Pigmentos

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Cristina Pape

COR E PIGMENTO

2014



Esclarecimento

Todo o material aqui apresentado serve de apoio às aulas que ministro no Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A linguagem é acessível e coloquial, porque meu objetivo é oferecer um texto adequado ao estudante de arte iniciante ou mesmo aquele que nunca estudou arte mas é apreciador. Aos poucos o repertório vai se formando e logo estaremos falando uma língua em comum. Todo o material de imagem foi retirado da internet e algumas fotos eu fiz. Ousei recortar um texto de autoria de Bruno Delacave, por ser ele bastante elucidativo. Este site tem por objetivo ser educativo e não lucrativo. Procurei obedecer a várias regras da ABNT, mas eu não queria um artigo acadêmico porque o perfil da plataforma é mais livre, o que me agrada bastante. Observações são sempre boas se forem construtivas, ou seja, sugestões para melhorar o trabalho.


Site visitado no dia 10 de maio de 2015. http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1096&sid =9

Cor: luz ou pigmento? Por: Bruno Delecave

Televisão em cores. Foto: Wikipedia. Quando falamos de cores, é preciso distinguir entre a cor-luz e a corpigmento. A cor-luz ou cor-energia é toda cor formada pela emissão direta de luz. Já a cor-pigmento é a cor refletida por um objeto, isto é, a cor que o olho humano percebe. A cor luz é a encontrada nos objetos que emitem luz, como monitores, lanternas, televisão. A cor pigmento é a cor das tintas. Como é possível perceber a cor luz é o inverso da cor pigmento. Mas, em ambos os sistemas, existem as cores primárias. Elas são as cores puras, que não se decompõem. Juntas, formam todas as outras cores. RGB e CMKY No grupo cor luz, as cores primárias são vermelho, verde e azul. É o sistema RGB (red, green e blue). A combinação destas três cores gera o branco e a ausência da cor luz o preto. A mistura de duas cores primárias forma uma cor secundária. A luz branca não é composta de duas ou três, mas de todas as cores visíveis. Partindo de apenas três cores – vermelhas, verdes e azuis – podemos ter luzes de todas as outras cores, inclusive branco.


No grupo cor pigmento, historicamente as cores primárias são azul, vermelho e amarelo (sistema RYB), como Leonardo da Vinci estabeleceu em sua teoria das cores. Durante séculos, artistas utilizaram e continuam utilizando essas cores primárias para formar a extensa paleta empregada em suas obras. Sabe-se hoje que o sistema RYB é cientificamente incorreto.

Este foi o sistema criado por Leonardo da Vinci : cor pigmento primária( azul (B), vermelho(R) e amarela( Y)-nota minha).

Mistura de cores nos padrões RGB ( cor luz) e CMKY Atualmente, o padrão CMYK ( amarelo, ciano e magenta)é o mais utilizado para misturas de pigmentos. Neste padrão, as cores primárias são: ciano, magenta e amarelo. (Devo dizer que estas 3 cores são mais usadas na impressão gráfica- nota minha). A elas se junta o preto, que serve para dar contraste. Com apenas estas quatro cores, uma impressora é capaz de criar qualquer tonalidade. Neste padrão, a mistura é feita de


forma subtrativa. Pois, conforme adicionamos pigmentos, uma quantidade menor de cores é refletida. Como já vimos, a combinação de duas cores primárias dá origem às cores secundárias. E a mistura de uma cor primária com uma ou mais secundárias cria as cores terciárias. Características Todas as cores apresentam três características: matiz, tom e intensidade. Matiz é a característica que define e distingue uma cor. Azul, vermelho e amarelo são matizes. Quando misturamos, azul e amarelo, criamos outro matiz: verde. Em resumo, as cores primárias são matizes, assim como as secundárias e terciárias. A mistura de matizes dá origem a outro matiz. Tom refere-se à maior ou menor quantidade de luz presente na cor. Ao adicionarmos preto a um matiz, ele fica gradualmente mais escuro. Essa graduação é conhecida como escala tonal. Acrescentando branco a um matiz, obtemos escalas tonais mais claras. Intensidade tem a ver com o brilho da cor. Um matiz de intensidade alta é vívida, brilhante, como o amarelo. Um matiz de intensidade baixa é mais apagada, como as cores pastéis. A partir daqui passo a explicar o que é pigmento. Agradeço ao autor o texto acima que usei como como panorama de nosso assunto PIGMENTOS Pigmento é insolúvel e dá boa cobertura. É opaco. Corante é solúvel e não dá boa cobertura. É translúcido. Fornecemos um exemplo ao final deste texto que é de um pigmento líquido ( corante xadrez industrial), que se mistura facilmente mas é opaca. Para que se possa falar de pigmento, antes é preciso ter um pouco de conhecimento sobre a cor-luz, porque é ela que vai colorir o mundo.


Para aprofundar o assunto podem ir para esta mesma plataforma e ver a publicação sobre cor-luz no endereço: http://issuu.com/cristinapape/docs/arte_e_visualidade._cor-luz.2014 Vejamos o que é cor pigmento e sua relação com a luz. Como funciona um pigmento? Se quero colorir uma folha de papel com a cor amarela escura, posso usar um pouco de cúrcuma ( açafrão brasileiro) fresca amassada e tenho uma cor linda. Então, temos um material - a raiz de cúrcuma - que possui pigmentos curcuminóides. Mas vejamos como é que estes pigmentos nos oferecem a cor amarela, segundo a autora Lúcia Péret de Almeida( 2006). Quais são as suas características físico-químicas: “Os três pigmentos curcuminóides encontrados na cúrcuma são

análogos estruturalmente, e pertencem à classe diferoluilmetano(C21H20O6). A curcumina, 1,7-bis-(hidroxi-3metoxifenil)-1,6-heptadieno-3,5-diona, possui dois grupos metoxila (OCH3), a desmetoxicurcumina apenas um, e a bisdesmetoxicurcumina nenhum (Figura 1). Estes pigmentos estão presentes em concentrações que variam de 4 a 6 mg/100 g para curcumina; de 4 a 3 mg/100 g para desmetoxicurcumina, e de 3 a 2 mg/100 g e 4 a 3 mg /100 g para a bisdesmetecoxicurcumina. (MARTINS & RUSIG, 1992). A curcumina, desmetoxicurcumina e bisdesmetoxicurcumina apresentam absorções máximas no espectro do ultra violeta, nos comprimentos de onda de 429, 424 e 419 nm. Os pigmentos curcuminóides apresentam fluorescência amarela sob luz ultravioleta. O espectro de fluorescência apresenta excitação a 434 nm e emissão a 520 nm (SOUZA, 1993; PÉRET-ALMEIDA et al., 2005)”.


Material obtido no site: http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/MBSA6X4M39/tese_lucia.pdf?sequence=1

Bem, nossa aula não é de química, mas é fundamental saber que a cor que vemos depende da estrutura química do pigmento (e às vezes são vários presentes no mesmo material, como na folha de uma árvore), que o pigmento é um material real, que ele vai absorver e/ou refletir partes do espectro eletromagnético e então nosso olho vai captar essa emissão de reflexão de áreas do espectro eletromagnético visível. Esta será a cor que veremos no pigmento. A maçã de casca vermelha, o tênis de cor azul, um carro pintado de verde, o amarelo do açafrão brasileiro ( cúrcuma) etc.


COMO VEMOS UMA MAÇÃ VERMELHA? Como podemos então ver? O olho capta a sensação luminosa, envia para o cérebro, este a decodifica e devolve ao olho ( aparelho ótico) a cor. Pronto, eis a maçã vermelha. Simples, aparentemente. Nosso aparelho ótico tem uma estrutura complexa e vamos nos ater a duas condições que ele tem e que se relacionam diretamente com cor: 1 - Perceber a luz diurna ( fotópica) através dos sensibilizadores chamados CONES; 2 - Perceber a luz noturna ( escotópica) através da sensibilização dos BASTONETES. Normalmente estamos tão adaptados à luz que só quando ela fica excessiva é que notamos a mudança. Nosso olho recebe um estímulo cromático e pode ficar saturado ( os cones ficam saturados rapidamente com a cor vermelha), e quando isso acontece percebemos uma outra cor, que na verdade é a sua complementar ( será um esverdeado) e que não está ali. Está somente em nós. Porque isso acontece? É uma tentativa de equilibrar as cores que vemos. A este fenômeno dá-se o nome de Mecanismo fisiológico de formação dos contrastes simultâneos e sucessivos de cores; das imagens posteriores negativas e positivas; dos efeitos de deslumbramento e da cegueira momentânea. É preciso lembrar que cada indivíduo difere de seus semelhantes e muitas vezes a cor que um percebe não é exatamente a mesma que o outro viu. Mas não é só isto que nos atrapalha ao identificar uma cor. Cada pessoa tem uma palavra para determinada cor e que se relaciona com sua experiência pessoal, conhecimento e cultura, por exemplo. Para as cores não existe uma terminologia definida e as tentativas de criar esta linguagem comum não é exatamente simples. Geralmente nos referimos a cor clara, média ou escura, o que é muito vago ou então azul céu, mas céu com chuva, de manhã cedo, nos trópicos, na Groenlândia?


A cor está diretamente associada à luz. SEM LUZ NÃO HÁ COR AOS NOSSOS OLHOS. Vejamos os principais efeitos que a luz provoca em nosso aparelho ótico: vamos ver as cores como pigmento, porque a maçã está cheia dos elementos que refletem o espectro que nos mostra a fruta vermelha. Por isso dizemos que a maçã tem cor vermelha e pigmento vermelho na casca quando madura. As cores –pigmento primárias são três: Vermelho ( essa nossa maçã) ( magenta p/ uso em gráfica); Azul ( as portas da UERJ) ( ciano para gráfica); Amarelo ( as pétalas de um girassol) As cores –pigmento secundárias são três : Vermelho + azul = violeta Vermelho + amarelo = laranja Azul + amarelo = verde Depois temos as cores terciarias e assim sucessivamente. Mas vamos nos ater às primárias e secundárias. Observem que uma primária terá como complementar ( ou oposta) a secundária formada pelas duas outras primárias, ou seja: Primária Vermelho Amarelo Azul

complementar

2 primárias misturadas

Verde....................... ( amarelo + azul) violeta...................... ( vermelho + azul) laranja...................... ( vermelho + amarelo)

Olhem o circulo cromático que segue. Nele podemos ver as cores pigmento primárias, secundárias, terciarias.


Exercício : Que nomes você pode dar às doze cores terciarias? Faça sua lista. Crie nomes para estas cores livremente. Faça suas associações. Estamos falando de cores pigmento. Pensemos que estamos trabalhando com a matéria que chamaremos de pigmento ( recurso didático) e não com a luz pura.

COR PIGMENTO


ATENÇÃO AGORA ! Vamos fazer alguns exercícios com a nossa capacidade de ver as cores para depois continuarmos trabalhando com o pigmento. Vamos fazer alguns exercícios com a cor –luz. 1 - COR SIMULTÂNEA ( COR LUZ) Este é um exercício simples que comprova a cor simultânea.

I – Recorte um circulo de papel vermelho ( mais ou menos da cor de um tomate maduro) com 3-4 cm de diâmetro. Coloque-o sobre um papel tamanho A4, no lado esquerdo da folha. Olhe para o círculo vermelho por 40 segundos e depois olhe para uma folha de papel em branco e aguarde. Não force seus olhos. A cor virá... Duas coisas deverão acontecer: 1 – Sua retina vai ficar saturada de cor vermelha do circulo e formará um anel em volta com a cor complementar. 2 – Quando você olhar a superfície branca verá somente a complementar. Se você não vir o resultado, feche os olhos por 30 segundos, descanse-os e refaça.

IMPORTANTE ! Sempre que fizer algum exercício com cor-luz em seu aparelho ótico, antes de passar para outro ou repetir o mesmo, feche seus olhos por c. de 40 segundos.


Este já bastante conhecido é o da bandeira brasileira com as cores opostas ( podemos chamar de cor complementar também) à que foi criada.


Sempre que for fazer algum exercício com cores e contrastes simultâneos, é importante que a figura fique longe de outras cores que não participam do exercício. Bolsas e mochilas sobre a mesa atrapalham. Elas certamente vão interferir. A imagem deve ficar sobre um papel branco com margem de isolamento do fundo da mesa ( a não ser que esta seja branca). Repita o mesmo o exercício com este exemplo. Que nome você vai dar para as cores complementares que viu?

2 - MOVIMENTO E LATÊNCIA ( COR LUZ) A nossa percepção visual tem um tempo de latência e sabemos disso ao sairmos de um espaço com luz e entrarmos numa sala escura. Precisamos de alguns segundos para enxergar novamente e vice-versa. Entretanto, cada cor tem um tempo de latência. VERMELHO < AZUL + rápido + lento Exercício - Olhe para a imagem 3 por 20 segundos e anote o que aconteceu. Descanse seus olhos, fechando-os por 30 segundos. - O que aconteceu enquanto você olhava para a imagem? Há algum desconforto visual? - Agora olhe para a imagem durante 40 segundos e anote o que aconteceu. Descanse seus olhos por 30 segundos mantendo-os fechados. - Percebeu se houve diferença entre a fase 1 desta? Com quais outras cores você poderia fazer o mesmo exercício?


AGORA VAMOS TRABALHAR COM COR PIGMENTO !


3 – HARMONIZAÇÃO DA COR PIGMENTO Escala de valores cromáticos BRANCO 100 %--------------------------------------PRETO 100% ( luz) ( ausência de luz) 100% - 90% - 80% - 70% - 60% - 50% - 40% - 30% – 20% - 10%- 0% Porcentagem de branco e/ou preto na mistura. É um vice-versa. DICA : Cores que tenham amarelos podem ser dessaturadas com branco, mas ficarão em tom pastel. Um tom que é muito brilhante e você quer ele um pouco mais calmo, misture o branco. Acrescente o branco aos poucos na hora de usar a cor/tinta. Uma coisa é um exercício para praticar e a outra é o uso na tela, a relação que se estabelece na pintura. DICA: Cores que tenham vermelhos e azuis vão rebaixadas melhor com preto. Isto quer dizer que se você tem um vermelho ou azul muito chamativo ou intenso e você quer deixa-lo mais “ tranquilo”, use preto, mas acrescente sempre aos poucos os pigmentos na sua tinta. Padrão para medida de cores: escolha uma medida padrão( se for uma colher de sopa, será esta a sua medida padrão). 1 parte Vermelho + 1 parte Amarelo laranja Mas eu quero que este laranja seja um pouco mais claro, então, posso alterar as proporções, mas NUNCA a medida padrão. 1 parte Vermelho + 1 ½ parte amarelo Laranja claro 1 : 1 ½ = laranja claro


Para você alterar a intensidade destas três cores secundárias, deverá escolher se usará o preto ou o branco, dependendo do seu objetivo.

EXERCÍCIO EM PRETO E BRANCO: Fazer uma pequena escala usando preto e branco com 9 cinzas entre as duas cores. Use uma medida padrão para o preto e para o branco. A primeira cor será o branco pigmento e a última da escala será o preto. Informe qual foi a medida usada. Faça o esquema de proporções antes de começar. Veja o exemplo:


Nesta escala temos maior variedade de cinzas. Basta se organizar para a escala de proporções. Outro exemplo com cinzas e três cores primárias e uma secundária.


4 - TONS E VALORES CINZA na cor pigmento Se misturarmos duas cores dominantes como o vermelho e o verde em proporções adequadas, vamos obter o cinza de passagem entre as duas. Seria o melhor cinza para se usar com estas duas cores. O mesmo se aplica a outras misturas. Exercício. CINZA pigmento = preto + branco (diversas proporções nos dá diversos cinzas). Se você usar 50% de um e de outro vai obter o cinza do meio a ambos. ou / e Azul ciano + magenta + amarelo (Esta mistura de 3 cores primárias sempre forma a cor cinza) NUNCA confunda a cor –luz com cor -pigmento. COR-PIGMENTO ( na tinta para a gráfica) primárias : magenta, ciano( azul) e amarelo. As Secundárias: violáceo, laranja e verde

Relembrando a cor pigmento que usamos em nossos ateliês:


Vermelho, amarelo e azul Se misturarmos todas as 6 cores como o exmemplo, será bastante difícil obter o negro. Por quê? Os pigmentos que compramos quase nunca são puros e as proporções precisam ser exatas. ______________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ OBSERVAÇÃO : UM RETORNO À COR - LUZ Primárias : vermelho, azul e verde Secundárias : magenta, ciano( azul) e amarelo


Na cor-luz você deve trabalhar com luz e não com pigmento.ATENÇÃO! Se você misturar estas cores luz primárias conforme o círculo, certamente obterá o mesmo resultado, salvaguardando as diferenças de mídia e de material. É preciso que a sua fonte de luz lhe forneça a cor-luz pura, aquela que está no centro de cada cor no espectro eletromagnético visível. Esta cor luz tem uma medida bem definida fisicamente. Se misturar uma cor luz vermelha com uma verde, ambas bem definidas, vais obter um amarelo.

Porém se misturar vermelho com verde em PIGMENTO jamais obterá amarelo. Sua cor será um cinza intermediário entre o verde e o vermelho. Aquela à qual me referi antes.

Aqui temos o exemplo de como se deve escurecer ( rebaixar- usamos o termo específico) as cores com o preto no hemisfério inferior e no


superior as cores foram dessaturadas ( usamos o termo específico)com o branco.

Vejam pelo lado de fora dos círculos a quantidade de pigmento que se usou para obter as cores desejadas. É necessário manter a medida padrão.

Nesta imagem mostramos exatamente o contrário. No hemisfério superior misturou-se negro ( rebaixamos ) e no inferior dessaturamos com o branco.

Em ambos os casos chegamos até o centro negro absoluto e branco absoluto, mas não vemos exatamente isso porque estamos trabalhando com mídias que não são padronizadas.


Exercício de COR LUZ: Fixe o seu olhar durante 40 segundos na cruz que se encontra no centro dos quatro quadrados coloridos e depois deste período de tempo, olhe para o centro do espaço cinza. Relaxe os olhos e você verá que é possível ver as quatro cores complementares de cada uma simultaneamente. Pode ser feito no computador ou com papel. Descanse seus olhos quando terminar fechando-os por 30 segundos.


Exercício : Israel Pedrosa em seu livro “ Da cor à cor inexistente” oferece outro exercício interessante. Faça um circulo com 4 cm de diâmetro e um quadrado amarelo medindo 9 x 9 cm com cartolina. Coloque sobre uma folha de papel branco as duas figuras como está aqui e siga as orientações. Sature sua retina por 40 segundos olhando o círculo vermelho ( mas cubra o quadrado amarelo com um papel branco) e depois olhe para o quadrado amarelo. Você verá a mistura da imagem posterior ( que é fisiológica – acontece no seu olho) com a cor físico-química ( que é o pigmento que torne este quadrado amarelo no papel que você usou para fazer o exercício). Descanse seus olhos quando terminar, fechando-os por 30 segundos.

Sempre que concluir um exercício, descanse seus olhos por 30 segundos.


5 - RELATIVIDADE DAS CORES

Exercício : Observem cada quadro com os círculos e digam se todos os amarelos, vermelhos e azuis são iguais ( claro, todos o da mesma cor).


E os círculos de cor cinza sobre três quadrados de cores diferentes? O que você tem a dizer? Então, estes exercícios servem para nos provar que as cores não existem por si. Não, pelo contrário. Elas são absolutamente relativas aos nossos olhos. A cor que você vê está sendo trabalhada pelo teu cérebro em relação ao que a circunda. Ela em si não muda, mas onde ela está vai afeta-la em você. A maçã vermelha será sempre a mesma maçã vermelha contra o fundo preto, azul, verde, vermelho, mas veremos esta maçã com cores ligeiramente diferentes. Quando falamos de cor pigmento temos que lembrar alguns detalhes: 1 – As cores primárias são ciano, magenta e amarelo para a gráfica, 2 – Vermelho, Amarelo e azul para os pintores e as secundárias são verde, violáceo e laranja 3 – Se o pigmento não for de boa qualidade, podemos misturar vermelho com azul e não vamos obter violáceo. É o caso da mistura do pó xadrez. Nunca usem este material se quiserem realizar algum trabalho de boa qualidade. 4 – Toda cor pigmento tem gradações de permanência diferentes, por causa do tipo de pigmento, do veículo ( neste caso marcas ruins são sempre um desastre). Vejam sempre no tubo ou pote qual a resistência do pigmento a ação da luz e sigam indicações de pessoas com experiência. Um pigmento Terra. Porque se chama assim? Porque este pigmento é literalmente terra que coletei num barranco perto da cidade do Rio de Janeiro. Inúmeros pigmentos são feitos de terra. Podemos ter Terra Vermelha, Terra de Úmbria, Terra de Siena etc. Existem terras amarelas, esverdeadas, roxas e mais um infinito de tons. Basta que você observe melhor a lama e a terra da sua rua, quintal ou sítio e descobrirá um universo interessante.


Este ĂŠ um corante que se pode comprar em lojas especializadas. SĂŁo muito utilizados para colorir artefatos de resina, por exemplo.


Imagem 13 Cada pequeno montinho destes é um pouco de terra que coletei em diferentes lugares. Para obtermos o pigmento terra fino, há que se peneirar, misturar com água e depois coar. Como preparar um pigmento terra? Procurem o vídeo que fiz explicando as etapas. http://www.youtube.com/watch?v=ABHYGeO0Es4


Azul Índigo. Os antigos extraíram a tintura natural de diversas espécies de planta entre as quais a Indigofera anil. O diálogo abaixo pode ser encontrado na íntegra no endereço: http://odeporica.blogspot.com.br/2010/04/sabedoria-do-deserto-voce-temo-relogio.html “... Hoje, estudo Administração na Universidade de Montpellier, no sul da França. Estou solteiro. Defendo os pastores Tuaregs. Sou muçulmano, mas sem fanatismo. - Que turbante bonito! Diz a entrevistadora. - É apenas um tecido fino de algodão: permite cobrir o rosto no deserto quando a areia se levanta e, ao mesmo tempo, você pode continuar vendo e respirando através dele. - Sua cor azul é belíssima… - Ela é a razão pela qual chamam a nós, Tuaregs, de homensazuis: o tecido aos poucos desbota e tinge nossa pele com tons azulados. - Como vocês produzem esse intenso azul anil? - Com uma planta chamada índigo, misturada a outros pigmentos naturais. O azul, para os Tuaregs, é a cor do mundo. - Por que?


- É a cor dominante: a do céu, a do teto da nossa casa.

- Quem são os Tuaregs? - Tuareg significa “abandonado”, porque somos um velho povo nômade do deserto, um povo orgulhoso: “Senhores do Deserto”, nos chamam. Nossa etnia é a Amazigh (berbere), e nosso alfabeto, o tifinagh...”

Outra referência : http://www.audaces.com/br/Producao/Falando-deProducao/2013/12/24/indigo-colorindo-as-fibras-em-azul “O corante índigo é utilizado na Índia há mais de cinco mil anos para aplicação em fibras naturais. O índigo natural é extraído das plantas Indigofera e Isatis trinctoria. Dessa extração obtêm-se um produto azul insolúvel em água e posteriormente dissolvido em cubas pelo processo de redução química. Inicialmente, o produto era empregado para tingir lã, e somente muito tempo depois aperfeiçoamentos no processo permitiram sua aplicação sobre o algodão. O produto foi sintetizado no ano


de 1890, por Adolf Von Bayer, e comercializado em 1897 pela empresa BASF.”

Da planta ao tecido pintado.

Sementes de Urucum ( com estas sementes fazemos o colorau doméstico) O que extraímos desta semente é um corante, logo, solúvel em água, de pouca resistência à luz solar, não tóxico, transparente. A planta se chama Urucum ( nome vulgar) e o nome científico é Bixa orellana.


IndĂ­gena brasileiro com o rosto pintado com Urucum www.sohistoria.com.br

IndĂ­gena brasileiro preparando o Urucum


Urucum já líquido e pronto para secar. O blogspot http://tingimentonatural.blogspot.com.br/ deve ser visitado. Vamos encontrar boas informações sobre tingimento natural.

Tingimento com vermelho carmim de Cochonilha.


Produtos com vermelho carmim de Cochonilha.

Cacto Palma com Cochonilla A Cochonilha gosta de cacto palma. Em algumas regiĂľes do nordeste brasileiro ĂŠ considerado uma praga mas no MĂŠxico, cultivam o inseto para extrair o pigmento.


Cultiva-se o cacto Palma para que nele as Cochonilhas vivam e se reproduzam. Depois na hora da “ colheita”, as fêmeas são retiradas das plantas, amassadas e tratadas nas indústrias de pigmentos. Veja então o ciclo: Cacto, Cochonilha Coletar e amassar os animais Coar industrialmente Secar e colocar produtos conservantes (afinal é orgânico de fato) Industrializar Vender para fábricas de outros produtos Vegetarianos, desculpem-me, mas comer comidinhas industrializadas vermelhas é comer Cochonilhas. Segundo Vivian Pupo Machado: “Cochonilha é um corante extraído do extrato seco de fêmeas do inseto Coccus cactis. Estes insetos são encontrados com freqüência no Peru, Ilhas Canárias e, mais recentemente, na Bolívia, onde são cultivadas normalmente em plantações de palmas (cactos), onde é extraído um corante de cor vermelho violeta, com muito boa estabilidade ao calor, pH e oxidação. Suas principais aplicações são em laticínios, doces, geléias, sorvetes, bebidas alcoólicas e cosméticos.”


Texto e imagens recolhidas no site: http://blog.sabaoeglicerina.com.br/wp-content/uploads/2012/10/acaocorante-dia-201.jpg “Abaixo mostramos fotos com corantes e com pigmentos utilizados em base de sabonete de glicerina, observe as diferenças quanto a cobertura, fixação de cor e migração. Na utilização dos corantes, os sabonetes em base translúcida ficam mais transparentes, já onde se utilizam os pigmentos a cobertura é maior e por isso as cores ficam menos translúcidas. Os corantes são mais fotossensíveis que os pigmentos podendo desbotar com mais facilidade com a ação da luz. Assim como acabam migrando, observe que no quinto dia as cores das estrelas começam a borrar a parte branca, isso ocorre porque o corante migrou para a parte branca do sabonete, isso não ocorre com os pigmentos.



A cor é algo que nos é tão familiar que se torna difícil para nós compreender que ela não corresponde a propriedades físicas do mundo, mas sim à sua representação interna em nível cerebral. Ou seja, os objetos não têm cor; a cor corresponde a uma sensação interna provocada por estímulos físicos de natureza muito diferente que dão origem à percepção da mesma cor por um ser humano. O corante é um produto inorgânico ou orgânico que dá cor a matérias vivas ou inertes. Ou ainda, é toda substância que, se adicionada a outra substância, altera a cor desta. O homem utiliza os corantes e pigmentos há mais de 20 mil anos. Sabe-se que os caçadores do Período Glacial pintavam as paredes das cavernas com fuligem, ocre, terras, argilas, sangue de animais, ou sumo de frutos e plantas esmagados. A utilização dos corantes remonta à Antiguidade, por volta de 3.0 a.C., foram produzidos alguns corantes inorgânicos sintéticos, como o Azul Egípcio.


O primeiro corante colorido que foi descoberto o índigo natural, conhecido desde os egípcios até os bretões, era extraído da planta Isatis Tinctoria. Importância semelhante ao índigo tinha a rubiácea, planta cultivada, a partir da qual se fabricava a alizarina, um corante muito procurado. O vermelho das capas dos centuriões romanos era obtido de um molusco chamado Murex, um caramujo marinho. Empregou-se exclusivamente corantes naturais até 1856. W. Perkin descobriu o primeiro corante sintético, a malveína. A partir dessa altura iniciou-se o desenvolvimento da indústria dos corantes sintéticos. De acordo com a sua origem, os corantes podem ser naturais ou sintéticos. Os corantes naturais provêm de animais, plantas ou minerais e podem dividir-se em corantes vegetais, corantes minerais inorgânicos e corantes animais. Corante X Pigmento: Teóricamente, corante é toda substância que, se adicionada a outra substância, altera a cor desta. Pode ser uma tintura, pigmento, tinta ou um composto químico. CORANTE Definição: Substâncias solúveis no meio de aplicação. Apresentam soluções transparentes. Colore a preparação, mas não dá cobertura da área aplicada. São sintetizados a partir de um único derivado incolor do benzeno, a Anilina. Podem ser: Hidrossolúveis ou lipossolúveis (se o veículo/excipiente for lipo, corante é lipo) Naturais ou sintéticos (maioria dos corantes farmacêuticos em uso atualmente são sintéticos) –> Corantes FD&C: Podem ser usados em alimentos, medicamentos e cosméticos


–> Corantes D&C: Alguns aprovados para uso em medicamentos, alguns em cosméticos e outros em dispositivos médicos (aparelhos auditivos, próteses, etc) – São mais baratos do que os FD&C. –> Corantes D&C de uso externo: uso restrito a partes externas do corpo, não incluindo lábios ou qualquer outra área recoberta por membrana mucosa (inclusive área dos olhos) Devem ser quimicamente estáveis na presença de outros adjuvantes da formulação e não interferir na estabilidade desses adjuvantes e ser fotoestáveis. PIGMENTO O pigmento é um material que muda a cor da luz que se vê de um objeto. Um pigmento tem de ser estável na sua forma sólida à temperatura ambiente. A maioria dos pigmentos são corantes secos, usualmente moídos em um pó muito fino e insolúvel. A distinção entre pigmento, que é insolúvel, e um corante (ou tintura), que é líquido ou então solúvel num veículo (Do qual resulta uma solução). Os corantes são soluções solúveis de pigmentos que conferem uma determinada cor. Definição: Os pigmentos são pós ou partículas bem reduzidas dispersados nas tintas. Composto por material insolúvel que colore por dispersão (agitação). Podem ser:

Minerais: - Óxidos Metálicos (óxido de ferro – avermelhado, óxido de zinco – branco gelo, dióxido de titânio – branco puro) e de cromo (verde petróleo) - Sais minerais complexos (violeta de manganês) Orgânicos:


- Pigmentos puros: Obtidos de forma insolúvel . São transparentes ou semitransparentes, possuem alto poder de tingimento, além de uma gama variada de cores. Há ainda o fator impacto ambiental, que no caso dos pigmentos orgânicos é mínimo, pois possuem baixa toxidade e em alguns casos são até mesmo isentos de toxidade.

Dióxido de Titânio (TiO2) – Um dos mais importantes pigmentos brancos produzidos. É um óxido de titânio encontrado na natureza, cuja fórmula química é TiO2, é chamado de titânio branco ou pigmento branco. É um pó branco, seco e finamente pulverizado, de constituição inorgânica, quimicamente inerte e termicamente estável, inodoro e insolúvel em água. É um dos mais importantes pigmentos brancos produzidos e muito utilizado em diversos campos, como na indústria de cosméticos, etc, por sua capacidade de opacificar e branquear o meio em que está disperso e baixo índice de descoloração por raios ultra-violeta. PROPRIEDADES O dióxido de titânio pode ser utilizado como funçãode bloqueador da radiação ultravioleta aumentando o fator de proteção solar de um produto cosmético, atingindo um espectro entre a radiação UVB e UVA. O dióxido de titânio é insolúvel em água e em óleo,sendo apenas dispersível nestes meios ou em silicone. O dióxido de titânio micronizado pode influenciar a viscosidade das formulações promovendo o seu aumento, uma vez que eleva a densidade da fase interna das emulsões.


Para protetores solares é utilizado uma concentração de 1 a 10%.”

Os corantes podem ser: 1 - Corantes naturais = são aqueles obtidos a partir de vegetais, ou eventualmente de animais. 2 - Corantes artificiais = são aqueles obtidos por processo de síntese, com composição química definida. 3 - Corantes sintéticos idênticos aos naturais = são aqueles cujas estruturas químicas são semelhantes às dos corantes naturais, porém são sintetizadas em laboratório. CORANTES NATURAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA

1. Corante de Urucum 2. Carmin de Cochonilha 3. Corante de Cúrcuma 4. Corante de Clorofila 5. Corante de Páprica 6. Corante de Beterraba 7. Corantes de Antocianina Todos nós acabamos por consumir mesmo produtos industrializados e não custa saber que existem algumas regras: CORANTES ARTIFICIAIS PERMITIDOS NO BRASIL •Amarelo Tartrazina •Amarelo Crepúsculo •Amaranto •Ponceau4R •Vermelho 40 •Eritrosina •Azul Indignota •Azul Brilhante •Verde Rápido •Azul Patente V •Azorrubina


Muitas vezes uma pessoa é alérgica a algum alimento ou cosmético e não sabe que pode ser alergia ao corante. INS (SISTEMA INTERNACIONAL DE IDENTIFICAÇÃO) Corante Código Corantes naturais C.I Corantes artificiais C.II Corantes sintéticos idênticos aos naturais C.III Corantes inorgânicos C.IV Corantes caramelo = C.V - (A Coca-Cola comercializada no Brasil contém a maior concentração da substância 4-MI (4metil-imidazol), presente no corante Caramelo IV, classificado como possivelmente cancerígeno. O resultado é de um teste do CSPI (Centro de Ciência no Interesse Público, em tradução livre), da capital norte-americana, Washington D.C. Eles avaliaram também a quantidade da substância nas latas de Coca-Cola vendidas no Canadá, Emirados Árabe, México, Reino Unido e nos Estados Unidos. -

Estas informações eu obtive no site : http://www.eteavare.com.br/arquivos/28_131.pdf

Continuando a falar um pouco sobre os pigmentos,

Pigmentos obtidos a partir de resíduos siderúrgicos.


No texto que segue, veremos que ao final o autor explica onde e porque alguns pigmentos não são fabricados nos Estados Unidos ou aqui, mas o são na Ásia, como se não fosse afetar o resto do planeta. Tanto faz se polui aqui ou ali. O que interessa é que tudo está interligado. O Conselho Regional de Química- IV Região, publicou este texto que segue na íntegra e considerei interessante. Endereço: http://crq4.org.br/default.php?p=texto.php&c=quimicaviva_corantespigmentos

Pigmentos e corantes são substâncias que quando aplicadas a um material lhe conferem cor. A principal diferença entre pigmentos e corantes é que, quando aplicados, os pigmentos são insolúveis e os corantes são solúveis. Outro diferencial entre os dois produtos diz respeito à cobertura: quando se usa o pigmento numa tinta ele promove simultaneamente a cobertura, a opacidade, o tingimento e a cor; o corante só promove o tingimento, sem proporcionar cobertura. Desta forma, o corante mantém a transparência do objeto tingido; já o pigmento dá cor e tira a transparência. Especificamente em tintas e vernizes existem duas diferenças importantes entre pigmentos e corantes: o poder tintorial e a resistência à luz e às intempéries. O poder tintorial é a quantidade de pigmento ou corante necessária para se obter a cor desejada. O corante possui um poder tintorial muito superior ao do pigmento, sendo necessária uma quantidade muito maior de pigmento para se obter a cor proporcionada por um corante. Já quanto à resistência à luz, os pigmentos superam os corantes. Cabe ao químico formulador escolher adequadamente entre pigmentos e corantes de acordo com as propriedades a serem atingidas pela tinta ou verniz. Normalmente pigmentos e corantes são fornecidos em pó, cabendo à indústria fazer sua moagem, dispersão ou dissolução até o ponto desejado para a aplicação no material ou substrato. Eles também podem ser adquiridos pré-dispersos, prontos para o uso, já beneficiados com aditivos, estabilizantes e outros componentes. São os concentrados comercializados na forma líquida ou em pasta.


Pigmentos são usados nas indústrias de tintas, plásticos, cerâmicas e cosméticos dentre outras. Existem pigmentos que proporcionam proteção e efeitos decorativos, como é o caso dos pigmentos metálicos e os de efeito perolizado. Batons podem levar pigmentos metálicos, por exemplo. Os pigmentos de alumínio são ótimos para proteção contra ferrugem, especialmente se utilizados com zinco. Já para um efeito decorativo, os perolizados resultam em um acabamento luminoso exótico.

Corantes são usados principalmente na indústria têxtil, mas também nas indústrias de artefatos de couro, papel, alimentos, cosméticos, tintas e plásticos. Dentre os corantes, os derivados de anilina são empregados para colorir tecidos, madeiras e outros produtos. Elas são retidas no material por adsorção, dissolução, retenção mecânica ou por ligações químicas iônicas ou covalentes. No mesmo segmento químico de pigmentos e corantes estão os branqueadores ópticos. Eles não possuem cor visível ou sua cor é fraca. Aplicados a um material, os branqueadores absorvem luz ultravioleta e emitem a maior parte desta energia absorvida como radiação fluorescente azulada, alterando a percepção da cor dos produtos.

Características Os pigmentos podem ser orgânicos ou inorgânicos, sintéticos ou naturais, e têm diferenças entre si com relação à opacidade, resistência a intempéries, facilidade de dispersão e moagem. Os pigmentos inorgânicos se dividem em sintéticos e naturais. Os inorgânicos naturais são geralmente óxidos e possuem menor cobertura, maior dificuldade de dispersão e menor poder tintorial; já os inorgânicos sintéticos, por serem produzidos em um processo industrial controlado, têm algumas propriedades melhoradas, proporcionando maior cobertura,


uniformidade na cor, poder tintorial superior e melhor dispersão, o que resulta em estabilidade na aplicação. As matérias-primas usadas para produzir os pigmentos inorgânicos são os sais de metais como ferro, cobre, cromo, chumbo e cádmio, que são poluentes e podem ser prejudiciais à saúde de quem os manipula. Atualmente os pigmentos à base de cromo, chumbo e cádmio não são muito utilizados, pois foram substituídos por pigmentos orgânicos que são muito menos tóxicos. Dentre os pigmentos inorgânicos, um se destaca: o dióxido de titânio, que é o pigmento branco mais usado. Já entre os coloridos, os óxidos de ferro são os mais usados, pois possuem tons desde amarelo e vermelho até preto. Os óxidos apresentam ótima resistência à luz e são utilizados normalmente em plásticos, tintas, fibras e construção civil. Há também pigmentos de amarelo de cromo e de laranja de molibdênio utilizados em tintas e plásticos. O amarelo é utilizado também em tintas de demarcação viária em rodovias e ruas das cidades. Os pigmentos orgânicos são substâncias sintéticas que apresentam em sua estrutura química grupamentos chamados cromóforos, responsáveis por lhes conferir cor. Os pigmentos orgânicos pertencem basicamente a duas "famílias": a família do grupo azo e os policíclicos. A grande maioria da família do grupo azo não tem resistência ao intemperismo, e por isso os pigmentos não podem ser usados para pintura externa. Já os policíclicos possuem resistência ao intemperismo e à luz, e são empregados na produção de tintas imobiliárias e automotivas. Os pigmentos orgânicos são utilizados em materiais e produtos de uso cotidiano, como tintas e vernizes, tintas gráficas, plásticos e polímeros como brinquedos, utilidades domésticas, equipamentos eletroeletrônicos ou em acabamentos internos e partes de veículos. Os pigmentos orgânicos permitem a obtenção de todas as nuances de cores e todos os níveis de resistência. De modo geral, os pigmentos inorgânicos têm maior opacidade e poder de cobertura e de tingimento. Os pigmentos orgânicos têm mais brilho e transparência. Mas o que, muitas vezes, influencia a escolha em favor dos inorgânicos é o fato de estes serem significativamente mais baratos.


Corantes têxteis são compostos orgânicos cuja finalidade é dar cor às fibras sob condições de processos preestabelecidos. Eles impregnam as fibras e podem reagir com o material durante o processo de tingimento. Para cada tipo de fibra existe uma determinada categoria de corante. Para as fibras celulósicas, como o algodão e o rayon, são aplicados os corantes reativos, diretos, azóicos e sulfurosos. São fatores decisivos para a seleção do corante as características técnicas que se quer atingir, como, por exemplo, resistência à luz, à fricção e ao suor. Branqueadores ópticos são usados para produzir o branco. Diferentemente de corantes ou pigmentos, que incorporam a cor ao material tratado, branqueadores ópticos, ou agentes de branqueamento fluorescentes, são compostos orgânicos incolores ou pouco coloridos que quando aplicados a um substrato ou material absorvem luz e reemitem a maior parte da energia absorvida como luz fluorescente violeta-azulada. O resultado é que os materiais parecem, ao olho humano, menos amarelados, mais brilhantes e mais brancos. Os branqueadores não são, portanto, matérias corantes “brancas”, como, por exemplo, os pigmentos à base de dióxido de titânio, usados em tintas, nem devem ser confundidos com alvejantes químicos como o peróxido de hidrogênio ou hipoclorito de sódio, utilizados para branquear celulose e tecidos de algodão. Os branqueadores ópticos estão presentes em muitos produtos de uso cotidiano, como detergentes em pó e líquidos para lavar roupa, sabões em barra, papéis, na indústria têxtil em fibras naturais e sintéticas, em tintas de impressão, couro sintético, adesivos, laminados, fibras, e em tintas e vernizes. O papel do químico O profissional da química pode trabalhar em processos de manufatura, controle de qualidade, no desenvolvimento de novos pigmentos e corantes, assim como na sua aplicação. Na manufatura, o profissional da química pode comandar uma equipe de produção, e segue as fórmulas para


fabricação dos pigmentos; garante que o resultado saia de acordo com o previsto e cria métodos de testes para garantir que cada pigmento ou corante saia com determinada especificação. Na área de desenvolvimento, o profissional da química tem que aplicar tudo que aprendeu na escola para criar novos produtos ou novas aplicações. No controle de qualidade, o químico garante que o produto está dentro da especificação; pode fazer testes e até criar os testes para saber se determinada característica do pigmento ou corante está dentro das especificações. Na aplicação de corantes e pigmentos, o profissional da química assume o papel de colorista, que é importantíssimo para o ajuste das cores desejadas ao produto final. Mercado A produção de pigmentos e corantes está diminuindo no Brasil e no mundo por conta da concorrência com os produtos chineses. Algumas grandes empresas ainda continuam fabricando pigmentos no Brasil, principalmente no Estado de São Paulo, mas a tendência do mercado tem sido a de importar estes produtos. A instalação de fábricas no Brasil também é desestimulada pelo elevado custo de implantação dos mecanismos de controle de poluentes. Como este segmento da indústria química lida com metais pesados, e o Brasil dispõe de uma rigorosa regulamentação para a política ambiental e descarte de materiais, o investimento em novas fábricas torna-se muito alto. Com isso, grandes empresas têm procurado outros países com menos restrições para instalar novas fábricas do setor. Para suprir o mercado de tecidos, tintas e outros produtos que utilizam corantes e pigmentos, a primeira opção tem sido a importação. Além da China, boa parte dos pigmentos e corantes usados no país vem da Índia. Os preços destes produtos vêm aumentando significativamente nos últimos anos por conta da alta dos preços do petróleo e dos metais, que são a base de vários desses insumos. http://crq4.org.br/default.php?p=texto.php&c=quimicaviva_corantespigmentos


Exemplos de pigmentos e corantes. Um pigmento jogado sobre um pouco de água. Não se misturam a não ser que forcemos.

A dispersão foi por causa do movimento ao jogar sobre a água.


Ă gua com corante vermelho ( xadrez lĂ­quido). Pingamos algumas gotas sobre a ĂĄgua e ele se misturou imediatamente.


Na mesma porção de água, jogamos o corante e o pigmento em pó. A diferença é nítida. O corante se misturou e o pigmento não.

PREPARO CASEIRO DE TINTAS: Cola branca Pigmento em pó xadrez ( não temos muitas cores ) Agua Misture em pasta o pigmento com a cola e depois vá colocando água até alcançar a pastosidade desejada. Se ficar muito ralo, coloque mais pigmento e cola. Com a experiência você vai obter uma tinta de acordo com a sua proposta de pintar: aquosa ou pastosa. Esta mistura pastosa pode não ficar muito boa porque tende a ser muito opaca e pode rachar. Mas fica a seu critério. Pode também misturar a cola branca com o corante líquido xadrez e vais obter uma tinta transparente – mas de baixa qualidade cromática – e se quiser um pouco de opacidade vai ter que misturar um pouco de dióxido de titânio ou óxido de zinco. Isso deixará tua tinta com tons pastéis. Uma cor preta resultado da mistura de cola com corante vai ser transparente e se colocar o branco, terás um cinza. Não use tintas de baixa qualidade porque ela nos frustam muito. Melhor treinar a técnica com tintas de preço acessíveis e depois usar boas marcas. Boa sorte.



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