Jornal do Brique da Redenção 2018/1

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JORNAL do BRIQUE da Redenção Porto Alegre - RS - Brasil

Ano II- Número 4

Abril - Maio / 2018

Brique da Redenção 40 anos, festa da cidade P

ara não fugir à tradição, uma garoa. Depois um chuvinha de outono marcou o dia das comemorações dos 40 anos do Brique da Redenção. Muitos expositores não comparecem, assim como boa parte do público. Mas o tempo não espantou os mais aguerridos e a data teve direito à exposição de carros antigos, como o Clube do Miúra, visitantes ilustres, como os vereador Reginaldo Pujol (que, junto com o então prefeito Guilherme Villela fez o decreto que criou a Feira) e o vereador Adeli Sell, que foi secretário da extinta SMIC e é um dos seus mais permanentes apoiadores. E vamos rumo às comemorações dos 50 anos do Brique! (Mais nas páginas 6 e 7)

A veterana Hellena Toldo vestida a caráter para a festa.

LEIA TAMBÉM:

Pingos da chuva nas taças de prata. Tim tim!

Poesia de José Weis p.12

O "Teatro de Caixa" faz a alegria de crianças e adultos.

O Clube do Miura trouxe seus carros pro aniversário.

Homenagem ao Brique na Câmara Municipal p.7


PERSONALIDADES DOS 40 ANOS E.D.I.T.O.R.I.A.L

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Tempo de celebrações

sta edição celebra os 40 anos do Brique da Redenção. Como este

veículo de comunicação nasceu para ser porta voz e defender este patrimônio cultural da cidade registramos nestas páginas algumas importantes celebrações deste mês de aniversário, também um pouco da sua história é

O Brique, na voz de personalidades que fizeram sua história Leandro Telles

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m dos nomes mais históricos do Brique da Redenção, o professor, historiador e pesquisador Leandro Telles teve atuação destacada no Movimento de Defesa do Acervo Gaúcho nos anos 70. Entre suas principais publicações, Manual do Patrimônio Histórico e Breviário do Histórico e Sentimental de Porto Alegre. Foi um dos históricos do Brique da Redenção. Segundo ele, a feira se originou de uma comissão de intelectuais de Porto Alegre, ligada às artes, jornalismo e publicidade. Disse que um dos lugares sugeridos foi o Alto da Bronze, mas que no fim a Redenção acabou vencendo. Contudo, ele não participou da comissão que formou o Brique, entrando nele só em 1980 expondo um pouco de tudo, como ele diz, álbuns, óculos, livros. Sobre a importância do Brique para a cidade, citou o poeta Luiz Coronel, que disse: “O Brique é o nosso acervo cultural dos domingos.”

lembrada, assim como as lutas por sua preservação. A nova presidência da AABRE iniciou seu mandato buscando dialogar com os vereadores e pedindo seu apoio nesta empreitada. Houve ressonância e muito se avançou. Novas etapas ainda precisam ser trilhadas.

A boa notícia é que as parce-

rias se reforçaram e a cidadania está

Paulo Gasparotto

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Luiz Inácio Medeiros

de convivio democraticamente desde Porto Alegre e por seus visitantes. Que, muitos anos mais, nos encontremos no Brique para celebrar a vida.

Editor: Emílio Chagas Editora de Arte: Cristiane Löff Correspondentes: Alekseeva Daria (RU), Natália Bracht e Heloisa Golbspan (USA) Fotografia: Cristiane Löff, Eluiza Maio, Fábio Löff Chagas, Maria Inez Gelatti Design e Editoração: Editora Proforma Design e Comunicação Ltda. Estagiário de Jornalismo: Fábio Löff Chagas Jornalista Responsável: Emílio Chagas (reg. prof 15575) Conselho Editorial: Associação dos Artesãos do Brique da Redenção - AABRE Comercial: (51) 982519699 jornaldobriquepoa@gmail.com cristianeloff@yahoo.com.br

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"O Brique como expressão cultural"

jornalista e colunista social mais respeitado do estado durante décadas foi convidado para ser o patrono dos 30 anos do Brique, em 2008. Para ele, o Brique é uma atração, não só turística mas também cultural porque proporciona encontrar peças realmente inéditas da história de Porto Alegre. Ele mesmo já encontrou muitos jornais, livros, gravuras. Não se considera, porém, um colecionador, mas um “juntador” de obras. “Gosto muito de coisas antigas, é muito bom. A convivência do Brique com os moradores da avenida José Bonifácio está pacífica”, disse ele em depoimento na ocasião em que foi escolhido como Patrono. E foi quando sugeriu que o Brique, na parte dos Antiquários, “virasse” de lado, ou seja, passasse para o lado contíguo ao parque da Redenção – o que acabou acontecendo.

sendo exercida em nome deste espaço frutado por todas as classes sociais

"Brique é um patrimônio da cidade"

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"Brique deu um toque mais contemporâneo à cidade"

le foi um dos fundadores e teve como referências feiras internacionais, como Marché aux Puces, de Paris, a Feira de San Telmo, de Buenos Aires, a feira de Rastro, de Madrid e a de Montevidéu, na 18 de Julio. Além do Brique da Redenção, foi decisivo na implantação do MARGS, Museu de Arte do Rio Grande do Sul na sua sede definitiva, na Praça da Alfândega. Tudo começou nos anos 70, quando o secretário da Smic na época, Reginaldo Pujol, amigo pessoal de Luiz Inácio, fez um convite para que ele presidisse um grupo formado por notáveis da cidade, Célia Ribeiro, Paulo Gasparotto e Tatata Pimentel, entre outros, com o objetivo de criar uma feira que se chamaria Mercado das Pulgas, tal como a de Paris. Mas Luiz Inácio não achava interessante simplesmente copiar o nome, e propôs Brique da Redenção – que logo foi aprovado pela comissão. “Ainda não existia a localização, e a ideia original do Gasparotto era fazer na Duque de Caxias, no Alto da Bronze. Mas havia uma dificuldade: o local não tinha banheiros, nem para os vendedores, nem para o público em geral”. O local escolhido acabou sendo a rua José Bonifácio.


A VOZ DA A.A.B.R.E.

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ENTORNO DO BRIQUE

O Brique como modelo para as novas feiras

bancas – tudo feito em conjunretendo retomar algumas to, sendo ou não sócio. Nós já expectativas que a gente está temos uma relação contínua perdendo com o tempo. Uma com o poder público, através programação cultural o ano das comissões, com reuniões todo, eventos, e também defenmensais, mas até agora não se der o artesão, que está cada vez conseguiu uma reunião com mais abandonado. Tem o trabao prefeito. Isto é fundamental lho das comissões junto ao poder para falar direto e resolver os público, mas quem tem que dar o problemas do Brique. Tudo fica “plus” na revitalização do Brique nas secretarias que seriam as é a Associação. A infraestrutura responsáveis e não têm poder cabe a nós, e a parte da prefeituDomingos é o novo presidente para decidir. Tomo o Brique por ra é coibir a venda de produtos da AABRE gestão 2017/2018 minha experiência pessoal: 32 ilegais, industrializados e a invasão do parque. Queremos dar uma contribuição anos aqui, criei minha família. Quero que este para melhorar esteticamente a feira, ter uma pro- local sirva para melhorar a vida das pessoas – gramação cultural, que a prefeitura não promove hoje somos 300 famílias que não dependem e leve a melhoria do Brique perante à sociedade. em nada do poder público. Assim que eu vejo A AABRE pensa o Brique como um o Brique. Pena que o poder público não. Setodo, sem discriminação, como foi na implan- ria ótimo que ele se espelhasse no Brique para tação do cartão de crédito, na revitalização das mais pontos assim na cidade.

Novenas da Igreja do Divino Espírito Santo De 11 de maio a 19 de maio sempre às 19h Tema: Aclama o Senhor, terra inteira! Lema: Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis consolo. Matheus, 11:29. A programação da novena 2018 contará com Coral da Igreja do Divino Espírito Santo (Maestro: Bernardo Jean Marie Varriale) e Coral Regina Pacis e os pregadores Frei Irineu Costella (São Judas Tadeu), Pe. Luciano da Costa Massulo (São Pedro), Pe. Claudiberto Fagundes (Reitor do Seminário Medentorista, PoA/RS), Frei Ivo Bortoluz (SS Igr. Sta. Teresinha) , Adilson Felicio Feiler (UNISINOS), Gilson Lucena Neto (São Martinho), Pe. Eduardo J. Delazeri (Nsa. Sra. da Boa Viagem / Cachoeirinha, RS), Marcus Vinicius Kalil Ferreyro (Nsa. Sra. dos Navegantes) e Dom Dadeus Grings/ Arcebispo Emérito (Sto. Antônio Pão dos Pobres)

Grande Festa de Pentecostes Dia 20 de maio

Missa Solene: 10h - Local: Igreja do Divino Espírito Santo - Pregador: Pe. Artur Celestino Calsing e Coral: Divino Espírito Santo/ MaesA feira tem normas e regras para participar. Estão abertas novas inscrições. tro: Bernardo Jean Marie Varriale. Com apresentação do novo Imperador Festeiro, Imperaestes tempos de invasão, saiba que o Brique dor Festeiro Mirim, Imperatriz Festeira Mirim tem um sistema bem organizado e regrae Alferes da Bandeira do Divino Espírito Santo. do de funcionamento. Por exemplo, cada setor

Como funciona o Brique

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(que são quatro), tem regulamentos aprovados em assembleias. E eles indicam quando a Comissão Deliberativa do setor, deve iniciar o processo para Concurso Público (triagem), para novos expositores. Por exemplo, no caso do Artesanato, o maior setor da feira em número de expositores, o regulamento indica que ao se abrirem cinco vagas, a prefeitura deve ser acionada para iniciar o chamamento público de triagem. A administração da feira é mista, e a prefeitura está presente através da secretaria de Desenvolvimento Econômico, (ex SMIC), a cada etapa para dar o suporte e legalidade ao processo, como publicação no Diário Oficial, marco jurídico, integrando o grupo de juízes, etc. A Comissão

Procissão: 15h - Saída da Catedral Metropolitana até a Igreja do Divino Espírito Santo

Deliberativa de expositores, por sua vez, coordena a comunicação, e também integra o grupo de jurados, entre outras coisas. Atualmente os quatro setores necessitam de concurso público. Já foi lançado o edital para Artesanato e Artes. Veja como participar no site: www.briquedaredencao.com.br

Valorize o artesanato do Brique

Missa Festiva de Encerramento: 17h - Local: Igreja do Divino Espírito Santo - Presidente: Dom Jaime Spengler/ Arcebispo Metropolitano - Canto: Bruno Valentini e Banda - Coroação: Novo Imperador Festeiro, Imperador Festeiro Mirim, Imperatriz Festeira Mirim, passagem da Bandeira do Divino ao Alferes da Bandeira do Divino Espírito Santo e a entrega do Bodo aos participantes da Missa. - Com a participação das Irmandades São Miguel e Almas, Navegantes, Santa Rita, Paróquia Nsa. Sra. dos Anjos de Gravataí

Av. Venâncio Aires, 876 Bairro: Farroupilha Telefone: (51)3332-0063 Rua Sarmento Leite, 811 Bairro: Cidade Baixa Telefone: (51)3221-9390 Porto Alegre - RS - Brasil Estacionamento Conveniado

www.bardobeto.com.br

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QUEM FAZ O BRIQUE

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presentamos dois expositores que aguardaram o momento de poder expor no Brique e tiveram seu espaço garantido na feira através do edital. São dois exemplos de sucesso para quem quer vender seu trabalho no Brique da Redenção. Lembramos que um novo edital está aberto para artes plásticas e artesanato e breve abrirá outro para antiguidades e alimentação. Confira no site: www.briquedaredencao.com.br BA

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Germano Severo

Carlos Ribeiro Saciloto

“Vidro, madeira, ferro, tudo pode virar arte.”

“Não tem quem não venha passear no Brique”

artista está no Brique há dois anos e meio. Ele veio de Santa Maria e ficou dois meses expondo como convidado. Depois fez triagem para o Artesanato. “Quando surgiu oportunidade de entrar para a Arte, mudei porque tem mais a ver com meu trabalho”, explica. Ele começou trabalhando com técnica de vidro fusing e com o tempo passou a adotar outras técnicas, como cêra, cerâmica, até descobrir o ferro. Hoje desen-

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volve trabalho de sucata com solda – na verdade ele queria desenhar, mas não sabia, já com escultura ele já fazia desde criança. “Eu me criei ‘para fora’ e esculpia a cabeça dos moirões nas cercas, meu pai ficava furioso. E também fazia entalhes. Comecei a descobrir por aí.” Germano também é químico, trabalhou 18 anos em um curtume, até que cansou da atividade, voltando-se para o trabalho artístico. O público, diz, é o do Brique mesmo que acaba conhecendo o trabalho ao passar pelo seu espaço. Como a maioria dos expositores, sente a situação crítica em que vive o Brique com a falta de fiscalização e a presença ostensiva dos camelôs. Mas, acha que as últimas ações da prefeitura deram uma revigorada na área. “É muito difícil você vender arte com um camelô gritando ‘cardarço’ a tarde inteira. Tem um lado social triste, mas tem que haver uma regra.”

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le está na sua banca há oito anos, mas apenas há dois se tornou efetivo. “Eu tinha passado na triagem, mas fiquei de suplente.” Mas durante o tempo de espera, vinha todos os domingos para o Brique, do qual acompanha a história há muitos anos. Carlos fazia também a feira Brechó do Mercado Público, há 15 anos. “A coordenadora da feira é aqui do Brique também, e quando estava acabando o Brechó ela me perguntou se eu não queria passar para a Antiguidades. E, então, eu comecei a trabalhar nisso.” Nessa época ele também fazia um curso de Design de Interiores, onde estudou a história da arte e passou a se envolver com coisas antigas. Para ele, o público do Brique mudou muito. Quando começou, o horário da feira ia até a 13h, depois “morria”. Agora, afirma, isso não acontece mais e as pessoas começam a chegar para comprar (e visitar/passear) mais tarde. Ele garimpa seus objetos mais raros em Porto Alegre e Região Me-

tropolitana, praticamente não viaja com este objetivo. Entre os objetos que destaca, estão quadros e cristais de Morano. “A gente tem que ter coisas boas e as simples para poder vender”, diz. Sobre o Brique, registra o avanço dos camelôs e acha que o ideal seria fazer uma feira fechada, como é no Rio de Janeiro. Mas está satisfeito: “Onde estou é o melhor lugar, aqui é coração do Brique.”



ANIVERSÁRIO DO BRIQUE DA REDENÇÃO

Brique, 40 anos de memórias vivas

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Uma das maiores atrações turísticas de Porto Alegre, por onde passam mais de 60 mil pessoas nos domingos de sol, o Brique da Redenção completa 40 anos se afirmando como o principal ponto de encontro da cidade. Com seu artesanato, antiguidades, artes plásticas, pontos de alimentação, ele se caracteriza pela pluralidade, diversidade e importância cultural e de lazer para Porto Alegre. O Brique vem enfrentando tempo bom e ruim há quase 40 anos, mas no fim sempre prevalece a luz e o céu azul. Aqui trazemos uma breve relato de como começou esta grande feira, uma das maiores a céu aberto do Brasil. E neste mês de aniversário é tempo de celebrar juntos! Quem faz o Brique somos todos nós! Parabéns! 80 colecionadores de antiguidades para comparecer à inauguração, inclusive de Buenos Aires, Montevidéu, Gravataí, Pelotas e Triunfo. Fábio Coutinho na época fazia parte da comissão organizadora e teve intenso envolvimento com as origens do Brique, tendo sido seu coordenador durante cinco anos. Deu orientações preciosas aos primeiros expositores, como levar também pequenos objetos que pudessem ter preços acessíveis ao grande público. Manchete do jornal Zero Hora, de março de 1978: “Brique da Redenção começa hoje.” A matéria informava também que o então Mercado das Pulgas

era uma velha tradição europeia que agora chegava ao Rio Grande do Sul. A inauguração do Brique fazia parte da programação da Semana de Porto Alegre e era o resultado de um longo trabalho, que já havia iniciado, no mínimo, um ano antes, quando o prefeito Guilherme Socias Villela já havia formado uma comissão de 12 membros para estudar o assunto. O professor Leandro Telles, os jornalistas Armando Burd, Célia Ribeiro e Valter Galvani, o tradicionalista Antônio Fagundes, mais o escultor Xico Stockinger e o advogado Luis Inácio Medeiros eram alguns que começaram a gestar o projeto que prospera até hoje.

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Fotos: Cristiane Löff, Fábio Chagas e Inez Gelatti

Brique começou em grande estilo, com mais de 20 bancas colocadas ao longo de uma das calçadas da velha Redenção, expondo antiguidades, principalmente. A inauguração foi às 11h, com a presença do então prefeito Guilherme S. Villela e do secretário municipal da Indústria e comércio da época, hoje o vereador Reginaldo Pujol. No início o horário da feira era das 8h às 13h. Foi um domingo especial, com expositores vestidos à antiga, especialmente com trajes dos anos 30, como era tradicional nas feiras semelhantes, fora do Brasil. Também foram convidados

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Homenagem ao Brique na Câmara Municipal vereador Adeli Sell (PT) homenageou os 40 anos do Brique da Redenção, salientando a história e a referência do local como "um ícone do Município". O parlamentar elogiou o vereador Reginaldo Pujol (DEM), "que foi o idealizador da criação e estabelecimento do Brique da Redenção", e o apoio do então prefeito Guilherme Socias Vilella", salientando a importância do trabalho realizado pelos vereadores Idenir Cecchim (PMDB), Valter Nagelstein(PMDB), Dr. Goulart (PTB) e Ricardo Gomes (PP), que, assim como ele, foram gestores da Secretaria Municipal da Indústria, Produção e Comércio, atual Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, responsável pela manutenção do Brique da Redenção. O parlamentar reiterou o compromisso de continuar zelando pela Cidade e "principalmente por essa referência que é o Brique da Redenção à Cidade". Pediu a atenção dos vereadores e do Executivo "ao local que é prestigiado pelos porto-alegrenses e turistas", ao agradecer as instituições que já atuam em benefício da promoção e divulgação do Brique da Redenção.

AABRE rtesãos Associação dos A do Brique da Redenção PORTO ALEGRE E D ES R O D EA ER V de 2018 CARTA AOS Quinta feira, 5 de abril

Demandas Pouco antes de agradecer a homenagem e receber o Diploma comemorativo à passagem dos 40 anos do Brique, a representante da Associação dos Artesãos do Brique da Redenção, Liane Marilia Diehl, destacou uma série de problemas gerados pela deficiência de fiscalização, como a presença de vendedores de produtos industrializados, bebidas, inclusive alcoólicas, e alimentação fora dos padrões exigidos pela legislação. Cobrou também maior atenção do poder público com a infraestrutura do Parque Farroupilha, como os banheiros, poda e replantio de árvores, capina, conservação de calçadas e lixeiras. Outro ponto abordado por Liane foi a necessidade de uma maior regulação que permita qualificar as apresentações culturais de grupos e artistas de rua. Representando os mais de 300 expositores, que se dividem em quatro setores (artesanato, gastronomia, artes e antiguidades), Liane informou que a coordenação do Brique está aos cuidados de uma comissão mista, formada por expositores e representantes do poder público, que regula anualmente o ingresso de, em média, 10% de novos briqueiros, respeitados os critérios estabelecidos pela comissão e determinações legais, “sempre com o objetivo de qualificar o espaço que é um patrimônio estadual”. Liane agradeceu a homenagem e o apoio que vem recebendo do Legislativo. Referiu-se a acolhida recebida da Câmara quando a situação do Brique foi debatida na Casa, e dessa discussão resultou um documento encaminhado ao prefeito. “Infelizmente as coisas pouco avançaram nesse período; aliás, se agravaram e, diante disso, faz com que precisemos ainda mais da contribuição dos vereadores para que o trabalho, em um espaço que não é nosso, mas de toda a sociedade, possa continuar a ser realizado.” Para a vereadora Mônica Leal (PP), que presidiu os trabalhos da sessão durante a homenagem, o Brique tem lugar cativo no coração dos porto-alegrenses e dos turistas que visitam Porto Alegre. “É um patrimônio declarado por lei estadual, que estimula a economia criativa, sendo palco para diferentes manifestações democráticas, culturais e políticas, que merece atenção do poder público e o cuidado com a sua manutenção.” Dr. Thiago Duarte (DEM) saudou o Brique como “o lugar onde a população se encontra e se reencontra com a cidade”. Um espaço, segundo ele, que leva o nome de Porto Alegre para além das suas fronteiras. “Representa tudo o que uma cidade

Porto Alegre, Senhores Vereadores de anos situada no limite do Rio Grande do Sul. Há 40 do ral ltu Cu io ôn trim ão é Pa ma do canteiro. A feira Brique da Redenç da Av. José Bonifácio, aci go lon ao o ng mi do a cad ntece a e antiguidades; com Parque Farroupilha, aco nato, alimentação, arte esa art s: ore set o atr qu izam em 300 expositores se organ o cultural. emprego através da açã e da ren ias anuais; que objetivo de gerar ssões eleitas em Assemble mi Co s da s avé atr ta fei rar demandas, espaço público, encaminhar projetos, cob ra pa 40 anos de gestão mista do is ipa nic Mu tes e da Redenção com representan vos expositores. O Briqu no ra se reúnem mensalmente pa co bli pú rso cu da feira é aberta e chamar a con nsformar em expositor tra se cuidar do espaço público, ra pa de ida un ort expositores, e l de 10%. A op aprovados pelos próprios e os tem uma renovação anua cid ele ab est s tai en parâmetros regim para todos, dentro dos poder público. departamento jurídico do do ção era e ganhou sid con a s sto po aberto do Município, qu céu a ral ltu cu o açã est a nesse esé a principal manif ade cultural e produtiv vid ati a a O Brique da Redenção en ord e e teg gularidades , e uma lei que pro denção permeável às sin Re da e a simpatia da população iqu Br o os, an mercadoria Aniversário de 40 dedores invasores com ven de paço e no entorno. No da” iza gan “or ça terioração sofre com a presen controle sanitário; a de sem s ica sociais de cada tempo, ôm on str ga s espaço púalcoólicas, proposta o uso indiscriminado do to; en industrializada, bebidas çam cal e as eir lix enação para como banheiros, a falta de alguma coord , ral ltu cu a do equipamento público égi rat est e replantio; agenda de eventos sem scuido das árvores, poda de o ; blico em razão de uma tam en res ap se e s artistas de rua qu documento. a melhor exposição do ar sendo omitidas neste est m ssa po e qu as nd iras assim como outras dema ses e visitantes de fronte caro aos porto-alegren tão de s co ito bli pú mu a aço tez esp do e com cer Esta descrição dos ônus ores podem comprovar, ead ver eltav res en ho sen lam o os ad e s qu ora ampli alheias, é cheia de prova a há um ano atrás, e ag rit esc foi já ta car a ess rque vocês já sabem, até po da. a de uma morte anuncia nic crô a e rec mente, pa ndas junto à população fiscalizar, apoiar as dema tir, cu dis r, uta esc , var s obser ponsabilidade de todos, Solicitamos aos vereadore nção e seu entorno. É res de Re da e iqu Br do ão denção, devolver a pote e cidad que faz um uso conscien erísticas do Brique da Re act car as ar gat res sa, Ca Rio Grande do Sul. res desta Patrimônio Cultural do e em especial dos senho do , lho ba tra de os an 40 quista de e suas famílias, pulação o orgulho da con nome dos expositores em m, ge na me ho a s tivos continua e agradecemo sar dos destaques nega pe a e Saudamos a esta Casa, qu e , ão nç de Re a o Brique da e da população que am mingo. do da prestigiando a ca

Fotos: Fábio Löff Chagas

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Representantes dos expositores do Brique da Redenção presentes na homenagem junto aos vereadores Adeli Sell (PT) e Tarciso Flecha Negra (PSD)

cosmopolita e ampla como a capital gaúcha tem.” Justificou que a fala do Democratas deveria ter sido do vereador Reginaldo Pujol, “que como secretário da Indústria e Comércio, há 40 anos, foi o responsável na pasta pela implantação do Brique”, mas que em razão de compromissos fora da Casa, não pode aguardar o momento da manifestação dentro do Período de Comunicações da sessão.

Texto: Angélica Sperinde (reg. prof. 7862) e Milton Gerson (reg.prof. 6539) Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400) e Jornal do Brique Emílio Chagas (reg. prof. 15575)

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PERSONAGENS DA HISTÓRIA DO BRIQUE Reginaldo Pujol

“O Brique é um símbolo cultural de Porto Alegre”

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le nasceu em Quaraí, em 1939, e mora em Porto Alegre desde 1954. Formado em Direito na PUC, começou a fazer política em 1972, quando se elegeu vereador. De lá para cá passou por vários mandatos na Câmara Municipal, foi diretor do Demhab, Departamento Municipal de Habitação, secretário da então SMIC, secretaria municipal da Produção, Indústria e Comércio, secretário municipal dos Transportes e deputado estadual. Tem dois filhos, um publicitário e escritor e uma psicóloga. Ele lembra que a ideia de criação do Brique da Redenção surgiu por parte do então prefeito Guilherme Socias Villela. “Ele me inquiriu se eu conhecia as feiras, como a de San Telmo, em Buenos Aires, a do Mercado das Pulgas, de Paris, ou a de Montevideo - enfim, se eu tinha algum conhecimento sobre o assunto.” A resposta do então secretário era que não. Então, o prefeito sugeriu que ele se inteirasse do tema. Assim, Pujol foi visitar Buenos Aires e a capital Uruguai para conhecer as experiências lá vividas. “Aí, com o apoio de jornalistas, apoiadores, intelectuais e lideranças sociais de Porto Alegre foi constituída uma comissão, da qual eu fazia parte.” Ele já não

lembra bem os nomes da comissão completa, mas cita os jornalistas Armando Burd, Célia Ribeiro, Paulo Raimundo Gasparotto, Walter Galvani, e outros, como Luiz Inácio Medeiros, Fábio Coutinho, Nico Fagundes. “Enfim, vários que infelizmente não estão mais conosco, lá se vão 40 anos. Trabalhamos a ideia do Brique e acabou que no ano de 1978, na Semana de Porto Alegre nós fizemos a primeira edição, na Redenção.” Sobre a origem do nome (Brique da Redenção), ele diz que

foi dada por Walter Galvani, que também fazia parte da comissão. “Ele propôs e nós acolhemos e aos poucos se consolidou no tempo como feira antiguidades, só com objetos antigos. Mais tarde se desdobrou, mas antes era um quarteirão único, entre a Travessa do Carmo até a avenida João Pessoa. Foi ampliando e veio se somar com a Feira do Artesanato do Bom Fim, que iniciou do outro lado, do Bom Fim, e veio se encontrar com o Brique na altura do Colégio Militar.” Pujol lembra que se deu a unificação das duas feiras, prevalecendo o nome de Brique da Redenção porque era o mais forte. “Esta é, em síntese, a história do Brique. Não fui o autor do Projeto de Lei da sua criação, apenas junto com o Villela, criamos um decreto, com um apoio da sociedade. Ele, Villela, é o grande responsável pela criação do Brique”, diz. Para o vereador, a maior importância do Brique foi se transformar no maior símbolo cultural da cidade. “Não há nenhum porto-alegrense ou gaúcho que não tenha caminhado no Brique no domingo, tomado um chimarrão, ou comido um pastel. Que ele se eternize e que estas comemorações dos 40 anos sejam a preparação dos seus 50 anos. E, se Deus quiser, vou estar presente.”

Guilherme Socias Villela foi o criador do Brique da Redenção

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le foi vereador, deputado estadual e prefeito municipal, entre 1975-1983. Fez importantes realizações na cidade, como a abertura de grandes avenidas, viadutos, implementação dos corredores de ônibus, criação de parques, como o Marinha do Brasil e Maurício Sirotsky Sobrinho (Harmonia); criação do Centro Municipal de Cultura, contendo o Teatro Renascença, Sala Álvaro Moreira, Ateliê Livre, Salão de Exposições e Biblioteca Pública Municipal, entre muitas outras obras. Foi ele, também, quem idealizou o Brique da Redenção.

A inspiração para o Brique da Redenção “Conhecendo a existência do “Mercados de Pulgas”, em Paris, Londres, Buenos Aires e Montevidéu, solicitei ao vereador e então secretário municipal Reginaldo Pujol, que visitasse os mercados mais próximos, especialmente o de Buenos Aires – quando trouxe a experiência para criação do Brique da Redenção. No início eram cerca de 20 expositores – dentre eles Leandro Teles e o saudoso Cel. Neme, da Brigada Militar. O Brique hoje se transformou num point da cidade – provavelmente dela faz parte, como certos símbolos sagrados, o Laçador, por exemplo.”

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FIGURAS PÚBLICAS PELO BRIQUE A partir desta edição o JB vai trazer depoimento dos ex-secretários da antiga SMIC, atual Secretaria de Desenvolvimento, que regula o Brique da Redenção, que hoje exercem cargos públicos na vida política. Começamos nesta edição com ADELI SELL, vereador (PT), ex-secretário da SMIC

“O Brique é vida, chama de cidadania”

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passado, quando construído com ousadia e criatividade, leva ao futuro marcas, possibilidades e vitalidade. O Brique da Redenção é assim. Por isso, podemos comemorar com júbilo seus 40 anos. Fazendo nele ajustes e correções que os expositores demandam do poder público, outros momentos teremos para vivê-lo com o povo da cidade, com visitantes e turistas, dando aquele colorido especial que só o Brique pode nos dar nos domingos ensolarados. O Brique é vida, é chama de cidadania. Ele é produção, comércio, vida a céu aberto como nos velhos reinos da Antiguidade, com suas feiras, tudo trazido ao presente, com a área de antiguidades, com o setor de artes plásticas, com seu artesanato que exala trabalho e arte de quem os faz. E ainda tem a gastronomia. Além do seu material exposto, visível, do negócio em si, tem o ar do encontro, das memórias, das vivências. Impossível dimensionar o Brique em números, pois ele se explica pelo visível e pela memória. Foi tradição respeitada há 40 anos e deve continuar sendo. Mas hoje, infelizmente, o Brique está em risco, baqueando, pela falta de políticas públicas de incentivo, ausência de fiscalização, além do desdém com limpeza na região, imperando vendas ilegais e outros ilícitos sem qualquer ação da Prefeitura. Qual a

divulgação deste evento pela Prefeitura? O que pensa o Governo sobre o Brique? Há um mutismo total. O que resta são alguns servidores devotados à coisa pública que tentam fazer o possível e o impossível. Há ausência de gestão, desconhecimento de como as coisas funcionam na realidade. O Brique não pode virar um camelódromo, hoje, virou um inferno para os expositores – empreendedores de economia criativa – como para quem o visita. Nós propomos que a Prefeitura fiscalize, tire o que “não for Brique” dali e entorno; divulgue; construa atividades culturais; realize campanhas educativas, mas que coíba publicidades privadas, muitas vezes afrontosas ao consumidor e que só atrapalham a Feira. Que viva o nosso Brique muitos e muitos 40 anos de sucesso e graça. Viva Porto Alegre para as pessoas!

FOTOGRAFIA

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a edição de aniversário convidamos a fotógrafa caxiense MARIA INEZ GELATTI para exibir o seu trabalho. Assídua frequentadora do Brique da Redenção, nos brinda com este belo trabalho. Mais fotografias desta artista da luz podem ser vistos no seu site: www.inezgelatti.blogspot.com

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COMUNIDADE

Em defesa do Brique da Redenção: providências contra a invasão Em reunião da Comissão de Educação, Cultura, Esportes e da Juventude (Cece), da Câmara Municipal de Porto Alegre, no dia 21 de novembro, foram debatidas várias questões relacionadas ao Brique – em especial a presença irregular de expositores e ambulantes, entre outros. Puxada pelo vereador Reginaldo Pujol (DEM), vice-presidente da Comissão, a reunião contou com todos seus integrantes, da direção da AABRE, Associação dos Artesãos do Brique da Redenção e representantes do Brique nos seus quatro segmentos – artesanato, antiquários, artes plásticas e alimentação.

É

público e notório que o Brique da Redenção vem sendo cada vez mais esquecido pelo poder público, em vários aspectos. Porém, algumas ações, ainda que escassas estão sendo feitas. Por exemplo, no fim do ano passado, em novembro, em reunião da Comissão de Educação, Cultura, Esportes e da Juventude (Cece), da Câmara Municipal de Porto Alegre, foram debatidas várias questões relacionadas ao tema – em especial a presença irregular de expositores e ambulantes, entre outros. Puxada pelo vereador Reginaldo Pujol (DEM), vice-presidente da Comissão, a reunião contou com todos os seus integrantes, da direção da AABRE, Associação dos Amigos do Brique da Redenção, e representantes do Brique nos seus quatro segmentos – antiquários, artesanato, alimentação e artes plásticas.

A voz dos expositores “O Brique vem sendo literal-

mente invadido por vendedores ilegais”, lamentou Paulo Grala, da AABRE. “E isso se agravou no último ano em razão da vinda dos imigrantes. Eles vêm para cá e se tornam ambulantes”, disse. Segundo ele, os índios também estão vendendo “material da China” junto com artesanato. Boa parte do problema, segundo Grala, deve-se à falta de regulamentação da Lei do Artista de Rua. “A partir dela, começou uma guerra no Brique”, afirmou, citando que artesãos irregulares se apresentam como artistas de rua para os fiscais. “Como

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produtos ilegais. “Precisamos o apoio da sociedade, da Câmara, de todos”, encerrou.

A voz dos vereadores

eles se declaram assim, não sofrem fiscalização”, frisou. Para Grala, a lei precisa ser regulamentada para coibir as irregularidades. João Batista da Rocha, outro membro da associação, lembrou que dos quatro setores do Brique fazem parte 300 expositores licenciados pela Prefeitura. De acordo com ele, a fiscalização precisa ser permanente. Para Rocha, o parque e a relação dos artesãos com os moradores estão se deteriorando devido à presença massiva dos comerciantes ilegais. “Ultimamente, tem havido muita incomodação”, lamentou. “O Brique está virando um camelódromo”, afirmou Denise Farias Mansur, que tem um estande na área dos antiquários. “Há muitas coisas que não poderiam estar sendo vendidas lá. Tem brechó e churrasquinho em qualquer lugar, e venda de brinquedos, de fraldas descartáveis e bebidas.” Conforme Denise, há bancas irregulares até na calçada do parque. “Vão ocupando e vão continuar se nada for feito”, alertou. Da área de alimentação, Maria Brum falou: “Não temos tido nenhuma fiscalização. Há muitos ambulantes vendendo comida e bebida sem procedência. Já, nós, temos de passar por toda a fiscalização da Saúde.

Os vendedores irregulares param na frente das nossas bancas, falando bem alto e oferecendo preços bem baixos”. Para ela, é preciso que a prefeitura tome providências.

A voz do Executivo Na sua intervenção, Dênis Carvalho, do Departamento de Indústria e Comércio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE), defendeu a regularização dos comerciantes irregulares que atuam na Redenção. Informou que a pasta desenvolve o Programa Seja Legal, que em 2017, regularizou 800 pessoas – a maioria estrangeiros – que trabalhavam de forma irregular, mas vendiam produtos comprados com nota fiscal, em terminais de ônibus e viadutos. “Acredito que essa ação amenizou bastante. O caos seria maior do que está”, disse. Carvalho disse que a secretaria conta com apenas 17 fiscais para cuidar do comércio ambulante. De acordo com ele, no Brique, houve oito ações desde o início do ano passado. A seu ver, as operações de fiscalização são difíceis. Há casos até de agressões a fiscais. Por fim, defendeu que haja conscientização das pessoas para não comprarem

Reginaldo Pujol, que também é o autor do projeto de lei que criou o Brique, (veja entrevista nesta edição) considerou uma “grande vitória” a promessa de ação imediata da Guarda Municipal feita pelo secretário de Segurança. De acordo com o vereador, há, com certeza, “uma ocupação claramente irregular” na Redenção. “São vendedores de quinquilharias, de produtos industrializados, óculos e relógios”, acrescentou. Na sua opinião, o comércio irregular desvirtua o Brique. “Precisamos preservá-lo não como um espaço comercial, mas antes de tudo como um espaço cultural”, disse. Pujol ainda defendeu que algumas áreas vazias do Brique sejam ocupadas pelos expositores suplentes cadastrados. Para o vereador Alvoni Medina (PRB), “está difícil andar em qualquer parte da cidade” devido à presença de ambulantes irregulares, principalmente para os cadeirantes e deficientes visuais. O presidente da Comissão, Tarciso Flecha Negra (PSD), também comemorou a atitude do secretário de Segurança de garantir uma ação da Guarda Municipal no Brique já no fim de semana seguinte. O vereador ainda lembrou que um dos papéis da Câmara é fiscalizar a Prefeitura e exigir dela a aplicação das leis. “Vamos cobrar do Executivo a regulamentação da lei (sobre arte de rua)”, garantiu.


O ENTORNO DO BRIQUE BAR DO BETO Resposta imediata e promessa de fiscalização permanente

Um símbolo boêmio e gastronômico da cidade

O secretário municipal de Segurança, Kleber Senise, presente na reunião, assegurou que a secretaria já teria condições de agir imediatamente, com apoio dos agentes de fiscalização e da Guarda Municipal – o que efetivamente foi feito para coibir o comércio irregular junto ao Brique da Redenção. No domingo seguinte, dia 26/11, estiveram presentes integrantes da Fiscalização, escoltados por unidades da Guarda Municipal e alguns Vereadores.

mantido em suas características, até que, em 1994, passou para o outro lado da rua, praticamente em frente, onde localizava-se o restaurante chinês Lokun. Batista, que veio de Encantado, com passagens por São Paulo e Rio de Janeiro, onde trabalhou em churrascarias, lembra que o antigo público acompanhou o novo bar, mas a mudança também trouxe novos frequentadores, principalmente famílias e o espaço foi ficando mais com cara de restaurante. Ou seja, começava a mudar o perfil do velho Bar do Beto. E, sinal dos novos tempos, o Bom Fim também começou a mudar: a fauna começou a deslocar para a avenida Goethe e Cidade Baixa, principalmente.

Poucos resultados alcançados! O objetivo foi atingido naquele domingo, porém a invasão continua livre e rampante. A fiscalização é intermitente. As secretarias continuam a ser omissas. A lei NÃO está sendo cumprida!

Participantes Também compuseram a mesa da reunião o vereador Ricardo Gomes (PP), a vereadora suplente Reginete Bispo (PT) e o vereador suplente Matheus Ayres (PP), além de representantes da Diretoria de Trabalho, Emprego e Renda da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS); Fernanda Krebs, do Gabinete do Prefeito e da Brigada Militar – além, claro, dos representantes dos expositores legalizados que compareceram em massa para pedir providências contra a presença de vendedores irregulares. Da Redação do Jornal do Brique com participação da Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal

por Emílio Chagas

O

Bom Fim era, então, o grande reduto boêmio da cidade, consolidado nos anos 70, avançando pelos anos 80. Eram inúmeros bares no bairro, de muita efervescência, reunindo as mais diversas tribos. E das mais variadas origens. Não exatamente no coração do bairro, mas no seu entorno, mais precisamente na avenida Venâncio Aires, 853, localizava-se um pequeno bar que tornou-se um ícone dessa época: o Bar do Beto. No início um reduto pacato, de moradores da vizinhança, que foi aos poucos sendo invadido por artistas, músicos, jornalistas, atores, publicitários, jornalistas, cineastas e toda uma fauna faminta e sedenta de agitação e vida cultural. Até que em 1989, com a separação do casal que era dono, foi comprado por Batista, que já tinha um bar no atual Centro Histórico. “O casal quis vender, eu já tinha esse bar no centro, me interessei e comprei”, diz Batista. Ele afirma que não existe comparação com aquele tempo e o atual. “Era frequentado por boêmios e a boemia foi embora. Hoje é até a meia-noite, um pouco mais. Naquele tempo se ficava até a madrugada.” Em princípio o bar foi

cionários. Praticamente triplicou o movimento. “Construí um prédio próprio para este bar. Esta sede está completando 20 anos. Antes era mais bebida, depois mais restaurante, mas o horário é o mesmo, a partir das 17h e aos domingos está fechando.” Hoje, cada vez mais, o público é formado pela comunidade do entorno – e os motivos disto são óbvios: segurança e precaução com as restrições do uso do álcool, Balada Segura, crise, etc. Resultado: caiu o movimento pela metade, embora, mesmo assim, o bar seja ainda muito movimentado. Na verdade, ele é o reflexo da noite porto-alegrense, que hoje não é mais nem sombra do que foi. Batista cita uma pesquisa recente que aponta dados alarmantes: 70% das pessoas não querem sair de casa por medo, falta de segurança. Mas, um bar é justamente para esquecer estas coisas difíceis. E no Bar do Beto impera a alegria, cenário de um agradável happy-hour em fim de tarde com os amigos. Batista define a comida como o forte da casa, Novos tempos, novo bar bem dentro da tradição italiana: Mas as mudanças não pararam boa e farta. Cita como os pratos por aí, ou seja, apenas de lado da de mais saída o filé à parmegiana, rua. O novo bar começou a se consolidar como um bom restaurante, com happy hour típico, ampliando sua carta de bebidas e um serviço mais profissional, crescendo a olhos vistos. Tanto que logo em seguida Batista sentiu a neBatista é o simpático proprietário do Bar do Beto da Venâncio cessidade de expandir o negócio, comprando antigas casas vizinhas o filé e entrecôte e picanha à moda para, em 1998, ampliar drastica- da casa, todos bem servidos, que mente o bar, como é atualmente: dão para três ou quatro pessoas. um amplo e confortável espaço, Como acompanhamento, bebidas com lugar para 400 pessoas, com diversas: chope, cervejas, vinhos, atendimento garantido por 22 fun- uísque. E, claro, muita gente alegre.

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FEIRAS NO MUNDO

POESIA

"Feira da Ladra – Lisboa"

por Gustavo Behr* Constituindo-se também ponto turístico, a Feira da Ladra, da cidade de Lisboa, é um mercado de rua muito antigo. Suas origens remontam ao século XIII.

instrumentos musicais, máquinas fotográficas antigas, móveis, moedas antigas, selos... Em resumo, vendem-se artigos novos e usados (a maioria) para todos os gostos e oportunidades. Na verdade, nunca se sabe o que se poderá encontrar e a utilidade que poderá ou não ter, para quem compra ou se interessa. Quem sabe uma fechadura de porta usada? Ou uma peruca? Ou uma fotografia antiga? Por vezes, o que alguns julgam um artigo sem valor, é considerado um tesouro ou, pelo menos, uma curiosidade para alguém que vem a seguir. Outros exemplos de mercados deste tipo, também conhecidos como flea-market, existem na Europa, seja o Portobello em Londres, o Marché aux Puces em Paris ou El Rastro em Madrid. A origem do nome da feira tem diversas versões, nenhuma definitiva. Uma delas é que “ladra” venha do piolho ladro, que seria fácil de encontrar entre as velharias vendidas em mercados deste tipo. No entanto, a teoria mais comumente aceite é a de que na Feira se venderiam objetos roubados. Apesar do nome sugestivo, quem vende na Feira da Ladra deve obter uma licença.

Fotos: Mónica Tomé

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a cidade de Lisboa, a Feira da Ladra é um mercado de rua muito antigo, cujas origens remontam ao século XIII. Ao longo dos séculos, ela assentou em diversos pontos da cidade (no Castelo ou na Praça da Alegria, no Rossio ou no Campo Santana, por exemplo). No entanto, desde inícios do século XX, ela fixou-se na atual localização, no Campo de Santa Clara, entre a Igreja São Vicente de Fora e a Igreja de Santa Engrácia (Panteão Nacional) e em redor do Jardim Botto Machado, que tem uma vista lindíssima sobre a cidade. Ao lado dos Bairros de Alfama e da Graça, só pelo enquadramento na cidade, ou só para vislumbrar uma belíssima fachada de azulejos no Campo de Santa Clara, já valeria a visita. Para completar, é possível tomar o famoso elétrico (bonde) n.º 28 para ir até lá. A Feira ocorre todas as terças-feiras e sábados, iniciando cedo da manhã e indo até à tardinha, esvaziando ao longo da tarde. Por ser ao ar livre, como o Brique da Redenção, os horários dependem um pouco do clima do dia. A Feira da Ladra junta centenas de vendedores e compradores. A compra e venda inclui a possibilidade de regatear. Vende-se tudo: vestuário, discos de vinil, cd’s, livros, utilidades, antiguidades, velharias, artesanato, azulejos, objetos de coleção, quadros,

gustavobehr@gmail.com

Fotos: Mónica Tomé

*Gustavo Weigert Behr nasceu em 1976, em Porto Alegre. Em 1988, viajou para Lisboa. Sua vivência passou a estar para sempre dividida entre Brasil e Portugal. Licenciou-se em Direito, na Universidade Católica Portuguesa. Além de jurista, é ativista da causa dos direitos dos migrantes e acredita no movimento associativo, tendo passado por várias direções da Casa do Brasil de Lisboa. É guitarrista da banda de rock instrumental Understood Project. Escreve no blog bairroaltocidadebaixa.wordpress.com

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Do livro Cachorro Não É Uísque:

Um sobrevivente Jose Weis

Não fujo do que sinto Não finjo quando brigo Vou fundo quando minto Não me isento, nem me iludo Chega fora de hora, uma vida nova Vem com um manual e advertências O que não cometi ébrio por óbvio, não farei sóbrio. Em segunda edição, a vida é única.

José Weis publica poemas em periódicos e outros veículos desde 1980. Em 1987 foi Menção Honrosa no Concurso Mario Quintana de Poesia e duas vezes teve poemas selecionados no concurso Poemas no Ônibus e no Trem, promovidos pela prefeitura de Porto Alegre. Particigrande do Sulpou de publicações, como a Antologia do Sul - Poetas Contemporâneos do Rio Grande do Sul 2001 e 2003. Também publicou o livro de poemas O Lenhador de Samambais (IEL,2012. Nasceu em Porto Alegre, em 1958


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