ex-autarca rubricou, em 29 de Novembro de 2001, sem cobertura legal, um contrato com a Galeria Quadrado Azul do Porto, no valor de 250 mil euros, inserido no “ Projecto Arte Pú blica - Criação de um Parque/Museu de arte contemporâ nea (escultura ao ar livre)” .

V. do Castelo sem ponte rodoviária abertura do tabuleiro rodoviário da centenária ponte metálica de Viana do Castelo, fechado ao trâ nsito desde Fevereiro para obras de remodelação, foi adiada para depois do Verão, disse o director de Estradas do distrito, Antó nio Cruz, que falava apó s ter visitado as obras na companhia dos três deputados do PS eleitos pelo círculo de Viana do Castelo, escusou-se a adiantar quaisquer prazos para a reabertura do tabuleiro, que esta-

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va prevista para final de Julho, admitindo mesmo que, na pior das hipó teses, ela só acontecerá em 2007. A derrapagem nos prazos da empreitada ficam a dever-se aos problemas técnicos, nomeadamente relacionados com a corrosão, nas vias longitudinais que suportam o tabuleiro. O actual pavimento será substituído por painéis metálicos pré-fabricados, que posteriormente serão revestidos por tapete betuminoso.


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Estudo sobre exploração de emigrantes devia alertar Governo presidente do Conselho das Comunidades Portugues as manifestou esperança que um estudo sobre tráfico de seres humanos e trabalho forçado na Europa, que foi apresentado terça-feira em Lisboa, alerte o Governo para a exploração de emigrantes portugueses. “ Portugal não acredita nos relatos de exploração e a prova é que retirou a conselheira social da Embaixada da Holanda” que acompanhava esses trabalhadores, disse Carlos Pereira à Agência Lusa. De acordo com o presidente do CCP, “ o Governo contesta a informação e as i magens que os jornalistas foram buscar à Holanda, considerando-as casos isolados“ . “ Espero que este estudo possa dar visibilidade ao assunto” , sublinhou o responsável.

O

O estudo “ Combate ao tráfico de seres humanos e trabalho forçado na Europa o caso de Portugal” revela que as formas de pressão laborais sobre os imigrantes em Portugal são sobretudo de natureza psicoló gica, enquanto os emigrantes portugueses na Europa sofrem ameaças físicas. Colaboraram na realização do estudo dois conselheiros das Comunidades Portuguesas que têm lidado de perto com a questão da exploração de trabalhadores por tugueses. “ Os autores do estudo consultaram os conselheiros e pediram a sua colaboração. Uma grande parte dos conselheiros responderam que não havia esse problema n os seus países, mas Manuel Beja (Suíça) e José Xavier (Holanda) colaboraram” , se gundo o presidente do CCP. Questionado sobre as conclusões do

estudo, Carlos Pereira disse “ não estar surpreendido” porque tem “ acompanhado de perto” a questão. Parece que os portugueses não têm estado muito atentos, mas cada vez há m ais pessoas a sair de Portugal, algumas em situações dramáticas” , afirmou. O presidente do CCP disse ainda “ compreender” que essas pessoas se sujeite m a pressões físicas como trabalhar horas a mais ou desempenharem tarefas mais pesadas, porque é “ sempre melhor do que voltar para trás” . Coordenado pela Direcção-Geral de Estudos, Estatísticas e Planeamento (DGE EP) do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e com o apoio da Organiz ação Internacional do Trabalho, o estudo foi apresentado terçafeira em Lisboa durante um seminário.

Existem emigrantes portugueses a sofrer nos países de acolhimento.

breves

Requalificação da Praia da Vitória O centro urbano da cidade da Praia da Vitória, na ilha Terceira, vai ser alvo de obras de requalificação, um investimento orçado em 1,5 milhões de euros, anunciou o presidente da autarquia. Roberto Monteiro adiantou à agência Lusa que o projecto, que deverá ser apoiado pelo programa europeu EEA-Grants, tem como objectivo principal “tornar mais funcional a circulação de peões, incluindo os deficientes, e aproximar os serviços camarários da população”. “Para além do alargamento de eixos viários e passeios, serão criados acessos para deficientes, recuperados edifícios e abertos quiosques, esplanadas, um palco para espectáculos e uma zona de lazer para idosos”, acrescentou o

presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória. De acordo com Roberto Monteiro, a praça Francisco Ornelas da Câmara, a principal da cidade, será a “montra” da Praia da Vitória e ali deverão ficar sedeados os serviços do município que estão mais directamente ligados ao contacto com o público.

Primeira mulher no comando de navio A tenente Gisela Antunes tornouse terça-feira a primeira mulher comandante da Armada, “ao leme” do navio da República Portuguesa (NRP) “Sagitário” e com oito homens sob as suas ordens. A cerimónia de posse da tenente, realizada no Cais 1 da Base Naval de Lisboa, foi presidida pelo comandante naval, vice-almirante Fernando Vargas de Matos. A segundo-tenente Gisela Catarina Vaz Antunes sucede ao tenente Sousa Luís no comando do NRP “Sagitário”, que realizará missões de fiscalização e de busca e salvaguarda, disse à agência Lusa o comandante Fernando Braz de Oliveira.


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22 | OPINIÃO

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A recolonização de Portugal!

Luí s Barreira

luis.barreira@regie.lu

recente decisão de uma autarquia portuguesa de convidar várias famílias brasileiras, para ajudarem a vencer o problema da desertificaç ão populacional da sua edilidade, tem levantado, no mínimo, alguma polémica. Não tanto por se tratar da autarquia em causa (tanto faz que tenha sido em Vila de Rei, como em Braganç a ou Beja), mas pela fó rmula encontrada de colonizar regiões que, pela sua interioridade, associada à falta de emprego, tem conduzido as populaç ões a abandonálas e a procurarem o litoral. Se nada tenho a contestar a região, origem desta iniciativa, também não o faç o pela nacionalidade dos novos colonos. O

A

facto de serem brasileiros, falarem a nossa língua e de serem oriundos de um país que tantos portugueses recebeu, além da simpatia que nos inspiram, é um motivo de satisfaç ão. Também o era se fossem moldavos, russos, ucranianos, angolanos, moç ambicanos, cabo-verdianos ou outros povos, com quem temos laç os de afinidade, ou que têm demonstrado uma enorme facilidade de adaptaç ão à língua e costumes desta nossa velha sociedade lusitana. O que verdadeiramente me incomoda não é a origem dos novos colonos, mas sim uma autarquia portuguesa ter, num momento de crise nacional, que arrasta meio milhão de portugueses para o desemprego e para as difíceis condições de sobrevivência, a começ ar nos parcos e temporais subsídios e a acabar nas suas dificuldades de adaptaç ão à nova "onda tecnoló gica", não ter tornado extensivo, a todos os portugueses que o quisessem e estivessem preparados, esta oferta de um novo meio de vida, com ajudas substanciais, proporcionados pela autarquia. Abomino qualquer reacç ão xenó foba ou racista, no meu juízo, sobre esta questão. Não tenho nada a opô r à integraç ão de es-

trangeiros no nosso país, desde que respeitem as nossas normas sociais e culturais, as nossa instituiç ões e tenham meios de subsistência adequados a uma vida condigna. Embora saiba no entanto que, sempre que um acontecimento desta natureza coloca em dú vida a receptividade dos portugueses, um grupelho de "saudosistas", encabeç ados por jovens carentes de uma disciplina ideoló gica e educação conveniente, acabam fazendo as suas "diatribes racistas", manifestando, em pleno século XXI, as suas convicç ões de "raç a inferior". Não é nada disso que eu entendo e muito menos o que eu pretenderia desta autarquia portuguesa! O facto é que, em Portugal, há muito que existem associaç ões, que reagrupam as autarquias em torno dos seus problemas e aspiraç ões, e não teria sido má ideia desta autarca, solicitar e convidar, muitos dos seus colegas, com falta de ocupaç ão profissional para os seus residentes, no sentido de auscultarem as suas populaç ões para esta colonizaç ão subsidiada. A menos que a propaganda da crise portuguesa, seja um mero disfarce de uma economia para-

lela florescente, o desemprego no País, associado a um alto nível de endividamento das famílias portuguesas, tem conduzido muitos portugueses à aventura da emigraç ão, sujeitando-os a condiç ões muito piores do que aquelas que, neste momento, esta autarquia oferece. Porque é que não lanç ou um convite pú blico a todos os portugueses, através dos mesmos meios de comunicaç ão social, que tanta cobertura têm dado a esta iniciativa da autarquia de Vila de Rei? O que levou esta autarquia, a tentar resolver alguns dos graves problemas da sociedade brasileira, sem ter pensado que, a "casa portuguesa" está extremamente desarrumada, para poder resolver convenientemente os problemas dos outros? Cada um pode pense o que quiser mas,... se a moda pega, não tarda muito que, os portugueses das cidades do litoral, arruinados pela falência das respectivas empresas e pelo constante aumento do custo de vida, formem um "movimento de recolonizaç ão de Portugal", oferecendo-se para plantar couves galegas, em contrapartida de casa gratuita e salário mínimo garantido!

Madeira e a independência dos Estados Unidos

António de Abreu Historiador

Madeira jogou um interessante papel histó rico, ainda que periférico, no conflito atlâ ntico que travaram a Inglaterra e a Franç a no momento em que as coló nias inglesas da América do Norte lutaram pela independência. As cenas de refregas em altomar eram dignas do cinema. Os

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corsários de cada bando apresavam os comboios de navios do inimigo que eram levados para os portos para depois se confiscar as mercadorias. As baías francesas estavam cheias de barcos com bandeira britâ nica e até havia alguns no pequeno porto de La Rochelle, esconderijo de piratas onde reinava a desordem e actividades fora da lei. O nome daquele porto correu mundo e até deu origem a à palavra 'rochela', que em castelhano, é usada para indicar mais ou menos a mesma coisa de esses tempos de piratas. Mas, enquanto as duas potências lutavam, o comércio na Madeira sofria por causa da falta de barcos, e devido à baixa afluência de cargueiros ingleses. Com efeito, ainda que Portugal tivesse declarado a neutralidade, o porto do Funchal registava pou-

cas operações da sua sempre aliada comercial Inglaterra que, além de ser um grande país consumidor, era também o seu primeiro comerciante de vinhos já que vendia às suas coló nias na América. Segundo o historiador Rui Carita, "o conflito que opô s as coló nias americanas ao monopó lio comercial inglês, começ ou por aflorar em 1764, com base no vinho da Madeira e no sugar act, que pretendia tributar as ligaç ões directas das coló nias americanas com os restantes portos. Nesta sequência, surgiu o confronto de 1770, conhecido como o Boston Tea Party e, em 1776, a proclamaç ão de independência das coló nias da América do Norte que, logicamente, teve o apoio da França". Dado que Madeira era um ponto intermédio frequentado

por navios para abastecimento, em mais de uma oportunidade, frente às suas costas, deram-se vários encontros entre os inimigos. Desde 1781, os corsários franceses bloqueavam a ilha e anos mais tarde abordaram "uma balandra de guerra holandesa, que entretanto conseguiu entrar no porto do Funchal, tendo os navios franceses fugido". A consequência desta época de confrontos navais e de inimigos do comércio da Madeira, começ ou um período de renovaç ões e planos de defesa nas fortificaç ões da ilha. Por exemplo, em 1781, a defensa da ilha estava composta por "uma companhia de Infantaria de 115 praças, para guarnição da cidade e de uma companhia de Artilharia de 50 praç as, destinada, ao que parece, à guarniç ão das fortalezas da cidade e da costa".


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OPINIÃO | 23

CARTAS Passaportes?

E o Porto?

Sou madeirense e a minha relação com a Venezuela faz-se através de família (pouca) e a minha namorada que nasceu nessa terra, mas vive agora na ilha. Leio o vosso jornal na Internet todas as sextas-feiras na companhia dela e aproveito para saber muitas coisas acerca da comunidade na Venezuela. Não imaginava, confesso, que vivessem tantos portugueses nesse País, que eram tão activos, que existiam tantos clubes sociais, tantos grupos de folclore, equipas de futebol, tão pouco sabia que a Venezuela era tão bonita. Também fiquei a saber que não é nada daquilo que se fala na Madeira, mas é hábito nosso dar mais atenção às coisas negativas. Mas escrevo porque me chamou muito à atenção a notícia da emissão dos passaportes em Lisboa já a partir de este ano. Escrevo só para dizer que também nós na Madeira temos esse problema e nos Açores também. Enfim... Quanto a esse assunto não deve ser motivo de preocupação e podem estar descansados que com toda a certeza vão receber os passaportes mais rápidos do que nós na Madeira ou nos Açores.

Sou emigrante na Venezuela há 32 anos, onde cheguei vindo do Norte de Portugal. Vivo na cidade de Maracaibo e conheço o vosso jornal, do qual sou um fiel leitor todas as semanas sem falta. No entanto fiquei surpreendido por não terem destacado a foto do Porto na primeira página do jornal já que foi o campeão nacional e julgo que merecia um bom destaque azul e branco numa das capas do Correio de Venezuela. Ainda sobre o Correio, gosto de ler sobre o desporto. No entanto acho que alguém com sentido crítico devia escrever só sobre o futebol português, para assim se poder conhecer mais opiniões na Venezuela sobre o desporto rei em Portugal. Da minha parte só vejo mesmo o meu Porto pela televisão, não porque não goste de futebol, nem mesmo porque seja adepto do Porto, é porque o futebol Português está cheio de vícios, os dirigentes, os árbitros e os presidentes das equipas é que mandam. Os jogadores são marionetas dos árbitros e das manobras dos bastidores. Para começar deveriam proibir que os dirigentes se sentassem no banco dos suplentes. Ainda sobre o jornal e as notícias da comunidade portuguesa, fiquei surpreendido pela nova

Óscar B. Teixeira

modalidade de fabricação do passaporte em Portugal. Vai ser um desastre não acham? José Manuel G. Teixeira

trabalhar, que fazem greve por tudo e por nada, e como tal sentem-se ameaçados. Rui Cabrita Ferreira

Falhas de memória dos Portugueses

O que é que se passa na Venezuela?

Escrevo porque estou indignado com os jornalistas e com os políticos da oposição em Portugal. A razão é simples e devia tocar-nos a todos, já que tem a ver com a emigração e como tal: "quem não sente, não é filho de boa gente". Diz respeito a um programa de opinião que vi na RTP Internacional acerca da imigração onde o debate era precisamente a emigração. Notei que quase todos os presentes, com a excepção de um político em exercício, disse que não se esquecessem que Portugal também tem mais de 4,5 milhões de portugueses no mundo, e que são considerados nos seus países de acolhimento sem nenhum tipo de discriminação. Achei interessante a sua posição, com a qual estou totalmente de acordo. Mas também gostaria que alguém dissesse que normalmente quem não está de acordo com os emigrantes trabalhadores são aqueles que não gostam de

Li novamente que a auto-estrada voltou a cair. Afinal o que é que se passa? Por acaso não existem construtores civis de jeito na Venezuela? Não será que a intenção é mesmo deixar as pessoas incomunicáveis definitivamente com o exterior, especialmente com Vargas? Não se admite que um País como a Venezuela, cheio de recursos humanos e materiais, capaz de facilitar obras de grandes dimensões, não tenha iniciado ainda um projecto de reconstrução "firme" de estradas, neste caso, com Vargas. Eu sou venezuelano vivo em Portugal há sete anos e não percebo o que se passa. Venham a Portugal e vejam que sem material nem recursos naturais, como o petróleo, e sem muitos recursos humanos (porque os portugueses de Portugal não trabalham muito) se fazem estradas, auto-estradas, pontes, barragens, etc. Ruben Perez

InquéRITo:

Considera necessário abrir um consulado honorário em Puerto Ordaz? Porquê? Fátima Moniz Doméstica "Sim é necessário, porque a comunidade lusa que vive no estado Bolívar precisa de um consulado para que todos os portugueses das redondezas possam tratar da suas documentações, já que para muitos de nós é por vezes impossível deslocar-mos até ao consulado de Caracas e inclusivamente ao de Valência".

Fernando dos Santos M. Comerciante "Creio que seria 100 por cento necessário e o ideal seria instalálo no clube porque este está numa zona central onde toda a gente pode chegar com facilidade. A finalidade do consulado honorário, à parte de ser preciso para que se trate de certa documentação, seria para dar resposta às necessidades das muitas pessoas que precisam de optar pela nacionalidade ou realizar outros trâmites legais".

Fátima de Barros Secretária "Seria bom que houvesse um cônsul aqui e que este se preocupasse em nos ajudar, como portugueses, a ter a nossa documentação em dia. Também, serviria como "ponte" para nos recensearmos e poder exercer o nosso voto em Portugal. Além disso teríamos a oportunidade, através do representante, de bater à porta do nosso país e pedir apoio para os nossos filhos e demais lusodescendentes profissionais do país".

José C. Da Silva Comerciante "Sim. Creio que é necessário a existência de um consulado e de um cônsul, já que o português precisa de mecanismos para facilitar a gestão dos seus documentos. Também pela distância em que nos encontramos da capital, porque muitos deles não podem deslocarse até Caracas para fazer os trâmites de que precisa. Aqui o português só se vê ocasionalmente e necessitamos de nos unir. Considero que a figura de um emissário luso aqui seria o princípio da unidade dos portugueses em Puerto Ordaz".


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Governo Anuncia Reformas na Segurança Social sustentabilidade do actual modelo do Sistema de Segurança Social Português tem vindo a ser tema de debate há já alguns anos. Os estudos mais recentes revelam uma diminuição acentuada desse período, com o risco de se tornar insolvente já a partir de 2007, ou seja, as contribuições pagas pelos trabalhadores no activo são insuficientes para pagar as pensões aos reformados. A partir dessa data seria necessário recorrer ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, mas o qual apenas assegura o pagamento das pensões até 2015. Este fundo tem sido reforçado sobretudo com uma parte das verbas arrecadadas pelo Estado nas operações de privatização de empresas pú blicas ao longo das duas ú ltimas décadas. A partir de 2015, o défice de financiamento da Segurança Social teria de ser assegurado por

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transferências do Orçamento do Estado. Esta é a principal razão a suportar a visão de contas pú blicas equilibradas: o envelhecimento da população, associado ao natural aumento das prestações pagas (porque os pensionistas têm mais anos de descontos e porque auferiram salários mais elevados), vai colocar uma carga adicional na despesa com pensões, que terá que ser compensada pelo financiamento via Orçamento do Estado. Procurando fazer face a esta situação, e no â mbito do actual regime de Segurança Social, o Primeiro-Ministro, José Só crates, anunciou, durante o habitual debate mensal no Parlamento, um conjunto de medidas, destinadas a prolongar o actual sistema de Segurança Social durante mais umas dezenas de anos (até 2025, segundo os cálculos apresentados). Aumento da esperança

média de vida O Primeiro-Ministro destacou as medidas que considerou mais importantes. Em primeiro lugar, ligar as pensões de reforma à esperança média de vida: o aumento da esperança média de vida e o valor mais elevado das pensões de reforma dos novos reformados coloca um problema ao financiamento da Segurança Social. As previsões constantes do "Relató rio sobre a Sustentabilidade da Segurança Social" (RSSS), anexo ao Orçamento do Estado para 2006, apontam para um aumento da esperança média de vida aos 65 anos, em 2050, para 20 anos para os homens e 23 anos para as mulheres. Esta medida, em termos práticos, amplia a idade da reforma, caso o trabalhador pretenda manter um regime similar ao actual, com a reforma aos 65 anos. As empresas criticaram esta medida, dizendo que vai levar à permanência nos quadros de pessoal de trabalhadores mais idosos e menos motivados. No entanto, essa medida não deve afectar já os trabalhadores mais pró ximo da idade da reforma, e deixa espaço para que as empresas financiem o "factor de sustentabilidade", caso pretendam assegurar a renovação dos quadros. Depois, a entrada em vigor da nova fó rmula de cálculo das pensões, que entra em linha de conta com toda a carreira contributiva: esta fó rmula só deveria vigorar a partir de 2017, de acordo com as actuais regras.

Em termos práticos, esta fó rmula, implica uma redução do valor da pensão (com vários cálculos a apontar para uma diminuição entre 8% e 12%) face à actual situação, que assume a média dos 10 melhores dos ú ltimos 15 anos de contribuições. Os trabalhadores com longas carreiras contributivas estariam isentos destas medidas, enquanto aos restantes será aplicada uma média entre o actual sistema, até ao seu fim, e a nova fó rmula, aplicada à restante carreira contributiva. A aplicação desta medida com efeitos desde 2006, segundo os cálculos do RSSS, reduziria o défice da Segurança Social em 1% do PIB até 2020. Por ú ltimo, porque a fixação de regras claras de aumento anual das pensões: visa desligar os aumentos das pensões do ciclo eleitoral, como tem acontecido no passado, sendo que pensões acima de um determinado limite ficarão congeladas. Este limite deve ser indexado ao salário do Presidente da Repú blica, que é actualmente de 7.000 euros mensais, mas o nú mero de pensionistas com pensões superiores a este valor é bastante reduzido. A fó rmula de actualização não foi definida ainda, mas terá em conta a evolução da inflação, bem como a taxa de crescimento da riqueza criada. Comentário Econó mico do Totta


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ECONOMIA | 25

Portugal "muito interessado" na América Latina

Sócrates: Temos relações especiais com América Latina

O primeiro-ministro José Só crates afirmou no passado dia 12, em Viena, que Portugal está "muito interessado" na "aproximação" entre os 25 países da União Europeia e os 33 da América Latina reunidos na capital austríaca. "Temos [Portugal] relações especiais com a América Latina por razões histó ricas mas também por questões econó micas", disse Só crates aos jornalistas durante um intervalo da Cimeira de Viena. O primeiro-ministro insistiu em que, quanto mais se "estreitar" as relações entre os dois continentes, "melhor" será para Portugal. José Só crates está a realizar, à margem da megareunião de líderes, uma série de encontros bilaterais com os dirigentes de

vários países, sobretudo latino-americanos. Os países que participam na cimeira deverão adoptar formalmente uma declaração que prevê, nomeadamente, "o reforço da associação estratégica bi-regional" e a defesa dos direitos do homem e meio ambiente, o combate contra a droga e a pobreza. No projecto de conclusões da Cimeira, os europeus reconhecem "o direito soberano dos países de fazerem a gestão e regularem os seus recursos naturais", ao mesmo tempo que pedem o estabelecimento de regimes de regulação mais compatíveis com as regras europeias. "Julgo que os sul-americanos olham para o exemplo europeu como um exemplo que os deve ins-

pirar na sua integração regional", declarou José Só crates, acrescentando ser essa uma das razões para também estarem interessados no aprofundamento das relações entre os dois blocos. O primeiro-ministro já teve encontros com Luís Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, Hugo Rafael Chávez, presidente da Venezuela, e Kofi Annan secretário-geral das Nações Unidas. Da parte da tarde, Só crates devia encontrar-se com Ó scar Frutos (presidente do Paraguai), Vicente Fox (presidente do México) e Ó scar Perdomo (presidente da Guatemala). Segundo fonte diplomática, trata-se da discussão de questões bilaterais com cada um destes países.


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47 voos semanais TAP para o Brasil om o início da operação – desde o dia 8 de Maio – de voos directos do Porto para o Rio de Janeiro e São Paulo, a TAP atinge as 47 frequências semanais, reforçando significativamente a sua posição de liderança no mer-

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breves

5 voos semanais para Luanda A TAP vai passar a operar cinco voos semanais para Luanda no pico do Verão. Com início a 7 de Julho e programação até 27 de Outubro, esta quinta frequência entre Lisboa e Luanda visa corresponder ao progressivo aumento da procura para este destino. Já no ano passado, a Companhia reforçou a sua oferta para Luanda com a introdução de uma quarta frequência.Comparativamen -te ao Verão IATA 2005 (Abril – Outubro), a TAP regista durante o período homólogo deste ano um aumento de capacidade da ordem dos 33 por cento. Operado em equipamento A-340, com capacidade para 268 passageiros, o quinto voo semanal vai efectuar-se à sexta-feira, com partida de Lisboa às 23h40 e chegada a Luanda às 07h25 (sábado). No regresso – Luanda /Lisboa – os voos realizamse ao sábado, partindo de Luanda pelas 09h25 e chegando a Lisboa às 16h55. Nos restantes dias da semana – segunda, quarta e quinta-feira – o horário da operação entre as duas cidades é o mesmo desta nova frequência. Ao domingo, os voos partem de Lisboa às 11h00 e chegam a Luanda pelas 18h45, regressando na noite de domingo, com saída pelas 22h30 e chegada a Lisboa às 06h00 de segunda-feira.

cado brasileiro. Assim, além dos voos diários à partida de Lisboa para o Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Salvador e Fortaleza e dos cinco semanais entre Lisboa e Natal – num total de 40 ligações – disponibilizados até aqui, a TAP adiciona agora um total

de sete novas frequências semanais, com o lançamento de voos intercontinentais directos do Porto para o Rio de Janeiro e São Paulo e a criação de uma oitava frequência semanal entre Lisboa e São Paulo, todos os Domingos. Tanto São Paulo como o Rio de Ja-

neiro passam a contar com três frequências por semana, à partida do Porto: às terças, quintas e sábados no primeiro caso e às segundas, quartas e sextas no segundo. A abertura destas ligações directas do Porto para o Brasil resulta da consolidação da

estratégia de expansão da Rede persistentemente prosseguida pela TAP nos anos mais recentes, com o objectivo de corresponder quer ao aumento da procura destes destinos quer ao crescimento dos volumes de tráfego originados no Norte de Portugal.


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A melhor edição em 23 anos Duarte Azevedo (DN/MADEIRA)

ntó nio Jorge Andrade, responsável pelo Gabinete Coordenador do Desporto Escolar (GCDE) da secretaria regional de Educação, não escondia a sua satisfação no final da “ Festa” . Logo apó s a cerimó nia de encerramento, no Pavilhão do Funchal, aquele responsável fez o balanço: « Extremamente positivo» . E logo acrescentou: « Estou muito orgulhoso por aquilo que nó s conseguimos fazer novamente este ano» . Mas Antó nio Jorge Andrade nota que a Festa « não é o nosso principal trabalho, mas sim a principal “ montra” , digamos assim, de um ano de actividades» .

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SATISFAÇÃO A satisfação, aliás, foi justificada nestes termos: « Ao fim destes 23 anos em que sou director do Gabinete, este foi o melhor trabalho em termos organizativos. Além disso, o tema da Cerimó nia de Abertura também foi feliz, tocou-nos profundamente, e, acima de tudo, sentimos da parte de todos os participantes, professores e alunos, uma satisfação muito grande. Por isso mesmo, encontramo-nos extremamente satisfeitos» . Recordando que a organização de um evento destes « envolve mecanismos que têm de estar perfeitos» , o director do GCDE admite « estar orgulhoso» por ver a « satisfação geral» . Antó nio Jorge Andrade chega a confidenciar que se comoveu « nalguns momentos» . « Não pude, de facto, evitar as lágrimas... Até porque pensando em todo este percurso, quando os detractores nos foram dirigindo palavras não muito agradáveis ao que se fazia, os alu-

nos, os professores e as escolas nos dão uma resposta desta dimensão, só nos podemos sentir orgulhosos. Esquecendo-nos, inclusive, de todos os obstáculos que foi necessário ultrapassar ao longo destes 23 anos» . A felicidade do responsável abrange outras referências: « Estou muito feliz, também, pelo conjunto de colegas que me acompanha, uns há muitos anos outros mais recentemente, todos com o objectivo de servir o melhor possível os nossos alunos» . Antó nio Jorge Andrade lamenta, no entanto, que o exemplo do desporto escolar « não só para a Madeira como também para o continente» , deveria ter « de algumas pessoas responsáveis outro tipo de entusiasmo, reflexão e incentivo» . Até porque, acredita Antó nio Jorge, « para o desenvolvimento desportivo que a Madeira tem conhecido nos ú ltimos anos, muito contribui o que é feito no desporto escolar» , frisando, a propó sito, que tudo começa no Primeiro Ci-

clo. « É inédito a nível do país mas hoje em dia já se começa a notar a preocupação de em Portugal continental de implementar modelos que existem entre nó s há muitos anos» .

ORGULHO Outro motivo « de orgulho» e que tem a ver, também, « com a política desportiva da Região, com a existência de novas infra-estruturas e com uma organização que tem por objectivo fundamental proporcionar aos nossos alunos um conjunto de actividades complementares à área disciplinar» . « Só assim é que nos podemos sentir satisfeitos pelo trabalho que fazemos, pelo envolvimento de alunos e professores nesta grande manifestação desportiva mas que não se traduz unicamente nestes quatro dias. Tem a ver com o trabalho que se realiza desde o início do ano escolar» .

REFLECTIR

Delegação em alta Jean Carlos De Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com

comitiva venezuelana que participou na semana passada na Festa do Desporto Escolar promovida pela Secretaria Regional de Educação da Região Autó noma da Madeira, regressou no ú ltimo domingo, 14 de Maio, e com boas notícias na bagagem. O presidente do Centro Português, em Caracas, André Pita, comentou que os cinco jovens que repre-

A

sentaram a comunidade luso-venezuelana naquela festa desportiva cumpriram cabalmente as expectativas postas sobre elos. Além disso, argumentou que os atletas deram 100 por cento de si pró prios nas várias modalidades em que competiram, tanto assim foi que, Alicia Da Silva, de 12 anos de idade, sagrou-se campeão na prova de natação. Pita disse ainda que a delegação que esteve sob o seu cuidado, “ se portou à altura” , já que cumpriram

com as orientações deixadas pelo tutor para cumprirem enquanto participavam na ronda desportiva na Madeira. “ A actividade foi excelente” , disse, salientando que os atletas puderam ver o vice-presidente da Madeira e colocaram o nome dos luso-venezuelanos bem alto” , acrescentou Pita enquanto descrevia que também partilharam experiências com companheiros de outros países e desfrutaram muito da competição.

Agora é tempo « de reunir e reflectir» para tratar de aspectos que correram « menos bem ao longo do ano» , reconhece Antó nio Jorge Andrade ao mesmo tempo que prevê « algumas modificações» . « Que vão surgir apó s a reflexão que faremos não apenas no Gabinete mas, também, coma ajuda dos colegas das escolas. Tudo isto não se consegue sem a colaboração das escolas, das direcções executivas, dos colegas que trabalham nas escolas, desde o Primeiro Ciclo ao Secundário» . Reforçando, o responsável pelo GCDE aponta que « o colectivo tem de estar sempre à frente do individual» , confidenciando que tem procurado transmitir o seu grupo de trabalho « essa dinâ mica que faz com que sejam ultrapassadas as dificuldades inerentes a organizações deste tipo» .

LAPSO NA “ ABERTURA” A Cerimó nia de Abertura da Festa do Desporto Escolar, acontecida na noite de terça-feira nos “ Barreiros” , teve uma falha que Antó nio Jorge Andrade assume sem problemas: « Houve um lapso na Cerimó nia de Abertura que conseguimos ultrapassar e que teve a ver com o desaparecimento da tocha que deveria ter entrado numa determinada ocasião. A pessoa que ficou encarregue de entregá-la aos alunos não estava no local indicado, os alunos entraram em pâ nico mas eu e a minha colega Manuela Vieira tivemos “ alguém” que nos iluminou e nos fez decidir no momento pró prio. Claro que são situações que podem acontecer mas... não deveriam. Embora realce que tudo isto é feito por amadores. Mas, no geral, o espectáculo e as mensagens transmitidas foram de uma beleza incrível, num ritmo alucinante» .


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Casas do Benfica juntas na Madeira Agostinho Silva asilva@dnoticias.pt

pró ximo Congresso das Casas do Benfica vai realizar-se em Outubro na Região Autó noma da Madeira. Tudo aponta para que o anú ncio seja feito nos pró ximos dias pelo presidente do Sport Lisboa e Benfica. A organização do evento, que junta cerca de 900 benfiquistas oriundos dos cinco continentes, esteve inicialmente atribuída a Cabo Verde. No entanto, as dificuldades logísticas encontradas naquele arquipélago e, sobretudo, a “ entrada em campo” das autoridades madeirenses, designadamente da Secretaria Regional do Turismo, acabaram por ser decisivas na mudança de planos da Direcção do SL Benfica. Segundo o governante madeirense, foram oferecidas ao SL Benfica algumas das facilidades da Região, em termos de organização de congressos. João Carlos Abreu espera receber a confirmação do presidente benfiquista, Luís Filipe Vieira, nos

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III Divisão - Série A 33ª Jornada AD Esposende - SC Vianense AD Oliveirense - GD Bragança ADC Correlhã - FC Amares Brito SC - GD Joane CD Cerveira - SC Maria Fonte Desp. Monção - Mondinense FC FC Vinhais - A Cabeceirense GD Valpaços - SC Valenciano Merelinense FC - SC Mirandela

III Divisão - Série B 33ª Jornada

2-0 0-2 0-1 0-2 0-2 1-0 1-5 1-4 0-1

pró ximos dias. Segundo as informações colhidas pelo nosso jornal, a Madeira acaba por ganhar a corrida a Cabo Verde para a organização do Congresso das Casas do Benfica, precisamente pela experiência e condições logísticas para acolher eventos daquela grandeza. A opção pela Madeira deverá ser anunciada nos pró ximos dias pelo presidente do SL Benfica, Luís Filipe Vieira, que neste momento se encontra a chefiar a comitiva do clube encarnado, na digressão a Moçambique.

1º GD Bragança 2º SC Maria Fonte 3º SC Mirandela 4º GD Joane 5º FC Amares 6º Brito SC 7º AD Oliveirense 8º Merelinense FC 9º A Cabeceirense 10º CD Cerveira 11º SC Vianense 12º Mondinense FC 13º AD Esposende 14º FC Vinhais 15º Desp. Monção 16º ADC Correlhã 17º SC Valenciano 18º GD Valpaços

33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33

22 22 21 18 18 16 13 13 14 11 10 10 8 9 8 7 6 6

9 7 7 10 5 8 9 9 5 12 7 5 10 6 7 4 6 4

2 4 5 5 10 9 11 11 14 10 16 18 15 18 18 22 21 23

G 64-21 70-19 62-29 50-27 50-34 48-39 52-34 38-34 49-41 45-44 33-49 47-64 36-51 29-50 36-52 34-71 31-71 27-71

75 73 70 64 59 56 48 48 47 45 37 35 34 33 31 25 24 22

FC Tirsense - SC Vila Real

3-0

Leça FC - ADR Tarouquense

5-0

SC Rio Tinto - Padroense FC

0-1

Torre Moncorvo - Rebordosa AC

3-0

Vilanovense FC - CD Cinfães

2-1

J V E D 1º AC Vila Meã 31 31 2º FC Lourosa 3º Torre Moncorvo 31 4º Vilanovense FC 32 31 5º FC Tirsense 6º Ermesinde SC 31 7º Rebordosa AC 31 30 8º Leça FC 31 9º CR Ataense 31 10º Canedo FC 11º AD S. Pedro Cova31 12º SC Vila Real 31 13º UD Valonguense 31 14º Padroense FC 31 15º SC Rio Tinto 30 31 16º CD Cinfães 17º ADR Tarouquense31

16 14 15 15 14 13 11 11 12 12 11 11 10 8 7 6 6

9 11 8 4 5 8 13 11 8 8 9 9 8 7 10 10 4

6 6 8 13 12 10 7 8 11 11 11 11 13 16 13 15 21

A Beneditense CD - AD Fundão

P

43-25 46-25 44-33 37-46 45-40 45-42 54-36 41-31 42-44 37-36 44-39 37-32 40-51 31-36 32-43 27-45 31-72

57 53 53 49 47 47 46 44 44 44 42 42 38 31 31 28 22

34ª Jornada (20-5)

2-0

Caldas SC - CA Mirandense

1-1

CD Amiense - CA Riachense

3-2

CU Idanhense - GD Peniche

1-1

GDR Bidoeirense - GC Alcobaça

1-0

Sertanense FC - Eléctrico FC

2-1

UD Caranguejeira - GDR Monsanto

2-1

Classificação J V E D 6 8 8 7 12 8 10 11 12 11 11 12 13 14 16 17 18

Alcochetense - Vilafranquense C. Lobos - Machico Cacém - Santana Caniçal - Fut. Benfica Carregado - Montijo Loures - Tires O Elvas - 1º Dezembro Ouriquense - Sintrense Vialonga - Atlético

38-27 38-26 44-35 51-37 43-34 38-33 41-28 35-36 35-37 29-26 33-35 51-43 34-42 33-39 22-35 27-55 23-47

P 59 55 53 50 50 47 47 44 43 40 40 39 36 35 33 26 25

34ª Jornada (20-5) AD Fundão - UD Caranguejeira CA Mirandense - CD Amiense CA Riachense - GDR Bidoeirense Eléctrico FC - AC Marinhense GC Alcobaça - Sertanense FC GD "O Vigor da Mocidade" - A Beneditense CD GD Peniche - Caldas SC GD Sourense - CU Idanhense GDR Monsanto - Descansa

J V E D 1º Atlético 2º Carregado 3º Machico 4º C. Lobos 5º 1º Dezembro 6º Cacém 7º Sintrense 8º O Elvas 9º Caniçal 10º Alcochetense 11º Montijo 12º Santana 13º Loures 14º Vialonga 15º Fut. Benfica 16º Ouriquense 17º Vilafranquense 18º Tires

33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33

21 19 19 15 15 15 15 13 14 12 12 10 12 11 10 8 5 5

19 17 15 14 14 13 14 12 13 11 10 10 10 9 8 9 6 1

5 7 9 11 10 11 8 13 7 12 12 12 12 13 13 9 7 11

G

9 45-23 9 57-30 9 47-38 8 50-37 9 49-37 9 34-32 11 41-36 8 44-39 13 41-43 9 34-33 11 36-35 11 36-42 11 36-39 11 32-33 12 33-41 15 29-41 20 29-59 20 23-58

P 62 58 54 53 52 50 50 49 46 45 42 42 42 40 37 36 25 14

III Divisão - Série F 33ª Jornada

1-1 0-2 2-4 1-0 3-0 3-0 1-0 2-5 1-2

CD Beja - Amora FC 1-2 Farense - Fut. SAD - AD Oeiras Não Jogado GD Beira-Mar Mt. Gordo - GD Lagoa 3-2 GD Monte Trigo - Estrela FC Vendas Novas12 GD Sesimbra - FC Ferreiras 2-3 Juventude SC Évora - FC Castrense 2-2 SCM Aljustrelense - Lusitano GC Évora 0-0 UD Messinense - Lusitano FC VRSA 5-0 Vasco Gama AC - SR Almacilense 2-1

Classificação G

P

5 7 81-31 68 9 5 56-28 66 8 6 53-31 65 9 9 47-51 54 8 10 49-37 53 7 11 53-52 52 4 14 47-45 49 9 11 37-36 48 5 14 44-43 47 10 11 39-36 46 8 13 37-36 44 11 12 44-40 41 4 17 49-51 40 6 16 39-48 39 6 17 28-41 36 9 16 34-55 33 7 21 32-70 22 7 21 25-63 22

34ª Jornada (20-5) 1º Dezembro - Ouriquense Atlético - Carregado Fut. Benfica - Alcochetense Machico - Caniçal Montijo - C. Lobos Santana - Vialonga Sintrense - Loures Tires - Cacém Vilafranquense - O Elvas

J V E D 1º CF U. Lamas 33 33 2º AA Avanca 3º SC São João Ver 33 4º GDRC Lamas 33 33 5º CD Tondela 33 6º Anadia FC 7º CRC Souropires 33 8º Valecambrense 33 9º GD Milheiroense 33 10º AD Valonguense 32 33 11º AD Satão 12º GD Gafanha 33 13º FC Cesarense 33 33 14º UD Tocha 15º CD Estarreja 33 16º Fornos Algodres 33 17º CF "Os Marialvas"33 18º CD Arrifanense 32

34ª Jornada (20-5)

Classificação G

3-2 1-0 1-2 4-2 2-0 1-1 2-1 1-4 1-0

AA Avanca - AD Valecambrense Anadia FC - UD Tocha CD Arrifanense - AD Satão CF "Os Marialvas" - CD Estarreja CF U. Lamas - AD Valonguense CRC Souropires - GD Gafanha FC Cesarense - AD Fornos Algodres GDRC Social Lamas - CD Tondela SC São João Ver - GD Milheiroense

III Divisão - Série E 33ª Jornada

Marinhense - GD "O Vigor da Mocidade"5-0

AD Fornos Algodres - CD Arrifanense AD Satão - GDRC Social Lamas AD Valecambrense - Anadia FC AD Valonguense - CF "Os Marialvas" CD Estarreja - FC Cesarense CD Tondela - SC São João Ver GD Gafanha - CF U. Lamas GD Milheiroense - AA Avanca UD Tocha - CRC Souropires

Classificação G

AD S. Pedro Cova - Leça FC ADR Tarouquense - Torre Moncorvo CD Cinfães - Ermesinde SC CR Ataense - AC Vila Meã Padroense FC - Lusitânia FC Lourosa Rebordosa AC - Canedo FC SC Vila Real - SC Rio Tinto UD Valonguense - FC Tirsense Vilanovense FC - Descansa

III Divisão - Série D 33ª Jornada

8 7 8 11 5 11 8 8 7 10 10 9 9 8 6 8 7

3-1

P

34ª Jornada (20-5)

17 16 15 13 15 12 13 12 12 10 10 10 9 9 9 6 6

0-2

Ermesinde SC - UD Valonguense

Classificação

A Cabeceirense - Brito SC FC Amares - CD Cerveira GD Bragança - Merelinense FC GD Joane - AD Oliveirense Mondinense FC - FC Vinhais SC Maria Fonte - Desp. Monção SC Mirandela - GD Valpaços SC Valenciano - AD Esposende SC Vianense - ADC Correlhã

1º Eléctrico FC 31 2º CA Mirandense 31 31 3º Caldas SC 4º GD Sourense 31 5º GDR Monsanto 32 6º UD Caranguejeira 31 7º CU Idanhense 31 8º CA Riachense 31 31 9º GD Peniche 10º GC Alcobaça 31 11º Sertanense FC 31 12º AC Marinhense 31 13º GDR Bidoeirense 31 14º A Beneditense CD31 31 15º AD Fundão 16º CD Amiense 31 17º Vigor Mocidade 31

Canedo FC - CR Ataense

Lusitânia FC Lourosa - AD S. Pedro Cova3-0

Classificação J V E D

III Divisão - Série C 33ª Jornada

J V E D 1º Estrela V. Novas 2º UD Messinense 3º Lusitano Évora 4º AD Oeiras 5º Lusitano FC 6º Juventude Évora 7º Amora FC 8º CD Beja 9º SR Almacilense 10º Vasco Gama AC 11º FC Ferreiras 12º Mt. Gordo 13º GD Sesimbra 14º Aljustrelense 15º GD Lagoa 16º FC Castrense 17º GD Monte Trigo

31 31 31 31 31 31 32 31 31 31 31 30 31 31 31 31 30

18 16 16 15 12 13 12 12 11 10 10 10 10 10 8 6 3

9 11 9 8 13 6 7 7 9 10 9 8 7 7 11 8 3

4 4 6 8 6 12 13 12 11 11 12 12 14 14 12 17 24

G

P

47-22 48-21 43-25 57-33 49-39 36-30 41-40 38-35 33-34 28-38 42-46 30-35 32-43 33-36 34-40 29-47 18-74

63 59 57 53 49 45 43 43 42 40 39 38 37 37 35 26 12

34ª Jornada (20-5) AD Oeiras - Juventude SC Évora Estrela FC Vendas Novas - SCM Aljustrelense FC Castrense - GD Monte Trigo FC Ferreiras - UD Messinense GD Lagoa - CD Beja Lusitano FC VRSA - GD Beira-Mar Mt. Gordo Lusitano GC Évora - Vasco Gama AC SR Almacilense - GD Sesimbra


CORREIO DE VENEZUELA - DE 18 A 24 DE MAIO DE 2006

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30 | DESPORTO

CORREIO DE VENEZUELA - DE 18 A 24 DE MAIO DE 2006

Ricardo

Quim

Bruno Vale

Miguel

Paulo Ferreira

Ricardo Carvalho

Fernando Meira

Ricardo Costa

Nuno Valente

Caneira

Costinha

Petit

Maniche

Tiago

Deco

Luís Figo

Hugo Viana

Cristiano Ronaldo

Simão Sabrosa

Luís Boa-Morte

Nuno Gomes

Pauleta

Hélder Postiga

Luís Filipe Scolari

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As escolhas anunciadas seleccionador português de futebol, o brasileiro Luiz Felipe Scolari, divulgou a anunciada lista dos 23 eleitos para representar Portugal no Mundial2006, uma escolha bem à sua imagem, familiar e avessa a problemas. As ausências do lesionado Jorge Andrade (Deportivo) e de Ricardo Quaresma (FC Porto), relegado para o Europeu de sub-21, são as maiores notas de uma convocató ria sem surpresas, face à divulgação feita quarta-feira pelo jornal “ Record” . Em relação aos nomes que, antes de quarta-feira, eram dú vida, Scolari optou pelo guarda-redes Bruno Vale (Estrela da Amadora), o central Ricardo Costa (FC Porto), o médio Hugo Viana (Valência) e o extremo Boa Morte (Fulham). Para terceiro guarda-redes, o titular dos sub-21 levou a melhor sobre Paulo Santos (Braga), enquanto para colmatar a ausência de Jorge Andrade, a opção recaiu em Ricardo Costa, ficando de fora, entre outros, Tonel (Sporting) e Ricardo Rocha (Benfica). Por seu lado, Hugo Viana e Boa Morte venceram a “ batalha” com João Moutinho (Sporting) e Ricardo Quaresma, respectivamente, ambos relegados para o Europeu de sub-21,

O

cuja fase final Portugal organiza, entre 23 de Maio a 04 de Junho. A maior polémica prende-se com a ausência de Quaresma, uma das grandes figuras da edição 2005/2006 da Liga portuguesa, que terá pago bem caro alguns actos de indisciplina, dentro e fora do relvado, algo que para o brasileiro tem sempre grande importâ ncia. A opção por deixar de fora Quaresma, decisão que Agostinho Oliveira (seleccionador dos sub-21) “ aplaudiu” , terá, por outro lado, estado na origem da chamada de Ricardo Costa, conveniente para o FC Porto, acabado de conquistar a “ dobradinha” , não ficar em “ branco” . Para suplente de Deco - perdido Rui Costa, que renunciou apó s o Euro2004 -, Hugo Viana acaba por ser uma escolha natural, pois é mais “ 10” do que o principal concorrente, o “ leão” João Moutinho, que também actua no meio-campo, mas sem posicionamento bem definido. Por seu lado, Quim, que acabou a época como terceiro guarda- redes do Benfica, e o médio Costinha, parado há seis meses devido a problemas no Dínamo de Moscovo, também são presenças questionáveis, mas que nunca estiveram em causa para o seleccionador luso.


CORREIO DE VENEZUELA -DE 18 A 24 DE MAIO DE 2006

FC Porto conquista « Taça» e faz quinta « dobradinha» ESI Agência Lusa

FC Porto, campeão nacional de futebol, conquistou somingo a Taça de Portugal pela 13ª vez, ao derrotar o Vitó ria de Setú bal por 1-0 na final do Estádio Nacional, em Lisboa, somando a sua quinta “ dobradinha” . Um golo apontado aos 40 minutos pelo ponta-de-lança brasileiro Adriano bastou para os “ dragões” vencerem os detentores do troféu e garantirem o título da segunda prova mais importante do futebol português pela 13ª vez, igualando o Sporting. O Benfica, com 24 troféus, é o clube com mais Taças de Portugal ganhas, além de ser também o que tem mais “ dobradinhas” , totalizando nove,

O

seguido do Sporting, com seis duplos triunfos nas duas provas. O Vitó ria de Setú bal conquistou a Taça de Portugal pela terceira vez na edição da época passada, ao derrotar o Benfica na final por 2-1, uma semana depois de os “ encarnados” terem voltado a ser campeões nacionais, 11 anos apó s o ú ltimo título, O holandês Co Adriaanse igualou assim José Mourinho e recuperou a “ tradição” recente da “ final da “ dobradinha” ao conseguir juntar a Taça de Portugal ao 20º título do futebol do FC Porto. Com Adriaanse, os portistas chegaram à quinta “ dobradinha” do seu historial, feito que nas ú ltimas cinco épocas só tinha sido alcançado por José Mourinho (2002/03) e pelo romeno Laszlo Boloni, ao serviço do Sporting, na época 2001/02.

DESPORTO | 31 breve Alegria na filial portista de Caracas No passado domingo, 14 de Maio, a Filial 43 do Porto, situada em Dos Caminos, Caracas, celebrou efusivamente a vitória na final da taça de Portugal sobre a equipa de Setúbal, cujo resultado terminou favorável (1-0) aos azuis e brancos. Segundo precisou Camilo Oliveira, presidente da Casa do Porto em Caracas, cerca de 70 pessoas assistiram à partida na sede, onde aproveitaram depois para festejar o dia da mãe com os seus familiares e a vitória da sua equipa. Como prova da emotividade e estímulo por parte dos adeptos “portistas”, Oliveira comentou que foi comprado um televisor de ecrã plano “para ver a nossa equipa ganhar e sobretudo, ver através de uma melhor imagem qualidade o golo da vitória”. Para melhor celebrar a ocasião, de champanhe na mão e tudo, os membros da Casa do Porto prepararam “Tripas à moda do Porto” para festejar entre amigos e familiares mais uma vitória que fez soma do campeonato à taça.


CORREIO DE VENEZUELA - DE 25 A 31 DE MAIO DE 2006

Cô nsul visitou cidade de Barquisimeto Trinidad Macedo

ui Monteiro, cô nsul geral de Portugal em Caracas e de Valência, realizou uma visita à cidade de Barquisimeto, em resposta ao convite endereçado pela comunidade portuguesa radicada na zona. O responsável consular aproveitou para oferecer informação detalhada sobre alguns dos programas sociais que podem ser requeridos pelas pessoas mais carenciadas da comunidade, e deu a conhecer os novos requisitos para se pedir apoio social através do ASIC e ASEC respectivamente. Falou também sobre o novo passaporte, com dados biométricos, esclarecendo que ainda não está em vigência. Monteiro exortou as pessoas com que contactou para apoia-

R

rem o trabalho Damas de Asoporlara na realização de todas as actividades que estas realizem, motivando-os a colaborar com um “ pago” mensal e deu como data inicial do compromisso o 13 de Maio, por ser um dia especial para os portugueses. Outra das questões levantadas pela comunidade teve a ver com a ausência de um professor qualificado para ensinar a língua portuguesa na Universidade de Barquisimeto, cobrindo assim a procura existente de pessoas interessadas em aprender esta a fala de Camões. A pró xima visita de Monteiro será à cidade de Maracaibo. De antemão, manifestou o seu desejo de servir de “ ponte” para que se possa ultrapassar as diferenças que podem existir entre a comunidade que habita nesta zona do país. A próxima visita de Monteiro será à cidade de Maracaibo

Incêndio destró i supermercado Rio Mar supermercado Rio Mar, o principal supermercado da zona de Naiguatá, no estado Vargas, teve que suspender os seus serviços devido a um grande incêndio registado no local, na quarta-feira, 10 de Maio. Presume-se que as chamas tiveram origem num curtocircuito. Manuel Sardinha, dono do estabelecimento, confessou sentir-se “ bastante afectado” pela situação. O negó cio estava em

O

funcionamento há cerca de 20 anos. Há perto de 12, foi transferido para a Avenida Principal de Naiguatá. Manuel Sardinha referiu que os maiores prejuízos registaram-se no andar de baixo, estimados em mais de mil milhões de bolívares, entre mercadoria e mobiliário. O proprietário do supermercado acrescentou que a recuperação total do supermercado pode demorar cerca de três meses e que actualmente estão a decorrer tra-

balhos de limpeza. O incidente não fez, felizmente, quaisquer feridos. Supõe-se que o incêndio terá começado pelas quatro da manhã e só pô de ser controlado na totalidade pelas 7 da manhã. De referir que o supermercado abastecia o Hospital de Naiguatá e ainda algumas escolas pú blicas, entre outros locais. É por isso que “ a comunidade sente uma enorme impotência perante o acon-

tecido, pois a população dependia em grande medida do supermercado para abastecer-se. Agora vão ter que ir para muito mais longe para conseguir o que desejam e nem todos podem fazê-lo” , expressou Manuel Sardinha. Espera-se que em breve os bombeiros entreguem o relató rio, por forma a conhecer os motivos do incêndio, mas, para já, está posta de parte mão humana na origem deste incêndio.

ÚLTIMA horA Caracas e Funchal acordam cooperação Juan Barreto está desde ontem à noite na Madeira. Uma visita surpresa do "alcalde" de Caracas que se encontra hoje com Albuquerque Ricardo Miguel Oliveira (DN/MADEIRA) O presidente da Câmara do Funchal reuniu a passada terça feira na capital madeirense com o seu homólogo de Caracas. Miguel Albuquerque e Juan Barreto aproveitaram o encontro para rubricarem um acordo de cooperação entre os dois municípios, em várias áreas de interesse comum, nomeadamente nas de carácter social e humanitário. Cumpre-se assim parte do desejo expresso no final de Novembro passado, com a "Alcaldía Mayor" do Distrito Metropolitano de Caracas a manifestar interessada em estabelecer convénios com a Madeira, quer ao nível governativo, quer municipal. Esta pretensão foi transmitida pelo "alcalde" durante a audiência que concedeu ao vicepresidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Paulo Fontes, e ao representante da Câmara Municipal do Funchal, Rui Abreu. Juan Barreto chegou segunda-feira à noite à Região para uma visita surpresa e não oficial, que vai decorrer até hoje. O DIÁRIO apurou que o "alcalde" tinha na agenda vários contactos com alguns venezuelanos a residir na Madeira, bem como encontrar-se com os representantes diplomáticos da Venezuela. Também é certo que fará um périplo pela ilha, com o intuito de perceber a influência dos madeirenses da diáspora no desenvolvimento regional.


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