Universidade àvista
Prémio “ Talentos 2006”
Realizou-se a primeira reunião sobre a Lusó fona Página 6
Luso-venezuelanos já podem concorrer este ano Página 8
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O jornal da comunidade luso-venezuelana
ano 07 – N.º 161 - DePósito LegaL: 199901DF222 - PubLicação semanaL
caracas, De 15 a 21 De JunHo De 2006 - VenezueLa: bs.: 1.000,00 / PortugaL: € 0,75
Turismo português sem promoção Agentes turísticos na Venezuela queixam-se da ausência de uma política de promoção de Portugal que cative as segundas gerações
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Portugueses vibram com a selecção no Mundial Em Caracas, no Funchal (na foto) ou em qualquer cidade onde há portugueses as peripécias de Portugal são seguidas com muita emoção. E muita esperança!
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Ajuda financeira de particulares “ levantou” Lar de Maracay Página 4
2 | EDITORIAL À volta do futebol CORREIO DE VENEZUELA - DE 15 A 21 DE JUNHO DE 2006
Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Tábita Barrera, Victoria Urdaneta e Yamilem Gonzalez Correspondentes: Ana Pita Andrade (Maracay) Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira Fotografía: Paco Garret Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Elsa de Sá Secretariado: Carolina Nóbrega Distribuição: Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares
emos um Mundial de Futebol em curso, para gáudio de muita gente por esse mundo fora. Um acontecimento ú nico, que tem a capacidade decolocar em sintonia os cinco continentes. Esta é também uma oportunidade para unir povos, que se predispõem a celebrar ou a chorar ao mesmo tempo. Algo só possível com o desporto, designadamente com o futebol. O fenó meno não é novo e já não tem nada de surpreendente. E de cada vez que há um acontecimento desportivo suficientemente arrebatador, aí estão povos inteiros a celebrarem gló rias conquistadas. No caso dos países com fortes
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raízes emigrató rias, o fenó meno ganha outra dimensão. É o que se passa com Portugal e todos os seus cidadãos espalhados pelo mundo. Na Venezuela, que ainda não logrou atingir uma fase final do Campeonato do Mundo de Futebol, o entusiasmo ou as tristezas de diversos países são vividos como se da Venezuela se tratasse. No caso português, é ver a comunidade unida em torno da sua bandeira - e do Figo, do Cristiano Ronaldo ou do Pauleta - a viver cada minuto do jogo ou as horas que os antecedem como algo de religioso. Quase nos atrevemos a afirmar que em nenhum outro lado se vibra tanto com a Pátria. Viva Portugal!
O CaRTOON Da SEMaNa O Scolari não esteve com meias medidas: marcou um golo e toca a defender os três pontos!
Querias ganhar por 5-0?! Estamos no Mundial!
Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA
a SEMaNa MUITO BOM Um grupo de portugueses decidiu organizar um dia festivo alusivo a Portugal e aos Portugueses, visando sobretudo os compatriotas que não fazem parte de nenhum clube ou associação da comunidade lusa. Uma iniciativa muito abrangente, pelos vistos, e que esperemos que tenha vindo para ficar. Até porque os seus mentores tiveram a feliz ideia de nada programarem para coincidir com outros eventos com a mesma finalidade.
BOM Trata-se de um simples pormenor, mas de grande significado: finalmente, no Centro Português, em Caracas, a sala de visitas passou a ostentar também uma bandeira da Região Autónoma dos Açores, ao lado da Bandeira Portuguesa, da União Europeia e da Região Autónoma da Madeira. Assim se normaliza uma questão que envolvia algum melindre. Consta que a bandeira açoriana já estava no CP há algum tempo, faltando apenas a sua colocação.
MaU A comunidade de Maracay acaba de receber os principais festejos do Dia de Portugal, ao mesmo tempo que viu nascer uma grande obra, como é o caso do Lar Geriátrico LusoVenezuelano. Dois factores que deveriam servir para unir a comunidade local, sem prejuízo da diferença de opiniões. Mas não é isso que se constata. E é pena que num meio pequeno, em que não é recomendável perder tempo nem energias com conflitos menores, alguns insistam em dispersar esforços.
MUITO MaU É incompreensível que nas comemorações oficiais do Dia de Portugal, este ano centralizadas em Maracay, nenhum representante da Embaixada de Portugal tenha podido marcar presença no acto oficial. Presente esteve o cônsul de Valencia e Caracas, mas a Embaixada primou pela ausência. O que é lamentável. A presença daquele cônsul foi bastante prestigiante, mas nada justifica a ausência da Embaixada.
O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias. El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que
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CORREIO DE VENEZUELA -DE 13 A 19 DE JULHO DE 2006
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Soares satisfeito com integração latino-americana Delia Meneses deliameneses@correiodevenezuela.com
antigo Presidente da Repú blica de Portugal, Mário Soares, foi recebido na segunda-feira passada pelo vice-presidente do executivo da Venezuela, José Vicente Rangel. À saída do encontro, o ex-chefe de Estado luso fez questão se manifestar a sua satisfação por a na América Latina "se estar a observar um processo de integração como o que tivemos na Europa" e que culminou na União Europeia. Soares, que também é o presidente honorário do Partido socialista português, indicou que o processo que incita a Venezuela na região latino-americana é interessante, pela constâ ncia em conseguir a sua adesão como membro pleno do MERCOSUR. Ressaltou também o início da construção do Gasoduto Transcaribeño que vai unir os esforços da Venezuela, Colô mbia e Panamá. Ao terminar a reunião com Rangel, Soares comentou a sua satisfação por ter conversado com o alto representante do Governo Nacional, tendo manifestado ainda interesse em conhecer mais a Venezuela. O ex-presidente de Portugal declarou que no encontro mantido com o vice-presidente venezuelano foram abordados temas interessantes, para além de o ter "felicitado pelo seu aniversário". Soares também teve a oportunidade de estar com o Presidente da Repú blica Bolivariana de Vene-
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Visita discreta A visita de Mário Soares na Venezuela foi feita no âmbito de uma deslocação a carácter privado que não foi canalizada pela Embaixada de Portugal em Caracas, que não teve acesso a agenda do ex-presidente portuguê s. O embaixador de Espanha na Venezuela foi quem organizou a visita, que passou desapercebida para a comunidade portuguesa assim como para as autoridades lusas no paí s. O canal do estado "Venezolana de Televisión" foi o único órgão de comunicação social em poder realizar uma entrevista exclusiva com o polí tico português.
zuela, Hugo Chávez, na cerimó nia organizada por motivo da soldadura das fundações do Gasoduto, que se realizou em La Guajira, acto ao qual compareceram os presidentes da Colô mbia, Álvaro Uribe Velez, e do Panamá, Martín Torrijos. Chávez e Uribe comprometeram-se com o chefe de Estado do Panamá a fornecer gás mediante a construção do gasoduto que unirá Maracaibo com Punta Ballenas, na Guajira colombiana, investimento que terá um custo estimado de 230 milhões de dó lares. Estima-se que a obra esteja concluída dentro de dois anos e que a partir de então passe a receber 150 milhões de pés cú bicos de gás colombiano nos primeiros anos, que depois serão exportados, nessa mesma quantidade para a Colô mbia.
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CORREIO DE VENEZUELA - DE 15 A 21 DE JUNHO DE 2006
Dia de Portugal com obras A inauguração do Lar Geriátrico Luso Venezuelano do estado Aragua marcou as celebrações do 10 de Junho Delia Meneses Yamilem Gonzalez
esde que surgiu a ideia de descentralizar os actos do Dia de Portugal, as celebrações do 10 de Junho já se tem efectuado em Guanare, Valência e este ano em Maracay. Os discursos passam e são esquecidos. É por isso que o cô nsul geral de Portugal em Caracas e Valência, Rui Monteiro, pediu à comunidade para se orgulhar dos actos concretos "porque demonstram do que somos capazes". O diplomata referia-se a inauguração do Lar Geriátrico Luso-Venezuelano de Aragua, a casa que acolherá cerca de 70 idosos, e que marcou as festividades nacionais lusas deste ano. "Já foram investidos 1.800 milhões aqui e ainda nos falta outros 500 milhões de bolívares. Vou continuar a bater nas portas e tenho a certeza de que o que vem agora é muito mais importante, porque devemos manter esta obra monumental e também as pessoas que vão viver aqui", declarou Nelson Coelho, presidente do Lar Geriátrico Luso Venezuelano. Esta obra foi levantada em 90 por cento, com dinheiro de particulares. "Temos recebido muito mais do que pensávamos", disse Coelho precisando que as au-
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toridades venezuelanas contribuíram numa ocasião com 70 milhões de bolívares, em nome do governador Didalco Bolívar, e as autoridades portuguesas colaboraram com 150 milhões de bolívares. No entanto, os recursos que deram o impulso definitivo a esta casa foram recolhidos pelas associações de beneficência da comunidade portuguesa de Maracay. A Academia do Bacalhau doou 120 milhões de bolívares e o Comité de Damas do Lar outros 170 milhões. Mais 15 milhões foram doados pela Comissão Virgem de Fátima. A "primeira dama" do estado Aragua, Marietta de Bolívar, marcou presença nesta inauguração. Como filha de emigrantes libaneses, fez um apelo à sua comunidade para que se animem a fazer obras desta envergadura. "Esta casa não só albergará portugueses, senão que também "aragueños" e venezuelanos. Por isso é motivo de orgulho e estamos muito agradecidos com a comunidade portuguesa por ter alcançado este sonho". Ana María Abreu, vice-presidente do Comité de Damas do Lar Geriátrico e vice-presidente da associação de beneficência "Amigas da Espetada", anunciou que as mulheres têm um projecto para formar uma "companhia" internacional com a finalidade de apresentar espectáculos
de dança e assim poder recolher fundos constantes para a manutenção do lar. "Ainda temos a segunda fase do Geriátrico para concluir (o chamado andar dos Açores). Há que construir aí a sala de "bailoterapia" e de exercícios que se vai chamar Sala da Camacha. Vamos construir também a sala de "laborterapia" que receberá o nome de Sala dos Lavradores", informou Abreu. Todos os andares do lar estão identificados com nomes da geografia portuguesa. Assim existe o Corredor "Funchal", o de "Coimbra", entre outros. Marcelino Canha, presidente da Federação de Centro Portugueses da Venezuela e cô nsul honorário da cidade de
Maracay lançou uma alerta a toda a comunidade. "O que se fez não foi fácil, mas infelizmente o mas difícil está para vir. Por isso temos de estar todos a remar para o mesmo lugar para que se possa manter uma obra desta magnitude", alertou, observando que os "custos serão exorbitantes e que estarão acima do que inicialmente foi previsto. Não se pode ser pessimista. Mas a meta ainda não foi atravessada por completo", disse. A ideia fundamental é que os idosos não tenham de pagar nada. No entanto, aqueles que têm possibilidades de contribuir, terão de fazê-lo através de modalidades que depois serão determinadas pelo presidente do lar e respectiva direcção.
Festa dupla em Caracas O Centro Português de Caracas celebrou 48 anos de existência conjuntamente com o Dia de Portugal Jean Carlos de Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com
elena Marques, prestigiada escritora e jornalista portuguesa, o primeiro secretário da Embaixada de Portugal na Venezuela, João Pedro Brito Câ mara, foram os convidados de honra da noite do passado sábado 10 de Junho, Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, na qual mais de 800 pessoas se juntaram no Salão Nobre do Centro Português de Caracas (CPC) para celebrar o 48.º Aniversário deste centro e o dia da nação lusa. O presidente do CPC, André Pita, realçou a importâ ncia do trabalho dos cinco milhões de lusos que estão fora do seu país,
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salientando a influência que estes têm exercido de maneira importante na cultura das terras que os acolheram. Também fez questão de deixar claro que Luís Vaz de Camões foi um "digno representante dos emigrantes, porque durou 17 anos fora de Portugal e conheceu a realidade do que é estar fora do seu país". Por seu turno, Helena
Marques, convidada especial ao evento, disse sentir-se muito contente com a visita realizada a este país, aproveitando a ocasião para fazer referência à célebre obra literária portuguesa: "Os Lusíadas". Neste sentido, comentou que conhece muitos lusodescendentes nascidos noutras nações que têm investigado a suas raízes e que as têm plasmado nas "suas línguas nativas", já que só conhecem o português falado, não o escrito. Marques felicitou publicamente a comunidade lusovenezuelana por dominar os dois idiomas, o castelhano e o português, assim como incutir as tradições portuguesas nos seus descendentes, estimulando-os a aprender a língua de Camões. Reconhecimento
pelo labor social A condecoração do "Grande Colar João Fernandes Leão Pacheco" é entregue no Dia de Portugal, no Centro Português, à pessoa que se tenha destacado no desempenho no campo do labor social a favor da comunidade lusa na Venezuela. Este ano, tal distinção foi atribuída a Natália Teixeira de Bastos, fundadora e primeira Presidente do Lar "Padre Joaquim Ferreira", por ter conseguido constituir e construir o lar para a terceira idade. No discurso de agradecimento, Bastos comentou que trabalhou muito em conjunto com as restantes damas para conseguir o que hoje está de pé. Aproveitou a ocasião para pedir a ajuda dos elementos
da comunidade presentes para os "velhinhos, porque elos chegaram com o mesmo sonho de um futuro melhor e seguir em frente, mas por infortú nio do destino, no puderam concretizá-lo". Entre as várias actividades levadas a cabo por Teixeira de Bastos na direcção das Damas de Beneficência de Caracas, destaque-se uma deslocação a Portugal para reunir com personalidades políticas e em busca de colaboração. "Desde há 30 anos que temos trabalhado pelo futuro dos idosos", disse Bastos. João Pedro Brito Câ mara, expressou que o trabalho realizado pela comunidade lusa de divulgar a cultura entre os seus descendentes e no meio onde vivem é gratificante para Portugal.
CORREIO DE VENEZUELA - DE 15 A 21 DE JUNHO DE 2006
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Universidade Lusó fona: Uma oportunidade histó rica Será um projecto ambicioso que na sua fase inicial ocupará áreas fí sicas na ordem dos 10.000 m2 e deverá ter a capacidade de matricular cerca de 4000 alunos Aleixo Vieira aleixo@correiodevenezuela.com
projecto da Universidade Lusó fona da Venezuela tem pernas para andar. Pelo menos foi esta a conclusão da primeira reunião efectuada em Caracas com sectores do empresariado luso na Venezuela. No entanto, os empresários pediram mais pormenores a respeito da iniciativa e deixaram bem claro que compete às autoridades portuguesas e à Universidade Lusó fona a maior quota de responsabilidade neste projecto. Dada a importâ ncia da iniciativa, os mesmos estranharam a ausência, na reunião, das autoridades diplomáticas na Venezuela. Recentemente, durante a visita do secretário de Estado das Comunidades, Antó nio Braga a Venezuela, este lançou o desafio aos empresários portugueses para que participem no projecto, considerando "primordial" o apoio dos investidores lusos. Braga aclarou que esta ideia não poderá avançar só com a aprovação do vice-presidente da Venezuela, sendo primordial o apoio dos investidores portugueses. Esta é a primeira iniciativa de educação superior levada a cabo pelo "Grupo Lusó fona" fora de um país de língua portuguesa. O projecto, segundo o documento enviado ao governo venezuelano e a várias personalidades da comunidade portuguesa no país, pretende corresponder ao interesse dos emigrantes expressa em
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várias oportunidades, correspondendo ao encontro das políticas preconizadas a este propó sito pelos dois países. O projecto educativo da Universidade Lusó fona (ULV) contempla a criação, transmissão e difusão da cultura, ciência e tecnologia, que tem por objectivos a educação, a investigação e a prestação de serviços nos vários domínios da ciência e da tecnologia. O documento prevê ainda que o início da Universidade Lusó fona de Venezuela dite as carreiras universitárias mais adequadas, tais como: Economia e Administração, Informática, Comunicação Empresarial, Produção, Multimédia e Turismo. Posteriormente, a mesma deverá alargar as suas actividades académicas a todas as áreas artísticas, científicas, tecnoló gicas, tais como: Arquitectura, Desenho, Ciências Sociais e Humanas, Engenharias e Tecnologia, Direito, Medicina e Ciências e Saú de. Paralelamente a mesma deverá desenvolver programas pró prios de fomento cultural e de prestação de serviços em colaboração com o instituto de Camões e Cervantes. A mesma espera contar ainda com a participação de representantes da comunidade Portuguesa na Venezuela . Um projecto ambicioso que deve concentrar-se, na sua fase inicial (primeiros cinco anos), em áreas físicas na ordem dos 10.000 m2 e deverá ter a capacidade de receber cerca de 4000 alunos. A segunda fase ocupará uma área de construção de 20 a 30.000 m2, com capacidade para cerca de 7.000 alunos; a terceira fase do projecto necessitará de uma área aproximada de 50.000 m2 e capacidade para 10.000 alunos. Em matéria de valores econó micos, a primeira fase do projecto ronda os 10.000 milhões de euros e a segunda fase estará entre os 10 e 15.000 milhões de euros. O investimento total ronda os 40.000 milhões de euros e a este projecto ainda se junta o fundo de maneio do mesmo, que deverá rondar 1 milhão de euros. Primeira reunião
Dado que a iniciativa deverá partir de capital privado, o sector empresarial português na Venezuela foi convocado para uma primeira reunião de análise do projecto. "A iniciativa é muito boa e só peca por tardia; no entanto, queremos saber qual vai ser o papel do Estado nesta iniciativa", começou por referir Câ ndido de Andrade, empresário luso-venezuelano. "A obrigação é do governo e faria muito mal se não aproveitasse esta oportunidade histó rica". Sobre o projecto, referiu ainda que é importante que o governo marque presença activa nesta iniciativa e que passe das ideias aos factos concretos. Para o luso-descendente Javier Macedo, a ideia da criação da Universidade Lusó fona é uma excelente oportunidade para Portugal "reconciliar-se" com os emigrantes na Venezuela. Destacou a iniciativa e prometeu ajudar, aliás, como sempre tem feito a empresa que representa neste tipo de iniciativas. Sobre uma possível participação econó mica, deixou claro que a empresa da qual faz parte dedica-se a outra actividade econó mica. José Luís Ferreira louvou a iniciativa, alertando para o facto de o mesmo projecto ser visto na sua fase inicial como um projecto a longo prazo e não como um negó cio. Para Egídio Monteiro, a iniciativa é mais que uma boa ideia, é
uma obrigação do Estado português. Salientou que a mesma responde, no fundo, a um "clamor" dos portugueses na Venezuela que deve ser ouvido com responsabilidade pelas autoridades portugueses", referiu. Anacleto Teixeira vê com agrado este tipo de iniciativas. Justificou a sua presença na reunião como prova disso. "Não estamos aqui para perder tempo, estamos ganhando tempo", referiu. "Mãos à obra e que o governo português lance a primeira pedra".
"Não estamos aqui para perder tempo, estamos ganhando tempo" Inácio Pereira, Conselheiro das Comunidades Portuguesas na Venezuela, presidiu à reunião e foi quem expô s o projecto ao empresariado luso-venezuelano. Depois de o governo venezuelano ter mostrado interesse na iniciativa, Braga lançou o desafio a todos os empresários portugueses e lusovenezuelanos para que participem no projecto. "O estado português vai encarregar-se de contribuir com os recursos que lhe correspondam, mas a Universidade Lusó fona é uma instituição privada e portanto precisa do apoio do empresariado português na Venezuela".
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Luso-venezuelanos podem concorrer ao Prémio Talentos 2006
Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas está a organizar o concurso "Prémio Talentos 2006", que culminará num evento denominado "Gala dos Talentos", no qual serão entregues troféus que visam homenagear os portugueses que se distinguem no estrangeiro em diferentes áreas, conforme estipulado
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no regulamento da iniciativa. A Gala será transmitida, em directo, pelo canal I da RTP e por todos os seus canais internacionais. A data limite de entrega das candidaturas é o dia 30 de Julho de 2006. Podem concorrer a este prémio todos os portugueses ou luso-descendentes residentes no estrangeiro
que se destacaram no exercício de actividades, ao longo do ano, dentro das seguintes categorias: Ciência, artes, investigaç ão, desporto, humanidades (projecto para a resoluç ão de um problema social), juventude (atribuído a jovens com menos de 30 anos que se tenham distinguido em actividade em prol da juventude), asso-
ciativismo, área empresarial, comunicaç ão social (jornalistas que pelo seu trabalho tenham dado especial relevo a Portugal), política (a atribuir a quem se tenha distinguido no desempenho de cargos pú blicos elegíveis), profissões liberais (pela contribuição para a integração da comunidade no país de acolhimento), e divulgação da língua portuguesa (a atribuir a pessoas que se tenham distinguido no ensino e na difusão da língua portuguesa). As candidaturas poderão ser entregues no Gabinete da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, Largo do Rivas, 1399 - 030 Lisboa ou nas embaixadas e consulados portugueses, que as entregarão depois ao GSECP. Os documentos a enviar são: Fotocó pia do bilhete de Identidade ou
Passaporte, curriculum vitae, relató rio detalhado e justificativo da candidatura, devendo constar a categoria a que se candidata. Na primeira fase do concurso, será constituído um jú ri de três pessoas, especializado em cada categoria, que seleccionará 3 candidaturas finalistas em cada área. As decisões do jú ri serão tomadas pú blicas até 30 de Setembro de 2006. Os seleccionados irão a Portugal acompanhados de alguém designado pelos mesmos. Na fase seguinte do concurso, será constituído um jú ri final que decidirá, de entre as candidaturas seleccionadas pelo primeiro jú ri, qual a premiada dentro de cada categoria. O prémio será atribuído em cerimó nia pú blica, com a projecção que se impõe, na Gala dos Talentos.
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Consulado de Caracas fez greve Jean Carlos De Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com
Sindicato dos Trabalhadores Consulares das Missões Diplomáticas (STCDE) promoveu uma greve geral de um dia, no passado 9 de Junho, para todos os trabalhadores dos diferentes consulados gerais de Portugal espalhados pelo Mundo. Num comunicado oficial, o secretário geral do STCDE, Jorge Monteiro Veludo, dizia que o ministro dos Negó cios Estrangeiros, Diogo Freitas do Amaral, não cumpriu com a lei e com o que foi acordado em anteriores reuniões sobre as
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melhorias econó micas para os trabalhadores das sedes diplomáticas fora de Portugal. Por seu turno, o porta-voz do Ministério dos Negó cios Estrangeiros (MNE), Jacinto Carneiro, comentou que enviaria um comunicado onde se asseguraria o cumprimento dos serviços exigidos durante a greve dos trabalhadores consulares. Entre as questões que o sindicato alega que o Ministério português não cumpriu está a falta de apoio às comunidades portuguesas, o respeito pelos direitos dos trabalhadores nas embaixadas, os salários baixos, que não são aumentados há cinco anos, assim como a falta de vicecô nsules e de chanceleres.
Trabalho a meio gas
No dia da greve, 9 de Junho, o Consulado Geral de Portugal em Caracas trabalhou a meio gás, segundo o Correio pô de constatar, ao deslocar-se à sede diplomática na capital. Mais de 50 utentes esperavam por resolver questões relacionadas com passaportes, bilhetes de identidade e certidões de nascimento, entre outros, sendo atendidos por quatro funcionários, metade dos que costumam prestar serviço, e estes só atenderam 12 pessoas que
foram solicitar documentos, segundo fonte consular. A desinformação transtornou muitos dos utentes, já que antes da abertura das funções do Consulado, não houve nenhum comunicado que informasse sobre a paralisação do serviço dos funcionários consulares. Maria Rodrigues, portuguesa procedente de Câ mara de Lobos, Madeira, comentou que deveriam ter colocado "um aviso informativo que desse conta do que estava a acontecer", já que apenas quatro funcionários estiveram nos balcões encarregues de entregar, compilar e gerir a documentação para esse dia. Já Ramó n de Sousa, luso-descendente, expressou que de certo modo foi produtivo que "alguns dos fun-
cionários" fossem trabalhar "e assim não perdemos o nosso tempo". Segundo fontes consulares, a maior parte dos lusos que solicitaram documentação ou outros pedidos não puderam ser atendidos porque "a equipa de trabalhadores não deu conta". As mesmas fontes disseram ainda que os funcionários que foram trabalhar são pessoas contratadas que trabalham "o dobro e recebem muito menos dinheiro pelo que fazem". Estes trabalhadores esperam pelas notícias de todas as sedes diplomáticas do Mundo, a fim de saberem se a greve teve ou não êxito e saber qual o desfecho desta paralisação.
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CORREIO DE VENEZUELA - DE 15 A 21 DE JUNHO DE 2006
Borges: “ Lusos são exemplo” com o pouco que têm e conseguiram muito", acrescentou.
Jean Carlos De Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com
candidato à Presidência da Repú blica Bolivariana da Venezuela, Jú lio Andrès Borges, declarou, em entrevista exclusiva ao Correio, depois do seu regresso do périplo político pelo estado Carabobo, que "os portugueses são sinó nimo de trabalho, disciplina e entrega", elementos necessários para levar a Venezuela adiante. É o que defende este advogado de profissão e ex-deputado da Assembleia Nacional. Jú lio Borges espera obter o apoio de todos os venezuelanos nas primárias e poder assim levar a cabo "a verdadeira mudança, onde toda a sociedade venezuelana esteja integrada", independentemente da nacionalidade ou do nível social que tenha. Borges foi o fundador do partido político "Primero Justicia", em 1992, enquanto estudava Direito na Universidade Cató lica Andrés Bello. É venezuelano por nascimento mas europeu por descendência, sendo filho de mãe catalã e de pai venezuelano com ascendência portuguesa, cuja família é oriunda do continente. No caminho percorrido por todo o país, propaga o projecto da "verdadeira liderança política" para unificar os venezuelanos e acabar com o "classismo". Das 100 mil famílias que visitou nas zonas pobres, recolheu impressões da divisão e fractura da sociedade crioula, assim como da queda da economia e do aumento da insegurança. A Venezuela "sempre contou com governos milionários e com a contradição de um país e um povo pobre", sublinhou. A proposta que
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o "Primero Justicia" faz aos venezuelanos gira em torno de três variantes: A mudança para gerar trabalho, a justiça e as oportunidades. Na área do emprego, a proposta de Borges é criar novos postos de trabalho através do Turismo, já que, segundo disse o candidato, o ano passado houve 38 mil postos de trabalho para 400 mil jovens, ficando 362 mil desempregados. Estes dados foram recolhidos entre as empresas pú blicas e privadas do país. No que toca ao petró leo, referiu que se não se converter este produto em progresso econó mico e em gerador de benefícios para os venezuelanos, poderá tornar-se "numa espécie de droga para o país". "Há que tratar do país como de um homem ou de uma mulher e decidir
o que vamos fazer com a vida da Venezuela", por isso Borges argumenta que vai explorar o Turismo como uma das primeiras fontes de produção econó mica sem deixar nada a desejar aos países do Caribe, Centro e América do Norte. Para isso, gostaria de contar com a experiência dos portugueses "porque eles souberam explorar essa área no seu país" e "é um exemplo para nó s. Esperamos contar com a assessoria dos representantes do Turismo da região ibérica". Borges espera que a nação crioula venha a converter-se num país com as infra-estruturas e a segurança necessárias e assim tornar-se, a médio e a longo prazo, num destino turístico por excelência. "Devemos aprender com os portugueses, porque souberam trabalhar
Aliança estratégica lusa A Venezuela, noutros tempos, foi considerada o país das oportunidades para os emigrantes europeus e latino-americanos. Por isso, Borges deseja voltar ao passado no que diz respeito à fama do país como nação pró diga e fértil. Disse ainda ao Correio que a comunidade e os empresários portugueses são importantes para o país, por serem pilares bem sucedidos na área comercial. Falou também dos contributos de outros emigrantes que vivem no país. "O que procuramos é uma aliança comercial e turística entre Portugal e a Venezuela, porque os portugueses estão interessados em promover o nosso país", declarou Borges, acrescentando que devemos adoptar a disciplina e a constâ ncia dos portugueses para conseguir as coisas. Se Borges ganhar a Presidência, tem pensado aliar-se aos investidores estrangeiros que vivem na Venezuela para pô r em marcha planos econó micos que beneficiarão o país e ajudarão os habitantes da Venezuela. Confessou ainda que visitou a sede do Porto (F.C.P), situado em Los Chorros, Caracas, para conviver com os adeptos da equipa, ver jogos e "comer um bom bacalhau à portuguesa". Para este candidato, os portugueses são sinó nimo de trabalho, honra, disciplina, entrega e constâ ncia e terminou dizendo que "é bom saber que os portugueses continuam enamorados pela Venezuela e os que vivem aqui desde há muito comprometem-se com a terra que lhes ofereceu um tecto, família e comida".
Dupla nacionalidade impede opção pela presidência da Repú blica Tábita Barrera tabita@correiodevenezuela.com
a semana passada foi anunciada a decisão da organização Sú mate de declarar inadmissível a candidatura de Marco Polesel às eleições primárias, por causa do estatuto de dupla nacionalidade detido
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pelo ítalo-venezuelano. A este respeito, o advogado Felipe Pereira observou que a acção está fundamentada de acordo com o artigo 41 da Constituição Bolivariana da Venezuela, o qual contempla como requisito indispensável para poder exercer cargos como a Presidência da Repú blica, Vice-presidência Executiva, Presidência e Vice-presidência da Assembleia Nacional, entre ou-
tros cargos de Estado, haver nascido em solo venezuelano e não possuir dupla nacionalidade. "Tal exigência aplica-se não só para o lugar presidencial, como também para outros postos dentro do poder executivo que poderão substituir o presidente no caso de alguma acontecimento fortuito", explicou. Neste sentido, Pereira observou que, desde o ponto de vista legal,
o requerimento procura evitar que no caso de se produzir um diferendo entre as duas nações às quais pertence o indivíduo, "no se gere um conflito de interesses, pois quando uma pessoa adquire a dupla nacionalidade há que afirmar que se tem afectividade para com outra pátria e não é possível defender a Venezuela e a outro Estado também", indicou.
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Turismo sem promoção Responsáveis consultados pelo CORREIO concordam que é necessário promover mais o turismo de Portugal na Venezuela para as novas geraçoões Tábita Barrera tabita@correiodevenezuela.com
ara os mais de 500 mil portugueses que vivem na Venezuela, o incentivo para visitar Portugal vem por razões histó ricas, familiares, comerciais, ou pela necessidade de "matar as saudades". Para as segundas e terceiras gerações, assim como para muitos venezuelanos, parece não existir uma promoção turística que convide aqueles que não são portugueses a visitarem Portugal. Neste sentido, Pedro Pinto, director da companhia aérea TAP, considera que é importante criar um organismo que se encarregue de realizar programas orientados para mostrar a ampla gama de paisagens e locais de lazer que existem em Portugal, com o intuito de incrementar o nú mero de visitas ao país. A ideia exposta por Pinto baseia-se em poder oferecer material informativo, canalizado através de uma entidade turística que esteja situada em territó rio venezuelano. "Deveria ser criada, na Venezuela, uma unidade de apoio ao turismo para promover Portugal, já que existe na Venezuela um potencial real que deve
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ser aproveitado, uma vez que, além daquela primeira geração que viaja por saudade, pela nostalgia, e que viaja muito, existem ainda as segundas e terceiras gerações, que devem ser tidas em conta de outras maneiras. É uma emigração diferente que procura hotéis que não se limita apenas a estar com a família e visitar o seu terreno. Nesse sentido, temos experiências reais que tristemente menciono e que tem a ver com o que as pessoas nos pedem quando fazemos ligações para a Europa com escala em Lisboa: Pedem material e informação sobre Portugal e infelizmente nada temos para oferecer", sublinhou. De igual forma, sugere que é necessário satisfazer as necessidades destes filhos de emigrantes que desejam viajar e conhecer a terra dos seus pais, mas não deve realizar-se apenas um programa turístico orientado para eles. Deve incluir-se também o mercado venezuelano para explorar os atractivos lusos. "Portugal é um país moderno, activo, é um excelente destino para luso-descendentes e não só ", disse. Elogiou ainda a nova campanha turística que Portugal realiza, destinada aos emigrantes e à sua descendência, onde se convida a conhecer o país. No entanto, criticou a falta de continuidade no que diz respeito ao assunto, pois quando as pessoas solicitam mais detalhes, é pouca a informação que se lhes dá, devido à carência de material. A Embaixada de Portugal em Caracas, que antes tinha uma funcionária encarregue da área turística, tem agora um lugar vago nesta área. A falta de um programa de promoção turística no caso de Portugal repete-se também no caso de outros países da Europa. O Correio contactou as embaixadas de Espanha, Itália, Alemanha e França e os seus portavozes declararam que também não contam com uma campanha de promoção do turismo desses países. Aqueles organismos informaram que não levam a cabo nenhum tipo de
acções dirigidas a convidar os venezuelanos a visitar estes países e assinalaram que esta actividade estava a cargo das agências de viagem. Não obstante, algumas agências que foram contactadas referiram que, no caso particular de Portugal, geralmente as pessoas compram o bilhete aéreo, pois ali têm familiares e não necessitam de um pacote que inclua alojamento, ainda que, não obstante, a ser necessário, estes planos possam elaborar-se de acordo com os pedidos de cada indivíduo. Por exemplo, Celestino Fernandéz, dono da agência de viagens Orotava, indicou que, na sua maioria, as pessoas só adquirem a passagem para este des-
tino, assim como os italianos e os espanhó is, e que é necessário elaborar brochuras que dêem a conhecer os atractivos desses países, para fomentar o turismo. Também Antó nio Marques, director da Barry Tours, referiu que ainda que se possa organizar esses pacotes, estes têm pouca procura, porque os viajantes são principalmente emigrantes que possuem casas no país e que vão visitar os seus familiares, ou seja, têm onde ficar, mas também assegura que "a realização de uma campanha publicitária que incentive a actividade turística traria um aumento considerável na sua procura".
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"Fui o primeiro português a chegar a Guatire" Antonio Vieira Pascual Ponta do Sol, Madeira
10 de Agosto de 1954. Recordo essa data como se fosse ontem porque esse dia mudou tudo para mim. Foi quando cheguei a Guatire, a povoação que seria a minha casa até hoje. Esse ano tem muito significado para mim, assim como o tem o ano de 1929, ano em que nasci, na Ponta do Sol, na ilha da Madeira. Aos 17 anos, tinha saído de Portugal, mas antes de chegar a este país, o meu pai levou-me a mim e aos meus irmãos ao Brasil e depois foi quando viemos para cá. Primeiro vivemos em Chacao e foi ali onde obtive uma prenda da Virgem de Fátima: Encontrei forma de voltar à Madeira. Decorria o ano de 1953 e tive a sorte de ganhar a lotaria e deram-me 20 mil bolívares! A primeira coisa que fiz foi comprar uma passagem para o meu pai, outra para mim e para além disso comprei um acordeão. Estava feliz, sentia que com isso tinha tudo, que "estava feito", como dizemos aqui. Receberam-nos lá muito bem, o
meu pai estava feliz por ter regressado e eu estava muito contente por dar-lhe essa alegria. Mas eu queria vir outra vez para a Venezuela e quando cheguei a Guatire decidi que era hora de formar família, porque era muito trabalhador e nesta povoação podia formar o meu lar. O meu irmão também gostou da zona e tínhamos um supermercado neste sector "Caja de agua", de Anselmo Martínez, a 16 de Agosto de 1955. Depois veio outro português, chamado Abreu, o qual acabou por viver na rua principal com os seus filhos e mulher, mas quando esta morreu durante uma gravidez, o senhor e os seus outros rapazes deixaram a povoação. Assim ficamos o meu irmão e eu a representar a Madeira. Aqui também me fiz Magallanero e aprendi a gostar mais do basebol que do futebol. Quase entrei para uma equipa organizada, mas não pude aceitar porque isso significava que teria de descuidar um pouco o meu trabalho, o que não podia acontecer. Mas consegui brilhar muito sem estar numa equipa a sério. Um dia fiz três "jonrones" num só jogo, não
sei se era um caso de talento natural ou se apenas vontade de aprender tudo o que o que me suscitava curiosidade. Mas eu também era muito bom. Participei em maratonas de bicicleta e também pratiquei boxe, em Los dos Caminos, muito famoso no município Sucre do estado Miranda. Tenho uma anedota por causa do ringue, quando mandei ao tapete a três homens seguidos no dia em que convenci a todos que era bom com
os punhos, ainda que nunca os tivesse utilizado na rua. Em Guatire encontrei a melhor parte da histó ria da minha vida: a minha família, a minha esposa Mercedes Arenas de Vieira, que é venezuelana. Aqui cresceram os nossos sete filhos: seis mulheres (Sinaí, Fátima, Kelia, Milagros, María e Mercedes) e um homem (Jesú s). Aqui aprendi a ler, porque em Portugal tal oportunidade não se colocou pois trabalhávamos desde pequenos e demasiado, pelo que não tínhamos tempo para ir à escola. Mas foi quando sofri um derrame cerebral que me dei conta que hoje em dia tinha tudo. E então disse: levantar-me-ei outra vez, como no boxe, sairei outra vez ao terreno como o fazia no basebol e vou postar-me em frente ao espelho antes de iniciar outros dias, porque tenho muitas coisas, e até tenho duas terras… sou madeirense e guatireño… Bom, agora que vou aposentar-me, porque não cada sábado, sem falta, escutar pela rádio o programa "Portugal Caliente", para imaginar a Ponta do Sol de há 50 anos, essa que me faz sentir tanta saudade.
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14 | CULTURA
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Helena Marques encantada com a Venezuela A escritora e jornalista, que se define como uma "feminista por razõ es histó ricas", considera que a participaç ã o feminina nos clubes sociais portugueses devia ser mais activa Tábita Barrera tabita@correiodevenezuela.com
pó s cumprir com uma agenda bastante apertada por ocasião de uma visita à Venezuela, a escritora e jornalista Helena Marques regressou na passada segunda-feira, 12 de Junho, a Portugal. Durante a sua permanência em territó rio nacional, teve a oportunidade de levar a cabo conferências na Universidade Central da Venezuela e no Centro Luso de Turumo. Mais, reuniu-se com a comunidade portuguesa de Caracas e de Valência e assegura que regressa ao seu país com "a melhor das impressões" de esta pátria sul-americana. "É a primeira vez que venho à Venezuela e gostei muito. A minha opinião sobre a comunidade portuguesa da Venezuela é excelente. Encontrei pessoas inteligentes, cultas, muito agradáveis. Fiquei encantada
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com o trato das pessoas, são muito atentas. Mas o que gostei mais do país é que a população é muito simpática, alegre, e que são muito educados", disse Helena Marques, acrescentando que a sentiu "muito querida e isso é uma lembrança muito importante, porque é a generosidade da população que leva".
Quanto à sua visita efectuada ao estado Carabobo, disse sentir-se satisfeita com os resultados obtidos na palestra que produziu ali, pois uma vez terminada todos as pessoas presentes interessaram-se pelo debate, o qual foi marcado por uma constante e profícua interacção. Helena Marques, uma defensora assídua dos direitos das mulheres na sociedade, defendeu também que a participação feminina nos clubes devia ser mais activa, porque elas têm a capacidade de suportar cargas e responsabilidades iguais aos homens. "No século 19, a mulher emerge para resolver questões cívicas e no século 20 é quando começa a ter acesso a lugares pú blicos, a cargos políticos e a actividades sociais e de outros â mbitos. Espero que no século 21, homens e mulheres, lado a lado, possam construir uma sociedade mais justa e uma paz mais duradoura que a que temos agora", pediu Helena Marques. Recomendou que para que as mul-
heres possam participar ao nível local, regional e nacional, os pais devem ensinar aos seus filhos que, tanto homens, como mulheres são cidadãos com estatutos iguais e "que ambos são necessários para servir no país". Ao longo da sua vida Marques, tem-se destacado por ser uma mulher tradicional mas ao mesmo tempo inovadora. Foi a primeira mulher madeirense a trabalhar num jornal o Diário de Noticias da Madeira - e posteriormente também a primeira mulher a ser Chefe de Redacção no Diário de Notícias de Lisboa. Para Marques, a mulher neste século pode dar "um olhar novo para reinventar a paz e voltar a humanizar o mundo. Hoje, em Portugal, a maioria das aulas das universidades estão dominadas por mulheres. É hora de que as mulheres tomem assento em todos os centros de decisão para dar uma visão nova as coisas. As coisas não vão mudar agora mas, sim com o tempo".
Trabalhar em equipa Importantes alteraç õ es no convé nio subscrito entre a UCV e o Instituto Camõ es sã o a esperanç a para o intercâ mbio cultural e a cooperaç ã o. Um novo Leitor é esperado para o mê s de Setembro Yacarlí Carreño yacarli@gmail.com
convénio acordado entre o Instituto Camões (IC) e a Universidade Central da Venezuela (UCV) no ú ltimos tempos sofreu algumas alterações estruturais importantes, entre as quais se destaca a falta do Leitor no país, cargo que até ao começo deste ano estava em mãos de Felipe Saavedra. Desde que foi celebrado o acordo, o IC ficou de contribuir com os recursos (humanos e técnicos), enviando desde Portugal o primeiro leitor, o qual se encarregaria de estabelecer as cátedras correspondentes ao convénio e dirigir o Centro de Língua Portuguesa (CLP) na
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Venezuela. O ensino do português na Cidade Universitária de Caracas (CUC) revelou-se tão proveitoso que obrigou à contratação de pessoal e à promoção de intercâ mbios culturais entre professores. Saavedra, que exercia funções no CLP desde princípios de este ano, já não se encontra ocupando o cargo de Leitor. Isto implicou complicações nas secções de português e da Cátedra Fernando Pessoa, um atraso no início dos cursos e a entrada de uma professora venezuelana para a Direcção do CLP: a licenciada Digna Tovar, reconhecida pelos seus alunos como "uma luso-venezuelana", apesar de não ser luso-descendente. Tovar expressou que as embaixadas mostraram-se apáticas
ante estas alterações, vitais para o avanço da língua no país; que o IC não presta apoio; e que os leitores, preferencialmente, não deveriam ser enviados desde Portugal, mas sim ser venezuelanos preparados na terra lusa porque, segundo experiência, eles "não conseguem fazer face às necessidades dos alunos. O professor Saavedra, por exemplo, não se adaptou ao país e foi mais barreira do que ponte para fazer funcionar o convénio, "desmotivando muitos estudantes", explicou. Propõe assim um nível de intercâ mbio profundo através do qual os organismos interessados não só se encontrem em eventos, senão que também se comecem a integrar e a valorizar nexos culturais entre Portugal e a Venezuela. "Que sem
importar a nacionalidade se trabalhe em equipa. Não se trata de 'gentilicios', senão de aproveitar a brecha para reformular o convénio e a cooperação." No entanto, assegurou que os contratempos originados pela situação inicial estão superados. O IC comprometeu-se a enviar um novo Leitor em Setembro, foi recuperada a normalidade
nos cursos, foi-lhes concedido um espaço na CUC, e segundo relatou: "ainda é muito difícil ensinar português porque não há apoio nem tem havido importantes avanços nesta área. Estamos mudando para uma acção coordenada. A chave é que venezuelanos e lusos trabalhem em equipa. E aqui temos avançado muitíssimo."
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"Nova Geração" de Punto Fijo precisa de ajuda Jean Carlos De Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com
onstituir um grupo folcló rico português na Venezuela é "relativamente" fácil, o mais difícil é mantê-lo. Durante as festas da Virgem de Fátima, em 2003, surgiu a ideia de formar um grupo de folclore português que interpretasse bailes das regiões de Portugal continental, da Madeira e dos Açores. Um ano depois, cumpriu-se o sonho e nasceu o grupo infantil da cidade de Punto Fijo, no estado Falcó n, sob o nome de "Nova Geração da Península de Paraguaná". Este grupo nasceu apadrinhado pelo cô nsul geral de Portugal em Valência, Rui Monteiro, e pelo empresário luso radicado em Punto Fijo, Juan dos Santos. Contudo, isto não é suficiente para manter o grupo vivo, já que a
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ajuda econó mica que os membros do grupo dão para a manutenção não cobre os gastos, sobretudo no que diz respeito aos instrumentos musicais. Segundo disse José Manuel de Oliveira, presidente do grupo, estão a pedir a ajuda de alguma empresa, gerida por um português, que possa doar-lhes um
acordeão, uma pandeireta e uns ferrinhos, por forma a completar o grupo de instrumentos utilizado pelos mú sicos e assim poder realizar as suas apresentações. Para participar nos festivais a nível nacional, o grupo deve ter todos os instrumentos, porque senão é complicado projectar-se enquanto grupo.
"Na união está a força" Oliveira disse ao Correio, através de uma carta, que, graças ao apoio de alguns portugueses que lhes facultaram os instrumentos musicais, podem levar a cabo as suas actividades. "Alguns amigos que vivem em Punto Fijo cederem-nos estes instrumentos para que realizemos os nossos espectáculos, mas os custos dos mesmos são altos e não podemos pagá-los". "Na união está a força", disse ainda José Manuel Oliveira, pois a comunidade permanece unida e vai fortalecer-se mais e "isso é o que queremos: Fortificarmonos como grupo e como entidade." "Nova Geração da Península de Paraguaná" é composto por 46 pessoas, das quais 43 são luso-descendentes e portugueses, dois venezuelanos e um filho de colombianos.
CPC sem actividade educativa A psicóloga Ana Cecí lia Álvarez fala da necessidade de fomentar no clube a área educativa, e não apenas a parte recreativa. Tábita Barrera tabita@correiodevenezuela.com
á três anos, a psicó loga Ana Cecília Álvarez realizou um estudo no Centro Português de Caracas com o objectivo de saber se os jovens estavam satisfeitos com as actividades que o clube lhes oferecia e se, a não ser assim, que alternativas apresentavam para melhorar a situação. A mostra contemplava 80 jovens de 17 anos. Os resultados conseguidos mostraram que aqueles queriam "mais 'minitecas', acesso facilitado aos amigos que não fossem só cios, mais piscinas e poder pernoitar nas instalações do centro", explicou Álvarez. Esta situação gerou uma grande preocupação aos autores do estudo, pois observaram carência de acções formativas e de falta de interesse da juventude pela realização das mesmas.
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Foi por isso que se começou a trabalhar a parte educativa e se levou a cabo uma formação em sexualidade, à qual começaram por assistir 20 pessoas mas tendo terminado com apenas 12. Depois desta actividade, as acções de formação deixaram de se realizar, não se tendo dado continuidade à iniciativa. De acordo com Álvarez, "é necessário desenvolver (no Centro Português) a parte da instrução juvenil, pois têm os recursos e a estrutura para fazê-lo, mas falta organização e também a capacidade de seduzir os mais novos. A ideia é despertar neles o desejo de receber certas orientações". A psicó loga enfatizou ainda a importâ ncia de promover e efectuar campanhas publicitárias que despertem a curiosidade em saber mais acerca de temas como as drogas, o álcool, o sexo e a orientação vocacional. "Há que fazer muita publicidade, mas isto implica um esforço conjunto por cerca de pelo menos dois meses, dedicados a mo-
tivar as pessoas", disse. Neste sentido, Álvarez referiu que há que acabar com a resistência que predomina no clube para poder tratar o lado da formação e não ape-
nas as áreas recreativas. "E há que fazê-lo com seriedade e disposição, com vista a continuar com os trabalhos e alcançar os objectivos".
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Lusas "arrasam" Teen Model Delia Meneses deliameneses@correiodevenezuela.com
Caracas Teather Club, situado na urbanização San Román, abriu as portas para receber as 28 participantes que disputaram as faixas do Teen Model Distrito Capital e do Teen Model Portuguesa 2006. Entre as candidatas encontravam-se cinco luso-descendentes, das quais duas saíram vencedoras. Neste evento, reuniram-se familiares, amigos e convidados especiais das candidatas, que desfilaram para o pú blico presente e para um jú ri composto por personalidades do mundo da moda e do espectáculo. A produç ão do certame esteve a cargo da empresa Tactical Group e a preparaç ão das candidatas ficou sob a direcç ão da
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prestigiosa agência C Modelo, gerida por Cynthia Zamora. A parte musical foi da responsabilidade dos cantores Mark Colina e Simó n Gó mez, vencedores do primeiro "reality show" de talentos
da RCTV. Foi nas apresentaç ões em traje casual, desportivo e de banho sob a coordenação do professor de passerelle Jesus Pino - que se escolheu a Teen Model Distrito Ca-
pital e a Teen Model Portuguesa. A primeira faixa foi entregue à luso-descendente Jennifer Fernandes e a segunda foi para Sylvia Nierges. No entanto, no dia seguinte, a representante do Portuguesa renunciou, tendo o lugar sido dado a uma filha de portugueses, Laura dos Santos, uma modelo de espectaculares olhos verdes que, três dias depois, ganhou também o reinado do Centro Português de Caracas. As demais participantes de ascendência portuguesa foram Melanie de Sousa (Teen Prensa), Marveyis Silva (Teen Sonrisa mais bonita) e Gina Rodrigues, que entrou no grupo de semifinalistas do certame. O evento foi apresentado pelo modelo Carlos Orellana e por Cynthia Lander, Miss Venezuela 2001 e quarta finalista do Miss Universo 2002.
Décima tertú lia em Julho Carlos Orellana corellanacorreio@hotmail.com
tema principal da pró xima tertú lia cultural será "a capital Lisboa" e realiza-se no pró ximo dia 7 de Julho. O evento, que organiza o Instituto Português de Cultura, vai decorrer, contrariamente a outras oportunidades, nas instalaç ões do salão Nobre do Centro Português de Caracas. Na ú ltima tertú lia, no "Bar A Nau", onde era costume realizar o encontro, ficou demonstrado que este espaç o era pequeno para a quantidade de pessoas que se reuniram para falar sobre a região do Minho. Por ser esta a décima tertú lia, pensa-se "reunir todos os que participaram nas tertú lias anteriores
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para que agora se faç a um reencontro", disse Betty Rodrigues, encarregada das Relaç ões Pú blicas do IPC. Esta é a primeira vez que este evento se realiza no salão Nobre do clube, dada a quantidade de pessoas que nos ú ltimos meses se associaram à iniciativa para gozar de uma boa mú sica e de um delicioso copo de vinho. Nestas oportunidades, os participantes têm escutado temas de fado, marchas folcló ricas e de santos populares. Para a pró xima tertú lia está prevista a actuaç ão do grupo de Vas Fernández, um cantor e participante activo das tertú lias, e a participaç ão de personalidades ligadas ao IPC, as quais tratarão de temas relacionados com efemérides, artistas, poetas, escultores e mú sicos lisboetas.
"Ritmo Lusitano" celebra terceiro aniversário o pró ximo dia 24 de Junho, as portas do Centro Luso da La Victoria vão estar abertas para celebrar o terceiro aniversário do programa de rádio "Ritmo Lusitano", um espaç o conduzido pelo luso-descendente Alexander Martins, nesta região do estado Aragua. Nesta festa vão actuar cantores
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como Carlos Kanto e Sidó nio Silva. Também o grupo folcló rico "Da nossa mocidade" vai actuar, dando a conhecer as suas melodias e as suas coreografias típicas. A entrada para este evento é livre, pelo que se espera contar com muitas pessoas que desejem passar uns momentos em companhia de outros portugueses.
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Cavaco apela à união entre Governo e CAP O Presidente da Repú blica, Cavaco Silva, apelou, em Santarém, ao fim dos “ atritos” entre o Governo e a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), considerando que o actual impasse é prejudicial para o país. “ Devo dizer com toda a sinceridade que este diferendo, estes atritos entre diferentes responsáveis da nossa agricultura, já duram há demasiado tempo” , afirmou Cavaco Silva, durante a visita à Feira Nacional de Agricultura, que decorre no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA) de Santarém. “ Compete ao Presidente da Repú blica sublinhar que não interessam a ninguém” os “ desentendimentos continuados entre os diferentes responsáveis pela nossa agricultura” , justificou Cavaco Silva, que fez em Santarém um “ apelo renovado ao dialogo, à concertação e ao compromisso” no sector. “ Acho que aqueles que têm responsabilidades pelos diferentes sectores da agricultura devem empenhar-se seriamente para resolver os problemas e não em acicatar os â nimos” , disse o Presi-
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Património Mundial O Estado português poderá retirar a candidatura de Marvão a Património Mundial para avançar com um processo conjunto que integre também outros sítios de igual valor patrimonial, disse à agência Lusa fonte ligada ao processo.
Segurança alimentar O director da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, Xavier Malcata, foi seleccionado para o painel científico da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, tornando-se o único português neste órgão, foi anunciado.
Prisão preventiva Cavaco Silva diz que os atritos entre diferentes responsáveis da agricultura já duram há muito tempo.
dente da Repú blica que não exprimiu opinião sobre as opções políticas do ministro da Agricultura, Jaime Silva. “ O Presidente da Repú blica não tem que exprimir solidariedade em relação a um membro do Governo” , explicou Cavaco Silva, que também não quis comentar a ausência de convite ao ministro por parte da CAP para visitar a feira. “ Não é o Presidente da Repú blica que determina quem é que a organização convida” , recordou Cavaco Silva, que, no entanto, disse que teria gosto em ter a com-
panhia do ministro Jaime Silva. Recusando alargar-se mais em comentários sobre esta matéria devido a um “ dever de contenção em pú blico” , Cavaco Silva apelou à “ resolução dos diferendos” entre o executivo e a CAP. “ Estou alerta, estou consciente e acompanho” os problemas, mas “ há um dever de reserva do Presidente da Repú blica em pú blico sobre certas questões” , explicou. Na visita de hora e meia ao certame, Cavaco Silva falou com vários expositores e
“ comprou” a entrada na feira, que este dia não cobra bilhetes, mas apela aos visitantes para adquirirem alimentos para entregar ao Banco Alimentar contra a Fome. Cavaco Silva gastou 20 euros em pacotes de arroz, açú car e leite, que garantiram a entrada no certame, hoje dedicado à solidariedade para com os mais favorecidos. Nas declarações aos jornalistas, Cavaco Silva explicou que quis visitar hoje a feira devido a esta iniciativa, que a CAP denominou de “ Dia da Solidariedade” .
348 mortos desde Janeiro inte e três pessoas morreram nas estradas portuguesas na semana passada, anunciou a Direcção-Geral de Viação (DGV), que já contabilizou, desde o início do ano, 348 mortos resultantes de acidentes de trâ nsito. Na semana de 05 a 11 de Junho, a Guarda Nacional Republicana (GNR) registou, na sua área de intervenção, 19 mortos, 54 feridos graves e 578 ligeiros, num total de 651 vítimas de acidentes rodoviários. A Polícia de Segurança Pú blica (PSP) contabilizou, em igual período, quatro
breves
mortos, 17 feridos graves e 273 ligeiros, o que perfaz um total de 294 vítimas da sinistralidade rodoviária. Em conjunto, as duas forças de segurança apresentam um balanço de 23 mortos, 71 feridos graves e 851 ligeiros, totalizando 945 vítimas. Estes dados divulgados semanalmente pela DGV têm carácter provisó rio, são compilados pelo Observató rio de Segurança Rodoviária e dizem apenas respeito ao territó rio do Continente, não abrangendo as Regiões Autó nomas dos Açores e da Madeira.
Dois suspeitos de violar e roubar uma rapariga de 12 anos ficaram em prisão preventiva por ordem do Tribunal de Instrução Criminal do Porto, anunciou a Polícia Judiciária (PJ). Em comunicado, a PJ refere que os dois detidos, de 19 e 21 anos, ambos com antecedentes criminais por roubo, ameaçaram a menor com armas brancas, terçafeira passada no Porto, roubandolhe uma pequena quantia em dinheiro e violando-a de seguida num local ermo.
Feira de Artesanato Mais de 200 artesãos participam, de 21 de Julho a 06 de Agosto, na 29ª Feira Nacional de Artesanato de Vila do Conde, anunciou fonte da organização do certame, o maior do género em Portugal.
Inovação Ambiental Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho (UM), liderada por Madalena Alves, venceu o “Prémio Nacional de Inovação Ambiental 2006” com o conceito de “Reactor Anaeróbio de Manto de Lamas Invertido”.
Tempo gasto a lutar O secretário de Estado da Administração Pública acusou os sindicatos de andarem a gastar demasiado tempo em formas de luta e pouco a analisar o projecto do novo regime de mobilidade especial dos funcionários públicos. Estamos perplexos, pois estamos no início de um processo negocial e já estão greves marcadas”, lamentou João Figueiredo, referindo-se à greve nacional convocada pela Frente Comum para o dia 6 de Julho.
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Breves Demolição contestada
Nova aerogare
Sem electricidade nem... Câmara paga prémio
O Instituto de Conservação da Natureza (ICN) deu um prazo de dois meses para a demolição de dois restaurantes do portinho da Arrábida, no concelho de Setúbal, mas um dos proprietários prometeu contestar a decisão nos tribunais.
A nova aerogare da ilha de São Jorge, um investimento de 6,5 milhões de euros para responder ao aumento de tráfego aéreo, vai entrar em funcionamento em Julho, anunciou hoje o secretário açoriano da Economia.
O Tribunal da Maia está em risco de ficar sem electricidade e sem água por falta de dinheiro, depois do Governo ter recusado reforçar as suas verbas para despesas correntes, denunciou o deputado comunista Jorge Machado.
A Câmara do Porto vai retomar este mês o pagamento do prémio nocturno aos cantoneiros de limpeza, cuja suspensão, em Novembro de 2005, provocou uma série de manifestações e greves, disse à Lusa fonte da autarquia.
Apelo ao investimento estrangeiro em Portugal “ Este é o momento em que Portugal está a evoluir e sedento de investimentos estrangeiros” , afirma José Sócrates.
2.000 inquéritos por crimes sexuais Polícia Judiciária (PJ) abre anualmente em todo o país cerca de 2.000 inquéritos relativos a crimes sexuais, que representam mais de metade dos crimes contra pessoas, noticiou esta semana o jornal Pú blico. Só nos ú ltimos dois meses na zona de intervenção da Directoria de Lisboa foram detidas 11 pessoas acusadas de abusos sexuais, estimando-se que, a nível nacional, desde o início do ano, tenham sido identificados quase uma centena de suspeitos. “ Não existe um perfil definido relativamente ao violador ou ao abusador sexual. Há gente de todos os níveis econó micos, das mais variadas profissões e com as mais díspares habilitações” , disse ao Pú blico a inspectora coordenadora da secção da PJ responsável pela investigação de crimes sexuais, Alexandra André. Segundo a inspectora, “ os suspeitos encaixam-se em todos os estilos” , encontrando-se “ desde desempregados a reformados, gente de todas as idades” . “ O que se consta na maior parte das vezes, é que o suspeito conhece, quase
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primeiro-ministro, José Só crates, aproveitou uma eslocação a Paris para formular um apelo no sentido do investimento dos empresários franceses e luso-descendentes em Portugal, argumentando com os sinais de “ restabelecimento da confiança” na economia do país. “ Este é o momento em que Portugal está a evoluir e sedento de investimentos estrangeiros” , afirmou José Só crates, no encerramento do Fó rum dos Empresários e Gestores Portugueses e LusoDescendentes em França, que segunda-feira se realizou em Paris. José Só crates lembrou o crescimento de 1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)
O
José Sócrates lembrou o crescimento de 1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) português no primeiro trimestre deste ano, face a igual perí odo de 2005. português no primeiro trimestre deste ano, face a igual período de 2005. Segundo um relató rio do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgado na sextafeira, este ritmo de crescimento representa uma aceleração de 0,3 pontos percentuais face ao crescimento de 0,7 por cento da riqueza produzida em Portugal nos ú ltimos três me-
ses do ano passado, face a igual período de 2004. Estes resultados da economia, argumentou Só crates, representam um “ sinal do restabelecimento da confiança” em Portugal e desmentem a ideia de pessimismo no país. O chefe do Governo português lembrou ainda que Portugal vai viver “ um longo período de estabilidade” até à realização das pró ximas eleições legislativas, em 2009. “ Temos o caminho traçado - a modernização a todos os níveos” , prometeu. O primeiro-ministro português argumentou ainda que, em ano e meio de governação, o seu executivo já lançou várias reformas - entre elas a reforma na segurança social, na justiça e na educação.
sempre, a vítima” , acrescentou. A inspectora da PJ adianta ainda que anualmente as participações “ são sempre em nú mero bem superior às detenções” , lembrando que desde o início deste ano até final de Maio, só na área de Lisboa, foram presas 34 pes-
Segundo a PJ, “ os suspeitos encaixam-se em todos os estilos” , encontrando-se “ desde desempregados a reformados, gente de todas as idades” soas, contra 30 casos em igual período do ano passado. Para outro investigador da PJ, que pediu o anonimato, a disparidade entre o nú mero de inquéritos e o nú mero de detenções pode justificar-se pelo facto de “ muitas vezes existirem falsas denú ncias” . “ É muito frequente, sobretudo com raparigas, surgirem histó rias de pretensas violações que, no fundo, não aconteceram” , sublinhou.
20 | PORTUGAL
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Adiada aplicação de coimas a banhistas lei que determina coimas para banhistas que desrespeitem a bandeira vermelha já está em vigor, mas as autoridades adiaram a sua aplicação, preferindo dar tempo paras pessoas se habituarem. Os vários postos da Polícia Marítima contactados pela agência Lusa ainda registaram quaisquer multas, referindo uma “ fase de arranque” das novas regras, que requer tempo para os banhistas conhecerem a lei. O porta-voz do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), tenente Leitão, disse à Lusa que os nadadores-salvadores, a quem cabe o papel de “ dissuadir e aconselhar” possíveis infractores, já estão nas praias a informar as pessoas das coimas em que inco-
A
rrem. Além disso, o ISN vai arrancar com uma “ grande campanha de sensibilização a 02 de Julho” . A aplicação das multas cabe aos agentes da Polícia Marítima, os nadadores-salvadores apenas poderão chamar aquela autoridade quando virem algum banhista a violar as regras. As novas regras foram publicadas em Diário da Repú blica a 02 de Junho e começaram a ser aplicadas cinco dias depois. O diploma enumera várias ilicitudes que podem ser cometidas por banhistas, concessionários das praias e nadadores-salvadores, a quem podem ser aplicadas coimas que vão de 55 a 1.000 euros. Quem for ao banho com bandeira vermelha (que proíbe a
entrada na água) e quem nadar com bandeira amarela (que permite a entrada na água mas proíbe nadar) vai pagar pelo menos 55 euros de multa. Por outro lado, quem utilizar material de desporto náutico, como motas de água, fora das zonas permitidas pela lei também fica sujeito a multa. Além dos banhistas, as novas regras aplicam-se aos nadadoressalvadores e aos concessionários das praias (normalmente os proprietários de restaurantes e bares que, para obterem licença, pagam ao nadador-salvador e suportam os custos das infra-estruturas de apoio à praia). As multas vão dos 55 aos mil euros, variando consoante quem pratica a ilicitude e se a infracção é um acto repetido.
2.500 idosos pediram complemento solidário ais de 2.500 idosos da região do Porto candidataram-se ao complemento solidário de reforma, tendo a Segurança Social atendido 11 mil interessados neste apoio do Governo, segundo dados avançados pelo deputado socialista Fernando Jesus, que falava no final de uma série de visitas de parlamentares socialistas a organismos do Centro Distrital de Segurança Social do Porto. Considerou que estes nú meros resultam dos meios disponibilizados por esta instituição para ir “ ao terreno” contactar com os idosos. O complemento solidário de reforma foi criado pelo Governo em Fevereiro de 2006, tendo a Segurança Social do Porto destacado uma carrinha que se tem deslocado aos concelhos do interior do distrito, cujas populações idosas têm maior dificuldade em dirigir-se às instalações distritais deste organismo. “ Os idosos podem pedir informações junto dos técnicos que acompanham a carrinha e, se assim o entenderem, candidatar-se lá mesmo ao complemento” , acrescentou o parlamentar. Os deputados socialistas congratularam-se também com a dimi-
M
nuição nos tempos de espera para atribuição de subsídios como o de doença (cujo prazo desceu para 18 dias) e de desemprego (29 dias). Fernando Jesus considerou que, apesar do prazo para atribuição do Rendimento Social de Inserção ter diminuído, de mais de um ano para 240 dias, ainda poderá diminuir mais, pelo que os deputados que participaram na visita vão questionar o Governo sobre que medidas podem ser tomadas nesse sentido. O deputado diz ter ainda constatado que cerca de um terço dos 154 milhões de euros recuperados a nível nacional pela Segurança Social relativamente a contribuições em atraso foi recolhido no distrito do Porto. Os parlamentares socialistas visitaram ainda a Unidade de Avaliação do Desenvolvimento e Intervenção Precoce (UADIP) do Porto, que acompanha cerca de 670 crianças deficientes entre os zero e os seis anos. A UADIP, criada em 1998, conta com 47 técnicos de várias especialidades, nomeadamente terapeutas da fala e ocupacionais, médicos, psicó logos, fisioterapeutas, educadores e professores especializados.
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22 | OPINIÃO
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Sem papas na lingua Alvaro Dí as alvarodias63@hotmail.com
padrinho "teso" - Até é engraçado ouvir falar o nosso secretário de Estado das Comunidades, que vem sempre com a mesma cantiga. Que Portugal evoluiu enormemente, e agora pertence ao primeiro mundo, tem um desenvolvimento fascinante e um futuro extraordinário, e graças à Democracia, à qualidade de vida dos Portugueses não se compara nada ao que era 30 anos atrás, bla... bla... bla… Enfim, só faltava acrescentar que o nosso País é mesmo a oitava maravilha do Mundo. Mas depois prossegue, sublinhando até ao limite a importâ ncia e as virtudes da Língua Portuguesa, que o nosso idioma se fala nos quatro "cantos" do Mundo, que há mais de 300 milhões de pessoas que falam português, e que é importantíssimo e necessário a contribuição de cada um de nó s para a reafirmação da nossa língua (concordo completamente). Mas, no final, da mesma maneira que os grandes filmes dramáticos em que a histó ria termina mal, lá vem outra vez o senhor secretário de Estado com a mesma "choraminguisse" aquela que já estamos acostumados de que se Portugal está atravessando um mau momento, é a crise de sempre e que não há dinheiro para apoios. Nem sequer para livros, muito menos para professores, etc, etc, etc. Ainda me lembro de uma anterior
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visita deste "personagem" ao interior da Venezuela e quando algumas pessoas da nossa comunidade lhe pediam que contribuísse (ao nível pessoal) para alguma obra, ele sempre respondia que não trazia a "chequeira". Agora mesmo, neste preciso momento, estamos esperando o cheque que foi prometido ao Lar Joaquim Ferreira e que o senhor secretário de Estado uma vez mais não trouxe. Repito que o senhor secretário de Estado é engraçado, simpático e não sei porquê, mas até me faz lembrar o meu padrinho da primeira comunhão que me escolheram. Ele era uma pessoa sumamente popular, agradável, simpática, falava que até dava gosto ouvi-lo. Enfim, um "grande tipo" e um autêntico cavalheiro, mas que também tinha um grande problema: era o de nunca levar dinheiro com ele, ou seja, estava sempre "teso". Filhos pobres e rejeitados - Quero aproveitar este espaço para expressar publicamente o desejo que fiz no passado Sábado, 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Oxalá que Deus ilumine as autoridades Portuguesas e que estas possam ver os seus emigrantes de outra forma, que os reconheçam como seus filhos, os quais um dia tiveram que abandonar a pobre e humilde casa (que era o nosso Portugal) à procura de um futuro melhor. E que não se esqueçam jamais, nem abandonem alguns destes seus filhos, que por um ou outro motivo, não tive-
ram o sucesso desejado, mas que agora precisam da ajuda que sempre deve oferecer um Pai. Já é hora de o Governo Português ter outra perspectiva dos seus emigrantes, há que pensar mais no Humano, rever tudo que está relacionado com o aspecto Social e deixar de parte um pouco o tema econó mico. A ú nica parte que interessa ao Estado Português dos seus emigrantes, parece que são as suas remessas. Na Venezuela nem sequer temos Embaixador... Mas será uma simples casualidade (?) que a figura com mais relevâ ncia ou hierarquia na nossa Embaixada seja o Encarregado de Negó cios? E que a sua principal missão é enviar cartões de apresentação e convites para reuniões aos empresários portugueses com mais sucesso radicados na Venezuela, com o propó sito de estabelecer relações comerciais. Beleza - Magnífico o espectáculo que nos ofereceu o Centro Português de Caracas por motivo da Eleição da nova "Rainha do Clube". Foi realmente impressionante o nível e a qualidade do espectáculo que organizou o nosso Clube. A todos os organizadores, direcção e sobretudo à nossa maravilhosa juventude que tanto contribuiu para tão "Fantástica Noite", os meus mais sinceros parabéns e as mais cordiais palavras de felicitações e admiração para tanto talento e beleza junta. Penso que somos uns "sortudos" e uns privilegiados por ter tão maravilhosos jovens cá dentro do nosso Clube.
Português, Inglês e mais António de Abreu Xavier Aindax1@yahoo.com
oje em dia, tanto no mundo dos negó cios como no académico, é importante dominar diversas línguas. Ou pelo menos ser capaz de se entender com pessoas de diferentes origens linguísticas. María Odete da Silva Tavares está consciente desta importâ ncia e por isso colocou-a em evidência em relação aos estudos do Inglês na Universidade Central da Venezuela. Para além de ter sobre os seus ombros a exigente responsabilidade de coordenar a Secretaria do Conselho de da Faculdade de Humanidades e Educação daquele estabelecimento de ensino superior, María Odete é professora da Escola de Bibliotecologia e Arquivologia. Na sua actividade diária constata uma qualidade pessoal que influencia a sua vida académica e que é a facilidade para relacionar contextos idiomáticos diferentes, uma capacidade que característica dos luso-
H
descendentes que praticam tanto o português como o espanhol. Isto pode ser apreciado no seu artigo "O Inglês com propó sitos académicos na Escola de Bibliotecologia e Arquivologia", que demonstra também a sua vitalidade com os tempos actuais. Com efeito, Maria Odete explica que "na medida em que a comunicação se tornou mais complexa e sofisticada, também foi necessário reorientar o ensino". E a sua profissão não escapou a essa reorientação, pois nela se formam 'profissionais que têm de trabalhar em centros com grandes volumes de informação que chega por diferentes meios, muita da qual em inglês e em condições que exigem saber ligar com as novas tecnologias, dão que tal faz parte do seu labor diário'. Ela lança a advertência sobre a diferença entre o idioma que se ensina aos estudantes e as capacidades linguísticas que a profissão exige. Uma profissão 'terrivelmente dinâ mica que tem estado sujeita a mudanças muito rápidas e exigências muito particulares nos ú ltimos
anos'. María Odete demonstra o porquê terrível desta dinâ mica ao expor a evolução do ensino do inglês com objectivos académicos a partir dos anos setenta. As considerações feitas reflectem uma situação que parece ser também comum ao português dos ú ltimos níveis tal como se ensina na Venezuela. María Odete defende o desenvolvimento das capacidades do estudante para evoluir melhor no â mbito académico, sem grandes preocupações por causa do domínio do idioma, pois o que se procura é resumir textos, redigir relató rios, tomar notas ou efectuar exposições. Mas a grande dificuldade é a falta de contacto com o idioma. Este é um alerta que deveria preocupar a todos os professores. O que é que faz um estudante com quatro horas semanais de aulas se não interage no contexto social do idioma que está a aprender? Para saber mais leia o artigo completo na revista Extramuros, nº 17, de Outubro de 2002.
A velhinhos chegam os que não morrem jovens! Marí a P. Do Nascimento
Amigos leitores, desde esta coluna quero enviar as minhas felicitações a todas as pessoas que de uma ou de outra forma colaboraram para tornar um sonho realidade. Refiro-me nesta oportunidade à obra iniciada há algum tempo por um grupo de pessoas que crêem em Deus e que, portanto, sentem amor pelo pró ximo, e puseram todo o seu empenho na construção do Lar Geriátrico Luso Venezuelano. As minhas sinceras felicitações a dos os membros da direcção e Comité de Damas do Geriátrico, aos responsáveis da Casa Portuguesa de Aragua pelo seu apoio incondicional a todos, colaboradores e amigos. Vale a pena trabalhar em unidade e uma vez mais comprovamos que todos necessitamos de todos. Amigos, que puseram o seu amor e as suas esperanças para realizar esta obra e o conseguiram. Mas é agora, mais que nunca, que precisamos de permanecer unidos para que os idosos sintam o verdadeiro calor de lar. Não pensemos em colaborar apenas com dinheiro, embora este seja importantíssimo para manter em funcionamento todos os serviços do Lar. Podemos partilhar um par de horas com os idosos, escutá-los com atenção, valorizá-los como pessoas especiais que deram tudo de são exemplo para muitos de nó s. Levar-lhes de vez em quando um sorriso, um abraço, uma flor, uma canção. Enfim, fazer com que a sua estadia seja gratificante e tranquila. Recordem que para não se chegar à terceira idade temos de morrer jovens. Talvez muitos de nó s ou nossos filhos vão ocupar as camas e os espaços que agora ocupam os avozinhos. Abramos os nossos corações uma vez mais, para dar sem esperar nada em troca! A nossa maior satisfação será ver os rostos dos idosos irradiando a alegria que reina nos seus corações. Dediquemo-nos a amar como Jesus nos ama a nó s. A Providência ajudar-nos-á como sempre. Amigos, não nos esqueçamos de levar sempre Jesus e Maria no nosso coração. A maneira de amá-los é justamente a de amar aos nossos irmãos. Amigos recebam as minhas felicitações por esta bonita obra e que Deus vos abençoe.
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CARTAS A contundência das obras Tive a oportunidade de assistir às comemorações oficiais do Dia de Portugal que foram celebradas na Casa Portuguesa do estado Aragua. Penso que foi motivo de orgulho para toda a comunidade portuguesa que nesse dia fosse inaugurado o Lar "Geriátrico" Luso Venezuelano. "Obras são amores". Foi reconfortante percorrer os três andares dessa nova casa e constatar como pensaram em todos os detalhes que podem facilitar aos residentes uma boa estadia ali. Nota-se o carinho e o empenho que foi posto no projecto e isso é de enaltecer. A presença da primeira dama do estado Aragua representou também um gesto significativo, pois embora a obra fosse construída em grande parte graças ao aporte da comunidade portuguesa de Maracay, também vai acolher pessoas que sem serem portugueses também necessitam dos serviços que se vão começar a prestar no "Geriátrico". Esta obra não só engrandece a comunidade portuguesa, senão que também ao estado Aragua. É uma maneira de demonstrar o que somos e daquilo que podemos conseguir quando unimos os nossos esforços para a realização de coisas produtivas. O acto inaugural desta casa foi mais importante que a cerimónia posterior,
onde só houve discursos e até pouca presença de portugueses. Definitivamente são necessárias mais obras e menos discursos…
próximo com um trabalho social, sem importar na maioria das situações ao reconhecimento público. João Alberto de Caires Passos
Rosalia Fernandez
Ajudemos o Lar de Maracay Escrevo porque sinto-me preocupado com o novo Lar que abriram em Maracay, pois ainda não terminaram de angariar a quantia necessária para abrir as instalações do "Geriático" a 100 por cento. Penso que devíamos colaborar para dotar o lugar de todas as condições e assim assegurar, de alguma maneira, o bom funcionamento de um espaço onde também poderemos ter de passar a nossa velhice. Para além disso, não estamos isentos de em algum momento das nossas vidas nos hospedarmos ali, seja porque os nossos filhos não nos podem ajudar e cuidar de nós ou porque fiquemos sós. Considero que a comunidade portuguesa de todo o país devia colaborar mais porque as portas estão abertas para todos os lusitanos da Venezuela. Devemos pensar no nosso futuro que está mais adiante, temos de cuidar mas também devemos ajudar aos velhinhos que entraram agora, porque o merecem. Além do mais, é uma forma de ajudar o nosso
Rapaz especial Queria dar os parabéns a organização pelo evento do encontro de gerações. Agradecer e reconhecer a iniciativa dos jornais e do Banco Banif por tão maravilhosa noite que nos fez passar no Centro Português em Caracas. Como português de segunda geração, queria agradecer o convite que foi endereçado através da empresa onde trabalho, apesar de nada ter a ver com a comunidade portuguesa radicada na Venezuela. Queria, a terminar, destacar dois oradores: o senhor que falou da história de Portugal e da importância dos Portugueses no mundo e o rapaz de qualidades especiais que pratica desporto de alta competição. Tanto eu como a minha esposa ficamos maravilhados.Muito obrigado João Manuel Teixeira
Respeito a os sócios Esta carta vai dirigida a junta directiva do Centro português em Caracas pelo facto de que no dia domingo nós os
sócios do clube não tivemos acesso ao mesmo devido a que um grupo de senhores actualmente membros da junta directiva do clube assim o decidiu sem consultar com os sócios do clube, ao abrir as portas de para em par a todos quanto quisessem entrar a ver o jogo de Portugal. Estou de acordo que entrem que estejam no clube o que não me parece correcto é que os convidados possam entrar com o carro e os sócios tenham que deixar o carro na estrada. Também queria manifestar que não me parece correcta a política de que tudo o que seja extra ao quotidiano do clube tenhamos que pagar. Como é possível que para ver o jogo tenha que pagar 30.000.00 por pessoa porque nos obrigam a almoçar se o que queremos é ver o jogo com a nossa família. Só falta mesmo que cobrem para ir á “Retrete” tal como no meu tempo quando ia á cidade ( Funchal) e para ir ao banho pagava 5 tostões com directo a um pedaço de papel que parecia uma lixa. Também soube que negociaram exclusividade com empresas de licores como sócio gostaria de saber se posso ter direito ao documento de negócio para saber onde estão os benefícios para o clube. Espero não levem a mal, só que não devem pensar que os sócios do clube são “burros”.
José Luis Ferreira
InquéRITo:
Onde vai assistir aos jogos do Mundial? Qual é a sua equipa favorita e quais são as expectativas que tem para a sua equipa? Maria Rodrigues Dona de casa "Vou assistir ao Mundial com o meu marido e com os meus filhos em casa ou nalgum local onde estejam a promover os jogos. A minha equipa favorita é Portugal, mas também o Brasil, por viver na América. Espero que ganhe e vejo a equipa muito concentrada para ganhar."
Maria Gonçalves Dona de casa "Vou ver em Portugal com os meus familiares porque vou viajar até lá. As minhas equipas favoritas são Portugal e Alemanha, porque são equipas fortes. Sou fã de desporto e espero que ganhemos a Taça, senão, que fique em casa da minha segunda equipa."
João Fernandes Pita Comerciante "Vou ver parte no meu negócio e outra em casa com a minha família, porque somos todos fanáticos. Torço por Portugal, mas não os vejo como vencedores porque não acredito nesta selecção. No entanto, tenho fé que vão ficar numa boa posição."
Marlene Teixeira Comerciante "Vou ver os jogos nos que participe Portugal. Vou vê-los em casa com os meus amigos e familiares. Portugal e Brasil são as minhas equipas favoritas para este Mundial e espero que passem e que um deles possa ganhar o Mundial."
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EUA: As Dú vidas da Reserva Federal a passada semana, foram conhecidas as actas da reunião do Comité de Política Monetária da Reserva Federal dos EUA, realizada em 10 de Maio, onde foram explicadas as principais linhas de discussão dessa reunião, na qual a principal taxa de juro de referência subiu para 5.0%. Contrariamente ao que tinha sido o entendimento da generalidade dos observadores, quando da divulgação do comunicado a principal preocupação da autoridade monetária dos EUA tinha que ver com os riscos para a estabilidade dos preços, leia-se com os riscos de aceleração da inflação. Esses riscos resultam da conjugação de vários factores, os quais se têm vindo a acumular ao longo dos ú ltimos meses. O primeiro desses factores tem que ver com a subida dos preços da energia, que tem sido bastante visível com o preço do petró leo ainda muito pró ximo dos respectivos máximos histó ricos, mas também com
N
a subida do preço de outras matérias-primas (como o cobre, aço, etc.). Um segundo factor prende-se com os desenvolvimentos no mercado de trabalho. Ao longo dos ú ltimos meses, a taxa de desemprego tem vindo a reduzir-se, situando-se actualmente em 4.6%, o valor mais baixo desde 2001. Muitas empresas reportam dificuldades na contratação de trabalhadores mais qualificados, o que coloca uma pressão adicional ao nível dos salários. Um terceiro factor prende-se com a recente depreciação do dó lar, face à generalidade das moedas. Embora muitas matérias-primas tenham o respectivo preço fixado em dó lares norte-americanos, os produtores têm em conta a evolução cambial. A recente depreciação do dó lar acaba por ser acompanhada, nalguns casos, de preços mais elevados para os produtos e matérias-primas importadas. Por ú ltimo, a Reserva Federal esteve a analisar a evolução das expectativas de inflação, ao nível dos consumidores. Mensalmente, é pergun-
tado aos consumidores, num inquérito realizado pela Universidade de Michigan, como as famílias percepcionam a evolução dos preços. A subida dos preços da gasolina acaba por se reflectir na avaliação que as famílias fazem dos restantes preços, considerando que estão igualmente a aumentar. A todos estes factores junte-se a recente subida da inflação que regista actualmente uma taxa de crescimento homó loga de 2.1%, sendo que o "intervalo de conforto" é de 1.0% a 2.0%. No entanto, na actual conjuntura, esta pequena aceleração pode aumentar a percepção de inflação por parte dos agentes econó micos, e resultar numa aceleração permanente. Esse é o cenário adverso que a Reserva Federal pretende evitar. E o instrumento de que dispõe é a taxa de juro, que poderá subir ainda mais. Parte dessa desaceleração decorreria do comportamento do mercado imobiliário, o qual tem vindo a dar sinais de progressivo enfraquecimen-
to, seja por via de um menor volume de casas vendidas, seja por um menor crescimento dos preços médios de venda. Até dia 29 de Junho será ainda conhecido um conjunto de indicadores importantes sobre a evolução da economia norte-americana, nomeadamente em termos de vendas a retalho, bem como de inflação. Neste contexto, a incerteza que os vários participantes no Comité expressaram quanto às decisões futuras poderá ainda tender para uma de duas opções: ou decide subir a taxa de referência em mais 25pb, para 5.25%, já em Junho, e posteriormente procurará manter essa taxa estável durante o maior período de tempo possível; ou decide manter a taxa no actual nível de 5%, mas com riscos de dados de inflação menos favoráveis possam pontualmente gerar expectativas de subidas mais agressivas das taxas de referência no futuro pró ximo. Comentário Econó mico do Totta
Uma vida melhor é possível? e você alguma vez na sua vida colocou a si pró prio esta pergunta, tem a oportunidade de descobrir a resposta no pró ximo dia 17 de Junho, no fó rum que vai abordar o tema "O êxito e a realização dos desejos", organizado pelo Instituto Filosó fico Hermético da Venezuela. Todos lutamos por realizar o que aspiramos, mas poucos podem dizer que têm sido capazes de conseguí-lo. Cabe então perguntar-se o que é o êxito? Partindo deste questionamento, o IFH convida-o para ao seu Primeiro Encontro Aberto "Uma vida melhor é possível", tomando como base uma recente conferência proferida pelo seu fundador e director, o mundialmente reconhecido filó sofo chileno Darío Salas Sommer. Entre os princípios que defende está um que sustenta que o verdadeiro êxito, e a realização dos pró prios desejos, dependem de
S
uma atitude ética e moral impecável: fazer sempre o correcto. E que para realizar os nossos desejos é necessário desenvolver intensamente a Vontade, o Carácter e a Disciplina, virtudes que não se possui em quantidade suficiente e que tão-pouco surgem de forma natural ou espontâ nea, pelo que é preciso desenvolvê-las mediante um trabalho persistente e continuado cada dia das nossas vidas. Sobre estes temas trata o Primeiro Encontro Aberto organizado pelo Instituto Filosó fico Hermético sob o lema de "Uma vida melhor é possível", que se realiza sábado, 17 de Junho, pelas 10: a.m., na sua sede situada na Avenida Francisco de Miranda, Torre Provincial "A", Piso 15, Chacao. As inscrições podem ser realizadas através dos telefones 02122641666/2655254 ou por correio electró nico ou ainda em www.ifh.org.ve.
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TAP estuda compra da Varig e acordo com a versão electró nica do jornal "Estado de São Paulo", Fernando Pinto estaria interessado em fazer outra proposta pela companhia, e estaria a formar um grupo integrado, além da TAP, pela Air Canadá, e pelo fundo de investimento canadiano Brookfield, que chegou a credenciar-se no leilão da Varig. Enquanto o destino da Varig continua indefinido, a empresa está a cancelar voos. Um balanço divulgado segundafeira pela empresa informou que, desde sábado, a companhia aérea já tinha cancelado 48 voos. A Varig está em processo de recuperação judicial desde Junho do ano passado. A Justiça do Rio de Janeiro impô s segunda-feira condições para homologar a ú nica oferta de compra da companhia aérea Varig apresentada no leilão da semana passada. O juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo processo de recuperação judicial da Varig, aceitou a proposta dos Trabalha-
D
dores do Grupo Varig (TGV) para comprar a empresa, mas deu prazo até ao meio-dia de quarta-feira para o grupo explicar a origem dos recursos financeiros. O TGV foi o ú nico grupo a formalizar uma proposta no leilão da Varig no valor de 1.000 milhões de reais (350 milhões de euros). A proposta do TGV prevê o pagamento de 500 milhões de reais (175 milhões de euros) em títulos privados, 225 milhões reais em créditos e 285 milhões em dinheiro. O juiz afirmou que o pagamento em títulos privados não estava previsto no edital. O TGV deverá apresentar uma proposta para realizar o pagamento dentro da forma estabelecida, ou seja, dinheiro ou créditos, no caso de credores da Varig. O grupo de trabalhadores precisará ainda comprovar que possui 225 milhões de reais em créditos a receber da empresa para realizar o pagamento. O juiz afirmou que não vai decretar a falência da empresa até quarta-feira e que aceitará a oferta do TGV caso as condições estabelecidas sejam cumpridas.
Se a proposta do TGV for desconsiderada, poderá até mesmo haver outro leilão, segundo Ayoub. O juiz negou qualquer impedimento para que novos grupos venham a integrar o consó rcio liderado pela TGV, mas descartou a hipó tese de uma oferta directa pela Segundo a imprensa brasileira, fontes que acompanham a negociação da Varig relataram que o presidente da companhia portuguesa TAP, Fernando Pinto, esteve reunido segunda-feira na sede do Tribunal de Justiça do Rio com
o reestruturador da Varig, Marcelo Gomes, da consultoria Alvarez & Marsal. De acordo com a versão electró nica do jornal "Estado de São Paulo", Fernando Pinto estaria interessado em fazer outra proposta pela companhia, e estaria a formar um grupo integrado, além da TAP, pela Air Canadá, e pelo fundo de investimento canadiano Brookfield, que chegou a credenciar-se no leilão da Varig. Enquanto o destino da Varig continua indefinido, a empresa está a cancelar voos.
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TAP eleita a “ Melhor Companhia” TAP foi eleita pelos leitores do jornal do trade “ Publituris” a Melhor Companhia Aérea de 2005. A entrega do prémio foi feita numa cerimó nia que contou com a presença do Secretário de Estado do Turismo e de profissionais
A
breves
Novo A320 A frota da TAP acaba de atingir as 47 unidades, um recorde absoluto, com a entrada em operação do seu novo A320, CS-TNP, designado “Alexandre O´Neill”, em homenagem ao grande poeta português, desaparecido há 20 anos. Este avião entrou a semana passada em operação, com o voo TP 424, Lisboa-Paris (Charles de Gaulle), e foi pintado com as cores da Star Alliance. Todas as companhias que integram a Star Alliance têm, pelo menos, um avião pintado com as cores da Aliança, passando agora a TAP a dispor também de uma aeronave exibindo a imagem da Star Alliance, pouco mais de um ano após a sua integração. A Star Alliance reforçou recentemente a sua dimensão com a integração, em Abril, da Swiss e da South African Airways e o anúncio da entrada próxima de duas companhias chinesas – a Shangai Airlines e a Air China – intensificando ainda mais a sua qualidade de maior Aliança global de companhias aéreas a nível mundial. No conjunto, a Rede da Star Alliance oferece hoje mais 15.500 voos diários para 842 destinos em 152 países. A escolha de um avião da frota de médio-curso da TAP, que abrange agora 35 unidades, tem por objectivo realçar a importância da Star Alliance para a companhia.
do sector, entre outros. O jornal “ Publituris” distingue anualmente as melhores empresas do sector do Turismo, tendo a selecção final na categoria de “ Melhor Companhia Aérea incluído outras duas Companhias de aviação, além da TAP. A votação foi feita pe-
los leitores da publicação. Para a TAP, eleita pelo segundo ano consecutivo como a “ Melhor Companhia Aérea” pelo “ Publituris” , este prémio assume particular importâ ncia, dado ser atribuído por profissionais do sector. Já nos anos de 1972, 1973 e 1974, a
TAP tinha também sido distinguida pelo “ Publituris” como a Melhor Companhia Aérea. Esta é quinta distinção atribuída à Companhia, desde o início de 2006. A Nova Imagem Institucional da TAP, foi distinguida, em Maio, com o Prémio de Melhor Branding e
Rebranding (2005), pela publicação especializada “ Meios & Publicidade” . O Programa Victoria da TAP foi também premiado (Abril 2006) com os Freddie Awards de 2005, como Programa do Ano; Best Redemption Award e Best Member Communications.
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Queniano é a "estrela" da Corrida da Invicta queniano James Moiben, o atleta estrangeiro que mais corridas venceu em Portugal, é a principal figura da 7ª Corrida Festas Cidade do Porto que se disputa domingo na zona da Foz. James Moiben, que já triunfou por cinco vezes em provas realizadas no Porto, vai ter como principais adversários os compatriotas James Kiptto, Elizah Birgen e Sammy Tun, o etíope Yerefu Birhann, o tanzaniano Kiwkemoi Cheruyo, o marroquino Yossef Alkalay e o espanhol Camel Ziane. Em termos nacionais, destacam-se as presenças de Eduardo Henriques (campeão português de corta-mato), Paulo Guerra, Paulo Gomes, Delfim Conceição, Fernando Silva, Licínio Pimental e Ângelo Pacheco. No sector feminino, o favoritismo recai nas quenianas Nancy Kiprop, Eunice Jeptoo, Wiwfrida Mutua e Susane Tammi e ainda a etíope Kebebush Haile. Leonor Carneiro, Helena Sampaio,
O
Fátima Silva, Elizabete Costa, Fátima Cabral, Elisabete Lopes e Rosa Oliveira são as lusas mais bem posicionadas para entrar no grupo da frente. A prova, que inicia às 10:30 e decorre principalmente na Av. Brasil, tem a meta instalada na Praceta do Molhe e vai reunir mais de 4.000 atletas. A Corrida Festas da Cidade do Porto integra o Troféu Cidade do Porto, destinado aos atletas portugueses, que premeia os que obtiverem o somató rio dos melhores resultados em quatro provas: incluemse ainda a S. Silvestre, a maratona e a meia maratona. Paralelamente ao evento, vai decorrer o "Passeios dos Avó s", uma caminhada de três quiló metros, cujas inscrições também são livres, e que vai juntar um limite de 1.000 participantes. Em termos de sociais, destaca-se o facto das receitas do evento reverterem para o Hospital Pediátrico Maria Pia.
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Filial venezuelana no Congresso do FC Porto Antó nio C. da Silva F. antoniodasilva@correiodevenezuela.com
epois de um longo jejum a direcção do FC Porto decidiu convocar e organizar outra edição (a 4ª) do Congresso de Filiais e Delegações do F.C. Porto, no qual participaram 110 Filiais e Delegações sedeadas em Portugal e em todos os continentes. A Filial Portista da Venezuela, como não podia deixar de ser, foi junto com as suas congéneres de Canadá e dos Estados Unidos, representante do continente americano nesta cimeira azul e branca. Esta iniciativa do clube campeão de Portugal esta inserida numa estratégia global de universalização da marca "F.C. Porto", e visa apurar mecanismos para estreitar os vínculos com as distintas agremiações azuis e brancas espalhadas pelo mundo. A honra da abertura do Congresso ficou nas mãos do presidente dos "dragões", o célebre dirigente Jorge Nuno Pinto da Costa, e durante três dias foram discutidas de forma aberta e muito ampla, alguns dos problemas sentidos por aqueles que representam
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ao clube e simultaneamente auscultou-se os sentimentos e ouviu-se as sugestões de todos os que estão unidos pela chama do "Dragão". Representada no Congresso pelo seu presidente Camilo de Oliveira e o vice-presidente Manuel Ramos, a delegação venezuelana fez sentir a sua principal preocupação: a dificuldade de trazer com a frequência desejada, figuras portistas como dirigentes ou velhas gló rias do clube azul e branco de visita ao nosso país. "Pedimos que as delegações mais distantes da "casa mãe", sejam ajudadas economicamente pelo clube nas despesas de passagem e estadia de ex-jogadores e personalidades convidadas a visitar as nossas filiais", declarou Manuel Ramos. Se a resposta desde Portugal for positiva, o presidente Camilo Oliveira diz que "já temos em mente convidar ao presidente das delegações azuis e brancas e também a dois velhas gló rias dos dragões como Rui Barros ou o ex-capitão João Pinto, como já fizemos anteriormente com o bibota de ouro Fernando Gomes e com o Lima Pereira". Fica o desejo, logicamente, de tornar a marcar presença no vindouro 5º Congresso que pode ser realizado em 2009.
Manuel Ramos e Camilo Oliveira flanqueian ao presidente porrista Jorge Nuno Pinto da Costa.
Das comunicações apresentadas e das muitas intervenções produzidas foram extraídas algumas conclusões entre as quais podemos destacar o estabelecimento de uma periodicidade regular para a realização destes congressos não superior a 5 anos e desejavelmente cada 3. Para um melhor conhecimento da realidade do Clube e das Filiais e Delegações, o congresso decidiu reservar maior espaço na "Revista Dragões" dedicado às Filiais e Delegações, a criação de uma "link" para Filiais e Delegações no site do F.C. Porto e a divulgação da
agenda desportiva junto das Filiais. As actividades da Casa do F.C, Porto vão continuar com a organização do "Grande Arraial do Dia de São João" e durante a realização do Mundial de Alemanha 2006 as instalações do clube vão estar abertas para receber aos adeptos que vão seguir a carreira da selecção portuguesa em ecrã gigante, e o convite esta aberto a todos os adeptos do futebol, pois como diz Camilo Oliveira "no mundial a selecção e a equipa de todos nó s".
Páez aposta em Portugal Carlos Orellana corellanacorreio@hotmail.com
um evento realizado no restaurante "La Castañuela", Radio Caracas Televisió n apresentou a equipa de narradores e comentadores que vão estar narrando e apreciando para os telespectadores os jogos do Mundial Alemanha 2006. Luís Omar Tapia, do canal desportivo ESPN; Richard Páez, treinador da Selecç ão "Vinotinto"; os jornalistas Francisco Blavia e Manuel Plascencia, Rafael Dudamel, guarda-redes da "Vinotinto", Diego Balado, Jesú s Eduardo Acosta e Alberto Camardiel, serão os encarregados de dirigir os jogos e marcar a diferenç a com os demais canais de televisão. No Mundial da Alemanha, a RCTV tenta repetir a histó ria ao nível das bens sucedidas transmissões anteriores mas com um elemento diferenciador: desta vez
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o canal não só conta com a mais avançada tecnologia, senão que contará também entre a sua equipa com os nomes que mais percebem de futebol na Venezuela". "Quando se faz parte de uma equipa, só pensa sempre em ganhar. Como técnico posso dar ao telespectador uma visão estratégica do jogo e penso que juntos aprenderemos muito neste mundial", comentou Richard Páez, o qual acrescentou ainda na entrevista exclusiva dada ao CORREIO de Venezuela que uma das equipas que poderá estar nas semifinais será Portugal, Repú blica Checa, Espanha e Inglaterra. No que toca a Portugal, Páez disse que "esta vez vai com uma equipa experiente e muito talentosa. Mas considero que podem cumprir um papel preponderante. O futebol é feito de surpresas e a formação lusa reú ne as condições de um destacado grupo de jogadores e um bom treinador. Se com isso não triunfarem, então há que continuar trabalhando".
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Casa do Porto festeja São João Antó nio C. da Silva F. antoniodasilva@correiodevenezuela.com
izem alguns dos mais ferrenhos adeptos portistas, que desde que Jorge Nuno Pinto da Costa tomou conta da presidência do F.C. Porto, o São João se celebra em Maio. Isto é, devido ao facto de Maio ser o mês no qual finalizam as provas das competições europeias e as do campeonato nacional de futebol, e durante os ú ltimos anos de mandato do famoso dirigente "azul e branco", foram muitas as festas populares de celebração de títulos e conquistas do clube portuense, que fazem acreditar que as festas de São João chegam mais cedo. Dos santos populares cató licos, o dia 24 de Junho foi consagrado a São João Baptista por ser a data do seu nascimento, sendo que é também o que mais se festeja na Europa (João, Jo-
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an, Jean, John, Iván, Sean), e até na Venezuela a "Fiesta de San Juan" é uma das celebrações populares mais tradicionais. Apesar de ser o padroeiro de muitas terras, na noite de São João, a cidade do Porto é a que mais festeja. A festa, de puro cariz popular, tem origem pagã e dura toda uma noite, com uma cidade inteira na rua em alegre e fraterno convívio colectivo. Está cheia de tradições, das quais se destacam o lançamento de balões de ar quente, os martelos de plástico usados para "bater" nas pessoas que passam, os alhos porros e os ramos de cidreira e de limonete, os saltos sobre as inú meras fogueiras espalhadas pela cidade, os vasos de manjericos com versos populares, e o tradicional fogo de artifício à meia-noite. No pró ximo sábado 24 de Junho nas instalações da Missão Cató lica Portuguesa, a junta directiva da Casa do F.C. Porto vai organizar o "Grande Arraial em honra
ao São João", uma iniciativa que tradicionalmente leva adiante esta agremiação lusitana e que pretende ser uma lembrança destas festas do Santo padroeiro de típico cheirinho tripeiro. Ranchos folcló ricos, diversos grupos musicais e grandes artistas, tomaram conta da animação dos presentes que desde as duas da tarde compareçam na Missão Cató lica a desfrutar dos fogos de artifício que farão lembrar aos que, lá na terra e pelas 12 da noite em ponto, dão começo a uma festa que só vê o fim até ao nascer do sol. A mú sica e a pirotecnia serão acompanhadas pela grande oferta em comidas e bebidas típicas portuguesas como Sardinha Assada, Bolo de Caco, Espetadas, Broas de Milho e o Vinho Verde, que vão estar ao dispor da assistência que poderá desfrutar de este alegre convívio com garantia de total segurança brindada pelas forcas policiais municipais. A entrada e livre e os fun-
dos arrecadados no arraial vão ser doados a Missão Cató lica Portuguesa. No dia seguinte e no mesmo local, vai ser celebrada uma Missa e Procissão desde ás 5 p.m.
Para qualquer outra informação adicional, os interessados podem-se comunicar com a Casa do F.C. Porto pelo telefone 243-30-03.
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Equipa portuguesa quer repetir vitó ria do 1.º jogo Sérgio d’ Almeida Soares Agência Lusa
internacional português Petit, titular na vitó ria por 1-0 sobre Angola, “ pediu” nova chamada ao “ onze” de sábado com o Irão, da segunda jornada do Grupo D do Campeonato do Mundo 2006. “ O seleccionador não tem de explicar quem joga ou não. O mais importante é estarmos todos bem e aptos para jogar. O meu desejo é jogar e, claro, fazer parte da equipa titular” , explicou o médio benfiquista. Em grande momento de forma, Petit sublinhou sentir-se bem com qualquer companheiro a meio-campo (Tiago, Costinha e Maniche) e revelou que agora o “ fundamental” é conquistar mais três pontos, sábado, em Frankfurt, com o Irão. “ Vimos um pouco do jogo com o México (derrota do Irão por 3-1) e vamos agora estudar ao máximo os seus pontos fracos. Queremos ganhar para garantir desde já a qualificação” . O “ trinco” da equipa das “ quinas” assumiu que todos os jogadores estão em grande forma física e que, a cada dia, se sente a “ natural evolução” da turma de Luiz Felipe Scolari. “ Era muito bom para nó s que Scolari ficasse mais tempo connosco. É um grande seleccionador e um grande homem e já não precisa de provar nada a ninguém. Seria ú til para Portugal a sua continuidade” , desejou o “ encarnado” . Sobre as grandes mudanças entre a formação titular em 2002, na Coreia do Sul e no Japão, e a de agora, Petit explicou ser natural haver alterações, porque alguns jogadores abandonaram as carreiras ou renunciaram à selecção. “ O seleccionador mudou e escolheu, de há três anos para cá, um dos melhores grupos de sempre. Alguns jogadores renunciaram, por isso é natural que a equipa seja diferente” . Enaltecendo os grandes golos que já aconteceram na Alemanha e desviando a conversa quando questionado pelas críticas exibicionais à equipa frente a Angola, Petit reconheceu a existência de grandes selecções, mas sublinhou a intenção de vencer sempre. Petit garantiu também que a “ estrela” Cristiano Ronaldo está em grande forma, apesar da tímida exibição e substituição, e recordou que o jovem madeirense ainda dará grandes
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Petit espera repetir a titularidade, este sábado frente ao Irão.
alegrias ao país. “ O Cristiano é um jogador muito ú til. Vamos sempre apoiá-lo porque sabemos que ele é um craque” , concluiu Petit. Por seu lado, o central Ricardo Costa afirmou que a receita para o encontro com o Irão é exactamente a mesma que norteou a equipa frente Angola, somar nova vitó ria no grupo D do Mundial de futebol da Alemanh2006. “ O mais importante é vencer, nem que seja novamente por 1-0, e avançar para o pró ximo encontro” , disse o portista, garantindo que, mais do que as exibições, todos estão preocupados sobretudo em “ qualificar-se o mais rapidamente possível para a fase seguinte” . Segundo o jogador “ azul e branco” , o triunfo conseguido domingo face a Angola (1-0 em Coló nia, com um tento madrugador de Pauleta, conseguido logo aos quatro minutos) não alterou nada. “ Já temos três pontos, mas o nosso pensamento continua a ser o mesmo. Queremos ganhar o pró ximo jogo e os que se seguirem” , explicou Ricardo Costa, segundo o qual o Irão não tem “ qualquer vantagem” por ter iniciado mais cedo a preparação para o Mundial. Em termos pessoais, o ú nico jogador do FC Porto presente entre os 23 eleitos, mantém também os objectivos: “ Estou aqui com o intuito de ajudar a selecção portuguesa a chegar o mais longe possível” . “ Ficar de fora é complicado, pois é lá dentro que se pode dar uma maior contribuição” , disse Ricardo Costa, acrescentando: “ Claro que gostava de jogar, mas essa é uma opção que cabe em exclusivo ao seleccionador nacional” . No jogo de estreia, a opção de Scolari recaiu na dupla constituída por Fernando Meira e Ricardo Carvalho, sendo que as suas hipó teses do jogar passam mais pela saída do jogador do Estugarda, que seria suplente se Jorge Andrade não se tivesse lesionado. “ Não tenho qualquer indicação que o Fernando Meira possa sair. Penso que fez uma boa exibição” , frisou Ricardo Costa, elogiando a prestação do central “ germâ nico” . Quanto ao futuro, o “ dragão” não está preocupado: “ Tenho contrato com o FC Porto e quem estiver interessado em mim tem de falar com o clube. O que sei de interesses de clubes é pelos jornais” .
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Deco ainda em dú vida na segunda “ invasão” Pedro Fonseca Agência lusa
“ cérebro” Deco voltou a treinar à parte no Heidewald-Stadion, em Gutersloh, na segunda sessão aberta ao pú blico da selecção portuguesa de futebol desde a chegada, há nove dias, à Alemanha. O jogador do FC Barcelona lesionou-se no treino realizado três dias antes da estreia lusa no Mundial da Alemanha2006 (1-0 a Angola, no domingo, em Coló nia, em encontro do grupo D) e não actuou face aos africanos, segundo o pró prio por “ precaução” . No que respeita ao envolvimento, foram cerca de 7.000 as pessoas presentes nas bancadas do Heidewald-
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Stadion, pelo que não se viveu uma festa como a do primeiro treino aberto ao pú blico (12.500), algo que se previa, pois o anterior realizou-se num feriado. Ainda assim, os emigrantes lusos presentes fizeram a festa e deram sempre muito apoio aos internacionais lusos, num sessão que terminou com Simão, Figo e Pauleta a treinarem grandes penalidades e Cristiano Ronaldo a afinar a “ mira” em remates de longa distâ ncia. Antes de rumarem aos balneários, os futebolistas nacionais protagonizaram o momento “ alto” do dia, quando, com ti-shirts de treino nas mãos, se dirigiram às bancadas para as distribuir, juntamente com autó grafos, protagonizando um “ final feliz” para as centenas de apoiantes portugueses.
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Cavaco Silva indeciso O Presidente da República, Cavaco Silva, afirmou que ponderará uma deslocação à Alemanha para ver ao vivo um jogo da selecção nacional se Portugal passar a primeira fase do campeonato do mundo de futebol. “Neste momento, não está previsto. Nessa altura, tenho de pensar”, afirmou Cavaco Silva. O Presidente da República disse que acompanhou pela televisão o primeiro jogo da selecção, em que Portugal derrotou Angola por 1-0, e espera ver também via televisão o Portugal-Irão do próximo sábado. Questionado sobre a estreia da equipa portuguesa no Mundial da Alemanha, Cavaco Silva realçou que “o importante é ganhar”. “Há sempre um certo nervosismo no primeiro jogo. Portugal mereceu ganhar mas Angola respondeu com muita dignidade”, comentou o PR.
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Cavaco Silva promete ajudar comunidades or ocasião do Dia de Portugal, o Presidente da Repú blica, Aníbal Cavaco Silva, dirigiu uma mensagem particular aos portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro. O presidente luso disse que Portugal tem o dever de tudo fazer para apoiar as comunidades portuguesas e de luso-descendentes, estreitando os laços que as unem a Portugal. "Temos de apostar fortemente no desenvolvimento de uma política da língua portuguesa mais ambiciosa e dinâ mica, reconhecendo todo o seu valor estratégico para o reforço da nossa projecção no mundo". Admitiu que Portugal precisa de conhecer melhor o talento e o prestígio de que gozam os portugueses e luso-descendentes nas sociedades em que se integram e aproveitar o seu saber, experiência e capacidade de contacto. "Devemos, por isso, no dia de Portugal, homenagear todos aqueles portugueses que, nas 7 partidas do mundo, se tem distinguido nos mais variados sectores". Na primeira mensagem que diri-
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giu, como Presidente da Republica aos portugueses que residem no estrangeiro, realçou o "extraordinário papel" dos emigrantes enquanto verdadeiros embaixadores de Portugal e primeiro garante da defesa e afirmação da cultura lusa alem fronteiras. Cavaco teve palavras de solidariedade a todos aqueles que, por circunstâ ncias da vida, se sentem excluídos e atravessam dificuldades nos países de acolhimento assim como para os portugueses que vivem e trabalham em áreas do mundo de maior instabilidade. "Tudo farei para promover e apoiar uma maior aproximação entre Portugal e as suas comunidades. Quero contribuir para o sucesso de Portugal e dos portugueses, e sei bem que esse esforço será facilitado se estivermos mais unidos e pró ximos uns dos outros". O chefe de estado lançou um desafio as entidades publicas e privadas e as associações ligadas as comunidades portuguesas, para que as comemorações do dia 10 de Junho pos-
sam, no futuro, incluir um conjunto de eventos que dêem a merecida visibilidade e divulgação aos temas ligados aos portugueses e luso descendentes repartidos pelo mundo. "O melhor conhecimento mú tuo será, sem dú vida, uma forma de nos aproximarmos". Este desafio foi também extensivo às entidades ligadas a difusão da língua e da cultura portuguesas no mundo. "Ao reconhecer aos filhos e netos dos seus emigrantes o direito a nacionalidade portuguesa, Portugal também se obriga a assegurar lhes o ensino da língua a todos aqueles que por ela se interessam e querem aprendê-la, seja nas nossas Universidades, seja em cursos de língua portuguesa nos seus países". Segundo Cavaco Silva, a politica de afirmação de Portugal no mundo implica o acompanhamento dos problemas sociais das comunidades da diáspora, "a valorização dos casos de sucesso nos mais variados domínios e a melhoria dos instrumentos de ligação politica e administrativa com as comunidades".
ÚLTIMA horA CE incentiva Lisboa O comissá rio europeu responsá vel pelos Assuntos Econó micos e Monetá rios, Joaquí n Almunhia, incentivou, em Estrasburgo, o Governo portuguê s a continuar o ajustamento orç amental iniciado no iní cio do seu mandato.
Regresso aos protestos A Comissã o de Utentes do Centro de Saú de de Campanhã , Porto, anunciou que vai retomar na pró xima semana os protestos contra a falta de mé dicos, apó s uma reuniã o inconclusiva na SubRegiã o de Saú de do Porto.
Menos 225 escolas O nú mero de escolas do primeiro ciclo no distrito de Braganç a vai ficar reduzido a menos de um terç o no pró ximo ano lectivo com o encerramento de 225 estabelecimentos no â mbito do reordenamento da rede escolar.
Luso clonou rato Um portuguê s clonou com sucesso um rato de laborató rio, recorrendo a uma té cnica inovadora nesta á rea que já motivou o interesse de vá rios paí ses em aplicá -la a roedores e a outros animais de maior porte.
Contra a mudanç a Os deputados do Bloco de Esquerda (BE) eleitos pelo cí rculo do Porto Alda Macedo e Joã o Semedo opuseram-se à hipoté tica transferê ncia do Museu da Ciê ncia e Indú stria do Porto para Santa Maria da Feira.