Correio da Venezuela 174

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“ Mujeres en Pelotas”

Selecção da Madeira

Mayra de Abreu é protagonista em Hot 94 Página 15

27 basebolistas integram equipa que ficou em 3º lugar Páginas 28 e 29

www.correiodevenezuela.com

O jornal da comunidade luso-venezuelana

ano 07 – N.º 174 - DePósito LegaL: 199901DF222 - PubLicação semanaL

caracas, 14 a 20 De setembro De 2006 - VenezueLa: bs.: 1.000,00 / PortugaL: € 0,75

El Junquito ameaça fazer justiça popular Assassinato de comerciante madeirense gerou onda de indignação quer contra os delinquentes como em relação aos polícias

Luso-descendente à frente da Catedral de Valencia Página 6

Página 3

Secretário de Estado denuncia falta de estudos para reestruturar rede consular Página 32

Mercado de Catia quase todo em “ mãos” lusas Pela presença massiva de cidadãos e descendentes de portugueses, a quem considere este emblemático Página 10 local de comércio como o segundo “ consulado” português

30 compadres viajam até Joanesburgo Página 4


2 | EDITORIAL

CORREIO DE VENEZUELA - 14 A 20 DE SETEMBRO DE 2006

Que Deus nos proteja... Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Délia Meneses Jornalistas: António da Silva, Carlos Orellana Jean Carlos de Abreu, Victoria Urdaneta, Tábita Barrera, Katiuska Martins e Yamilem Gonzalez Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Sandra Rodriguez (La Victoria) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Janette Da Silva, Luís Barreira e Álvaro Diaz Publicidade e Marketing: Carla Vieira Coordenação Relaçoes Publicas Raquel Terra Boa Ventas Ricardo de León Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: Elsa de Sá Fotografía: Paco Garrett Secretariado: Carolina Nóbrega

insegurança talvez seja o tema que mais vezes ocupa o espaço do nosso Editorial. As razões estão à vista. Nesta ú ltima semana, tanto quanto se sabe, mais três portugueses faleceram em consequência de actos criminosos, isto sem falar, é claro, nas centenas de cidadãos venezuelanos que foram igualmente vítimas do crime que grassa um pouco por toda a nossa Venezuela. Como não falar outra vez sobre o flagelo que atinge tudo e todos, desde o mais prudente até ao mais incauto. Nem sequer é uma questão de ter ou não ter, mas antes uma questão de insegurança nacional que aflige a cidade, bairros, famílias, pessoas, etc.

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Esta semana relatamos mais dois casos de uma tragédia que insiste em fustigar toda a sociedade. E mais uma vez também surgiram indícios de desconfiança relativamente às autoridades policiais que têm o papel de zelar pela segurança de todos nó s. Mais uma vez somos obrigados a clamar por mais meios em prol de mais segurança. São precisas medidas mais eficientes para terminar com este problema que é o maior de todos. Sabemos e estamos conscientes que a questão não é de fácil resolução. Seria injusto não prestar uma homenagem às autoridades, pois, de facto, não estão todas de braços cruzados. Mas sentimos que o que tem sido feito não é suficiente! Até lá, que Deus nos proteja...

O CaRTOON Da SEMaNa

Distribuição: Enrique Figueroa Endereço: Av. Los Jabillos 905, com Av. Francisco Solano, Edif. Torre Tepuy, piso 2-2C, Sabana Grande - 1050 Caracas. Endereço Postal: Editorial Correio C.A. Sabana Grande Caracas - Venezuela Telefones: (0212) 761.41.45 Telefax: (0212) 761.12.69 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares

- Meridiano já não passa futebol espanhol. Já não podemos ver o Ronaldinho...

- Não importa, vemos os outros brasileiros do futebol Português!

Fontes de Informação: DIÁRIO de Notícias da Madeira Jornal de Notícias Agência de Notícias LUSA

a SEMaNa MUITO BOM Destacamos o trabalho que está a ser realizador no Centro Atlântico Madeira Clube, em Barquisimeto. É um centro que tem passado por dificuldades e que agora começa uma nova etapa retomando as obras da piscina, um dos projectos de maior envergadura para o usufruto dos seus associados. Mas este e outros projectos não serão possíveis sem o apoio da comunidade portuguesa radicada no Estado Lara, que também deve apostar e dar um voto de confiança a esta instituição e seus dirigentes.

BOM A medida inédita prevista através de decisão normativa da Comissão Administradora de Divisas da Venezuela (Cadivi) de autorizar a venda de euros a cidadãos que queiram viajar para vários países, entre os quais Portugal. O montante é o mesmo que foi estipulado para os dólares, assim como o procedimento.

MaU As denuncias de corrupção feitas por um grupo de famílias radicadas no Estado de Vargas sobre os fundos para novas casas. Entre as queixas apresentadas ante a Fiscalía da República, encontra-se uma que tem a ver com os apartamentos construídos com donativos provenientes da ajuda internacional, os quais não foram entregues as famílias afectadas. No que respeita à comunidade portuguesa em Vargas, que continua a ser numerosa, são muitos os que ainda esperam pela ajuda que o governo português disponibilizou.

MUITO MaU

O Correio de Venezuela não se responsabiliza por qualquer opinião manifestada pelos colaboradores ou assinantes nos artigos publicados, garantindo-se, de acordo com a lei do jornalismo, o direito à resposta, sempre que a mesma seja recebida dentro de 60 dias.

Mais uma vez surgem suspeitas de que existem funcionários policiais envolvidos no assassinato de um português que vivia e trabalhava no El Junquito. A desconfiança dos habitantes em relação às autoridades faz com que as pessoas comecem a querer fazer justiça pelas suas próprias mãos. Ameaçam com organizar-se para matar os delinquentes e os funcionários policiais gozam cada vez de menos credibilidade entre a população que está desmoralizada por tantos actos de violência.

El Correio de Venezuela, no se hace responsable por las opiniones manifestadas por los colaboradores o firmantes, garantizando, de acuerdo a la Ley, el derecho a respuesta, siempre que la misma sea recibida dentro de 60 días.

Para todos los

gustos

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Comerciantes de El Junquito querem justiça popular O exemplo mais recente do grave clima de insegurança que aflige toda a zona foi o assassinato do comerciante madeirense Francisco dos Ramos por um grupo de ladrões Yamilem González yamilem@correiodevenezuela.com

á alguns anos, El Junquito era um desses lugares tranquilos que os "caraqueños" visitavam aos fins-de-semana para respirar ar puro, comprar frutas e verduras frescas, comer morangos com creme, "cachapas" e chocolate quente. Hoje quem visita esta zona situada a 40 minutos da capital e especialmente os que vivem e trabalham ali, estão conscientes do risco que correm. Os "malandros" são a autoridade que governa na povoação. O exemplo mais recente da tragédia que representa a insegurança na zona é o do comerciante Francisco dos Ramos, natural da freguesia de Campanário, Madeira, que foi assassinado no interior da padaria "Monte Alto", situada ao quiló metro 14 da estrada para El Junquito. O carrasco do emigrante encostou a arma à cabeça deste - na zona da fonte - e premiu o gatilho como se de uma execução se tratasse. Este crime ocorreu na passada sextafeira, aproximadamente à uma e meia da tarde, segundo adiantou ao CORREIO uma das empregadas da padaria que presenciou os factos. "Estávamos no interior do estabelecimento o senhor Francisco, dois senhores que também eram portugueses e eu, quando entraram dois homens para comprar pão. Foi quando se preparavam para pagar que um deles sacou uma pistola e depois mandou-nos ficar quietos pois íamos ser assaltados", contou. Os assaltantes tiraram depois o "dinheiro dos dois senhores e parte do din-

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heiro da caixa e, apesar de o senhor Francisco não ter oferecido qualquer tipo de resistência, disseram-lhe que era um homem morto e dispararam sobre ele antes de fugirem", acrescentou a funcionária ouvida pelo nosso semanário. Segundo os relatos de vizinhos, os delinquentes subiram depois a um veículo de marca Ford, cor de vinho, a bordo do qual fugiram da zona. As testemunhas alertaram uns polícias metropolitanos que passaram pelo local pouco depois, mas estes não fizeram nada, pelo que nem sequer encetaram qualquer perseguição. Posteriormente, elementos da polícia científica encontraram o veículo utilizado na fuga e efectuaram a detenção de um suspeito. Os outros dois implicados no assassinato do comerciante madeirense ainda não foram detidos nem identificados.

"O meu pai nunca teve problemas com ninguém, nem devia dinheiro a alguém, por isso todos presumimos que se tratou de um assassí nio encomendado, embora desconheçamos as razões Homem empreendedor

Geovani dos Ramos, um dos nove filhos da vítima, comentou que o seu pai estava há cerca de 15 anos como responsável da padaria Monte Llano, propriedade da sua mãe, quem também

possui uma peixaria no mercado Quinta Crespo, onde também era muito conhecido, querido e considerado como um "homem empreendedor". "O meu pai nunca teve problemas com ninguém, nem devia dinheiro a alguém, por isso todos presumimos que se tratou de um assassínio encomendado, embora desconheçamos as razões. Mas não vamos a descansar enquanto tudo não ficar esclarecido", assegura. O comerciante madeirense tinha 62 anos de idade e estava há aproximadamente 42 anos na Venezuela. Residia nas imediações da padaria. Os vizinhos fizeram questão de manifestar à nossa reportagem o seu descontentamento com os polícias porque alertaram uma patrulha para que prosseguissem os delinquentes, mas os agentes ignoraram os seus pedidos. Por

Versão da polí cia O chefe de Investigação da subdivisão Oeste do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (Cicpc), Emilio Avello, confirmou ao CORREIO que no assassinato do português de El Junquito, Francisco dos Ramos, participaram três indivíduos, um dos quais já se encontra detido. Sobre o caso, disse que têm várias pistas e que estão "quase a deter os dois fugitivos que faltam", pois, observa,

"ao termos detido um, conseguimos adiantar as investigações". Sobre o clima de insegurança que reina no sector de El Junquito, o responsável policial escusou-se abordar qualquer questão que focasse esse assunto. Convém destacar que a subdivisão Oeste do Cicpc está a cargo de cinco sectores, tarefa para a qual conta só com 44 funcionários de investigação.

isso alguns amigos do comerciante presumem que estes podem estar comprometidos com os criminosos. Familiares da vítima disseram ao CORREIO que já não sabem que estratégia seguir para escapar aos delinquentes. "Vemo-nos obrigados a sair sem veículo ou a mudar de carro para despistar os ladrões. Todas as semanas são afectadas muitas famílias, tanto portugueses como venezuelanas", relataram.

Justiça pelas próprias mãos

Comentaram ainda que existem grupos de assassinos que são contratados para matar pessoas e que estes costumam ensinar os membros mais novos através de assaltos como o que aconteceu na padaria do emigrante. "Face a isto, acreditamos que não nos resta outra alternativa que nos unirmos, todos os comerciantes e residentes, para acabar com estes grupos de 'sicários' e colocarmos um fim a toda esta situação, pois eles não podem continuar a meter-nos medo". Tanto quanto o CORREIO se pô de aperceber, são muitos os que estão determinados em unir-se para linchar os delinquentes que aparecem, abrindo assim um precedente que leve os habitantes de El Junquito a não temerem em fazer a justiça pela pró prias mãos.


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Compadres reú nem na África do Sul Jean Carlos De Abreu

jeancarlos@correiodevenezuela.com

cidade de Joanesburgo, na África do Sul, acolhe este ano o XXXV Congresso Mundial das Academias do Bacalhau", onde mais de 40 instituições de beneficência que possuem a mesma designação reú nem para discutir o trabalho realizado durante este ano em relação ao apoio prestado aos emigrantes lusos mais carenciados. Segundo o presidente da Academia do Bacalhau de Caracas, José Luís Ferreira, este ano a "casa-mãe" tem a tarefa de acolher os seus "filhos" na sua sede principal. "Todos os anos é feito um sorteio de todas as academias no mundo e escolhe-se a casa anfitriã", lembra Ferreira. No ano passado, a Venezuela serviu de sede para a reunião dos compadres. Em finais do mês de Outubro, viajam para a África do Sul cerca de 30 compadres procedentes da Venezuela, em representação das três academias existentes em Caracas, Valencia e

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Em finais do mês de Outubro, viajam para a África do Sul cerca de 30 compadres procedentes da Venezuela, em representação das três academias existentes em Caracas, Valencia e Maracay Maracay. Os compadres vão apresentar os objectivos alcançados por cada comissão dos diferentes países de acolhimento e expor os projectos de ajuda que têm em mente. Ferreira não descartou a possibilidade de ficar a conhecer melhor a cidade africana e visitar as diferentes comunidades portugueses ali radicadas, para ficar a saber um pouco mais sobre a situação em

que se encontram os mesmos. Durante o XXXV Congresso de Joanesburgo, que terá uma duração de dez dias, os compadres efectuarão a entrega oficial da bandeira definitiva com as medidas oficiais e o respectivo símbolo. Mas nem tudo será trabalho. Está prevista a realização de um safari, sem esquecer uma visita a diferentes lares de idosos da cidade. Os gastos da viagem serão custeados por cada compadre que deseje participar na reunião

anual. Academia de Caracas: "a la carga" O presidente da Academia de Caracas informou ainda que se continua a trabalhar para as melhorias no Lar de Terceira Idade "Padre Joaquim Ferreira", e que actualmente acolhe a 70 idosos. "Agora estamos concentrados em conseguir os 80 milhões de bolívares que precisa o lar para reconstruir o sistema escoamento de águas residuais", explicou.

Plaza Miranda com novo rosto A

té há pouco tempo, era uma das praças mais perigosas do centro de Caracas, onde predominavam indigentes e um elevado clima de insegurança. Nos arredores da Plaza Miranda trabalharam muitos dos primeiros portugueses quando chegaram à Venezuela, pelo que actualmente muitos deles têm os seus estabelecimentos comerciais ali. Na semana passada os "caraqueños" puderam finalmente ver o novo rosto desta praça, depois de Fundapatrimonio - entidade tutelada pela Alcadía de Caracas - se ter encarregado da sua reinauguração. O aspecto mais positivo para os transeuntes é a instalação de um posto de vigilâ ncia, o que propiciou um clima de maior confiança para que alguns "caraqueños" aproveitem este espaço pú blico para ler jornais ou livros ou descansar um pouco. Nos trabalhos de remodelação foram investidos 770 milhões de bolívares, aplicados para requalificar 12 jardins, plantas mais de uma dezena de árvores e instalar cerca de 20 bancos de descanso num espaço de 5 mil metros quadrados com piso

de mármore. A nova imagem do lugar não agradou a todos, pois as novas normas impedem a instalação de vendedores ambulantes no espaço, o que não acontecia anteriormente quando estes usavam o lugar para vender os seus produtos. O presidente da Câ mara de Caracas, Freddy Bernal, justificou a medida sublinhando que se trata de um espaço recuperado para o lazer dos munícipes, pelo que está proibida a presença de "buhoneros". A reinauguração foi levada a cabo no â mbito da celebração dos 200 anos da chegada de Francisco de Miranda às costas venezuelanas (La Vela de Coro).


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Luso-descendente na Catedral de Valencia As origens

Carlos Balaguera carlosbalaguera@correiodevenezuela.com

esde há 11 anos que um padre luso-descendente é o pároco da Catedral de Valência, no Estado Carabobo. Trata-se de Pedro Américo Ferreira de Freitas, filho de pais madeirenses naturais do Monte, mas nascido em Caracas no ano de 1964, na Maternidade Concepció n Palacios. Em 1989 foi ordenado sacerdote e desde então Ferreira de Freitas tem sido o pároco da Igreja San Miguel, na Pastora, em Valencia, até ter sido enviado para a Catedral de Valencia. "À medida que as pessoas foram tendo conhecimento do meu cargo na Catedral, foram-me dando a conhecer mais entre os portugueses por ser luso-descendente",

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observou o sacerdote, lembrando que em Valencia está "radicada uma comunidade muito grande" e que "o Consulado e os Clubes fizeram um esforço de aproximação". No entanto, o sacerdote admite que existe uma maior percentagem de portugueses que não são só cios e que não

fazem vida nos clubes nem se aproximam do consulado. "Faço um apelo à comunidade portuguesa para que se una mais em torno do Consulado e igualmente nas festas que se realizam nos clubes para assim se conseguir uma maior unidade e comunicação entre nó s".

Ernestina Castro de Freitas, mãe do actual pároco da Catedral de Valencia, chegou à Venezuela no ano de 1962. O seu esposo, Américo Freitas de Sousa - quem faleceu na cidade de Valencia, quando Pedro estudava no 3º ano já vivia no país. "Pedro Américo era muito tranquilo, muito estudioso e disciplinado, ao contrário do seu irmão, José Abrahan Ferreira Freitas, que era muito irrequieto", conta a sua mãe. Entrou para o Seminário Nuestra Señora del Socorro com 12 anos de idade. Já em carreira sacerdotal estuda três anos no Seminário San Idelfonso na cidade de Toledo Espanha, para depois regressar a Caracas e terminar um ano no Seminário Santa Rosa de Lima de Caracas, sendo ordenado em 15 de Agosto de

1989, na Catedral de Valencia, precisamente o ú ltimo sacerdote que Monsenhor Eduardo Henriquez ordenou. "Depois de falecer o meu esposo, Pedro começou a dar mostras de querer ser sacerdote” . “ Foram anos difíceis para mim. Eu tinha uma pequena mercearia na paró quia de San Miguel, atrás do Hospital Central de Valencia, e foi assim que pude pagar a educação dos meus dois filhos". Em 1977 viajaram à Madeira. Para Pedro foi a sua primeira experiência com a terra dos seus pais. "Um dia fomos à praia mas pelo caminho viu um presépio e já não quis ir banhar-se pelo que tivemos de ir à rua Fernão de Ornelas para comprar um presépio, o qual conserva ainda hoje", recorda Ernestina.

Capela de Loreto já tem projecto Carlos Balaguera carlosbalaguera@correiodevenezuela.com

presidente do Centro Social Madeirense, João Paulo Veracruz, apresentou o projecto de construção da Capela de Nossa Senhora de Loreto, a qual vai ser construída com o contributo de todos os madeirenses que fazem parte do clube. O anú ncio foi feito pelo dirigente no decurso da festa de Nossa Senhora de Loreto, onde os comités de Cultura, Juvenil e das Damas organizaram uma estampa Madeirense na qual desenharam um tapete com pétalas de flores que media mais de 100 metros e por onde passou o Santíssimo. Para além daquela novidade, Veracruz manifestou que em cada ano vai ser feito um esforço para realizar estas festas o mais parecidas possível com a tradição original proveniente da Ilha da Madeira. "Este tapete de flores é uma de tantas tradições do nosso folclore", lembrou.

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Padre Mendonça recebe título canónico Jean Carlos De Abreu

jeancarlos@correiodevenezuela.com

pároco da Missão Cató lica Portuguesa (MCP), Alexandre Mendonça, vai receber o título Canó nico da Santa Madre Igreja, conferido pelo Arcebispo de Caracas, o cardeal Jorge Urosa Savino, no pró ximo dia 16 de Setembro, pelas 11 da manhã, da Catedral de Caracas, situada no centro desta cidade. Segundo estipula o Có digo de Direito Canó nico, tal titulo deve ser concedido "a todos os sacerdotes que se tenham destacado pela sua doutrina e integridade de vida em prol da ajuda ao pró ximo e que tenha desempenhado todos os seus mesteres com bem". Juntamente com o pároco

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da Missão Cató lica, também recebem este título eclesiástico outras duas pessoas: o padre e o vigário da Catedral de Caracas. Segundo precisou Mendonça, o bispo concede este título às pessoas que trabalham desinteressadamente em prol da sua comunidade e que desejam ajudar a colectividade através da palavra do Senhor. Entre as novas funções que cumprirá o padre Alexandre, sem esquecer as que desenvolve na actualidade, está a de ter de celebrar a Santa missa na Catedral durante uma semana inteira em cada mês. A primeira celebração religiosa será realizada na Catedral em finais deste mês, às oito da manhã. Além disso, deverá cumprir com as encomendas que os seus superiores religiosos lhe deleguem. Mendonça, além de orien-

tar os destinos da Missão Cató lica em Caracas, cumpre com outras funções como membro do Conselho Presbitério de Caracas, Capelão Geral da Polícia Metropolitana e Director do Departamento Social do Clero de Caracas, entre outras funções que decorrem de actividades sociais e religiosas que desempenha na sua paró quia. "Não deixo que a vaidade alimente o ego" O padre justificou esta condecoração e nova responsabilidade como um "instrumento de Deus" e afirmou que é uma forma de "premiar" o seu trabalho desinteressado. "Isto é um gesto de misericó rdia de Deus manifestado nos meus superiores", disse Mendonça, quando explicava ao CORREIO que todo o que faz é

em prol da missão que deve cumprir na sua vida pela sua comunidade, a venezuelana e a portuguesa. Mendonça estendeu o convite a toda a comunidade lusa que vive em Caracas para assistir à recepção que se realiza por razão da atribuição do novo cargo e às mis-

sas que oficia em finais do corrente mês na Catedral. Acrescentou ainda que no pró ximo dia 17 celebra, na eremita de Nossa Senhora de Coromoto e Fátima, em San Bernardino, a aparição da Virgem de Coromoto, padroeira do povo venezuelano.

"Noche de Folclore" angariou mais de três milhões N

o passado dia 9 de Setembro foi realizada a "Noche de Folclore", organizado pelo Grupo Folcló rico do Centro Luso de Caracas, Turumo, nas suas instalações, com o objectivo de angariar fundos para entregar ao membro do grupo de Guayana, João Simões Rocha, quem sofreu um acidente durante o passado festival de folclore celebrado no Poliedro de Caracas. Ao evento assistiram mais de 200 pessoas. O grupo anfitrião foi encarregado de dar início ao espectáculo. Os agrupamentos do Centro Português, "Os Lusíadas", "Dos Patrias", "A Madeira é um Jardím" e "Renacer Lusitano" participaram e colaboraram nesta festividade. Cada um apresentou três peças de danças para desfrute do pú blico. Foram os seus membros que se aproximaram das pessoas que participaram no jantar com a fi-

nalidade de recolher os seus contributos econó micos para a causa. A Junta Directiva do Centro Português de Caracas doou a quantia de 200 mil bolívares. O total da angariação destinada ao folclorista do Centro Português de Guayana ascendeu a cerca de três milhões e quinhentos mil bolívares. O grupo de Turumo vai enviar uma representação ao "Encuentro Madeirense", que se celebrará nesta cidade, para entregar directamente o dinheiro (em cheque) a João Simões. Todos os presentes no jantar de beneficência estavam de acordo numa coisa: a união faz a força. Segundo indicaram os presentes, eventos como este devem repetir-se mais vezes para ajudar a quem precisa e assim vincar a força que têm os portugueses como comunidade na Venezuela.


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“ O segundo Consulado” Antonio Carlos da Silva F. antoniodasilva@correiodevenezuela.com

sector de Catia na zona oeste da cidade de Caracas é considerado pela sua extensão e população, como a paroquia mais grande de toda a Venezuela, e não são poucos os que pensam que, mais tarde ou mais cedo, vai ser elevado a Município. Actualmente, não escapa aos problemas do caos urbano "caraquenho", na forma de pobreza, delinquência, lixo e economia informal. Porém, Catia possui um patrimó nio arquitectó nico municipal que e visitado diariamente por milhares de consumidores, fornecedores e proprietários: o Mercado Periférico de Catia. Situado no "Boulevard de Catia" entre as estações Plaza Sucre e Pérez Bonalde do Metro de Caracas, este emblemático local bem pode ser considerado como o segundo consulado lusitano, tal é a presença massiva de cidadãos e descendentes de portugueses.

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Às mulheres na linha da frente

Diego Díaz, porta-voz da administração do Mercado, assegura que o local possui 162 postos alugados na zona conhecida como "o periférico", dos quais aproximadamente um 70% está nas mãos dos portugueses e luso-descendentes. Muitos dos portugueses não quiseram prestar declarações ao jornalista. Não foi o caso das mulheres, que também em grande nú mero trabalham no Mercado e mostraram-se mais abertas para falar.

Uma de elas é Maria Isolina Da Costa, luso-descendente que atende um posto de verduras e legumes desde á sete anos. Mora no sector de El Junquito, e todos os dias às quatro da manhã, desce até Catia para abrir o posto até a uma da tarde. "A situação está difícil e só chega para comer, mas tudo está bem se não há doença", afirma a senhora, filha de madeirenses e casada com um natural de Ponta do Pargo. A comerciante confessa que todos os "paisanos" acordam os preços dos produtos e cuidam uns dos outros, mas não é só portugueses os que labutam no local, havendo também alguns espanhó is, italianos e até chineses. "Trabalhar com o pú blico é difícil pois abundam os pedintes e mendigos", disse a Maria, e um segundo depois, dá um salto até o outro canto do posto, pois um indigente tenta apanhar algumas "semilhas". Não a hipó tese e o prevaricador, apanhado em flagrante não pode mais que deixar tudo no sítio.

Maria Isolina da Costa

Sónia Figueira

Mesmo assim dona Maria conta que "o Mercado de Catia não é mau só que estando numa zona popular um tem que vender a preços baixos e sem excessos". Só nia Figueira e outra das lusitanas do Mercado, descendente de emigrantes de Câ mara de Lobos. Vende frangos e produtos agrícolas e atende o posto da família. Só nia assegura que "muitos dos portugueses daqui não moram em Catia e vem de fora, mas não é

o nosso caso, pois minha família estabeleceu-se aqui a 30 anos. Eu nasci cá e este é meu lar". Ela confessa que a relação com os outros portugueses é boa e que dentro do perímetro do Mercado não há insegurança, o que contrasta com o que acontece pelas zonas vizinhas ao Mercado. Maria Fernanda Teixeira, natural da Tabua, Ribeira Brava, trabalha com os chamados "produtos de primeira necessidade". Chegou há 31 anos à Venezuela e desde sempre radicou-se em Catia, trabalhando no Mercado desde 1990, embora com uma pausa de três anos nesse período. Não tem dú vidas em afirmar que "ás mulheres somos mais lutadoras que os homens e de facto é maior a população feminina portuguesa trabalhadora no Mercado. Aprendemos a trabalhar para ajudar a nossas famílias. Eu já tenho sido assaltada mais não dentro do Mercado, fora de ele." "Off the record" deixou um curioso desabafo: "manda a dizer aos portugueses que estão lá em Portugal que não se queixem tanto pois já tem de tudo".

Património Municipal O Mercado Periférico de Catia é um microcosmo que se assemelha a uma colónia de formigas ou abelhas em plena actividade: centenas de pessoas a caminhar - muitas num ritmo frenético - e um trabalho que não pára em cada um dos distintos postos, dão origem a um misto de sons, aromas e cores onde predominam o vermelho e verde. Já à chegada o jornalista se depara com o primeiro posto de verduras e legumes, e o rosto de quem o atende já mostra os rasgos típicos do português emigrado. Ao lado já não há duvidas: ouve-se um bem forte e per-

ceptível "não vais fazer isso", dedicado por uma mulher a um homem (ambos já velhinhos) que escutava com o olhar cravado no chão. Uns quantos postos a seguir, uma venda de produtos enlatados tem no meio um altar com a Virgem de Fátima. Nos balcões dos talhos Ricardo, Maniche, Figo e Cristiano Ronaldo, decoram lá no alto, enquanto um jovem arruma os cestos de patas de galinha. Na "luncheria" é demais: duas fotos da selecção portuguesa e quem atende equipado a rigor como se estivesse pronto a sair para o relvado com a equipa nacional.


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Caracas celebra Vindimas Jean Carlos De Abreu jeancarlos@correiodevenezuela.com

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tradicional festa das vindimas aproxima-se. Como é costume, o Centro Português de Caracas realiza, no pró ximo dia 24 de Setembro, a tradicional apanha das uvas, que serão depois pisadas num lagar de vara, "como se fazia na Madeira", com o intuito de representar o local onde os vinicultores faziam o vinho. Segundo referiu José Manica, promotor deste evento através do qual se pretende encenar as tradições, a ideia principal é reviver e mostrar às gerações mais novas o que estes portugueses faziam nas diferentes épocas do ano. "Na Venezuela, não é frequente esta prática, mas em Portugal sim", afirma Manica,

"Na Venezuela, não é frequente esta prática, mas em Portugal sim", afirma Manica, assegurando que se deve preservar o que "trouxemos aos paí ses de acolhimento como tradição" assegurando que se deve preservar o que "trouxemos aos países de acolhimento como tradição", já que faz parte da "nossa cultura como emigrante". As vindimas acontecem todos os anos em Portugal durante o mês Setembro, com a finalidade de colher os cachos mais

suculentos e maduros de uvas para fazer vinho. Segundos os contos antigos dos vinicultores, em finais do século XVIII e princípios do século XIX, os grandes produtores vinícolas nomeavam uma pessoa para cuidar dos vinhedos até ao dia da colheita do fruto. Os vinicultores afirmam que a participação familiar (tanto em épocas passadas como na actual) era fundamental para obter "uma boa produção com um excelente sabor". Assim, cada produtor tinha a sua pró pria tradição. Em algumas localidades, fechavam as escolas para que as crianças ajudassem as suas famílias a apanhar as uvas e a pisá-las depois nos lagares. O corte do cacho deve ser delicado e feito com navalhas ou facas. Diz-se que a forma como era cortado determinava a qualidade e o sabor do líquido.

Sucursal da CM foi assaltada m grupo de delinquentes assaltou, depois do meio-dia do passado sábado, o supermercado Central Madeirense, localizado no Centro Comercial Plaza, no sector Valle Verde, em Guarenas. Segundo relataram clientes que se encontravam no estabelecimento à altura do roubo, os assaltantes só se levaram o dinheiro que se encontrava nas caixas registradoras. O montante ainda não foi quantificado. Ao que tudo indica, os meliantes eram novatos, já que não chegaram até ao sector onde se encontravam umas bolsas que continham uma grande quantia em dinheiro, produto das vendas do dia. De acordo com testemunhas, que solicitaram o anonimato, os delinquentes chegaram à uma hora em ponto da tarde num veículo, empunharam

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Comissões de Poliplaza destacaram um contingente para a zona na tentativa de deter os delinquentes, mas não conseguiram obter os resultados pretendidos umas pistolas, apontaram aos clientes e empregados e efectuaram o roubo. Comissões de Poliplaza destacaram um contingente para a zona na tentativa de deter os delinquentes, mas não conseguiram obter os resultados pretendidos. Os encarregados da cadeia de supermercados realizaram a denú ncia do caso no Corpo de Investigaç ões Científicas, Penais e Criminalísticas (Cicpc) da zona.


12 | HISTÓRIA DE VIDA

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Cecilia de Barros Figueira: "A Venezuela é tudo para mim" inha 12 anos quando comecei a ter responsabilidades. Era a mais nova de dez irmãos, a menina pequenina que ajudava a mamã nas lides da casa. Lavava, engomava, limpava, servia os meus irmãos e ajudava na fazenda. A Madeira de então atravessava por momentos difíceis. Havia pobreza e muitos dos meus conterrâ neos deixavam a terra em busca de um futuro melhor. Era duro para estas famílias, assim como o era para a minha. Os anos foram passando e eu tornei-me numa mulher lutadora e entregue ao trabalho doméstico. Aos 24 anos tive de deixar a minha casa mais o meu irmão mais velho para ir cuidar dos meus sobrinhos, já que a minha cunhada tinha ido trabalhar para a Venezuela. À época, conhecíamos os nossos esposos por foto e nos comunicávamos por carta. Era muito româ ntico. No entanto, a minha cunhada levou uma imagem minha àquele que seria o meu companheiro de vida. Imediatamente, comecei a receber cartas de amor de Mário até que chegou o momento: o pedido da minha mão e de casamento. Decorria o ano de 1971. O meu esposo tinha partido para as terras de Bolívar com 15 anos de idade. Era jovem e lutou por um futuro melhor e conseguiu-o. Tudo foi rápido e maravilhoso, apesar de nunca ter pensado que viria para o país mais falado pelos meus vizinhos: a Venezuela. Uma vez casados, o Mário envioume uma carta de chamada para que me deslocara desde a Madeira para a Venezuela. Passei umas semanas em alto mar, antes de ver ao longe como a minha terra desaparecia. Foi duro mas também emocionante, porque deixava a minha família no meu país mas par-

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Um sonho ambicionado Catorze anos passaram desde a minha última visita à Madeira. É incrível o que durante este tempo aconteceu e como evoluiu o meu país. Gostava de voltar a Portugal e ver a minhas irmãs, já que a maior delas tem 81 anos e há 35 que estou sem vê-la. Segundo os relatos de pessoas amigas que vão anualmente à minha terra, sei que a ilha é agora um destino turístico cosmopolita e é um dos lugares mais visitados da Europa. Se algum dia tiver a possibilidade económica de poder viajar à minha a minha terra, visitaria as minhas amigas e os meus familiares. Apesar de estar na Venezuela, que é a minha casa, nunca esqueço que sou madeirense e jamais negarei a minha origem. Muito menos esquecerei as recordações que tenho da minha juventude. Fico na Venezuela e não voltarei a viver na Madeira porque tenho toda uma vida feita aqui. Só quero visitar quem tenho saudades e quem não vejo desde quando vim para este país.

tia ao encontro de uma nova. Viajei no "Federico C" durante três semanas. Cheguei ao porto de La Guaira às sete da manhã e o meu primeiro momento de alegria foi ver o meu irmão ladeado do meu esposo. Inicialmente não reagi como sentia porque o meu pensamento estava com a minha família em Portugal. Os comentário de alguns compatriotas e vizinhos sobre o novo país levaram-me sentir saudades da minha terra e até a desejar voltar. Chorava diariamente porque sentia a falta da min-

Vivo segundo a humildade da educação recebida na minha terra, a qual também transmiti aos meus filhos

ha família, mas consegui adaptar-me e aprendi a gostar da Venezuela como si fosse minha. Quando cheguei a Caracas, fui directamente para a zona de Cafetal, onde o meu esposo tinha uma casinha construída por ele pró prio. Tinha um estilo madeirense, com matas e pássaros no pátio para não esquecer a nossa terra. Nos 35 anos que vivo nela, dediquei-lhe sempre o mesmo esforço que aplicava na casa da minha terra. Entre alegrias e obstáculos A maior das minhas alegrias é meus três filhos. Maria, Juan e Eva nasceram neste país formoso e cheio de qualidade humana. A minha casa acolheu familiares que vieram desde Portugal à Venezuela por muito tempo e que, com tempo, trabalharam para obter um nível de vida aceitável. Mas nem tudo foram rosas: esta foi a terra que viu desaparecer o meu grande amor, o meu esposo Mário. Há dez anos que estou só com a minha filha menor. Ainda sinto a sua ausência e creio que ele nos deu muitas alegrias enquanto viveu, mas o destino e Deus quiseram que deixasse este mundo para entrar noutro muito maior. Desde 1996 até hoje tenho lutado juntamente com os meus filhos e graças a Deus temos resolvido todos os problemas que têm surgido. A Venezuela é uma excelente terra e por isso encanta-me. Este país é a minha adoração e desde que cheguei aqui tem sido ele que me tem dado todo o que tenho. Ela viu nascer e crescer a minha família. Não são riquezas nem fortunas. Não estou endinheirada, mas tãopouco sou pobre. Vivo segundo a humildade da educação recebida na minha terra, a qual também transmiti aos meus filhos.


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RELIGIÃO | 13

O nascimento de Maria

Pbro. David Rodrí guez davidro33@hotmail.com

8 de Setembro, celebramos a natividade ou nascimento da Virgem Maria. No que diz respeito ao lugar do nascimento de Nossa Senhora, existem três tradições diferentes, que há que considerar e que é bom que nó s, cató licos, tenhamos presentes. Primeiro, o acontecimento situouse em Belém. Esta opinião baseia-se na autoridade dos seguintes testemunhos: Foi expressa num documento intitulado "De nativ. S. Mariae", incluído nas obras de São Jeró nimo; é uma suposição mais ou menos vaga do Peregrino de Piacenza, chamado erradamente Antonino Mártir, que o

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reescreveu, cerca de 580 d.C.; finalmente, os papas Paulo II (1471), Jú lio II (1507), Leão X (1519), Paulo III (1535), Pio IV (1565), Sixto V (1586) e Inocêncio XII (1698), nas suas Bulas referentes à Santa Casa do Loreto, afirmam que a Bem-Aventurada Virgem nasceu, foi educada e recebeu a visita do Anjo na Santa Casa. No entanto, estes pontífices não desejavam, na realidade, decidir sobre uma questão histó rica; simplesmente expressam a opinião das suas respectivas épocas. Uma segunda tradição situava o nascimento de Nossa Senhora em Seforis, a umas três milhas a Norte de Belém, a "Diocaesarea" romana e que a residência de Heró des Antipas até à entrada em vida de Nosso Senhor. A antiguidade desta opinião pode deduzir-se pelo facto de que, sob o reinado de Constantino, se ergueu em Seforis uma igreja para comemorar a residência de Joaquim e Ana nesse mesmo lugar. S. Epifâ nio fala deste santuário. Mas este só demonstra que Nossa Senhora deve ter vivido durante algum tempo em Seforis com os seus pais, sem que tenhamos que crer que nasceu ali. A terceira tradição, a de que Maria nasceu em Jerusalém, é a mais pro-

A terceira tradição, a de que Maria nasceu em Jerusalém, é a mais provável das três vável das três. Temos visto que se baseia no testemunho de S. Sofró nio, de S. João Damasceno e ainda na evidência de descobertas recentes na Probatica. A festividade da Natividade de Nossa Senhora não se celebrou em Roma até finais do século VII. No entanto, dois sermões encontrados entre os escritos de S. Andrés de Creta falam da existência desta festa e fazem-nos supor que foi introduzida numa data mais longínqua noutras igrejas. Em 1799, o décimo câ non do Sínodo de Salzburgo assinala quatro festas em honra da Mãe de Deus: A Purificação, a 2 de Fevereiro; A Anunciação, a 25 de Março; a Assunção, a 15 de Agosto e a Natividade a 8 de Setembro. Independentemente de onde tenha nascido a Virgem, o importante foi a grande oferta do Senhor ao dar-nos Maria como Nossa Mãe. Deus os bendiga.


14 | cultura

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Marjorie de Sousa em "Soltera y sin compromiso" Tábita Barrera tabita@correiodevenezuela.com

sala William Phelps, da Rádio Caracas Televisão (RCTV), serviu de cenário, no passado dia 7 de Setembro, para a apresentação à imprensa da versão cinematográfica de "Soltera y sin Compromiso", uma histó ria original de José Ignacio Cabrujas e que em 1978 foi protagonizada por Doris Wells e Miguel Ángel Landa. Desta vez, foi a lusodescendente Marjorie de Sousa e o colombiano Juan Pablo Raba que ficaram encarregues de levar à tela esta nova produção, que foi transmitida nos ecrãs da RCTV, no passado domingo, dia 10 de Setembro. Sob a direcção de Ibrahim Guerra e com argumento de Sérgio Jabló n, a longa-metragem baseia-se na vida de Jú lia, uma mulher que se encontra perto de fazer 30 anos e que, depois de sofrer um de-

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A luso-descendente disse ainda que tem muitos planos para o futuro, entre os quais está continuar as gravaç ões da nova produç ão dramática de RCTV, que vai estrear em breve saire amoroso, sente que passou a idade de casar. Isto faz com que se negue apaixonarse até que aparece Jaime, que brilha como um verdadeiro príncipe mas que na realidade comporta-se como um Casanova. Com um final totalmente fora do comum e inesperado, o filme conta ainda com a participação de Christina

Dickmann, Jalymar Salomó n, Ligia Petit e Martín Brassesco, para além de Marina Baura, Caridad Caneló n, Gustavo Rodríguez e Félix Loreto. Marjorie de Sousa expressou sentir-se muito feliz com o trabalho do elenco. "Havia muita ligação entre todos e o ambiente foi divino. Quando as coisas se fazem com amor e quando as pessoas se dão bem, todo o pú blico e une-se a ti", disse. A luso-descendente disse ainda que tem muitos planos para o futuro, entre os quais está continuar as gravações da nova produção dramática de RCTV, que vai estrear em breve. Ainda que não quisesse revelar o nome da telenovela, confessou sentir-se bem com as gravações na ilha de Margarita e com a sua personagem, Sayoa Mujica, que, do seu ponto de vista, não é a típica protagonista, pois tem um grau de loucura e seriedade que a fazem identificar-se com a personagem.

Peña Esclusa lança livro em português Délia Meneses deliameneses@correiodevenezuela.com

ma denú ncia do avanço do modelo castro-comunista em toda a América Latina, a sua expansão, e como o governo venezuelano está a auspiciar este crescimento são algumas das ideias desenvolvidas por Alejandro Peña Esclusa em "O Continente da Esperança". O autor do livro, que é coordenador da Organização Força Solidária e que foi candidato presidencial em 1998, justamente quando Hugo Chávez ganhou, dá uma explicação sobre como desenvolver um modelo produtivo, "como recuperar a nossa identidade histó rica, porque existe uma situação de desmoralização, violência e há que refrear tudo isto, com valores e princípios". Neste sentido, o autor sublinha que o futuro da América Latina depende em grande parte das relações com Portugal e Espanha. "É necessário que retomemos

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os valores cristãos universais e que aprendamos muito com estes dois países que foram primeiras potências e que dominaram e evangelizaram a América", sustenta Peña Esclusa, figura política altamente polémica que, na sua altura, foi tão criticado pela oposição como o foi pelo governo, entre outras coisas, por crer que, na Venezuela, não há saída eleitoral. Para o presidente da Organização Força Solidária, Chávez nunca abandonará o poder por via do voto. Apela então a que os venezuelanos façam valer o artigo 350 da Constituição Bolivariana da Venezuela, que permite a desobediência civil do povo, se este não estiver de acordo com o governo que tem. Do seu ponto de vista, esta saída é democrática e constitucional, porque se baseia na participação do povo e permite o não reconhecimento de um regime que viola os direitos humanos e rompe com os preceitos democráticos. "O Continente da Esperança" teve um excelente acolhimento no Brasil, es-

pecialmente por parte da Associação Comercial de São Paulo, que se encarregou de traduzir o livro para português, editá-lo, imprimi-lo e distribui-lo.

"No Brasil houve muito interesse na minha proposta. Participei num seminário onde expus a situação da Venezuela e falei da inclinação face à esquerda radical na América, pois o que nos está a acontecer estende-se por toda a América Latina". O texto, que será editado em inglês e italiano, fala também "da aliança clara do governo venezuelano com a guerrilha colombiana devido à inscrição de Chávez no foro de São Paulo, o que o faz estar organicamente ligado com as FARC e com o ELN". O livro é composto por três partes. A primeira chama-se Queda e Auge do Comunismo e tenta explicar porquê depois que o comunismo caiu na União Soviética e na Europa Oriental, ressurgiu na América. A segunda parte são antecedentes histó ricos do que ocorre na Venezuela e na América. E finalmente a terceira parte é uma proposta de desenvolvimento econó mico para o continente americano.


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LAZER | 15

Mayra de Abreu "nua" em Hot 94 Carlos Orellana

corellanacorreio@hotmail.com

locutora luso-descendente Mayra de Abreu, junto com as suas companheiras Marielena González e Gauddu Velásquez, estão encarregues de "desnudar" as suas línguas e a sua personalidade para dar ao pú blico juvenil uma nova e fresca opção de diversão em rádio - de segunda a sexta-feira, das 5 às 8 da tarde - através de um programa chamado “ Mujeres en Pelotas” , transmitido na emissora Hot 94. Mayra e Marielena, que conduziam o programa El Requete, já acostumaram o seu pú blico juvenil aos risos e ao bom humor vespertino, mas agora têm um novo horário muito mais amplo, que lhes permite abordar desenvoltamente o quotidiano das pessoas. Junto com Alejandro Cañizales, de Trafic

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“ É gratificante que depois de tanto esforço se possa conseguir mudanças que favoreçam. Para qualquer locutor, é uma honra estar em horário nobre” Center, estas duas locutoras acompanham a população de Caracas nas filas de trâ nsito intermináveis de regresso a casa, apó s uma dura jornada de trabalho. Esta interacção helicó ptero - mujeres en pelotas é bem peculiar, já que, enquanto elas fazem eco das dú vidas dos seus ouvintes no que diz respeito às vias de circulação, aproveitam para encantar Cañizales com as suas estratégias femininas.

Mujeres en Pelotas surgiu durante o Mundial de futebol Alemanha 2006, transmitido pela emissora, durante o qual as locutoras se atreveram a criar uma antessala especial em cada jogo, falando de desporto muito ao seu estilo. A origem do sucesso de audiências com esta experiência deve-se ao facto de as rádios terem apostado em todas as mulheres, considerando-as a melhor opção para o horário nobre. "É gratificante que depois de tanto esforço se possa conseguir mudanças que favoreçam. Para qualquer locutor, é uma honra estar em horário nobre. No nosso caso, amadurecemos profissionalmente", disse Mayra de Abreu. Mayra de Abreu, que disse, a propó sito, ser uma fiel leitora do CORREIO, é filha de um casamento de madeirenses. A sua mãe, Maria Teresa da Silva, é natural da Ponta do Sol, e o seu pai, José Luís de Abreu, nasceu na Ribeira Brava.

Casting da Semana da Moda o passado dia 5 de Setembro, a praça central do centro comercial Sambil foi o palco da realização do casting para a sexta edição da Semana da Moda de Caracas, na qual mais de 300 modelos - entre os quais se destacaram as luso-descendentes Diana de Oliveira (participante no Elite Model Look Venezuela), Daniela Plá Henriques (Miss Vargas 2004) e Marilyn Ferreira (Teen Model Venezuela 2004) - mostraram as suas qualidades para conseguirem ser seleccionados para aquele evento de moda que se vai realizar entre 25 e 30 de Setembro, na zona de desfiles do Sambil Jovens que já passaram por

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passerelles nacionais, misses e também novas caras, participaram no casting para mostrar as suas condições e fazer parte dos 80 seleccionados. As agências de modelos de todo o país foram convocadas para enviar os seus discípulos. Os seleccionados vestirão as colecções dos 30 estilistas que farão parte destes desfiles. Entre as caras conhecidas, destacaram-se: Ana Karina Añez (Miss Venezuela 2003), Eleidy Aparício (Miss Internacional Venezuela 2003), Marilyn Ferreira (Teen Model Venezuela 2004), Daniela Plá (Miss Vargas 2004), Shanon de Lima (1.ª Finalista do Sambil Model 2005), Myriam Abreu (3.ª Finalista do Sambil Model).

BREVE 10ª edição Festival Gay e Lésbico quer denunciar homofobia em Portugal A 10ª edição do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa (FCGLL) vai exibir este ano 114 filmes e promover debates sobre a homofobia, um tema escolhido pela organização para "denunciar a realidade em Portugal". O certame decorre entre 15 e 24 de Setembro nos cinemas Quarteto e São Jorge, estando também previstos ciclos no Goethe Institut e uma sessão especial sobre homofobia no dia 19, no Instituto Franco-Português. Em declarações à Agência Lusa, João Ferreira, director do certame, explicou que "a questão da discriminação e preconceito de que as pessoas são alvo devido à sua orientação sexual tem atravessado os dez anos do festival porque infeliz-

mente o tema adequa-se à realidade portuguesa". "O caso Gisberta (transsexual agredido até à morte por um grupo de 13 jovens menores) é um exemplo dessa realidade contra a qual queremos lutar através de debates e sessões especiais sobre a homofobia e transfobia", salientou.Ferreira agradeceu o apoio da autarquia, que ascende a 30 mil euros e que passará a ser concedido trienalmente. Nesta 10ªa edição, o Festival Gay e Lésbico que representa as expressões gay, lésbica, bissexual, transgénero e transsexual - irá apresentar 30 longas-metragens (dez em competição), 34 documentários (18 me competição), e 50 curtasmetragens (36 em competição).


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Novas construções na Madeira oferecem segurança e confiança Raquel Terraboa

á cerca de dez anos a trabalhar no mercado da construção como promotor de muitas das obras urbanísticas da Madeira, Ferdinando Fernandes, responsável da "Inversiones Tereferdy", volta novamente ao mercado oferecendo 12 casas dotadas de todas as comodidades. Este empresário já realizou cinco obras entre o Caniço e o Funchal, principalmente edifícios de 3, 6 e 7 andares, e agora com este projecto promete continuar

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"Cada uma das casas terá 300 metros de construção e 400 metros de terreno, o que oferece ao seu residente a possibilidade de viver numa zona exclusiva" oferecendo as mesmas oportunidades para se adquirir um imó vel que preencha todas as necessidades. "Cada uma das casas terá 300 metros de construção e 400 metros de terreno, o que oferece ao seu residente a possibilidade de viver

Os preços mais elevados ortugal foi o país da zona Euro onde o preço dos transportes mais subiu nos ú ltimos 12 meses, revelou o Diário de Notícias, que cita um estudo publicado pelo gabinete europeu de estatísticas Eurostat. Para o jornal, esta subida "revela a sensibilidade da economia nacional à alta registada no mercado petrolífero mundial". De acordo com o estudo do Eurostat, "em Julho, a variação homó loga anual dos preços na categoria dos transportes cifrouse em 6,2 por cento, o valor mais alto entre os 12 países que têm como divisa o euro", indica o DN. O segundo país com a variação mais elevada foi a Espanha, com 5,8 por cento, enquanto a média da Zona Euro foi de 4,1 por cento. "A subida dos preços da gasolina e do gasó leo tem, além do efeito directo sobre os seus consumidores finais, levado a uma subida bastante acentuada dos custos assumidos pelas empresas de transportes pú blicos que depois compensam esse facto com uma subida dos preços que praticam junto dos seus clientes", afirma o jornal. "Portugal é o país da Zona Euro que, durante o ú ltimo ano, mais sofreu com esse impacto directo e indirecto", acrescenta. O DN realça ainda que outra categoria de produtos onde Portugal apresentou a "maior subida de preços da Zona Euro" foi a das bebidas alcoó licas e do tabaco.

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O segundo paí s com a variação mais elevada foi a Espanha, com 5,8 por cento, enquanto a média da Zona Euro foi de 4,1 por cento "A uma variação de 2,8 por cento nos Doze correspondeu um acréscimo de 8,9 por cento em Portugal", afirma o jornal. Segundo o Diário de Notícias, "neste caso a política fiscal do Governo desempenhou um papel fundamental. A subida do imposto sobre o tabaco que entrou em vigor no início do ano aumentou os custos deste bem, tendo mesmo reduzido o consumo registado oficialmente". "Ainda assim, quando se consideram todas as categorias de bens, a taxa de inflação anual homó loga portuguesa foi, no passado mês de Julho, inferior à da Zona Euro", indica o diário. De acordo com o jornal, "este indicador situou-se nos 2,2 por cento em Portugal contra 2,4 por cento na Zona Euro, um resultado que é explicado pela evolução mais favorável registada em algumas categorias de bens", como o vestuário e o calçado, que registaram os preços mais baixos.

numa zona exclusiva", assegura Fernandes, “ os preços poderão variar à medida que construção for avançando". "As casas vão estar prontas em Maio de 2007 e o projecto entregue a um grupo de arquitectos pertencentes à reconhecida empresa 'Nueva Onda', quem tem realizado grandes trabalhos na ilha e já possuem uma grande trajectó ria", indicou Fernandes. Este projecto é a continuaç ão da Urbanizaç ão "UrbanGolden", que foi um dos êxitos do promotor da obra, o qual é um empresário muito reconhecido na Venezuela e na Madeira.


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breves Manuais escolares

3.400 CD e DVD piratas Problemas de trabalho

STCP para dia 18

A Câmara de Famalicão vai oferecer manuais escolares às 7.500 crianças que frequentam o primeiro ciclo do ensino básico do concelho, um investimento que totaliza 220 mil euros, anunciou o município. O presidente da Câmara, Armindo Costa, adiantou que “a medida consagra o princípio de uma educação básica, universal e gratuita”.

Uma acção conjunta efectuada este fim- de-semana pela Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC) e pela PSP resultou na apreensão de milhares de DVD e CD piratas. As apreensões, que totalizaram 3.400 cópias de CD musicais e DVD, foram realizadas nos concelhos de Guimarães, Lamego, Barcelos, Peniche e Lisboa.

Trabalhadores da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) cumprem dia 18 uma greve para realização de um plenário geral sobre o impasse nas negociações de revisão do acordo de empresa. Com início às 08:00, a greve foi convocada pelos três sindicatos representativos dos trabalhadores da STCP.

Rotura negocial “ leva” 15 mil à rua s 13 sindicatos de professores que estão a discutir com o Ministério da Educação (ME) a revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD) admitiram uma “ rotura negocial” caso a tutela mantenha uma postura de “ intransigência e inflexibilidade” . Estas organizações, que em Julho constituíram uma plataforma reivindicativa, decidem a 21 de Setembro, apó s avaliarem a segunda ronda negocial, quais a s acções de luta a agendar, além da marcha de protesto marcada para 05 de Outubro, Dia Mundial do Professor, na qual esperam a maior adesão dos ú ltimos anos. “ No dia 05 de Outubro estamos à espera de cerca de 15 mil professores e educadores. Só com respostas desta natureza po-

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demos mostrar à tutela que rejeitamos este estatuto” , afirmou Paulo Sucena, secretário-geral da Federação Nacional de Professores. Em conferência de imprensa conjunta realizada na Escola Passos Manuel, em Lisboa, as organizações sindicais acusaram a tutela de “ liquidar brutalmente o ECD” e esperam que o ME abandone “ posições que se traduzem numa estratégia de imposição e não de negociação” . “ No dia 21, apó s as rondas negociais agendadas para 19 e 20, ou começam a existir sinais de que o Ministério vai ceder aqui e ali, ou, caso se mantenha a intransigência, iremos discutir possíveis formas de luta, entre elas a rotura negocial” , acrescentou Paulo Sucena.

16 mortos entre 4-10 de Setembro ntre 04 e 10 de Setembro morreram em acidentes de viação nas estradas portuguesas 16 pessoas, segundo nota divulgada pela Direcção-Geral de Viação (DGV). Os acidentes, registadas pela Polícia de Segurança Pú blica (PSP) e Guarda Nacional Republicana (GNR), provocaram ainda 796 feridos, 52 dos quais com gravidade. Segundo o comunicado da DGV, entre o início de Janeiro e até 10 de Setem-

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bro morreram um total de 568 pessoas nas estradas portuguesas, menos 181 do que em igual período do ano passado. Em termos de sinistralidade, à semelhança do ano passado Lisboa continua a ser o distrito onde mais pessoas morrem devido a acidentes de viação, seguido do Porto e de Setú bal. Os distritos onde, até ao momento, se registaram menos mortos por acidentes de viação são Castelo Branco, Vila Real e Bragança.

O BE anunciou que está a preparar um projecto de lei para a criação de juízes sociais, que irão dirimir conflitos laborais, aliviando os Tribunais de Trabalho. Francisco Louçã disse que a proposta está a ser preparada, mas o documento final irá prever a transposição para o sistema legal português um modelo que já existe em França.

Cobrança de dívidas Advogados podem actuar com agentes de execução (cobrança de dí vidas e penhoras) em 2007

Ministério da Justiça pretende colmatar a falta de agentes de execução (cobrança de dívidas e penhoras), facultando o acesso à profissão a licenciados em Direito, nomeadamente advogados, a partir de 2007. Em declarações à Agência Lusa, o ministro da Justiça, Alberto Costa, disse que “ no início de 2007 os licenciados em Direito e advogados vão poder actuar como agentes de execução” na cobrança de dívidas e penhoras, devido a falta de agentes neste tipo de acção em várias zonas do país. O ministro esteve na segunda-feira presente na inauguração do Juízo de Execução de Oeiras, onde trabalham três magistrados e onze funcionários judiciais. “ O Juízo de Execução de Oeiras juntou-se ao de Lisboa, Porto, Guimarães, já inaugurados, prevendo-se que até ao

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final do ano entre em funcionamento o da Maia e, no início de 2007, o de Sintra” , disse. De acordo com o governante, “ os Juízos de Execução duplicaram” desde a entrada em funções do governo socialista, em Março de 2005. “ Nos ú ltimos sete anos houve um crescimento constante das acções executivas e as medidas tomadas pelo Governo pretendem estancar esse aumento das pendências” , referiu Alberto Costa. Actualmente, a quase totalidade dos agentes de execução são solicitadores, sendo obrigados a frequentar um curso de formação específico de seis meses e a ter um escritó rio pró prio. Na semana passada, o Conselho de Ministros aprovou “ uma Proposta de Lei que viabilize alterações ao regime da acção executiva, designadamente o acesso de li-

cenciados em Direito, nomeadamente de advogados, ao exercício de funções de agente de execução” . Entretanto, de acordo com o ministro, “ com a entrada na Assembleia da Repú blica, ainda este ano, de diplomas fundamentais, como a revisão do Có digo do Processo Penal, Có digo Penal e reforma dos recursos cíveis ficam cumpridos 50 por cento das obrigações legislativas” anunciadas pelo Governo. Questionado sobre o novo sistema de férias judiciais, o governante fez um balanço positivo. “ Verificámos que houve uma aumento significativo das diligências marcadas para a ú ltima quinzena de Julho e a primeira de Setembro” , garantiu o ministro, antevendo que “ nos pró ximos anos haja um maior aproveitamento e melhores resultados” .


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breves Aulas só em 86 escolas Postos de Turismo

PSP detém assaltante

Recolha selectiva

O ano lectivo já começou no distrito de Faro em 86 das 347 escolas, prevendose uma abertura gradual das restantes até ao final da semana. O Director Regional de Educação disse que no ano lectivo de 2006/07 no Algarve vão funcionar 347 escolas, das quais 280 são do primeiro ciclo e pré-primárias e 67 do segundo e terceiro ciclos e secundárias.

A PSP de Lisboa anunciou a detenção de um homem de 20 anos por “fortes suspeitas” de praticar 10 crimes de roubo nas zonas do Restelo e Amadora, sob ameaça de coacção física, sobretudo a mulheres. A detenção foi efectuada sábado e o suspeito ficou em prisão preventiva por ordem do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.

A recolha selectiva de lixos em oito concelhos do G rande Porto aumentou entre 9,01 por cento (caso do vidro) e 22 por cento (embalagens plásticas e metálicas), nos seis meses deste ano face a igual período de 2005. No primeiro semestre deste ano foram recolhidas 7.999 toneladas de vidro e 3.158 toneladas de embalagens plásticas.

Os postos de turismo de Leiria e Fátima vão ter até ao final de ano redes sem fios, permitindo aos utilizadores a navegação gratuita na Internet, anunciou a região de turismo local. A instalação de antenas “wireless” (sem fios) deverá decorrer nos próximos meses, permitindo servir uma centena de metros em redor de cada posto de turismo.

Ministra abre novo ano lectivo em Chaves Maria de Lurdes Rodrigues desloca-se à escola do Primeiro Ciclo de Vila Verde da Raia, uma das 43 do concelho de Chaves

Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, formaliza a abertura do novo ano escolar quarta-feira em Chaves, concelho onde encerraram 39 das 82 escolas do primeiro ciclo, informou fonte da autarquia. Maria de Lurdes Rodrigues desloca-se à escola do Primeiro Ciclo de Vila Verde da Raia, uma das 43 do concelho de Chaves que este ano reabriu para acolher 39 alunos, dos quais quatro são transportados das aldeias vizinhas de Lamadarcos e Vila Frade. Frequentam as escolas do primeiro ciclo de Chaves cerca de 1.500 alunos, num novo ano lectivo marcado pelo encerramento de centenas de escolas primárias. Desde segunda-feira até hoje, cerca de 1,6 milhões

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de alunos, do pré-escolar ao secundário, regressam às aulas. De acordo com o Ministério da Educação, 1.460 estabelecimentos da antiga primária, cerca de 20 por cento do total, já não deverão abrir portas este ano, depois de terem sido identificados pela tutela e pelos municípios por terem poucos alunos, níveis elevados de insucesso escolar ou más condições, mas a lista definitiva só será conhecida no final da semana. Segundo fonte da autarquia de Chaves, as 39 escolas encerradas, enquadram-se “ obrigatoriamente” numa finalidade de â mbito social, cultural ou recreativo, de acordo com o que ficar estipulado na Carta da Rede Social de Chaves, que está a ser concluída. O concelho de Chaves tem 45 mil habitantes, dos quais

8.526 têm mais de 65 anos, o que representa cerca de 25 por cento do total da população. No entanto, porque os mais idosos ainda não dispõem do apoio necessário no concelho, a autarquia pretende aproveitar os edifícios das escolas do primeiro ciclo prioritariamente para a criação de centros de convívio, centros de dia, centros comunitários ou lares. A maioria dos 39 estabelecimentos a encerrar tem, no máximo, seis alunos e os encerramentos vão afectar 165 alunos, que terão de se deslocar para escolas de localidades vizinhas. Os alunos das escolas encerradas representam 12 por cento do total. A cidade de Chaves depara-se com um problema de sobrelotação em algumas escolas e o plano de reordena-

IP4 dotado com equipamentos empresa Estradas de Portugal (EP) iniciou a instalação no Itinerário Principal 4 (IP4) de novos equipamentos para monitorizar automaticamente o trâ nsito e travar a sinistralidade, anunciou aquele entidade pú blica empresarial. Cerca de 250 pessoas já morreram nesta via que há 11 anos liga os distritos do Porto, Vila Real e Bragança. Em comunicado, a EP precisa que o equipamento a instalar é constituído por 11 câ maras de vídeo, 10 painéis de mensagens variáveis, 10 sensores de tráfego e seis estações de meteorologia. Com estes meios, será possível à EP conhecer em permanência as condições de circulação em alguns

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troços do IP4 e fornecer aos automobilistas informação sobre os condicionamentos pontuais, nomeadamente os relacionados com condições climatéricas adversas ou acidentes. A primeira fase de instalação do sistema prolonga-se até Outubro e implica apenas trabalhos nas bermas, “ não sendo previsíveis impactos negativos na circulação rodoviária” , refere o comunicado da EP.

Bactéria reduz resposta hospitalar Hospital Pedro Hispano (Matosinhos), tem uma das suas Unidades de Cuidados Intensivos fechada desde Junho devido a uma infecção bacteriana que matou cinco idosos, desconhecendo quando será normalizada a situação, disse o director clínico. Joaquim Pinheiro referiu que o hospital está privado desde Junho de uma das suas duas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), onde foi detectada o Acinetobacter baumanii, uma bactéria “ muito adesiva” em meio hospitalar. Cinco internados ido-

O

sos, muito fragilizados, morreram naquela UCI depois da detecção da bactéria, confirmou Joaquim Pinheiro, especificando que este desfecho “ era inevitável” , independentemente da infecção, “ dada a gravidade do seu estado” . O responsável explicou que o hospital tem vindo a utilizar a outra UCI “ na sua máxima força” e a limitar a prestação de cuidados intensivos a pacientes da sua área de influência, que corresponde aos concelhos de Matosinhos, Maia, Pó voa de Varzim e Vila do Conde.


20 | PORTUGAL

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Câ maras vendem créditos futuros antes que lei proíba s câ maras municipais de Gaia, Maia, Covilhã, Santarém e Cascais estão a negociar com a banca contratos de cedência de créditos futuros, expediente que é proibido na nova Lei das Finanças Locais, noticiou o jornal Pú blico. De acordo com o jornal, estas autarquias estão a negociar contratos de cedência de créditos futuros que lhes permitirão antecipar receitas, contornando assim uma disposição prevista na nova Lei das Finanças Locais, que deverá ser discutida em Outubro na Assembleia da Repú blica. A Câ mara Municipal de Gaia terá avançado com esta medida já esta semana, tendo sido aprovada pela assembleia municipal a abertura do concurso pú blico para a cedência de créditos relativos ao contrato de concessão da distribuição de energia eléctrica em baixa tensão no concelho. O jornal refere que outras autarquias, como a Maia, a Covilhã, Santarém e Cascais (todas sociais-democratas), poderão adoptar em breve procedimentos semelhantes. Segundo o Pú blico, o expediente não é novo e tinha sido já utilizado, no passado recente, pelas câ maras da Covilhã e da Maia, que cederam à banca créditos relativos às rendas de habitação social. O vice-presidente da Câ mara de Gaia Marco Antó nio Costa referiu ao Pú blico que o negó cio agora aprovado “ significa menos de um por cento da receita anual normal da autarquia” . “ Receber esta verba agora, de uma só vez, é estratégico, pois fica desde já definido que, em vez de ser

A

breve Meningite mata jovem Uma jovem de 20 anos faleceu no Hospital Central do Funchal na madrugada de domingo, vítima de meningite, afirmou à agência Lusa Caldeira Ferreira, da direcção clínica daquela unidade hospitalar. Segundo aquele responsável, a jovem, residente no Caniçal, deu entrada na madrugada de sábado, com “uma situação grave à partida”.

Melhor Matemática O Ministério da Educação (ME) vai alargar ao secundário o projecto de melhoria de resultados a Matemática no 2º e 3º ciclos e criar um plano semelhante para a disciplina de Física e Química, anunciou a tutela.

Receitas próprias O vice-presidente da Câmara de Santarém contestou hoje a decisão do Governo de vir a proibir a antecipação de receitas próprias para resolver os problemas financeiros dos municípios.

gasto como despesa corrente, conforme normalmente sucede, este dinheiro será canalizado para investimentos, aumentando em 20 por cento a capacidade da autarquia de recorrer a fundos comunitários” , disse Marco Costa ao jornal. O vice-presidente da autarquia diz que esta “ é uma decisão legítima, ú til, equilibrada e legal - e a prova de que é legal é o facto de a nova Lei das Finanças pretender proibir este recurso” . “ Não posso estar de acordo que o Estado proíba às autarquias aquilo que permite a si pró prio com as SCUT, os contratos de lease- back, a venda de receitas fiscais à banca e outras medidas dentro da mesma ló gica (Ó )” , considerou.

O autarca gaiense disse ainda ao Pú blico que o “ recurso a este tipo de antecipação de receitas é ainda justificável pela necessidade das autarquias reduzirem riscos financeiros (Ó )” . Contactado pelo Pú blico, o secretário de Estado-adjunto e da Administração Local, Eduardo Cabrita, diz que se trata de uma fraude à nova legislação e advertiu que as câ maras municipais que enveredarem por estas operações serão irremediavelmente penalizadas, porque “ a nova lei proíbe expressamente esse tipo de titularização de créditos” . Eduardo Cabrita garantiu que o Governo está a analisar a situação que, na sua opinião, afecta “ gravemente a imagem do poder local” .

Projecto na Catalunha Um projecto residencial e de lazer desenvolvido pelo arquitecto português Souto Moura, vai, quando concluído, modificar a paisagem de Santa Coloma de Gramenet, uma cidade de 120 mil habitantes na periferia de Barcelona, Espanha.

Mais contribuições As contribuições para a Segurança Social cresceram 6,62 por cento no primeiro semestre deste ano, a um ritmo superior ao previsto no Orçamento do Estado (OE) para 2006, disse hoje à agência Lusa fonte governamental.


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22 | OPINIÃO

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Trabalhos colectivos

António de Abreu Xavier Historiador

m venezuelano vive fazendo comentários sobre a solidariedade dos portugueses. Pensei que essa solidariedade vinha de há muito tempo, quando a pobreza e o trabalho excessivo modificaram a relação entre os aldeães, o proprietário e a sua servidão. Procurei na histó ria de Portugal e encontrei toda uma tradição de colaboração laboral. O trabalho colectivo parece provir dos sistemas colectivistas précélticos e está definido como 'fainas rurais que, requerendo numeroso pessoal, são feitas, não por assalariados recebendo uma remu-

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neração pecuniária, mas gratuitamente pelos vários vizinhos de um lugar'. Convém dizer que não há dinheiro pelo meio. Quando o trabalho colectivo é feito para um interesse individual, o trabalho é pago por 'uma retribuição não quantitativa, mas qualitativa, fundada no princípio da reciprocidade social, que é uma categoria econó mica típica dos níveis culturais primitivos'. A tradição tinha até marcadas duas formas de retribuir o trabalho. Uma forma era a reciprocidade instantâ nea, com fornecimento, por parte daquele a quem o serviço é feito, da comida do dia, geralmente melhorada e por vezes fixada pelo costume. A outra era a reciprocidade adiada: Retribuição futura dos serviços prestados, pelo pró prio ou pelos seus filhos ou assalariados. Uma amostra destes trabalhos ocorre na faina pastoril ou com a agricultura: Vindimas, roçadas, sementeiras, etc. Temos exemplos disso no semear do feno, nos coutos comunitários em Riodonor, Bragança; na malha do centeio em Tecla, Celorico de Basto; e a tosquia na serra da Madeira. Também

ainda nos anos 60, o povo partilhava edifícios segundo normas costumeiras: fornos, moinhos, lagares. Uma coisa muito importante: Este regime de ajuda mú tua tornava conveniente uma planificação prévia e o respeito da palavra dada. Todos estes aspectos fazem do camponês uma Pessoa com forte sentido de grupo que transparece nas relações entre as pessoas, nas festas locais, e confere carácter lú dico aos pró prios trabalhos colectivos. O sentido festivo era compartilhado por toda a gente: Velhos e moços, homens e mulheres, além da euforia resultante da comida farta e melhorada com vinho à descrição. As cantigas das mulheres animavam o tom de verdadeira competição desportiva do trabalho dos homens. Na sua maioria, os trabalhos são diurnos, mas alguns são tradicionalmente feitos ao serão. Neste caso com a diversão das visitas de 'sementeiros' encapuçados. Com a evolução dos conceitos tradicionais que formaram a economia rural, os trabalhos colectivos, que representam um encargo que os seus resultados não compensam, tendem a ser postos de parte.

O velho tocador de Cavaquinho Sérgio Correia sergiocorreiab@gmail.com

m velho tocador de cavaquinho minhoto tocava num rancho onde somente se ouvia o acordeão. Cansado de tocar para o boneco, tirou-lhe as cordas e substituiu-as por quatro riscos. Passou então a tocar "cavaquinho mudo", com a vantagem de nunca mais desafinar nem partir as cordas. Assim, deixou de perder tempo em ensaiar pela simples razão de que já nada podia falhar. Isto obviamente é uma anedota, mas no entanto não deixa de ter uma grande quota de verdade. Portugal é um dos países europeus que possui maior variedade de cordó fonos (instrumentos de cordas) tradicionais. Ali podem encontrar-se vários instrumentos derivados do cavaquinho e das chamadas violas de arame portuguesas: Viola beiroa, toeira, amarantina, braguesa e campaniça. Nos Açores, temos violas da terra, violas açorianas de 15 a 18 cordas. Enquanto que na Madeira está o rajão, a braguinha e a viola de

U

arame madeirense de nove cordas. Entre os cordó fonos de cordas friccionadas aparece a rabeca chuleira (violino português de braço muito curto e escala aguda que servia para acompanhar as Chulas no Norte de Portugal) e entre os de cordas "beliscadas" temos a família de bandolins portugueses de fundo plano. Tudo isto sem incluir a guitarra portuguesa, instrumento que evoluiu a partir do cistre britâ nico que os ingleses levaram para Portugal durante os seus muitos intercâ mbios comerciais. Diante de tal variedade de cordó fonos autó ctones, é de supor - e efectivamente assim acontecia - que antigamente as tocatas tradicionais eram compostas basicamente por instrumentos de cordas, as quais eventualmente se faziam acompanhar por algum instrumento de ar, também autó ctone, como a gaita de foles portuguesa (de um ú nico pedal, o roncão), as flautas transversais de cana ou de madeira de sabugueiro e inclusive o pífaro ou flauta de tamborileiro. Mas tudo mudou quando o acordeão chegou a Portugal, por volta

de 1870. As características deste novo instrumento e as suas prestações para acompanhar qualquer tipo de mú sica (lú dica e inclusive religiosa) ajudaram a destronar os antigos cordó fonos, que eram os reis da cena musical. E se somarmos o facto de aqueles não poderem competir com o volume do som emitido por um acordeão, então não é de todo absurda a anedota do velho tocador de cavaquinho com o qual iniciei este artigo. Se o observarmos do ponto de vista objectivo, o acordeão é um recém-chegado e nem sequer é português. Então, porquê que não concebemos a ideia de um folclore português sem acordeão? Porque é tão trágico para um grupo folcló rico não ter acordeonista se podemos sempre voltar às raízes da nossa mú sica? É triste, mas segundo os entendidos em Portugal, sobram menos de uma centena de tocadores de viola campaniça. Penso que ainda estamos a tempo de resgatar os cordó fonos tradicionais e definitivamente esse seria um projecto interessante. Alguém se anima?

Nascer do coração e não do ventre Antonio López Villegas altatribuna@yahoo.com.mx Esta manhã liguei a rádio e numa entrevista que faziam a uma pessoa, creio que de origem portuguesa, escutei, com nostalgia, que se referia aos emigrantes. Dizia algo mais ou menos assim: Que os nascidos na Venezuela o fizeram a partir do ventre da sua mãe, mas que os emigrantes que se radicaram aqui e que elegeram esta terra como pátria, o fizeram a partir do coração. Gostei da frase porque creio que essa pessoa falava com muito sentimento. E em seguida quem entrevistava fez uma pergunta que seguramente terá passado pela mente de outras pessoas. Que aconteceu àquela Venezuela que abria os seus braços a todo o Mundo, a terra das oportunidades, a que todos os cidadãos, sem importar a sua origem, queriam para emigrar, escapando das suas dores, dos seus medos, das suas misérias ou dos seus regimes? Portugueses, espanhóis, italianos, alemães, colombianos, centro-europeus, chilenos, chineses, etc., chegaram aqui para ficar, atraídos pela "eterna Primavera". Um país que os brindava, sem discriminação de nenhum tipo, com todas as oportunidades do mundo, o que não acontecia em nenhum outro local. O entrevistador insistia: O que se passou com esse país que todos ansiavam conhecer e onde queriam viver? O português calou-se. Numa certa ocasião, há aproximadamente 15 anos, tive a oportunidade de viajar até ao Cairo, capital do Egipto, e ali conheci algumas pessoas cujo único sonho era simplesmente conhecer a Venezuela. Esse tempo já não existe. Já muita gente quis vir, mesmo como turista, mas simplesmente elege outros destinos. Mas felizmente ainda contamos com aqueles que chegaram e que ficaram "ancorados" aqui para sempre. Os que nasceram do coração e não do ventre, os que empurram com força este carro, crendo ainda na liberdade, que é o mais valioso dos tesouros do homem. O melhor termómetro que podemos conseguir é aqueles emigrantes que não abandonam o país, que decidiram ficar aqui até que a terra os reclame. A integração dos estrangeiros nunca foi um problema. Estes sempre foram, para os nativos, mais uns que vieram para somar e não para sobrar. A interacção com o resto da sociedade e a assimilação dos filhos garantiram a inclusão do estrangeiro nesta terra tropical. E podemos dizer com segurança que o tempo deu-nos razão.


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OPINIÃO | 23

CARTAS Não se vão embora

Só para fazer rir Gostaria de saber de quem saiu essa ideia da candidatura presidencial do Conde del Guácharo? Respeito esse senhor como cómico, como humanista. Mas não consigo imaginá-lo como presidente. E muito menos a chefiar o país numa situação como a que estamos vivendo. Penso que ele devia ficar como está, com os seus shows cómicos,

fazendo rir as pessoas. É a forma de continuar a ser admirado e querido por todos. Penso que o presidente de um país não pode sair de uma caixinha de surpresas. É um cargo muito sério e devia ser encarado como tal.

Maria Neves Jardim

Comunistas querem trabalhar apenas 36 horas por semana! Vi com espanto na televisão Portuguesa que o Partido Comunista de Portugal propôs uma lei para se trabalhar apenas 36 horas por semana. Acho que isto é uma falta de respeito para aqueles que trabalham. Depois queixam-se de que as coisas estão mal em Portugal. Aqui na Venezuela, apesar de ser um país rico em petróleo, nós os emigrantes trabalhamos 36 horas em dois

dias. Como é possível que queiram impor somente 36 horas de trabalho por semana! Mas já estou a ver a ideia: é para terem mais tempo para gastar, embora desconfie que possam fazê-lo devido à situação económica de Portugal… Valha-me Deus o tempo que nós chegamos.

Marcos Ribeiro

Orgulho Sobre o desenvolvimento do basebol em Portugal, como venezuelano, sinto um grande orgulho que este desporto seja praticado na Madeira. Para mim, mais importante que saber qual foi a equipa que ganhou, é saber que afinal os venezuelanos a viver na

Madeira também podem expressar o seu grito cultural, as suas raízes venezuelanas, tal como o fizeram os emigrantes madeirenses quando chegaram à Venezuela.

Lucio Martin Perez

Sou venezuelana mas gosto de comprar o vosso jornal devido à proximidade que tenho com a comunidade Portuguesa na Venezuela, já que vivo numa zona onde residem muitos Portugueses e convivo muito com eles começando pelo Sr. Manuel Baptista e família, dono do "abasto" que visito todas as semanas há mais de trinta anos. Escrevo esta carta porque fiquei triste com a notícia que revelou que famílias portuguesas abandonam a Venezuela por motivos da insegurança. Fiquei triste por-

que pensei nos meus vizinhos, que são pessoas honestas, trabalhadoras, e ao mesmo tempo cheia de raiva porque as nossas autoridades permitem que o país esteja nas mãos dos ladrões, que sejam eles a nossa pior desgraça, que sejam eles quem parecem dominar a vida perante a apatia da policia e da justiça. Oxalá tudo isto seja passageiro e que não arraste as muitas famílias de portugueses que ajudaram a fazer este país.

Maria de Los Angeles Perez

O que é que foi fazer à Madeira? Acompanho a vossa publicação semanal com interesse e muitas vezes com algum desânimo também. Desânimo porque acho que o CORREIO tem de ser mais crítico em relação à política e tem e deve chegar aos pontos onde os jornais grandes não chegam. Devem da mesma maneira denunciar as irregularidades, as injustiças e tudo quanto tenha a ver com o estado do direito do país. Neste caso em particular, refiro-me ao Sr. Juan Barreto, alcalde de Caracas. Como é que uma pessoa deste tipo pode estar à frente de uma instituição pública como a Alcaldía Mayor de Caracas? Como pode dar aulas - se é que realmente é professor na universidade? Como pode uma pessoa actuar daquela maneira malcriada e lesiva

dos direitos da propriedade privada? Acho que não se devem calar e têm de levar o assunto a nível internacional para que o mundo saiba a classe de pessoa que "governa" a cidade de Caracas. Como combater a delinquência e a insegurança quando quem deveria dar o exemplo é quem primeiro comete os erros que tanto afectam o nosso país e a estabilidade emocional de todos? Continuem a olhar em frente e não se cansem de denunciar este tipo de abusos de poder! Também li há dias que esse personagem esteve de visita na Madeira. Pergunto que foi lá fazer?

M. Luí sa Barradas Figueira

InquéRITo

Que acha da medida de Cadivi de estabelecer uma quota em euros? Pensa que o monto é suficiente? Conhece o procedimento para obtê-la?

Giovani Fernandes Vendedor "Não concordo com essa medida porque uma pessoa que vá de viagem à Europa, neste caso, deveria ter direito a levar o dinheiro que considerasse necessário. A quantidade de euros que estabelecem com esta quota pareceme muito pouco. Ainda não conheço muito bem o procedimento, mas sei que é através da Internet".

Alejandra Gonçalves Estudante "Estou de acordo com a medida porque permite ter dinheiro à hora de viajar. Antes, quando só era possível ter dólares, à hora de efectuar o câmbio, eram menos euros e era insuficiente para os gastos. Sim conheço o procedimento e, na verdade, não me parece nada complicado".

Leonardo Almeida Comerciante "Considero que não é suficiente e por isso acho que devia ser livre, ou seja, cada um devia poder levar o que considerasse necessário, como era antes. Conheço o procedimento, mas não estou de acordo, porque uma só quota por ano e de 400 euros é pouco para os que viajam muito".

Agustin Dinis Comerciante "É uma boa medida. Já era hora que estabelecessem um limite de euros, porque os dólares no câmbio eram praticamente nada. No entanto, creio que deviam aumentar o montante ou o número de quotas que permitem por ano. Ainda não sei como é o procedimento, mas tenho conhecimento que há que ter a passagem na mão e fazê-lo com antecedência".


24 | empresarial

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Tecnologia de ponta em exposição Raquel Terra Boa

Câ mara Nacional de Importadores e Fabricantes de Maquinaria Industrial da Venezuela (EquiphotelCanadifa), entidade que reú ne um conjunto de empresas representativas do sector comercial e industrial, levou a cabo nas instalaç ões da CIEC da Universidade Metropolitana uma das exposiç ões mais importantes para promover a tecnologia. O evento, que abriu as suas portas entre 8 e 10 de Setembro, permitiu o encontro entre fornecedores do ramo da hotelaria, restaurantes, padarias, supermercados, cantinas industriais, pizzarias, hospitais, clínicas e demais empresas ligadas a sectores distintos, que realizaram demonstrações sobre a utilizaç ão dos produtos. Também se promoveram seminários onde se colocou como exemplos de casos simples onde a nova tecnologia pode fazer a diferenç a. Esta exposição contou com toda uma campanha desenvolvida durante oito meses por InfoNews e Designio Creative Crew C.A, onde se utilizaram recursos e ferramentas de publicidade e marketing que permitiram aos visitantes conhecer todos os produtos e inclusivamente adquiri-los a preç os de especiais. Os directores e organizadores conseguiram reunir cerca de três mil pessoas num evento que consideraram o mais importante do sector e onde receberam uma destacada exposiç ão das suas marcas e onde as pequenas e médias empresas obtiveram novas oportunidades de negó cio.

A

Novo "Palmolive Iluminador" A imagem de Palmolive foi renovada com o lançamento do novo "Palmolive Iluminador", o único tratamento à base de extractos 100% naturais de Henna, Cacau, Manzanilla e Melanina, que reavivam a cor dos cabelos naturais ou pintados. Esta nova linha é composta por champô, acondicionador, creme de tratamento intensivo e crema para pentear, os quais têm propriedades especiais que reavivam a cor do cabelo sem produzir o dano agressivo das tintas, devido aos seus ingredientes naturais que se combinam com o exclusivo iluminador UV, o qual está composto por silicone e pigmentos que protegem a tonalidade das melenas, deixando-as brilhantes e fortes. O mercado de champôs está experimentando um forte crescimento. Estima-se que represente 100.000 milhões de dólares em vendas, isto só em 2006.

"Charlas tecnológicas" O Grupo Pitágoras anunciou a o início de ciclos de divulgação tecnológica - totalmente gratuitos - denominado "Charlas Tecnológicas", que se realiza na próxima quarta-feira 20 de Setembro de 2006, pelas 8:00 pm no restaurante Avanti de Las Mercedes. O objectivo destas "charlas" (discussões) prossegue um carácter nitidamente educativo e procura melhorar o conhecimento das novas tecnologias, através da mostra de soluções que possam melhorar e incrementar a produtividade do seu trabalho ou empresa. O primeiro ciclo de "discussões" terá por propósito a divulgação dos produtos PALM, melhor conhecidos no mercado por ser uma família de Assistentes Digitais Pessoais (PDAs) ou agendas electrónicas e em especial o seu produto líder em Telefones Inteligentes de Terceira Geração, como o é o PALM TREO.

Audi Lanç a o Q7 A Audi apresentou um veículo que marca a nova supremacia. O Audi Q7 une a versatilidade e o desportivo com uma técnica altamente desenvolvida e o luxo de classe superior, o que permite mostrar um estilo único com todo o luxo e conforto que tem caracterizado a Audi. Detentor de linhas muito bem elaboradas e da mais alta qualidade em todos os materiais e acabamentos, este automóvel dispõe de um motor de 4.2 e 350 cavalos de potência e pretende situa-se entre os automóveis mais luxuosos que se estão aproximando da área desportiva. O equipamento deste Audi incluiu um monitor a cores de sete polegadas, sintonizador de rádio e tv, para além de um conjunto de sensores de luz e chuva, sistema de informação ao condutor, controlo automático de velocidade e travagem assistida. O Audi Q7 não só marca o exemplo quanto à transmissão de força e dinâmica de condução senão que além disso é todo um pioneiro tecnológico ao introduzir sistemas electrónicos que oferecem ao condutor informação muito importante em benefício de da segurança activa.


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ECONOMIA | 25

Grupo Pitágoras oferece soluções tecnoló gicas Raquel Terra Boa

C

om a intenção de dar a conhecer as novas tecnologias e as actividades que permitem assegurar a rentabilidade de um produto, o Grupo Pitágoras cumpre um ano no mercado oferecendo o melhor serviço na área da assessoria. Fernando Suárez, director do Grupo Pitágoras, explicou que o aconselhamento e assessoria às empresas e, em geral, a todas as pessoas, permite que todos possam conhecer a fundo o produto tecnoló gico que adquiriram e desta forma permitir que o investimento se converta num investimento positivo e de utilidade. O grupo Pitágoras não possui limitações e está na capacidade de oferecer cursos sobre qualquer tema que os clientes soli-

Ao romper com o desconhecimento sobre a tecnologia pode-se melhorar a produtividade das pessoas e a capacidade para solucionar os problemas mais básicos e comuns citem e sobre qualquer produto, porque de acordo com Suárez "a ideia é reunir com o cliente e procurar a solução para as necessidades da empresa e particulares, e com base nisso fazer os cursos que ajudem ao crescimento e a desenvolver novas técnicas e procedimentos que permitam o crescimento econó mico". Ao romper com o desconhecimento sobre a tecnologia po-

de-se melhorar a produtividade das pessoas e a capacidade para solucionar os problemas mais básicos e comuns, por isso o Grupo Pitágoras não só está assente nos produtos existentes no mercado (Palm, Computadores, Câ maras de Vídeo, Câ maras Fotográficas, etc.), senão que está criando toda uma nova comunidade ao oferecer a casa inteligente onde ocorrem coisas incríveis com

produtos modernos que resolvem os problemas diários do lar e a qualidade de vida de todas as pessoas. Suárez indicou que este ano pretendem trazer para a Venezuela uma série de produtos que resolvam os problemas de muitos clientes, logo apó s as conclusões de uma investigação que está sendo realizada e que permitirá conquistar e ampliar o seu mercado.

"Alguns dos nossos clientes são o Banco Mercantil e Procter & Gamble, aos quais temos facultado alguns cursos e pretendemos aumentar nossa carteira de clientes entre 20 e 30%" assegurou Suárez. Os cursos têm um custo entre 200.000 e 400.000 bolívares e têm uma duração de 20 horas académicas, onde qualquer pessoa pode assistir, "pois não estamos centrados apenas nos clientes de Caracas senão que também nos de qualquer parte da Venezuela, já que temos uma equipa de professores que foram treinados no nosso 'bunker', para apresentar todas as utilidades dos produtos, oferecendo soluciones para o dia-adia", indicou Suárez. Para maior informação, viste as páginas: www.grupopitagoras.com, www.mihogardigital.com.


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Novos recordes no mercado português receita da TAP no mercado português teve um crescimento de 14,4% durante o mês de Agosto, ultrapassando os 30 milhões de Euros, valor que a Companhia nunca tinha atingido anteriormente. Com este crescimento no BSP (total das vendas em agências de

A

breves

TAP vende White à OMNI Após cerca de um mês de negociações, a TAP e a OMNI Aviação SGPS,SA anunciaram recentemente a assinatura de um contrato para venda da totalidade das acções da White, companhia de transporte aéreo não regular. Nos termos do acordo, a TAP recebe o Lockheed da White, para posterior alienação, passando a OMNI a operar com o outro aparelho ao serviço da Companhia, um Airbus A310, actualmente em leasing operacional. O valor estimado da transacção é de cerca de 6,5 milhões de dólares (cinco milhões de euros), uma vez que deverá ser acertado após encerramento das contas do mês de Agosto. Esta operação representa para a OMNI um passo decisivo no crescimento e expansão da empresa, apostando numa nova área de negócio. Para a TAP, a venda da White permite à companhia concentrar-se ainda mais no transporte aéreo regular, que é a sua área de especialização.

viagens), bastante superior ao do total do mercado nacional, a TAP atingiu neste mês uma quota de mercado de 50,2%. Destaca-se ainda o aumento de 19,6% nas vendas para a rede internacional, em resultado da oferta de novos destinos criados recentemente, tanto à partida de Lisboa como do

Porto. A Companhia já tinha anunciado ter alcançado um recorde histó rico no mês de Agosto, ao transportar mais de 700 mil passageiros a bordo dos seus aviões, nú mero nunca antes atingido num ú nico mês. No acumulado dos primeiros oito meses do ano, a TAP regista uma variação po-

sitiva de 8%, que corresponde a uma quota de mercado de 49,1%, confirmando a tendência de crescimento que se vem registando desde 2003. Estes resultados confirmam o bom acolhimento dos Clientes ao produto da TAP, designadamente as apostas que têm sido feitas com a

oferta de novos destinos e o reforço de frequências. No mês em que assinala 60 anos do início da sua operação comercial, que teve lugar no dia 19 de Setembro de 1946 com um voo Lisboa/Madrid, a TAP orgulha-se da preferência que lhe é dada pelo pú blico português.


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Liga Bwin 2ª Jornada

Liga de Honra 2.ª Jornada

Académica - Naval Belenenses - V. Setúbal Boavista - Benfica D. das Aves - S. Braga E. Amadora - FC Porto Nacional - Sporting P. Ferreira - Marítimo União de Leiria - Beira Mar

1-2 2-0 3-0 0-1 0-3 0-1 2-1 2-2

Classificação 1º FC Porto 2º Naval 3º Sporting 4º S. Braga 5º Boavista 6º Belenenses 7º P. Ferreira 8º Marítimo 9º Beira Mar 10º União de Leiria 11º Académica 12º D. das Aves 13º V. Setúbal 14º Nacional 15º Benfica 16º E. Amadora

J 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2

V 2 2 2 2 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0

E 0 0 0 0 0 0 0 0 2 1 1 1 1 0 0 0

D 0 0 0 0 1 0 1 1 0 1 1 1 1 2 1 2

0-1 Não Jogado 0-2 1-4 2-0 0-2 2-1 0-1

P 6 6 6 6 3 3 3 3 2 1 1 1 1 0 0 0

1º Penafiel 2º Trofense 3º Varzim 4º Estoril 5º Gondomar 6º Portimonense 7º Leixões 8º V. Guimarães 9º Feirense 10º Santa Clara 11º O. Moscavide 12º Rio Ave 13º Olhanense 14º Gil Vicente 15º Chaves 16º Vizela

J 2 2 2 2 2 2 1 2 1 2 2 2 2 0 2 2

V 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0

E 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0

D 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 1 1 1 0 2 2

P 4 4 4 4 4 3 3 3 3 3 1 1 1 0 0 0

III divisão Série E 1ª Jornada

2-3

Esmoriz - Oliveirense

0-0

Famalicão - Maria Fonte

0-0

Fiães - União

2-1

Lousada - Pontassolense

1-3

Infesta - Paredes

0-0

Marítimo B - Freamunde

2-2

Machico - Sp. Espinho

2-3

Moreirense - Fafe

2-2

Marco - Camacha

1-2

Ribeira Brava - Ribeirão

2-0

Portosantense - Dragões S.

1-1

Vila Meã - Maia

2-3

U. Lamas - Lusitânia

3-2

Classificação G 2-0 2-0 2-1 2-1 2-1 4-2 2-0 3-2 1-0 1-2 1-3 0-2 2-5 0-0 0-2 0-3

3ª Jornada (17-09) Estoril - Gil Vicente Feirense - Santa Clara Gondomar - Varzim Olhanense - Vizela Portimonense - Leixões Rio Ave - O. Moscavide Trofense - Chaves V. Guimarães - Penafiel

II divisão Série B 1ª Jornada

Bragança - Lixa

Classificação G 5-1 4-1 4-2 3-1 5-3 2-0 3-3 2-2 4-4 3-4 2-3 2-3 1-3 0-2 0-3 0-5

3ª Jornada (17-09) Académica - Belenenses Beira Mar - E. Amadora Benfica - Nacional Marítimo - D. das Aves Naval - FC Porto S. Braga - União de Leiria Sporting - P. Ferreira V. Setúbal - Boavista

Chaves - Estoril Gil Vicente - Feirense O. Moscavide - Trofense Olhanense - Portimonense Penafiel - Rio Ave Santa Clara - Leixões Varzim - V. Guimarães Vizela - Gondomar

II divisão Série A 1ª Jornada

DESPORTO | 27

1º Pontassolense 2º Ribeira Brava

Classificação

J V E D G P 1 1 0 0 3-1 3 1 1 0 0 2-0 3

3º Lixa 4º Maia

1 1 0 0 3-2 3 1 1 0 0 3-2 3

1º Sp. Espinho 2º U. Lamas

P 3

1 1 0 0 3-2

3

1 1

5º Moreirense

1 0 1 0 2-2

1

5º Dragões S.

6º Fafe 7º Marítimo B

1 0 1 0 2-2 1 0 1 0 2-2

1 1

6º Portosantense 7º Infesta

8º Freamunde 9º Maria Fonte

1 0 1 0 2-2

1

1 0 1 0 0-0

1

8º Esmoriz 9º Oliveirense

10º Famalicão 11º Vila Meã

1 0 1 0 0-0

1

12º Bragança

0 0 2-1

3

1 1 0 0 2-1

3

1 0 1 0 1-1 1 0 1 0 1-1

1 1

1 0 1 0 0-0

1

1 0 1 0 0-0

1

1 0 1 0 0-0

1

1 0 1 0 0-0

1

1 0 0 1 2-3 0

10º Paredes 11º Lusitânia

1 0 0 1 2-3

0

1 0 0 1 2-3 0

12º Machico

1 0 0 1 2-3

0

13º Lousada

1 0 0 1 1-3

0

13º União

1 0 0 1 1-2

0

14º Ribeirão

1 0 0 1 0-2 0

14º Marco

1 0 0 1 1-2

0

2ª Jornada (17-9) Fafe - Famalicão Freamunde - Lousada Lixa - Marítimo B Maia - Moreirense Maria Fonte - Ribeira Brava Pontassolense - Vila Meã Ribeirão - Bragança

2ª Jornada (17-09) Camacha - Fiães Dragões S. - Esmoriz Lusitânia - Machico Oliveirense - U. Lamas Paredes - Marco Sp. Espinho - Infesta União - Portosantense

0-0 4-0 3-1 2-0 4-0 2-1 1-1 1-0

Classificação

J V E D G 1 1 0 0 3-2

3º Camacha 4º Fiães

1º Dezembro - Povoense Alcochetense - Casa Pia Cacém - Câmara de Lobos Carregado - Santana Cartaxo - Montijo Lourel - Oeiras Oriental - Caniçal Sintrense - "O Elvas"

1º Cartaxo 2º Alcochetense 3º Cacém 4º Carregado 5º Lourel 6º Sintrense 7º Caniçal 8º Oriental 9º 1º Dezembro 10º Povoense 11º Oeiras 12º "O Elvas" 13º Câmara de Lobos 14º Santana 15º Casa Pia 16º Montijo

J 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

V 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

E 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0

D 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1

G 4-0 4-0 3-1 2-0 2-1 1-0 1-1 1-1 0-0 0-0 1-2 0-1 1-3 0-2 0-4 0-4

2ª Jornada (17-9) "O Elvas" - Alcochetense Caniçal - Sintrense Casa Pia - Cartaxo Câmara de Lobos - Carregado Montijo - 1º Dezembro Oeiras - Cacém Povoense - Lourel Santana - Oriental

P 3 3 3 3 3 3 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0


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Primeira selecção de basebol da Madeira É difí cil não se aperceber da emoção e do orgulho que sente cada um dos jogadores que compõem a Primeira Selecção de Basebol da Madeira

Sandra Rodrí guez

olgaria6@yahoo.com

C

om um ano e meio de existência, a Associação Cul-

tural e Recreativa de Basebol e Softbol da Madeira já faz parte da histó ria desportiva do país, pelo facto de contar com a Primeira Selecção de Basebol da Região e por ter obtido o ter-

ceiro lugar numa competição a nível nacional. "São 27 os jogadores que fazem parte da equipa. Foram seleccionados das cinco colectividades basebolísticas existentes na ilha", referiu

Manuel Luz, presidente da Associação que é composta pelos "Caciques do Funchal", "Os lobos do Curral", "Funchal Baseball Club", "Campanário Baseball Club" e "Criollos da Calheta". Um convite feito para participar na Taça de Portugal foi o principal motivo para a fusão. Os jogos da Taça decorreram no

primeiro campo oficial de basebol do país, situado no Complexo Universitário da Cidade de Abrantes, distrito de Santarém, que também recebeu outras equipas que praticam o desporto em Portugal: "Tigres de Loulé", "Bravos do Luso", "Waitsharts de Almada", e os "Académica de Coimbra", equipa que obteve o primeiro lugar nesta competição. "Foi uma experiência agradável poder participar pela primeira vez num evento desta magnitude. Fizemos uma grande amizade com os "Bravos do Luso", muitos deles emigrantes vindos da Venezuela, que estão associados ao Centro Luso Venezuelano de Espinho", sublinhou Luz. E é difícil não se aperce-


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"São 27 os jogadores que fazem parte da equipa. Foram seleccionados das cinco colectividades basebolí sticas existentes na ilha", referiu Manuel Luz ber da emoção e do orgulho que sente cada um dos jogadores que compõem a Primeira Selecção de Basebol da Madeira. Para Manuel Carlos de Sousa, treinador com mais de 20 anos de dedicação ao desporto, introduzir esta nova modalidade na ilha tem sido conseguido graças a muito esforço e coordenação entre cada um dos interessados. "Tive a sorte de ser seleccionado como manager, só tenho é que agradecer aos meus companheiros, é uma grande oportunidade", acrescentou Sousa. Por seu turno, João Carlos de Gouveia admite que gosta de basebol e de softbol desde criança, mas nunca pensou fazer parte de uma

selecção. Embora não conheça muito do basebol português, admite que a equipa madeirense tem "muito material". Falando dos equipamentos utilizados, Manuel Luz refere que camisolas, calças e barretas foram confeccionados na Venezuela e custeados através de patrocínios. Entretanto, pelo facto de não haver um apoio significativo que justificasse ter o

nome da empresa na parte da frente da camisola, decidiram colocar nesse espaço a frase "Madeirense soy", ideia que surgiu ao presidente da Associação depois de assistir à "série do Caribe" realizada em terras venezuelanas. A frase baseiase na canção do cantor dominicano Fernandito Villalona. "Como vamos jogar com equipas que vêm de todo Portugal, a finalidade é

afirmar de onde somos e a quem representamos", disse Luz. Sublinhou ainda que a ida a Portugal continental foi possível graças à Associação "Desporto para todos", que colaborou com algumas das passagens dos membros da equipa. Recebeu também o apoio de um grupo de empresários luso-venezuelanos e de cada um dos jogadores e dos seus familiares, que se

esforçam por conseguir o objectivo: Representar a Região. De referir que a Associação Madeirense de Mulheres Empresárias, através de Pilar Alves, manifestou o desejo de cooperar com a instituição e com todos os que fazem parte da equipa, quase todos venezuelanos.


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Ornelas acabou com falta de golos na Vinotinto António Carlos Da Silva

antoniodasilva@correiodevenezuela.com

jogador luso-descendente Fernando de Ornelas anotou o golo que permitiu a selecção Vinotinto quebrar um longo jejum, pois desde o passado primeiro de Março os nossos avançados não marcavam nas balizas adversárias, ajudando a conseguir assim um histó rico triunfo perante a formação da Áustria em jogo disputado na cidade helvética de Basileia, válido para um quadrangular de preparação que enfrentou a Suiça e Áustria (países anfitriões do pró ximo Euro 2008) com a Costa Rica e a Venezuela. O "Trotamundos" já tinha alinhado nos 20 minutos finais da partida perante os helvéticos, e saiu como titular no segundo embate contra os austríacos. Nesse jogo e apenas no minuto oito, Ornelas conseguiu aproveitar um cruzamento "pingado" desde a esquerda, e atirou de primeira um remate que valeu a vitó ria final numa partida onde os dirigidos por Richard Páez até puderam conseguir uma vantagem mais folgada, e que demonstrou que a selecção europeia muito terá de melhorar se não quer fazer figura deplorável no Euro. "Este golo só foi possível pela vontade de Deus, é ele quem decide quando posso jogar e quando tenho a alegria de marcar", disse o goleador do Odd Grenland norueguês, que conseguiu aproveitar da melhor maneira este regresso ás convocató rias da equipa nacional. Afectado por uma pubalgia leve, Ornelas não conseguiu sair como titular no primeiro jogo e só alinhou desde o início perante os austríacos, devido a uma infiltração da zona afectada que lhe permitiu jogar: "mais só consegui aguentar os primeiros 45 minutos devido as dores", confessou o atleta.É bom lembrar que a convocató ria de Fernando, foi pedida por diversos meios de comunicação devido a falta de golos na selecção e ao bom momento que o luso-descendente atravessa no seu clube. Trás muitos meses de fora dos planos do treinador, estes jogos eram a derradeira oportunidade para "apanhar o comboio" da Copa América, e o jogador demonstrou que na sua posição natural, si pode ser muito ú til a equipa nacional. Neste contexto o jogador aclarou que não sentiu a pressão de ser posto a prova na Suiça: "pelo contrário serviu para ficar ainda mais motivado, pois

O

"Este golo só foi possí vel pela vontade de Deus, é ele quem decide quando posso jogar e quando tenho a alegria de marcar" com o passo do tempo e a experiência que um vai adquirindo, o jogador fica mais preparado para lidar com estas situações". Apó s o remate vitorioso o "caraquenho" olhou e apontou ao céu, dedicando a conquista a Deus, divindade que o futebolista tem sempre presente nas suas declarações: "apó s marcar o primeiro que eu fiz foi glorificar ao senhor, pois é ele que faz possível todos os meus êxitos. Foi muito bonito compartir este momento com a minha esposa e o meu filho, que viajaram para me acompanhar e estavam nas bancadas", afirmou o jogador. O pró ximo jogo de preparação da Vinotinto vai ser no dia 27 de este mes em Maracaibo perante Uruguai, e logicamente o Fernando espera marcar presença na convocató ria, mas para isso vai tentar antes superar a lesão que atravessa e poder assim estar na máxima força para dar o contributo a nossa selecção.


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FC Porto já lidera FC Porto comanda o lote de quatro equipas com duas vitó rias nas duas jornadas da Liga de futebol, apó s ter batido, no domingo, o Estrela da Amadora, que recebeu os "dragões" no Estádio da Luz, por 3-0. Rui Duarte, na pró pria baliza, Raul Meireles e Lucho Gonzalez, respectivamente aos 55, 81 e 88 minutos, marcaram os golos que expressaram a diferença de valores e atitude em campo. Também com os mesmos seis pontos de FC Porto, Sporting e Sporting de Braga está a Naval 1º de Maio, que bateu a Académica de Coimbra, por 2-1, na "Cidade dos Estudantes". Lino ainda marcou para a "Briosa", aos 28 minutos, mas

O

Lito e Nei, aos 63 e 66 minutos, operaram a revolta dos figueirenses. No Restelo, apó s o complicado Caso Mateus ter permitido a permanência perdida em campo na temporada passada, o Belenenses estreou-se com um triunfo sobre o Vitó ria de Setú bal, por 2-0, com tentos de José Pedro, aos 22 minutos, e de Roma, aos 83. Em Paços de Ferreira, os "canarinhos" também venceram o Marítimo, por 2-1. Briguel reduziu a desvantagem para 1-2, aos 65, mas os dois tentos de Ronny, aos 30 e 62 minutos, foram suficientes para a vitó ria dos locais e para o brasileiro ficar no topo da lista de melhores marcadores (três golos). O Sporting passou sábado o difícil teste da Madeira, ao

Também com os mesmos seis pontos de FC Porto, Sporting e Sporting de Braga está a Naval 1º de Maio vencer o Nacional por 1-0, com um soberbo "toque" de Nani, aos 12 minutos, num dia marcado pela estreia negativa do Benfica, vergado no Estádio do Bessa pelo Boavista, por 3-0, e sem poder contar com três jogadores, pelo menos, na pró xima ronda, por expulsão: Manú e os capitães Nuno Gomes e Petit. Depois de na primeira jornada ter visto o seu jogo adiado devido ao "caso Mateus", os "encarnados" viram o avançado austríaco Roland Linz anotar os dois primeiros tentos

"axadrezados", aos 36 e 75 minutos. O polaco Kazmierczak, em cima dos 90 minutos, fechou a contagem para os "axadrezados". O Sporting de Braga foi vencer, sexta-feira, ao reduto do Desportivo das Aves, por 1-

PROGRAMAÇÃO MERIDIANO TV Sabado 16 de Setembro - 4:00 p.m. - Sporting vs Paços de Ferreira Domingo 17 de Setembro - 2:00 p.m. - Benfica vs Nacional

0, beneficiando de um penálti algo polémico e convertido pelo brasileiro Wender, aos 34 minutos. A ronda terminou segundafeira com o empate (2-2) entre o União de Leiria e o BeiraMar (2-2)


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Falta estudo para rede de consulados Secretário de Estado das Comunidades Portuguesa responsabilizou, recentemente, o anterior Governo pela "falta de estudos para enquadrar" as decisões relativas à reestruturação consular, apó s exigências do PSD para que o governo esclareça rapidamente o processo de reestruturação. "Eu não me queixo nunca dos meus antecessores, mas a verdade é que não havia nenhum estudo relativamente aos componentes pelos quais queríamos tomar decisões," disse Antó nio Braga à Agência Lusa, em resposta à exigência do PSD de "uma clarificação urgente" do processo de reestruturação consular e nomeadamente da abertura e fecho de novos consulados. Em declarações à margem da inauguração do novo consuladogeral de Portugal em Xangai, o secretário de estado das Comunidades Portugueses queixou-se da falta de estudos feitos pelo anterior governo "que permitam o conhecimento e estatística dos actos consulares ou a capacidade de representação do movimento associativo". Em Junho, numa reunião da Comissão Parlamentar dos Negó cios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas, o deputado social-democrata Carlos Gonçalves, eleito pelo Círculo da Emigração, afirmou ser "urgente" uma definição "sobre o que o Governo pretende com a reestruturação consular, que acabe com as especulações" sobre o encerramento de consulados. "Houve que gastar tempo e

O

O secretário de Estado garantiu ainda que o governo divulgará também os critérios que estão na base da reestruturação dos consulados portugueses energia na recolha de todos os dados e houve que estudar esses dados," afirmou Antó nio Braga no terceiro de uma visita oficial de sete dias à China onde, para além da inauguração do consulado português, encontros com o ministro dos Negó cios Estrangeiros e com o ministro-assistente dos Negó cios Estrangeiros da China. "A reforma da rede consular tem um tempo que se prende com a reorganização da função

pú blica portuguesa, que está em curso," disse Antó nio Braga, que adiantou que a divulgação da nova estrutura consular portuguesa "será presente ao parlamento no momento oportuno", aos sindicatos e ao Conselho das Comunidades Portuguesas, o ó rgão de consulta do Governo para as questões da emigração, composto por 96 elementos espalhados pelo mundo e tutelado por um conselho permanente. O secretário de Estado garantiu ainda que o governo divulgará também os critérios que estão na base da reestruturação dos consulados portugueses, que, disse, se relacionam com a dimensão da presença da comunidade, com o nú mero de actos consulares realizados, com o nú mero de associações de portugueses residentes e com a estratégia política de representação de Portugal.

ÚLTIMA HORA Descoberto cadáver empresário sequestrado O cadáver do emigrante Felipe Pereira, de 50 anos de idade, foi encontrado sem vida na passada segunda-feira, 11 de Setembro, na zona de La Mariposa, Estado Miranda. De acordo com uma fonte próxima da família do malogrado emigrante, natural de Vila Nova de Gaia, Norte de Portugal, este tinha sido sequestrado na semana anterior, quando conduzia o seu veículo. Os familiares tomaram conta do desaparecimento de Felipe Pereira e deram conta do sucedido à polícia, tendo esta iniciado acções de busca. Foi no decurso destas que acabou por ser encontrado o corpo luso, o qual apresentava uma ferimento causado por uma bala. Pereira era proprietário de uma empresa de ferragens em Caracas. Foi o responsável pelos trabalhos de remodelação e requalificação da ponte que agora une o novo estacionamento com a área das piscinas do Centro Português de Caracas. O empresário participou também na obra de construção do Lar da Terceira Idade "Padre Joaquim Ferreira", situado em Los Anaucos, no Estado de Miranda. Nos últimos tempos, Felipe Pereira integrava a equipa que está remodelando as torres de Parque Central, destruídas num incêndio em Outubro de 2004. Amigos e familiares lamentam profundamente este desfecho trágico e só esperam que os culpados sejam perante a Justiça.

Campanha informativa para emigrantes O Governo vai lançar no final do mês de Setembro a campanha informativa "Trabalhar no Estrangeiro", iniciativa que pretende informar os portugueses que vão trabalhar para o estrangeiro sobre riscos a que eventualmente estão sujeitos. A campanha vai ser lançada a 27 de Setembro em Lisboa, consiste na distribuição de panfletos e de cartazes em todo o país, além da divulgação de anúncios na rádio, televisão e jornais. Além de alertar os eventuais problemas relacionados com questões laborais, a campanha informa ainda os futuros emigrantes sobre os direitos que têm quando celebram um contrato de trabalho e sobre a protecção social nos diferentes países.


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