Coleção fábulas bíblicas volume 1 argumentos religiosos idiotas

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Coleção Fábulas Bíblicas Volume 1

ARGUMENTOS

RELIGIOSOS

IDIOTAS Mitologia e Superstição Judaico-cristã

Depois de descobrir a verdade, é impossível voltar a crer na mesma mentira.

JL jairoluis@inbox.lv


Sumário O que é o Cristianismo? ........................................................................... 5 1 - A superstição da ferradura da sorte ............................................... 6 2 - A superstição da oração................................................................ 7 3 - A essência do cristianismo é a superstição ...................................... 9 Introdução .............................................................................................10 1 - Ao crente da Mitologia Abrâmica..........................................................12 2 - A confusão da crença em Deus ............................................................14 3 - As religiões precisam de muitos ignorantes >>> ...................................22 4 - A ilusão religiosa >>> .......................................................................27 5 - O legado da religião >>> ...................................................................42 6 - A grande desculpa dos crentes >>> ....................................................52 1 - “A Interpretação Bíblica”.............................................................. 53 7 - A grande mentira dos crentes. >>>.....................................................56 8 - A farsa da inspiração divina ................................................................63 9 - Por que não sou agnóstico >>> ..........................................................68 10 - Perguntas idiotas de crentes aos ateus >>> .......................................71 1 - Como você pode ser moral sem crer em Deus? .............................. 72 2 - "Como a tua vida pode ter significado?" Perguntam às vezes: "Não te sentes triste ou desesperado?" Ou também: "Se tu não crês em Deus ou no céu, por que não te suicidas?" ...................................................... 74 3 - "Por acaso não é preciso mais fé para ser ateu que para ser um crente?" ......................................................................................... 75 4 - “Por acaso o ateísmo não é só mais uma religião?” ......................... 76 6 - "Por que odeias a Deus?" Ou, "Você não está simplesmente irritado com Deus?" .................................................................................... 78 7 - "Mas você já leu a Bíblia? - Já ouviu falar do milagre “X”? Já ouviu minha história sobre minha experiência religiosa pessoal? .................... 79 8 - "E se estiver enganado?" Às vezes perguntam: "Por acaso não é lógico crer em Deus? Se você crê e está equivocado, nada de terrível acontece, mas se não crês e te equivocas, poderia ir ao inferno!" ........................ 80 9 - “Por que os ateus estão tão irritados?" .......................................... 81 11 - Por que os Ateus falam tanto em Deus? >>> ......................................84 1 2 3 4 6

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Todos falam de coisas inexistentes em que acreditam ..................... 85 Os outros deuses também não existem ......................................... 86 Existem áreas de estudo dedicadas a coisas inexistentes ................. 87 Educação e aprendizagem ........................................................... 88 As leis e Deus ............................................................................ 90

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7 - Sociedade e Deus ....................................................................... 91 8 - Benefícios e aprendizagem cristã .................................................. 92 9 - Cumprimento da Bíblia ................................................................ 93 10 - Diversão .................................................................................. 94 12 - Por que os Ateus parecem crer? >>> .................................................98 13 - Doze conselhos para o cristão debater com ateus >>> ...................... 106 1. Nunca utilize a Bíblia como argumento. ........................................ 106 2. NÃO USE experiências pessoais ou sentimentos como argumentos. . 107 3. Nunca diga que ALGUM versículo "deve ser interpretado" ou "está fora de contexto". ................................................................................ 107 4. Nunca diga "A lei mosaica está abolida". ....................................... 107 5. Não use FLAVIO JOSEFO como prova da existência de Jesus. .......... 108 6. Não use o banal "argumento moral". ............................................ 109 7. Nunca diga: "Existem milhares de evidências da existência de Deus". .......................................................................................... 109 8. Não discuta: "Se não há Deus, então, quem nos criou? .................. 110 9. Nunca diga "A evolução é apenas uma teoria" ou "A evolução não está provada". ..................................................................................... 110 10. Não utilize uma "Aposta de Pascal" como um argumento. ............. 111 11. Não utilize louvores ou desejos de conversão para com o ateu. ...... 111 12. Nunca acusar os ateus de satânicos ou blasfemos. ....................... 112 Extra: Não diga AS frases: "Os caminhos de Deus são misteriosos" OU "A mente humana não consegue entender a mente divina". .................... 112 14 - FALÁCIAS lógicas na argumentação religiosa. >>> ............................ 113 1 - Amigos CRENTES cristãos… não se provam as negações! ............... 113 2 - Falácias na Argumentação Religiosa ............................................ 117 15 16 17 18 19

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FALÁCIAS cristãs mais comuns. >>> ............................................... 126 Argumentos fajutos a favor de Deus ................................................ 137 Fé religiosa - virtude ou embuste? ................................................... 164 Idiotices ditas por cristãos inspirados por um deus idiota .................... 169 Mais bobagens do Cristianismo >>> ................................................ 192 Mais conteúdo recomendado ........................................................... 205 Livros recomendados ..................................................................... 206 Referências e Fontes: ..................................................................... 216

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O que é o Cristianismo?

É uma superstição bizarra, primitiva e engraçada que atribui poderes mágicos a um cadáver pregado em uma cruz. Atualmente tornou-se uma fonte de piadas e diversão para ateus e descrentes em todos os “quatro cantos do mundo”. As pessoas crentes nesta superstição são trolladas pelos religiosos com um deus invisível que é pai do cadáver da cruz, além de ser ele mesmo; que é onipotente, mas precisa de intermediários (os religiosos, claro); que é onisciente, mas precisa constantemente ser avisado dos problemas de sua própria criação através de orações. Mais engraçado impossível. É uma mistura de superstição, paganismo, idolatria, fanatismo, mitos, mentiras e muita babaquice para conseguir ser trollado com essas bobagens.

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1 - A superstição da ferradura da sorte

Vamos imaginar a seguinte situação. Digamos que você tem câncer. Você está deitado no hospital depois de uma rodada de quimioterapia e você se sente terrível. Uma pessoa aparece em sua sala com um sorriso brilhante no rosto e uma ferradura na mão. Ele lhe diz: "Esta é uma incrível ferradura da sorte. Se você tocar esta ferradura, vai curar seu câncer. Mas eu preciso lhe cobrar R$ 100,00 para tocá-la”. Você pagaria ao homem os R$ 100,00? Claro que não. Todos nós sabemos que tocar a ferradura terá efeito nulo sobre o câncer. A crença na ferradura da sorte é pura superstição. É também muito fácil de provar cientificamente que a ferradura não tem nenhum efeito sobre o câncer (ou qualquer outra coisa). A forma como iria fazê-lo é simples: nós levaríamos 1.000 6


pacientes com câncer e os dividiríamos de forma aleatória em dois grupos de 500. Deixaríamos 500 dos pacientes com câncer para tocarem na ferradura da sorte e os outros 500 como duplo-cego. Então poderíamos comparar as taxas de remissão de câncer entre os dois grupos. O que iríamos encontrar seria zero beneficios da ferradura. Não veríamos nenhuma diferença estatística entre as taxas de remissão nos dois grupos de 500 pacientes.

2 - A superstição da oração

Agora vamos imaginar outra situação. Você tem câncer, acabou de sair de uma rodada de quimioterapia e você se sente terrível. Desta vez, uma pessoa aparece na sua sala com um sorriso brilhante no rosto e uma bíblia na mão. Ele lhe diz: 

"Há um ser chamado Deus, que é o todo-poderoso, onisciente e criador todo-amoroso do universo. Eu sou o seu representante na terra. Se me permite orar a Deus em seu nome, Deus vai curar seu câncer”.

Você concorda com a oração, o homem reza em cima de você por 10 minutos. Ele invoca todos os poderes de cura de Deus, 7


rogando-lhe, recitando versos das Escrituras e assim por diante. Depois, quando ele está se preparando para sair, o homem diz, "Oh, e a propósito, Deus diz que você deve 10% de dízimo de sua renda para a igreja. Você consideraria fazer uma doação dedutível hoje"?    

A pergunta é: Existe alguma diferença entre os dois homens, será que a oração tem qualquer efeito maior do que a ferradura? A resposta é: Não. A crença na oração é tão supersticiosa como a crença na ferradura da sorte.

O mais fascinante é que podemos provar que a oração não tem nenhum efeito exatamente da mesma maneira que nós podemos provar que ferraduras não têm efeito. Tomamos 1.000 pacientes com câncer. Oramos com 500 deles e deixamos os 500 outros em paz. Então, olhamos para as taxas de remissão câncer de entre os dois grupos. O que descobrimos é que as orações têm benefício zero. Não veríamos nenhuma diferença estatística entre as taxas de remissão nos dois grupos de 500 pacientes. Em outras palavras, podemos provar que a crença na oração é pura superstição. A crença no poder da oração não é diferente da crença no poder da ferradura da sorte. Estes experimentos foram realizados muitas vezes, e eles sempre retornam os mesmos resultados. Simplesmente, a oração não tem absolutamente nenhum efeito sobre o resultado de qualquer evento. O "poder da oração" é realmente "o poder da coincidência". Crença na oração é pura superstição. A oração não tem absolutamente nenhum efeito em cada experimento científico que realizamos, porque Deus é imaginário.

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3 - A essência do cristianismo é a superstição Basta ler a definição de superstição em qualquer dicionário para ter a certeza absoluta. Simplesmente não há o que discutir sobre isso. O dicionário Michaelis define a palavra "superstição" desta forma: 

su.pers.ti.ção sf (lat superstitione) 1 Sentimento religioso excessivo ou errôneo, que muitas vezes arrasta as pessoas ignorantes à prática de atos indevidos e absurdos. 2 Crença errônea; falsa ideia a respeito do sobrenatural. 3 Temor absurdo de coisas imaginárias. 4 Opinião religiosa baseada em preconceitos ou crendices. 5 Prática supersticiosa. 6 Presságio infundado ou vão que se tira de acidentes ou circunstâncias meramente fortuitas. 7 Crendice, preconceito. 8 Todo excesso de cuidado ou de exatidão em qualquer matéria. 9 Dedicação exagerada ou não justificada. [ref] (clique nos textos em azul para mais detalhes).

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Introdução

É impressionante o comportamento bizarro dos seres humanos influenciados por este livro doentio e anacrônico chamado Bíblia Sagrada, cujo anacronismo já começa pelo título, onde a única 10


razão para ser chamado de “sagrado” é porque alguém inventou e há muita gente ignorante para acreditar nessa asnice. Quando essas criaturas são confrontadas com as baboseiras de seu amado livro, (geralmente nunca lidas) parecem esquecer imediatamente pertencer ao gênero humano, pois adotam comportamentos para além de irracionais e que envergonhariam muitos animais ditos “irracionais”. Trocam imediatamente a dignidade da defesa da verdade pelo orgulho da defesa da mentira descarada. E pobre daquele que os chamar de mentirosos. Que bruxaria é essa? Por que essas pessoas precisam jogar sua dignidade no lixo para defender essa imundície e principalmente defender os parasitas que vivem de pregar esse lixo, que na maioria das vezes nem mesmo leram? Lavagem cerebral desde a infância? Doença mental generalizada? Delírio coletivo? Não importa... Como bem disse o grande Robert Green Ingersoll em “About the Holy Bible by (1894)”: “Alguém tinha que dizer a verdade sobre a Bíblia. Os padres não ousariam, porque seriam expulsos de seus púlpitos. Professores nas escolas não ousariam, porque assim perderiam seus salários. Políticos não ousariam, eles seriam derrotados nas urnas. Editores não ousariam, perderiam seus leitores. Comerciantes não ousariam, perderiam seus clientes. Homens da alta sociedade não ousariam, perderiam prestígio. Nem balconistas ousariam, eles seriam dispensados. Então, decidi eu mesmo fazer isto”. JL

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1 - Ao crente da Mitologia Abrâmica. Mitologia Abrâmica: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.

Nem todos os crentes do mundo reunidos em oração conseguem mover um grão de areia com a “fé”, uma montanha ou converter um ateu PORQUE A FÉ É UMA FRAUDE RIDÍCULA. Jesus mentiu! Da mesma forma, todas as orações realizadas por todos os 12


crentes que já existiram, jamais conseguiram transformar qualquer mentira religiosa em verdade. Religião sempre foi e continua sendo SIMPLESMENTE MENTIRA e ainda não nasceu o primeiro a derrubar esta verdade. Estranhamente, as orações jamais atendidas deveriam ser uma prova óbvia das mentiras religiosas, mas no crente sem cérebro este fracasso funciona como um gatilho para iniciar um processo de fabricação de mentiras e desculpas idiotas que se estenderá por toda a sua miserável vida manipulada, numa tentativa desesperada de negar o óbvio:  

Religião é basicamente mentira. Religiosos são parasitas mentirosos e crentes são palermas ignorantes iludidos por eles.

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2 - A confusão da crença em Deus

Teísmo, Deísmo e Panteísmo. A maioria dos crentes não sabe nem mesmo o tipo de crenças que defende, pois existe uma série de modalidades de crenças que costumam confundir o cristão (e o não-cristão) comum. Estes conceitos se relacionam entre si, mas não significam a mesma coisa. Muitas vezes a afirmação “Creio em Deus” não simboliza a mesma forma de credo, pois do ponto de vista cristão não possuem o mesmo significado ou o mesmo valor. Crer em Deus para um panteísta não significa o mesmo que para um teísta, mas em todos os casos “deus” é sempre um tapa-furo para o desconhecido. Analisemos as definições e diferenças dos três termos mais comuns. 14


Teísmo O teísmo (do grego θεóς theos deus) designa toda concepção filosófica que admite a existência de um Deus absoluto pessoal e transcendente. (Deus providente, criador e conservador do mundo).   

Teísmo Cristão Teísmo agnóstico Teísmo Aberto

Segundo Voltaire o Teísta reconhece um Deus criador, infinitamente poderoso e considera suas criaturas como máquinas admiráveis. Deus se dignou a estabelecer uma relação entre ele e os homens, cuja relação os torna livre, capazes do bem e do mal, e deu-lhes o “bom sentido”, que é o instinto do homem que se baseia na lei natural. O teísmo não é religião, não é um sistema de costumes, não têm rituais e não tem padres ou instituição. O teísmo é apenas um nome para classificar a visão de que existem ou não deuses. Algumas religiões são teístas, outras deístas, panteístas, etc. Podemos dividir o teísmo em:   

Monoteísmo: crença em um só Deus. Politeísmo: crença em vários deuses. Henoteísmo: crença em vários deuses, mas com um superior a todos.

Em poucas palavras, amigo cristão, se você crê que só existe um Deus e é este Deus quem criou tudo e provê tudo que existe; transcendente e infinito… se você crê nisto é um Teísta. Todos os seguidores da doutrina cristã são Teístas. Se você se considera cristão, sem dúvida é Teísta. 15


Deísmo Doutrina que reconhece um Deus como autor da natureza, porém sem admitir revelação nem culto externo. Ou seja, Deus existe e criou o universo físico, mas não interfere nele. Para o Deísta Deus se revela indiretamente através das leis da natureza descritas pelas ciências naturais. Os deístas tipicamente também tendem a rechaçar os eventos sobrenaturais (milagres, profecias, etc.) e a afirmar que Deus não interfere na vida dos humanos e nas leis do universo. Por isso, eles costumam usar a analogia de Deus como um relojoeiro. O que para as religiões organizadas são revelações divinas e livros sagrados, a maioria dos deístas entende como interpretações inventadas por outros seres humanos. Os deístas creem que o maior dom divino à humanidade não é a religião, mas a habilidade de raciocinar. A base da doutrina Deísta é: 1- Crer em um Criador e Arquiteto inteligente do Universo. 2- Crer que este Criador-arquiteto está "fora" do Universo e que não é uma parte de dito Universo. 3- Crer que após a criação do universo, Deus permanece à margem dele permitindo-lhe desenvolver-se naturalmente e sob as leis que ele mesmo criou e sem necessidade de uma posterior intervenção. 4- Crer que Deus não produz milagres que desafiem as leis físicas ou que intervenha de forma sobrenatural nos assuntos humanos. 5- Crer que Deus não se revela ao ser humano através de sacerdotes ou iluminados individuais, mas através da natureza. 6- Crer que Deus não impõe morais rígidas preordenadas ou códigos de conduta divinamente inspirados, mas que espera que os seres humanos desenvolvam seus próprios 16


códigos de conduta para viver em harmonia entre si com base na razão que ele lhes deu. 7- Muitos deístas creem em "outra vida" porque lhes parece razoável, ainda que não haja provas científicas de que exista. Os deístas, em geral, rechaçam a religião organizada e os deuses pessoais "revelados" argumentando que Deus é o criador do mundo, mas que não intervém de forma alguma nos assuntos do mundo, ainda que esta posição não seja estritamente parte da filosofia deísta. Para eles, Deus se revela indiretamente através das leis da natureza descritas pelas ciências naturais. O deísta não necessariamente negará que alguém possa receber uma revelação direta de Deus, mas essa revelação será válida só para essa pessoa. Se alguém afirma que Deu se lhe há revelado, será uma revelação de segunda mão e não haveria obrigação de lhe seguir. Isto implica a possibilidade de que se esteja aberto às diferentes religiões como manifestações diversas de uma mesma realidade divina à que tende nossa natureza biológica, ainda que não creia em nenhuma como "verdadeira" ou "totalmente verdadeira". Deístas famosos: -

Thomas Paine Voltaire Rousseau Montesquieu Sócrates Platão Aristóteles Benjamin Frankiln George Washington 17


Resumindo Amigo leitor: Sie você crê que Deus existe e que criou o mundo, mas que atualmente não tem influência nem interação direta com o mundo e com a humanidade, você é Deísta. Os Deístas costumam crer na evolução Biológica e na origem do universo através do Big Bang. Panteísmo (Composta do termo grego παν (pan), que significa todo, y θεός (theos), que significa Deus; assim se forma uma palavra que afirma: tudo é Deus) O panteísmo é uma doutrina filosófica segundo a qual o Universo, a natureza e Deus são equivalentes. A lei natural, a existência e o universo se representam por meio do conceito teológico de "Deus". O panteísmo é a crença de que o mundo e Deus são o mesmo, é mais uma crença filosófica que religiosa. Cada criatura é um aspecto ou uma manifestação de Deus, que é concebido como um ator divino que desempenha por sua vez os inumeráveis papéis de humanos, animais, plantas, estrelas e forças da natureza. Sua doutrina central é a de que o universo é divino e a natureza é uma parte sagrada do divino. O panteísmo é incompatível com a crença em um Deus pessoal, disso alguns dizem que é uma expressão do ateísmo. O panteísmo tende a negar a existência da realidade transcendente e de que tudo que existe é imanente. Sustenta geralmente que o princípio do mundo não é uma pessoa, mas que implica algo de natureza impessoal. Há inumeráveis variantes de panteísmo. Entre o panteísmo clássico e o naturalista existem muitas versões diferentes do panteísmo, desde o pampsiquismo, que atribui consciência à natureza como um todo, até o panteísmo acósmico, que vê o universo como mera aparência, irreal em última instância; e numa vasta gama que vai da corrente racional neoplatônica, ou emanacionística, à corrente mística e intuitiva. O panteísmo oriental acentua o caráter vivencialmente religioso: 18


toda a natureza está animada pelo alento divino, e por isso é como se fosse o corpo da divindade, que como tal deve ser respeitada e venerada. As doutrinas hinduísta e budista combinam os diversos tipos de panteísmo em seus livros sagrados: no Upanishad, no Bhagavad Gita e nos Vedas. Este último apresenta a imagem da divindade como um mar, em que os seres são as ondas que participam da totalidade. Sistemas clássicos - A forma assumida pelo panteísmo clássico vê no mundo simples emanação, revelação ou realização de Deus, sem realidade própria independente, nem substância permanente, que não sejam a própria substância e demais atributos de Deus. Para os estoicos, o universo é o próprio Deus, como qualidade de toda substância existente ou a existir, imortal e não gerado, criador da ordem universal, que em si consuma toda a realidade e a gera continuamente. Deus "impregna todo o universo e toma vários nomes conforme as matérias diferentes em que penetra". No século III da era cristã, o panteísmo assume sua forma mais elaborada no neoplatonismo de Plotino. O mundo emana necessariamente de Deus, tal como a luz emana necessariamente de sua fonte. O ser gerado existe junto com o gerador, dele não se separa e é meramente sua parte ou aspecto. No século IX, no início da escolástica cristã, João Escoto Erígena defendeu a ideia de que Deus seria super-substância, da qual emana o universo, como substância simples, como manifestação sua como teofania. Na Renascença, Giordano Bruno retomou as ideias neoplatônicas e considerou Deus como natureza, como causa e princípio do universo. Sistemas modernos Modernamente, foi Spinoza que concebeu a forma mais completa e elaborada do panteísmo. Deus e a natureza são a mesma coisa, mas enquanto Deus é naturante, a natureza é naturata (gerada). O universo não só é a emanação e a manifestação de Deus, mas é sua própria realização, na ordem de todas as coisas. Hegel 19


denominou o panteísmo de Spinoza de "acosmismo" (negação da existência de um universo fora de Deus). Segundo ele, Spinoza não confunde Deus com a natureza e com o universo finito, nem considera Deus o universo. Pelo contrário, nega a realidade do universo, vendo em Deus a única realidade. Na filosofia contemporânea há exemplos de doutrinas panteístas e místicas, ainda que em pensadores voltados para outros campos do conhecimento, como Henri Bergson em Les Deux sources de la morale et de la religion (1932; As duas fontes da moral e da religião), embora tal panteísmo tenha sido negado por seus intérpretes católicos. Outro exemplo é Alfred North Whitehead, em Process and Reality, an Essay in Cosmology (1929; Processo e realidade, um ensaio de cosmologia). Os críticos do panteísmo acusam-no de ser uma espécie de ateísmo, que nega a pessoalidade de Deus, como anterior, superior e externo ao próprio universo. Algumas declarações e pensamentos Panteístas: Quando nós afirmamos “O UNIVERSO É DIVINO” não falamos de um ser sobrenatural. Falamos da maneira como nossos sentidos e nossas emoções nos forçam a responder diante do poder e mistério profundo que nos rodeia.   

O Panteísmo é uma religião que não sacrifica a razão. Não exige fé em coisas impossíveis, tão só na ciência e no sentido comum. Não necessita nenhum guru, apenas seu próprio ser.

O panteísmo possivelmente conta com centenas de milhões entre seus membros. A maioria dos Taoístas são panteístas, assim como muitos Budistas Ocidentais, Japoneses e Chineses, pagãos, animistas, seguidores de muitas religiões indígenas e Universalistas Unitários. Os principais manuscritos do Hinduísmo 20


são panteístas. O filme "Avatar" se desenvolve em um ambiente cujos habitantes possuem uma visão totalmente panteísta. Panteístas Famosos: Heráclito, Giordano Bruno (Panteísta Ateu) Baruch Spinoza D. H. Lawrence Stephen Hawking Robinson Jeffers Frank Lloyd Wright Se para você Deus é a natureza, uma paisagem, o universo, a imensidão do cosmos ou o maravilhoso da ciência ou do corpo humano… Se Deus significa isto e muito mais para você e NÃO um Deus criador, bondoso ou justiceiro, onisciente, onipotente e o resto… Se acredita nisso, és um Panteísta.

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3 - As religiões precisam de muitos ignorantes >>>

O que é um analfabeto científico? Um analfabeto comum é alguém incapaz de interpretar o que diz um texto impresso e que tampouco sabe escrever. Analogamente, um analfabeto científico é incapaz de interpretar a realidade à maneira científica sem recorrer a milagres, revelações, dogma e ao princípio da autoridade. Por exemplo, para explicar porque 22


existem estrelas, continentes ou pessoas, precisa apelar a modelos criacionistas: Deus os criou em seis dias tal como descreve o Gênesis bíblico. Não possui conceitos de evolução cósmica nem biológica para explicá-lo à maneira científica. Qual a diferença entre um analfabeto científico do Primeiro Mundo e um do Terceiro Mundo? O do Primeiro Mundo tem uma cultura compatível com a ciência. Em casos de problemas sanitários, energéticos, de comunicação ou bélicos, espera que seu governo e toda sua sociedade recorram às suas universidades e centros de saber para tratar de encontrar soluções. Se há uma crise de emprego, analisará as medidas governamentais para promover emprego ou leis trabalhistas. Em troca, o analfabeto científico do Terceiro Mundo irá fazer fila na frente da Igreja de São Caetano porque a sua maneira de interpretar a realidade aceita que este santo possa manejar as variáveis industriais e econômicas para lhe conseguir trabalho. Um analfabeto científico do Primeiro Mundo, que pode ser um multimilionário, se teve um filho que morreu de leucemia ou tem uma esposa que está ficando cega, faz doações em dinheiro para uma fundação que promova e financie a investigação sobre a leucemia e a cegueira. Já o analfabeto científico do Terceiro Mundo irá fazer uma promessa à Virgem de Guadalupe (México) ou ao Cristo de Chalma (México). No epílogo de “A ciência como calamidade” afirma que “um povo não é necessariamente dependente pelo fato de dever dinheiro, mas quando não interpreta melhor que ninguém sua própria realidade ou, pior ainda, quando é forçado a auto-interpretar-se como convém ao dominador”. Poderia ampliar esta afirmação?

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Se os que melhor interpretam a realidade japonesa não fossem os japoneses, o Japão seria um país subdesenvolvido. Por exemplo, os melhores egiptólogos não são egípcios, mas ingleses, franceses e alemães. No ano passado o México, um país com mais de 100 milhões de habitantes, sofreu uma epidemia de gripe. Apesar de ter excelentes virólogos, teve que preguntar aos canadenses que cepa do vírus influenza os estava afetando (N1H1). Analogamente teve que preguntar aos suíços que medicamento deveria tomar (Tamiflú). Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra não perguntam à Argentina nem ao México como devem manejar sua economia. Ao contrário, ordenam à Argentina e ao México, às vezes através do FMI ou do Banco Mundial, como devem manejar a sua. Por que a distribuição desigual da ciência tem nos colocado à beira da extinção? Hoje existem poucas coisas que se pode fazer e produzir sem ciência e sem tecnologia. Os novos automóveis, relógios, aviões, medicamentos e computadores são desenhados no Primeiro Mundo. Só quando precisam de mão de obra, mas não resolver teoremas matemáticos ou inventar circuitos, colocarão fábricas para que os montem nos países do Terceiro Mundo. Isto faz com que 90% do lucro da indústria da computação fique nas mãos do Primeiro Mundo. Os países do Terceiro Mundo são então países pobres que não podem ter leis sociais para manter a saúde pública ou a aposentadoria de sua população. Instintivamente, os habitantes do Terceiro Mundo recorrem à procriação. Um homem de 28 anos, da Finlândia, que fique incapacitado para trabalhar, sabe que o Estado o sustentará econômica e institucionalmente pelo resto de seus dias. Enquanto uma pessoa do Terceiro Mundo na mesma situação sabe que irá pedir esmolas, salvo se tiver uns dez filhos: dois policiais, três empregadas domésticas, dois pedreiros, um vendedor de bilhetes de loteria, um estacionador 24


de carros, etc. A população do Terceiro Mundo cresceu tanto que corta bosques e florestas, seca e envenena rios e lagos, extingue espécies e se lança a tentar a sorte de maneira ilegal no Primero Mundo, onde é tratada como cachorro, caçada como criminosos, não tem assistência médica, tem que suportar todo tipo de humilhações, etc. Cidades como Amsterdã já são cidades com maioria islâmica. Mediante uma reforma religiosa que quase extinguiu o politeísmo católico de seus territórios há cinco ou seis séculos, os países se transformaram no futuro Primeiro Mundo no norte europeu. Mas agora com as massas de analfabetos científicos ilegais, o obscurantismo católico reingressa no mundo anglo-saxão, germânico, etc. Por que crê que a religião continua sendo um modelo tão potente, com tantos adeptos, para interpretar a realidade? As religiões e a ciência não são mais que produtos evolutivos do conhecimento e maneiras de interpretar a realidade. Já disse que a maneira de interpretar a realidade baseada em modelos religiosos recorre a divindades. Ao contrário dos que forjaram um modelo mais moderno, eficaz e menos imoral de interpretar a realidade, que é a maneira científica, possuem uma eficácia muitíssimo maior para levar a cabo todas e cada uma das tarefas que necessita cumprir uma sociedade moderna. Os povos do Terceiro Mundo possuem duas dificuldades para ter acesso ao modelo científico. A primeira é que não desenvolveram sua ciência e nem uma cultura compatível com a ciência, o que poderíamos chamar de “analfabetismo científico primário”. A segunda poderíamos chamar de “analfabetismo científico induzido”, ou seja, há entidades que se esforçam para que o Terceiro Mundo não tenha acesso a modelos científicos e não religiosos. Citarei dois tipos de analfabetismo científico induzido: 25


Para que continuem permitindo seus modelos arcaicos e suas perversidades, as religiões institucionalizadas dependem da existência de um número enorme de ignorantes. Portanto, estão permanentemente tratando de infiltrar o seu aparato educativo para propalar sua ignorância e preconceitos. Também os países do Primeiro Mundo buscam promover o analfabetismo científico do Terceiro Mundo, porque sua supremacia depende de que eles e só eles tenham ciência e ela lhes permita desfrutar do poder que esta outorga. Marcelino Cereijido Cientista e divulgador argentino Fonte da entrevista: La Capital.com (Domingo, 20 de fevereiro de 2011).

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4 - A ilusão religiosa >>>

Antes de qualquer coisa é necessário que o amigo leitor crente entenda de forma simples que religião não passa de ilusão. Ao perceber isso tudo ficará mais claro.

1 - Entendendo a ilusão religiosa Entenda porque você precisa inventar e usar desculpas idiotas para encobrir a absoluta falta de apoio racional às sandices de suas crenças insanas e dementes. Vamos imaginar que eu lhe conte a seguinte história: 27


1. Há um homem que mora no Polo Norte. 2. Ele mora lá com sua esposa e um monte de elfos. 3. Durante o ano, ele e os elfos fabricam brinquedos. 4. Então, na véspera de Natal, ele enche um saco com todos

os brinquedos. 5. Ele coloca esse saco em seu trenó. 6. Este trenó está atrelado a oito ou nove renas voadoras. 7. Então ele voa de casa em casa, pousando nos telhados de cada uma. 8. Ele desce junto com seu saco pela chaminé. 9. Ele deixa brinquedos para as crianças que moram nessas casas. 10. Ele sobe de volta pela chaminé, volta para seu trenó e voa para a próxima casa. 11. Ele faz isso no mundo todo em uma única noite. 12. Então ele volta para o Polo Norte e o ciclo se repete no próximo ano. Esta, claro, é a história de Papai Noel. Mas vamos dizer que eu sou um adulto e seu amigo, e eu revelo para você que eu acredito que esta história é verdade. Eu acredito nisso com todo o meu coração. E eu tento convencê-lo a acreditar nessa história assim como eu. O que você iria pensar de mim? Você pensaria que eu estou enganado, e com razão. Por que você acharia que eu estou enganado? Porque você sabe que Papai Noel não existe. A história toda é apenas um conto de fadas. Não importa o quanto eu fale sobre o Papai Noel, você não vai acreditar que ele é real. Renas voadoras, por exemplo, são devaneios. O dicionário define engano como “Falsa crença ou 28


ilusão, apesar de evidências em contrário”. Esta definição se encaixa perfeitamente. Já que você é meu amigo, você pode tentar me ajudar a perceber que a minha crença no Papai Noel é uma ilusão. A maneira como você tentaria me convencer disso seria fazendo algumas perguntas. Você pode me dizer: 1. “Mas como o trenó pode carregar brinquedos suficientes

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para o mundo inteiro?” Eu diria que o trenó é mágico e tem a habilidade inerente de fazer isso. “Como Papai Noel entra nas casas ou nos apartamentos que não possuem chaminé?” Eu diria que Papai Noel pode fazer chaminés aparecerem, como no filme “Meu Papai é Noel”. “Como Papai Noel desce uma chaminé se ela estiver acesa?” A roupa do Papai Noel é resistente a chamas e autolimpante também. “Por que os alarmes de segurança nunca detectam o Papai Noel?” Papai Noel é invisível aos sistemas de segurança. “Como Papai Noel viaja rápido o suficiente para visitar todas as crianças em uma noite?” Papai Noel controla o tempo. “Como Papai Noel sabe se uma criança foi boa ou má o ano todo?” Papai Noel é onisciente. “Por que Papai Noel dá presentes melhores às crianças ricas, mesmos quando estas foram más e nunca dá nenhum para as crianças pobres?” Não há como entender os mistérios do Papai Noel porque somos meros mortais, mas Papai Noel tem suas razões. Talvez, por exemplo, crianças pobres não conseguiriam usar brinquedos eletrônicos caros. Como elas poderiam arcar com as pilhas? Então Papai Noel as poupa desse peso.

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Estas são perguntas lógicas que você me fez. Eu respondi a todas elas para você. Eu me pergunto então por que você não pode ver o que eu vejo, e você se pergunta como eu posso ser tão maluco. Por que você não se satisfez com minhas respostas? Por que ainda acha que eu estou enganado? É porque minhas respostas não fizeram mais do que confirmar seus cálculos. Minhas respostas foram ridículas. Para responder às suas perguntas, eu inventei completamente do nada, um trenó mágico, uma roupa incombustível autolimpante, chaminés mágicas, controle do tempo e invisibilidade mágica. Você não acredita em mim, pois sabe que eu estou inventando todas essas coisas. As evidências em contrário são volumosas. Agora me deixe mostrar outro exemplo…

2 - Segundo exemplo Imagine que eu te conto a seguinte história: 1. Uma noite, eu estava no meu quarto. 2. De repente, meu quarto fica extremamente brilhante. 3. A próxima coisa que eu percebo é que há um anjo no 4. 5. 6. 7. 8.

meu quarto. Ele me conta uma história magnífica. Ele diz que há uma pilha de placas douradas enterradas ao lado de uma colina em Nova Iorque. Nessas placas estão os livros de uma raça perdida de um povo judeu que habitava a América do Norte. Essas placas estão escritas na língua nativa desse povo. Um dia, esse anjo me levou até essas placas e me deixa levá-las para casa. 30


9. Mesmo as placas estando numa língua estrangeira, o anjo

me ajuda a decifrá-las e a traduzi-las. 10. Então essas placas são levadas para o céu, sendo nunca mais vistas. 11. Eu tenho o livro com a tradução das placas. Ele conta histórias impressionantes — uma civilização inteira de judeus vivendo nos Estados Unidos há 2.000 anos. 12. E Jesus ressuscitado visita essas pessoas! 13. Eu também mostrei essas placas douradas para certo número de pessoas reais que são minhas testemunhas oculares, e eu tenho assinaturas delas confirmando que, de fato, viram e tocaram essas placas antes de serem levadas para o céu. Agora, o que você me diria sobre esta história? Mesmo que eu tenha o livro, em português, que me conta a história dessa civilização judaica perdida e mesmo que eu tenha atestados assinados por testemunhas, o que você diria? Esta história parece maluca, não? Você poderia perguntar algumas questões óbvias. Por exemplo, você poderia perguntar “Onde ficam as ruínas e os artefatos desse povo judeu na América?” O livro traduzido das placas fala sobre milhões de judeus fazendo todo o tipo de coisas na América. Eles tinham cavalos, gados, carruagens, armaduras e grandes cidades. O que aconteceu com tudo isso? Eu simplesmente responderia que está tudo lá, mas ainda não encontramos nada. “Nem mesmo uma cidade? Ou uma roda de carruagem? Nem um elmo?” você pergunta. Não, não encontramos nenhum sinal de evidência, mas está tudo em algum lugar. Você faz dúzias de perguntas como estas e eu respondo a todas elas.

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A maioria das pessoas acharia que eu estou maluco se lhes contasse esta história. Eles pensariam que não haveria placa alguma, nem um anjo, e que eu teria escrito o livro eu mesmo. A maioria das pessoas iriam ignorar as assinaturas — fazer pessoas atestarem algo não prova nada. Eu poderia ter pagado às testemunhas ou poderia tê-las inventado. A maioria das pessoas rejeitaria minha história sem dúvida. O que é mais interessante é que há milhões de pessoas que acreditam nesta história de um anjo, das placas e da civilização judaica vivendo na América do Norte há 2.000 anos. Esses milhões de pessoas são membros da Igreja Mórmon, cuja matriz fica na cidade de Salt Lake, Utah. A pessoa que contou esta incrível estória se chama Joseph Smith e ele viveu nos Estados Unidos no começo do século XIX. Ele contou esta história e anotou o que ele “traduziu das placas douradas” no Livro de Mórmon. Se você encontrar um mórmon e perguntar sobre esta história, ele passará horas te contando sobre ela. Eles podem responder cada uma das questões que você tiver. Ainda assim, quase toda a população da Terra, que não é mórmon, pode ver com total clareza que esta história é uma ilusão. Simples assim. Você e eu sabemos com 100% de certeza que a história dos mórmons não é nada diferente da história do Papai Noel. E estamos certos em nossa posição, já que as evidências em contrário são volumosas.

3 - Terceiro exemplo Imagine agora que eu lhe conte esta história: 1. Um homem estava sentado em uma caverna no seu canto. 2. Uma luz brilhante e intensa aparece.

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3. Uma voz diz apenas uma palavra: “Leia!” O homem sente

como se estivesse morrendo. Isto aconteceu várias vezes. 4. Então o homem pergunta “O que devo ler?”. 5. A voz diz “Leia, em nome do Senhor que criou os humanos de um coágulo”. Leia que seu Senhor é o Mais Generoso. Ensinou através do cálamo. Ensinou ao homem o que este não sabia. 6. O homem correu para casa, para junto de sua esposa. 7. Enquanto corria para casa, ele viu a face gigantesca de um anjo no céu. O anjo disse que era um mensageiro de Deus. O anjo também se identificou como sendo Gabriel. 8. Em casa, naquela noite, o anjo apareceu para o homem em seus sonhos. 9. O anjo apareceu para este homem de novo e de novo. Algumas vezes em sonhos, outras durante o dia como sendo “revelações em seu coração”, algumas vezes precedido por um ribombar de um sino em seus ouvidos (fazendo com que os versos fluíssem de Gabriel diretamente para o homem), e algumas vezes Gabriel simplesmente aparecia em carne e osso. Escribas escreviam tudo o que o homem dizia. 10. Então, numa noite após 11 anos do primeiro encontro, Gabriel apareceu para o homem com um cavalo mágico. O homem subiu no cavalo, e o cavalo o levou para Jerusalém. Então o cavalo alado levou o homem às sete camadas do paraíso. O homem foi capaz de ver o paraíso e falar com pessoas nele. Então Gabriel o trouxe de volta para a Terra. 11. O homem provou que esteve mesmo em Jerusalém pelo cavalo alado respondendo corretamente perguntas sobre os prédios e pontos geográficos do local. 12. O homem continuou recebendo revelações de Gabriel por 23 anos, e então elas pararam. Todas as revelações foram gravadas pelos escribas em um livro que existe até hoje. 33


O que achou desta história? Se você nunca a ouviu antes, achará que não faz sentido algum, da mesma maneira que sentiu sobre as histórias das placas de ouro e do Papai Noel. Você se sentiria da mesma maneira quando lesse o livro que foi supostamente transcrito por Gabriel, porque grande parte dele é obscura. Os sonhos, o cavalo, o anjo, a ascensão, e as aparições de um anjo em carne e osso — você ignoraria isso tudo porque é tudo ilusão. Mas você precisa tomar cuidado. Esta história é à base da religião muçulmana, praticada por mais de um bilhão de pessoas no mundo todo. O homem é Maomé e o livro é o Corão (também conhecido como Alcorão). Esta é a história sagrada da criação do Corão e a revelação de Alá para a humanidade. Tirando o fato de que um bilhão de muçulmanos professam algum nível de crença nesta história, pessoas fora da fé muçulmana consideram-na uma ilusão. Ninguém acredita nesta história porque ela é um conto de fadas. Eles consideram o Corão um livro escrito por um homem e nada mais. Um cavalo alado que voa para o paraíso? Isso não existe — existe tanto quanto renas voadoras. Se você é cristão, por favor, pare um momento agora e olhe novamente as histórias dos muçulmanos e dos mórmons. Por que é tão fácil ver essas estórias e perceber que são contos de fadas? Como você sabe, com certeza absoluta, que mórmons e muçulmanos estão enganados? Da mesma maneira que sabe que Papai Noel não existe. Não há evidências de nenhuma dessas histórias. Elas envolvem coisas mágicas como anjos e cavalos alados, alucinações e sonhos. Cavalos não podem voar — nós todos sabemos disso. E mesmo se pudesse, ele voaria para onde? O vácuo do espaço? Ou o cavalo de alguma forma se “desmaterializou” e então se “materializou” no céu? Se for isso, então esses processos foram inventados também. Cada parte destas histórias são ilusões. Todos nós sabemos disso. Um 34


observador imparcial pode ver como são impossíveis essas histórias. Da mesma maneira, muçulmanos podem ver que os mórmons estão enganados, mórmons podem ver que os muçulmanos estão enganados e cristãos podem ver que ambos estão enganados.

4 - Exemplo final Agora me deixe contar uma última história: 1. Deus inseminou uma virgem chamada Maria, para poder

encarnar seu filho no nosso mundo. 2. Maria e seu marido, José, tiveram que viajar para Belém para se cadastrarem para o censo. Lá, Maria deu a luz o filho de Deus. 3. Deus pôs uma estrela no céu para guiar pessoas até o bebê. 4. Durante um sonho, Deus diz a José para pegar sua família e ir para o Egito. Então Deus parou e assistiu enquanto Herodes matava milhares e milhares de bebês em Israel na tentativa de matar Jesus. 5. Como um homem, o filho de Deus alegou ser o próprio Deus encarnado. “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida”, ele disse. 6. Este homem fez muitos milagres. Ele curou um monte de pessoas doentes. Ele transformou água em vinho. Esses milagres provam que ele é Deus. 7. Mas um dia ele é sentenciado à morte e morto em uma crucificação. 8. Seu corpo foi colocado em uma tumba. 9. Mas três dias depois, sua tumba estava vazia. 10. E então o homem, vivo mais uma vez, mas ainda com seus ferimentos (para que quem duvidasse pudesse vê-los e 35


tocá-los), apareceu para muitas pessoas em muitos lugares. 11. Então ele ascendeu ao paraíso e agora senta a direita de Deus, seu pai todo-poderoso, para nunca mais ser visto. 12. Hoje você pode ter um relacionamento pessoal com o Senhor Jesus. Você pode rezar para este homem e ele irá atender suas preces. Ele irá curar doenças, resgatar de emergências, ajudar a fazer negócios e decisões familiares importantes, confortá-lo em épocas de sofrimento e preocupação, etc. 13. Este homem também lhe dará a vida eterna, e se você for bom, ele tem um lugar reservado no paraíso para depois que você morrer. 14. A razão para que saibamos que isso tudo é verdade é porque, depois que Jesus morreu quatro homens chamados Marcos, Lucas e João escreveram fatos sobre sua vida. Seus atestados escritos são a prova da veracidade desta estória. Esta, claro, é a história de Jesus. Você acredita nesta história? Se você é um cristão, você provavelmente acredita. Eu poderia lhe fazer perguntas por horas e você iria me responder a cada uma delas, da mesma maneira que eu respondi todas as do Papai Noel que meu amigo perguntou na primeira história. Você não consegue entender como alguém pode questioná-la, porque é óbvio demais para você. Aqui está algo que eu gostaria que você entendesse: os quatro bilhões de pessoas que não são cristãs olham para esta história cristã da maneira exata que você olhou para a história do Papai Noel, dos mórmons e dos muçulmanos. Em outras palavras, há quatro bilhões de pessoas que estão fora da bolha cristã, e elas podem ver a realidade claramente. O fato é que a história cristã é apenas uma ilusão.

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Como que quatro bilhões de não cristãos sabem, com certeza absoluta, que a história cristã é uma ilusão? Porque a história cristã é igual às outras histórias anteriores. Não há isso de inseminação mágica, estrela mágica, sonhos mágicos, milagres mágicos, ressurreição mágica, ascensão mágica, e assim por diante. Pessoas fora da fé cristã olham para esta história e percebem os seguintes fatos: 1. Os milagres supostamente “provam” que Jesus era Deus,

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mas, previsivelmente, esses milagres não deixaram nenhuma evidência tangível para examinarmos e verificarmos cientificamente hoje. Eles todos envolvem curas milagrosas e truques mágicos. Jesus ressuscitou, mas, previsivelmente, ele não aparece para ninguém hoje em dia. Jesus ascendeu ao paraíso e responde às nossas preces, mas, previsivelmente, quando rezamos para ele nada acontece. Podemos analisar estatisticamente e perceber que orações nunca são atendidas. O livro onde Mateus, Marcos, Lucas e João dão seus testemunhos existe, mas, previsivelmente, está repleto de problemas e contradições. E assim vai.

Em outras palavras, a história cristã é um conto de fadas, assim como os outros três exemplos que examinamos. Agora, olhe o que está acontecendo dentro da sua mente neste exato momento. Eu estou usando evidências verificáveis e sólidas para lhe mostrar que a história cristã é falsa. Entretanto, se você é um cristão praticante, você pode provavelmente sentir a sua “mente religiosa” se sobrepondo à sua mente racional e seu bom senso. Por quê? Por que você é capaz de usar seu bom senso para 37


rejeitar as histórias do Papai Noel, dos mórmons e dos muçulmanos, mas não a história cristã, que é igualmente absurda? Tente, só por um momento, olhar para o cristianismo com o mesmo nível de ceticismo que você usou nas três histórias acima. Use seu bom senso para perguntar algumas questões simples para si mesmo: 1. “Há alguma evidência física de que Jesus existiu?” Não. Ele

se foi sem deixar nenhum traço. Seu corpo “ascendeu ao paraíso”. Ele não escreveu nada. Nenhum de seus milagres deixaram qualquer evidência permanente. Não há literalmente nada. 2. “Há alguma razão para acreditar que Jesus fez mesmo aqueles milagres, ou que ele ressuscitou, ou que ele ascendeu ao paraíso?” Não há razão nenhuma para se acreditar nisso mais do que temos para acreditar que Joseph Smith encontrou as placas douradas em Nova Iorque, ou que Maomé montou um cavalo alado indo ao paraíso. Provavelmente menos ainda, se levarmos em conta que a história de Jesus se passou há 2.000 anos e a de Joseph Smith se passou somente há 200. Ninguém além de crianças pequenas acredita em Papai Noel. Ninguém além dos mórmons acredita em Joseph Smith. Ninguém além dos muçulmanos acredita em Maomé e Gabriel. Ninguém além dos cristãos acredita em Jesus e sua divindade. Portanto, a questão que eu deixo aqui para você é muito simples: Por que humanos podem detectar contos de fadas com completa certeza quando elas vêm de outras fés, mas não podem detectá-los quando vêm da própria fé? Por que eles acreditam que seus próprios contos de fadas estão certos enquanto tratam os outros como absurdos? Por exemplo: 38


1. Cristãos

sabem que quando os egípcios construíram pirâmides gigantes e mumificaram os corpos dos faraós, que aquilo foi uma completa perda de tempo — senão cristãos construiriam pirâmides. 2. Cristãos sabem que quando os astecas arrancavam fora o coração de uma virgem e comiam-no, não acontecia nada — senão cristãos matariam virgens. 3. Cristãos sabem que quando os muçulmanos se viram para Meca para rezar, que aquilo não faz sentido — senão cristãos se virariam para Meca quando rezassem. 4. Cristãos sabem que quando os judeus evitam misturar carne com leite e derivados, eles estão perdendo seu tempo — senão o X-Burger não seria uma obsessão americana. Ainda assim, quando cristãos olham para sua própria religião, eles estão, por algum motivo, cegos. Por quê? E não, isto não tem nada a ver com o fato da história cristã ser verdadeira. Sua mente racional sabe disso com certeza, assim como quatro bilhões de pessoas. Este livro, se você permitir, pode lhe mostrar por que;

5 - Uma experiência simples Se você for um cristão que acredita no poder da oração, aqui temos uma experiência simples que irá lhe mostrar algo interessante sobre sua fé; Tire uma moeda do seu bolso. Agora reze sinceramente para Rá: “Querido Rá, todo-poderoso deus do Sol, eu vou jogar esta moeda 50 vezes, e estou pedindo para que a faça cair “coroa” todas as 50 vezes. Em nome de Rá e peço amém.”. Agora jogue a moeda. As chances são de que não passe da quinta ou sexta jogada para que a moeda caia em “cara”. O que isso significa? A maioria das pessoas iria concluir que Rá não existe. Rezamos para Rá, e Rá não fez nada. Provamos que 39


Rá não existe (pelo menos no sentido de não atender orações) usando análise estatística. Se jogarmos a moeda milhares de vezes, rezando para Rá em cada uma delas, descobriremos que a moeda cai em “cara” ou “coroa” com a mesma frequência de que se nenhuma oração fosse feita. Mesmo que encontrássemos milhares de seguidores fervorosos de Rá e pedíssemos para que eles rezassem por nós, as moedas iriam cair aleatoriamente da mesma maneira. Portanto, como pessoas racionais, concluímos que Rá não existe e que quem acredita nele está enganado. 

Quero que tente fazer o mesmo experimento, mas desta vez rezando para Jesus Cristo. Reze sinceramente para ele como:

“Querido Jesus, eu sei que você existe e eu quero que você atenda a minha oração como prometido na Bíblia. Eu vou jogar esta simples moeda 50 vezes, e eu peço para que ela caia como “coroa” todas essas 50 vezes. Em nome de Jesus eu rogo amém.”. Agora comece a jogar a moeda. Novamente, não passará da quinta ou sexta jogada para que ela caia “cara”. Se jogarmos a moeda milhares de vezes, rezando para Jesus em cada uma delas, veremos que as moedas caem aleatoriamente da mesma maneira do que se jogássemos ao acaso. Não há duas leis de probabilidades — uma para cristãos que rezam e outra para não cristãos. Há somente uma lei de probabilidade porque as orações não fazem efeito algum. Jesus não tem poder sobre nosso planeta, não importa o quanto rezamos. Podemos provar isso usando análises estatísticas. Se você acredita em Deus, veja o que está acontecendo na sua mente agora. Os dados foram absolutamente idênticos em ambos os experimentos. Com Rá, você analisou os dados racionalmente e concluiu que Rá não existe. Mas com Jesus… alguma coisa mais irá acontecer. Em sua mente, você já 40


está vindo com vários raciocínios para explicar por que Jesus não atendeu suas preces: 1. Não é sua vontade. 2. Ele não tem tempo. 3. Eu não rezei direito. 4. Eu não mereço. 5. Eu não tenho fé suficiente. 6. Não posso testar o Senhor desta maneira. 7. Não faz parte do plano de Jesus para mim. 8. E assim vai indo…

Um dos raciocínios que você pode desenvolver é particularmente interessante. Você pode dizer para si mesmo: “Bem, é claro que Jesus não atendeu minha oração quando joguei a moeda, porque é trivial demais.” Da onde veio esse raciocínio? Se você ler o que Jesus diz na Bíblia sobre orações, verá que Jesus não diz nada como “não ore por mim sobre jogos de ‘cara ou coroa’”. Jesus diz claramente que vai atender suas preces, e não põe nenhuma restrição sobre o que você pode pedir. Você inventou esse raciocínio do nada. Você é um “expert” em criar raciocínios para explicar Jesus. E o motivo é porque Jesus não atende suas orações. A razão pela qual Jesus não atende suas orações é porque Jesus e Deus não existem. A ilusão religiosa obriga o crente a mentir descaradamente e a inventar desculpas idiotas para justificar suas crenças em sandices ridículas, que rejeitaria imediatamente se resolvesse se comportar da maneira racional como o faz para todos os outros setores de sua vida real e prática. Ao adoecer, por exemplo, procura o médico em vez de ficar em casa orando ou ir à igreja buscar a cura. Fé é algo muito da boca para fora, porque no fundo todo crente percebe inconscientemente que não passa de pura ilusão. 41


5 - O legado da religi達o >>>

O que a religi達o tem nos dado? O fanatismo

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Todas as grandes religiões monoteístas possuem a semente endógena do fanatismo. A religião moderada é a mãe do fanatismo religioso. A ideia trágica da celebração da religião está em combinação com a ideia de possuir o direito de forçar a todos os demais; tem sido a principal causa para a guerra, a morte e o sofrimento humano durante séculos em nossa história e desgraçadamente ainda o é hoje. Os suicidas

Massacre de Jonestown - Documentário legendado. Alguém já ouviu falar de terroristas suicidas ateus? Ou dos ferozes partidários das leis de Kepler ou dos ensinamentos de Confúcio, dos ferozes seguidores da filosofia de Aristóteles ou da Teoria da Evolução de Darwin; ou viu estes voarem pelos ares em áreas populosas para promover suas ideias? É necessária a religião para convencer pessoas a se explodirem e a transeuntes inocentes em 43


pedaços e ao mesmo tempo crer que este ato é uma coisa boa para defender suas ideias. O martírio A ideia de tirar sua única vida na Terra por causa de promessas de uma duvidosa vida espiritual futura. Por estranho que pareça, nunca são os líderes religiosos os que ansiosamente aproveitam essa oportunidade de felicidade instantânea. Não, os dirigentes sempre parecem desejar que outros experimentem essa alegria do martírio. A guerra e o genocídio A guerra e o genocídio têm suas raízes nas diferenças religiosas. A história nos oferece exemplos incontáveis e as diferenças religiosas tristemente seguem sendo uma parte básica na definição de muitos dos conflitos atuais. A intolerância absoluta A intolerância absoluta é particularmente forte nas religiões monoteístas onde todos insistem na exclusividade religiosa. Segundo eles só há um Deus e, portanto todas as demais religiões não são somente falsas, mas também devem ser destruídas. “Porque quem não é contra nós, é por nós.” (Marcos 9,40). A intolerância religiosa tem sido a razão dominante para a guerra, o sofrimento e a morte durante milênios. A Morte em nome de deuses fictícios A ideia de que se você acredita em contos de fadas obtém uma licença para punir, perseguir e queimar outras pessoas em nome de uma divindade fictícia. Esta é a ideia fundamental para as religiões abrâmicas e tem sido executada com alegria e paixão 44


pelos religiosos através da história. Infelizmente, a ideia ainda está muito viva na mente dos crentes de hoje. Caça às bruxas Foi a uma religião que ocorreu a idéia da existência de "bruxas", uma ilusão de que certas pessoas (principalmente mulheres) podem fazer magia e feitiçaria. Como todos sabemos somente os líderes religiosos estão autorizados a fazer essas coisas. As cruzadas Campanhas de guerras iniciadas e travadas principalmente por motivos religiosos (ou seja, fictícios). O Crime de ter uma crença diferente A ideia de que se alguém tem um sistema de crenças diferentes, ou o seu próprio critério de crença, este é um crime punível com a morte. Acima de tudo, ter um amigo imaginário diferente no céu é motivo suficiente para matá-los. Um toque divertido é que cristãos e muçulmanos chamam-se de infiéis e dividem o mesmo deus, que por sua vez é roubado dos judeus e que também são infiéis aos seus olhos. Bem, se você é suficientemente religioso, esses detalhes não são importantes, obviamente. A inquisição Formar uma grande organização, apenas para criminalizar, perseguir, torturar e queimar a outros seres humanos por causa das diferenças de opinião sobre como interpretar alguns textos confusos e ambíguos da Idade do Bronze do Oriente Médio, é algo que somente pessoas religiosas podem fazer.

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Embrutecimento da população Manter a população na ignorância e fomentar o pensamento supersticioso. O principal papel da religião na sociedade ao longo dos séculos tem sido o de produzir uma população analfabeta quando se trata de um pensamento crítico e, portanto, receptáculo para qualquer tipo disparate científico e charlatanismo médico. Uma população em que ideias cômico-supersticiosas e infantis são levadas a sério prospera, graças à adoção e doutrinação religiosa nas escolas públicas, mídia e na vida pública. Enfraquecimento do desenvolvimento mental A educação religiosa enfraquece o desenvolvimento mental de crianças e adultos, resultando em um baixo desempenho intelectual, o que facilita para tirar seu dinheiro e contribuir com qualquer charlatão ou autoproclamado profeta e qualquer filosofia maluca. 46


O conceito de heresia e de hereges A ideia de ter outro ponto de vista sobre o que realmente pensa seu amigo invisível de mentirinha é um crime que merece a pena de morte. O conceito de pecado

A ideia de dizer que você deve sempre se sentir culpado por ter nascido, por ser humano. Você nasceu em pecado, e como um pecador, e Deus está zangado com você, mas você pode ser mais feliz se sofrer e ter uma vida miserável, ou melhor, fazendo com que outras pessoas sofram em seu nome. Combater o desenvolvimento da sociedade Em todas as sociedades onde a religião conseguiu o poder político utilizou todos os meios possíveis para lutar contra a produção científica, social ou política de desenvolvimento que há melhorado 47


nossa compreensão da natureza ou tratar de dar às pessoas uma vida melhor e mais longa. A imutabilidade dos dogmas das religiões não pode ser questionada ou anulada. Qualquer conhecimento ou descobrimento que seja suspeito de interferir com os ensinos religiosos têm sido reprimidos e perseguidos. As religiões se baseiam na fé cega e qualquer questionamento e dúvidas são obras de Satanás e devem ser afastados. A destruição do conhecimento A destruição de enormes quantidades de escritos e conhecimentos importantes dos filósofos “pagãos” da antiguidade. A Igreja substituiu na antiguidade os avanços na matemática, filosofia, medicina e ciências naturais, etc., com estudos confusos e “conhecimentos” de tribos ignorantes da Idade do Bronze sentados em suas tendas adivinhando como funciona o mundo ao seu redor e como chegaram a existir. Muitas das nossas escolas e universidades de hoje se desenvolveram de mosteiros "Escolares" e sua maior parte baseada principalmente em estudos sobre as Escrituras. Na realidade as escolas já existiam nos tempos antigos, muito antes de o Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. O sistema de transferência de conhecimentos de um professor a um aluno é tão antigo quanto à própria humanidade. Depois que a igreja chegou ao poder no século IV, o conteúdo e o valor desse conhecimento se transformou na maior parte em lixo até o Renascimento, quando a religião perde o seu monopólio sobre o conhecimento. A ideia de que bíblia contém a “verdade”. A religião nos deu o pensamento de que um livro com confusos e labirínticos escritos religiosos de escritores anônimos, compilado e editado por desconhecidos editores religiosos através dos séculos - contém a verdade suprema. Apesar do fato de que 48


qualquer afirmação feita por este livro, que possa experimentada e testada, provou ser totalmente errada.

ser

Confusão semântica No jargão religioso contos de fadas religiosos são fatos históricos, os mitos são verdadeiros, o preto é branco, a morte é a vida e o ódio é o amor. Nossos corpos e nossa sexualidade são sujos Trouxe a ideia de que nossos corpos e nossa sexualidade natural são algo ruim e sujo, algo demoníaco que deve ser combatido. Você evidentemente, só se torna um homem saudável e bom quando morre. Esta ideia estranha e ilógica da morte é comum nos cultos e nas religiões abrâmicas. Deus ama quem sofre Pensar que a penitência, a dor, o sofrimento, a humilhação, a submissão, a autodestruição e o asceticismo fazem com que seu “Amoroso” Deus te ame mais. Punir a si mesmo para agradar ao seu amigo invisível no céu, é geralmente classificado como um distúrbio psiquiátrico grave, a não ser, claro, se feito em um contexto religioso. Neste caso considera-se até mesmo uma coisa divina. As mulheres são inferiores Pensar que as mulheres são inferiores aos homens, e de valor muito menor. É um conceito curioso, especialmente porque os seres humanos como uma espécie não existiria sem os dois sexos. A ideia é a prova evidente de que as religiões abrâmicas são os frutos de fantasias masculinas infantis e megalomaníacas, fermentados durante gerações pelo baixo desempenho intelectual 49


do homem ingênuo (crentes). O porquê de muitas mulheres ainda quererem fazer parte destas religiões patriarcais bizarras e misóginas, é incompreensível. Deus quer saber da sua privacidade A noção de que o que os adultos fazem em suas habitações privadas é de suma importância para Deus Porque isso é importante para o ser mais alto não é totalmente claro. Se dois seres humanos desejam encontrar prazer corporal juntos em seus aposentos privados, parece que o Senhor Todo Poderoso, e muitos de seus representantes na terra, ficam muito chateados e perdem a cabeça. Que relevância e consequências tão graves pode ter um comportamento altamente privado entre indivíduos adultos para o Todo-Poderoso e seus representantes na terra não é algo totalmente claro. As pessoas não nascidas são muito mais importantes que as nascidas. É por isso que os fanáticos religiosos se opõem ao aborto e podem matar os médicos e as mães em nome de uma massa de células, que obviamente é uma consequência direta do pecado original ou da proibição do Papa ao uso de camisinhas. A oração A ideia absurda da oração, onde Deus deveria mudar as leis do universo só para ti. Clero Aceitação de que algumas pessoas escolhidas, segundo eles mesmos, são melhores para transmitir os pensamentos íntimos, à vontade e opiniões de um fictício ser supremo, e ainda levar a sério essas pessoas como adultos. Hordas de doentes mentais 50


Uma grande quantidade de devotos religiosos que esperam a morte e a chegada do fim do mundo. A crença em fábulas deve ser normal O fato de que pessoas adultas podem expressar ideias infantis e completamente estranhas sobre espíritos e feitiços, e ainda serem levados a sério e considerados como cidadãos responsáveis e pais. A Destruição da inteligência infantil Pensar que as crianças se beneficiam por ter suas mentes contaminadas com ideias dementes que são desde muito tempo refutado pela ciência. Humor negro No lado positivo, a religião tem sido uma fonte inesgotável de ideias loucas, histórias bobas, engraçadas, cerimônias, feitiços e hordas de ridícula superioridade moral; os crentes arrastando-se pomposamente como cães assustados abusados pelo seu proprietário imaginário no céu. Por essas bobagens nós poderíamos estar rolando no chão de rir, não fossem por todos aqueles milhões de vidas perdidas pelas cruzadas religiosas, inquisições, guerras, tortura, etc., ao longo dos últimos dois milênios, dando este rir um gosto ruim na boca.

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6 - A grande desculpa dos crentes >>>

Imagem G1

Como é fácil notar que religião é ilusão e tudo em não passa de trollagem de idiotas, é necessário fabricar continuamente desculpas para manter a idiotice dos idiotas. Felizmente todas elas viraram piadas e restaram apenas duas, que são as mais usadas quando o crente palerma ou o parasita religioso é encurralado em

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suas sandices. São elas a “interpretação bíblica” e os “caminhos misteriosos de Deus”. A Bíblia é a pedra de tropeço do cristianismo. Quando todas as pessoas perceberem o que ela realmente é, um livro imprestável, uma coletânea de jornal velho primitivo, sem autoria conhecida para nenhuma de suas partes e cheio de costumes primitivos de povos primitivos, o cristianismo estará extinto. Por isso o desespero em convencer os ignorantes de que nele há alguma coisa de origem misteriosa ou divina e que só os crentes e religiosos conseguem perceber, mas nenhum jamais conseguiu ou consegue mostrar.

1 - “A Interpretação Bíblica” Conversamos com algum crente, citamos alguns dos numerosos versículos bíblicos incoerentes ou aberrantes que abundam na Bíblia e esperamos desenvolver uma conversa argumentativa de qualidade, mas na maioria das vezes nos deparamos com a clássica resposta crente-cristã: “você deve interpretar o versículo” ou então "A Bíblia precisa de interpretação" ou "Você está usando fora do contexto". Esta é a resposta típica que fecha todas as vias racionais possíveis, porque não importa a opinião do argumentador, a resposta será, invariavelmente, que deve ser interpretado de outra forma. 

Vejamos certos detalhes:

Quando o crente cristão diz que se deve interpretar a Bíblia, a que especificamente ele está se referindo? Por exemplo, a Bíblia tem várias direções narrativas, uma delas são os eventos específicos, os quais são situações pontuais em que o escritor bíblico narra um 53


evento ou uma história particular, como "a crucificação de Jesus" ou "O Dilúvio Universal"... Por que certos cristãos dizem que a crucificação é um fato literal e o dilúvio não? O que torna um fato literal e outro não? Você, caro leitor cristão certamente já passou por isso, certo? Claro que você nunca disse que a crucificação deve ser "interpretada", ou que não deve ser tomada literalmente, mas certamente você já disse que os cadáveres ambulantes que saíram das tumbas quando Jesus morreu ou o Dilúvio Universal são algumas dessas coisas "simbólicas ou interpretativas." 

Exemplos não faltam.

Conheço muitos crentes que opinam que a criação do universo em seis dias é uma dessas coisas que se deve “Interpretar” e que não deve ser tomada como literal. Por quê? Em nenhum momento o escritor insinua que o fato está sob interpretação pessoal. Claro, dizem que a criação não é literal porque é SIMPLESMENTE IRRACIONAL. Simples assim! Você já percebeu que os crentes cristãos dizem que se deve "interpretar" somente os eventos mais implausíveis e que vão contra a ciência e a razão? Os cristãos só tomam como fatos literais os eventos cientificamente prováveis e possíveis, o resto é considerado simbólico ou mal interpretado. Eu sei que muitos cristãos acreditam que a criação do universo em seis dias é uma das coisas que temos de "interpretar" e não ser tomada como literal. Por quê? Em nenhum momento o escritor sugere que o evento está sob a interpretação pessoal. Claro, dizem que a criação não é literal porque é simplesmente irracional. É simples assim. Quanto mais absurdo e ilógico seja o versículo, mais “interpretação bíblica” necessitará. Com os mandamentos e leis bíblicas não é diferente. O Antigo Testamento está cheio de leis e estatutos verdadeiramente absurdos. O exemplo clássico é o livro do "Levítico". Pouquíssimos cristãos têm em conta as leis do 54


Levítico (só quando lhes convém como as Testemunhas de Jeová na questão do sangue), na verdade Levítico produz uma espécie de "alergia" para muitos cristãos. Agora, se você se dignou a ler algo do levítico, verá que em muitas ocasiões o próprio Deus diz que esses estatutos são "perpétuos e eternos", isto é, eles não devem ser abolidos ou descartados. Como você explica isso amigo cristão? Como você se atreve a dizer que essas leis estão abolidas ou necessitam de interpretação quando o próprio Deus disse que eles eram eternos e perpétuos? Vamos cair na mesma coisa: só são interpretáveis os mandamentos que vão contra a moral, a virtude, ou simplesmente são bárbaros e arcaicos. Por que os crentes não dizem que a frase "Amar ao próximo como a ti mesmo" precisa ser interpretada e que não é literal? Acho que eles só gostam de "interpretar" os versos que os incomoda e contradizem sua crença particular. As ordens diretas de Deus não deveriam ser “interpretadas”. A enorme quantidade de religiões ou divisões cristãs se deve precisamente a isso: cada uma dessas religiões dá à Bíblia uma interpretação diferente. Mas como sabemos qual é a interpretação verdadeira? Qual é a interpretação que Deus aprovaria? Imaginam o crente ao chegar ao Juízo Final e Deus ou quem quer que vá avaliá-los dizer: "sinto muito interpretastes mal este versículo". Seria uma situação muito interessante. Eu nunca conseguia entender, mesmo quando era um cristão devoto, por que se Deus é perfeito e soberanamente inteligente, permitiu que seu livro sagrado fosse escrito com tantas ambiguidades e simbolismos? Por acaso Deus não sabia que esses problemas poderiam acontecer? Por que não fez a Bíblia mais direta e sem tanta enrolação? ... Ok ok, eu sei o que você está pensando... "os caminhos de Deus são misteriosos". Portanto, amigo cristão, a partir de agora quando você ler suas frases da Bíblia como "Deus é amor" ou "Ama o teu próximo", pergunte a si mesmo: estou interpretando isso direito? 55


7 - A grande mentira dos crentes. >>>

1 - “Os Caminhos de Deus são Misteriosos” Amigos crentes cristãos, eu entendo como é difícil ficar sem argumentos sólidos para rebater uma proposta. A mim já aconteceu muitas vezes, admito que seja versado em centenas de campos do conhecimento humano, mas é incontável a quantidade de coisas que desconheço. Por isso quando me encontro com argumentos dos quais não tenho a mínima noção, não me custa dizer “Não sei.” Ninguém deve ter vergonha de dizer “não sei”. Por exemplo: quando me perguntam: “Que acontece após a morte?” ... Devo admitir que não sei! Claro que eu poderia ter a minha opinião particular a respeito, porém devo deixar claro que são apenas especulações de minha parte. Uma das vantagens de 56


dizer “não sei” é que ao aceitar e admitir a carência de um conhecimento específico, instintivamente se trata de investigar para encontrar uma resposta que preencha esse vazio, acarretando como consequência o aumento do conhecimento e do nível cultural pessoal. Deve deixar claro que em minhas numerosas conversas com crentes cristãos, muito poucas vezes eu escuto esse esquivo “não sei”, quase sempre preferem expor um argumento especulativo ou uma opinião pessoal como verdade absoluta. Por exemplo, com a mesma pergunta: “Que acontece após a morte?” O crente via responder quase que imediatamente e com a maior tranquilidade “Ao morrer, segundo a bíblia a alma... blá blá blá”, ocorre praticamente o mesmo com qualquer outro assunto sobre o qual uma pessoa comum expressaria seu desconhecimento. Para o crente todas as perguntas possuem resposta em Deus e na Bíblia. Para os crentes o importante em uma conversa com um ateu é nunca admitir que desconheça algo, muito menos ficar calado. Isso seria sinal de desconhecimento, falta de fé, blasfêmia e outras tantas coisas imorais que com certeza Deus castigaria com uma passagem direta para o inferno. Portanto quando o crente cristão se encontra em uma situação onde não tem argumentos sólidos para responder a um ateu ou simplesmente é muito arriscado especular, solta a frase que resolve todas as perguntas e deixa a fé intacta: “OS CAMINHOS DE DEUS SÃO MISTERIOSOS.” Claro que esta é a frase clássica, mas há muitas outras que se repetem de forma constante quando a razão abandona o desafortunado crente cristão:  

“Nossa mente é muita limitada para conhecer Deus.” “Quem somos nós para julgar Deus.” 57


 

“Deus sabe com faz as coisas, nós não podemos ter acesso a esse conhecimento” “É impossível conhecer a Deus.”

Certamente o colega ateu que lê essas palavras sabe a que me refiro especificamente. Estas frases são a porta de fuga quando os crentes cristãos se vêm acuados pelos argumentos de um ateu. Muitos ateus ao escutarem essas palavras por parte dos crentes as interpretam como sinal de vitória ou de ignorância e sabemos que a conversa terminou e que o cristão recorreu à sua última tábua de salvação. Amigo crente, quantas vezes utilizou uma dessas desculpas esfarrapadas?   

Porém isto é verdade? “Os caminhos de Deus são misteriosos e é impossível conhecer a mente de deus?” Em absoluto!

De fato esta é uma grande falácia que é repetida uma vez após outra e que os crentes utilizam para se sentirem menos culpados por duvidar e desconhecer certos temas. Deus não é e nem deveria ser um mistério insondável para a mente humana. Por quê? Porque Deus deixou muito claro sua natureza e suas características em um livro que você amigo crente ALEGA conhecer muito bem, a Bíblia. A Bíblia é (supostamente) inspirada por Deus, portanto assume-se que a mente e o pensamento de deus estão plasmados ali.  

QUER CONHECER A DEUS? FÁCIL, LEIA A BÍBLIA.

A Bíblia nos mostra claramente as características e qualidades de Deus. Graças à Bíblia sabemos que Deus é onipotente, onisciente, onipresente, sábio, justo, amoroso e, sobretudo perfeito. A Bíblia é muito clara ao mostrar-nos como Deus é até nos mínimos 58


detalhes. Com a leitura de suas páginas podemos nos inteirar do caráter e da personalidade de Deus, como Ele reage diante de certas situações, como pensa, como atua etc. Isto se de fato, a Bíblia é um reflexo do que é Deus.  

Amigo crente, como você pensa em obedecer e agradar ao seu deus, se declara que é impossível conhecê-lo? Que bela contradição não é mesmo?

Por isso jamais acreditarei quando um crente me diz: “deves confiar em Deus cegamente, ele sabe o que faz.” Em termos práticos nenhum crente tem essa fé cega que tanto alegam. Não é fé cega, já que se pode conhecer muito bem a Deus através da Bíblia para que essa cegueira se transforme numa visão límpida e clara de Deus. PARA ISSO TEM A BÍBLIA. Nenhum crente se entrega completamente e de olhos fechados à vontade de Deus, já que conhecem muito bem a esse Deus para saber como serão julgados e coo atuaria em certas situações. Essa famosa “fé cega” só seria certa e verdadeira se o crente desconhecesse tudo sobre Deus, se não tivesse a mínima ideia do que e de como é esse Deus, só assim poderia falar de algum tipo de cegueira ou confiança plena. Portanto, e já aceitando que Deus se deu a conhecer muito bem através desse "livrito" chamado Bíblia, vejamos de novo essa já não tão efetiva desculpa que usam os crentes quando se vem entre a espada e a parede:  

“Os caminhos de Deus são misteriosos.” Falso.

Não são misteriosos. Os caminhos de Deus se pode conhecer de forma muito clara ao ler a Bíblia. Porque não tem sentido que o crente cumprisse tudo o que Deus lhe disse em seu livro e ao morrer e estar em frente a Ele ouvir: SINTO MUITO, VOCÊ VAI PARA O INFERNO... MEUS CAMINHOS SÃO MISTERIOSOS. Neste 59


caso a Bíblia não teria nenhum valor e seria preferível jamais lêla e aceitar a verdade de que Deus é um mistério insondável.

 

“Nossa mente é muito limitada para conhecer Deus.” Falso.

Podemos conhecer a Deus claramente pelo que Ele diz sobre si mesmo na Bíblia. Sabemos de sobra que Deus é um ser dual, que às vezes se comporta como um sanguinário e inclemente assassino e em outras como uma pomba inocente. Não é que “não podemos conhecer Deus”, mas que a mente de Deus, tal como 60


nos conta a Bíblia, é muito desvairada. E dizer que não podemos “conhecê-lo” é tratar de buscar desculpas para justificar sua distorcida personalidade. “Quem somos nós para julgar a Deus? Quem somos?” Bem, segundo ele somos seus filhos. E sim, o podemos julgar já que ele nos deixou na Bíblia regras morais para o comportamento correto. O ato de aceitar que Deus pode transgredir as leis e recomendações que ele mesmo nos deu, seria cair num estado de caos e anarquia total. Não podemos aceitar um comportamento inferior de Deus comparado com o nosso. Se Deus disse “não matar” ele mesmo deveria dar o exemplo. Segundo Deus seria: “Faça o que digo não o que faço”. Deus nos deixou um conjunto de leis a cumprir e SIM, podemos julgá-lo segundo suas próprias leis. O curioso disso é que um comportamento como o que exibe deus, onde ele está imune às leis que ele mesmo impõe seria inaceitável para nós, por exemplo, no caso de nossos governantes e presidentes, mas o aceitaríamos de um ser que se auto define como perfeito.  

“Deus sabe por que faz as coisas e nós não podemos ter esse conhecimento.” Falso.

É uma repetição do anterior. Como já dissemos, nós os humildes seres humanos podem conhecer perfeitamente como e porque Deus faz as coisas através da sua palavra plasmada na Bíblia.  

“É impossível conhecer a Deus.” Falso.

Claro que podemos conhecer a Deus! É como se eu e você dialogássemos: 61


Crente – É impossível conhecer a Deus. Ateu – mas Deus é todo poderoso? Crente – Sim. Ateu – Eu posso vê-lo? Crente – Não, deus é invisível. Ateu – Ele é bom? Crente – Sim, muito bom, O melhor. Ateu – Pois então, parece que conheces muito bem a esse deus, porque fica repetindo que “É impossível conhecer a Deus?” Isso é como se eu dissesse a você: Pessoa 1 – Deves adorar a Amon-Rá. Pessoa 2 – Amon-Rá? Quem é esse? Pessoa 1 – O único deus verdadeiro. Pessoa 2 – Mas eu não o conheço, preciso conhecer mais sobre ele para saber a quem adoro. Jamais adoraria algo sem saber o que é. Entendeu o ponto agora amigo crente? Absolutamente ninguém adoraria ou obedeceria alguém sem ter algum conhecimento sobre ele. Isso de “fé cega” é uma falácia que os crentes repetem como se fosse uma virtude, que em termos práticos ninguém sensato obedeceria. Agora que já sabe amigo crente cristão, NÃO utilize mais essas frases já que estaria mentindo e se contradizendo. Quando em uma conversa você chegue a um ponto onde sua capacidade e seu conhecimento não possam elaborar uma resposta coerente e sensata, é preferível dizer: “não sei” ou “preciso investigar e estudar mais” e engolir o orgulho de querer saber tudo simplesmente porque Deus e sua Bíblia são “perfeitos e iluminados”.

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8 - A farsa da inspiração divina

1 - Durante milhares de anos Deus não conseguiu inspirar nenhum cristão e contar a verdade sobre o movimento da Terra, do Sol e dos planetas? Muito suspeito esse deus.

“A doutrina de que a Terra não é o centro do universo, nem imóvel, mas move-se inclusive com uma rotação diária, é absurda, tanto filosoficamente como teologicamente falsa, e no mínimo um erro de fé.” Decisão da Igreja Católica contra Galileu Galilei, 1616.

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“Afirmar que a terra gira em torno do sol é tão errôneo quanto afirmar que Jesus não nasceu de uma virgem”. Cardeal Bellarmino, 1615, durante o julgamento de Galileu. “... Também chegou ao conhecimento desta congregação que a doutrina de Pitágoras - que é falsa e totalmente contrária à Sagrada Escritura – sobre o movimento da terra e da imobilidade do sol, que também é ensinado por Nicolaus Copernicus em “De Revolutionibus orbium coelestium”, e por Diego de Zuniga em “Sobre Jó”, está agora se espalhando no exterior e sendo aceita por muitos... Portanto, para que sta opinião não possa insinuarse em maior profundidade em detrimento da verdade católica, a Sagrada Congregação decretou que a obra já referida de Nicolaus Copernicus “De Revolutionibus Orbium”, e a de Diego Zuniga, ”Sopbre Jó”, sejam suspensas até que sejam corrigidas”. Decreto de condenação da obra de Copérnico, 05 de março de 1616.

2 - Parece que Deus inspirou a Santo Agostinho de que a Terra tinha dois lados, o de cima e o de baixo... Ele também parece ter faltado às aulas de medicina de Deus.

“É impossível que haja habitantes do outro lado da Terra, já que nada é dito a esse respeito nas Escrituras sobre os descendentes de Adão”. Santo Agostinho

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“Todas as doenças dos cristãos podem ser atribuídas aos demônios. Eles atormentam principalmente os batizados há pouco, até mesmo recém-nascidos sem culpa”. Santo Agostinho

3 - O absoluto fracasso da inspiração divina sempre obrigou a igreja a combater o conhecimento, a liberdade de crença e pensamento, até que foi superada pelos fatos e não teve mais opção senão aceitar.

“É totalmente ilícito exigir, defender ou conceder incondicionalmente a liberdade de pensamento, expressão ou culto, como se esta fosse um direito natural do homem”. Encíclica do Papa Leão XIII. “Tolerar igualmente todas as religiões… é o mesmo que ateísmo”. Papa Leão XIII, “Immortale Dei”. “Não é lícito ao Estado nem aos indivíduos ignorar as obrigações religiosas ou tratar como iguais às demais religiões.” Papa Leão XIII, “A constituição cristã dos Estados”, 1885. “Já se propôs que todas as religiões deveriam ser livres e seu culto publicamente exercido. Nós católicos rejeitamos esta ideia como contrária ao cânon da lei católica romana”. Papa Pio VII, 1808. 65


“O estado (constituição dos EUA) não tem o direito de deixar que cada um seja livre para professar e abraçar qualquer religião que deseje”. Papa Pio IX “Mussolini: uma dádiva da Providência”. Papa Pio XI

4 – Acredite na palavra da Igreja. “Devemos estar sempre dispostos a acreditar em que o que nos parece branco é na verdade preto se a hierarquia da Igreja assim o decidir”. Inácio de Loiola, fundador da Sociedade de Jesus (Jesuítas), “Exercitia spiritualia”, 1541.

5 - O cristão/católico deve ser pobre, gostar e se conformar com isso. Riqueza só para a Igreja.

“O sofrimento dos pobres é agradável a Deus e purifica o mundo”. Madre Teresa de Calcutá “Acho muito bonito que os pobres aceitem sua sorte, que a compartilhem com a paixão de Cristo. O mundo se beneficia muito do sofrimento dos pobres”.

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Madre Teresa de Calcutá

6 - Proibir a circulação da verdade sempre foi o objetivo da igreja e continua tentando em nossos dias. “A liberdade de imprensa é um dos maiores males que ameaçam a sociedade moderna”. Cardeal Pedro Segura, New York Herald Tribune. “Seria bom para a religião se muitos livros que parecem úteis fossem destruídos. Quando não havia tantos livros nem tantas discussões e disputas, a religião crescia mais rapidamente do que tem feito desde então”. Girolamo Savonarola, 1452-1498, frei dominicano.

7 - Quem ainda acredita nesta patuscada?

“Os papas, como Jesus, são concebidos por suas mães por influência do Espírito Santo. Todos os papas são uma espécie de homens-deus, com o propósito de serem os mais habilitados a mediar entre Deus e a humanidade. Todos os poderes no Céu e na Terra lhes são dados”. Papa Estevão V, século 9.

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9 - Por que não sou agnóstico >>>

Muitos “não-crentes” dizem ser agnósticos e não ateus. Não acreditam que Deus exista, mas não estão seguros e então são renitentes em declararem-se ateus. Uma atitude comum é dizer: “Talvez haja algo aí fora. Afinal de contas, não conhecemos tudo”. Qual a segurança necessária sobre a inexistência de deus, que devemos ter para nos autodenominarmos ateus? Obviamente, não podemos estar 100% seguros de nada. Mas podemos estar 99,99999% seguros de um montão de coisas e isso é normalmente suficiente para tomar as decisões diárias de nossa vida. 68


Nós não podemos ter certeza de que não vamos cair e quebrar o pescoço ao sair da cama de manhã, mas não ficamos na cama para sempre por causa disso. Nós viajamos em carros e aviões, onde as chances de sobrevivência não são 100%, mas perto o suficiente para fazê-lo. Nesses casos, fazemos uma análise de risco-benefício e decidimos que o benefício justifica o risco. Algumas coisas são, para todo propósito prático, seguras. Se saltarmos de uma janela do décimo andar, podemos estar bastante seguros de que sofreremos um feio golpe, não pela queda, como se diz, mas pela chegada. Agora bem, um avião com um colchão amarrado na asa poderia passar bem na hora para nos salvar. De novo, como se diz, “tudo é possível”. Mas este é um exemplo do tipo de coisa possível com que aprendemos a não contar. Então qual é o limite entre o agnóstico e o ateu? Se traçarmos a linha em 100% de certeza, então não restaria nenhum lugar para os ateus. Neste caso, não haveria ateus nem em uma trincheira. Entretanto, algumas pessoas se autodenominam ateus, incluindo muitos que já passaram bom tempo em trincheiras. A palavra deve significar algo para eles. Eu sugiro que os ateus são pessoas que avaliaram as possibilidades, fizeram a análise de riscobenefício e descobriram que a existência de Deus é tão improvável que preferem viver suas vidas sem todo o lastro que qualquer crença obriga você a carregar. O lastro da crença é pesado. Não só se espera que does tempo e dinheiro a tua igreja, mas, o mais importante, se espera que mudes tua cabeça. E, como já disse Dan Quayle, “perder a cabeça é algo terrível”.

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Quando você é um membro fiel de alguma religião, não é livre para usar teu próprio julgamento sobre o que é melhor para ti, para tua família e à sociedade. Pelo contrário, se espera que transfira esse julgamento para outros que afirmam ter autoridade sobrenatural. E além de não oferecerem nenhuma evidência para apoiar o que dizem, exceto sua própria palavra, eles pedem que você evite usar o seu próprio intelecto no processo. Ao longo dos séculos, existiram muitas tentativas de provar o embasamento racional das crenças sobrenaturais. Todas falharam. Entretanto os pregadores ainda conseguem atrair clientes com seus argumentos simplórios com ares de lógicos, como: “Como poderia isso, o universo, a vida, a consciência, terem surgido do nada?” Eles garantem a seus ouvintes que Deus fez tudo.  

Mas considere o absurdo do argumento: algo não pode vir do nada, então deve vir de Deus... que vem do nada.

As igrejas têm convencido a maioria da raça humana a acreditar no inacreditável, dar crédito ao implausível, racionalizar o irracional. Um ateu é alguém que não pode acreditar em algo que não tem nenhuma base racional, que nada mais é do que uma fantasia e um delírio arrastado desde a infância ignorante e supersticiosa da raça humana. Victor J. Stenger Tradução de JL.

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10 - Perguntas idiotas de crentes aos ateus >>>

Algumas perguntas que poderiam ofender os ateus, mas que apenas revelam a ignor창ncia e a idiotice de quem as faz. Todos os grupos marginalizados pela sociedade possuem alguma pergunta ou perguntas que costumam ouvir rotineiramente e que 71


os pode fazer sair correndo; perguntas que contêm insultos, fanatismo ou desrespeito em seu conteúdo. Às vezes as perguntas são feitas com sinceridade, com a ignorância sincera das supostas ofensas que há por trás delas. Mas às vezes a pergunta é feita de forma passivo-agressiva ... "Só estou perguntando". Mas algumas não é conveniente perguntar. Não são perguntas que animam a investigação e o discurso verdadeiro; são perguntas que fecham as mentes em vez de abrir. Mesmo que com essa intenção. E a maioria das pessoas que se preocupam com a intolerância, a marginalização e justiça social (ou que simplesmente se preocupam com a boa educação e os bons costumes), nunca fazem este tipo de perguntas. Aqui há nove perguntas que o crente não deve fazer aos ateus para não pagar mico.

1 - Como você pode ser moral sem crer em Deus? Os ateus são morais pelas mesmas razões que os crentes: Porque possuem compaixão e sentido de justiça. Os seres humanos são animais sociais e como os outros animais sociais, desenvolvem alguns valores morais fundamentais em seu cérebro: A preocupação pela justiça, a lealdade e com o prejuízo dos outros. Se você é um crente das mitologias religiosas e você não acredita que estas são as mesmas razões pelas quais os crentes são morais; pergunte-se o seguinte: 

Se você pudesse provar hoje com 100% de certeza que não existem deuses e que não há outra vida depois desta, de repente começaria a roubar, assassinar e colocar fogo em casas? 72


E se não: por que não o faria?

Seja o que for que o impeça de fazer essas coisas, é o mesmo que impede os ateus de fazê-las. E faça-se esta outra pergunta: 

Se você aceita algumas partes de seu livro “sagrado” e rejeita outras, com base no que está fazendo isso?

Qualquer que seja a parte de ti que te diz que a lapidação (apedrejamento) de adúlteros é absurda, mas que ajudar os pobres é bom; Que plantar duas colheitas de diferentes cultivos no mesmo campo NÃO é um problema, mas dar falso testemunho é incorreto; que a escravidão é imoral, mas que é uma boa ideia amar teu próximo como a ti mesmo... isso é o mesmo que diz aos ateus o que é certo e errado. As pessoas são boas porque possuem uma compreensão inata dos pilares fundamentais da moral: o entendimento de que o importante para outras pessoas, nos importa muito também a nós mesmos; e que não há nenhuma razão objetiva para agir como se alguns de nós fossem mais importantes que outros. E essa percepção é correta da mesma forma para crentes e ateus. Se não fosse, você estaria matando seus parentes e vizinhos de outras crenças, que é uma ordem do seu deus, ou seja: você tem mais moral que seu próprio deus.

Por que não deve fazer esta pergunta? Porque é uma pergunta incrivelmente insultante. Ser moral, preocupar-se pelos demais e ter compaixão por eles, é uma parte fundamental do ser humano. A pergunta expressa o desconcerto que sentem alguns crentes ao considerarem que poderíamos nos preocupar pelos demais sem crer em um criador imaginário e que essa preocupação é um assunto completamente humano. 73


E pior ... Esta pergunta também é um grande insulto para os crentes religiosos. Está basicamente dizendo que a única razão pela qual os crentes são morais é o medo do castigo e o desejo de recompensa. É como dizer que os crentes não agem por compaixão, ou sentido de justiça. É como dizer que a moralidade cristã é infantil e os outros são os piores.

2 - "Como a tua vida pode ter significado?" Perguntam às vezes: "Não te sentes triste ou desesperado?" Ou também: "Se tu não crês em Deus ou no céu, por que não te suicidas?" Os ateus encontram significado e alegria nas mesmas coisas onde todo ele mundo encontra. Nas coisas importantes: na família, na amizade, no trabalho, na natureza, na arte, na aprendizagem, no amor e também nas pequenas coisas. A A única diferença é que, primeiro, os crentes acrescentam: "Meu Deus, me faz feliz e me dá um bom presente depois da morte" e, em suas listas, muitas vezes colocar isso nos primeiros lugares: E em segundo lugar, os crentes acham que o "sentido da vida" é dado por seu deus ou deuses, enquanto os ateus criam seus próprios significados e estão dispostos e serem realmente felizes em aceitar essa responsabilidade. Realmente, para muitos ateus, o fato da vida ser finita aumenta ainda mais o seu significado. Quando eliminamos o "agradar a um Deus que temos boas razões para pensar que não existe" da nossa lista de "coisas com sentido", damos muito mais atenção para o resto. Quando aceitamos que a vida realmente chegará ao fim, estamos muito mais motivados para fazer com que cada momento dela seja importante.

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Por que não deve fazer esta pergunta? Experimentar o significado e o valor da vida está profundamente arraigado no ser humano. Quando trata os ateus como se estivessem mortos interiormente, simplesmente porque não acreditam em um criador imaginário sobrenatural, os está tratando como se não fossem plenamente humanos. Por favor, não o faça.

3 - "Por acaso não é preciso mais fé para ser ateu que para ser um crente?" Não. Esta pergunta assume que o ateísmo tem “100% de certeza de que Deus não existe, sem vontade de questioná-lo e sem lugar para dúvidas". Para a maioria dos ateus, "ateísmo" significa simplesmente "estar razoavelmente seguro de que não existem deuses", ou, "chegamos a uma conclusão provisória, com base nas provas que temos visto e nos argumentos que temos considerado, que não existem Deuses". Não podemos estar 100% seguros de que não existem deuses. Assim como não podemos estar 100% seguros de que não existem unicórnios tampouco. Mas estamos o suficientemente seguros. Não crer em unicórnios não exige nenhuma "fé", assim como não crer em Deus.

Por que não deve fazer esta pergunta? A suposição por trás desta pergunta é a de que os ateus não tiveram a preocupação de pensar sobre o próprio ateísmo. E essa suposição é uma ignorância e um insulto. A maioria dos ateus 75


examinou a questão da existência ou inexistência de Deus com muito cuidado. A grande maioria foi crente e doutrinado em alguma corrente religiosa, e abandonar essa religião imposta trouxe consigo uma enorme quantidade de buscas de respostas. Inclusive aqueles educados como não-crentes, foram criados em uma sociedade que está cheia de religião. É necessário uma boa quantidade de perguntas e pensamentos para rejeitar a ideia em que quase todo mundo que te rodeia acredita. E quando o crente faz esta pergunta revela também a estreiteza de sua própria mente. Está demostrando que não se pode conceber a possibilidade de que alguém possa chegar à uma conclusão sobre a religião baseada na evidência, na razão e nas ideias que parecem mais propensas a serem verdade, em lugar da "fé", que é a aceitação de simples suposições como verdades absolutas e inquestionáveis só porque algum parasita religioso o convenceu disso.

4 - “Por acaso o ateísmo não é só mais uma religião?” Não. A menos que esteja definindo a "religião" como: "Qualquer conclusão a que chegam as pessoas sobre o mundo", ou como "uma comunidade organizada em torno de uma ideia compartilhada"... então não. Se sua definição de "religião" inclui o Ateísmo, então também tem que incluir: a Anistia Internacional, o heliocentrismo, a aceitação da teoria da evolução, o fã clube de Justin Bieber, o Partido Democrata dos EUA, etc. Por uma definição útil da palavra "religião", o Ateísmo não é uma religião.

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Por que não deve fazer esta pergunta? Praticamente pelo mesmo motivo que a anterior (#3). Chamando o ateísmo de religião, assume que é um axioma aceito por fé, não uma conclusão baseada no pensamento e na evidência. E isto mostra que o crente não está disposto ou não é capaz de considerar a possibilidade de que alguém não só pode ter uma opinião diferente sobre sua religião, mas que chegou a essa conclusão de uma maneira diferente.

5 - "Qual é o sentido dos grupos ateístas? Como se pode ter uma comunidade e um movimento sobre algo que não acreditas?" Os ateus têm seus grupos, comunidades e movimentos pelas mesmas razões que todos o fazem. Os seres humanos são animais sociais. É bom passar o tempo com outras pessoas que compartem nossos interesses e valores. Nos agrada trabalhar com outras pessoas nos objetivos que temos em comum. E mais, quando os ateus expõem publicamente seu ateísmo, muitos perdem os amigos e famílias ou possuem relações tensas e dolorosas com eles. Os ateus criam comunidades para que possam ser honestos sobre o que pensam e também para não estarem sós.

Por que não deve fazer esta pergunta?

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Se trata de um enigma total tipo: "malditos se fazem, malditos se não fazem". Os ateus se encontram o tempo todo sobre o ataque de que “tratam de convencer as pessoas de que a religião é cruel, ou inútil, ou ambos, assim também sobre o apoio social que ocorre nas instituições religiosas”. Então, quando os ateus não criam comunidades para substituir as que as pessoas perdem quando saem da religião; nos dizem o ridículo que é isto. (Ou então dizem: "Vê? O ateísmo é uma religião".

6 - "Por que odeias a Deus?" Ou, "Você não está simplesmente irritado com Deus?" Os ateus não estão irritados com Deus porque não acreditam na existência de Deus. Não estão irritados com Deus mais do que estão com o Papai Noel.

Por que não deve fazer esta pergunta? Esta pergunta não só nega a nossa natureza humana, como nega nossa própria existência. Se supõe que os ateus não existem na verdade, que a falta de crença não é sincera, é um tipo de trauma emocional ou uma rebeldia de adolescente imaturo, que nem sequer é realmente uma não-crença. Esta pergunta revela a estreiteza verdadeiramente obtusa do crente. Demonstra que nem sequer é capaz de considerar a possibilidade de que possa estar equivocado: que sequer é capaz de conceber que alguém possa ver o mundo de maneira diferente da sua. Esta pergunta, além de enfurecer os ateus, faz com que vejam o crente como um completo idiota.

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7 - "Mas você já leu a Bíblia? - Já ouviu falar do milagre “X”? Já ouviu minha história sobre minha experiência religiosa pessoal? Provavelmente. Pois essas histórias são praticamente cópias umas das outras e existem aos milhões pela internet. Os ateus estão geralmente melhor informados sobre a religião que a maioria dos crentes religiosos. Estamos melhor informados sobre os princípios da maioria das religiões específicas que os crentes dessas religiões. Para muitos ateus, sentar-se e ler a Bíblia (ou o texto “sagrado” da religião que criaram) é exatamente o que lhes colocou no caminho do ateísmo; ou o que colocou o último prego no caixão da religião.

Por que não deve fazer esta pergunta? Como às vezes perguntam por aí: "Já ouviu falar de Jesus?” ... Não, na verdade eu nasci embaixo de uma maldita pedra. É que na verdade você não tem noção de como a religião é uma força dominante na sociedade. Na maior parte do mundo, a religião é impossível de ignorar. Se impregna na vida social, na vida econômica, na vida cultural, na vida política como merda na sola do sapato. Estamos rodeados por ela. A ideia de que os ateus de alguma maneira poderiam ter chegado à idade adulta sem ser conscientes da Bíblia, de histórias sobre supostos milagres ou de histórias sobre as experiências religiosas pessoais ... é risível. Ou ... Seria risível se não fosse tão irritante.

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8 - "E se estiver enganado?" Às vezes perguntam: "Por acaso não é lógico crer em Deus? Se você crê e está equivocado, nada de terrível acontece, mas se não crês e te equivocas, poderia ir ao inferno!" E se você estiver enganado com Alá? Ou Vishnu? Ou Zeus? E se estiver enganado com o Deus iracundo que odeia os gays, ou o Deus de amor que odeia os homofóbicos? E se você estiver enganado sobre se Deus quer comemorar o dia de repouso no sábado ou no domingo? E se estiver enganado e Deus realmente se preocupa sobre tua forma de comer toucinho? Como disse Homer Simpson, "O que acontece se escolhemos a religião errada e a cada semana estamos irritando Deus mais e mais?"

Por que não deve fazer esta pergunta? Há muitas coisas erradas com essa pergunta, ela tem até nome, chama-se “a aposta de Pascal”, mas vamos nos limitar a duas que não apenas são logicamente absurdas, mas que insultam a inteligência e a integridade tanto de ateus e de crentes: É realmente tão ignorante sobre existência de outras religiões diferentes da sua? É sério que nunca te ocorreu que quando "aposta" na existência de seu Deus, há milhares e milhares de outros deuses, sobre cuja existência está apostando contra? Como podem pensar que os ateus têm tão pouca integridade? Será que acreditam que vamos crer falsamente em Deus ... não só por nossas famílias e comunidades a fim de não ser condenado ao isolamento, mas em nossas próprias mentes? É sério que crês que vamos deliberadamente contra nós mesmos, fingindo crer em 80


algo que na realidade não cremos que seja certo? Jura que acreditas que vamos escolher que algo sobre o mundo é ou não verdade baseados unicamente no que seria mais conveniente? ... E mesmo assim, você realmente acha que Deus poderia aceitar esta fraude? Você realmente acha que Deus quer que seus seguidores tenham uma versão hipócrita de sua crença, egoísta, tipo "eu cubro todos os meus lados"?

9 - “Por que os ateus estão tão irritados?" Nem todos os ateus estão irritados com a religião e aqueles que estão com raiva, não estão em um estado constante de ira. Mas, sim, muitos ateus estão irritados com a religião, e estamos com raiva porque vemos o terrível dano que a religião está fazendo. Estamos com raiva pelos danos que está fazendo aos ateus ... e estamos preocupados pelos danos causados a outros crentes. Não só achamos que a religião é um erro, mas também achamos que faz muito mais mal do que bem. E isso nos irrita.

Por que não deve fazer esta pergunta? Esta pergunta pressupõe que os ateus estão irritados porque há algo mal neles. Imaginam que os ateus estão irritados porque estão amargurados, são egoístas, queixosos, infelizes, porque falta alegria e sentido em suas vidas, porque possuem um alfineteiro em forma de Deus nos corações. As pessoas que perguntam isto parece que nunca consideraram a possibilidade de que os ateus estão irritados porque possuem razões legítimas para estarem irritados. 81


Esta visão equivocada da legitimidade da ira dos ateus faz duas coisas. Trata os ateus como defeituosos e incompletos e desarma o poder dessa ira. (Ou ao menos tenta). A ira é uma força motivadora muito poderosa e tem sido uma força impulsora importante para cada movimento de mudança social na história. E quando tentam descartar ou trivializar a ira dos ateus, estão essencialmente, tentando tomar esse poder. As pessoas que fazem esta pergunta não parecem dar-se conta de até que ponto o ateu dirige sua ira, não apenas contra o dano causado aos ateus, mas ao dano feito aos crentes. Uma grande quantidade da ira dos ateus sobre a religião tem por objetivo a opressão, a brutalidade e a miséria criada pela religião, não na vida dos ateus, mas na vida dos próprios crentes. A ira dos ateus sobre a religião vem da compaixão, de um sentido de justiça, de uma viva consciência do dano terrível que ocorre no mundo e de uma motivação que impulsiona a fazer algo a respeito. Os ateus não estão irritados porque há algo de mal neles, mas porque há algo de justo com eles. E é justo reconhecer como uma das maiores fortalezas dos ateus, uma de suas mais poderosas forças motivadoras e um dos sinais mais claros de sua decência, e não como um sinal de que são defeituosos. A lista de perguntas idiotas que o crente não deve fazer aos ateus não termina aqui. Poderíamos seguir...    

"Como podem não crer em nada?" "O ateísmo não elimina o mistério da vida?" "Apesar de você não crer, não deveria criar seus filhos com a religião?" "Podes provar que Deus não existe?"

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         

"Ocorreu algo terrível com você que o afastou da religião?" "Está fazendo isso só por rebeldia?" "Por acaso faz isso só porque não quer obedecer as regras de Deus?" "Se és ateu, por que comemora o Natal e gasta dinheiro com “Deus seja louvado” escrito nele, etc.?" "Já tentou crer sinceramente?" "Não podes ver que Deus está em todas as partes e ao teu redor?" "Adoras a Satanás?" "O ateísmo não é terrivelmente arrogante?" "Por que não podes conceber algo maior que tu?" "Por que te importa o que os demais creem?"

Se você - crente - entende porque todas as nove perguntas respondidas são ofensivas e desumanizantes, espero (na realidade não tenho muita esperança) que entenda porque as demais também são.

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11 - Por que os Ateus falam tanto em Deus? >>>

Uma das acusações que os crentes mais fazem aos ateus e descrentes quando são encurralados em discussões, é perguntar por que dedicamos tanto tempo e esforços em falar, discutir e escrever sobre Deus, se não acreditamos nele. Em qualquer discussão virtual onde ficam sem argumentos, usam como saída pedante muitas variações deste mesmo tema, tais como:   

Se você fala tanto de Deus, isso significa que ele existe. Não entendo como alguém cria um Blog/site sobre algo em que não acredita. Por que fala tanto de Deus e Jesus se afirma que não existem? 84


 

Esses Ateus sim que são idiotas... Não creem em Deus e passam falando dele. Se não acredita na Bíblia, por que a lê tanto?

Mas... Isso é verdade? Não temos nós sensatez ao falar de algo em que não acreditamos? Ou será que não se deve falar sobre o que não se acredita? Vamos dar uma olhada em 10 razões que justificam não só falar de Deus, Jesus, Bíblia e Religiões, mas que apoiam os constantes debates e ataques que fazemos contra essas crenças absurdas e ao mesmo tempo muito engraçadas.

1 - Todos falam de coisas inexistentes em que acreditam

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O próprio crente que fala estas asneiras, certamente em numerosas ocasiões já conversou ou discutiu sobre coisas em que não acredita que existam. Todos nós fazemos isso constantemente no dia-a-dia e não somos julgados por isso. Porque seria diferente com os ateus ao falar de Deus? Por exemplo, quem não conversou ou discutiu sobre filmes, livros, séries de TV, novelas, contos e histórias, desenhos animados (comics), games. E em termos gerais quase nenhum dos personagens e histórias destes é real. Muitos gostam de falar de fantasmas, zumbis, extraterrestres, etc., mas NÃO EXISTEM! Isso faz com que seja proibido falar sobre eles? NÃO! 

Por que seria proibido falar dos seres fictícios e inexistentes chamados deuses?

Se você é contra os que falam e discutem sobre coisas que não existem (deuses), pode começar a reclamar de todos os escritores, diretores e autores dessas histórias fictícias, já que na prática não existem. Inclusive pode começar a censurar a si mesmo, pois certamente vive falando de coisas que não existem. Com que moral você reclama dos que perdem tempo com seres inexistentes quando vai ao cinema ver “Batman”, “The Avengers” ou “A Paixão de Cristo”? Todos fictícios!

2 - Os outros deuses também não existem Ao que parece o crente cristão só reclama contra quem fala de seu deus inexistente. Deveria reclamar também dos milhões de pessoas que adoram algum deus diferente do seu, que para eles é falso e também não existe. 86


Existem centenas de milhões de pessoas no mundo e através da história da humanidade que dedicaram horas de estudo e discussão a outros deuses como Alá, Odin, Osiris, Ganesha, Thor, Mitra, etc. Se o seu problema é “falar de seres inexistentes”, pois que comece sua cruzada para que o resto da humanidade, que não crê no seu deus (israelita), deixe de escrever livros, abrir Blogs, fazer conferências e reuniões sobre seus deuses particulares. Porque (segundo seu ponto de vista) estão tão errados quanto os Ateus quando argumentam contra o deus em que você crê.

3 - Existem áreas de estudo dedicadas a coisas inexistentes O crente cristão precisa saber que existem até disciplinas acadêmicas e cursos universitários que se dedicam exclusivamente a estudar, analisar e discutir seres que nem ele mesmo crê que existam É o típico exemplo da Mitologia, que se dedica ao estudo de relatos culturais sobre seres e histórias inexistentes. Tanto é assim que a palavra “mitologia” vem do termo grego “Mithos” (μῦθος), que significa “Fábula”. Recordemos que um “Mitômano” é o termo que se utiliza para descrever aos mentirosos compulsivos. Podemos concluir que o estudo da “Mitologia” se baseia em seres inexistentes. Por isso não deveriam publicar livros? Ou ser curso em universidades? Ou ter documentários na TV? Se você nunca negaria isto aos que se dedicam à Mitologia, por que o faz com os ateus? Também existem outras áreas investigativas que se baseiam em coisas falsas e inexistentes e não vejo os cristãos reclamando e pedindo-lhes que deixem de seguir com seus estudos: Ufologia, 87


Astrologia, criptozoologia, parapsicologia e toda uma ampla gama de “Pseudociências” que pululam por aí. Inclusive em Psicologia e Psiquiatria se fala em muitas ocasiões de seres inexistentes e situações inverossímeis. Portanto, o crente cristão deve dirigir a todas elas o mesmo tipo de reclamação.

4 - Educação e aprendizagem

Falar, discutir e debater sobre seres ou coisas inexistentes não é tempo perdido. Sempre há uma aprendizagem implícita e crescimento pessoal.

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Eu não creio em Extraterrestres; mas gosto de falar, discutir e imaginar como seria seu metabolismo, seus meios de transporte, as consequências de sua possível existência, etc. e me ocorre o mesmo com o resto dos deuses e figuras fictícias da história da humanidade. Eu não acredito que Zeus e seus irmãos mitológicos, mas gosto da Mitologia grega! Isso me torna absurdo ou incoerente? Conheço muitos “crentes em Deus” que estudam Mitologia. Por acaso devem deixar de estudar? Tudo, absolutamente tudo do que falamos ou discutimos deixa um rastro de conhecimento e informação aproveitável. Muitas vezes não é de forma prática, mas sempre nos faz crescer como pessoas. E isso não tem preço.

5 - Quando o inexistente se torna um problema

Esta é a razão mais importante e a que justifica o fato de passarmos muitas horas na frente do computador publicando e 89


debatendo com crentes: Lamentavelmente a crença em Deus e as religiões são um grave problema para a humanidade. É precisamente por isso que nos esforçamos em informar e desmentir tudo relacionado com esse deus imaginário, pois já se demonstrou que é perigoso e nos afeta negativamente de forma direta. Se os crentes adorassem seus deuses de forma privada e pessoal, não haveria problema e os deixaríamos em seus delírios. Há pessoas que creem em chupa-cabras ou em ETs e não nos preocupamos em refutá-los. Mas quando essas crenças absurdas deixam de ser pessoais e tratam de impô-las a todos (muitas vezes à força e até com assassinatos como na inquisição), então é problema nosso. O crente cristão não crê em Alá ou no Islã, mas certamente NÃO permanece indiferente e em silêncio diante dos ataques extremistas de alguns membros fanáticos dessa crença (também abrâmica) contra quem não tem a mesma crença deles. Seguramente os crentes cristãos discutem, falam e polemizam sobre este problema, mesmo que não creiam em Alá (que significa Deus). Procure ver do ponto de vista dos ateus e compreenderá melhor. FALAMOS TANTO DE DEUS, PORQUE COISAS NEGATIVAS E PREJUDICIAIS A TODOS DEVEM SER DISCUTIDAS, ATACADS E REJEITADAS, EXISTÃO OU NÃO.

6 - As leis e Deus Os ateus e todas as pessoas em geral deveriam ter conhecimentos básicos da Bíblia e de Deus; já que grande parte das leis ditadas

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pelos governos possui (lamentavelmente) uma base bíblica ou religiosa. Educação escolar, proibição de matrimônios do mesmo sexo, parentelas, castigos e penas judiciais, dias feriados, movimentos políticos e incluso ataques e guerras contra outras nações têm em muitas ocasiões um transfundo e base religiosa. (Quem não recorda com tristeza quando George W. Bush justificou o ataque ao Iraque porque cumpria os mandamentos de Deus?). Inclusive podemos observar como muitos departamentos governamentais de várias nações “cristãs” possuem em sua entrada algum monumento ou placa com os “10 Mandamentos” recordando-nos que as "Leis e Deus" estão necessariamente unidos. Devemos falar de Deus e Religião já que os governos nos obrigam a isso ao incluir de maneira indiscriminada em nossas leis a seres invisíveis e recomendações de livros caducos e obsoletos.

7 - Sociedade e Deus Não são apenas as leis que possuem uma influência direta de Deus/Bíblia/Religião. Nosso comportamento social está em grande medida influenciado e baseado na religião. Imagine 90% da população sendo doutrinada desde criança com a existência de um deus que dita leis, normas e comportamentos. Evidentemente que muito dessa obscura aprendizagem se reflete na maneira de agir das pessoas dia-a-dia. Desde o ódio contra a homossexualidade até maneira de vestir, comer e falar possui influência religiosa. Logo, exigir que os Ateus não falem de Deus e religião é francamente absurdo. 91


As pessoas se comportam pensando que têm um amigo invisível ao seu lado. Tantas pessoas pensando dessa forma insana deve ser motivo de preocupação e franca discussão.

8 - Benefícios e aprendizagem cristã

O crente cristão que critica os ateus por falarem de seus deuses imaginários deveria perceber que isso lhes é muito conveniente. Por quê? Porque, segundo eles próprios, sua fé é fortalecida. Muitos crentes cristãos se apressam em alardear que são gratos aos ateus por tornarem pública a sua descrença e a rejeição ao seu deus e à sua religião, pois vêm isso como uma “prova de fé” (claro que sabemos que é pura falta de argumentos) e seus conhecimentos saem ganhando. 92


Sejamos francos, lamentavelmente a maioria dos cristãos possui ideias bastante desordenadas e confusas sobre sua própria religião e seu deus, o que é alarmante para os próprios cristãos, mas graças aos milhares de sites produzidos por ateus, seus conhecimentos têm aumentado bastante na área religiosa e bíblica. Estão aprendendo com os ateus. Por isso em vez de reclamar porque passamos falando de Deus, deveriam ser gratos por contribuirmos para aumentar sua fé (seja o que isso for) e os conhecimentos da sua própria religião neolítica. Mas não precisa agradecer, fazemos isso com muito prazer.

9 - Cumprimento da Bíblia

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O crente cristão também deve recordar que o próprio apóstolo Pedro lhe ordenou que devia debater e justificar sua fé diante de quem lhe exija, ou seja, diante dos ateus. 1Pedro 3:15 (Bíblia NVI) Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, 1Pedro 3:15 (Bíblia Almeida Atualizada) Antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós;

Portanto, não só deve debater, justificar e analisar as perguntas e questionamentos que lhe fazem os ateus, mas deve ser manso e jamais agressivo, como parece esquecer a maioria dos cristãos que entra em páginas e blogs ateístas. Por isso o crente deve dar graças aos ateus que criam páginas polêmicas e de ataque ao cristianismo, pois elas são para deixar claro que não cremos e não temos a mínima intenção de crer nas mesmas asneiras em que crê e por quais razões acreditamos que sua crença é perigosa. Graças aos ateus você pode cumprir a palavra do seu deus, portanto, responda sempre com mansidão e temor. De nada!

10 - Diversão

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Caro crente cristão, não nos diga que falar de deuses mitológicos invisíveis que nos manipulam e nos ordenam coisas absurdamente incoerentes não é divertido! Não nos tire a diversão! Se isso de deuses, livros velhos e religiões mitológicas não causassem tanto dano, morte e destruição, seria um motivo de risos e diversão absoluta. Peça tudo, menos que não falemos da Bíblia! Com essas histórias de burras falantes, peixes que levam pessoas na barriga, gente que se transforma em sal, cobras falantes, porcos voadores, planetas paralisados, trombetas assassinas, prepúcios cortados por todos os lados, zumbis caminhando pelas ruas... OMG! Se tudo isto não é motivo para conversas divertidíssimas, não sei o que seria. 95


É impossível deixar de falar (e de rir muito) com tudo isso! Como é fácil ver, há muitas razões que justificam os ateus estarem sempre falando de deuses, mas a principal razão é que “Todos somos livres para expressar nossas opiniões”, já 96


que os amáveis cristãos não podem mais queimar os hereges em fogueiras. Assim como você é livre para dizer que acredita em deuses/fantasmas/anjos, temos o mesmo direito de negar a crença nessas asneiras. Pouco menos de 10% da população do mundo é incrédula. O resto crê em algum tipo de divindade mágica. Estamos literalmente rodeados de pessoas que creem em fantasmas e que estes se relacionam diariamente conosco (apesar desses bilhões de crentes jamais terem conseguido provar suas afirmações). Pedirnos que não falemos nada diante de toda essa sandice coletiva é algo francamente alienante, discriminatório e ridículo. Os crentes usam cruzes, espadas, igrejas, catedrais, sermões, missas, batismos, guerras, ameaças, infernos, etc. para promover e proteger sua crença. Estamos em uma clara desvantagem numérica e de recursos. Nós só temos a nossa opinião e desejo de comunicar. 1. Além disso, você deve lembrar que seu Deus tem uma característica muito especial: é todo-poderoso. 2. Então se deseja que os ateus se calem, esperaremos que o próprio Deus nos diga, NÃO VOCÊ. 3. Isso significa que até Deus fazer isso, o crente terá que usar muito 1 Pedro 3:15.

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12 - Por que os Ateus parecem crer? >>>

Existe outra pergunta/desculpa usada com bastante frequência pelos adoradores do invisível, a de que os ateus são contraditórios e no fundo parecem crer em algo ou esboçar algum tipo de fé. Dizem coisas como: 1. - “Os Ateus são contraditórios: primeiro dizem que Não creem em Deus, logo depois dizem que Deus é mau ou que comete absurdos. Por acaso isto não é admitir que Deus existe?"

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2. - “O blasfemo autor do “Blog/site/artigo” afirma não crer na existência de Jesus e depois diz que Jesus cometeu erros ou que não é uma boa pessoa”. Mas é certo isso? Somos por acaso contraditórios ao citar argumentos contra a existência de Deus e ao mesmo tempo enumerar seus erros e atrocidades? Evidentemente que NÃO. Por isso o crente deve compreender o mecanismo de argumentação que costumamos utilizar para expressar nossas razões de não-crença e oposição às religiões e crenças. O que significa "crer"? É importante esclarecer significado da palavra "crer" em assuntos de fé e religião; e desta maneira deixar bem claro o porquê dos Ateus NÃO crerem em deuses, profetas, anjos e em todo tipo de fantasias divinas esquisitas. "Crer" (Existência de algo).

Dicionário Aurélio

Dicionário RAE

CRER

CREER

v. tr. 1. Dar fé a; acreditar. 2. Ter para si; julgar, supor.

(Del lat. credĕre).

v. intr. 1. Ter fé religiosa. 2. Dar fé a; acreditar. 3. Ter para si; julgar, supor. v. pron.

- tr. Ter por certo algo que o entendimento não alcança ou que não está comprovado ou demostrado. - tr. Dar firme apoio às verdades reveladas por Deus. - tr. Pensar, julgar, suspeitar algo ou estar persuadido dele. - tr. Ter algo por verossímil ou

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1. Julgar-se; confiar-se. 2. Ter fé religiosa.

provável. U. t. c. prnl. - tr. crer em Deus. CREER "creer" - tr. Dar consentimento, apoio ou confiança a alguém. - prnl. Dar crédito a alguém.

Em todos estes casos quando se utiliza a palavra “Crer” se refere à “Crença ou existência certa de algo”. Por exemplo: 1. - "NÃO creio em fantasmas", o que significaria: "Não creio que os fantasmas existam". 2. – “Não creio em Duendes, monstros, ovnis, etc.”, significa que não se crê na existência real e literal destas coisas. 3. – “Não creio em Deus” = “Não creio que Deus exista”. Quando nós dizemos “Não creio em Deus”, nos baseamos neste ponto.

"Crer" (Confiança em algo ou alguém). Também se utiliza a palavra "crer" quando não confiamos ou não nos fiamos de algo ou de alguém especificamente. Isto não tem nada a ver com a existência do objeto ao qual nos referimos. RAE: 100


"creer" - tr. Dar consentimento, apoio ou confiança a alguém. - prnl. Dar crédito a alguém. Por exemplo: - “Por que não crês em mim?” - Não é uma pergunta se crê em nossa existência física; pelo contrário, a questão é se infere confiança ou segurança em nós. - “Não creio na acupuntura.” - Não significa que não cremos que a acupuntura não existe, mas que não cremos que funcione. - “Não creio em ti”. - Significa: “No confio em ti”. - “Não creio em Deus”. - Quando os Ateus dizem isto, significa que embora pudesse exisitr um ser como "Deus", não é um ser que inspira confiança. Deus como ente inexistente e pouco confiável. Os ateus possuem vários mecanismos para negar e questionar coisas como Deus, personagens e histórias bíblicas, fé e religião. 

- Argumentos contra a existência de personagens Bíblicos e histórias Bíblicas:

Deus,

Jesus,

Neste caso oferecemos argumentação lógica e racional do porque estes elementos são seguramente inexistentes e só pertencem ao mundo da mitologia e da fantasia. Não nos referimos às suas questionáveis ações ou características absurdas que rodeiam suas 101


atividades; simplesmente se existem ou não. Geralmente são utilizados argumentos científicos, lógicos e históricos para propor a descrença. 

- Argumentos contra as ações reprováveis e as características absurdas que rodeiam a suposta existência destes elementos:

Neste caso preciso é quando analisamos e negamos o comportamento e desenvolvimento destes seres baseados no que a Bíblia nos diz e no que se crê popularmente sobre eles. Aqui é quando se afirma que: 

“SE DEUS EXISTISSE, NÃO TERIA SENTIDO (CONFIAR) NO QUE SE DIZ SOBRE ELE”.

CRER

Neste caso assumimos o ponto de vista do crente. O típico exemplo é a Mitologia. Nem nós e nem o crente cristão, cremos em Zeus e poderíamos argumentar muito contra a existência do resto dos Deuses Olímpicos. Mas também poderíamos gastar horas discutido o fato de que se Zeus tivesse existido, como fez para que Cronos regurgitasse seus irmãos ou sobre como estes sobreviveram estes dentro do organismo do ancestral Deus. Ao analisar ou negar este fato específico da vida de Zeus, não estamos afirmando que "cremos na existência de Zeus", mas que se existisse, há muitos problemas nas histórias que contam sobre ele. Vejamos alguns exemplos práticos sobre estes dois casos: Deus. 

- Não creio em Deus. (Existência): 102


Não há evidência de sua existência. Toda coisa que exista no universo deve ser medível e quantificável de alguma maneira. A ausência dos outros deuses nega o deus judaico-cristão, etc. 

- Não creio em Deus. (Confiança):

Deus é um assassino desalmado. Suas ações contradizem suas qualidades. Misógino. Cruel. Promove a escravidão e o racismo. É incompetente em controlar a maldade, etc.... (Tudo isto no suposto caso de Deus existir).

Personagens e histórias Bíblicas: Noé, Dilúvio e a Arca. 

- Não creio em Noé, no dilúvio ou na Arca (Existência):

Não há evidências históricas. É simples cópia de mitos anteriores. Não há qualquer evidência geológica de um dilúvio universal. Etc.. 

- Não creio em Noé, no dilúvio ou na Arca (Confiança):

Noé e seus filhos tinham mais de 400 anos ao fabricar a arca. É um completo absurdo meter dois (ou sete) animais de cada espécie na arca. É impossível alimentá-los. Ao baixar a água, toda a vegetação estaria morta. A morte de crianças no dilúvio reflete a crueldade de Deus, etc. (tudo isto no suposto caso de que Noé, Dilúvio e a Arca tivessem existido).

Jesus. 

- Não creio em Jesus (existência):

Não há evidências históricas confiáveis; e as que existem, estão manipuladas. Não existem fontes originais dos evangelhos e são 103


visivelmente manipulados e “corrigidos” constantemente através dos anos e interesses religiosos. As ações sobrenaturais de Jesus não têm apoio na ciência. 

- Não creio em Jesus (confiança):

Jesus não é um personagem modelo a seguir. Incoerências e absurdos em seu comportamento. Contradições entre os evangelhos. Moralidade questionável. Estes são apenas simples e superficiais exemplos. Se pode fazer o mesmo com quase todos os personagens e situações bíblicas.

Outros exemplos da vida cotidiana. Esta dicotomia do termo "crer" também se aplica em casos não relacionados com a religião; e certamente, qualquer crente já a utilizou em muitas ocasiões. O clássico exemplo são os filmes e as histórias literárias. Podemos questionar situações, personagens e citar absurdos e contradições em obras de ficção onde sabemos que os personagens NÃO existem: Porque Maggie, Bart e Liza Simpson não crescem? Por que Vito Corleone não morre depois de ser baleado? O que aconteceu com Libby e por que o "humo negro" pôde morrer? Como demônios pedem chover flores amarelas no funeral de José Arcadio Buendía? Por que as calças do Hulk não se rasgam quando ele se transforma? ... Etc. Estes banais exemplos nos demonstram que podemos negar, discutir e citar defeitos em personagens e histórias nas quais NÃO cremos que existam; E NEM POR ISSO SERMOS INCOERENTES. 104


Agora o crente sabe que quando um ateu lhe diz que não crê em Deus e depois diz que Deus é um ser mau; se refere ao segundo caso (e desde o ponto de vista crente), que mesmo que Deus existisse, existem muitas razões para não crer ou confiar nele. Isso deixa uma dificílima tarefa ao crente: Primeiro, demonstrar que Deus existe realmente de forma inequívoca, e uma vez que o consiga fazê-lo, deve explicar todas as crueldades, contradições, erros, incoerências, farsas, absurdos, mentiras, crueldades, injustiças e anacronismos que seu Deus parece possuir. É um difícil, senão impossível, o trabalho que o crente tem pela frente. E considerando o fracasso retumbante de todos os crentes anteriores, o resultado é bastante previsível. Boa Sorte! Baseado nos Textos originais de Noé Molina. Tradução JL.

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13 - Doze conselhos para o cristão debater com ateus >>>

1. Nunca utilize a Bíblia como argumento. Esta é a principal coisa que deve tomar cuidado com os nãocrentes, nunca usar versos bíblicos para apoiar seu argumento. O ateu não acredita na Bíblia. Claro, você pode fazer uma boa discussão sobre a própria Bíblia, pois muitos ateus geralmente dominam o seu conteúdo muito melhor que a maioria dos cristãos. Mas lembre-se, a Bíblia não é argumento e muito menos prova.

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2. NÃO USE experiências pessoais ou sentimentos como argumentos. Dizer "Deus existe porque eu sinto que em meu coração “não é um argumento, apenas um teste válido para você”. Também dizem coisas como "Eu sei por experiência que Deus existe" que eu responderia: "Os muçulmanos sabem por experiência que Deus existe", você vê, não é um argumento legítimo. Outras palavras que eles dizem é "uma família (X) foi curada por Deus e pelo poder da oração” isto não é prova, porque o ateu argumenta que foi a medicina e não a oração o curou. Neste caso, a frase cai em um problema profundo e controverso, porque se você diz isso, você deve mostrar evidência clara de que era Deus e a oração que curou essa pessoa e não um fator externo. Lembrem-se crentes, esses argumentos como "os sentimentos pessoais" só servem para convencer os outros crentes, mas nunca são suficientes para um ateu. A maioria dos ateus se baseia em testes e provas.

3. Nunca diga que ALGUM versículo "deve ser interpretado" ou "está fora de contexto". Tente não dizer isso, porque o ateu invariavelmente responderá em seguida, que todos os versículos da Bíblia e as coisas que você não gosta ou são simplesmente irracionais devem "ser interpretadas." Esse tipo de argumento convenceria apenas um cristão que se sente desconfortável com um versículo da Bíblia e querem desesperadamente uma desculpa para continuar a acreditar nas atrocidades dela. Isso é “A grande desculpa dos crentes”.

4. Nunca diga "A lei mosaica está abolida". 107


Esta é uma resposta muito comum quando se fala sobre as leis e os estatutos do Antigo Testamento. O Antigo Testamento está cheio de mandamentos e estatutos que inúmeros são os mais hediondos e cruéis e não contribui para nada para a imagem do "bom Deus". Se você responder com o seu parceiro Ateu que estes estatutos e mandamentos são abolidos ou que só eram válidos para a época, é certo que esperam uma discussão sobre a imutabilidade de Deus. O ateu dirá que, se Deus é imutável e que é amor, então os mandamentos são válidos. E eu sei por experiência que o crente comum demora um pouco para entender as características de Deus em toda sua magnitude. Lembre-se também que os 10 (ou mais) Mandamentos de Deus (Êxodo 20) não podem ser abolidos ou interpretados em um contexto histórico. E se acrescentarmos que o próprio Deus diz em várias ocasiões no livro de Levítico, que esses estatutos são "perpétuos", significa que não expiram e não podem ser abolidos. Qualquer “nova lei” ou “novo pacto” é seguramente uma fraude posterior.

5. Não use FLAVIO JOSEFO como prova da existência de Jesus. Este é outro erro que frequentemente toma a maioria dos crentes quando discute a existência histórica de Jesus. Sério amigo crente, você realmente acha que os ateus não sabem ou que não tenham estudado Josefo? Josefo é argumento mais do que refutado (a explicação correta é bastante extensa). Por isso apelo a Josefo, como base para afirmar a historicidade de Jesus é um erro grave. Além disso, se Jesus existiu e foi tão grande, famoso e maravilhoso como dizem, as provas de sua existência devem ser abundantes e sem fraudes; desnecessário será dizer que não é assim. Sem falar que Josefo cita mais de uma dúzia de “Jesuses” 108


em suas obras e que – para piorar – as cópias mais recentes da obra de Josefo são do século X, ou seja, cópias de cópias de cópias ... bem ao estilo de todos os livros bíblicos.

6. Não use o banal "argumento moral". Nunca levante a seguinte frase: "Se Deus não existisse, tudo seria ruim", este é o famoso "argumento moral" e não representa evidência suficientemente decente para apoiar a existência de Deus. Você tem que perceber que se essa teoria fosse verdadeira, todos os outros países do mundo onde as pessoas não acreditam em Deus seriam o mal e a vida nesses países seria uma catástrofe. De fato, em alguns casos, ocorre o oposto. Por exemplo, em países islâmicos as pessoas adoram um Deus diferente para o mesmo argumento: "Eu espero que você não acredite que todos os muçulmanos do mundo inteiro, que não adoram "Deus", são pessoas más”.

7. Nunca diga: "Existem milhares de evidências da existência de Deus". Nunca diga isso, porque quase imediatamente a resposta do ateu é: "Então mostrá-las" coisa que você não vai ser fácil, sem cair numa falácia ou erro. Para ateus as "prova" de Deus devem ser mensuráveis, quantificáveis e razoável. Pense amigo cristão, se a prova da existência de Deus era tão clara como você diz, então não haveria ateu. Estávamos todos os crentes. Em todos meus anos de palestras e debates com pessoas que eu nunca vi uma "prova clara e irrefutável “de Deus.

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8. Não discuta: "Se não há Deus, então, quem nos criou? Esta frase é um clássico. É a famosa falácia da ignorância. Aparentemente, quando um crente ignora ou não sabe alguma coisa, a única resposta que explica isso é Deus. Ou seja, "Como nós não sabemos donde e como nós viemos, a certeza de que era Deus." Aqui está a fazer um esclarecimento: Por que deve haver um "Quem?” nesta eterna questão da nossa origem. Pelo contrário, ela deve argumentar Como fomos criados? E não em quem nos criou? Não é necessária a presença de um ser inteligente por trás de tudo. Felizmente, a ciência nos deu respostas para muitas destas questões e então, temos que ter paciência. Fiel Amigo Tente não dar uma conotação divina para tudo que é desconhecido. Lembre-se que no passado, quando não sabíamos sobre o raio achávamos que era de Deus, hoje nós temos uma explicação científica e racional e que não há nada de sobrenatural nisso. Pense sobre isso quando você está com um tema que desconhece.

9. Nunca diga "A evolução é apenas uma teoria" ou "A evolução não está provada". Felizmente nem todos os cristãos pensam isso, há muitos cristãos sensatos que voluntariamente aceitam a evolução, que é sem dúvida um grande avanço, mas, infelizmente, ainda existem centenas de fiéis (a maioria protestante), que insistem em acreditar que a evolução ocorreu e que literalmente vem de Adão e Eva e que o mundo foi criado em seis dias. Lembre-se que em biologia a "teoria" não é o mesmo que em outras áreas do conhecimento. Uma teoria em termos biológicos é o máximo de comprovabilidade que existe. A teoria da evolução é a mais aceita entre a maioria dos cientistas, hoje, que explica como o homem 110


se tornou o que é hoje. Além disso, tente não confundir a "Evolução" com as teorias da origem do universo ou a origem da vida que são questões diferentes, mas relacionadas. Claro, você pode discutir os erros, lacunas, inconsistências em alguns pontos da teoria da evolução, mas isso significa apenas que há aspectos que ainda são estudados e analisados. Lembre-se que se houver outra solução para a questão “Como chegamos aqui”? A evolução é a certeza de ser uma resposta científica e não divina. Um cientista sério não vai dizer que foi Deus e a criação do Gênesis, a resposta para esse mistério.

10. Não utilize uma "Aposta de Pascal" como um argumento. Claro que você amigo crente cristão, mesmo que não conheça a "Aposta de Pascal" tem usado em várias ocasiões. É esta declaração: "Não acreditar em Deus é tolice, porque se Deus não existe, não há problema, mas se Deus existe, você vai para o inferno. Por isso, é mais seguro para acreditar que o risco. “Este argumento já foi analisado e refutado há muito tempo pelos ateus”.

11. Não utilize louvores ou desejos de conversão para com o ateu. Este tipo de respostas mecânicas aparece frequentemente quando o crente está sem argumentos sólidos ou se sente acuado. Solta a resposta "Eu te digo que só Deus amou o mundo que enviou seu filho... essa é a resposta que você precisa." Amigo crente, nunca, nunca use louvores ou palavras de arrependimento, para o ateu, sua reputação será muito menor se você o fizer. E se você não sabe alguma coisa ou não sabe a resposta, não há nada de errado em dizer "não sei”. 111


12. Nunca acusar os ateus de satânicos ou blasfemos. Fazer isso seria contraditório. O ateu não acredita em Satã ou algum ser diabólico, para nós a figura do Diabo é tão fantasiosa como o seu deus ou qualquer outro ser imaginário literário, portanto, chamar de Satânicos não nos afeta em nada. Insultar ou acusar o ateu de "blasfêmia", não vai favorecê-lo em nada, para o ateu não é blasfêmia e pecado não acreditar em deus. Isso é um problema apenas para você que acredita nele.

Extra: Não diga AS frases: "Os caminhos de Deus são misteriosos" OU "A mente humana não consegue entender a mente divina". Esta é a resposta mais comum quando o crente não tem uma resposta razoável para qualquer contato por parte dos ateus. Desnecessário dizer que essas frases são interpretadas pelo ateu como: "Eu não tenho ideia do que você diz" ou "Deus pode fazer o que ele quer." Essas respostas são geralmente vistas pelos ateus como um sinal de vitória e o ateu conservador as vê como um sinal de ignorância. É preferível um argumento desconhecido que diz "Não sei" ou "eu vou estudar o assunto", desta forma a sua reputação fica (pelo menos por agora) preservada. Nas próximas páginas esperamos que você entenda melhor. Veja no Índice: “A grande mentira dos crentes”.

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14 - FALÁCIAS lógicas na argumentação religiosa. >>>

1 - Amigos CRENTES cristãos… não se provam as negações! Em uma conversa entre cristãos e ateus às vezes costuma surgir o tema de “provar as negações” em algum diálogo do tipo:   

- Cristão: Deus existe! - Ateu: Demonstre, mostre alguma evidência. - Cristão: Não… Tu é quem deve dar-me evidências de que Deus não existe. 113


Para começar a analizar isto vejamos um exemplo paralelo, mas com uma pequena diferença:   

- Pessoa: Os unicórnios existem. - Cristão: Impossível … Demonstre que os unicórnios existem! - Pessoa: Não, demonstra-me tu que os unicórnios não existem.

Pode substituir a palavra unicórnio por qualquer ser ou coisa cuja existência seja pouco provável: Alá, Ganesha, duendes, Nessie, os Smurfs, etc.). Como é fácil notar, não é lógico provar as negações, já que em essência o que afirma a existência de algo é quem deve prova-la. Isto é simples sentido comum. E é neste tema onde os crentes entram em uma série de contradições verdadeiramente descomunais. Eles acreditam em algo para o qual não há nenhuma evidência e necessitam (exigem) argumentos que provem a não-existência disso, para que possam considerar a alternativa. Existem infinidades de argumentos lógicos válidos que os farão dar-se conta das contradições e dos gigantescos furos que existem em suas crenças e na sua lógica. Não é possível então, provar que Deus não existe. Mas se vamos basear toda nossa vida como se existisse, então alguém tem que demonstrar. E isto corresponde a quem afirma sua existência e baseia sua vida nessa existência. Sigamos com o exemplo do Unicórnio. Podemos provar a nãoexistência dos unicórnios? Vejamos, poderíamos verificar todos os lugares da terra, até debaixo das folhas. E incluso verificar no fundo do mar (para o caso dos unicórnios serem parentes dos cavalos marinhos) e se nenhum for encontrado, ainda assim não é prova de que não existem, pois comprovamos que não existem 114


unicórnios na terra, mas pode ser que existam em algum outro planeta ou nos confins do universo. Como podem ver, as negações são impossíveis de provar e a pessoa que exija uma prova deste tipo é ilógica e irracional; sem nenhum sentido comum. Na prática, todos vivemos supondo que os unicórnios não existem. Claro, poderiam existir, mas a possibilidade é mínima, então na prática assumimos que são inexistentes, já que tampouco se relacionam conosco de nenhuma maneira comprovável. Sensatamente não passamos a vida toda assumindo que os unicórnios existem, nem adorando-os, nem rezando para eles, nem fazendo nada relacionado com eles. Mas com outros seres em teoria inexistentes (Deus por exemplo) isso é feito de forma descarada.     

Os ateus supõem que Deus não existe. (Não podem provar). Os crentes supõem que Deus existe (Não podem provar) Logo, Deus é uma simples suposição.

Uma afirmação, sem provas não és aceita como verdade. Essa é a posição padrão. A posição que define o que é o pensamento crítico. O pensamento crítico significa não crer nas coisas que são ditas a menos que existam provas que sejam evidentes e com segurança. E sem o pensamento crítico, a lógica e a ciência se desmoronam, este é o único tipo de pensamento produtivo com que a humanidade progrediu. Rejeitar o pensamento crítico é retroceder e abraçar o pensamento da Idade Média. Se podem provar as negações? Se analisarmos isso com mais detalhe, depende da natureza da declaração negativa que se está fazendo. Vejamos algumas 115


declarações negativas que podem mostrar isso de forma bastante simples:   

Quatro não é igual a três. Os antigos Gregos não viam televisão. O tigre de Bengala não é nativo da América do Norte.

Evidentemente, é possível demonstrar uma declaração negativa. O verdadeiro problema aqui é claramente o carácter positivo da declaração a refutar. Quando uma pessoa afirma que Deus existe, não especifica as características de Deus, ou seja: Deus é pequeno? Grande? Azul? Vermelho? E onde está? Obviamente que não é possível demonstrar que Deus não existe, se "Deus" é uma coisa que não tem definição, sem qualidades e sem localização. Na realidade, se pode provar quase qualquer tipo de negação que se possa imaginar, com exceção da (Adivinhem!) não existência de seres místicos. Obviamente que não se pode provar que Deus não existe porque ninguém sabe o que Deus é.   

Por que o crente crê que algo é real, quando não há nada que indique isso? Por que o crente vive sua vida baseado em uma suposição sem a mínima evidência? Idiotice natural?

Fontes consultadas: http://www.diosesimaginario.com/index.php/2009/probando-negativos/ http://graveyardofthegods.com/articles/cantprovenegative.html

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2 - Falácias na Argumentação Religiosa

É importante observar que o simples fato de alguém cometer uma falácia não invalida toda a sua argumentação. Ninguém pode 117


dizer: "Li um livro de Rousseau, mas ele cometeu uma falácia, então todo o seu pensamento deve estar errado". A falácia invalida imediatamente o argumento no qual ela ocorre, o que significa que só esse argumento específico será descartado da argumentação, mas pode haver outros argumentos que tenham sucesso. Por exemplo, se alguém diz: 

"O fogo é quente e sei disso por dois motivos: 1. ele é vermelho; e 2. medi sua temperatura com um termômetro". Neste exemplo, foi de fato comprovado que o fogo é quente por meio da premissa 2. A premissa 1 deve ser descartada como falaciosa, mas a argumentação não está de todo destruída.

Há várias armadilhas para evitar na construção de um raciocínio dedutivo, que são conhecidas como falácias. Na linguagem cotidiana, chamamos de falácias a vários tipos de crenças errôneas. Mas na lógica, o termo tem um significado mais preciso. A falácia é um defeito técnico que faz com que o raciocínio não seja válido ou confiável. As falácias são comuns nas discussões entre ateus e cristãos já que os últimos costuma recorrer a elas muitas vezes, de forma voluntária ou involuntaria. Note que se pode criticar mais do que apenas a confiabilidade do raciocínio. Os argumentos são quase sempre apresentados com um propósito específico em mente. E a intenção do raciocínio também pode ser alvo de críticas. Os argumentos que contém falácias são descritos como falaciosos. Às vezes, eles parecem válidos e convincentes e apenas uma inspeção cuidadosa revela a falha lógica. Acentuação 118


A acentuação é uma forma de falácia que se baseia na mudança do significado obtido ao alterar as partes de uma afirmação, que são enfatizadas. Devemos estar particularmente atentos a este tipo de falácia na Internet, onde se pode interpretar mal a ênfase do que está escrito. Ad hoc A falácia Ad hoc consiste em dar uma explicação depois de um fato que não se aplica a outras situações. Frequentemente esta explicação Ad hoc estará construída para ser vista como um raciocínio. Por exemplo, se assumimos que Deus trata todas as pessoas igualmente, o seguinte é uma explicação Ad hoc:    

"Me curei de câncer." "Aleluia ao Senhor, Ele é teu curador." "Então Ele curará outros que padecem de câncer?" "Bem... os caminhos de Deus são misteriosos."

Afirmação do consequente Esta falácia é um argumento da forma "A implica B, B é verdadeiro, logo A é verdadeiro". Exemplo: 

"Se o universo foi criado por um ser sobrenatural, veríamos ordem e organização em tudo. E vemos ordem, não aleatoriedade; então é claro que o universo teve um criador”.

Isto é o contrário da Negação do antecedente. Anfibologia A anfibologia ocorre quando as premissas usadas em um raciocínio são ambíguas devido a uma formulação descuidada ou gramaticalmente incorreta. Por exemplo: 119


"Premissa: A crença em Deus preenche uma lacuna muito necessária."

Evidencia anedótica Uma das falácias mais simples é a de depender ou confiar em uma evidência anedótica. Por exemplo: 

"Há evidências abundantes de que Deus existe e de que está fazendo milagres hoje em dia. Na semana passada li sobre uma menina que estava morrendo de câncer. Toda a sua família foi ao templo, orou por ela e ela se curou."

É muito válido usar a experiência pessoal para ilustrar um ponto, mas essas anedotas não provam realmente nada a ninguém. Um amigo seu pode dizer que viu Elvis no supermercado, mas aqueles que não tiveram a mesma experiência exigiriam mais que a evidência anedótica para convencer-se. A evidência anedótica pode ser muito poderosa e impressionante especialmente se a audiência quer acreditar. Esta é parte da explicação das lendas urbanas. Histórias que são comprovadamente falsas têm circulado como anedotas por anos. Argumentum ad antiquitatem O apelo à antiguidade é a falácia de declarar que algo é correto ou bom simplesmente porque é antigo ou porque "sempre foi assim". O oposto ao Argumentum ad novitatem. 

"Por milhares de anos os cristão têm acreditado em Jesus Cristo. O cristianismo deve ser sincero e verdadeiro para ter perdurado tanto, mesmo diante da perseguição".

Argumentum ad baculum ou Apelo à força

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Esta falácia ocorre quando alguém apela à força (o à ameaça dela) para pressionar e fazer aceitar uma conclusão. Esta falácia é normalmente usada por políticos e pode ser facilmente resumida como "o poder faz com que seja correto". A ameaça não tem que vir necessariamente da pessoa com quem se discute. Por exemplo: 

"... certamente, há provas suficientes da veracidade da Bíblia. Aqueles que se recusam a aceitar a verdade arderão no inferno". "... de qualquer modo, conheço teu endereço e número de telefone. Te falei que tenho licença para portar armas?"

Argumentum ad hominem Significa literalmente "argumento dirigido ao homem", atacar a pessoa e não o argumento. Existem duas variedades. A primeira é a forma abusiva. Se você se recusa a aceitar uma afirmação e justifica sua rejeição criticando a pessoa que fez tal afirmação, então você é culpado de um argumentum ad hominem abusivo. Por exemplo: 

"Você diz que os ateus podem ser pessoas de moral. Entretanto, acontece que eu sei que você abandonou sua esposa e filhos."

Isto é uma falácia porque a verdade de uma asserção não depende das virtudes da pessoa que a afirma. Uma forma menos óbvia de argumentum ad hominem é a de recusar uma proposição baseando-se no fato de que também foi afirmada por alguma outra personalidade facilmente criticável. Por exemplo: 

"E o que sugere que façamos, que fechemos a Igreja? Hitler e Stalin estariam de acordo com você." 121


Uma segunda forma de argumentum ad hominem é tratar de persuadir alguém a aceitar uma afirmação que você fez, referindose a circunstâncias particulares dessa pessoa. Por exemplo: 

"... portanto, é perfeitamente aceitável matar animais para a alimentação. Espero que não o discuta, porque lhe vejo feliz com seus sapatos de couro."

Isto se conhece como argumentum ad hominem circunstancial. A falácia também se pode usar como desculpa para recusar uma conclusão particular. Por exemplo: 

"Claro que você dirá que a ação afirmativa é ruim. Você é branco."

Esta forma em particular de argumentum ad hominem, na qual se alega que alguém está racionalizando uma conclusão por motivos egoístas, se conhece também como "envenenar o poço". Nem sempre é inválido referir-se às circunstâncias de um indivíduo que faz uma declaração. Se uma pessoa é um conhecido mentiroso, este fato reduzirá sua credibilidade, mas não provará entretanto, que seu testemunho seja falso neste caso. Tampouco alterará a confiabilidade de qualquer raciocínio lógico que faça. Argumentum ad ignorantiam Argumentum ad ignorantiam significa "argumento da ignorância". Esta falácia ocorre quando se diz que algo deve ser verdadeiro simplesmente porque não se provou a sua falsidade. Ou, de maneira equivalente, quando se afirma que algo é falso porque não se provou sua veracidade. Note-se que isto não é o mesmo que assumir que algo é falso até que se demonstre que é verdadeiro. Na lei, por exemplo, se assume a inocência de alguém até que se demonstre sua culpa.) 122


Aqui há um par de exemplos:  

"É claro que a Bíblia está certa. Ninguém pode provar o contrário". "É claro que não existe telepatia e outros fenômenos psíquicos. Ninguém mostrou nenhuma evidência de que eles existem".

Na investigação científica, se sabe que um evento pode produzir certas evidências de sua ocorrência e que a ausência dessa evidência se pode usar validamente para inferir que dito evento não ocorreu. Entretanto, não o prova com certeza. Por exemplo: "Uma inundação como a Bíblia descreve necessitaria da presença de um enorme volume de água na terra e ela não tem nem um décimo dessa água, mesmo contando a água congelada nos polos. Portanto, tal inundação não ocorreu". É claro que é possível que algum processo desconhecido tenha removido a água. A Ciência, então, exigirá uma teoria provável e plausível para explicar o seu desaparecimento. Ainda assim, a história da ciência está cheia de más predições. Em 1893, a Real Academia de Ciências da Inglaterra foi persuadida por Sir Robert Ball de que "a comunicação com o planeta Marte era fisicamente impossível, porque seria necessário uma bandeira do tamanho da Irlanda, o que tornaria impossível fazê-la flamejar." Argumentum ad Lazarum O apelo à pobreza é a falácia de assumir que os pobres são mais íntegros e virtuosos que os ricos. Esta falácia é oposta à do Argumentum ad crumenam. Por exemplo: 123


"Os monges são mais propensos a possuir uma percepção do significado da vida, já que renunciaram às distrações da riqueza."

Argumentum ad logicam Esta é a "falácia da falácia" de argumentar que a proposição é falsa porque foi apresentada como a conclusão de um raciocínio falacioso. Pois raciocínios falaciosos podem chegar a conclusões verdadeiras.   

"Tomemos a fração 16/64. Agora, cancelando o seis de cima com o de baixo temos que 16/64 = 1/4." "Um momento! Não se pode cancelar os “seis” sem mais nem menos!" "Ah, então o que queres me dizer é que 16/64 não é igual a 1/4, Verdade?"

Argumentum ad misericordiam Este é o apelo à misericórdia. Esta falácia se comete quando alguém apela à misericórdia para que se aceite uma conclusão, por exemplo: 

"Eu não matei meus pais com um machado. Favor, não me condenem, eu já estou sofrendo muito sendo um órfão."

Argumentum ad nauseam Esta é a crença incorreta de que é mais fácil que uma afirmação seja verdadeira ou aceita como tal, quanto mais vezes seja ouvida. O argumentum ad nauseam é o que emprega a repetição constante, dizendo a mesma coisa repetidamente até que dê náuseas de tanto escutá-la. Argumentum ad novitatem 124


É o oposto do argumentum ad antiquitatem; é a falácia de afirmar que algo é melhor ou mais correto simplesmente por que é mais novo. 

"O Windows Vista é uma escolha melhor como sistema operacional que o Windows XP, porque ele tem um design mais moderno."

Argumentum ad numerum Esta falácia está relacionada com a do argumentum ad populum. Consiste em afirmar que quanto mais gente apoie ou creia em uma proposição, mais possibilidades de ser verdadeira possui. Por exemplo: 

"A grande maioria das pessoas neste país crê que a pena capital possui um efeito notável de prevenir e impedir delitos. Sugerir que não é assim diante tanta evidência é ridículo." "Digo apenas que milhares de pessoas acreditam no poder das pirâmides, então deve haver algo nisso".

Argumentum ad populum Também conhecido como apelo ao povo. Se comete esta falácia quando se tenta ganhar a aceitação de uma afirmação apelando a um grupo grande de gente. Frequentemente este tipo de falácia se caracteriza por usar uma linguagem emotivo. Por exemplo: 

"Por milhares de anos as pessoas têm acreditado Jesus e na Bíblia. Essa crença tem tido um grande impacto em suas vidas. Que evidência mais necessita de que Jesus é o filho de Deus? Você está tentando me dizer que todas essas pessoas são tolas e enganadas?".

Fonte: http://www.angelfire.com/az/ateismo/logica.html 125


15 - FALÁCIAS cristãs mais comuns. >>>

Analisaremos agora as frases falaciosas mais comuns na argumentação cristã. Revisaremos especificamente cada uma destas falácias que alguns dos crentes oferecem como resposta aos problemas e incongruências de Deus e sua religião. Sempre é bom esclarecer que o fato de incorrer em uma falácia de qualquer tipo e em outras situações da vida, não significa necessariamente que a premissa seja falsa; por isto trataremos de especificar o erro em que incorre a afirmação falaciosa. 126


Amigo crente da mitologia judaico-cristã, revise com cuidado todas estas frases e evite utilizá-las em suas conversações … estaria incorrendo em uma falsidade conhecida em termos de lógica básica como Falácia. 1 - Deus existe porque o sinto em meu coração.  

Falácia: Non sequitur Existência de Deus não depende de sentimentos pessoais. São dois pontos muito diferentes.

2 - Deus existe porque o conheço e sei de muitos casos de enfermos curados pela fé em Deus.  

Falácia: Evidência anedótica. As experiências pessoais muitas vezes não são confiáveis. É como se um conhecido seu dissesse que viu o Elvis no supermercado. Este tipo de evidência só é efetiva se o interlocutor está disposto a aceita-la.

3 - Deus existe porque a Bíblia diz que existe.  

Falácia: Circulus in demonstrando É o célebre “Argumento circular”, onde a premissa é a própria conclusão. Neste caso geralmente se completa assim: “Deus existe porque a Bíblia diz que existe; E a Bíblia é verdadeira porque foi escrita por Deus”.

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4 - Deus existe. Quem senão ele criou a bela natureza que nos rodeia?    

Falácia: Do apelo à natureza. Esta falácia comum relaciona de forma errônea uma afirmação com a natureza circundante. Falácia: Reificação ou hipostatização Neste caso o conceito é demasiado abstrato e complexo (Natureza). Converter uma ideia abstrata em uma coisa concreta.

5 - Deus existe porque as profecias Bíblicas têm se cumprido.

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 

 

Falácia: Petição de princípio Esta falácia ocorre quando as duas afirmações são controvertidas e muito discutíveis: a existência de Deus e a veracidade das profecias. Falácia: Reificação ou hipostatização Neste caso o conceito é demasiado abstrato e complexo (Profecias). Converter uma ideia abstrata em uma coisa concreta.

6 - Deus existe, porque senão de onde viemos?  

Falácia: Apelo à ignorância Tentar provar algo a partir da ignorância quanto à sua validade. Ex.: Ninguém conseguiu provar que Deus existe, logo ele não existe. Ou o contrário. Ex.: Ninguém conseguiu provar que Deus não existe, logo ele existe.

7 - Deus existe, já que sem ele não saberíamos o que é bem e o que é mal.  

Falácia: Negação do antecedente. Raciocínio que partindo de uma condicional (Deus existe) e negando o primeiro (sem ele), que é o antecedente, se conclui a negação, que é a consequência (um mundo perverso). Ex: Se Deus não existe, não há conhecimento do bem e do mal.

8 - Deus existe porque preenche uma necessidade humana básica. 

Falácia: Anfibologia 129


É o apelo à ambiguidade. Esta afirmação é muito ambígua e imprecisa para ser correta.

9 - Deus existe porque é o Deus mais antigo que se mantém até nossos dias; e o cristianismo tem dois mil anos e ainda existe.  

Falácia: Argumentum ad antiquitatem É a famosa e popular falácia que apela à antiguidade de algo para considerá-la correta. Equivale a dizer “A astrologia é verdadeira porque tem milhares de anos de antiguidade”.

10 - Deus existe porque senão para onde vamos ao morrer?  

Falácia: Ad Ignorantiam No apelo à ignorância se infere a verdade ou falsidade de uma proposição baseando-se na ignorância existente sobre ela. Como ninguém sabe o que ocorre após a morte, se assume de maneira errônea que a resposta é Deus.

11 - Deus existe porque os ateus não têm moral e grandes assassinos como Stalin foram ateus.  

Falácia: Argumentum ad hominem O ataque à pessoa é o tipo de falácia que desacredita uma postura só porque um dos que dizem comparti-la é uma comprovada má pessoa. É exatamente o mesmo que um ateu colocar como prova da inexistência de Deus personagens crentes como Hitler ou Torquemada. Nenhum cristão aceitaria isto, já que diriam que eles não 130


 

 

representam o cristianismo que professam. E Stalin na verdade reergueu o catolicismo ortodoxo. Falácia: Inversão do acidente ou generalização precipitada. Por um caso isolado e pouco frequente, se generaliza o resto da população com as características indesejadas (Stalin). Falácia: Afirmação do consequente. É o equivalente lógico a assumir a verdade necessária de que o contrário também o é. Exemplo: “Se estou dormindo tenho os olhos fechados, então se tenho os olhos fechados devo estar dormindo”, ao mudar a frase não significa que o segundo seja certo. Neste caso: Stalin era ateu e era imoral; o contrário (que todo ateu é imoral como Stalin) não é correto.

12 - Deus existe porque tinha dor de cabeça, orei a Deus e a dor de cabeça desapareceu.  

Falácia: Non causa pro causa A falácia da causa questionável. Neste caso, a causa (oração) não foi inequivocamente demonstrada como determinante do evento (desaparecimento da dor de cabeça).

13 - Deus existe porque todas as pessoas que conheço acreditam nele.  

Falácia: Generalização precipitada Neste caso a amostra foi falsamente considerada como a típica de uma população da qual foi tomada. Exemplo: 131


Alguém pode dizer “Todo mundo gostou do filme” sem mencionar que “todo mundo” foi ele e três de seus companheiros.

14 - Deus existe porque a evolução não é válida e já se demonstrou que tem muitos erros.  

 

Falácia: Falso dilema ou bifurcação Este argumento falacioso só considera como possíveis duas alternativas, ignorando outras prováveis soluções do problema. Neste caso Criacionismo ou Evolucionismo. Falácia: Ad Ignorantiam O apelo à ignorância. Neste caso, quem faz a afirmação pode ignorar ou não conhecer totalmente o que significa uma das conclusões (Evolução).

15 - Deus existe porque me curou (ou alguma outra pessoa) de uma enfermidade incurável.  

Falácia: Ad hoc Esta falácia se aplica a um evento que nem sempre se aplica em outras situações. Por exemplo. Se fosse demonstrado inequivocamente que Deus curou você ou outra pessoa qualquer de câncer ... Isso significa que Deus curará qualquer outra pessoa? Evidentemente não.

16 - Deus existe porque personagens como Newton, que era um grande cientista, acreditava em Deus. 

Falácia: Argumentum ad verecuendiam 132


 

O apelo à autoridade é uma premissa baseada na autoridade de um personagem que a apoia. Embora esta falácia possa ser eventualmente correta, na maioria dos casos o personagem não tem autoridade suficiente na área em que se faz a afirmação, mas se destaca notavelmente em outra. Por exemplo, levar a sério a opinião política de um atleta consagrado. Falácia: Afirmação do consequente. É o mesmo caso visto mais acima com Stalin. Porque Newton era virtuoso e acreditava que Deus existia; não significa que Deus exista porque alguém como Newton acreditava nele.

17 - Deus existe porque Jesus dividiu a história em antes e depois de Cristo.  

Falácia: Cum hoc ergo propter hoc Se assume que porque dois eventos ocorrem ao mesmo tempo, estão relacionados. Neste caso em particular, bem sabemos que a divisão de AC e DC foi atribuída no século VI e não foi aceita de maneira geral na Europa até o século XI.

18 - Deus existe porque há centenas de relíquias da época de Jesus, além dos lugares onde ele esteve.  

Falácia: Petitio principii Esta falácia ocorre quando as afirmações são controvertidas e muito discutíveis. Neste caso em particular são três afirmações bastante incertas: a existência de Deus, a

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existência do Jesus histórico e a veracidade das relíquias sagradas.

19 - Deus existe, já que eu sei que você sendo ateu maltrata sua mulher.  

Falácia: Argumentum ad hominem O ataque à pessoa em vez do argumento. Esta falácia apela a falhas ou defeitos pessoais projetando-os de maneira equívoca às crenças. Devemos lembrar que a verdade não depende das virtudes ou defeitos de quem a expressa.

20 - Deus existe, porque há muitas pessoas boas que acreditaram em Deus como Newton, Galileu, Kant, Pasteur e muitos mais.  

Falácia: Generalização precipitada. É uma falácia que ocorre quando o tamanho de uma amostra apresentada é pequeno demais para sustentar uma generalização: Neste caso: Não é porque estes personagens tenham sido exemplares que significa que o resto dos crentes o sejam e por consequência Deus exista.

21 - Deus existe porque vemos ordem neste universo e a ordem não vem do acaso.  

Falácia: Afirmação do consequente. Se aplica quando uma afirmação (A) é correta e se conclui falaciosamente que a seguinte também és (B). Além disso, para tornar esta afirmação correta é necessário demonstrar várias coisas: que o universo foi inequivocamente criado por Deus, que o conceito de ordem é como o definimos e 134


que a influência do acaso é tão determinante como se afirma.

22 - Deus existe porque se o negas irás ao inferno.  

Falácia: Argumentum ad baculum O apelo à força ocorre quando se recorre à força ou às ameaças para apoiar um ponto. Equivale a dizer “Os mais poderosos tem razão”.

23 - Deus existe por que ninguém demonstrou que a Bíblia está errada.  

Falácia: Argumento da ignorância Uma das variantes do Argumentum ad ignorantiam ocorre quando se afirma a veracidade de algo simplesmente porque não se demostrou sua falsidade (coisa que com a Bíblia não é rigorosamente certo, pois sua falsidade já foi demonstrada em grande parte de seu conteúdo.)

24 - Deus existe porque eu sofri muito em minha vida e Deus me ajudou a superar os problemas.  

Falácia: Argumentum ad misericordiam É a famosa falácia do apelo à misericórdia. Nos incita a aceitar uma premissa baseando-se na simpatia por alguém que sofreu muito.

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25 - Deus existe porque milhões de pessoas acreditam nele, não podem estar todas equivocadas.  

Falácia: Apelo ao povo Argumentum ad populum é uma premissa falaciosa baseada na aceitação de argumento só porque é aceita por um grande número de pessoas.

26 - Deus existe porque sem ele o mundo se encheria de violência, maldade e caos.  

Falácia: Ladeira escorregadia. Esta falácia afirma falsamente que se um evento ocorre (a não existência de Deus) outros eventos lastimáveis e perigoso ocorrerão irremediavelmente. Não há provas de que estes eventos terríveis sejam causados pelo primeiro evento.

27 - Deus existe porque tu não podes demonstrar que não existe.  

Falácia: Inversão do ônus da prova. É uma das mais utilizadas pelos cristão. Neste caso cabe ao cristão demostrar inequivocamente que Deus existe, já que é ele quem faz a afirmação.

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16 - Argumentos fajutos a favor de Deus

O Ateísmo - a ausência de crença em deuses - se baseia na falta de evidências de que os deuses pregados pelos crentes existam, falta de motivos para crer em deuses e nas dificuldades e contradições geradas pelo conceito de deus. No entanto, o ateísmo permanece uma hipótese, sujeita a mudanças se argumentos teístas convincentes surgirem. A seguir, apresentamos alguns dos argumentos que ateus examinaram e algumas das razões pelas quais os rejeitaram.

1 - Deus das Lacunas (Deus sendo o “almoço grátis”) A maioria das “provas” de que deuses existem se baseia, pelo menos em parte, no argumento do Deus das lacunas. Este argumento diz que se nós não temos a resposta para alguma coisa, então “Foi Deus”. “Deus” se torna a explicação padrão, mesmo sem evidências. 137


 

Mas será que dizer que “Foi uma resposta? NÃO. ISSO NÃO É RESPOSTA.

Deus”

é

realmente

William Dembski, defensor do “Design Inteligente”, publicou um livro chamado “Não existe almoço grátis”. Entretanto, Deus é o “almoço grátis” derradeiro. Consideremos isto: 1. Não sabemos do que deuses são compostos. 2. Não sabemos quais são os atributos dos deuses. 3. Não sabemos quantos deuses existem. 4. Não sabemos onde estão os deuses. 5. Não sabemos de onde vêm os deuses ou, visto de outra

forma, como é possível que eles sempre tenham existido. 6. Não sabemos de que modo os deuses criam ou modificam as coisas. 7. Não sabemos o que é o “sobrenatural” e nem de que forma ele consegue interagir com o mundo natural. Em outras palavras, não sabemos absolutamente nada sobre deuses — e, no entanto, um monte de gente atribui um monte de coisas a um ou mais deuses. Portanto, dizer que “foi Deus” é responder a uma pergunta com outra pergunta. Não traz nenhuma informação e apenas complica ainda mais a pergunta original. O argumento do Deus das lacunas afirma que não apenas nós não temos uma resposta não sobrenatural hoje, mas que nós nunca descobriremos uma resposta não sobrenatural no futuro porque uma resposta não sobrenatural não é possível. Assim, para contestar um argumento “Deus das lacunas”, temos apenas que mostrar que é possível imaginar uma resposta não sobrenatural. Por exemplo: abrimos uma porta e vemos um gato dormindo num canto. Fechamos a porta, abrimos de novo 5 minutos depois e notamos que o gato agora está dormindo no 138


outro canto. Uma pessoa diz “Deus moveu o gato sem acordá-lo” (mas não prova). Outra diz “É bem possível que o gato tenha acordado, andado até o outro canto e dormido de novo”. Deste modo, embora ninguém tenha visto o que realmente aconteceu, o argumento “Deus das lacunas” foi descartado pela possibilidade de se explicar o fenômeno sem apelar para causas sobrenaturais. 2 - Ter fé numa coisa não a torna realidade O fato é que ninguém nem ao menos sabe se é possível existirem deuses. Só porque conseguimos imaginar alguma coisa, não significa que ela seja possível. Por exemplo, podemos nos imaginar atravessando paredes sólidas, mas isto não quer dizer que vamos conseguir. Assim, só porque conseguimos imaginar um deus, não significa que ele tenha que existir. Como não há provas quanto à existência de nenhum deus, um crente típico tem que presumir a existência de pelo menos nove coisas até chegar ao deus em que ele acredita. São nove passos separados porque um passo não implica no passo seguinte. 1. O 2. 3. 4. 5. 6. 7.

primeiro passo é acreditar na existência de um mundo sobrenatural. O segundo passo, que existam seres de algum tipo nesse mundo. O terceiro, que estes seres sejam conscientes. O quarto, que pelo menos um destes seres seja eterno. O quinto, que este ser seja capaz de criar alguma coisa do nada. O sexto, que este ser seja capaz de interferir no universo depois de criá-lo (ex. milagres). O sétimo, oitavo e nono, que este ser seja onisciente, onipotente e infinitamente amoroso. 139


Se, ainda por cima, as pessoas quiserem acreditar no deus de uma religião específica, então passos adicionais são necessários. Desta forma, quando falamos em deuses, não temos absolutamente nenhuma ideia do que estamos falando e ainda temos que assumir a existência de 9 coisas diferentes para chegarmos ao deus em que a maioria das pessoas acredita. 3 - Argumento dos livros sagrados 1. Só porque algo está escrito, não significa que é verdade. 2. Isto é válido para a Bíblia, para o Corão e para qualquer

outro livro dito sagrado. 3. Tentar provar a existência do deus de um livro sagrado usando o próprio livro sagrado como “evidência” é argumentação circular. Quem acredita no livro sagrado de uma religião, em geral rejeita os livros sagrados das outras religiões. 4 - Argumento dos lugares históricos Este argumento afirma que, se personagens e lugares históricos são mencionados em lendas antigas, então tudo o mais nessas lendas, incluindo descrições de acontecimentos sobrenaturais, tem que ser verdade. Se este argumento for válido, então tudo o que está na Ilíada, incluindo as intervenções dos antigos deuses gregos, deve ser verdade. 5 - Revelações dos profetas Todas as religiões afirmam terem sido reveladas, em geral por meio de pessoas denominadas “profetas”. Mas como saber se uma “revelação” é realmente uma “mensagem de Deus” e não 140


uma alucinação ou uma simples mentira? Uma revelação é uma experiência pessoal. Mesmo se uma revelação realmente vier de um deus, não há como provar. As pessoas de uma religião em geral não acreditam nas revelações das outras religiões. Essas revelações muitas vezes se contradizem, portanto, com base em que poderemos determinar qual das revelações é a verdadeira? 6 - Testemunho pessoal, “abrir o coração” Isto acontece quando é você mesmo que recebe a revelação ou sente que um deus realmente existe. Você pode até ser sincero e pode ser até que um deus realmente exista, mas sentimentos não provam nada, nem para você e nem para os outros. Não adianta pedir aos ateus que “abram seus corações e aceitem Jesus” (ou qualquer outro deus). Se nós abandonássemos nosso ceticismo, talvez até sentíssemos alguma inspiração, mas isto seria apenas uma experiência emocional e não teríamos como saber se um deus estaria realmente falando conosco ou se estaríamos apenas sofrendo alucinações. 7 - A maioria das pessoas acredita em Deus É verdade que ao longo da história, a maioria das pessoas acreditou em pelo menos um deus. Entretanto, popularidade não transforma nada em verdade. Afinal, a maioria das pessoas acreditava que a Terra era o centro do universo. O número de ateus no mundo está aumentando, atualmente. Talvez um dia a maioria das pessoas seja ateia. Por exemplo, a maioria dos cientistas nos EUA já é ateia. Entretanto, assim como no caso da religião, a popularidade crescente do ateísmo não prova que ele é verdade. É bem possível que já haja mais ateus do que crentes na Inglaterra, na França e em outros países. Será que isto quer dizer que Deus existe em toda parte exceto nestes países? 141


8 - A evolução não iria favorecer uma falsa crença Será que a evolução favoreceria uma espécie incapaz de perceber a realidade? Ou uma espécie sujeita a alucinações? Se não, então deve haver um deus, segundo este argumento. Entretanto, a evolução não favorece o que é verdade. A evolução favorece o que é útil. Ninguém discorda de que a religião e a crença em deuses foram úteis em alguns casos. “Deus”, assim como Papai Noel, pode ser usado para fazer as pessoas se comportarem em troca de uma recompensa. “Deus” também pode ser usado para justificar atos condenáveis que beneficiam seu grupo, como os homens-bomba islâmicos e as Cruzadas. “Deus” pode diminuir seu medo da morte. Entretanto, na era das armas nucleares, o perigo da crença em deuses supera em muito seus benefícios. 9 - A parte de nosso cérebro ligada a Deus Alguns religiosos argumentam que deve haver um deus, caso contrário, para que teríamos uma parte de nosso cérebro que “reconhece” um deus? Que outra utilidade esta função cerebral teria? Entretanto, a imaginação é importante para nossa sobrevivência. Podemos imaginar muitas coisas que não são verdade. É um subproduto de nossa capacidade de imaginar coisas que podem ser verdade. Na verdade, os cientistas estão estudando, de um ponto de vista biológico, por que alguns têm crenças religiosas e outros não. Eles já identificaram substâncias em nosso cérebro que podem nos fazer ter experiências religiosas. A dopamina, por exemplo, tende a nos fazer “ver” coisas que não existem. Um novo campo científico, a neuroteologia, estuda a religião e o cérebro e já identificou que a parte do cérebro conhecida como lobo temporal pode gerar experiências religiosas. Outra parte do cérebro, que controla o sentimento de individualidade, pode ser conscientemente desligada durante a 142


meditação, dando a essa pessoa (que perde a noção do limite onde ela termina e onde começa o mundo externo a ela) um sentimento de “fusão” ou “unidade” com o universo. 10 - Antigos “milagres” e histórias de ressurreições Muitas religiões têm histórias de milagres. Assim como os que acreditam numa religião são céticos quanto aos milagres das outras, os ateus são céticos quanto a todas as histórias de milagres. Eventos extraordinários podem ser exagerados com o tempo e se tornarem lendas milagrosas. Bons mágicos fazem coisas que parecem milagres. As coisas podem ser mal avaliadas e mal interpretadas. Muitas coisas que pareciam milagres no mundo antigo, hoje são facilmente explicadas. Quanto às ressurreições, os ateus não acham que histórias de gente que ressuscitou dos mortos sejam convincentes. Há muitas lendas assim na literatura antiga e, mais uma vez, a maioria dos religiosos rejeita as histórias de ressurreição das outras religiões. Muitas religiões afirmam que seus deuses realizaram milagres óbvios e espetaculares há milhares de anos. 1. Por que os milagres não mais acontecem? 2. Os deuses ficaram tímidos? 3. Ou foi o progresso da ciência?

11 - “Milagres” modernos de cura e ressurreição “Milagres” de cura nos dias atuais são um bom exemplo do “Deus das lacunas”. Alguém se cura de uma forma que a ciência não consegue explicar? Claro, “foi Deus”. Deus nunca precisa provar nada. As pessoas sempre assumem de que o mérito seja dele. O problema deste argumento é que ele parte do princípio de que sabemos tudo sobre o corpo humano e temos condição de 143


descartar uma explicação científica. Entretanto, o fato é que nosso conhecimento médico é limitado. Por que nunca vemos um verdadeiro milagre, como braços amputados se regenerando instantaneamente? Foram feitos diversos estudos sobre o efeito das orações no caso de pacientes que não sabiam se alguém estava orando por eles ou não, e não se constatou nenhuma influência das orações sobre a cura. E fica a pergunta: 

Afinal, por que temos que implorar a um deus onipotente e infinitamente amoroso para que nos cure de doenças e dos efeitos de acidentes naturais que ele mesmo causou? É o Problema do Mal: se Deus é todo-poderoso e infinitamente amoroso, por que existe o mal, para início de conversa?

No mundo de hoje, as histórias de ressurreição sempre parecem acontecer em países atrasados, em condições não controladas por cientistas. Por outro lado, por que nunca houve ressurreições de pessoas que morreram em hospitais modernos, conectadas a máquinas que indicaram quando as mortes ocorreram? 12 - “Céu” (Medo da Morte) Nem ateus nem religiosos gostam do fato de que vamos todos morrer. Entretanto, este medo não prova que há uma vida após a morte — prova apenas que nós gostaríamos que houvesse. Só que desejos não se tornam automaticamente realidade. Não há evidências de que um deus exista, nem de que ele tenha criado algum lugar para irmos depois da morte. Não há nenhuma explicação sobre o que é esse lugar, onde ele está ou como foi que um deus o criou do nada. Não há evidências sobre almas, 144


nada sobre a composição de uma alma e nenhuma explicação sobre como uma alma não-material surgiu em um corpo material ou, alternativamente, sobre quando e como um deus faz surgir uma alma num corpo. Se um óvulo humano fertilizado tem uma alma, o que acontece quando ele se divide para formar gêmeos?   

 

Cada um fica com meia alma? Ou havia duas almas no óvulo fertilizado original? E quando acontece o contrário, ou seja, quando dois óvulos fertilizados se fundem em um único ser humano (uma “quimera”)? Essa pessoa terá duas almas? Ou havia duas meias almas que se fundiram?

Se um bebê de uma semana morre, que tipo de pensamentos ele terá na outra vida? Os pensamentos de um bebê de uma semana?   

Ou os de um adulto? Se este for o caso, como será possível? De onde virão estes pensamentos adultos e quais serão?

Não há motivos para se acreditar que nossa consciência sobrevive à morte de nosso cérebro. A mente não é algo separado do corpo. Por exemplo:   

Conhecemos as substâncias químicas responsáveis pelo sentimento do amor. As drogas podem alterar nosso humor e assim mudar nossos pensamentos. Danos físicos ao nosso cérebro podem mudar nossa personalidade e nossos pensamentos.

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Adquirir uma nova habilidade, que envolve pensar, pode mudar fisicamente a estrutura do nosso cérebro.

Algumas pessoas ficam com a doença de Alzheimer no fim de suas vidas. O dano a seus cérebros é irreversível e pode ser detectado por tomógrafos. Essas pessoas perdem a capacidade de pensar, mas continuam vivas. Será que seu pensamento retorna logo após a sua morte, na forma de uma “alma”? Se as pessoas tivessem que escolher entre um deus e uma vida após a morte, a maioria escolheria a segunda vida e esqueceria Deus. Elas só escolhem acreditar em Deus porque é o único jeito que elas conhecem de realizar seus desejos de uma vida após a morte. 13 - Medo do Inferno Para os ateus, a ideia de inferno parece uma enganação — uma tentativa de levar as pessoas a acreditarem pelo medo naquilo que elas não conseguem acreditar pela razão e pelas evidências. O único jeito de encarar isto “logicamente” é encontrar a religião que lhe pune mais duramente pela descrença e então acreditar nela. Ótimo, você terá se livrado do pior castigo que existe — mas só se esta for a “verdadeira” religião. Por outro lado, se ela (e sua punição) não forem verdadeiras — se a religião que ficou em segundo ou terceiro lugar quanto a dureza da punição for a verdadeira religião — então você não se salvou de nada. 

Então, qual inferno, de qual religião, é o verdadeiro?

Sem evidências, jamais saberemos. Mesmo entre cristãos há pelo menos 3 infernos diferentes. Na versão tradicional, sua “alma” queimará eternamente. Uma segunda versão diz que um deus de amor não seria tão cruel, portanto sua “alma” apenas deixará de existir. Uma terceira versão diz que o céu não é um lugar físico, 146


mas apenas a condição de estar para sempre separado de Deus. Acontece que os ateus já estão separados de Deus e vivem sem problemas, portanto esta ameaça não faz sentido para eles. 

Além disso, como é possível ficar separado de um deus que, supostamente, está em toda a parte – é onipresente?

14 - Aposta de Pascal Em resumo, a aposta de Pascal diz que temos tudo a ganhar (uma eternidade no céu) e nada a perder se acreditarmos em um deus. Por outro lado, a descrença pode levar-nos a perder o céu e ir para o inferno. Já vimos que o céu é apenas uma coisa que desejamos que exista e que o inferno é uma enganação, portanto vamos examinar a questão da fé. A aposta de Pascal assume que uma pessoa possa se forçar a acreditar em alguma coisa. Isto não funciona, pelo menos não para um ateu. Portanto ateus teriam que fingir que têm fé. Só que, de acordo com a maioria das definições de Deus, ele perceberia nossa mentira interesseira. Será que ele nos recompensaria mesmo assim? A aposta de Pascal também diz que você “não perde nada” por acreditar. Um ateu discordaria. Ao acreditar em Deus sob essas condições, você estaria reconhecendo que está disposto a acreditar em algumas coisas pela fé. Em outras palavras, você estaria aceitando abandonar as evidências como seu padrão para julgar a realidade. Vista desta forma, a fé já não parece tão interessante, não é? 15 - Culpando a vítima Muitas religiões castigam as pessoas por não acreditar. Entretanto, crença exige fé e pessoas como os ateus são incapazes de ter fé. Suas mentes requerem evidências.

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Assim, devemos punir os ateus por não acreditarem que “Deus” não é uma coisa evidente?

16 - O fim do mundo Assim como no caso do Inferno, esta ideia parece aos ateus servir apenas para induzir as pessoas a acreditarem por medo naquilo em que elas não conseguem acreditar pela razão e pelas evidências. Ao longo dos séculos, houveram muitas profecias sobre o fim do mundo. Se sua fé se baseia nisto, pergunte a você mesmo: por quanto tempo você está disposto a esperar — quanto tempo será necessário para você se convencer de que o mundo não vai acabar? 17 - Dificuldades da religião Já se argumentou que as religiões exigem tantos sacrifícios que as pessoas jamais as seguiriam se um deus não existisse. Entretanto, pelo contrário, é a crença em um deus que motiva as pessoas. Um deus não precisa existir para que isto aconteça. As dificuldades podem até servir como ritual de admissão numa seita, como um meio de se tornar um dos “escolhidos”. Afinal de contas, se soubéssemos que todos seriam salvos, por que nos daríamos ao trabalho de seguir uma religião? Além disto, a recompensa que a maioria das religiões promete em troca da obediência — um céu — compensa em muito a maioria das dificuldades impostas por elas. 18 - Argumento do martírio: Dizem os crentes que ninguém morreria por uma mentira. Eles ignoram o fato de que as pessoas podem ser enganadas (ainda que com a melhor das intenções) quanto à veracidade de 148


uma religião. A maioria dos grupos que incentivam o martírio promete uma grande recompensa no “céu”, portanto os seguidores não acham que perder a vida seja um sacrifício tão grande. 1. Será que o fato de que os terroristas que jogaram os aviões

no WTC estavam dispostos a morrer por sua fé faz do islamismo a verdadeira religião? 2. E o que pensar de cultos como o Heaven’s Gate, cujos seguidores cometeram suicídio em 1997 acreditando que suas “almas” iriam para uma nave espacial que acompanhava um cometa e onde Jesus os esperava? 19 - Argumento do vexame Alguns crentes argumentam que seu livro sagrado contém passagens que são embaraçosas para sua fé, que essas passagens e as descrições de eventos sobrenaturais devem ser verdadeiras, caso contrário não teriam sido incluídas no livro. Um exemplo clássico na Bíblia é o relato da covardia dos discípulos depois que Jesus foi preso. Entretanto, neste caso e em outros, momentos embaraçosos podem ser incluídos numa história de ficção para criar um clima dramático e tornar o triunfo final do herói muito maior. Apenas faz parte da trama da fábula. 20 - Falsas dicotomias Isto acontece quando se cria uma falsa escolha entre “isto ou aquilo” embora, na verdade, haja outras possibilidades. Os cristãos conhecem bem esta: “Ou Jesus estava louco ou ele era Deus. Como Jesus disse coisas sábias, então ele não estava louco, portanto ele deve ser Deus, conforme ele disse que era”. (Só que

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não há uma letra que possa ser atribuída a Jesus, logo ele nunca disse nada) Acontece que estas não são as únicas duas opções. 1. Há uma terceira: “sim, ele disse coisas sábias, mas, ainda

assim, estava iludido quando disse que era Deus”. 2. E há uma quarta: “Jesus talvez não tenha dito nada do que lhe é atribuído na Bíblia. Talvez tenham sido os escritores da Bíblia que disseram que ele disse aquelas coisas sábias. E talvez ele nunca tenha afirmado ser um deus e foram os escritores que o transformaram em deus”. 3. Uma quinta possibilidade, bem mais plausível, é que Jesus seja inteiramente um personagem de ficção e que tudo tenha sido inventado pelos autores. 21 - Sentido da vida Este argumento diz que, sem a crença em um deus, a vida não teria sentido. Mesmo que isso fosse verdade, apenas provaria que nós queremos que um deus exista para dar sentido s nossas vidas e não porque realmente queremos um deus. 

Mas o fato de que ateus encontram sentido para suas vidas sem acreditar em deuses mostra que essa crença não é necessária.

22 - Deus, assim como o amor, é inalcançável O amor não é inalcançável. Nós definimos “amor” tanto como um tipo de sentimento e como algo que é demonstrado através de ações. O amor, ao contrário de Deus, é uma coisa física. Conhecemos as reações químicas no cérebro que provocam o 150


sentimento de amor. Além disto, o amor depende da estrutura cerebral. Uma pessoa lobotomizada ou com certos tipos de danos cerebrais torna-se incapaz de sentir amor. Além disto, se o amor não fosse físico, não ficaria confinado aos nossos cérebros físicos. Nós poderíamos ser capazes de detectar alguma entidade ou força chamada “amor” flutuando no ar. 23 - Moral e ética É a ideia segundo a qual não temos motivos para a moralidade se não houver um deus. Entretanto, já havia códigos morais bem antes da Bíblia: o Código de Hamurabi, por exemplo. Em Eutífron, um dos diálogos de Platão, Sócrates pergunta a um homem chamado Eutifro se alguma coisa é boa apenas porque Deus diz que é ou se Deus diz que uma coisa é boa porque ela tem bondade intrínseca. 1. Se algo é bom porque Deus diz que é, então Deus pode

mudar de ideia sobre o que é seria uma coisa absoluta. 2. Se Deus diz que uma coisa é intrínseca desta coisa, então essa bondade intrínseca nós crença em Deus.

bom. A moral “divina” não boa por causa da bondade nós poderíamos encontrar mesmos, sem precisar da

Os cristãos nem mesmo conseguem entrar em acordo entre si quando se fala em masturbação, sexo antes do casamento, homossexualidade, divórcio, anticoncepcionais, aborto, pesquisa com células tronco, eutanásia e pena de morte. Os cristãos rejeitam algumas das leis morais da Bíblia, como matar crianças desobedientes ou pessoas que trabalham no sábado.

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1. Portanto, os cristãos interpretam a Bíblia segundo seus

próprios conceitos de moralidade, rejeitando os mandamentos que não consideram éticos e ignorando a moral de Deus. 2. A verdade é que a maioria das pessoas ignora as coisas que não são éticas em seus livros sagrados e se concentram nos bons conselhos. 3. Em outras palavras, os teístas definem sua própria ética da mesma forma que os ateus fazem. Até mesmo os animais respeitam uns aos outros e têm um senso de justiça. Já encontramos a parte de nosso cérebro responsável pelos sentimentos de simpatia e empatia — os “neurônios espelhos” — que formam a base de grande parte de nossa ética. A moralidade é algo que se desenvolveu por sermos criaturas sociais. Baseia-se nas vantagens egoístas que obtemos ao cooperarmos com outros e em suas consequências. Ajudar ao próximo é um ato egoísta que nos traz recompensas evolucionárias. Nós também julgamos as ações pelas suas consequências, através de tentativa e erro. A melhor fórmula que desenvolvemos é a de permitir o máximo de liberdade a alguém, contanto que não fira outra pessoa ou afete a sua liberdade. Esta concepção moral é a que cria o máximo de felicidade e prosperidade para uma sociedade, e a que beneficia o maior número de pessoas (o maior bem para o maior número). Esta visão inclui a proteção dos direitos das minorias, já que de certa forma somos todos pertencentes a alguma delas. Já que não há evidência de que algum deus exista, não temos como atribuir a moralidade a um deus. 

Portanto, muito mais que servir como guia moral, a religião pode ser usada para justificar qualquer atitude. Basta alegar que “Deus me disse para fazer isto”. A melhor 152


maneira de refutar este argumento é descartar totalmente o conceito de deus. Mesmo que deuses não existam, há quem ache que a crença neles ajuda muitas pessoas a se comportarem, como se ele fosse um policial invisível. Como disse o presidente George W. Bush, “Deus está o tempo todo pesquisando nosso coração e nossa mente. Ele é assim como Papai Noel. Ele sabe se você foi bom ou se foi mal” (08 de Abril de 2007, Páscoa, Fort Hood, Texas). 

Queremos realmente basear nossa ética nisso?

Um sistema decente de ética não precisa do sobrenatural para se justificar. Entretanto, a crença no sobrenatural já foi usada – e ainda é - para justificar muitas coisas sem ética, como a Inquisição, a perseguição s Bruxas de Salém, o preconceito contra os gays, o ataque ao WTC, etc. Estudo recente revela que crianças têm sentido de justiça antes dos dois anos. (Em inglês) 24 - Argumento da bondade e da beleza Alguns religiosos alegam que sem um deus não haveria nem bondade nem beleza no mundo. Entretanto, bondade e beleza são definidas em termos humanos. Se o ambiente da Terra fosse tão inóspito que a vida não pudesse se desenvolver, nós não estaríamos aqui para discutir o assunto. Portanto, há coisas no ambiente que são favoráveis à existência da vida e nós somos naturalmente atraídos para elas. Nossa sobrevivência depende delas. No caso da arte, nós somos naturalmente atraídos por imagens, formas e cores que nos lembram essas coisas.

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Entretanto, há várias formas de arte, como o cubismo e o surrealismo, que algumas pessoas apreciam e outras detestam. 25 - Altruísmo Às vezes, as pessoas dizem que, sem um deus, não haveria altruísmo e que a evolução só favorece o comportamento egoísta. Entretanto, podemos dizer que não existe altruísmo e que as pessoas sempre fazem o que elas querem. Se só houver escolhas ruins, elas escolhem aquela que elas detestam menos. Nossas escolhas se baseiam naquilo que nos dá (aos nossos genes) a melhor chance de sobreviver, o que inclui melhorar nossa reputação na sociedade. “Altruísmo” para com membros da família beneficia gente que compartilha nossos genes. “Altruísmo” para com amigos beneficia gente que um dia poderá retribuir o favor. Até mesmo o “altruísmo” para com estranhos tem a ver com a evolução. É um comportamento que surgiu primeiro em tribos pequenas, onde todos se conheciam e uma boa reputação aumentava as chances de sobrevivência do indivíduo. Agora já está entranhado em nosso cérebro como um modo geral de conduta. Cientistas alemães encontram o “gene do altruísmo”. (em espanhol) O ser humano é altruísta e cooperativo por natureza. (Em espanhol) 26 - Livre arbítrio Dizem que não teríamos livre arbítrio sem Deus, que viveríamos num universo determinístico de causa e efeito e que seríamos meros robôs. Na verdade, temos muito menos livre arbítrio do que a maioria das pessoas pensam. Nosso condicionamento (nosso 154


desejo biológico de sobreviver e prosperar, combinado com nossas experiências) torna certas “escolhas” muito mais prováveis do que outras. De que modo poderíamos explicar nossa capacidade, em muitos casos, de prever o comportamento das pessoas? Experiências já mostraram que nosso cérebro “decide” agir antes que nós tenhamos consciência disto! Alguns até dizem que nosso único livre arbítrio é a capacidade de vetar conscientemente as ações que nosso cérebro sugere. A maioria dos ateus não tem nenhum problema em admitir que o livre arbítrio possa ser uma ilusão. 

Este assunto também leva a um paradoxo: se o deus que nos criou conhece o futuro, como nós podemos ter livre arbítrio?

No fim das contas, se nós gostamos da nossa vida, o que importa se temos ou não livre arbítrio? Será que não é apenas nosso ego — nossa saudável autoestima que contribui para a sobrevivência — que foi condicionado a acreditar em que um livre arbítrio verdadeiro é melhor que um livre arbítrio imaginário? A liberdade é uma ficção cerebral. (Em espanhol) 27 - Um ser perfeito tem necessariamente que existir Este argumento, conhecido como o argumento ontológico, foi criado há uns 1.000 anos por Anselmo de Cantuária. Ele nos pede que imaginemos o mais grandioso ou mais perfeito ser possível. Esta é a concepção de Deus para a maioria das pessoas. Em seguida, ele nos diz que é mais grandioso ou mais perfeito para algo existir do que não existir. Portanto, este ser (Deus) necessariamente tem que existir. Mas este argumento não 155


leva em conta se é possível que um ser perfeito exista. Ele também parte do princípio de que aquilo que imaginamos passa a existir. Nem tudo o que conseguimos imaginar é possível. Vamos aplicar esta lógica a um assunto diferente. Imagine um perfeito arranha-céu. Ele permaneceria intacto se terroristas jogassem aviões contra ele. Entretanto, nenhum arranha-céu pode resistir a um ataque desses sem, pelo menos, algum dano. Mas isto contraria nossa premissa de que o arranha-céu tem que ser perfeito, portanto é necessário que exista um arranhacéu indestrutível. 28 - Por que é mais provável que Algo exista do que Nada? Este argumento assume que, sem um deus, não esperaríamos que alguma coisa existisse. Entretanto, não temos a mínima ideia da probabilidade estatística de Algo existir versus Nada. Em física, sistemas simétricos tendem a ser instáveis. Eles tendem a degenerar em sistemas assimétricos. Ora, o Nada — a ausência de tudo — é perfeitamente simétrico, portanto altamente instável. Portanto Algo é mais estável que Nada, portanto deve ser mais provável que Algo exista do que Nada. Podemos também perguntar, dentro da mesma lógica: 1. “Por que é mais provável que exista um deus do que ele

não exista?”. 2. Ou ainda “Quem criou esse deus?”

29 - Argumento da Primeira Causa Este argumento afirma que vivemos num universo de causa e efeito. Segundo esta lógica, é impossível que esta sequência de causas continue infinitamente para trás. Em algum ponto, a coisa 156


tem que parar. Nesse ponto, é preciso haver uma Primeira Causa que não resulte, ela própria, de nenhuma outra causa. Esta Primeira Causa Não Causada, segundo dizem, é Deus. O universo em que vivemos agora “começou” há uns 13,7 bilhões de anos. Não sabemos se o universo já existia antes de alguma outra forma nem se havia energia/matéria/gravidade/etc. (um mundo natural). 1. Não sabemos se o mundo natural teve um começo ou se

sempre existiu de algum jeito. 2. Se tiver um começo, não sabemos se um deus é a única origem possível. 3. Não sabemos se um deus pode ser uma causa incausada. 4. O que causou Deus? Partículas virtuais aparecem e desaparecem subitamente o tempo todo. A física quântica mostra que pode haver eventos não causados. 30 - As “leis” do universo De onde vieram as “leis” do universo? 1. Uma “lei” da física não passa de uma coisa que acontece de

forma regular. 2. É a descrição de um fenômeno existente. 3. Não é algo decretado por um tribunal celeste. De acordo com o físico, astrônomo e professor Victor Stenger: “É crença geral que as “Leis da Física” são exteriores Física. Elas são concebidas como sendo impostas ao universo de fora para dentro ou fazendo parte de sua estrutura lógica. As descobertas recentes da física contestam isto. As “leis” básicas da física são construções 157


matemáticas que tentam descrever a realidade de forma objetiva. As leis da física são exatamente como seria de se esperar se viessem do nada. 31 - As coisas são exatamente do jeito que deveriam ser Alguns crentes argumentam que é preciso que os valores das seis constantes físicas do universo (que controlam coisas como a força da gravidade) estejam dentro de uma faixa limitada para que a vida seja possível. Portanto, como isto não pode ter acontecido “por acidente”, deve ser obra de um deus. Mais uma vez, este é um argumento do tipo “Deus das lacunas”. Além disto, ele pressupõe que conhecemos tudo a respeito de astrofísica — um campo em que novas descobertas são feitas quase todos os dias. Talvez venhamos a descobrir que nosso universo não seja tão “ajustado”, afinal de contas. Outra possibilidade é que existam múltiplos universos — separadamente ou como “bolhas” dentro de um universo maior. Cada um desses universos poderia ter suas próprias leis da física. Se houver um número suficientemente grande de universos, aumentam as chances de que pelo menos um deles venha a produzir vida. Sabemos que é possível que pelo menos um universo exista — nós vivemos nele. Se existe um, por que não vários? Por outro lado, não temos evidências quanto a existência de nenhum deus. Pois então vamos dar uma olhada na definição mais comum de um deus: eterno, onisciente, onipotente e infinitamente amoroso. Poderia Deus ser de algum outro modo que não fosse exatamente este que ele é? Embora haja alguma margem de tolerância nas condições que permitem existir vida no universo, 1. Tradicionalmente as condições para a existência de Deus

não variam. 158


2. Portanto, nosso universo com um deus tradicional é

logicamente mais implausível que nosso universo sem um deus. 3. Ele tem que atender a requisitos muito mais restritos. 4. Claro que ainda podemos perguntar: quem ou o que definiu Deus? Se o universo foi criado especificamente com o objetivo de abrigar a raça humana, então o enorme tamanho do universo (a maior parte dele hostil vida) e os bilhões de anos que se passaram até que os humanos surgissem mostram que ele é ridículo e é um enorme desperdício — não é o que se poderia esperar de um deus. 32 - A Terra é exatamente do jeito que deveria ser Alguns crentes argumentam que a Terra está justamente no ponto do sistema solar (nem muito quente nem muito frio etc.) que permite que a vida exista. Além disto, ela tem exatamente os elementos necessários (carbono, oxigênio etc.). Essas pessoas afirmam que isto não poderia ter acontecido “por acidente”, portanto deve haver um deus que cuidou desses detalhes. Este é mais um argumento “Deus das lacunas”. Mas há uma refutação ainda melhor. Se a Terra fosse o único planeta no universo, então seria notável que suas condições fossem “exatamente as necessárias”. Entretanto, a maioria dos religiosos admite que há milhares, se não milhões, de outros planetas no universo. O nosso sistema solar tem oito. Portanto, aumentam muito as chances de que pelo menos um deles tenha as condições para produzir algum tipo de vida. Podemos imaginar criaturas púrpuras com 4 olhos e respirando dióxido de carbono em outro planeta, muito religiosas, que também cometam o erro de achar que o planeta deles foi especialmente criado para que eles existissem e que há um deus criador sua semelhança. 159


1. Por que os demais planetas, com o Marte, não possuem

vida? 2. Deus acertou nas condições da Terra por puro acaso? 33 - Criacionismo / Design inteligente É a ideia, segundo a qual, se não podemos explicar alguma coisa sobre a vida, então “foi Deus” (Deus das lacunas). Entretanto, se o Gênesis ou qualquer mito religioso de criação similar for verdade, então praticamente todos os campos da ciência estarão errados. Não apenas a biologia como também a química, física, arqueologia, astronomia e ainda suas subdisciplinas como embriologia e genética. Na verdade, poderíamos jogar fora todo o método científico. Os criacionistas as vezes fazem uma distinção entre “micro” e “macro” evolução — ou seja, eles aceitam que há mudanças dentro de uma espécie, mas não aceitam que uma espécie se transforme em outra. Mas quais são os mecanismos da microevolução? Eles são: mutação, seleção natural e herança. E quais são os mecanismos da macroevolução? Exatamente os mesmos: mutação, seleção natural e herança. A única diferença é o tempo necessário. 

Será que alguns genes dizem a si mesmos: “Hmmm, é melhor eu não mudar muito, senão alguns religiosos vão ficar aborrecidos”?

A evolução é a melhor explicação e a única explicação para a qual há evidências: para a idade dos fósseis, para a progressão dos fósseis, para as semelhanças genéticas, para as semelhanças estruturais e para os fósseis transicionais. Sim, há fósseis transicionais. Por exemplo, nós temos uma boa sequência de fósseis para espécies que vão desde os mamíferos terrestres até 160


a baleia, incluindo o basilosaurus, uma baleia primitiva que conservou pequenas pernas traseiras que não tinham função. Ainda hoje, as baleias mantêm os ossos do quadril. Alguns criacionistas afirmam que essas pernas traseiras atrofiadas talvez fossem úteis para o acasalamento, portanto o basilosaurus seria uma espécie criada totalmente em separado e não uma transição. Mas, se essas pernas traseiras eram tão úteis, por que desapareceram? Na verdade, as cobras também têm ossos do quadril e às vezes nascem cobras com pernas vestigiais, provando que elas evoluíram de ancestrais répteis que tinham pernas traseiras. Na China, foram encontrados muitos fósseis meio répteis/meio pássaros, provando a transição. Recentemente se descobriu o fóssil do tiktaalik, que ajudou a preencher uma lacuna entre os peixes e os anfíbios. Foi encontrado no Canadá, exatamente no local e na camada geológica prevista pela evolução. Por outro lado, se um deus perfeito tivesse criado a vida, nós esperaríamos dele um serviço melhor. Não esperaríamos que 99% de todas as espécies que já existiram se extinguissem. Como disse o biólogo evolucionista Kenneth R. Miller, que é cristão: “se Deus propositalmente projetou 30 espécies de cavalos que mais tarde desapareceram, então Deus é, antes de mais nada, um incompetente. Ele não consegue fazer direito da primeira vez.” (“Educators debate ‘intelligent design’”, por Richard N. Ostling, Star Tribune — 23/março/2002, p.B9). Francis Collins, diretor do Projeto Genoma Humano, evangélico, disse: “O Design Inteligente apresenta o Todo Poderoso como um criador trapalhão, que tem que intervir de tempos em tempos para consertar os problemas de seu plano inicial para criar a complexidade da vida” (“A linguagem de Deus”, pág. 193-194). Não deveríamos esperar defeitos de nascença se a vida foi criada por um deus perfeito. Não deveríamos esperar um “design burro” 161


tal como uma próstata que incha e estrangula o canal urinário, já que teria sido tão simples passar o canal por fora da próstata. 

Deus é um designer incompetente ou relaxado?

Se Deus criou toda a vida ao longo de uma semana, então, mesmo com um suposto dilúvio universal, deveríamos encontrar os fósseis totalmente misturados nas camadas geológicas. 

Não é o que acontece.

Também temos a contradição de que Deus é a favor da vida, mas permite o aborto espontâneo. De um terço à metade dos óvulos fecundados sofre aborto espontâneo, muitas vezes antes mesmo de a mulher perceber que está grávida. 

Se um deus projetou o sistema reprodutivo humano, isto faz dele o maior dos abortistas.

Podemos então concluir que a evolução científica nos fornece respostas, enquanto que o criacionismo religioso e o “design inteligente” só geram mais perguntas. 34 - O universo ou a termodinâmica (entropia)

vida

viola

a

segunda

lei

da

A segunda lei da termodinâmica (entropia) afirma que, num sistema fechado, as coisas tendem a uma desordem cada vez maior. Alguns crentes argumentam que, já que o universo e a vida são tão organizados, um deus tem que existir para poder violar esta lei. Entretanto, o universo não viola a segunda lei da termodinâmica. O universo teve início com o máximo grau de desordem possível para seu tamanho. A partir daí, com sua expansão, mais desordem se tornou possível e, de fato, é o que 162


está ocorrendo. Apesar do fato de que a desordem como um todo está aumentando no sistema chamado universo, é possível um aumento de ordem em subsistemas, tais como galáxias, sistemas solares e é possível a vida — desde que, na totalidade do universo, a desordem esteja aumentando. Se um deus criou o universo, deveríamos esperar um início ordenado, não caótico. O fato de que o universo começou com o máximo de desordem significa que não foi um deus que o criou, já que uma criação proposital teria pelo menos alguma ordem. Também se verifica que a energia gravitacional negativa do universo cancela exatamente a energia positiva representada pela massa, de forma que o total da energia no universo é zero, que é o que seria de se esperar de um universo que veio do Nada por meios naturais. Entretanto, se um deus estivesse envolvido, seria de se esperar que ele tivesse adicionado energia ao universo. Não há evidência disto. É interessante como os teístas se agarram segunda lei da termodinâmica em seus esforços para provar a existência de seu deus, mas ignoram totalmente a primeira lei — que diz que a matéria/energia não pode ser nem criada nem destruída — o que refutaria totalmente a existência do deus deles como um ser que pode criar algo do nada. Conclusão Pessoas religiosas têm o difícil, senão impossível, encargo de provar que algum deus existe, sem falar que a religião deles, entre todas, é a verdadeira. Se alguma das religiões tivesse evidências objetivas, será que as pessoas não correriam todas para aderir a ela, à “verdadeira” religião? Em vez disto, o que vemos é que as pessoas tendem a acreditar, em graus diferentes, na religião que lhes foi transmitida. Ou então são ateias. Fernando Silva 163


17 - Fé religiosa - virtude ou embuste?

Frequentemente tomado como um vago sinônimo de confiança, esperança ou optimismo, o termo fé reveste-se dum significado singular quando é usado no contexto religioso. Os crentes referem-se orgulhosamente à sua fé no sagrado como algo de muito valioso e em termos que sugerem reverência e entrega. A fé é, para eles, essencial à sua condição de humanos. Mais do que 164


uma convicção, é algo misterioso que, dizem, os coloca em contato íntimo com a divindade. Ter fé é uma virtude. Não a ter, quase que equivale a um vazio existencial. Aparentemente, a fé é mais do que uma mera crença. Contudo, se há alguma diferença entre ambas, esta resulta fundamentalmente da natureza do objeto da fé, bem como da resposta que suscita da parte do crente. A fé exibe a força da convicção do conhecimento, mas não é conhecimento. Segundo o filosofo britânico A.C. Grayling, o conhecimento é verificado pelos fatos e depende da existência de uma relação adequada entre a mente e o mundo; ao contrário, a fé existe apenas na mente, não se baseando em nada do que existe no mundo. Assim, sendo subjetiva e autossustentável, a fé permite que acreditemos em qualquer coisa, mesmo no maior dos absurdos: que a relva é azul, que sou Napoleão reencarnado, ou que estarei, depois da morte, na presença de um judeu crucificado há dois milênios. A imaginação é o limite para aquilo em que nos permitimos acreditar pela fé. O termo fé provém do latim fides (lealdade) e corresponde, na acepção religiosa, à fidelidade a crenças que não se questionam. Segundo uma definição comum, a fé é “a adesão aos dogmas de uma doutrina religiosa”. Por outras palavras, consiste na aceitação de proposições dadas como verdadeiras, unicamente com base em argumentos de autoridade. Contrariamente a todas as outras crenças que temos sobre o mundo, as questões de fé são tenazmente consideradas irrefutáveis e não passíveis de revisão. Isso implica, portanto, a suspensão de todo pensamento crítico, constituindo, pois uma perspectiva declaradamente contrária ao debate saudável e à busca do conhecimento. Em lugar disso a fé celebra a paixão pela obediência e pela submissão.

165


Dada à imensa falibilidade humana, justificar cuidadosamente as nossas crenças estando dispostos a revê-las e a abandoná-las é parte integrante do que é ser racional. Nesse sentido, é evidente que a fé não é racional. Ao legitimar a crença mesmo mediante informação contrária, a fé é, na verdade, a negação da razão. Nas palavras do especialista bíblico Bart Ehrman, quando alguém de fé crê que um deus onipotente e sumamente bom ouve as suas orações e as atende, e esse mesmo alguém vive num mundo onde uma criança morre de subnutrição a cada cinco segundos sem que esse deus interceda em seu favor, então é evidente que a razão desse crente foi subjugada à sua fé. Com frequência, as crenças mantidas pela fé são justificadas por uma convicção que se diz ser íntima, endógena e transcendente. Porém, na realidade, a adesão a essas crenças acontece por razões bem mais prosaicas: na prática, resume-se à adoção das crenças religiosas dominantes. A razão de peso que determina que certos crentes tenham fé no deus da Bíblia e não num deus com a forma de um elefante azul ou no Juju da montanha, prende-se normalmente com o fato desses crentes terem nascido num ponto particular do globo – no fundo, um mero acidente geográfico na sua existência. Curiosamente, essas pessoas são capazes de aceitar sem pestanejar crenças mirabolantes como o milagre da transubstanciação e a existência de entidades espirituais a que chamam anjos e demônios, mas não creem com a mesma convicção no banquete celestial que os muçulmanos esperam no paraíso e muito menos acreditam numa realidade que inclua unicórnios e dragões sem que antes lhes apresentemos razões científicas para tal. Com que justificação acredita numas coisas mais do que noutras, quando todas se afiguram igualmente improváveis? Arbitrariedade e perversão de toda a coerência lógica são claramente traços essenciais da fé. Não, definitivamente a fé não é uma virtude nem um estado de graça, 166


como muitos pensam. É apenas a escolha fácil da crença confortável e apaziguadora dos medos. Sem o mínimo de indícios verificáveis não há razão para acreditar para além da própria vontade de acreditar. Como observou sabiamente o pensador Pat Condell, a fé não exige qualquer esforço e, portanto, só pode ser a mais superficial das experiências cognitivas. Fazemos parte duma cultura que elevou a fé religiosa ao lugar mais alto da hierarquia das virtudes humanas. Alguém que crê que uma peregrinação a Fátima pode resolver os seus problemas de saúde tem automaticamente maior consideração do que aquele que acredita nos poderes ocultos da bruxaria ou nos efeitos proporcionados pelos “hologramas quânticos” das pulseiras Power Balance. O que é, exatamente, que torna uma crença mais respeitável do que as outras? E porque não tentar resolver os problemas dirigindo orações ao Monstro do Esparguete Voador, a deidade principal do Pastafarianismo? Como nos diz o filósofo Sam Harris, “a única razão pela qual uma das opções constitui um passaporte direto para uma instituição psiquiátrica e as outras não, é porque algumas convicções são partilhadas por um grande número de pessoas há demasiado tempo”. Claro que todos têm todo o direito de abraçar as imposturas que bem entendermos, contanto que não ponhamos a vida de ninguém em perigo (o que, tratando-se de fé religiosa, nem sempre é garantido). Se a religião permanecesse uma questão dentro de si mesma, uma neurose do foro privado de cada um, pouco haveria a objetar quanto a ela. O problema é que a aceitação cega com que se acolhem artigos de fé inconsequentes é a mesma que se concede às doutrinas da Igreja relativas a assuntos muito concretos da sociedade e do mundo. Tacitamente e sem muito questionar, os crentes reconhecem no clero autoridade competente para deliberar sobre assuntos da moral e 167


da ética, aprovando, por conseguinte as doutrinas retrógradas e preconceituosas que deles emanam sobre matérias tão importantes como, por exemplo, a sexualidade, o aborto e a eutanásia. Eles próprios vão incutindo naqueles que lhes estão mais próximos, posições dogmáticas sobre estes e outros assuntos, desencorajando assim as mentes a uma reflexão franca e puramente racional sobre estas e outras questões tão importantes. Rui Janeiro

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18 - Idiotices ditas por cristãos inspirados por um deus idiota

É nas toneladas de bobagens ditas pelos líderes cristãos famosos nos últimos dois milênios, que podemos ter a certeza da mentira da inspiração divina e da grande merda que é o cristianismo. Não se aproveita uma única frase ou palavra para nada.

“Encontramos muitos livros… e já que eles continham apenas superstições e falsidades do Diabo nós queimamos todos eles”.

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Bispo Católico Diego de Landa, após queimar livros de valor incalculável contendo a história e a ciência Maia, Julho de 1562.

“Afirmar que a terra gira em torno do sol é tão errôneo quanto afirmar que Jesus não nasceu de uma virgem”. Cardeal Bellarmino, 1615, durante o julgamento de Galileu.

“Acredito hoje que estou agindo de acordo com o Criador TodoPoderoso. Ao repelir os Judeus estou lutando pelo trabalho do Senhor”. Adolf Hitler, Discurso, Reichstag, 1936.

“A Razão deveria ser destruída em todos os cristãos. Ela é o maior inimigo da Fé”. Martinho Lutero

“Quem quer que se diga cristão deve arrancar os olhos de sua razão”. Martinho Lutero

“A fé deve sufocar toda a razão, o senso comum e o entendimento”. Martinho Lutero

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“As pessoas deram ouvidos a um astrólogo novato (Copérnico) que lutou para provar que a terra é que gira, não os céus ou o firmamento, o sol e a lua… Este louco quer contrariar toda a ciência da astronomia. Mas as Sagradas Escrituras nos dizem (Josué 10:13) que Josué ordenou que o sol parasse e não a terra”. Martinho Lutero em um de seus “Table Talks”, 1539.

“Suas sinagogas… deveriam ser queimadas” “Suas casas deveriam ser demolidas e eles deveriam ser amontoados sob um único teto ou num estábulo, como ciganos, para que eles entendam que não passam de prisioneiros miseráveis” “Seus Talmudes e livros de orações deveriam lhes ser tomados” “Seus rabinos deveriam ser proibidos de ensinar, sob pena de morte” “Os judeus devem pagar por terem recusado Cristo e seu evangelho; não merecem a liberdade e sim a servidão”. Martinho Lutero

“Do mesmo modo, devemos nos submeter à autoridade do príncipe. Se ele abusa ou faz mal uso dela, não devemos odiálo, buscar vingança ou punição. A obediência é devida em nome de Deus, pois a autoridade é o representante de Deus. Por mais que eles tributem e exijam, devemos obedecer e suportar com paciência”. Martinho Lutero, sermão “Tributo a César”.

“As palavras e atos de Deus são bem claros: as mulheres foram feitas para serem esposas ou prostitutas”. Martinho Lutero, “Works 12.94″. 171


“O pecado não pode nos separar de Cristo, mesmo que cometamos adultério cem vezes por dia e outros tantos assassinatos”. Martinho Lutero, carta a Melanchton, 01/agosto/1521.

“Deus não salva pecadores fictícios. Seja um pecador e peque vigorosamente… Nem por um instante pense que esta vida é a morada da justiça. O pecado deve ser cometido”. Martinho Lutero

“Quanto aos plebeus, é preciso ser duro com eles e cuidar para que façam seu trabalho; que, sob ameaça da espada e da lei, eles cumpram com seus deveres religiosos, assim como você acorrenta os animais selvagens”. Martinho Lutero

“Os loucos, aleijados, cegos e mudos são homens em quem os demônios fizeram sua morada. Os médicos que curam estas enfermidades como se tivessem causas naturais são idiotas ignorantes”. Martinho Lutero

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“Não há maior defeito numa mulher que o desejar ser inteligente”. Martinho Lutero

“Se os camponeses se rebelam abertamente, eles estão agindo contra a lei de Deus. Todos os que puderem devem espancálos, derrubá-los e matá-los… pois não há nada mais venenoso ou prejudicial ou demoníaco que um rebelde. É exatamente como matar um cachorro louco”. Martinho Lutero

“É impossível para o cristão e para a verdadeira igreja subsistir sem derramar sangue, pois seu adversário, o Diabo, é assassino e mentiroso. A igreja cresce e progride através do sangue: ela está banhada em sangue”. Martinho Lutero, Table Talk no. 1571, 1569.

“Vejam como são débeis e pouco saudáveis as mulheres estéreis. As que foram abençoadas com muitos filhos são mais saudáveis, limpas e alegres. Mas se eventualmente se esgotam e morrem, não importa. Que morram dando à luz, pois para isto existem”. Martinho Lutero, “Works”.

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“Não percam tempo com os hereges; podem ser condenados sem serem ouvidos. E, enquanto queimam na estaca, os fiéis devem destruir a raiz da erva daninha e lavar suas mãos no sangue dos bispos e do papa, que é o demônio disfarçado”. Martinho Lutero

“Quem se atreveria a colocar a autoridade de Copérnico acima da do Espírito Santo?” João Calvino

“Podemos estar certos de que Deus não teria jamais permitido que crianças fossem mortas se elas já não estivessem condenadas e predestinadas à morte eterna”. João Calvino, racionalizando o assassinato de crianças no Antigo Testamento.

“É melhor ser escravo no Brasil e salvar sua alma que viver livre na África e perdê-la”. Sermão do Padre Antônio Vieira aos escravos.

“Não há nada na Bíblia proibindo a escravidão, apenas a organizando. Podemos concluir que ela não é imoral”. Rev. Alexander Campbell 174


“Aquele que recebe a graça celestial da fé livra-se da inquietação da curiosidade”. Concílio de Trento

“Não sabes que és uma Eva? O castigo de Deus sobre teu sexo está vivo nesta era. A culpa também necessariamente permanece viva. Tu és a porta do demônio; és aquela que quebrou o selo da árvore proibida, a primeira desertora da lei divina. És aquela que convenceu aquele a quem o diabo não conseguiu atacar. Facilmente destruíste o homem, imagem de Deus. Por causa de tua deserção, o Filho de Deus teve que morrer”. Tertuliano, pai da Igreja, que viveu no norte da África no século III, em “De Culta Feminarum”, 1.1.

“Ah, que cena magnífica! Como eu vou rir e ser feliz e exultar quando eu vir esses filósofos tão sábios, que ensinam que os deuses são indiferentes e que os homens não têm alma, assando e torrando diante de seus discípulos no inferno”. Tertuliano, “De Spectaculis”.

“Existe outro tipo de tentação, mais perigosa ainda. Essa é a doença da curiosidade (…) É ela que nos leva a tentar descobrir os segredos da natureza, aqueles segredos que estão além da nossa compreensão, que não nos podem trazer nada e que os homens não devem desejar aprender (…) Nessa imensa selva, 175


cheia de armadilhas e perigos, em que tenho me afastado, e me mantido longe desses espinhos. No meio de todas essas coisas que flutuam incessantemente à minha volta no dia a dia, nada jamais me surpreende, e eu nunca sou tomado por um desejo genuíno de estudá-las (…) Eu não sonho mais com as estrelas”. Santo Agostinho, Bispo de Hipona e Pai da Igreja.

“O bom cristão deve permanecer alerta contra os matemáticos e todos aqueles que fazem profecias vazias. Existe o perigo de que os matemáticos tenham feito uma aliança com o demônio para obscurecer o espírito e confinar o homem às amarras do Inferno”. Santo Agostinho de Hipona.

“É impossível que haja habitantes do outro lado da Terra, já que nada é dito a esse respeito nas Escrituras sobre os descendentes de Adão”. Santo Agostinho

Afirmavam os hereges donatistas que o homem é livre para acreditar ou não e que Jesus jamais empregou a violência. Contra eles afirmou Santo Agostinho: “Não faz parte da tarefa de um pastor, quando as ovelhas se afastam do rebanho [...] trazê-las de volta ao rebanho de seu dono quando este as tiver encontrado, pelo medo ou até mesmo pela dor do açoite, se elas derem sinais de resistência?”. Ou ainda: “Claro que é melhor (e isso ninguém nega) que os homens deveriam ser levados a 176


adorar Deus através do ensinamento do que por medo de punição ou da dor. Mas isto não implica, porque o primeiro método produz os melhores homens, em que os que não se submetem a ele devam ser negligenciados. Pois muitos viram vantagem (como nós já provamos e provamos diariamente pela experiência) em ser primeiro compelidos pelo medo ou pela dor de modo que mais tarde possam ser influenciados pelo ensinamento e transformem em atos o que aprenderam por palavras”. Santo Agostinho, 417, “Tratado sobre a correção dos Donatistas”.

“Ora, uma serva ou uma escrava nunca tem muitos senhores, mas um senhor tem muitas escravas. Assim, nunca ouvimos dizer que mulheres santas tivessem servido a vários maridos e sim que muitas serviram a um só marido… Isso não é contraditório à natureza do casamento”. Santo Agostinho

“Mulheres não deveriam ser educadas ou ensinadas de nenhum modo. Deveriam, na verdade, ser segregadas já que são causa de horrendas e involuntárias ereções em santos homens”. Santo Agostinho

“É Eva, a tentadora, que devemos ver em toda mulher… Não consigo ver que utilidade a mulher tem para o homem, tirando a função de ter filhos”. 177


Santo Agostinho

“Todas as doenças dos cristãos podem ser atribuídas aos demônios. Eles atormentam principalmente os batizados há pouco, até mesmo recém-nascidos sem culpa”. Santo Agostinho

“A causa primordial da escravidão é o pecado… Esta servidão, expiação do pecado, encontra seu lugar pela lei que manda preservar a ordem natural e proíbe perturbá-la… Por isso, o Apóstolo recomenda que os escravos se submetam a seus senhores”. Santo Agostinho, Cidade de Deus.

“Para que os santos possam desfrutar de sua beatitude e da graça de Deus mais abundantemente, lhes é permitido ver o sofrimento dos condenados no inferno”. São Tomás de Aquino, 1225-1274, Compêndio de Teologia.

“Pois é muito mais grave corromper a fé, da qual vem a vida da alma, que falsificar dinheiro, pelo qual a vida temporal é sustentada. Logo, se falsificadores e outros malfeitores são imediata e justamente executados pelos príncipes temporais, com muito mais justiça podem ser hereges, assim que denunciados, não apenas excomungados mas também mortos”. 178


São Tomás de Aquino, Compêndio de Teologia.

“A mulher está em sujeição por causa das leis da natureza, mas é uma escrava somente pelas leis da circunstância… A mulher está submetida ao homem pela fraqueza de seu espírito e de seu corpo… é um ser incompleto, um tipo de homem imperfeito [...] A mulher é defeituosa e bastarda, pois o princípio ativo da semente masculina tende à produção de homens gerados à sua perfeita semelhança. A geração de uma mulher resulta de defeitos no princípio ativo”. São Tomás de Aquino, Compêndio de Teologia.

“Por seu pecado, os hereges merecem não apenas ser separados da Igreja, pela excomunhão, mas também do mundo, pela morte”. São Tomás de Aquino

“É totalmente ilícito exigir, defender ou conceder incondicionalmente a liberdade de pensamento, expressão ou culto, como se esta fosse um direito natural do homem”. Encíclica do Papa Leão XIII.

“Tolerar igualmente todas as religiões… é o mesmo que ateísmo”. Papa Leão XIII, “Immortale Dei”. 179


“Não é lícito ao Estado nem aos indivíduos ignorar as obrigações religiosas ou tratar como iguais às demais religiões” Papa Leão XIII, “A constituição cristã dos Estados”, 1885.

“Desprezar uma autoridade legitimamente constituída, não importando quem a exerça, é rebelar-se contra a vontade de Deus”. Papa Leão XIII O papa Leão XII, em 1829, proibiu o uso da vacina contra a varíola: “Quem quer que recorra à vacina deixa de ser um filho de Deus. Não se pode mexer no equilíbrio do corpo humano”.

Devemos estar sempre dispostos a acreditar em que o que nos parece branco é na verdade preto se a hierarquia da Igreja assim o decidir”. Inácio de Loiola, fundador da Sociedade de Jesus (Jesuítas), “Exercitia spiritualia”, 1541.

“Abraçar uma mulher é como abraçar um saco de esterco”. São Odo de Cluny, monge beneditino, 1030-1097. 180


“O homem, mas não a mulher, é feito à imagem de Deus. Daí resulta claramente que as mulheres devem estar submetidas a seus maridos e devem ser como escravas”. Graciano, especialista em direito canônico (séc. 12).

Santo Antonino, arcebispo de Florença no final do séc. XV, diz que as “imundas regras” são simplesmente o espelho de uma “alma imunda”. Santo Antonino, arcebispo de Florença.

“Quando uma mulher pensa sozinha, ela pensa maldades”. “A mulher é uma mentirosa por natureza… Ela é uma inimiga insidiosa e secreta”. “Elas são mais fracas de espírito e corpo… As mulheres são, intelectualmente, como crianças… As mulheres têm memória mais fraca e é um vício natural nelas não serem disciplinadas, mas obedecerem a seus próprios impulsos sem noção do que é apropriado”. “Se uma mulher se atreve a curar sem ter estudado, ela é uma bruxa e deve morrer”. (Quando um homem curava, era pelo poder de Deus ou dos santos; quando uma mulher curava, era obra do diabo). “Ninguém causa maior dano à fé católica do que as parteiras”. (Porque conheciam métodos de parto sem dor, o que 181


contrariava o mandamento de Deus de que as mulheres deveriam dar à luz com dor; se não doesse, o diabo estava agindo). “E convém observar que houve uma falha na formação da primeira mulher, por ter sido ela criada a partir de uma costela recurva, ou seja, uma costela do peito, cuja curvatura é, por assim dizer, contrária à retidão do homem. E como, em virtude dessa falha, a mulher é animal imperfeito, sempre decepciona e mente”. Malleus Maleficarum, encomendado pelo Papa Inocêncio VIII, publicado em 1486 e usado durante 250 anos, inclusive pelos protestantes.

“Usem contra os hereges a espada espiritual da excomunhão e, se isto não for suficiente, usem a espada material”. Papa Inocêncio III, 1161-1216.

“Se é bom não tocar uma mulher, então é ruim tocar uma mulher sempre e em todos os casos”. São Jerônimo, teólogo romano, Epístola 48.14.

“Para preservar a castidade, é indispensável manter o estômago vazio e roncando e os pulmões febris”. São Jerônimo 182


“A virgindade santa é melhor que a castidade conjugal. Uma mãe terá um lugar inferior ao da filha no Reino dos Céus porque ela foi casada e a filha é virgem. Mas se tua mãe foi sempre humilde e não orgulhosa, haverá algum tipo de lugar para ela, mas não para ti”. São Jerônimo

“A mulher é uma ferramenta de Satã e um caminho para o inferno”. São Jerônimo

“No templo de Salomão, andamos com sangue até o joelho e mesmo até os estribos dos cavalos, pelo justo e maravilhoso julgamento de Deus”. Clérigo Raimundus de Agiles, comemorando o massacre dos habitantes de Jerusalém pela Primeira Cruzada em 1099.

“As Escrituras, no Velho e no Novo Testamento, me garantem que eu posso manter escravos em cativeiro”. Rev. Thomas Witherspoon, presbiteriano, do Alabama.

“A mulher que realmente está tomada pelo Espírito Santo desejará ser totalmente submissa a seu marido… Esta é uma 183


mulher verdadeiramente liberada. Submissão é o desígnio de Deus para as mulheres”. Beverly LaHaye, “The Spirit-controlled woman”

“Vacinas são uma violação direta da aliança perpétua que Deus fez com Noé depois do Dilúvio [...] Vacinas nunca salvaram vidas humanas. Não evitam a varíola”. “The Golden Age”, publicado pelas Testemunhas de Jeová.

“O sangue de uma pessoa é na realidade a própria pessoa. [...] Os venenos devidos aos hábitos pessoais, ao que come e ao que bebe… os venenos que produzem os impulsos de cometer suicídio, assassinar ou roubar, estão no sangue. A insanidade moral, as perversões sexuais, a repressão, os complexos de inferioridade e os delitos: estes com frequência se produzem depois de transfusões de sangue”. “Torre de Vigia”, publicação das Testemunhas de Jeová.

“O pecado é a verdadeira causa de todos os terremotos”. John Wesley, 1703-1791, fundador da Igreja Metodista.

“Ou dá ou desce”. Bispo Edir Macedo 184


“Quem não paga dízimo, está roubando de Deus”. Bispo Edir Macedo

“Quando crente tá gastando dinheiro com remédios e médicos, ele está fora da brecha e sob o jugo de satanás. O dinheiro que tal crente gasta em remédios é o que deveria ser dado na igreja e investir na obra de Deus”. R.R. Soares

“Crente doente é o mesmo que crente endemoniado”. R.R. Soares

“Fé e medicina, andam em direção opostas”. R.R. Soares

“As mulheres têm bebês e os homens provêm a sua subsistência. Se isto não lhe agrada, discuta com Deus”. Phyllis Schlafly, executiva bem sucedida, candidata a um cargo público.

“O sofrimento dos pobres é agradável a Deus e purifica o mundo”. 185


Madre Teresa de Calcutá

“Ela é apenas uma retribuição justa para a conduta sexual imprópria”. Madre Teresa, sobre a AIDS.

“Acho muito bonito que os pobres aceitem sua sorte, que a compartilhem com a paixão de Cristo. O mundo se beneficia muito do sofrimento dos pobres”. Madre Teresa de Calcutá

“A superpopulação não é um problema, é a vontade de Deus”. Madre Teresa de Calcutá

“A AIDS é a justa ira de Deus contra os homossexuais. Oporse a ela é como se um israelita pulasse no Mar Vermelho para salvar os soldados do faraó que estavam se afogando [...] A AIDS não é apenas a punição de Deus aos homossexuais; ela é a punição de Deus contra a sociedade que os tolera”. Reverendo Jerry Falwell

“Céu e Terra, centro e circunferência, foram criados juntos, no mesmo instante, e as nuvens cheias de água [...] Isto 186


aconteceu e o homem foi criado pela Trindade no dia 23 de outubro de 4004 AC, às nove da manhã”. John Lightfoot, vice-chanceler da Universidade de Cambridge, 1859.

“Os cananeus eram muito maus. Adoravam ídolos em lugar do verdadeiro Deus, sacrificavam suas crianças, praticavam o homossexualismo, bestialismo e adultério. Deus mandou que os israelitas os matassem todos, homens, mulheres e crianças. Isto parece terrível e cruel. Mas vamos imaginar que houvesse 2.000, 10.000 deles. Se deixados vivos, eles se reproduziriam e em 50 ou 100 anos seriam 100.000, 1 milhão e todos eles teriam que ir para o inferno. Mas Deus, em seu amor, levou-os enquanto eram poucos para não ter que levar muitos depois”. Pat Robertson, no programa de TV “The 700 Club”, em 06/maio/1985.

“Sei que às mulheres dói ouvir isto, mas, quando se casam, estão aceitando a liderança de um homem, seu marido. Cristo é a cabeça do lar e o homem é a cabeça da mulher. Assim são as coisas, ponto final”. Pat Robertson, 11/09/1992.

“O feminismo não busca direitos iguais para as mulheres. É um movimento político socialista e anti-familiar, que encoraja as mulheres a deixar seus maridos, matar suas crianças, 187


praticar bruxaria, destruir o capitalismo e se tornarem lésbicas”. Pat Robertson

“O direito a ter escravos está claramente estabelecido nas Escrituras Sagradas, tanto por preceito como pelo exemplo”. Rev. R. Furman, D.D., Batista

“A única maneira com a qual podemos determinar a verdadeira idade da terra é com Deus nos dizendo qual é. E já que Ele nos disse, muito claramente, nas Escrituras Sagradas que ela tem alguns milhares de anos de idade, e não mais, isso deve colocar um ponto final em todas as perguntas básicas sobre a cronologia terrestre”. Henry Morris, Presidente do Instituto de Pesquisa da Criação, 1974.

“A pergunta tem que ser feita: é crime tomar o nome de Deus em vão? Quando alguém ofende seus pais, merece inquestionavelmente a pena de morte (Ex. 21:17). O filho ou filha está sob a autoridade legal da família. Ofender a Deus (blasfemar) é um crime comparável e, portanto também merece a pena capital (Lev. 24:16)” Gary North, “The Sinai Strategy: Econonomics and the Ten Commandments”, 1986 188


“Se a vida fosse encontrada em outro planeta, ela também teria sido contaminada pelo pecado original e necessitaria ser salva”. Piero Coda, professor de teologia em Roma, em declaração ao Vaticano, segundo a “Ecumenical News International”.

“A liberdade de imprensa é um dos maiores males que ameaçam a sociedade moderna”. Cardeal Pedro Segura, New York Herald Tribune.

“Seria bom para a religião se muitos livros que parecem úteis fossem destruídos. Quando não havia tantos livros nem tantas discussões e disputas, a religião crescia mais rapidamente do que tem feito desde então”. Girolamo Savonarola, 1452-1498, frei dominicano.

“Extermínio total dos infiéis – ou conversão definitiva”. São Bernardo de Clairvaux

“O cristão se glorifica na morte de um pagão, porque por ela Cristo mesmo é glorificado”. São Bernardo de Clairvaux 189


“Já se propôs que todas as religiões deveriam ser livres e seu culto publicamente exercido. Nós católicos rejeitamos esta ideia como contrária ao cânon da lei católica romana”. Papa Pio VII, 1808.

“O estado (constituição dos EUA) não tem o direito de deixar que cada um seja livre para professar e abraçar qualquer religião que deseje”. Papa Pio IX “Mussolini: uma dádiva da Providência”. Papa Pio XI

“Os papas, como Jesus, são concebidos por suas mães por influência do Espírito Santo. Todos os papas são uma espécie de homens-deus, com o propósito de serem os mais habilitados a mediar entre Deus e a humanidade. Todos os poderes no Céu e na Terra lhes são dados”. Papa Estevão V, século 9.

“Pela autoridade da presente carta, Nós ordenamos que todo e cada judeu de ambos os sexos em Nosso domínio temporal e em todas as cidades, terras, lugares e baronatos sujeitos a eles deve deixar sua terra no espaço de três meses a partir da publicação da presente carta. Devem ser despojados de suas 190


propriedades e processados de acordo com a lei. Eles devem tornar-se servos da Igreja Romana e sujeitar-se à servidão perpétua. E a dita Igreja deve ter sobre eles os mesmos direitos que outros domínios têm sobre seus escravos e servos”. Papa Pio V, 1567, bula Romanus Pontifex, VII, 741.

“Nós [...] concedemos livre e ampla licença ao rei Afonso para invadir, perseguir, capturar, derrotar e submeter todos os sarracenos e quaisquer pagãos e outros inimigos de Cristo onde quer que estejam e seus reinos [...] e propriedades e reduzi-los à escravidão perpétua e tomar para si e seus sucessores seus reinos [...] e propriedades”. Bula Romanus Pontifex, Papa Nicolau V, 08 de janeiro de 1455.

Basicamente, se você pegar qualquer coisa dita por qualquer religioso de qualquer época, não vai ser muito diferente de merda.

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Mais conteĂşdo recomendado

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Livros recomendados

570 páginas Mentiras Fundamentais da Igreja Católica é uma análise profunda da Bíblia, que permite conhecer o que se deixou escrito, em que circunstâncias, quem o escreveu, quando e, acima de tudo, como tem sido pervertido ao longo dos séculos. Este livro de Pepe Rodriguez serve para que crentes e não crentes encontrem as respostas que sempre buscaram e posaam ter a última palavra. É uma das melhores coleções de dados sobre a formação mitológica do cristianismo no Ocidente. Um a um, magistralmente, o autor revela aspectos mais questionáveis da fé judaico-cristã.

317 páginas

198 páginas

Com grande rigor histórico e acadêmico Fernando Vallejo desmascara uma fé dogmática que durante 1700 anos tem derramado o sangue de homens e animais invocando a enteléquia de Deus ou a estranha mistura de mitos orientais que chamamos de Cristo, cuja existência real ninguém conseguiu demonstrar. Uma obra que desmistifica e quebra os pilares de uma instituição tão arraigada em nosso mundo atual. Entrevista AQUI.

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Originally published as a pamphlet in 1853, and expanded to book length in 1858, The Two Babylons seeks to demonstrate a connection between the ancient Babylonian mystery religions and practices of the Roman Catholic Church. Often controversial, yet always engaging, The Two Babylons comes from an era when disciplines such as archeology and anthropology were in their infancy, and represents an early attempt to synthesize many of the findings of these areas and Biblical truth.

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600 páginas

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“Dois informadíssimos volumes de Karlheinz Deschner sobre a política dos Papas no século XX, uma obra surpreendentemente silenciada peols mesmos meios de comunicação que tanta atenção dedicaram ao livro de João Paulo II sobre como cruzar o umbral da esperança a força de fé e obediência. Eu sei que não está na moda julgar a religião por seus efeitos históricos recentes, exceto no caso do fundamentalismo islâmico, mas alguns exercícios de memória a este respeito são essenciais para a compreensão do surgimento de algumas monstruosidades políticas ocorridas no século XX e outras tão atuais como as que ocorrem na ex-Jugoslávia ou no País Basco”. Fernando Savater. El País, 17 de junho de 1995. “Este segundo volume, como o primeiro, nos oferece uma ampla e sólida informação sobre esse período da história da Igreja na sua transição de uma marcada atitude de condescendência com regimes totalitários conservadores até uma postura de necessária acomodação aos sistemas democráticos dos vencedores ocidentais na Segunda Guerra Mundial”.

312 páginas "Su visión de la historia de la Iglesia no sólo no es reverencial, sino que, por usar una expresión familiar, ‘no deja títere con cabeza’. Su sarcasmo y su mordaz ironía serían gratuitos si no fuese porque van de la mano del dato elocuente y del argumento racional. La chispa de su estilo se nutre, por lo demás, de la mejor tradición volteriana." Fernando Savater. El País, 20 de mayo de 1990

Gonzalo Puente Ojea. El Mundo, 22 de outubro de 1995. Ler online volume 1 e volume 2 (espanhol). Para comprar (Amazon) clique nas imagens.

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136 páginas

480 páginas

304 páginas

De una manera didáctica, el profesor Karl Deschner nos ofrece una visión crítica de la doctrina de la Iglesia católica y de sus trasfondos históricos. Desde la misma existencia de Jesús, hasta la polémica transmisión de los Evangelios, la instauración y significación de los sacramentos o la supuesta infalibilidad del Papa. Todos estos asuntos son estudiados, puestos en duda y expuestas las conclusiones en una obra de rigor que, traducida a numerosos idiomas, ha venido a cuestionar los orígenes, métodos y razones de una de las instituciones más poderosas del mundo: la Iglesia católica.

“Se bem que o cristianismo esteja hoje à beira da bancarrota espiritual, segue impregnando ainda decisivamente nossa moral sexual, e as limitações formais de nossa vida erótica continuam sendo basicamente as mesmas que nos séculos XV ou V, na época de Lutero ou de Santo Agostinho. E isso nos afeta a todos no mundo ocidental, inclusive aos não cristãos ou aos anticristãos. Pois o que alguns pastores nômadas de cabras pensaram há dois mil e quinhentos anos, continua determinando os códigos oficiais desde a Europa até a América; subsiste uma conexão tangível entre as ideas sobre a sexualidade dos profetas veterotestamentarios ou de Paulo e os processos penais por conduta desonesta em Roma, Paris ou Nova York.” Karlheinz Deschner.

"En temas candentes como los del control demográfico, el uso de anticonceptivos, la ordenación sacerdotal de las mujeres y el celibato de los sacerdotes, la iglesia sigue anclada en el pasado y bloqueada en su rigidez dogmática. ¿Por qué esa obstinación que atenta contra la dignidad y la libertad de millones de personas? El Anticatecismo ayuda eficazmente a hallar respuesta a esa pregunta. Confluyen en esta obra dos personalidades de vocación ilustradora y del máximo relieve en lo que, desde Voltaire, casi constituye un Género literario propio: la crítica de la iglesia y de todo dogmatismo obsesivamente <salvífico>.

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1 – (365 pg) Los orígenes, desde el paleocristianismo hasta el final de la era constantiniana

2 - (294 pg) La época patrística y la consolidación del primado de Roma

3 - (297 pg) De la querella de Oriente hasta el final del periodo justiniano

4 - (263 pg) La Iglesia antigua: Falsificaciones y engaños

5 - (250 pg) La Iglesia antigua: Lucha contra los paganos y ocupaciones del poder

6 - (263 pg) Alta Edad Media: El siglo de los merovingios

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7 - (201 pg) Alta Edad Media: El auge de la dinastía carolingia

8 - (282 pg) Siglo IX: Desde Luis el Piadoso hasta las primeras luchas contra los sarracenos

9 - (282 pg) Siglo X: Desde las invasiones normandas hasta la muerte de Otón III

Sua obra mais ambiciosa, a “História Criminal do Cristianismo”, projetada em princípio a dez volumes, dos quais se publicaram nove até o presente e não se descarta que se amplie o projeto. Tratase da mais rigorosa e implacável exposição jamais escrita contra as formas empregadas pelos cristãos, ao largo dos séculos, para a conquista e conservação do poder. Em 1971 Deschner foi convocado por uma corte em Nuremberg acusado de difamar a Igreja. Ganhou o processo com uma sólida argumentação, mas aquela instituição reagiu rodeando suas obras com um muro de silêncio que não se rompeu definitivamente até os anos oitenta, quando as obras de Deschner começaram a ser publicadas fora da Alemanha (Polônia, Suíça, Itália e Espanha, principalmente).

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414 páginas LA BIBLIA DESENTERRADA Israel Finkelstein es un arqueólogo y académico israelita, director del instituto de arqueología de la Universidad de Tel Aviv y coresponsable de las excavaciones en Mejido (25 estratos arqueológicos, 7000 años de historia) al norte de Israel. Se le debe igualmente importantes contribuciones a los recientes datos arqueológicos sobre los primeros israelitas en tierra de Palestina (excavaciones de 1990) utilizando un método que utiliza la estadística ( exploración de toda la superficie a gran escala de la cual se extraen todas las signos de vida, luego se data y se cartografía por fecha) que permitió el descubrimiento de la sedentarización de los primeros israelitas sobre las altas tierras de Cisjordania.

Es un libro que es necesario conocer.

639 páginas EL PAPA DE HITLER: LA VERDADERA HISTORIA DE PIO XII ¿Fue Pío XII indiferente al sufrimiento del pueblo judío? ¿Tuvo alguna responsabilidad en el ascenso del nazismo? ¿Cómo explicar que firmara un Concordato con Hitler? Preguntas como éstas comenzaron a formularse al finalizar la Segunda Guerra Mundial, tiñendo con la sospecha al Sumo Pontífice. A fin de responder a estos interrogantes, y con el deseo de limpiar la imagen de Eugenio Pacelli, el historiador católico John Cornwell decidió investigar a fondo su figura.

El profesor Cornwell plantea unas acusaciones acerca del papel de la Iglesia en los acontecimientos más terribles del siglo, incluso de la historia humana, extremadamente difíciles de refutar.

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513 páginas

326 páginas

480 páginas

En esta obra se describe a algunos de los hombres que ocuparon el cargo de papa. Entre los papas hubo un gran número de hombres casados, algunos de los cuales renunciaron a sus esposas e hijos a cambio del cargo papal. Muchos eran hijos de sacerdotes, obispos y papas. Algunos eran bastardos, uno era viudo, otro un ex esclavo, varios eran asesinos, otros incrédulos, algunos eran ermitaños, algunos herejes, sadistas y sodomitas; muchos se convirtieron en papas comprando el papado (simonía), y continuaron durante sus días vendiendo objetos sagrados para forrarse con el dinero, al menos uno era adorador de Satanás, algunos fueron padres de hijos ilegítimos, algunos eran fornicarios y adúlteros en gran escala...

Santos e pecadores: história dos papas é um livro que em nenhum momento soa pretensioso. O subtítulo é explicado pelo autor no prefácio, que afirma não ter tido a intenção de soar absoluto. Não é a história dos papas, mas sim, uma de suas histórias. Vale dizer que o livro originou-se de uma série para a televisão, mas em nenhum momento soa incompleto ou deixa lacunas.

Jesús de Nazaret, su posible descendencia y el papel de sus discípulos están de plena actualidad. Llega así la publicación de El puzzle de Jesús, que aporta un punto de vista diferente y polémico sobre su figura. Earl Doherty, el autor, es un estudioso que se ha dedicado durante décadas a investigar los testimonios acerca de la vida de Jesús, profundizando hasta las últimas consecuencias... que a mucha gente le gustaría no tener que leer. Kevin Quinter es un escritor de ficción histórica al que proponen escribir un bestseller sobre la vida de Jesús de Nazaret.

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576 páginas

380 páginas

38 páginas

First published in 1976, Paul Johnson's exceptional study of Christianity has been loved and widely hailed for its intensive research, writing, and magnitude. In a highly readable companion to books on faith and history, the scholar and author Johnson has illuminated the Christian world and its fascinating history in a way that no other has.

La Biblia con fuentes reveladas (2003) es un libro del erudito bíblico Richard Elliott Friedman que se ocupa del proceso por el cual los cinco libros de la Torá (Pentateuco) llegaron a ser escritos. Friedman sigue las cuatro fuentes del modelo de la hipótesis documentaria pero se diferencia significativamente del modelo S de Julius Wellhausen en varios aspectos.

An Atheist Classic! This masterpiece, by the brilliant atheist Marshall Gauvin is full of direct 'counter-dictions', historical evidence and testimony that, not only casts doubt, but shatters the myth that there was, indeed, a 'Jesus Christ', as Christians assert.

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391 páginas PEDERASTIA EM LA IGLESIA CATÓLICA En este libro, los abusos sexuales a menores, cometidos por el clero o por cualquier otro, son tratados como "delitos", no como "pecados", ya que en todos los ordenamientos jurídicos democráticos del mundo se tipifican como un delito penal las conductas sexuales con menores a las que nos vamos a referir. Y comete también un delito todo aquel que, de forma consciente y activa, encubre u ordena encubrir esos comportamientos deplorables. Usar como objeto sexual a un menor, ya sea mediante la violencia, el engaño, la astucia o la seducción, supone, ante todo y por encima de cualquier otra opinión, un delito. Y si bien es cierto que, además, el hecho puede verse como un "pecado" -según el término católico-, jamás puede ser lícito, ni honesto, ni admisible abordarlo sólo como un "pecado" al tiempo que se ignora conscientemente su naturaleza básica de delito, tal como hace la Iglesia católica, tanto desde el ordenamiento jurídico interno que le es propio, como desde la praxis cotidiana de sus prelados.

Robert Ambelain, aunque defensor de la historicidad de un Jesús de carne y hueso, amplia en estas líneas la descripción que hace en anteriores entregas de esta trilogía ( Jesús o El Secreto Mortal de los Templarios y Los Secretos del Gólgota) de un Jesús para nada acorde con la descripción oficial de la iglesia sino a uno rebelde: un zelote con aspiraciones a monarca que fue mitificado e inventado, tal y como se conoce actualmente, por Paulo, quién, según Ambelain, desconocía las leyes judaicas y dicha religión, y quien además usó todos los arquetipos de las religiones que sí conocía y en las que alguna vez creyó (las griegas, romanas y persas) arropándose en los conocimientos sobre judaísmo de personas como Filón para crear a ese personaje. Este extrajo de cada religión aquello que atraería a las masas para así poder centralizar su nueva religión en sí mismo como cabeza visible de una jerarquía eclesiástica totalmente nueva que no hacía frente directo al imperio pero si a quienes oprimían al pueblo valiéndose de la posición que les había concedido dicho imperio (el consejo judío).

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A Bíblia Desenterrada – Documentário (Espanhol) OS PATRIARCAS – 1 OS REIS – 2

O ÊXODO – 3

O LIVRO - 4

A Bíblia Desenterrada – Documentário (Inglês) The Patriarchs – 1 The Exodus – 2

The Kings – 3

The book – 4

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Referências e Fontes: Este sinal (>>>) é o Link direto para fonte online ou em outro idioma. http://ateismoparacristianos.blogspot.com/ http://www.ateoyagnostico.com/ Bíblia Sagrada About the Holy Bible by Robert Green Ingersoll (1894) http://www.joaodefreitas.com.br/religiao.htm http://pt.wikipedia.org www.ceticismo.net

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