ÍNDICE
Dia do Município de Loulé (pág. 20)
Almancil presta homenagem a João Martins, Hermes Alberto e Volker Huber (pág. 32)
Campo Municipal de Basquetebol de São Brás de Alportel (pág. 40)
Algarve apresenta DECIR 2023 (pág. 50)
Festa da Espiga em Salir (pág. 62)
II MOMI quase a chegar (pág. 78)
«O FIM» no Cineteatro Louletano (pág. 90)
«Dom Quixote» em Lagoa (pág. 104)
Filipa Sousa no «Choque Frontal ao Vivo» (pág. 112)
OPINIÃO
Fábio Jesuíno (pág. 120)
Loulé festejou Dia do Município
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pinaoulé celebrou o seu Dia do Município, a 18 de maio, e o edil Vítor Aleixo aproveitou a habitual Sessão Solene para «prestar contas» aos seus concidadãos, abordando as obras realizadas e outras que se projetam, bem como os desafios e as oportunidades inerentes a um mundo em constante mudança, destacando-se, no seu discurso, duas áreas sensíveis para o futuro do concelho e para as quais a autarquia está a preparar respostas céleres: a escassez hídrica e a habitação. “São
Loulé está absolutamente focado neles”, garantiu.
Em 2022, Loulé aprovou o Plano de Contingência para Períodos de Seca, o primeiro do país à escala municipal, e que constitui a “maior ferramenta para minimizar os impactos e consequências decorrentes das situações de seca”, sendo que este ano a conjuntura é ainda mais grave. Por isso, o Município de Loulé tem vindo a trabalhar “numa verdadeira corrida contra o tempo” para mitigar os efeitos da seca e Vítor Aleixo elencou alguns projetos em curso que têm como objetivo reduzir as perdas e aumentar a
problemas complexos que requerem muito investimento e bastante trabalho e o Município de
eficiência hídrica nos espaços públicos. É o caso da instalação da telemetria nos consumos da Autarquia e nos maiores consumidores do concelho, a criação de zonas de medição e controle e zonas de pressão controlada que irão identificar as áreas de maiores perdas ou a substituição de troços da rede. O total dos investimentos ronda os 1,5 milhões de euros.
Fruto deste trabalho, já foi possível reduzir o valor da água não faturada de 40,9 para 33 por cento e agora o objetivo, com a concretização dos projetos, é “atingir a classificação de Bom (< 20 por cento) nos indicadores da ERSAR de água não faturada, até final de 2025”, adiantou Vítor Aleixo. Mas, em relação à seca na região, o autarca louletano manifestou, uma vez
mais, a sua preocupação e indignação com as novas culturas de regadio intensivo que proliferam neste território, não apenas pela “destruição de milhares de hectares do coberto vegetal mediterrânico, albergue e maternidade de uma riquíssima biodiversidade” “Hoje, a água já vai faltando em muitos casos no interior e, se continuarmos a permitir novas áreas para a agricultura de regadio intensivo, vamos ter problemas em Loulé, Quarteira, Salir, Alte, Almancil e em todo o lado”, frisou.
Neste âmbito, anunciou que no processo de revisão do PDM vai ser tido em conta que “sempre que haja um novo projeto de agricultura de
regadio intensivo, a Câmara seja chamada a emitir parecer vinculativo”. No que toca aos problemas de habitação, o edil apontou a “desregulação do mercado” como causa da impossibilidade do acesso a uma habitação condigna à grande maioria da população, “o que é intolerável”, considerou. Assim, de mãos dadas com a nova geração de políticas do Governo para a habitação, a Autarquia traçou uma Estratégia Local de Habitação e o trabalho começa a surgir. Nesse âmbito, Vítor Aleixo reportou algumas das atividades em curso, nomeadamente as que respeitam ao contrato com o IHRU, “na ordem dos 44 milhões de euros”, com destaque para os 17 fogos de Salir (5 praticamente concluídos), a adjudicação da primeira fase da Clona, com 64 fogos, num valor de investimento
de 12 milhões de euros, e ainda a primeira fase da Reabilitação do Bairro Municipal com 18 fogos, num valor de investimento de cerca de 2,8 milhões de euros, e o concurso para a reabilitação de 7 fogos na Rua de São Paulo, em Loulé, com um valor base de 1,1 milhões de euros.
A grande novidade é mesmo o arranque, na cidade de Loulé, da construção de 129 fogos, na modalidade de habitação a custos controlados, “por parte de um grupo empresarial que tem ampla experiência no setor”. Para levar por diante algumas empreitadas, a Autarquia de Loulé tem recorrido a fundos provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Assim sendo, e até ao momento, foram celebrados 10 contratos de comparticipação com um valor de financiamento a fundo perdido de 12,7
milhões de euros para 87 fogos, representando uma taxa de cofinanciamento de aproximadamente 91 por cento.
Outros domínios da gestão municipal têm sido, contudo, determinantes para a construção de uma comunidade esclarecida. De facto, melhor educação e cultura são também bandeiras para a Autarquia de Loulé e, só nos últimos dois anos, foram investidos 29 milhões de euros na construção de duas escolas (EB1+JI Hortas de Santo António 2 e Creche da Fonte Santa), na musealização dos Banhos Islâmicos e Casa dos Barretos e na aquisição de um edifício que irá permitir ampliar o Cineteatro Louletano. Também
transparência na gestão da coisa pública”, a modernização administrativa tem estado na linha das prioridades do trabalho autárquico. Por um lado, com o importante passo com a abertura de quatro Espaços Cidadão, em Loulé, Quarteira, Alte e Almancil, seguindo-se em breve os de Boliqueime, União de Freguesias e Salir. E, por outro lado, com a aprovação do Plano de Prevenção de Riscos e Corrupção e Infrações Conexas que está a ser “monitorizado na sua aplicação”
Neste «estado da arte» do desenvolvimento do Município, Vítor Aleixo abordou as matérias ligadas à sustentabilidade ambiental e preocupação com os impactos das alterações climáticas, que há largos anos têm estado na linha da frente do trabalho autárquico. “Soaram já todas as
“numa aproximação dos serviços do Estado à população do concelho e na luta pela
campainhas”, avisou o autarca. “Os nossos filhos e netos, no futuro, irão agradecer-nos, ou não, por aquilo que fizemos ou deixámos de fazer para proteger e recuperar vida, e também se formos ou não a tempo na tarefa de descarbonização da economia operando a transição energética a fim de controlar o aquecimento global e o descontrole do clima”, alertou.
Assim, deixou algumas palavras para temas como a biodiversidade, com a Agenda para a Sustentabilidade, Floresta, Biodiversidade e Desenvolvimento Rural do Concelho de Loulé, e transição energética, anunciando o lançamento em breve da comunidade de energia renovável na aldeia de Alte. O
Plano Municipal de Igualdade e Não Discriminação tem permitido “promover a igualdade entre homens e mulheres” no seio do quadro de trabalhadores municipais, mas também a conciliação da vida profissional, familiar e pessoal têm merecido a ação do executivo, disse ainda o responsável municipal.
Por último, o presidente da Câmara Municipal de Loulé falou de um “grande desígnio” que constitui o projeto ligado à Inovação, à investigação científica e ao envelhecimento ativo e saudável e que pretende tornar Loulé num concelho «age frendly». Tendo o ABC – Algarve Biomedical Center como principal parceiro, são vários os investimentos previstos “cuja importância está para além dos limites do concelho,
da região e até do próprio País”. São mais de 50 milhões de euros que até ao momento estão contabilizados para concretizar ações estruturantes como um edifício municipal em Loulé para a investigação na área das neurociências, do cancro e as doenças cardiovasculares, cujo projeto está praticamente concluído.
Na abertura desta sessão solene, o presidente da Assembleia Municipal de Loulé, Carlos Silva Gomes, falou deste órgão como “um local de debate e decisão, sempre centrado nas diversas visões partidárias, mas essencialmente focado no interesse público e no interesse municipal”, contribuindo para aumentar os níveis da democracia e cidadania neste concelho. A revisão do regimento da Assembleia, a colaboração
com a Câmara Municipal e envolvimento nos processos, como é o caso da revisão do PDM, a promoção da igualdade de género e valorização do papel da mulher, tendo sido este o tema escolhido para a sessão comemorativa do 25 de Abril, sem esquecer o papel fiscalizador, central na sua ação, foram algumas das iniciativas referidas pelo líder da Assembleia.
Miguel Esteves
Cardoso feliz por receber em Loulé primeiro prémio
de uma grande carreira
Também no dia 18 de maio, e cumprindo aquela que é já uma tradição
no Dia do Município de Loulé, a Autarquia e a Associação Portuguesa de Escritores distinguiram Miguel Esteves Cardoso com o Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários, pela obra «Independente Demente». Emocionado, o autor dirigiu-se à plateia com palavras de agradecimento: “Obrigado!
Quando digo obrigado à Associação Portuguesa de Escritores e a Loulé, quer dizer que estou obrigado para o resto da vida, tenho essa lealdade, estou obrigado a lembrar-me, a referir este prémio. Qualquer prémio é um ato de generosidade. Ganharam um amigo!”, Garantiu.
Apesar de quase meio século dedicado à escrita, sobretudo na imprensa, tendo começado a publicar em 1975, este é o primeiro prémio que recebe, “uma sensação maravilhosa”, com um sabor especial por tratar-se de uma distinção enquanto escritor, e não apenas pelo seu trabalho como jornalista, mas também por ter o selo de uma instituição como a APE. “As pessoas dizem que os prémios valem o que valem, mas é tudo mentira! Quando vem um prémio – qualquer prémio – foi porque alguém reparou no nosso trabalho. A escrita é um trabalho solitário e só de pensar que houve alguém que prestou atenção e decidiu que ‘este é o melhor’, é tão
bom”, considerou, feliz pelo dia e por toda a envolvência, “em maio, numa cidade bonita”.
A oitava edição deste Grande Prémio foi, assim, atribuída a «Independente Demente», um conjunto de crónicas publicadas entre 1988 e 1992, no antigo semanário «Independente», do qual MEC – a sigla pela qual ficou conhecido – foi fundador e diretor. “Lidas a 30 anos de distância, mantêm quase todas uma atualidade que o passo do tempo não destrói. Continuam a fazer-nos pensar e a fazer-nos rir”, disse Carlos Albino, porta-voz e um dos elementos do júri do prémio, este ano ao lado de Maria de Lurdes Sampaio, professora na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e António Apolinário Lourenço, professor associado
da Universidade de Coimbra. “Literatura do destino, o destino em dois minutos, ou seja, na quantidade que baste”, foi assim que Carlos Albino se referiu às crónicas do premiado, e à sua escrita “atual, de ontem, mas fresca hoje e amanhã”, até porque “não perderam nada do seu brilho, da sua irreverência e da novidade”
Enfatizada pelo júri foi também a vasta temática retratada nestas crónicas, que vão da “vida política portuguesa para o tema geral do amor, ou para a esfera privada de festas de Natal em família, da sua própria família, e ele mesmo”. O “acentuado confessionalismo”, “uma fina ironia” e a forma de MEC observar o
mundo português, “a partir de ângulos muito próprios e com lentes tingidas de britanicidade” levam a análise do júri a fazer uma espécie de comparação do «Independente Demente» com «The Pickwick Papers», de escritor inglês C. Dickens. Os elogios ao autor premiado vieram também da parte de José Manuel Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Escritores. “Não há um segundo Miguel Esteves Cardoso, sobretudo num tempo em que todos os escritores se confundem com todos os escritores, nenhum se confunde com Miguel Esteves
Cardoso, por muito que se esforce!”, disse.
Para o responsável desta associação, sobressai a na obra do autor “a clareza de uma escrita que não tem nada que ver com simplificação, descuido ou pura pirotecnia verbal”. Relativamente à parceria com o Município de Loulé, que começou com um protocolo, em 2016, e se materializou neste prémio, José Manuel Mendes frisou que “irá continuar em todo o seu esplendor”. Quanto a Carlos Albino, que é o mentor do Grande Prémio, destacou o “já importante
património autoral” do mesmo. Recorde-se que venceram até à data este Grande Prémio importantes nomes da literatura portuguesa como José Tolentino Mendonça («Que coisa são as nuvens»), Rui Cardoso Martins («Levantese o Réu»), Mário Cláudio («A Alma Vagueante»), Pedro Mexia («Lá Fora»), Mário de Carvalho («O que eu ouvi na barrica das maçãs»), Lídia Jorge («Em Todos os Sentidos») e José Eduardo Agualusa («O Mais Belo Fim do Mundo»).
Vítor Aleixo relevou a importância desta iniciativa que laureia anualmente crónicas e dispersos literários, caracterizados por serem textos breves. “Essa brevidade
articula bem com uma vida apressada, em que as pessoas não têm muitas vezes a disposição e tempo para lerem obras de maior fôlego”, disse. A projeção que tem merecido no país, no campo das Letras, é também “um contributo de Loulé para a cultura nacional, para o apoio às Artes”
ao Miguel Esteves Cardoso, como aos seus antecessores vencedores deste prémio, a possibilidade que nos dão de, à boleia do vosso talento e da vossa escrita, projetar o Município de Loulé em Portugal”, declarou ainda o edil .
“Agradeço
Almancil dá nome de João Martins, Hermes Alberto e Volker Huber a ruas da freguesia
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina e Jorge Gomes lmancil celebrou, no dia 20 de maio, a vida e obra de três personalidades que marcaram esta terra, com o descerramento de placas toponímicas com os nomes de João Martins, Hermes Alberto e Volker Huber em artérias da freguesia.
Familiares, amigos e muitos almancilenses juntaram-se para descerrar
a placa toponímica com o nome do antigo presidente da Junta de Freguesia de Almancil, João Martins. Localizada entre a ASCA, a associação de que foi fundador e presidente, e a Rotunda do Emigrante, também por ele idealizada, é ali que ficará perpetuada a memória de um dos mais queridos filhos de Almancil e que tanto contribuiu para o “progresso rápido que teve nas últimas três décadas” esta vila, muito em breve cidade. E os amigos e camaradas salientaram o papel que João Martins
teve em muitas obras desta freguesia. “Moveu montanhas, trilhou caminhos, noites sem dormir, saindo do conforto familiar, para realizar algo social para a freguesia e suas gentes”, disse Dora Olival, membro do executivo da Junta. E foi o próprio filho, Alexandre Martins, que, de forma bastante emocionada, realçou o facto de ter sido sempre um homem dedicado à causa pública. “Viveu uma vida inteira para Almancil, colocando muitas vezes em segundo plano a vida pessoal”.
De entre a obra feita, o atual presidente da Junta, Joaquim Pinto, referiu, a par da ASCA, a ampliação do Cemitério de Almancil como um legado deste homem
que pensou sempre nas necessidades da comunidade. Também o colecionismo e as antiguidades fizeram parte da vida de João Martins e, como tal, pretende agora a Junta criar um espaço museológico para colocar todo esse espólio. A par da obra feita, o presidente Vítor Aleixo destacou o facto de ter sido uma pessoa
“dedicado à cultura popular e que valorizava, não apenas as coisas materiais, mas o povo, foi um homem que soube olhar para esse valor”. São, de facto, inúmeras as suas publicações, iniciativas como exposições ou conferências por si promovidas. “Foi um homem multifacetado, um homem rico e que enriqueceu esta terra. Trabalhou sempre com
Almancil no coração, sem nunca esquecer o mundo à sua volta, e soube estabelecer essa ligação orgânica entre o local e o universal”, recordou ainda o autarca.
A rua junto à ASCA denomina-se agora Rua Hermes Alberto, um dos seus presidentes. Também ele com uma vida comunitária e política ligada a Almancil, Hermes Alberto faleceu em 2020, numa altura em que exercia as funções de presidente desta associação social e cultural. “Um homem com um espírito solidário, sempre pronto a ajudar o próximo”, foram as palavras dos familiares. Já os autarcas Joaquim Pinto e Vítor Aleixo salientaram a ligação do homenageado à comunidade estrangeira de Almancil, não só por ele
próprio ter sido emigrante na Alemanha, mas também por ter sido responsável pela segurança na administração da Quinta do Lago. “Um filho que engrandeceu muito esta comunidade, foi um trabalhador incansável pelo desenvolvimento de Almancil e era uma mais-valia desta terra. Foi um engenheiro de um território coeso, que fez a ponte entre os residentes estrangeiros e os poderes públicos e a comunidade local”
Para encerrar a manhã, em S. Lourenço, junto à icónica igreja e em frente ao antigo Centro Cultural de S. Lourenço, foi a vez de ser descerrada a placa com o nome do alemão Volker Huber, fundador
(em 1981) e diretor deste prestigiado espaço, até à sua morte (em 2004). A esposa, Marie Huber, que com ele esteve à frente do Centro Cultural, lembrou a sua chegada ao nosso país. “Foi aqui que vivemos e trabalhámos mais de 30 anos. Quando mudámos da Alemanha para Portugal, foi para realizar um sonho: criar um lugar de encontro entre pessoas interessadas na arte e na cultura, entre os artistas e o público. O Centro Cultural de S. Lourenço proporcionou esse lugar”, disse Marie.
O presidente da Junta de Freguesia enalteceu o papel que este Centro teve “na promoção de Almancil e de S. Lourenço pelo mundo das artes e
da cultura”. “Os habitantes choram bastante o facto de ter terminado a sua atividade”, notou. Já Vítor Aleixo recordou os muitos artistas que por aqui passaram, entre pintores, escritores, músicos, com destaque para o Prémio Nobel da Literatura, o alemão Günter Grass, que era uma visita habitual do espaço “e que era sempre notícia” “O Centro Cultural veio acrescentar beleza e cultura a um lugar que já tinha esses valores tratados de uma forma suprema, na Igreja que se encontra a poucos metros”, disse ainda o autarca de Loulé .
São Brás de Alportel inaugurou campo municipal de basquetebol e quer recuperar a prática da modalidade no concelho
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
Município de São
Brás de Alportel inaugurou, no dia 20 de maio, o novo Campo
Municipal de Basquetebol, que concretiza a proposta vencedora do Orçamento Participativo de 2021 da
autoria do jovem são-brasense David Rodrigues. Um equipamento desportivo que é, ao mesmo tempo, uma obra de arte, sendo o primeiro campo de basquetebol da Hoopers Portugal no Algarve, elaborado pela artista Joana Rodrigues, mais conhecida por Pitanga, e que inclui um mural de homenagem ao fundador do concelho, João Rosa Beatriz.
O campo recebeu a sua primeira competição durante a manhã do dia 20 com um torneio promovido pela Associação de Estudantes da Escola Secundária José Belchior Viegas, seguindo-se a Etapa do Hoopers Street Tour e o jogo de Presente Vs. Futuro, que reuniu os últimos atletas federados que jogaram no concelho e os jovens atletas que praticam a modalidade. “O desafio foi lançado pelo David em plena pandemia e hoje tivemos aqui mais de 40 jogos e largas dezenas de praticantes, para grande alegria nossa, porque a Hoopers é uma plataforma de comunidade”, frisou André Costa, responsável da Hoopers Portugal. “Isto não é apenas um campo de basquetebol e um dos
objetivos é fazer renascer a modalidade no concelho, inclusive ter uma equipa feminina”, referiu, por sua vez, David Rodrigues. “Às vezes há sonhos que ficam por dizer, por deitar cá para fora, e esta é uma prova de que, quando os partilhamos, se calhar em conjunto conseguimos torná-los uma realidade”, destacou ainda Marlene Guerreiro, vice-presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel.
Depois da proposta lançada por David Rodrigues, o projeto foi concretizado por intermédio do CCD – Centro de Cultura e Desporto dos Trabalhadores da Câmara Municipal e Junta de Freguesia de São Brás de Alportel, cujo presidente da
direção é Paulo Silva, antigo praticante e professor de basquetebol. “Ficou aqui mais uma vez demonstrado que as associações podem, em parceria com as instituições públicas,
ajudar a melhorar as infraestruturas dos concelhos. Não devemos deixar essa responsabilidade apenas para os
municípios e precisamos, enquanto associações, estar sempre a exigir as melhores condições para a prática das
nossas atividades e modalidades”, indicou o também coordenador do Gabinete de Desporto da Câmara Municipal de São Brás de Alportel.
Paulo Silva foi treinador de basquetebol da União Desportiva e Recreativa Sãobrasense durante 25 anos, daí não ter escondido a emoção de ver esta obra finalizada. “Na altura havia muito desporto no concelho, mas apenas masculino, o que nos levou a arrancar precisamente com equipas femininas. Espero que a energia que este campo está a gerar seja a rampa de lançamento para que a União consiga retomar a atividade do basquetebol. Para isso, os mais velhos têm que dar o corpo ao manifesto, ajudar, porque há muitos jovens no concelho com gosto por esta modalidade”, apelou Paulo Silva,
deixando ainda uma palavra de apreço pela autarquia local por ter acreditado no CCD para executar esta proposta do Orçamento Participativo de 2021.
Feliz estava igualmente Vítor Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, por mais um equipamento desportivo ter ficado ao dispor da comunidade. “Foi com bastante satisfação que abraçamos esta ideia do David, em parceria com a CCD”, assumiu o edil, recordando os muitos períodos de férias letivas da sua juventude que passou a jogar basquetebol com Paulo Silva. E, entre os vários agradecimentos, uma palavra especial para Custódio Moreno, Diretor Regional do IPDJ do Algarve, “que tem trazido muitos projetos
para o nosso concelho e nos tem ajudado a criar vários equipamentos desportivos direcionados para os mais jovens”.
Custódio Moreno a quem coube a tarefa de encerrar a cerimónia de inauguração do novo Campo Municipal de Basquetebol. “Onde há trabalho, onde há propostas, onde há ideias e projetos, há desenvolvimento, e um país que não tem jovens com ideias e projetos, é um país acabado. Em São Brás de Alportel encontramos um turbilhão de ideias, é um concelho que está sempre na linha da frente. Aqui só não pratica desporto quem não quer, porque modalidades não faltam”, afirmou Custódio Moreno.
“Temos que ouvir os jovens e colocar em práticas as suas ideias,
como aconteceu agora com a proposta do David Rodrigues. O mais importante não é sonhar, é concretizar os sonhos, e o desporto é uma festa em que todos devem participar… e não apenas os homens, daí que a vontade de criar uma equipa feminina de basquetebol em São Brás de Alportel tenha ainda mais mérito”, concluiu o Diretor Regional do IPDJ no Algarve.
A obra foi concretizada ao abrigo do Plano de Reabilitação das Instalações Desportivas do Instituto Português do Desporto e Juventude, com o CCD a investir 80 mil e 116,35 euros, ao passo que o Município de São Brás de Alportel investiu 60 mil e 116,35 euros. Ao IPDJ coube a parcela de 20 mil euros no âmbito da candidatura ao PRID .
Algarve preparado para um Verão que se espera difícil em matéria de incêndios rurais
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve apresentou, no dia 19 de maio, no Portimão Arena, no âmbito da 3.ª Feira Internacional de Proteção Civil e Socorro – ALGARSAFE´23, o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para 2023 que vai ser instalado na região do Algarve. A sessão, conduzida pelo Comandante Regional do Algarve, Vítor Vaz Pinto, contou com a presença do Ministro da Administração Interna, José
Luís Carneiro, bem como das Autoridades Municipais de Proteção Civil, dos Agentes de Proteção Civil e demais Entidades que concorrem para o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais, e deu a conhecer os meios e recursos, assim como o conceito de operação e os mecanismos de resposta que, no período mais vulnerável à ocorrência de incêndios rurais, materializam um dispositivo integrado e permanente que articula o esforço de supressão das ocorrências desta natureza.
No início da sessão, Isilda Gomes, presidente da Câmara Municipal de
Portimão, saudou os homens e mulheres que nas associações humanitárias desempenham o seu trabalho e que são a base do sucesso da proteção civil, mas também “os bons comandos que temos no Algarve”, graças aos quais, no Algarve, “conseguimos dar conta do recado”. “Isto não significa que não possamos vir a ter problemas graves, daí ser fundamental um forte trabalho de prevenção, e todos os autarcas e agentes de proteção civil são exemplares nessa matéria”, frisou a edil, agradecendo ainda a José Luís Carneiro por “fazer o seu trabalho de forma sustentada e tranquila”. “Ser Ministro da Administração Interna é ter a missão de defender as pessoas e bens. Ninguém quer vir
para uma região que não seja segura e o Algarve é um território vulnerável, pois a qualquer momento podemos ter um sismo ou tsunami. E, quando se trata de proteção civil, não tenho memória de que alguma proposta feita pela AMAL tenha sido rejeitada pelos meus colegas autarcas”, salientou Isilda Gomes.
Com a economia algarvia a depender na sua grande parte do turismo, a segurança é um fator primordial para o sucesso alcançado no que toca ao número de visitantes, motivo pelo qual os Serviços Municipais de Proteção Civil se envolvem de forma permanente na defesa da região. “Toda a gente faz o melhor que pode e sabe, a sua dedicação é
total. Um bom Ministro, bons Comandos, bons Operacionais, tem que dar certamente um bom resultado, embora nunca tenhamos garantias de que um incêndio é «agarrado» na altura certa”, declarou a presidente da Câmara Municipal de Portimão, que revelou ainda a necessidade da proteção civil algarvia ter uma autoescada de grande alcance. “O resto vamos conseguindo comprar, porque as autarquias continuam a investir na medida das suas possibilidades. Cada um de nós tem que ser um agente de segurança, e com isso resolveremos muitos dos nossos problemas”, acredita Isilda Gomes.
Durante a apresentação do DECIR foi
também assinado um protocolo de cooperação entre a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, a AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, os municípios algarvios e as Federação e Associações Humanitárias de Bombeiros do Algarve para a constituição do dispositivo regional materializado pelos Corpos de Bombeiros, após o que António Miguel Pina manifestou o sentimento de que “estamos presentes, prontos e empenhados nesta parceria que é um caso único em Portugal, para pagar um pouco melhor a todos estes homens e mulheres que, de forma voluntária, para além do seu horário de trabalho, «dão o corpo às chamas» e por isso devem ser reconhecidos”. O presidente da AMAL não deixou, todavia, de partilhar alguns
desafios e anseios para a região estar melhor preparada para combater os incêndios rurais. “É ambição da região, e com um grande empenhamento da Câmara Municipal de Loulé, de termos finalmente uma dependência da Escola Nacional de Bombeiros, seja na formação inicial como na formação contínua. É também desafio da região aumentar a brigada permanente no nosso território e os municípios estão disponíveis para investir, em colaboração com a Administração Interna, para passarmos dos atuais 30 homens para pelo menos 60 elementos”
António Miguel Pina não terminou o seu discurso sem pedir, todavia, “alguma
proteção para os próprios autarcas”. “De acordo com a atual lei de gestão da floresta, quando tudo corre mal, quando todas as outras entidades não fazem o seu trabalho de proteção e limpeza da floreta, da criação das redes primárias, é o autarca que, no limite, é o responsável por executar estar tarefas. Durante todo o ano estamos sempre preparados para colaborar e investir, mas não é justo que sejamos depois responsabilizados por algo que não é da nossa responsabilidade”, desabafou o presidente da AMAL.
A encerrar a apresentação do DECIR, José Luís Carneiro lembrou que a Europa vive atualmente um desafio muito
exigente do ponto de vista dos riscos naturais e muito particularmente do risco dos incêndios florestais. Prova disso é que, em 2022, houve mais 60 por cento de incêndios em toda a Europa e mais 69 por cento de área ardida, até mesmo em países que não conheciam esta realidade. “Deixou de ser um fenómeno exclusivo dos países do Mediterrâneo, embora continuem a ser estes os que apresentam níveis mais elevados de risco, sobretudo dos incêndios extremos, e a Península Ibérica é o espaço geográfico mais problemático”, apontou o Ministro da Administração Interna. “O ano de 2022 não teve, felizmente, a gravidade de 2003, 2005, 2013 ou 2017, mas
foi um ano bastante exigente para todos nós, devido a condições que são mais propícias à deflagração e à rápida expansão dos incêndios. Tivemos temperaturas de 47º, humidade abaixo dos 10 por cento, como, aliás, já está a acontecer no Algarve, e ventos que ultrapassaram os 60 km/h. Foi neste quadro absolutamente complexo e exigente que o nosso sistema mostrou capacidade, porque, em 90 por cento dos incêndios foi possível debelá-los em menos de 90 minutos e, em mais de 80 por cento dos incêndios, a área ardida foi inferior a um hectare. Isto mostra eficácia
no ataque inicial, na primeira resposta”, elogiou o governante.
Das lições aprendidas no quadro do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais e das recomendações dos peritos que dialogaram com a tutela, foi possível adotar um conjunto de opções que já estão integradas no dispositivo para 2023, com José Luís Carneiro a destacar a existência, nos cinco Comandos Regionais, de representantes institucionais e de personalidades conhecedoras dos incêndios florestais e com competências técnicas que reforçam a capacidade de resposta aos incêndios de maior complexidade. “O sistema melhorou muito em termos de conhecimento, de partilha de informação, de antevisão, de meios humanos, técnicos e
tecnológicos, mas devemos ter mais capacidade de ir de encontro ao incêndio, de trabalhar mais no interior da floresta. Só que há territórios florestais que não permitem o acesso a viaturas e determinados relevos não permitem, sequer, a operação eficaz dos meios aéreos, ou seja, que exigem um combate apeado, daí estar previsto pelo ICNF o incremento das suas equipas para acompanharem as forças especiais de proteção civil, reforçadas igualmente pelos sapadores florestais. Ninguém sabe tudo, temos que aprender com a experiência, com aquilo que falha”, frisou o Ministro da Administração Interna.
José Luís Carneiro reconheceu, entretanto, que ninguém conhece o território e as comunidades locais tão bem como os autarcas, “homens e mulheres possuidores de um conhecimento único relevante no diálogo institucional para se cumprirem os princípios da cooperação, da coordenação de esforços e da subsidiariedade”. “O fogo está nos ecossistemas, é impossível fazê-lo desaparecer, temos é que ser capazes de o gerir em circunstâncias excecionais e com previsão de risco elevado. Para isso também é bastante importante uma atitude atenta e responsável de cada cidadão e, nessa matéria, as autarquias são
absolutamente decisivas. Se 64 por cento dos incêndios ocorridos entre janeiro e abril são de origem negligente, é fácil de perceber onde é necessário trabalhar como primeira prioridade, sensibilizando as pessoas para os cuidados a ter nos trabalhos que realizam no seu dia-a-dia no meio rural”
DECIR em constante mutação em virtude da aprendizagem e experiência
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) definido para o Algarve encontra-se maximizado, financiado pela administração central, local e entidades detentoras dos Corpos de Bombeiros, reforça a Força Mínima de
Intervenção Operacional em cada um dos 16 concelhos algarvios e afeta meios e recursos dedicados dos demais Agentes de Proteção Civil, Organismos e Entidades com dever de Cooperação que, direta ou indiretamente, concorrem para a Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais, na vertente do combate, com a finalidade de garantir, em permanência, a resposta operacional adequada e articulada a ocorrências de incêndio rural, com um encargo operacional compatível com os diferentes níveis de empenhamento considerados em sede de planeamento. “Continuamos a apostar na consolidação das Bases Temporárias de Estacionamento de Meios de Combate em locais estratégicos, com elevado perigo de incêndio rural, para préposicionamento e sustentação
logística de unidades de reforço imediato, antecipando as ações de ataque ampliado através do préposicionamento das duas Brigadas de Combate a Incêndios (BCIN Barlavento e BCIN Sotavento) e da mobilização de dois Grupos de Combate a Incêndios (GCIN) dos Bombeiros do Algarve e da Companhia de Ataque Estendido (CATE) da Unidade de Emergência Proteção e Socorro (UEPS) da Guarda Nacional Republicana. Do mesmo modo, existirão duas Equipas de Reconhecimento e Avaliação da Situação (ERAS) de nível regional, operacionalizadas pelos Bombeiros, à ordem do Comando Regional de Emergência
e Proteção Civil (CREPC), 16 ERAS de nível municipal, uma por concelho, coordenadas pelos respetivos Serviços Municipais de Proteção Civil (SMPC), e uma EquipaTática de Empenhamento de Máquinas de Rasto (ETEMR), operacionalizada por Bombeiros habilitados para o efeito, a qual será, no presente ano, reforçada, garantindo eficiência na coordenação e controlo”, adiantou Vítor Vaz Pinto.
De acordo com o Comandante Regional do Algarve, as alterações mais significativas para 2023 são a operacionalização, a partir do Aeródromo Municipal de Portimão, de uma parelha de Aviões Bombardeiros Médios (AVBM) no período compreendido entre 1 de junho e 15 de outubro. “Estes meios aéreos de combate a incêndios rurais, instalados em permanência na região pela primeira vez, irão dar um grande contributo na eficiência do sistema. Note-se que os meios aéreos de asa fixa mais próximos da região operavam a partir de Beja”, destacou Vítor Vaz Pinto, que falou ainda do reforço da Equipa de Posto de Comando Operacional Regional para gestão de ocorrências de elevada complexidade, com capacidade de gestão de esforço dos seus membros, garantindo assim o funcionamento por vários dias consecutivos, a qual integra agora operacionais e especialistas de outros APC e EC.
Em 2023 existirão mais 11 Equipas de Intervenção Permanente (EIP), nos Corpos de Bombeiros de Albufeira, de Aljezur, de Faro-Cruz-Lusa, de Lagoa, de Lagos, de Monchique, de Portimão, de São Brás de Alportel, de Silves e de Vila Real de Santo António e Castro Marim, assim como mais 2 Equipas do Corpo Nacional de Agentes Florestais do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e 1 Equipa da Força de Bombeiros Sapadores Florestais do ICNF, operacionalizada por 9 bombeiros sapadores florestais, sendo esta uma equipa especializada no âmbito da consolidação da extinção. Ao nível das Medidas Operacionais de Antecipação, vão ser antecipadas as ações de vigilância e fiscalização nas zonas historicamente mais vulneráveis aos incêndios rurais; preposicionados meios de ataque inicial e/ou ataque ampliado e recursos diferenciados, no território, em Locais Estratégicos de Pré-Posicionamento, por determinação do Comandante Regional de Emergência e Proteção Civil; será constituído mais um Grupo de Combate a Incêndios com recurso ao efetivo mobilizável dos Corpos de Bombeiros; serão levadas a cabo ações de sensibilização e informação pública, materializadas pelo patamar municipal da proteção civil, contando com os diferentes atores locais do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais; e será solicitado ao Comando Nacional de Emergência e Proteção Civil o préposicionamento de grupos de reforço para combate a incêndios rurais na região, para o rápido reforço dos teatros de operações .
FESTA DA ESPIGA LEVOU MILHARES A SALIR
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel PinaVila de Salir, localizada no interior do concelho de Loulé, viveu momento
intensos, de 18 a 20 de maio, por ocasião de mais uma Festa da Espiga. A Espiga, ou apanha do Ramo da Espiga, que além da espiga de trigo é composto por ramo de oliveira, papoila e alecrim entre outras flores, celebra-se por tradição na Quinta-Feira da Ascensão e é o mote desde 1968 para uma festa muito genuína e que mostra a identidade deste povo.
O programa preparado pela Junta de Freguesia de Salir, em colaboração com a Câmara Municipal de Loulé, atraiu
milhares de visitantes à Rua José Viegas Gregório e artérias envolventes, com muita gastronomia nas tasquinhas distribuídas ao longo do recinto, artesanato local e produtos regionais, mas também bastante animação de rua com Filipe Romão, Luís Simenta e Diogo Ramos. E se o primeiro dia arrancou, logo pela manhã, com o Passeio Pedestre e de BTT, o grande destaque foi para o histórico e interessante cortejo etnográfico que subiu a Rua José Viegas Gregório e durante o qual foram declamados, em frente à tribuna presidencial, poemas de improviso para felicitar as entidades autárquicas por uma determinada obra ou então reclamar ou lembrar uma outra intervenção ou reparação que ainda se encontra por fazer.
O desfile marca a origem desta festa e integra mais de 20 tratores e para cima de 200 figurantes, onde cada galera está superiormente decorada, representando sítios e lugares da freguesia de Salir, mas também inúmeras profissões que foram e ainda são o suporte económico desta zona da Serra do Caldeirão, entre as quais a tiragem da cortiça, a monda do trigo, o vinho da Nave do Barão ou a destilação da aguardente de medronho. Além da representação etnográfica, houve também lugar ao folclore com as danças e cantares dos grupos da freguesia, nomeadamente o Rancho Folclórico «As Mondadeiras das Barrosas» e o Grupo Etnográfico da Serra do Caldeirão –Cortelha.
Pelo palco principal passaram, na primeira noite, as sonoridades mais
populares com o Baile de Ruben Filipe e os ritmos country com o artista Zé Amaro. Na sexta-feira, o cartaz «piscou o olho» à juventude, com a atuação dos DString Band e de Jimmy P. A fechar a animação deste segundo dia subiu ao palco uma das vozes mais conhecidas da rádio em Portugal, mas que veio a Salir para passar música, o Dj Wilson Honrado. Na tarde do dia 20 de maio, o Parque Desportivo de Salir encheu-se para acolher os mais novos, com a Festa das Espiguinhas, onde não faltou um Torneio de Futebol, bem como insufláveis, piscina, jogos tradicionais, pinturas faciais, trampolins e muita animação. À noite, o palco principal recebeu os The Gift, mas antes ainda atuaram os Allcante. Para encerrar a edição de 2023 da Festa da Espiga, o house music ecoou pelo recinto pelas mãos do Dj Sunlize .
2.º MOMI –FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO FÍSICO – ALGARVE QUASE A CHEGAR
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Festival MOMIsegunda edição do MOMI – Festival
Internacional de Teatro Físico –Algarve tem lugar entre 8 e 11 de junho com uma forte aposta na qualidade da programação, que inclui uma conferência/espetáculo para assinalar o 100.º aniversário do nascimento do reconhecido mimo francês Marcel Marceau, precursor e embaixador do Mimo e da Pantomima de Estilo no século XX. O Festival, organizado pelo JAT – Janela Aberta Teatro, demonstrou logo na sua primeira edição um grande potencial de crescimento e afirma-se, neste segundo ato, como uma referência
do Teatro Físico a nível nacional e internacional.
Um dos sinais dessa projeção foi o número de candidaturas de artistas e companhias que responderam à open call, cerca de 250 espetáculos oriundos de mais de 50 países. Não admira, por isso, que Faro vá assistir, por estes dias, a uma programação de elevada qualidade, diversificada, da responsabilidade de companhias consagradas internacionalmente, mas também de companhias em ascensão, com uma aposta em linguagens e fórmulas diversas e para públicos de todas as idades.
Desde «RoundAround», dos Bratislava Puppet Theatre da Eslováquia, que abre o
festival no Conservatório Regional do Algarve, com um surpreendente espetáculo para público infantil, até «Smashed2» da premiada companhia Gandini Juggling do Reino Unido, que encerra o festival no Teatro das Figuras, o público terá a oportunidade de assistir a um total de 13 espetáculos de Teatro Físico em várias salas da capital algarvia, designadamente, o Teatro das Figuras, o Teatro Lethes, o IPDJ e o Auditório do Conservatório Regional Maria Campina, mas também ao ar livre, no Palco da Doca, Jardim Manuel Bivar e Jardim da Alameda. O Festival conta com cinco estreias em Portugal e dá novamente ao público a oportunidade de ver, e deslumbrar-se, com a companhia que levou ao rubro o Teatro Lethes no MOMI 2021, os argentinos Un Poyo Rojo.
A edição de 2023 conta ainda com
galardões para os espetáculos, em duas categorias: Prémio para o Melhor Espetáculo e Prémio do Público. A formação é outra aposta da organização, de modo que, durante a semana do festival, serão realizados cinco workshops em diversas áreas do Teatro Físico, para todas as idades, desde o Mimo, à Dança Teatro, passando pela Dramaturgia e o Método Suzuki, até à Comédia Física. Estes workshops terão lugar no Atelier do Movimento, na Camada – Centro Coreográfico e na Escola Secundária Tomás Cabreira. Para além dos espetáculos e workshops, o MOMI –Festival Internacional de Teatro Físico –Algarve proporciona alguns encontros com os artistas no final dos espetáculos e uma conferência/espetáculo que celebra o 100.º aniversário de Marcel Marceau, com a presença de personalidades e artistas que conviveram, estudaram e/ou
trabalharam com o reconhecido mimo francês.
Os espetáculos ao ar livre são gratuitos e a aquisição de bilhetes para os restantes espetáculos pode ser feita através da BOL, Worten, Fnac e CTT, ou diretamente nas bilheteiras dos teatros. Para quem não quer perder pitada desta segunda edição, há ainda o MOMI PASS, um bilhete único que dá acesso a todos os espetáculos, com oferta de uma t-shirt do festival. O MOMI PASS está à venda exclusivamente em momi.bol.pt. Toda a informação sobre os espetáculos está disponível em www.colectivojat.com.
O MOMI – Festival Internacional de Teatro Físico – Algarve 2023 conta com os apoios do Município de Faro,
Iberescena, Direção Regional de Cultura do Algarve, Acción Cultural Española, Fundação GDA, Teatro das Figuras –TMF, Teatro Lethes e ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve. Tem como parceiros o Gimnásio Clube de Faro, IPDJ – Instituto Português do Desporto e da Juventude, Conservatório Regional do Algarve Maria Campina, Fundação Pedro Ruivo, Região de Turismo do Algarve, Fundação INATEL, Forum Algarve, Camada – Centro Coreográfico, Atelier do Movimento, Agrupamento de Escolas Tomás Cabreira, Cineclube de Faro, UALG –Universidade do Algarve, Carob World, te-Atrito, Manná, By Necton, AR Publicidade, Algarve Informativo, Barlavento, Rádio RUA FM, Antena 2 .
CINETEATRO LOULETANO RECEBEU «O FIM», COM TEXTO INÉDITO DE GONÇALO M. TAVARES
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
FIM, a nova criação da companhia de teatro Momento – Artistas Independentes, foi a cena no Cineteatro Louletano, em Loulé, no dia 12 de maio. Com encenação de Diogo Freitas, o espetáculo parte do texto inédito «A Velhice», de Gonçalo M. Tavares, e dá continuidade ao trabalho de cruzamento de artes que a companhia tem vindo a explorar – teatro, música, dança, performance e, desta feita, uma novidade, o novo circo.
Patenteando um espaço poético, não representativo, com quatro vozes que nele habitam e descobrem aquele universo, o espetáculo gira em torno do tema «fim», englobando os seus vários
aspetos: o fim como término; como novo começo; como uma etapa de um ciclo; como centro do mistério e especulação; como infinito; como algo poético; como algo palpável; como ideia de desespero; como ideia de alívio; como esperança; como união; como separação; como vazio; como preenchimento; como objetivo; como inevitável. “Ecoando como um grito de desespero, de loucura, de força e de vulnerabilidade, as transformações nas suas vidas individuais
passadas coletivamente naquela sala branca acabam por revelar que, na verdade, só a Morte é o verdadeiro melhor amigo do ser humano. Assim, do pálido realismo ao saturado surrealismo,
o espetáculo representa as fases da vida que forçam o recordar daquilo que, como seres humanos, melhor gostamos de esquecer: a efemeridade da vida. Será apenas coincidência o facto de irmos ficando todos «xexés» à medida que nos vamos esquecendo de esquecer? E que doloroso é relembrar que estamos só a uma palavra do nosso próprio fim”, refere Diogo Freitas.
Através da experimentação, da pesquisa teatral e do cruzamento de áreas, a
jovem companhia de teatro Momento –Artistas Independentes tem vindo a procurar uma nova linguagem artística. No texto do reconhecido autor Gonçalo M. Tavares, encontrou uma parceria verdadeiramente simbiótica em pontos tão importantes do seu trabalho como o «passado VS presente» ou a «poesia VS crueza». «O FIM» que foi interpretado por Clara Nogueira, David Almeida, Pedro Oliveira e Sara Maia, numa coprodução do Teatro Diogo Bernardes, Casa das Artes de Famalicão, Cineteatro
Louletano, São Luiz Teatro Municipal e Teatro José Lúcio da Silva. A Momento –Artistas Independentes tem como principal parceiro financeiro o Município de Vila Nova de Famalicão .
IDEIAS DO LEVANTE APRESENTOU «DOM QUIXOTE» NO CENTRO CULTURAL CONVENTO S. JOSÉ
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Ideias do Levante25.ª produção do Teatro Ideias do Levante, intitulada «Dom Quixote», com direção artística do professor Mário
Rui Filipe, foi apresentada, perante uma sala repleta de público, no dia 6 de maio, no Auditório do Centro Cultural Convento
S. José, em Lagoa. O espetáculo foi protagonizado por elementos do grupo de formação teatral da Ideias do Levante, nomeadamente, Pedro Rodrigues, David Simões, Catarina Pires, Francisco Leal, Ana Filipa de Carvalho e Melissa Cardoso. A produção contou com o apoio do Município de Lagoa, do estorninho.biz, da photos4life e da comunicação social local, regional e nacional .
FILIPA SOUSA BRILHOU EM MAIS UM CHOQUE FRONTAL AO VIVO NO TEMPO
Texto: Vera Lisa| Fotografia: Vera Lisam 2023, o TEMPO –Teatro Municipal de Portimão assistiu ao regresso do programa de rádio «Choque Frontal ao Vivo» para mais uma temporada e, depois dos Brasa Doirada em janeiro, dos Alcoolémia em fevereiro e de Tozé Brito em abril, no dia 18 de maio foi a vez do programa da Alvor FM receber ao vivo a cantora Filipa Sousa e a sua banda.
Ricardo Coelho e Júlio Ferreira apresentam em palco este projeto onde conversam com os artistas que são convidados a fazer algumas atuações pelo meio e, no fim, o público tem a possibilidade de saborear doces, salgados e vinhos do Algarve e conviver com o artista. Filipa Sousa subiu ao palco
acompanhada por Emanuel Nunes (Teclas), Mário Inácio (Guitarra), Dany (Baixo) e Rodrigo Correia (Baixo) e o principal tema de conversa foi o Festival da Eurovisão, que levou a cantora a Baku, Azerbaijão em 2012. Porém, todo o percurso musical da convidada foi abordado, desde a sua infância, passando pela participação na Operação Triunfo, assim como outros concursos e festivais, e a sua experiência com o grupo AlMouraria, com quem atuou durante alguns anos em Portugal e no estrangeiro. A música não podia faltar e o público foi presenteado com os temas «Acreditar», «Miradouro», «Grito de Amor», «Ferreiro/Laurindinha», «No Teu Poema», «Vida Minha» e «Há Lá Coisa Melhor». O Choque Frontal ao Vivo regressa ao TEMPO no próximo mês de setembro .
s Coldplay fizeram um grande sucesso em Portugal, com a série de quatro concertos na cidade de Coimbra, nos dias 17, 18, 20 e 21 de maio, que serviram de arranque à tour europeia do «Music of the Spheres».
Um aspeto que deve ser explorado é como os concertos dos Coldplay se tornaram um exemplo notável de estratégias de marketing eficazes. Desde a criação de experiências imersivas até ao envolvimento do público, essas lições oferecem insights valiosos para profissionais de marketing em qualquer setor de atividade.
1 - Conheça o Público:
Antes dos concertos, os Coldplay realizam um trabalho de pesquisa detalhado para compreenderem as expectativas de seu público local. Eles têm pleno conhecimento de quais são as suas músicas mais populares, quais mensagens com mais impacto e como criar uma experiência inesquecível para todos. Da mesma forma, no marketing, é essencial conhecer seu público-alvo com detalhe. Compreender as necessidades, desejos e preferências do seu público, vai
permitir criar campanhas envolventes e personalizadas.
2 - Criação de Experiências Memoráveis:
A criação de experiências imersivas e memoráveis é uma das características diferenciadoras dos espetáculos dos Coldplay. Vão além de simples apresentações musicais, dedicando-se a envolver o público num mundo único através de cenários únicos, iluminação envolvente e efeitos visuais impressionantes. Essa abordagem proporciona uma forte ligação emocional, deixando uma imagem duradoura na memória dos fãs e reforçando a reputação da banda como uma experiência completa.
3 - Envolvimento do Público:
Os concertos dos Coldplay destacam-se pelo intenso envolvimento do público. A banda incentiva ativamente a participação dos fãs através de coros coletivos, convites ao palco e até mesmo a distribuição de pulseiras luminosas que se sincronizam com a música. Esse tipo de envolvimento gera entusiasmo, um sentimento de pertença e cria uma atmosfera de comunidade entre os espetadores. No contexto do marketing, esta lição demonstra como o envolvimento ativo do público pode
As lições de marketing do concerto dos Coldplay Fábio Jesuíno (Empresário)
estabelecer conexões mais profundas e um maior compromisso com uma marca.
4 - Utilização de Tecnologia e Redes Sociais:
Os Coldplay demonstram uma habilidade extraordinária na utilização da tecnologia e das redes sociais para potenciar os seus espetáculos. Com recurso a ecrãs gigantes, projeções visuais inovadoras e interações envolventes, a banda cria um concerto visualmente impactante. Além disso, incentivam os fãs a partilhar as suas experiências nas redes sociais, criando uma comunidade virtual em torno dos espetáculos. Esta estratégia ilustra o poder das plataformas digitais no
marketing, permitindo ampliar o alcance das experiências ao vivo.
5 - Foco na Exclusividade:
Os Coldplay percebem a importância da exclusividade para criar antecipação e procura. Com frequência, realizam concertos surpresa em locais íntimos ou organizam apresentações exclusivas para fãs selecionados. Essa abordagem gera uma sensação de privilégio e aumenta a perceção de valor em torno dos concertos da banda. No contexto do marketing, fica claro que a exclusividade pode ser uma estratégia eficaz para atrair e envolver o público-alvo.
Os concertos dos Coldplay vão além da simples performance musical e representam uma valiosa fonte de inspiração para os profissionais da área do marketing. Através da criação de experiências memoráveis, da utilização da tecnologia e das redes sociais, bem como do foco na exclusividade, a banda estabelece um exemplo notável de estratégias de marketing eficazes. Essas lições podem ser aplicadas em diversos setores de atividade, promovendo ligações mais profundas e um maior envolvimento com o público-alvo .
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