Revista Label - 13ª edição

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ANO São Paulo

Nº: Humm... Edição: Xiii... Mês: Junho

A cobertura completa do 16º Mês do Orgulho LGBT. São Paulo ferveu e a Avenida Paulista ficou pequena para os milhões de manifestantes. Confira tudo!!!




expediente EDITOR-CHEFE Danilo Brasil

EDITORA ASSISTENTE Liliane Paes Barreto DIAGRAMAÇÃO Danilo Brasil DESENVOLVIMENTO WEB R & P Informática CONSULTORIA Fernando Correia COLABORADORES Denny Cândido Deivid Pereira Marina Hall COLUNISTAS Cleyton Feitosa

Luciano Rundox Thulio Falcão Wallace Gael

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VOZ

Scarleth Sangalo é personagem queridíssima na noite gay de Salvador. Há anos o transformista Edson Cunha Júnior se apresenta nas boates GLBT de todo o Nordeste dublando a cantora Ivete Sangalo. Por conta dos anos de dedicação, a drag foi eleita por uma enquete que reuniu alguns dos principais fã-clubes da cantora como a cover oficial de Veveta. Como se não bastasse a honraria, Scarleth foi apresentada recentemente à própria Ivete. “Ela disse que já havia me visto em cena e que me admirava muito”, disse Scarleth em entrevista à revista Label, publicação voltada para o público gay na Bahia. Foi assim que um dos colunistas mais lidos do Brasil noticiou a entrevista que a drag baiana conceceu à Revista Label. Num mês onde tantas coisas boas acontecerão, não poderia deixar de relembrar essa, em nome de todos. Acompanhem na edição de aniversário a maior cobertura da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. Boa leitura!

Por Danilo Brasil

carta do editor danilo@revistalabel.com.br

ANIVERSÁRIO LABEL


VOZ

espaço do leitor cartas@revistalabel.com.br

1 ANO DE VIDA

Leandro Coutinho, 24 anos. Olá! como um bom usuário da internet, venho parabenizar a Revista Label por surgir como uma excelente opção para se estar na rede. Vejo que a revista se preocupa em mostrar para o seu leitor gay que ele não deve ser somente a bicha engraçada, a bicha cabeleireira. É bom lembrar que a internet deve servir para algo mais do que ouvir música ou estar no Facebook. Fico muito triste em perceber que boa parte dos meus amigos gays passa seu tempo decorando coreografias e o pior de tudo, acreditam que só isso basta. A maioria dos sites locais direcionados a esse público é restrita e apostam em fofocas e fotos de boates, como se ser gays fosse isso. Ser gay é muito mais, é ser dançarina da Beyoncé, mas também é entender de política, de direitos. Parabenizo a Revista Label pela atitude, pela tentativa de mostrar que nós gays não somos somente as caricatas, as maquiadoras, as dançarinas de boate... somos isso e muito mais. Vida longa a Revista Label.


@euleiolabel

AS TUITADAS DE JUNHO Daniela Albuquerque Durante a cerimonia de um @DaniAIbuquerque Casamento Grego, a noiva dá um beijo grego no marido depois da troca de alianças? Bruno Alves @alobruno

sai sol, chove, sai sol, chove mais ainda, ai fica frio, ai fica calor, ai chove de novo: são pedro fazendo o tchê tchererê tche tchê

Sávio Benevides @plugado24h

Por favor São Pedro, deixa pra fazer a chuca depois q eu já estiver em casa, chuva só presta quando estou no meu quarto em baixo do edredon.

chris @fatosdoChris

A arte de fingir mexer no celular só pra evitar falar com alguém

Rodrigo Camargo @HeyPlaymobil

ex-namorado é igual zumbi... quando se pensa que ele já morreu, ele volta e quer te comer.

Furo MTV @furomtv

Pepê e Nenem tavam sumidas. Agora estão assumidas. E amanhã já tão sumidas de novo.

Mikaella Fattah. @mikaellafattah

Gente, e vcs que acordam cedo pra malhar? Eu só acordo cedo pra não ser demitida e olhe lá.

Mona Lisa Duperron @MonaDuperron

O anunciante deveria receber uma multa por qualquer propaganda veiculada com erros de português. E a agência ficar 1 mês sem produzir nada.


CAPA

CoberturaLabel



POLITICANDO

AS PARADAS DO ORGULHO LGBT Um argumento que ouço sempre que discuto sobre as Paradas LGBT é o de que elas perderam seu foco político e, sinceramente, essa crítica tem começado a me inquietar. Assim como todos os movimentos sociais, o Movimento LGBT possui especificidades e estratégias de luta próprias de seu Movimento. De modo geral, o princípio filosófico que rege as demandas da população LGBT é o da igualdade e o da liberdade: igualdade de direitos e tratamento, liberdade de expressar suas performances e sexualidades sem por isso ser prejudicado.

FEITOSA, Cleyton Cleyton é estudante de Pedagogia pela UFPE/ CAA - Campus Agreste e ativista LGBT. CLEYTON@revistalabel.com.br

Dentre várias ações e atividades promovidas pelos grupos ativistas LGBTs, as Paradas são as mais expressivas, mais visíveis e mais integradoras de que dispomos: nelas, as diversas identidades (incluindo a heterossexual) se juntam num só coro para gritar contra a homofobia e as iniquidades sociais sofridas por nós, é a ação mais una e coletiva que conheço no Movimento LGBT (sabidamente fragmentado). Dizer que ela perdeu seu foco político é alimentar os argumentos de homofóbicos que não medem esforços para diminuir a nossa população e a nossa luta por dignidade e cidadania. Para quem não conhece o processo interno de organização de uma Parada (e a maioria está incluída nesse perfil), saibam que ela é feita de tensões,

ambivalências e contradições, as quais estão em jogo a representatividade da nossa comunidade para além dos guetos e da vida noturna, o que exige de nós muita responsabilidade. Neste sentido, eu questiono, o que temos feito para termos Paradas cada vez mais fortalecidas e politicamente mais consistentes? Eu acredito sempre no protagonismo de cada um e penso que ao invés de criticarmos, devemos contribuir para fortalecer nossas ações (e aí não importa se o sujeito é ativista “oficial” ou não: aproximem-se dos grupos, sugiram, ajudem, pois é uma luta nossa e de todos). Essas contribuições podem ser realizadas de diversas formas: divulgando o evento, distribuindo panfletos conscientizadores, levando faixas e cartazes de reivindicação, convidando a família e amigos heterossexuais para fortalecer a aproximação social e desmistificar preconceitos e estigmas, etc. Fundamental é que saiamos deste armário da omissão e da despolitização e tomemos para si a responsabilidade cidadã de reivindicar o simples direito de sermos o que somos, segurando as rédeas das nossas vidas e direcionando-as como achamos correto, com ousadia e coragem, sem medo e sem apatia política, pois é justamente isto o que nossos opositores desejam de nós: a alienação.


MISTURA-FINA

Shine Party

Com a banda Os Heteros Cearenses, o cantor Danilo Peixoto apresentou repertório de sua turnê e promoveu misturas musicais que vão do electro ao tecnobrega. No dia 7 de junho, Daniel Peixoto trouxe para São Paulo a SHINE PARTY #4 – projeto que faz sucesso nas noites de Fortaleza (CE) – e integrou o calendário do 16º Mês do Orgulho LGBT de São Paulo. Na ocasião, o cantor se apresentou ao lado da banda Os Heteros Cearenses, com o repertório de sua turnê bastante elogiada pela crítica europeia. A festa teve ainda a presença do DJ e produtor Jaloo, que desponta na cena tecnobrega de Belém (PA), entre outros já conhecidos do público paulista. O evento ocorreu no Studio SP.


MISTURA-FINA

Mesapra

duas

Por Marina Hall

Faz dez anos, três? Dez meses? Três dias? Não importa o tempo que estão juntas! Você deve estar louca para comemorar essa data com a sua gatinha! Comemorar num romântico jantar feito por uma das duas ou por ambas, na sua casa ou na casa das duas. Ou naquele restaurante reservado para ocasiões especiais onde vários casais estarão preenchendo o ambiente do amor dos namorados... Das namoradas! Vocês formando um casal apaixonado, de mãos discretamente entrelaçadas sobre a toalha macia da mesa.

Sim, nessa data, não permitam que o preconceito dos olhares tortos dos garçons ou das mesas vizinhas atrapalhe sua noite especial. Não deixe que os parentes dela ou os seus interfiram no maior motivo de as duas estarem ali felizes: o amor. Diga a sua namorada que a ama e que tantas outras vezes estarão juntas, dê-lhe flores,

dê-lhe carinhos, mesmo no restaurante, na praça, no shopping, na casa de vocês, no barzinho da esquina, onde outros casais estarão. Todas (os) têm o direito de amar! Amor, não se esqueça, não se resume ao que se tem entre as pernas... Liberte-se! Liberte sua namorada tímida receosa “de que os outros estão olhando”. Vivam! Vivam não só esse, mas todos e quaisquer dia das namoradas, dias que não são de datas comerciais. Acostumese a amar sua companheira, sua melhor amiga, a mulher da sua vida sem ter que observar em volta quantas pessoas ficarão chocadas com a sua demonstração de afeto.

Leiam aquele livro cuja personagem principal é casada com uma mulher e se emocionem naquela parte em que as duas se recordam dos tempos que venceram a hipocrisia e o preconceito de suas famílias... Encha sua menina de carinhos


naquela parte do livro que conta como as duas se conheceram e como uma delas fez aquela descarada declaração de amor, na frente de todo mundo! Escrevam um livro juntas, uma música que fale de “nós duas...” Vocês duas, ou você que ainda procura pela sua princesa ou sapa encantada, comemore, não só o dia das namoradas, mas o dia em que se tornando “heroínas, saíram de seus sufocantes armários”, como diz Lucia Facco, e têm a possibilidade de comemorarem como amantes agora, como namoradas, assim como qualquer outro casal! Comemorem que a sua mãe se permitiu conhecer sua pequena, que os pais dela nunca te excluíram dos eventos da família, que no seu trabalho, na sua casa, no seu bairro, as pessoas te tratam naturalmente, ainda que saibam que você ama outra mulher. Abrace sua querida, ainda que seja recente o namoro, ou abrace mais forte ainda para não largá-la mais, vibrando pelos seus dez anos de divisão da casa, das despesas, dos problemas, dos filhos, da mesma cama, mesmo cobertor, mesma músicas, cinco, dez, vinte, trinta anos compartilhando, dando, escancarando aquele mesmo amor de sempre, cada dia renovado pela confiança e pelo respeito que vocês duas constroem, com tanto zelo, uma pela outra.


MISTURA-FINA

A 12ª edição do Gay Day, promovido pela APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo) foi realizada em Hopi Hari, maior parque temático da América Latina, no dia 9 de junho. A atividade integrou a programação oficial do 16º Mês do Orgulho LGBT de São Paulo e, como de costume, ocorreu na véspera da Parada realizada na Avenida Paulista. O Hopi Hari já recebeu o Gay Day em edições anteriores, sendo a última realizada em 2007. A volta da atividade para o parque foi marcada com uma novidade: simultaneamente, ocorre o Hopi Night, que reúne música eletrônica, performances artísticas e tecnologia. O evento trouxe o tema “Alien Experience”, com a proposta de surpreender os visitantes com um show de projeções visuais e o conceito de proporcionar uma viagem sensorial ao som do DJ Cyborg. “Numa época em que enfrentamos tanta resistência do setor privado para a sensibilização com a nossa causa, a

parceria demonstra que o Hopi Hari tem compromisso com a inclusão no combate à homofobia”, afirmou o presidente da APOGLBT, Fernando Quaresma. Especialmente para a ocasião, o parque, em parceria com a APOGLBT, concedeu desconto no valor do passaporte. Sobre o Gay Day Promovido pela APOGLBT desde 1999


Gay Day Atividade integrou a programação oficial do 16º Mês do Orgulho LGBT de São Paulo e ocorreu no dia 9, véspera da Parada. Foto: Denise Rios

como atividade integrante do Mês do Orgulho LGBT de São Paulo, atualmente é considerado o maior evento LGBT em espaço privado do país, com público estimado em 9 mil pessoas. Surgiu nos moldes de realizações semelhantes que ocorrem anualmente em famosos parques de diversões estrangeiros, como no Walt Disney World (EUA). Apesar de seu caráter celebrativo, o

principal objetivo do Gay Day é promover a autoestima da população LGBT, através do convívio fraterno com os demais públicos do parque, formados em sua maioria por crianças, jovens e famílias. A atividade também serve de alerta para o sofrimento causado pela homofobia na infância e para a necessidade da formação da cidadania pautada no respeito às diversidades.


CAUSA-JUSTA


Prêmio Cidadania em Respeito àDiversidade Ocorreu no último dia 8 de junho, a 12ª edição do Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade, no auditório da Academia Paulista de Letras. A cerimônia promovida pela APOGLBT homenageia personalidades, entidades, autoridades políticas e ações culturais que valorizaram a cidadania e os direitos humanos LGBT em 2011.

Foto: Denise Rios


CAUSA-JUSTA Dentre as categorias, estão: Ação Política, ONG, Direito Civil, Trabalho, Saúde, Esporte, Ação Cultural, Cinema Ficcional, Documentário, TV, Publicidade, Literatura, Artes Cênicas, Internet, Imprensa, Internacional e Especial. Para escolha dos premiados, a APOGLBT fez uma consulta pública através de seu site, entre os meses de fevereiro e março deste ano. A cerimônia fez parte do calendário de atividades do 16º Mês do Orgulho LGBT de São Paulo. O conjunto de manifestações e eventos, cujo tema desta edição foi “Homofobia tem cura: educação e criminalização!”, estava sendo realizado desde maio, na capital paulista. Na ocasião, houve ainda performance ao vivo da cantora Paula Becini e, ao final, o publico confraternizou com os homenageados em um coquetel oferecido pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Confira a relação de premiados do

12º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade em cada categoria: Ação Política Senadora Marta Suplicy Senadora Marinor Brito Deputado Jean Willis Deputada Manuela D’Ávila Deputado Romário ONG Artgay – Articulação Brasileira de Gays Direito Civil STJ – Supremo Tribunal de Justiça Ação Cultural CCJ Drag Contest – Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso Literatura “Viagem Solitária – Memória de um Transexual Trinta anos depois”, de João W. Nery


Documentário “Não gosto dos meninos”, de André Matarazzo e Gustavo Ferri

eventos relacionados à Parada do Orgulho, o Gay Day e a Feira Cultural LGBT, o que culminou na oficialização do calendário do Mês do Orgulho LGBT de São Paulo. Este prêmio significa, antes de tudo, o TV reconhecimento da atuação dos premiados Novela “Insensato Coração”, da TV Globo como sendo de alta representatividade na Especial vida de lésbicas, gays bissexuais, travestis e transexuais. É também um importante Laerte Coutinho/Sonia Cateruni momento de divulgação e valorização A lista completa em www.paradasp.org.br das atividades que contribuíram com o movimento na consolidação do respeito à diversidade, bem como um estímulo às Ontem e hoje práticas socialmente responsáveis. O Prêmio Cidadania em Respeito à Os troféus (no formato de uma mão Diversidade surgiu em 2001, com o fazendo o símbolo de positivo, em objetivo de lembrar e divulgar pessoas, referência ao logotipo da APOGLBT), instituições e os fatos mais significativos desde a primeira versão, foram criados no cenário político, social e cultural e doados para Associação pelo designer para a comunidade LGBT, contribuindo Duílio Ferronato, sendo confeccionados em na promoção dos direitos humanos. Promovido pela APOGLBT, seu surgimento alumínio fundido nas primeiras versões e em resina colorida nos últimos anos. é concomitante com o de outros dois


CONOTAÇÕES SEXUAIS

ESSA TAL DE GEOGRAFIA INEXATA...

FALCÃO, Thulio Escorpiano e nerd. Perdeu os óculos pra Iemanjá, mas continua adorando história, jornalismo, séries de TV e vídeo games. THULIO@revistalabel.com.br

Olha, se tem algo que tem me cansado muito é o povo. Assim, no geral mesmo. Até porque sei que se eu citar Estado, Cidade, Bairro, vão achar que é “frescura” minha. Mas o que dizer quando as redes sociais da internet estão perdendo espaço para as redes geossociais? Muito mais fácil agora com a quantidade de aparelhos com sistema Android ou iPhone vendidos como se estivéssemos comprando pão pra comer com ovo e mortadela. Acho que o maior e melhor exemplo é o Grindr. Um aplicativo simples que usa o gps de seu aparelho para mostrar os homens (disponíveis ou não) mais próximos de você. Ele te dá a opção também de favoritar algum corpo... ops, cara legal ou até mesmo de bloquear alguém. A diferença dele para o Manhunt e diabo a quatro? Nada de foto das suas vergonhas, ninguém precisa ver isso, somente se a conversa for a dois. O Grindr seria uma invenção bem legal, se não fosse os bugs e se não fossem as... pessoas. É, as pessoas, isso mesmo. Em pouco tempo de uso, consegui traçar, mesmo que rápido, um perfil dos homens que se encontram ali. Temos o que mostra o rosto, diz que quer algo sério e já chega logo “Curte o quê?” (sério,

as pessoas precisam melhorar essa pergunta, é muito vaga), ou o que mostra o peitoral e diz que só conversa com gente que tiver foto de rosto no perfil, ou aqueles que não colocam foto, deixam apenas a frase “Sou tão bom que não sei por que estou aqui”. O melhor mesmo é aquele que posta foto da sua barriga gozada, ao menos a intenção dele ali não é ser hipócrita, ele quer sexo. Poderíamos falar de inúmeros outros tipos de perfil, mas não teria graça se, com eles, não comentássemos também da escrita e do “linguajá”. É muita gente estúpida (ok, aqui não estou sendo imparcial de jeito maneira). Pessoas que julgam desde sua foto até o que você “é”, e estão ali cometendo erros (de português ou não) não vistos pelo tamanho gigante do ego por ter um corpo com seis gomos na barriga. O Grindr poderia ser um aplicativo legal. Mas amigos de outras cidades já confirmaram: o cu doce toma conta do aplicativo, as pessoas não são inteligentes (salvo exceções). Então, você tem duas possíveis opções: ou paga pelo aplicativo para bloquear infinitamente as pessoas ou espera que um dia, a beleza de tantos corpos semi-nus coloque a mesa.



MISTURA-FINA

´

rotulos

Começo este texto, propositalmente, fazendo referência ao nome da revista: Rótulo. Sim, porque Label em inglês significa rótulo. Mas por que será que temos a tendência, a mania de rotular as pessoas? Você não faz

isso? Quantas vezes vemos uma mulher, bonita e loira e o primeiro pensamento é: “deve ser burra!?”. Ou vemos um advogado e pensamos: “esse deve mentir é muito!?”. Na verdade, precisamos entender o que acontece

antes desse fenômeno. Segundo a Psicologia Social, nós precisamos fazer esquemas cognitivos, ou seja, representações sociais em nossa mente para orientar nossas informações. Por exemplo, sou apresentado a Patrícia.


Por Luiz Carlos Filho Psicólogo e professor lucafilho@hotmail.com

Logo em seguida, contamme que ela é enfermeira. Em minha mente, já existem esquemas cognitivos e sociais – que estão de acordo com minha cultura e meu conhecimento de mundo – então, eu “enquadro”

Patrícia no bloco, ou na pasta (se quisermos usar a analogia das pastas dos computadores) das enfermeiras. Esse é um processo normal e necessário para o arquivamento das informações em nossa

cabeça. O problema surge quando vemos apenas aquele “esquema cognitivo”. Nesse momento, o tal esquema vira estereótipo e, consequentemente, recebe o nome de rótulo. É quando eu deixo de ver Patrícia pela


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pessoa que ela é, pelo que ela faz. Mas vejo apenas o rótulo de “enfermeira, uma frustrada que não fez medicina” (respeitando as enfermeiras, mas aqui é um exemplo, deixemos isso bem claro!). Então, qual é o mais perigoso: o preconceito ou o estereótipo, a rotulação? Certamente, o preconceito. Pois ele vem carregado de posicionamento emocional. Vemos, infelizmente, na

mídia, inúmeros casos de homofobia (acredito que pior e mais alarmantes são os casos não mostrados, mas continuemos...). São, justamente, ações contra homossexuais pautadas no posicionamento emocional negativo: o preconceito. Se ampliarmos esse pensamento para uma questão mais filosófica, poderemos enxergar que a grande questão envolvida

aí é a lida com o diferente. Sim, porque num mundo heterossexual, onde todos já sabem seus papéis, suas funções, seus lugares, sua tradição, no mínimo, é estranho ter que lidar com o homossexual. E o diferente (aqui em todos os âmbitos, não só na questão da homossexualidade) nos assusta. Porque o diferente nos convoca a repensarmos nossas idéias, convoca a sairmos


da zona de conforto, convoca a lidar com a falta, com o desconhecido. E isso nos amedronta, aterroriza. Sendo assim, qual a solução mais fácil? Jogar o diferente para longe, escantear, denegrir. Só esquecemos que tudo isso ocorre porque somos espelhos uns para os outros.

porque há um pouco dele em mim. E por não querer ver aquilo, não aceitar em mim, é mais fácil renegar aquilo. E, desse modo, eu renego não só aquela característica, mas, a pessoa. Já dizia o psicólogo Carl Jung: “Tudo o que nos irrita nos outros pode nos levar a um entendimento de nós mesmos”.

Dessa maneira, aquilo que mais odeio no outro é

Portanto, o erro está em criar rótulos? Não. O erro

está em ver somente o rótulo, esquecendo de ver a essência. Esquecer que o outro é mais do que um nome, um estereótipo. Ele é mais do que sua dor, sua raiva, seu defeito espelhado nele. Finalizo, com a máxima: “Aquilo que não queremos para nós, não façamos ao outro”. Sendo assim, se não quero ser rotulado, que eu não rotule ninguém!


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Revista Label


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AZEVICHE

E SUA MÚSICA HOMOERÓTICA


Fotos: Luiz do Patrocínio André Almeida O brasiliense Paulo Azeviche, estudante de Comunicação Social na Unicamp, é cantor e compositor. Começou sua carreira em 2010 cantando em uma escola de samba dinamarquesa, em Copenhague, chamada ‘Bafo do Mundo’. Em 2011, a convite de Lohren Beauty, apresentou seu show em eventos afirmativos proporcionados pelos grupos E-jovem e AOSBRADOS em parceria com a Secretaria de Cultura de Campinas, como “Noite Divas” e “Pedalada da diversidade” no centro da cidade.

rg NOME COMPLETO Paulo Azeviche LOCAL DE NASCIMENTO Brasília - DF DATA DE NASCIMENTO 01/11/1989

Qual sua primeira lembrança relacionada à música? (Risos) Quando eu era criança, imitando a Whitney Houston gritando e sustentando “and I” de “I will always love you” na janela do apartamento onde morávamos, no Núcleo Bandeirante, em Brasília. Na frente da janela, tinha um neo-muro de Berlim enorme que não nos deixava ver nada. Imagino que, por causa dele, o prédio inteiro devia me ouvir reverberando Whitney. Desde quando você canta em público? Quando aconteceu sua primeira apresentação? Pelo que me lembro, foi na 5ª série, na feira cultural da escola, em 2001. O tema da minha turma era internet... Compusemos um jingle com a


PAY-PER-VIEW professora, uma espécie de rap infantil, e eu fui lá na frente gritar: “Minha família me persegue, só por causa da internet, segura aí, meu jovem, tu já tá entrando nessa”. Repertório é tudo! É mais fácil ser gay quando se é artista? Não sei. Cantor pra valer, foi só aos 21. Hoje, tenho 22. Antes disso, foi impressionante conviver com a gana da humanidade de pisar e de normatizar. Eu sempre quis ser o que eu queria ser. Estafado, chegou um momento em que, artista ou não, me emancipei. Mesmo sendo à vista, é um preço que se paga a prazo... De onde surgiu a ideia de atrelar a sexualidade diretamente a suas performances? A sexualidade é, ao mesmo tempo, o que temos de mais exuberante e de mais reprimido. “Enquanto os homens exercem seus podres poderes”, me divirto em meu transe, num êxtase! O que você espera do seu público com suas músicas, suas apresentações? Exortar as pessoas em nome da liberdade tanto sexual quanto comportamental, no sentido de, quem sabe, arrefecer estruturas tensas. Este projeto se destina a promover politização e esclarecimento, divertir os antropofágicos remanescentes e – por que não? - iluminar as mentes obscurantistas. A música brasileira está muito careta e desmotivada! Como você analisa o perfil dos artistas homossexuais declarados da atualidade? Adoro todos! Amo quem escolhe ser o São


A mĂşsica brasileira estĂĄ muito careta e desmotivada!


PAY-PER-VIEW Jorge de tantos dragões, não só nesse âmbito, mas em quaisquer outros casos de perseguições. O que é mortificante é termos de agir como se estivéssemos eternamente em “Entradas e Bandeiras”, tendo de colonizar o respeito das pessoas, abrindo caminhos em matagais quase impenetráveis! Chatíssimo ser obrigado a ser professor sobre si mesmo! Já sofreu algum tipo de preconceito pela temática de sua arte? Claro! Já fui vetado em alguns eventos grandes por causa do “queer”, que está contextualizando esse momento da minha carreira, em virtude do disco. No dia em que eu me sentar comportadinho num banquinho ao lado de um cálido violão, quem sabe eles me chamem de volta. Sem concessões! Quem te inspira? Gal e Bethânia são as cantoras da minha vida. Opções de estilo musical à parte, também me fascinam a extensão e a emissão vocais da deusa Rosana, cuja voz é uma peripécia! Ângela Rô Rô é comovente e entregue como ninguém. Dos homens, Milton Nascimento é o cantor


mais fantástico do mundo, “a voz de Deus”, como dizia a Elis. Quais seus projetos atuais e futuros? Em 2011, fui contemplado por um edital do Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo para a gravação de um disco que irá compilar uma série de composições homoeróticas do cancioneiro popular brasileiro. A grande novidade são os compositores Luís Capucho, Marcos Sacramento/Paulo Baiano, Mathilda Kovak. O disco também vai trazer músicas inéditas com letras minhas e melodias dos pianistas Adriano Gorni e Felipe Magaldi. Com o CD pronto: estrada! O que você espera para o Brasil e para os jovens homossexuais de sua geração? Espero que eles tenham condições de se estabelecerem como uma egrégora contundente, onde sua energia, seus pensamentos tidos como fora dos padrões, suas sonoridades e trejeitos encontrem portais abertos para fluírem em nome da liberdade de ser o que se é. Como canta Gal, “amigo é o melhor lugar”.


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Já fui vetado em alguns eventos grandes por causa do “queer”



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A sexualidade ĂŠ, ao mesmo tempo, o que temos de mais exuberante e de mais reprimido


HEY MR. DJ

O QUE É UMA DIVA? Segundo o Aurélio: Diva [Do

it. diva.] Substantivo feminino. 1º. Deusa (q. v.); 2º. Epíteto de cantora, atriz, etc. notável.

Estudante de Letras e DJ GAEL@revistalabel.com.br

E agora? Você está empregando o termo ‘Diva’ corretamente? Diva do pop, do cinema, da TV, da

TOP10

UNO, Gael

Diva é uma redução de divina. Vocábulo que surgiu para denominar as grandes cantoras de ópera ou grandes atrizes que interpretavam notavelmente uma obra clássica. A elas foi atribuído esse epíteto, pois conseguiram fazer da arte lírica, um universo completo e especial, no qual se unificavam a canto, a dança, a parte cênica e a interpretação teatral. Artistas por excelência são as cantoras de ópera.

esquina e vai! De algum tempo pra cá a palavra ‘diva’ tem sido usada de forma indevida e foi jogada no limbo junto com sua companheira ‘celebridade’. Atualmente, como o termo foi difundido, já se admite com óbvias exceções, chamar de Diva, uma cantora que tenha muitos anos de carreira, que também seja atriz, que tenha recebido muitos prêmios durante sua trajetória e que seja competente no que faz. É necessário também ter qualidades pessoais, como: educação, reputação, humildade e, além disso, precisa ser muito admirada pra que a característica ‘notável’ seja resguardada. Então... Sua ‘Diva’ tem essas características?

1. Golden – The Wanted 2. Foll Me – Anya 3. Superstar – Jamelia 4. Mi Amor – Mattyas 5. Schollin’ Life – Beyoncé 6. Show Off (Feat. A.X) – SWW 7. Foolish Game – Ashley de la Rosa 8. History Is Made At Night – Megan Hilty & Will Chase 9. Ex Mai Love – Gabi Amarantos 10. This Love – Sambô



MISTURA-FINA

Por Liliane Paes Barreto liliane@revistalabel.com.br Foto: Denise Rios

Feira Cultural

Uma feira onde acontecem de oficinas de montagem de drag queens e de prevenção a DST/Aids e sexualidade pode ser chamada apenas de uma ‘feira’? Não, não é?! Acontecimento é a melhor definição. Pois foi nesse clima que cerca de 200 mil pessoas passaram pelo Vale do Anhangabaú, em São Paulo, no último 7 de maio e conferiram uma programação regada a muita informação de responsabilidade social e alegria.


Alegria essa que pode ser conferida numa das programações mais diversificadas dos últimos anos. Rap, MPB, samba, funk, electro e tecnobrega fizeram o povão se esbaldar nos ‘closes’ e de quebra conhecer o trabalho de muita gente que luta pelo movimento. Cerca de 20 organizações nãogovernamentais (ONGs), movimentos classistas, entidades beneficentes e instituições religiosas dos mais diversos segmentos, proporcionaram ao público a chance de conhecer as alternativas aos nossos problemas sociais.

graça e rebolado com funks como Solta a Maricona. Lógico que não faltaram os DJs de dance e eletrônica e os esperados, trash e superproduzidos shows de drag queens e transformistas. Dentre todas essas atrações babado que aportaram na 12ª edição da Feira, o exMontage, Daniel Peixoto, voltou com trabalho próprio, misturando seu electrorock ao tecnobrega, numa mistura interessante e antenada com o sucesso do gênero paraense. Junto com a banda Heteros Cearenses, o cantor levou para São Paulo a SHINE PARTY #4 – projeto que faz sucesso nas noites de Fortaleza (CE).

Daniel Peixoto segue com o trabalho de seu álbum solo, Mastigando Humanos. O disco traz referências de diversos ritmos folclóricos, além de electro, funk, forró, macumba e tecnobega, contribuindo para o crescimento do novo pop tropical e chamando a atenção da imprensa internacional – como o jornal britânico The Guardian, que o comparou a David Bowie.

Em três edições da SHINE PARTY, Daniel Peixoto e o Fafi Clube levaram a Fortaleza nomes como o da revelação da música, Gaby Amarantos; o apresentador do GNT Atrações Fashion, Caio Braz; o Até um cover da cantora produtor Jackson Araújo barbadiana, Rihanna, (Tropicanalha-SP) e o estava presente para blogueiro Guto Magalhães animar a multidão com (Neonico). Pela primeira sucessos como “Please, vez em São Paulo, a festa Don’t Stop the Music”. Chegado recentemente mantém o intercâmbio A drag Renata Peron da Europa, onde passou e conta também com o também levou sua alegria com a sua Shine Tour por DJ fortalezense Charl, e samba enquanto a cidades como Amsterdã, residente das edições Mulher Feijoada esbanjou Paris, Bruxelas e Zurique, anteriores.


MISTURA-FINA

Amaior do mundo

A 16º edição da Parada do Orgulho LGBT aconteceu no dia 10 de junho, com o tema: “Homofobia tem cura: Educação e Criminalização! – Preconceito e exclusão fora de cogitação”.

O tema deste ano manifesta a necessidade de inserir as questões de diversidade sexual na educação como forma de combater o preconceito sofrido pelo segmento LGBT. Também faz alusão a necessidade de aprovação do projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/06 – há seis anos em tramitação no Senado – que objetiva a criminalização da homofobia, assim como já está previsto para o racismo e outros crimes de discriminação. A Revista Label passou o dia circulando entre os trios, apurando fatos e fotos para os nossos

leitores. Visando uma maior segurança dos participantes e turistas durante o evento neste ano, a Polícia Militar do Estado de São Paulo, Polícia Civil do Estado de São Paulo e a Guarda Civil Metropolitana utilizaram o Sistema de monitoramento de ruas, avenidas, corredores urbanos para garantir o bem estar e proteção dos participantes durante todo o trajeto da Parada. Logo pela manhã, a organização do evento reuniu jornalistas com autoridades


políticas e líderes do movimento LGBT para falar de mais uma edição do evento, considerado a maior parada gay do mundo. No total, foram 13 trios – 3 trios oficiais, 2 trios da CADS, um de entidade LGBT, 4 trios de entidades sindicais e 4 de empresas. Milhões de pessoas prestigiaram mais uma manifestação contra a homofobia e em defesa da cidadania de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais na Avenida Paulista. Público – Segundo o Datafolha, 270 mil

pessoas participaram do movimento. Este número foi desmentido pela organização do evento, por meio de um comunicado oficial. Por sua vez, a organização não divulgou a quantidade de pessoas. A Revista Label estava presente e garante que é impossível os números do Datafolha estarem corretos. Consultamos a Associação Brasileira de Agências de Viagens de São Paulo (ABAV/SP), que informou para Label, com exclusividade, que apenas os turistas atingiram o número de 500 mil.


MISTURA-FINA

A senadora Marta Suplicy e o presidente da Associação do Orgulho LGBT de São Paulo, Fernando Quaresma



MISTURA-FINA

A drag Greta Star, que fez a leitura da Carta da Associação da Parada LGBT durante a coletiva de imprensa


Manifestante protesta contra o engavetamento da campanha que visa combater homofobia nas escolas


MISTURA-FINA

Drags demonstram do pĂşblico LGBT na


m toda a irreverĂŞncia a Avenida Paulista


MISTURA-FINA

Manifestantes deba gay seguem firme


aixo do bandeirão na animação


MISTURA-FINA

A tribo de punks e skinheads se juntam e pedem o fim da homofobia



MISTURA-FINA

Gogoboys exibem seus corpos esculturais nos trios elĂŠtricos


Multid達o se aglora na Avenida Paulista e estende bandeir達o


MISTURA-FINA

Ciclo de

dramá

Até o dia 29 de junho, ocorre no auditório da Livraria da Vila, unidade Lorena (Alameda Lorena, 1731, Jardim Paulista – próximo à estação Consolação do metrô em São Paulo), o Ciclo de Leituras Dramáticas, trazendo uma temática que propõe discursões acerca da diversidade sexual através de textos contemporâneos e a atuação de jovens nas artes cênicas. Promovida pela Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT), o evento é composto por quatro encontros nos quais serão interpretadas

peças que abordam temáticas como homoafetividade, aceitação e autoestima, identidade de gênero, erotismo, relacionamentos, família, entre outras. Textos assinados por Cássio Pire, Ana Roxo, Zen Salles, Raphael Ramos e Lucianno Maza estão entre as obras. “As Leituras Dramáticas trazem para o mês do orgulho um momento de comunhão com a arte, tendo como principal objetivo, de forma atrativa e sensível, a expansão do debate proposto

Por Deivid Pereira deivid@revistalabel.com.br


e leituras

máticas pela Parada LGBT, que prima pela educação da sociedade para o fim da discriminação e igualdade plena”, diz o ator João Gomes, coordenador da atividade, que ainda complementa: “O teatro sempre foi um espaço aberto à tolerância, para que as pessoas busquem construir suas compreensões de forma ampla e humanizada”. Encontros como esses são importantes para que a sociedade informe-se ainda mais sobre o universo LGBT e faz com que a intolerância

e o preconceito se dissipem trazendo mais informação a população e transformando vidas. Após as leituras, o público é convidado para um bate-papo a fim de comentar sobre os textos, expor suas ideias e trocar experiências. Além do diferencial proposto com a entrada gratuita, podendo fazer uma interação maior entre as pessoas. O Ciclo de Leituras Dramáticas conta ainda com o apoio das Edições GLS (Grupo Editorial Summus) e da On Line Comunicação Visual.


MISTURA-FINA

A hora do debate LGBT Por Denny C창ndido denny@revistalabel.com.br


Nos dias 28, 30 e 31 de maio e 1º de junho, a APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo) promoveu o 10ª Ciclo de Debates. Com entrada gratuita, a atividade complementou a programação oficial do 16º Mês do Orgulho LGBT de São Paulo. Os encontros foram sediados no SESC Consolação com o objetivo de analisar e debater sobre os efeitos da homofobia nos variados setores que formam a sociedade, como o Estado, a família, educação e trabalho. A programação promoveu a reflexão participativa entre movimentos sociais, sociedade civil, autoridades e o público, além de contar com a presença de ativistas e profissionais que são essenciais no atual cenário político,

como Janaína Lima, representante da ANTRA (Associação Nacional de Transgêneros) e membro do CRD (Centro de Referência da Diversidade).

e deputado federal Jean Wyllys, a política parlamentar. Uma das criticas feitas por Wyllys foi às bancadas fundamentalistas do Congresso. Ele iniciou desafiando os participantes Também estava a pensarem em presente o membro quais poderiam ser da Coordenadoria de as estratégias de Assuntos da Diversidade seduzir um número maior de pessoas nas Sexual (CADS) da Prefeitura de São Paulo, atividades que têm do Centro de Combate caráter mais político à Homofobia (CCH) e do do que reivindicatório Grupo de Advogados no Mês do Orgulho pela Diversidade LGBT. “Esse é um Sexual (GADVS), Paulo desafio que não é só da Lotti; e Bruna Irineu, Associação da Parada pesquisadora do e dos associados, mas Núcleo de Pesquisas de todos nós ativistas. em Sexualidade, que Coloco-me à disposição, ministrou palestra como parlamentar sobre “O espaço de que represento inclusão? Educação sem essa comunidade no homofobia!”. Congresso Nacional, a pensar soluções para O ciclo de debates atrair mais pessoas a encerrou com o discutir esses assuntos coordenador da Frente ligados a favor da Parlamentar Mista comunidade gay”, disse. pela Cidadania LGBT


CAPA

Há 1 ano mostrando que o arco-íris vale mais que o pote de ouro Por Liliane Paes Barreto liliane@revistalabel.com.br É com grande satisfação que relembramos todas as edições que a Revista Label publicou neste seu primeiro ano. E esperamos que essa data repita-se por muitos outros, porque o que vale a pena mesmo é fazer jus ao nosso lema, ‘Conteúdo é o básico’, e levarmos tudo além do básico a vocês. Deliciem-se...


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CAPA

#01 A ansiedade da estreia. Ansiedade esta reciclada em um trabalho frenético para dar ao nosso leitor matérias de qualidade logo na primeira edição. A de capa trouxe o tabu que é a ‘saída do armário’. E claro que para esclarecer a confusão de letras em torno da sigla que representa o movimento homossexual, a Label explicou tim tim por tim tim todas as mudanças. Nossa entrevistada não poderia ser mais raiz pernambucana do que Gerlane Lops, que é uma delícia de pessoa. A edição ainda tem uma matéria sobre o Instituto Papai, que luta pelo direito dos gays.

#02 A segunda edição veio mais babadeira que a primeira. Já na reportagem de capa abordamos um assunto polêmico no mundo homossexual: a bissexualidade. Além disso, o entrevistado, Arthuro Cavalli falou sobre sua carreira e as mudanças na sua vida. Falando em política, nessa edição há uma matéria sobre a decisão do STF do reconhecimento da união estável homoafetiva. A Label também levou até você uma matéria sobre o cinema homossexual brasileiro. E foi a vez da seção Causa-justa trazer tudo sobre o projeto #EUSOUGAY.

#03 A Label #3 trouxe duas capas. A primeira foi sobre a relação do homossexual com o pai, já que neste mês comemorávamos o dia deles. Já a segunda estampou o entrevistado do mês, o pernambucano, Johnny Hooker, vencedor do Geleia do Rock (Multishow), que falou sobre carreira, sexualidade e direito dos homossexuais. Sem esquecer uma singela homenagem a nossa diva Amy Winehouse que neste mesmo mês foi encontrada morta em sua casa.


#04 É mês de Parada da Diversidade de Pernambuco e a Label fez a maior cobertura jornalística e um ensaio de fotos babado para vocês, lembram? A capa falou sobre bullying contra homossexuais. E o entrevistado? Jorge Berilo, fotográfo paulista que declara preferência em trabalhar com gays. Já a Causa-justa nos apresentou o “Projeto Purpurina”, que reaproxima pais e filhos homossexuais, uma boa iniciativa sem dúvidas.

#05

Estreamos um projeto gráfico que os leitores receberam de braços abertos. Na capa, falamos sobre as redes sociais voltadas para o público gay. Como outubro é o mês das crianças, vários leitores deram seu depoimento sobre a sua infância. Sem esquecer que, enfim, o Rock In Rio voltou para casa e nos brindou com shows memoráveis, tudo isso devidamente registrado pela Label e a cobertura em tempo real pelas redes sociais com a hastag #LabelnoRock. O movimento global por direitos LGBT, o AllOut.org, lança a campanha ‘Mães pela Igualdade’ no Brasil e a seção Causa-justa não pode deixar de apresentar o projeto a você.

#06 30 anos desde a descoberta da AIDS foi a capa da Label, que fez uma reportagem sobre a imunodeficiência. Nesta edição, você confere a matéria sobre os Jogos Nacionais da Diversidade inspirada no sucesso que foi o time de vôlei do personagem de Marcelo Serrado em Fina Estampa, o Crô. Com a turnê ‘Feme Fatale’, a Britney veio ao Brasil e nós apresentamos a nossa cópia, a Thammy Spears numa entrevista especialíssima.


CAPA

#07 Fim de ano é a hora de revermos tudo o que rolou ao longo dos 12 meses. A Label não pode deixar de lado essa ‘tradição’, mas fez de seu jeito. Selecionamos os ‘Melhores do Ano’ em várias categorias, lembrando de todos os babados marcantes do ano. E nada melhor do que uma matéria sobre Gramado, que fica lindona no período natalino. Presente de Natal mesmo foi a entrevista com as meninas do Dedilhadas Vlog.

#08 Ano Novo, Label novíssima! Por isso a nossa capa, ‘Quase Virgem’, aborda o fato de homossexuais não terem relações heterossexuais antes de descobrir-se homo. Para nossas amigas, trazemos um pequeno guia, quase um ‘abre o olho’, sobre como conquistar uma mulher. Sem esquecer o editorial fotográfico com todos os gatos da Fórmula 1, isso mesmo quem disse que esse esporte é só para héteros? Nós provamos que não!

#09 “Quando fevereiro chegar, saudade já não mata a gente...” E ele chegou com TUDOOO na Label. Rio de Janeiro, Recife e Olinda estampados nas páginas multicoloridas, cheias de glamour da Label #9. Um ensaio fotográfico com Iggo Expinelli vestido de mulher e pisando de salto na cara da sociedade. Além disso, apresentamos Oh! Linda, o primeiro palhaço gay do Brasil, em entrevista exclusiva a nossa Label.


#10 É deeeez! É tão dez que a matéria de capa arrasou em repercussão por tratar de um assunto que divide opiniões: o sexo Bareback. Para apimentar ainda mais a edição, a matéria ‘É permitido trair’ traz dicas de precauções para não ser descoberto! E para homenagear o Dia das Mulheres, a fofa e gatona da Fabianna Mello, nossa transex pernambucana conta TUDO em entrevista e mostra o corpão em editorial fotográfico. Ainda na linha da homenagem, a amizade entre gays e mulheres heteros está descrita nas linhas da matéria ‘Amizade Colorida’.

#11 Como se comportar no mundo corporativo sem esquecerse do mundo gay? A reportagem capa da nossa 11ª edição, ‘Homossexualidade no corporativo’, traz a relatos dessa relação tênue entre homossexualidade X trabalho. A edição traz ainda uma cobertura especial sobre a Convenção Anual Global da Assossiação Internacional de Turismo Gay e Lésbico (IGLTA) realizada pela primeira vez na América Latina. A arte de se jogar na pista e desenvolver as coreografias e os carões das nossas divas estão presentes na ‘Faz carão e rebola’.

#12 ‘Golpe baixo’ assim está estampado na capa da nossa 12ª edição e assim somos nocauteados no recheio da revista. Em uma parceira ousada e pra lá de bafônica com o Studio 3/1, você pode babar, literalmente, com o ensaio fotográfico temático sobre esportes linkado com a reportagem ‘Preconceito disfarçado’ que traz à tona a homossexualidade no esporte. E todo mundo viu e saiu contando sobre a nossa entrevistada, Scarleth Sangalo, a drag cover oficial da nossa musa, Ivetão.


FATO-ATIVO

LÉSBICA

A atriz Vera Fischer está de volta ao trabalho. Além de começar a gravar no próximo mês a novela “Salve Jorge”, ela estará em breve na peça “As Lágrimas Amargas de Petra von Kant’, clássico já estrelado por Fernanda Montenegro nos anos 80. Na história, Vera fará uma figurinista de alta-costura que será esmagada por uma paixão não correspondida. Em uma das cenas, Vera trocará um beijo lésbico. As informações são do jornal “Diário de S. Paulo”. A atriz Luiza Mariani, que esteve em “Cobras e Lagartos”, está cotada para ser a parceira de Vera nos palcos.

SEX AND THE CITY

Ela sempre será lembrada como a personagem Miranda, da série “Sex and the City”. A atriz Cynthia Nixon viveu as aventuras da personagem durante seis temporadas ao lado das atrizes Sarah Jessica Parker, Kim Cattral e Kristin Davis. Mas, se você achava que ela seria notícia por alguma coisa atrelada ao seriado, enganou-se redondamente. Na verdade, ela casou com a companheira, Christine Marinoni, no final de Maio, em Nova York. As duas ficaram noivas em 2009 e há oito anos estão juntas. Antes de Christine, Cynthia foi casada com o fotógrafo Danny Mozes, com quem tem dois filhos: uma menina de 15 anos e um menino de 9. Além deles, ela e a companheira têm um bebê de um ano.

CRIMINALIZAÇÃO

A comissão de juristas do Senado aprovou uma proposta para criminalizar a prática do bullying, o crime fará parte do anteprojeto de lei “intimidação vexatória”. A pena pode ser de 1 a 4 anos de prisão. A prática é enquadrada como crime quem “intimidar, constranger, ameaçar, assediar sexualmente, ofender, castigar, agredir ou segregar” criança ou adolescente “valendo-se de pretensa situação de superioridade”. O bullying pode ser realizado por qualquer meio, até os cometidos pela internet são considerados. Caso o autor do crime seja menor de idade, a condenação será cumprida com uma medida socioeducativa.


SEM LIMITE

Um outdoor da empresa INSPEC Vistorias para Transferência de Veículos causou polêmica no interior de São Paulo. A peça publicitária faz uma alusão a uma travesti. A imagem de uma figura feminina é acompanhada da frase: “Carlão, 28 anos, zagueiro, adora jogar futebol”. E ao lado segue “A lataria é ótima, mas o chassi pode estar adulterado. Faça sempre vistoria veicular”. A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), ficou indignada com o outdoor, já que considerou uma incitação ao preconceito contra a população de travestis. A ABGLT enviou ofício a Zumba Propaganda, agência que criou a peça, pedindo a retirada do outdoor e uma mediação no devido caso de constrangimento público.

RESPEITO

No universo LGBT, o Brasil ocupa posição de destaque. O Relatório da Associação Internacional de Lésbicas e Gays (Ilga, na sigla em inglês) “pinta” o território nacional com as mesmas cores daqueles países que mais respeitam os gays. Após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reconhecer a união homoafetiva como entidade familiar, em maio de 2011, reposicionou o Brasil no mapa publicado pela Ilga em maio deste ano. Com base na Constituição Federal de 1988 e numa decisão unânime, os ministros estenderam aos homossexuais os mesmos direitos garantidos aos casais heterossexuais.

ANONIMATO

Em entrevista ao programa “De frente com Gabi” do SBT, as irmãs Pepê e Neném, que fizeram sucesso no fim dos anos 90 com o hit “Mania de Você”, contaram que são lésbicas. “Somos homossexuais desde criança. As duas. Eu com dez anos de idade me apaixonei por uma menina”, revelou Neném. “Nunca namoramos um homem”, completou a irmã Pepê. Na conversa, Pepê fez questão de deixar claro que nunca tinha ficado com nenhuma fã: “Nunca passamos do limite, nunca paqueramos filha de empresário e nunca ficamos com fã. Nunca. Antes de qualquer coisa, somos profissionais”. Contando que atualmente enfrentam alguns problemas financeiros e moram de aluguel, as irmãs confessaram que se deslumbraram no início da carreira. “Ficamos deslumbradas. Saíamos com dinheiro no bolso e esbanjávamos”, contou Nenê completando que também foram passadas para trás pelo empresário. “Ele passava pra gente que o nosso show custava 15 mil e na verdade era 30 mil”.


FATO-ATIVO

NADA DE SOMBRA E ÁGUA FRESCA

O Clube Metrópole fez uma parceria com a Empetur para criar um fim de semana gay em Fernando de Noronha. A ideia de unir a vontade de conhecer o belo arquipélago com uma programação de festas parece que forma um fim de semana perfeito. Para melhorar tudo, a união do poder público com empresas do setor LGBT é sempre bem vinda. O primeiro fim de semana gay de Noronha ganhou o nome de “Esquenta MDNA 2012 Word Tour”, vai ser o primeiro de outros previstos para acontecer tanto em Fernando de Noronha quanto em outros paraísos do Estado (Carneiros, Porto de Galinhas, Calhetas, Tamandaré etc). O evento de Fernando de Noronha acontecerá entre os dias 17 e 19 de agosto. A programação conta com um luau, uma festa e passeios pela Ilha.

Sugestão de fotos e notas: contato@revistalabel.com.br


SEM EQUÊ

OS PRIMÓRDIOS DO MOVIMENTO

MACEDO, Lindsay Travesti, reside na cidade do Recife e tem muitas histórias para contar LINDSAY@revistalabel.com.br

Pois não, em que posso ajudá-los? Olha “ela” fazendo à recepcionista! Aê meus amores, eu estou bem, é o que importa. Ansiosa porque já começou a temporada das paradas “LGBTZXVUWKJ” (sim, porque já mudou tanto que qualquer letra que eu coloque vai dar no mesmo). Não sei se vocês sabem, mas eu que inventei essas paradas. Começou aqui no meu bairro, quando eu ainda era menina sonhadora, ainda usava tranças. Estava eu, sensual como sempre, na parada de ônibus (ponto de ônibus no Sul, mas aqui no Recife é parada mesmo!) num domingo pela manhã, quando comecei a me sentir mal. O fato foi que dias antes uma amiga, “cirurgiã caseira”, tinha aplicado uns hormônios em mim e acabou que tive uma daquelas reações adversas. Continuando, eu na parada fiquei parada devido a tal reação, simplesmente a bicha aqui ficou dura e torta no sol. O boato subiu as ladeiras do meu bairro, aos quatro cantos se ouvia que tinha um gay parado na parada. É aquela velha brincadeira de telefone sem fio, aonde as coisas vão mudando de boca em boca e por fim, o gay na parada ficou a Parada Gay. Eu, como fundadora da parada, gostaria que as coisas fossem diferentes. Mas confesso que já saí muito de topless, calcinha enfiada no rego, toda lambuzada na areia prateada balançando o peitão, pedindo respeito e igualdade. Hoje, fina e europeia, vejo que meus atos eram de pura baixaria (não que eu não goste da baixaria, amo, mas tudo na sua hora). Esse ano me autonomeei Fiscal da Moral e dos Bons Costumes da Parada Gay, em outras palavras, sairei com um cabo de aço dando chicotada nas travas que colocarem os peitos pra fora. Onde está

Esta coluna é escrita por Luciano Rundrox

o bom gosto desse povo? Eu fico me perguntando de onde saem tantas bichas que eu nunca vi na vida. Parece que elas saem dos bueiros, tem umas que parecem que vieram diretamente do clipe Thriller, do Michael Jackson. É um desfile de coisa feia, umas que nem os cantinhos fazem pra sair de biquíni, outras com a bunda cheia de marca de ferida, tem umas que coçam tanto a virilha que chega a sair uma poeira preta. Ainda tem aquelas metidas a drags com cabelo de nylon. Ano passado, eu já muito puta da vida, encostei meu cigarro no cabelo de uma, a chama subiu, a bicha saiu louca gritando atrás de água. Eu muito caridosa, joguei um copo de água ardente em cima par atiçar o jogo. Por fim, ela se jogou na areia da praia e saiu se embolando pra apagar o fogo, voltou que parecia um kibe do inferno, toda queimada e empanada. Ainda não sei se esse ano vou iluminar a multidão pederástica com minha presença nas paradas. Agora que estou famosa, quer dizer, um pouco mais famosa, graças a Revista Label, tenho medo de ser assediada. Sei me defender, já deixei claro, mas no posto de top celebridade virtual, tenho que ser simpática com todos. Aturar sapatão jogando cerveja pro alto, cafuçu querendo colar em mim em troca de uma carteira de cigarro e bichinha nova tipo pão com ovo querendo ser top sei lá o que. É isso, deixo avisado a todos, se me virem na parada, não dou autografo! Só tiro foto e mesmo assim com um palmo de distância (medo de pano banco, virar uma mortadela não é meu objetivo). Não tenha medo, pode falar comigo nas paradas, porque se não, comando um tsunami da travesti pra cima de você.


JANELA ABERTA

CDs NO MIUDINHO Com um recado direto, a filha de Martinho da Vila batizou o novo álbum, produzido por Djavan, que tem tudo: pop, rock, balada e até um pouquinho de samba. Ser sambista é legal, mas é só uma das partes. Por que ficar só nisso?”, pergunta ela, que desta vez gravou compositores como Caetano Veloso, Nando Reis, Marisa Monte e Adriana Calcanhotto.

BABY, BABY, OOH Believe é o terceiro álbum de estúdio gravado pelo canadense Justin Bieber, lançado pela Island Records (Universal Music Group). Com 18 anos de idade, o ídolo adolescente tenta agora passar para idade adulta com “Believe” (Island Records/ Universal), um álbum com sons urbanos destinado tanto para o público de boates quanto para as jovens admiradoras do ídolo.

JAZZ A cantora americana Norah Jones apresentou aos fãs seu novo álbum “Little Broken Hearts”, um trabalho que aposta em uma nova sonoridade e não tem “nada a ver” com seu primeiro disco, “Come Away With Me”, lançado há dez anos. O novo álbum de Norah Jones é tido como o mais pop de sua carreira, mas a artista, contrariando a classificação da indústria musical, nega que seu primeiro disco - que alcançou mais de 22 milhões de cópias vendidas - tenha sido “verdadeiramente jazz”.


LIVROS ELAS... Este livro destrincha as ideias preconcebidas sobre lesbianismo que circulam em nossa cultura e as comenta à luz de informações recentes e objetivas. Os temas vão de preconceitos sobre identidade, até concepções sociais. A autora aborda ainda a mistura de conceitos populares errôneos, as causas para que tenham se difundido, exemplos históricos e o que se sabe hoje a respeito do lesbianismo.

DIVA LITERÁRIA

ROMANCE

Camaleônica. Iconoclasta. Combativa. Irreverente. Underground. Esses são alguns dos inúmeros adjetivos que servem para descrever Claudia Wonder, diva da comunidade LGBT e uma de suas maiores defensoras. Nesta coletânea de artigos, Claudia descortina o universo trans e mostra que encarar a diversidade é a única forma de superar o preconceito.

Fernanda é uma menina bem paulistana: faz cursinho, quer entrar na USP, tem muitos amigos. Sai bastante, aproveita a cultura da cidade e gosta de poesia. Tudo vai bem até conhecer Marisa, uma colega que a deixa confusa e perturbada. Que sentimentos são esses que a deixam gelada por dentro? O que fazer com a vontade de beijar a amiga? Como lidar com esse amor tão inesperado?


PONTO-A-PONTO

A parada do turismo


o

A Associação Brasileira de Agências de Viagens de São Paulo (Abav/SP) declarou que mais de 500 mil turistas, 23% a mais em relação ao ano passado, desembarcaram na cidade para acompanhar a Parada da Diversidade, realizada no último domingo, 10 de junho, na Avenida Paulista. Ainda de acordo com a entidade, a Parada LGBT promovida pelos paulistas, considerada a maior do mundo pelo Guiness Book, é o evento que mais atrai turistas para a capital durante todo o ano. “Apesar de termos recebido muitos turistas desde 8 de maio, data em que começou oficialmente o 16ª Mês LGBT de São Paulo, a venda de pacotes de viagens e a ocupação hoteleira sentiram o impacto positivo no final de semana em que aconteceu a Parada. Neste ano, o feriado consistiu em verdadeiro fator propulsor para o incremento de 25% de turistas”, afirma William Périco, presidente da Abav/ SP.


PONTO-A-PONTO

Ainda de acordo com a associação, os turistas deixaram no comércio local algo em torno de R$ 200 milhões. “Os bares, hotéis, festas e estabelecimentos em geral que possuem o selo gay friendly ficaram com a maior fatia do bolo, por terem profissionais mais capacitados para receber este público, que

ultrapassa os gastos dos heterossexuais e é mais exigente”, avalia Périco. A Abav/SP também fez um levantamento de onde vem a maior parte desses turistas. Segundo a entidade, Rio de Janeiro, Florianópolis, Porto Alegre e Belo Horizonte são as capitais que mais

enviaram visitantes a São Paulo. “Essas cidades são conhecidas por terem um grande número de gays, segundo último levantamento do IBGE, e suas localizações geográficas facilitam a entrada na capital paulista”, conclui Périco.



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