Paisagem urgente um estudo sobre conservação e renovação urbana na rua da aurora (unicap)

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O desafio principal da arquitetura contemporânea na Paisagem Histórica Urbana é, por um lado, responder às dinâmicas de desenvolvimento, a fim de facilitar as mudanças socioeconômicas, enquanto simultaneamente respeita a paisagem urbana herdada. [...] Neste processo, a autenticidade e integridade de uma cidade histórica, que são determinadas por vários fatores, não devem ser comprometidos. (Vienna Memorandum, UNESCO, 2005, §14, tradução nossa).

Vista da Torre de Londres e dos arranha-céus que ameaçam a integridade visual do monumento. Fonte: Acervo digital DreamsTime


Objetivo Geral

Avaliar o impacto de novas edificações na autenticidade e na integridade visual da paisagem da Rua da Aurora, na cidade do Recife-PE, por meio da identificação de vistas de importância que caracterizam a mesma.

a) Identificar vistas (com foco em seus bens patrimoniais) que configuram peças fundamentais na composição da paisagem cultural da Rua da Aurora.

Objetivos Específicos

b) Identificar e analisar possíveis elementos de renovação urbana que possam vir a comprometer a integridade e a autenticidade da paisagem cultural. c) Orientar o processo de renovação urbana tendo como premissa a preservação da paisagem cultural.


‘’A história está inscrita no traçado e na arquitetura das cidade’’ (CURY, 2004, p.25). NAS PAISAGENS


- Descaracterização de áreas de relevância histórica. - Massiva verticalização e pressão imobiliária. - Necessidade de um equilíbrio entre novas edificações e a paisagem preexistente.

Vista do John Hancock Tower, Boston, que alterou completamente a escala de seu entorno. Fonte: http://www.touristsbook.com


Vista ‘’Torres Gêmeas’’- Cais de Santa Rita- Recife-PE. Fonte: https://www.vivareal.com.br


Decreto-Lei n° 25/1937: tombamento como modo de preservação; proteção do entorno imediato de monumentos.

CRONOLOGIA:

BRASIL

1937

INTERNACIONAL

1933

1964

1962

Carta de Atenas: cautela em relação à visibilidade dos monumentos.

Recomendação de Paris: reconhece o valor patrimonial de conjuntos urbanos.

Carta de Veneza: entorno imediato dos monumentos como patrimônio;

RECIFE Lei das ZEPH’s

1967 Normas de Quito: propõe zonas de proteção para áreas de importância histórica.

1972 Convenção de Paris - Patrimônio Mundial: definição do conceito de patrimônio cultural.

1975 Declaração de Amsterdã: conservação integrada; entornos dos monumentos

1976 Recomendação de Nairóbi: importância das vistas para os monumentos e as vistas que se tem a partir deles.


Constituição Federal (Art. 215 e 216): amplia o conceito de patrimônio hist. e artístico para patrimônio cultural 1988 1980

1986

Carta de Burra: conceito de conservação; manutenção do entorno imediato;

1997

1995

Carta de Washington: elementos contemporâneos podem enriquecer um conjunto quando estão em harmonia com o mesmo.

RECIFE: lei dos IEP’s - Imóveis Art. 40: especiais de Plano Diretor; lei de uso preservação e ocupação do solo; histórica. 2001 2005 Declaração de Xi’an: importância da gestão, e planejamento. Memorandum de Viena: Paisagem Histórica Urbana

Recomendação N°R (95): conceitos de paisagem e paisagem cultural. Carta de Brasília: autenticidade e contexto - equilíbrio entre edificio e seu entorno.

Lei N° 17511/2008 Plano Diretor

2008 Declaração do Quebec: “spiritu loci”- o espírito do lugar como identidade do mesmo.

2011 Recomendações sobre a paisagem histórica urbana: proteção das bordas dos polígonos de preservação.


SANTO AMARO

BOA VISTA

RUA DA AURORA

RIO CAPIBARIBE

SANTO ANTONIO

BAIRRO DO RECIFE


‘’Da Rua da Aurora já se disse que é uma das ruas mais caracteristicamente recifense: talvez a mais recifense. É de todas, a mais cortejada pelo Capiberibe. Seu nome é poético’’ (Gilberto Freyre).


UNESCO

Valor Excepcional Universal

Autenticidade

Integridade


Ÿ Carta de Veneza (ICOMOS, 1964)

Autenticidade

Ÿ Carta de Washington (ICOMOS,1986) Ÿ Documento de Nara sobre Autenticidade (ICOMOS,

1994) Ÿ Carta de Brasília (IPHAN,1995): “Autenticidade e contexto” Ÿ Diretrizes Operacionais

Autenticidade como a forma verdadeira pela qual um lugar representa os valores de seu patrimônio cultural

Ÿ English Heritage (2008): As características que refletem e

incorporam de forma mais verdadeira os valores do patrimônio cultural de um lugar. Ÿ Stovel: 6 subaspectos para autenticidade e integridade


Ÿ Surge primeiramente relacionada ao patrimônio natural

Integridade

Ÿ ‘’A integridade é uma apreciação da completude e do

caráter intacto do patrimônio e de seus atributos” (UNESCO, 2008, §88) Ÿ Jokilehto: Integridade estrutural | Integridade sócio

funcional | Integridade visual

Integridade Visual pertencente às vistas, silhuetas, panoramas e pontos de visada.

Ÿ Integridade visual é prejudicada quando ocorre distorção

na leitura de uma área como um todo, seja por conseqüência de novas estruturas ou deterioramento de antigas.


Autenticidade

x

Integridade

Quanto maior a perda de integridade de um cenário urbano, mais difícil vai ser a representação de sua autenticidade.


Estudos de Referência na Proteção e Manejo de Vistas Históricas Canada’s CapitalView Protection

Seeing the History in the View

London View Management Framework

Metodologia de Análise


PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS


Quadro resumo dos estudos de referĂŞncia.


Etapas de análise

ORIENTAÇÕES


Resumo da metodologia de análise

AUTENTICIDADE

IDENTIFICAÇÃO DAS VISTAS

ESTADO ATUAL

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS

SIMULAÇÕES

INTEGRIDADE


Como analisar Autenticidade e Integridade


ASPECTOS:

Forma (urbana)

Escala

Volume

Materiais

Qualquer interferĂŞncia nestes aspectos, ocasionaria impactos na autenticidade e na integridade destes elementos que compĂľem a paisagem


1

Etapas

Levantamente Fotográfico

2

Análise do skyline

3

Aspectos Legislativos

4

Identificação das áreas passíveis de renovação

5

Seleção dos pontos de visada


1

2

Levantamente Fotográfico e análise do skyline


3

Aspectos Legislativos

ZEPH 8.1

IPAV

SCC

SPM

ZEPH 17 SPA ZEPH 8.2

ZEPH 8.3 ZAN

SRC1


4

Áreas passíveis de renovação


5

Seleção dos pontos de visada. Para onde direcionar o olhar?

SANTO AMARO BOA VISTA

RIO CAPIBARIBE

SANTO ANTONIO

BAIRRO DO RECIFE


Vistas Postais

Vistas de borda

Vistas restritas


Vistas Postais


Vistas Postais


Vistas de borda


Vistas de borda


Vistas restritas


Vistas restritas


RESULTADOS


6

Etapas

Fotografias a partir dos pontos de visada

7

Descrição das vistas

8

Simulação a partir dos pontos de visada

9

Avaliações de Impacto

10

Orientações para renovação


6

7

Fotografias a partir dos pontos de visada

Descrição das vistas


Vista Postal 1 (V.P.1) Nome da Vista: São Luis e Casarios a partir da Rua do Sol Tipo de vista: vista da paisagem urbana

60°

60°

Figura 64: São Luis e casarios a partir da Rua do Sol. Informações da fotografia: Viewing location 8°03’49.22” S (ref. geográfica): 34°52”51.58” O Altura da câmera:1.60 m Data e hora da 16/05/17 fotografia: 9h30min Campo de visão: 120° Fotógrafa:

60°

60°

Aurelina Moura



1

Razões para escolha da vista

2

.Localização do Ponto de Visada

3

Pon

aB te d

Ponte Duarte

ista oa V

Coelho

Rua da Aurora

Rua do

V.P.1

0

50

Sol

Histórico da vista a ou partir do viewing place

Histórico do viewing place (Vistas de Borda)


Selecionando os bens patrimoniais na Vista

Edf. Protegidas

Bens em processo de tombamento

Imóveis relevantes para preservação

Intervenções Modernistas

Edf.Recentes


Sobreposição das vistas (40°)

Vistas Postais


Vistas de borda


Vistas restritas




ZEPH 8.1

SPA

SPM ZEPH 17 ZEPH 8.2

SPA ZEPH 8.3


8

Simulação a partir dos pontos de visada eixos de corte a partir do eixo central dos pontos de visada definidos

Etapas

9

Avaliações de Impacto pouco benéfico benéfico imperceptível pouco adverso muito adverso



Área 1




Área 2



Área 3




10

Etapas

Orientações para a renovação urbana

a) Controle de gabarito juntamente a revisão dos coeficientes construtivos permitidos; b) Indicação para verticalização pontual na Av. Conde da Boa Vista a partir da apreensão da configuração deste eixo viário. c) Restrição para remembramentos (em prol da preservação do parcelamento e do cenário preexistente).


Lotes passíveis de renovação

Lotes passíveis de renovação



Visão geral da área de estudo - simulação (parâmetros permitidos pela legislação)


Visão geral da área de estudo - simulação com controle de gabarito (alturas definidas a partir das visadas)


10

Considerações

- Considerar possíveis restrições decorrentes de outras visadas. - Essencial a sobreposição de pontos de visada. - Para demais áreas, observar de forma mais específica possíveis influências no foreground.


"Aos arquitetos cabe extrapolar os limites da legislação e inserir a compreensão de paisagem no ato de pensar e projetar a cidade". VERAS, 2015, p.30.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABAP, A Carta Brasileira da Paisagem. 2010. Disponível em: <http://www.caubr.gov.br/anexos/noticias/CARTA_BRASILEIRA_DA_PAISAGE M.pdf> Acesso em: 30 de out. 2016. BACH, Dionizio Bonfim. Philopod - como tirar fotos 360° sem tripé ou cabeça panorâmica. 360°Tour Virtual. 2016. Disponível em: <http://www.360tourvirtual.net/philopod-como-tirar-fotos-360-sem-tripe-oucabeca-panoramica/> Acesso em: 27 abr. 2017. BRASIL, Decreto-Lei N°25. 30 de novembro de 1937. Organiza a proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Disponível em: <http://www.unesco.org/culture/natlaws/media/pdf/bresil/brazil_decreto_lei_25 _30_11_1937_por_orof.pdf> Acesso em: 4 de nov. 2016. CABRAL, Renata; LIRA, Flaviana. Estrutura Internacional de conservação. In: LACERDA, Norma; ZANCHETI, Silvio Mendes. Plano de Gestão da Conservação Urbana: conceitos e métodos. Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada (CECI). Olinda, 2012. p. 56-69. CABRAL, Renata; LIRA, Flaviana. Estrutura Nacional de conservação. In: LACERDA, Norma; ZANCHETI, Silvio Mendes. Plano de Gestão da Conservação Urbana: conceitos e métodos. Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada (CECI). Olinda, 2012. p. 70-87. Cartas Patrimoniais. Isabelle Cury (Org.) IPHAN, Rio de Janeiro, 3.ed. 2004. CONVENÇÃO Européia da Paisagem. Decreto n. 4/2005. Florença, 20 out. 2000. Disponível em: <https://rm.coe.int/16802 802f3fb7>. Acesso em 20 fev. 2017. DANTAS, Leonardo. As pontes do Recife. 2010. Disponível em: <http://jornalareliquia.blogspot.com.br/2010/07/as-pontes-de-recife-porleonardo-dantas.html > Acesso em: 9 mar. 2017. DUARTE, Mirela; MARQUES, Eliábi; SÁ CARNEIRO, Ana Rita. A Conservação da Paisagem na Perspectiva de um sistema de Espaços Livres Públicos do Recife. Paisagem Ambiente: ensaios – n°26. p.127 São Paulo. 2009. ENGLISH HERITAGE, Seeing The History in the View : a method for assessing heritage significance within views. 2011. Disponível em: <http://historicengland.org.uk/images-books/publications/seeing-history-view/> Acesso em 10 Ago. 2016. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 5.ed. Curitiba: Positivo, 2010.

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