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SALVADOR SEXTA-FEIRA 17/12/2010
Fotos Mila Cordeiro / Ag. A TARDE
GASTRONOMIA Restaurante Dona Mariquita sugere um pernil de cabrito para a ceia
Receitas
A festa de Natal fica bem melhor com os sabores típicos da Bahia
Para a entrada, cebola recheada com linguiça de bode
DANIELA CASTRO
Quem disse que é preciso recorrer a uma loja de produtos importados para fazer uma ceia de Natal nos trinques? Com criatividade – e, o que é melhor, gastando até menos – é possível garantir a fartura à mesa sem ter que abrir mão dos variados sabores regionais. Está aqui a empresária Leila Carreiro, do restaurante Dona Mariquita, que não nos deixa mentir. Desafiada pela nossa reportagem a criar uma ceia “retada” de boa, ela tirou da cartola nada menos que um pernil. Prato corriqueiro nas festa de final de ano? Não se for de cabrito. Executada pela chef da casa, Márcia Santana, a receita criada especialmente para nós tem um segredo. “Deixar na marinada de um dia para o outro”, ela avisa, lembrando que o processo garante mais sabor e maciez à carne.
Início, meio e fim
Para acompanhar o pernil, nada melhor que uma farofa. Mas com banana da terra e ovos fritos dando aquela sustância à conhecida mistura de farinha de mandioca e manteiga. Quem faz questão de uma entradinha para abrir os trabalhos também não fica decepcionado. Leila sugere uma cebola
Repórter do 2+ dcastro@grupoatarde.com.br
A previsão é de que a obra de reconstrução do Centro Espanhol seja concluída somente em 2012. Até lá, porém, os amantes da culinária espanhola continuam podendo usufruir do cardápio do Taberna. O restaurante ocupa temporariamente um imóvel no Morro do Gato – o mesmo onde funcionou a casa noturna Jet Set e o restaurante Grand Chef.
INGREDIENTES 1 lata de leite condensado / A mesma medida de leite líquido / 200 g de tapioca / 3 ovos /1 tablete de rapadura PREPARO Bata tudo no liquidificador, exceto a rapadura. Ponha em uma forma untada com margarina e polvilhada com açúcar e asse em banho-maria por cerca de uma hora. Para a calda, derreta a rapadura com um pouco de água
PERNIL DE CABRITO COM MOLHO DE MANGA
É possível se fazer uma ceia completa de fim de ano com produtos regionais, que são mais fáceis de se achar e mais baratos
recheada com linguiça de bode apimentada envolvida em molho branco. Aos que torcem o nariz para a cebola, ela oferece um conforto. “A cebola é assada antes, sem o miolo e com um pouco de sal e azeite. Assim, fica mais macia e menos ácida”, ensina, lembrando que a iguaria já integra o cardápio do restaurante.
E como sempre há espaço reservado para um docinho, é claro que uma ceia regional não poder prescindir de uma boa sobremesa.
Ensaio para 2011
A pedida para fechar em grande estilo é um pudim de tapioca com calda de rapadura. A guloseima já tem lugar reservado
no menu que o Dona Mariquita vai lançar em 2011. Diga-se de passagem, o novo cardápio faz uma justa homenagem ao professor Guilherme Radel, autor dos livros A Cozinha Sertaneja da Bahia, A Cozinha Praiana da Bahia e A Cozinha Africana da Bahia. “Ele é quem conta a história da nossa gastronomia”, defende Leila.
E as novidades não param por aí. Em breve, a empresária também vai abrir as portas de uma nova casa, dedicada a café da manhã e ceia regionais, pertinho do endereço atual. DONA MARIQUITA (3334-6947/6988) / RUA DO MEIO, 178, RIO VERMELHO / ABERTO TODOS OS DIAS, DAS 12H ÀS 17H; QUARTA A SÁBADO, TAMBÉM DAS 18H À 0H
Em nova casa, menu espanhol com fartura e bom atendimento Daniela Castro
PUDIM DE TAPIOCA COM CALDA DE RAPADURA
O menu continua privilegiando os clássicos, como a tortilha, ideal para uma entrada. Embora a tradicional seja apenas com batata, vale a pena experimentar a mista, que junta chouriço e jamón, carne curada obtida do pernil de porco. Se a intenção for fazer só um belisquete para começar, melhor pedir a mini (R$ 14). Uma porção grande (R$ 23) pode satisfazer até quatro duas pessoas como entrada. Seja como for, não dispense o pão fresquinho nem o azeite (mesmo que, curiosamente, este seja português e do tipo comum). A fartura também marca pre-
sença nos pratos principais. A paella valenciana, que combina frutos do mar, frango e lombinho ao arroz com açafrão, custa R$ 48. A porção pode até deixar o cliente na dúvida se acertou no pedido. Serve duas pessoas sem choro, além de ser saborosa.
De encher os olhos
A paella também chama atenção pela bela apresentação, numa pequena e simpática paellera, com direito a camarões e mexilhões de encher os olhos. Fartura e boa aparência também caracterizam o bacalhau à galega (R$ 58). Já o sabor não
chega perto do da paella. A generosa posta de peixe acompanhada por couve-flor, ovo cozido e cebola não revela o sabor que promete. A alhada (fatias de alho assado) não surpreende e fica a impressão de que o chef pesou a mão no sal. A carta de sobremesas não vai muito além de opções como pudim de leite (R$ 5) e torta gelada de maracujá (R$ 6). Ambos triviais, não fazem muita diferença na taxa de alegria de um amante de doces.
rece estar funcionando ainda de maneira improvisada, especialmente se você for acomodado no último piso – cadeiras de plástico e novela das oito na televisão não combinam muito com a imponência sugerida pela fachada. Entretanto, o atendimento compensa. Atenciosos e rápidos, os garçons prestam um bom serviço, mesmo com o restaurante recebendo dezenas de pessoas para uma confraternização de fim de ano.
Improviso
TABERNA (3331-6930) / RUA GUADALAJARA,
Outra ressalva fica por conta do ambiente. Embora amplo, pa-
9, MORRO DO GATO, ONDINA / TER A SAB, DAS 9H À 0H; DOM, ATÉ 17H
INGREDIENTES 1 pernil de cabrito / 300 ml de vinho branco / 200 g de cebola picada / 20 g de alecrim / 20 g de sal / 10 g de folha de louro / Pimenta-do-reino a gosto / 1 manga tommy / 10 g de sal / 10 g de açúcar PREPARO Tempere o pernil com vinho, cebola, alecrim, sal, folha de louro e pimenta-do-reino e deixe marinar na geladeira por 24 horas. Leve ao forno por 30 minutos, coberto com papel alumínio. Retire o papel e deixe assar por mais 30 minutos. Para o molho, bata a manga, o sal e o açúcar no liquidificador e peneire.
CURTA Serviço divertido por uma boa causa Depois do sucesso da participação de “garçons” célebres como o goleiro Viáfara, do Vitória, e os atores da peça Os Cafajestes, a empresária Eliana Pavetto resolveu dar continuidade ao projeto Amigos da Rocca até o final do mês. A proposta é unir diversão e ação social, já que os 10% são doados a instituições sociais como o Instituto Iris, especializado em arte-educação. O projeto segue na terça e na quinta-feira, com novos convidados. A Rocca Forneria fica na R. da Hortências, 564, Pituba (3351-4218).