Revista Mineira de Engenharia 35ª edição

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ISSN 2447-813X

Fechamento autorizado Pode Ser aberto Pela ect

Ano 8

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Edição 35

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jul - sEt - 2017

smE tEm novA dirEtoriA sEminário Seminário de Transportes reinaugura a sede para programas técnicos

EntrEvistA Rubens Menin fala de Engenharia e ética nos negócios

smE 12:30 Profissionais debatem os investimentos da Infraero em BH

intErnEt dAs coisAs Um novo plano para o setor de tecnologia


ÁGUAS MINERAIS CAXAMBU E CAMBUQUIRA. APRECIE SEM MODERAÇÃO. As águas de Minas fazem sucesso no Brasil, nos melhores festivais gastronômicos do mundo e estão em um estabelecimento perto de você. O Governo de Minas Gerais e a Codemig asseguram a qualidade das nossas águas minerais. Porque elas são uma fonte de pureza, saúde e prazer para todos.


EdIToRIal | PalavRa do PRESIdENTE

Ronaldo Gusmão Presidente da SME

Caros Colegas Fundada em 1931, a Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) é a precursora de todas as entidades de classe que representam os engenheiros, arquitetos e agrônomos em Minas. Apartidária desde a sua criação, tem-se pautado por uma atuação Política embasada nos fundamentos da Engenharia, na defesa dos profissionais e das empresas de engenharia e, principalmente, na defesa dos projetos de desenvolvimento socioeconômico em Minas Gerais e no país. Neste momento de crise, a SME apresenta-se como colaboradora ativa para que o Brasil reencontre o caminho do desenvolvimento. Entendemos que a retomada passa, de forma obrigatória, pelo fortalecimento da Engenharia nacional e pelos investimentos em infraestrutura e em inovação tecnológica, pautados pelos princípios liberais de livre concorrência e, acima de tudo, pela ética na política. A adoção de uma conduta ética e responsável, por parte das empresas do setor e também dos profissionais, é determinante para que a Engenharia recupere o prestígio que sempre desfrutou na sociedade e, também, as dezenas de milhares de empregos perdidos, em função da paralisação de contratos e de investimentos. Estima-se que a cadeia produtiva da Engenharia no País responda por mais de 1 milhão de vagas que foram extintas pela grave crise econômica que estamos vivendo, decorrente de más políticas e do assalto ao estado brasileiro.

O retorno da SME à sua tradicional sede da rua Timbiras, 1.514, foi um passo importante. É lá que temos realizado eventos de vital importância para a sociedade, como o Seminário “Desafios da Pesquisa e Inovação na Engenharia de Transportes” e a edição de retomada do tradicional projeto SME 12:30, que debateu os projetos de investimentos que a Infraero tem para os aeroportos de Belo Horizonte. Em breve, a sede da SME também será convertida em endereço empresarial para nossos colegas profissionais, por meio de espaços para coworking e para a instalação de uma incubadora de empresas baseada nas áreas de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. E que venham as startups! Para viabilizar esses e outros projetos da nova diretoria, empossada no dia 5 de junho, a entidade precisa vencer dois grandes desafios. O primeiro deles é a reestruturação administrativa e financeira da entidade que, em 12 anos fora da sua sede, restringiu a programação de eventos técnicos e sociais e, como consequência, paralisou o processo de atualização do quadro de associados. O segundo desafio que temos é retomar a posição de destaque que a SME sempre ocupou no cenário de Minas Gerais e no Brasil. Para tanto, a formação da nova diretoria reuniu profissionais, executivos e empresários experientes que, ao lado de jovens engenheiros recémformados, entra para a história da enti-

dade como o grupo de trabalho mais eclético em 86 anos de atividades. Da diretoria, 30% são mulheres. O trabalho voluntário dessa equipe foi se formando ao longo dos debates do processo eleitoral, e, como há tempos não se via, reuniu-se na sede da SME, em empresas e casas de colegas, escolas, shoppings e até mesmo em botecos no famoso edifício Maletta. Assim nasceu a chapa iNova SME, infelizmente, de oposição e única, pois queríamos discutir a atuação da entidade de forma mais aberta. Pela primeira vez, tivemos mais eleitores que nas últimas três eleições juntas, um caminho para se iNovar em métodos e processos de forma republicana. Todos os membros mostraram disposição para disputar a eleição e assumir a tarefa, nem sempre fácil, de reerguer a entidade máxima dos engenheiros mineiros. Como não há País desenvolvido sem uma Engenharia forte, também não há categoria profissional coesa sem a participação associativa. Aumentar o número de profissionais associados à SME é um passo importante para revigorar o nosso quadro e, paralelamente, incrementar a participação, trabalhos e alcance das atividades das Comissões Técnicas. Entre as novidades da gestão está a criação das comissões empresariais, que visam revigorar as empresas em nosso Estado, estabelecendo, assim, um ciclo virtuoso de prosperidade. Vamos iNovar juntos!

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TODO PAÍS DESENVOLVIDO TEM UMA ENGENHARIA FORTE !

Seja um associado da SME Mais informações: www. sme.org.br - (31) 3292 3962 ou sme@sme.org.br

Presidente Ronaldo José Lima Gusmão vice-Presidentes Flávio de Azevedo Carvalho José Antônio Silva Coutinho Luiz Otávio Silva Portela Rodrigo Antônio de Paiva diretores Diego Caio Rodrigues Volpato Fernanda Santos Portela

Léu Soares de Oliveira Luciano de Almeida Costa Maeli Estrela Borges Marya Karolline Vaz Bertoldo Silvio Antônio Soares Nazaré Sumaia Zaidan Valéria Telles Dias Netto Wilson Luiz Martins Leal Conselho deliberativo Presidente Rodrigo Octávio Coutinho Filho

conselheiros Adolpho Valladares Portella Alessandro Fernandes Moreira Antônio Geraldo Costa Carlos Eduardo Orsini Nunes de Lima Clémenceau Chiabi Saliba Júnior Heleni de Mello Fonseca Luiz Alberto Garcia Márcio Damazio Trindade Marcos Villela de Sant'Anna Marita Arêas de Souza Tavares Ronaldo Vasconcellos Novais Teodomiro Diniz Camargos

conselho Fiscal Presidente Marcos Túlio de Melo conselheiros Haroldo Guimarães Brasil José Amador Ribeiro Ubaldo José Nelson de Almeida Machado Guilherme Brandão Federman

Declarada de utilidade pública pela Lei 1313, de 14/11/1955 do Governo do Estado de Minas Gerais e 2034, de 28/12/1971, da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte - Rua Timbiras, 1514 – Bairro Lourdes – CEP:30.140-061 – Belo Horizonte – Minas Gerais - sme@sme.org.br - www.sme.org.br

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jornalista responsável luciana maria Sampaio moreira mG 05203 JP departamento comercial Fabiola Veríssimo evento sme@sme.org.br tel. (31) 3292 3962

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Apoio

tiragem 10 mil | trimestral Distribuição regional (mG)/Gratuita

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(31)3292-3962


RME 35 EDICAO_RME 26 EDITION 13/10/2017 18:27 Page 5

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cAPA Posse da nova diretoria

EntrEvistA rubens menin teixeira de souza

25º Prêmio smE ct& i trabalhos já foram enviados para a comissão julgadora

TECNologIa internet das coisas receberá projeto do Governo federal

aRTIgo | MEIo aMBIENTE desastre hídrico ambiental do norte de minas

smE 12:30 infraestrutura aeroportuária de Bh foi o tema do evento

sEminário smE mobilidade e alternativas para o transporte de pessoas e cargas

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sustEntABilidAdE diário do comércio comemora 85 anos

EnGEnhAriA sociAl rede cidadã tem 2 mil voluntários cadastrados.

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P&d inatel conquista com resultados práticos

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FiEmG Projetos para jovens engenheiros serão ampliados

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jovEns EnGEnhEirAs Fernanda Portela e marya Karolinne vaz Bertoldo são diretoras da smE

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mEstrEs dA EnGEnhAriA Professor marcos rocha vianna

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EmPrEsAs juniorEs Empreendedorismo começa na universidade


Notícias sme PrEsidEntE dA cBmm visitA sEdE dA smE O presidente da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), Eduardo Ayroza Galvão Ribeiro, visitou as instalações da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME). Ele estava acompanhado pela gestora das áreas Jurídica, Compliance e RI, Renata Wilens Longo Ferrari e o assessor J.D. Vital. Eles foram recebidos pelo presidente da SME, Ronaldo Gusmão e pelo ex-vice-presidente de Comunicação, Vicente Soares Neto.

vicente soares neto, renata Wilens longo Ferrari, ronaldo Gusmão, Eduardo Ayroza Galvão ribeiro e j.d. vital

FormAturA nA FiEmG O presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), Ronaldo Gusmão, participou da cerimônia de formatura dos alunos do programa “Futuros Engenheiros”, da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) no dia 21 de junho. Presidente da smE, ronaldo Gusmão, lembrou aos futuros engenheiros que um país só é forte quando tem uma Engenharia forte.

PAlEstrA com A consultorA dE lidErAnçA nA rEunião dA dirEtoriA A engenheira e consultora de Liderança, Sônia Jordão, proferiu uma palestra para os membros da diretoria da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) na reunião semanal, realizada sempre às segundas-feiras, a partir das 19 horas. “Liderar é ter a capacidade de influenciar para obter os resultados que queremos. Basta seguir cinco passos: definir o que será feito e planejar todos os detalhes; comunicar com a equipe o que será feito, quem fará o que e os prazos de execução; avaliar as tarefas realizadas e motivar a equipe; organizar sempre de 6

Engenheira e consultora de liderança, sônia jordão

acordo com os sistemas, atividades administrativas e gestão do tempo e, não menos importante, ser exemplar”, disse.


smE no conGrEsso nAcionAl O vice-presidente Técnico e Cultural da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), Luiz Otávio Silva Portela, representou a entidade em uma audiência pública promovida pela deputada federal Dâmina Pereira (PSL/MG), sobre a exploração e exportação do nióbio brasileiro.

luiz otávio silva Portela e a deputada federal dâmina Pereira, no congresso nacional

smE rEPrEsEntAdA nA Xi conFErênciA dE PEquEnAs cEntrAis hidrElétricAs, mErcAdo & mEio AmBiEntE

virgínia campos (presidente da comissão de desenvolvi-

mento sustentável e meio Ambiente - cds/smE) e jorge cançado (membro do cds/smE)

A presidente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da Sociedade Mineira de Engenheiros (CDS/SME), Virgínia Campos, representou a entidade na XI Conferência de Pequenas Centrais Hidrelétricas, Mercado & Meio Ambiente. O evento é uma promoção da Universidade Federal dde Itajubá (Unifei), Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas (CERPCH) e Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (ABRAGEL) , com patrocínio da CEMIG. O evento reuniu profissionais de setor, gestores públicos, organizações não governamentais (ONG) e setor privado para discutir temas relacionados às pequenas centrais hidrelétricas, nos aspectos legais, institucionais, tecnologia aplicável, meio ambiente e análises econômicas.

10 Anos dA unA contAGEm O ex-vice-presidente de Comunicação da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), Vicente Soares Neto, representou a Sociedade Mineira de Engenheiros na solenidade de comemoração dos 10 anos da UNA Contagem. O grupo UNA tem 56 anos de experiência no ensino superior e 16 campus, nos Estados de Minas Gerais e Goiás. rogério lisboa (oAB contagem), rodrigo soares (coordenador de cursos da unA contagem), silvana diniz (coordenadora de cursos da unA contagem), Edvander moura (diretor dos campus Afonso Arinos, Barro, Preto, do complexo joão Pinheiro e do instituto de

ciências sociais, humanas e Aplicadas) e o ex-vice-presidente de comunicação da smE, vicente soares neto

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Gestão 2017/2020

smE inicia um novo capítulo da sua história m almoço-palestra marcou a posse da nova diretoria da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) para o triênio 2017/2020.Em tempos de crise nacional e de austeridade, o evento quebrou a tradição das grandes festas que geralmente reúnem profissionais de diversas gerações para um momento de congraçamento.

U

Realizada na sede da entidade, no dia cinco de junho, depois de 12 anos de ausência do imóvel, a nova diretoria “iniciou os trabalhos” com a prestação de contas do ex-presidente, Augusto Celso Franco Drummond (2014/2017). O presidente da SME, Ronaldo Gusmão falou sobre o atual momento de dificuldades pelo qual passa a entidade e sobre a necessidade de unir forças para essa bela história escrita nos últimos 86 anos. “Nosso objetivo é reconstruir a SME no sentido literal. Somos, hoje, o retrato 3X4 do Brasil e temos que agir rápido para recuperar a nossa SME e também a Engenharia Nacional. Não há país forte sem uma Engenharia forte”, afirmou. 8

E, dirigindo-se aos membros da diretoria, declarou que “o que nos une é a Engenharia e as amizades que nasceram aqui, na SME, nos tornam companheiros neste novo capítulo da história da entidade”. A seguir, os vice-presidentes fizeram apresentações de suas respectivas áreas que são: Administrativa-Financeira, Relações Institucionais, Inovação, Técnica-Cultural. Os diretores foram divididos em grupos de trabalho que auxiliam os vicepresidentes na tomada de decisões.

desafios para a gestão 2017/2020 A sustentabilidade financeira da SME é o maior desafio da atual diretoria. As estratégias adotadas visam aumentar o número de associados e fortalecer a imagem e a representatividade da entidade. A SME também tem um longo percurso para retomar o espaço que sempre ocupou junto à administração pública e à sociedade, como entidade que participa e opina de forma técnica e apolítica sobre as grandes questões do processo de desenvolvimento econômico e social de Minas Gerais e do Brasil.


As Comissões Técnicas são outro projeto importante que fortalecerá a imagem da entidade junto aos órgãos públicos, demais entidades representativas de segmentos econômicos e à comunidade. A meta da entidade é criar 26 grupos que terão a oportunidade de compartilhar e produzir materiais de interesse para a melhoria da qualidade de vida da população. Uma novidade da nova gestão são as Comissões Empresariais SME, que vão envolver empresários e executivos de diversos setores da Engenharia. A área de Comunicação tem recebido atenção especial da nova diretoria, para intensificar os canais de relacionamento com os associados e com a socie-

dade em geral e, ainda, divulgar os projetos que estão em desenvolvimento pela SME. A entidade continua produzindo a Revista Mineira de Engenharia (RME). Outro projeto em curso é a presença nas redes sociais. As páginas da SME no Facebook e LinkedIn têm sido regularmente abastecida de notícias e registros dos eventos e reuniões que acontecem na sede da entidade. Em agosto, uma nova versão do site www.sme.org.br foi disponibilizada. Estão em curso diversos projetos para conectar a SME à internet, com transmissão ao vivo das reuniões e eventos internos.

Reuniões da diretoria

Mantenha sua contribuição em dia

As reuniões da diretoria da SME acontecem semanalmente, sempre às segundas feiras, na sede da entidade, a partir das 19h. Os associados podem participar desses encontros. Compareça!

A sustentabilidade financeira da SME depende da contribuição dos associados. Além de receber a Revista Mineira de Engenharia, os profissionais também têm descontos nos eventos realizados pela entidade. Associe-se à SME!

Experiência de gestão compartilhada com a diretoria O engenheiro, membro do Conselho Deliberativo da SME e presidente do Conselho de Administração do Grupo Algar, Luiz Alberto Garcia, proferiu a palestra “Trabalhamos para servir a comunidade”, com relatos da sua vivência como engenheiro e gestor de uma empresa que é case de sucesso na área de telecomunicações. “O Grupo Algar foi construído com uma participação ativa e sempre propositiva”, afirmou. Com atividades diversificadas, a empresa familiar fundada em 1930, por Alexandrino Garcia, anuncia investimentos de R$ 600 milhões para 2017, para ampliar a sua participação no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México.

luiz Alberto Garcia, engenheiro, membro

do conselho deliberativo da smE e presidente do conselho de Administração do Grupo Algar

Com foco em diversos setores, entre os quais destacam-se telecomunicações, tecnologia da informação (TI) e agronegócio, o grupo está na contramão da crise nacional. No primeiro trimestre deste ano, o lucro líquido da companhia cresceu 10,6% no comparativo com o mesmo período de 2016, atingindo a marca de R$ 33,3 milhões. A receita líquida também teve aumento de 8,7% e atingiu R$ 855,7 milhões. 9


manifesto a favor da Engenharia Não existe País desenvolvido sem uma engenharia forte

Nós, engenheiros de Minas Gerais, não podemos continuar ausentes e silenciosos enquanto empresas de Engenharia definham em estado falimentar ou fecham suas portas, trazendo o desemprego aos engenheiros e comprometendo a reconhecida competência brasileira no setor.

É hora de assumir o papel de protagonistas e redefinirmos o nosso destino. Agora temos CASA, CARAS E BANDEIRAS! A nova diretoria da SME é o resultado da chapa iNova SME, que surgiu para debater ideias e somar forças e, a partir delas, compor um só time comprometido com a reconstrução de uma SME atuante e autossustentável. O objetivo da atual gestão é retornar a entidade para o seu posto de porta-voz da Engenharia em nosso Estado, resgatar a credibilidade e o respeito que a profissão sempre gozaram no passado. E que, assim, a SME continue sua trajetória sem qualquer partidarização e/ou ingerência externa, pela ética e transparência total, lembrando que ela não tem dono, mas líderes temporários que devem prestar contas de sua gestão e conduzi-la com altivez e total independência. É preciso, então, colocar em prática nossas Bandeiras.

5) Adotar a governança transparente, com a divulgação de balanços técnicos, administrativos e financeiros; 6) Reformular o estatuto, tornando a entidade mais democrática, dinâmica e inclusiva;

Pelo apoio aos engenheiros 7) Desenvolver programas de apoio ao engenheiro desempregado e criar a Sala do Engenheiro na SME; 8) Criar uma incubadora de Engenharia, acolhendo startups e projetos e iniciativas de engenheiros empreendedores; 9) Promover campanhas específicas para atração e envolvimento de engenheiras e recém-formados;

Pela melhor comunicação com a classe e a sociedade 10) Reformular o site da SME, de forma mais interativa;

Em processo aberto, e após várias reuniões com ampla participação dos associados, a diretoria da SME definiu seu plano de ação

11) Revigorar a Revista Mineira de Engenharia, em papel e meios digitais;

Pelo fortalecimento da SME

12) Reformular a Medalha do Engenheiro do Ano, agregando novas premiações ao evento;

1) Posicionar-se sobre políticas de Nação em assuntos pertinentes aos Engenheiros e à Engenharia;

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4) Criar comissões especiais coma participação de convidados, profissionais de outras áreas das ciências e tecnologias como: mudanças climáticas, educação, mobilidade, cidades inteligentes, energia, desenvolvimento econômico, código de mineração, sustentabilidade ambiental, agenda 2030/ONU/desenvolvimento regional;

13) Promover a volta do restaurante da SME concomitante a um café

2) Tornar a entidade mais representativa, tendo como meta a atração de mil novos sócios em três anos, com especial atenção aos sócios do interior de Minas;

14) Retornar o projeto “Ponto e Contraponto” visando o debate sobre temas atuais e contraditórios;

3) Fortalecer as Comissões Técnicas, que são as bases da entidade;

15) Retornar o projeto “SME 12:30” com temas de interesse nacional.


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leitores entre empresários, profissionais de engenharia

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www.sme.org.br comErciAl

Fabíola veríssmo (31) 3292 3750 | evento@sme.org.br

sérgio Ferreira (31)3292 3678 | administrativo@sme.org.br


DIRETORIA DA SME 2017/2020 Presidente

Fernanda Santos Portela – Graduada em Engenharia (2014), tem MBA em Gestão de Negócios

Ronaldo Gusmão – Vice presidente da SME (2011 e

e Projetos

2014), presidente da Comissão Técnica de Informática (1983/1989). Fundador e presidente do IETEC

Léu Soares de Oliveira – Participou de várias gestões e da Comissão Técnica de Educação, é fun-

Luiz Otávio Silva Portela – 1º Vice-presidente

dador e diretor da Rede Cidadã

Vice-Presidente

Luciano de Almeida Costa – Membro de Co-

Administrativo Financeiro - Flávio de Azevedo Carvalho – Foi diretor e colaborou em diversas diretorias da SME. Militante histórico da entidade Relações Institucionais - José Antônio Silva Coutinho – Colaborou em diversas diretorias da SME, é presidente da Comissão Técnica de Transportes e ex-diretor do DNIT Técnico-cultural - Luiz Otávio Silva Portela – 1º Vice-presidente e diretor em diversas gestões e militante histórico da SME Inovação - Rodrigo Antônio de Paiva – Vice-presidente da SME, criador do Prêmio SME de Ciência, Tecnologia e Inovação. Militante histórico da entidade

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missões Técnicas e presidente da Tree Empreendimentos Maeli Estrela Borges – Representante da SME no CREA-MG por diversos mandatos. Arquiteta Marya Karolinne Vaz Bertoldo – Graduada em Engenheira Civil (2016) Silvio Antônio Soares Nazaré – Membro do Conselho (2011/2014), diretor da ACMinas e presidente da SSN Empreendimentos a Sumaia Zaidan – Participou da Comissão da Engenheira, mestre em Meio Ambiente Valéria Telles Dias Netto – Presidente da Co-

Diretores

missão da Engenheira (1982/1984)

Diego Caio Rodrigues – Graduado em Engenharia (2016) e em Letras (2008)

Wilson Leal – Ex-diretor da Siemens, Fiemg e Ciemg. Diretor da Goldratt Consulting


Conselho Deliberativo Presidente: Rodrigo Octávio Coutinho Filho – Presidente da SME (1993/1996) Adolpho Valladares Portella – Presidente da SME (1987/1988) Alessandro Fernandes Moreira – Diretor da SME (2011/2014) e diretor da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (EEUFMG) Antônio Geraldo Costa – Presidente da SME (1988/1989) Carlos Eduardo Orsine N. de Lima – Ex-secretário de Estado de Minas Gerais e ex-presidente do INDI, participou de diversas gestões da SME Clémenceau Chiabi Saliba Júnior - Diretor da SME (2011/2014). Presidente da Câmara Mineira de Arbitragem e do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape-MG) Heleni de Mello Fonseca – Presidente da SME (1999/2002)

da SME e membro de diversas diretorias da SME e militante histórica da entidade Ronaldo Vasconcellos Novaes – Ex-presidente do Sinduscon-MG, ex-secretário municipal de Meio Ambiente, ex-deputado federal. Presidente da Ponto Terra Teodomiro Diniz Camargos – Ex-presidente do Sinduscon-MG, vice-presidente da Fiemg (2014/2018), par ticipou de diversas gestões da SME. Conselho Fiscal Marcos Túlio de Melllo – Ex-presidente do Confea e do CREA-Minas, secretário estadual adjunto de Obras de Minas Gerais Haroldo Guimarães Brasil – foi representante da SME na Bancada do CREA-MG

Luiz Alberto Garcia – Ex-presidente do Conselho Deliberativo da SME e presidente do Conselho de Administração do Grupo Algar

José Amador Ribeiro Ubaldo – Membro de diversas gestões da SME e representante da SME no Conselho de Entidades do CREA-MG

Márcio Damazio Trindade – Presidente da SME (2005/2011)

José Nelson de Almeida Machado – Membro de diversas gestões da SME Ex-diretor da SME e

Marcos Villela de Sant'Anna – Membro de diversas gestões da SME e ex-vice-prefeito de Belo Horizonte (1997/2000)

Conselheiro Fiscal gestão 2017/2020

Marita Arêas de Souza Tavares – Ex-diretora

bro de diversas diretorias e comissões da SME

Guilherme Federman – Ex-juiz classista, mem13


EVENTO DE POSSE DA NOVA DIRETORIA

luiz otávio Portela

léu soares de oliveira

márcio damazio trindade

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Flávio de Azevedo carvalho

maeli Estrela Borges

Marita arêas de souza Tavares

josé Antônio silva coutinho

marya Karolinne vaz Bertoldo

marcos villela de sant'Anna

rodrigo Antônio de Paiva

silvio Antõnio soares nazaré

Ronaldo vasconcelos


vicente soares neto

Wilson leal

valéria telles dias netto

diego caio rodrigues

Adolfo Portela

guilherme Brandão Federman

Fernanda santos Portela

Alessandro moreira

Hérzio andrade

luciano de Almeida costa

luiz Alberto Garcia

Marcos Túlio de Mello

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comissõEs técnicAs smE

Em dia com as comissões técnicas A reativação das Comissões Técnicas e Empresariais da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) é um dos projetos mais importantes da gestão 2017/2020. Criadas na década de 80, na gestão do ex-presidente Aloísio Marcos Vasconcelos Novais, as Comissões Técnicas são grupos de trabalho e debate, compostos por engenheiros e outros profissionais, que fazem estudos técnicos sobre setores específicos da atividade, por

meio de contribuições técnicas que possam incrementar o processo de desenvolvimento de Minas Gerais e do Brasil.

Luiz Otávio Portela

À frente desse importante projeto está o vice-presidente Técnico e Cultural, Luiz Otávio Portela. “Temos que fortalecer as nossas comissões técnicas, para ampliar a presença da SME junto à sociedade e aos órgãos públicos. A participação dos engenheiros é fundamental para esse projeto”, enfatiza.

Comissão Técnica de Transportes A Comissão Técnica de Transportes (CTT) promoveu três encontros no mês de agosto, para os preparativos do Seminário SME “Os Desafios da Pesquisa e Inovação na Engenharia de Transportes”, e para a avaliação do evento realizado no dia 17 de agosto, para 120 participantes na sede da entidade.

Presentes: Ronderson Queiroz Hilário, Luiz Otávio Portela, Luciano Eustáquio Cabral, Marcos Rezende Kfouri, Nycio Ferreira Luz, José Antônio Silva Coutinho (presidente), Fernando Castelo Branco, Dirceu Carneiro Brandão e Ubirajara Tadeu Malaquias Baía.

Comissão de Educação em Engenharia A Comissão de Educação em Engenharia iniciou suas atividades no dia 29 de agosto. Coordenada pelo engenheiro, professor e diretor da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (EEUFMG), Alessandro Fernandes Moreira, o primeiro encontro também teve a presença da conselheira da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), Marita Arêas de Souza TaPresentes: Dênis Breno, Marita Arêas de Souza Tavares e Alessandro Fernandes Moreira

vares e de Dênis Breno.


Comissão Técnica de Informática e Telecomunicações A primeira reunião da Comissão Técnica de Informática e Telecomunicações foi realizada no dia 24 de julho. Presentes: Marya Karoline Vaz Bertoldo, Luiz Otávio Silva Portela, Guilherme Moutinho Ribeiro, Severino Dias Carneiro, José Oswaldo Albergaria (coordenador), Rafael Alves Dal-cim Costa, Vicente Soares Neto e Luciano de Almeida Costa.

Mineração e Metalurgia Comissão Técnica de Mineração e Metalurgia promoveu dois encontros, para dar início aos trabalhos do grupo, que cresce a cada encontro. Participaram do encontro inaugural, realizado em 9 de agosto, os engenheiros metalurgistas e associados da SME, Márcio Moreira e Sídon Etrusco, com a com a presença do presidente, Ronaldo Gusmão e do vice-presidente Técnico e Cultural, Luiz Otávio Silva Portela. No segundo encontro, o engenheiro Márcio Gastão de Magalhães se juntou ao grupo.

Presentes: Janaína França, Regina Medeiros, Denise Pereira, Silviano Brandão, Cristiane Lacerda, Virgínia Campos (presidente), Jorge Cançado, Gustavo Krueger, Paulo Ângelo e Otávio Werneck.

Comissão de Desenvolvimento Sustentável

concedeu a Licença de Operação do empreendimento e definiu o cumprimento das obrigações da

Em funcionamento desde 2015, o Comitê de Desenvolvimento Sustentável tem 22 engenheiros participantes. Na reunião de 1º de agosto, foram debatidos temas relacionados ao processo de licenciamento ambiental do Estado. Com assento no Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), a SME apreciou, em julho, um processo relativo à atuação da Anglo American no Estado. A entidade votou pelo indeferimento do recurso interposto pela organização não-governamental (ong) Ponto Terra, nos termos do parecer único elaborado pela Supram Jequitinhonha, que

mineradora por meio das Condicionantes e Compensações. No dia 29 de agosto, o grupo voltou a se reunir. Entre outros temas, a pauta inclui a participação do engenheiro Paulo Ângelo, membro do grupo, no comitê julgador dos trabalhos do julgador do 6º Prêmio Fecomércio de Sustentabilidade e apresentação do IV Seminário Internacional de Construção Sustentável/ II Seminário Internacional de Desenvolvimento Sustentável), por Cristiane Lacerda.


EntrEvistA – ruBEns mEnin tEiXEirA dE souzA

Não se pode generalizar as coisas. Há empresários corruptos sim, mas eles não são a maioria.


neste momento em que o Brasil passa por um cenário de graves crises econômica e política, quando o setor produtivo não consegue sair do lugar para retomar uma trajetória de crescimento consistente, o engenheiro tem reservado tempo na agenda para – em diversos eventos – falar sobre a receita de sucesso da mrv e, mais especificamente, sobre a necessidade de que os engenheiros e empresários do setor passem a enxergar o mundo dos negócios para além do espaço da calculadora e dos projetos. Esse foi, inclusive, o tom do seu discurso na cerimônia anual em que a Federação das indústrias do Estado de minas Gerais (Fiemg), quando ele foi eleito o “industrial do Ano de 2017”. o engenheiro e empresário acredita que a retomada e o fortalecimento das empresas de Engenharia é parte do processo de desenvolvimento socioeconômico nacional. Por isso menin rejeita a pecha de que os casos de corrupção que têm explodido, há três anos, com a operação lava jato, sejam práticas corriqueiras de empresários, como tem sido amplamente divulgado pela mídia brasileira. “é importantíssimo que todos sejam esclarecidos de que a corrupção não pode ser vista ou entendida como uma atividade empresarial. trata-se, pura e simplesmente, de uma atividade criminosa. há empresários que se rendem a ela mas eles são uma minoria”, afirma.

Fundador e atual presidente do Conselho de Administração da MRV Engenharia e do Banco Inter (ex-Intermedium), da Log Comercial

Proprieties, da Urbamais Desenvolvimento Urbano e presidente da

Associação Brasileira e da Associação Brasileira de Incorporadoras

Imobiliárias (Abrainc), o engenheiro civil graduado pela Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (EEUFMG),

Rubens Menin Teixeira de Souza, é, mais que um profissional de sucesso, um ativista da Engenharia.


” O empresariado brasileiro é composto, em sua grande maioria, por lideranças responsáveis e comprometidas com os princípios da ética e da cidadania que fazem prosperar uma nação.

” O Sr. tem conclamado os profissionais da Engenharia a se posicionarem em relação ao cenário de crise institucional que afetou a imagem da Engenharia nacional. Qual é o seu objetivo? O empresariado brasileiro é composto, em sua grande maioria, por lideranças responsáveis e comprometidas com os princípios da ética e da cidadania que fazem prosperar uma nação. Seria natural que essa parcela – isoladamente ou por meio das entidades de classe – se manifestasse em todas as oportunidades em que esse padrão de comportamento deixasse de ser observado, por qualquer agente importante. Estamos vivendo uma dessas ocasiões, sem que se ouça e se veja qualquer manifestação explícita de repúdio por parte do setor produtivo nacional ou de seus representantes. Sabemos que há empresários corruptos, mas eles não são maioria. 20

Quais são os efeitos práticos desse “silêncio”?

Por que o Sr. levanta esta bandeira neste momento?

As empresas de Engenharia que foram envolvidas nos escândalos da Operação Lava Jato prejudicaram não apenas seus próprios nomes, mas toda a classe da Engenharia. Ficar em silêncio, frente a tudo isso, apenas reforça o preconceito antiempresarial e a hostilidade no ambiente dos negócios que já vinham entranhadas na mentalidade dominante em nossa sociedade.

Porque nenhum empresário, que tenha compromisso com as equipes que lidera, pode acreditar que sua atividade seja sustentável e saudável quando ela está baseada na corrupção sistemática de funcionários e autoridades governamentais, em favorecimento ilícito por parte de fiscais ou mesmo em benefícios indecentes por parte de agências públicas. Não é assim que a maioria do empresariado nacional trabalha e põe em marcha os seus negócios.

Acredito que as atividades expostas e confessadas por Joesley Batista, em junho deste ano, não correspondem ao padrão empresarial praticado no Brasil e é importantíssimo que a sociedade seja esclarecida de que a corrupção não pode ser vista ou entendida como uma atividade empresarial. Trata-se, pura e simplesmente, de uma atividade criminosa. Ainda falta dizer isso claramente. As lideranças empresariais precisam se posicionar de forma enfática, utilizando todos os meios e recursos disponíveis.

Como os engenheiros e as empresas de Engenharia podem contribuir nesse processo? Se o Brasil quer crescer, tem que ser a partir da Engenharia. O Brasil precisa de bons exemplos. A Engenharia nacional é composta por profissionais altamente qualificados para atuar na área. A maioria deles trabalha com competência e ética.


Os engenheiros, por tudo que são e representam, podem ser agentes multiplicadores de bons exemplos, para auxiliar o país a retomar um caminho de crescimento sustentável. Em 2016, quando 11 das 17 incorporadoras de capital aberto do país tiveram prejuízo, a MRV deu continuidade à sua trajetória de crescimento. Como a empresa conseguiu esse feito, em meio a uma crise tão grave? O modelo de gestão da MRV é o grande diferencial do nosso negócio. Neste momento, a aposta é em empreendimentos de grande porte, com prédios padronizados e com os mesmos padrões de acabamento, Brasil afora. Com isso, nosso ganho é em escala, o que nos garante condições favoráveis de negociação com fornecedores. Temos uma estratégia de negócios muito bem definida, com foco no mercado de baixa renda (rendimentos entre R$ 1.500 e

R$ 5 mil) e um modelo de gestão baseado no controle dos custos de produção, a construtora prevê mais crescimento nos próximos anos e se prepara para ter como cliente um em cada 100 brasileiros, em 2022.

Há oportunidades no futuro?

A credibilidade do negócio MRV reflete-se na confiança dos acionistas. Atualmente, a empresa vale R$ 6,5 bilhões na bolsa.

O déficit habitacional é uma fonte de oportunidades para a MRV. Temos que pensar que “quem casa, quer casa” e que, a cada ano, acontecem mais de 1 milhão de uniões no Brasil. Nosso desafio é preparar a MRV para suprir a demanda do mercado que tem aumentado, apesar das elevadas taxas de desemprego.

Como manter os custos sob controle? Uma das minhas obsessões é a atenção aos custos. Na habitação popular, é complicado fazer o repasse das despesas para o valor final do imóvel. Então, apostamos na eficiência e isso tem garantido resultados positivos há 38 anos. A receita da MRV para os empreendimentos é a mesma em qualquer local. Acredito que, para manter os resultados financeiros, mantemos o foco em um produto específico, com controle rígido de custos e ganhos em escala.

O Brasil precisa da Engenharia. O país ainda precisa ser construído, em virtude do seu tamanho continental e da população de 210 milhões de pessoas.

Mas há muitas oportunidades também para as empresas de Engenharia pesada. O país carece de infraestrutura e reverter isso passa pela classe dos engenheiros. Há espaço para que as empresas e os profissionais brasileiros trabalhem para melhorar a qualidade de vida da população brasileira, de uma forma geral. Há muito a ser feito e espaços importantes a serem ocupados pelos profissionais da Engenharia. 21


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EvENTo SME

25º Prêmio SME de Ciência, Tecnologia e Inovação ENTREGA DA PREMIAÇÃO, NO DIA 27 DE NOVEMBRO NA FIEMG.

este ano, 36 projetos de pesquisa de estudantes universitários mineiros das áreas de Engenharia, Arquitetura e Agronomia concorrem ao 25º Prêmio SME de Ciência, Tecnologia e Inovação. Esse número representa um crescimento de 8,3% no comparativo com o ano anterior, quando foram inscritos 33 trabalhos.

N

Os trabalhos já foram enviados para a Comissão Julgadora, que é constituída por profissionais de referência no mercado e especialistas nas diversas áreas da Engenharia e também Arquitetura e Agronomia. Cada projeto será apreciado por três juízes que, na etapa final, vão se reunir para apresentar os temas e debater sobre aqueles que atingirem a nota classificatória e sua pontuação final. marita Arêas de souza tavares,

coordenadora do 25º Prêmio smE de ciência, t& i

Segundo a coordenadora do 25º Prêmio SME de Ciência, Tecnologia e Inovação e conselheira da entidade, Marita Arêas de Souza Tavares, essa iniciativa tem como objetivo estimular a pesquisa e a criatividade dos estudantes dos cursos de graduação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. “Por força do Regulamento, os trabalhos são focados na criatividade e inovação, na aplicabilidade, na sustentabilidade, no interesse técnico-científico, econômico e social, também valorizados pela credibilidade dos parceiros envolvidos e o peso intelectual e científico dos integrantes do corpo de juízes”, destaca. 24

Considerado um dos Prêmios mais tradicionais e relevantes do Estado, a participação dos estudantes soma pontos para aqueles que pretendem ingressar no mercado de trabalho, pois demonstra a capacidade de estudo e realização do jovem. No dia 27 de novembro, será realizada a tradicional cerimônia de premiação dos vencedores da 25ª edição do Prêmio SME de Ciência, Tecnologia e Inovação, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que é parceira da Sociedade para a realização dessa importante iniciativa, que visa incentivar a pesquisa científica e técnica, entre os estudantes universitários. Os cinco primeiros colocados receberão um certificado de participação e premiações em dinheiro nos valores de R$ 10 mil, R$ 6 mil, R$ 5 mil, R$ 4 mil e R$ 3 mil. Serão concedidas, também, menções honrosas para projetos de destaque, de acordo com as comissões julgadoras. Os trabalhos não premiados que foram classificados para a terceira e última fase de avaliação e que obtiverem nota média igual ou superior a 70% dos pontos receberão certificados de participação. Os estudantes premiados vão se tornar associados aspirantes da SME, com a anuidade de 2018 gratuita. Eles também receberão a carteirinha da entidade. A universidade que tiver o maior número de trabalhos classificados receberá uma premiação especial. Em caso de empate, vencerá aquela que tive o maior número de projetos classificados e premiados, ou que obtiver as melhores pontuações. Acompanhe as notícias do 25º Prêmio smE de ciência, tecnologia e inovação na página da smE no Facebook e no linkedin.


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cAvErnAs do PEruAçu

A exuberante harmonia da natureza e o desastre hídrico ambiental do Norte de Minas

P

Eng. Adalberto carvalho de rezende

articipei, com mais 40 pessoas, da Expedição Caminhos dos Geraes, que aconteceu entre os dias seis e 10 de setembro, na região do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. O passeio foi uma iniciativa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Montes Claros, idealizado pela Fundação Genival Tourinho e com apoio de empresas e instituições públicas. No nosso grupo, havia especialistas, empresários, órgãos de comunicação, academia, gestores públicos, órgãos de orientação e controle, dentre outros representantes da sociedade civil. Sabendo do desastre hídrico em curso na região do Norte de Minas, os organizadores da expedição tinham entre os objetivos do evento, além de ampliar o conhecimento da colossal beleza natural das Cavernas do Peruaçu, mostrar a triste reali26

dade do desastre hídrico estabelecido na região do Norte de Minas. Dessa forma, pretendiam envolver os diversos atores da sociedade para, a partir da ciência dos fatos, buscar, em conjunto, dar apoio para a preservação das belezas naturais das Cavernas do Peruaçu, construindo as condições para que seja apresentada ao mundo, como um patrimônio mundial da humanidade, ao mesmo tempo em que o conhecimento do desastre hídrico da região seja vivenciado pelos integrantes da expedição, como forma de sensibilização de todos para busca de soluções para interromper ou mitigar as desastrosas consequências da crise hídrica do Norte de Minas. Os sítios arqueológicos do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, entre Januária, Itacarambi e São João das Missões é de beleza natural deslumbrante, com cavernas de dimensões inimagináveis, forjadas em 650 milhões de anos, com

riqueza de detalhes geológicos preservados, inscrições rupestres com riquezas gráficas nítidas como se fossem feitas ontem. Um ontem de 9 mil anos. O que os homens que ocuparam o local há 9 mil anos souberam preservar, não é o mesmo que se vê na região do entorno do Parque. Enquanto as Cavernas do Peruaçu estão a ponto de serem candidatas a patrimônio mundial da humanidade, a região do entorno se apresenta em franco desastre hídrico. Balneários que antes recebiam os turistas do norte mineiro, hoje estão secos e abandonados. Os rios secaram. As lagoas desapareceram. O Pantanal Mineiro, na bacia do Rio Pandeiros, historicamente um berçário natural dos peixes do São Francisco, está à mingua, agonizando, quase seco. As poucas nascentes sendo pisoteadas pelo gado. Gado de invasores da área. E os fiscais do IEF tem dificuldade ou não conseguem efetivar uma ação de retirada do gado.


Soma-se ao incêndio, a exploração hídrica dos mananciais, tanto das poucas águas superficiais quanto das águas profundas. A necessidade premente de água sinaliza que seu uso nem sempre se dá dentro das normas e práticas sustentáveis, eventualmente levando à exploração exagerada, abaixando o nível do lençol freático, reduzindo sobremaneira a umidade do solo, estabelecendo um acentuado processo de desertificação. Também há relatos de plantações de eucaliptos que, após sua implantação, levaram ao desaparecimento de lagos e nascentes. A realidade é que a região convive com fogo e sem água, uma combinação desleal com a natureza local.

As veredas, com suas características típicas de solos orgânicos, que mantém a água ou a umidade do solo superficial, ambiente amigável para a flora e a fauna, estão em franca e exagerada extinção. Para completar o quadro de destruição, os incêndios já duram sete meses. Para um biólogo a imagem de destruição é arrasadora. Para um leigo a imagem é aterrorizante. Para você leitor da Revista Mineira de Engenharia, passo uma visão do local desse incêndio, com uma imagem que todos conhecemos da infância: o jogo “Pega Varetas”. Quando soltamos as varetas, elas caem umas sobre as outras, aos montes. É esta a situação local. Um enorme “Pega Varetas” formado pelos milhares e milhares de Buritizeiros tombados, numa gigantesca área de veredas em chamas. O fogo penetra no solo orgânico (turfa) e se estabelece, podendo atingir camadas de alguns metros abaixo. Duas chuvas que caíram neste período de sete meses, somando 100 milímetros de água não foram suficientes para a extinção do incêndio florestal.

Os empresários, as instituições, os órgãos de orientação e controle, a academia, os consultores e a sociedade tem que se unir para a busca de soluções. O problema é gigantesco e se apresenta com várias faces. As soluções certamente não serão convencionais. Temos que colocar o nosso saber e nossa capacidade de focar para sermos parte dessas soluções. A Sociedade Mineira de Engenheiros, por meio de suas Comissões Técnicas, é ambiente fértil para fomentar soluções. Eng. Adalberto

Carvalho de Rezende Membro da Comissão

Técnica de Desenvolvi-

mento Sustentável da SME, Diretor da ESCO Àgua e Energia e Professor da Escola de Engenharia da UFMG

27


TECNologIa E dESENvolvIMENTo

Projeto do Governo federal com foco em internet das coisas O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) deve lançar, até dezembro, o Plano Nacional da Internet das Coisas (IoT – Internet of Things), com incentivos para a implantação dessa tecnologia no Brasil. Estudos estimam que esse mercado movimentará entre US$ 4 trilhões a US$ 11 trilhões no mundo. Apenas os países em desenvolvimento – como o Brasil – poderão responde por 38% desse valor. A IoT permite conectar à web diversos dispositivos eletrodomésticos de uso cotidiano. Dos tênis, passando pela geladeira, iluminação e climatização da residência até tratores podem ser conectados para a geração de dados sobre uso, manutenção e localização, para melhorar o desempenho, reduzir desperdícios e prever falhas. Segundo o engenheiro graduado pelo Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) e secretário de política de informática do MCTIC, Maximiliano Martinhão, o aumento do consumo de banda por essa tecnologia não impactará a infraestrutura já existente. Ele explica que os sensores e os monitores usados na IoT não consomem tanta banda quanto smartphones e computadores conectados à rede. “A prioridade do plano será garantir a segurança dos acessos mais do que a ampliação da rede”, ressalta. Segundo Martinhão, a formação de mão de obra especializada é uma das prioridades do Plano Nacional de Internet das Coisas. Para além das questões operacionais, é necessário mudar o perfil do trabalhador brasileiro. Ele deve estar preparado para lidar com a infinidade de mudanças que o espera – e para usufruir de todos os benefícios que a IoT pode trazer e atuar nos mais variados setores. “O fato é que profissionais das mais diversas áreas serão afetados por essa revolução, mas nenhum tanto quanto o engenheiro. Afinal, este é/será o principal responsável pelo desenvolvimento das soluções que irão atender ao mercado - sempre ávido por novidades”, prevê. 28

Maximiliano Martinhão, novo secretário de Inclusão digital e Internet do MCTIC Do ponto de vista técnico, desenvolver os equipamentos inteligentes é - e ficará cada vez mais – desafiador, sobretudo devido ao alto grau de investimento e das novidades tecnológicas que surgem em velocidade impressionante. “Dessa forma, aqueles que desejarem se aventurar nesta nova área terão que lidar com imensos desafios, é verdade, mas também terão pela frente oportunidades gigantescas”, afirma. Nesse cenário, é preciso reforçar a importância de as instituições de ensino estarem atentas e envolvidas no processo. Os novos engenheiros já devem sair da faculdade familiarizados com o tema, conhecendo as principais ferramentas, protocolos de comunicação, linguagens de programação e dispositivos eletroeletrônicos utilizados. É necessário, ainda, que os cursos de pós-graduação em IoT se multipliquem e se espalhem pelo país. “É com essa visão que estamos construindo o Plano Nacional de IoT. Nosso objetivo principal é garantir um ecossistema favorável ao desenvolvimento e à implantação de soluções dessa tecnologia no Brasil, o que só será possível com ampla participação e engajamento dos engenheiros formados no país”, conclui.


Rede Cidadã entre as 100 melhores ONGs do Brasil 5º lugar no ranking de ONGs do Brasil pelo NGO Advisor - 2017

121º lugar no ranking de ONGs do mundo pelo NGO Advisor - 2017

Prêmio Ser Humano pela ABRH MG - 2016

65.000

Jovens inseridos no mercado de trabalho

2.668 empresas parceiras.

685 organizações sociais parceiras.

2.697 voluntários.

Projetos em destaque: Trabalho Novo Parceria com a Prefeitura de São Paulo para qualiĮcar e inserir pessoas em situação de rua no mercado de trabalho.

1.272 pessoas já empregadas. Jovem Aprendiz Presença nacional na formação de jovens aprendizes.

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SOLIDARIEDADE, É AS ESSES ASSOCIADOS DA SME JÁ ESTÃO FAZENDO SUA PARTE !

SE VOCÊ CONHECE UM DESSES COLEGAS, PERGUNTE O QUE ELE TEM FEITO E SAIBA COMO VOCÊ PODE SER SOLIDÁRIO!

39.524

DESEMPREGADOS

ENGENHEIROS, ARQUITETOS E AGRÔNOMOS

nos anos de 2015 e 2016 - fonte : Caged- Ministério do Trabalho

30

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SSIM QUE SE COMEÇA! PROPOSTAS A FAVOR DA ENGENHARIA Pelo fortalecimento da SME

Pelo apoio aos Engenheiros

1. Posicionar-se como SME sobre políticas de Nação

7.. Desenvolver programas de apoio ao engenheiro desempregado e criar a Sala do Engenheiro na SME;

em assuntos pertinentes aos Engenheiros e a Engenharia;

2.

Tornar a entidade mais representativa, tendo

como meta a atração de mil novos associados em três anos, com especial atenção àqueles do interior

8.. Criar uma incubadora de Engenharia, acolhendo startups e projetos e iniciativas de engenheiros empreendedores; 9.. Promover campanhas específicas para atração e envolvimento de engenheiras e recém-formados;

de Minas;

3. Fortalecer as comissões técnicas, que são as bases da entidade;

4. Criar comissões especiais com a participação

de convidados, profissionais de outras áreas das

Pela melhor comunicação com a classe e a sociedade

10.. Reformular o site da SME, de forma mais interativa;

ciências e tecnologias, como: mudanças climáti-

11..Revigorar a Revista Mineira de Engenharia em

energia, desenvolvimento econômico, código de

12.. Reformular a Medalha do Engenheiro do Ano,

2030/ONU/desenvolvimento regional;

13.. Promover a volta do restaurante da SME conco-

cas, educação, mobilidade, cidades inteligentes,

mineração, sustentabilidade ambiental, agenda

5. Adotar a governança transparente, com a divulgação de balanços técnicos, administrativos e financeiros;

6. Reformular o estatuto, tornando a entidade mais democrática, dinâmica e inclusiva;

papel e meios digitais;

agregando novas premiações ao evento; mitante a um café;

14.. Retornar o projeto “Ponto e Contraponto”, visando o debate sobre temas atuais e contraditórios;

15.. Retornar o projeto “SME 12h30”, com temas de interesse nacional.

Chapa iNova SME | 2017-2020

NÃO EXISTE UM PAÍS DESENVOLVIDO SEM UMA ENGENHARIA FORTE !


EvEnto smE

infraestrutura aeroportuária e investimento em Bh foram os temas do Projeto smE 12:30

luciana Sampaio moreira

o dia 1º de setembro, a Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) retomou o seu tradicional projeto SME 12:30, no formato de almoço palestra com a presença do presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), engenheiro Antônio Claret de Oliveira, e outros diretores da companhia que está entre as listadas para o processo de concessão anunciado pelo governo federal em agosto.

N

O SME 12:30 foi realizado no hall da sede da entidade, para um público de 80 pessoas entre engenheiros, empresários e gestores públicos. Na pauta, o executivo abordou temas como o plano de sustentabilidade da Infraero, projetos de investimento e ampliação da Infraero para os aeroportos da 32

Pampulha e Carlos Prates, em Belo Horizonte, e, ainda, infraestrutura aeroportuária nacional. O presidente da SME, Ronaldo Gusmão, deu boas-vindas ao seleto grupo de participantes e ressaltou a missão histórica da entidade de discutir temas nacionais que interferem no processo de desenvolvimento socioeconômico de Minas Gerais.

Presidente da smE, ronaldo Gusmão

Estado que enxuto, não loteado “A SME é uma entidade apartidária, mas política - e temos um quadro técnico muito qualificado para debater essas questões. No caso da Infraero, entendemos que as concessões não foram discutidas com a sociedade civil e o processo estão sendo conduzido de forma rápida, apenas com foco na questão fiscal. Defendemos um

e que preste serviços para a sociedade,

cujos

os

usuários

devam ter a oportunidade de decidir se querem voar a partir da Pampulha ou de Confins. Da forma como está colocado o projeto das concessões, Belo Horizonte corre o risco de perder investimentos importantes”, denunciou o dirigente.


Antônio claret

O presidente da Infraero, Antônio Claret, iniciou a sua fala afirmando que a o projeto de concessões é importante para o governo. “Não é só a Infraero, mas outros ativos como Eletrobras, Casa da Moeda e mais recentemente os Correios também estão sendo avaliados. O objetivo do governo é equilibrar as contas, neste momento de crise pela qual passa o Brasil”, justificou. Diferente do que se avaliou inicialmente, há investidores interessados nos terminais da Infraero, entre eles as maiores gestoras aeroportuárias do mundo. “Não somos contra a concorrência. A concorrência só traz pontos positivos mas há o momento certo para fazer isso e, não é agora. Temos que ir devagar”, alertou. O projeto da Infraero baseia-se nos ajustes necessários para preparar a companhia para abertura de capital no futuro. “Em pouco mais de um ano, conseguimos uma melhoria significativa na situação financeira da empresa, que registrou resultado negativo de R$ 150 milhões em 2015. No ano passado, chegamos perto dos R$ 500 milhões positivos e isso é muito significativo”, pontuou o executivo que deixou a

de oliveira,

engenheiro e

Presidente da infraero

iniciativa privada para promover a aproximação entre a estatal e a iniciativa privada. O plano de sustentabilidade da empresa inclui adequação do efetivo, incorporação do ATAERO à tarifa, sem impacto para o setor, criação de estrutura com subsidiárias. Uma delas é a ASAS Soluções Aeroportuárias, que terá como parceira de negócios a alemã Fraport AG, para prestar serviços dentro e fora do Brasil. A Infraero Airport englobará os 21 aeroportos superavitários da estatal. “A empresa está desenhada para gerar grandes resultados e subsidiar o restante dos pequenos e médios aeroportos nacionais”, explicou. 33


EvEnto smE

Presidente da Infraero, antônio Claret, Presidente da smE, ronaldo Gusmão e Paulo lamac, vice-prefeito de Belo horizonte

Afinal, esses terminais estrategicamente localizados pelo país garantem a integração nacional. Segundo Claret, se, na região Centro-Sul do Brasil, as aerovias são muito importantes, no Norte são vitais. “Nós nos isolaríamos de pelo menos metade do Brasil se fossem desativados os aeroportos de pequeno porte como Pampulha, Uberlândia, Cruzeiro do Sul, Tabatinga e Tefé”, ressaltou. A Infraero Participações, por sua vez, pretende valorizar a participação acionária da estatal nos aeroportos remanescentes, uma vez que, após as privatizações,“ sua receita ficou reduzida em 53%, além da relação custo/receita aumentar para 68%. Um completo desastre de gestão e governança, sem nenhum retorno. Metade dos investimentos nos bons aeroportos foram feitos com recursos próprios, enquanto os 50% da iniciativa privada, de forma geral, foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Temos que valorizar os 49% da Infraero”, destacou. A subsidiária Infraero Navegação Aérea será transferida para a Aeronáutica. Dessa forma, a estatal vai ficar livre de um serviço que sempre produziu prejuízos para a estatal. Outras ações visam reduzir custos e aumentar produtividade e eficiência. A empresa vai dar uma atenção especial à área comercial, para o incremento das receitas em mais de R$ 1 bilhão, nos próximos cinco anos. A meta é atingir, ainda em 2017, os patamares de 34

2013/2014. Outra parte desse trabalho é o mapeamento de 2 milhões de metros quadrados em áreas externas. A meta da empresa, com o plano de sustentabilidade, é ter receita própria a partir de 2019 para pagar os custos e investimentos. As concessões com investimento serão privilegiadas, para alavancar os resultados pretendidos e incrementar os projetos a partir da integração do modal aeroviário com o marítimo, rodoviário e ferroviário, o que amplia o alcance operacional dos projetos.

Projetos para Belo Horizonte Entre outros projetos, a Infraero tem duas propostas para os terminais da Pampulha e Carlos Prates, ambos em Belo Horizonte. “Todos os aeroportos de médio porte estão no mesmo projeto de reestruturação da empresa. O terminal da Pampulha está há pelo menos oito anos abandonado. É um investimento público que está jogado às traças e isso é um absurdo. Por ano, isso representa um prejuízo de R$ 40 milhões. O aeroporto recebia 700 mil passageiros e atualmente são 300 mil. Os aviões que estavam lá para a aviação regional foram transferidos para Confins e, com isso, o aeroporto está praticamente parado, com um voo regular diário. As duas obras estão em fase de projetos. Segundo o executivo, primeira é feito um termo de referência. O passo seguinte é a confecção dos projetos para que se possa definir o valor aproximado do empreendimento. A execução dependerá da participação da iniciativa privada.


“o terminal da Pampulha

está há pelo menos oito

anos abandonado. é um investimento

público

que

está jogado às traças e isso

é um absurdo. Por ano, isso

representa um prejuízo de r$ 40 milhões.”

Pampulha Construído na década de 1930, o Aeroporto da Pampulha tem experimentado uma redução drástica dos voos comerciais. O projeto da Infraero contempla um Shopping Mall comercial com garagem e, ainda, centro de eventos, com investimentos que devem chegar a R$ 350 milhões. A área total do terminal será ampliada com a devolução do terreno que ainda é ocupado pelo CEAAR. Em números serão 95.362 metros quadrados, com 2.720 vagas de estacionamento. A área de circulação e paisagismo será de 47.233 metros quadrados. A nova torre de controle já está concluída, bem como a modernização dos sanitários das áreas de embarque, desembarque e saguão. A sinalização foi adequada para aeronaves 4C e está previsto o reforço dos equipamentos para o nível de proteção contra incêndios, para esse tipo de aeronave. O projeto inclui, também, novos balcões de

atendimento, nova área de processamento de pré-embarque de passageiros e revitalização e pintura da fachada e do interior do terminal.

necessidade de um pouso intermediário “pois isso onera a operação, já que 50% dos custos da aviação estão nos pousos e decolagens”, lembrou.

“Do ponto de vista técnico, os voos para a Pampulha já estão autorizados pela ANAC. A condição é que os voos façam uma escala no interior do Brasil antes de chegar ao seu destino final. Está próximo o dia em que a Pampulha voltará a ser um lugar bonito”, afirmou Claret.

O Aeroporto Carlos Prates tem suas peculiaridades. Iniciou suas atividades em 1944 e, atualmente, abriga 5 escolas de aviação, 17 hangares e uma pista de aterrisagem. O terminal oferece extensa área disponível para novos negócios comerciais. A meta da Infraero, nesse caso, é fortalecer a unidade como terminal logístico da capital, com a função de fazer a integração do Estado. Para tanto, o projeto orçado em R$ 500 mil prevê recuperação dos pavimentos flexíveis, construção de torre de controle, reforma e ampliação do sistema de pátios e pistas e instalação de 1200 metros de cerca operacional.

A meta é implantar 12 decolagens diárias para nove destinos (Montes Claros, Uberaba, Uberlândia, Governador Valadares, Santos Dumont, Guarulhos, Brasília, Carajás, Congonhas, Guarulhos e Brasília. A Infraero já está negociando com as principais operadoras e também com a CVC que tem um plano de transformar o terminal da Pampulha em um hub de turismo na capital. A Infraero tem feito um trabalho político para que os voos a partir da Pampulha possam ser diretos para outras capitais, sem a

O presidente da Infraero não compreende a reativação do terminal da Pampulha como risco para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. 35


EvEnto smE

Prazos Segundo Claret, os prazos para concessão de empreendimentos do porte de aeroportos são longos. Ele acredita que, no final do governo Temer, os leilões estarão próximos. No entanto, esse processo demanda força e empenho técnico e político. O presidente da Infraero destacou também que tem feito um grande trabalho político, junto à bancada mineira na Câmara dos Deputados e também no Senado Federal. Mas é sempre possível somar forças para garantir que Minas Gerais seja colocada, de forma efetiva, na rota dos investimentos federais.

O vice-prefeito de Belo Horizonte, engenheiro Paulo Lamac, ressaltou a importância dos projetos da Infraero para os terminais da Pampulha e Carlos Prates. “Neste momento, Belo Horizonte sofre de asfixia econômica. Um dos desafios da atual gestão da Prefeitura Municipal (PBH) é justamente construir e fortalecer a economia da cidade e o aeroporto da Pampulha tem uma importância estratégica nesse processo”, enfatizou.

O vice-presidente Técnico e Cultural da SME, Luiz Otávio Portela, disse que a entidade está pronta para mobilizar as bancadas políticas das esferas federal, estadual e municipal, para que os projetos dos terminais da Pampulha e Carlos Prates sejam transformados em obras

36



EvEnto smE

mobilidade e qualidade de vida foram os temas centrais do evento luciana Sampaio moreira Com 120 inscritos, entre engenheiros, arquitetos, gestores públicos, pesquisadores e lideranças comunitárias de Minas Gerais e de outros Estados, o Seminário “Os Desafios da Pesquisa e Inovação na Engenharia de Transportes” reabriu as portas da sede da entidade, na Rua Timbiras, 1.514, no bairro de Lourdes, em grande estilo, para os eventos técnicos. Depois de 12 anos de ausência, Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) retornou para o prédio. O Seminário foi uma iniciativa da Comissão Técnica de Transportes (CTT), presidida pelo engenheiro e vice-presidente de Relações Institucionais da SME, José Antônio Silva Coutinho, e reuniu especialistas das áreas de mobilidade urbana, planejamento e, também, pesquisadores e entusiastas do modal ferroviário, que tem se 38

Mobilidade Urbana

josé Antônio silva coutinho, vice-presi-

dente de relações institucionais da smE

mostrado uma excelente oportunidade para o transporte de cargas e pessoas no Brasil. O presidente da SME, Ronaldo Gusmão, deu boas-vindas aos profissionais presentes e exaltou a iniciativa da CTT. “A SME sempre foi protagonista no desenvolvimento nacional e de Minas Gerais. Os engenheiros precisam ocupar o espaço que lhes é de direito nesse processo. Temos que recuperar a imagem de competência da Engenharia nacional”, afirmou.

O primeiro painel “Mobilidade urbana e logística nos conceitos da qualidade de vida do cidadão” foi proferido pelo engenheiro, professor e pesquisador da Fundação Dom Cabral (FDC), Paulo Tarso Resende. O coordenador e moderador, engenheiro Marcelo Perrupato e Silva, não escondeu a alegria de participar do primeiro evento técnico da SME na sua sede. “Estou feliz por estar de volta à “Casa do Engenheiro” com a missão de discutir o que a Engenharia pode fazer pela sociedade brasileira nas áreas de mobilidade e transportes”, enfatizou. Paulo Resende iniciou a sua fala lembrando que as pessoas moram nas cidades e não nos Estados ou União. Em se tratando


“É preciso integrar a mobilidade urbana à lei de uso e ocupação do solo. Mas os municípios não podem ter autonomia para cuidar desse tema." Paulo Resende

de projetos de mobilidade urbana devem merecer um planejamento a longo prazo e o rigor científico que a Engenharia preza tanto, para que o resultado final promova o diálogo da mobilidade com o modo de vida das pessoas. “É preciso integrar a mobilidade urbana à lei de uso e ocupação do solo. Mas os municípios não podem ter autonomia para cuidar desse tema”, defende. Os descompassos dessa legislação, segundo o pesquisador, afetam a movimentação das pessoas que, acabam por optar pelos veículos automotores porque trabalham, estudam ou têm atividades de lazer longe do local onde moram. Em Belo Horizonte, por exemplo, a demanda de ocupação da cidade é a fragmentação, que é explicada pela topografia da cidade. A médio prazo, esse fenômeno gera a dispersão das pessoas que ao se deslocarem, geram quilômetros de engarrafamentos nos horários de saída e de retorno para casa. A diretora geral da Agência de

Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Agência RMBH), engenheira, Flávia Mourão Parreira do Amaral, apresentou o projeto do Plano Metropolitano de Mobilidade Urbana, que vai comtemplar 34 municípios e 5,2 milhões de habitantes, ou 25% da população do Estado. “O sistema viário da RMBH inicialmente convergia para o centro da capital. Hoje não podemos pensar assim. Estamos propondo um modelo diferente, de outras centralidades interligadas, o que descentraliza o processo de desenvolvimento para toda a RMBH”, explicou. Segundo a gestora, a Agência RMBH tem trabalhado para que questões como Mobilidade Urbana sejam temas geridos por uma autoridade metropolitana, capaz de interligar os municípios e as ações físicas e tarifárias. Uma vez implantado, esse plano também vai melhorar a qualidade de vida de mais 620 mil habitantes dos 16 municípios que compõem o Colar Metropolitano.

“Outro objetivo é que esses assuntos sejam políticas permanentes que terão continuidade quando houver a mudança de governos”, apontou. No segundo painel, “Desenvolvimento e Modernidade da Engenharia Ferroviária – O Instituto Nacional de Pesquisas Ferroviárias (INPF) reuniu o coordenador desse importante projeto de desenvolvimento de tecnologia da Engenharia Ferroviária, engenheiro Wellington Sarmento e o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER), engenheiro Vicente Abate. Sarmento iniciou sua fala ressaltando que o processo de concessão das ferrovias brasileiras, no final dos anos de 1990, foi determinante para que a expertise do setor fosse perdida com o tempo. “O modal ferroviário não pode ser um modismo. Temos que falar continuamente nesse setor que é de fundamental importância para o processo de desenvolvimento nacional, como alternativa para o transporte de pessoas e de cargas”, ressaltou. 39


o seminário “os desafios da Pesquisa e inovação na Engenharia de transportes” contou com 120 inscritos, entre

engenheiros, arquitetos, gestores públicos, pesquisadores e lideranças comunitárias de minas Gerais e de outros Estados

O INPF, que está em processo de implantação no país, é uma iniciativa das mais louváveis. Segundo o engenheiro Sarmento, é nessa entidade nacional que o setor será “reativado”, por meio da formação de mão de obra qualificada, treinamentos, pesquisa, testes, normalização, técnica e certificação do processo ferroviário. Temos que voltar a desenvolver tecnologia e isso não se faz do dia para a noite. É preciso experimentar, errar, consertar e aprimorar para atingir os resultados pretendidos”, destacou. Abate disse que a indústria ferroviária nacional caminhou bem nos últimos três anos. No entanto, em 2017, os contratos existentes já foram encerrados. O cenário para o próximo exercício é incerto, devido à falta de definição dos contratos de concessão das linhas nacionais. A expectativa é que, pelo menos duas delas sejam renovadas até dezembro. “No momento não temos encomendas de locomotivas no Brasil. O governo federal também não fez aportes em infraestrutura”, alertou. O terceiro e último painel “Ferrovias: Ontem, hoje e sempre. Fundo gestor para projetos ferroviários”, teve como palestrantes os engenheiros e membros da CTT, Nelson de Mello Dantas Filho (BHTRans) e Ubirajara Tadeu Malaquias Baía (CBTU-STU e Ong-Trem). O moderador foi o professor da EEUFMG, Nilson Tadeu R. Nunes. O engenheiro Ubirajara Baía apresentou um estudo da CTT/SME sobre a criação de um Fundo Gestor de recursos financeiros para investimentos, 40

em uma primeira etapa, em estudos e projetos que objetivam a recuperação e reaproveitamento dos trechos ferroviários já existentes e resgate da memória ferroviária do Brasil. Esse plano contemplaria 12 trechos do Estado, com trechos entre 29 quilômetros (Belvedere/Nova Lima – Ibirité – Barreiro/BH – Eldorado/Contagem) até 265,4 quilômetros (Uberaba – Araxá – Ibiá). Nelson Dantas abordou o histórico das ferrovias em diversos países e resgatou as heranças do processo de privatização. Entre elas, trens de passageiros em apenas 5% de uma rede de 30 mil quilômetros. A EFVM e a EFC são contrapartidas sociais da Vale. “Falta sensibilidade no tomador de decisão e como não há um órgão técnico para cuidar do modal, as coisas andam devagar no Brasil para considerar as ferrovias no planejamento de Estado”, alegou. O professor Nilson Nunes afirmou que a opção pelo transporte rodoviário ofuscou o trem, enquanto meio de transporte. “Em distâncias de 400 km, o trem é mais competitivo. E essa é a distância entre as principais capitais do Brasil”, afirmou o professor Nilson Nunes. Segundo ele, o desenvolvimento de expertise nessa área é um tema de interesse da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (EEUFMG). O engenheiro e vice-presidente da Associação Fluminense de Preservação Ferroviária (AFPF), Antonio Pastori, encerrou os trabalhos com uma fala sobre a situação das ferrovias brasileiras. “Algumas são altamente eficientes, com níveis de produtividade elevada


ubirajara tadeu malaquias Baía, nilson tadeu r. nunes e nelson de mello dantas Filho no terceiro painel do seminário

e geradoras de lucro, mas a malha atual é incompatível com o tamanho do país. As ligações são incompletas e as bitolas são diferentes o que reduz as possibilidades de integração do modal”, listou. Para ele, a solução para a rede ferroviária nacional tem que passar pela política. “A solução sim-

plista de erradicar ramais antieconômicos continua prevalecendo até hoje, conforme a Resolução 4.31/2013 da ANTT”, exemplificou.

que reina nas estradas e os casos de roubos de cargas, o trem ganha competitividade porque não paga pedágio e ainda tem menos efeitos danosos para o

O engenheiro afirmou que o modal ferroviário é uma oportunidade para o Brasil. Com o aumento do preço dos combustíveis, a má qualidade e a insegurança

meio ambiente. “A crise atual não vai durar para sempre. É tempo de planejar e desenvolver bons projetos”, concluiu


CoMISSÃo TÉCNICa dE TRaNSPoRTES (SME/CTT)

Carta Aberta do Seminário “Os Desafios da Pesquisa e Inovação na Engenharia de Transportes” Belo Horizonte, 20 de setembro de 2017

Realizado no dia 17 de agosto, na sede da Sociedade Mineira de Engenheiros, pela sua Comissão Técnica de Transportes (SME/CTT), o Seminário “Os Desafios da Pesquisa e Inovação na Engenharia de Transportes” abriu espaço para a apresentação de diversos projetos que têm execução possível no atual cenário de redução de recursos públicos para investimentos na área de infraestrutura e transportes. Entendendo que as demandas por melhorias são crescentes e que há um longo trabalho a fazer para preparar Minas Gerais e o Brasil para um novo ciclo de desenvolvimento econômico e social, a SME vem a público para manifestar seu apoio e defender: 1) A implantação de um novo conceito de mobilidade urbana, interligada à lei de uso e ocupação do solo, para a construção de um modelo viário metropolitano eficiente que tenha foco na qualidade de vida dos cidadãos da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH); 2) O fortalecimento da Engenharia Ferroviária enquanto área das mais nobres da Engenharia, para a retomada do modal ferroviário no Brasil e criação de mecanismos que tornem os trens competitivos para o transporte de pessoas e de cargas, ainda, aumentar a competitividade regional desse importante sistema; 3) Criação do Instituto Nacional de Pesquisas Ferroviárias (INPF) para divulgar, valorizar e desenvolver tecnologias relativas ao modal ferroviário em suas variadas aplicações; 4) Criação de um Fundo Gestor específico para projetos ferroviários, para a recuperação dos inúmeros trechos em situação de abandono, instalados em Minas Gerais para uso futuro e, também, para investimentos de reordenação do transporte de cargas e resgate do transporte de passageiros sobre trilhos em Minas Gerais.



sustEntABilidAdE

diário do comércio comemora 85 anos e projeta o futuro luciana Sampaio moreira

radicional publicação mineira de Economia, Gestão e Negócios, o jornal Diário do Comércio completa 85 anos de atividades em 18 de outubro, com um projeto visionário que pretende colaborar de forma efetiva para o processo de desenvolvimento socioeconômico do Estado.

T

“Meses antes de falecer, o meu pai, José Costa disse que queria saber do futuro e que só o futuro lhe interessava”, ressalta o presidente da empresa, Luiz Carlos Mota Costa. Foi dessa ideia vi44

sionária – uma entre muitas que o empreendedor teve ao longo da vida – que os atuais gestores da empresa, filho e netos conceberam as bases do Movimento Minas 2032, que visa propor novos caminhos e criar uma agenda positiva de transformação para o Estado. Neste ano, será lançada mais uma etapa do projeto, o “Movimento Minas 2032 – Pela Transformação Global”, com o objetivo de incentivar a criação de uma comunidade de desenvolvimento que se proponha a uma construção conjunta e reflexões

luiz carlos mota costa, presidente do jornal diário do comércio

e ações efetivas para divulgar, promover e concretizar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), instituídos pela ONU em 2015.


José Costa, jornalista e fundador do diário do Comércio defendia a gestão responsável e a visão de futuro.

O projeto é uma parceria entre o Diário do Comér-

Preparação

cio e o Instituto Orior, organizador do Movimento Minas 2032 que é uma comunidade de desenvolvimento inter setorial, que vai acompanhar o desenvolvimento dos mercados, da sociedade e o respeito ao planeta e o quanto estão adequados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. O projeto promoverá encontros presenciais e virtuais que abordarão temas estruturantes da nação como: Qualidade da Cidadania, Qualidade da Democracia, Qualidade de Vida, Qualidade Ambiental, Inovação e Produção Tecnológica, Qualidade da Cultura e da Educação, Geração e Distribuição de Riquezas, Produção Responsável e Competitividade, que serão debatidos por especialistas, artistas, heróis anônimos, na perspectiva da visão de futuro da sociedade e construção de seu Projeto de Nação.

Desde abril, o Diário do Comércio tem promovido encontros mensais preparatórios, para discutir temas relacionados ao desenvolvimento socioeconômico do Estado, no projeto “Diálogos DC” que traz à luz discussões acerca dos ODS, sob a perspectiva do Estado, dos empresários, da academia, das instituições públicas e da sociedade, identificando dilemas e proposições que possam ser trabalhados no Movimento. Além dos encontros, outros ambientes de interação serão criados para dar sustentação ao projeto e ampliá-lo, como uma plataforma digital; a Universidade Complementar para capacitação de Agentes da Transformação Global; o Painel de Inovação e Negócios de Minas Gerais – desenvolvido pelo Diário do Comércio em parceria com a Fapemig. 45


sustEntABilidAdE

O Diário do Comércio nasceu com o propósito de ser um instrumento articulador e de promoção do desenvolvimento de Minas Gerais sob a ótica do bem comum.

diretor Executivo e de mercado do dc, Yvan muls

dade de refletir constantemente sobre o papel que nos cabe enquanto mídia, de contribuir para o ambiente mais favorável, com a longevidade dos ne-

Minas 2032

gócios e na formação de uma sociedade mais justa e igualitária. Foi essa reflexão que nos levou a criar

Minas Gerais é o ponto de referência para toda essa ação. “É preciso resgatar a importância política e econômica do Estado no cenário nacional, o nome do Movimento foi definido também em função do ano de fundação do Diário do Comércio (DC), que completará 100 anos em 2032”, adianta o presidente. Desta forma, o Diário do Comércio, inspirado nos valores e propósitos de seu fundador, projeta o futuro com a clareza do seu papel na promoção não apenas de acesso a informação de qualidade, mas ao conhecimento e à formação.

o Movimento Minas 2032, entendendo a necessidade urgente de se discutir conjuntamente o futuro que queremos e resolver os problemas que enfrentamos hoje porque não os resolvemos no passado”, destaca o diretor Executivo e de Mercado do DC, Yvan Muls. Fazem parte do Movimento Minas 2032 a Arcelor Mittal, Banco Mercantil do Brasil, CBMM, Faemg, Ocemg, Fiemg, ACMinas, CDL, FCDL, Sebrae, Federaminas, Fundação Dom Cabral, Fapemig, INDI, Sinapro, ABRH/MG, Endeavor, BH Convention Bureau e Rede Minas. A organização é do Diário do

“O Diário do Comércio nasceu com o propósito de ser um instrumento articulador e de promoção do desenvolvimento de Minas Gerais sob a ótica do bem comum. Neste sentido, temos a responsabili46

Comércio em parceria com o Instituto Orior e Multiverse Inovação. Os interessados em se engajar no Movimento Minas 2032 podem obter mais informações na página www.dialogosdc.com.br


tEcnoloGiA sociAl

Primeira sede da rede cidadã foi na sociedade mineira de Engenheiros (smE) Ângela de Alvarenga Batista Barros, 74 anos, é uma empreendedora de sucesso em duas frentes bem distintas: tecnologia da informação/informática e projetos sociais. Primeira engenheira mecânica graduada pela Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (EEUFMG), em uma turma de 120 novos profissionais, ela inovou desde sempre. Casou-se com um dos ex-colegas, teve duas filhas que lhe deram dois netos, mas não deixou a carreira para depois. Em 1969, quando informática era considerada um negócio do futuro, ela ingressou no setor. Depois de quase 50 anos, é uma das pioneiras no Brasil. O fruto do seu trabalho é a Montreal Informática, empresa mineira que tem 5.100 colaboradores e presença em 10 Estados, além de Buenos Aires, na Argentina. Hoje, ela preside o Conselho de Administração da companhia que, em 2016, faturou R$ 430 milhões. Empreendedora social Engenheira e empresária de sucesso, Ângela Alvarenga sempre fez trabalhos voluntários. “A Engenharia é a ciência que permite construir produtos e desenvolver serviços os mais variados. O trabalho voluntário, por sua vez, está relacionado com a Engenharia porque é uma atividade que permite construir – ou reconstruir – vidas”, filosofa. Com experiência acumulada, em 2002, ela integrou a equipe que fundou a Rede Cidadã, organiza-

Ângela de Alvarenga Batista Barros

ção não-governamental (Ong), com a proposta de integrar pessoas e ações complementares para a realização de trabalhos de promoção humana, com foco em geração de emprego e renda. “O primeiro endereço da Rede Cidadã foi a sede da SME. Na época, nos cederam uma sala no prédio da Rua Timbiras e, a partir daí, começamos nossas atividades”, lembra. Em 2004, a Rede Cidadão criou a metodologia de Rede de Geração de Trabalho e Renda para jovens de famílias de baixa renda. Em 2011, esse processo foi reconhecido como tecnologia social pela Fundação Banco do Brasil, tendo sido replicada nos projetos promovidos pela Rede Cidadã, que mantém 45 filiais em oito Estados, com uma equipe multidisciplinar de 350 funcionários. Em quase 15 anos de trabalho, que serão comemorados em outubro, a Rede Cidadã já inseriu mais de 50 mil pessoas no mercado de trabalho. Na experiência mais atual, em

parceria com a Prefeitura de São Paulo, a organização capacitou 1500 pessoas com trajetória de rua. Delas, 1100 foram encaminhadas para o mercado de trabalho. Apenas 5% não permaneceram empregados. Hoje, a Rede Cidadã tem uma rede de 2 mil voluntários cadastrados. A sede fica no bairro de Lourdes, mas a organização ocupa dois andares na Praça da Estação, para oferecer cursos de capacitação para jovens de 14 a 24 aos e também para idosos a partir de 60 anos que, graças aos parceiros, têm uma vaga de trabalho garantida. “Nosso lema é “Vida e trabalho: um só valor”. É assim que temos atuado desde o início”, confirma. Depois dos excelentes resultados alcançados no Brasil, a Rede Cidadã está em processo de compartilhamento da sua metodologia de trabalho com a cidade de New Orleans, nos Estados Unidos. 47


inAtEl

P&d com resultados práticos para a comunidade luciana Sampaio moreira

No dia 31 de agosto, foi realizada em Brasília, a primeira demonstração de 5G no Brasil, com uma tecnologia nacional, desenvolvida no Instituto Nacional de Telecomunicações Inatel), que tem sede em Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais. O projeto 5G-RANGE - Remote Area Access Network for 5th Generation - foi a única pesquisa sobre quinta geração de comunicação móvel selecionada nesta chamada de projetos da 4ª Chamada Coordenada Brasil-União Europeia em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e a Comissão Europeia. O 5G-RANGE é resultado da parceria multidisciplinar de instituições brasileiras e europeias. Além do Inatel, integram o grupo a Universidade de Brasília, a Universidade Federal do Ceará, a Universidade de São Paulo, o CPqD, a Ericsson Brasil, a Universidade TUDresden na Alemanha, a Universidade de Oulu na Finlândia, a Universidade Carlos III na Espanha e a Telefónica da Espanha. O engenheiro eletricista com ênfase em Telecomunicações e Eletrônica, pelo Inatel, professor e atual diretor da instituição, Marcelo Marques, explica que as pesquisas da área de 5G são o carro chefe do Centro de Referência em Radiocomunicações. “Os avanços estão acontecendo muito rápido, graças ao apoio da FINEP e do governo federal e à competência quase 40 pesquisadores e desenvolvedores de nosso time. E temos muito a comemorar. No mês de junho o pro48

tótipo 5G Flexible Transceiver for Physical Layer Evaluation (um Modem 5G baseado na modulação GFDM) venceu o Grand Challenge eWine (Elastic Wireless Networking Experimentation), renomado concurso internacional ocorrido em Oulu, na Finlândia, tendo sido escolhido entre sete finalistas de diversos países (Itália, Grécia, Finlândia e UK)”, destaca. Para o professor, todos os resultados alcançados pelo Inatel demonstram que a instituição está na vanguarda, que busca através do ensino, da pesquisa e da extensão cumprir o que se espera de uma universidade. O principal objetivo do 5G-RANGE é propor soluções práticas para o acesso à Internet em áreas remotas e rurais. Hoje, regiões de baixa densidade populacional formam a última fronteira para o acesso universal à rede. As tecnologias cabeadas e sem fio em uso não oferecem uma cobertura eficaz e economicamente viável para estas localidades. O 5G-RANGE pretende criar e implementar um modo de operação para as redes 5G, de forma que seja possível levar a internet com qualidade e custo competitivo. Na prática, o que se espera é que o 5G-RANGE possa oferecer até 100Mbps para terminais localizados a 50 km de distância da estação rádio base, de forma que a cobertura da célula inclua um número suficientemente alto de assinantes para viabilizar a oferta do serviço.


o engenheiro eletricista com ênfase

em telecomunicações e Eletrônica, pelo inatel, professor e atual diretor da instituição, marcelo marques

Técnicas de rádio cognitivo que permitem explorar canais de UHF (Ultra High Frequency) ociosos de forma oportunista (compartilhada), também permitem reduzir os custos de operação da rede, uma vez que não é necessário o pagamento de licença de espectro. Dessa forma, o custo para usuários finais fica mais acessível. “Empreendedorismo e Inovação são duas características que buscamos desenvolver em nossos alunos pois entendemos fundamentais nos dias de hoje para um profissional de sucesso. Assim, desenvolvemos dezenas de projetos a cada ano, que visam aflorar nos nossos jovens alunos essas características. Nossos alunos sabem que, ao aliarem o profundo conhecimento científico e tecnológico, oferecido em nossa grade curricular, com empreendedorismo e inovação, se tornarão profissionais de excelência

para atuar em empresas ou investir no próprio projeto”, ressalta o diretor. No Inatel, os alunos têm oportunidade de estagiar nos laboratórios da instituição, que atendem a mais de 200 empresas a cada ano e envolvem 300 pesquisadores “da casa”. Da mesma forma, podem atuar em outras iniciativas, como verdadeiros líderes e gestores de projetos específicos como Startup Weekend, Hackathons, (eventos de desenvolvedores de soluções contra hackers), Crowd Vale da Eletrônica, Feiras e Semanas Tecnológicas e muito mais. Essas atividades, desenvolvidas dentro de nossa instituição, quando somadas a outras como os nossos laboratórios e equipes de Games, de IoT, (internet das coisas), de Robótica, de Programação, de Tecnologias Assistivas e muitas outras. 49


inAtEl

Com essa metodologia de trabalho, o Inatel pretende

Contudo, são muitas as interfaces e os relacionamen-

despertar em cada aluno o gosto pelo aprendizado e,

tos que se estabelecem diretamente entre pesquisa-

além disso, a oportunidade de receber uma formação

dores e outros centros de pesquisa com a

diferenciada que aproxima os estudantes da reali-

comunidade empresarial. O fortalecimento das rela-

dade do mercado e possibilita uma troca de experiên-

ções com o mercado nacional e estrangeiro começou

cias entre os profissionais que já estão em atividade.

na década de 1980 e, desde então, o Inatel criou uma

“Queremos que o Inatel seja um laboratório vivo, con-

metodologia de trabalho própria, para atender as de-

trolado e saudável, das muitas experiências que os

mandas do setor produtivo. A base são princípios éti-

nossos alunos enfrentarão depois de formados. Essa

cos e gerenciais de altíssimo nível, o que promove a

característica tem possibilitado que os nossos estu-

eficiência dos processos e o alinhamento às neces-

dantes, ao saírem para o mercado de trabalho, come-

sidades do presente e do futuro das corporações.

cem rapidamente a contribuir decisivamente com as empresas em que trabalham”, afirma. O projeto Inatel Smart Campus é outra iniciativa de sucesso da instituição. A cada dia, a instituição re-

A indústria de Games é uma das que mais crescem

cebe o apoio de mais uma empresa para essa incia-

em todo o mundo. Como o Inatel está intimamente li-

tiva que integra alunos, professores e pesquisadores

gado às áreas de Tecnologia da Informação (TI) e Co-

para estudar e desenvolver produtos e serviços para

municação, a instituição procurou uma posição de

o mercado de IoT. “Estamos implantando algumas

destaque nesse segmento, seja como parte da for-

tecnologias de IoT em nosso campus para verificar

mação de nossos alunos ou do desenvolvimento de

as possíveis formas de transferência para o mercado.

competências para alavancar novas oportunidades

Da mesma forma, nossos parceiros empresariais

de negócios. “Sempre que nos referimos a Games

estão aportando recursos, bolsas e equipamentos,

pensamos, mais intuitivamente, naqueles jovens brin-

para potencializarmos o que já se realiza em pes-

cando ou jogando algum jogo. Contudo, quando fala-

quisa nesta área”, enfatiza.

mos em Games estamos falando de formas de

O desenvolvimento de tecnologias, no Inatel é sempre fruto de parcerias. A cada ano, a instituição se relaciona com aproximadamente 200 parceiros de negócios, dos mais diversos setores econômicos, para pesquisas básicas ou aplicadas, desenvolvi-

50

Games

interação homem máquina, de algoritmos complexos, de padrões tecnológicos de altíssima complexidade, de programação de altíssimo nível e, desta forma, uma instituição de engenharia não poderia ficar de fora deste universo”, explica Marques.

mento tecnológico, consultoria, prototipagem, testes

Ainda em 2017, a instituição vai inaugurar um novo la-

e ensaios, homologação ou capacitação. Segundo

boratório dedicado aos Games que, além do desen-

Marques, esses contratos são realizados via Inatel

volvimento de produtos, também possibilitará o

Competence Center, a área de relacionamento cor-

aprendizado de habilidades como cooperação, traba-

porativo, que tem uma equipe multidisciplinar de

lho em equipe, resiliência entre outras, tão importan-

mais de 300 especialistas.

tes para um profissional de alto nível.


EducAção

FiEmG consolida e amplia o programa “Futuros Engenheiros”

Inédito no Brasil, o Programa Futuros Engenheiros, criado pelo Sistema FIEMG e implementado pelo Instituto Evaldo Lodi (IEL), Serviço Social da Indústria (SESI) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-MG), em parceria com empresas e universidades, está na sua nona edição.

dantes aliar conhecimentos teóricos, práticos e simular a rotina de trabalho na Indústria. É uma oportunidade para o estudante universitário desenvolver suas competências técnicas e habilidades comportamentais para atuar na indústria com mais conhecimento e excelência.

Desde 2015, foram formadas 106 turmas (17 em andamento), somando 12.721 inscritos para 1.961 vagas (6,5 inscritos/vaga), com 1.376 concluintes. “O Futuros Engenheiros contribui para uma formação complementar mais prática e voltada para a realidade da indústria mineira”, diz o superintendente do IEL, Adair Marques. As diretrizes do programa são traçadas junto ao Conselho de Educação da FIEMG, presidido por Romeu Scarioli.

O programa é desenvolvido em Belo Horizonte e Região Metropolitana, Ipatinga e Juiz de Fora. “Estamos conversando com a Fapemig e com o SEBRAE-MG, entidade que está junto conosco no Engenheiro Empreendedor, para ampliar o atendimento em outras regiões do Estado”, diz.

A carga horária do programa é de 660 horas/aula, ministradas em unidades do SENAI e direcionadas à prática dentro de empresas. A metodologia aplicada no programa permite aos estu-

Adair Marques enfatiza o apoio da Sociedade Mineira de Engenharia (SME). “A engenharia e a inovação são caminhos para o desenvolvimento do país. Estamos atuando junto com a SME no 25º Prêmio SME de Ciência, Tecnologia e Inovação, que está com inscrições abertas. Ações como essas são fundamentais para a formação de

superintendente do iEl, Adair marques

mão-de-obra altamente qualificada para a indústria. Vamos ampliar nossa parceria em outros projetos”, diz. Ele lembrou que o presidente da SME esteve na formatura da última turma e é incentivador dos programas do IEL. O programa atende as engenharias industrial, civil, eletromecânica, de minas, produção mecânica, elétrica, produção, química, transportes, eletrônica, computação, mecânica, agrimensura, energia, materiais, geológica, ambiental e sanitária, sistemas, alimentos, ambiental, metalúrgica, bioprocessos, industrialmecânica, aeroespacial, produção civil, mecatrônica, telecomunicações, biomédica, segurança do trabalho, bioenergética, controle e automação e aeronáutica. 51


JOVENS ENGENHEIRAS

smE abre espaço para novas lideranças luciana Sampaio moreira

s mudanças que o Brasil espera na política, no setor empresarial e nas entidades de classe partem do mesmo princípio: a renovação das lideranças. Nomes novos sempre trazem projetos e condutas diferentes.

A

A diretoria da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) apostou nessa ideia. No grupo de 34 membros, há duas jovens engenheiras que aceitaram o desafio de militar pela causa da sua profissão e – mais que isso – mostrar que a filiação a uma entidade de classe não é modismo, mas compromisso daqueles que pretendem construir um país melhor, onde os “vícios do passado” sejam eliminados. Engenheira civil graduada pela Universidade Fumec e pós-graduada em Gestão de Projetos com Ênfase em Negócios pelo Instituto de Educação Tecnológica (IETEC), Fernanda Santos Portela, 29 anos, é filha de en52

genheiro e irmã de arquiteta. Embora seja jovem, já acumula experiência nas áreas de terraplenagem, projetos de estradas, drenagem e saneamento básico. “Descobri a SME por meio do meu pai, também engenheiro que, apaixonado pela sua profissão, sempre esteve envolvido com a entidade”, destaca. Fernanda Portela associou-se em 2016, quando constatou que a SME é um espaço democrático e receptivo para discutir a Engenharia e trocar conhecimentos e experiências com colegas de profissão de várias gerações e áreas. No início deste ano, ela recebeu o convite para se juntar à chapa Inova SME. “É muito importante estar envolvido com uma entidade de classe pois nela você consegue viver a Engenharia de forma mais profunda, desenvolve novos relacionamentos, vislumbra oportunidades de negócios, soma conhecimentos em áreas complementares a qual atua e

aprende com profissionais de todas as fases de sua carreira, o que me traz mais segurança para atuar na Engenharia”, ressalta. Para a engenheira, que trabalha na empresa da família, Portela Engenharia, além de todo ambiente propício ao desenvolvimento do profissional, as entidades de classe fortalecem e valorizam o profissional e são meio de propagação de novas ideias e de posicionamento perante a sociedade a respeito das questões nas quais a Engenharia está envolvida. Para o futuro, ela pretende ingressar na especialização na área de Recursos Hídricos. Afinal, o currículo profissional é composto por diversos tipos de experiência. Mas uma coisa ela já sabe. “A engenharia é uma forma de modificarmos o mundo ao nosso redor colocando um pouco da nossa marca e visão. A engenharia nos permite trazer melhorias para a sociedade de


Fernanda Portela e marya Karolinne vaz Bertoldo são diretoras da smE

várias formas nas áreas de moradia, transporte, energia, telecomunicações entre outros. Também diretora da SME, Marya Karolline Vaz Bertoldo, 23 anos, engenheira civil graduada pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH), em dezembro de 2016, aproveitou o período da universidade ao máximo. Envolveu-se na área acadêmica, ministrou monitorias de cálculos para todas as áreas de Engenharia. Também participou de Iniciação Científica, o que a levou aos congressos e à publicação de artigos. Participou, ainda, do “Programa Futuros Engenheiros”, no Senai/FIEMG e estagiou na Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).

“Descobri a SME, através de um casal de amigos que também estão na entidade. Quando me explicaram como funcionava, fiquei interessada”, comenta. Associou-se em abril de 2017, porque viu o potencial na entidade que, nos seus 86 anos de atividade, tem trabalhado arduamente em defesa dos engenheiros e da sociedade.

interesse dos engenheiros de Minas Gerais.

O convite para compor a chapa Inova SME foi aceito não apenas pela oportunidade de crescimento pessoal e profissional, mas como responsabilidade com o próximo, no caso, os seus colegas de profissão. Para a engenheira, participar das reuniões da diretoria é uma oportunidade ímpar para conhecer e debater os temas de

“Engenharia para mim é tudo a minha volta. É todo o desenvolvimento tecnológico, o conforto, a acessibilidade, a comunicação e a locomoção. São as inovações constantes que visam facilitar a vida do ser humano. Foi por isso que escolhi a Engenharia, para solucionar problemas e ter um desafio novo a cada dia”, conclui.

Consultora, frequenta as aulas do mestrado do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), na área de Engenharia Civil. “Também quero seguir na área acadêmica e, quem sabe, fazer um intercâmbio internacional”, planeja.

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mEstrEs dA EnGEnhAriA

Professor cria canal no Youtube para compartilhar o seu material didático luciana Sampaio moreira

A

s metodologias de estudo evoluíram com o tempo, em função do desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação. Hoje, além de livros e outras publicações científicas, os alunos já têm, ao alcance de um clique, no computador ou no smartphone, aulas por meio de vídeos online. Aposentado pela Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desde 2006, o professor da cadeira de Hidráulica, Marcos Rocha Vianna, 65 anos, decidiu ouvir os insistentes apelo do filho, engenheiro químico e mestre em Engenharia Química, pela mesma instituição, e ingressou em uma nova fase da carreira, com a transmissão dos conteúdos por ele ministrados durante 35 anos de docência em vídeos, disponíveis pela inter54

net, no canal https://www.youtube.com/c/BloomConsultoria, no Youtube. O filho, também engenheiro e pesquisador convidado pela Lappeenranta University of Technology, na Finlândia, e está inscrito no Programa de Doutorado em Engenharia Química da UFMG teve a ideia de divulgar amplamente o material didático acumulado ao longo de décadas, pela internet. “Dessa forma, as anotações e desenhos não iriam para o “arquivo morto” e, depois de algum tempo, para o lixo”, explica o professor. É o filho, inclusive, que grava os vídeos. O resultado desse projeto já rendeu manifestações positivas. Entre elas, o professor já recebeu mensagens de profissionais que lamentaram não ter acesso a esse tipo de material, enquanto estavam na universidade. “Isso é o que me incentiva e dá coragem para continuar”, ressalta.

Experiência Graduado em Engenharia Civil, pela mesma instituição onde se aposentou, como professor, Marcos Vianna é mestre em Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP) e doutor em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos pela Escola de Engenharia da UFMG, tendo lecionado as matérias de Mecânica dos Fluidos, Hidráulica Geral e Abastecimento de Água na graduação. No programa de Especialização em Engenharia Sanitária, ficou com os conteúdos das disciplinas de Abastecimento de Água e Tratamento de Águas de Abastecimento. No mestrado em Engenharia Sanitária, respondeu pela cadeira de Tratamento de Águas de Abastecimento. Paralelamente, ministrou dezenas de cursos de curta duração para estudantes e profissionais, em todo o Brasil.


” Minha trajetória como professor foi gloriosa. Só fiz amigos e tenho orgulho de viajar pelo Brasil e, quase sempre, encontrar alguém que me cumprimenta como professor. “Desde que entrei para a universidade, ministrei aulas particulares de reforço para alunos do ensino médio e, também, em cursos de obras sociais. No quarto período, decidi fazer o mestrado e, um ano após a conclusão, comecei a lecionar na UFMG, onde permaneci até a aposentadoria”, lembra. Ele reconhece que a área de Hidráulica trata de assuntos espinhosos, mas afirma que desenvolveu uma didática especial para ensinar. “Meus desenhos no quadro eram muito elogiados”, afirma. E é por meio deles que o professor dá suas aulas, online.

Mesmo assim, ele não pensou muito para se aposentar. “Ministrar aulas é bom. Preparar provas é ruim e corrigi-las é péssimo”, reconhece. Desde então, ele decidiu transmitir conhecimentos por meio de consultorias e cursos especiais, em parceria com instituições de Engenharia. Em 35 anos de sala de aula, ele teve mais de 3.500 alunos e 10.500 provas para corrigir.

taca. Além disso, ele escreveu seis

“Minha trajetória como professor foi gloriosa. Só fiz amigos e tenho orgulho de viajar pelo Brasil e, quase sempre, encontrar alguém que me cumprimenta como professor”, des-

abastecimento, coleta e tratamento

livros didáticos que – ainda hoje – são bastante consultados. Mas o professor também atua como engenheiro, ao longo da carreira. Além de ter se tornado consultor de diversas empresas públicas e privadas da área de saneamento, presta serviços de hidráulica aplicada ao abastecimento e tratamento de águas de de esgoto sanitário. Sua especialidade, no entanto, é o cálculo de transientes hidráulicos, ou seja, golpe de aríete em adutoras. 55


EmPrEsAs juniorEs dE EnGEnhAriA

capacidade para empreender começa na universidade A Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) abre um espaço para as empresas juniores de Engenharia do Estado. Na edição de abertura estão a IPRO Jr e Ápice Consultoria Jr., ambas da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMinas) e a Fator Júnior, da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)

luciana Sampaio moreira

IPRO Jr Empresa júnior da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMinas), a IPRO Jr foi aberta em 2015, por alunos de Engenharia Química e de Energia, em contato com outros interessados, englobaram estudantes das áreas de Controle e Automação, Civil, Química, Mecânica, Mecânica com Ênfase em Mecatrônica, Elétrica, Eletrônica e Metalúrgica. A iniciativa logo recebeu o apoio da diretoria do Instituto Politécnico da escola, o que tem sido fundamental para o desenvolvimento do projeto que visa oferecer consultoria de qualidade com preços competitivos. Após dois anos de atividades, a IPRO Jr tem registrado crescimento exponencial, o que demonstra que a empresa está no caminho certo. 56

Os resultados obtidos só foram possíveis, segundo o diretor presidente, Pedro Henrique Lima Diniz, graças à confiança e entendimento dos estudantes do IPUC sobre a metodologia de trabalho das empresas juniores. “ A IPRO Jr foi uma resposta dos estudantes a esse tipo de projeto que o IPUC estava apresentando “, afirma o futuro engenheiro civil. “Atualmente, a equipe tem 30 membros apaixonados pelo que fazem, com o mesmo objetivo de buscar mais e melhores projetos”, enfatiza. Os projetos são realizados apenas pelos membros da IPRO Jr, EQUIPE IPRO Jr com a contribuição dos professores que orientam os alunos em todas as etapas do desenvolvimento. O trabalho é voluntário e, com isso, os serviços têm preços abaixo do mercado. O recurso arrecadado é usado para o aperfeiçoamento da equipe, por meio de cursos e treinamentos.


Ápice Consultoria Jr. Fundada em setembro de 2015, a Ápice Consultoria Jr. é uma iniciativa dos alunos da Engenharia de Produção do campus Coração Eucarístico, da Pontíficia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMinas). Mas o projeto também inclui estudantes das graduações de Engenharia Metalúrgica e Psicologia. É com esse time que a Ápice oferece serviços para solucionar problemas financeiros, de processos e de estratégia. O resultado é que a empresa junior, em 2017, já fatura o dobro do registrado no ano passado. A equipe é composta por 20 membros, mas há um processo seletivo em curso e a expectativa é que esse número chegue a 37. Na coordenação dos trabalhos está o professor tutor, doutor em Administração com foco em Estratégia, Mar-

EQUIPE FATOR 1 keting e Inovação, mestre em Engenharia de Produção com foco em Gestão pela Qualidade e Desenvolvimento de Produtos e engenheiro mecânico pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Leonel de Melo Filho. “Somos contra a lei que regulamenta o funcionamento de empresas juniores e a remuneração dos membros. Acreditamos que todo o lucro deve ser revertido

em capacitação e em infraestrutura”, aponta. Para ele, a principal vantagem da empresa junior é a oportunidade de experimentar o ambiente corporativo, com toda a responsabilidade que uma organização tem, perante o mercado. A Fator 1 funciona no campus Coração Eucarístico, da PUCMinas, prédio 15, sala 104. 57


Futuro dA EnGEnhAriA

EQUIPE FATOR JUNIOR

Fator Junior A Fator Junior foi fundada em 2015, na Universidade Federal de Itajubá (Unifei). Atualmente, a empresa congrega 29 alunos da instituição dos cursos de Engenharia Mecânica, Aeronáutica, de Materiais, de Energia, de Produção e Ambiental que oferecem projetos e consultorias. Segundo o diretor-presidente, Leonardo Henrique Vitiello, na área de mecânica são realizadas análises por elementos finitos, trocadores de calor, análises de mecanismos, desenvolvimento de novos mecanismos, desenhos técnicos e modelagem computacional 2D e 3D. Para o segmento da Engenharia Aeronáutica, a empresa oferece análise aerodinâmica, estabilidade e controle de aeronaves, projeto de certificação e modificação e, ainda, homologação de drones. Os serviços prestados para a área de En58

genharia de Materiais são análise de processos de fabricação, ensaios destrutivos e não destrutivos, análise e especificação de tratamentos térmicos, caracterização de materiais e gestão de resíduos. No setor de Energia, são realizados projetos de eficiência energética e de consultoria em placas fotovoltaicas. A Fator 1 também oferece mapa de riscos, intervenção de segurança e Plano de Monitoramento de Operação e Controle (PMOC). “A base acadêmica que a Unifei nos oferece é maravilhosa e de grande visibilidade no mercado de trabalho. Sabemos que só a parte acadêmica não é suficiente e por isso temos uma gama diversificada de atividades de extensão, entre as quais estão as empresas juniores. O contato que obtemos com o mercado de trabalho e com empresas seniores nos aproxima da realidade que iremos enfrentar quando terminarmos a graduação”, enfatiza.

Além de desenvolver habilidades técnicas relacionadas à Engenharia, os estudantes também melhoram competências como trabalho em equipe e networking. “Acompanhamos mais de perto a situação atual da economia brasileira, conhecemos as segmentações internas de uma empresa e do mercado de trabalho e desenvolvemos responsabilidades importantes que, muitas vezes, só conseguiríamos na época de estágio”, lista. A gestão da Fator Júnior é feita pelos alunos. A empresa não tem fins lucrativos e nenhum membro recebe salário ou qualquer contribuição financeira. “Atualmente somos divididos nas seguintes áreas: Diretoria de Presidência, Diretoria de Administrativo-Financeiro, Diretoria de Projetos, Diretoria de Marketing, Diretoria de Gestão de Pessoas e Diretoria de Qualidade, mas as divisões são diferentes de empresa para empresa e são ajustáveis de acordo com a necessidade”, adianta.


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