Revista Gestão Pública PE | Nº 18 | Dezembro 2018
Uma década de incentivo ao cinema pernambucano Funcultura do Audiovisual completa dez anos em 2018, garantindo a ‘normalidade produtiva’ e ampliação da diversidade de temas nos filmes produzidos no estado Rafael Guerra rafael.melo@seplag.pe.gov.br
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Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura-PE). O Funcultura-PE foi criado em 2002, teve seu primeiro edital publicado em 2003, e é o principal equipamento de fomento e difusão da produção cultural de Pernambuco. Desde 2008, há uma modalidade específica do Funcultura para o audiovisual (Programa de Fomento à Produção Audiovisual de Pernambuco – Funcultura Independente). Em seu décimo ano, o programa já lançou o 11º edital que investe em projetos variados de longas e curtas metragens; produtos para a TV; formação, difusão e pesquisa; e incentivo ao cineclubismo. No último edital, lançado no início de 2018, foi inserida a categoria Games e desde 2013 a categoria Revelando os Pernambucos vem aprovando projetos que garantem e contemplam a diversidade regional de temas. Nestes últimos 10 anos, foram investidos mais de R$ 140 milhões em projetos ligados ao audiovisual. Em paralelo à existência do Funcultura do Audiovisual, o cinema per-
nambucano vive sua ‘era de ouro’. Sob qualquer perspectiva, a produção cinematográfica do estado está no melhor momento de sempre, seja em números de filmes realizados, em circulação por grandes festivais no Brasil e no mundo, em conquista de prêmios, em relevância cultural e até mesmo no acesso ao circuito comercial, sendo este último ponto, no entanto, um desafio que ainda precisa ser vencido. Cineastas como Kleber Mendonça Filho, Cláudio Assis, Marcelo Gomes, Gabriel Mascaro, Renata Pinheiro, entre outros, só para ficar nos que produzem longas-metragens, vêm colecionando prêmios e prestígio nunca antes alcançados pelo cinema pernambucano. O Funcultura do audiovisual não é o único responsável por este bom momento, mas é uma variável bastante significativa se levarmos em consideração os números do recorte específico de longas-metragens. Apesar de ainda não existir uma base de dados robusta da produção cinematográfica pernambucana, é possível aferir o crescimento da produção cruzando alguns
Foto | Beto Figueiroa/Santo Lima
site norte-americano IMDB (International Movie Database) é uma das principais bases de dados sobre cinema do mundo. Entre as informações fornecidas nas páginas dos filmes, estão os prêmios e as indicações que cada produção recebeu. ‘O Som ao Redor’ (Neighboring Sounds), filme escrito e dirigido pelo pernambucano Kleber Mendonça Filho e produzido por Emilie Lesclaux, em 2012, é o primeiro longa-metragem de ficção do cineasta. A página do IMDB dedicada ao filme registra 31 prêmios recebidos e 18 nomeações para a película pernambucana que fez uma longa e vitoriosa carreira em festivais do Brasil e do mundo, entre 2012 e 2014. Destaque para as premiações recebidas em festivais da Inglaterra, Portugal, Holanda, Austrália, Peru, Noruega, Canadá, além de ter vencido importantes festivais brasileiros como o de Gramado, as mostras internacionais do Rio de Janeiro e São Paulo, entre outros. ‘O Som ao Redor’, como a maioria dos longas-metragens produzidos em Pernambuco, teve financiamento do
Reinauguração do Cinema São Luiz. Exibição do filme Baile Perfumado
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A Secretaria de Cultura, por meio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), é o órgão que gere o Funcultura, além de ser o executor da Política Cultural do Estado. Antonieta Trindade, Secretária de Cultura de Pernambuco, destaca a existência do Conselho Consultivo do Audiovisual como um dos principais fatores para o sucesso do Fundo. O Conselho foi criado em 2014, por meio da Lei do Audiovisual de Pernambuco, e é composto por 18 membros titulares e 18 suplentes, de forma paritária, com representações governamentais e da sociedade civil. “Este conselho se reúne regularmente para debater o edital e pensar em modificações. Neste último resultado, por exemplo, tivemos um aumento no número de mulheres envolvidas nas produções, na equipe principal, diretoras, roteiristas. Também tivemos um processo de regionalização, o que fica claro nos números do último edital e também avançamos na inclusão étnico-racial. Estes foram cortes discutidos no âmbito do Conselho do Audiovisual que tem possibilitado o acesso a vários grupos e vários segmentos que não tinham antes esta participação”, explicou Antonieta. Segundo a secretária, o ambiente do Conselho é de muita parceria entre a sociedade civil e os órgãos públicos.
É também um local onde se produz muito. “Nem sempre os conselhos paritários funcionam desta forma. Neste último edital, também avançamos na questão da acessibilidade. Setenta e seis por cento dos projetos inscritos têm recursos de acessibilidade e dos 121 projetos aprovados, 78 também têm recursos de acessibilidade comunicacional”, completou. Márcia Souto, presidente da Fundarpe, ressalta os avanços que garantiram que o Funcultura deixasse de ser uma política de governo e se transformasse em uma política de Estado. De acordo com a gestora, a atual gestão conseguiu estabelecer uma legislação para o sistema de financiamento de cultura, o que envolve diretamente o Funcultura. “O Funcultura, apesar de ser um programa tão importante, não tinha, por exemplo, um piso mínimo de investimento. Agora na gestão Paulo Câmara, o valor passou de R$ 30 milhões, para R$ 36 milhões, instituído isso como um piso mínimo. Esses valores não eram garantidos por lei. Esta foi uma grande conquista”, afirmou. Márcia também destaca o Conselho como um grande trunfo para a melhoria constante do Funcultura do Audiovisual. “O Conselho permite a construção coletiva do edital. Esta construção faz com que os avanços sejam incorporados pela sociedade. Por exemplo, a questão da acessibilidade foi discutida na última reunião do Conselho agora mesmo. Para o novo edital, definimos que vamos aumentar o valor destinado aos curtas, para garantir a acessibilidade também neste formato. Vamos modificar o edital neste sentido”, detalhou a presidente que completou, “são esses movimentos feitos em conjunto com a sociedade que eu considero muito
Foto | Beto Jan Ribeiro / SecultPE-Fundarpe
dados. O site Cinema Pernambucano, que faz uma tentativa de consolidar os números da produção audiovisual do estado, catalogou 73 longas-metragens produzidos em Pernambuco, entre 1924 e 2017. Este número com certeza é maior, se acrescidos os lançamentos de 2018 que ainda não foram contabilizados pela plataforma. Dos 73 filmes realizados, 54 foram a lançados a partir de 2008.
Tivemos um processo de regionalização, o que fica claro nos números do último edital e também avançamos na inclusão étnico-racial Antonieta Trindade Secretária de Cultura de Pernambuco
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Na gestão Paulo Câmara, o valor passou de R$ 30 milhões, para R$ 36 milhões, instituído isso como um piso mínimo Márcia Souto
Foto | Beto Jan Ribeiro / SecultPE-Fundarpe
Presidente da Fundarpe
importantes. O espírito colaborativo existente no Conselho permite que a cadeia produtiva do audiovisual consiga avançar. A disputa lá dentro é para fazer o melhor, sempre tendo esse olhar múltiplo”. Para além de todas estas questões do Conselho, que conceitualmente ajudam a moldar e ajustar o formato de cada edital, é fundamental a garantia do orçamento. Antonieta Trindade explica que, além dos recursos do Funcultura, oriundos da isenção de impostos de duas grandes empresas (Celpe e Copergás), há verbas federais do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) da Agência Nacional do Cinema (Ancine). O FSA é um fundo destinado ao desenvolvimento articulado de toda a cadeia produtiva da atividade audiovisual no Brasil. Criado em 2006, o FSA é uma categoria de programação específica do Fundo Nacional de Cultura (FNC) e contempla atividades associadas aos diversos segmentos da cadeia produtiva do setor – produção, distribuição/comercialização, exibição e infraestrutura de serviços – por meio de diferentes instrumentos financeiros, tais como investimentos, financiamentos, operações de apoio e de equalização de encargos financeiros.
Márcia Souto considera a possibilidade de captar recursos junto à Ancine fundamental para garantir a diversidade da produção no estado. “Nós avançamos muito na questão da inclusão, na questão da regionalização, como Antonieta já tinha falado, mas há também a valorização cultural do estado. Esta valorização é muito retratada pela produção audiovisual que quase sempre tem a marca cultural de Pernambuco e isso é muito importante para reforçar e valorizar nossa cultura. Uma das coisas que possibilita toda essa produção é a possibilidade de captar recursos junto à Ancine. Trabalhamos para garantir que o Estado entre com a contrapartida e sempre conseguimos a captação máxima e o limite máximo de recursos. Este esforço fortalece mais ainda toda a cadeia do audiovisual”, explicou.
O fim da ‘Era dos ciclos’? É comum que pesquisadores e historiadores do cinema pernambucano dividam a produção cinematográfica do estado no século XX em ciclos. Alexandre Figueiroa, jornalista, professor e cineasta, um dos mais destacados estudiosos do cinema de
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Alexandre explica que a ideia de ciclo se perdeu no atual momento do cinema pernambucano. “Quando eu falei sobre isso, lá em 1999, 2000, eu achava que essa questão de ciclo ia depen-
Reunião dos Conselhos
der muito da continuidade, porque os ciclos, no nosso caso, não estavam relacionados a ciclos estéticos, mas eram ciclos de produção. O Ciclo do Recife é um ciclo produtivo, com circunstâncias que permitiram que o ciclo acontecesse. Tantos anos depois, o ciclo do Super 8 também tem a ver com a produção, com os equipamentos que estavam disponíveis. Quando acontece a retomada, no primeiro momento, a gente pode pensar que é um ciclo, porque é mais de contexto de produção, o acesso ao dinheiro e uma série de fatores que permitem a produção de filmes. No entanto, esta produção prossegue, não há uma interrupção. O enquadramento de ciclo não é mais pelo fato de estar produzindo, se mantivermos a ideia de ciclo, não é mais produtivo. Se for pensar no Ciclo da Retomada seriam estes primeiros filmes, mas como vamos delimitar? O ciclo implica um começo meio e fim. Onde é que para? Onde determinaríamos que não é mais o Ciclo da Retomada?”, questiona Alexandre. Para o pesquisador, a ideia de ciclo se perde quando as pessoas entram
em um ritmo constante de produção e novos realizadores vão chegando. “Quando se consolida o financiamento, via Funcultura, temos um grande incremento. Se em 2007 tínhamos seis projetos de longa metragens aprovados, em 2017 são 29. São muitos filmes, o que descaracteriza a ideia de ciclo e passa a existir uma normalidade criativa. Há diversidade de temas, grupos diferentes produzindo. Pessoas produzindo próximo do que seria um cinema comercial, como Kleber Mendonça Filho ou os filmes da produtora REC, como ‘Tatuagem’, de Marcelo Gomes. Há uma certa normalidade de produção, com diversas pessoas produzindo, ficção, documentário, agora a chegada dos coletivos. Fica difícil falar de ciclo hoje em dia”, reiterou. O documentarista Marcos Henrique Lopes, autor dos filmes ‘A Composição do Vazio’ e ‘Janela Molhada’, este último sobre as primeiras imagens realizadas em Pernambuco, corrobora a ideia de Alexandre Figueiroa. “Os meus filmes não foram realizados com dinheiro do Funcultura, mas
Foto | Beto Jan Ribeiro / SecultPE-Fundarpe
Pernambuco, lançou em 2000 o livro Cinema Pernambucano, uma história em ciclos. Há dois bem definidos: o Ciclo do Recife, que conta com películas realizadas nas décadas de 20 e 30 do século passado, como ‘Aitaré da Praia’ e ‘A filha do Advogado’, e o Ciclo do Super-8, com produções maioritariamente de curtas filmadas entre as décadas de 70 e 80, com destaque para Jomard Muniz de Brito, Geneton Moraes Neto, entre outros realizadores. Há quem também defenda a existência de um Ciclo de Curtas na década de 60, ligado ao trabalho de documentação que vinha sendo feito na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), além do Ciclo da Retomada, com filmes realizados nos anos 90 (Baile Perfumado, Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas), sendo este último um ciclo que ainda não terminou, o que coloca em xeque a própria ideia de ciclo.
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Kibe Lanches. “Os custos de realização eram complicadíssimos, mas com o digital esta barreira foi caindo. Hoje é possível fazer um filme de baixo orçamento com alta qualidade. Não precisamos, necessariamente, de financiamento. Lógico que ajuda, mas não é condição sine qua non. Talvez apenas para longas, para curta-metragem não precisa, eu tiro por mim. Kibe Lanches foi feito todo na ‘brodagem’. O meu é um exemplo, mas há muitos outros. Tem gente que capta para curta, e acaba fazendo um longa. É uma situação permanente, as pessoas estão sempre trabalhando, saindo de um projeto e entrando em outro”, explicou.
com recursos de outros editais públicos. No entanto, o que temos hoje é um estado de continuidade produtiva, que tem no Funcultura um de seus principais pilares. Realmente, não dá mais para falar em ciclo. E a continuidade permite uma diversidade estética e de formatos. Hoje em dia, a produção pernambucana se destaca tanto na ficção, quanto no documentário, na animação e nos filmes experimentais. É uma heterogeneidade criativa que chama atenção. Não é comum, no patamar em que se
encontra o cinema brasileiro, que em um só estado haja tamanha produção”, salientou Marcos. A continuidade produtiva permite que muitas pessoas vivam apenas de cinema no estado, mas é interessante lembrar que o Funcultura não é o único responsável por esta mudança de status do cinema pernambucano. A facilidade no acesso aos equipamentos também permite esta normalidade. Alexandre Figueiroa usa como exemplo o seu próprio filme,
O jornalista e também cineasta Júlio Cavani defende que são vários os fatores que permitiram que o cinema pernambucano ‘desse certo’. Em texto escrito para o site Outros Críticos – Mitos e Hipóteses Sobre Filmes de Um Centro Periférico - em 2016, Júlio elenca os pontos que ele considera mais importantes e que somados podem explicar o sucesso do cinema realizado no estado. Para ele, o acesso às novas tecnologias, os apoios governamentais e as especificidades do ambiente cultural recifense são os três principais pilares do êxito alcançado pela produção pernambucana. É importante ressaltar que, no que diz respeito aos financiamentos públicos, onde o Funcultura estaria encaixado, Júlio afirma que ‘não é uma questão meramente de apoio governamental. Foi o talento dos artistas que gerou esse apoio e não o contrário’.
Desafios futuros Para Alexandre Figueiroa, a circulação dos filmes continua sendo o nó cego da produção do cinema per-
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nambucano, e da produção brasileira como um todo. “Comercialmente, há dificuldade de se colocar nas salas. Antes havia limite das cópias, hoje com o digital é mais fácil, mas precisamos encontrar uma forma de entrar nas distribuidoras. Os festivais continuam sendo os lugares de circulação e de maior visibilidade, como existem muitos festivais, não só aqui, mas no mundo inteiro, os filmes circulam. Levantamento interessante seria conferir quais destes filmes chegaram ao circuito comercial. Quantos ocuparam algumas salas? Mesmo nas salas alternativas? Mercado de streaming, TV por assinatura também precisa ser investigado. Filme tem muito, mas onde é que você consegue assistir?”, perguntou o pesquisador que, no entanto, fez questão de ressaltar a importância do Funcultura: “Reforço que é muito importante a existência do Funcultura. Se não fosse esta política pública, não acredito que estaríamos no patamar atual de produção. De 20 filmes realizados em um ano, um ou dois se sobressaem, mas isso é normal. Quando há grande produção, alguns vão se sobressair, mas se tem só um ou dois, fica mais difícil, vai meio na sorte.” Questionada sobre a dificuldade ainda encontrada no que diz respeito à distribuição e circulação dos filmes para além do circuito de festivais e de algumas poucas salas comerciais, Márcia Souto reconhece o gargalo, mas aponta para tentativas de tentar resolver o problema. “Recentemente, foi criada a Câmara Setorial do Audiovisual, pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, por meio da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco. Nós participamos da Câmara, da qual, inclusive, ocupo a presidência. Es-
Foto | Ricardo Moura / SecultPE
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Projeto CineCabeça - Ação Cineclubista exibe Glauber, O Filme - Labirinto do Brasil seguido por debate com Jomard Muniz de Brito e Alexandre Figueiroa
tamos tentando debater exatamente este problema da circulação, olhando do ponto de vista do desenvolvimento econômico. De como a gente pode quebrar estes gargalos na cadeia produtiva do audiovisual de Pernambuco. O potencial produtivo de Pernambuco é enorme, mas como a gente faz para esta produção circular? Esta é uma das nossas principais preocupações”. Além deste problema da circulação dos filmes, outras questões vão sendo tratadas ano a ano, através do Conselho Consultivo, e o Funcultura do audiovisual vem se aperfeiçoando ao longo dos anos. “Estamos com esforço para não deixar projetos parados, principalmente quando a gente sabe que o problema não é de prestação de contas. As vezes recebem o dinheiro hoje, e a outra parcela um ano depois. Há problemas com os atores, que precisam da garantia do pagamento para garantir a participação. O diálogo
dentro do Conselho é muito importante para identificar os problemas concretos e tentar resolvê-los. O espírito colaborativo é fundamental aliado à decisão política do atual governo de investir no audiovisual, por enxergar o potencial do cinema para garantir a manutenção da nossa cultura”, completou Márcia. No atual momento político do Brasil, há um debate perigoso em torno da eficácia das leis de incentivo à cultura, que correm risco de serem cortadas ou colocadas em segundo plano. Este debate não está sendo feito com base em dados ou números. A Folha de S. Paulo, em editorial publicado na edição impressa do último dia 12 de novembro, deu alguns exemplos, como o da Feira Literária Internacional de Paraty (Flip) que arrecadou R$ 4,7 milhões de impostos, em contrapartida aos R$ 3 milhões arrecadados através da Lei Rouanet. A cultura, definitivamente, não é um acessório.
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