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Impresso Especial
7317399802- DR/MG SOC. MINEIRA DE ENGENHEIROS CORREIOS
DEVOLUÇÃO GARANTIDA
CORREIOS Impresso fechado pode ser aberto pelos ECT
Ano I - Edição 09 - Março 2010
Em 2010, mais 11 novos aeroportos serão inaugurados em Minas Com foco na aviação comercial, assistência comercial, assistência aeromédica e turismo, o Estado pretende fomentar a economia mineira Pág. 28
Logística
Viaduto das Almas
RMBH discute sistema integrado de transporte para diminuir gargalos
De obra prima à causadora de centenas de mortes. Viaduto deixa marcas históricas
Pág. 08
Leia Mais
Pág. 34
Jovens abrem caminho para o empreendedorismo - Aluno agraciado no 18º Prêmio SME de Ciência e Tecnologia cria projeto para catadores de papel de BH. Pág. 45
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LEITOR Palavra do Presidente
Tribuna de aspirações e definições de classe Ainda permanece latente e atual a temática do editorial de nossa última revista, em que procurávamos desenvolver resposta à indagação: - Associar-me? O que ganho com isto? - salientando a importância da SME e sua posição como uma tribuna de aspirações e definições da classe que busca acolher e com ela caminhar pelas vias questionáveis do desenvolvimento brasileiro. Em momento de descontração, percorrendo os olhos por algumas publicações, encontramos discurso pronunciado pelo engenheiro professor Michel Turpin, diretor da École de Mines de Paris, em homenagem ao centenário da Escola de Minas de Ouro Preto. Pronunciado em francês, dele extraímos, com a tradução que adotamos, o trecho: “Em nosso mundo atual, onde se acentua o ritmo da evolução, o engenheiro não pode esperar fundamentar sua carreira sobre os conhecimentos adquiridos na Escola. Faz-se necessário a ele, sem cessar, adaptar-se às mudanças e, melhor ainda, provocá-las. Uma sólida cultura científica, técnica e econômica constitui uma base indispensável para que o engenheiro possa delinear as ideias que orientam sua ação”. Ora, eis aí um pronunciamento simples, mas dotado de grande realidade e que nos dá uma diretriz em consequência à indagação ao início reproduzida. A entrada no mercado de trabalho abre ao
novo engenheiro horizontes que a Escola não pode traduzir na amplitude das questões que se apresentam a ele no dia-a-dia, na exigência de definições que o assaltam, na busca de tomadas de posição a que lhe chamam as responsabilidades assumidas. E, sem dúvida, ele necessita de um convívio salutar, onde caminhe ciente e consciente das mudanças que a evolução da tecnologia cria a cada virada de calendário, no afã do ser humano em cada vez mais galgar os degraus do crescimento e do saber. E nem sempre ou no mais das vezes, o dia-a-dia na empresa lhe proporciona tempo e meios para adaptar-se às novidades recentes ou às práticas que, já em uso, lhe são novas.
“A entrada no mercado de trabalho abre, ao novo engenheiro, horizontes que a Escola não pode traduzir na amplitude das questões que se apresentam a ele no dia-a-dia, na exigência de definições que o assaltam, na busca de tomadas de posição a que lhe chamam as responsabilidades assumidas”. E, assim, com o tempo, o engenheiro vai solidificando a competência, a segurança e o conhecimento na carreira que abraçou, virtudes que não lhe convém reter somente a si, mas leválas onde a seu alcance, distribuindo
Márcio Damazio Trindade Presidente da SME - Sociedade Mineira de Engenheiros
benesses aos que lhe vêm seguindo na profissão. Finalmente, mais ainda, competente e responsável, certamente se sente capaz e hábil a pronunciar-se e a posicionar-se de alguma forma quanto à realidade do País, seus problemas e soluções, sua direção política nos diversos degraus da administração pública, tema sempre atual e sempre descuidado, que está a merecer a nossa reação conjunta, sob pena de passarmos às gerações futuras uma imagem de relapsos ou coniventes com as malversações que a cada momento nos chegam envolvendo os três poderes a nos reger. Do texto daquele erudito diretor de Escola, me veio, portanto, num momento de descontração, uma resposta ao inquiridor interessado, demonstrando as reais credenciais que a Sociedade Mineira de Engenheiros, pela sua missão e história, reúne e se constitui na mais autêntica tribuna de todas as classes de profissionais mineiros dos diversos ramos e derivações da Engenharia, tornando-os uma só voz na busca do engrandecimento e bem estar de nosso Estado e País.
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União, a melhor maneira de colher vantagens. O Sicoob Engecred é uma cooperativa de crédito criada para atender aos profissionais e empresas do sistema Confea/Crea. Através da união e trabalho de seus cooperados, oferece os mesmos serviços e produtos que os bancos tradicionais. Tudo isso com um grande diferencial: todos os esforços se convertem nos menores juros e nas menores taxas do mercado. Seja você também um cooperado do Sicoob Engecred.
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31
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PRESIDENTE Márcio Damazio Trindade VICE - PRESIDENTES Ailton Ricaldoni Lobo Carlos Eduardo Orsini Nunes de Lima Décio Vaz de Mello Silveira Délcio Antônio Duarte José Ciro Mota DIRETORES Alexandre Rocha Resende Enil Almeida Bréscia Ildeu Olyntho de Freitas José Henrique Diniz José Nelson de Almeida Machado Márcio Moreira Nelson Fonseca Leite Reynaldo Arthur Ramos Ferreira Sérgio Menin Teixeira de Souza Wilson Pereira de Almeida
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AGÊNCIA CENTRAL Av. Álvares Cabral, 1600 3º andar Santo Agostinho Belo Horizonte
PAC CREA-MG Av. Álvares Cabral, 1600 térreo Santo Agostinho Belo Horizonte
CONSELHO DELIBERATIVO Felix Ricardo Gonçalves Moutinho Fernando Henrique Shüffner Neto Guy Maria Villela Pascoal Ivan Ribeiro de Oliveira João Bosco Silva João Ricardo Barusso Lafraia José Luiz Gattás Hallak Marcos Villela Sant'Anna Marcus Rocha Duarte Olavo Machado Júnior Paulo Safady Simão Ricardo Vinhas Corrêa da Silva Shelley de Souza Carneiro Tárcio Primo Belém Barbosa Teodomiro Diniz Camargos CONSELHO FISCAL Ítalo Aurélio Gaetani José Carlos Lisboa de Oliveira Marcos de Vasconcelos Bastos Werner Cançado Rohlfs
PAC SAVASSI Rua Ceará, 1584 loja 3 Savassi Belo Horizonte
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Desafios de Belo Horizonte para a Copa de 2014
Logística e Integração
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Saneamento no Brasil Possibilidade ou utopia?
Precisa-se de engenheiros
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42 Tendência e inovação
Engenheiro do ano
45
48 Empreendedorismo para jovens
28
Reportagem da capa
40 Primeira Siderurgia de Minas
Indústria Automobilística
22
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íNDICE 5
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INfRAESTRUTURA Copa 2014
COPA DO MUNDO E OLIMPÍADAS ESTIMULAM NEGÓCIOS Estimativas demonstram necessidade de investimentos adicionais no país de R$ 59,5 bilhões nos próximos oito anos Construção e reforma de
tário Internacional – FMI mostram
uma das sedes dos jogos, favorecerão
estádios, ampliação de aeroportos,
que o Brasil será, até 2020, a quinta
os negócios das construtoras, seja no
desenvolvimento de sistemas de
economia mundial, ficando somente
segmento hoteleiro, residencial ou
transporte e acesso, expansão da
atrás de Estados Unidos, China, Japão
rodoviário. Assim, os reflexos serão
rede hoteleira do país, além de servi-
e Alemanha. Esse crescimento implica
diretos, como a construção e reforma
ços como treinamento e segurança
progressos significativos para o de-
de estádios e melhoria dos acessos
dos eventos apontam para a necessi-
senvolvimento humano e para a ques-
viários, ou indiretos, frutos da redu-
dade de investimentos adicionais no
tão energética e ambiental.
ção da burocracia e da valorização de imóveis.
país de R$ 59,5 bilhões nos próximos oito anos em função dos eventos es-
Em Minas Gerais A PBH confirmou que, em
portivos Copa 2014 e Olimpíadas Segundo previsões da Pre-
janeiro, o Governo Federal assinou o
Um estudo da Associação
feitura de Belo Horizonte - PBH, os
termo que autoriza o financiamento
Brasileira da Indústria de Materiais de
editais de licitação para a concessão
das obras referentes aos projetos de
Construção – Abramat e da Funda-
de obras de infra-estrutura serão pu-
melhoria do trânsito da Capital, que
ção Getúlio Vargas – FGV demonstra
blicados no primeiro semestre de
têm como meta aprimorar a mobili-
que o cenário macroeconômico bra-
2010. Os investimentos em infra-es-
dade urbana da cidade. As obras
sileiro, com destaque no setor de
trutura e a agilidade no processo de
devem ser iniciadas a partir do se-
construção civil, colocará o país em
licenciamento ambiental decorrentes
gundo semestre deste ano e dentre
posição de destaque no contexto
da realização da Copa do Mundo já
elas estão a duplicação da Avenida
mundial. Projeções do Fundo Mone-
em 2014, tendo em Belo Horizonte
Dom Pedro I, a construção de um via-
2016.
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Projeto de reforma do Mineirão se inicia em meados de 2010
duto com alças de acesso ao estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, partindo da Avenida Antônio Abrahão Caram, e a ampliação da largura da Avenida Dom Pedro II. Também estão programadas para julho algumas ações como a implantação do Sistema BRT do Centro até Venda Nova e MG-10, instalação de estações de pré-embarque nos corredores de ônibus da Avenida Cristiano Machado, ampliação da central de controle de trânsito da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte – BHTrans, melhorias na MG- 210, que faz a ligação com a Via Minério e MG710, que liga as avenidas Cristiano Machado, dos Andradas e o Boulevard Arrudas. As obras serão financiadas pelo Governo Federal.
Obras previstas para melhorias no transporte para Copa 2014 e Olimpíadas 2016
A Copa do Mundo favorecerá também os negócios por meio da melhoria da infra-estrutura de vários
A obras - Corredor Pedro I/Antônio Carlos: duplicação de toda a extensão da avenida Pedro I e implantação de sistema de BRT (Bus Rapid Transport) no corredor
Valor: R$ 382.259.846,00
BRT Área Central: implantação de sistema de BRT (Bus Rapid Transport)
Valor: R$ 55.000.000,00
Expansão da Central de Controle de Trânsito:
Valor: R$ 30.000.0000,00
Corredor Cristiano Machado: implantação de sistema de BRT (Bus Rapid Transport)
Valor: R$ 50.000.000,00
Implantação da Via 210: ligação entre a Via do Minério e a avenida Tereza Cristina
Valor: R$ 72.000.000,00
Extensão do Boulevard Arrudas
Valor: R$ 210.000.000,00
Implantação da Via 710: ligação entre as avenidas dos Andradas e Cristiano Machado
Valor: R$ 78.000.000,00
pontos da cidade, valorizando os empreendimentos no seu entorno. Somente as intervenções viárias na Capital devem consumir aportes na casa de R$ 1 Bilhão. As empresas interessadas em participar das obras deverão se inscrever no Sistema de Cadastro Único de Fornecedores da Prefeitura de Belo Horizonte (SUCAF) e atender aos critérios estabelecidos nos editais de licitação a serem publicados. Fonte: Informações da Gerência de Comunicação e Mobilização Social - Secretar ia Municipal de Políticas Urbanas/PBH
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TRANSpORTE E LOGíSTICA
Integração
SME DISCUTE SISTEMA INTEGRADO DE TRANSPORTE Gargalos podem ter fim com ações conjuntas e planejadas
o
transporte urbano nos últi-
Técnica de Transportes, tem participado
Durante o evento, o presidente
mos anos tornou-se um assunto clássico
ativamente de debates, eventos e discus-
da SME, Márcio Damazio Trindade, defen-
e de grande repercussão entre a popu-
sões. Dentre esses eventos está o “Se-
deu que a integração dos projetos deve
lação, a mídia e a classe política, uma vez
minário de Gestão Metropolitana da
ser independente da esfera governamen-
que afeta a todos indistintamente, nota-
Mobilidade: desafios da integração ins-
tal responsável pelas suas execuções.
damente nos grandes centros. As cida-
titucional”, que ocorreu em outubro e
des tem assistido ao crescimento dos
contou com palestrantes e moderado-
congestionamentos de trânsito e a de-
res da SME.
gradação das condições de mobilidade urbana, com reflexos diretos na qualidade de vida dos cidadãos.
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Sistema Metropolitano Para o vetor oeste da região
O objetivo do seminário
metropolitana de Belo Horizonte foram
foi produzir projetos para o setor
sugeridas três linhas de Veículo Leve
de transporte público, resultando
Sobre Trilhos - VLT’s: a Linha Bernardo
Com o objetivo de compatibi-
em uma proposta à Agência de
Monteiro/Eldorado/Barreiro, proposta
lizar as ações das entidades que geren-
Desenvolvimento da RMBH no
pela Prefeitura de Contagem, a Linha
ciam, planejam e operam os sistemas de
sentido da integração dos proje-
Bernardo Monteiro/Jardim Teresópolis,
transporte na RMBH para que a rede de
tos existentes para criar uma rede
proposta pela Prefeitura de Betim, e a
mobilidade funcione na região de forma
estruturada de transporte metro-
Linha Belvedere/Barreiro, proposta pela
integrada, a SME, por meio da Comissão
politano intermodal.
empresa de consultoria VERTRAN.
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lando os investimentos que serão apli-
nas principais capitais brasileiras. Os me-
cados na linha 1, que faz a ligação de El-
trôs são reconhecidamente os sistemas
dorado até Vilarinho, em operação, na
de grande capacidade de transporte de
linha 2, projeto em análise para implan-
massa, mas, paradoxalmente, vem sendo
tação que faz a ligação entre o Barreiro
preteridos pelo transporte individual, si-
e a área dos hospitais e na linha 3, ainda
tuação que as diretrizes de investimen-
em fase de análise e que faz a conexão
tos anunciadas pelo Governo Federal
Pampulha/Savassi.
procuram corrigir nos projetos a serem implantados nas cidades sedes dos jogos
Para o membro da Comissão Técnica de Transportes – CTT da SME,
da Copa do Mundo de 2014”, discorre Alexandre.
Ubirajara Tadeu Malaquias Baía “é evidente que os terminais colocados em
“A proposta apresentada é de
pontos estratégicos fora de Belo Hori-
grande vulto e despende uma soma
zonte irão propiciar ganhos à população
considerável de recursos financeiros”. É
e ao transporte público, mas, para que
o que considera José Antônio Silva Cou-
isto ocorra, é preciso haver uma inte-
tinho, membro da CTT. “Dentro da
gração efetiva entre os modais de trans-
nossa linha de raciocínio e uma vez que
Para o vetor leste, também in-
porte, ou seja, é necessária a integração
são envolvidos diretamente oito muni-
serido no sistema metropolitano, foi
física, operacional e tarifária”. “É impe-
cípios e diversos outros da RMBH indi-
apresentado, como referência, o modelo
rioso que se construam os terminais já
retamente,
de operação ferroviária compartilhada
prevendo esta integração”, ressalta. Para
características e especificidades pró-
entre trens de cargas e de passageiros
ele faz-se necessário que, na fase de pla-
prias, é eminentemente importante e
da cidade de São Paulo, a cargo de um
nejamento, os órgãos responsáveis em
imperioso que se tenha um planeja-
diretor da Agência Nacional de Trans-
cada esfera governamental participem e
mento cuidadoso e pormenorizado.
portes Terrestres – ANTT, entidade vin-
interajam de forma mais efetiva, visando
Neste caso, deverão ser detalhados be-
culada ao Ministério dos Transportes.
construir terminais de integração mais
nefícios, desvantagens, responsabilidades
Outro assunto de destaque, a situação
adequados e eficientes.
e desembolso orçamentário específico
das ferrovias operacionais ou desativa-
tendo
todos
eles
para cada esfera governamental”. Ele
das na região leste da RMBH, foi apre-
De acordo com Alexandre
ressalva, porém, que somente após estas
sentado pela Comissão Técnica de
Resende, membro da CTT da SME, essa
ações preliminares, a comissão poderá
Transportes da SME - CTT e, em se-
desintegração acontece principalmente
fazer comentários mais detalhados
guida, pela Ferrovia Centro-Atlântica –
pela inexistência de políticas nacionais
sobre o projeto como um todo.
FCA, com o projeto de retificação de
que orientem as ações das três esferas
traçado e duplicação do trecho ferro-
de governo, sem o que inúmeras medi-
Para o coordenador da CTT,
viário entre as estações de Horto Flo-
das setoriais, muitas vezes se tornam
Geraldo Dirceu de Oliveira, acreditar
restal e General Carneiro.
conflitantes, impactando diretamente a
na estratégia da SME é fundamental
qualidade da organização e ocupação do
nesse processo. “Acredito que a estra-
A proposta de investimentos
espaço urbano.“Outro fato que contri-
tégia da SME deve ser a de, como uma
e regionalização do metrô da RMBH foi
bui negativamente para o caos urbano
entidade técnica, sempre participar,
apresentada pela Secretaria de Trans-
é o quase total abandono do sistema de
promover e conduzir os debates
portes e Obras Públicas – SETOP, reve-
transporte de passageiros sobre trilhos
sobre o tema transporte, oferecendo
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TRANSpORTE E LOGíSTICA
Integração
Os membros da CTT Ubirajara Tadeu Malaquias Baía, Geraldo Dirceu de Oliveira, José Antônio da Silva Coutinho e Alexandre Rocha Resende
chegar a outro município.
sua opinião objetiva e equilibrada pelos
A prioridade agora deve ser
profissionais que a representam, em cada
garantir que a população se desloque
projeto específico em que for chamada
para qualquer local na região metropo-
Parte do financiamento des-
a contribuir. Entretanto, devemos ter
litana pagando uma só tarifa, como
sas ações poderá vir do governo federal
como nossa bandeira principal a busca
ocorre no grande Recife. Isso facilita as
através do Fundo Nacional de Mobili-
de uma política orientativa que deter-
pessoas a encontrarem trabalho, me-
dade. Este fundo oferece duas novas li-
mine e especifique ações nas três esferas
lhora o fluxo de veículos e contribui
nhas de crédito para todo o País, com
governamentais, para que nossas cidades
para a sustentabilidade e o meio am-
recursos oriundos do Fundo de Garan-
realmente proponham e conduzam pro-
biente porque significa menos veículos
tia por Tempo de Serviço – FGTS, des-
jetos integrados, com orçamentos coe-
nas ruas e, consequentemente, redução
tinadas a investimentos em transporte
rentes e que realmente beneficiem nossa
dos seus efeitos nocivos.
urbano.
população”, finaliza. Na busca por soluções para a infra-estrutura viária exis-
De um município à outro e sem passar pelo Centro
tem recursos previstos de R$ 2 bilhões para projetos de melhoria da infra-estrutura e para investi-
tente, como alargar avenidas, dimi-
mentos em tecnologia de transporte
nuir canteiros, construir garagens
10
A primeira linha de crédito
subterrâneas, o exemplo a ser seguido
Nesse sentido, o Estado tem buscado
coletivo urbano sobre trilhos e pneus,
é o das metrópoles que ofertam o
uma melhor interlocução com os mu-
contemplando também o transporte hi-
transporte de massa combinando os
nicípios que deverão receber os 22 ter-
droviário. A segunda tem recursos pre-
modos ferroviário, metroviário, rodoviá-
minais
serem
vistos de R$ 1 bilhão para a aquisição e
rio, bicicletas e outros, o que é ambien-
viabilizados pela SETOP, a qual, em con-
renovação da frota de ônibus urbanos.
talmente
econômico,
junto com a Agência de Desenvolvi-
O setor tem a expectativa de que os re-
seguro, confortável, menos oneroso e,
mento da RMBH vai avaliar a localização
cursos possibilitem diversas interven-
no caso do trem, mais rápido, porque
destes terminais e a possibilidade de
ções públicas nas principais capitais
não é impactado pelos congestiona-
transformá-los em equipamentos urba-
brasileiras.
mentos. O crescimento urbano desor-
nos, bem como a melhor forma de ope-
denado, a motorização crescente e
ração. Serão criadas estações de
O Fundo Nacional de Mobi-
desenfreada e o declínio dos transpor-
integração fora de Belo Horizonte,
lidade também é um dos temas discu-
tes públicos comprometem a mobili-
onde os usuários embarcarão sem pre-
tidos pela Comissão Técnia de
dade urbana em nossas metrópoles.
cisar cruzar o centro da cidade para
Transporte da SME.
sustentável,
metropolitanos
a
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ART
A Responsabilidade Civil do Engenheiro
ART- 0086 Por Patrícia Fernandes
De acordo com a Lei Federal 6496 de
Parte da taxa recolhida para o registro
07 de dezembro de 1977, todo contrato para
da ART é destinada à entidade de classe escolhida
prestação de serviços por engenheiro, arquiteto,
por opção do profissional, para aplicação em pro-
agrônomo, geógrafo e meteorologista, seja ele
jetos de valorização da profissão e do profissio-
profissional autônomo ou com vínculo emprega-
nal e de outras atividades associadas às suas
tício, está sujeito à Anotação de Responsabilidade
atividades. O formulário para preenchimento dos
Técnica - ART.
dados está disponível no site do CREA-MG, mas o registro pode ser feito pela internet.
O documento deve ser preenchido e assinado pelo profissional e pelo seu contratante, para registro no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA da região onde os serviços serão executados. Além de ser uma necessidade legal, o profissional, ao registrar os projetos de sua autoria no CREA ao longo da carreira, forma um acervo técnico de propriedade legal, reconhecido pelas empresas na análise de seu currículo.
Lembre-se! campo Ao preencher o asse” na ArT, “entidade de cl ravés do cóescolha a sme at , você ajuda digo 0086. Assim tar a engea sme a represen er os melhores nharia e oferec convênios e cursos, serviços, cê. produtos para vo
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TRANSpORTE
Plano Nacional de Pesagens
SME E AS BALANÇAS RODOVIÁRIAS II DNIT PREPARA LICITAÇÃO DE MAIS 157 BALANÇAS
Por Dirceu Carneiro Brandão
Departamento
fixos e 63 postos com bases para
Nacional de Infra-Estrutura
operação de equipamentos de pesa-
de Transportes – DNIT reali-
gem móvel, sendo que a primeira
zou audiência pública para
etapa licitada em 2008 já possibilitou
discussão do processo licita-
a instalação de 78 balanças nas rodo-
tório da segunda etapa do
vias federais de 16 estados, com
O
investimentos de R$ 261,4
Plano Nacional de Pesagem no dia 22 de julho de 2009,
milhões
em Brasília. Como a Lei
para
quatro
anos, incluídos no
8.666/83 determina a reali-
PAC.
zação de audiências públicas para licitações com valor superior a R$ 150 milhões, foi realizada
12
Com
a
uma reunião na qual compareceram
instalação e operação
representantes de aproximadamente
dos novos PPV´s, após a licitação
25 empresas. Na ocasião, os repre-
de setembro/2009 o DNIT levará
sentantes fizeram uma série de ques-
Postos de Pesagem de Veículos –
o sistema de pesagem para mais
tionamentos a respeito do processo
PPVs, ultrapassando em 9 o total
oito
e dos termos constantes do edital.
previsto no lançamento do pro-
malha rodoviária e diminuindo
grama, que previa 148 postos em
consideravelmente os custos de
Com recursos assegurados
todo o país com investimentos de
manutenção e conservação por
no Plano de Aceleração do Cresci-
R$ 1 bilhão. Do total de 157 postos,
um período de aproximadamente
mento – PAC, serão instalados 157
94 serão dotados de equipamentos
cinco anos.
estados, preservando
a
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Locais que receberão os Postos
piezopolímero de origem americana.
deformação que avaliam os danos
de Pesagens em Minas
Todos os sensores foram instalados
que as cargas excessivas podem cau-
próximo ao Posto de Pesagem de
sar ao pavimento e sistemas de aqui-
• Postos fixos: BR-040, BR-116 e
Araranguá, onde funcionam também
sição e armazenamento de dados.
BR-122;
como balança seletiva, direcionando
Além de mais agilidade na pesagem,
somente os veículos com excesso de
o novo sistema evita retenção de veí-
• Bases para operação de equipa-
peso para a pesagem lenta. Márcio
culos na pista, tornando o processo
mentos móveis: BR-251, BR-262
Roberto de Lima Paiva, técnico do
seguro e mais automático.
e BR-356.
núcleo de estudos da UFSC, esclarece que “é assim, usando a pesagem
A Comissão Técnica de
em movimento como seleção e na
Transportes da SME mantém-se per-
velocidade normal da pista, que fun-
manentemente em busca de informa-
O DNIT, através de estudos
cionam os sistemas atualmente ado-
ções e dados dos processos de
em convênio com a Universidade Fe-
tados por países como a França,
implantação de balanças rodoviárias,
deral de Santa Catarina – UFSC,
Suíça, Alemanha, Bélgica e Holanda”.
visando colaborar com o processo e
PASSAGEM EM MOVIMENTO
aponta a possibilidade de incluir
minimizar o número de acidentes em
nessa nova etapa a implantação dos
O Superintendente Regio-
equipamentos de pesagem em movi-
nal do DNIT em Santa Catarina,
mento, a exemplo do que já é utili-
João José dos Santos, explica que a
zado na União Européia,
escolha do local de testes se deve à
todo o território nacional. Fonte: DNIT-DF
proximidade com o Posto de PesaO estudo iniciado em 2007
gem em operação e às característi-
visa identificar o Sistema de Passa-
cas da rodovia, como clima, geografia
gem em Movimento mais adequado
e volume de tráfego, tudo em con-
à realidade brasileira, evitando a pa-
formidade com os perfis de uma ro-
rada dos veículos que trafegam com
dovia federal.
cargas nos limites permitidos, diminuindo seu tempo de viagem. Foram
O Coordenador Geral de
instalados no pavimento da pista de
Operações Rodoviárias do DNIT,
teste, localizada no km 418 da BR-
Luiz Cláudio Varejão comentou que,
101 na cidade de Araranguá-SC, sen-
com isso, poderá incluir no próximo
Dirceu Carneiro Brandão é engenheiro
sores piezoelétricos de três grupos
edital de balanças pelo menos um
civil, membro da Comissão Técnica de
distintos, conforme a tecnologia ado-
lote com o uso do sistema de pesa-
Transportes da SME, conselheiro efetivo
tada. No primeiro conjunto estão os
gem em movimento. Ele acrescenta
do CREA/MG desde 2003 e possui Cer-
sensores piezoquartzo de origem
que a pista experimental tem, ainda,
tificado de Consagração Pública “Profis-
suíça, no segundo sensores piezoce-
câmeras para registro de placas, câ-
sional do Ano” na especialidade Engº
râmicos de origem francesa e no ter-
meras de segurança e monitora-
Civil Coordenador de Obras em l998 da
ceiro grupo, sensores do tipo
mento, sensores de temperatura de
Cia Mineira de Eventos & Pesquisa.
13
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CONSTRUÇÃO CIVIL
Mercado de Trabalho
P re c i s a - s e d e e n g e n h e i ro Determinar as especificações do projeto, ana-
ríodo de 2008. Ao final de setembro, havia 2,297 mi-
lisar a resistência e permeabilidade do solo e do sub-
lhões de trabalhadores com carteira assinada na cons-
solo que receberão os alicerces da edificação; calcular
trução civil, 212 mil dos quais contratados nos
o desnível do terreno e a pressão do vento; definir ma-
primeiros nove meses do ano.
teriais, estrutura, equipamentos e mão-de-obra; controlar prazos e custos, bem como garantir a viabilidade
2,4 MILHõES DE EMPREGOS EM 2010
técnica e econômica do produto; acompanhar a obra, supervisionar as instalações e outros detalhes fazem
O impacto da expansão do mercado deverá
parte das funções do engenheiro civil. Independente
se refletir em novo aumento no nível de emprego na
da área de atuação, como habitação, saneamento,
construção civil, o que significa que o país deve chegar
transporte, urbanização ou serviços, a atuação do en-
a cerca de 2,4 milhões de empregos formais já em
genheiro civil é ampla e representa a garantia de segu-
2010.
rança para toda a sociedade. Os empresários, segundo estimativa do Sin-
14
O Sistema Confea-Creas registra atualmente
duscon-SP e da FGV, acreditam que o crédito imobi-
cerca de 900 mil profissionais e estima-se que pelo
liário crescerá através da captação das empresas no
menos 100 mil atuem na engenharia civil. Apenas o
mercado de capitais. Eles avaliaram que o número de
CREA-MG registrou, em 2009, 13.620 profissionais,
lançamentos imobiliários crescerá, com destaque para
sendo que da modalidade de engenharia civil foram re-
empreendimentos voltados para as famílias de média
gistrados 2.523. Apesar do número considerável, com
e de baixa renda, também impulsionados pelo pro-
o aquecimento da economia brasileira e com o boom
grama habitacional Minha Casa, Minha Vida. E esperam
do mercado imobiliário, faltam engenheiros civis qua-
aumento dos investimentos em infraestrutura em
lificados no país.
2010, um ano eleitoral.
Estimativas do Sinduscon-SP e da FGV reve-
“O crescimento da construção em 2010 será
lam que a Construção Civil deve crescer 8,8% em
comandado pela ampliação dos investimentos públicos
2010 e vários indicadores sustentam estes prognósti-
e privados”, afirmou o presidente do Sinduscon-SP,
cos. O mais expressivo é o do nível de emprego da
Sérgio Watanabe. Segundo Watanabe, espera-se uma
construção brasileira, que cresceu 7,3% no período ja-
taxa de investimento em torno de 20% do PIB. “As in-
neiro-setembro de 2009, comparado ao mesmo pe-
versões crescerão de R$ 476 bilhões para R$ 625 bi-
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lhões. Os investimentos específicos no setor imobiliá-
ele, o acadêmico necessita da teoria e da prática. “A
rio passarão de R$ 170 bilhões em 2009 para R$ 202
universidade precisa exigir uma carga horária mínima
bilhões em 2010, sendo a maior parte destes recursos
de estágio, pois os alunos precisam de vivência prática.
destinada ao residencial e energético”, acrescentou.
A maioria das empresas tem criado vagas para trainees e estagiários, visando a formação de
De acordo com o presidente do Sinduscon-MG, Luiz Fernando
um bom profissional. É bom para as duas partes”, ressalta.
Pires, as expectativas para Minas são de crescimento. “É provável
Formação
que o mercado terá de buscar profissionais de outros estados e até países. O problema é que, possivelmente, com o aumento da demanda, falte
Para a professora da Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP e membro da Comissão Técnica de Ensino
mão de obra pronta e qualificada”, explica. Ele tam-
e eduação em engenharia da SME, Adriana Maria To-
bém acredita que não é um problema buscar pessoas
nini, o mercado quer o profissional pronto, mas ele
para contratação: “é administrável; a solução será ace-
precisa de um tempo natural no canteiro da obra para
lerar treinamentos, aprimorar os programas de quali-
adquirir prática. Adriana Tonini afirma que cada parte
ficação e promover ações conjuntas”.
tem sua responsabilidade: a universidade de formar e o mercado de absorver. “É preciso, porém, decidir se
Luiz Fernando Pires, ressalta que o cresci-
as faculdades devem formar um engenheiro pensante,
mento do Brasil foi vegetativo entre 1980 e 2004. “Sem
responsável, ciente do seu papel na sociedade, ou um
demanda, não há estímulo para trabalhar na área”. Para
profissional que apenas sabe fazer”.
15
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CONSTRUÇÃO CIVIL
Mercado de Trabalho Para Adriana Maria
receio era formar e não con-
Tonini, uma das alternativas
seguir um emprego, mas real-
é um programa de estágio
mente tenho constatado que
supervisionado que funcione
o que as pessoas tem dito a
como um elo entre a acade-
respeito das oportunidades
mia e o mercado. “Se o está-
na área é verdade. Um simples
gio for levado a sério, ou
cadastro que fiz na internet já
seja, se as empresas não uti-
apresentou resultados. Algu-
lizarem o estudante apenas
mas faculdades tem prepa-
como mão-de-obra barata, tornam-se efetivas a capacita-
rado melhor o aluno. A Fumec, por exemplo, possui a
ção e prática do aluno. Ganha o estudante, que ao se for-
filosofia de preparar o profissional para o mercado de tra-
mar já terá alguma vivência profissional, e ganha a empresa,
balho e um dos exemplo é o estágio obrigatório de 300
que poderá contratá-lo com alguma experiência”.
horas. No próprio site da universidade é possível conseguir uma oportunidade”. Bernardo disse que pretende ad-
De acordo com Bernardo de Paiva Bonfim Tei-
quirir experiência em uma grande empresa e seguir
xeira, recém formado em engenharia civil pela Universi-
carreira para, quem sabe no futuro, abrir o próprio em-
dade Fumec, não há dificuldades na área. “Meu maior
preendimento.
PARA qUEM DESEJA INGRESSAR - CONCEITOS BÁSICOS SOBRE ATIVIDADES • Entre os graduados da chamada Modalidade
Civil, o profissional de formação mais generalista recebe o título de engenheiro civil, mas existem titulações mais específicas em função da atual autonomia que as escolas tem para desenvolver cursos mais especializados. Assim, a partir da “matriz engenharia civil”, existem inúmeras denominações, entre elas a de engenheiro ambiental, sanitarista, rodoviário, hídrico, industrial, militar, de fortificação e construção, de produção, de infra-estrutura aeroportuária, além dos engenheiros de operação em construção civil, estradas e edificações e dos tecnólogos, habilitados em diversos áreas da engenharia civil. • Estudam e propõem soluções para as obras civis, tais como prédios e grandes edificações, estradas, pontes, viadutos, túneis, dentre outras. Incumbem-se das obras de infra-estrutura, como portos, aeroportos, barragens, obras de contenção de encostas, alterações nos terrenos, bem como
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do planejamento, projeto e construção de meios de transporte e de tráfego. • Atuam no desenvolvimento de projetos e empreendimentos de sistemas de saneamento básico (água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem) e de pesquisa e gestão ambiental, visando preservar e restabelecer o meio ambiente sob modelos sustentáveis, tanto ecológica quanto economicamente. • Atuam na concepção e planejamento de diversos tipos de serviços e obras de construção civil, bem como nos estudos de sua viabilidade técnica e econômica. • Exercem atividades relacionadas ao dimensionamento das construções, com a escolha e especificação de materiais de construção, além do acompanhamento técnico da execução de obras e serviços.
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ECONOMIA Indústria Automobilística
BRASIL COMEMORA POSIçãO DE DESTAquE NA INDúSTRIA AuTOMOBILíSTICA Os números da indústria automobilística nacional no ano de 2008 são espetaculares: 3,216 milhões de unidades produzidas, 1,5 milhões de empregos, US$ 24 bilhões em exportações com saldo de US$ 2,4 bilhões, 23,3% do PIB industrial, 5,5% do PIB brasileiro e R$ 39,4 bilhões de impostos. Se fosse o Governo, além de garantir a sustentabilidade de um negócio tão importante para o Brasil, o que o senhor faria para reduzir essa “dependência”? Na verdade não é uma dependência, é a realidade de uma indústria madura, que existe no Brasil há mais de 50 anos e que representa o resultado da opção do Brasil pela industrialização ainda nos anos 50. Outras indústrias têm surgido e “abocanhado” parte desta representatividade, por exemplo, a agroindústria e a própria aviação, representada
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principalmente pela Embraer e seus parceiros/fornecedores. No caso da indústria automobilística, a principal preocupação é manter ou fazer crescer o nível de atividade considerando o poder multiplicador desta indústria, onde cada emprego gerado promove outros 20 na economia. Ainda sobre os grandes números, o país é o 6º do mundo em produção e o 5º em licenciamentos, além de exibir taxas de crescimento muito maiores que as dos concorrentes, só comparáveis às da China. Nesse ritmo, é possível imaginar que, logo, a produção do Brasil ultrapasse a da Coréia do Sul (3,807 milhões/ano) e mesmo a da Alemanha (6,041 milhões/ano) ou que o mercado interno (2,82 milhões de licenciamentos por ano) fique maior que os da Alemanha e Japão (3,425 e 5,082)?
O Brasil ocupa hoje uma posição de destaque que foi melhorada com a crise mundial que se abateu sobre a economia a partir do final de 2008, com reflexos especialmente duros para a indústria automobilística. O grande motor da indústria automobilística brasileira é o mercado interno, e este tem demonstrado uma força muito grande, mas se não cuidarmos do fator competitividade internacional de nossa indústria, teremos problemas para continuar mantendo um crescimento expressivo da produção. Só como exemplo, as exportações totais de automóveis caíram praticamente 50% entre 2008 e 2009, e este quadro não parece que vai se alterar em 2010. O famoso “custo Brasil”, que incide sobre praticamente toda e qualquer cadeia produtiva mais complexa em nosso país, é fortemente agravado pelo câmbio supervalorizado, o
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foto Divulgação: - pitstopbrasil.wordpress.com
Carlos Eugênio Dutra Diretor Fiat Automóveis
O engenheiro Carlos Eugênio, diretor de planejamento e estratégia de produtos e desenvolvimento de negócios mercado externo da Fiat, fala sobre o as expectativas para o mercado automotivo brasileiro, as tendências do setor para o futuro da economia no Brasil e sobre como exercer a profissão da engenharia em tempos de crise em entrevista especial à SME.
que compromete nossa competitividade internacional, reduzindo nossas exportações e abrindo espaço para que concorrentes estrangeiros importem carros com mais facilidade. Apesar de tantos benefícios que a cadeia produtiva da indústria automotiva traz a um país, o automóvel tem sido colocado como um dos principais vilões do caos nas grandes cidades e do aquecimento global. Além do discurso do transporte público de qualidade, o que poderíamos fazer, na prática, para gerenciar a questão?
A questão do trânsito nas grandes cidades é universal, e de fato, o automóvel é colocado como o principal responsável. Sem dúvida a melhor saída seria o desenvolvimento de uma rede de transporte público impecável, deixando o automóvel particular para ser usado fora da rotina do dia-a-dia, mas infelizmente, vemos que este é um sonho um pouco distante. Além de transporte, em nosso país o automóvel significa liberdade e até segurança. Há muitas experiências novas sendo conduzidas em diversos países que visam reduzir o impacto do automóvel nos centros, como o “car sharing”, em que as pessoas compram a utilização de pequenos e econômicos automóveis por pequeno espaço de tempo nas áreas centrais, o que evita que as pessoas coloquem mais um carro na rua.
feita segundo a conveniência do momento: por disponibilidade, por preço, por preocupação ambiental etc. Esta concorrência com a gasolina, por si só, faz com que o eventual desabastecimento de etanol não seja mais visto como uma ameaça, e inclusive serve como “termômetro” do mercado, uma vez que os clientes podem simplesmente ignorar o etanol, caso seu preço suba muito nas entressafras, por exemplo.
A produção nacional de veículos flex é crescente, baseada em etanol e já chegou perto de 70% do total em 2008, incluídos ônibus e caminhões. Existem medidas preventivas além do aumento da produção de etanol que, em sua opinião, deveriam ser tomadas para reduzir os riscos de desabastecimento ?
É verdade, a indústria automobilística brasileira hoje se tornou uma potência mundial. As montadoras aqui instaladas transformaram suas bases brasileiras em verdadeiros centros de desenvolvimento, devido ao grande interesse em nosso mercado regional (Brasil + América Latina), mas também devido à excelência de nossa engenharia em diversas áreas, como por exemplo suspensões, motores e combustíveis alternativos. Além das montadoras, todos os grandes fornecedores mundiais de componentes e sistemas automobilísticos também estão aqui no Brasil, além de algumas grandes empresas brasileiras de expressão internacional em nossa indústria, a maioria deles, com centros de engenharia e desenvolvimento que suportam o desenvolvimento de novos produtos e novas tecnologias.
O grande fantasma do etanol no Brasil ainda é o medo de desabastecimento, que praticamente soterrou o mercado de carros movidos com este combustível no início dos anos 90. Lembro que, na década de 80, praticamente 95% da produção de automóveis no Brasil era de carros movidos a etanol. O carro flex veio como uma solução para isso, e deu aos clientes a garantia da mobilidade, pois a escolha do combustível pode ser
O site da ANFAVEA informa que a indústria automobilística nacional detém “engenharia automotiva própria para desenvolvimento”. O senhor endossa uma leitura estrita desta afirmação: o Brasil domina o ciclo tecnológico completo de concepção, projeto, suprimento de componentes e montagem de veículos automotores?
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ECONOMIA Indústria Automobilística
O Brasil é hoje o único grande mercado produtor/consumidor que pode viabilizar a troca dos combustíveis fósseis pelos biocombustíveis e a utilização prática de veículos movidos à eletricidade, forma de energia que é renovável no país. Supondo que o Brasil seja tecnologicamente autônomo, isto poderia, no futuro, trazer escala à produção de veículos genuinamente brasileiros? Esta ideia do “veículo genuinamente brasileiro” nos persegue já há muitos anos, e o melhor exemplo disto foi o sonho do Gurgel de montar o BR-800 em pequenas fábricas de diversos locais do país e vendê-lo a baixos preços – e seu projeto não deu certo, por diversas razões. Com um outro conceito a Fiat, por exemplo, projetou o Palio no Brasil e a partir do mercado brasileiro, para só então pensar em exportá-lo ou produzi-lo em diversos outros países. E é o sucesso que vemos, representando junto com os outros modelos na mesma plataforma (Siena, Palio Weekend e Strada), praticamente 70% da produção da Fiat na América Latina. Na verdade, o que vemos hoje é que as diferenças regionais já fazem com que o nosso carro seja “genuinamente brasileiro”, mesmo com características estilísticas e construtivas similares aos que se produzem em outros locais do mundo. Suspensões específicas para suportar condições de ruas e estradas que só existem no
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Brasil (marcado pela precariedade das condições), gasolina com 25% de álcool, motores flex, são exemplos de sistemas que já fazem os carros brasileiros bem específicos comparados com modelos similares produzidos no exterior. Mas podemos ir mais longe, acredito que os biocombustíveis ainda podem ser mais explorados e que temos potencial para desenvolver tecnologias ainda melhores. O principal problema é o valor do investimento necessário para produzir um carro: neste caso, fazer um produto que possa também ser comercializado e mesmo produzido em outros países é um importante fator para viabilizar economicamente um projeto.
“As montadoras instaladas aqui transformaram suas bases brasileiras em verdadeiros centros de desenvolvimento, devido ao grande interesse em nosso mercado regional e à excelência de nossa engenharia em diversas áreas, por exemplo, suspensões, motores e combustíveis alternativos” Há tempos, circulou timidamente a notícia que a FIAT POWER TRAIN estaria instalando uma unidade em BH para desenvolvimento de sistemas propulsores. Como a FIAT tem
em Betim a sua maior fábrica fora da Itália, Belo Horizonte sedia excelentes escolas de engenharia e o Brasil é, certamente, o melhor país para se pensar em combustíveis renováveis e menos poluentes, o senhor tem ou pode dar um boa notícia à respeito? Na verdade, como já disse antes, o Brasil é propício ao desenvolvimento de combustíveis renováveis e a FPT Powertrain Technologies atua fortemente nesta área. Eles têm hoje cerca de 60 projetos, inclusive com um time de doutores trabalhando em alguns deles. Como a Fiat já tem uma forte tradição na área de pesquisa tecnológica por meio do CRF (Centro Ricerche Fiat) na Itália, estamos aplicando aqui o mesmo conceito, utilizando parcerias com diversas universidades e entidades de pesquisa. Em nossa opinião, o sucesso da FIAT no Brasil deveu-se à inovação tecnológica na produção de carros populares econômicos e de qualidade. Mas a mesma receita não serviu à Mercedes Benz, tanto que existe a crença que o mercado vê na FIAT expertise em carros populares e, na Mercedes, em carros de luxo. O senhor também acredita nisso? A Fiat é mundialmente reconhecida por sua expertise em carros compactos, e isto de fato se reproduziu no Brasil, onde inclusive fomos responsáveis por introduzir nestes modelos conteúdos e equipamentos usualmente só encontrados em carros maiores, como o ar condicionado, o
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computador de bordo, o motor 1.0, que melhora a cada dia, entre outros. E falando dos compactos, em que a relação custo/benefício passa por preços competitivos, economia de combustível com bom desempenho, equipamentos essenciais e até alguns itens de maior sofisticação a preços acessíveis, há a necessidade de uma grande compreensão do mercado e dos clientes, para atender e superar as expectativas sem extrapolar os limites de preços, principalmente. E talvez este tenha sido até aqui o grande diferencial da Fiat no mercado brasileiro, e nosso grande desafio é manter este diferencial de buscar e identificar oportunidades e oferecer ao mercado soluções inovadoras em produtos e serviços. O sucesso do UNO MILLE só se compara ao do FUSCA. Mas, segundo a imprensa especializada, sairá de produção por imposição dos requisitos atuais de resistência ao crash test, diferentemente de seu concorrente que completou o ciclo de aceitação no mercado. A “sucessão” vai ser “normal”? O Mille continuará no mercado ainda por muitos anos, quem vai definir sua permanência serão os clientes. Não há sucessão prevista, mesmo porque ele é um produto único no mercado e construiu uma excelente reputação de qualidade e robustez ao longo destes 25 anos de Brasil. Pelas nossas contas, o senhor graduou-se no auge da crise em-
pregos para engenheiros no Brasil, mas conseguiu, como engenheiro, construir uma carreira de sucesso. A pergunta é da Comissão Técnica de Educação em Engenharia da SME. Entre as suas habilidades e competências específicas em engenharia que desenvolveu ao final do curso, quais as que lhe ajudaram, quais as que foram “perda de tempo” e quais as que poderiam ter sido melhores? Antes da engenharia, eu me formei em mecânica na antiga Escola Técnica Federal de Minas Gerais (atual CEFET), e com este diploma ingressei na Fiat como técnico, depois de passar por alguns outros estágios mais curtos. Automóvel sempre foi minha paixão e entrar na Fiat foi a realização de um sonho. Sempre fui um generalista, e meu início de carreira consolidou esta minha característica. Trabalhando com assistência técnica, tive que resolver problemas em áreas tão diversas como pintura, motor ou suspensões do carro. Não acredito em “perda de tempo” no curso de engenharia, mas acho que hoje os engenheiros precisariam estar mais envolvidos com todo o processo de desenvolvimento e criação, pois o conhecimento do usuário final de qualquer projeto é peça fundamental para que este projeto seja desenvolvido da forma mais eficaz possível.
Faltou conhecimento de mercado, e isto eu tive que buscar a posteriori. Procurei saber “para que as coisas são feitas”, e sobre a famosa “visão do cliente”, que não nos foi sequer mencionada durante o curso de engenharia. É muito importante que o engenheiro entenda porque o pessoal do marketing quer determinada característica no produto, pois muitas vezes isto torna seu trabalho extremamente facilitado e melhor. É importante que o engenheiro seja flexível o suficiente para entender outras motivações que extrapolem a solução técnica, é importante que ele desenvolva o conceito de escolha (trade-off) entre soluções em função do compromisso com os resultados, é importante saber que, na maioria das vezes, não há valores absolutos, tudo gira em função da expectativa do cliente. É importante saber que a melhor solução não é necessariamente aquela tecnicamente mais perfeita, mas aquela que entrega o melhor compromisso entre resultado, custo, tempo, conveniência. Mas tudo isto sem deixar de ser engenheiro, sem esquecer o principal fator que o levou ali: a paixão por criar, desenvolver, construir. Carlos Eugênio Fonseca Dutra é engenheiro mecânico pela PUC/MG, pós-graduado em administração de marketing pela UNA/BH, é diretor de planejamento e estratégia de produtos e desenvolvimento de negócios mercado externo da FIAT. Responde pelo posicionamento estratégico da marca, pelo planejamento estratégico de mercado e produto, pesquisas de mercado, alianças e parcerias com outras montadoras e pelas exportações da Fiat para a América Latina. Iniciou sua experiência no ramo automobilístico em 1979 e em 1983.
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Berço da Indústria siderúrgica do País
SIDERURGIA Berço Mineiro
Ruínas da Fábrica de Ferro Patriótica Em um bem elaborado trabalho em setembro de 2003, amparado em significativa bibliografia, o professor José Roberto Salles de Paula mostra a importância histórica da Fábrica de Ferro Patriótica para Minas Gerais como o berço da siderurgia do Brasil. O ciclo de implantação das primeiras siderúrgicas do Brasil começou em outubro de 1808, quando o naturalista mineiro Manoel Ferreira da Câmara Bittencourt e Sá - o Intendente Câmara - iniciou a construção da Real Fábrica de Ferro do Morro do Pilar em Minas Gerais. Dois anos depois, em dezembro de 1810, o sueco Carl Gustav Hedberg começa a construção da Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema em São Paulo. E, completando este ciclo, a Fábrica de Ferro Patriótica teve a sua construção iniciada em dezembro de 1811 nas proximidades de Congonhas do Campo em Minas Gerais pelo oficial alemão Wilhelm Ludwing von Eschwege. • Em 12 de dezembro de 1812, Eschwege produz a primeira lupa de aço na Fábrica Patriótica, inaugurando a era da Indústria Siderúrgica Brasileira. • O Intendente Câmara faz correr, pela primeira vez no país, em janeiro de 1813, gusa líquido de um alto-forno na Morro do Pilar, consolidando Minas Gerais como o berço da Indústria Siderúrgica do Brasil. • Hedberg inicia a produção das pri-
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meiras lupas de aço na Ipanema em abril de 1814. • O alto-forno da Ipanema produz a sua primeira corrida de gusa líquido em 1º de novembro de 1818 pela ação do também oficial alemão Friedrich Ludwig Varnhage, que, por isso, é reconhecido como o quarto dos personagens de proa desse período histórico. Por essa razão, a Real Fábrica de Ferro Patriótica foi tombada em 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, como a primeira “fábrica de ferro” ou siderúrgica do Brasil. Sendo a siderurgia mineira de grande importância econômica para todo o país, há um conjunto de ações no processo que colaborariam para que se produzam os efeitos esperados, não só a preservação histórica, como também o incentivo e reconhecimento da excelência da engenharia e das empresas mineiras nesse setor. Atenta às ações de integração, valorização e desenvolvimento da Engenharia mineira, a SME, acolhendo o convite da empresa VALE, visitou em outubro de 2008 a Fábrica de Ferro Patriótica, que se encontra em ruínas. Mas, afortunadamente, o sítio está sendo mantido em bom estado de conservação pela VALE, o que estancou o seu processo de degradação.
Por Lauro César de Abreu
Propostas - Seguem alguns resultados da visita do presidente da SME e dos membros da Comissão Técnica. • Nas condições atuais, não é possível abrir o sítio à visitação pública, uma vez que se encontra em uma área industrial com intensa movimentação de veículos pesados nas vias de acesso e, mesmo por meio do programa “Visitas à VALE”, o acesso diário seria difícil. • No futuro, com a construção de um acesso independente ligando à BR 040 para contorno da área industrial, a fábrica poderá se tornar um ponto de visitação e atração turística, se dotada de uma conveniente infra-estrutura.A área da Fábrica está em local aprazível e inclui uma Casa de Hóspedes e outras construções que podem ser transformadas em hotel, restaurante, auditório, museu e outros ambientes, fazendo do local um centro de referência para estudos de siderurgia, o que viabilizaria a sua preservação histórica. • A restauração e exploração desse complexo, negociada com a VALE, poderá se tornar viável ao empreendimento privado, aliada ao fato de estar localizada na área da Estrada Real, o que lhe garante apoio do setor produtivo e do governo. O seu perfil poderia se enquadrar em projeto cultural com incentivos fiscais do governo federal. LAURO CÉSAR DE ABREU é engenheiro metalurgista, pela Escola de Minas de Ouro Preto - EMOP; mestre em administração pela UFMG e Membro da Comissão Técnica de Mineração e Metalurgia da SME..
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OpINIÃO Formação em Engenharia
A formação atual do engenheiro brasileiro ciclo da transformação da C&T em
Na Educação Superior bra-
riqueza e melhoria da qualidade de
sileira atual, um princípio básico da
“Nada mais é que, através de
vida, um processo globalizado que
LDB é a flexibilidade curricular. Ele re-
uma bem regulada formação básica
tem sido crescentemente impul-
lativiza o antigo “padrão” de conteú-
comum a todos os engenheiros, pre-
sionado pelo consumo. A forma-
dos curriculares, para buscar a
pará-los para a educação continuada
ção
então,
formação de “um perfil mais genera-
de acordo com as especificidades e
sofrendo transformações lideradas
lista do egresso”. Um “engenheiro ge-
requisitos da engenharia, ao posicio-
pelas forças dos mercados há três
neralista” é, então, o profissional que
namento dinâmico de seus eixos de
décadas, o que requer do enge-
agrega à sua formação maior habili-
formação, às oscilações dos mercados
nheiro novas competências, habili-
dade humana, pelo deslocamento do
e, até mesmo aos “solavancos” do
dades e atitudes. No Brasil, as
seu eixo “tecnicista” anterior. Para
processo stop & go que tem caracte-
Diretrizes Curriculares para os
isso, limitou em até 50% a parte regu-
rizado a história do desenvolvimento
Cursos de Engenharias (2002), im-
lada do curso (contra quase 100% an-
de infra-estrutura no Brasil”.
postas pela LDB, Lei das Diretrizes
teriormente), deixando livre à escola
e Bases da Educação (1996), em
a definição dos conteúdos de “forma-
A engenharia tem grande re-
muitos aspectos refletem com
ção específica” (especialista). Conce-
lação com o desenvolvimento porque
algum atraso as reações do Go-
deram-se, portanto, autonomia e
exerce papel crucial na etapa final do
verno a esse cenário.
agilidade à escola para rastrear a dinâ-
Por Flávio Carvalho
profissional
vem,
23
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OpINIÃO Formação em Engenharia
mica da tecnologia e dos mercados,
seada em engenharia que produz
cionais na infra-estrutura e ameaça a
ao se regular somente uma “formação
automóveis, moda, celulares, en-
sustentabilidade do modelo.
essencial básica comum”.
tretenimento, aviões, alimentos, computadores, ao lado das tradicionais
Nesses aspectos, a falta de
Duas conseqüências dessas
indústrias de construção, transforma-
engenheiros na recente retomada do
mudanças são notáveis. A primeira é
ção, agrícola e mínero metalúrgica.
desenvolvimento não é consistente
a redução de custos dos cursos de
Estas duas últimas, mundialmente
com o modelo de formação, o cresci-
engenharia pela introdução de disci-
competitivas, produzindo exporta-
mento geométrico das graduações e
plinas de menor custo. Atraindo a es-
ções que compensam royalties, im-
o percentual dos graduados que não
cola privada para o atendimento da
portações e o baixo valor agregado
conseguem se inserir no mercado.
demanda reprimida por vagas, esta au-
médio da produção nacional. Em re-
Mesmo as alegadas pouca maturidade
mentou a oferta, a ponto de estar gra-
sumo, se há oportunidades e ameaças
e a perda da competência em enge-
duando mais que a escola pública. A
nas transformações, o Brasil soube
nharia do Estado não se justificam
segunda, possivelmente não pre-
aproveitar as primeiras.
diante da enorme capacidade de
vista, foi a proliferação de
adaptação dos mercados, seja
denominações de cursos
pela elevação dos salários,
de engenharia, causando
seja por programas de curto
perplexidades ao MEC e ao
prazo para qualificação ou re-
Sistema CONFEA. É igual-
qualificação.
mente importante constatar que há convergência entre o
Essa crise da engenharia
perfil do engenheiro infor-
não é exclusiva do autor, nem
mado pelo setor produtivo e
privilégio do Brasil. Com mo-
o definido pelo sistema de
tivações diversas, ela é enca-
ensino, sendo, portanto, ra-
rada com seriedade em países
zoável supor que esta ade-
desenvolvidos,
ações concretas no enfrentamento da-
quação contemple a demanda por se originar de um processo sob a lógica
Porém, é intrigante que essa
quilo que tem sido chamado de distur-
dos mercados, dos lados do “pro-
sistemática - que pelo menos em tese,
bing mosaic, um movimento de forças
duto”, “fornecedor” e “cliente”.
ocorre há mais de vinte anos - não
muitas vezes antagônicas, despertadas
tenha ainda preenchido todos os gaps,
pela globalização das economias, e que
poderia,
principalmente no setor de infra-estru-
atuam também na área do conheci-
então, tranquilizar-se. A capacidade de
tura, onde lacunas são identificadas em
mento aplicado. É também interessante
formar engenheiros dinamicamente
setores mais “antigos” da engenharia,
que os países ricos reconheçam, como
adequados ao mercado de trabalho
tradicionalmente competentes. A agra-
premissas, duas realidades que se en-
teria sido restaurada, induzida antes
var o quadro, o Brasil estar exaurindo
caixariam no cenário brasileiro. A pri-
pelos mercados e, após, adotada pelo
a sua infra-estrutura instalada e priori-
meira, que, se esse mosaico de
sistema formal de ensino. A endossar
zando uma sociedade de consumo, o
distúrbios foi produzido pelas forças
este fato a consolidação no Brasil das
que, se foi decisivo no enfrentamento
de mercado, ajustes só poderão ocor-
últimas décadas de uma indústria ba-
da crise financeira, cria ocupações adi-
rer a partir de (competentes) ações de
O
24
ensejando
observador
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Governo. Em segundo lugar, a perda do
passe” estaria no próprio “espírito”
A segunda medida, de cará-
prestígio social (e político) do enge-
da legislação. Surpreende-nos, por-
ter normativo, é no sentido de assegu-
nheiro sendo encarada como pro-
tanto, que ela não esteja minima-
rar a sólida formação básica e comum
blema para o desenvolvimento da
mente assegurada na regulação de
ao engenheiro (aliás, a função da parte
engenharia (um dos raros documentos
procedimentos e diretrizes.
regulada de curso), essencial à sua sobrevivência no mercado de trabalho
existentes na literatura, o “Inova Engenharia”, da CNI, aprofunda esse tema
A engenharia não pode ser
porque permite a mobilidade “enge-
sob o título Panorama Internacional).
gargalo no atendimento de nenhuma
nheiro generalista/engenheiro especia-
demanda nacional sobre ela – e nem
lista” e, para os mercados, a forma de
Mas, no Brasil, o assunto
haverá tempo para correções no
baratear e reduzir o ciclo do processo
desperta pouca atenção de Gover-
caso da infra-estrutura – e, por isto,
“engenheiro graduado/engenheiro re-
nos, escolas de engenharia, sindicatos,
a SME procura formular propostas
qualificado”. Nada mais é que, através
entidades de classes produtivas,
concretas. Entre outras ações, a SME
de uma bem regulada formação básica
CONFEA-CREAs, sendo raras as pes-
aprovou no IV ENEDS – Encontro
sólida comum a todos os engenheiros,
quisas estruturadas. Assim, na falta de
Nacional de Engenharia e Desenvol-
prepará-los para a educação conti-
achados científicos, resta a análise da
vimento Social ocorrido na Escola
nuada de acordo com as especificida-
“falta” de engenheiros a partir da ob-
de Engenharia da UNICAMP, o ar-
des e requisitos da engenharia, ao
servação e da experiência.
tigo intitulado “Diretrizes Curricula-
posicionamento dinâmico de seus
res para os Cursos de Engenharia:
eixos de formação, às oscilações dos
Refletindo sobre esse para-
um Aprimoramento”, assinado pelo
mercados e até mesmo aos “solavan-
doxo - falta e oferta simultâneas de
Professor Doutor em engenharia da
cos” do processo stop & go que tem
engenheiros -, ele pode sugerir que,
EEUFMG Alessandro M. Figueiredo
caracterizado a história do desenvolvi-
diferentemente do perfil médio
e este articulista, membros da Co-
mento de infra-estrutura no Brasil.
(e majoritário) do engenheiro, o sis-
missão Técnica de Educação em En-
tema não contemplou “desvios” com
genharia (disponível no sítio da
a mesma eficácia. E mais, que nestes
SME). O trabalho tem como pre-
perfis “carentes”, os conteúdos
missa o limitado grau de liberdade
podem ter valor comparativo maior
dos mercados nessa área e propõe
que o médio e que não poderiam ser
duas medidas.
tão relativizados. Se for assim, alguns ajustes deveriam ser buscados, pre-
A primeira, focada na qua-
servando-se bons princípios para não
lidade acadêmica, aponta para a
haver retrocessos em um sistema
imprescindibilidade do uso de me-
que é o formalmente adequado.
todologias eficazes “ensino/aprendizagem” para convergir o perfil real
De outro lado, como uma
do egresso ao perfil idealizado, sem
Flávio Carvalho é técnico em eletrônica, engenheiro
sólida formação básica comum inega-
o que, diretrizes e normas se redu-
eletricista e de telecomunicações, pós-graduado em
velmente predispõe o engenheiro à
zem a um rol de (excelentes) pro-
engenharia econômica, coordenador de cursos de
qualificação em áreas mais intensivas
pósitos e intenções (o Inova
pós-graduação para especialização de engenheiros
em conteúdos, a receita para este “im-
Engenharia foca bastante este tema).
e é Superintendente Técnico da SME.
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Patente é abordada em filme País: EUA Ano: 2008 Género: Drama Realização Marc Abraham Intérpretes Jake Abel, Aaron Abrams, Greg Kinnear
O processo judicial movido pelo engenheiro e professor universitário de Detroit, Robert Kearns, contra a Ford pelo roubo de um invento de sua autoria nos anos 60 é relatado. O filme “Jogada de Gênio”, dirigido por Marc Abraham, revelando a mentira, a chantagem e o suborno por parte do monopólio americano e a determinação do homem que não sossegou enquanto não colocou os ladrões no banco dos réus.
LITERATURA
Dica Técnica
Engenharia Diagnóstica em Edificações
O livro "Normas Técnicas para Enge-
A publicação aborda os aspectos teóricos e
nharia Diagnóstica", de Tito Lívio Ferreira
práticos da Engenharia Diagnóstica em Edifica-
Gomide, Jerônimo Cabral P. Fagundes
ções, desde o início do empreendimento com
Neto e Marco Antonio Gullo, mostra a le-
a vistoria do terreno e vizinhança, passando
gislação necessária para a elaboração de
pela fase da obra e finalizando na obra con-
bons relatórios de vistoria, laudos de inspe-
cluída e suas anomalias. Os autores ainda for-
ção, de perícia e de auditoria, além de ferra-
necem inúmeros exemplos de laudos para
mentas de engenharia diagnóstica.
ajudar os profissionais que trabalham na área.
SME Seja um associado Compromisso com Você!
Compromisso com o futuro
A Sociedade Mineira de Engenheiros, por meio da sua equipe, tem desenvolvido uma série de trabalhos para atender cada vez mais e melhor a cada um dos associados. Em seus 78 anos de existência, a SME trabalha para integrar, desenvolver e valorizar a Engenharia, a Arquitetura, a Agronomia e seus profissionais, contribuindo para o aprimoramento tecnológico, científico, sócio-cultural e econômico.
Aprimoramento profissional e inovação tecnológica também têm sido uma das grandes bandeiras da SME na busca em oferecer os melhores produtos e serviços para você e sua família.
Produtos e Serviços Em nosso site há uma série de produtos e serviços como cursos, palestras, seminários, eventos e
26
uma extensa gama de convênios que você poderá desfrutar. São descontos de até 20% em academias, empresas automotivas, de artigos de decoração, buffets, clubes, consultórios, cursos de idiomas, empresas de turismo, faculdades, floriculturas, gráficas, informática, laboratórios, óticas, planejamento financeiro, seguros, serviços fotográficos, hotéis, beleza e estética, dentre outros.
Por meio do nosso site: newsletters, revistas, eventos e participação nas redes sociais, a SME tem se tornado, cada vez mais, um canal aberto para ouvir suas sugestões e para representar seu interesse. Aproveitamos para nos colocar à disposição para outras informações e demandas. Acesse: www. sme.org.br.
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A SME lança a 9ª edição da Revista Desde a sua primeira edição em 1986, a revista apresenta sugestões e se posiciona de forma crítica diante de questões polêmicas.
Angela Menin, Engenheira Elétrica e membro da Comissão Técnica de Energia
A SME tem sido para mim, muito mais que um fórum de discussão das questões da engenharia e de troca de experiências profissionais, pois tenho me beneficiado, através da participação nas Comissões Técnicas, da convivência e da amizade de muitos colegas.
Frase do Mês
EVENTOS
Engenharia em foco
Fique atento ao calendário de eventos. Neste ano, a SME realizará uma série de encontros, seminários, reuniões e eventos para trabalhar a favor da valorização profissional dos engenheiros, agrônomos e arquitetos. Confira em nosso site: www.sme.org.br
Nayara Lage Silva, aluna de Engenharia Ambiental da Fumec, vencedora do 4º lugar do Prêmio SME de Ciência e Tecnologia, ao lado do diretor da Fapemig, professor doutor José Policarpo
“Fiquei emocionada e lisonjeada por ganhar um prêmio tão importante. Acho a iniciativa da SME excelente e inovadora. Processos como esse, fazem a diferença para o desenvolvimento tecnológico de Minas”.
Já conseguimos fazer videoconferências e muitas outras coisas pela Internet. Mas ainda não há como substituir o contato físico. Eu quero o teletransporte — e sem jet-lag! Tim Koogle, 46 anos – Presidente da Yahoo!
Sugestão de pauta para a Revista Mineira de Engenharia da SME, enviada pelo Engenheiro Marco Antônio Lemos, coordenador Regional do CREA/MG. “A atualização profissional, frente aos diversos mercados de trabalho, é uma preocupação para os engenheiros e precisa ser discutida. Outro assunto de extrema relevância é referente aos profissionais que vão entrar no mercado. Estamos em período de início de vestibulares. Fazer um apanhado geral sobre as diversas aplicações da engenharia e os diversos cursos de engenharia disponíveis no Estado, seria uma matéria interessante”. Envie a sua sugestão para: assessoriadeimprensa@sme.org.br
PRÊMIO - “Sou uma grande admiradora da Sociedade Mineira de Engenheiros e de sua revista, que aborda informações interessantes e diversas novidades. Fiquei muito feliz por ser agraciada pela segunda vez no Prêmio SME de Ciência e Tecnologia, afinal este prêmio representa o reconhecimento do meu trabalho e da minha dedicação. Não só minha, mas dos meus orientadores também. Acho ótima a iniciativa da SME, e acredito que é uma forma de estimular a pesquisa, a inovação e a criatividade. Aprendi e cresci muito escrevendo os trabalhos que enviei para o prêmio, e não pretendo parar por aqui. Esse é meu último ano de graduação e já estou pensando no meu próximo trabalho, quem sabe não vem mais um prêmio por aí, não é?!” Marcela Fernandes Pieroni, graduanda de Engenharia Ambiental, da Universidade Federal de Itajubá, com o pai, Ivaldo Pieroni, a orientadora e professora da UNIFEI Regina Mambeli, a mãe, Niguimar Pieroni e a avó, Lourdes da Silva Fernandes e a coordenadora da Comissão de Educação em Engenharia da SME, Marita Areas de Souza Tavares, no 18º Prêmio de Ciência e Tecnologia
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INfRAESTRUTURA Aviação
MINAS INVESTE EM INFRAESTRUTURA AEROPORTUÁRIA Serão 25 aeroportos revitalizados ainda em 2010 Com foco na aviação comercial, assistência aeromédica, casos de urgência, turismo e prestação de serviços, um programa de implantação de aeroportos no Estado pretende facilitar o acesso a dezenas de municípios e fomentar a economia mineira. Através do programa PROAERO, os aeroportos mineiros começaram a ser entregues em setembro de 2009 e terão investimentos de quase R$ 200 milhões para a melhoria da infraestrutura. O modal aéreo reduz o tempo das viagens, contribuindo para o incremento do turismo e o escoamento da produção. Até o início do ano, foram entregues 18 aeroportos que passaram por melhorias e expansão da capacidade de passageiros, com R$ 56 milhões investidos nos terminais de Capelinha, Curvelo, Divinópolis, Guaxupé, Lavras, Ouro Fino, Passos e Piumhi. A revitalização e a implantação dos terminais iniciaram-se em 2003 e foram Intensificadas em 2006, atreladas a programas estruturadores dos Governos Estadual e Nacional. De acordo com o gerente do Proaero, Marcos Migliorini, a iniciativa é uma garantia que os aeroportos serão revitalizados de acordo com as normas de adequação aero-
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portuária e que, por estarem inseridas em programas estruturadores, terão acesso pavimentado. Marcos Migliorini explica que a seleção dos aeroportos foi baseada em uma distribuição estratégica do Estado, levando-se em consideração a densidade populacional, a economia e as necessidades de cada região, nas melhorias previstas no Plano Aeroviário do Estado de Minas Gerais - PAEMG e nos pareceres técnicos, resultado das vistorias realizadas pelo Comando da Aeronáutica em parceria com o Estado.“O objetivo do programa é dotar o Estado de uma rede de aeroportos de pequeno e médio porte, com o objetivo de impulsionar a aviação regional e sub-regional, melhorando as condições de transporte de carga e passageiros”, afirma o gerente.
“A logística foi baseada no índice de desenvolvimento para atender às questões sociais, econômicas e de segurança. Por proporcionar suporte social em casos de eventualidades, se tornam assim, uma porta de entrada de ajuda para atendimento florestal e patrulhamento aéreo”. A iniciativa pode ainda favorecer investimentos de empresas interessadas em instalar-se nas cidades ou melhorar o acesso dos empregados de grandes empresas já instaladas, como é o caso de Capelinha, localizada perto da planta da Arcelor Mittal Enertética, que cultiva eucaliptos para abastecer de carvão os altofornos das siderúrgicas
FOMENTO ECONôMICO
O gerente do programa afirma que a medida vai atrair algumas empresas aéreas, como no caso de São João Del Rei, que já conta com dois vôos regulares para o Rio de Janeiro.
Para a escolha dos aeroportos a serem revitalizados também se levou em conta, segundo Marcos Migliorini, o interesse de empresas aéreas em implantar vôos, a vocação das cidades para o incremento turístico e, até mesmo, a necessidade da Secretaria de Saúde em atender populações com pouca acessibilidade.
A Trip Linhas Aéreas inaugura até o fim de fevereiro dois vôos diários na rota BH – Varginha – Guarulhos, que vão operar de segunda à sexta-feira. O novo terminal de acesso aos passageiros foi construído em formato de nave espacial e terá área para a polícia federal.
fOTO:BR UN V I T
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C i d a d e s q u e j á g a n h a r a m i nve s t i m e n t o s Pouso Alegre
Poços de Caldas
Varginha
Juiz de Fora
São João Del-Rei
Frutal
Diamantina
Araxá.
Iturama
Oliveira
Ituiutaba
Guanhães
Manhuaçu
Governador Valadares
Cidade
Término das obras
Investimento
Ouro Fino
Setembro de 2009
R$ 2,29 milhões
Curvelo
Novembro de 2009
R$ 5,7 milhões
Guaxupé
Dezembro de 2009
R$ 3,52 milhões
Passos
Janeiro/Fevereiro de 2010
R$ 6,18 milhões
Divinópolis
Janeiro/Fevereiro de 2010
R$ 11,5 milhões
Capelinha
Janeiro/Fevereiro de 2010
R$ 10,23 milhões
Piumhi
Janeiro/Fevereiro de 2010
R$ 6,77 milhões
Lavras
Janeiro/Fevereiro de 2010
R$ 10,35 milhões
Ubá
Março 2010
R$ 23,14 milhões
Viçosa
Março 2010
R$ 5,28 milhões
Cláudio
Setembro 2010
R$ 13,41milhões
CTT da SME opina sobre reflexos no transporte mineiro A Comissão Técnica de Transportes compartilha a expectativa de que o programa trará benefícios consideráveis à intermodalidade de transportes no Estado e, em consequência, à economia mineira. No contexto de Minas Gerais e com a globalização dos produtos e ideias que envolve pessoas e empresas, o setor aeroportuário passa a ser fun-
damental na infraestrutura de Minas Gerais. Deve-se considerar que o Estado tem área territorial similar à da França, possuindo uma diversidade regional representada por sua riqueza de culturas, climas, relevos por onde se desenvolve variada gama de produção agropecuária, m í n e ro - m e t a l ú r g i c a e d e informática, gerando pólos produtores de fun-
damental importância e que vão se transformando nos chamados clusters. Pelas cidades que foram relacionadas pode-se perceber que se buscou uma distribuição geograficamente estratégica no âmbito de todo o território estadual, dotando-o de uma rede aeroviária que, de fato, deverá promover uma integração modal para a melhoria da sua infraestrutura de transportes.
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Você escolhe os planos da sua vida.
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ARqUITETURA
Direito Autoral
DIREITO AUTORAL EM ENGENHARIA E ARqUITETURA Por Alberto Dávila
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A preocupação com o
dutibilidade Técnica” em relação às
sadores, mas em alguns pontos, merece
Direito Autoral, ou seja, com o di-
obras de arte multiplicáveis, a situação
críticas, quando determina que a pro-
reito que o autor tem sobre sua cria-
começou a mudar. De repente, os
priedade autoral só se aplica a pessoas
ção intelectual, nem sempre existiu.
autores perderam o controle sobre o
físicas. Por exemplo, alijando das em-
Há não muito mais que um século, o
alcance e aplicabilidade de seus concei-
presas o direito sobre seus auspícios
interesse dos pensadores e criadores
tos e criações. Sendo vítimas de copia-
intelectuais, o texto revela-se míope
poderia ser até o oposto, divulgando
dores e usurpadores inescrupulosos,
em relação ao mundo contemporâneo.
ao máximo seus ideais e soluções por
muitas vezes perderam até a proprie-
Em um contexto onde os projetos
meio da reprodução. Entre mestres e
dade de sua criação. Injustamente, os
mostram-se cada vez mais complexos,
discípulos, era difícil distinguir até
frutos de seu labor intelectual, em si-
coletivos e multidisciplinares, a reunião
onde ia a mão de uns e começava a
tuações extremas, passaram a remune-
de um somatório de direitos indivi-
de outros. Esta prática não deixava de
rar os falsos idealizadores ou meros
duais – como o de uma equipe - sob a
reverter em vantagens profissionais
atravessadores e aproveitadores.
égide de uma empresa que os repre-
para os mentores originais das ideias,
Uma legislação que garantisse
reconhecidos como a fonte original
os direitos sobre a criação intelectual
do conhecimento. A estes eméritos
foi um passo muito bem-vindo neste
Embora com suas falhas e
eram devidas, portanto, todas as hon-
processo. Sem ela, não haveria estímulo
sendo uma legislação até já antiga,
ras e dividendos – políticos, científicos
para que um indivíduo ou grupo dedi-
o conceito de proteção aos direi-
e também numerários.
casse sua inteligência à produção de
tos sobre a propriedade intelec-
A partir do momento em
algo intangível como é o conheci-
tual permanece como verdadeira
que a multiplicação – ou cópia – das
mento, sem a garantia de uma recom-
novidade para muitos que, seja
ideias passou a ser um negócio em si,
pensa
esforços
por ignorância ou, quem sabe, por
com o advento do que Walter Benja-
empreendidos em sua obtenção. A lei,
conveniência, preferem manter-se
mim identificou como a “Era da Repro-
no todo, favorece os criadores e pen-
à parte das disposições legais.
adequada
pelos
sente nos parece não só possível como natural e desejado.
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No caso particular do Brasil, às leis abrangentes sobre direito auto-
mentos sobre a ascendência autoral
tros. A propósito, não vemos um fluxo
para o inadequado âmbito das ART´s.
prolífico de patentes e registros indus-
ral somam-se as definições comple-
É possível também que, en-
triais em nosso setor, nem tampouco
mentares, setoriais, como ocorre com
volvido em sua prática burocrática, o
um órgão que incentive a proteção
a área de Engenharia e Arquitetura.
sistema mal compreenda o papel e o
legal, enquanto fiscaliza a utilização das
Especificamente no setor,
alcance de seus procedimentos. Isto fa-
inúmeras invenções que ocorrem das
no qual o âmbito da prestação de
vorece deslizes de processamento pelo
pranchetas e computadores aos can-
serviços é preponderante, por
CREA, dando a inescrupulosos um di-
teiros de obras.
meio do desenvolvimento de pro-
reito equivocado de clamar a “autoria”
jetos-base para a construção e
sobre o que não lhes pertence.
instrumentação
da
sociedade,
estes conceitos sobre o direito do autor à sua criação, parecem ainda bastante nebulosos. A responsabilidade pelas indefinições começa pelo próprio fracionamento da legislação, que deixa a cargo das entidades de classe, a responsabilidade pelo detalhamento e aplicação da lei, por meio de resoluções, normas e procedimentos próprios.
Falta ao sistema a assunção de uma posição organizadora e filtra-
Uma simples checagem téc-
“
dora das demandas sobre a questão autoral, no mínimo antecipando e evi-
O Sistema CONfEA/CREA esquiva-se de assumir um papel holístico em relação à questão dos direitos autorais no setor
”
tando litígios entre os próprios engenheiros e arquitetos. Isto poderia acontecer por meio de orientações quanto à estruturação intrínseca dos processos de registro, sem, é claro, deixar de atuar na defesa dos direitos autorais dos profissionais em sua relação com o mercado. Um organismo com domínio conceitual da lei, que a faça cumprir de maneira preventiva e obje-
Em nosso entendimento, a
nica e rigorosa de documentos evitaria
tiva, seria ideal para clarificar e conferir
entidade reguladora do exercício pro-
indesejados desdobramentos futuros.
ordem à abordagem do direito à auto-
fissional de engenheiros, arquitetos e
Sendo uma espécie de cartório de re-
ria, que hoje transcorre de maneira
agrônomos parece um pouco perdida
gistro de procedimentos técnicos, um
confusa e ambígua, além de ética e eco-
em meio ao tema, mergulhada em seus
bom espelho para a instituição seria,
nomicamente insatisfatória.
próprios procedimentos burocráticos,
exatamente, os cartórios notariais e de
que justificam sua existência. O sistema
registros, onde ninguém registra um
CONFEA/CREA esquiva-se de assumir
imóvel em seu nome se não apresentar
um papel holístico em relação à ques-
uma enorme lista de documentos
tão dos direitos autorais no setor.
comprobatórios e fidedignos que ates-
Sendo o Sistema o canal oficial para o
tem a credibilidade do ato de compra
estabelecimento de autoria, impõe-se
e venda. Não se trata de alimentar a
tão pouco como articulador, e a maio-
burocracia, mas no que tange à garantia
ria dos profissionais ainda confunde
legal de direitos, todo cuidado é pouco.
“Responsabilidade Técnica” – aquela
Em um âmbito ampliado em
registrada por meio do famoso formu-
relação aos direitos autorais de enge-
lário “ART” – com a anotação do Di-
nheiros e arquitetos, ressentimo-nos
Alberto Dávila é Engenheiro Arquiteto, graduado em
reito Autoral. Ocorre, porém, que o
de uma atuação pró-ativa do sistema
1974 pela UFMG. Há 21 anos dirige a Dávila Arqui-
processo de registro da autoria é com-
CONFEA/CREA na defesa autoral de
plexo, burocrático, demorado. Então,
seus membros, quem sabe nos moldes
sendo pouquíssimos os que o em-
dos organismos de gestão dos direitos
preendem, deslocam-se os questiona-
de música, cinema, software, dentre ou-
tetura e uma equipe de mais de 100 profissionais. Foi professor de graduação e pós-graduação (FAMIH/IPEAD), palestrante em vários seminários no Brasil e América Latina e é atualmente membro da Comissão Técnica de Construção Civil da SME.
33
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ENGENHARIA CIVIL
Viaduto das Almas
Viaduto das Almas deixa marcas históricas De obra prima à causadora de centenas de mortes
quem transita pela BR-
Inaugurada pelo presidente
pelos viadutos da Serra e do queias
040 entre Rio de Janeiro e Belo
Juscelino Kubitschek na década de
na BR 381, depois de Betim, na saída
Horizonte passa por um dos mais
50, a construção está em vias de ser
para São Paulo.
temerosos viadutos do Brasil.
desativada. Composto também por
Próximo a Itabirito, km 592, após
um mirante, o conjunto arquitetô-
De acordo com o enge-
um declive de quase 4 km, ao
nico foi projetado e executado pelo
nheiro Geraldo Dirceu de Oliveira,
acessar o Viaduto das Almas, o
engenheiro Sérgio Marques de
coordenador da Comissão Técnica
motorista se depara com uma
Souza, considerado o maior proje-
de Transportes – CTT da SME, os
obra em curva de 45 metros de
tista, calculista e construtor de pon-
jornais estamparam foto da obra, re-
altura, 262 metros de extensão e
tes e viadutos do Brasil.
pleta de elogios à engenharia nacional pela sua construção em curva.
8,20 metros de largura, cons-
34
truída e inaugurada em 1957.
A obra custou aos cofres
Por baixo, altos pilares intertravados
Entre 2007 e 2009 foram mais de
públicos 9 milhões de cruzeiros e foi
de concreto armado. “O estilo da
200 acidentes e cerca de 200
o segundo viaduto mais caro cons-
obra depende da topografia, das con-
mortes. Alguns alegam má sinali-
truído entre Belo Horizonte e Pe-
dições naturais da região, dos recur-
zação, outros, construção em
trópolis. O famoso engenheiro
sos e das técnicas disponíveis, por
local inadequado, mas o que pa-
também foi responsável pela cons-
isso é que, talvez, a obra tivesse sido
rece mais plausível é que a obra,
trução da Ponte da Amizade, entre
construída em curva. Foi feito com
ao longo do tempo, perdeu a fun-
o Brasil e o Paraguai, em Foz do
um sistema de pilares intertravados
cionalidade com o aumento do
Iguaçu, e pelos outros quatro viadu-
de seção quadrada, com pequenas
fluxo de veículos e com a impru-
tos do contorno da cidade de San-
dimensões e intertravados com vigas
dência dos motoristas.
tos Dumond na mesma rodovia e
horizontais, formando uma perfeita
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estrutura hiperestática e indeformá-
tes veículos por semana. Está supor-
tins, empresa que executou a nova
vel. Uma obra estupenda da nossa
tando uma carga muito além do que
obra, cuja inauguração acontece em
engenharia para a época e que ven-
foi previsto e muitos motoristas são
março deste ano. A placa inaugural
ceu o tempo sem nenhum recalque,
imprudentes. Isso me causa uma in-
do novo viaduto será colocada na
mantendo a solidez ao longo dos 50
dagação: como será que nós, enge-
sua cabeceira.
anos de utilização”, afirma.
nheiros de hoje, seremos avaliados nos próximos 10, 15, 20 anos”, questiona Dirceu.
Márcio Rocha Martins sempre foi associado da SME, ocupou a presidência do Sindicato da Indústria
Geraldo Dirceu de Oliveira, coordenador da Comissão Técnica de Transportes da SME
O complexo que substi-
da Construção Pesada no Estado de
tuirá o Viaduto das Almas será deno-
Minas Gerais e fez parte da diretoria
minado Viaduto Márcio Rocha
da Associação Nacional das Empre-
Martins. A certidão de nascimento
sas de Obras Rodoviárias. Em sua
do viaduto foi publicada no Diário
fundamentação, o projeto diz que o
Oficial da União (DOU) do dia 15
engenheiro “foi construtor e res-
de janeiro, sob a rubrica de Lei
ponsável técnico de inúmeras obras,
12.194, e sancionada pelo presidente
como pontes e viadutos que, se so-
da República, Luiz Inácio Lula da
madas, ultrapassariam mais de 40 mil
Silva. O autor da proposta é o depu-
metros de extensão”.
No entanto, transitam hoje
tado federal José Santana de Vascon-
sobre o viaduto caminhões chama-
cellos (PR-MG), que protocolou o
Outras duas iniciativas de
dos bi-trem que transportam até 60
seu texto em junho de 2007 no
homenagens póstumas para batizar
toneladas e, diariamente, veículos de
Congresso Nacional. O homena-
o novo viaduto foram protocoladas
6 eixos transportando entre 35 e 40
geado Márcio Martins (1938/2006)
na Câmara dos Deputados. A pri-
toneladas. “Passam por lá 20 mil des-
foi diretor proprietário da M. Mar-
meira delas, assinada pelo Deputado
35
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ENGENHARIA
Viaduto das Almas
Jaime Martins (PR-MG), sugeria o
Almas. A alegação era que ele sem-
Passados alguns dias, o Mi-
nome de Risoleta Guimarães Tolen-
pre passava férias escolares na casa
nistro dos Transportes, Mário An-
tino Neves (1917/2003), esposa do
dos avós em Conselheiro Lafaiete e,
dreazza, assinou uma resolução
Presidente da República Tancredo
quando transitava pelo viaduto, o
trocando o nome do viaduto para
Neves (1910/1985). O texto chegou
nome “das almas” o fazia lembrar-se
Vila Rica, como escolhido pelas
ao Congresso em dezembro de
da Zelinha, apresentadora do pro-
crianças. O curioso é que os desas-
2005. A segunda proposta, apresen-
grama infantil da TV Itacolomi amada
tres no local pararam de ocorrer
tada pelo deputado Reginaldo Lopes
pelas crianças da época, que morreu
por um bom tempo. E, agora, Décio
(PT-MG), de dezembro de 2008, re-
em decorrência da queda de ônibus
Nazareth, hoje engenheiro do Es-
comendava o nome Viaduto Dom
da Viação Cometa naquele viaduto.
tado, faz o seguinte “apelo” ao amigo
Luciano
Mendes
de
Almeida
Nassaralla: “espero que o novo via-
(1930/2006).
duto com projeto de sua autoria venha a dar somente alegrias às
História, contos e verdades
crianças e aos adultos que por ele vierem a transitar, seja qual for o
Elzo Nassaralla, diretor da
nome escolhido”.
Enecon Engenheiros e Economistas Consultores, é o autor do projeto
Obra é inaugurada e
da variante que inclui o viaduto. O
pretende minimizar
diretor mostrou-nos um docu-
riscos de acidentes
mento de um amigo, o então repórter Décio Nazareth do antigo jornal
Em 1998, a obra de cons-
Diário da Tarde, contando um pouco
trução da variante foi contratada Diretor da Enecon e projetista da nova obra, Elzo Jorge Nassaralla
Décio conta que encon-
36
através de licitação, mas não foi executada por falta de recursos. Somente em 2006, os trabalhos foram
trou uma carta na redação do
O repórter decidiu reper-
iniciados, convocando-se a segunda
Diário da Tarde, encaminhada ao Di-
cutir o assunto na imprensa. Foi até
empresa colocada, a M. Martins En-
retor Geral do Departamento Esta-
o colégio e pediu aos alunos que fi-
genharia e Comércio Ltda.
dual de Trânsito, Delegado Helvécio
zessem uma votação sobre um novo
Arantes, escrita por uma criança. O
nome.Venceu o nome Vila Rica, quase
quem fala sobre as carac-
garoto era aluno do Grupo Escolar
empatando com o Viaduto Guadala-
terísticas da construção é o pró-
localizado em frente ao Departa-
jara, cidade mexicana onde a seleção
prio
mento, e pedia-lhe que mandasse
brasileira de futebol acabara de ga-
Nassaralla, Membro da Comissão
mudar o nome do Viaduto das
nhar a Copa do Mundo de 1970.
Técnica de Transportes da SME. “O
engenheiro
Elzo
Jorge
Crédito: Regina Cássia
da história do viaduto.
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trabalho gerou mais de 250 empre-
executada com aço especial, sem
projeto da variante, o que aumen-
gos diretos. A construção tem a al-
curvas e utilizando a técnica de con-
tou a sua extensão mas melhorou
tura máxima de 50 metros no seu
creto protendido.
o seu traçado, eliminou os problemas existentes e proporciona
ponto central e foi executada com defensas de concreto em todo o
Os recursos foram alo-
maior segurança viária aos que tra-
contorno, sinalização, 10m90 de lar-
cados pelo Governo Federal, to-
fegam pela rodovia. A medida foi to-
gura total e 7 metros de pista de
talizando investimentos de 27
mada
rolamento com 2m50 de acosta-
milhões de reais.
reparação dos danos causados pela
A Obra durou 12 anos
gastos
na
também, em virtude de problemas geológicos ocorridos nas proximi-
planejada para garantir a segurança De acordo com informa-
dades do antigo traçado projetado
ções do DNIT, houve um escorre-
da variante, mas em conseqüência,
A obra, segundo o diretor
gamento do solo próximo ao lugar
houve dilatação dos prazos de en-
da Enecom, obedece a todas as nor-
onde foi construída a ligação entre
trega da obra em virtude do pro-
mas da Associação Brasileira Nor-
a pista antiga e a variante.
cesso de alocação de recursos
mativa de Técnicas – ABNT e foi
diu-se, então, fazer a revisão do
do usuário”.
O viaduto é inaugurado e pretende minimizar riscos de acidentes
Crédito: Regina Cássia
evitar
erosão, que surgiu a posteriori, e,
mento. Além disso, a sinalização será reforçada e foi amplamente
para
Deci-
adicionais ao orçamento original.
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ENGENHARIA CIVIL
Viaduto das Almas
Progressão e execução da obra 12 ANOS ENTRE A ELABORAçãO E A CONCEPçãO DO PROjETO • 1988 – O Projetista do Viaduto das Almas fica impressionado em como o viaduto suportava o aumento do fluxo de veículos e, a partir daí é realizado o primeiro estudo para a criação de um novo projeto. • 2009 – cerca de 200 mortes ocorreram até 2009. • 1998 – O DNIT fez um projeto e contratou uma empresa para licitar a obra. • 2006 – foi chamada a segunda empresa colocada para executar a obra.
VALORES Novo Viaduto Antigo Viaduto das Almas
R$ 27 milhões Cr$ 9 milhões de Cruzeiros
CARACTERÍSTICAS Novo Viaduto
VelhoViaduto das Almas/Vila Rica
• Pista dupla • 21 metros de largura • 0,40 de defensas nas laterais • 7 metros de pista em cada lado • 2m50 de acostamento • 50 metros de altura em seu ponto mais alto • Faixa de segurança de 0,60 • 460 metros de extensão • Tangente em linha reta
• 9 metros de largura • Não possui defensas laterais • Não possui acostamento • 262 metros de extensão • Em curvas • Única via • 50 metros de altura
38
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MERCADO
Liderança Empresarial
Rodrigo Antônio de Paiva é engenheiro civil pela Universidade Federal de Minas Gerais com mestrado em Engenharia Civil e Mecânica pelo Massachusetts Institute of Technology – MIT
Idealizador do Prêmio SME de Ciência e Tecnologia é eleito líder empresarial pelo Fórum de Líderes Por juliano Nunes
O CEO da Paiva Piovesan, Rodrigo Antônio de Paiva, foi eleito, pelo 11º ano consecutivo, Líder Empresarial pelo Estado de Minas Gerais. A eleição é realizada há 32 anos junto a empresários e executivos de todo o Brasil, ligados ao Fórum de Líderes Empresariais. Em comunicado oficial, o Fórum de Líderes esclareceu que o pleito sempre é realizado de maneira democrática e sem pré-candidatos. De acordo com a instituição, estas características conferem legitimidade e autenticidade à escolha. Em Minas Gerais, foram premiados também os empresários Alair Martins, da Martins Comércio, Juscelino Martins, do Banco Triângulo, Aguinaldo Diniz, da Cedro Cachoeira e Luiz Garcia, da Algar. Rodrigo Antônio de Paiva é engenheiro civil pela Universidade Federal de Minas Gerais com mestrado em Engenharia Civil e Mecânica pelo Massachusetts Institute of
Technology – MIT, dos Estados Unidos. Ministrou palestras e cursos de pós-graduação em renomadas instituições como PUC Minas, Fumec e UEMG. Participou da direção de entidades de classe como a Sociedade Mineira de Engenheiros – SME, CREA e Associação das Empresas Brasileiras de Software – Assespro. Rodrigo Paiva preside a Paiva Piovesan, empresa fundada em 1990, em Belo Horizonte, atua no desenvolvimento de softwares de gestão de negócios voltados às pessoas físicas e grandes empresas. Entre os prêmios conquistados pela Paiva Piovesan estão o "Editor's Choice" e "Prêmio Info", da Revista Info Exame; "Líder Empresarial", pela Gazeta Mercantil, "Prêmio SEBRAE de Excelência Empresarial", única empresa vencedora em três edições. Em várias oportunidades, os softwares da empresa estiveram presentes como finalistas do Max Award/Fenasoft. A premiação aconteceu no dia 28 de novembro, no Golden Hall
do complexo WTC – Sheraton Hotel, em São Paulo. Cerca de dois mil líderes empresariais de todas as regiões do Brasil, atuantes nos principais segmentos da economia nacional, estiveram presentes ao evento. O Fórum de Líderes O Fórum de Líderes Empresariais notabilizou-se, desde a sua fundação em 1977, pelo pioneirismo e capacidade de mobilizar lideranças empresariais, produzindo visões e conteúdos de forte impacto na vida nacional. O evento adquiriu, com isso, credibilidade e prestígios únicos como um canal de relacionamento com um público altamente qualificado e interessado nas questões estruturais do desenvolvimento brasileiro. É com essa credibilidade que pretende organizar agora um novo movimento em torno da competitividade sustentável nos negócios, condição fundamental para que o Brasil ocupe, de fato, sua vaga de protagonista global de relevância.
39
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NEGÒCIOS Empreendedorismo
Empreendedorismo pode ser caminho para jovens O mundo do trabalho muda continuamente e abre espaço para quem tem projetos e
cios, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
disposição para ousar e o poder público começa
De acordo com o gerente da unidade de
a agir para auxiliar pequenos empresários. Con-
Educação do Sebrae Minas, Ricardo Luiz Pereira,
seguir aquele emprego seguro, com salário
historicamente, a sociedade brasileira não foi ed-
definido e certo, mas no negócio dos outros, não
ucada para empreender, mas para buscar em-
é a única alternativa. As oportunidades estão aí
prego.
para quem quiser fazer coisas novas.
relativamente novo no Brasil, se comparado a
“O
tema
empreendedorismo
é
outros países como EUA ou outros da Europa,
40
Pesquisa realizada pelo Global Entrepre-
como França e Inglaterra. Existe uma cultura mais
neurship Monitor (GEM), em 2008, aponta a ex-
propensa ao risco de empreender e o tema é de-
istência de quatro condições importantes para o
batido em escolas que possuem e criam um am-
empreendedorismo no Brasil: políticas governa-
biente propício à difusão do empreendedorismo”,
mentais, apoio financeiro, educação e capacitação.
explica. Para ele, existem algumas pessoas com
No país, existe uma média de dois empreende-
um dom natural para negociar, gerir, empreender,
dores por oportunidade para cada empreendedor
assim como existem outras com o talento para
por necessidade, ao passo que em países de renda
esportes, mas empreendedorismo pode ser ensi-
per capta alta essa relação chega a ser de sete
nado, praticado. “Muitos brasileiros empreendem
por um. Há que se considerar, ainda, que o setor
ainda por necessidade e não porque enxerga uma
informal no Brasil alcança 10,3 milhões de negó-
oportunidade”.
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segundo a pesquisa, as causas destacadas por estes empreendedores são classificadas como de origem gerencial. As causas estão relacionadas à falta de capital de giro, falta de clientes, conhecimentos gerenciais, problemas financeiros e pela carga tributária elevada. Porém, em muitos casos, o problema pode ser antecipado por meio de um planejamento e plano de negócios antes da abertura destas empresas. O gerente Educacional do Sebrae, Ricardo Luiz Pereira ressaltou que um grande número de pessoas abre empresas sem buscar a informação devida ou na fonte mais precisa. “Antes de abrir um negócio, devese buscar informação detalhada sobre o empreendimento incluindo seus fornecedores e clientes, realizar uma pesquisa de mercado, fazer um plano de negócios preciso e analisar a taxa de retorno do investimento, Sustentação da Economia Brasileira As empresas familiares e de pequeno porte têm grande importância no cenário econômico-social, pois a
além de outros aspectos referentes à gestão, capacitação, necessidade de mão de obra especializada, enfim, dados que se aproximam da realidade a ser enfrentada e avaliam melhor os riscos. São vários os instrumentos e ferramentas, mas na verdade, deve-se efetuar um bom
maioria dos empregos é gerada por micro e pequenas em-
planejamento alinhado a um Plano de Negócios e até,
presas. Segundo o IBGE (2003), 99,2% dos estabelecimen-
se necessário, melhorar a capacitação” afirma.
tos são considerados micro e pequenas empresas. Estas empresas são responsáveis por 57% da mão de obra empregada formalmente e responsável por 26,5% dos salários pagos. A taxa de desemprego no país está em 7% (IBGE-dez 2009), bem abaixo dos países na Europa que vivem ainda resquícios da última crise financeira mundial. O desemprego deixou de ser um problema local e agora é um problema globalizado.
Ricardo Luiz Pereira é gerente Educacional do Sebrae
Segundo o gerente, o SEBRAE disponibiliza uma série de cursos ligados à gestão e consultorias es-
No SEBRAE, um estudo realizado em 2004,
pecializadas, além do atendimento on-line para que o
demonstra que 35% das Micro e Pequenas Empresas
empreendedor possa buscar informações e conheci-
(MPEs) interrompem as atividades no primeiro ano de
mento. sobre temas importantes ligados à longevidade
vida. Outras 46% “morrem” até o segundo ano. Ainda
da micro e pequena empresa.
41
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MEIO AMBIENTE
Saneamento
SANEAMENTO NO BRASIL POSSIBILIDADE OU UTOPIA?
Por José Nelson de Almeida Machado
As pessoas com mais de 50
ponto determinado onde seria ins-
rio priorizar a aplicação dos re-
anos freqüentemente lamentam o
talada a Estação de Tratamento, cum-
cursos para o abastecimento de
fato de que, em sua infância, os rios
prindo-se, assim, o ciclo completo.
água que era mais urgente. A me-
eram mais limpos e tinham peixes.
42
dida fez com que o Brasil se en-
Essa afirmativa seria mero saudo-
Até 1970, os serviços de
contre numa situação próxima à
sismo na base do “antigamente a
saneamento não tinham planeja-
universalização quando se trata
vida era melhor” ou seria uma efe-
mento definido e nem disponibili-
do serviço de abastecimento de
tiva constatação da realidade? Infe-
dade de financiamento adequada.
água, mas num déficit abissal
lizmente esta é a realidade dos
Algumas cidades conseguiam ver-
quando se trata de coleta e, prin-
nossos recursos hídricos do país.
bas, mas mesmo assim esbarravam
cipalmente, de tratamento de es-
Praticamente em todas as cidades
em
operacionais.
gotos urbanos. Com o aumento
brasileiras, os serviços de esgota-
Com o advento do Plano Nacio-
da quantidade de água disponível
mento sanitário, quando existem,
nal de Saneamento - PLANASA,
por habitante e os esgotos lança-
não contemplam o tratamento de
naquele ano foram criadas linhas
dos
resíduos. Isto significa que não se
de financiamento a partir do
d’água, a degradação dos córregos
cogitava interceptar os esgotos co-
FGTS. No entanto, as carências
e rios piorou a olhos vistos. E
letados e convergi-los para um
eram tão grandes que foi necessá-
num prazo relativamente curto.
dificuldades
diretamente
nos
cursos
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(IBOPE – Instituto Trata Brasil 2009)
Ranking de importância dos serviços públicos de primeira necessidade
As pessoas habituaram-se, de longa data, a lançar os seus resí-
pelo IBOPE e Instituto Trata Brasil
mento de água. Em Minas, a COPASA
em junho de 2009. Foram entrevista-
possui cerca de 610 concessões de
das 1.008 pessoas em 67 cidades
abastecimento de água e pouco mais
com mais de 300 mil habitantes.
de 160 de esgotamento sanitário.
Os resultados mostraram
Podem-se desenvolver vá-
que 31% das pessoas não sabem o
rias discussões sobre os resultados,
que é saneamento básico e 41% não
principalmente pelo fato de que as
se dispõem a pagar para ter os servi-
pessoas querem um meio ambiente
ços de esgotamento sanitário. A fi-
limpo e saudável. O problema é que
gura a seguir mostra o ranking de
o desinteresse das populações pelos
prioridade dos serviços públicos na
sistemas de saneamento é pautado
percepção dessas pessoas.
no comportamento dos gestores públicos, que acabam priorizando ou-
duos no solo, redes de águas pluviais e nas vias públicas e, naturalmente,
Esse conjunto de fatores faz
não pagar por isso. A situação acabou
com que a precariedade dos serviços
resultando num comportamento pa-
de esgotos não encontre uma dispo-
radoxal das pessoas em relação ao
sição firme dos governos municipais
As cidades que se destacam
meio ambiente, pois embora não haja
e das populações no sentido de eli-
no ranking do saneamento têm uma
quem não deseje os rios limpos, há
minar ou reduzir este grave passivo
característica comum: há anos o sa-
uma resistência muito grande para a
ambiental. Isso gera doenças, mau
neamento é prioridade em seu plano
adesão ao sistema público, devido ao
cheiro e lama, e assim, todo o cui-
diretor e os investimentos são regu-
incremento que ocorre na conta
dado com o meio ambiente desen-
lares, independentemente do órgão
mensal de água quando se acrescenta
volvido pelo projeto fica prejudicado.
operador, seja ele público ou privado.
o custo do serviço de esgoto.
Um fato a ser destacado são as con-
“O planejamento local e a prioridade
cessões de sistemas de esgotamento:
às questões ambientais são funda-
Essa situação ficou muito
as companhias estaduais, são em nú-
mentais para os avanços”, diz Gesner
bem evidenciada na pesquisa “Percep-
mero insignificante em relação às
Oliveira, presidente da SABESP (Re-
ções sobre Saneamento Básico” feita
concessões dos serviços de abasteci-
vista Exame, 20/05/2009).
tros serviços, muitas vezes de vantagens discutíveis.
43
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Meio Ambiente
Saneamento
Em sistemas providos de Es-
Caso ocorra a presença de
tação de Tratamentos de Esgotos -
compostos tóxicos no lodo, e se
ETE’s, é frequente a ociosidade devido
este for levado para aplicação agrí-
aos problemas apontados. Outro
cola, o risco para as pessoas que o
risco grave decorrente da negligência
manipulam e para o meio ambiente
refere-se a alguns tipos de resíduos
é alto. Para prevenir a situação, a
tóxicos de empreendimentos comer-
COPASA criou o Programa de Re-
Engenheiro Sanitarista e ambiental – Diretor da
ciais e industriais situados na área ur-
cebimento de Efluentes Não Do-
SME e Consultor de saneamento e gestão de re-
bana,
galvanoplastia,
mésticos – PRECEND, mas a sua
cursos hídricos. Associado Fundador e Diretor
laboratórios fotográficos e radiológi-
aplicação ainda está restrita aos
Geral da Agência Executiva de Apoio à Gestão
cos, postos, oficinas mecânicas etc,
poucos sistemas concedidos.
de Bacias Hidrográficas Peixe Vivo – AGB Peixe
como
sobre os quais não in-
Vivo. Membro do Comitê de Bacia do Rio das VePeixe retirado do rio Anacostia em Washington DC apresenta tumores devido ao contato com hidrocarbonetos poliaromáticos oriundos de descargas de veículos e geradores a carvão.
cide qualquer tipo de controle. Nas localidades desprovidas de ETE’s, a prestação dos
44
José Nelson de Almeida Machado
lhas. É consultor na área de desenvolvimento de eficiência operacional e sustentabilidade financeira e ambiental em sistemas de saneamento, gestão de recursos hídricos e de resíduos indus-
serviços de esgota-
triais. Atua em organizações não governamen-
mento sanitário re-
tais. Ex-presidente do Conselho Municipal de
sume-se à manutenção das redes de
Não basta ter recursos
Limpeza Urbana, COMUSA – Conselho Munici-
coleta. Não há qualquer controle
financeiros suficientes, é necessá-
pal de Saneamento de Belo Horizonte e do
sobre os efluentes tóxicos de ativida-
rio um intenso trabalho de mobi-
CERH – Conselho Estadual de Recursos Hídri-
des industriais, que podem ser carrea-
lização
das
cos. Convidado pela UNESCO para participar do
dos ao corpo receptor. Mesmo em
comunidades e dos gestores pú-
Global City Water Futures Summit em 2009 em
algumas localidades providas de ETE’s,
blicos para que os serviços de
Delft – Holanda pelo “reconhecimento como li-
o seu controle costuma ser apenas
esgotamento sanitário consigam
derança no gerenciamento da águas urbanas em
dos processos internos operacionais.
deslanchar.
Belo Horizonte”. Contato: jnam@uai.com.br
e
sensibilização
REVISTA SME_edição 09:Layout 1 11/03/2010 14:44 Page 45
Ciência e Tecnologia
Inovação
Soluções e Inovação Vencedor do Prêmio SME de Ciência e Tecnologia cria técnicas de manejo do Bambu. A Sociedade Mineira de Engenheiros, através do
“Minas Gerais possui algumas regiões montanhosas,
Prêmio SME de Ciência e Tecnologia, incentiva a pesquisa tec-
com dificuldade de mecanização, mas com o seu bom regime
nológica e busca revelar jovens talentos em Minas, ofere-
hídrico, é uma região apropriada para a produção de bambus.
cendo aos alunos de engenharia, arquitetura e agronomia
A criatividade dos alunos que desenvolveram um carrinho
oportunidade de mostrar o seu trabalho e abrir caminhos
de bambu para facilitar a vida dos catadores de lixo foi a razão
para o empreendedorismo.
do primeiro lugar”. É o que explica um dos integrantes da comissão julgadora, engenheiro agrônomo Aloísio Antônio
O aluno de Engenharia Ambiental da Universidade FUMEC, agraciado com o primeiro lugar na 18ª edição do
Barbosa Rolim, membro da Comissão Técnica de Meio Ambiente da SME
Prêmio SME de Ciência e Tecnologia, Pedro Costa Barbosa, apresentou o trabalho com o título “Desenvolvimento de
Criação de projetos
Técnicas Construtivas a partir do Manejo e Tratamento do Bambu”. A sua pesquisa demonstrou que uma das matérias-
Pedro Barbosa faz parte de um programa de ex-
primas que apresenta um grande potencial de se transformar
tensão da Universidade Fumec chamado Veículo do Saber, um
em produtos é o bambu.A gramínea tem grande utilidade no
projeto voltado para a capacitação de “Agentes Ambientais
Oriente e em outros países, tanto na construção civil quanto
de Limpeza Urbana”. O programa é coordenado pelo pro-
no artesanato. Pode ser utilizada na confecção de roupas e
fessor Flávio Negrão, da faculdade de engenharia ambiental,
até de veículos, como é explicitado no trabalho do aluno.
e tem por finalidade criar um canal de troca de conhecimen-
45
REVISTA SME_edição 09:Layout 1 11/03/2010 14:44 Page 46
Ciência e Tecnologia
Inovação
tos entre acadêmicos e os catadores de papel da ASMARE.
por um curso novo, ainda pouco conhecido. Esse Prêmio veio
No desenvolvimento do projeto, surgiu a necessidade de ex-
para mostrar que eu tomei a decisão correta e que o empe-
plorar mais profundamente as características físicas do
nho nessa nova área está gerando retornos”.
bambu e a sua aplicabilidade. Pedro pretende concorrer novamente ao prêmio De acordo com o premiado, o bambu pode ser uti-
ao lado dos amigos.“Concorrer a um prêmio como esse nos
lizado em diversas aplicações. “Desde as coisas mais simples
instiga a desenvolver habilidades fundamentais à nossa vida
como um palito de dentes, até as mais complexas, como um
acadêmica e profissional, além de ser uma ótima vitrine, com
saguão de um aeroporto. Esse material se sobressai quando
o peso que o Prêmio tem”.
a razão entre a resistência e o peso específico é um dado importante”, afirma Pedro Barbosa. O aluno explicou, ainda, que o maior benefício do carrinho de bambu é o baixo peso
C a rr i n h o a t e n d e n e c e s s i d a d e s d o s C a t a d o re s d e p ap e l
relativo do material, aliado à sua boa resistência.“Isso facilita bastante o trabalho dos cata-
De acordo com Pedro
dores, já que eles precisam
Barbosa, a necessidade de estu-
empurrar o veículo ao longo
dar o bambu surgiu em um
de boa parte do dia.A durabi-
projeto de extensão que teve,
lidade do material após rece-
como um dos seus objetivos,
ber devido tratamento é
desenvolver com a ASMARE
outro ponto importante, o
um veículo de coleta de resí-
que reduz significativamente
duos recicláveis. O bambu foi
os custos com manutenção”.
escolhido como uma solução para sanar os problemas apresentados pelos modelos exis-
Atualmente, Pedro Barbosa é estagiário em uma empresa de consultoria am-
Aluno de Engenharia Ambiental da Universidade FUMEC, agraciado no primeiro lugar do 18º Prêmio, Pedro Costa Barbosa
tentes: o alto peso do ferro e a baixa durabilidade da madeira.
biental, a Mercator - Geotecnologia e Soluções Ambientais, trabalhando com a recuperação de áreas degradadas.“É uma
Utilizado há séculos por diversas culturas, princi-
área que chama muito a minha atenção e onde, com certeza,
palmente as orientais, para os mais diversos fins, desde uten-
pretendo investir.Além disso, tenho muito interesse em cria-
sílios domésticos até estruturas grandiosas, a planta é muito
ção e manejo de trilhas para a prática de ecoturismo. Já tenho
resistente e têm grandes taxas de crescimento não encon-
um trabalho incipiente nesse tópico e pretendo dar conti-
tráveis entre outras espécies lenhosas.
nuidade a ele, associado a um grande amigo geógrafo cha-
46
mado Icaro Brito. Há dois anos fiz uma difícil escolha ao
O bambu pertence à família das gramíneas (Grami-
trocar seis períodos cursados de engenharia elétrica na
neae) e à subfamília Bambusoideae e pode ser dividido em
UFMG e um estágio em uma grande empresa de engenharia
dois conjuntos, os bambus herbáceos e os lenhosos. São co-
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nhecidas mais de 1.200 espécies nativas em praticamente
rio limitar a sua propagação com técnicas de preenchimento
todo globo, excetuando-se o continente europeu. A cultura
dos colmos e o uso de barreiras mecânicas.
dessa planta é capaz de suportar uma faixa bem elástica de temperatura e de altitude.
Para aumentar a rigidez das estruturas construídas com bambus, podem ser feitos contraventamentos
Para garantir a máxima resistência e durabilidade das
com cabos de aço, com uma pequena adição de peso à
varas, é fundamental sujeitar o bambu à algum tipo de tra-
estrutura. Essa técnica é muito importante para su-
tamento. O processo visa, por meio da retirada
portar esforços solicitantes maiores como
da água e do amido, tornar as varas resis-
os gerados pelos ventos mais rápidos.
tentes ao desenvolvimento de patologias como insetos e fungos.
Como resultados das aplicações das técnicas descritas no
O tratamento pode ser
trabalho, foram construídas
químico, por imersão em água cor-
também duas estruturas: um
rente ou por fogo. A tendência ao
barracão e um abrigo de ôni-
fendilhamento é a maior dificuldade
bus. O primeiro não apresentou
de se trabalhar com o bambu, já que
nenhum problema após quase um
ele perde a sua forma e resistência. Para
ano de uso. O abrigo apresentou pe-
sanar o problema, são utilizados conectores
quenos desvios do projeto original de-
que distribuem melhor os esforços solicitantes no colmo. No projeto, foram usados dois tipos de conectores:
vido à falta de precisão no processo manual de corte das varas.
o sanduíche e o cantoneira, conforme as suas aplicabilidades. Os resultados gerados pelo estudo estão O principal material utilizado para a confecção dos
dentro do esperado, garantindo o sucesso da pes-
conectores é a ecoplaca feita a partir de refugos fabris de
quisa. As estruturas construídas utilizando as técnicas
tubos de pasta dental, material presente também nos para-
descritas no artigo de Pedro Barbosa demonstram a
fusos, arruelas, porcas e braçadeiras de rosca infinita. Se não
viabilidade do uso da matéria prima para a construção
for possível eliminar totalmente o fendilhamento, é necessá-
civil e aplicações mais simples.
E M p R E S A S
A p O I A D O R A S
D O
E V E N T O
47
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ENGENHEIRO DO ANO Homenagem
Engenheiro Civil Murillo Mendes recebe a Medalha “Engenheiro do Ano”
SME COMEMORA DIA DO ENGENHEIRO EM GRANDE ESTILO
d
esde 1985 a SME
Há 78 anos, a SME trabalha
nheiro do Ano”, a principal co-
comemora o dia o
para o desenvolvimento das enge-
menda oferecida pela SME e que
Dia
Enge-
nharias, arquitetura e agronomia no
confere ao agraciado reconheci-
homena-
estado de Minas Gerais, valori-
mento pelos importantes trabalhos
do
nheiro, geando
a
um
zando e reconhecendo os profissio-
realizados no Estado, no País e no
profissional
que
nais representados.
Mundo, em cerimônia ocorrida no
tenha se destacado em sua área de
48
dia 11 de dezembro.
atuação e que tenha contribuído
O agraciado de 2009 foi o
para o desenvolvimento e o en-
engenheiro Civil e presidente da
Escolhido pela inovação,
grandecimento das engenharias mi-
Mendes Júnior, Murillo Valle Men-
ideias, projetos e novos caminhos
neira e nacional.
des, que recebeu o título de “Enge-
que abriu para o desenvolvimento
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econômico e social de Minas, o ho-
nior. Realizou importantes obras
dutos, saneamento urbano, canais
menageado Jesus Murillo Valle Men-
que se destacam no setor de cons-
de irrigação e manutenção indus-
des é Natural de Montes Claros e
truções e no desenvolvimento do
trial onshore e offshore.
formado pela Escola de Engenharia
Estado, no Brasil e outros Paises.
da UFMG.
A qualidade Mendes Júnior, A Mendes Júnior está no
requisito fundamental no atendi-
Murillo iniciou as ativida-
mercado de construção pesada no
mento às necessidades dos seus
des profissionais em 1950 como
Brasil e no exterior, desenvolvendo
clientes, é parte do processo inte-
Superintendente de Obras. Desde
projetos nos segmentos de cons-
grado de gestão de qMSR – quali-
1953 exerce o cargo de Diretor-
trução rodoviária, ferroviária, me-
dade, Meio Ambiente, Segurança e
Presidente e Responsável Técnico
troviária, portuária, hidroelétrica,
Saúde Ocupacional e Responsabili-
das empresas do Grupo Mendes Jú-
termoelétrica, petróleo e gás,
dade Social.
E M p R E S A S
A p O I A D O R A S
D O
E V E N T O
49
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Energia Meio Ambiente
Com força de Itaipu Aneel regulamenta geração distribuída em todo Brasil Por Edson Oliveira
Há quase cinco anos, a famí-
do ano passado, qualquer distribui-
lia Colombari, em São Miguel do
dora de energia elétrica pode fazer
Iguaçu, produz eletricidade a partir de
chamadas públicas para comprar ele-
dejetos suínos. Parte da energia é
tricidade produzida por biodigesto-
usada para alimentar o maquinário da
res. Seguindo as exigências da Aneel
propriedade; o excedente é vendido
em relação à qualidade da energia, os
à Copel e incrementa a renda da fa-
produtores poderão enviar a eletrici-
mília. O Brasil todo pode seguir o
dade para a linha de distribuição, em
exemplo dos Colombari. No final de
vez de somente consumir.
Cícero Bley, mentor do projeto, afirma que a demanda surgiu do próprio produtor rural da BP3.
2009, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou a gera-
“Pela primeira vez, a energia
De acordo com Cícero, a
ção distribuída a partir do biogás e
vai voltar à linha, seguindo o caminho
regulamentação da Aneel vai benefi-
sua comercialização em todo o país.
oposto”, disse o coordenador de Ener-
ciar produtores rurais de pratica-
gias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley
mente todo o Brasil. Cada região vai
Jr., ilustrando com a cena do relógio
encontrar a sua vocação. Empresas de
um
contador de energia girando ao con-
saneamento também podem utilizar
avanço econômico, social e ambien-
trário. Segundo Cícero, o Brasil possui
os dejetos para gerar energia a partir
tal para os produtores rurais. O que
uma imensa malha de transmissão de
de biodigestores. “O segundo maior
era um projeto regional agora vale
energia de valor incalculável que, até
custo das empresas de saneamento é
para todo o Brasil.
hoje, só distribuía a energia das grandes
a conta de energia elétrica. Elas sem-
geradoras, como Itaipu. “Agora, os pe-
pre foram dependentes das distribui-
quenos produtores de qualquer parte
doras e jogavam fora o biogás, que
do país podem gerar energia”.
poderia ser gerado”, explicou.
A venda de energia gerada nos
biodigestores
significa
Pela Resolução Normativa Aneel 390/2009, de 18 de dezembro
50
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fonte: www.plataformaitaipu.org/jornal-energia
Cada suíno produz 10 litros de dejetos por dia; cada mil litros rende 1.360 litros de biogás, que geram 0,4 kWh de energia. Além da energia, a matéria orgânica produz fertilizantes, que são distribuídos nas lavouras e nas pastagens
A venda de energia gerada nos biodigestores significa um avanço econômico, social e ambiental para os produtores rurais. O que era um projeto regional agora vale para todo o Brasil.
energia. Aí entrou a Copel”, contou
senta a recuperação de 85% do ni-
Cícero. Em 2006, foi criado o Pro-
trogênio, 15% do fósforo e 43% do
A geração de energia a
grama de Geração Distribuída com
potássio do solo. E ainda tem o
partir dos dejetos suínos na Granja
Saneamento Ambiental, com uma
mercado de carbono.
São Pedro, dos Colombari, é pio-
equipe de 50 técnicos. “Antes éra-
neira no País. “Colombari repre-
mos exceção, mas agora a Aneel re-
senta a sociedade brasileira que
gulamentou para o Brasil todo”.
O caso Colombari
De acordo com Eliane, os produtores rurais têm preocupação ambiental, mas precisam de in-
pensa para a frente”, disse Cícero. São mais de três mil suínos aloja-
Cada suíno produz 10 li-
centivos para cuidar do meio
dos, gerando dejetos que poderiam
tros de dejetos por dia; cada mil li-
ambiente. “A propriedade é nossa,
causar um grande passivo ambien-
tros rende 1.360 litros de biogás,
nós temos que cuidar dela”, disse.
tal, que inclui a contaminação do
que geram 0,4 kWh de energia.
A parceria com Copel e Itaipu
reservatório de Itaipu. A segurança
Além da energia, a matéria orgânica
permitiu a venda de energia elé-
ambiental do lago foi o que moti-
produz fertilizantes, que são distri-
trica ainda antes disso ser regula-
vou o início da parceria entre
buídos nas lavouras e nas pastagens.
mentado pela Aneel. “Estamos
Itaipu, Copel e as propriedades ru-
“Usamos em sistema de rodízio nas
muito otimistas com esta regula-
rais da região.
pastagens e agora podemos ter um
mentação, pois traz melhorias
maior número de gados”, disse a
para os produtores e incentiva as
“Não poderíamos ser só
produtora rural Eliane Columbari. A
pessoas continuarem no campo”,
Itaipu, por causa da distribuição de
produção do biofertilizante repre-
comemorou.
51
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TECNOLOGIA GPS
De onde viemos? Onde estamos? Para aonde vamos? Por Edson Oliveira
Costumo brincar com ami-
cada, impactando, por meio de solu-
pre com louvor seu papel de informar,
gos em "mineirês avançado" que as
ções antes inimagináveis, uma vasta
no momento devido, direções e nomes
grandes questões existenciais da huma-
gama de atividades humanas.
de ruas, em português alto e claro (assim como sua colega virtual Mada-
nidade se resumem a três perguntas básicas: "Doncovim? Oncotô? Pron-
A começar pelas aplicações
lena o faz com sotaque d'além mar e
covô?". Se estas indagações permane-
no campo da mobilidade pessoal: a
outras congêneres internacionais nos
cem insolúveis do ponto de vista
companhia de um dispositivo GPS, quer
mais diversos idiomas!). Há que se res-
espiritual-filosófico, o contrário, porém,
seja por meio de equipamentos espe-
salvar, é verdade, que no presente está-
se pode afirmar hoje quanto às respos-
cíficos ou integrados a outros artefatos
gio tecnológico ainda estamos sujeitos
tas facilmente encontradas no sentido
de uso pessoal, como celulares e reló-
a alguns hilários problemas fonéticos e,
físico-geográfico. Isto graças, em boa
gios de pulso, tem se tornado trivial e
às vezes, recebemos indicações equivo-
parte, aos incríveis avanços tecnológi-
quase indispensável, eliminando logo de
cadas que, se seguidas ao pé da letra,
cos das aplicações baseadas em siste-
início a necessidade de mapas, guias e,
podem nos levar a atravessar canteiros
mas de localização.
até mesmo, do tradicional pedido de
centrais ou a trafegar em contramãos;
ajuda aos transeuntes ou motoristas
mas é indiscutível o sentimento que
locais para se localizar endereços ou
passamos por ter a presença de um co-
pontos de interesse nas cercanias.
piloto razoavelmente confiável ao nosso
Embora disponíveis desde a década de 70, quando o Departamento
lado. Aplicações mais elaboradas in-
de Defesa do governo norte americano
52
desenvolveu o Sistema de Posiciona-
Dentro do carro, a voz da
cluem até mesmo descrições turísticas
mento Global (GPS), os serviços basea-
guia virtual Raquel, reproduzida por
acionadas automaticamente ao nos
dos em localização tomaram impulso
meio de fonemas digitalmente armaze-
aproximarmos da atração visitada, su-
extraordinário ao longo da última dé-
nados na memória do dispositivo, cum-
prindo-nos de informações e detalhes.
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Além disto, por meio do
Na área médica, pacientes
processamento combinado dos dados
idosos ou com problemas de saúde
de geo-localização recebidos à partir
específicos, já podem fazer o uso
de satélites do sistema GPS, com in-
combinado de sistemas de monitora-
formações sobre condições instantâ-
ção de sinais vitais com sistemas ba-
neas de tráfego, transmitidas em
seados em localização, acionando
tempo real aos dispositivos, via rádio
atendimento médico imediato e dire-
FM, por prestadores de serviços es-
cionado, caso seja detectada alguma
pecíficos, os motoristas podem, inclu-
anomalia em seus parâmetros clíni-
sive, se decidir por enfrentar um
cos.
previsível congestionamento alguns No campo do entreteni-
quilômetros à frente ou optar por al-
mento e das redes sociais, também já
guma alternativa prévia de desvio.
se encontram disponíveis serviços Ainda no campo dos servi-
Edson Celeste Lima de Oliveira é Coordenador
que permitem aos usuários de dispo-
ços de transporte e mobilidade ur-
da Comissão Técnica de Eletroeletrônica e Tele-
sitivos de comunicação pessoais
bana, várias cidades do mundo,
comunicações da SME, Engenheiro Eletricista
serem notificados em tempo real
incluindo Belo Horizonte, onde já se
com ênfase em Eletrônica pela UFMG (1985).
quanto à proximidade de amigos ou
tem notícia de experiências piloto, têm incorporado soluções baseadas em sistemas de localização aos seus sistemas de transporte coletivo, proporcionando aos usuários informa-
Possui MBA Executivo em Gestão de Negócios pela FGV / Ohio University (2002). É gerente de desenvolvimento de produto na Unidade VMI da Philips Healthcare Brasil.
familiares, promovendo uma possibilidade de aproximação entre os mundos de relacionamento virtual e real. Por meio das novas aplicações, até mesmo uma prosaica brincadeira de “esconde-esconde” pode ganhar re-
ções confiáveis relativas a itinerários
quintes tecnológicos para entreter
e a tempos de espera. E sem falar em
Já no segmento da segurança
soluções já adotadas para aumentar o
pública, além dos já amplamente disse-
nível de segurança dos meios de
minados sistemas de rastreamento vei-
transporte, ajudando, por exemplo, a
cular, diversos países já adotam
Este é apenas um conjunto
prevenir colisões ferroviárias e me-
soluções tecnológicas auxiliares aos
limitado de exemplos de aplicações já
troviárias ou para alertar automatica-
seus sistemas prisionais, objetivando a
disponíveis baseadas em sistemas de
mente as autoridades quanto à
monitoração de detentos em regime
localização. O limite de onde chega-
localização de acidentes para efeito
de liberdade condicional. A movimen-
remos por meio de novos usos para
de socorro médico imediato. A indús-
tação dos detentos é tolerada dentro
as tecnologias derivadas das teleco-
tria automobilística, inclusive, já co-
de limites geográficos pré-determina-
municações esbarra tão somente em
meça a incorporar este tipo de
dos, acionando alarmes nos centros de
nosso senso de oportunidade e na
solução à eletrônica embarcada nos
controle caso as fronteiras desta espé-
nossa ilimitada capacidade de enge-
veículos, por enquanto, equipando
cie de "cerca virtual" sejam ultrapassa-
nharia para identificar novas e criati-
apenas modelos mais sofisticados ou
das para que providências cabíveis
vas aplicações em benefício da
em estágios conceituais.
sejam prontamente tomadas.
humanidade. Assim espera-se!
crianças e adolescentes.
53
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SETOR ELéTRICO Mercado Livre
Os cinco anos do “Novo Modelo” * Por Walter Luiz de Oliveira Fróes
As bases atuais do Setor
gia elétrica nos segmentos de gera-
que posteriormente foi substituído
Elétrico Brasileiro começaram a ser
ção, transmissão, distribuição e co-
pela Câmara de Comercialização de
estabelecidas em 1995, ano no qual
mercialização. Na época também se
Energia Elétrica (CCEE). Todas essas
foram criados dois importantes con-
optou por criar um órgão regulador,
medidas significaram uma evolução
ceitos: o de Produtor Independente
um operador integrado de todo o
significativa do setor e acabaram
e o de Consumidor Livre de Energia
sistema nacional e um ambiente es-
abrindo caminho para a construção
Elétrica.
pecífico para a realização das transa-
de um modelo ainda mais robusto.
ções de compra e venda de energia Cerca de um ano depois,
54
elétrica. Surgiram então a Agência de
Energia
Assim, em 2004 foram esta-
um projeto de reestruturação coor-
Nacional
Elétrica
belecidas as bases regulatórias do
denado pelo Ministério de Minas e
(ANEEL), o Operador Nacional do
chamado “Novo Modelo do Setor
Energia (MME) apontou a necessi-
Sistema Elétrico (ONS) e o Mercado
Elétrico”, por meio da Lei 10.848 e
dade de dividir as empresas de ener-
Atacadista de Energia Elétrica (MAE),
do Decreto 5.163.
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ramento do Setor Elétrico (CMSE).
pação de agentes autoprodutores –
O estabelecimento desses dois ór-
que hoje representam cerca de 6%
gãos – ainda que motivado por uma
de todo o mercado – nos leilões de
espécie de trauma “pós-raciona-
novos empreendimentos de geração.
mento” – agregou mais segurança e confiabilidade ao sistema elétrico brasileiro.
A situação que se tem hoje é de completa impossibilidade de acesso do mercado livre aos em-
Após a exigência de seg-
preendimentos de energia nova lei-
mentação dos serviços de energia
loados: além de os autoprodutores
elétrica, o Novo Modelo impossibili-
não poderem obter concessões ou
tou que as distribuidoras compras-
ofertar empreendimentos, a partici-
sem energia de geradores de grupos
pação dos agentes de comercializa-
empresarias dos quais são integran-
ção na condição de compradores é
tes (prática conhecida como self-dea-
vetada. Com essa exclusão, desper-
ling, bastante comum na ocasião). Essa
diça-se a oportunidade de permitir
mudança conferiu mais clareza e cre-
que agentes com grande interesse
dibilidade às negociações.
em contribuir para a expansão do sistema elétrico – e com recursos para
Mercado livre
tal – possam fazê-lo.
Pelas regras anteriores ao
O mercado livre não pode
Novo Modelo, os vencedores dos lei-
garantir seu abastecimento por meio
lões de novas hidrelétricas eram
dos leilões de novos empreendimen-
aqueles que ofereciam o maior paga-
tos, ficando restrito à eventual aqui-
Primeiramente, precisamos
mento pelo direito de explorar a
sição – fora dos leilões – do
considerar que o Novo Modelo foi
usina, fosse a energia produzida des-
percentual máximo de 30% da ener-
criado com base em três pilares: a
tinada ao consumo próprio ou à
gia negociada. E em muitos casos, os
modicidade tarifária, a universalização
venda para as distribuidoras. O novo
consumidores livres acabam por ad-
do acesso e a segurança no supri-
paradigma tornou obrigatória a
quiri-la a preços superiores à tarifa
mento de energia elétrica.
venda ao mercado cativo e extinguiu
oferecida ao mercado cativo. Nos lei-
o critério do maior pagamento pelo
lões das usinas de Santo Antônio e
uso do bem público, passando a ado-
Jirau, no Complexo do Rio Madeira,
tar de menor tarifa oferecida.
por exemplo, a energia foi vendida ao
Características do Novo Modelo
No âmbito da segurança no suprimento, um de seus pontos de destaque foi a retomada do planeja-
Por um lado, favoreceu a
mercado cativo pelas tarifas de R$
mento energético, por intermédio da
modicidade tarifária, na medida em
78,87/MWh e R$ 71,37/MWh, res-
criação da Empresa de Pesquisa Ener-
que incentivou a prática de preços
pectivamente. A expectativa dos ven-
gética (EPE) e do Comitê de Monito-
reduzidos. Por outro, inibiu a partici-
dedores, no entanto, é de que os 30%
55
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SETOR ELéTRICO Mercado Livre
destinados ao ambiente livre sejam
nais de preço são incorporados em
ção da crise econômica e as ótimas
negociados a preços superiores a R$
bases anuais e sempre em relação ao
condições hidrológicas fizeram com
140,00/MWh. Aí cabe a reflexão: é
ano anterior. Pela lógica dos reajustes
que o PLD permanecesse em seu
justo que o empreendedor ofereça a
tarifários, os consumidores cativos
valor mínimo durante várias semanas
energia com a menor tarifa possível
sentem os efeitos dos cenários ener-
e patamares de carga. No entanto,
às distribuidoras e pratique preços
géticos – condições hidrológicas,
uma quantidade significativa de distri-
mais elevados no mercado livre para
oferta e demanda – de forma defa-
buidoras teve suas tarifas reajustadas
compensar essa perda de receita? A
sada e amortecida, ficando somente
positivamente, refletindo uma situa-
resposta a esse questiona-
ção de mercado totalmente
mento só pode ser negativa,
inversa à que presenciamos.
já que não há razão para que um ambiente de contrata-
Outro ponto negativo é
ção subsidie o outro, em si-
que o modelo atual não con-
tuação alguma. O desafio
sidera a reação da demanda
maior, ainda a ser superado
de energia. No mercado ca-
pelo atual modelo regulató-
tivo, a sinalização tarifária é
rio, é o de criar soluções
para que o consumidor con-
para que os mercados livre
suma mais nos períodos úmi-
e cativo coexistam de forma
dos do ano e menos nos
isonômica, e não sob condi-
períodos considerados secos,
ções que favoreçam apenas
independentemente da rela-
uma parcela específica dos consumi-
os preços do mercado livre capazes
ção entre oferta e demanda que es-
dores.
de refletir a situação corrente. No
tiver ocorrendo.
primeiro semestre de 2008, ocorrePreços, oferta e demanda
ram as seguintes situações: a oferta
Assimetria tarifária
de energia no mercado livre estava No mercado brasileiro de
baixa e o Preço de Liquidação das Di-
Desde 1995, as tarifas de
energia elétrica, os preços não são di-
ferenças (PLD) chegou a atingir seu
energia variam entre as 64 distribui-
tados apenas pela relação oferta x
valor máximo legal para 2008 (R$
doras do país, para uma mesma classe
demanda, mas sofrem grande influên-
569,59/MWh), em decorrência do
de consumo. No caso das concessio-
cia das condições hidrológicas. A
atraso do período de chuvas. En-
nárias que atendem áreas de alta con-
precificação da energia se dá de
quanto os preços praticados no mer-
centração populacional, nas quais
forma diferenciada no mercado livre
cado livre era altíssimo, o reajuste
existem muitos consumidores para
e no cativo, sendo que cada um des-
tarifário da Cemig, por exemplo, foi
repartir os custos de transporte, a ta-
ses dois fatores impactam os ambien-
negativo (-17% para a classe residen-
rifa de fornecimento tende a ser mais
tes de contratação em períodos
cial), mesmo havendo déficit de ener-
baixa. Pelo mesmo raciocínio, quanto
distintos e com diferentes intensida-
gia. E já no primeiro semestre de
mais dispersa é a área de concessão
des.
2009, ocorreu justamente o contrá-
da distribuidora, mais elevado é o
rio: houve sobra de energia, em fun-
preço final da energia. É sabido que
No mercado cativo, os si-
56
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essa diferença é uma conseqüência natural da metodologia utilizada no cálculo das tarifas, mas ela configura um enorme obstáculo ao crescimento social. Para conhecer a dimensão da assimetria tarifária no país, note-
dos seus momentos de maior incer-
equilibrado o balanço entre oferta e
se que, em Brasília – cuja renda per
teza. O único consenso até agora é
demanda nos dois ambientes de con-
capta de R$37.600,00/ano, segundo
que a decisão precisa favorecer a mo-
tratação. Assim, para não haver im-
os dados do IBGE – a tarifa de ener-
dicidade tarifária, qualquer seja ela. E
pacto nas tarifas, bastaria que fossem
gia residencial é R$ 0,24/kWh. Em
por parte do mercado livre, a reivin-
adotadas medidas de incentivo à mi-
contrapartida, os consumidores do
dicação é para que essa modicidade
gração ao mercado livre. Uma possi-
Maranhão, com renda per capta de
seja promovida de forma isonômica,
bilidade seria diminuir o nível de
R$ 4.628,00/ano, pagam quase o
isto é, tanto para os consumidores ca-
burocracia associada a esse processo,
dobro: R$ 0,41/kWh. E assim, ao
tivos quanto para os livres.
já que os variados pré-requisitos representam custos e esforços exage-
mesmo tempo em que o Novo Modelo cumpre sua meta de universali-
A energia de Itaipu é bem vinda
radamente grandes para médias e pequenas indústrias. A alternativa
zação do acesso à energia, instaura-se um entrave para o desenvolvimento
Existe o temor de que a
ideal – e imprescindível –, porém, é
econômico e social nas regiões
oferta de parte da energia paraguaia
conjugar essa operação com a redu-
menos favorecidas.
de Itaipu no mercado livre brasileiro
ção do limite mínimo de demanda
provoque aumento das tarifas dos
exigido para adesão ao ACL, atual-
consumidores cativos. Em tese, isso
mente estabelecido em 3.000 MW
poderia acontecer porque muitas
para consumidores convencionais.
Entre 2015 e 2017, vencem
distribuidoras teriam que adquirir
Essa redução possibilitaria que uma
as concessões de 20 GW de usinas
de outros fornecedores os montan-
quantidade maior de consumidores
hidrelétricas (cerca de 20% do total
tes que atualmente compram de
pudesse optar pela modalidade de
do país), 73.000 km de linhas de
Itaipu, e por preços provavelmente
contratação e abriria espaço para o
transmissão (83% da Rede Básica do
mais elevados.
mercado livre crescer ainda mais.
Concessões do Setor Elétrico
Sistema Interligado) e 41 concessionárias de distribuição (aproximada-
No entanto, é possível criar
Walter Luiz de Oliveira Fróes é graduado em En-
mente 30% do mercado). Diante da
condições para que os consumidores
genharia Metalúrgica UFMG e pós-graduado em
impossibilidade de promover as reno-
cativos não sejam afetados, e de
Engenharia Eco. Desde 2003, é o controlador da
vações pelas regras atuais, o governo
forma muito simples: se houver
Comercializadora de Energia - CMU. Eleito para o
ainda não decidiu se investirá em mu-
transferência de oferta do mercado
Conselho de Administração da Associação Brasileira
danças legais para viabilizá-las ou se
cativo para o mercado livre, precisa
dos Agentes Comercializadores de Energia Elétrica
optará por novas licitações. Assim,
haver também migração de carga no
– Abraceel, em 2007. Em 2009 foi reeleito para
atualmente o setor elétrico vive um
mesmo sentido, de forma a manter
mandato até março de 2011.
57
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C
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V
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