REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #447

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ALGARVE INFORMATIVO

24 de agosto, 2024

ÍNDICE

Festas em Honra de Nossa Senhora dos Mártires em Castro Marim (pág. 20)

Dia de Albufeira (pág. 32)

Procissão da Nossa Senhora da Graça em Sagres (pág. 44)

FATACIL em Lagoa (pág. 58)

Gabriel Albuquerque (pág. 76)

Calçadas em São Brás de Alportel (pág. 88)

Os Quatro e Meia em Lagoa (pág. 104)

OPINIÃO

Ana Isabel Soares (pág. 120)

Nuno Campos Inácio (pág. 122)

Nininho Vaz Maia atraiu multidão ao último dia das Festas em Honra de Nossa Senhora dos Mártires em Castro Marim

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Município de Castro Marim cantor português Nininho Vaz Maia era um dos nomes mais esperados da edição deste ano das Festas em Honra de Nossa Senhora dos Mártires, que decorreram nos dias 13, 14 e 15 de agosto, com uma multidão presente no último dia na Zona

Envolvente à Casa do Sal.

O primeiro dia começou com a abertura da tradicional Mostra de Artesanato com artesãos do concelho a trabalhar ao vivo e um baile com José Aníbal, seguido do início das celebrações religiosas com a Procissão das Velas pelas artérias da vila de Castro Marim. À noite subiram ao palco as ARUTLA com um espetáculo especial de comemoração do 25.º aniversário, antecedendo à atuação de

«Smells Like 90s», que apresentaram a nostalgia e os maiores êxitos dos anos 90.

A 14 de agosto o baile ficou a cargo do Grupo +2, tendo como momento alto da noite um concerto dos algarvios Iris, que celebram este ano o 45.º aniversário de carreira com um espetáculo especial. Para terminar a noite decorreu a Neon Night Party com a dupla de DJs Gustavo Vera & Jonny V.

O dia principal destas festividades, a 15 de agosto, iniciou-se com o tradicional hastear da Bandeira Nacional no edifício dos Paços do Concelho. Na mesma manhã decorreu ainda a sexta edição do torneio de futsal em memória de Nelson

Solá no Pavilhão Municipal José Guilhermino Anacleto. As celebrações religiosas marcaram a tarde do feriado, com a Recitação do Terço e a Missa Solene na Igreja Matriz, culminando com a Procissão em Honra de Nossa Senhora dos Mártires. O palco da Zona Envolvente à Casa do Sal abriu a noite com um baile com Emanuel e Tânia, mas foi Nininho Vaz Maia que deixou a sua marca, atraindo uma multidão para o local com um concerto inesquecível.

As Festas em Honra de Nossa Senhora dos Mártires foram organizadas pelo Município de Castro Marim e pela Paróquia de São Tiago.

Homenagens, inaugurações, cultura, animação e apresentação do fim de ano marcam

Dia do Município de

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina o ano em que se assinalam os 520 anos da outorga do Foral pelo Rei D. Manuel I ao concelho, o Município de Albufeira organizou um programa de seis dias (de 15 a 20 de agosto), recheado de atividades culturais e desportivas, homenagens e inaugurações, com destaque para o programa oficial do dia

Albufeira

20 de agosto – Dia do Município, que teve início com o tradicional Hastear da Bandeira, em frente aos Paços do Concelho, acompanhado do Hino Nacional pela Banda Musical e Recreio Popular de Paderne e Guarda de Honra pelos Bombeiros Voluntários de Albufeira e Fanfarra. A cerimónia contou com a presença dos membros do Executivo, Assembleia Municipal, Juntas de Freguesia e representantes das entidades militares, civis e religiosas.

Seguiu-se a Sessão Solene de Atribuição de Medalhas de Bons Serviços aos funcionários municipais com mais de 15, 25 e 35 anos de serviço, graus bronze, prata e ouro, respetivamente, no Salão Nobre, num momento de enorme simbolismo e importância para os trabalhadores do Município, pelo reconhecimento público da sua entrega e empenhamento diário em prol do bemestar dos cidadãos. “Os funcionários são o recurso mais importante desta casa, são eles que todos os dias vestem a camisola e trabalham com zelo, dedicação e

competência para colocar em marcha as estratégias, iniciativas e projetos delineados pelo Executivo com vista a promover o desenvolvimento do concelho e a qualidade de vida dos cidadãos”, declarou o presidente da Câmara Municipal, José Carlos Rolo, que realçou o facto de as comemorações do Dia do Município, em 2024, serem coincidentes com a celebração dos 50 anos do 25 de abril, estabelecendo um paralelismo entre as duas datas, nomeadamente no que se refere à autonomia da gestão do

território, fixação de direitos, obrigações e atribuição de privilégios. “É graças à autonomia e consolidação do poder local, com o seu expoente máximo no 25 de Abril, que hoje temos eleições livres, com todos os membros do Executivo selecionados pelo povo, que podemos decidir que a atribuição de medalhas aos trabalhadores decorra, obrigatoriamente, no Feriado Municipal, bem como a definição de estratégias e intervenções necessárias ao desenvolvimento do concelho a nível social, educativo, cultural, habitacional, turístico, infraestruturas viárias, entre outras atribuições próprias das autarquias”.

A opinião foi reiterada pelo presidente da Assembleia Municipal, Francisco Oliveira, que ao usar da palavra acrescentou que “é nossa obrigação fazer do Município a nossa casa e tudo o que é importante para os que cá vivem terem qualidade de vida e condições para receber bem quem nos visita” “A mensagem que aqui deixo é na perspetiva do aprofundamento da nossa autonomia e de um futuro melhor”, reforçou.

O programa prosseguiu com a inauguração do Complexo Municipal para a Causa Animal (Canil, Parque Canino e Cemitério para Animais), infraestrutura que pretende dar continuidade à estratégia iniciada com a construção do

Centro de Bem-Estar Animal de Albufeira. A construção do equipamento, num terreno municipal com uma área de 6 mil e 388,60 metros quadrados, envolveu um investimento total de aproximadamente 1 milhão e 200 mil euros e teve por principal objetivo criar um complexo de edifícios que permitam a recolha e alojamento condigno de animais, com vista a fazer face ao crescimento de animais abandonados e errantes no concelho.

O Canil, obra que implicou um investimento de 666 mil e 836,03 euros, é constituído por cinco módulos. O Módulo Zero (O) corresponde ao anterior Centro de Bem-Estar Animal e ali fica instalado o Atendimento ao Público (Receção; Gatil; Vestiário do staff, Gabinete de Coordenação e uma sala para o pessoal).

O Módulo A destina-se a Serviços

(Gabinete Clínico, instalações sanitárias, salas técnicas, sala multiusos para promoção de ações de adoção e sensibilização contra maus-tratos animais, debates e Workshops). Já o Módulo B está vocacionado para alojamento e recolha permanente de animais, sendo composto por 26 celas com capacidade para 65 cães, 1 cela para maternidade ou isolamento, 3 celas de quarentena e zonas técnicas de apoio à atividade. O Módulo C destina-se, igualmente, a alojamento e dispõe de 22 celas com capacidade máxima para 55 cães, 1 cela para maternidade/isolamento e zonas técnicas). Por último, o Módulo D encontra-se equipado com 2 celas semicirculares destinadas ao alojamento e quarentena de animais com suspeitas de raiva. O Canil tem capacidade máxima prevista para 120 animais.

Quanto ao Parque Canino, é um espaço com uma área total de 1.204 metros quadrados, dotado de equipamentos de divertimento e exercício para cães, nomeadamente slalom, ponte, rampa, balouço, anel, túnel e mesas para pausa para que os animais se possam exercitar em liberdade e segurança. O objetivo é que se divirtam e gastem as energias, por forma a evitar comportamentos agressivos e destrutivos, muitas vezes associados à falta de exercício, brincadeira e convívio de pessoas e animais. A obra envolveu um investimento no valor de 190 mil e 388 euros.

O Cemitério para Animais pretende colmatar uma lacuna existente no concelho, contribuindo para um maior conforto dos donos/tutores dos animais de estimação, na altura da sua despedida. Trata-se de um espaço simbólico de culto e de memória, de tranquilidade e

reflexão, dotado de espaços de fruição e estadia – um local apropriado para sepultamento, onde os nossos amiguinhos de quatro patas podem ser revisitados com respeito e dignidade. O equipamento está organizado em áreas diferenciadas: sepultamento convencional, em jazigo, em módulos de consumpção ou inumação aeróbica e em columbários (módulos de dimensões reduzidas para depósito de urnas contendo as cinzas dos animais após cremação). No total, existem 96 nichos/gavetões mais 208 sepulturas. O cemitério tem uma área total de 2 mil e 646 metros quadrados e a obra envolveu um investimento de 237 mil e 420,68 euros.

Com vista a dar resposta à recolha e transporte de animais, o Município adquiriu uma viatura para funcionar como veículo de socorro animal, num investimento que ascendeu a 94 mil e

927,42 euros e que pretende dotar o concelho e os serviços médicos e veterinários de uma viatura polivalente que permita garantir o transporte de animais em grande número, a prestação imediata de assistência básica em simultâneo com o transporte, cuidados de saúde em situação de calamidade, desenvolvimento de campanhas anuais de vacinação em condições de higiene e segurança e o transporte digno de animais do local de recolha para o Centro de Bem-Estar Animal e deste para as clínicas e outros locais que se revele necessário. “A inauguração do Complexo para Animais de Companhia, com todas estas valências que lhe estão associadas,

neste dia tão especial para Albufeira, é o resultado de um trabalho árduo entre diferentes equipas, com vista a criar uma resposta animal de que o concelho precisava e que em muito contribui para a valorização da sociedade a nível global”, frisou Cláudia Guedelha, vereadora com o pelouro da Saúde e Proteção Animal, que sublinhou ainda a importância de trabalhar a causa animal, quer ao nível do acolhimento, alojamento e tratamento de animais errantes quer da sensibilização e educação das crianças, jovens e população em geral, no sentido de evitar o abandono e promover a adoção responsável. O presidente José Carlos Rolo realçou, igualmente, a

importância da construção do equipamento que “vem possibilitar que os donos e respetivos animais usufruam responsavelmente deste espaço”, chamando a atenção para a responsabilidade dos cidadãos a nível individual, quer no que respeita ao abandono, quer à adoção de animais de companhia.

A parte da tarde do Dia do Município foi dedicado à cultura e à animação. Pelas 17h, no Centro de Artes e Ofícios Carlos Silva e Sousa, teve lugar a inauguração da instalação artística «Mar Novo» de Ana Leonor Rocha e da exposição «Barcos de Pesca» de David Guerreiro. Seguiu-se, a partir das 18h30, a apresentação do programa de Fim de Ano 2024-2025, na

Praia dos Pescadores, que arrancou com o descerramento do fotopoint do X do Albufeira Carpe Nox 2025, pelo presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo, do presidente da APAL, Desidério Silva, dos vereadores Cristiano Cabrita, Cláudia Guedelha, Ricardo Clemente e Victor Ferraz e pelo promotor da Tavola Nostra – Eventos Globais, João Costa. Os convidados tiveram, depois, a oportunidade de visualizar um vídeo com imagens das edições anteriores, o programa de Fim de Ano 2024-2025 e testemunhos de Margarida Vila Nova, Xutos e Pontapés, Dino Santiago, Diego Miranda e Pedro Ribeiro, este último responsável pelo Guião do Albufeira Carpe Nox.

Sagres prestou homenagem a Nossa Senhora da Graça

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

agres esteve em festa, de 15 a 18 de agosto, em honra de Nossa Senhora da Graça, uma das invocações populares pela qual é conhecida a Virgem Maria na Igreja Católica e que é celebrada, no calendário religioso, a 15 de agosto, Dia da Assunção de Maria, a festa maior dos cultos marianos. E a devoção dos pescadores à Senhora da Graça é remota. De facto, reza a lenda que, na manhã de 14 de agosto de 1362, véspera da Assunção de Maria, alguns dos pescadores de Cascais, ao lançarem as redes ao mar,

prometeram à Virgem Maria oferecer-lhe todo o peixe desse lanço, como forma de agradecimento pelas boas pescarias daquela temporada. Ao recolherem as redes, estas vinham completamente cheias, e, entre o peixe, emalhada nas redes, encontrava-se uma pequena imagem de Nossa Senhora com o Menino ao colo:

A estória continua pela voz de uma criancinha, ainda de peito, filha de um dos pescadores, que, miraculosamente, terá falado e expressado a vontade da própria Virgem Maria, para que levassem a imagem aparecida das redes ao

Mosteiro de seus frades. No dia seguinte, a imagem da santa foi levada pelos pescadores de Cascais para o Convento da Graça, em Lisboa, sendo então colocada no altar-mor da igreja pelos frades. Os relatos do milagre propagaram-se e o culto da Senhora da Graça difundiu-se rapidamente entre as póvoas de pescadores do litoral português.

Em Sagres, no interior da Praça de Armas da Fortaleza de Sagres, encontrase uma igreja sob o orago de Nossa Senhora da Graça, edificada no século XVI, cerca de 1570, sobre as fundações de um templo mais antigo dedicado a Santa Maria, cuja construção foi ordenada pelo Infante D. Henrique, em 1459. Trata-se de um templo de planta longitudinal, com telhado de duas águas, nave única e

cabeceira quadrangular, à qual se anexa a sacristia, a sul, de planimetria idêntica. A fachada principal é frontal, com dois panos correspondentes ao corpo da igreja, onde se abre o portal com lintel e um campanário escadeado, à direita. Na fachada sul, de dois panos, correspondente à nave, abre-se uma janela e sobressai-se a sacristia. Na fachada nascente, idêntica à sul, surge a escadaria de acesso ao campanário.

No interior, o espaço é unificado, abobadado em canhão e iluminado pelas janelas dos muros da nave. A capela-mor é coberta por cúpula sobre trompas. Exibe um conjunto de lápides sepulcrais, sendo o altar-mor ornamentado por um retábulo barroco, de talha dourada, originalmente pertencente à ermidacapela de Santa Catarina, do Forte do

Beliche. No altar-mor encontra-se a imagem de Nossa Senhora da Graça, acompanhada, nos nichos laterais, pelas imagens de São Vicente e de São Francisco, à esquerda e à direita do altar, respetivamente. O portal renascentista, provavelmente do séc. XVI, é aparelhado em pedra calcária, com peças talhadas em brecha, na base das ombreiras, rocha provavelmente proveniente de Tavira ou da Arrábida. Afetado pelo terramoto de 1755, o templo teve várias intervenções de recuperação e sofreu algumas alterações: à nave e à capela-mor foram acrescentados a sacristia e o campanário, o qual envolve o local do carneiro/ossário do antigo cemitério paroquial de Sagres.

De modo a facilitar o acesso ao culto e aproximando a igreja, fisicamente, da Comunidade, a sede da Paróquia de Sagres foi transferida para um novo templo, construído segundo o projeto do Arquiteto António Reis Noronha e inaugurado no dia 15 de agosto de 1998. E é precisamente dali que parte a procissão em honra de Nossa Senhora da Graça para percorrer as principais artérias da vila de Sagres, à frente a imagem de Nossa Senhora, atrás a de São Vicente, até chegar ao Porto da Baleeira.

Seguiu-se a tarefa de colocar as imagens de Nossa Senhora da Graça a bordo do «Mário Luís» e a de São Vicente no «Mar Vivo», acompanhadas por muitas dezenas de fiéis. Depois, o cortejo

viaja, por mar, e com uma guarda-de-honra composta por várias embarcações engalanadas, até ao Cabo de São Vicente e, no regresso, defronte do Forte do Beliche, uma coroa de flores é lançada ao mar. Uma tradição que se repete ano após ano e que evidencia a fé dos pescadores na sua padroeira e no padroeiro de Vila do Bispo.

Fontes bibliográficas: Monumentos de Sagres (1960) – «Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais», N.º 100. Lisboa. PIMENTEL, Alberto (1899) – «História do Culto de Nossa Senhora em Portugal».

Lisboa: Livraria Editora Guimarães, Libânio & Cia.

SAMPAYO Ribeiro, Mário de (1939) – «A Igreja e o Convento de Nossa Senhora da Graça, de Lisboa». Olisipo: Boletim do Grupo Amigos de Lisboa. II (5).

FATACIL regressou a Lagoa para a sua 43.ª edição

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

FATACIL – Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria de Lagoa assistiu, de 16 a 25 de agosto, à sua 43.ª edição e voltou a ser um dos eventos de maior destaque no verão algarvio. A cerimónia de abertura contou com a presença do Secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, que sublinhou a importância deste evento para o turismo e a economia local, e o primeiro dia da feira foi ainda abrilhantado pela visita do Presidente da

República, Marcelo Rebelo de Sousa, que mais uma vez demonstrou o seu apoio e apreço por este grande certame.

Um dos atrativos maiores da FATACIL é, sem dúvida, o Palco FATACIL, que apresentou um cartaz de luxo com alguns dos nomes mais sonantes da música nacional. A diversidade de estilos e a qualidade dos artistas proporcionaram noites memoráveis que agradaram a públicos de várias gerações, com Os Quatro e Meia, Ivandro, D.A.M.A., João Pedro Pais, Carolina Deslandes, David Carreira, Julhinho KSD, Amália Hoje, Calema e Xutos & Pontapés. Uma das

principais novidades deste ano foi a estreia do Palco Algarve, um novo espaço inteiramente dedicado à promoção de bandas tradicionais e artistas locais e que se juntou ao já habitual Palco Lagoa.

A FATACIL 2024 manteve-se na vanguarda das práticas ecológicas e ostentou novamente o selo de EcoEvento, reconhecimento atribuído a eventos que se destacam pela implementação de medidas de sustentabilidade, como a separação seletiva de resíduos, recolha de bio resíduos e óleos alimentares, utilização de copos reutilizáveis e a redução do uso de plástico e papel. A organização do evento, juntamente com os mais de 700

expositores e espaços de restauração, reafirmou o seu compromisso com a proteção do meio ambiente, trabalhando ativamente para minimizar o impacto ambiental da feira e promover um evento mais verde e consciente.

A FATACIL continuou também a ser um ponto de referência no panorama equestre nacional, atraindo entusiastas e profissionais do mundo dos cavalos. Ao longo de nove dias, o picadeiro da FATACIL foi palco de 14 espetáculos equestres que encantaram os amantes desta arte. Um dos destaques, este ano, foi a presença inédita em Portugal de Miron Bococi, uma figura de proa no universo equestre internacional.

GABRIEL ALBUQUERQUE BRILHOU NOS JOGOS OLÍMPICOS DE PARIS… MAS QUERIA MAIS

A 2 de agosto, em Paris, Gabriel Albuquerque fez história nos Jogos Olímpicos ao ficar em 5.º lugar na final de trampolins. Trouxe para Portugal, para o Algarve, mais precisamente para Loulé, um diploma olímpico, mas admite que o pensamento estava nas medalhas, um sonho que fica adiado para daqui a quatro anos. Poucos dias depois, o Algarve Informativo esteve à conversa com o atleta da APAGL – Associação de Pais e Amigos da Ginástica de Loulé para conhecer melhor este jovem de apenas 18 anos.

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina or momentos o Algarve ficou em suspenso, naquele dia 2 de agosto, à medida que se aproximava a hora de Gabriel Albuquerque, atleta da

APAGL – Associação de Pais e Amigos da Ginástica de Loulé, participar na final de trampolim individual nos Jogos Olímpicos de Paris. A expetativa era enorme, mas também moderada, porque, aos 18 anos, esta era a primeira participação do lisboeta radicado em Loulé no principal

evento desportivo do globo. E, por muito boa que seja a qualidade e a preparação de um atleta, naqueles segundos decisivos tudo pode acontecer.

No fim, os 59.740 pontos valeram a Gabriel Albuquerque o 5.º lugar, o melhor resultado de sempre de um atleta português nos trampolins, superando o 6.º lugar alcançado por Nuno Merino nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Uma excelente prestação que augura um futuro risonho para o jovem que se iniciou nesta modalidade logo aos 4 anos de idade. “Em miúdo experimentei o judo, a natação e o futebol, porque a minha mãe andou na ginástica

acrobática e queria que eu também praticasse algum tipo de desporto. O primeiro salto dei na Seixalíada, um evento desportivo que acontece no Seixal, em que perguntei logo à treinadora que estava a ajudar nas demonstrações, a Filipa Vítor, se podia fazer um mortal”, recorda Gabriel, à conversa no Parque Municipal de Loulé.

Como resultado da «macaquice», Gabriel Albuquerque entra para o Clube Recreativo e Desportivo Brasileiro Rouxinol, em Miratejo, mas o tempo de

Gabriel Albuquerque com o treinador João Pedro Monteiro, no sarau da APAGL

brincar tinha acabado. “Encarei logo os trampolins com muita seriedade, apesar de não ter consciência do percurso que iria ter na modalidade, mas aos sete anos comecei a ir aos Nacionais em Infantis. A minha paixão era mesmo o desporto, nunca fui um aluno de grandes notas”, admite. “Conclui este ano o 12.º, mas nada de 17 ou 18 valores”, acrescenta, com um sorriso.

O momento decisivo deste trajeto, o «sim ou sopas», terá, provavelmente, acontecido por volta dos 11 anos, quando

o seu treinador João Pedro Monteiro veio para o Algarve trabalhar na APAGL e, depois de muito pensar, Gabriel e a mãe, Sara, decidem mudar-se de malas e bagagens para Loulé. “A Filipa Vítor foi quem me encontrou, depois passei por vários treinadores, mas ia trabalhando regularmente com o JP. Quando comecei a ir aos campeonatos nacionais e a provas internacionais, ele passou a ser o meu treinador, por isso, optamos por rumar a sul”, conta o entrevistado, não negando que a mudança de Lisboa para o Algarve, na altura para Salir, foi difícil para um miúdo de 11 anos. “Vim

da cidade para a serra e a adaptação à nova escola não foi fácil, mas na APAGL foi tudo pacífico, até porque já conhecia muitos dos atletas das provas em que participávamos. Fazer amigos na escola foi mais complicado, mas já só tinha a ginástica na cabeça. Um trabalho das 9 às 5 não é bem a minha cena, só que uma carreira nos trampolins dura entre 15 a 20 anos, se fores realmente bom e conseguires manter sempre um nível elevado”, avisa.

Por incrível que possa parecer, ir a Paris, aos Jogos Olímpicos, o expoente máximo de um atleta, não mexeu muito com a cabeça de Gabriel Albuquerque, habituado que estava a participar, desde os 11/12 anos, em Campeonatos do Mundo por idades. “Desde miúdo que tinha a ambição de ir aos Jogos Olímpicos, por ser a prova master dos desportos individuais, talvez não pensasse é que isso ia

Gabriel Albuquerque e a mãe, Sara

acontecer tão cedo. Quando começaram os apuramentos para Paris, eu e o JP íamos mais numa de ganhar experiência, mas fui logo à final da segunda Taça do Mundo e percebemos que, se calhar, não era impossível”, indica.

Carimbado o passaporte para Paris, foi com naturalidade que as pessoas passaram a olhar de forma diferente para Gabriel Albuquerque, pois ser atleta olímpico não está ao alcance de todos, mas nada que alterasse a forma de ser e estar na vida deste jovem que, apesar de consciente das suas capacidades, nunca perdeu a humildade. “Sei que não posso ter uma vida de adolescente normal. Não posso ficar a ver o

pôr-do-sol na praia e depois ir beber uns copos com os amigos, porque tenho treinos. Sair à noite também é complicado, porque o descanso é fundamental, e a minha mãe educou-me logo desde pequeno a comer bem. Não gosto de estar em casa sem fazer nada, sou uma pessoa que gosta de socializar, de conviver, isso foi o mais difícil de gerir enquanto atleta, mas, com a ajuda do JP e da minha mãe, consegui encontrar um equilíbrio”, salienta.

Conciliar os estudos com a vertente desportiva foi mais complexo, porque muitas provas desportivas acontecem

Gabriel Albuquerque com a equipa de competição de trampolim da APAGL

precisamente na altura dos testes, pelo que Gabriel Albuquerque teve que, bem cedo, fazer a sua escolha, definir as suas prioridades. “Entre o desporto e a escola, optei pelo desporto. Este ano quis focar-me totalmente nos trampolins, na ida aos Jogos Olímpicos, por isso, não me candidatei ao ensino superior. A ideia é tentar no próximo ano letivo, talvez fisioterapia ou psicologia, não me quero afastar totalmente do desporto”, adianta o entrevistado, que realça ainda o papel que a mãe desempenhou em todo o seu percurso desportivo. “Largou tudo o que tinha em Lisboa para virmos para o Algarve, foi o meu maior

apoio desde sempre, assim como o JP. Desde que cheguei a Loulé, a APAGL tem estado 100 por cento ao meu lado, cinco estrelas, e os apoios da Federação surgiram quando me tornei sénior. Tinha ganho três mundiais consecutivos por idades, viram o meu potencial e apostaram forte em mim, mas, até chegar a sénior, era a minha mãe que suportava praticamente todas as despesas das idas às provas”

Em Paris, Gabriel Albuquerque era o mais novo dos 73 portugueses, o que não o impediu de trazer um diploma olímpico, um diploma que soube a pouco. “Fui

com o sonho das medalhas, sei quais são as minhas capacidades”, assume, sem rodeios, isto quando dois homens que estavam a correr no Parque Municipal de Loulé param para lhe dar os parabéns. “Acabou por não acontecer, fiquei minimamente satisfeito com a minha prestação, e em 2028 estaremos melhor preparados. Foi a minha primeira Taça do Mundo, Campeonato do Mundo e Europeu como sénior, e termino a época nos Jogos Olímpicos, foi tudo novo”, sublinha o entrevistado. “A minha estratégia para a final era dar tudo, meter a dificuldade máxima, mas aqueles 20 segundos têm que ser perfeitos. Às vezes as coisas não saem como queremos e temos de passar para o plano B, mas são decisões tomadas em milésimos de segundos. São os tais momentos em que a experiência faz a diferença”, afirma Gabriel, confessando que teve mais nervos no Campeonato do Mundo, porque era o apuramento que estava em causa. “Em Paris, quis desfrutar do momento e fazer a melhor prestação possível”

De regresso a Loulé, o dia-a-dia mudou um pouco, como seria de esperar, até pelas idas à televisão e as entrevistas dadas à comunicação social. “Os trampolins normalmente são poucos mediáticos, Portugal é um país de futebol, mas conseguir um bom resultado nos Jogos

Olímpicos deu-me uma visibilidade gigantesca. Já fui abordado por pessoas que não conhecia de lado nenhum, que me viram na televisão e ficaram muito orgulhosas com a minha prestação, até mais do que eu. Sou uma pessoa demasiado ambiciosa para me contentar com um 5.º lugar”, reforça.

Entretanto, terminadas as pequenas férias de agosto, em setembro começa tudo outra vez, mas a responsabilidade será maior quando for às provas. “Mas não é por ter um diploma olímpico que vou deixar de ser como sou, não deixo que a fama me suba à cabeça. Não sou melhor do que ninguém, sou mais uma pessoa entre 8 biliões que vivem neste planeta”, declara, deixando logo uma garantia, o futuro continuará a ser em Loulé, com o treinador João Pedro Monteiro e com a APAGL. “E espero que a minha prestação sirva de exemplo para os meus colegas mais novos e que o cidadão comum passe a encarar esta modalidade de maneira diferente. Aos miúdos, digo-lhes para experimentarem. Se gostarem, fiquem, se não gostarem, tentem outras modalidades, o importante é praticar desporto”, conclui Gabriel Albuquerque.

ARTE VOLTOU A SAIR À RUA DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL

Texto: Fotografia:

RUA NO CENTRO HISTÓRICO

EM MAIS UM CALÇADAS

ão Brás de Alportel viveu mais uma noite mágica, a 14 de agosto, com a edição de 2024 do «Calçadas», evento cultural que todos os anos leva a arte às ruas históricas da vila e inspira a viver bons momentos em família.

A programação começou pelas 20h30 no Palco Adro da Igreja, dedicado às artes do movimento, com a apresentação da Escola Municipal de Dança, seguindo-se os ritmos do hip hop com os Urban Xpression, os passos da São Brás Bailando e a estreia do projeto de dança contemporânea assinado pela bailarina são-brasense Cátia Sancho. Já o Palco Praça Velha abriu portas, pelas 21h, com

a voz de André Catarino e dos seus convidados, num momento que contou com a participação especial da jovem são-brasense Matilde Serra. Logo depois, o comediante Luís Brito Rocha animou a plateia e a noite terminou em beleza neste palco com as modas e cante dos Allcante. No Palco Vila Adentro esteve em destaque o rock, primeiro com os The Mirandas e depois com o Tributo Doors –Five to One. Por sua vez, no Palco À Do Calçadas, foi a Academia de Música Rock On quem deu cartas, exibindo o talento dos jovens são-brasenses. O serão prosseguiu, mais tarde, com o Dj Filipe Sobral.

Para os mais pequenos e para as suas famílias, o Palco Biblioteca convidou a assistir a duas sessões da Hora do Conto

com Cláudia Fonseca e, para manter a tradição, quando tocaram as 12 badaladas, à meia-noite em ponto, chegaram as Histórias de Arrepiar ao Palco Calçadinha, com Fernando Guerreiro e Maria José Carocinho. E porque esta noite de características únicas não se resume apenas ao que acontece em palco, nas ruas do centro histórico houve muito para provar, experimentar e para se surpreender com produtos locais e artesanato, bons petiscos e deliciosa doçaria.

Por ruas e ruelas encontrou-se a artista de malabares digitais Leonor Sousa, para além de artistas a trabalhar ao vivo, dando continuidade ao desafio de arte urbana. A somar a tudo isto, juntou-se a

criatividade dos residentes que para esta noite adornam as suas janelas para terem «A Janela Mais Bonita», um concurso lançado a residentes e comerciantes da zona histórica que ano após ano desafiam a criatividade e apresentam mostras artísticas originais e surpreendentes.

A iniciativa, integrada no Plano de Revitalização do Centro Histórico, é promovido pela Câmara Municipal de São Brás de Alportel, com colaboração da «Comissão Organizadora Calçadas», um grupo informal da comunidade sãobrasense, tendo por objetivos celebrar a identidade cultural da região e promover a acessibilidade cultural, bem como a interação entre artistas locais, nacionais e espetadores.

OS QUATRO E MEIA «PONTAPÉ-DE-SAÍDA»

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

MEIA DERAM O «PONTAPÉ-DE-SAÍDA» À FATACIL

ascidos em Coimbra, em maio de 2013, no seguimento de uma atuação de sucesso de um grupo de universitários num espetáculo para angariar fundos para uma academia de dança, Os Quatro e Meia foram a banda escolhida para o dia inaugural da 43.ª FATACIL e, na sua terceira passagem pelo certame de Lagoa, voltaram a encantar os largos milhares de pessoas que encheram o recinto do Palco FATACIL e onde se pode vislumbrar, imagine-se, o próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a cantar no meio do público.

Constituída por João Cristóvão (violino e bandolim), Mário Ferreira (acordeão, piano e coros), Pedro Figueiredo (bateria e percussões), Ricardo Liz Almeida (voz e guitarra), Rui Marques (baixo e contrabaixo) e Tiago Nogueira (voz e guitarra), a banda deu um autêntico recital de pop cantado em português que começou com «Guarda a tua Alma» e prosseguiu com «Bom Rapaz», «Canção do Metro», «Não respondo por mim», «O tempo vai esperar», «1/2 sabes bem», «Amanhã», «Na Escola», «Terraplanismo», «A Terra gira», «Saudade», «Olá, solidão», «Prá frente é que é Lisboa», «Sentir o Sol» e «Baile de São Simão». Uma aposta ganha pela organização e que deu o mote para grandes enchentes em todas as noites da FATACIL.

[“– Até já. – Até já.]

Ana Isabel Soares (Professora)

o final de 2008, juntou-se um grupo de gente no Moinho Grande, em Beja, para esperar junta a passagem para 2009. Vieram de lugares e interesses diferentes, tudo bem combinadinho e organizado, por mor das viagens e necessidades de alojar mais velhos e mais novos. Calhou-me conversar perto da data com o Fraga, e chamei-o. “Logo vejo, não sei se me apetece ficar por aqui”, que era Viseu. Respondi-lhe que não tinha de me dizer nada, que se quisesse era aparecer, chão não faltaria para lançar um colchão perto da lareira e a ocasião impedia grandes dormidas. “acho que não vai dar tenho ensaios em lisboa a 2 de jan. depois conversamos”. Quando apareceu o Skype, depois o chat do gmail, usávamos todos os canais para não nos perdermos –“agr ando muito moderno. (o meu nick e não te rias é rufiaevadio)”. Não foi preciso conversar: estava já bem caída a noite de 31 de dezembro quando o Fraga se juntou à malta. Conduzira umas horas valentes ao volante do seu jipe Ford, com o cão Rafa (seria o Rafa...?), comeu qualquer coisa pouca e sentou-se ao fundo da sala. Estava feliz por rever muitos dos que ali se juntavam, alegrava-se por conhecer outros, mas aninhou-se a um canto, o cabelo comprido, que trazia para diante

em duas longas e lindas faixas cinzaescuras, a dar-lhe abaixo do peito. Falou grande parte da noite com a minha tia Mariana, sentados de costas para a janela baixa e de frente para a mesa e para a porta por onde se entrava e saía às risadas. Depois da meia-noite, que passámos na rua, à volta do moinho a ver foguetes de lágrimas que jogavam na cidade, a fotografar-nos e a tentar escapar aos chuviscos e ao frio, prepareilhe a dormida na casa da amassaria. Não era o lugar mais quente, mas foi onde o meu querido amigo Fraga quis ficar, havia mantas que bastassem – mais o cachecol que começou a tricotar em 2008 e terminou na primeira manhã de 2009.

Jorge Fraga (24/04/1953-18/08/2024) fala sobre si: https://fb.watch/u5Ui1R1HU/

Foto: Vasco Célio

Nascidos à beira da estrada Nuno Campos Inácio (Editor e escritor)

ortugal é, por natureza ou evolução cultural, um país de extremos, sendo poucos os que se surpreendem com os absurdos funcionais ou legislativos que orientam o dia-a-dia dos portugueses. Um dos casos mais flagrantes, dos últimos meses, tem sido o encerramento de maternidades, que já levaram a situações tão caricatas quanto a um aborto espontâneo num parque de estacionamento hospitalar ou ao nascimento de 13 crianças em ambulâncias, à beira da estrada, em apenas um mês.

Ao longo de milénios os partos ocorreram de forma espontânea/natural, principalmente em casa, supervisionado pelas matriarcas. Daí evoluiu-se para a formação «clínica» de parteiras, devidamente avaliadas e autorizadas por um clínico e pagas pelas câmaras municipais, sistema que vigorou, na maioria do território, até meados do século XX, quando ainda era habitual as crianças nascerem em casa.

Felizmente a sociedade e o sistema de saúde evoluíram, para maior segurança de parturientes e recém-nascidos, no que tem sido visto como um grande progresso civilizacional. Em poucos anos, a «normalidade» transferiu-se dos partos em casa para os partos hospitalares,

conduzidos por enfermeiras-parteiras, que, quando necessário, chamavam o médico de escala.

O progresso clínico, tecnológico e científico acabou por centrar a condução dos partos na figura dos médicos, o que, sendo natural, transformou-se num problema social, principalmente com a entrada em vigor do Regulamento da Ordem dos Médicos N.º 1029-A/2022, de 24 de Outubro, que fixa a «Constituição das Equipas Médicas nos Serviços de Urgência» e que, na prática, tem encerrado serviços hospitalares e atirado as parturientes para viagens de centenas de quilómetros, fazendo aumentar drasticamente o número de nascimentos à beira da estrada.

Este Regulamento obriga à presença física de 2 médicos especialistas em hospitais com menos de 1.200 partos, aumentando o número de médicos permanentes exigíveis, progressivamente, até aos 6 em presença física nos hospitais com mais de 3.500 partos anuais. Como será fácil de perceber, sempre que um dos hospitais de menor dimensão não consegue garantir a presença dos 2, 3 ou 4 especialista em permanência e transfere as suas grávidas para outros hospitais, isso leva a que o número de partos desses hospitais aumentem, passando a exigir a presença, também aí, de um número maior de especialistas. Assim, de acordo

com o Regulamento, um hospital com mais de 3.500 partos anuais e que tenha 4 especialistas presentes é obrigado a encerrar o serviço de urgência e a transferir as grávidas para outro hospital que tenha 6 especialistas, esteja ele onde estiver e mesmo que o parto não exija a intervenção de mais de um médico especialista.

A continuar o cumprimento cego deste Regulamento, que parece ser do único interesse da entidade que o produziu (da Ordem dos Médicos e da sua classe), dentro de um ano, com o encerramento constante de maternidades, todos os serviços necessitarão de 6 especialistas em presença e, no absurdo, poderemos vir a ter todos os nascimentos do país centrados em Lisboa, Porto e Coimbra.

A evolução das regras de segurança dos serviços clínicos e de saúde é louvável e necessária, desde que não seja levada a um extremo tal que, na prática, retire toda a segurança às parturientes e aos recém-nascidos. A alternativa a um serviço com 6 médicos especialistas em presença, nunca poderá passar a ser as ambulâncias de uma corporação de bombeiros, por mais respeito e solidariedade que nos mereçam e por mais profissionais que sejam. Os 13 partos ocorridos em ambulâncias correram bem, como no passado milhões de outros correram, apenas sob supervisão das parteiras. O problema verificar-se-á no dia em que um deles corra mal e haja a necessidade de pedir responsabilidades, que nunca será dos médicos especialistas, porque não estavam lá.

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