JORNAL do BRIQUE da Redenção Porto Alegre - RS - Brasil
Ano II- Número 3
Agosto - Setembro / 2017
Brique da Redenção, onde a cidade se encontra ARTESANATO ARTES PLÁSTICAS ANTIQUÁRIOS GASTRONOMIA A Poesia de Carlos Eduardo Caramez p.8 Feiras no Mundo: Moscou por Alekseeva Daria p.8
Fotos: Banco de Imagens da PMPA, Inez Gelatti e JBR
Foto: Maia Rubim / Banco de Imagens PMPA -17 de agosto de 2017
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Tendência: Orgânicos p.6 Eleita nova diretoria da AABRE p.3
FISCALIZAÇÃO PERMANENTE JÁ! pal, atendendo a uma demanda permanente da Associação dos Artesãos do Brique da Redenção, bastante prejudicados com a existência deste comércio paralelo. A expectativa é que as iniciativas prossigam, para que o Brique da Redenção volte a sua normalidade. Fotos: Inez Gelatti
E
m julho a Prefeitura, através da SMIC, Secretaria Municipal da Indústria e Comércio, realizou duas operações de fiscalização, para combater o comércio e vendedores ambulantes no Brique da Redenção. As ações contaram com o apoio da Brigada Militar e da Guarda Munici-
E.D.I.T.O.R.I.A.L
Novos tempos a caminho?
VISITANTES NA CENA
por Fábio Löff Chagas
O
Brique da Redenção é um lugar que reúne toda a semana um público bastante diversificado, pessoas de todas as idades e etnias que vêm dos mais diferentes lugares da cidade, do estado, do país e do mundo. Aqui, além dos visitantes, estamos registrando a presença de algumas pessoas que nos prestigiaram no lançamento da segunda edição do Jornal do Brique da Redenção.
T
empo bom é fundamental para o Brique - é quando toda a cidade
vai para a rua e se encontra na mais importante feira do estado e uma das mais expressivas do país. Com toda sua diversidade e riqueza de produtos, da memória e relíquias dos Antiquários, da criatividade do Artesanato, da sensibilidade das Artes Plásticas, às delícias da Alimentação. Principalmente com a nova estação que se avizinha, a primavera, aquela que muitos acham a mais bonita das estações. Novos tem-
Vera Daisy Barcellos e seu com- Onofre Vieira e esposa. O casal que esteve no lançamento da panheiro estiveram no evento segunda edição do JB do Jornal do Brique.
Gustavo Ventura e a filha Cecília Gomes nos honraram com a presença
pos, de retomada do Brique pelo Poder Público? É o que todos querem e desejam. A julgar pelas últimas intervenções, a volta da fiscalização, talvez indique que a prefeitura possa, finalmente, voltar seu olhar para um dos principais atrativos turísticos, culturais e econômicos da cidade. Vaughn Bonner, Tiago Mello e Melissa Mello
Katia Van Thournout e Julien Van Den Driessche da Bélgica com Daniel Motta do Uruguay
Editor: Emílio Chagas Editora de Arte: Cristiane Löff Correspondente (RU): Alekseeva Daria Fotografia: Cristiane Löff, Eluiza Maio, Fábio Löff Chagas, Maria Inez Gelatti Design e Editoração: Proforma Design e Comunicação Ltda. Estagiário de Jornalismo: Fábio Löff Chagas Jornalista R: R. Oliveira DRT/178SC Conselho Editorial: Associação dos Artesãos do Brique da Redenção - AABRE Redação: (51) 32736467 Comercial: (51) 982519699 jornaldobriquepoa@gmail.com cristianeloff@yahoo.com.br
2
João e Mirian Müller. Ele é advogado e ela Relações Pùblicas e Psicopedagoga
Luís Augusto Fischer esteve no lançamento com a esposa e filhos
A VOZ DA A.A.B.R.E.
S.O.S Brique da Redenção João Batista Castilhos da Rocha, presidente da AABRE, na gestão 2016/2017
Passadas mais de três décadas de existência, podemos afirmar que o Brique da Redenção hoje tem um grande significado e importância cultural e social muito significativa para Porto Alegre e seus habitantes. Esta estreita relação de pessoas e espaço público nos faz crer que é totalmente possível transformar uma avenida da cidade em uma grande sala de visitas, onde são recepecionados não somente os porto-alegrenses, como também todos aqueles que por algum motivo passam o domingo por aqui. Com o intituito de bem preparar esta sala, o Brique é pensado por seus expositores, que representam aproximadamente 300 famílias para ser um espaço de convivência saudável que a diversidade que seu público e toda a magnitude da Redenção. Atualmente nossa feira está sofrendo um processo de descaracterização pelas invasões sistemáticas de vendedores ilegais, falta de manutenção dos banheiros do parque e ausência quase total de fiscalização de fiscais da SMIC. Achamos que é chegado o momento de uma enérgica tomada de posição das autoridades municipais e expositores no sentido de se iniciar um intenso trabalho de recuperação espaço que nos torna uma saudável referência de ocupação do espaço público.
Eleita nova diretoria da AABRE, Associação dos Artesão do Brique da Redenção Em Assembleia Geral extraordinária, realizada em 09 de agosto de 2017, os membros da Associação elegeram por unanimidade a chapa 1, formada por: Evilázio Domingos Rodrigues – presidente João Batista Castilhos da Rocha – vice-presidente Alfredo Nicolas Larre Segalerba – primeiro secretário Raquel Werlang – segunda secretária Paulo Eduardo Richesky Grala – primeiro tesoureiro Ana Maria Clemento Bonotto – segunda tesoureira Breno Luis Caldasso da Silva – diretor comercial Edgar Luis Rissi da Silva – diretor de relações públicas Conselho Fiscal: Rosane Vasconcelos Matos, Magda Solange Moroso Guilhão, Cezar Veiga Martins, Liane Maria Diehl, Silvio dos Santos Sheuca.
3
QUEM FAZ O BRIQUE BA
NCA
6
Vera Maria Almeida da Silva
Verinha: “O Brique é o ponto de encontro da cidade”
S
eu nome é Vera Maria Almeida da Silva, mas é mais conhecida como Verinha do Brique, onde chegou em fins dos anos 90. “Foi quando o nosso grupo começou aqui. E fomos, aos poucos, conquistando espaço porque naquele tempo a gente era ainda ambulantes e em grande número. Quem foi ficando, conquistou o seu lugar. E hoje estamos aqui há quase 30 anos.” Verinha começou com pães caseiros, que vendia bastante. “O meu carro-chefe é o pastel, mas no inverno o nosso forte são os produtos quentes, pinhão e quentão.” A bebida é muito procurada, especialmente nos dias frios. Já tradicional da banca, feita pelo esposo de Verinha, tem como ingredientes vinho e temperos. E sem cachaça, conforme acordo feito com a antiga SMIC e o Ministério Público. Acordo que vale para todas as outras
4
bancas de alimentação também – cada uma com as suas receitas e temperos. Sobre o Brique, ela acha que ele está “dodói”, precisando de cuidados. “Ele precisa ser tratado, porque nós vivemos dele, eu e minha família, por exemplo – o esposo, mana, sobrinho.” Em relação às mudanças desde o tempo da sua chegada, diz que são muitas, a começar pelo horário. “Antes ia até às 14h, agora está bem melhor.” Para ela, o Brique representa tudo na cidade, principalmente nos fins de semana, que é o encontro das famílias, de todas as tribos e um ponto de encontro da cidade.
BA
NCA
7
Candido Silveira
“Meu trabalho é arte pop”
N
o Brique desde 1991, ele começou com trabalhos em pedra grês e sabão, mas ao longo do tempo derivou para quadros bidimensionais, sobre tela, com tinta acrílica. Define seu trabalho com uma arte pop, tanto pela técnica mista, quanto pelo tema, que é música. Sobre o Brique atualmente define a situação como caótica, assim como o país. “No setor de arte a gente está sendo dominado pelos camelôs e a fiscalização não está tendo força. Nas reuniões a gente pede, mas tudo depende de força politica.” Ele acha que, sobre o público, tem muita gente que nem conhece o Brique ainda. E, por outro lado, tem pessoas que vão à feira justamente porque “virou meio camelódromo.” “O público mudou
muito durante neste tempo todo – antes trazia muitos funcionários públicos, mas com os salários parcelados, tudo ficou defasado.” Há 25 anos no Brique, diz ele que é a sua vida e depende dele para se manter, sobrevivendo da sua arte. Mas, há seis anos era bem melhor, garante. O seu público é, na maioria, gente que trabalha com música, “que também está sem grana, mas tem escolas de música, gente que tem filhos que está "tocando". Acha que o Brique está estagnado, mas tem grandes expectativas da inclusão do Turismo na Secretaria responsável pela sua gestão. “Talvez com isso possa ter mais divulgação, principalmente dos atrativos de Porto Alegre, como o próprio Brique, é não só da Serra Gaúcha.”
BA
NCA
17
Helena Toldo
A “Conselheira do Brique”
E
la acompanha a história do Brique desde o começo, há mais de 30 anos, do tempo dos 24 fundadores, ligados ao segmento dos antiquários. Depois de cinco anos, diz, chegou o setor do artesanato e das artes plásticas. “A praça de alimentação entrou em 1998, antes tínhamos apenas os ambulantes. Nesse ano também entraram os índios.” Helena tem estudos acadêmicos sobre o Brique e diz valorizar muito o trabalho dos artesãos, que produz um enriquecimento
da economia informal, através da reciclagem. Ela trabalha com produtos bastante diversificados, segundo define: porcelanas, joias, prata e também com roupa estilo brechó, de época, em perfeito estado. Depois de décadas de vivências na feira, acha que o Brique está enfrentando uma fase difícil – como todo o Brasil. “A crise também se reflete aqui, diminui o turismo e as compras. E as pessoas estão comprando mais o útil do que o decorativo. E muitos aproveitam para comprar como investimento, já que os preços estão baixos. Para Helena, o Brique é da maior importância para a cidade, fomentando o turismo local. “Quem não vai viajar, vem para cá pegar sol, acampar, assistir os eventos. Eu fiz uma caminhada grande aqui no Brique, não só com a minha banca, mas na busca de políticas públicas para ele. Ganhei até o título de ‘Conselheira do Brique’ dos meus colegas.”
Helena Toldo com sua amiga que é moradora da Av. José Bonifácio: boa vizinhança
Valorize o artesanato do Brique
BA
NCA
101
Flávio Marson
Prataria com temática gaúcha
E
le está mais de 20 anos no Brique, sendo conhecido pelo seu trabalho em prataria gaúcha, cinzelado em peças de prata, com detalhes em ouro, um trabalho que logo se destaca pelo acabamento. Pela natureza regional, o seu público é formado por apreciadores da tradição gaúcha que curtem um chimarrão em alto estilo e facas com cabo e bainha em prata com detalhes também e ouro. Como a maioria dos expositores, acha que a situação do Brique está complicada. “Cada vez mais os camelôs estão tomando conta dos espaços, expondo produtos para venda que não condizem com o Brique. Os índios deve-
riam ter um espaço delimitado para expor, e somente poderiam colocar produtos feito por eles”, diz. Mas tem uma visão otimista da feira, achando que ela representa uma parte dos grandes artesões que o Rio Grande do Sul tem. “É um ponto turístico maravilhoso. Um dos passeios que as famílias adoram fazer nos domingos ensolarados. Vão para conhecer e comprar os trabalhos dos artesões, artistas plásticos e antiguidades, como também curtir a natureza, música e curiosidades que só o Brique proporciona.” Sugestões? Melhorar a estrutura do entorno e também fazer uma divulgação mais forte juntos aos hotéis e o aeroporto.
Av. Venâncio Aires, 876 Bairro: Farroupilha Telefone: (51)3332-0063 Rua Sarmento Leite, 811 Bairro: Cidade Baixa Telefone: (51)3221-9390 Porto Alegre - RS - Brasil Estacionamento Conveniado
www.bardobeto.com.br
5
COMUNIDADE
TENDÊNCIAS
O ABC dos produtos orgânicos
CRIP - Centro de Relações Institucionais Participatvas da Prefeitura à espera de demandas na Casa dos Conselhos
De algum tempo para cá o tema produtos orgânicos tem ganhado muito espaço, e conquistado muitos novos adeptos. Vamos ver algumas curiosidades desta saudável tendência: * Considera-se alimento orgânico todo produto cultivado, sem uso de adubos químicos e agrotóxicos, evitando a contaminação do solo, dos alimentos e meio ambiente * Apresentam uma qualidade sensorial maior, assim como as propriedades nutricionais * Os produtos orgânicos estão dentro do conceito de sustentabilidade ambiental, gerando mais cuidados com a terra onde são produzidos e toda a cadeia que envolve a plantação * Por suas características, apresentam maior durabilidade, mais capacidade de armazenamento e, consequentemente, maior prazo de validade * Um dos maiores méritos da agricultura orgânica é criar um ecossistema mais equilibrado, preservando a biodiversidade, mantendo a terra fértil e natural * Os produtos podem ser de origem animal, vegetal – em qualquer caso são mais saudáveis, saborosos, preservando seus nutrientes – vitaminas e minerais. * Em relação aos produtos de origem animal, como ovos e carnes, a condição é que não sejam usados neles antibióticos, hormônios ou anabolizantes * Para ter o selo/certificado de orgânicos os produtores brasileiros devem estar vinculados à Organização de Controle Social * E sempre confira nas embalagens!
Atividade no espaço aberto da Casa dos Conselhos junto com parceiros da comunidade. Ao fundo o painel de Vinícius Vieira.
6
Ilustrações: Cris Löff
Foto ao lado: Banco de Imagens PMPA
Fotos: Fábio Löff Chagas
F
uncionando na chamada Casa dos Conselhos, casarão restaurado na esquina das avenidas Venâncio Aires com a rua João Pessoa, CRIP Centro, que veio substituir o antigo CAR Centro, é uma espécie de subprefeitura, localizado na Região Centro, abrangendo desde as avenidas Padre Cacique até a Carlos Gomes: “É uma região bem ampla, envolve bairros como Auxiliadora, Floresta, Moinhos de Vento e outros”, explica Carlos D´Ávila, o coordenador. Ele acrescenta que o CRIP ad- tão, o que eu fiz foi me aproximar, ir para as ruas ministra problemas externos, como asfalto, mesmo, sinaleiras, paradas de ônibus, abordanlixo, iluminação, conservação de praças, ques- do as pessoas para ver se elas sabiam da existêntões de patrimônio histórico. “As pessoas pro- cia dos CRIPs, em especial o nosso CRIP Centro. curam o CRIP, onde procede-se a abertura dos E praticamente 90% das pessoas não sabiam e ‘chamados’, que são demandas, como podas de nem que poderiam vir até aqui fazer suas reivinárvores, segurança, etc. A partir daí é aberto um dicações.” Ele também revela que está tentando protocolo e solicitado junto aos órgãos compe- fechar muitas parcerias privadas, que possam tentes da prefeitura para que medidas e provi- viabilizar ações como adotar uma praça, ou uma dências sejam tomadas. Agora, há pouco tempo, via pública. acabamos de sanar os problemas mais críticos O nome Casa dos Conselhos é porque, da região, mas evidente que temos ainda outras até então, o local era utilizado para as reuniões pendências”, revela. O espaço dos conselhos e associações também está disponível para municipais – que lá ainda coneventos, que é, justamente, tinuam fazendo seus encontros, uma das atribuições do coorinclusive a AABRE. O prédio é denador, ou seja, ter contatos uma construção histórica, tomexternos com as comunidabado, com muros expondo trades, fazer parcerias com asbalho artístico do arquiteto Visociações para trazer eventos nícius Vieira. “As portas estão e reuniões. Carlos, mais coabertas para todos”, conclui o nhecido como Cacau, diz que coordenador. percebe na comunidade um Horário Funcionamento: Das 8h:30 até às 18h:00 certo desgaste que já vem de de segunda a sexta-feira muito tempo, principalmente Avenida João Pessoa, 1110 com problemas básicos. “En- O coordenador Carlos D´Ávila F: 3289.8358 – 3289.8409
MEMÓRIAS DO BRIQUE
Luiz Inácio Medeiros: “O Brique, assim como o MARGS, deu um toque mais contemporâneo à cidade naquela época.”
T
udo começou na administração do então prefeito Guilherme Socias Vilella, nos anos 70, quando o secretário da Smic na época, Reginaldo Pujol, amigo pessoal de Luiz Inácio, fez um convite para que ele presidisse um grupo formado por notáveis da cidade, Tânia Carvalho, Célia Ribeiro, Paulo Gasparotto e Tatata Pimentel, com o objetivo de criar uma feira que se chamaria Mercado das Pulgas, tal como a de Paris. Mas Luiz Inácio não achava interessante simplesmente copiar o nome, e propôs Brique da Redenção – que logo foi aprovado pela comissão. “Ainda não existia a localização, e a ideia original do Gasparotto era fazer na Duque de Caxias, no Alto da Bronze. Mas havia uma dificuldade: o local não tinha banheiros, nem para os vendedores, nem para o público em geral”. O local escolhido acabou sendo a rua José Bonifácio, onde, na época havia um posto de gasolina, na esquina com a avenida João Pessoa, imitando um avião, que dispunha de toalete. Na época ele era o Diretor do MARGS, que estava sendo transferido de uma sala de um edifício na av. Salgado Filho para a sua sede atual, na Praça da Alfândega. “No Museu trabalhava comigo um rapaz ainda sem treino, Fabio Coutinho, de Arroio dos Ratos, que indiquei para auxiliar na instalação do Brique. O grupo original, elaborou um regulamento que foi bastante discutido. No início só podiam participar pessoas que vendessem coisas velhas, nada de comida, nem artesanato.” A ideia era fazer algo para o público que, nos domingos fosse uma alternativa de lazer, e de trabalho para os vendedores. Pensou-se, inclusive, que o Brique possibilitasse a instalação permanente de antiquários,
Luiz Inácio Medeiros, que recebeu o JB em sua casa, ao lado do quadro de Siron Franco de sua coleção particular.
na época inexistentes, recorda. “Inventei o nome porque na Rua da Praia, onde depois se construiu o edifício Cacique e o cinema do mesmo nome, existia uma loja de coisas velhas que eu gostava de passar, mas era um atulhamento terrível. Um grande balcão e um armário dividia a sala.” Ele lembra que na época a cidade era muito provinciana, e tanto o MARGS como o Brique vieram trazer um ar mais contemporâneo. “A Câmara municipal várias vezes me mandava votos de congratulações pelos dois trabalhos. Hoje o local cresceu e talvez fosse bom fazer alguma revisão dos seus vários setores – não para excluir, mas para ordenar um pouco os diferentes usos e facilitar aos expositores e ao público o uso do espaço”, conclui.
Luiz Inácio Medeiros foi um dos fundadores e o criador do nome “Brique da Redenção”. Teve como referências feiras internacionais, como Marché aux Puces, de Paris, a Feira de San Telmo, de Buenos Aires, a feira de Rastro, de Madrid e a de Montevidéu, na 18 de Julio. Além do Brique da Redenção, foi decisivo na implantação do MARGS, Museu de Arte do Rio Grande do Sul na sua sede definitiva, na Praça da Alfândega. “Quando ficamos mais velhos, a gente sempre tem nostalgia. O importante é que dei essas duas contribuições à cidade em que nasci.”
7
FEIRAS NO MUNDO
POESIA
"Moscow Fest" por Alekseeva Daria
Entre muitas feiras de rua que existem em Moscou esta é uma das mais descoladas com muitas atrações para quem busca um estilo de vida contemporâneo e informações atualizadas sobre gastronomia e cultura
O
daryadmitr@mail.ru
Geralmente o evento é para jovens gurmets, mas a maioria do público vem pela convivência social, e não só pela comida em si. A música tocada no evento dificilmente seria apreciada por um público mais idoso. As pessoas vêm aqui para se divertir e conhecer novos amigos. À noite, não é fácil encontrar um assento, então normalmente as pessoas comem de pé conversando. Normalmente, existem 30 projetos que representam alimentos e bebidas no festival. A variedade de suas ofertas é excelente, desde sorvete enrolado a pernas de caranguejo. Este mercado é um espaço moderno para novas idéias gastronômicas, que criam a atmosfera de férias, juntamente com serviços excelentes e novas tecnologias.
Carlos Eduardo Caramez Faço o que é preciso cumpro o combinado não passo recibo não atraso serviço não tem essa de mudar preço desconversar na hora inventar outra história bato cabeça derrubo paredes dou passo maiores que as pernas murros que entortam pontas de faca transformo a exceção em regra
*Alekseeva Daria mora em Moscou. É guia de turismo na cidade nos idiomas inglês e espanhol. Estuda mestrado em Filologia e História na na Universidade Federal Russa para as Humanidades. É uma viajante entusiasta interessada em experimentar coisas novas na vida!
Fotos: Alekseeva Daria
"Street Food" é uma popular feira de verão em Moscou, que é realizada no Museu de Moscou todos os fins de semana. O entorno do museu se transforma em um mercado espaçoso com comida local, música ao vivo e palestras culinárias. A cada final de semana a especificidade do evento é diferente. Pode ser um evento dirigido para o café ou dedicado à culinária asiática, o tema principal pode ser frutas, bem como comida saudável ou mesmo um festival de cinema. Além de provar diferentes tipos de comida, os visitantes podem conhecer novas tendências do setor de restaurantes e culinária. Por exemplo, todos são bem-vindos para participar da palestra sobre café: conhecer quais são as diferenças entre o café da Etiópia e do Brasil, que tipo de água deve ser usada para o café, ou como abrir um café em Moscou, etc.
Дарья Алексеева*
Vida das Sobras
Estas fotos são da feira realizada no domingo passado dia 20 de agosto. Muitas atrações gastronômicas, boas palestras e música ao vivo.
Cultura dá samba! Em breve um novo espaço cultural na cidade. CS - CHORO & SAMBA - e muito mais: aulas, estúdio de gravação, saraus literários musicais entre outras atividades culturais. Tudo bem juntinho ao Brique. Aguarde!
ESPAÇO CULTURAL CS CHORO & SAMBA Rua Santana - Porto Alegre - RS
8
Carlos Eduardo Caramez nasceu em Cruz Alta (RS). É jornalista e produtor cultural. A publicação de a Vida das Sobras, lançado no 1º semestre deste ano, encerra a trilogia Poemas Incuráveis, iniciada com Última Safra do Silêncio e Construção das Ruínas. Atualmente, vive entre o Rio de Janeiro e Porto Alegre.