REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #456

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ALGARVE INFORMATIVO

SER ANIMAL HUMANO DE SOFIA BRITO EM LAGOS

Casa do Povo do Concelho de Olhão inaugurou CACI (pág. 24)

Associação de Bem-Estar Social da Freguesia do Azinhal festejou 40.º aniversário (pág. 34)

Algarve Classic Cars no Autódromo Internacional do Algarve (pág. 42)

«Ser Animal Humano» no Centro Cultural de Lagos (pág. 54)

«David Peréz: Cuadro Flamenco» no Auditório Carlos do Carmo (pág. 74)

«Amor é um fogo que arde sem se ver…» no Centro Cultural de Lagos (pág. 92)

«Volta para a tua terra» no Cineteatro Louletano (pág. 108)

Casa do Povo do Concelho de Olhão inaugurou Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

Casa do Povo do Concelho de Olhão, situada em Moncarapacho, inaugurou, no dia 25 de outubro, o seu CACI – Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão, uma resposta social de base comunitária, para pessoas com deficiência, com graus de dependência e incapacidade diferenciados assente nos pressupostos da promoção da autonomia, da vida independente, da

qualidade de vida, da valorização pessoal, profissional e da inclusão social. Foi um momento de festa para os cerca de 3 mil associados desta instituição liderada por Joaquim Fernandes e que contou com diversos convidados especiais, entre os quais José Novais, presidente da Confederação Portuguesa das Casas do Povo, José Apolinário, presidente da CCDR Algarve, António Miguel Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão, Custódio Moreno, diretor regional do Algarve do IPDJ, Telmo Ferreira, vogal do Instituto da Segurança Social, e

diversos autarcas e representantes de IPSS. “Sem o apoio financeiro do Portugal 2020, do Município de Olhão e da União de Freguesias de Moncarapacho/Fuzeta, esta obra não teria início, mas foi também o apoio financeiro de muitas pessoas e empresas que tornaram possível o pagamento atempado a fornecedores e empreiteiros. Quero agradecer a todos aqueles que, tal como nós, não ficam à espera de reconhecimento ou gratidão”, referiu Joaquim Fernandes.

Recorde-se que os estudos prévios para a requalificação e ampliação da Casa do Povo do Concelho de Olhão datam de 2009, mas só em 2020 é que foi oficializada a candidatura ao CACI, num mandato do qual fazia parte a falecida diretora Dália Pires. “Foi ela que nos sensibilizou para a falta de vagas de

respostas sociais, na altura CAO, da qual a sua filha, Aurora, precisava usufruir. Em homenagem à sua luta pela concretização do CAO, agora CACI, decidimos atribuir o nome de «Aurora» a esta nova valência”, explicou Joaquim Fernandes, aproveitando para enaltecer o papel determinante que Margarida Flores, diretora do Centro Distrital de Faro do Instituto de Segurança Social, desempenhou ao longo de todo este processo, bem como a José Apolinário, presidente da CCDR Algarve, “pela persistência na urgência da execução das obras, da sua faturação e pagamento”. “O Município de Olhão, a União de Freguesias de Moncarapacho/Fuzeta e a Junta de Freguesia de Quelfes sempre nos abriram as suas portas e o seu apoio financeiro foi necessário e oportuno para benfeitorias como a pintura das

paredes, a reparação do soalho e os arranjos exteriores”, acrescentou o dirigente.

Joaquim Fernandes sublinhou ainda que o CACI Aurora é inovador por estar inserido numa Casa do Povo e, deste modo, possuir diversas respostas na área cultural, desportiva, recreativa, na educação e na ajuda alimentar, entre outras. “Todos os dias este edifício é frequentado por várias dezenas de pessoas de diferentes nacionalidades e o CACI vai iniciar, em novembro, a sua atividade. Já temos diretora técnica, psicóloga, cozinheira, ajudante de cozinha, pessoal para serviços auxiliares e o facto de ainda termos poucas inscrições não vai condicionar a sua abertura. Vamos encontrar as soluções financeiras necessárias para o

seu funcionamento”, garantiu o presidente da direção da Casa do Povo do Concelho de Olhão, indicando, porém, que “o sonho não está concluído” “Queremos continuar a lutar contra o desperdício alimentar, diminuir a nossa pegada carbónica e melhorar a eficiência energética. A sociedade em que atualmente vivemos revela fortes problemas sociais, muitos deles derivados do desenraizamento dos seus locais de origem e da desnuclearização das famílias tradicionais. É uma situação que não irá regredir, mas temos que atenuar os conflitos a que assistimos com frequência”, defendeu Joaquim Fernandes. “É urgente o aumento das respostas sociais e os dirigentes associativos benévolos e voluntários estão cá para dar o seu contributo”, finalizou.

Conforme se sabe, a CCDR Algarve tem a responsabilidade da gestão dos fundos europeus no âmbito do programa regional, realizada em parceria com os municípios, e o objetivo primário é que esses apoios financeiros cheguem, de facto, às pessoas e tenham efeitos na melhoria das respostas sociais e da qualidade de vida dos cidadãos. “No Algarve 2020 tivemos um conjunto de escolhas de investimento, nomeadamente em equipamentos na área da saúde, mas também da área social, como aconteceu com o novo Centro de Alzheimer em Castro Marim, uma nova estrutura de apoio a pessoas idosas nos Olhos de Água, em Albufeira, a ampliação da ERPI de São Brás de Alportel, a nova resposta de centro de saúde em Altura, os CACI em Moncarapacho e em Faro. Quero

agradecer muito o empenho das instituições e das entidades, porque isto só é possível juntando-se vontades”, frisou José Apolinário. “Não vamos ter sempre estas fontes de financiamento, pelo que precisamos utilizar bem os fundos europeus que estão alocados ao Algarve, a que se somam as contrapartidas e os apoios assegurados pelas câmaras municipais e pelas juntas de freguesias e os contratos de financiamento e funcionamento com a segurança social. Esta estrutura em Moncarapacho vai dar resposta a 30 pessoas e a Casa do Povo do Concelho de Olhão faz um trabalho de inclusão social que é impagável”, salientou o responsável da CCDR Algarve.

Esta foi a primeira inauguração de Telmo Ferreira enquanto vogal do

Instituto da Segurança Social e foi, sem dúvida, um momento especial, uma vez que o seu pai foi fundador de uma Casa do Povo e ele próprio foi atleta de uma Casa do Povo e, até há pouco tempo, foi presidente da Assembleia Geral da Casa do Povo de Alcofra. “As Casas do Povo começaram por ser instituições de previdência, em que recebiam as quotizações dos seus sócios e lhes pagavam reformas. Mais tarde, passaram a ser instituições de grande relevo cultural e recreativo nas respetivas freguesias e a Casa do Povo do Concelho de Olhão ganha agora uma nova resposta social. Andamos muitas vezes à procura de inovação social e estas respostas surgem de necessidades concretas de pessoas, de problemas que precisam ser resolvidos no seio da sociedade”, apontou Telmo Ferreira.

As intervenções terminaram com as palavras de António Miguel Pina, que elogiou a enorme transformação que a Casa do Povo do Concelho de Olhão sofreu nos últimos 12 anos, devido à dinâmica da equipa liderada por Joaquim Fernandes. “A nossa porta tem que estar sempre aberta para quem dá o seu tempo – e muitas vezes o seu dinheiro –, para quem se esforça abnegadamente para manter vivas estas coletividades, sejam culturais, desportivas, recreativas ou sociais. Ainda bem que estas pessoas são persistentes, porque são elas que fazem acontecer. O que seria do Estado, mesmo ao nível local, se não existissem estas coletividades? Não teríamos a mínima hipótese de servir a comunidade”, frisou o presidente da Câmara Municipal de Olhão.

Associação

de Bem-Estar Social da Freguesia do Azinhal celebrou 40 anos numa noite de fortes emoções

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

ma noite repleta de emoções e homenagens marcou o 40.º aniversário da Associação de BemEstar Social da Freguesia do Azinhal, que decorreu, no dia 24 de outubro, no Castro Marim Golfe & Country Club, com a presença da Secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão, Clara Marques Mendes. O evento começou com a apresentação de um novo veículo elétrico financiado no âmbito da Medida PRR –

TO 1.1 Mobilidade Verde, que foi entregue à associação, seguido da estreia e da transmissão do pequeno filme «ABESFA – Um Ato de Solidariedade», produzido pelo Município de Castro Marim, que pretendeu retratar o trabalho diário da instituição, reconhecer o empenho e recordar o passado, agora disponível em https://youtu.be/ZuKr_x7Zwto

A primeira intervenção da noite ficou a cargo do diretor técnico da associação, Jorge Martins, que além de agradecer a

todos os colaboradores e parceiros desta longa caminhada e de ter sido homenageado inesperadamente pelos seus colegas de trabalho, anunciou novos projetos. Assim, a antiga Escola Primária do Azinhal será transformada numa creche e pré-escola, com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência e apoio do Município de Castro Marim, existindo também a intenção de criar uma Habitação Colaborativa e Comunitária na aldeia. Um dos grandes destaques da noite foi o anúncio da atribuição do nome do ex-presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, José Estevens, falecido em maio de 2023, à Unidade de Cuidados Continuados do Azinhal, num momento que contou com a presença da família do antigo autarca.

Durante a sua intervenção, a Secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão,

Clara Marques Mendes, demonstrou empatia e sensibilidade com todo o trabalho que tem sido desenvolvido ao longo dos últimos 40 anos pela ABESFA, apelando para que este continue por muito mais tempo. A noite contou ainda com as intervenções do presidente da ABESFA e da Junta de Freguesia do Azinhal, António Pereira, bem como do Presidente do Município de Castro Marim, Francisco Amaral e da vicepresidente da Câmara Municipal, Filomena Sintra. “São 40 anos de entrega aos outros, de amor ao próximo e de solidariedade com os mais desprotegidos”, começou por dizer Francisco Amaral, que acrescentou ainda que “é importante reconhecer este trabalho e esta dedicação, e, acima de tudo, é importante estar ao lado e apoiar nas horas difíceis, que também as têm, estas instituições”. “Bem-haja a

todos os que contribuem para aliviar o sofrimento e dar alguma qualidade de vida a estes algarvios que merecem ser tratados com o mínimo de dignidade”, concluiu o autarca.

Ao longo do jantar foram ainda entregues diversas distinções e reconhecimentos a sócios fundadores, aos colaboradores, às individualidades relevantes para a instituição, aos parceiros comerciais e a entidades oficiais, intercaladas com momentos musicais a cargo de André Ramos e Teresa Nunes.

Fundada a 24 de outubro de 1984, no interior do concelho de Castro Marim e do Algarve, a ABESTA tem oferecido, ao longo dos últimos 40 anos, cuidado e apoio àqueles que enfrentam doenças crónicas e complexidades clínicas, e que necessitam de assistência contínua. Cada utente tem sido valorizado como uma pessoa única, com a sua própria história, através de uma equipa altamente qualificada que presta cuidados na Unidade de Longa Duração e Manutenção e no Serviço de Apoio Domiciliário.

César Machado e Jan Durán vencem no Autódromo Internacional do Algarve e sagram-se campeões

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Duarte Manhita

ésar Machado e Jan Durán venceram a primeira corrida do programa do Algarve Classic Cars, disputado, no Autódromo Internacional do Algarve, no dia 27 de outubro, e com isso conquistaram o cetro do campeonato GT4 do Iberian Supercars. De igual forma, Daniel Teixeira selou o título do campeonato de Turismos.

Na corrida da manhã, a dupla do Toyota GR Supra GT4 da Speedy Motorsport arrancou da pole-position, mantendo a liderança, mas teve nas primeiras voltas a forte pressão de José Carlos Pires, que comandava a classificação da GT4 Bronze no Aston Martin Vantage AMR GT4 da Racar Motorsport. César Machado acabou por aproveitar as dobragens para conseguir abrir uma vantagem para o seu perseguidor, o que foi determinante para que Jan Durán entrasse no carro sem perder a liderança da corrida. O piloto espanhol geriu o andamento, garantindo

a quarta vitória da temporada para a dupla do Toyota e, com isso, o título da categoria geral da GT4 e da divisão GT4 Pro do Iberian Supercars.

Depois de um bom primeiro «stint» de Gonçalo Fernandes, Francisco Mora, que protagonizou a melhor volta da corrida, realizou uma segunda metade de prova ao ataque, chegando-se a José Carlos Pires para o ultrapassar já com a meta à vista, o que lhe garantiu o segundo posto, ao passo que o piloto do Aston Martin viu a bandeira de xadrez no terceiro posto da geral, vencendo a GT4 Bronze na sua primeira participação na divisão este ano. Na luta pelo título desta divisão, Jorge Rodrigues e Patrick Cunha viveram momentos dramáticos, uma vez que o Audi R8 LMS GT4 da Veloso Motorsport teve alguns problemas, com o motor a falhar. Jorge Rodrigues, chegou a cair

para último na primeira volta, mas conseguiu recuperar, terminando Patrick Cunha no terceiro posto da GT4 Bronze, ao passo que os seus rivais, Nil Montserrat e Alberto de Martín, com uma prova sólida, levaram o Mercedes AMG GT4 da NM Racing Team ao segundo lugar, adiando a decisão do título da divisão para a segunda corrida do dia.

Miguel e André Nabais estiveram imperiais na GT4 Am, dominando completamente para colocar o Porsche 718 Cayman GT4 da Speedy Motorsport no topo da classificação da divisão, sendo seguidos por Keith Gatehouse e Igor Sorokin. Com estes resultados, a dupla da Mercedes AMG GT4 da NM Racing Team precisava apenas de terminar a corrida da tarde para se sagrar campeã.

Daniel Teixeira, como é seu apanágio, realizou uma corrida com um ritmo forte e sem erros, levando o seu Hyundai Elantra N TCR até ao triunfo entre os TCR, superiorizando-se ao Cupra TCR de Beatriz Correia e José Correia. Com este resultado, o piloto da JT59 Racing Team assegurou o cetro de Turismos do Iberian Supercars. João Oliveira e Gabriel Caçoilo foram os mais fortes na TC e na luta particular entre os Ginetta G40 da FPAK Junior Team, superando Henrique Ventura Oliveira e Henrique Moura Oliveira por apenas dois décimos de segundo depois de uma prova emocionante.

Mikkel Kristensen e Manuel Cañizares impuseram o Ligier JS2R da Chefo Sport na GTX e na GTC, batendo o Porsche

Cayman GT4 CS da Speedy Motorsport pilotado por Pompeu Simões e Duarte Camelo, que se estrearam na divisão neste fim-de-semana. Andrius Zemaitis ficou no terceiro posto, em Porsche Cayman GT4 MR, recuperando pontos a Tomás Pinto Abreu e Simon Moore, em Ginetta G50 da Tockwith Motorsport, quinto, reforçando a sua candidatura ao título da divisão.

Na Cup, Rui Miritta, que chegou à pista de Portimão já com o título de campeão da GTC, manteve o seu registo a raiar a perfeição, vencendo a corrida e o título que lhe faltava no Iberian Supercars.

Da parte da tarde do dia 27 de outubro, Guillermo Aso e Filip Vava venceram a segunda corrida da etapa do Autódromo

Internacional do Algarve do Iberian Supercars, Supercars Jarama RACE e Campeonato de Portugal de Velocidade, mas o terceiro lugar de César Machado e Jan Durán garantiu-lhes o título GT4 do certame espanhol. O duo espanhol tinha de vencer e esperar que os seus rivais da Speedy Motorsport terminassem fora do pódio para conquistar o cetro do Supercars Jarama RACE e o facto de arrancar da pole-position ajudava a sua causa.

O arranque correu da melhor forma ao piloto da NM Racing Team, mantendo o comando, mas atrás de si houve alguma confusão, acabando Carlos Vieira (Toyota GR Supra GT4 da Toyota Gazoo Racing Caetano Portugal) e Andy Cantu (Mercedes AMG GT4 da NM Racing Team) por levar a pior com um toque que

deixou os dois fora de prova e provocou uma longa situação de Safety-Car. Quando a corrida recomeçou, assistiu-se a uma dura luta entre Filip Vava e Francisco Mora (Porsche 718 Cayman GT4 da Veloso Motorsport), tendo o português lançado um feroz ataque na travagem para o Gancho da Torre, assumindo a liderança. No entanto, o piloto da Veloso Motorsport nunca conseguiu destacar-se, levando o seu rival no seu encalço até às paragens nas boxes obrigatória.

Com um handicap de cinco segundos, devido ao segundo posto na prova da manhã, o Mercedes AMG GT4, agora pilotado por Guillermo Aso, voltou à pista no comando, posição que manteve até à bandeira de xadrez, tendo o espanhol gerido bem a sua vantagem ao cruzar a

linha de meta com uma vantagem de cinco segundos para Gonçalo Fernandes, que pilotava agora o Porsche do Veloso Motorsport. No terceiro lugar ficou a dupla César Machado / Jan Durán que, depois de conquistar o título do Iberian Supercars, triunfou também no Supercars Jarama RACE na GT4 Pro e na categoria geral de GT4. Contudo, a dupla do Toyota GR Supra GT4 não teve uma tarefa fácil, tendo conseguido a ultrapassagem que lhe faltava – tinha de terminar no degrau mais baixo do pódio, no mínimo, se Guillermo Aso e Filip Vava vencessem –na penúltima volta da corrida.

Na GT4 Bronze, sem problemas no seu Audi R8 LMS GT4 da Veloso Motorsport, Jorge Rodrigues e Patrick Cunha conseguiram realizar uma corrida de recuperação desde o décimo quarto

posto da grelha de partida, subindo a nono, vencendo ainda a GT4 Bronze, o que lhes garantiu o título da divisão no Iberian Supercars. Alberto de Martín e Nil Montserrat, que terminaram na segunda posição na GT4 Bronze, não conseguiram o título ibérica, mas sagraram-se campeões da divisão no Supercars Jarama RACE.

Keith Gatehouse e Igor Sorokin conseguiram mais uma vitória na GT4 Am e, com isso, garantiram o título da GT4 Am, tanto no Iberian Supercars como no Supercars Jarama RACE, um resultado notável se levarmos em consideração que foi a estreia do Mercedes AMG GT4 da NM Racing Team. Daniel Teixeira voltou a assinar uma prestação de elevado nível, conseguindo cruzar a linha de meta no décimo sexto posto da classificação geral,

vencendo a categoria geral dos Turismos e da divisão TCR, o que lhe permitiu revalidar o cetro de TCR do Iberian Supercars em 2023.

Ruben Silva e Rodrigo Ferreira foram os mais fortes na TC e entre os pilotos da FPAK Junior Team, batendo João Oliveira e Gabriel Caçoilo, ao passo que Henrique Ventura Oliveira e Henrique Moura Oliveira, ficaram no degrau mais baixo do pódio. Com os resultados dos dias 26 e 27 de outubro, João Oliveira conquistou a TC do Iberian Supercars. A GTX foi vencida por Mikkel Kristensen e Manuel Cañizares, em Ligier JS2R da Chefo Sport, completando uma corrida quase perfeita com dois triunfos durante o fimde-semana, mas também Tomás Pinto Abreu e Simon Moore, em Ginetta G50 da Tockwith Motorsports, tiveram motivos para celebrar com a conquista do título

da divisão no Iberian Supercars e Supercars Jarama RACE.

Rui Miritta assegurou todos os títulos que disputou este ano, com o triunfo da tarde de domingo. O piloto do Porsche 911 da Monteiros Competições celebrou as conquistas da GTC e da Cup no Iberian Supercars e Supercars Jarama RACE, tendo sido acompanhado na subida ao pódio por Dave Benett e Marcus Fothergill, Tockwith Motorsports. Frederico Formiga e Frederico Castro, da Art of Speed, não alinharam devido a problemas de embraiagem.

O Campeonato de Portugal de Velocidade terá a ronda final da temporada deste ano no Autódromo do Estoril entre os dias 30 de novembro e 1 de dezembro.

SOFIA BRITO LEVOU «SER AO CENTRO CULTURAL DE

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

«SER ANIMAL HUMANO»

DE LAGOS

produção de dança

contemporânea

«Ser Animal Humano», concebida por Sofia Brito, foi a cena, no dia 23 de outubro, no Centro Cultural de Lagos, convidando os espectadores a mergulhar numa reflexão sobre a essência e o propósito da humanidade. Com interpretações de Susana Vilar e Marco Olival, esta obra é uma proposta para repensar o mito do excepcionalismo humano e a narrativa do progresso infinito da espécie humana. “É

verdade que o ser humano é um animal excecional, mas excecional não é necessariamente melhor. Estes mitos são crenças que dominam o pensamento e as escolhas que nos extingue mais, a cada dia, da nossa ligação com a vida, e o que mais dá gosto aos nossos dias”, indica Sofia Brito.

Num mundo cheio de incoerências, complexo e cada vez mais dominado pela sofisticação e pela agitação, «Ser Animal Humano» convida-nos a repensar quem somos e qual é o nosso papel na Terra, onde pertencemos e que pouco

valorizamos. Pela arte da dança, a artista e bailarinos exploram os enigmas e as qualidades de ser animal e alguns dos medos que sustentam a dualidade, de não o querer ser. A autora diz que “gostava de despertar nos adolescentes a capacidade de ouvir o seu GPS interno, nossa intuição mais primordial, e o reconhecimento que nós também somos natureza”.

O espetáculo aborda a crescente alienação do ser humano em relação à sua própria origem natural, questiona a nossa desconexão da natureza e se esta está a levar-nos para um caminho de

autoextinção. Através das performances brilhantes de Vilar e Olival, somos levados a uma jornada de descoberta, enfrentando os medos e as forças que nos definem como seres humanos. Sofia Brito, a visionária por trás desta produção, desafia assim os espectadores a contemplar a nossa origem comum e a aceitar a interligação intrínseca entre a natureza e o ser humano.

«Ser Animal Humano» é, em suma, uma chamada à reflexão profunda, uma experiência teatral e de dança que transcende o palco para tocar nas fibras mais profundas da nossa existência.

AUDITÓRIO CARLOS DO COM O FLAMENCO DE

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

DO CARMO EM ÊXTASE DAVID PÉREZ

Auditório Carlos do Carmo, em Lagoa, esgotou, no dia 26 de outubro, para assistir ao espetáculo de flamenco «David Pérez: Cuadro Flamenco», num final de tarde verdadeiramente fantástico e que deixou a plateia em delírio.

O bailaor sevilhano David Pérez, que com apenas 22 anos obteve o principal

Prémio «El Desplante» no mais prestigiado e antigo festival Flamenco de Espanha – Festival Internacional Flamenco de La Unión, apresentou um espetáculo que fusiona de forma magistral os «palos» (géneros) flamencos mais antigos com o flamenco mais contemporâneo. A seu lado teve a bailarina Rosa Belmonte e os músicos Juan Manuel Flores, António Nuñez «El Pulga», Juan de Mairena e Dani Carbonell.

A BARRACA TROUXE

QUE ARDE SEM SE VER…»

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

«AMOR É UM FOGO VER…» A LAGOS

Auditório Duval

Pestana do Centro Cultural de Lagos praticamente esgotou, no dia 26 de outubro, com a apresentação de «Amor é um fogo que arde sem se ver…» d’A Barraca, um espetáculo sobre a vida e obra de Luís Vaz de Camões concebido por ocasião do V Centenário do nascimento do poeta.

A peça conta a viagem de Luís de Camões, o navegador da Língua Portuguesa, transportando memórias de

amores e desamores, muitas perdas e maus-tratos e prisões operados em sigilosos conluios por muitos inimigos seus contemporâneos. Trata-se de um espetáculo poético que remete para a história sem ser historicista, com encenação de Hélder Mateus da Costa e Maria do Céu Guerra e interpretado por Adérito Lopes, Beatriz Dinis e Silva, Érica Galiza, Gil Filipe, Luís Ilunga, Maria do Céu Guerra, Manuel Petiz, Rita Nunes, Samuel Moura, Sérgio Moras, Teresa Mello Sampayo, Vasco Lello, e Maria Balthazar (estagiária).

KELI FREITAS FALOU DE

E PERTENÇA NO CINETEATRO

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

DE IMIGRAÇÃO CINETEATRO LOULETANO

que é ser cidadã, cidadão?

Pertencer a uma terra e apenas nela ter o direito a exercer a sua cidadania? Onde fica a «minha» terra? E a «tua» terra, onde é? Quem ou o quê tem o poder de definir onde é a terra de alguém? É possível localizar o começo de alguma história? «Volta para a tua terra» é um projeto de criação de Keli Freitas, brasileira residente em Portugal, no qual, a partir da busca pela sua bisavó portuguesa, desafia as ideias de imigração e pertença.

O espetáculo que foi a cena, no Cineteatro Louletano, no dia 25 de outubro, marca o segundo episódio de uma trilogia de buscas por mulheres da sua árvore genealógica através de viagens a lugares que habitaram. Viagens

que fazem falar, de alguma forma, a sua história comum. O primeiro episódio da trilogia chama-se «Adicionar um lugar ausente» e foi criado a partir dos registos documentais da viagem feita à cidade onde nasceu, Três Corações, em Minas Gerais, Brasil. Ao revisitar a cidade no dia do seu 33.º aniversário, Keli articula imagens do lugar desconhecido com os diários da sua falecida mãe, que tinha precisamente 33 anos quando ali deu à luz. «Adicionar um lugar ausente» estreou no Teatro São Luiz, em Lisboa, em 2020.

Em diálogo com a criação da trilogia, «Volta para a tua terra» é também a decisão de uma ligação a acontecer num tempo e geografia específicos: o encontro com a sua bisavó Virgínia, nascida em 1900, em Torres Vedras. No dia em que se completariam 120 do nascimento da bisavó, Keli vai a

Torres Vedras e é a partir desses registos que começa a elaboração deste trabalho. Na sua conceção formal, «Volta para a tua terra» é uma performanceconferência documental de invenção. “É uma peça de teatro, mas é também um concerto a que os músicos faltaram e o pedaço de um filme que se perdeu. Como escreve a poeta Wislawa Zymborska, ‘cada começo é só continuação, e o livro dos eventos está sempre aberto a meio’”, indica a autora.

Ao lado e além deste dado autobiográfico entre bisavó e bisneta, o trabalho é vocacionado pelo desejo de trazer ao centro do debate a crescente xenofobia na Europa contemporânea –mais especificamente, a xenofobia contra brasileiros em Portugal. Segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, aproximadamente 400 mil brasileiros

vivem hoje em Portugal. “Este espetáculo é a abertura de um espaço onde pelo menos algumas destas vozes encontram escuta. Tristemente, a realização desta obra coincide com o momento em que as denúncias de xenofobia contra imigrantes brasileiros cresceram 505 por cento em apenas um ano, segundo balanço da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial Portuguesa”, aponta Keli Freitas.

«Volta para a tua terra» é uma peça que resulta de uma bolsa conjunta entre o Cineteatro Louletano, o Centro Cultural Vila Flor e O Espaço do Tempo. O projeto, chamado Projeto Casa atribui um valor monetário aos vencedores e dá-lhes condições para circularem com novas condições. Tem texto e direção de Keli Freitas, com interpretação de Ana Gigi e Keli Freitas.

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