Os Lobos do Milênio

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Sinopse Sienna é uma lobisomem de dezenove anos com um segredo: ela é virgem. A única virgem do bando. Ela está decidida a passar por Bruma deste ano sem ceder aos seus impulsos primitivos - mas quando ela conhece Aiden, o alfa, ela se esquece de seu autocontrole. Classificação etária: 18 +

E-book Produzido por: SBD e Os Lobos do Milênio


Capítulo 1 - O Alfa do Rio Sienna Tudo que eu via era sexo. Pra onde quer que eu me virasse, via corpos tremendo. Membros se deslocando. Bocas gemendo. Corri através de uma floresta, ofegante, tentando escapar dos fantasmas carnais ao meu redor, que pareciam estar me convocando. Dizendo junte-se a nós... Mas quanto mais para dentro da floresta eu corria, mais escura e mais escura e mais viva ela se tornava. Algumas árvores balançam como amantes, outras, com raízes nodosas e galhos espigados pareciam predadores. Prendendo-me. Perseguindo-me. Algo lá fora, no escuro, estava me perseguindo. Alguma coisa desumana. E agora as bocas não estavam gemendo. Elas estavam gritando. Orgias grotescas por toda parte iam se tornando violentas. Sangrentas. Próximas da morte. A qualquer momento, a escuridão ia me pegar. O sexo ia me estrangular. Ao sentir a raiz enrolar em minha perna, tropecei e caí em um buraco aberto no centro da floresta, mas não, era um buraco. Era uma boca. Com dentes afiados e uma língua preta, lambendo seus lábios, prestes a me engolir inteira. Eu tentei gritar, mas não tinha voz. Eu caí. Mais longe. Mais fundo. Até que eu me fundi com a loucura violenta e sexual... completamente consumida.


***

Pestanejei. Que diabos eu estava desenhando? Sentada à beira do rio, livro de esboços na mão, olhei para baixo, incrédula, para o meu próprio trabalho. Tinha desenhado uma visão muito perturbadora... e sexual. Isso só podia significar uma coisa: A Bruma estava chegando. Mas antes de pensar ou de desenhar outra coisa, o som de risadas próximas me distraiu. Virei-me para ver um grupo de meninas, ao seu redor. Aiden Norwood. Eu nunca o tinha visto aqui antes. Não na margem do rio onde eu vou para desenhar e me distrair, não há muitos de nós por aqui... Por quê? Eu não sei. Talvez seja a calma quando sempre se espera de nós que sejamos selvagens. Talvez seja a água quando cada um de nós arde com um incêndio interno. Ou talvez seja apenas um lugar que eu só tenha pensado como meu. Um lugar secreto onde eu não sou só mais uma na matilha, onde sou apenas eu, Sienna Mercer, uma artista autodidata ruiva de dezenove anos. Uma garota aparentemente normal. O Alfa caminhou em direção a água, ignorando o bando de moças que o seguiam. Ele parecia que queria ser deixado sozinho. Isso me deixou curiosa. Fez-me querer atrai-lo. Claro, eu sabia que era um risco desenhar o Alfa. Mas como eu poderia resistir? Comecei a esboçá-lo. Com uma altura de 1,80m, cabelo preto desgrenhado e olhos verde-ouro que parecia mudar de cor cada vez que ele virava a cabeça. Aiden era a definição de lindo de dar água na boca. Eu tinha começado a trabalhar nos olhos quando ele virou a cabeça e farejou. Eu congelei, fiquei paralisada. Se ele me visse agora, se visse o que eu estava desenhando... Mas então, para meu alívio, ele olhou para água, perdendo-se novamente em algum devaneio escuro. Mesmo rodeado por outros, o Alfa estava sozinho. Então eu o desenhei sozinho.


Eu sempre o observava de longe. Eu nunca tinha estado tão perto, mas agora eu podia ver como os bíceps dele saltavam de sua camisa, como sua coluna vertebral se curvava para acomodar sua transformação. Me perguntei o quão rapidamente ele poderia se transformar. Dobrado, com os olhos em busca, como os de um animal selvagem, ele parecia neste caso, já na metade do caminho. Um homem, sim. Mais que isso; um lobisomem. Sua beleza me lembrou que a Bruma estava se aproximando rapidamente. Era a época do ano em que todo lobisomem a partir dos dezesseis anos de idade enlouquece com a luxúria, a estação em que todos e quero dizer todos trepam como loucos. Uma ou duas vezes por ano, esta fome imprevisível, esta necessidade física infecta a todos até os ossos... Aqueles que não tinham companheiros encontram um parceiro temporário para se divertirem com os outros. Em outras palavras,não havia ninguém na matilha com mais de dezesseis anos que fosse virgem. Olhando agora para Aiden eu me perguntava se os rumores que giravam em torno dele eram verdadeiros. Se por acaso era por isso que ele estava ali, ignorando as garotas, refletindo à beira do Rio. Alguns disseram que haviam passado meses desde que Aiden havia levado qualquer mulher para a cama, que ele estava se distanciando de todos. Por quê? Uma companheira secreta? Não, as fofoqueiras da matilha já teriam descoberto. Então, qual era o problema, o que seria do nosso Alfa se ele não tivesse nenhuma parceira quando a bruma atacasse. Não é da sua conta, eu mesma me repreendo. O que importa para mim quem Aiden comia? Ele era 10 anos mais velho e, como a maioria dos lobisomens, só estava interessado em alguém de sua própria idade. Para Aiden Norwood, o alfa da segunda maior matilha nos Estados Unidos, eu não existia. Colocando de lado minha paixonite de adolescente boba resolvi seguir sem pensar no assunto.


Michele, minha melhor amiga, estava decidida a me encontrar um pau amigo. Ela já tinha um parceiro, coisa comum entre os lobos solteiros antes da bruma. Tentando me arranjar com 3 amigos de seu irmão, todos que pareciam perfeitamente decentes e que tinham sido diretos em me considerar boa para uma transa, Michelle não conseguia entender porque eu tinha recusado cada um deles. "Ugh.." Eu ouvi a voz de Michelle reverberando em minha cabeça. "Por que você é sempre tão fresca, garota?" Porque a verdade era que eu tinha um segredo. Aos dezenove anos de idade, eu era a única Loba virgem em toda a nossa matilha. Tinha passado por 3 estações, e por mais sedento por sexo que ficasse, nunca havia cedido aos meus desejos carnais. Eu sei. Muito pouco inteligente da minha parte em se preocupar com "sentimentos" e "primeiras vezes", mas eu prezava os meus. Não era que eu fosse uma puritana. Em nossa sociedade não havia tal coisa. Mas, ao contrário da maioria das meninas, eu recusava a me entregar até encontrar meu companheiro. Eu sabia que ia encontrá-lo. Eu estava guardando minha virgindade para ele. Quem quer que fosse. Continuei a esboçar o alfa quando olhei para cima e vi, para minha surpresa e pavor repentino, que ele não estava lá. "Nada mal." Eu ouvi uma voz baixa ao meu lado. "Mas os olhos podiam estar um pouco melhores." Virei-me para o ver, parado bem ao meu lado, olhando para o meu esboço. Aiden. Norwood. Porra. Antes que eu pudesse recuperar meu fôlego, ele olhou para cima e nossos olhos se encontraram. Eu arfei, muito ciente que estava fazendo contato visual direto. E imediatamente olhei para o lado.


Ninguém em seu perfeito juízo se atreve a olhar um alfa nos olhos. Isso só poderia significar uma das duas coisas, ou você estava desafiando o domínio do Alfa, praticamente uma tentativa de suicídio, ou você estava convidando o Alfa para o sexo. Como eu também não tenho essa intenção, minha única opção era desviar o olhar antes que fosse tarde demais e rezar para que ele não interpretasse mal o significado do encontro. "Perdoe-me" eu disse calmamente, só para garantir "você me pegou de surpresa." "Peço desculpas", ele disse. "Eu não quis te assustar." Essa voz, mesmo dizendo as palavras mais educadas que se possa imaginar, elas soavam carregadas de ameaça. Como se a qualquer segundo, ele pudesse cortar sua garganta mesmo com os dentes em forma humana."Tudo bem, mesmo”, ele disse. "Eu não mordo... Só de vez em quando." Eu estava tão perto que pude alcançar e tocar seus músculos ondulantes de sua pele dourada. Levantei os olhos e pesquei. Um rosto brutal, recortado, que não deveria ser bonito, mas era. Sobrancelhas grossas que pareciam ásperas ao toque, como uma pitada de sua forma de lobisomem e um nariz, ainda que ligeiramente torto — sem dúvida quebrado em alguma luta passada — não maculava em nada seu sex appeal de tirar o fôlego. O Alfa deu um passo mais próximo, como se fosse para me testar. Eu podia sentir cada pêlo em meu corpo se eriçar com o nervosismo. Ou... será que era desejo? "Da próxima vez que você me desenhar" disse Aiden, "chegue mais perto." "Oh... ok" eu balbuciei como uma idiota. Então, tão rapidamente quando ele apareceu, Aiden Norwood se virou e sumiu, deixando-me junto ao rio, sozinha. Eu suspirei, sentindo cada músculo do meu corpo se acalmar. Não era nada comum ver o Alfa fora da Casa da Matilha, a sede de todos os negócios dos grupos. Na maioria das vezes, nós víamos o Alfa em reuniões ou bailes, sempre algo formal. O que tinha acontecido hoje era raro. Eu já podia ver, pelo olhar invejoso das fãs de adoradoras de Aiden que o haviam seguido até o rio, apenas para serem ignoradas, que isso podia sair do


controle. Até mesmo o cheiro de interação com o Alfa. Especialmente para uma jovem plebeia como eu, seria suficiente para mandar as novinhas mais histéricas à loucura, derrubando as paredes da Casa da Matilha, só por mais um gostinho dele. Um evento dessa magnitude certamente irritaria o Alfa e um Alfa estressado significava um alfa disfuncional, o que significa uma alcateia disfuncional... deu para entender. Não ia ser bom para ninguém. Decidi, com a pouca luz que restava do dia, que terminaria de desenhar para me distrair, só eu e o rio — em paz, mas tudo que pude ver foram os olhos de Aiden Norwood e como eu os tinha desenhado muito mal, o alfa estava certo, eu podia fazer melhor. Se eu pudesse chegar mais perto... mais perto, mas quando eu poderia estar tão perto outra vez? Eu não sabia então o que sei agora, que dentro de algumas horas a Bruma estava prestes a começar. Que eu estava prestes a me tornar um animal parado por sexo e que Aiden Norwood, o Alfa da matilha da Costa Leste, iria desempenhar um papel muito proeminente no meu despertar sexual. Só a ideia era o bastante para fazer qualquer uma uivar.


Capítulo 2 - O Perigo Mãe: Querida Sienna. Onde você está? Sienna: Mãe, quantas vezes eu tenho que te dizer Sienna: Você não precisa começar as msgs usando querida Mãe: Mas é mais especial assim! Como uma carta só para você. Sienna: emoji revirando os olhos Mamãe: Vem logo para casa! Mãe: Sua irmã está aqui. Mãe: Trouxe o Jeremy Mãe: Você sabe o que isso significa Mãe: FOFOCA FRESQUINHA Sienna: ... legal? Sienna: Chego em breve Mãe: Ótimo. Com amor, mamãe.

Sienna Você não pode decidir quando e onde a Bruma ataca. Dirigindo? É melhor encostar rápido ou você causará um engarrafamento de cinquenta carros. No trabalho? Bata o ponto e corra para as colinas ou você e seu chefe podem se tornar muito mais que colegas. Quando me sentei para jantar, rezei para que ela não me atingisse enquanto estivesse com minha família — o pior lugar possível, na minha opinião. Enquanto ajudava a pôr a mesa e servia um prato de lasanha caseira para Selene, olhava para a porta traseira, caso tivesse que fazer uma fuga improvisada. Sentei-me para comer com toda família, que já estava no meio de uma conversa animada. "O que é, Jeremy?" disse minha mãe, acenando com a cabeça para o companheiro da minha irmã. "Você mal disse uma palavra desde que entrou.


Como vai o trabalho?" "Você não tem que responder a isso, conselheiro." disse Silene, disparando um brilho divertido sobre a mãe. "Bem" — Jeremy riu — "se você está pedindo fofoca sobre nossa liderança, Melissa, você sabe que eu não posso divulgar essa informação. "Nem um aceno de cabeça para confirmar ou negar?" "Mãe." disse Silene. "Ele é o advogado principal da matilha, seu trabalho é guardar segredos." "Mas..." A mãe suspirou, "Eu não preciso saber nada confidencial. Só um pouco de conversa. Como... é verdade que nosso Alfa e Jocelyn não estão mais juntos agora ela estaria namorando com seu beta, Josh?" "Mãe", Selene e eu dissemos em uníssono. Jeremy sorriu. "Tenho o direito de permanecer calado." "Ah, mas vocês não têm graça nenhuma mesmo." A mulher agia mais como uma adolescente do que as duas filhas juntas, mas nós a amávamos por isso, quase sempre. "Você poderia perguntar sobre o meu trabalho sabia", disse Selene. "Eu perguntei não foi?" ela perguntou através de uma boca cheia de lasanha. "Tenho certeza que sim." Selene rolou seus olhos. A mãe sempre quis que Selene seguisse uma carreira estável. A moda, pensava minha mãe, não era uma profissão, era um hobby. "Num dia está em alta, no outro, em baixa." ela diria "É assim com as roupas e toda a indústria, Selene! Pense a longo prazo." Bem, agora Selene havia conseguido, provando que anos de conselhos da mamãe estavam errados, e estava trabalhando ativamente em uma das principais empresas de design de moda da cidade. Mas Selene sempre deixou os insultos da mamãe passarem batido. Em todos os níveis, ela era a versão mais bonita, mais inteligente e mais bem sucedida de mim. Sempre que eu dizia isto em voz alta, o que eu fazia — muitas vezes — a Selene me empurrava suavemente e dizia apenas: "Você ainda é jovem, Si, dê tempo ao tempo." Mas quando se tratava dos meus sonhos, da minha futura carreira como a


maior artista do mundo, eu nunca tinha sido paciente. Um dia, eu ia abrir minha própria galeria. Um dia em breve, prometi a mim mesma. Eu não me importava com o que a mãe dizia. Selene havia provado que ela não estava certa sobre tudo. "Não tem problema mãe", disse Selene, mudando de assunto. "As fofocas são mais interessantes mesmo... Por falar nisso…” Os olhos de Selene piscaram para mim, eu fiz que não com a cabeça veementemente. Não. Não. "Tem ideia de quem poderia ser seu parceiro para a temporada, Si?" "Aaaah, sim", disse mamãe, voltando-se para mim. "O que eu devo dizer — quem está no cardápio este ano?" "Uma loba nunca revela seus segredos", disse eu, bancando a tímida. Por um segundo, minha família realmente parecia que ia deixar para lá. Eu tinha uma maneira de mudar essa conversa de direção, assumindo o controle, mantendo a atenção em qualquer um, menos em mim, embora eu fosse a mais jovem, sempre tive essa habilidade autoritária, mas minha mãe percebeu. "Lá vai ela novamente" disse mamãe, balançando a cabeça. "Nossa pequena dominante sempre nos obriga a submeter aos seus caprichos. Anda, Si, diga-nos, tem algum menino?" "Alguns de nós gostamos de manter nossa vida privada, mãe", disse eu. A mãe encolheu os ombros. "Não há nada a esconder. Eu sei que seu pai certamente está ansioso pela Bruma deste ano, não é, querido?" "Estou contando os segundos", disse papai, segurando seu copo de vinho, sorrindo maliciosamente. "Gente" POR FAVOR. Que nojo." Foi grosseiro, claro, mas essa não foi a razão pela qual isso me incomodou tanto. Minha mãe sempre havia sido uma criatura sexualmente liberada. Não, o que eu não gostava era da mentira. Quando eu disse que minha virgindade era meu segredo, eu falava sério. Nem mesmo minha mãe sabia. O que era estranho por que sempre fomos tão abertos uns com os outros, sobre tudo, Ela nunca me escondeu a verdade. Não sobre como ela conheceu o pai, que era um humano. Não sobre como os dois tiveram sua única filha, Selene. E certamente não sobre como eles me


encontraram. Eles não são de fato meus pais biológicos. Fui descoberta em um carro abandonado em frente ao hospital onde minha mãe trabalhava. Não que isso importasse, mamãe sempre tinha dito. Eu estava prestes a mudar o assunto para qualquer outra coisa além da Bruma quando algo aconteceu. Eu congelei. Um calor derretido lento e pulsante inflamou-se dentro do meu ser, fazendo meu corpo sentir como se estivesse em chamas. A respiração tornou-se impossível, o suor cobriu cada centímetro da minha pele, e antes que eu pudesse resistir, a costura do meu jeans apertou firmemente na minha virilha. Eu tremia de desejo de forma repentina e insuportável. CACETE Um arfar forte deixou minha boca antes que eu pudesse pará-lo, e quando abri meus olhos, que eu não conseguia lembrar de fechar, vi que todos na sala de jantar tiveram a mesma reação que eu. Não, não, não. Não aqui. Não com a família A maneira como minha irmã olhou fixamente para Jeremy. A maneira como minha mãe se levantou de seu assento, inclinando-se para meu pai. Eu não podia suportar isso. Corri da sala o mais rápido que meus pés podiam me levar. A cozinha. O corredor. A porta da frente. E na noite fria que eu desmaiei de joelhos. A Bruma rastejou pelo meu corpo como uma cobra venenosa, meus mamilos enrijeceram e meu estômago estremeceu, apertado de tanto desejo sexual. Minha garganta estava entupida e eu lutei para respirar, mesmo na noite ventosa, minhas roupas estavam grudando na pele, eu queria me despir. Eu queria as mãos de alguém nos meus seios, na minha barriga, no meu


sexo... Oh, Deus. A Bruma nunca havia sido tão forte. Foi provavelmente um acúmulo de todas as necessidades e frustrações sexuais que reprimi durante as três últimas estações. Eu devia ter esperado isso. É claro que isto ia acontecer. O que eu estava pensando? Eu não estava. E agora eu estava pagando o preço. Olhei atrás de mim em minha casa, um lugar onde normalmente eu encontraria segurança e conforto, mas não nesse momento. De jeito nenhum. Meus pais provavelmente já estavam aproveitando a Bruma ao máximo. A ideia de Selene e Jeremy não foi muito melhor, mas eles agiam mais como pessoas, menos como lobos, respeitando limites, privacidade, normas sociais. Provavelmente conseguiriam voltar ao seu apartamento no centro da cidade antes de finalmente agirem em função do impulso. Eu tirei todos da cabeça e corri para a trilha em direção ao bosque. Passei por humanos, totalmente alheios, cuidando de seus próprios negócios, e alguns lobos que estavam, como eu, na primeira etapa da bruma tentando se orientar, mas é fácil para eles, eles não eram virgens, tinham tido muito sexo durante as estações passadas, eu não. Eu estava perdendo a cabeça. Na entrada da floresta, eu me despi. Eu não me importava se alguém me visse. Eu precisava me transformar. Aqui mesmo. Agora mesmo. Normalmente, eu só me transformava apenas quando gozava das faculdades mentais — não quando a Haze estava assumindo o controle. Não. Eu não podia mais permanecer nesta forma humana. Fechei os olhos e senti o êxtase da mudança. Normalmente, eu sentia cada pedaço da transformação: os membros se esticando, o corpo crescendo alto, o pelo vermelho, que brotou da minha pele. Cobrindo-me por inteiro. Mas não agora. Agora, eu não senti nada além da bruma. Eu respirei e minha voz saiu como um rosnado. Meus dedos, agora garras pretas como carvão. Através dos olhos de um lobo, tudo era mais agressivo, mais violento.


Especialmente agora. Quando a bruma estava só começando. Agora em plena forma de lobo, eu corria para dentro da floresta. O vento frio soprava meu pelo, o chão duro era úmido sobre minhas patas e os odores do bosque enchiam meu focinho. Um uivo ressoava na floresta. Do tipo livre. Do tipo que estava procurando um parceiro. Eu me amaldiçoava interiormente. Na fúria da bruma, tinha me esquecido de pensar nas implicações. Entrar na floresta no início da temporada foi como pedir para transar. Estes bosques eram como um bar universitário, cheios de sede e impulsos estúpidos. A qualquer momento, um lobo ia sentir meu cheiro e reconhecer que eu não tinha nenhum apego. Eles iam me perseguir até que eu cedesse. Mais de um, eu tinha certeza disso. Um jogo, um desafio, para quem poderia ganhar a loba sem parceiros, mesmo se meu corpo implorasse para discordar, eu não cederia tão facilmente. Estes lobos poderiam ter o tanto de sexo que quisessem, eu não estava julgando, mas eu estava esperando. Esperando aquele momento, aquele instante, aquele súbito e indescritível olhar de reconhecimento quando duas pessoas fazem contato visual e sabem que são companheiros para a vida. Eu mal podia esperar para que isso acontecesse. Mas aqui na floresta, no início da bruma? Era improvável, para dizer no mínimo. Tornei-me hiper consciente dos lobos machos, de cada movimento, de cada cheiro. Corri descaradamente, liberando feromônios no ar, atraindo-os para mais perto, e logo soube que eles teriam me encurralado. Cinco deles. Todos lobos machos famintos. Meu corpo gostou. Gostou de mais. Por um segundo, eu me perguntei se este seria o ano. Será que eu finalmente cederia? Será que eu cederia a estes cinco machos, levando-os todos de uma só vez? Será que eu finalmente perderia minha virgindade, ali mesmo, no meio da floresta? Quando a bruma assumiu o controle e todos os meus desejos de esperar pelo meu companheiro começaram a derreter, eu me perguntei: O que me


impedia? Honestamente? Eu era o que eu queria. Ou será que era?


Capítulo 3 - Um Convite Sienna Nunca na minha vida eu quis tanto sexo Não só atrai os lobos com meu cheiro... Eu podia vê-los. Vi um grande lobo loiro, uma visão estranha se você não soubesse que ele era loiro em forma humana, contornando uma árvore, perseguindo lentamente na minha direção. Ele era grande, mas não o suficiente para ser um alfa. Seus olhos, como a maioria dos lobos, eram de um ouro brilhante. Eu era uma exceção, meus olhos eram tão azuis gelados em forma de lobo como em forma humana. Pelo olhar de apreciação que o lobo loiro me deu, ele também reconheceu essa singularidade. Vi os outros quatro circularem ao meu redor. Um chegou tão perto que pude sentir seu nariz no meu traseiro, farejando minha excitação. Os dois à minha direita estavam rosnando de luxúria sem esconder, o da minha esquerda lambendo seus lábios, e o grande loiro a minha frente se agachou em antecipação, pronto para atacar. A maioria dos lobisomens prefere fazer sexo na forma humana, mas estes cinco estavam na bruma e queriam agora. Eu estava prestes a fechar os olhos e ceder a esta orgia violenta e animalesca. Meu corpo gemeu enquanto o lobo atrás de mim lambia minha perna traseira. Eu queria que estes machos me tomassem, que me comessem até eu esquecer quem eu era... até que me lembrei do rosto dela. O rosto de Emily. Apenas um flash e foi o suficiente. Como um balde de água gelada derramado por todo meu corpo, eu saí da névoa. Era apenas um calor tedioso no meu estômago agora. Eu tinha o controle. Eu rosnei o mais alto que pude, fazendo com que estes lobos soubessem que eu não estava interessada, mas — típico de homem, aliás — eles não


gostavam de seguir ordens. Eles continuaram lambendo e se aproximando. Cansada dessa merda, rosnei novamente. O tipo de rosnado que dizia: "Ponha uma pata em mim, e você vai perdê-la." O lobo loiro diante de mim podia ver minha expressão. Eu não estava brincando. Ele virou as costas. Os três lobos para o meu lado perceberam um segundo depois e recuaram. O único que parecia ter problema para entender sinais — ou melhor, de cheirar — sinais — era o que estava atrás de mim. Aquele que tinha conseguido dar uma fungada. Ele se inclinou para frente novamente. É isso aí, pensei eu. Eu me virei rapidamente e afundei meus dentes afiados em seu pescoço. Eu me fixei com força, fazendo-o sangrar. Ele gritou de dor, lutando para se afastar, mas eu não larguei. Este lobo aprendeu sua lição hoje. Somente quando senti que estava prestes a rasgar sua jugular é que eu soltei. O lobo não para de olhar fixamente. Ele sabia quem estava no comando agora, virando e arrancando dali para fora. Quando olhei para trás, os outros quatro tinham desaparecido. Satisfeita, eu corri mais para dentro da floresta. Eu podia sentir o cheiro do sexo no ar. Minha bruma começou a rastejar e eu continuei correndo, tentando reprimi-la. Não consegui deixá-la sair. De novo não. Quando voltei ao local onde havia jogado minhas roupas fora, me transformei de volta. Desta vez, eu senti cada detalhe excruciante, os desbastes de ossos, o pescoço ficando esbelto, as pernas traseiras se esticando, os braços dobrando e se desdobrando. Tomei fôlego, arfante, ali parada, nua como no dia em que nasci. Agradecendo a Emily por ter vindo em meu auxílio... por mais dolorosa que fosse aquela memória. Eu não estava prestes a ir para lá. Agora não. Não, o que importava é que eu tinha resistido. Minha virgindade estava intacta. Salva para quem eu chamaria de meu


companheiro. Mesmo que a bruma estivesse apenas começando... "Deus", eu pensei e vesti rapidamente minhas roupas. Selene: A barra está limpa, mana. Selene: Um pouco surpresa porque foi bem rápido, pelo que eu ouvi. Sienna: Eca Sienna: Sem detalhes Selene: Você é uma quadrada. Estou feliz que a mãe e o pai ainda... Sienna: PARA. PFVR... Selene: Emogis de sexo Sienna: Obg por isso Sienna: Você não foi para casa? Selene: Saindo agora Selene: Você achou seu parceiro hj? Sienna: Não é da sua conta Selene: Tenho a sensação que você vai conhecer seu companheiro nessa temporada. Selene: Pode-se chamar de instinto loba. Sienna: Duvido Selene sempre teve um dom de ver o futuro, uma espécie de coisa do sexto sentido animal, mas eu não via como esse futuro poderia ser possível. Eu encontrar meu companheiro? Eu tinha passado a noite fora e não tinha encontrado um único lobo que se encaixasse na descrição. Ainda havia tempo, é claro. Uma temporada inteira. Quando cheguei em casa, meus pais já tinham resolvido as pendências para passar a noite. Meu pai estava sentado na sala de estar, vendo as notícias locais, enquanto minha mãe dobrava a roupa. "Você mal comeu, hein?" perguntou papai. "Estou bem", disse eu, dirigindo-me para as escadas.


"Ela está bem cheia... aposto", sorriu mamãe. "Que nojo, mãe." Mais uma vez, senti uma pontada de culpa por não dizer a verdade à minha mãe, sobre minha virgindade, sobre tudo, mas eu me livrei disso. "Por que Selena e Jeremy se apressaram? Eles acabaram de chegar aqui". "Uma reunião urgente na casa da matilha", disse mamãe. "Ficou curiosa, não ficou?" Pensei novamente no alfa, que eu tinha encontrado à beira do rio. Com seus olhos brilhantes. O que estava acontecendo que eles precisavam para envolver Jeremy, o advogado da alcateia? "Fico pensando", disse minha mãe com os olhos brilhando, "Você acha que as histórias são verdadeiras? Sobre a vida do alfa? Isso explicaria por que ele anda tão estranho." "Mãe. Pare de se intrometer na vida de outras pessoas." "Ah, mas é tão divertido. Você deveria tentar um dia desses." Com Aiden Norwood, tive que admitir o desejo de fofocar, de me intrometer, de saber tudo o que havia para saber, fez minha imaginação correr solta, o próprio pensamento dele fez com que a bruma ressuscitasse. Corando, eu subi as escadas. "Eu vou para cama." "Bons sonhos, minha querida" mamãe gritou. "Espero que sejam doces... se é que você me entende." Eu revirei os meus olhos e não pude deixar de rir. Mas quando tranquei a porta, apaguei as luzes e desmaiei na minha cama. Tudo o que pude imaginar foi Aiden Norwood. Foi uma tortura. Ao adormecer, rezei para que eu nunca mais tivesse que ver o alfa. ***

Michelle: OMG. Você ouviu... Siena: Ouviu o que? Sienna: ???? Sienna: Você não pode enviar uma mensagem dessas e não falar mais nada.


Sienna: MICHELLE Sienna: Olá? Michelle: Convite para todo mundo para ir para a casa da matilha. Siena: Não acredito. Mas não tem nenhum baile acontecendo. Michelle: É um sorteio. Michelle: Os convites já foram feitos. Siena: Então só umas 5 famílias devem ir. Michelle: Nunca se sabe. Eu rolei meus lençóis desligando a tela do celular. Michelle era absolutamente obcecada — por estar — por dentro das fofocas, dito isso, geralmente, os seus furos estavam mais para boato que qualquer coisa... Isto. Este foi um daqueles artigos que você nem leu, apenas escaneou enquanto continuava bebericando seu café e adiando a ida ao trabalho ou à escola. Quem se importava que o alfa tivesse algumas famílias aleatórias convidadas para a casa da matilha? Claro, era fora do comum, mas era apenas uma forma de a liderança mostrar que se importava com todos os que estavam na alcatéia. Era política, imaginei. Nada além. Nada digno de um texto das sete horas da manhã. Fantástico, eu pensei. Agora eu não conseguiria voltar a dormir mesmo que tentasse. Michelle tinha mesmo que trazer o alfa à tona. Aiden e o perigo — Não é uma boa combinação. Levantei-me desci as escadas, surpresa ao ver Selene, Jeremy, mamãe e papai reunidos em volta da mesa da cozinha, todos olhando para alguma coisa. "O que está acontecendo?" perguntei esfregando meus olhos, ainda grogue. "Ah, nada", disse Selene. "Estamos aqui parados feito bobos por diversão." "Do que você está falando?" "Venha ver, boba."


Caminhei. Olhei para o centro da mesa e paralisei. Sem chance. Não podia ser. Só poderia ser uma brincadeira. Era um convite para a casa da matilha. "Porquê... porque a gente?" era tudo que eu conseguia dizer. "Você sabe como funciona", disse Selene. "É uma loteria. Isso ou... Jeremy manipulou." "Eu nunca faria isso", disse Jeremy com uma risada. Ocorreu-me então uma ideia irracional. Uma suspeita tola que não poderia ser verdadeira. Mas que, por apenas um instante, parecia tão real que tinha que ser. E se. Eu me perguntava... "E se Aiden Norwood manipulou a loteria só para me ver novamente." Vamos lá. Quem eu estava enganando? Não havia como o alfa sequer se lembrar de mim, muito menos chegar no extremo destes. Eu era apenas uma garota que ele tinha pego desenhando-o... certo? Mas quando olhei para Jeremy, havia algo que eu não conseguia ler em sua expressão algo suspeito. Como se a coisa toda fosse relacionada a mim de alguma forma. Mas como? Não tive tempo de analisar demais o olhar de Jeremy porque a minha mãe agarrou eu e a Selene pelos ombros transbordando de excitação. "Dá para acreditar nisso? Uma audiência privada com alfa!". "Não é bem privada”, lembrou Jeremy. "Há algumas outras famílias vindo." "Oh, qual é a diferença? Vai ser muito divertido. Quem sabe quão interessante essas coisas podem ficar? Declarou ela se entusiasmando com o convite. Diversão? Toda a minha família era louca? Não, não ia ser divertido. Nós tínhamos acabado de começar a Bruma e enquanto meus pais e minha irmã tinham um parceiro para, aham, e você-sabe-como, eu não tinha. Um fato que seria óbvio, para todos lobisomens macho sem par dentro do meu radar


de cheiro. Eu não era anti-sexo. A única coisa que eu queria era encontrar meu companheiro, mas pensar o que eu encontraria na casa da matilha, de todos os lugares? Por favor. É coisa demais para uma pobre loba virgem suportar. Eu não sabia sobre as outras famílias que estavam participando do jantar, que ia ter alguém solteiro e à procura. Eu engoli em seco. Ia ser um desastre.


Capítulo 4 - O Vestido Aiden Festas. Deus, eu odiava festas. Não me entenda mal. Elas têm sua importância. Dar à matilha uma chance de conhecer seu líder? Conhecer, respeitar e temer seu Alfa? Essencial. Mas, normalmente, tínhamos que nos preocupar com apenas dois eventos por ano. O Baile de Inverno e o Solstício de Verão. Este jantar foi ideia do meu beta, o Josh. E, embora eu amasse o pentelho loiro, a última coisa que eu queria era planejar uma festa extra. "Então, queremos a plataforma elevada ou não?" Josh perguntou, andando e olhando para sua prancheta. "Por um lado, dar a você um assento acima dos plebeus vai cimentar ainda mais sua superioridade. Por outro lado, estar no mesmo nível deles tornará sua relação mais familiar..." "Josh, por favor." eu rosnei, balançando minha cabeça. "Podemos falar sobre outra coisa além da disposição dos assentos?" Josh parou, largou a prancheta e me olhou bem nos olhos. Ele era provavelmente o único lobisomem em toda a matilha que tinha coragem suficiente para fazer contato visual direto com seu Alfa, mas isso só acontecia porque quando Josh me encarava, não era um olhar desafiador. Era o olhar do meu melhor amigo. Eu sabia a diferença. "Normalmente, você gosta de repassar cada detalhe." Era verdade. Eu me preocupo com os detalhes. Não sou implicante, mas se você é o Alfa, tem que ser assertivo o tempo todo, em relação a tudo. Mas agora? "Só não estou no clima. Josh." eu disse. "Pode ser?" "Claro. É só que... acho que esta noite será boa para você, para o moral da matilha. E, quem sabe, talvez para alguma garota de sorte..." Ele sorriu maliciosamente. "Você está bancando o casamenteiro comigo, de verdade? Ou foi ideia da


Jocelyn?" Notei o corpo de Josh enrijecer com a menção da sua parceira atual. Ela tinha sido minha na temporada anterior, mas não havia ressentimentos. Nós dois éramos adultos. Agora com uma ligação a mais. Josh se sentou à minha frente, e eu soube pelos braços cruzados, que ele estava prestes a me dar uma lição de moral, sua marca registrada. Ótimo. "Olha. Aiden." disse ele, agitando os braços animadamente. "Eu sei que você tem passado por muita coisa ultimamente, cara. A Matilha da Costa Leste enfrentou muitos desafios nos últimos meses. Agora você está em outra temporada sem companheira. Cacete, você nem escolheu uma nova parceira." Eu senti meu lábio curvar. Josh deve ter notado porque olhou para baixo e mudou rapidamente de assunto. "A questão é", Josh continuou, "você não tem sido você mesmo ultimamente. Estou dizendo isso não apenas como seu beta, mas como seu amigo, cara. Estou preocupado com você. Se você não encontrar uma companheira logo... se sua vida amorosa está desequilibrada, então..." Eu olhei para o lado. Josh estava certo em estar preocupado, quando os alfas não tinham uma parceira durante a Bruma — mesmo que fosse uma amizade colorida — a liderança inteira ficava abalada, mas, eventualmente, todos os alfas tiveram que achar uma parceira ou então seus poderes enfraqueceriam lentamente e eles seriam substituídos por um alfa mais forte. Mas Josh não sabia de tudo. Eu tinha um segredo que valia a pena guardar nesta temporada. Um motivo para esperar. "Entendo sua preocupação, Josh." eu disse, voltando-me para ele." Mas não meta seu nariz em minha vida privada, entendeu? Estou falando agora como seu Alfa." Então, eu encarei Josh nos olhos. Havia uma tensão palpável entre nós. Por um segundo, seu olhar permaneceu. E não apenas como meu amigo. Ele ousaria desafiar meu domínio? Mas, finalmente, Josh olhou para baixo e acenou com a cabeça. "Certo, meu Alfa", ele disse calmamente.


"Isso." eu disse, já me sentindo melhor. Levantei-me e dei a volta na mesa para considerar a prancheta de Josh, dando uma olhada na disposição dos assentos, uma ideia começando a tomar forma. "Se estamos falando de detalhes, há um pequeno ajuste que eu gostaria de fazer..." Sienna: Ok, pessoal. Sienna: hora da confissão Michelle: você foi convidada para a casa da matilha, todo mundo sabe Sienna: O quê?? Como??? Erica: emoji de festa Mia: AEEE MIGAAA Michelle: foi mal, miga. Vc sabe que eu nunca fico de boca fechada Sienna: Você é a pior, Michelle. Mia: Então, já que estamos jogando as bombas Mia: Harry e eu Mia: é possível que a gente tenha... acasalado Sienna: WHAAAATTT?!? Michelle: 3 emojis de coração Michelle: parabéns garota! (zero chocada mas ok) Sienna: Tão feliz por você, Mia!!! Erica: yay mia! Erica: por que eu sou a única sem novidades Mia: obrigada, pessoal. Mia: Mas Si, é melhor você nos enviar atualizações esta noite. Michelle: especialmente se for sobre o nosso alfa sexy...

Sienna Eu sei que provavelmente deveria ter me distraído com o evento na casa da matilha, mas não conseguia parar de pensar em Mia e Harry. Eu não podia acreditar. Mia acasalou-se com o maldito Harry Milton. Por anos, os dois foram melhores amigos. Cem por cento amizade sincera.


O fato de que agora, de repente, os dois não estavam apenas ficando... acasalados pra valer? Era quase inédito. Normalmente os companheiros sabiam na primeira vez que se olhavam nos olhos. Eles reconheceram a conexão em algum nível animal mais profundo. Isso acontecia com meus pais, com Jeremy e Selene, com quase todo mundo que eu conhecia. Mesmo as pessoas que acabaram se tornando companheiros após anos sendo amantes eram mais comuns do que o que aconteceu com Mia e Harry. Que vaca sortuda, pensei. Admito que fiquei com um pouco de inveja. Que sonho encontrar um companheiro que já sabia tudo sobre você, em quem você confiava. Parecia tão lindamente simples. Ao contrário da minha situação sem sexo, sem companheiro, totalmente nebulosa. Abri meu armário e procurei algo para vestir no jantar. Eu não tinha nada nem perto de elegante o suficiente. Uma batida na porta do meu quarto chamou minha atenção. "Eu sabia que você era um caso perdido, mana", Selene disse, entrando. "É por isso que vim preparada..." Em suas mãos estava um lindo vestido de noite, feito de seda verde-claro, tão longo que parecia não ter fim. Eu só precisava dar uma olhada para saber que era perfeito. "Como você..." eu disse. "Comprei para um baile há dois anos, mas com o meu tom de pele? Simplesmente não ficou bom. Eu nem usei. Então, eu guardei para uma eventualidade." Eu podia ver por que não teria funcionado. Selene era uma loira platinada. Verde pedia cabelo ruivo, como o meu. "Bem", pressionou Selene",você vai ficar olhando o dia todo ou experimentá-lo?" Eu não hesitei. Nunca tive vergonha de ficar nua perto da minha irmã, tirei


minhas roupas e coloquei o vestido. Parecia que tinha sido feito para mim. Mesmo que Selene e eu fôssemos tamanhos diferentes. Ela era alta e esguia, enquanto eu era mais curvilínea. Então, como é que este vestido parecia ter sido embalado à vácuo? "Eu fiz umas adaptações, só para você”, Selene disse, piscando, como se estivesse lendo minha mente. Eu dei uma olhada no espelho e não pude acreditar no reflexo que olhou para mim. O vestido terminava graciosamente nos meus tornozelos, com as costas generosamente abertas afinando logo acima da minha bunda e a frente acentuando meu decote. Eu estava certa sobre a cor. Meu cabelo ruivo e olhos azuis brilhantes faziam o verde se destacar positivamente. "Papai vai ter um ataque cardíaco." Selene riu. "Você está maravilhosa. Mas..." Sim. Eu podia ver o que Selene estava dizendo. O vestido era inegavelmente sexy, mas agora, eu não me importava. Nada parecia mais certo no mundo. "É perfeito", eu disse. Selene sorriu e me deu um abraço. "Vamos, vamos mostrar à mamãe." Não demorou muito para que mamãe e papai tivessem suas reações previsíveis. "Vocês. Veja. PEDAÇO DE MAU CAMINHO!" Mamãe disse. Eu fiz uma careta, essa escolha de palavras não poderia ser pior. "Uh, sim", papai disse, olhando para qualquer lugar, menos para mim diretamente." Muito lindo. Eu acabei de..." "Tudo bem, pai. " Eu ri. "Sabe", disse mamãe, dando um passo em minha direção",olhando para você assim, quase consigo esquecer por um segundo que você tem apenas dezenove anos. Isso me faz pensar... se um certo Alfa concordaria." "Mãe”, eu disse, revirando os olhos. "Esta é apenas uma chance para os locais conhecerem sua liderança. Dá pra trocar o disco?"


Mais uma vez, meu domínio da conversa sobre a família parecia estar funcionando. Eles já estavam perguntando a Selene o que ela estaria vestindo, mas então minha mãe sacudiu a cabeça, lembrando-se de seu tópico favorito: fofoca. "Sienna", ela disse, "sua mãe intrometida ouviu um pequeno boato, no entanto, essa é a razão pela qual nosso amado Alfa estar convidando todos esses estranhos para a Casa da Matilha? É encontrar uma amante para a temporada." E assim meu humor murchou de uma vez. A última coisa no mundo que eu precisava era Aiden Norwood procurando por uma amante esta noite e se decidindo por mim. Especialmente depois de nosso encontro casual na margem do rio. Eu não ia ficar na sombra de nenhum lobo, alfa ou não. Eu queria um companheiro para a vida toda. Eu fiz uma careta para minha mãe."Sério, mãe? Só por uma vez, você não poderia..." "Estou apenas dizendo!" ela disse, com as mãos para cima, na defensiva."Ele não tem companheira para esta temporada. É proibido sonhar agora, Sienna?" Sim mãe. Estava errada, e não era uma fantasia. A ideia de estar com o Alfa era ridículo. Já havíamos feito contato visual e nada havia acontecido. Então não tinha como ele ser meu companheiro. Se qualquer coisa, ele só queria — PORRA. Agora, eu estava pensando na gente transando. Apenas a ideia por si só foi o suficiente para acender a Bruma adormecida. Estava silenciosa até então — exatamente como eu gostaria que ela ficasse pelo resto da noite. Eu não poderia aparecer na Casa da Matilha cheia de lobos famintos... daquele jeito. "Eu preciso ir me trocar", gaguejei, virando-me e correndo para fora da sala. "Espere. Sienna." minha mãe gritou atrás de mim. "Eu só estava brincando!" Corri para o meu quarto e bati a porta, tentando tirar o vestido. Mas estava tão apertado. E eu precisava de ar.


E... E... "Sienna." Eu ouvi a voz de Selene do outro lado da porta. "Não deixe a mamãe entrar na sua mente. Vai dar tudo certo. Vai ser ótimo. Como você disse, é perfeito. Não é?" "Certo." Eu disse, acalmando minha respiração. "Obrigada. Selene." Peguei um xale, para cobrir no mínimo meus ombros e minimizar a sensualidade do vestido. Eu só esperava que quando chegássemos à Casa da Matilha, a Bruma estivesse diminuindo... Enquanto dirigíamos, para a enorme mansão, longe da atividade de nossa cidade, a única fonte de iluminação no tranquilo campo, e minha família conversava ativamente, zumbindo de excitação, aconteceu de novo. A Bruma pulsou, cutucou e penetrou cada canto do meu ser. Como se soubesse, apenas por ver a Casa da Matilha, o que aguardava lá dentro... Era um despertador e tanto. Por favor, não faça isso, implorei ao meu corpo. Por favor, não aqui. Agora não, mas, como eu estava prestes a descobrir, meu corpo tinha outros planos...


Capítulo 5 - A Festa Sienna: Eu acho que não consigo Sienna: Não posso entrar Sienna: Estou perdendo o controle, Michelle Michelle: ?!? Michelle: tá falando sério doida? Michelle: o mundo inteiro e a família MATARIAM para entrar na casa da matilha Michelle: o que tá pegando? Sienna: Esse vestido é um exagero Sienna: E com a Bruma... Michelle: miga, pare, você é tá gatíssima. vá lá e se divirta Michelle: você pode até encontrar um parceiro para a temporada! Michelle: qual a pior coisa que pode acontecer?

Sienna O pior que poderia acontecer? Ah. Michelle. Você não tem ideia. pensei. Tínhamos acabado de estacionar e estávamos caminhando em direção às altas portas da frente da Casa da Matilha. Todo mundo estava vestido com esmero. A cada passo, eu podia sentir minha condenação se aproximando. Eu queria dar meia-volta e correr para casa. Sim. mesmo de salto. Eu estava tão desesperada. "Ah. que maravilha para nossa posição na Matilha." mamãe disse, alheia. "Mal posso esperar para conhecer o Alfa. Eu juro que se eu fosse alguns anos mais jovem..." "Mãe, por favor." Eu implorei. "Pare." Felizmente, minha mãe rapidamente se distraiu novamente e eu não tive que explicar por que eu precisava que ela calasse a boca tanto. A Bruma estava me dando trabalho agora. Durante todo o dia, tentei


reprimi-la, mas agora... Agora a Bruma decidiu que era uma boa hora para tentar se apossar do meu corpo. No momento em que estávamos no jantar. Por favor, eu implorei mais uma vez ao meu corpo aquecido. Eu não tenho tempo para isso. Foda-se, meu corpo estalou de volta. Ugh. eu estava conversando com meu corpo agora. Estava perdendo a cabeça. Maldita Bruma. Uma recepcionista humana nos cumprimentou e nos conduziu até a sala de jantar. Lustres, velhos retratos de antigos Alfas com uma dúzia de mesas com talheres de prata dignos da realeza. Não para um bando de plebeus como nós. Quando nos sentamos, percebi que nossa mesa era a mais próxima da mesa do Alfa. Coincidência? Lembrei-me do olhar estranho e demorado de Jeremy quando ele trouxe o convite para nossa casa, mas eu ignorei isso. Sim. Era uma coincidência. Tinha que ser. Da minha cadeira, eu finalmente tive uma boa posição para julgar as outras mulheres presentes. Eu definitivamente não era a mais bonita, disso eu tinha certeza. Havia outras mulheres jovens, mais ou menos da idade do Alfa, em seus vinte e tantos anos, que eram simplesmente deslumbrantes. Com suas pernas longas e delgadas, seus lábios carnudos e protuberantes e olhos dourados cintilantes, eu sabia que não havia como comparar. Eu tinha curvas. meu cabelo vermelho fogo caia descontroladamente nas minhas costas e meus olhos azuis gelados eram menos comuns, eu acho, mas o que me faltava em sofisticação, eu sei que compensava, em intensidade crua. Ninguém naquela sala brilhava tanto, para melhor ou pior. "... o que uma garota assim está fazendo aqui" Eu ouvi uma das mulheres sussurrar para suas amigas. Eles riram. Vacas maldosas. Não era como se eles fossem da realeza também. Simplesmente se enxergavam assim. Eu sabia exatamente o que eu era, e não era uma loba me arrastando de quatro, implorando para ser comida por um lobo importante da Casa da Matilha.


Na verdade, eu representava algo. Em algum lugar lá fora, havia um companheiro pelo qual valia a pena esperar. Alguém que olharia nos meus olhos e realmente me veria. Alguém que, à primeira vista, me amaria. E eu, a ele. Aqui na Casa da Matilha? Não havia nada para ver. Eu quase considerei ir embora, ali mesmo, quando notei um dos meninos em outra mesa olhando meu decote. Não consigo explicar porque, mas fiquei lisonjeada. Nesse momento, uma mulher apareceu pela porta e os olhos do menino se voltaram para ela imediatamente. Todos, até as mulheres, olhavam para ela. Bronzeada, alta, com um pescoço longo, ela usava seu vestido vermelho com a graça de uma rainha, não de uma loba. "É ela! " Selene sussurrou. "Essa é Jocelyn, a ex de Aiden Norwood. E aí está seu novo homem." Ao lado de Jocelyn estava um gostosão loiro de cabelo espetado que todos conheciam. Ele era o Beta do Alfa, seu número dois. Josh Daniels. Ele a beijou na bochecha e sentou-se ao lado do Alfa. Eu me perguntei se ele e Aiden ainda poderiam ser amigos, já que Josh estava namorando Jocelyn agora. O pensamento não demorou muito porque, a próxima coisa que vi, foi Selene e Jeremy me pegando pela mão e me conduzindo. O que?! Por quê?! Eu não tinha pedido para ser apresentada a ninguém. "Jocelyn, você está radiante como sempre", Selene arrulhou. "Oh. Selene, assim você me mima. Você está absolutamente deslumbrante nesse vestido, respondeu Jocelyn. "E quem é essa garota linda? Sua irmã?" Jocelyn agarrou minha mão e de repente me senti cheia da energia mais quente e assertiva que se possa imaginar. Tanto que até minha Bruma deu uma aliviada. "É um prazer conhecê-la." Ela sorriu. "Eu sou Jocelyn." "Sienna." consegui dizer. Eu sabia, por aquele toque, que Jocelyn devia ser uma curandeira. Apesar


de sua beleza, ela era duas vezes mais legal do que a maioria das garotas aqui, mas antes que pudéssemos continuar falando, fomos interrompidos por suspiros por todos os lados. Eu me virei para ver a vida da festa, o Sr. Aiden Norwood, Alfa da Matilha da Costa Leste, entrou no salão. Ele usava um smoking caro com uma gravata verde escuro, o que tornava o verde em seus olhos dourados ainda mais evidente. Seu cabelo negro estava despenteado, como se ele tivesse acabado de sair da cama. Sua mandíbula estava cerrada, em um sorriso agressivo. Eu tinha que admitir... só de vê-lo ali foi o suficiente para me deixar molhada. "Bem-vindos, meus membros do bando", ele disse, incapaz de esconder um pouco do rosnado em sua garganta. "O jantar vai começar em breve, então, por favor, sentem-se." Embora sua declaração tenha sido simples, até mesmo como um cavalheiro, eu senti uma corrente ameaçadora dentro de cada palavra. Isso me deixou tensa. Isso me deixou com fome. Isso fez com que a Bruma emergisse de seu sono temporário. Com um sorriso torto, o Alfa se voltou para seu assento. Eu mal podia me controlar. Faíscas percorreram meu corpo, colidindo entre minhas coxas,minha garganta secou, minhas bochechas coraram com o calor renovado e eu tive que morder meu lábio para evitar ofegar. Controle-se! Eu gritei dentro da minha cabeça. Você não vai perder o controle na frente de todos, entendeu? Aiden se sentou ao lado de Josh e Jocelyn e, para minha surpresa, conversou calorosamente com os dois. Portanto, os rumores não eram verdadeiros. Não foi isso que o torturou. Então o que? Eu sabia uma ou duas coisas sobre tortura agora. A Bruma estava me destruindo sorrateiramente. Durante a temporada, era de conhecimento comum que um lobisomem não casado poderia farejar se alguém por perto estivesse na Bruma. Se eu não tomasse cuidado, se deixasse minha Bruma assumir o controle, aqueles homens não acasalados começariam a me farejar. Qualquer coisa menos isso, eu implorei mentalmente. Eu não posso suportar a humilhação. Estar na Bruma em público era como dar ao mundo um convite


para te foder. Quando o primeiro prato foi servido, o lobisomem solteirão que servia a nossa mesa me cheirou e seus olhos brilharam, o que significava que eu comecei a exalar o cheiro de Bruma. Com o rosto em chamas, estreitei meus olhos em advertência e segurei seu olhar, mostrando a ele que não estava interessada. Ele era bonitinho, não me entenda mal, mas eu não estava me reservando para um garçom em um jantar. Ele recuou imediatamente — cara inteligente — se distanciando de mim. Eu estava prestes a soltar um suspiro de alívio quando senti os olhos de alguém em mim. Não ousei erguer os olhos. Esse olhar, de onde quer que estivesse vindo, tinha uma atração poderosa, parecia estar intensificando a Bruma, ampliando-a. Fazendo-me queimar ainda mais forte, se isso fosse possível. Eu gemi, incapaz de suportar. Minha calcinha ficou melada de repente e meu estômago apertou, fazendo todos os outros músculos do meu corpo ficarem tensos também. "Você não vai comer?" Quase pulei quando mamãe falou. Eu me virei para dar a ela um sorriso tenso e assenti, cerrando os dentes. "Já, já." Mamãe, sem notar meu desespero, deu de ombros e deu uma mordida em seu salmão. Parecia delicioso, mas minha fome era fixada em algo diferente de comida. Os olhos ainda estavam em mim. Eu podia sentir. E pior, agora eu podia sentir outros me olhando também. Meu cheiro estava flutuando por todo o corredor, atraindo a atenção de todos os lobos não acasalados, exigindo um escape. Eu não tive escolha. Eu tinha que me retirar. Agora. Levantei-me e murmurei um tenso "com licença." deixando meu xale sobre a mesa e sai o mais rápido que pude daquela maldita sala de jantar. Eu sabia que ia contra as regras pedir licença no meio da refeição, especialmente na presença do Alfa. Era semelhante a um insulto a Sua Alteza Real.


Eu não dei a mínima. Praticamente corri para o banheiro. Felizmente, estava vazio. Eu tranquei a porta do box e me inclinei em sua parede, respirando pesadamente, a fina camada de seda que me cobria era demais. Minha calcinha era demais. Tudo era demais. Antes que eu pudesse me conter, puxei a bainha do vestido até a cintura. Eu deslizei minha mão sob a minha calcinha, e com o toque do meu dedo no meu clitóris, quase explodiu. Comecei a massagear e não conseguia parar. O calor era totalmente sufocante, por dentro e por fora, me consumindo. Eu já tinha me masturbado muitas vezes antes disso. Era a única maneira de passar por cada Bruma sem perder a cabeça, mas sempre fiz isso na privacidade do meu quarto. Nunca estava perto de tantos lobos famintos. Nunca no banheiro da maldita Casa da Matilha. Eu não pude segurar o gemido que escapou da minha boca com o toque dos meus lábios molhados. A tensão, a necessidade, o fogo, era agonizante. Eu ia explodir — de verdade dessa vez. Mas então eu ouvi. A porta do banheiro se abriu e os passos ecoaram no chão de ladrilhos. Não o clique agudo dos saltos femininos. O baque surdo de... sapatos masculinos. Eu congelei e meu coração bateu forte no meu peito. Bem quando eu estava prestes a gritar com quem decidiu entrar no banheiro e dizer a eles para me deixarem em paz. uma voz profunda e rouca me deu um soco. "Consigo farejar seu gozo, fêmea." Minha respiração parou. Ai. Caralho. O Alfa estava parado do lado de fora da cabine.


Capítulo 6 - A Marca Sienna Ele tinha me farejado no salão de baile. Ele sentiu o cheiro da Bruma e me seguiu até o banheiro, mas será que Aiden Norwood podia farejar, agora, a um metro de distância, apenas separado por uma frágil porta de metal, que eu estava sentada com minha calcinha em volta dos tornozelos, meus dedos dentro de mim, bem pertinho do orgasmo? "A Bruma pode atingir você nos lugares mais imprevisíveis", ele rosnou, mas havia uma diversão casual em seu tom que me enfureceu. Antes que eu pudesse me conter, eu rosnei de volta. "E daí?" Nossa, ninguém falava com o Alfa dessa maneira. Qual era o meu problema, queria morrer? Eu lentamente puxei meus dedos. Meu corpo gemia de frustração, mas minha mente — graças a Deus ainda funcionava — estava assumindo o controle. Quando me inclinei para puxar minha calcinha, Aiden sussurrou, e foi como se não houvesse nenhuma porta entre nós: "E então, mulher? Por que você não está resolvendo o problema?" Mas ele não estava perguntando. Ele estava ordenando. Um puro macho alfa do alto do seu pedestal, ordenando que um de seus membros de escalão inferior entrasse na fila. Me chamando de “mulher" como se eu não tivesse nome. Condescendente. Julgando. Eu me endireitei, reajustando meu vestido, incapaz de controlar meu temperamento. "O que te dá o direito de falar comigo dessa maneira?" Estava enfurecida. "Para entrar em um banheiro feminino, me dizendo como devo me recompor? Quem diabos você pensa que é?!" Não tive a chance de pensar duas vezes, de me arrepender de minhas palavras ou de implorar perdão porque, a próxima coisa que percebi, a porta se abriu. E lá estava ele. Aiden Norwood, em toda a sua glória, aterrorizante e belo. Ele olhou fixamente, os olhos verde-dourados brilhando, todo o seu comportamento cheirando a agressão.


Graças a Deus eu puxei minha calcinha a tempo, ou quem sabe o que teria acontecido. "Quem eu acho que sou?" ele perguntou. "Preciso te lembrar?" Agora, enquanto o cheirava, percebi que o Alfa não estava apenas irritado. Ele estava confuso. As perguntas sacudiram meu cérebro, mas não houve tempo para respondê-las, porque a sua Bruma fez a minha ressurgir com uma intensidade repentina e pulsante insuportável. Logo minha raiva estava derretendo com o puro calor dela. Sucumbindo. Querendo, implorando, precisando que ele se aproximasse. Como se pudesse ler minha mente nublada, ele o fez, entrando na cabine. Meu coração ameaçou abrir meu peito e minhas pernas ficaram bambas. "Oq-o que você está fazendo? " Eu gaguejei. "Você sabe quem eu sou", disse ele, dando mais um passo. "Diz." "Você é o... o Alfa." "O meu nome." Será que eu ousaria? Ninguém deveria pronunciar esse nome além de seus conselheiros mais próximos e parceiros sexuais. Não. Eu balancei minha cabeça, me recusando a ceder. Forçando minha Bruma a resistir. Não. Tentei desviá-lo da cabine e ele levantou a mão, me bloqueando. "Do que você tem medo? " ele perguntou. Tentei afastar sua mão e ele agarrou meu pulso. Eu deveria estar com medo. Eu deveria estar apavorada, sendo encurralada por um lobisomem — pelo Alfa, nada menos que isso — em um banheiro. Mas, na verdade, não acho que Aiden Norwood pretendia me forçar a fazer nada contra a minha vontade. Acho que ele podia sentir a necessidade absoluta de minha Bruma por ele. Ele queria saber por que eu estava resistindo quando nenhuma garota havia resistido a ele antes. "Por favor... me deixa ir", eu pedi, a voz trêmula. "Você ousa dar ordens ao seu Alfa?" "Eu disse por favor, não disse?" Não pude acreditar na minha própria audácia.


Pela primeira vez, pude ver seu rosto de perto. O tormento nadou dentro daqueles olhos verdes dourados. Parecia que ele estava realmente considerando meu pedido. Mas foi quando suas narinas contraíram. Ele trouxe meus dedos — os mesmos dedos que estiveram dentro de mim — até seu nariz. Enquanto ele sentia o cheiro deles, eu senti sua Bruma pulsar dentro dele. "Você estava... " ele começou. "Tentando cuidar disso. Como você disse." "Por que, quando um homem pode fazer muito mais?" Ele disse em um sussurro rouco. A insinuação por si só fez meus olhos rolarem para trás. Eu não pude evitar. Eu grunhi. Isso foi o bastante. Um segundo depois, o Alfa me prendeu contra a parede da cabine. Minhas pernas deixaram o chão e se enrolaram em seu torso. Ele me pressionou mais perto e eu senti seu volume intumescido. Uma onda quente de excitação brutal tomou conta de mim. Esta foi a primeira vez que um homem me tocou dessa maneira. Eu me sentia tonta e louca, fora de mim. Então ele pressionou seus lábios no meu pescoço e, em vez de me beijar, ele lambeu. Cada gota brilhante de suor que ele devorou. Era demais para aguentar. "Não... eu..." Mas eu era impotente para resistir à névoa que nos prendeu. Senti sua ereção pressionada contra minha calcinha úmida e gemi de prazer, de dor, em tudo entre, minha mente embaçada com nada além de sexo. As mãos dele. Deus, suas mãos. Eles deixaram meus pulsos, serpentearam sob meu vestido e agarraram minha bunda nua. Cada centímetro de suas mãos grandes, quentes e calejadas parecia que se encaixavam ali. Antes que eu soubesse o que estava fazendo, minha parte inferior do corpo começou a investir contra o dele, fazendo-o rosnar.


Meus braços em volta do pescoço. Eu precisava tocá-lo, abraçá-lo, pressionar cada parte de mim contra ele. Eu o queria como nunca quis nada no mundo antes. E então eu vi em seus lábios: um sorriso malicioso. Um olhar de cumplicidade que parecia dizer: Eu sabia que ia conseguir te dobrar. A satisfação, a presunção... quebrou o encanto, de uma vez. Cega de raiva e nojo, rosnei e me esgueirei para fora de seus braços. A Bruma ainda estava acesa, mas minha mente finalmente clareou. Eu conseguia pensar de novo. "Qual é o problema, mulher?" ele rosnou, divertido. Mulher. Mais uma vez, fazendo de mim apenas mais um ninguém com quem ele pudesse foder e se livrar. "Me solta", eu disse entre os dentes cerrados. "Falo sério dessa vez." "Você tem certeza?" Mais uma vez, ele empurrou seu membro latejante para baixo de mim. Eu tive que resistir à vontade de suspirar. Aiden Norwood, o Alfa da Matilha Costa Leste, estava levando um fora meu, Sienna Mercer, aqui em um banheiro da Casa da Matilha. Como eu poderia ter me perdido assim? Por três anos de Brumas, fui capaz de me controlar. Me focar e recusar toda tentação. Até agora. Como eu poderia ter cedido, e com o Alfa, além de tudo? Parte de mim se perguntou por que eu não podia simplesmente aproveitar o momento. Mas outra parte, uma parte mais inteligente, sabia o motivo. Este homem não era meu companheiro. Disso, eu tinha certeza. "Eu sei que você é o Alfa", eu rosnei. "Eu sei que devo me submeter, mas —""Você não vai." Ele sorriu. "Eu sei. É disso que eu gosto." Eu fiz uma careta. Aquilo foi uma surpresa. Ainda mais surpreendente foi que, um momento depois, ele de fato cedeu. Ele me deixou no chão e abriu a porta, gesticulando como se dissesse, pode ir. Mas seus olhos disseram algo totalmente diferente. Eles pareciam dizer, isso está apenas começando. Não hesitei em interpretar o significado. Eu tinha conseguido uma fuga e ia aproveitar a chance.


Baixando os olhos e assumindo uma postura submissa, para mostrar meu respeito por sua disposição de cooperar, endireitei meu vestido e corri para fora do banheiro. Quando a porta se fechou, eu ainda podia sentir os olhos verdes dourados de Aiden Norwood perfurando minhas costas. O que diabos tinha acontecido? Quando voltei para o meu lugar, notei alguns olhos me seguindo com uma suspeita muda. O fato de eu ter fugido da sala de jantar e o Alfa ter me seguido alguns minutos depois claramente não tinha passado despercebido. Minha mãe foi a primeira a me olhar de cima a baixo. "O que foi que.... Querida, seu cabelo” — Merda! Com meus olhos no chão, eu não tive a chance de avaliar meu reflexo e ter certeza de que estava... sei lá. Decente? Não como se eu tivesse acabado de me atracar com o Alfa? Envergonhada, prendendo fios de cabelo atrás das orelhas e olhando para o meu prato, tentei forçar minha mãe a deixar a coisa passar, mas eu sabia que se ainda pudesse sentir o cheiro do Alfa em mim, minha mãe provavelmente também podia. "Podemos comer em silêncio?" Depois de um segundo, felizmente, foi o que ela fez, me deixando em paz. E logo a sala estava de volta a um ambiente barulhento, onde eu poderia desaparecer no fundo e fingir que nada tinha acontecido. Quando Aiden voltou para a sala, ninguém me deu atenção. Talvez, eu pensei, eu escaparia desta Casa da Matilha com minha reputação e meu corpo ilesos. Quem sabe... Quando o jantar acabou e tínhamos concluído com algumas das formalidades, inclusive aquela em que as famílias encontram o Alfa e seu Beta individualmente, o que evitei a todo custo, nossa família se dirigiu para a saída. Eu estava quase escapando impune. Foi então que percebi que havia deixado meu xale na sala de jantar. Cacete! "Gente, esqueci uma coisa. Eu já volto", eu disse a eles. "Podem ir ligando o carro." "Claro, querida", disse meu pai. Ele, minha mãe, Selene e Jeremy saíram enquanto eu corria de volta para


pegar meu xale. Eu estava morrendo de medo de que Aiden Norwood ainda estivesse no corredor, que eu teria que encontrá-lo individualmente novamente. Mas, para minha surpresa, a sala estava deserta. Peguei meu xale e fiz meu caminho de volta para as portas da frente da Casa da Matilha. O corredor que levava para fora estava vazio agora. Eu podia ouvir algumas das famílias, do outro lado da porta, conversando entre si, prestes a voltar para casa. Meus dedos tocaram a maçaneta da porta quando eu senti. Uma presença iminente diretamente atrás de mim. Um cheiro que reconheci. Não, não, não... "Antes de ir", Aiden Norwood sussurrou em meu ouvido",Eu tenho algo para você." Sentir seu hálito quente no meu pescoço me fez estremecer de prazer e nojo. "Eu disse a você", eu disse, prestes a me virar",Eu não estou” — Mas antes que eu pudesse dizer outra palavra, o Alfa trouxe sua boca para a curva do meu pescoço e ombro. E, antes que eu pudesse impedi-lo, ele foi em frente. Ele me mordeu. O tipo de mordida que levaria meses para desaparecer. O tipo de mordida que tornou óbvio para cada lobisomem no mundo exatamente a quem eu pertencia. O tipo de mordida que gritava que eu pertencia a ele. Aiden Norwood tinha acabado de me marcar. "Você é minha para a temporada", ele sussurrou. "Outro homem toca em você e eu o matarei." Então ele se virou e me deixou lá na entrada da Casa da Matilha. Eu não sabia se queria fazer amor com ele ou matá-lo. Uma coisa era certa; um dos dois ia acabar acontecendo.


Capítulo 7 - As Meninas Sienna Quando alguém sorri em público, sozinho, sem motivo aparente, sem nenhuma preocupação no mundo, isso só pode significar uma coisa: paixão na certa. Isso foi o que eu vi quando olhei para Emily, minha melhor amiga, sentada no ponto de ônibus, esperando por mim, chutando seus sapatos distraidamente. Um grande sorriso bobo no rosto. "Em!" Eu gritei, acenando. Ela se virou, abalada por seus devaneios, e se levantou. Ela sorriu para mim, mas era um sorriso diferente. Um sorriso mais moderado e familiar. Nem perto do brilho do sorriso que ela guardou para si mesma. "Ei, Si" ela disse, me dando um abraço rápido. "Então, o que está na agenda para hoje?" "Uma nova galeria que estou morrendo de vontade de conferir. Vamos!" Achei melhor interrogá-la no caminho. Dê-lhe um segundo para se orientar primeiro. Afinal, o amor não era uma prioridade na minha vida atualmente. Eu tinha apenas quinze anos. A Bruma só começaria no ano seguinte. Nada no mundo poderia me preocupar agora. Mas isso não significa que eu não estava curiosa. Enquanto caminhávamos por um atalho panorâmico no meio da cidade, descobri que não conseguia mais me conter "Então", eu disse, olhando para Emily, "tem alguma coisa pra me contar, Em?" "O quê? "Emily disse rápido demais. "Eu... não sei do que você está falando." Nada convincente. Suas bochechas vermelhas e olhos penetrantes traíram qualquer segredo que ela estava escondendo. "Qual é, Em!” eu disse, cutucando-a. "Sou eu. Você sabe que pode me contar qualquer coisa" Emily suspirou, olhos no chão, chutando uma pinha. Mas eu sabia que ela iria desabar. Éramos melhores amigas. Nunca guardamos segredos. Por que Emily iria começar agora? "Você jura não contar a ninguém?" "Juro por tudo." E eu falei sério. Os olhos de Emily finalmente encontraram os meus, e eu vi uma


sugestão daquele sorriso radiante nos cantos de sua boca. Ela mal conseguia se conter. "Lembra como eu disse que queria dormir com alguém antes de começarmos o Trote?" "Sim", eu disse. "Pra ser menos chocante, né?" "Certo. Bem... acho que posso ter... conhecido alguém." Eu parei, de queixo caído, agarrando o braço de Emily. "Tá falando sério?! "Eu exclamei. "O QUÊ? Quando? Como? Quem? Eu quero detalhes”. "Eu vou te contar tudo, Si". Emily riu. "Uma coisa de cada vez." Eu sabia, por aquele olhar no rosto de Emily antes, que havia alguém. Mas eu nunca teria esperado que fosse... aquele tipo de pessoa. Do tipo com o qual você perde a virgindade. “Só me diz uma coisa", eu disse, ficando séria. "Tem certeza de que ele é o cara certo?" "Não", Emily admitiu. "Mas ele é mais velho. Mais experiente, e isso me agrada. Porque isso significa que pelo menos um de nós saberá o que estamos fazendo." Nós rimos por um segundo e continuamos andando. Mas eu tinha tantas perguntas. "Espera aí. Mais velho quanto, Em?" "Dez anos?" "Uau. Mais velho mesmo." "Mas não importa. Ele é alto, bonito e tão confiante, meu Deus. Quando falo, é como se ele realmente ouvisse. Com tanta... intensidade." E eu pude ver pelo olhar de Emily, pelo sorriso em seu rosto, que ela estava certa. Sua idade não importava nem um pouco. Minha amiga estava se apaixonando. E eu estaria lá para ela. Eu agarrei a mão dela. "Estou tão feliz por você, Em". "Quero dizer, veremos", disse ela. “Quem sabe se ele quer o mesmo." "Olhe para você, Em", eu disse, empurrando seu braço de brincadeira. "Como ele pode resistir?" "Olha só quem fala" disse ela, revirando os olhos. E agora nós duas estávamos rindo, de mãos dadas, em nosso caminho para onde quer que a tarde nos levasse, nossos planos para ver a galeria, há muito esquecidos. Nós duas éramos imparáveis. Juntas, deixaríamos nossa marca no mundo.


***

Acordei assustada, a cabeça ainda nublada com as lembranças. Minha mão imediatamente disparou para meu pescoço, inchado e machucado. Merda. Emily pode ter sido um sonho, mas essa marca não era. O maldito pesadelo era real. Uma torrente de mensagens de texto iluminou meu telefone quando ele começou a vibrar como um louco. Michelle: garota! Michelle: atenda já o maldito telefone! Sienna: Ughh Michelle, tá cedo pra caramba Sienna: O que é? Michelle: você tem algumas explicações a dar Sienna: ??? Michelle: pode correr para o Winston's Eu rolei na cama, gemendo. A última coisa que eu queria fazer era enfrentar um interrogatório das minhas amigas. Depois da noite passada, depois de ser marcada pelo Alfa... Oh Deus. Como eu iria cobrir aquilo?! Quando dei uma olhada no espelho, só a visão foi o suficiente para me fazer ofegar. A mordida era uma mancha azul enorme e machucada em meu pescoço, maior do que qualquer mordida que eu já tinha visto antes. Não doeu. Na verdade, quase vibrou com uma sensação carnal. Cada vez que o tocava, podia sentir os dentes de Aiden Norwood novamente. Sacudi a sensação e comecei a me vestir. Peguei o maior lenço que encontrei e o enrolei no pescoço. No mínimo, ver Michelle e as meninas tiraria o Alfa da minha mente. Uma distração era exatamente o que eu precisava agora. Quando cheguei ao Winston's, a nossa lanchonete, vi que toda a tripulação já estava preparada. Michelle, que tinha um novo parceiro a cada Bruma, estava conversando


com as meninas sobre sua última conquista. No momento, acho que o sortudo era... Ralph? Russell? Não, Ross. Era isso. Difícil lembrar de todos quando se tratava de Michelle. Não me entenda mal. Não era que Michelle fosse vagabunda. Ela estava incrivelmente confortável com sua sexualidade e não deixava ninguém dizer o que ela podia ou não fazer. Foi Michelle quem tentou me arranjar três de seus amigos e que mantinha a fofoca sempre correndo solta. "Lá está ela! " Michelle exclamou quando entrei. "E aí meninas", eu disse, sentando-me, ajeitando o cachecol sem graça. Eu tinha conseguido escapar da Casa da Matilha sem ninguém perceber na noite passada e pretendia manter a marca do Alfa em segredo enquanto eu pudesse. Antes que eles pudessem começar a me interrogar sobre o evento, notei Mia. Ela estava positivamente brilhando. Eu agarrei suas mãos. "Mia, estou tão feliz por você e Harry." "Obrigado, Si". Ela sorriu. "Eu mal posso acreditar que é real. Em um segundo vocês são melhores amigos, no próximo..." "Vocês estão se esfregando um no outro", provocou Michelle, cutucando as costelas de Mia. Mia começou a empurrar os quadris, simulando sexo no meio da lanchonete. "Muito bem!" "Então, quando é a cerimônia de acasalamento? Você já escolheu o lugar? " Eu perguntei. "Alguns meses. Não estou realmente preocupada com isso. A família de Harry tem um monte de propriedades. As vantagens de acasalar com o filho de um magnata do mercado imobiliário", ela sorriu. "Ruim não deve ser", eu disse, rindo. "Isso com certeza", disse Erica, sem rir. Erica nunca foi boa em esconder sua amargura. Outra temporada sem


parceiro parecia estar deixando-a mais frustrada sexualmente do que o normal. Todos nós tentamos ignorá-la, sabendo que era apenas o efeito da Bruma. Normalmente, Erica era a garota mais doce do mundo. Não era fácil ficar sozinha durante a Bruma, disso eu sabia. Mas agora eu tinha problemas ainda maiores. E parecia que Michelle estava prestes a descobri-los. "Certo", disse Michelle, retomando a conversa. "Já evitamos o assunto por tempo suficiente. Vamos, Sienna. Desembucha." "Foi..." eu comecei, tentando descobrir minha melhor estratégia de deflexão. "Normal. Não muito diferente do Baile de Inverno ou do Solstício de Verão. Apenas menos pessoas. Um pouco mais íntimo." "Íntimo, hein? " Michelle perguntou, sorrindo. Eu não gostei do olhar penetrante dela. Mas não era como se ela pudesse saber. Ninguém soube. Ninguém tinha visto o Alfa me marcar. Disso eu tinha certeza. "Sim. Minha família teve algum tempo cara a cara com a liderança da Casa da Matilha. Foi bom para a nossa posição. E só." "Não foi isso que Michelle disse..." Erica cortou. "Como assim? " Eu me virei para Michelle. "Que droga, Erica",Michelle zombou. "Você não poderia simplesmente manter a boca fechada e deixar Sienna nos contar por si mesma?" "Contar O QUÊ?!" Não percebi que estava gritando até que toda a lanchonete ficou em silêncio e se virou para olhar para nós. Eu não estava brava. Eu estava furiosa. Como isso pôde acontecer? Como alguém poderia saber? "Sienna", disse Michelle suavemente. "Não é nada de mais. Ouvimos dizer que você e o Alfa podem ter tido um momento, só isso. Algumas pessoas viram vocês dois saindo do salão na mesma hora e..."Eu estava com tanto calor que tive de afrouxar meu lenço e, ao fazer isso, vi os olhos de Michelle se arregalarem. "Opa", disse ela. "O que é isso?" Merda! Como pude ser tão estúpida? Eu devia ficar trancada no meu quarto pelo restante da Bruma. Sair em


público com essa marca enorme e feia no meu pescoço? Eu poderia muito bem usar uma placa que dizia: "Estou ferrada, obrigado por perguntar." A pior parte era que, enquanto eu estivesse marcada assim, a maioria dos lobos machos me evitaria. Isso significava outra temporada sem encontrar meu verdadeiro companheiro. Outra Bruma sem ninguém para chamar de meu. Com uma mordida, Aiden tirou tudo isso de mim. Percebendo que não conseguiria manter o disfarce por muito tempo, suspirei e lentamente desembrulhei meu cachecol. Quando as meninas viram, todas se engasgaram e colocaram as mãos na boca. "Isso não é.. " Michelle começou, incrédula. "Sim", eu disse. "O Alfa me marcou ontem à noite. Eu sou dele para a temporada. Sorte minha, certo?" Essa última parte eu disse pingando sarcasmo. Mas eu percebi pela expressão no rosto de Erica que ela não gostou nadinha. Ela fez uma careta. "Você poderia ser mais grata", disse Erica. "Ser marcada pelo Alfa entre todas as pessoas? Isso é muito importante, Si." "Eu sei, eu só…" "Você está brincando, isso é INCRÍVEL! " Michelle exclamou. "Droga, Sienna, sempre tentando me superar!" Mia provocou. Suspirei, sem saber como explicar isso. O problema era que nenhuma das meninas sabia meu segredo. Ninguém sabia que eu ainda era virgem. Então, como eu poderia enquadrar isso de uma maneira que eles entendessem? "Ele não perguntou", eu disse. "Ele só… me mordeu, como se eu fosse sua propriedade e ponto final." "Si", disse Michelle, balançando a cabeça. "Eu sei que você gosta de fazer suas próprias regras. Mas, cara, eu mataria por uma chance de transar com o Alfa. Está brincando? Eu faria o que ele quisesse. Além disso, agora que ele marcou você, não é como se você tivesse escolha, certo? Não há ninguém com quem vocês possam dormir pelo resto da temporada." E agora eu podia ver que, apesar de Michelle ser dupla com Ross para a


Bruma, havia um pouco de ciúme em seus olhos. Principalmente pelo status, imaginei. Ninguém, nem Michelle, nem Mia, nem Erica, entendería. Eu estava tentando encontrar um jeito de mudar de assunto quando recebi um texto que deixou tudo ainda pior. Se isso fosse possível. Selene: Adivinha o que acabou de chegar pelo correio, mana. Selene: Um convite do Alfa dirigido a VOCÊ. Selene: Eu falei pra mamãe parar, mas você sabe que ela é tão intrometida Sienna: O que é? Sienna: O que ele quer? Selene: Si... Selene: Ele quer que você vá morar com ele. Eu não aguentei. Antes que eu soubesse o que estava acontecendo, me levantei de um salto e corri da lanchonete sem me despedir das meninas. Mesmo o ar frio lá fora não conseguia controlar a raiva crescendo dentro de mim. Primeiro, ele me marcou sem minha permissão. Ele tirou qualquer esperança que eu tivesse de encontrar meu verdadeiro companheiro. Então, ele me chamou como se eu fosse seu animal de estimação. O mundo estava virando de cabeça para baixo e só eu parecia ser capaz de ver com clareza. Por um segundo, pensei que poderia me transformar ali mesmo. Rasgar minhas roupas no meio de um cruzamento movimentado. Tornar-me meu eu mais animal e violento. Era assim que eu queria machucá-lo. Eu podia imaginar minhas presas rasgando sua garganta. Mas assim que comecei a me mexer, quando vi os cabelos começando a brotar em minhas mãos, minhas unhas se alongando, minha espinha se dobrando, parei.


Não. Eu iria enfrentar Aiden Norwood cara a cara em sua Casa da Matilha e colocar um fim nisso de uma vez por todas. Ele era o Alfa, sim, mas isso não era desculpa. O Alfa estava prestes a descobrir exatamente com quem ele estava se metendo.


Capítulo 8 - O Confronto Sienna Marchei direto para a Casa da Matilha, onde tinha certeza de encontrar Aiden. Quando cheguei ao portão de entrada, parei para cheirar o ar. Tudo cheirava a lobisomens e humanos, a vegetação e veículos fumacentos. Eu fiz uma careta. Eu senti o cheiro de tudo, exceto o cheiro que eu estava procurando. Seu perfume. Era possível que as fêmeas marcadas não pudessem farejar? Isso não seria uma bela cereja no topo do já chauvinista mundo dos lobisomens? O guarda me lançou um olhar desconfiado, então abri um sorriso feminino e fui até lá. "Com licença", eu disse suavemente,"o Sr. Norwood está aqui?" "Por que você quer saber?" "Porque eu gostaria de vê-lo. "Normalmente, meu domínio de conversação, meu traço dominante mais eficaz, teria feito o truque, mas este guarda parecia ter sido treinado para resistir a isso. "Você já marcou hora?" ele perguntou em um tom condescendente. "Muitas meninas querem ver o Sr. Norwood." Eu não tinha tempo para aquela conversa. "Você vai me deixar entrar", eu rosnei. "Agora." Quando minha expressão escureceu, permiti que um dos meus dedos se transformasse em uma longa garra negra. Eu não precisava ameaçá-lo. O guarda sabia exatamente com o que estava lidando. Atrapalhando-se para mostrar seu cartão-chave, o guarda abriu o portão. "Obrigada", eu respondi, minha mão retornando à sua forma humana. E com isso, passei por ele, entrando nas instalações da Casa da Matilha. Eu invadi as portas da frente com uma nova raiva queimando dentro de mim, meus olhos de lobo brilhando em azul dentro da minha forma humana. Aiden saberia que ele marcou a mulher errada. A multidão se separou enquanto eu me dirigia para as escadas. Antes de subir os degraus, parei e farejei por ele novamente. O primeiro cheiro a me atingir foi o odor estéril da sala, em seguida, os cheiros dos outros lobisomens e humanos.


Soltei um rosnado frustrado até que, de repente, uma lufada de essência amadeirada, aroma de grama e coquetel de frutas cítricas me atingiu. A fragrância era hipnotizante. Isso picou minha pele e me deu água na boca, mas eu sacudi esses encantos aromáticos. Aiden Norwood pensou que poderia me dar ordens como uma fã babona porque ele era o Alfa. Ele não poderia estar mais errado. Segui o cheiro até o terceiro andar, onde cheguei a uma grande porta de carvalho. Eu ouvi vozes abafadas do outro lado. Eu coloquei meu ouvido na porta. Eu o tinha encontrado. O Alfa.

Aiden Eu me inclinei na minha cadeira enquanto Josh andava pela sala, preparando-se para algum tipo de grande discurso. Eu estava apenas prestando atenção pela metade. Outra coisa havia estimulado meus sentidos. Jocelyn, Nelson e Rhys olharam em silêncio. Eles sabiam que não deveriam interromper Josh quando ele estava prestes a entrar em ação. “Josh, desembucha", eu rosnei. "Aiden", ele começou, inclinando-se na minha mesa", estamos preocupados com você, e não somos apenas nós. Outros membros do bando estão começando a notar. Não são apenas boatos e fofocas agora. As pessoas estão questionando sua capacidade de liderar. Eles acham que você está comprometido. Um bando não pode funcionar quando seus membros começam a questionar seu alfa." Eu me mexi na cadeira, flexionando meus músculos, caso ele tivesse esquecido minha força. " Josh, não há razão para se preocupar. Eu encontrei alguém." "Você marcou uma garota de dezenove anos que mal conhece. Como não devo ficar preocupado depois disso? Você deveria estar procurando uma companheira, não brincando com uma adolescente deslumbrada." "Você também não a conhece", interrompeu Jocelyn. "Não é justo para você julgá-la." Josh olhou para Jocelyn, franzindo os lábios. “Não estou tentando colocar a garota em julgamento. Só estou dizendo que o futuro da Matilha é mais


importante que qualquer um de nós." "Aiden faria qualquer coisa pela Manada. Você está questionando sua liderança? " perguntou Rhys, ficando na defensiva. Como sempre, Jocelyn foi rápida em acalmar a todos. "Duvido que Josh quisesse questionar a lealdade de alguém, mas ele menciona um ponto importante. Aiden, o que você vai fazer?" "Essa melancolia ficou para trás agora, eu prometo." Pensei em dizer a eles a verdade, mas talvez ainda fosse cedo. Eu não podia me dar ao luxo de deixar isso escapar. Mas eu conhecia Josh e não podia continuar contando com ele. "Tudo que eu quero é que você seja honesto com a gente", respondeu Josh. "O que está acontecendo com você ultimamente?" Antes que eu pudesse responder, um estrondo estilhaçou o ar e a porta do escritório se abriu.

Sienna Com meu lobo em total controle, entrei na sala. A vinte passos de distância, atrás de uma mesa enorme, estava sentado o homem que eu vim ver. Ele não estava sozinho, mas eu não me importei. Os olhos de todos se voltaram para mim, incluindo os de Aiden, que estavam lindos como sempre. Apesar da minha entrada, ele não parecia surpreendentemente surpreso com a minha chegada. Ele deve ter me cheirado no momento em que entrei pelas portas da Casa da Matilha. Minha raiva finalmente atingiu o ponto de ebulição e soltei um uivo feroz que sacudiu a sala. "Você", eu rosnei, mostrando meus dentes e sustentando seu olhar, desafiando-o. Os olhos de Aiden se estreitaram quando ele se levantou e saiu de trás da mesa para me encarar. "Eu estava me perguntando quando você iria aparecer", disse ele. "Mais cedo do que eu previ. Fico lisonjeado." Se eu estivesse totalmente mudada, meu pelo teria arrepiado com sua arrogância. "Lisonjeado? É isso que você pensa que é? Que estou aqui por você? "Eu rosnei, sem quebrar o contato visual.


"Por que mais você estaria aqui? No meu escritório? Cercado pela minha liderança?" "Para te mostrar", cuspi", não tenho medo de você. Agora, Aiden levantou uma sobrancelha, dando um passo lento para frente. "Não? " ele disse. "Talvez você devesse ter." Senti um tremor de mal-estar descer pela minha espinha. Os olhos do homem eram inebriantes. Mas seu rosnado era o de um predador carnívoro. Eu não seria sua presa. "Você pode ser o Alfa", eu disse lentamente, mas eu não pertenço a você." "Essa marca em seu pescoço diz o contrário." Eu tive o suficiente de seus jogos. Alfa ou não, ninguém falava assim comigo e se safava. Minhas garras cortaram seu pescoço, mas ele agarrou meus pulsos antes que eu pudesse afundá-los em seu pescoço. Eu estava prestes a jogar um joelho quando ele me girou e me prendeu em sua mesa. Seus quadris pressionaram contra mim enquanto uma mão segurava a minha e a outra segurava minha mandíbula fechada. "Fora", ele retrucou, e por um segundo, pensei que ele se referia a mim até que ouvi passos e me lembrei de que havia outras pessoas na sala. Agora estávamos completamente sozinhos. Ele se inclinou para que eu pudesse sentir o calor de sua respiração no meu pescoço. "Controle o seu lobo", ele ordenou. Eu não estava pronto para ceder e rosnei entre os dentes. Ele me agarrou com mais força e se pressionou contra mim, fazendo minha Bruma ganhar vida. "Mulher", ele murmurou, pairando seus lábios sobre a marca que ele me deu. "Eu disse que você era minha, e foi pra valer. Aceite, desista." Rosnei de novo, mas desta vez com menos convicção. Ele podia sentir minha Bruma assumindo o controle e estendeu um dedo, provocando meu lábio inferior. Um suspiro suave escapou da minha boca. Meus olhos se fecharam enquanto a ponta do dedo dançava em meus lábios molhados. "Assim está melhor", ele começou novamente, engolindo minha marca


com sua boca, fazendo meu abdômen se contrair, endurecendo meus mamilos, me deixando em chamas. Antes que eu percebesse, meu lobo havia recuado e tudo o que restou foi a Bruma e suas demandas carnais. Maldito seja. "Eu não quero lutar com você", disse ele, tirando os lábios da minha pele quente",mas nunca me desafie publicamente novamente." "Mas desafiá-lo em particular eu posso? "Eu murmurei, lutando contra os tremores que me rasgaram enquanto a ereção crescente em suas calças esfregava contra o meu sexo dolorido. Ele riu, o som inebriante e o arfar em seu peito enviando arrepios pelo meu corpo. "Ah, estou contando com isso",disse ele, sua voz me acariciando em todos os tipos de lugares. "É por isso que eu marquei você." "Então, isso é apenas um jogo para você?" Eu atirei de volta, tentando me livrar de seu aperto. "Você não está se divertindo?" Ele provocou, dando um beijo quente no meu pescoço. Claro! Que idiota fui ao pensar que ele pode realmente estar interessado em mim quando a realidade era que eu não era nada mais do que um novo desafio. Outra mulher submissa para ele dominar e então se gabar para seus amigos. Bem, eu não estava prestes a ser sua diversão pequena diversão para a temporada. A Bruma que ganhou vida momentos atrás desvaneceu-se tão violentamente quanto havia surgido. Se ele queria uma perseguição, ele conseguiria uma. De agora em diante, era minha missão fazer de Aiden Norwood o lobisomem mais frustrado sexualmente em toda a América do Norte. "Não, para falar a verdade, não estou", eu disse rigidamente. "Solte-me." Ele se apertou mais perto. "Você vai morar comigo?" "Não." Que idiota. Ele riu de novo, só que dessa vez me deu vontade de socar seu rosto. "Achei que não. Parece que vou ter que pegar você primeiro." "Pelo menos um de nós acha graça", respondi. "Agora saia de cima de mim. Não direi por favor de novo." "Como você deseja", disse ele, aliviando a pressão em meu corpo",mas


mais cedo ou mais tarde, a Bruma vai bater em você novamente e você desejará meu toque como nunca antes." Eu me levantei e o empurrei para fora do caminho. Um leve sorriso em seu rosto me provocou. "Você pode tentar me pegar, Alfa, mas não espere ter sucesso." Eu me virei e saí pela porta, ouvindo-o me insultar enquanto eu saía. "A caça começou..."


Capítulo 9 - A Visita Surpresa Sienna Quando cheguei em casa, minha mãe estava radiante. "Selene me disse que você fez uma pequena visita à Casa da Matilha hoje para ver alguém especial." Sim, ele certamente era especial. Um tipo especial de repulsivo. Se ela soubesse o idiota arrogante que Aiden era na verdade. "Você não deveria acreditar em tudo que Selene diz", eu respondi, fazendo uma pausa para o meu quarto, mas não fui rápida o suficiente. "O que é isso no seu pescoço? "minha mãe gritou. Merda, eu tinha esquecido completamente de me cobrir antes de voltar para casa. "Eu... uh..." “Oh, vamos lá, querida. Eu sou sua mãe. Eu sei de tudo." Ela riu. "Michelle abriu o bocão, não foi? " Suspirei. “Não culpe a Michelle. Eu teria preferido ouvir da minha própria filha, mas alguém anda cheia de segredinhos ultimamente", ela repreendeu. "Mais alguma coisa que você gostaria de contar?" Eu olhei para minha mãe, me odiando um pouco. Ela só queria estar perto de mim, saber o que estava acontecendo no meu mundo. Era de seu feitio ser sempre franca. Selene herdou esses genes 100 por cento. Mas eu? Quando fui adotada, tinha alguns traços que eram completa e totalmente meus. Isso incluía meu cabelo ruivo, meu hábito de guardar segredos, e, é claro, meu domínio não tão sutil sobre as pessoas. Quando pensei sobre essas diferenças entre mim e minha mãe, meu coração doeu um pouco. Quem me fez assim? Meus pais misteriosos estavam por aí em algum lugar. Eu me perguntei se eles eram igualmente ruivos. Eles também eram secretos? Mais importante ainda, eles eram, como eu, excepcionalmente poderosos?


"Não tenho mais nada para contar", eu menti, deixando de lado todos esses pensamentos dispersos. Eu não estava prestes a revelar que era o "desafio" de Aiden Norwood para a temporada. Além disso, pessoas suficientes tinham me visto invadir a Casa da Matilha pela metade que ela provavelmente tinha uma boa ideia do que tinha acontecido. "Por que você está tão mal-humorada? Você deveria estar radiante. Ser marcada pelo Alfa, é grande coisa, e pouca gente tem chance de, bem, você sabe", ela disse, piscando. "Eca, nojento", eu cuspi. "Sienna, eu não entendo. Ele é tão lindo. Qual é o problema?" "Então, por que você não vai fazer sexo com ele?" Eu retruquei, passando por ela e batendo a porta da frente atrás de mim. Eu precisava ficar longe de todos antes de explodir. Eles só conheciam o Aiden Norwood de suas fantasias, aquele que viam à distância. Nenhum deles o conhecia como eu. O Alfa egocêntrico que marcava garotas apenas para se divertir. Sem mencionar essa Bruma estúpida que me fazia derreter sempre que ele chegava perto. Queria voltar no tempo e nunca mais ir àquele jantar idiota. Minha vida tinha sido muito mais fácil, meu segredo muito mais seguro. Em tempos como esses, eu recuava para o rio para clarear minha cabeça, mas aquele era mais um lugar que Aiden havia arruinado para mim. Eu tinha apenas um refúgio para recorrer: a pequena galeria de arte na parte alta da cidade que descobri com Emily durante uma de nossas caminhadas. O lado de fora não era nada mais do que uma velha porta de metal com pintura azul escamosa. Você passaria direto se não estivesse procurando por ele. Corri para lá o mais rápido que minhas pernas conseguiram me levar. Desabei no banco de couro vermelho da galeria, exausta. Meu peito arfou enquanto tentava recuperar o fôlego. Eu comecei a tirar meu casaco quando meu bolso vibrou.


Michelle: ei! Você está bem? Michelle: sua mãe disse que você saiu correndo de casa chateada Sienna: Sim, estou bem. Michelle: certeza? você estava mal-humorada no brunch Michelle: você está me escondendo alguma coisa Michelle: tem a ver com o Aiden, não é? Sienna: Já falei, não quero falar sobre isso Sienna: Minha mãe estava me fazendo todas essas perguntas Sienna: E eu tive que fugir Michelle: Sim, o que está pegando de verdade? Michelle: pode me contar Sienna: Vou estar melhor amanhã, prometo Sienna: Só preciso esfriar a cabeça Michelle: cadê você? Sienna: Eu fui passear na parte alta da cidade Michelle: vamos nos encontrar e conversar Sienna: Eu meio que quero ficar sozinha agora Michelle: mande-me uma mensagem quando chegar em casa, ok? Sienna: Claro Michelle: Estou aqui se precisar, vaca xoxo Michelle tinha boas intenções, mas era alucinada demais por homem para entender. Foi por isso que sempre gostei de ter Emily a quem recorrer. Eu poderia dizer qualquer coisa a ela, e ela apenas ouviria. Nunca me senti sendo julgada quando conversava com ela. A arte na galeria era uma colagem de várias mídias diferentes. Alguns eram paisagens urbanas, enquanto outros eram retratos abstratos de pessoas comuns. Um em particular encapsulou perfeitamente minhas emoções atuais. Era uma litografia de uma jovem em sua melhor roupa de domingo. Ela tinha um olhar distante que se conectou comigo, uma confusão de lixo e objetos variados, que a artista havia colado na tela, jorrando de sua cabeça.


A porta se abriu atrás de mim e eu senti uma lufada de ar frio atingir minha pele. O cabelo da minha nuca se arrepiou. "Que jóia escondida", disse uma voz familiar. Virei-me para ver Jocelyn, ainda tão radiante quanto no jantar da Casa da Matilha. Ela havia trocado o vestido e os saltos por jeans e um casaco de inverno chique. Eu me perguntei se ela estava usando isso quando entrei para confrontar Aiden. Eu estava enfurecida demais para reparar. Seu cabelo castanho ondulado caía em cascata por seus ombros, e o ar fresco do outono tingia suas bochechas fortes de um rosa sutil que acentuava seus lábios de cereja. "Não fique tão surpresa", disse ela, sentando-se ao meu lado no banco. "Rastrear lobos faz parte do meu trabalho." "Você estava procurando por mim? "Eu perguntei, sem saber o que alguém como Jocelyn iria querer com alguém como eu. "Eu não seria uma Curandeira lá muito boa se não soubesse que você precisava de alguém com quem conversar depois do que acabou de acontecer." Ela deu um sorriso lindo e de tirar o fôlego que imediatamente me deixou à vontade. Ela não tinha vindo para me julgar. Ela tinha vindo para ouvir. "O que ele te falou? "Eu perguntei, com vergonha de olhar nos olhos dela. "Aiden não me disse nada. Mesmo se tivesse dito, seria apenas a versão dele." Ela fez uma pausa, esperando que eu dissesse algo, mas eu não tinha certeza se estava pronta para confiar nela completamente. Afinal, ela era a examante de Aiden e ainda uma de suas conselheiras de confiança. "Você conseguiu colocá-lo na coleira, algo que nenhuma mulher jamais conseguiu fazer." Eu pisquei. "Na coleira?" Sua risada se intensificou. "Você tem noção, não é?" Eu pausei. "Noção de que?" Ela sorriu maliciosamente, o que estava fora de lugar em seu rosto normalmente compassivo. "Está todo mundo falando de você", ela continuou. "Você é a primeira mulher a desafiar a Bruma do Alfa."


O que ela quis dizer com "a primeira"? Certamente, se alguém como eu conseguia deixá-lo irritado, ele devia estar enlouquecendo com uma mulher como Jocelyn. "Não é todo mundo que sofre perigo na temporada?" Eu perguntei. "Como poderia ser a primeira vez dele?" O sorriso de Jocelyn se alargou. "A maioria das regras do lobisomem não se aplica aos alfas. Eu curei alguns ao longo dos anos, e posso te dizer... no meio da temporada? Alfas tendem a não ser afetados pela Bruma. Eles têm um controle de ferro, e mesmo se não o tivessem, as mulheres que marcam quase sempre aliviam sua Bruma antes que fique crítica... Pelo menos em geral" "Então, o que você está dizendo é que sou a primeira mulher a rejeitá-lo e agora ele está se sentindo... frustrado?" "Exatamente." Ela acenou com a cabeça. "Você se tornou uma espécie de lenda no círculo interno. Depois daquele show no escritório? Josh e o resto da liderança mal podem esperar para conhecê-la adequadamente. "Mas",ela continuou, seu rosto sério,"você não pode evitar a cama de Aiden para sempre." "Por que não? " Eu perguntei. "Porque sua Bruma chegará a um ponto em que ele não poderá mais controlá-la, e quando chegar no limite, bem..." Ela não precisou entrar em detalhes. Aiden iria me caçar até que ele conseguisse o que queria. Estremeci ao perceber que tinha perdido toda a ação sobre meu corpo no segundo que aquele filho da mãe afundou os dentes em meu pescoço. "Ele não deveria ter me marcado", eu disse, irada. "Ele deveria ter me conhecido primeiro e pedido meu consentimento." "Honestamente, ele geralmente conhece suas parceiras primeiro", respondeu Jocelyn. "Mas você realmente deve ter mexido com os sentidos dele." "Mesmo? " Meus olhos se arregalaram de descrença. "Então, por que essa temporada foi a exceção? Ele ficava entediado com as mulheres se ajoelhando para ele sempre que queria?" Eu vi um toque de dor nos olhos de Jocelyn e imediatamente me arrependi do que eu disse. "Me desculpe, eu não quis dizer isso. Eu estou apenas..."


"Está tudo bem. Eu sei que você não quis dizer isso como um insulto. Estar com o Alfa é um prato cheio, especialmente agora. Aiden não tem sido ele mesmo nos últimos meses. Tenho certeza de que você já ouviu falar a respeito", disse Jocelyn. "Sim, minha mãe é a fofoqueira da cidade", eu disse, revirando os olhos. "O Alfa tem muito a fazer. E até que ele esteja acasalado, sua força, e a força de nossa matilha, estará ameaçada." "Mas Aiden e eu não somos companheiros", retruquei. "Talvez, mas ele ainda tem uma Bruma que precisa ser controlada. É divertido vê-lo se contorcer, eu sei, mas pense na Matilha." "Isso é mesmo responsabilidade minha? "Eu perguntei, cética. "Eu também me fiz a mesma pergunta, Sienna. Isso é você quem decide. Eu posso te dizer isso. Eu amo meu Alfa e só quero o que é bom para ele. Ele é um bom homem. Você verá se der a ele uma chance de provar isso." A conversa não levou o rumo que eu esperava, mas eu poderia dizer que Jocelyn era sincera em sua preocupação por Aiden. Ainda assim, isso não desculpou sua atitude e o que ele disse para mim em seu escritório. "Vou considerar o que você disse, mas ele precisa ceder também. Ele tem que me respeitar." "Deixe-me falar com ele", respondeu Jocelyn. "Ele vai entrar na linha se tiver algum juízo. Tenho a sensação de que você é diferente, Sienna." E antes que eu percebesse, Jocelyn tinha seus braços em volta de mim em um abraço reconfortante. "A gente se vê por aí", disse ela, levantando-se. "Sim, eu tenho certeza." Quando Jocelyn saiu, eu ainda me sentia quente por dentro. Seu toque de cura realmente fez maravilhas. Se uma mulher como aquela pudesse ser amante de Aiden, ele não poderia ser de todo mau. Eu não iria perdoá-lo, ainda não, mas entendia a realidade da minha situação e, se tivesse que ir até o fim, poderia muito bem me esforçar para conhecê-lo. Meu telefone vibrou novamente. Desta vez foi minha mãe.


Mãe: Sienna, você precisa voltar para casa agora mesmo! É uma emergência. Sienna: O que aconteceu? Papai está bem? Mãe: Papai está bem, mas venha pra casa rápido Sienna: Ok, estou na parte alta da cidade Mãe: Te vejo em breve! Minha mãe não chamava nada de emergência, a menos que fosse sério. Então decidi ir de táxi para casa. Quando paramos em minha casa, notei um Audi preto estacionado do lado de fora. Eu nunca tinha visto isso antes e me perguntei a quem poderia pertencer. Meu coração estava disparado enquanto corria para a porta da frente e a abri. "Mamãe? Mamãe? Estou em casa. Onde você está?" "Estamos aqui!" ela chamou da sala, bastante calma e agradável. Tinha algo de estranho. Eu cheirei o ar, e um almíscar amadeirado perfurou minhas narinas, fazendo uma erupção de calor entre minhas pernas. Virei a esquina e, com certeza, sentado no sofá apreciando uma xícara de chá estava ninguém menos que Aiden Norwood.


Capítulo 10 - O Encontro Sienna "Achei que você tinha dito que era emergência", eu disse, fuzilando minha mãe com o olhar. "E estragar a surpresa? Eu estava mostrando ao Sr. Norwood algumas das fotos de quando você era bebê. Ela não era uma graça?" "Sim, mesmo assim, você poderia dizer que ela cresceu para ser uma mulher forte e bonita", ele respondeu, lançando seus hipnotizantes olhos verdes com listras douradas em minha direção. "Este chá é delicioso, Sra. Mercer." "Por favor, me chame de Melissa", ela respondeu com uma risadinha. Eu queria vomitar. Minha própria mãe estava mais apaixonada pelo meu parceiro do que eu. Aposto que ela pensou que eu iria acasalar com Aiden até o final da temporada, mas eu olhei em seus olhos várias vezes agora, e o reconhecimento nunca ocorreu. Ele estava apenas me usando, afinal. "Se divertiu na parte alta da cidade?" ele perguntou, exibindo um sorriso diabolicamente bonito. Por que ele se importou? Ele sabia sobre Jocelyn? "Foi tudo bem", eu respondi, tentando não deixar sua aparência me hipnotizar. Não ajudou que sua camisa agarrasse cada centímetro de seu peito largo e braços protuberantes ou que sua calça jeans se ajustasse confortavelmente em torno de suas pernas poderosas e definidas. Por seu sorriso maroto, eu poderia dizer que ele sabia que eu estava lutando para impedir que minha Bruma explodisse. "Acho que nunca te vi de cabelo preso. Combina com você, especialmente com a marca no seu pescoço." Eu tinha esquecido completamente que puxei meu cabelo em um rabo de cavalo frouxo quando cheguei à galeria. Fios crespos e varridos pelo vento estavam por toda parte. O suor seco grudou em minhas têmporas. Eu estava descabelada e feia, e ele sabia disso. E, claro, o filho da mãe


arrogante estava admirando o seu trabalho. "O que você está fazendo aqui?" Eu perguntei, não me importando com as formalidades. Acho que, depois desta tarde, seria inútil tentar agir civilizadamente. "Vim com uma missão", disse ele, divertido. "Quero conhecer mais sobre você e sua família. Percebi esta tarde que mal nos conhecemos." Claro que não. Você me marcou do nada. Ainda assim, essa mudança de tato me fez pensar que Jocelyn havia transmitido minha mensagem de que era melhor ele se preparar. Foi bem rápido, pensei. Eu cruzei meus braços e dei a ele um olhar irritado. "E qual é o plano?" Com os olhos arregalados, vi quando ele se levantou e pegou minha mão. "Sienna, você gostaria de se juntar a mim para jantar esta noite? O idiota estava me cortejando e, caramba, estava funcionando. De repente ele estava tão educado. Provavelmente por causa da presença da minha mãe. Ela parecia que poderia ter morrido ali mesmo e ido para o céu. Minhas bochechas coraram e meu coração bateu tão forte que ele provavelmente ouviu. Fiquei encantada. Profundamente encantada. Talvez Jocelyn estivesse certa sobre ele. Talvez Aiden Norwood merecesse uma chance. "Não estou vestida para a ocasião", falei, tentando protestar. "Nem eu", disse ele, sorrindo. "Nós cuidaremos disso. Vamos?" Talvez possamos, pensei. Mas eu iria torturá-lo. Eu não ia desistir tão facilmente. Finalmente, eu balancei a cabeça. "Sim", respondi. Então, pensando que é melhor limitar minhas apostas,"Só desta vez." Aiden riu e balançou a cabeça, divertido pela minha contenção contínua. Sem outra palavra, ele me conduziu para fora em seu carro e partimos. Eu sabia que não deveria deixar o Alfa me pegar. Mas, até então ele tinha sido educado, calmo, até mesmo um cavalheiro. Para que complicar as coisas quando elas podiam ser simples? O caminho foi silencioso e rápido. Aiden parou em uma boutique e entramos. Eu ainda estava em guarda, mas achando mais fácil a cada segundo estar perto dele.


A vendedora deu um sorriso apaixonado. "Em que posso ajudá-lo, Sr. Norwood? " ela sibilou. Nós duas nos encaramos, e seu sorriso mudou imediatamente para uma carranca. Acho que alguém queria o Sr. Norwood só para ela. Vinte minutos atrás, eu teria deixado ele para ela, mas me senti estranhamente possessiva por um segundo. Antes que eu pudesse me conter, meu lábio se curvou em um rosnado. A vendedora desviou o olhar rapidamente. Eu pisquei. O que havia de errado comigo? Não valia a pena se preocupar com o alfa. Controle-se, Sienna! "Você pode me ajudar a procurar algo?" Eu perguntei a ela, tentando oferecer uma bandeira branca. Ela assentiu bruscamente e me levou a uma fileira de lindas peças de seda. Escolhi um vestido azul marinho e fui para o vestiário. O vestido era justo, destacando todos os meus atributos e complementando minha pele de marfim. A vendedora empurrou um par de sapatos brancos por baixo da cortina. Eles se encaixaram perfeitamente. Soltei meu cabelo e corri meus dedos por ele até que tudo estivesse domado. Dei uma última olhada em mim mesma no espelho antes de sair. Eu estava ótima. Os olhos de Aiden não pareciam se mover. Seu olhar fumegante percorreu meu corpo da cabeça aos pés, demorando-se em meus quadris e peito por um segundo a mais. "Você está... de tirar o fôlego", disse ele, os olhos brilhando. Minha Bruma, graças a Deus, estava sob controle pela primeira vez. Não que isso fizesse sentido. Nunca tínhamos compartilhado um momento como este antes. Deveria estar em chamas. Mas, em vez disso, me vi corando e desviando o olhar. Não estava excitada. Foi estranhamente... legal. Quase fofo. Foi quando percebi que Aiden também havia se trocado. Ele usava uma calça azul justa que deixava pouco para a imaginação e uma camisa branca de colarinho feita à medida da perfeição. O homem era devastadoramente bonito. Depois que ele pagou pelo vestido e pelos saltos, voltamos para o carro, dirigindo em direção ao centro da cidade.


Estacionamos em frente ao restaurante mais badalado da cidade e, depois de abrir minha porta, ele me conduziu para dentro com uma das mãos na nuca. No momento em que passamos pela porta, os olhos de todos se voltaram para nós. Alguns ficaram chocados, outros com inveja, mas eu realmente não me importei. Eu estava gostando tanto da noite que não havia nada que pudesse me distrair. A anfitriã nos levou a uma mesa íntima no canto mais distante, longe dos olhos curiosos dos outros clientes. Sentamos um em frente ao outro e meu corpo ficou tenso quando Aiden se aproximou. "Tão ruim assim? " ele perguntou. "Depende", eu disse, e ele ergueu uma sobrancelha, "de quão boa é a comida." E então rimos os dois. E percebi o quanto precisava aprender sobre o Alfa. Eu nunca pensei que ele fosse capaz de ser tão descontraído. Ele era um líder. Um homem a ser temido. Mas naquele momento, não. Só então, Aiden pegou minha mão. Eu hesitei por um segundo. Mas então eu o deixei pegar. Nós dois estávamos no piloto automático, parecia. Não houve palavras, motivos ou agendas claras para definir o que aconteceu a seguir. Aiden trouxe minha mão até seus lábios macios e beijou as costas dela. Eu respirei em choque, quando seu beijo fez a Bruma entrar em erupção, espalhando-se pelo meu corpo, fazendo minha pele ficar tensa com antecipação, inchando meu sexo, umedecendo minha calcinha. Ele olhou para cima através de seus cílios, olhos cheios de surpresa e fome aparente, sua Bruma faiscando com a minha. Nenhum de nós planejou que acontecesse assim. Mas estava acontecendo. E agora eu não sabia se seríamos capazes de pará-la. "Sienna, você é..." "Eu sei", eu respirei, lambendo meus lábios. "Você é muito... Sr. Norwood." "Aiden", ele rosnou de fome",me chame de Aiden." "Aiden." Eu provei seu nome na minha boca, fechando meus olhos e


arfando. "Oh Deus, Aiden. Estou com tanto calor." Ele rosnou mais forte desta vez. "Se continuar assim não vamos passar nem do couvert." Na verdade parecia boa ideia, mas algo dentro da minha cabeça continuava me incomodando, cutucando, tentando me tirar da minha Bruma. Esta não era uma Bruma normal. Não, era como se eu mal me reconhecesse agora. Com um beijo na minha mão, Aiden apagou tudo que eu pensava como eu. Meu passado. Meus desejos. Meus medos. Todos eles se foram. Eu estava hipnotizada. Uma parte de mim sabia que isso era errado, mas eu não queria que o sentimento parasse. Eu não queria interromper a tensão que crescia dentro de mim enquanto sentia o cheiro desse homem de dar água na boca. Mal notamos quando o garçom que veio anotar nossos pedidos. Aiden pediu algo chique, mas o único prato que eu queria provar não estava no menu. Ele estava sentado à minha frente. Pare! A voz de Emily estava de volta. Pare, Sienna! Guarde-se para o seu companheiro! "Ah, pelo amor de Deus, cale a boca! " Eu disse em voz alta, sem querer. Aiden me deu um olhar questionador. "Você está ficando louca?" "Você me deixa louca", eu respondi sedutoramente, um conjunto de lábios se abrindo, o outro apertando. "Então é assim?" ele disse, os olhos brilhando. "Eu pensei que você queria ser caçada." Espere, ele pensou que eu queria ser caçada? Foi isso que ele entendeu da nossa conversa? Antes que eu pudesse protestar, sua mão enrolou em volta do meu pulso e levou minha mão ao rosto. Tudo em minha cabeça se espalhou ao vento. "Sua pele é tão macia", ele murmurou, beijando minha palma. "Tão sedosa e macia. Quero colocar minha língua em cada centímetro do seu corpo." Meu rosto corou e eu gemi quando ele deslizou um dos meus dedos em sua boca. Algo está errado! Pare! Como algo pode estar errado? "Sienna." O som do meu nome me fez pular. "Mal posso esperar. Eu


quero você agora." Olhando em seus olhos, eu o queria também. Eu não me importava onde ou como, mas queria cada centímetro dele. "Pode me levar." Em um instante, fui arrancado da cadeira e tropecei em uma sala mal iluminada dos fundos. Abrindo minhas pernas, ele envolveu suas mãos fortes sob minhas coxas e me prendeu na parede. Sua boca massageou a mordida. Eu nunca tinha sido beijada na boca antes na minha vida. Mas nos últimos dias, meu pescoço estava recebendo atenção mais do que o suficiente para compensar isso. Eu gemia de prazer quando uma das mãos de Aiden deslizou entre minhas pernas, as pontas dos dedos provocando minha coxa. Ele avançou mais e mais perto até que eu estava pronta para gritar. "O que você está esperando? " Eu gemi, minhas pernas tremendo. Seus dedos pressionaram contra minha calcinha molhada e uma onda de prazer turvou minha visão. Eu me toquei lá inúmeras vezes. Mas não era nada como sentir as mãos de um homem, as mãos de Aiden, em mim. Eu adentrei a Bruma mais forte que já experimentei quando a voz voltou, clamando em minha mente. Lembre-se da sua promessa! Eu saí da minha Bruma como alguém saindo de um transe. O prazer que senti foi transformado em puro terror quando empurrei Aiden de cima de mim e corri para fora da porta. Cheguei à floresta e continuei andando pelo que pareceram quilômetros. Parei para descansar quando cheguei a uma clareira nas árvores, mas minha trégua durou pouco. Uma rajada de vento trouxe um cheiro familiar ao meu nariz. Era Aiden, e ele estava vindo direto para mim.


Capítulo 11 - O Espectro Sienna Do outro lado da clareira, outro lobo irrompeu por entre as árvores. Ele era enorme, o maior lobo que eu já tinha visto, e seus olhos castanhos dourados estavam fixos em mim. Eu rosnei, mostrando meus dentes. Eu não me importava se despertasse sua ira. Ele não me teria. Ele não se incomodou com minha exibição e se aproximou, tentando me fazer encolher com sua enormidade. Mas o medo que se apoderou de mim não teve nada a ver com seu tamanho ou minha segurança. Tinha tudo a ver com a maneira como ele podia me controlar agora que eu estava marcada. Lembrei-me de meus amigos falando sobre isso durante nossa primeira Bruma, mas obviamente nunca tinha experimentado isso eu mesma. Durante a temporada, uma fêmea marcada pode ser prejudicada de forma não natural por seu macho marcador. Basta um toque especial e ele poderia tornar sua amante tão perigosa quanto ele. No segundo em que Aiden beijou minha mão no restaurante, foi isso que aconteceu. Eu vi em seus olhos. Ele não se importou com os joguinhos, nem de me conquistar de forma justa. Tudo que ele queria era me comer. Alfa típico. Talvez fosse só isso que todo o encontro significava. Uma chance de me ter no meu estado mais indefeso. Uma chance de liberar sua tensão para que ele pudesse voltar para suas responsabilidades de Alfa. A voz de Emily tinha sido forte o suficiente para me tirar da Bruma desta vez, mas e da próxima vez? Como eu poderia escapar de sua cama se ele tinha tanto poder sobre mim? Aiden se aventurou mais perto, esquecendo que eu não era uma de suas lobas domesticadas. Eu não conhecia meu poder total ainda, mas sabia que não o queria mais perto. Eu rosnei no fundo do peito do meu lobo. Cai fora, babaca. Cai fora. Eu enrijeci meus músculos, esperando que ele atacasse. Nós travamos os olhos, nenhum de nós recuando.


De repente, nossos ouvidos se animaram com o som de patas pisando no chão da floresta. Um enorme lobo loiro saltou da linha das árvores atrás de Aiden com uma matilha de quatro lobos logo atrás. Era Josh, e ele parecia tenso. Algo estava errado. O que eles estavam fazendo aqui? O lobo de Josh olhou para Aiden. Fiquei surpresa que nenhum dos dois os farejou, mas, novamente, estávamos focados nos cheiros um do outro. Fosse o que fosse, deve ter sido importante porque, a princípio, Aiden ficou furioso ao ver seu subordinado. Mas em segundos, ele estava circulando ao redor de sua Matilha, reunindo-os e se comunicando através de grunhidos e olhares carregados. Ele era um líder natural. Eu queria saber mais. Será que tinha a ver comigo? Mas, ao mesmo tempo, eu não ficaria por aí para descobrir se Aiden ainda estava em perigo. Eu vi minha oportunidade de escapar e fugi para a floresta. Quando os últimos raios de sol se dissiparam entre as árvores, uma figura cintilante chamou minha atenção enquanto eu corria. Estar na forma de lobo tornou minha visão muito mais aguçada do que quando eu era humana, então parei e pude ver com grande clareza uma mulher com pele branca perolada e olhos nebulosos de roxo elétrico, azul e cinza. Seu cabelo era preto como breu e caía pelas costas em ondas angelicais. Levei um momento para perceber que, enquanto eu estava olhando para ela, ela estava olhando de volta para mim. Seu rosto de porcelana era hipnotizante. Achei Jocelyn linda, mas essa mulher a superou sem sombra de dúvida. Suas feições e simetria foram formadas com tal perfeição que ela deve ser algum ser sobrenatural e imortal que desceu à Terra. Apesar de sua beleza sobrenatural, seu traje era estranhamente mundano. Ela usava calças largas com estampas de camuflagem e coturnos para combinar. Sua blusa era uma camiseta cinza simples com uma jaqueta jeans desbotada jogada por cima. Eu pensei que talvez ela fosse uma trekker, mas ela não tinha uma mochila ou qualquer outro equipamento com ela. Além do mais, não havia medo em seus olhos quando ela olhou para mim. Ela não era um lobisomem, eu senti imediatamente, mas ela não cheirava


como um humano também. Quem era esta mulher? De repente, toda a floresta ficou em silêncio e um tom monótono começou a ecoar em meus ouvidos. Eu balancei minha cabeça, mas não parou o barulho. Eu fechei os olhos novamente com a mulher encantadora. Minha cabeça doía como se estivesse prestes a se abrir. Eu gritei e pensei que podia ouvir uma criança gritando em uníssono. Minhas pupilas dilataram e duas sombras pairaram sobre mim. Eu não poderia dizer se eles estavam me alcançando ou tentando me machucar, mas em um instante, eles se foram. Eu olhei de volta para a mulher assim que ela também desapareceu na noite, lentamente se tornando invisível como um espectro. O zumbido em meus ouvidos parou e os sons da floresta voltaram. A lua estava agora ascendendo ao seu trono noturno, e os sons da floresta se estabeleceram em seus études noturnos. Trotei cautelosamente até onde a mulher estivera e não consegui encontrar nenhum vestígio dela. Eu coloquei meu focinho no ar, mas tudo que eu podia sentir o cheiro era o almíscar úmido da floresta e as criaturas usuais que a habitavam. Eu realmente tinha visto alguém ou minha mente estava me pregando uma peça? Se ela fosse real, o que ela queria comigo? Por que ela se exporia e simplesmente desapareceria? Nada fazia sentido. Estremeci ao pensar o que teria acontecido se Josh e os outros lobos não tivessem aparecido ou se tivessem chegado alguns minutos depois. A noite toda me lembrou o quão pouco eu sabia sobre parceria e as regras que governam uma loba uma vez que ela é marcada. Eu conhecia Bruma há apenas três temporadas, enquanto Aiden era um amante experiente que conhecia todos os truques. E acima de tudo, ele era um alfa, então seus poderes eram mais fortes do que os de um macho típico. Se eu ia ter alguma chance contra ele, precisava descobrir uma maneira de mantê-lo longe de mim enquanto nos conhecíamos.


Nada disso colaborava com o fato de que eu estava me guardando para meu companheiro, e Aiden era a coisa mais distante de um companheiro que eu poderia imaginar. De que adiantava ter um alfa se ele não conseguia permanecer no poder sozinho? Tudo soou um pouco dramático para mim, como uma desculpa elaborada para dormir com todo mundo até que ele "decidisse" que havia encontrado sua companheira. Eu gostaria de poder lutar contra minha natureza de lobo e nunca mais ter outra Bruma. Foi o que levou Emily a fazer o que ela fez. Eu nunca iria querer me tornar humano, mas durante a temporada, eu tinha inveja de seu estado não afetado. Mulheres humanas não precisavam aturar essa merda. Elas não tinham que se submeter a serem marcadas e enganadas para dormir com alguém, amante ou não. Elas nunca se perdiam de si mesmas. O uivo de outros lobos me tirou dos meus pensamentos. Mesmo tendo um parceiro, ainda não era seguro para mim estar sozinha em uma parte tão remota da floresta. Apenas os machos mais desesperados e não pareados estavam rondando tão tarde da noite. Eu sabia me cuidar. Eu tinha literalmente acabado de desafiar o Alfa, mas sabia que teria problemas se mais de um aparecesse em busca de satisfação. Da última vez, tive sorte. Era hora de ir embora. Eu corri de volta para a floresta, em direção à minha casa. Eu estava quase no limite da floresta quando me ocorreu que eu tinha rasgado o vestido que Aiden tinha comprado para mim e jogado fora em algum lugar ao longo da estrada. Em outras palavras, eu estaria nua quando voltasse. Não era exatamente um tabu andar pela cidade na forma de lobo, mas também não era encorajado. Eu nunca tinha feito isso antes, mas depois de parar na Casa da Matilha meio transformada no início do dia, eu percebi que poderia lidar com alguns olhares de desaprovação. Ainda assim, não era da minha natureza chamar a atenção, então peguei


estradas vicinais e me mantive nas sombras até chegar à minha rua. Quando me aproximei da esquina, as lâmpadas da rua começaram a pulsar e minha visão ficou turva novamente. Fiquei desorientada, todos os meus sentidos embotados. O que aquela mulher fez comigo? Tentei pular a cerca para o nosso quintal, mas prendi minhas patas traseiras em uma ripa e caí com um baque pesado. Eu olhei para cima para ver uma figura sombria se aproximando de mim. Corri para a porta dos fundos e arranhei impotente, minhas patas incapazes de trabalhar a maçaneta, sem tempo de voltar à forma humana. Eu estava encurralada, sem ter para onde correr. Eu queria uivar, agarrar, lutar, mas estava paralisada de medo.


Capítulo 12 - A Conversa Sienna Eu me senti como uma cadela covarde, mas minha mente estava queimando na floresta. Eu me sentia como se tivesse sido drogada e o que quer que meu agressor estivesse prestes a fazer, eu não tinha forças para impedi-lo. A sombra se abaixou e começou a me envolver, mas parei de lutar ao sentir um abraço familiar. "Sienna", a voz do meu pai sussurrou suavemente. "Acalme-se, querida. Aqui, eu trouxe um manto para você. Vamos entrar." Seus dedos correram pelo meu pelo e tudo começou a parecer normal novamente. Ele colocou o manto sobre a minha forma de lobo trêmula, e eu me mexi, desabando em seus braços. "O que aconteceu? Você foi atacada?" ele perguntou, preocupado. Tinha sido? Eu honestamente não tinha certeza, mas parecia que minha mente tinha acabado de travar algum tipo de guerra. Eu me perguntei se isso tinha algo a ver com Aiden fugindo com sua matilha. Eles devem estar conectados. Eu não conseguia pensar muito sobre isso agora, ou provavelmente desmaiaria. "Estou bem, pai. Eu só preciso descansar. Foi uma noite longa e estranha", respondi.

Aiden Meu escritório estava começando a parecer uma cela de prisão. Estava mais inquieto do que nunca, mas não conseguia sair correndo sem que alguém percebesse. Josh e eu tinhamos estado no local onde a patrulha havia perdido o cheiro do errante, mas não consegui descobrir nenhuma pista de para onde ele tinha ido. Admito que não parecia bom para mim vir de mãos vazias, mas a única alternativa era mentir para Josh e os quatro soldados, e eu já estava fazendo


mais do que gostaria. Não era anormal ter um estranho cruzando o território da Matilha, mas o cheiro inexplicável e o desaparecimento subsequente deixaram todos que sabiam a respeito agitados. Até agora éramos apenas eu, Josh, Jocelyn, Nelson, Rhys e os quatro soldados. Fiz o último grupo jurar silêncio até que pudéssemos descobrir quem era esse intruso e para onde estava indo. Para ser cauteloso, despachei pequenos detalhes de guardas para qualquer lugar ou pessoa que eu achasse importante. Fosse o que fosse, estaríamos prontos quando surgisse e, com sorte, seríamos poderosos o suficiente para enfrentá-lo. Quando ficamos sozinhos. Josh cruzou os braços indignado. "E aí? " ele perguntou. "Vamos apenas sentar aqui na Casa da Matilha e esperar?" "O que mais você sugere? Não posso mandar todo mundo vasculhar a floresta se não souberem o que procuram. Nós nem sabemos o que estamos procurando." "Bem, de quem é a culpa? " Murmurou Josh enquanto começava a andar em seu caminho usual no meu escritório. "Sua, tecnicamente", eu respondi, secamente. "Cabe ao Beta manter nossas fronteiras seguras." "Você não precisa me lembrar qual é o meu trabalho. Eu fiz exatamente o que deveria. Quando ficou claro que estávamos lidando com algo novo, fui procurar você. Você é quem está se esquecendo de seus deveres”. "Pare de rodear o assunto e diga o que está pensando", eu disse, ficando impaciente. "Você está comprometido, Aiden. Um alfa com força total teria sido capaz de rastrear o errante". Outra vez a ladainha. Sua persistência estava começando a me desgastar. "Você mesmo disse que não sabemos com o que estamos lidando", respondi. "Se for poderoso o suficiente para mascarar seu cheiro, é claro que faz meus poderes parecerem diminuídos em comparação. Ou ainda é sobre Sienna?" "Me diz você". "Eu perdi o controle da minha Bruma. Foi temporário." "Meu ponto, exatamente. Você perdeu o controle. Isso nunca aconteceu com você antes. Se o que você nos contou é verdade, por que não é honesto com ela? Você está perdendo o tempo dela e o seu. Se você deixar as coisas


continuarem assim, um de vocês vai se machucar. Você precisa estar mais forte agora do que nunca. Não estou dizendo isso apenas pelo bem da Matilha, Aiden. Estou falando como seu amigo." "Aprecio sua preocupação, mas vou fazer do meu jeito." Josh soltou um grunhido e bateu com o punho contra a minha mesa. "Droga, Aiden, podemos estar sob ataque agora, e você só se preocupa com uma garota. Uma garota que está rejeitando seus avanços até agora”. "Cuidado, Josh". "A questão é, Aiden", Josh fumegou",estávamos tão perto de descobrir algo novo. Eu sei que você farejou o que eu farejei. Não humano. E não lobisomem. Então, se é algo novo, quais são seus pontos fortes? Quais são seus pontos fracos? Ele ainda tem pontos fracos? Eu sinto que você não está levando essa ameaça a sério o suficiente." Eu estava tão preocupado quanto Josh, mas não podia demonstrar. Ainda havia um abismo de poder entre nós. Por um momento, pensei no que meu irmão Aaron teria feito. Se ele estivesse aqui. Uma pontada de dor passou por mim e eu empurrei essa memória de lado. Não havia tempo para pensar no passado quando o presente era tão perigoso. "A ideia do errante ser algo novo passou pela minha cabeça, mas não há nada a fazer a não ser esperar. Seja o que for, a última coisa que quero é fazer com que pareça ameaçado. Se for pacífico, quero que continue assim. Como você disse, não temos ideia de quais poderiam ser os poderes deste errante.” "E se não veio aqui a negócios pacíficos? " "Ele já teria nos atacado se não fosse o caso. Provavelmente mascarou seu cheiro para evitar o confronto." "Ou está se preparando para um ataque surpresa." "Já chega de teorias. Josh. Vá verificar as patrulhas e me avise se ouvir alguma informação nova." "Como desejar, meu Alfa. Lembre-se, você tem um trabalho, além de fazer essa garota dormir com você. Não respondi, dispensando Josh com um simples aceno de cabeça. Ele estava certo em estar preocupado, no entanto. Desde que marquei Sienna, minha cabeça estava nublada de desejo. Eu nunca reprimi minha Bruma por


tanto tempo, nem ela nunca foi tão forte quanto era quando eu estava perto dela. Talvez com uma distração, eu pudesse me reequilibrar. Este forasteiro era uma distração bem-vinda.

Sienna Eu estava sentada sozinha no escuro quando ouvi uma batida na minha porta. Sentei-me e tirei os fones de ouvido. "Entre", eu disse. "Ótimo, achei que você já tivesse adormecido", disse meu pai, fechando suavemente a porta atrás de si. "Você se importa se eu sentar?" ele perguntou, apontando para a minha cama. "Claro que não", respondi. Ele costumava ser bem esbelto quando meus pais se conheceram — minha mãe me mostrou fotos — mas envelhecer, casamento e duas filhas adicionaram alguns quilos ao seu corpo. Quando ele se sentou ao meu lado, meu colchão arquejou sob a nova carga. “Eu queria falar sobre mais cedo esta noite", ele começou, mudando seu olhar entre o chão e meu rosto. "Eu sei que sua mãe está animada por você ter feito uma parceria com o Alfa para a temporada." "Esse é o eufemismo do século." Suspirei. "Sim", disse ele rindo", ela não é muito discreta, é? "Houve um breve silêncio antes de ele continuar." Sua mãe me contou sobre como você saiu correndo de casa hoje cedo e... bem, achei que você poderia precisar de alguém para conversar sobre tudo o que está acontecendo." "Pai" — "Agora, eu sei que não sou um lobisomem e não consigo entender exatamente o que você está passando, mas estou por aí há tempo suficiente para saber que aparecer na casa em forma de lobo não é normal. Você quer falar sobre o que aconteceu esta noite?" De todas as pessoas na minha vida, a última em quem eu esperava abrir meu coração era meu pai, mas ele estava certo. Minha cabeça estava uma bagunça e eu precisava deixar um pouco sair. Peguei meu edredom, sem saber como começar.


"Algo aconteceu no jantar esta noite que, bem... parece que agora que fui marcada pelo alfa, todos têm essas expectativas. Quer seja mamãe, ou meus amigos ou membros da Matilha, que eu nem conheço, todos eles querem algo, e ninguém se importou em me perguntar o que eu quero." Minha voz começou a tremer e eu podia sentir as lágrimas crescendo em meus olhos. "Sinto que estou perdendo o controle e não gosto disso." Finalmente, dizer em voz alta veio como uma liberação, como se um peso de mil quilos tivesse sido tirado do meu peito. As lágrimas brotaram dos meus olhos e escorreram pelo meu rosto. Meu pai me puxou para perto e deixou meu rosto pingar em seu ombro. "Está tudo bem", disse ele, esfregando minhas costas. "É perfeitamente normal sentir o que você sente." "Não, não é", eu engasguei. "Eu sou uma dominante. Dominantes não permitem que coisas estúpidas como essa os afetem." Eu geralmente não me chamo assim. Eu sabia, no fundo, que era verdade, que eu tinha uma tendência dominante que não podia ser domada. Era a razão de eu ter tido tanto sucesso em resistir aos avanços do Alfa até agora. Mas dizer isso em voz alta quase o tornava menos real. Como se tivesse desvalorizado a verdade. Talvez eu estivesse apenas me enganando e minha natureza fosse ser mais uma loba submissa que fazia o que ele mandava. Mas então meu pai colocou a mão sob meu queixo e forçou meus olhos a encontrar os dele. "Eu não acho que o que você está sentindo é estúpido, Sienna", disse ele. "E dominante ou não, todo mundo tem um coração." A parte boa de ter um pai humano era que ele era muito mais sentimental do que mamãe e Selene, ou qualquer lobisomem. Normalmente, nós lobos olharíamos para isso como um sinal de fraqueza, mas no momento, eu estava feliz por tê-lo lá. “Sabe, quando trouxemos você para casa, eu logo soube que você era especial. Você tinha essa confiança em tudo que fazia, mesmo quando era bebê. Assistindo você crescer, eu vi essa confiança se manifestar em tudo, desde como você se comporta até a sua arte. Chorar não tira isso de você, Sienna. Você ainda é a loba mais forte que conheço."


"Você não pensaria isso se visse o que aconteceu esta noite." "Você quer me contar?" “Tudo o que importa é que eu fiz papel de boba. Eu nunca mais quero vêlo novamente. Eu gostaria que ele nunca tivesse me marcado, pai. Eu gostaria que ele apenas tivesse me deixado em paz. Uma nova rodada de lágrimas derramou dos meus olhos. "Você já pensou que talvez ele não possa te deixar em paz? Que talvez ele tenha visto a mesma mulher bonita e poderosa que eu vi e foi tão dominado pela emoção que não teve escolha a não ser marcar você?" "É sua obrigação falar essas coisas. Você é meu pai." "Estou falando sério, Sienna. Você não é covarde, então não deixe que ele a transforme em uma. Como sua mãe diz, ele poderia ter qualquer mulher na Matilha, mas ele escolheu você. Lembre-se disso. Você não precisa dele. Ele precisa de você." O flash dos faróis inundou minhas janelas quando um carro parou na garagem. Meu pai e eu olhamos para fora para ver Selene saindo de seu carro. Nós não estávamos esperando por ela, e ela raramente aparecia sem avisar assim. Nós dois descemos para cumprimentá-la. Meu pai abriu a porta antes que ela tivesse a chance de bater e a envolveu em um grande abraço que só os pais sabem dar. "A que devemos este prazer? " perguntou papai, abrindo mais a porta da frente. "Está tudo bem?" Selene estava de pijama e trazia uma mochila nas costas. Era evidente que ela deixou sua casa com pressa. “Jeremy recebeu um telefonema da Casa da Matilha e teve que trabalhar. É algo grande. Ele não me deu detalhes, a não ser que envolvia uma brecha na fronteira. A última vez que isso aconteceu, a Matilha foi bloqueada. Desculpe por aparecer sem avisar assim, mas eu sabia que me sentiria mais segura aqui do que sozinha no apartamento." Violação na fronteira? Confinamento? Tudo isso soava bem sério. O Alfa só prendeu a Matilha quando houve uma ameaça séria e ele teve que impor estado de sítio. E por que eu estava ouvindo sobre isso de Selene? Aiden não se importava com minha segurança?


Acho que não deveria ter ficado surpresa por ser apenas um pedaço de carne para ele, e um pedaço descartável, aparentemente. Idiota. A misteriosa mulher da clareira ainda nadava em volta da minha cabeça. Será que ela tinha algo a ver com isso? Por um momento pensei que deveria contar a Aiden o que tinha visto, mas se ele não achasse necessário me manter informada, eu também ia tratá-lo com silêncio. Além disso, a perspectiva de vê-lo, especialmente depois do que aconteceu esta noite, me abalou. Eu não ia tomar a iniciativa. Se ele queria conversar, ele teria que vir me encontrar.


Capítulo 13 - As Cores Sienna

Michelle: e aiiiii sienna, o que você fez ontem à noite? Mia: Sim, alguma coisa animada???? Erica: Prometemos não contar Michelle: SIENNNAAAA Michelle: emoji de carinha chorando Erica: Se você não falar nada, vamos praí Erica: Pegando minhas chaves... Mia: Vou trazer a bebida! Michelle: chegando em 5! Sienna: OK! O que você quer saber? Michelle: MUITA COISA! Sienna: Ele me buscou e comprou um vestido Sienna: Fomos jantar no centro Sienna: Depois fui para casa Mia: emoji com cara entediada Erica: Entrando no carro... Sienna: Já dei o que vocês queriam Mia: Nah, você está escondendo coisas Mia: Algo sobre vocês se atracarem em um almoxarifado??? Erica: Eu não tinha ouvido essa parte! Sienna: Olha, a gente deu uns amassos Sienna: mas não foi nada de especial Michelle: pode ir dando detalhes Michelle: ele é tão gostoso quanto parece? Mia: figurinha de língua com um lobo Sienna: Eca. PARE Erica: É grande? Sienna: Estou falando sério. Parem com isso Erica:Lobinha sem parceiro aqui o!!! Erica: Eu ficaria feliz em tomar conta dele por vc Michelle: garota, o que


há de errado? Sienna: Nada, só não gosto de você transformar minha vida em uma novela Michelle: desculpe, pensamos que você ficaria mais animada Mia: O que você está fazendo agora? Sienna: Estou pintando em casa Mia: Venha nos encontrar no Winstons, vadia! Sienna: Não estou com vontade Mia: Vamos, Si, estamos planejando (emoticon de noiva) Mia: Eu preciso do seu olho de artista Erica: emoji de unicórnio Mia: EXATAMENTE! Sienna: Tudo bem, mas, por favor, sem mais perguntas Mia: Prometo! Erica: Prometo! Michelle: ... prometo ;) O Winston’s estava lotado como de costume. Mesmo que ninguém piscasse quando eu entrei, ainda sentia que todos estavam me observando. No início, fiquei confusa sobre como as meninas sabiam sobre o meu encontro, mas é claro que elas sabiam. Não se vai ao centro da cidade com o Alfa sem ninguém perceber. Eu estava tão envergonhada, repassando os eventos da noite passada na minha cabeça. Definitivamente havia alguns membros da equipe que o viram deslizar meu dedo em sua boca, e eu sabia que não fomos discretos em nossa fuga para a sala dos fundos. Estremeci ao pensar no que minha mãe tinha ouvido. Felizmente, ela ainda estava no trabalho e não voltaria, até mais tarde esta noite. As meninas estavam amontoadas em torno de nossa mesa de costume com pilhas de revistas de noivas e o laptop de Mia. Cerimônias de acasalamento eram como casamentos humanos, mas ainda mais importantes porque os lobos acasalavam para o resto da vida. A família de Mia era enorme, então ela teve bastante exposição às cerimônias de acasalamento, o que achei que tornaria o planejamento dela um caso fácil.


Pela aparência das coisas, no entanto, ela estava perdida no abismo do planejamento. Manchas de ketchup e mostarda pontilhavam as revistas, e algumas páginas estavam rasgadas e espalhadas como amostras de tinta. Mia e Erica estavam em seus telefones procurando arranjos e talheres, mostrando seus achados para Mia, que apenas olhou para seus telefones e assentiu. Seu cabelo caramelo não tinha condicionamento e estava preso em um rabo de cavalo preguiçoso. Mia sempre cuidou muito bem de seu cabelo, então seu estado desgrenhado era um claro indicador de como ela estava estressada. “Aí está a nossa megera tímida", gritou Michelle com um sorriso malicioso. " Erica, chega pra lá." "Estou tão feliz que você chegou", disse Mia, agarrando sua cabeça. "Estou totalmente sobrecarregada. Precisamos de alguém que saiba o que está fazendo." Os gostos de Mia eram, como posso dizer isso bem, um pouco espalhafatosos. Eu olhei para os esquemas de cores que ela havia puxado em seu computador e fiz o meu melhor para apontar a direção certa. Ela estava originalmente procurando cores quentes, que eu pensei que seriam inadequadas para uma cerimônia de acasalamento de inverno, então, depois de muito discutir, eu fiz com que ela decidisse por lilás, violeta e azulpetróleo. Michelle protestou porque não achava que ela ficava bem com aquelas cores, mas eu a lembrei que não era sua decisão e que ela ficava bem em qualquer cor que usasse, o que Erica e Mia apoiaram, então todos saíram felizes. Ajudar Mia me fez pensar sobre minha própria cerimônia e quanto tempo levaria até que eu encontrasse meu par. Nem todo mundo teve tanta sorte quanto Mia e Harry. Eu fantasiei que iria encontrar meu companheiro enquanto passeava por algum museu ou em algum lugar em um parque. Suponho que foi onde conheci Aiden, mas depois de seu comportamento na noite passada, prefiro


simplesmente esquecê-lo. Pensar nele agora me deu vontade de vomitar. "Honestamente, Si, não acho que teríamos avançado nada se você não tivesse aparecido", disse Mia, mentalmente exausta e estressada comendo batatas fritas. "Quem diria que as cerimônias de acasalamento davam tanto trabalho?" "Pelo menos você tem uma para planejar", lamentou Erica. "Por que um dos meus amigos não consegue se apaixonar por mim de repente?" "Eu nunca tive amigos homens de verdade. Eu me pergunto por que... " Mia pensou em voz alta. "Porque você transou com todos os seus amigos homens. " respondeu Erica. "Não foi", Mia protestou. "Foi sim", todos nós respondemos em uníssono. "A vida de solteira ficou pra trás", disse Mia, torcendo o nariz para fingir refinamento. "Eu sou uma mulher acasalada agora." Todos nós rimos porque, mesmo antes de começarmos a ter nossa Bruma, Mia ia a festas com caras mais velhos, procurando homens com quem ela pudesse fazer muitos "bebês fofos." "Si, venha conosco esta noite", implorou Michelle. "Estamos celebrando o acasalamento iminente de Mia. O irmão de Erica disse que pode nos levar a esta boate badalada. Se chama Lupin. Vai ser noite das garotas." O bloqueio havia sido cancelado, com certeza. Mas eu ainda estava exausta do dia anterior e não tinha vontade de estar perto de pessoas ou enfiada em uma sala escura e cheia de vapor com música tão alta que eu não conseguia me ouvir pensar. Eu precisava ficar sozinha e pintar. Apreciei o gesto e sabia que Michelle tinha boas intenções, mas não estava com vontade. "Talvez outra noite", eu disse. "Por que você não quer vir? Você tem outro encontro com o Sr. Alfa?" "Não, só estou cansada." "Cansada de uma longa noite de bate-papo no fundo dos restaurantes?” Michelle cortou de volta. Eu poderia dizer pelo olhar que ela me deu que ela não estava mais


brincando e estava realmente começando a ficar chateada. "Michelle, nós não fizemos sexo. Quantas vezes eu tenho que te dizer isso?" "Então qual é o seu problema, Sienna? Por que você não quer vir?" "Não dá pra deixar pra lá?" "Somos suas amigas e quase não nos vemos. Você está saindo com o lobo mais foda de todos e não nos conta nada. Você está envergonhada por nós porque não somos tão legais quanto todos os amigos de Aiden da Casa da Matilha?" "Não é nada disso, Michelle", respondi, tentando impedi-la de fazer uma cena, que ela sabia que eu odiava. "Só não estou com disposição para sair." As palavras mal tinham saído dos meus lábios quando meu telefone tocou na mesa. Eu o peguei e me encolhi. Eu não queria provar que Michelle estava certa, mas, ao mesmo tempo, queria saber o que diabos estava acontecendo. "É ele?" perguntou Michelle. "Sim, você se importa se eu..." "Vá em frente", disse ela, misturando friamente o milk-shake com uma colher. Levantei-me e fui até o balcão, onde havia um banquinho vazio, então abri meu telefone. Aiden: Ei, sobre a noite passada. Sinto muito, Josh interrompeu. Aiden: Você chegou em casa bem? Você fugiu de uma vez. Sienna: Ah, olha só quem se importa agora Aiden: Você acha que não? Sienna: Eu acho que você está apenas tentando me comer. Aiden: Posso ter deixado minha bruma sair do controle. Aiden: Não vai acontecer de novo. Sienna: Você está certo. Não vai Aiden: Sienna, me desculpe. Aiden: Em minha defesa você também estava interessada.


Sienna: Estava fora do meu controle Sienna: Você não era o único com problemas de Bruma Aiden: Acho que você sabia o que estava fazendo. Sienna: E eu pensei que você fosse um cavalheiro, não um filho da puta. Aiden: Como posso compensar você? Sienna: Mostre-me que sou mais do que apenas um troféu Aiden: O que você quiser. Aiden: é só falar. Sienna: Diga-me o que está acontecendo com a violação da fronteira Sienna: Por que você de repente chamou todo mundo para a Casa da Matilha? Aiden: Como você ficou sabendo disso? Sienna: Não importa. Se eu for mais que qualquer uma, você vai me dizer Aiden: É complicado. Aiden: Eu quero te contar mais, sério. Sienna: Então, pelo menos me diga uma coisa Sienna: Eu estava em perigo na noite passada? Aiden: Eu nunca deixaria nada te machucar. Sienna: Não foi isso que perguntei Sienna: Eu estava em perigo? Aiden: Não sei. Aiden: Estou sendo honesto Sienna: Tchau, Aiden Eu não podia acreditar que já tinha o considerado atraente. Quero dizer, claro, ele tinha o corpo mais delicioso que eu já coloquei os olhos, mas se não fosse por essa Bruma irritante, eu ficaria muito enojada com seu comportamento para o querer perto de mim novamente. Eu ainda estremeci ao pensar o que teria acontecido se Josh não tivesse aparecido. Eu provavelmente corria mais perigo com Aiden lá, depois que ele saiu. Eu definitivamente não contaria a ele nada sobre o desaparecimento da mulher agora também. Ele era um idiota e eu precisava desabafar.


Capítulo 14 - O Clube Sienna Usei minha minissaia xadrez vermelha e preta nova em folha, com botas de couro preto de salto alto, meia-calça preta e um top curto com uma jaqueta de couro preta por cima. Pintei minhas unhas para combinar com o vermelho da minha saia e separei meu cabelo em camadas bagunçadas que caíram pelas minhas costas e ombros como uma cachoeira de cobre. Eu apliquei meu delineador, rímel e batom cor de vinho. Para terminar, coloquei meu ear cuff preferido e brincos de prata junto com anéis combinando. Meu look era de pirigótica e eu estava amando. Quando as garotas me viram, elas me encheram de elogios. Michelle até disse que eu era sexy o suficiente para morder, o que para os lobisomens era o melhor elogio que você poderia receber. Como Michelle disse no Winston's, Lupin só estava aberto há algumas semanas, mas todo o hype em torno dele significava que todas as noites da semana havia longas filas de pessoas esperando para entrar. Erica, no entanto, tinha conseguido passes VIP — um de seus irmãos tinha conexões com todos os seguranças do centro, incluindo o do Lupin — e nós entramos sem ter que esperar. Sempre me senti um pouco culpada por pular a fila daquele jeito, especialmente quando as pessoas que estavam esperando faziam cara feia para você com inveja, mas esta noite eu não me importei. Eu estava lá para me soltar e esquecer o lobisomem estúpido que colocou essa marca no meu pescoço. A entrada do clube tinha um teto baixo que dava a sensação de estar entrando em uma caverna. A esquerda estava o bar, iluminado por LEDs que piscavam com a música em padrões suaves. À direita ficava o guarda-roupas, onde deixamos nossos casacos, e uma escada que levava ao mezanino que dava para a pista de dança. Era de forma circular e se abria para um átrio, onde grandes gaiolas


pendiam das vigas, abrigando belas dançarinas que se contorciam sensualmente ao som da música. Humanos e lobisomens se misturavam no enorme bar enquanto todos se acotovelavam para pedir suas bebidas. Eu olhei para a pista de dança, que estava cheia de corpos se esfregando. O DJ mixava faixas de house de seu palco com vista para a multidão, ocasionalmente incitando os clientes a fazerem mais barulho. Michelle abriu caminho até o bar e pediu uma rodada de doses de vodca. "Você acha que deveríamos conseguir mais já que estamos aqui? " ela gritou por cima da música. Já tínhamos começado a beber no táxi, mas Michelle nunca foi de ir devagar. "Duas rodadas, pelo menos", respondeu Mia. "Estou fora do mercado agora! Vocês ouviram isso, meninos? Você não tem chance com essa gostosura", disse ela, sacudindo os quadris. Bebemos shots no bar antes de encontrar uma mesa de pé para nos amontoarmos com nosso bowl cheio de Curaçao azul, gim, tequila, rum e vodca. Fazendo a contagem regressiva juntas, cada um de nós pegou um canudo e chupou o máximo que possível. Michelle e eu duramos mais, mas eu venci. Ela se considerava a "garota festeira" do nosso grupo, então foi um golpe para seu ego. "Amanhã vai ser uma merda." Erica deu uma risadinha. "Eu sou fraca com bebida." "Então vamos para a pista de dança enquanto você ainda pode ficar de pé", gritei, o que não era típico de mim porque eu não era, de forma alguma, uma boa dançarina. A única coisa em que eu era boa na vida era pintar, mas tinha ritmo suficiente para mover meus pés e quadris com a batida. Abrimos caminho até o meio da sala e começamos a nos exibir. Os homens começaram a se aproximar de nós e a flertar com Erica, o que não era problema, já que ela não estava marcada ou acasalada, mas para minha surpresa, os homens estavam me atacando também. Eles não me reconheceram ou não se importaram que eu tivesse a marca do Alfa na base do meu pescoço.


Considerando os eventos recentes com Aiden, concluí, sem sombra de dúvida, que os homens são porcos e estão dispostos a arriscar qualquer coisa, incluindo suas vidas, se isso significar transar. "Não entendo", gritei por cima da música para Mia depois de enxotar outro homem. "Estou marcada como você, então por que os caras ainda estão vindo em cima?" Mia gritou de volta: "Porque minha marca é uma marca de acasalamento e a sua não." Novamente, minha inexperiência em ter um amante durante a temporada significava que eu perdi algum conhecimento comum. "A marca de acasalamento é um vermelho suave em torno das bordas, enquanto a sua está mais machucada e roxa. Lobisomens machos também podem sentir qual é qual, para evitar problemas sérios", ela explicou. Quer eu tivesse uma marca de acasalamento ou não, qualquer um desses caras teria sérios problemas se Aiden descobrisse que eles estavam tentando me levar para casa. E eu adorei. Depois de uma hora, Michelle levou Erica ao banheiro porque ela se sentiu mal. Eu fiquei na pista de dança com Mia, jogando meu corpo como se estivesse em casa no meu quarto sem ninguém olhando. As bebidas tinham nos atingido fortemente agora. Mia e eu estávamos constantemente nos agarrando uma à outra para manter o equilíbrio, e eu estava feliz por não ter decidido usar salto. Do contrário, certamente teria torcido o tornozelo. O DJ colocou um reggaeton sensual que fez todos formarem pares. Um cara veio até mim com um sorriso sugestivo e estendeu a mão. Ele era um lobisomem sem par que era claramente dominante, enquanto segurava meu olhar sem problemas. Ele também era muito gato, com cabelos dourados, olhos escuros sexy e um físico esguio e talhado. "Oi, mocinha sexy", disse ele, pegando minha mão e pressionando seus lábios perto da minha orelha. "Oi", respondi, olhando para Mia com o canto do olho.


Ela me deu uma piscadela e fugiu em direção ao bar, me deixando sozinha com este lobisomem fofo. Eu não estava querendo muita privacidade. Além disso, se ele tentasse qualquer coisa, eu poderia chutar sua bunda. Eu lutei contra cinco homens sozinha na floresta. O que era um em um clube cheio de pessoas? "Qual o seu nome? " ele perguntou, erguendo as sobrancelhas para mim em um convite aberto. "Sem nomes", eu disse. Ele era simplesmente um rosto bonito de se olhar e um corpo bonito para dançar. Eu queria manter assim. Eu sei que provavelmente deveria ter recusado. Aiden só precisava dar uma cheirada na minha pele para saber que outro homem tinha me tocado. O imbecil. Ele claramente queria muito comer, mas não ia rolar. Ele me girou e colocou as mãos nos meus quadris, puxando minha cintura contra sua virilha. No começo foi divertido ter as mãos de outro homem em mim, mas quanto mais a música tocava, mais insistente ela se tornava. Não era como o toque de Aiden, que deixou minha pele em chamas e me fez doer. Eu não disse nada, mas continuei dançando. Afinal, eu estava lá para me divertir, não para pegar ninguém. Senti seu aperto se intensificar quando ele se pressionou contra mim com mais força, balançando a parte inferior de seu corpo com o meu. Quando sua ereção por debaixo do jeans cutucou em mim, eu sabia que era hora de parar. Tentei me desvencilhar de seu aperto, mas ele não me soltou. Ele apenas me pressionou mais forte e começou a puxar minha saia. "Solte! " Eu gritei, meu grito abafado pelo baixo. "Qual é o problema, gatinha? " ele perguntou, tentando continuar o jogo. "Vai se foder, cretino!" Eu gritei. "Por quê? " Sua voz estava sombria de luxúria. "Estamos nos divertindo." "Não estou me divertindo com você", rebati, o coração martelando no peito. "Então me solta, porra!" De repente, percebi que, enquanto estávamos dançando, ele nos arrastou


em direção à borda da pista de dança e agora me puxou para um canto escuro na saída dos fundos. O sangue correu do meu rosto. "Você devia ter pensado antes de provocar um homem na Bruma, gata", ele rosnou, e de repente eu estava do lado de fora no ar frio de novembro, minha transpiração congelando, o que, junto com a adrenalina bombeando por mim, fez meu corpo tremer incontrolavelmente. Ele me pressionou contra a parede de tijolos do beco vazio, seus olhos luminosos e cheios de luxúria. Agora eu não conseguia mais esconder meu pânico. "O que você pensa que está fazendo?!" Eu gritei. "Qual é, relaxa", ele disse, suas mãos como tornos, cavando em meus lados. "Eu quero voltar para dentro", eu atirei de volta. "Não se preocupe, já voltamos. Vamos apenas ficar aqui um pouco, aproveitar o ar fresco... nos conhecer." Ele olhou para mim com uma intenção maliciosa. Eu sabia o que ele procurava e precisava me afastar dele como pudesse. "Estou com frio. Eu preciso voltar para as minhas amigas", eu respondi, tentando empurrá-lo. Ele se inclinou, tentando me beijar. "Não!" Ele enfiou a mão no meu seio e o apalpou violentamente. "Relaxe, querida, eu não vou te machucar." "Não! " Eu gritei, lutando contra seu aperto. Tentei dar socos, cotovelos e joelhadas, mas ele era mais forte do que eu pensava, e os efeitos do álcool me deixaram fraca e descoordenada. Eu me senti impotente enquanto sua boca e mãos me violavam. Ele apertou meu peito novamente e eu gritei. "Pare!" Mas ele não estava parando agora e não estava falando. Ele só tinha uma coisa em mente. Ele me ergueu contra a parede e rasgou minha meia-calça, sufocando minha boca com a mão. As lágrimas queimaram meus olhos enquanto ele se atrapalhava com sua braguilha, olhos selvagens.


Ninguém vai vir me salvar, pensei. As palavras me cortaram como o vento frio que soprava pelo beco vazio. Isso foi exatamente o que ela deve ter pensado. Ninguém vem te salvar E por um segundo, eu pude vê-la. Emily. Lutando, gritando, implorando por ajuda. Fechei os olhos e tentei afastar a imagem, ignorar seus dedos gelados puxando minha pele, queimando-me com pontadas viscerais de raiva, arrependimento e impotência. Eu me senti deixar meu corpo, e quando olhei para baixo, era a forma de Emily ao invés da minha. Tentei gritar para o bastardo sair de cima dela, mas nenhum som saiu. Tentei acertá-lo, mas minhas mãos passaram por seu corpo. Emily. Não. De novo não. Estou aqui desta vez. Eu voltei para o meu corpo. Alguém, qualquer um, me ajude! Lutei para manter minhas pernas fechadas e enfiar minhas mãos sobre minhas partes íntimas, mas ele usou sua coxa para separar a minha e puxou minha mão com facilidade. De repente, um rosnado profundo e horrível encheu o ar, e eu senti o peso do corpo do meu atacante desaparecer com um grito angustiante. Eu abri meus olhos e engasguei em choque. Era ele, de verdade?


Capítulo 15 - O Conto de Fadas Sienna Eu nunca tinha visto Aiden parecer tão assustador - cabelo arrepiado na nuca, caninos saindo de sua boca rosnando, curvado sobre meu atacante com sede de sangue em seus olhos. O homem lutou de volta, mas Aiden facilmente o dominou, jogando-o contra a parede. Ele socou as costelas daquele bastardo uma e outra vez em uma raiva animalesca até — BAM. Eu engasguei em choque quando ouvi suas costelas quebrarem. Eu o observei cair no chão, apenas um homem amassado e bagunçado agora — patético. Lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto. Emily. Oh meu Deus. Isso foi o que ela passou quatro anos atrás. Completamente desamparada e com medo, paralisada e incapaz de pedir ajuda. Uma sensação de escuridão total. Ninguém estava lá para ela. Eu não estava lá. Enquanto eu observava Aiden arrastar o corpo inerte do homem pelo beco, quase me senti culpada, culpada por ter sobrevivido e ela não. Eu queria me levantar e sair correndo, mas duvidava que pudesse rastejar agora. Emily, seu estuprador, meu agressor, todos eles continuavam piscando diante dos meus olhos. Eu queria vomitar os sentimentos distorcidos dentro de mim. Eu vacilei quando Aiden se ajoelhou e passou os braços em volta de mim. "Eu não vou te machucar", ele disse suavemente. Foi contra cada fibra do meu ser, mas eu o deixei me pegar e me levar para seu carro. Eu nunca me senti mais vulnerável com ele, mas algo sobre o calor de seu peito e seu abraço apertado me fez sentir segura. Minha Bruma não estava queimando. Esse sentimento era algo diferente.


"Para onde você está me levando?" Eu perguntei, meu corpo ainda tremendo. "Minha casa", ele respondeu calmamente. "Eu prometo que não tenho intenção de tirar vantagem de você. Eu só quero te ajudar." Minhas amigas ainda estavam no clube, sem noção dos horrores que acabaram de acontecer do lado de fora, e eu preferia que continuasse assim. Eu não queria enfrentá-las esta noite. Ir para casa também não era uma opção. Meus pais olhariam para mim e saberíam que algo estava errado. Eu não estava pronta para as perguntas, a pena ou o julgamento. Ir com Aiden foi minha melhor opção. Eu ainda não confiava nele, mas o que ele tinha feito por mim... Me deixou doente pensar o que teria acontecido se ele não tivesse aparecido. O comportamento de Aiden foi completamente mudado em relação ao homem feroz que atacou meu atacante apenas alguns momentos atrás. Foi atencioso e gentil. Por mais que eu o desprezasse por me marcar e me forçar a assumir a responsabilidade de ser sua companheira, eu não podia negar que queria que ele estivesse lá para mim. Eu não sabia quanto tempo duraria, já que essa coisa entre nós era imprevisível como o inferno, mas eu estava disposta a lhe dar uma chance. Ele disse que queria me ajudar? Tudo bem, eu o deixaria provar então. Finalmente, cedi, deixando minha cabeça descansar em seu ombro. Ele me colocou delicadamente no banco do passageiro e dirigimos em silêncio. Enquanto eu observava os edifícios borrados e as árvores desaparecerem pela janela, tentei fazer as memórias desta noite desaparecerem também, mas isso parecia impossível. Se eu me senti assustada com o que aconteceu, Emily deve ter ficado absolutamente aterrorizada com o que ela passou. Cravei minhas unhas nos assentos de couro caros de Aiden. Nunca mais quis me sentir impotente dessa forma. Eu nunca deixaria um homem me fazer sentir assim novamente. Eu olhei de lado para Aiden e meu peito apertou. Eu não poderia mais estar naquele carro. Eu precisava estar em outro lugar, em algum lugar seguro. Assim que comecei a entrar em pânico, Aiden parou em sua garagem e


parecia que tínhamos acabado de entrar em um sonho, como se eu tivesse manifestado o espaço mais seguro e convidativo que se possa imaginar. Uma pequena ponte de paralelepípedos se estendia sobre um riacho, levando a uma mansão modesta cercada por árvores frondosas e um jardim de flores perfeitamente cuidado. Era um conto de fadas. Talvez eu não soubesse tudo sobre Aiden, afinal? Ele deve ter percebido minha surpresa, porque sorriu com minha expressão em transe. "Não é o que você esperava?" Eu não respondi, minha voz ainda estava presa na minha garganta. Ele percebeu que eu não estava pronta para falar, então me ajudou a sair do carro e colocou a mão nas minhas costas, gentilmente me guiando pela porta. Eu não me importei. Sua proximidade realmente me fez sentir segura, o que nunca foi um sentimento que eu pensei que extrairia de Aiden. Isso não parecia como se alguém estivesse tentando me controlar. Parecia que alguém estava tentando me confortar. O crepitar do café fervendo foi o único som que quebrou o silêncio ensurdecedor entre nós enquanto nos sentávamos frente a frente sem fazer contato visual. Claro que nenhum de nós sabia o que dizer. O que devo dizer a um homem que acabei de assistir quebrar outro homem ao meio? O que ele disse a uma mulher que quase foi estuprada? As palavras realmente tornariam alguma coisa melhor? Não, mas pelo menos sua presença era reconfortante. Finalmente, Aiden quebrou o silêncio, mas seria melhor ter continuado quieto. "Por que você estava com aquele homem no clube?" "O que você está perguntando exatamente? " Senti meu rosto esquentar. "Você nunca deveria ter ficado sozinha com outro homem durante a Bruma. E a porra da temporada. Por que você se colocaria nessa posição?" ele respondeu. Eu me levantei de repente. "Você está falando sério? Você está insinuando que o que aconteceu comigo foi minha culpa?" "Não rosne para mim. Eu não estava dizendo ISSO.


‘"Como você me encontrou? Você estava me seguindo?" “É minha função saber onde você está o tempo todo, Sienna. Como uma mulher marcada, você não deveria ser..." "E de quem é a culpa? " Eu joguei de volta. "Foi você quem me marcou! Contra minha vontade! Você me forçou a entrar na Bruma, Aiden! Você pegou meu livre arbítrio e o torceu para atender às suas próprias necessidades egoístas!" "Você não entende que, uma vez que a temporada chegue e você seja marcada, a Bruma não irá embora a menos que você ceda e faça sexo com aquele que a marcou?" "Eu sei!" Eu rebati, furiosa agora. "E por isso que eu nunca quis ser marcada para começar!" "Você me queria na Casa da Matilha. Não negue isso", ele rebateu. Ele não estava vindo para cima de mim. Ele nunca ousaria depois do que aconteceu no clube. Mas eu ainda estava me debatendo, incapaz de manter o passado e o presente em ordem. Ele se moveu em minha direção, não de uma maneira agressiva, mas ainda parecia que eu estava ficando sem espaço para escapar, me encontrando presa contra uma parede mais uma vez. "Por favor, você está perto demais, você..." Eu chorei. A umidade encheu meus olhos e eu desviei o olhar dele, com vergonha de mim mesma por me sentir tão fraca. Aiden parou em seu caminho, parecendo surpreso. Sua mão agarrou meu queixo e o virou para encará-lo novamente. Ele não estava se movendo em minha direção para me machucar ou me foder. Ele estava se aproximando para me confortar. "Sienna", disse ele. "Eu não vou tirar vantagem de você. Nem agora nem nunca. Tudo que eu quero é proteger você." Ele me puxou para um abraço e eu me rendi ao gesto. "Você não deveria ter me marcado", eu disse, minha voz abafada por seu peito. Ele suspirou e de repente me puxou para baixo até que eu estava sentada em seu colo e ele estava me segurando ainda mais perto. "Há algo entre nós. Não podemos negar. Senti quando te marquei, mas até senti na primeira vez que te vi, na margem do rio."


"Você lembra disso?" Eu perguntei, um pouco incrédula. "Claro que sim", disse ele calmamente, apertando seu aperto em mim. "Eu senti seu poder desde então. Seu cheiro irradiava uma força e sensualidade que eu não pude resistir." Eu me retraí um pouco de seu aperto. "Eu não irradiei nenhuma força esta noite. Eu estava fraca." "Pare. O que eu disse um minuto atrás... eu estava errado. Deixe-me te contar algo. Seu cheiro me atingiu no momento em que entrei naquele jantar. Não é algo que acontece na forma humana, mas você me desequilibrou." "A Bruma me atingiu, e eu tive que seguir você, para descobrir mais sobre você, para apenas estar na sua presença. Eu nunca fui tão dominado por algo mais poderoso em minha vida. Essa é a sua força, o tipo de poder você tem sobre mim. É por isso que eu marquei você." Levantei-me de seu colo e olhei para ele como se estivesse olhando para um estranho. O que diabos ele estava dizendo? Nenhum de nós estava na Bruma, mas ele estava olhando para mim com desejo inconfundível em seus olhos, apenas um tipo diferente de desejo, um desejo de estar perto de mim. "Por que de repente você está me contando tudo isso?" "Porque eu acho que você pode ser minha companheira."


Capítulo 16 – O Beijo Sienna O que Aiden disse não podia ser verdade, podia? O reconhecimento de seu companheiro aconteceu no instante em que seu olhar se conectou com o outro. Meu olhar tinha se conectado com o de Aiden dezenas de vezes, mas geralmente os únicos sentimentos despertados dentro de mim eram raiva e arrependimento. "Você está mentindo", eu soltei, minha garganta seca. "Eu sei como funciona o processo de acasalamento, e se fôssemos companheiros, já saberíamos!" "Eu sou o Alfa. As regras não se aplicam a mim. A única maneira de saber se você é minha companheira é passar um tempo com você e ficar mais perto de você." "Chegar mais perto de mim? Claro", respondi com ceticismo, ”Na cama, suponho?" "Quando um Alfa encontra seu companheiro em potencial, suas emoções ficam descontroladas. Ele tem que confiar em seus sentidos e nada mais. Primeiro ele a marca, e então ele a deixa vir de boa vontade para sua cama para sentir seu domínio e ver se ela é capaz de lidar com ele." Meu coração começou a bater no meu peito quando Aiden se aproximou. "Nós dois sabemos que você é mais do que forte o suficiente para liderar um bando. Você é linda, dominante, e me faz dobrar como nunca ninguém conseguiu. Ninguém me faz curvar assim, a não ser você." Ele estava realmente sendo submisso a mim? Suas palavras estavam me tocando de uma forma que me fez querer que ele me tocasse em todos os lugares. O que havia de errado comigo? A Bruma estava se tornando insuportável. Ele podia sentir minha necessidade física, mas ele também sabia o que eu tinha passado esta noite. Ele gentilmente colocou os braços em volta da minha cintura. "Você quer mais? " ele perguntou. Sim, eu queria mais, porra. Eu estava cansada de reprimir tudo, mas esta


era a Bruma, não eu. Havia uma chance de que ele fosse meu companheiro, mas e se ele não fosse? Quando comecei a me afastar, Aiden deve ter sentido minha apreensão, porque ele aliviou e gentilmente me colocou na beira da cama, descansando a mão no meu rosto. Sem aviso, ele se inclinou e seus lábios encontraram os meus. Tudo derreteu, e meu mundo se tornou uma explosão sensorial de sentimentos enquanto cada um dos meus sentidos aguçados enlouqueciam com o estímulo. Foi tudo que eu esperava — meu primeiro beijo. Fiquei emocionada, não só por causa do beijo, mas do clube, da Bruma, de tudo. Quando eu desabei, Aiden me segurou. Caímos de costas na cama e me aninhei em seu corpo até que as lágrimas correram. Minha mente finalmente desligou, permitindo-me adormecer em seus braços. Eu mantive minha distância de Aiden por vários dias após o incidente no clube. Eu precisava de espaço para processar o que quase aconteceu comigo e, como a Bruma não se importava com o que era apropriado, parecia a melhor decisão. Mas depois daquele beijo, Aiden era tudo em que eu conseguia pensar. Eu realmente não tive a chance de agradecê-lo depois que ele me trouxe para casa naquela noite, então agora eu me encontrei na porta dele mais uma vez. Antes que eu pudesse bater, ele abriu a porta. "Sienna." Ele sorriu. "Eu pensei que tinha farejado!!!” "Eu... uh... eu só vim agradecê-lo pela outra noite", gaguejei. "Você realmente me deu suporte quando eu precisei de você." Aiden me puxou pela porta e me pegou em seus braços. "Você não tem que me agradecer. Eu nunca deixaria ninguém te machucar. Você precisa saber disso." Eu pude ver que ele quis dizer isso. E eu queria agradecer a ele. Eu precisava agradecê-lo. Sem palavras. Então, desta vez, eu o beijei. E agora sua boca estava na minha, lambendo, beliscando e me mordendo em um estado de êxtase.


Quando eu abri, deixando-o entrar, sua língua roçou a minha e eu sucumbi ao calor poderoso. O beijo começou lentamente, nossas bocas testando uma à outra, sentindo o que o outro gostava, mas nenhum de nós poderia se conter mais, e antes que eu percebesse, estávamos nos beijando como se fôssemos dois lobos famintos e vorazes. Nós tropeçamos para trás no quarto, e ele me jogou na cama, rastejando sobre meu corpo com pura luxúria em seus olhos. Seus movimentos eram lentos e metódicos, medindo meu corpo, decidindo onde atacar em seguida. Ele acariciou a marca que havia feito no meu pescoço com seus lábios macios. Os minúsculos cabelos do meu corpo se arrepiaram com a sensação dele flutuando sobre a minha marca. Ele deu um beijo na marca, em seguida, abriu a boca e deixou sua língua brincar ao redor do hematoma, lambendo-o com golpes longos e profundos que fizeram meu corpo estremecer incontrolavelmente. Então ele mordeu, no mesmo lugar, e eu quase explodi com a sensação brutal da Bruma. Minha visão ficou turva e gritei, não de dor, mas de prazer incomparável que percorreu meu corpo. Eu tinha certeza de que esse tipo de sentimento só poderia vir do poder de um verdadeiro Alfa. Perdi o controle do meu lobo e minhas unhas se transformaram em garras, que cavei em suas costas, rasgando sua camisa, fazendo-o rosnar de surpresa. Eu deixaria minhas próprias marcas, finas e vermelhas, em toda a suas costas. Ele me virou de bruços em retaliação, subindo meu vestido até minha cintura e pressionando sua protuberância contra minha bunda enquanto agarrava meus quadris. Sua mão voltou para o meio das minhas pernas, deslizou minha calcinha de lado e entrou fundo desta vez. Depois de anos me masturbando com meus próprios dedos, nunca percebi como seria melhor quando os dedos de outra pessoa estivessem dentro de mim. Agora eu sabia o que estava perdendo. O orgasmo me rasgou em dois, e isso foi apenas com seus dedos. De repente, estava ansiosa para descobrir como seria a sensação de algo muito maior dentro de mim. Deus, a Bruma estava me dominando completamente. Eu não estava


pensando direito. Eu só sabia que o prazer era tão bom que não queria que acabasse. Por que não deixei isso acontecer antes? Minha mente estava tão confusa que não conseguia me lembrar. Aiden começou a abrir o zíper de suas calças. Seria esta a minha primeira vez? Não, ele ainda não é meu companheiro. Mas por que isso importa? Minha cabeça começou a doer. Aiden começou a abrir minhas pernas e uma sensação de náusea entrou na boca do meu estômago. Não... Emily. Não assim. "Não, pare... PARE. Não quero continuar", gritei. Aiden ergueu a sobrancelha, pensando que ainda estávamos jogando. "Você ainda está confusa", ele murmurou, se aproximando de mim novamente, sua boca a uma polegada de distância da minha, “É eu também. Você não quer que eu te ajude a aliviá-la?" "Não! Eu não sei se você é meu companheiro ainda, e eu não sei se você algum dia será!" Culpei a Bruma por ser tão dura, mas não tive forças para lutar contra meu desejo naquele momento. Aiden parecia um cachorrinho assustado quando me sentei ao acaso e tentei me recompor. Sua surpresa rapidamente mudou para realização enquanto ele me olhava de cima a baixo. "Sienna", ele rosnou, “você é virgem?" Meu coração parou. Eu queria dizer a ele qualquer coisa, exceto a verdade naquele momento, mas por algum motivo, abri minha boca e proferi um tímido "Sim." Sua expressão de confusão disse tudo. Era inédito um lobisomem ser virgem na minha idade. O sexo estava embutido em nossos próprios seres, mas eu tinha meus motivos para permanecer virgem, e Aiden não precisava conhecê-los. Esse era meu fardo a carregar, minha promessa de cumprir. "Por quê?" ele perguntou de repente. Baixei meu olhar para minhas palmas suadas. "Aiden..." eu disse hesitante. "Responda minha pergunta, Sienna."


A névoa estava morrendo e minha clareza estava voltando, mas a resposta à pergunta de Aiden nunca seria clara. Ele não conseguia entender o quão profundamente Emily me afetou e como eu fui cúmplice do que aconteceu. Fechei meus punhos com força, cravando minhas unhas em minha pele, tentando bloquear as memórias amargas. "Eu tenho me guardado para o meu companheiro", eu disse, não totalmente convincente. "Só posso amar verdadeiramente meu cônjuge e não quero dar algo especial a alguém que não o é." Ficou imediatamente claro que Aiden podia ver que eu não estava contando toda a história. Ele se aproximou de mim e abriu minhas palmas. O sangue escorreu enquanto minhas garras se retraíam. Ele olhou para mim com profunda preocupação, mas tudo que eu pude fazer foi me virar. "Sienna, preciso que você me diga o que está acontecendo. Eu não vou conseguir deixar pra lá." "Isso está claramente rasgando você por dentro, seja o que for isso", Aiden rosnou. "Como você espera que eu ignore isso e finja que nada está errado?" "Eu não sou sua companheira. Não é sua responsabilidade cuidar de mim", retruquei. "Eu a tornei minha responsabilidade quando te marquei!" Eu vi que ele não iria recuar, mas eu também não iria. Quando duas pessoas chegaram a um impasse, uma teve que se comprometer e eu estava cansada. "Olha, se você deixar pra lá, eu..." Hesitei. "Eu farei qualquer coisa." "Mesmo?" A contragosto, eu balancei a cabeça que sim. "Você vai se mudar para cá amanhã para que eu possa ficar de olho em você. Sem desculpas, sem atrasos. Amanhã." "Eu não vou fazer sexo com você", eu disse a ele, apenas para que ele tirasse qualquer ideia de sua mente confusa "Não até que saibamos se você é meu companheiro ou não. Além disso, você não consegue me dominar. Eu não vou deixar você mandar em mim, então se você está pensando que eu me torno sua propriedade ao me mudar, então as garras estão saindo e eu vou parar de jogar bem." Sua boca se curvou em um sorriso diabólico. "Não ia querer que fosse


diferente."


Capítulo 17 – O Compromisso Sienna "Diga-me novamente por que isso tem que acontecer?" Meu pai questionou, nem mesmo tentando esconder a preocupação em sua voz. "Já falamos sobre isso, Peter." Minha mãe suspirou. "O Alfa não pode ser o companheiro de Sienna se a mantivermos trancada aqui. Ela precisa de espaço para respirar." "Nós não sabemos se ele é meu companheiro", eu a corrigi. A escolha de palavras da minha mãe foi dolorosamente irônica, considerando que eu ficaria muito mais sufocada e confinada na casa de Aiden do que aqui. Meu pai me puxou para um abraço de urso. "Eu sei que você tem que descobrir se ele é seu companheiro ou não, mas isso não significa que eu não vou ficar muito preocupado com a minha garotinha. Eu gostaria que você ficasse." Quanto mais eu pensava sobre isso, mas eu sabia que isso era algo que eu tinha que fazer, quisesse ou não. Eu nunca saberia se Aiden e eu tínhamos uma chance real de um relacionamento se eu pelo menos não desse uma chance, embora eu tivesse minhas dúvidas sobre suas intenções. Abracei meus pais com força. "Vocês não precisam se preocupar comigo. Eu prometo." "Sim, é claro... você vai ficar bem", disse mamãe, começando a chorar. "Minha última filha saindo de casa e acasalando com um Alfa. Eu não posso acreditar que você está crescida!" Lembrei-me de como meus pais agiram quando Selene se mudou. Foi exatamente a mesma coisa. Mesmo que ela fosse sua filha de sangue e eu tivesse sido adotada, isso não fazia a menor diferença para eles. Isso me fez amá-los ainda mais por isso. Eu ia sentir falta deles. Pais biológicos ou não, eles eram meus. E talvez minha mãe estivesse sendo melodramática, mas, agora, eu gostava disso. "Volto logo, relaxe", eu disse, abraçando-os uma última vez. O abraço da


minha mãe foi um pouco apertado demais para meu conforto. Felizmente, uma buzina de carro buzinou do lado de fora, oferecendo uma fuga. "Deve ser meu motorista! Eu tenho que ir, mas eu amo muito vocês! "Eu gritei enquanto saía pela porta. Lá fora. Josh estava esperando por mim. Ele tinha um sorriso quase suspeito no rosto. Ele pegou minhas duas malas e as colocou no porta-malas enquanto eu me sentei no banco do passageiro. Josh entrou no carro e acelerou o motor como um garoto de fraternidade prestes a dar um passeio. Embora eu duvidasse que seria um passeio agradável. Nós dirigimos em um silêncio constrangedor por um tempo antes de Josh finalmente virar a cabeça para olhar para mim. "É um prazer conhecê-la oficialmente, Sienna Mercer", ele disse com aquele sorriso estranho. "Eu sou Josh Daniels, o Beta da Matilha da Costa Leste." "Sim. eu sei", eu disse, ainda tentando lê-lo. "Deve ser bom ser escolhido para essa posição." "Deve ser bom estar na sua posição também", Josh disse com um tom acusatório. "Então, enquanto estamos aqui, por que você não me diz como você fez isso?" "Desculpe?" Eu sabia que havia algo estranho naquele sorriso falso. "Não seja modesta." Sua voz estava encharcada de sarcasmo agora. Você precisa me dizer sua técnica. Como você enganou o Alfa para marcá-la?" Eu não ia sentar aqui e aceitar essa merda. "Enganá-lo? Eu nem tive escolha em nada disso. O que lhe dá o direito de questionar meus motivos?" "Eu sou o Beta. É meio que meu trabalho, e se você está se aproveitando dele quando ele está em um estado vulnerável, eu serei o primeiro a saber sobre isso." "Se você está tão curioso sobre mim, então por que não pergunta ao seu melhor amigo por que ele me marcou?" Eu atirei de volta. "Bem, eu faria, mas Aiden se recusa a responder qualquer uma das minhas perguntas sobre você." Sua carranca se aprofundou. "Ele tem sido tão reservado sobre porque ele marcou você. Todo mundo está perplexo."


Ele olhou para mim. "Eu me ofereci para buscá-la na esperança de que você me desse uma pista sobre este pequeno relacionamento que vocês dois começaram." "Se Aiden não te disse nada, então por que diabos eu contaria? Talvez você esteja apenas tentando obter informações para usar contra ele." Josh massageou sua têmpora em frustração. "Eu realmente deveria ter deixado Jocelyn lidar com isso. Ela está acostumada a lidar com pessoas delirantes." "Isso faz sentido, considerando o histórico de namoro dela", retruquei. Josh estreitou os olhos para mim. "Vou ser franco com você. Eu não acho que você seja forte ou madura o suficiente para lidar com um domínio tão poderoso quanto o dele, e não importa se você pensa que é uma loba durona ou sei lá." "Você está me subestimando", eu disse, desafiando-o. "O tempo vai dizer. Agora saia do meu carro", Josh disse presunçosamente. Durante nossa discussão, não percebi que já havíamos chegado à casa de Aiden. Saí do carro de Josh, batendo a porta atrás de mim. Peguei minhas malas e atravessei a ponte para o meu feriado Bruma do inferno. Uma coisa era certa, porém. Eu não deixaria Josh ou qualquer outra pessoa me subestimar. ***

Quando Aiden abriu a porta, meus olhos foram imediatamente atraídos para seu peito brilhante sem camisa. Seus músculos incharam com cada movimento menor. Minha Bruma começou a brilhar. Porra, isso já está realmente acontecendo? Ele tentou me agarrar e me puxar para dentro, mas consegui passar por baixo de seu corpo enorme e entrar na casa. Ele se achava inteligente, mas não me pegaria tão facilmente. "Você pode trazer minha bagagem para o quarto de hóspedes". Eu disse timidamente enquanto caminhava pelo saguão, certificando-me de estar vários


passos à frente dele. "Você vai me mostrar o tour ou terei que fazer tudo sozinha?" "Oh, você tem feito tudo sozinha por muito tempo. É hora de você deixar outra pessoa te ajudar", ele disse, sorrindo com aquele sorriso sexy e irritante. Eu apenas rolei meus olhos. "Eu disse a você — nada de sexo. Isso fazia parte do nosso acordo." "Nós concordamos que não faremos sexo", ele disse, começando a fazer uma carranca. "Isso não significa que não podemos nos entregar a outras atividades." Apesar de minhas tentativas de suprimi-lo, minha Bruma continuou a crescer. Eu estava tentando o meu melhor, mas era quase impossível com seu cheiro por todo o lugar, e com ele sem camisa e suado, a apenas alguns passos de distância. Eu poderia muito bem ter apenas me entregado em uma bandeja de prata. Isso não significava que eu não lutaria de volta, no entanto. "Aiden, estou falando sério", disse. "Eu não vou dormir com você. Não somos companheiros e também não somos amantes. Preciso do meu próprio quarto e isso não é negociável." Nós travamos os olhos em uma batalha de vontades, ambos afirmando nosso domínio. Recusei-me a recuar, especialmente depois do que Josh tinha dito. Para minha surpresa, Aiden, rosnando levemente baixinho, pegou minhas malas e me levou para a sala mais próxima, jogando-as dentro. Eu não conseguia acreditar nos meus olhos. Eu realmente tinha acabado de fazer Aiden se comprometer sobre algo? Eu fiz o Alfa do Matilha da Costa Leste assumir um compromisso! Talvez eu tivesse uma chance de sobreviver a isso, afinal. Acontece que minha empolgação foi minha traição final. No entanto, a Bruma me atingiu com força total no meio da minha vertigem. Os sentidos de Aiden explodiram imediatamente, e ele estava na Bruma. Foda-se, lá vamos nós. Nós nos encontramos no meio da sala, e seus braços estavam em volta de mim em meros segundos enquanto minhas mãos estavam agarrando seus cabelos negros desgrenhados. Ele me empurrou na cama e caiu em cima de mim.


Ele puxou as alças do meu vestido, expondo meu sutiã, e começou a chupar minha marca, me deixando louca. Sua boca desceu para os meus seios e eu engasguei quando senti sua língua e dentes vagando em torno dos meus mamilos. Eu queria que ele tirasse minha roupa. Eu queria que nós dois estivéssemos nus com nossa pele suada se tocando. Era uma forma de tortura tê-lo tão perto, mas não perto o suficiente. Eu precisava dele dentro de mim, e precisava agora. Eu não podia esperar até descobrir se éramos companheiros. Eu tinha que tê-lo bem aqui, agora, ou ficaria louca. Merda, fique sob controle, Sienna! Eu finalmente ganhei a vantagem e fiz com que ele se comprometesse. Eu não poderia simplesmente jogar isso fora agora. "Pare!" Eu gritei. "Me larga! Por favor. Dê-me espaço para pensar." Aiden parecia exasperado. "Sienna, você não pode continuar fazendo isso. É uma coisa natural querer que seus desejos sexuais sejam realizados." "Saia", eu ordenei enquanto as lágrimas brotaram em meus olhos. "Esta é a minha casa", rosnou Aiden. "Você é só uma convidada aqui." "Eu sou sua convidada?" Eu perguntei, engasgada. "Ou eu sou apenas uma prisioneira da porra do seu ego de Alfa?" Antes que ele pudesse responder, corri para o banheiro e tranquei a porta. Tirei minhas roupas e sentei no chuveiro, deixando a água correr pelo meu rosto, escondendo minhas lágrimas. Eu sabia que estava amaldiçoada por sempre me sentir assim por causa do passado. E talvez eu merecesse essa maldição. Alfa ou não, ninguém poderia tirar esses demônios de mim. Para piorar as coisas, agora eu tinha que estar perto de Aiden todos os dias. Eu não poderia passar por isso novamente diariamente. Apenas alguns minutos se passaram desde que eu cheguei. Se não pudéssemos sobreviver menos de uma hora juntos, como poderíamos sobreviver às próximas semanas? Em dez minutos, tínhamos conseguido lutar, inflamar nossa Bruma e ter uma sessão de rebatidas secas e cheia de raiva da qual eu fugi com um ataque irregular. Isso não era saudável.


Quando me levantei do chão do chuveiro, percebi uma linha fina de sangue circulando pelo ralo. Senti uma pontada de esperança no peito. Minha menstruação. Eu pulei fora do chuveiro e rapidamente verifiquei meu calendário. Era aquela época do mês. Minha menstruação significava sem sexo, e sem sexo significava manter minha virgindade e minha sanidade intacta por mais uma semana sem ter que enfrentar as tentações de Aiden. Nunca, em toda a minha vida, senti tanta gratidão pela Mamãe Natureza.


Capítulo 18 – A Ruptura Sienna A expressão no rosto de Aiden quando ele me cheirou quando saí do meu quarto à noite foi hilária. Seu nariz estava enrugado em insatisfação, e ele rosnou, "Merda", antes de retornar para seu próprio quarto e bater a porta. Sangue era um problema óbvio para os lobisomens, mas por alguma razão, o sangue de menstruação fazia os machos correrem para as colinas com o rabo entre as pernas. E por isso, eu estava grata. Pelo menos eu poderia evitar mais encontros sexuais por um tempo enquanto descobria um novo plano, sem mencionar o bônus adicional de mexer com Aiden. Enquanto apreciava minha pequena vitória, meu telefone começou a zumbir. Michelle: Ei garota, você vem amanhã? Sienna: Vem pra onde? Michelle: Sienna... Michelle: sério? Sienna: Me desculpe, eu realmente não tenho ideia Michelle: vamos comprar o vestido da cerimônia de acasalamento de Mia Michelle: você sabe disso há muito tempo. Sienna: Meu Deus, esqueci completamente Sienna: As coisas têm estado tão agitadas Sienna: Desde, você sabe... Michelle: eu percebi... Michelle: você não tem saído muito ultimamente Sienna: Eu sei, eu sei Sienna: É só Sienna: Aiden


Sienna: e a Bruma Sienna: e toda essa coisa de morar juntos Sienna: Sinto que estou ficando louca Michelle: entendi Michelle: você tem muita coisa acontecendo Michelle: estou bem por falar nisso Sienna: O quê? Michelle: nada Michelle: Então você vem ou não? Sienna: Vou tentar Michelle: Sienna Sienna: Ok, estou indo Michelle: vejo você aí Uma anfitriã humana nos serviu champanhe enquanto Mia experimentava vestidos diferentes em uma boutique reconhecidamente chique. Erica e Michelle cuidaram de seu véu, elogiando suas escolhas de estilo. Fiquei sentada no canto, olhando para minha taça de champanhe como se fosse algum poço mágico que contivesse todas as respostas para meus problemas. "Ei, Terra para Sienna", Erica chamou do outro lado da sala. "Estamos entediando você?" "Desculpe, só estou um pouco distraída", pedi desculpas. Michelle estalou a língua em aborrecimento e começou a beber seu champanhe como se para manter a boca ocupada para não dizer algo de que se arrependesse. "Venha aqui e me ajude a tirar este vestido antes que eu desmaie", Mia resmungou, respirando pesadamente. "Essa coisa é mais apertada do que minha amiguinha antes da minha primeira Bruma." "Você já deu suas voltas, sem dúvida." Michelle riu. "Há algum homem nesta cidade em que você não cravou suas garras em algum momento?" "Ei, estou comprometida agora, ok?" Mia respondeu. "Pelo menos eu


ainda posso viver através de vocês, meninas. Principalmente Sienna. Você deve estar sendo devastada todas as noites por aquele Alfa sexy. Estou com tanta inveja, você não tem ideia." "Você está se unindo ao seu melhor amigo" Erica disse em tom de censura. "Sim, eu acho que isso é bom também. Deixe-me fantasiar um pouco, certo?" Mia derramou seu champanhe em um dos vestidos. Eles não tinham ideia de quão desconfortável toda essa conversa de sexo me deixou, mas eu não estava prestes a revelar que era virgem para um grupo de lobas embriagadas e loucas por sexo. "Nossa, totalmente", tentei dizer de maneira convincente. "Quase não há um momento em que Aiden não me deixe de quatro." "Oh meu Deus, conte-nos tudo. " Erica praticamente desmaiou. Droga, eu não tinha pensado nisso. Enquanto Mia se espremia para fora de seu vestido, notei um unicórnio pintado olhando para mim de forma extravagante por cima de sua bunda. Oh, graças a Deus pelas decisões erradas de Mia. "Não, Mia precisa me contar tudo sobre aquela tatuagem, e eu preciso saber agora" eu gritei, tentando mudar de assunto. Mia ergueu as sobrancelhas sugestivamente. "Ei, o que acontece na feira do condado fica na feira do condado. Talvez você e Aiden possam conseguir tatuagens iguais quando forem juntos este ano." Prefiro morrer. "Deus, Mia, você é demais." Eu fingi rir. "Por que você não nos conta por que você deixou o clube com Aiden durante a noite das meninas sem nem mesmo dizer adeus", Michelle perguntou, fazendo com que toda a sala ficasse em silêncio. Todos olharam para mim com expectativa, como se essa fosse uma discussão inevitável que iria acontecer. "Eu... eu uh, eu estava.." Droga, eu não poderia contar a elas sobre como quase fui estuprada. Eu já estava diminuindo o clima do jeito que estava. E isso apenas traria outras questões que eu não estava pronta para responder. Então, eu acho que minha única opção era — "Aiden pode ser meu companheiro", eu deixei escapar. O queixo de Erica e Michelle caiu no chão. "Cale a boca, porra", Mia gritou."Você está falando sério? Oh meu Deus,


isso explica tudo, porque você tem estado tão distante e estranha ultimamente. Isso é SUPER IMPORTANTE." "Sim, eu não tinha ideia. Essa é uma razão totalmente válida para nos abandonar", Erica falou quando Michelle lançou-lhe um olhar sujo. "Está tudo acontecendo tão rápido", eu disse, dando minha melhor impressão de Selene. "Eu pensei que ia morrer quando ele me disse. Ainda estamos descobrindo." "Parece que você pode ser a próxima no altar", provocou Erica. "De jeito nenhum, definitivamente vai ser Michelle", eu disse, sorrindo, mas quando olhei para ela, ela não estava sorrindo de volta. Michelle agarrou sua bolsa e se levantou repentinamente. "Você está realmente vivendo em seu próprio mundo atualmente, não é, Sienna? "Ela saiu da boutique, me deixando totalmente confusa. "Michelle, espere! " Eu chamei por ela. "O que foi que eu disse?" Mia e Erica trocaram olhares. "Michelle está um pouco nervosa agora. Ela está tendo alguns problemas com Ross", explicou Erica. "Merda, eu não tinha ideia", eu disse. "Eles ficarão bem, certo?" Mia apenas encolheu os ombros. "Talvez, mas você pode ver por que ela está brava. Se você tivesse mais presente nas últimas semanas, saberia o que ela estava passando." Droga, ela estava certa? Eu tinha estado tão absorta em tudo que acontecia que negligenciei completamente minha melhor amiga? Doeu muito esconder a verdade das meninas, mas eu tinha que fazer isso sozinha. Esperançosamente elas entenderiam em algum momento, mas agora simplesmente não era a hora certa. Eu estava cozinhando o jantar, pensando em Michelle, quando Aiden voltou do trabalho, ainda com a mesma expressão irritada daquela manhã. "Eu pensei que você não queria ser considerada uma mulher submissa que não fazia nada além de cozinhar para seu homem", ele comentou secamente. Eu atirei-lhe um olhar furioso. "Cozinhar não é um traço submisso. Se você não pode fazer sua própria comida, é você quem depende de outra pessoa."


Ele sorriu como um lobo. "Estou te irritando, Sienna?" ele perguntou, um brilho malicioso em seus olhos. De repente, ele estava atrás de mim, as mãos na minha cintura, pressionadas contra minhas costas. Seus lábios estavam roçando minha orelha quando ele disse: "Você quer punir o grande alfa mau?" Eu fiz, mas eu me conteria por enquanto. "Saia de cima de mim", eu rosnei, mas em vez disso, ele me beijou. Desta vez, o beijo não foi tão apressado como antes. Sua Bruma estava completamente sob seu controle e ele me deixou louca. Eu queria que ele pressionasse com mais força, me empurrasse contra a ilha e me devorasse. Ele provocou meus lábios para aceitar os seus, chupando e mordendo-os. Quando estremeci e não consegui mais manter minha boca fechada, sua língua escorregadia rompeu e zombou da minha, me deixando louca de paixão. De repente, ele parou e se afastou com um sorriso no rosto. "Eu acho que é o suficiente por esta noite", ele disse, ecoando minhas próprias palavras, que eu usei contra ele várias vezes. Esse idiota. Então é assim que ele queria jogar este jogo? Bem, bola pra frente, vadia. Ele não é o único que tem controle sobre sua Bruma. "Sente-se. O jantar está servido, eu disse bruscamente. "Bem, olhe para você, uma dona de casa tão fofa. Combina com você..." Aiden soltou um uivo agudo enquanto eu despejava uma pilha de espaguete à bolonhesa quente em seu colo. "Opa. desculpe, querido. Deixe-me limpar isso para você", eu sorri. Enquanto pegava uma toalha e fingia limpar a comida em seu colo, fiz questão de dar atenção especial à sua virilha. Eu o senti ficando duro, e sua Bruma explodiu quase imediatamente. Eu o massageei cuidadosamente enquanto seus olhos se fechavam e um olhar de puro prazer apareceu em seu rosto. Eu abruptamente parei de tocá-lo e joguei a toalha coberta de molho em seu rosto. "Você está um pouco bagunçado aí embaixo", zombei. "É melhor limpar isso. Não gostaria de tocar em você durante a menstruação." Aiden disparou, rosnando, e enfiou o garfo na mesa. Olhamos um para o


outro, afirmando nosso domínio ao mais alto grau até... Minha boca se abriu quando Aiden abriu um sorriso enorme. Ele começou a rir histericamente, dobrando-se e segurando o estômago. Sua risada foi baixa e grave, e foi tão contagiante que eu mesma comecei a rir. O que diabos estávamos fazendo? Quando a risada diminuiu, sorrimos um para o outro e pude ver seus olhos se suavizando. O silêncio após as risadas foi o silêncio mais confortável que eu já senti com alguém, e enquanto nos olhamos, sorrindo assim, parecia que tudo se encaixava. Finalmente tudo fez sentido. Foi um momento surreal, mas não o questionaria. Comemos no mesmo silêncio, nenhum de nós ousando quebrá-lo. Ele parecia adorar minha comida pela maneira como devorava a refeição inteira e voltava por alguns segundos. Assistir Aiden comer minha comida com tanta fome, tanta satisfação, foi um tipo diferente de prazer. Ele olhou para cima e encontrou meu olhar, olhos intensamente penetrantes nos meus, e meu coração deu um pulo. Ele olhou profundamente nos meus olhos, como se tentasse me ler, me apreciar, e eu me vi fazendo o mesmo com ele, tentando decifrar seu olhar repentinamente inescrutável. O que ele estava pensando? O que ele estava sentindo? Talvez um dia nós realmente nos entendêssemos. De repente, ele abriu um sorriso e voltou a atacar seu jantar. "Bom apetite", eu sussurrei suavemente.


Capítulo 19 – Os Iguais Aiden Estou profundamente envolvido. Não há mais volta agora, não que tenha existido para mim. Sienna tinha-me na coleira. Como um cachorro domesticado. Mas ela me odiava ou sentia algo por mim? Eu nunca poderia dizer com ela. Se ela finalmente decidiu me rejeitar... Porra! Passei minhas garras na minha mesa, jogando tudo, desde pilhas de documentos assinados até velhos troféus de esportes, no chão com um barulho. Josh se encolheu especialmente quando eu espalhei centenas de convites do Baile de Natal pela sala, alguns deles batendo no ventilador de teto e caindo no esquecimento. "Aquela garota", eu rosnei. "Eu não posso tirá-la da porra da minha cabeça. Ela assumiu completamente cada pensamento meu, e isso está me deixando louco." "Tenho certeza de que é apenas a Bruma", disse Josh com cautela, enquanto tentava recuperar o que restava dos convites. A maldita Bruma. Parecia sem fim. Eu provoquei Sienna implacavelmente sobre seu controle, mas a verdade é que eu mal conseguia me controlar. Quando eu estava na presença dela, todo o resto parecia turvo — eu não conseguia me concentrar. Mas para eu me sentir assim quando ela nem estava por perto? Isso me fez querer arrancar meus olhos. "Como diabos você está lidando com isso? " Eu perguntei, andando em círculos. "Jocelyn não distrai você de suas tarefas mais importantes, se enterra em seu cérebro como um parasita e faz você querer rasgar algo ao meio, porra?" "Uhhh..." Josh rapidamente puxou um mural vintage da minha árvore genealógica fora do meu alcance.


Ele parou por um momento para pensar sobre minha pergunta. "Na verdade, não." disse ele, parecendo um pouco confuso. "Quer dizer, Jocelyn é ótima e tudo, mas não posso dizer que senti algo parecido com o que você está descrevendo." "Bem, você tem sorte então", eu rosnei. " Porque isso é uma tortura." Meu telefone começou a zumbir no bolso e eu o puxei com cautela, sabendo exatamente quem seria. Sienna: Olá Aiden Sienna: Vi seu bilhete Sienna: Espero que você tenha um bom dia no trabalho Sienna: Parece ocupado Sienna: Talvez eu possa encontrar uma maneira de tornar o seu dia menos estressante Eu joguei meu telefone do outro lado da sala quando minha Bruma começou a acender novamente, vendo-o quebrar contra a parede. "Josh, eu não tenho mais acesso ao meu planejador." eu disse sem um pingo de ironia. "O que está na minha agenda para o resto do dia?" "Só o almoço", respondeu Josh. "Você quer que eu cancele?" "Inferno, não, isso é exatamente o que eu preciso. Uma sala cheia de testosterona. Sem mulheres e especialmente sem Sienna."

Sienna Acordei com uma casa vazia, mas o cheiro de Aiden ainda pairava no ar. Ele deixou um bilhete preso por um ímã na geladeira. Dizia que ele tinha saído para algum negócio alfa e ficaria na Casa da Matilha o dia todo e poderia não chegar em casa para o jantar. Por algum motivo, um sorriso idiota se espalhou pelo meu rosto enquanto eu me vestia. Quando me olhei no espelho e puxei meu cabelo ruivo para trás em um rabo de cavalo, vi minha marca sob uma luz diferente. Pela primeira vez, isso não me incomodou ou enfureceu. Na verdade, eu estava meio orgulhosa disso. Decidi enviar uma mensagem de texto para Aiden e dizer a ele para ter um


bom dia no trabalho, talvez até paquerar um pouco, mas depois de algumas mensagens, ele parou de atender e ele não respondeu. Ele provavelmente estava sobrecarregado de trabalho e teve que desligar o telefone. E se eu o surpreendesse na Casa da Matilha para o almoço? Parecia uma boa ideia, considerando que ele não teria um momento livre de outra forma, hoje. Eu estava praticamente radiante e queria tirar meu próprio sorriso bobo do rosto, mas talvez esse sentimento não fosse tão ruim. ***

Quando cheguei ao portão, vi o guarda que estava lá da última vez que atravessei a Casa da Matilha. Ele olhou para mim e ficou branco como um fantasma. Sem nem mesmo um "alô", ele abriu o portão e me conduziu, tentando evitar o contato visual. "Desculpe pela última vez", eu disse timidamente, fazendo-o pular. "Posso ter alguns problemas de controle da raiva." Com os olhos arregalados, ele sorriu nervosamente, balançando a cabeça como um boneco quebrado. Talvez eu precise pagar por sua terapia. Quando eu entrei, peguei o cheiro de Aiden, mas estava um tanto obscurecido por vários outros cheiros masculinos. Eu me perguntei se ele poderia me cheirar ou se o meu também estava mascarado? Enquanto estava farejando o ar, quase esbarrei em Jocelyn. "Ei, Sienna", disse ela enquanto sorria. "O que você está fazendo aqui?" Droga, eu sempre me esquecia de como ela era linda. "Ei, Jocelyn", eu disse, sorrindo timidamente de volta. Eu ainda não tinha certeza se podia confiar nela ou não. Michelle sempre me dizia que era obscura, mas Jocelyn sempre foi gentil e prestativa comigo. Normalmente eu confiava no julgamento de Michelle, mas desta vez não tinha tanta certeza. Especialmente porque o momento da desconfiança de Michelle em Jocelyn se aliou ao fato de ela namorar Josh, por quem tenho certeza de que Michelle tinha uma queda, apesar de nunca ter conhecido oficialmente. "Você está aqui por Aiden?" Ela perguntou maliciosamente. "Ele está ocupado? Sempre posso voltar mais tarde."


"Não, ele está apenas no almoço da matilha. "Homens apenas "ela disse, revirando os olhos." Josh também está lá." "Parece importante", eu disse, começando a perder minha coragem. "Talvez eu não deva interromper." Jocelyn agarrou meu braço, rindo. "Eu acho que é exatamente o que você deve fazer. Espere, tente isso." Ela se inclinou e puxou meu cabelo para baixo do rabo de cavalo, brigando e bagunçando até ficar com uma aparência sexy de que acabei de acordar. Droga, sua bela aparência era uma coisa, mas ela também tinha um cheiro que poderia matar. Era absolutamente inebriante. Ela puxou para baixo o ombro da minha camisa, expondo minha marca. "Você tem certeza? " Eu perguntei. "Sienna, Aiden é louco por você. E se o que Josh tem me contado for verdade, então ele pode estar literalmente enlouquecendo por sua causa. Você é provavelmente a loba mais dominante que já conheci, e está muito sexy agora. Abrace isso! Vá para aquele almoço e mostre a ele sua força." Ela me deu um sorriso malicioso e colocou a mão acima do meu coração. "Confie em mim... e boa sorte." Enquanto ela se afastava, senti que realmente podia confiar nela implicitamente. Um domínio de fogo começou a queimar dentro de mim assim que ela me tocou. Era como se ela tivesse ativado algum poder enterrado dentro de mim. Com o queixo para cima e o domínio irradiando de todos os meus poros, eu irrompi pelas pesadas portas da sala de reuniões, caminhando em direção a Aiden e os outros homens com total confiança. Todos eles levantaram suas cabeças, perplexos, mandíbulas caindo e olhos cheios de luxúria, exceto Josh, que apenas fez uma careta. A Bruma de Aiden chamejou quando ele sentiu meu cheiro, mas havia um olhar voraz de orgulho e posse em seus olhos que não tinha nada a ver com a Bruma. Despertar Aiden na frente de seu bando foi uma das coisas mais arriscadas que eu já fiz, mas eu poderia dizer que estava funcionando pelo jeito que ele estava suando e cravando suas garras na mesa.


Foi uma jogada ousada, mas Jocelyn acertou o alvo. Não era qualquer um que poderia fazer isso. Aiden tentou lutar contra sua Bruma, mas pela primeira vez, eu não queria que ele lutasse. Eu queria que isso o engolisse completamente. Não era exatamente vingança — eu também o queria — mas estava aproveitando cada doce segundo de seu desconforto. Inclinei-me sobre a mesa e lambi meus lábios. "Senti sua falta quando acordei esta manhã. Comecei a me tocar, mas não era tão divertido sem você. Seus dedos são muito mais satisfatórios." Isso era tudo que ele precisava. Antes mesmo que eu soubesse o que estava acontecendo, ele me pegou e me jogou na mesa, fazendo com que o resto de sua matilha se sacudisse. Ele rastejou sobre mim, rosnando em antecipação, enquanto eu estava deitada esparramada sobre a mesa à vista de todos os outros. "Fora", ele rosnou para sua matilha sem quebrar o contato visual comigo. "Todo mundo fora AGORA." O bando rapidamente se levantou da mesa e se dirigiu para a saída, mas Aiden estava em cima de mim antes mesmo de eles terem saído. Ele agarrou meus seios através da minha camisa, apertando quase dolorosamente. Eu o beijei de volta, mas ao contrário dele, eu tinha controle sobre minha Bruma agora. Consegui provocar sua boca até que um grunhido explodiu de sua garganta, fazendo seu peito roncar. Estremeci com a sensação da vibração e ri baixinho. "Ah. alguém está com raiva", eu disse sedutoramente. "Você não tem ideia", ele rosnou e me beijou novamente. Desta vez, eu o deixei me beijar tão possessivamente quanto ele queria enquanto eu envolvia meus braços em volta de seu pescoço e colocava minhas pernas em volta de sua cintura. Eu agarrei um punhado de seu cabelo e puxei o mais forte que pude até que ele mostrou suas presas. "Me morda, porra", eu ordenei. "O que?" ele respondeu, perplexo. " Desde quando você..." "Faça o que eu digo a você. Crave seus dentes em mim!" Aiden me pegou e me colocou suavemente na beirada da mesa, me examinando com preocupação. "Sienna, o que está acontecendo?"


"O que você está falando? Você não me quer?" Eu respondi, irritada. "Claro que sim", disse ele. "Mas não assim." O que eu estava fazendo? Me jogando no Alfa? Esta foi uma ideia tão idiota. A dúvida começou a afundar, e tudo o que Jocelyn tinha feito estava desaparecendo rapidamente. Todas as minhas inseguranças vieram à tona. "Você ao menos acha meu cheiro atraente? " Eu cuspi. "E se eu não fosse sua companheira em potencial? Você prestaria atenção em mim? Você é um alfa, um pedigree diferente. Sou apenas uma plebeia, uma garota que foi abandonada pelos pais. Eu não sou ninguém." Eu comecei a chorar. "Eu não posso estar com alguém que é superior a mim. Não posso estar em um relacionamento em que sempre me sinto insignificante e com o fardo de corresponder às suas expectativas. Isso simplesmente não vai funcionar." Aiden parecia atordoado, mas ele suavemente colocou a mão na minha bochecha e olhou diretamente nos meus olhos. "Sienna, eu não vejo você como uma plebeia que tem que se curvar a todos os meus caprichos." Ele sorriu. "Eu vejo você como uma igual." Agora, era eu que parecia atordoada. Uma igual? "Olha, não posso explicar, mas... - disse Aiden, franzindo a testa. "Mas, ultimamente, me sinto conectado a você, ao que você quer. Posso sentir seus desejos e suas dúvidas como se fossem meus. E eu sei que você não quer isso aqui — em meu escritório, na mesa de conferência." Aiden começou a andar agora, claramente nervoso, uma emoção que eu não pensei que Aiden possuísse. Isso era estranho como o inferno, e eu me senti completamente perplexa, sem saber o que viria a seguir nesta peça de um homem só. "O que estou tentando dizer é... " Ele se virou para mim com uma explosão de confiança. "Acho que é hora de fugirmos." Ai. Meu. Deus.


Capítulo 20 – A Fuga Sienna: Ei, Selene Sienna: Você está acordada? Selene: Ugh, mais ou menos Selene: É melhor ser vida ou morte Selene: são 2 da manhã Selene: O que está acontecendo? Sienna: Quando você soube pela primeira vez Selene: Soube o quê?? Sienna: Que você estava apaixonada por Jeremy Selene: Espere, o quê? Selene: Sienna... Selene: Isso realmente não poderia esperar até amanhã? Sienna: Aiden me pediu para fugir hoje à noite Selene: O QUE Selene: OH MEU DEUS Selene: Por que você não começou com isso?? Selene: Eu estou hiperventilando aqui Selene: Espera aí, deixa eu ir para a sala Selene: Jeremy está roncando Selene: emoji cara de tédio Sienna: Hum, tudo bem, respire fundo Sienna: Sou eu quem vai fugir Selene: ENTÃO VOCÊ VAI?? Sienna: Sim, e preciso do seu conselho Sienna: Tipo... agora Selene: Ok. o que você precisa saber? Sienna: Sua primeira fuga com Jeremy Sienna: Como foi? O que você vestiu? Foi intenso ou íntimo? Selene: Bem, foi mágico


Selene: E o que você veste não importa Selene: Já que você vai tirar suas roupas Selene: É íntimo e intenso Selene: É realmente uma experiência espiritual mais do que qualquer coisa Selene: Deixando o lobo assumir o controle e cedendo aos seus instintos mais primitivos Sienna: E se nossas formas de lobo não se conectarem? Sienna: Isso pode arruinar tudo se não estivermos prontos Selene: Eu não posso te dar uma resposta para isso Selene: Mas se você já disse sim, acho que tem sua resposta Selene: emoji de coração Sienna: Obrigado, mana Sienna: Tenho que ir Sienna: Aiden acabou de entrar

Sienna Eu olhei para o homem com quem eu estava prestes a sair em uma corrida — a experiência mais íntima que dois lobisomens poderiam compartilhar — e de repente eu senti uma onda de ansiedade nervosa. Rumores diziam que uma corrida foi o que encerrou o relacionamento de Aiden e Jocelyn. Eles não se conectaram de forma alguma na forma de lobo. E se isso acontecer conosco também? "Preparada?" Aiden perguntou. Essa foi uma pergunta maldita carregada. Quando Aiden me pediu pela primeira vez para fugir, meu lobo assumiu e eu deixei escapar "sim" antes mesmo que pudesse processar o peso desse compromisso. Sua expressão estava tão sinceramente satisfeita com a rapidez da minha resposta que não tive coragem de desistir. Agora minha cabeça gritava para que eu corresse o mais longe possível na outra direção enquanto meu lobo uivava por cima, afogando minha apreensão e me dizendo para sair da minha bunda e ir com ele. Eu balancei a cabeça e me levantei enquanto ele pegava minha mão e me levava para fora da floresta. Demos o primeiro passo juntos, cruzando o limiar para uma experiência sobrenatural que mudaria tudo. "Espere", gritei de repente. "Podemos caminhar um pouco primeiro?"


Aiden sorriu para minha ansiedade óbvia. " Claro." Começamos a caminhar em silêncio pela floresta, minha inquietação começando a desaparecer enquanto seguíamos o riacho mais fundo na floresta. Havia algo calmante na maneira como a água fluía tão livremente. Eu olhei para Aiden. Esta foi talvez a primeira vez que me senti livre para fazer minhas próprias escolhas — sem pressão, sem manipulação. Aiden estava me deixando fazer isso no meu próprio ritmo, do meu jeito. Eu engasguei quando chegamos a um lago iluminado pelo luar. Suas bordas eram suaves e musgosas, e o reflexo da luz fazia a água cintilar como um eco do céu estrelado. Nós dois sabíamos que aquele era o lugar. Foi perfeito. Meu coração começou a bater forte no meu peito. Não houve mais protelação. Já era tempo. Aiden começou a tirar sua camisa, revelando seu abdômen perfeito. Ele se encostou em uma árvore e sorriu enquanto eu agarrava minha própria camisa com mais força. "Vire-se." eu disse, corando. "Eu não quero que você veja." "Por que? "Ele riu." Eu vou te ver nua de uma forma ou de outra. É natural." Ele estava certo. Era outro código não falado entre os lobos. A nudez antes e depois da mudança era inevitável, então os lobisomens não faziam muito disso. Foi o mesmo que perder a virgindade quando surgiu a primeira Bruma. Mas as regras tomaram-se diferentes para mim depois da Emily. "Já estabelecemos que eu não sou como todas as outras lobas que você conhece", eu atirei de volta enquanto me atrapalhava com o zíper da minha calça jeans. "Acredite em mim, eu sei", disse Aiden, de repente olhando para mim com olhos calmantes. Aquele olhar era puro Alfa, não de uma forma intimidante, mas tranquilizadora. Ser um Alfa não era apenas uma questão de controle. Às vezes, tratava-se de manter a manada lúcida. "Não se preocupe, você está linda." Eu me virei, mas lentamente deslizei minhas calças até os tornozelos e tirei minha blusa. De pé apenas com a minha calcinha, respirei fundo. Tirei meu


sutiã e calcinha e me virei para enfrentar Aiden. Ele já estava nu, deixando tudo sair sem um pingo de vergonha. Afinal, ele era o Alfa. Ainda assim, enquanto estávamos completamente nus, olhando os corpos um do outro, não parecia da maneira que eu pensei que seria. Não era uma aura de luxúria entre nós, mas de conexão. Éramos um e o mesmo. Selene estava certa sobre ser uma experiência espiritual e eu estava começando a entender. "Você primeiro", ele persuadiu. Eu dei um passo à frente e fiquei diretamente sob o luar em cascata. Deixando meu lobo me consumir, eu me transformei, pousando graciosamente de quatro. Eu olhei para o meu reflexo na lagoa para ver minha pele marrom-avermelhada acesa como um fogo ardente. Eu nunca tinha visto isso brilhar assim. Aiden mudou em seguida, e sua forma de lobo era tão grande quanto eu lembrava. Seu pêlo preto sedoso e olhos castanhos penetrantes eram lindos sob o céu noturno. Nossos olhares permaneceram um no outro em reconhecimento, e quaisquer dúvidas que eu tinha sobre nossos lobos não se conectando desapareceram em um instante. Ele se virou regiamente e acenou com a cabeça para a floresta, e essa foi a minha deixa. Cravei minhas patas na terra e corri para o mato. Agora eu só tinha que ter certeza de que ele não me pegaria. Era um jogo de intimidade, mas também um desafio. Eu tinha que mostrar a ele o quão dominante eu era para provar que poderia me defender contra o Alfa. As árvores ficaram borradas ao meu redor enquanto eu corria pela floresta, e o vento em minha pele era estimulante. Se Aiden ia me pegar, eu não ia facilitar para ele. Eu sabia que a primeira coisa que tinha que fazer era mascarar meu cheiro. Eu mergulhei em uma poça de lama e rolei antes de me levantar rapidamente e mudar de direção. Minha melhor aposta era confundi-lo e encobrir meus rastros da melhor maneira possível. Enquanto eu disparava para frente e para trás, um uivo agudo penetrou no


silêncio da noite. Aiden queria que eu soubesse que ele estava se aproximando. Ele estava brincando comigo, mas também me deu uma vantagem. Eu sabia sua localização agora. Eu mergulhei no rio e remei para o outro lado. Com sorte, ele estava com vontade de se molhar. Eu balancei meu pêlo para secar uma vez que estava na outra margem e continuei mais fundo na floresta. Horas se passaram desde que começamos nossa perseguição. Eu só podia imaginar a frustração que ele estava sentindo. Alguns podem dizer que você deveria deixar seu parceiro sentir que ele estava na liderança, mas foda-se, este era um jogo de dominação. Encontrei uma colina rochosa onde não deixaria rastros. Subi até o topo e tentei me orientar. Com todo o ziguezague, até eu havia me perdido um pouco. Meus ouvidos dispararam quando, sem aviso, uma batida pesada começou a ecoar do leste, e estava se aproximando rapidamente de mim. Aiden saltou para fora do arbusto, as garras cerradas, a baba voando para fora de suas mandíbulas abertas. Eu tive apenas um momento. Eu joguei meu corpo para o lado enquanto seus dentes beliscaram meus calcanhares. Ele parecia selvagem e indomado, sujeira e detritos cobrindo seu pelo anteriormente sedoso. Eu me perguntei o quanto eu também estava assim. Começamos a fazer uma espécie de dança, circulando um ao outro, esperando para ver quem daria o primeiro passo. Nós rosnamos de brincadeira um para o outro. Finalmente, chegamos ao fim. Um galho quebrou e eu me deixei distrair por apenas um milissegundo. Era tudo que Aiden precisava. Ele investiu contra mim, me acertando bem nas costelas. Nós dois caímos colina abaixo, quebrando pedras e amoreiras, caindo em uma pilha no fundo. Ele se recuperou primeiro e imediatamente me imobilizou. Eu gritei e me debati, tentando escapar, mas ele me tinha bem onde ele me queria. Seu rabo balançou de excitação enquanto ele mostrava suas presas. Ele soltou um uivo triunfante e cravou os dentes no meu ombro, bem onde minha marca estaria em forma humana.


Este foi o ato final de uma fuga entre parceiros em potencial. Eu agora estava marcada tanto na forma humana quanto na forma de lobo. Eu era total e completamente dele agora. Um amante e um companheiro em potencial. Nenhum outro homem ousaria se aproximar de mim durante a Bruma na minha marca. Olhamos um para o outro sem nos mover, sem falar, sem fazer nada, na verdade. Foi o momento mais íntimo e intenso de toda a minha vida — assim como Selene havia dito — e eu nunca teria pensado em um milhão de anos que estaria compartilhando isso com Aiden Norwood. Ele me ajudou a ficar de pé e me conduziu até a água. Eu nem estava mais ciente da minha nudez, apenas da minha conexão com Aiden. Nós entramos profundamente no lago até a cintura, e ele suavemente lavou o sangue da minha marca. Doeu, mas uma marca não era tanto uma dor física, mas uma conexão mental. O que eu senti naquele momento, Aiden também sentiu. E o que eu estava sentindo era meu coração sendo preenchido com um desejo por alguém como nunca antes. Eu me apaixonei pelo Alfa.


Capítulo 21 – Dura Realidade Sienna Três dias se passaram desde a fuga, e o período posterior foi como descer do alto, o que significava que minhas emoções estavam uma bagunça. Às vezes, eu sentia um lampejo de euforia, lembrando-me da emoção da perseguição, enquanto outras vezes atingia um ponto fraco emocional, pensando que nunca mais me sentiria assim. Aiden também sentiu. Ele ficou mais distante nos últimos dias, enterrandose no trabalho. Selene convenientemente deixou de fora que a melhor experiência da minha vida seria seguida por uma sensação paralisante de malestar. Eu precisava fazer algo para tirar nós dois do medo, então decidi assar para Aiden sua sobremesa favorita, torta de maçã. Jocelyn me disse que o Alfa gostava muito de doces e que eu ainda não tinha usado essa arma em meu arsenal contra ele. Desta vez, porém, usaria comida para sempre. Eu me encontrei cantarolando e movendo meus quadris enquanto vagava pela cozinha, derramando farinha em todos os lugares. Eu não esperava que um coro de criaturas da floresta aparecesse pela janela e começasse a me envolver em seda ou algo assim, mas essa sensação? Foi ótimo pra caralho. O cronômetro do forno apitou, sinalizando que a torta de maçã estava pronta. Cheirava a céu. Se eu pudesse ter escolhido um perfume permanente para mim, seria este. Eu enviei uma mensagem de texto com entusiasmo para Aiden para ver quando ele estaria em casa. Eu não sabia quanto tempo eu poderia esperar para ver a expressão em seu rosto. Sienna: Ei, você está vindo para casa? Sienna: Eu tenho uma surpresa Sienna: :) Aiden: Ainda preso no trabalho Aiden: Tivemos nossa própria surpresa hoje


Aiden: Um convidado VIP de última hora para o Baile de Inverno Aiden: Vou trabalhar até tarde Sienna: De novo? Sienna: É a terceira vez esta semana Aiden: Eu sei Aiden: Não é ideal Aiden: Mas é o momento Aiden: O Baile de Inverno é em duas semanas Aiden: Está o caos aqui Sienna: Você pelo menos volta antes de eu dormir? Aiden: Não sei Aiden: Eu não esperaria acordado Sienna: Tudo bem Sienna: Falo com você mais tarde, eu acho Todo o entusiasmo foi imediatamente drenado do meu corpo. De repente, fiquei furiosa. Com raiva de mim mesma, por colocar tanto esforço na cozinha, como uma dona de casa submissa. Eu não tinha nada melhor para fazer do que cozinhar para um homem? Para esperar por sua validação? Mas eu estava tão brava com o quão chateada suas mensagens me deixavam. Que sua ausência estava me afetando muito. Eu costumava orar por esse tipo de distância entre nós. Inferno, às vezes eu desejava que estivéssemos em lados opostos da Terra. Mas agora eu não aguentava estar longe dele por um dia inteiro. E eu não gostei. À medida que o calor da torta de maçã diminuía, seu cheiro também diminuía. O odor inconfundível de Aiden — uma mistura de amadeirado e viril — encheu a sala novamente. Aparentemente, era forte o suficiente para fazer isso, mesmo quando ele não estava em casa. O cheiro dele sozinho foi o suficiente para enviar uma pontada visceral de sentir falta dele através de mim. Desde a corrida, quando chegamos perto como lobos, meu lobo interior tinha esse desejo constante de estar perto dele. Era como se ele irradiasse algo que nos conectasse, e eu queria estar amarrada a


essa conexão o tempo todo. Lágrimas inundaram meus olhos. Coloquei minha mão sobre minha marca enquanto meu corpo tremia. Eu sabia que estava sendo dramática. Eu me sentia uma adolescente tola. Mas não me importei. Eu só queria ele aqui comigo, me segurando, me beijando, me dizendo que tudo daria certo entre nós. Mas em vez disso, eu estava aqui sozinha.

Aiden Larguei meu telefone de volta na mesa. "Droga", eu murmurei baixinho. Eu odiava fazer isso com Sienna. Eu mal a tinha visto nos últimos três dias porque parecia que estava morando na Casa da Matilha. Tudo estava em completa desordem desde o anúncio surpresa de que o Alfa do Milênio compareceria ao nosso Baile de Inverno. Por um lado, foi uma honra ter um convidado deste calibre presente em nossa humilde celebração. O Alfa do Milênio era o imperador de, bem, da porra toda. Ele era o farol de poder que todos reverenciavam e agraciar-nos com sua presença era uma honra que talvez não recebêssemos novamente. Mas, por outro lado, era suspeito. Por que o Alfa do Milênio decidiria vir ao nosso Baile de Inverno, e de última hora? Ele estava apenas interessado na celebração anual, em visitar nosso bando, ou havia algo mais em seu motivo? Não sabia dizer. Mas eu estava planejando manter meus sentidos aguçados até o baile terminar para ter certeza de que estava preparado para qualquer coisa. Já tinha ordenado que a segurança fosse multiplicada por dez, tanto no Baile como nos dias que o antecederam. Ser o homem mais poderoso do mundo — e isso era o que o Alfa do Milênio era — significava que você construía uma lista impressionante de inimigos. E com a recente violação do perímetro, ficou claro que havia falhas em nosso sistema. Eu certamente não iria correr nenhum risco. Quando eu ordenei o aumento da segurança, alguns membros do bando me olharam como se eu fosse paranóico. Mas estava disposto a lutar pelo time defensivo de que sabia que precisávamos. Mesmo se tudo correr conforme o planejado, prefiro prevenir do que remediar.


Eu tinha total confiança em meu bando, em sua habilidade de seguir ordens e alcançar resultados, mas ultimamente eu estava me perguntando se eles tinham a mesma confiança em mim. Eu vi a maneira como seus olhos se conectavam quando eu dava ordens e ouvi os sussurros que flutuavam ao meu redor de vez em quando. Paranóico. Não tão forte. Solitário. Não é que eles estivessem me desobedecendo ou desrespeitando. Isso teria sido inaceitável. Eles teriam sido punidos e substituídos imediatamente. Eu era o Alfa e estava no comando. Era mais... eles estavam preocupados comigo. Eles queriam o melhor para seu Alfa e não sabiam como me ajudar a consegui-lo. Sempre voltava para encontrar um companheiro. Isso estava claro. Os olhares, os sussurros, nada disso aconteceria se eu já estivesse acasalado. Mas, novamente, talvez eles estivessem certos em se preocupar comigo. Eu não podia deixar minha mente vagar para Sienna por um minuto maldito. Eu deveria estar focado na Matilha, no Baile de Inverno e no aparecimento do Alfa do Milênio, mas em vez disso, estava preocupado com umas mensagens? Meu lobo interior rosnou. Chega. Eu era o Alfa. O Alfa não se questiona. Virei-me para olhar para a mesa da sala de reuniões, onde Josh estava lendo alguns documentos. Tínhamos concordado em passar pelo processo legal e fazer as assinaturas, mas Jeremy estava atrasado. "Josh, esqueça a papelada. Chame uma reunião da Matilha. Temos algumas coisas para discutir." Josh olhou para mim e acenou com a cabeça. Ele caminhou até o telefone da sala, apertou um botão e gritou: "Conselho para a sala de reuniões. Conselho para a diretoria. Ordens do Alfa." Ordens do Alfa. Pode ter certeza.

Sienna Eu já tinha me jogado debaixo das cobertas várias vezes, mas essa atividade pouco fez para me confortar. Isso me fez sentir apenas mais isolada. Eu precisava de alguém para conversar. Alguém que entenderia essa


ansiedade de separação. Normalmente, esse alguém seria Michelle, mas não tínhamos conversado desde que compramos o vestido de cerimônia de acasalamento de Mia. Eu brinquei com meu telefone por vários minutos, tentando criar coragem para mandar uma mensagem de texto para Michelle. Meu lobo interior estava dando cambalhotas na minha cabeça. Anda logo, vaca. Sienna: Ei Sienna: Como você está? Eu pausei. Olhando para a tela. Um minuto se passou, depois dois. Eu sabia que não podia fingir que nada tinha acontecido, como se não tivéssemos acabado de ter nossa maior briga. Eu tinha certeza de que, se não pedisse desculpas agora, ela não responderia. E então como eu recuperaria minha amiga? Sienna: Mich, eu sei que não estamos nas melhores condições agora Sienna: Mas estou com saudades Sienna: Eu deveria ter estado lá para você Sienna: sinto muito Sienna: De verdade, sinto muito Eu respirei fundo. Espera. Nada ainda. Então eu segui em frente, decidindo falar tudo de uma vez. Eu não tinha mais nada a perder. Sienna: Eu sei que não tenho o direito de pedir isso a você. Mas há tanta coisa acontecendo entre mim e Aiden Sienna: E eu só... preciso muito de um amigo Larguei meu telefone na cama, puxando o cobertor sobre os olhos. Eu coloquei tudo em aberto, mas parte de mim pensou que ela não iria responder, de qualquer maneira. Eu não estava lá para ela quando ela realmente precisava


de mim. Eu fui muito egocêntrica para perceber que ela esteve. Então, eu não tinha permissão para ficar surpresa, ou chateada, quando ela não estava lá para mim também. Exatamente quando estava repetindo isso para mim mesma, senti meu telefone vibrar. Meu coração saltou do meu peito. Peguei o telefone e virei, vendo a tela iluminada. Michelle: desculpe, sienna Michelle: eu preciso de um pouco de espaço agora Meu estômago caiu como se eu estivesse em uma montanha-russa. Toda a esperança que brotou dentro de mim... estourou. Como um balão. Eu sabia que não podia culpá-la. Eu não me permitiria fazer isso. Mesmo assim, perceber que fui eu quem a afastou... isso me fez sentir ainda mais isolada. Era como se todos ao meu redor precisassem de espaço. Longe de mim. Olhei para o canto, onde todos os meus materiais de arte não usados e pinturas semiacabadas estavam acumulando poeira. Pelo menos meu material de arte estava lá para mim. Saí da cama, estiquei uma nova tela e coloquei-a sobre um cavalete. Se todas essas emoções estivessem girando dentro de mim, eu poderia muito bem colocá-las em bom uso. Já fazia algum tempo desde que comecei uma nova peça. Eu não tinha ideia do que aconteceria, mas pelo menos a pintura forneceria uma distração temporária de como eu estava me sentindo péssima. Comecei com preto, o que combinava com o que eu estava sentindo. Pinceladas longas e onduladas. Em seguida, um branco cremoso. Macio e delicado. Roxo, eu precisava de roxo. Dois círculos. Pupilas penetrantes. Por último, uma moldura esguia e esguia, iluminada pelo luar. Eu dei um passo para trás. Eu pintei uma mulher. Uma mulher bonita, mas triste. Ela parecia estranhamente familiar. Por que ela estava tão assombrada? Eu engasguei quando fiz a conexão. Era a mulher misteriosa da floresta.


Eu quase me esqueci dela, então por que ela estava olhando para mim da minha tela agora? Parte de mim se perguntou se ela era mesmo real. Talvez minha mente estivesse tão desesperada por interconexão que estava fabricando alucinações que pareciam reais o suficiente para o resto de mim acreditar. Mas eu sabia melhor do que isso. Ela era real. Eu podia senti-la, não fisicamente, mas sua energia. Havia algo único sobre ela. Algo que eu nunca tinha sentido antes.

Aiden Eu pulei na mesa da sala de reuniões que atualmente acomodava meus membros do bando. Andei para frente e para trás olhando cada um deles nos olhos, afirmando meu domínio. "Todo mundo, ouçam", eu ordenei. "As coisas vão mudar aqui a partir de agora. O Alfa do Milênio está chegando, e eu preciso que esta Matilha seja uma frente coesa. Tão forte que nenhuma ameaça pode romper. Entenderam?" Eu olhei em volta, vendo os rostos solenes acenando de volta para mim. "Este bando sempre terá minha atenção total, nunca duvidem. Mas se vocês não confiarem em minhas decisões, todos estaremos em apuros. Se algum de vocês não sente que minha liderança é digna de sua obediência", eu disse, apontando para a porta, "a saída é por ali." Eu respirei enquanto olhava de rosto em rosto. Ninguém moveu um músculo. Então continuei. "Se estamos divididos, somos fracos. E se estivermos fracos, algo como a violação do perímetro acontecerá novamente. Isso não é uma possibilidade. Vocês entendem? Estamos falando do Alfa do Milênio. Se não podemos protegê-lo, então não somos uma matilha de verdade." Eu lati. Eu fui até o assento de Josh e me abaixei, então eu estava agachado. Olhei bem nos olhos dele. "Josh, meu Beta. Preciso saber que você está totalmente comprometido com seu Alfa. Que você seguirá minhas ordens, sem fazer perguntas." Ele olhou ao redor da sala, tentando manter sua expressão neutra. "Por que você está olhando para eles? Estou bem aqui", eu disse, rosnando. "Sim, meu Alfa", ele disse, olhos finalmente fixos nos meus "Eu tenho


plena confiança em você como líder da Manada. Vou te seguir." "Sem dúvida." "Sem dúvida", ele repetiu. "E o resto de vocês? " Eu perguntei, levantando-me e olhando ao redor da mesa. "Sim, meu Alfa!" Eles gritaram. "Qual Matilha é o mais forte de costa a costa? " Eu gritei, pisando forte na mesa. "Matilha da Costa Leste", eles ecoaram, batendo os pés de volta. "Mais alto, porra!" "MATILHA DA COSTA LESTE!" A Matilha uivou como os guerreiros que eram, e eu senti uma onda de orgulho que não sentia há meses. Esta era a nossa casa, e nós a protegeríamos com nossas vidas. Meu telefone começou a zumbir e eu o tirei, a adrenalina ainda pulsando em minhas veias. Sienna: Um verdadeiro Alfa não deixaria sua mulher sozinha Droga. Eu estava todo irritado, cercado por pura energia alimentada por lobo, pronto para ir para a batalha. E lá estava ela, questionando meu domínio. Questionando minha masculinidade. Eu não aceitaria. "Josh, como Beta, você comandará a segurança do Baile de Inverno. Você está disposto a isso? "Absolutamente. Com certeza. Alfa", ele gaguejou. Claramente ele não esperava uma promoção depois do questionamento que eu acabei de empurrar para ele. "Você tomou a iniciativa durante a violação e o bloqueio foi ideia sua. Você merece", eu disse com um aceno de cabeça. Tinha que manter os soldados orgulhosos, supus. "Não vou decepcionar você", respondeu ele. "Você não vai", eu disse de volta. E com um aceno final para o resto do


bando, saí da sala de reuniões com minha cabeça erguida. Prestes a entrar em um outro tipo de batalha.


Capítulo 22 – A Torta de Maçã Sienna Assim que enviei a última mensagem, me enterrei mais profundamente sob suas cobertas. Não tinha a intenção de acabar aqui, na cama dele, mas depois que terminei a pintura... comecei a vagar. Parecia que eu não aguentava mais, o desejo dentro de mim de encontrá-lo, de mantê-lo ao meu lado. Então enviei a maldita mensagem de texto. E agora eu estava em seu quarto, em sua cama, porque era o mais perto que eu podia chegar dele agora. O que está acontecendo comigo? Eu estava enviando mensagens passivo-agressivas. Eu estava fantasiando sobre abraços. Eu me tornei o tipo de garota que jurei que nunca seria — o tipo que depende de um cara. A verdade dessa constatação fez com que as lágrimas começassem a cair. Ótimo. Eu sou ainda mais um clichê agora. Eu estava virando o travesseiro, tentando me dar um recomeço e me acalmar um pouco, quando a porta do quarto se abriu. Eu não tinha ouvido um carro estacionar na garagem. Eu não tinha ouvido a porta da frente abrir ou fechar. Mas não importa. Porque Aiden estava aqui. Ele rosnou, e o som causou arrepios na minha espinha. Seus olhos castanhos estavam em mim, eu podia senti-los, mas meus próprios olhos estavam fechados. Não que eu estivesse com medo de enfrentá-lo depois do que enviei. Eu era um dominante. Eu sempre poderia me cuidar. Não, era o constrangimento que eu não queria reconhecer. A vergonha que encheu a sala e deixou o ar pesado, dificultando a respiração. Porque agora não era só eu que sabia o quanto o Alfa me afetou. Não, agora o Alfa também sabia. E então ele estava perto de mim. "Olhe para mim", ele rosnou novamente, e eu podia sentir o calor em suas mãos irradiando pelos meus ombros enquanto ele me puxava para cima. Eu estava sentada agora, olhando diretamente para ele, e ele não tinha deixado


meus ombros fora de seu alcance. " Você está chorando." Limpei imediatamente as lágrimas dos meus olhos, ou tentei, pelo menos. Eu sabia que se tentasse responder, minha voz me trairia e ele ouviria a vergonha em alto e bom som. Então, eu apenas me concentrei em seu rosto. Seu lindo rosto, aquele que era quase demais para se olhar. Mas agora, com as mãos nos meus ombros, ele garantiu que meu olhar permanecesse nele. Tentei olhar para baixo, mas ele colocou o polegar sob meu queixo e ergueu meu rosto de volta. "Me conte", ele ordenou. "Eu não deveria ter..." "Você não deveria ter questionado minha masculinidade." Ele rosnou para mim, tão baixo, tão sincero, que o peso do que eu fiz permaneceu entre nós. Eu havia questionado o Alfa. "Mas o mais importante", ele continuou, "você não deveria ter estado aqui sozinha. Chorando. Triste. Chega disso." E em um instante, ele pulou sobre mim e me puxou para ele, de modo que ficamos deitados de lado, pressionados um contra o outro. Seus braços me puxaram para perto dele e eu pude senti-lo cheirar meu cabelo. "Estou aqui. E estarei aqui." Sua voz estava bem no meu ouvido e me fez sentir como se todo o meu corpo estivesse envolto em veludo. Tudo quente e suave. Eu me mexi para que ficássemos de frente um para o outro, entrelaçando meus braços em suas costas. Nossas bocas estavam a centímetros de distância. Nossos olhos estavam bem abertos, fixos um no outro. "Eu odeio isso", eu disse suavemente. "Você.. odeia?" ele perguntou incrédulo. Eu revirei meus olhos. "Isso não. Você não. Mas sim, isso. E sim, você. Eu não sou essa garota! Eu nunca fui essa garota. E agora estou chorando, estou com saudades de você e não gosto dessa sensação. De precisar de você." "Precisar de mim não é a pior coisa do mundo." "Com certeza parece." "Bem, eu poderia ficar ofendido", disse ele, deslizando o dedo pelo meu nariz. O contato fez meu corpo estremecer. "Mas, como um homem de verdade, direi apenas... que nunca vou deixar minha mulher sozinha. De novo


não. Eu prometo." Algo sobre ouvir minhas palavras saindo de sua boca, sobre a proximidade de como éramos, todos enredados em seus lençóis, fez a tristeza de antes desaparecer. Era como se tudo dentro de mim estivesse me dizendo para deixá-lo entrar, confiar nele, me entregar. Ainda era assustador, mas parecia controlável agora. Como se eu pudesse superar o medo, desde que ele estivesse ao meu redor. Eu olhei para ele novamente, me sentindo segura e robusta com um homem que tinha sido um estranho poucas semanas atrás. Cordialidade. Luz difusa. Envolvido em... alguma coisa. "Mmmm. " Soltei o som antes que pudesse detê-lo, antes que meus olhos pudessem abrir. Era tudo muito... muito delicioso. Como uma torta de maçã quente. Meus olhos se abriram. Torta de maçã quente. Tudo voltou para mim. As lágrimas, a mensagem, o rosnado. E o homem ao meu lado, ainda enrolado em volta de mim, dormindo profundamente. O sol brilhava pelo espaço da janela que a cortina não cobria. "Ei", eu disse, cutucando o bíceps de Aiden. Ele parecia tão em paz, tão calmo, que eu não queria acordá-lo. Esta pode ter sido a primeira vez que ele ficou mais vulnerável do que eu. Mas eu sabia que ele havia saído do trabalho mais cedo para ficar comigo ontem e que tinha que cuidar dos negócios. Afinal, ele era o Alfa. "Aiden." Eu o cutuquei novamente, e desta vez ele se mexeu. Seus olhos se abriram lentamente e ele soltou um grande suspiro, esticando os braços no ar. "Bom dia", disse ele, e então me puxou de volta para ele. "Eu não consigo... respirar..." eu disse, rindo e me contorcendo contra ele. Eu podia senti-lo ficar animado enquanto movia meus quadris, tentando me libertar, mas ele apenas me segurou com mais força. " Aiden! " Eu soltei e ele me soltou. Eu me virei para ficar de frente para ele, para poder sentir sua respiração em minha bochecha. "Você tem que ir trabalhar", eu disse suavemente, tentando esconder minhas emoções.


Eu tinha sido carente o suficiente na noite passada. Eu não queria que ele pensasse que eu seria assim o tempo todo. E eu não queria pensar isso de mim também. "Não, eu não sei", disse ele, saltando sobre mim. Ele estava montado em mim agora, prendendo minhas mãos acima da minha cabeça. "Você não quer?" Tentei lutar com as mãos dele, tentei me libertar de suas garras, mas era como se ele fosse o Hulk. Ou um Alfa, pensei, rindo. Claro que ele era mais forte do que eu, mesmo se eu fosse um dominante. "Tirei o dia de folga. Eu te disse, não deixo minha mulher sozinha. " Ele se abaixou até o meu pescoço e começou a beijar, passando os lábios pela minha marca. Eu imediatamente senti a névoa começar a me atingir. Lentamente no início, mas continuou crescendo, me importunando para reconhecê-lo. "Você vai ter que sair em algum momento", eu disse como uma forma de me distrair, para distraí-lo. Eu ainda estava menstruada e ainda não ia fazer sexo com ele. Repita isso, eu me ordenei. Eu ainda estou no meu período. Eu ainda não vou fazer sexo com ele. Mas então ele agarrou a parte de trás da minha cabeça e me içou para que estivéssemos sentados peito a peito. Ele arrastou os dedos pelo meu pescoço, ainda molhado com seus beijos, e pela minha clavícula. Ele os moveu pelos meus braços, todo o caminho até a ponta dos dedos, e a suavidade de seu toque me fez querer explodir. "Aiden... " Eu parei, meus olhos fechando. E então ele estava perto da minha orelha, mordiscando minha orelha. "Sim?" ele rosnou. Mas não. Eu tive que pensar em uma distração. Então eu disse a primeira coisa que me veio à mente. "Eu fiz torta de maçã." ***

Torta de maçã no café da manhã. Em frente a um Alfa sem camisa. Eu poderia me acostumar com isso, pensei. "Está deliciosa", disse ele, enfiando o garfo em outra fatia, sua terceira fatia — eu estava contando — mas não me importava que ele estivesse comendo a


maior parte da torta. Eu estava com fome de outra coisa. Pare com isso, Sienna. Eu o observei mastigar bocado após bocado, mal parando para respirar. Eu gostava de cozinhar para ele. Gostei de vê-lo curtir as coisas que eu fiz. Parecia íntimo. Como se ele estivesse gostando de mim. "Sério, como você sabia que este era o meu favorito?" ele perguntou, já colocando outra fatia em seu prato. "Jocelyn me contou." "Vocês duas andam fofocando sobre mim?" ele perguntou, mastigando, um sorriso no rosto. "Tire suas conclusões. " Isso foi ousado, mesmo para mim, e Aiden deixou o garfo cair em seu prato antes de pular sobre a mesa e me jogar no chão. Eu estava rindo tanto que não conseguia recuperar o fôlego. "Respondona hoje, né?" Mais uma vez, minhas mãos estavam presas atrás de mim, mas desta vez ele tinha uma mão livre para fazer cócegas em mim. Seus dedos cobriram minha caixa torácica e achei que fosse desmaiar. "PARE! " Tentei gritar, mas soou mais como uma risada. " Se não..." "Ou então o quê? " ele rosnou, e eu senti a névoa ressurgir. Ele estava entre minhas pernas e comecei a mover meus quadris contra ele sem pensar nisso. Ele percebeu, seus dedos fazendo cócegas diminuindo, me tocando de uma maneira diferente. Ele tirou a alça da minha blusa do meu ombro e beijou o local onde estava. Esta é minha chance. Com um movimento rápido, eu libertei minhas mãos de seu aperto desavisado e nos virei para que eu fosse a única montada nele. Suas sobrancelhas se arquearam, surpreso com minha força ou minha iniciativa ou qualquer outra coisa. "Ou então isso " eu disse, me abaixando para beijá-lo. Eu o beijei suavemente, brevemente, e então me movi mais abaixo de sua boca. Suas mãos estavam nas minhas costas, me empurrando para mais perto dele, e a Bruma estava torcendo por eles. Não. pensei, então peguei suas mãos nas minhas e as tirei, desta vez prendendo suas mãos acima dele. Algo sobre se sentir no controle estava me


deixando ainda mais quente. E eu podia sentir que isso tinha o mesmo efeito sobre ele. "Sabe", ele começou, sua voz cheia de desejo", se você é realmente minha mulher, e eu realmente sou seu homem, então você tem que me marcar também." No próximo segundo eu estava em seu pescoço, meu instinto primordial garantindo que todos soubessem que ele era meu. Quando terminei, olhei para o meu trabalho. Essa foi a primeira vez que marquei alguém, e tinha sido um Alfa. Eu me sentia selvagem de orgulho e luxúria. Então eu me abaixei ainda mais, deixando minhas mãos percorrerem seu peito musculoso, sobre seu abdômen tenso. Comecei a beijar um caminho para baixo. "Sienna", disse ele, em algum lugar entre um gemido e um aviso. Eu estava na cintura de sua calça de moletom quando olhei para ele. "Eu quero fazer isso. Por você." O olhar que ele me deu depois que eu disse isso foi o suficiente para fazer uma lenha molhada acender o fogo.


Capítulo 23 – A Feira Sienna Parte de mim não conseguia acreditar no que estava para acontecer. O que eu estava prestes a fazer. Esta foi a primeira vez que estive tão perto de tocar um homem e me senti pronta. Parecia certo. "Eu quero fazer isso. Por você", eu disse, e seu olhar perfurou-se em mim. Bem dentro de mim. Minha Bruma estava com fome e, se eu não conseguisse cumprir tudo, isso daria certo. Então eu abaixei meus lábios em seus quadris e continuei deixando beijos suaves ao longo da borda de sua calça de moletom. E então meus dedos lentamente puxaram o cós para baixo até que eu pudesse ver tudo dele. E quando eu pude, minha respiração engatou na minha garganta. Ele era grande e gordo, exatamente o que você esperaria que um Alfa se parecesse. Eu já tinha assistido pornografia antes, claro, então sabia o que era normal para as estrelas pornôs terem. Mas vendo de perto, com um homem que eu conhecia — um homem de quem gostava — era diferente. Muito diferente. Corri meus dedos ao longo dele primeiro, observando-o ficar cada vez mais duro. - Merda, Sienna, — Aiden murmurou. " Você já...?" "Não", eu disse suavemente, respirando ar quente nele. E então eu coloquei minha língua para fora, provando-o. Eu ouvi Aiden soltar um suspiro e tomei isso como motivação para colocar o topo dele em minha boca. Eu chupei suavemente por alguns momentos, e então tomei mais dele. Tanto quanto pude. Eu estava me movendo para cima e para baixo em um ritmo. Eu não tinha feito isso antes, por si só, mas era uma garota de dezenove anos. Eu não era surda para ouvir histórias sobre sexo oral dos meus amigos e, dessas, eram muitas. Então, eu tinha quase certeza de que sabia exatamente o que fazer, e pelo jeito que ele estava respondendo, eu não estava nada mal. Ele estava ficando mais alto. Eu gostava de ser responsável por isso. Era bom deixá-lo louco.


Depois de mais alguns minutos disso, senti suas mãos alcançarem minha nuca. Ele estava tentando me tirar de cima dele. Eu sabia por quê. Ele não queria que eu engolisse o que viria a seguir. Mas eu queria. Não, eu precisava. Eu queria provar tudo dele, conhecer cada pedacinho do que ele era. Então, dei um tapa em suas mãos e movi minha cabeça para cima e para baixo ainda mais rápido, usando minha língua para girar em torno dele. Demorou apenas alguns segundos, mas então ele estava gozando, e uma substância espessa e salgada, de gosto não ruim, encheu minha boca. Eu engoli e olhei para ele, para o homem que foi o primeiro a entrar em minha boca daquele jeito. Ele estava recuperando o fôlego, mas seus olhos estavam dançando. Ele me puxou para perto dele e colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. "Você é espetacular", disse ele, a palavra de alguma forma contendo mais lisonja do que todos os elogios que eu já recebi juntos. ***

Aiden Josh: alfa se apresse Josh: já estávamos todos aqui Aiden: Estou indo Josh: alfas não se atrasam Josh: lol Sienna tinha acabado de fazer minha cabeça explodir. Não havia outra maneira de expressar isso. Claro, eu sabia que ela era gostosa pra cacete. Essa nunca foi a questão. Mas sabendo o quão inexperiente ela era, o quão inocente ela parecia ser, eu não esperava isso. Nem mesmo as garotas que já tinham muita experiência me fizeram me sentir assim. Ela estava no quarto de hóspedes se preparando agora. Eu podia ouvi-la se mexendo ali, e minha imaginação estava pensando nela se vestindo. A maneira como seu corpo parecia completamente descoberto, a maneira como ela


parecia enquanto puxava uma calcinha para cima... Pare, eu me ordenei. Era como se eu não conseguisse me controlar quando estávamos na mesma casa. Deve ser a Bruma. Eu coloquei um suéter e depois me dirigi para o corredor, batendo uma vez na porta que Sienna estava atrás. "Sienna? Pronta?" Nem mesmo um segundo depois, a porta estava se abrindo e lá estava ela. Em uma blusa preta elegante e jeans, o cabelo ruivo caindo sobre os ombros. Suas curvas... a maneira como o tecido se agarrou a ela de todas as maneiras certas... era demais. Eu rosnei, puxando-a para mim. "Não vamos. Vamos ficar aqui e... " Eu parei, minha sugestão persistindo entre nossas respirações pesadas. "Ok, Sr. Alfa." Ela revirou os olhos." Como se você pudesse perder a feira." Ela estava certa. Eu não pude. "Se dependesse de mim, ficaríamos aqui o dia todo. Foda-se a oportunidade de foto." Eu disse, beijando-a. "Foda-se a oportunidade de foto", disse ela de volta, olhando-me nos olhos. Mas não conseguimos. Porque eu era o Alfa e a feira era o evento prébaile de Inverno que reunia toda a comunidade. E o que era uma comunidade sem seu líder?

Sienna No segundo em que nos aproximamos da feira, senti meus nervos dançando na minha corrente sanguínea. Eu nunca tinha sido uma pessoa tão nervosa, nunca em toda a minha maldita vida. Mas eu estava segurando a mão do Alfa, morando em sua casa. Então, eu não era mais apenas uma adolescente normal. Eu era a garota ao lado de Aiden Norwood. A garota que seria examinada e observada, que seria assunto de fofoca, até que todos parassem de se importar. E eu aposto que demoraria um pouco para que todos parassem de se importar. Tínhamos acabado de chegar aos jardins fora da feira, e fiquei surpresa. Alguém havia colocado luzes por entre as árvores, dando ao céu do crepúsculo


um lindo brilho. Mesmo daqui eu podia ver como estava lotado. Enquanto o Baile de Inverno era o principal evento da temporada de férias todos os anos, a feira era a versão para toda a família que levava todos da cidade para beber chocolate quente e jogar carnaval. Algo sobre estar aqui sempre me fazia sentir como uma criança. Então eu senti minha mão sendo apertada e minha mente se voltou para o homem ao meu lado. O homem que enviou arrepios na minha espinha uma e outra vez. E de repente eu não me sentia mais criança. "Está pronta?" ele perguntou, olhando para mim. Eu dei a ele um aceno de cabeça. Eu estava pronta — Sienna Mercer, se apresentando para o dever de papel cerimonial. E então ele estava me levando pelos jardins, por entre as pessoas de todas as idades rindo e se amontoando, e me levando direto para a mesa sob a tenda de dossel. A mesa que abrigava toda a elite da Matilha, incluindo Josh e Jocelyn. Eu os vi dividindo uma cadeira — bem, Jocelyn tratando o colo de Josh como uma cadeira, mais especificamente — e eles acenaram para nós. "Finalmente. Eu me pergunto por que eles demoraram tanto." Josh piscou para Jocelyn e eu senti minhas bochechas queimarem. "Cuidado", Aiden ordenou a ele, colocando um braço protetor em volta dos meus ombros. Aproximei-me dele, gostando do calor. "Monica do Matilha News estava procurando por você. Ela quer uma entrevista", Josh disse para Aiden, e Aiden apenas balançou a cabeça. Ele pegou algumas xícaras de chocolate quente do bar atrás da mesa e me entregou uma antes de me guiar de volta ao centro da feira. "Espero que você não se importe que estou puxando você comigo para fazer negócios", ele rosnou em meu ouvido. Algo sobre o jeito que ele disse fez parecer sexy, embora fosse um assunto bem mundano. Eu olhei para ele, para a maneira como seu cabelo caía tão forte, para a nuca em suas bochechas. Havia algo tão sexy sobre ele o tempo todo. E então ele me beijou, no meio da feira, rodeado de famílias. E tudo que eu conseguia pensar era, deixe-os ver. O flash da câmera me tirou do beijo. "Ei, Alfa, aqui!"


Virei-me para encontrar a origem da combinação flash-grito e vi uma mulher baixa, seu cabelo escuro encaracolado parecendo um vulcão em erupção em todas as direções de seu couro cabeludo. Mesmo que ela estivesse parada, eu poderia jurar que ela estava se movendo a uma milha por minuto. "Monica", Aiden a cumprimentou, estendendo a mão para um aperto. Ela apertou com gosto, e eu pensei ter visto um rubor subindo por suas bochechas. "Diga-me, diga-me", disse ela, olhando entre ele e eu. "É sério?" "Achei que você queria uma entrevista sobre a feira?" Ela acenou com esse sentimento. "Feiras vendem cacau. Sexo vende jornais." Ela soltou uma piscadela e uma gargalhada de sua própria piada, e Aiden ergueu a sobrancelha para mim antes de se virar para ela. Ele tirou a jaqueta e, puxando a gola do suéter para longe do pescoço, expôs a marca que eu tinha dado a ele na noite anterior. Monica engasgou e eu mal me impedi de fazer o mesmo. E então o calor subiu para minhas bochechas, me enchendo com um tipo distinto de orgulho, que deixou claro que eu era desejada. Pelo Alfa. "Então, está fechado?" Monica pressionou. Eu endireitei meus ombros. Eu não estava revelando nada. Este era o seu mundo, sua plataforma. Ele poderia dizer o que quisesse. "Nada é certo neste mundo", disse Aiden. "Então, pode haver espaço para outra dama?" Com essa pergunta, Aiden me puxou para perto dele, envolvendo os braços em volta do meu peito por trás. "Neste momento, esta é toda a dama de que preciso." Monica rosnou — sim, rosnou — e antes que ela pudesse fazer outra pergunta, Aiden pegou minha mão e me guiou para longe. "Eu vou te encontrar mais tarde para essa entrevista! " ele falou por cima do ombro para ela. E então estávamos na beira da feira, perto das árvores. "Desculpe por isso", ele disse, seus olhos procurando os meus. "Você foi ótima." "Eu? Eu não disse uma palavra."


"Exatamente. Foi profissional. Que tal eu compensar você?" "E como você planeja fazer isso?" Ele examinou a feira em busca de uma resposta e então me virou para que eu estivesse olhando para a mesma coisa que ele. A roda gigante. "A roda-gigante é, na verdade, minha favorita", eu disse. Era verdade. Todos os anos, era o que eu mais esperava. Algo sobre estar acima do mundo, alto o suficiente para se sentir como se estivesse acima de todos os perigos, todas as ameaças, era revigorante. " Você pode tirar sarro de mim por isso, se quiser." "Tirar sarro de você amando a roda-gigante?" "Eu não disse que amei isso. Eu simplesmente gosto mais." Ele balançou a cabeça e sorriu para mim, como se não pudesse acreditar que eu era um humano totalmente funcional. "Vamos", disse ele, puxando-me para lá. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, vi algo com o canto do meu olho. De volta às árvores. Um rosto. O mesmo rosto que eu tinha visto antes na floresta. A mulher com olhos roxos misteriosos, a beleza de outro mundo. O tipo de rosto que você não pode simplesmente esquecer. Mas então, ela se foi. "Você viu aquilo? " Eu perguntei, de repente sem fôlego. Aiden apenas olhou ao redor com curiosidade. "O que?" "A mulher!" "Que mulher?" "Ela estava bem ali!" "Sienna, você está bem?"


Capítulo 24 – A Confissão Sienna Estávamos nos aproximando da roda-gigante e eu tentava tirar a imagem da mulher de olhos roxos da minha cabeça. Aiden claramente não a tinha visto, e se eu a trouxesse de novo, tinha certeza de que ele iria me internar em uma ala psiquiátrica ou algo assim. ''Vamos lá", eu disse, puxando Aiden até o adolescente que comandava a bilheteria da roda gigante. Enfiei a mão na bolsa para comprar uma carona para nós dois, mas o adolescente apenas ergueu a mão. "Alfa, cara, você é bom", disse ele para Aiden. Então ele acenou para mim. "Ela também." Huh. Parecia que viajar com o Alfa tinha algumas vantagens. O adolescente nos acompanhou além da linha — eu me virei para avaliar a reação de Aiden e ele apenas deu de ombros — e então estávamos entrando em nosso próprio carro particular. Eu deslizei pelo banco e Aiden veio se sentar ao meu lado. O adolescente nos ajudou a derrubar a barra, certificandose de que estávamos seguros. "Aproveite a roda do amor", disse ele com uma piscadela, e então ele desapareceu de volta na multidão. "Não foi chamado de Roda do Amor no ano passado", eu disse a Aiden, sentindo um rubor espalhar-se por minhas bochechas antes que eu pudesse impedir. "Talvez algo esteja diferente este ano", ele disse, e sua mão se entrelaçou com a minha. Antes que eu pudesse ler muito sobre isso, começamos a nos mover. Nosso carro subiu rapidamente até que estávamos bem no topo da roda, olhando para a cidade abaixo de nós. "É lindo." "Isto é. " Eu olhei para ele quando ele disse isso e tive uma sensação esmagadora de que ele não estava falando sobre a vista. Eu olhei para o meu colo. Eu ainda não estava confortável com toda a atenção.


"Quem é Emily? " Ao som de seu nome, minha cabeça chicoteou para cima. "Eu ouvi você dizer o nome dela enquanto você estava dormindo. Você ficava repetindo." Seus olhos procuraram respostas em meu rosto, mas eu não estava pronta para falar sobre isso. Eu não tinha falado sobre isso com ninguém antes. "Eu não posso... " eu disse, não querendo mentir para ele. Ele suspirou e olhou para a vista, e eu pensei que o tinha perdido. Mas então ele começou a falar.

Aiden Eu ouvi Sienna choramingando em seu sono na noite passada, quando eu a estava segurando em meus braços. Eu podia sentir seu corpo tremendo e não conseguia ver as lágrimas na escuridão, mas não ficaria surpreso se houvesse algumas em suas bochechas. Ela chamou por uma Emily, uma e outra vez, alto o suficiente para que eu fosse acordado. Eu não me importei, é claro. Talvez fosse o Alfa em mim, mas eu gostava de me sentir necessário. Eu a abracei com mais força e alisei seu cabelo até que ela parou de choramingar, e então caí no sono. Eu tinha quase certeza de que ela tinha estado profundamente adormecida durante a coisa toda, mas eu sabia que esse tipo de emoção inconsciente não vinha apenas de algum personagem arbitrário em sua imaginação. Havia mais coisas sobre o que ela choramingava do que eu sabia, e minha curiosidade me dominou. Então, quando estávamos trancados em nosso carro com roda gigante, olhando para a feira, lá embaixo, eu trouxe o assunto à tona. Algo mudou imediatamente dentro dela. Ela se afastou um pouco de mim, mas não acho que ela fez de propósito. Acho que o instinto dela, quando alguém lhe pergunta algo pessoal e importante, é criar espaço. Sendo Alfa, eu aprendi há muito tempo como colocar aqueles ao meu redor à vontade. Uma coisa que meu pai me ensinou quando eu era jovem foi nunca esperar nada de graça. " Dê algo para conseguir algo", ele dizia, e essa ideia ficou comigo. Então, na roda-gigante, preparei-me para dar algo. "Eu tinha um irmão", comecei, olhando para longe. Eu podia sentir seu


olhar cair sobre mim quase imediatamente. "O nome dele era Aaron." "Tinha?" ela engasgou. Eu olhei para ela agora, balançando a cabeça. "Ele era mais velho do que eu. Por alguns anos. Ele sempre soube que eu o ultrapassaria como um Alfa, disse que podia sentir isso o tempo todo que éramos crianças. Mas ele não se importou. Ele me atacaria e vinha pra cima mesmo assim. " Eu sorri, lembrando-me dos tempos que passamos juntos enquanto cresciam. Éramos apenas nós dois e nossos pais, então sempre fomos próximos. "O que aconteceu? " Sienna sussurrou. "Ele conheceu sua companheira", eu disse. "O nome dela era Jen. Ela era humana. Uma cientista. Linda e inteligente, ela era sua combinação perfeita. Eu nunca o tinha visto tão feliz como quando ele estava com ela." Era verdade. Vê-los juntos foi o que me deu a inspiração para manter minha esperança intacta — a esperança de que, um dia, eu encontraria minha companheira também. "Então, um dia, no laboratório em que ela estava trabalhando, houve uma explosão. Estava na estação ao lado dela, uma mistura de produtos químicos que não deveriam estar juntos. Um acidente. Erro humano, eles disseram. Mas era tarde demais. Ela se foi." Eu vi os olhos de Sienna se encherem de lágrimas. Ela estava esperando que eu terminasse, em silêncio. "Você sabe o que acontece quando perdemos nosso companheiro. O coração de Aaron não aguentou. Quebrou-se em pedaços, desintegrando-se dia após dia, até não sobrar mais nada. E então ele se foi também." Sienna envolveu a mão na minha, puxando-a para o colo. Então ela olhou para mim, seus olhos de alguma forma me proporcionando algum tipo de alívio. Como se ela estivesse acalmando minha alma sem dizer uma palavra. "Sinto muito", disse ela depois de um momento. E então ela respirou fundo, como se estivesse se preparando para enfiar a cabeça em um novo mundo. Um que ela não tinha estado antes.

Sienna Respirei fundo e seu rosto encheu minha cabeça. Algo sobre a maneira como Aiden tinha sido tão aberto comigo, tão cru, deixou todas as minhas


memórias livres. Como se ele tivesse sido capaz de dizer a eles que estava tudo bem — não precisávamos ter medo, não mais. A última vez que vi Emily, foi no dia seguinte. Eu não sabia por que ela estava com tanto frio naquela manhã, por que ela estava hesitante sobre eu vir. Ela teve um grande encontro na noite anterior, com o cara que ela estava por um tempo. Ela estava nervosa, com certeza, mas tínhamos quinze anos. Que garota não estava nervosa para ir a um encontro? Eu a ajudei a se preparar, garantindo que sua roupa fosse sexy o suficiente para chamar sua atenção. Eu até trouxe a loção com glitter da Selene, o tipo que, quando aplicado, deixava um rastro de brilho para trás. Eu ajudei Emily a esfregar em seu pescoço e peito e então dei a ela um sorriso de aprovação. "Você tá super comível" eu disse, rindo. E então eu a mandei embora. Ela me mandou uma mensagem algumas vezes quando eu estava jantando com minha família, dizendo que ele estava sendo muito sensível, muito agressivo, mas eu não pensei em nada disso. Eu era um dominante, então sempre pensei que todos ao meu redor deveriam ser também. Quer dizer, eu não poderia imaginar um companheiro submisso. Na minha opinião, essa era a pior opção possível. Adormeci cedo e, quando acordei na manhã seguinte, meu telefone mostrou que tinha quatro ligações perdidas dela. Novamente, eu não liguei muito. Achei que minha amiga quisesse falar sobre como ela teve seu primeiro beijo ou como ele era sexy. E eu ainda não tinha uma queda por ninguém, então não fiquei tão chateada por ter perdido as ligações. Mas então eu apareci na casa dela, como fazia todos os sábados. E sua mãe me cumprimentou na porta, dizendo que Emily não estava se sentindo muito bem. Mas eu fui para o quarto dela de qualquer maneira, a vi escondida sob as cobertas, a maquiagem da noite passada por todo o rosto. "O que foi?" Eu perguntei, correndo até ela. "Nada." Sua voz estava cortada e seus olhos pareciam vagos. Mas então eles viraram para mim, e ela empurrou os cobertores de cima dela. Meus olhos se moveram sobre o brilho em seu peito, mas também vi as marcas de garras, o rastro de sangue seco. "Emily!" Eu chorei, agarrando suas mãos. "Você está bem? O que


aconteceu?" "Ele pensou... " ela começou, e seus olhos se encheram de lágrimas. "Ele também me achou comível." Eu tinha deixado minha melhor amiga sair com um cara que queria uma coisa. E quando ela não quis dar a ele, ele pegou de qualquer maneira. "Ela foi estuprada", eu disse, finalmente olhando para Aiden. Descrevi os detalhes da minha memória em voz alta, pela primeira vez. "Eu a incentivei a sair com o cara que a estuprou. E eu não estava lá quando ela pediu ajuda." Ele estendeu a mão para enxugar uma lágrima que havia caído. "Não é sua culpa", disse ele. "Aquele lobisomem de merda é quem deveria estar chorando." "Ela se matou. Dois dias depois." Eu olhei diretamente para Aiden, querendo ver como ele reagiria. Era algo que eu mantive dentro por tanto tempo, e eu não sabia como compartilhar isso me faria sentir. Ele respirou fundo, fechando os olhos. Quando eles abriram novamente, eles estavam vermelhos. Como se ele estivesse sentindo a dor junto comigo. "Eu entendo", disse ele, e levou minha mão aos lábios. Ele a beijou suavemente, tão suavemente que me perguntei se, se meus olhos estivessem fechados, eu teria sentido. "O que?" "Porque você está mantendo sua virgindade. É sagrado e deve ser respeitado. Vou respeitar isso, Sienna. Vou respeitar você." Eles não escrevem livros didáticos para esse tipo de conversa, mas se o fizessem, essa seria a resposta que toda criança deveria memorizar. Eu senti a facilidade surgir em mim, como se todo o estresse que eu estava nervosa em sentir na primeira vez que tive a conversa com Emily tivesse desaparecido. E foi por causa do homem sentado ao meu lado, segurando minha mão. O Alfa. O Alfa fez meu coração bater mais devagar, me fez sentir em casa em um carro a trinta metros do chão. E quando a roda começou a girar, quando fomos baixados de volta para onde pertencíamos, não pude deixar de pensar que Aiden... Aiden talvez pudesse ser o companheiro que eu procurava.


Capítulo 25 – A Conexão Sienna "Sienna, você pode pegar o champanhe?" Olhei para o outro lado da sala de jantar para Aiden, que estava trazendo um prato de queijo e biscoitos para a mesa. Quase me belisquei. Parecia surreal. Estávamos dando um jantar, nosso primeiro jantar, como um casal. Não um casal acasalado, é claro, mas um casal para a temporada. A coisa toda de acasalamento... isso levaria um pouco mais de tempo para descobrir. Eu ainda não tinha tido o momento ah-ha que estava procurando, aquele que sempre assumi que viria quando visse meu companheiro. Selene disse que às vezes leva mais tempo para perceber. Como com Mia e Harry. Eles foram melhores amigos por anos antes de acasalar. Mas eu precisava ter certeza de que Aiden era meu companheiro ou não antes de decidir algo drástico. Eu estava esperando por um sinal. "Claro", eu gritei de volta para ele, entrando na cozinha e puxando uma garrafa de champanhe da geladeira. Enquanto eu caminhava de volta para a sala de jantar, a campainha tocou. "Lá vamos nós", ele gritou. E então ele abriu a porta. Houve abraços e beijos, exclamações e risos, e quando a porta se fechou novamente, havia mais quatro rostos familiares na sala. "Sienna, querida", Jocelyn me cumprimentou. "Você está linda." Eu abracei Josh e então beijei Mia e Harry nas bochechas. " Gente, obrigado por terem vindo! " Exclamei para o casal recém-acasalado. "Não perderíamos", disse Harry, e eu não pude deixar de me sentir muito feliz por meu amigo. Harry era um cara tão bom, e eu sabia que eles realmente deveriam ser. Nesse momento, Erica agarrou meu braço, forçando-me a girar, e vi que ela havia localizado a garrafa de champanhe. Em um movimento rápido, ela estourou, entregou a cada um de nós uma taça de champanhe e despejou uma boa dose de espumante nos copos.


"Saúde!" ela disse, e nós trouxemos nossas flute juntas. Eu olhei para Mia e nós trocamos um olhar. Desde que Erica foi a única de nós a ficar sem uma verdadeira captura para a temporada, ela tem bebido muito mais. Não achei que fosse motivo de preocupação, mas ainda esperava que ela encontrasse alguém. Olhei por cima do ombro de Harry e encontrei Aiden conversando com Rhys, um de seus amigos mais antigos. "Ei, Aiden, temos champanhe aqui!" Eu gritei e observei enquanto seu pequeno grupo veio se fundir com o nosso. As apresentações foram feitas, conforme meu plano. Aiden tinha mencionado que Rhys estava solteiro para a temporada, então eu queria que ele e Erica conversassem. "Erica, acho que Rhys quer uma bebida." "Você?" Ela perguntou a ele. Ele sorriu para ela, pegando uma flute da mesa e a estendendo para ela servir. Bom. Senti um toque em meu ombro e me virei para encontrar Mia. "Onde está Michelle? " ela perguntou. "Não sei. Achei que ela estava vindo com vocês." Mia balançou a cabeça." Ela deveria estar vindo com Ross. Tentei ligar para ela antes de sairmos, mas ela não atendeu." "Esquisito. Eles provavelmente vão se atrasar. Você sabe como eles são quando estão juntos." "Não posso ficar cinco segundos sem..." Olhamos um para o outro e explodimos em risadas. Algo sobre o champanhe e ter todos os meus amigos juntos, com Aiden, meio que me deixou tonta. Michelle: estou aqui Sienna: ?? Sienna: Entre, boba Michelle: você pode sair Sienna: Mich Sienna: O que está acontecendo Michelle: por favor, Siena Michelle: eu preciso que você venha


Eu escapei da sala de jantar enquanto todos estavam se sentando à mesa, fechando a porta da frente suavemente atrás de mim. "Michelle?" Gritei baixinho, não querendo que ninguém ficasse preocupado. Eu não vi ou ouvi nada no começo. Mas então, alguns segundos depois, vi algum movimento na beira do gramado. Michelle saiu da sombra de uma árvore. "Estou aqui", disse ela, e percebi que ela estava chorando. Imediatamente minha mente foi para o pior — o que aconteceu com Emily e como eu tinha chegado tarde demais para isso também. Corri até ela. "Você está bem? O que aconteceu?" Eu perguntei tão rapidamente que as palavras eram incoerentes. "Ele..." "Shhh, venha aqui. Respire fundo", eu disse, guiando-a para a grande pedra ao lado da garagem. Nós duas nos apoiamos nela enquanto eu esfregava suas costas. Observei Michelle, geralmente muito segura, durona e franca amiga, levantar a mão trêmula para enxugar as lágrimas da bochecha. "Ele te machucou?" Ela olhou para mim, seus olhos cheios de dor, mas um tipo diferente de dor do que Emily tinha sentido naquele dia. "Ele me largou." "O que?" "Por outra garota. Ele disse que ela... ela é mais gostosa. E melhor na... na cama." Eu mal conseguia entendê-la através das fungadas, mas sabia que era a pior coisa que Michelle podia ouvir. Ela estava acostumada a conseguir o que queria, especialmente com os meninos e Ross era um cara em quem ela confiava. "Eu sinto muito. Sinto muito, Mich", eu disse, abraçando-a. Ela me abraçou de volta. Então ela se afastou. "Eu não acho que posso entrar..." "Pare com isso. Claro que você vai entrar." "Olha pra mim, estou um desastre." "Se você for para casa, ele ganha. Você precisa ter uma noite divertida. Você merece."


Ela sorriu para mim. "Senti sua falta, Si", ela disse." Sinto muito por termos..." "Sim. Eu também", eu disse, agarrando a mão dela. "Podemos não brigar mais? Nunca mais?" "Prometo", ela disse, e nós duas rimos. Então ela se levantou, jogou os ombros para trás e tirou o cabelo do rabo de cavalo. "Como estou?" "Linda", eu disse. E então voltamos para dentro.

Aiden Não parecia que conhecia Sienna há apenas algumas semanas. Olhando ao redor da sala de jantar, vendo todos os nossos amigos se misturando, parecia... normal. E agradável. "Ei, cara, este gouda é goudci", Josh disse, batendo no meu ombro enquanto mastigava um pedaço de queijo. Eu não pude deixar de rir. Algumas coisas mudaram, mas outras... nunca mudariam. "Você quer outra bebida? " Eu perguntei a Josh. "Cerveja", ele respondeu, então me levantei para pegar algumas cervejas na geladeira. Josh era meu amigo mais antigo, meu melhor amigo e, agora que deixamos algumas coisas claras na semana passada, um Beta em que eu podia confiar. Quero dizer, ele sempre foi um cara em quem eu podia confiar. Ele sabia tudo o que tinha acontecido com Aaron, como isso me deixou confuso por um tempo. Mas agora, com toda a estranheza acontecendo ao redor da Matilha — com o incidente com a ameaça desconhecida e agora o surgimento do Alfa do Milênio — eu finalmente senti que seria capaz de me apoiar nele de uma forma transparente para assuntos relacionados aos problemas de trabalho também. Ele era mais inteligente do que seu comportamento de lobisomem playboy deixava transparecer, afinal. Peguei algumas cervejas e as trouxe de volta para a mesa. Levamos as garrafas à boca — parte de ser um lobisomem significava que você nunca precisava de um abridor de garrafas — e prendemos nossos dentes em volta


da tampa. Josh abriu em menos de um segundo, mas por algum motivo, o meu não estava se mexendo. "Qual é, mano, o que está acontecendo?" Eu acenei para ele, tentando mexer a tampa, mas ainda nada. As pessoas estavam começando a notar. "Ele está fraco! " Josh berrou do assento ao meu lado, e agora todos na mesa estavam me observando me contorcer contra a tampa. "Vamos, Alfa! " Rhys gritou do outro lado da linha. "Alfa versus tampinha! Alfa versus tampinha! " Josh cantou, batendo as mãos contra a mesa. Agora eu estava chateado. Peguei a tampa entre meus molares traseiros e a arranquei, cuspindo-a sobre a mesa. Josh me deu um tapinha nas costas. "Olha só você, amigão. Achei que você estava realmente perdendo o seu poder por um segundo." Eu olhei para ele antes que ele fosse mais longe. Claro, não estávamos no trabalho ou na Casa da Matilha, mas eu ainda era seu maldito Alfa. Ele recuou para seu assento. "Era uma garrafa quebrada", eu murmurei. "Sim, ou talvez ela não seja sua companheira." Antes que ele pudesse ir mais longe, eu estava em sua garganta." O que você me disse?" Ele me olhou, meio nervoso, e então seu olhar disparou ao redor da mesa. Rhys tinha notado, mas todos os outros ainda estavam conversando profundamente. Eu recuei, não querendo causar uma cena. Josh se inclinou. "Só estou dizendo, se ela fosse sua companheira, você teria toda a força que você já teve. Você saberia." Antes que eu pudesse responder, Sienna estava entrando na sala, sua amiga a reboque. E eu percebi que não a via há algum tempo, que ela tinha saído da sala. Para onde ela foi? Por que não percebi? E assim, Josh entrou na minha mente. Me fazendo me questionar de um jeito que nunca tinha acontecido antes.

Sienna


Levei Michelle para a sala de jantar, observando enquanto ela se transformava na garota que eu conhecia. Aquela que mantinha a cabeça erguida em todas as situações, que se recusava a aceitar qualquer merda de ninguém. Eu travei o olhar nos olhos com Aiden. Eu sabia que deveria estar acostumada com sua aparência agora, a forma como sua nuca iluminava seu queixo marcante e como sua boca se curvava em um pequeno sorriso que fazia minhas borboletas dançarem. Mas não estava. Ele ainda me dava arrepios. "Michelle está aqui", eu disse a todos na mesa, e todos se viraram para ver. E então algo que não consegui explicar bem aconteceu. Foi como uma onda de eletricidade disparada pela sala, mas atingiu apenas duas pessoas. O ar ficou mais rarefeito, todo o barulho ficou mudo e Michelle e Josh foram conectados por alguma corrente de outro mundo. Seus olhos estavam fixos um no outro com uma intensidade tão distinta que todos na sala imediatamente souberam o que tinha acontecido. Michelle e Josh, a primeira vez que se viram, se acasalaram. Eu não pude deixar de ficar feliz — um tanto egoísta, já que fui eu quem convenceu Michelle a entrar, e agora eu faria parte de sua história de acasalamento para sempre. Olhei ao redor da sala, querendo compartilhar minha alegria, mas então meus olhos pousaram em Jocelyn. Caramba. Jocelyn. Lentamente, mas com segurança, todos, exceto Michelle e Josh — cujos olhos ainda estavam travados — desviaram sua atenção para ela. Ela sabia o que estava acontecendo. Ela não estava no escuro. De jeito nenhum. Mas em vez da reação que esperávamos, com lágrimas, gritos ou dramas, Jocelyn apenas se levantou. Ela pegou a taça de champanhe em uma das mãos e a ergueu no ar. "Um brinde. Aos dois novos companheiros", ela disse, sua voz elegante como uma cristal. Michelle e Josh tinham saído do transe, e Josh correu ao redor da mesa para trazer uma taça de champanhe para Michelle. "A Michelle e Josh", disse Aiden, e todos ergueram os copos, fazendo o mesmo.


Eu lancei outro olhar para Jocelyn depois que todos nós nos sentamos de volta, e eu não pude deixar de me perguntar se havia algo menos elegante sob a superfície. Ela estava sorrindo e dizendo as coisas certas, claro, mas o homem com quem ela tinha estado naquela temporada acabara de se apaixonar por outra mulher, uma mulher que ele nem conhecia dez minutos atrás, bem na frente dela. Jocelyn pode ser uma curandeira, mas uma coisa que minha mãe sempre me disse é que você não pode encher o copo de outra pessoa se o seu estiver vazio. E se o copo de Jocelyn estava vazio, eu estava me perguntando quando ela notaria. Eu esperava que fosse antes de quebrar.


Capítulo 26 - O Baile de Inverno Sienna Em vez de causar uma cena na noite passada depois que Josh e Michelle se acasalaram publicamente, Jocelyn apenas aceitou. Ela se levantou à mesa e ergueu o copo, propondo um brinde ao novo casal. E assim, todos ficaram à vontade. A curandeira havia curado. Mas quando acordei esta manhã, não senti nada curado de forma alguma. Porque havia um espaço vazio ao meu lado, onde Aiden geralmente estava. Normalmente eu era a primeira a levantar, então era mais do que estranho. Ele não tinha acabado de acordar. Ele foi embora. E então me dei conta: hoje não era um dia qualquer. Hoje era o Baile de Inverno. Aiden estaria na Casa da Matilha o dia todo se preparando, certificando-se de que tudo estava preparado para o maior evento da cidade do ano. Este foi o baile para o qual todos com mais de dezesseis anos foram convidados, tanto humanos quanto lobisomens. Era o evento festivo que reuniu todos para celebrar o ano que passou e para ter esperança e alegria pelo ano que se aproxima. E era um espetáculo. Todos se vestiam com esmero, certificando-se de que seus filhos acompanhantes companheiros fizessem o mesmo. Era o lugar para ver e ser visto e um evento especialmente popular para os jovens solteiros em busca de seus companheiros. Mesmo que nos anos anteriores eu nunca tivesse realmente olhado, meu subconsciente tinha ficado de olho, só para garantir. Mas este ano seria diferente. Este ano eu tinha uma mão para segurar — a do Alfa. Se você tivesse me dito isso há um ano, eu teria rido da sua cara. Mas agora, o pensamento parecia... certo. Só então, meu telefone vibrou na mesa de cabeceira. Peguei-o, olhando para a tela. Michelle: olá??


Michelle: estou aqui fora Michelle: to batendo!!! Ops. Pulei da cama e desci as escadas correndo, abrindo a porta da frente. Michelle olhou para mim e se dobrou de tanto rir. "Seu cabelo..." "Cale-se!" Fui até o espelho no corredor e, ao ver meu reflexo, comecei a rir também. "OK tudo bem. Tá péssimo." Meu cabelo estava caindo em tufos em todas as direções e eu tinha uma marca estranha na minha bochecha. Devo ter adormecido na minha mão ou algo assim. "Você acabou de acordar?" Michelle me entregou um café e eu balancei a cabeça, tomando um gole agradecido. "São dez e meia. Desde quando você dorme até tarde?" Quase cuspi meu café." São dez e meia?! "Eu perguntei. Como isso aconteceu? "Vamos, arraste sua bunda mole pro chuveiro. Selene estará aqui em breve com os vestidos, e precisamos arrumar nosso cabelo com antecedência." Estávamos subindo as escadas de volta quando me virei para Michelle e fiz a pergunta que vinha pesando em minha mente desde o jantar. "Você conversou com Jocelyn?" Michelle concordou com a cabeça. "Sim, fomos tomar um café." "E?" "Não sei o que há com aquela garota, Sienna. Ela é tão... adorável. Isso me mata." "O que você quer dizer?" "Quando Ross me largou, eu perdi o controle. Você me viu. Você deveria ter me visto quando ele me disse. Eu estava tentando nocauteá-lo. Literalmente. Era tudo apenas raiva cega. Mas Jocelyn... era como se ela tivesse essa sensação, como se ela tivesse previsto. Ela me disse que o amor é a coisa


mais importante para ela. Que ela está honestamente feliz por termos encontrado." "Deus." "Eu sei. Eu nunca poderia ser esse tipo." "Não diga isso. Você é gentil", eu disse, pegando uma toalha e indo para o banheiro. "Sim. Meio de uma vadia! " ela chamou do corredor. Eu não pude deixar de rir. Eu estava tão feliz por minha amiga ter voltado a ser quem era. E que ela tinha encontrado seu par perfeito. Tive um bom pressentimento sobre o baile. Quem sabe tudo daria certo. "Você parece louca". "Oh meu Deus, Sienna!" "Deixe ela olhar!" Michelle e Selene me fizeram evitar o espelho enquanto faziam minha maquiagem e me ajudaram a colocar o vestido, mas agora estávamos todas em pé na frente dele. Bem, foi o que elas disseram, de qualquer maneira. As mãos de Selene estavam cobrindo meus olhos. "Ok, pronto? Um dois três! " Ela tirou as mãos. De repente, pude me ver de novo e não pude acreditar no reflexo na minha frente. Era eu, eu sabia que era, mas era muito mais... sofisticado. E sexy. Não, não só sexy. Um show. Michelle havia arrumado meu cabelo para que caísse em ondas suaves pelos meus ombros, e ela conseguiu fazer meus cachos geralmente rebeldes caírem suavemente, sem frizz. O estilo de alguma forma deixou meu cabelo ainda mais vermelho. Era naturalmente um vermelho profundo, mas agora parecia veludo vermelho. E estalou contra minha pele. Passei muitas noites sonhando em ter a pele bronzeada, mas minha tez nunca cooperou. Mas agora eu não me importava com minha palidez porque parecia fazer tudo sobre mim se destacar. Meus lábios pareciam extremamente vermelhos, devido ao batom que Selene havia escolhido para combinar com meu cabelo. E meus olhos, meus


olhos azuis, pareciam claros como sempre, grandes e brilhantes. Michelle fez mágica com sua paleta de sombras neutras, fazendo meus cílios parecerem centímetros mais longos do que antes, também. E então havia o vestido. Um dos designs originais de Selene, ela insistiu que eu o usasse esta noite. "Só não derrame nada nele, ou eu vou te matar", ela avisou, mas então ela abriu o zíper da bolsa e eu soube que se eu derramasse alguma coisa, eu me mataria antes que ela pudesse. Foi tão lindo. Era um azul profundo, como safira, e justo, com um decote de gola alta e sem mangas. A parte de trás estava completamente aberta e o vestido era tão longo que batia no chão. Acentuou minhas curvas como nada que eu usei antes. Ele se agarrou e caiu em todos os lugares certos, e quando coloquei os sapatos de salto agulha combinando, me senti como uma pessoa completamente diferente. "Como você está se sentindo?" Selene perguntou, puxando meu cabelo para trás dos ombros. Ambos os olhos delas ainda estavam em mim, mas, novamente, eu não conseguia tirar meus próprios olhos de mim também. "Parece que não sou eu." "Oh, é você, Sienna", disse Michelle, com as mãos na cintura. "Aiden vai enlouquecer." "Você é definitivamente a dama de um Alfa", Selene acrescentou, pegando sua bolsa da cadeira. "Obrigada. Vocês duas", eu disse, finalmente me virando do espelho para encará-las. " Eu não poderia ter feito nada disso sozinha." Michelle estava calçando seus sapatos plataforma prateados, mas parou para me mandar um beijo. Ela estava espetacular em um elegante vestido de cetim preto e um profundo batom cor de vinho, o cabelo preso em um coque perfeito. E Selene estava imaculada como sempre, usando um vestido rosa pastel com fendas ao longo da caixa torácica que só ela poderia tirar. "Estamos prontas, senhoras?" Selene perguntou, enxugando uma mancha final de blush em suas maçãs do rosto salientes. "Prontas!" Michelle exclamou, levantando-se.


As duas olharam para mim. Empurrei meus ombros para trás e ergui meu queixo. ''Vamos lá", eu disse. Aiden: Não vou ter tempo de te ver antes Aiden: Me encontre lá dentro? Sienna: Claro Eu estava tão feliz que nem me importei de entrar no baile sem Aiden. Eu me sentia invencível, como se nada pudesse dar errado quando eu estava assim, quando tinha essas mulheres ao meu lado. Nós estávamos no carro. Selene estava nos levando porque Jeremy e Josh já estavam na Casa da Matilha também. Passamos pela cabine do guarda de segurança e ele acenou para que continuássemos. Todos os anos antes, estacionávamos no estacionamento normal, aquele pelo qual estávamos passando agora, onde inúmeras famílias e encontros estavam começando a caminhada do carro para o salão de baile. Mas este ano, Aiden arranjou para nós estacionarmos no estacionamento da Casa da Matilha. Era muito mais perto do salão de baile, o que tornaria o andar com esses sapatos muito mais suportável. Selene parou em uma vaga no estacionamento da Casa da Matilha e saímos do carro, endireitando nossos vestidos. Já era tempo. Poucos minutos depois, estávamos passando pelas portas do salão de baile. O lugar estava incrível. Árvores de Natal alinhavam-se nas paredes e lustres brilhantes pendurados no teto. Cada mesa tinha um candelabro magnífico no centro, e toda a sala tinha um brilho suave. Selene encontrou Jeremy quase imediatamente, e ele a pegou em seus braços, beijando-a intensamente. Então ouvi Michelle gritar e me virei para encontrá-la correndo em direção a Josh, que vinha em nossa direção. Eu podia ouvir o "droga!" Que ele deixou escapar de onde eu estava. Senti uma pontada de ciúme, olhando em volta para ver se conseguia localizar meu Alfa. Mas eu não conseguia vê-lo em lugar nenhum e, antes que pudesse perguntar a Josh, ele e Michelle desapareceram na multidão. Peguei meu telefone, pensando em mandar uma mensagem para ele, mas vi


que não tinha nenhum serviço lá dentro. Eu voltei pelas portas, para fora, e estava andando para o lado do salão tentando encontrar um sinal. Nada ainda. Então eu andei alguns passos pelo beco ao lado do salão de baile — olhos grudados no meu telefone — e foi quando eu vi algo. Minha cabeça se levantou, mas não havia nada lá. Voltei minha atenção para o meu telefone. Mas então, com o canto do olho, vi de novo. Eu girei minha cabeça e lá estava ela. A mesma mulher com os olhos roxos que eu tinha visto na floresta e na feira. Só que desta vez ela não desapareceu. "Você", eu falei, sentindo que deveria estar com medo. Mas havia algo sobre ela que era calmante. Como eu sabia, no fundo, ela não me machucaria. "Sienna Mercer." Era como se suas palavras estivessem envoltas em cashmere. "Como você sabe meu nome? Quem é você?" Ela deu um passo em minha direção, a seda que envolvia seu corpo brilhando a cada movimento. E então seu dedo estava sob meu queixo, e seus olhos estavam a centímetros dos meus. "Quem eu sou não é importante. Mas quem você é... quem está atrás de você... isso é algo que você deve saber."


Capítulo 27-A Mulher Mistériosa Aiden Eu estava na sala dos fundos, a única a que só eu, e quem quer que eu convidasse, tínhamos acesso. Era uma espécie de sala entre uma biblioteca e um camarim, aonde eu poderia vir para me arrumar ou ficar um momento sozinho durante os movimentados eventos de salão. Eu estive no salão de baile brevemente esta noite, mas o Baile de Inverno tinha apenas começado. Eu organizei e dirigi mais do que o meu quinhão de bailes, mas nesta noite havia mais em jogo. Esta noite, o Millenium Alfa estava aparecendo, por algum motivo, nenhum de nós sabia. Foi por isso que tentei ir mais longe com os preparativos, porque estive trabalhando tantas horas e me sentindo mais estressado com isso do que nunca. Não fazia sentido porque ele insistiu em vir esta noite. Claro, fiquei mais do que feliz em recebê-lo. Ele era o Alfa do Milênio. Havia um grau inerente de orgulho ligado a ele querer vir ao meu baile. Mesmo assim, parecia que algo não fazia sentido. Eu ouvi uma batida, então parei de andar e caminhei até a porta, abrindo uma fresta. Quando vi que era Josh, eu o deixei entrar. "Cara, o que você ainda está fazendo aqui?" "Ele está aqui?" "Ainda não, mas vamos. As pessoas estão esperando." Foi quando notei os dois copos nas mãos de Josh. Ambos continham uísque puro. Ele me entregou um. É para isso que serve um Beta, pensei. "Para o Baile de Inverno", eu disse. "Para o baile." Abaixamos as bebidas e Josh se virou para sair, mas eu agarrei seu ombro. "Josh", eu comecei, deixando meus nervos mostrarem ao meu Beta pela primeira vez. " Por que ele está vindo? Por que agora?" Por um segundo, vi algo brilhar atrás de seus olhos, como se ele soubesse de algo que eu não sabia. Mas então ele piscou e olhou para mim com o


mesmo sorriso de sempre. — " Aiden, acalme-se. Até o Alfa do Milênio adora um bom bar aberto." Ele me deu um tapinha no ombro e passou pela porta, parando alguns passos no corredor para esperar por mim. " Você vem ou o quê?" Talvez ele estivesse certo. Talvez eu estivesse pensando demais nisso. Coloquei o copo vazio sobre a mesa, fechei a porta da sala dos fundos atrás de mim e comecei a ir para o salão de baile ao lado do meu Beta.

Sienna Seu dedo ainda estava sob meu queixo. Parecia que estava lá há horas, como se tivesse estado lá minha vida toda. Havia algo sobre seu toque, a maneira como ele permeou minha pele e alcançou todo o caminho. Para minha mente. "Calma agora. Não se preocupe." "Não estou preocupada", eu disse, tentando manter meu nível de voz "Mas de onde você me conhece?" "Não nos conhecemos", disse ela, seus olhos viajando sobre minha figura e me deixando constrangida por um motivo que não pude explicar. "Mas eu vim avisá-la. Uma ameaça está se aproximando rapidamente." "Uma ameaça? O que você está falando?" "Cuidado. Ele não vai descansar até que você seja dele." "Quem?" Eu sussurrei, de repente me sentindo desconfortável. Senti a cor sumir do meu rosto quando meus olhos se concentraram nos dela, tentando encontrar uma resposta dentro deles. Mas não consegui. Seus olhos eram tão roxos, tão infinitos, que seria necessária uma chave que eu não precisasse destrancá-los. "Você deve saber que tem poder. Poderes misteriosos." "Por que... por que você está aqui?" "Eu estou aqui", ela começou, cada palavra segurando sua própria força", pelo Alfa. " Um arrepio percorreu meu corpo, dos dedos dos pés ao couro cabeludo. Aiden. "Mas não seu Alfa", ela declarou claramente.


"Por que — eu não entendo", eu disse, confusa. Mas a mulher apenas desviou o olhar, seus olhos focalizando algo à distância. Virei minha cabeça para ver o que ela estava olhando, mas não havia nada lá. Apenas uma calçada vazia. "Qual o seu nome? " Eu perguntei, voltando-me para ela, precisando de mais respostas. No entanto, ela não estava mais lá. Era só eu no beco, sozinho. Quando comecei a sair, parei quando ouvi um sussurro final de um nome ecoando no ar fresco da noite... "Eve."

Aiden Eu estava cumprimentando os habitantes da cidade que haviam feito fila para me encontrar no topo do salão de baile, em frente à mesa principal, quando ouvi meu nome ser falado na outra direção. Eu me virei e vi um cara confiante, de aparência atlética, com cabelo preto azeviche e um carisma natural. Sem tentar, ele chamou a atenção de todos ao nosso redor. Algo que eu estava acostumado a fazer, mas não a ver. "Alfa do Milênio", eu disse, estendendo minha mão para ele. "Alfa da Costa Leste", ele respondeu, e nos sacudimos. Em algum lugar ao longe, uma câmera disparou. "Bem-vindo", eu disse. " Estamos felizes por ter você no Baile de Inverno deste ano." Ele sorriu, expondo dentes que não podiam ser tão brancos quanto eram naturalmente. "É uma honra ver a beleza de seu bando", ele respondeu. "Vamos pegar uma bebida para você. "Eu sorri para a fila de moradores da cidade esperando — nenhuma explicação adicional era necessária, já que ele era o Alfa do Milênio — e então o guiei em direção ao bar. Com o canto do olho, vi Josh conversando com sua nova companheira, Michelle, e ele deve ter sentido meu olhar sobre ele, porque me encarou instantaneamente. E então ele desviou o olhar. Estranho. Voltei minha atenção para o homem ao meu lado. "Então me diga, o que o traz aqui?"


"Além da festa?" "Além da festa." Ele suspirou. Olhou ao redor da sala. E então seus olhos pousaram de volta em mim. "Serei direto com você. Alfa. Vim verificar a liderança da matilha." "E o que isso significa exatamente?" Eu perguntei antes que pudesse morder minha língua. Mas o Alfa do Milênio apenas sorriu, dando um tapinha no meu ombro e chamando a atenção do barman. "Primeiro as bebidas, depois os negócios", disse ele. E, como todo mundo, não tive escolha a não ser cumprir suas ordens.

Sienna Eu estava voltando para o salão de baile, minha cabeça ainda cambaleando com a conversa que acabei de ter com a mulher de olhos roxos. Como ela sabia quem eu era? O que ela queria com Aiden? E como ela simplesmente desapareceu? Eu precisava encontrar Aiden, para dizer a ele o que ela disse. Que ela estava aqui para ele. Eu sabia em meus ossos que ela era a ameaça que o bando havia sentido, aquela pela qual eles estavam pirando. E se ela estivesse aqui para lhe causar mal? Olhei em volta com urgência, tentando colocá-lo no meio de uma multidão de habitantes bem-vestidos. Ele estaria vestindo um smoking, mas isso realmente não restringia para mim. Assim como noventa por cento dos homens aqui. Eu estava na ponta dos pés, tentando ver mais longe na sala, quando notei Josh e Michelle conversando perto do DJ. Corri até eles, o mais rápido que meus pés vestidos de estilete conseguiram me levar. "Ei! " Exclamei assim que estava ao alcance da voz. "Sienna!" Michelle cumprimentou. "Onde está Aiden?" "Eu não sei, mas eu preciso encontrá-lo. Josh, você o viu?" Josh terminou sua bebida com um gole. "Ele estava com o Alfa do Milênio da última vez que o vi."


"Onde?" Eu perguntei, impaciente. "Perto do bar. " Eu me virei, prestes a marchar, quando Josh agarrou meu braço. " Você não pode interrompê-los. Esse é o Alfa do Milênio de que estamos falando." "Eu sei, mas Aiden está com problemas. Josh. Eu tenho que avisá-lo." "O que?" "A mulher que vi lá fora disse…" Josh ergueu um dedo, sinalizando para eu segurar. Então ele se virou para Michelle. " Nós já voltamos, gatinha, ok?" "Ok", ela gritou, o gim com tônica em seu copo claramente a deixando feliz. Eu sabia que o gim-tônica era o seu favorito. Mas então Josh estava me puxando para a frente do salão de baile, perto do guarda-volumes. Longe de ouvidos curiosos. "O que você estava dizendo?" "Eu vi essa mulher. Lá fora, com olhos roxos. Ela parecia... assustadora. De alguma forma. E ela disse que estava aqui por Aiden." "Você tem certeza?" Eu balancei a cabeça freneticamente." Eu senti essa... sensação dela, Josh. Eu tenho que avisá-lo." "Eu vou fazer isso. Vou puxá-lo de lado agora mesmo." "Por que não posso?" "Eu sou o Beta dele, Sienna. É uma coisa política." Uma coisa política. Era uma grande besteira. Mas isso era muito urgente para lutar, então deixei para lá. "Tudo bem", eu disse. "Mas rápido." Ele estava prestes a ir quando se virou para olhar para mim. Ele abriu a boca, como se estivesse prestes a dizer algo, mas fechou depois de um segundo e balançou a cabeça. "O que? " Eu perguntei. "O que você quer com ele?" "Com quem? Aiden?" Josh acenou com a cabeça. "O que você quer dizer com o que eu quero com ele?" "Olha, você é jovem. Você não experimentou muito."


"Tenho a mesma idade que Michelle, se você está se esquecendo." "Mas eu sei que ela é muito mais experiente do que você", ele disse com algum tipo de olhar pomposo. Eu queria dar um tapa nele. " Só não quero ver você se machucar." "Por que Aiden me machucaria?" Eu perguntei, ignorando a rotina de falso irmão mais velho que Josh estava usando. Ele desviou o olhar para a pista de dança lotada e depois de volta para mim. "Ele tem estado sob algum escrutínio. Do Pack." "OK..." "Sabe, quanto mais tempo um Alfa fica sem uma companheira, mais força ele perde. Alguns acham que ele não é forte o suficiente para liderar, já que está sem uma companheira." "Josh, você não está fazendo nenhum sentido." "Você veio em um momento muito conveniente, Sienna. É tudo o que estou dizendo." Meu estômago embrulhou. " Mas Aiden e eu nem estamos acasalados." "Então é apenas diversão casual? Ele não falou com você sobre qualquer tipo de futuro?" Olhei para o chão, com a sensação de que ia vomitar. Eu o deixei entrar. Eu disse a ele coisas que nunca disse a ninguém antes. Eu dormi ao lado dele e cozinhei para ele e... e se ele estivesse apenas me usando? E se tudo fosse um show para seu bando?

Aiden Eu estava bebendo com o Alfa do Milênio — e o homem podia beber, deixe-me dizer — quando a vi. Sienna. Do outro lado do salão de baile, ela estava irradiando. Minha pulsação acelerou imediatamente e eu senti uma atração tão magnética que pensei que seria carregado pela sala sem mover um músculo. Eu podia ver a forma como seu corpo se curvava a partir daqui, a forma como seu cabelo caía em mechas sedutoras. Eu queria correr minhas mãos por seus cabelos, descendo por seu corpo, em todos os lugares. Ela estava me


consumindo. Mas então eu vi que ela estava conversando com Josh, e os dois estavam imersos na conversa. Eu estava me perguntando o que poderia ser quando a vi olhar para mim. Mesmo a alguns metros de distância, o poder de compartilhar um olhar com ela era inacreditável. Mas era como se ela não sentisse ou não se importasse. Porque, sem outra palavra para Josh, ela fugiu dele, correndo direto para fora das portas do salão de baile.


Capítulo 28 – A Questão Sienna Eu corri em direção às portas principais, correndo tão rápido quanto meus saltos altos podiam coordenar. Corri pelas portas, para o gramado, passei pelo estacionamento da Casa da Matilha e saí para a estrada. Eu não pude acreditar. Eu tinha sido um adereço o tempo todo. Lá estava eu, tentando avisá-lo sobre algum perigo iminente, e ele estava me usando como uma maldita boneca de pano. Foi por isso que ele me fez morar com ele, porque ele me disse para ir para a feira. Foi tudo uma oportunidade de foto gigante. E eu era a adolescente idiota que se apaixonou por isso. O ar fresco estava atingindo meu rosto, mas não estava ajudando muito. Minha dor — minha raiva — ainda estava florescendo. Olhei em volta, vendo a orla da floresta alguns metros à minha direita. Corri em direção a ela e então parei para abrir o zíper do vestido de Selene com cuidado. Se algo acontecesse com ele, eu não me perdoaria. Mas eu precisava estar livre de tecido, livre de qualquer coisa remotamente humana. Minhas emoções não seriam reprimidas, não mais. Eu precisava deixá-los sair. Tirei o vestido e o pendurei no primeiro galho limpo que pude encontrar ao nível dos olhos, para que a cauda não batesse no chão lamacento. Então eu chutei os sapatos e deixei a raiva me consumir. Senti meu corpo mudar enquanto corria. Eu zumbia por entre árvores e troncos, folhas e lama, meus membros esticando e meus músculos tensos até que eu não estava mais correndo em dois pés, mas nos quatro. Senti minha cauda balançando atrás de mim e percebi o vento batendo no cabelo ruivo e espesso que agora cobria cada centímetro de mim. A donzela de vestido de baile se foi. Não, eu não era a porra da donzela em perigo. Eu era um lobo.


Um dominante. E a floresta estava prestes a ver o quão louca eu estava.

Aiden Eu ainda estava no bar. Com o Alfa do Milênio. Eu assisti Sienna sair sete minutos atrás e sabia que algo estava errado. Mas ele continuou falando, continuou nos pedindo outra rodada de bebidas. Eu não poderia deixá-lo. Eu sabia disso... mas tinha que saber. "Você me daria licença por alguns minutos? Meu Beta... aí embaixo, deixeme apresentar vocês dois. Ele é um grande parceiro de bebida", eu disse, apontando para a parede onde Josh estava se misturando. "Não há necessidade", o Alfa do Milênio disse, me impedindo de dar mais nenhum passo em direção a Josh. " Eu vou com você." "Eu estava indo para fora, pegar um pouco de ar fresco." "Eu poderia usar um pouco também." Huh. Ele não estava se mexendo do meu lado. "Ótimo", eu disse e o conduzi através do salão de baile e para fora das portas. Olhei em volta quando saímos, mas não vi ninguém. Tentei fechar os olhos para senti-la — mas não consegui. Pense. Ela parecia chateada. Ela não teria saído do baile, não se não houvesse um motivo real. Se ela estivesse realmente chateada, brava, ela mudaria. Na floresta. "Como você se sente ao ver a floresta? É lindo nesta época do ano." "Estou pronto para qualquer coisa." Ele encolheu os ombros. Então eu virei para a direita, andamos até a orla da floresta e então continuamos, sentindo o cheiro distinto de carvalho e lama. "Você está aqui por mim, não está?" Eu perguntei. "Volte novamente?" "Você vem ao Baile de Inverno sem nenhuma explicação... Desculpe minha franqueza. Alfa do Milênio, estamos felizes em recebê-lo, mas não sabemos nada sobre sua visita. E você não saiu do meu lado desde que chegou aqui. Você está aqui para descobrir algo sobre mim ou para descobrir algo sobre


mim. Isso está certo?" Ele parou de andar, olhando-me bem nos olhos. Eu podia sentir seu poder através do olhar e sabia que poderia muito bem ter cruzado os limites. Mas depois de um momento ele piscou e começou a falar. "Sim. Isso mesmo." Suspirei. Mas o alívio que senti por estar certo não durou muito. Foi substituído por mais perguntas. "Quem te mandou?" "Ninguém me enviou. Mas eu estava ouvindo coisas. Sobre a possibilidade de seu poder diminuir." Soltei um grunhido antes que pudesse me conter. Alguém em minha matilha estava indo pelas minhas costas, questionando minha força, para o maldito Alfa do Milênio?! "De quem? " Eu fervi. "Isso não é importante. O importante é que estou aqui. Para sentir você, para ver se o problema potencial é realmente um problema potencial." Ele fez uma pausa, olhando para as árvores antes de se virar para mim. "Você está procurando?" "Procurando?" "Sua companheira." Então era disso que se tratava. Minha força diminuindo, os rumores de que eu não era tão dominante como costumava ser porque não tinha encontrado ninguém. Mas eu tinha. "Não há necessidade. Eu já a encontrei." "Já?" o Alfa do Milênio perguntou ceticamente. "Eu não sinto isso em você." Agora eu olhei para o chão." Ela não sabe ainda. Somos um par, para a temporada. Mas estou indo devagar. Para o bem dela." Eu poderia jurar que sua expressão se suavizou, apenas por um segundo. "É por isso que você não consumou. Eu posso sentir isso. Sua frustração, sua hostilidade. Isso é o que está interferindo no seu domínio." "Esta noite ia ser a noite", eu disse sem pensar " Mas ela... ela fugiu do baile. Algo deve ter acontecido..." E então, naquele momento, eu a farejei. Tão


claro como o cristal, eu tinha certeza de que o aroma era dela. E ela estava perto. "Ela está aqui. Ela partiu para a floresta. Eu só... tenho que encontrá-la. Eu tenho que dizer a ela." Ele me deu um aceno de cabeça, nada mais, nada menos. "Obrigado, Alfa do Milênio." "Aiden. É o Raphael. Te vejo lá dentro." E então ele se virou e começou a voltar pelo caminho por onde tínhamos vindo. Sem perder mais um segundo, tirei cada artigo do meu smoking e me mexi, dando uma cheirada mais profunda. Soltei um uivo, deixando-a saber que eu estava perto. Mas ela não respondeu. Então comecei a correr. Depois de alguns metros, comecei a ver o vermelho de seu pelo na minha frente. Ela estava cerca de meia milha à frente, então aumentei meu ritmo. Eu uivei de novo para que ela soubesse que eu estava lá, mas isso só pareceu fazêla correr mais rápido. Em segundos, eu estava atrás dela, mas ela ainda não estava parando. Não importa o quanto eu uivasse, ela não diminuiu a velocidade ou parou. Eu não tinha outra escolha, então me lancei para frente e a agarrei. Nós caímos por um tempo, seus membros tentando lutar contra mim, mas quando paramos, eu a prendi embaixo de mim. Eu rosnei. Shift. Ela balançou a cabeça. Não. Eu rosnei mais alto. SHIFT! Mas ela apenas balançou a cabeça com mais força. Eu apertei meu aperto em suas mãos e rosnei diretamente em seu rosto. Seus grandes olhos azuis giraram em um círculo completo. E então ela começou a mudar. Observei enquanto o pelo desaparecia, seus membros condensavam e seus músculos se contraíam até a forma humana. Ela estava embaixo de mim, nua, de costas no chão lamacento da floresta. Eu mudei também, segurando-a como humana. Foi quando vi as lágrimas. "Você mentiu para mim. Você estava me usando para... convencer o Alfa do Milênio de que é forte..."


"O que? O que você está falando?" "Josh me disse... ele disse que você sabia que não era meu companheiro." "Josh disse o quê?" "Ele disse que você não é meu companheiro. Que você está apenas fingindo." Eu agarrei seu rosto em minhas mãos, forçando-a a olhar diretamente para mim. "Eu menti para você. Eu admito, eu fiz. Todo esse tempo." Mais lágrimas acumularam em seus olhos e seu rosto ficou todo vermelho. Eu continuei, minha voz falhando um pouco. "Porque eu sabia que você era minha companheira no segundo em que coloquei os olhos em você, Sienna Mercer. Eu sabia quando você estava desenhando perto do rio. E eu soube disso a cada segundo que estivemos juntos desde então. O vermelho em suas bochechas lentamente desbotou para rosa, e eu pude ver a compreensão passando por seus olhos." Se você está mentindo para mim, Aiden, juro por Deus, vou matá-lo." Eu ri. Eu não pude evitar. "Eu sei. E é por isso que te amo."

Sienna "Eu também te amo", respondi, e me senti bem. Como se fosse uma noção familiar, algo que parecia em casa na minha língua. E naquele momento, eu sabia que este homem não era apenas meu parceiro para a temporada ou um alfa sexualmente frustrado. Não, Aiden Norwood era meu companheiro. Eu podia sentir a verdade daquelas palavras de todo o meu coração. Isso me fez explodir positivamente de alegria e... necessidade dele. Ele se inclinou para me beijar e eu pude sentir o gosto salgado de minhas velhas lágrimas nele. Mas então algo mudou. Não estávamos nos beijando de uma forma feliz e doce. Estávamos nos beijando em um eu preciso de você agora . Era urgente e perigoso e... quente. Embora um dossel de folhas nos cobrisse, senti uma onda de excitação por estarmos completamente expostos. Empurrei quaisquer reservas profundamente nos recônditos da minha mente.


Normalmente, eu teria me sentido insegura sobre tomar uma decisão tão precipitada. Eu gostaria que tudo fosse perfeito na minha primeira vez. Mas naquele momento, tudo que eu conseguia pensar era como eu queria que Aiden absolutamente devastasse meu corpo. Ele me queria. E eu o queria. Cada maldito centímetro da minha pele estremeceu com seu toque. Eu podia sentir ele ficando cada vez mais duro enquanto eu me contorcia em cima dele, nossos corpos nus se movendo bem em cima da terra e raízes do chão da floresta. Era tão natural, tão cru. Especialmente agora que eu sabia que éramos amigos. Meu corpo, minha mente, meu coração, cada parte de mim ansiava por ele. Suas mãos começaram a se mover em cima de mim, me esfregando, me apertando, e então eu as senti na minha bunda, controlando o ritmo de como eu me movia sobre ele. Nas outras vezes, tínhamos ido mais longe do que apenas transar a seco, tinha sido mais lento, mais intencional. Mas agora eu precisava de uma liberação. Não tive tempo de esperar. Oh meu Deus... Estou realmente prestes a fazer isso? Quando os olhos verde-dourados de Aiden se enterraram em minha alma, ele me fez a mesma pergunta que eu estava me perguntando. "Sienna... você está pronta?"


Capítulo 29 - A Promessa Sienna A resposta à pergunta de Aiden estava na ponta da minha língua. Minha cabeça estava nadando com luxúria, desejo, paixão. Era uma combinação inebriante e fui pego no redemoinho. Eu sabia em meu coração o que eu queria, ou melhor, precisava. Mas nenhuma palavra saiu da minha boca. Então, em vez disso, agarrei o cabelo preto sedoso de Aiden e puxei com força enquanto puxava sua cabeça para a minha. Eu o beijei, não apenas com paixão, mas com um desejo insaciável. Eu queria que nos uníssemos como um — para dar cada parte de nós um ao outro. Aiden levantou minhas pernas e eu senti seu pau esfregar contra o meu sexo. A maneira como isso me provocou era quase insuportável. Quando meu sexo começou a se separar, gemi de êxtase. "Aiden. espere..." murmurei, cravando minhas garras em suas costas. "Você quer que eu pare? " ele perguntou, acariciando meu cabelo e me dando um olhar afetuoso. "Eu... Sim... quero dizer, eu não sei", eu gaguejei, me sentindo em conflito. Claro que eu não queria que ele parasse, mas ao mesmo tempo... "Aqui, agora... Simplesmente não parece..." Enquanto eu procurava as palavras certas, Aiden as encontrou para mim. "Perfeito", disse ele calmamente. "Você tem razão. E a sua primeira vez. Eu quero que seja tão especial quanto você." O corpo de Aiden se afastou, e isso fez meu coração doer, embora eu soubesse que era o melhor. "Você me odeia por querer esperar?" Eu perguntei. "Claro que não", respondeu ele. " Você já me fez esperar tanto tempo. Que tipo de alfa eu seria se não pudesse esperar um pouco mais. Além disso, vale a


pena esperar." Eu beijei seus lábios com ternura, saboreando sua doce saliva enquanto nossas línguas rolavam em uma. Eu me afastei e sorri. "Depois da nossa cerimônia de acasalamento, eu prometo... sou toda sua." "E eu posso prometer a você que será uma noite da qual você se lembrará para sempre", ele disse em um rosnado suave. Aiden me segurou em seus braços enquanto deitamos no chão musgoso da floresta. Fechei meus olhos e ouvi o som de sua respiração estável. Eu pensei no que o futuro reservava para Aiden e eu, e pela primeira vez eu não estava com medo. Na verdade, nunca me senti mais segura e protegida em toda a minha vida. Com esse pensamento reconfortante, adormeci.

Duas Semanas Depois "Puta merda", disse Aiden, seus olhos brilhantes olhando diretamente para os meus. Ele estava do outro lado da sala e literalmente parou no meio do caminho. "Puta merda." Eu repeti. Ele estava parecendo mais afiado do que uma maldita faca de carne. Vestindo um smoking azul marinho e barbeado recentemente pela primeira vez que eu já vi. Suas maçãs do rosto eram tão fortes quanto sua mandíbula, e ambas eram minhas. Todo meu, por toda a eternidade. Foi o dia da nossa cerimônia de acasalamento. Ao contrário dos humanos, nós não tínhamos os mesmos rituais típicos de casamentos. Não havia nenhuma regra contra os companheiros se verem antes de caminhar pelo corredor, razão pela qual Aiden estava no meu camarim. Era por isso que ele estava vindo em minha direção neste exato momento, uma fome profunda em seus olhos. Eu o encontrei no meio do caminho, no meio da sala, e nos abraçamos com tanta intensidade que pensei que ele fosse me arrancar os lábios. Não se eu morder primeiro, pensei. "Você está espetacular", ele suspirou em meu ouvido. Eu também acreditei


nele. Eu estava usando outro Selene original, um vestido de cerimônia de acasalamento especialmente desenhado que ela trabalhou horas extras para deixar pronto para o meu dia especial. Tinha um corpete sem alças e um vestido esvoaçante que se movia sempre que eu o fazia. A longa cauda na parte de trás me fez sentir como uma deusa. Era ainda melhor do que o vestido que usei no Baile de Inverno, e pensei que seria impossível vencê-lo. "Você também não está muito maltrapilho", eu disse, me afastando. "Mas você tem que ir agora! Está quase na hora de ir." "Sim, senhora", disse ele e se dirigiu para a porta. Mas não antes de dar uma última olhada em mim e soltar um assobio suave. Eu não pude deixar de sorrir, mesmo que meus olhos rolassem um pouco também. Ele saiu e eu respirei fundo, me preparando para o que estava prestes a ver. Um salão de baile cheio de nossos amigos e familiares e os membros sortudos do bando que foram convidados para a cerimônia de acasalamento do alfa. Seriam muitos olhos, todos voltados para nós. Respirei fundo novamente e observei meus pés, usando salto agulha cor de casca de ovo, dar um passo cuidadoso de cada vez para fora do provador. "Uau", ouvi na minha frente. Eu olhei para cima e vi meu pai, segurando a mão sobre a boca. "Você está linda, querida", disse ele. Ver meu pai ficar tão emocionado estava me deixando emocionada também. Mesmo que ele não fosse meu pai biológico, ou mesmo um lobisomem, ele era o homem mais importante da minha vida, ao lado de Aiden. Eu ainda não tinha contado aos meus pais o que a senhora de olhos roxos havia dito. Eu não tinha certeza de como eles reagiriam, ou se eles já sabiam. Mas, novamente, eu sabia como eles me encontraram. Abandonada, em um beco. Como eles poderiam saber que eu vim de alfas? Independentemente disso, minha cerimônia de acasalamento definitivamente não era o momento certo para trazer isso à tona. Ou mesmo para pensar sobre isso. Então corri até meu pai e o abracei o mais forte que pude. Eu estava sentindo as emoções começando a tomar conta, mas desejei que meus olhos segurassem as lágrimas. Se eu estragasse a maquiagem que


Michelle passara uma hora fazendo, ela me mataria. Meu pai agarrou minha mão e olhou nos meus olhos. "Você está pronta?" Eu não pude evitar, mas deixei um sorriso enorme se espalhar pelo meu rosto enquanto eu assentia. " Você está?" "Claro, querida." E então ele abriu as portas do salão de baile, as mesmas portas que eu tinha saído correndo apenas três semanas atrás. Minha respiração engatou. O salão de baile estava perfeitamente arrumado. Havia um longo tapete branco, pelo qual eu desceria, e uma plataforma elevada onde normalmente ficava a mesa principal. As árvores que ladeavam a sala eram cobertas por luzes brancas e fitas brancas, e cada mesa tinha uma pequena peça central floral. Queríamos trazer a floresta para dentro, para fazer deste nosso próprio país das maravilhas florestais. Papai prendeu o cotovelo no meu e, quando a música começou, começamos a andar. Eu sorri para todos os rostos familiares nos bancos que foram arranjados. Passei por Mia e Harry, que tinham acabado de fazer sua cerimônia de acasalamento na semana passada, e Erica e Rhys, sentados ao lado deles. Quando nos aproximamos da frente, vi mamãe, Selene e Jeremy, e ao lado deles estavam Michelle e Josh. Os bancos restantes da frente foram ocupados por outros membros da matilha de elite, e o resto dos bancos cobrindo toda a sala foram ocupados pelo que parecia ser metade da cidade. Aparentemente, o casamento do alfa foi um bilhete quente. Cheguei à plataforma e papai beijou minha bochecha e apertou a mão de Aiden. E então Aiden me ajudou a subir na plataforma. "Eu quero devorar você", ele disse em meu ouvido para que só eu pudesse ouvir. Um rubor imediatamente subiu por minhas bochechas. "Estamos reunidos aqui hoje para celebrar o acasalamento do Alfa da Manada da Costa Leste, Aiden Norwood e Sienna Mercer", começou o Alfa do Milênio. Oh sim, eu mencionei que o Alfa do Milênio estava oficializando nossa cerimônia de acasalamento?


***

Fui atacada com rosas, sim, rosas. Voando pelo ar, atingindo a mim e Aiden bem no rosto. Isso era típico de cerimônias de acasalamento, especialmente aquelas que tinham tantos acompanhantes: o ritual de jogar rosas no casal antes de seu primeiro beijo como companheiros. "Ok, ok", o Alfa do Milênio berrou, rindo e erguendo as mãos. "Está na hora." A sala ficou em silêncio e as rosas pararam de voar no ar." Companheiro Aiden Norwood. Alfa, você pode beijar sua Sienna." E então suas mãos grandes envolveram meu pescoço e seu queixo se inclinou para baixo. Seus lábios macios estavam nos meus em um instante, e eu pensei que as borboletas dentro de mim fossem explodir. Todos nos bancos, todos que eu amava, com quem me importava, todos eles ficaram em segundo plano. Eles não importavam. Não agora. Quando paramos de nos beijar, Aiden agarrou minha mão e me puxou de volta para o tapete branco. Ouvimos o que parecia ser uma torrente interminável de aplausos e gritos de ambos os lados, e isso não diminuiu até que estávamos na pista de dança. O DJ mudou dos instrumentais que tocava para a música que Aiden e eu escolhemos para nossa primeira dança. Tudo começou e Aiden me girou. Ele pode ser bom em muitas coisas, mas dançar não era uma delas. Eu estava rindo tanto que pensei que ia desmaiar. E então a música terminou, e eu vi Michelle e Josh aparecerem atrás de Aiden. "Ei!" Eu exclamei. Aiden me soltou e Michelle beijou minhas duas bochechas. "Eu nem sei. Si. Isso foi um conto de fadas. Parabéns! " ela gritou. "Obrigada!" Eu gritei de volta. Eu não me importava que aparecêssemos desagradáveis. Era o dia da minha cerimônia de acasalamento e eu poderia gritar se quisesse. Eu estava prestes a perguntar a Aiden e Josh se eles se importariam se Michelle e eu dançássemos a nova música, apenas nós, meninas, mas vi que eles já tinham ido para o bar. Clássico.

Aiden Josh perguntou se eu queria beber alguma coisa, e eu não recusaria um


brinde de uísque no dia da minha cerimônia de acasalamento. Mesmo que fosse com meu suposto Beta, que sempre ficava atrás de mim. Eu não o confrontei. Ainda. Mesmo depois do que Sienna me contou na floresta e da sensação que tive de que foi ele quem trouxe minha "força cada vez menor" para o Alfa do Milênio. Eu tinha certeza de que era ele. Eu não sabia o que ele queria. Era porque ele queria ser alfa? O ciúme o levaria tão longe que ele estava traindo a si mesmo? "Para você e Sienna", disse ele, seu tiro no ar. "Obrigada, Josh", eu disse, forçando um sorriso e aumentando minha chance também. "Vamos, anime-se! Você está acasalado!" ele exclamou. "Não podia estar mais feliz." Eu engoli a dose, sentindo-a queimar. Era estranho estar perto dele assim, sabendo o que eu sabia. Eu deveria ter lidado com isso antes. Eu sabia que deveria. Mas eu simplesmente... não consegui. Eu estava nas nuvens com Sienna desde o Baile de Inverno. E eu não queria que nada me distraísse disso, nem a vida profissional, nem a vida pessoal. Eu só queria pegar a onda de felicidade em que estávamos. "Vamos, outro! " Josh gritou comigo, desnecessariamente barulhento. Ele segurou mais duas doses de uísque e projetou uma na minha direção. "Você realmente precisa de outro? " Eu perguntei, olhando diretamente para o frasco em sua cintura. Seus olhos se estreitaram. "O que isso deveria significar?" "Pense na sua idade, Josh", eu disse, virando-me para voltar para Sienna. Mas ele baixou os tiros e agarrou meu braço, me puxando para trás. "Isso porque você teve sua cerimônia e eu não? Eu sou tão adulto quanto você." "Você está bêbado e a festa acabou de começar." "Estou comemorando." "Celebrando o quê? Agir pelas costas do seu alfa? Traindo seu amigo?" Eu não pude evitar. As palavras simplesmente escaparam. Seu rosto empalideceu imediatamente. "O que... do que você está falando?" "Eu sei o que você disse a Sienna. Que eu estava apenas usando ela."


"Eu realmente não disse nada disso... merda... para machucar você. Eu sei que era sombrio. Eu posso ver o quão inapropriado foi. Você é meu alfa, porra; " ele disse, e eu pude ver seus olhos ficando vermelhos. "Então por que você fez isso, Josh?" Ele estava olhando para seus sapatos. Depois de um momento, seus olhos se ergueram para os meus. "Não sei. Quero que você tenha sucesso. Eu quero que o bando tenha sucesso. Mas algo dentro de mim... apenas... queria levar a glória de ter algo que você não tinha. Pela primeira vez na minha vida, a primeira vez desde que te conheci, Aiden, eu tinha algo que você não tinha". "Uma companheira", eu disse, de repente entendendo. Josh sempre se sentiu como se estivesse na minha sombra, e talvez eu estivesse um pouco confortável demais mantendo-o ali, mesmo sendo seu alfa. "Eu só queria saber como seria. Ser o respeitado, aquele a quem todos recorrem para obter respostas", disse. Eu exalei. Lá estava — a admissão de culpa do meu Beta. Mas então ele continuou. "Entenda que, mesmo quando eu estava me intrometendo, eu sabia que era errado. Eu não me senti bem. Não me fez sentir melhor, de jeito nenhum. E eu entendo que este não é o lugar para falar de negócios, que você terá que decidir o que fazer comigo com base no que é melhor para o bando. Eu realmente sinto muito. Eu devia a você mais do que isso. Você merece o melhor." Depois de um momento, ele acenou com a cabeça e, em seguida, girou e caminhou de volta pelo corredor. Eu o deixei andar alguns passos antes de chamá-lo: "Josh". Ele se virou e deu os passos em minha direção. "Você sabe que você fodeu tudo", eu disse, um rosnado baixo escapando dos meus lábios. "Sim, Alfa." "Você jura por sua vida, pela vida da matilha, você nunca vai me trair ou a matilha novamente." "Sim, Alfa", ele disse, e pude ver a seriedade em seus olhos. Eu estendi minha mão e ele a pegou, mas eu o puxei para um abraço em vez disso. Foi preciso um verdadeiro alfa para mostrar perdão. Eu não conseguia ficar bravo com Josh — ele tem sido como um irmão para mim desde que Aaron morreu.


"Amo você, cara. Mesmo que você seja um pé no saco às vezes", eu disse. "Também te amo, mano. E isso não é só o uísque falando", respondeu ele. Quando nos separamos, Josh me deu um soco no ombro, tentando aliviar o clima. — Ei, guarde um pouco desse sentimento para Sienna. É a sua maldita noite da cerimônia de acasalamento." Observei enquanto Sienna dançava com Michelle, sorrindo e girando, mais feliz do que nunca. Ela estava radiante pra caralho. A criatura mais linda que eu já vi. E ela finalmente era minha.

Sienna Eu não conseguia parar de rir quando Michelle me mergulhou na pista de dança, depois me girou e me puxou para que ficássemos peito a peito. "Por que sou eu quem está guiando?" ela perguntou, arqueando a sobrancelha. "Você não deveria ser um dominante?" "As vezes é bom deixar outra pessoa assumir o controle", respondi. Quando Michelle me soltou, tropecei para trás, me sentindo tonta, mas fui imediatamente estabilizado por um par de braços poderosos. O cheiro de almíscar amadeirado e frutas cítricas de Aiden flutuou em meu nariz enquanto ele pressionava em mim por trás. "Encontro você mais tarde", disse Michelle, piscando para mim. " Devo ter certeza de que Josh não está ficando muito bêbado." Agora que ele me tinha só para ele, Aiden aumentou seu aperto, e eu podia sentir sua ereção latejando através de suas calças. "Vamos sair daqui", disse ele em um rosnado baixo. "O que você tem em mente? " Eu perguntei sem fôlego quando senti meu sexo formigar. Seu cheiro estava se tornando tão inebriante que me senti tonta. As mãos ásperas de Aiden cavaram em meus quadris. Ele se inclinou para perto, de modo que seus lábios estavam pairando perto da minha orelha. "Você se lembra da promessa que fez sobre a nossa noite de cerimônia de acasalamento?" Ele sussurrou, mas não perdeu seu tom dominador.


"Sim", respondi, engolindo em seco. Meu coração estava batendo fora do meu peito, e uma sensação mais forte do que a Bruma estava tomando conta do meu corpo. Meu sexo estava molhado de antecipação. "Bom", ele rosnou, quase faminto. " Porque você estará uivando aos céus por misericórdia quando eu terminar com você."


Capítulo 30 – A Noite de… Sienna Aiden me carregou como uma noiva em seus braços enquanto descia o caminho de paralelepípedos que levava à nossa casa. Meu coração não tinha parado de bater desde que saímos da recepção, e eu não sabia se pararia. Minhas inseguranças eram como ondas crescentes, batendo contra as bordas da minha mente. E se eu não for boa de cama? E se eu não atender suas fantasias? E se eu não conseguir satisfazer um alfa? Aiden parou na porta da frente, como se sentisse meus medos. E talvez ele tenha. Os companheiros estavam conectados de uma forma tão intensa que era quase indescritível. "O que há de errado? " ele perguntou em um tom gentil que era incomum para ele. "Eu... eu só não quero decepcionar você", murmurei. Naquele momento, eu nunca me senti menos dominante em minha vida. Para minha surpresa, Aiden riu. "Oh, Sienna... você não tem ideia..." "Não tem ideia sobre o quê? " Eu perguntei, um pouco irritada com a risada dele. "Não faz ideia de quanto poder você tem sobre mim." Meu rosto ficou quente e um suspiro escapou dos meus lábios. Ele continuou, segurando meu olhar. "Sim. eu marquei você. E sim, eu te fiz minha, mas..." Aiden respirou fundo enquanto pressionava sua testa na minha. "Você me fez seu também. Não se engane — eu não sou apenas seu alfa, sou seu companheiro. E não há nada que vá jamais mudar isso. Seu amor me tornou mais forte do que qualquer sangue alfa poderia." O calor em minhas bochechas se espalhou pelo resto do meu corpo como um incêndio, e assim, meu domínio voltou.


Eu amava Aiden mais do que palavras poderiam expressar. Então, eu não usaria minhas palavras. Eu agarrei o cabelo da parte de trás de sua cabeça e pressionei febrilmente meus lábios nos dele. Eu queria que meu fogo se espalhasse. Eu queria consumir tudo até que o mundo inteiro se transformasse em cinzas e nós fôssemos os únicos de pé. O paletó do smoking de Aiden estava explodindo nas costuras enquanto seus músculos inchavam por baixo. Ele estava praticamente mudando quando deu um passo em direção à porta e levantou a perna. CRACK! Aiden chutou a porta para fora de suas dobradiças, enviando madeira estilhaçada pelo chão de mármore. Ele passou por cima dos escombros, me trazendo para dentro. Bem, essa é certamente uma maneira de carregar seu cônjuge além do limite... Quando ele entrou em nosso quarto, Aiden me colocou no chão, em seguida, empurrou minhas costas contra a parede. Nosso beijo febril recomeçou quando comecei a tirar seu smoking, peça por peça. Uma vez que seu torso estava nu, corri meus dedos pelas profundas cristas de seu abdômen, até a fivela do cinto. Os próprios dedos de Aiden estavam ocupados correndo para desamarrar meu espartilho. Ele estava ficando frustrado, e eu não pude deixar de me divertir. Finalmente, foi desamarrado e meu vestido caiu no chão. Eu tirei seu cinto através das alças em um movimento rápido e, segundos depois, suas calças seguiram enquanto Aiden as arrancava e as jogava do outro lado da sala. Passamos um momento nos observando, oficialmente companheiros. Mas um momento era tudo que estávamos dispostos a poupar. Nós dois esperamos o suficiente. Aiden me pegou como se eu fosse mais leve do que uma pena, e envolvi minhas pernas em volta de sua cintura. Caímos na cama de uma vez. Havia mãos e bocas em todos os lugares, nós dois tentando agarrar e morder tudo o que podíamos. As garras de Aiden estavam cavando levemente em minha carne nua, e eu


queria que elas cavassem ainda mais fundo. Eu segurei seu pescoço com força, beijando-o, antes que meus beijos se movessem para seu peito. Eu deixei meus dentes rasparem em seu estômago, e quando cheguei em seu pênis rígido, coloquei-o direto na minha boca sem hesitar. Comecei a me mover devagar, deixando-o louco, e então aumentei meu ritmo até que ele começou a gritar. Era tão grande que eu mal consegui conter, mas forcei mais fundo em minha garganta. Quando subi para respirar, minha saliva escorregou por seu pau grosso como uma teia de aranha translúcida e prateada. Aiden enxugou minha boca com o polegar, em seguida, agarrou meu pescoço, me empurrando de volta para baixo. Eu poderia dizer por seus grunhidos de satisfação que ele estava sentindo pura felicidade. Mas isso não foi suficiente. Eu queria levá-lo para a porra do Nirvana. Eu saboreei seu sabor salgado e doce enquanto minha língua trabalhava na ponta, então coloquei a coisa toda em minha boca novamente até chegar à base. Meus lábios se apertaram em torno de seu pau enquanto eu os deslizava lentamente por seu comprimento. Ele separou minhas pernas tão rápido que me fez respirar fundo. Aiden usou seus dedos para abrir meu sexo, então ele inseriu sua língua, habilmente sacudindo ao redor e lambendo minhas áreas mais sensíveis. Eu gemia enquanto meu corpo convulsionava com rapsódia. Era como se ele estivesse usando a língua para compor uma sinfonia na minha boceta. E meus gritos involuntários de prazer eram o coro. Sua língua continuou a trabalhar enquanto seus dedos deslizavam dentro de mim, testando minha flexibilidade, preparando-me para sua enorme masculinidade. Enquanto seus dedos me exploravam, eu senti uma pontada de dor misturada com o prazer. Eu só poderia imaginar o que estava reservado para mim em apenas um momento. Uma emoção percorreu minha espinha com o pensamento de Aiden finalmente me penetrando. Eu estava assustada e animada ao mesmo tempo. Enquanto o pau de Aiden esfregava o exterior do meu sexo com força,


seus beijos suaves contrastavam com a aspereza. "Você está pronta?" Aiden perguntou, tirando meu cabelo dos olhos e olhando para eles profundamente. Foi a mesma pergunta que ele me fez antes. Mas desta vez, eu sabia minha resposta sem sombra de dúvida. "Sim", eu sussurrei enquanto meus braços embalaram seu pescoço. Minha respiração engatou quando Aiden finalmente deslizou dentro de mim. No início, a tensão era quase insuportável, como se eu estivesse sendo separada, mas lentamente, a dor se transformou em prazer. Quanto mais eu relaxava, mais nos tornávamos um ajuste perfeito um para o outro. "Está tudo bem?" Aiden perguntou, sem mover um músculo. Eu balancei a cabeça, sorrindo com o quão sensível ele estava sendo às minhas necessidades. Mas quanto mais ele ficava dentro de mim, mais eu tinha certeza... Minha boceta não era feita de porcelana. "Você disse que ia me fazer uivar para os céus", eu rosnei sensualmente. "Então, vamos. Alfa. Mostre-me do que você é feito." Os lábios de Aiden se curvaram em um sorriso perverso que quase me fez lamentar minhas palavras. Quase. Ele puxou para fora, então empurrou de volta. Com força. Eu gritei quando o senti ainda mais fundo dentro de mim. Meu sexo cada vez mais molhado o aceitou com fervor enquanto ele começava a se mover cada vez mais rápido. Mas ainda não foi o suficiente. Então eu o agarrei pelos ombros e rolei perfeitamente em cima dele. Agora eu estava montando nele, controlando o ritmo. Eu levantei meu cabelo da nuca e girei o mais rápido que pude, certificando-me de que ele pudesse ouvir o quanto eu estava me divertindo. Parecia que o atrito entre nós era suficiente para nos incendiar. Então não era apenas construção — aquele fogo por dentro — estava vindo. Como um inferno furioso.


"Porra, Sienna", Aiden gemeu, e eu estava lá com ele. "Oh meu Deus! "Eu gritei, uma sensação envolvendo todo o meu corpo como uma explosão. As luzes diante dos meus olhos estavam piscando como fogos de artifício, e eu senti como se fosse desmaiar. Aiden agarrou meus quadris e puxou, sua semente disparando no ar como um gêiser. Eu desabei ao lado dele, ofegante e tentando processar a euforia que acabara de experimentar. Ele agarrou minha mão na sua e levou-a à boca, beijando-a com ternura. "Você é inacreditável", disse ele. Viramos de lado e olhamos nos olhos um do outro. Tudo parecia exatamente certo. "Eu te amo", eu disse sem fôlego. "Eu te amo mais do que tudo", respondeu ele, igualmente sem fôlego. "Eu nem precisei te levar para o céu... Você é o céu." Enquanto seus olhos verde-dourados piscaram na luz fraca da lâmpada, cheios de adoração, eu me perguntei como eu tinha chegado lá. Acasalado com o alfa. Eu apenas me vi como uma garota normal, mas Aiden... Ele me viu como uma deusa. Eu mal podia esperar para começar o resto da minha vida com ele. ***

Quando acordei na manhã seguinte, ainda estava sentindo o barato da noite anterior com Aiden. Meu corpo doía, mas de um jeito bom. Serei capaz de andar direito de novo? Eu me virei para ver como Aiden estava se saindo e fiquei surpresa com a reentrância vazia ao meu lado. Onde ele poderia ter ido? Meu telefone começou a zumbir na mesa de cabeceira e me estiquei para pegá-lo. Meu coração saltou na minha garganta quando vi uma mensagem de Aiden.


Aiden: Tenho uma surpresa para você. Aiden: Encontre-me na Avenida Furtaugh, 121. Sienna: Uma surpresa?? Aiden: Quão rápido você consegue chegar aqui? Sienna: To indo!

Aiden Fiquei do lado de fora, esperando ansiosamente Sienna. Eu mal podia esperar para ver a expressão em seu rosto quando ela visse a surpresa. O carro dela parou na frente e eu dei a volta para abrir a porta para ela. "Oi", ela disse, seus olhos brilhando enquanto ela pulava para me beijar. "Oi, meu amor", eu disse, pegando sua mão e a guiando até a loja. Era um local vazio. A loja de discos que costumava habitar havia acabado de fechar. Um amigo meu no ramo imobiliário me contou sobre isso. Ele sabia que eu estava procurando um espaço. Abri a porta para ela e observei enquanto seus olhos se arregalaram, olhando para o piso de madeira e as paredes vazias. "O que é?" "Costumava ser uma loja de discos", eu disse. "O proprietário se aposentou e colocou o espaço à venda." "E daí? Vamos fazer um piquenique aqui?" Eu passei meus braços em torno dela e puxei-a para perto de mim, inclinando-me para beijar sua bochecha. "Podemos fazer um piquenique aqui, se quiser." Ela se virou para que ficássemos cara a cara. "Aiden Norwood, o que estamos fazendo aqui?" Eu olhei profundamente em seus olhos, tentando esconder o sorriso puxando meus lábios. "Sienna Mercer-Norwood, achei que você gostaria de ver sua nova galeria." Sua boca formou um "o" mas nenhuma palavra saiu. Então sua cabeça girou, absorvendo o espaço como se ela estivesse vendo pela primeira vez. Ela se virou para mim, os olhos ainda arregalados.


"Feliz aniversário de uma semana, Sienna." Ela gritou — eu nem sabia que sua voz poderia atingir aquela oitava — e então ela correu ao redor de toda a circunferência da loja, olhando para cada parede por um momento antes de passar para a próxima. Algo dentro de mim brotou, algo feito de alegria e amor, de paixão e familiaridade, como se meu coração finalmente estivesse batendo, batendo de verdade, pela primeira vez. Então ela voltou para mim. "Não acredito que você fez isso... por mim", disse ela. "Eu faria qualquer coisa por você." Ela olhou para o chão e depois para mim. “Há algo que eu quero te dizer. Eu descobri algo. Sobre meus... meus pais biológicos." Eu sabia que Sienna tinha sido adotada por seus pais, mas nunca tínhamos conversado muito sobre isso antes. Eu podia ver o quão importante isso era para ela, o quanto deixava seu corpo todo tenso, como se ela estivesse tentando manter a informação dentro de você. "Eles eram alfas." Minha mente ficou em branco. Eu pisquei. "Nós estamos? Onde? Quando?" "Eles se foram agora, mas... na Matilha Texana. Eles eram alfas, Aiden." "Eles eram alfas", eu sussurrei de volta, e tudo começou a fazer sentido. Seu poder, a maneira como podíamos nos comunicar, a maneira como ela se sentia, o ajuste mais perfeito. Eu a agarrei e beijei porque hoje... não poderia ficar melhor.

Sienna Eu fiquei tão animada com a nova galeria que Aiden insistiu em me dar algum tempo para conhecê-la sozinha. Ele provavelmente só quer fugir de todos os meus gritos. Eu já tinha feito uma parada na casa dos meus pais para pegar alguns dos meus cadernos e pinturas na garagem. Ele serviu como meu estúdio improvisado por um tempo, mas agora... "Eu tenho minha própria merda de galeria" eu disse em voz alta para


ninguém. Eu ainda não conseguia acreditar que era real. Peguei um dos meus velhos cadernos de desenho e comecei a folhear as páginas para ver se havia algo com potencial. Sorri quando vi um esboço inacabado de um homem bonito e musculoso, parecendo ter o peso do mundo em seus ombros largos. Foi desde a primeira vez que conheci Aiden. Pensei naquele dia no rio. O dia que mudou tudo. Agora tudo estava tão diferente, mas parecia que tudo tinha acontecido da maneira que deveria. Ao passar para a próxima página, meu coração parou. Era o outro esboço que eu havia desenhado naquele dia. A assombrosa visão sexual que pairava sobre mim como uma nuvem negra. Mas quando olhei para ele agora, não me encheu de pavor. Em vez disso, tive uma sensação de paz. Pensei em Emily e senti as lágrimas transbordando dos meus olhos. Eu finalmente encontrei uma maneira de superar o passado. Eu sabia que Emily ficaria orgulhosa de mim. Eu esperava que, apenas talvez, ela estivesse lá em cima cuidando de mim. Talvez minha paz também pudesse ser dela. Enxuguei as lágrimas e peguei um lápis, em seguida, virei para uma página em branco. Um novo começo. Enquanto estava sentada em minha galeria, observando meu lápis rabiscar sobre a página em movimentos abstratos, tive um tipo diferente de determinação. Um que não foi alimentado por nenhuma memória passada traumática ou arrependimentos ou julgamentos de outra pessoa. Não, agora minha determinação era para o meu futuro. Eu tinha uma galeria para preencher — minha própria galeria, com paredes tão vazias que gritavam possibilidade. Então, prometi a mim mesma que ficaria aqui desenhando todas as manhãs até não sobrar espaço na galeria para novos trabalhos. De repente, senti uma rajada de vento me atingir, mas o frio que veio com ela durou muito depois de ter passado. Eu deixei a porta aberta? Foi quando virei para a esquerda. E a vi.


A senhora de olhos roxos. Ela estava de volta. "Olá, Sienna." Ela caminhou em minha direção, cada um de seus movimentos mais graciosos do que o anterior. "Você nunca me disse seu nome", respondi, mantendo minha guarda alta. Algo sobre estar acasalado com um alfa estava me deixando mais confiante em mim mesma. "É Eve", ela disse, seus olhos roxos brilhando para mim. "Você estava linda em sua cerimônia de acasalamento." "Você estava lá?" Ela apenas sorriu. Claro que ela estava lá. Ela estava em toda parte. Mas eu fiz a pergunta errada... "Por que você está aqui?" "Estou saindo da cidade. Mas eu queria avisá-la sobre o caminho perigoso à frente, visto que fui eu que a coloquei nele", ela respondeu enigmaticamente. "Avisar? Qual caminho?" "O caminho para encontrar a verdade sobre seus pais biológicos." Fiquei atordoada em silêncio, mas Eve continuou falando." Basta ter cuidado com quem você confia. Existem aqueles que não pensam nos seus melhores interesses." "Como quem?" Eu perguntei, mas Eve já estava deslizando de volta para a porta. "Como faço para encontrar a verdade?" "Só você pode responder isso, Sienna. Você pode até descobrir que a resposta já está dentro de você." Com essas palavras finais, Eve desapareceu, me deixando mais confusa do que nunca. Quando meus olhos voltaram para o meu caderno de desenho, aquela confusão se transformou em um sentimento de mau agouro. O esboço abstrato no qual eu estava trabalhando quando Eve entrou de repente tinha uma forma muito clara. Uma figura sombria com presas alongadas. Um vampiro.


Continua no Livro 2… Para ler mais livros acesse: https://t.me/SBDLivros


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