Informativo CRQ-V 130

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Informativo do Conselho Regional de Química Jul-Ago-Set de 2013 | Ano XVII | N° 130

Água

Análise indica parâmetros diferentes da legislação

Cabelos

Coloração, descoloração e uso da chapinha

Conselho

Confira os conselheiros desta edição

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Índice 03 Água Mineral Análise indica parâmetros diferentes da legislação

06 Cabelo

Coloração, descoloração e uso da chapinha

10 Conheça o CRQ-V Confira os conselheiros desta edição

11 Agenda

Expediente Presidente Paulo Roberto Bello Fallavena Vice-presidente Estevão Segalla Secretário Renato Evangelista Tesoureiro Ricardo Noll Assessoria de Comunicação do CRQ-V assecom@crqv.org.br Jornarlista responsável e Redação: Carolina Reck Diagramação Gustavo Furstenau Tiragem 2.500 Impressão Gráfica Ideograf

INFORMATIVO CRQ-V AV. ITAQUI, 45 - CEP 90460-140 PORTO ALEGRE/RS FONE/FAX: 51-3330 5659 WWW.CRQV.ORG.BR

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Editorial Esta edição tem como temática os cabelos. Entre diversos tratamentos, técnicas, penteados e cortes, a química é a responsável pelos efeitos e tons. Presente nos mais diversos produtos, do xampu aos tonalizantes, ela que possibilita diferentes reações de acordo com os tipos de fio. A formação de polímeros coloridos, que definem a nuance dos cabelos é a pauta desta edição do Informativo CRQ-V. A coloração e a descoloração serão explicadas em seus métodos, tipos e conforme tabela de oxidação. Para retratar como ocorrem os processos e o motivo que ocasiona diferentes resultados entrevistamos o docente de cosmetologia da Universidade Anhembi Morumbi e diretor técnico da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC), Celso Martins Júnior. Complementando o tema, uma introdução histórica explica o início das técnicas de alisamento capilar, comumente resumidas hoje à utilização da chapinha. O assessório, praticamente indispensável em salões, também reage de diferentes formas no cabelo. Para fomentar o assunto, a doutora em ciências farmacêuticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Denise Soledade Jornad, revela quais as formas de transferência de calor e desmitifica histórias a respeito da chapa. A edição 130 também traz o estudo de Alan dos Santos da Silva e Paulo José Menegasso, em que sete amostras de águas minerais comercializadas em Porto Alegre foram submetidas a uma série de análises. Ingerimos realmente o que é descrito no rótulo das embalagens? Estes estão dentro dos padrões previstos por lei? Finalizando, apresentamos mais três Conselheiros do CRQ-V: Leandro Rosa Camacho, Eduardo Mc Mannis Torres e Mauro Ibias Costa. O Informativo do CRQ-V segue aberto à colaboração, críticas e sugestões. Envie seu e-mail para assecom@crqv.org.br . Boa leitura!

Números do Conselho

JUL/AGO/SET Registro Profissional

249

Registro Empresa

67

Fiscalizações

793

Autuações

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Dica de Livro Química na Cabeça Alfredo Luis Mateus

Atendendo aos curiosos, ávidos por explicações científicas, experimentos e fatos interessantes relacionados à química, a obra reúne diversas experiências na área. Materiais como a água, os plásticos, os cristais, os corantes e pigmentos são analisados de perto, e seu comportamento em diferentes situações é introduzido ao leitor. As atividades apresentadas ao longo do texto são simples, acessíveis e capazes de criar um grande interesse nos leitores, mostrando que para a química chegar à sua cabeça deve antes passar por suas mãos.


ANÁLISE DE ÁGUA MINERAL EM PORTO ALEGRE INDICA PARÂMETROS DIFERENTES DA LEGISLAÇÃO

Autor: Alan dos Santos da Silva (alancardososilva@hotmail.com)1 Coautor: Paulo José Menegasso (pjmenegasso@yahoo.com.br)2

A

tualmente o conceito de vida saudável leva a

com plasma indutivamente acoplado,

um aumento do consumo de água envasada

marca Perkin Elmer modelo Optima

chamada de água mineral. No entanto questiona-se:

7300DV), equipado com câmara de ne-

Será que ingerimos realmente o que é descrito no

bulização Mira Mist, tocha com tubo in-

rótulo das embalagens? Será que estão dentro dos

jetor de quartzo e amostrador automá-

padrões previstos por lei?

tico.

Para responder estas questões, sete marcas de

-Para análise de ânions comuns na

água mineral comercializadas em Porto Alegre fo-

água: cloretos, fluoretos, sulfetos, nitra-

ram analisadas pelo pesquisador (Alan da Silva alu-

tos foi utilizado Cromatógrafo de íons

no do Colégio Estadual Dom João Becker e bacha-

acoplados a diferentes detectores IC

relando pela UFRGS). A pesquisa foi orientada pelo

Compacto Pro 881, Detector conduto-

Professor Paulo José Menegasso e pela Química Mi-

métrico ( u S), amperométrico contínuo

chele Kimieciki.

ou pulsado (nA), UV-Vis (absorbância)

Os consumidores encontram na água mineral

ou índice de refração. Com o auxílio do

uma água insípida e inodora. Devido às condições

pHmetro (de campo portátil denver

de distribuição desta água pelas redes públicas, há

up25 ph/mv/ise/temp.) foi possível a

o ”preconceito” de que a mesma não seja boa, mes-

determinação de alcalinidade, a partir

mo dentro dos padrões da ANVISA. Devido ao tra-

da titrimetria. Observou-se a quantida-

tamento da água potável ocorrer em grande escala,

de de titulante gasto até atingir o pH 8,4.

essa apresenta muitas vezes um gosto mais forte,

No período de leitura das amostras, as

isso remete ao cloro presente.

mesmas foram analisadas visando to-

O objetivo foi verificar se as mesmas encontram-

dos os parâmetros que os instrumentos

-se dentro dos padrões legais estabelecidos pela Re-

analíticos utilizados fossem capazes de

solução de Diretoria Colegiada – RDC Nº. 274, de 22

detectar, por mais que não constassem

de setembro de 2005, CONAMA 357/2005 e a Porta-

nem mesmo no rótulo.

ria 518 do Ministério da Saúde.

RESULTADOS - RÓTULOS X ANÁLISES

Para o estudo como materiais e métodos foram

Os resultados representam as varia-

adquiridas no comércio de Porto Alegre RS sete

ções das concentrações de determina-

amostras de águas envasadas, de diferentes forne-

dos parâmetros analisados, ilustrando

cedores, os quais foram submetidas a analises ins-

as discrepâncias (alguns aceitáveis em

trumentais, tendo como objetivo os conhecimentos

função da não uniformidade da fonte)

qualitativo e quantitativo dos íons e ânions dispos-

entre o que está descrito no rótulo da

tos nestas. Foram utilizados os seguintes equipa-

água mineral comercializada. As análi-

mentos:

ses detectaram alguns elementos em

-ICP-OES (espectrofotômetro de emissão óptica

concentrações que ultrapassam os limites da legislação.

1Técnico

Químico Colégio Estadual Dom João Becker-Porto Alegre RS, e bacharelando em Química UFRGS.

2Professor

Orientador, Colégio Estadual Dom João Becker e Mestre em Educação em Ciências UFRGS.

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Resultados das análises entre rótulo, amostras e legislação:

Observa-se nas amostras 1 e 4 teor elevado de fluoreto, aci-

Na amostra 5 não foram detectados teores de

ma dos limites impostos pelo Departamento Nacional de Pro-

nitrato nem nitrito durante as análises, mas a con-

dução Mineral (DNPM), Conselho Nacional do Meio Ambiente

centração máxima de vanádio ultrapassou o limite

(CONAMA) e Ministerio da Saúde, sendo contraindicada às

permitido pelo CONAMA, que é o único órgão le-

crianças, gestantes e pessoas que façam uso de medicamen-

gislador no Brasil que impõe limite máximo per-

tos contendo flúor. A ingestão excessiva do fluoreto pode levar

missível a este elemento. A ONU recomenda limite

ao desenvolvimento de fluorose dentária ou óssea.

máximo de 0,1 mg/L de vanádio para as águas de

Na amostra 2 observa-se a presença de nitrato com concen-

irrigação.

tração acima do permitido pelo CONAMA, e nitrito dez vezes

A amostra 6 não possui excessos de limites per-

acima do limite máximo imposto pelo DNPM. É alarmante, uma

missíveis em nenhum dos parâmetros analisados,

vez que o nitrato se reduz para nitrito, que compete com o oxi-

logo, esta água obedece a todos os requisitos im-

gênio do sangue, desenvolvendo no consumidor uma doença

postos pelos órgãos regulamentadores, estando

rara, a metahemoglobinemia, conhecida como doença do san-

apta ao consumo.

gue azul. A amostra 2 e a amostra 3 apresentam teor de nitrato acima do limite máximo permitido pelo CONAMA. A amostra 4 contém concentrações de nitrato, nitrito e fluoreto acima do permitido pelos órgãos regulamentadores. As-

A amostra 7 apresenta-se dentro dos limites impostos pelos órgãos regulamentadores. Assim como a água da amostra 6, está adequada ao consumo por qualquer pessoa, sem oferecer riscos à saúde da mesma.

sim como as amostras 1, 2 e 3, essa também pode acarretar em desenvolvimento de fluorose e metahemoglobinemia, con-

4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

sideradas doenças graves.

Nas amostras 1 e 2 as concentrações de fluoreto

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excedem os limites máximos impostos tan-

estados de maníaco depressivo estariam ligados a níveis elevados

to pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente

de vanádio no sistema circulatório.

que é de 1,4 mg/l, quanto pelo Departamen-

5 CONCLUSÃO

to Nacional de Produção Mineral, o qual é de

No decorrer das análises detectaram-se irregularidades signifi-

2,0 mg/l, e até mesmo o limite estabelecido

cativas nas composições das amostras, tanto dentre os parâme-

pela Portaria 518 do Ministério da Saúde, o

tros analisados por meio de espectrofotometria de emissão óptica,

qual é de 1,5 mg/l.

quanto na cromatografia iônica.

A RDC 274 determina a obrigatoriedade de informações nos rótulos tais como:

Após as séries de análises que foram submetidas as sete amostras de águas minerais comercializadas em Porto Alegre, apenas

7.2.2. Devem constar, obrigatoriamente, as

duas amostras estão completamente adequadas para consumo,

seguintes advertências, em destaque e em

enquanto as outras cinco amostras deferem dos padrões impostos

negrito:

pelo DNPM, CONAMA, Ministério da Saúde e ANVISA.

a) ”Contém Fluoreto”, quando o produto contiver mais que 1 mg/l de fluoreto;

Mediante análises comparativas entre as cinco amostras constatadas como impróprias para consumo, a amostra de água mineral

b) ”O produto não é adequado para lacten-

nº 4 apresenta maior risco em potencial à saúde dos consumidores.

tes e crianças com até sete anos de idade”,

Visto que a água nº 4 possui concentrações de fluoreto, nitrato e

quando contiver mais que 2 mg/l de fluoreto;

nitrito acima dos limites máximos aceitáveis pelas organizações re-

c) ”O consumo diário do produto não é re-

gulamentadoras, essa propicia em grau elevado o desenvolvimento

comendável: contém fluoreto acima de 2 mg/l”, quando contiver mais que 2 mg/l de fluoreto;

de algumas doenças, como as citadas anteriormente. Ao contrário das outras amostras, as águas das amostras seis e sete não apresentaram concentrações excessivas, estando plena-

A amostra cinco apresenta concentração

mente próprias ao consumo. Dentre essas duas águas, a da amostra

de vanádio acima do limite máximo aceito

nº 6 é a mais recomendada, por apresentar menor teor de Cálcio

estipulado pelo CONAMA. Pode não ser re-

e Magnésio, fazendo com que a água seja mais saborosa, de fácil

comendado pois cientistas suspeitam que

ingestão, livre de gostos e odores, além de uma textura mais leve.

os níveis de vanádio no organismo humano

Este estudo indica que deveria haver maior rigor pelos órgãos de

estariam relacionadas as funções cerebrais

fiscalização, com amostragens periódicas, pois os resultados apre-

como nas psicoses, desordem bipolar e os

sentam elementos acima do limite permitido em algumas marcas.

REFERÊNCIAS ANVISA/RDC. - regulamento técnico disponível em www.anvisa.org.br DECRETO-LEI 7841 de 08/08/1945. Código de Águas Minerais, DNPM.nº 76, 2007. http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=46 http://www.abq.org.br/cbq/2009/trabalhos/5/5-244-5918.htm

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Colorir ou descolorir? Eis a questão! Por Deborah Cattani

A

lguma vez você pintou o cabelo e não ficou a cor prometida? Ou, após algum tempo, a coloração desbotou e os fios ficaram ressecados? Essas ocorrências são mais comuns do que se imagina. O docente de cosmetologia da Universidade Anhembi Morumbi e diretor técnico da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC), Celso Martins Júnior, aponta que existem vários mecanismos importantes de formulação, e uma grande disponibilidade de matérias-primas para desenvolver produtos colorantes e descolorantes. Entre as principais, ele destaca três: permanente por oxidação, semipermanente e temporária. Com tantas opções, pode ser complicado saber qual é a fórmula ideal na hora de tingir as madeixas. Devido a este fato é essencial compreender como ocorrem os processos. Segundo o professor Martins Júnior a obtenção da cor é uma reação do agrupamento dos corantes com um agente oxidante, geralmente a água oxigenada (H2O2), em meio alcalino. Assim se forma um polímero colorido e é definida a nuance dos cabelos. Tanto o clareamento quanto o escurecimento dependem do coeficiente oxidativo, determinado pelo volume do creme que será misturado à tinta. Quanto maior o nível, maior o tempo de descanso do produto na cabeça (vide tabela de oxidação abaixo). ”Mecanismos antigos possuem compostos de acetatos de chumbo e perboratos, porém esses excipientes não compõem o portfólio fundamental utilizado pelos profissionais da área”, esclarece Martins Júnior. Além dessas informações, o educador afirma que, para se alcançar um resultado satisfatório, é necessário fazer um tratamento por vez. ”Tinta não clareia tinta. Isso se justifica quimicamente, quando entendemos que não é possível oxidar novos agrupamentos de co6

rantes, sobrepondo os polímeros coloridos que já foram formados nos fios”, comenta. Quando o desejo é mudar radicalmente, é recomendável fazer uma balaiagem, com pó descolorante e creme oxidante, para remover completamente a gradação anterior. ”A justaposição de tons por oxidação está associada ao que chamamos de nível de saturação da cor. Já os profissionais da beleza caracterizam estes produtos como ‘cores puras’ ou ‘bases’”, alega. Apesar disso, há uma saída: escurecer. O professor assegura que é possível avançar na matiz, mudando o reflexo da tonalidade. Diferente do que muitos pensam, é possível aplicar a tinta ou tonalizante no cabelo molhado para amenizar o desgaste provocado pelo procedimento. No entanto, o cabelo seco favorece a reação química, sem interferências de outras substâncias. Para quem está com os fios muito quebradiços e ralos, é melhor optar pelo tonalizante ou temporários que, ao contrário da coloração permanente, não empregam dilatadores de hidróxido de amônio de potencial alto. Nos tonalizantes predomina a monoetanolamina, atingindo apenas as cutículas – um exoesqueleto rígido e agrupado que protege a estrutura interna: o córtex. De acordo com o professor, há um novo projeto no mercado que orienta o uso de doses maiores de monoetanolamina – com um agrupamento especial de corantes e alguns outros intermediários, promovendo um clareamento máximo proporcional a um estado de oxidação em 30 volumes (9% de H2O2). Contudo Martins Júnior alerta: ”Penso que ainda não seja possível obter o mesmo potencial de clareamento das colorações permanentes. A irritabilidade cutânea provocada pelo excesso de monoetanolamina e os riscos da presença de nitrosaminas, embora saibamos que a veemência das pesqui-


sas sempre nos surpreende, impedem o lançamento de novos produtos.” A descolorização é considerada a técnica mais agressiva, pois retira as melaninas dos fios. Os cabelos mais grossos são mais resistentes e requerem uma química mais intensa, já que dispõem de mais cutículas. Martins Júnior defende que o processo de escurecimento poderá reconstruir um sistema de apoio de cores artificiais. ”O mesmo deverá ser retocado a cada 25 ou 30 dias, para a manutenção dos reflexos desejados”, informa. Quanto às luzes o cosmetologista esclarece: ”É preciso entender que o termo ‘luzes’ não necessariamente está vinculado ao uso de pó descolorante, mas sim à elaboração de um efeito visual em ton sur ton. A grande questão é que os profissionais insistem em caracterizar este serviço como uso e distribuição desta combinação de pó descolorante (pH 11, volume 40), na obtenção de clareamentos extremos mudando o índice de absorbância e refletância de luz.” Os métodos Existem três metodologias utilizadas pelos cabeleireiros, são elas: a mordaçagem, a pré-pigmentação e a repigmentação. A primeira é orientada para cobertura de fios brancos, cabelos orientais, ou mongólicos, de textura grossa. Técnica antiga, ela implica na aplicação prévia de um creme de 20 volumes (6% de H2O2, peróxido de hidrogênio) nos cabelos a fim de aumentar a deposição de moléculas de oxigênio na estrutura superficial. Não é a abertura das cutículas, como alguns profissionais afirmam. ”Todo e qualquer creme oxidante é extremamente ácido (com pH de 2,5 a 3,5) o que explica que essa linha de raciocínio é falsa. Somente os agente alcalinos, como hidróxidos de sódio, cálcio, lítio, potássio, amônio ou, até mesmo, as etanolaminas, são capazes de promover tal dilatação”, elucida Martins Júnior. A pré-pigmentação é uma prática acadêmica para recapagem dos brancos localizados. Aumenta a concentração de cores primárias nas regiões afetadas pelo envelhecimento e ausência de melanina. A cor pura, um tom mais claro do almejado, é diluída em água potável para saturar os fios. Em seguida emprega-se a cor definitiva em creme de 20 volumes. Já a repigmentação é a reconstrução e apoio de gradações. É a técnica mais cultivada no tingimento de cabelos porosos, totalmente brancos e/ou muito claros.

Estabelece relação com o sistema clássico de adesão de cores frias e quentes, conforme a altura de tom dos cabelos, levando em conta a avaliação do fundo de clareamento. Aqui, os dourados (amarelo) servem de alicerce para os acobreados (laranja) e estes sustentam os vermelhos. Logo, para transformar uma loira em ruiva, seria necessário repigmentar a fibra capilar com um cobre, acrescido de 10 volumes (tempo de pausa de 25 minutos). Após o enxágue coloca-se a coloração vermelha mesclada normalmente aos 20 volumes, para fixação e um resultado duradouro. ”Obviamente se aplicarmos o vermelho diretamente em base loura, teremos uma cor rosa. E eu acredito que o cliente não gostaria do resultado”, brinca o professor. Quadro: Tipos de coloração • Coloração Permanente: São produtos com amplo poder de cobertura dos fios brancos e muita capacidade de clareamento, de um a cinco tons. Usam, na grande maioria das vezes, o hidróxido de amônio (NH4OH), um alcalinizante que age dilatando a estrutura externa dos fios. Este tipo de artigo precisa ser misturado aos oxidantes (volumes 10, 20, 30 ou 40), para conseguir promover a mudança. Atua profundamente na estrutura capilar e alcança o córtex promovendo uma coloração mais duradoura. Todavia depende da sinergia de três elementos: o hidróxido de amônio, que provoca a expansão das camadas de cutículas e facilita a penetração do agrupamento de corantes na fibra; o agente oxidante, que também desempenha duas atividades, sendo a primeira a ação clareadora dos pigmentos do cabelo e a segunda o potencial oxidativo dos tons precursores e modificadores; e os corantes, que podem ser classificados de várias formas, porém a mais comum é a de base de oxidação, responsável pela intensidade da saturação e pelo recobrimento dos brancos. Os corantes precursores e modificadores determinam juntos a cor e a magnitude exata de seu reflexo. • Coloração Semipermanente: Também conhecida como tonalizante. São produtos sem poder de descoloração e que atuam no processo superficial, de baixa oxidação, misturados a cremes oxidantes de 5 a 15 volumes. Seu mecanismo dilatador é mais lento e limitado, pois usa a monoetanolamina, em baixas concentrações, para facilitar a permeação da cor entre as 7


camadas de cutículas. É utilizado no ton sur ton. Dura aproximadamente de seis a oito lavagens. • Coloração Temporária: Ou coloração por deposição. Não possui nenhum alcalinizante ou mecanismo dilatador da estrutura capilar, pois atua como xampus e condicionadores – funciona por diferenças de polaridade

nos cabelos. Este é um conceito atual que vem evoluindo na indústria e na exigência dos consumidores. Não precisa ser somado a nada, necessita apenas de uma aplicação direta e tempo de pausa de 20 a 40 minutos, conforme a tonalidade trabalhada. É uma ótima indicação para gestantes ou clientes em tratamentos médicos.

Chapinha:

você sabe como ela funciona ou como escolher a ideal?

C

riada em 1912, na Escócia, por Jennifer Bell Schofield, as pranchas alisadoras – ou chapinhas, como são chamadas popularmente – concederam às mulheres do século XX liberdade na forma de arrumar seus cabelos. O modelo primitivo de Jennifer, duas chapas metálicas fundidas no formato de uma pinça gigante que era aquecido no braseiro, sofreu vários melhoramentos, inclusive a adesão da eletricidade. Antigamente, outras técnicas não convencionais eram empregadas na arte de alisar os cabelos. Antes do século XVIII, domava-se a cabeleira com banha de porco, sebo e até óleo de peixe. Alguns anos mais tarde, descobriu-se que lavar os cabelos com éter e ácido sulfúrico diluído em água também davam um efeito sedoso. Com o passar do tempo e o início da industrialização, surgiram novos processos já com a ação do calor: toalhas molhadas em água fervente e o uso de ferros de passar roupa à carvão. O protótipo elétrico moderno foi adaptado pelo 8


engenheiro norte-americano Isaak K. Shero, no entanto, o aparelho só vingou nos anos 80, em Paris. Completando o centenário ano passado, as chapinhas mudaram gerações e até mesmo a história da moda contemporânea. Com forte influência no mercado de cosmética, elas vendem feito água. Atualmente é difícil encontrar quem não tenha uma em casa. Porém você sabe como usá-la? Sabe que tipos de reações elas causam no cabelo? A farmacêutica e doutora em ciências farmacêuticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Denise Soledade Jornada, explica que a modelagem do cabelo possui dois tipos de ligações principais: as pontes de enxofre e as de hidrogênio. As primeiras são responsáveis pelo formato definitivo das madeixas, são elas que se modificam em processos químicos como as escovas progressivas e definitivas. ”Já as pontes de hidrogênio podem ser alteradas para modificar temporariamente os cabelos. Elas provém, principalmente, da água constitucional, que está naturalmente conectada com as proteínas dos nossos fios”, expõe Denise. Diferente da secagem convencional que apenas remove a água da lavagem, as chapinhas rompem as pontes de hidrogênio e retiram a água constitucional dos fios. ”Contudo, quando esse cabelo for exposto novamente à presença de água, ou simplesmente a um ambiente úmido, ele retomará naturalmente seu formato original, pois as pontes de hidrogênio se reconstituirão”, afirma a farmacêutica que também é professora na área de cosmetologia. Sobre o funcionamento das pranchas, Denise ressalta que existem três formas de transferência de calor: condução, convecção e radiação. A condução ocorre através de meios sólidos, com o contato das partículas, átomos, elétrons e moléculas, que constituem o corpo. ”Acontece quando incidimos algo quente nos cabelos e assim eles aquecem, evaporando a água”, exemplifica. A convecção

é o fenômeno que se observa nos fluidos, gases e líquidos. ”É como percebemos o calor do secador chegar até nós, as moléculas do ar vão sendo aquecidas até encontrarem-se com cabelo”, conta Denise. A radiação, ou irradiação, é o aquecimento por ondas eletromagnéticas, como o infravermelho. Portanto, não necessita de matéria para a transferência. É assim que o sol aquece o nosso planeta. Dessa forma, as chapinhas de cerâmica são mais vantajosas que as outras, uma vez que, quando atingem determinada temperatura, fazem a calefação por meio das três formas citadas anteriormente. ”Elas emitem o infravermelho”, esclarece Denise, ”fazendo com que a radiação penetre a fibra capilar mais profundamente, aquecendo de forma mais eficaz e com um resultado mais rápido”. Além delas aquecerem de dentro para fora, outro benefício da cerâmica é sua resistência à deformação. Os materiais metálicos possuem propriedades de condução e convecção apenas, e são mais sensíveis. Apesar dos diferentes tipos de pranchas, a farmacêutica garante que não existe uma classificação para cada tipo de cabelo. Segundo ela, cada um deve buscar o modelo que melhor se adaptar. Afinal, não existe regra geral. Mas cuidado, cabelos com química merecem atenção especial. ”Cabelos tingidos, especialmente os descoloridos, devem evitar o uso freqüente da capinha. Embora o dano provocado pelo calor seja pequeno, cabelos com química são mais fragilizados e a soma de danos pode resultar na quebra do fio e na redução do brilho”, enfatiza. A chapinha não provoca doenças no couro cabeludo, nem frita os fios, como muitos mitos disseminam por aí. Se for usada com moderação, não vai causar grandes estragos. Denise lembra que é importante manter os cabelos saudáveis e tomar precauções antes e depois da chapa, como o uso de cremes e soluções hidratantes.

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Conheça o CRQ-V LEANDRO ROSA CAMACHO

L

eandro (39) é Bacharel em Química e mestre em Genética e Toxicologia Aplicada pela ULBRA. Tem como meta a disseminação da Química no âmbito educacional. Atualmente, exerce o papel de professor no La Salle Dores ACM-Centro, lecionando para alunos do Ensino Médio, e na Escola Técnica Cristo Redentor, no âmbito de Curso Técnico. CRQ-V: Como se interessou pela área da química? Leandro Rosa Camacho: Meu interesse por essa área tão rica se iniciou com minha experiência como Técnico em Química. Fui técnico em absorção atômica em uma universidade por vários anos e me apaixonei pela Química. CRQ-V : Como se tornou Conselheiro? L.R.C. : Minha atuação na docência do Ensino Técnico e meu trabalho como Vice-presidente da ABQ-RS chamaram a atenção do Presidente do CRQ-V, Paulo Fallavena, que indicou meu nome para concorrer a uma vaga no Conselho. CRQ-V : Lembra de algum momento relacionado ao seu trabalho com química que mudou suas expectativas ou influenciou na sua escolha e modo de entender a área? L.R.C. : Não tenho como esquecer do primeiro convite de Formatura em Química, feito por um ex-aluno do Ensino Médio. Lembro das palavras dele: Obrigado professor por me mostrar as maravilhas da Química e me influenciar a prestar vestibular para esse Curso. Emocionante! Enquanto professor de Química, o que me motiva e surpreende é a alegria nos olhos dos estudantes, que contextualizam a química ensinada em sala de aula com o seu dia a dia. Para que isso ocorra da melhor forma, se faz necessário professores mais preparados, alunos mais comprometidos e escolas parceiras.

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EDUARDO MC MANNIS TORRES

E

duardo (61) é Engenheiro Químico formado pela Escola Nacional de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Engenheiro de Processamento Petroquímico formado pela Petrobrás e UFRJ. Atualmente trabalha na CONSULTE AMBIENTAL , empresa dedicada a consultoria e assessoria na área ambiental. Os planos futuros incluem o crescimento da empresa, especialmente criando novos produtos para serem aplicados por meio da internet. CRQ-V: Como se interessou pela área da química? Eduardo Mc Mannis Torres: O interesse pela química começou ainda menino, provavelmente influência de um avô que era químico. Fui um garoto que tinha um pequeno laboratório no galpão de casa. Seguir a carreira de profissional da química foi uma coisa natural, eu tinha facilidade em mexer com as ciências exatas e gostava de química. CRQ-V : Como se tornou Conselheiro? E.M.M.T. : O meu primeiro mandato como conselheiro foi em 1985, fui eleito pelas associações e sindicatos. De lá para cá sempre fui conselheiro no CRQ-V, com exceção do período entre 1992 e 1998, em que fui conselheiro federal. Estou prestes a completar 30 anos de dedicação voluntária ao Conselho. Fato do qual me orgulho muito. CRQ-V : Lembra de algum momento relacionado ao seu trabalho com química que mudou suas expectativas ou influenciou na sua escolha e modo de entender a área? E.M.M.T. : Logo após a conclusão dos cursos de formação fui na trabalhar na Central de Matérias Primas do Pólo Petroquímico (COPESUL), me dedicando às atividades relacionadas ao tratamento de água e à geração de vapor. Naquela época havia uma pressão grande de ecologistas contra a localização do Pólo Petroquímico. Esta pressão fez com que a empresa me incumbisse de forma temporária para trabalhar com as comunidades de forma a fazer frente a demanda ambiental. A atividade que seria temporária acabou se transformando em permanente e até hoje me dedico à área ambiental da química.


MAURO IBIAS COSTA

M

auro (48) é Técnico Químico pelo Colégio Batista, Licenciado em Química e Bacharel em Química Industrial pela ULBRA. É conselheiro do CRQ-V desde 2003, Vice-presidente do Sinquirs e tesoureiro da ABQ-RS. Atualmente é chefe do departamento de fiscalização do CRQ-V. Sua pretensão é continuar atuando na área da química. CRQ-V: Como se interessou pelo área da química? Mauro Ibias Costa: No Laboratório de produtos de refrigeração a absorção da Consul Sociedade Anônima. Eu era estagiário egresso do curso de refrigeração e ar condicionado do então Colégio Técnico Industrial (CTI – FURG). Todas as terças e quintas chegava ao laboratório um técnico em química para realizar uma série de análises químicas nos insumos que a fábrica utilizava para montar os sistemas de refrigeração a absorção. Sempre que possível eu acompanhava o processo e questionava o profissional. O interesse foi aguçado quando trabalhei na Companhia Cervejaria Brahma. Devido ao trato profissional conheci um cervejeiro e aí me interessei pela química, pela físico-química, pela microbiologia, pelos processos produtivos, pelas análises das matérias primas, processo e produto final. CRQ-V : Como se tornou Conselheiro? M.I.C. : Em 1999 fui ao Sindicato dos Químicos para me associar e conheci o Sr. Paulo R. B. Fallavena. A partir daí as ações fluíram com muita naturalidade, fomos nos imbuindo em ações coletivas em prol da categoria. Uma delas foi muito especial, quanto trabalhamos assiduamente para a criação de uma cooperativa de profissionais da área da química. Em 2003 ele me convidou para ser representante do Sinquirs no conselho do CRQ-V, como conselheiro. CRQ-V : Lembra de algum momento relacionado ao seu trabalho com química que mudou suas expectativas ou influenciou na sua escolha e modo de entender a área? M.I.C. : Quando era bolsista de um programa de certificação de produtos para exportação (Progex), no Laboratório de Ensaio em Combustíveis da Fundação Ciência e Tecnologia (CIENTEC), trabalhava na determinação do poder calorífico superior e cálculo do Inferior, em combustíveis sólidos e líquidos, alimentos e biomassa por Bomba Calorimétrica Isoperibol e Abiabática. Na semana em que todos os analistas do laboratório foram auditados pela funcionária do INMETRO, num determinado momento ela questionou-me como e porque se fazia necessário à calibração do equipamento. Expliquei com sabedoria, o que a surpreendeu, então percebi que devemos aproveitar todas as oportunidades com dedicação e profissionalismo, pois assim, estaremos evoluindo como profissional e como ser humano.

Agenda 04 a 08 de novembro Capacitação em Operações de ETEs Informações e inscrições: daniela@goulartcomunicacao.com.br

06 a 09 de novembro 6º Simpósio Internacional sobre Gerenciamento de Resíduos em Universidades Informações e inscrições: www.isrmu.com.br

09 de novembro Curso de Licenciamento Ambiental Informações e Inscrições: Telefone: (51) 3072 6508 E-mail: iapc@iapc.org.br

09 de novembro Curso de Tratamento de Águas de Piscinas Informações e inscrições: www.abqrs.com.br

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