ÍNDICE
Polidesportivo de Ferreiras foi requalificado (pág. 24)
Algarve Trade Experience (pág. 30)
Taça de Portugal de Enduro em São Brás de Alportel (pág. 36)
Ginástica acrobática respira saúde no Algarve (pág. 50)
«A grande imprecação diante das muralhas da cidade» no Teatro Lethes (pág. 72)
«Livrar-me» no Cineteatro Louletano (pág. 86)
«Volta Abril qu’tás perdoado» no Centro Cultural de Lagos (pág. 98)
«Zeca Sempre» no Auditório Carlos do Carmo (pág. 112)
Polidesportivo de Ferreiras foi requalificado e colocado ao serviço da população
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina eve lugar, no dia 15 de março, a inauguração da requalificação do Polidesportivo das Ferreiras, localizado junto ao Bairro 17 de junho e à estação de Caminho-de-Ferro. Trata-se de uma obra no âmbito do Orçamento Participativo de 2020, que consistiu no melhoramento do campo desportivo com substituição do piso, marcação das linhas desportivas e colocação de equipamentos que, a partir
de agora, permitem a prática de três modalidades distintas: basquetebol, futsal e andebol. Foram, igualmente, executadas reparações diversas no exterior, que conferiram ao espaço um aspeto melhorado e convidativo ao convívio de jovens e residentes da zona que, para além da utilização do campo de jogos, pode aproveitar para se exercitar nos equipamentos de fitness instalados num espaço adjacente ao Polidesportivo. A intervenção envolveu um investimento 64 mil e 117, 98 euros.
Após o descerramento da placa de inauguração, o presidente da Câmara Municipal de Albufeira frisou que se trata de mais um equipamento desportivo colocado ao dispor da população, o qual faz parte de uma estratégia mais alargada que integra, igualmente, as obras de requalificação do Polidesportivo do Parque do Ribeiro, junto ao Parque de Campismo de Albufeira (inaugurado a 4 de março), do Polidesportivo de Olhos de Água (inaugurado a 8 de março) e do Polidesportivo da Quinta da Quinta da Palmeira, em Albufeira, que falta ainda inaugurar. José Carlos Rolo sublinhou que “a Estratégia Desportiva do Município tem vindo a ser trabalhada de modo a fortalecer a candidatura do Município a Cidade Europeia do Desporto em 2026”.
Relativamente à beneficiação do Polidesportivo de Ferreiras, o edil realçou “a importância de se criar condições para a promoção da prática desportiva o mais próximo possível da comunidade, das pessoas que vão utilizar as infraestruturas”. A terminar a sua intervenção, o autarca deixou um apelo aos residentes da zona e à Junta de Freguesia de Ferreiras para que sejam uma espécie de «zeladores do espaço», para que o mesmo permaneça bem cuidado e longe de ações de vandalismo.
António Colaço usou da palavra na qualidade de proponente do projeto, recordando “os tempos em andei por aqui a dar pontapés na bola”. “Posteriormente, há
sensivelmente 10 anos, a Junta de Freguesia de Ferreiras teve que promover a reabilitação do espaço, que uns anos depois estava completamente degradado e ao abandono. Esta situação foi muito difícil para mim, por isso, hoje é um dia feliz. Gostava que os jovens respeitassem e preservassem esta infraestrutura desportiva, para que daqui a 8 ou 10 anos não tenhamos que fazer novamente obras de requalificação”, apelou António Colaço.
O presidente da Assembleia Municipal de Albufeira, por sua vez, destacou, que para além de se tratar de um equipamento destinado à prática desportiva, é também um espaço de
encontro e convívio das pessoas, que tem que ser mantido e preservado. Francisco Oliveira recordou ainda que “a Freguesia de Ferreiras tem uma enorme tradição a nível desportivo, tendo alcançado excelentes resultados que têm contribuído para levar o nome de Albufeira mais longe”. Também Cristiano Cabrita, vice-presidente da autarquia com responsabilidade nas áreas do Desporto e do Orçamento Participativo, revelou estar muito feliz com a concretização de mais um projeto desportivo que “resultou de uma necessidade sentida por um munícipe de Ferreiras, revelando o sentido cívico da população, o seu contributo e vontade em colaborar na gestão do desenvolvimento do concelho” .
Celebrar o espírito de equipa no setor das bebidas
O Algarve Trade Experience, evento promovido pela Garrafeira Soares, celebrou a sua 10.ª edição como um marco, não apenas no mundo dos vinhos e bebidas espirituosas, mas também como um encontro que transcende a mera relação comercial entre fornecedores, loja e clientes.
Texto: Vico Ughetto| Fotografia: Vico Ughetto | Layout: Vico Ughetto os dias 26 e 27 de fevereiro, o Estádio do Algarve – que comemora os 20 anos – abriu as suas portas para acolher produtores, marcas e aficionados, num cenário que respirava desporto e negócios sob o lema «A vida é um jogo», realçando Paulo Soares, um dos administradores da Garrafeira Soares, que o evento é mais do que um simples ponto de encontro, servindo “para juntar os clientes, produtores e marcas, gerando diálogos e pontes, e dando a conhecer as novidades do setor das bebidas”. Numa demonstração de valores que vão para além do negócio, Paulo Soares destaca a importância do fair play, um princípio que deve orientar tanto o mundo dos negócios quanto o desporto. “Uma das grandes bandeiras da Garrafeira Soares é também o Fair Play que deve existir tanto nos negócios como no futebol. Estamos no mercado não só para fazer negócio, mas para sermos de confiança e estar com os parceiros tanto nos momentos melhores, como nos piores, se necessário”.
Numa analogia inteligente entre o jogo de equipa e a dinâmica empresarial, a
Garrafeira Soares organizou até um torneio de futebol entre colaboradores da empresa e os parceiros, reforçando o espírito de união e colaboração que vigora no evento. “No futebol é valorizado o jogo de equipa, tal como na Garrafeira Soares também o é”, realça Paulo Soares.
O sucesso do evento ao longo dos anos é inegável, como evidenciado por João Soares, irmão de Paulo Soares e também administrador da empresa, que descreve o balanço dos 10 anos do Trade Experience como “excelente”. Contudo, o contexto atual, marcado pela incerteza no setor do turismo, lança sombras sobre as perspectivas futuras. João Soares refere: “2024 é um ano de bastante indefinição. As perspectivas são boas, mas o contexto internacional apresenta algumas ameaças que esperemos que não se concretizem para uma região que tanto depende do Turismo”.
O evento organiza-se por dois grandes setores – os espirituosos e os vinhos – que se distribuíram pelo estádio em locais diferentes. Coube ao primeiro ocupar as zonas laterais do relvado, onde através dos stands mais coloridos e de maior dimensão e design criativo, puderam beneficiar da animação diversa disponível
no relvado. As provas vínicas ficaram na estrutura interior do estádio no primeiro andar com as habituais mesas de degustação organizadas pelos diferentes produtores.
A par deste já extenso e completo setup existiam as Provas Especiais e as Masterclasses, a decorrer nos camarotes VIP e na sala de Imprensa. As Masterclasses foram sobre temáticas de atualidade no setor das bebidas não vínicas, como por exemplo a sessão «The Drop of Change» da conceituada Monin, que abordou a crescente procura de cocktails sem ou com baixo teor de álcool.
As provas especiais foram dedicadas aos vinhos, podendo conhecer-se e saborear algumas raridades e vinhos únicos – porque já não são comercializados e só estão acessíveis em provas do género. Nesta vertente foi possível, por exemplo, fazer uma pequena viagem pelos vinhos da conceituada Niepoort, pela mão de jovem Daniel Niepoort, sem dúvida um apaixonado pela viticultura e enologia, provando um singular e provocante Riesling de 2016 e um surpreendente Port Presidente que esteve em garrafa desde os anos 70 e que arrebatou o painel de prova pela personalidade e intensidade mostrada. Daniel Niepoort salientou a importância que dá ao estágio em garrafa que considera ser algo que se vai perdendo em algumas marcas ou referências devido à pressão do mercado em lançar logo os vinhos. Para ele, “a Niepoort não quer fazer somente vinhos fáceis de beber, mas que também possam ser referências daqui a muitos anos”. Daí também a sua aposta no cuidado da vinha, salientando a componente biológica na
sua manutenção, como por exemplo ter oliveiras plantadas à volta, deixar as ovelhas pastar nos terrenos da vinha.
Este cuidado e preocupação, por uma agricultura mais regenerativa, foi também enaltecida pelo enólogo Luís Duarte, no painel de prova da Herdade da Malhadinha, que é propriedade da família Soares, que esteve presente na prova, dando também a conhecer o seu mais recente projeto em Portalegre – a Quinta da Teixinha – propriedade que abrange 105 hectares, dos quais 4 são de vinha, situada em plena Serra de São Mamede a 700 metros de altitude. Esta Quinta, adquirida em 2021 pela família Soares, está ainda a dar os seus primeiros passos, prevendo-se a construção de uma futura adega e possivelmente uma estrutura de enoturismo que explore o potencial da região e do vasto espaço da propriedade.
Apesar dos desafios, a Garrafeira Soares olha para o futuro com determinação e ambição. João Soares deixa no ar a promessa de que o Trade Experience 2025 será ainda mais grandioso: “Para o Trade Experience 2025 ainda não pensamos sobre isso, queremos fechar este primeiro, seguramente que a fasquia fica mais alta, mas cá estaremos para conseguir encontrar uma resposta adequada e surpreender uma vez mais”.
O Algarve Trade Experience não é apenas um evento onde se bebem uns copos e se fala de negócios, mas sim um palco onde se celebram valores como o fair play, a camaradagem e a inovação, refletindo a essência de uma empresa que não se limita a vender produtos, mas sim a construir relações de confiança e respeito mútuo .
Sauro Agostinho e Ana Leite
venceram Taça de Portugal de Enduro em S. Brás de Alportel
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Federação Portuguesa de Ciclismo
Taça de Portugal de Enduro presented by Shimano arrancou, no dia 3 de março, em S. Brás de Alportel, com triunfos, na categoria de elite, de Sauro Agostinho (Casa do Povo de Abrunheira) e Ana Leite (Axpo Team Vila do Conde)
Sauro Agostinho e Jimmy Silva (AD Galomar/E-Bike Madeira) assinaram um
duelo que se mediu com vitórias alternadas nos percursos especiais classificativos. No entanto, Sauro Agostinho foi claramente o mais rápido, terminando com 12,676 segundos de vantagem sobre Jimmy Silva. O terceiro foi José Oliveira (Axpo Team Vila do Conde), a 51,951 segundos. Ana Leite teve uma folga bem maior na elite feminina. Impôs-se com total autoridade, deixando a segunda classificada, Sandra Lopes (BTT Pandilhas a Monte), a
3’48’’620. A terceira, a 7’55’’425, foi Sara Ferreira (BTT Pandilhas a Monte).
Nas camadas jovens, Joaquim Meneses (Bicisintra/Gás Mucifal) foi o melhor cadete, uma categoria em que, no feminino, apenas correu Ana Rodrigues (Caniço Riders/Barra4). Sebastian Horne (BTT Loulé/Elevis) venceu em juvenis, enquanto o único iniciado em prova foi o seu colega de equipa James Sousa. Nas bicicletas de assistência elétrica, com uma participação mais numerosa e forte na nova época, o melhor na categoria de elite foi Tiago Ladeira (Miranda Factory Team). José Borges (BTT Enduro Terras de Bouro) foi o segundo classificado, a 5,745 segundos. O terceiro, a longínquos 2’10’’131, foi Martim Cerqueira. Raquel Ribeiro (JR87racing Team/Alfarazes) foi a única participante de categoria de elite
feminina nas bicicletas de assistência elétrica.
Entre os veteranos que correram em bicicletas convencionais, impuseram-se o master 30 Pedro Ferreira (Casa do Povo de Abrunheira), o master 35 Ivo Ferreira (União Desportiva Lorvanense), o master 40 Márcio Ferreira (Bicisintra/Gás Mucifal), o master 45 Nuno Lopes (ADAR/Ofimoto), o master 50 Leonel Bento (Casa do Povo de Abrunheira), o master 55 Francisco Batarda (MCF/XDream/Município de S. Brás), o master 60 Abel Oliveira (BTT Enduro Terras de Bouro) e a master feminina Hannah Heyse (BTT Loulé/Elevis). A Taça de Portugal de Enduro presented by Shimano terá a segunda prova pontuável no dia 7 de abril, em Vouzela .
GINÁSTICA ACROBÁTICA RESPIRA SAÚDE
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
ACROBÁTICA SAÚDE NO ALGARVE
Clube Educativo e Desportivo de Faro, junto ao Passeio
Ribeirinho de Faro, assistiu, no dia 17 de março, ao primeiro treino da seleção territorial do Algarve de ginástica acrobática, que contou com a participação de iniciados e juvenis da segunda divisão, juniores da segunda divisão e todos os pares da primeira divisão do clube anfitrião, bem como do Louletano Desportos Clube, da APAGL – Associação de Pais e Amigos da Ginástica de Loulé, do Acro Al-Buhera –Clube de Ginástica de Albufeira e da Associação Cultural e Desportiva Che Lagoense. O encontro resulta de um projeto lançado pela Federação de Ginástica de Portugal no sentido de que todas as associações distritais possuam
uma seleção, sobretudo nos escalões de formação, nomeadamente iniciados e juvenis, com vista a, eventualmente no final do ano, se realizar uma grande competição entre as diversas seleções territoriais. “Este treino pretendia ser o mais inclusivo possível, com o máximo de ginastas das duas divisões, porque é importante haver uma saudável comunhão entre os vários clubes existentes em cada região”, referiu Lourenço França, selecionador nacional de ginástica acrobática.
Convém lembrar, antes de mais, que a seleção nacional é constituída à base de atletas que se encontram no escalão de elite, sendo que estas novas seleções territoriais incidem apenas sobre os escalões de formação, ou seja,
pretendem ser o embrião do futuro. “Muitos distritos não possuem escalão elite, por isso, decidimos começar esta caminhada por baixo e não por cima. O desejo é ter jovens ginastas que se possam manter na modalidade com o máximo de longevidade possível para poder, um dia, virem a ser elite e, aí sim, entrarem nas seleções nacionais. Certas regiões possuem seleções territoriais há muitos anos, não com um objetivo competitivo, mas para promover a modalidade dentro dos seus distritos. A vontade da federação é alargar essa realidade a todo o território nacional”, frisa Lourenço França.
Olhando para a realidade algarvia, não existem, neste momento, atletas na seleção nacional, reflexo de um período em que se assistiu a um decréscimo do número de praticantes. Mas houve tempos em que o cenário era bem diferente, aliás, o Algarve acolheu, em 2001, o Campeonato da Europa de Ginástica Acrobática. “Agora, com tantos clubes em atividade, é ótimo constatar que as coisas estão a regressar ao bom caminho”, declarou Lourenço França. Um percurso que nem sempre é fácil para os atletas, nomeadamente quando se termina o ensino secundário e é chegada a hora de rumar ao ensino superior, por vezes em cidades e regiões diferentes. “Há universidades e clubes de
ginástica acrobática espalhadas por todo o país, portanto, as duas carreiras não são indissociáveis. Primeiro, têm que começar nestes escalões e gostarem muito do que fazem, depois, atingem um ponto em que amam de tal forma a ginástica acrobática que entendem que é possível conciliar as duas coisas. E é”, garante o entrevistado.
Certo é que Portugal está muito bem cotado em termos internacionais, com Lourenço França a não hesitar em colocar o nosso país no Top 5 mundial. “Não deve haver muitas modalidades desportivas em que Portugal se possa orgulhar de dizer isso. Tivemos campeões nos dois
últimos campeonatos do mundo e fomos a melhor nação no último campeonato da Europa”, revela Lourenço França, entendendo que a modalidade, apesar de não ter o mediatismo do futebol, é devidamente reconhecida pelos portugueses. “Basta ver que todos os anos há programas de entretenimento na televisão em que a ginástica acrobática está em evidência. As pessoas podem não compreender as regras, mas gostam do que veem. E nem todas as modalidades têm que ser necessariamente olímpicas.Temos que viver bem com essa diferença, embora eu, pessoalmente, entenda que a ginástica acrobática
o deveria ser. Os Jogos Olímpicos estão a tornar-se mais urbanos e a incluir novas modalidades e a acrobática é, provavelmente, a mais antiga das gímnicas feitas pelo ser humano. Dentro da nossa federação, é a modalidade competitiva com maior número de praticantes, respira saúde, e este projeto das seleções territoriais é como uma bola de neve que sobe a montanha e que vai levar ao aumento da quantidade e qualidade em todas as regiões de Portugal”, reforça o selecionador nacional.
Algarve
não quer perder o comboio na ginástica acrobática
Ao leme da AGA – Associação de Ginástica do Algarve está Alexandra
Ferreira, que não faltou, como seria de esperar, a este treino no Passeio Ribeirinho de Faro. Uma associação que, atualmente, conta com mais de duas dezenas de clubes filiados nas modalidades de ginástica rítmica, ginástica acrobática, trampolins, ginástica para todos e ginástica artística, num universo que deverá rondar os 2 mil e 400 praticantes. “A federação pediu às diversas associações que designassem um selecionador territorial e que procedessem a estes treinos, num projeto cuja primeira fase passa pelo acolhimento destas jovens promessas dos iniciados, juvenis e juniores das duas primeiras divisões. Portugal tem bons atletas nos seniores e elites, mas, para isso, é preciso trabalhar bem com os praticantes logo desde tenras idades”, sublinhou a dirigente.
A segunda fase deste projeto da Federação de Ginástica de Portugal incidirá mais sobre as questões técnicas, com o selecionador nacional a definir, em conjunto com os diversos selecionadores territoriais, quais os objetivos a alcançar. A terceira fase será, então, que cada associação tenha a sua própria seleção para competirem entre si, e os algarvios têm todas as condições para brilhar. “Em 2023 tivemos vários campeões nacionais de ginástica acrobática e não queremos perder o comboio. Há que arregaçar as mangas para não ficar para trás”, defende Alexandra Ferreira, uma tarefa que, adivinha-se, não é nada fácil. “Há autarquias que têm maiores orçamentos e que, graças a isso, conseguem apoiar os clubes e
associações com mais impacto, seja em termos financeiros ou logísticos. Noutros concelhos a situação é mais complicada, mas o panorama geral está a melhorar, sem dúvida. O transporte para as competições normalmente é sempre assegurado pelos municípios, mas há provas em que são os próprios pais a comparticipar essa despesa”.
Em termos dos eventos que acontecem no Algarve, muitas vezes são organizações conjuntas entre a AGA e os clubes, mas Alexandra Ferreira admite que o reduzido número de provas é um obstáculo a ultrapassar para se ganhar um maior ritmo competitivo e motivar mais os praticantes. “No futebol,
todos os fins-de-semana há jogos, os atletas estão constantemente em atividade e é mais fácil obterse patrocínios das empresas. Depois, esta falta de rotina
também se nota na organização das provas, em preparar tudo para que nada corra mal naquele dia”, afirma a presidente da direção. “A associação normalmente trata da
componente financeira e administrativa, os clubes assumem a vertente técnica, os espaços e equipamentos, os bombeiros e segurança. A federação tem um
caderno de atividades e tarefas para as competições, nada pode falhar e a associação tem-se vindo a modernizar ao longo dos anos para corresponder às exigências”.
Ora, por falar em espaços e equipamentos, como está o Algarve, questionamos. “Há uma grande concorrência com as outras modalidades no que toca à utilização dos pavilhões, que são sobretudo pertença das câmaras municipais, daí que os treinos sejam sempre depois das 18h. O que o Clube Educativo e Desportivo de Faro tem é um luxo, com o praticável dinâmico sempre montado. Igual só em Loulé, mas há três clubes a disputarem o mesmo espaço, o que obriga a uma rigorosa gestão dos horários”, responde Alexandra Ferreira, acrescentando que, apesar de tudo, a ginástica acrobática continua a ganhar força na região, fruto da resiliência dos atletas, treinadores, dirigentes e pais. “Fomos muito prejudicados durante a pandemia porque a modalidade era considerada de alto risco e estivemos todos parados. A rítmica e os trampolins, como eram desportos individuais, começaram a treinar mais cedo, mas ninguém baixou os braços na acrobática. Estamos muito bem em termos nacionais, não andamos longe do número de
atletas filiados de Lisboa, por exemplo”, adianta a entrevistada.
Um Algarve unido torna-se mais forte
Visivelmente satisfeito com este primeiro treino estava Telmo Dias, selecionador territorial do Algarve de ginástica acrobática e treinador do Clube Educativo e Desportivo de Faro, ao ver tanto talento no praticável dinâmico, com vista a um futuro campeonato entre as várias seleções. Provas em que, depois, a Federação de Ginástica de Portugal poderá observar e analisar a evolução dos atletas, para eventualmente serem chamados à seleção nacional. “Queremos ver particularmente estes escalões mais novos, dos 11 aos 16 anos, uma vez que, em
2025, há Campeonato da Europa de Ginástica Acrobática. O objetivo é colocar o Algarve na rota das competições internacionais. Os clubes propõem os grupos ou pares que gostariam de ver no apuramento para o Campeonato da Europa, depois, fazem-se as contas no final da época, com o ranking, as notas, as quotas. Nessa altura, os dois primeiros classificados de cada categoria serão apurados para a prova”, explica o antigo atleta que possui, no seu currículo, mais de 200 medalhas, quase uma dezena de títulos de campeão nacional, duas medalhas em Taças do Mundo e que foi, inclusive, finalista do Campeonato do Mundo e Campeonato da Europa de Ginástica Acrobática.
A primeira fase deste projeto é, então, preparar os atletas algarvios para estar nesse ranking, com a consciência de que a modalidade sofreu alguns revezes no passado recente. “Estamos um pouco atrás do resto do país, não por falta de qualidade dos nossos atletas, antes pelo contrário, mas por uma questão de conjuntura, e agora estamos a trabalhar para regressarmos ao patamar onde já estivemos há 10 ou 15 anos. E o primeiro passo é pegar nestes atletas mais novos, desenvolvêlos, colocá-los na luta e, mais cedo ou mais tarde, vamos voltar a ter pares na seleção nacional e nos escalões elite”, acredita Telmo Dias.
Um objetivo que só é possível de alcançar se todos remarem para o mesmo lado, avisa o novo selecionador do Algarve. “É evidente, e natural, que cada um lute pelo seu clube, mas um Algarve unido torna-se mais forte. Gostei muito deste treino, porque vi os atletas a ajudarem-se uns aos outros e treinadores de diferentes clubes a partilharem ideias”, comenta Telmo Dias, adiantando que a ideia é repetir estes encontros mais vezes e começar a levar alguns atletas da seleção do Algarve a torneios nacionais. “Agora, é um passo de cada vez”, termina, não sem antes deixar um agradecimento a Isabel Rodrigues por ter iniciado o projeto das seleções territoriais no Algarve .
TEATRO LETHES ASSISTIU IMPRECAÇÃO DIANTE DAS
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
A «A GRANDE DAS MURALHAS DA CIDADE»
m ano de comemoração dos 50 anos de atividade do Teatro das Beiras, a companhia liderada por Gil Salgueiro Nave recuperou um texto do dramaturgo alemão Tankred Dorst apresentado nos primeiros anos de atividade do antigo GICC – Grupo de Intervenção Cultural da Covilhã, em 1979. Uma peça que foi a cena, no Teatro Lethes, em Faro, no dia 16 de março.
Em «A grande imprecação diante das muralhas da cidade», Fan Chun-Ting, mulher do pescador Hsueh Li, dirige-se à grande muralha de uma eventual China longínqua e perdida na memória do
tempo para reclamar o marido, recrutado contra sua vontade para engrossar as fileiras dos exércitos do imperador. A muralha diverte-se com tamanha ousadia e propõe um jogo. Se a mulher identificar e provar que um dos soldados é o marido, poderá partir levando o homem consigo. Se o jogo nada provar, o soldado será morto e a mulher expulsa para além do rio.
A peça é uma parábola do antigo Oriente, inspirada no desconcerto do mundo, com tradução de texto a cargo de Mário Barradas e encenação de Gil Salgueiro Nave, cabendo a interpretação a Bernardo Sarmento, Miguel Brás, Paulo Monteiro e Sónia Botelho .
SANDRA BARATA BELO E RAQUEL «LIVRAR-ME» NO CINETEATRO LOULETANO
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
OLIVEIRA APRESENTARAM LOULETANO
Cineteatro Louletano, em Loulé recebeu, no dia 1 de março, «Livrar-me», de Sandra Barata Belo e Raquel Oliveira. Com texto de Ana Lázaro, nesta peça uma Mulher conta-se como se fosse a narradora da sua própria vida antes de ficar completamente às escuras. Como uma Personagem de um Livro que nunca chegou a acontecer, ou de uma história que pelo contrário não deixa nunca de se
desenrolar. “É através dos livros que entra em diálogo com o passado. Uma Filha que procura por uma Mãe. Que conversa sem nunca ter a certeza de ter voz, no silêncio. Uma Família de Mães e Filhas que se ligam entre tempo inefáveis, porque serão sempre tão imensos quanto o espaço que ocupam umas nas outras”, descrevem as cocriadores Sandra Barata Belo e Raquel Oliveira .
CLUBE ARTÍSTICO LACOBRIGENSE «VOLTA ABRIL QU´TÁS AO
CENTRO CULTURAL
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
LACOBRIGENSE LEVOU PERDOADO» DE LAGOS
o ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril, o Clube Artístico Lacobrigense apresentou, nos dias 14, 15 e 16 de março, no Centro Cultural de Lagos, a Revista «Volta Abril qu´tás perdoado». A produção original voltou a proporcionar, como é habitual, momentos de grande animação e com muito boa disposição e, em tom satírico, os atores levaram à cena passagens alegóricas à temática, com foco, como não poderia deixar de ser, na cidade de Lagos.
Como é apanágio da Revista, os textos são interpretados de forma criativa e hilariante pelo grupo de atores do Clube
Artístico Lacobrigense, que este ano viu a família crescer. Os momentos musicais contaram com a talentosa Ana Valentim e as danças estiveram a cargo da Dancenema. Ao leme voltou a estar a encenadora Lénia Batista, com a interpretação a caber a Ana Bela Fernandes, Ana Valentim, Ângelo Mariano, Francisca Marreiros, Joela Alves, Karolina da Matta, Lénia Batista, Maria João Sacadura, Paulo Evangelista, Sandra Vinhas Estêvão e Sofia Fernandes. Os textos são de Sandra Vinhas Estêvão e Lénia Batista, com colaboração de Sofia Fernandes e poema de José Manuel Palroz. Já os cenários foram da responsabilidade de Guilherme, Paulo Arribança, João Fernandes, José Freire e Carlos Granjeiro .
NUNO GUERREIRO, OLAVO BILAC, VÍTOR SILVA CANTARAM «ZECA
Texto: Ricardo Coelho| Fotografia: Ricardo Coelho
BILAC, TOZÉ SANTOS E «ZECA SEMPRE» EM LAGOA
uno Guerreiro, Olavo Bilac, Tozé Santos e Vítor Silva subiram ao palco do Auditório Carlos do Carmo em Lagoa, no dia 2 de março, com o espetáculo «Zeca Sempre», no âmbito da abertura das comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril neste concelho.
«Zeca Sempre» é um projeto que reúne três talentosos nomes da nossa música, designadamente, Nuno Guerreiro, a voz da Ala dos Namorados; Olavo Bilac, dos Santos & Pecadores; e Tozé Santos, da banda Per7ume. Juntos, uniram forças
aos geniais arranjos do produtor Vítor Silva para criar um tributo ao músico e autor português José Afonso, cujo legado desempenhou um papel fundamental na luta pela liberdade e justiça social em Portugal.
Após uma pausa de vários anos, o coletivo musical formado em 2010 regressou este ano à estrada e Lagoa foi a primeira cidade a receber este reencontro de «amigos». «Venham Mais Cinco», «O Que Faz Falta», «Redondo Vocábulo», «Menino do Bairro Negro» e «Saudades de Coimbra» são alguns dos temas renovados que compõem o reportório de «Zeca Sempre» no alinhamento dos concertos deste ano .
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