3 acordo ortográfico argumentação

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Acordo Ortográfico Começo a considerar uma falta de respeito, essa teimosia em não adotar o Acordo Ortográfico (AO). Trata-se de um conservadorismo irracional, doentio e tacanho, um abuso da liberdade e ainda uma contribuição negativa para quem se esforça por escrever o português sem erros e é enganado pelo português dos que escrevem em português arcaico (na presente data, já o é). A aplicação do AO é tão simples que só posso concluir que nem se deram ao pequeno trabalho de estudarem o AO e com esta atitude ainda não verificaram como fica muito mais simples escrever em português, usando-o. A língua portuguesa teve origem no galaico-português do século 8. Com o rei D. Dinis, no século 13, ele modificou-a para se afastar do castelhano. Depois foi evoluindo no século 16 graças aos descobrimentos, e assim continuou até inúmeras alterações serem feitas nos séculos 19 e 20. A língua portuguesa não é como se escreve mas sim como se fala. Até cerca de 1930 os portugueses eram maioritariamente analfabetos e não queriam nada saber da escrita; queriam é saber de como se fala. A maneira como se escreve é apenas uma convenção que pode sofrer alterações com o tempo, sem deixar de ser português. Assim o atual AO é apenas mais uma convenção e o português continua português. O português que os antiacordo tanto teimam em usar, só foi assim depois do AO de 1945 (na sequência do de 1911) e posto em vigor em Portugal, em 1947 pelo governo de Salazar. Nessa altura, como podem ver no parágrafo seguinte, houve profundas alterações na forma de escrever o português. Em Portugal, como se estava em ditadura, todos ficaram calados, sob pena da polícia política da altura pôr alguns com a cabeça ao sol no Tarrafal; agora que estamos em democracia, abusam dela e teimam em complicar o que é bem simples. Eventualmente aconteceu algo semelhante no Brasil. Vejamos alguns exemplos de como se escrevia o português antes do acordo de 1945, seguido de como se passou a escrever depois dessa data: veiu - veio (verbo vir); judéa – judeia; logar – lugar; pae – pai; Nazareth - Nazaré; propheta - profeta; aquelle – aquele; prégando – pregando; penitencia – penitência; proximo – próximo; fallou – falou; pharmacia – farmácia; apparelhae – aparelhai; endireitae – endireitai; pelle – pele; elle – ele; peccado – pecado; fructo – fruto; arvore – árvore; ha de – há-de (curiosa esta; antes não havia exceção no verbo haver como passou erradamente a haver depois de 1945); celleiro – celeiro; jámais – jamais; apparecer – aparecer; estrella – estrela; vinde-m’o – vinde-mo; adoral-o – adorá-lo; offerta - oferta; Egypto – Egipto; illudido – iludido; anno – ano; annunciado – anunciado; etc., etc., etc. Como se pode verificar, as alterações foram muito grandes. Comparando, as alterações no atual AO são uma ninharia! E no Brasil passou-se algo de semelhante, tendo-se aceitado algumas alterações e não o fazendo noutras. Enfim, uns para cada lado – uma tristeza estas teimosias. As alterações introduzidas pelo atual AO não têm nada de substancialmente diferente do que estávamos habituados: - As consoantes mudas passaram a não serem escritas nos países onde não são pronunciadas. Assim, por exemplo em Portugal, facto continua a ser facto. Em Portugal, a tão contestada palavra cágado continua a ser cágado. Uma criança, quando aprende, não irá aprender a ler mal se a palavra não tiver as letras mudas que antes existiam. Por exemplo, na palavra “aspeto” a criança nunca iria ler "aspêto" porque tal palavra não lhe foi ensinada pela sua família e como tal não está na sua memória. Logo, atualmente, o "c" nessa palavra não faz falta nenhuma. Pelo contrário, em "facto" faz falta estar lá o "c" porque nós pronunciamos "fakto".


- Passaram a ser aceites o acento circunflexo ou o agudo em algumas palavras esdrúxulas (proparoxítonas) em função do sotaque em uso em cada país de língua portuguesa, mas nada de relevante. - Passou a ser normalizado o uso do hífen, uma vez que antes não estava muito bem definido onde se devia, ou não, usá-lo; vejamos o caso particular do verbo haver: consideremos a seguinte frase que denota uma intenção: eu tenho de comprar um martelo; posso dizer esta intenção de outra forma: eu hei de comprar um martelo; por que carga de água é que todos os verbos não tinham hífen a separar “de” à exceção do verbo haver? Era até irracional. Já era assim antes de 1945; depois é que ficou mal. Neste ponto dever-se-ia ter ido mais longe: acabava-se de vez com os hífens. Não fazem falta nenhuma. - Vejamos agora o caso de para (verbo parar). O inglês (e não só) não tem acentos nas palavras e isso não constitui nenhum problema. O raciocínio deles é muito pragmático e é o seguinte: a criança pequena, primeiro aprende as palavras e só mais tarde (por volta dos seis anos de idade) é que vai aprender a ler e a escrever. Então não vai pronunciar erradamente uma palavra não acentuada porque tal pronúncia não existe na sua memória. Vejamos um caso com a palavra portuguesa árvore: se a palavra estivesse escrita sem acento, isto é “arvore”, a criança não iria lêla “arvóre” porque tal pronúncia deste ser vegetal não existe na sua memória. Vejamos outro exemplo em que a acentuação não faz falta nenhuma: o lavrador estava a colher o trigo e enquanto merendava deixou cair a colher. Pelo sentido todos identificamos o primeiro colher como verbo e a segunda como o objeto de comer a sopa. Ora o mesmo se passa com para (verbo) e para (preposição). Exemplo: A criança correu para a rua atrás da bola e eu, vendo um carro em alta velocidade, gritei: Para! Pelo contexto todos somos capazes de deduzir que o primeiro é “para” e o segundo é “pára”. As letras "p" e "c" que se encontram em algumas palavras com letras mudas estão lá porque em latim (origem dessas palavras) as letras estavam e eram PRONUNCIADAS. Exemplo disto: aspect em inglês lê-se aspekte, ou seja estão lá em inglês porque se pronunciam. Acontece que em português, na maioria dessas palavras essas letras deixaram de ser pronunciadas em Portugal, ou no Brasil e noutros casos continuaram a ser pronunciadas. Verifica-se até, de uma forma geral e salvo algumas exceções, que quem alterou a maneira de pronunciar o português foram mesmo os portugueses e não os povos colonizados que são hoje a memória viva de como os nossos antepassados pronunciavam muitas das palavras na época dos descobrimentos. Também se constata que, em termos práticos, não interessa nada se as palavras vêm do latim ou do grego; a língua é viva e muda com o tempo. Esse assunto, embora importante, apenas tem interesse para quem tem como profissão ser linguista e precisa desse saber para analisar textos antigos. O problema é que, quando se faz um acesso à universidade ou a uma entidade pública, neste ou noutro país de língua portuguesa, não estando normalizada a escrita, podemos ver reprovada a candidatura por o texto ter erros de ortografia. Adicionalmente não se poderiam usar no ensino autores de outros países de língua portuguesa pelo mesmo motivo. Assim, faz todo o sentido que, verificando-se essas diferenças regionais, houvesse um documento normativo que as legalizasse. Aliás este esforço não é de agora - já há desde mais de um século que se tem vindo a fazer diversas tentativas de normalização através de vários acordos. Logo, este AO não será o último; há muitas mais coisas a simplificar na língua portuguesa... e um poucochinho de cada vez não custa nada. O AO foi feito em 1990. Os contestatários tiveram cerca de 25 anos para o contestar; e agora que está em vigor é que vêm colocar problemas no que não é problema algum! Com estes conservadores... ainda estávamos na idade da pedra.


Não me parece que fossem necessários 25 anos para que os antiacordo só agora apareçam. Em 1945, as alterações foram muito grandes e todos estiveram calados. Há vantagens económicas e geoestratégicas em uniformizar o português. Não sejamos arrogantes porque estamos em Portugal ou no Brasil ou noutro país de língua portuguesa. Sejamos humildes. A língua portuguesa tem bastante importância porque há mais de 200 milhões de brasileiros, 70 milhões em outros locais a falar português e em Portugal só há cerca de 10 milhões… Sem o conjunto todo dos falantes de português… o português não tinha importância significativa no mundo. Nos relatórios da ONU e de outras instituições, o português é a quinta língua mais falada no planeta porque se tem em consideração que existe um universo de cerca de 270 milhões de falantes de português. Quem mais alterou o português não foram os brasileiros mas sim os doutores de Portugal. Como se sabe as palavras técnicas foram, em grande escala, importadas do inglês. E se temos muitos artigos técnicos e científicos em português na Internet devemo-lo aos brasileiros que evoluíram mais depressa que Portugal nessa área. Entre milhares de palavras em que isso aconteceu vejamos agora apenas duas: "sport" inglês, para se converter em português teria que iniciar por "e" e dar "esporte"; "stress" inglês deveria ser convertido também colocando um "e" inicial e dar estresse. O que fizeram os doutores portugueses? De "sport" inventaram "desporto" acrescentando "de" ao início de "sport" e inventaram "stresse" que não tem lógica na formação de palavras em português. O assunto é polémico, mas os brasileiros seguiram, quanto a mim, uma regra muito mais usada em português quando se importam palavras do inglês. Fernando Cristóvão, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e membro da Academia das Ciências de Lisboa questionou "Se Portugal e o Brasil têm direito a ortografias próprias diferentes, porque é que Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor não têm o mesmo direito? E qual a língua de uso internacional que resistiria a oito ortografias diferentes?". Vital Moreira, político e professor da Universidade de Coimbra, lembra que "não existe nenhuma razão lógica para que uma mesma língua mantenha tantas divergências ortográficas entre duas normas nacionais, quando elas não correspondem a uma divergência real na sua expressão oral". Ideia corroborada pelo jurista português Pedro Lomba — "havendo uma língua única, devemos perguntar se será sensato insistir numa divisão desnecessária e complicativa das regras ortográficas dos dois países — e por Mauro de Salles Villar, coautor do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa — "A variedade do português do Brasil e de Portugal é muito aproximada. Não temos razão em ter duas formas oficiais de grafar a língua". Edite Estrela, professora e eurodeputada portuguesa disse que "é necessário pôr termo a esta singularidade de termos uma língua com dupla ortografia, situação que tem dificultado a internacionalização do nosso idioma, quer em universidades estrangeiras, quer em organismos em que Portugal e o Brasil têm assento. A unificação ortográfica não faz milagres, mas é o primeiro passo para uma política da língua coerente" e que "Há quem questione a uniformização da escrita, invocando as diferenças vocabulares e de pronúncia entre Portugal e o Brasil. Ora, escrever do mesmo modo não significa falar do mesmo modo, como provam, designadamente, os alentejanos e os micaelenses. E, quanto ao vocabulário, recordo que em território português, por exemplo, o estrugido e a sertã convivem, sem problemas, com o refogado e a frigideira. O custo económico e financeiro na produção de edições diferentes de dicionários também foi levado em conta, livros didáticos e literários para o Brasil e para Portugal. E nós que não somos peritos vamos questionar estes especialistas? Poder-se-á argumentar que outros doutos têm uma opinião contrária. Mas também nos doutos há "velhos do Restelo".


Não foram uns ignorantes que fizeram este AO 1990. Foram peritos da Academia das Ciências de Lisboa, da Universidade de Lisboa e da Academia Brasileira de Letras e da Universidade de Coimbra. Estamos nós muito longe da capacidade linguística destes peritos. O Esperanto é uma língua artificial que só tem regras, nenhuma exceção e cada letra tem um único som. Trata-se por isso de uma língua extremamente fácil de aprender e falar e já foi 2 vezes considerada pela ONU como um veículo para aumentar o entendimento entre os povos. O Esperanto foi pensado para ser a segunda língua de todos os povos. Infelizmente a hegemonia do capital com origem no império britânico com a influência da atual maior potência - os EUA, tem impedido esse objetivo e o inglês tomou a dianteira na Internet; curiosamente há imensos artigos em português na Internet sobre tudo o que se procurar, graças aos brasileiros. O meu maior desejo para as outras línguas, é que, progressivamente simplifiquem tanto quanto possível até se aproximarem da simplificação do Esperanto. Luís de Camões, Fernando Pessoa, Alexandre Herculano e Alves Redol não escreveram o português da mesma maneira que o fazemos. Eles escreveram em português ainda mais arcaico do que aquele que os antiacordo teimam em usar. E no entanto, independentemente da escrita deles, todos concordamos que eles escreviam em português; era arcaico, mas é português. Eu li o AO e tenho-o sempre comigo para tentar não cometer erros com o uso dos hífens. De facto, o AO deveria ter ido mais longe e eliminar todos os hífens. Não fazem falta nenhuma. Repare-se que o castelhano não separa o pronome do verbo, antes forma uma única palavra com ele. Por exemplo: eu "encontro-te", em castelhano dará "encuentrote"; encontrar-se dará encontrarse, etc. Ou seja, quando falamos não interessa nada como escrevemos aquilo que falamos. Antes de 1930 os portugueses eram quase todos analfabetos e não queriam nada saber da escrita. A escrita é uma convenção: uma cultura segue uma convenção, e outra cultura, em situação idêntica, segue outra convecção, como demonstrei com o castelhano. Por muito que neguem e contestem, o AO simplifica a escrita do português sem erros. Além disso, ao normalizar a escrita, faz com que autores de diferentes países LP possam ser usados nas escolas de outros países e a aprendizagem do português por estrangeiros seja mais fácil. Os peritos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, da Academia das Ciências de Lisboa, da Universidade de Coimbra e a Academia Brasileira de Letras que deram origem ao atual AO também afirmam que o português fica mais simples e mais normalizado. Quem somos nós para contestar o trabalho árduo desses nossos colegas que tanto se esforçaram para chegar a um consenso para agora virem uns tantos retrógrados anular tanto esforço? Os oponentes têm apontado o facto de a ortografia da língua inglesa apresentar variantes nos diversos países anglófonos, sem que a ortografia inglesa tenha sido objeto de regulação. Também mencionam a mesma situação com a língua castelhana. Ora isso é uma forma distorcida de descrever o que realmente aconteceu: Norma ortográfica do inglês, do castelhano, do alemão e do francês Língua inglesa No inglês foi exercida a fixação das suas normas gráficas, cuja padronização coube aos grandes dicionários de referência, desde o de Samuel Johnson — publicado em 1755 — até aos dos nossos dias com o Oxford English Dictionary, fruto da intervenção das editoras em íntima ligação com o mundo académico, que hoje incorpora as variantes ortográficas do inglês dos Estados Unidos. Graças a esta, bem antiga, normalização da ortografia inglesa, a ortografia do inglês mudou muitíssimo pouco nos últimos duzentos anos porque há muito que as duplas grafias que se verificavam, e se verificam atualmente, estão incorporadas na mesma norma ortográfica.


O inglês, apesar das muitas simplificações na conjugação verbal, e na formação de novas palavras, o que facilita a sua aprendizagem, apresenta uma discrepância muito grande entre a pronúncia e a escrita. Costumo dar como exemplo a palavra para "cais" que se escreve "quay" e se pronuncia "ki" - um autêntico disparate, digo eu. Língua espanhola/castelhana A formação do castelhano/espanhol, contemporâneo, vem desde a fundação da Real Academia Espanhola (RAE) em 1713 até aos nossos dias. Houve outros trabalhos por outros peritos, mas não surtiram o impacto da RAE em colaboração com outras academias. Apesar de ser um idioma falado em regiões tão distantes, a ortografia e as normas gramaticais asseguram a integridade da língua, com a colaboração entre as diversas Academias da Língua de Espanha e as dos países americanos no intuito de preservar esta unidade. Espanha elaborou o primeiro método unitário de ensino do idioma que é difundido por todo o mundo através do Instituto Cervantes. A colaboração entre a Real Academia Española e as outras academias resultou na criação, em coautoria, do Diccionario de la Real Academia Española (que já vai na 22.ª edição, publicada em 2001), da edição de 1999 da Ortografía, considerada uma obra verdadeiramente panhispânica, e mais recentemente na confeção do Diccionario panhispánico de dudas (2005). Nota: - Repare-se por ex. que esta palavra em castelhano “diccionario” poderia levar-nos a argumentar que lá também têm letras mudas, mas não, porque se pronuncia “dikcionario”; isto é, salvo raras exceções, no castelhano não há genericamente letras mudas – elas são pronunciadas, ao contrário do que fizeram os portugueses que lentamente deixaram de as pronunciar. Entre os projetos conjuntos estão a redação da Gramática e a compilação de um Diccionario de americanismos. Desde 2000, a Associação organiza a Escola de Lexicografia Hispânica para a formação de peritos em lexicografia castelhana. A Associação, juntamente com a Real Academia Española, foi galardoada com o Prémio Príncipe das Astúrias da Concórdia em 2000, por seus esforços pela colaboração e consenso. Língua alemã A 1 de Julho de 1996 todos os estados alemães, a Áustria, a Suíça e o Liechtenstein acordaram introduzir uma nova ortografia no dia 1 de Agosto de 1998. A nova ortografia só é obrigatória nas escolas. Porém, na medida em que os alunos passaram a população produtiva, com o envelhecimento da geração anterior, a nova ortografia está a estabelecer-se na maioria da população. Língua francesa A simplificação ortográfica do francês foi validada pela Academia Francesa e publicada no Jornal Oficial da República em 1990. Começou a ser aplicada em 2008 por ocasião da reformulação dos manuais escolares. Alterou cerca de 2400 palavras. O Conselho Internacional da Língua Francesa, onde todos os países francófonos estão representados, deu parecer favorável à nova ortografia. Entra em vigor em 2016. Na língua portuguesa, houve também tentativas de trabalho nesse sentido. Raphael Bluteau, português de origem francesa, publicou O Vocabulário Português e Latino que foi lançado entre 1712 e 1728. Antônio Moraes Silva, brasileiro, publicou O Dicionário da Língua Portuguesa, em Lisboa, em 1789, que é reconhecido como um dicionário muito completo.


Porém, infelizmente, tal facto não resultou numa simplificação e normalização a larga escala nos povos de língua portuguesa nessa época. Só nos fins do séc. 19 e durante o séc. 20 é que se fizeram trabalhos com algum sucesso na normalização do português e de que o AO de 1990 é apenas mais um passo nesse sentido. E no planeta, a lista de línguas com acordos e simplificações feitas nas últimas décadas é grande. Nas reformas destas línguas, houve em todos os casos os evolucionistas que se colocaram a favor e os conservadores que se colocaram contra e sempre com acesas discussões. Fica assim demonstrado que não são os países de língua portuguesa os únicos a fazerem acordos e normalizações. Nós portugueses que temos tendência para viver sem planeamentos, ao Deus-dará, caímos na situação de estarmos atrasados mais de um século em relação ao inglês, já normalizado desde 1755 e ao espanhol desde 1713. Penso que é um pouco vergonhoso para nós… e não só. E pelos vistos os antiacordo querem continuar nesse estado. E poderia ir por aqui fora apresentando inúmeros argumentos técnicos, mas tenho consciência que nunca convenceria os antiacordo. E esta impossibilidade de racionalizar as coisas, que também acontece de forma idêntica nas diversas tentativas de evolução em diversas áreas e em todos os povos, é triste para a humanidade. Este comportamento conservador atrasa a evolução intelectual e espiritual da humanidade e justifica a necessidade de que todos temos de morrer. É preciso morrer uma geração mais velha para que a mais jovem consiga fazer mudanças para a evolução, porque os conservadores, enquanto vivos, impedem as mudanças que são necessárias e úteis para simplificar. E isto é válido para todos, mas poucos veem isto.


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