Revista Mineira de Engenharia - 24ª Edição

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Ano 5 | Edição 24 | Maio - Junho | 2014

augusto drummond é o novo presidente da sMe posse da nova dIretorIa sMe engenheiros, representantes de entidades de classe, empresários e autoridades compareceram à posse

aerotrópole projeto de instalação avança em Minas gerais

engenharIa roBótIca soluções para o futuro

Medalha lucas lopes Ivan Müller Botelho foi o homenageado


fAçA A ESColhA CERTA

ART-0086

Na hora de preencher a ART no campo (entidade de classe) escolha a SME - Sociedade Mineira de Engenheiros através do código 0086. Assim, você apoia a SME para representar a engenharia mineira e oferecer melhores serviços para você!

Compromisso com as soluções para um futuro sustentável da engenharia e bem-estar social.

Sociedade Mineira de Engenheiros

www.sme.org.br


EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE

Um convite à participação No dia 02 de junho, assumi a presidência da SME, o que para mim é uma grande honra. A SME, a mais antiga entidade de engenheiros do Estado, é também a mais tradicional, tendo dado a Minas Gerais, ao longo do tempo, grandes contribuições técnicas na formulação de decisões de governo. Dirigir a SME talvez seja o maior desafio de minha vida. Há mais de uma década encontro-me afastado das atividades classistas, muito embora em diferentes épocas eu tenha presidido o Centro de Estudos de Engenharia, o SENGE/MG e o CREA/MG.Além disso, reconheço serem significativas as necessidades da SME, no momento atual, o que vai exigir empenho e dedicação. Contudo, entendo que o maior desafio está em presidir a SME nesse momento da vida nacional, diante de uma conjuntura extremamente complexa, como a que vivemos.

Apesar dos esforços, a educação é deficiente, inclusive a educação tecnológica: faltam técnicos e engenheiros capacitados em nosso país.A saúde é manchete diária na TV e nos jornais e a violência uma triste realidade, a que parece já estarmos acostumados a ela. Recente pesquisa, referente ao ano de 2012, mostra que o Brasil, naquele ano, alcançou o índice de 29 asassinatos por 100.000 habitantes, nada mais nada menos que 100 vezes o índice do Japão. Certo que são culturas distintas, mas a diferença é gritante!

Augusto Celso Franco Drummond Presidente da SME

No campo da engenharia, tomemos, por exemplo, as obras da Copa do Mundo, sem aqui ter o propósito de criticar governos. Segundo analistas, realizamos apenas cerca de 40 a 45% do previsto, por que faltaram planejamento, projeto executivo e eficácia de gestão.A falta de planejamento ou, a alteração do planejamento programado devido à alternância de poder, tem sido fatal para a engenharia. Projeto executivo completo e planilha de custos realista contribuem para evitar surpresas no montante de investimentos a serem feitos nos empreendimentos. A valorização da carreira profissional e do critério de mérito, certamente, contribuirá em muito para o aumento da eficácia na gestão pública. Em que pese tudo isso, no âmbito da SME estabelecemos algumas prioridades. Uma delas é a de incentivar o trabalho das Comissões Técnicas, buscando, em

princípio, casar as atividades em desenvolvimento nas comissões com as demandas do planejamento do Estado de Minas Gerais e de Belo Horizonte e Região Metropolitana. É importante também atuar em parceria com as entidades de classe da engenharia, sindicatos, o CREA/MG e instituições governamentais, buscando sempre maior integração. Muito embora cada um tenha suas particularidades, o nosso trabalho tem muito em comum: servir aos engenheiros, à engenharia e a sociedade de Minas Gerais. É nossa prioridade ainda estabelecer parcerias para voltarmos, o quanto antes, ao prédio da SME na Rua Timbiras, nº 1514, que atualmente encontra-se fechado, com as instalações internas deterioradas. Gostaria de ressaltar que não se trata apenas de promover uma reforma predial: temos que recuperar aquela que é uma tradicional Casa do Engenheiro em nosso Estado, palco de memoráveis encontros e decisões relevantes para a engenharia. Estas e outras tarefas que temos pela frente transcendem a capacidade de um presidente e de uma diretoria. Precisamos da ajuda de todos! Vamos administrar a SME sem preconceitos de qualquer tipo e queremos a ajuda de cada um que nos lê nesse momento. Estamos abertos a sugestões, ideias e às parcerias em benefício de todos!

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Seja um associado da SME Compromisso com Você! A Sociedade Mineira de Engenheiros, por meio de sua equipe, tem desenvolvido uma série de trabalhos para atender cada vez mais e melhor a cada um dos associados. Em seus 83 anos de existência, a SME trabalha para integrar, desenvolver e valorizar a Engenharia, a Arquitetura, a Agronomia e seus profissionais, contribuindo para o aprimoramento tecnológico, científico, sociocultural e econômico.

Produtos e Serviços

Em nosso site há uma série de produtos e serviços como cursos, palestras, seminários, eventos e uma extensa gama de convênios que você poderá desfrutar.

São descontos de até 20% em academias, empresas automotivas, de artigos de decoração, buffets, clubes, consultórios, cursos de idiomas, empresas de turismo, faculdades, floriculturas, gráficas, informática, laboratórios, óticas, planejamento financeiro, seguros, serviços fotográficos, hotéis, beleza e estética, dentre outros.

Compromisso com o Futuro

Aprimoramento profissional e inovação tecnológica também têm sido uma das grandes bandeiras da SME para oferecer os melhores produtos e serviços para você e sua família. Por meio de nosso site, da revista, dos eventos e da participação nas redes sociais, a SME tem se tornado, cada vez mais, um canal aberto para ouvir suas sugestões e para representar seu interesse.

Mais informações: www. sme.org.br - (31) 3292 3962 ou sme@sme.org.br

Augusto Celso Franco Drummond Presidente Alexandre Francisco Maia Bueno Vice-Presidente José Ciro Mota Vice-Presidente

Luiz Henrique de Castro Carvalho Vice-Presidente Marita Arêas de Souza Tavares Vice-Presidente Virginia Campos de Oliveira Vice-Presidente Alexandre Rocha Resende Diretor

Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz Diretora Fabiano Soares Panissi Diretor

Humberto Rodrigues Falcão Diretor

Janaína Maria França dos Anjos Diretora Publicação

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José Andrade Neiva Diretor

Krisdany Vinicius Santos de Magalhães Cavalcante Diretor

Marcelo Monachesi Gaio Diretor

Túlio Marcus Machado Alves Diretor

Túlio Tamietti Prado Galhano Diretor

CONSELHO DELIBERATIVO 2014 Ailton Ricaldoni Lobo Presidente Conselheiros

Alberto Enrique Dávila Bravo Carlos Eustáquio Marteleto Eduardo Paoliello Fernando Henrique Schuffner Neto Flavio Marques Lisbôa Campos Francisco Maia Neto

Jorge Pereira Raggi José Luiz Gattás Hallak José Raimundo Dias Fonseca Levindo Eduardo Coelho Neto Luiz Celso Oliveira Andrade Paulo Henrique Pinheiro de Vasconcelos Rodrigo Octávio Coutinho Filho Wilson Chaves Júnior

Jornalista Responsável Luciana Maria Sampaio Moreira MG 05203 JP

Carlos Gutemberg Junqueira Alvim Presidente

Projeto Gráfico Blog Comunicação Marcelo Távora revista@blogconsult.com.br (31) 3309 1036 | (31) 9133 8590

CONSELHO FISCAL

Conselheiros Alexandre Heringer Lisboa João José Figueiredo de Oliveira José Eduardo Starling Soares Marcelo Aguiar de Campos

Coordenador Editorial José Ciro Mota Revisão Editorial Jalmelice Luz MG 3365 JP Apoio

Publicação | SME Sociedade Mineira de Engenheiros Av. Álvares Cabral, 1600 | 3º andar Santo Agostinho Belo Horizonte Minas Gerais | CEP - 30170-001 Tel. (31) 3292 3962 sme@sme.org.br

Depto. Comercial Blog Comunicação revista@blogconsult.com.br

Tiragem 10 mil exemplares | Bimestral

Distribuição Gratuita Via Correios e Instituições parceiras

Compromisso, Inovação e Avanço


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AEROTRÓPOLE Projeto de instalação avança em Minas Gerais

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MERCADO DE TRABALHO Agronegócios oferece vagas para engenheiros de várias especialidades

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SME EVENTO Posse da diretoria da SME

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SME Augusto Drummond é o novo presidente da SME

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ARTIGO A cidade tem solução? Sergio Myssior

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LEGADO SME Ailton Ricaldoni Lobo

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SME ESPECIAL José Ciro Mota

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PAULO SAFADY SIMÃO Novos desafios para o engenheiro

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SUSTENTAR 2014 Evento valoriza empresas com atitude sustentável

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NOVOS ENGENHEIROS Camila Tavares Campos

ENGENHARIA ROBÓTICA Começa a verdadeira largada para novas soluções do futuro

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ARTIGO Infraestrutura e Competitividade Luiz Fernando Pires

MEDALHA LUCAS LOPES Ivan Müller Botelho foi o homenageado

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ARTIGO Carreira & Sucesso Mauri Fortes


Fórum Mineiro de Energia Renovável

O I Fórum Mineiro de Energia Renovável, o Minas Meeting, foi o ponto alto das comemorações do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) para o Dia Mundial do Meio Ambiente. O evento aconteceu em Belo Horizonte, na primeira semana de junho, reunindo representantes de vários setores da sociedade para avaliar a crescente importância das matrizes energéticas alternativas. Durante o Fórum Mineiro foram discutidos temas tais como: políticas públicas, apresentação do desenvolvimento do Plano de Energia e Mudanças Climáticas, proposta de uma nova matriz energética por região do estado dentro de um contexto de planejamento energético integrado, além de uma proposta de parceria entre o Governo do Estado e a Diretores da Agência Francesa de Desenvolvimento, Laurent Duriez e UNIDO em prol da difusão e expansão de conhecimento do BDMG, Fernando Lage de Melo; secretário estadual de Meio Amsobre fontes de energia renovável. O Fórum Mineiro foi biente e Desenvolvimento Sustentável,Alceu José Torres Marques; precriado, em função das discussões sobre o tema, por meio da sidentes da Fundação Estadual do Meio Ambiente, Zuleika Torquetti e parceria entre a Fundação Estadual do Meio Ambiente do Conselho Deliberativo da SME, Ailton Ricaldoni Lobo. (FEAM), as Secretarias de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), Desenvolvimento Econômico (SEDE), Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SECTES), o Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (INDI), a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), com o apoio da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME).

Conselho Federal

Os engenheiros eletricistas Raul Otávio da Silva Pereira e João José Magalhães Soares tomaram posse como Conselheiros Federais do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). Raul Otávio e João José assumiram as cadeiras que representam a modalidade da Engenharia Elétrica e representam Minas Gerais dentro do Conselho. Como titular, Raul Otávio, presidente do Senge-MG, completa a composição do plenário federal, que passa a ter 18 cadeiras. João José, eleito suplente, é presidente da Associação Mineira de Engenheiros de Segurança de Minas Gerais.

Congresso O maior fórum de debates e de relacionamento dos setores minerometalúrgico e de materiais da América Latina, o Congresso Anual da ABM - Internacional terá, este ano, edição especial em comemoração ao 70º aniversário da 6

entidade. O evento organizado pela Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM) será realizado de 21 a 25 de julho, em São Paulo.


Participe envie notícias e novidades para: jornalismo@sme.org.br

Minascon

No período de 06 a 09 de agosto de 2014, será realizado a décima primeira edição do Minascon e a Construir Minas - Feira Internacional da Construção. O evento é promovido pela FIEMG e será realizado, no Expominas, com uma rica programação de debates, palestras, congressos e conferências. Trata-se de um evento unificado da construção civil e ponto de encontro entre os segmentos da cadeia produtiva do setor. Envolve um conjunto de mostras e palestras, que trazem os assuntos mais importantes do momento para a construção civil e a sociedade em geral. Importantes temas como os ligados à sustentabilidade fazem parte dos debates, levando em conta o cenário da construção e todas as implicações do tema. O Minascon promove a capacitação profissional a partir de palestras ministradas por nomes de

SOEA

A 71ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea) será realizada no Centro de Convenções Atlantic City World, em Teresina (PI), no período de 12 a 15 de agosto.O evento maior do Sistema Confea/Crea e Mútua também deu início a seu período de inscrições. Será ampliado o espaço para a realização da ExpoSoea, exposição tecnológica que

peso, além da participação de diversos órgãos, entidades e instituições profissionalizantes ligadas ao setor. É aberto ao público em geral e tem como perfil de seus visitantes lojistas e atacadistas; arquitetos, engenheiros, administradores de condomínio, profissionais da construção em geral, designers de interiores, decoradores e paisagistas; construtores, empreiteiros e estudantes de áreas afins. Mais informações no endereço eletrônico http://www.minascon.com.br/.

tradicionalmente integra a programação do evento. Com isso, os conselhos regionais poderão selecionar pelo menos uma instituição ou empresa reconhecida pela execução de produtos, processos ou serviços de inovação, responsáveis pela melhoria da qualidade de vida da sociedade. Mais informações no site www.confea.org.br.


Engenharia Estrutural Estão abertas as inscrições até 15 de agosto/14, para o XII Prêmio Talento Engenharia Estrutural promovido pela Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE) em parceria com a Gerdau S/A. O prêmio é destinado à valorização e divulgação de trabalhos de projetistas de estruturas.Trata-se de um concurso aberto a todos os engenheiros estruturais (empresas ou profissionais) que podem concorrer com um projeto por categoria que tenha sido realizado nos últimos cinco anos e que destaque a concepção estrutural, processos construtivos, uso adequado de materiais, originalidade, monumentalidade,

Greenbuilding Brasil

A 5ª edição da Greenbuilding Brasil – Conferência Internacional e Expo – reunirá, em São Paulo, entre os dias 4 a 7 de agosto, empresas e principais nomes desse segmento para debater os avanços das construções verdes no Brasil e no mundo. Em paralelo ao evento, será realizado o Congresso Mundial do World Green Building Council, que reunirá os principais líderes globais que atuam diretamente nas questões ligadas

CBIC cria a plataforma ERA

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) criou a plataforma Energia, Resíduos e Água (ERA), que reúne dados relativos ao uso de energia e água e à geração de resíduos, definindo o Índice de Sustentabilidade Ambiental e canteiros de obras de empresas de pequeno, médio e grande porte. O lançamento aconteceu na última semana durante o 86º Encontro Nacional da Indústria da Construção na cidade de Goiânia, em Goiás.

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implantação no ambiente, esbeltez/deformabilidade e estética/economicidade.A entrega do Prêmio aos vencedores e merecedores de menção honrosa (um por categoria) é realizada sempre na abertura do Encontro Nacional de Engenharia e Consultoria Estrutural, evento promovido anualmente pela ABECE no mês de outubro, em São Paulo. Mais informações: www.premiotalento.com.br.

A plataforma visa atender aos requisitos e critérios de certificações de construções de sustentabilidade e do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQO-H). Dessa forma, as empresas poderão traçar metas e estratégias que contribuirão com a obtenção dos selos ambientais. O sistema ainda permite comparar a evolução e o desempenho das obras com demais projetos de outras empresas no

às construções sustentáveis. De acordo com o Green Building Council Brasil (GBC Brasil), o país ocupa atualmente a quarta posição no ranking mundial de edificações registradas na certificação LEED, presente em 143 países, atrás de Estados Unidos, China e Emirados Á r a bes, com perspectivas de, no curto prazo, melhorar ainda mais a sua posição. Mais informação em http://www.expogbcbrasil.org.br/agenda

território nacional. A plataforma garante confidencialidade das informações. A plataforma ERA foi desenvolvida pela Universidade de Brasília (UnB) com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e está inserida na quarta fase do Projeto 8 Conhecimento da Inovação, do Programa de Inovação Tecnológica (PIT) da CBIC. Para acessá-la, é preciso fazer um cadastro gratuito no site. Acesse : www.sistemaera.com.br. Kelly Amorim, do Portal PINIweb


O Sistema FIEMG é SES SI e SEN NAI, A é FIEMG G, CIEMG e IEL . São cinco organizações privadas que atuam ao lado dos empresários mineiros para que a indús t r i a p r o d u z a m a i s e melhor. O Sistema F I E M G é segurança e saúde no trabalho. É tecnologia e inovação. É educação e formação profissional. O Sistema FIEMG é mais de s e n v o lvimento para todos. Para a indústria. E para você. www w.f iemg.com.br



Temos 109 anos de história e agora somos um dos seis maiores grupos de distribuição de energia elétrica do Brasil, atendendo 6 milhões de clientes, por meio de 13 distribuidoras.

Estamos conectados pela mesma energia. Para o Lucas, crescimento é um marco na sua vida. Para o Grupo Energisa, crescimento é passar a atuar em todas as regiões do país com atividades de geração, distribuição, serviços e comercialização. É ter cerca de 10 mil profissionais focados em atender às necessidades de energia do Lucas e de outras 15 milhões de pessoas em 788 municípios. Acesse www.grupoenergisa.com.br e saiba mais.

com você


Imagem Ilustrativa

INFRAESTRUTURA | AEROTRÓPOLE

AEROTRÓPOLE.

Projeto de instalação avança em Minas Gerais

N

o último dia 4 de junho, o governo de Minas Gerais promoveu um encontro com empresários na Fundação Dom Cabral (FDC). O evento organizado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) foi mais uma oportunidade para apresentar o conceito de cidade-aeroporto ou aerotrópole, que está se tornando um feito inédito na América Latina, no Aeroporto Internacional Tancredo Neves (AITN), em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Durante o encontro, o professor norte-americano que criou o conceito de aerotrópole, John Kasarda propôs a criação do “Instituto da Aerotrópole de Belo Horizonte”, para reunir os interesses econômicos dispersos pela cidade em torno da aviação. Ele, que é consultor do governo estadual para esse

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importante projeto, reafirmou que a ideia central da cidade aeroporto é contribuir para a criação de indicadores de progresso econômico e social a partir do Vetor Norte.

Em outras palavras, o projeto que foi eleito pela revista Time como uma das 10 ideias capazes de mudar o mundo no século XXI, uma vez instalado, provocará a tão sonhada revolução econômica de Minas Gerais, capitaneada por produtos e serviços de alto valor agregado. “A nova economia exige velocidade”, ressaltou. O especialista disse, ainda, que, uma vez criado, o Instituto será independente e gerenciado por um conselho composto por representantes dos governos estadual e municipal, da FDC, de universidades e de empresários.


A era do instante, com viagens que favoreceram a ubiqüidade, escalas de trabalho de 24 horas, sete

dias por semana e cadeias globais de suprimentos, exigirá uma reconfiguração radical. Cidades deve-

rão ocupar o entorno do aeroporto em círculos

John D. Kasarda, autor do livro Aerotropolis: The way we’ll live next. Já publicou mais de 100 artigos e nove livros sobre cidades aeroportuárias, infra-estrutura aeronáutica, desenvolvimento econômico e competitividade

concêntricos de zonas comerciais e residenciais.As

forças econômicas e tecnológicas que vão guiar essa transformação são irresistíveis.

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INFRAESTRUTURA | AEROTRÓPOLE

O Governo de Minas também pretende criar três rotas tecnológicas no Sul, Triângulo e Rio Doce/Vale do Aço, a fim de atrair empreendimentos para fabricação de produtos de ponta em segmentos como eletroeletrônicos, aeroespaciais, software, biotecnologia, nanotecnologia e outros.

Gil Leonaridi

todo o sistema para ganhar competitividade. Luiz Antônio Athayde, subsecretário de Investimentos Estratégicos

Esses são os atores que darão o suporte para o projeto, principalmente na qualificação da mão de obra, um dos requisitos básicos para o sucesso do empreendimento, como destacou o subsecretário de Investimentos Estratégicos da Sede, Luiz Antônio Athayde, responsável pelo projeto de instalação da Aerotrópole pelo governo do Estado.

Para ele, o encontro foi um momento de reflexão sobre o novo modelo econômico o qual Minas Gerais pretende se inserir em breve e, ainda, para compor a agenda social que dará suporte às ações previstas. 14

A criação de um órgão gestor é mais um passo para a implantação do projeto da Aerotrópole. O conceito está baseado em um novo modelo de ordenamento territorial que atua como forte indutor ao desenvolvimento e competitividade para regiões metropolitanas e países.

Países como China, Índia, Holanda, África do Sul e Estados Unidos da América (EUA) já testaram o modelo que combina um grande terminal aéreo com uma cidade planejada, estrutura logística multimodal para passageiros e cargas e, ainda, um centro de negociações. Em volta, polos industriais de diversos segmentos que utilizarão

A primeira aerotrópolis da América do Sul é parte fundamental do Projeto de Desenvolvimento do Vetor Norte, que se inspira em modelos de sucesso, como Cingapura, Hong Kong, Frankfurt e Miami, entre outros.

Além do entorno do aeroporto de Confins, a proposta do Governo de Minas também pretende criar três rotas tecnológicas no Sul, Triângulo e Rio Doce/Vale do Aço, a fim de atrair empreendimentos para fabricação de produtos de ponta em segmentos como eletroeletrônicos, aeroespaciais, software, biotecnologia, nanotecnologia e outros. Um deles é o Polo Industrial de Microeletrônica na região de Lagoa Santa, na RMBH, em área de 1,4 milhão de metros quadrados, às margens da MG 010, a 10 quilômetros do AITN, nas proxi-


Proposta de projeto para Aeroporto de Confins

“aeroportos irão moldar local de negócios e desenvolvimento urbano no século 21, tanto quanto rodovias fizeram no século 20, as ferrovias no século 19 e portos no século 18.”

midades do acesso pasra Lapinha. O projeto que vai gerar investimentos de mais de US$ 1 bilhão prevê que mais de 200 empresas se instalem no entorno. Em vagas de empregos serão 350 mil, até 2030. A infraestrutura necessária para sustentar a instalação da Aerotrópole contempla uma série de obras viárias. Em fase de conclusão, a melhoria de 20 quilômetros de rodovias que dão acesso ao AITN vai reduzir em 30 minutos o trajeto para quem sai da região central da capital e, ainda, criar uma nova forma de acesso, pela MG424, no entroncamento da MG-10 e a cidade de Pedro Leopoldo, pela parte de trás do terminal. O governador do Estado de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, é um dos grandes incentivadores do projeto da cidade-aeroporto. “Efetivamente, os grandes investimentos realizados no Vetor Norte de

MarceloMetzker

John D. Kasarda

Belo Horizonte e RMBH, com a implantação da Cidade Administrativa “Tancredo Neves”; a Linha Verde e a transformação do Aeroporto de Confins em importante polo logístico de transporte e agora, a implantação do primeiro Aeroporto Industrial do país que efetivou um projeto de lei de minha autoria em 1999 denominado Pró-Confins, são medidas de forte impacto e de efeitos permanentes no desenvolvimento econômico e social da região e de todo o Estado”, prevê. No entanto, mais que obras, a aerotrópolis é um grande estratégia de negócios competitiva a tal ponto para interferir nos preços praticados pelo mercado interno e também ex-

Luciano Medrado, consultor do SETCEMG-MG, terno. Diversas multinacionais já usam esse sistema para reunir componentes produzidos em diversos países em um local próximo do seu mercado consumidor ou exportálos prontos, a partir da cidade-aeroporto. Um exemplo são os aparelhos eletroeletrônicos.

O setor de transporte de cargas mineiro acompanha de perto cada progresso da instalação da Aerotrópole. De acordo com o consultor do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de Minas Gerais (SETCEMG-MG), Luciano Medrado, as empresas ainda não estão prontas para a nova economia, no entanto, o processo de adaptação será rápido. 15


INFRAESTRUTURA | AEROTRÓPOLE

PERSPECTIVAS DO AMBIENTE URBANO NAS PRÓXIMAS DÉCADAS MOBILIDADE URBANA: aumento do número de carros x transporte público deficiente Expansão da população urbana QUESTÕES AMBIENTAIS: problemas decorrentes do aquecimento global e do abastecimento de água Ocupação urbana: escassez de terrenos para expansão DEMOGRAFIA: envelhecimento da população a partir de 2020

TENDÊNCIAS

Aumento dos investimentos em transporte público; Redução do trânsito; Concentração de atividades em regiões urbanas, associado ao comércio eletrônico e trabalho em home-office; Requalificação de vias; Aumento da verticalização. FONTE: HOJE EM DIA

Gerente executiva da Abimaq/MG, Regiane Nascimento

“A Aerotrópole favorece os modais aéreo, rodoviário e ferroviário (Santa Luzia) por ser um projeto de forte apelo logístico”, enfatiza. Ele explica, ainda, que essa interação é possível porque cada tipo de carga demanda um modelo específico de transporte.

No caso do modal aéreo, a competitividade está em cargas fracionadas, de alto valor agregado e que têm prazo curto para chegar ao seu destino final. Com isso, as empresas reduzem seus estoques e ganham em agilidade. O custo pode ser mais alto, no entanto, para esses casos específicos, é mais interessante que os demais.

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A indústria de máquinas e equipamentos é outro segmento econômico que tem a ganhar com a instalação da Aerotrópole no AITN. De acordo com a gerente executiva da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos de Minas Gerais (ABIMAQ/MG), Regiane Nascimento, enfatiza que, para o setor de bens de capital mecânicos, o projeto atenderá as demandas de exportação de peças de menor peso e porte, para os setores hospitalar, de nanotecnologia, de partes e peças e de componentes eletrônicos.

Além da capital, diversas cidades da RMBH serão afetadas pelo projeto. Entre elas, São José da Lapa, Ribeirão das Neves, Sete Lagoas e Betim.

Mão de obra

Minas Gerais tem, atual-

mente, 14 universidades públicas estaduais e federais

qualificadas para formar profissionais. Há, ainda, seis

institutos federais e uma rede privada de instituições

de ensino superior que já já oferece cursos da Nova Economia.

Entre as várias escolas que estão trabalhando com o setor aéreo estão Universi-

dade Federal de Itajubá (Unifei), Universidade Fede-

ral de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal de Uberlândia (UFU).


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ENGENHARIA | MERCADO DE TRABALHO

Agronegócios oferece vagas para engenheiros de várias especialidades

As expectativas para este ano são positivas, com nova safra recorde estimada em 196,6 milhões de toneladas e aumento das exportações brasileiras.

Com esses resultados e a expectativa de safra recorde para 2014, estimada em 196,6 milhões de toneladas, a atividade deve manter o seu protagonismo na balança comercial brasileira. No entanto, assim como outros setores estratégicos da economia nacional, o agronegócio também enfrenta um

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grande problema: a falta de mão de obra qualificada. Debora 70

Em 2013, as exportações do agronegócio brasileiro registraram aumento de 4,3% no comparativo com o ano anterior. O faturamento do setor passou de US$ 95,81 bilhões para US$ 99,97 bilhões, de acordo com dados da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SRI/Mapa). No mesmo período, as importações cresceram 4% e atingiram US$ 17,06 bilhões.

De acordo com o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Antonio Mello Alvarenga Neto, o mercado de trabalho do agronegócio passará por uma profunda transformação nos próximos anos. “A administração das empresas está cada vez mais sofisticada o que aumenta a demanda por profissionais mais qualificados”, enfatiza. Entre as culturas nacionais, aquelas direcionadas para a exportação

como soja, milho, café e cana de açúcar são as que mais investem na qualidade da gestão.

Em outras palavras, assim como a exigência do mercado, o número de vagas também vai aumentar em todos os níveis hierárquicos, i n cluindo-se aí as Engenharias. “A profissionalização do agronegócio brasileiro abriu mais colocações para engenheiros, sobretudo nas áreas agrícola, florestal e de meio ambiente, além dos tradicionais engenheiros agrônomos, que têm sido bem absorvidos há alguns anos”, relata. No caso das engenharias florestal e de meio ambiente, as expectativas são boas, tendo em vista a necessidade cada vez maior de recuperar áreas degradadas e/ou planejar a exploração dos terrenos controlando os impactos ambientais das culturas. Outra preocupação do setor, segundo Alvarenga, é a exploração racional das florestas.


A profissionalização do agronegócio brasileiro abriu mais colocações para engenheiros, sobretudo nas áreas agrícola, florestal e de meio ambiente, além dos tradicionais engenheiros agrônomos, que têm sido bem absorvidos há alguns anos.

Mas o setor também tem espaço para profissionais de outras áreas como o engenheiro de produção, que pode atuar em diversos setores do negócio, inclusive nas áreas financeira e direcionadas para os mercados de commodities. “As demais especialidades de Engenharias, como a mecânica, elétrica e de alimentos também têm ganho espaço no setor, principalmente para profissionais especializados em processos do agronegócio. O dirigente afirma que qualquer percentual de ganho de produtividade, otimização da área de logística e aumento da produção tem reflexos sobre a lucratividade final.

“É dificil fazer um balanço preciso da oferta e demanda do mercado profissional de engenheiros. O Brasil é um país de grandes dimensões e diversidade. É possível que exista alguma carência de engenheiros em algumas regiões e boa oferta em outras”, analisa. Foi por essa razão que a SNA reservou em seu site www.sna.agr.br um espaço para que os profissionais possam divulgar seus currículos e as empresas, suas ofertas de vagas de emprego. Alvarenga reconhece que as empresas do agronegócio têm dificuldades em recrutar engenheiros e outros profissionais que apresentam um nível superior de qualificação.“Muitos dos profissionais que interessam ao setor estão nas grandes cidades, sem contatos com as oportunidades geradas pelas áreas rurais. A dimensão e a diversidade do Brasil acarretam em grande dificuldade das empresas do agronegócio no recrutamento de seus profissionais já que os especialistas procurados pelo segmento estão nas cidades com pouco ou nenhum contato com as oportunidades geradas no interior do país. A contratação de profissionais qualificados deve gerar lucratividade para os negócios.A medida que os empresários detectam ganhos, percebem a necessidade de ter, em suas equipes, trabalhadores que estejam conectados com a realidade do agronegócio e preparados para lidar com as mudanças que afetam o segmento de forma bastante rápida.

A SNA possui um campus educacional no Rio de Janeiro, onde são ministrados diversos cursos de capacitação de curta duração e um curso de graduação em Medicina Veterinária. Em breve a entidade vai iniciar turmas de Tecnólogo em Agronegócio. Também há uma plataforma de comunicação consistente, integrada pelas revistas A Lavoura e Animal Business Brasil, que divulgam tecnologias e inovações para os profissionais do setor.


SME | POSSE

Nova diretoria da SME já está trabalhando Profissionais de Engenharia, representantes de entidades classistas, empresários, autoridades estaduais e municipais e familiares compareceram à posse da nova diretoria e dos conselhos Deliberativo e Fiscal da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) para o triênio 2014/2017. Ailton Ricaldoni Lobo, Prefeito Marcio Lacerda e Augusto Drummond A solenidade foi realizada no auditório do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), no dia 2 de junho. O novo presidente, engenheiro eletricista Augusto Celso Franco Drummond, pretende, junto com os diretores e conselheiros, aperfeiçoar o trabalho que foi desenvolvido na última gestão, para fortalecer a representatividade da entidade

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em diversos setores e ampliar a interlocução com os associados.

No discurso de transmissão de cargo, o então presidente Ailton Ricaldoni Lobo destacou as atuações profissionais e de dirigente classista de Augusto Drummond e manifestou seu apoio à nova gestão.

O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, parabenizou a nova diretoria da SME e convidou a entidade para integrar, no próximo ano, os trabalhos de elaboração do planejamento da cidade até 2040.



POSSE DA DIRETORIA DA SME

Representantes, personalidades e formadores de opinião do setor marcaram presença no evento.

Após a posse, Drummond recebe cumprimentos de seus colegas.

DIRETORIA 2014

Augusto Celso Franco Drummond Presidente

Fabiano Soares Panissi Diretor

José Ciro Mota Vice-Presidente

Janaína Maria França dos Anjos Diretora

Alexandre Francisco Maia Bueno Vice-Presidente

Luiz Henrique de Castro Carvalho Vice-Presidente Marita Arêas de Souza Tavares Vice-Presidente Virginia Campos de Oliveira Vice-Presidente Alexandre Rocha Resende Diretor

Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz Diretora

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NOVA DIRETORIA SME 2014 -2017

Humberto Rodrigues Falcão Diretor

José Andrade Neiva Diretor

Krisdany Vinicius Santos de Magalhães Cavalcante Diretor

Marcelo Monachesi Gaio Diretor

Túlio Marcus Machado Alves Diretor

Túlio Tamietti Prado Galhano Diretor

CONSELHO DELIBERATIVO 2014 Ailton Ricaldoni Lobo Presidente

Conselheiros Alberto Enrique Dávila Bravo Carlos Eustáquio Marteleto Eduardo Paoliello Fernando Henrique Schuffner Neto Flavio Marques Lisbôa Campos Francisco Maia Neto Jorge Pereira Raggi José Luiz Gattás Hallak José Raimundo Dias Fonseca Levindo Eduardo Coelho Neto Luiz Celso Oliveira Andrade Paulo Henrique Pinheiro de Vasconcelos Rodrigo Octávio Coutinho Filho Wilson Chaves Júnior

CONSELHO FISCAL

Carlos Gutemberg Junqueira Alvim Presidente Conselheiros Alexandre Heringer Lisboa João José Figueiredo de Oliveira José Eduardo Starling Soares Marcelo Aguiar de Campos


Décio Vaz de Melo, Alexandre Resende, Flávio Carvalho, Victório Semionato e Alberto Dávila

Túlio Tamietti, Pier Senesi e Márcio Augusto Almeida

Virgínia Campos, Cristina Oliveira, Janaína França e Antônia Sônia

Alexandre Heringer, Augusto Drummond, Antônia Sônia e Luiz Carlos Sperandio

José Lacerda, Cristina Oliveira,Virgínia Campos e Augusto Drummond

Luis Cláudio Chaves, Krisdany Cavalcanti,Wilson Chaves, Fabiano Panissi e Paulo Henrique Vasconcelos

Décio Vaz, Augusto Drummond, Paulo Safady Simão e Arthur Lopes Filho

Alexandre Resende, Décio Vaz, José Ciro Mota, Paulo Safady Simão, Rodrigo Coutinho e Hélio Nonato

Vereador Tarcísio Caixeta, Ailton Ricaldoni e Mauro Braga

Aloísio Vasconcelos, Luiz Celso Andrade e Victório Semionato

Laura Zwetkoff, Marly Sorel, Flávia Pedrosa e Ângela Cyrino

Décio Vaz, Alexandre Resende, e Flávio Carvalho

Augusto Drummond e Humberto Falcão

José Ciro, José Raimundo Fonseca, Carlos Augusto Brandão, Augusto Drummond, Alexandre Resende e Luiz Henrique Carvalho


ESPECIAL | AUGUSTO CELSO FRANCO DRUMMOND


Augusto Drummond assume presidência da SME No último dia 2 de junho, o engenheiro eletricista Augusto Celso Franco Drummond, 68 anos, assumiu a presidência da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) com muitas ideias e algumas certezas. De que fará uma gestão democrática, com atuação ampla, pautada no diálogo com outras entidades e com a sociedade. A tarefa pode não ser simples, nesse momento complexo da vida brasileira. Mas, ele garante que sua disposição é grande. Além disso, o apoio que tem recebido de colegas e associados da SME será decisivo. Outro componente é a compreensão que tem de que estar à frente de uma entidade requer empenho redobrado, porque os dirigentes são passageiros e os verdadeiros donos da entidade são os profissionais de engenharia. Formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1970, Augusto Drummond substitui na presidência da SME, o engenheiro eletricista Ailton Ricaldoni Lobo, a quem faz um agradecimento especial na figura dos ex-presidentes da entidade que se dedicaram e que tiveram o desprendimento necessário para levar adiante o trabalho da SME. “Só foi possível chegarmos aqui, hoje, sabendo que muita coisa foi construída de positivo”, afirma. Com um currículo repleto de experiências de sucesso nas áreas pública e privada, à frente das principais entidades classistas do setor de engenharia em Minas, Drummond concilia hoje a atividade profissional como diretor da Beaudette Drummond Consultoria (1998/2014) com a de professor de Adobe, Photoshop, Lightroom da Escola de Imagem (2010/2014). A fotografia sempre foi uma grande paixão alimentada pelos registros de belas paisagens na sua Nikon, marca a qual se mantém fiel. De imagens de natureza para a criação de fotolivros de família foi um pulo, sem rupturas.Apenas colocou em prática um olhar, ainda mais

aguçado, de um engenheiro-fotógrafo que sabe apreciar os cenários, às vezes surpreendentes, oferecidos pela natureza, e reconstroi com suas lentes muitas histórias familiares. Casado com a psicóloga Suzanne Beaudette Drummond, com dois filhos, João Miguel, engenheiro civil e Juliana Drummond que é médica, Drummond tem quatro netas: Laís, Paula, Gabriela e Katarina de sete, cinco, três e um ano e meio de idade, suas modelos preferidas. SME Associado à SME desde a década de 1970, com o número de inscrição 5481 que faz questão de mencionar, sem consultar qualquer documento, Augusto Drummond observa que há décadas a entidade dá uma contribuição fundamental na elaboração de políticas em Minas no campo da engenharia. Esse papel da entidade, desde sua formação, está registrado em vários documentos que relatam a história de Minas Gerais. Ex-vereador por Belo Horizonte (1989) e ex-administrador da Regional Pampulha (1988/1989), Drummond lembra que à época a Câmara Municipal de Belo Horizonte prestou uma homenagem à Usiminas.“Então, fui ler um pouco sobre a história de formação da Usiminas e vi a SME no centro do debate, sustentando a proposta de implantação de um projeto siderúrgico no estado”. A SME é, portanto, uma entidade precursora na fundação da Usiminas, e isso é muito importante para o nosso estado”. Fundador e ex-presidente do Centro de Estudos de Engenharia (1979/1981), Drummond ressalta a importante contribuição da Sociedade Mineira de Engenheiros em várias outras áreas do conhecimento e para o avanço tecnológico de Minas Gerais.

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ESPECIAL | AUGUSTO CELSO FRANCO DRUMMOND

Para que a Engenharia seja sustentável é necessário planejamento. Pouco planejamento ou falta de continuidade gera problemas de alto custo para o país.

SOLIDARIEDADE A disposição do novo dirigente é manter essa tradição de participação e de contribuições da SME para a sociedade. Um trabalho que será sustentado pela solidariedade e apoio dos profissionais. Drummond observa que, diferentemente de outras entidades que teve “a honra de presidir, a exemplo do Sindicato dos Engenheiros de Minas Gerais (1984/1987) e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (1994/1999), a SME não tem recurso orçamentário próprio, como o imposto sindical ou as contribuições que os profissionais fazem aos conselhos regionais e ao federal. E isso, em sua opinião, é um grande desafio”. Ele ressalta que fará “uma gestão democrática, aberta sem discriminação de natureza política, religiosa, de gênero, raça, cor ou etnia. Onde os profissionais possam encontrar guarida para suas ideias, reflexões e iniciativas. Queremos trabalhar com todas as entidades com o Senge, Sinduscon, Sicepot, entre outras entidades da 26

engenharia de natureza própria, e o Crea-MG. Temos que nos esforçar porque não somos donos das nossas entidades. Nós somos passageiros. Os verdadeiros donos são os profissionais de engenharia”, afirma. COMISSÕES TÉCNICAS Augusto Drummond anuncia que a proposta da nova diretoria é fazer a inclusão no plano interno e contribuir para que as Comissões Técnicas da SME – de Construção Civil e Urbanismo, de Transportes, de Educação em Engenharia, de Engenharia de Segurança, Energia, de Telecomunicações e Informática e de Acessibilidade Ambiental e Mobilidade Urbana - possam cumprir suas finalidades nos vários campos da engenharia. “Queremos que dessas comissões saiam sempre boas ideias, que surjam propostas e soluções para os problemas da sociedade, contribuindo com os governos na formulação de políticas públicas na área de engenharia”. Mais, ainda,“fazer com que as comissões ganhem dinamismo, que os profissionais sejam atraídos para atuar nelas e tenham o desprendimento e

a disposição para fazer o trabalho que é voluntário”. SEDE Uma das prioridades na nova gestão, diz Augusto Drummond, é a retomada das instalações da antiga sede da SME, localizada em um dos pontos mais nobres de Belo Horizonte, na Rua dos Timbiras, 1.514, entre Avenida João Pinheiro e Rua da Bahia, no bairro de Lourdes, que se encontra fechada, necessitando de ampla reforma. “Lá sempre foi uma casa de engenharia que precisa voltar a ser ponto de encontro, para ser espaço de reflexão, convívio entre os profissionais”. A ideia, diz Drummond, é reabrir a sede para que possa servir aos engenheiros e à engenharia em Minas, nas suas necessidades”, enfatiza. O edifício é constituído de seis pavimentos em andares corridos, um subsolo e a garagem.As fachadas são totalmente revestidas com vidro, mármore e pastilhas.


Conjuntura Para além da falta de recursos, que torna ainda mais árduo o trabalho da entidade, Augusto Drummond observa que o momento brasileiro, com uma conjuntura politicamente complexa, torna a atuação das organizações ainda mais desafiadora. Alguns analistas acreditam que o Brasil será, nos anos 2020-2030, um país de sucesso, com um desenvolvimento sustentado. Mas, a realidade brasileira mostra desníveis assustadores não apenas do ponto de vista da área da engenharia, mas na saúde, na educação, na infraestrutura. “Uma situação particularmente difícil, com manifestações permeadas por atos de vandalismo. A perspectiva, no longo prazo, parece boa. Mas, a conjuntura de curto prazo é bastante complexa”, contextualiza. As obras da Copa do Mundo que dizem respeito à infraestrutura, a área de excelência da engenharia, são emblemáticas. Drummond ressalta as estimativas feitas por jornalistas independentes e por jornais nacionais, a exemplo da Folha de São Paulo, de que apenas 40% a 45% das obras para a Copa do Mundo estariam concluídas antes dos jogos.As razões para esses atrasos foram várias. Mas, alguns analistas arriscam a indicação de três causas, que seriam suficientes para comprometer um calendário de obras: deficiência de planejamento; ausência de projeto executivo e a falta eficiência de gestão.“Isso não se refere a uma avaliação deste ou daquele governo, mas é a constatação de uma realidade”, observa.

Augusto Drummond salienta que para a engenharia ser sustentável é necessário o planejamento. Pouco planejamento ou de forma descontínua gera problemas de alto custo para o país. Com experiência na elaboração de projetos executivos de engenharia, o novo presidente da SME diz que é impensável uma obra de engenharia sem o projeto executivo. “Fui projetista e senti na pele isso. O projeto executivo é fundamental para a construção de um custo aceitável. Uma obra sem projeto sempre tem um custo maior”, ensina. Entre as várias atividades profissionais, Augusto Drummond, foi engenheiro da Companhia Energética de Minas Gerais Cemig (1971/1997), tendo exercido a função de projetista nas subestações de Engenharia de Distribuição e, também, assistente da Diretoria de Distribuição. Quanto à terceira causa, que aponta a falta de eficiência na gestão, a questão que se coloca, segundo ele, “ é a necessidade de privilegiar a carreira profissional, com ênfase no mérito, em detrimento dos cargos comissionados. As decisões políticas, naturalmente, se sobrepõem às decisões técnicas, porém, é bemvinda a tese de restringir ao máximo os cargos comissionados com o incentivo ao profissionalismo. Episódios recentes relativos à Petrobras sugerem estar havendo uma inversão de valores quando o interesse de pessoas e, mesmo aqueles de natureza político-partidária, prevalecem sobre a responsabilidade de gestão”, conclui. 27


ARTIGO

A cidade tem solução? (*) Sergio Myssior, arquiteto e urbanista O mundo está se tornando predominantemente urbano. Segundo o Censo de 2010, mais de 84% da população brasileira vive nas cidades.Aqui moramos, trabalhamos, criamos os nossos

filhos e nos divertimos, mas também convivemos com os

diversos problemas urbanos, tais como a falta de segurança, moradia, a deficiência do transporte, ocupação de áreas de risco, dentre tantos. Fica a questão: a cidade tem solução?

As manifestações recentes, tão importantes para o amadureci-

mento da nossa democracia, questionam o modelo de desenvolvimento das nossas cidades, clamando por melhorias urgentes na qualidade de vida e incremento da participação popular na gestão urbana.

A sustentabilidade aplicada às nossas cidades é mais abrangente

que um conjunto de edificações eficientes e com selos verdes. Isto não significa que o investimento na eficiência energética, no reuso da água, na iluminação e ventilação não seja impor-

tante. Mas uma cidade realmente comprometida com as gera-

ções futuras deve incorporar parâmetros diferenciados no planejamento e no desenvolvimento urbano, ambiental e metropolitano. Estudos estabelecem uma correlação positiva entre o planejamento urbano e o desenvolvimento.

A cidade promove a troca de conhecimento, mercadorias e ser-

viços, gerando divisas materiais e imateriais. Desenvolver estra-

tégias amplas e inclusivas que incorporem os aspectos cultural, social, ambiental e econômico, dentre outros, tem sido o desafio

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das cidades contemporâneas.

Isto significa repensar o modelo de desenvolvimento das cidades, que constantemente

concentra as funções institu-

cionais e econômicas de maior relevância em seu núcleo central, relegando para as

regiões periféricas as ocupa-

ções residenciais de menor poder aquisitivo, distanciando

o morador menos favorecido das oportunidades de trabalho, lazer e serviços.

A cidade é o local da festa, como diria Lefebvre. O urbano é a simultaneidade, a reunião, é uma forma social que se afirma!

O programa das Nações Unidas UN-HABITAT, publicou recen-

temente alguns princípios para o novo modelo urbano do século 21. Dentre eles, destacamos a importância do espaço

urbano e de convívio, inserindo o espaço público como espinha dorsal da cidade.Também a necessidade de uma abordagem integrada, eliminando a segregação espacial e reduzindo as desi-

gualdades sociais. O planejamento inteligente, implantando políticas e instrumentos de desenvolvimento sustentável, valorizando a identidade, a cultura e aproveitando as oportunidades


Sergio Myssior, arquiteto e urbanista

comunitárias, e a garantia do direito a

cas. O projeto Manuelzão introduziu a

o direito à terra urbana, à moradia, ao

percepção municipalista e mobilizando a

cidades sustentáveis, entendido como

saneamento ambiental, à infraestrutura

urbana, ao transporte e aos serviços

públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações.

Repensar e transformar a cidade envolve, necessariamente, uma transfor-

mação cultural e econômica. Onde está locais no contexto global. E a construção coletiva, através de instrumentos efetivos

de promoção da gestão democrática e participativa.

O Estatuto da Cidade estabeleceu uma política de planejamento e desenvolvi-

mento urbano, tendo como objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o

bem-estar de seus habitantes. Dentre os

avanços deste instrumento, destacam-se a gestão democrática por meio da parti-

cipação da população e de associações

a qualidade de vida, as amizades e estó-

rias do bairro, o contato com a natureza, a vida em comunidade?

Explorando o entorno descobriremos este potencial de transformação e requa-

lificação. O Rio de Janeiro redescobriu o bondinho, que circula pelas ruas de Santa

Teresa, resgatando a música e a cultura local. A cidade de Nova York transformou

um antigo trecho ferroviário urbano em

um parque linear, com atrações culturais,

visão de bacia hidrográfica, superando a sociedade para a recuperação da qualidade das águas e renascimento dos rios.

Muito pode ser feito, tanto pelo poder público, iniciativa privada, como pela sociedade. Aqui temos desafios, mas enor-

mes oportunidades. O olhar ambiental e

urbano, aliado à prática inclusiva e participativa, encontra um campo fértil para a melhoria da qualidade de vida, resgate da

vida em comunidade e valorização dos nossos ativos culturais e ambientais.

A cidade parece mesmo ter solução, mas depende ainda de um grande esforço de mobilização, planejamento e participação.

(*) Sergio Myssior, arquiteto e urbanista, é Conselheiro

turísticas, moda e arte (projeto highline).

do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-MG), da

e educação através das bibliotecas públi-

suplente do CAU/MG. Email: cbn.sergio@gmail.com

Medellín, na Colômbia, investiu na cultura

ECOLÓGICO, do COMAM e da AMDA. Conselheiro

29


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20

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ENGENHARIA | ROBÓTICA

Engenharia Robótica: começa a verdadeira largada para novas soluções do futuro

E

outros 15 de investigação das interfaces entre cérebros e máquinas e dezenas de milhões de dólares em investimentos, a estrutura confeccionada com alumínio e plástico resistente representa esperança para milhares de pessoas em todo o mundo.

Mais que uma exibição pública de resultados e/ou prestação de contas de um complexo projeto de pesquisa que já contabiliza 30 anos na área de neurociência e de

A palavra robô foi usada pela primeira vez pelo tcheco Karel Capek (1890-1938) em uma peça de teatro que estreou em 1921, em Praga. Já o termo robótica foi popularizado pelo escritor de

mbora pairem dúvidas sobre o futuro do exoesqueleto, roupa robótica do Projeto “Andar de Novo” que tornou possível a um homem com paralisia nos membros inferiores dar o chute inaugural da Copa do Mundo do Brasil, na Arena São Paulo, o trabalho desenvolvido por uma equipe de 156 cientistas, engenheiros e técnicos de todo o mundo, sob a coordenação do neurocientista brasileiro Miguel Angelo Laporta Nicolelis, comprova que a robótica é uma realidade para a ciência nacional.

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Essa é a essência da robótica, um ramo educacional e tecnológico que usa computadores, robôs e computação para criar circuitos integrados que se tornam sistemas mecânicos, motorizados, controlados manualmente ou mesmo por impulsos elétricos.

ficção científica Isaac Asimov, na sua obra “I Robot” (Eu Robô), lançado em 1950, que incluía, também, as três leis que, segundo o autor, deveriam reger essas estruturas fantásticas que povoariam o mundo no futuro. São elas: um robô não pode fazer mal a um ser humano e nem, por omissão, permitir que algum mal lhe aconteça; essas máquinas devem obedecer às ordens dos seres humanos, exceto quando estas contrariarem a primeira lei e, ainda, devem proteger sua integridade física desde que, com isso, não contrarie as duas leis anteriores.

Fantasias a parte, nascida arte, a robótica transformou-se em ciência algumas décadas depois. No final do século XX, a necessidade de aumentar a produtividade


e a qualidade dos produtos manufaturados fez com que os projetos para construção de robôs ganhassem força. Assim “nasceram” máquinas que substituíram a mão de obra humana nas linhas de produção de diversos segmentos econômicos. Como ferramenta, esse ramo científico tem sido usado nas áreas educacional, médica e de segurança, entre outras que demandam por profissionais qualificados para se desenvolver.

Atrair novos pesquisadores para a área é o desafio do Laboratório de Sistemas de Computação e Robótica (CORO) do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Criado em 2004 com o objetivo de prover infraestrutura para o desen-

volvimento de estudos e de robôs autônomos no âmbito dos cursos de graduação de Engenharia Elétrica e de Engenharia de Controle e Automação, e ainda, do programa de pós-graduação nessa área o CORO envolve alunos que fazem disciplinas da área de robótica e outros que estejam em projetos de iniciação científica e em cursos de mestrado ou doutorado com projetos do setor.

O coordenador do CORO, e n g e nheiro eletricista, mestre em Energia Elétrica e doutor em Ciências da Computação pela

UFMG e, ainda, professor associado do Departamento de Ener-

gia Elétrica, Guilherme Augusto

Silva Pereira, optou pela docência e pela pesquisa porque aprecia de-

safios e novos problemas que me-

recem soluções.“Um dos maiores desafios da robótica, além do pró-

prio desenvolvimento físico dos robôs, é o desenvolvimento dos

softwares, que devem ser capazes de extrair informações re-

levantes dos sensores e utilizá-las para que a tarefa proposta seja executada de forma mais eficiente e segura possível”, explica.

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ENGENHARIA | ROBÓTICA

ILUSTRAÇÃO : ESTADÃO

Outras áreas de pesquisa são a manipulação e a cooperação humano-robô, onde o principal objetivo é desenvolver sistemas robóticos que permitam uma interação direta entre pessoas e robôs. “Um exemplo é um manipulador móvel que estamos desenvolvendo para auxiliar pessoas com dificuldade de locomoção na realização de tarefas domésticas simples”, apresenta.

O protótipo nome de CADU (acrônimo para Carro Autônomo Desenvolvido), e se locomove por comandos de computador, seguindo coordenadas de GPS inseridas em seu sistema de navegação interno. E isso pode ser feito via voz, texto ou através de um joystick, como nos – antigos – videogames

O CORO desenvolve pesquisas em três áreas da robótica.A primeira é a de veículos autônomos, com o desenvolvimento de Veículos Aéreos Não-Tripulados (VANTs), que são aviões ou helicópteros de pequeno porte capazes de realizar atividades de busca, inspeção, mapeamento, vigilância entre outras, de forma completamente autônoma. Nesta linha, há interesse em desenvolver vários VANTs que tra34

balham juntos, de forma cooperativa, com o objetivo de aumentar a eficiência na realização da tarefa. Outro veículo autônomo desenvolvido do CORO é um carro autônomo. Com o auxilio de visão computacional, é capaz de se locomover sem um motorista. “Nosso objetivo com este projeto é desenvolver sistemas de segurança ativa e auxílio à direção que podem, futuramente, fazer parte de automóveis comerciais”, enfatiza.

Felizmente, a robótica é uma área multidisciplinar que interessa a muitos engenheiros, sem os quais - afirma o professor – não seria possível conceber, projetar, construir, controlar os sistemas mecânicos, estruturais, elétricos, eletrônicos e computacionais das máquinas.


Felizmente, a robótica é uma área multidisciplinar que interessa a muitos engenheiros, sem os quais não seria possível conceber, projetar, construir, controlar os sistemas mecânicos, estruturais, elétricos, eletrônicos e computacionais das máquinas. Guilherme Augusto Silva Pereira, mestre em Energia Elétrica e doutor em Ciências da Computação pela UFMG

A robótica tem duas linhas básicas de atuação. A primeira, mais tradicional, envolve o uso de robôs para a automatização da manufatura. “Hoje é difícil pensar em indústrias automobilísticas que não utilizam robôs para soldagem e manipulação de peças”, exemplifica. Esse segmento se estende também para automação de outros ramos industriais como a siderurgia e o setor de energia, nas linhas de transmissão e também nos gasodutos. De acordo com o professor Guilherme Pereira, a segunda área é aquela onde a robótica está mais próxima das pessoas, algumas vezes de forma despercebida. “É o caso de sistemas de assistência à direção instalados em alguns carros. Alguns veículos comerciais são capazes de procurar vaga e estacionar”, detalha. Nessa operação, cabe ao motorista apenas frear e engatar a marcha ré quando solicitado pelo veículo.

Outros exemplos, nessa área são os robôs que aspiram a casa ou limpam piscinas, encontrados no mercado nacional. “Seja para aumentar a produção industrial ou para desenvolver novas tecnologias que aumentem o conforto e a segurança das pessoas, os engenheiros devem estar sempre ligados às inovações da robótica e aos benefícios que estas podem aumentar proporcionar”, enfatiza o professor. As pesquisas em robótica são bem amplas. O que falta ao Brasil é criar uma cadeia produtiva capaz de transformar o país fica em situação de desvantagem em relação a países como Estados Unidos da América (EUA) e Japão.

Com isso, a indústria de robótica ainda é restrita e o engenheiro que atua na área, geralmente trabalha mais com projetos de automação que, em sua maioria, usam robôs importados. “O campo de trabalho ainda é restrito no país,

com especialistas em universidades ou centros de pesquisa de grandes corporações”, detalha.

O segmento econômico que mais utiliza robôs no país é a indústria automobilística, onde essas máquinas realizam tarefas repetitivas com grande precisão. O agronegócio também pode se beneficiar com a robótica, seja por meio de máquinas e implementos inteligentes ou mesmo através do uso de veículos aéreos robóticos para controle de pragas e monitoramento dos rebanhos.

Diretor geral do Grupo Somai, o professor Artur Mainardi Junior, trabalha com robótica há 21 anos. “Estamos entre os pioneiros na implantação da informática educacional no cenário brasileiro, em uma época em que não se creditava ao computador a importância e influência que tem para potencializar os processos de ensino e aprendizagem”, afirma. 35


ENGENHARIA | ROBÓTICA

O robô humanoide NAO é, com certeza, uma das opções mais acessíveis no seu segmento disponíveis em mercado

Professor Artur Mainardi Junior, diretor geral do Grupo Somai.

Na prática, a empresa é especializada na formação dos educadores, implantação, planejamento das ações e acompanhamento dos projetos de robótica.”Desde a comercialização até a sala de aula, o parceiro SOMAI tem a garantia de receber assessoria em todas as áreas para o projeto evoluir e os alunos terem acesso as tecnologias mais avançadas”, explica o professor. Em 2011, uma parceria com a Aldebaran Robotics trouxe para o Brasil a arquitetura robótica. O robô humanóide não é extremamente usado em laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e Educação, na maioria dos países. Atualmente, são 30 mil unidades distribuídas pelo mundo.

No Brasil, uma equipe técnico-pedagógica composta por pedagogos, 36

professores, designers gráficos, administradores, programadores e técnicos atendem aos clientes para popularizar o uso dessa ferramenta, como explica o professor Mainardi. Embora as pesquisas em robótica estejam evoluindo, ainda existem diversas limitações a serem superadas. “A maioria dos robôs existentes possui canais limitados de percepção, cognição e ações. A noção de inteligência auotonôma é uma questão complexa para ser implementada. Especificamente na área de robôs humanoides os desafios são a construção do hardware e o desenvolvimento do software que permita ao robô realizar atividades semelhantes àquelas desempenhadas por um ser humano”, analisa.

A Aldebaran Robotics, por exemplo, tem desenvolvido e disponibilizado

hardware para pesquisa o desenvolvimento de pesquisa robótica, a qual se traduz em um grande auxílio à área. Dessa forma, os pesquisadores podem focar no desenvolvimento do controle do robô (software).

Segundo Mainardi, o Brasil demonstra desvantagem tanto no desenvolvimento de hardware de software para robôs humanoides. A SOMAI tem incentivado a criação de grupos de pesquisa para aprimorar as tecnologias existentes e desenvolver outras, em áreas consideradas estratégicas. Parcerias internacionais são sempre bem-vindas.

“A SOMAI acredita que pesquisas que auxiliem as crianças autistas sejam necessárias, portanto as parcerias são de grande interesse para a empresa. Uma referência nesse segmento é a University of NotreDame”, ressalta.

Mas o desenvolvimento de projetos de robótica depende de mão de obra qualificada, que ainda é um recurso “raro” no país. De acordo com o professor Mainardi, embora os estudantes de Engenharia se interessem pelo tema, ainda


Sandro Faria, coordenador do Departamento de Urologia do Hospital Vera Cruz, em Campinas.

há poucos incentivo para que eles sigam com os estudos na área. Cabe, portanto, às universidades investirem em laboratórios e oportunidades para que o conteúdo se popularize durante a graduação. “A robótica tem conseguido se colocar no mercado de forma mais viável. Hoje existem linhas de financiamento facilitada para escolas com pagamento em até cinco anos”, adianta. O robô humanoide NAO é, com certeza, uma das opções mais acessíveis no seu segmento disponíveis em mercado.

A necessidade de ter engenheiros nesse time de pesquisadores é bem clara já que robótica e Engenharia baseiam-se em cálculos, tentativas e erros, matemática, estátistica etc. Há areas que têm uma

atuação mais direta como a de software, computacional, mecatrônica e eletrica. Cada uma delas responsável por uma etapa do desenvolvimento da tecnologia multidisciplinar.

A robótica já é uma ferramenta amplamente usada pelo setor médico brasileiro. O coordenador do Departamento de Urologia do Hospital Vera Cruz, em Campinas, Sandro Faria, é um usuário dessa tecnologia.“Existe uma plataforma robótica, chamada Da Vinci, que é utilizada de rotina no mundo médico desde 2007 pois torna os procedimentos mais seguros e menos agressivos para os pacientes”, ressalta. O sistema chegou ao Brasil, em 2008, mas ainda não está disponível em Minas Gerais. Sua apli-

cação é bastante ampla em cirurgias abdominais, ginecológicas e urológicas, como a do câncer de próstata, que garante a cura com a preservação da qualidade de vida. “ Não existe medicina sem Engenharia hoje. A evolução da medicina depende da evolução tecnológica e as próteses que nós médicos usamos são, em grande parte, produzidas a partir da robótica e de equipamentos de precisão”, explica o médico.

Com isso, tem aumentado o número de engenheiros especialistas na área médica, seja na área de exames de diagnóstico, como ressonâncias ou em atividades terapêuticas como a cirurgia robótica. Enquanto isso, indianos e chineses tem investido muito na área.

da vinci, plataforma robótica, que torna os procedimentos mais seguros e menos agressivos para os pacientes

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EVENTO SME

Homenagens a Ivan Müller Botelho A Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) concedeu a Medalha Lucas Lopes ao engenheiro eletricista e presidente do Conselho de Administração do Grupo Energisa, Ivan Müller Botelho, no dia 12 de maio último, no Ouro Minas Palace Hotel . A cerimônia contou com a presença do governador Alberto Pinto Coelho, empresários, parlamentares, engenheiros, familiares e amigos de Ivan Müller que atua no setor há 57 anos, com uma vasta experiência nacional e internacional. O chanceler da Medalha foi o ex-ministro da Indústria e Comércio, João Camilo Penna. A Medalha Lucas Lopes, criada em 1995, é conferida, uma vez por ano, a um engenheiro que tenha se destacado no setor de energia em Minas. Durante a cerimônia o então presidente da SME, Ailton Ricaldoni Lobo, destacou “o espírito empreendedor de um executivo de alto gabarito, que acompanha de perto as transformações que esse setor vem passando”. Ricaldoni fez ainda uma retrospectiva do setor elétrico brasileiro, cujo modelo completa dez anos de implantação neste ano, dizendo da necessidade de “atenção para as oportunidades potenciais 38

que existem na área de geração, distribuída e cogeração no país, e como essas oportunidades podem ser inseridas na política energética, para ampliação da oferta de energia elétrica”. João Camilo Penna, chanceler da Medalha Lucas Lopes O homenageado, Ivan Müller Botelho, recebeu o diploma da Medalha das mãos do chanceler da Medalha, o ex-ministro da Indústria e Comércio João Camilo Penna, que falou da importância de Ivan Müller para Minas Gerais e para o Brasil, comparando-o ao patrono da Medalha, o engenheiro Lucas Lopes que foi uma “expressão de exemplo para o bem da sociedade”. Segundo Camilo Penna, a atuação do homenageado ao longo de décadas é “uma vitória da iniciativa privada”.


Paulo Sérgio Lage, Eduardo Azeredo, o governador Alberto Pinto Coelho e Ivan Botelho

Vereador Tarcísio Caixeta, José Flávio Gomes e Augusto Drummond

Marianna Machado, Renan Nominato, Mariana Pompermayer, Jardel Rodrigues e Flávia Resende

Ivan Botelho, Camilo Penna e Ailton Ricaldoni

Ailton Ricaldoni e Olavo Machado

Familiares, amigos e funcionários da Energisa com Ivan Botelho Apoio

Fernando Schüffner, Luiz Márcio Pereira, Otávio Werneck e Ronan Ramos de Oliveira

Geraldo Mota, Ailton Ricaldoni, Ivan Botelho e Ricardo Botelho

José Ciro Mota, Ailton Ricaldoni Lobo, governador Alberto Pinto Coelho e Augusto Celso Franco Drummond

Ana Elisa, Márcia Tito, Suzanne Drummond e Dilma Neiva Realização


DEPOIMENTOS O governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, destacou o pioneirismo do homenageado e do Grupo Energisa, que atua em nove estados brasileiros na geração, transmissão e distribuição de energia, “com permanentes demonstrações de competência de gestão, que hoje está sendo reconhecida”. Ele enfatizou, ainda, a atuação da empresa em vários municípios brasileiros por meio de projetos sociais e culturais, para a valorização das tradições das comunidades. O presidente da Cemig, Djalma Morais, disse que a entrega da Medalha Lucas Lopes a Ivan Müller Botelho “é uma justa homenagem que nós, como mineiros e pertencentes ao grupo de homenageados, estávamos devendo a um grande empresário, um grande engenheiro e um grande investidor do Estado, haja vista a posição privilegiada” da Energisa. O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Júnior, enfatizou a importância da entrega da Medalha ao empresário Ivan Botelho e do relevo que a atuação do empresário tem para o meio empresarial e para o setor elétrico. “Estamos homenageando aqueles que fizeram o país, até agora”, afirmou. Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais, Luiz Fernando Pires, eventos tradicionais como a solenidade de entrega da Medalha Lucas Lopes são muito importantes para os engenheiros mineiros. “ A homenagem a Ivan Müller Botelho foi merecida porque ele é um profissional de referência para o setor energético”, apontou.

Bastante emocionado, Ivan Müller agradeceu a homenagem e relembrou alguns episódios do início de sua carreira na Engenharia. Disse que, com humildade, simplicidade e busca de conhecimento aprendeu a ser engenheiro e que foram esses conceitos que ele aplicou na Energisa para atingir resultados positivos. Filho do homenageado e presidente do Grupo Energisa, Ricardo Botelho, destacou o orgulho da família naquele momento e que o empresário, além de engenheiro com grande formação, “tem uma carreira muito bonita na companhia (antiga Cataguases-Leopoldina hoje Energisa). A homenagem é muito justa”, concluiu.

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A Energisa atende, atualmente, cerca de seis milhões de clientes, que correspondem a uma população de 15 milhões de pessoas, em 788 municípios de nove Estados brasileiros.


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LEGADO SME | AILTON RICALDONI LOBO

Ex-presidente presidirá o Conselho Deliberativo da entidade

E

ngenheiro eletricista por formação e vocação, Ailton Ricaldoni Lobo, 68 anos, esteve à frente da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), nos últimos três anos, cargo que exerceu com “muita honra”, porque foi uma oportunidade ímpar, em meio à agenda atribulada de empresário de sucesso, “de estar com os colegas de profissão para debater questões relacionadas à engenharia mineira e brasileira”.

Os debates sobre questões nacionais encontraram espaço na SME, por meio da realização de eventos, a exemplo do projeto SME 12:30 que trouxe à capital mineira o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), engenheiro Paulo Safady Simão, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE), Humberto Barbato e, ainda, o diretor do Banco Nacional 44

de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maurício Borges para falar sobre seus setores de atuação.

Em 2012, a entidade abriu o debate nas eleições municipais com os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, Patrus Ananias (PT) e o prefeito Marcio Lacerda (PSB), lembra Ricaldoni.“Essa é uma contribuição para a cidadania”, observa. As preocupações com o meio ambiente foram debatidas em um workshop “Gestão das Águas Pluviais na RMBH” que reuniu profissionais de diversas áreas, ambientalistas, técnicos e gestores públicos e privados. O encontro resultou em várias sugestões para reduzir os estragos e os prejuízos provocados por enchentes na capital mineira pelos membros das comissões técnicas da SME, como lembra Ricaldoni. Ele ressalta, inclusive, que durante sua gestão essas comissões foram reorganizadas, alcançando uma dinâmica ainda maior e visibilidade em áreas estratégicas como a de

transportes, por meio da sugestão d a i n s t a l a ç ã o d o m e t r ô l eve (monotrilho) como solução para a capital mineira.

O transporte público urbano foi o tema central do “1º Seminário Mobilidade Urbana: Desafios e Propostas”, realizado pela SME em parceria com a Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), em 2012. Naquele ano, os participantes apontavam as dificuldades e os gargalos do sistema de transporte nas principais cidades brasileiras que resultaram nas grandes manifestações de rua que tomaram conta do país em 2013. Especialistas, profissionais, professores das escolas de Engenharia e representantes do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) se reuniram para discutir a segurança contra incêndio e pânico em locais de recepção de público, no auditório da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). “Esse temas não estão esgotados porque o risco existe no


Ailton Ricaldoni Lobo, engenheiro e ex-presidente da SME

cotidiano da população. Nós nos preocupamos com

isso e queremos contribuir”, afirma Ailton Ricaldoni. Foi com esse espírito que durante sua gestão Rical-

doni retomou a realização de campanhas de Natal, com a arrecadação e distribuição de toneladas de

donativos para casas de idosos e creches. O projeto foi coordenado por Ana Elisa, com quem é casado

há mais de quatro décadas e com quem tem três filhos Marcelo, Janaina e Sabrina e, ainda, os netos Lucas, Amanda e Beatriz. SEDE

Durante a gestão de Ailton Ricaldoni foram conduzidas várias negociações para garantir a retomada

da sede da SME que necessita de grandes reformas. O engenheiro acredita que essa iniciativa deve ser

concluída com êxito na nova gestão, por meio da ga-

rantia de recursos para as obras e, posteriormente, o retorno para o imóvel em condições de atender plenamente às necessidades dos associados.

No diálogo com os associados e diversos segmentos da sociedade, a gestão de Ailton Ricaldoni investiu na retomada da Revista Mineira de Engenharia, publicação bimestral, que trata de assuntos de interesse da classe. A tiragem foi ampliada para 10 mil exemplares.

EXPERIÊNCIA

Nascido em Belo Horizonte, ele trabalhou durante 20 anos na Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), tendo sido responsável pela implantação da primeira usina eólica em Minas, na região Norte do Estado, na década de 1990.

Antes, passou sete anos no Centro Tecnológico Aeroespacial e participou, em 1969, da montagem do primeiro avião Bandeirantes. Formou-se no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos. Hoje, atua no setor de indústria eletroeletrônica, é vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria Eletro e Eletrônica (ABINEE) e é presidente do Conselho Deliberativo da SME. 45


LEGADO SME ESPECIAL | JOSÉ CIRO MOTA

José ciro Mota continua na diretoria como vice-presidente

C

ompromisso e competência são palavras que resumem a atuação do engenheiro civil e urbanista José Ciro Mota na Sociedade Mineira de Engenheiros (SME). Ele associou-se no início da década de 90, incentivado pelo amigo de infância e colega de profissão Mário Sérgio Corrêa Dias e, desde então, não parou mais de lutar pela entidade e pela valorização dos profissionais da Engenharia.

Nesse período, por três vezes, ele ocupou o importante e estratégico cargo de superintendente administrativo. A primeira experiência foi na gestão de Rodrigo Octávio Coutinho Filho (19931996). Bem avaliado por seus pares, ele retornou na gestão seguinte, de José da Costa Carvalho Netto, entre 1996 e 1999. Mais recentemente, durante a presidência de Ailton Ricaldoni Lobo, no período entre 2011 e

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2014, ele reassumiu o cargo novamente, com grandes serviços prestados à SME. “Deposito toda a minha gratidão pela confiança no meu trabalho”, declara ao deixar a superintendência para retornar à diretoria da entidade na condição de vice-presidente a partir de 2 de junho. Mais que uma experiência associativista, a participação ativa na SME também rendeu relacionamentos sólidos e oportunidades de crescimento profissional. A convivência harmônica abriu espaço para uma parceria de sucesso com o ex-presidente Ailton Ricaldoni em diversos empreendimentos da área de Energia.

“Sou profundamente orgulhoso de pertencer a uma entidade que considero da maior importância para a Engenharia Nacional, de conviver com os grandes nomes da Engenharia e, também, com as lideranças que definem o destino do nosso país”, afirma.


DEPOIMENTOS:

DR. RODRIGO OCTÁVIO COUTINHO FILHO, EX-PRESIDENTE DA SME ENTRE 1993 E 1996

“Quando falo em José Ciro Mota, a primeira coisa que me vem a cabeça é a sua lealdade. Companheiro fabuloso, parceiro e trabalhador, ele me honrou muito ao aceitar o convite para ser o superintendente executivo da minha gestão e acredito que ele tenha sido de maior valia para a entidade que eu, como presidente.

Eu o admiro como colega de profissão e amigo, pela sinceridade e forma correta com que pensa e age. Conciliador e articulado, coleciona amigos e projetos bem sucedidos. Ele sempre pensa na SME como uma entidade que tem uma contribuição a dar para o desenvolvimento de Minas Gerais”. DR. JOSÉ DA COSTA CARVALHO NETO, EX-PRESIDENTE DA SME ENTRE 1996 E 1999 “José Ciro Mota é uma figura ímpar, uma unanimidade. Além do grande conhecimento de Engenharia, é muito competente e criativo. Como pessoa, o mineiro mais mineiro que já conheci. Habilidoso, educado e muito bem relacionado, ele teve um papel fundamental na minha gestão como presidente da SME, pois era o captador dos apoios e patrocínios para todos os eventos que promovemos naquele período”. DR. AILTON RICALDONI LOBO, EX-PRESIDENTE ENTRE 2011 E 2014

Em mais de 20 anos participando da SME, José Ciro Mota tem contribuído de maneira inigualável à frente da superintendência da entidade, solucionando problemas, com propostas e ideias que fortalecem a entidade. Vejo nele um empenho e dedicação necessários a qualquer organização para que bons resultados sejam obtidos. Tenho que dizer que, se não fosse por ele, pelo apoio e trabalho que desenvolve na entidade, eu não poderia ter assumido a incumbência, nos últimos três anos, de presidir a SME. Ele é um amigo de todas as horas, está sempre disposto a trabalhar e resolver questões do dia a dia da entidade.

Gostaria de fazer um agradecimento especial a esse amigo, a essa pessoa, com quem podemos contar sempre. E, ele pode ter a certeza que poderá contar sempre conosco”.

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CONSTRUÇÃO | GESTÃO

Novos desafios para o engenheiro Paulo Safady Simão Depois de quatro mandatos e 11 anos na presidência da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o engenheiro civil, mineiro, Paulo Safady Simão, 64 anos, está deixando a entidade para se candidatar a uma vaga para a Câmara dos Deputados pelo Partido Social Democrático (PSD-MG) nas eleições de outubro. Ele presidiu a sigla nos últimos três anos no Estado, com excelentes resultados. “Quero continuar a fazer o que eu fiz desde o início da minha atuação associativista: ajudar o Brasil”. Diferente de 2003, quando havia uma forte liderança política no cenário nacional – o ex-vice presidente José Alencar Gomes da Silva - e a indústria da construção encontrava condições propícias para dar um grande salto, após quase 20 anos de retração, o setor não vive o seu melhor momento em 2014. “Este ano não será bom. O país está crescendo muito pouco e os

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investimentos nas áreas estruturais foram reduzidos. As empresas sentiram muito as mudanças do mercado e reduziram a produção”, comenta. No entanto, a expectativa é positiva para 2015, já que o segmento não vê espaço para retrocessos. Paulo Safady Simão ingressou na CBIC em 1975, como membro de comissão técnica. Entre 1986 e 1992, presidiu o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), foi vice-presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), nos anos de 1989 a 1995 e membro do Conselho Fiscal da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) no período de 2002 a 2005. O engenheiro também presidiu a Empresa Mineira de Turismo (19951998) e participou do Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (CCFGTS) no período de 1989 a 1993.

Com experiência acumulada e habilidade ímpar como liderança setorial, o então presidente da CBIC também foi membro do Conselho Diretor da Federação Interamericana da Indústria da Construção Civil e também do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) da Presidência da República, que tem eleição anual. Ele também foi vice-presidente da Confederação das Associações Internacionais de Empreiteiras de Construção (CICA) entre 2012 e 2014.

Eu sua gestão, o dirigente aproximou a CBIC do governo federal para colaborar em iniciativas que, além de fortalecerem o setor, também resultaram em ganhos para a sociedade. “Desde 2003, houve uma mudança profunda de foco na indústria da construção e do mercado imobiliário. As coisas começaram a acontecer de fato”, relata.


Quero continuar a fazer o que eu fiz desde o início da minha atuação associativista: ajudar o Brasil.

Paulo Safady Simão

Entre os projetos desenvolvidos na gestão do engenheiro estão o novo Marco Regulatório do Mercado Imobiliário (lei nº931/2004), com a participação do então ministro da Fazenda, Antônio Palocci. O resultado foi o crescimento sustentável da atividade no país. A demanda da população por moradia motivou a criação do “Moradia Popular”, um embrião do “Minha Casa, Minha Vida” do governo federal. “A CBIC participou ativamente da elaboração do programa”, destaca. Em 2006, a entidade reuniu toda a cadeia produtiva da construção nacional, com mais de 50 entidades, para elaborar um documento sobre a demanda nacional por obras de infraestrutura. O resultado dessa contribuição foi usado pelo governo federal para definir

as intervenções que fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que está na sua segunda fase.

O projeto “Sanear é Viver” é outra iniciativa que visa contribuir para o projeto de desenvolvimento nacional, já que esse tipo de obra é considerado prioritário para o país. Há programas direcionados também para as áreas de responsabilidade social, empreendedorismo, inovação tecnológica na construção e capacitação e treinamento da mão de obra, em parceria com o governo e também com o Sistema S, entre outros. “Foram muitos projetos bonitos que visaram agregar valor para projetos que incluíssem o setor em iniciativas para melhorar a qualidade de vida da população”, ressalta.

Em fase de testes, a CBIC está implementando um programa para a profissionalização dos gestores públicos municipais de cidades de até 200 mil habitantes, por meio da montagem de projetos sustentáveis. “Acreditamos que a aproximação entre a sociedade civil organizada e os prefeitos ajuda a traduzir os anseios da comunidade e quais áreas devem ser privilegiadas com projetos”, adianta. Essa ferramenta de gestão estará disponível em breve. A sustentabilidade também é uma demanda para a indústria da construção brasileira. O engenheiro reconhece o caráter poluidor da atividade, mas afirma que o setor deve trabalhar para reduzir esse problema.“É possível criar produtos, sistemas e processos construtivos mais sustentáveis. A qualificação da mão de obra também é essencial para que o setor atinja essa meta”, considera.

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SUSTENTAR 2014 | MEIO AMBIENTE

Sustentar 2014 foi um sucesso Com 11 fóruns simultâneos e aproximadamente 200 palestrantes, o 7º Fórum Internacional pelo Desenvolvimento Sustentável (SUSTENTAR 2014), realizado entre os dias sete e oito de maio no Minascentro, em Belo Horizonte. O evento reuniu representantes do setor público, da iniciativa privada e de segmentos empresarial e industrial, além de pesquisadores, organizações não governamentais (ONGs), acadêmicos, estudantes e participantes de movimentos sociais para discutir sobre Cidades Sustentáveis.

O Sustentar 2014 foi uma realização do Instituto Sustentar de Responsabilidade Socioambiental, com o patrocínio da Vale, Oi, Fiemg, Correios, Invepar, Samarco, Gasmig, Cenibra, Arcelor e Vallourec.

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Roberto Fagundes, engenheiro e presidente da ACMinas

O engenheiro e coordenador técnico do evento, Roberto Fagundes, reafirmou a importância da discussão sobre cidades sustentáveis que também podem ser chamadas de inteligentes, porque oferecem aos cidadãos condição de vida confortável resguardando-se a preservação do meio ambiente. Sistemas de aquecimento solar, coleta seletiva e da água da chuva, reaproveitamento de produtos como o óleo de cozinha são medidas que

devem ser incentivadas pelo poder público. “Com essa percepção, os cidadãos passarão a exigir planejamentos urbanos inteligentes e construções sustentáveis”, enfatiza. Na solenidade de abertura foi apresentado pela segunda vez consecutiva o Ranking Produtos e Tecnologias Sustentáveis, que avalia produtos, serviços e iniciativas de sustentabilidade, classificando os projetos que contribuem para a economia e a sociedade com altos padrões de qualidade ambiental.


O ranking avalia aspectos inerentes a produtos, serviços e iniciativas de sustentabilidade, como características, engajamento com stakeholders, inovação e resultados alcançados baseada na valorização do equilíbrio entre os três pilares da sustentabilidade (ambiental, econômico e social). As grandes vencedoras foram a Fiat Automóveis,Whirlpool S.A,Vale, Cargill Agrícola, Metform S/A, Ecoblock, Ambiência - Soluções Sustentáveis e a Triton Logging Brasil Ltda.

O Ranking foi um dos pontos centrais do evento. Foram selecionadas onze ações que receberam homenagem durante o evento. As organizações tiveram a oportunidade de apresentar o produto, o serviço ou iniciativa sustentável vencedora no auditório principal. Cerca de mil pessoas estiveram presentes, entre elas representantes dos setores empresarial e industrial, governo, iniciativa privada, pesquisadores, ONGs, acadêmicos, estudantes e civis. De acordo com a coordenadora do Instituto Sustentar, Jussara Utsch, a elaboração do ranking envolve critérios como utilização racional de recursos naturais e de matérias-primas e insumos verdes, métodos de produção sustentável, inovação, criatividade, dentre outros. “O ranking colabora para que as empresas possam ter uma ferramenta de benchmarking para poderem buscar modelos sustentáveis para seus produtos e serviços. Além disso, ele reforça a questão da produção e do consumo sustentável na sociedade”, afirma. Outro destaque foi a participação do ambientalista australiano, Paul Gilding. Considerado o líder do pensamento internacional e militante da sustentabilidade, ele atutou como diretor do Greenpeace International e atualmente é membro do corpo docente do Programa de Sustentabilidade da Universidade de Cambridge.

Autor do livro “A Grande Ruptura”, ele destacou a importância de uma intensa conscientização que envolve repensar os hábitos de consumo e os modelos sociais, políticos e econômicos vigentes, como forma de minimizar uma possível crise, resultado de um desequilíbrio climático. Weber Coutinho,

gerente de Planejamento e

Monitoramento Ambiental da Secretaria Municipal de Meio

Ambiente de Belo Horizonte,

O coordenador do Fórum Cidades Sustentáveis do 7º Fórum Internacional pelo Desenvolvimento Sustentável do Sustentar 2014 e gerente de Planejamento e Monitoramento Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte, Weber Coutinho, o crescimento populacional e a ausência de planejamento urbano resultam em problemas estruturais e ambientais para os municípios.“Apesar das cidades ocuparem somente cerca de 3% da área do planeta elas são responsáveis por aproximadamente 70% das emissões de gases de efeito estufa. Isso nos mostra que o crescimento desorganizado dos municípios impacta negativamente em vários aspectos como meio ambiente, mobilidade urbana e outros”, explica. Os novos caminhos para as mudanças do clima foi tema do 5º Fórum sobre Mudanças Climáticas: Novos Rumos. O cientista especializado em Climatologia e pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Philip Fearnside, e o conselheiro do Comitê Mudança do Clima e Diretor da Key Associados e membro do Conselho Superior de Meio Ambiente da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), Marco Antônio Fujihara, discutiram o tema.

RESULTADO DO 2º RANKING PRODUTOS E TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS

PRODUTO SUSTENTÁVEL

1° Lugar: Whirlpool S.A. Purificador de Água Brastemp YOU

2° Lugar: Metform S.A. Macho para fundição isento de resina fenólica 3° Lugar: Ecoblock Indústria Ecomadeira – Madeira feita para Durar!

SERVIÇO SUSTENTÁVEL

1° Lugar: Whirlpool S.A. Parceria com Centrais Elétricas para fornecimento e reciclagem de refrigeradores 2° Lugar: Ambiência Soluções Sustentáveis – Gestão de Resíduos da Construção Civil

3° Lugar: Triton Logging Brasil Planejamento para retirada da madeira submersa em reservatórios de hidrelétrica

INICIATIVA SUSTENTÁVEL

1° Lugar: Fiat Automóveis S.A. Projeto Aterro Zero 2° Lugar: Whirlpool S.A. Programa Cadeia do Aço

DESTAQUE EMPRESA

Ambiência, Soluções Sustentáveis – Gestão de resíduos da Construção Civil

3° Lugar:Vale S.A. Cooperação com brigadas para combate a incêndios florestais 3° Lugar: Cargill Agrícola S.A. Programa Ação Renove o Meio Ambiente

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NOVOS ENGENHEIROS | CAMILA TAVARES CAMPOS

Experiência é diferencial competitivo para jovens profissionais Imagine um cartão de visitas em branco. Assim é o Curriculo Vitae do profissional que, na sua bagagem profissional, só acumula horas/aula e nenhuma experiência prática.

Estudante de Engenharia de Produção/Civil da Universidade Fumec, em Belo Horizonte, Camila Tavares Campos, 21 anos, espera concluir o curso no segundo semestre de 2015, depois de cinco anos de muitos estudos. Mas para chegar em posição privilegiada ao mercado de trabalho, ela investe grande parte do seu tempo em experiências que sejam valorizadas para a sua candidatura formal à área de Engenharia, após a formatura. Camila Campos é estagiária da Construtora Andrade Gutierrez há 10 meses, na área de monta-

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gem de Mecânica, processo considerado essencial para as medições e para o planejamento das obras. Na prática, ela integra uma equipe de profissionais que está conduzindo um projeto de ampliação e melhorias de uma estação de tratamento de esgoto (ETE), uma intervenção de grande porte que depende de boa gestão para ser concluída dentro do prazo e do orçamento previstos. Em breve, mudará de áreas e de desafios. “Embora não seja diretamente da área de Engenharia Civil, acho que é importante conhecer a área de montagem também”, afirma. Para ela, vale tudo para aprender coisas novas. A oportunidade de iniciar sua vida profissional em uma grande construtora tem sido motivadora já que as chances de ad-

quirir conhecimentos práticos são ampliadas, devido ao porte dos projetos executados e à exigência de conhecimento para todos os membros da equipe, inclusive para a estagiária. A contrapartida é que ela tem intensificado o ritmo dos estudos para dar respostas a altura dos desafios que são apresentados. Ao acompanhar a conduta do pai, engenheiro civil, a estudante descobriu na atividade uma grande carreira que ela também poderia seguir. Por isso inscreveu-se para o vestibular para a área. Outros fatores que contribuíram para a sua opção foram o mercado de trabalho aquecido entre 2010 e 2011 e, ainda, o vasto campo de atuação que somente a Engenharia é capaz de oferecer aos profissionais.


Não desistam do sonho de estudar Engenharia devido a atual situação do mercado pois sempre há vagas para pessoas determinadas, que têm força de vontade para aprender e gostam do que fazem.

“Minha maior expectativa é me tornar gerente ou gestora na área de Engenharia Civil, com capacidade e competência para tomar as decisões corretas e saber executar as tarefas com precisão, sem deixar de lado meus princípios e valores”, declara.

Como estudante, ela analisa o mercado de trabalho de Engenharia pela oferta de vagas para estagiários. Com muitos colegas à procura de oportunidades e sem resposta, ela acredita que o momento atual não é dos melhores.

Embora seja um ano eleitoral, 2014 não deve ser positivo para o setor, de acordo com dados do mercado. No entanto, as expectativas são bastante positivas para o próximo exercício, após a Copa do Mundo e a decisão política nacional

Mesmo assim ela permanece firme na sua escolha pela profissão que aprendeu a admirar desde cedo. “Posso dizer aos meus futuros colegas de profissão que não desistam do sonho de estudar Engenharia devido a atual situação do mercado pois sempre há vagas para pessoas

determinadas, que têm força de vontade para aprender e gostam do que fazem”, destaca.

O contato com entidades de classe ainda é restrito, embora ela já conheça de nome as instituições que lutam pelos interesses dos engenheiros, como é o caso da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME).

Fora do estudo e do trabalho, a estudante gosta de ler, ir ao cinema, praticar esportes, sair com a família, com os amigos e também com o namorado. 53


ARTIGO

Infraestrutura e competitividade devem ser destaques nos debates Uma das grandes demandas do setor produtivo nos últimos anos diz respeito aos investimentos em infraestrutura e às medidas que incorporem mais competitividade às empresas brasileiras. Mesmo durante um ciclo mais vigoroso de crescimento vivido pelo Brasil em um passado recente, era latente a necessidade de se preparar o País para um crescimento sustentado. O que, infelizmente, não ocorreu.

Nos últimos dez anos, de 2004 a 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) nacional saiu de R$ 1,7 trilhão para R$ 4,8 trilhões, uma alta de mais de 182%. Entretanto, esse movimento não foi acompanhado de melhorias na infraestrutura brasileira. Pelo contrário, o que se viu foi o ritmo de crescimento da economia ser restringido pela burocracia e pelos entraves à competitividade. O desafio do setor produtivo no Brasil começa pela morosidade na hora de se abrir uma empresa e aprovar projetos, perpassa pelo complexo sistema tributário, adquire mais risco com a insegurança jurídica e falta de clareza da política macroeconômica, além de perder eficiência diante de problemas como falta de mão de obra qualificada e infraestrutura de logística precária.

Cabe lembrar que, em um momento em que deveríamos estar falando das festividades em torno da Copa do Mundo, as capas dos jornais mostram aeroportos, estádios, obras de mobilidade urbana e equipamentos urbanos inacabados. Um atestado da falta de planejamento e de gestão. Por isso, é fundamental que a competitividade e a desburocratização entrem na pauta dos debates dos candidatos à Presidência da República. Precisamos retomar uma curva mais ascendente de crescimento e elevar a relação investimento/PIB, que em 2013 fechou em 18,4%. Em outros países em desenvolvimento essa relação ultrapassa os 25%.

Neste contexto, a cadeia da Construção demanda uma atenção especial, pois responde por 45% dos investimentos realizados. Entretanto, a burocracia neste setor se manifesta na dificuldade em aprovar projetos nos órgãos competentes (prefeituras, corpo de bombeiros, secretarias de meio ambiente, secretarias de cultura etc.), no registro de incorporações nos cartórios, entre inúmeros outros. Um Estudo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) constatou que o excesso de burocracia aumenta

Luiz Fernando Pires, presidente do Sinduscon/MG

Gladyston Rodrigues/Sinduscon-MG

Por Luiz Fernando Pires*

em até 12% o valor do imóvel para o proprietário. Isso equivale a R$18 bilhões por ano.

Deste modo, é imperativo que reformas sejam discutidas e implementadas a fim de tornar o Brasil um país menos burocrático e mais dinâmico, alinhandoo com os modelos modernos de desenvolvimento.

Para tanto, é necessário primeiro a escolha pelo voto de bons estadistas e dirigentes para os cargos executivos (presidente e governadores) e de homens e mulheres com caráter e comprometidos com o bem comum para os cargos legislativos.Todos temos que participar desta escolha, não podemos nos omitir. A sociedade tem que participar mais para se fazer melhor representada.

*Luiz Fernando Pires é Engenheiro Civil pela Universidade Federal Fluminense – UFF/RJ (1972), Pós-graduado em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing ESPM/RJ. Trabalhou como Gerente Técnico da Superintendência da COSIPA-Cubatão/SP (1973/1977). Foi Diretor da IESA – Internacional Engenharia SA (1977/1994).Atualmente é Presidente e Controlador da MBR - Mascarenhas Barbosa Roscoe S.A – Construções, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais – SINDUSCON-MG em sua segunda gestão, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – FIEMG e membro do Conselho de Administração da Câmara Brasileira da Indústria da Construção – CBIC.

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ARTIGO | P&D

Como obter sucesso profissional por meio de pesquisa e desenvolvimento Mauri Fortes*

Não importa se você é jovem ou ma-

Primeira recomendação: na vida real, in-

Para minimizar ou eliminar o princípio

ponda a estas perguntas: Como o

sional, você tem que vender seus

pacidade profissional e no autoconhe-

duro, espera-se sempre que você res-

mercado de trabalho o vê? Você é qualificado para qual atividade? Você é

capaz de convencer os profissionais de recursos humanos a contratá-lo num ambiente competitivo?

Este artigo tem por base minha longa ex-

periência com engenheiros de grandes indústrias, profissionais de gestão, pesqui-

sadores de alto nível, bem como estu-

dantes universitários. Vamos concentrar a nossa atenção em algumas respostas a essas perguntas-chave para identificar o que é importante e realmente tem valor.

Para começar com algo seguro, vamos

afirmar que a capacidade de fazer pesquisa teórica ou aplicada e trabalhar com técnicas práticas é normalmente

associada à premissa de um alto nível profissional e intelectual.

Este fato é reconhecido pelas indústrias de fabricação e de serviços, bem como por empresas das áreas de ciências hu-

manas e sociais aplicadas. Podemos, agora, tentar uma breve reflexão sobre a implicação e o significado de pesquisa

e atividades práticas como itens essenciais para entender como o mercado de trabalho nos observa.

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dependentemente do seu perfil profisdiferenciais; em outras palavras, você

tem que convencer as pessoas do seu valor, ou seja, você deve ser o agente da sua própria inovação.

O Princípio de Peter, amplamente reco-

nhecido, é apresentado no Best-Seller de autoria de Peter e Hull, “O princípio de Peter: Por que as Coisas Sempre

Saem Erradas”. Este princípio afirma que

se a metodologia de promoção de uma

organização tiver por base a realização,

de Peter, é preciso investir em sua cacimento, com pesquisas sobre suas habilidades práticas e potencial de trabalho.

Segunda recomendação: se você

trabalha visando a um nível elevado de habilidades para fazer pesquisas ou atividades práticas, você deve alcançar um

nível que é simultaneamente acima da

necessidade da empresa e abaixo do seu nível intelectual o de competência.

o sucesso e o mérito de empregados,

Curiosamente, nem a lei de Murphy,

promovidos para além de seu nível de

(assumida), pode também ser batida.

eventualmente, estes empregados serão habilidade e competência.

Seguindo este princípio, podemos dizer

que todo mundo é ou vai subir no seu trabalho ou em qualquer posição social

até o ponto em que ele ou ela se torne incompetente, isto vale para todos nós.

A continuação deste raciocínio pode

mostrar algumas sérias implicações: os profissionais que atingem e aceitam po-

sições em que se tornam incompetentes, assim o fazem, por motivos financeiros e reconhecimento social. O

interesse da empresa não é levado em consideração.

como aplicada à sua vida profissional

Uma consequência (corolário) da lei

de Murphy poderia ser assim descrita: se você está navegando num mar de rosas, você está navegando no mar errado.

Terceira recomendação: Considere a

possibilidade de manter o seu nível de competência acima do nível de compe-

tência exigido pela empresa. Você po-

deria, então, navegar em um mar de rosas.Agora, vamos definir em que con-

dições você pode explorar de forma eficiente o seu potencial e atingir o estado profissional desejado.


www.cemig.com.br

INS PIRAR PARA A CEMIG, UMA INICIATIVA SUSTENTÁVEL É O MELHOR CAMINHO PARA DEIXAR UM LEGADO INOVADOR.

A Cemig acredita que cada novo investimento é uma forma de fazer algo pioneiro e bom para todos. Tanto que, na reforma do maior estádio de futebol mineiro, realizada junto com o Governo de Minas, a Cemig saiu na frente instalando a primeira usina fotovoltaica em estádios brasileiros. É a energia do sol, limpa e renovável, para o estádio e para a rede de distribuição da Cemig na região da Pampulha.

Além disso, cerca de R$ 400 milhões estão sendo investidos em novas linhas de transmissão e em seis novas subestações na região metropolitana, preparando Belo Horizonte para receber muitos visitantes. Para construir um futuro melhor, o trabalho de uma empresa tem que ser assim: feito com responsabilidade e respeito ao meio ambiente.


ARTIGO | P&D

Professor Mauri Fortes, Mestre em Ciências e Técnicas Nucleares e Engenheiro Eletricista

Quarta recomendação: Uma pergunta

básicos mas voltados para aplicações

com tecnologia, a sequência deve ser

damental um pouco esquecido, agora

financiadas por organizações governa-

qüentemente, uma sugestão para

breve e delicada sobre um tema funse apresenta e deve ser respondida. O

que você está fazendo com um de

seus maiores bens, a capacidade de fazer pesquisa? Qual é o efeito da pesquisa em sua vida diária?

Há profissionais práticos e teóricos que tratam de pesquisa básica ou apli-

cada ou desenvolvimento tecnológico. Algumas possíveis subdivisões dessas

diferentes atividades profissionais são as seguintes:

A) Pesquisadores Científicos Básicos (PCB): Associados a fundos governa-

mentais, investigam aspectos funda-

mentais da ciência como a pesquisa básica ou científica e, geralmente, rea-

lizam pesquisas em centros ou universidades;

B) Pesquisadores Científicos Aplicados

(PCA) : Com base nos resultados da investigação científica pré-estabelecida

e outros conhecimentos disponíveis, realizam pesquisa aplicada, da mesma forma que pesquisadores científicos

práticas imediatas ou de médio prazo, mentais ou privadas;

C) Investigadores de Pesquisa e De-

senvolvimento Tecnológico (IPDT): Utilizando financiamento do setor pri-

vado, principalmente para a pesquisa e desenvolvimento tecnológico (embora

possa haver financiamento governamental por meio de políticas públicas orientadas);

Estas definições têm levado a várias

concepções corretas, mas também a

alguns equívocos grosseiros. RDIs são chamados pesquisadores práticos e

são geralmente elogiados pela mídia. Além disso, o produto do seu trabalho

é o único, entre os três tipos de pesquisa, que pode ser chamado inovação

(inclui trabalho criativo e marketing). Por outro lado, RDIs precisam ter co-

nhecimentos e experiência significativa

nos temas da pesquisa para serem criativos e práticos, com imenso background tecnológico e básico.

Se você está interessado em trabalhar

a mostrada acima: A, B e C. Conse-

todos os profissionais das áreas tecno-

lógicas (engenharia, gestão, medicina, veterinária, ciências sociais aplicadas e

ciências sociais, entre outras) que pretendam trabalhar com ciência como

um caminho para uma carreira profissional satisfatória, é começar como PCB , pela obtenção de um diploma de

doutorado; continuar com a mesma linha de raciocínio, até o ponto em que

se pode estabelecer pesquisa prática básica. A partir daí, a posição de IPDT é o caminho. Se esta sequência for seguida, seus colegas e o mercado irão

reconhecê-lo como um profissional eficiente, bem como o risco de atingir os níveis de incompetência não será um problema.

Em geral, o conhecimento e a criativi-

dade dos pesquisadores fazem uma di-

ferença marcante em seu local de

trabalho, entre seus pares e no mercado altamente competitivo. É possível alcan-

çar excelência em pesquisa por meio de persistência e dedicação.

*Professor Mauri Fortes – Diretor Geral IETEC - PhD e Post-doctoral associate em Engenharia de Produção Agro industrial (Purdue University, EUA), Mestre em Ciências e Técnicas Nucleares e Engenheiro Eletricista (1970) (UFMG); Especialista em Finanças Corporativas (2003) (New York Institute of Finance). Atividades atuais profissionais e acadêmicas: Pesquisador (SR) Sênior (1A- vitalício), Diretor Científico (Conscientec - Consultoria em Ciência e Tecnologia).

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O Brasil com o vento a favor! A Renova Energia é líder na geração de energia renovável e continua crescendo e contribuindo para o desenvolvimento do País

/RenovaEnergiaOficial www.renovaenergia.com.br



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