Bebes Roqueiros

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~ Emmie ~ Depois dos pesadelos de nossas infâncias, meus rapazes e eu finalmente encontramos a felicidade que merecemos. Shane vai se casar, Drake e Jesse vão ser pais, e eu estou fazendo a minha própria carreira com o incentivo de Nik. Levou uma vida, mas finalmente seguimos em frente... Eu deveria ter pensado melhor antes de pensar que a vida seria simples de agora em diante. Eu sabia por experiência que logo quando você se sente contente e confortável aquelas vadias do Destino lançam uma bola curva na mistura. Eu não estava esperando a tragédia que estamos encarando. Eu sou a forte, a que ajuda os outros nos tempos difíceis, mas eu não sei o quão forte eu posso ser para eles nisso...



Terri Anne Browning The Rocker #6

Outros livros da sĂŠrie: The Rocker That Holds Me The Rocker That Savors Me The Rocker That Needs Me The Rocker That Loves Me The Rocker That Holds Her


Playlist John Legend “All of Me” American Authors “Best Day of My Life” Beth Crowley “Warrior” Christina Perri “Human” Starset “My Demons” The Script “I’m Yours” Evanescence “Lost In Paradise” Pearl Jam “Sirens” Burnos “Octane” The Fray “Love Don’t Die” Shinedown “Miracle”


Capítulo 1 Emmie Eu acho que eu realmente ensinei a Shane — e, portanto ao resto dos meus rapazes — uma lição quando ele tentou fazer uma despedida de solteiro para Drake há quase dois anos atrás. Então eu não tinha mais ninguém para culpar além de mim mesma. Fiquei tentando me lembrar disso enquanto eu empurrava o carrinho vazio de Mia pelo parque de diversões. Porra, por que estava tão quente? Claro, eu estava lidando com isso melhor do que a minha melhor amiga grávida caminhando — balançando, na verdade — ao meu lado. Layla estava grávida de sete meses de gêmeos. Mesmo na ligeira frieza climática que normalmente se instalava em Outubro na Califórnia, ela estava suando e sugando seu suco gelado de cereja como se estivesse morrendo de sede. Eu não estava certa se era por causa do calor ou porque ela ficou viciada nessas malditas coisas desde que seus

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desejos de grávida começaram a aparecer a alguns meses atrás. Arrastando atrás de mim estava uma Lana igualmente grávida, que em comparação com sua irmã mais velha parecia normal,

calma

e

radiante

com

sua

barriguinha

fofa

arredondada. Seus longos cabelos negros estavam brilhantes, a pele impecável e resplandecente, os olhos dela como um mel de ouro, brilhantes com toda a felicidade que parecia incendiar para fora deles. Eu queria odiá-la por parecer tão bonita quando ela deveria estar tão miserável como sua irmã estava agora, mas eu não podia. Eu amava Lana ferozmente e nunca deixaria minha teimosia ficar entre nós novamente. Voltei a olhar para Lana, e para o homem segurando a mão

dela

enquanto

caminhavam

lentamente

atrás

de

mim. Drake parecia um pouco aborrecido, mas ele estava sorrindo para o que quer que sua esposa grávida estivesse murmurando enquanto ela apontava para um grupo de pessoas em pé na fila para tirar fotos com Shrek e Fiona. Eles pareciam bem juntos, mais felizes do que eu normalmente eram. Mesmo tão miserável como eu estava me sentindo agora, ver Drake tão feliz me fez sorrir. Eu virei meus olhos para os dois homens em pé na minha frente. Jesse estava vestindo uma camiseta que Layla tinha comprado na nossa maratona de compras pela Universal na noite anterior. Uma camisa do Shrek que dizia, “Só um outro cara sexy” em verde. Ao lado dele andava sua filha adotiva, Lucy, que estava tomando picolé em formato do Bob

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Esponja. Lucy segurava na mão de seu pai enquanto eles abriam caminho em direção a um dos passeios que ela só tinha hoje para aproveitar, porque iriamos voltar para casa de manhã. Era Nik, no entanto, de quem os meus olhos não podiam se afastar. Em seu par de jeans favoritos que eu tinha comprado há cinco anos atrás que se soltava baixo em seus quadris e uma camiseta cinza clara que se estendia sobre o peito dele me deixava com água na boca. Caramba, meu marido parecia delicioso. — Esse é um bom picolé, Mia? — perguntou Nik e eu tive que morder o lábio para não rir. Ele estava carregando Mia em seus ombros. O picolé de arco-íris de nossa filha estava derretendo porque ela estava mais interessada em observar a tudo ao seu redor do que realmente comer o deleite fresco e doce que seu tio Jesse tinha comprado para ela. Nik tinha gel doce açucarado em seu cabelo como cortesia do picolé. — É gostoso, papai. — Mia garantiu a seu pai quando ela deu uma pequena lambida antes de voltar sua atenção para o que parecia um vendedor que vendia chapéus do Meu Malvado Favorito. Ela já tinha três, um dos quais estava atualmente em sua cabeça ruiva em uma posição tão precária que era uma maravilha que ainda permanecia lá. — Eu tenho que fazer xixi... mais uma vez. — Layla murmurou enquanto olhava em volta procurando por alguma placa indicando onde o banheiro mais próximo ficava.

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— Estamos perto de um banheiro. — Harper garantiu enquanto ela e Shane apareciam do lado de Drake com uma nova garrafa de água para mim. Parei para tomar um gole de água fria, sentindo meu estômago se agitar pela centésima vez na última hora. Era minha culpa, eu ficava me lembrando. Meus garotos tinham aprendido através de Shane que despedidas de solteiro é um grande NÃO para suas mulheres. Eu tinha forçado isso em suas cabeças com o jeito como eu tinha ajudado Harper e Lana quando Shane tinha decidido dar uma festa — surpresa — para Drake logo antes de ele ter se casado com Lana. Então, o que Harper e Shane decidiram fazer quando chegou a hora de comemorar o casamento deles? Três dias na Universal Studios. Três. Malditos. Dias. Eu estava cansada de ver Shrek e sua turma. Ontem à noite, enquanto visitávamos a Universal Studios com as criaturas das Noites de Horror de Halloween andando pelas ruas, eu até tinha vomitado em um zumbi de The Walking Dead quando ele tentou me assustar. Ok, então era algo que eu tinha pego, mas me fez sentir um pouco melhor culpar o parque temático e os muitos personagens que estavam lá com eles.

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— Olha, Layla! — A voz animada de Lucy chamava sua irmã / mãe adotiva. Layla sorriu para a criança de nove anos de idade, apesar de, obviamente, estar muito desconfortável. — Você e o papai podem ir, querida. Jesse lhe lançou um olhar de preocupação, mas ela acenou para ele enquanto Lucy o puxava para o passeio. — Eu estou bem, Jess. Leve-a. — Baby, eu vou levar Mia neste. — Nik me chamando. Engoli minha náusea e assenti. — Okay. Amo você. — Olhei para Mia, oferecendo-lhe um sorriso. Quando meu bebê de boca roxa sorriu de volta, eu assoprei um beijo para ela. — Amo você, Mia. — Eu te amo mais, mamãe. Meu coração derreteu enquanto eu observava minhas duas pessoas favoritas no planeta se afastarem. Era difícil compreender que ambos eram meus... Logo que eles estavam fora de vista, o meu sorriso desapareceu e eu inclinei minha cabeça para baixo enquanto eu lutava contra outra onda de náusea. O suor escorria na minha testa pelo meu lábio superior. Graças aos deuses nós iriamos voltar para casa pela manhã. — Ok, é isso. — Olhei para Layla. Ela tinha uma mão sobre um de seus quadris curvilíneos e um olhar teimoso em

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seu lindo rosto. — Você vai voltar para o hotel. Você mal consegue manter a água. Eu fiz uma careta, tentando colocar minha expressão de jogo no rosto. Eu poderia lidar com um pouco de náuseas por mais algumas horas. — Estou bem. Harper se aproximou ao lado de Layla, e Lana veio flanquear o outro lado. Eu suspirei mentalmente, sabendo que minhas meninas estavam se agrupando em volta de mim. — Você está pálida e derramando suor. — Lana me disse. — Não está tão quente aqui, Em. Meus olhos foram para Layla, que estava corada do calor. — Layla vai discordar. — Layla está grávida de sete meses de gêmeos gigantes. — Harper argumentou. — Ela estaria quente até mesmo no Polo Norte. Você está doente, Em. Aquele vírus que estava se alastrando na pré-escola de Mia está acabando com você. — Eu vou ficar bem. — Olhei para trás das cabeças das minhas meninas para dois dos meus caras que estavam atrás delas. Drake e Shane usavam expressões similares de preocupação misturadas com determinação. — Diga a eles que eu vou ficar bem. — A última vez que vi você tão doente, você foi parar no hospital. — Os olhos de Drake pareciam assombrados quando ele se lembrou daquela noite assustadora quando Axton Cage teve que me levar ao hospital depois de eu ter desmaiado.

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— Ouça-os, Em. — Shane insistiu. Quando eu permaneci em silêncio, teimosamente querendo manter minha palavra, ele jogou pesado. — O casamento é em dois dias. Você não quer perdê-lo se piorar. Mordi o lábio. Eu não podia perder o casamento de Shane. O único dia que eu pensei que nunca aconteceria estava a 48 horas de distância. Eu nunca me perdoaria se eu não fosse capaz de cuidar de todas as coisas de última hora que eu sabia que iriam precisar da minha atenção se eu ainda estiver doente — ou pior. Meus ombros caíram quando eu cedi. — Tudo bem... — Vamos. Eu vou voltar com você. — Layla ofereceu, tomando outro gole de sua bebida fresca com seu canudo. — Meus pés estão latejando. — Eu quero dizer a Nik que estou indo. — Eu queria ver o rosto de Mia quando ela descesse do passeio. Ela sempre ficava animada em me ver quando ela saia de um das voltas nos brinquedos. Harper e Lana gentilmente me empurraram em direção à saída do parque. — Nós podemos cuidar de Nik. E de Mia. Harper levantou a câmera, algo que parecia ser um outro apêndice dela. — Eu até mesmo vou tirar uma centena de fotos para você. Você não vai perder nada. Enquanto eu apoiei meus pés em cima da mesa de café mais próxima, deixei escapar um suspiro de alívio e inclinei a

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cabeça para trás contra o encosto do sofá. Assim que eu fechei os olhos, ouvi Emmie vomitando no banheiro do corredor. A pobre Em tinha pego esse vírus horrível que estava se alastrando pela escola de Mia. Tanto Mia e Nik tinham tido apenas uma semana antes, mas tinha levado mais tempo para Em. O vírus provavelmente tinha tido muito medo de infectar aquela cabeça quente e esperou até que ela virasse as costas antes de invadir e conquistar. — Ela ainda está vomitando? Eu abri meus olhos para encontrar Natalie, a irmã de Shane

e

Drake,

saindo

de

um

dos

quartos

para

o

corredor. Quando eu tinha encontrado pela primeira vez está menina — a quem eu considerava como uma grande cunhada, como Emmie e Harper — Eu sabia que ela iria tornar a vida mais interessante. Ela parecia tanto com Drake e Shane, que eram a versão de machos bonitos, e Natalie era Linda De Morrer. Sério, ninguém tinha o direito de parecer tão bonita. Natalie havia se tornado assistente de Emmie a mais de um ano atrás. Desde que Emmie tinha assumido como gerente dos Demon’s Wings, Natalie havia se tornado uma dádiva de Deus, especialmente com Drake na Costa Leste para o America’s Rocker por pelo menos três meses do ano. Eu esperava que Emmie fosse contratar pelo menos mais um assistente para tirar mais um pouco do estresse de seus ombros, mas Em sendo Em, eu sabia que ela ia fazer tudo sozinha quer ela contratasse outra pessoa ou não.

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— Yeah. Nós tivemos que fazê-la voltar e descansar. — disse ela. — Eu espero que ela não vá sair com a gente hoje à noite. Aquele zumbi quase enlouqueceu quando ela jogou seus biscoitos nele na noite passada. — Um sorriso brincou nos lábios de Natalie quando ela caiu ao meu lado, colocando seus pés debaixo dela enquanto ela se virava para mim. — Eu pensei que Jesse iria estourar um intestino de tanto rir. — Eu gostaria de ter estado lá. — Lana e eu não tínhamos sido capazes de ir com eles nas duas últimas noites. As noites de terror de Halloween da Universal Studios não era exatamente lugar para uma mulher grávida. Lana ficou chateada quando descobriu que ela e Drake não iriam se juntar a todos os outros nas noites de susto de diversão. Ela adorava filmes de terror. — Você não perdeu muito. — Natalie me garantiu, empurrando seu cabelo escuro para trás de seu rosto. — Axton bebeu demais e, claro, Linc estava procurando por aí. Queria que Dallas tivesse sido capaz de chegar mais cedo. Sinto falta daquela cadela. Um sorriso dividiu meu rosto só de pensar em Dallas Bradshaw. Aquela garota era um inferno sobre rodas que eu tinha recebido em nossa família estranha de braços abertos quando Lana estava morando com ela e Harper em Nova York. Era para Dallas se juntar a nós hoje e sair com os caras à noite, mas tínhamos perdido ela ao longo dos últimos dois

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dias. A garota tinha estado muito ocupada ao longo dos últimos dois anos com a escola de enfermagem e raramente tinha sido vista durante esse tempo. Mas agora ela estava formada e era capaz de respirar novamente após o estresse da prestigiada escola de enfermagem ficar atrás dela. Natalie e Linc tinham voado alguns dias antes para que eles pudessem se divertir com a gente na Universal Studios, deixando sua companheira de quarto para chegar hoje, já que ela estava trabalhando no plantão médico mais movimentado de toda a Nova York até o fim do ano. — Eu tenho certeza que a diversão só vai começar depois que Dallas chegar aqui. — disse Natalie com uma piscadela. — Você sabe disso. — Quando os sons de vomito de Emmie se tornaram suspiros, Natalie levantou para ir ver como ela estava. — Em, isto não é bom. — Estou bem. — ela chamou fracamente através da porta. — Só me dê alguns limões. Isso sempre ajuda. Sim, esses limões ajudavam. Eles tinham me ajudado a atravessar o pior dos meus enjoos matinais. Algumas manhãs eu não tinha conseguido nem mesmo sair da cama até que eu chupasse um limão... Engoli

em

seco

e

levantei

com

um

pouco

de

dificuldade. Oh. Merda. — Em! — Exclamei.

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Algo em minha voz deve ter assustado Emmie porque ela correu para fora do banheiro, e eu corri em direção a ela. — O que foi? — ela exigiu. — Você está com dor? Eu balancei a cabeça, batendo no meu estômago cada vez maior enquanto eu continuava em direção a ela. — Estou bem. Não, é você que eu... — Eu parei e mordi meu lábio, me perguntando

se

eu

estava

enlouquecendo

e

fazendo

tempestade no nada. Talvez fosse realmente apenas o vírus que Nik e Mia tiveram. — O quê? — Emmie exigiu, parecendo pálida. As mãos dela tremiam e eu sabia que ela estava desidratada. Jesse tinha me contado tudo sobre o quão doente Emmie tinha estado quando ela estava grávida de Mia. Eles haviam se assustado porque Em não ficava doente facilmente. — Você poderia estar grávida, Em? Grandes olhos verdes aumentaram ainda mais nesse rosto belo e pálido dela. — O quê? — Ela balançou a cabeça e fez uma careta. — Não. Não... Eu quero dizer... — ela parou, parecendo atordoada e ainda mais pálida. Natalie já estava indo em direção a seu quarto. — É sempre uma possibilidade. Quero dizer, olhe para como ela é como casada. Pela forma como os dois estão sempre em cima do outro, isso não me surpreenderia. Eu vou para a loja e vejo se eles têm um teste de gravidez.

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Quinze minutos depois, Emmie estava sentada no sofá entre mim e Natalie enquanto nós esperávamos pelos resultados dos três paus no xixi em frente de nós. Tivemos que esperar três minutos e a espera estava fazendo Emmie tremer. — Estou apenas começando a me aproximar de Mia. — ela sussurrou. — E eu estou tão ocupada. Tão malditamente ocupada. Como vou lidar com outro bebê e Mia em cima de todas as coisas que eu planejei para os caras? E Axton? Nós acabamos de assinar um contrato com a OtherWorld. Natalie me lançou um olhar sobre a cabeça castanha de Emmie. Esta não era a Emmie que nós conhecíamos e amávamos; esta era a Emmie perto de um colapso emocional de quem eu me lembrava de seus dias pós-parto. Gravidez fodia com os hormônios de Em até o ponto em que num minuto ela estava bem e no outro ela estava uma bagunça emocional e no outro ela estava prestes a rasgar a garganta de alguém com as próprias mãos. Eu sabia o que aquelas três varas de xixi iam dizer antes mesmo do cronômetro no meu iPhone começar a apitar. — Eu não posso olhar. — Emmie murmurou e correu de volta para o banheiro. Natalie pegou uma das provas digitais enquanto eu fazia o mesmo com a outra. Piscando para mim estava a palavra que eu sabia que ia levar Emmie a um colapso. Grávida.

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Capítulo 2 Lana Drake estava rindo. Eu não acho que haja um som que pudesse trazer um sorriso aos meus lábios mais rápido do que o som de sua risada sexy. Virei a cabeça, só meio ouvindo Harper enquanto ela me contava sobre o bolo que ela tinha escolhido para o casamento em dois dias. Meu coração vacilou por um momento, enquanto eu o olhava. Deuses, será que algum dia eu não me sentiria assim só de olhar para ele? Porra, eu esperava que não. Ele estava de pé na fila com Mia nos braços enquanto esperavam pela sua vez de pedir pipoca e bebidas. Seu cabelo era quase tão longo como o de Mia era agora, e eu tive que admitir que eu amava cada centímetro sexy de seu cabelo escuro. Passava horas por dia penteando meus dedos por aquele cabelo enquanto ele estava deitado com a cabeça na minha barriga cada vez maior e cantava “Sleeping Angel” para o nosso anjinho no meu estômago.

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Mia disse algo e a cabeça de Drake foi jogada para trás enquanto ele ria de novo. Eu adorava vê-lo com ela. Ele era tão loucamente apaixonado por nossa pequena sobrinha e eu sabia com tudo em mim que ele ia ser um grande pai. Só de pensar nele segurando a nossa menina quando ela finalmente se juntasse a nós era o suficiente para fazer meus olhos arderem com lágrimas de felicidade. Como se sentindo meus olhos nele, Drake virou a cabeça e encontrou meu olhar. Eu vi aqueles olhos azul-acinzentados escurecerem com a necessidade e preocupação quando viu minhas lágrimas. Eu murmurei. — Eu te amo. — e a tensão parecia deixar meus ombros antes totalmente tensos. — Merda, Lana. — Harper murmurou ao meu lado. — Vocês esquentam o lugar a cada vez que ele olha para você. Eu não pude deixar de sorrir quando eu olhei de volta para ela. — Diz a mulher que deixou o gostosão convencê-la a dar uma rapidinha no banheiro da família há menos de duas horas atrás. Não me surpreende que após dois anos namorando com o mais viciado em sexo selvagem do mundo do rock, Harper ainda podia corar tão lindamente. Eu tinha certeza de que Shane a adorava por uma razão completamente diferente. Meu cunhado era louco pela minha melhor amiga e tinha endireitado sua merda logo que percebeu que Harper era o seu felizes para sempre.

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— Você não teria dito não, se tivesse sido Drake fazendo a tentação. Eu ri. — Não... Sem hesitar. — Damas. — Nik repreendeu quando ele se virou de observar Jesse e Lucy descerem pelo tubo de água pela terceira vez na última hora. Graças aos deuses nós ganhamos Passe Preferencial como um privilégio por ficar em um hotel local. Pela forma como a minha irmã continuava encontrando atrações

das

quais

gostava,

ela

teria

ficado

permanentemente na fila por horas para ir neles quantas vezes ela tinha ido, se não tivéssemos o passe. — Eu amo as duas, mas eu não preciso da minha cabeça cheia com vocês duas fazendo sexo com esses idiotas. Eu o abracei. Quando eu conheci Nik, eu nunca teria pensado que eu viria a me preocupar com ele, tanto quanto eu me preocupava. Ele era meu cunhado tanto quanto Shane e Jesse eram. — Assim como nós não precisávamos ouvir Emmie a noite toda ontem, garanhão. — Eu sorri para ele. — E com ela doente como ela está. Uau. Vocês têm uma grande resistência. Eu não estava certa, mas eu achei que ele estivesse corando. Isso me fez rachar e eu estava limpando minhas lágrimas quando ele olhou para qualquer lugar, menos para mim e Harper. Nik Armstrong, corando? Não ficava muito mais engraçado do que isso. Ele tinha sido — e ainda é — um dos mais cobiçados roqueiros do mundo. Eu sabia como um fato

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que ele tinha sido quase tão selvagem quanto Shane quando se tratava de todas aquelas vadias fanáticas. Mas agora ele estava profundamente com Emmie e eu sabia que ele cortaria o seu próprio pau para fazê-la feliz. — O que é tão engraçado? — Shane exigiu quando ele veio atrás de nós com uma perna de peru em cada mão. — Baby, você tem certeza que não quer nada para comer? — ele perguntou para Harper quando ele me entregou uma das pernas de peru. — Estou bem. — Ela torceu o nariz com o cheiro da perna de peru, mas minha boca já estava salivando antes que eu pudesse dar uma mordida. Malditos desejos de gravidez. — Então, o que estava rolando aqui? — Shane perguntou quando ele passou o braço em volta da cintura agora livre de Harper. Eu apontei minha perna de peru para Nik. — Nós estávamos criticando Nik pela resistência dele a noite passada. E ele está, na verdade, corando. — Lana! — Shane tapou os ouvidos. — Eu não preciso de fotos dele e Em me assombrando. Isso é tão fodido! Eu ri novamente, mas não disse nada porque minha boca estava muito cheio de carne deliciosamente assada. Nik resmungou algo baixinho e puxou o telefone do bolso. — Eu realmente odeio vocês cadelas às vezes. — Eu também te amo. — eu assegurei a ele.

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Na hora em que Jesse e Lucy finalmente saíram do tubo de água, eu tinha desistido de provocar Nik. Lucy estava começando a perder um pouco de sua energia e Jesse estava carregando-a

na hora em que

decidiu

voltar

para o

hotel. Fiquei contente de voltar para o hotel e para a cobertura que tinha sido chamada de casa pelas duas últimas noites. No elevador eu me aconcheguei em Drake. Seus braços vieram em torno de mim imediatamente e minha calcinha ficou úmida quando uma grande mão deslizou pelas minhas costas e apertou minha bunda. Fiz um pequeno som de ronronar que eu sequer sabia que eu poderia fazer e senti seu pau endurecer contra o meu grande estômago. Com Lucy e Mia dormindo nos braços de seus pais, eu não pensei duas vezes antes de beijálo. Levantando nas pontas dos meus dedos, eu lambi seu lábio inferior. — Eu te amo. — eu sussurrei contra o seu pescoço. — Eu te amo. Jesse fez um barulho de rosnado e eu atirei-lhe um olhar divertido. — Você não me vê fazendo ruídos grosseiros quando você vira um macaco sobre a minha irmã, não é? — Eu ainda não vejo o que você vê nesse imbecil. — Mas seus olhos em constante mudança estavam acesos com diversão e eu sabia que toda aquela raiva antiga contra Drake foi embora. — Mas eu acho que você está presa com ele. A mão de Drake apertou a minha bunda. — E eu agradeço todos os dias a todos os deuses por isso.

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Assim que o elevador se abriu no andar de cima, eu estava pronta para levar Drake até nosso quarto e fazer coisas ruins com ele, mas parecia que o universo tinha outros planos para nós. Assim que abri a porta para a primeira cobertura parecia que tinha sido uma zona de guerra. A primeira coisa que notei era a bagagem perto da porta. Em seguida, o sotaque country encheu meus ouvidos e meu coração torceu porque eu tinha sentido falta de Dallas como um louca. Eu não tinha chegado a vê-la muito nesses últimos meses, porque ela tinha estado tão ocupada com seu último semestre de sua escola de enfermagem. A voz rosnada de Axton Cage me cumprimentou e deixei escapar um suspiro triste. Eu tinha minhas suspeitas sobre o porquê de Dallas ter terminado com o deus do rock, mas ela nunca havia admitido nada para mim. Eu suspeitava que Harper sabia, mas nós duas éramos leias demais para falar sobre isso sem primeiro falar com Dallas. Harper pegou minha mão e me puxou através da cobertura, ansiosa para parar a briga e ver a nossa amiga. Quando a vi pela primeira vez no que tinha que ser meses minha boca caiu aberta. Só não era justo que ela fosse tão bonita. Mesmo tatuada e perfurada como ela era, a menina era sexy pra caralho e se eu um dia decidisse ir por esse caminho, eu com certeza iria bater naquilo.

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— Dallas! — Harper exclamou quando viu a mulher que tinha sido sua rocha enquanto crescia. — Porra, eu senti sua falta! — Ela jogou os braços ao redor da loira, e fechou os braços em torno da cintura de Harper, segurando firme. Eu observei Axton quando ele manteve o olhar treinado em Dallas. Ele não tinha sido o mesmo desde que Dallas tinha terminado com ele. Talvez fosse porque eu tinha começado a conhecê-lo muito melhor ao longo dos últimos anos, mas eu tinha visto que seus olhos tinham perdido um pouco de sua luz. Eu tinha notado que, quando ele achava que o mundo não estava assistindo, ele quase parecia deprimido às vezes. Claro que ele estava agindo como se ele nem se lembrasse no nome de Dallas. Eu já o tinha sair do estúdio com groupie após groupie quando a gravação de America’s Rocker terminava. Mas eu podia ver que ele simplesmente não estava feliz. Eu sentia pena dele, na verdade. Agora com Dallas na mesma sala com ele, apesar de ela estar atirando palavras nele que eu tinha certeza de que eu precisaria de um dicionário de gírias para entender, eu vi mais vida em seus olhos do que eu tinha visto no que parecia ser para sempre. Eu não sabia se era uma coisa boa ou não, mas eu estava esperando que Axton colocasse a cabeça para fora de sua bunda logo e vá conseguir aquela menina de volta.

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Harper — Vadia, eu senti sua falta! Eu ri e abracei Dallas mais forte. — Eu também senti sua falta. — Dallas! Nos viramos para ver Linc entrando na cobertura, vestindo nada mais do que um par de shorts de basquete. Ele nos puxou para seus braços, nos balançando como se não pesássemos nada. Para ele, nós provavelmente não pesávamos. Me agarrei ao ombro dele com um braço enquanto eu envolvi o outro em volta dos ombros de Dallas. Meus olhos se fecharam, saboreando este momento. Era tão bom tê-los ali me abraçando naquele momento. Por muito tempo, estes dois foram a minha única família além do meu padrasto. Dallas, e, posteriormente, Linc, haviam sido meu chão. Não havia nada que eu não faria por qualquer um deles. — Cara, eu estou ficando seriamente com ciúmes por aqui. — Eu ouvi Shane rir de algum lugar atrás de mim. Linc nos soltou e se virou para o meu noivo. — Ah, mano desculpa. Vou abraçar você também. — Ele piscou e todo mundo começou a rir.

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— Gostaria de ver isso. — disse Dallas e olhou de um cara sexy para o outro, olhando Linc e Shane da cabeça aos pés. — Sim, eu pagaria um bom dinheiro para assistir isso. — Bem, eu não pagaria. — disse Natalie enquanto vinha para a sala saindo do corredor em direção aos quartos. — Isso é nojento. Ele é meu irmão. Shane envolveu as mãos em volta da minha cintura e eu me derreti contra ele. Ainda era difícil acreditar que ele seria meu marido em dois dias. Eu senti como se uma vida inteira havia se passado desde que ele tinha me beijado e fugido. Nós tínhamos alcançado tanto nesses últimos dois anos, mas meu amor por ele só parecia crescer a cada dia que passava. — Ok, eu preciso de um banho e muita água. Preciso de hidratação depois daquele voo longo. — Dallas pegou sua bolsa de cosméticos e levantou as alças de sua enorme mala com rodas. — Onde eu vou dormir? E se você disser com o idiota lá, vou jogar alguém para fora da janela. — É uma cama king size, gostosura. — Axton disse e piscou para ela, agindo com seu nível de vaidade usual. — E você não ocupa muito espaço. Natalie se adiantou antes que Dallas pudesse jogar as malas e começar a socá-lo – se isso for o que ela acabar fazendo. Conhecendo Dallas, era difícil dizer o que ela poderia fazer com ele. Uma joelhada nas bolas. Um soco no rosto. Talvez até mesmo chupar o rosto dele. Ela estava sempre me

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surpreendendo. — Meu quarto tem duas camas. Se você quiser ficar lá, seria legal. — Ou no meu. — Linc assegurou. — Eu não me importo de compartilhar. Dallas concordou. — Eu vou com Nat. Ela não ronca. — Nós estávamos pensando em encomendar o serviço de quarto para o jantar. — Lana disse a ela. — Então não tenha pressa. Vou pedir para você um bife. Ou você prefere pizza? — Ambos. Eu estou morrendo de fome. — Ela deu a Lana um beijinho na bochecha e seguiu Nat pelo corredor. — E um chá. Extra doce. — Extra doce. — disseram três pessoas ao mesmo tempo junto com ela. Eu não estava surpresa que uma delas era Axton. Natalie e Linc lançaram lhe um sorriso e Dallas se virou para mostrar o dedo, antes de desaparecer pelo corredor. Nik desapareceu no mesmo corredor e poucos minutos depois Layla se juntou a nós. Depois de pedir o que parecia ser o suficiente para alimentar um pequeno país, nós nos sentamos e assistimos televisão enquanto esperávamos. Com Lucy ainda dormindo profundamente em seu quarto e Mia deitada também, todos estavam quietos. Eu sentei no colo de Shane, que estava sentado ao lado de Drake, que tinha uma Lana meio sonolenta caída sobre ele, e Layla, que estava recebendo uma massagem nos pés de um roqueiro sentado no chão em frente a ela. Se não fosse uma cena tão bonita, eu

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poderia ter rido com a visão de roqueiro durão fazendo algo tão doce para sua mulher muito grávida. Linc, Natalie, e Axton estavam em outro sofá e eu deixei meus olhos se dirigirem para o deus do rock. Por causa da minha lealdade para com Dallas, eu não tinha me permitido chegar muito perto dele após a separação. Claro, porque Axton era um amigo próximo de Shane e Drake, nós todos saímos muito juntos. Mas eu simplesmente não me preocupei em conhecê-lo melhor. Na minha opinião, ele era um idiota depois de ter magoado Dallas porque ainda estava apaixonado por Gabriella Moreitti. E ele ainda via a cadela de vez em quando, pelo que eu tinha ouvido falar no trabalho. Apenas algumas semanas atrás, um dos meus fotógrafos tinha conseguido uma foto dele saindo de um hotel com ela e seus companheiros de banda. Shane puxou uma mecha do meu cabelo, forçando a minha atenção de volta para ele. Ele me deu aquele sorriso sexy como o inferno que eu amo tanto e eu não tentei resistir à tentação de beijá-lo. — Se eu não estivesse com tanta fome, eu te implorava para me levar para a cama. — eu sussurrei em seu ouvido, fazendo meu homem praticamente tremer quando eu deixava meus dentes roçarem sobre seu lóbulo. — Mas eu estou morrendo de fome e depois dessa alucinante sessão de passeio no parque, eu preciso de alimento antes de eu ser capaz de ir de novo.

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— Onde está esse maldito garçom? — Shane perguntou para ninguém em particular, e eu ri quando eu me aconcheguei mais perto dele. — Eu estou pronto para comer. — Acalme-se, irmão. — Drake disse a ele. — Eles disseram 45 minutos e só se passaram vinte. A comida chegou dez minutos depois, e eu assinei o recibo garantindo que o garçom ganhasse uma gorjeta generosa por ser tão rápido. Eu queria, precisava de um tempo a sós com Shane antes de sairmos à noite. Esta era a nossa última noite nas Noites de Terror do Halloween e eu queria agradecê-lo por ser tão forte enquanto andávamos por todas as casas, algo que eu sempre quis fazer. Algumas das casas tinham tido muito sangue nelas, e Shane e sangue... Bem, não se misturam bem. Havia sido Shane a sugerir isto como nossa despedida de solteiro

/

solteira,

sabendo

que

o

Halloween

era,

possivelmente, a minha época favorita do ano. Eu tinha uma queda por filmes de terror, e começar a percorrer as casas com alguns dos meus personagens de terror favoritos era pouco menos do que um paraíso para mim. Ele estava sempre pensando em mim, sempre me dando o que eu queria antes mesmo de eu perceber que eu queria. Por que me levou tanto tempo para perceber que este homem me ama incondicionalmente? Sentindo-me um pouco triste e sim, talvez um pouco com raiva de mim mesma por tudo o que eu tinha o feito passar, peguei a minha comida, perdendo a fome.

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Dedos

fortes

seguraram

meu

queixo

suavemente,

levantando minha cabeça para encontrar aquele olhar azulcinza que nunca falhava em me derreter por dentro e por fora. Shane não disse uma palavra, apenas levantou a sobrancelha. Engoli em seco, me sentindo estúpida e emocional e apenas querendo que ele fizesse amor comigo. Mordi o lábio, e ele rosnou. — Eu te amo, linda. — Cama. — eu sussurrei. Foi tudo que precisou. Essa única palavra e ele estava de pé e eu estava sendo arremessada por cima do ombro dele em um movimento gracioso. — Até mais. — ele chamou por cima do ombro em seu caminho para a porta para que pudéssemos voltar para nossa segunda cobertura. — Harp. — eu levantei minha cabeça para encontrar Dallas voltando para a sala de estar. Ela estava de banho tomado e vestida para fazer Axton sofrer. Não poderia haver outra desculpa para o que ela usava. Um par de shorts jeans cortados que não poderiam ser descrito com nada além de Daisy Dukes1. Um top amarrado em volta de seu pescoço e costas revelava o fato de que ela não estava usando sutiã. Não que ela precisasse de um. A menina tinha o busto perfeito e eu meio que a odiava por isso. Suas tatuagens eram abundantes e apenas reforçavam suas longas pernas. Seus piercings só chamavam a atenção da pessoa para seu belo rosto. — Você está me deixando? Acabei de chegar, sua cadela.

1

Shorts muito, muito curtos.

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Eu sorri. — Eu voltarei. — Talvez. — Shane murmurou, batendo uma mão grande na minha bunda, fazendo com que o meu sexo se apertasse com a necessidade. — Depende.

Dallas Assim que a porta se fechou atrás de Harper, eu me deixei cair no sofá ao lado de Lana, que ainda estava enrolada no colo de Drake. Revirei os olhos para ela. — Você está grávida, mulher. Não impotente. Drake, cara, deixe-a se alimentar, pelo menos. Isso só me rendeu uma risadinha de minha amiga e uma carranca de seu marido, quando ele levou outro pedaço do que parecia ser berinjela com parmesão aos lábios dela. Revirei os olhos novamente, pensando que eu faria muito isso ao longo dos próximos dias. Linc, sentado no chão em frente à mesa do café, deslizou um prato coberto e uma caixa de pizza na minha direção e eu agarrei-a, sentindo o cheiro da torrada texana, purê de batatas, e um bife com alho e o molho de pizza antes mesmo de levantar as tampas. — Molho de carne? — Eu perguntei para a sala em geral em volta de um bocado de pizza. Eu tinha que ter isso ou toda a refeição estaria arruinada. Não para o bife, mas para a minha torrada.

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— Aqui, querida. Meus olhos se levantaram do meu prato para Axton, que estava segurando o molho de carne e oferecendo-o a mim. A cadela em mim queria dizer ‘vá se foder’, eu não precisava tanto assim do molho. Eu não queria ter nem mesmo que tocar na garrafa depois que ele a pegou. Mas a pessoa com fome e exausta já estava pegando a garrada dele e chuviscando sobre minha torrada, tentando evitar tocar o lugar onde sua mão tinha tocado. Eu não queria agradecer, ou olhar em sua direção novamente. Incapaz de cortar o bife e manter o prato estável ao mesmo tempo, eu peguei o bife todo e dei uma mordida de tamanho decente no bife médio perfeitamente preparado. A carne era suculenta e um pouco escorria pelo meu queixo. Eu sorri antes de limpá-lo. Se a minha mãe pudesse me ver agora! Droga, ela teria um enfarte me olhando comer com os dedos. — Rápido, alguém tira uma foto minha! — Eu puxei meu celular do meu bolso. Natalie pegou quando eu o joguei para ela e levantei o bife, rasgando-o como um bárbaro. Rindo, Natalie começou a fuçar na tela de toque, já sabendo o que eu tinha planejado para a imagem. — Você não acha que deve parar de irritar sua mãe tanto assim? — Natalie disse quando ela estava batendo enviar na mensagem que ela acabou de digitar. — Estou farta dela ligando para o apartamento só para reclamar.

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Eu não conhecia Natalie a tanto tempo quanto conhecia as outras pessoas na sala, de modo que ela não sabia sequer um terço do que minha mãe havia me feito passar enquanto eu crescia. Claro, ela sabia de algumas coisas maiores – me obrigar a modelar quando morávamos no Texas, seguido de assinar a minha vida a algum agente de modelos quando eu tinha

sido

“descoberta”,

mas

quase

nada

mais

além

disso. Então eu me abstive de pular em sua garganta. Em vez disso eu apenas dei de ombros e continuei comendo o meu bife, mergulhando nas batatas de tempos em tempos. — Dallas nunca poderia irritar sua mãe o suficiente. — disse Linc para Natalie. — A próxima vez que ela começar a irritar você, lhe diga o quão feliz Dallas está. Isso realmente vai irritá-la. Sim, isso provavelmente foi a declaração mais verdadeira já feita sobre a minha mãe. Ela odiava o quão feliz eu estava, vivendo minha vida do jeito que eu queria em vez de como ela tinha me imaginado vivendo. Seus planos tinham sido que eu mantivesse

a

modelagem

mesmo

sabendo

que

eu

odiava. Talvez começar uma carreira de atriz — embora eu não conseguisse atuar nem para salvar a minha vida. Casar com algum cara de Hollywood que tivesse nome grande e carteira ainda maior. Todas as coisas que ela desejava que ela pudesse ter feito se tivesse sido bonita o suficiente. Em vez disso eu tinha destruído meu corpo - suas palavras, não minhas - com as minhas tatuagens e piercings. E então eu tinha trabalhado pra caramba para entrar em uma

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das melhores escolas de enfermagem na América. Uma escola que havia exigido cada momento livre que eu possivelmente poderia ter tido nos últimos dois anos. Sério, Linc teve que lavar minha roupa, porque eu não tinha tempo para nada! Após me graduar no topo da minha classe, e sofrendo com

a

formação

clínica

em

um

dos

hospitais

mais

movimentados de Nova York, agora eu tinha a minha licença e era uma enfermeira — algo que eu tinha sonhado desde que eu era uma garotinha. Você teria pensado que uma mãe ficaria orgulhosa de sua filha trabalhar duro em uma carreira respeitada. Não a minha mãe. Ela odiava a ideia de que eu ficasse perto de pessoas doentes durante o dia inteiro, todos os dias. Nem mesmo o pensamento de que eu possivelmente encontrasse um médico para me casar a tinha agradado. Os médicos faziam bastante dinheiro, com certeza. Mas, de novo, assim como meu pai - que era um barão de gado no Texas – dizia, dinheiro não era com o que minha mãe se preocupava - não mais. Era a fama. A popularidade. Minha mãe queria ser famosa por associação. Eu poderia ter dado isso a ela, estando com Axton. Só que Ax não era o tipo certo de famoso para ela. Ele só era conhecido como o deus do rock da OtherWorld. Ela não acha que ele seria capaz de manter a fama quando ele fosse mais velho, e isso não serviria para minha querida mãe.

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Quando o meu bife tinha ido embora eu lambi os meus dedos e peguei o copo de chá doce. Depois de um pequeno gole, percebi que ninguém sabia como pedir isso direito, ou talvez apenas os californianos não soubessem como fazer um bom chá. — Esta merda é horrível. — Eu a coloquei na mesa e peguei a Coca Diet de Linc. Com o estômago cheio, me sentei para trás e fiz o inventário da sala. As duas crianças estavam desaparecidas e também estavam Emmie e Nik. — Onde está a ruiva? — Eu amava aquela cadela! Layla suspirou. — Ela não se sente bem... — É uma virose. — Lana me disse, limpando a boca com um guardanapo. — Eu não acho que ela vai sair com vocês esta noite. — Bem, que inferno. — Eu estava ansiosa para passar o tempo com Emmie quase tanto quanto eu estava para passar o tempo com Harper. — Devo ver como ela está? Se ela está doente, talvez eu possa ajudar? Natalie e Layla trocaram um olhar que eu não deixei passar antes de Natalie balançar a cabeça. Alguma coisa estava acontecendo. — Não, eu acho que ela está bem por agora. Talvez se ela ainda não estiver melhor na parte da manhã, você possa falar com ela.

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Todo mundo estava terminando sua refeição quando Nik apareceu, parecendo estressado. — Alguém quer me dizer por que ela esteve chorando? Ela não quer falar comigo. Layla e Natalie compartilharam outro olhar, em seguida balançaram a cabeça depois de chegar a algum tipo de acordo silencioso. — Não... Não faço ideia. — Layla disse a ele, oferecendo um pequeno sorriso convincente. — Ela apenas está esgotada, Nik. Entre Mia estar doente na semana passada, o casamento, esta viagem e aumentar a carga de trabalho estão estressando-a. Natalie vai ajudá-la, mas Emmie precisa de pelo menos mais uma assistente. Pelo menos mais uma. Faça acontecer. Nik fez uma careta. — Como vou fazer isso? Ela é tão teimosa... Natalie deu de ombros. — Eu sei que ela precisa de um assistente. Eu poderia encontrar alguns. Deixe-a a eliminar os que ela não acha que irão se adequar a ela. Mas eu vou precisar do seu aval antes que eu possa fazer isso. Ou ela vai bater na minha bunda com um estilingue apontado para Nova York antes de eu fazer um telefonema. Eu vi como Nik compartilhou um olhar com Jesse. Eles pareciam ter a sua própria conversa privada com aquele olhar. Jesse seria o patriarca da família se houvesse um. A figura

do

pai

que

todos

pareciam

precisar,

Emmie,

especialmente. Depois de um momento, Nik finalmente concordou. — Tome conta disso, Nat. O mais rápido possível.

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Capítulo 3 Nik Emmie não estava falando comigo. Em vez disso, ela estava cochilando, e acordando para chorar apenas para voltar a dormir quase que imediatamente. Após três horas disso, eu estava segurando a minha sanidade mental pelas unhas e rapidamente perdendo meu controle. Murmurando uma maldição sob a minha respiração eu fui para o banheiro e comecei a encher a banheira. Se ela não estava falando comigo – me dizer o que estava errado e como eu poderia consertar - então eu teria que, pelo menos, deixá-la confortável. Layla e Natalie estavam certas. Emmie tinha trabalhado até a exaustão. Eu estava com raiva de mim mesmo por não ver isso até agora. Por ignorar os sinais e deixa-la continuar assim por tanto tempo. Era para eu estar cuidando de minha esposa e eu tinha apenas deixado-a ficar doente. Claro, Emmie tinha trabalhado tão duro desde que ela tinha feito quinze anos, e eu estava tão acostumado com sua teimosia e sem

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querer entrar em seu caminho e encontrar seu lado ruim. Mas essa merda era ridícula e começando neste minuto eu iria corrigi-la. Logo que a água estava na temperatura certa, enchi-a com lavanda e mel para um banho de espuma perfumado que o hotel ofertava e deixei a água e as bolhas subirem. Então eu voltei

para

o

nosso

quarto

e

levantei

minha

esposa

semiadormecida. Havia lágrimas secas em suas bochechas, e linhas em seu rosto das trilhas que elas haviam viajado. Eu pressionei meus lábios em sua têmpora e a despi com cuidado. Meu corpo reagiu instantaneamente à visão de uma Emmie nua encostada em mim fracamente. Eu não podia resistir a deixar minhas mãos acariciarem seus seios fartos e sua bunda perfeita antes de levanta-la e colocá-la na banheira. Ela não disse uma palavra quando eu caí de joelhos ao lado dela e comecei a lavá-la com a esponja. — Eu te amo, Em. — eu sussurrei, pressionando um beijo no topo de sua cabeça. — Tudo o que está incomodando você, podemos trabalhar nisso. Ok? Nós podemos governar o mundo, enquanto nós trabalharmos juntos, baby. Seu queixo tremia e outra lágrima caiu de seus olhos, que nunca deixavam de me fascinar. — Estou com medo, Nik. — ela sussurrou. Deixei cair a esponja e segurei seu rosto em minhas mãos com sabão. — O que é, querida? Me diga o que está

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acontecendo nessa sua bela cabeça. Aposto que posso ajudála se você falar comigo. Ela apertou sua bochecha na minha mão esquerda, obviamente em busca de conforto. — Nós discutimos ter outro bebê. Eu quero um, realmente eu quero... Mas eu pensei que tivéssemos mais tempo... Cada coisa dentro de mim se acalmou. Eu tinha certeza de que o meu coração tinha parado na verdade. O ar no meu peito parecia sair correndo e fiquei ofegante quando eu olhei para baixo para aqueles grandes olhos verdes. — Você está me dizendo que você está grávida, Em? Outra lágrima caiu e ela balançou a cabeça. — Tenho certeza de que sim, pelo menos. — Porra. — O sorriso que se espalhou pelo meu rosto foi involuntário. — Porra, isso é... Perfeito. — Eu a puxei para fora da banheira e para o meu colo. Não se importando que ela estivesse encharcada ou que ela tinha bolhas nela. Ela não se importou que inundaria o banheiro na minha pressa para colocá-la em meus braços. Nada importava. Exceto tê-la em meus braços e beijar a respiração dela. A sensação de seu tremor era o que me impediu de tê-la ali mesmo. Eu levantei minha cabeça, meu coração batia tão forte que meu peito estava tremendo. — O que está errado? — Você está feliz com isso? Realmente feliz?

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Eu levantei uma sobrancelha para ela. — Claro que eu estou feliz com isso. Eu quero outro bebê. Outro clone que parece e age exatamente como você correndo por aí tornaria minha vida ainda mais completa do que já é, menina. — Mas eu podia ver nos olhos dela que ela ainda estava lutando com a notícia. — A vida está tão louca agora, Nik. — ela murmurou, mordendo o lábio de uma forma que me fez querer lamber o puxão que estava causando isso. — Entre o Demon’s Wings e a OtherWorld, além de cuidar de Mia... Como é que eu tenho tempo para outro bebê? — Aceitando ajuda quando você precisar. — Eu acariciava minha mão sobre suas costas nuas. — Eu disse a Natalie para encontrar alguns assistentes. — Seus olhos ficaram tão grandes que quase saltaram para fora de sua linda cabeça e eu não pude deixar de rir. — Ela vai contratar alguns e você pode se livrar dos que não funcionarem, ok? E eu acho que nós precisamos de uma babá... — Não! De jeito nenhum. Eu sou a mãe de Mia. Eu tomo conta dela. Não um estranho. — Ela tentou se afastar, mas eu apertei meus braços em volta dela. — Nik, eu não posso ter algum estranho levantando o nosso bebê. — Bebês. — eu corrigi, deixando minha mão sobre seu peito magro e baixo, descansando em seu abdômen onde o nosso filho agora crescia dentro dela. Novas lágrimas encheram seus olhos e eu suspirei. — Emmie, uma babá não

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vai educar nossos filhos. Você e eu iremos fazer isso. A babá só vai estar lá para ajudar quando você estiver ocupada. Ela pode morar na casa de hóspedes, de maneira que teremos a casa para nós à noite. E nós podemos arranjar alguém com um diploma ou alguma merda assim. Como uma ex-professora ou algo assim. Eu não sei, mas alguém que vá ser capaz de ajudar as crianças com a escola e essa merda. Essa merda vai vir a calhar quando eles envelhecerem e nós estivermos em turnê o tempo todo. Mia e esse bebê ficarão para trás com todas as viagens que vão fazer. Ela descansou a cabeça no meu peito, mas não disse nada. Eu estava certo de que ela iria vetar a necessidade de uma babá e eu já estava trabalhando em um bom argumento para convencê-la de outra forma, quando ela finalmente concordou. — Você está certo. Alguém com um diploma com crianças pequenas vai ser bom. Mas não alguém que seja uma professora velha que não liga para nada. Eu vou procurar por uma. Um suspiro de alívio correu por mim. — Eu não consigo acreditar que você deu cedeu tão facilmente. Ela levantou a cabeça e vi um pequeno sorriso maroto no canto daqueles lábios ‘Me beije’ dela. — Você não tem ideias ruins o tempo todo, querido. Este é um desses momentos. Obrigada por me ajudar. Eu sorri e beijei seus lábios rápido e duro. — Então... estamos tendo um outro bebê.

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Seus olhos escureceram novamente, mas eu podia ver a aceitação nas profundezas verdes agora, sua mão cobriu a minha em seu estômago. — Yeah. Nós estamos tendo outro bebê. — Nós vamos parar em dois. — eu prometi a ela e ela deixou escapar um suspiro de alívio. — Dois é o número perfeito. Especialmente se acabar sendo uma menina. Eu não acho que eu poderia lidar com mais de três de vocês correndo ao mesmo tempo. — Eu quero um menino. — ela murmurou, seus dedos acariciando sua pele agora. — E eu quero chamá-lo de Jagger. Meus olhos se arregalaram. — Jagger? Emmie balançou a cabeça, um sorriso completo cruzando seu rosto e iluminando seus olhos. — Sim. Vai ser um menino e iremos chamá-lo de Jagger. Joguei minha cabeça para trás, rindo tão forte que veio da minha alma. A teimosa e bonita Emmie. Eu sabia que ia acabar ficando do jeito dela. — Então, desta vez teremos um nome antes de ter um bebê. Eu posso trabalhar com isso. — Levantando-a até seu estômago encontrar meus lábios, eu a beijei onde o bebê estava. — Você ouviu isso, Jagger? Mamãe diz que você é um menino. Melhor ter certeza de que ela consiga o que quer, amigo.

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Jesse — Layla! Cabelo longo cor de canela estava espalhado por toda a minha cintura. Dedos quentes e suaves acariciando meu pau de um jeito que só ela sabia que me faria implorar. Eu apertei meu queixo para não gritar o nome dela. Lucy e Mia estavam dormindo e eu não queria acordar qualquer uma delas. Todos os músculos do meu corpo estavam tremendo, prontos para relaxar e gozar naquela boca pecaminosa que eu amava tanto quanto a mulher a que pertencia. Sua risada vibrou em volta do meu pau e eu sufoquei outro gemido. — Silêncio. — ela sussurrou, levantando a cabeça tempo suficiente para me criticar. — Estou me divertindo, Jesse. — Você está me matando aqui, baby. — eu me calei quando sua mão ficou me acariciando, mesmo quando ela olhava para mim atrás daqueles cílios grossos. — Por favor, Layla. Pelo menos me deixe tocar em você. Ela fez beicinho, tirando o lábio inferior para fora de modo que me fez querer devorar aquela boca linda. — Mas eu não posso desfrutar tanto do seu prazer quando você me deixa sem. Me deixe aproveitar de você e então você pode fazer o que quiser... O que você quiser, querido.

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Sua cabeça baixou novamente e o primeiro movimento de sua língua sobre o meu pau inchado me deixou agarrando os lençóis debaixo de mim para evitar enrolar minhas mãos naquele cabelo glorioso. Porra! Eu queria estar enterrado profundamente dentro dela. Queria deixa-la tão louca como eu estava em direção a libertação. Mas meus filhos estavam deixando isso impossível recentemente. Não havia espaço suficiente lá para os gêmeos e meu pau também. A última vez que eu tinha estado dentro de minha esposa, ela tinha ficado desconfortável por dois dias e o médico havia sugerido que abríssemos mão do sexo pelos próximos meses. Sem sexo. Isso não significava que eu não podia sentir o meu sabor favorito de buceta toda noite como um lanche da madrugada. O que eu fazia. De manhã. No meio do dia. De noite. Layla ficava carente durante o dia inteiro. Eu estava tendo problemas em decidir do que eu estava gostando mais sobre essa gravidez. Os peitos maiores de Layla. O corpo mais arredondado, cheio de curvas que me davam mais para segurar. Ou os hormônios que a deixavam insaciável. Layla torceu o pulso dela enquanto ela me acariciava, e fez algo com a língua que me deixou agarrando o travesseiro ao lado da minha cabeça e cobrindo o rosto para abafar meu súbito rugido da minha libertação. Ela engoliu cada gota, lambendo a ponta até ficar limpa. Então, ela se deitou com a cabeça no meu peito, a barriga cada vez maior pressionada contra o meu lado e eu podia senti-los dançando dentro dela.

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Puxei-a para perto, beijando o topo de sua cabeça enquanto eu tentava recuperar o fôlego. — Eu te amo. — Te amo mais. — ela murmurou, parecendo sonolenta. — Não se atreva a dormir! — A virei de costas, empurrando travesseiros atrás dela para deixá-la confortável. Ela sorriu para mim, mas seus olhos ainda estavam longe. — Eu vou chupar seu clitóris até que você não aguente mais e implore por meus dedos. Quando você se libertar, e os lençóis estiverem embebidos com seu orgasmo, então você pode dormir. — Sim, Papai. — ela murmurou com uma risadinha. A risadinha rapidamente se transformou em um gemido quando eu rasguei sua calcinha de algodão e abri suas coxas largas. Eu me inclinei para trás e fiquei de joelhos enquanto eu a sentia por inteiro. Seu sutiã empurrou seus seios para o alto, me fazendo ansiar por brincar com eles a noite toda. Seu estômago estava distendido, o esboço de um pé ou talvez uma mão de um de nossos bebês tremulando por baixo. Seu umbigo estava empurrado para fora, e eu nunca soube que isso era algo que seria sexy. Mas com certeza era. — Eu não vejo minha vagina a pelo menos um mês. — Ela parecia um pouco autoconsciente quando eu continuei a olhar para baixo, para seu belo corpo. — Está acontecendo alguma coisa aí que eu precise saber?

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Deixei escapar uma risada profunda. Era como eu me sentia nesses idas. Minha alma estava feliz. Foi graças a Layla e a família que ela tinha me dado. Sem ela, Lucy, e Lana, a minha vida teria um vazio que eu nunca teria conseguido preencher. — Não... Nada acontecendo aqui. Ainda. — Eu mergulhei em sua buceta, inalando aquele doce e desperto perfume que me deixou duro novamente. — Mas eu prometo que definitivamente estará acontecendo algo em apenas um segundo. — Ah... Oh queridos deuses. — ela gemeu quando eu lambi de baixo para cima, bebendo cada gota de seu desejo quando eu deixava a minha língua girar em torno de seu clitóris. Meu queixo estava imundo de não ter me barbeado hoje e eu deixeio acariciar as coxas sensíveis, aumentando a necessidade dela por mim. As unhas de Layla rasparam pela minha cabeça calva, com as pernas tremendo com a força do orgasmo que eu estava construindo dentro dela. Eu chupava seu clitóris em minha boca, e mordia com os dentes. Ela estava ofegante; seus pequenos gritos eram abafados com a mão esquerda dela sobre a boca. Chupei mais, a necessidade de dar à minha mulher o prazer que ela tinha acabado de me dar. — Jess... Por favor... Enfiei um dedo dentro dela com cuidado. Ela estava tão perto, suas paredes internas já começavam a se contrair em volta do meu dedo. Eu esperei um segundo, estirando-a,

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procurando pelo ponto G. Quando eu descobri que ela entrou em erupção, os meus dedos estavam encharcados de repente com seu gozo. Eu levantei minha cabeça para que eu pudesse vê-la. Sua cabeça estava jogada para trás, os olhos fechados enquanto ela tentava esconder seus gritos de prazer. Continuei acariciando dois dedos dentro dela, deixando-a cada vez mais perto de um segundo clímax. Nunca era suficiente para ela ou pra mim. Eu precisava satisfazer a minha mulher até que ela não pudesse lidar com isso e me pedisse para parar. Levou menos de um minuto e ela estava convulsionando em volta de meus dedos novamente, encharcando os lençóis, assim como eu queria. Eu puxei minha mão relutantemente, lambendo seu desejo de meus dedos como se estivesse indo para a minha última visita ao paraíso. Ela estava tremendo com a força de seu prazer e me arrastei até a cama e a puxei contra mim. Eu afastei o cabelo dela de lado e fiz um caminho de beijos do pescoço dela até chegar em seu ouvido. — Você é tão sexy, Layla. Você é minha pequena deusa. Meu tudo. — eu sussurrei em seu ouvido quando seu corpo começou a relaxar e a respiração se equilibrar. — Eu vou te amar por toda a eternidade. Logo ela estava dormindo. Exausta do nosso dia no parque, seguido por dois orgasmos alucinantes em minhas mãos. Eu fiquei lá, segurando-a por mais uma hora antes de sair da cama e me vestir. Prometi a Shane que eu iria encontrá-

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lo junto a todos os outros no parque mais tarde e eu precisava sair agora antes que eu decidisse ficar e adormecer com Layla. Quando saí do quarto, encontrei Lana e Drake no sofá na sala de estar. Lana não estava autorizada a visitar as casas mal-assombradas, de tão grávida quanto estava, e Drake não podia – não queria - deixá-la sozinha, então ele tinha ficado quando

todo

mundo

tinha

saído

pelas

duas

últimas

noites. Tomando conta de Lucy para mim, e cuidando de Mia para Nik e Emmie. Um filme de terror estava passando. Um do qual eu não sabia nada. Parecia sangrento e nojento, mas Lana parecia estar gostando. Se agarrando em Drake como um bebê grande. Minha cunhada era uma aberração. Desfrutando de estar com medo. Drake não parecia se importar. Se tivesse algum motivo para sua esposa estar em cima dele, ele aceitava. Eu peguei meu cartão da mesa de café onde eu tinha deixado. — Eu estou indo encontrar os outros. — eu disse a eles, mas apenas Drake levantou a cabeça. — Lucy ainda está acordada? — Nah, cara. Ela está fora da contagem. Mas se ela acordar, eu vou pedir algo para comer. Divirta-se. — Eu vou tentar. — Casas assustadoras não eram minha área, mas era a despedida de solteiro de Shane. Fiquei surpreso como o inferno quando ele disse que isso era o que ele queria fazer. Mesmo depois da merda que tinha acontecido na festa de Drake, eu tinha certeza de que Shane iria querer

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algo que envolvesse algumas strippers, pelo menos. Eu acho que ele estava tão caído por Harper que ele realmente tinha mudado seu jeito. Isso me fez sorrir e eu sai da cobertura determinado a me divertir por causa do meu amigo.

Drake Mal ouvi a porta se fechar atrás de Jesse. Estávamos espalhados ao longo sofá, com a cabeça do Anjo no meu peito e suas longas pernas entrelaçadas com as minhas. Eu não conseguia sequer lembrar o nome do maldito filme de terror que estávamos assistindo. Minha atenção não estava nem na metade do tempo nele de qualquer maneira. Entre o cheiro de cabelo recém-lavado do Anjo, a sensação de seu corpo macio e a forma como a nossa filha ficava me chutando de lado, eu estava distraído em um nível totalmente diferente do que o normal. Meu peito doía de felicidade, literalmente, e quase machucava respirar. Meu anjo era a minha esposa há quase dois anos e eu ainda achava difícil acreditar que tudo era real. Quando o bebê chutou novamente, Lana soltou um gemido suave e trocou de posições. — Eu acho que ela vai ser uma ninja. — ela resmungou.

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Eu sorri. — Provavelmente. — eu concordei, escovando meus lábios sobre seu cabelo ligeiramente úmido. — Nós podemos colocá-la no karatê ou algo assim. Dessa forma, eu não terei que me preocupar com todos esses malditos meninos brincando com a minha menina. Ela bufou. — Pois bem. Drake Stevenson vai ser o papai mais assustador do bloco. Os meninos irão fazer xixi nas calças quando encontrar você pela primeira vez. — Sua cabeça escura levantou do meu peito e eu fui recompensado com a visão do belo sorriso dela. — Eu vou gravar e poderemos ter o nosso próprio filme de terror pessoal. Eu bati em seu quadril com a mão, fazendo um som fraco, mas nada que pudesse machucá-la. Ela riu e meu pau se contorceu. Esse som nunca deixava de me deixar duro como uma rocha. — Seja boa, mulher. — eu ordenei, aproximando mais a cabeça dela para em meu peito. Por mais que eu queira levá-la para a cama e entrar tão fundo quanto possível em seu pequeno corpo apertado, nós estávamos de babás esta noite. Emmie e Nik não tinham saído, mas ainda assim tinham perguntado se eu verificaria Mia, caso ela acordasse. Eu estava preocupado com Em. Eu não a via tão doente em anos e eu queria que ela tivesse uma boa noite de descanso. Lana relaxou contra mim, mais uma vez voltando sua atenção para o filme de merda que tínhamos alugado. Eu acariciava meus dedos pelo seu cabelo longo e escuro apreciando os sedosos fios contra a minha carne mais dura...

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Eu estava dormindo quando senti meu celular vibrando do meu bolso da frente da calça. Puxei-o para fora e olhei para a tela com uma careta. Era uma mensagem de texto da assistente de produção do America's Rocker. Reunião Quarta-feira de manhã às 10h30. Por favor, tente chegar na hora. Eu suspirei. Lana e eu iriamos sair de Nova York na terçafeira e eu não estava prevendo voltar ao trabalho até quintafeira, na sexta-feira o mais tardar, já que o próximo show ao vivo era na sexta. Nós estávamos em um hiato de duas semanas porque havia apenas cinco concorrentes sobrando e os produtores estavam fazendo reformas e sabe se lá que outras merdas eles costumam fazer. Eu queria passar alguns dias a sós com Lana antes de voltar a trabalhar. Sua próxima consulta era às 13h30 na quarta-feira e eu sempre ia com ela. Melhor essa maldita reunião não demorar mais de uma hora, eu mandei uma mensagem de volta e não recebi resposta. — Quem era? — Lana perguntou, parecendo sonolenta. — Bridget ou Brandie ou Betsy. Qualquer que seja o maldito nome dela. — eu murmurei, atirando o telefone na mesa de café. A senti endurecer e ela levantou a cabeça para olhar para mim. — Bethany?

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O nome clicou no meu cérebro e eu assenti. — Yeah. É ela. — Eu odeio aquela vadia! E aquela piranha me odeia também. Eu realmente não consigo suportá-la. Ela está sempre babando em cima de você. Que porra ela queria agora? Sua veemência me fez piscar. Anjo nunca tinha dito nada — nem sequer insinuado — que ela não gostava da assistente do 'produtor executivo' com quem eu tinha que trabalhar. Ela nunca tinha sido do tipo ciumento. Nem mesmo após o pesadelo da nossa separação e do desastre do meu deslize quando fiquei bêbado. Ela me amava, confiava em mim. Eu estava preocupado com a reação dela a uma menina que eu mal conseguia me lembrar do nome, mesmo a vendo todo dia. — Há uma reunião na quarta-feira de manhã. Eu tenho que estar no estúdio por volta 10h30. Eu prometo que estarei de volta a tempo de levá-la ao médico. — Que tal eu ir com você e depois podemos almoçar com meu pai antes de irmos? Dei de ombros. Almoçar com o homem que era meu sogro não era algo que eu gostava, mas se isso era o que o meu anjo queria fazer, então eu aceitava. Cole e Lana estavam trabalhando duro em sua relação pai / filha e eu queria ajudála de qualquer maneira que eu pudesse. Desde que Cole havia descoberto que teríamos um bebê, e uma filha em particular, ele tinha começado a tentar ainda mais. A realidade de se tornar um avô estava fazendo aquele velho crescer rápido. — O que você quiser, Anjo.

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A raiva parecia desaparecer de seus olhos cor de uísque. — O que eu quiser? — Ela murmurou, baixando os cílios para esconder

aqueles

olhos

que

nunca

falhavam

em

me

embebedar. Ela era meu vício agora. Meu único vício. Meu corpo se endureceu e meu coração começou a galopar. — Eu prometi a Nik... — eu comecei. Lana alcançou o monitor de bebê na mesa de café, acenando para mim. — Eu preciso de você, Drake. — Ela abaixou a cabeça e roçou os lábios sobre a minha orelha, seus dentes afundando em meu lóbulo. — Por favor, meu bem? Eu preciso de você dentro de mim. Me deixando molhada. Me fazendo implorar. Minhas unhas arranhando suas costas. Seu pau acariciando cada centímetro de minha buceta... — Porra, Anjo. — eu rosnei, e então ela ficou nos meus braços em um movimento suave. — Você vai me matar.

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Capítulo 4 Shane Ouvir minha garota gritar de susto era uma mistura do céu e inferno para mim. Eu sabia que nada à nossa volta era real, que não havia nada no parque que pudesse ou iria machucá-la. Eu sabia muito bem que ela estava se divertindo. Mas o homem em mim, a parte de mim que era condicionado a protegê-la por toda a vida, estava no limite. Pronto para destruir o homem de máscara que estava causando os gritos vindos dos lábios de Harper. — Cara! — Linc gritou quando viramos a esquina na casa assombrada do Resident Evil 2 - o jogo, não o filme. Desculpe, nenhuma Alice aqui, pessoal. — Porra, sim! Eu ri com o quão alto ele pulou quando um dos zumbis se lançou para ele antes de se virar para o outro lado para assustar o grupo a poucos metros atrás de nós. Porque com todos os seus músculos e toda a atitude de machão, Linc tinha pavor do mundo de fantasia de Resident Evil. Os Lickers eram os piores para ele e eu vi como ele agarrou a mão da minha

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irmã e parecia agarrar-se a ela enquanto caminhavam à frente de nós pelo labirinto. Atrás de mim andava Harper de mãos dadas com Dallas, enquanto Axton vinha atrás. Eu queria assumir a liderança na frente de Harper e ter um pouco de paz de espírito de ver no que ela estava entrando, mas não era um trabalho. Eu tinha certeza de que Axton só estava atrás para que ele pudesse olhar a bunda de Dallas. Eu não me importo se eu estava certo ou não. Ter o meu amigo na parte de trás me deu uma fração de conforto, porque eu sabia que ele iria proteger não só Dallas, mas também Harper de qualquer perigo escondido. Quando finalmente saímos da primeira casa assombrada / labirinto, eu respirei aliviado. Tínhamos atravessado todas as casas nas duas últimas noites, assim como faríamos hoje à noite, mas era uma experiência diferente a cada vez. E esta noite foi ainda mais especial para Harper porque ela tinha Dallas para explorar com eles. Após a primeira noite eu me perguntava o que eu estava pensando seguidas.

em Entre

deliciosamente

fazer

isso

o

estresse

medrosa

por

três

dos e

o

malditas

gritos

de

sangue,

noites

Harper eu

-

estava

enlouquecendo esta noite. Mas eu sabia por que eu tinha feito isso. Era a razão pela qual eu fazia qualquer coisa. Ela agora estava andando de braço dado com a melhor amiga em direção a um vendedor para comprar cerveja. O som melódico de suas risadinhas chegaram feito onda dentro do

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meu coração e era ao mesmo tempo reconfortante e doloroso. Eu parei de andar e só vi a mulher que possuía minha alma e meu coração. Tão bela, tão perfeita. Tão... minha. A mão de Axton bateu nas costas antes de apertar meu ombro. — Essa tem que ser a despedida de solteiro mais fodida que eu já estive com você, cara. Mas eu tenho que dizer que eu estou me divertindo. Eu sorri. — Poderia ser a súbita mudança de cenário que deixa tão divertido? — Eu perguntei, balançando a cabeça em direção a Dallas. — Oh yeah. — Seu olhar voltou para as meninas, agora carregando dois copos de cerveja cada. — Aqui, querido. — Harper me entregou um de seus copos extra. — Obrigado, linda. — eu murmurei, dando um beijo em seus lábios antes de tomar um gole da cerveja oferecida. — Eu ganho uma cerveja? — Axton perguntou a Dallas que ainda estava segurando seus copos. Dallas levantou uma sobrancelha. — Depende. Você quer beber ou usá-la? — Beber parece a melhor opção. — Ele deu um passo para trás, no entanto, quando ela deu um passo para frente. Todos nós sabíamos que ela preferiria derramar a cerveja na cabeça dele que deixá-lo beber uma gota.

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— Dallas, por favor, seja boazinha. — Harper repreendeu, pegando a cerveja de sua amiga e entregando para Ax. — É muito cedo para Axton cheirar a álcool. Talvez mais tarde. Natalie e Linc terminaram comprando suas próprias cervejas e se juntaram a nós. Jesse era para se juntar a nós mais tarde, mas eu não achava que ele realmente viria. Se eu tivesse Layla para me aconchegar no hotel, eu acharia difícil sair de lá também. Eu odiava que Drake não fosse capaz de se juntar a nós, porém, mas sabia que entre a tentação de beber e ficar sem Lana teria sido miserável para ele estar conosco aqui. — Em qual casa devemos ir agora? — Natalie perguntou, dando um grande gole de sua caneca de cerveja. Eu ainda estava me acostumando a vê-la beber. Quando ela fez vinte e um há alguns meses, Drake e eu começamos a pirar porque ela estava indo cada vez mais para os clubes com Linc. Se ela tivesse saído com alguém, provavelmente teríamos entrado em cena e feito alguma coisa, mas sabia que ela estava a salvo com Linc. Ele não iria tocá-la de outro jeito, e nós sabíamos que ele evitaria que alguém farejasse nela também. Até que ela se mudou para Nova York após a façanha louca que minha irmãzinha, Jenna, tinha feito e minha madrasta tinha quase me levado para a cadeia, nem Drake e nem eu não tínhamos tido qualquer afeto por Natalie. Em seguida, ela foi morar com Linc e Dallas e começou a trabalhar para Emmie. Nós três tínhamos começado a conhecer uns aos outros, e todos esses instintos superprotetores que eu ainda

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tinha para com Em foram transferidos para a nossa irmã. Parecia que tínhamos sido sempre uma parte da vida uns dos outros. — O Lobisomem Americano em Paris é logo naquela rua. — Harper apontou para a direita e eu engoli um gemido. Não parecia particularmente assustador, mas havia uma parte do labirinto que tinha um homem com suas entranhas saindo da barriga por ser atacado por um lobisomem. — Parece bom para mim. — Linc puxou o seu Passe Preferencial que nos levava para a fila mais curta. Sem nossos passes, teríamos passado horas esperando na fila para visitar as casas / labirintos que não duravam nem cinco minutos para experimentar. Envolvi meu braço em torno da cintura de Harper e comecei a andar atrás de Linc e Natalie enquanto nos dirigíamos para a próxima casa assombrada / labirinto. — Se divertindo, linda? — Eu perguntei. — Isto é perfeito, Shane. — Ela inclinou a cabeça no meu ombro enquanto caminhávamos. — Obrigado por fazer isso por mim. Meus dedos se apertaram ao lado dela. — Qualquer coisa para você, linda. — Beijei-a e engoli o resto da minha cerveja antes de jogar o copo de plástico na próxima lata de lixo. Nós andamos por pelo menos mil pessoas esperando na fila

enquanto

nos

dirigíamos

para

frente

da

fila

do

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Passe. Estava escuro lá fora e ninguém nos deu atenção, então eu não estava preocupado que alguém pudesse reconhecer a mim ou a Axton. Eu não estava preocupado se eles me reconhecessem. Era com Harper com quem eu me preocupava quando meus fãs me viam. No dia que nosso noivado foi anunciado ela começou a receber ameaças de morte. Uma multidão de garotas do lado de fora da sede do America’s Rocker em Los Angeles esperando por ela por um mês inteiro. Quando Harper não estava comigo, ela tinha um guarda-costas que ia com ela em todos os lugares. Especialmente para trabalhar. Dallas e Axton caminhavam à frente de nós através do Lobisomem Americano em Paris e eu não pude deixar de rir em voz alta, quando Dallas avançou para o homem com roupa de lobisomem quando ele colocou a cabeça para fora de uma janela. Ela arranhou o topo de sua cabeça e balbuciou para o animal de aparência assustadora. — Ah, pobre Jacob. Onde está Bella, rapaz? Onde está a Bella? Um atendente saiu de um canto escuro. — Senhorita, sem tocar. Dallas suspirou. — Tudo bem. Eu tenho que ir agora, Jacob. Quando ela começou a tocar o homem mascarado novamente, Axton agarrou o cotovelo dele e puxou-a para frente. — Vamos, querida.

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— Tchau, Jacob! — Ela chamou por cima do ombro. — Oh Deus, Dallas! — Harper estava rindo tanto que ela tinha lágrimas escorrendo pelo seu rosto. — Eu não posso levar você em lugar nenhum. Jesse nos encontrou antes que chegássemos à terceira casa de terror e paramos para comprar pipoca e mais algumas cervejas. Havia sete casas no total e a noite ainda era uma criança. Tudo bem, eu vou admitir isso. Eu estava enrolando porque eu sabia que a próxima casa era Cabin in the Woods e eu sabia que havia alguma merda lá. Como a sala de palhaço onde um dos palhaços estava deitado no chão em uma poça de sangue. Sim, eu ia fechar meus olhos quando andarmos por essa casa / labirinto.

Axton A primeira vez que eu coloquei os olhos nela eu sabia que a queria. A primeira vez que eu a beijei eu sabia que ela era minha. Ela fodeu tanto com a minha cabeça, que eu sabia que era o que Nik, Jesse, e até mesmo o maldito Drake sentiram quando encontraram a escolhida. Então é claro que eu não levei tão a sério como deveria. E é claro que eu estraguei tudo, como eu tendia a estragar com tudo que me fazia feliz.

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Eu não tinha percebido o quão fodido eu estava até o final. Quando ela me ofereceu aquele sorriso triste, mas completamente mal-intencionado, e me disse que era bom me conhecer, mas que dividir não era a área dela... Se eu tivesse sido inteligente, eu teria dito a verdade na época. Se eu não tivesse sido o astro fodão que era o cara que eu deixava o mundo ver, eu teria corrido atrás dela. Em vez disso eu não fiz nada e acabei no limbo durante os últimos dois anos. Ela estava bem na minha frente agora, e eu estava determinado a passar o fim de semana tenta conquista-la de novo. — Porra, é bom para relaxar. — Dallas suspirou quando todos nós nos sentamos em um banco para beber mais uma cerveja. Agradeci a todos aqueles malditos deuses de Em pela cerveja. A Universal Studios era o centro das festas. Casas malassombradas, atrações esquisitas e muita cerveja. Quando Shane me contou como era sua ideia de uma despedida de solteiro, eu tinha zombado da coisa toda. Mas agora eu estava vendo exatamente o quão brilhante realmente era. Engoli o último gole da minha cerveja e joguei-a no lixo ao meu lado antes de virar em direção à garota mais quente que eu já tinha visto, para que eu pudesse fazer a única coisa que eu tinha vontade de fazer desde que eu tinha posto os olhos nela mais cedo. Tocá-la.

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Eu estava andando por aí com um pau semi-duro durante a noite inteira e assim que eu toquei suas costas nuas, fiquei duro como pedra. Estando excitado por tanto tempo como eu tive, fodendo uma garota diferente a cada noite, eu poderia honestamente admitir que nunca reagi tão fortemente a outra garota na minha vida. Dallas ficou tensa no primeiro contato de meus dedos. Ela começou a se virar para mim, mas eu coloquei pressão suficiente para provocar um gemido nela quando comecei a massagear seus ombros. Sua cabeça caiu para frente. — Por favor, não pare. — ela implorou naquele sotaque texano que foi direto para o meu pau, fazendo-o pulsar. Seus músculos estavam todos duros e eu cravei meus dedos apenas um pouco mais fundo. Ela gemeu de novo enquanto

eu

esfregava

para

longe

a

tensão

em

seu

pescoço. Seu cabelo estava puxado para cima em um rabo de cavalo, expondo seu longo e gracioso pescoço, e fazendo minha boca doer de vontade de saborear sua pele lá. Eu segui meu polegar sobre sua tatuagem. Um símbolo de enfermeiras com R de um lado e N no outro. Eu queria dizer a ela o quão orgulhoso eu estava por vê-la cumprir seus sonhos de se tornar uma enfermeira, me fez quere-la ainda mais do que eu já queria. Agora, o mundo sabia o que eu sabia - que Dallas era tão brilhante quanto maravilhosamente linda. — Vamos logo para a próxima casa. — Natalie sugeriu, e eu queria dizer para ela ir se foder. Eu poderia ter prazer em

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me sentar naquele banco esfregando os ombros de Dallas a noite toda. — Eu odeio esse labirinto estúpido. Shane já estava puxando Harper para se levantar de onde ela estava sentada do outro lado de Dallas. Quando Harper voltou para puxar Dallas, minha menina soltou um gemido. — Mas... Mas... Eu estava a meio caminho para o céu. — ela resmungou. — Mais alguns minutos e você teria dormido no banco. — Linc disse a ela enquanto ele jogou casualmente um braço sobre os ombros de Natalie. Murmurando uma maldição, eu voltei a caminhar atrás de todos os outros, mantendo meus olhos grudados nas costas de Dallas, enquanto caminhávamos em direção à próxima casa assombrada. Jesse bateu o ombro contra o meu. — Quando você tem que voltar para Nova York? Dei de ombros. — Meu avião sai terça-feira, mas eu poderia sair mais cedo do que isso. — Tipo no mesmo voo que Dallas, quando ela voltar na segunda de manhã. Ou mais tarde, se eu pudesse convencê-la a visitar o meu apartamento em Los Angeles. Sim, eu gostei dessa ideia muito mais do que ter que acordar cedo no dia seguinte para ir ao casamento de Shane. — Eu odeio que você e Drake fiquem na Costa Leste no Natal. Ninguém fica para viajar este ano. — Ele fez uma careta.

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— Layla diz que está tudo bem, mas eu sei que ela vai ficar chateada na manhã de Natal. Eu

não

tinha

que

passar

o

Natal

em

Nova

York. Normalmente eu passava na casa de Emmie e Nik, dormia lá e abria os presentes com todos os outros quando eles chegavam. Ou se eles estivessem em Nova York, íamos todos para o apartamento de Drake e Lana para o jantar e para os presentes de Natal. O primeiro ano que passei com eles foi o primeiro ano em que eu tinha realmente gostado do Natal em toda a minha vida. Deuses sabiam que eu não tinha gostado como uma criança. Meus pais não me deixaram aproveitar como eu tinha certeza que as outras crianças aproveitavam o feriado. Acordar, animado para abrir os presentes... Eu balancei minha cabeça, dissipando as lembranças perturbadoras de meus pais. Eles não passavam pela minha cabeça muitas vezes, mas ultimamente eles tinham estado lá cada vez mais. Desde que eles enviaram a porra daquela carta. — Foi muito legal da sua parte dizer a Drake que você ia ficar em Nova York com ele, Lana e o bebê. Obrigado, cara. — Jesse ergueu a mão e bateu os punhos. — Somos família, cara. — Eles eram toda a família que eu tinha — tudo o que eu queria. Eu era mais próximo dos Demon’s do que eu era da minha própria banda. Eu amava Liam, Wroth, Zander, e Devlin. Mas eu era um exilado com eles. Tínhamos crescido na mesma comunidade, mas eu tinha

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sido o garoto riquinho, enquanto eles tinham sido de classe média ou inferior. Se o vocalista para a banda deles não tivesse quebrado a perna em um acidente de esqui aquático, eu nunca teria sido parte da OtherWorld. Nós entramos na frente da fila do passe e Shane se virou para nós. — Se eu vomitar, não deixe Harper ver. Jesse e eu rimos. — Sim, cara. Nós vamos cobrir para você. Estávamos no meio da casa assombrada quando eu percebi que Dallas não estava na minha frente. Meu coração foi parar na minha garganta e me virei, quase derrubando os dois jovens universitários atrás de mim. — Dallas? — Eu gritei o nome dela, me empurrando contra o próximo grupo. — Dallas! — Eu não podia vê-la em qualquer lugar. Alguém de jeans preto e uma camiseta preta, que estava escondido no canto para garantir que todos não causassem problemas, saiu e agarrou meu braço. Dei de ombros para me livrar do braço magro. Que porra ele iria fazer para mim de qualquer jeito? Minha perna esquerda provavelmente pesava mais do que ele. — Senhor, há algum problema? — Minha namorada. Ela estava com o nosso grupo, mas eu não consigo encontrá-la. — eu disse a ele sobre meu ombro enquanto eu continuei andando, meus olhos procurando quase freneticamente por ela. Eu não sabia por que, mas eu sabia que algo estava errado. Meu estômago estava em nós,

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meu coração batendo. Luzes estroboscópicas piscavam em todo o lugar e os atores estavam saindo para assustar quem passava. Então eu ouvi, e meu coração realmente parou. O grito de Dallas. — Dallas! — Eu gritava o nome dela, e empurrei um cara de aparência volumosa no chão enquanto eu tentava entrar na próxima sala. O grito veio de novo e eu sabia que se eu não a encontrasse nos próximos segundos eu ia vomitar. Um palhaço segurando uma machadinha sangrenta saiu de um armário quando entrei no quarto. Seu grito rachado abriu minha alma e eu quase caí de joelhos em alívio quando a vi. Mas seu rosto era uma máscara de medo. Seus olhos estavam arregalados, com lágrimas assustadas escorrendo pelo rosto. Ninguém estava perto dela enquanto ela se agachava no canto, os olhos dardejando entre o palhaço mais próximo a mim que tinha saído de uma caixa, para o boneco deitado no chão a poucos metros dali que estava vestido como um palhaço com as tripas saindo de sua barriga, e depois para o palhaço muito real no canto oposto, com um cão de aparência engraçada em uma mão e uma faca sangrenta na outra. — Dallas. — Eu respirei o seu nome em um suspiro de alívio e fui até ela.

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Quando seus olhos finalmente pousaram em mim, ela alcançou os braços e me agarrou como uma garotinha assustada. Levantei-a e ela escondeu o rosto no meu peito, soluçando. — Eu não quero mais fazer isso. Eu acariciava minhas mãos por suas costas nuas, apertando-a contra mim. — Não é real, baby. — eu sussurrei em seu ouvido. — Nada nesta sala é real, além de você e eu. — Me tire daqui, Ax. Por favor. — Ela chorou mais. — Eu não posso lidar com isso... Eu não posso. Incapaz de lidar com o som de seu choro, eu levantei-a em meus braços. O cara magro estava bem atrás de mim e ficamos sozinhos

na

sala,

exceto

pelos

malditos

palhaços.

Aparentemente eles tinham parado a entrada de visitantes. — Onde é a saída mais próxima? — eu exigi. O cara se virou e eu o segui. Dallas colocou os braços em volta do meu pescoço e enterrou o rosto no meu cabelo, escondendo os olhos dos palhaços. O próximo corredor tinha um sinal de saída e eu empurrei através dele com Dallas tremendo agarrada a mim. O ar frio da noite de outubro nos cumprimentou e eu respirei fundo. — Você está segura agora, baby. Os soluços lentamente desapareceram, mas ela ainda se agarrou a mim enquanto seu corpo estremecia com pequenos soluços. Tanto quanto eu queria me agarrar a ela, eu nunca quis que fosse assim. Eu acariciava seu cabelo para trás de seu rosto, escovava beijos sobre o topo de sua cabeça, para

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baixo de sua mandíbula e pescoço. Qualquer coisa para distraí-la do medo que ainda a fazia tremer. — Eu não sabia que você tinha fobia de palhaços. — eu murmurei depois que estávamos sentados lá por um tempo. Dallas deixou escapar um longo suspiro, soltando um pouco do pânico que ainda restava. — Não é algo que eu compartilho com a maioria das pessoas. Ter medo de palhaços é o medo mais estúpido conhecido pelo homem... — O que aconteceu? O que te fez ter tanto medo deles? Ela fez uma careta. — Você iria rir se eu contasse. — Tente. — Eu não quero falar sobre isso, Ax. — Ela se empurrou para

se

afastar e

um

dos

meus

braços

se

apertou

instintivamente ao redor dela. Eu não estava pronto para deixá-la ir ainda. — Todo mundo tem medos estúpidos, baby. — disse ela. Os meus eram loucos e infantis. Eu fui ao psiquiatra uma vez e apenas uma vez, porque ela me disse que eu tinha problemas com minha mãe. O que diabos isso quer dizer? Eu estava com medo de dizer às pessoas que eu as amava, porque minha mãe se recusou a me dizer que me amava? Mais que fodido! — Como o quê? — Ela levantou uma sobrancelha para mim, me desafiando a dizer quais eram meus medos.

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— Eu tenho medo de cair. — disse a ela. — De jeito nenhum! — Ela balançou a cabeça, fazendo com que seu rabo de cavalo escovasse contra a minha mão que ainda acariciava seu ombro. — Cair? Cair de amores, me apaixonar... Mas eu não iria dizer isso a ela. — Louco, né? — Você já enfrentou o seu medo? — perguntou ela, inclinando a cabeça para o lado para me estudar na iluminação fraca de uma lâmpada de rua nas proximidades e das pulseiras luminosas de um grupo de adolescentes passando. — Uma vez. — Eu balancei a cabeça. Mas antes que eu pudesse dizer como me sentia, você decidiu que eu não valia o seu tempo. Eu não disse isso em voz alta. Eu deveria ter dito. Eu deveria ter dito a ela ali naquele momento, que ela era a única garota por quem eu tinha me apaixonado. — Dallas... — Aí estão vocês dois! — Harper exclamou quando ela veio saindo do lado do edifício, com Shane e os outros bem atrás dela. — Aonde vocês dois vão? Um minuto você estava atrás de mim e no próximo você desapareceu. As unhas de Dallas morderam meu braço, e eu olhei para ela. Ela tinha um olhar suplicante em seus olhos azuis e eu sabia que ela não queria que eu contasse a eles a verdade. Isso me surpreendeu. Harper e Linc não sabiam sobre seu medo? Será que eles sabiam as razões por trás disso?

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— Nós decidimos sair para conversar.

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Capítulo 5 Dallas A batida na porta me acordou. Assustada, eu sentei na cama... Uma cama king size. Que porra é essa? Levei exatamente cinco segundos para lembrar onde eu estava e como eu tinha ido parar lá. Este não era o quarto que eu tinha visto ontem, o que eu deveria estar compartilhando com Natalie. Este quarto era maior, embora apenas um pouco. A janela de frente dava para o oeste, em vez de para o norte. A pancada na porta veio novamente. — Levante seu traseiro preguiçoso! — Eu achava que era Shane gritando pela porta trancada, mas poderia facilmente ser Drake. — As meninas já estão prontas e começando a sair. Ao meu lado Axton grunhiu e se empurrou para se sentar. — Cara! Eu vou matar você.

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Uma risada sexy e profunda flutuou para mim. — Nada que eu não tenha ouvido antes. Levante-se, jogue suas merdas na mala e vamos embora... Ah, e diga para Dallas que Harper está procurando por ela. Minha mente ainda meio nebulosa se desanuviou um pouco e eu senti meu rosto esquentar com uma mistura de constrangimento e vergonha. Baixei a cabeça, deixando meu cabelo loiro comprido esconder o rosto do homem que estava sentado muito perto e muito nu ao meu lado. — Vou sair daqui a pouco. — Axton gritou de volta e eu dei um suspiro de alívio quando ouvi os passos pesados de Shane desaparecerem quando ele saiu. Eu não levantei a cabeça. Eu não podia encará-lo, não poderia enfrentar o que eu tinha feito. Maldita seja minha fraqueza por este homem, e maldito seja ele por explorá-la. Ele tinha me seduzido com cada toque inocente de seus dedos contra a minha pele, cada palavra murmurada enquanto atravessávamos a Universal Studios na noite passada. Desde que ele começou a massagear meus ombros doloridos, eu tinha enfraquecido. No momento em que ele me levantou em seus braços e eu tinha encontrado a minha salvação de um dos meus piores pesadelos, eu estava perdida. Depois de Harper ter nos encontrado, eu tinha tentado ser forte. Eu realmente tinha. Mas era impossível não sentir seus olhos em mim, sentir o calor do seu corpo enquanto ele andava atrás de mim pelas outras casas assombradas. Por isso, tinha

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sido muito fácil abraçá-lo quando ele colocou o braço em volta de mim quando chegamos para o passeio de Transformers. Enquanto Harper havia estado paralisada pela experiência de viagem do filme, eu estava aos beijos com o Sr. Deus do Rock. É claro que eu ia colocar a culpa em toda a cerveja que eu tinha bebido na noite passada. Assim como no fato de que eu não tinha bebido nada em dois anos. Talvez eu fosse escapar dizendo que era porque eu tinha estado tão excitada e ficado sem sexo por tanto tempo quanto o álcool. Harper e Linc iriam ver através da meia-verdade num piscar de olhos. Eu tinha ficado muito mais tempo sem sexo do que apenas dois anos. Por mais que algumas pessoas gostassem de pensar que eu era uma vagabunda, eu poderia contar nos dedos de um lado da mão todos os homens com quem eu já havia estado e ainda ter dedos sobrando. O homem ao meu lado tinha sido o único a me arruinar para qualquer outro homem, no entanto. A pessoa que tinha roubado o meu coração, sem muita dificuldade, então desfiado-o em dois, quando seus sentimentos por sua ex-namorada tinham levado a melhor. — Precisamos conversar. — ele finalmente disse depois que eu estava sentada lá olhando para os lençóis por alguns minutos. Eu bufei e levantei o olhar dos lençóis para encontrar seus olhos cor de avelã. Agora eles eram de uma mistura de marrom e verde, mas ontem à noite tinham mudado várias vezes de

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marrom

para

verde

e

vice-versa.

Quando

ele

estava

empurrando para dentro de mim, me forçando a manter meus olhos nele, seus olhos eram verdes. Assim que ele se satisfez, esses olhos loucos quase que instantaneamente voltaram ao marrom, até que ele começou a me foder de novo. — Isso foi o que você disse ontem à noite, quando você me pediu para voltar para o seu quarto com você. As únicas palavras que saíram da sua boca foram: “Porra, você está molhada por mim, baby” e alguns “Eu mal posso esperar para provar a sua buceta escaldante”. — Eu afastei o cabelo do meu rosto, desejando ter um prendedor para prendê-lo em um rabo de cavalo para que eu pudesse tirá-lo do caminho. — Esse é o jeito como sempre foi conosco, Axton. Toda vez que deveríamos estar conversando, nós fodemos ao invés de falar. Ele fez uma careta, fazendo com que seu lábio inferior fizesse beicinho para fora. — Sim, eu sei. É um dos muitos erros que eu cometi com você. — Uau. — Meus olhos se arregalaram e eu sabia que estava sendo uma vadia, mas eu realmente não me importava. — Eu nunca pensei que você realmente admitiria que cometeu erros. Você está doente? — Eu coloquei a mão na testa dele. Axton agarrou a minha mão e me empurrou de volta contra os travesseiros, puxando minha mão para seu pau que já estava duro. — Você é tão espertinha, Dallas. E se eu não quisesse tanto que você chupasse o meu pau agora eu iria dizer coisas que realmente iriam surpreendê-la. Então, ao invés de

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conversar como eu sei que precisamos fazer, eu vou te foder até que nenhum de nós consiga lembrar dos nossos nomes e, em seguida, eu vou levá-la para a casa de Harper em Santa Monica para que você possa passar algum tempo com sua amiga. Mas hoje vamos conversar com certeza. Minha boca ficou seca quando toquei a pele quente e dura que ele chamava de pau. Eu não conseguia pensar em nada além de como eu queria chupá-lo tanto quanto ele queria que eu fizesse isso. Então eu concordei com ele e me empurrei em seu peito até que nossas posições se inverteram e eu estava beijando meu caminho pelo seu peito. Eu não tive pressa, querendo ter certeza de que eu prestava homenagem a cada tatuagem que eu amava. Como a nota musical em seu peito direito. Ou o anel em seu mamilo esquerdo. Inclinei a cabeça, examinando-o melhor. Eu o tinha desafiado a perfurar o mamilo. Eu nunca pensei que ele realmente iria fazê-lo, mas ele manteve os olhos presos nos meus o tempo todo quando estava colocando. É claro que eu tinha que fazer o meu piercing na língua naquela mesma noite, já que essa tinha sido sua estipulação. Colocar um piercing. Inclinando minha cabeça eu esfregava minha língua sobre seu minúsculo aro antes de sugá-lo em minha boca e puxá-lo para trás levemente, apenas o suficiente para fazer as suas mãos no meu cabelo me puxarem ainda mais contra ele. — Droga, Dallas. Eu amo essa boca sua.

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Sorri contra sua carne antes de me afastar para continuar beijando seu peito. As arestas duras e definidas de seus abdomens me deram algo a explorar, atrasando ainda mais o que eu mais queria estar beijando e lambendo. Tracei meus dedos sobre cada um, seguindo a trilha com a minha língua. Ele tinha gosto de suor e algo amargo, meio picante e um pouco doce. Eu sabia que era sabor único de Axton, me lembrei que tinha sido daquele gosto no qual eu me viciava. Minha língua mergulhou em seu umbigo e seus dedos se apertaram em meu cabelo comprido e grosso. Uma linha de cabelos escuros, um pouco mais leve do que os cabelos tingidos de preto na cabeça dele, seguiam a trilha com meus lábios. Beijei abaixo de sua virilha até que eu estava a centímetros de distância de um pau quente e duro de dez centímetros de largura. A lembrança de quão bom ele sentia dentro de mim apenas algumas horas atrás me fez choramingar e eu deixei a minha língua roçar sobre a cabeça em formato de cogumelo. O gosto do meu próprio desejo ainda permanecia junto com o dele. Agarrei seu eixo duro na minha mão esquerda e acariciei para cima, produzindo mais algumas gotas dessa substância viciante na qual eu poderia me deleitar por dias. Eu lambia-o como se fosse suco do meu picolé favorito. — Provoque. — ele murmurou, puxando meu cabelo apenas o suficiente para doer um pouco.

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Eu podia sentir meu próprio desejo crescente escorrendo em minhas coxas e eu usei minha mão livre para me acariciar enquanto eu colocava o pau totalmente em minha boca. A cabeça de seu pau bateu fundo na minha garganta e eu engoli, levando-o mais para o fundo. Seu grunhido de prazer fez meus dedos esfregarem meu clitóris mais rápido, produzindo mais líquido para facilitar a eventual posse dele. — Eu posso sentir o cheiro da sua necessidade por mim, baby. — Axton respirava. — Me deixe comê-la. Me deixe provar da sua buceta doce. De jeito nenhum eu me moveria, não quando eu podia sentir suas bolas apertarem. Ele estava perto e eu levantei meus dedos molhados e o deixei sugar, deixando que ele sentisse o gosto que ele alegava precisar. Troquei as mãos, segurando-o apenas com a minha boca, enquanto ele chupava meus dedos e eu me tocava com a mão esquerda. Minhas coxas começaram a tremer, meu estômago apertou enquanto

eu

sentia

meu

gozo

sair.

Chupei-o

mais

profundamente, gemendo em volta de seu pau grosso quando as minhas paredes internas começaram a contrair. As vibrações de gemidos desencadearam os seus próprios e eu tive que puxar minha mão de sua boca para segurar enquanto minha boca se enchia com sua libertação de novo. Eu não conseguia engolir tudo isso, não poderia manter tudo dentro da minha boca. Escorria pelo meu queixo enquanto eu continuava a chupá-lo e a esfregar o meu próprio orgasmo.

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Quando ele puxou minha cabeça nós dois estávamos respirando com dificuldade e eu estava tremendo do poder da minha libertação. Era como se ele não tivesse me dado quatro orgasmos alucinantes na noite passada. Eu estava perdida, completamente inútil enquanto eu o abraçava e fechava os olhos. Seu dedo esfregou em meu queixo, enxugando o seu gozo. — Não desperdice, baby. — ele sussurrou em meu ouvido quando ele colocou o dedo dentro da minha boca. Chupei, amando o seu gosto. Nenhum homem tinha o gosto de Axton Cage, meus deus do rock particular.

Harper Eu não disse uma palavra quando todos nós subimos na traseira da Escalade de Emmie. Nem sequer olhei para ela enquanto nos arrumávamos. Havia sete de nós colocando as malas dentro da enorme SUV, duas das quais estavam fortemente grávidas. Esses eram os meus amigos e eu não iria arruinar o tempo que eu tinha para passar com eles hoje, abrindo a boca e reclamando. Mesmo que eu estivesse louca para fazer exatamente isso. Eu estava sentada na fila do meio entre Lana e Dallas, enquanto Lucy e Natalie estavam na terceira fila com Layla e Emmie dirigindo. Mordi o lábio com força, porque não só eu

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não queria causar problemas no dia antes do meu casamento, mas eu não queria uma Lucy de nove anos de idade ouvindo os palavrões que sairiam quando eu falasse. Não que eu fosse louca — não de verdade. Eu estava preocupada. Dallas era sua própria versão de um zumbi depois de seu rompimento com Axton pela última vez. Eu não queria que ela passasse por isso tudo de novo. Eu não a queria machucada nem por um segundo sobre um cara que não a merecia. Quando ela se magoa, eu me magoo também e eu estava cansada de sofrer. Estar com Shane tinha me mostrado o que era não se ferir emocionalmente o tempo todo. Eu tinha ficado mimada e agora eu estava sentindo medo de sentir isso de novo. Deus, eu era uma covarde. — Então... — Emmie poderia sentir — provavelmente ver — o estresse em mim e ela não parecia feliz com isso. — Vamos abordar o elefante na sala, não é? — Lucy, fones de ouvido. Novo solo de bateria do papai. — Olhei por cima do ombro para ver Lucy se agitar sobre um par de batidas que saia de seu iPhone. Um momento depois, o barulho de uma das canções do Demon’s Wings me atingiu, aquela que tinha um longo solo de bateria que Jesse Thornton tinha aperfeiçoado em um dia. Emmie manteve o Escalade no estacionamento e se virou para todas nós. — Teve uma boa noite, Dallas?

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Ela encolheu os ombros. — Foi muito divertido. Emmie sorriu. — Eu aposto. Eu cerrei os dentes, mas não disse uma palavra. A mão de Lana tocou uma das minhas, me acalmando um pouco. Emmie viu minha mandíbula se apertar e balançou a cabeça. — Deixa para lá, garota. Eu não preciso de uma noiva homicida no dia do casamento. E Shane vai ficar puto se você aparecer derrotada em vez de em êxtase. — Ele vai quebrar seu coração mais uma vez! — Eu explodi, incapaz de segurar um segundo mais, sem me tornar uma maníaca homicida. Dallas era minha melhor amiga, minha irmã. Nós tínhamos passado pelo inferno com nossas mães e mal tínhamos acabado de voltar de lá, porque estávamos lá uma pela outra. — Eu não posso lidar com isso se ele machucá-la novamente. Ela merece coisa melhor... — Eu me virei para olhar diretamente para ela, finalmente deixando-a ver como eu estava chateada. Ela tinha estado tão quieta desde que ela finalmente saiu do quarto de Axton que eu sabia que ela tinha sentido o meu stress. —... Você merece melhor! Dallas sorriu e me puxou para seus braços. Ela não era tão fã de abraços, ou de qualquer contato físico, mas ela me segurou perto e acariciou as mãos sobre o meu cabelo. — Pare de se preocupar comigo, Harp. Eu sei o que eu estou fazendo. É assim como eu encerro. Ele e eu estamos tendo um fim de semana louco. Eu precisava dele, na verdade. Ele tem estado

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me assombrando por tanto tempo e agora eu posso trabalhar para tirá-lo do meu sistema e sair com um sorriso no meu rosto. Eu passei meus braços em torno de sua cintura fina, respirando o aroma suave de seu perfume sutil. Eu não acreditava em nenhuma palavra do que ela estava dizendo, mas eu não iria falar nada. Por enquanto eu iria fingir que eu acreditava nela. Eu era tão boa em fingir que as coisas estavam bem; minha infância tinha me feito um favor com isso. Abraçando-a com força por mais um longo momento para absorver o amor que nós compartilhamos, eu finalmente a soltei. — Ok, Em. Vamos. Os grandes olhos verdes ainda se estreitaram em mim, mas ela balançou a cabeça e depois de apenas uma pequena hesitação ela se virou para colocar o Escalade na estrada. Pela tarde, eu tinha empurrado todos os pensamentos de Dallas e Axton para fora da minha mente. Os sete de nós estávamos nos divertindo muito para que eu deixasse todos os pensamentos negativos me abaterem. Estávamos sentados na piscina da casa de Shane que eu tinha acabado de comprar, há alguns meses. Eu adorei Santa Monica mais do que eu pensei que eu faria. Tínhamos tentado encontrar uma casa em Malibu, mas não havia uma disponível da qual realmente gostássemos. Assim que o corretor de imóveis tinha mostrado esta casa de quatro quartos, eu fiquei apaixonada por ela.

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— Nós poderíamos ter ido a um spa e feito tudo isso. — Emmie disse enquanto observava Lucy colocar uma segunda camada de esmalte amarelo pôr do sol na ponta dos pés. – É o que fizemos antes do meu casamento. Eu balancei minha cabeça. — Eu gosto mais desse jeito. Apenas nós. – Era perfeito para mim. Sentada na minha piscina com um copo de vinho na mão, enquanto minhas meninas favoritas no mundo estavam prontas para me servir com o que eu precisasse. Dallas tinha feito minha manicure e pedicure, me deixando com uma única tira francesa branca, que ficava elegante. Eu tinha uma máscara de lama cara no meu rosto para fazer a minha pele brilhar de manhã, e nós comemos tanto que o meu vestido de casamento não iria passar nem dos meus quadris. Perfeito... Eu sentia falta de Shane. Era irracional, já que eu tinha acabado de vê-lo a algumas horas atrás. E eu o veria em menos de 24 horas, e caminharia até o altar com ele e me tornaria sua esposa. Ainda assim, meu coração doeu por estar longe dele naquele momento. Me perguntei no que ele e os caras estavam se metendo esta noite. Eu sabia que eles tinham algo planejado para ele. E eu tinha certeza que seria Drake a ficar observando Mia enquanto todos os outros saíam. Quando foi a vez de Nik, ele e Shane tinham começado a fazer tatuagens sobre seus corações. A de Nik tinha sido de dar água na boca. O coração, as letras, as chamas.

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Quando Shane tinha me mostrado a dele, eu tinha chorado. Então ele tinha feito amor comigo até que eu não pudesse lembrar de onde estávamos. Drake tinha esboçado meus olhos. Grandes olhos violeta. Shane tinha feito para o tatuador que a tinha transformado em uma obra-prima no peito do meu homem. Meus olhos olhavam para mim toda vez que eu tirava a camisa dele. Eu me perguntava se eu iria fazer isso hoje. Com os outros membros da OtherWorld indo para a casa de Emmie mais tarde, eu duvidava. — Eu quero uma tatuagem. Cinco cabeças dispararam para olhar para mim. Elas sabiam que eu não era a maior fã de tatuagens. Ao contrário de Dallas, que tinha mais tatuagem na pele, eu só tinha uma pequena na parte de trás do meu pescoço, que representava a minha amizade com ela. Eu não gostava de agulhas, e do som da arma de tatuar. Mas eu queria mostrar a Shane o quanto eu o amava, assim como ele tinha feito por mim muito antes de eu ter confiado nele o suficiente para dizer ‘sim’ quando ele finalmente me pediu em casamento. Dallas e Emmie estavam me estudando com mais atenção do que as outras três. Eu não sabia o que elas estavam pensando, mas Dallas finalmente sorriu. — Tudo bem. O que você tem em mente? Pensei em todas as tatuagens de Shane. Exceto na do peito com meus olhos, nas outras em seus braços e costas. Eram

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todas obras de arte, contando a história de sua vida de alguma forma. O selo da Demon’s Wings em seu ombro esquerdo me lembrava da que Emmie tinha onde se lia “Propriedade da Demon’s Wings” e das asas de demônio que ficavam nas costas de Lana com a mera proclamação de Demon’s Wings. Eu sabia exatamente o que queria. – Eu preciso da ajuda de Drake.

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Capítulo 6 Shane Eu estava pensando em ligar para Harper quando Drake saiu da casa com Mia em um braço e sua bolsa de lado cheia de seus materiais de arte na outra. Eu pulei para fora da espreguiçadeira onde estava deitado. — O que foi? — As meninas querem que eu vá até sua casa por um tempo. Não pergunte o porquê, eu não estou autorizado a contar. — Ele sorriu, com o braço reajustando Mia. — Vocês ainda vão sair? — O domado ainda não se decidiu. — Liam gritou, sentado em uma espreguiçadeira à beira da piscina com seus óculos escuros. — mais para esconder seus olhos vidrados do que para bloquear o sol. Como de costume, Liam estava drogado. Eu o ignorei porque eu o odiava quando ele estava drogado, e eu o amava como um irmão. — Eu acho que nós poderíamos apenas grelhar alguns bifes ou algo assim. Eu não estou realmente com vontade de sair. — Eu não tinha impulsos

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para sair e encarar um grupo de strippers — algo que eu tinha certeza de que Liam estava planejando quando ele tinha vindo. Talvez o idiota não tenha recebido o memorando, mas eu iria casar pela manhã, com alguém que completava minha vida. A partir do momento que eu tinha posto os olhos nela, o meu mundo tinha virado de cabeça para baixo — de um jeito bom. A necessidade de uma nova garota em todas as noites e todas as merdas que eu tinha feito tinha parado no momento em que meus lábios tocaram os dela. — Parece um bom plano. — Drake tirou as chaves do bolso, já se movendo em direção a calçada entre a casa principal e casa de hóspedes. — Eu não devo demorar. — Tchau, tio Shane. — Mia acenou enquanto Drake a carregava para longe. — Tchau, Mia. — Eu joguei-lhe um beijo antes que ela estivesse fora de vista. Quando eu ouvi o barulho do carro de Drake eu comecei a desabar mais uma vez na espreguiçadeira. Nik saiu da casa com uma maçã em uma mão e uma Corona na outra. Ele cutucou a espreguiçadeira de Axton com o pé, derrubando-o para fora da cadeira. — Acorda! Ax grunhiu, empurrando-se para se sentar, mas sem tentar ficar de pé. — Eu só dormi por uma hora na noite passada, cara. Me deixe em paz.

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Quatro pares de olhos se voltaram para ele, curiosos. Zander foi o primeiro a perguntar sobre o assunto. — O que — ou eu devo perguntar com quem — você esteve para deixa-lo acordado a noite toda, Cage? Nik e eu compartilhamos um olhar antes de rirmos. Todos os membros do OtherWorld tinham gostado de Dallas. Quando ela tinha terminado as coisas com ele, eles ficaram um pouco mais do que chateados com Axton. — Somente a Srta. Texas — Nik sugeriu. — Você ficou com Dallas novamente? — Devlin grunhiu. — Eu aposto mil dólares que ela só está à procura de uma ficada de fim de semana. Ela não vai manter isso por mais tempo do que amanhã à noite. Axton ignorou o baterista antes de finalmente conseguir levantar e se sentar na espreguiçadeira. — Cale a boca, Dev — Vou aceitar essa aposta, Dev — Quando Wroth riu Axton apontou o dedo para ele também. — Ah, vamos lá, cara. Sabe que aquela garota não vai aceitar a sua merda. Ela é mais esperta do que a maldita Gabriella. — Mais esperta, talvez. — Liam comentou, mexendo com seu telefone. — Mas não menos sexy. E não menos vadia. Concordando, Devlin e Zander levantaram as cervejas em acordo. — Amém, irmão. Três horas mais tarde nós nos sentamos à mesa do pátio para comer bifes grelhados que Jesse tinha feito quando

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chegou em casa. Drake e Mia ainda não voltaram, no entanto, e eu estava ficando mais ansioso para falar com Harper a cada minuto. Era uma loucura. Eu tinha acabado de vê-la naquela manhã, mas esse era o jeito que era conosco. Quando eu estava em turnê eu era como um viciado em drogas O tempo todo que eu estava longe dela, minha pele se arrepiava, meu coração disparava, meu corpo tremia até que eu pudesse beijála, abraçá-la de novo. Eu levantei minha espiga de milho que Jesse tinha grelhado perfeitamente e a mordi logo quando Nik levantou a cerveja. — Eu nunca pensei que esse dia chegaria. Todos esses anos observando Shane fodendo com qualquer coisa com uma buceta, eu acho que todos nós tínhamos desistido dele se casar. Mas aqui estamos nós, contando as horas até que o maior mulherengo da história do rock vai colocar um anel no dedo de sua mulher. Então vamos fazer um brinde e nos lembrar

dos

velhos

tempos.

Não

necessariamente

dos

melhores dias, mas ainda assim dias bons. — Todos eles tomaram um gole das garrafas antes que Nik levantasse sua cerveja novamente. — Para o meu amigo e irmão: Seja feliz. — Amém! — todos ecoaram e eu bebi o resto da minha cerveja para evitar chorar. Eu não iria ser um covarde esta noite. Drake voltou algumas horas mais tarde, sem Mia. Ele parecia cansado, mas ele ainda estava sorrindo quando caiu no sofá na sala de estar onde nós todos estávamos assistindo algum futebol da faculdade. Como de costume, a SEC estava

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dominando. Axton e os outros tinham crescido no Tennessee, mas eram fãs fervorosos do Alabama desde que eles usavam fraldas. Considerando que os meus irmãos da banda e eu tínhamos crescido em Ohio, nós seguíamos o Buckeyes para sempre. Ambos eram times de futebol dominantes, mas não estavam jogando hoje à noite, para a nossa sorte. Wroth estava com uma de suas guitarras acústicas e estava dedilhando alguns acordes de vez em quando. Eu estava louco para tocar também, mas todas as minhas guitarras estavam na minha casa. Fazia alguns meses desde que eu tinha saído em turnê, e eu ainda estava achando difícil não estar constantemente na estrada. Não porque eu sentia falta da estrada, mas porque eu estava acostumado a tocar todos os dias. Ultimamente eu tinha pegado na minha Fender e tocado apenas para que eu pudesse ver se eu lembrava de como fazer. — Como está Marissa? — Drake perguntou a Liam durante um intervalo comercial. Liam encolheu os ombros. — Está bem. — Ela está cuidando de Harris para Devlin hoje. — Wroth nos informou. — Agora que o menino está ficando mais velho, Devlin quer leva-lo nas turnês. Rissa vai junto e ajuda a cuidar dele. Meus olhos se arregalaram. — E você está bem com isso? — Wroth tende a agir como irmão mais velho de Liam e Marissa na metade do tempo. Ele sempre batia o pé quando se tratava de sua turnê com a banda.

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— Eu não cheguei a votar. — Wroth reclamou. — Eu ia contratar uma babá, mas Harris fez uma cena. Eu não posso culpa-lo. — Devlin sorriu. — Se eu tivesse catorze eu não iria querer uma babá também. Ele se dá bem com Marissa então achei que seria a melhor solução. O único reclamando é Wroth. — Rissa não é como Emmie. Ela não vai saber como lidar com cinco caras em um ônibus idiota. Não é o nosso modo de agir. Não do jeito que todos nós fodemos por aí. Marissa era maravilhosa, mas eu não tinha tanta certeza se os protestos de Wroth vinham de seu lado protetor ou do possessivo. Sua conexão familiar com Liam não se estendia a Marissa, mesmo sendo praticamente os pais de Wroth que a tinham criado. A mãe de Wroth havia sido irmã da mãe de Liam. Marissa tinha uma mãe diferente, que a tinha abandonado quando ela fez cinco anos. Não muito tempo depois que seu velho tinha morrido em um acidente — seu trailer bateu em um pouco de gelo e derrapou em um aterro. A mãe de Wroth tinha sido a única família que Liam tinha enquanto Marissa não tinha tido nenhuma. A Sra. Niall tinha pleiteado a guarda da menina, em vez de deixa-la entrar em um orfanato. Quando a conversa se voltou para outra coisa, eu desliguei. Meu olhar continuou indo para o meu celular, meus dedos coçando para pegá-lo e enviar uma mensagem, senão para liga-la de fato. Eu estava quase doente com a necessidade

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de falar com ela de alguma forma. Murmurando uma maldição, eu finalmente cedi e peguei meu celular. — Quem apostou em onze? — Jesse gritou, sorrindo quando viu que eu estava digitando mensagens de texto como um louco. — Droga! — Devlin gritou. — Eu apostei em meia-noite. Maldito, você não poderia esperar outra hora? Eu mal levantei os olhos da mensagem que eu estava preparando para enviar para Harper. — Do que você está falando? — Fizemos uma aposta de que você não conseguiria ficar a noite toda sem falar com ela. — Drake me informou, tomando um gole de sua lata de Dr. Pepper. — Eu apostei em cinco e meia. — Eu ganhei! — Nik se levantou, estendendo a mão para os homens sentados em volta dele. — Podem ir passando o dinheiro, vadias. — Quanto você ganhou? — eu exigi. — Todos nós apostamos cinco. — Drake disse, puxando a carteira e pegando o dinheiro que devia. — Quinhentos? — Não teria me surpreendido se tivessem sido cinco mil. Meus amigos eram idiotas assim quando ficávamos juntos.

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— Não, idiota. Cinco dólares. De jeito nenhum eu vou perder quinhentos com você. Eu te amo, irmãozinho, mas a Anjo iria chutar a minha bunda. — Ela gasta muito em sapatos, cara. — Jesse zombou. — Antes dela casar com você, meus extratos de cartões de crédito eram de três páginas só das lojas de calçados. — Só três páginas? — Drake sorriu. — Ela realmente gosta de sapatos. E eu sou muito fraco quando se trata de vê-la com eles e nada mais. Então, ela pode secar o banco comprando todos os malditos sapatos que ela quiser.

Emmie Acordei antes do amanhecer, sabendo que eu tinha um milhão de coisas para fazer para que Shane e Harper não tivessem que se preocupar com elas. O organizador de casamentos que eu tinha contratado para tentar facilitar a minha vida já estava esperando por mim no Swiss Park Banquet Center. Quando estava procurando locais para o casamento, Harper tinha se apaixonado pelo lugar e pelo gazebo exterior. Uma equipe de trinta pessoas já estava arrumando as cadeiras brancas, assim como as flores e a pérgula em frente ao coreto. Logo que eu garanti de que tudo estivesse da forma que Harper tinha dito que ela queria, eu entrei no salão de

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banquetes para verificar as mesas e decorações. Eu estava lutando contra minha náusea, mas eu não iria deixa-la me impedir de fazer deste o melhor dia da vida de Shane e Harper. Levou três horas para que eu acertasse tudo. Logo que o bolo estava no lugar eu fui para os quartos que nós usamos, para me preparar para o casamento. Era quase meio-dia e eu estava esperando as meninas chegarem antes dos caras. A limusine já deve tê-las pego a uma hora atrás, mas com o tráfego elas devem estar chegando a qualquer momento. — Mamãe! Eu virei ao som de Mia chamando meu nome. Ela estava segurando a mão de Lana e andando em minha direção. Me abaixei para abraçar meu bebê antes de me endireitar e enfrentar Lana. Quando eu a vi fazendo careta eu sabia que algo estava errado. — O quê? — eu exigi. — O padrasto de Harper acabou de me ligar. Cecil disse que as vadias gêmeas descobriram onde será o casamento e provavelmente tentarão invadir a festa. — Ela passou a mão sobre sua barriga, parecendo tão estressada como eu me senti repente. Quando Harper tinha me dado a lista de convidados ela me disse que ela não queria sob nenhuma circunstância que sua mãe, pai ou meia-irmã fossem convidadas. Harper nem sequer falava mais com a mãe ou irmã. Seu pai somente ligava uma vez a cada lua azul. Todos causaram problemas e dor de

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cabeça para ela, e eu com certeza não iria deixá-los estragar o dia de Harper. — Ok, eu vou lidar com isso. — eu assegurei a ela. — Onde Harper está? — Ela está terminando o penteado. O estilista está cuidando bem dela, não se preocupe. — Lana ofereceu a mão para Mia. — Vamos lá, pirralha. — Eu não sou pirralha, tia Lana. Você é. — Você é tão atrevida como sua mãe. Eu deveria bater no seu bumbum. — De jeito nenhum! — Mia riu quando Lana fingiu erguer a mão para ela. — Eu vou contar para o tio Drake! — O tio Drake tem que me aturar mais do que a você. Ele iria ficar do meu lado. — Eu sou a favorita dele. — Mia mexeu os olhos de uma maneira que eu tinha visto Nik ensiná-la a fazer recentemente e eu não pude deixar de sorrir enquanto eu as observava ir embora. Quando elas estavam fora de vista o meu sorriso caiu e eu peguei meu celular. A segurança já era reforçada. As ameaças de morte das fãs loucas tinham aumentado nesta última semana. A segurança de Harper, bem como a necessidade de manter a imprensa de fora tinham tornado as coisas extremamente difíceis. Todos, desde os fornecedores até o

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florista tinham que passar por todos os três postos de controle de segurança para entrar no edifício. — Ninguém entra sem convite e identidade com foto — Eu disse ao chefe da equipe de segurança que havia contratado. — Se você suspeitar de algo ou alguém, eu não me importo se ele é o maldito ministro, você me chama. — Sim, senhora. — ele respondeu sem hesitação. Uma hora depois, os caras chegaram. Nik me encontrou na sala de recepção repassando detalhes de última hora com o fotógrafo, assim como o fornecedor. Harper estava indo tirar fotos com o fotógrafo para usá-las para a revista dela como uma exclusiva do casamento. Seu chefe quase se mijou nas calças quando ela prometeu uma capa com ela em seu vestido de casamento com Shane segurando-a e os outros três membros da banda de pé atrás deles. — Você parece cansada. — Nik passou os braços em volta de mim, abaixando a cabeça para me beijar. — Você já comeu alguma coisa? — Um pouco de salada de frutas — eu assegurei a ele, me mantendo firme por mais um pouco. — Então... eu descobri algo. — Ele levantou uma sobrancelha e sorri. — Parece que o bebê vai ser muito parecido comigo. O cheiro de bacon me fez vomitar.

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Seus lábios tremeram. — Então, você não vai ficar querendo sorvete ou batidas com bacon? Ou bacon e sanduíches de manteiga de amendoim? Meu estômago se agitou só de pensar nessas coisas. — Por favor, pare. — Sinto muito, menina. — Ele roçou um beijo sobre meus lábios, em seguida, deu um passo atrás. — Detesto incomodála, mas Shane está prestes a perder o controle. Ele têm sido um caso perdido desde que saiu da cama. Você acha que Drake foi ruim? Ele não foi nada perto de Shane agora. Eu fiz uma careta. — O quê? O que há de errado? O que vocês fizeram com ele ontem à noite? — Hey. — Nik levantou as mãos como se quisesse me afastar quando eu dei um passo em sua direção. — Nós não fizemos nada. Ele estava bem quando foi para a cama na noite passada... Ou esta manhã. Eram quase três horas quando eu finalmente fui dormir. Quando eu acordei esta manhã e... Basta ir falar com ele, querida. Por favor? Murmurando uma maldição eu segui Nik para o lado oposto do prédio onde supostamente os caras se vestiriam. Eu entrei para encontrar Drake e Jesse em seus smokings já vestidos pela metade, mas Shane estava andando vestindo shorts de basquete e uma camiseta. Ele estava pálido como a morte, com os olhos injetados de sangue, e eu tinha certeza de que ele não tinha conseguido dormir nada.

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— Fale comigo. — eu ordenei, agarrando os braços dele e fazendo-o parar o seu ritmo frenético. — Você está com dúvidas? — O quê? — Ele parecia assustado com a minha pergunta. — Não! Eu estou malditamente pronto para fazer daquela mulher a minha esposa. — Então qual é o problema? — Eu mantive minha voz baixa e calma. — Não posso cuidar de tudo o que está errado se você não me contar, Shane. — Eu fiz uma coisa estúpida. Eu acho que eu errei feio. — O quê? — Todos na sala pararam o que estavam fazendo para virar e encará-lo. Engoli em seco, com medo da resposta da próxima pergunta que eu não tive escolha a não ser perguntar. — O que você fez? — Eu... Ah, porra! — Ele se afastou de mim e passou as mãos pelo cabelo escuro curto. Andou até a janela, em seguida, virou-se para olhar para mim, os olhos azul-acinzentados parecendo atormentados. — A mãe de Harper me ligou ontem à noite. Ela disse que queria fazer as pazes, se desculpar com Harper por ser uma mãe de merda. Então ela começou a falar de como ela queria ver a filha se casar. Então eu... eu enviei a ela um convite por e-mail. — Shane!

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— Eu dormi por duas horas e quando acordei, percebi o quão grave foi o erro que cometi. Harper não quer a Monica aqui. — Você acha? — Eu não pude evitar. Minha voz estava subindo junto com a minha pressão arterial. Droga, agora eu quase desejei que ele tivesse traído. Eu poderia corrigir isso muito mais rápido e de modo mais eficiente que isso. Eu poderia ter simplesmente cortado suas bolas fora, os apresentado para Harper, e pronto. — Eu já tenho um forte esquema de segurança, e eles sabem que não devem deixar ninguém entrar sem um convite. Mas agora ela tem um! Eu poderia tê-la evitado sem isso, maldição. Deuses, isso é uma merda. — Me ajude a corrigir isso, Emmie. — Shane implorou. — Me ajude... — Você não sabe fazer nada de um jeito fácil, não é? — Eu estava quase gritando com ele, mas me afastei antes que eu começasse a jogar merda. — Os convidados já estão chegando. Se ela estiver aqui ela vai causar uma enorme cena e Harper vai ficar ainda mais chateada. — Eu sei. — A voz dele quebrou e eu caí para o sofá contra a parede ao lado dele. — Eu sei. — Tudo bem. — Nik deu um passo adiante, com as mãos indo para os meus ombros para tentar esfregar um pouco do meu stress. Eu tremi ao sentir suas mãos em mim, mas não

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ajudou a aliviar a tensão no meu corpo. — Podemos resolver isso. Eu soltei um suspiro de frustração. — É. Eu posso consertar isso. Era o meu trabalho corrigir todos os problemas deles... Porra, às vezes eu odiava o meu trabalho!

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Capítulo 7 Harper Eu pensei que eu ia ser uma daquelas noivas que se apavoravam com qualquer emergência no dia de seu casamento. Claro, Emmie tinha sido a minha graça salvadora, garantindo que eu só tinha que dizer sim ou não para isso e aquilo. A coisa mais difícil que eu tinha que fazer era escolher o meu vestido de noiva, o que tinha sido fácil logo que eu vi o vestido. Ainda assim, eu pensei que fosse acordar esta manhã me sentindo ansiosa e pronta para correr para a fronteira a qualquer sinal de problemas. Em vez disso eu estava calma, e pronta para caminhar até o altar e mudar de sobrenome. Agora, enquanto eu parava em frente ao espelho vestindo meu vestido de noiva, eu não pude deixar de sorrir. Levou uma vida, mas agora eu pude ver exatamente o que Shane viu todos os dias. A mulher bonita encarando o espelho estava além de mim. Meu cabelo estava enrolado à perfeição e caía em volta dos meus ombros; eu tinha o mínimo de maquiagem com apenas um pouco de base, um pouco de sombra e brilho. O vestido de noiva era sob medida, e empurrava os seios para

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cima enquanto mostrava a curva sexy dos meus quadris. Em meus pés eu usava sapatilhas de balé fáceis, sem me dar nenhuma

altura

extra,

nem

sex

appeal.

Mas

eu

definitivamente estava sexy. Atrás de mim, minhas amigas estavam sem palavras. Mudei

o

meu

olhar

para

encontrar

Dallas

piscando

rapidamente, tentando não chorar. — Você está tão bonita, Harp. Eu abri minha boca para lhe agradecer, mas a porta se abriu e entrou o meu padrasto junto com Linc. Os dois homens pararam em seus caminhos quando me viram. — Mas que porra! — Linc exclamou. — Você é o suficiente para converter um homem gay, Harper. Eu ri, dando um passo à frente para deixá-lo roçar um beijo na minha bochecha. — Obrigado. Quando eu olhei para Cecil ele tinha lágrimas em seus olhos e não estava tentando mantê-las afastadas. — Não há palavras para descrever como você está linda, Harper. — ele disse antes que o puxasse para um abraço caloroso e amoroso. Fechei os olhos e passei meus braços ao redor de seus ombros. — Obrigado por estar aqui por mim, Cecil. — Não há outro lugar onde eu preferiria estar, querida. — Onde está Emmie? — exigiu Layla. — Ela não se vestiu ainda.

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Eu não tinha notado! — Eu vou encontrá-la. Ela provavelmente está passando por cima de tudo novamente, pouco antes da cerimônia. — Natalie sorriu para mim no espelho antes de sair. — Você está tão bonita, Harper. — Jenna, a irmã de Shane e Drake me disse, de onde ela e Mia estavam sentadas no sofá. — É tão legal que você vá ser a minha irmã. Cruzei com ela e puxei-a para um abraço de um braço só, não querendo estragar o penteado ou o vestido dela. A festa de casamento não era a maior que eu já tinha visto, mas não era a menor por uma grande diferença. Jenna e Lucy eram minhas madrinhas junto com Lana, Layla, Emmie, e Natalie. Dallas era minha dama de honra, mas eu teria dado esse título a Linc rapidamente. Felizmente ele era um dos padrinhos de Shane, porque Shane o queria lá em cima com a gente tanto quanto eu. — Obrigado, Jen. Estou tão feliz que você pôde estar aqui. — Papai disse que eu não iria perder o casamento de Shane por nada no mundo. Mamãe não arranjou uma briga tão grande quanto eu achei que faria. — Jenna rolou os olhos. Stella não era a minha pessoa favorita no mundo, mas ela tinha se acalmado bastante desde o pesadelo que Jenna nos tinha feito passar, fugindo para Nova York em busca de seus irmãos. Quanto ao pai de Shane, isso ainda era muito tenso. Não que eu pudesse culpar a ele ou a Drake. Seu pai havia

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basicamente virado as costas para eles quando eles mais precisavam. — O meu vestido está bonito, tia Harper? Virei meu olhar para Mia, que estava sentada ao lado de Jenna. Em seu vestido branco ela não só estava bonita, mas parecia uma bela boneca pequena. — Com certeza, princesa. E seu cabelo está tão adorável. Você foi uma menina tão boa ficando sentada enquanto tia Layla enrolava isso em você. A porta se abriu tão de repente que eu quase bati contra a parede. Emmie parecia uma pequena selvagem, com os olhos se destacando em seu rosto pálido. Me senti culpada que ela havia estado correndo por aí para tornar o meu dia do casamento tão especial, enquanto eu só tinha me sentado com todos em volta de mim me mimando. — Emmie... Seus olhos pousaram em mim e eu estava assustada quando lágrimas derramaram de suas bochechas. — Oh meus deuses! Você está de tirar o fôlego. Eu não sabia o que dizer. Eu queria agradecê-la por tornar tudo isso tão especial. Eu queria abraçá-la e dizer que estava arrependida por ser um pé no saco. Minha boca se abriu, mas nada saiu. Parecendo entender tudo o que eu estava sentindo, Emmie pisou duro e colocou os braços em volta da minha cintura. — O prazer foi meu, Harper. — ela sussurrou perto do meu ouvido. — Bem-vinda à família, querida.

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Vinte minutos mais tarde, eu estava do lado de fora esperando o sinal para caminhar até o altar. Meu coração estava disparado, minhas mãos estavam ficando suadas. Dallas ficou na frente de mim, esperando que os outros caminhassem até o altar para que ela pudesse ter a sua chance. Eu levei um momento para observá-la. Seu cabelo estava preso em um coque lateral, mostrando a tatuagem que eu só tinha visto em fotos até recentemente. O vestido de seda que todas as damas de honra estavam usando era de um lavanda suave. Ele não estava apertado, mas parecia abraçar cada curva que a minha amiga tinha. Mesmo com nós duas usando sapatilhas de balé, ela ainda era alguns centímetros mais alta que eu. Dallas finalmente deu um passo adiante, movendo-se para fora de vista quando ela começou a descer o corredor. Eu respirei fundo, pronta para dar o primeiro passo para me tornar a esposa de Shane. Cecil ficou ao meu lado, pálido e com os olhos marejados. Mesmo que eu tivesse convidado meu pai para o meu casamento, seria doentio ter sido ele a me acompanhar até o altar. Cecil foi o homem que tinha me criado, o primeiro homem a me amar incondicionalmente. De repente, a música mudou para a marcha de casamento — e Cecil se virou para mim com um sorriso vacilante. — Pronta? — Pronta. — Saiu como um sussurro, porque de repente eu estava tendo dificuldade para falar através da emoção entupindo minha garganta.

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Cecil me ofereceu um braço e eu passei minha mão em volta dele quando entramos em volta do pequeno muro que estava

me

escondendo

de

todos.

Meus

olhos

foram

imediatamente para a frente do altar. Eu não vi qualquer uma das cerca de trinta pessoas que eu tinha convidado. Ninguém parado na pérgula ficou registrado no meu cérebro, além do homem que me possuía completamente. O cabelo curto de Shane era um pouco confuso, mas eu não estava certa se isso era ou não intencional. Seus olhos azuis-cinza estavam nebulosos e pareciam inchados. Ele usava um smoking que lhe cabia perfeitamente, o lenço tingido de lavanda trouxe um sorriso aos meus lábios. Foi ele quem escolheu as nossas cores, querendo que tudo combinasse com os meus olhos. Quando Cecil e eu nos aproximamos, vi Shane engolir em seco, a garganta trabalhando com emoção. Eu pisquei as lágrimas, tão feliz que meu coração parecia que ia explodir. Parecia que eu estava andando muito devagar, que eu nunca chegaria ao seu lado. Cecil teve que agarrar a minha mão e me segurar para me impedir de avançar sem ele. Mordendo meu lábio, eu tentei ser paciente, mas era tão difícil quando tudo o que eu queria era estar nos braços de Shane. Finalmente — finalmente — Eu estava a apenas alguns metros de distância. Shane se adiantou, pegando a minha mão e me puxando de Cecil contra ele. — Eu te amo. — eu respirei enquanto seus lábios capturaram os meus.

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Minha mente ficou completamente em branco, enquanto o meu corpo parecia arder em chamas de desejo branco quente. Meu buquê de rosas brancas e cor de lavanda caiu da minha mão quando eu me enrolei em volta de Shane, tentando me pressionar tão perto quanto humanamente possível. Eu ouvi uma voz profunda atrás de mim e eu virei minha cabeça para ver lagrimas através de um sorridente Cecil. — Eu gostaria de manter algumas coisas fora da minha imaginação quando se trata de vocês dois, querida. — Ele piscou, e Shane riu quando eu senti meu rosto encher de calor. Cecil deu um passo adiante, me puxando para fora do aperto de Shane para que ele pudesse beijar minha bochecha antes de me entregar ao meu noivo. — Cuide dela, rapaz. — Eu vou, senhor. — Shane disse em voz mais áspera do que o habitual. — Eu juro que eu vou. O ministro pigarreou e Shane e eu nos viramos para enfrentar o homem, seu braço ainda apertado em volta da minha cintura. O pequeno homem com o cabelo ruivo nos deu um sorriso amável antes de começar a cerimonia. Tentei não chorar, mas quando Shane repetia seus votos, eu era uma causa perdida. —... Eu vou te amar e cuidar de você por todos os dias da minha vida... — Eu ouvi as palavras, mas não podia vê-lo através das minhas lágrimas. Sua voz falhou e eu sabia que ele estava lutando contra as lagrimas tanto quanto eu. Quando eu coloquei o anel que combinava com o meu anel de noivado

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no meu dedo, meus dedos tremeram tanto que eu tive que segurar minha mão um pouco mais para que ele pudesse colocar o anel nela. Um pequeno soluço escapou de mim quando ele levantou minha mão para seus lábios e beijou meu dedo com o anel que agora simbolizava nossa promessa de amor. Eu repeti os mesmos votos — prometendo ser amiga dele, amante e companheira de alma pela eternidade. Dallas me entregou o anel e eu enxuguei as minhas lágrimas para que eu pudesse ver o que eu estava fazendo antes de pegar a mão dele e colocar o anel em seu dedo. — Eu vos declaro marido e mulher. Shane, você pode beijar sua noiva. — O ministro não tinha sequer terminado de falar antes que Shane carinhosamente me puxasse contra ele. Ele me ergueu alguns centímetros do chão enquanto sua cabeça abaixava. Quando nossos lábios se encontraram, pela primeira vez como marido e mulher, a magia — a química que sempre tinha sido tão forte entre nós — brilhou mais forte. Me agarrei a ele, beijando-o mais profundamente, me esquecendo do grupo de amigos e familiares nos observando enquanto ele devorava minha boca em um beijo que selou o nosso compromisso mais profundamente do que um anel jamais poderia.

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— Senhoras e senhores. Lhes apresento o Sr. e a Sra. Shane Stevenson! Parecia que a sala de recepção estava cheia de centenas de pessoas, em vez de menos de cinquenta quando Shane e eu entramos na sala de mãos dadas. Os nossos amigos, familiares, alguns dos meus colegas de trabalho, e alguns membros da equipe de turnê que estavam por anos com os Demon’s Wings estavam presentes. Era pequeno, íntimo e absolutamente perfeito para mim. — Para começar as festividades a noiva e o noivo terão sua primeira dança. — O organizador de casamentos tinha uma voz sensual, muito sexy — algo que eu não tinha notado até agora. Mas esse pensamento evaporou completamente do meu cérebro quando Shane me puxou para os seus braços e as luzes se apagaram. Eu não tinha ideia do que estava acontecendo com a música. Shane e eu não tínhamos realmente uma música específica e eu lhe pedira para lidar com tudo isso. Eu sabia que ele estava trabalhando com Nik em uma lista e eu estava animada para ouvir o que eles escolheram. O meu homem não era iniciante a respeito de música. Eu sabia que iria ter uma variedade de gêneros em sua lista de reprodução. Agradeci a todos os deuses de Emmie, porque tanto quanto eu amava rock n’ roll eu não queria passar toda nossa recepção de casamento com as minhas mãos no ar.

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O piano me assustou, e então eu estava derretendo contra o meu marido quando a música de John Legend, “All of Me” encheu a sala. Um foco de luz foi colocado em nós quando Shane e eu dançávamos ao redor da pequena seção da sala de recepção usada para uma pista de dança. Seus lábios pressionados contra meu ouvido e eu tremi quando ele cantou para mim. — ‘Cause all of me, loves all of you... You’re my end and my beginning ...

Lágrimas inundaram minhas bochechas e eu enterrei meu rosto em seu peito, me agarrando a ele enquanto ele fazia uma serenata para mim em frente a todas as pessoas que eu amava. Enquanto a música lentamente chegou ao fim eu estava quase chorando, literalmente tão feliz que eu tinha que chorar ou implodir. Shane beijou minhas lágrimas, sussurrando o quanto me amava no meu ouvido uma e outra vez, até que finalmente a música terminou e eu estava uma bagunça fraca, usando-o para me segurar. Em volta de nós todos estavam aplaudindo de novo, mas eu mal prestei atenção quando as notas da próxima música começaram a tocar e os meus soluços se transformaram em risos felizes. “Best Day of My Life” dos America Authors inundou a sala e meus braços se apertaram em volta do pescoço dele, beijando-o longa e profundamente quando as palavras ecoaram tudo o que eu estava sentindo. Este realmente era o melhor dia da minha vida.

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Passei a hora seguinte sendo passado de parceiro de dança para parceiro de dança. Meu pai, Nik, Axton, Jesse e então Drake. Depois o meu chefe, que era o editor-executivo e CEO da America’s Rocker. Eu também dancei uma com Mia, porque ela disse que parecíamos gêmeas e gêmeas tinham que dançar pelo menos uma música. Wroth e Zander foram gentis quando dançaram comigo, enquanto Devlin flertava o tempo todo. Quando meu novo sogro me ofereceu sua mão eu estava um pouco relutante em aceitá-la, mas não queria causar uma cena. Deixei que ele me levasse para o meio da sala, o meu sorriso forçado quando eu pisei na pista de dança com ele. Era difícil olhar para ele e não ver a semelhança familiar com Shane e Drake, que poderiam facilmente ser confundidos com gêmeos de longe. Clyde Stevenson ainda era um homem muito bonito, e eu sabia só de olhar para ele e seus filhos — e, sim, suas filhas também — que eles iriam envelhecer graciosamente. Ele parecia bom o suficiente, mas eu me impedia de realmente me soltar porque nem Drake nem Shane tinham verdadeiramente o perdoado por abandoná-los quando eles tinham desesperadamente precisado dele. E porque eu não conseguia perdoá-lo, eu definitivamente não conseguia perdoar esposa dele. Stella Stevenson era a razão pela qual Clyde tinha virado as costas para seus filhos, e nenhuma mulher jamais deve exigir isso de um homem. — Obrigado por incluir Natalie e Jenna na festa de casamento — disse Clyde.

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— Não é necessário, obrigado. Eu amo as duas. Jenna é muito especial para Shane e eu. Eu desejo que nós pudéssemos vê-la mais vezes. — Desde a mudança para a Califórnia, Jenna não era capaz de nos visitar tanto quanto fazia quando estávamos em Nova York. — Tenho certeza de que podemos fazer algo para que ela possa vir visitar um pouco mais frequentemente. — Clyde me assegurou. — Ela está se queixando sem parar por não ver você e Shane, mas pelo menos ela ainda consegue visitar Natalie e Drake durante os meses que ele está na Costa Leste. Dançamos mais um pouco em silêncio e eu estava começando a desejar que a música acabasse quando ele falou de novo. — Eu quero agradecer a você, Harper. Eu pisquei. — A mim? Por quê? Ele soltou um longo suspiro, cheio de emoções que eu não estava certa de que eu queria nomear porque isso significaria que eu sentia simpatia por este homem. — Por amar meu filho. Por fazê-lo o mais feliz que eu já vi. Você é a razão pela qual ele tem um sorriso no rosto, mais frequentemente do que não. Olha, eu percebo que a minha opinião não conta para você ou para qualquer outra pessoa nesta sala. Especialmente Lana. — Ele fez uma careta. Eu podia imaginar o que Lana tinha acabado de dizer a ele sobre sua opinião e tudo o mais. — Mas, eu só tinha que dizer isso. Então, obrigado.

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A música chegou ao fim e eu me encontrei abraçando-o, um pouco sem jeito. — Como eu disse, agradecimento não é necessário, Clyde. O jantar foi tão delicioso quanto eu estava esperando. Me sentei na nossa longa mesa na nossa festa de casamento, provando um pouco de tudo do meu prato, e também do prato de Shane quando ele não estava olhando. Eu estava bebendo meu champanhe, metade ouvindo alguém fazer um discurso, quando o meu dia inteiro passou de incrível para a completa merda. De jeito nenhum. Não. Não. DE. JEITO. NENHUM! As palavras devem ter realmente saído em vez de ecoar na minha cabeça porque alguns dos convidados mais perto ofegaram. Eu me levantei tão rápido que minha cadeira tombou e eu apenas fiquei ali, olhando para as duas únicas pessoas que eu teria pago dinheiro para ter empurrado para as entranhas do inferno. Minha mãe estava sentada em uma mesa logo do meu lado esquerdo. Minha linda meia-irmã estava sentada como se ela pertencesse aqui, quando ela estava manchando tudo o que eu achava que estava perfeito a alguns segundos atrás. Quando ela percebeu meus olhos sobre elas, na verdade, minha mãe sorriu. Não seu sorriso malicioso que ela sempre me dava e costumava a me colocar para baixo e me sentir horrível, mas o sorriso de “Eu sou uma pessoa tão boa.”

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Ao meu lado Shane murmurou uma maldição e eu senti Emmie se movendo atrás de mim, já com seu telefone falando baixo — mortal — com a segurança. Me virei para Shane. — Como elas chegaram aqui? — Eu sussurrei. Eu vi a culpa em seus olhos quando sua garganta trabalhou com emoção. Droga! Eu já tinha visto o mesmo olhar em seus olhos a noite em que eu o tinha pego de surpresa com um jantar surpresa com as vadias anos atrás. Respirei fundo, minhas mãos apertando em um punho enquanto eu tentava controlar minha raiva crescendo. — Você? — Eu cometi um erro. Ela me ligou ontem à noite, chorando sobre como ela queria ser uma mãe melhor. Me senti uma merda e eu finalmente enviei a ela um convite. Mas eu percebi que era um erro logo que eu acordei esta manhã. Emmie reforçou a segurança, disse-lhes para não deixá-las entrar Quando elas não apareceram para a cerimônia nós pensamos que ela não viria... Eu acho que ela decidiu esperar até que a guarda abaixasse. — Ele segurou meus punhos, trazendo-o até seus lábios. — Sinto muito, linda. Me desculpe que eu as deixei estragar o nosso dia. Fechei os olhos, bloqueando a vista dos seus olhos molhados e a multidão atrás dele. Fazia anos que eu não via minha mãe ou a minha meiairmã. Eu não tinha atendido seus telefonemas. Tinha jogado fora todos os cartões de Natal, mesmo aquele minha mãe tinha, na verdade, se lembrado de enviar em meu aniversário. Shane

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me fez perceber que eu não precisava delas na minha vida e eu não ia deixá-las me fazer sentir culpada como tinham feito quando eu estava crescendo... Eu não precisava delas! E eu com certeza não iria deixálas estragar este dia para Shane e eu. Eu abri meus olhos e passei meus braços em volta do pescoço de Shane. — Eu não estou brava com você. — eu disse a ele, beijando sua bochecha. — Vamos simplesmente ignorálas. Se nós fingirmos que elas não estão aqui... Bem, isso realmente vai irritar a minha mãe. Os olhos azuis cinzentos se arregalaram de surpresa. — Sério? Você não está chateada comigo? Eu balancei minha cabeça. — Eu estava. Acerca de um minuto atrás. — Nós dois sorrimos, e eu fiquei na ponta dos pés para escovar meus lábios nos dele. — Nós dois sabemos que eu não consigo ficar brava com você por mais de um minuto. — Emmie fará a segurança atirar suas bundas para fora se quiser. — Não. Ariana é a rainha das cenas e eu não quero lhe dar a chance de fazer uma. Então, como eu disse, ignore-as. — Olhei para Emmie sobre os ombros de Shane. Quando ela levantou uma sobrancelha para mim, seu celular colado ao ouvido dela, eu balancei minha cabeça. Ela deu de ombros, como se dissesse que era minha festa.

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— Tudo bem! — Dallas pegou o microfone agora, poupando o planejador do casamento de fazer seu discurso. Eu me virei para olhá-la e Shane passou os braços em volta da minha cintura, seus lábios roçando por cima da minha cabeça. — Bem, se você não me conhece, então você não conhece Harper. Ela têm sido minha melhor amiga desde que ambas éramos adolescentes. Nós unimos por um problema parecido, ainda que diferente, com nossas mães e o ódio compartilhado por Ariana Calloway — que está aqui, falando nisso! A vadia do mal, mas na verdade isso é outra história. Hoje nós vamos falar de Harper e somente sobre Harper. Dallas virou seu sorriso com força total em mim e eu senti meu coração se elevar com o amor brilhando de volta para mim naquelas profundezas azuis. Dallas era minha irmã, e não apenas a minha melhor amiga. — Harper entrou na minha vida quando eu senti que não tinha ninguém. Ninguém nunca não deve se sentir só, mas eu não sabia disso até o dia em que conheci essa beleza dos olhos violeta. Ela é a mais amorosa, carinhosa, clemente e a pessoa mais bonita por dentro e por fora que eu já tive a sorte de conhecer. Espero que Shane perceba o tesouro que ele recebeu hoje, e que respeite e cuide dela para o resto de sua vida... Porque se não cuidar eu tenho um taco de futebol com seu nome gravado nela. — A sala se encheu de risos, a maioria deles sem suspeitar que Dallas estava completamente séria. Eu ri, mas ergui a minha taça de champanhe para os meus lábios quando Dallas terminou seu brinde.

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Capítulo 8 Layla Aquele maldito bolo estava chamando meu nome! Eu olhei para a coisa de doze camadas, a minha boca aguando só de olhar. Eu tinha estado com Harper e Emmie quando elas fizeram os testes de sabores. Algum tipo de creme de limão foi o que Harper finalmente tinha decidido para a coisa toda. Não devia ter me surpreendido. Se você entrasse na casa de Shane e Harper agora tudo cheiraria a limão. Velas, sabonete, detergente de lavar louça. Eles estavam loucos por limão. E as duas bestas no meu estômago estava querendo mergulhar na sobremesa doce. Eu esfreguei a mão sobre minha barriga muito inchada, silenciosamente implorando que eles se comportassem. Ao meu lado Jesse estava observando as pessoas. Ou melhor, observando os meninos. Um em particular. Harris Cutter estava dançando com Lucy, que parecia uma pequena estrela

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de catorze anos de idade. Eu achava adorável. Mas o papaizão não achava o mesmo que eu. Eu cutuquei seu braço com o meu cotovelo, tentando chamar sua atenção para mim e para longe das crianças dançando a menos de quinze metros de distância. — Hey. Jesse mal me poupou um olhar. — Sim, querida? — Ele apenas está dançando com ela, Jess. — Quem está com quem? Meus olhos se estreitaram e eu percebi que talvez seus olhos não estivessem no filho de Devlin, mas apenas em Lucy. — Qual o problema? Ele balançou a cabeça, e então pareceu forçar seu olhar para longe da filha e focá-lo em mim. — Desculpe, eu estava longe? — Muito. Tem alguma coisa errada? Você realmente não tem agido como você mesmo o dia todo. — Na verdade ele tinha estado longe desde a cerimônia. Eu achava que era porque eu tinha contado a ele que Emmie estava gravida e ele não tinha aceitado bem a notícia. — Não é nada. Estou apenas cansado. Não consegui dormir esta noite sem você ao meu lado, baby. — Me inclinei e beijei seu rosto, mas momentos depois seus olhos estavam de volta em Lucy. Seu olhar vagou para ela pela próxima hora, seguindo cada passo dela enquanto ela andava pela sala

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conversando com todas as pessoas que ela conhecia, o que eram quase todos que estavam presentes. Enquanto ele observava Lucy, eu o observava. Sua mandíbula estava tensa, sua pele pálida. Meu habitual marido feliz estava me assustando. Eu queria agarrá-lo e exigir que ele dissesse o que diabos estava acontecendo. — Lucy fez algo que eu deveria saber? Ela está com problemas? — Eu finalmente perguntei, se esse fosse o caso, Jesse já teria me dito. Droga, Lucy já teria me dito. Éramos abertos e honestos em toda a nossa pequena família. Era a nossa regra da casa! — Não. Ok, agora eu estava começando a ficar chateada. — Então, por que ela não pode dar dois passos sem você quase enlouquecer? Por que diabos você acabou de segui-la até o banheiro?! Lucy estava de pé conversando com Jenna, Harris, e a filha do chefe de Harper. Quando as três meninas tinham deixado a sala de recepção para usar o banheiro, Jesse tinha ficado ainda mais tenso e os seguido. Quando elas voltaram, ele voltou e se sentou do meu lado. Eu agarrei o braço dele, obrigando-o a tirar o olhar de Lucy, que agora estava dançando com Shane. Se eu estava em pânico antes, olhar para os olhos dele me deixou por um fio. Aqueles olhos escuros em constante mudança por quais eu me apaixonei antes mesmo de eu saber

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que eu amava o homem, estavam ainda mais escuros do que eu já tinha visto. O que estava acontecendo era ruim. Muito, muito ruim. — É melhor você começar a falar ou eu vou começar a gritar. — eu disse a ele com toda a calma possível, considerando que meu coração ameaçava sair do meu peito. Jesse engoliu em seco, passando a mão livre sobre a sua cabeça raspada. — Eu não quero que você se preocupe com isso, ok? Eu vou lidar com isso a primeira coisa amanhã. Juro pelos deuses que eu vou resolver isso. Ok? — O que precisa ser resolvido? — Quando eu fui para casa ontem para regar suas plantas e pegar as cartas... Havia um cara sentado na calçada. Ele disse que estava esperando por alguns dias. Ele queria falar comigo ou com você. Ele não se importou com quem... — Jesse soltou um suspiro frustrado, seu olhar voltando para Lucy quase inconscientemente. — Ele me mostrou papéis legais, Layla. — Papéis legais? Para quê? Estamos sendo processados ou algo assim? — Fiquei ainda mais confusa, mas as borboletas no meu estômago não tinham nada a ver com os gêmeos e tudo a ver com um medo sem nome. Jesse balançou a cabeça. — Não é por dinheiro. Por custódia. O pai verdadeiro de Lucy a quer.

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Se eu não estivesse sentada eu com certeza teria caído. Todo o sangue foi drenado da minha cabeça e de repente eu me senti tão fraca que o agarrei pelo braço enquanto eu respirava fundo várias vezes. Tal como o seu olhar, meus olhos foram direto para Lucy e continuaram colados lá. — Eu nem sei quem ele é. — eu sussurrei. Adotar Lucy tinha sido bastante fácil. Minha mãe não tinha listado o nome do pai dela. Mas o advogado com quem lidamos nos avisou. Só porque um pai não tinha sido nomeado não quer dizer que o pai biológico dela não tem direitos. Se um dia ele aparecesse, ele poderia anular a adoção, se quisesse. Os homens com quem a minha mãe tinha se cercado, os homens que eram pais tanto de Lana quanto meu, eram homens que não eram exatamente felizes brincando de ser papai. Eu assumi que quem quer que fosse o doador de esperma de Lucy, tinha deixado Lydia sem olhar para trás, assim como Tommy e Cole tinham feito. — Seu nome é Vince Grady. — Seus dedos enrolaram na minha mão trêmula, entrelaçando com a minha. Dando força, porque de repente eu não tinha absolutamente nenhuma sobrando. — É o nome nos papéis que o babaca me deu. Eu pesquisei o nome dele... Dois nomes surgiram no interior do estado da Califórnia. Um cara com uma calvície e uma barriguinha e... um cara que tem um registro de prisão por posse de crack e assalto. Ele tem os olhos de Lucy. Quando a voz de Jesse falhou na última palavra, eu senti as lágrimas queimando meus olhos. Isso não era real. Não

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podia ser. Eu só estava olhando para o maldito bolo por muito tempo, isso era tudo. Eu estava sofrendo de falta de açúcar no sangue ou algo assim. Essa era a única explicação para este pesadelo onde eu entrei de repente. Náuseas como eu nunca tinha tido no início da minha gravidez rolaram no meu estômago e eu lutava para ficar de pé. Jesse se levantou rapidamente e me ajudou a levantar. Praticamente corri para fora da sala de recepção para o banheiro mais próximo. Assim que cheguei lá, tudo o que eu tinha ousado comer naquele dia veio à tona. Um soluço torturou meu corpo e eu tive que me agarrar ao assento da privada antes que eu caísse de joelhos. Eu não estava certa do que doía mais, meu estômago ou meu coração. Oh merda! Eu não podia perder Lucy. Eu não podia! Ela era prova de que ainda havia algo de bom no mundo. — Layla? — Eu não tentei levantar minha cabeça quando a voz preocupada de Lana derivou para mim do outro lado da porta. Outra onda de náusea tomou conta de mim e eu não pude evitar chorar antes de esvaziar o resto do conteúdo do meu estômago. — Ela está bem? — A voz de Emmie estava tão preocupada como a de minha irmã. — Jesse não estava fazendo muito sentido. Quando não havia mais nada para sair, eu endireitei minhas pernas que tremiam e lentamente abri a porta. Eu não podia parar o fluxo de lágrimas que chovia pelo meu rosto. Eu

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não estava com medo — Eu estava malditamente aterrorizada! Pelo sangue, Lucy era apenas a minha meia-irmã. Em minha alma, ela era minha filha tanto quanto os bebês dentro de mim. Lana deu um passo adiante, segurando minhas mãos frias e inertes. — O que há de errado? Você comeu algo que os bebes discordaram? Eu balancei minha cabeça, ofegante de repente, a náusea sendo substituída por um aperto no estômago. Isso foi tão doloroso que eu quase caí de joelhos por uma razão completamente diferente. — PORRA! — É porque você está chateada. — Emmie colocou o braço em volta de mim, me levando para o pequeno sofá contra a parede. — Venha se sentar. Respire fundo algumas vezes. Minhas mãos seguravam o meu estômago enquanto eu tentava respirar através da contração ou cãibra, ou seja, lá o que fosse. Aparentemente meus bebês não gostavam que a mãe estivesse chateada. Demorou quase um minuto inteiro antes que a dor desaparecesse, e eu dei um suspiro de alívio quando aconteceu. Lana estava sentada do meu lado enquanto Emmie se sentou no outro. Minha irmã se inclinou para frente com uma toalha de papel úmida na minha testa úmida. — Agora vamos falar do que deixou você tão chateada. Novas lágrimas se agruparam em meus olhos e eu mordi meu lábio para não chorar. — O pai verdade de Lucy...? —

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Ambas assentiram e eu pude sentir o seu stress. —... Ele quer a custódia. — Mas você a adotou. — Lana parecia tão pálida como eu me sentia, seus olhos quase tão selvagens como eu suspeitava que os meus estavam. Tinha sido ela cuidando de Lucy desde o dia em que ela nasceu, até a nossa mãe morrer e as meninas terem que viver comigo. Lucy era nossa. — Ela legalmente é sua e de Jesse. Certo? Eu balancei minha cabeça. — Tecnicamente sim. Mas o advogado e o juiz nos disseram que se o pai verdadeiro dela aparecesse e comprovasse a paternidade, então ele poderia ter um caso viável de custódia. Eu nunca pensei que aconteceria porque todos os outros pais dos filhos de Lydia eram caloteiros que não queriam ser uma parte de nossas vidas... — Quem é ele? — Perguntou Lana. — Havia tantos homens indo e vindo que eu não sabia ao certo quem era o pai dela. — Vince Grady é o nome nos papéis que Jesse recebeu ontem. Lana se encolheu como se eu tivesse batido nela, e então se levantou com firmeza. Emmie rapidamente avançou para ampará-la caso ela caísse, mas Lana se apoiou na pia e apertou a borda dos azulejos. — Oh, meu Deus. — ela sussurrou, sua cabeça escura se inclinou enquanto seus longos cabelos negros caíram em seu rosto.

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— O quê? — perguntei, minha voz se erguendo sem querer. Se eu estava com medo antes, então não haviam inventado uma palavra para o que eu sentia nesse momento. Depois de uma hesitação, Lana finalmente se virou para mim. — Ele é violento, Layla. Mamãe não o manteve por perto por muito tempo porque ele era muito radical até mesmo para ela. Vince batia nela o tempo todo, e não mudou muito depois que ela terminou com ele... Me lembro de perguntar por que e ela disse que era para nós estarmos seguras. Poucos meses depois, um policial bateu em nossa porta e disse que ele iria a julgamento e mamãe precisava testemunhar. Nessa época ela estava grávida de seis meses. — Então, ele realmente poderia ser o pai de Lucy? — Eu não posso dizer com certeza, Layla. Eu gostaria de poder dizer que ele é alguma estrela do rock playboy como os nossos pais. Ou até mesmo um de seus traficantes de cocaína. Apenas um teste de paternidade pode fazer isso. Emmie estava visivelmente tranquila ao meu lado e eu olhei para ela. Ela estava digitando algo em seu telefone, o rosto inexpressivo. O único sinal de que ela estava chateada como nós, era com o jeito como sua mandíbula estava apertada. Eu sabia que ela amava Lucy tanto quanto qualquer uma de nós porque nós tínhamos tido o mesmo tipo de mãe, Emmie viu a menina que ela tinha sido um dia em Lucy. Após um momento de silêncio tenso, Emmie finalmente deixou cair o telefone no colo. — O advogado que você usou

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para a adoção estará na minha casa às oito da manhã. Vamos lidar com isso com cuidado, Layla. Não se preocupe. Não tem como diabos você perder Lucy. Se alguém poderia corrigir isso para Jesse e eu, era Emmie. Mas, pela primeira vez desde que eu tinha conhecido a minha melhor amiga, eu não estava me sentindo tão otimista com a habilidade dela para consertar alguma coisa. Houve uma batida forte na porta do banheiro antes da cabeça de Drake espiar pela fresta. — Damas, tudo bem aqui? — Quando seus olhos pousaram em Lana, de imediato percebendo quão tensa e pálida ela estava, ele entrou totalmente na sala. — Anjo? — Eu vou te contar tudo sobre isso mais tarde, Drake. — ela prometeu, estendendo os braços para o abraço do marido. Quando ele abraçou-a com ternura, ela escondeu o rosto em seu peito largo. — Apenas me abrace, querido. — Preciso voltar para Jesse. — Eu fiz uma careta, me perguntando como eu me levantaria do sofá. Emmie levantou e ofereceu uma mão para mim, mas eu balancei a cabeça para ela. De jeito nenhum eu ia deixar a minúscula Emmie grávida puxar a minha bunda gorda. — Nem pense nisso. Você vai machucar a si mesma e ao bebê. Isso fez tanto a minha irmã e meu cunhado nos encararem. — Bebê? — Os olhos de Drake foram direto para ela e se arregalaram para o estômago ainda plano de Emmie. — Você está grávida novamente, Em?

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— Aparentemente. — Ela ofereceu-lhe um pequeno sorriso. — Tenho uma consulta amanhã à tarde para confirmar. — Não é de admirar que você esteve tão doente ultimamente! — Lana e Drake deram a volta e abraçaram Emmie, que abraçou-os de volta. — Parabéns, Em. Drake beijou a bochecha de Emmie, antes de finalmente ter pena de mim e me oferecer sua mão. Ele praticamente me levantou com uma mão só. De tão perto ele podia ver quão vermelhos e inchados meus olhos estavam. — Seja o que for, Layla, vamos resolver isso juntos, como uma família. Lágrimas queimaram os meus olhos mais uma vez e eu só pude assentir.

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Capítulo 9 Shane Eu estava em pé com Harper e seu chefe, Rex, quando eu vi o rosto de Jesse. Sem pensar no que estava fazendo, eu pressionei um beijo na têmpora de Harper e comecei a ir em direção ao meu amigo. No momento em que eu cheguei, Nik já tinha se juntado a ele. Seus olhares de repente estavam em Lucy e um pequeno grupo de adolescentes em torno dela. O olhar no rosto de Jesse era algo de que eu lembrava bem de quando estávamos em turnê na estrada sem Emmie. Cada nervo do meu corpo parecia queimar para a vida. O que estava acontecendo com o meu amigo era ruim. Eu coloquei minha mão sobre o ombro do grande homem e apertei. — O que foi? A garganta de Jesse funcionou uma vez, duas vezes, antes dele finalmente conseguir falar. As palavras que saíram da boca dele me acertaram no peito e eu encontrei o meu olhar indo direto para Lucy também. Eu a conhecia desde que ela

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tinha seis anos de idade. O dia em que Jesse a adotou — não, dane-se, antes disso! — ela se tornou minha sobrinha no meu coração. Ela era como uma grande parte da minha família, como se ela tivesse nascido nela. Nós não podíamos perdê-la! — Nós vamos passar por isso. — Nik disse a Jesse, sua mandíbula apertada enquanto eu observava Wroth chegar em Lucy e convidá-la para dançar com ele. Lucy abraçou-o e depois seguiu o grande roqueiro que odeia mulheres na pista de dança. Mesmo alguém com o coração duro como Wroth Niall tinha um fraco por Lucy. Ela era apenas malditamente especial. Layla, Emmie, Lana, e Drake se juntaram a nós quando as palavras saíram da boca de Nik. Layla colocou os braços em volta de seu marido e Emmie segurou as mãos de Jesse. — Vamos resolver isso, Jesse. Você sabe que este babaca só quer uma recompensa. O advogado pode lidar com toda a merda legal, mas eu vou começar a liquidar alguns ativos. Alguns milhões e ele não vai incomodá-lo novamente. Um pouco do estresse aliviou os ombros do baterista, mas ele não conseguiu falar. Ele estava muito emocional, muito atormentado. Tudo o que podíamos ver eram as lágrimas em seus olhos escuros. Lana passou a mão sobre as minhas costas. — Tudo bem. Vamos relaxar agora. Nada pode ser resolvido até de manhã. Não é todos os dias que ex-mulherengos se amarram. — Um

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pequeno sorriso se contorceu em meus lábios. Eu não era um mulherengo há anos e ela sabia disso. — Dança comigo? Eu encontrei o olhar de Drake sobre a cabeça, pedindo permissão. Desde que Lana tinha engravidado meu irmão havia se tornado ainda mais possessivo — sim, eu sei. Eu não teria pensado que era possível também. Drake acenou com a cabeça quando eu passei meus braços ao redor da cintura dela e a guiei para a pista de dança. — Não deixe que isto arruíne seus planos de lua de mel. — ela disse depois de apenas um instante de hesitação. Eu apertei minha mandíbula. Honestamente, eu já tinha começado mentalmente uma lista do que eu precisava fazer para adiar a viagem para o México. Eu sabia que Harper iria entender. Ela amava Lucy tanto quanto eu. Nós não podíamos fugir por uma semana quando nossa família estava lidando com esta merda. — Não se preocupe com isso, Lana. Algumas semanas de atraso não vão machucar ninguém. — Irão estressar Jesse e Layla ainda mais. Eles não querem estragar sua lua de mel. Vamos cuidar disso. Vão e se curtam. — Ela tinha aquele olhar em seus olhos cor de uísque. Aquele cheio de determinação obstinada. — Você realmente acha que eu poderia desfrutar de cinco segundos de minha lua de mel sabendo do inferno que Jesse e sua irmã — e você também, dane-se — estão passando por aqui? — Exigi calmamente. — Eu irei compensar com Harper.

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Meu olhar se desviou por cima da cabeça escura de Lana, buscando através da multidão por Harper. Ela não estava mais com Rex. Eu parei de dançar, meu coração batendo enquanto eu freneticamente procurava por ela. — Onde ela está? Eu esperava que ela estivesse com Dallas, mas vi que Axton estava dançando ela. Quando avistei Cecil, ele estava conversando com a minha madrasta. Harper não estava lá. Fazendo uma careta eu andei para longe de Lana, sabendo que ela não acharia ruim. —... Que festa legal você fez, Harper. Aquela maldita voz! Eu odiava o som dela. Quando Monica tinha me ligado ontem à noite eu deveria ter apenas ignorado. Mas se minha mãe ainda estivesse viva eu teria querido que ela viesse ao meu casamento. Então eu tinha atendido ao meu telefone, e depois deixado que ela me enchesse de culpa, me levando a convidá-la. Claro que eu tinha acordado sabendo que eu tinha fodido tudo. Mais uma vez! Harper tinha sido tão legal sobre isso. No começo eu pensei que ela ia fugir de mim, como da última vez em que eu a tinha obrigado a confrontar a mãe e a irmã adotiva. Mas, depois de apenas um breve momento em que eu pensei que o meu mundo ia ruir, ela aceitou tudo. Em vez de dar o seu aval para Emmie expulsar Monica e Ariana, ela as deixou ficar. Escolhendo ignorá-las. Aparentemente, elas não tinham recebido o memorando.

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Cheguei ao fundo do salão da recepção. Atrás da mesa posta com taças de champanhe estava Harper. Ela tinha uma flauta delicada na mão enquanto ela estava com um olhar entediado em seu belo rosto. Seus olhos violeta diziam uma história diferente. Ela parecia perdida, sozinha. Como a menina quebrada eu tinha conhecido uma eternidade atrás. Não havia como no inferno eu deixa-la se sentir assim de novo! Monica estava de costas para mim, assim como Ariana. Eu mal poupei um olhar para elas quando eu me empurrei através delas e passei meus braços ao redor da cintura de Harper. Antes que ela pudesse abrir a boca eu beijei-a, deixando minhas mãos derivarem sobre seu corpo lindo. Um corpo que só eu nunca tinha tocado, acariciado. Adorado. Quando finalmente nos afastamos nós dois estávamos um pouco ofegantes. Quando abri os olhos, Harper estava olhando para mim, e não a menina que tinha sido o saco de pancadas verbal de sua mãe. — Oi, linda. — Oi de novo. Eu empurrei uma mecha de seu cabelo para longe de seu rosto. — Eu estava pensando que poderíamos cortar o bolo, jogar esse ramalhete bonito na cabeça de Dallas, e depois ir para casa. Quero fazer amor com minha esposa em nossa cama hoje à noite.

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Seus olhos escureceram com a palavra esposa. — Eu gosto desse plano. Mas eu posso levar um pouco do bolo para casa com a gente? Eu realmente quero compartilhar um pouco dele com você. — É creme de limão? — Ela mordeu o lábio, balançando a cabeça. Eu engoli um gemido. Limão. Harper. Nossa noite de núpcias. Eu ia morrer um homem feliz esta noite! — Pegue uma camada inteira, baby. Sua risada foi direto para o meu pau e eu me mexi contra ela; tentando encontrar uma posição mais confortável para ficar já que meu pau agora estava quase estourando o zíper da minha calça. — Yay! Alguém limpou sua garganta atrás de nós em voz alta. Eu finalmente virei minha cabeça o suficiente para dar-lhes uma olhada. Como elas estavam na última vez, Monica e Ariana pareciam gêmeas de plástico. Falso de um jeito que brilhava através da alma negra que ficava por baixo. O perfume delas era sufocante, enquanto a maquiagem era tão pesada que ficava em um nível totalmente novo de pouco atraente. Verdade que Ariana — até mesmo do jeito que ela parecia agora — teria sido um caso de uma noite perfeito nos dias antes de Harper. Palavras-chave: Antes. De. Harper. Agora não havia nenhuma mulher no planeta que poderia fazer meu pinto se contorcer tanto como a mulher de quem eu tinha acabado de colocar um anel no dedo. — Desculpe, senhoras, eu não vi vocês. Minha garota supera tanto qualquer

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mulher aqui, que as cadelas falsas que vocês são ficam transparentes. — Isso é jeito de falar com sua sogra? — Monica exigiu em seu tom frio. — Provavelmente não. Eu tenho certeza que eu deveria estar puxando seu saco e até mesmo elogiando um pouco. Mas eu não sou um genro comum. Eu não irei beijar sua bunda, especialmente não uma que tem rodado tanto por aí. — Meus olhos foram para Ariana quando eu disse a última parte. Ela engasgou, seu rosto ficando vermelho de constrangimento. — Vocês tem sorte que conseguiram passar da porta, cadelas. Uma palavra e vocês serão expulsas. Estou certo de que todos os paparazzi à espera nos portões adorariam tirar fotos disso. Quão humilhante seria se você estivesse na capa de alguma revista lixo? “Mãe vadia da noiva e sua irmã adotiva infestada de doenças são expulsas da recepção do casamento do Roqueiro.” Sim, isso traria milhões de leitores. Harper se aconchegou mais contra meu lado. — Bem, eu diria que foi bom vê-la, mãe, mas isso seria uma mentira. Desculpe-nos. Temos outros convidados para cumprimentar. — Eu beijei o topo de sua cabeça e nós andamos em volta das duas mulheres. — Harper... — Monica disse e Harper hesitou e virou a cabeça apenas o suficiente para ver sua mãe. — eu ainda sou sua mãe. Você não pode me ignorar pelo resto de sua vida.

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Harper encolheu os ombros. — Talvez não, mas com certeza posso tentar. — Ela torceu o nariz. — E vocês duas realmente deveriam parar de tomar banho no perfume francês. Sério, eu me esforcei para não tossir nos últimos cinco minutos. — Sua mutante ingrata! — Ariana deu um passo para mais perto e eu empurrei Harper atrás de mim. O olhar no meu rosto lhe fez parar e ela vacilou em seu próximo passo. — É hora de vocês saírem agora, vagabundas. — Informei. Só o pensamento dessa vadia tocando em Harper fazia meu sangue ferver. Eu estava a cinco segundos de bater em uma mulher pela primeira vez na minha vida. — Tente fazer isso com um pouco de graça. Ou eu farei os guardas expulsaremnas com as mãos amarradas para trás nas costas. — Bem, Olá. — A voz de Emmie tinha me feito virar a cabeça. Ela estava parada com Dallas a menos de três metros de distância. O olhar em seu rosto teria assustado a merda para fora de mim se eu tivesse sido a razão dele. O mesmo olhar quase se espelhava no rosto de Dallas. — Eu vejo que alguém tem abusado das boas-vindas. Os olhos de Ariana se estreitaram sobre Emmie. Não era segredo que a carreira de modelo de Ariana tinha ido ralo abaixo por causa de Emmie. Com apenas alguns telefonemas de Emmie, Ariana tinha ido de uma modelo pouco conhecida e bem paga na Europa a não ter uma perna para se sustentar no mundo da moda. — Você! — Cuspe voou da boca de Ariana

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quando ela disse a palavra com tanto veneno. — Eu estive ansiosa para ficar cara a cara com você. Você arruinou a minha vida, sua cadela estúpida. Eu dei um passo para frente, pensando em me colocar entre Emmie e qualquer perigo possível. Ariana se moveu mais rápido do que eu esperava, no entanto, e estava a apenas alguns centímetros de Em antes que eu pudesse dar um passo. Emmie parecia calma do lado de fora, mas eu podia ver a raiva nos seus olhos... O grito súbito que encheu o ar fez girar todas as cabeças. Dallas pegou um punhado de cabelos secos e loiros de Ariana e os puxou para longe de Emmie. Ainda segurando-a pelos cabelos, Dallas se virou para a outra mulher e a encarou. — Um grande erro, cadela. — ela rosnou antes de acertar um soco no rosto de Ariana. Sangue instantaneamente inundou do nariz de Ariana e ela gritou ainda mais alto quando ela cobriu o rosto com as mãos. Harper se inclinou para assistir a luta, com as mãos segurando meu braço, quando Dallas empurrou Ariana para longe dela e apertou-a novamente. Ariana caiu sentada, mas seus olhos estavam cheios de ódio. Dallas ficou sobre ela, as mãos nos quadris. — Droga, eu quis fazer isso por tanto tempo. Se eu soubesse que iria ser tão bom eu teria feito isso mais cedo. — Isso foi lindo! — Harper andou por trás de mim e colocou os braços ao redor da cintura de sua melhor amiga. — Eu ia

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pedir para fazer novamente para que eu pudesse tirar fotos da coisa toda, mas conhecendo Ariana, ela deixaria meu vestido cheio de sangue. — Eu tenho certeza que o fotógrafo tirou algumas fotos, Harper. — Cecil comentou secamente quando apareceu, seus olhos se estreitando para sua filha biológica. Era tão difícil acreditar que Cecil, um homem que eu amava e respeitava, era o pai do lixo sentado no chão, sangrando. Seus olhos estavam desapontados quando olhava para baixo, para sua filha. — Eu oficialmente tive o suficiente de suas acrobacias, Ariana. Estou cortando você e sua madrasta a partir de agora. — O quê?! — Ariana exclamou, com a voz abafada enquanto ela continuava a segurar as mãos sobre o nariz. — Mas papai ...! — Vamos ver como sua atitude muda sem meu dinheiro para apoiá-la pelo próximo ano ou algo assim, menina. Talvez quando você possa provar a si mesma para mim, você possa ser um ser humano decente, e então iremos revisitar o assunto. — Cecil, você não quis dizer isso. — Monica contornou a enteada, agora soluçando. — Você não faria is... — Olhe para mim. — A voz de Cecil estava fria, dura. Seus olhos sem emoção enquanto olhava para sua ex-esposa. Eu honestamente não entendia por que ele ainda apoiava a esposa depois de tantos anos de divórcio, mas eu achava que poderia ter algo a ver com o seu amor por Harper.

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— Shane, eu acho que é hora de cortar o bolo. — Emmie tocou meu braço. — Eu tenho certeza que todo mundo gostaria da sobremesa. Vou garantir que a segurança leve essas senhoras encantadoras para fora da propriedade. Meu olhar passou de Harper e Dallas, Cecil e minha nova sogra e para a bagunça soluçante no chão antes de encontrar os olhos verdes de Emmie. — Você está bem? — Murmurei, preocupado com a palidez de seu rosto. — Ela te machucou? — Eu não tinha visto Ariana tocar Emmie, mas se ela tivesse, eu ia matar a cadela! Um dos lados da boca de Emmie se ergueram em um sorriso forçado. — Só foi um longo dia, Shane. Vá, eu vou cuido dessa bagunça. — Eu não sei o que eu faria sem você, Em. — Eu dei um beijo na testa dela. — Eu nem quero descobrir.

*** A limusine estava esperando do lado de fora. Com o bolo cortado e todos os nossos convidados terminando a sobremesa, eu estava pronto para levar a minha noiva para casa, tirá-la desse vestido caro que ela estava usando, e fazer amor com ela. Lambi meus lábios, provando o sabor doce do limão que ainda estava no canto da minha boca

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depois que Harper tinha colocado a primeira mordida no meu rosto. — Vamos embora! — Eu anunciei para a sala em geral, sem me importar que ainda fosse cedo. Harper, que estava a poucos metros de distância — que era tão longe quanto eu a deixava ficar desde que sua mãe e irmã adotiva tinham disso escoltadas para fora por três homens corpulentos de ternos — virou a cabeça para olhar para mim. Pelo olhar em seus olhos violeta eu sabia que ela estava antecipando o que estava por vir tanto quanto eu estava. — Vamos lá. — Mas ela ainda tem que jogar o buquê! — Jenna choramingou atrás de mim e eu suspirei. — Bem. — eu resmunguei, me sentindo como uma criança petulante ao ser negado seu brinquedo favorito. — Jogue a maldita coisa. — eu disse a Harper, meu lábio inferior fazendo beicinho para fora. Ela riu e se envolveu toda em mim, beijando o meu beicinho. — Só vai levar um minuto. — ela sussurrou, os dedos sobre o meu peito enquanto ela me beijava novamente. — Vá se despedir dos rapazes e de Emmie enquanto eu cuido disso. Eu não me mexi. Não havia porque me despedir deles, já que eu não iria viajar para o México como o esperado. Eu não iria desperdiçar um segundo. Assim que ela jogasse o buquê

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eu iria jogá-la por cima do meu ombro e nós dois iriamos para casa. Revirando os olhos para a minha teimosia, ela pegou as flores em cima da mesa atrás de mim quando o planejador de casamento pediu que todas as solteiras se reunissem. Caminhando até o grupo, Harper virou as costas para eles e apoiou o buque no ombro sem olhar para trás... O rosnado baixo de Dallas foi tudo que eu precisei para saber que ela tinha pegado as flores. Olhei em volta para Axton, curioso para saber sua reação. Ele nem estava olhando para a direção de Dallas, mas estava de pé em um canto com seu telefone no ouvido conversando com alguém. Ele não parecia feliz, e seu olhar continuou indo em direção ao de Liam. Problema, com certeza. Decidindo que eu não iria me preocupar com o meu amigo, eu dei um passo em direção a Harper. Sem perceber que eu comecei a correr – eu peguei-a em meus braços, seguindo sem pensar para a saída mais próxima. — Agora, vamos voltar para casa. — eu rosnei contra sua orelha. Ela estremeceu e como sempre o meu corpo endureceu por saber que ela estava tão excitada. Atrás de nós, eu ouvi as pessoas gritando, senti o arroz sendo jogando, mas não prestei atenção em nada disso quando eu deslizei para dentro da parte de trás da limusine com Harper no colo. Tão logo o carro estava em movimento, Harper estava trabalhando para tirar a minha

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camisa. Não havia como chegarmos em casa antes de qualquer um de nós explodir. Eu a levantei e a coloquei sobre o banco longo, então me sentei no chão e comecei a empurrar a saia de seu vestido para cima, beijando meu caminho pelas pernas dela centímetro por centímetro, na sua pele exposta. Eu parei quando cheguei até a calcinha rendada dela, lambendo sobre o centro úmido antes de chegar na bainha da roupa intima quase virginal. A sensação de algo como um curativo me distraiu. Preocupado que ela tivesse se machucado sem que eu soubesse, eu levantei a cabeça para inspecionar o curativo que atravessava seu abdômen inferior. — O que é isso? — Eu perguntei a ela, levantando os olhos para captar seu olhar na iluminação fraca da limusine. Harper mordeu o lábio. — Eu queria fazer uma surpresa... — disse ela, hesitante. — Se você não gostar eu terei de cobrila com outra coisa. Meus olhos se arregalaram. — Uma tatuagem? — Ela assentiu com a cabeça. — Porra, eu tenho que ver isso! — Eu levantei delicadamente uma borda do curativo e puxei até que a pele entre os ossos pélvicos ficou exposta. A visão que me cumprimentou fez com que a minha respiração parasse na minha garganta. Meu nome estava escrito em sua pele, com o 'S' concebido como uma asa de demônio e o 'e' como uma cauda. Era todo vermelho sangue e sombreada com preto e eu soube que Drake tinha desenhado

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a tatuagem que agora marcava a minha menina. A visão de meu nome nunca tinha me excitado antes, mas neste momento eu tinha certeza que eu iria explodir sobre a bela criatura deitada sobre o assento atrás de mim. — V... você gostou? — É perfeito, lindo. — eu assegurei a ela, traçando ternamente meu dedo ao longo de cada letra. — Eu adorei... Eu amo você, Harper.

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Capítulo 10 Axton O pano de fundo do casamento não estava facilitando para que eu ouvisse a mulher do outro lado do telefone. Não que eu quisesse saber sobre o que ela estava falando, mas eu precisava saber. Ela não teria me ligado a não ser que fosse absolutamente necessário. Essa era a nossa relação nesses dias. Gabriella

Moreitti

ligava

somente

quando

ela

absolutamente tinha que ligar. Eu entendia as razões da distância. Eu também tinha os meus motivos. Tínhamos realmente ferrado um com o outro, e enquanto os meus amigos eram todos leais e assumiram que foi Brie a causar todos os problemas que nos deixou nessa situação caótica de um romance louco, eu não podia deixá-la tomar toda a culpa. Eu

tinha

confundido

tudo.

Pensando

eu

estava

apaixonado por uma pessoa, escondendo esses sentimentos tanto quanto possível para mergulhar de cabeça em um

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relacionamento. Isso foi apenas luxúria — e, sim, até mesmo isso não durou por muito tempo. O problema foi que eu tinha me apaixonado pela ideia de estar apaixonado e Brie tinha sido tão teimosa quanto eu sobre seus sentimentos. Enquanto nós tentávamos

esconder

o

que

realmente

sentíamos,

nós

tínhamos fingido para nós mesmos que nos amávamos. Ela tinha visto através de mim enquanto para mim demorou alguns meses, mas eu finalmente tinha percebido como as coisas eram. Agora nós tentamos ficar amigos, ou pelo menos ser civilizados um com o outro. Minha amizade com o prima de Brie, Alexis — ou LeeLee como Brie a chamava — fazia com que nos víssemos regularmente. A carreira dela continuava a jogando para o mundo do rock. Nós não podíamos realmente evitar um ao outro nem se tentássemos. — Ele definitivamente está usando de novo, Ax. — O sotaque

tão

sutilmente

italiano

de

Brie

ficava

mais

pronunciado quando ela estava chateada. — Eu encontrei doses de cocaína e um tubo de metanfetamina. Eu tenho essa merda no meu apartamento! Jordan está aqui por quase todo fim de semana. Se ele encontrasse essas coisas... — ela se interrompeu, xingando em italiano e eu não podia culpa-la. Eu estava xingando mentalmente. Jordan, Alexis e Jared eram apenas alguns meses mais jovens do que Mia. Eu era o Tio Ax para todos aqueles bebês pequenos e eu mataria qualquer um que os machucasse. — Eu

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sei, Brie. — eu disse a ela, olhando em direção para a mesa onde Wroth, Marissa, e Liam estavam sentados. Devlin e Harris estavam ao lado deles, conversando e rindo enquanto observavam a madrasta de Shane dançar com Zander. Eu tinha tido grandes planos para hoje à noite. Todos eles tinham incluído Dallas nua em meus braços. Xingando, eu me virei para longe da vista dos meus colegas de banda que pareciam estar se divertindo e olhei para fora da janela e para os jardins onde Shane e Harper tinham se casado a apenas algumas horas atrás. — Eu estarei lá em vinte minutos, Brie. Não toque em nada. Eu vou ajudá-la a encontrar o resto... — Resto? Tem mais dessa merda? — Ela gritou no receptor e eu fiz uma careta enquanto sua voz estridente chegava aos meus ouvidos. — Sempre tem mais. — eu disse a ela honestamente. — Ele esconde essa merda em toda parte. Basta manter a calma e eu vou para aí. — Estou cheia disso! — Ela sussurrou tão baixo que eu tinha de me esforçar para ouvi-la. — Estou tão completamente cheia dessa merda. — Vinte minutos. — eu repeti antes de encerrar a chamada e guardar meu celular. — Vinte minutos? — Me virei para encontrar Dallas de pé atrás de mim. Seu cabelo era uma bagunça sexy, que caia um pouco sobre seus olhos brilhantes, e ela estava carregando o

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buquê. Porra, eu tinha perdido ela pegando-o! — Você está indo embora? — Algo aconteceu. — Ela arqueou uma sobrancelha e eu fiz uma careta. — Eu tenho que cuidar de algo. Não há como dizer quanto tempo vai demorar, mas eu vou ligar para você assim que eu terminar. Quando avancei para ela para beijá-la, ela deu um passo para trás. — Você está saindo por causa de Gabriella Moreitti? — Não havia resposta certa para essa pergunta, eu tinha certeza. Se eu dissesse que não, eu estaria mentindo. Se eu disse que sim, ela ia pensar em todas as coisas erradas. Quando eu não respondi a ela de imediato, Dallas riu. — Claro. Eu sou uma idiota por pensar de forma diferente. Nem 30 minutos atrás você disse que queria conversar, mas eu tenho certeza que nós não temos nada a dizer um ao outro. — Você está errada. — eu disse, desejando que eu tivesse tempo para convencê-la de forma diferente. Mas eu sabia que se eu não chegasse ao apartamento de Brie no período de tempo que eu tinha prometido a ela, ela provavelmente chamaria a polícia. Ela podia amar Liam Bryant, mas ela não estava iria deixá-lo ser um perigo para seu sobrinho. — Eu te ligo mais tarde, Dallas. Vou explicar tudo depois, mas eu realmente tenho que ir. — Não se incomode. Já estou satisfeita. Obrigado pela festa de sexo na outra noite. Era o final de que eu precisava.

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— Ela empurrou o buquê de noiva no meu peito. — Aqui, leve algumas flores. Eu realmente não as quero. Ela foi embora antes que eu pudesse abrir minha boca. Dei um passo, pronto para segui-la quando Wroth me parou. — Parecia uma conversa intensa que estava tendo no telefone mais cedo. Tudo bem? — Não! — Eu explodi. — Seu maldito primo está estragando tudo. MAIS UMA VEZ! Eu tenho que ir arrumar a casa e, então nós todos nos sentaremos para ter uma reunião da banda. Os olhos de Wroth se estreitaram. — O que ele fez desta vez? — Ele está usando. Tem drogas por todo o apartamento de Brie e ela está a 30 minutos de entregá-lo para a polícia. Então, enquanto eu deveria estar correndo atrás aquela mulher... — apontei para Dallas se afastando enquanto ela caminhava até Linc. Uma cabeça muscular a envolveu em seus braços e beijou o topo de sua cabeça. —... Eu tenho que ir até a maldita casa da minha ex para limpar o esconderijo de merda do Liam. — Porra! — Wroth olhou para a mesa de onde ele tinha acabado de vir. Liam estava conversando com sua irmã, fazendo-a sorrir. Marissa inclinou a cabeça contra seu braço, adorando o homem que era toda a família que lhe restava no mundo. — Isso vai destruir Rissa.

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— É. — Eu passei minhas mãos pelo meu cabelo. — E Quando Emmie descobrir ela irá arrebentar as bolas dele... Depois eu faço isso. Ela não vai deixá-lo sair em turnê enquanto ainda estiver usando. — Temos uma turnê prevista para março. Natalie iria viajar com a gente, mas ela estará relatando tudo para Emmie todos os dias. Ela não iria vai pensar duas vezes em cancelar pelo bem de Liam. Desde que Drake tinha se limpado, Em tinha desenvolvido uma tolerância zero para maus hábitos. — Vá cuidar de Brie e limpar o lugar. Eu vou falar com Dev e Zander. Logo que eu me certificar que Rissa esteja bem, nós vamos para a casa de Zander esperar por você lá. Isso vai ser resolvido hoje. Eu não acreditei nele, e eu tinha certeza de que nem ele acreditava mesmo. Quantas vezes nos limpamos a bagunça de Liam? Quantas vezes nós inventamos desculpas por ele, obrigando-o a ir para a reabilitação e então esperar para começar o ciclo novamente apenas algumas semanas depois de sair? Mas eu me importava com Liam, e eu amava Marissa, por isso gostaria de passar por tudo de novo para ajudar meu amigo. — Parece um bom plano. — Eu balancei a cabeça, e então tirei as chaves do bolso. — Me ligue quando chegarem lá. — Certifique-se de verificar os armários. E sob os armários. Às vezes ele esconde no cesto de roupas sujas. — Sim, eu me lembro.

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Duas horas depois, eu me sentei no sofá de Brie olhando para baixo, para a mesa de café e para as drogas espalhadas nela. Tudo isso tinha estado dentro do apartamento por só Deus sabia quanto tempo e durante esse tempo Jordan poderia ter encontrado qualquer uma dessas coisas e morrido instantaneamente. Graças a Deus Brie sempre o observava como um falcão quando ela estava com ele. — Eu já coloquei as coisas dele na mala. — Ela me disse quando entrou na sala de estar. Sua voz era desprovida de emoção, o que me dizia que ela tinha estado histérica. Isto estava machucando-a, chegando às decisões que eu sabia que ela tinha de fazer. — Leve com você quando você for, tudo bem? Eu balancei a cabeça. — Se é isso que você quer. — Claro que é o que eu quero... — Ela jogou seu longo cabelo preto para longe do rosto. —... Mas se ele ficar limpo... — O problema não é ele ficar limpo, Brie. Ele fez isso uma meia dúzia de vezes antes. Ele continuar limpo é a causa dos problemas. Ele tem sido usuário pesado desde que fizemos sucesso. Seu vício domina mais do que qualquer outra coisa para ele. Sua carreira, a banda, seus amigos, sua família? Nada disso importa desde que ele possa ficar drogado. — Talvez me perder vá fazê-lo se endireitar? Me quebrou um pouco ver a luz tênue de esperança em seus olhos castanhos. Fiquei imaginando o que mais seria necessário para essa esperança finalmente queimar. Ela ainda

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não tinha visto Liam em seu pior, e eu rezava para que ela nunca visse. — O tempo mais longo que eu já o vi ficar limpo foi quando Marissa estava doente, mas assim que ela era melhorou ele passou a usar ainda mais drogas. Ele não tocou em heroína desde então, no entanto. A desintoxicação disso quase o matou. — Metanfetamina e cocaína não são tão ruins quanto heroína... — ela começou, mas eu a cortei. — Brie, não. Você não pode arranjar desculpas para ele. Meta e coca são tão ruins quanto. Ele precisa de ajuda, mas não há ninguém que possa ajudá-lo até que ele queira ajudar a si mesmo. Talvez ele vá querer, agora que ele está perdendo você... — Mas você não acha que ele vá. — Ela disse o que eu era incapaz de dizer por que eu não queria machucá-la mais do que eu tinha certeza que ela já estava sofrendo. Meu telefone não parava de tocar e eu tive que responder. Puxei-o do meu bolso e vi que era Devlin. Eu o coloquei em meu ouvido. — Sim? — Liam fugiu. Foi para Nova York. — o baterista me informou. — Ele estava chateado porque você foi até a casa de Gabriella... estava drogado, e estava declarando o quanto não podia confiar em seus amigos e em sua garota. Se ele estivesse sóbrio saberia que era uma completa besteira, mas agora ele está furioso pensando que você e Brie voltaram.

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— Claro que ele está. — Revirei os olhos. — Vocês três podem ir para Nova York esta semana? — Eu tinha que estar lá até o final da semana de qualquer maneira, mas eu não seria capaz de lidar sozinho com Liam. Precisaria de Wroth e Devlin, no mínimo, para conter a fúria dele. — Talvez na hora que o encontrarmos ele vai ter se acalmado. — Marissa e Wroth estão voltando ao Tennessee amanhã. Ele disse que eu iria à Nova York na quinta-feira. Zander vai sair no primeiro voo de manhã, para tentar encontrá-lo antes que os abutres dos tabloides o achem. Eu não posso sair até sexta à noite porque Harris tem escola. Vamos planejar nos encontrar no sábado de manhã, ok? — Tudo bem. — Eu virei meu pescoço para trás e para frente, tentando tirar um pouco do stress para fora dos meus ombros. — Eu vou falar com você antes disso, Dev — Eu vou falar com Natalie para encontrar para ele outra reabilitação. Diga a ela para mantê-lo em contato com Em. Eu exalei fortemente. — Boa sorte com isso. — Natalie e Devlin eram como fogo e gelo quando colocados juntos, mas eu sabia que era mais provável que ela quisesse ajudar sem envolver Emmie. — Eu tenho que ir. Eu tenho que me livrar dessas coisas e depois tentar acalmar as coisas com Dallas antes que seja tarde demais. — Desculpe, cara, mas já é tarde demais. — Devlin me contou com o que parecia ser um tom de relutância. — Dallas

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ouviu Liam reclamar sobre você e Gabriella. Então, quando ele foi embora, ela perguntou se ele queria companhia. — Porra!

Lana Quando Drake não estava em turnê ele sempre me trazia café na cama. Nada muito sério. Uma tigela de cereais, algumas frutas frescas, às vezes algumas panquecas se ele estivesse com vontade de cozinhar. Esta manhã eu acordei antes dele, depois de mal ter dormido na noite anterior. Toda vez que eu fechava os olhos na noite passada, pensamentos de Lucy e Vince Grady enchiam minha mente. Tudo no que eu conseguia pensar era que ela não podia ser filha daquele homem vil. Ele havia tratado minha mãe como merda, o que dizia algo comparando aos homens repugnantes com quem ela geralmente ficava. Enquanto a maioria deles tinha me assustado, Vince tinha me apavorado. As memórias do rosto de minha mãe, preto e azul das surras que ele tinha dado nela, brilhavam atrás dos meus olhos e eu me senti mal do estômago. Eu estava na nossa sala de estar, olhando para o céu antes do amanhecer. Eu realmente gostava deste condomínio, talvez até mais do que a casa que tínhamos em Nova York. Mas nesse momento, a casa que nos chamávamos de lar não me trazia a paz que geralmente trazia. O bebê, sentindo minha angústia, chutou duro e se torceu enquanto eu esfregava a mão sobre

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seu pequeno pé. Drake e eu não tínhamos escolhido um nome ainda, embora tivéssemos estreitado a longa lista para dois nomes. Eu só desejava que pudesse já estar decidido, mas sabia que Drake queria esperar. Nem mesmo o bebê poderia me distrair por muito tempo, infelizmente. Os meus próprios medos e temores não podiam chegar perto do que Layla e Jesse devem estar sentindo agora. Ambos tinham estado um desastre quando eles finalmente deixaram a recepção do casamento na noite passada com um ar cansado, mas uma Lucy feliz se enfiou entre eles. Nós tínhamos decidido não contar a Lucy sobre o que estava acontecendo até que fosse absolutamente necessário. Não havia nenhuma razão para aborrecê-la quando tudo poderia desaparecer tão rapidamente quanto tinha começado. Eu sabia o que eu queria fazer com a coisa toda. Eu queria pegar Lucy e levá-la de volta para Nova York com Drake e eu. Escondê-la e protegê-la. Todo o meu ser estava ansioso para fazer isso. O zumbido na minha cabeça gritava para eu fazê-lo agora, antes que algo acontecesse. — Você me assustou pra caramba, Anjo. — A voz de Drake me assustou e eu me virei para encará-lo enquanto ele entrava na sala em nada além de um par de boxers que pendia baixo em seus quadris magros. Eu estava momentaneamente distraída pela visão diante de mim e com o quão sexy era o V em sua cintura que desaparecia dentro dos boxers pretos. Mas então o que ele

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disse penetrou em minha mente enevoada com desejo e eu balancei a cabeça para limpá-la. Ele passou os braços em volta de mim, me apertando mais do normalmente teria feito. — Eu estive chamando por você durante os últimos cinco minutos. Quando você não respondeu, eu pensei que algo tinha acontecido. Eu enterrei meu rosto em sua pele, cheirando seu peito. — Sinto muito, querido. Eu estive perdida em meus próprios pensamentos por um tempo. — Lucy? — Eu balancei a cabeça e ele soltou um longo suspiro. — Eu gostaria de poder estalar os dedos e corrigir isso para você, Anjo. Estou preocupado também, mas ver você assim está me matando. — Ele roçou os lábios por cima da minha cabeça. — Vai dar certo. Emmie fará tudo o que puder. Essa era, possivelmente, a única coisa que estava me mantendo sã. Se Emmie não pudesse cuidar disso, então eu não conhecia ninguém que podia. Duas horas mais tarde, quando estávamos sentados no escritório de Emmie com o advogado que ela contratou, eu percebi que isso era mais verdade do que eu pensava inicialmente. Brad Horton, o advogado que lidou com a adoção de Lucy não ia ser capaz de ajudar muito. Porque Lydia não tinha colocado o nome do pai na certidão de nascimento de Lucy, Layla e Jesse não conheciam ninguém a quem pedir permissão para adotá-la legalmente. Com o homem aparecendo agora, apenas um teste de paternidade e sua assinatura nos papeis

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evitaria que isso fosse parar no tribunal, o que seria uma batalha de custodia amplamente divulgada e extremamente horrível. — Qual é o nosso primeiro passo? — Perguntou Layla, sua voz soando pequena e completamente diferente da Layla que eu conhecia. Ela ficava esfregando a mão sobre a barriga, como se estivesse com dor e não estivesse certa se o estresse era causa de tudo ou se os gêmeos estavam causando os problemas dela. Se esses monstros dentro dela eram como a menina saltando no meu estômago, agora eu sabia que eles não estavam felizes. — Primeiro temos que fazer o teste de paternidade. — Brad disse, tirando os óculos de aros de arame fino e esfregando a ponte de seu nariz. — Assim que esclarecermos isso, podemos avançar. Eu vou fazer a agência contratar um investigador particular para investigar a fundo o Sr. Grady. Ele obviamente tem um passado confuso, e se pudermos provar o quão bagunçado é para um juiz, ganharemos a custodia em um piscar de olhos. No entanto, o sistema judicial tende a favorecer o pai biológico. Se ele puder fornecer a ela um teto sobre sua cabeça, mantê-la vestida, e garantir que ela tenha três refeições diárias — então tecnicamente isso é tudo o que eles querem. O fato de que o Sr. Thornton e você podem até mesmo fornecer uma escola particular e qualquer outra coisa que uma criança possa precisar não interessa. Além disso, com a senhora grávida no momento, Sra. Thornton, o juiz pode

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concluir que você tem sua própria família para cuidar e Lucy estaria melhor com seu pai verdadeiro. Jesse se levantou, derrubando a cadeira pesada onde estava sentado ao lado de Layla. — Eu sou o pai verdadeiro de Lucy! — Ele rugiu, fazendo com que todos na sala pulassem exceto Emmie. — Fui eu quem a ensinou a andar de bicicleta, a surfar naquela praia! Não importa que Layla esteja grávida. Lucy é a minha filha tanto quanto qualquer criança que teremos juntos. Nós somos a família dela, porra! — Jesse... — Layla esticou a mão dele e pareceu se acalmar um pouco com seu toque. — Você sempre será o pai dela, Jesse. — Ninguém poderia fazer um trabalho melhor do que você, mano. — Shane assegurou de seu lugar no sofá perto da janela, onde eu estava sentada ao lado dele e Drake com Harper no colo. — Ninguém jamais poderia questionar isso. Emmie se empurrou para trás de sua mesa e se levantou. Seu rosto estava pálido e seus olhos eram ilegíveis. Ela tinha muito com o que lidar ultimamente e esta era apenas a adição de mais de uma carga que já estava cheia, mas ela não estava reclamando. Quando se tratava da família, Emmie iria atravessar o inferno para nos ajudar. Ela parou na frente do Sr. Horton e estendeu a mão. — Obrigada por nos receber em tão curto prazo. Coloque seu pessoal nisso assim que possível. Quero um relatório de tudo que eles fizerem assim que chegar em suas mãos. Além disso,

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eu preciso que você providencie o teste de paternidade. Garanta que Grady não esteja presente quando Lucy for colher a amostra. O advogado dele pode testemunhar o teste se for preciso, mas quero manter isto em particular pelo maior tempo possível. Assim que a mídia ficar sabendo disto vai ser difícil para todos. Horton se levantou, sabendo que Emmie estava liberandoo e que era melhor fazer as coisas que ela queria que fossem feitas assim que a porta se fechasse atrás dele. — Claro. Acho que o teste pode ser feito esta noite, se o Sr. E a Sra. Thornton permitirem? — Jesse nem olhou para o homem, mas Layla assentiu com a cabeça. — Ainda bem. Eu irei mandar mensagem com a hora e o local. — Quanto tempo vai demorar para que os resultados do teste saiam? — Perguntou Nik, inclinando-se contra a borda da mesa de Emmie. — Dependendo de quanto tempo pudermos conseguir a amostra de DNA do Sr. Grady. Não deve ser mais do que três dias. — É uma vida inteira. — eu murmurei, apertando minhas mãos no meu colo. Também significava que Drake e eu estaríamos em Nova York quando os resultados chegarem. Eu queria estar aqui, segurando a mão de Layla quando ela descobrir que o pai biológico de Lucy era Vince Grady. Só não era possível. Drake tinha que voltar para o trabalho e eu não podia lidar com ficar longe dele por mais de algumas horas

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desde que eu havia descoberto que estava gravida. — Leva realmente tanto tempo? Ou podemos pagar algum extra para apressar os resultados do teste? — Isto não é algo que você realmente queira apressar, Anjo. — Drake tentou argumentar comigo. — Nós queremos que eles sejam completamente certos que esse cara não doou o esperma, certo? Eu suspirei. — Sim... — Eu vou esperar a sua chamada mais tarde hoje, Horton. — Emmie disse ao advogado e Nik deu um passo adiante para mostrar a saída ao homem. Quando a porta se fechou atrás deles, Emmie se virou para Jesse e colocou os braços ao redor da cintura. — Acho que podemos resolver isso sem o advogado. Basta me dar alguns dias, ok? Depois de uma pequena hesitação Jesse finalmente concordou, mas as lágrimas rolando pelo seu rosto deram uma resposta inteiramente diferente. Poucos dias realmente iam ser uma vida inteira para eles, mas especialmente para Jesse.

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Capítulo 11 Jesse Layla não estava se sentindo bem. Após esta manhã — e o fim de semana que antecedeu esta manhã — que tivemos, eu não estava me sentindo tão bem comigo mesmo. Assim que chegamos em casa eu a levei para cima e a coloquei na cama. Ela disse que suas costas estava matando-a e ela só queria dormir. Talvez eu devesse ter me deitado com ela, segurando-a, mas eu não conseguia ficar parado e muito menos ir para a cama. Faltavam três horas antes que Lucy chegasse da escola. Três horas para pensar, para me preocupar. Nós tínhamos que contar a ela. Ela era inteligente demais para não se perguntar por que ela tinha que fazer o teste de DNA e eu não queria mentir para ela. Eu me encontrei lá embaixo limpando, algo que eu vinha fazendo mais e mais desde que Layla estava ficando tão grande e incapaz de se mover tanto. Poderíamos facilmente ter contratado toda uma equipe de limpeza para manter a casa em

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ordem, mas ela não queria estranhos em nossa casa. Layla amava fazer da nossa casa um lar em uma base diária. Então eu lavei os pratos do café da manhã de Lucy e os coloquei na máquina de lavar, em seguida limpei todos os balcões antes de subir as escadas para ver se Lucy tinha alguma roupa que precisava ser lavada. Abrindo a porta do quarto de Lucy, um sentimento de derrota tomou conta de mim e eu me deixei cair na beira da cama. Meus olhos passaram ao redor do quarto que ela mesma tinha decorado, sombriamente evitando a cobra em seu habitat. Ziggy e eu tínhamos chegado a um entendimento. Eu não iria cortar-lhe a cabeça durante o sono, se ele não escapasse de sua casa que Lucy meticulosamente mantinha organizada. As paredes eram de dois tons de roxo, sua cor favorita. A estampa de zebra separava as duas cores e combinava com os travesseiros sobre sua cama. Contra uma parede estava sua mesa com seu notebook onde ela mantinha todos os seus rascunhos - Lucy adorava escrever, criar mundos e personagens para onde ela escapava por horas. Na parede acima de sua mesa estavam cartazes do Demon’s Wings e um do OtherWorld. Todos eles recentes, dos últimos dois anos. Eu adorava que ela gostava de nossa música,

mas

não

a

deixava

ouvir

todo

o

nosso

trabalho. Algumas das coisas que Nik escrevia eram muito pesadas para uma criança de nove anos. Meu olhar foi para sua mesa de cabeceira. A foto dela, Lana, e Layla em um porta-retrato roxo com um golfinho

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estava ao lado do abajur. Todas pareciam tão semelhantes, mas de modo diferente. Lucy e Lana tinham o mesmo tom de cabelo escuro, mas o de Lucy era tão encaracolado que ela levava uma eternidade para deixar seu cabelo pronto nas manhãs. Todas elas tinham olhos castanhos, mas em vários tons. Uísque para os de Lana, chocolate os de Layla, e os de Lucy eram de um meia-noite quase preto. Enquanto suas irmãs eram levemente bronzeadas, Lucy era um creme macio. As três tinham o mesmo nariz, os mesmos lábios. Eu levantei a segunda foto da mesa. Me lembrei do dia em que tinha sido tirada e os meus lábios levantaram em um meio sorriso.

Estávamos sentados na areia da praia,

observando o pôr do sol. Layla estava gritando com a gente da cozinha para entrar e jantar, mas não podíamos ser incomodados para nos mover. Estávamos bem ali, pensei. E Layla e eu tínhamos assinado os papéis de adoção naquela tarde. Tínhamos finalmente nos tornado a família que eu queria que fôssemos e parecia que nada poderia dar errado na minha vida. — Eu amo isso aqui. — Lucy disse, um suspiro feliz escapando dela. — Eu também. É finalmente se sentir em casa. — Obrigado por hoje. Minha cabeça virou para franzir a testa para ela. — Você foi minha desde o dia em que te conheci, Lu. Hoje só tornei isso legal. — Estendi a mão e puxei um de seus cachos

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curtos. — Se alguma coisa, eu que deveria agradecer por querer ser minha filha. Ela jogou os braços ao redor do meu pescoço tão de repente que quase caí de costas na areia. — Eu te amo, papai. — ela sussurrou. Essas quatro palavras tinham sido a minha ruína e eu tive que piscar duro para não chorar. Abracei-a com força contra mim, sem querer soltar essa menina que havia entrado em meu coração tão rapidamente. —Diga Xiiis! Nós dois nos viramos para encontrar Layla sobre nós com uma câmera. Nossa primeira foto como pai e filha... O pensamento de que eu ia perder a minha menina fez meu peito doer e eu coloquei a foto de volta onde estava antes de me levantar. Não importa o que, eu não ia perder Lucy. Isso iria me destruir. Se alguém tentasse tirá-la de mim eu iria matá-lo com minhas próprias mãos. Um olhar para o relógio na mesa de Lucy me disse que eu estava em seu quarto por quase uma hora. Acendendo as luzes, eu andei pelo corredor até o quarto principal e abri a porta. Eu estava esperando que Layla ainda estivesse na cama, mas ela estava vazia. — Amor? — Eu gritei, me movendo em direção ao banheiro no outro lado do quarto. —J...J...Jesse?

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Seu sussurro com a voz trêmula despertou algo dentro de mim e eu me movi mais rápido. Ela estava chorando, eu podia ouvir os soluços através da porta fechada. Quando abri a porta, ela gemeu e meu coração realmente parou ao ver a cena diante de mim. Layla estava em pé na pia. Ela estava dobrada ao meio, segurando a borda do balcão enquanto seu corpo tremia. A legging azul-bebê que ela usava estava úmida, uma mancha vermelha a encharcando. — O que ...? — Minha bolsa estourou! — Ela soluçou. — Eu estou em trabalho de parto. — Não. — Eu balancei a cabeça estupidamente. — Não, você está com apenas sete meses de gravidez! Eles não devem chegar por mais nove semanas. — Eu... Eu sei disso! — Ela gritou para mim. — Mas esses bebês não receberam o relató... Ligue para Emmie. Ligue para o hospital. — Ela agarrou seu estômago e gemeu. — Chame a porra de uma ambulância! Com dedos trêmulos, eu puxei o meu celular do bolso e liguei para o 911. Ela estava com muita dor, a contração chegando perto demais. Toda vez que ela se mexia mais fluido inundava suas calças, acumulando em seus pés. Assim que eu disse ao operador o que estava acontecendo e passei nosso endereço, eu joguei o telefone de lado e levantei Layla em meus braços. Eu não queria que ela escorregasse na bagunça.

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— Emmie. — Layla ofegou enquanto eu a levava para o andar de baixo. — Ligue... Emmie. — Emmie vai ver a ambulância e saber que algo está acontecendo. — eu assegurei a ela. Meu coração estava batendo tão rápido que eu tinha certeza de que ia explodir, mas eu não podia me preocupar com isso agora. Eu podia ouvir uma ambulância ao longe e agradeci aos deuses que ela estava tão perto. — Respire fundo, amor. — insisti, sabendo que eu não sabia o que eu estava falando. Nossas aulas de Lamaze2 não começariam por mais uma semana, e eu não sabia nada sobre o que ia acontecer. Todos os pesadelos sobre o parto de Emmie passaram diante dos meus olhos e eu tinha certeza de que eu ia vomitar. Eu tinha ficado apavorado quando Emmie entrou em trabalho de parto com Mia, mas isso? Este medo de que eu estava experimentando, testemunhar a mulher que possuía minha alma e coração sentindo tanta dor. O medo de que algo estivesse errado com nossos bebês, porque era muito cedo para que eles viessem a este mundo... Não havia sequer uma palavra para esse tipo doloroso de medo! A ambulância estava parando assim que eu abri a porta da frente. Um paramédico saltou do lado do passageiro e

2

O método Lamaze foi desenvolvido pelo obstetra francês Fernand Lamaze como uma alternativa à intervenção médica durante o parto.

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correu em direção a nós. — A que distância estão as contrações? — O homem de pele escura exigia. —Um minuto... Talvez. — Layla disse a ele, porque eu com certeza não podia. Eu não conseguia nem falar. O que havia de errado comigo? Por que eu não podia falar? Abri a boca, mas nada saiu. Nem um único som. — Gêmeos... eu estou com apenas 31 semanas. — Senhor, você pode colocar a sua esposa na parte de trás para mim? — O paramédico instruiu. — Coloque-a na maca e podemos ir. Me movi automaticamente. Ele abriu a porta de trás e eu subi com Layla antes de colocá-la na cama estreita. Assim que ela estava fora dos meus braços o homem de pele escura me empurrou para fora do caminho. Eu cai sobre o pequeno banco para trás e apenas assisti com horror. — Jess! Layla! A voz frenética de Emmie chamou antes que a porta se abrisse novamente e Emmie subiu — O que...? — Minha senhora, a senhora Thornton está em trabalho de parto... Sua bolsa estourou e ela parece estar com quatro centímetros... O Sr. Thornton parece estar em estado de choque... temos que ir agora, minha senhora. — Eu só peguei pedaços da conversa e então Emmie estava sentada ao meu lado enquanto a ambulância começava a se mover, correndo em direção ao hospital mais próximo que tinha uma

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maternidade, enquanto o paramédico continuava trabalhando em Layla. Emmie segurou seu telefone na orelha com uma mão e segurou uma das minhas mãos com a mão livre. — Nik... Busque Lucy na escola. Chame Lana... Sim. Estou com ele... Não é bom. Eu também te amo. — Então o telefone sumiu e Emmie virou a minha cara. — Jesse! Olhe para mim. Ergui os olhos para encontrar o olhar verde. Sua testa estava franzida e ela parecia estressada. Me senti entorpecido, como se eu tivesse desligado algo dentro de mim, para que eu não pudesse sentir nada. Não havia pânico, nem medo agora. Apenas nada. Layla estava gemendo e chorando e eu não estava fazendo nada! — Eu vou te ajudar com isso, Jesse. — Emmie me disse com calma. — Eu vou ajudá-lo. Mas você tem que ajudar Layla, ok? Ela não está calma. Sua frequência cardíaca está fora do normal e as contrações estão vindo rápido e forte demais. Ela precisa de você. Segure a mão dela. Beije-a. Diga a ela que tudo vai ficar bem. — É mesmo? — Eu sussurrei. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, eu vi a resposta em seus olhos. Emmie não sabia. Ela não podia me prometer nada, porque ela não sabia se Layla ou os gêmeos ficariam bem. Piscando para conter as lágrimas repentinas queimando meus olhos, me virei para pegar a mão de Layla.

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Imediatamente

sua

frequência

cardíaca

diminuiu

consideravelmente. Baixei a cabeça e rocei os lábios sobre a testa dela, incapaz de beijar seus lábios porque havia uma máscara de oxigênio em seu rosto. Ela estava tremendo de medo e dor e eu enterrei meu rosto em seu cabelo. — Está tudo bem, amor. Tudo vai ficar bem. — eu menti. A partir daí tudo aconteceu muito rápido. A ambulância chegou ao hospital e as portas traseiras foram abertas. Uma equipe de pessoas rapidamente pegou a maca onde Layla estava, puxando-a para fora. Eu os persegui enquanto corriam para o hospital e para o elevador. Mas quando eu comecei a entrar no elevador com eles, uma mulher de aspecto severo me empurrou para trás. — Senhor, me desculpe, mas sua esposa precisa de uma cesariana urgente. A frequência cardíaca dela está muito rápida, enquanto a dos bebês está caindo. Não há tempo de sobra. Alguém irá mostrar a você a sala de espera. — As portas começaram a se fechar antes que ela terminasse de falar e eu só fiquei ali, observando as portas fecharem, levando a minha vida. Uma enfermeira mostrou para mim e Emmie a sala de espera. Nós não falamos uma vez que fomos deixados sozinhos. Emmie me empurrou para o banco mais próximo e saiu por um momento, voltando com o mais sujo café conhecido pelo homem. Era estranhamente doce e amargo. Ela me obrigou a beber dois copos antes de se sentar e segurar minha mão.

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Eu coloquei minha cabeça em minha mão livre, orando silenciosamente. Lágrimas rolavam pelo meu rosto e eu não me incomodei em limpá-las. Uma semana atrás, minha vida tinha estado muito, muito perto da perfeição. E agora que ela caindo aos pedaços eu era incapaz de impedir. Se eu perdesse Layla seria isso. Fim do jogo. Eu não seria capaz de seguir em frente. Lana e Drake chegaram com Harper e Shane logo atrás deles. Lana jogou os braços ao redor do meu pescoço, me abraçando apertado. Eu não podia me mover para abraçá-la de volta. Não era capaz de lhe oferecer qualquer conforto. Como eu poderia, quando eu estava morrendo por dentro? O tempo parecia desacelerar até mesmo o tic-tac do relógio na parede. As portas se abriram novamente e Nik entrou com Mia em um braço e Lucy segurando sua mão. Ver minha filha quebrou algo dentro de mim e eu fiquei sem pensar. Ela parecia ver a verdade em meus olhos e então ela estava em meus braços, soluçando tão entrecortada como de repente eu estava. — A mamãe vai ficar bem? — ela sussurrou, o pouco usado 'Mãe' escorregando para fora, sem qualquer um de nós percebermos. — Eu espero que sim, Lu. Eu espero que sim.

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Capítulo 12 Emmie Se você acha que a minha vida é ótima e emocionante, por favor, pense novamente. No momento em que ouvi a ambulância eu sabia que algo estava errado. O segundo em que vi Jesse transportando Layla em direção a coisa barulhenta, senti que minha vida literalmente parou por um minuto. Nenhuma das outras merdas que estavam acontecendo na minha vida importava a não ser que eu poderia estar perdendo minha melhor amiga. Ah, claro, mulheres dão à luz a bebês todos os dias da semana. A cada hora. A cada minuto. Eu tive um e outro estava crescendo dentro de mim. Mas Layla estava em sérios apuros. Eu não tinha certeza de qual grande parte da conversa que eu tive com o paramédico Jesse tinha compreendido, ele estava quase catatônico, mas as coisas não estavam bem. Durante as últimas visitas ao médico, a pressão sanguínea de Layla tinha estado alta. Havia traços de proteína em sua urina que também haviam sido um ligeiro motivo de

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preocupação. O médico disse que estava tudo normal, afinal ela estava grávida de sete meses de gêmeos. Os gêmeos estavam crescendo na velocidade da luz ao ponto de que o médico já havia falado sobre definir a data para a sua cesariana. Claro, a garota tinha os quadris para empurrar os pequenos gigantes, mas os gêmeos não tinham chegado nas posições certas para ter um parto vaginal. Enquanto seguíamos na ambulância para o hospital mais próximo com uma maternidade, a pressão sanguínea de Layla estava fora do normal. Sua frequência cardíaca ia em direção a duzentos e o paramédico de pele escura me atirou um olhar que me disse tudo o que eu precisava saber. Depois que eu fui capaz de tirar Jesse de seu estupor chocado, ele foi capaz de acalmar sua esposa, mas apenas um pouco. No momento em que chegamos ao hospital, a respiração de Layla estava se tornando mais difícil. Uma equipe de médicos e enfermeiros estava a espera, prontos para levá-la. Jesse retirou-se para si mesmo novamente na sala de espera cheia com a nossa família e ele nem sequer se moveu até que Nik entrou com Lucy. É claro que o mundo não ia ficar parado enquanto o nosso estava indo para o inferno. A imprensa tinha ficado sabendo do que estava acontecendo. O primeiro fotógrafo me pegou de surpresa e foi na sala de espera, e teve tempo suficiente para tirar fotos de todos, cada um de nós parecendo assustados e indefesos.

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Shane era o mais próximo e se lançou para o homem com um sorriso no rosto, fazendo com que Mia gritasse. O fotógrafo foi rápido e estava fora da porta antes que Shane pudesse alcançá-lo. Quando Shane começou a segui-lo, e sua necessidade de liberar suas emoções reprimidas em algo tornou mais provável que ele descontasse no idiota, Harper o pegou pela cintura e puxou-o para baixo em uma cadeira o mais longe possível da porta. Ouvi-a dizer-lhe para se acalmar e sussurrar algo olhando para Mia para ver o quão assustada ela estava. Meu olhar foi para Mia, que estava agarrada ao pescoço de Nik, escondendo o rosto em seu peito. Tínhamos a mantido longe de tudo isso, tentado proteger ela e Lucy da foto do paparazzi. — Foda-se essa merda! — Eu murmurei sob a minha respiração para não assustar ainda mais Mia e Lucy. Eu não queria deixar Jesse no momento em que ele precisava de mim mais do que qualquer outra pessoa, mas não havia jeito. Olhei para Lana, o rosto encharcado de lágrimas, mas quando ela percebeu minha atenção, ela balançou a cabeça e foi se sentar ao lado de seu cunhado, pegando sua mão para substituir a minha. Antes de chegar à porta, Nik pegou minha mão e deu um aperto. — Eu te amo. — ele sussurrou. Eu podia ver em seus olhos que ele estava revivendo o dia em que eu tinha trazido Mia para o mundo. Tão louco e

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assustador como o dia tinha sido, isto estava em um nível totalmente novo. Eu passei um dedo pelo rosto de Mia, fazendo-a olhar para mim, e eu forcei um sorriso por causa dela. Veja, eu estava em silêncio dizendo com aquele sorriso, mamãe não está com medo. Não tínhamos ideia do resultado para Layla e os gêmeos. Gêmeos que seriam perigosamente prematuros. — Eu te amo. — eu sussurrei de volta, segurando sua mão, mesmo quando eu estava indo embora, até que eu não tinha escolha a não soltá-lo. Eu tinha que falar com a segurança, o administrador e todos os outros. Enquanto eles cuidavam das portas do hospital para garantir a segurança não só da minha família, mas todos os outros pacientes, liguei para a equipe de segurança que tinha tomado conta do casamento de Shane no dia anterior. Caramba, tinha realmente sido apenas um dia antes? Parecia que uma vida inteira havia se passado desde então. Enquanto eu estava conversando com a segurança no hospital, meu telefone estava tocando com as chamadas recebidas. Alguns eu reconheci, outros não. Os que eu não conhecia eram jornalistas, ou assim eles alegaram, querendo os detalhes sobre Layla e Jesse. Eu teria que criar uma conferência de imprensa ou algo assim nos próximos dias para que eles soubessem como Layla estava, mas ainda não. Todos eles poderiam ir se foder, por enquanto.

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Com tudo o que eu tinha que cuidar, eu nem percebi quando um médico escorregou pela segurança e entrou na sala de espera. Não foi até que Nik enfiou a cabeça para fora da porta que eu tinha tentado vigiar que eu soube que havia algo de errado... Bem, ainda mais errado. Meu coração estava na minha garganta e eu terminei a chamada enquanto o cara do outro lado estava no meio da frase. Eu andei em direção à porta aberta, para o meu marido e família, sabendo que talvez eu nunca pudesse ver minha melhor amiga novamente. Que talvez eu nunca pudesse ter seus dois bebês preciosos em meus braços como tinha feito com minha própria filha. Nik me pegou pela cintura logo que eu estava perto o suficiente e me puxou para a sala. O médico estava em pé na frente de Jesse, que ainda tinha Lucy no colo e Lana sentada ao lado dele. Shane e Drake, que tinha Mia em seus braços rodeavam o médico que falava em tons claros e precisos, mas parecendo não fazer sentido para qualquer pessoa na sala. Limpei a garganta, chamando a atenção do médico. Seus olhos escureceram quando ele me reconheceu e ele se virou para mim. — Sra. Armstrong. — Doutor. — Inclinei a cabeça, engolindo em seco. Notei que seu jaleco estava encharcado de suor e seu cabelo estava uma bagunça, como se tivesse passado os dedos por ele. — Como ela está?

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— Nós tivemos que dar-lhe a anestesia geral para fazer a cirurgia. Não houve tempo para uma epidural com sua frequência cardíaca e pressão arterial do jeito que estavam. Os batimentos cardíacos dos dois bebês estavam caindo em uma taxa tão alarmante... — Ele parou quando eu balancei a cabeça. Eu já sabia de tudo isso. — Logo que os gêmeos nasceram, eles foram imediatamente levados para a UTI e colocados em ventiladores porque eles estavam tendo um pouco de dificuldade de respirar por conta própria. Isso não é inédito em 31 semanas. No entanto, ambos estão com um peso incrível. Ambos estão com 2,5 kg. — Ok. — Eu balancei a cabeça novamente. — Isso parece promissor. Mas você não respondeu à minha pergunta. Como está Layla? — Ela está em recuperação no momento. — Ele parecia hesitante e meu coração estava acelerado quase tão rápido como Layla tinha estado no passeio de ambulância. — Já faz mais de uma hora desde o parto dos gêmeos, e normalmente vemos uma resposta do paciente vindo da anestesia geral por agora. No entanto, Layla não está mostrando nenhum sinal de acordar. Nós pensamos que ela está tendo uma reação anormal a isso. Meus olhos se estreitaram. — Explique. — Nós não podemos ter certeza, é claro. Ela só precisa de mais algum tempo. Mas ela pode entrar em um coma... Ou o

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pior cenário... — Mordi o lábio e segurei a cintura de Nik um pouco mais forte, esperando as próximas palavras saírem da boca do médico: — ... nunca mais acordar. Mas se isso acontecer, é mais provável que seja um outro problema não relacionado com a própria anestesia. Um exame de sangue mostrou que ela está recebendo oxigênio suficiente e não há qualquer sinal de derrame. — Mas você não tem certeza? Ela poderia acordar nos próximos cinco minutos ou não acordar. — perguntou Harper, um passo à frente. O médico encolheu os ombros. — As próximas 24 horas vão contar a sua própria história. — Seus olhos mudaram para Jesse novamente. — Eu sinto muito... E parabéns por seus filhos. A porta se fechou silenciosamente atrás do homem enquanto todos nós permanecemos onde estávamos. A notícia de que os gêmeos eram meninos não parecia se registrar ou importar, no caos que estava lavando sobre nós com a notícia de que poderíamos perder Layla para sempre. Fechei os olhos, em silêncio, rezando para que minha amiga voltasse para nós. — Meninos... Meus olhos se abriram com a voz de Lucy. — O quê? — Perguntou Jesse com a voz rouca de emoção.

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— Meninos, pai. Eu tenho irmãos. — Ela escondeu o rosto em seu peito. — Isso é o que eu queria. Meu telefone tocou e eu olhei para baixo para encontrar o nome de Brad Horton em toda a tela. Engoli uma maldição e coloquei o telefone no meu ouvido. — Agora não é o melhor momento. — Acabei de ouvir sobre sua cunhada. — comentou rapidamente. — Na verdade, todo o mundo acabou de ouvir falar sobre a sua cunhada. Espero que eu possa tirar um pouco do stress de vocês. O laboratório do hospital onde você está pode tirar a amostra de DNA. Eu posso estar aí dentro de uma hora para fazer isso. Pode ser? — Sim. Vamos acabar logo com isso. — eu assegurei a ele. Quanto mais rápido eu tivesse os resultados, mais cedo eu poderia tirar Vince Grady da vida de Jesse, Layla, e Lucy.

Jesse Eu estava sendo rasgado em três direções diferentes. Ao mesmo tempo em que o advogado apareceu para fazer teste de DNA de Lucy, duas enfermeiras apareceram na porta. Uma para me levar para ver meus filhos gêmeos pela primeira vez, a outra para me levar para ver Layla na UTI. Eu não

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poderia fazer todos os três ao mesmo tempo, mas todos os três precisavam de mim agora. Drake tocou meu ombro. — Lana e eu podemos levá-la para o teste. — ele ofereceu. Eu balancei minha cabeça. — Layla iria querer que eu estivesse lá. — Me levantei e me virei para as duas enfermeiras. — Eu volto em alguns minutos. — Claro. — A enfermeira que tinha vindo do quarto de Layla assentiu. — Ela ainda está dormindo. Isso não me trouxe nenhum conforto. Layla ainda estava dormindo.

Ela

poderia

nunca

mais

acordar. Isso

era

assustador. Não tinha como eu continuar sem essa mulher. Eu tinha três filhos que dependiam de mim, então eu tive que focar nisso por enquanto. A enfermeira da UTI Neo Natal me deu um pequeno sorriso. — Claro, Sr. Thornton. Os meninos vão estar à sua espera. Achei que você gostaria de saber que o pediatra fez um exame completo e seus corações estão em ótima forma. Nós gostaríamos de mantê-los no respirador pelo menos até amanhã, antes de tentar ver se eles podem respirar por conta própria. Lágrimas queimaram meus olhos, mas eu simplesmente assenti. Meus meninos ficariam bem com um pouco mais de tempo. Engolindo em seco eu levantei Lucy em meus braços.

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— Eu preciso te contar uma coisa, Lu. Ok? Mas primeiro temos que descer e fazer uma coisa. Seguimos Emmie e Brad Horton para o elevador e para a parte de trás do hospital onde ficava o laboratório. Nós não tínhamos que esperar. Eu assinei meu nome na parte inferior de uma folha que Emmie me entregou e, em seguida, Lucy foi convidada a se sentar. — Vai doer? — Ela perguntou, parecendo assustada. Eu não tinha ideia do que eles iam fazer com ela, então eu não podia responder. Em vez disso, a técnica, uma mulher com cabelo escuro curto e olhos azuis, deu-lhe um sorriso tranquilizador. — Não... Não vai doer nada, minha florzinha. — Ela levantou o que parecia um cotonete. — Eu vou passar isso na sua bochecha e obter todas as informações do seu DNA. Vai terminar em um piscar de olhos. — Pai? — Lucy estendeu a mão para mim e eu me aproximei para agarrar a dela, enquanto a mulher limpou o rosto de Lucy, e em seguida, se virou. — Eu sei o que é DNA. — Lucy me disse na viagem de volta para a sala de espera da maternidade com Emmie. — Mas por que ela precisa ter o meu? Eu passei a mão sobre a minha cabeça, sentindo a barba áspera já voltando a crescer. — É difícil de explicar, Lu, mas eu vou tentar, ok?

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— Eu fiz alguma coisa errada? — ela perguntou preocupada, enquanto olhava de mim para Emmie e depois de volta para mim. — Não! Claro que não. — Eu balancei minha cabeça. — Você é uma ótima menina, querida. Layla e eu não poderíamos pedir por uma filha melhor do que você. — Isto não é sobre se você fez algo de ruim ou não, Lucy. — Emmie disse, tocando o rosto dela suavemente. — Você é minha filha, Lucy. Não importa o que alguém diga, você sempre será minha filha... Ok? Ela assentiu com a cabeça. — Yeah. Eu sei disso. — Bem, o homem que engravidou sua mãe... Ele quer você. Ele quer levá-la para longe de mim e de Layla. O teste de DNA foi para ver se você realmente é filha dele. — O elevador apitou e as portas se abriram, mas nós não saímos. Lucy estava olhando para mim com grandes olhos escuros. — Mas... você disse que eu era sua para sempre, pai. — Você é, Lucy. Eu juro. Ninguém vai tirar você de mim e Layla. Eu não vou deixar isso acontecer. Nunca. Isso não significa que ele não vai tentar, querida. — Emmie entrou na frente das portas do elevador para mantê-las abertas e eu me agachei para que Lucy e eu estivéssemos no mesmo nível dos olhos. Ela era alta para a sua idade, mas eu ainda era um

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gigante em comparação com a maioria das pessoas. — Eu te amo mais do que qualquer coisa. Entendeu? Seu queixo tremia e meu coração quebrou com a visão, porque não havia nada que eu pudesse fazer para evitar essa dor de afetá-la. — Sim, papai. Eu também te amo. A UTI Neo Natal estava no andar de cima da maternidade. Apenas uma ou duas pessoas tinham permissão para visitar os bebês ao mesmo tempo. Eu tive que colocar jalecos limpos antes mesmo de entrar no quarto. Antes de chegar ao posto de enfermagem, eu tive que lavar e higienizar as mãos. Ao meu lado, Lana olhava em volta nervosamente. Eu queria que Emmie viesse comigo, para que ela pudesse ouvir tudo que as enfermeiras dissessem, porque eu sabia que eu provavelmente esqueceria tudo. Mas uma situação de segurança tinha chegado e ela teve que lidar com isso. Lana foi a minha segunda opção, mas eu ainda estava feliz por tê-la comigo. Nós seguimos a enfermeira que tinha vindo me buscar mais cedo, passando por cinco outras incubadoras, antes de chegar a duas que estavam ao lado uma da outra. Havia pequenos tubos de oxigênio em seus narizes e eles estavam completamente nus, exceto por suas fraldas. Eles tinham uma ligeira cor laranja neles e a enfermeira explicou que eles tinham icterícia, o que não era incomum, já que eram prematuros.

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— Está tudo bem. Você pode tocá-los, falar com eles. Deixe-os saber o seu pai está aqui. — Ela me deu um tapinha no ombro. — Amanhã, se eles estiverem indo bem sem o oxigênio extra para ajudá-los, você poderá alimentá-los. Minha mão quase era grande demais para caber pelo orifício da incubadora rotulada BEBÊ 1. Toquei a perna do meu filho e ele empurrou como se eu o tivesse assustado, mas não chorou. Do outro lado da incubadora, Lana estava tocando sua mão. — Eles são tão pequenos. — ela murmurou. A enfermeira balançou a cabeça. — Na verdade, para uma gestação

de

31

semanas,

eles

estão

muito

grandes,

considerando que eles são gêmeos. Mas então você vê o pai deles e tudo fica claro. Eu vi bebês nascidos neste período com buracos em seus corações e seus abdomens ainda não totalmente

formados.

Gêmeos

podem

ser

ainda

mais

complicados nesta fase, mas eu tenho uma boa sensação de que estes dois pequenos príncipes sairão daqui logo. Outra enfermeira veio com uma prancheta nas mãos. Ela ofereceu a Lana e eu um sorriso gentil, enquanto observavanos acariciando os braços e os pés dos bebês. Eu estava muito chocado para devolver o sorriso. Eu estava tocando os meus filhos... Sem Layla para experimentar este momento comigo. — Então, nós temos nomes para esses dois ou vamos ficar com Coisa 1 e Coisa 2? — perguntou a recém-chegada.

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Eu sabia os nomes que Layla queria, mas não tinha certeza de quem era quem com ela. Eu não me sentia bem dando os nomes ainda. Não até Layla abrir os olhos e poder me dizer com certeza qual dos nossos filhos era qual... eu não iria pensar sobre o que aconteceria se isso não acontecesse. Eu não podia!

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Capítulo 13 Dallas Eu estava exausta na hora em que eu caí na cama na noite de ontem. Parecia que um mês se passou desde que eu tinha deixado o casamento de Harper na noite anterior. É claro que se Linc estivesse em casa ele iria ficar todo intelectual e me dizer que era minha culpa por meter meu nariz em merdas que não eram da minha conta, mas que inferno. Eu rastejei para debaixo das cobertas, e deixei o banho pra lá. Eu tinha que trabalhar na parte da manhã e eu iria tomar banho quando me levantasse. Não adiantaria tomar banho agora e lavar o cabelo que estaria um ninho de manhã, porque eu não tinha a energia para secá-lo, só para ter que lavar tudo de novo para ser capaz de resolver o problema. Claro que assim que eu ajeitei meus travesseiros na posição perfeita e fechei os olhos, descobri que a minha mente não calaria a boca. Murmurando uma maldição, eu virei de costas e olhei para o teto.

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Eu deveria ter apenas me afastado tão logo Axton saiu com Gabriella Moreitti. Eu estava acostumada que isso acontecesse. Era a razão pela qual eu tinha terminado com ele. Ele tinha jurado que eles eram apenas amigos e que ela não significava nada para ele a não ser por serem companheiros de rock. Como se eu fosse comprar essa. Ele teve o nome dessa vadia tatuado em sua pele, pelo amor de Deus. Eu não tinha ido embora. Em vez disso eu tinha continuado no casamento. Secretamente esperando que ele fosse me escolher ao invés dela e voltar. Idiota. Como se isso fosse acontecer. Idiota patética. Ficando por lá eu só tinha conseguido me sugar para outros dramas. Liam era um viciado. Eu sabia disso quando eu estava namorando Axton — se é que você poderia chamar o que nós dois estávamos fazendo naquela época de namoro. Eu ainda não tinha me tornado uma enfermeira então, mas eu podia ver os sinais de uso de drogas. As feridas ao redor da boca, que parecia

um

pouco

metanfetamina.

O

como

acne,

mas

comportamento

eram

errático.

bolhas de O

humor

oscilante. A falta de apetite e a quase insaciável fome por sexo — algo que eu só tinha adivinhado após vê-lo pegar não só uma, mas quatro meninas na mesma noite em uma mesma festa em Nova Iorque, no apartamento de Axton.

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Quando Liam começou a falar besteira sobre Gabriella ou Brie, como a maioria do OtherWorld tendia a chamá-la, e Axton, porra, isso quase me cortou em duas. Claro que eu não tinha parado para perguntar por que ele se preocupava tanto. Isso nem tinha passado sobre minha cabeça enquanto eu tentava me segurar. De jeito nenhum eu ia deixar alguém na recepção saber o quão quebrada eu estava sobre um cara, especialmente um cara que já tinha me deixado no passado. Enquanto eu estava lidando com minhas próprias emoções interiormente, eu não tinha visto Liam chegar. Ele me puxou de lado e começou a sussurrar todos os tipos de coisas desagradáveis no meu ouvido. Foi quando eu soube que ele estava alto como uma pipa. Eu o tinha avisado na primeira vez em que eu o conheci, que eu não iria tocá-lo mesmo que a raça humana dependesse disso antes de dar-lhe um tapa nas bolas com a palma da minha mão. Liam tinha me evitado sempre que estávamos no mesmo quarto depois dessa primeira impressão. Mas em vez de prejudicar seus filhos neste momento, eu só o empurrei. Eu odiava os usuários de drogas, mas eu sentia pena deles também. Eu só sabia um pouco da história de Liam e nada disso realmente explicava por que ele precisava ficar alto. No começo eu tinha pensado que ele era o tipo de pessoa que fazia isso apenas para o inferno dele. Ficar alto porque sua vida era tão chata. Mas depois, eu tinha percebido que algo

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horrível deve ter acontecido para ele querer se esconder constantemente em uma névoa drogada de falsas emoções. Quando olhei em seus olhos na noite passada, vendo além do mar verde vidrado que eram seus olhos, eu vi o homem por trás deles, meu coração doeu um pouco por ele. Todo mundo

me

disse

que

ele

havia

tentado

obter

ajuda

repetidamente, mas ele simplesmente não conseguia manter e voltava para as drogas de novo. A enfermeira em mim queria ajudá-lo, apoiá-lo através desta doença. Então, eu o convenci a sair comigo. Não tinha sido necessário muita persuasão. — Quer sair daqui? — Tinha praticamente sido a única coisa que eu tive que dizer. Seus colegas de banda não tinham gostado. Zander e Devlin tentaram nos parar e Wroth tinha sequer tentado intervir e falar comigo. Revirei os olhos com a forma como ele parecia tão ansioso comigo. — Ele é perigoso quando está assim, Dallas. Vamos lidar com ele. — Eu cuido disso. — eu tinha assegurado ao grande exmarinheiro enquanto eu puxava Liam para fora da porta. Seu carro estava no estacionamento e eu puxei as chaves do bolso das suas calças antes de empurrá-lo para o lado do passageiro. Corri para o banco do motorista e estava prestes a ligar a louca e poderosa máquina quando ele me agarrou e me puxou em direção a ele. — Vamos começar a festa agora, Dee.

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— Não vai acontecer, amigo. — Agarrei seu cabelo e puxei sua cabeça para trás, com força. — Estamos jogando isso por minhas regras. Entendeu? — Eu não gosto de regras. Regras são fodidas. Sorrindo para o seu pequeno bico de menino eu me empurrei para longe dele, facilmente manobrando-o de volta para o seu lugar. — Rebelde. — Para onde vamos? — Ele perguntou quando chegamos ao aeroporto. — Você é a pessoa que me pediu para voltar para Nova York com você, Liam. — Eu o tinha lembrado, porque tinha sido a primeira coisa que saiu da boca dele quando ele estava tentando fazer com que eu desse uma rapidinha no banheiro na recepção do casamento.

— Nova York é horrível. Vamos para Vegas. Ou Miami. Ou o Japão. — Ele colocou a mão no bolso, o que não estava com suas chaves, e enfiou algo na boca, mastigando-os. — Que porra é essa, Liam! — Eu gritei para ele, entrando em uma vaga de estacionamento vazio. — Tenho que me livrar das evidências, querida. — Ele engoliu em seco, e estendeu a mão para a garrafa vazia de água no porta-copo. — Eu vou ficar bem em alguns instantes.

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— Você é um idiota. Você não se importa se você está desperdiçando sua vida? E quanto a Marissa? Eu sei que você está usando isso para quebrar o coração dela. — Eu odiava o pensamento dele machucando a irmã. Marissa era uma garota incrível. Doce, gentil e amorosa demais. — Deixe minha irmã fora disso, Dee. — Ele de repente rosnou para mim. — Você não sabe nada sobre eu ou a minha irmã, então cale a boca. Meus olhos se estreitaram. — Não fale assim comigo, Liam. — Então pare de falar sobre a minha irmã. — ele gritou, puxando seus dedos por seu cabelo castanho. — Tudo bem. — Eu não falei com ele novamente quando passávamos pela segurança. Eu tinha deixado as minhas coisas na casa de Harper, pensando em pegar tudo de manhã antes do meu voo para casa. Mas eu tinha a minha carteira, então eu não estava preocupada com as roupas ou qualquer outra coisa que tinha ficado na minha bagagem. De alguma forma, nós conseguimos o próximo voo para Nova York. Primeira classe, é claro. Fizemos uma escala em Chicago, que durou três horas e por esse tempo o efeito das drogas estava passando em Liam. Ele estava começando a tremer e ele não tinha nada para combater a sua necessidade de mais por essa noite.

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— Porra, eu me machuquei. — ele arrastou, parecendo verde. Dois minutos depois ele estava correndo para o banheiro mais próximo. Eu estava fora da porta, ignorando os homens que iam e vinham enquanto eu o ouvia vomitando por quase vinte minutos. Quando ele saiu, pálido e encharcado de suor, mas tremendo, limpei-o e o empurrei suavemente, mas com firmeza em uma cadeira perto da nossa porta. Eu forcei-o a saborear um pouco de Sprite. — Você precisa de ajuda, Liam. E não apenas algumas semanas. Estou falando em longo prazo. Ele passou os dedos agitados pelo cabelo. — Eu sei. — Então por que você não fez isso até agora? — Eu perguntei em voz baixa. —Porque as drogas eram sempre o caminho mais fácil. Elas mantiveram a boa merda e a merda ruim ia embora. — Ele fez uma careta quando passou os braços ao redor de seu estômago. — Se alguém fica doente ou morre eu não sinto a dor. Eu não sinto a perda. — Foi quando você começou a usar? — Murmurei, para que as poucas pessoas sentadas perto de nós não ouvissem a nossa conversa. — Quando Marissa ficou doente e quase morreu? Dor que não tinha nada a ver com seu estômago atravessou seu rosto. — Foi quando eu segui em frente da erva

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daninha para a merda mais difícil, sim. Eu já tinha perdido todos os outros que significaram algo para mim, Dee. Marissa era tudo que eu tinha e parecia que eu ia perdê-la também. Eu não podia lidar com isso, então eu encontrei uma saída. Engoli em seco, sabendo que se eu perdesse Linc ou Harper, que eram minhas linhas da vida, eu estaria confusa também. Chegando mais perto eu empurrei algumas mechas de cabelo úmidas pelo suor da testa. — Então... Agora que ela está saudável e cheia de vida, por que você não parou? Seu riso era fraco, cheio de ironia. — Você pensaria que seria assim tão fácil, não é? Bem, isso é do caralho. — Você não percebe que você vai perder tudo o que você ama, se você não ficar limpo de uma vez por todas, Liam? Se você continuar destruindo a si mesmo assim, ninguém vai estar por perto quando você finalmente cair. — Eu já perdi tudo. — Sua mandíbula se apertou com força e ele inclinou a cabeça para trás contra o assento, olhando para o espaço. — O que você quer dizer? — Eu não pude deixar de perguntar. — Eu saí da reabilitação a cerca de oito meses atrás e eu decidi dar uma chance. Disse a essa garota que eu estava realmente na dela e toda essa merda... Mas então eu comecei a usar de novo e ela descobriu. Eu a perdi.

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— Você não poderia reconquistá-la de volta se você ficasse limpo de novo? Provar que é de verdade dessa vez? — Peguei a mão gelada, dando-lhe um pequeno aperto. — Essa garota não é importante o suficiente para tentar e lutar por isso? Ele não respondeu. Apenas fechou os olhos e não os abriu novamente até que o nosso voo foi chamado. Nas próximas horas, na medida em que voamos em direção à Nova York, ele parecia perdido em seus pensamentos, e eu não queria perturbá-lo. Era óbvio que ele não se sentia bem. Quando o avião sofreu uma turbulência, ele vomitou no pequeno saco que a aeromoça lhe dera. Quando tocamos o chão eu tinha certeza de que cada um iria seguir seu próprio caminho, mas ele me parou antes que eu pudesse sair e chamar um táxi. — Eu quero ficar limpo, Dallas. Eu quero ficar melhor. —Tudo bem. — Eu balancei a cabeça. — Eu posso te ajudar com isso. Eu conhecia um bom centro de reabilitação por ali. Não era como os que eu tinha certeza de que ele estava acostumado. Onde eles se sentavam em círculos e abraçavam você e faziam você falar sobre seus sentimentos. Havia terapia em grupo e um-em-um com os médicos, mas o lugar era como um campo de treinamento militar. Liam precisava de um pouco de amor duro, e não algum amor-perfeito pago para segurar sua mão. Eu fiz a ligação para o administrador enquanto nós

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pegamos um táxi do aeroporto. Eu tinha feito amizade com a filha do cara na escola e ela me devia um favor, que seu pai pagaria agora. Eu fiquei com Liam durante a maior parte do dia. Assisti enquanto lhe deram seu quarto, e mostravam todo o novo guarda-roupa de uniforme verde e uma camiseta branca para ele. Liam me disse que todas as outras vezes que ele tinha ido para a reabilitação, tinha sido decisão de outra pessoa, o que eu tinha imaginado. Um viciado tinha que estar pessoalmente pronto para ficar melhor antes que ele pudesse realmente começar a se recuperar totalmente. Ele também me disse que eu era a primeira pessoa a ficar com ele em seu primeiro dia. — Eles geralmente me deixam e voltam para suas vidas. Nem mesmo Marissa viria comigo. Wroth não permitiria isso. — Seu olhar não alcançou o meu e meu coração doía de novo por ele. — Obrigado por estar aqui comigo, Dee. Eu não tinha sido capaz de ficar sem abraçá-lo, mesmo que eu não ficasse confortável com abraços e contato afetuoso. Eu passei meus braços em torno dele, oferecendo-lhe algo que eu estava convencida de que ele tinha perdido ao longo dos anos, apesar de seus companheiros de banda sempre estarem por perto. Ofereci-lhe a minha amizade e ele tomou-a com um desespero que era de cortar o coração. Seus braços vieram em torno de mim, não me apertando tanto quanto eu tinha certeza de que ele teria sido capaz senão estivesse doente com a desintoxicação.

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— Eu voltarei no domingo. — eu prometi a ele. Domingos eram dias de visita familiar. Ele acenou com a cabeça. — Tudo bem... Você pode contar a minha irmã? — Ele perguntou, depois de uma pequena hesitação. — Dizer a ela que eu estou bem? — Eu vou pegar o seu número com Natalie. — Eu assegurei, e beijei sua bochecha antes de deixá-lo em seu quarto. De lá, eu tinha ido direto para casa, o que me levou ao cansaço e a necessidade de dormir, porque eu tinha um turno de doze horas no hospital no dia seguinte, mas fui incapaz de desligar o meu cérebro. Droga, eu precisava de um período de férias após o fim de semana que eu tinha acabado de ter. Meu telefone fez um zumbido e eu olhei para onde eu o havia plugado no carregador alguns minutos atrás. Ele morreu na hora do almoço, mas eu realmente não tinha notado. Além de fazer a ligação para conseguir a reabilitação para Liam, eu não tinha usado. Ninguém iria se preocupar comigo. Linc e Natalie ainda estavam em LA até mais tarde durante a semana e se a minha mãe resolvesse me ligar, seria improvável que eu fosse falar com ela. Harper estava, provavelmente, em um coma induzido por paixão na sua lua de mel agora, então ela não estaria me checando tão cedo.

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Com um grunhido eu peguei o telefone. Minha caixa de mensagens mostrava que eu tinha doze mensagens de voz e o nĂşmero trinta e estava no meu aplicativo de texto. Quando abri os olhos e vi que o primeiro era de Axton eu bati excluir em todos eles sem sequer ler um. Minhas mensagens de voz foram para o lixo sem que eu me preocupasse em escutar. Eu terminei com Axton Cage.

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Capítulo 14 Drake Por que é que quando as coisas ficam difíceis, é quando eu sinto mais vontade de beber? Honestamente, eu ainda tinha momentos em que eu queria alcançar uma garrafa. Anjo poderia ser a linha da minha

vida,

mas

ela

não

parava

completamente

os

desejos. Mas o meu amor por ela, e o conhecimento de que minha vida sem ela seria uma merda, era o que me impedia de chegar ao álcool. Eu provavelmente deveria encontrar uma reunião por perto, mas eu não poderia deixar Anjo e Jesse ou o resto da minha família. Eles teriam entendido, mas eu não teria. Minha cunhada estava deitada inconsciente em uma cama de hospital na UTI. Mesmo que soubéssemos o motivo de sua

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reação ao eletrólito na anestesia, ela ainda não estava acordando. Isso estava rasgando Jesse e com a Anjo grávida e exausta, eu não poderia deixar de me colocar no lugar dele. Como eu poderia lidar com isso, se fosse Lana no lugar de Layla? Eu seria capaz de lidar com isso? Ou eu estaria em um bar em algum lugar? Eu gostava de pensar que era a primeira opção do que a última, mas eu honestamente não poderia dizer com certeza. Claro que eu havia passado por algo assustador quando Anjo tinha perdido nosso primeiro bebê, mas essa coisa com Layla era duas vezes mais aterrorizante. No momento, Jesse estava lá em cima ajudando com a alimentação dos gêmeos. Emmie estava com ele, então Lana queria sentar-se com sua irmã durante o horário de visita na UTI. Eu não conseguia entender por que não fomos autorizados a ficar com ela em todos os momentos, mas as regras eram as regras na UTI e nem mesmo Em tinha sido capaz de fazê-los mudá-las para nós. Anjo se sentou na cadeira do lado direito da cama de Layla, segurando a mão dela e falando baixinho com ela. — Seus meninos são tão bonitos, Layla. Eles parecem tanto com Jesse agora. Carecas e parecendo com raiva. Eles não mantem os olhos abertos por muito tempo, então não posso dizer se eles têm seus olhos ou os do pai. Estou com tanta inveja que você tem meninos. Eu não mudaria ter essa garota por nada, mas isso me faz querer um filho também.

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Eu estava atrás dela, doendo de vontade de abraçá-la e tomar todas as dores que ela estava sentindo. Mas eu era incapaz de fazer isso. Eu mal tinha sido capaz de convencê-la a ir para casa todas as noites para que ela pudesse descansar um pouco, e só consegui porque eu tive que lembrá-la de que a nossa filha precisava de descanso mais do que ela. Então, eu só estava ali, observando a subida e descida do peito de Layla a cada respiração que ela dava. Ela estava pálida, com os cabelos ao redor de seus ombros. A pele na mão esquerda, onde o soro estava, tinha hematomas porque os dois últimos locais que tinham colocado a tinha estourado. O bip-bip-bip constante do monitor cardíaco era tanto calmante quanto irritante ao mesmo tempo. — Sabe, há uma enfermeira na UTIN que acompanha Jesse de perto. — A declaração de Anjo tinha me feito virar o olhar de Layla para ela. Eu levantei uma sobrancelha, mas ela me

ignorou.

Algo

que

ela

estava

muito

nos

últimos

dias. Droga! — Ela é loira e toda sorridente. Especialmente quando o seu marido vai ver seus meninos. É melhor você acordar, mana, e dizer para ela manter os olhos para si mesma. — O que você está fazendo? — Exigi calmamente. — Dando-lhe uma razão para acordar. — disse Anjo com um encolher de ombros. — Nós só temos mimado-a nos últimos dois dias. Talvez se nós a irritarmos, ela vai acordar e assumir o controle de sua vida novamente.

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Essa ideia não era a pior que eu tinha ouvido. Na verdade, era a única que alguém tinha oferecido nas últimas quarenta e oito horas. Suspirando, me inclinei contra a parede e deixei Anjo continuar a falar com sua irmã, sem interromper novamente. Ela estava chateada comigo e eu ainda não estava completamente certo do motivo. Cole, seu pai, tinha ligado para verificá-la e a Layla, assim como os bebês. Cole Steel estava tentando ser o homem que ele deveria ter sido há mais de vinte anos atrás. Ele e Lana tinham um relacionamento decente agora, e o fato de que ele seria um avô tinha deixadoo mais humilde... Um pouco. A ligação também revelou que o encontro com Bethany, a assistente do produtor que me mandou uma mensagem sobre isso na semana passada, também era uma farsa. Anjo estava convencida de que a mulher estava tentando me seduzir, mas eu não tinha tanta certeza. Todo mundo no trabalho sabia o que minha esposa era para mim e eu nem sequer olhava para outras mulheres. Nunca. Porra, eu mal sabia como Bethany se parecia. Meu

protesto

que

Bethany

era

inofensiva

tinha

empurrado uma Anjo estressada aos limites e ela havia ficado chateada comigo desde então. Ela não falava comigo a menos que ela tivesse que fazer. Felizmente, ela não me afastava quando tentava tocá-la, no entanto. Se ela tivesse começado a

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fazer isso, eu poderia ter tido realmente que encontrar um bar e acabar com umas garrafas. Poucos minutos depois, a porta se abriu e uma enfermeira colocou a cabeça através dela. — O horário de visita acabou, Sra. Stevenson. Você pode voltar em algumas horas. Eu estendi minha mão para ajudar Anjo. Ela colocou a dela na minha, sem hesitação, e eu a puxei para o meu lado antes de escovar um beijo em seus lábios. — Não fique com raiva de mim. — eu sussurrei. — Não defenda putas estúpidas. — ela sussurrou de volta, mas havia um pequeno sorriso maroto nos lábios. — Eu amo você, idiota. Um pouco da minha tensão diminuiu. — Eu te amo mais.

Layla Havia um som de bip-bip-bip chato perto de mim. Eu gemia, sem querer acordar, e estendi a mão para empurrar o ombro de Jesse. Ele precisava trocar esse alarme estúpido ou eu ia dar um soco nele. Mas eu não consegui sentir Jesse do meu lado e relutantemente abri meus olhos. Pisquei enquanto eu me concentrava no quarto ao meu redor. Eu estava em uma cama que não era tão confortável como a que eu dormia em casa. Havia trilhos em ambos os lados. Ao lado da cama havia uma máquina que estava

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produzindo o sinal sonoro que ainda estava me irritando. Virei para obter uma visão melhor dele só para ter todo o meu corpo explodindo em dor. Meu abdômen parecia que tinha sido aberto e eu tinha essa sensação de vazio repentino onde eu deveria estar me sentindo esticada e completa. Minhas mãos foram para meu estômago e um grito de socorro que não tinha nada a ver com a dor encheu a sala. Onde estavam os meus bebês? — Jesse? — Eu chamei, mas ele não estava no quarto. Onde diabos estava Jesse? — JESSE! A porta do outro lado da sala se abriu e uma mulher com cabelo escuro puxado em um rabo de cavalo enfiou a cabeça pela porta. — Você está acordada. — disse ela com um sorriso. — Bem-vinda de volta. — ela cumprimentou quando ela entrou na sala. — Onde está meu marido? — Eu exigi. — Onde estão os meus filhos? — Seu marido está na sala de espera, onde ele tem estado desde que foi trazida para cá. Seus bebês estão indo muito bem e podem até serem movidos para o berçário esta noite. — A enfermeira era alegre e isso só me fez querer socá-la no rosto. Eu estava com dor e ela era toda sorrisos? Eu estava enlouquecendo, mas ela estava mais interessada em verificar minha pressão arterial. — Eu quero o meu marido. Agora.

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Claro.

Você

poderá

vê-lo

em

apenas

alguns

minutos. Primeiro eu tenho que pegar os seus sinais vitais. Está com sede? Eu vou pegar um pouco de água gelada. Ou você prefere algo mais? Sprite, talvez? — Eu não me importo! Eu. Quero. Meu. Marido. AGORA — Eu não devia ter gritado. Isso só fez doer mais, mas eu estava desesperada para ver Jesse. Eu precisava dele e ele tinha que tirar da sua mente a preocupação sobre mim. Meus gritos fizeram com que a porta se abrisse outra vez e outra enfermeira enfiasse a cabeça lá dentro — Tudo bem aqui, Sra. Thornton? — Ela quer o marido, Vanessa. — minha enfermeira disse a ela. — Você poderia avisá-lo que ela está acordada? — Claro... É bom vê-la acordada, Sra. Thornton. — a outra enfermeira comentou. — Você nos deixou preocupados por um minuto. Eu fiz uma careta para a mulher. — Do que ela está falando? — Você teve uma reação incomum à anestesia que deram a você. — minha enfermeira me informou. — Você esteve adormecida por algum tempo... Cerca de dois dias. — Ela torceu o nariz. — Como você está se sentindo em uma escala de um a dez, dez sendo o pior?

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— O quê? — Eu exigi, ofuscada por sua afirmação de que eu tinha ficado fora por dois dias e, em seguida, rapidamente perguntando sobre o meu nível de dor. — Eu estou com um pouco de dor. Mais como se eu estivesse em agonia, mas isso não importava no momento. Se eu dissesse a esta menina alegre que eu mal conseguia ver através da névoa de dor ela me daria remédios e eu não seria capaz de ver Jesse imediatamente. — Você gostaria de alguma coisa para isso? O seu médico recomendou algumas coisas que você pode ingerir para qualquer nível de dor, mas a escolha é sua. — Talvez mais tarde. — Talvez nunca. Eu queria que ela se fosse. Quando a porta se abriu novamente, Jesse voou para o quarto com a velocidade do som. Toda a dor que eu estava sentindo foi empurrada para o fundo da minha mente enquanto seus braços ficavam em volta de mim. Seu rosto se enterrou em meu pescoço. — Porra, mulher. — Ele gemeu. — Eu pensei que nunca fosse ver esses olhos de chocolate de novo. Eu levantei meus braços para me envolver em volta dele, mas encontrei um soro no meu braço esquerdo. — Você está bem? Os bebês estão bem? Onde está Lucy? — Shh. — Ele se afastou para olhar para mim e cobriu minha boca com a mão. — Cale-se e me deixe olhar para você,

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ok? — Eu balancei a cabeça e ele tirou a mão. Aqueles olhos em constante mudança como se fosse um caleidoscópio de olhos castanhos estavam molhados. — Deuses, você é tão bonita, porra. — Ele deu um beijo nos meus lábios. — Eu te amo. Um pouco da minha ansiedade foi desaparecendo e eu inclinei minha cabeça contra seu peito. — O que eu perdi? — Eu finalmente perguntei. — Você pode nos dar um minuto? — Ele perguntou à enfermeira sobre a minha cabeça e um momento depois a porta se fechou atrás dela. Eu olhei para ele, a preocupação enrugando a testa. — Os meninos estão indo muito bem. Eles ainda estão no oxigênio por agora, mas o médico diz que hoje eles serão movidos para o berçário. Um pequeno soluço escapou quando alívio tomou conta de mim. Os bebês estavam bem. Apesar do fato deles terem vindo tão cedo... — Lucy? — Eu não poderia esquecer de que estávamos à beira de perder nossa filha. Jesse fez uma careta. — Os resultados dos testes chegaram esta manhã. Lucy é de Grady. — Meu coração se apertou ainda mais. — Mas... Emmie ainda está trabalhando nisso. Ela está trabalhando com tudo desde que os resultados chegaram, baby. — Ele ergueu a mão e empurrou meu cabelo para trás do meu rosto. Eu provavelmente parecia uma bagunça quente, mas ele não parecia se importar, então eu não

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iria me preocupar com isso agora. — Deuses, é tão bom te abraçar. — Eu realmente estive fora por dois dias? — Cinquenta e duas horas, na verdade. Mas quem está contando? — Seus lábios levantaram em um meio sorriso que não alcançou seus olhos. — Algo sobre os níveis de eletrólitos foi o motivo para a reação, mas você vai ter que perguntar ao médico para ter certeza. Ainda bem que são gêmeos porque nós nunca faremos essa merda de novo, baby. De repente eu estava muito exausta. Agora que eu sabia que meus filhos estavam bem e que Jesse estava bem, eu poderia relaxar. Pelo menos no momento. Eu descansei minha cabeça contra os meus travesseiros. O nível de dor que tinha feito os meus olhos desfocarem há quinze minutos estava de volta um milhão de vezes pior. — Eu te amo. — eu murmurei. — Você está sentindo dor? — Um pouco. — eu menti. Muito. Muito, muito. Então, isso era o que Emmie sentiu depois de sua cesárea de Mia? Porra! — Eu vou chamar a sua enfermeira. — Espere! — Eu chamei quando ele se virou para a porta. — Não vá embora, está bem? Eu quero você comigo.

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— Baby, eu não vou a lugar nenhum. Exceto para ver os meninos quando for horário de visitas... Ok? A enfermeira apareceu um momento depois com uma seringa na mão. Eu a ignorei e concentrei toda a minha atenção em Jesse. — Você vai visitar a UTI Neo Natal? — Yeah. Eu tive de alimentá-los ontem. Eles são teimosos, na primeira vez a enfermeira teve que me ajudar, mas eu finalmente peguei o jeito. Elas queriam me ensinar como trocar as fraldas... E elas querem saber se queremos circuncidá-los. — Ah... — Eu bocejei quando a enfermeira jogou a seringa na caixa vermelha na parede e em silêncio saiu do quarto. — O que você acha? — Eu não sou contra. Eu sou circuncidado. Mas é a sua decisão. — Ele se inclinou sobre mim, roçando um beijo doce na minha testa. — Já que você sabia disso o tempo todo, achei que já tinha feito pesquisa sobre isso e decidido de uma forma ou de outra. Eu tinha, mas eu queria a opinião dele sobre isso também. Algo que eu não tinha sido capaz de obter até agora, porque ele não queria saber o que estávamos tendo. Eu, no entanto, não tinha sido capaz de esperar para saber se estávamos esperando meninas ou meninos. — Posso vê-los?

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— Eu vou falar com a sua enfermeira. Mas pode ter que esperar até que eles sejam movidos para baixo. — Outro beijo na minha testa. — Como você está se sentindo agora, baby? — Sem dor. — Eu bocejei novamente. — Você fez um bom trabalho cuidando de nossa família, Grande Papai. — Não era o mesmo sem você. Não me assuste assim de novo. Ok? Eu desejava que ele pudesse deitar ao meu lado e me segurar. — Tudo bem... — Essa foi a última coisa de que eu lembrava, até que alguém fez cócegas em meus pés algum tempo depois. Meus olhos se abriram e eu achei Lana e Emmie de pé sobre a minha cama. — Oi. — eu cumprimentei sonolenta. — Você ouviu isso, Em? — Lana olhou para Emmie em pé ao lado dela, com os braços cruzados na frente dela. — Ela nos assusta por dias a fio e só pode dizer Oi. — Parece uma Daniels para mim. — disse Emmie, lembrando tudo o que Lana havia feito alguns anos atrás. — A coisa nauseante sobre tudo isso é que você tende a acordar ainda mais bonita, como sempre. Eu não poderia evitar o sorriso que brincava com meus lábios. — Não estou.

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— Eu tenho certeza de que você vai se cansar de ouvir as pessoas perguntando isto, mas como você está se sentindo? — Perguntou Emmie, movendo-se ao redor do lado direito da cama e pegando minha mão. Seus dedos estavam gelados. — Você precisa de alguma coisa para a dor? Eu balancei minha cabeça. — Eu estou bem no momento. — Eu tenho fotos. — Lana entregou seu iPhone quando Emmie apertou um botão em cima da cama para me ajudar a me sentar um pouco melhor. — Jesse disse que você estava morrendo de vontade de ver os meninos, então eu pensei que eu poderia mostrar-lhe estas. Eles não vão ser movidos para baixo até a manhã porque Baby 2 ainda está precisando de mais oxigênio e eles não querem que eles sejam separados. — Baby 2? — Eu fiz uma careta. — Jesse não lhes deu os seus nomes ainda? — Ele não tinha certeza de qual era qual para você, assim ele estava esperando por você acordar. — Emmie me informou. — Pode esperar mais um dia, Layla. Espere até que eles estejam em seus braços antes de começar a distribuir os nomes. Meus dedos tremiam enquanto eu pegava o telefone que Lana entregava. A primeira imagem era de dois dos menores bebês que eu já vi na minha vida. Estavam apenas enrolados em cobertores com o oxigênio em seus pequenos narizes enquanto eles ficavam em incubadoras um ao lado do

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outro. Lágrimas escorreram de meus olhos enquanto eu passava um dedo sobre os seus corpos na tela. Era impressão minha, ou eles estavam tentando chegar mais perto um do outro, mesmo através das incubadoras? A imagem seguinte era de Jesse sentado em uma cadeira de balanço com um dos gêmeos no colo. Do jeito que ele estava segurando seu filho eu poderia dizer que ele estava nervoso, provavelmente com medo de que ele poderia machucar o pequeno rapaz. Mas o sorriso no rosto de Jesse e as lágrimas em seus olhos rasgavam o meu coração e um pequeno soluço escapou de mim. A imagem seguinte era quase a mesma coisa, só que eu percebi que era o outro bebê. Uma dúzia de outras fotos dos bebês e eu estava tremendo com a força do meu choro. — Eles são tão lindos. — eu respirei, segurando a tela do telefone no meu peito. A última imagem era de Jesse segurando seus dois filhos, os nossos filhos. Os meus homens, todos os três deles. — Eles estão realmente bem? — Eu perguntei a Emmie. Ela iria me dizer a verdade, não importava o quão difícil era para ouvir. Emmie assentiu. — Os médicos disseram que foi um milagre que eles não tenham mais coisas erradas com eles. A coisa da respiração vai se resolver, mas além disso não há qualquer coisa com que você deveria estar preocupada. Eles estão comendo muito e as fraldas estão enchendo do jeito que deveriam. Eles podem ter que ficar sob a luz fluorescente por

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causa de seus níveis de bilirrubina, mas nós duas sabemos que não é incomum. Mia ficou sob as luzes por muito tempo. A porta se abriu sem uma batida e a loira alegre enfiou a cabeça. — Tudo bem aqui? Meus olhos se estreitaram na enfermeira. Eu não tinha motivos para odiá-la. Eu nem sabia quem ela era, pelo amor de Deus. Mas eu a odiava na minha essência. — Eu estou bem. — eu gritei. — Ok, então. — A porta se fechou com um leve estalo atrás dela. — O que foi aquilo? — Perguntou Emmie, as sobrancelhas levantadas em surpresa. Era ela que geralmente gritava com as pessoas, não eu. — Eu não suporto essa garota. — eu disse a eles honestamente. — Eu nem sei por quê. — O bufo de Lana seguido de uma risada nos fez olhar para ela. — O quê? — Talvez você pudesse me ouvir, afinal... — Lana riu novamente. — Eu poderia ter tentado acordá-la com algumas mentiras. Como uma enfermeira loira arranhando o seu homem e algumas outras coisas. — Ela encolheu os ombros. — Parece que eu fiz uma lavagem cerebral para você odiá-la. Sinto muito. — Lana! — Emmie repreendeu, antes de sorrir. — Por que não pensei nisso antes?

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Capítulo 15 Nik Eu não fui capaz de ficar no hospital o tempo todo como Emmie estava fazendo. Mia não precisava ficar em volta de toda a doença que estava no hospital e não era como se ela pudesse ver sua tia Layla ou seus primos de qualquer maneira. Assim, além de visitar Em e Jesse por algumas horas, eu me mantive em casa com ela. Lucy não queria, mas Jesse insistiu que ela fosse para a escola hoje. Então eu a levei para a escola quando eu deixei Mia em sua pré-escola e, depois, a peguei, em vez de deixá-la voltar

com

o

transporte

escolar

como

ela

fazia

normalmente. Ela estava dormindo no quarto de hóspedes nas duas últimas noites. A pobre menina estava apavorada. Não só por causa de Layla e seus irmãos, mas por causa do que Jesse e Emmie tiveram que explicar a ela sobre seu verdadeiro pai. Eu tinha

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ouvido seu choro na noite passada, mas quando eu fui ver como ela estava, ela fingiu estar dormindo. Isso me comeu vivo, ela estava sofrendo muito. Eu não podia deixar de lembrar um pouco de Emmie assustada sem ter certeza do que o amanhã traria. Mia dormiu abraçada ao meu lado ontem à noite porque eu não tinha sido capaz de dormir até que eu soubesse que ela estava escondida em segurança comigo. Assim

que

peguei

as

meninas,

fomos

para

o

hospital. Shane e Harper estavam sentados na sala de espera da UTI, mas seus sorrisos me diziam que alguma coisa estava acontecendo. — Como ela está? — Eu perguntei, colocando Mia em uma cadeira de plástico ao lado de Harper. — Ela está acordada e irritada, pelo que temos ouvido as enfermeiras murmurando. — Shane me informou com uma risada. — E Jesse está lá em cima com os meninos, mas ele deve descer em breve. Eles ainda querem mantê-los na UTIN por outra noite. — Eu posso ver meus irmãos hoje? — Lucy me perguntou quando ela colocou a mochila na cadeira vazia. — Papai disse que talvez, ontem. — Eu não sei, Lucy. Eles ainda estão lá em cima e as enfermeiras, disseram ontem que as crianças menores de doze anos de idade não são permitidos lá dentro. — Eu odiava deixála para baixo, mas era para a segurança de todos os bebês na

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UTIN, e não apenas a seus irmãos. — Tenho certeza de que logo que os gêmeos sejam movidos para este andar, você poderá vê-los sempre que quiser. — Tudo bem. — Ela suspirou e deixou-se cair na cadeira ao lado de Mia. — Posso ligar para Harris? Prometi a ele e seu pai que eu iria avisá-los quando mamãe acordasse. — Vá em frente, querida. — Ela puxou para fora seu smartphone e seu rosto se iluminou imediatamente quando ela começou a falar com o amigo. Eu me perguntei se ela tinha uma queda pelo filho de Devlin, mas não queria colocar esse tipo de nome. Eu tinha certeza de que se Jesse pensasse a mesma coisa ele estaria indo com todos os tipos de pai autoritário sobre ela e o menino. Talvez até mesmo acabasse com sua amizade. — Onde está todo mundo? — Eu perguntei quando finalmente sentei ao lado de Shane. Eu tinha estado atendendo a telefonemas no escritório de Emmie em casa durante todo o dia para ajudá-la, e minha cabeça estava estourando. Eu realmente não conseguia entender como Em fazia tudo o que ela fazia sem perder a sanidade. — Drake está lá embaixo pegando café. Lana e Emmie estão visitando Layla. Natalie e Linc fizeram uma pausa, antes de partirem para o aeroporto. Natalie queria ficar e ajudar Emmie, mas Em lhe disse para ir e cuidar dos idiotas do America’s Rocker. Eles estavam criando o inferno esta manhã,

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porque Drake lhes disse que não ia para lá na próxima semana também. — Shane fez uma careta, sacudindo a cabeça. — Eles não podem encontrar um grande nome o suficiente para substituí-lo pelas próximas duas semanas. Emmie disse a Natalie para sugerir o vencedor da primeira temporada. — Eu vou ter que pedir ao meu pai. — Lucy estava dizendo em um tom mais animado do que eu a tinha ouvido falar em vários dias. — Mas eu realmente quero, então eu tenho certeza que ele não vai dizer não. — Papai não vai dizer não para o quê? — Jesse perguntou quando ele entrou pela porta, parecendo pálido e exausto. Ele precisava fazer a barba, e, provavelmente de uma semana de sono também, mas havia um pequeno sorriso maroto nos lábios. — Amanhã é o Dia das Bruxas, pai. — Lucy lembrou. — E Sr. Cutter está deixando Harris ir pedir doces-outravessuras em seu bairro sozinho. Harris quer saber se eu poderia ir com ele. — Só com Harris? — Sim... Eu podia ver o cérebro de pai trabalhando nos olhos de Jesse. O bairro de Devlin era um condomínio fechado, assim como o nosso, possivelmente ainda mais seguro do que o nosso era. Não havia ninguém naquele bairro que estaria na lista de

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agressor sexual, ele se tornou obcecado com essas coisas desde que as meninas estavam envelhecendo. Harris também era um garoto muito responsável para os seus catorze anos. Devlin estava educando-o bem, e o menino sempre falava com Lucy com respeito. — Vamos falar com Layla sobre isso primeiro, ok? — Jesse se comprometeu. O rosto de Lucy caiu por não conseguir um imediato "sim", mas ela balançou a cabeça. — Tudo bem. — ela disse. — Posso vê-la agora? — Acho que podemos chegar lá. — Jesse acenou para mim e Lucy correu para dizer adeus a seu amigo antes de seguir Jesse para fora da sala de espera. Momentos depois, Lana e Emmie entraram na sala, parecendo um pouco menos estressada do que tinham estado quando eu as tinha visto na noite passada. Meu corpo reagiu instantaneamente para estar perto de Emmie. Agarrei-a pela cintura e a puxei para o meu colo, enterrando meu rosto em seu pescoço. — Hey, — ela respirou, correndo os dedos pelo meu cabelo bagunçado. — Eu senti sua falta. — Eu também. — Eu beijei seu pescoço, feliz pelo fato de que ela não conseguia esconder sua reação a mim mais do que eu poderia esconder dela. — Você vai para casa hoje à noite?

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— Assim que eu conseguir preparar um quarto privado para Layla e quando ela finalmente se mudar com segurança, eu vou estar em casa. Prometo. Eu esfreguei minha mão sobre a barriga lisa. — Você já comeu hoje? Como estava o enjoo esta manhã? — Eu fui capaz de comer alguns biscoitos de queijo e cerveja de gengibre. Mas meu apetite ainda não está tão grande. Sem vômitos, entretanto. — Eu soltei um suspiro de alívio e ela revirou os grandes olhos verdes para mim. — Eu estou bem, Nik. E Jagger também. — Jagger? — Harper e Shane perguntaram quase ao mesmo tempo. — O quê? — Isso é como Em está chamando o bebê. — eu disse a eles com um sorriso. — Ela está convencida de que é um menino e já o nomeou. — Mas e se for uma menina? — Harper perguntou com uma careta. — Você vai chamá-la de Jagger até lá? — É um menino. — disse Emmie, a inclinação teimosa do queixo dizendo que não devíamos discutir. Shane estendeu a mão e colocou a mão logo acima de onde a minha ainda permanecia. — Bem-vindo a esta família louca, Jagger.

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Eu só estava meio dormindo quando senti Emmie cair na cama ao meu lado. Um rápido olhar para o relógio me disse que era um pouco antes da meia-noite. Ela estava vestindo uma das minhas camisas como pijama e seu cabelo estava úmido do banho. Suspirando, eu puxei-a contra mim e beijei o topo de sua cabeça. — Como eles estão? Emmie bocejou. — Tão bem como poderiam estar. Layla foi transferida para seu quarto particular e eu os fiz colocar uma cama lá para Jesse, porque ele ainda se recusa a ir para casa. Os gêmeos ainda estão tendo problemas de apneia do sono, por isso mesmo que eles se mudem para o berçário, eles ficarão no hospital até que isso mude. — Poderia ser pior. — Eu tremi ao pensar em quão pior poderia ter sido. Trazendo-a para mais perto, eu deixei minha mão passear sobre a parte inferior de seu estômago. — Me prometa que vai cuidar melhor de si mesma, Em. Estou com medo de que isso aconteça conosco. Ela se apoiou em seu cotovelo e olhou para mim. Ela havia esquecido de desligar a luz do banheiro depois do banho — como sempre — e eu pude ver seu belo rosto claramente pelo brilho da luz. — Eu prometo que vou ter cuidado, Nik. Honestamente, eu estou bem apesar de tudo. Eu já estou começando a me sentir melhor. O enjoo matinal não é nada como foi com Mia.

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— Eu não sei o que eu faria se algo acontecesse com você, menina. Você é o meu coração e minha alma. Não se atreva a me deixar. Sua mão levantou e ela traçou os dedos sobre minha testa, pelo meu rosto e em volta dos meus lábios. — Eu não planejo isso, querido. — Venha aqui. — eu sussurrei e a puxei para baixo até que meus lábios encontraram os dela. Ela tinha gosto de pasta de dente com sugestões do sabor doce que era completamente Emmie. Eu aprofundei o beijo, precisando de mais do seu gosto do que eu precisava da minha próxima respiração. Minha mão esquerda acariciava seus longos cabelos ruivos, enquanto a minha direita desenvolvia uma mente própria e segurava seu seio. Um pequeno gemido escapou dela e eu mergulhei minha língua profundamente dentro de sua boca quente, devorandoa com o meu beijo. As mãos de Emmie estavam tão inquietas quanto as minhas. As unhas de sua mão direita arranhavam meu ombro nu, enquanto sua mão esquerda acariciava pelo peito. Ela viajou pra baixo, por cima do meu abdômen, fazendo meu estômago se apertar porque eu sabia exatamente onde ela estava indo. Meu pau, já dolorosamente duro, se contorceu contra suas coxas e eu senti a ponta umedecer com a prova do quanto eu a queria.

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Quando o dedo indicador deslizou sobre a ponta, espalhando as gotas do desejo líquido sobre a cabeça do meu pau latejante, ela sorriu contra meus lábios. — Mm. Eu senti sua falta, Nik. — Eu aposto que eu senti mais. — Eu rosnei, enterrando meu rosto em seu pescoço. Inalando seu aroma doce e limpo, minha frequência cardíaca aumentou ainda mais. — Eu te quero tanto, menina. — Eu aposto que eu te quero mais. — Ela abriu as coxas para mim. Me afastei o suficiente para que eu pudesse ver quando sua mão esquerda pegou o meu pau e acariciava sobre os lábios de sua vagina. Um gemido escapou de mim quando eu a vi mergulhar dois dedos dentro de si mesma. Emmie mordeu o lábio, mas não impediu o gemido enquanto tocava a si mesma. Meu pau endureceu ainda mais enquanto ela brincava com sua vagina molhada. Ela levantou a mão, esfregando os dedos por cima dos meus lábios. Eu lambia o meu segundo gosto favorito dos meus lábios antes de capturar a mão dela e chupar aqueles dois dedos deliciosos, garantindo que eu tivesse cada gota dela. — Amo você, menina. — eu respirei quando eu cai de costas e a puxei para cima de mim, deslizando profundamente nela com um impulso suave. Emmie gritou e empurrou para se sentar. Ela puxou minha camisa sobre a cabeça. Suas mãos pressionava o meu

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estômago para equilibrar a si mesma enquanto eu sentia suas coxas tremendo. Eu estava perdido na sensação dela, a vagina apertada e molhada em volta do meu pau e a visão de seus seios perfeitos saltando para cima e para baixo enquanto ela me cavalgava. Eu não estava nem perto de terminar, enquanto ela já estava chegando ao clímax em cima de mim. Segurei seus quadris para mantê-la no lugar, enquanto eu empurrava ainda mais forte. Ela respirou meu nome, apertando os seios e beliscando os mamilos quando eu a empurrei para outro orgasmo. — Oh deuses, Nik. Você está tão bom dentro de mim. Não pare. — Nunca. — eu prometi, minha voz grave com a necessidade. — Porra... — Sua cabeça atirou para trás, fazendo seu cabelo voar em volta de seus ombros. — Porra, eu vou gozar de novo. — Sim, minha menina. Goza em cima de mim. — Me sentei sem sair de dentro dela. Seus braços vieram em volta dos meus ombros instantaneamente, seus seios pressionados contra o meu peito encharcado. Suas pernas em volta da minha cintura. Eu diminuí meus impulsos para que eu pudesse saborear a sensação de suas paredes convulsionando em torno de mim. Virando a cabeça, ela me beijou, enfiando a língua ainda mais fundo. Me possuindo enquanto eu a possuía. Unhas

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afiadas raspavam pelas minhas costas, causando uma dor que era puramente eufórica. Minhas mãos esfregavam para cima e para baixo em suas costas, deslizando cada vez mais baixo até chegar naquele ponto que eu sabia que iria excitá-la ainda mais. Quando meu polegar chegou a fenda de seu traseiro, ela estremeceu, me beijando com mais força. Não demorou, mas foi menor, amortecendo os meus dedos com sua umidade que estava correndo pelas minhas coxas. Ela estava encharcada de seus dois orgasmos e um terceiro estava chegando. Quando meus dedos estavam encharcados, eu abri sua bunda grande e enfiei um dedo dentro. — Outro. — ela exigiu sem fôlego. — Por favor, outro. Minhas bolas apertaram com seu pedido e eu adicionei um outro dedo em seu buraco apertado. — É isso que você quer, amor? — Não. — Ela balançou a cabeça, seus olhos selvagens com paixão. — Eu quero você lá. Eu engoli meu gemido. — Você tem certeza disso, querida? Você acha que pode me levar lá hoje à noite? — Mas eu já sabia a resposta. Emmie era selvagem na cama, e anal era algo que ela desejava, quase tanto quanto eu. — Por favor, foda a minha bunda.

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— Você sabe que eu vou te dar tudo o que quiser, Em. — Eu a empurrei de volta para o colchão e ela rolou sobre seu estômago antes de levantar de quatro. Caramba, ela não sabia que apenas de vê-la assim que me deixaria prestes a explodir? Rapidamente, peguei na gaveta de minha mesa de cabeceira o lubrificante que eu guardava lá. Meu pau já estava todo molhado, mas eu não ia correr o risco de machucá-la. Por mais duro que eu estivesse, eu iria esticá-la a seus limites. Eu derramei uma quantidade generosa em minha mão e esfreguei ao longo do meu comprimento antes de esguichar um pouco na fenda de sua bunda. Lançando a garrafa de lado, alcancei de novo a gaveta e tirei de lá uma pequena luva que eu sabia que iria levá-la ao orgasmo ainda mais rápido do que o meu pau enchendo-a no mais sagrado dos lugares. Fui para trás de Emmie na cama, me posicionando onde ela mais me queria. Ela gemeu quando a ponta do meu pau ficou sobre a costura de sua bunda. — Nik...! — Ela empurrou de volta contra mim, me fazendo entrar. Eu mordi de volta uma maldição. A tensão daquele lugar escuro e proibido estava me excitando muito rápido. Me debrucei sobre suas costas, segurando em sua cintura com uma mão e com a mão enluvada para provocar seu clitóris. Um grito de lamento encheu o quarto antes que ela mordesse o lábio para não deixá-lo escapar de novo, com medo de acordar alguém.

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— Porra, você é tão apertada, amor. — eu murmurei, beijando seu ombro. — Se mova para mim, Em. Defina o ritmo. — Estou perto, Nik. — ela choramingou. — Eu não vou durar se você continuar me tocando com a luva de vibração. Eu sorri. — Então você deveria ter dito a Harper que você não queria isso. — Harper tinha dado a Emmie e Layla uma caixa inteira de brinquedos, já que eles não conseguiram nos convencer a entrar na coisa toda de clube de sexo como fizeram com Lane e Drake. — Eu vou jogá-la fora amanhã. — Não! — Ela chorou. — É o meu favorito. — O que você gosta tanto sobre isso, amor? — Eu sussurrei, tocando-a com a ponta de vibração do meu dedo do meio. — A maciez da luva ou as pontas pulsantes? — Ambos. — ela choramingou novamente, seus quadris balançando para frente e para trás, me fazendo entrar uma polegada mais fundo de cada vez. — Ah... Mmmm... Tão bom. É tão bom. — Mais rápido. — ordenei. — Tome mais. — Sim. Ah, sim... AHHH. Nik! — Sua vagina estava tremendo e apertando e eu podia senti-la fazendo com que sua bunda apertasse em torno de mim com as convulsões de sua libertação.

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— Não pare, Em. Eu quero que você goze de novo antes de eu te encher. — Ela estava tremendo mas não se atreveu a parar, ávida por outro orgasmo tanto quanto eu estava para dar a ela. Ela balançou mais rápido, me levando ao máximo antes de puxar para a frente até que apenas a ponta ainda estava dentro. Eu acariciava seu clitóris mais rápido, acrescentando apenas um pouco mais de pressão até que eu estava empurrando três dedos dentro de sua buceta pingando. — É isso. Bem aí. — ela arquejou. — Vem pra mim, Emmie. — eu implorei. Eu estava tão perto que eu estava sofrendo por não me deixar gozar, mas eu não ia gozar até que ela gozasse mais uma vez. — Quase... Ah ... Sim, Nik. Sim .... — Ela escondeu o rosto no colchão para abafar seu grito quando ela gozou duro uma última vez, me levando com ela. Eu cai sobre minhas costas ao lado dela e a puxei para o meu peito. Estávamos no lado oposto da cama, mas isso não importou quando caímos em um sono profundo, cheio de satisfação.

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Capítulo 16 Jesse Eu estava meio adormecido quando a ouvi rir. O som era tão cheio de vida e felicidade, que me fez virar da pobre cama que uma enfermeira tinha trazido para mim, apenas alguns minutos depois de Emmie ter ido embora ontem à noite. Eu finalmente consegui dormir por volta das três da manhã, torcido como um pretzel, pois o meu corpo era muito maior do que a pequena cama. Layla tinha estado dormindo tranquilamente até então. Eu tinha passado uma hora sentado na borda da sua cama, traçando meus dedos sobre o seu lindo rosto, porque eu sabia que ela adorava quando eu fazia isso e eu não conseguia parar de tocar na razão de eu ainda continuar respirando. — O que é engraçado, baby? — Perguntei, esfregando o sono dos meus olhos com a palma das minhas mãos. — Estou apenas vendo as fotos do seu telefone, aquelas que alguém tirou de você e dos bebês. — ela me disse, outra risada em sua voz. — Serio, algumas caras que os meninos

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estão

fazendo

me

fazem

lembrar

de

você…

E

não

necessariamente em um bom sentido. — Hey! — Resmunguei e me levantei, pegando o meu iPhone. — Não seja má, mulher. Também vi alguns dos seus traços naqueles dois pequenos demónios. Nem tudo foi bom…. — Dando um beijo em seus lábios, me demorando por um momento para me satisfazer do seu gosto. —… Mas a maioria são. — É bom saber. — disse ela e sorriu. Seus olhos estavam semicerrados. Ela parecia exausta, mesmo depois de uma noite inteira de sono. O médico disse que era normal, mas eu odiava ver a mulher que normalmente era tão cheia de energia e vida mal conseguindo manter os olhos abertos. — Eu estou com fome. Tudo com que eles me alimentaram foi gelatina, caldo e chá fraco. — O que você quer comer, baby? — Eu sentei com cuidado na borda da cama dela, esfregando os dedos para cima e para baixo no seu braço suave. — Vou pedir a Emmie para buscar o que quiser e trazer com ela. Ela deve estar vindo para cá agora. — É hora do café da manhã, Jesse. Eu não quero café da manhã. — Ela bocejou, fechando os olhos com cansaço. — Talvez ela traga mais tarde. Revirei os olhos, porque eu sabia que ela não conseguia me ver. — Me diga o que você quer, mulher.

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Seus lábios tremeram, mas não abriu os olhos. — Uma enorme tigela de espaguete e carne do Angelo´s. Com salada crocante e muitos palitos de pão amanteigados. Mas está tudo bem. Posso esperar até a hora do jantar. Espaguete para o café da manhã é um pouco demais. — Você não come há três dias, Layla. Você pode ter tudo o que quiser. Peguei no meu telefone e pressionei o nome de Emmie na minha lista de contatos. — Tudo bem? — Perguntou Emmie assim que atendeu. — Layla quer o seu favorito do Angelo´s. — eu disse a ela e os olhos de Layla se abriram. — Ela está com fome. Emmie riu, mas pensei ter ouvido um soluço em sua voz. Ela estava tão despedaçada com tudo isto como eu. Layla era sua melhor amiga e a teria matado se tivéssemos perdido Layla ou os gêmeos. — Bem, isso tem que ser um bom sinal. Me dê uma hora. — Houve uma pausa e a ouvi dizer alguma coisa antes de uma voz profunda, que reconheci apenas vagamente, responder algo a ela. O chefe da equipe de segurança estava sempre ao dispor de Emmie. Eles eram da equipe que usávamos na turnê e de alguma forma Emmie tinha aquele homem duro na palma das mãos, como ela parecia fazer com todos os homens que estão ao seu redor. — Eu tenho que ir, Jesse. Te amo… Diz a Layla que eu também a amo. Dirija com cuidado, Em. — Disse a ela. — Te amo.

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Jogando o telefone na mesinha ao lado da cama do hospital, me inclinei e beijei os lábios de Layla com cuidado. — Você pode esperar uma hora? Seus olhos chocolate se estreitaram para mim. — Você vai ser duas vezes pior agora, não é? Casei com um gorila. — Eu pisquei, sem negar as acusações e ela sorriu para mim. — Eu te amo. Meu coração se apertou. — Oh, baby. Você não tem ideia do quanto eu amo você. — Beijei-a de novo, porque não conseguia parar. Eu era um homem faminto pelo gosto dela. Porra, ia ser assim por semanas, meses até, antes que eu pudesse tê-la do jeito que eu tão desesperadamente queria. Beijos eram tudo o que teria por um longo tempo, e eu iria aceitar tudo o que ela me desse. Podia viver sem sexo, mas os seus beijos eram a minha salvação. — Toc, toc. Levantei a cabeça relutantemente para encontrar uma enfermeira em pé na porta. Era a enfermeira responsável, a que cuidava da UTIN, e ela estava empurrando uma grande incubadora na frente dela. Me levantei para a ajudá-la a entrar no quarto, e então me virei para olhar para os meus filhos. Eles tinham sido mudados para a mesma incubadora na noite anterior durante a minha última visita. Os meninos pareciam angustiados um sem o outro, suas respirações eram mais ofegantes. Quando eles foram colocados lado a lado na

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incubadora, sua frequência cardíaca tinha se tornado normal, e os seus níveis de oxigénio tinham se igualado. Tinham colocado camisetas azuis neles, rotulando-os como Bebê 1 e Bebê 2, porque eles eram completamente idênticos. Bebê 1 estava enrolado ao lado do Bebê 2, que tinha os braços em volta do seu irmão, sua cabeça se aconchegava em seu peito. Suspirei de alívio ao ver que o oxigênio tinha ido embora. — Como foi a noite passada? — Perguntei a Tracy, a enfermeira. — Teimosos. — Tracy me disse com uma pequena risada. — Os mantivemos afastados, mas eles sempre acabavam assim. Eles ainda não deviam ser capazes de se mover assim. — Jesse…? — A voz hesitante de Layla me fez virar para olhar para ela. Seus olhos estavam colados na incubadora ao meu lado, lagrimas transbordando neles. — Pronta para conhecer os nossos meninos? — Perguntei baixinho e uma lágrima caiu por sua bochecha antes que ela concordasse. Olhei para Tracy. — Estarão no berçário hoje? —

Sim,

senhor.

Pensei

em

entrar

com

eles,

e

cumprimentar a mãe antes de leva-los para lá. Mas por causa da apneia do sono, vamos ter que os manter no berçário por um tempo. Eles têm que ter três noites seguidas sem nenhum alarme antes que você possa levá-los para casa.

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— Posso pegá-los? — Perguntou Layla tranquilamente, e cuidadosamente peguei o Bebê 1 em meus braços. Ele não pesava quase nada. Ambos os bebês tinham perdido algumas gramas desde o nascimento, mas o médico me garantiu que pelo ritmo que eles estavam comendo, seria tudo ganho de volta em pouco tempo. Enrolei o cobertor apertado em volta dele e caminhei para a cama de Layla. Todos os traços de cansaço haviam desaparecido, enquanto seus olhos devoravam a visão do nosso filho nos meus braços. — Jesse, você está me matando. — disse ela com uma risada, usando os dedos para limpar as lágrimas. — Por favor, apenas me dê ele. Rindo, eu o coloquei em seus braços e dei um beijo na cabeça do bebê antes de dar um na dela. — Todo seu, baby. — Deuses, ele é tão lindo. — ela sussurrou, acariciando um dedo sobre a bochecha dele. O bebê suspirou contente, mas não abriu os olhos como as vezes fazia. Mas um pequeno sorriso levantou um canto da sua boca. — Olá, Luca. Você tem cuidado do seu irmão? — Ele está cuidando muito bem dele, senhora. — Tracy assegurou-lhe em voz baixa. — Esse é o meu bom rapaz. — Ela beijou o narizinho dele. — Ele se parece com você, Jesse.

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— Porque ele é careca e parece com raiva? — Sorri quando ela me lançou um olhar trocista. — Ele é demasiado bonito para se parecer comigo, Layla. Eles se parecem com você. Ela corou com prazer, mas eu podia ver o argumento em seus olhos. Balancei a cabeça e me virei para pegar o Bebê 2. — Tudo bem, amigo. Se esse é o Luca, então isso só pode significar que seu nome é Lyric. Tia Emmie diz que ela não lhe chamar desse nome. Então você vai ser Ric para ela. — Eu te disse. Deveríamos apenas chamá-lo de Ric de qualquer maneira. — Layla levantou a cabeça de Luca, enquanto eu coloquei Lyric em seu outro braço. — Mas você tinha que dar um nome que começasse por L. — É um nome legal, baby. Os caras o adoraram. — Eu não ia desistir disso. L era uma letra de sorte para nós e eu tinha acabado de tatuá-la no meu peito a apenas algumas semanas atrás. — Vocês são roqueiros, Jesse. Claro que gostam do nome. — Ela suspirou, dando um sorriso para Lyric. — Olá, Ric. Sinto que esperei a vida inteira para finalmente conhecer você, meu doce menino. Seu irmão vai cuidar bem de você, mas não deixe que ele faça o trabalho todo. Cuide dele tanto quanto ele cuida de você. Ela beijou o pequeno nariz e Lyric suspirou, tão contente por estar com a mãe quanto o irmão ficou.

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Tracy deu mais cinco minutos antes que ela os levasse para o berçário. — Eu vou trazê-los de volta em poucas horas, Sra. Thornton. Você precisa descansar. Lágrimas escorriam pelo rosto de Layla, e ela agarrou a minha mão e nós observamos a enfermeira levar nossos bebês para fora do quarto. — Eu não quero que eles vão. — ela sussurrou, sua voz quebrando em um soluço. Me sentei na cama ao lado dela e puxei-a para os meus braços. — Está tudo bem, baby. Você vai vê-los em pouco tempo. — Ela soluçou ainda mais, e eu deixei algumas lágrimas minhas caírem também. — Não chore, baby. Por favor, não chore. — Me rasgava em pedaços ouvi-la chorando. — Nós todos estaremos juntos em breve.

Emmie O parque de estacionamento fora do hospital estava visivelmente mais calmo hoje do que tinha estado nos últimos dias. Eu não ousaria pensar que era porque os abutres dos paparazzi tinha desistido de conseguir as primeiras fotos dos gêmeos de Jesse Thornton, ou até mesmo fotos de Layla parecendo uma merda depois do inferno que ela passou. Eles estavam por perto, eu quase podia cheirar o perfume ganancioso.

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Balancei a cabeça para os dois homens da segurança que faziam parte da equipe que tinham cobrido o casamento de Shane e vinham mantendo Layla e os gémeos seguros dos olhares curiosos do mundo. Eles inclinaram as cabeças, o único reconhecimento que me deram. Caminhei através do átrio e tive sorte suficiente para pegar as portas do elevador abertas, mas prestes a fecharem. Pulando pela porta, encontrei o elevador um pouco lotado e tive que reajustar as minhas sacolas. Ouvi alguns farejarem, respirando o delicioso aroma de espaguete e pão de alho. O homem em um terno do meu lado olhou para o saco que eu segurava e levantou uma sobrancelha. — É fresco? Dei de ombros. — Minha amiga está com fome. — São nove e meia da manhã. Como você conseguiu isso do Angelo’s tão cedo? Ele não abre até tarde da noite. — O homem franziu a testa para mim. — Conhece o dono? Dei de ombros novamente. — Agora conheço. — Na verdade, eu não conhecia o proprietário do restaurante italiano até cerca de uma hora atrás. Não é surpreendente que pelo preço certo, fui capaz de tirar o chef da cama e preparar o prato favorito de Layla do Angelo’s em menos de meia hora. O elevador parou e eu sai. Havia mais dois seguranças na entrada da ala de maternidade. Acenaram com a cabeça para mim enquanto um abria a porta para que eu passasse. Eu nem

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sequer hesitei no posto das enfermeiras enquanto passava, indo direto para o quarto particular de Layla. Quando abri a porta, encontrei Jesse deitado na cama ao lado de Layla, com ela dormindo no seu peito. Lágrimas manchavam

suas

bochechas

pálidas.

O

que

está

acontecendo? — Perguntei calmamente enquanto eu colocava a comida com cheiro delicioso na mesinha ao lado. — Ela está bem? — Ela segurou os meninos por alguns minutos antes de eles irem para o berçário. Está um pouco chateada com isso. O médico esteve aqui há pouco tempo e disse que ela só está tendo alguns problemas no pós-parto. — Ele fez uma careta, provavelmente se lembrando do quão ruim a minha depressão pós-parto tinha sido depois de Mia. — Layla é mais forte do que eu fui, Jesse. Ela não irá ser uma cadela psicopata com você como eu fui. Os últimos dias têm sido duros para ela, para todos nós. Alguns dias de choro não será tão ruim assim. — Sim, provavelmente você está certa. — Ele acariciou os cabelos de Layla. — Você cuidou de tudo para esta noite? Balancei a cabeça. — Tudo pronto para ir. — Jesse e Layla tinham dito a Lucy que ela poderia ir pedir doces com Harris esta noite. Mas Jesse como pai protetor tinha me pedido

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para ter alguém da empresa de segurança seguindo as duas crianças. Apenas para manter um olho neles à distância. Garantir que Lucy estava a salvo. Eu conseguia entender completamente a necessidade de Jesse por precaução extra. Se fosse Mia, eu provavelmente não iria deixá-la sair de casa sem um ou três guarda-costas atrás dela. — Ela deu os nomes esta manhã. Bebê 1 é Luca e Bebê 2 é Lyric. — Ele sorriu cansado. Devolvi o sorriso. — Mal posso esperar para colocar as minhas mãos neles. Ric vai ser tão mimado por mim. Você vai ver. Vou ser a tia favorita. E Luca vai ser o meu amiguinho. Vou transformá-lo em você. — Mal posso esperar. — Ele bocejou e eu sabia que ele estava exausto. Tinha um milhão de coisas que ainda precisavam da minha atenção, então beijei o seu rosto e lhe disse que estaria de volta em algumas horas. — Vou trazer algumas roupas. Você realmente precisa de um banho e fazer a barba. — Esfreguei a sua bochecha suja. — Descanse um pouco. Vou trazer Lucy antes de deixá-la na casa de Devlin. — Amo você, Em. — Ele bocejou novamente, seus olhos já se fechando. Eu não pude deixar de parar no berçário antes de sair. Olhei para a janela e vi as enfermeiras se movimentarem

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ocupadas. Haviam três bebês na janela, uma menina envolta em um monte cor-de-rosa e os gêmeos na mesma incubadora. Houve algumas opiniões divergentes na noite passada, quando Jesse lhes pediu para colocar os gêmeos juntos. Algumas enfermeiras não queriam, porque dormir os dois juntos poderia levar à morte de berço, mas Lyric estava dando mais trabalho do que o costume, com a sua respiração. Assim que os gêmeos haviam sido movidos para a mesma incubadora tudo tinha mudado. Luca estava mais calmo e os níveis de oxigénio de Lyric estavam equilibrados. — Bom dia. Voltei a minha cabeça para encontrar uma garota adolescente em pé ao meu lado. Nem sequer a tinha ouvido, tão envolvida que estava olhando para os meus sobrinhos. Meus olhos se estreitaram para ela. Desencadearam todos os meus tipos de sinos de alerta. — Bom dia. — Me desculpe. — disse ela e dei um passo para trás quando ela levantou um smartphone e tirou uma foto. No começo pensei que ela estava tirando fotos da menina no berçário, mas depois dei um passo para trás para conseguir uma rápida olhada e vi que eram dos gêmeos. Eu nem sequer pensei antes de reagir. Agarrei-a pelos cabelos e empurrei-a contra a parede.

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Ela guinchou e gritou comigo quando eu peguei o telefone dela. — Sua pequena cadela estupida! — Eu gritei quando eu vi que havia pelo menos cinco fotos de Luca e Lyric. — Quem está pagando você por estas fotos? — Ninguém! — Seus olhos eram selvagens e eu percebi que ela provavelmente estava drogada. — Ainda não. — Nem nunca. — Deixei cair o telefone no chão e pisei nele com o calcanhar das minhas botas, ainda segurando a garota pelos cabelos. — Drogadas estupidas. — eu murmurei enquanto abria as portas. Quando cheguei às portas duplas que levavam à ala de maternidade, empurrei-a através delas e contra um dos seguranças. — Levem-na daqui e dobrem a segurança. Eu não me importo o que o administrador diz. Ninguém entra por aquelas portas a menos que tenha uma dessas pulseiras de identificação dos pais. Esperei até que o segundo segurança tivesse o seu telefone no ouvido, e ficasse tudo resolvido antes de voltar para o berçário. As enfermeiras tinham parado o que estavam fazendo para observar a agitação que eu tinha feito. Olhei para todos eles e acenei em direção a porta que dava para o berçário.

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Estava trancada, ninguém podia entrar sem passar com os seus crachás de acesso. A enfermeira que eu lembrei ser da UTIN abriu a porta e me deixou entrar. — O que foi aquilo? — Ela perguntou em voz baixa. — Isso é o que eu tentado alertar o hospital em todos estes dias. Ela estava tentando tirar fotos dos gêmeos e vender por uma fortuna. O que ela teria conseguido se eu não tivesse impedido.

Mantenha

os

garotos

longe

da

janela

de

visualização. Não deixe ninguém vir aqui, de jeito nenhum. Se a administradora tiver um problema comigo ou com as minhas exigências, diga a ela para levar até ao meu advogado. Porque se uma foto vazar dos bebês ou da mãe deles, eu irei processar todo o hospital. Tracy concordou. — Eu entendo completamente, Sra. Armstrong. Vou avisar a administradora e falar com os funcionários pessoalmente. — Faça com que ela me ligue! — Eu ordenei e me virei sobre os calcanhares, saindo para fora do hospital antes de arrancar a cabeça de alguém.

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Capítulo 17 Harper Tive que me desembaraçar de Shane antes que eu conseguisse sair da cama. Ele gemeu e me segurou apertado enquanto eu tentava rastejar em direção à borda da cama. — Ainda não. — ele murmurou, ainda meio dormindo. Eu beijei o seu peito, e em seguida o empurrei. — Tenho coisas que preciso fazer. Como fazer xixi. — Volte para a cama quando tiver terminado. — ele resmungou, virando em de barriga e abraçando o meu travesseiro. — Nós temos coisas para fazer também. Rindo, fui até ao banheiro e nem sequer me preocupei em fechar a porta. Assim que me sentei quase gemi. — Ouch. — murmurei, a pressão e o leve ardor me dizendo que eu estava com uma infecção. — Você está bem? — Shane perguntou, depois de me ouvir. — Nada que uma ida ao médico não resolva. — respondi. — Tenho uma infecção urinária. Nada sério.

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Comecei a levantar, mas ele apareceu na porta, franzindo a testa. — Está doendo? Dei de ombros, voltando a me limpar, e então indo até a pia lavar as mãos. — Não é confortável. Vou ficar bem, Shane. — Sequei as minhas mãos, e ele me deu um beijo na testa. — Vou ligar para a minha médica e agendar uma consulta ainda hoje, ok? — Quando você estiver lá, converse com ela sobre a interrupção da pílula…. Ergui a cabeça, encontrando o seu olhar. — Você quer começar a tentar ter um bebê? Meu coração disparou de repente, e eu dei um passo para trás, precisando de uma melhor visão do seu rosto. Nós só tínhamos falado sobre isso algumas vezes nos últimos meses, e ambos tínhamos decidido que era algo em que precisávamos pensar melhor. Mas com o nascimento dos gêmeos de Layla, Lana daqui a dois meses, e agora Emmie esperando o bebê número dois, eu estava ficando um pouco animada para termos o nosso próprio pequeno roqueiro correndo nesta enorme casa. Shane me deu um sorriso envergonhado. — Eu acho que Emmie deixou cair alguma coisa na água, porque desde que ela nos disse que estava grávida, eu venho pensando cada vez

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mais sobre isso. O que você acha, linda? Estamos prontos para iniciar a nossa família? Joguei os meus braços ao redor do seu pescoço. — Sim. Sim, eu acho que agora é perfeito. — Me afastei, com um sorriso estúpido e feliz tão grande que machucava meu rosto. — Nosso bebê terá tantos primos para brincar e ir para a escola. — Eu estava pensando mais em como será sexy olhar para você com o meu bebé crescendo aí dentro. Não nos primos e coisas da escola. — Ele roçou os lábios sobre os meus, fazendo a minha respiração parar enquanto eu sentia a sua ereção pulsante contra as minhas coxas nuas. — Me deixa duro só de pensar nisso, linda. — Mm. Eu percebi. — Sorri quando cheguei mais perto para deixar os meus dedos roçarem para cima e para baixo em seu pau longo e duro. — Então você quer me ver gorda e infeliz. — Grávida e brilhante. — ele corrigiu, me levando em direção a pia até o meu traseiro bater na cerâmica fria. Vamos começar a praticar agora, baby. Podemos ter que fazer algumas tentativas para aperfeiçoar a técnica de colocar um bebê nesse pequeno corpo sexy. Meu sorriso desapareceu enquanto um gemido de prazer me escapava, enquanto ele me levantava sem esforço e me colocava na borda da pia. Seus dedos abrindo a minha buceta

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enquanto ele se colocava entre as minhas pernas. A ponta já úmida com o sua excitação. Eu estava encharcada, e o meu desejo escorria pelas minhas pernas antes mesmo dele me tocar. Quando sentiu o meu calor, ele rosnou com prazer e colocou a ponta dentro de mim. — Porra, é tão bom. Eu só conseguia gemer em acordo. Shane deslizou mais fundo e eu envolvi os meus braços em volta dos seus ombros, precisando me segurar em alguma coisa que me mantivesse na terra. — Você está molhada por mim. — ele respirou no meu ouvido enquanto o seu polegar roçava o meu clitóris. — Merda, isso faz com que as minhas bolas endureçam. Saber o quanto você me quer, e que eu posso fazer você ficar quente com tanta facilidade, isso me faz ficar tão duro. Tudo o que eu quero fazer é bater nessa pequena buceta doce até que eu não saiba onde eu termino e você começa. Outra polegada mais fundo e ele não estava nem perto de estar no meio do caminho. Meu sexo se apertava em torno desses dois centímetros, tentando suga para dentro. Sua mão deslizou para cima, sobre a tatuagem do meu umbigo. Shane achatou a mão contra mim. — Ela vai crescer aqui, ela vai ficar segura e feliz bem aqui, enquanto ela cresce. E você vai ficar tão malditamente sexy com a sua barriga

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crescendo, porque eu vou saber que está cuidando do nosso filho. Ele empurrou para dentro de mim até que suas bolas entraram com um golpe poderoso, me fazendo agarrá-lo com as minhas unhas cravando em sua carne. Suas palavras derreteram o meu coração, mesmo quando o seu corpo derretia todo o resto. Minhas pernas ao redor da sua cintura o mantinham prisioneiro dentro de mim enquanto eu corria em direção ao orgasmo. Mais tarde, depois que tínhamos tomado banho juntos e finalmente estávamos preparados para o dia, eu o abracei apertado. — Eu te amo. — Eu também te amo, linda. — A nossa pequena família vai ter o que nós nunca tivemos quando crianças. Eles vão ser tão minados e eu não me vou importar. — Nunca irei colocar os nossos filhos para baixo, ou fazê-los se sentirem indignos. Shane riu, afastando o meu cabelo comprido do meu rosto. —Claro que vão. Eles vão ter a melhor vida imaginável, porque eles terão você como mãe. Lágrimas queimaram nos meus olhos e eu tive que o beijar novamente ou começaria a chorar. Como era possível amar tanto alguém quanto eu o amava, sem entrar em combustão?

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Passei no escritório antes de ir até a consulta médica naquela tarde. Já que já tínhamos atrasado a nossa lua-demel, não havia razão alguma para que eu não pudesse checar Rex e ver se eles estavam tendo problemas. Eu gostava do meu patrão, nos tornamos amigos decentes, mesmo que ele gostasse de usar o meu relacionamento com Shane e a família com demasiada frequência. Shane se deu bem com Rex, o que fez a minha vida ficar um pouco mais fácil. Eles pareciam estar bem sem mim no escritório, então fui em embora depois de verificar a pilha de fotos na minha mesa. O consultório médico não estava muito ocupado quando eu cheguei. Me sentei num canto, mantendo a cabeça baixa para que ninguém me notasse. Não que eu esperasse alguém, mas tinha aprendido nos últimos seis meses a ser cautelosa. As fãs de Shane, as mulheres pelo menos, me odiavam. Eu ainda estava recebendo ameaças de morte e mensagens desagradáveis de ódio enviadas para o meu escritório, assim como para a nossa casa. Emmie cuidava da correspondência das fãs, e pelo menos metade delas ia para Shane, com o quanto elas queriam me machucar porque estávamos noivos e agora casados. Meu guarda-costas ia comigo quando Shane não podia. Shane tinha ido ao hospital visitar Layla e os bebês, e Peterson tinha me levado para o consultório médico. Ele tinha me deixado na entrada do prédio onde eu lhe tinha dito, e ele iria

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me pegar cerca de uma hora depois, considerando que eu não tinha ideia do quanto essa visita iria demorar. — Harper? Ergui a cabeça para encontrar a enfermeira de pé na porta na parte de trás do gabinete. Me levantei rapidamente e corri em direção a ela, oferecendo um sorriso. — Olá. Ela sorriu de volta. — O que te traz aqui, querida? — Ela perguntou quando eu subi a escada para pequena divisão, antes de irmos para a sala de exames. — Eu acho que estou com uma infecção, e há algumas coisas que eu preciso falar com a médica. — disse a ela enquanto ela examinava a minha testa com o termômetro. — Ok, então. — Ela enfiou a mão no armário atrás de mim e tirou um copo antes de rotulá-lo com o meu nome e data de nascimento. — Você pode nos dar uma pequena amostra? Eu vou mandar para o laboratório e ela vai ter os resultados antes de vir falar com você. — Vinte minutos depois, sai do escritório me sentindo mais leve e mais feliz. Eu tive uma infecção horrível, a médica me tinha dito, mas ela também me disse que eu poderia parar de tomar minhas pílulas anticoncepcionais assim que eu terminasse este ciclo. Eu só tinha mais uma semana, e então Shane e eu podíamos começar a tentar o nosso bebê.

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Capítulo 18 Emmie Me sentei sobre os meus calcanhares, examinando a minha obra de arte. Mia me deu um olhar zangado. — Já acabou, mamãe? — Quase. — assegurei-a enquanto espalhava o brilho nela e verificava se estava muito grosso em algum ponto. — Ok, está pronto. Agora você é a minha linda fada das flores. Ela bateu palmas animadamente antes de se virar e se examinar no espelho comprido na parede oposta do meu banheiro. — Oh, estou tão bonita! Rolei os meus olhos. — Você sempre está bonita, Mia. — Tia Emmie, estou pronta. — Lucy entrou no quarto e eu sai do banheiro para encontrar uma versão zumbi de Jane Austen em pé diante de mim. Merda, esta menina era demasiado inteligente e criativa para o seu próprio bem, mas ela estava adorável. — Bom. Você está pronta para ir ver os seus pais antes de eu a levar para a casa de Harris?

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— Estou pronta quando quiser. — Ela sorriu. — Acha que Harris vai gostar? — Tenho a certeza que ele vai entender o zumbi, mas não tenho certeza se ele vai entender toda a coisa de Jane Austen. — Ri enquanto pegava Mia para levá-la para baixo até ao pai dela. Mia não ia pedir doces ou travessuras. Ela disse que pura e simplesmente não gostava. Então ela iria dar os doces com Nik. — Ele é mais esperto do que você pensa, tia Em. — Lucy me informou enquanto me seguia escadas abaixo. — Ele lê tanto quanto eu. — Então ele sabe quem é Jane Austen? Ele leu os livros? — Provavelmente não. Olhei de relance para ela por cima do meu ombro. — Bem, ele ainda é bonito de se olhar, hein? — Lucy corou e eu ri novamente. — Tá tudo bem Lucy. Até eu sei que ele é bonito. — O rapaz parecia igual ao pai, então como e poderia não ser sexy? Cabelo escuro despenteado que parecia sempre estar em seus olhos de água-marinha, e seus ombros eram mais largos do que a maioria dos garotos de sua idade. — Não conte ao meu pai. — ela sussurrou quando chegamos na sala de estar. Nik já estava derramando os sacos de doces na enorme tigela preta com uma abóbora na frente. — Ele pode matar Harris.

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— Meus lábios estão selados, baby. — eu prometi enquanto colocava Mia no chão e ela corria para o pai. — Eu estou pronta para dar os doces, papai. — Mia informou a seu pai, parecendo muito importante. — Quem é você? — Perguntou Nik, agachando-se na frente da pequena fada. — Minha pequena Mia vai me ajudar. Você não é a minha Mia. — Papai, sou eu! — Ela cobriu o seu rosto com as duas mãos, sua voz grave. — Eu não tenho certeza. — Ele examinou-a de mais perto. — Minha Mia não tem o cabelo verde brilhante ou bochechas cintilantes. Ela não tem asas rosas bonitas ou pernas amarelas. — É uma fantasia, papai. Sério que sou eu. — Não, eu não acredito em você. Mas talvez… Se você é de verdade a minha preciosa Mia, então você vai saber a resposta a esta pergunta…. Quem é a pessoa favorita da Mia em todo o mundo? — É você, papai! — Exclamou, abraçando-o com força. — E a sua mãe? — Perguntou Nik, olhando para mim por cima do ombro de Mia. — Mamãe é a sua favorita também?

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— Ela é a minha segunda favorita. Suspirei. — Melhor a segunda do que a última, eu acho. — Peguei nas minhas chaves. — Estou saindo agora, mas devo estar de volta antes de vocês darem todos os doces. Nik se levantou e beijou os meus lábios. O toque dos lábios dele me levou de volta a todas as deliciosas memórias do que tínhamos feito na noite anterior, e eu me inclinei aprofundando o beijo por um momento. Quando me afastei, seus olhos estavam quase escuros. — Volte depressa. — ele murmurou, me fazendo tremer. — Só se você prometer mais de ontem à noite. — eu sussurrei antes de me virar. — Vamos, Lucy. Seu pai vai querer tirar vários tipos de fotos. — Tchau, tio Nik. — Lucy disse enquanto ela me seguiu. — Tchau, Lucy. Divirta-se, querida. — Tchau, Lucy! Mia disse junto da tigela de doces, já tentando esgueirar uma barra de chocolate em miniatura. — Tchau, Mia! — Eu sei que é Dia das Bruxas e tudo mais, Nik, mas eu prefiro que a nossa filha não tenha uma dor de estômago por todos os doces que ela vai comer às escondidas…. — Seus olhos se levantaram da minha bunda, e com o cenho franzido

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viu que Mia já tinha um doce na mão e outro na boca. — Merda, ela é rápida. — Rindo da sua maldição, abri a porta. — Eu te amo. Na viagem para o hospital Lucy me contou tudo sobre a sua nova tarefa para a sua classe de escrita criativa. Ela ia fazer uma entrevista com Harris sobre como é crescer como um pirralho roqueiro, palavras dela, não minhas. Quando eu lhe disse que ela era uma pirralha roqueira, ela suspirou. — Não gosto que Harris seja. Eu não nasci para isso, então não sei o que esperar. Harris é mais velho, até chegou a ir a uma turnê de verão com o pai. Ah, eu me esqueci da melhor parte! Se a minha professora gostar da minha tarefa, ela me deixará fazer alguns artigos para o jornal da escola. Eles só deixam as crianças mais velhas fazer isso, nunca as da quarta série. Meus olhos se ampliaram não porque era isso que ela esperava que eu fizesse ou porque ela esperava, mas sim porque eu realmente estava impressionada. Lucy era criativa como o inferno, eu sabia disso, mas isto em minha opinião era incrível. — Querida, isso é ótimo. Estou tão orgulhosa de você. Seus pais também vão ficar. — Eu não vou contar a eles… Fiquei em silêncio até que parei na próxima luz vermelha, e em seguida, estacionei o SUV e me virei para encará-la. — Lucy…

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— Eles têm tanta coisa acontecendo agora, tia Em. Eu não quero que eles tenham que se preocupar comigo também. — Ela mordeu o lábio, arrancando a maquiagem que ela tinha, obviamente, aplicado meticulosamente sem ajuda. — Você está certa. Eles têm muita coisa acontecendo agora, e você é uma grande parte disso. Os gêmeos, eles vão ficar bem, Lucy. E Layla já está muito melhor. É com você que seu pai se preocupa mais, baby. — Eu estendi a mão e acariciei a sua bochecha. — Ele morreria se você começasse a esconder coisas dele agora, especialmente algo que ele gostaria de comemorar com você. Lucy engoliu em seco e respirou tremulamente antes de concordar em compreensão. — Tudo bem. Eu vou contar. Sorri. — Ótimo. — Eu coloquei o Escalade de volta na estrada e percebi que tinha deixado passar uma luz verde e agora tinha que esperar outra vez no sinal vermelho. Não havia nada atrás de nós exceto uma caminhonete velha que só agora eu reparei pelo espelho retrovisor. Eu provavelmente nem teria dado uma segunda olhada nele, se não fosse o fato de que uma caminhonete assim não era algo que normalmente se via perto de Malibu. Até mesmo os jardineiros de baixa importância, que cuidavam de alguns dos melhores gramados, não dirigiam caminhonetes como aquela. — Quando você vai saber se o professor gosta ou não da sua tarefa?

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— Na próxima semana. Eu tenho o fim-de-semana para fazer a entrevista e escrever no papel. — Assim que você descobrir eu quero saber, ok? — Bati meus dedos no volante, não prestando muita atenção a nada sem ser em Lucy. — Podemos todos jantar em algum lugar especial nessa noite. — Prefiro apenas ter uma refeição em casa com todo o mundo, incluindo os gémeos. Isso realmente seria perfeito. — Lucy sorriu um pouco triste. — Mas já que eles não vão voltar para casa antes disso, eu me contento com um jantar no Papa Gianni’s. Uma risada borbulhou para fora de mim, assim que o sinal ficou verde abriu e eu comecei a atravessar o cruzamento. — É isso aí, Lu... Minhas palavras foram cortadas, e um grito escapou de mim quando o veículo que ainda estava distante de repente esbarrou no Escalade. Fui empurrada para frente com o impacto e Lucy soltou um pequeno grito de angústia. Meu pé pressionou no freio para que não fossemos empurrados para o tráfego, e virei a cabeça ligeiramente para olhar pela janela de trás. Não conseguia ver ninguém. Olhei em volta e senti um arrepio de puro medo, a mesma sensação que sentia antes quando a minha mãe tinha os seus ataques de raiva, correndo pela minha espinha. Verifiquei para me certificar que as portas

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estavam trancadas e olhei ao redor para ver se tinha alguém que tivesse visto a batida no para-choque. Mas nós estávamos em uma parte relativamente vazia da cidade. Não haveria tráfego regular pelo menos por mais vinte minutos. A calma antes da tempestade da hora do rush. Minhas mãos foram direito para o meu celular e os meus dedos tremiam visivelmente enquanto discava o 911. — Estou com medo. — Lucy sussurrou, olhando para trás também. Peguei na mão dela e lhe dei um pequeno aperto quando a operadora me cumprimentou. — 911. Qual a sua emergência? — Acabaram de bater na nossa traseira. — eu disse a ela, incapaz de parar o tremor da minha voz. — Mas a pessoa que nos atingiu sumiu… — Uma batida e fuga, senhorita? — Não…. — Quase podia sentir a presença de outra pessoa fora do carro. — Eu não sei… — Você precisa de tratamento médico? — Perguntou a mulher, soando profissional e preocupada. — Tem alguém ferido? Comecei a falar, a dizer que não, que estávamos bem. O grito de Lucy fez com que minha garganta se fechasse, e eu quase deixei cair o telefone. Seus olhos estavam sobre o que

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ou quem estava atrás de mim. Podia ouvir a operadora falar como se a voz viesse de um longo túnel, e lentamente virei a minha cabeça e encontrei o motivo dos pesadelos em pé na minha janela, com um pé de cabra em suas mãos. Não apenas os pesadelos de alguém, mas os meus próprios. Fui transportada de volta para uma época em que tudo o que eu podia ver eram os olhos altos vidrados olhando para mim com ódio. Houve um tempo em que questionei se seria assim. Eu ia morrer desta vez? Eu já tinha visto aquele rosto antes. Aqueles olhos escuros eram idênticos aos da menina sentada ao meu lado. Mas o resto do corpo não era nada como a bela criatura que eu chegava a amar como uma sobrinha. Seus olhos estavam vidrados com um olhar eu conhecia bem, pois tinha passado os primeiros 15 anos da minha vida vendo isso diariamente. Ele estava drogado, furioso e mal-humorado. Assim como a minha mãe sempre estava. De repente eu era uma menina novamente e eu sabia que iria ficar machucada antes de isto terminar. — Por favor. — eu sussurrei para o telefone quando o pé de cabra bateu na janela ao lado do motorista pela primeira vez, quebrando-o. — Por favor, nos ajude. Com a pancada seguinte o vidro explodiu por cima de mim. Eu estava dividida entre a vontade de proteger a minha barriga e a criança que estava crescendo lá dentro e Lucy. Esse medo fez a minha mente ficar confusa. Quando eu deveria ter

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apenas ligar a SUV e acelerado, entrei em pânico em vez disso. Tremendo de medo, eu desprendi o cinto de segurança o mais rápido possível e estendi a mão para ela. — Corra! — Eu ordenei. Lucy parou por um instante antes de soltar o cinto de segurança e abrir a porta. Ela mal tinha saído e eu estava tentando sair para fora atrás dela, meu celular esquecido na minha luta e na fuga. No momento estava exclusivamente concentrada na fuga e a necessidade de levar Lucy para longe do tipo de monstro com que eu tinha sido obrigada a crescer. — Não, você não, cadela. — Vince Grady rosnou quando pegou em meu pé, me fazendo tropeçar enquanto eu subia para o banco. — Ela é minha. Chutei-o, tentando tirar o seu aperto do meu tornozelo para que pudesse correr atrás de Lucy. — Ela é nossa! — Eu gritei para ele. — Você não pode tê-la. Jesse vai te matar se você tentar. — Oh, ele pode tê-la de volta. — ele rosnou, me puxando em todo o console e para mais perto dele. O fedor de algo esfumaçado, velho e azedo revirou o meu estomago e eu quase engasguei, mesmo quando lutava com ele para me libertar. Mas

em

seu

estado

induzido

por

drogas

ele

era

assustadoramente forte. Quando ele pegou meu pé chutando, prendendo os dois pés em suas mãos, eu sabia que estava em sérios apuros. — Assim que ele pagar o suficiente.

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Me virei e tentei ver pelo para-brisas, rezando para Lucy estivesse longe, muito longe de tudo isso. Meu coração caiu quando vi que ela estava apenas a alguns metros de distância, depois de ter percebido que eu não estava com ela. Seus olhos castanhos estavam arregalados de medo em seu rosto pálido. Lágrimas escorriam pelo seu rosto. — Emmie. — ela chorou. — Corra! — Eu gritei para ela. — Corra, Lucy! Vince puxou mais forte e a parte de trás da minha cabeça bateu no console duro, mas eu quase não senti dor. A adrenalina estava correndo através de mim e eu tentei me sentar. Talvez se eu pudesse acertá-lo, ou pegar o pé de cabra, eu seria capaz de me libertar. Lucy precisava de mim. Eu não podia a deixar mal. Eu não podia deixar esse monstro a levar. — Eu vou pagar o que quiser, agora mesmo. — eu disse a ele, tentando distrai-lo. O dinheiro era tudo o que ele queria, tal como eu tinha assumido quando Jesse me disse que esse homem queria a sua filha. Tudo o que ele queria era o pagamento pela filha, e então ele iria embora… Até que ele precisasse de mais dinheiro. Eu sabia que Jesse iria entregar cada centavo que tinha em seu nome por Lucy. Ela era o seu bebê, antes mesmo de Layla ter dito. — Eu aceito. — Eu posso te dar o dinheiro. O quanto você quiser. — Eu não quero o seu dinheiro. Eu quero o dele. — Vince me assegurou.

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— Eu tenho total acesso ao dinheiro de Jesse. — Tinha acesso a todo o dinheiro dos caras. Pagava as contas deles, investia para eles, me certificando que seus milhões estavam seguros. E agora eu iria gastar uma quantidade enorme para que Jesse pudesse manter a sua filha. Era o que eu tinha planejado fazer de qualquer maneira. Encontrá-lo, e fazê-lo assinar a papelada onde iria abandonar os direitos sobre Lucy para sempre. Em seguida, pagar e garantir que ele nunca mais incomodaria a minha família novamente. Mas com a loucura da semana passada, não tinha me esforçado o suficiente em encontrar este homem da maneira como deveria ter feito. Em vez disso, ele me encontrou, e isso ia acabar de uma forma ou de outra. Ou ele acalmava e me deixaria dar o dinheiro, ou me machucaria, talvez até mesmo me matasse, e usaria Lucy como resgaste para conseguir o dinheiro que ele precisava. Sem dúvida para cheirar droga ou espetar o braço. Eu tinha que manter a calma, tinha que lutar com o medo que estava tentando me engolir viva para que eu pudesse ter a certeza de que não ia acabar morta… Porra, eu tinha que manter a calma para Lucy e eu não acabarmos mortas. — Sem acordo, vadia. — Seu punho se dirigiu a minha mandíbula e eu vi estrelas por um momento. — Eu quero ver o seu rosto. Quero ver a cara desse filho da puta quando ele entregar o dinheiro. Se ele amar a garota ele vai trazer ele mesmo.

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— Deixei-a em paz! — Eu gritei para ele enquanto me levantava. Ele gritou de dor quando as minhas unhas arranharam o seu rosto. — Ele vai te matar e eu vou ajudá-lo a enterrar o seu corpo. — rosnei enquanto pegava o pé de cabra das suas mãos frouxas batendo eu seu rosto. O acertei, mas não com tanta força como gostaria. Porra, eu esperava nocauteá-lo, em vez disso apenas o atordoei o suficiente para me libertar. Esforçando-me para passar por cima e sair pela porta, vi Lucy parada na rua. — Continue correndo. — Eu lhe disse, correndo em sua direção. — EMMIE! Isso era o aviso que eu tinha recebido antes de cair no chão. Meu coração parou, pensando em meu bebê, enquanto eu caia com força no chão... E então eu não conseguia pensar em mais nada quando a escuridão de me repente me cercou. Senti algo molhado deslizar pelo meu rosto enquanto ele me batia novamente pouco antes do mundo desaparecer.

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Capítulo 19 Jesse O quarto particular de Layla estava cheio de família. Drake e Lana sentados na janela, um enrolado em torno do outro. Shane sentado na única cadeira livre com Harper no colo. Todos eles estavam rindo com Layla enquanto ela tentava alimentar Luca. Ele estava sendo especial, ele tinha ficado mimado, comigo alimentando-o ao longo dos últimos dias. Ele conhecia o meu cheiro e o meu toque, e estava procurando por isso. Eu não me movi, estava em pé segurando Lyric que já tinha tido o seu jantar e ainda mais. O apetite do meu pequeno guerreiro estava grande hoje e ele tinha sugado sua garrafa e chorado por mais depois de ter arrotado. A enfermeira tinha corrido para pegar outra garrafa para Luca porque Lyric tomou mais metade da outra garrafa também. Layla estava ficando melhor emocionalmente, desde que ela tinha começado a passar mais tempo com os meninos no início do dia, e agora que estava conseguindo realmente

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alimentá-los. Ela estava sorrindo, suas lágrimas longe. Agora tudo o que precisava era que Emmie chegasse com Lucy para que a minha família estivesse completa. Foi provavelmente a quinquagésima vez que olhei para o relógio no meu pulso esquerdo. Passava das cinco, e Emmie tinha garantido que ela estaria aqui com Lucy às quatro e meia. Eu não estava feliz por ela sair com Harry esta noite para os doces ou travessuras, mas Emmie tinha arranjado para que um dos seguranças seguissem as crianças esta noite, me oferecendo a rede de segurança de que eu precisava. Emmie raramente se atrasava, e quanto isso acontecia, ela sempre me ligava. Eu estava preocupado, e meu coração começou a correr com a ansiedade. Então eu desconsiderei. Em e Lucy estavam bem. É claro que elas estavam... Eu estava tão perdido em meus pensamentos, que quando o meu telefone tocou eu estremeci, fazendo Lyric protestar. Puxando o meu celular do bolso eu vi que era Emmie e dei um suspiro de alívio. Entreguei o bebê para Harper, que era a mais próxima de mim e, sem seguida, atendi o telefone. — Hey. Onde você está? — P-pa-pa-pai? Meu coração parou ao ouvir o som da voz de Lucy. Em sua voz quebrada, ouvi um milhão de coisas diferentes. O medo fez estremecer a sua voz, o que me quebrou. — Lucy? — Suspirei o nome dela.

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— Pa-papai, eu sinto muito. — ela gritou antes de ser cortada. Ouvi uma voz masculina que não reconheci, algo estalou mas eu não conseguia entender, e então a voz dele estava vindo alto e bom som através do telefone. — Jesse Thornton? — Sim. — rosnei. — Que porra é esta e o que está fazendo com a minha filha? Onde está Emmie? O espaço ao meu redor pareceu congelar, nem percebi quando Drake e Shane se levantaram e foram para o meu lado. Eu estava muito perdido na raiva porque mesmo que eu não tivesse ideia do que estava acontecendo, eu sabia que esse homem tinha ferido Lucy… E provavelmente Emmie também! — Emmie está no lugar onde eu a deixei… ou talvez não. Tenho certeza de que alguém já a encontrou. Não se preocupe, ela ainda estava respirando quando eu a vi pela última vez. — Minha visão realmente estreitou com suas palavras e eu quase tropecei para agarrar algo firme para me apoiar. Era o fim da cama de Layla e eu a agarrei com a mão livre com tanta força que pensei ter ouvido o plástico grosso se quebrar um pouco — — Quanto a sua filha… Ela não é. Ela é minha. Mas você pode tê-la, se você quiser… se estiver disposto a pagar por ela. — Grady. — Eu cuspi o nome para fora, sentindo o gosto do enjoo.

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— Você é um homem inteligente, Thornton. Então você a quer de volta ou não? — A voz de Vince Grady estava dura, mas cheia do que eu pensei que pudesse ser tédio. Que porra é essa? Ele estava me perguntando se eu queria a minha filha de volta com toda a calma, como se estivesse perguntando se eu queria queijo extra na minha pizza. — É claro que eu a quero de volta! — Eu explodi e ouvi os bebês choramingarem, mas a minha preocupação nem alcançou a preocupação com os meninos naquele momento. Estava com muito medo, fodidamente aterrorizado por Lucy. — Quanto? — Dois milhões. — Eu nem sequer pisquei em seu pedido. Eu teria entregado cada maldito centavo que eu tinha para ele se isso fosse trazer Lucy de volta. — Eu quero amanhã ao meiodia. Recebo o dinheiro, você recebe Lucy. Uma troca justa, não é? E se você for esperto não irá envolver a polícia. — Não se preocupe com isso, filho da puta. Não haverá qualquer necessidade de polícia. — Não que eu fosse chamar a polícia para testemunhar um assassinato de qualquer maneira. Porque eu ia enterrar aquele bastardo, logo que eu tivesse as minhas mãos nele. — Vamos fazer isso esta noite. — Você consegue esse dinheiro todo agora? — Ele riu como se eu tivesse dito alguma coisa incrivelmente engraçada. — Eu não consigo, mas Emmie sim. — Emmie chamaria o presidente do banco, teria a sua bunda no cofre e teria o

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dinheiro dentro de uma hora. Mas Emmie não estava aqui e eu não tinha ideia de onde ela estava, ou quão ferida ela estaria. Aquele filho da puta tinha o telefone dela, tinha dito que ainda estava respirando a última vez que a viu… Há quanto tempo foi isso? Porra, o que aconteceu com o bebê? Apertei os olhos fechados. — Onde ela está? — Provavelmente no hospital mais próximo agora. Tudo bem, esta noite. Você tem até a meia-noite. — Ele me disse o lugar, e eu o repeti em voz alta, acenando com a cabeça. — Me deixe falar com Lucy. — eu exigi, quando percebi que Grady ia desligar. Precisava ouvir a sua voz dela de novo, saber que ela estava bem. — Tem trinta segundos para falar com ela. — ele disse antes de ouvir Lucy chorando. — Lucy? Você está bem, querida? — Onde a minha voz estava cheia de raiva apenas alguns segundos antes, agora estava sufocada e quebrada. Engoli em seco, tentando segurar as lágrimas e o meu intestino torcer de medo. — Ele te machucou? — M-meu r-rosto. — ela gaguejou. — Eu vou te trazer de volta, baby. Eu juro. Vou ter você logo em casa, ok?

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— P-pa-papai… Ela estava sangrando. — Lucy chorou, e eu sabia que ela estava falando sobre Emmie. — Ela não estava se mexendo. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa a linha ficou muda. — Lucy. — eu disse o nome dela, rezando para que ela me respondesse, mas sabia que ela não iria. Um rugido estava borbulhando dentro de mim, passei as minhas mãos sobre o meu couro cabeludo. A raiva estava crescendo outra vez e não era nada do que eu já tinha sentido na minha vida. Nada comparada com a explosão que estava sentindo naquele momento. Aquele filho da puta tinha machucado Lucy, tinha machucado Em. Ele tinha o meu bebê e eu não conseguia chegar até ela. Eu não poderia protegê-la, e isso estava me deixando louco. — Jesse? — A voz de Layla me fez levantar a cabeça e eu vi as mesmas emoções que agitavam os seus olhos e que estavam dentro de mim ao meu redor. — O que diabos está acontecendo? — Vince Grady pegou Lucy. — rebati, incapaz de me acalmar até mesmo para ela. — Ele a levou e quer dois milhões hoje. Eu não tenho nenhuma ideia de onde Emmie está, mas ele a machucou, deixando-a sangrando em algum lugar. — Seu rosto pálido virou branco e eu a vi começar a tremer.

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Lana correu para tirar Luca dela antes que ela deixasse cair acidentalmente o bebê. Em seguida, ela colocou o bebê na incubadora, porque ela estava tremendo muito. — Eu preciso de Em para conseguir o dinheiro, eu nem sequer sei a porra do nosso número da conta bancaria… Havia milhões de coisas que eu precisava fazer, mas eu não tinha ideia de como fazê-las, pois aquela que cuidava de mim e de todos os meus problemas estava perdida para mim naquele momento. Me senti impotente, inútil e aterrorizado, o que só fazia a minha raiva queimar ainda mais. — …Nik. — A voz de Shane me distraiu por um momento e eu percebi que ele estava no telefone fazendo uma das coisas que eu já devia ter feito. Ligar para Nik. Oh merda, ele ia ficar louco. — Acalme-se Nik. — Shane gritou e eu podia ouvir Nik explodindo na outra linha. — Você vai assustar Mia. Chame um táxi, não dirija a porra do carro, ok? Você só vai fazer asneiras e não quer machucar Mia, quer? Bem, chame um táxi e venha até aqui… Vai ficar tudo bem. Vamos encontrá-la, bro. Ela e Lucy, as duas. — Este é o hospital mais próximo. — disse Harper, já colocando Lyric na incubadora com o irmão. Se Em estiver ferida este é o lugar onde os paramédicos a teriam trazido. Vou verificar no Pronto Socorro.

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Ela partiu sem eu realmente entender uma palavra do que ela havia dito. Era tudo surreal para mim e eu estava vendo as coisas com a visão de túnel, com tons de vermelho a minha volta. Vi tudo ao meu redor como se eu fosse alguém que estivesse assistindo um filme. Lana sentada na cama, segurando uma Layla agora soluçando. Drake ao telefone com alguém, mas falando em voz baixa para que eu não conseguisse entender muito do que ele estava dizendo. Shane ainda em seu celular com Nik, dizendo para falar baixo para que Mia não se assustasse. Os gêmeos deitados abraçados na incubadora, enrolados um no outro. Nada disso realmente estava sendo registrado por mim em um nível emocional. Eu tinha me fechado, como no dia em que Layla tinha entrado em trabalho de parto. Tudo o que eu podia sentir era raiva e necessidade de fazer Vince Grady sangrar. Meu celular tocou novamente e eu não hesitei em responder. — Sim? — Ela está aqui em baixo. — a voz trémula de Harper me informou. — Você precisa vir aqui em baixo… traga Shane e Drake. — Ela está viva? — Esta voz era minha, morta e fria? — Sim, Jesse. Ela está viva e reclamando. Só venha para baixo. — ela gritou comigo. — Venha imediatamente para cá! Eu pisquei. Harper não era de erguer a voz, mas ela tinha acabado de me ordenar de uma forma que só Emmie faria.

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Quase como se tivesse ligado um interruptor dentro de mim, comecei a me acalmar um pouco. — Nós desceremos agora mesmo. Coloquei o telefone no bolso e me virei para Drake e Shane. — Ela está lá em baixo. Viva. E Harper diz que ela está reclamando, então isso é um bom sinal… certo? — Eles concordaram, dando sorrisos apertados. Olhei para Layla, ainda agarrada a Lana tão apertado como Lana estava apertando ela. Eu passei meus braços em volta de ambas, beijando o topo da cabeça de Layla. — Eu estou indo buscar Lucy, baby. Juro pelos deuses, eu vou trazê-la de volta. Sua cabeça se levantou. Lagrimas escorriam pelo seu rosto branco como a neve, mas seus olhos estavam duros como pedra. — É melhor você matar esse desgraçado. Drake agarrou meu braço e me puxou para a porta antes que eu pudesse fazer essa promessa.

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Capítulo 20 Emmie Acordei em uma maca com um cara usando uma lanterna pequena brilhando em meus olhos. Gemi e dei um tapa na mão dele quando senti vontade de vomitar. — Pare. — Você teve uma concussão, senhorita. — o homem informou com uma voz preocupada. — Você consegue me dizer o seu nome? — Ember Jameson Armstrong. — disse a ele sem ter que pensar sobre isso. — Há alguém que podemos chamar, Sra. Armstrong? — Perguntou o médico, notando a minha aliança. Fiz uma careta, pensando em quem precisava chamar já que tive uma concussão…. E então a razão da minha concussão passou pela minha cabeça e eu me sentei rapidamente. — Lucy. Onde está Lucy?

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— Quem é Lucy? — Perguntou o médico, me ajudando a me acalmar porque de repente eu me senti tonta depois de me sentar tão rápido. — A minha sobrinha. — eu disse. — Ela está aqui? — Você é a única que os paramédicos trouxeram. Alguém te encontrou na beira da estrada, inconsciente e sangrando na cabeça. Eles disseram que parecia como se alguém a tivesse agredido, visto que o seu veículo ainda estava parado no meio da rua com a janela do motorista estilhaçada e a porta do passageiro aberta. Engoli o meu medo crescente. — E o outro veículo? A caminhonete que bateu em mim? O médico balançou a cabeça. — Eles disseram que só encontraram o seu veículo. — Porra! — Tentei sair da maca, mas o médico me empurrou de volta contra o travesseiro. — Não me toque. — eu rosnei, empurrando as mãos para longe de mim. — Eu tenho que encontrar Jesse. — Você teve uma concussão. Não vai a lugar nenhum, pelo

menos

até

amanhã,

precisamos

mantê-la

para

observação. Não só porque precisa de pontos, mas aparenta estar sangrando também... — Suas palavras me impediram de lutar e fiquei quieta, minha mão indo para a minha barriga.

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Oh, não! Eu não poderia estar a perder o bebê. Eu não podia. Lágrimas queimavam os meus olhos. — Eu vou perder o meu bebê? — Você está apenas sangrando um pouco, mas não podemos determinar se é porque você está abortando ou se um vaso sanguíneo explodiu quando você bateu no chão. Você está com cólicas? — Balancei a minha cabeça, porque além da minha cabeça latejar ao mesmo tempo com a batida do meu coração acelerado, eu não tinha outra dor. — Isso é bom. Mas você terá que ficar na cama um ou dois dias até que o sangramento pare. Eu vou trazer o técnico para fazer um ultrassom para certificar de que está tudo bem. Houve uma batida na porta da sala de exame e uma enfermeira colocou a cabeça pela porta. — Doutor, há alguém na recepção perguntando se temos uma Emmie Armstrong. Devo avisá-lo? — Quem é? — Exigi antes que o médico pudesse responder. Será que a imprensa já sabia o que tinha acontecido? Ou era a minha família? — Ela diz que seu nome é Harper Stevenson… — A enfermeira me informou e eu dei um suspiro de alívio. — É a minha cunhada. — eu disse a mulher. — Quero vêla.

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— Ok, então. — A enfermeira saiu e o médico começou a se mover ao redor da sala, aparentemente recolhendo as coisas que precisava para me costurar. Levantei a mão até a minha testa e encontrei um curativo em volta da minha cabeça. — Quão ruim é o corte? — Não era a primeira vez que eu levava pontos. Uma vez a minha mãe me empurrou por uma janela e eu tive que ter pontos no meu braço. Jesse e Nik tinham me levado para West Virginia e inventado uma desculpa falsa sobre eu ter caído. Tinha levado sete pontos. — Você vai precisar de pelo menos dez pontos, se não mais. Desce da linha do seu cabelo para sua sobrancelha. Aparentemente, você cortou a cabeça em uma pedra quando caiu. — Ele balançou a cabeça. — É claro que não foi isso que lhe deu a concussão. Alguém bateu pra caramba em você, mulher. Quando os policiais chegarem aqui, você vai ter que contar tudo. Incluindo quem é Lucy. Eu olhei para ele. — Eu quero ver a minha família primeiro. — Isso não vai impedir a polícia de fazer perguntas. — O médico cujo crachá dizia ser J.Prescott, olhou para mim. — Se foi o seu marido então diga agora para que eu possa colocar a polícia atrás dele.

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A ideia de Nik colocando as mãos em mim de forma violenta quase me fez rir em voz alta. Em vez disso, bufei. — Nik nunca me tocaria assim. Não foi ele, doutor. Não pareceu tranquilizá-lo, porque ainda me estava encarando quando a porta se abriu e Harper correu para dentro. Ela olhou para mim e um grito de angústia escapou. — Droga! — Onde está Shane? Jesse? — Eu tinha a certeza que estávamos no mesmo hospital onde Layla estava. Era o hospital mais próximo de Malibu e eu só tinha andando poucos quilômetros quando Grady nos atacou. — Lucy está com ele? Harper

sacudiu

a

cabeça.

Jesse

recebeu

um

telefonema. Eu não sei os detalhes, mas não são bons, Em. O que aconteceu? — O filho da puta nos bateu em um sinal vermelho. Em seguida, ele tentou pegar Lucy. Tentei fugir, e correr atrás dela, mas ele me pegou. — Balancei a cabeça para o médico, que ao mesmo tempo estava tentando parecer ocupado enquanto ouvia cada palavra que eu dizia. — Acordei com um idiota piscando uma luz nos meus olhos e com vontade de vomitar. Seus

olhos

se

encheram

de

lagrimas

e

ela

cuidadosamente colocou os braços a minha volta. — E o bebê?

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Dei de ombros. — Estou sangrando, mas ainda não sabemos de onde vem. Não estou com cólicas de modo que é um bom sinal. — Eu a abracei de volta, em seguida, empurreia para longe. — Traga Jesse aqui. E quando você tiver feito isso, preciso do seu telefone. Tenho que ligar para Nik e avisálo que estou bem. — Shane já ligou para Nik. Ele está a caminho com Mia… — Eu xinguei, já preocupada com o meu marido e minha filha que estariam vindo para cá, e se ele estava dirigindo, sabendo que algo estava errado comigo. —…. Shane o fez chamar um táxi. — Respirei de alívio. Tentei ligar para Nik, mas ele não respondeu. Deixei uma mensagem e desliguei, devolvendo o telefone a Harper. Levou menos de dois minutos para a porta abrir depois de Harper ter falado com Jesse. Shane entrou primeiro com Drake e Jesse logo atrás dele. Olhei para eles através de um olho, pois o médico já tinha começado a preparar a minha ferida para costurar. Todos os três pareciam cinzentos, mas foi Jesse que eu alcancei com minha mão. Seus olhos estavam escuros e seu grande corpo tremia. — Porra! — Shane murmurou quando viu o corte na minha cabeça. Ele ficou verde e eu podia ver que ele estava prestes a desmaiar. Harper agarrou a sua mão e puxou-o para fora do quarto, antes que ele caísse com a visão do meu sangue.

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— Harper disse que Grady ligou. Me conte tudo. — Ele engoliu em seco, apertando a minha mão com mais força e me disse exatamente o que Vince Grady lhe tinha dito. Senti as lágrimas queimando em minha garganta quando ele me disse o quão assustada Lucy tinha parecido, quando ela contou que Grady a tinha machucado em seu rosto, e que eu estava sangrando quando me viu pela última vez. Eu não queria que ela tivesse que passar por nada disso. Lucy era um doce, uma boa menina. Nada de ruim jamais lhe devia acontecer. — Eu preciso do seu telefone. — eu lhe disse quando ele acabou. Ele parecia mais destruído agora, com os seus olhos molhados e o rosto sombrio. Drake que estava de pé atrás dele não parecia muito melhor, mas não havia nada que eu pudesse fazer por eles, exceto o que eu sempre fazia. Assumir o controla e começar a fazer as merdas. — Eu não posso costurar isso com você sempre se movimentando. — Doutor Prescott resmungou quando ele costurou o segundo ponto. Dei um tapa na mão dele. — Você não vê que eu estou ocupada? Isso pode esperar um pouco mais. Vá fazer alguma coisa mais importante enquanto eu lido com isso. E envie os policiais estúpidos até aqui, enquanto você faz isso. — Grady disse sem polícia. — Jesse protestou. Balancei a minha cabeça. — Jesse… temos que contar a eles o que está acontecendo, se lhe pagarmos e ele ainda tentar

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ficar com a custódia... — Eu queria que isto ficasse no registro de Grady. Nenhum juiz iria dar a custodia se soubesse sobre isto, e não era como se eles simplesmente aceitassem a minha palavra sobre isso. — Nós a teremos de volta, Jesse. Eu juro. Sua mandíbula flexionou, mas eu podia ver que ele tinha entendido que eu estava fazendo o certo. Por fim, ele concordou e me entregou o telefone. — Faça o que tem que fazer. O banco foi a minha primeira chamada. Dois milhões era muito dinheiro, mas seria impossível quebrar o banco. O gerente da filial com que eu normalmente lidava decidiu ser um idiota, então tive que passar por cima da sua cabeça e ligar para o presidente do banco. Não foi difícil alcançá-lo em casa. Nik tinha jogado golfe com o filho dele algumas vezes. Quando eu disse a ele o quanto eu precisava ele ficou sem palavras por uns momentos antes que eu assegurasse que se eu não conseguisse o dinheiro que eu precisava nas próximas duas horas, eu não teria outra escolha a não ser tirar todo o dinheiro dos Demon’s Wings que estava em seu banco e colocar em outro lugar. — Isso não será necessário, Sra. Armstrong. — O homem me garantiu. — Eu vou me encontrar com você pessoalmente no banco e podemos cuidar disso para você. — Eu não serei capaz de fazer isso. — Não havia nenhuma hipótese de eu levantar a menos que fosse absolutamente necessário. — Jesse Thornton e o meu marido

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vão estar lá para lidar com isso. Tenho a certeza que você vai achá-los tão agradáveis como se estivesse lidando comigo. Eu realmente o ouvi engolir em seco antes de soltar uma risada nervosa. Ele havia conhecido Jesse e Nik e eu sabia que eles não tinham sido nada agradáveis na maior parte. — É claro. É claro. Digamos que daqui a uma hora? — Eles vão estar lá. — Eu desliguei sem um adeus e digitei o número de Brad Horton. Levei dez minutos para contar o que estava acontecendo e o que eu precisava que ele fizesse. De jeito nenhum Grady vai apenas pegar esse dinheiro, para em seguida tentar fazer essa merda de novo. Mal tinha terminado com o advogado, quando a porta se abriu tão de repente e com tanta força que a porta bateu contra a parede. Lágrimas estupidas encheram os meus olhos ao ver Nik com Mia em seus braços. Ele parecia selvagem, mais do que eu já o tinha visto alguma vez. Seus olhos estavam vermelhos, cheios das suas lágrimas. Mia se agarrava a ele, obviamente com medo e sem saber o que havia de errado com o seu pai. Drake deu um passo em frente, pegando Mia dele. Ela foi de boa vontade, querendo algum espaço da loucura de Nik. Mordi o lábio, levando tudo dele quando ele apenas ficou lá. Seus olhos azuis de gelo pareciam assustados, e eu não pude deixar de me lembrar da noite em que ele tinha descoberto que

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eu estava gravida de Mia. Nossas vidas mudaram muito desde aquela noite. Ele tremia dos pés à cabeça e eu estendi meus braços para ele. No segundo seguinte eu estava em seus braços, sendo mantida firmemente, mas de forma suave contra o seu peito. Suas mãos estavam em cima de mim, certificando que eu realmente estava lá com ele. Seus lábios no meu cabelo, na minha bochecha, então devorando os meus próprios lábios. — Eu nunca deixarei você sair da minha vista de novo. — ele sufocou. — Eu estava assustado pra caramba. — Eu estou bem, Nik. — Eu prometi a ele, piscando sobre as minhas lágrimas. Não foi até que o vi que percebi o quanto eu o queria comigo. Me segurando assim, pois ele era tudo o que eu precisava no mundo. Em seus braços eu estou segura, como

sempre estava. Ele

me tinha me protegido da

assustadora e viciada que tinha sido a minha mãe, e ele me protegeria também de Vince Grady. — Eu estou bem, agora.

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Capítulo 21 Drake Eu odiava policiais. Eu os achava inúteis e eles realmente só pioravam as coisas. Desde a morte da minha mãe eu os odiava, e não era provável que isso mudasse agora. Um homem magro em um terno barato ficou ao lado da cama de hospital de Emmie, fazendo perguntas. Seu parceiro, um homem idiota gordinho com um bigode de estrela pornô dos anos setenta observava Jesse, Nik, e eu enquanto estávamos observando-os. Tudo o que eles estavam fazendo era fazer um relatório, balançando a cabeça de vez em quando e irritando Em. Mia envolvia os braços bem apertados em torno de mim, olhando para o policial magro com um pouco de cautela. Eu beijei a testa dela, trazendo sua atenção para mim e lhe dando um sorriso tranquilizador. Ela se aconchegou mais perto. — O papai está bem agora? — ela sussurrou.

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Olhei para Nik, que tinha um aperto forte na mão de Emmie. Ele havia parado de tremer, mas a selvageria em seus olhos não havia esmaecido nem um pouco. Se eu me colocasse no lugar dele, e fosse Lana deitada naquela cama, eu tinha certeza de que eu não teria estado nem perto de tão calmo quanto ele estava agora. — Sim, Mia. Papai está bem agora. Ele estava preocupado com a mamãe. — Mamãe tem um dodói. Papai não beijou ainda. — Ela olhou preocupada para a mãe dela. — Ela está sangrando. Quando eu olhei de volta para Emmie vi que Mia estava certa e que a ferida na cabeça de Em’s estava sangrando de novo. Eu dei um passo para frente. — Podemos apressar isso? O médico precisa costurá-la. O gordinho levantou uma sobrancelha para mim. — Eu acharia que você estaria mais preocupado em encontrar sua sobrinha, Sr. Stevenson. — Eu acharia que você também, idiota. — eu rosnei para ele, ajustando Mia em meus braços para que eu não a deixasse cair. — Você não deveria estar lá fora, procurando por ela agora? — Nós temos nossos melhores oficiais procurando por ela agora, senhor. — o magrelo me assegurou, obviamente o mais diplomático dos dois. — Um Alerta Amber foi emitido e nós temos bloqueios de estradas por toda a cidade.

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— Perfeito. — Emmie lhes deu um sorriso falso. — Obrigado por todo o seu trabalho duro. Mas eu realmente acho que o médico deveria entrar agora. Não estou me sentindo muito bem. O magrelo fechou o caderno. — Claro, minha senhora. Mas vamos ter que voltar na parte da manhã para que você possa assinar a declaração. E nós entraremos em contato assim que a senhorita Thornton for encontrada. — A última foi dirigida a Jesse, que só lhe deu um aceno rápido. Ambos os policiais se viraram para sair e eu esperei até que a porta se fechasse atrás deles antes de me aproximar de Em. — Eu quero ir com Jesse e Nik fazer a visita. Emmie balançou a cabeça. — Você e Shane são necessários aqui, Drake. Eu preciso de você para manter Lana calma para que ela possa acalmar Layla. Eu não sou capaz de estar lá para ajudá-las, então eu realmente estou contando com você para isso. Ela estava certa, e eu não queria dificultar as coisas para ela. Ela não podia sair da cama por 24 horas para garantir que ela não teria um aborto espontâneo. Isso não impediu a minha necessidade ardente de ir com os meus irmãos de banda conseguir Lucy de volta. Ou o desejo intenso de chutar as tripas para fora de Vince Grady. — Eles não irão desprotegidos. — Emmie me assegurou. — Eu chamei Seller. Ele vai ficar em segundo plano quando

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Jesse entregar o dinheiro. Assim que eles tiverem Lucy, ele vai acabar com o filho da puta. A porta se abriu antes que eu pudesse fazer outra pergunta e o médico entrou. — Eu realmente preciso costurála agora, Sra. Armstrong. Então, podemos ir para o seu quarto e a técnica pode fazer o ultrassom. — Mais um minuto! — Ela virou para ele. — Não. — ele disse a ela calmamente e foi até a pia do outro lado da sala para lavar as mãos. — Senhores, receio que devo insistir que tenho que cuidar da senhora. Vocês precisam sair, todos vocês. — Diabos que vou. — Nik não cedeu, aumentando o aperto sobre a mão de Em. — Eu não vou a lugar nenhum. — Sr. Armstrong... — o médico começou, mas foi Emmie que o convenceu a sair. — Está tudo bem, querido. — Ela o puxou para mais perto e ele se inclinou para beijar seus lábios. — Além disso, você e Jesse precisam se mexer. Certo? Ele pareceu magoado e então Jesse colocou a mão no ombro de Nik. — Nós temos coisas que exigem nossa atenção, cara. — Certo. — Nik fez uma careta. — Eu te amo.

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Emmie o beijou novamente, demorando neste momento. — Eu também te amo. Tome cuidado. Ele apenas acenou com a cabeça enquanto seguia Jesse para fora da sala. Levei Mia até sua mãe para que ela pudesse beijá-la. — Sua cabeça dói, mamãe? — Um pouco. — Emmie deu um beijo na bochecha de Mia. — Mas eu vou estar melhor de manhã, fada das flores. Agora vá com o tio Drake. Ajude-o a cuidar da tia Lana e de Layla para a mamãe, ok? — Tudo bem, mamãe. Papai vai beijar seu dodói para melhorar depois. — ela prometeu. — Eu sei querida. Seja boazinha. Mia colocou os braços ao redor do meu pescoço, mas eu estava relutante em deixá-la sozinha. — Em... Ela pegou minha mão e a apertou. — Tome conta delas para mim. Elas precisam de você mais do que eu. — Essa porra é uma merda. — Eu dei um beijo em seu rosto. — Aqui. — Eu lhe entreguei o meu telefone celular. — Ligue para o celular de Lana se você precisar de alguma coisa. Quando voltei para o quarto de Layla, os gêmeos tinham desaparecido, tendo sido levados de volta para o berçário para passarem a noite. Shane estava sentado na beira da cama, segurando a mão de Layla enquanto o meu anjo acariciava o

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cabelo dela. Layla parecia que estava em estado de choque, o rosto pálido, os olhos vagos. Suas lágrimas haviam secado, mas as trilhas em seu rosto ainda permaneciam. Coloquei Mia em seus pés e cruzei para abraçar o anjo, que não parecia muito melhor do que sua irmã. Sua mão livre deu a volta na minha cintura e ela colocou a cabeça no meu peito. Durante muito tempo ninguém falou. Nem mesmo Mia que subiu em uma cadeira perto da janela e só ficou olhando todos os adultos em volta. Foi Harper que finalmente quebrou o silêncio tenso quando seu celular tocou e ela murmurou uma maldição quando viu a mensagem que tinha recebido. — É Rex. Ele diz que os tabloides ficaram sabendo de tudo. Algum policial novato falou, à procura de algum dinheiro rápido. Eles sabem que o Alerta Amber é para Lucy. — Em já tinha pediu para Seller reforçar a segurança hoje cedo. — disse Shane, sua voz calma enquanto ele continuou a segurar a mão de Layla. — Eles não serão capazes de entrar aqui. Eu senti o Anjo tremer e a coloquei em uma cadeira ao lado de Mia. Ela parecia perdida. Seu rosto estava pálido. Seus olhos vermelhos e inchados. — Durma, Anjo. — Layla precisa de mim. — ela protestou.

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Eu a beijei para acalmá-la. — Eu vou cuidar dela. — Outro beijo rápido e me mexi para me sentar na beira da cama. — Ela provavelmente está com medo agora. — sussurrou Layla, com um soluço em sua voz. — Eu a quero aqui comigo. Eu quero abraçá-la e lhe dizer que vai ficar tudo bem. — Você vai tê-la até o final da noite. — eu prometi a ela. — Lucy é forte. Admirável. Atrevida como você e o Anjo. Ela vai ficar bem, querida. — E se ele a machucar? — Ela cobriu o rosto e os ombros dela começaram a tremer. — Oh Deus, e se ele a machucar? — Então Jesse vai moê-lo até que vire pó. — Lana explodiu. — Ele vai matar o filho da puta e queimar o corpo dele. — Ao lado dela, Mia deu um suspiro angustiado, sem estar acostumada a ver sua tia Lana assim. O Anjo respirou calmamente e estendeu a mão para a menina. — Desculpe, querida. — ela sussurrou contra o cabelo de Mia enquanto beijava o topo de sua cabeça. — Eu sinto muito. — Eu não gosto desta noite. — Mia informou a sua tia. — Nós duas, meu amor. — Harper assegurou. — Esta noite está uma grande merda. Eu tive que concordar com elas. Era horrível. E tudo o que podíamos fazer era sentar e esperar.

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Capítulo 22 Lucy Então, este era o meu verdadeiro pai? O homem que ajudou Lydia Daniels a me dar a vida. Ele era meio feio e de repente eu estava muito feliz que eu parecia mais com a mulher que me trouxe para o mundo do que esse homem nojento. Eu não a chamava de mãe. Eu realmente nunca tinha chamado àquela mulher de mãe. Desde que eu posso me lembrar, tinha sido Lana quem tinha tomado conta de mim até que Lydia tivesse morrido e nós tínhamos ido morar com Layla. Foi então que eu realmente entendi o que era uma mãe. Layla era tudo o que uma garota poderia querer em uma mãe. E este homem? Ele era tudo o que os pesadelos eram feitos. Seus dentes eram amarelos, com os olhos de aparência vítrea. Ele era um pouco magro, ósseo na verdade. As tatuagens que cobriam seus braços não faziam muito sentido para mim. Seu cabelo estava sujo e cheirava desagradável, como se ele não tomasse um banho há um tempo. Vince Grady era mau também. De verdade. Ele tinha machucado Emmie. A fez sangrar e depois só a deixou na beira

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da estrada. Quando eu tinha corrido, fazendo-o me perseguir, ele não tinha gostado muito disso. Como punição ele me bateu cinco vezes no rosto. Agora o meu rosto estava inchado e doía tanto que eu não pude deixar de chorar. Eu tinha o gosto persistente de sangue na minha língua, onde meu lábio tinha cortado com sua primeira bofetada. Agora ele estava andando para lá e para cá, como Shane fazia às vezes quando estava preocupado. Vince estava falando consigo mesmo, e arranhava seus braços. Notei que ele tinha algumas feridas nos braços e de vez em quando ele tirava uma crosta de um deles, fazendo com que o sangue escorresse para baixo do braço. Eca. Havia ruídos vindos do quarto ao lado que estavam me assustando, e eu continuava ouvindo sirenes ao longe. Esta não era uma boa parte da cidade. Ele não se preocupou em cobrir meus olhos enquanto me levava pela cidade com as mãos amarradas e as pernas coladas para que eu não pudesse fugir novamente. Então eu sabia que essa parte da cidade era o que algumas das crianças mais velhas na minha escola chamariam de gueto. Eu não tinha certeza de quanto tempo tinha estado neste antigo quarto fedorento de motel, mas as minhas pernas tinham adormecido há um tempo e eu estava com muita vontade de usar o banheiro. Eu estava com medo de dizer isso ele, no entanto. Assustada que ele teria que assistir enquanto eu fazia xixi. Eu não queria que ele me visse assim.

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Do meu bolso de trás meu celular vibrou e não pela primeira vez. Vince, aparentemente perdido em seu próprio mundo enquanto continuava a andar, murmurar e arranhar seus braços sangrentos, não notou o ruído. Eu sabia que tinha que ser Harris e fechei os olhos, enquanto fazia uma pequena oração para que eu visse o meu melhor amigo novamente. Ele provavelmente estava com raiva de mim agora. Eu tinha prometido ir com ele pedir doces ou travessuras esta noite e ele, sem dúvida, pensou que eu tinha furado com ele. Parte de mim queria que ele estivesse aqui comigo agora. Ele era mais corajoso do que eu, e ele não deixaria este homem fazer nada para me machucar. Outra parte, uma parte maior, estava contente que ele estava em casa com seu pai. Seguro do monstro com quem eu compartilhava o DNA. A vibração parou e eu fechei meus olhos. Eu estava cansada e meu rosto estava doendo muito. Eu queria ir para casa, queria ver Layla e os gêmeos... Queria que meu pai me segurasse e me mantivesse segura. Lágrimas que não tinham nada a ver com a dor que eu sentia vazaram pelo canto dos meus olhos. Vince Grady poderia ser o meu pai biológico, mas Jesse Thornton era o meu pai de verdade. Completamente. Totalmente. Um milhão por cento. Ele me amava. Nunca me machucaria como este homem bruto e mal tinha me machucado. Eu rezei para que eu pudesse vê-lo novamente. Para abraçá-lo e lhe dizer o quanto eu o amava...

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Eu devo ter cochilado porque a próxima coisa que eu sabia era que Vince estava me sacudindo. Abri os olhos, ou pelo menos tentei. Meu olho esquerdo estava completamente inchado de onde ele tinha me batido mais cedo e o meu direito estava pesado e dolorido. — Hora de ir. Sua respiração tão perto do meu rosto me fez engasgar e eu tentei virar a cabeça para fugir do mau cheiro antes que eu vomitasse em cima dele. Eca. Como alguém podia cheirar tão mal? Como lixo de semanas que havia ficado no sol. Cheirava azedo, sujo e vil. Vince me levantou e me jogou rudemente por cima do ombro, machucando meu estômago com o ombro ósseo. Eu esperava que ele não me deixasse cair, porque ele não parecia forte como o meu pai ou Drake, Shane, e Nik. Eu tinha certeza de que até Axton era mais forte do que esse cara. Ele me carregou como um saco de batatas para fora do quarto e notei que estava escuro lá fora. Ainda estava claro quando ele me trouxe aqui. Eu me perguntei que horas eram e onde ele estava me levando. Eu tinha ouvido a parte dela da conversa, quando ele tinha falado com meu pai no telefone mais cedo. Ele ia me trocar por um monte de dinheiro esta noite. O dinheiro que meu pai iria pagar porque me amava. Eu só esperava que papai não se machucasse.

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Quando chegamos ao carro velho batido que Vince tinha usado para bater na SUV de Emmie, ele me jogou na parte de trás em vez de me colocar no banco da frente como ele tinha feito antes. Meu cotovelo bateu em algo metálico e eu gemi de dor. Ele entrou e ligou a caminhonete. A descarga explodiu duas vezes, me fazendo saltar e choramingar de novo, mas então ele estava dando ré e as rodas estavam guinchando quando ele entrou no transito. Ele não dirigiu muito antes de parar e apenas ficou estacionado por um tempo. Estava escuro aqui fora. Sem luzes de edifícios. Sem estrelas ou até mesmo uma lua. Estava tão escuro que no começo eu pensei que estava ficando cega ou que meu olho direito tinha se fechado também. As súbitas luzes de um veículo que se aproximava me asseguraram que eu ainda podia ver com meu olho direito. Vince saiu de seu carro e deve ter deixado a porta aberta, porque não a ouvi fechar. Depois de apenas um momento eu ouvi duas portas abrirem e meu coração parou. O meu pai estava aqui para me pegar? Ou era outra pessoa? Quando ouvi uma voz profunda e com raiva, eu respirei um suspiro de alívio. — Papai. — eu sussurrei, então me esforcei para ouvir o que ele estava dizendo. — Onde ela está? — Ele exigiu e parecia um animal rosnando.

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— Na parte de trás da caminhonete. Você trouxe o meu dinheiro? — Vince parecia ansioso. Eu me perguntei se ele tinha perdido um pouco de sua temeridade em frente à grande besta que era o meu pai. Não são muitas as pessoas, assustadoras ou não, que podiam ver meu pai e não se deixar intimidar. — Bem aqui, Grady. Assim que você me der a minha menina e assinar estes documentos você pode ter o dinheiro. — Meu pai disse a ele, ainda parecendo irritado. — Documentos? Eu não me lembro de concordar em assinar nenhum documento. — Bem aqui... Assine-os e pegue o seu dinheiro. — Era uma voz diferente desta vez. Nik! Eu queria gritar, perguntar se Emmie estava bem, mas eu estava com muito medo de falar. E se Vince me ouvisse e mudasse de ideia? Eu não ia fazer nada para impedir que o meu pai me levasse para longe deste monstro. Houve uma pausa e, em seguida, Vince começou a gritar palavrões para o meu pai e Nik. — Tudo bem. — ele gritou. — Agora me dê Lucy. — pai mandou. — Na caminhonete. — disse Vince, mas ele deve ter pegado o dinheiro, porque ele parecia calmo novamente. — Lucy. — Sua voz estava mais perto e eu finalmente deixei escapar um soluço de mim.

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— Papai! — Eu tentei rolar, mas não conseguia me mover. — Papai! — Lucy... Deuses. — A porta traseira abriu e então ele estava me levantando em seus braços. Suas mãos deslizavam sobre mim da cabeça aos pés, me olhando de novo. Ele não podia ver meu rosto claramente apenas com as luzes do veículo como sua única fonte de luz. Tentei não choramingar quando ele tocou meu rosto machucado, mas foi angustiante ter suas grandes mãos ásperas tocando meu olho e minha bochecha. — Oh, baby. Papai está aqui. — Ele beijou o topo da minha cabeça e me levou para o veículo de onde ele tinha saído. Quanto mais perto ele chegou do veículo, mais luz havia e quando ele olhou para mim, vendo meu rosto ensanguentado e inchado, senti uma mudança nele. — Porra... — ele respirou, seus olhos negros como a noite que nos rodeava. — Nik... — Ele estava tremendo e havia uma expressão no rosto que teria me apavorado, se eu não soubesse o quanto ele me amava. Eu senti outro par de mãos em meus braços ainda amarrados. — Deixe-a comigo, mano. — Nik me levantou em seus braços e me levou para o que percebi que era o Tahoe de Layla. Ele não disse uma palavra quando ele me colocou na segunda fila de bancos e usou uma faca para desatar as minhas mãos antes de cortar a fita adesiva em volta dos meus tornozelos.

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— Filho da puta! — Eu ouvi meu pai rugir, seguido pelo som de gemidos. Fechei os olhos, sabendo que Jesse Thornton estava rasgando Vince Grady em pedaços. Os sons de carne batendo em carne, gemidos e maldições encheram meus ouvidos e eu os cobri com minhas mãos agora livres. Eu nunca tinha ficado com medo do escuro antes, mas de repente, parecia que ela estava se aproximando de mim. Eu não conseguia respirar, não conseguia pensar. — Respire fundo, Lucy. — A grande mão de Nik esfregava círculos nas minhas costas. — Está tudo bem, querida. Você está bem. — Faça isso parar. — eu implorei. — Por favor, Nik. Por favor, faça isso parar. Seus olhos azuis estavam nebulosos sobre a pouca iluminação de teto no Tahoe. Eu sabia que naquele momento ele não queria evitar que o meu pai batesse no homem até à morte. Parte de mim também não, e isso só me deixou pior do estômago. — Coloque o cinto de segurança, querida. — Ele se inclinou e beijou minha têmpora direita, tomando cuidado para não tocar em qualquer parte do meu rosto que estava latejando. Uma tarefa difícil, já que todo o meu rosto estava doendo. Nik recuou e fechou a porta do Tahoe. Eu não me movi, mas mantive meus olhos em Nik enquanto ele caminhava em direção à frente da SUV e puxava meu pai para longe de Vince.

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Meu pai disse algo que eu não podia ouvir, porque era praticamente a prova de som aqui. Nik não parecia com medo do meu pai assim e apontou para mim enquanto ele disse algo de volta. Diante dos meus olhos eu vi outra mudança em meu pai. Seus ombros pareciam se inclinar e sua cabeça curvou. Papai ficou assim por um minuto, e em seguida assentiu. Ele não olhou para trás enquanto caminhava em minha direção. Nik ficou ali por um longo momento de costas para mim, mas seus ombros me disseram que ele estava em um lugar ruim. Precisava de muito para deixá-lo tão louco como ele estava naquele momento. Ele era calmo na maior parte do tempo. O único que eu esperava ter calma em qualquer situação. A porta de trás do Tahoe abriu apenas quando Nik levantou o pé e pisou. Eu ouvi algo moer e Nik bateu o pé de novo e de novo. Eu quase engasguei com o som que vinha de Vince. Estava cheio de dor e algo mais que eu reconheci só porque estava sentindo a mesma sensação por horas. Medo. Então, como se ele não tivesse acabado de deixar um homem quebrado e sangrando, Nik se virou e entrou para trás do volante, enquanto meu pai subia ao meu lado. Tão logo a porta se fechou atrás de mim eu estava subindo em seu colo, e minhas lágrimas não paravam de cair. Do banco da frente, ouvi Nik conversando com alguém. — Nós a pegamos... Você pode nos encontrar no Pronto

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Socorro? Ela vai precisar de um médico... Eu sei cara. Eu sei. Apenas... Layla não pode sair da cama, porra! Você não a deixe sozinha... Merda! Okay. Okay. Vejo você em cerca de vinte minutos. — Ele não disse uma palavra enquanto dirigia pela noite escura. Papai parecia com medo de me tocar demais. Com medo de me machucar. Ele apenas me manteve em seu colo, beijando o topo da minha cabeça a cada poucos minutos, me deixando chorar por tudo. Eu não tinha certeza se eu seria capaz de chorar por tudo isso. Meu corpo provavelmente murcharia por falta de água antes que eu parasse de chorar. Naquela manhã, eu estava tão feliz. Layla e meus irmãos estavam indo bem. Eu até estava indo ver e segurar os bebês antes de eu sair com o meu melhor amigo naquela noite. Agora... Eu não me sentia feliz. Eu não sentia muita coisa, exceto essa necessidade de me agarrar ao meu pai. Eu ainda estava com medo, mesmo ele sendo o único que me fazia me sentir segura. Eu ainda estava mal do estômago, a memória do cheiro de Vince só me fazia engasgar. Eu queria que isso fosse apenas um sonho, para acordar a qualquer momento com apenas uma memória sumindo desta noite horrível. Mas a dor no meu rosto me dizia que não era. Nik tinha parado duas vezes para que eu pudesse vomitar. Ele simplesmente parou no meio da rua e meu pai me ajudou para que eu pudesse vomitar. As pessoas buzinavam e nos amaldiçoavam, mas eu mal ouvia. Vômito só deixou a

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minha dor duas vezes pior. No momento em que cheguei ao hospital, eu estava tonta e ainda enjoada. Shane estava de pé na entrada no hospital com dois homens gigantescos de ternos. Do canto do meu olho bom eu podia

ver

vans

e

câmeras

piscando

em

frente

ao

estacionamento. A imprensa, mais uma vez. Eu odiava a imprensa. Tudo o que faziam era tirar fotos de mim e da minha família e tudo o que queríamos era paz. Antes da porta se abrir, papai puxou um cobertor e me cobriu da cabeça aos pés. Ele não queria que os fotógrafos tivessem uma foto de mim assim, e nem eu queria. Eu senti meu pai sair do Tahoe comigo ainda escondida perto do seu corpo, então ele estava andando tão rápido que ele estava praticamente correndo. Ouvi Shane sussurrar alguma coisa, meu pai amaldiçoou e então houve todo um grupo de vozes que eu não reconheci. Alguém disse a meu pai para me colocar para baixo para que eles pudessem me examinar. Ele latiu para eles saírem do seu caminho. — Se mexe ou eu vou mexê-la. — ele disse à mulher que lhe tinha dito para me colocar para baixo. — Senhor, temos de cuidar da criança. — uma voz masculina falou e eu me esforcei para descobrir a minha cabeça para que eu pudesse ver quem estava falando. Eu me mexi, precisando descer. — Papai, eu tenho que usar o banheiro.

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Eu fui imediatamente colocada em pé e o cobertor foi retirado de mim, um coro de suspiros me cumprimentou quando viram meu rosto pela primeira vez. — Você vai vomitar de novo? Eu só balancei a cabeça e fiquei aliviada ao encontrar um sinal para um banheiro no final do corredor que estávamos. Eu tinha tanto que fazer xixi, que era incrível que eu ainda não tivesse feito em minhas calças. Eu tranquei a porta atrás de mim e corri para o banheiro, já puxando meu velho vestido, sem me importar se eu o tinha rasgado ou não. Tinha sido estúpido ir como uma versão zumbi de Jane Austen de qualquer maneira. Quando acabei um minuto inteiro mais tarde, eu dei descarga e fui até a pia para lavar as mãos. Foi quando eu finalmente dei uma olhada no meu rosto. Eu congelei com a imagem me encarando de volta. Eu tinha chorado a maior parte da maquiagem verde e preto que eu tinha usado para a minha fantasia, mas eu ainda parecia algo que percorreria as ruas no Halloween. Meu olho esquerdo era um arco-íris de cores: preto, azul, roxo e todos os tipos de tons entre eles. Estava inchado, fazendo meu rosto parecer quase deformado. Meus lábios superior e inferior estavam partidos, e mesmo que parecesse que tinha começado a cicatrizar ele ainda estava sangrando um pouco. Havia uma contusão em forma de mão em ambas as faces. Quando toquei meus dedos nelas, eu

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estremeci, pois fez com que a pulsação começasse tudo de novo. — Lucy? — Eu ouvi a voz do meu pai do outro lado da porta. — Você está bem? — Fique bem aí. — Eu disse antes de lavar as mãos e pegar algumas toalhas de papel para secá-las. Abrindo a porta encontrei meu pai, Shane, e Nik lá de pé, enquanto um homem de jaleco de médico e duas enfermeiras estavam atrás deles. — Eu só quero ir para casa. — disse ao papai. Ele fez uma careta. — Eu sei querida. Mas você precisa de um raio-X, pelo menos. — Ele pegou minha mão e deu um aperto tranquilizador. — Não se preocupe. Eu não vou a lugar nenhum, certo? Eu estarei bem aqui com você o tempo todo.

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Capítulo 23 Layla Se eu tivesse que esperar mais um minuto eu estaria subindo as malditas paredes. Era depois da meia-noite e eu sabia que Jesse estava lá embaixo com Lucy agora. Shane havia corrido para fora cerca de dez minutos atrás, me impedindo de fazer mais perguntas. Se ele achava que ia me impedir de fazer perguntas ou de ver o meu bebê, ele estava louco. Eu já disse a pequena enfermeira alegre que eu precisava de uma cadeira de rodas. Eu não deveria estar em pé ainda, mas isso não queria dizer que isso iria me impedir de ir para o andar de baixo ver a minha filha. Drake estava junto à porta, obviamente montando guarda. Ele não queria que eu saísse da cama, mas se ele se atrevesse a me parar eu teria certeza de que ele e Lana só teriam um filho. Eu poderia estar machucada na área da cesariana, mas isso não me impediria de dar joelhadas em suas bolas.

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Lana já estava me ajudando a calçar os sapatos - um par de chinelos que eu tinha embalado na minha mala semanas atrás. Eu comecei a embalar no segundo que eu tinha batido a marca de seis meses, querendo ter certeza de que estávamos prontos para qualquer coisa. Harper segurou meu robe aguardando a enfermeira para que elas pudessem me ajudar a levantar e ela pudesse colocá-lo em mim. Nenhuma das mulheres tinha tentado me convencer a não descer. Elas entendiam a minha necessidade de chegar até Lucy. A porta se abriu, batendo na cabeça de Drake. Ele deu um passo para frente, esfregando o local em seu crânio, enquanto a enfermeira transportava a cadeira. — Aqui vamos nós, Sra. Thornton. — Meu sorriso se foi, tinha ido desde que tinham dito que minha filha estava no térreo e que precisava de mim. Eu posso não gostar muito da enfermeira, mas ela não tinha protestado quando eu disse a ela que queria descer para estar com Lucy. Drake xingou em voz baixa, enquanto a enfermeira e Harper me assistiam na cadeira. Não vou mentir, isso doeu como o inferno, mas eu segurei enquanto me acomodava na cadeira de rodas e cobria meu colo com um cobertor dobrado. — Isso não é inteligente. — Saia do caminho, Drake. — Lana estalou. — Você está perdendo tempo aqui.

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— Anjo... — Quando ela apenas ficou ao meu lado olhando para ele, ele suspirou e abriu a porta para nós. Harper me empurrou em direção aos elevadores. — Jesse não quer incomodá-la, Layla. Você deve voltar para a cama e esperar ele trazer Lucy para cá. — Eu não vou esperar nem mais um minuto. Mesmo que ela não precise de mim, eu preciso vê-la. — Para me certificar que ela estava bem, que ela realmente estava com Jesse e não estava mais presa no pesadelo que esta noite tinha acabado sendo. O elevador abriu e Harper me empurrou para dentro, enquanto Lana e Drake entraram atrás de nós. Precisou de três minutos para chegarmos ao andar de baixo e até o prontosocorro. Não paramos para perguntar onde Lucy estava. Não havia nenhuma razão para isso. Os dois homens enormes do lado de fora de uma sala de exames particular era como um sinal de néon nos dizendo exatamente onde ela estava. Reconhecendo-nos, o segurança à direita abriu a porta e Harper me empurrou para a sala. Estava lotado lá dentro e eu não vi Lucy imediatamente. Shane e Nik estavam parados em ambas as extremidades da cama, enquanto duas enfermeiras corriam ao redor da sala fazendo sabe-se lá o que. Um médico estava de pé ao lado de Jesse, cujo rosto era uma nuvem de tempestade escura de emoções enquanto ouvia a tudo o que o médico estava dizendo, mas seus olhos estavam apenas em Lucy, que estava deitada na cama.

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— Eu não posso determinar se seu rosto está quebrado até chegarem os raio-x, mas o lábio vai precisar de um ou dois pontos. — o médico estava dizendo. — Mas o que me preocupa mais é o inchaço ao redor dos olhos. Acho que devemos fazer uma ressonância magnética para nos certificar de que está tudo bem. Eu engasguei com o que o médico estava dizendo, fazendo a cabeça de Jesse virar. Seus olhos escureceram ainda mais quando ele me viu, mas eu poderia dizer que era com preocupação e não com raiva. Ele deu três grandes passos e, em seguida, estava agachado na minha frente. — Ela vai ficar bem... Só não a perturbe quando você vê-la. Eu pisquei as lágrimas e assenti. Quando ele se endireitou e se afastou, meus olhos foram direto para a cama para encontrar Lucy olhando para mim. Minhas mãos cobriram minha boca enquanto eu tentava abafar o grito de angústia que me escapou. Seu rosto era um grande hematoma. Olhos, lábios, bochechas. Ela nem sequer se parecia com Lucy agora. Tremendo, peguei a mão de Jesse e o puxei para baixo novamente. Quando meu olhar encontrou o dele, meus olhos estavam molhados, mas duros. — Você matou aquele filho da puta? — Eu sussurrei. Um pequeno sorriso levantou em um canto dos lábios. — Tão bom quanto.

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— Bom. — Mamãe... — Com aquela única palavra eu empurrei Jesse para o lado e Harper me levou para a cama antes que eu realmente me levantasse para chegar até ela. Lucy raramente me chamava de mãe. Isso escapava de vez em quando e eu estava bem com isso. Eu era sua irmã tanto quanto sua mãe adotiva. Eu não ia pressioná-la a fazer algo que não parecesse natural para ela. Mas quando ela me chamou de mãe, algo derreteu dentro de mim. Assim que eu pude alcançá-la, eu peguei a mão dela e a trouxe para os meus lábios. — Oh, bebê. Meu bebê doce. Como você está se sentindo? Seu olho direito, o único que poderia abrir, piscou algumas vezes. — É assim que se sente estar drogada? Eu acho que eu não gosto. O que eu posso ver do mundo está girando e isso está me deixando enjoada. Eu fiz uma careta e olhei para o médico, que sorriu e balançou a cabeça. — Só um pouco de morfina para ajudar com a dor, Sra. Thornton. Ela estava se sentindo muito mal. Nós podemos lhe dar algo para a náusea. — Então faça isso. — eu disse a ele antes de virar a minha atenção de volta em Lucy. Seu cabelo estava uma bagunça e havia maquiagem de Halloween manchada em seu rosto. — Estou tão feliz de ver você, bebê.

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— A tia Emmie está bem? — Lucy olhou ao redor, parando quando ela viu Nik. — Ela vai ficar bem? — Ela está bem, Lucy. Ela está lá em cima no quarto e você pode vê-la na parte da manhã, se você quiser. — Nik lhe assegurou com um sorriso terno. — Mia está dormindo na cama com ela agora. — É minha culpa que ela se machucou. — Lucy sussurrou. — Ela me disse para correr e eu não corri. Eu não podia fugir e deixá-la lá... — Oh, querida. — Eu balancei minha cabeça, sem querer que ela se culpasse por algo que ela não poderia ter controlado. — Isso não é culpa sua, e Emmie faria qualquer coisa para protegê-la. Ela te ama tanto quanto eu. Não se culpe por nada disso. — Mas... — A mamãe está certa, Lu. — Jesse disse a ela enquanto ele parava ao meu lado e se inclinava para beijar o topo da cabeça de Lucy. — Agora feche os olhos e descanse. Tem sido uma longa noite e você está exausta. Quer fosse o medicamento ou se ela realmente estava completamente esgotada, Lucy não tentou protestar e fechou seus olhos. Momentos depois sua respiração igualou e ela estava dormindo.

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Nik Deixei o PS depois que o médico tinha voltado para nos dizer que Lucy estava bem. Sem ossos quebrados no rosto dela. A contusão a manteria com uma sinfonia de cores pelas próximas semanas e ela tinha que levar um ponto em seu lábio superior e um na sua parte inferior. Fora isso ela estava bem e pronta para ir para casa. Layla fez Jesse levá-la para casa, e pediu a Shane e Harper levá-los enquanto Lana e Drake ajudavam Layla a voltar para o seu quarto. Agora, como eu estava fora do quarto particular de Emmie no mesmo andar que Layla, fiz uma pausa. Eu não poderia ir lá ainda. Não com Mia dormindo com sua mãe e eu ainda tremendo com a raiva que permaneceu mesmo depois que eu tinha esmagado o rosto de Vince Grady em uma confusão

irreconhecível. Minha

alma

não

tinha

ficado

satisfeita com a pilha sangrenta que Jesse havia deixado no homem. Eu precisava adicionar dano para vingar a minha mulher. Eu queria voltar e fazer tudo de novo. Bater minha bota em seu rosto, seu peito, sua virilha. Rachando, quebrando, estilhaçando seus ossos. — Você está bem, Sr. Armstrong? Minha cabeça se levantou para encontrar os dois seguranças de pé em cada lado da porta do quarto do hospital, olhando para mim com preocupação. Eu estava tão perdido em

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pensamentos que não tinha notado eles, o que era quase impossível pelo tamanho dos dois. Balançando a cabeça para limpá-la das imagens que ainda estavam piscando na minha cabeça, eu dei de ombros. — Tem sido uma longa noite, cara. O segurança que tinha falado comigo assentiu. Toda a equipe sabia mais do que tinha acontecido esta noite. Segurança extra foi adicionada ao andar da maternidade, logo que

Emmie

tinha

sido

colocada

em

seu

quarto.

Compreensível, senhor. Você deve entrar. A enfermeira estava lá e disse que o ultrassom será feito em apenas alguns minutos. Isso me fez empurrar todo o resto para mais fundo em minha mente, sem me importar de ver a criança que eu tinha criado com Emmie. Eu abri a porta e dei dois passos para dentro só para parar com a visão diante de mim. Emmie, de olhos fechados, com os cabelos espalhados sobre um travesseiro que era tão plano quanto a cama que estava ocupando. Mia estava dormindo e roncando enquanto ela estava deitada em toda a sua mãe em uma posição que só minha filha poderia aperfeiçoar: seu corpinho de barriga para baixo, com a cabeça enterrada no peito de sua mãe, um braço em volta do pescoço de Emmie, e a outra segurando o cobertor que foi colocado volta dela. A visão do rosto de Emmie fez meu estômago agitar. Ele estava preto, azul e roxo. O corte em sua cabeça estava

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enfaixado, mas eu ainda conseguia me lembrar do quão ruim essa ferida tinha sido, como ela tinha começado a sangrar imediatamente cada vez que ela se movia para o lado errado. Vê-la assim me fez querer encontrar Grady e terminar o trabalho. Esse filho da puta não merecia viver. Não merecia respirar quando ele tinha sido o motivo de minha esposa ter ficado ferida e deitada em uma cama de hospital com o medo de um aborto rondando as nossas cabeças. Sentindo que eu estava perto, os olhos de Emmie se abriram. Quando ela me viu parado na porta ela levantou a mão, em silêncio, pedindo para que eu me aproximasse. Atravessei o espaço que nos dividia em menos de um segundo e segurei a mão dela. Me inclinei e beijei a palma de sua mão. — Como está se sentindo? — Eu perguntei o mais silenciosamente possível. — Você está sentindo dor? — Pare de se preocupar. — ela murmurou com um sorriso. — Eu estou bem. O bebê está bem. Eles ouviram a pulsação pouco tempo atrás e ele estava forte. O técnico estará aqui em breve, para que possamos ter certeza de que está tudo bem... Como está Lucy? — Nada quebrado. Dois pontos. Seu olho é o pior, no entanto. Vai ficar inchado por alguns dias, pelo menos. — Eu cuidadosamente me sentei na beirada da cama, mantendo a mão dela. — Jesse a levou para casa.

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— Uma boa noite de sono vai ajudar a todos nós. — Ela bocejou e de repente senti meus ossos cansados. Não tinha como eu ir para casa hoje à noite, no entanto. Eu acamparia em uma das cadeiras ao lado da cama e Mia poderia dormir com Em. Eu escalaria as paredes em casa a noite toda. — Você estava certo... Pisquei, porque eu tinha certeza de que tinha ouvido errado. De jeito nenhum que ela tinha acabado de dizer que eu estava certo. Certo? — Claro que eu estava... Sobre o que eu estava certo, de novo? Um bufo suave escapou dela. — Sobre o lance das assistentes. Mas eu não quero que Natalie as encontre para mim. Eu mesma vou encontrá-las. Eu estava pensando em transformar a casa de hóspedes no meu escritório. É do tamanho certo para mais alguns funcionários. Dessa forma, não teremos tantas pessoas na casa em volta das crianças. E... Eu quero contratar uma babá. Alguém com um fundo de educação infantil. Eu sei que nós já discutimos isso, mas eu realmente não estava cem por cento a bordo até agora. Eu sorri, porque eu sabia de tudo isso. Ela havia concordado muito rapidamente quando eu lhe disse que era o que eu queria que ela fizesse. Eu estava feliz que ela finalmente tinha visto as coisas claramente. Emmie estava na mesma escala que a Mulher Maravilha, ela era tão poderosa. Mas mesmo a Mulher Maravilha não conseguia salvar o mundo inteiro por conta própria. Ela precisava do Super Homem e do

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Batman de vez em quando. — Estou feliz. Você tem que comer e dormir em algum momento, querida. Com a ajuda adicional para o trabalho e as crianças você vai conseguir fazer mais, ir mais longe com tudo isso. Quando tínhamos demitido Rich Branson como o nosso gerente, virando tudo para Emmie — algo que ela estava fazendo de qualquer maneira — eu realmente não tinha pensado em todo o trabalho extra que ela teria que fazer. Ela nunca reclamou e sempre parecia dar conta de tudo. E mesmo agora, que ela estava com a OtherWorld adicionada à mistura. Mas com as negociações de suas adesões a algumas outras bandas que conhecíamos — bandas que matariam para ter Emmie os representando por ver o quão ótima ela era com a gente — eu sabia que ela ia extrapolar a si mesma. Nenhuma pessoa poderia lidar com tudo isso com apenas uma assistente, que morava do outro lado do país. Passaram mais dez minutos antes que o técnico aparecesse. Eu cuidadosamente levantei Mia em meus braços para que o cara pudesse fazer o seu trabalho. Ele colocou a varinha dentro de Emmie e momentos depois a sala estava cheia com o som da batida do coração do nosso filho. Meus braços se apertaram em torno de Mia, me lembrando da primeira vez que ouvi seu coração bater e a vi em uma tela exatamente como eu estava fazendo agora. O técnico começou a fazer perguntas para Emmie e confirmando alguns números enquanto ele tomava medidas.

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— Tudo bem, Sra. Armstrong. — disse o homem baixo depois de mais alguns minutos, enquanto eu só ficava olhando com admiração para a tela da máquina de ultrassom. — Parece que você está com apenas um pouco mais de oito semanas de gravidez. Por todas as medidas a data esperada será 18 de junho. — Ele sorriu enquanto tirava algumas fotos livres da máquina e as entregava. — Parabéns pela adição à sua família. Forcei meu olhar para longe da tela que agora estava vazia e olhei para Emmie. Seus olhos estavam brilhantes, mas ela não tinha deixado às lágrimas transbordarem ainda. — Então, ele está bem? Está tudo bem? Ele acenou com a cabeça. — Parece bem. Sua queda mais cedo não afetou o bebê de jeito nenhum. — Ficando de pé, o homem acenou para mim e eu lhe dei um sorriso tenso antes dele empurrar a máquina para fora da porta. — Boa noite. A porta se fechou atrás do técnico e eu coloquei Mia para baixo em uma posição mais confortável ao lado de Emmie antes de fazer o que eu estava louco para fazer desde que eu tinha ouvido o batimento cardíaco do bebê. Beijei-a, devorando seus lábios enquanto ela se agarrava a mim. Esta noite tinha sido um inferno, um maldito inferno absoluto. Mas no final — Lucy voltando, descobrir que o nosso filho ainda estava crescendo com segurança na barriga de Em — tudo isso foi o final pelo qual eu tinha orado.

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Capítulo 24 Lana O telefone estava tocando e eu estava cansada demais para me importar. O telefone sem fio estava na mesa de cabeceira ao lado da cama, mas eu não tinha energia para rolar e atendê-lo. As últimas semanas tinham finalmente me pegado e eu estava andando como um zumbi a partir do momento em que havia pousado em Nova York há três dias. Drake e eu tínhamos ficado na Califórnia por mais duas semanas antes de finalmente voar para casa e só porque me disseram que eu não seria capaz de voar se eu esperasse muito mais tempo. Meu médico disse que eu não poderia viajar de avião nas últimas seis semanas da minha gravidez. Então, eu tive que deixá-los ou teria que esperar até que o bebê nascesse, porque não tinha como eu dirigir de Califórnia para Nova York, quando eu tinha de fazer xixi a cada vinte minutos. Eu levaria duas semanas para chegar em casa nessa velocidade.

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Pelo menos Layla estava em casa agora, então eu não tinha que me preocupar tanto com ela. O rosto de Lucy estava começando a ficar mais bonito também. Seu olho esquerdo tinha perdido todo o inchaço, mas ainda era uma mistura de preto e azul vibrante. Jesse tinha me dito que ela estava tendo pesadelos e quase todas as noites ele se arrastava para a cama com ela, para que ambos realmente pudessem dormir um pouco. Eram os gêmeos que eu não queria deixar. Meus sobrinhos ainda estavam no hospital. Suas apneias do sono ainda estavam acontecendo à noite e eles não seriam liberados a menos que tivessem três noites consecutivas sem isso. O médico tinha assegurado Layla que por causa de seus nascimentos prematuros, os gêmeos não estavam suscetíveis a voltarem para casa até mais perto de sua data de nascimento original. Eu odiava ter deixado Layla quando ela estava tão devastada por não conseguir levar seus bebês para casa. Ela tinha estado um desastre emocional no último par de semanas. Sua Obstetra/Ginecologista estava preocupada com todo o choro que ela teve, seu único sinal do pós-parto. Considerando

tudo

no

que

ela

tinha

sido

colocada

emocionalmente desde o casamento de Shane, eu pensei que ela estava lidando com tudo muito bem, apesar de tudo. Claro que ela ficou um pouco histérica do primeiro dia que Lucy voltou para a escola, o que foi normal no meu ponto de vista. Claro que Emmie tinha ajudado com isso, colocando um segurança para Lucy da mesma maneira que ela tinha feito

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para Harper. Agora todo mundo conseguia respirar um pouco mais fácil quando Lucy estava fora de vista. O telefone parou de tocar e eu dei um suspiro de alívio quando eu relaxei contra os travesseiros mais uma vez. Drake estava no trabalho e era para eu encontrá-lo na cidade para o jantar mais tarde. Isso estava a horas de distância e eu só queria dormir... Quando

o

telefone

começou

a

tocar

quase

que

imediatamente depois que ele parou eu puxei o travesseiro perto e gritei para ele mesmo, quando procurei às cegas pelo telefone sem fio. Sem olhar para o identificador de chamadas, eu o coloquei em meu ouvido. — Sim? — Eu realmente tenho um dia de folga! — Dallas me informou com uma risada. — Eu posso respirar. Eu posso respirar. Quer almoçar? Ergui a cabeça o suficiente para olhar o relógio na mesa de cabeceira de Drake. Eram 10h10m. Eu suspirei, sentindo o sono deslizar para longe de mim. Eu não tinha visto Dallas desde o casamento e eu realmente sentia falta dela. Nós realmente não passávamos um tempo juntas a muito tempo e eu sentia falta da cadela. — Parece divertido. Eu estou com vontade de comida grega de qualquer jeito. Eu vou encontrála.

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— Eu não sou um fã de comida grega, mas já que é para a pequena princesa demônio crescendo dentro de você, eu aguentarei. — Ahhh. — Me sentei na cama. — Então, isso só é pela sua sobrinha e não eu? Eu me sinto tão amada... — Dallas bufou e eu sorri. — Vejo você em cerca de uma hora. Não me deixe esperando, mulher. — Apresse-se, vadia. Eu estou com fome. Eu não tive pressa para me preparar. Eu realmente estava sentindo a diferença de fuso horário e o bebê estava me socando de todos os ângulos. No momento em que eu saí pela porta da casa que tínhamos comprado apenas alguns meses atrás, o carro que Drake me fazia usar sempre que fosse para a cidade sem ele já estava me esperando. Durante o passeio de 20 minutos eu li as minhas mensagens de texto. Havia várias de Shane, Harper, Emmie, e Layla. E duas de Lucy que eu imediatamente respondi de volta. Havia uma mensagem de um número que eu não conhecia então eu nem sequer a abri imediatamente. Provavelmente algum número aleatório errado. Não seria a primeira vez. Pelo bem da privacidade, todos nós tínhamos os números não listados para que as fãs loucas não pudessem nos aterrorizar. Claro que isso não tinha impedido pelo menos duas fãs de conseguirem o número de Harper e lhe enviarem mensagens ameaçadoras.

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A poucas quadras do restaurante onde eu iria me encontrar com Dallas, meu telefone tocou com outra mensagem. Um sorriso pateta levantou meus lábios quando eu vi que era de Drake. O sorriso se tornou uma carranca, e então para um olhar raivoso quando vi que ele estava cancelando nosso encontro para jantar esta noite. Surgiu uma reunião. Parte de mim se perguntou se era mais uma falsa reunião criada por Bethany. Essa cadela estava tentando muito chamar a atenção de Drake. A parte racional de mim sabia que Drake nunca iria fazer algo assim. A parte irracional — a parte que parecia crescer mais e mais a cada dia — não podia evitar além de se perguntar se ele estava tentado. Eu estava ficando enorme, e Bethany era decentemente sexy. Em vez de responder à mensagem de Drake — porque de repente eu estava em modo de fúria cadela — Coloquei o telefone no modo silencioso e o joguei em minha bolsa. Quando o carro parou, eu não esperei o motorista abrir a porta para mim. Em vez disso, sai e fechei a porta atrás de mim. Então eu apenas fiquei ali, minhas narinas dilatadas e minhas mãos fechadas ao meu lado. Droga! Agora eu estava agindo como uma menina idiota e petulante. Mia agia mais madura do que eu estava agindo naquele momento. Zangada, lágrimas de frustação queimaram meus olhos e eu os fechei para impedir a maldita coisa de cair. Lentamente, eu respirei fundo e contei até dez.

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— Você está tendo contrações? Meus olhos se abriram para encontrar Dallas de pé a poucos metros de distância. Ela estava usando um par de calças cor de rosa com um top combinando e jaqueta. Seu cabelo estava em um nó bagunçado em cima de sua cabeça e a perna da calça esquerda estava enrolada até o joelho, mostrando as tatuagens em seu tornozelo de uma Cinderela toda coberta de tinta. Eu sabia que a Ariel estava tatuada em sua panturrilha direita, como uma garota má. Focando na tatuagem, eu comecei a ganhar controle sobre minhas emoções. Deixe para Dallas ser feminina o suficiente para querer uma princesa da Disney tatuada - e pintá-la. — Lana? Você está bem? — Dallas entrou na minha frente e eu levantei meus olhos de sua perna para o seu rosto. O piercing no nariz e acima do seu lábio brilhavam à luz do sol de novembro, seus olhos azuis cheios de preocupação. Dei um sorriso triste. — Só sendo idiota. Minha tolerância tem sido pouca ou inexistente recentemente. Eu estou louca de ciúmes de cadelas idiotas. A preocupação não deixou seu rosto, mas um sorriso ergueu em seus lábios. — Você é uma idiota. Deixe as vadias olharem e babarem no que elas quiserem. Drake nunca faria algo assim com você. O homem é seu escravo. Relaxe. Pare de se preocupar. Você só vai conseguir deixar esse bebê com raiva de você.

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— Você está certa. — Eu suspirei, ela realmente estava. Drake me amava mais do que qualquer coisa ou pessoa. Eu sabia que tudo o que eu tinha que fazer era dizer para ele sair de seu trabalho no America’s Rocker, e ele sairia. Ele moveria montanhas por mim se eu lhe pedisse. Estúpidos hormônios de gravidez mexendo com a minha cabeça! — Vamos comer. Talvez o meu açúcar no sangue esteja baixo e seja por isso que estou tão mal-humorada. Era a hora do almoço e meu pequeno lugar favorito grego estava lotado. Não me incomodou que tivemos que esperar dez minutos. Enquanto estávamos sentadas junto à entrada, a proprietária saiu e nos deu copos de água gelada e pão para fazermos um lanche. Ela sabia o quanto eu adorava o restaurante e me conhecia pelo nome porque eu tinha comido aqui muitas vezes. Quando nos sentamos eu estava em um melhor estado de espírito e até mesmo pesquei o meu celular para mandar uma mensagem de volta para Drake. Eu disse a ele que apenas iria pedir uma pizza para o jantar e nós poderíamos ter o nosso encontro em outro momento. Ele não me mandou mensagem de volta, então eu assumi que ele estava ocupado fazendo o que quer que fosse que ele, Axton e meu pai tivessem que fazer um dia antes de um episódio ao vivo do America’s Rocker. Ensaiando? Revisando roteiros? Discutindo o que eles estariam vestindo? Se fosse esse o caso, então Drake provavelmente estava extremamente entediado. Sem dúvida,

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ele estaria sentado ao redor fazendo esboços, ignorando todos ao seu redor na maior parte do tempo. Forcei meus pensamentos para longe de Drake e seu trabalho e foquei em Dallas. Ela parecia cansada, mas feliz. Eu sabia que ela amava seu trabalho, mesmo que fosse mais agitado do que ela gostaria. Trabalhar em um dos maiores hospitais da cidade mais movimentada do mundo era trabalho duro. O departamento de Pronto Socorro onde ela estava trabalhando atualmente para substituir alguém em licença de maternidade mantinha Dallas na ponta dos pés e quase se arrastando de exaustão na hora em que ela chegava em casa todas as noites. — O que você tem feito no seu tempo livre? — Eu perguntei, me sentindo uma amiga horrível por não saber o que estava acontecendo em sua vida no momento. Tínhamos trocado mensagens várias vezes ao longo das últimas semanas, mas tinha sido eu quase sempre fazendo toda a conversa. Dallas não tinha mencionado uma única coisa que estava acontecendo com ela. Dallas fez uma careta e pegou o copo de água com fatias de limão galego flutuando nela. — Só estou trabalhando, principalmente. Eu estive substituindo algumas outras pessoas que ficaram com gripe. Hoje é o primeiro dia de verdade que estive fora desde que eu voltei do casamento de Harper.

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— Achei que você tinha garantido os domingos de folga? — Ela tinha estipulado, quando ela assinou seu contrato de trabalho com o hospital para os poucos meses que ela estaria substituindo alguém, que domingos eram dias dela, sempre foram desde quando eu a tinha conhecido. Ela não fazia nada aos domingos a não ser que fosse questão de vida ou morte, por vezes, nem assim. — Eu estive ocupada aos domingos também. — Quando ela não deu mais detalhes e não encontrou meu olhar eu não pude evitar ficar curiosa. — Fazendo o quê? — Visitando um amigo... — Ela parou quando o garçom colocou o nosso almoço na nossa frente, mas eu empurrei o prato. Quando o cara foi embora eu sentei ali e fiquei olhando para ela. No início ela me ignorou, fingindo comer seu cordeiro. Mas eu era tão teimosa quanto ela era, até mais. Finalmente com uma maldição murmurada ela me disse o que estava fazendo. — Eu vou visitar Liam Bryant aos domingos. Estes são os únicos dias que a família e os amigos podem ver os pacientes na reabilitação onde ele está. Ninguém mais vai visitá-lo e eu não quero que ele sinta que ninguém se importa... De todas as desculpas possíveis que ela poderia ter me dado, esta tinha estado anos-luz de distância do que eu estava esperando. Meu maior palpite era que ela estivesse se esgueirando com Axton Cage e domingos eram os dias de sexo

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louco. Realmente, todas as respostas possíveis que eu tinha envolviam Axton. Liam ainda não tinha entrado em minha mente. Eu tinha ouvido falar que Liam estava na reabilitação de novo. Devlin tinha contado a Natalie, para que Emmie soubesse que Liam estava recebendo ajuda para seu vício — de novo. Não tinha como Emmie deixar Liam sair em turnê com a OtherWorld se ele estivesse drogado. Ela tinha deixado de ser tolerante com os viciados quando Drake tinha ajeitado a merda dele. Isso era tudo o que eu sabia, no entanto. Não tinha certeza de qual reabilitação Liam estava neste momento. — Então, você e Liam? — Era uma questão que precisava de resposta. Ele não era o tipo de Dallas. Ela precisava de um homem com uma personalidade mais forte do que Liam tinha atualmente. Eu achava o cara um babaca, o pior do OtherWorld e qualquer outra banda que eu tinha encontrado durante o tempo em que eu tenho estado com Drake. Dallas olhou para mim. — Não. Não, claro que não. Somos apenas amigos. Eu penso nele como pensaria em Linc. Eu o ajudei a entrar na reabilitação onde ele está, e foi realmente a decisão dele no momento. Ele está indo muito bem, agora que a fase de desintoxicação já passou. Ele só precisa de alguém para mostrar que ele não está sozinho. Todo mundo que o ama virou as costas para ele, até mesmo a irmã não vai visitá-lo.

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— Ele lhes deu razões para fazer isso, Dallas. Ele tem tratado toda a família como merda pura. Marissa se culpa por seu vício, porque ele realmente começou a ficar explícito quando ela estava doente há tantos anos atrás. E talvez tenha sido uma das razões, porque pelo que eu ouvi, ele ficou bastante intenso na época e ela quase morreu. — Ninguém gostava de falar sobre essa época, especialmente qualquer um no OtherWorld que gostava de Marissa, quase tanto como os Demon’s Wings faziam com Emmie. — E seus companheiros de banda? Ele os ferrou em mais de uma centena de maneiras diferentes. Custaram a eles relações pessoais e profissionais ao longo do caminho. — Eu não estou desculpando o passado dele, Lana. — Dallas empurrou a comida, desistindo de fingir comer. — Mas ele precisa de alguém agora e eu lhe prometi que iria ajudá-lo em tudo o que eu puder. Agora ele está apenas feliz que eu me lembro de ir vê-lo por uma ou duas horas por todos os domingos. Minha fome ganhou de mim, e eu finalmente peguei meu garfo e dei uma mordida na salada carregada de queijo fiesta. — Eu sei como Harper se sentia sobre toda a questão de Axton então eu não o mencionei, mas eu estava morrendo de curiosidade. — Olhei para ela através dos meus cílios para observar sua reação ao nome do deus do rock. O rosto de Dallas endureceu e eu fiquei preocupada que ela ia lascar um dente pela forma que sua mandíbula estava fechada com tanta

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força. — Então, isso foi apenas uma coisa de fim de semana? Ou você já falou com ele desde o casamento? — Essa foi menos que uma coisa fim de semana. — Seu tom era tão frio quanto seus olhos azuis tinham conseguido. — Foi um estúpido erro louco. Um que eu não planejo fazer nunca mais. Eu pensei que ele queria voltar a ficar juntos... E assim que ela chamou, ele saiu correndo para voltar para ela. Eu não precisava perguntar quem era 'ela'. Eu sabia que Dallas quis dizer Gabriella Moreitti. Cada fêmea na minha família a odiava e eu honestamente não poderia dizer que eu era a exceção à regra. Eu tinha mais razão do que a maioria para não gostar da mulher. Encontrá-la na cama de Drake no meio da noite não tinha feito eu me apaixonar por ela. Axton escolhendo-a sobre Dallas só o tornava um idiota no meu ponto de vista. Quem iria querer uma pequena italiana quando poderiam ter a deusa loira sentada na minha frente? — Eu nunca deveria ter me envolvido com ele em primeiro lugar. Era para ser apenas sexo no começo. — Ela empurrou alguns fios de cabelo soltos do seu rosto. — Em vez disso eu tinha que ir e se apaixonar por um homem que tinha o nome de alguém tatuado em sua pele. Eu sou tão estúpida como a minha mãe diz que eu sou. Joguei meu garfo no prato de salada e agarrei a mão da minha amiga com as minhas duas mãos. — Nunca diga isso de novo! — Eu odiava a mãe de Dallas tanto quanto Dallas

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odiava. E tão duro quanto Dallas tinha tentado ao longo dos anos para não deixar a mãe chegar até ela, para não deixar os comentários degradantes e repreensivos chegarem até ela, eles ainda a acertavam em um nível profundo. A mulher tinha usado a aparência de Dallas para conseguir reconhecimento para si mesma. A mãe da Miss Texas. A mãe de um dos rostos mais procurados para linhas de roupas e cosméticos. Isso era tudo que era bom para Dallas - ou assim sua mãe tinha dito repetidamente por toda a vida de Dallas. Ela não era inteligente o suficiente para fazer isso, nem tentar aquilo, apenas para estar lá e ser bonita. — Você é a pessoa mais esperta e mais trabalhadora que eu conheço. Você entrou na mais concorrida escola de enfermagem do país e passou no topo da sua classe. Você trabalha em um dos maiores hospitais onde eles só levam os melhores dos melhores em seus respectivos campos. Dallas, não deixe que um idiota estúpido faça isso com você. Ele não vale a pena. Ela não disse nada por um longo momento, mas me deixou segurar sua mão por um tempo. Em seguida, ela soltou e começou a pegar sua comida novamente. — Então, Harper e Shane finalmente saíram para o México na semana passada. — Seu sorriso não alcançou seus olhos, mas eu a deixei mudar de assunto. — Eu não ouvi uma palavra dela. Emmie tinha insistido para Shane e Harper finalmente irem para sua lua de mel. Com a ameaça de perder a guarda

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de Lucy para Vince Grady não sendo mais um problema e os gêmeos indo tão bem, eles poderiam finalmente ir e se divertir. Eles haviam partido no último sábado e eram esperados para estar em casa em poucos dias e ninguém tinha ouvido falar deles, exceto Emmie que tinham recebido algumas mensagens de Shane. Eu não esperava ouvir deles. Aqueles dois provavelmente estavam destruindo camas à torto e a direito pelo jeito como eles fazia sexo. E a maneira como Harper tinha entrado em toda essa coisa de sexo em público... Sim, eu estava surpresa que eles não tinham aparecido em nenhum tabloide. Ainda. — Não espere nenhuma imagem linda do México. — eu disse, e ri. — Na verdade não espere quaisquer imagens a menos que você queira vê-los fodendo como coelhos. Dallas bufou e seu sorriso foi mais genuíno neste momento. — Eu tenho certeza que eles têm algumas fitas de sexo flutuando pela nossa casa em Santa Monica. Eu tentei encontrá-las quando eu estava lá, mas eles mantêm o quarto trancado. Me faz perguntar se eles têm alguma coisa estilo Cinquenta Tons de Cinza lá dentro. É claro que eu tinha que estar tomando um gole da minha água quando ela disse isso. Quase saiu pelo meu nariz. Lutando entre tossir e rir, peguei meu guardanapo assim que meu telefone começou a vibrar com uma mensagem na caixa de entrada. Vendo que era do meu pai, eu hesitei por um segundo antes de pegá-lo para responder.

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Cole Steel e eu tínhamos ficado consideravelmente mais próximos desde que ele descobriu que era meu pai. Ninguém fora do meu círculo de amigos e familiares sabia quem ele era para mim, e eu ainda não tinha certeza se queria que isso mudasse. Talvez fosse egoísta da minha parte, mas eu não queria ser conhecida como a filha de Cole Steel. Eu realmente não queria que meu meio-irmão soubesse sobre mim. O cara era um sério idiota, algo que eu sabia em primeira mão já que eu o tinha encontrado duas vezes. Uma vez em uma estreia de filme no ano passado e, em seguida, em um evento de caridade em que eu fui representando Emmie a alguns meses atrás, aqui em Nova York. — É Drake? — Dallas perguntou quando ela enfiou o garfo em uma azeitona no meu prato. — Não... Meu pai. — Ela assobiou e deu de ombros. — Ele só quer saber se eu vou me sentar com sua nova namorada, amanhã à noite no show. — Cole tinha me dito que ele estava saindo com alguém, mas eu não tinha a menor ideia de quem era. Provavelmente alguma modelo ou atriz que gostava de homens velhos, embora Cole realmente não fosse tão feio para sua idade. Parecia nojento para mim quando ele namorava mulheres que eram apenas alguns anos mais velhas do que eu. — É preciso levar a sério, se ele vai levá-la para o show. — Eu ainda não consigo aceitar o fato de que ele é seu pai. Quando penso em pais tudo o que posso imaginar é em alguém como o meu pai. Sabe, alguém de meia-idade e com

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um pouco de barriga. Não cabelo longo, magro e sexy... — Eu engasguei e ela riu. — Vamos lá, Lana. Ele ainda tem tudo em cima. Velho ou não, Cole Steel é fodidamente sexy. — Eu vou aceitar a sua palavra sobre isso. Vinte minutos mais tarde quando nos separamos, eu voltei para o carro e disse ao motorista para me levar para o estúdio. Era mais do que provável que eu não veria Drake até o final da noite de hoje e isso simplesmente não era aceitável para mim. Eu era viciada em meu marido e precisava de um beijo para passar o resto do dia sem ele. O segurança na frente do edifício acenou para o motorista assim que ele me viu sentada no banco de trás. Ele me deu um sorriso e eu acenei para o homem mais velho enquanto nós passávamos por ele. Todos que trabalhavam aqui sabiam quem eu era e não me mantinham longe de Drake por qualquer motivo. Não só eles teriam que enfrentar um Drake puta, mas uma Lana puta, e realmente eu era uma visão muito mais assustadora. Quando entrei no prédio onde o America’s Rocker era gravado, eu cuidadosamente fiz meu caminho para o cenário onde eu percebi que Drake estaria com Axton e Cole. Eu conseguia ouvir um dos competidores ensaiando a música que ele iria apresentar amanhã à noite e percebi que era o único que Drake estava de olho para ganhar. Kurtis Quinn tinha uma voz que fazia as pessoas pararem e escutarem, mas ele

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ainda era um pouco áspero em algumas notas. Drake havia lhe dado algumas dicas durante a competição, e o homem as havia aceitado. Abrindo a porta lateral para o cenário eu encontrei Drake e os outros dois juízes sentados em sua mesa observando o roqueiro ensaiando. Depois de ter visto tudo isto mais do que algumas vezes eu não estava deslumbrada pelas coisas por trás das cenas, não que eu tivesse estado de verdade na primeira vez. Eu não me impressionava fácil com o estilo de vida rock’n roll. Eu estava apaixonada pelo homem Drake, e não pelo astro do rock. Enquanto Drake e os outros dois homens observavam o artista, várias outras pessoas estavam se movimentando nos bastidores. Eu vi o produtor, um grande homem barrigudo que me detestava desde o primeiro momento que ele me conheceu. Eu ainda não sabia o nome dele e não me importava o suficiente para aprendê-lo, a antipatia não era unilateral. Ao seu lado estava sua assistente executiva e inconscientemente minhas mãos se fecharam ao meu lado. Bethany era sexy de um jeito de garota inteligente. Ela usava o cabelo em um rabo de cavalo simples mais frequentemente do que solto, e ela tinha grandes olhos castanhos por trás de seus óculos de aros escuros. Ela era magra com curvas em todos os lugares que ela exibia em jeans apertados e tops que sempre revelavam o quanto de uma

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mulher ela realmente era. Sério, esses peitos falsos estavam prestes a pular daquele pequeno top que ela usava hoje. Claro que seus olhos estavam queimando na parte de trás da cabeça do meu marido. Qualquer hora em que a prostituta estava na mesma sala que Drake ela não conseguia tirar os olhos de cima dele. Isso sempre me irritou, mas nos últimos meses tinha começado a me incomodar mais e mais até que eu quase não conseguia suportar. Isso me deixou irracionalmente ciumenta e mexeu com a minha cabeça... Drake poderia estar atraído por essa garota? Enquanto eu estava ocupada medindo a mulher que tinha tentado seduzir meu marido, a canção de Kurtis terminou e a voz de Axton forçou minha atenção para longe de Bethany. Esperei mais cinco minutos, enquanto Drake e Cole deram seus conselhos antes de sair das sombras e me aproximar da mesa onde os três roqueiros sentavam. — Eu pensei que você estivesse aqui. — Drake se levantou e me puxou para um beijo que sempre roubava o meu fôlego. Eu sorri contra seus lábios quando sua mão foi imediatamente para o meu estômago, acariciando a carne através do meu top, como se estivesse tocando o nosso filho. — Meu pau ficou duro assim que entrou. — ele sussurrou em meu ouvido. Meus mamilos endureceram instantaneamente e me aconcheguei contra ele. — Eu queria que você não tivesse uma

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reunião hoje à noite. Eu estava realmente ansiosa para a nossa noite de encontro. — Eu vou recompensar você. — ele prometeu, me beijando novamente. Droga, agora minha calcinha estava molhada e meus joelhos começaram a tremer. Eu não queria nada mais do que puxá-lo para o banheiro mais próximo e espalhar minhas pernas para ele. — Você está linda. O que você tem feito? — Dallas e eu almoçamos. — Eu levantei minha mão para empurrar o cabelo dele para trás de seu rosto. Eu amava seu cabelo. O cabelo longo na maioria dos homens não parecia certo, mas em Drake só aumentava o seu sex appeal. Olhos azuis acinzentados escureceram. Ele adorava quando eu passava os dedos pelo cabelo dele. — Eu não podia ir para casa até que eu visse você, no entanto. — Olá, querida. — Eu relutantemente forcei meu olhar de Drake para encontrar Cole caminhando em nossa direção. Eu não pude deixar de rolar os olhos para a visão dele: jeans skinny com buracos por toda parte e uma camisa apertada da Steel Entrapment sobre o peito. Seu cabelo estava mais longo do que o normal para um homem de sua idade, mas parecia bom para ele. Anos de uso de drogas e muito álcool o tinham mantido magro, mas tinham cobrado sua taxa em seu rosto, causando rugas em seus olhos e boca, mas ele ainda parecia bem. — Como é que o bebê está lhe tratando? — Suas mãos

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foram para o meu estômago logo que ele estava dentro do alcance para tocar. Normalmente eu rasgava a cabeça de qualquer um que tocava meu estômago que não fosse Drake. Tocar a barriga de uma mulher era algo extremamente íntimo para mim. Com Cole, era diferente. Derretia meu coração mais do que um pouco em ter o meu pai tão amorosamente tocando seu neto crescendo dentro de mim. — Ela está levantando uma tempestade hoje. Eu esperava que um pouco de comida fosse acalmá-la, mas isso só a deixou dançando ainda mais. — Ela só queria ver seu avô, isso é tudo. — Cole me abraçou, em seguida deu um passo atrás, sorrindo como o avô orgulhoso que ele era. — É bom vê-la. Como estão suas irmãs? Lucy está bem? — Elas estão lidando bem. Lucy ainda está tendo pesadelos, no entanto. Jesse e Layla estão falando sobre a contratar um psicólogo para ela, mas Lucy se recusou a ir tão longe. — Drake se aproximou por trás de mim e mesmo que eu estivesse ali falando com o meu pai, todo o meu corpo parecia pegar fogo. Não eram os hormônios da gravidez que estavam fazendo isso comigo. Eu sempre ficava nessa condição sempre que Drake estava tão perto de mim. — Pobre criança. O bastardo estúpido precisa ser baleado por fazer isso com ela. Os policiais já o pegaram? Ou até mesmo tentaram?

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Agora esta era uma pergunta difícil de responder. Emmie só tinha nos dado os detalhes sobre o que tinha acontecido com Grady depois que Jesse e Nik tinham pegado Lucy de volta na noite do sequestro. Jesse tinha deixado o homem sangrando e mal respirando, mas Seller, o chefe da equipe de segurança que trabalhava com Emmie deveria pegar Grady e entregá-lo à polícia mais tarde naquela noite. Isso não tinha acontecido porque Seller tinha certeza de que Jesse e Nik teriam entrado em algum problema sério pela condição com que Grady tinha sido deixado. Seller tinha enviado o bastardo para o Canadá e ele foi remendado antes de entregá-lo ao seu agente da condicional dois dias depois, por violar as condições de sua liberdade. Até onde eu sabia, Grady estava de volta à prisão, cumprindo o resto de sua sentença original. E os dois milhões que Grady tinha pedido de resgate? De volta à conta bancária de Jesse. Seller tinha entregado o dinheiro para Emmie. Menos os seus honorários. — Ele está em San Quintin. — Drake disse a Cole. — Ele violou a liberdade condicional e tem de terminar sua sentença original. Ele ainda tem pelo menos mais dez anos. — Eu ouvi dizer que você almoçou com Dallas? Virei à cabeça para encontrar Axton vindo em nossa direção. Raiva em nome da minha amiga me encheu e eu tive que respirar fundo para me acalmar antes que desse um soco em sua garganta. — O que é isso para você?

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Ele nem sequer piscou com o meu tom mal-intencionado. — Eu preciso falar com ela. Ela não tem respondido minhas mensagens ou telefonemas. E cada vez que eu passo pelo apartamento, Natalie e Linc dizem que ela está no trabalho. — Ela trabalha muito. Axton suspirou. — Lana, eu não sei o que ela lhe disse, mas eu não deixei o casamento para ir correndo atrás Gabriella. Pelo menos não da forma como ela pensa. Eu ergui uma sobrancelha para ele. — O fato de que você a deixou lá e foi para Gabriella é tudo o que ela precisava saber. — A mão de Drake apertou minha cintura, me lembrando que isso não era da minha conta. Eu fiz uma careta, porque eu não conseguia entrar no meio deles sem escolher lados, o que deixaria Drake em uma posição complicada. Ele me amava demais para não mostrar a lealdade a Dallas que eu exigiria, mas Axton era tanto uma parte de sua família quanto seus irmãos da banda eram. Os ombros de Axton pareceram cair por um segundo, mas então ele se endireitou e o sorriso arrogante de 'Eu sou um deus do rock, nada mais importa' cruzou seu rosto. Eu tinha percebido há muito tempo que esta era a sua máscara para manter seus verdadeiros sentimentos trancados. — Talvez ela saiba onde Liam está, então. Dev disse que ela deixou a recepção com ele e ninguém o viu desde então. Marissa disse que ele está numa clínica de reabilitação em algum lugar, mas

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ela não vai contar a ninguém onde ele está. Precisamos encontrá-lo, Lana. A banda não sabia onde Liam estava? Isso era estranho, mas não era problema meu também. — Tenho certeza de que Emmie sabe onde ele está. Você já perguntou a ela? — Ela não vai me dizer, merda. Olha, é só pedir a sua amiga para me ligar da próxima vez que falar com ela. É importante. — Ele enfiou as mãos nos bolsos jeans. — E diga a ela... que eu sinto falta dela. Minha boca se abriu para explodir com ele, mas Drake me virou antes que uma palavra pudesse escapar e me beijou até que eu não conseguisse nem lembrar do meu nome. Tudo o que eu podia ouvir, provar, sentir era Drake. Droga, ele sabia como me calar. Não que eu estivesse reclamando.

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Capítulo 25 Drake O gosto do Anjo ainda estava persistente em meus lábios, mesmo quando entrei no escritório do produtor naquela noite para a reunião que sua assistente disse que tínhamos que participar. Esse era o único pensamento em minha mente enquanto eu fechava a porta atrás de mim. Eu não estava feliz que tive que cancelar os planos com a Anjo para ficar esta noite, e eu tinha avisado isso à mulher assim que ela tinha transmitido a mensagem de seu chefe. Pelos próximos 30 minutos eu me sentei com meu sogro e amigo ouvindo a voz monótona do homem que supostamente era o nosso chefe. Nossos contratos estavam todos acabando no final desta temporada e eu ainda estava indeciso se ia assinar outro. No início, este show tinha sido apenas uma desculpa para estar em Nova York e mais perto do meu Anjo. Então, eu tinha começado a meio que encontrar roqueiros de talento e lhes dar a oportunidade de dar certo no mundo do rock. Eu ainda gostava dessa parte do trabalho, mas eu sabia que o Anjo estava tendo problemas com alguns aspectos da coisa toda.

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Como a mulher sentada em uma cadeira ao meu lado, com as mãos digitando em seu iPad, mas seu olhar estava perfurando o lado do meu rosto. Eu ainda não conseguia lembrar o nome dela na maior parte do tempo, mas sabia que começava com um B. Desde que o Anjo tinha me convencido de que a garota estava atrás de mim, eu tinha começado a me sentir mais do que um pouco assustado com a maneira como ela me olhava. Eu me sentia como um covarde pensando nisso. Uma mulher me assustando? Shane falaria por um dia inteiro com essa piada. — Eu vou precisar de sua resposta na próxima semana. — O produtor — maldição, qual era mesmo o nome dele? Greg... George? Anjo geralmente me ajudava com essa merda. — Eu vou reunir nossos advogados com o seu pessoal para negociar os termos do contrato e quaisquer aumentos salariais que vocês sugerirem. Esta temporada de classificações foi tão ou mais elevada do que a primeira temporada e queremos todos os três de volta para a próxima temporada. Cole balançou a cabeça. — Eu não voltarei no próximo ano. — Sua resposta não me surpreendeu. Cole não estava feliz com o produtor. Eles discutiam pela maior parte da temporada sobre tudo, desde o sabor do café até a quantidade de tempo em tela que ele estava recebendo durante os shows. Cole estava farto do show e de como os chefes continuavam dramatizando cada pequena coisa que se passava durante os

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painéis dos juízes e nos bastidores para aumentar a audiência. O show estava começando a se tornar uma novela do caralho. — Se isto é sobre mais dinheiro... — Dinheiro? — Cole resmungou. — Eu tenho muito disso. Isto é sobre você e suas chamadas mentes criativas fazerem o mundo do rock inteiro cair no ridículo. Você tem talvez um competidor verdadeiramente talentoso o suficiente competindo com um monte de aspirantes a roqueiros ignorantes. Você os veste como góticos e punks e age como se eles fossem os próximos deuses do mundo do rock, enquanto negligencia todos os verdadeiros talentos porque ele não é o que você chamaria de ‘categoria amigável’. — Kurtis Quinn não é o único talento que temos nesta temporada. — argumentou o produtor e Axton e eu resmungamos porque não havia verdade nenhuma nessa afirmação. O homem gordo estreitou os olhos. — Ele não duraria cinco minutos no mundo do rock. — Que porra você sabe sobre o mundo do rock? — Axton estalou. — Cole está certo, isso se transformou em uma novela. Eu não tenho certeza se voltarei no próximo ano a menos que você faça algumas mudanças por aqui. E se Quinn não ganhar, eu vou pedir a ele para abrir a turnê da OtherWorld em alguns meses. — E você, Stevenson?

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Dei de ombros. — Eu não tenho uma resposta para você sobre o próximo ano, mas estou com os dois sobre a forma como o show está indo. Estou farto de ver todo o drama na capa de revistas de lixo. Minha esposa não está feliz com a forma como as coisas estão saindo aqui também e se ela não está feliz, eu não estou feliz. — Eu me levantei, mais do que pronto para ir para casa e sem me importar se a reunião terminou ou não. — Eu estou fora. Vejo vocês filhos da puta amanhã. — Boa noite, cara. — Axton falou depois de mim. — Até mais tarde, garoto. — Eu ri de Cole me chamando de garoto e continuei andando. No momento que cheguei, a casa estava em silêncio. Havia uma caixa de pizza no balcão da cozinha quando entrei. Abrindo a tampa, vi que o Anjo estava tendo um dia de desejo louco. O cheiro era o suficiente para revirar o meu estômago: anchovas com abacaxi, e creme em vez de molho de tomate? Não era o desejo mais desagradável que ela tinha tido até agora, mas isto estava no topo. Lá em cima eu encontrei a luz do banheiro acesa com a porta entreaberta. Ela lançava um brilho suave sobre a nossa cama tamanho king, dando ao meu Anjo uma qualidade surreal que me tirou o fôlego. Seu cabelo estava espalhado sobre o travesseiro e parecia como se ele ainda estivesse úmido do banho. Ela estava enrolada em volta de seu travesseiro de

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corpo que ela tinha pulverizado com a minha colônia no dia em que ela o adquiriu, porque lhe ajudava a dormir melhor sentindo meu cheiro por perto. O lençol tinha escorregado para seus quadris, me mostrando que ela deve ter estado esperando por mim, porque ela estava gloriosamente nua. Meu pau tinha ficado duro logo que eu tinha aberto a porta. Sorrindo, eu corri para tomar um banho e corri de volta para o Anjo dormindo na minha cama. Enquanto eu subia atrás dela, ela suspirou meu nome e apertei-a contra mim, seus quadris balançando contra meu pau duro como pedra em seu sono. Eu beijei seu pescoço, lambendo o ponto sensível logo abaixo da orelha. Ela fez um som de miado e arqueou o pescoço para me dar melhor acesso. Me aproximando, eu esfreguei a palma da mão sobre a barriga e senti a nossa filha chutar para mim, antes de viajar para cima para encontrar os mamilos do Anjo duros como diamantes. Porra, eu amava os seios dela. Elas haviam ficado supersensíveis durante a gravidez e tudo o que eu tinha que fazer era apenas tocá-los para tê-la implorando por mais. Meus lábios percorreram seu ombro e, em seguida, por suas costas, enquanto eu beliscava seus seios fazendo-a gemer de desejo. Arrepios surgiram ao longo de suas costas enquanto eu trilhava beijos para baixo, lambendo e mordendo sua espinha. Quando cheguei a bunda dela - porra, que bunda perfeita! Eu chupava seu quadril até que ela estava se contorcendo, querendo que eu chupasse algo completamente diferente.

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Lambendo a picada da mordida de amor que eu tinha acabado de dar a ela, eu me mexi para que eu pudesse virar o Anjo de costas. Ela empurrou e gritou o meu nome assim que eu toquei em seu clitóris já pulsante. Dedos longos e graciosos atravessaram o meu cabelo, me segurando bem onde ela me queria enquanto ela empurrava seus quadris contra minha língua. — Drake... Porra, baby... Oh. Oh. Ahhh! — Ela gritou, curvando as costas quando ela se desfez contra a minha língua. Eu continuei sacudindo minha língua sobre seu clitóris mesmo depois que ela estava mole de seu orgasmo. Eu não conseguia ter o suficiente de seu doce néctar e engoli tudo enquanto coloquei dois dedos dentro dela. Suas paredes internas tremeram com a minha invasão, dando boas-vindas a mim e ao prazer acolhedor que eu trouxe comigo. Minhas bolas apertaram, querendo deslizar meu pau dentro dela e sentir a contratação suave em torno do meu eixo enquanto eu nos dirigia ao delírio cheio de prazer. — Por favor. — o Anjo choramingou enquanto eu continuava a atormentá-la com os dedos enquanto eu continuava com a língua em seu clitóris. — Eu te quero muito. — Diga que você me ama. — Eu ordenei, ficando de joelhos e segurando meu pau, acariciando-o duas vezes, enquanto ela me olhava com seus cílios abaixados. A visão a

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fez gemer novamente e sugar o lábio inferior entre os dentes. — Diga para mim. — Eu te amo. Sempre. — Eu deslizei a ponta do meu pau sobre sua abertura e suas mãos torceram no lençol embaixo dela. — Drake... — Eu te faço feliz? Eu te dou tudo o que você quer? — Sim. Eu seria uma bagunça sem você. — Suas coxas tremiam e eu sabia que ela estava perto de gozar novamente. — Tudo que eu quero é você, você me dá o mundo a cada dia. — Me peça para te foder. — eu rosnei, deslizando entre suas dobras, até que apenas a ponta estava dentro dela. Suas paredes apertaram meu pau, tentando fazer com que eu me aprofundasse ainda mais. — Me peça para te foder lentamente. Sua cabeça se movia para frente e para trás sobre o travesseiro. — Não lento. — ela implorou. — Rápido. Duro. — Não. Me peça para te foder lentamente. — Meus quadris empurraram para frente, até que ela tomou mais um centímetro. — Faça isso, Anjo. — Drake... — Ela lambeu os lábios, me fazendo doer com vontade de beijá-la. — Drake, por favor, me foda... — mais um centímetro e ela estava mordendo o lábio que tinha acabado de lamber. —... Lentamente.

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Eu empurrei fundo e peguei sua boca com a minha, engolindo seus gritos quando ela quebrou. Eu não me movi até que sua buceta parasse de convulsionar ao redor do meu pau. Suas unhas em minhas costas, arranhando a minha espinha quando eu finalmente me movi dentro dela. Eu fiz amor com ela por horas e quando ela finalmente caiu no meu peito, com a barriga de grávida cuidadosamente dobrada para o lado, eu apenas deitei ali, esfregando suas costas. Isto era o paraíso.

*** — Garvin Davis quer saber o que ele tem que fazer para garantir o seu contrato para a próxima temporada de America’s Rocker. Minha testa franziu com a declaração que Emmie tinha acabado de fazer e eu terminei de mastigar o pedaço de sanduíche de bife antes de olhar para o telefone. O rosto de Emmie olhou para mim sobre o aplicativo FaceTime. — Quem diabos é Garvin Davis? Ela revirou os olhos para mim. — Ele é o produtor barrigudo do programa, estúpido. Ele disse que falou com você há duas semanas e você ainda não tinha lhe dado uma resposta. O que devo dizer a ele? Ou você ainda não se decidiu?

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Então era esse o nome desse filho da puta. Eu mastiguei um anel de cebola, uma parte do lanche rápido que eu estava fazendo, enquanto o Anjo estava com Linc fazendo Deus sabe o quê. Eu a levara para a cidade há uma hora e tinha acabado de fazer merda nenhuma desde então. Era bom ter algumas horas livres para mim sem nada para fazer, sem me preocupar com nada, exceto minha esposa descobrindo que eu estava comendo muita gordura saturada. Eu tinha esquecido completamente do produtor querendo saber se eu voltaria para mais uma temporada. Tudo tinha passado muito rápido desde momento em que eu tinha chegado em casa naquela noite e deslizei entre as pernas de meu Anjo. — Eu não sei, Em. — Eu limpei a gordura do anel de cebola dos meus dedos antes de alcançar o meu refrigerante. Outro prazer culpado que eu estava tendo hoje, porque não era a merda de refrigerante diet que eu fui forçado a estocar em nossa geladeira. — O que Ax diz sobre isso? Ele vai voltar? — Só se o show ganhar uma nova equipe criativa que focará no talento e não no drama, e que algumas outras mudanças sejam feitas. Cole já veio a público com a sua decisão. Estão nos tabloides e no Facebook. Garvin diz que já está incorporando as mudanças que Ax quer, mas se pergunta o que vai convencer você a assinar. Quais as mudanças que eu queria? Havia mudanças que poderiam me convencer a voltar para mais uma temporada?

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As três últimas não tinham sido horríveis e se Ax conseguisse suas mudanças, então eu não estaria contra em fazer tudo isso de novo. Mas o Anjo não estava satisfeita com o meu trabalho. Nas duas últimas semanas ela tinha sido uma leoa irritada cada vez que eu tinha que ir para o estúdio. Quintas e sextas eram realmente uma droga na minha casa agora. — Eu tenho uma estipulação por hora... — Assim que eu disse a Emmie o que era seus olhos ficaram arredondados, mas ela balançou a cabeça e me garantiu que ela avisaria Garvin. — Eu tenho que ir. — disse ela, dez minutos depois. — O empreiteiro está aqui para refazer a casa de hóspedes e eu quero garantir que tudo esteja exatamente como discutimos antes que ele comece a arrancar as coisas. — Você já encontrou alguns candidatos para assistente? — Nik tinha me dito que havia entrevistado pelo menos dez só na semana passada sozinha, mas nenhuma delas tinha estado dentro dos padrões. — Eu entrevistei duas ontem para quem eu vou dar uma chance a partir de amanhã. — Ela fez uma careta e eu tive a sensação de que não iriam durar o dia, senão primeira hora. Eu sabia exatamente o quão exigente Emmie era com suas assistentes. Natalie garantia que eu soubesse o quão duro ela tinha que trabalhar. — Eu vou deixar você ir. Te amo, Em.

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Seu rosto se suavizou por um momento. — Amo você, Drake.

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Capítulo 26 Harper Olhei no espelho e me encolhi. Sério? Mais uma? Cuidadosamente eu toquei a ponta do meu dedo indicador em outra espinha que tinha aparecido na minha testa. Estava ferida e irritada. Isso não estava acontecendo, eu não tinha espinhas desde que eu era uma préadolescente e agora meu rosto parecia o de um calouro gorduroso. Parecia que o meu nível de estresse estava tão grande quanto no ensino médio, no momento. Com tudo o que estava acontecendo dentro de nossa família — os gêmeos ainda no hospital e a ansiedade óbvia de Lucy desde o sequestro — sem contar com as exigências do meu trabalho, o meu sistema nervoso estava uma pilha no momento.

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Espalhando a máscara Proactiv que ajudava a minha pele, eu terminei de me arrumar para o trabalho. Eu sabia que a espinha era por não tomar minhas pílulas anticoncepcionais e não era só um resultado da tensão que eu sentia, assim como o período pesado que eu estava tendo este mês. Eu costumava ter isso todos os meses até que minha mãe tinha me levado ao médico para tomar a pílula e ajudar a regular o meu ciclo. Eu esperava que fosse algo que passaria quando eu crescesse, mas eu estava preocupada que fosse algo um pouco mais sério. Mesmo quando eu estava apenas começando a ter o meu período, o médico havia dito que poderia ser Ovário Policístico e meus períodos estavam ocorrendo do jeito que eram originalmente e que as pílulas anticoncepcionais eram o único tratamento verdadeiro para ajudar com a síndrome do desequilíbrio hormonal. Mas no momento eu estava fingindo que não era uma possibilidade. Eu estava no oitavo dia do meu período agora. Eu estava cansada, pálida e com o rosto cheio de espinha. Sim, eu estava uma bagunça. De jeito nenhum alguém iria olhar para mim e pensar que eu era a mulher de Shane Stevenson. Fazendo uma careta, eu escovei meu cabelo, lavei a máscara do meu rosto, terminei a terceira etapa do processo Proactiv, e depois apliquei o corretivo para os pontos visíveis na minha testa e queixo. Vestida com um par de folgadas calças porque eu estava inchada como o inferno, e uma blusa de seda que eu tinha

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pegado na minha lua de mel no México, eu decidi que parecia tão bom quanto eu poderia ficar e sai do banheiro. Shane estava na cozinha com a cafeteira cheia e uma xícara de café cheiroso na mão. Os olhos azuis-cinza se estreitaram em mim com preocupação. — Você parece exausta, linda. Ligue e diga a eles que você está doente. — É apenas o meu período, Shane. — Eu peguei a caneca dele, tentando manter meu rosto escondido para que ele não visse como eu estava marcada, mesmo com toda a maquiagem que eu tinha colocado para esconder a maior parte. — Além disso, eu tenho que finalizar a capa do próximo mês e tenho uma reunião de equipe nesta manhã. — Eu nunca vi você tão pálida. Nem mesmo quando ficou com gripe no ano passado. — Eu sinto muito, eu não posso estar brilhando cada vez que você me vê! — Eu bati e coloquei minha caneca na pia, intocada. Eu já estava me sentindo feia, eu não precisava dele me dizendo o quão ruim eu parecia. — Eu tenho que ir. — Harper... — Eu não dei a ele a chance de dizer mais uma palavra. Sem olhar para ele mais uma vez, eu peguei minha bolsa e sai pela porta. Peterson já estava esperando por mim e eu subi na parte de trás do carro. Enquanto ele me levava para o centro, meu

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telefone tocou com o toque atribuído a Shane, mas eu ativei a opção Silencioso e joguei o telefone para o fundo da minha bolsa. Inclinando minha cabeça contra a janela, eu fechei os olhos. Na hora em que Peterson me deixou no trabalho eu tive que parar no banheiro antes mesmo de entrar no elevador para me levar até meu escritório. Eu estava sangrando ainda mais fortemente hoje do que ontem. Isto estava realmente começando a me preocupar e talvez fosse hora de enfrentar o meu medo de que eu realmente estava sofrendo dos problemas no ovário. Eu usei o app no meu iPhone para marcar um encontro com meu médico para o dia seguinte antes de deixar cair as minhas coisas na minha mesa e correr para a sala de conferências para a reunião do pessoal. Na hora do almoço eu estava me arrastando e meu coração estava pesado. Eu tinha ignorado os apelos de Shane no meu celular e meu escritório durante toda a manhã, punindo-o por algo que não era culpa dele. Isso me fazia sentir indigna dele de novo, e tudo por causa do meu período estúpido. Droga, eu estava ficando louca. Um toque na porta do meu escritório fez minha cabeça levantar dos layouts das sessões de fotos que íamos usar para o próximo mês. Meu coração parou quando eu vi a recepcionista com um arranjo de tulipas amarelas. — Do seu marido... — disse ela com um sorriso quando ela pisou no meu

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escritório e colocou as flores na minha mesa. — E há um cartão. Eu não disse uma palavra quando ela piscou e deixou o escritório. Assim que ela foi embora peguei o pequeno cartão do belo arranjo de flores. Você é a mulher mais bonita do mundo. ~ Shane. Lágrimas encheram meus olhos e eu pisquei rapidamente enquanto eu pegava o telefone na minha mesa para ligar para ele. — Sinto muito! — Eu solucei assim que ele respondeu. — Ei, ei. — Seu tom era suave, o que ele usava para acalmar Mia quando ela estava chateada. Isso só me fez chorar ainda mais. — Baby, o que está acontecendo? Você está bem? — É realmente apenas este período estúpido. — eu botei pra fora. — Meus hormônios estão em todo o lugar. Sinto muito, Shane. Isso está me transformando em uma enorme cadela e eu odeio isso. — Eu não sei como lidar com isso... — Ele suspirou e eu imaginei ele passando as mãos pelo cabelo curto, a frustração em seu rosto fazendo aparecerem rugas em sua testa e nas bordas dos olhos. — Eu odeio ver você assim. Eu só quero te abraçar. — Eu sinto muito. — Pare de dizer isso, porra! — Ele rosnou. — Eu te amo, Harper. Isso significa que você não tem que pedir desculpas

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por cada pequena coisa que me perturba. Como está se sentindo? Não fique com raiva de mim de novo, mas, baby, você parecia tão cansada esta manhã. Estou preocupado com você. Eu estava conversando com o Em... — Eu suspirei, porque é claro que ele tinha falado com Emmie sobre isso. — ... e ela acha que você poderia estar anêmica com todo o sangue que você está perdendo. Ela diz que você deve ligar para o seu médico. — Eu já marquei uma consulta para amanhã. — eu assegurei a ele, correndo o dedo sobre o cartão que eu ainda segurava firmemente em minha mão. Você é a mulher mais bonita do mundo... — Ótimo. — Ele parecia aliviado. — Porque se você tivesse tentado argumentar, eu teria a levado até lá chutando e gritando. Vamos ver o médico amanhã. E se ela disser que você deve voltar a tomar as pílulas, é o que faremos. Parecia que meu coração estava fazendo nada além de se machucar hoje. Mordi o lábio trêmulo de repente e fiquei lá, incapaz de dizer qualquer coisa. Voltar a tomar a pílula significava não tentar ter um bebê. Isso significava que ele não queria tentar, afinal de contas? — Harper? Ei, você ainda está aí? — Puxei uma respiração instável e ele gemeu. — O que eu disse, desta vez, baby? — É estúpido. Eu estou sendo estúpida. — eu sussurrei.

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— Harper... — Seu tom de voz era cheio de aviso de que era melhor eu responder e não fugir do assunto como eu normalmente fazia quando eu não estava pronta para falar sobre qualquer coisa. Murmurando uma maldição sob a minha respiração, eu respirei fundo e apenas perguntei à queima-roupa: — Isso quer dizer que você não quer tentar ter um bebê? — A linha ficou muda e eu sabia que ele tinha ficado chateado. Ótimo, ótimo. — Que dia horrível. — Tentando não me preocupar com o homem chateado que eu teria que enfrentar em casa mais tarde, eu forcei minha atenção para as imagens na minha mesa precisando da minha atenção. — Você é a mulher mais frustrante sobre a face do planeta. — Eu quase pulei para fora da minha pele quando Shane entrou no meu escritório dez minutos depois. Ele tinha que estar a caminho quando eu falei com ele mais cedo ou ele não teria sido capaz de chegar aqui em tão pouco tempo. Ele bateu a porta do meu escritório e fechou as cortinas da janela que davam para o corredor. Quando ele se virou para me encarar, o meu coração ainda estava batendo como se tivesse corrido uma maratona. Vestindo apenas um par de shorts de basquete, uma camiseta velha desbotada e tênis que estava esfarrapado, mas era o seu favorito para correr na praia, ele ainda era o homem mais sexy que eu já tinha visto na minha vida. O velho boné de beisebol do Boston Red Sox para

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trás só fez com que meus dedos coçassem para tirá-lo de sua cabeça e correr meus dedos por seu cabelo escuro e curto. — Por que você diria algo assim? — Ele perguntou, pulando direto para o ponto da questão. — Risque isso. Por que você ainda acha isso? Droga, Harper, já não passamos por essa merda? — Só parecia que estava tendo dúvidas. — eu disse a ele, ainda sentada porque eu estava tão admirada com essa criatura semelhante a Deus que eu chamava de meu marido. Ver a raiva e a dor em seus olhos me fez lamentar pensar que ele não queria que tentássemos ter uma criança só nossa. — Não era nada disso. Olhe, querida. Você está, obviamente, tendo dificuldade, e este é apenas o começo. Eu não quero que você sinta dores assim. Eu não quero que você seja tão diferente de si mesma e se sinta miserável... — Ele ergueu as mãos para me cortar quando eu comecei a discutir. — Não ouse mentir para mim, mulher. Eu quero que você esteja saudável. Você significa mais para mim do que qualquer coisa no mundo, e isso inclui termos um filho. Você está me ouvindo? — Ele andou em direção a mim, seus olhos ardentes com uma combinação de frustração e amor que me fez contorcer na cadeira querendo algo que pelo jeito eu não conseguiria tão cedo. — Harper? Você me entendeu? Você saudável é mais importante.

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Silenciosamente eu balancei a cabeça, incapaz de encontrar a minha voz com a minha garganta engasgada com uma mistura de lágrimas emocionais e a visão do deus do sexo a apenas alguns centímetros de distância de mim. Ele colocou as mãos sobre a mesa e se inclinou para frente até que seu nariz estava tocando o meu. — Terminamos de enlouquecer o outro por hoje, linda? Porque eu prefiro beijar você a discutindo com você. Eu pressionei meus lábios nos dele, deixando que essa fosse a minha resposta.

Shane Pela segunda vez em uma semana que eu sentei com Harper no escritório do seu médico, à espera dos resultados dos testes que a mulher tinha feito a última vez que tínhamos estado aqui. Exames de sangue, ultrassom, e algumas outras coisas que eu não tinha sido permitido estar no para testemunhar e Harper não tinha explicado para mim. Eu estava uma pilha de nervos e tinha sido assim desde a última vez em que eu tinha sentado aqui e o médico tinha dito que Harper poderia ter algo que era chamado SOP ou algo muito, muito pior... câncer. Eu não sabia o que era SOP, então eu pesquisei essa merda na hora em que tínhamos chegado em casa na noite

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passada. Logo que eu sabia com o que estávamos lidando, eu estava orando para ser a SOP. A Síndrome dos Ovários Policísticos causava um desequilíbrio hormonal que poderia produzir cistos ovarianos, o período pesado que Harper ainda estava tendo até agora, e em alguns casos haviam outras mudanças dos quais ela havia dado sinais nas duas últimas semanas deste período infernal. A possibilidade de câncer? Sim, eu não tinha me permitido pensar muito sobre isso, porque as poucas vezes que eu realmente tinha pensado, eu tinha ido para um lugar muito ruim. O câncer era uma merda assustadora e eu não seria capaz de lidar com qualquer coisa na vida, se aquele filho da puta tentasse me tirar a minha menina. Harper sentou ao meu lado em uma cadeira que, apesar de estar apenas alguns centímetros de distância da minha, me fez sentir demasiado longe para o meu conforto. Ela estava segurando a minha mão, depois de ter sido a minha rocha desde o momento em que a médica tinha nos dito que ela suspeitava do que estava acontecendo com Harper. Deveria ter sido o contrário. Eu deveria ter sido aquele que parecia que eu poderia conquistar o mundo e tudo o que pareceria uma ameaça para a pessoa que significou mais para mim do que a vida. Eu deveria ter sido aquele que a tinha segurado na noite em que tinha chegado em casa desde a primeira consulta, enquanto ela chorava lágrimas silenciosas.

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Em vez disso, tinha sido

ela parecendo

forte e

determinada, enquanto eu tremia em meus tênis de corrida. Foi ela quem me segurou enquanto eu chorava. Porque eu não conseguia

lidar

com

porra

nenhuma,

nem

mesmo

o

pensamento de perdê-la. Emmie estava preocupada comigo, mas eu não podia falar com ela sobre isso ainda. Harper tinha me pedido para não contar a ninguém, incluindo Emmie, até nós sabermos com o que estávamos lidando. Todo mundo ainda estava se recuperando do estresse dos gêmeos, que ainda estavam no hospital, e com o sequestro de Lucy. Isso tinha tornado a coisa toda ainda mais difícil para mim, não ser capaz de falar com o meu irmão ou mesmo com Emmie. Em sabia que havia algo errado, estava me ligando quase todas as horas. Eu não tinha atendido nenhuma de suas chamadas e mantive contato apenas através de mensagens, porque eu sabia que eu teria quebrado e despejaria tudo para fora. Assim que terminássemos aqui, eu iria ligar para ela, eu prometi a mim mesmo. Se esta merda acabasse sendo ruim, então eu iria precisar de Em tanto quanto eu ia precisar de Harper para me apoiar. A médica com os resultados dos testes de Harper finalmente ergueu seu olhar de seu iPad e acenou com a cabeça grisalha. — É exatamente o que eu suspeitava, Harper... — disse a mulher, e eu tinha certeza de que eu ia vomitar. Porra... — SOP é tratável e você estava indo muito

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bem com as pílulas anticoncepcionais. Acho que você deve começar a voltar para elas e podemos ver se isso vai fazer você voltar ao normal. Alívio tomou conta de mim. Harper apertou minha mão, me atirando aquele sorriso lindo. — Essa é uma boa notícia. A médica encolheu os ombros. — É tratável, mas você tinha mencionado há algumas semanas que vocês queriam tentar ter um filho... — A médica pareceu simpática e sua voz se tornou suave como se estivesse prestes a dar más notícias. Meu instinto apertou de novo, porque eu senti a mão de Harper começar a tremer. — Mas a sua SOP é tão grave que eu não acho que isso vá ser uma possibilidade. —Mas ela está bem, certo? — Eu perguntei, precisando ter cem por cento de certeza. Nada mais realmente importava. Quem diabos precisava de crianças? Eu tinha tudo que eu queria ao meu lado. — Ela vai ficar bem? A mulher mais velha me deu um pequeno sorriso. — Sua esposa vai ficar bem, Sr. Stevenson. Apenas a incapacidade de ter um filho... — seu olhar voltou para Harper, que agora tinha a cabeça baixa. — ...bem, que seria natural de vocês. — Ela parou. — Eu vou dar a vocês dois um pouco de privacidade. Não tenham pressa. Assim que a porta se fechou atrás da médica, eu puxei Harper no meu colo. Eu estava tremendo de alívio, mas ela estava imóvel. Sua cabeça se inclinou contra o meu peito e ela

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se sentou-se assim por um longo momento, enquanto eu corri minhas mãos para cima e pa0ra baixo sua coluna vertebral. — Eu me sinto vazia. — ela sussurrou enquanto soltou o primeiro soluço torturado e isso me deu um tiro direto no coração. — Por que me sinto tão vazia? — Querida. — Eu beijei o topo de sua cabeça. — Eu sinto muito. Eu sei que você queria um bebê nosso... — Minha voz sumiu, porque eu não sabia mais o que dizer a ela. Talvez eu fosse um bastardo egoísta. Ok, não havia incerteza nisso. Eu realmente era um bastardo egoísta, porque eu não me incomodei com o fato de que não teríamos um filho nosso. Eu estava tão feliz que eu não ia ter que enfrentar o medo de perder Harper, que nada mais no mundo importava. Eu não precisava de um bebê nosso. Eu só precisava dela.

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Capítulo 27 Emmie Meu calendário estava espalhado na minha frente e eu estava tentando descobrir exatamente como encaixar minha viagem a Nova York para o nascimento da filha de Lana e Drake e estar de volta aqui a tempo para a saída dos gêmeos do hospital. A data do parto de Lana era na próxima semana e o médico havia dito que era mais do que provável que Luca e Lyric voltassem para casa na mesma semana. Os alarmes de apneia do sono dos gêmeos estavam acontecendo cada vez menos, mas ainda não tinham sido três noites seguidas, mas tinha uma grande chance de acontecer na próxima semana. — Você tem uma reunião com o professor da pré-escola de Mia em duas horas. Eu nem sequer olhei para a mulher enquanto ela falava e eu tinha certeza de que ela não esperava que eu olhasse de qualquer maneira. Eu tinha contratado três assistentes até agora e apenas uma delas tinha durado mais de uma semana. A primeira tinha saído porque ela não conseguia aguentar a minha atitude. Eu disse a ela no dia que em que a tinha

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contratado que eu não era uma pessoa fácil de se trabalhar. Ela não acreditou em mim, o que tinha ficado claro descaradamente quando eu tinha começado a comê-la viva por não me dizer imediatamente quando Lana estava no telefone, uma Lana emocionalmente destruída. Cadela estúpida. A exassistente, não Lana. A segunda assistente tinha saído quando eu tinha dito a ela que meu marido era meu marido e que ele nunca começaria um caso com ela. Eu não me lembro do nome da mulher, porque ela não trabalhou para mim por mais de cinco horas antes que ela estivesse tentando fazer Nik autografar seus seios. Por outro lado, ela realmente não tinha valido a pena conhecer. A cadela provavelmente poderia ser ótima por fora, no entanto. Ela havia me enganado para contratá-la, fingindo ser uma pessoa séria e que queria aprender o negócio da música. Rachel era uma história diferente, no entanto. Ela havia provado ser eficiente, controlando todos os meus telefonemas, e-mails e a maioria dos e-mails que eu mandava. Ela tinha trinta e oito anos e tinha o tom de uma professora da quinta série irritada que suavizava somente quando ela falava com Mia e Lucy, e detinha a maioria das pessoas que estavam me ligando só para me irritar. Ela tinha passado a vida em uma casa com nada além de caos e sabia como gerenciar as ligações e acabar com alguém por telefone.

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Honestamente, a mulher era uma dádiva de Deus. Se eu pudesse cloná-la, minha vida seria muito mais simples. — Obrigada. — eu murmurei, ainda considerando o calendário. — Seu marido quer saber se você quer pedir o jantar enquanto você está fora ou se ele deveria grelhar alguns bifes. — Levantei meus olhos, mas apenas um pouco, me encolhendo logo que fiz isso, porque meu olho ainda estava muito sensível. A cicatriz que ia do meu cabelo até a minha sobrancelha estava irritada e inchada, mas não se comparava à dor persistente por baixo dela. — Shane pediu para você ligar para ele o mais cedo possível. Peguei meu celular, pronta para ligar de volta. Shane e Harper estavam passando por um sério momento. Bem, Harper estava. Shane estava em um lugar melhor do que ela no momento. O que provavelmente deixava tudo pior para pobre Harper. Ela não conseguia entender por que ele não estava mais chateado com isso, sendo incapaz de ter filhos. Eu podia entender a situação de ambos os pontos de vista. Shane estava feliz por ter Harper e por não precisar se preocupar em perdê-la para a palavra com C que era tão temida. Harper estava deslizando mais profundamente na depressão, mais e mais a cada dia, porque ela não ia ser capaz de ter algo que eu acariciava todos os dias. Essa depressão também estava fazendo cicatrizes antigas ressurgirem e se abrirem. — ... e Axton Cage está esperando na linha dois.

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— Ax? — Eu fiz uma careta e peguei o telefone na minha nova mesa em vez do meu celular. Tudo na casa era realmente novo, com exceção da pequena cozinha onde não me preocupei em tocar. Levou duas semanas para fazer a planta que eu queria com o arquiteto. O que tinha sido uma vez a sala de estar, era agora uma área de recepção que tinha a mesa de Rachel, bem como algumas cadeiras e as paredes, que estavam cobertas de pôsteres bem emolduradas do Demon’s Wings e da OtherWorld. O quarto era agora o meu escritório e o meu santuário já que eu me escondia aqui mais vezes do que em qualquer outro lugar. Rachel tinha facilitado tanto para mim empurrar as coisas para ela fazer. Axton me ligar no meu escritório e não no meu celular foi suficiente para me deixar preocupada. Ele me mandava mensagens vinte vezes por dia, mesmo que fosse apenas para dizer oi ou para enviar uma foto que ele havia encontrado no Facebook. — Hey. — eu o cumprimentei. — O que está acontecendo? — Eu quero Liam fora. Eu pisquei quando percebi o gelo em sua voz. Eu acho que nunca o ouvi parecer tão puto como ele estava agora. Isso ser por causa de Liam Bryant não me surpreendeu, é claro, mas Liam ainda estava na reabilitação em Nova York. Axton não devia nem mesmo saber onde ele estava, então por que diabos ele estava tão bravo? — Por quê?

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— Eu preciso da porra de um motivo? — Ele rosnou e olhei para Rachel, que ainda estava de pé na porta do meu escritório. Acenando a minha cabeça, ela recuou e fechou a porta atrás dela. — Tudo bem, acalme-se. — eu disse calmamente. — Tudo o que está acontecendo, podemos trabalhar com isso, Ax. Pare de reclamar comigo e me diga o que está acontecendo. — Ele é um filho da mãe traidor, é isso o que está acontecendo. Só porque ele é tão fodido da cabeça, ele acha que tem direito a tudo o que vê. Quero ele fora ou eu vou sair. — Meus olhos se estreitaram, sabendo que o que quer que havia irritado tanto o meu era algo grande. Mesmo com tudo o que ele e a OtherWorld tinham passado, ele nunca ameaçou deixar a banda antes. Ele adorava o que fazia e estar com seus companheiros de banda atrás dele no palco sempre foi algo de que ele era orgulhoso. — Isso é porque ele estava trepando com Gabriella Moreitti? — Bastava dizer o nome dela para deixar um gosto ruim na minha boca, mas eu sabia que tinha que ter algo a ver com

a

pequena

roqueira

italiana.

Não

foi

até

muito

recentemente que eu tinha descoberto que a ex de Axton havia morado com Liam, mas o tinha expulsado na mesma noite em que ele tinha ido parar na reabilitação. Isso só serviu como mais uma indicação de que Liam estava seriamente fodido da cabeça, no meu ponto de vista. O que aquela cadela tinha, que

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caras sexys corriam atrás dela com a língua de fora como cachorros com a cabeça para fora da janela? — Foda-se Gabriella! — Ele rosnou. —Isso não tem nada a ver com ela. Nada. — Então, talvez tenha algo a ver com Dallas. — Quando tudo o que eu ouvi foi a sua respiração pesada e com raiva, eu sabia que eu tinha batido no prego certo. Eu realmente gostava de Dallas, muito. Ela era uma vadia tão honesta que ela tinha alcançado meu coração e em poucos dias eu já falava com ela regularmente. — Então, você vai deixar uma garota acabar com sua amizade, possivelmente, até mesmo destruir a OtherWorld? Se Axton saísse, era o mais provável de acontecer. A banda não sobreviveria sem Axton como o vocalista. Ele era a razão pela qual eles foram notados por Rich Branson. Era por isso que eles haviam prosperado. Claro que Wroth arrebentava como guitarrista, mas ele preferia estar trabalhando em sua fazenda no Tennessee do que no palco. Devlin, Zander, e Liam? Claro que havia talento lá, mas eles precisavam de alguém com a encantadora arrogância de Axton para conduzi-los. — Isso não é você, Ax. Você não deixa as mulheres mexerem com esta parte da sua vida. — Eu os vi, Emmie. — Sua voz tinha perdido a sua dureza, de repente, e tudo que eu podia ouvir era mágoa e

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tristeza nela. Meu coração doeu por ele. — Eu o vi beijando-a ontem. —Liam e Dallas? — Eu suspirei. — Então você encontrou Liam. Você não se aproximou dele, não é? Ele está indo muito bem naquele lugar, Ax. Não se meta com ele agora. — Não se preocupe com o filho da puta. Eu não tocá-lo e eu não vou avisar que eu estava lá. Ele está vivo, o que deve ser toda a prova que você precisa de mim de que não vou me aproximar dele. — A dureza estava de volta e eu não tinha certeza do que eu odiava mais - o frio ou a tristeza. Um me machucava tanto quanto o machucava, o outro me irritava a tal ponto que eu queria ser aquela a machucá-lo. — Ele estava com as mãos na bunda da minha garota. Seus malditos lábios nela. Estou cheio dele. — Liam não é o tipo de Dallas. — Eu me encontrei assegurando a ele. Era verdade. Liam era muito quebrado, muito carente para alguém tão forte como Dallas. Ela precisava de alguém como Axton que realmente fosse satisfazê-la. — Talvez o que você viu não fosse realmente o que você está pensando. Ela está ajudando ele, Axton. Indo lá aos domingos para mostrar a ele que ele não está sozinho durante tudo isso. Falei com ela a poucos dias atrás e ela disse que eles eram amigos. — Sabe, eu nem sequer pisquei quando Liam disse que estava com Gabriella. Não importava. Ela era tóxica para mim

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e eu era tóxico para ela. Ela ficar com um dos meus amigos não me incomoda. Mas Dallas? Ele não pode tê-la, Em. — Ele não a tem para qualquer coisa, exceto amizade. Por que você não fala com ela sobre isso? Aposto que ela irá dizer a mesma coisa. Ela é muito inteligente para se envolver com Liam romanticamente. A risada de Axton estava cheia de nada, e isso me assusto pra caramba. — Eu tenho ligado para ela, mandado mensagens de texto, indo até a porra do apartamento dela e até mesmo em seu trabalho. Estou a dois passos de ser um maldito perseguidor. Ela se recusa a falar comigo. — Eu vou falar com ela, então. — eu disse a ele, acrescentando isso na longa lista de coisas que eu precisava fazer na próxima semana. Obviamente, isso estava levando meu amigo para o território psicopata. — Por enquanto, basta dar uma caminhada ou ir encontrar alguma vadia para foder. Qualquer coisa para limpar a cabeça. Vamos começar com a turnê em poucos meses e se você ainda quiser sair no final dela, então podemos falar sobre isso. —Sim, claro. Que seja. Fechei os olhos e apertei a ponta do meu nariz, tentando não perder a calma com ele nos próximos dez segundos antes de eu desligar. — Vou estar em Nova York na próxima semana. Verei você então. — E vou bater nas suas bolas algumas vezes para tirar sua cabeça da bunda!

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— Tudo bem. — E ele desligou sem sequer dizer adeus, ou que ele me amava. Revirei os olhos, porque eu estava acostumada em lidar com adolescentes de trinta e poucos anos, só que Axton raramente agia tão imaturo. Desliguei o telefone e peguei meu celular. Podia muito bem riscar esse item da minha lista quilométrica de coisas para fazer enquanto ainda estava fresco na minha cabeça. Tocou três vezes antes do sotaque texano responder. — Ei, ruiva. — Dallas, você tem alguns minutos...?

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Capítulo 28 Lana Era oficial. Eu não conseguia ver meus pés. Murmurando uma maldição, eu estava na frente do meu espelho tentando ver se eu estava com sapatos iguais. Não seria a primeira vez que acontecia. Dois dias atrás eu tinha ido para uma consulta no médico e não foi até que eu tinha usado o banheiro antes do exame que eu descobri que tinha um sapato de salto alto preto liso no meu pé esquerdo e um marrom no direita. E não foi só porque eu não podia ver o que eu estava fazendo. Eu estava tão dispersa no momento que alguns dias parecia que eu era um paciente com demência de 75 anos de idade. Compras de supermercado? Eu não conseguia nem mesmo seguir uma lista, porque eu podia ler aquela coisa um milhão de vezes e ainda esquecer pelo menos três coisas dela. Hora do lanche? Eu fazia um sanduíche, me distraia e acabava fazendo outro porque eu tinha esquecido do primeiro. Agradeço aos deuses por Emmie e Nik estarem chegando na parte da manhã. Já que a minha irmã não poderia vir para o nascimento do meu filho, Emmie era a melhor opção. Eu não

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queria admitir, mas quanto mais perto ficava da data, mais assustada eu ficava. Eu estava tendo contrações de Braxton Hicks nos últimos dois dias e se isso era apenas uma amostra da dor que viria, eu não tinha certeza se eu seria capaz de ir até o fim sem a epidural. Isso só me deixava puta, porque eu já tinha feito o meu plano de parto e eu tinha sido convencida de que eu não queria a peridural ou drogas de qualquer tipo. Eu queria ter o bebê de forma completamente natural. Eu não tinha contado a Drake sobre as contrações ou até mesmo sobre os meus medos. Ele estava lutando contra um resfriado muito forte e tinha ficado em casa por insistência minha, no dia da minha última consulta. Nas duas últimas noites, ele estava dormindo no sofá na sala de estar para que eu não ficasse doente também. Não estava ajudando com a minha ansiedade não tê-lo dormindo ao meu lado todas as noites, mas eu entendia seu raciocínio. Se eu estivesse doente quando o bebê chegasse, haveria uma enorme chance do bebê ficar doente também. Mesmo que ele estivesse doente e com febre, Drake ainda iria ao trabalho hoje à noite. Era o final da temporada e ele queria estar lá, por nenhuma outra razão senão para apoiar Kurtis Quinn, que era um dos dois finalistas. Ele já tinha saído para o estúdio há algumas horas para se arrumar. Não haveria detalhes de última hora para passar por cima, apenas a maquiagem que Drake odiava, e escolher a roupa.

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Só porque eu estava grande como uma baleia não significava que eu iria parecendo uma mulher de idade desmazelada. Eu era esperada para estar em todos os shows, especialmente nas finais. Havia sempre um close-up meu sentada na primeira fila atrás da mesa dos juízes. Hoje à noite eu mostraria ao mundo que, mesmo estando muito grávida, não queria dizer que eu era menos sexy. Eu ajeitei meu cabelo e o fiz brilhar. Minha maquiagem consistia em um olho esfumaçado muito dramático e lábios cor de rosa brilhantes, com apenas um toque de brilho. Eu estava usando tudo preto, desde as calças de maternidade a camisa de corte baixo que mostrava o quanto os meus seios tinham crescido ao longo dos últimos nove meses. Eu parecia boa. Outra pequena contração me bateu e eu torci em desconforto. Minhas costas doíam mais e mais e eu só queria tomar dois comprimidos de Tylenol e ir para a cama. Em vez disso, eu levantei a minha bolsa preta com caveiras brancas da Loungefly que Drake tinha me dado algumas semanas atrás e sai. O táxi já estava esperando por mim e eu subi no carro com um sorriso para o motorista. Como de costume, cheguei ao estúdio para encontrar a plateia lotada. Só havia um assento disponível e era logo atrás de Drake, que já estava sentado e pronto para o show ao vivo começar. Sua atenção estava no que um jovem com um fone de ouvido em sua orelha estava dizendo a ele. Com a ajuda do

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departamento de maquiagem, ele não parecia cinza da febre com a qual estava lutando. Ele parecia cheio de vida, exceto pelos olhos injetados de sangue que mostrava a falta de sono. — Uau! Você está tão sexy. Forcei um sorriso para a mulher que se sentou ao meu lado. Hilary não era necessariamente bonita, mas ela estava tão boa quanto ela me disse que eu estava. Cabelo loiro barato estava preso no alto, a maquiagem tão pesada que ela devia manter as farmácias lucrando sozinha, e uma roupa que servia mais para um clube de strip do que para um lugar público. Ela era boa o suficiente mas errou no caminho, não importa o quanto ela quisesse puxasse o meu saco. Talvez tivesse algo a ver com o fato de que ela tinha apenas vinte e cinco anos e tinha estado com meu pai nas últimas seis semanas, se não mais. Ela não sabia que eu era filha de Cole, no entanto. Algo que eu estava seriamente grata porque eu não podia aguentar a bajulação em uma dose maior, algo que poderia acontecer se ela descobrisse que precisava me impressionar antes que Cole Steel a mantivesse por mais do que alguns meses. — Obrigada. Você está linda também. — eu disse a ela. Talvez eu não gostasse dela, mas eu sempre fui legal com ela. Eu não queria constranger Drake por não ser educada e gentil enquanto o mundo assistia.

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— Estou muito animada. Kurtis Quinn merece ganhar. — As pestanas falsas baixaram para velar um olhar cheio de luxúria que foi direto para o lado do palco onde Kurtis poderia ser visto conversando com um outro homem em um fone de ouvido enquanto se preparava para iniciar o show. — Yeah. Ele tem um talento e tanto. — Mas eu não achava que ela tenha ouvido enquanto ela fodia mentalmente o roqueiro. Nojento. Voltei minha atenção para Drake, cujas costas ainda estavam viradas para mim. O homem com o fone de ouvido se mudou para Axton que sempre se sentava no meio dos três e eu ansiava por ir até lá e beijá-lo. Como se sentisse o meu olhar sobre ele, ele se virou em sua cadeira e seus olhos focaram imediatamente em mim. Acenei para ele flertando e ele sorriu. Droga, minha calcinha ficou molhada só com aquele sorriso. Soprando-lhe o beijo que eu desejei que eu pudesse dar a ele de verdade, seu olhar escureceu, mas antes que ele pudesse responder, as luzes se apagaram e os produtores estavam pedindo calma no set. Alguém fez a contagem regressiva e o anfitrião subitamente saltou para o palco na frente dos juízes. Mesmo o show sendo ao sido ao vivo, ele tinha um atraso de cinco minutos porque não só os juízes tendiam a se esquecer e xingar, mas o anfitrião era muito pior no departamento da linguagem.

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Tendo feito um nome para si mesmo como um DJ, Wes Shaver se moveu até as fileiras e conseguiu seu próprio programa de rádio por satélite. Ainda bem que os canais de rock no satélite não eram censurados porque Wes xingava mais do que Emmie tendo um ataque de vadia. Ele tinha sido a primeira escolha para o America’s Rocker como apresentador e ele fazia um trabalho incrível. Não era à toa que ele era o DJ mais popular do país no momento. No meio do show eu notei que Drake estava começando a mostrar o quão doente ele realmente estava. Sua voz estava áspera da dor de garganta e congestão no peito. Axton o cutucou algumas vezes porque Drake não estava prestando atenção às bandas que eram a atração principal do final e tocavam com os dois finalistas. Alguém do lado de fora apareceu com uma caneca fumegante de algo e depois de alguns goles Drake parecia um pouco mais animado. Porque era o final da temporada, o show durou duas horas com interrupção comercial mínima. Os fãs votaram do fim de semana até a quarta-feira em Kurtis e sua concorrência. Um vencedor já tinha sido escolhido e apenas estávamos os últimos quinze minutos para anunciar quem ele era. Meus dedos estavam cruzados para Kurtis. Finalmente, Wes estava no palco entre Kurtis e um cara que me assustou muito, não só com a sua maquiagem gótica, mas com os espinhos de metal em toda a sua roupa. Eu esperava que ninguém quisesse abraçá-lo enquanto ele estava

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usando aquele traje, porque eles correriam seriamente o risco de serem esfaqueados no olho ou algo assim. Todos os três juízes deram as suas últimas críticas e Cole foi ao ponto de dizer que ele sabia que não importava os resultados da votação, mas ele sempre consideraria Kurtis o verdadeiro vencedor da temporada. Deixe para o meu pai dizer como realmente era. Deuses, ele não poderia ter sido um pouco mais sensível com os sentimentos do outro indivíduo? Eu me senti um pouco mal pelo gótico assustador. — E o vencedor do America’s Rocker é... — Cruzei os dedos e mordi meu lábio, esperando enquanto Wes segurava os resultados que poderiam mudar uma vida...Kurtis Quinn! Toda a multidão ao meu redor foi à loucura. Me levantei com toda a plateia, gritando e batendo palmas. Outra contração apertou minha cintura e eu murmurei uma maldição porque esta era muito mais dura do que as outras tinham sido. Sim, eu com certeza iria aceitar as drogas. Não, eu decidi, apertando meu queixo quando a contração permaneceu por alguns segundos a mais do que eu estava acostumada. Eu tinha feito o meu plano de parto e eu iria cumpri-lo. Demorou uma hora para a multidão começar a sair. Axton, Cole e Drake tinham ido para os bastidores há cerca de trinta minutos com Kurtis e o vice-campeão para entrevistas e

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fotos. Minhas costas estavam realmente começando a doer, embora e eu quisesse Drake para esfregá-las para mim quando chegássemos em casa. Hilary tinha deixado seu assento ao meu lado há muito tempo e eu era a única que ainda estava sentada. Cuidadosamente eu tentei levantar, mas parei assim que eu estava de pé com uma dor muito mais intensa do que já senti na minha vida, parecia rasgar minha barriga. Quando eu pude respirar novamente eu estava suando. — Porra. — eu murmurei e tirei meu celular para que eu pudesse começar a cronometrar as contrações. Com o aplicativo do cronômetro ligado, eu empurrei a multidão em direção ao palco. Alguns dos membros da produção me cumprimentaram com um sorriso ou um aceno de cabeça, mas estavam tão ocupados que não pararam para falar comigo. No momento em que cheguei aos vestiários, eu achei Cole e Axton sentados com um grupo de mulheres, rindo e flertando e sabe-se o que mais. Uma estava sentada no colo de Cole, que definitivamente não era Hilary, mas a garota estava vestida da mesma maneira como a outra mulher. Axton tinha uma em cada braço da cadeira em que estava sentado, mas seus olhos não estavam focados nelas como Cole estava em sua pequena groupie. — Hey, querida. — Cole cumprimentou quando ele me viu. — Drake não estava muito bem a poucos minutos atrás. Você pode querer verificar o pobre filho da puta.

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Preocupada, eu continuei andando. O camarim de Drake ficava no final do corredor e eu corri em sem me preocupar em bater. O primeiro cheiro que me bateu era aquele muito familiar de uísque, que era como um fantasma terrível do passado. Parei com a minha mão no interruptor de luz. Que porra as luzes estavam fazendo apagadas? Então eu ouvi um gemido feminino e acendi as luzes antes de me virar. Senti o sangue escorrer do meu rosto só para começar a ferver nas veias. A sala se encheu com um alto grito que levou um momento para que eu percebesse que vinha da minha própria boca. Ah, eu ia matar aquela puta. Drake estava deitado no pequeno sofá, com os olhos fechados, a respiração lenta e uniforme. Ele estava desmaiado. De beber? Foi o primeiro pensamento que passou pela minha cabeça, mas rapidamente o afastei com vergonha de mim mesma por deixar essa possibilidade entrar na minha cabeça. Sua camisa estava aberta, e uma Bethany muito nua estava deitada em cima dele. Ela estava praticamente estuprando o meu marido que estava viajando em um outro mundo, incapaz de sequer protestar ou até mesmo participar, se ele realmente quisesse me trair. Durante semanas - não, meses! - eu sabia que esta cadela estava atrás do meu marido e tinha até mesmo me entretido

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com a ideia do que eu faria se ele perdesse a sanidade e me traísse com ela. Eu imaginava como eu iria destruí-lo, começando com suas bolas para me certificar de que ele se lembrasse de mim só de pensar em deixar seu pau ficar duro. Eu pensei que talvez eu fosse chorar ou gritar ou apenas virar e sair — como eu tinha feito quando eu o tinha encontrado na cama com Gabriella Moreitti. Agora, diante da imagem na minha frente, eu sabia que eu tinha sido incrivelmente estúpida. Drake nunca me trairia. Talvez eu fosse vaidosa e mimada, mas eu sabia sem sombra de dúvida que ele me amava e provavelmente se mataria antes de me machucar assim. Então, eu estava ali, vendo aquilo, quando Bethany virou a cabeça. Um sorriso mal brincou em seus lábios enquanto ela arregalou os olhos, fingindo surpresa. — Ah... Oh, não. — Ela mordeu o lábio, o olhar de inocência em seus olhos, se não fosse por doença, também evidente lá. Ódio puro brilhou para mim de seus olhos sem alma. — Lana, eu sinto muito. Nós não queríamos que você descobrisse dessa forma. Eu a ignorei e olhei ao redor da sala, procurando a fonte do cheiro de uísque. Se Drake realmente tivesse tido uma recaída, eu sabia que ele teria ido direto para uma coisa só. Jack Daniels. Em vez disso, vi uma garrafa de Jameson derramada sobre a mesa do café em frente ao sofá. Uau, ela tinha realmente pensado em tudo. Tentando me fazer pensar o pior do meu homem.

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Claro, com a forma como as minhas emoções tinham estado em todo o lugar recentemente era muito provável que eu poderia ter respondido a esta cena de forma diferente. Eu poderia ter ficado muito chateada e decepcionada por encontrá-lo com outra mulher deitada sobre o seu peito nu e o cheiro de álcool enchendo o ar, mas ainda estava considerando Drake inocente em tudo isso. Parecia ruim. Muito, muito ruim. Eu acho que era muito ruim para essa vadia maluca que eu amava meu marido tanto quanto ele me amava. Assim, mesmo quando outra contração forte tinha me parado por um momento para recuperar o fôlego, no minuto seguinte me encontrei do outro lado da sala puxando a cadela de cima do meu homem. Seu grito quando eu peguei um punhado de seus cabelos e a arrastei para a porta ecoou pela sala, fazendo Drake acordar. — Anjo? — Sua voz era áspera com a febre e o sono. — Porra! — ele gritou quando viu me esforçando para abrir a porta enquanto eu segurava minha prisioneira. — Eu vou matá-la. — eu gritei. — Ela estava... — Eu não podia dizer as palavras. Ele havia sido violado o suficiente e eu não queria que ele pensasse nisso novamente. E essa cadela estava prestes a fazer a mesma coisa com ele! Sim, eu iria matá-la. A porta se abriu sem aviso, batendo no meu ombro. Cole e Axton estavam na porta, com reocupação franzindo suas

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sobrancelhas, mas suas bocas estavam abertas quando eles viram uma mulher grávida arrastando outra mulher pelo cabelo. — Que porra está acontecendo? — Cole explodiu, finalmente encontrando sua voz. — Jesus, Lana! Eu ainda estava segurando o cabelo de Bethany, puxando para trás e para a frente até que eu arranquei um punhado. Ela gritou novamente, e se minha barriga não estivesse do jeito que estava eu teria chutado a psicopata na vagina. Joguei a cabeça dela para o lado, sentindo uma emoção satisfeita quando sua cabeça fez um baque alto quando ricocheteou no chão. Eu me ajeitei e a chutei, recebendo um gemido estridente dela. — Como você ousa tocar no meu marido? — Eu gritei quando eu a chutei novamente. — Aproveitando-se enquanto ele estava doente. Tentando machucá-lo, fazendo-o me perder. Mexendo com sua cabeça, fazendo parecer que ele havia bebido. — Outro chute, um presente para suas costelas enquanto ela ficava encolhida em posição fetal para tentar se proteger, tanto quanto possível. Droga, eu gostaria de estar usando as minhas botas. Eu teria pisado nesta cadela até ela virar pó. — Você é doente! — Saiu um grito estridente que machucou minha garganta. Eu gritei tão alto que mais pessoas vieram até a porta aberta. — E se você pensou que eu iria

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deixá-lo fugir com você, pensou errado, cadela. Eu protejo o que é meu. Eu... — Eu quase tropecei quando outra contração me fez dobrar de dor. Ninguém tentou me parar quando eu deixei Bethany sangrando, uma bagunça lamentável no chão. Nenhuma pessoa havia se adiantado para intervir. Ou eles estavam muito atordoados ou eles simplesmente não se importavam. Agora, enquanto eu gemia de dor, os braços de Drake agarraram minha cintura para me firmar. Axton se aproximou ao mesmo tempo que Cole, prontos para me ajudar ao primeiro sinal. — Anjo? — A voz de Drake me acalmou enquanto eu tentava respirar através da dor. — O que há de errado? Você está em trabalho de parto? — Parece que sim. — Eu me inclinei para ele, acolhendo o seu calor e força. As coisas aconteceram rápido depois disso. Drake me levantou em seus braços, gritando ordens para Axton pegar o carro. Cole empurrava a multidão na porta, fazendo um caminho para que Drake pudesse me tirar dali. As pessoas estavam sussurrando ao meu redor, fazendo suposições, algumas delas verdadeiras, outras enormes mentiras. Como a de que Drake e eu estávamos fazendo um ménage com a assistente do produtor executivo quando eu tinha entrado em trabalho de parto. Uau, sério?

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A limusine estava esperando do lado de fora com Axton segurando a porta aberta para Drake. Assim que Drake estava dentro comigo no colo, Axton e Cole subiram atrás dele. Eles se mudaram para o outro banco e Axton gritou para o motorista para ir. Drake puxou o celular do bolso e jogou-o para Cole. — Ligue para o médico. — ele ordenou. — Ax, Emmie. Ambos os homens assentiram enquanto a limusine acelerava pelas movimentadas ruas de Nova York. Eu tive mais duas contrações nos 10 minutos que levamos para chegar ao hospital. Eu derramava lágrimas, enquanto me agarrava ao pescoço de Drake e enterrava meu rosto em seu peito. Oh merda, isso dói! A limusine parou na entrada do Pronto Socorro do hospital e a porta se abriu com uma enfermeira que tinha uma cadeira de rodas ao lado dela. Eu pisquei. — Dallas? Ela sorriu e ajudou Drake a me colocar na cadeira. — Você não acha que eu ia perder a grande entrada da minha sobrinha no mundo, não é? Lágrimas entupiram minha garganta e eu balancei minha cabeça. — Estou tão feliz em vê-la. Ela ignorou a todos, enquanto me empurrava para dentro e esperava o elevador. Drake, Cole, e Axton pisaram atrás dela e subimos até o andar da maternidade. Eu não tinha certeza se era porque Dallas trabalhava lá ou talvez Emmie tinha

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ligado e começado a distribuir ordens, mas fui colocada em um quarto particular, sem o barulho de papelada. Dez minutos depois, eu estava em um vestido, ligada a vários monitores e com um soro no meu pulso. Na hora em que o médico chegou, dizendo que eu tinha dilatado seis centímetros, eu estava me sentindo um pouco mais relaxada entre as contrações. O Doutor Conrad estava no final da minha cama, parecendo sério. — Você está dilatando muito rápido, Lana. E as contrações estão chegando cada vez mais rápido. Eu preciso que você decida agora se você quer uma epidural ou se você vai seguir com o plano de parto que falamos. Aqui era a minha chance de pedir pelas drogas. Para me livrar dessa dor que parecia que ia me rasgar. Mas quando eu abri minha boca, eu lhe disse que não. — Eu vou manter o plano. — eu disse a ele e senti alivio com a minha decisão. Eu poderia fazer isso. Eu poderia fazê-lo. Ele sorriu e deu um tapinha na minha perna. — Essa é minha garota. — Piscando para mim, ele se virou para Dallas. — Você trabalha na sala de emergência, certo? Dallas deu de ombros. — Eu tinha acabado de terminar o meu turno quando recebi o telefonema. Eu gostaria de ficar, se você não se importa. — Para mim tudo bem. Eles estão com falta de pessoal aqui esta noite de qualquer maneira. — O médico nos deixou

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com a promessa de voltar em uma hora para me checar novamente. Olhei para Drake, que estava visivelmente tranquilo. Ele estava suando muito e eu não tinha certeza se era da gripe. Eu peguei sua mão, oferecendo-lhe um sorriso tranquilizador que ele não retornou. —O quê? — Eu sussurrei. — O que há de errado? — Você não acha que eu... — ele parou de falar, uma mistura de emoções atravessando seu rosto. Nojo, raiva, medo... Vergonha. Olhei para Axton e Cole quem estavam de pé junto à janela. Eu estava bem com os dois estarem aqui no momento, mas eu não tinha certeza se eu os queria no quarto quando chegasse a hora de empurrar. — Vocês podem nos dar alguns minutos? Dallas não lhes deu tempo para decidir e começou a empurrá-los em direção à porta. — Estaremos logo no final do corredor. Assim que a porta se fechou atrás deles eu peguei a camisa de Drake —quando ele tinha colocado? — Eu estava tão distraída chutando Bethany que eu nem tinha notado. Dando-lhe alguns puxões ele finalmente se sentou na beira da minha cama de hospital. Eu virei seu rosto, fazendo-o olhar nos meus olhos. — Assim que eu entrei eu senti o cheiro de uísque, a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi o

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óbvio. Mas com a mesma rapidez, me chamei de idiota. Drake Stevenson é muito forte para se deixar escorregar... — Eu tenho tido desejos ultimamente... — Ele fechou os olhos. — Há meses eu estive lutando contra eles. — Olhe para mim. — ordenei e depois de uma pequena hesitação, ele me agrediu com aqueles olhos azul-acinzentados que

eu

esperava

que

nossa

filha

herdasse.

Você

provavelmente sempre terá esses desejos, querido. Faz parte de estar em recuperação. Nós conversamos sobre isso e até mesmo o seu padrinho diz que eles nunca irão embora. O verdadeiro problema surge quando você desistir, quando deixar os desejos se tornarem mais fortes. E você não tem feito isso. Você é tão forte, Drake. — Só por causa de você. — Suas mãos cobriram as minhas e as puxou para seus lábios. — Você me mantém forte, Anjo. Eu enruguei meu nariz. — Sim, eu sei. — Ele riu com o quão vaidoso isso soou, me fazendo sorrir. — Eu amo o meu demônio, e meu demônio nunca vai fazer algo para ferir seu Anjo. Seus olhos escureceram. — Nunca foram ditas palavras mais verdadeiras, Anjo.

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Capítulo 29 Drake Seis horas. Do momento em que cheguei no hospital até o momento em que eu ouvi pela primeira vez o grito da minha filha, levou seis horas e doze minutos. As horas de preocupação, de tortura assistindo Anjo gritar de dor... Tudo isso voou para fora da minha cabeça no momento em que pus os olhos sobre aquela pequena criatura perfeita. Uma cabeça cheia de cabelo preto e grosso, gordinha, com bochechas vermelhas. Vinte centímetros de comprimento e 3,5kg de beleza personificada. Eu me lembraria deste momento para o resto da minha vida. Com a mão trêmula, eu cortei o cordão umbilical como o médico instruiu e, em seguida, Dallas estava levando-a para o outro lado da sala para limpá-la e verificá-la enquanto o pediatra estava ao lado dela. Anjo estava chorando, lágrimas uma vez cheias de dor agora eram felizes. Lágrimas corriam descaradamente no meu próprio rosto e eu dei um beijo no topo da sua suada testa.

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Doutor Conrad estava fazendo alguma coisa com ela e disse para empurrar mais uma vez. Eu me apavorei, pensando que era outro bebê, mas em vez disso ela soltou a placenta e, em seguida caiu completamente exausta. Do outro lado da sala, onde ela tinha pedido para Axton e Cole ficarem se quisessem ver o nascimento, eu ouvi Ax parabenizando Cole por ser avô. Finalmente Dallas apareceu com um pacote cor-derosa. Ela estava limpando suas próprias lágrimas e sorrindo quando ela entregou o bebê para Anjo. —Ela é perfeita, Lana. Com as mãos trêmulas com uma mistura de cansaço e alegria pura, Anjo segurou o bebê contra o peito. — Olá, princesa. — Sua voz era áspera com lágrimas. — Estou tão feliz que eu finalmente posso te abraçar. — Então, como vou chamar minha neta? — Cole perguntou de seu lugar perto da janela. — Ou você não sabe ainda? Os olhos de Anjo se arregalaram e ela olhou para mim. — Sim, papai. Como vamos chamá-la? Já decidiu? Eu olhei para o meu mundo, o meu céu na terra. Naquele momento eu sabia que tinha encontrado o paraíso. Inclinando minha cabeça, eu beijei o topo da cabeça do meu Anjo. — Nevaeh. — eu disse a ela. — Nevaeh Joy Stevenson.

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Seus olhos se encheram de lágrimas mais uma vez. — Perfeito. — ela sussurrou. — Completamente, absolutamente. — Ela levantou a criança, oferecendo-a para mim. Peguei-a de bom grado e logo que eu a toquei meu coração pareceu que ia explodir. Como alguém poderia ser tão feliz e não morrer? Eu beijei o topo de sua cabeça, e então relutantemente entreguei-a de volta para a mãe, apavorado pela possibilidade de deixá-la doente. O frio que tinha chutado a minha bunda ainda não tinha passado pela minha cabeça durante as horas de parto, mas agora que Nevaeh estava aqui, eu estava começando a sentir a dor de garganta, congestão no peito, e toda a dor no corpo. Dallas se virou para os dois roqueiros que estavam do outro lado da sala quando os médicos deixaram a sala. — Fora. A mamãe precisa amamentar e eu sei que esse Demônio aqui não vai deixá-los testemunhar isso. — Malditamente certo. — eu rosnei. — Caiam fora, idiotas. Rindo, Axton e Cole cruzaram o quarto. Cole deu um beijo na testa de sua filha, e outro em sua neta. — Eu voltarei na parte da manhã, querida. Vou trazer muitos presentes. — Você não tem que fazer isso, pai. — Anjo protestou.

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Cole parou, não acostumado a ser chamado de "pai" por ela, mas parecia se divertir. Um enorme sorriso dividiu seu rosto e ele beijou-a no topo da cabeça. — Até mais, querida. Axton a abraçou, então me puxou para um abraço de urso. — Eu vou estar na sala de espera, cara. Parabéns pela nova adição. Ela é tão bonita como a mãe. Bati-lhe nas costas algumas vezes. — Obrigado por estar aqui. Ax encolheu os ombros. — Você é a minha família, mano. Eu não iria querer estar em outro lugar. Quando ele foi embora, apenas Dallas permaneceu. Pela próxima meia hora, ela ajudou Anjo a se sentir confortável com a amamentação. Seu leite não era muito, mas Nevaeh mostrou o quão inteligente ela era por mamar como uma profissional e pegar o que meu Anjo tinha para oferecer. Para mim, isso era provavelmente a visão mais impressionante que eu já vi na minha vida. Minha mulher alimentando a nossa filha assim. Porra, isso era ao mesmo tempo inspirador e sexy como o inferno. Depois que o bebê tinha tido o suficiente, Dallas a levou para o berçário para que pudessem cuidar dela. Outra enfermeira e uma assistente vieram para deixar Anjo confortável. Ajudaram-na a tomar banho e colocar um vestido fresco nela já que ela não tinha trazido nada com a gente. Havia uma mala pronta no armário em casa, mas eu

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não queria deixar ela para ir buscar. Havia tempo de sobra para fazer isso mais tarde. Quando ela finalmente voltou para a cama mais uma vez, a enfermeira e sua auxiliar trouxeram uma jarra de água gelada e dois copos, depois saíram com a promessa de nos trazer algo para comer. Eu não estava com fome, mas meu Anjo disse que ela estava morrendo de fome e para que elas prometessem se apressar. Estávamos sozinhos pela primeira vez durante toda a noite e eu não perdi tempo antes de beijá-la como se estivesse desesperado para fazê-lo. Seus braços levantaram, envolvendo em torno de meu pescoço enquanto ela me beijava de volta. Não era um beijo apaixonado. Não era sobre a luxúria.

Este

era

um

beijo

cheio

de

amor

e

compreensão. Quando finalmente se afastou, ela tinha um sorriso no rosto. — Dorme comigo? — ela perguntou, já se arrumando para que eu pudesse subir ao seu lado. Com uma perna no chão e outro no colchão eu me deitei e puxei sua cabeça no meu peito. Me sentei assim durante horas, esfregando os dedos para cima e para baixo em seu braço nu. Ela adormeceu, e quando as enfermeiras lhe trouxeram a bandeja, eu pedi que guardassem. Anjo precisava dormir mais do que comer no momento.

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Dallas enfiou a cabeça para me dizer adeus. Eu queria abraçá-la, para lhe agradecer por estar aqui. Ela não só tinha ajudado Anjo depois do trabalho, mas a mim também. Ela, assim como Emmie teria feito se ela estivesse aqui, garantiu que eu mantive minha merda em linha reta. Eu sempre estaria em dívida com ela por esta noite. — Dallas... Ela balançou a cabeça. — Cale a boca. Não se atreva a me agradecer, idiota. Eu amo vocês. Essa é a única razão pela qual eu estava aqui. — Com uma piscadela, ela saiu sem dizer uma palavra. Anjo se mexeu e levantou a cabeça. Seus olhos cheios de sono levaram um momento para se ajustar e então ela estava olhando ao redor. — Onde está Nevaeh? — Ela vai passar a noite no berçário para que possa dormir, Anjo. — Me levantei e empurrei a mesa com sua refeição para a cama. — Sanduíches, saladas e muito leite e água. Coma. As poucas horas antes do amanhecer eram tudo o que tínhamos para nós durante os próximos dois dias. Emmie e Nik chegaram com Shane e Harper no dia seguinte. Meu pai e minha madrasta fizeram uma aparição, depois de ter vindo até aqui por insistência de Jenna. Natalie veio e Linc estava com ela. Através de tudo isso, Anjo tinha um sorriso enorme no rosto, mas eu podia ver a tristeza em seus olhos castanhos.

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Estávamos sentindo falta de uma grande fatia da nossa família que ainda estava na Califórnia. Layla, Jesse, e Lucy não conseguiram sair de Nova York. Os gêmeos ainda estavam, infelizmente, no hospital. Felizmente, eles não tinham mais os tubos e monitores, e Emmie havia dito que se o alarme de apneia do sono não tocasse esta noite, os gêmeos finalmente iriam para casa no dia seguinte. Essa era uma ótima notícia, mas Anjo ainda sentia falta de suas irmãs. Na liberadas

manhã do

que

hospital,

minhas

meninas

dois detetives

deveriam apareceram.

serem Eles

questionaram a mim e Anjo por duas horas com relação a Bethany e o que tinha acontecido na noite de sexta. Eu não tinha muito a oferecer. Eu tinha tomado dois comprimidos para febre durante o show naquela noite e dormido, não muito tempo depois de passar nos bastidores com todos os outros. Eu tinha estado fora até que a garota começou a gritar de dor. Depois eles nos questionaram, e contaram algumas coisas que tinham descoberto. Bethany realmente era uma psicopata. Uma psicopata obcecada. Eles encontraram uma parede inteira com fotos de mim. Algumas delas tinham sido de revistas, tabloides, e cartazes. Outras tinham sido fotos que ela tinha tirado. Ela estava me perseguindo há mais de um ano e eu nem sabia disso. A demissão dela como uma condição para o meu retorno ao America’s Rocker na próxima temporada tinha forçado-a a agir. Não porque ela tinha perdido o emprego, mas porque ela não teria sido capaz de chegar tão perto de mim

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como ela estava acostumada. Os detetives sugeriram que solicitássemos uma ordem de restrição imediatamente. — Eu estou em apuros? — Meu Anjo finalmente perguntou, parecendo mais do que um pouco preocupada quando ela se sentou na beira da cama do hospital. Ambos balançaram a cabeça. — Ela queria prestar queixa, Sra. Stevenson. Mas alguém a convenceu de que era em seu melhor interesse se ela não fizesse isso. — Quem? — Eu perguntei, querendo saber se Emmie vinha trabalhando sua magia como de costume. — Cole Steel foi à delegacia na mesma hora em que a Srta. Johnston, senhor. Ele conversou com ela por cerca de dez minutos, e então ela nos informou que não iria prestar queixa sobre sua esposa, afinal de contas. Anjo engasgou, mas não disse uma palavra quando eu acompanhei os dois homens para fora. Eu observei da porta quando eles entraram no elevador no final do corredor antes de pisar para dentro. Ela estava mordendo o lábio. — Ele pagou a ela. Dei de ombros. — O mais provável. — Era o que um pai deveria fazer, algo que eu ficaria feliz em fazer por Nevaeh se a situação chegasse a isso. De jeito nenhum eu iria deixar algo machucá-la. — Podemos solicitar a ordem de restrição amanhã.

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— Ele realmente me ama, né? Enrolei o cabelo em volta do meu pulso e puxei sua cabeça para trás até que nossos olhos se encontraram. — Ele seria um idiota se não amasse. — Eu beijei a ponta do seu nariz. — Pronta para ir para casa? — Estou pronta, querido.

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Epílogo Shane Nós ficaríamos atrasados, mas eu tive que fazer essa parada. Harper estava sentada ao meu lado no banco da frente do Ford Raptor que eu comprei há algumas semanas. Drake tinha virado minha atenção para caminhonetes e eu realmente precisava de uma, se todas as coisas acontecessem como eu estava esperava. Quando eu estacionei em frente a pequena casa de fazenda nos arredores de Los Angeles e desliguei o motor, ela franziu a testa, olhando à nossa volta. — Quando você disse que tinha que pegar algumas coisas antes da festa eu não achei que estaria dirigindo para o meio do nada. Eu

deixei

meus

olhos

comê-la.

Logo

que

tínhamos

descoberto que ela não poderia ter filhos, Harper ficou gravemente deprimida. Algumas vezes ela tinha deixado velhos medos invadirem nossas vidas e tentado nos distanciar. Isso não ia acontecer no meu turno. Eu tinha conversado com algumas pessoas sobre como ela estava lidando com tudo e eles tinham sugerido dar-lhe alguma coisa para ela amar e abraçar já que não

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teria nosso filho. Tinha levado semanas, mas eu finalmente tinha encontrado a coisa perfeita. — Eu te amo, linda. — Estendi a mão para o cinto de segurança e desabotoei-o antes de puxá-la para o meu colo. — Você é tudo para mim. Seus dedos pentearam meu cabelo. — Eu também te amo. Mas isso não explica por que estamos aqui. — Ela sorriu. — Estou começando a me preocupar com sua sanidade, querido. Eu beijei seus lábios forte e duro, deixando-nos um pouco sem fôlego, antes de abrir a porta e puxá-la para sair comigo. Era tranquilo aqui, realmente pacífico. Dando as mãos, eu a levei para a casa antiga de fazenda. À medida que pisamos os primeiros passos, a porta de tela se abriu e uma mulher um pouco gordinha com cabelo encaracolado e curto saiu. Quando ela me reconheceu, ela sorriu. — É bom ver você, garoto. Inclinei a cabeça. — Minha senhora. Esta é Harper, — Eu apresentei. — Estamos todos prontos? — Claro. — Ela assentiu com a cabeça em direção à porta. — Vamos lá, vocês dois. Nós estávamos esperando por você. A casa está cheia de animação. Ele sabe que está indo para casa. Harper resistiu quando eu a puxei para cima. — Shane... O que está acontecendo? — ela sussurrou, mas eu não respondi quando eu finalmente a peguei no colo e a levei para dentro da casa.

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O interior da casa era tão antigo quanto o exterior, mas era acolhedor e caloroso. Confortável. Segui a nossa anfitriã para a parte de trás da casa, depois de ter feito a mesma viagem apenas duas semanas antes, sozinho. Na hora em que ela abriu a porta da cozinha, Harper estava ficando irritada comigo e estava me cutucando no peito com o dedo para me fazer colocá-la no chão. — Aqui estão eles, Ranger. Mamãe e papai estão aqui para levar você para casa. Os protestos de Harper pararam assim que as palavras saíram da boca da senhora. Sua cabeça girou, olhando para Ranger. Quando ela o viu sentado em uma cama ao lado do fogão, sua respiração ficou presa e aqueles olhos violetas que me cativaram a primeira vez que eu a conheci encheram de lágrimas. Cuidadosamente eu a coloquei de pé enquanto Ranger bocejava e se espreguiçava. Com nove semanas de idade, o pastor alemão avançou e cheirou meus pés, abanando o rabo de excitação. Me inclinei para acariciá-lo, deixando-o lamber meu rosto. — E você aí, amigo. Pronto para ir para casa? — Oh meus deuses, — Harper sussurrou. — Você me deu um filhote de cachorro? Eu sorri. — Bem, se você quiser ele. Ele foi treinado e muito mimado pela Sra. Hash. Ele é o último de sua ninhada mais recente. Sra. Hash e seu marido os treinam para o departamento da polícia, mas ela fez uma exceção para mim quando eu disse a

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ela que precisava de um bebê para cuidar. — Seu queixo tremia e eu peguei a mão dela, puxando até que ela se ajoelhou ao meu lado. — O que você acha? Devemos levá-lo para casa? Seus braços se apertaram em volta de mim, então de repente eu caí para trás, levando-a comigo. — Eu te amo. Você sabia disso? Eu te amo tanto. Sim, eu quero o cachorro. Quero Ranger. Ranger pareceu decidir que ele nos queria também, porque ele se juntou a nós no chão, lambendo meu rosto e o de Harper quando ele tentou ficar entre nós. — Parece que nós somos uma família. Rindo, ela puxou o cão contra ela e beijou-lhe o focinho. — Yeah. Eu acho que somos.

Jesse Havia algumas coisas que você não quer ver logo depois de acordar. Ou logo depois do café. Ou antes do almoço ... Tudo bem, porra. Você não quer ver a qualquer hora do dia, especialmente saindo para fora dos lados da fralda do meu filho de nove meses de idade e vinte e quatro quilos. Estranhamente, eu não tinha me acostumado a esse cheiro ou com a visão nojenta, nos meses em que tinha sido eu a trocar fraldas. Luca riu para mim enquanto eu fazia careta e limpava sua bunda. — Você é o menino mais fedido que eu já conheci. — disse

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ele, e ele pegou minha camisa, apertando sua pequena mão no material e tagarelando. — Como é que tanta merda sai de algo tão pequeno? A risada de Layla encheu meus ouvidos quando ela entrou no quarto com Lyric, tendo acabado de alimentá-lo com seu café da manhã. — Ele não é tão pequeno, Jess. O médico disse que ele está com noventa por cento de seu peso e altura. Ninguém pode superar o fato de que os gêmeos foram prematuros. Olhei para ela por cima do ombro enquanto ela colocava Lyric em cima da segunda mesa e desfazia a fralda. Quando ela fez um som de careta também, eu ri. — Não é tão engraçado quando acontece com você, não é? Ela jogou uma garrafa de talco para mim. — Cale-se. Sério, Ric. Onde você guarda essas coisas? Eu observei-a enquanto lidava com nosso filho, que era tão grande quanto seu irmão gêmeo. Também me surpreendia às vezes que estes dois bebês haviam nascido cedo demais. O dia em que os tinha levado para casa, depois de mais de dois meses no hospital, foi um dos dias mais felizes da minha vida. A alegria no rosto de Layla naquele dia tinha brilhado de dentro para fora. — Nojento, cheira tão mal aqui dentro. — Lucy enfiou a cabeça na porta, fazendo uma careta para mim quando viu que estávamos trocando fraldas extremamente cheias. — Vocês precisam daquela roupa de materiais perigosos para lidar com eles.

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— Hey. — Layla repreendeu-a, provocando. — Não é legal. Estes são seus irmãos, e não resíduos tóxicos. — Eles cheiram como se produzissem resíduos tóxicos, mãe. Eu mal posso respirar aqui. Eu estou indo para a casa da tia Emmie. — Nós vamos acabar em pouco tempo, — Layla assegurou. — Não fique só por perto, também. Pergunte se ela precisa de ajuda. Esta festa é algo que ela está tentando fazer há semanas. — Claro. Amo você. — Ela entrou no quarto, sua camisa sobre seu nariz enquanto ela se aproximava de Lyric no trocador. Vendo sua irmã, Lyric deu um grito feliz e pegou ela. Lucy beijou o topo de sua cabeça, coberto de cabelo vermelho acastanhado escuro. — Amo você, fedido. — Caminhando até mim, ela fez o mesmo com Luca. — Eu não sei quem cheira pior, Luc. Você ou Lyric. — Ele só riu novamente. Quando ela começou a se virar, eu peguei a mão dela e virei seu rosto para mim. Vendo-a neste exato momento, tudo o que você veria era a menina feliz, a máscara que ela colocava para todos. Ela não falava sobre o sequestro e sinceramente nem eu. Layla e eu tínhamos, finalmente, colocado isso no passado a alguns meses atrás, e forçado-a a começar a ver um terapeuta. Eu realmente não conseguia dizer se estava funcionando. Os pesadelos eram tão perturbadores e quase todas as noites ela ou acabava na cama entre mim e Layla ou eu me arrastava para a cama com ela. Eu queria ajudá-la a superar os monstros em seus pesadelos, mas eu

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era incapaz de fazer qualquer coisa além de mantê-la segura enquanto ela dormia à noite. — Amo você, Lu. Ela sorriu, um sorriso honesto que fazia todo o caminho até seus olhos. — Eu também te amo, papai.

Drake A casa estava em silêncio quando chegamos. Com Nevaeh em meus braços e Anjo ao meu lado carregando a bolsa de fraldas e duas tortas, caminhamos até a casa e até o pátio. O lugar já estava lotado e eu sorri, pensando que hoje ia ser melhor do que Emmie tinha imaginado. Nik estava sentado em uma espreguiçadeira, permitindo que as pessoas viessem até ele ao invés de ele ir até elas. Ele tinha o seu filho de dois meses de idade nos braços e não parecia que ia abandonar o poder sobre Jagger em breve. Eu não podia culpá-lo. Eu me sentia tão territorial quanto ele com Nevaeh. Mia se sentava no final da espreguiçadeira, já sendo a irmã mais velha orgulhosa. Avisando as pessoas claramente que se tocassem em seu novo irmãozinho de forma errada ela estaria distribuindo os castigos — normalmente um chute nas canelas — para quem quer que tenha feito Jagger chorar. Quando ela me viu,

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no entanto, ela desistiu do seu posto de guarda e correu. — Tio Drake! Senti sua falta. Levantei-a em meu braço livre e beijei o topo de sua cabeça vermelha. Nevaeh estendeu a mão, tocando o rosto e rindo de Mia. Mia beijou a mão do bebê. — Oi, Nevie. Eu realmente gosto de seu vestido. É tão bonito. — Onde está sua mãe, Mia? — Anjo perguntou, olhando em volta para a multidão. — Eu não a vejo. — Ela está em seu escritório com Rachel e Felicity — Mia balançou e eu a coloquei no chão. — Luca! Luca! Minha cabeça virou para encontrar Jesse correndo atrás do seu filho mais velho quando ele se arrastou em direção à piscina. — Deuses, esse menino é uma mão cheia. — Eu sorri. — E pensar que esse é o seu primo, Nevaeh. Você realmente compartilha DNA com essa criança. Anjo me deu uma cotovelada nas costelas, mas ela estava sorrindo. — Eu vou encontrar Layla e ver se ela precisa de alguma ajuda com Lyric. — Então você está se oferecendo para ajudá-la com o bebê bom, mas não o problemático? — Ela estreitou os olhos para mim, mas ela não poderia realmente contestar essa afirmação. Lyric realmente era o gêmeo bom até agora. Ele raramente chorava, mal dava problemas e quando o fazia, geralmente era instigado pelo irmão. Um rebelde de nove meses era o que ele era.

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— Como se Nevaeh fosse a senhorita perfeita. — Jesse bufou chegando ao nosso lado com Luca firmemente em seus braços. Ele estava sorrindo como um papai urso orgulhoso. — Ela tem você na palma da mão, pra que você não veja o quão horrível ela é. Eu resmunguei. — Sim, porque ela está fora roubando, matando e tudo mais. — Cara, ela mordeu Luca na última vez que ela esteve em nossa casa. — Só porque o tampinha empurrou-a para baixo, enquanto ela estava tentando levantar. — Enquanto nós reclamávamos, Nevaeh mostrou seu desgosto óbvio por seu primo mais velho, chegando à frente e abraçando-o. Luca a encontrou no meio do caminho, abraçando-a tanto quanto ela. Alguém trouxe um copo de chá gelado para nós e eu fiquei rindo com o meu amigo e cunhado enquanto observávamos os outros em volta. Vi Lucy sentada em uma mesa com Harris e Jenna. Ela parecia feliz, mas me perguntei se ela realmente estava se escondendo por trás da máscara que Lana tinha dito que ela havia adotado para fazer os adultos ao seu redor apenas acharem que ela estava bem. Os membros da OtherWorld estavam andando por aí, todos com chá gelado ou refrigerantes em suas mãos. Você nunca encontraria uma gota de álcool em uma das festas de Emmie. Não só por causa das crianças, mas por mim também. Eu estava grato por isso, mas realmente não era um problema para mim se outras

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pessoas estavam bebendo. Eu tinha ido a festas onde havia cerveja e outras coisas ainda mais difíceis que corriam como água, e embora ainda houvesse desejos, eu tinha sido capaz de contê-los. O simples pensamento da Anjo e Nevaeh eram suficientes para manter as minhas mãos firmes. Em volta de nós todos estava começando a ficar mais silencioso e eu virei minha cabeça para encontrar Emmie de pé nas portas de correr da casa. Ela tinha um sorriso enorme no rosto e sua felicidade era tão contagiante que eu não podia deixar de sorrir de volta. Ela tem trabalhado tão duro e essa festa era apenas uma prova do quanto ela tinha conseguido nos últimos seis meses.

Emmie Meu coração estava na minha garganta enquanto eu estava na frente de todos os meus amigos, familiares e funcionários. Eu nunca pensei que a vida poderia ser tão perfeita como era neste exato momento, mas estava e eu iria absorver tudo enquanto eu podia. Eu deixei meus olhos vaguearem pelo quintal, parando no meu marido segurando nosso filho. Aquilo ali era a visão mais doce do mundo para mim e nunca me cansava. Jagger poderia ter sido outro bebê surpresa, mas ele não era menos amado. A partir do momento que o senti chutando dentro de mim, eu sabia que ele ia torcer o meu coração como um pretzel, o que ele tinha feito no

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momento em que tinha aberto os olhos azuis e sorrido diretamente para mim. O mundo saberia exatamente como um playboy parecia, porque mesmo em dois meses de idade ele já estava mimado a ponto de estragá-lo. Eu era a sua pessoa favorita no mundo e Nik tinha que lutar por sua atenção na maioria dos dias. Eu não me importava de compartilhá-lo, mas apenas porque Nik não se incomodava em dividir a adoração de Mia comigo. Um bebê se contorcendo me chamou a atenção e eu virei meu olhar sobre Jesse, que estava lutando para controlar o filho. Eu imaginei que ele estava segurando Luca simplesmente porque ele era o único que poderia controlar essa dupla melhor do que a mãe. Eu tinha brincado enquanto Layla estava grávida, que se ela tivesse meninos, eu ia fazer de Lyric o meu favorito, mas enquanto eu amava muito meu Ric, Luca era tão parecido com o pai que eu não podia deixar de me sentir um pouco mais atraída por ele. Ao lado dele estava Drake, que estava segurando seu próprio pedaço do céu. Para mim, Mia seria sempre a menina mais bonita do planeta, mas Nevaeh definitivamente era a vice-campeã. Com seus cabelos pretos longos e grossos, os olhos azul-acinzentados e o rosto mais angelical que já vi. A felicidade que eu vi nos olhos de Drake me fez amar a menina ainda mais. Não havia mais sombras em seus olhos, nem mesmo as que tinham permanecido depois que ele havia se casado com Lana. Com um precioso pacote pequeno ele tinha sido curado.

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Shane sentou-se com Harper em uma espreguiçadeira e o feixe se contorcendo em seu colo me fez suspirar. Ele havia me dito que traria um cão, mas eu tinha pensado que seria um Shorkie ou algo igualmente pequeno e adorável. Não algo que viria a ser tão grande quanto Harper era. Mas ela parecia completamente apaixonada pelo cachorro balançando, seu sorriso uma visão melhor do que a tristeza que eu tinha visto lá nos últimos meses. A

OtherWorld

estava

espalhada

ao

redor

do

pátio,

juntamente com Rachel, Natalie, e a mais nova adição à minha equipe, Felicity. Eu tinha encontrado Felicity em maio, apenas algumas semanas antes de Jagger nascer. Eu sabia de seu passado, sabia de onde ela tinha vindo e crescido. Isso realmente não me incomodou. Se alguma coisa, quando eu tinha feito a verificação de antecedentes sobre ela através da empresa de segurança de Seller, a experiência com caras durões tinham sido algo a seu favor. Sua graduação em educação infantil, juntamente com o fato de ter crescido junto à um clube de motoqueiros poderiam não tê-la feito a melhor candidata para algumas pessoas, mas para mim ela era perfeita. Significava que ela não ia aceitar a merda de ninguém, como ela já tinha provado — colocando três roqueiros em seus lugares depois de eles terem dado em cima dela. Felicity trabalhava duro. Mia e as outras crianças a adoravam, tornando a minha vida muito mais fácil quando se tratava de trabalho. Eu não me sinto mais culpada por ter de pedir

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ajuda, porque eu sabia que meus filhos tiveram a sorte de ter alguém como Felicity em suas vidas. Foi por causa de Felicity que eu seria capaz de seguir em frente com a carreira que eu tinha entrado acidentalmente, me tornando não só gerente do Demon’s Wings, mas também da OtherWorld e agora de outras duas bandas. As bandas, Trance e Alquimia, estavam apenas começando. Eles estavam fazendo toda a coisa de bar nos últimos dois anos, quando Nik tinha descoberto Trance. Tinha sido Devlin que tinha voltado minha atenção para Alchemy. E enquanto eu estava trabalhando para conseguir para os dois um contrato de gravação, eles estariam em turnê abrindo os shows da OtherWorld. Esse era o motivo da festa de hoje. Era para celebrar todas essas realizações e acolher as duas bandas em nossas vidas oficialmente. Nik se levantou, ainda segurando Jagger contra seu peito, e veio para ficar ao meu lado. Ele beijou meus lábios suavemente antes de sussurrar em meu ouvido. — Estou malditamente orgulhoso de você, menina. Eu não podia esconder o meu arrepio de puro desejo e nem sequer tentei. — Eu te amo. — Eu também te amo. — Ele me beijou de novo, e então deu um passo para atrás. Este show particular era meu.

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— Eu gostaria de agradecer a todos por terem vindo hoje. Tem sido seis meses loucos, mas finalmente podemos acolher Trance e Alquimia à bordo da E Management. Axton soltou um grito alto e todo mundo começou a bater palmas. Sim, eu pensei, enquanto eu estava lá com todos que importava na minha vida. Tudo estava perfeito agora.

Fim

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A série The Rocker continua em:

The Rocker Who Wants Me Axton Eu pensava que tinha tudo que precisava na vida. Mais dinheiro do gastaria em minha vida. Uma banda que fazia sucesso viajando ao redor do mundo. Garotas se jogando em mim todos os dias. Um tipo de pseudofamília nos Demon's Wings e Emmie. E então ela apareceu na minha vida. Dallas Eu me apaixonei pelo Deus do Rock. Quando acabou, eu fui deixada quebrada em pedaços. Mas eu era mais forte que qualquer um - especialmente minha mãe - achava que eu era. Eu me ergui e trabalhei duro para terminar o curso de enfermagem, colocando o resto da minha vida de lado para finalmente realizar meus sonhos. Quando a tragédia atacou, Dallas e Axton são jogados juntos novamente. Dallas está indo com a turnê da OtherWorld por três meses. Axton finalmente será capaz de convencê-la de que seus sentimentos são mais profundos do que ela viu inicialmente? Ou Dallas será deixada se perguntando se Axton só é o Roqueiro Que Me Quer?

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