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O jornal da comunidade luso-venezuelana
Só crates e Chavez prometem novo impulso nas Página 3 relações
ano 07 – N.º 167 - DePósito LegaL: 199901DF222 - PubLicação semanaL
caracas, 27 De JuLHo a 02 De agosto De 2006 - VenezueLa: bs.: 1.000,00 / PortugaL: € 0,75
Madeira quer atrair jovens conselheiros
Governo Regional vai continuar a nomear os seus representantes, dada a impossibilidade técnica de fazer eleições. Mas há novas regras para as nomeações Página 32
colombopress/dn
Preços e dificuldades logísticas afastam vinhos portugueses Página 4
Manuel Cruz: A histó ria de um barbeiro
Folclore faz histó ria no Poliedro
Página 28
Páginas 10 e 11
Acarigua recebeu canções Festival Feceporven decorreu no Centro Luso Página 14
« Caso» no futebol português
A Liga ameaça começar sem esclarecer quem desce Página 31
2 | EDITORIAL Sem precedentes CORREIO DE VENEZUELA - 27 DE JULHO A 02 DE AGOSTO DE 2006
Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Derlys Melim, Tábita Barrera, Yamilem Gonzalez e Victoria Urdaneta Correspondentes: Ana Pita Andrade (Maracay) Bernardete de Quintal (Curaçau) Briceida Yepez (Valencia) Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Miguel Rodrigues Publicidade e Marketing: Carla Vieira Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Elsa De Sá Secretariado: Carolina Nóbrega Distribuição: Enrique Figueroa Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodecaracas.net Tiragem deste número: 10.000 exemplares
Festival de Folclore Português assumese como um dos mais importantes eventos organizados pela comunidade portuguesa na Venezuela. Basta a ver o nú mero de participantes que arrastou - 2500 pessoas de todo o País - alguns deles sem sequer terem raízes portuguesas, as distâ ncias que têm de percorrer e os longos e sucessivos ensaios. Ou seja, todo um processo para cultivar a portugalidade, envolvendo tanta gente jovem neste tipo de actividades, uma festa que vai muito para além da competição entre grupos e se transformou num grandioso ponto de encontro de portugueses, oriundos de Norte a Sul de
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Portugal que, com amigos familiares, deram corpo a uma manifestação lusa sem precedentes na Comunidade. O mérito é ainda maior quando se sabe que tudo foi conseguido sem ajudas nem apoios. Apenas com a boa vontade e o entusiasmo de todos, o que infelizmente não foi suficiente para lograr também a participação de Mérida e Tinaquillo, anulada por falta de financiamento para o transporte. Neste particular, algo terá de ser revisto. De parabéns estão todos quantos se envolverem nesta grande organização. E fica mais um exemplo de que quando há vontade e empenho, tudo se consegue.
O CaRTOON Da SEMaNa Soubeste da confusão na Missão Católica?
Arraial sem zaragata ... não é arraial !
a SEMaNa MUITO BOM Organizadores, participantes e espectadores, todos merecem a melhor das referências pelo magnífico Festival de Folclore Português realizado no Poliedro de Caracas. De parabéns estão, sobretudo, aqueles que se deslocaram de tão longe, bem como toda a “máquina”, composta por homens e mulheres que, durante 48 horas ficaram sem “pregar olho” para que nada falhasse. Um evento que fica para a história!
BOM As mudanças em torno da futura Convenção e do Conselho das Comunidades Madeirenses, não foram tão longe quanto se esperaria, mas vislumbra-se um esforço para ir ao encontro dos pontos mais sensíveis, sobretudo com a abertura de portas aos mais jovens. Os representantes ainda não serão eleitos, mas a nomeação deixa de ser tão arbitrária, já que há parâmetros a cumprir. Isto se as quezílias pessoais forem banidas de vez e derem lugar à competência e ao mérito!
MaU Fez-se história no Poliedro de Caracas com a organização portuguesa de um festival de folclore. Um evento que ultrapassou todas as expectativas e que orgulha a Comunidade lusa, mas que não contou com a presença de nenhum representante do Estado português. Sabemos que há imensas iniciativas nesta altura, mas também sabemos que há cada vez mais funcionários a representarem Portugal. Por isso, para além de lamentável, é incompreensível mais esta distracção oficial...
Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA O Correio de Caracas não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias.
MUITO MaU O último evento realizado nas instalações da Missão Católica Portuguesa - a Festa de São Bento, a cargo dos arcuenses não acabou da melhor maneira: pancadaria, confusões, agressões verbais e físicas, que acabaram por resultar nalgumas detenções no calabouço de Petare. Comportamentos que nada abonam o espírito da iniciativa nem a reputação dos envolvidos. Ainda para mais nas instalações da Missão Católica. Mau. Muito mau!
El Correio de Caracas, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.
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Só crates e Chavez debatem relações bilaterais primeiro-ministro, José Só crates, encontrou-se na manhã do dia 23, domingo, em Lisboa com o presidente venezuelano, Hugo Chavez, com quem debateu o reforço das relações bilaterais, tendo ainda trocado impressões sobre a situaç ão internacional, informou fonte do gabinete do chefe do governo.
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O petróleo venezuelano foi um dos temas abordados por José Sócrates no contexto do reforço das trocas comerciais com a Venezuela Hugo Chavez, que na semana passada participou pela primeira vez como membro de pleno direito na cimeira do Mercosul (bloco comercial sul-americano), que teve lugar na cidade argentina de Có rdova, passou por Lisboa fazendo-se acompanhar por alguns ministros venezuelanos, em missão oficial a caminho da Rú ssia e da Bielorú ssia. Chavez adiou esta viagem por um dia para poder estar em Có rdova mais algum tempo com o líder cubano, Fidel
Castro, a quem publicamente elogiou durante os trabalhos da XXX Cimeira do Mercosul, identificando-o como fonte de inspiração e de admiraç ão. Tendo sido informado da passagem de Hugo Chavez por Lisboa, em trâ nsito, o primeiro-ministro português manifestou a vontade de aproveitar esse momento para o encontrar, desejo que se concretizou esta manhã, na sala VIP do aeroporto de Lisboa, entre as 10:00 e as 11:45 horas, segundo confirmou à Lusa fonte do gabinete do primeiro-ministro. A mesma fonte resumiu os temas em conversa em duas grandes áreas. A primeira parte versou o interesse mú tuo no reforço das relaç ões bilaterais, nomeadamente no campo das oportunidades de captaç ão de investimentos e das trocas comerciais. A segunda parte centrou-se da actualidade internacional. O petró leo venezuelano foi um dos temas abordados por José Só crates no contexto do reforço das trocas comerciais com a Venezuela, confirmou à Lusa fonte do gabinete do primeiro-ministro, que contudo não especificou, por exemplo, se o conflito entre Israel e o Líbano terá sido um dos temas abordados entre os dois governantes. A fonte esclareceu, a propó sito, que a situaç ão internacional terá sido abordada em termos gerais.
BREVE
Caracas celebrou 439 aniversario A capital venezuelana celebrou, no passado dia 25 de Julho, o 439.º aniversário da sua fundação. Para assinalar a efeméride, a "Alcaldía" do Município Libertador levou a cabo diversas actividades culturais e desportivas, para gáudio de todos os residentes daquela grande urbe. O alcalde Freddy Bernal depositou uma coroa de flores na estátua do Libertador Simón Bolívar, situada na Plaza
Bolívar, enquanto que na Catedral de Caracas, foi oficiada uma missa que foi presidida pelo Cardeal Jorge Urosa Sabino, momento que foi aproveitado para abençoar uma vez mais a cidade. Por outra lado, os venezuelanos esperam que este novo ano sirva para recuperar as ruas de Caracas e que sejam continuados os trabalhos de restauração das estruturas emblemáticas da capital.
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Vinhos lusos sem promoção Talvez seja por isso que os vinhos portugueses não são os mais procurados pelos venezuelanos
Tábita Barrera
tabita@correiodevenezuela.com
a Venezuela, os amantes do vinho preferem os néctares que são trazidos do Chile ou da Argentina, principalmente por causa da frescura e preço dos mesmos, mas também porque são dos mais conhecidos. São muito poucas as pessoas que conhecem a enorme gama de vinhos portugueses disponível, assim como a sua excelente qualidade. Desde tintos, brancos, até suaves e fortes, Portugal caracteriza-se por produzir deliciosos caldos. No Nordeste do país, produz-se o vinho verde, o qual serve para acompanhar mariscos e pratos de mar. No Este, produz-se o Vinho do Porto, que é forte quando a colheita é jovem e suave quando se antiga. No Sul, predominam os vinhos de Setú bal, fortes e doces, enquanto que em Planícies se destacam Borda, Redondo, Vidigueira, Portalegre, entre outros. Por seu turno, na Madeira, são produzidos vinhos secos, semisecos, ligeiros, doces, perfumados e verdelho. Apesar desta variedade de bebidas,
N
nos restaurantes venezuelanos só se vendem umas poucas marcas, principalmente devido aos altos custos que se devem pagar para importar cada garrafa, coisa que não acontece com as garrafas chilenas. Outro elemento que influencia este cenário é que estes ú ltimos são cotizados em dó lares, enquanto que os vinhos portugueses são em euros. Além de tudo isto, os passos que se devem dar para que estes saiam de Portugal e depois possam entrar na Venezuela dificultam um pouco o processo, lembra Antó nio Ponte, proprietário do Restaurante El Barquero, considerando que os governos venezuelano e português colocam "muitos entraves burocráticos que servem para complicar a distribuição dos mesmos". Quanto ao preço das garrafas, disse que dependia do processo de elaboração e a casa que a realizava. "Nó s vendemos Dão Grão Vasco, Mateus, Casal Garcia, Esteva, Primavera, Periquita, Reserva Tour, que são os que têm quase todos os restaurantes de cá. O custo destes varia entre os 30 e os 100 mil bolívares ou um pouco más", esclareceu.
"Os mais conhecidos são os mais procurados" Francisco Gouveia, dono do restaurante El Tinajero, explicou ao CORREIO que os vinhos chilenos são os que mais se vendem, mas também há os argentinos, os italianos, os espanhóis e, claro, os portugueses, sendo que a diferença entre uns e outros reside na relação "preço-qualidade, onde os más conhecidos são os mais procurados". Neste sentido, Luis Tapia, proprietário do Restaurante Brasero del Marqués, observa que "no mundo dos vinhos há muitos tipos de uvas e algumas delas não são trabalhadas em Portugal, dado que pertencem a climas mais tropicais pelo que são mais suaves". Por esta razão, explicou, os venezuelanos elegem vinhos deste tipo, pois gostam mais destes e não dos fortes, que são os que mais se produzem lá". Mas não é só por essa razão, já que à Venezuela só chegam poucas marcas dos caldos portugueses e então se desconhece a totalidade da produção e variedade", acrescenta. Finalmente, David Neves, do Restaurante Avanti, explicou que apesar do seu estabelecimento ser italiano, trata de impulsionar o consumo de vinhos portugueses, através de sessões de degustação, para que as pessoas os conheçam e "isso é o que faz falta, dá-los a conhecer, para que tenham maior competitividade e mais procura", assinala.
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Perseverança admirada
Tábita Barrera
tabita@correiodevenezuela.com
ara muitos portugueses que decidiram viver na Venezuela, o processo de adaptação não se revelou nada fácil, pois tiveram de aprender um novo idioma, assim como coexistir no meio de tradições, cultura, gastronomia e folclore diferentes dos seus. No entanto, conseguiram compreender aos venezuelanos e fazer-se entender. Graças ao seu trabalho, constâ ncia e espírito de luta, conseguiram integrar-se na sociedade, e igualmente, souberam ganhar o respeito nesta terra e ser admirados. Por seu turno, os venezuelanos e venezuelanas acolheram estes imigrantes e vários formaram família com eles e elas. Além disso, nesta pátria viram nascer os seus filhos, aos quais inculcaram os seus valores e lhes ensinaram a querer ambos países. Também se deleitaram com os seus vários pratos tradicionais, vinhos, festas, mú sica, entre muitas outros aspectos. Eduardo Borlandelli, venezuelano, casado com uma portuguesa, assegura que os lusitanos são pessoas honestas, trabalhadoras e que se pode acreditar na sua palavra, pois "o que dizem, cumprem-no". Para ele não foi difícil conviver com a sua esposa, pois nasceu numa casa multicultural: a sua mãe é argentina, o pai italiano, a irmã nasceu nos Estados Unidos e ele cá. Neste sentido, segundo afirma, como lhe encanta cozinhar, aprendeu a preparar bacalhau, caldo verde e milho. Ainda que não tenha tido a oportunidade de visitar a Madeira, região onde nasceu a sua esposa, não descarta a possibilidade de efectuar essa viagem, porque lhe parece um lugar agradável, tendo em conta dos documentários e fotografias
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que já pô de ver. De igual modo, Ana Luisa Cedeño, também venezuelana, comentou que lhe encanta a gastronomia portuguesa, em especial o milho e os vinhos, e inclusivamente indicou que "proporcionalmente a deles é muito rica, porque podem cozinhar o mesmo que se cozinha cá, mas a deles sabe diferente". O seu contacto com a comunidade lusa tem sido mantido através dos seus amigos, os quais considera gente trabalhadora, nobre, alegre, perseverante, amável e humilde. O que
Os venezuelanos e venezuelanas acolheram estes imigrantes e vários formaram famí lia com eles e elas mais a impressiona é que os jovens participam nas tradições e mantém o folclore de geração em geração. "É muito lindo ver os rapazes da minha idade a fazer parte dos grupos folcló ricos e dançar os bailes típicos", expressou. Do mesmo modo, Luis Bermú dez e Amador Molina, oriundos da Venezuela, coincidem em que os portugueses são muito conversadores e conseguiram adaptar-se tanto a este país que parecem nativos. "É interessante conhecê-los, porque conseguiram fazer muitas coisas num lugar que lhes era desconhecido. É um povo muito colorido e que tem deixado um legado importante: trabalhar e trabalhar para alcançar o melhor", comentou Bermú dez, enquanto que Molina explica que é admirável "como defendem a unidade da família, pois sempre estão em contacto com seus entes queridos que estão em Portugal".
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A arte de cortar o cabelo Pelas mãos de Manuel Cruz têm passado milhares de cabeças, desde a do presidente da Câmara Municipal até ao "malandro" do bairro da zona Aleixo Vieira / Victoria Urdaneta info@correiodevenezuela.com
anuel Cruz é barbeiro de profissão, ofício que aprendeu ainda quando jovem no Estreito de Câ mara de Lobos, ilha da Madeira, de onde é natural. Aperfeiçoou a arte na cidade do Funchal e posteriormente no serviç o militar.
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La Central de Guatire é a barbearia onde começou como empregado e conseguiu guardar o dinheiro para depois a comprar aos antigos donos "Sempre gostei da minha profissão", conta este profissional, enquanto mostra as mãos pelas quais já passaram milhares de cabeç as e que sempre conseguiram adaptar-se às modas de ocasião e aos novos penteados. "Estou sempre em actualizaç ão", refere. No momento da entrevista, um cliente esperava por um "corte degradado", um corte difícil, explica. La Central de Guatire é a sua barbearia há mais de trinta anos. Foi ali que começou como empregado e conseguiu guardar o dinheiro para depois a comprar aos antigos donos, de
Empleados de La Central de Guatire
nacionalidade espanhola. No seu estabelecimento entram pessoas de todas as classes, desde o presidente da Câ mara Municipal, que é seu cliente desde crianç a, até ao "malandro" do bairro da zona. Conhece-os a todos como ninguém e dá-se bem com todos. Ali discute-se política, mas sem se entrar em conflitos. "Cada qual é livre de ser aquilo que quer ser", salienta Manuel Cruz, que esclarece que também se discute futebol, basebol, e de muitas outras coisas, entre as quais a inseguranç a e as bondades do País que o viu chegar para a aventura, no ano de 1972. Os seus filhos são também motivo de orgulho. "São bons rapazes", diz com um sorriso do tamanho da sala, para depois deixar escapar que ambos enveredaram pela profissão e a simpatia do pai, o que o deixou muito feliz. De Portugal sabe muito, pois gosta de estar bem informado. Fala do consulado e das dificuldades que tem encontrado em resolver algumas situaç ões pontuais, embora manifeste compreender o excesso de trabalho dos seus funcionários. Mas critica o descuido de alguns portugueses para com a sua pró pria documentação. "Se gosto de cumprir os meus deveres é para exigir os meus direitos", sentencia. O dia apenas começ a e vai cumprimentando todos os "guatireños" que por ali transitam a pé. Ninguém fica indiferente ao seu "bom dia" enquanto isso, vai afiando a sua tesoura. Já a essas horas vários clientes esperam sentados pelo seu corte pessoal.
Filho de Manuel Cruz
Uma tradição de famí lia José David está, segundo diz, "muito orgulhoso por estar a seguir o negócio do meu pai". Recorda a época quando ele tinha tão só 10 anos de idade e apareceu nos jornais locais como o barbeiro mais jovem do estado e já com tanta fama que as pessoas esperavam horas para serem atendidos por ele". "E depois também começaram a vir por causa do Manuel, o meu outro filho, o qual se iniciou aos 11 anos de idade", lembra Manuel Cruz. Atendem até 330 pessoas por dia. A cifra de portugueses das mais elevadas, pois segundo os registos frequentam a barbearia pelo menos uma média de 350 lusitanos num mês. A clientela provém dos mais variados lugares de todo o estado Miranda e do Distrito Capital. Como exemplo, disse que na tarde da entrevista chegaram desde Araira, Caucagua, Los Teques, Guarenas, Guatire e Caracas. Entre os clientes destaca-se Abel Lopes. "Desde os nove anos que venho à barbearia e agora venho com o meu filho que é a nova parte desta tradição".
Manuel Cruz é filhos
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Festival de Folclore teve muitas surpresas O Poliedro de Caracas foi o centro das surpresas para os grupos e convidados, que passaram um serão diferente, ao estilo folclórico português Jean Carlos De Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com
Grupo Folcló rico "Os Lusíadas" foi o vencedor da XXI Festival de Folclore Português que teve lugar no Poliedro de Caracas, organizado pelo grupo do Centro Luso Turumo. Na ocasião, foi escolhida a madrinha mais bela do festival, título que coube a Diana Guerrero, representante do grupo do "Centro Português Venezuelano de Guayana". Para a edição de 2007, o grupo "Os Lusíadas" terá a responsabilidade de organizar o evento e também procurar, em Caracas, o espaço que deverá acolher o XXII Festival de Folclore Portu-
O
Mais de 2.500 pessoas deslocaram-se ao Poliedro a fim de desfrutar um dia pleno de "portugalidade" na Venezuela guês. Mais de 2.500 pessoas, provenientes de distintos pontos do país, deslocaramse ao Poliedro a fim de desfrutar um dia pleno de "portugalidade" na Venezuela. Entre familiares e amigos, os agrupamentos desfrutaram das tradições da dança lusa, por forma a, uma vez mais, elevar o no-
me de Portugal dentro da Venezuela. A mesa dos juizes, composta pelos directores e representantes dos 19 grupos presentes, deliberaram e premiaram os grupos em diferentes categorias, sendo estes reconhecidos como os "grupos mais autênticos" e pró ximos da realidade do folclore português. O reconhecimento para o melhor traje folcló rico coube ao grupo "Danças e Cantares de Portugal de Puerto La Cruz". O prémio de melhor agrupamento musical foi para o grupo "Amizade", da Casa Portuguesa do estado Aragua e a melhor "estampa" típica coube ao "Centro Luso Venezuelano do estado Vargas".
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Antologí a do tempo
15 horas. No interior do Poliedro de Caracas, a mú sica de fundo é portuguesa. Centenas de pessoas vestidas com trajes típicos e outros com bandeiras de Portugal passeiam pelos arredores do palco central, observando o ponto onde teria lugar a actividade cultural. Entretanto, nos jardins do Poliedro, havia barracas de comidas e bebidas que cumpriam com a tradição de um arraial português. Mais de 100 pessoas faziam fila para comprar o bilhete das comidas e bebidas. Muitos degustaram um bolo do caco, uma espetada ou beberam uma caneca de cerveja, sem esquecer um bom copo de vinho. A emoção dos grupos era grande. O ruído e os gritos de alegria eram o eco de muitos jovens que estavam ansiosos por demonstrar o que tinha sido praticado semanas antes. Entretanto, pelos corredores dos vestiários, escutava-se: "Vamos a ganhar", ou "o nosso traje causará sensação". 16:00 horas. Deu-se iní-
cio ao evento mais esperado pelo diferentes grupos: As danças portuguesas. A abertura do espectáculo esteve a cargo dos membros da equipa vencedora, Turumo, ao interpretar a danç a dos "Sagaceiros de Apulia", dança que os consagrou na ediç ão passada, na cidade de Valência.
Por detrás dos bastidores
Entre outras coisas, muitos dos grupos passam por apuros e crises momentâ neas. Tal era o caso do grupo convidado "Semente Nova", da Hermandade Gallega, quando um dos seus membros picou-se com um alfinete enquanto dançava, tendo se sentido mal. No que toca aos grupos lusos, "Primavera de Los Valles del Tuy" não passou despercebido: Um dos seus elementos foi alvo de um furto, pois desapareceram alguns dos seus pertences, pelo que não queria dançar. Por seu turno, a parceira deste rapaz entrou em crise de tal forma que o rapaz decidiu apresentar-
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se em palco. Até o cabelo foi um inconveniente. "Litros" de laca ou várias camadas de gel foram usados por alguns bailarinos, já que às vezes o cabelo pode ser um estorvo, quando se trata de ver os restantes companheiros de grupo.
Falta de pontualidade
O pú blico que veio de fora de Caracas queixouse do atraso por parte dos membros do jú ri. "Não é possível que demorem 20 minutos para regressar à mesa aquando do intervalo", diziam alguns visitantes do ocidente do país. Segundo argumentam, este factor fez atrasar o final da edição, o que não deixou satisfeitas as pessoas que tinha, de viajar cerca de 16 horas em estrada para voltar para casa. Em futuras ediç ões, deve ser um factor a ter em conta. É certo que o jú ri deve ter momentos de descanso, mas também é preciso ter em conta que muitos grupos regressam no mesmo dia às suas casas.
Do outro lado Enquanto os inumeráveis grupos folclóricos bailavam e interpretavam a música folclórica, outros portugueses comiam e bebiam nas áreas verdes do Poliedro. Para alguns destes, os preços eram excessivos, já que o mais barato era "a água mineral, que custa 1.500 bolívares". Uma espetada de carne custava 20 mil e um bolo do caco com manteiga de alho, cinco mil. Os concessionários das barraquinhas trouxeram, segundo disseram, mais de 800 quilos de carne para vender. A quantidade de vinho esteve próxima dos 300 litros, a um custo de 35 mil bolívares por jarra. Aos amantes da cerveja, uma empresa conhecida no país vendeu cerca de mil litros. No entanto, o dinheiro não foi problema porque os visitantes compraram com gosto e puderam desfrutar de uma tarde "à portuguesa", tal qual faziam quando se reuniam em família.
12 | HISTÓRIA DE VIDA
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Rosa de Freitas O valor da perseverança osa de Freitas saiu da Madeira há 39 anos, vinda de Santo Antó nio da Serra, concelho de Machico, depois de ter casado com Antó nio de Gouveia. Chegou à Venezuela a 14 de Julho, no navio Santa Maria. Tem actualmente 63 anos de idade. O seu marido já se encontrava na Venezuela, mas foi de passeio a Portugal e foi nessa altura que os dois se conheceram. Depois de um ano em solo crioulo, teve o seu primeiro filho. Seguiram-se mais duas crianç as. Como todos os emigrantes quando chegam à Venezuela, teve a mesma impressão sobre o país, ao ver como as casas eram feitas e em que condiç ões os habitantes da terra viviam. Ficaram no bairro da La Vega, em casa de familiares do esposo, enquanto não conseguiam casa pró pria. Ele tinha uma sociedade numa padaria e essa etapa foi muito feliz para ela. Recorda que depois de 10 dias de ter chegado ao país, passou pela experiência de viver um terramoto, em 1967. Rosa de Freitas recorda que nesse momento veio-lhe
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Mãe rigorosa A vida reservava-lhe surpresas desagradáveis, já que ficou viúva após 9 anos de casada: O seu marido teve um derrame cerebral fulminante. Nessa altura vendeu o negócio e comprou um bar em sociedade, mas passado algum tempo, o negócio foi à falência. Rosa ficou sozinha com três filhos pequenos, sem saber o que fazer. A necessidade era forte para esta mulher, por isso decidiu coser roupa para fora até à idade de 60 anos. Com o dinheiro da costura, manteve o seu lar e deu educação aos seus filhos, tendo um deles ido para a universidade. Considera que foi uma mãe muito rigorosa. Se os seus filhos saíam, tinham que chegar à hora assinalada por ela, e aos domingos, entretinham-se a jogar às cartas em casa.
à mente o que sucedeu na Madeira, quando tinha 11 anos, tendo sentido o mesmo terror.
O seu marido já se encontrava na Venezuela, mas foi de passeio a Portugal e foi nessa altura que os dois se conheceram Agora, diz estar feliz e realizada porque tem os seus filhos perto dela. Vive com uma das suas filhas desde há dois anos em Puerto La Cruz, estado Anzoátegui. Rosa de Freitas afirma que sempre lhes inculcou o respeito, o amor e o trabalho, apesar de que muitas pessoas não acreditaram nela nem na sua capacidade de seguir caminho com a sua família. Depois de trabalhar tanto, teve de ser operada a um ouvido e não pô de continuar a coser. Voltou a Portugal em 1974, ainda os seus filhos eram muito pequenos, mas pô de realizar um dos seus sonhos de menina.
O seu sonho Pela mente de Rosa passava uma ideia que, quiçá, seria impossível de cumprir: Poder ver a terra de onde saiu, no meio do oceano. Quando regressava da segunda viagem, de Portugal para a Venezuela, o barco em que viajava teve uma avaria e ficou, por três dias consecutivos, ancorado em alto mar. Rosa de Freitas assegura que Deus cumpriu o seu sonho mas não perde as esperanças de voltar a visitar a sua terra natal pela terceira vez.
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14 | CULTURA
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Orishas voltam a Portugal Sandra Rodrí guez olgaria6@yahoo.com
rishas, o fenó meno cubano do "hip hop", volta a terras portuguesas para promover o seu mais recente álbum, "El kilo", espectáculo incluído na digressão de Verão, que já passou pela Venezuela e agora irá percorrer toda Europa e alguns países latino-americanos. "O pú blico venezuelano é maravilhoso. Também tivemos a oportunidade de conhecer várias bandas locais e partilhar o palco. Agora vamos a Portugal novamente, à Bélgica, Áustria e Alemanha", referiu Ruzzo, membro da banda. Entretanto, o trio cubano conquistou já vários prémios e discos de ouro, com seu ú ltimo trabalho. Foram nomeados para os Prémios Grammys latinos 2005 e para os Grammys Awards 2005, tendo sido ainda galardoados na X ediç ão dos Prémios da Mú sica de
O
"O nosso objectivo era fazer rap cubano, demonstrar às pessoas que se pode fazer, nesse estilo, música de boa qualidade e com uma mensagem diferente, e, ainda mais, que isto possa alimentar e enriquecer a cultura hip hop" Espanha, na categoria de melhor álbum de "hip hop". E Portugal não ficou atrás: Foi o terceiro país onde "El Kilo" foi disco de ouro. Até agora, os dois trabalhos anteriores dos Orishas, "A lo cubano" (1999) e "Emigrante" (2002), atingiram meio milhão de có pias vendidas e são disco de platina em Espanha. O "debut" dos Orishas deu a conhecer uma forma diferente de
"rapear" em castelhano. "O nosso objectivo era fazer rap cubano, demonstrar às pessoas que se pode fazer, nesse estilo, mú sica de boa qualidade e com uma mensagem diferente, e, ainda mais, que isto possa alimentar e enriquecer a cultura hip hop", sublinhou Yotuel, elemento do trio que também fez parte dos grupos presentes no Rock in Rio Lisboa 2006. No que diz respeito ao pró ximo trabalho discográfico, a banda adianta estar a preparar tudo para 2007 e garante que vai manter a linha que até agora apresentou: Uma explosiva fusão de hip hop e sons tradicionais cubanos. "O novo CD vem com a heranç a dos
Orishas, não podemos perder o nosso som senão defraudaríamos os fãs, estamos a tentar enriquecer e misturar da melhor maneira. Estamos a "cozinhá-lo"". Roldán, Ruzzo e Yotuel moram em sítios diferentes na Europa. Franç a, Itália e Espanha são os seus países de residência, e Cuba a sua terra natal. "Saímos da ilha há nove anos, tentamos ir pelo menos uma vez por ano, para ver a nossa gente, a família e aos amigos do bairro", disse Roldán. Genuinamente cubanos, Orishas expande assim a sua cultura pelo mundo inteiro, sendo o grupo emblemático de uma geraç ão de artistas afro-latinos.
VI Feceporven esgotado Carlos A. Balaguera carlosbalaguera@correiodevenezuela.com
ais de 800 pessoas assistiram ao VI Festival da Canção Feceporven, organizado pela Federação de Centros Portugueses, que decorreu no Centro Luso Venezuelano Acarigua, no estado Portuguesa, com a finalidade de premiar as melhores vozes, jovens e
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adultas, das diferentes associaç ões luso-venezuelanas do país. A directora de Cultura da Feceporven, Fátima Ponte, disse ao Correio que as pessoas que assistiram ao espectáculo a felicitaram pelo evento. Acrescentou que, no pró ximo ano, na sétima ediç ão, "tentaremos transmiti-lo na televisão", para que ambas comunidades
residentes no país, a lusitana e a venezuelana, possam vê-lo. Segundo Fátima Ponte, a Casa Portuguesa de Valência e o Centro Português Venezuelano de Guayana estão a disputar o acolhimento do festival em 2007, mas quem vai ter em mãos escolher a melhor localidade será a direcç ão da Feceporven, em assembleia-geral. CATEGORIA
POSIÇãO
Voz Blanca Voz Blanca Voz Cristal Voz Cristal Voz Plata Voz Plata Voz Dorada Voz Dorada Canción Inédita Canción Inédita Canción Inédita Canción Inédita
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Com este evento, prevêse "fazer ressaltar a capacidade vocal dos participantes", já que este não é um "festival de folclore onde em cada ano se vê o mesmo", mas sim onde se escuta novas vozes e se aprecia o talento que existe nos diferentes clubes lusos na Venezuela. As quatro categorias a avaliar estiveram divididas entre o idioma castelhano e o português, CONCORRENTES
para que os concorrentes cantassem "com a língua que mais gostassem". O evento contou com um jú ri encabeçado pelos cantores nacionais Edgar Gurmeitte e Carlos Kanto, Juan Carlos Abreu, Hidramlys Castillo, Carlos Rodrigues e Virgilio Arrieta, que qualificaram e apoiaram o talento demonstrado pelos participantes.
CLUBE
Casa Portuguesa Valência Rubén Rodríguez Casa Portuguesa Maracay Nibaldo José da Silva Centro Luso Venezuelano Franyer Nelo Centro Luso Venezuelano Karla Andreina Da Silva Centro Luso Larense Maria Verónica Marquez Centro Português de Guayana Alvaro de Sousa Martin Centro Social Madeirense Valência Cesar Otaiza Centro Social Madeirense Valência Marlene dos Ramos Centro Luso Caracas Yelitza Simoes Centro Luso Larense María G. Durán C. S. Cultural Virgem de Fátima Florencia José Centro Social Madeirense Valência Maria da Conceição
LÍ NGUA Castelhano Português Castelhano Português Castelhano Português Castelhano Português
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Casimiro de Brito de novo em Caracas presidente do Pen Clube Português, Casimiro de Brito, que já esteve entre nó s por duas vezes, voltou a Caracas como convidado do III Festival de Poesia, ao qual assistiram perto de 30 poetas de 24 países. Foi uma excelente oportunidade para escutar um dos nossos poetas fundamentais dos dias de hoje, que teve uma apertada agenda de apresentações pú blicas na Venezuela. Para além da Gala Inaugural, no dia 17, esteve, no dia seguinte, em Los Teques, dia 20 no Teatro Teresa Carreño e dia 22 no Estado Anzoátegui. O III Festival de Poesia foi organizado pelo Instituto Autó nomo Centro Nacional do Livro.
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BREVES Encerramento de mais um ano lectivo
Com a presença de alunos, familiares, professores e representantes do Centro Português, teve lugar o encerramento de mais um ano do Curso de Língua e Cultura Portuguesas, nos níveis de Iniciação, Intermédio e Avançado. Foi um encontro pleno de simbolismo, onde as estrelas da noite foram os alunos com os seus actos culturais, que foram da recitação de poemas à canção popular, numa demonstração de que língua e cultura estão vivas entre os luso-descendentes. Em Outubro inicia-se novo ciclo, com algumas caras já conhecidas e outras novas.
Graduaç ã o na Escola Hernâ ni dos Santos
12 anos e 3 CD's grupo Cultural e Folcló rico do Centro Luso Larense celebrou 12 anos de existência, com o "baptismo" do terceiro CD. Esta produção marca a diferença em relação aos anteriores. "Os dois primeiros são de mú sica popular e folcló rica e este é de mú sica cristã cató lica", explica a directora do grupo, Maria Eugénia de Castro. Acrescentou que foram as pessoas da comunidade que sugeriram a gravação de um disco de mú sica cristã. "É uma maneira de agradecer a Deus por tantas bênçãos que recebe-
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mos". No salão Os Navegantes, do Centro Luso Larense, teve lugar um concerto de gala que se iniciou com a apresentação de danças típicas da região centro de Portugal continental, seguindo-se a actuação do Coro Infantil da Orquestra Sinfó nica de Lara que, em perfeita sintonia com a estudantina do grupo folcló rico, interpretou alguns temas do folclore português e venezuelano, com as directoras Imelda Freitas e Maria Eugénia de Castro, acompanhados pela pianista Estefâ nia Prieto.
A Escola de Português Hernâni dos Santos, localizada no Estado Carabobo, reconhece hoje o esforço de sete dos seus alunos, nomeadamente os que conseguiram terminar com sucesso os níveis um, dois e três do curso da língua de Camões. A cerimónia será levada a cabo na sede da Câmara Portuguesa Venezuelana, em Valência. O acto será completamente dirigido pelos estudantes, que terão a responsabilidade pela condução e animação do evento. Para além disso, o público presente poderá desfrutar de uma sessão de fados da autoria da aluna María Mercedes Martínez, quem cantará três peças e estará acompanhada de Fernando Pires, guitarrista profissional deste género musical. Apesar de os consulados se encontrarem actualmente fechados por motivo de férias, está previsto que Rui Monteiro, Cônsul de Portugal em Caracas e Valência, assista a esta VII graduação da escola, onde tanto venezuelanos, como luso-descendentes serão reconhecidos. As inscrições para os próximos cursos poderão ser efectuadas em Setembro, devendo as aulas iniciar-se em Outubro seguinte.o Instituto Autónomo Centro Nacional do Livro.
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Teen Model com sete "lusos" Carlos Orellana
corellanacorreio@hotmail.com
ntre as 51 candidatas ao Teen Model Venezuela 2006 encontram-se sete luso-descendentes. A primeira delas é Laura dos Santos (Teen Portuguesa), uma bela jovem de 18 anos de idade que obteve o primeiro prémio para os olhos mais bonitos, na noite em que as candidatas foram apresentadas à comunicação social. O rosto desta jovem não passa despercebido no Teen Model Venezuela. Até ao momento, é uma das que conta com maior experiência no mundo da moda. Com o seu porte de "top model" internacional (apesar de não ser muito alta), já fez diversos trabalhos para revistas, desfiles de moda e foi préseleccionada para ser a imagem da marca de sapatos desportivos "Sckeachers" na América Latina. É um contrato apetecível, em dó lares, que poderia significar um passo importante na sua carreira como modelo.
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Entre as 51 candidatas ao Teen Model Venezuela 2006 encontram-se sete luso-descendentes Jennifer Fernandes representará o Distrito Capital. Ganhou o concurso regional do estado que representa, junto com Laura dos Santos. Com 18 anos de idade, Marbelis Silva transporta para este concurso a faixa da ilha Los Monjes. Para além de ser modelo, esta participante é cantora, fazendo parte do duo "Las Marsis", onde actua com a irmã. Darling Pita é Teen Município Chacao. De pele morena e cabeleira longa, chega ao concurso juvenil com 17 anos de idade e muitas aspirações de figurar entre o grupo das finalistas. A Península de Macanao será representada por Jessica Carvalhais, de 15 anos de idade. Apesar da sua tenra idade, não tem dú vidas ao afirmar que a sua verdadeira paixão
Laura Dos Santos
Karen De Abreu
é a moda. Daniela Fontana (Teen Táchira) tem 18 anos e é uma das participantes mais "sexy" do certame. Tem cabelo ruivo e grandes olhos negros. Finalmente Catherine Oliveira,
que transporta a faixa de Teen Trujillo. De olhos grandes e cabelo liso, esta jovem de 16 anos de idade, com a sua imponente figura e olhar forte, seguramente será uma das favoritas da noite final do Teen Model Venezuela.
BREVES Casar no estilo Clement O salão Reverón, do hotel Marriot, foi o cenário escolhido pela revista "Novios Magazine" para celebrar o seu sétimo aniversário. Participaram neste importante evento alguns dos designers nacionais mais conhecidos, com colecções dirigidas especialmente aos casais prestes a "dar o nó". O mítico Marlon Clement, filho do português Álvaro Clement, mostrou parte da sua colecção. Sobre a passerelle estiveram os modelos Myriam Abreu e Richard Pereira, que também são filhos de portugueses. Clement mostrou a sobriedade e elegância dos trajes apresentados por esta importante marca. Os fatos, camisas e os laços apresentaram-se com um estilo moderno, mas sem perder de vista o clássico. Em matéria de cores, Clement apostou nos cinzentos e castanhos, para além do tradicional negro para o smoking. E como já é costume, o talentoso estilista terminou a sua apresentação atirando vários laços para o público. A marca Casablanca, com as diversas marcas que representa, como Hugo Boss, Versace e Dolce&Gabbana, propôs vários
modelos de smokings, nos quais a cor negra foi a protagonista. Os cortes e designs reflectem o estilo clássico que se manteve ao longo dos anos entre as preferências dos noivos.
Aileen Celeste recebe "Cacique de Oro" Tem lugar a 14 de Outubro deste ano a entrega dos prémios "Cacique de Oro". Aileen Celeste Gomes, Winston Vallenilla, Roxana Díaz, Flavia Gleske, Ricardo Álamo, Dora Mazzone, Luciano de Alessandro e Andreína Alvarez (assim como os programas Ají Dulce e De Boca en Boca), são alguns dos talentos distinguidos da tela venezuelana e que vão estar presentes numa gala que está já a ser preparada e que vai contar com diversos convidados da cena musical. Este importante evento vai ser levado a cabo nas luxuosas instalações do World Trade Center da ilha de Curaçau. A bela lusodescendente Aileen Celeste Gomes é uma das personalidades que vai receber o galardão, como actriz que divide o impacto da excelência pela sua participação na telenovela "Por todo lo alto".
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breves Falsificação de cartões Rixa entre feirantes
Complemento solidário Obra “ extraordinária”
A Policia Judiciária de Setúbal anunciou a detenção de um cidadão de nacionalidade romena suspeito de contrafacção de cartõe s de crédito que utilizava para levantamentos em caixas multibanco em Portugal e outros países da Europa. O suspeito fazia a gravação na banda magnética de elementos de informação relativos a contas bancárias.
O Complemento Solidário para Idosos (CSI), iniciado em Fevereiro, regista já 1.115 processos aprovados pela Segurança Social no distrito de Braga, anunciaram os deputados do PS eleitos por este círculo eleitoral. Os números foram avançados durante uma reunião de trabalho realizada com a directora do CRSS de Braga.
Um homem morreu e outro ficou gravemente ferido depois de terem sido atingidos a tiro durante uma rixa entre feirantes que ocorreu no mercado da Moita, distrito de Setúbal, informou fonte policial. Os dois homens, pai e filho, vendedores de queijos e enchidos, terão sido violentamente agredidos e posteriormente atingidos a tiro.
Teatro Rivoli privatizado Praça D. João I recebeu vigí lia de protesto contra a proposta da Câmara do Porto de concessionar a privados a gestão do teatro
entenas de pessoas concentraram-se segundafeira na Praça D. João I, no Porto, numa vigília de protesto contra a proposta da câ mara local de concessionar a privados a gestão do Rivoli - Teatro Municipal. A vigília, promovida pela Plateia - Associação de Profissionais das Artes Cénicas, surge na véspera da votação, em reunião do executivo camarário do Porto, de propostas da maioria PSD/CDS-PP de concessão a privados da gestão do Teatro Rivoli e do Pavilhão Rosa Mota, mantendo-se os dois edifícios propriedade do município. Carlos Costa, da Plateia, disse à agência Lusa que a vigília, iniciada às 19:00, “ não tem hora marcada para terminar” , mantendo-se a concentração de pessoas frente ao Rivoli enquanto os participantes quiserem. “ A vigília foi devidamente autorizada pelo Governo Civil do Porto” , referiu Carlos Costa.
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Além de momentos musicais, a organização decidiu “ abrir o microfone à plateia” , permitindo aos manifestantes dizer o que pensam sobre a proposta do executivo liderado por Rui Rio. A concentração contou com a presença de muitos artistas, como o actor Antó nio Capelo e o mú sico Miguel Guedes (Blind Zero), e políticos, entre os quais o deputado João Teixeira Lopes (BE) e os vereadores Francisco Assis (PS) e Rui Sá (CDU). Durante a vigília, foram lidos testemunhos de alguns ausentes que se associaram ao protesto, entre os quais o mú sico Sérgio Godinho e o director do Festival Internacional de Marionetas do Porto, João Paulo Seara Cardoso. A contestação à proposta da Câ mara do Porto motivou também a abertura de uma página na Internet (http://www.juntosnorivoli.co m para subscrição de um texto
contra a concessão do Rivoli a privados, que, cerca das 20:00 horas, contava já com mais de três mil subscrições. À margem de uma visita do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, à Casa da Mú sica, Rui Rio desvalorizou as críticas à privatização da gestão do Rivoli, realçando que “ quem tem de tomar a decisão é quem foi eleito” . O presidente da câ mara salientou que o contrato de concessão será de apenas quatro anos, permitindo a um pró ximo executivo, se o entender, assumir de novo a gestão pú blica do Rivoli, o que contrasta com a situação que “ herdou” no caso do Teatro do Campo Alegre, uma parceria entre a Câ mara e a Universidade do Porto. “ No Teatro do Campo Alegre, herdei um contrato até 2014” , afirmou Rui Rio, manifestando-se esperançado num aumento substancial de pú blico apó s a privatização da gestão do Rivoli.s” .
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, visitou a Casa da Música, no Porto, obra que considerou “extraordinária” e de “um grande arquitecto”, o holandês Rem Koolhaas. “Já há muito tempo que queria visitar a Casa da Música. Ainda não o tinha feito desde que foi inaugurada. É uma obra extraordinária”, disse.
Lisboa tem 6 mil desempregados PCP da zona Oeste de Lisboa, que agrega cinco concelhos, classificou a situação social da região como preocupante, sustentando que há mais de seis mil desempregados e os salários praticados são mais os baixos do distrito. “ Preocupa-nos a situação social na nossa zona (Torres Vedras, Cadaval, Lourinhã, Mafra e Sobral de Monte Agraço) porque em Abril contabilizava-se 6.171 desempregados mas em nossa opinião o desemprego real é bem maior” , afirmou Bento Luís do PCP. “ Sabemos que há muitas pessoas que não se inscrevem nos centros de emprego e por isso entendemos que estes nú meros estarão muito aquém da realidade” , frisou. Por outro lado, adian-
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tou o responsável, “ mantêm-se os salários mais baixos do distrito” . No sector da metalurgia, exemplificaram os comunistas hoje em conferência de imprensa, na cintura industrial de Lisboa os salários são 25 a 30 por cento superiores aos da zona Oeste. O PCP divulgou ainda que no sector da cerâ mica, que emprega cerca de 500 pessoas, há empresas que não aumentam os salários há três anos, desde 2003.
No Guinness com arjamolho gigante Confraria de Gastró nomos do Algarve vai tentar entrar para o “ Livro de Recordes do Guinness” , com a confecção de um “ arjamolho à confrade algarvio” , uma espécie de gaspacho. Esta tentativa insó lita foi agendada para o pró ximo dia 03 de Agosto, em Portimão. A tentativa de entrar para o “ Guinness” com aquele prato típico algarvio, utilizado outrora pelos trabalhadores rurais, vai
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decorrer na Zona Ribeirinha da cidade, entre as 18:00 e as 23:00 horas. Recomendado para acompanhar a sardinha assada, o gigantesco arjamolho será confeccionado para cerca de 4.000 pessoas, com 5.000 litros de água, 600 quilos de pão, 400 quilos de tomate, 250 quilos de pimentos, 300 quilos de pepino, 300 quilos de gelo, 80 quilos de sal, 20 quilos de alhos, 300 litros de azeite e 200 litros de vinagre.
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breves Empenho nas vocações Caso Entre-os-Rios
Acusação atenuada
PSP elogia “ motards”
O novo bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, apelou aos vários organismos da Igreja e à sociedade em geral que se empenhem na tarefa das vocações, um dia depois de ter sido ordenado e assumido a diocese. Na sua primeira nota pastoral, o bispo refere que o ano 2006/2007 vai ser especial para a vocação, opção que considera “prioritária e urgente”.
O Ministério Público “deixou cair” a acusação de tentativa de homicídio imputada a 13 menores em julgamento no Tribunal de Família do Porto por alegados maus-tratos a um transsexual encontrado morto num fosso de um prédio inacabado, que se encontrava submerso no fosso de um prédio inacabado, no Campo 24 de Agosto.
A PSP de Faro elogiou o comportamento dos “motards” que participaram na 25ª Concentração Internacional de Motos, que terminou domingo sem qualquer registo de mortes, ao contrário do ano anterior, em que morreram duas pessoas. Nos três dias que durou o evento, passaram pelo recinto, em Vale de Almas, mais de 40.000 pessoas.
O Tribunal de Castelo de Paiva marcou para 13 de Setembro as alegações finais do processo de responsabilização criminal de seis técnicos alegadamente responsáveis pela queda da ponte de Entre-os-Rios. Antes disso, serão ainda ouvidas testemunhas abonatórias dos seis arguidos, em sessões marcadas ontem e hoje e em 25 de Agosto.
Lusos são aventureiros... Estudo refere que 81 por cento dos portugueses diz-se adepto das “ aventuras de uma noite” . Seguem-se os brasileiros
s homens portugueses são os mais adeptos das “ aventuras de uma noite” , apesar da maior parte confessar ser fiel às suas compan heiras, revela um estudo mundial sobre sexo feito pela revista norte-americana Men’ s Health. Realizado junto de 40 mil homens em 42 países, o estudo refere que 81 p or cento dos portugueses diz-se adepto das “ aventuras de uma noite” , seguindo-se os brasileiros (77 por cento) e os australianos (65 por cento). Entre as várias nacionalidades, os mais fiéis são os polacos (63 por cento), os alemães (61 por cento) e os portugueses (51,5 por cento). Apesar das infidelidades, os portugueses não coleccionam parceiras, rev elando o estudo que os homens de Portugal têm em média 7,68 parceiras ao longo d a vida, nú mero que contrasta com os
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11,47 dos brasileiros. O inquérito mostra também que os portugueses são uns “ verdadeiros caval heiros” , preferindo a maioria (51,33 por cento) satisfazer o prazer das mulheres , valor só superado pelos indonésios (63,96 por cento). De acordo com estudo, 60 por cento dos italianos dizem ter levado sempr e a parceira ao clímax. O inquérito refere ainda que Portugal é dos países onde o tempo gasto c om os preliminares é o mais curto, cerca de 16 minutos, pró ximos dos 15,8 minuto s da média global e dos 17,44 minutos dos ingleses. Os mexicanos são os homens com “ o desempenho mais longo” , demorando 23 minutos entre os preliminares e o clímax, enquanto para os portugueses este inte rvalo é de 19,67 minutos. O estudo revela igualmente que os hú ngaros são os que
têm mais criativi dade sexual, pois experimentam oito diferentes posições por relação, seguidos pe los argentinos, com seis. Os portugueses ficam mais perto da média mundial, assumindo quatro dife rentes posições por relação sexual. No que diz respeito ao nú mero de relações sexuais por semana, os mais a ctivos são os coreanos, com 4,5. Os portugueses têm 3,78. A fantasia da “ menáge a trois” é uma realidade para 19 por cento dos br asileiros, 17,5 por cento dos ingleses e 14 por cento dos portugueses, valor igual à média mundial. Segundo o inquérito, os brasileiros lideram os países com maior consumo de pornografia (30 por cento), seguidos dos coreanos (29 por cento). Um em cada quatro homens portugueses (23 por cento) admitiu comprar por nografia.
Não às provas de aferição Associação dos Professores de Português (APP) discordou do alargamento das provas de aferição a todos os alunos do 4º e 6º anos, defendendo que devem continuar a realizar-se através de uma amostra de estudantes. A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, disse em entrevista ao Jornal de Notícias que “ para prevenir o insucesso no fim do básico, é preciso haver instrumentos de aferição e controlo da qualidade das aprendizagens no fin al do 1º , 2º e 3º ciclos” . “ Não teremos exactamente exames, mas sim elementos de avaliação externa à escola. Teremos provas nacionais de aferição universalizadas nos 1º e 2º cicl os, a Português e a Matemática, já no pró ximo ano lectivo” ,
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adiantou a ministra. “ Se estas provas servem apenas para avaliar na generalidade o sistema d e ensino daquelas duas disciplinas parece-me um desperdício e não é necessária a sua universalização” , disse à Lusa Paulo Feytor Pinto, presidente da APP. Para o responsável, a realização destas provas a todos os alunos é um “ desperdício de dinheiro, porque para aferir da qualidade das aprendizagens não é necessário ‘ consultar’ todos os alunos” .
Inspecção “ auto” em greve s trabalhadores dos centros de inspecção automó vel tinham previsto efectuar uma greve no dia de amanhã e sábado para exigirem um contrato colectivo de trabalho com melhores condições laborais, anunciou o sindicato do sector. Em comunicado, a Federação dos Sindicatos de Transportes Rodoviários e Urbanos (FESTRU), afecto à CGTP, lamenta que “ o patronato só
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tenha em conta o lucro e procure impor vínculos laborais frágeis” . Os trabalhadores dos centros de inspecção automó vel queixam-se dos “ baixos salários, do horário como o patrão entende, mais de um local de trabalho, dias de folga não seguidos, trabalhadores sem direito a um subsídio de refeição e a diuturnidades” , bem como “ o pagamento de trabalho suplementar abaixo da lei” .
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Oceanário sensibiliza paras as pescas campanha SOS Oceanos, lançada pelo Oceanário de Lisboa conta, a partir de segunda-feira, com uma nova iniciativa que tem como objectivo sensibilizar o pú blico para a pesca e a conservação dos oceanos. Dirigida a crianças e adultos, está instalada à entrada do Oceanário, até ao dia 30 de Julho, uma pequena exposição interactiva, com informação sobre o risco de extinção em que se encontram várias espécies de peixes e perceber como se trabalha na pesca tradicional. Uma banca de peixe “ recomendado” , simbolizado por miniaturas que demonstram qual o tamanho e espécies do peixe que se devem comer, há dois artesãos que explicam e fabricam no local as redes de pesca, e um costureiro de aventais tradicionais. A iniciativa contou com a colaboração do Museu do Mar, em Cascais, que “ recrutou” estes profissionais da área, que,
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além de demonstrarem as suas aptidões, contam as suas experiências de uma vida ligada ao mar, como explicou à Lusa a peixeira Maria da Conceição Parracho, do Mercado de Cascais. A campanha de sensibilização começou já em Maio quando foi desenvolvido o folheto SOS Oceanos, com a colaboração do Instituto de Investigação das Pescas e do Mar (Ipimar). O folheto é entregue a todos os visitantes do Oceanário e explica quais as espécies piscató rias de categoria verde (” melhor escolha” ), amarela (a “ alternativa” ) e a vermelha (a “ evitar” ). “ O nosso sonho era mesmo que as pessoas levassem o folheto antes de comprarem peixe no supermercado ou quando forem a um restaurante” , como explicou à Lusa João Correia, do Departamento de Marketing do Oceanário de Lisboa. João Correia exemplificou com o caso do bacalhau da Terra Nova, que considera
“ uma luta perdida” dada a sua tradição na gastronomia portuguesa. “ Apesar de não podermos pedir às pessoas que deixem de comer bacalhau, o facto é que, daqui a poucos anos, esta já não vai existir” , referiu. A sensibilização pretendida pela campanha SOS Oceanos passou também pela montagem de um recife de coral morto, em exposição na entrada do Oceanário, a partir de material apreendido pelas autoridades alfandegárias há cerca de 10 anos, agora aproveitado para “ sensibilizar as pessoas para o comércio ilegal de coral” . A instituição lançará mais uma iniciativa no â mbito desta campanha em Agosto, com a limpeza do fundo da praia de São Pedro do Estoril. O responsável revelou à Lusa que esta campanha durará até Setembro, mês em que será lançada uma nova acção por parte do Oceanário, que permitirá aos visitantes conhecerem os bastidores.
Campanha alerta para a defesa dos recusos marinhos.
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Redução inaceitável O vice-presidente do Governo açoriano socialista considerou “ser inaceitável” qualquer proposta na Lei de Finanças Regionais (LFR) que implique uma redução efectiva das verbas transferidas para o arquipélago. “O Governo Regional sabe muito bem o que pretende neste processo e tenciona travar, com sucesso, qualquer batalha em que se envolva para acautelar os interesses dos Açores”, afirmou Sérgio Ávila à agência Lusa. Criada em 1998, a Lei de Finanças Regionais, actualmente em fase de revisão, foi criada para regular o relacionamento financeiro entre o Estado e das regiões autónomas dos Açores e Madeira.
Personalidade do Ano A Câmara de Comércio de Indústria Luso-Brasileira escolheu
o embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Seixas da Costa, como “Personalidade do Ano”. A distinção foi atribuída ao diplomata pela sua “contribuição na valorização das relações económico-empresariais entre os dois países”. O prémio da instituição é atribuído anualmente a personalidades políticas e empresariais, como o antigo Presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso. O galardão distingue este ano pela primeira vez um embaixador português no Brasil.
Fraude fiscal A Polícia Judiciária (PJ) de Faro anunciou a detenção de 13 pessoas ligadas ao sector da construção civil no Algarve por suspeitas de fraudes fiscais que terão lesado o Estado em 1,9 milhões de euros. Em comunicado, a PJ, que agiu em colaboração com a Direcção Geral de Finanças de Faro, sob a direcção do Departamento de Investigação e Acção Penal de Évora, adianta que os suspeitos, com idades entre os 26 e os 52 anos, foram detidos durante os últimos meses.
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Patrimó nio marítimo???
Antonio de Abreu aindax1@yahoo.com
polémica em torno do patrimó nio do Marítimo tem uma dupla valorização. Por um lado, anima a intenção de resgatar esse fundo. Por outro, preocupa que se fale de trofeus e placas. Tenho parte da culpa porque sei o que está ali. A propó sito, gostava de dar a minha opinião. Primeiro, este patrimó nio já não pertence a um clube nem a uma ex-direcção. O privilégio pode ser de uma associação, mas esta deve saber que esses bens do Marítimo pertencem à memó ria colectiva e simbolizam um aspecto da histó ria das nossas
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comunidades. Nó s, em retribuição, devemos reconhecer o espírito desportivo deste dirigismo que nos ofereceu um aliciente colectivo no qual vimos representados as cores portugueses. Para honrar tanto o dirigismo como a comunidade, o melhor é legar este patrimó nio a uma instituição comum. Portanto, o melhor lugar para os trofeus é museu histó rico de que tanto tenho falado. Segundo, o patrimó nio do Marítimo não é só trofeus. Está formado também por um acervo documental: arquivo, fichas de jogadores, técnicos, directores e só cios; calendários de jogos, entradas, programas de vendas publicitárias, cromos, almanaques, fotos. Enfim, tudo o que está impresso em papel. Este espó lio tem de ser depositado em arquivo. Pergunto: Como refazer a histó ria do Marítimo se desaparecem as vozes dos jogadores, dirigentes e fanáticos? Como dizer à sociedade e autoridades desportivas venezuelanas: "Olhem, isto fizemos nó s, este é o nosso contributo para o desporto nacional"? Como provar às futuras gerações que este feito
não é uma taça vazia na vitrina, senão que está cheia de alma lusitana: leal, silenciosa e triunfante? Que esse triunfo é o resultado da nossa mentalidade: combativa, navegante e orgulhosa da sua histó ria? Por acaso não foram estas as características do Marítimo? Para além disso, nessas caixas de cartão estão livros que a Fundação Gulbenkian doou ao Padre Ferreira para a comunidade e que depois passaram para a SACAP. Com que moral vamos a pedir livros se os deixamos apodrecer? É hora de superar a polémica e assumir o papel de líderes sociais e desportivos como corresponde. Mas é também a hora de se criar outra instituição, aquela por que tenho batalhado: a Fundação Centro de Documentação da Comunidade Portuguesa, que com peso jurídico inclua o Museu e o Arquivo e dê a cara legalmente pela salvaguarda do patrimó nio histó rico da Comunidade. Convido à formação de uma comissão para redigir os estatutos e registar a Fundação perante a lei venezuelana. Espero colaboração em aindax1@yahoo.com.
Alta Tribuna Comunicação verbal: pedra angular da vitó ria Antonio López Villegas altatribuna@yahoo.com.mx
uma boa comunicação devem existir algumas variáveis que não podem faltar, de modo a que quem envia a mensagem esteja seguro de que quem a recebe não a interprete senão no sentido desejado. Por outras palavras, o emissor, que é a pessoa que envia a mensagem, deve assegurar que o receptor a recebe-as adequadamente. O có digo deve ser claro e preciso e consiste na escolha de um tipo linguagem que deve ser usada para uma melhor compreensão. Não é o mesmo que falar para crianças, companheiros de trabalho, chefes, subalternos, amigos, operários ou profissionais. Cada um destes grupos deve ter um tratamento especial e adequado à utilização de vocabulário pertinente. A "retroalimentació n" é outra
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variável importante; mas, no meu entendimento, existe uma que tem escapado a muitos autores e a descodificação, que consiste em compreender e interpretar devidamente a mensagem. É aqui onde ocorre a maioria dos erros nas comunicações, se tivermos em conta que muitas vezes se desvirtua o que realmente quisemos dizer. Por exemplo, produto de uma má utilização da linguagem, podemos gerar uma discussão que facilmente pode evitar-se; ou, pelo contrário, apesar de a mensagem ter sido bem enviada, quem nos escuta interpreta-a mal. Mais ainda, se quem fala o faz num outro idioma, consequentemente, os governos de Portugal e Venezuela decidiram celebrar um acordo para o ensino do idioma português na Venezuela. O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Antó nio Braga, e o Ministro de Educação e do Ensino Superior da
Venezuela, Samuel Moncada, iniciaram conversações para este intercâ mbio cujo objectivo principal é ensinar o português a professores venezuelanos com a finalidade de estes, por seu turno, ensinarem este idioma em liceus e universidades. Antó nio Braga disse que "estamos de acordo em que o ensino seja realizado com professores oriundos de Portugal, e que os nosso vaiam até lá, que sejam leccionados cursos via Internet, com vídeos, com programas de radio e televisão, que se massifique o ensino do seu idioma na Venezuela…". Evidentemente que este intercâ mbio melhorará e aprofundará o intercâ mbio entre os dois países e dará maior confiança à comunidade lusa radicada no nosso país, a qual, com o seu trabalho, tem dado muita força à produtividade nacional e tem muitos anos partilhando com todos nó s.
Excessos de protagonismo Rafael Mendonça
sta semana falarei de uma conclusão a que cheguei depois de uma breve passagem de olhos por quase todas as ediç ões deste semanário. Para ninguém é surpresa que o tema que maior espaç o ocupa nas suas páginas são os problemas dos pró prios membros da comunidade Portuguesa na Venezuela. Também não é surpresa nenhuma falar das causas já que todos sabemos mais ou menos quais são: excesso de protagonismo. E pergunto até quando é que não nos vamos entender, até quando é que nos vamos agredir uns aos outros, até quando vamos destruir o que outras geraç ões de portugueses construíram para nó s? Já pensaram no mal que estão a fazer às geraç ões futuras? Já pensaram que em nada são exemplo mesmo depois de uma grande obra construída, quando predomina a grandeza, a arrogâ ncia? Já viram porventura os problemas que atravessa o mundo, guerras, desastres naturais, doenç as para não falar no alto índice de inseguranç a que atravessa a Venezuela, onde famílias inteiras são sequestradas todos os dias, causando angustia e medo, para que entre nó s estejamos a nos agredir por simples tontarias! Sim, simples tontarias, geralmente provenientes daqueles que antes foram líderes ou estiveram à frente de alguma instituiç ão associativa, que trabalharam muito, mas que, lamentavelmente, não souberam lidar com determinadas situaç ões da sua vida, esquecendo-se que ninguém em vida é dono de ninguém e muito menos de uma comunidade como a nossa. Temos que estar unidos, com diferenç as, mas sem ofensas e agressões. A vida é assim mesmo e tal como dizia um leitor numa carta do jornal, "o homem medese pelas obras que constró i não pela controvérsia que gera". São estes os exemplos que querem deixar às futuras geraç ões?
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OPINIÃO | 23
CARTAS Uma galeria para as equipas portuguesas
Depois de ler o artigo sobre o espólio do Marítimo, fiquei um pouco aborrecido com a atitude do meu amigo André Pita. Acho que uma determinação daquelas deixa-nos todos em pânico, pois quando falamos e ouvimos coisas acerca do nosso Marítimo, ficamos de uma ou outra maneira emocionados pelo facto de saber que as muitas alegrias que este clube deu à imensa colónia portuguesa, espalhada nesse vasto território latino americano, podem-se perder. Fico a pensar se, naquela casa que bem representa esta grande comunidade, que mais parece a sede da Embaixada Portuguesa, não haverá um
espaço para colocar os galhardetes, os trofeus, as medalhas e outros mais objectos, que durante muitos anos foram merecidos, pelas múltiplas vitórias satisfatórias, para todos aqueles, que foram dirigentes, sócios ou simples espectadores, tanto da colónia portuguesa, como de outras nacionalidades? Penso que nessa casa, deveria haver uma galeria, a fim de expor todos estes troféus, e não só do Marítimo, como também do Clube Desportivo Português, da União Ciclista de Portugal ou de outra associação portuguesa já extinta. Tudo isto deveria ser exposto num lugar bem visível, e onde melhor seria senão no Centro Português de Caracas, associação bastante dignificante para todos os que por ali passam. Talvez a atitude tomada pelo amigo André Pita não seja a mais adequada, pois este amigo, também fez parte deste glorioso clube. Cumprimentos deste amigo do Marítimo.
Daniel da Silva
Bilhardeiros Nasci na ilha da Madeira no seio de uma família de bordadeiras , mulheres que trabalhavam em casa e que geralmente dedicavam tanto tempo ao bordado como à "bilhardice" (falar dos outros). Coisa que se compreendia perfeitamente devido à ausência de, por exemplo, uma televisão e de outras distracções como aquelas que existem agora. O que não se compreende é como nos tempos actuais, com Internet, com RTP Internacional, com futebol,
com dominó, e outras tantas distracções que aqui não convém nomear, os homens, se dediquem à "bilhardice" profunda no Centro Português em Caracas. Substituem o bordado pelo copo na mão e aí se "enfilham" criticando as mulheres que passam falando desta e daquela, etc. Isso sim é "bilhardice", por isso quem disse que os homens não são bilhardeiros? Há uns quantos no clube...
Rosária Marques
Nem que seja a ponte de La Guaira Sou venezuelana casada com venezuelano filho de pais Portugueses. Escrevo para o Correio para transmitir àquelas pessoas que, como eu, são ignorantes a respeito da terra dos pais e dos avós: A Madeira. Visitei pela primeira vez esta linda ilha no mês de Maio, embora seja casada com um português há mais de 8 anos. No entanto, o meu assombro, e no fundo a inspiração, para esta carta foi tudo o que
ali encontrei desde as ruas, os hotéis, as obras, o povo, a limpeza, a disciplina, etc. Acho que nós os venezuelanos devíamos aprender um pouco com quem ajudou a mudar a ilha da Madeira. Por exemplo, porque não a construção da ponte para o aeroporto. Vi naquela ilha tantas e tantas pontes que fiquei assombrada.
Lourdes F. Quintal
Que beleza Quem entende os jovens? Tenho duas filhas graduadas e muito ligadas à arte na Venezuela. Eu assisto a alguns eventos no clube como por exemplo os três últimos encontros de gerações e algumas festas, algum arraial e assim vou andando. As minhas filhas, por seu lado, gostam é das grandes obras de teatro, das grandes leituras, de visitar os museus. Falam de tudo quanto tem a ver com "essas coisas" que eu também não desgosto. O que me irrita é que cada vez que falo no Centro Português ou de alguma iniciativa de cultura elas fogem. Não querem saber nada do clube e até gozam comigo. Mas quando lhes disse que vi o espectáculo da Orquestra Sinfónica da Venezuela no clube no Dia da Madeira; primeiro não acreditaram que tantos músicos pudessem estar ali a tocar, e depois chatearam-se comigo porque não lhes disse nada já que elas não viram a Orquestra Sinfónica tocar ao vivo e ali tão perto. Bem feito para elas porque nunca se interessam por nada do que ali sucede.
O motivo desta carta é para que eventos como estes sejam divulgados com antecipação para que possamos dizer também aos nossos filhos para irem assistir. Eu só fui porque estava no clube quando anunciaram. E gostei.
Ana da Conceição Faria
InquéRITo
Que acha dos festivais de folclore e o que é que mais gosta de ver neles? Francisco Esposito Advogado "Estas celebrações são muito interessantes. Deviam promovêlas todos os anos para que toda a gente conheça os costumes do folclore português. O que mais gosto é a música que tocam e o vestuário que utilizam".
Beatriz Gonçalves Ama de casa "A primeira vez que fui a um festival foi ao que se realizou em Valência. Fiquei verdadeiramente impressionada com este tipo de evento musical. Gostei muito e é por isso que venho assistir novamente. Além disso, assisto porque também promove a cultura portuguesa na Venezuela. O que mais gosto são as danças e a comida".
Juan Gonçalves Estilista "Estes festivais são muito agradáveis. A maioria dos portugueses reúnem-se para eleger o melhor grupo folclórico e parece-me que é uma boa ideia para unir a comunidade portuguesa que reside no país. Gosto de tudo. Da música, dos grupos, da comida. Neste tipo de festivais tudo é muito bom".
Avilio Gomes Comerciante "Eu acho muito bem que sejam realizados este tipo de festas e parece-me que devem continuar com o ritmo que vem imprimindo até agora, porque o tem feito de forma excelente, pois tem permitido às pessoas estar a par da cultura portuguesa. Gosto muito das danças e da música. Na realidade, acho que é isto que as pessoas procuram quando vêm assistir a este tipo de espectáculos."
24 | ECONOMIA
CORREIO DE VENEZUELA - DE 27 DE JULHO A 02 DE AGOSTO DE 2006
Mercosul deseja modelo econó mico-social Jean Carlos De Abreu
A
Comissão Europeia propô s que Portugal continue a aplicar uma taxa de IVA reduzido em certos serviços, como as obras de renovação e o apoio domiciliário, até 31 de Dezembro de 2010. O caso português inserese num conjunto de autori-
jeancarlos@correiodevenezuela.com
O presidente Lula, lançou um apelo à Argentina, Brasil e Venezuela para serem generosos e ajudarem as economias menores e os paí ses mais desprotegidos encontro de mandatários latinoamericanos na XXX Cimeira do Mercosul, realizada na cidade de Có rdoba, Argentina, girou em torno do novo modelo de integração política e social defendido pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e pela incorporação do bloco comercial do país naquela organização. Na cimeira, onde estavam reunidos representantes do Brasil, Uruguai, Argentina, Venezuela, Chile, Paraguai, entre outros, participou o presidente de Cuba, Fidel Castro. O diplomata argentino, Hugo Varsky, comentou que a ideologia que orienta os governos alimentam o processo do Mercosul social cumpre com a condição necessária para concretizar a mudança que se espera na América Latina. No entanto, o desenho da integração que pretendem aplicar dentro do Mercosul não esconde as diferenças que existem entre alguns países latino-americanos e a política econó mica por estes adoptada. A presença de Castro na cimeira não deixou de incomodar ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e ao mandatário uruguaio Tabaré Vázquez. No caso do primeiro, tinha de se encontrar depois
O
Bruxelas propõe continuação IVA reduzido em serviços
com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, na cimeira do G8, na cidade de São Petersburgo. O segundo por não professar das mesmas orientações políticas e ideoló gicas que o executivo cubano. O presidente Lula, que demonstrou uma nova atitude perante o Mercosul, lançou um apelo à Argentina, Brasil e Venezuela para serem generosos e ajudarem as economias menores e os países mais desprotegidos de modo a que estes possam desenvolver-se e fortalecer o bloco econó mico que se está criando através da organização. A agência de notícias Reuters veiculou que o presidente cubano, Fidel Castro, cativou na sexta-feira passada a milhares de argentinos numa acto que reuniu políticos e estudantes, um momento de veneração e reconhecimento ao líder durante a sua quarta visita ao país argentino. Castro, numa apresentação realizada na cidade "albiceleste", vistiu o uniforme militar verde-oliva que o identifica e expressou aos "fãs" presentes que aprovava o novo perfil político que orientará a união aduaneira. Além disso, frisou que era necessário não se esquecer da frase "Mercosul social", a qual pretende mover o continente e o mundo, já que acredita que será o surgimento dos países mais pobres do canto sul da América.
A Comissão Europeia abriu um processo de infracção contra cinco Estadosmembros. zações semelhantes propostas para 17 Estados-membros da União Europeia (UE) para certos serviços com forte intensidade de mão-de-obra, cuja aplicação do Imposto de Valor Acrescentado (IVA) reduzido foi decidida em Fevereiro pelos ministros das Finanças da UE. Entre os serviços incluídos, está a renovação de casas privadas, cabeleireiro, lavagem de vidros e pequenas reparações de sapatos e bicicletas ou arranjo de roupa. No caso de Portugal, Bruxelas propõe que continue a ser autorizada a aplicação de IVA inferior a 21 por cento nos serviços de
renovação e reparação de habitações privadas, excluindo o material que representa uma parte importante do valor do serviço fornecido, e nos serviços de apoio domiciliário, o que acontece no país desde Julho de 2000. A autorização proposta pela Comissão Europeia que terá de ser ainda aprovada pelos ministros das Finanças da UE - abrange o período entre 01 de Janeiro deste ano e 31 de Dezembro de 2010. Além de Portugal, Bruxelas fez propostas semelhantes relativamente a serviços na Bélgica, França, Itália, Luxemburgo, Holanda, Espanha, Reino Unido, Chipre, Repú blica Checa, Finlâ ndia, Hungria, Malta, Letó nia, Poló nia, Grécia e Eslovénia. Recentemente, a Comissão Europeia abriu um processo de infracção contra cinco Estados-membros, entre os quais Portugal, que aplicam a taxa reduzida de IVA às fraldas (5 por cento) para bebés mas comprometeu-se a mudar a legislação no futuro para que tal passe a ser possível. O executivo comunitário irá apresentar, no primeiro semestre de 2007, um relató rio sobre a questão aos ministros das Finanças dos 25, que têm a responsabilidade de tomar uma decisão final sobre a matéria.
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BES reitera objectivos com contributo internacional Banco Espírito Santo (BES) reiterou os objectivos estratégicos traçados para o período 20062009, contando com a actividade internacional como acelerador do aumento, perspectivado, dos resultados líquidos, de 20 por cento ao ano. O contributo da actividade internacional para os lucros foi de 31 por cento em 2005 (20 por cento em 2004) e o objectivo é que represente 35 por cento no final do período. "A actividade internacional é um factor acelerador", sustentou Ricardo Espírito Santo Salgado na divulgação de resultados do primeiro semestre deste ano, quando o lucro da actividade internacional baixou em termos homó logos, devido à descida dos juros em Angola e um cré-
O
O BES quer aumentar a quota média no mercado doméstico para 20 por cento dito fiscal contabilizado em 2005, mas o resultado bruto aumentou 17,6 por cento, mais um ponto percentual do que em Portugal. Nos serviços a clientes, o aumento em termos homó logos na actividade doméstica foi de 6,5 por cento, enquanto na actividade internacional subiu 36,7 por cento, somando 47,3 milhões de euros no semestre. O "reforço dos serviços prestados a empresas portuguesas a actuar em Espanha e espanholas com presença em Portugal", o
crescimento orgâ nico em Angola, o aumento da actividade da sucursal de Londres e a entrada em Itália são algumas das apostas do BES para a evolução da actividade internacional. O BES vai abrir cinco centros de empresas em Espanha e em Itália espera obter, até final do ano, a licença para lançar um banco de raiz, em parceria com empresários locais e vocacionado para o segmento de empresas, na região de Venetto, "uma região muito rica e com excelentes ligações" com vários países europeus, recordou Ricardo Salgado. O pedido para a abertura da instituição foi já entregue ao Banco Central Italiano e, a concretizar-se, o BES terá uma participação de 20 por cento no capital social.
ECONOMIA | 25 BREVE Equiphotel-Canadifa organiza exposição de tecnologia de ponta Equiphotel-Canadifa, organização constituída por um conjunto de empresas representativas do sector comercial e industrial, organiza no CIEC, Universidade Metropolitana, de 8 a 10 de Setembro do corrente ano, uma exposição desenhada para promover o encontro entre fornecedores de tecnologia de ponta e clientes do ramo de hotelaria, restaurantes, cantinas industriais, pizzarias, hospitais, clínicas e demais empresas do sector. A ideia é criar um ambiente propício onde todos os participantes das áreas em questão, mas outros interessados, possam encontrar um espaço para identificar oportunidades de novos negócios que fomentem o crescimento desta importante actividade económica para o país. Espera-se receber uma assistência que rondará as três mil pessoas. O evento contará com demonstrações ao vivo e seminários. Para informação adicional, contactar a Alessandra Taurchini através do endereço de correio electrónico: ale_taurch@yahoo.com.
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"Deus é quem controla" António C. Da Silva F. antoniodasilva@correiodevenezuela.com
ernando de Ornelas, futebolista luso-descendente que já chegou actuar nos dois "Marítimos", tanto no da Venezuela como no da Madeira, é um dos futebolistas crioulos com mais experiência ao nível internacional, com passagens pelo futebol inglês, escocês, alemão, chinês, japonês e português. Desde o 2005 que se encontra a disputar o campeonato da Noruega com a equipa do Odd Grenland, onde não só é titular de pedra e cal no onze inicial, senão que é o artilheiro-mor do clube na presente época. O campeonato norueguês iniciouse no mês de Abril mas foi interrompido durante o Mundial na Alemanha, reatando-se no dia 12 de Julho. O Grenland ocupa a quinta posição na tabela classificativa. Ornelas comenta que "o objectivo do clube é acabar num dos quatro primeiros postos no fim do campeonato, para assim poder conseguir um lugar na "Scandinavian Royal League", torneio que agrupa as quatro
F
melhores equipas classificadas dos campeonatos da Suécia, Noruega, Finlâ ndia e Dinamarca. O Grenland vai tentar ser uma alternativa ao domínio do Lilleström e o Rosemborg na liga norueguesa". Os primeiros seis meses no clube foram muito duros para o luso-venezuelano, pois não conseguiu jogar com assiduidade. "Eu não encaixava no 4-3-3 que se jogava na equipa, mas com a ajuda de Deus consegui mostrar o meu valor e agora até sou o goleador do clube. Deus é quem
Afirmei que só aceitaria uma nova convocatória para jogar na minha posição natural controla a minha vida e a da minha família", disse. Convidado a dar a sua opinião sobre o futebol da Noruega, o futebolista crioulo afirma que "se bem não tem a espectacularidade do futebol espanhol ou inglês, é um campeonato em crescimento, de muito contacto físico e muito competitivo e nivelado, acompanha-
do de perto por muitos empresários e 'olheiros' internacionais, sempre com boas assistências do pú blico". Ornelas marcou presença constante nos dois ú ltimos processos da selecção venezuelana baixo o comando de Richard Páez, mas já não voltou a ser convocado desde o jogo frente ao Chile em Junho de 2005. Segundo explica o jogador "eu falei com total sinceridade com a equipa técnica da selecção, e afirmei que só aceitaria uma nova convocató ria para jogar na minha posição natural de médio ofensivo ou como avançado, e não como lateral direito
-posto no qual estava a ser utilizadopois isso prejudica-me profissionalmente, não me deixando alcançar o meu melhor rendimento". A menos de um ano da realização por primeira vez na Venezuela de uma edição da Copa América, perguntamos ao Fernando se este era o melhor momento para tomar esta decisão, e o futebolista insistiu: "pois claro que eu gostaria de jogar a Copa América no meu país, mas só se é jogando na minha posição. Já estou preparado para dar por fechado o meu ciclo na "Vinotinto" se tal não acontece, e mesmo agora, só estou concentrado em ajudar a minha actual equipa". A identificação do luso-venezuelano com o se clube e total, pensando até se radicar em solo norueguês: "o balneário me recebeu com amizade e simpatia ajudando muito na minha integração e o Grenland projecta a construção de um novo estádio. Graças a Deus estamos felizes na Noruega, um país com um bom nível de vida, onde tencionamos comprar casa e ficar por cá. Mas tudo depende da vontade de Deus. Se ele quiser que nó s mudemos a outro país o faremos sem problema".
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OPINIÃO
Los trofeos y enseres del Marítimo de Venezuela i nombre es Fernando Campos y conjuntamente con mi esposa y mis dos hijos soy, desde hace aproximadamente 24 años, propietario de la acció n Nº 0171 del Centro Portugués y Primer Secretario de la actual Junta Directiva. Quiero dejar bien claro que, aunque mencione en varias oportunidades el Centro Portugués y su Junta Directiva, estas líneas las escribo a título personal, preservando el derecho que tiene cada quien de pensar y expresar lo que desea sin comprometer a ninguno de mis compañeros del comité. Mucha tela se ha cortado y muchas líneas se han escrito sobre el tema del Marítimo y desde ya, quiero dejar claro que no estoy dando respuesta a nadie, ni a ninguna carta anteriormente publicada en este perió dico. Simplemente quiero compartir mi opinió n y dar a conocer detalles que quizás muchos desconozcan y me prometo a mi mismo que después de esto no volveré a hablar en pú blico del tema. ¡ Sí, enseres! Enseres, porque tengo entendido que no son só lo trofeos. Y digo tengo entendido, porque la verdad es que no los he visto. Aunque parezca increíble están en las instalaciones del Centro Portugués y la Directiva, que para bien o para mal es quien dirige y representa a esta casa, no tiene acceso a ese deposito. Las llaves las tienen los representantes del desaparecido club. La gente es libre de opinar y hacer juicios segú n su consciencia y segú n lo que les parezca. Los dirigentes del Marítimo también. Por eso supongo que sacan a luz pú blica lo que más les conviene. Seguramente la gran mayoría de los que hoy opinan y que hoy se dan golpes de pecho no sabían que enseres estaban ahí y menos en qué condiciones. ¿ Acaso se han preguntado porqué están en ese lugar? Están ahí porque unos señores, para aquél entonces Directivos del Centro Portugués y a la vez dirigentes del Marítimo de Venezuela, una noche y medio clandestinamente los trajeron al Centro Portugués y no supieron manejar una crisis, quizás generada por ellos mismos. Sepan señores, que la Junta Directiva no está enfrentada con nadie, ni lo está buscando. Ellos mismos se pelean solitos e in-
M
ventan molinos de viento cual Quijotes, para mantener vivas polémicas que só lo en sus mentes existen y que benefician no sabemos a quién, ni con qué intenció n. ¿ Por qué será que las verdades só lo se dicen a medias y segú n lo que les conviene a cada quien? ¿ Por qué opinamos desconociendo la realidad y las verdades de la situació n? Qué fácil es escribir y lanzar palabras al viento. Ahora me satisface el hecho que se hiciese "bulla" con el tema. Como dice el dicho: "No hay mal que por bien
Ellos mismos se pelean solitos e inventan molinos de viento cual Quijotes, para mantener vivas polémicas no venga". Señores, no gasten saliva, tinta ni tiempo en cosas que no tienen ningú n sentido. Pó nganle manos a la obra, a limpiar, a organizar y a rescatar todos eses enseres. ¿ Por qué los dirigentes del Marítimo de Venezuela no dicen que en Enero de este año asistieron a una reunió n invitados por la Junta Directiva para hablar del tema? ¿ Por qué no dicen que esa reunió n fue amena y cordial y que lo ú nico que les pedimos fue inventariar y ordenar esos enseres y también les solicitamos una llave del depó sito y les sugerimos presentar opciones validas para que hacer con todo eso? Tampoco expresaron que no nos dieron una respuesta y todo quedó en el olvido. Una cosa que dijimos, y es cierto, fue que cualquier gasto que implicase inventariar, limpiar, rescatar y quizás exponer ese patrimonio debería correr por cuenta del Marítimo. Ahora me satisface el hecho que se hiciese "bulla" con el tema. Como dice el dicho: "No hay mal que por bien no venga". Si no fuese por esta algarabía, los enseres del Marítimo seguirían en el olvido dañándose y perdiéndose.
Fernando Campos
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CPPO: 32 jogos sem perder O conví vio depois do jogo
antoniodasilva@correiodevenezuela.com
Outro dos aspectos importantes que rodeia esta cadeia de invictos, segundo as palavras do presidente Vieira, é o convívio familiar que surge a consequência dos jogos entre os veteranos atletas e as suas famílias, que compartem um bom churrasco assado e umas cervejinhas depois dos noventa minutos, em alegres cavaqueiras que fazem dos jogos uma autentica festa familiar. O CPPO planeia o lançamento de um web site onde serão publicadas as informações mais importantes das actividades do clube social, e com especial destaque para esta equipa de futebol que todos os sábados continua somando jogos ao recorde, e projecta também uma viagem para Maio de 2007 a ilha da Madeira, "para corresponder a visita feita pela A.D. Camacha, que esteve em nosso clube no ano de 2004", afirmou Vieira.
"Liga Senior de Puerto Ordaz" é o campeonato de futebol amador para veteranos mais importante do Estado Bolívar, estando actualmente em disputa a sua sexta edição. O Centro Português de Puerto Ordaz (CPPO), tricampeão da prova, é também o seu ú ltimo vencedor, título conquistado em 2005 de maneira autoritária e invicta, consentindo apenas dois empates (ante o Centro Í talo e o Colégio de Ingenieros) e fechando a prova com 22 jogos sem provar o sabor da derrota. As faixas de campeão tiveram muitos heró is, destacando o vital apoio fora do campo do "presi" Víctor Viera. Fechando a décima jornada da prova do presente ano com um empate perante o Ibero-americano, o CPPO alcançou já cifra recorde de 32 jogos sem perder e "ameaça" em levar esse nú mero muito mais além, tudo devido a um bom jogo de conjunto da equipa comandada por Luís
António Carlos Da Silva F.
A
Pires e Víctor Vieira. O nível da "Liga Sénior" da moderna cidade guayanesa, é muito elevado e competitivo, pois agrupa a representações de vários clubes sociais estrangeiros e algumas das importantes empresas mineiras da zona, integrando os planteis vários jogadores com passado no futebol profissional. Destaque-se o caso de Ildemaro Fernández, artilheiro do Estudiantes de Mérida e Internacional pela selecção venezuelana ou do argentino Horacio Matuzyck, um dos melhores estrangeiros que passou pelo nosso futebol na década dos 90 e que alin-
hou no C.S. Marítimo da Venezuela. O presidente do clube social português de Guayana, Víctor Vieira, também faz parte da equipa de veteranos que está a construir este recorde, e falou para o CORREIO das razões do sucesso. "O segredo é a união do grupo pois quem não joga como titular também puxa pela equipa. Não há estrelas todos lutam e trabalham em prol do colectivo. Ademais dispomos de um campo e de umas instalações de primeiro nível que nos proporciona muita comodidade para jogar bom futebol", disse.
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Hermínio na Liga de Futebol quer arbitragem profissional ermínio Loureiro, responsável pela tutela do Desporto nos governos de Durão Barroso e Santana Lopes, apresentou esta semana no Porto a sua candidatura à Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPPF) e defendeu a profissionalizaç ão da arbitragem. Ex-dirigente da Oliveirense, adepto do Sporting e só cio do Beira-Mar, Hermínio Loureiro apresentou-se sozinho em conferência de imprensa, mas revelou que a auscultaç ão feita aos presidentes dos clubes profissionais lhe deu ainda mais forç a para avanç ar. Escondendo os apoios já garantidos, o ex-secretário de Estado da Juventude e Desporto esclareceu não ir apresentar nenhuma lista à AssembleiaGeral (AG) da LPFP, porque, se o fizesse, sugeriria o nome de Valentim Loureiro, ainda presidente da Liga e já assumido candidato à AG do organismo. "Não vou apresentar lista à AG, porque se apresentasse, o meu candidato seria Valentim Loureiro", disse Hermínio Loureiro, revelando, desta forma, a sua concordâ ncia com a candidatura do actual presidente da LPFP. Hermínio Loureiro explicou que a arbitragem deve sair do seio da LPFP, reconheceu que a profissionalizaç ão do sector é o melhor caminho para o desenvolvimento e sucesso das modalidades e mostrou-se desagradado com alguns aspectos da Lei de Bases em discussão na Assembleia da Repú blica (AR). "Estou de acordo que o sector saia do contexto da Liga. Ainda mais importante que isso é que a arbitragem caminhe muito depressa para a profissionalizaç ão. Não me agrada nada que a Lei de Bases indicie um caminho contrário ao da profissionalizaç ão", disse. Vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Hermínio Loureiro anunciou ir renunciar a "todas as funç ões executivas no partido", caso venç a as eleiç ões marcadas para 10 de Agosto, e adiantou ir realizar uma "profunda avaliaç ão" dos custos no organismo que gere o futebol profissional, de forma a
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diminuir a diferenç a entre custos e prejuízos. "O futebol não pode caminhar de prejuízo em prejuízo, num percurso de constante escusa de responsabilidades. Quem gasta mais do que tem, só percorre um caminho: o da falência", sublinhou.
"O futebol não pode caminhar de prejuí zo em prejuí zo, num percurso de constante escusa de responsabilidades. Quem gasta mais do que tem, só percorre um caminho: o da falência" Hermínio Loureiro pediu auxílio a todos os clubes nos pró ximos quatro anos de mandato e explicou que a "evoluç ão e sucesso" apenas serão possíveis se todos os agentes do futebol se envolverem em conjunto nesta luta. "Não posso, nem devo ficar calado, se o futebol profissional passar a estar inserido no regime geral das prestaç ões sociais. Não posso nem devo ficar calado, se as receitas do totobola baixam todas as semanas, mas as obrigaç ões dos clubes se mantêm. Há quem exija muito, sem investir um cêntimo na modalidade". O deputado esclareceu ainda ter sido desafiado por diversos sectores desportivos para apresentar a candidatura - escusando-se a revelar quais - e sublinhou ser sua intenç ão "fazer uma descriminaç ão positiva" em relaç ão aos que mais precisam de fazer-se ouvir. Hermínio Loureiro afirmou também que os estatutos da LPFP não permitem a profissionalizaç ão do seu presidente e explicou apenas decidir da continuidade ou não da Comissão Executiva e Secretário- geral da Liga, depois de realizada a avaliaç ão de custos na estrutura.
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Caso Mateus ensombra futebol português O
Gil Vicente reagiu esta semana com indignação à decisão do presidente da Assembleia Geral da Liga Portuguesa de futebol Profissional (LPFP) de nomear um novo jurista para a Comissão Disciplinar (CD) do organismo, falando mesmo em "conspiração". "A serem reais as notícias veiculadas pela comunicação social, estamos perante um quadro de manifesta e gritante 'conspiração' contra o Gil Vicente ao mais alto nível, (...) para colocar o Gil Vicente na divisão inferior", lê-se num comunicado do clube de Barcelos, que poderá ser despromovido à Liga de Honra no â mbito do "caso Mateus", no qual é acusado de utilizar irregularmente o internacional angolano. Na sequência da demissão de Gomes da Silva, presidente do ó rgão disciplinar, Adriano Afonso, líder da AG da Liga, anunciou hoje a intenção de juntar um terceiro elemento à comissão, na qual se mantêm Pedro Mourão e Frederico Cebola, sobre os quais recai um incidente de suspeição por parte do Gil Vicente. O clube de Barcelos lembra ainda que Adriano Afonso não aceitou as
Após a decisão da CD da LPFP, haverá ainda a possibilidade de recurso junto do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) demissões de Pedro Mourão e Frederico Cebola, que "só foram apreciadas depois de ter decorrido cerca de uma semana sobre os respectivos pedidos", enquanto "aceitou imediatamente a demissão do Dr. Gomes da Silva, não o tentou demover, nem sequer o convidou a reocupar o cargo". "O Sr. Presidente da AG da LPFP quer colocar como Presidente da CD, com competência para decidir do incidente de suspeição de acordo com o CJ, nada mais nada menos do uma das pessoas visadas e afectadas pela suspeição, ou seja, o Dr. Pedro Mourão, o que revela um desprezo total pelo princípio geral de direito de que ninguém pode ser juiz em causa pró pria", acusa o Gil
Vicente. Para o clube nortenho, a "urgência em apreciar" este caso "é sinal inequívoco das intenções maléficas de obter decisão que remeta o clube de Barcelos para a Liga de Honra". O Gil Vicente defende ainda que "os actuais membros da CD já formaram a sua convicção sobre o assunto sem sequer terem analisado e discutido convenientemente o processo com o novo membro a nomear, sendo pú blico que estão contra o Gil Vicente e a favor do Belenenses", não aceitando "ser julgado por juízes parciais, nem submeter-se a directivas do ó rgão máximo da LPFP que constituem autênticos atentados ao Estado de Direito". Gil Vicente diz que "nenhum clube, muito menos o Belenenses, pode conseguir na 'secretaria' aquilo que lhe faltou dentro do campo, ou seja, o mérito, o esforço, a dedicação, a competência para permanecer no escalão maior do futebol português". Apó s a decisão da CD da LPFP, haverá ainda a possibilidade de recurso junto do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). O processo prende-se com a utili-
zação do internacional angolano Mateus por parte do Gil Vicente em 2005/06, quando o jogador estava impedido, por ter actuado com estatuto de amador, na época imediatamente anterior, ao serviço do Lixa. Uma primeira decisão da CD foi favorável ao Gil Vicente, em detrimento do queixoso Belenenses, despromovido desportivamente à Liga de Honra, e provocou os pedidos de demissão, não aceites, de Pedro Mourão e Frederico Cebola, depois de denunciarem situações anó malas. Na altura, o caso foi decidido por um voto de qualidade do presidente, apó s empate 2-2, e sérias clivagens no seio da CD da LPFP, nomeadamente devido a ligações familiares do terceiro vogal, Domingos Lopes, com um dirigente do clube de Barcelos e à suposta mudança de opinião de Gomes da Silva, que entretanto se demitiu. O CJ da FPF, apó s recurso do clube do Restelo, remeteu de novo o dossier para a Liga, por erros processuais, designadamente o pedido de escusa e posterior recuo de Domingos Lopes, agora impedido pelo ó rgão federativo de tomar parte na decisão.
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Comunidades Madeirenses com novas regras e filosofia
BREVE
Tosquias e levadeiro no arraial da Madeira
Agostinho Silva
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prometida "reflexão" sobre o funcionamento dos ó rgãos representativos das Comunidades Madeirenses, anunciada no final de 2003, deu frutos cerca de três anos depois. A semana passada a Assembleia Legislativa da Madeira aprovou a criação da Convenção das Comunidades Madeirenses, em substituição do congresso, com a introdução da Comissão de Juventude. Há uma nova filosofia na representatividade das Comunidades, que acabará por se repercutir na composição de cada um dos ó rgãos, mas gora as expectativas em relação à substituição da nomeação pela eleição directa. "Tecnicamente é impossível proceder à eleição de madeirenses", explica ao DIÁRIO o deputado Oscar Fernan-
des, presidente da comissão parlamentar sobre Cooperação Externa e Emigração. "Para isso seriam necessários cadernos eleitorais de madeirenses e o Parlamento regional não tem poderes impô -los nas embaixadas e consulados em todo o mundo", acrescenta. Oscar Fernandes recorda as discussões no Parlamento, em torno da questão da nomeação e da eleição. "A Oposição queria a eleição e nó s propusemos: digam como é que isso se consegue. E ninguém propô s nada, porque é impraticável". Por outro lado, o deputado social-democrata recorda dados concretos sobre a ú ltima eleição para o Conselho Nacional das Comunidades Portuguesas, cujas formalidades assentam sobre cadernos eleitorais elaborados pela rede consular: apenas 1,5% votaram, 98% abstiveram-se. Em Novembro de 2003, as con-
clusões do Conselho das Comunidades Madeirenses faziam referência à necessidade de adaptar e actualizar os ó rgãos representativos em relação aos "novos tempos". CONVENÇÃO E JUVENTUDE Por proposta do Governo Regional, a ALM aprovou a semana passada o decreto legislativo que cria a Convenção das Comunidades Madeirenses, mantém o Conselho Permanente, mas introduz uma Comissão de Juventude das Comunidades Madeirenses. A Convenção é convocada e presidida pelo chefe do Executivo regional, ou o membro do Governo em que tais competências sejam delegadas. Reú ne sempre na Madeira e de quatro em quatro anos. Os integrantes da Convenção têm de ser emigrantes naturais da Madeira ou seus descendentes, de maior idade e residentes no local de proveniência.
Novas gerações com lugar cativo A principal alteração introduzida acaba por ser a quase obrigatoriedade da participação de descendentes até 35 anos de idade. E essa participação é feita de várias maneiras, a principal das quais através da inte-
gração na Comissão da Juventude das C o m u n i d a d e s Madeirenses, que é uma comissão especializada de carácter permanente do Conselho. Para além disso, o decreto
legislativo aprovado estipula que 30 a 40 por cento dos membros da Convenção (que reúne na Madeira de quatro em quatro anos) devem ser jovens descendentes de madeirenses.
Propor medidas que considerem adequadas à defesa dos interesses dos jovens das comunidades, e emitir pareceres por sua iniciativa, são as principais competências introduzidas com esta reestruturação.
A festa tradicional do Dia da Madeira vai decorrer no próximo domingo no Centro Portuguê s em Caracas. José Manica, em representaç ão do grupo danç as e cantares do clube, é um dos dinamizadores da tradicional festa portuguesa. E a pedido de muitas pessoas repete a tradiç ão da tosquia madeirense. A par desta apresentaç ão, este ano haverá a novidade de reviver a figura també m do tradicional "Levadeiro", que, segundo lembrou, "era o homem que dividia o vale da água pelos agricultores, sobretudo nesta é poca do ano". José Manica aproveitou esta antevisão do CORREIO para lamentar as dificuldades que sente de ano para ano para conseguir e recuperar todo tipo de tradiç ões madeirenses devido à falta de elementos. "Este ano percorri todos os arredores de Caracas e fui até a Valê ncia para conseguir ovelhas e só as consegui na estrada velha de La Guaira", disse. Quanto à festa propriamente dita, haverá barracas com comes e bebes tradicionais e també m não faltará a musica folclórica, que estará a cargo de trê s grupos. A finalidade deste arraial, que nas suas primeiras ediç ões serviu para beneficiar o Marí timo da Venezuela, e que posteriormente passou a angariar fundos para as organizaç ões de solidariedade social da comunidade portuguesa, volta a ter em atenç ão o seu objectivo inicial. No entanto, os destinos do mesmo serão definido pela comissão de trabalho no final do evento. A organizaç ão do evento está a cargo da direcç ão do Centro portuguê s em Caracas.