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O jornal da comunidade luso-venezuelana
Ano 07 – N.º 164 - Depósito LegAL: 199901DF222 - pubLicAção semAnAL
cArAcAs, De 06 A 12 De JuLHo De 2006 - VenezueLA: bs.: 1.000,00 / portugAL: € 0,75
Maldição francesa
2 | EDITORIAL Orgulho português CORREIO DE VENEZUELA - DE 06 A 12 DE JULHO DE 2006
Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Tábita Barrera Victoria Urdaneta, Yamilem Gonzalez Correspondentes: Ana Pita Andrade (Maracay) Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira Publicidade e Marketing: Carla Vieira Fotografía: Paco Garrett Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Elsa De Sá Secretariado: Carolina Nóbrega Distribuição: Enrique Figueroa Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares
ortugal e todos os cidadãos portugueses espalhados por esse mundo fora têm vivido momentos incomparáveis. Tudo por causa do futebol, é claro, mas esse é o pretexto mais eficaz e mais abrangente. É através do futebol que Portugal se dá a conhecer, não só por via do Mundial que termina este domingo com a histó rica final em Berlim, mas também através de outras competições acompanhadas a par e passo por todo o mundo. Ou melhor, é através do futebol que o resto do mundo mais se predispõe a conhecer este pequeno país e as suas gentes. Nunca como agora se ouvia pronunciar a palavra Por-
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tugal. Nunca como agora o mundo mostra interesse em saber como é que um pequeno país na grandiosa Europa se destaca em algo que muitos “ gigantes” não se importariam de ter igual brilhantismo. Mas o futebol não obriga apenas os “ outros” a olharem para nó s, quer sejamos portugueses radicados em Caracas ou a viver em Lisboa. O fenó meno futebolístico tem também o mérito de ser o factor congregador - talvez o ú nico com essa capacidade de toda a “ família portuguesa” . É que é através do futebol, das cores da selecção, do hino nacional que ecoa no início de cada jogo, que nos reaproximamos e sentimos o Portugal que é nosso!
O CaRTOON Da SEMaNa O Governo Regional da Madeira disse que apoia o investimento madeirense na Venezuela...
Batendo palmas ou doutra forma?
Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias.
a SEMaNa MUITO BOM Após a publicação nas nossas páginas do que se está a passar com o património que resta do Marítimo da Venezuela, com a sua saída do Centro Português, em Caracas, apraz-nos registar a resposta pronta manifestada por duas colectividades portuguesas da capital venezuelana, bem como o grupo de empresários que prometeram ceder um espaço para guardar o espólio dos verde-rubros da Venezuela.
BOM Louvável foi a iniciativa do empresário madeirense Egídio Monteiro, ao concretizar a deslocação de “el rey de la salsa” a Portugal. Óscar d’Leon e seus acompanhantes actuaram em Espinho e na Madeira, para gáudio da imensa franja de admiradores que por lá existem. Para os promotores da memorável deslocação fica a certeza que é possível incentivar este tipo de intercâmbios, porque embora estando longe da Venezuela, os que amam esta terra continuam ligados a ela.
MaU As jovens luso-venezuelanas que participaram no Encontro de Jovens Lusodescendentes, em Lisboa, não viram satisfeitas as suas expectativas. A impressão geral é que não se cumpriram os objectivos delineados, e que houve muito turismo e pouco debate. A verdadeira intenção da viagem, que era concretizar um projecto de plataforma mundial de comunicação para a troca de informação útil para todos os lusodescendentes, foi secundarizada e as expectativas dos jovens não foram satisfeitas.
MUITO MaU Frequentemente, ouvem-se críticas sobre a ausência de vinho português na maioria dos restaurantes na Venezuela, sobretudo os que pertencem a portugueses. Uma pesquisa feita entre várias distribuidoras de licores revela que também neste sector há desconhecimento sobre o processo de importação do vinho português e os detalhes sobre os impostos. Sendo assim, pouco se está a fazer para incentivar e promover a importação de produtos e o comércio entre Portugal e Venezuela.
El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.
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Centro luso pode acolher patrimó nio maritimista António Carlos da Silva F. antoniodasilva@correiodevenezuela.com
al como foi noticiado pelo CORREIO na sua passada edição, Mário Pereira ex-presidente do C.S. Marítimo da Venezuela, fez chegar uma carta de contestação a André Pita, na sua condição de Presidente da Junta Directiva do Centro Português, solicitando seja reconsiderada a petição de retirar o patrimó nio desportivo do clube de futebol luso-venezuelano que está armazenado na sede do CPC. Segundo este ex-dirigente desportivo, sendo o Centro Português uma instituição com fins desportivos e sendo também aquela que "melhor e mais dignamente representa o portuguesismo", é o local ideal para acautelar o dito espó lio, razão pela qual pede aos responsáveis do clube de Macaracuay permitam manter nos depó sitos as taças, trofeus e demais objectos do patrimó nio verde-rubro até arranjar
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O Centro Luso pode ser a nova "casa" do C.S. Marítimo da Venezuela.
uma solução definitiva. Caso que este desejo não venha ser cumprido, Mário Pereira assegura haver recebido uma proposta concreta de Manuel Pereira, Presidente do Centro Luso de Caracas, que pode disponibilizar não só um espaço para armazenar o patrimó nio, senão arranjar um local com vitrinas onde poderiam ser expostas as bandeiras, fotografias, taças e trofeus, e deste modo
todos os adeptos do Marítimo e toda a colectividade luso-venezuelana, voltaria a contar com um local onde recordar o glorioso passado do tetracampeão venezuelano. Contactado pelo CORREIO, Manuel Pereira corroborou dita informação afirmando que "o Marítimo da Venezuela e uma das mais importantes instituições criadas pela nossa coló nia e não podemos permitir que de-
sapareça o que ainda resta da sua bonita histó ria. As portas do Centro Luso estão abertas para o Marítimo". Pereira foi más além e acrescentou que estando em planos a construção de um campo de futebol nas instalações do clube de Turumo, este poderia ser num futuro pró ximo a casa do C.S. Marítimo da Venezuela e servir como sede dos jogos em condição de local do clube verde-rubro, e assim reactivá-lo para prática profissional do futebol. Este acordo poderia ser muito benéfico para ambas instituições caso chegue a concretizar-se. Mário Pereira tem sido a pessoa que tomou a responsabilidade de representar ao Marítimo em todas estas negociações que se estão a desenvolver nos ú ltimos dias, mais ele quer deixar claro que o senhor José Luís Ferreira Passos, que foi o ú ltimo presidente eleito e em mandato quando o Marítimo foi castigado pela FIFA em 1995, ainda continua a ser o presidente do clube maritimista, pois não foi removido ou substituído do seu cargo.
Dois anos de prisão para acusados "lusos" no caso Sindoni
epois de uma audiência preliminar que durou três dias pelo caso de homicídio e sequestro do empresário ítalo-venezuelano Filippo Sindoni, o Tribunal 6º de Control do estado Aragua condenou o cidadão de origem portuguesa, natural de Aveiro, João Paulo Costa Marques, de 35 anos de idade, a dois anos e oito meses de prisão pelo envolvimento no assassinato do empresário italiano. A mesma sentenç a também foi aplicada ao luso-descendente Carlos Manuel João de Jesus, de 26 anos. O Tribunal ditou que os outros seis detidos vão passar a um juízo oral e pú blico. Dos oito imputados, João Paulo Costa Marques e Carlos Manuel João de Jesus, foram os ú nicos que admitiram os factos de que eram acusados: delitos de encobrimento e aproveitamento de bens provenientes de actos ilícitos. Com a confissão, a pena de prisão foi reduzida a um terç o da duraç ão mínima prevista, tal como estabelece o Có digo Orgâ nico
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Processual Penal. Como o tempo de condenaç ão é menor de três anos, o tribunal decretou uma medida restritiva da liberdade, passando a estar em regime de apresentaç ão semanal e condicionou-os a permanecer no Estado de Aragua e a manter-se afastado das pessoas que estejam relacionadas com o caso. Os outros seis acusados, que vão agora a julgamento são Víctor Contreras, Débora Estanga, Charly Terry Hernández, José Alejandro Pestana, Rafael Lamuño e Miguel Angel João de Jesus, que permanecem nos seus locais de reclusão. Estima-se que dentro de 15 a 30 dias será dado início ao juízo oral e pú blico para determinar as responsabilidades dos sujeitos indiciados pelo assassinato de Filippo Sindoni, de 74 anos, que era proprietário de uma estaç ão de televisão e de um jornal, entre outras empresas do ramo alimentar.
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Protocolo para fiscalizar e prevenir actividades ilícitas na emigração C
ooperar na prevenção de actividades ilícitas no â mbito da emigração é um dos objectivos do protocolo celebrado na semana passada, no Funchal, entre a Direcção Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas (DGACCP) e o Centro das Comunidades Madeirenses (CCM). O protocolo de cooperação foi homologado pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas demissionário, Antó nio Braga, e pelo secretário regional dos Recursos Humanos, Brazão de Castro. No â mbito de atribuições e competências, as partes signatárias ficam obrigadas, entre outros aspectos, a "colaborar, em articulação com as entidades competentes, na fiscalização da actividade de entidades privadas, que em territó rio nacional procedam à contratação de cidadãos portugueses para trabalhar no estrangeiro, e cooperar na prevenção de actividades ilícitas referentes à emigração". A DGACCP fica obrigada a prestar ao CCM informações de carácter jurídico, designadamente no que se refere ao imposto automó vel, segurança social, dupla
tributação, registo civil e predial, divó rcios, sucessões e revisão de sentenças estrangeiras. O CCM fica, por seu lado, obrigado a apoiar os naturais da Madeira na sua estadia na Região no â mbito do Programa Portugal no Coração. Visa ainda cooperar na elaboração de planos, programas e projectos comuns sobre as comunidades portuguesas, nomeadamente naqueles que envolvem comunidades madeirenses. O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas demissionário, Antó nio Braga, considerou que o protocolo "vai permitir aprofundar o relacionamento com as comunidades portuguesas", nomeadamente através de programas "Estagiar em Portugal" e "Escola Virtual". O secretário regional dos Recursos Humanos, Brazão de Castro, salientou estar a decorrer o processo de revisão do quadro legal de funcionamento do Congresso e do Conselho Permanente das Comunidades Madeirenses "no â mbito do qual se prevê reforçar o papel e a representatividade das novas gerações de luso-descendentes nestes ó rgãos".
CCP ouvido na reestruturação da rede de consulados Conselho das Comunidades Portuguesas, ó rgão consultivo sobre emigração, recebeu no final de Junho, em Lisboa, a garantia do ministro dos Negó cios Estrangeiros de que será ouvido sobre o projecto do Governo de reestruturação da rede de consulados. Diogo Freitas do Amaral que foi substituído, recentemente, por razões de saú de, por Luís Amado na segunda remodelação ministerial do actual governo - "garantiu que vai ouvir o Conselho sobre a reestruturação da rede de consulados", disse à agência Lusa Carlos Pereira, presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas, apó s uma reunião no Palácio das Necessidades. Os membros do Conselho das Comunidades têm expressado por diversas vezes desagrado por, apesar de serem um ó rgão de consulta do Governo em matérias de emigração, raramente serem auscultados pe-
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lo Executivo na estruturação de políticas para esta área. Segundo Carlos Pereira, o Conselho vai reunir todas as posições sobre a reforma da rede de consulados emitidas até agora e fazer chegar essa documentação ao ministério dos negó cios Estrangeiros. "A partir de agora vamos começar a sério, porque, mais do que comentar o projecto do Governo sobre reestruturação consular, queremos ajudar a construir a reestruturação consular", sublinhou Carlos Pereira, que se afirmou agradavelmente surpreendido com a abertura do ministro às preocupações do Conselho. "Dissemos que não é natural que o Conselho nunca se tivesse reunido com o ministro, o que ele compreendeu e demonstrou vontade de alterar", acrescentou. Nesse sentido, o ministro dos Negó cios Estrangeiros prometeu reunir-se com os membros do Conselho de seis em seis meses.
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Festa honra São Bento Derlys Melim derlysmdc@hotmail.com
ara render tributo a São Bento, patrono do município de Arcos de Valdevez, localidade situada em Portugal continental, os arcuenses da Venezuela promovem no pró ximo domingo, 16 de Julho, na Missão Cató lica Portuguesa, em San Bernardino, um arraial em honra do santo a partir das 1:30 da tarde. Na ocasião será celebrada uma missa e realizada uma procissão com a imagem do santo que foi trazida desde Portugal, em Fevereiro ú ltimo, pelo vereador da Câ mara Municipal de Arcos de Valdevez, Pedro Teixeira e pelo pároco da localidade, padre João Gomes. Esta celebração está organizada pelos arcuenses - uma comunidade que ronda as 400 pessoas - que se encarregaram de executar esta actividade festiva pela primeira vez na Venezuela para angariar fundos em benefício de pessoas necessitadas, segundo explicou
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Mundial adia arraial da Madeira Jean Carlos De Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com
tradicional arraial organizado para celebrar o Dia de Madeira no Centro Português, em Caracas, foi adiado para o pró ximo 30 de Julho. André Pita, presidente deste clube, disse que o arraial não se pô de realizar a 9 de Julho porque é a data em que termina o Mundial de Futebol. O dirigente vai reunir com as diferentes comissões e pessoas que, anos apó s ano, colaboram com esta festividade para montar as barraquinhas que representarão cada freguesia da Madeira. Para quem estiver interessado em assistir a este encontro madeirense, e que não seja accionistas do clube, deverá comprar duas rifas para poder aceder às instalações da associação, sendo que vão estar concorrer
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Domingo Calheiro, presidente da organização. Na iniciativa participam e colaboram empresas como Unicasa, Castelo Branco, Auto Premium, Monaca, entre outras, apoiando na actividade de beneficência. Ao nível do divertimento, convém destacar a participação da Banda Recreativa Madeirense e o Grupo Folcló rico "Os Lusíadas", cujos acordes
podem ser apreciado enquanto saboreia comidas típicas e bebidas. Actualmente, a confraria de São Bento está formada por seis membros naturais de Arcos de Valdevez, mas estes esperam pela entrada de mais pessoas entre luso-descendentes ou oriundos da pró pria da localidade portuguesa. O amarelo é a cor que identifica as vestes dos devotos do beato.
por prémios. As receitas angarias pela venda de comidas e bebidas serão doadas a obras de beneficência, cujos destinatários ainda não foram escolhidos. Haverá mú sica ao vivo, apresentações de grupos folcló ricos e serão desenvolvidas diferentes actividades em honra da Madeira e dos seus habitantes. José Manica, membro do grupo folcló rico "Danças e Cantares de Portugal", fará uma representação da antiga tradição da tosquia. "Muitas pessoas pediram-me para voltar a fazê-la", disse, observando contudo que há o inconveniente de conseguir um cabrito ou uma ovelha que tenha "a lãsuficiente para cortar". Além da tosquia, este ano será interpretada uma outra tradição antiga, que é a do "levadeiro", que desde há vários séculos é o encarregado de controlar a água que se utiliza para a rega das terras cultivadas.
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Madeira recebeu jovens luso-descendentes Um grupo de jovens luso-descendentes de origem madeirense visitou a Madeira no âmbito do Dia desta Região e das celebrações dos 30 anos do seu regime polí tico autonómico Sandra Rodrí guez olgaria6@yahoo.com
ictor Jorge da Silva de Abreu e Lisette Gourmeitte Andrade, foram os dois jovens venezuelanos luso-descendentes que integraram a comitiva participante no programa "Conhece as tuas origens", que durante uma semana tiveram a oportunidade de conhecer mais de perto a terra dos seus antepassados e de participar em todos os actos relacionados com o Dia da região Autó noma da Madeira e das Comunidades Madeirenses (1 de Julho) e ainda nas celebrações dos 30 anos de autonomia política do arquipélago português. Apó s visitar sítios turísticos e histó ricos, representativos da Região, os doze jovens foram recebidos pelo Secretário Regional dos Recursos Humanos, Brazão de Castro. Conhecer a realidade madeirense através de vários pontos de vista e compreender a mudança e o desenvolvimento que transformou a Madeira numa Região com muitas e boas condições de vida, são, de acordo com o governante madeirense, os objectivos do programa que se organiza pelo terceiro ano consecutivo. Destacou também que é um prazer receber da África do Sul, Austrália, Bélgica,
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Brasil, Estados Unidos, França, Inglaterra, e da Venezuela, dos quatro cantos do mundo, os descendentes de madeirenses. "Não é de mais recordar que aqui na Madeira somos à volta de 250 mil mas que somos mais de um milhão de madeirenses em todo o mundo", salientou o governante. Os 12 jovens luso-descendentes tiveram também a oportunidade de conhecer o presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, e ainda Sérgio Marques, eurodeputado eleito pela Madeira ao Parlamento da União Europeia. A apresentação do livro "Actos e não palavras", um registo fotográfico sobre alguns dos investimentos feitos nestes trinta anos de autonomia, promovido pelo Governo Regional, e a conferencia sobre a Autonomia e a inclusão de Portugal na União Europeia, também fizeram parte das actividades incluídas durante a visita dos jovens à Região. "O dia 1 Julho é a data mas relevante em seis séculos de histó ria madeirense. Agora estamos a comemorar que somos uma terra nova, de progresso, desenvolvimento e democracia, uma terra perfeitamente integrada
no projecto Europeu que tem aproveitado muito bem a sua incorporação", ressaltou o eurodeputado Sérgio Marques. Ademais explicou que a Venezuela está entre as suas prioridades como parlamentar em Estrasburgo por ser um dos países com maior nú mero de madeirenses radicados e que actualmente enfrenta situações complicadas desde os pontos de vista social, político e econó mico. O Clube Social das Comunidades Madeirenses também recebeu os visitantes, onde se promoveu um almoço-convívio com cada um dos representantes dos países tradicionais de emigração.
Venezuela representada De mãe madeirense, nascida na Ponta de Sol, e de pai venezuelano, Lisette Gourmeitte Andrade destacou que a iniciativa abrangeu o conhecimento geral e a visita a locais importantes da ilha. "Foi excelente, não vinha à ilha desde o ano de 1998. A Madeira está diferente: organizada e evoluída", disse a jovem estudante de engenharia química na Universidade Simó n Bolívar. Ressaltou também que apesar de que alguns dos participantes não falarem português, o entendimento foi muito bom na semana em que conviveram juntos. "Conviver com pessoas de outros países e
de diferentes culturas mas com nossas mesmas origens, é uma experiência muito interessante, aprendemos muito. Agradeço à Secretaria Regional dos Recursos Humanos pelo convite", disse. De modo semelhante expressa-se Victor Jorge da Silva, quando relata como chegou à ilha e a emoção que sentiu ao saber que tinha sido escolhido. "Já fazia oito anos que não vinha à Região, gostei muito do Jardim Botâ nico, de Santana e Porto Moniz, acho que a Madeira tem mudado bastante", apontou Victor Jorge, lusodescendente de pai madeirense, de São Jorge, e mãe venezuelana.
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Alexandre Mendonça é um "madeirense ilustre" Tá bita Barrera tabita@correiodevenezuela.com
s celebrações do Dia da Madeira começaram sextafeira em Caracas com o habitual concerto da Orquestra Sinfó nica da Venezuela, e prolongaram-se até domingo à noite nas cidades de Caracas, Maracay, Valência e Barquisimeto. Durante a cerimó nia realizada em Caracas, à qual assistiu o secretário regional do Plano e Finanças da Madeira, José Manuel Ventura Garcês, pároco da Missão Cató lica Portuguesa, Alexandre Mendonça, foi declarado "madeirense ilustre" e agraciado com uma medalha e um galardão pela Comissão de Celebraç ão do Dia da Região Autó noma da Madeira em Caracas.
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"Dou graças à comissão organizadora por esta referência, mas realmente creio que não fiz nada para obtê-la. Simplesmente, cumpro com o meu dever, o qual é sumamente grato para mim. Estou muito contente pelo carinho que a comunidade me tem dado e pelo apoio que recebi o de cada pessoa", comentou Mendonça. Alexandre Mendonça de Canha nasceu a 19 de Outubro de 1954 em São Pedro, Funchal, Madeira. Na década de 60 emigrou para a Venezuela onde foi ordenado sacerdote a 16 de Julho de 1988, depois de estudar filosofia e teologia na Universidade Cató lica de Santa Rosa de Lima, Caracas. Designado como guia espiritual de várias associações de beneficência e colégios, é director do Departamento de Assistência Social
Barquisimeto
No Centro Atlântico Madeira, em Barquisimeto, também se celebrou o dia da RAM com um acto onde a luso-descendente Maria Torres, médica de gastrenterologia, foi a oradora de serviço. Filha de pai madeirense e de mãe venezuelana (trujillana), Torres falou da importância da comunidade madeirense na Venezuela. A parte lúdica esteve a cargo da orquestra Lusomaní a e do grupo folclórico infantil do clube que protagonizou uma coreografia alusiva a tradições madeirenses entre elas: as bordadeiras, o lenço, e o anel. Se repartiu entre os assistentes doces tí picos da Madeira.
Valência
Neste cidade realizou-se uma entrega floral ao Pai da Pátria, Simón Bolí var, na praça homónima situada no municí pio San Diego, acto que contou com a presença do presidente do Centro Social Madeirense, João Pablo da Veracruz, o cônsul de Portugal em Valência, Rui Gonçalves Monteiro. Nas instalações do Centro Social, foram servidos diversos tipos de comes e bebes e um bom vinho português. O secretário regional do Plano e Finanças do Governo Regional da Madeira, José Manuel Ventura Garcês, dedicou algumas palavras de alento para a comunidade portuguesa de Valência. "São gente de coragem e empreendedora, que não desiste, e isso permite que possam desenvolver os seus projectos", disse o governante madeirense. Luí s Filipe Aguiar surpreendeu os presentes com a interpretação da famosa canção "Caballo Viejo".
do Clero da Arquidiocese de Caracas e da Missão Cató lica Portuguesa local. É assessor do Movimento Sacerdotal Mariano, capelão da Polícia Metropolitana de Caracas e responsável pelas paró quias de Doce Nome de Jesus e São João Evangelista, de Petare, do Centro Português (Macaracuay) e do Centro Luso de Caracas (Turumo). Esta condecoração foi entregue durante o jantar que reuniu perto e 1.000 pessoas no Salão Nobre do Centro Português em Caracas. A Comissão de Celebração do Dia da Madeira, presidida por Agostinho Gomes Lucas, leva 20 anos executando os preparativos da celebração do dia da Região Autó noma na Venezuela, sendo composta por 21 membros dos quais cinco são filhos de madeirenses.
Uma longa relação A orquestra Sinfó nica da Venezuela foi a primeira orquestra a visitar a Madeira e també m esteve presente na Expo 98, em Lisboa. Desde há 13 anos que esta orquestra participa nas celebraç õ es do 1 de Julho, organizando um concerto que inclui um repertó rio musical madeirense e venezuelano. Nesta ocasiã o o cantor e compositor Luí s Filipe Aguiar interpretou uma mostra do seu repertó rio acompanhado pela orquestra. O mú sico, que també m cantou juntamente com a sua banda "Terra Mã e", manifestou sentir-se sumamente contento pela sua primeira visita a Venezuela. "Todo correu muito bem. Os venezuelanos sã o muito simpá ticos e as mulheres sã o muito belas. O clima é bastante quente, mas penso que é uma questã o de há bito, pois é verdadeiramente agradá vel. Apenas lamento que tenhamos estado aqui tã o pouco tempo", disse.
12 | HISTÓRIA DE VIDA
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José Abreu dos Santos : A história do avô
ecorria o ano de 1931, quando na povoação do Campanário, nasceu um belo menino, a quem a sua mãe chamou José. Tinha uns bonitos olhos cinzentos, cabelo castanho claro e pele branca. Desde muito pequeno, José Abreu dos Santos destacou-se pela sua inteligência e boa disposição. Aos seis anos, iniciou os estudos com muita dedicação, impressionando sempre os professores e familiares pelas altas qualificações. Quando estava na terceira classe viveu a sua primeira experiência negativa, ao verse indirectamente envolvido na Segunda Guerra Mundial. As consequências foram desastrosas. Devido à escassez de combustível, os transportes paralisaram até ao mínimo e a falta de alimentos e de outros recursos submergiram a povoação numa vida dura. José não pô de escapar a tal situação e com apenas oito
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anos, viu-se obrigado a ir trabalhar para o campo como também os seus quatro irmãos. Os anos passaram e foi obrigado a ir para a academia militar. Depois ter estudado quatro anos aqui, aproximava-se uma guerra nas coló nias portuguesas e o seu coronel concedeu-lhe uma licença para sair do país. Assim, José dos Santos despediu-se da sua pátria. O seu destino foi a Venezuela, terra muito querida por todos os portugueses, devido à situação de pobreza que sofria Portugal nesses tempos. Quando chegou, estabeleceuse em Antímano. Os primeiros meses foram muito duros. Adaptar-se ao novo idioma e aos novos costumes não se revelaram uma tarefa fácil, mas, pouco a pouco, conseguiu integrar-se. Obteve um bom trabalho e depois comprou o seu primeiro negó cio, o qual baptizou de "Bodega
del Carmen". Na parte superior construiu uma casa. Apesar de já ter trabalho e lar, sentia que ainda lhe faltava alguma coisa para se sentir mais realizado. Ele queria partilhar alegria que sentia com alguém. Foi assim como se recordou de uma linda rapariga que era sua vizinha em Campanário. A vontade de vê-la de novo e de tê-la ao seu lado foi aumentando diariamente. Quis tornar o seu sonho realidade e comprou uma passagem para Portugal. Sentia-se muito alegre, porque regressaria à sua terra depois de vários anos e voltaria a ver a sua família e vizinhos, entre os que estava a mulher que tanto queria, Justina.
Mal chegou apercebeu-se que havia grandes mudanças, como novas casas, estradas e edifícios modernos. No entanto, a maior mudança que o surpreendeu foi a de Justina, que se havia convertido em toda uma mulher. Ao vêla, tremeram-lhe as pernas e o suor começou a correr-lhe pelas fontes da testa, mas isso não impediu que lhe declarasse o seu amor, o seu desejo de casar-se com ela e trazê-la para viver consigo na Venezuela. O casamento não se fez esperar. Na festa não faltou nem o bom vinho da região, nem os mais saborosos e suculentos pratos. Igualmente, tiveram uma grande lua-de-
mel, que durou quatro meses e na qual tiveram a oportunidade de recorrer toda a ilha da Madeira. Depois de chegar à Venezuela, o calor era quase insuportável. Agora era a vez de Justina ter de se adaptar a um novo país e a novos costumes. Tão-pouco foi fácil para ela, mas juntamente com José, conseguiu consolidar uma família exemplar. Tiveram quatro filhos, um rapaz e três raparigas. Uma delas é a minha mãe. Hoje em dia, José vive em Caracas com a sua esposa e o seu filho e sempre que pode conta-nos a sua histó ria e as aventuras que viveu na juventude.
Uma homenagem Com esta história, a luso-descendente Marlin Sumares, estudante de sé timo grau na Unidade Educativa do Instituto Educacional Vicente Lecuna, obteve o primeiro lugar num concurso realizado na sua escola em princí pios de Junho, onde os estudantes deviam relatar uma história, com tema livre para a disciplina de Castellano. Ajudada pelos seus pais, decidiu contar a vida do seu avô, José Abreu dos Santos. Aos 12 anos, a jovem sempre pensou que a história do seu avô era muito atractiva. "Ele narrava constantemente as suas vivê ncias e eu dizia-lhe que parecia um conto. Cresci ouvindo as maravilhosas experiê ncias na sua terra e as peripé cias quando chegou à Venezuela. "Pareceu-me uma boa ideia recordar tudo isso da
mesma forma como ele mo contava a mim", disse Marlin. Os seus colegas de turma quando a ouviram ler este relato, ficaram espantados com a capacidade para ilustrar cada detalhe que ela conseguiu quando o escreveu, razão pela qual estiveram de acordo com que ela fosse a vencedora.
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O menino de Santo António
14 | SUPLEMENTO
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Madeira na rota Mundial O miú do que começ ou a jogar à bola no Andorinha, em Santo Antó nio, é uma das estrelas que brilhou no mundial de futebol, que teve iní cio no dia 10 de Junho, na Alemanha. No conturbado 11 de Scolari, a titularidade de Cristiano Ronaldo colocou, pela primeira vez, a Madeira na rota do campeonato do mundo. TEXTO: Raquel Gonçalves FOTOGRAFIA: Teresa Gonçalves/D.R.
o Andorinha todos se lembram do Cristiano. Miú do reguila, cabelo aos caracó is, e com um toque de bola muito especial . Filho da terra e atleta do pequeno clube da freguesia, é por isso que este ano o Mundial teve um sabor especial para as gentes de Santo Antó nio. "Fui eu que assinei a transferê ncia do Cristiano Ronaldo para o Nacional. Era o meu primeiro mandato na direcç ã o". Rui Santos, presidente do Andorinha, nã o esconde o orgulho de ter feito parte do percurso daquele que é considerado um dos melhores jogadores jovens do Mundo. Na velhinha sede do clube, mesmo ao lado da vitrina com as taç as conquistadas, o presidente recorda um miú do de nove anos. Um miú do apenas, mas que se evidenciava dos restantes. "Tinha um toque de bola mais evoluí do e a particularidade de gostar de jogar com miú dos mais velhos". Pela garra que demonstrava, era claro que o futebol lhe corria nas veias. Mesmo assim, era difí cil prever que viria a ser o atleta que é hoje. Nos clubes pequenos ningué m se atrevia a sonhar tã o alto. Essa foi uma janela que Cristiano abriu. E agora todos os miú dos que estã o nos escalõ es de formaç ã o do pequeno clube de bairro aprenderam a sonhar sem barreiras. Tal como Ronaldo, querem ser os melhores do Mundo. Rui Santos sabe que é assim, e també m sabe que se o sonho foi possí vel no passado, nada impede que volte a acontecer. Basta que apareç a algué m com a arte e engenho de Ronaldo. Os toques de bola que agora exibe nos grandes está dios já estavam presentes naquela altura. Apenas foram
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aperfeiç oados. Quem conheceu o miú do pobre, oriundo de um dos bairros sociais de Santo Antó nio, reconhece aquele jeito inconfundí vel de jogar. E sente orgulho. O mesmo orgulho que encheu a alma de todos os madeirenses, que viram um seu conterrâ neo a representar Portugal na Selecç ã o.
E se esta é uma verdade para o cidadã o comum, para o clube que viu Cristiano nascer para o futebol tem particular relevâ ncia. "Olhar para o percurso do Cristiano dá -nos uma maior vontade de continuar a trabalhar,
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sobretudo nos escalõ es de formaç ã o". Rui Santos considera Ronaldo um marco importante nos 81 anos da colectividade, e um incentivo para os jovens jogadores. O Andorinha tem, actualmente, 110 miú dos, com idades compreendidas entre os seis e os 10 anos, nos seus escalõ es de formaç ã o. Em nome deles foi recentemente assinado um protocolo de formaç ã o e cooperaç ã o com o Benfica. Para alargar horizontes e objectivos. Afinal, ali nã o há quem nã o queira seguir as pisadas do í dolo Ronaldo. Por isso jogam no clube onde tudo começ ou. Na velha sede, na sala de bilhares, as fotos de Ronaldo estã o por todo o lado. Umas mostram um miú do de 9 anos, outras exibem já o jovem com a camisola do Manchester United. Vá rias vezes o clube convidou Cristiano Ronaldo a visitar a sua antiga "casa". O convite ainda nã o teve resposta. A esperanç a, essa, continua, de um dia ver a grande gló ria entrar pela porta, e visitar o novo campo, motivo de orgulho do Andorinha. Nã o é todos os dias que uma colectividade desportiva tã o pequena se pode orgulhar de ter estado na gé nese do nascimento de uma estrela do futebol mundial. Mas se no Andorinha ningué m ousou pensar que um simples menino, com jeito de bola,
pudesse chegar tã o longe. Outros houve que nunca tiveram dú vidas. Marques de Freitas, sportinguista e nacionalista de alma e coraç ã o, insere-se neste rol. Um homem que acompanhou a carreira do miú do com particular atenç ã o e que, inclusive, foi decisivo na transferê ncia para o Sporting. Uma histó ria recheada de pormenores curiosos, e que envolve uma dí vida de quatro mil e tal contos do Nacional ao clube de Alvalade, que ficou sanada com a transferê ncia de Ronaldo aos onze anos. Marques de Freitas diz que foi uma quantia recorde pela transferê ncia de um infantil. Mas completamente merecida porque em causa estava um jogador excepcional. Quando foi transferido para o Sporting, Marques de Freitas fez questã o de assistir ao primeiro jogo na primeira fila do está dio. A dada altura, recorda-se que o miú do virou-se e fez-lhe um gesto com dois dedos, para confirmar que tudo corria bem. E realmente correu. Como continua a correr até hoje. Tanto que nã o tem dú vidas de que Ronaldo pode vir a ser o melhor jogador do Mundo. Joga com o pé esquerdo, com o direito e com a cabeç a, e este Mundial pode ser a sua consagraç ã o. Para Marques de Freitas, o segredo de Ronaldo reside
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na circunstâ ncia de, tal como Ronaldinho Gaú cho, ser um menino de rua, com uma enorme intuiç ã o para o futebol. "Tudo o que ele faz tirou da cabeç a dele, e alé m disso era determinado, como o sã o todos os meninos de rua". Uma habilidade que poucos meninos ricos possuem, "porque nã o tê m a raç a necessá ria para ultrapassar as dificuldades". Marques de Freitas assistiu a este Mundial com a emoç ã o de quem gosta de futebol. E, lá no fundo, com esperanç a de que tudo corra bem ao miú do que um dia levou para o Sporting. Quer que Portugal ganhe, e que o Cristiano se distinga como o excelente jogador que é . No percurso de Cristiano, muitas outras pessoas acreditaram no gé nio do miú do desde muito cedo. Fernã o Sousa, o padrinho, foi uma delas. A transferê ncia para o Nacional teve o seu cunho. Porque acreditava no gé nio de bola do afilhado. Queria para miú do, que começ ou a jogar outra projecç ã o. Porque na altura era o responsá vel pelo futebol jovem do Nacional, fez de tudo para que Ronaldo fosse transferido para os alvi-negros.
16 | SUPLEMENTO Um clube onde viria a consagrar-se campeã o de infantis Onde quer que jogasse, Cristiano era o melhor. Detestava perder, e era um lutador nato, que do alto dos seus 10 anos sonhava com os grandes está dios e as grandes vitó rias. Fernã o Sousa e Marques de Freitas sabiam disso, e sabiam sobretudo que o miú do tinha capacidade para tornar os sonhos realidade. Partindo deste pressuposto, foram encetados contactos com o clube de Alvalade. "Seria uma pena o miú do ficar por cá ", reconhece o padrinho. No Sporting bastou apenas um treino para que os responsá veis pelo clube percebessem que ali estava um miú do e um jogador excepcional. "O senhor Osvaldo Silva, treinador na altura,
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disse logo que ali estava um diamante ". Lisboa foi assim o destino do menino que, acima de tudo, queria jogar futebol. Uma separaç ã o que nã o foi fá cil, nem para Ronaldo, nem para a famí lia. Com onze anos apenas, Fernã o Sousa diz que o grande heró i de toda esta histó ria foi o pró prio Cristiano, O miú do que foi uma espé cie de emigrante, que se dedicou ao futebol como a um curso superior, e que sempre soube ultrapassar as dificuldades, os momentos em que a saudade apertava. "Nesse tempo eu já dizia que ele ia ser o melhor jogador de Portugal. Agora toda a gente o descobriu, toda a gente disse que ele era o melhor. Às vezes até me dá vontade de rir. Quem fala assim é o padrinho, que vai ver este Mundial com a emoç ã o de
quem gosta de futebol, e com a esperanç a de que Portugal faç a boa figura, e que Ronaldo també m "É que as alegrias dele, també m chegam um pedacinho a mim". Uma alegria que é partilhada por outras pessoas que conviveram de perto com Ronaldo. Bernardino Rosa é do Marí timo, e foi o homem quase responsá vel pela transferê ncia de Cristiano para o clube verde-rubro. Só que circunstâ ncias vá rias ditaram que fosse para o Nacional. Tal, contudo, nã o impede que um maritimista de gema reconheç a que Ronaldo começ ou, desde muito cedo, a evidenciar-se como um "fora de sé rie". Foi esse talento que levou o Marí timo a ponderar a sua transferê ncia. A vontade era tã o grande que Bernardino encarregou-se ele pró prio de falar com
Cristiano. Na altura, era apenas uma crianç a que costumava jogar no campo pelado do Marí timo. Encontrou-o vestido com uma camisola verde-rubra, e com muita vontade de jogar no seu clube de eleiç ã o. Como a maioria dos miú dos da sua idade, que viviam nas imediaç õ es do campo, tinha alma verde e vermelha, e o coraç ã o pendia mais para o clube do Almirante Reis. Bernardino Rosa chegou depois a falar com a mã e, e entretanto soube do interesse do Nacional. Na posse destes dados, recorda que a posiç ã o do Marí timo foi sempre a de que cobriria qualquer oferta que o Nacional fizesse. Isto até ao dia em que foi marcada uma reuniã o na sede do clube do Andorinha, à qual nã o pô de assistir. Obrigaç õ es profissionais em Lisboa impediram-no de marcar presenç a, e alé m disso deixou claro que nunca se iria sentar para discutir o assunto como se fosse um leilã o. "Achava que o miú do, que ainda era uma crianç a, nã o era carne para canhã o, e, por isso, nã o alinhei". Dado esta sua posiç ã o, e a impossibilidade de assistir à dita reuniã o, Ronaldo acabou no Nacional. Já se passaram onze anos, e Bernardino
Rosa nã o guarda rancor. Muito embora nã o entenda porque razã o os responsá veis pelo Andorinha, que até se dizem só cios do Marí timo, decidiram sem ouvir primeiro o clube verde-rubro. "Teve a um passo de vir para o Marí timo, mas ainda bem que nã o veio. Era bom para o Marí timo. Mas talvez aí nunca tivesse saí do para o Sporting. A sorte dele foi ter saí do. Lá teve outra escola. Foi estudar, alimentar-se muito melhor, porque aqui os pais tinham dificuldades. E tudo isso fez com que ele progredisse imenso". De Ronaldo guarda a memó ria de um jogador excepcional. Um fora de sé rie. Conhecedor do futebol jovem, sabe que em todas as alturas aparece um ou outro miú do que se distingue. Mas o caso de Ronaldo é diferente. O "drible", a forç a fí sica, os truques de bola, e a forma como arrancava para a baliza nã o eram propriamente habilidades que se vê todos os dias Coisas que a memó ria nã o apaga. E quando hoje vê Cristiano Ronaldo jogar ao lado dos melhores, lembra-se sempre da conversa que teve com aquele menino de 10 anos,
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18 | suplemento para ele com muito carinho, e a desejar que ele obtenha o melhor ê xito". Um ê xito que Ronaldo tem conquistado todos os dias, e que começ ou no ano em que, ainda crianç a, chegou ao Sporting Clube de Portugal. Para trá s ficava o pequeno bairro onde corria pelas ruas, e jogava ao futebol nos campos pelados do Marí timo, Andorinha e Nacional. A mudanç a foi drá stica, e exigiu de Cristiano um esforç o muito maior do que aquele que a sua idade permitia. Leonel Pontes foi o homem que o acompanhou em Alvalade. Natural do Porto da Cruz, o professor foi tutor e treinador de Ronaldo. É també m mais uma voz a afirmar que Cristiano é um fora de sé rie. Leonel Pontes diz que viu o miú do pela primeira vez no campo do Câ mara de Lobos. Recorda-se de uma crianç a franzina, sentada ao lado do padrinho. Porque ainda nã o tinha idade para jogar como grupo de miú dos que se tinham deslocado à Madeira, Pontes, que já tinha ouvido falar da sua perí cia, convidou-o a dar uns toques na bola no intervalo. "Logo vi, pela forma como tratava à bola, que o miú do tinha habilidade". Uma habilidade que viria depois a ser confirmada nos
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primeiros testes que fez já no Sporting. Até os colegas notaram que era um fora de sé rie. A habilidade té cnica que demonstrava aos 12 anos apenas se foi aperfeiç oando como tempo. Mas toda a gé nese já estava lá . Contudo, foi preciso mais do que jeito de bola para Cristiano vencer. A separaç ã o da famí lia, o começ ar a viver numa grande cidade, a disciplina escolar que esbarrou como seu cará cter rebelde, e o sotaque, alvo de gozo dos colegas, dificultaram as coisas. O carinho e o afecto da famí lia també m fizeram muita falta. E apesar da atenç ã o que todos no Sporting lhe dedicavam, é sempre muito difí cil substituir o pai e a mã e. Cristiano soube, contudo, dar a volta. Leonel Pontes conta que o miú do se refugiou muito nos amigos, e na grande paixã o que tinha pelo futebol. Determinante foi també m o cará cter e personalidade vincados que sempre demonstrou. Foi assim que, aos 15 anos, assinou o primeiro contrato de formaç ã o coma Sporting, com promessa de contrato profissional. A mã e foi testemunha do acto. Leonel Pontes recorda hoje um jovem que queria ser o melhor em tudo. Gostava de treinar, tinha uma habilidade
Foi nesta casa onde Cristiano Ronaldo deu os primeiros toques na bola
té cnica fantá stica. Se fosse preciso até treinava sozinho, e à sua paixã o pelo jogo juntava-se uma vontade enorme de ajudar a equipa. Para isso, se fosse preciso, até fazia tudo sozinho. Daí que é com satisfaç ã o que Pontes vê o seu pupilo na selecç ã o que reú ne os melhores jogadores de Portugal. Nunca duvidou que tal viesse a acontecer. Lembra-se mesmo que levou Ronaldo a passar um fim-desemana em sua casa. Era um miú do franzino de 12 anos. Ao avistá -lo a mã e de Leonel Pontes perguntou se realmente o miú do sabia jogar futebol. "Eu disse à minha mã e que o miú do nã o só sabia jogar futebol, como iria longe. Ainda hoje ela se recorda disso quando o vê jogar". O antigo tutor e treinador de Ronaldo diz mesmo que há coisas que nã o se ensinam. "Ou se tem, ou nã o se tem". E Cristiano tinha e tem o futebol a correr-lhe nas veias. "Uma habilidade inata". É por isso que entende que sendo Cristiano Ronaldo o primeiro internacional madeirense, todos devemos ter orgulho. Até porque ele é um grande embaixador, nã o só do futebol, mas també m da Madeira no Mundo. E, um dia, será um dos melhores.
A casa que o Ronaldo comprou aos pais
História do Mundial Mundial de Futebol realizou-se pela primeira vez em 1030 no Uruguai. Desde entã o já tiveram lugar 17 ediç õ es do Campeonato do Mundo, que apenas nã o se realizou nos anos de 1942 e 1946 devido à Segunda Guerra Mundial. A selecç ã o do Brasil é a única que participou em todos os Mundiais e també m é a única formaç ã o que conquistou a taç a cinco vezes: em 1958, na Sué cia, em 1962, no Chile, em 1970, no Mé xico, em 1994, nos Estados Unidos, e em 2002 na Coreia do Sul e Japã o. Com trê s tí tulos conquistados cada uma, seguem-se aos brasileiros, a Itá lia, que venceu a Taç a em 1934, 1938 e 1982 e a Alemanha, que se sagrou campeã mundial em 1954, 1974 e 1990. O Uruguai e a Argentina já venceram duas vezes ediç õ es do Campeonato do Mundo, sendo que os primeiros conseguiram o feito em 930 e em 1950 e os segundos, em 1974 e em 1978. Como curiosidade, refira-se que o Uruguai, a par de ter sido o primeiro organizador do torneio em 1930, foi també m o primei-
O
ro vencedor da prova no mesmo ano. O Campeonato do Mundo de Futebol teve como primeiro impulsionador um banqueiro holandê s apaixonado pela modalidade, de seu nome Carl Hirschmann, que seguia com grande entusiasmo a realizaç ã o da Cup, Taç a criada pelaThe Football Association desde 1872, na qual, participavam a Inglaterra, a Escó cia, a Irlanda e o Paí s de Gales. Pensando em criar um torneio de selecç õ es à escala mundial, em Maio de 1902, propô s ao secretá rio da Football Association de Inglaterra, Sir FrederickWall, a adesã o a um projecto que tinha como objectivo a organizaç ã o do Campeonato do Mundo de Futebol. Sem resposta, e apó s a concretizaç ã o de esforç os sem sucesso, dois mais tarde, precisamente a 21 de Maio de 1904, Hisrschman, com o apoio do advogado francê s, Robert Gué rin, presidente da Union des Socié té s Franç aises de Sports Athlé tiques, consegue fundar a FIFA, tornando-se Gué rin no seu primeiro presidente até 1906. O seu iní cio
contou com a representaç ã o de sete paí ses: A Franç a, a Bé lgica, a Dinamarca, a Holanda, a Espanha, a Sué cia e a Suí ç a. A fundaç ã o da Instituiç ã o foi o primeiro passo para se alicerç ar o sonho de Hisrchmann em criar um Mundial de Futebol, mas em 11 congressos realizados pela FIFA, entre 1904 e 1913, a proposta conheceu vá rias recusas, sobretudo devido ao receio dos riscos financeiros que implicavam a iniciativa. A distâ ncia geográ fica entre os diferentes paí ses e as divisõ es entre os que eram a favor da profissionalizaç ã o dos jogadores de futebol, tal como já ia acontecendo em Inglaterra e os que defendiam o amadorismo foram també m factores que prejudicaram a ideia. Em 1914, no 12º Congresso da FIFA, realizado em Christiania, antiga Oslo, capital da Noruega, surge Jules Rimet, na altura, presidente da Federaç ã o Francesa de Futebol e que se viria a tornar no grande impulsionador do arranque do Campeonato do Mundo. Tal como Hirsmann,
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Pai do Cristiano Ronaldo, já falecido Rimet era també m um apaixonado pelo futebol, que praticou em miúdo em Paris. Em 1897, tinha fundado o Red Star Club Franç ais e em 1910 participara na fundaç ã o da Liga Francesa de Futebol, tendo també m exercido o cargo de presidente da Federaç ã o Francesa de Futebol, entre 1919 a 1949, com uma interrupç ã o entre 1942 a 1944. No entanto, no mesmo Congresso, tal como acontecera anteriormente a Hirschmann, Rimet deparou-se com um clima de pessimismo junto dos restantes congressistas pertencentes a outras federaç õ es de futebol. A única sugestã o aprovada foi a de Hirschmann, que propô s que a FIFA passasse a reconhecer no torneio de futebol dos Jogos Olí mpicos o pró prio campeonato mundial da modalidade. O conflito da Primeira Guerra Mundial, entre 1914 e 1918, viria a atrasar ainda mais o iní cio de um Campeonato do Mundo de Futebol e somente em 1920, num congresso realizado pela FIFA, em Antué rpia, Rimet pode reforç ar novamente a ideia da necessidade da existê ncia de um Mundial. Rimet verificava també m que o cará cter amador dos Jogos Olí mpicos já nã o satisfazia a tendê ncia da profissionalizaç ã o do futebol em vá rios pontos da Europa. Mas o francê s
apenas viria a conseguir a sua eleiç ã o para o cargo de presidente da FIFA em Març o de 1921, substituindo o inglê s Daniel Burley Woolfall, que tinha falecido em 1918. Esta sua eleiç ã o iria tornar-se importante para a continuaç ã o do seu objectivo em criar uma prova à escala mundial. O sucesso do torneio de futebol dos Jogos Olí mpicos de 1924, em Paris, com 22 paí ses participantes e um lucro financeiro de alguns milhares de francos, viria a concretizar-se igualmente num factor de motivaç ã o para o dirigente. Rimet viaja entã o durante trê s anos por vá rios paí ses da Europa, estabelecendo contactos com outros responsá veis, convencendo os unirem-se na luta pela organizaç ã o de Campeonato do Mundo de futebol. Hirschman, Robert Gué rin, o industrial grá fico francê s Henry Delaunay e Jules Rimet acabaram por ser osmaiores entusiastas do Mundial, ambicionando desenvolver o intercâ mbio entre os diferentes paí ses. No Congresso de 28 de Maio de 1928, altura em que decorriam os Jogos Olí mpicos de Amsterdã o, o Comité Executivo da FIFA formaliza a proposta de criaç ã o do Campeonato do Mundo de Futebol. Em 1929, num congresso realizado em
Barcelona,a FIFA escolheu o ano de 1930 para a realizaç ã o do 1 º Campeonato do Mundo de Futebol e o Uruguai como sede da referida organizaç ã o. A decisã o baseou-se se em trê s factores: O prestí gio do futebol uruguaio alcanç ado com as vitó rias nos Jogos Olí mpicos de 1924, em Paris e de 1928, em Amsterdã o; A comemoraç ã o em 1930 do centená rio da independê ncia do Uruguai e o facto de a Associaç ã o do Uruguai de Futebol oferecer vantagens financeiras à s equipas participantes. O primeiro campeonato no Uruguai com menos selecç õ es. O primeiro Mundial contou apenas com a participaç ã o de 13 selecç õ es. A escolha do Uruguai nã o agradou aos europeus, que nã o viam com bons olhos a longa viagem de 15 dias que teria de ser efectuada de navio até Montevideu, capital do Uruguai, local de realizaç ã o do torneio. A Europa estava a atravessar por uma crise econó mica també m devido ao crush da Bolsa de Wall Street em 1929 e algumas federaç õ es do velho continente, como a Inglaterra, a Alemanha e a Espanha decidiram nã o participar no evento, o que chegou a ameaç ar a sua concretizaç ã o.
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Sacerdócio é dom de Deus
Pbro David Rodrí guez davidro33@hotmail.com
er pastor de uma comunidade e conhecê-la, no meu caso concreto na paró quia La Annciació n del Señor, em Boyera, permitiu-me descobrir o rosto de Cristo em muitos irmãos, ajudar os pobres com amor e cuidado, ter a capacidade de escuta e amor a todos, atender às carências dos homens privados de liberdade, sofredores e doentes. Em tudo isso meus queridos irmãos e desde o ministério que vivo com muita alegria, descobri nestes irmãos a razão do meu ministério Há muita gente que diz não acre-
S
ditar em Deus ou que acredita em Deus mas não em Jesus Cristo, ou que acredita em Cristo mas não na Igreja. Maior é o nú mero dos que dizem que "não crêem nos curas". Mas, todavia, a experiência diz-nos que quando uma pessoa se encontra numa situação de extrema necessidade, acaba por recorrer ao sacerdote como ú ltimo recurso e com a esperança de não ficar defraudado, incluídas as necessidades materiais. Quando o sacerdote é bom e santo, quando a sua entrega está patente, geralmente é valorizado e aceite e disso há provas inquestionáveis. Não obstante, não há que estranhar que, se Cristo, o Bom Pastor, que era perfeito, foi contestado por alguns, também suceda o mesmo aos seus representantes. O sacerdó cio não é uma invenção dos curas, como se quer fazer crer, mas sim um sacramento instituído por Cristo para o serviço da comunidade. Devemos compreender o seu significado e alcance, tanto para que saibamos valorizar este dom de Jesus Cristo, como também para os
que se sentem chamados até Ele o aceitem alegremente. Convido todos os jovens a que escutem, no seu coração, o chamado que Deus lhes faz. Um chamado a uma mudança de vida, para que, generosamente, sejam um instrumento do amor de Deus para os irmãos. Que não tenham medo dessa Voz do Pastor, que diz que o sigas e que não olhes para trás. Ele chamate e necessita da tua ajuda para salvar os homens.
Não se imaginam as experiências tão grandiosas nas eucaristias que um sacerdote celebra e o que transforma e enche de vitalidade cada vez que se celebra. A eucaristia é o encontro vivo com o Bom Pastor e com o rebanho. É o encontro festivo que enche de vida o ministério e a mesma Igreja fortalece-se, ao reunir-se em torno da mesa para partilhar o pão que nos é dado como alimento.
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Universidades no exterior lidade dos estudos de medicina que não devem ser inferiores aos estudos da mesma especialidade em Lisboa. Esta situação não é ú nica: a Universidade da Beira Interior passa pelo mesmo problema.
tratados por tempo determinado como trabalhadores temporários. Na Venezuela, exige-se às universidades apresentar orçamentos prévios de gastos que nunca são aprovados pela quantidade que solicitam. Isto atrasa a organização
Tão-pouco se passa só em Portugal. Sabemos que em algumas universidades alemães o temor por cortes orçamentais levou a um reordenamento das contas e a um aumento de lugares dos chamados "professores privados", isto é, con-
de concursos para nosso ingressos de professores e assim o preenchimento dos lugares dos que se aposentam. A consequência: disciplinas sem professores ou, em alguns casos, ditadas por pessoal escolhido a dedo.
Antonio de Abreu aindax1@yahoo.com
reitor Pedro Telhado Pereira diz que Universidade da Madeira (UMA) tem cada vez mais problemas para manter a sua excelente qualidade educativa porque o Estado português canaliza cada vez menos dinheiro para o seu financiamento. Ao que parece, o problema não é novo. Mas é grave dado que a UMa aumentou o seu quadro de pessoal académico à medida que foi crescendo. O problema do orçamento complica-se com o alto nível dos seus professores que devem ser honrados com altos honorários. A maior preocupação do reitoria da UMa é a preparação dos estudantes e isso ficou demonstrado no exemplo que deu o reitor Telhado Pereira quando falou da qua-
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Todos estes problemas de dinheiro servem para indicar algo ao estudante luso-venezuelano que pensa seguir carreira numa universidade portuguesa: se querem desfrutar de uma educação total, com professores altamente qualificados e universidades bem dotadas em termos logísticos, devem seleccionar aquelas que também recebam maior dinheiro do Estado. Digo isto porque, segundo se pode ler nas declarações do reitor Telhado Pereira, as diferenças nas atribuições de subsídios levaram a desigualdades. Assim, enquanto à UMa lhe subtraíram no orçamento, outras instituições aumentaram-no sem atender à coesão ou factores de avaliação. É o mesmo problema da Venezuela, mas por diferentes razões que não são académicas. Está-se a dar mais dinheiro a projectos educativos universitários com fins panfletários e politiqueiros enquanto são deixadas sem apoio universidades que têm programas de investigação e carreiras já estabelecidas e de comprovada eficiência. O resultado: os pedidos de reformas antecipadas e a emigração cérebros para países como o Canadá ou Austrália, com a consabida perda de qualidade da nossa educação superior.
Todos somos vendedores Antonio López Villegas altatribuna@yahoo.com.mx
alvez ainda não tenhamos tomado consciência de que nó s nos vendemos todos os dias da nossa vida. Vendemos as nossas ideias, os nossos planos, os nossos projectos, a nossa imagem. Todos somos vendedores. Ao tratar com as outras pessoas estamos chamados a vender-nos a nó s mesmos ou em todo o caso a algo de nó s pró prios. Ao tratar com os nossos amigos, com os nossos chefes, com os só cios, e eles, obviamente, tratam de fazer o mesmo. Todos estamos de uma ou de outra forma no negó cio das vendas. Antes de vender
T
qualquer plano ou projecto, deveremos vender-nos primeiro a nó s mesmos. Recordemos que as pessoas formam de nó s uma opinião durante os primeiros cinco minutos depois de iniciada a primeira conversação. Portanto, é nesses minutos quando devemos impressionar gratamente coma a nossa personalidade. Para nos vendermos bem, devemos ser positivos, dinâ micos e entusiastas, para que quem "nos compre" esteja convencido de que está fazendo um bom investimento. A não nos podermos vender adequadamente, estaremos em problemas, ainda que não nos digam. Que é o que fazemos quando vemos uma vitrina de exibição
num centro comercial? Não é o produto melhor apresentado que mais nos atrai? Quando estamos em busca de um emprego, antes de sair das nossas casas, que é o que fazemos? Arranjamo-nos bem, com a melhor roupa, com os melhores adereços, com os melhores sapatos, com a melhor cara. E na entrevista, como actuamos? Com o melhor vocabulário, com a melhor atitude, com o melhor sorriso. Só assim estaremos a marcar pontos para conseguir o emprego. Quando vamos a uma festa, a uma reunião de negó cios, também tratamos de escolher o melhor vestuário, de ir ao cabeleireiro, de calçar os melhores sapatos. Em ambas situações, vamos
vender-nos como um produto qualquer que somos. Devemos ser positivos, as pessoas fogem dos pessimistas. Se somos positivos, com esta tal vibração atraímos as pessoas positivas. Esta atitude se vê reflectida nos nossos pensamentos, na nossa conduta, no nosso bom humor, que jamais deve faltar. Esta atitude permite que as pessoas ponham a sua atenção sobre nó s. Bem sabemos que o bom humor é uma qualidade que nos proporciona bem-estar físico e mental e em consequência, alarga-nos a vida e, além disso, é uma característica dos seres mais inteligentes. Conheço muita gente que não sabe anedotas e qualquer conversação se transforma de imediato
numa espécie de "tira e encolhe" que carrega negativamente o ambiente. Distanciemo-nos dessas pessoas! Para vender-nos melhor, devemos ser agradecidos com o que temos recebido, seja muito ou pouco. A gratidão atrai a nó s a todas aquelas pessoas valiosas. Ajuda a manter-nos concentrados sobe todos os aspectos positivos da vida e estamos dando a oportunidade a quem nos favoreceu, para que o torne a fazer. Caso contrário, estaremos fechando essa possibilidade. Temos escutado reiteradamente que "de mal agradecidos está cheio o mundo". Assim parece ser, mas nó s devemos sair desse grupo para que o universo possa continuar favorecendo-nos.
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CARTAS
Pedido de ajuda
Antes não era assim Fiquei surpreendido com o que encontrei na página do vosso jornal (www.correiodevenezuela.com), onde podemos participar em fóruns. Sobre os festejos dos adeptos lusovenezuelanos pelo Mundial Alemanha 2006 acho que estamos a viver um sonho e basta ver o ambiente que envolve os nossos vizinhos, com os amigos, etc. É uma oportunidade para sabermos quanto nos querem e nos admiram aqueles
que outrora viam Portugal como um País pobre e subdesenvolvido. Outro dos factores positivos do Mundial de futebol é a influencia que exerce sobre os jovens, neste caso filho de Portugueses, que nos colégios até dizem com orgulho que são Portugueses. Aqueles que vivem na Venezuela sabem que antes não era assim.
Ricardo Freitas
Responsabilidade para Portugal Acho que o projecto da Universidade Lusófona na Venezuela, isto a julgar pela maneira como o assunto foi colocado, na apresentação, em cima da mesa. Conheço a Venezuela e os empresários portugueses nela radicados e ninguém, mas mesmo ninguém, vai investir dinheiro numa área que não conhece. Mas também sou da opinião que quem deve reali-
zar esta iniciativa deve ser o Governo português e não os empresários que já têm muito trabalho nas suas empresas. Entretanto o importante é a vontade demonstrada pelas autoridades portuguesas, o que já é muito importante para todos nós embora não seja suficiente…
Carlos Ferreira Ferraz
Tenho uma irmã na Venezuela, algures em Caracas. O seu nome é Fernanda Augusta Pinto Morgado. Sou do Pinhal do Douro, Carrazeda de Ansiães, Bragança, Portugal. Sei que ela tem uma filha "Milu" Pinto Morgado. Gostaria de saber se alguma pessoa no pode ajudar ou se sabem a quem nos pode-
remos dirigir para procurar informações sobre esta nossa família radicada na Venezuela. Os nossos contactos podem ser obtidos no correio de Venezuela ou através do endereço de correio electrónico: plourenc@hotmail.com.
António João Pinto
Altos e baixos Sou leitora habitual deste semanário e quero através desta carta agradecer a presença constante do Correio de Venezuela nos diversos eventos que semanalmente organiza a comunidade portuguesa radicada na Venezuela. A sua importância é inegável pois é o único meio de comunicação social português no seu estilo. É raro que haja uma celebração ou evento importante onde o Correio não marque presença através da sua edição que é distribuída gratuitamente. Mas, pelo contrário, é difícil
achar o Correio nos quiosques das diferentes zonas de Caracas. Agora já não é possível encontrar o jornal nos quiosques do El Nacional, onde antes era um ponto fácil para o conseguir. Oxalá pudessem resolver esta situação pois é uma pena que muitos leitores deixem de ler o jornal porque não o conseguem encontrar. Novamente felicidades pelo trabalho de todas as semanas.
Elsa Flores
InquéRITo:
Que acha a mú sica portuguesa. Foi fácil interpretá-la?
Isabel Camacho Violinista "É interessante e muito bonita. Apesar de não a ter escutado antes, descobri-a quando montamos estas peças para o concerto do Dia da Madeira. Foi fácil montar a música porque já estamos acostumados a fazê-lo quando se trata de musica clássica. A música folclórica e tradicional dos países é menos complicada de interpretar. Desfrutei muito das melodias lusas".
Alejandro Ramí rez Presidente da Orquestra Sinfónica de Venezuela
"Nós começamos esta relação com a música lusa através de nossa amizade com a Comissão da celebração do Dia da Madeira e de facto, fomos a primeira Orquestra Sinfónica a pisar terra madeirense e portuguesa, na Expo 98, em Lisboa. Foi fácil interpretá-la porque é o segundo ano que tocamos música madeirense. São obras lindas e interessantes".
António Vásquez Violinista "É uma música muito rítmica, apesar de não estar acostumado a interpretá-la foi muito interessante fazê-lo e agradou-me por ser divertida e simples. Não foi difícil mas sim algo atípico para o que normalmente fazemos. O tempo de montagem foi igual ao resto das peças que interpretamos".
Margarita Rotinova Violinista
"Fiz o meu trabalho e sinto-me feliz por tê-lo feito, porque a música portuguesa é muito linda. Revelou-se fácil interpretá-la, tecnicamente é cómodo tocá-la com o violino e a ideia é fazer as cosas bem. Há tempos estivemos em Portugal, país que gostei muito e a música que escutei ali pareceu-me alegre e interessante".
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ASOVELA precisa de ajuda Derlys Melim derlysmdc@hotmail.com
Associação Venezuelana de Laringectomizados (ASOVELA), realizou no passado dia 28 de Junho, no Centro Português, em Caracas, um bingo com rifas e prémios especiais com o objectivo de angariar fundos para a instituição. Este evento foi realizado graças à colaboração da direcção do clube, quem cedeu o espaço das suas instalações para que a fosse efectuada a colecta em benefício das pessoas que estão doentes da garganta. Várias empresas doaram equipamentos eléctricos e outros produtos para que fossem sorteados. As pessoas que assistiram ao evento colaboraram com a associação comprando cartões de bingo e pagando a entrada, contribuindo assim para a angariação de uma quantia que será utilizada para beneficiar um grupo de pessoas que sofrem daquela enfermidade. Este evento costuma realizar-se anualmente, mas há quatro anos que não se realizava por razões econó micas. Segundo explicou Patricia Faella Palozzi, a actividade não era promovida desde então porque ninguém prestava colaboração e nenhuma instituição cedia um lugar para acolher o evento. ASOVELA foi fundada por Jean Nouel (laringectomizado) e Pilar de Carro, no ano de 1970, quando estes decidiram criar uma insti-
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tuição sem fins lucrativos para ajudar, mediante uma reabilitação integral, todas aqueles pessoas que haviam sido operadas à garganta para que assim pudessem recuperar a voz. Na actualidade, Pilar de Carro continua prestando colaboração na instituição citada em conjunto com a actual presidente e vice-presidente, Patricia Faella e Jorge Kaswalder, os quais também padeceram desta doença, e que trabalharam pela instituição durante mais de dez anos. As pessoas operadas da laringe, em alguns dos hospitais e clínicas do país, são referenciados à ASOVELA, porque é o ú nico organismo especializado e capacitado nesta disciplina. Esta associação continua a funcionar graças aos contributos econó micos que fazem empresas venezuelanas como a Fundació n Vollmer, CANTV, entre outros, e também pelo apoio de particulares. No entanto, as doações têm diminuído com o passar do tempo, reduzindo a capacidade de iniciativa da e tornando o trabalho da associação cada vez menor. ASOVELA tem a sua sede principal num apartamento situado em San Bernardino, Caracas, onde oferecem terapias gratuitas de segunda a sexta-feira a todos os laringectomizados que desejem assistir. De igual modo, a associação conta com um nú cleo em Valência e outro em Maracaibo, ainda que estes trabalhem muito precariamente por falta de recursos humanos e econó micos.
Caracas espera que entrada no Mercosul aprofunde integração regional Venezuela espera que a entrada no Mercosul oficializada na passada terça-feira em Caracas possa servir para fortalecer a união comercial e aprofundar a integração regional sob princípios de cooperação, complementaridade e respeito pela soberania. Os quatro países que fundaram o Mercado Comum do Sul (Mercosul), em 1991, aprovaram em Junho o projecto do Protocolo de Adesão da Venezuela que estabelece um prazo de quatro anos para a plena incorporação deste país. Segundo o ministro dos Negó cios Estrangeiros venezuelano, Ali Rodríguez, com a entrada da Venezuela "o Mercosul será bastante reforçado, pois os cinco membros representam 75 por cento do Produto Interno Bruto sulamericano, com uma população de 250 milhões de pessoas". A Venezuela é o quinto maior exportador de petró leo, tem a oitava reserva de gás e a primeira reserva petrolífera do planeta com 235.000 milhões de barris, de acordo com dados oficiais. A adesão ao Mercosul levanta sérias dú vidas entre os representantes do comércio e indú stria da Venezuela, preocupados pelas "assimetrias" econó micas entre os membros e a "incerteza" em relação ao futuro do mercado comum. Existem "muitas assimetrias entre as economias do Mercosul e a da Venezuela, que porão em sério risco o aparelho produtivo venezuelano se não forem tomadas as medidas adequadas", disse à agência noticiosa espanhola EFE o presidente da confederação patronal Fedecámaras, José Luis Betancourt.
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Panificadores foram ao Mundial com Monaca
m importante grupo de empresários industriais do sector da panificação viajou para a Alemanha para assistir na qualidade de convidados especiais ao Campeonato do Mundo FIFA Alemanha 2006. A delegação é composta pelos vencedores da promoção "Sácale Partido a Monaca-Gruma con la Copa Mundial Alemania 2006", na qual Molinos Nacionales (Monaca) registou uma participação massiva entre proprietários de padarias e pastelarias ao nível nacional. Foram beneficiados com a viagem à Europa os empresários radicados no estado Lara: Carlos da Silva Gouveia (Padaria San Benito), Antó nio Ignoto (Acemas Catalinas) e Carlos Nunes (Panificadora Nacional); para além de Andrea Katsouias (Padaria Concordia), de San Cristó bal, Táchira; Giuseppe
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Lanzellotti (Padaria Los Carvalos), de Mérida; José Fernández (Padaria Averíense), de Valencia, Carabobo; e Rui Manuel Da Costa (Padaria Pague Menos), de Maracaibo, Zulia. O grupo foi acompanhado por Arturo Herrero, do departamento de marketing de Monaca, Carlos Useche (Guacara) e José Gutiérrez (Oriente), ambos membros da equipa de vendas. A promoção também procurou premiar a confiança e a lealdade dos clientes da linha de produtos industriais de Molinos Nacionales, empresa que está cumprindo 50 anos de operações no país. Além disso, a viagem ao "Alemanha 2006" durante 12 dias (de 19 de Junho a 2 de Julho) a empresa sorteou dez câ maras de vídeo, dez câ maras fotográficas e dez malas. Entre os vendedores foram sorteados dois "Home theather" e dois televisores de ecrã plano.
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"Preço do pão não muda há quatro anos" Carlos A. Balaguera carlosbalaguera@correiodevenezuela.com
a 26ª Assembleia Anual de Fevipan e 1º Encontro Interamericano do Pão, o presidente desta associaç ão, Tomas Ramos Ló pez, abordou a problemática que actualmente atravessa o sector da panificaç ão na Venezuela. "Em toda a histó ria do pão, jamais se verificou em país algum que tenha aguentado três anos e quatro meses com os preç os do pão regulados enquanto todas as matérias-primas se encontram a preç os livres. Esta regulaç ão marca o período mais destrutivo da indú stria do pão; 11.000 postos de trabalho formais desapareceram, dez por cento das padarias fecharam as suas portas", observou o responsável, lembrando que no passado mês de Maio os panificadores enviaram uma comunicaç ão ao Presidente Hugo Chávez, descre-
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vendo a sua situaç ão mas até ao momento não receberam resposta. O presidente da associaç ão brasileira, Autero Pereira, disse que no Brasil, há 15 anos, o sector também passou por uma situaç ão similar à da Venezuela, "claro que não foi tanto tempo, mas hoje a indú stria do pão é florescente e os preç os são livres". Noel Álvarez, presidente do Consecomercio, expressou que se vem entabulando uma luta juntamente com a Fevipan. "Percorreram-se todos os espaços para que o governo aceite o valor do pão. É insó lito que o preç o de hoje seja o mesmo que há quatro anos, e isto não favorece em nada o futuro da indú stria do pão." O presidente da câ mara de Naguanagua, Julio Castillo, destacou a importâ ncia do encontro de panificadores que reuniu empresários de todo o país e a representantes dos países americanos.
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Fundapatrimoni o e Eurobuilding novos aliados Hotel Radisson Plaza Eurobuilding Caracas, Jhon Petrizzelli Font Travel and Tours e Fundapatrimonio - Autarquia de Caracas, celebraram um acordo de cooperação com o objectivo de realizar itinerários turísticos que permitam ao visitante conhecer e desfrutar dos diferentes espaços que fazem parte do Sistema de Patrimó nio Cultural do Município Libertador. O ponto de partida dos itenerários será o Hotel Radisson Plaza Eurobuilding Caracas e os destinos variarão em função do tour que escolham quem contratem o serviço. A empresa Jhon Petrizzelli Font Travel and Tours efectuará o transporte e orientação pelo percurso pelos espaços que
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são patrimó nio histó rico e cultural do município. O primeiro itinerário mostra o centro de Caracas. Os turistas podem visitar a Plaza Bolívar, a Catedral de Caracas, Igreja de San Francisco, Casa Natal do Libertador Simó n Bolívar, Assembleia Nacional (Salão Elíptico), Panteão Nacional, entre muitos outros. O segundo "tour" centra-se na arquitectura "caraqueña" e o tercero nos diferentes museus da cidade. Finalmente, a quarta rota turística leva os visitantes aos parques e monumentos dos anos de 50 conhecidos como Los Pró ceres, à (re)urbanização del Silencio, obra dos anos 40 que mostra a influência colonial na arquitectura moderna.
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TAP com ligações directas a Istambul TAP passa a disponibilizar, a partir do pró ximo Domingo, dia 2 de Julho, mais um destino na sua Rede europeia – Istambul – com a oferta de voos semanais directos ligando Lisboa à maior cidade da Turquia, no â mbito da co-
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breves
Novo conceito de check-in Desde 1 de Julho, os clientes da TAP que viajem à partida de Lisboa, vão poder usufruir do serviço SKYBAGS, um novo conceito de check-in, efectuado directamente no local onde o cliente se encontra, com conforto e segurança. Este serviço, resultante de uma parceria entre a TAP e a PROAEROPORTO SA, assegura a recolha e selagem de bagagem e a realização de check-in directamente na residência, hotel ou escritório do passageiro, proporcionandolhe assim conforto e segurança. Por apenas 30 Euros, o passageiro tem a possibilidade de se libertar das filas de check-in no Aeroporto e do incómodo de carregar malas. Durante a campanha de lançamento do SKYBAGS, o serviço é proporcionado gratuitamente ao segundo passageiro, que viaje no mesmo voo e faça o checkin na mesma morada. As famílias beneficiam igualmente de condições especiais. Certificado pelo INAC, este conceito de serviço, pioneiro a nível europeu, é prestado por pessoal uniformizado e devidamente credenciado, que se desloca em viaturas próprias e identificadas, na área da Grande Lisboa e linhas de Sintra e Cascais.
operação comercial estabelecida recentemente com a Turkish Airlines, que abrange a operação em code-share na rota Lisboa/Istambul. Assim, e através desse acordo de codeshare, assinado com a sua homó loga turca (companhia operadora do voo), em Lisboa,
em 29 de Maio deste ano, a TAP oferece agora aos seus Clientes três frequências directas, por semana, entre Lisboa e Istambul, com os seguintes horários e dias de operação. Os voos efectuam-se todas as terças, quintas e Domingos, com partida de Lisboa – voo
TP 8170 - às 14h10 e chegada a Istambul às 20h35. No sentido inverso, o TP 8169 parte de Istambul às 10h25 locais e chega a Lisboa pelas 13h10. Estes horários proporcionam igualmente boas ligações de e para todos os pontos domésticos da Rede da TAP, de-
signadamente, Porto, Faro, Madeira e Açores. Com esta operação conjunta, baseada na oferta do melhor acesso possível às redes de ambas as companhias, a TAP amplia as opções colocadas à disposição dos seus Clientes entre Portugal e a Turquia.
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Pesca submarina leva Flavia Fernandes a Portugal
Sandra Rodriguez olgaria6@yahoo.com
ampeã Nacional na categoria Open Tabla Feminino e em Longboard, ú nica mulher a competir na terceira categoria de pesca submarina, a jovem Flávia Fernandes desloca-se a Portugal para participar no mundial desta modalidade desportiva. Os Mundiais de Pesca Desportiva Portugal 2006, congregam 19 Campeonatos do Mundo que irão realizar-se entre dos dias 10 e 17 de Setembro, em Sines, Sul da capital portuguesa. Filha de Antó nio Fernandes, madeirense, e mãe venezuelana, Flávia, a terceira de quatro irmãos, nunca veio à terra do seu pai, mas tem o desejo um dia concretizar tal viagem. O gosto e o interesse pelos desportos aquáticos, de acordo com a jovem, surge aos 12 anos, quando passa a residir na ilha de Margarita. "Sempre gostei de des-
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porto, mas desde a altura em que vim morar perto do mar, comecei a praticar surfing, kayac, pesca submarina, entre outros, e estou encantada com isto", explica Flávia. Com 24 anos de idade, a jovem lusodescendente já participou em mais de 20 competições de surfing e dez experiências desportivas ao nível nacional de patinagem de velocidade, destacando o titulo de sub-campeã Pan-americana na II Copa de Clubes de Patinagem de Velocidade realizado no estado Tachira, e a sua participação no Campeonato Nacional Interclubes de Patinagem em Cú cuta, Colô mbia. "Depois do Mundial, quero participar no Circuito Latino-americano de surfing, outra competição importante para mim", confessa Fernandes, que actualmente estuda no 7º semestre de Biologia Marina na Universidade de Oriente e aprovou no ano 2003 o Curso de Capacitação Técnica para treinadores de surfistas de alta competição.
Casa do Benfica "amadurece"
A Comissão Organizadora da "Casa do Benfica" reú ne-se no pró ximo dia 14 de Julho nas instalações do Centro Português, em Caracas, para acertar estatutos e constituir a associação desportiva lusa. Segundo disse David Pinho, membro da comissão organizadora, os benfiquistas vão estabelecer os parâ metros e regras para a filiação na associação desportiva. Além disso, vai determinar a quota mensal que terão de pagar para pertencer ao "clube" e deter determinar o lugar que servirá de sede para a "Casa do Benfica". "Ainda faltam vários passos para legalizar a associação", disse, observando que
"também temos de angariar mais fundos para preparar a nossa nova casa e pagar os gastos decorrentes das formalidades". Actualmente, existem 250 pessoas que desejam fazer parte deste grupo mas, segundo revelou Pinho, "alguns ainda não pagaram as quotas mínimas mensais" que se estabeleceram no princípio para criar um fundo e depositar as quantias angariadas numa conta bancária. Uma vez oficializada a "Casa", os adeptos da equipa desportiva preencherão um questionário que o acreditará como representantes na Venezuela da equipa portuguesa.
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Oscar D'León orgulhoso com o basebol madeirense Victoria Urdaneta Rengifo victoria@correiodevenezuela.com
ara encerrar a ronda de eliminató rias do Campeonato Madeira Basebol 2006, marcou presença como convidado especial o artista Ó scar D'Leó n, facto que centrou as atenções, até porque dó i o primeiro a efectuar o lançamento do jogo. "El Sonero del Mundo" jogou durante uns minutos, para deleite de todos os adeptos do basebol madeirense, não só com o seu "canto" mas também jogando e oferecendo amistosamente pelotas, luvas e "guantines" às muitas pessoas presentes, contou ao CORREIO Alberto Rodrigues, jogador e "vocero" do Funchal Basebol
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Club. O cantor venezuelano Oscar D'Leó n declarou, por seu turno, estar "muito orgulhoso do basebol da Madeira. É uma alegria imensa ver tanto amor pela pelota, tanta vontade em desenvolver uma liga, tanto potencial neste deporte maravilhoso". O seu "manager", o empresário luso-venezuelano Oswaldo Ponte, disse que esta visita constituiu uma oportunidade excelente para unir ainda mais a comunidade venezuelana com a portuguesa, através de Oscar e do basebol, que fazem parte dos emblemas culturais e desportivos da Venezuela". Nessas jornadas ganharam as equipas Crioulos da Calheta e Caciques do Funchal, as quais se classificaram para a "pó s-tempora-
da". Quanto à tabela de classificações, a situação ficou estabelecida da seguinte maneira: em primeiro lugar, Lobos do Curral; segundo, Caciques do Funchal; terceiro, Monte Cristo Campanário: quarto, Crioulos da Calheta; e quinto, Funchal B.B.C. Apó s o "Jogo das Estrelas", realizado em 2 de Julho, a liga tem preparado o cenário para os "Playoffs" que começarão a 9 de Julho de 2006. Por outro lado, o terminada a "Taça de Portugal", será jogado, durante 29 e 30 de Julho, e uma das selecções que participará será a da Madeira, cujos representantes deram ao CORREIO a pré-selecção dos de 33 jogadores, seleccionados das cinco equipas da Associação de Basebol e Softbol da
Madeira (ABSM), os quais apresentamos a seguir. As convocações do Funchal (FXBC) estão encabeçadas pelo "manager" Carlos Sousa e os basebolistas Alberto Rodrigues, Pedro Mendes, David Rodrigues, Leandro Gil e Orlando Zapata. Por el equipo de Lobos: Omar Ferreira, Alfredo Ferreira, Gilberto Abreu, Manuel Abreu, Roberto Gonçalves, Marco Mota, Sixto Gomes, Luis Pereira e Manuel Abreu. Na filas de Caciques: Helder Pestana, Nelson
Camacho, Nelson Gonçalves, Felix Requena, Pedro Villamediana, Jhonny Rodrigues, Jaime Camacho e Juan Carlos Gouveia (Coach de Terceira base). Pelo Campanário, os representantes serão: Jesus De Gois, Walter Lora, Bruno Rodrigues, Alejandro Guevara e Edwing Graffe (Coach de Primeira base); aos quais se unirão os jogadores de Crioulos: Ismael Da Silva, Orlando Rodrigues, Pedro Gonzales, Daglihs Gomes y Ricardo Da Silva.
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Benfica estagia na Suíça defesa central brasileiro Alcides e o extremo Paulo Jorge, a mais recente contrataç ão do Benfica, chegaram na manhã de quarta-feira a Genebra, Suíç a, de onde seguirão para o estádio de pé-época da equipa de futebol "encarnada". Alcides apenas se junta agora ao grupo porque foi assaltado no fim-desemana em São Paulo, ficando sem documentos, o que o impediu de se apresentar na segunda-feira, no dia de regresso ao trabalho do Benfica. Quanto a Paulo Jorge (ex-Boavista) é a mais recente contrataç ão dos "encarnados", a seguir a Rui Costa e ao médio grego Katsouranis, e será apresentado durante a tarde na Suíç a, numa conferência de imprensa em que será acompanhado pelo director-geral da SAD do Benfica, José Veiga. O jogador, que já deverá integrar o treino da tarde no estágio dos "encarnados", assinou um contrato válido por quatro épocas. O Benfica prossegue o estágio na Suíç a até 16 de Julho, realizando dois jogos particulares com equipas helvéticas, com o Nyon, a 12, e o Syon, a 15.
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Torneio relâmpago celebra Dia da Madeira
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Jean Carlos De Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com
No regresso a Lisboa, os "encarnados" farão a apresentaç ão aos só cios a 22 de Julho, frente aos franceses do Bordéus, seguindo-se a participaç ão no Torneio Internacional do Guadiana (com Sporting, Portimonense e os espanhó is do Deportivo da Corunha), entre 28 e 29, e um jogo com os gregos do AEK Atenas a 01 de Agosto. O primeiro compromisso oficial na época de 2006/07 tem lugar a 08 ou 09 de Agosto, na primeira mão da terceira pré-eliminató ria da Liga dos Campeões, estando a segunda mão agendada para 22/23.
proveitando as comemorações do Dia da Região Autó noma da Madeira, que este ano celebra 30 anos da Autonomia Política, a equipa do Marítimo da Venezuela e o Madeira Futebol Clube, disputaram no passado domingo, 2 de Julho, no campo de Fray Luís de Leó n de las Mercedes, a Primeira Copa "Dia da Madeira 2006". O torneio foi organizado pelas direcções das duas
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equipas, que estão compostas na sua maioria por portugueses procedentes da Madeira. Segundo disse Henrique de Freitas, dirigente do Madeira Futebol Clube, o torneio foi organizado com a finalidade de agrupar as equipas lusas na Venezuela pelo que se espera que para o pró ximo ano mais formações se unam à iniciativa. Marítimo da Venezuela foi a equipa vencedora (2-1), na marcação de grandes penalidades. O jogo contou com a presença do ex-maritimista Franco Rizzi.
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França mata sonho luso pela 3ª vez
ortugal viu ontem o sonho de chegar a uma final de uma grande competição de futebol frustrado pela França, pela terceira vez consecutiva, ao perder por 1-0 diante dos "bleus", nas meias-finais do Mundial Alemanha2006. O médio Zinedine Zidane, marcador do "penalti de ouro" que eliminou as "Quinas" no prolongamento das meias-finais do Europeu Bélgica/Holanda2000, voltou a cobrar hoje um castigo máximo, aos 33 minutos, na Arena de Munique, garan-
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tindo a presença gaulesa na final de domingo, diante da Itália, em Berlim, pelas 19:00. Os franceses já tinham desfeito o sonho luso em 1984, também nas meias-finais de um Europeu. Na altura, a equipa liderada pelo médio Michele Platini também bateu os portugueses, por 3-2, já no prolongamento. Ainda assim, Portugal poderá igualar a melhor prestação de sempre em Mundiais - o terceiro posto no Inglaterra1966 -, sábado, frente à anfitriãAlemanha, em Estugarda, pelas 20:00, na partida de consolação dos semi-finalistas derrotados. Nesta quarta participação portuguesa em Mundiais, a selecção lusa viu hoje chegar ao fim uma série de 17 encontros internacionais sem perder, desde a final perdida para a Grécia no "caseiro" Euro2004, ao mesmo tempo que o recorde do brasileiro Scolari, seleccionador de Portugal, também terminou ao 13º jogo. Scolari, campeão do Mundo pelo Brasil no Coreia do Sul/Japão2002, com sete vitó rias consecutivas, foi hoje derrotado apó s 12 desafios sem perder em encontros de fases finais desta competição. A França, presente num Mundial pela 12ª vez, atingiu hoje a sua segunda final de um evento do género, apó s o triunfo ante o Brasil (3-0), quando acolheu o Mundial de 1998.
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Ricardo Carvalho falha jogo com Alemanha O portuguê s Ricardo Carvalho vai falhar sá bado o encontro de atribuiç ã o do terceiro lugar do Mundial de futebol de 2006, com a anfitriã Alemanha, ficando suspenso por ter acumulado um segundo cartã o amarelo nas meiasfinais, com a Franç a. O defesa central, que já tinha visto um cartã o amarelo nos quartos-de-final, frente à Inglaterra, foi admoestado hoje aos 82 minutos do encontro que Portugal perdeu por 1-0, em Munique, falhando a presenç a na final, em que estarã o Franç a e Itá lia, domingo, em Berlim. Ao invé s, o mé dio Petit, que cumpriu suspensã o na partida de ontem, regressa no jogo de sá bado, em Estugarda. O francê s Louis Saha, que també m viu amarelo, nã o poderá disputar a final.
"Vergonha para a América do Sul" Luiz Felipe Scolari considerou que a meia-final do Mundial2006 de futebol Portugal- Franç a (0-1) foi uma "vergonha para a Amé rica do Sul", aludindo à arbitragem do uruguaio Jorge Larrionda, sem no entanto o nomear. O treinador brasileiro ao serviç o de Portugal começ ou por declarar, no final do jogo de Munique, que "nã o tinha queixas da arbitragem", mas depois foi bastante crí tico, de forma indirecta, para o trabalho da equipa de arbitragem.
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Emigrantes devem ter um papel activo no desenvolvimento da Madeira Délia Meneses deliameneses@correiodevenezuela.com
secretário regional do Plano e Finanças da Madeira, José Manuel Ventura Garcês foi o ú nico membro do Governo Regional a se deslocar para fora do arquipélago madeirense por ocasião do Dia Região e da Comunidades Madeirenses. E a Venezuela foi o país escolhido, segundo o governante, por várias razoes: "Aqui existem tantos madeirenses como na Madeira e no Porto Santo juntos. Depois também é o lugar onde a comunidade é mais produtiva e empreendedora e tem conseguido levar os seus negó cios com êxito ultrapassando circunstâ ncias adversas". Ventura Garcês aproveitou o discurso proferido perante uma plateia com aproximadamente mil pessoas, reunidas no Centro Português, em Caracas, para destacar as vantagens de se investir no arquipélago da Madeira. "Lanço-vos o desafio para que os empresários luso-venezuelanos comercializem os produtos tradicionais da Madeira, como os bordados e os vinhos, que tenho a certeza terão boa aceitação na Venezuela". Na sua intervenção, procurou mostrar a actual realidade madeirense e o elevado potencial de investimento da Região. Apelou os presentes sobre a importâ ncia de que segundas e terceiras gerações verem a Madeira como destino tu-
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Reunião com Rangel
rístico e não como um mercado tradicional da saudade. "O governo regional da Madeira está a diversificar o sector do turismo. Queremos trazer o mercado jovem e por isso já temos o turismo de montanha e o turismo desportivo", argumentou. Explicou depois que, a partir de 2007, a Madeira tem pela frente "um grande desafio, porque, na sequência da "diminuição dos recur-
sos financeiros provenientes das transferências da União Europeia, será preciso adaptar-se algumas variáveis no modelo econó mico no sentido de tornar a economia mais sustentável". Por isso, "o governo vai apostar, acarinhar e incentivar o investimento privado para minimizar o efeito negativo da redução dessas transferências".
Durante a sua deslocaç ã o de dez dias à Venezuela, Ventura Garcê s manteve contactos com o governo venezuelano, mas precisamente com o vice-presidente da Repú blica, José Vicente Rangel. O secretá rio regional do Plano e Finanç as da RAM declarou que o governo da Madeira está a fazer todo o possí vel para que os seus empresá rios "venham a investir neste paí s, de facto, já existem projectos em marcha. Hotelaria, construç ã o civil e turismo sã o os rubros de investimento", disse. Garcê s considera que fazer turismo dentro da Venezuela é interessante e atractivo para os madeirenses. "Madeira vive do turismo e gostá vamos de ajudar a este paí s també m a explorar esta alternativa e mostrar todas as belezas que tem", acrescentou o governante madeirense. No encontro, Rangel qualificou a comunidade lusa como "tranquila, trabalhadora e honesta". O tema da inseguranç a, segundo Garcê s, nã o representa um impedimento para o investimento. "Os empresá rios madeirenses estã o interessados em investir e o problema da inseguranç a está presente em todas partes", disse.