REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #408

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ALGARVE INFORMATIVO 21 de outubro, 2023

| «QINFORMATIVO DE QUÊ»#408 1 MINISTRO DA SAÚDE VISITOU OLHÃO E SÃO BRÁS DE ALPORTEL | BRIGADA VÍTOR JARA ALGARVE FUTEVÓLEI NO CARVOEIRO | CENTRO OFTALMOLÓGICO DO ALGARVE | «ESCOLHAS» ARRANCOU EM QUARTEIRA


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ÍNDICE CHUA inaugurou Centro Oftalmológico do Algarve (pág. 20) CCDR Algarve e AMAL desafiam freguesias a valorizar os recursos endógenos (pág. 32) 9.ª Geração do Programa «Escolhas» arrancou em Quarteira (pág. 40) Manuel Pizarro visitou Olhão e São Brás de Alportel (pág. 52) Final do Campeonato Nacional de Futevólei no Carvoeiro (pág. 62) Maria João e Mário Laginha no Cineteatro Louletano (pág. 72) Brigada Vítor Jara no Cineteatro Louletano (pág. 88) «Q de Quê» no Cineteatro Louletano (pág. 102)

OPINIÃO Ana Isabel Soares (pág. 120) Fábio Jesuíno (pág. 122) Dora Gago (pág. 124)

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CHUA inaugurou novo Centro Oftalmológico do Algarve e reforçou resposta pública na região Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina a data em que assinalou o Dia Mundial da Visão, 12 de outubro, o CHUA – Centro Hospitalar Universitário do Algarve inaugurou o novo Centro Oftalmológico do Algarve, uma valência que tem como objetivo aumentar a acessibilidade, reforçar a qualidade e promover a diferenciação na prestação de cuidados de saúde ALGARVE INFORMATIVO #408

oftalmológicos na região. Com um investimento de cerca de 1,1 milhões de euros, o novo Centro Oftalmológico do Algarve vai servir todos os utentes da região e tem como objetivo “eliminar

as listas de espera na especialidade, bem como apoiar a atividade em oftalmologia nos hospitais de Faro e de Portimão, garantindo assim respostas mais céleres aos utentes”, referiu a 20


presidente do Conselho de Administração do CHUA, Ana Varges Gomes.

“Desafiamos uma equipa de excelentes médicos para embarcaram neste projeto connosco, e que nos permitiram pensá-lo e construí-lo de raiz com o espaço que tínhamos. Daqui a um ano, acredito que as listas de espera sejam uma coisa do passado, que sejam algo residual”. Aproveitando a presença dos autarcas e decisores algarvios, a Presidente do Conselho de Administração do CHUA realçou o facto da união e contributo entre todos ter permitido a criação deste centro, enfatizando que “este é mais

um exemplo de que, quando a região se une, consegue fazer

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coisas extraordinárias”. “Quando agimos como se fossemos uma região autónoma – o que, no fundo, é aquilo que poderíamos e deveríamos ser – podemos fazer coisas incríveis. Quando nos unimos somos bastante fortes e conseguimos fazer muito bem, porque estamos habituados a fazer muito com muito pouco. Temos que deixar de ser apenas a estância de férias do resto do país e mostrar-lhes que somos muito mais do que isso, porque, quando nos deixam, conseguimos fazer coisas de forma autónoma”, salientou. Ana Varges Gomes recordou ainda que,

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em janeiro de 2024, entrará em funcionamento a nova ULS – Unidade Local de Saúde do Algarve, com um orçamento expectável de 520 milhões de euros, numa região que tem uma população residente de cerca de 450 mil habitantes, e mais 400 mil, em média, que estão na região, sem serem dela naturais. “É metade do orçamento

de outras ULS cujos cuidados ALGARVE INFORMATIVO #408

diferenciados não são exatamente os mesmos dos nossos, porque nós somos «fim de linha», não há ninguém para além de nós, daqui só para Lisboa”, desabafou, deixando o apelo “para que todos saibamos valorizar o que é nosso”. “Podemos colocar o Algarve no mapa, mostrando que, com o 22


pessoas sem cuidados. O Conselho de Administração do CHUA está ao vosso lado e não iremos obrigar ninguém a fazer rigorosamente nada, mas agradecemos a forma altruísta como têm mantido os serviços de urgência a funcionar. Vocês são os nossos heróis”, elogiou Ana Varges Gomes. Também o Presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, António Miguel Pina, enalteceu a criação desta nova valência e o apoio dos municípios algarvios para a sua concretização, a qual representa “uma

mais-valia para a população do Algarve”, mas não escondeu a sua insatisfação por “serem sempre os autarcas a substituírem as funções do Estado”. “É algo que nem sempre entendemos bem, mas dificilmente somos capazes de dizer «não» quando somos chamados para estas parcerias, pois não há ninguém mais preocupado com a saúde das populações do que os seus autarcas”, frisou o presidente da mesmo dos outros, conseguimos fazer muito melhor. E temos que agradecer aos nossos profissionais porque, numa altura complexa e de muita crise no setor da saúde, têm dado o melhor deles. Temos profissionais com mais de 500 ou mil horas extraordinárias e, mesmo assim, não deixaram as 23

Câmara Municipal de Olhão. Quanto à futura ULS, António Miguel Pina apontou que servirá, em média, quase um milhão de pessoas no dia-a-dia,

“pelo que temos que encontrar outra forma do Sistema Nacional de Saúde ser financiado no Algarve”. “Este é o compromisso que posso assumir como ALGARVE INFORMATIVO #408


presidente da AMAL, perante os profissionais de saúde e aqueles que se dedicam à direção do SNS no Algarve. Só assim poderemos ter as disponibilidades financeiras para custear os nossos prestadores de serviço, sejam eles médicos, enfermeiros ou assistentes operacionais”, declarou António Miguel Pina. Já o Presidente da Câmara Municipal de Lagos, Hugo Pereira, garantiu que não teve dúvidas em dizer “contem connosco” quando o desafio para a criação deste centro foi lançado, numa ALGARVE INFORMATIVO #408

primeira fase, aos municípios das Terras do Infante. “Depois, atendendo à

dimensão do investimento e à importância que o mesmo tinha numa solução que há muito o Algarve precisava, estendemos este desafio aos restantes municípios da região, porque não podíamos perder esta oportunidade para resolver um grande problema que aflige as nossas populações”, sublinhou o autarca lacobrigense. Durante a sessão foram ainda assinados os protocolos entre o Conselho de 24


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Administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve e os municípios que contribuíram para que este novo centro fosse uma realidade. Equipado com a mais recente tecnologia em Oftalmologia e contando com uma equipa multidisciplinar dedicada, o Centro Oftalmológico do Algarve desenvolve atividade de Consulta, Exames e Cirurgias em regime de Ambulatório, aproveitando a capacidade das duas salas do Bloco Operatório da nova unidade do SNS, o Hospital Terras do Infante, inaugurado em novembro de 2022 pelo Ministro da Saúde, Manuel Pizarro. A resposta assistencial inclui, entre outras, cirurgia da catarata, injeções, cirurgia de pterygia, cirurgia do segmento posterior e injeções intravítreas, permitindo, simultaneamente, apoiar os ALGARVE INFORMATIVO #408

outros dois hospitais públicos CHUA no Algarve, bem como os Cuidados de Saúde Primários, na resolução e eliminação definitiva das listas de espera da especialidade de Oftalmologia. Em termos de produção e capacidade de resposta, em plena operação, a equipa estima realizar cerca de 9 mil e 500 consultas e 2 mil e 500 cirurgias/procedimentos cirúrgicos por ano. Trata-se, portanto, de um centro de alto volume e qualidade assistencial que envolveu um investimento na ordem de 1,1 milhões de euros em equipamento, e que, para além do investimento próprio, contou com o apoio da AMAL, da Fundação Dieter Morszeck e dos Municípios de Albufeira, Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Lagoa, Lagos, Loulé, Monchique, Olhão, Portimão, São Brás de Alportel, Tavira, Vila do Bispo e Vila Real de Santo António . 26


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CCDR Algarve e AMAL desafiam freguesias a participar na valorização dos recursos endógenos da região Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina eve lugar, no dia 3 de outubro, a sessão «Desenvolvimento e valorização de recursos endógenos em territórios de baixa densidade», no Museu do Traje, em São Brás de Alportel, na qual foram apresentados os resultados do trabalho desenvolvido no âmbito do PADRE – Plano de Ação para ALGARVE INFORMATIVO #408

Desenvolvimento dos Recursos Endógenos e das parcerias com as autarquias locais e as associações de desenvolvimento local. Foram também enumerados os próximos desafios e oportunidades no quadro do Programa Regional ALGARVE 2030. A iniciativa foi promovida pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve e 32


pelo Programa Regional ALGARVE 2030, em conjunto e em parceria com a AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, e contou com a presença, na sessão de abertura, de Vítor Guerreiro, Presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, Brandão Pires, Primeiro Secretário da AMAL, e José Apolinário, Presidente da CCDR Algarve, que destacou a importância, não só de fazer um balanço do trabalho desenvolvido, como, essencialmente, de “projetar o futuro”. Agradecendo à AMAL “pela

colaboração, execução e empenho neste projeto”, alertou para a exigência da atualidade e para a necessidade, essencial, “do apoio dos

municípios, das freguesias e do trabalho em rede”. Apesar da população ter aumentado cerca de 4 por

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cento entre 2011 e 2021, no Algarve, registou-se uma descida no interior e a idade média aumentou, pelo que José Apolinário apelou “à apresentação e

dinamização de novos projetos a realizar pelos municípios e freguesias, sendo a aposta em aldeias inteligentes e digitais uma das ambições para o futuro”. José Apolinário lembrou que, há 20 anos, houve a preocupação de se dinamizar o programa «Aldeias» para a criação e valorização de infraestruturas no território no interior da região algarvia, cujos projetos conheceram dois quadros comunitários de apoio. “O

desafio que hoje é colocado é mais exigente e precisamos da ajuda de todos, dos municípios e juntas de

Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé ALGARVE INFORMATIVO #408


freguesia, das associações de desenvolvimento local. Temos uma vasta zona do interior onde estamos a perder população e onde residem sobretudo pessoas idosas. Claro que não basta apostar nos valores endógenos, é preciso ter acesso à conetividade, daí o governo ter anunciado o concurso para o 5G e o ALGARVE 2030 tem 15 milhões de euros para ajudar a melhorar a cobertura no barrocal e no interior. Precisamos articular instrumentos e trabalhar em rede”, frisou o presidente da CCDR Algarve, elogiando a recuperação dos mercados de produtos locais, os apoios à apicultura, ao medronheiro e alfarrobeira realizados na última década, “mas ALGARVE INFORMATIVO #408

ainda não se concretizou a recuperação e requalificação dos mercados de Aljezur e Monchique”. “O papel do Programa Regional, ao receber verbas, é decidir o que vamos fazer com elas, quais os objetivos que pretendemos atingir, que indicadores queremos influenciar positivamente, e para isso vamos reforçar a delegação de responsabilidades na AMAL e queremos fortalecer as redes”, apontou ainda o presidente da CCDR Algarve. Brandão Pires, Primeiro Secretário da AMAL, partilhou algumas ideias, preocupações e melhorias que pensa que 34


devem ser introduzidas num programa que reputa de grande importância. “O

PADRE tem características únicas e atua em territórios muito difíceis, os de baixa densidade, onde se vai conseguindo atenuar ou contrariar ligeiramente aquelas que são as forças do mercado. Há alguns sinais que nos deixam esperanças, como é o caso de Aljezur e Vila do Bispo, que reverteram a tendência da quebra demográfica, assim como São Brás de Alportel, mas não é uma luta fácil”, admitiu Brandão Pires. No uso da palavra, Vítor Guerreiro destacou a importância do apoio do Programa Operacional Regional CRESC ALGARVE 2020 para o desenvolvimento

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de projetos em São Brás de Alportel, entre os quais a Casa da Memória da Estrada Nacional 2, importante recurso que gerou grande dinâmica e atratividade, bem como a Casa da Serra em Parises, pequeno centro interpretativo da Serra do Caldeirão que revisita tradições e saberes ancestrais.

“Por muito que se faça e se invista, as dinâmicas familiares dos tempos modernos acabam por afastar as pessoas dos territórios do interior, mas os projetos e oportunidades que surgem através do PADRE são importantes para impulsionar as zonas rurais mais deprimidas. Há que valorizar a paisagem, a natureza, as tradições, o património material e imaterial, a gastronomia, as

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lengalengas, as cantigas, as igrejas, os produtos endógenos, captando investimento, turistas, visitantes, e assim ajudar a fixar pessoas e criar riqueza”, defendeu o edil são-brasense. No painel de debate «Plano e Ação de Desenvolvimento dos Recursos Endógenos: Que resultados?» foram realçados os impactos nas comunidades e nos territórios rurais e de baixa densidade. Com uma dotação inicial de 9 milhões de euros, foram aprovadas 47 operações com um investimento total de 16,9 milhões de euros (e uma comparticipação prevista de 11,9 milhões de euros do FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional resultado do reforço de comparticipação). Neste ALGARVE INFORMATIVO #408

momento, o PADRE regista uma taxa de execução de 87 por cento, correspondente a investimentos concretizados no montante 11,2 milhões de euros (7,8 milhões de euros de FEDER). Os dados foram apresentados por Filomena Coelho (Secretária Técnica do Programa Regional do ALGARVE 2030), num painel onde participaram igualmente Artur Gregório (Associação In Loco), Aura Fraga (Vicentina – Associação para o Desenvolvimento do Sudoeste), Ricardo Bernardino (Associação Terras do Baixo Guadiana), Sérgio Inácio (AMAL) e João Carlos Simões (ANAFRE Algarve), que detalharam as principais áreas de intervenção (preservação do património cultural e natural e valorização dos produtos locais) do Plano de Ação e os seus impactos nos territórios de baixa densidade. 36


Na segunda parte da sessão, sob o tema «PADRE 2030: renovados desafios e oportunidades», o consultor Oliveira das Neves deu a conhecer o projeto «Aldeias Inteligentes», e Brandão Pires reforçou a importância do PADRE para os territórios rurais e de baixa densidade populacional, a necessidade de uma maior intervenção da AMAL, de revisitar o tema do ordenamento do território e de mobilizar municípios e juntas de freguesia. Salientou também a relevância de uma análise ao território abrangido pelo PADRE, devido às suas diferentes características, sustentando uma abordagem integrada no potenciar dos seus recursos. Aquiles Marreiros, vogal executivo do Programa Regional ALGARVE 2030, moderou este painel, salientando as principais diferenças face

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ao período 2020, designadamente o reforço da dotação do PADRE, que contará com mais de 30 milhões de euros. Referiu igualmente “a prioridade ao

robustecimento de cadeias de valor associadas aos recursos endógenos regionais, alinhados com os domínios de especialização inteligente, procurando que também os territórios se especializem e sejam fator de atração e fixação de investimento, talento e emprego”, bem como “a oportunidade de complementar intervenções e financiamentos com outros fundos, instrumentos territoriais e programas para fomentar a competitividade territorial” .

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9.ª Geração do Programa «Escolhas» arrancou em Quarteira Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina Escola Básica 2/3 D. Dinis, em Quarteira, acolheu o lançamento da nona geração do Programa «Escolhas», no dia 14 de outubro, numa cerimónia que contou com a presença de Ana Catarina Mendes, Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, e de Isabel Almeida Rodrigues, Secretária de Estado da Igualdade e das Migrações, entre outras entidades nacionais e regionais. Ministra ALGARVE INFORMATIVO #408

que, juntamente com o músico Dino d’Santiago, Jaqueline Aleixo, do Projeto de Continuidade Mais Sucesso de Olhão, e Elsa Mathei, do Projeto Está do Aço de Lagos, participou na conversa sobre a inclusão pela arte, desporto e cultura «E isto serve para quê?», moderada por Manuel Correia Nora, diretor do Agrupamento de Escolas Dom Dinis, para quem o «Escolhas» é “uma força da natureza”. “As escolas não são

edifícios, são pessoas, que aprendem umas com as outras, 40


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mediadas pelo mundo, e temos aqui mais de 40 nacionalidades, uma riqueza extraordinária. Em 2021/22, 31 por cento dos nossos alunos eram oriundos de fluxos migratórios, em 2022/23 tivemos mais 120 alunos de outras nacionalidades, famílias que vieram viver e trabalhar para Quarteira. E este ano letivo de certeza que vamos ultrapassar os 40 por cento, portanto, precisamos destes projetos. Já não conseguimos trabalhar esta diversidade, esta riqueza sociocultural e 43

sociolinguística, com medidas pontuais”, entende o professor. Para Manuel Correia Nora, as pessoas são os seus valores, que, quando transmutados em princípios de ação, geram sempre projetos de conhecimento e de elaboração social e cultural.

“Interpretamos a escola como um lugar em que a própria comunidade é um instrumento escolar e, ao mesmo tempo, ela tem na escola o seu centro de ação. Os problemas que o mundo tem atualmente convocam-nos para uma mudança na sociedade”, frisou o diretor do Agrupamento de Escolas Dom Dinis, antes de passar a palavra a Jaqueline Aleixo, que veio falar de um projeto que está no terreno há mais de 10 anos e com bons resultados. ALGARVE INFORMATIVO #408


“No consórcio do «Mais Sucesso» estão os quatro agrupamentos de escolas de Olhão, atuamos no Bairro dos Índios e no Bairro das Panteras e somos a ponte entre a comunidade e a escola, somos um apoio e uma ajuda, a trabalharmos ALGARVE INFORMATIVO #408

todos juntos para os mesmos objetivos”, explicou. De Lagos veio Elsa Mathei que deu a conhecer o novato «Está do Aço», um projeto artístico e de mudanças sociais que se propõe trabalhar histórias de vida em contexto escolar, nomeadamente 44


mudança efetiva nas suas vidas”, indicou. De regresso à sua escola estava Dino d’Santiago, agora como embaixador do «Escolhas», ele que foi, há cerca de 20 anos, um dos participantes da primeira edição deste programa. “Eu sou um

com alunos dos PIEF – Programa Integrado de Educação e Formação.

“São aqueles em que se esgotaram as medidas a nível do ensino formal e queremos inspirá-los e contaminá-los para que haja uma 45

dos resultados da confiança que o «Escolhas» dá às pessoas que não tiveram as mesmas oportunidades e nem sempre puderam exercer o seu direito à cidadania e dignidade. Os bolsos dos pais de uma criança de Vilamoura não tinham a mesma profundidade que os bolsos de uma criança do Bairro dos Pescadores de Quarteira, e ter os mesmos resultados escolares não era fácil”, recordou o músico. “Tivemos, felizmente, muitos professores que fizeram questão de visitar o Bairro dos Pescadores para conhecer a nossa realidade e souberam trabalhar a equidade. Todos temos uma mesa e uma cadeira, toda a gente tem um lápis, uma cabeça e um cérebro para pensar, por isso, todos têm que apresentar ALGARVE INFORMATIVO #408


resultados. Mas não chegam todos do mesmo lugar e, por exemplo, nem todos estão alimentados como deve ser. Hoje, em pleno século XXI, ainda temos muitas crianças a irem com fome para a escola. Não é uma realidade virtual, de novelas, basta ir a um bairro social para a vivenciar”. Dino d’Santiago saiu de um lugar exposto à injustiça social e conseguiu singrar, mas o caminho não foi fácil. Por isso, não perde uma oportunidade para regressar às suas origens, à tal escola com mais de 40 nacionalidades. “Ao

invés de termos preconceitos, temos que perceber que cada cultura diferente pode tornar a nossa mais rica, e uma sociedade ALGARVE INFORMATIVO #408

cada vez mais multicultural e aculturada é sinónimo de vitória, de que este mundo global faz toda a diferença”, salientou o afrodescendente com raízes de Cabo Verde. “Apesar do preconceito e

racismo ainda não serem crime em Portugal, esses casos devem ser denunciados. Os meus pais sofreram de preconceito, sempre guardaram isso por receio de represálias, mas nunca nos educaram a responder com a mesma moeda. Antes pelo contrário, crescemos com os valores da compaixão, compreensão e empatia, mas a discriminação continua a ser uma realidade. É nas nossas diferenças que conseguimos encontrar as 46


nossas virtudes e o «Escolhas» pode desempenhar um papel importante nesta temática”. Ora, se não nascemos todos com as mesmas posses ou financeiras, “é

obrigação do Estado dar igualdade de oportunidades para que todos possam ser cidadãos de pleno direito”, declarou Ana Catarina Mendes, para quem o programa «Escolhas», que existe há 22 anos, não deve estar de costas voltadas para a sociedade ou para as escolas. “Quando nasceu, em

2001, foi precisamente para fazer uma intervenção mais estruturada junto dos bairros mais vulneráveis, garantindo que as crianças podiam, pelo menos, ir à escola. Em 2000, eram 46 por cento as 47

crianças que abandonavam a escola. Em 2022, são 6 por cento. É um caminho extraordinário, porque a sociedade percebe o papel da escola público e porque o «Escolhas», assim como outros programas, têm uma dimensão de integração, inclusão e de cumprimento da igualdade de oportunidades que não pode ser desperdiçada”, enfatizou. A Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares realçou que, ao longo destes 22 anos, foram mais de 500 mil as crianças e jovens que passaram por este projeto, “e é preciso explicar às

novas gerações que existem programas em que podemos todos, e devemos, trabalhar em ALGARVE INFORMATIVO #408


conjunto para ajudar a sair do ciclo de pobreza e da discriminação”. “A arte é uma forma de eu exprimir algo que, por vezes, não consigo por palavras. Quando apresentamos esta nona geração do «Escolhas», escolhemos o Dino para seu embaixador, mas ele vai buscar outros embaixadores para mostrar que nem todos vão ser cantores, pintores, bailarinos, mas cada um vai ser aquilo que quiser ser, porque tem oportunidade para o ser. É inadmissível que uma criança, por nascer num bairro e num contexto vulnerável, não tenha o direito, por exemplo, a estudar música por não ter condições económicas para tal. ALGARVE INFORMATIVO #408

Queremos imprimir maior inclusão e integração, o «Escolhas» passa a ter três anos de duração para que as pessoas possam fazer o seu percurso com maior estabilidade, e passa também para a alçada do Instituto Português do Desporto e Juventude para que as oportunidades sejam maiores”, revelou ainda Ana Catarina Mendes.

“Espero que o «Escolhas» seja um embrião daquilo que é a nossa sociedade, dos valores que podemos transmitir às novas gerações, e é um «braço-armado» para a sociedade inclusiva e humanista que queremos continuar a ter em Portugal”, concluiu a governante . 48


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Manuel Pizarro visitou Olhão e São Brás de Alportel, onde todos os habitantes já têm médico de família Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina m exemplo a replicar no resto do país”,

foi assim que o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, caracterizou o concelho de Olhão que, desde 1 de outubro, tem uma cobertura de 100 por cento de médico de família. O governante visitou, no dia 17 de outubro, as instalações da nova Unidade de Saúde Familiar, a USF Lendas d’Olhão, ALGARVE INFORMATIVO #408

que se encontra a funcionar provisoriamente num espaço contíguo à atual USF Mirante, até à construção, por parte do Município de Olhão, das instalações definitivas que ficarão situadas junto às Piscinas Municipais. Manuel Pizarro sublinhou que “nada

disto seria possível sem a descentralização e sem o envolvimento da Câmara Municipal de Olhão, que foi exemplar, quer na mobilização dos 52


profissionais, quer no compromisso de construção de um novo edifício para esta USF”. “Este é um dia histórico para o concelho de Olhão, pois desde 1 de outubro que os 7 mil olhanenses que não tinham médico de família passaram a ter. Era nosso objetivo garantir a cada olhanense o acesso universal aos cuidados de saúde primários”, indicou, por sua vez, o presidente da autarquia, António Miguel Pina. O edil olhanense confirmou a construção das instalações definitivas da nova USF nos terrenos junto às Piscinas Municipais, “um local com todas as

condições, de acesso privilegiado e com amplo estacionamento”, sendo

ficará concluída até final de 2026, num investimento que rondará o 1,4 milhões de euros. E também a USF Mirante será alvo de uma requalificação profunda, num investimento que ascenderá a 1,5 milhões de euros. De Olhão o Ministro da Saúde viajou para São Brás de Alportel, em cujo Centro de Saúde funciona, desde o dia 2 de outubro, uma nova Unidade de Saúde Familiar que assegura também médico de família para todos os são-brasenses. Manuel Pizarro observou, no terreno, os trabalhos em curso de reabilitação do Centro de Saúde e ficou também a conhecer o projeto de construção do novo edifício que vai albergar a Unidade de Saúde Familiar da Villa, duas empreitadas que representam um investimento em torno dos 2,5 milhões de euros.

que a empreitada começará já em 2024 e

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Na ocasião, o presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, Vítor Guerreiro, salientou que a saúde é um pilar de ação da autarquia e que esta tem procurado encontrar condições e soluções para superar dificuldades e garantir o melhor acesso aos cuidados de saúde à população, tanto para o tratamento de doenças, como para a promoção da saúde. Nesse sentido, Vítor Guerreiro vincou que a transferência de competências do Estado nesta área é um desafio que o Município abraçou convicto de que é uma mais-valia para a comunidade e para os profissionais de saúde. Visivelmente satisfeito estava Manuel Pizarro, por ser “um belo dia para o

Algarve, em que dois municípios 55

de grande significado no Algarve – Olhão com mais de 45 mil habitantes e São Brás de Alportel com cerca de 12 mil habitantes – têm cobertura plena da sua população por médico de família”, um caminho que é para prosseguir com a certeza de que “ninguém tem

nenhuma solução milagrosa para os erros de planeamento que cometemos no passado”. “Durante décadas aceitamos que os cursos de Medicina fossem um espaço confidencial onde só entravam meia dúzia de pessoas. Ninguém teve atenção ao impacto que esse fenómeno teria e, chegados ao período de 2019-2024, o número de médicos que atinge a idade de reforma é gigantesco. Os grandes ALGARVE INFORMATIVO #408


cursos médicos da segunda metade da década de 70 chegaram a ter mais de 3 mil médicos em cada ano. Hoje, por mais esforços que façamos para formar e atrair novos profissionais, vamos passar por um período bastante difícil de descompensação entre o número dos profissionais que se reformam e o número dos que entram ao serviço”, evidenciou o Ministro da Saúde. Passo a passo os problemas têm vindo a ser resolvidos ou atenuados e Manuel Pizarro compreende que as pessoas estejam descontentes com a situação, mas também entende que elas não devem enganadas, “prometendo-lhe

nosso alcance”. “Vamos resolvendo as coisas município a município, sítio a sítio, com a participação da população, das autarquias e dos profissionais de saúde. E as Unidades de Saúde Familiar ajudam, porque são um modelo de auto-organização dos profissionais, dos médicos, dos enfermeiros, dos secretáriosclínicos, que assim podem transitar para um regime de remuneração associado ao desempenho. Queremos ajudar as equipas a evoluírem rapidamente para um modelo que permite sofisticar a qualidade dos cuidados e remunerar as pessoas mais de

uma solução que não está ao ALGARVE INFORMATIVO #408

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acordo com esse esforço maior de servir as populações”, declarou. Um trabalho que tem de ser feito com toda a persistência, “sabendo que

vamos enfrentar a justa reclamação daqueles a quem esta reforma ainda não chegou, porque as pessoas que não têm médico de família não podem estar contentes”, admitiu Manuel Pizarro, acrescentando que a descentralização de competências vai contribuir para que todo este processo corra melhor, seja mais célere e tenha mais atenção aos pormenores. “Estou absolutamente

confiante de que a intervenção dos municípios nas infraestruturas, nos equipamentos, na gestão dos assistentes operacionais e das atividades de manutenção, vai mudar tudo para melhor, porque a ALGARVE INFORMATIVO #408

proximidade é muito maior. E o PRR não é uma coisa abstrata da qual se fala nos telejornais, são obras como esta, investimentos ao serviço das pessoas e da qualificação dos nossos serviços públicos”, salientou. O governante chamou também a atenção para o tema da promoção da saúde e para os seus efeitos no incremento da qualidade de vida das pessoas. “Os 44 anos de existência

do Serviço Nacional de Saúde aumentaram em 13 anos a esperança média de vida à nascença dos portugueses, que já é superior aos 80 anos. No entanto, só é possível manter qualidade de vida nesta duração de vida se atendermos aos nossos comportamentos no dia-a-dia, ao 58


que comemos, como é que comemos, se fazemos ou não exercício físico, se continuamos atraídos àquele caro vício de fumar ou se devemos abandoná-lo, se fazemos um consumo moderado e cuidadoso de bebidas alcoólicas, se temos uma vida coletiva e social que ajuda à nossa felicidade e integração comunitária”, descreveu Manuel Pizarro. “Isto faz-se nas famílias, nas escolas, nos clubes, nos espaços públicos e de outra forma não vamos conseguir vencer esta batalha que já não é apenas pela duração da vida, mas pela qualidade de vida. É este o sentido desta reforma que estamos a procurar fazer, qualificando os

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cuidados de saúde primários, que são o centro da SNS, uma rede poderosa e bem articulada, com profissionais motivados, com boas instalações, com maior capacidade resolutiva”. Depois das intervenções oficiais, a jornada da manhã do dia 17 de outubro prosseguiu com a visita às instalações do Centro de Saúde de São Brás de Alportel onde o Ministro teve oportunidade de contactar com os profissionais de saúde e conhecer as obras de beneficiação em curso, e culminou com uma deslocação à Rua das Comunidades, ao Quarteirão Fonte Maria, a norte da vila, onde irá nascer a futura Unidade de Saúde Familiar, que se pretende que seja uma realidade ainda em 2024 .

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Eduardo Oliveira e Rodrigo Otero são Campeões Nacionais de Futevólei Texto: Daniel Pina| Fotografia: Vítor Pina/ Federação Portuguesa de Futevólei dupla representante do Politécnico do Porto, constituída por Rodrigo Otero e Eduardo Oliveira, mais conhecido por «Dudu», foi a grande vencedora do 18.º Campeonato Nacional de Futevólei, numa Fase Final disputada, nos dias 7 e 8 de outubro, na Praia de Carvoeiro, no concelho de Lagoa. A competição contou com as melhores 10 duplas nacionais da modalidade, 20 atletas em representação de quatro clubes e provenientes de norte a sul do país. ALGARVE INFORMATIVO #408

A prova iniciou-se no sábado, às 10h, com as equipas divididas em dois grupos distintos, num total de 20 jogos, para apurar diretamente as quatro equipas melhores classificadas de cada grupo para os quartos de final. O domingo arrancou pelas 10h30 com quatro jogos de extrema importância para as oito equipas ainda em prova, com os Quartos de Final plenos de muito espetáculo e emoção no areal, no cenário natural da Praia do Carvoeiro, com os principais favoritos a confirmarem o seu estatuto. Seguiram-se as Meias Finais, dois jogos super decisivos com as equipas a 62


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empenharem-se bastante para chegar à ambicionada final. Enquanto, no primeiro jogo das meias, Filipe Santos/Vítor Vilaça, os campeões em título, em representação do CD Póvoa, venciam Pedro Garrido/Bruno Graça, também do CD Póvoa por dois sets sem resposta, com os parciais 18×7 e 18×10, no outro jogo das meias, Eduardo Oliveira/Rodrigo Otero representantes do Politécnico do Porto, venceram também em dois sets a experiente dupla do CD Póvoa, Marco Flores/Bruno Flores, com o marcador a fechar nos parciais 18×8 e 18×6. Numa temporada que contou com quatro etapas FNFV100 e duas etapas FNFV50, de norte a sul, passando pelo litoral e interior do país, tinha chegado a hora de encontrar quem ocuparia o derradeiro lugar no pódio, num jogo disputado em um único set. Pedro ALGARVE INFORMATIVO #408

Garrido/Bruno Graça foram mais eficazes e venceram Marco Flores/Bruno Flores por 21 x 9. Na disputa do título nacional havia dois cenários em aberto: a revalidação do título por parte dos consagrados Filipe Santos e Vítor Vilaça, do CD Póvoa; ou a consagração de Eduardo Oliveira e Rodrigo Otero, com vitórias juntos em 2023 nas etapas de Portimão e Póvoa de Varzim e Open de Moura, defendendo as cores do Politécnico do Porto. Num jogo verdadeiramente alucinante, com as emoções ao rubro dentro e fora de campo, a dupla do Porto fechou o primeiro set na frente por 18 x 8. No segundo set e sem margem para novo deslize, a dupla poveira apareceu mais segura no seu habitual jogo, defendendo bem e atacando melhor e ganharam por 18 x 12, levando o jogo para a «negra». O 64


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set de todas as decisões começou bastante equilibrado, ponto a ponto, com a alternância do marcador e com o público que esgotou o estádio a viver as grandes emoções do melhor futevólei nacional, com jogadas fantásticas de parada e resposta e o desfecho final completamente em aberto, até que a dupla do Porto consegue uma ligeira vantagem, a suficiente para gerir e fechar o jogo sem sobressaltos, com o marcador a parar nos 15 x 9.

estreando-se desta forma no palmarés nacional. Nota dominante durante os dois dias de prova foi a presença de muito público nas bancadas, os quais se associaram a um verdadeiro ambiente de festa num magnífico espetáculo desportivo proporcionado pelos principais atletas da modalidade. Numa organização da Federação Nacional de Futevólei, o evento contou com o importante apoio do Município de Lagoa, Claw e Sports Partner, assim como outros parceiros locais .

Este foi o primeiro título para a dupla Eduardo Oliveira e Rodrigo Otero,

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QUE EXTRAORDINÁRIO CON JOÃO E MÁRIO LAGINHA NO Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

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NCERTO DERAM MARIA O CINETEATRO LOULETANO

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oi, sem dúvida, uma noite esplendorosa aquela a que se assistiu no dia 14 de outubro no Cineteatro Louletano, com um extraordinário concerto de Maria João e Mário Laginha, que afinal também é João, imagine-se a coincidência, conforme declarou a carismática cantora ao público logo no início do espetáculo. Um espetáculo onde ficou perfeitamente visível a cumplicidade e química que existe entre esta dupla que já trabalha junta há mais de 40 anos, apesar de ambos apenas terem 30 e poucos anos, contrapôs o virtuoso pianista e compositor Mário Laginha, com um sorriso. ALGARVE INFORMATIVO #408

São centenas de concertos efetuados por todo o mundo e Loulé vibrou com um género de compilação de um longo historial caracterizado por uma invulgar capacidade inovadora que torna cada atuação num momento único de criatividade e emoção. Porque Maria João não se cansou de falar com as pessoas que esgotaram por completo, e num ápice, o Cineteatro Louletano, contando as histórias por detrás das canções e as aventuras que tiveram em alguns concertos além-fronteiras, no seu jeito peculiar que arrancava constantes risadas a Mário Laginha, ele que até é conhecido por ser um homem envergonhado e tímido.

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A música que o duo interpreta não se pode rotular, é, de facto, complicada de colocar nesta ou naquela «caixinha», é simplesmente a que gostam de fazer. Nela se encontram a originalidade e as influências sonoras dos países por onde

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passam para apresentar os seus concertos e que deram origem, até agora, a mais de uma dezena de discos, todos eles aclamados pela crítica da especialidade e pelo público. E por todos aqueles que passaram, na noite de 14 de outubro, pelo Cineteatro Louletano .

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LOULÉ EVOCOU OS 50 ANOS DO GOLPE DE ESTADO NO CHILE COM CONCERTO DA BRIGADA VÍTOR JARA E MUITO MAIS Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

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uma iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Loulé, da Casa da América Latina e da Embaixada do Chile, nos dias 9 e 10 de outubro, Loulé assinalou o 50.º aniversário do golpe de estado militar no Chile, com um programa de atividades culturais. No dia 9, pelas 21h, houve cinema no Auditório do Solar da Música Nova, com a apresentação do filme «El Clavel Negro – O Cavaleiro Negro», de Ulf Hultberg. A película de 2007 retrata a vida do embaixador da Suécia no Chile, Harald Edelstam e a sua luta para ajudar os refugiados chilenos. Da sétima arte aos debates, no Convento de Espírito Santo, dia 10, realizaram-se duas mesasALGARVE INFORMATIVO #408

redondas sobre aquele período da história chilena. No encerramento deste ciclo que nasceu da estreita parceria que o Município de Loulé tem estabelecido com a Casa da América Latina e com os países que integram esta instituição, subiram ao palco do Cineteatro Louletano, no dia 10, a Brigada Victor Jara, criada em 1975 e que tem este nome em homenagem ao cantor chileno Victor Jara, detido pelos militares chilenos afetos ao General Augusto Pinochet em 12 de setembro de 1973, um dia após o golpe de Estado, e que foi brutalmente espancado e assassinado cinco dias depois com marcas de 44 balas no corpo. Pioneiros na valorização e divulgação da música tradicional há mais de 40 anos, o coletivo é uma referência incontornável 90


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da música portuguesa pelo seu importante legado patrimonial e memória cultural do nosso cancioneiro.

“São muitas as cantigas, vindas de um chão em que viveram outras vidas, onde foram eito de trigo, embalo de menino, incitamento de homens e de bichos, testemunho de fé. No palco ganharam novos timbres, mais vozes, outras idades, mas todas elas sinal de que a gente que na (da) terra vive não se limita à produção do alimento da barriga – é da alma que se ocupa, sabido o descuido de que os deuses são capazes. Serão estas as cantigas, outro o terreiro, mas a mesma intenção – a de fazerem parte das nossas vidas”, descreve a Brigada Vítor Jara.

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Um concerto eletrizante que esgotou por completo o Cineteatro Louletano, com o palco a ser ocupado por Arnaldo Carvalho (Percussão), Aurélio Malva (Viola, Viola Braguesa, Bandolim, Gaitade-foles e Voz), Catarina Moura (Voz), José Tovim (Viola Baixo), Quiné Teles (Bateria), Luís Garção (Guitarra, Viola Beiroa e Cavaquinho), Manuel Rocha (Violino e Bandolim), Miguel Moita (Piano e Sintetizador), Ricardo Grácio (Flauta Transversal e Gaita-de-Foles) e Rui Curto (Acordeão). Um espetáculo de constante interação com o público em que Manuel Rocha, que foi o primeiro diretor do Conservatório de Música de Loulé – Francisco Rosado, fez questão de ir explicando o que esteve na génese da fundação do coletivo e falando sobre a importância da cultura para a alma e história das sociedades .

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«Q DE QUÊ» FEZ REFLETIR S IDENTIDADE E EXPRESSÃO Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

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SOBRE A DIVERSIDADE, DO GÉNERO

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segunda edição do Festival Amostra de Artes Performativas para Público Jovem aconteceu, em Loulé, entre 6 e 8 de outubro, com uma programação que incluiu espetáculos abertos ao público, conversas e outras atividades que desejavam dar palco ao trabalho daqueles que se ocupam da criação para crianças e jovens. Em suma, propôs-se, mais uma vez, um encontro em que artistas, público, programadores e demais agentes culturais se tornassem parte de um projeto coletivo de sensibilização para um ecossistema artístico essencial da cultura. No dia 8 foi a cena, no Cineteatro Louletano, «Q de Quê», um espetáculo ALGARVE INFORMATIVO #408

em forma de pergunta, dirigido a crianças e jovens a partir dos 8 anos, que pretende refletir sobre diversidade, identidade e expressão de género. Que mundo é este? Que mundo é este do qual nunca ouviste falar? Será que nunca viste estas coisas? Ou será que estas coisas sempre foram assim e nunca quisemos vê-las? Será que vês pelos teus próprios olhos? Ou será que alguém te ensinou como se deve olhar? Estas foram algumas das questões lançadas pelos criadores Alfredo Martins e Luís Godinho, numa peça com Texto e Direção de Alfredo Martins e Interpretação de Luís Godinho, com Coprodução do Teatro meia volta e depois à esquerda quando eu disser e Teatromosca, com o apoio do Governo de Portugal – Ministério da Cultura/Direção Geral das Artes, Câmara Municipal de Lisboa, Polo Cultural Gaivotas-Boavista e Casa do Capitão . 104


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Octogésima quinta tabuinha: Cartas Ana Isabel Soares (Professora) artas do Meu Moinho é título da mais famosa obra do escritor francês Alphonse Daudet. Convivo com estas páginas desde muito cedo – primeiro, talvez quando me dei conta dela, num livro da coleção Clássicos Juvenis Verbo, de capa dura, fundo branco e uma ilustração de Georges Beuville (o «Paleta»), na tradução de Ricardo Alberty. Alguém (esquece-se-me tantas vezes o mais importante) mo ofereceu, pelo meu 10º ou 11º aniversário. Deve ter sido nessa altura que o meu pai me mostrou o exemplar que tinha em casa, em língua francesa, e que tomei consciência desse volume de capa igualmente rija, mas forrada a tecido violeta (a lombada, já então escurecida, hoje é a marca da sua idade), com uma gravura no frontispício – a gravura de um moinho de torre branquinha, negros o telhado e as velas de madeira, e porções de texto manuscrito. Dentro do livro, uma folha de caderno com versos escritos ao meu pai por algum amigo que também não assinou (o meu pai, vá lá, escreveu-lhe uma data, novembro de 1973). Já dentro do livro, a dedicatória de quem lho ofereceu, um casal com nome francês: “Cette oeuvre, um classique...” (“Esta obra, um clássico da literatura francesa, tocou de tal modo os leitores, que mantiveram intacto o moinho onde ela ALGARVE INFORMATIVO #408

foi escrita. Caro Francisco, assim o vosso moinho não abandonará a nossa memória. Com amizade, M. e L. T.”). Mal sabe o meu pai que me apoderei desta oferta que a ele lhe fizeram – sou sua guardiã e mantenho-a na mesma estante que outras edições da obra de Daudet (mania como qualquer outra). Esta é da «collection Super» dos editores Fasquelles, impressa em 1956 e ilustrada (belissimamente ilustrada) por «G[aston] de Sainte-Croix». Reproduzem aguarelas, as ilustrações, o que enche o livro da transparência e da leveza bonita das cores aguareláveis, umas vezes coloridas, outras em vários tons de cinzento; o tipo de letra grande o suficiente, o papel grosso, um prazer de tocar, de ver, de folhear. É rara a vez em que lhe pego que não releia três ou quatro páginas; quando vou com menos pressa, chego a reler uma história inteira. Em voz alta ou em silêncio, regresso com frequência a este livro, aos sorrisos que me abrem o rosto com «La mule du pape» («A mula do papa») ou «La chèvre de M. Seguin» («A cabra do Sr. Seguin»); mas, no índice, o único título que mereceu uma pequena marca a esferográfica foi «Le curé de Cucugnan». Teria sido eu, a leitora tardia, ou o seu primeiro leitor, o «Francisco» a quem foi dedicada, a profanar assim a «TABLE DES CHAPITRES»? Fosse como fosse, releio o relato, apresentado pelo narrador como uma das peças incluídas no livrinho que 120


Foto: Vasco Célio

anualmente recebe, «pela Candelária», dos poetas provençais: versa sobre um «cura» «[b]om como o pão, franco como o ouro», que, certa noite, se achou às portas do Paraíso e, procurando pelos seus conterrâneos, percorreu o Céu, o Purgatório e foi dar com todos no Inferno, de onde jurou salvá-los através de confissões agendadas segundo idades e outras categorias sociais. Está bem de ver que para o moleiro da terra deixou o Sábado, que “[u]m dia inteiro para ele não é demais...” . 121

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Três estratégias essenciais para um lançamento de uma startup de sucesso Fábio Jesuíno (Empresário) s momentos de crise trazem consigo o potencial de impulsionar oportunidades, tornando essencial adotar uma postura proativa, uma vez que estas se apresentam com maior frequência. Aproveitá-las requer apenas uma mente aberta e uma visão estratégica de longo prazo. Além disso, é durante esses períodos que os estímulos económicos para a criação de novos negócios aumentam, criando novas oportunidades de emprego e projetos em diversas áreas. Nesse sentido, elaborei uma lista de dicas estratégicas para o lançamento bem-sucedido de novas startups: Ideia de negócio de sucesso O primeiro passo é encontrar uma ideia de negócio rentável e com potencial de crescimento. Conhecer as tendências de mercado é crucial para identificar a melhor ideia para uma startup bemsucedida. Identificar problemas existentes e buscar soluções eficazes é um passo fundamental para descobrir uma ideia de ALGARVE INFORMATIVO #408

negócio bem-sucedida. Para ter sucesso, a sua solução deve, não apenas resolver um problema, mas também perceber às necessidades do mercado de forma inovadora e eficaz. Crie um plano de negócios O plano de negócios é um documento essencial para planificação e organização, que detalha a ideia de negócio e seus objetivos. Ele demonstra a viabilidade financeira da ideia sob várias perspectivas, funcionando como um mapa para orientar a fase inicial de qualquer startup. Estrutura base de um Plano de Negócios: 1. Sumário executivo: é uma introdução breve e clara do plano de negócios, que resume os pontos mais importantes, como a visão, missão, objetivos e estratégias da empresa. 2. O histórico da Companhia e/ou dos promotores: apresenta a história da empresa e/ou dos promotores, destacando as experiências, habilidades e conquistas relevantes que demonstram a capacidade de liderança e gestão do negócio. 3. O mercado subjacente: descreve o mercado em que a empresa irá atuar, incluindo informações sobre a 122


patrimonial e a análise do ponto de equilíbrio. 8. Gestão e controlo do negócio: apresenta a estrutura organizacional da empresa, as funções e responsabilidades dos gestores e colaboradores, e os planos de crescimento e desenvolvimento da equipe. 9. Investimento necessário: descreve o investimento necessário para a empresa começar a operar, incluindo as fontes de financiamento, os custos iniciais e as necessidades de capital. Marketing concorrência, os potenciais clientes, as oportunidades e as ameaças do setor. 4. A nova ideia e o seu posicionamento no mercado: apresenta a ideia de negócio da empresa, destacando sua inovação, diferenciação e proposta de valor. 5. O Projeto/ Produto/ Ideia: detalha o produto ou serviço oferecido pela empresa, destacando as suas características, benefícios e vantagens em relação aos concorrentes. 6. Estratégia Comercial: descreve as estratégias de marketing e vendas da empresa, incluindo a segmentação de mercado, o posicionamento da marca, a estratégia de preço, as ações promocionais e a distribuição dos produtos ou serviços. 7. Projeções Financeiras: inclui as projeções financeiras da empresa, como o orçamento, o fluxo de caixa, o balanço 123

Os investimentos em marketing são um dos factores mais importantes a ter em conta quando lançamos uma nova startup, ele vai permitir divulgar a nossa ideia no mercado, atrair e fidelizar clientes. Aqui deve-se ter sempre em conta a definição do público-alvo e a forma como será transmitida a mensagem. O investimento nesta área deve ser sempre numa perspectiva de médio e longo prazo para se conseguir de uma forma sustentável obter bons resultados, e acima de tudo, notoriedade e credibilidade no mercado. Estas são as três dicas estratégicas fundamentais para quem deseja lançar uma startup de sucesso . ALGARVE INFORMATIVO #408


Nova Deli, entre culturas e margens Dora Gago (Professora) a mochila espiritual que levo para a Índia há versos de Tagore, a busca identitária de VS. Naipaul, encarnada, por exemplo, em Willie, protagonista de Uma vida pela metade e também de Sementes mágicas) o Tigre Branco de Aravind Adiga a denunciar as gritantes injustiças perpetuadas ao longo do tempo na sociedade indiana, através de uma carta escrita durante sete noites, dirigida ao Primeiro-Ministro chinês. E, acima de tudo, a voz de Arundhati Roy, a do Deus das Pequenas Coisas, do Ministério da Felicidade Suprema, mas também de The end of imagination, An Unfinished Diary of Nowadays, entre outras. Perante o contacto com a realidade, a admiração pela sua coragem, pelo seu activismo, pela defesa de causas a contracorrente intensifica-se. Por conseguinte, quando a refiro, como autora indiana admirada, perscruto as reacções dos meus interlocutores. Não lhes leio nem surpresa, nem adesão, muito menos rejeição. Desce-lhes sobre o rosto um manto opaco que não deixa transparecer qual a sua posição. Esta minha curiosidade relaciona-se em muito com a atitude de rejeição sentida em Macau por diversos colegas e alunos chineses, quando Mo Yan ganhou o Nobel da Literatura. Não escondiam o desagrado nem a indignação quando eu referia o quanto gostara de Peito Grande, ALGARVE INFORMATIVO #408

Ancas Largas. Na verdade, rapidamente compreendi os motivos, mas tinha chegado havia pouco tempo, habituada a revelar espontaneamente a minha opinião sobre os meus gostos literários. Percebi então que assumir preferências a esse nível, pode desencadear diversas leituras. A passagem por Deli fica-me gravada na memória como uma longa e imparável monção. Estou alojada, tal como os outros participantes do festival literário da «Longa Noite das Literaturas», na residência da Embaixada da República Checa, numa zona tranquila e privilegiada da cidade. Do outro lado da janela do meu quarto transitoriamente habitado, há árvores, pássaros, como se me fosse reservada uma pequena parcela da outra margem de um mundo distante da realidade. Chove sempre. Tempo de monções que bem conheço, depois de ter habitado tão longamente uma terra de tufões. E o que mais choca, nas deslocações para o exterior daquele pequeno microcosmo é ver, na beira da estrada, grupos de gente deitada na lama, na valeta, nas margens ou além delas. Uma das mais profundas sensações de desamparo que já vi, a assinalar uma condição infra-humana. Não há qualquer tecto, nem ponte, nem parede a que se abriguem, onde se encostem. Apenas o abandono na sua mais pura essência. Abandono de gente, 124


de cães, irmanados numa desistência talhada pelo nascimento, o nascer do lado errado, no reino dos excluídos. Nesta esteira, tal como refere Arundhati Roy, na India, o poder e a riqueza pertencem a uma estreita minoria de castas dominantes – mesmo actualmente, de acordo com a autora, apenas 5% dos casamentos atravessam essas fronteiras sociais. Da minha muito breve passagem por esta fascinante megalópole, tecida de contrastes, emerge a literatura, o 125

contacto com os leitores interessados em autores europeus, a inauguração da exposição sobre José Saramago na Universidade de Nova Deli, o encontro com os alunos que estudam português. E, sem ter qualquer pretensão de procurar ecos da minha cultura de origem nos outros países – como o fizeram Miguel Torga, Vitorino Nemésio e tantos outros dos nossos grandes escritores – não nego a alegria de ver um pouco de nós, da nossa cultura e da nossa literatura a habitar, ainda que seja um modesto recanto, desta fascinante cidade multicultural. E, sem dúvida, a tal mochila espiritual, mental, cultural, enfim, como lhe queiramos chamar, por ser, no fundo, a síntese de tudo isso, que transportava às costas ao aterrar em Deli, encontra-se agora, uma semana depois, muito mais preenchida. Aos novos autores descobertos, somou-se a densidade do olhar, das presenças, dos sabores e cheiros que enformam a plenitude da vida, além de qualquer uma das margens. ALGARVE INFORMATIVO #408


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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 67, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 67, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #408

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