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SALVADOR SEXTA-FEIRA 3/9/2010

Divulgação

AUTOBIOGRAFIA Famoso chef escocês conta a vida em Brincando com fogo

Gordom Ramsay, da pobreza à alta gastronomia DANIELA CASTRO

Hoje Gordom Ramsay tem 43 anos e um império de dezenas de restaurantes sob o seu domínio. Isso sem falar na verdadeira constelação de estrelas do Michelin, o guia de gastronomia mais importante que o mundo já teve. Parece incrível. E mais incrível ainda quando se sabe que houve um tempo, não tão remoto assim, em que ele não tinha “nem um salsinha sequer”. O que ele viveu entre essas duas condições extremas está registrado no instigante Brincando com fogo, recém-lançado no Brasil pela Best-Seller. Trata-se de uma autobiografia na qual o chef escocês explica em detalhes como se tornou um verdadeiro homem de negócios, além de cozinheiro adorado e temido mundo afora.

Ambição

Ao longo de 20 capítulos, se desnuda a mesma personalidade incendiária que se vê em reality shows como Ramsay's Kitchen Nightmares, Hell's Kitchen e The F World, exibidos em canais por assinatura. Num tom que não raro soa arrogante, o autor não hesita em exaltar sua natureza ambiciosa e assumidamente vaidosa. “Ser o melhor era uma vaidade, e cada vez mais eu tomava

Ironia

Ramsay explica o acontecimento com a ironia que permeia boa parte da narrativa de Brincando com Fogo: ”Abra dois restaurantes de sucesso em Londres e você estará pronto para ganhar o mundo sem jamais passar pela sua cabeça que pode haver fatores sobre os quais você nunca pensou“. Mas rir dos próprios erros funciona apenas como um atalho para Gordom Ramsay reassumir sua posição de superioridade. ”Apenas algumas vezes chego alto demais e caio“, minimiza o chef. ”Mas isso nunca me impedirá de correr atrás das estrelas“.

consciência de que simplesmente ser o melhor nem de longe era o suficiente. Eu tinha de alcançar uma posição que fosse inacessível aos outros”, registra. Na categoria “outros” estão incluídos chefes de renome que Ramsay não hesita em alfinetar. “Pode ser que eu tenha de aceitar quietinho que Jaime vai vender mais livros do que eu. Por enquanto", diz o autor, se referindo ao inglês Jamie Oliver, jovem estrela da gastronomia que também tem abocanhado cifras vultosas com venda de livros e programas de televisão.

BRINCANDO COM FOGO (PLAYING WITH FIRE) / GORDON RAMSAY (TRADUÇÃO DE BRUNO CASOTTI) / GRUPO EDITORIAL RECORD – EDITORA BESTSELLER / 336 PÁGINAS, R$ 39,90

Trabalho duro

Mas o leitor não será levado ao engano de pensar que a fama e o sucesso de repente bateram na porta de Gordon Ramsay e o encontraram lindo, loiro e perfumado à espera do estrelato. O cara ralou e muito, com direito à rotina de turnos ininterruptos de 17 horas em pé em cozinhas cuja temperatura frequentemente ultrapassava os 40 graus. Os salários de cozinheiro iniciante mal davam para pagar o aluguel e a passagem de ida e volta para o trabalho. E olhe que isso já era melhor do que os breves tempos em que ele tentou a carreira de jogador de futebol, com um pai-empresário que ”cuidada“ de qualquer grana que entrasse.

Ele também não oculta detalhes sobre seu mais conhecido passo em falso, que o levou a apostar todas as fichas numa equivocada empreitada gastronômica em Glasgow, na Escócia, sua terra natal. Foi lá que o restaurante Pétrus fracassou depois de uma estreia promissora, levando à desmoralização de Gordon Ramsay perante a imprensa especializada e ao estremecimento dos negócios em Londres, onde tudo começou.

Ramsay conta, no livro, como se tornou um homem de negócios e cozinheiro adorado e temido

Boa fonte de comida oriental esperando no shopping DANIELA CASTRO

Um convite para almoçar ou jantar na praça de alimentação do shopping não é a coisa mais lisonjeira do mundo, quando se associa o ambiente a uma reunião de fornecedores de fast-food. Mas restaurantes como o Tokai fazem qualquer um repensar esse conceito. Sob a bandeira da culinária oriental – Japão, China e Tailândia –, a casa oferece boa variedade de pratos com bons preços e preparo rápido, o que já o coloca em sintonia com a ideia de que shopping é mesmo lugar de passagem. Mas bom mesmo é não calcular o tempo, especialmente para apreciar pratos pouco presentes na maioria dos cardápios. Nesta categoria está o missoshiro (R$ 6,90), sopa japonesa oferecida como entrada. O sabor do caldo levemente salgado equilibra o neutro do tofu e ganha com os grãos de gergelim torrado. A sopa chega à mesa apenas morna. Nessa hora, vale a informação de que os sábios orientais consideram

como ideal a temperatura que permite segurar a tigela confortavelmente sem queimar as mãos. Portanto, dispense a colher a aproveite o momento.

Convidativo

O tempo é suficiente para dar uma olhada na lista de pratos principais, na qual o tailandês Tuna Tokai (R$ 31,90) é convidativo. São dois medalhões de atum envolvidos com bacon, servidos sobre uma cama de shitake. Para acompanhar, o tradicional arroz gohan. Não se pode dizer que o prato não vale a pena. Mas quem já experimentou tempos atrás tal-

Os sábios orientais consideram como ideal a temperatura que permite segurar a tigela sem se queimar

vez fique com a impressão de que já foi melhor. Os combinados oferecem menos chance de erro. Havendo dúvida, fique com o menu degustação (R$ 41,50), que reúne 20 peças entre sashimis e sushis preparados com capricho. Tão bom que parece pouco. Na categoria hot rolls, pedido certo de quem não pode nem ver peixe cru, vale dispensar os salgados em nome do Tokai Sweet Rolls (R$ 9,90). A sobremesa traz quatro rolinhos fritos de massa filo recheada com banana da terra e cream cheese. Uma bola e sorvete de creme com raspas de limão torna o quente-frio ainda mais interessante. O Tokai precisa, contudo, afinar melhor o atendimento, que é feito por vários garçons, cada um a seu modo. Se alguns são atentos e gentis, outros são curtos e grossos e podem levar mais de 15 minutos sem olhar em direção a sua mesa. TOKAI / SHOPPING IGUATEMI – 3º PISO (3450-2347) / SHOPPING BARRA – 1º PISO (2105-9655)

Sorvetes e cafés para Rede de hotéis terá um grand finale vinho exclusivo

Sugestões do chef para paladar francês

Quem vai ao Baby Beef encontra pratos de primeira, preparados sob o comando do chef Laurente Rezette. Mas agora há mais dois motivos para visitar a rede. Um deles, os sorvetes da marca argentina Abuela Goye, feitos na Patagônia. Primeiro restaurante de Salvador a oferecer produtos da marca, o Baby Beef disponibiliza os sabores doce de leite e frutas vermelhas. A outra novidade é para fechar a refeição com chave de ouro. O Baby Beef e Baby Beef Express dos shoppings Salvador e Paralela agora servem os sabores especiais do o BBC Café Gourmet.

O Couvert do Shopping Paralela avisa aos apreciadores da culinária francesa que está com sabores novos na seção de Sugestões do Chef, incrementada pelo chef Liberato, responsável pelo cardápio da rede. Entre as opções estão Poulete ao pomodoro (escalope de frango com tomate seco e penne ao molho aurora), Emincé de mignon à siberiana (lascas de filé grelhadas, salteadas no molho inglês, guarnecido de fettuccine ao creme de queijos) e Poisson à Vila Flora (filé de peixe grelhado, com molho de alho, alcaparras e azeitonas, guarnecido de legumes e arroz de brócolis.

Restaurantes dos hotéis Pestana acabam de ganhar um item que deve ocupar lugar de honra em suas cartas. Em parceria com a vinícola Miolo, o grupo lançou o Reserva Especial Pestana, exclusivamente para os hotéis da empresa no Brasil. Com uma tiragem inicial de 900 garrafas, o rótulo é um assemblage de Cabernet Sauvignon e Merlot elaborado com corte de uvas do Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul. Os vinhos de cada uma das uvas foram amadurecidos separadamente em barricas de carvalho francês por cerca de um ano, em caves subterrâneas e climatizadas.


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