Município de Lagoa continua a investir na melhoria das condições para a prática desportiva (pág. 34)
José Sabino homenageado no «Arte Larga» de Olhão (pág. 46)
«Suplicantes» no Teatro Lethes (pág. 56)
Bubba Brothers e Orquestra do Algarve juntos em palco (pág. 72)
«Plástico Poder» no Cineteatro Louletano (pág. 86)
«Anónimos de Abril» no Cineteatro Louletano (pág. 100)
OPINIÃO
Mirian Tavares (pág. 112)
Ana Isabel Soares (pág. 114)
Fábio Jesuíno (pág. 116)
Nuno Campos Inácio (pág. 118)
Sílvia Quinteiro (pág. 120)
Dora Gago (pág. 122)
Poder Local Democrático e os 50 anos do 25 de Abril estiveram em foco nas comemorações do Município de Lagos
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Carlos Costa / Município de Lagos
Sessão Solene do Dia do Município de Lagos, realizada a 27 de outubro, juntou no auditório do Centro Cultural de Lagos, para os homenagear, os autarcas que exerceram funções na presidência dos órgãos do município e como presidentes de junta de freguesia desde 1974, primeiramente no âmbito das comissões administrativas e, depois de 1976, como eleitos locais. O feriado municipal foi o contexto ideal encontrado
pelos autarcas atualmente em exercício de funções para prestar o justo e devido reconhecimento público aos antigos autarcas pelo papel fundamental que tiveram na consolidação de regime democrático em Portugal, na afirmação dos valores de Abril e na concretização de um infindável número e diversidade de investimentos e atividades que determinaram o desenvolvimento do território e o bem-estar da comunidade local.
Foram cerca de 50 as personalidades locais recordadas e distinguidas, algumas
das quais, já falecidas, representadas por familiares. Nas suas pessoas foi homenageado um número ainda mais vasto de homens e mulheres autarcas que integraram as equipas dos sucessivos executivos, assim como as assembleias municipais e de freguesia que em Lagos, ao longo dos 50 anos de democracia em Portugal, ajudaram a dar voz aos anseios das populações.
Na intervenção proferida durante a cerimónia, o presidente da Câmara Municipal de Lagos sublinhou a proximidade entre eleitores e decisores políticos como sendo, precisamente, “a grande bandeira do Poder Local Democrático e o que o diferencia das demais instâncias de poder, assim como o conhecimento das singularidades do território e a capacidade de auscultar e dialogar com
as populações, interpretando o sentimento e a vontade da comunidade”. Hugo Pereira agradeceu, por isso, aos antigos autarcas a sua dedicação e o trabalho que fizeram em prol do concelho e das suas gentes, dignificando a missão de serviço público.
As virtudes do Poder Local Democrático na construção e afirmação do edifício institucional desenhado pela Constituição da República foram igualmente destacadas pela presidente da Assembleia Municipal, que, acrescentou, “falta implementar as regiões administrativas para completar a obra então projetada”. Recordando como era Lagos e Portugal antes de 1974, “com fome de pão, de paz, de liberdade e de dignidade”, sem infraestruturas e afetado pelo êxodo emigratório, Joaquina Matos lembrou a importância
de se revisitar e compreender o passado para melhor contextualizar o enorme trabalho desenvolvido por quem tanto deu de si à vida autárquica, considerando que estes ensinamentos ajudam a vencer os novos desafios.
Os homenageados receberam uma medalha comemorativa dos 50 Anos do 25 de Abril e um diploma que exprime o reconhecimento público do município pelo contributo que deram em prol da democracia autárquica. A cerimónia contou também com um momento
musical, interpretado pelo duo composto por Ricardo Batista (guitarra clássica) e Tiago Santos (clarinete), e com a projeção de dois vídeos, o primeiro dos quais («Feitos de Silêncio») produzido no âmbito de um projeto criativo que reuniu várias gerações e registou as suas memórias do tempo da ditadura, marcado pelo silêncio e pela ausência de direitos. O segundo registo audiovisual procurou condensar em poucos minutos alguns dos principais marcos do desenvolvimento do concelho ao longo destes últimos 50 anos.
Município de Lagoa continua a investir em melhores condições para a prática desportiva
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina Município de Lagoa requalificou o antigo pavilhão «Amigos de Lagoa», num investimento de cerca de 450 mil euros, dando-lhe uma nova vida. Trata-se de um pavilhão construído pela extinta Associação Amigos de Lagoa, que há vários anos se encontrava devoluto, e que passou para a responsabilidade do Município através de um protocolo de colaboração – por um prazo de 50 anos – celebrado entre o
Município de Lagoa e o Centro Popular de Lagoa.
Com uma área de construção de 257,41 metros quadrados, o mesmo foi dotado de novas infraestruturas desde a eletricidade, iluminação, rede de abastecimento de água, telecomunicações, AVAC, AQS, climatização e segurança contra Incêndios. Para além disso, a empreitada incluiu a substituição do piso e da cobertura, tendo, também, dotado o edifício com vários sistemas amigos do ambiente, através de energias
renováveis, painéis solares térmicos e bomba de calor. Com esta requalificação, o edifício passou a ter mais divisões, entre as quais a zona de circulação, uma receção, uma sala técnica (bastidor), uma sala técnica (AQS entre outros), dois balneários, ambos dotados de Instalação sanitária, instalação sanitária adaptada a mobilidade reduzida, algo que anteriormente não tinha, uma sala de arrumos e um recinto central para a atividade desportiva.
A requalificação deste edifício permite ao Município ter mais uma instalação desportiva, dando uma maior resposta as solicitações efetuadas pelas associações
sedeadas no concelho. “Esta é mais uma forma de reafirmarmos o nosso compromisso em continuar a tornar Lagoa um concelho que aposta verdadeiramente na atividade física e desportiva. A Associação Amigos de Lagoa foi pioneira e teve a visão de perceber que uma sociedade moderna, uma cidade educadora, necessita de condições para se que possa praticar atividade física e desportiva. O crescimento saudável dos nossos jovens, futuras mulheres e homens de amanhã, faz-se em casa e na escola, mas também praticando desporto”, assumiu Luís Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Lagoa.
“Continuaremos a fazer crescer o nosso parque desportivo e esta vai ser a «casa» das artes marciais. O espaço irá, também, ser utilizado durante o dia pelo Centro Popular de Lagoa, com diversas atividades, entre elas a capoeira. Queremos igualmente democratizar a prática do padel, que os lagoenses se iniciem nesta modalidade sem terem que pagar para tal”, acrescentou.
Depois do almoço, nova inauguração, desta feita da requalificação do piso do Pavilhão Desportivo Municipal Jacinto Correia, “para que os nossos atletas disponham das melhores condições para alcançarem os seus objetivos”, justificou o edil lagoense, antes de ter início uma partida de andebol, uma das modalidades mais acarinhadas no concelho.
José Sabino foi homenageado no primeiro dia de mais um «Arte Larga» de Olhão
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
té dia 17 de novembro respirase cultura em Olhão, com a autarquia local, com o apoio da empresa municipal Fesnima, a levar a cabo mais uma edição do Arte Larga, evento sediado no Auditório Municipal Maria Barroso e que traz à cidade cubista dezenas de eventos nas mais diversas áreas e muitos nomes sonantes da cultura.
Exposições, música, cinema, instalações, fotografia, dança, livros, teatro, gastronomia, performances, poesia, palestras, homenagens e fantoches, fazem parte destes 18 dias de atividades para todos os gostos e sensibilidades artísticas. O primeiro dia do evento, 31 de outubro, foi feito de homenagens e emoções, tendo o pintor olhanense José Sabino, falecido em 2023, voltado a «mostrar» a sua arte através da exposição dos seus trabalhos e dos testemunhos dos amigos.
José Sabino foi uma personalidade incontornável da história de Olhão e tocou muitos dos seus conterrâneos, como ficou demonstrado durante a abertura da exposição que o homenageia. Inaugurada pelo presidente do Município, António Miguel Pina, e pelas filhas Natacha e Bárbara Sabino, foram muitos os momentos de admiração atestados ao som do piano tocado por Mário Fernandes. “José Sabino foi um amigo com quem partilhei boa parte da vida”, declarou, emocionado, o autarca olhanense na inauguração da mostra «Sabino». “Ele marcava a diferença e foi uma das grandes personalidades de Olhão. Tive a sorte de encontrar este
amigo, que me marcou muito”, acrescentou ainda o edil. Já as filhas de José Sabino, Bárbara e Natacha, agradeceram a presença dos amigos, tendo Bárbara sublinhado que “esta mostra é apenas uma pequena parte do que o meu pai era”. Lembrou ainda que José Sabino era “uma pessoa de extremos, não tinha meio termo”. “Precisei de muitos anos para o entender”, admitiu.
No espaço contíguo à galeria do Auditório estão patentes duas exposições que fazem parte desta homenagem: uma da autoria dos alunos da escola secundária onde José Sabino lecionou e
outra dedicada ao mar e à pesca, que muito lhe dizia, da responsabilidade de Maria Ventura. Neste primeiro dia de Arte Larga houve ainda oportunidade para assistir ao filme de Miguel Munhá «Hei-de morrer onde nasci», filmado em Olhão e nas ilhas e que conta com a
participação de vários locais, entre eles José Sabino. A noite chegou com a inauguração da exposição de fotografia «Lumina», de David Afonso, seguindo-se o bailado «Murmúrios de Pedro e Inês», pela Companhia Dança em Diálogos.
«SUPLICANTES» A GUERRA COLONIAL
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
REVISITA COLONIAL
epois da estreia no Teatro das Figuras, foi a vez do Teatro Lethes, em Faro, acolher, de 30 de outubro a 10 de novembro, a peça «Suplicantes», uma revisitação incomum da Guerra Colonial com textos de autoria de Alexandre Honrado. A ação desta coprodução da ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve e do Teatro das Figuras, encenada por Luís Vicente, passa-se num quarto de hospital. Ali, a viúva de um soldado português, acompanhada pelo filho, visita um
moribundo, a pedido deste, um exsoldado africano que no passado foi inimigo na guerra e amigo inesperado de um soldado português que o tornou fiel depositário de «tesouros» e que agora pretende devolver.
Da tensão ao entendimento e à respeitosa aceitação da diferença que tanto os marcou e que os definiu menos do que pensavam, retrata-se um episódio marcante da história portuguesa com elementos de realidade e memórias suplicantes, numa peça interpretada por Josefina Massango, Glória Fernandes, André Canário e René Barbosa.
BUBBA BROTHERS E ORQUESTRA JUNTOS EM PALCO… E FOI
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
ORQUESTRA DO ALGARVE FOI FANTÁSTICO
«Fora da Caixa» é o novo ciclo de concertos da Orquestra do Algarve e teve o seu primeiro capítulo, no dia 2 de novembro, no Cineteatro Louletano, com direção do Maestro Diogo Costa, também autor dos arranjos orquestrais. O concerto começou com a versão clássica da Orquestra do Algarve, mas com música muito surpreendente, e logo depois juntaram-se, aos instrumentos clássicos e acústicos da orquestra, os beats, kicks, synths e drums do universo
sonoro da música eletrónica, misturados por dois convidados bastante especiais, os internacionalmente conhecidos Bubba Brothers, designadamente, os farenses Eliseu Correia e Justino Santos.
Foi, sem dúvida, um concerto único, irreverente, disruptivo e irresistivelmente dançável, numa ligação perfeita entre a tradição e a novidade e que transformaram a principal sala de espetáculos do concelho de Loulé numa autêntica discoteca. E que contou ainda com a participação especial de Tó Corte Real guitarrista dos UHF.
FOLHA DE MEDRONHO APRESENTOU «PLÁSTICO PODER» NO CINETEATRO
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
APRESENTOU CINETEATRO LOULETANO
uas mulheres em lugar nenhum, em constante movimento, mas também esperando, e encontrando caixas plásticas que acomodam em intermináveis tarefas que são executadas com pressa, fúria e competitividade. Tudo precisa ser feito agora, pois nunca se sabe quando a
espera irá acabar e a vencedora finalmente será anunciada. É este o cenário de «Plástico Poder», peça escrita e encenada por Felipe Martinez para a Folha de Medronho, associação cultural liderada por João de Mello Alvim e Alexandra Diogo, e que foi a cena, no Cineteatro Louletano, nos dias 30 e 31 de outubro. A interpretação está a cargo de Sara Vicente e Catarina Estácio.
REVOLUÇÃO DOS CRAVOS
CINETEATRO LOULETANO COM
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Jorge Gomes
RECORDADA NO COM «ANÓNIMOS DE ABRIL»
Cineteatro
Louletano assistiu, no dia 26 de outubro, ao concerto dos «Anónimos de Abril», em que cada um dos protagonistas tem direito a uma canção inspirada na sua história pessoal. “Salgueiro Maia, Otelo Saraiva de Carvalho ou José Afonso (apenas para citar três exemplos) são nomes que toda a gente relaciona com o 25 de Abril. Mas tanto o dia da revolução, como todo o processo de resistência, tiveram muitos outros protagonistas. Gente cuja ação foi de alguma maneira determinante ou simbólica para a revolução, mas que com o passar do tempo vai ficando submersa no esquecimento ou até mesmo no desconhecimento”, explicam Rogério Charraz e José Fialho Gouveia, responsáveis pelo projeto.
O que se pretendeu com o lançamento do disco «Anónimos de Abril» foi precisamente honrar em canções esses homens e mulheres e, através da música, dá-los a conhecer ao público, especialmente às gerações que já nasceram depois de 1974. Assim, cada um dos protagonistas tem direito a uma canção inspirada na sua história, canção essa apresentada pelo narrador José Fialho Gouveia, com suporte fotográfico projetado no fundo do palco, e alguns elementos cénicos que transportam os espectadores para o período retratado.
Com Músicas e Voz de Rogério Charraz e Letras e Narração a cargo de José Fialho Gouveia, pisaram o palco os cantores Joana Alegre e João Afonso, com Alexandre Alves na bateria, Carlos Garcia no piano e clarinete, Marco Reis nas guitarras e bandolim e Luís Pinto no baixo.
Do ombro fraturado
Mirian Tavares (Professora)
unca parti nada quando era miúda. Ao contrário de um dos manos que partiu o braço e, quando tirou o gesso, voltou a partir porque decidiu descer uma escada, na casa dos avós, a saltar só com uma perna. De longe, vejo-me como uma miúda calma, a brincar de bonecas e a sair à rua, muito cuidadosa. Certamente é uma imagem falseada, a memória preganos peças. Mas o certo é que nunca parti nada. Há uns anos consegui a proeza de partir 3 dedos do pé pela base – o que foi deveras complicado, tinha uma viagem a Florença e lá fui de pé-coxinho. Mas, numa bela manhã, em que não tinha trabalho, esqueci-me do pé e fiz uma caminhada pelo centro da cidade. O que me rendeu dores variadas que me açoitam até hoje. Já o ombro, fraturei numa queda estúpida. E não são estúpidas todas as quedas? Mesmo as metafóricas, que por sinal, muitas vezes, são mais dolorosas. Uma queda estúpida que me deixou privada, temporariamente, do uso do braço esquerdo. Um tempo que é mais longo que o tempo normal. Um tempo que se multiplica por 10. Um tempo que não
Aflição de ser água em meio à terra E ter a face conturbada e móvel. E a um só tempo múltipla e imóvel.
Hilda Hilst
passa. Lembrei-me de uma frase da peça Um Bonde chamado desejo. Ela diz: sempre dependi da bondade de estranhos. No meu caso não são estranhos, mas amigas que se revezam e que ajudam a fazer coisas tão básicas como passar a manteiga no pão. Tentei valer-me da Siri, que não costumo usar. Mas temos um problema de comunicação. Ela não percebe, exatamente, o que peço, e escreve mensagens que, de tão absurda, soam poéticas. Pedi-lhe, educadamente: Siri, escreva, por favor, esta mensagem – bom dia. Depois do bom dia, um sol. E lá seguiu a mensagem de bom dia mais poética que um dia enviei: Bom dia depois do bom dia um sol. No outro dia queria que ela me relembrasse a versão brasileira do Parabéns a você. Depois de tentativas infrutíferas, cantei um bocado da música. Ao que a Siri responde –obrigada pela serenata! Não trabalhamos nada bem juntas, mas pelo menos, nos divertimos.
Foto: Isa Mestre
Um filme, um livro : Zabriskie Point (1970) Ana Isabel Soares (Professora)
or alturas da morte de Michelangelo
Antonioni, veio-me à ideia a memória de um filme seu. Uns anos antes, o meu irmão –professor no curso de Arquitetura, na Universidade de Évora –telefonara-me com um desafio. Pedia-me que preparasse uma aula para uma das suas turmas, sobre arquitetura no cinema, e que escolhesse um filme para ilustrar o tema. Entusiasmada com o exercício, num impulso, atirei o título –«Zabriskie Point»! Depois de desligar, joguei as mãos à cabeça e tentei perceber por que cargas de água me teria lembrado daquele filme em particular, quando me parecia que muitos outros seriam mais óbvios acompanhantes de uma preleção que juntasse cinema e arquitetura. Vira o filme de Antonioni uns dez anos antes e não me recordava de quase nada dele, a não ser imagens num deserto e pares de amantes a rolar dunas abaixo. Lembrava-me da música, ou de tons, tudo a congregar-se no meu cérebro como o mais próximo que tinha experimentado de uma alucinação. De resto, era mesmo uma nuvem. Sobretudo, no dia daquele telefonema, o que me ficou a preocupar foi que não me vinha à memória nada que no filme tivesse a ver com arquitetura. Ainda assim, convenci-me de que teria de haver um motivo pelo qual a minha resposta fora tão imediata e assertiva – e dispus-
me a procurá-lo, naturalmente revendo a obra.
Foi isso mesmo que tratei de fazer, para em mim refazer a associação que explicasse a determinação como me surgira em resposta ao binómio «cinema e arquitetura». Tratava-se de um filme sobre o espaço – disso não tinha dúvidas. Na altura, o que tinha disponível para visionamento era uma cassete VHS, que comprara nos Estados Unidos; portanto, num formato não europeu. Hoje talvez não se pense nisto, mas à altura essas diferenças exigiam aparelhos com capacidade de leitura de formatos diferentes. Mas não pensei muito no assunto, precisamente porque tinha comigo um desses leitores de DVD. (A banda sonora, que entretanto também encontrara, ouvi-a e continuo a ouvir à exaustão. Nem que fosse só pela história do muito que Antonioni buscou a sonoridade precisa para as imagens que já tinha na ideia, os sons country à mistura com a guitarra de Jerry Garcia ou os insistentes desvarios de Pink Floyd, fazem deste um disco histórico, no meu fraquinho entender).
Ora, assim que revi o filme, apercebi-me de que um dos assuntos ou fios da intriga é a construção de um condomínio de luxo no deserto de Death Valley, na Califórnia. O filme era sobre o espaço, tal como recordava, sobretudo sobre um espaço não urbano, mas igualmente sobre
maneiras e receios de encher de gente um espaço – o deserto – que, além de inumano (inurbano?), é inóspito.
Só a caminho da dita aula na Universidade de Évora, quase a chegar ao fim do km 200 dos poucos mais que ela dista de onde parti, é que pensei no formato da cassete que levava – e me perguntei se teriam ao dispor um leitor de VHS que permitisse mostrar aquela versão do filme. Por sorte, lembrara-me de levar comigo o CD duplo com a banda sonora, e decidi que, enquanto se procurava o bendito leitor, começaria a aula a falar da música de Jerry Garcia e de como ela habitava o espaço do silêncio. Paul Valéry viu bem a relação entre a música e a arquitetura quando, em
Eupalinos ou l’architecte, coloca na boca de Sócrates a frase: “quero ouvir o canto das colunas, e ver surgir no puro céu o monumento de uma melodia”. É que, nas obras arquitetónicas, assim como nas musicais, é inescapável que existamos e nos movimentemos envolvidos por elas (em 1924, data dessa peça de Valéry, a música e a arquitetura eram as artes mais imediatamente reconhecidas como imersivas).
Algum tempo depois, imersos na ideia do filme através da banda sonora (e resolvido o busílis videográfico), a turma mais eu estivemos em silêncio, numa salinha de teto baixo abobadado, reverencial, monástico: vimos, nas imagens de Zabriskie Point, o deserto, os manifestantes ainda de anos sessentas, a sua prisão, acompanhada pela aflição da guitarra, depois a sua conformação, o grito de Roger Waters, o céu na noite, o céu no dia, o Vale da Morte e uma maravilhosamente ofensiva moradia a explodir em estilhaços no final, outra vez e outra, repetida à cadência da música e à vitória do deserto onde dois corpos se tinham multiplicado em inúmeros.
É Zabriskie Point um filme sobre arquitetura? Se, como escreve Robert Harrison em The Dominion of the Dead, “na sua capacidade de formar mundos, a arquitetura transforma o tempo geológico em tempo humano, o que é outro modo de dizer que transforma a matéria em sentido” (p. 3), é exatamente isso que o arquitetónico filme de Antonioni faz.
Foto: Vasco Célio
Quais são as profissões com maior potencial de crescimento no futuro?
Fábio Jesuíno
(Empresário)
ivemos numa era digital repleta de novos desafios e marcada por uma transformação profunda da sociedade em todos os níveis, especialmente no mercado de trabalho.
Nos próximos anos, as profissões serão muito diferentes das que conhecemos atualmente, e as competências exigidas aos trabalhadores mudarão radicalmente. Estudos indicam que mais de metade das profissões mais procuradas dentro de 10 anos ainda não existem.
Apresento as principais profissões que, na minha opinião, terão grande potencial de crescimento:
Especialista em Inteligência Artificial
A inteligência artificial (IA) é um campo relacionado à capacidade dos algoritmos de pensarem como seres humanos e aprenderem com experiências, com o objetivo de simular capacidades humanas, como execução de tarefas, tomada de decisões, compreensão e solução de problemas. Com a presença crescente da IA em diferentes áreas do quotidiano, os especialistas nesta área
são altamente valorizados, seja para desenvolver modelos de algoritmos complexos ou para criar aplicações voltadas para setores específicos da indústria.
Especialista em Segurança Cibernética
A proteção de dados pessoais e empresariais é cada vez mais crucial, sobretudo com o aumento da partilha de informações online. Os especialistas em segurança cibernética desempenham um papel essencial na proteção de informações sensíveis e na prevenção de ciberataques, tornando esta uma das profissões mais procuradas e valorizadas.
Especialista em Blockchain
A tecnologia blockchain destaca-se pela capacidade de garantir descentralização e segurança. Embora seja mais conhecida como a base das criptomoedas, a sua aplicação está a expandir-se para outras áreas, como a gestão de cadeias de fornecimento e contratos inteligentes. Assim, os especialistas em blockchain são cada vez mais requisitados para implementar e gerir esta tecnologia em diferentes setores.
Artista Digital
A arte digital abrange todas as formas de expressão artística realizadas com o auxílio de meios eletrónicos, sejam eles tradicionais ou virtuais. Com a evolução constante das tecnologias, surgem novas oportunidades para a criação e divulgação de arte, impulsionando a procura por artistas digitais em setores como entretenimento, moda e publicidade.
Assistentes Virtuais
A digitalização transformou a forma como comunicamos e trabalhamos, alterando comportamentos de consumo e possibilitando o aparecimento de novas profissões. Entre elas, destacam-se os assistentes virtuais, que desempenham tarefas como gestão administrativa, atendimento a e-mails e gestão de redes sociais de forma remota, sendo uma área em crescimento.
Criador de Conteúdo Online
A criação de conteúdo para plataformas digitais é uma área em constante evolução. Os criadores de conteúdo, que muitas vezes são também influenciadores digitais, produzem artigos, vídeos e imagens para redes sociais e websites. A demanda por estes profissionais continua a crescer à medida que mais empresas investem em estratégias digitais.
Operador de Drones
A utilização de drones tem vindo a expandir-se significativamente, não só na fotografia e vídeo, mas também em setores como a agricultura, inspeção de infraestruturas e logística. A necessidade de operadores de drones especializados torna-se cada vez mais evidente à medida que a tecnologia se populariza.
Especialista em Impressão 3D
A impressão 3D tem um potencial transformador e pode ser aplicada em diversas áreas, como a saúde, arquitetura e moda. Com a crescente adoção desta tecnologia por diferentes indústrias, a procura por especialistas em impressão 3D está a aumentar, oferecendo grandes oportunidades para profissionais qualificados.
Estas são algumas das profissões com um futuro promissor e que impulsionarão a dinâmica económica e as novas necessidades do mercado.
Alterações climáticas ou incúria humana?
Nuno Campos Inácio (Editor e escritor)
omo ponto prévio, num momento em que qualquer opinião pode ser vista como um exemplo de radicalismo, importa esclarecer que não sou negacionista no sentido de recusar que as ações humanas tenham influência no clima; no entanto, estou bastante longe de me rever no núcleo daqueles que consideram qualquer acontecimento climático mais extremo como um efeito das apregoadas alterações climáticas.
Quem acompanha o meu trabalho sabe que há perto de duas décadas que me dedico à realização de pesquisas documentais, recorrendo a documentos antigos, muitos deles inéditos no estudo e divulgação. Entre esses documentos encontram-se alguns administrativos, como sejam as actas de vereação. Um estudo aprofundado desses documentos locais permite identificar cabalmente a existência de ciclos climáticos, ou climatéricos.
O concelho que tenho pesquisado mais profundamente, nos últimos anos, é o de Vila do Bispo, onde se encontram as charnecas que servem de habitat ao «Triops Vicentinus», um crustáceo de água doce temporária, que pode atingir 14 cm. Este animal, visto como um autêntico fóssil vivo, adaptou-se ao clima agreste da região vicentina de uma forma
bastante curiosa: os seus ovos conseguem sobreviver no solo durante décadas, só eclodindo quando a chuva mais abundante forma os charcos indispensáveis às suas condições de vida. Não será necessária uma especialização em biologia para percebermos que, se um animal evoluiu ao ponto de produzir ovos capazes de sobreviverem ao longo de décadas à espera de água suficiente para a formação de charcos, é porque, ao longo do tempo, ciclicamente, existiram secas extremas intercaladas com episódios de chuvas intensas.
É isso mesmo que, desde o século XVIII, conseguimos documentar perfeitamente a partir de um levantamento sistemático da informação contida nas actas de vereação desse concelho. A períodos de grandes secas, que chegaram a durar três e quatro anos sem um dia de chuva, seguiam-se grandes tormentas, que destruíam habitações, rebentavam diques e pequenas barragens e inundavam os campos, havendo igualmente referência à ocorrência de um furacão, isto tudo entre os séculos XVIII e inícios de XX, numa época em que a intervenção humana sobre o clima, pelo menos comparativamente com a atual, seria residual.
Alargando o âmbito das pesquisas a outros concelhos, temos fenómenos extremos noticiados ciclicamente. Por exemplo, em 26 de Outubro 1722
encontramos referido um furacão, que, de acordo com o relato “excedeo o de 30 de Setembro de 1672”. Entre 7 e 9 de Fevereiro de 1731, nova tempestade devastou Portimão e Albufeira, que perderam muitas casas, tendo a água do mar invadido os campos mais de um quarto de légua (c. 1.200 metros), com um metro e meio de altura.
Mesmo as inundações dos últimos dias em Valência estão longe de serem inéditas. Nos anos de 1321 e 1328, grandes inundações provocaram o colapso de numerosas casas; em 1517 ruíram centenas de casas e caíram três pontes, numa intempérie que colheu centenas de vidas. Entre 1321 e 2024, registaram-se onze grandes intempéries que provocaram grande destruição e perda de vidas na cidade de Valência. Ainda que não tenham ocorrido com um espaço cronológico fixo, permite-nos identificar uma ou duas ocorrências extremas em cada século, ou seja, a
existência de ciclos climáticos de maior intensidade a cada meio século a um século. Este espaço de tempo faz com que estes fenómenos se apaguem da memória coletiva, com resultados desastrosos.
A sucessão de anos secos faz perder a memória dos rios e ribeiras com grande caudal. Zonas que ao longo dos séculos eram propensas a inundações, estão apinhadas de habitações, ribeiras de grande caudal foram encanadas, encurtaram-se canais ribeirinhos com a construção de muralhas, acabaram as limpezas das ribeiras, barrancos e linhas de escoamento. É óbvio que, nestes períodos cíclicos, a chuva virá e procurará o seu caminho natural. Se ele não existir, criará outro alternativo.
Será sempre mais fácil atribuir a culpa da destruição provocada pelas intempéries às alterações climáticas, do que à incúria humana da construção desenfreada à beira rio, à beira-mar e em áreas de inundação. No entanto, a maior interferência humana para a ocorrência de desastres com a dimensão do de Valência é mesmo a má gestão que faz do território. Com a agravante de não ser um problema exclusivo de Valência.
Um homem não é um gato
Sílvia
Quinteiro (Professora)
avalgo Pegasus sobre o Mar Egeu. Anoitece. Um bordado de pérolas douradas debrua a túnica negra que cobre a linha da costa turca. Magnífica, exuberante. Digna de um sultão. Mas a profusão de luzes que percebo quando me aproximo da baía de Izmir nada tem a ver com o imaginário do Império Otomano. Celebram-se os 101 anos da República Turca. Homenageia-se o seu fundador: Kemal Atatürk. Procuro um adjetivo que transmita o sentimento do povo em relação a este homem. Não é fácil. Admirado, venerado, idolatrado.
Os turcos amam o herói que fizeram eterno e omnipresente. Daí a naturalidade com que, na semana que é oficialmente dedicada à sua figura e aos seus feitos, pessoas de todas as idades enverguem t-shirts com o seu rosto, com a sua assinatura e com a bandeira nacional. Daí que, por estes dias, o país se vista de vermelho e branco. Daí também que bandeiras de todos os tamanhos se agitem nas mãos das crianças, nos balões que seguram, em estendais que atravessam ruas e praças, nas fachadas dos prédios. Enormes. Orgulhosas. Vitoriosas. De frente para o mar, onde o inimigo foi derrotado.
A marginal é pequena para todos os que ali acorrem. Piqueniques regados a chá de maçã. Vendedores ambulantes. Milho e castanhas assadas. Gelados. Fritos envolvidos em mel. Sanduíches com queijo tulum, atravessadas por malaguetas verdes. Mexilhões que se engolem crus, regados com sumo de limão. Pevides de girassol. Bebidas frescas. Tabaco. Fuma-se imenso. Mais bandeiras. Bonés. Chapéus. Um desfile de carros antigos na estrada ao lado. O hino a sair das colunas. Do céu, a interrupção. Cinco caças executam acrobacias arrojadas. Riscam-no de vermelho e branco. Atravessam uma e outra vez a baía, de um lado ao outro. Como mãos que seguram um cordão e percorrem os furos de uma sapatilha até ao encontro das pontas. O nó, um enorme coração desenhado no céu. O público está ao rubro. Forma-se fila para comprar recordações dos Estrelas Turcas: canetas, camisolas, canecas. Mais adiante, um comerciante usa o seu melhor argumento para vender malas de contrafação a um turista que passa:
- My friend, happy wife, happy life!
No largo em frente, depositam-se flores aos pés da estátua de Atatürk. Canta-se. Dança-se. Regista-se o momento com o telemóvel. O herói, a cavalo, em pose de guerreiro, de frente para a baía, observa e incita. Uma mensagem de força e união. A memória viva da guerra a contrastar
com a calma das águas e com o ar feliz das gentes.
Regresso ao hotel a pé. Percorro uma rua de prédios históricos e belos. Surpreende-me que o vulto de um homem que caminha de frente para mim atravesse a parede e desapareça. Percebo que ali existe um buraco. Que o ar
glorioso do edifício é apenas uma fachada. À entrada do buraco, como em tantos outros existentes nos edifícios da cidade, foram colocados cartões com ração e recipientes com água. Os turcos cuidam dos gatos abandonados.
Mas um homem não é um gato.
Um plano de paz
Dora Gago (Professora)
empre me encantaram os campus universitários. Talvez porque os vejo como imensos casulos de esperança onde todos os sonhos podem sofrer metamorfoses, ganhar asas e voar até ao infinito.
O primeiro contacto com um verdadeiro campus foi na Universidade de Aveiro, ainda antes de iniciar lá pósdoutoramento. O meu primeiro conceito de um campus universitário, quer se situe em Portugal, nos Estados Unidos ou na China, é um imenso relvado de esperança e de futuro, povoado de juventude e vida. Ao contrário do que sucede numa escola básica e secundária onde reina o caos do crescimento, da indefinição adolescente, povoada de conflitos, de desafios, de fronteiras a medir pela quebra das regras, na universidade, já tudo isso foi ultrapassado. Vive-se a descoberta, mas já com uma maturidade que silenciou as dores da adolescência. Inicia-se a idade marcada pela plenitude tanto a nível físico como intelectual.
Em Macau vivi, durante sete anos, no Campus da Universidade de Macau, na ilha de Henqin. Um campus de muitos lagos, relvas, pontes, mas com menos vida dos que os das universidades americanas e de outros locais que fui conhecendo, ao longo da carreira académica. A relva era um lugar um tanto
ou quanto sagrado que não servia para conviver, para namorar, ou simplesmente se ficar deitado a conversar silenciosamente com as nuvens. Outra particularidade deste meu campus era o muro que o cercava e que nos separava da China continental. Na verdade, a Ilha da Montanha já se encontrava em território pertencente à cidade fronteiriça de Zhuhai, do ponto de vista geográfico. Contudo, em termos administrativos, pertencíamos à Região Autónoma Especial de Macau, uma vez que o governo pagava uma renda por aquele quilómetro quadrado onde se situava a Universidade. Uma pequena bolha inserida noutra maior. Era, pois, um lugar tranquilo, onde tínhamos alguns serviços essenciais como supermercado, posto médico, restaurantes, cafés.
Não obstante, o que confere título a esta crónica é o último que conheci, no ano passado e onde fiquei alojada durante uma semana, quando me desloquei a Paris para participar num Colóquio. Um campus verdadeiramente multicultural, onde se albergam as casas dos diversos países, neste caso, 42, congregando estudantes e académicos de 140 países – no meu caso, fiquei na residência Diogo de Gouveia, a Casa de Portugal, mas encontrei um doutorando brasileiro que estava alojado na da Coreia do Sul, por exemplo, cujo restaurante frequentei diversas vezes, a lembrar os meus tempos asiáticos.
As origens da Cidade Universitária de Paris remontam ao início do século XX, quando a Europa sarava ainda as feridas da primeira Guerra Mundial. Foi então que o ministro da Educação francês
André Honnorat imaginou um lugar onde estudantes de todo o mundo que acorriam a Paris travariam amizade, partilhariam culturas e construiriam a paz do futuro, sob o lema «paz e harmonia entre os povos». Se nos tempos que correm, as utopias parecem algo de outra galáxia, é bom saber que ela existiu, se realizou e com maiores ou menores
imperfeições, o seu fruto continua bem vivo naquele campus onde apetece viver – pelo menos eu senti esse desejo.
Com efeito, neste tão convulso século XXI, dilacerado por guerras que se acreditava não regressarem, por conflitos de todos os tipos, pelas mais variadas descriminações, interrogamo-nos onde poderemos encontrar a esperança. Continuo a acreditar, seguindo a linha de Honnorat, que ela pode nascer num qualquer campus universitário, solo onde sempre germinarão as sementes do futuro.
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