Dezembro

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Propriedade e administração: Centro Lusitano de Zurique Birmensdorferstrasse 48 8004 Zürich | Directora: Sandra Ferreira | Ano: XIX | N.º: 188 | Dezembro 2013 | Mensal | Distribuição gratuita |

Tel.: 044 241 52 60 Fax: 044 241 53 59 Web: www.cldz.ch E-mail: info@cldz.ch

O Centro Lusitano de Zurich deseja-lhe

BOAS FESTAS!

O Centro Lusitano de Zurich deseja a todos os leitores, anunciantes, associados e amigos, Boas Festas!

Actualidade:

Filhos dos clandestinos na ilegalidade... pág. 14

Comunidade:

“Água-pé, castanhas e vinho...” pág. 05

Crónica:

“Idosos vivem demasiado tempo...” pág. 37


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Lusitano de Zurique

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Editorial

Lusitano de Zurique

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Edição anterior Centro Lusitano de Zurique Birmensdorferstr, 48 8004 Zürich www.cldz.ch - info@cldz.ch

Bufete, reserva de refeições

077 403 72 55

Cursos de alemão

076 332 08 34

Direcção Futebol

044 241 52 60 / info@cldz.ch 079 541 15 30 / silvason1@hotmail.com

InCentro Publicidade Rancho folclórico

incentro@cldz.ch

076 379 67 27 / mribatejo@hotmail.com 076 369 85 00 / rancho@cldz.ch

Vamos contar uma história

079 647 01 46

Consulado Geral de Portugal em Zurique Zeltweg 13 - 8032 Zurique Tel. Geral: 044 200 30 40 Serviços de ensino: 044 200 30 55 Serviços sociais: 044 261 33 32 Abertura de segunda a sexta-feira das 08:30 às 14:30 horas

O tempo passa sem nos apercebermos e quando andamos a passear pela cidade de Zurique, reparámos que de repente, apesar das noites frias já se sente aquele tradicional calor Natalício. A iluminação dos Centros Comerciais, da Bahnhofstrasse e de outras ruas, anunciam a chegada da quadra mais bonita do ano, podemos mesmo dizer que temos o Natal à porta.

Embaixada de Portugal Weitpoststr. 20 - 3000 Bern 15 Secção consular: 031 351 17 73 Serviçoa sociais: 031 351 17 42 Serviços de ensino: 031 352 73 49 Serviços municipais de informação para imigrantes - Zurique (Welcome Desk) Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique Tel.: 044 412 37 37 Polícia 117 Bombeiros 118 Ambulância 144 Intoxicações 145 Rega 1414

Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH Katholische Mission der Portugiesischsprechenden Fellenbergstrasse 291, Postfach 217 - 8047 Zürich Tel.: 044 242 06 40 7 044 242 06 45 - Email: mclp.zh@gmail.com

Horário de atendimento: - segundas, quartas e sextas-Feiras das 9h às 12h30 e das 13h30 às 18h - terças e quintas-feiras até às 19h

O Centro Lusitano de Zurich deseja a todos

leitores, anunciantes sócios e amigos

Boas Festas!

Cada ano que passa, se olhássemos para trás e fizéssemos um resumo, teríamos muito que contar, coisas boas e coisas más. A minha avó costumava dizer-me, “as coisas boas nunca esquecem e as más servem-nos de lição para o futuro”. No final de mais um ano, gostaria de agradecer a todos os anunciantes da nossa revista, porque sem eles seria difícil a manutenção e a qualidade da mesma. A todos eles um feliz Natal e muito obrigado. Igualmente a todos os colaboradores, quero agradecer pelo empenho e dedicação que tem tido mês após mês, para garantir a continuidade da revista. É graças ao vosso valioso trabalho voluntário, que nos permite distribuir a revista a custo zero para o leitor. O Centro Lusitano prefere servir a comunidade do que servir-se dela, porque as instituições do meu ponto de vista foram criadas para servir. A todos vós um Feliz Natal.

Armindo Alves sub-director alves.armindo@kronschnabl.ch

Todos sabem que uma associação sem sócios não tem valor, por isso gostaria de agradecer também a todos os Sócios do Centro Lusitano de Zurique pelo apoio e pela lealdade. A todos os sócios, assim como aos seus familiares, desejo umas festas felizes. O Natal para além da habitual troca das prendas, dá-nos a oportunidade de conviver e partilhar algo em conjunto com a nossa família e amigos. Sei que nem todos o podem fazer, devido à distância e outras razões e torna-se mais difícil festejar com os entes mais queridos. Assim, desejo a todos o melhor Natal possível e um próspero ano 2014 cheio de coisas boas, mas principalmente de muita saúde. Boas Festas! Publicidade

Ficha técnica Propriedade Centro Lusitano de Zurique 8004 Zürich Email: info@cldz.ch Administração Centro Lusitano de Zurique Directora Sandra Ferreira lusitanozurique@gmail.com

Sub-director Armindo Alves alves.armindo@kronschnabl.ch

Redacção e Colaboração Armindo Alves, Pedro Silva, Maria José Silva, Manuel Beja, Marta Pérez, Zuila Messmer, Mendes Serafim, Domingos Pereira, Joana Araújo, Daniel Bohren, Mónica Carvalhais, Emília Farinha, Euclides Cavaco, Marília Mendes, Vicente L. de Moura, Carmindo de Carvalho, Alice Vieira, Carlos Paz, Carlos Esperança Nota:

Os textos publicados, são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não representam necessariamente as opiniões do Lusitano de Zurique.

Outras fontes:

Publicidade: mribatejo@hotmail.com Tel.: 076 379 67 27 Edição, composição e paginação Manuel Araújo -Jornalista. 4365 Braga – Portugal araujo@manuelaraujo.pt Tel.:(+351) 912 410 333 Impressão: DM Braga Tiragem: 2000 exemplares Periodicidade: Mensal Distribuição gratuita


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Associativismo

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Magusto do CLZ

“Com água-pé, castanhas e vinho, fez-se uma boa festa pelo S. Martinho” Maria dos Santos

O Magusto de São Martinho comemora-se a 11 de Novembro, celebrando-se o Outono, a chegada do tempo frio e a proximidade do Natal. Mas tivemos que esperar até ao dia 16, para em perfeita comunhão desfrutar da castanha assada, água-pé e do tão famoso Caldo Verde. Foi logo no início da tarde que o grupo dos Cavaquinhos se lançou com os cantares típicos destes festejos. Uma vez mais, o Centro Lusitano de Zurich, transformou-se na casa de todos e recebeu sócios, amigos e familiares, para brindar à boa dis-

posição, alegria, partilha e muita amizade, para com a Comunidade Portuguesa. Sem dúvida que são um exemplo como anfitriões e os momentos deste fantástico dia, fazem já parte do historial desta Associação. O presidente Armindo Alves, sempre atento, não teve problemas em arregaçar as mangas e apoiar toda a equipa organizadora. A Bárbara e a Rosa Pereira, sempre atentas e sorridentes apoiaram a equipa, no serviço à mesa… e destaque para o nosso famoso caldo verde, confeccionado, pelo Mestre da cozinha o Sr. Carlos. Estava sa-

boroso e a couve… bem verdinha como manda a tradição. Neste dia o Centro Lusitano de Zurich, recebeu pela primeira vez o Sr. António Teixeira, empresário português em terras Helvéticas. Esperamos que tenha sido com agrado que visitou as nossas instalações e um quiçá até breve. Parabéns… elas estavam boas e quentinhas e foram uma delícia, para todos os que decidiram, meter a mão na cesta e degustar uma castanha… A toda a equipa que fez deste dia um dia inesquecível, o nosso obrigado.

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Associativismo

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Desporto

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Comunidade

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“Será que têm vergonha de torcer pelas nossas cores?” Miguel Campos

Os Juniores do CLZ vão crescendo dia após dia, ano após ano, estando bem ao nível de qualquer Equipa. Cumprem com os seus deveres e suas obrigações, dão-nos muitas alegrias e sempre com um sorriso estampado na cara.

Rancho de Wetzikon realiza projecto discográfico.

Fui um Campeonato muito difícil, mas com muita dedicação e empenho de todos jogadores e treinadores, a quem eu muito agradeço. Valeu a pena lutar e valerá sempre a pena.

Maria dos Santos A efeméride ficou registada no historial do Rancho Folclórico Português de Wetzikon no passado dia 22, 23, 24 e 25 De Novembro 2013.

Neste momento os Juniores do CLZ encontram-se a treinar nos respectivos Pavilhões até aos finais de Março de 2014, para depois regressarem em força aos relvados do Juchhof 2. Queria aqui relembrar a alguns Pais dos Jogadores e à Massa Associativa do CLZ, que as vossas presenças nos Jogos para nos apoiar nunca são demais; ou será que têm vergonha de torcer pelas nossas cores?

Chegavam ao aeroporto de Basileia o João e José Mateus, para dar início à gravação do primeiro trabalho discográfico deste grupo. Há 18 anos cantam, encantam, dançam e enfeitam a cultura tradicional portuguesa.

Recordo ainda que conseguimos excelentes resultados, com duas Equipas a sagrarem-se Campeãs. Juniores C 2°lugar Juniores D1 1°lugar

Juniores D2 5°lugar Juniores E 1°lugar Juniores F participam apenas em Torneios. A todos os atletas, Treinadores, voluntários que

nos ajudam, Directores, Associados e todos os leitores deste Jornal, um bom Natal e que entrem bem em 2014. Muito obrigado

Numa atmosfera carregada de emoção, expectativa e algum nervosismo que os Estúdios Toca a Gravar, começaram a dar vida ao projecto * CD * do Rancho Folclórico Português de Wetzikon. Para Nélio este passo é sem duvida uma resposta a muitos anos de trabalho dedicado á cultura popular portuguesa. Todos os elementos coinci-

dem neste pensamento. Fará certamente a diferença em termos de motivação não apenas em termos Folclóricos, mas também em força moral, para com o grupo.

de Wetzikon, brindará a comunidade portuguesa em terra helvéticas e além-fronteiras, com novas músicas e danças no decorrer do próximo ano.

Esperança, que outras portas se abriram num futuro próximo; palavras do Presidente o Sr. Paulo Barro, que tudo tem feito para que o grupo seja compatível, estável, harmonioso com as várias gerações que dele fazem parte. Tarefa conseguida com êxito.

Todo o grupo enaltece este acontecimento, que para alguns deveria ter sido feito à mais tempo. Mas como diz o ditado popular português, vale mais tarde do que nunca.

A Associação Recreativa de Jonas, recebeu todo o grupo formado pelos 28 elementos do coral e seus instrumentos. Alguns amigos convidados, desfrutaram também de um excelente jantar, bem servido à Portuguesa. Não faltou animação pela noite fora, com o divertido e conhecido Álvaro Fabião. O grupo Folclórico Português

Todos estão de parabéns é

SEGUROS Doença ( krakenkasse ) 196.65 Chf ( adultos / +25 anos ) 194.05 Chf ( adultos / 19-25 anos ) 47.05 Chf ( menores / 0-18 anos )

VIDA VIAGEM AUTOMÓVEL PERDA DE SALÁRIO, etc...

este o facto…e é com alguma curiosidade, que esperamos pelo próximo festival em Maio de 2014. O Rancho Folclórico Português de Wetzikon agradece a todos os elementos o apoio, a dedicação e o respeito, com que este projecto foi elaborado. Saudações Folclóricas Rancho de Wetzikon.

CRÉDITOS DESDE 8,9% “permissos” L, B, C


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Entrevista

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Alexandre Faria

“A Suíça é a minha segunda casa” Alexandre quantos anos tem de carreira? Gravei o meu primeiro Disco de Vinil em 1992, 21 anos de carreira Como surgiu a música na tua vida? Desde criança que ouvia o meu pai tocar viola Braguesa e a minha mãe a cantar ao som da viola. O gosto pela música surgiu muito cedo. Aos 14 anos o meu pai ofereceu-me um cavaquinho que ainda guardo até hoje. Mais tarde comprei uma concertina, um violão e um teclado e fui aprendendo aos poucos chegando a participar em aulas de música. Aos 19 anos fiz parte de um Rancho Folclórico durante um ano. Fazes espectáculos em Portugal e pelo estrangeiro onde a nossa emigração e significativa. Onde te é mais gratificante actuar? Faço espectáculos em todo o mundo felizmente. Gosto de actuar tanto em Portugal como no estrangeiro. Sinto-me um sortudo porque tenho sido muito acarinhado em todos os espectáculos por onde tenho passado! Vens várias vezes ao ano a Suíça fazer espectáculos. Como és recebido entre a nossa comunidade? Eu costumo dizer que a Suíça é a minha segunda casa. Na Suíça sinto-me como em Portugal. As pessoas são súper queridas e por esse motivo resolvi presentear os nossos emigrantes na Suíça com a gravação de um DVD ao Vivo no dia 10 de Maio de 2014 onde estarei com Banda num grande espectáculo e espero que se juntem. Sei que além de cantor tens outras actividades, falas-nos delas? Para além de cantor sou também Locutor de Rádio, Produtor Musical, Realizador, apresentador e Actor de Televisão. Já Participei em 4 Novelas da TVI. Em qual delas te sentes mais realizado? Sinto-me realizado em todas mas fazer televisão é algo mágico. Gosto mesmo muito!

Mais sobre o Alexandre: www.alexandrefaria.com.sapo.pt https://www.facebook.com/ cantoralexandrefaria

foto: mmespetaculos.pt

Maria José Silva

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Sociedade

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Manual do Inconformista Transições

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Nelson S. Lima [*]

Prepare-se para o “choque do futuro” (que foi anunciado nos anos 70 por Alvin Toffler). A “Terceira Vaga” está aí, desde então. Mas já não é apenas uma onda de mudança mas um autêntico “tsunami” que vai varrer tudo.”

. Sofremos, por vezes, muito mais do que os outros. Porque os outros, na sua esmagadora maioria, estão integrados nos velhos sistemas e crenças, e pouco mais vislumbram do que uma parte daquilo que está a mudar à sua volta. Tendem a adaptar-se por força das circunstâncias às novas realidades mas com muita pouca convicção. E, por isso, muitos deles protestam, reclamam, dizem mal para, no final, manterem-se protegidos pelo seu próprio conservadorismo. Nós, os inconformistas, vivemos geralmente entre dois mundos: o velho e o novo. Muito do que somos derivam de estruturas antigas formatadas pela sociedade de onde viemos. Mas não se pode pegar na mochila, dizer adeus ao passado (e às

pessoas) e embarcar rumo ao novo mundo. Há quem o faça mas com alguma imprudência (e com custos que podem ser muito elevados). Os adultos mais jovens, aqueles que nasceram já depois de 1900 e que estão agora na universidade ou a procurar o primeiro emprego, vivem do outro lado da fronteira porque o que se lhes deparou foi já um mundo muito diferente daquele que os seus pais viveram quando tinham a sua idade. Só não serão inconformistas e conspiradores sociais se tiveram uma educação muito conservadora.

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. As gerações anteriores debatem-se com a mudança, que nem sempre compreendem. Tentam manter os alicerces antigos e tudo aquilo que lhes dava um sentimento de segurança: os velhos empregos

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para toda a vida, os hábitos, os costumes, as tradições (muitas delas mantidas apesar de obsoletas e adulteradas) e a esperança de que tudo volte atrás, a um mundo mais equilibrado, sem grande sobressaltos, menos assustador e incerto. Agora somos forçados a mudar ou, no mínimo, a adaptar-nos aceitando a nova e permanente revolução social (os empregos de curta duração - não mais de 7 anos - as empresas que abrem e fecham em menos de 5 anos, os novos negócios baseados na internet, o trabalho por conta própria, as famílias separadas - por vezes por milhares de quilómetros - a diversidade e a quantidade de informação, as surpresas impensáveis e acima de tudo muita fantasia, enganos e ilusões (famosos que de repente deixam de o ser, anónimos

que de um dia para o outro atingem a fama, políticos desorientados porque não conseguem interpretar o novo mundo, gente semi-perdida sem saber que rumo tomar e por aí adiante).

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. O mundo, hoje, trabalha 24 horas por dia. Enquanto dormimos, os nossos computadores estão a receber emails e as notícias proliferem a cada instante. Acordamos de manhã, abrimos o jornal e deparamo-nos sempre com surpresas e novidades. Nunca sabemos o que nos poderá surpreender amanhã. Até o passado parece que vai mudando, à medida que é reinterpretado à luz de novos dados até agora ignorados (ainda recentemente um estudo desfaz a história das nossas origens; parece que, afinal, só houve uma espécie hominídea de quem descendemos e não mais espécies anteriores). Somos forçados a reinventar-nos

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mais rapidamente do que alguma vez aconteceu na história da humanidade. Quem não for capaz disso ficará para trás e se estiver ainda em idade produtiva (ela própria avançou uns 20 anos quando comparada com os anos 60 ou 70 do século passado) isso poderá ser desastroso. Para nos reinventarmos temos de compreender o mundo novo. Isso implica, por vezes, um grande esforço de adaptação, aprendizagem e até sofrimento. Mas não há alternativa.

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. Vivemos num mundo de coisas a mais. É a era do mais. Mais acontecimentos, mais notícias, mais diversidade, mais medos, mais incertezas. Mas também mais oportunidades, mais espaço para arriscar. No fim, como escreveu Andy Growe, parece que apenas "os paranóicos sobrevivem" pois estão por tudo, embora cada

vez mais esvaziados como humanos. Tornaram-se máquinas de consumo, alienados, predestinados a ficarem "zombies" (mas sem o saberem pois perderão a consciência dessa mudança interior quando ela ocorrer). Será um mundo melhor ou pior do que os anteriores? Provavelmente, melhor mas mais confuso por excesso de tudo (do que é bom e do que é mau). Prepare-se para o "choque do futuro" (que foi anunciado nos anos 70 por Alvin Toffler). A "Terceira Vaga" está aí, desde então. Mas já não é apenas uma onda de mudança mas um autêntico "tsunami" que vai varrer tudo.

[*] Pró-Reitor Universidade do Futuro, Professor de Neurociência na Florida Christian University e é Membro da EQAC - Comissão de Credenciamento da Qualidade da Educação


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Direito

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“Tagesfamilie” Uma ama é obrigada a tomar com grande cuidado conta de uma criança que lhe foi confiada. Se não o fizer e houver um dano, então tem basicamente de pagar por ele. Se, apesar dos cuidados adequados à idade da criança, houver um acidente, então ela não é responsável. Daniel Bohren [Advogado]

F.T. deixa a sua criança enquanto vai trabalhar ao cuidado de uma ama (Tagesfamilie). Um dia a criança durante a estadia na ama parte uma perna. A ama explica a perna partida devido ao facto, de que a criança se encontrava atrás da porta de um quarto, que foi aberta por ela vigorosamente. Ou a porta bateu contra a perna da criança ou a criança terá caído de algo para o chão. O médico foi da opinião, de que se trata de uma fratura severa, para a qual têm de ter estado forças não negligenciáveis em jogo. F.T. quer que seja a ama a pagar uma indemnização.

O abrir de uma porta de acesso a um quarto, onde brincam crianças, com um ímpeto tamanho, capaz de partir uma perna a uma criança é desmazelo, porque nessas circunstâncias tem-se sempre de contar, que possa estar uma criança atrás da porta. A ama é por isso aqui basicamente responsável pelo dano. Dano quer dizer aqui uma redução dos bens dos pais da criança (por despesas ou de outra maneira). Os custos de tratamento e de cura encontram-se a cargo, por exemplo, do seguro de acidentes da criança, não advindo daí para os pais da criança um dano. Mas se, por exemplo, os óculos de uma criança se partirem, então podem ser exigidos para cobrir os custos de reparação ou para a aquisição de óculos novos uma indemnização. Se a mãe da criança não puder por isso ir trabalhar e tiver consequentemente uma

perda salarial, então nesta situação tem de haver uma indemnização. Se no entanto o empregador pagar o salário durante a ausência, então não haverá nesta situação dano. Ao exigir indemnização de danos deve para além disso ter-se atenção, de que a pessoa lesada é obrigada, a manter os danos o mais baixo possíveis, quer dizer, uma pessoa lesada tem de adotar todas as medidas razoáveis, para que o dano seja mantido tão pequeno quanto possível. A criança também poderia exigir face à ama uma indemnização pelas dores sofridas. Pagamentos pelas dores sofridas são aliás sentenciados com muita reserva pelos tribunais na Suíça. Pela fratura de uma perna de uma criança seria sentenciada uma indemnização de algumas centenas de francos ou mesmo nenhuma indemnização, se o tribunal qualificasse a ferimento como um ferimento menor – Bagatellverletzung - (o que já aconteceu com fraturas de pernas). Decisivo seria também a dimensão da culpa da ama. Eu também chamei a atenção de F.T. para o facto, de que a explicação da ama, de como ocorreu o fratura, não é realmente convincente. F.T.

deveria por isso falar com o médico da criança. Se a criança tivesse caído de cima de algo para o chão ao abrir-se a porta, então a ama deveria ter reparado nisso, porque teria de se encontrar um móvel, uma caixa ou algo parecido atrás da porta. A ama não devia ter tido dúvidas neste ponto. Se o médico tiver dúvidas quanto ao desenrolar do acidente, então F.T. deverá apresentar queixa na Repartição para Proteção de Crianças e Adultos (KESB – Kinder- und Erwachsenenschutzbehörde) e/ou à polícia, para que as condições da ocorrência possam ser averiguadas (eventuais maus tratamentos). A Repartição para Proteção de Crianças e Adultos (KESB) é a autoridade de fiscalização para todas as pessoas, que tomam conta de crianças com regularidade durante do dia. O KESB tem de inquirir sobre suspeitas fundadas de condições irregulares em amas. Finalmente uma nota par quem coma conta de crianças: Quem toma conta de crianças de outros com regularidade é obrigado a participá-lo ao KESB competente.

Tem perguntas que digam respeito ao direito? Envie a sua pergunta com a indicação “Lusitano” a: Bohren Rechtsanwalt, Postfach 229, 8024 Zürich ou para mail@dbohren.ch ou grave a sua pergunta no respondedor automático do Lusitano 044/241 52 60

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Saúde

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Coração - angioplastia coronariana e Stents, o que é isso? comprimindo a placa contra a parede do vaso e restabelecendo o fluxo sanguíneo.

Zuila Messmer

A angioplastia é um tratamento indicado para os pacientes que tiveram um ataque cardíaco, mas não puderam ser medicados imediatamente (no máximo, três horas depois). Assim, precisam se submeter à angioplastia coronariana para melhorar o fornecimento de sangue ao coração. O procedimento ocorre sob anestesia local e com visualização por vídeo. Sem nenhuma intercorrência, dura cerca de 30 minutos e pode exigir internação hospitalar. Consiste na introdução de um cateter numa artéria da região da virilha, com um ‘balão’ desinflado na sua extremidade. Quando colocado no local onde há a obstrução, ele é insuflado,

Muitas vezes, o procedimento com o balão é combinado com a implantação de um stent (tubo de malha de arame) para ajudar a sustentar a artéria aberta e diminuir a chance de outro bloqueio. Depois de auxiliar no processo de desobstrução, o stent fica na artéria e, como corpo estranho, às vezes provoca reação inflamatória crônica na parede do vaso ou um coágulo (trombo) no local. Os stents bio-absorvíveis feitos de polímeros biodegradáveis são, portanto, uma evolução tecnológica que surgiu com a promessa de evitar esses problemas e, ainda, eliminar a necessidade da terapia medicamentosa com anticoagulantes a longo prazo. Além disso, não interferir nas avaliações diagnósticas de imagem não invasivas, como ressonância magnética e tomografia computadorizada. A utilização desse dispositivo nos pacientes com arté-

rias coronárias obstruídas ainda não é um ponto pacífico entre os cardiologistas intervencionistas. É necessário que o médico avalie caso a caso minuciosamente. Há situações em que se recomenda o uso dos stents absorvíveis, até mesmo em artérias vulneráveis que não estão totalmente bloqueadas, para que voltem a ficar saudáveis; e em outras situações, acreditam que o stent se destina a apenas uma minoria de pacientes. Fatores que aumentam os riscos de surgimento de doença cardíaca: Diabetes, Hipertensão, Colesterol alto, ser fumante, doenças renais crônicas, abuso de substâncias (como cocaína), estar acima do peso, falta de exercícios físicos, sentir-se deprimido ou o acúmulo de estresse. Alimentos que previnem infarto: Azeite de oliva extravirgem, Peixes de água frias (salmão, atum, cavalinha, bacalhau, sardinha e truta), Chá verde, alho, cebola, Semente de linhaça, soja, tomate, uvas, brócolis, couve-flor, repolho.


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Comunidade

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FILHOS DOS CLANDESTINOS

Autorização ou risco de expulsão

Jovens, vivendo na ilegalidade e sem profissão

Foto: Thomas Kern | “Aos 15 anos, compreendi que estava em situação irregular no país” : Daiene

Por Patricia Islas, Adaptação: Alexander Thoele - swissinfo.ch Jovens clandestinos frequentam a escola na Suíça sem saber que estão vivendo em um país “onde não deveriam estar”. Quando procuram aprender uma profissão aos 16 anos, muitos são confrontados a uma realidade difícil de escapar. “Com 15 anos compreendi que a minha estadia na Suíça era ilegal. Fiquei muito triste, pois tinha feito tanto esforço na escola e feito boas amizades.” Assim lembra-se Daiene o dia quando se conscientizou que sua realidade era diferente da maioria das pessoas. Muitos menores de idade clandestinos na Suíça vivem a mesma situação.

Quando esses jovens, depois de nove anos da escola obrigatória, não conseguem alcançar notas acima da média para ter acesso ao ensino superior, muitos se deparam com o dilema: viver na clandestinidade significa não poder fazer um curso profissionalizante. O único caminho possível para 70% dos jovens procurar uma vaga em um curso profissionalizante. Porém o acesso dos clandestinos, também conhecidos pela expressão “sem-papéis”, está bloqueado. Eles não têm direito de firmar um contrato com uma empresa aonde parte da formação profissional é realizada.

Crianças e jovens

Estima-se que aproximadamente 200 jo-

vens concluam a escolarização básica sem a possibilidade legal de se candidatar a uma formação profissionalizante. “De uma só vez eles descobrem que são adultos e vivem ilegalmente no país”, esclarece Salvatore Pità, da Associação “Reconhecer o trabalho doméstico - regularizar os sem-papéis”. Esse é o caso de Luan. “Quando decidi procurar uma formação profissionalizante, descobri que necessitava de um visto de residência. Nesse momento me conscientizei que estava vivendo em um lugar onde não deveria estar.”

Condições rigorosas

O destino desses jovens provocou um debate nos últimos

anos em nível cantonal (estado) e federal. Em 2010, o Parlamento Federal aceitou uma moção do deputado federal democrata cristão Luc Barthassat (Genebra) que previa a possibilidade dos jovens “sem papéis” fazerem uma formação profissionalizante. Graças à moção, o governo federal aprovou a cessão de um visto temporário de residência baseado em critérios rigorosos, a partir de fevereiro de 2013. O solicitante, e os familiares com residência ilegal na Suíça, devem se inscrever perante as autoridades doze meses antes da conclusão do ensino escolar. Ele deve ter feito os cinco anos da escola primária no país. Além disso, precisa provar respeitar as leis vigentes e encontrar um empregador que se comprometa contratá-lo. “São condições bastante rigorosas”, considera Thierry Horner, conselheiro de jovens sem papéis e seus familiares no Sindicato Interprofissional de Trabalhadores (SIT) em Genebra. Os novos regulamentos não trouxeram muitas mudanças. O Departamento Federal de Migração (BFM) confirma que apenas

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dois vistos de residência foram concedidos (Lucerna e Berna) a jovens capazes de cumprir todas as condições.

Interesse reduzido Uma das maiores dificuldades é encontrar um empregador que os contrate. “O empregador tem a liberdade de decidir, mas sem a segurança de que o aprendiz poderá permanecer na Suíça, o interesse de contratá-lo acaba sendo reduzido”, ressalta Sophie Paschoud, porta-voz da Economiesuisse. Jürg Zellweg, responsável por formação profissional na Federação Suíça dos Empregadores (SAV) compartilha da mesma opinião. O Departamento Federal de Migração determina que os vistos em casos excepcionais possam ser prolongados depois da conclusão da formação profissionalizante, o que parece não convencer os empregadores. “Partimos do princípio de que exista um idealismo na posição dos empregadores dispostos a oferecer uma vaga de aprendiz a um jovem clandestino”, avalia Zellweger, que acrescenta: “A burocracia para contratá-los é claramente maior do que para os jovens em situação legal.”

Muitos dos jovens clandestinos temem também de colocar seus familiares em risco ao solicitar um visto de caso excepcional. A obrigação de incluí-los no registro pode ter como consequência a sua expulsão caso os critérios para o visto de caso excepcional não sejam cumpridos, lembra a Comissão Federal para Questões de Migração. Alessandro de Filippo, do Coletivo de Sem Papéis em Genebra explica à swissinfo.ch que as chances de regularização para uma família de clandestinos na Suíça é mínima, mesmo se estes já vivem há muitos anos no país. Além disso, os critérios podem se diferenciar segundo o cantão. “Em Genebra, onde vivem aproximadamente dez mil clandestinos, houve 1.200 regularizações desde 2001. Em Zurique, onde vive o dobro de pessoas, foram apenas quinze.”

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Vontade de aprender

Cantões como Vaud, Genebra, Basileia, Neuchâtel e Berna demonstraram interesse em encontrar uma solução para os jovens sem papéis que concluem a escolarização básica na Suíça e que, até então, não conseguiram iniciar uma formação profissionalizante. Genebra, por exemplo, permite aos jovens iniciarem uma formação enquanto o seu pedido de visto de residência ainda está sendo analisado. O sindicato SIT em Genebra indica que, desse modo, o jovem tem a possibilidade de mostrar a sua vontade de aprender uma profissão e ser parte ativa da vida econômica local, um dos critérios para examinar os pedidos de visto de residência “para casos de extrema necessidade” para clandestinos. Jeferson é um desses casos: “Comecei a minha formação profissionalizante com 21 anos, quando a maioria dos jovens já está formada há muito

tempo. Me engajei e estou bastante satisfeito. Agora sinto ter mais autoconfiança.” Jeferson espera obter sua regularização e somar-se, dessa forma, ao grupo de jovens que obtém anualmente, junto com os familiares, o visto de residência para casos “excepcionais” através das regras introduzidas em 2001. Entre agosto de 2012 e agosto de 2013, segundo o Departamento Federal de Migração, 18 jovens entre 15 e 21 anos receberam uma autorização nessas condições. Assim também passaram a ter acesso à formação profissionalizante. “Permitir a jovens clandestinos bem integrados de fazer uma formação profissionalizante e, dessa forma, que eles entrem na vida ativa, é um interesse não apenas individual, mas também do próprio Estado”, afirma o Departamento Federal de Economia, Formação e Pesquisa (WBF).

Casos excepcionais Ao contrário da Espanha ou Itália, a Suíça não levanta a hipótese de regularizar de forma colectiva os clandestinos. Desde 2001 a Suíça aceita a regularização de clandestinos em casos isolados. As chamadas “autorizações de casos excepcionais” são dadas por questões humanitárias ou “condições excepcionais” a pessoas independentes da idade, em situação irregular na Suíça. Em doze anos, as autoridades federais já emitiram duas mil dessas autorizações e refutaram mil solicitações já aceitas pelos cantões. O solicitante deve fazer o pedido frente às autoridades do cantão de residência e cumprir determinadas condições como integração social e cumprimento das leis. Desde fevereiro de 2013 estão vigentes regras claras para autorizações “excepcionais” de sem-papéis. (Fonte: Departamento Federal de Migração e Colectivo dos Sem-Papéis)

Clandestinos na Suíça Estima-se que o número de sem-papéis na Suíça seja entre 70 mil e 90 mil, dos quais 10 mil seriam menores de idade. As estimativas também afirmam que de 300 a 500 jovens sem-papéis concluem a escolarização básica na Suíça. Entre 200 e 400 deles estão excluídos das formações profissionalizantes. (Fonte: Departamento Federal de Migração)

foto, Thomas Kern | “A chance da minha vida”: Jeferson


Crónica

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“O dia em que acabou a crise!” Quando terminar a recessão teremos perdido 30 anos de direitos e salários…

Concha Caballero é licenciada em filosofia e letras, é professora de línguas e literatura. Entre 1993 e 2008 ocupou um lugar no parlamento da Andaluzia onde chegou a ser porta voz do grupo esquerda unida. Deputada autonómica entre 1994 e 2008 foi uma das deputadas chave na aprovação da Reforma do Estatuto Autonómico da Andaluzia a que imprimiu um caracter mais social e humano do que, no principio, os grupos maioritários do parlamento pretendiam. Actualmente colabora em diferentes meios de comunicação. Escreve sobre actualidade politica. Em 2009 publicou o livro “Sevilha cidade das palavras”.

Um dia no ano 2014 vamos acordar e vão anunciar-nos que a crise terminou. Correrão rios de tinta escrita com as nossas dores, celebrarão o fim do pesadelo, vão fazer-nos crer que o perigo passou embora nos advirtam que continua a haver sintomas de debilidade e que é necessário ser muito prudente para evitar recaídas. Conseguirão que respiremos aliviados, que celebremos o acontecimento, que dispamos a actitude critica contra os poderes e prometerão que, pouco a pouco, a tranquilidade voltará à nossas vidas. Um dia no ano 2014, a crise terminará oficialmente e ficaremos com cara de tolos agradecidos, darão por boas as politicas de ajuste e voltarão a dar corda ao carrocel da economia. Obviamente a crise ecológica, a crise da distribuição desigual, a crise da impossibilidade de crescimento infinito permanecerá intacta mas essa ameaça nunca foi publicada nem difundida e os que de verdade dominam o mundo terão posto um ponto final a esta crise

fraudulenta (metade realidade, metade ficção), cuja origem é difícil de decifrar mas cujos objectivos foram claros e contundentes:

Fazer-nos retroceder 30 anos em direitos e em salários Um dia no ano 2014, quando os salários tiverem descido a níveis terceiro-mundistas; quando o trabalho for tão barato que deixe de ser o factor determinante do produto; quando tiverem ajoelhado todas as profissões para que os seus saberes caibam numa folha de pagamento miserável; quando tiverem amestrado a juventude na arte de trabalhar quase de graça; quando dispuserem de uma reserva de uns milhões de pessoas desempregadas dispostas a ser polivalentes, descartáveis e maliáveis para fugir ao inferno do desespero, ENTÃO A CRISE TERÁ TERMINADO. Um dia do ano 2014, quando os alunos chegarem às aulas e se tenha conseguido expulsar do sistema educativo 30% dos estudantes sem deixar rastro visível da façanha; quando a saúde se compre e não se ofereça; quando o estado da nossa

saúde se pareça com o da nossa conta bancária; quando nos cobrarem por cada serviço, por cada direito, por cada benefício; quando as pensões forem tardias e raquíticas; quando nos convençam que necessitamos de seguros privados para garantir as nossas vidas, ENTÃO TERÁ ACABADO A CRISE. Um dia do ano 2014, quando tiverem conseguido nivelar por baixo todos e toda a estrutura social (excepto a cúpula posta cuidadosamente a salvo em cada sector), pisemos os charcos da escassez ou sintamos o respirar do medo nas nossas costas; quando nos tivermos cansado de nos confrontarmos uns aos outros e se tenhas destruído todas as pontes de solidariedade. ENTÃO ANUCIARÃO QUE A CRISE TERMINOU. Nunca em tão pouco tempo se conseguiu tanto. Somente cinco anos bastaram para reduzir a cinzas direitos que demoraram séculos a ser conquistados e a estenderem-se. Uma devastação tão brutal da paisagem social só se tinha conseguido na Europa através da guerra. Ainda que, pensando bem, também neste

Necrologia

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Um último adeus

Nasceu numa típica povoação alentejana da região de Évora. As lides do campo onde cimentou um carácter forte e determinado levou-o, num período exaltante mas conturbado nas da nossa história recente, a participar com entusiasmo na construção da Reforma Agrária saída da Revolução de Abril.

caso foi o inimigo que ditou as regras, a duração dos combates, a estratégia a seguir e as condições do armistício. Por isso, não só me preocupa quando sairemos da crise, mas como sairemos dela. O seu grande triunfo será não só fazer-nos mais pobres e desiguais, mas também mais cobardes e resignados já que sem estes últimos ingredientes o terreno que tão facilmente ganharam entraria novamente em disputa. Neste momento puseram o relógio da história a andar para trás e ganharam 30 anos para os seus interesses. Agora faltam os últimos retoques ao novo marco social: um pouco mais de privatizações por aqui, um pouco menos de gasto público por ali e “voila”: A sua obra estará concluída. Quando o calendário marque um qualquer dia do ano 2014, mas as nossas vidas tiverem retrocedido até finais dos anos setenta, decretarão o fim da crise e escutaremos na rádio as condições da nossa rendição.” in Notícias Online

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João Carrão

Com as mãos calejadas pelo trabalho sonhava então ajudar e cuidar de florescer uma vida melhor em terras do seu Alentejo. Mas, quase tão fatal como o destino, esperava-lhe o caminho da emigração.

O José era o amigo com que sempre se poderia contar. Fosse numa iniciativa sócio-cooperativa, sindical, do PCP, seu partido de sempre ou simplesPor Isaac Ferreira mente num convívio de amigos, lá estava com o Faleceu, num dia cinzento seu dedicado e prestável contributo. Sentiremos a e triste, no Hospital Uni- sua falta. versitário de Zurique e depois de prolongada doença, Neste momento de dor e recolhimento apresentao nosso amigo e camarada mos à sua família as mais sentidas condolências. José Carrão. O José era um Para nós fica a memória de um amigo. Um Homem Homem bom, honesto, que bom e generoso que guardaremos sempre com não dispensava a compa- imensa saudade. nhia dos amigos. Que descanse em Paz.

João Carrão A Família, vêm por este meio e na impossibilidade de o fazer individualmente, agradecer reconhecidamente a todos os que marcaram presença nas cerimónias fúnebres e aos que, por qualquer outro meio contribuíram e manifestaram o seu profundo pesar pela perda do nosso querido. A Família

Caminhada de Outono Caminhava lento… Por entre as folhas ténues de Outono Vislumbrava-se um céu cinzento, triste Nele cabiam todas as tristezas do mundo As nuvens corriam céleres Nelas levando, certamente, Todas as mágoas dos homens… Quais gotas de chuvas Transformadas em lágrimas Do nosso desespero… É a vontade que não temos, pensei eu… A coragem que não faltava… As injustiças que não queremos ver… O ódio que cega… O amor de que não somos capazes… É o Outono da nossa existência! Por Isaac Ferreira


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Opinião

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Interferências de Deus ou da força do mal. (Diabo)...? Toda a pessoa humana tem interferências de Deus e da força do mal. (Diabo). Tu, sabes de que lado estão as tuas? Pensa bem! Elas constroem a forma como vives. Elas determinam o teu bem-estar. Físico e mental... Para, as saberes de verdade, analisa, pensa Mendes Serafim mentos, hábitos, atitudes e desejos. Logo ficas a saber de que lado está. Do lado de Deus ou do Diabo? Exemplo muito claro: Tu és água! Se regas uma rosa segundo a sua necessidade, ela com o tempo te vai dar rosas. Se regas as ervas daninhas com muita frequência, muito rápido elas crescem ao ponto de ficares cercado delas. O bem e o mal (interferências) a cada dia estão prontos a fazerem parte da tua vida. Cabe a ti escolher... Deus, ou o Diabo! Já que estamos perto do Natal, não poderia deixar de falar um nele. Adoro esta época, para mim todas as luzes efeitos, que se notam por toda a parte fazem -me lembrar que a vida é bela e gratificante. Sinal que vale pena viver. Natal para mim é isso. É vida! Em criança nunca acreditei no pai Natal, mas sim na verdade! No menino Jesus...””Festejar o nascimento de Jesus “” . Para ser verdadeiro, eu não gosto deste senhor das bardas. Nem tão pouco esperar prendas! Como podemos adorar este senhor que á causa dele não se ensina

o verdadeiro sentido do Natal as crianças. Não é raro ouvir de uma criança...””Natal é receber prendas””. Aliás são muitos os pais que assim o pensam. Minha gente! Natal é mais de que isso, não está nesta falsidade que a sociedade criou acerca dele . Comercial, ilusória! Esta época deve-se tornar para cada um nós tempo de reflexão para superar as dificuldades e adversidade que aparecem em nossa vida. Natal, é um dos maiores exemplos de superação que se tem ouvido na história da humanidade. Jesus nasceu, cresceu e se revelou o filho de Deus. Veio para trazer a boa nova para os homens de boa vontade. Por isso todos temos a possibilidade de ser felizes... Está em nossas mãos, basta ter coragem e determinação para transformar momentos difíceis em grandes desafios. “”Igualmente Natal é buscar na solidariedade um passo para dias melhores. “”Desejo que neste Natal, as forças do bem se revelem em cada um de nós de forma que nos ajude a desviar de todas as ervas daninhas...Bom advento e feliz Natal...A mais linda frase para esta quadra, será esta. O desejo (prenda) mais valiosa que possa existir para qualquer pessoa neste natal 2013, é paz de espírito. «Interferências de Deus ou da força do mal. (Diabo)...? Acompanha a minha escrita em : www.parte-oposta.blogspot.com


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Entrevista

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Desporto

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Presidente da Câmara de Póvoa de Lanhoso no Torneio de Futebol de Brunhais em Zurique

“ainda falta aos políticos humildade e gostarem de Portugal” O Presidente da Câmara da Póvoa de Lanhoso esteve junto da comunidade portuguesa em Zurique. São muitos os portugueses oriundos do concelho que residem no cantão de Zurique, e esta foi mais uma oportunidade de o Presidente Manuel Baptista conviver junto dos seus concidadãos que labutam em terras helvéticas, mas que o seu amor profundo às suas raízes nunca as esquecem em momento algum. --Presidente, mais uma vez em terras helvéticas? Presidente Manuel Baptista -- É sempre um prazer enorme receber um convive da Associação de Brunhais, como de qualquer outra freguesia do concelho. Mas pela organização, pelo carinho que eles têm por mim, e da forma de como me recebem quando venho aqui a Zurique, até porque era para vir a Vereadora do Desporto, mas como sei que eles gostam é da minha presença, como tal é com enorme prazer que aqui estou e estarei sempre que me convidarem. Sei que no pró ximo ano vai haver outro torneio, aqui estarei se o desejarem. Isto, para não esquecer a grande festa que se vai realizar no ano de 2015 em Brunhais, à qual também estarei presente para dar cor ao grande convívio.

Torneio Futsal de Brunhais Decorreu no passado dia 17/11/13, o Torneio Futsal de Brunhais realizado na Sportsaal Unterrohr de Schlieren. O evento realizou-se, tendo em vista a angariação de recursos financeiros que servirão de suporte à denominada Festa do Emigrante, a ter lugar no fim-de-semana de 31/7 e 1-2/08/15.

--Toda esta gente de Brunhais que vive na Suíça, é uma mais-valia para o concelho? --Sim, e da forma de como têm ajudado a própria freguesia, a Associação de Brunhais, é uma prova do Bairrismo que as pessoas têm pelas suas terras, do facto de estarem longe, todos os dias transportam no coração o amor à terra, ao concelho e ao país, que é o nosso Portugal. --Portugal, que está em crise? --Sim, esta crise depende só de nós. Dos jovens que infelizmente têm de emigrar, também estou convencido que pode trazer um fruto, um reverso, para Portugal, no futuro, com mais conhecimentos, mais maduros, com mais experiência, do país que é a Suíça, um dos países melhores no mundo para se viver. Assim, todos juntos, a distância não é muita, espero que todos estes jovens possam ser a mais-valia para o concelho e para o país no futuro. --O Senhor é o presidente da Câmara da Póvoa de Lanhoso, pergunto: Ainda podemos acreditar em Portugal? --Sim. Acredito. Portugal vai ter futuro. Cometeram-se muitos erros, neste momento acho que estamos apren-

der com os erros do passado. O que acho é que ainda falta aos políticos humildade e gostarem de Portugal. A oposição faz falta, mas todos juntos temos de construir um país para os nossos filhos e para os nossos netos. Não podem ser os políticos, têm de ser as pessoas, temos de acreditar nos valores. Neste momento não há partidos, tem é de haver pessoas capazes e que gostem de Portugal.

Como sabem, trata-se de uma festividade celebrada em honra de S. Paio, a ter lugar na Freguesia de Brunhais, concelho da Póvoa de Lanhoso, festa esta que ja não se realiza há praticamente 2 décadas! A ideia da criação deste espetáculo desportivo-cultural foi ganhando forma graças aos diversos contributos levados a cabo por um vasto Grupo de amigos espalhada pela Suíça, França e Luxemburgo, em perfeita ligação com as nossas gentes de Portugal! Havia portanto que deitar mãos à obra, o tempo começava a escassear e como tal, não queríamos defraudar as

expectativas das pessoas que fazem questão de marcar a sua presença nestes encontros. A verdade é que com muito esforço e dedicação este Grupo deu mais um excelente exemplo daquilo que é trabalhar em equipa, sabendo juntar o conjunto de ideias que foram partilhadas por cada um de nós. Uma vez decorrido o torneio, é chegada a hora de fazer um balanço. O mesmo, só pode ser muito positivo! Um pavilhão repleto de gente amiga, sempre disposta em aplaudir o esforço de cada equipa que no ringue se empenhou para alcançar o melhor resultado. Saímos portanto ainda mais convictos do sucesso do mesmo, de tal forma, que já está na mente da comunidade levar a cabo no próximo ano mais 2 eventos; o primeiro ainda em fase de estudo e que deixamos no segredo dos Deuses, e o outro a 2ª edição do referido Torneio de Futsal! Para terminar, e como não poderia deixar de ser, apro-

veitar para agradecer a todos os nossos patrocinadores, às equipas que participaram, ao Centro Lusitano de Zurich, ao público que marcou a sua presença, e mais uma vez, a todo o grupo de trabalho que sempre que é preciso está presente e mostra que Brunhais só é pequeno em território, mas grande na união em prol da Freguesia! Queremos também deixar aqui um apelo reforçado ao contributo de todos e em especial aos habitantes de Brunhais que se juntem a nós e contribuam também com a sua presença nos nossos eventos. Tudo isto é feito única e exclusivamente pelo bem da nossa Freguesia, procurando cada vez mais divulgar e dinamizar a nossa querida terra, não deixando que as tradições caiam no esquecimento. Em nome da organização, a todos o nosso Muito Obrigado!

Torneio de Brunhais 17.11.2013 Classificação

1º - Os Tiburcios 2º - Laisenpinturas 3º - Lusosport 4º - ACRD Fontarcada 5º - ovelhinhas 6º - GGE 7º - Vodkas 8º - Amigos da Bola Taça disciplina: Lusoport Melhor ataque: Laisenpinturas - Brunhais Melhor defesa: ACRD Fontarcada - Brunhais


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Opinião

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Coxo e mentiroso…

Escola de Cavaquinhos do Centro Lusitano de Zurique

Sr. Deputado é mentiroso, salvo se, sofre de amnésia. Não dá uma no cravo, nem outra na ferradura. Pertence a grupo de indivíduos que têm como objectivo de fazer tábua rasa do ensino público gratuito no estrangeiro para assim, impingirem o saco azul. o planeta terra a partir das nuvens.

Há uns anos atrás, recebi um convite de um amigo para almoçar com um grupo de compatriotas numa associação da comunidade portuguesa de Zurique. Nesse local, tive a oportunidade de conhecer e conversar com um coxo em matérias relacionadas aos emigrantes, e toda a sua situação social e laboral. Mesmo sendo essa pessoa, um residente no estrangeiro (França) e um ex-funcionário do estado português na diáspora, dialogava de uma forma muito superficial, como quem via

O motivo deste encontro de confraternização, tive, um objectivo bem definido; campanha-eleitoral. As posições do então deputado social-democrata (eleito pela emigração) na oposição, eram de coxo, que “dava uma no cravo e outra na ferradura”. Ou seja, na posição de candidato falava a perna-boa, como deputado a perna-coxa. Este retrato físico-ideológico do Sr. Deputado, é antigo, tem já quase uma década e continua ainda bem actual. Tenho só, que acrescentar mais um pormenor, é mentiroso. Salvo se, que seja doente? Que sofra de amnésia? Mas como não sou doutor, nem bruxo, apenas um cidadão que vejo, escuto e analiso, digo que é mentiroso!

Digo-o, porque as suas palavras publicadas a 17 de Outubro confirmam-no, sito: Os pais dos alunos que vivem lá fora sabem que agora há avaliação. Este ano Houve 4.000 alunos de Português que tiveram certificação ao fim do ano lectivo. Os alunos deixam de estar entregues a si próprios e eu como pai de alunos gosto que os meus filhos tenham os diplomas, tenham a certificação”. Estas palavras confirmam o que eu disse. É mentiroso e desconhece totalmente como funcionava o Ensino do Português no Estrangeiro (EPE). Como sabemos, e confirma, Teresa Soares secretária-geral do Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas (SPCL). “Sempre existiu certificação, em impresso vindo do Ministério da Educação e

Ciência (MEC), destinada aos alunos que terminavam a escolaridade e àqueles que regressavam a Portugal, assim como a qualquer aluno que a requeresse. O referido certificado era reconhecido por Universidades na Alemanha e em Itália, assim como por uma Escola Superior em Zurique. A nota de Português consta, e sempre constou, na maioria dos países, nas cadernetas escolares dos alunos, sendo a essa nota que tanto alunos como encarregados de educação dão a máxima importância, interesse esse que é compartilhado, na maioria dos casos, pelos professores das escolas dos países de acolhimento. O Sr. Deputado Carlos Gonçalves, pertence a grupo de indivíduos que têm como objectivo de fazer tábua rasa do ensino público gratuito no estrangeiro. Usando a estagia de descredibilizar, desacreditar o EPE, aos olhos dos portugueses a residir no estrangeiro. Para assim, impingirem a propina - o saco azul -, já em vigor na Alemanha, Suíça, Inglaterra e Luxemburgo. O povo diz, e tem razão. Quem desdenha quer comprar e a mentira tem pernas curtas. Pior ainda, - neste caso -, para coxos.

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Enviar para: Centro Lusitano de Zurique, Postfach 9612, 8036 Zürich A inscrição poderá também ser efectuada através do telefone: 079 214 03 57, email: info@cldz.ch, ou presencialmente no Centro Lusitano.


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Cidadania

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Tecnologia

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Acesso às redes sociais em Portugal é cada vez mais móvel O smartphone é o segundo equipamento mais usado para aceder às reJoana Araújo des sociais em Portugal. Em primeiro está o computador portátil. De acordo com o estudo recente da Marktest, indica que cerca de 85% dos utilizadores dos sites usa um portátil para consultar o seu perfil. O smartphone vem ocupar a posição do computador de secretária em 2012, como segundo equipamento mais usado no acesso. Atrás do desktop, em terceiro, surgem os tablets e, a uma distância maior, os leitores de media como o iPod.

Samsung foi condenada mais uma vez por infracção de patentes Chegou ao fim mais uma disputa judicial entre a Apple e Samsung. A justiça decidiu que que a Samsung deverá indemnizar a Apple em 290 milhões de dólares por violação de propriedade intelectual da concorrente e por usar nos seus equipamentos “inventos” da Apple. As multas impostas à Samsung por acusações da empresa da maçã, já somam cerca de 930 milhões de dólares.

Portugal aloja um dos postos de espionagem da NSA

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A Agência Nacional de Segurança norte-americana (NSA) usa um ponto de acesso sedeado em Portugal. Esta descoberta está patente no site do jornal holandês NRC, e teve lugar depois de um malware se ter espalhado por mais de 50 mil redes informáticas no Mundo.

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O documento dá conta da existência de um posto no sudoeste de Portugal, mas não é precisado o local. Este posto terá uma articulação com outros nós e pontos de acesso em todo o Mundo.

A ZTE vai lançar em 2014 um relógio inteligente.

O relógio inteligente chegará ao mercado europeu na no segundo trimestre do próximo ano e funcionará apenas com os smartphones da marca embora no futuro a ZTE garanta que tem planos para lançar produtos idênticos, compatíveis com dispositivos Android de outras marcas. A ZTE também quer alargar a gama de acessórios “para usar” a outros produtos como sejam óculos inteligentes, ou mesmo sapatos ligados a telemóveis com aplicações na área da saúde, embora nenhuma destas possibilidades tenha já um plano definido de desenvolvimento e comercialização. Coordenação: Joana Araújo / com Tek


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Comunidade

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Portugueses continuam a fugir de Portugal Mais de 100 mil portugueses saíram do país em 2012 para fugir à crise

Neste doce engano em que a chaga do desemprego está a caminho de sarar, desaparece o remédio três vezes mais depressa do que a doença. Entre a mentira dos que mandam e a realidade

O arquipélago de Cabo Verde situa-se ao largo da costa da África Ocidental no Oceano Atlân-

mos conhecer a magnífica Ilha do Sal. Emília Félix

Suíça, estão os franceses e os espanhóis. Em 2014, o povo suíço deverá votar em referendo uma proposta “contra a imigração de massa”, lançada pelo partido conservador suíço UDC em 2012, que já foi rejeitada pelos dirigentes políticos suíços em 2013. A proposta visa a limitar o contingente de imigrantes e de

autorizações de residência na Suíça. De acordo com dados da ONU e da OCDE, divulgados recentemente, quase 1,5 milhões de portugueses estão emigrados em países da OCDE. Portugal é a par da Irlanda (16,1), do México (12,1) e da Nova Zelândia (13,9) – dos países com maiores taxas de emigração. Agências

O desemprego e as estatísticas As trombetas do reino anunciam aos vassalos a queda continuada do desemprego mas as gazetas, mesmo as mais submissas, são obrigadas a dar a notícia: «O emprego caiu três vezes mais do que o desemprego».

Cabo Verde: Ilha do Sal natural), São Nicolau, Sal, Boa Vista, Maio, Santiago, Fogo e Brava - e 8 ilhéus. Desta vez ire-

O número de portugueses que decidiu emigrar em 2012 para a Suíça aumentou 20% em relação ao ano anterior, segundo dados do Observatório Federal de Estatística da Suíça, passando de 11.972 nofoto - Daniel Ribeiro vos emigrantes em 2011 para 14.388.

Carlos Esperança

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tico e é constituído por 10 ilhas - Santo Antão, São Vicente, Santa Luzia (desabitada e reserva

A emigração lusa atingiu um número recorde no último ano. Mais de 100 mil portugueses saíram do país para fugir à crise. Mas se antigamente eram sobretudo os homens que emigravam, hoje são famílias inteiras e profissionais mais qualificados. Mas na hora de procurar emprego, a maior parte dedica-se a trabalhos que não exigem qualquer formação superior. França, Espanha, Alemanha, Reino Unido e Suíça continuam a ser os principais países de destino da emigração portuguesa.

Com base nos dados estatísticos, olhando para os países de origem, percebe-se que a maioria dos imigrantes partiu de países da União Europeia (90 mil). Entre os países europeus, só a Alemanha ultrapassou Portugal quanto ao número de emigrantes para a Suíça em 2012 – foram cerca de 23.600 novos imigrantes alemães e 14.388 portugueses. A seguir aos alemães e portugueses a chegar à

Turismo

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dos que sofrem, há razões que explicam o paradoxo.

locausto às estatísticas da propaganda e às mentiras oficiais.

Sabemos dos jovens que partem em busca de futuro, aconselhados pelo regente do reino e, sobretudo, pelo desespero; chegam-nos ecos de cursos onde o pretexto académico é a cortina que esconde provisoriamente a falta de um lugar para os alunos; a imaginação de outros refugia-os numa economia informal entre o biscato e o óbolo familiar; a grande fatia é, todavia, daqueles que desistiram e se escondem, em ho-

No silêncio das casas de parentes há lágrimas de desespero e crispação. Nos dias piores a abulia alterna com gritos atormentados e as noites são a provação atroz de quem teme o amanhecer. Na pungência das vidas desfeitas, a resignação e o medo são um prenúncio da explosão que se adivinha.

Sendo uma das ilhas mais pequenas do arquipélago de Cabo Verde, a Ilha do Sal é um paraíso perdido no meio do oceano. Quem lá vai apaixona-se e não esquece. Quem lá vai quer voltar sempre. Aqui respira-se magia em cada som, em cada cor, em cada brisa vinda do oceano imenso. É fácil perdermo-nos nas belas praias de areia fina e dourada ou deixarmo-nos envolver pelos gemidos suaves das águas transparentes e de um azul turquesa, que quase nos fazem duvidar de que possa ser real. É fácil ficarmos à conversa com um qualquer habitante local que se delicia ao saber que somos portugueses e que, apesar de toda a pobreza em que possa viver, nos mostra toda a sua bondade oferecendo-nos o que de mais precioso tem: as suas vivências. É muito fácil deixarmo-nos levar pelo sorriso das

crianças, que diariamente alternam as brincadeiras no Pontão com as carcaças de peixe abandonadas pelos pescadores, e o rebolar na areia imensa, para logo depois se atirarem à água, como se nada mais existisse. É tão fácil sentirmos o espírito da Morabeza, palavra crioula de difícil tradução, que exprime o gosto e a arte de bem receber. A Ilha do Sal é assim: é movimento e ao mesmo tempo tranquilidade, é uma paixão fogosa e ao mesmo tempo um amor sereno, é um tudo e nada que nos seduz no primeiro momento e que não mais deixa de nos controlar. É uma terra de contrastes, onde cada sofrimento dá sempre lugar a um sorriso sincero e a uma palavra de boa disposição. É tudo isto e muito mais. E é preciso vivê-lo para o sentir verdadeiramente.

O que visitar: as salinas de pedra lume, situadas na cratera de um antigo vulcão; as piscinas naturais de água transparente apelidadas de Olho Azul; Santa Maria e as suas praias; a cidade de Espargos, capital da ilha, e as suas lojas de artesanato; a reserva natural da Baia da Murdeira; a praia da Ponta Preta, com a sua areia branca e água cristalina, perfeita para a pratica de desportos aquáticos; a baía de Joaquim Petinha; a Gruta do Amor. Onde ficar: ClubHotel Riu Funana Resort****; Hotel Morabeza****; Hotel Meliá Tortuga****; Hotel Oasis Belorizonte****. Onde comer: Restaurante Barracuda; Restaurante Funaná; Pizzaria Cretcheu; Restaurante Vasco da Gama.


Lusitano de Zurique

Crónica

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Rimos por último, rimos melhor.

E que tal virar as baterias para quem realmente merece? João Mendes [*] Voo TP 917 Zurique – Porto, massivamente ocupado por emigrantes de visita ao seu país natal. Chega a hora do lanche e as hospedeiras de bordo da TAP começam o desfile com os seus carrinhos de comes e bebes. Entre refrescos e petiscos, a infame Pepsi figura entre as bebidas… - Para beber? – pergunta a hospedeira de bordo - Para mim uma Coca-cola light por favor. – responde uma passageira - Desculpe mas não temos Coca-cola, só Pepsi… - Pepsi? PEPSI??? Mas vocês ainda não arrumaram com essa porcaria anti-Portuguesa? - Tem razão minha senhora, mas ainda não foi tomada nenhuma decisão quanto à retirada do produto. Até lá, as nossas instruções são para continuar a servi-lo… - Ai ai ai… Dê-me antes um sumo de laranja que eu nessa porcaria nunca mais toco!!

A hospedeira serve um Compal de laranja à passageira irritada e avança, atrapalhada, para a fila seguinte por entre desabafos de “muito bem, era queimar essa porcaria toda” ou “deviam ter vergonha de servir esse lixo a portugueses de bem”. É aqui que me apercebo do ridículo a que esta situação está a chegar. E contra mim falo até porque mal soube da idiota publicidade da Pepsi, onde Cristiano Ronaldo era vítima de voodoo ou amarrado à linha do comboio, não hesitei em incitar ao boicote da bebida. Mas isto está a passar dos limites. Transformou-se uma campanha publicitária da Pepsi Sueca numa perseguição quase política onde alguns portugueses decidiram descarregar as suas frustrações acumuladas (que não me parecem ser de ordem “futebolística”). A Pepsi até já veio a terreiro pedir desculpa e, como me disse, e bem, um grande amigo meu, “não me parece que o Cris Ró esteja propriamente preocupado com a situação”. Até porque o homem é o maior, voltou a prova-lo nesse jogo, e obrigou a Pepsi (e a besta corrupta do Blatter) a engolir a tentativa falhada de destabilizar o nosso craque.

Lusitano de Zurique

Crónica

A fome nas escolas

Mais: não só nos ficamos a rir como ainda tivemos o prazer de ver designers e outros habilidosos tecnológicos portugueses a “refutar” a campanha da Pepsi com elegância e hilariante sarcasmo. Os marketeers daquela empresa ainda devem estar de molho, coitados! Cheira-me que ainda vão rolar cabeças na direcção da subsidiária sueca da Pepsi… Posto isto, e que tal canalizarmos toda essa energia para os verdadeiros combates que, enquanto sociedade, temos pela frente? Que tal usarmos da indignação que nos vai na alma para lutar pelos direitos que todos os dias nos estão a ser subtraídos por este governo incompetente e servil? Se calhar temos problemas mais graves para discutir e resolver do que uma campanha publicitária falhada que não só não cumpriu os objectivos traçados como ainda nos proporcionou um excelente momento de “quem ri por último, ri melhor”, coisa que, como sabemos, não nos acontece todos os dias. Que se lixe a Pepsi, os suecos e o voodoo, temos coisas mais importantes para nos preocupar e, afinal de contas, não somos nós que vamos ficar a ver o Mundial pela TV… [*] Aventar.eu

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Por Arnaldo Antunes Ontem, uma mãe lavada em lágrimas veio ter comigo à porta da escola. Que não tinha um tostão em casa, ela e o marido estão desempregados e, até ao fim do mês, tem 2 litros de leite e meia dúzia de batatas para dar aos dois filhos. Acontece que o mais velho é meu aluno. Anda no 7.º ano, tem 12 anos mas, pela estrutura física, dir-se-ia que não tem mais de 10. Como é óbvio, fiquei chocado. Ainda lhe disse que não sou o Director de Turma do miúdo e que não podia fazer nada, a não ser alertar quem de direito, mas ela também não queria nada a não ser desabafar. De vez em quando, dão-lhe dois ou três pães na padaria

lá da beira, que ela distribui conforme pode para que os miúdos não vão de estômago vazio para a escola. Quando está completamente desesperada, como nos últimos dias, ganha coragem e recorre à instituição daqui da vila - oferecem refeições quentes aos mais necessitados. De resto, não conta a ninguém a situação em que vive, nem mesmo aos vizinhos, porque tem vergonha. Se existe pobreza envergonhada, aqui está ela em toda a sua plenitude. Sabe que pode contar com a escola. Os miúdos têm ambos Escalão A, porque o desemprego já se prolonga há mais de um ano (quem quer duas pessoas com 45 anos de idade e habilitações ao nível da 4ª classe?). Dão-lhes o pequeno-almoço na escola e dão-lhes o almoço e o lanche. O pior é à noite e sobretudo ao fim-de-semana. Quantas vezes aquelas duas crianças foram para a cama com meio copo de leite no estômago, misturado com o sal das suas lágrimas... Sem saber o que dizer, segureia-a pela mão e meti-lhe 10 euros no bolso. Começou por recusar, mas aceitou emocionada. Despediu-se a chorar, dizendo que tinha vindo ter comigo apenas por causa da mensagem que eu enviara na caderneta. Onde eu dizia, de forma dura, que «o seu educando não está minimamente concentrado nas aulas e, não raras vezes, deita a cabeça no tampo da mesma como se estivesse a dormir». Aí, já não respondi. Senti-me culpado. Muito culpado por nunca ter reparado nesta situação dramática. Mas com 8 turmas e quase 200 alunos, como podia ter reparado? É este o Portugal de sucesso dos nossos governantes. É este o Portugal dos nossos filhos.

“Ai, amigos... vamos fazer uma revolução...” ...e mordo a frustração dos dias neste pais encerrado para futuro. Nem tenho aparecido por aqui, pois fazer a vida dia a dia, é já penoso demais para ainda reflectir sobre o desmando destes garotos a um velho país que houvera de ser gente e é lama; houvera de ser historia e paradigma da ocidentalidade e hoje não chega a Pedro Barroso ser projecto. Músico e compositor Escravos de um sistema financeiro perverso e avariado, somos um servidor de golfe e outras amenidades, desde que sejamos conformes educados e para-metricamente contidos nos absurdos limites de uma troika limitante. E nos sujeitemos eternamente à humilhação pedinte. O espartilho financeiro da iniciativa empresarial implica o jogo da subserviência; e isso ainda aumenta mais o desespero. E com ele, a culpa, se não se consegue, por um lado; a corrupção, para se conseguir, por outro. Resultado - o pais dispara na loucura; como quem cura um

charro com cocaína; e entra na mais profunda dependência internacional, num caos devedor marcante e apontado a dedo pelas agências de um rating cada vez mais implicador de vergonha e deficit para os séculos futuros. Ser criativo neste cosmos é fugir poeticamente todos os dias da realidade, mas tendo de viver empresarialmente nela. Complicado. Quase terminado um Cd vou ter de o vender. Já sei o discurso. “-Está mau Pedro. Isto é muito bom, gostamos, claro, mas o teu publico são 10000 pessoas.” Sim, é um universo de gente de bom gosto e acusação. E ficamos a olhar uns para os outros e acabamos por entender-nos mas tenho a sensação q se fosse negociar esmeraldas para a Guiné Konakri era um tipo mais feliz e comia lagostas ao pequeno almoço. Ai, amigos... vamos fazer uma revolução - mansa, amiga, culta, elevada, sincera, uma cena de gente pura, sem macula nem jogadas sujas...- amanhã de manhã? e mudar por favor esta merda toda a começar pelos valores da arte e da ternura que estão com o rating tão baixo face aos lobis de Bruxelas? Vamos inverter as tendências? Vamos deixar de ser coitadinhos?


Lusitano de Zurique

Culinária

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Lusitano de Zurique

Comunidade Júnior

12/2013 | 33

Chefe António Silva

Para colorir A História do Natal Celebrações durante o inverno já eram comuns muito antes de o Natal ser celebrado no dia 25 de Dezembro. Antes do nascimento de Jesus, a história do Natal tem início com os europeus, que já celebravam a chegada da luz e dos dias mais longos ao fim do inverno. Tratava-se de uma comemoração pagã do “Retorno do Sol”.

Nota: quem não tolerar manteiga e ovos, pode excluí-los

Conselho útil

Quando consumir vegetais ou leguminosas em lata, deve passar o conteúdo por água corrente, para retirar os aditivos químicos e o sódio que contêm e nunca consumir o líquido que existe na lata. Os enlatados contém mais sódio do que os alimentos nas suas versões frescas, pois o mineral é um dos responsáveis pela sua conservação e é pouco recomendado especialmente para quem tem tensão arterial alta. Coloque o produto num escorredor e passe bem por água. Coordenação: Joana Araújo

Na verdade, no início da história do Natal, esta era uma festividade sem data fixa celebrada em dias diversos em cada parte do mundo. No século 4 AC, o então Papa Julius I muda para sempre a história do Natal escolhendo o dia 25 de Dezembro como data fixa para a celebração das festividades. A ideia era substituir os rituais pagãos que aconteciam no Solstício de Inverno por uma festa cristã.

Suíça, que passou a homenagear seus deuses locais nesta data.

Muito antes do cristianismo, escandinavos pagãos e povos germânicos do norte da Europa comemoravam o “solstício de inverno” também chamado Yule, jólablót, Midvinterblot e julofferfest, com início em 25 de dezembro. Já os suíços celebravam o “midvinterblot” ao final do inverno. A comemoração acontecia em locais específicos para a realização de cultos, com sacrifícios humanos e animais. Por volta de 1200 AC, uma grande mudança na história do natal na

No ano de 1752, quando os cristãos abandonaram o calendário Juliano para adoptar o Gregoriano, a data da celebração do Natal foi adiantada em 11 dias para compensar esta mudança no calendário. Alguns sectores da Igreja Católica, os chamados “calendaristas”, ainda festejam o Natal na sua data original, antes da mudança do calendário cristão, no dia 7 de Janeiro. culturamix.com Coordenação: Joana Araújo


Passatempo

Lusitano de Zurique

O mendigo chega junto de uma senhora e pede uma esmola. - Em vez de ficar pedindo esmolas, por que não vai trabalhar? - Minha senhora, estou a pedir esmola e não conselhos! O lisboeta encontra o colega e desabafa: - A minha mulher fugiu com o meu melhor amigo. - Caramba! Quem é ele? - pergunta o outro, indignado. - Também não sei, mas agora ele é o meu melhor amigo! - Padre, o senhor acha correcto alguém lucrar com o erro dos outros? - É claro que não, meu filho! - Então devolva-me o dinheiro que eu paguei para fazer o meu casamento. Adão e Eva passeavam pelo Paraíso. E Eva perguntou a Adão: - Adão, tu amas-me? Adão, resmungando: -Que remédio... não tenho escolha. Que nossas sogras nunca se chamem esperança, pois a esperança é aúltimaa morrer! Os homens são responsáveis por 99% dos acidentes de carro... emprestam a chave do carro para à mulher!

12 /2013 | 34

Porque é que os homens mentem às suas esposas? Porque elas insistem em fazer perguntas. Um menino tinha um gatinho chamado Tido, que dormia sempre num cestinho. Um belo dia, o menino foi procurá-lo e não o encontrou. Qual o nome do filme? “O cesto sem Tido”. A última palavra é sempre da mulher: “Sim Senhor!”

Cúmulo dos cúmulos: O mudo, dizia para o surdo, que o cego tinha visto um paralítico correndo atrás dum careca, para lhe arrancar o cabelo. Cúmulo da Traição: Suicidar-se com punhalada nas costas.

Cúmulo da Sorte: Ser atropelado por uma ambulância. Cúmulo do Azar: Ser atropelado por um carro funerário. Cúmulo da Economia: Usar o papel higiénico dos dois lados. Se Deus criou algo melhor que a mulher, deve ter guardado só para ele.

Efeméride 6 DE DEZEMBRO

1185 - Morte de D. Afonso Henriques

Nasceu a 25 de Julho de 1109 A 6 de Dezembro de 1185, morre, em Coimbra, D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.

11 DE DEZEMBRO

1908 - Nasce o cineasta português Manoel de Oliveira Comemora 105 anos de vida

Manuel Cândido Pinto de Oliveira nasceu no Porto, a 11 de Dezembro de 1908, tendo sido registado com a data do dia seguinte. Apesar da sua provecta idade, continua a exercer a actividade de cineasta, sempre com as mais elogiosas menções por parte da crítica internacional. Vale Abraão, O Convento, A Caixa e Non ou a Vã Glória de Mandar são alguns dos seus mais conhecidos filmes.

Horóscopo

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Horóscopo

HORÓSCOPO

Homem não tem defeitos, tem características. A dúvida de uma mulher vale muito mais que a certeza de um homem!

Porque é que as pilhas são melhores que os homens? -Porque as pilhas tem ao menos um lado positivo.

Lusitano de Zurique

25 DE DEZEMBRO

Dia de Natal

A 25 de Dezembro, os Cristãos comemoram o nascimento de Jesus Cristo.

CARNEIRO Este será um momento de mudanças criativas em sua vida, de reforma e remodelação em seu ambiente mais imediato para que ele possa expressar melhor sua essência interior. Trata-se de um período em que você se empenhará muito para conquistar maior liberdade de movimentos em todas as suas actividades. Talvez lhe seja conferido poder ou responsabilidade sobre outras pessoas. Nesse caso, procure usá-lo para atingir aquilo que você e os que a cercam precisam colectivamente. Não

o

empregue

para

fins

puramente egoístas, pois não é provável que isso venha a favorecê-la. TOURO Durante esse mês você será capaz de lembrar de suas metas de longo prazo enquanto dá andamento a questões corriqueiras que possam surgir. Por conseguinte, tudo que fizer

agora

será

em

geral

bem

feito.

Você terá uma invulgar compreensão da relação entre as partes e o todo. O momento é propício a todas as preocupações de ordem prática. Por isso, esta é uma excelente hora para expandir negócios já existentes, dar início a novos ou aventurar-se em diferentes ramos. GÉMEOS Este mês você poderá viver uma “crise de alienação”.Em maior ou menor grau, a vida de todos nós gira em

torno

de

alguma

finalidade

ou

missão que torna cada vida singular. A

finalidade

pode

ser

o

trabalho,

a

maternidade , uma causa em que você acredite ou qualquer outra coisa que possa lhe dar um senso de propósito. Geralmente as crises de alienação ocorrem quando se descobre que se foi longe e depressa demais na busca de objectivos materiais, esquecendo-se as necessidades psicológicas e emocionais. CARANGUEJO Esta é uma época em que a vida aparentemente

flui

com

facilidade.

Com pouco esforço consegue-se

ir na direcção pretendida, e até os ideais parecem estar ao alcance da mão. Trata-se de um período de crescimento, optimismo e relaxamento. Em muitos aspectos, esta é uma boa hora para parar e analisar com calma a forma como sua vida vem correndo. Como se sentirá cheia de energia e vigor, o momento é excelente para dar andamento a seus interesses em praticamente qualquer área, mesmo que não sinta o ímpeto de fazê-lo. LEÃO O momento é propício a todas as preocupações de ordem prática. Por isso, esta é uma excelente hora para expandir negócios já existentes, dar início a novos ou aventurar-se em diferentes ramos. Após detectar a solução mais prática para um problema, irá imediatamente executála. Um dos pontos mais fortes deste trânsito está na clareza da intenção. Todos os seus actos estarão subordinados a um forte senso de dever. Você estará consciente de suas responsabilidades neste mundo e se disporá a cumpri-las da melhor forma possível. VIRGEM Este período pode gerar muita afectividade e calor, incutindo-lhe o desejo de dar e expressar amor. Às vezes este trânsito indica a possibilidade de atrair alguém com quem poderá estabelecer um relacionamento

bastante

significativo,

mas

talvez difícil. Entretanto, é provável que tal relacionamento venha a ser muito construtivo, permitindo-lhe adquirir maturidade e sabedoria, mesmo que você não perceba nada disso de imediato. BALANÇA Como se sentirá cheio de energia e vigor, o momento é excelente para dar andamento a seus interesses em praticamente qualquer área. Os relacionamentos costumam funcionar

muito

bem

sob

esta

influência,

levando-a a apreciar a companhia dos amigos. Este trânsito em geral indica diversões, na medida em que seu entusiasmo pela vida transborda

e contagia todos os que a cercam. O período é igualmente favorável ao planeamento, pois você estará propensa a “pensar grande”, em função de seu optimismo. Se por um lado há riscos de se exceder nessa tendência, por outro você estará alerta a oportunidades que normalmente não perceberia ou teria medo de aproveitar. ESCORPIÃO É possível que suas oportunidades se reduzam e que sua liberdade de ação se limite durante este mês. Se as restrições aparentemente virão do nada, a ponto de forçá-la a dar duro para manter o nível a que está acostumada, mais difícil ainda será melhorar a situação. Este período pode ser um pouco desfavorável do ponto

de

vista

financeiro,

principalmente se você não tiver agido com bastante cautela nos últimos meses. Ele testará até onde você conseguiu encaminhar sua vida em quase todos os aspectos, porém mais especificamente

do

ponto

de

vista

das

finanças,

profissão

e

negócios.

Talvez você descubra agora que certas áreas de sua vida não estão estruturadas o bastante para resistir às verdadeiras adversidades. Talvez ocorram mudanças a seu redor na metade do mês, sem que faça o mínimo esforço. Procure tirar vantagem delas, pois será favorecida mesmo que não pense nisso. É possível ainda que caia agora nas boas graças de alguém que está no poder. SAGITÁRIO Ao longo deste mês, é provável que você questione muito sua vida, suas metas e a realização de seus ideais. A depender do resultado dessa avaliação, você talvez queira mudar umas tantas coisas. O problema é que este não é um dos melhores ciclos para se fazer mudanças de

vida

reflectidas

e

cuidadosas.

Embora seja bom para uma autoanálise, este período ainda não é a melhor hora para agir. Caso se precipite, apenas trará perturbações a

sua

vida

doméstica,

profissional

e

emocional. É provável que parta de

ideias parcialmente certas sobre si mesma e suas necessidades. CAPRICÓRNIO Ciente das condições do momento, você se resignará a ser paciente e trabalhar devagar para atingir seus objectivos esse mês. Suas expectativas serão modestas, e você estará disposta a fazer tudo que for necessário para concretizá-las. Será considerada uma adversária formidável, simplesmente por ser capaz de avaliar todas as alternativas e escolher metódica e cuidadosamente o seu curso de acção. A vida afectiva passa por mudanças favoráveis e existe a possibilidade de ver a amada com novos olhos ou viver novas experiências. AQUÁRIO Este é o momento de iniciar mudanças irrestritas, não só em sua própria consciência, como também nas suas circunstâncias de vida. As condições que lentamente se vêm configurando

a

obrigarão

a

fazer

grandes mudanças agora. Se for flexível,

conseguirá

dar

início

a

uma

nova fase de vida, mesmo achando que a hora para começar de novo já passou. Sua consciência viverá um novo nascimento, que lhe permitirá administrar sua vida livre dos velhos padrões de raciocínio que a limitavam. PEIXES Durante este mês, você terá muita vontade de fazer algo por si mesma. Haverá, por exemplo, um impulso para o sucesso, principalmente nos projectos que tiver iniciado por conta

própria.

Este

trânsito

significa

atos voltados para a ampliação de seu raio de acção, dando-lhe maior liberdade de movimentos e gerando oportunidades de novas experiências. Este será um bom momento para aproximar-se de alguém com quem geralmente não se dá muito bem ou com quem tenha tido um problema temporário,

a

fim

de

resolver

de

vez

a questão. Coordenação: Joana Araújo


Lusitano de Zurique

Opinião

12 /2013 | 36

“Os idosos vivem demasiado tempo...” Hoje, os deputados com assento, (e que estiverem porque lhes deu para estarem) na Assembleia da República Portuguesa discutem o orçamento do Estado na especialidade, para o próximo ano.

Carmindo de Carvalho (*)

Numa altura em que se ouvem algumas vozes cujos donos são manda-chuvas sentados em cargos de decisão, perderam a vergonha e descaradamente debitam barbaridades, cospem poucas vergonhas envoltas em frases tais como isto, ou mais ou menos isto que se segue :

É inverno. Mais um inverno que chegou. A minha sensível careca, há já alguns dias que anda a queixar-se. Mede a temperatura com precisão de um termómetro. No resto do Do parlamento Europeu uma ano ela não se queixa, não há comissária disse que : frio para a incomodar. “A Europa tem de começar a Ela anuncia-me sempre o in- preparar-se para o pior.“

verno. Mas se isso não bas- Que pior? Como se ainda não tasse, lá está no alto da serra fosse mau o estado a que já a branca linda e fria neve. se chegou! Estado em que Um dia destes tenho que ir vê- toda a gente de todas as clas-la cair e apalpá-la. Todos os ses protesta. Protestam os anos, a sua chegada é sempre militares, os magistrados, os professores, e até os polícias uma festa. protestam. Para hoje está Aqui por baixo a relva e ou- convocada uma manifestação tros arbustos mostram-me de todas as polícias. uns farrapitos gelados que parecem cabeças grisalhas Do F.M.I. , a sua directora ou de quarentões precocemente presidente ou lá o que é, disse que : envelhecidos. Ainda falta quase um mês “Os idosos vivem demasiado para o Natal e já se vêem os tempo e isso é um problema diversos enfeites montados para a economia global. Algo a irradiar luz em varandas de tem que se feito.“ casas particulares e nos co- Há uns tempos a mandona do mércios prontos a serem ven- banco alimentar desvalorizou didos. a fome mostrada pelas filas Já se ouvem e lêem os habi- às portas das casas das sotuais e repetitivos : Feliz Natal, pas. Fome, testemunhada por gente graúda do Clero, e chafeliz Natal, feliz Natal. mou comilões aos esfomeaO mesmo Natal que deveria e dos dizendo que estavam mal poderia ser todos os dias do habituados a comerem muito. ano. Mais recentemente um outro O mesmo Natal dos peditórios disse que: para isto e mais aquilo, dos voluntários do espírito natalício. “Muita fome é fingida.“

Um banqueiro do alto do seu bardados, acomodados, num pedestal de barriga cheia ar- mutismo cúmplice. rotou e disse que os desgraçaNinguém vê nem ouve nada dos aguentavam muito mais. de nada... Andam todos cegos, A ajudar à festa destes aluci- surdos e mudos... nados personagens juntou-se Um ex-Presidente da Repúuma escritora insípida que boblica que como autêntica lapa tou palavra para dizer que lhe agarrado ao poder, candidarepugnava ouvir as vozes dos tou-se a Presidente, para um que protestavam por o goverterceiro mandato, tendo já no impor tanta austeridade. no lombo oitenta anos, como Não sabe, ou sabe e é-lhe inse no seu Clã não existissem diferente que essas pessoas pessoas mais frescas, mais são uns coitados já muito capazes. E assim e com oufragilizados, autenticamente tras vicissitudes se dividiu a depenados. chamada esquerda ao longo de todos estes anos. Ele agora bota palavra a torto e a direito É inverno. Outro surto de gripe dizendo que quer salvar Porse avizinha. tugal. Esquece-se que de tanO ano passado morreram mi- tos anos sentado na cadeira lhares de idosos. Segundo se do poder, certamente também ouviu e leu, alguns mal alimen- tem telhados de vidro, tamtados, outros mal medicados, bém tem culpas no cartório. outros ao abandono, e outros Já disse que os responsáveis ainda por mazelas involunta- pela situação catastrófica riamente adquiridas, pasme- actual do país deveriam ser -se, em serviços de saúde cujo presos. Esquece-se que isso é chefe anunciou inquéritos que extensível à sua pessoa. a exemplo de tantos outros fiFoi ele e os seus delfins que caram no segredo, do segredo. semearam como se fossem Há muito tempo que nos che- batatas P.P.P __ parcerias púgam relatos de pessoas que blico-privadas __ , e fundações viram muitas vezes, em mui- para promoverem actividades tos dias, aviões no céu a “la- fantasmas... vrarem “, a desenharem listas Que muitas delas se viu que que alegadamente largavam apenas serviam de capa a joalgo que ninguém explica o gatanas duvidosas. E se reveque é. E depois aparecem caílaram sugadoras das tetas do dos sabe-se lá como e de onde Estado. uns fiapos a que já chamam de : E assim se chegou a este estado calamitoso. Assim se ca“Cabelo de anjo “. minha para o abismo. Dizem Muita gente relatou que de- por aqui e por aí muitas vozes. pois disso passou a sentir algo esquisito ao respirar. E agora para desanuviar o Temos uma força aérea que melhor é ir ver a neve. Beber deveria controlar o espaço que um cachacita, e comer uns filhe está confiado e nada diz. gos secos. São servidos? Jornalistas que nada questionam. Por isso, quiçá __ estão ou andam adormecidos, acoNovembro 2013

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Literatura

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Em louvor do Licor muito saudáveis e muito velhas. Deixaram de respirar, foi tudo.

Alice Vieira escritora

As minhas tias nunca tocaram em álcool. A tia Vitoria, porque não lhe safa da cabeça o pai a entrar aos trambolhões todas as noites em casa, e a voz da mãe gritando «o vício dá cabo de ti, homem!» — como deu. A tia Florência, porque sempre ouvira dizer que bastava um copo de vinho as refeições para uma pessoa morrer de cirrose. A tia Clara, porque não, e acabou-se. Morreram as três muito virtuosas, muito abstémias,

Dava gosto olhar para as três, sentadas todas as noites muito direitas nas cadeiras de espaldar alto da sala de jantar, e ouvi-las murmurar «que Deus nos conserve sempre afastadas do terrível vício do álcool» — enquanto lentamente, gostosamente, se deixavam levar pelo prazer único dos pequenos goles de Licor Beirão depois do jantar. Se, por acaso, alguém deixava acabar a garrafa sem haver logo outra pronta a entrar ao serviço, uma ginjinha também servia. Porque, como muito bem explicava a tia Florência, «ginjinha e fruta, e a fruta e das coisas mais saudáveis». Nunca sequer lhe deve ter passado pela cabeça que uva também era fruta. Tanto a ginjinha como o Licor Beirão eram regularmente fornecidos por um amigo do meu tio Ernesto, com armazém de venda ali ao Largo das Portas do Sol, junto ao miradouro de Santa Luzia. No

lote vinham também garrafas de salsaparrilha e capilé, para as quais elas olhavam desdenhosamente, colocando-as depois na prateleira mais alta da despensa, onde lentamente apodreciam. Faziam muito mal ao estômago, garantiam. Por isso, quando eu era criança, sempre me lembro de ouvir chamar ao licor, «o sumo das tias». Para mim, sumo era sempre de laranja. Mas, para elas, era de outra coisa esquisita, que não me despertava qualquer tipo de curiosidade.Até aquela noite de Natal em que, de repente, se ouviu a voz ciciada da tia Clara: «Acho que preciso de alguém que me ajude a levantar da cadeira.» Na altura, não percebi porque e que ela, habitualmente tão ligeira, precisava de ajuda. Assim como não percebi porque e que toda a gente fugia para o corredor a rir a gargalhada, enquanto o tio Ernesto disfarçava o riso, tentando ralhar com o primo Augusto: «Mas porque e que tu lhe

deste tanto medronho?» Só muito mais tarde percebi o cocktail explosivo que resultava de um, dois, três, etc... calicezinhos de licor, com muito medronho em cima. Além disso, a minha tia Clara sempre fora, como ela dizia, «um pisco a comer», o que também ajudava a desgraça. Depois desse Natal a tia Clara nunca mais quis ouvir falar de medronhos. Um perigo, dizia. Um verdadeiro veneno, acrescentavam as outras. Como o capilé. Ou a salsaparrilha. E depois do jantar lá vinha o Licor Beirão. Na sua inocente garrafa. Sempre. Ate ao dia em que, passados os noventa, cada uma foi largando a vida — felizes e reconfortadas. E, evidentemente, com a consciência completamente tranquila de nunca terem tocado numa gota de álcool.


Diversos

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