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ANTÓNIO CALVÁRIO | CENTRO ESCOLAR DA LUZ INAUGURADO | «DE POLO A POLO» 1 ALGARVE INFORMATIVO #302 EDUARDO MADEIRA EM TAVIRA | ÉLSIO MENAU | SILVES MEDIEVAL | HMB EM LAGOS
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20 - Centro Escolar da Luz 38 - O «Imaginário» de Élsio Menau
32 - «De Polo a Polo» em Portimão 80 - Loulé Jazz 2021
54 - António Calvário em Portimão
116 - Eduardo Madeira no arranque do «Verão em Tavira»
OPINIÃO 100 - OrBlua 126 - Ana Isabel Soares 128 - Fábio Jesuíno
66 - Silves Medieval ALGARVE INFORMATIVO #302
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106 - HMB em Lagos
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CENTRO ESCOLAR DA LUZ CONCLUÍDO CINCO MESES ANTES E A TEMPO DO NOVO ANO LETIVO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina e acordo com os últimos dados do Censos 2021, a população residente no concelho de Lagos aumentou 7,9 por cento na última década, mas na freguesia da Luz essa subida foi ainda mais notória, de 22,9 por cento, daí que o novo Centro Escolar da Luz, inaugurado no dia 30 de julho, se torne ainda mais pertinente. O investimento de 3 milhões e 316 mil euros, com 1,4 milhões de euros de ALGARVE INFORMATIVO #302
cofinanciamento do FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, veio substituir as escolas primárias da Luz e de Espiche, que funcionavam em regime de dois turnos, possuindo duas salas com valência de jardim-deinfância, duas salas para expressões e quatro salas destinadas ao ensino básico, distribuídas por dois pisos. O equipamento tem igualmente cozinha, refeitório, sala polivalente, biblioteca, sala de professores, sala para o pessoal não docente, gabinete de atendimento aos pais, balneários, instalações 20
Hugo Miguel Pereira
sanitárias e de apoio, para além de um polidesportivo, uma zona de recreio coberta e outra descoberta, uma zona para a prática de jogos tradicionais, uma horta pedagógica, espaços verdes e estacionamento. E tudo isto interligado por rampas, garantindo assim uma acessibilidade sem barreiras. “Mais
residentes justifica uma ainda maior parceria entre o Governo, as estruturas desconcentradas da Administração Pública e as Autarquias, para melhorar a competitividade do Algarve e dos 16 concelhos que o compõem, e para dar maior qualidade de vida aos cidadãos. A qualificação das 21
infraestruturas escolares é essencial para essa estratégia e para a promoção de maior justiça social através do acesso a uma educação pública de qualidade”, referiu, na ocasião, José Apolinário, presidente da CCDR Algarve, lembrando ainda que, no âmbito do quadro financeiro 2014-2020, foram até agora aprovadas candidaturas que mobilizaram 18,6 milhões de euros de Fundos Europeus para alavancar um investimento total no montante de 34 milhões de euros em infraestruturas escolares, com calendário de obras a concluir até 2022/2023.
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João Rosado dos Reis
Estes investimentos no Algarve abrangem 63 escolas e 24 mil e 332 alunos, com a requalificação, reconstrução, remoção de fibrocimento e apetrechamento dos estabelecimentos de ensino do 1.º, 2.º, 3.º ciclo e do secundário, sendo que, na Luz, a obra foi inaugurada cinco meses antes da estimativa do projeto e vai permitir aumentar a taxa de cobertura da rede pública pré-escolar; alargar a oferta educativa no concelho; acabar com o funcionamento em regime duplo; e reforçar o investimento em energias renováveis, com painéis fotovoltaicos e painéis para águas quentes sanitárias.
“Com este investimento, o Município de Lagos dá também um contributo para aumentar a ALGARVE INFORMATIVO #302
execução do Programa Operacional Regional do Algarve que, no final de julho, alcança os 50 por cento de taxa de execução. A Administração Pública pode e deve ser mais eficiente em colaboração e concertação, somando e otimizando recursos, para oferecer aos cidadãos respostas de proximidade e de otimização de recursos humanos a uma escala regional e supramunicipal”, defendeu José Apolinário, sublinhando que a educação é uma área onde se verificou um acentuado progresso nos últimos anos, constituindo um importante 22
José Augusto Lopes
motor social e económico. “A pandemia
desconcentradas”, reconheceu o
trouxe novos desafios, nomeadamente no foco na aprendizagem de alunos mais desfavorecidos, onde, mesmo antes de 2020, as diferenças já eram muito significativas. Retomar níveis de progresso qualitativo na educação vai obrigar a um esforço acrescido das autarquias, na primeira linha da descentralização, dos professores e de todos os funcionários e intervenientes no sistema educativo, mas também uma atuação supramunicipal, colaborativa e ainda mais eficiente das entidades públicas
presidente da CCDR Algarve.
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A importância do novo Centro Escolar da Luz foi atestada pelo Diretor do Agrupamento de Escolas Júlio Dantas e estava, de facto, há muito previsto na Carta Educativa do Município de Lagos.
“No ano letivo 2021/2022 funcionarão duas salas do préescolar e quatro turmas do primeiro ciclo e acaba-se, finalmente, com o regime duplo, mas também com as questões relacionadas com as refeições e os espaços exteriores para o desenvolvimento das atividades físicas e recreativas. AsseguramALGARVE INFORMATIVO #302
José Apolinário
se, desta forma, as melhores condições de aprendizagem aos alunos e a equidade no concelho e no agrupamento”, destacou o professor José Augusto Lopes.
“Promove-se, assim, o sucesso educativo das nossas crianças e dos nossos alunos e queremos – Agrupamento e Autarquia – fazer mais”, reforçou, antes de passar o testemunho ao presidente da Junta da Freguesia da Luz. “Hoje damos um
passo gigante no ensino da Luz, completando-se todo o parque escolar do concelho de Lagos e colmatando uma lacuna que existia ALGARVE INFORMATIVO #302
há décadas nesta freguesia. Damos a oportunidade aos nossos alunos de ter um ensino de qualidade e num espaço mais adequado e moderno, em regime normal, a tempo inteiro. Este espaço permite a frequência de crianças desde os 3 anos de idade até ao quarto ano de escolaridade, com uma capacidade estimada de cerca de 150 alunos”, indicou João Rosado dos Reis, apontando que o Centro Escolar da Luz se encontra num ponto central entre a Luz, Espiche e Almádena. “Está
dotado de salas modernas e com 24
novas tecnologias, e com espaços para atividades pedagógicas e de recreio. É com alguma nostalgia que vejo desativadas as escolas primárias da Luz e Espiche, pois foi em Espiche que iniciei a minha formação escolar há quase 40 anos, mas quem me dera poder hoje integrar uma escola com esta qualidade e estas características. A população da freguesia está a crescer todos os anos, pelo que devemos continuar a investir na modernização das infraestruturas locais e adaptá-las às necessidades do presente e a pensar no futuro”, finalizou o autarca. As intervenções oficiais foram concluídas com as palavras sentidas de 25
Hugo Miguel Pereira, presidente da Câmara Municipal de Lagos, que prontamente elogiou os anteriores autarcas que contribuíram, igualmente, para o nascimento do Centro Escolar da Luz. “A Freguesia da Luz diz-me
muito, daqui vem o meu pai – a minha mãe vem de S. Gonçalo – e vários dos meus familiares passaram pelas escolas que hoje estão a ser substituídas por esta. É uma grande alegria termos terminado um caminho que outros, antes de nós, começaram a trilhar e por termos conseguido, numa estreita articulação com as várias entidades – Ministério da Educação, CCDR Algarve, Junta de Freguesia e Agrupamento de Escolas Júlio Dantas – atualizar o ALGARVE INFORMATIVO #302
projeto, obter financiamento para o viabilizar e contratar empresas profissionais para construir, fiscalizar e apetrechar esta obra. A todos agradeço o vosso empenho”, afirmou o edil lacobrigense, declarando também que este é um exemplo de que a Administração Local está preparada para receber as competências que têm sido transferidas do poder central, o que se traduz “num salto qualitativo nos serviços prestados à população”. “O
poder local tem dado boas provas daquilo que é capaz de fazer e somos quem mais perto das populações está e quem mais rápido responde às suas necessidades. É um dia feliz porque sabemos o quão desejado ele era para o pessoal ALGARVE INFORMATIVO #302
docente e não docente, e que há muito mereciam condições mais dignas para exercer a sua nobre profissão”, frisou Hugo Miguel Pereira. De melhores condições e oportunidades passam a desfrutar igualmente os alunos do Centro Escolar da Luz, que já não precisam sair do recinto para, por exemplo, tomar as suas refeições, e por passarem a desenvolver as suas atividades letivas em salas e espaços com conforto térmico e horário normal, para além de terem um contato mais regular com a biblioteca e brincarem e praticarem atividade física em espaços de recreio mais convidativos. “Estou certo de
que sentirão orgulho enquanto 26
alunos do Centro Escolar da Luz, um estabelecimento de ensino que se destaca pela capacidade, estética, funcionalidade e qualidade de construção. E é também uma data marcante para as famílias, que querem o melhor para a educação dos seus filhos e que aqui encontrarão uma resposta ampliada e qualificada, nomeadamente ao nível do pré-escolar, cujo acesso está mais próximo de se tornar universal”, referiu o presidente da Câmara Municipal de Lagos, dizendo ainda que a atratividade dos territórios é tanto maior quanto a qualidade das infraestruturas e serviços públicos de que dispõem, seja na educação, saúde, segurança ou acessibilidades. “Que este 27
novo equipamento seja uma alavanca para a fixação das famílias, para a formação e capacitação das próximas gerações e para que as pessoas sintam ainda mais orgulho de pertencerem a esta terra”, desejou o autarca. Hugo Miguel Pereira acrescentou ainda que a dinâmica da sociedade, os movimentos migratórios que fazem crescer a população e as exigências pedagógicas e do mundo do trabalho cada vez mais competitivo e global não permitem que se considerem definitivamente concluídos os investimentos na educação. “Uma
oferta educativa renovada que proporcione igualdade de ALGARVE INFORMATIVO #302
oportunidades nas aprendizagens e percursos formativos levou-nos a desencadear um novo ciclo de investimentos que contemplam intervenções de manutenção e reabilitação no parque escolar do primeiro ciclo, atualmente em curso, e a ampliação dos estabelecimentos do segundo e terceiro ciclo do concelho. Neste momento está em desenvolvimento um procedimento concursal para a elaboração do projeto de ampliação e requalificação da EB das Naus e em estudo o lançamento de projeto semelhante para a Escola EB 2,3 Tecnopolis de Lagos”, revelou o edil. “A revisão da Carta Educativa, em ALGARVE INFORMATIVO #302
2018, já identificava esta necessidade de aumento da capacidade do segundo e terceiro ciclo, o que fizemos depois foi ponderar, entre os vários caminhos possíveis, qual o mais adequado do ponto de vista da racionalidade do investimento. Nestas coisas da Educação, os ciclos são obrigatoriamente mais largos, é preciso avaliar o que se fez antes para projetar o futuro, sempre com o foco nas nossas crianças, na formação dos nossos jovens, na valorização e atualização profissional da população ativa”, salientou Hugo Miguel Pereira, antes de visitar o novo Centro Escolar da Luz . 28
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EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA NA ZONA RIBEIRINHA DE PORTIMÃO ALERTA PARA AS AMEAÇAS AO ECOSSISTEMA TERRESTRE Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina Fundação «la Caixa» apresenta, até dia 8 de setembro, na zona ribeirinha de Portimão, a exposição «De Polo a Polo», que revela alguns dos espaços naturais mais incríveis da Terra e a beleza e fragilidade do planeta azul, em sério perigo devido à intervenção do Homem. A mostra é realizada em colaboração com ALGARVE INFORMATIVO #302
a National Geographic e agrupa imagens captadas por prestigiados fotógrafos da Natureza como Frans Lanting, Steve Winter, Paul Nicklen e Tim Laman, entre outros. Do Ártico à Antártica são focados alguns dos espaços naturais mais espetaculares da Terra, muitos dos quais conhecidos como ecorregiões identificadas pela sua elevada biodiversidade e alto nível de espécies 32
endémicas, mas que estão seriamente ameaçadas pela atividade humana. Para além de mostrar a beleza e a diversidade dos espaços naturais do planeta, bem como as suas ameaças, esta ação visa estimular nos visitantes um sentimento de reflexão sobre os efeitos da elevada taxa de extinção das espécies e a destruição do planeta, como resultado da atividade humana. Com efeito, mais de metade das espécies de plantas do mundo e mais de um terço dos mamíferos, aves, répteis e anfíbios habitam apenas 2,3 por cento da superfície terrestre, a maioria nos trópicos, habitats que estão a ser velozmente destruídos, tanto mais que a perda de biodiversidade é alarmante e aumenta a um ritmo nunca antes visto. As fotografias reunidas provêm do
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arquivo da National Geographic Society, integrando esta mostra o programa «Arte na Rua», através do qual a Fundação «la Caixa» pretende levar a ciência, a natureza e a cultura às pessoas fora do contexto habitual dos museus e das salas de exposição, contando, no caso da passagem por Portimão, com a parceria da autarquia local. “Todos nós constatamos os
problemas que estamos a ter com o nosso planeta e temos a obrigação de dar o nosso contributo para que a próxima geração tenha uma vida sustentável. É importante que sejamos capazes de sensibilizar as pessoas para os efeitos que as nossas ações, atuais e passadas,
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estão a ter no ambiente e, acima de tudo, que sejamos capazes de mudar comportamentos”, defendeu Isilda Gomes, presidente da Câmara Municipal de Portimão, aquando da inauguração da exposição. «De Polo a Polo» é, pois, um apelo da National Geographic Society à nossa consciência e sensibilidade, “porque
aquilo que estamos a verificar é que falta qualidade de vida em muitos pontos do globo”, alertou a edil portimonense. “Hoje encontramos situações extremas que jamais imaginaríamos que pudessem vir a acontecer. Nós somos os «guardiões» da Terra e temos ALGARVE INFORMATIVO #302
obrigações, perante os concidadãos do futuro, de lhes deixarmos algo melhor do que aquilo que nós encontramos”, reforçou Isilda Gomes, aproveitando por agradecer à Fundação «la Caixa» por ter trazido esta importante mostra a Portimão. “Este é um problema
mundial que afeta a todos e a responsabilidade de fazer algo não é apenas dos governos ou dos políticos, mas sim de todos os cidadãos. Por isso, temos que criar cidadãos conscientes e que sejam capazes de alterar as coisas para construirmos um mundo melhor”, salientou Isilda Gomes . 34
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ÉLSIO MENAU DÁ A CONHECER O SEU «IMAGINÁRIO» EM QUARTEIRA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina e Jorge Gomes
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stá patente, até 11 de setembro, na Galeria de Arte da Praça do Mar, em Quarteira, a exposição «Imaginário», de Élsio Menau, um dos principais rostos do movimento cultural desta conhecida cidade costeira do concelho de Loulé. A mostra é uma produção de ideias, imagens, conceções e visões para expressar a relação e sentimentos deste quarteirense de gema com o mundo e a sua obra é um constante processo de experimentação, quase como que uma declaração de princípios de um artista multifacetado que procura, a cada novo trabalho, voltar ao princípio, trilhando caminhos diversos. De facto, depois de dominada uma técnica, Élsio Menau experimenta novos formatos, materiais e suportes, sem, no ALGARVE INFORMATIVO #302
entanto, perder de vista a sua marca primordial e o seu caminho. “Nesta
exposição fui remexer em coisas antigas nas quais trabalhava desde 1998, é um processo para chegar a uma fase final. Começa pelas minhas origens no cartoon, depois vira para a natureza, para a Terra, energia e sentimento, segue para uma fase mais realista misturada com artes gráficas, passa para os bonecos em 3D e para as esculturas e finaliza no meu «vandalizar» da realidade, grafiti misturado com roots, com a espiritualidade”, descreve o entrevistado, explicando que a sua linha está perfeitamente definida, mas reconhecendo que é complicado saltar de imediato para ela. “Vou dando 40
uns saltinhos para a frente e para trás para ver o que se apropria melhor em cada momento, porque o meu processo criativo também não é muito rápido”. Élsio Menau começou a dar os primeiros passos na arte urbana no final do século passado, mas nunca foi muito de tags e palavras de ordem no grafiti, era mais aquele que fazia a decoração de fundo, os bonecos que acompanhavam as letras.
“Depois, com os estudos académicos, dominei as técnicas do realismo ao impressionismo, e, quando terminei a licenciatura em Artes Visuais na Universidade do Algarve, foquei-me bastante nas instalações”, conta, à conversa numa
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solarenga manhã de agosto.
“Entretanto, constatei que já havia «milhões» de pessoas a dedicar-se ao realismo, que era só uma maneira de vender quadros, e esse nunca foi o meu objetivo principal. Claro que gosto que as pessoas comprem as minhas obras, mas não quero ficar ligado apenas a um rótulo. Tenho uma forma simples de incutir as minhas ideias e visões nas peças que produzo”, refere, garantindo que desde miúdo que sabia que o seu futuro estaria ligado às artes. “No
princípio eram os cartoons, umas provocações e frases, depois trabalhei 10 anos para empresas
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de design e comunicação, a fazer sites, flyers e cartões. No entanto, cansei-me dos clientes que não sabem ao certo o que querem quando nos contratam, que estão sempre a mudar de ideias. Optei por fazer os meus trabalhos e, quem quer, quer, quem não quer, não quer”. A escolha foi feita de bom grado, mas o caminho não tem sido fácil, admite Élsio Menau, contudo, é um caminho que adora percorrer. E nesse percurso nasceu, em 2001, a Policromia, que em 2012 evoluiu para uma associação, com uma galeria pop-up que organizava eventos com artistas internacionais de street art.
“O objetivo é, assim que terminar esta pandemia, voltarmos a dar formações em desenho, pintura e escultura de grande formato – porque também faço os carros alegóricos e os bonecos para o Carnaval de Quarteira há cerca de sete anos – sobretudo com os jovens locais”, adianta o artista. Já a adaptação à própria evolução do mercado, dos tempos em que o grafiti era encarado como vandalismo até à street art, que é moderna e conceituada e já entrou nas galerias de maior prestígio, foi feita com grande naturalidade. “Faz
tudo parte da cultura do hip-hop, que se tornou o novo pop, é a música que está mais na baila. E, com isso, o grafiti, o dj e o breakdance também evoluíram. No meu caso, como me dedicava mais ALGARVE INFORMATIVO #302
aos cartoons, contratavam-me para fazer pinturas em escolas e creches, agora, na street art, pintamos prédios de vários andares e vamos a festivais internacionais”, compara. Street Art que, em Portugal, ainda está a dar os primeiros passos, mas o cenário é bastante diferente noutros 42
países do velho continente, existindo, inclusive, inúmeros colecionadores destas peças. “Já sabemos que viver da arte
em Portugal é sempre uma luta, há poucos ou nenhuns apoios. As redes sociais, apesar de serem uma desgraça, de serem antissociais, em termos artísticos ajudaram-nos a chegar a muitas mais pessoas, a públicos que, antes, eram 43
inatingíveis para nós. É uma vertente em que tenho vindo a crescer gradualmente”, aponta Élsio Menau, lembrando que, ao ser-se global, também a concorrência é bastante maior. “Temos que marcar
a diferença pela técnica, conceito e alma. Eu sempre tive boa técnica em qualquer estilo que abraçasse, os meus conceitos ALGARVE INFORMATIVO #302
também funcionam bem em instalações, nas pinturas murais é conforme, estou agora a tratar da alma”, acrescenta, sorridente. “Estou a definir a minha linha, aquela que se vai manter por 10 ou 20 anos. É um processo de experimentação e de luta para perceber qual o meu espaço neste mercado gigantesco”. Um mercado em que viver só das peças de autor não é para todos, há que conciliar com criações mais comerciais, e é isso que vai sucedendo com Élsio Menau. “Este ano fui a Loures fazer
um trabalho comissariado sobre o 25 de Abril, realismo, grafismo e incorporação de texto, com o Zeca ALGARVE INFORMATIVO #302
Afonso e o Salgueiro Maia, mas não é precisamente o meu estilo. Dois meses depois fui ao Festival Loures Arte Público e aí já apresentei o meu cunho pessoal, a minha assinatura, realismo misturado com cartoon e outras energias. Claro que as pessoas preferem a pintura sobre o 25 de Abril, mas se fugirmos demasiado à nossa linha, acabamos por comprometer o nosso caminho”, avisa o entrevistado. Quanto a processos, é um misto, esclarece, mas o certo é que todos os dias vai ao seu estúdio e por lá fica horas a fio. “Às
vezes estou a trabalhar numa peça e surge outra ideia, aponto 44
em papel os conceitos e as frases para pegar neles mais tarde. De há uns anos para cá sou mais freestyle, mão-livre, o desenho passa diretamente da cabeça para o papel. Quando misturo conceitos diferentes, aí já tem que ser uma coisa mais elaborada”, admite Élsio Menau. Entretanto, a par da exposição patente na Galeria de Arte Praça do Mar, em Quarteira, e dos projetos que a Associação Policromia tem na agenda para os jovens locais, assim que a pandemia acalmar mais, o artista já começa a pensar no Carnaval de Quarteira 2022. “Tenho que conciliar o
design e conceito dos 10 carros com os grupos que vão desfilar, é um processo complicado que dura 45
alguns meses em torno do desenho e escultura”, assume, não escondendo o seu orgulho por ser quarteirense. “Se tivesse nascido
em Lisboa ou Porto, se calhar tinha tido mais oportunidades, e certamente que o caminho ainda tinha sido mais fácil noutro país europeu, mas sou de Quarteira. Quando me aparecem miúdos com jeito, digo-lhes para irem dar uma volta à Europa Central e aos Estados Unidos. Eu estou mais caseiro por causa do filho e os anos também já vão pesando, mas continuo a participar em festivais internacionais para divulgar o meu trabalho”, conclui Élsio Menau. ALGARVE INFORMATIVO #302
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ANTÓNIO CALVÁRIO ESGOTOU TEMPO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Ricardo Coelho
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uma produção da Junta de Freguesia de Portimão, o TEMPO – Teatro Municipal de Portimão esgotou por completo, no respeito pelas medidas de segurança impostas pela DGS, no dia 24 de julho, para assistir a «Calvário, uma vida de canções». O espetáculo retrata a vida repleta de histórias e de canções de António Calvário, portimonense que é um dos nomes maiores da música portuguesa. No ano em que festeja seis décadas da sua eleição como rei da rádio, António Calvário regressou à sua terra adotiva com um musical inédito, em jeito de reconhecimento pelo seu percurso de cantor, um espetáculo que aplaude de pé a cultura e que aborda a vida, os sonhos e as canções do artista. Deste modo, pelo palco desfilaram emblemáticos temas como «Regresso», ALGARVE INFORMATIVO #302
«Oração», «Sabor a Sal», «É tão bom gostar», «Chorona», «Hotel de Pinho» e «Mocidade», entre outros, mas também foram desvendadas e representadas histórias nunca contadas, como «boleia do estudante» e «armadilha de casamento». Tudo isto com um luxuoso guarda-roupa, uma criativa cenografia e atrativas projeções, numa mistura de concerto e de teatro cujo resultado maravilhou os presentes. Sala cheia para se assistir a uma vida que merece ser recordada e contada e, neste caso concreto, cantada, por um elenco constituído por António Calvário, Jorge Baptista da Silva, Raquel Caneca e Ricardo Miguel, com textos de Flávio Gil. No final do espetáculo, Isilda Gomes e Álvaro Bila, presidentes da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Portimão, respetivamente, subiram ao palco para prestar também a sua homenagem a este ilustre filho de Portimão . 56
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SILVES MEDIEVAL DÁ NOVA VIDA À CIDADE ATÉ 22 DE AGOSTO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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té dia 22 de agosto, Silves é palco do «Silves Medieval», com a cidade vestida com as cores e adereços de outrora, as ruas do centro histórico engalanadas e os sons medievais a criarem um ambiente único. Cenários com História, Noites do AlALGARVE INFORMATIVO #302
Andalus, um Torneio Medieval, concertos no Castelo e Paladares Medievais são alguns dos pontos altos deste evento promovido pelo Município de Silves e que cumpre as recomendações da DGS, com o objetivo de apoiar e alavancar o tecido económico do concelho, num momento particularmente difícil que o 68
comércio, a restauração e a hotelaria atravessam. Um dos destaques do «Silves Medieval» é a liça montada junto à praça alMuthamid, com os conhecidos torneios medievais a realizarem-se até 12 de agosto, com uma sessão única diária, e no Castelo de Silves vão-se viver Noites do Al-Andalus, com os Wayam Ensemble, de 13 a 22 de agosto. A tudo isto juntam-se os Paladares Medievais, evento gastronómico que conta com a participação de mais de três dezenas de restaurantes aderentes que irão incluir na sua ementa um prato medieval (que poderá ser um petisco, uma tapa, uma sobremesa ou uma refeição completa). 69
Na área envolvente aos estabelecimentos aderentes haverá animação de rua, diariamente, a partir das 18h30. Ao todo, Silves proporciona 24 dias num ambiente único, onde Cenários com História convidam a um registo fotográfico no pátio al-andalus localizado defronte do edifício dos Paços do Concelho, na mesquita junto ao torreão ou no monumental pórtico localizado na Rua 5 de Outubro, tendo sempre como pano de fundo a cidade de Silves e alguns dos seus mais emblemáticos monumentos, entre os quais o seu majestoso Castelo . ALGARVE INFORMATIVO #302
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LOULÉ VIBROU COM O JAZZ DE MARIA JOÃO & CIA. Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina e Jorge Gomes
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26.ª edição do Loulé Jazz decorreu de 29 de julho a 1 de agosto, na Cerca do Convento de Espírito Santo, e desta vez Mário Laginha, pianista, compositor e diretor artístico deste festival, com raízes na cidade de Loulé, desenhou um cartaz totalmente português, assim sublinhando a qualidade artística dos músicos nacionais. Subiram então ao palco Bernardo Moreira, Eduardo Cardinho, João Frade, Maria João e Carlos Bica, Pedro Moreira, Miguel Meirinhos, Trio de Jazz de Loulé e Zé Eduardo, mas também houve dois convidados internacionais, 83
nomeadamente, o lendário Jorge Pardo, convidado do trio do algarvio João Frade, e Julian Arguelles, que teve uma participação especial no concerto do Trio de Jazz de Loulé. Ao todo, foram oito os ensembles que se reuniram nestes quatro dias, em mais uma excelente iniciativa da Casa da Cultura e do Município de Loulé.
“Este não é um ano como os outros, todos sabemos. A comunidade dos músicos viu, desde o primeiro período de confinamento, o seu trabalho reduzido a nada, ou quase nada. ALGARVE INFORMATIVO #302
Existindo um número tão elevado de músicos e bandas de Jazz em Portugal, achámos que seria o momento de os honrar fazendo um Festival de Jazz de Loulé totalmente a eles dedicado. Queríamos que viessem músicos de todo o país, dos muito conhecidos, aos por descobrir”, explicou Mário Laginha. O Loulé Jazz 2021 foi, por isso, uma grande festa do Jazz Português, que tem, nas palavras de Mário Laginha, “uma
variedade de estilos e uma qualidade que precisa, urgentemente, de ter uma maior expressão nos palcos do país”, e a escolha não foi fácil. “Haveria muitos mais a convidar. Talvez por isso faça todo o sentido fazer deste ano do ALGARVE INFORMATIVO #302
«Loulé Jazz» o primeiro de muitos em que se celebrará o Jazz e os músicos portugueses”. Já a Casa da Cultura de Loulé louvou o esforço de agentes culturais, técnicos, artistas e todas as equipas envolvidas em assegurar que a cultura continue a cumprir o seu papel na sociedade, mesmo em tempos de pandemia. “Foi
com toda a segurança que proporcionamos este reencontro entre público e artistas, porque a arte é fundamental na regeneração da economia. É também nosso papel assegurar a continuidade e qualidade das atividades culturais”, assumiram os responsáveis da Casa da Cultura de Loulé .
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OrBlua - Um Folhetim Semanal que Celebra a sua Vida e o seu Final Episódio 5 Texto: António Pires | Foto: Jorge Jubilot e OrBlua indos de contextos musicais, culturais, académicos – e até geracionais – bastante diferentes, Carlos Norton, Nuno Murta e Inês Graça pareciam não ter muito mais a uni-los do que aquele feliz acaso que os reuniu no projecto Sul Azul, não restando muito mais que lhe servisse de argamassa para, juntos, começarem a criar música uns
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com os outros. Isto até que a amizade que neles imediatamente nasceu de forma natural e espontânea os levou a outros encontros e longas conversas em que descobriram muitas outras coisas que os conectavam: os mesmos gostos pelas expressões tradicionais do Algarve. Não apenas os já muito batidos corridinhos e bailes-mandados, como também os velhos sarilhos e as antigas
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valsas e mazurcas, as lenga-lengas e trava-línguas; os descantes improvisados no momento (em que o enorme António Aleixo era rei); as cantigas de roda das crianças dessa terra de marafados; as pragas de que só as bruxas algarvias são capazes; os cantos de embalar; os gritos fortes mas lancinantes dos pescadores em alto-mar ou quando puxavam as redes cheias de peixe nas areias das praias – e que muitas vezes mais parecem as melopeias dos xamãs índios da América do Norte ou os cantos mágicos, circulares, hipnóticos, dos gnawas de Marrocos. Tudo isto – a juntar aos gostos muito peculiares de cada um deles – do rockabilly, bluegrass e southern-rock e da folk escandinava aos ritmos tribais andaluzes, africanos e brasileiros ou a uma vertente mais experimental que tanto os aproximava de Erik Satie, Pascal Comelade, Yann Tiersen, Babatunde Olatunji, Max Roach, 3 Mustaphas 3, 101
Sonic Youth, Nirvana como dos… Gaiteiros de Lisboa (e, sim, esta deve ser a primeira vez que num mesmo texto aparecem estes nomes todos juntos) – tomou uma forma muito própria, e originalíssima, na música que os OrBlua começaram então a fazer. Com músicas e letras originais de Carlos Norton – às quais Murta e Inês davam depois as especiarias, as especificidades, as pessoalíssimas suas nuances, os pós de perlimpimpim de que só eles eram capazes – o som único dos OrBlua começou a crescer, em originalidade e graça, no estúdio da RUA FM, em inúmeras sessões de criação, improvisação, discussão, comunhão… Passado pouco tempo, o seu primeiro EP iria ser dado à luz. E uma nova luz – diferente de todas as outras que nesse Sul Azul alguma vez existiu – viria a nascer na música do Algarve . ALGARVE INFORMATIVO #302
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LAGOS COM PROGRAMAÇÃO CULTURAL EM SEGURANÇA … E TUDO COMEÇOU COM OS HMB Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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este Verão, o Município de Lagos apresenta uma proposta de programação cultural única, diversificada e adaptada à realidade de pandemia, com destaque para os regressos dos «Drive In Cinema» e «Lagos Nights Out – Noites no Cais» e para os «Concertos de Verão». O objetivo é dinamizar um dos setores mais afetados com a pandemia, mas também animar a população neste período tão conturbado. À semelhança do que tem sido feito por todo o mundo onde a cultura vai gradualmente ganhando vida, grande ALGARVE INFORMATIVO #302
parte das iniciativas decorrerá ao ar livre, sendo que, no caso dos espetáculos, os lugares são sentados e com o devido distanciamento físico e em recintos especialmente preparados tendo em conta a conjuntura atual. Todos os eventos culturais seguem um rigoroso plano de contingência, aprovado pela Direção-Geral de Saúde, de forma a tornar o acesso mais seguro e em cumprimento das normas decorrentes da crise pandémica. A Feira Concurso Arte Doce foi adiada para 2022, mas a autarquia lacobrigense assinalou a data de forma simbólica com os concertos dos HMB, Aurea, Fernando Daniel e Katia Guerreiro, de 29 de julho a 1 de agosto, 108
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no Parque de Feiras junto ao Estádio Municipal de Lagos, e a Festa do Banho 29 será recordada com um concerto de Blaya, no dia 29 de agosto. De regresso está também o «Drive In Lagos», no Campo de Jogos do Rossio da Trindade, entre 17 e 26 de agosto, com filmes que irão agradar a toda a família. Integrado no projeto de programação cultural em rede do Algarve, o «Bezaranha», o «Lagos Nights Out – Noites no Cais» voltará a deslumbrar no Cais das Descobertas nos dias 3, 4 e 5 de setembro com os Jazzie
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Trio (Paulo Ribeiro, Pedro Glória e Pedro Guerreiro), Marta Alves com Nuno Feist e Guilherme Banza e o grupo Almatriz. Também o Centro Cultural de Lagos continuará a dinamizar a sua atividade, com as exposições «Cada Conta, Conta», de Ana Canto, «Cápsula do Tempo», do Centro Português de Serigrafia (patentes de 9/8 a 9/10) e «2020 ver para crer», de Paulo Figueiras (patente de 2/8 a 24/9) .
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EDUARDO MADEIRA DEU O «PONTAPÉ-DE-SAÍDA» PARA MAIS UM «VERÃO EM TAVIRA» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Miguel Pires (mpalgarve.com)
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pesar dos atuais constrangimentos resultantes da COVID-19, o Município de Tavira decidiu organizar mais uma edição do programa cultural «Verão em Tavira», de modo a que residentes e visitantes tenham a oportunidade de, durante o mês de agosto e início de setembro, assistir a inúmeros ALGARVE INFORMATIVO #302
espetáculos, a preços acessíveis e/ou gratuitos, no Parque e Pátio do Palácio da Galeria, no estrito cumprimento dos Planos de Contingência e das normas aprovadas pela Direção Geral de Saúde (DGS) para este tipo de recintos, ao ar livre, com distanciamento social, em plena colina genética da cidade. Até dia 5 de setembro, o «Verão em Tavira» apresenta uma programação cultural diversificada, multidisciplinar, 118
convidado especial, Carlos Vidal, que, para além de fazer stand up comedy, é médico e partilhou com o público algumas partes engraçadas da sua profissão. O Jazz no Palácio continua a integrar a programação de Verão, com um ciclo de três concertos que terá lugar, no Pátio do Palácio da Galeria, sempre pelas 22h, e que já contou com Mário Laginha Trio (Mário Laginha – piano, Bernardo Moreira – contrabaixo, Alexandre Frazão – bateria) no dia 4 de agosto, seguindo-se, no dia 24, Maria João & Carlos Bica Quartet, que partilham canções do mundo. No dia seguinte será a vez do projeto «Mano a Mano» com os irmãos e guitarristas André e Bruno Santos.
numa perspetiva de inclusão de artistas locais, regionais e nacionais e de valorização da cultura portuguesa. E o arranque deu-se, no dia 1 de agosto, no Parque do Palácio da Galeria, com o espetáculo «Eduardo Madeira convida… Carlos Vidal», uma noite de humor e música, em que temas da sociedade, da política e do desporto foram debatidos de forma pouca isenta e quase nada séria, tanto pelo conhecido comediante Eduardo Madeira, como pelo seu 119
A nível local, já subiram ao palco esta semana, no Parque do Palácio, os projetos Osmose, Fado Tropical e convidados, e Poetas Cantados, com GIGGY e 4 Soul a atuarem no dia 19 de agosto e a Banda Musical de Tavira a 26 do mesmo mês. No dia 11, no mesmo local e hora, a D’ Dance Company, escola sedeada em Tavira, apresenta o espetáculo «Contra Luz». Destaque, no dia 7, pelas 22h, no Parque do Palácio, para o projeto de Renato Júnior «Uma Mulher não chora» com as cantoras Viviane, Sofia Escobar, Rita RedShoes, Joana Amendoeira, Patrícia Antunes e Patrícia Silveira, Luanda Cozetti e Ana Bacalhau, numa homenagem a todas as mulheres. No âmbito do Dia Internacional da Juventude, 12 de agosto, Fernando Daniel, um dos artistas pop mais ALGARVE INFORMATIVO #302
relevantes da atualidade, atua, pelas 22h, no Parque do Palácio, onde dá a conhecer o seu mais recente álbum «Presente». A Orquestra de Jazz do Algarve, um projeto idealizado por Hugo Alves, marca presença, no dia 13 de agosto, pelas 22h, no Parque do Palácio da Galeria. «Capitão Fausto» é uma das bandas do panorama musical português que está, em Tavira, no dia 14 de agosto, pelas 22h, e também o pianista Pedro Burmester protagoniza um dos momentos musicais deste programa, no dia 18, igualmente pelas 22h. Carlão, vocalista e letrista consagrado da música urbana da atualidade, continua na estrada, desta vez, no dia 21 de agosto, pelas 22h, no Parque do Palácio. No dia ALGARVE INFORMATIVO #302
27, também no Parque do Palácio da Galeria e no mesmo horário, sobe ao palco o projeto Miramar com Frankie Chavez e Peixe. The Black Mamba, representante de Portugal no Festival da Eurovisão 2021, na Holanda, está, no dia 28 de agosto, pelas 22h, no Parque do Palácio da Galeria. Em setembro, no fim-de-semana em que acontecia a Feira da Dieta Mediterrânica, o fado está em destaque com o concerto de Fábia Rebordão, no dia 2, e de Sara Correia, no dia 4, ambos pelas 22h, no Parque do Palácio da Galeria. Tempo ainda para assistir às Galas de Fado, promovidas pela associação Fado com 120
História. Assim, no dia 20 de agosto, atuam Raquel Peters, Sara Gonçalves e Teresa Viola. No dia 3 de setembro, a noite é dos fadistas Aurora Gonçalves, Márcio Gonçalves, Sara Minhalma e Sandra Pacheco. Os Amor Electro, uma das principais bandas da atualidade da música moderna portuguesa, fecha a programação do «Verão em Tavira» com um concerto, no dia 5 de setembro, pelas 22h00, no Parque do Palácio da Galeria.
nova exposição «De Triana a Tavira. Cerâmicas sevilhanas dos seculos XIV a XVII», assim como «Tavira Islâmica». Numa iniciativa do Museu Zer0 é possível conhecer, na Ermida de São Roque, de 3 a 19 de agosto, a exposição «S(o)al» dos artistas Miguel Carvalhais e Pedro Tudela, assim como assistir ao trabalho de Luís Conceição e Flow Productions, de 19 de agosto a 11 de setembro.
No Museu Municipal de Tavira é possível visitar, de terça-feira a sábado, entre as 9h15 e as 16h30, as exposições «A ARTE QUE É – II» de Pedro Portugal e «Dieta Mediterrânica, Património Cultural Milenar», ambas no Palácio da Galeria. No Núcleo Islâmico encontra-se patente a
Durante este período regressam também as feiras de artesanato, no Jardim das Palmeiras, às sextas, sábados e domingos, a partir das 18h, numa organização das associações ASTA, Almadrava e Albacora com o apoio do Município .
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OPINIÃO Vigésima nona tabuinha - Amar, Amor Ana Isabel Soares (Professora Universitária) os tempos mortos, como estes de agosto, em que as funções caseiras se reduzem praticamente a fechar persianas mal o sol lhes toca e a abrir outras quando delas se desvia, ou seja, procurar manter confortável o ambiente, faço menos do que o mínimo possível. Há Jogos Olímpicos? Vibro com as vitórias quando mas transmite o locutor da rádio, ou leio algum tweet que disso informa. A televisão – o aparelho – faz-me companhia nas horas habituais: apagada durante a maior parte do dia, acendo-a ao fim do dia e, por regra, fecho os olhos antes de terminar o que escolhi ver e dou por mim, quase sem saber como, na cama, aparelho novamente adormecido. Agora escolhe-se: além dos canais tradicionais, vendem-nos (“É oferta – vem com o pacote”, insiste em apregoar o funcionário, crente, profundamente crente de que a generosidade da empresa que representa não tem quaisquer limites e que ele é [ainda bem que nisso crê] o mais competente arauto dessa empresarial abnegação) centenas, mas centenas de outros, entulho visual que as minhas pernas mentais têm de alçar antes de chegar à pradaria de uma ALGARVE INFORMATIVO #302
série, um documentário, um filme que me prenda. Não consigo achar a regra, mas é muito frequente que ao primeiro soco, tiro, pontapé ou explosão, o dedo me caia no botão do controlo remoto e mude o que vejo. Pelo contrário, se há um beijo, um abraço, um sorriso, estou presa na imagem até que me façam descrer na felicidade. Nem faz falta que sejam histórias novas – não vingava assim o antigo teatro grego? Não sabiam ao que iam os espectadores de cada peça do teatro isabelino, não se conhecem hoje as tramas todas? (Há dias revi, de uma assentada, os três Regresso ao Futuro, e parece-me que não deve ter sido a minha primeira revisão: nem uma pregazinha de velhice lhes encontrei, o mesmo gozo puro). Se existe regra que queira achar no que me detém numa história é o motor dessas histórias que me prendem: “Reza melhor quem melhor ama todas as coisas, as grandes e as pequenas”, escreveu o poeta Coleridge (ou melhor, meti-me eu a passar quase de cor para uma língua que não foi a dele, e errei bem mais, de certezinha, do que o bom poeta Pimenta, que verteu estas Rimas para a língua portuguesa). É o amar, é o amor que me faz parar e querer continuar a saber. De dois programas que recentemente me agarraram, um chama-se «My Love» – série de seis 126
Foto: Vasco Célio
documentários sobre casais que já levam juntos boas dezenas de anos (na verdade, o título tem várias inflexões linguísticas, pois cada episódio segue a narrativa de um casal em lugares diferentes do mundo: a história do casal espanhol chama-se «Mi amor», a do casal brasileiro «Meu amor», e assim por diante): não faz mais do que contar o que tem sido a vida daquelas pessoas, que nada revelam de extraordinário (a não ser que seja fora do comum viverem a par durante décadas). O outro é uma coleção de episódios ficcionais, arrumadinhos em três temporadas: apenas «Love» – que, bem entendido, o 127
mundo mediatizado do último século e meio transformou numa coisa igual a STOP: não há quem no mundo não reconheça o sentido e se detenha. A trama? Do mais antigo que existe, do mais normativo: menino e menina encontram-se por acaso, apaixonam-se, amam-se, reviravoltas, zangas e reconciliações, a constelação de pessoas que os atrapalham ou ajudam, casamento no episódio final, novidade nenhuma (algumas piadas, vá). Hollywood genuíno, assumido, despretensioso, cru – tremendamente loverly . ALGARVE INFORMATIVO #302
OPINIÃO TikTok, a grande rede social do momento Fábio Jesuíno (Empresário) grande rede social do momento em todo o mundo é o TikTok, que ultrapassou recentemente a barreira dos 3 mil milhões de downloads. O crescimento acontece também em Portugal, onde já existe 2,8 milhões de utilizadores e até grandes influenciadores, como o Rui Carlota, que conta já com 5 milhões de seguidores no seu perfil. Este é só um caso de sucesso entre vários já existentes no nosso país, contribuindo para o surgimento de uma nova profissão, os TikTokers, indivíduos que se dedicam a criar conteúdos em exclusivo para esta plataforma, em alguns casos, altamente lucrativa.
brutas de 2,5 mil milhões de dólares. Esta rede social é muito mais do que uma simples plataforma de vídeos divertidos, quer conquistar o mundo captando e apresentando a criatividade, conhecimento e momentos únicos. Outra das grandes apostas desta rede social é a educação, para além de dar privilégio a conteúdos educativos produzidos pelos utilizadores através do seu algoritmo, lançou recentemente o programa #AprendaNoTikTok com o objectivo de apoiar os criadores de conteúdos educativos com a realização de vários workshops técnicos. O TikTok é altamente viciante e divertido, vai continuar a apresentar níveis altos de crescimento e é sem dúvida uma rede social a ter em conta nas estratégias de comunicação das organizações .
O TikTok, para além do sucesso em termos de utilizadores, também apresenta grandes resultados financeiros, conseguindo receitas
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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #302
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