JORNAL do BRIQUE da Redenção Porto Alegre - RS - Brasil
Ano I - Número 1
Outubro 2016
DISTRIBUIÇÃO GRATUÍTA
Movimento: S.O.S Brique
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ARTESANATO GASTRONOMIA Ivo Gonçalves/PMPA
Conheça a mobilização para preservar nossa cultura
Brique da Redenção: no coração da cidade LEIA TAMBÉM:
Quem faz o Brique PAG.4
Cristiane Löff
Luciano Lanes/PMPA
Cristiane Löff
Cristiane Löff
A história da Capela do Divino Espírito Santo PAG.6 Entrevista com Paulo Gasparotto PAG.7
Maria Inez Gelatti
E.D.I.T.O.R.I.A.L
O resgate do Brique
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omeçamos, a partir de agora, a escrever uma nova página na
nossa história. Com o Jornal do Brique pretendemos contar, mostrar e registrar toda a diversidade e riqueza deste que é uma das maiores atrações de Porto Alegre, com quase 40 anos de história. Infelizmente, ele vive hoje um momento difícil, uma situação
S.O.S Brique
caótica, provocada por várias causas. Abandonado, mal cuidado, invadido
Como salvar um dos mais importantes pontos turísticos e culturais da cidade
e desrespeitado – um quadro que se agrava ainda mais pela mesma situação do entorno, principalmente o Parque Farroupilha. Para os principais responsáveis pelo Brique, isto também é consequência da falta de envolvimento por parte do poder público e das secretarias municipais correspondentes. Faz-se necessário uma ação conjunta, com participação da Prefeitura, para que se retome e resgate os valores que fizeram do Brique da Redenção um patrimônio cultural da cidade e do estado.
Editor: Emílio Chagas Editora de Arte: Cristiane Löff Jornalista Correspondente: Nathalia Bracht Fotografia: Cristiane Löff, Dulce Helfer, Eluiza Maio, Fábio Löff Chagas, Maria Inez Gelatti Design e Editoração: Proforma Design e Comunicação Ltda. Estagiário de Jornalismo: Fábio Löff Chagas Jornalista R: R. Oliveira DRT/178SC Conselho Editorial: AABRE Redação: (51) 32736467 Comercial: (51) 82519699 crisloff@gmail.com
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eunidos, para deliberar ações e medidas sobre a caótica situação atual do Brique, os representantes das Comissões Deliberativas da Feira (Artesanato, Artes, Antiquários e Alimentos), e representantes da AABRE (Associação de Artesãos do Brique da Redenção), avaliaram os principais problemas do espaço, como calçamento, banheiros públicos, invasão de comércio ilegal de produtos industrializados e uso desordenado de espaços públicos, entre outros.
Reativação do Conselho das Feiras da Avenida José Bonifácio Constituído por representantes dos quatro setores da Feira, do Conselho de Usuários do Parque Farroupilha, da Secretaria Municipal de Industria e Comércio (SMIC) e da Associação de Artesãos do Brique da Redenção (AABRE), o Conselho ajudará nas relações externas da Feira, seja com autoridades competentes para cada circunstância, instituições vicinais ao parque e com o público em geral. Para desenvolver esta comunicação, o Conselho utilizará ferramentas já existentes como o Facebook, www.facebook.com/briquedaredencao, e o site www. briquedaredencao.com, Jornal do Brique, e criará um ponto fixo para colocação da barraca de Informações. No marco jurídico, trabalhará com as leis existentes que diz respeito à convivência na Feira e seu entorno. E também para a realização do Regulamento da lei que define o Brique como Patrimônio Cultural do Estado, inexistente desde a aprovação da lei. Estas ações vão na direção de proteger e ajudar no desenvolvimento do evento de maior importância, a céu aberto, em Porto Alegre: o Brique da Redenção.
Av. Venâncio Aires, 876 Bairro: Farroupilha Telefone: (51)3332-0063 Rua Sarmento Leite, 811 Bairro: Cidade Baixa Telefone: (51)3221-9390 Porto Alegre - RS - Brasil Estacionamento Conveniado
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FALAM OS VISITANTES
por Fábio Löff Chagas
Eu moro aqui perto então, toda hora eu passo por aqui.
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Brique da Redenção é um lugar que reúne toda a semana um público bastante diversificado, pessoas de todas as idades e etnias que vêm dos mais diferentes lugares da cidade, do estado, do país e do mundo. Aqui abrimos um espaço de fala para todos que quiserem contar um pouco de suas experiências nesse lugar tão querido por todos.
Clarissa, 29, ao lado de Lucas, 32, que trabalha com malabares
Jonathan, publicitário, 23, é de Porto Alegre. Anouk,22, estuda Arte na França
Costumo vir sempre no Brique. Gosto de comer um bolinho de bacalhau, ver as pessoas, o artesanato, curtir o domingo.
Nilson Oliveira, advogado
A gente frequenta porque faz parte da cultura da cidade. É bom compartilhar, estar com as pessoas, ver a arte que é feita aqui.
O avô Jorge, mecânico, com o neto Rafael de 2 anos
Rainha e princesa da Festiqueijo divulgando o evento da cidade de Carlos Barbosa
Acho que até é uma tradição aqui, né? Domingo, se tem sol, o primeiro lugar que tu pensas em passear é no Brique da Redenção. Não tem outro!
Cássia é advogada e Fábio é corretor de imóveis moram em Aberta dos Morros
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Cristiane Löff
QUEM FAZ O BRIQUE BA
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Maria Célia Santos Ribeiro
O que é que a baiana tem? e você quer sentir um pouquinho do cheiro da Bahia, com seu típico aroma do azeite de dendê, perca uns minutinhos na banca da baiana, Maria Célia Santos Ribeiro. Ela veio da terra de Caymmi e João Gilberto, da cidade Ubaitaba, da região C N A cacaueira, no Sul do estado, em BA 1997. A adaptação com o clima 38 gaúcho foi boa, sem problemas. Prefere, inclusive, o inverno. José Lima Farias Está no Brique desde 2002, prestes a fazer 14 anos. Depois de um ano, começou a trazer as seis filhas – a última chegou em 2006. impático, falante e bem hu- banca expõe, além desses itens No Brique ela se considera tammorado, o “seu” Farias é uma iniciais, peças para colecionismo, bém uma artesã “porque nele só testemunha viva do Brique da como chaveiros, miniaturas e se pode vender o que se produz, Redenção, sendo um dos seus uma imensa variedade de objetos fundadores. “O primeiro Brique esparramados pela calçada onde era inspirado no Mercado das expõe. Outro detalhe é que a sua Pulgas, ‘Marché aux Puces’, do família, filha, filho e genro tamfrancês”, registra ele. Cita tam- bém são expositores do Brique, bém outra experiência do gêne- seguindo o exemplo do “patriarro, famosa na Europa, a Feira da ca”. Para ele, o Brique da RedenLadra, de Lisboa/Portugal, onde ção, depois que quase 40 anos de esteve com a sua família. Há mais existência, continua lindo. Acha, de 30 anos no Brique, lembra que apenas que, como tudo nestes úlno começo eram poucos e muitas timos tempos, teve que “dançar pessoas achavam que a ideia “não conforme a música”, referindo-se ia vingar.” Farias, um dos nomes aos novos tempos de crise. “O mais conhecidos dos expositores Brique é uma espécie de termôda área dos antiquários, começou metro, tanto financeiro, como do vendendo selos, moedas e cédu- tempo”, diz com o seu criativo las, principalmente. Hoje a sua bom humor.
A tradição de um fundador
Eluiza Maio
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nada industrializado. Então, é um artesanato de culinária e uma maneira de mostrar o que cada um sabe fazer, buscando um produto de qualidade”, diz. Ela observa que o público do Brique é de todos os níveis, do mais simples ao mais sofisticado. Registra, porém, que antes o espaço era frequentado por um público de maior poder aquisitivo. “Hoje tem fatores que limitam a vinda das pessoas aqui, como a segurança. E tem muita gente que nunca veio, e quando chega, se encanta.” Sobre a aceitação dos produtos típicos da Bahia em terras gaúchas, diz que a aceitação é boa, mas que poderia ser maior – principalmente porque é a única banca do gênero. “Não existe muita curiosidade, talvez mais até uma certa reserva, porque as pessoas acham que é muito apimentada, gordurosa, com muita fritura.” Mas depois que provam, sempre aprovam os acarejés, tapiocas, abarás e cocadas, entre outras atrações, garante a simpática baianinha.
Valorize o artesanato do Brique COMPRE DE QUEM FAZ
ASSOCIAÇÃO DOS ARTESÃOS DO BRIQUE DA REDENÇÃO 4
Anselmo Cunho/PMPA
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Eluiza Maio
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Jesus Barreto
Um trabalho de relevo
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José Raul Soares Winter
Quando a vida é uma caricatura em cerâmica
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o Brique você vê de tudo e encontra muita gente. Inclusive, pode encontrar Freud, Marx, Einstein Lacan, Nietzche, entre outros. Claro, em criativas miniaturas de cerâmica, criadas pelo artista José Raul Soares Winter. “Gosto de desenhar desde criança. Fui fazer um curso de desenho e trabalhar numa agência de publicidade, e depois de ter concluído, vi que não era aquilo que eu queria. Nesse ‘meio tempo’, entrei em contato com a argila e comecei a vender pequenas peças. Nunca imaginei que pudesse ser ceramista”, diz. Resultado: depois de um ano e meio, acabou deixando a agência e passou a se dedicar integralmente à cerâmica. Alguns anos mais tarde, surgiu o Brique, onde entrou em 1983 e está até hoje. No começo, porém, sua banca ficava na área de artesanato. Na de artes plásticas já está há 11 anos. No iní-
cio, diz que seu trabalho era “bem caricato”, época em fazia em quantidades bem maiores e tamanhos diferentes. Eram peças que reproduziam figuras de diversas profissões, passando por várias fases até chegar na que está atualmente, fazendo figuras de sociólogos, filósofos, escritores, artistas, cantores e outras personalidades – inclusive por encomenda, todas feitas em argila, com pintura técnica cerâmica, queimadas a 1050ºc. Acha que o Brique é bem interessante, com fases diferentes. “Quando ele começou em Porto Alegre não tinha praticamente nada, shopping, o comércio era fechado. Depois veio a globalização, a parafernália da informática, e mudou muita coisa. Antes, nos primeiros 10 anos, se vendia bem mais, hoje está mais difícil.” Para ele, depende muito de cada um e do momento. O segredo é não ser muito repetitivo e ser criativo.
três para ficar pronta. E os preços variam, de acordo com o tamanho e a complexidade do trabalho, de R$ 250 a R$ 750. Quanto ao Brique, Jesus acha que não mudou muito. “A única coisa que mudou mesmo, foi o público. E conclui dizendo que sente muita falta de fiscalização por parte das Eluiza Maio
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le já há “mais ou menos” 30 anos no Brique da Redenção. Quer dizer, pode-se dizer que é um dos precursores, já que quando começou a nossa mais tradicional feira do gênero, tinha apenas quatro anos. O trabalho de Jesus Barreto chama a atenção pela sua riqueza, principalmente dos detalhes. É uma apurada técnica de relevo no metal, predominando a temática gauchesca – um trabalho que já fazia anteriormente. “Sou um artista plástico e artesão, já trabalhei com vários materiais, e com metal, desde o começo.” Ele também ressalta que trabalha muito com encomenda. Ou seja, se você quiser, pode levar uma figura, ou uma gravura, que o artista/artesão reproduz em metal. “Aqui é mais como um mostruário, mas eu vendo bem minhas peças”, diz. O público comprador é “de todo o tipo”, mas vende muito para turistas, principalmente os do exterior. A produção é rápida: cada peça não leva mais do que dois,
autoridades competentes. “Isso sempre foi o problema. O pessoal aparece muito pouco. Sei que a Comissão do Brique tem lutado muito com isso, mas sempre aparecem as feirinhas paralelas. Acho que a prefeitura deveria fiscalizar mais.”84304723
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ENTORNO DO BRIQUE Cristiane Löff
Igreja do Divino Espírito Santo, arquitetura a serviço da espiritualidade
Por Emílio Chagas
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templo católico da José de Bonifácio, esquina com Osvaldo Aranha, foi construído em 1932. Originalmente ela era localizada onde hoje está a Catedral Metropolitana. A Irmandade do Divino Espírito Santo, mantenedora da Igreja, fundada em 1821, comemora em outubro deste ano 195 de existência. Em estilo eclético, a Capela atual é um projeto de André Arjonas, com feição geral modernista e alguns elementos românticos, como o grande frontispício em arcos redondos suportados por uma série de colunas delgadas. Acima do corpo da igreja, ainda na fachada, erguem-se três torres, sendo as duas laterais mais
Vera Lúcia Borges Fortes, provedora
baixas que a central, que se ergue um nível mais acima. Com uma grande riqueza de detalhes, possui também janelas elevadas com uma bela série de vitrais com imagens de santos, tendo o teto em abóbada de arco batido. Oratório, escadarias, sacrário para o Santíssimo, sendo o efeito do seu interior muito formoso, com a iluminação multicolor proporcionada pelos vitrais. O espaço se caracteriza por ser um perfeito encontro de arquitetura e espiritualidade pela singela beleza externa e interna da igreja.
A festa do Divino Tradicional e muito popular pela festa do Divino, esta tradição foi instituída pela rainha Santa Izabel e o rei Dom Diniz em 1200, aproximadamente. Ao longo dos séculos, foi construindo sua tradição, sendo considerada no Rio Grande do Sul uma das mais antigas tradições açorianas. Não é em todos os estados que a tradição ganhou força, porém aqui a Festa do Divino é uma das mais vivas. Estudiosos, contudo, apontam que as festas atuais nada mais têm a ver com as que se realizam nos séculos XVI e XVIII, quando eram es-
tritamente religiosas (coleta, missa, bodo, procissão), passando a incorporar bailes públicos, além de peditórios e cantorias.
A Igreja do Divino Espírito Santo e a comunidade “Nossa relação com o Brique é de acolhimento das pessoas, trabalhadores, artes e pessoas da comunidade que participam do Brique. Existe uma troca de experiência de ambas partes, mantemos uma amizade fraterna”, explica Vera Lúcia Borges Fortes, provedora. Ela também revela que neste ano de 2016, a Igreja Católica no mundo inteiro tem como foco a Divina Misericórdia e a Igreja do Divino Espírito Santo, colocou em destaque a imagem de Jesus onde diariamente passam fiéis para fazer suas orações e agradecimentos. Segundo diz, a comunidade que frequenta as missas é fiel devota do Divino Espírito Santo e participa anualmente da Novena do Divino, que é a primeira Novena reconhecida pela
Igreja Católica. Muitos fiéis vêm do de cidades do interior. Tendo como capelão Capelão Artur Celestino Calsing, a igreja realiza obras sociais, doando produtos e alimentos não perecíveis a três entidades carentes e famílias inscritas na igreja, assim como doação de roupas e calçados para pessoas necessitadas. E também realiza o seu já conhecido Brechó Solidário, beneficiando pessoas deficientes, necessitadas de medicações especiais. Missas diárias, de 2ª a sábado às 17h e domingos e feriados às 10h F. (51)3333.0078/ 3331.2964 Av. José Bonifácio, 753
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ENTREVISTA
Todo mundo sabe que para participar do Brique é necessário uma série de requisitos e exigências. Nada disso se aplica às varias “feirinhas” paralelas que invdem cada vez mais o espaço do Brique. Alô SMIC!
Sou frequentador de feiras em qualquer cidade em que esteja. Portanto, sou habituée do Brique da Redenção desde o primeiro dia. Como colecionador, como vês o mercado de antiguidades? Não sou propriamente um colecionador, pois cada vez mais é dispendioso e complicado colecionar. Sou um comprador e no máximo um “juntador” de peças antigas e originalidades. Atualmente o mundo está se modificando a cada minuto, da mesma maneira o mercado de peças antigas. Cada vez mais as antiguidades ficam mais raras e cresce o mercado de cópias...
Calçadas
Com pontos críticos, colocam em risco a integridade física dos transeuntes. Alguns reparos já foram feitos pelos próprios expositores. Alô SMOV!
Do que mais gostas do Brique? Quando percorro o Brique, o que ocorre sempre que estou em Porto Alegre, observo, com a maior atenção todas as bancas. É a forma de sentir como anda o mercado e qual as preferências dos compradores.
Cristiane Löff
O que falta para o nosso Brique - se é que falta?
Buscar peças artísticas e antiguidades, mesmo com fins de comércio, é uma forma de buscar cultura e apreender algo a respeito dos períodos da história e da evolução dos povos.
Arte é sempre bem-vinda. Só é preciso cuidar, organizar, controlar a poluição sonoro e o espaço – tudo dentro de critérios. Alô CULTURA!
Com permanentes problemas de manutenção o Parque da Redenção também está a merecer cuidados. Alô SMAM!
O Brique da Redenção tem um grupo de participantes com peculiaridades muito diversas e atraentes. Já encontrei verdadeiras raridades nas várias bancas.
O Brique é comércio ou cultura?
Manifestações culturais de rua
Parque
Em relação a outros briques, qual a tua avaliação em relação ao nosso?
É da condição humana buscar sempre mais e melhor, especialmente num momento em que rareiam as boas peças. Isto ocorre aqui e nas demais cidades.
Maria Inez Gelatti
Fiscalização
Eluiza Maio
Como começou tua relação com o Brique?
Jornal do Brique está de olho e registrando os pontos negativos
Cristiane Löff
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igado à história do Brique da Redenção, o jornalista e colunista social Paulo R. Gasparatto sempre esteve envolvido com as artes da cidade. Foi, inclusive, o patrono da feira nos seus 30 anos de existência, em 2008. Aqui uma rápida entrevista com ele:
Dulce Helfer
Paulo Gasparotto, um frequentador do Brique desde o primeiro dia
Pro domingo nascer feliz no Brique
Banheiros
Outro ponto crítico, que atinge não só os visitantes do Brique, mas do próprio Parque e comunidade. Manutenção, limpeza, cuidados e até segurança são as premências dos dois banheiros públicos do Parque. Alô PREFEITURA!
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POESIA
Domingo, no Brique da Redenção. Luiz Coronel
Um Deus comia pipocas quando passou o astronauta pedalando a bicicleta.
O gramophone liberta o canto dos anos loucos. A floração do ipê-roxo menstruou o alvo vestido da boneca de porcelana.
Ao som do berimbau os ponteiros das pernas passam capoeiras nas horas. Naquele copo de cristal o tempo matou a sede. Brilham olhos de serpente no cabo desta bengala de afiada adaga escondida. Ente fraques e cartolas um punk suburbano saboreia um mate amargo. Um candidato ecológico discursa sob vaias de levianas borboletas.
A moça, cara de flor e olhar azul-marinho, comprou um capacete da Guarda Civil Espanhola.
Um cão afgan come pastel de ricota. Nesta colcha de cetim o passado pinta e borda. Um poeta procura rimas entre monóculos e dentaduras.
Quem deu corda no carrilhão não sabia que puxava Um violinista aprendiz os anos vinte do poço. apalpa com o arco a bunda da clave do sol. Com seus sinos, suas fraldas dúzia e meia de harekrishnas Sob a luz de um raio ríspido correm pelo passeio a eternidade viu seu rosto com seu canto alaranjado. neste espelho bisotê.
Na foto acima: Mauro Bruzza da Cia Um Pé de Dois que se apresentam todo domingo de sol na rua do Brique
Luiz Coronel. (Bagé, 16 de julho de 1938) Um dos mais profícuos e ativos entre os poetas gaúchos. Nascido em Bagé é escritor, compositor e publicitário. É cidadão emérito das cidades de Porto Alegre e de Piratini. Veio de sua cidade para estudar direito e filosofia na UFRGS, já aos 19 anos tornou-se professor de história e literatura. Foi presidente da Associação Latino-Americana de Propaganda – Nacional, em 1999. Atua como publicitário, tendo sido um dos fundadores, em1971, da Exitus Publicidade, atualmente é sócio-diretor da Matriz Propaganda. Em 2012, foi patrono da Feira do Livro de Porto Alegre.
FEIRAS NO MUNDO em NY Naty Bracht
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m Nova York todas as culturas se encontram. Pessoas vem do mundo todo para comprar marcas famosas por aqui nos Shoppings e Malls, porém também existe um grande mercado de comércios de rua e feiras abertas muito frequentado e ativo.
Onde o feito à mão ganha a sua vez é muito conhecida pelas Asicais.Broadway peças de teatro, em especial os muMas nesse lugar onde a arte é
a regra e não a exceção, o artesanato também faz parte do show. Na esquina da 8ª Avenida com a rua 46, artesãos, pintores entre outros tem um local para expor e comercializar sua arte. Você encontra quadros, esculturas, pequenos móveis e claro semi-jóias e bijuterias. Vale a pena passar por lá, os comerciantes são supercarismáticos e fazem peças superinteressantes.
ARTESANATO EM MADEIRA E VIDRO
Criações exclusivas e execução de projetos originais
Feira no Brooklin que acontece aos domingos
A arte na calçada MÓVEIS
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PEÇAS DECORATIVAS
ARTE UTILITÁRIA
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MOLDURAS
Rodrigo Funchal Rogério Rangel Colocação de vidros em geral . Espelhos Divisórias . Box de banheiro . Sacadas
VIDRAÇARIA FUNCHAL
Rua Mariante, 821 - Fones (51) 3507.9999 Rodrigo 92431927 Rogério 84097043 vidracariafunchal@outlook.com
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em todos os expositores e artistas podem bancar um aluguel, mas nas ruas de Nova York o comércio na rua é intenso e, às vezes, pode até ser exclusivo. Artistas fazem caricaturas, pinturas e grafite para ninguém colocar defeito. Você pode escolher a cor que o artista vai pintar os arranha-céu mais famosos do mundo e ainda ver o espetáculo da pintura ser realizada na sua frente. É só dar uma caminhada pelos pontos turísticos da cidade que não tem erro, alguém vai chamar sua atenção.